Funk Ostentação

Transcrição

Funk Ostentação
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PREFEITURA DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
COORDENADORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO – CS
EMEF VARGEM GRANDE
TCA
FUNK OSTENTAÇÃO: CONTEXTOS
Ramon Marques Reis Silva
Leonardo Sergio Feijó
Professora orientadora Vanessa Gustavo da Silva
São Paulo
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2014
Sumario
Introdução........ ........................................................................................................... 3
Capitulo I : Funk Ostentação: Contextos .............................................................
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Capitulo II............................................................................................................ Pag. 6
Musicas do Gênero Funk Ostentação.................................................................Pag.15
Conclusão......................................................................................................... Pag.19
Referência Bibliográfica..................................................................................... Pag.20
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Introdução
O funk ostentação é um gênero Musical que vem ganhando espaço desde
2008, e que vem ganhando o mundo nesses últimos anos. A nossa intenção foi
mostrar como e porque o Funk Ostentação foi criado, e os preconceitos que sofre
quem canta ou vem sofrendo; como eles veem vencendo essas barreiras. Os
objetivos das letras do Funk. Minha justificação por que eu não vejo o Funk sendo
reconhecido como ele merece, e também é um estilo de musica que gosto. O Funk
Ostentação atinge diretamente minha realidade porque eu sempre escuto todo dia e
hoje em dia é difícil achar alguém que não escuta pelo menos sua musica ou seu
gênero musical preferido uma vez na semana. E espero que com meu esforço e
dedicação nesse trabalho mostre a evolução do Funk na letra e na mentalidade de
quem escuta.
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CAPITULO I
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Sumário
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1. Capitulo I - Funk Ostentação: Contextos
1.1.
O que é musica?
A música de acordo Wikipédia (do grego µουσική τένη - musiké téchne, a
arte
das
musas) é uma forma
de arte que
se
constitui basicamente
em
combinar sons e ritmo seguindo uma pré-organização ao longo do tempo. É
considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Não se
conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações
musicais próprias. Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode
ser considerada como uma forma de arte, considerada por muitos como sua
principal função. A criação, o desempenho, o significado e até mesmo a definição de
música variam de acordo com a cultura e o contexto social. A música vai desde
composições fortemente organizadas (e a sua recriação no desempenho), música
improvisada até formas aleatórias. Pode ser dividida em gêneros e subgêneros,
contudo as linhas divisórias e as relações entre géneros musicais são muitas vezes
sutis, algumas vezes abertas à interpretação individual e ocasionalmente
controversas. Dentro das "artes", a música pode ser classificada como uma arte de
representação, uma arte sublime, uma arte de espetáculo.
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Fonte: http://www.sescrio.org.br/sites/default/files/arquiteturadosambacreditoelisahugueney1.jpg
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1.2.
Juventude
Jovem é citado pelo Wikipedia como sendo forma imatura de um ser vivo, o
período antes da maturidade sexual, o período entre a infância e a maturidade.
Nesta fase, grande parte do aprendizado ocorre fora das áreas protegidas do lar e
da religião, a conversa torna-se parte importante do processo. Este grupo
de pessoas não
tem
sido
contemplado
com
a
atenção
necessária
pelos
setores sociais. Menos ainda o jovem do campo, que enfrenta enormes barreiras,
principalmente no acesso a educação formal e informações em geral.
Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/files/2014/01/Rolezinho-_-Vinicius-e-amigos-AlexandreSchneider.jpg
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1.3.
Significados da palavra ostentação e opiniões.
No Dicionário inFormal (acesso em 17/08/2014) ostentação s.f. é ação ou
efeito de ostentar; afetação na maneira de exibir riquezas ou dotes; alarde de ações
ou qualidades. Fig. Riqueza, pompa, fausto, luxo.
Por Ruben Bareiro (acesso em 14-08-2014) Ostentação é comprar aquilo que
você não quer, para mostrar pra quem você não gosta com o dinheiro que você não
tem. Ou seja, trata-se de uma exibição, mostrar poder seja pela intimidade, corpo e
outros materiais.
“Hoje cedo de manhã dei um beijo na minha coroa
Ela disse vai com Deus
Fica tranquila a noite vai ser boa
No pulso eu vou de brait
Rolex de ouro
O produto é monstro, o valor é monstro
Dinheiro é pra gastar
Money bumerangue
Essência two and two exalou no baile funk...”
Trecho da musica Vida de rei, Mc Daleste.
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Fonte: http://geekcafe.blog.br/wpcontent/uploads/2012/12/ostenta%C3%A7%C3%A3o-do-funkeiro-edo-patr%C3%A3o.jpg
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1.4.
Definições de funk ostentação
Em pesquisa Wikipédia diz que o rap, comercializado nos EUA,
desenvolveu-se tanto por dentro como por fora da cultura hip hop, e começou com
as festas nas ruas, nos anos 1970 por jamaicanos e outros. Eles introduziam as
grandes festas populares em grandes galpões, com a prática de ter um MC, que
subia no palco junto ao DJ e animava a multidão, gritando e encorajando com as
palavras de rimas, até que foi se formando o rap. A origem do Rap veio da Jamaica,
mais ou menos na década de 1960 quando surgiram os sistemas de som, que eram
colocados nas ruas dos guetos jamaicanos para animar bailes. Esses bailes serviam
de fundo para o discurso dos "toasters", autênticos mestres de cerimônia que
comentavam, nas suas intervenções, assuntos como a violência das favelas de
Kingston e a situação política da Ilha, sem deixar de falar, é claro, de temas mais
polêmicos, como sexo e drogas. No início da década de 1970 muitos jovens
jamaicanos foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos, devido a uma crise
econômica e social que se abateu sobre a ilha. E um em especial, o DJ jamaicano
Kool Herc, introduziu em Nova Iorque a tradição dos sistemas de som e do canto
falado e foi se espalhando e popularizando entre as classes mais pobres ate chegar
a atingir a alta sociedade.
Já o funk ostentação de acordo com a Wikipédia, também referido
como funk paulista, é um estilo musical brasileiro, criado no ano de 2008, na cidade
de São Paulo. Considerado como uma vertente do funk carioca, o gênero
desenvolveu-se primeiramente na Região Metropolitana de São Paulo e na Baixada
Santista, antes de alcançar proporções nacionais a partir de 2011. Os temas centrais
abordados nas músicas referem-se ao consumo e a propriamente dita ostentação,
onde
grande
parte
dos
representantes
procura
cantar
sobre carros, motocicletas, bebidas e outros objetos de valor, além de fazerem
frequentemente citações à mulheres e ao modo de como alcançaram um maior
poderio de bens materiais, exaltando a ambição de sair da favela e conquistar os
objetivos.
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Enquanto que o funk carioca nunca foi um dos estilos musicais mais
populares no estado de São Paulo, sendo que em meados da década de 90, cerca
de cinco DJs executavam canções do gênero em festas e bailes. DJ Baphafinha, um
dos pioneiros na profissão em São Paulo, afirmou que o funk chegou na baixada
santista no
ano
de
1995,
através
de
Lourival
Fagundes,
dono
da
gravadora Footloose. Sem fazer nenhuma menção à ostentação, os MCs Jorginho e
Daniel compuseram a primeira música de funk paulista, chamada "Fubanga
Macumbeira", que em tom humorado fazia menção à mulheres. Desde tal momento
até 2008, o funk do estado de São Paulo procurou abordar temas como
a criminalidade e o erotismo, mantendo a sonoridade e a temática muito similares ao
do funk carioca, tendo como destaque nomes como MC Dinho da Neném, MCs
Renatinho & Alemão, e MC Duda do Marapé.
O gênero foi criado como uma alternativa à lírica abordada pelo ritmo
carioca, que citava essencialmente conteúdos relacionados com acriminalidade e
com uma vida de sofrimento. A primeira canção do estilo foi gravada pelos MCs
Backdi e Bio G3 em setembro de 2008, intitulada "Bonde da Juju", fazendo menção
clara para a ostentação. Após a realização de diversos festivais do gênero no
estado, vários cantores foram sendo descobertos, enquanto outros acabaram se
readaptando ao funk ostentação, que alcançou a primeira exibição nacional com o
lançamento do videoclipe "Megane", do cantor MC Boy do Charmes, em meados de
2011. Quando tornou-se de senso comum que o funk ostentação seria melhor
representado no formato audiovisual, o cinegrafista KondZilla inovou ao ser o
primeiro a produzir conteúdos visuais, que foram recebidos com ampla aprovação
pelos fãs. Para exemplificar isto, três videoclipes do ritmo estiveram entre os dez
mais vistos nos anos de 2012 e 2013.
A consolidação do funk ostentação como um dos gêneros mais conhecidos
do país aconteceu com o trágico falecimento de Daniel Pellegrine, conhecido no
meio artístico como MC Daleste, o qual foi alvejado por dois tiros de arma de
fogo enquanto realizava um show em Campinas, em julho de 2013. Ele era um dos
principais representantes do estilo no momento de sua morte, a qual foi noticiada
nacional e até internacionalmente, tornando-o um dos nomes mais pesquisado
no Google no Brasil naquele ano. A exposição do caso na mídia fez com que outros
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artistas do funk concedessem entrevistas aos canais de televisão com depoimentos
sobre a carreira e o fato acontecido.
Com o surgimento de um grupo econômico conhecido como nova classe
média, o funk ostentação passou a obter estrita relação com os membros do
mesmo, que após conseguirem uma elevação na situação financeira, buscam seguir
os passos dos artistas, tornando este o gênero mais escutado pelos que se
encontram neste patamar. Atualmente, os principais representantes do ritmo e que
acumulam maior número de visualizações em suas canções e videoclipes são MC
Guimê, MC Lon, MC Gui e MC Pocahontas
Não há um tema único tratado nas canções de funk ostentação, porém,
como o próprio nome já diz, a maioria dos artistas faz uma menção a ostentar, ou
seja, vangloriar-se com alta pompa sobre algo. Entre os assuntos mais utilizados
pelos artistas estão os bens materiais - como carros, motocicletas, casas,
apartamentos, roupas, acessórios e bebidas - mulheres e a ascensão social,
ocasionada por uma ideia de ambição e superação. Apesar de ostentação
ser antônimo para termos como humildade e simplicidade, os cantores citam
frequentemente em suas canções tais atributos, para demonstrar que com
perseverança conseguiram alcançar os seus objetivos. Um dos principais exemplos
disso é o ex-pedreiro MC Boy dos Charmes, autor do primeiro videoclipe de funk
ostentação, que utiliza versos de superação em quase a totalidade de suas
músicas. Para MC Bio G3, precursor do estilo, a ostentação não se resume em
exibir-se: "Mas nosso objetivo não é esbanjar, e sim mostrar que, mesmo vindo de
baixo, a gente conseguiu chegar aqui e qualquer um pode chegar também".
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CAPITULO II:
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2. O aumento da popularidade.
Menos de duas semanas após a trágica morte de MC Daleste, a Rede
Bandeirantes decidiu exibir em seu programa semanal A Liga uma reportagem sobre
o funk ostentação, dividida em oito blocos. No episódio, que marcou o retorno do
quadro
à
programação
televisiva
da
emissora,
a
repórter Mariana
Weickert entrevistou ao cantor MC Guimê, onde exibiu detalhes da gravação do
videoclipe "Na pista eu arraso", além de participar de duas cenas do mesmo. A outra
integrante do elenco de membros, Rita Batista, conferiu uma noite do funkeiro MC
Lon e constatou que o seu cachê costuma chegar a R$200 mil por noite, visto que
ele faz cerca de cinco apresentações no mesmo dia. Além de exibir trechos sobre a
plateia dos bailes funks, o programa se reservou a mostrar um olhar crítico sobre o
falecimento de Daleste: Thaíde, Cazé Peçanha e China conversaram com familiares
do músico assassinado, visitaram o local do crime e procuraram respostas para o
crime, mostrando a trajetória de vida do jovem, que havia deixado de cantar músicas
de apologia ao crime para entrar na ostentação. Este episódio rendeu um dos
maiores picos registrados pelo canal no IBOPE, alcançando picos médios de 11 e
estando na primeira posição por 27 minutos, além de ter grande repercussão na
mídia e na internet. Toda esta divulgação do episódio rendeu em uma reexibição do
material em 23 de janeiro do ano seguinte.
Ao tratar de tais temas, o funk ostentação acabou expandido seu público
ouvinte para além da periferia, alcançando também quem preferia a outros estilos
musicais. Estrategiando-se com base nisto, produtores musicais realizaram uma
jogada de marketing ao citarem os objetos de consumo e mulheres em suas letras,
principalmente os do sertanejo universitário, fato que não foi visto com bons olhos
pelos artistas do funk. Uma das canções de maior sucesso do gênero, "Camaro
Amarelo", dos artistas Munhoz & Mariano, foi produzida com base na ostentação,
como mostra o seu lírico:
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"Quando eu passava por você na minha CG você
nem me olhava / Agora eu fiquei doce igual
caramelo / Tô tirando onda de camaro amarelo".
Tal uso de artigos de luxo e caros nas músicas deu origem a um novo estilo
conhecido - extraoficialmente - como "sertanejo ostentação".
Imagem de:
http://content-portal.istoe.com.br/istoeimagens/imagens/mi_4233135072327124.jpg
Entre os principais expoentes do mesmo, estão os cantores Israel Novaes,
Gabriel Valim, Cristiano Araújo e Thiago Brava. Este último, por exemplo, afirmou
em uma entrevista ao site O Globo ser um fã do funk: "Vim da internet, minha
pegada era mais do funk. “Aliás, o que aconteceu sertanejo gravou um funk
ostentação.”
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2.1.
A
Funk ostentação, criminalidade e apologia.
crescente
popularidade
do
funk
levou
ao
surgimento
de
uma literatura especializada no assunto. Como citado anteriormente, o pesquisador
Julio Ludemir lançou o livro "101 Funks que você tem que ouvir antes de morrer",
pela editora Aeroplano (RJ), classificado como "ótimo" pela Folha de São
Paulo. Entre as canções de funk ostentação presentes no ranking, consta "Tá
Patrão" de MC Guimê, "Top do Momento" de MC Danado e "Eu sou patrão, não
funcionário" de MC Menor do Chapa. Por outro lado, o jurista Nilo Batista procurou
transcrever o modo como o funk ostentação está alterando o sentido original do funk
carioca, no livro "Tamborzão: Olhares Sobre A Criminalização do Funk", lançado
pela editora Revan em 2013. No trabalho, ele aborda a atual situação do gênero
como uma "asfixia da cultura funk".
O incrível crescimento de popularidade do funk ostentação no último semestre
de 2013 foi relacionado no início do subsequente ano com a criação dos "rolezinhos"
por diversos jornalistas e escritores. A comparação pode ser justificada pelo fato do
funk ostentação geralmente cantar sobre jovens de periferia que conseguiram
tornar-se ricos; baseados nessa ideia, os participantes de tal "protesto" proferiam em
uníssono canções do gênero, enaltecendo principalmente Daleste e Guimê, dois dos
principais representantes do estilo. A colunista Yvonne Maggie relacionou os dois
eventos como a tentativa de um prazer momentâneo a ser proporcionado aos jovens
de classe baixa ao poderem entrar em um shopping center e assim se imaginar no
lugar dos próprios ídolos. O desenfreado avanço dos jovens em um episódio
na véspera de Natal, onde entoaram a canção póstuma "Deixa eu ir" de MC Daleste,
foi reprimida com a detenção de 23 jovens. Pessoas que estavam no local
retrataram que todos eles cantavam o refrão "Eita porra, que cheiro de maconha",
enquanto eram observados pelos seguranças, e acabaram sendo considerados
como uma ameaça à integridade dos outros clientes do shopping. O site iG publicou
uma matéria, no ápice dos acontecimentos, sobre qual era "a trilha sonora dos
rolezinhos", sendo que as dez músicas selecionadas pelo portal referiam-se ao funk
ostentação.
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Imagem de : http://imguol.com/c/noticias/2014/01/13/11jan2014---usuarios-dofacebook-marcaram-um-rolezinho-no-shopping-itaquera-na-tarde-deste-sabado-11o-shopping-reforcou-a-seguranca-e-pediu-apoio-a-policia-militar-lojas-fecharam-asportas-1389627068680_956x500.jpg
Influenciados
pela
massiva
crescente
do
funk
ostentação,
os
vereadores Conte Lopes (Partido Trabalhista Brasileiro) e Coronel Camilo (Partido
Social Democrático), ambos da Câmara Municipal de São Paulo, lançaram um
projeto em fevereiro de 2013 que proibiria a realização de eventos do gênero em
vias públicas, parques e praças, além de qualquer outro evento musical não
autorizado pela prefeitura. Aprovado de início em abril, ele seguiu para a segunda
votação em dezembro do mesmo ano onde foi novamente aprovado, e acabou
sendo decidida uma penalização de R$2.500 para o infrator, valor que dobraria a
cada reincidência. Tal projeto não foi bem recebido entre os entusiastas do gênero,
que tacharam-a de uma "lei anti-funk", já que restringia-se apenas a esta vertente
musical, não mencionando qualquer proibição aos outros estilos musicais. No
entanto,
para
ser sancionado,
o
projeto
necessitava
ser
aprovado
pelo
prefeito Fernando Haddad, o qual recusou e assim, foram retomados os shows em
via pública na cidade. Ele afirmou que o "funk é uma expressão legítima da cultura
urbana jovem, não se conformando com o interesse público sua proibição de
maneira indiscriminada nos logradouros públicos e espaços abertos."
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Como as letras de funk ostentações sugerem um crescimento emergente de
jovens de classe baixa para uma condição melhor de vida, alguns fãs utilizam deste
pressuposto para conseguirem tal objetivo de maneira ilícita, através do crime e
do tráfico de drogas, segundo reportagens. Uma destas relatou que o envolvimento
de meninos de Florianópolis com o tráfico havia aumentado em 3200% nos últimos
três
anos,
devido
à
ambição
de
ter artigos
luxuosos,
conforme
citado
anteriormente. Casos de influência de videoclipes de funk ostentação em sequestros
já foram relatados na região Sul.
Um trecho recorrente mesmo no samba quanto no sertanejo
“Tava de bobeira, no meu carro conversível
Me deu a louca, pra passar no bairro dela
A mina é top, desfilando é a mais bela
Perco a noção, perdi meu chão, naquele olhar
O nosso lance é uma parada de outro nível
Quem ta de fora, diz que a mina é cinderela
Quatro paredes é que ela solta a fera
Mas que tesão, explode o vulcão, vem pra me amar.
Que eu vou chegar bem quente
Te abraçando e te beijando
Mordendo seu pescoço, só pra te arrepiar
No capô do carro vou fazer você se apaixonar
Você vai chamar, i
Gostoso é quando você me lambuza com essa boca
É chantilly no umbigo, perai não vou aguentar
Vai ser um caso sério se a pressão da gente descontrolar
Eu vou fazer, você gritar de novo
E se perder, fugir pra dar um lance bem gostoso
E vai querer, mais lenha nesse fogo
Eu vou fazer, você vai ver”
Turma do pagode “Deu a louca” 2014
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Diferente das letras de Mc Dimenor Dr que são mais explicitas na
questão do ganho e ostentação.
“Na pegada que eles tenta nós 'tamo' vindo
Faça seu desejo, que nós atende à pedido
Os carro é tunado e os moleque é "paloso"
Pra pegar as mais gata, nós não fazemos esforço
Chama as Top model, aquelas que fascina
Elas vem de fora mulher seja bem vida
Longe do declínio, malandro calculista
Quem vem da minha terra é a mesma batida
O comboio é monstro só, de Hummer pra cima
De 'juju' na cara só filmando as felinas
Quer fazer valer então, tá feita a aposta
Nós faz logo o Hit da sua trilha sonora
Nós, não se cansa, eles não alcança
A vida mudou e você notou a mudança
Nós tá de elantra, as gata se assanha
Mexer com sua mente é nossa melhor façanha
Chama as Top model, aquelas que fascina
Elas vem de fora mulher seja bem vida
Longe do declínio, malandro calculista
Quem vem da minha terra é a mesma batida
O comboio é monstro só, de Hummer pra cima
De 'juju' na cara só filmando as felinas
Quer fazer valer então, tá feita a aposta
Nós faz logo o Hit da sua trilha sonora
Nós, não se cansa, eles não alcança
A vida mudou e você notou a mudança
Nós tá de elantra, as gata se assanha
Mexer com sua mente é nossa melhor façanha
Mc Dimenor DR, nossa melhor façanha ·.
Vida Mais Ou Menos
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Henrique e Diego
Eu disse vem, que aqui tá tudo bem
Eu não tô nem aí, o que eu quero é me divertir
Dinheiro foi feito pra gastar
Se espalham pelo mundo que se vive pra juntar
Eu gosto de mulher, eu gosto de luxar
O meu carro é rebaixado, as mina piram pra entrar
E elas me abraçam e beijam meu pescoço
E dizem, aí que delícia, que safadinho cheiroso
E nessa eu vou vivendo, nessa vida mais ou menos
Aí eu vou causando, aí eu tô podendo
Vem curtir a vida, vem ver como rico vive
Vem andar de Ferrari ou depois de Mustang
Usar Dolce Gabbana, Lacoste e Armani
E a mulherada chega, e só pegando e tome
Tome, tome, tome, tome
Tome, tome, tome
Enche um copo de whisky
Agora, vire e tome
Além da morte de Daleste, a qual recebeu notoriedade nacional e
internacional, outros cantores de funk foram assassinados, e nenhum dos casos foi
resolvido pela polícia. Além deles, um DJ, conhecido como DJ Chorão, foi morto no
Rio de Janeiro em setembro de 2012 ao ser esquartejado por moradores de uma
favela envolvidos diretamente com o tráfico de drogas. Lula, da dupla Naldo & Lula,
teve o corpo carbonizado e acabou sendo reconhecido em uma arcada dentária; ele
era parceiro de Naldo Benny, que fez sucesso nacional com a canção "Amor de
Chocolate". Entre as outras mortes não resolvidas, estão a dos MCs Felipe Boladão,
Primo e Duda do Marapé. Já o cantor Julio Cesar Ferreira, conhecido pelo nome
artístico MC Neguinho do Kaxeta, foi alvo de uma tentativa de assassinato enquanto
dirigia um carro na Baixada Santista em junho de 2012; apesar de ser atingido por
vários disparos, ele apenas lesionou o braço e conseguiu sobreviver.
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Em 21 de janeiro de 2014, um dos representantes da Baixada Santista do
gênero, Kauan Mariz de Oliveira, o cantor MC Kauan, acabou sendo detido por porte
ilegal de drogas na cidade de São Vicente. Segundo a polícia, Kauan - também
conhecido pela alcunha Koringa - estava com uma sacola plástica contendo
dezenove pacotes de cocaína e vinte e dois de loló; todas as substâncias foram
apreendidas, junto com o celular, uma quantia estimada em R$806,60 e
uma Chrysler 300, ambas de propriedade do funkeiro. Mesmo sendo liberado
poucas horas depois, após liminar da justiça, o ocorrido causou grande veiculação
na mídia, associando o gênero musical ao tráfico e ao crime; Kauan foi acusado de
fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC), e teve seu repertório de canções
pejorativamente
divulgado
como
"contém
músicas
que
enaltecem
a
bandidagem". Na semana seguinte, o cantor concedeu entrevista àRede Record, no
programa Domingo Espetacular, onde tentou demonstrar sua inocência do crime,
além de desmentir qualquer relação com facções criminosas.
2.2.
A rivalidade dos estilos musicais
O funk e o rap, em especial o rap brasileiro, sempre tiveram uma ligação
próxima no ponto em que ambos abordavam a cultura da favela de forma humilde, e
que era contra o consumo exagerado de bens. No entanto, este "boom" que o funk
ostentação provocou na música modificou também o cenário do rap no país e
causou inúmeras polêmicas. Os críticos mais conservadores, adeptos do hip hop
alternativo e do gangsta rap, comumente proferem frases como "adeus rap
nacional", e "o rap nacional foi morto". A posição de que os dois ritmos se opõem no
que tange ao conteúdo lírico é defendida por rappers como MV Bill e Carlos Eduardo
Taddeo, ex-Facção Central.
Após o crescimento da popularidade do gênero paulista, a opinião
dividiu-se entre os especializados no assunto. DJ Marlboro, um dos principais
representantes da história do funk carioca, considerou em uma entrevista à Folha de
São Paulo que "o Rio não abriu o olho e agora São Paulo está dominando". O
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pesquisador e autor do livro "101 Funks que você tem que ouvir antes de morrer",
Julio Ludemir, afirmou que teme que com a onda da ostentação, o funk desapareça
da favela, como aconteceu com o samba, quando afirma: "o funk está se firmando
no mercado formal, mas é asfixiado na favela, o que atrapalha sua renovação".
Considerado como o maior rapper da história brasileira, Mano Brown foi alvo
de diversas críticas ao participar de um videoclipe de Pablo do Capão, seu
conterrâneo do Capão Redondo, onde não participou de nenhum verso. Membro do
mesmo grupo, os Racionais MC's, o cantor Ice Blue também esteve no meio de uma
polêmica ao participar junto com Sandrão, do RZO, no clipe "Estilo Gangster" do
também rapper Túlio Dek, em uma clara demonstração de influência da
ostentação. Após ser alvo de graves acusações sobre o fato, Blue tentou esclarecer:
"Os moleques se organizaram e perceberam que o funk ostentação dá dinheiro, é o
que abriu a porta, é o que vende o sonho. Caras com dois, três anos de funk já
conquistaram coisas que cara com quinze anos de rap não conquistou. Tem cara do
funk com oito, nove casas, comprou casa para a mãe. Os caras do rap não
conquistaram nem sua própria casa com o rap. E a gente tem que continuar
chancelando isso?" Apesar do surgimento ser o mesmo, o cenário do rap brasileiro
difere muito do visto nos Estados Unidos, e este é o que mais se aproxima com o
funk ostentação. Cantores como 50 Cent, Puff Daddy e Nelly são exemplos de
rappers que utilizam objetos de ouro e portam veículos de luxo, servindo assim de
inspiração para os cantores da ostentação.
O que se sustenta ainda com as falas de Daleste como esta
Hoje tem baile Funk me tragei no estilo liguei no ID
da Bandida Quando der meia noite eu vou te busca
Convida Suas amiguinhas tá bom?
Conta pra ninguém também não pode tira foto
Quando amanhecer vou levar vocês pra da um rolé de Helicóptero
a Pegação é lá no ar Aproveita que nós á Bancando.
e o enquanto geral tá dormindo ninguém tá sabendo
mas eu to lucrando então.
refrão(2x)
Ostentação Fora do Normal
Quem tem Motor faz Amor
Quem não tem passa mal.
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Eu Sei como te impressiona boto o cordão pra fora que elas morre
Vou de RR trajado de cristian as Mulherada entra em Choque
eu sei que elas sabe o que é bom,
eu sei que elas sabe o que é bom
Vem que é o Daleste e o Léo da baixada
e até a santinha desse até o chão
Chamei as santinhas chamei as taradas
pra dar um rolê em alto mar
e quando a lancha para é que a festinha vai começa. então!
Refrão(4x)
Ostentação Fora do Normal,
Quem tem Motor faz Amor,
Quem não tem passa mal.
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Capitulo III
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3. Da origem a fama
De acordo com a Veja o funk carioca ganhou merecida má fama nos anos 90,
com letras que faziam apologia de temas como sexo, drogas e violência. Mas uma
nova vertente do gênero, esta criada aqui em São Paulo, abandonou não apenas a
postura agressiva como surpreendeu no discurso, passando a valorizar itens de
consumo, principalmente artigos de luxo como carros importados e roupas de grife.
É feito por uma rapaziada capaz de rimar bolsa Louis Vuitton com batom, como na
canção As Minas do Kit, do MC Nego Blue, um dos expoentes do funk da
ostentação, como foi batizado o gênero. As raízes da onda surgiram em Cidade
Tiradentes há três anos e, de lá para cá, ela extrapolou os limites do bairro da Zona
Leste para emplacar até em casas noturnas badaladas, como Eazy, Club A e Royal.
3.1.
De onde eles vieram e pra onde eles vão?
Tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá, tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá, tchudum... São 2
horas da manhã numa casa noturna de São Paulo e os frequentadores estão
dançando uma batida eletrônica repetitiva. Dali a uma hora e meia, MC Guimê, o
principal nome do funk ostentação, fará seu show, acompanhado de um DJ e de
duas dançarinas, e com a participação especial do rapper Emicida. No clube vigora
uma saudável mistura social, mais rara em São Paulo, onde centro e periferia são
muito distantes, do que no Rio. Encontram-se ali jovens de bairros suburbanos — os
meninos com correntes douradas, as meninas com saia bem curtinha, e todos com
roupas de grife — e também os chamados “playboys”. Quando Guimê finalmente
sobe ao palco, a temperatura da casa parece subir. Por quarenta minutos, ele
intercala canções de seu repertório com sucessos de outros funkeiros, canta o rap
do quarteto Racionais MC’s e cita o Salmo 23 (“O senhor é meu pastor / Nada me
faltará”). Nada falta mesmo: suas letras carregam uma tal profusão de marcas —
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carros, roupas, perfumes, bebidas — que até se poderia suspeitar de vultosos
contratos de merchandising. Não é o caso. Para Guimê, natural da periferia de
Osasco, cidade da Grande São Paulo, falar desses objetos de consumo — e, acima
de tudo, adquiri-los — é uma aspiração realizada, uma senha para a entrada na
sociedade. O público não só entende como compartilha o sonho de Guimê: muitos
fãs, no meio da dança, erguem garrafas de uísque escocês como se fossem troféus.
Festas e shows assim se repetem por outras cidades e clubes. Como tantos gêneros
musicais que vieram das áreas urbanas mais pobres, o funk já conquistou parte da
classe média. Mas é sobretudo entre a garotada da periferia que ele tem a
ressonância de uma Marselhesa: um hino de cidadania e identidade para os jovens
das classes C, D e E.
Segundo estudo do Data Popular, instituto especializado em pesquisas de
opinião nos estratos emergentes do país, a “comunidade funk” hoje congrega 10
milhões de brasileiros com mais de 16 anos, a maioria das classes C e D. É um
público fiel: 77% deles escutam funk todos os dias e 50% vão a um baile funk pelo
menos uma vez por mês. Esse público se divide quando perguntado sobre o sentido
que a música tem em sua vida: 22% consideram que o funk é apenas diversão, um
ritmo bom de dançar. Mas 26% acreditam que os MCs convidam a ambições que
não cabem na pista de dança: o funk seria uma forma de superação. Em bom
momento comercial, o funk representa uma possibilidade de carreira para quem
sonha em se tornar MC (sigla em inglês de Master of Cerimonies, o cantor do funk e
do rap). Uma única canção de sucesso pode garantir boa base financeira, ainda que,
como sempre aconteceu no showbiz, existam promessas de estrelato que acabam
em fracasso (leia o quadro ao fim da reportagem). Mesmo sem o status de um Naldo
ou de um Mr. Catra, um funkeiro de algum talento pode garantir mais do que a
subsistência. “Um MC pode fazer trinta bailes por mês ao cachê de 1 000 reais. Em
seis meses, terá condições de montar um negocinho na favela, comprar uma casa e
um carro”, calcula o DJ Marlboro, um dos precursores do batidão. O sonho de todos,
claro, é chegar às alturas. MC Guimê fez fama e dinheiro — ganha em torno de 1,4
milhão de reais por mês e o vídeo de seu Plaquê de 100 tem mais de 42 milhões de
visualizações no YouTube — sem comercializar discos. Mas as gravadoras
descobriram que o funk é rentável. Naldo Benny e Anitta trocaram o ritmo mais
pesado dos “batidões” pelo funk melody — versão, digamos, pacificada do funk da
periferia carioca — e com isso alcançaram públicos mais amplos. Naldo produz os
próprios discos, mas tem um contrato de distribuição com a Sony Music. Anitta é do
cast da Warner, que mais recentemente contratou MC Ludmilla (ex-MC Beyoncé). A
Universal tem MC Gui, outro exponente do funk ostentação. Casas de shows como o
Barra Music, no Rio, incluíram o funk entre as atrações frequentes. “Hoje existe um
cuidado maior do funkeiro com a produção”, diz Marcos Júnior, diretor artístico do
espaço.
Há diferenças entre o funk carioca, mais malicioso e sexual (ou mais bandido), e
o paulista, que tem mais influência do hip-hop. O chamado “funk ostentação”, que
celebra o consumo e o luxo, é um produto paulista: suas raízes estão na Baixada
Santista, no litoral de São Paulo, com as produções do DJ Baphaphinha e com
artistas como MC Boy do Charmes. Como tantos gêneros populares — axé,
sertanejo, tecnobrega —, o funk, em qualquer lugar, irrita ouvintes que se pretendem
mais sofisticados. Agora que o purismo nacionalista caiu de moda, ataca-se o funk
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brasileiro por não ser similar à sua matriz americana. Realmente, não há quase nada
de James Brown no funk brasileiro de agora. Mas suas origens estão nos bailes do
Rio de Janeiro dos anos 70, onde se tocavam funk e soul, americanos e brasileiros.
Com o tempo, a batida sofreu alterações. A princípio, o ritmo mais comum era o
chamado Miami Bass, batida acelerada que surgiu na cidade americana da qual
recebeu o nome. Hoje, o funk ganhou um batuque brasileiro, que parece saído dos
terreiros de umbanda. A essa invenção rítmica se deu o nome de tamborzão. Não,
não é uma contribuição para a música popular internacional da estatura da bossa
nova — mas tem lá sua originalidade. “Lá fora, o funk é reconhecido como a música
eletrônica brasileira”, defende o cantor Mr. Catra. Muitos MCs não têm a mínima
noção de tempo, mas há criatividade nas suas produções, sobretudo na conjugação
inusitada de samples, que vão do grupo americano Talking Heads ao tema do
desenho animado Tom e Jerry. Mais pertinente, ainda que às vezes tingido de
moralismo estreito, é o ataque ao conteúdo sexual do funk. Muitas letras são
incontestavelmente grosseiras. “Se as pessoas gostam de falar sobre sexo, por que
eu não posso cantar a respeito?”, justifica-se Mr. Catra. Ele é o cantor
de Negolossauro rex, cuja letra é até publicável: “Vem você, a sua prima, pode
chamar a sua amiga / Instinto de leão, pegada de gorila”.
Os bailes funk, por seu caráter improvisado, também configuram um problema
urbano. Em São Paulo, a prefeitura proibiu os bailes de rua com carro de som, pela
boa razão de que eles perturbavam a paz — as pessoas na periferia, afinal,
trabalham e desejam dormir à noite. Ainda mais complicada é a intersecção do funk
com a bandidagem, que vigora sobretudo no Rio. Nos anos 90 surgiram nas favelas
os chamados “proibidões”, bailes protegidos ou patrocinados por facções
criminosas. O “proibidão” tornou-se quase um subgênero do funk, com letras que
exaltam criminosos e, de tão recheadas de gíria, parecem falar em código. Um
exemplo é “a balinha do Salgueiro” de que fala uma das canções do repertório do
Nego do Borel: trata-se de ecstasy. O elogio aberto ao crime arrefeceu com a
tomada de favelas pelas Unidades de Polícia Pacificadora. Em alguns casos, a UPP
reprimiu bailes funk. Mas muitos sobrevivem, como o Emoções, na favela da
Rocinha, que voltou à atividade após um ano parado.
A despeito da profissionalização de suas maiores estrelas, o funk ainda é
uma atividade informal. Os MCs gravam em estúdios caseiros e divulgam músicas e
clipes em redes sociais e sites de vídeo. Muitos empresários não têm o mínimo tino
para negócios. “Geralmente, o primeiro empresário de um funkeiro é o taxista ou o
motorista que o leva para os shows”, diz Kamilla Fialho, empresária de Anitta —
responsável por configurar a música de sua cliente em um formato mais pop, o que
rendeu uma vendagem de 200.000 discos. Leandro Gomes, empresário de Valesca
Popozuda, também faz seus cálculos para agradar ao mercado de classe média.
Mas não cogita suavizar o batidão pesado de sua cliente: “Hoje o funk reflete a
cultura do carioca com muito mais propriedade do que o samba”, diz Gomes. De
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fato, o samba já não traduz a alma da periferia como faz o funk. MC Guimê fala de
marcas, mas também de autoafirmação. MC Smith, que já cantou o “bonde” do crime
no Complexo do Alemão, faz retratos tão realistas da periferia carioca que parecem
roteiros de filme. MC Ludmilla e Valesca Popozuda assumem uma posição de
confronto junto aos homens, sem queimar sutiãs. E, como já fez o samba, o funk
tece o elogio ufanista da brasilidade. Em País do Futebol, que começa com “um
salve à nossa nação”, o paulista Guimê reza ao Cristo Redentor, símbolo carioca. E
proclama: “A rua é nossa, e eu sempre fui dela”. A rua hoje é do funk.
A mitologia do pop não pode passar sem artistas de sucesso que caem no
ostracismo. Não é diferente com o funk. Hoje com 32 anos, a mulher que um dia foi
conhecida como MC Vanessa Pikachu voltou a ser Vanessa Ferreira. Pikachu
despontou no início dos anos 2000 com um funk que comparava o insuportável
monstrinho do desenho Pokémon com certa parte da anatomia masculina. Mas suas
músicas seguintes não emplacaram. “O azar de Vanessa foi surgir num período em
que funkeiro fazia show apenas em clubes de subúrbio ou na favela. Nunca tocou
em boates, como a Anitta e o Naldo fazem hoje”, diz o DJ Tubarão, radialista e
produtor. A desilusão de Vanessa com a carreira chegou ao limite quando ela se viu
preterida por outra funkeira na gravação do DVD do MC Bola de Fogo, no qual
cantaria Atoladinha. Ela hoje dá aulas de educação física em uma academia
(embora sua mãe sonhe com o retorno da filha ao batidão). Diz que foi mal
assessorada: “Meu empresário era o DJ que me deu a primeira chance num palco.
Ele não tinha experiência”. O trio Os Originais não desistiu do funk, mas está com a
carreira emperrada em uma disputa judicial. Com outro nome — MC Federado e os
Leleks —, eles estouraram com Passinho do Volante (aquela do “ah lelek lek lek”).
Edmar Santana, o MC Dieddy, o primeiro empresário dos Originais, e Rômulo Costa,
proprietário da equipe de som Furacão 2000, disputam na Justiça os direitos sobre
o Passinho do Volante. Enquanto o caso se arrasta, Paulo Victor, Alan Johnson e
Alex Junior estão impedidos de cantar seu maior sucesso (hoje no repertório de
outro grupo, que assumiu o nome MC Federado e os Leleks). Rebatizados de Os
Originais, eles lançaram a canção Desloca, que esperam ver estourar na Copa do
Mundo. O caso de Vanessa e o dos Originais não estão entre os mais dramáticos do
funk. Goró, da dupla Márcio e Goró, suicidou-se em 2000 porque não conseguia
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repetir o sucesso de A Distância. MC Naldinho, de Um Tapinha Não Dói, largou o
funk pela religião evangélica, trajetória que não é incomum entre artistas dessa
vertente lasciva.
3.2
Como está a juventude ostentação?
Yasmin Oliveira, de 15 anos, é a musa do rolezinho. A jovem de Paraisópolis tem
mais de 100 mil seguidores em uma rede social. Ela acredita que as meninas se
identificam com o que sente e diz, mas não se considera famosa.
Jonathan David, o MC Chaveirinho, compõe e canta funk. Ele é o presidente da
associação dos rolezinhos e diz que busca por locais para realizar os eventos, porque a
polícia repreendia a população que se reunia nas comunidades.
A Liga do Funk é uma organização que se reúne toda semana para falar sobre música e
novos projetos. O grupo, com MCs de vários estilos e idades, já tem mil pessoas
cadastradas.
Nos encontros, o estilo é muito importante. Os jovens usam roupas e tênis de
marca e buscam conhecer novas pessoas.
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Considerações Finais
O Funk Ostentação não quer que as pessoas saião por ai, ignorantes por
terem carros de luxo, roupas de grife, relógios ou acessórios de luxo, ele quer
mostrar como chegaram nesse dia de hoje, com garra, determinação, trabalho, e
esforço. Grandes nomes do Funk Ostentação não querem mostrar sua vida de hoje
mais sim como ele conseguiu, muitos catam sobre sua vida no passado na época
que andavam de bicicleta, em que trabalhavam em feiras, em construções, em
épocas que passavam fome por terem dificuldades econômicas, em épocas que não
tinham dinheiro para si quer comprar roupas ainda mais de grifes.
Bom o que eu quero dizer que o Funk ostentação é como fosse um apoio
aos jovens que ainda estão nessa fase de dificuldades financeiras, e o Funk tenta
influenciar a não desistir de seu sonho para sempre correr atrás daquilo que você
necessita, precisa e sonha.
Eu sei que algumas musicas também fazem apologias, falam sobre crime e
incentivam a desvalorização das mulheres, mais na minha opinião isso afeta as
pessoas que fazem a musica ultrapassar a realidade do momento em que se desliga
do mundo real para a realidade em que a pessoa é a mais importante porque usa tal
tipo de roupa ou porque tem certo tipo de carro.
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Eu gostei muito de fazer esse trabalho porque descobri coisas além da
musica, além de roupas e carros. Mais sim sobre historias de superação, felicidade e
reviravoltas. Encerro esse trabalho muito orgulhoso do potencial que me empenhei.
Referências bibliográficas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Funk_ostenta%C3%A7%C3%A3o, Acesso 26/08/14
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http://vejasp.abril.com.br/materia/funk-ostentacao-paulista, Acesso em 05/11/14
E
vídeos em reprodução no Youtube e fotos do Facebook.
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