Fazer - Fundação Cultural do Estado da Bahia

Transcrição

Fazer - Fundação Cultural do Estado da Bahia
CATÁLOGO DE ARTES VISUAIS
NA BAHIA 2013-2014
O ano de 2014 foi emblemático para as
artes visuais na Bahia. Nele, foi retomada
a Bienal da Bahia, que realizou sua terceira edição, depois da sua brutal interrupção
pela ditadura militar em 1968. Agora, a Fundação Cultural do Estado da Bahia, através de sua Coordenação de Artes Visuais,
lança catálogo destinado a reunir todas as
obras expostas nos Salões de Artes Visuais
da Bahia, que aconteceram no estado em
2013 e 2014.
Os Salões e os editais específicos são as iniciativas mais relevantes da Fundação Cultural no estímulo às artes visuais na Bahia.
Entre 2011 e 2014, foram 13 exposições em
13 cidades da Bahia: Valença, Porto Seguro
e Alagoinhas, em 2011; Jequié, Juazeiro e
Irecê, em 2012; Feira de Santana e Teixeira
de Freitas, em 2013; e Lençóis, Barreiras, Vitória da Conquista, Paulo Afonso e Camaçari, em 2014. Assim, estas cidades baianas
foram contempladas por exposições, efetivando a política de territorializar a atuação
e tornar a Secretaria de Cultura efetivamente estadual.
Além da diversidade de cidades e regiões,
pela primeira vez, os Salões aconteceram
também em lugares nos quais a Secretaria
de Cultura do Estado da Bahia não possui
espaços culturais administrados pela sua
Diretoria de Espaços Culturais: Irecê, Teixeira de Freitas, Lençóis, Barreiras, Paulo Afonso e Camaçari. Nestas cidades, parcerias
com as prefeituras municipais foram vitais,
inclusive na reforma ou instalação de espaços adequados para exposições e eventos artísticos. Deste modo, as cidades, sua
população e suas comunidades culturais
ganharam também espaços culturais. Em
Teixeira de Freitas, a prefeitura municipal
resolveu não só disponibilizar espaço para
a cultura, mas assumiu o louvável compromisso de realizar em 2015 o Salão de Artes
Visuais do Extremo Sul.
O catálogo publicado está inserido neste
substancial processo de territorialização da
cultura na Bahia, desenvolvido pela Secretaria de Cultura e suas instituições vinculadas: Fundação Cultural, Fundação Pedro
Calmon e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. Ele divulga as obras expostas
nos sete Salões que ocorreram em 2013 e
2014.
traz apenas as obras premiadas nos sete
Salões, mas todas as obras expostas. Assim, em vez de algo em torno de 30 obras,
o catálogo apresenta todas as 156 obras
selecionadas para os Salões deste biênio.
Tal atitude permite observar, de modo mais
aberto e completo, o panorama das artes
visuais na Bahia nestes anos.
Além de expressar a diversidade das artes visuais produzidas na Bahia, o catálogo possibilita a maior difusão das obras e de seus
autores, pois viabiliza sua ampla divulgação. Aliás, esta é uma das políticas que vêm
sendo desenvolvidas com mais empenho
pela Fundação Cultural: difundir continuamente as artes da Bahia. Esta política, com
iniciativas relevantes nas áreas de dança, literatura, música e teatro, agora se realiza na
esfera das artes visuais, com a publicação
deste catálogo, que divulga a produção estética baiana contemporânea expressa nos
Salões de Artes Visuais de 2013 e 2014.
ANTONIO ALBINO CANELAS RUBIM
Diferente dos anteriores, o catálogo não
Secretário de Cultura do Estado da Bahia
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA:
TERRITORIALIZAÇÃO E DIFUSÃO
Os Salões de Artes Visuais da Bahia são o
mais antigo dos projetos continuados pela
Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de
Cultura do Estado da Bahia (SecultBA). Em
2014, quando a FUNCEB celebra 40 anos de
história, os Salões completam 22 anos: uma
ação que atravessou governos e panoramas políticos, consagrando uma conquista
da comunidade artística e da produção em
artes visuais da Bahia. A maturidade, no entanto, não deve significar a cristalização de
formatos, e os Salões vêm se renovando e
se desafiando ano após ano. Diante de uma
iniciativa de sucesso, buscamos maneiras
de contribuir para sua qualificação, investindo na ampliação dos preceitos de territorialização e de difusão, atualizando práticas e
dando mais visibilidade aos seus resultados.
Os Salões de Artes Visuais da Bahia visam
a apresentar ao público mostras coletivas
em artes visuais, reunindo obras de artistas
da Bahia, para oportunizar o acesso a esta
produção, divulgar o trabalho dos artistas e
estimular a reflexão sobre temas atuais da
área. Desde sua criação, é desenvolvido no
interior do estado, em busca de estabelecer rotas de criação e consumo para além
da capital. As obras expostas são selecionadas através de edital público, que é aberto
a trabalhos de livre temática nas mais diferentes modalidades das artes visuais. Dentre elas, em cada exposição, são premiadas
três obras e conferidas menções especiais,
por comissões especializadas.
Em 2012, foram celebrados os 20 anos dos
Salões Regionais de Artes Visuais da Bahia.
Entre as alterações realizadas neste aniversário, houve a mudança do nome para Salões de Artes Visuais da Bahia, assumindo
uma representação mais múltipla e contemporânea, que extrapola referências e
características regionais, mas sem deixar de
reverenciá-las. Outra novidade foi o lançamento do Prêmio do Público, resultante de
votação direta dos visitantes, destacando a
relação essencial entre a obra de arte e os
sujeitos que a experimentam.
Mas o maior avanço registrado naquele ano
foi no seu potencial de expansão. Até 2011,
os Salões aconteciam em sete centros geridos pela Diretoria de Espaços Culturais
(DEC) da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult) da
SecultBA. Abrindo uma nova frente e bus-
cando soluções para multiplicar esta capilarização, a FUNCEB firmou parcerias com
prefeituras e outras instituições, emergindo uma capacidade maior de circulação a
partir do compartilhamento de desafios e
responsabilidades. Em 2012, a estreia desta
execução se realizou em Irecê. Entre 2013
e 2014, Teixeira de Freitas, Lençóis, Barreiras, Camaçari e Paulo Afonso também receberam os Salões pela primeira vez. Para
o futuro, é possível conceber que o projeto se estenda a qualquer cidade interessada
em sediar o projeto, promovendo a revitalização de espaços expositivos, de interesses
e trocas. Ao mesmo tempo, foi e deve ser
continuada a realização dos Salões nos espaços da DEC – no último biênio, estiveram
em Feira de Santana e Vitória da Conquista.
Neste final de 2014, se realiza, pela segunda vez, uma edição especial dos Salões em
parceria com o Museu de Arte Moderna da
Bahia (MAM-BA), com obras premiadas em
suas exposições, tanto pelo júri, incluindo
menções especiais, quanto dos Prêmios
do Público. Desta vez, as 41 obras destacadas nas edições de 2013 e 2014 integram
esta mostra em um dos espaços culturais
mais importantes e de maior visibilidade da
Bahia. Isto recria uma plataforma importante para a promoção das artes visuais baianas
em sua contemporaneidade e diversidade.
Também é relevante a inovação que propomos a respeito deste catálogo. Pela primeira vez, a publicação, que já tem três edições
bianuais lançadas – em versões impressas e
disponíveis para download no site da FUNCEB –, reúne não apenas as obras premiadas, mas todo o conjunto de 156 obras, realizadas por 100 diferentes artistas, expostas
nos Salões de 2013 e 2014. Assim, o catálogo não se resume a mais uma forma de premiar artistas e passa a se apresentar como
um efetivo instrumento de difusão do cenário das artes visuais baianas.
Estas novas práticas respondem às diretrizes
estabelecidas pela SecultBA nesta gestão e
se alinham aos princípios do Programa de
Difusão das Artes que a FUNCEB vem desenvolvendo nos últimos anos. A Coordenação de Artes Visuais da Bahia reforça a
colocação exemplar dos Salões de Artes Visuais da Bahia no conjunto de projetos executados pela Fundação e, por este trabalho,
agradecemos a Luciana Vasconcelos, que
coordenou o setor até 2013, e a Elaine Pinho, que deu continuidade ao processo.
Temos certeza de que os Salões de Artes
Visuais da Bahia continuarão nos ensinando
sobre as formas de promover a divulgação
das artes visuais e o intercâmbio entre seus
fazedores e (novos) públicos. Que ele se
mantenha em renovação em diálogo com
a sociedade, em atendimento às realidades
dos tempos e demandas, para que seu papel sempre seja consoante aos modos de
operação atuais, aos cenários existentes e
aos anseios dos artistas visuais do estado,
insumo principal desta realização.
NEHLE FRANKE
Diretora da Fundação Cultural do Estado da
Bahia (FUNCEB)
QUANDO SE REVESTE A RETINA DE FORÇAS,
DESCONCEITUALIZA O OLHAR
Participação, assessoria, coordenação, mais
mente, mãos, em busca de um único objetivo... Caminhar nos degraus para a construção dos Salões de Artes Visuais da Bahia.
Os Salões, estes caminham, conquistam e
avançam as fronteiras do além-muros dos
centros de cultura, e hoje podemos afirmar que fincam acampamento em tantos
outros lugares, inclusive poderá ir a cidades
que não aparece nos mapas.
É confiando na potencialidade do querer fazer e do realizar que a fragilidade das nossas retinas se reveste de força e nos motiva
a executar o que seria ‘quase’ impossível, é
como ‘pensar o não visto’, dando uma outra forma à autonomia dos olhos, (des)conceitualizar-se, para que o novo venha com
mais força.
Dentro dessa conjuntura, os Salões atualizam a sua identidade no que se refere à
política de territorialização da cultura, divulgação de novos artistas, disseminação e fomento à produção de artes visuais na Bahia.
Essa visibilidade foi impulsionada pela consolidação das edições anteriores, pelas articulações artísticas que incluem ações de
acolhimento do trânsito de curadores e
críticos de outros estados, que assim passaram a conhecer a produção artística da
Bahia. Também pelas articulações institucionais, que favoreceram o diálogo com as
prefeituras municipais das cidades-sedes.
Para esta edição que contempla conjuntamente os Salões de Artes Visuais ocorridos
durante os anos de 2013 e 2014, preparamos uma novidade. Esta publicação abrange os artistas premiados e/ou que receberam menção especial, assim como todos
os artistas selecionados. E aos artistas que
foram escolhidos dentro da linguagem da
performance e da videoarte, seus trabalhos
terão registros em DVD.
de execução: Camaçari e Paulo Afonso.
O que só legitima aquilo que acreditamos
estar acima de qualquer fragilidade, que é
a responsabilidade, o respeito à classe artística e o profissionalismo que está sendo
aprimorado em cada edição realizada dos
Salões de Artes Visuais da Bahia, buscando
colaborar com cada município que nos recebe, fortalecendo os laços dentro do que
acreditamos ser o melhor para o crescimento e visibilidade da linguagem enquanto meio e instrumento de transformação.
Esta iniciativa é de fundamental importância porque compreendemos que a nossa
história não pode atrelar-se às narrativas do
privilégio, e sim ao merecimento e compromisso da realização de um trabalho feito
em equipe, que comporta o corpo técnico,
a curadoria e os selecionados em meio a
tantos inscritos.
Pensando e agindo dentro desse viés, a Fundação Cultural do Estado da Bahia tem não
só o sentimento de superação diante dos
desafios que nos foram propostos enquanto instituição e realizados, mas a asseveração de que foi feito o nosso melhor. Hoje,
afirmamos que não há impedimentos geográficos para os Salões de Artes Visuais da
Bahia. A realização de mais este catálogo é
a preservação do empenho que foi desenvolvido na concretização e fortalecimento
do projeto para a cultura do nosso estado.
Como na edição anterior, os Salões de Artes Visuais da Bahia 2014 incluíram cidades
que não faziam parte de seu cronograma
Coordenadora de Artes Visuais da Fundação
Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB)
ELAINE PINHO
SUMÁRIO
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013..................................................................... 11
Comissão de seleção......................................................................................................................13
Feira de Santana.................................................................................................................... 17
Comissão de premiação.................................................................................................................19
Artistas participantes....................................................................................................................... 20
Teixeira de Freitas..................................................................................................................47
Comissão de premiação................................................................................................................ 49
Artistas participantes...................................................................................................................... 50
Lençóis.................................................................................................................................... 71
Comissão de premiação................................................................................................................ 73
Artistas participantes........................................................................................................................74
Barreiras..................................................................................................................................93
Comissão de premiação................................................................................................................ 95
Artistas participantes....................................................................................................................... 97
Vitória da Conquista........................................................................................................... 121
Comissão de premiação.............................................................................................................. 123
Artistas participantes..................................................................................................................... 125
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2014................................................................... 151
Comissão de seleção................................................................................................................... 153
Camaçari............................................................................................................................... 157
Comissão de premiação.............................................................................................................. 159
Artistas participantes..................................................................................................................... 160
Paulo Afonso........................................................................................................................185
Comissão de premiação...............................................................................................................187
Artistas participantes..................................................................................................................... 188
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA
2013
COMISSÃO
DE SELEÇÃO
ARISTIDES ALVES
FERNANDO OLIVA
De Belo Horizonte (MG), vive em Salvador (BA)
De São Paulo (SP)
Fotógrafo, atua nas áreas de projeto editorial,
ensino e curadoria.
Curador, pesquisador e docente. Integra a
Comissão Curatorial e de Programação do
Festival Internacional de Arte Contemporânea Videobrasil. É mestre em História e Crítica de Arte da Faculdade Santa Marcelina e
doutorando no programa de Pós-Graduação da ECA-USP, onde participa do grupo
de estudos Arte e Fotografia.
“Destaco a importância de poder estar em
contato com esta imensa e diversificada
produção da arte visual na Bahia. De estar
presente na construção de um mapeamento capaz de reunir jovens e promissores artistas, ao lado de experientes e consagrados. Percebo que os Salões de Artes Visuais
conseguiram provocar, incentivar e valorizar o trabalho dos artistas nas diversas regiões, ampliando e repercutindo as suas
obras e também possibilitando uma troca
de experiências e ideias. Embora os Salões
tenham acontecido em tempos distintos e
geograficamente distanciados, a impressão
deste catálogo reúne e permite visualizar
melhor este universo, ao mesmo tempo
em que nos fornece um rico material para
reflexão sobre a atual produção de artes visuais no estado.”
LUCIANA VASCONCELOS
De Vitória (ES), vive em Salvador (BA)
Produtora e gestora cultural.
Ex-coordenadora de Artes Visuais da FUNCEB.
Em 2013, demos um passo a mais ao planejar a execução de cinco Salões para um
mesmo ano, ação que não foi possível de
realizar devido a cortes orçamentários, mas
que foi concretizada no ano seguinte. Não
posso deixar de ressaltar a iniciativa de realizar as exposições em cidades que não
possuem centros de cultura vinculados à
Diretoria de Espaços Culturais da Secretaria
Estadual de Cultura. Esta iniciativa, inédita
e ousada, permitiu que os Salões alcançassem novos territórios, ampliando o acesso
da população baiana à arte produzida no
estado. As exposições, realizadas em espaços inicialmente improváveis, em Irecê
e Teixeira de Freitas, foram recordistas de
público e contribuíram para o incentivo à
criação e fruição das artes nos territórios.”
“Como coordenadora de Artes Visuais, tive
o prazer de contribuir para a realização dos
Salões de Artes Visuais nos anos de 2011,
2012 e nas duas primeiras exposições do
ano de 2013, em Feira de Santana e Teixeira de Freitas. Todos estes anos, presenciei o aprimoramento dos Salões tanto na
questão organizacional e expositiva como
no trabalho de curadoria. Como consequência, os Salões ganharam ainda mais relevância na difusão das artes visuais da Bahia.
13
NEILA MACIEL
De João Pessoa (PB), vive em Aracaju (SE)
Mestre em História da Arte e professora de
História e Teorias da Arte da Universidade
Federal de Sergipe.
“Os Salões são de uma importância ímpar
para a formação de público, assim como
na demarcação de espaços de divulgação e discussão da arte contemporânea na
Bahia. Eu, que venho de uma cidade pequena do sertão baiano (Irecê), a qual já
recebeu uma edição do projeto, atesto o
quanto a presença destes Salões no interior
é multiplicadora de ações e ideias no campo das artes e da cultura para muita gente que não tem acesso aos equipamentos
culturais, quase sempre concentrados na
capital. Participar da comissão de seleção
dos Salões de Artes Visuais foi uma experiência muito enriquecedora, pois, num trabalho como este, temos a oportunidade de
visualizar, de uma maneira mais abrangente, a produção atual do estado. Observar
e entender as temáticas, as demandas, as
problemáticas de artistas jovens, veteranos
e aspirantes numa troca com os lugares específicos destinados aos Salões é difícil e
instigante ao mesmo. O fato de a comis14
são ser formada por membros de diferentes origens e expertises traz para a seleção
uma mistura de olhares e aprendizados
muito importante para a própria comissão
e que acaba transparecendo para o conjunto das obras selecionadas. Agradeço muito
a oportunidade de debater sobre propostas
já conhecidas por mim, e ainda mais por ter
conhecido ideias e obras de artistas jovens
das diferentes regiões da Bahia. Apesar do
intenso trabalho, não tenho a menor dúvida em manifestar minha alegria por ter feito parte de uma equipe comprometida e
aberta às trocas.”
SILVIO PORTUGAL
De Feira de Santana (BA)
Profissional com experiência na área artístico-cultural: artista visual, arte-educador,
agente, produtor e gestor cultural.
“A percepção, a fruição, assim como toda
forma de sentir ou ver algo a primeira vez
são sempre surpreendentemente estranhas
e paradoxalmente familiares, pois todos
os elementos apresentados pelos artistas
eram velhos conhecidos (papel, tinta, tela,
fotografia, pintura, vídeo, colagens, instalações, performances, intervenções em vídeo etc.). Nada, nenhum material era novo,
mas não conseguia reconhecer as imagens
e design icônicos, que, em síntese, foram
formatados e arte-finalizados pela minha
compreensão subjetiva sobre uma aparente realidade não concreta, fugidia, perpendicularmente transversal em sua expressão
e imaterialidade arcana – quase tangível,
como ir à lua deslizando sobre a luz do seu
próprio olhar. Olhar esse que teve o privilégio de realizar ‘constructos’ apenas com a
imponderável capacidade de compreender
o que precisa ser sentido. Não há experiência a priori, como não existe arte sem os
canais sensoriais para drená-las e imaginá-las possíveis. Eu não posso me arvorar de
entender de arte, eu apenas sinalizo o que
gosto e destaco o que acredito intrigante.”
15
FEIRA DE SANTANA
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
MARCELO REZENDE
MARISTELA RIBEIRO
De São Paulo (SP), vive em Salvador (BA).
De Feira de Santana (BA),
De Recife (PE)
Crítico e curador.
Diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia.
vive entre Feira de Santana e Salvador (BA)
Graduada em Desenho Industrial pela Universidade Federal de Pernambuco, mestre e
doutora em Comunicação e Semiótica pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É professora titular da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na
área de artes, com ênfase em artes visuais,
atuando principalmente nos seguintes temas: arte contemporânea, performance,
corpo na arte, processo artístico e pesquisa
das relações entre arte e esporte
“Mais do que apenas observar as obras selecionadas, sobre a qual se tem por missão
exercer um julgamento crítico, a participação possibilita a aproximação e o olhar
sobre os diferentes contextos culturais da
Bahia. Isso significa ter contato com os
efeitos desse programa cultural (os Salões)
nas situações específicas em que se realizam, entendendo de que maneira (ou não)
é possível interferir positivamente nesses
mesmos contextos locais ou o muito que
resta para que um contato real e horizontal
possa enfim tomar forma.”
Artista visual. Seu trabalho artístico aborda o
diálogo poético com experimentações oriundas das linguagens visuais contemporâneas.
“É sempre um prazer fazer parte de comissão dos Salões de Artes Visuais da Bahia.
Iniciei meu percurso como artista, por meio
desses Salões, e pude acompanhar não só
a criação de um espaço importante na direção do desenvolvimento profissional do
artista, como também a formação de uma
geração que muito tem contribuído para
a ampliação das artes no estado. Esta iniciativa colaborou também favoravelmente
com ações continuadas que fomentavam
a pesquisa e a produção através de cursos,
oficinas, workshops etc., criando as bases,
fortalecendo e valorizando a identidade visual baiana. Outro fator relevante promovido pelos Salões é a aproximação e o intercâmbio da produção realizada no interior
do estado, que dificilmente teria a oportunidade de ser apresentada no circuito sem
uma plataforma que fomentasse de forma
organizada e sistemática essa condução.
Vida longa aos Salões!”
ORIANA DUARTE
19
ALEX
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
Fotos-performance criando composições fotográficas dos
pés do artista em diferentes locais e situações ao longo
de práticas de deriva realizadas durante uma semana
na cidade de Feira de Santana (BA). Assim, ele constrói
uma espécie de cartografia das andanças errantes e dos
encontros ao acaso, criando um jogo compositivo que
assimila estranho e familiar, exótico e cotidiano. Com
a ação de tirar os sapatos e ficar descalço em espaços
urbanos, assume um ato performático que interfere
no fluxo diário e normativo, fluxo que nos impede de
assumir experiências, sentir texturas, perceber a cidade.
NARRATIVAS ERRANTES
Intervenção urbana
200 x 300cm
Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Desde 2009, expõe em mostras individuais e coletivas. Participou, em 2014, de exposição da 3ª Bienal
da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador (BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (PA); “Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas obras
“Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em espaços da Bahia e de Sergipe. Também em 2013, integrou as mostras “Esquizópolis”, no Museu de Arte Moderna da Bahia, e “Lunar”, na Galeria Solar Ferrão.
Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011.
20
ANDRÉ
FRANÇA
Salvador
[email protected]
As fotografias da série, organizadas em dípticos, exploram
conceitos investigados como uma força entre as imagens
e nas relações estabelecidas a partir de suas posições
de contiguidade. A série é um fluxo que se desdobra na
forma da sucessão de significantes da associação livre,
apresentando movimentos (deslocamento/metonímia,
condensação/metáfora) que constituem também
as imagens dos nossos sonhos – imagens não mais
indexadas no tempo ou referenciadas no espaço.
Artista autodidata, seu trabalho tem sido mostrado em exposições individuais e coletivas como os Salões de Artes Visuais da Bahia e o Circuito das Artes (2014, 2013, 2012,
2009, 2007). Publicou o fotolivro “Vanishing” (2013), com apoio da FUNCEB; realizou residência artística em Berlim (dez/2013 – jan/2014), com apoio do Goethe-Institut Salvador. Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas, atua como professor universitário de fotografia. O seu trabalho integra coleções particulares no Brasil e no exterior
e foi publicado em revistas especializadas em fotografia contemporânea.
IMAGENS FROM THE BLACK BOX I # 38/39
Fotografia digital
90 x 30cm
21
ARTHUR
SCOVINO
Salvador
[email protected]
A obra foi uma ação realizada em 2011 durante sete
meses e postada diariamente no blog www.elepesdegal.
blogspot.com. Nesta ocasião, o artista realizou uma
ação para fotografia com um LP submerso nas águas da
Baía de Todos os Santos. A instalação é composta por
pôsteres, fotografias digitais e capas de LPs e compactos.
A disposição desses elementos diretos na parede remete
aos fã-clubes e coleções de discos e pôsteres.
LEVANDO OS ELEPÊS DE GAL PARA PASSEAR
Instalação técnica mista
220 x 240cm
Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da
cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo
em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento
artísticos contemporâneos através de ações performáticas
e relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos do imaginário religioso e da miscigenação brasileira.
22
CAIO
ARAUJO
Salvador
[email protected]
“La Danza de la Maquina” é uma investigação estética
através de conceito de movimento nas artes visuais
e narrativa com movimentações políticas. A obra
dialoga, de forma onírica e telúrica, a relação do povo,
da cidade, do ser contemporâneo e a história da
democracia, representando de forma alegórica questões
politicas, filosófica e conceitos de artes plásticas.
Cineasta experimental brasileiro, especialista em Artes Visuais: Cultura e Criação pelo SENAC (2013). Selecionado
em festivais no Espírito Santo, Rio de Janeiro, Salvador, Brasília, Paraná e Sergipe, com prêmio de melhor filme experimental e melhor filme de ficção no Festival Cidade Filmada
(2009). Foi responsável pela realização da videoinstalação
“hipnose da realidade caótica”, em exposição no projeto
visio. (2013), e por filmes experimentais para salões de arte.
LA DANZA DE LA MAQUINA
Videoarte
Duração: 1’51’’
23
CLARICE
MACHADO
Salvador
[email protected]
SOBRE OS OUTROS QUE (NÃO) SOMOS
Colagem
270 x 90cm
O mergulho é uma fotografia que data de um período de início de grandes
mudanças na vida da artista. A imagem foi feita no verão de 2011 na cidade
de São Paulo, em meio a uma fase de caos interno e escuridão. As mudanças
evocavam a criação de uma nova identidade/corpo, enquanto indivíduo
único no espaço. A compreensão do real sentido de solidão, transposto em
imagens pela falta de com quem dialogar essa linguagem tão subjetiva e
individual. A fotografia subaquática sobre janela foi capturada da janela do
avião com múltiplas exposições durante uma viagem de São Paulo a Salvador.
Os negativos deste filme foram perdidos, mas o apego aos momentos e o
zelo às impressões originais jamais permitiram que tudo fosse extinto.
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Graduada em Design pela UNIFACS. Atua como artista visual nas
áreas de fotografia, artes gráficas indoor e outdoor. Realizou exposições em 2012 no Circuito das Artes, com três obras na Galeria Cañizares, na capital baiana. Em 2014, participou de intercâmbio cultural no Museo del Chopo, na cidade do México, onde
produziu fotografias em projeto solo.
COLETIVO ENTRECHO:
ADRIANO MACHADO E YASMIN NOGUEIRA
Feira de Santana
[email protected]
“Piriguete 3 x 5,00” parte da apropriação do
termo popular ressignificado. O trabalho
revela a maneira ambígua com que um termo
pode ser exposto, o caráter simbólico que
a palavra “piriguete” carrega e suas diversas
interpretações, camuflagens, sentidos e reapropriações, seja pela indústria cultural,
seja pela sociedade em geral. O termo traz à
tona uma reflexão sobre as representações
sociais, uma das funções da obra de arte.
PIRIGUETE 3 X 5,00
Gravura e serigrafia
250 x 100cm
O Coletivo Entrecho nasceu das produções e pesquisas teóricas em técnicas aplicadas à gravura e suas possibilidades, no curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Une questionamentos no que cerne à questão da produção vernácula, da apropriação e ressignificação de cenas, manifestações, termos e ações do cotidiano vistos e vividos pelos artistas.
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COLETIVO ID(ENTIDADE):
JC BARRETO E TITO CASAL
Salvador
[email protected]
Ensaio experimental e totalmente
atual no estado da Bahia e no Brasil,
num momento em que convivemos
e debatemos acerca da difusão que
as instituições religiosas, sobretudo
mais modernas, estão conseguindo
estabelecer em diversas camadas da
sociedade. JC Barreto e Tito Casal
(re)criam entidades extraídas do
imaginário identitário dos artistas,
trazendo o questionamento: os
deuses já estão postos ou ainda
existem novas possibilidades?
Coletivo formado em 2010 numa parceria
entre o artista plástico JC Barreto e o fotógrafo Tito Casal. Nos últimos anos, os artistas visuais vêm se experimentando com
trabalhos coletivos de diversas temáticas.
DIVINO IMAGINÁRIO
Fotografia digital
200x 150cm
26
DEISIANE
BARBOSA
Cachoeira
[email protected]
“A moça que desfiou” é uma performance
inspirada em conto homônimo, de autoria
da própria artista, cuja narrativa descreve
o processo de desintegração da matéria
corpórea de uma jovem, a qual escreve,
explicando a um destinatário o percurso
à sua inexistência. A obra é permeada
por questões de autoconhecimento e
alteridade, as quais são ingredientes das
narrativas, figuradas pela ação de uma
pessoa que caminha deixando atrás de
si o fio de sua roupagem/identidade.
A MOÇA QUE DESFIOU
Performance
Duração: 7’
Artista visual em graduação pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(UFRB), atua como arte-educadora da ONG Casa de Barro. Participou da XI
Bienal do Recôncavo, em 2012. Foi premiada no I Concurso Universitário
Latino-Americano de Literatura – UFVJM, pelo conto “A moça que desfiou”.
Desenvolve pesquisas e processos artísticos que envolvem corpo, vídeo
e o cruzamento das artes visuais e da literatura. Os temas centrais da sua
poética são identidade, alteridade e autoconhecimento. Atualmente,
explora a carta como um gênero literário e os seus desdobramentos visuais.
27
ERIVAN
MORAIS
Salvador
[email protected]
BATIZADO
Fotografia
140 x 100cm
A obra consiste em um conjunto de imagens que exploram a relação do autor com a
água. Assim como em outras obras do artista, a captura desse momento é feita através da
transparência de um aquário, com o auxílio de uma iluminação especial montada por ele
em seu próprio estúdio. Sem manipulação! São autorretratos. Uma aproximação íntima,
onde o autor interage com a água, que é o seu ambiente e tem força simbólica desde o
seu nascimento, no dia 2 de fevereiro, conhecido na Bahia como dia de Iemanjá, Rainha
das Águas. E na água ele se desenvolve, transforma-se. É um renascer, um novo batizado.
28
É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional, na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em 2010. Participou das mostras coletivas “Castro Alves”, da Casa de Castro
Alves (BA), e “Sem Licença para a Mobilidade Urbana”, da
Galeria Sem Licença (PR), em 2014 e 2013, respectivamente.
FLÁVIO
LOPES
Salvador
[email protected]
ENSAIOS
PARA OS JARDINS DE MONET
Videoarte
Duração: 10’
“Ensaios para o Jardins de Monet” é um mergulho nas estruturas pictóricas que embalaram a poiésis do movimento impressionista. A natureza da
luz sempre exerceu um grande fascínio sobre as artes visuais. Neste ensaio, um pequeno riacho serve de pretexto para um conjunto de imagens
que se re/configuram permanentemente ao sabor da variação da luz na superfície d’água; alternando luz e sombra; transparência e reflexo num
movimento contínuo. Os jardins que serviram de inspiração e pretexto à estética impressionista são revistos, agora, a partir de um dispositivo
ótico de base eletrônica, na tentativa de capturar, em uma das suas muitas dinâmicas, a mesma fenomenologia da luz que arrebatou a pintura
no final do século XIX, impulsionado o movimento impressionista para a construção de um dos mais profícuos momentos da historia da arte.
Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem: Videoarte
na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica da Bahia
Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no
Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente da JAM no
MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem.
29
FLÁVIO
MARZADRO
Salvador
[email protected]
SUBLIMAZIONE TEOLÓGICA II
Pintura
270 x 130cm
A obra retrata a entrada da Catedral
de São Virgílio, em Trento (Itália), onde
aconteceu a maior parte das reuniões
do Concílio de Trento. O artista recorta
pedaços da história para nos confrontar
com o que conhecemos do Concílio de
Trento como evento histórico. Com esta
experiência, o artista faz um mergulho
em seus antepassados, em sua terra natal,
ao explorar poeticamente a relação entre
o homem trentino e suas memórias em
um período tão marcante para aquela
sociedade, mas também para toda a cultura
ocidental. Flavio Marzadro buscou, segundo
suas próprias palavras, “ver, ler, revelar e
intervir poeticamente sobre os significados
que estão nos artefatos da cultura material,
que estão esquecidos, invisíveis, por
hábito, preguiça ou cegueira social”.
Artista italiano, radicado em Salvador, vive atualmente em Paris, com especial interesse sobre arte pública. Autor de mostras individuais em Salvador
(“Memórias do Concílio de Trento: elementos de Micro-história”, em 2013, e “Sob os pés da Itália: nova arqueologia da cultura material urbana”, em
2011) e em Veneza (“Tra Il pubblico e il sacro nella Serenissima”, em 2012), tem integrado diferentes mostras coletivas, bem como realizado a curadoria
de experiências de arte pública no Brasil e na Itália (Post Factum Ladeira da Montanha e Post-Factum Trento). Foi o artista convidado para o Mart-UP
– Dia do Contemporâneo do Museu de Arte Contemporânea de Rovereto e Trento, na Itália, edição 2013. Em 2014, integrou a International Exhibition
of Sculptures and Installations – Open 17, em Veneza, Itália, com a obra “Manuscritti”.
30
GABRIEL
GUERRA
Salvador
[email protected]
A fotografia publicitária é uma referência porque
é aquela que está sempre à vista, seja nas ruas,
lanchonetes, bares ou mesmo nos spams da internet: é
impossível não se deixar influenciar de alguma maneira.
A sexualidade está presente; ela movimenta a solidez
estática da fotografia still – técnica amplamente utilizada
neste gênero fotográfico. Todos querem algo subliminar
para descobrir e discutir, assim é na vida, assim é na arte.
“Desjejum com Nanica e Papaya” é o reflexo no espelho
sujo e quebrado desta fotografia, fruto da necessidade
de uma sociedade cada vez mais sedenta por símbolos
e informações. A instalação fotográfica é composta por
duas fotografias coloridas impressas em vinil, aplicadas
sobre acrílico e montadas em backlight tipo slim.
Iniciou a carreira em 2008, fotografando espetáculos de
dança e música. Em 2009, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Neste mesmo
ano, produziu “Simbiose”, projeto que propunha uma comunhão criativa entre fotografia e dança, que lhe rendeu
prêmios e exposições. Iniciou seus estudos com performance em 2010, juntamente com Arthur Scovino e Carol
Santana, criando o Grupo Mi_Zera. Atualmente, desenvolve pesquisas em fotografia e performance e seus possíveis
imbricamentos com outras áreas de conhecimento.
DESJEJUM COM NANICA E PAPAYA
Instalação fotográfica
140 x 50 x 2cm
31
JOÃO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
“Nesta série, que participa de três edições dos Salões com obras diferentes, cruza, acuada, gemendo, gane
a dilatação de sua docilidade. O corpo se transformando e, a despeito de sua vontade, o cio crescendo, lhe
transformando por dentro. E aquela vontade quase um medo, desespero e ansiedade que um macho lhe
aceite para cobertura. Antes o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele ser vivo lhe acalmando,
lhe tornando serena e o ventre a rosnar, grávida, queria parir e só. Ver o que já se amava, colocar pra fora o
que a colocava pra dentro, depois, ‘gritos. Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada (...), de uma
cadela sim, porque as fêmeas conhecem tudo da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz’.”
Graduou-se em Artes Visuais
pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima
e no devaneio da lembrança,
elaborar uma produção artística
relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em
mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola
com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”.
Participou do “Imprima – Salão
Internacional de Gravura” (CE);
da XI Bienal do Recôncavo (BA);
da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE).
32
DE LADRADORAS E DENTES OU DO LATIM: PE(RE)NNIS
Gravura em metal
40 x 20cm
LICO
SANTANA
Salvador
[email protected]
A obra relata as conexões entre os processos
artísticos do elemento metal como material
potencializador e particularmente no uso da
metalurgia do ferro, ou melhor, da ligadura
do aço carbono no uso constante dos
aparatos das máquinas mecânicas, objetos,
mecanismos e instrumentos da atual revolução
mecânica industrial, “Ramificações futuras II”.
RAMIFICAÇÕES FUTURAS II
Escultura
28 x 105 x 19cm
Artista plástico, arte-educador e mestre em
Artes Visuais pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA), 2012, com a pesquisa “Corpo-instrumento: escultura em metal e suas articulações na contemporaneidade”. Realizou
duas exposições individuais em Salvador (BA),
em 2012: “Esculturas”, na Galeria Cañizares, e
“Corpo-instrumento”, na Sala Juarez Paraíso.
Participa de exposições coletivas desde 2010.
33
M.B.O.
Ubaíra
[email protected]
Os trabalhos do artista têm como referência as
vivências angariadas no interior da Bahia, lidando
com a roça e criando uma profusa manifestação de
expressividade, revelando exuberância e vigor. Quando
o artista é tomado por uma imagem, muitas vezes
impregnada de história, ele percorre sensações variáveis
como janelas que vão se abrindo, desembocando
em sucessões de informações que aparecem
aos olhos querendo nascer. Assim, através das
experiências vividas, vem ampliando as possibilidades
de criação. É como uma cisterna de onde sempre
poderá ter água para beber, e são esses insights que
vão alimentando e transformando o pensamento,
formando uma corrente fluente em cada um.
M.B.O. é um artista autodidata e começou a desenvolver
seus trabalhos de pintura e desenho em 2004, aos 74 anos.
Sua produção vem sendo mostrada em salões estaduais e
em três edições da Bienal do Recôncavo. Realizou sua primeira exposição individual em 2012, com apoio da FUNCEB,
na cidade de Ubaíra. Em 2014, fez sua primeira performance, “O homem de aço e a mulher de vidro”, ao lado da artista
visual Ieda Oliveira. Neste mesmo ano, foi selecionado pela
Bienal NAIFS do Brasil, promovida pelo SESC São Paulo.
MANSÃO DAS ÁRVORES
Instalação
200 x 300cm
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MAYRA
LINS
Salvador
[email protected]
SATURAÇÃO
Objeto
15 x 7cm
A artista buscou provocar a formação de cristais no local expositivo,
criando um diálogo direto entre o aparecimento (aparição) destes
corpos no espaço e o processo mesmo da criação de uma
obra; da inquietação ao acontecimento, do caldo molecular à
organização celular quase perfeita. Foram escolhidos três pontos
no espaço da mostra nos quais foram instaladas caixas de tomadas
que, uma vez montadas, tornaram-se os ‘ninhos’ onde os cristais
poderiam crescer. Os cristais são a própria diferença que se
engendra na repetição, replicação celular para uma manifestação
original e irreprodutível. A obra acontece enquanto aconteça a
exposição e os resultados processuais são imprevisíveis e inéditos,
a dinâmica dos cristais impregna também o fazer artístico.
Graduada em Psicologia (PUC-SP) e mestre em Artes Visuais pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes,
como fotografia, vídeo, instalações e objetos, muitas vezes operando um embaralhamento de linguagens. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual,
“Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo
“Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra
de Performance – Imagem e Identidade. Participou do Circuito das Artes (2012
e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre
Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte
do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo com duas
obras, uma delas premiada com a menção especial do júri. Sua produção também foi premiada no I Salão do Salvador Fotoclube (2011) e no Concurso Nil (DF).
35
MISAEL
FRANCO
Salvador
[email protected]
RECRIAÇÃO: O BARRO, A LIBERDADE E A CRIATIVIDADE
Performance
Duração: 8’
Artista visual no Baphão Queer, produtor cultural no Centro de
Promoção e Defesa dos Direitos LGBT, atua como professor
de Dança e performance na Escola Experimental LGBTUDO.
36
“A performance tenta desconstruir a teoria
criacionista que força a ideia de quem nasce
com pênis é homem e deve ser assim até o
fim. Simone de Beauvoir aponta que ninguém
nasce mulher, torna-se; e já que ninguém
nasce mulher, também não se nasce homem.
Os órgãos sexuais não são determinantes na
construção de gênero, a cultura, sim. A bíblia é
um livro literário e não científico, assim, cabem
variadas interpretações, como essa de que o
corpo é limitado a alterações e que o homem
deve ficar eternamente preso a uma única
construção de gênero, a qual ele não teve a
oportunidade de opinar, e ainda existe a teoria
de que o corpo é o sagrado templo do Espírito
Santo, onde não se pode mexer, tornando o
corpo do indivíduo um verdadeiro patrimônio
tombado por Deus. O livro de Gênesis diz que
Deus fez o homem – do barro – à sua imagem
e semelhança. Mas qual é a imagem e o
sexo de Deus? Deus pode ser tudo ou nada,
pode ser homem ou mulher. E dentre tantas
semelhanças, podemos destacar a criatividade
e a liberdade que fazem do homem ser
criatura e ser criador e tendo o homem o
poder de criar e a liberdade para fazer. Cabe,
sim, ao homem desconstruir o seu corpo e
o (re)construir de acordo a sua vontade.”
NELSON
OLIVEIRA
Feira de Santana
[email protected]
Uma obra de refotografia e edição. É o primeiro trabalho
fotográfico feito com o Google Street View no país e dialoga
com temas recorrentes na produção do artista: vazio,
melancolia e solidão. A partir da ciberflânerie por Salvador,
o artista atualiza a tradição de uma das mais célebres
correntes da fotografia, a street photography, buscando
imagens que remetam aos temas. O trabalho, fruto de
estudos realizados sobre mídia digital e espaço urbano, no
Lab404 – Laboratório de Pesquisa em Mídia Digital, Redes
e Espaço, também questiona a noção de autoria: seria uma
obra de curadoria e edição de imagens ou um puro trabalho
fotográfico, em que o fotógrafo emprega técnicas e busca
imagens em um ambiente em que elas já estão dadas?
Graduado em Comunicação com habilitação em
Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Como fotógrafo, participou de exposição coletiva do
Movimento Hotspot em nove capitais brasileiras, com
a série “Ensimesmos”, em 2012. No mesmo ano, teve
três fotos publicadas no “Inspiring Book”, do projeto
Trip Transformadores. Participou da 1ª Bienal do
Serão de Artes Visuais, em Feira de Santana.
SOLO_VADO
Fotografia digital
200 x 150cm
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PEDRO
JUAREZ
Araci
[email protected]
LAMPIÃO VENCE O JOGO
Stencil
50 x 50cm
Figura controversa da história do Cangaço, agil e ardiloso, Lampião sempre conseguia escapar das
emboscadas e, igual à luz de um lampião quando se apaga, desaparecia rápido com seu bando
pela caatinga sem deixar rastro. No imaginário popular, Lampião era bom, pelo simples fato de que
ele era contra a polícia, contra os “macacos”, como eram chamados. Isso mostra um pouco qual a
imagem da polícia perante os simples sertanejos daquela época. E em muitas vezes, eram piores
em suas ações do que os próprios cangaceiros. Estupravam, matavam, extorquiam, espalhando
assim também uma onda de terror por onde passavam. Por mais sanguinário que fosse, Lampião
ganhou fama de justo e guerrilheiro, e no jogo com os “macacos” era torcida daqueles que
não eram assistidos nem pelas forças do governo e nem pelos ricos e poderosos coronéis.
38
Licenciado em Letras. Seus trabalhos são irrigados por várias referências, que vão desde a influência da cultura pop, da street art e da arte
rupestre. A utilização da técnica de stencil é algo
constante nas suas criações, deslocando-a das
paredes das ruas e dando novas ressignificações
em outros suportes. Além de edições dos Salões
de Artes Visuais da Bahia, participou das exposições coletivas “Pluralidade II” e do Panorama
da Fotografia 2013 no MAC – Feira de Santana.
RICARDO
ALVARENGA
Salvador
[email protected]
Instalação fotográfica composta de fotografias de gotas de sangue
encontradas ocasionalmente no centro de grandes cidades. Supostamente,
as imagens retomam rastros de violência urbana ou possíveis acidentes que
pigmentam de forma efêmera o cotidiano das cidades. Ao levar as imagens
para a galeria, o interesse está no desdobramento destes registros expostos
sob as luzes de salões de arte e galerias, onde a imagem é apresentada
como potência de discurso estético, gerado por um movimento anterior
de realidade, que se sabe frequente em contexto atual e que exige reflexão.
Artista do corpo e da imagem. Iniciou seus trabalhos com arte no ano 2000 através da dança contemporânea. É mestre em Dança pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Em seu percurso artístico,
investiu em formações práticas e teóricas em distintos campos das artes do corpo e da produção
de imagens. Atualmente, realiza trabalhos em diferentes mídias e linguagens, configurando interfaces
entre performance, intervenção urbana, dança contemporânea e artes visuais. Circula pelo Brasil com
apresentações e exposições de trabalhos em mostras, festivais, galerias e salões, bem como realizando oficinas em diferentes linguagens e participando
de residências artísticas em distintos contextos.
RASTROS
Fotografia
160 x 180 x 100cm
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ROBERTA
NASCIMENTO
Salvador
[email protected]
“1º de março de 2013, dia em que tive meu rosto marcado pela violência...
marcado pela intolerância... Durante meu processo de reconstrução, nasce
o Grito Silencioso”. O prato é o suporte para nosso alimento diário. Na obra
“Grito Silencioso”, é ele quem carrega os rostos de mulheres marcadas pela
violência. A simplicidade e delicadeza do desenho se contrastam com o
pigmento vermelho pincelado grosseiramente no olho esquerdo de cada face.
Essa pincelada faz com que respingue pigmento para além do rosto – toda
a sociedade é atingida pelo sangue derramado violentamente. A pincelada
é a marca da agressão. A vela e o fogo são signos de morte e ressurreição.
Assim são mulheres agredidas: uma parte delas certamente morre; no
entanto, insiste em renascer. A obra, embora fúnebre, é um renascimento.
GRITO SILENCIOSO
Objeto
110 x 100 x 30cm
Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só
na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no
universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo
assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora
o universo da performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se descobre uma
artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos.
40
TIAGO
COSTA
Feira de Santana
[email protected]
Trata-se de um políptico de desenhos
na técnica mista do nanquim e grafite
com quatro ilustrações emolduradas,
organizadas de forma sequencial e de
maneira que formem um quadrado,
no centro deste uma intervenção na
parede da galeria. O artista se apropria
do figurativo e de formas orgânicas, o
homem e a natureza, para construir a
sua narrativa carregada de ludicidade
na busca de descrever a realidade.
A DESCOBERTA
Ilustração em técnica mista
60 x 50cm
Licenciado em Desenho e Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Em 2014, participou do Grande Salão de Arte Contemporânea, em São Paulo;
do Atlas – Mostra Coletivas de Gravadores; e do Visionário e Suas Trampas, em
Salvador. Em 2012, foi selecionado para o 31º Concurso Casa dos Criadores (SP).
41
VIVIANE
VIRIATO
Amargosa
[email protected]
Por meio da fotografia, a obra valoriza formas de expressão, deixando livre a visão social e
artística de cada ser. Dentro da fotografia em si, no entanto, ressalta-se a sua importância
para a sociedade contemporânea, que é primordial, além da técnica, seu reconhecimento
como linguagem. As pessoas podem passear livremente e interpretá-la de acordo com
sua própria sensibilidade. Além disso, o mais notável é que, apesar da poética de efeitos
fotográficos, a composição sistemática de cada imagem, a solidão de sua linguagem,
consegue transcender um papel fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea.
Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da
Bahia, participou, em 2013/2014,
na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de Burgos; da Exposição
Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad de Granada; e da exposição Yo
Expongo em El Reina, em Madrid.
SEM TÍTULO
Fotografia
240 x 90cm
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VLADIMIR
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
O caminhar é refletido como um ato de
escrever o/no espaço urbano e as linhas
se apresentam como uma manifestação
visual de caminhadas. Elas percorrem
a superfície do papel ao tempo em
que traçam caminhadas, traduzindo
graficamente um gesto humano
cotidiano, físico-corporal. Cultivando
também a noção de desorientação, em
“Andando” apaga-se toda a geografia
auxiliar, suporte de localização e
orientação, restando apenas a linha que
demarca a passagem, o deslocamento
a pé. A linha é exatamente o que sobra,
o resto-rastro que ilumina a caminhada,
o desenho dos passos de alguém.
ANDANDO
Instalação
300 x 250cm
Artista visual e arte educador, doutorando e mestre em Artes Visuais, graduado em Licenciatura em
Desenho e Plástica, pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve
pesquisa artística em linguagens visuais como o desenho, a fotografia e obras instalativas, atualmente
com enfoque temático nas relações entre arte e cidade (sinalizações urbanas e cartografias
geográficas). É membro do Coletivo Tríptico, composto por artistas visuais pesquisadores que
desenvolvem trabalhos de ação e intervenção artística no espaço urbano de Salvador.
43
YASMIN
NOGUEIRA
Cachoeira
[email protected]
HOM(EM)CUBO
Instalação-vídeo-performance
50 x 120 x 50cm
Experimentação tecnológica no campo
da videoperformance que pensa a relação
corpo-imagem-identidade utilizando a
técnica do videomapping, tendo como
tema o comportamento humano na
contemporaneidade, a fragmentação e
padronização que acabam por gerar uma
crise identitária. A obra mapeia a superfície
de três cubos e expõe as atividades
rotineiras da contemporaneidade, através
da técnica pixilation, animação stop
motion, na qual atores vivos são utilizados
para as performances e captados
quadro a quadro com fotografias,
criando uma sequência de animação.
Graduada em Artes Visuais pela Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia- UFRB.
Desenvolve projetos artísticos através da
fotografia, gravura, performance, experimentos
de
hibridismo
de
linguagens
como
videoinstalações e videoprojeções mapeadas.
Integra o Coletivo entrecho de Artes Visuais.
Desenvolve pesquisa sobre corpo, gênero e
identidade buscando o entendimento de sua
própria trajetória na relação corpo-ambiente e
corpo-autobiográfico.
44
YURI
FERRAZ
Salvador
[email protected]
O artista propõe um duplo deslocamento, onde os super-heróis
saem do seu ambiente comum (as revistas em quadrinho) e os
orixás da mesma forma saem de seu ambiente natural (cultos
religiosos) e os dois se encontram num não local definido como
‘campo de amplidão’. Neste espaço criado, há a fusão entre os
dois e surge uma nova mitologia com características próprias e
singulares. Os super-heróis ganham uma carga de divindade e
os orixás se aproximam dos humanos numa referência profana.
Nesta nova mitologia, a biologia e a religiosidade se fundem e
estas entidades são tanto físicas quanto etéreas, não se limitam
a realidade humana ordinária e se deslocam entre o plano
material e não material, interagindo entre os dois mundos.
Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica do Salvador
(UCSal) até 1996, passando a dedicar-se, logo após, às artes
plásticas. Entre 1998 e 2001, foi aluno das oficinas do Museu de
Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Realizou a exposição individual
“Irúnmolè”, Galeria ACBEU, 2012, Salvador, BA. Participou das
coletivas XI Bienal do Recôncavo, 2012, São Félix, BA; Circuito da
Artes 2012; e edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia.
SEM TÍTULO
Pintura
200 x 240cm
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TEIXEIRA DE FREITAS
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
IRLEY JESUS
PRISCILA VALENTE LOLATA
De Caravelas (BA), vive em Teixeira de Freitas (BA)
De Londrina (PR), vive em Cruz das Almas (BA)
Artista plástico.
É professora do curso de Artes Visuais da
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
(UFRB). Trabalhou no Museu de Arte Moderna da Bahia como curadora educativa e coordenadora de mediação cultural. Desenvolve trabalhos em curadoria e crítica de arte.
“Foi muito boa a experiência de participar
do Salão, porque foi um grande aprendizado com meus colegas jurados e também
com a leitura de cada obra. Tudo isso só
enriquece, até porque o trabalho de arte,
seja uma pintura, uma escultura e todas
as outras formas, não termina nunca: ele
é sempre uma obra em processo, com os
três pilares, autor, obra e público. O artista
que chega a participar de um Salão por si
só já é um vencedor, pelo simples fato de
fazer arte, principalmente com a realidade
do nosso país. A todos esses artistas, anônimos ou conhecidos, meus parabéns.”
“Fazer parte da comissão de premiação de
um salão com o perfil dos Salões de Artes
Visuais da Bahia me tomou em responsabilidade e expectativa. Um salão que afirma artistas em ascensão no estado e revela
tantos outros iniciantes e que, para mim, é
um dos principais cernes de incentivo da
criação e produção artística da Bahia, evoca um cuidado e compromisso com os artistas participantes e os organizadores do
evento. A mobilização que ele promove
entre os diversos segmentos do setor e as
discussões sobre arte que entram em pauta no meio artístico cultural e na imprensa
são de grande importância para a consolidação de um plano crítico no meio baiano e de reconhecimento por outras regiões do país. Colaborar para o fomento das
artes visuais e o reconhecimento da produção artística que se destaca num des-
ses Salões da Bahia foi extremamente gratificante para mim. Envolver-me com os
trabalhos expostos, ler e compreender os
projetos, discutir e acordar com os outros
membros da comissão, apesar de cansativo pela concentração e análise que demanda, são uma enorme satisfação. Creio
que o avanço gradual dos Salões de Artes
Visuais da Bahia, para a maior diversificação
de cidades, para o aprimoramento da expografia e da elevação dos valores dos prêmios, além de qualificar todas as fases das
artes visuais, da criação à sua apresentação
ao público e com isso o reconhecimento
pelo próprio meio, o torna, se não o maior,
um dos principais propulsores dessa área
em nosso estado.”
TOM BOECHAT
De Vitória (ES)
Professor do Departamento de Artes Visuais do
Centro de Artes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Mestre em História, Teoria
e Crítica de Arte pela UFES. Estudou no International Center of Photography (ICP), em Nova
York. Morou um ano em Tóquio, Japão, onde
desenvolveu o ensaio fotográfico Toquiotas.
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ARTHUR
SCOVINO
Salvador
[email protected]
PRONTO PRA OUTRA–PERFORMANCE PARA CELULAR NO CARNAVAL DE 2013
Instalação fotográfica
83,5 x 22,5cm
Num exercício cotidiano de autorretratos e performances para fotografia
compartilhadas em mídias sociais, o artista instaura uma relação de interação direta do
processo artístico com o público. A série “Pronto para outra” foi desenvolvida durante o
carnaval de 2013 usando o Instagram como veículo de comunicação. Fala do desgaste
físico que o carnaval provoca. Da necessidade de segurar as pontas para não perder
nem um dia da grande festa popular. É uma espécie de crônica, de reinterpretação
da vida coletiva e das possibilidades de comunicação no contexto social.
50
Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da
cultura e das relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e pensamento
artísticos contemporâneos através de ações performáticas e
relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos
do imaginário religioso e da miscigenação brasileira.
CAROL FRINHANI /
ELÉTRICO: GRUPO DE PESQUISA EM CIBERDANÇA
Salvador
[email protected]
Composto por cinco videodanças que
dialogam entre si, “Füller Experiment’s” é uma
atualização da obra “Serpentine Dance” da
artista Loie Füller (finais do século XIX). Se antes
ela compunha suas obras com tecnologia
analógica, nesse projeto contemporâneo a
principal ferramenta é a tecnologia digital. O
corpo e o ambiente encontram, nessa instância,
sua consistência essencial no espaço virtual,
desconstruindo a ideia de corpo de carbono
como condição primeira para a dança acontecer.
FULLER EXPERIMENT’S
Videoarte
Duração: 7’
Mestranda em Dança pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA) e graduada em Licenciatura e Bacharelado em
Dança por esta mesma universidade. Integrante do Elétrico: Grupo de Pesquisa em Ciberdança, que tem como
foco investigar as interfaces entre a dança e as tecnologias digitais, coordenado pela Prof. Dra. Ludmila Pimentel e ligado ao Laboratório de Pesquisas Avançadas do
Corpo (LaPAC). Tem experiência profissional como bailarina, professora, performer, coreógrafa e videomaker na
área de artes e atualmente faz pesquisas acerca das artes
em interface com as tecnologias digitais.
51
CECILIA
TAMPLENIZZA
Salvador
[email protected]
“A rota dos enjeitados” é uma história do lixo que,
acumulado entre o réveillon e o carnaval, se espalha
pelo mar, afetando a vida de praias e povoados
das costas baianas. Na Bahia, acontecem várias
festas populares nas quais, tradicionalmente, o
povo agradece ofertando presentes e iguarias para
“Todos Os Santos”. O mar é o palco de todas essas
celebrações. Entre elas, algumas saíram do âmbito
da tradição e se tornaram eventos comerciais em
que muito plástico é jogado junto às oferendas. O
que sobra são embalagens, saquinhos plásticos,
copos descartáveis, canudos... que se misturam
com a natureza levados no ciclo das ondas.
A ROTA DOS ENJEITADOS
Fotografia
90 x 70cm
Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Graduada
em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália. É fotógrafa, trabalha com
produção de artes visuais e cinema, realização e pós-produção de vídeo. Participou de exposições coletivas na Itália (Photofestival
Milano 2012 e 2013, Artintent 2013) e no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou
exposições com o pintor Anderson Santos, na Galeria Cañizares, em 2011 e 2013; na Galeria ACBEU, em 2011; e na Galeria Luiz
Fernando Landeiro, em 2014. Em 2013, os dois foram premiados no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro
de Boardilla, revista e rede de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013 no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB.
52
CLARA
DOMINGAS
Salvador
[email protected]
“Feels like Homie” faz parte de “Eventos Imaginários”.
Trata-se de uma intervenção realizada na fronteira
em Playas de Tijuana, onde a linha divisória entre
México e EUA avança adentrando o mar. O rosto
tatuado de um maori nativo da Nova Zelândia foi
produzido em stencil e, em seguida, transformado
em “homie” chicano, com o acréscimo de dois
elementos­chave da cultura de fronteira no México:
os óculos Locs – marca preferida dos gângsteres
chicanos – e os clássicos bigodes mexicanos,
elementos desenhados por cima da imagem inicial.
A intervenção aconteceu no dia comemorativo
da independência do México, “grito de dolores”.
A formação em Dança e em métodos de Educação Somática vem se transformando, desde 2007, numa pesquisa
autoral que envolve desenho, pintura, stencil, vídeo, fotografia, animação, performance. Participou de festivais audiovisuais no Rio de Janeiro, Portugal e China. Participa
dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2009. Com o
argentino Santiago Spirito (Cabaio), mantém uma parceria
irregular chamada de Chen-Chen, tendo realizado juntos
mostras na Argentina, Bolívia e em Salvador. É instrutora de
práticas de estudos do corpo na sua casa-estúdio e atua
como professora da eletiva “arte urbana” no Colégio Anglo-Brasileiro. Ilustrou o mapa-guia da 3a Bienal da Bahia e
participou de várias ações deste evento.
FEELS LIKE HOMIE
Pintura stencil
300 x 200cm
53
DEVARNIER
HEMBADOOM APOEMA
Simões Filho
[email protected]
Obra construída a partir da apropriação de um porta-remédios (caixa adequada para guardar remédios). Foram
acentuadas as letras indicativas dos dias de uso para cada remédio, e postos os respectivos remédios cada um em seu
dia, inclusive o dia de feriado que não constava na caixa – exatamente em razão de que, no caso do hipocondríaco, este
é o dia em que mais se excede em remédios, pois não tem atividades rotineiras previstas, então aproveita para prevenirse de uma doença possível. A relevância desta obra, além de sua beleza estética, reside na reflexão da problemática
da automedicação, no tocante a esta questão contemporânea tão presente e largamente alastrada em nosso tempo.
Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e aluno especial do doutorado, todos pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos
meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No Brasil, expôs em diversos espaços
de varias cidades. Recebeu prêmios e menções na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio (2003); XVIII Salão de
Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi dos Palmares – Menção Honrosa (1996).
CAIXA DE SOCORRO PARA HIPOCONDRÍACOS COMPULSIVOS
Objeto
24 x 8,5 x 2,2cm
54
ERIVAN
MORAIS
Salvador
[email protected]
A obra é um conjunto de fotografias
que mostram sublimes gotas e espaços
abertos numa massa de sangue. Mais
do que fotografias, no sentido corrente,
são desenhos e volumes ondulatórios,
que apresentam essa forma ao sofrer
alteração por meio de um impacto, de
um corpo que invade e rompe esse
coágulo até então estável, originando
distintas variações em sua forma.
Constitui um olhar metafórico sobre
a violência, bem como faz alusão à
fragilidade da carne, do corpo. Os danos
gerados pelo impacto nesse coágulo
de sangue pretende refletir sobre a
relação de poder que tem o ambiente
externo perante o corpo humano.
É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional, na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em 2010. Participou
das mostras coletivas “Castro Alves”, da Casa de Castro Alves (BA), e “Sem Licença para
a Mobilidade Urbana”, da Galeria Sem Licença (PR), em 2014 e 2013, respectivamente.
COÁGULOS
Fotografia
233 x 94cm
55
FÁBIO
DUARTE
Salvador
[email protected]
O artista reúne o olhar do estrangeiro ao olhar de quem é da sua terra e, sem querer, faz
paralelos do presente com o passado. Assim, encontra uma cidade tecida pela vivência do
entrelugar. Procura afirmar a identidade de sua gente, fazendo uma releitura de Salvador em
tempos de Instagram, aplicativo de celular que permitiu fazer as fotos e compartilhá-las.
SÉRIE SALVADOR
Instalação fotográfica
80 x 40cm
Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também de ingresso no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2002 e 2003, aprofundou seus estudos em Performance na Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. É bacharel em
Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance
para falar de questões existências e espirituais na contemporaneidade. Participa ativamente de salões, bienais e mostras a partir do ano 2000, a exemplo
da 3ª Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na IX Bienal do Recôncavo, em 2008.
56
GILBERTO
BAHIA
Teixeira de Freitas
[email protected]
Existem coisas que aprendemos na
vida e que jamais nos esqueceremos,
tais como: fome, guerra, violência
e andar de bicicleta. Então vamos
todos pedalar e só pedalar!
Artista autodidata. Restaurador profissional desde 1999. Participa dos Salões de Artes Visuais da
Bahia desde 2004. Premiado no Festival de Artes
Firmino da Rocha, em 2009, em Itabuna (BA). De
diversas formas, atua na representação social política das artes visuais da Bahia, com destaque ao
fato de ser membro do Colegiado Setorial de Artes Visuais da Bahia 2013-2014.
FILOSOFIA DE BICICLETA
Acrílico sobre tela
200 x 100cm
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INGRID
ERIKA BOER
Arraial d’Ajuda – Porto Seguro
[email protected]
PAZ NA TERRA
Colagem digital
240 x 32cm
A paz e a felicidade são anseios profundos de todos os homens de todos os lugares
e de todos os tempos. O homem moderno sente e vive o presente, olha para o
futuro e utiliza o legado dos antigos como ensinamento. No passado, poetas e
profetas apontaram para a chegada de um novo tempo livre de conflitos no qual
todos os seres vivos iriam conviver uns com os outros harmoniosamente. A obra
resulta da empolgação da artista com a perspectiva de um futuro pacífico e feliz.
58
Nascida na Alemanha em 1936, mudou-se para o
Brasil em 1969. Realizou a sua primeira exposição
em 2009. Desde então, elaborou livros para o público infantil e realizou exposições coletivas e mostras
individuais em diversas cidades da Bahia
JOÃO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
PORQUE AS FÊMEAS CONHECEM TUDO DA DOR
Gravura metal
60 x 20cm
“Nesta série, que participa de três edições dos Salões com obras diferentes, cruza,
acuada, gemendo, gane a dilatação de sua docilidade. O corpo se transformando
e, a despeito de sua vontade, o cio crescendo, lhe transformando por dentro. E
aquela vontade quase um medo, desespero e ansiedade que um macho lhe aceite
para cobertura. Antes o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele ser vivo
lhe acalmando, lhe tornando serena e o ventre a rosnar, grávida, queria parir e só.
Ver o que já se amava, colocar pra fora o que a colocava pra dentro, depois, ‘gritos.
Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada (...), de uma cadela sim, porque
as fêmeas conhecem tudo da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz’.”
Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional
de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE).
59
JOHANNES
ROCHA DE JESUS
Salvador
[email protected]
Originais em tinta acrílica sobre páginas de livro. As reproduções
apresentadas são ilustrações que podem ser entendidas como
expressões gráficas silenciosas para o nosso tempo, e à frente dele. A
utilização de um antigo livro que trata sobre guerras como base para
receber os desenhos e letrados funciona antes uma crítica, muito
mais do que como textura. O artista defende que o ativismo gráfico
deve ser entendido como uma séria forma de comunicação, e a arte
marginal está com ele de mãos dadas. A guerrilha artística é muitas
vezes silenciosa, mas repercute e incomoda, questiona e instiga
tanto quanto ou mais do que possam as palavras revolucionárias.
SEM TÍTULO
Objeto
150 x 40cm
60
Artista visual e modificador corporal, atua como artista plástico,
pixador, piercer e tatuador. É ativista em causas de arte de rua e
expressão marginal. Caminhando por vias que propõem a troca
e o enriquecimento cultural artístico da sociedade e com larga
bagagem e inspirações de viagens, exerce arte de rua em cidades como Salvador, João Pessoa, Ilhéus, São Paulo, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Recife, Maceió, São Paulo e Buenos Aires.
Em 2011, expôs “Imaginário 1”, obra do projeto “Mente Coletiva”,
no Salão de Artes de João Pessoa. No mesmo ano, assinou a
publicação independente “13 zine”, um fanzine marginal de 13
volumes, e foi responsável pela exibição semanal do “13 cine”.
LITA
SANTANA
Salvador
[email protected]
A instalação artística é composta por 63 peças
em cerâmica de alta, esgrafitadas e esmaltadas,
remetendo à body art, uma manifestação das
artes visuais onde o corpo é utilizado como
suporte ou meio de expressão. Mostra esse
corpo enquanto espaço de criação e utopia,
um mundo a ser redescoberto num impulso
de pertencimento que leva os indivíduos a
comportamentos em função da aparência.
Trabalha na construção de objetos que contenham algo de inovador na forma de expressar.
Formada em Artes Plásticas pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA), tem seu universo temático flutuante entre arte africana e as transformações corporais, procurando oportunidade para novas experimentações. Caminha por
várias técnicas, como cerâmica, pintura e gravura em metal, registrando todo processo das
pesquisas dos corpos, suas transformações e
sensações manifestadas.
RASGUE MEU CORPO OBSOLETO
Instalação em cerâmica
300 x 200cm
61
MAURÍCIO
SANTIL
Salvador
[email protected]
Retrata, através de desenhos sobre
papel cartão, a mistura física e instintiva
entre seres humanos e animais.
Mestrando em Processos Criativos nas Artes
Visuais pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA), com o projeto de pesquisa “Bicho-Homem, o desenho como proposição
poética no espaço urbano”. Realizou residências artísticas e exposições na Austrália,
Portugal e Espanha com o projeto “Espaço.
Space”, que utiliza o desenho como comunicação visual para representar as semelhanças e diferenças entre a cultura brasileira e a cultura do país visitado. Ministra a
oficina de quadrinhos “Mundo Novo”.
BICHO-HOMEM
Desenho nanquim
100 x 150cm
62
MAYRA
LINS
Salvador
[email protected]
Nesta série, a artista experimentou a fotografia
situada na iminência do acontecimento,
entendendo que nesta região a matéria
parece mais permeável do que nunca,
como se o tempo estivesse aumentando
exponencialmente as brechas que constrói
enquanto transcorre. Nos recortes cotidianos;
implosões, explosões, um silêncio que
se agita. A preciosidade do invisível que a
poética fotográfica é capaz de precipitar.
As imagens foram impressas em tamanho
diminuto, é preciso chegar perto para ver
mais, ampliar e focar a capacidade do olhar
através das lupas disponíveis junto à obra. É
como olhar algo através de um microscópio;
perde-se a visão do que está ao redor,
mas é possível imergir num mundo outro
que se revela na imensidão do mínimo.
TEMPO SOLTO DO TEMPO, MATÉRIA DE SUSPENSÃO
Fotografia digital
60 x 15cm
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por
diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William
Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou
do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria
entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher
Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri.
63
NILSON
MOURA
Amargosa
[email protected]
A imagem fotográfica da paisagem consegue transcender o mundano, apesar
da sua materialidade. Dentro de si, no entanto, é o ponto de vista escolhido
o que tem uma importância primordial. É por meio dele que se provoca o
espectador para que “entre” na cena. Não há de fato nenhuma história contada,
eludindo a narrativa aberta, mas um processo de uma maneira simples e sincera
que captura perfeitamente a dimensão física exata do local retratado.
Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal
da Bahia (UFBA). Entre 2011 e 2013, realizou três exposições individuais em Mutuípe, Amargosa e Porto Seguro,
premiadas em editais públicos. Desde 1996, participa de
diversas exposições coletivas em várias cidades, a exemplo do Salão da Marinha, Salvador (BA), 2010 e 2011; e Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006 e 2010. Participa
dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2007.
DES-CONEXÕES ANTRÓPICAS – 16
Fotografia
80 x 60cm
64
OSVALDO
CARLEONE
Porto Seguro
[email protected]
“O corpo, grão de areia sem rumo, cansado,
insano... Perdido entre o mar e o vento...
O corpo sonha, chora, vive a
labuta... A vida finda...”
Artista plástico, diretor de teatro e professor de Literatura.
Em artes visuais, desenvolveu diversos trabalhos junto ao
Centro de Cultura de Porto Seguro e espaços culturais da
Costa do Descobrimento, dentre os quais se destacam exposições fotográficas e mostras de vídeos curtos. Participa
dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011.
REQUIESCAT IN PACE
Videoarte
Duração: 10’
65
RAMON
RÁ
Salvador
[email protected]
A lêndea é o nome popular dado aos ovos do
piolho que parasitam o homem. Esses ovos
são muito pequenos, difíceis de ver e ficam
firmemente presos à haste do cabelo. A melhor
maneira de removê-los é usando um pente
fino passado a cada fio do cabelo. Os ritmos
verticais e horizontais em que os pentes estão
dispostos produzem uma sensação de vai e
vem, esquerda e direita, que simula uma procura
e transa com o título da obra, reforçando
o contexto coloquial em que a obra foi
concebida. Garimpada numa visita a uma dessas
lojas de R$ 1,99, esta obra, tem um viés de se
aproximar do espectador pela familiaridade
com o suporte, insinuando que a obra não é um
elemento distante e inacessível, ao contrário,
está bem próxima como parte da vida cotidiana.
Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto, meio em que desenvolve sua poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue
extraída dos elementos do cotidiano, das insignificâncias.
Desde 2006, participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia
e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte
Contemporânea Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis,
2013, no Museu de Arte Moderna da Bahia.
66
PROCURANDO LÊNDEA
Assemblage
70 x 120cm
TIAGO
SANT’ANA
Santo Antônio de Jesus
[email protected]
COMO EXPLICAR ROUSSEAU, A ORIGEM
DA PROPRIEDADE PRIVADA E O HOMEM
EM ESTADO DE NATUREZA PARA 20 QUILOS
DE PEIXE FRESCO
Instalação
180 x 100cm
Tendo como ponto de partida a célebre obra “Como explicar quadros a uma
lebre morta”, de Joseph Beuys, o artista lança um olhar tropicalista ao trabalho
do alemão. A obra é uma proposta de tensionamento das fronteiras entre
o local com o global, através da ressignificação de uma ação amplamente
difundida. Há uma apropriação da farinha de mandioca, óleos naturais e peixe
para repensar o arquétipo da Costa do Descobrimento – marcada pela luta de
terras e pelo recorte étnico das populações indígenas. Elege o “Discurso sobre a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, de Jean-Jacques
Rousseau, para explicar a um peixe. Discute nesse processo conceitos sobre o
humano no estado natural e a gênese da desigualdade humana. Apela para o
estético em detrimento de um olhar puramente racional sobre aquela realidade.
Jornalista graduado pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Mestrando em Cultura e Sociedade
na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolvendo
pesquisa no campo da arte e identidades culturais. Como
artista, desde 2008, compõe trabalhos que imergem no
imaginário social do Recôncavo da Bahia e das afrobrasilidades, através da investigação da performance-art e seus
possíveis desdobramentos. Também possui produção reflexiva publicada como crítico e acadêmico. É integrante
do Coletivo OSSO, com quem compartilha a organização
e curadoria da Mostra OSSO Latino-Americana de Performances Urbanas (MOLA), e da Incorpora – encontros virtuais em performance.
67
VIVIANE
VIRIATO
Amargosa
[email protected]
Por meio da fotografia, a obra valoriza formas de expressão, deixando livre
a visão social e artística de cada ser. Dentro da fotografia em si, no entanto,
ressalta-se a sua importância para a sociedade contemporânea, que é primordial,
além da técnica, seu reconhecimento como linguagem. As pessoas podem
passear livremente e interpretá-la de acordo com sua própria sensibilidade.
Além disso, o mais notável é que, apesar da poética de efeitos fotográficos, a
composição sistemática de cada imagem, a solidão de sua linguagem, consegue
transcender um papel fundamental no desenvolvimento da arte contemporânea.
SEM TÍTULO
Fotografia
240 x 100cm
Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou, em
2013/2014, na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de
Burgos; da Exposição Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad
de Granada; e da exposição Yo Expongo em El Reina, em Madrid.
68
LENÇÓIS
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
LAÍS GUEDES
De Salvador (BA)
Artista visual.
“Fomentar e descentralizar são verbos conjugados na ação dos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mais que descentralizar: criar
centros outros, circuitos, compor redes. É
nesta possibilidade que vibra meu contentamento em participar deste projeto. Esta
potência se dá pelo encontro, pela troca,
pelo afeto. O processo de montagem, a relação com as pessoas envolvidas no Salão,
com a cidade e seus habitantes – o que não
cabe neste catálogo é, para mim, a potência que transborda; reverberação insondável. A premiação tem sua importância em
reconhecimento e estímulo à pesquisa –
ainda mais em um contexto como o nosso
em que as dificuldades de se viver com arte
são inegáveis. Me incomoda, contudo, um
caráter de competição que percebo de maneira geral no campo das artes. Uma sede
por ocupar lugares legitimados, preencher
papéis com dados, números, ser “mais”. Minha inquietação não encontra respostas
em escalas macro. E nem é extremista a
ponto de negar a potência destes espaços.
Minha inquietação apenas deseja que esse
campo sensível da arte não seja aliado do po-
der. E, para tal, o exercício constante que cabe
a cada um de nós em políticas de cotidiano,
de afeto; em fazer verdadeiramente pela experiência e não apenas mirando títulos, visibilidade. Enfim, exponho aqui um pouco das
questões com as quais tenho me deparado e
cuja experiência em compor a comissão de
premiação me possibilitou perceber a partir de
outro ponto. Sigamos tecendo e reflexionando. Sou grata à FUNCEB pelo convite.“
ou participante, deixando a difícil posição
de avaliador (já que tradicionalmente o Salão oferece premiação) menos incômoda.
Há a satisfação de ver a alegria que os artistas demonstram ao verem reconhecidas
suas trajetórias, investimentos e dedicação
no corpo de seus trabalhos. Estar presente,
ter contato com as obras, os artistas e poder dialogar sobre a produção apresentada
deixou o trabalho mais verdadeiro e direto.”
MAURÍCIO ADINOLFI
SUZY BRASIL
De São Paulo (SP)
De Lençóis (BA)
Artista plástico.
Tem licenciatura plena em Arte Educação
pela Universidade Federal de Pernambuco e
é especialista em Arte Educação – Pós Graduação pela Universidade Federal da Bahia.
“A experiência de integrar a comissão de
premiação foi instigante por proporcionar
conhecer pesquisas e trabalhos de uma
outra região geográfica, percebendo diferenças e aproximações entre assuntos e
poéticas individuais. É também uma forma
de acompanhar percursos e escolhas, desenvolvendo uma estrutura de pensamento
que procure abarcar o momento histórico
e as características próprias das ações de
cada artista ou coletivo. Cargas d’água podemos ser surpreendidos por algum trabalho forte e potente, sutil e delicado; o que
nos recoloca numa situação de observador
“Ter participado da comissão de premiação
do Salão de Artes Visuais em Lençóis foi uma
experiência singular e um privilégio especial,
principalmente por ser moradora da cidade
e constatar a participação de artistas da região da Chapada Diamantina, com trabalhos
afinados com a contemporaneidade artística. Acredito que a presença de integrantes
da cidade num evento desse porte potencializa o movimento artístico no interior, estimulando para além das artes visuais.”
73
CECÍLIA
TAMPLENIZZA
Salvador
[email protected]
ASTROZOOFILI
Videoarte
Duração: 10’
Vídeo realizado a partir da série de
fotografias “sou terra”, iniciada em 2010,
inspirada pelas águas da Chapada
Diamantina. Uma vez na cidade, as
fotografias originais tomaram um novo
significado e serviram de base para a criação
de seres fantásticos, irreconhecíveis, que
evocam astros e planetas, animais e vegetais.
Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em
Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Graduada em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália.
É fotógrafa, trabalha com produção de artes visuais e cinema, realização e pós-produção de vídeo. Participou de
exposições coletivas na Itália (Photofestival Milano 2012 e
2013, Artintent 2013) e no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou exposições com o pintor Anderson Santos, na Galeria
Cañizares, em 2011 e 2013; na Galeria ACBEU, em 2011; e
na Galeria Luiz Fernando Landeiro, em 2014. Em 2013, os
dois foram premiados no Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro de Boardilla, revista e rede
de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013
no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB.
74
CIANE
FERNANDES
Lençóis
[email protected]
EVOCA(N)ÇÕES
Performance
Duração: 8’
A proposta se inspira no palácio dos ventos em cidade turística do
Rajastão (com suas janelas/telas para proteção das esposas reclusas),
para transmutar a violência doméstica, a crescente poluição sonora e
a especulação imobiliária desenfreada na idílica cidade de Lençóis. A
performer critica também a imagem de uma feminilidade etérea, enquanto
canta trechos de canções clássicas (referência a sons sutis emitidos
pelas plantas em frequência inaudível aos humanos). Vestida em traje
típico do Rajastão, com sarees amarrados à cintura, dos quais se despe
e pendura em cada janela ao conseguir passar. Enquanto isso, na parede
de 4 metros acima do muro e incluindo a performer, são projetadas
imagens de performance em meio a galhos cortados e folhas secas.
Performer desde 1992, já se apresentou em várias cidades brasileiras, Itália, Índia, EUA, Portugal e Alemanha. Professora da Escola de Teatro e do
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal
da Bahia (UFBA). Licenciada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília; M.A. e PH.D. em Artes & Humanidades / Artes Cênicas pela New York
University. Analista de movimento pelo Aban/Bartenieff Institute of Movement Studies, de onde é pesquisadora associada. Pós-doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA. Em 1998, fundou o A-feto
GDT-UFBA, que, desde então, vem desenvolvendo pesquisas inter-artísticas em performance. Recentemente atualizado para Coletivo A-feto, o
grupo vem desenvolvendo performances ecológicas desde 2010.
75
CRISTINA
DAMASCENO
Salvador
[email protected]
As imagens foram feitas inicialmente com
o propósito informativo. Fotografias feitas
com o caráter jornalístico que ilustraram
revistas e jornais, especializados em
teatro, na Alemanha. Carregadas de
elementos estéticos, essas imagens
foram recortadas, combinadas, pintadas
e coladas em materiais recicláveis,
passando por uma composição poética
e redescobrindo outras possibilidades
de expressão. O processo criativo se
ancora em conceitos contemporâneos,
onde parte do objeto já existe,
materializado em outro contexto
e circunstâncias. Utiliza imagens já
existentes, retrabalhando-as, acreditando
ser mais significativo do que fazer novas
imagens. As fotografias já existentes
não representam apenas partes de
nossas realidades, elas são realidades.
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Fotografia Técnica pela Staatliche Fachschule Für Optik und Fototechnik, Berlim. Leciona
fotografia e desenvolve pesquisa sobre a história da fotorreportagem na Bahia. Coordenou o setor de fotografia na Werstatt Derkulturen e Jugend im Museum ev. Fotografou
peças e espetáculos para o Hebbel Theater, em Berlim, e para revistas e jornais alemães.
76
ACONCHEGO
Colagem em papel com
fotografias e pintura
40 x 44cm
DEVARNIER
HEMBADOOM APOEMA
Simões Filho
[email protected]
TROUXA DE MULHER-DAMA
POSTA PRA FORA DO RECINTO DE TRABALHO
SEM DIREITO A NADA...
Objeto
100 x 50 x 30cm
Esta obra/objeto em formato de trouxa arranjada com máxima
brevidade imprevista e indesejada foi criada a partir da história
contada pela mulher de programa que utiliza o pseudônimo de
Joana, que revelou para este artista que, numa noite de trabalho, fora
sumariamente posta para fora, apenas com uma trouxa feita de lençol,
pelo dono do lupanar, em razão de uma queixa que um cliente fizera da
mesma. A importância desta obra reside no seu trato de modo artístico
e incisivo com questões sociais atuais e, ainda hoje, extremamente
controversas e polêmicas, a exemplo da prostituição e do tráfico de
seres humanos, tanto no âmbito regional, quanto no âmbito mundial.
Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em
Artes Visuais e aluno especial do doutorado, todos pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana,
sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes
postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No
Brasil, expôs em diversos espaços de varias cidades. Recebeu prêmios e menções
na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio
(2003); XVIII Salão de Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi
dos Palmares – Menção Honrosa (1996).
77
DMITRI
DE IGATU
Salvador
[email protected]
O trabalho retrata uma cena da feira da antiga XiqueXique de Igatu, uma pequena vila hoje conhecida por
suas ruínas e história. A fotografia foi encontrada durante
uma pesquisa no acervo público de Lençóis e é datada
de aproximadamente 1920, quando Xique-Xique de Igatu
tinha cerca de 9 mil habitantes. Atualmente, conta com
cerca de 400 habitantes apenas. Pintura feita toda em
preto e branco propõe resgatar e valorizar a memória da
cultura garimpeira na região da Chapada Diamantina, que,
outrora, foi uma das mais importantes do interior da Bahia,
e que por sua vez deu origem a vilas e cidades da região.
Participa de exposições coletivas desde 2008, a exemplo da coletiva de
alunos das oficinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia (BA),
2011; Coletiva na Casa de Cultura de Andaraí (BA), 2009; e Cores da Chapada: Restaurante Flor de Mamão (SP), Restaurante Folha Seca (PR) e Brasil Mestiço (RJ), 2008. Realizou murais e intervenções urbanas na Avenida
Bonocô e no bairro de Rio das Pedras, em Salvador, dentre outros.
MEMÓRIAS DA CHAPADA DIAMANTINA
Acrílica sobre tela
200 x 240cm
78
FÉLIX
CAETANNO
Salvador
[email protected]
“Construto” faz parte de um
conjunto de esculturas que
resulta de uma pesquisa artística
fundamentada na reutilização
da matéria bruta descartada pela
construção civil, concretudes
impregnadas da memória de
espaços que um dia foram
imaginados, construídos e
habitados pelo homem, e cuja
deterioração também faz pensar
na vulnerabilidade humana, nos
processos de transformações
nas vidas de pessoas e cidades
e nas mazelas destas cidades
na contemporaneidade.
Composta de tijolos e vergalhões
amalgamados por cimento, a
escultura tráz os conceitos de
unidade, proximidade, solidez e
pertencimento, como também
distanciamento, horizontalidade
e verticalidade, sentidos que nos
fundamentam, nos tornando uno,
semelhantes e ao mesmo tempo
distintos na vulnerável concretude.
CONSTRUTO
Escultura
23 x 40 x 24cm
Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a reutilização de materiais descartados
para criar esculturas, instalações, pintura e tapeçaria em plástico, sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos
que alteram de forma negativa a naturalidade
do ambiente. Com a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor
artístico, objetiva que nos confrontemos com
nossos excessos e imediatismos. Participa dos
Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2005.
79
FLÁVIO
LOPES
Salvador
[email protected]
Livremente inspirada na obra “Navio Negreiro”, de William Turner, “Réquiem
para William Turner” revisita os horrores da escravidão através da história
do navio negreiro Zong. Em 1783, uma doença espalhou-se pelos porões
da embarcação. Como o seguro cobria mortes no mar, mas não escravos
vitimados por doenças, o capitão do navio seleciona os escravos com
sintomas da doença e joga-os, acorrentados, ao mar; 132 pessoas morrem
afogadas. Re/escritura estética da memória do fenômeno da diáspora, re/
elaboração simbólica da percepção da presença da civilização africana na
constituição da identidade brasileira, apoiada em fontes visuais, “Réquiem
para Willian Turner” dialoga com a historiografia oficial das artes visuais.
RÉQUIEM PARA WILLIAM TURNER
Videoarte
Duração: 9’ 15”
Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de
Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem:
Videoarte na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica
da Bahia Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente
da JAM no MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem.
80
JÔ
FÉLIX
Salvador
[email protected]
As fotografias da série “Interstício” revelam uma
significativa apreensão de um momento em que se
impõe uma fenda, um espaço entre as estruturas
que parecem precárias, mas são majestosas e
secretas e elaboradas por um ente desconhecido
e superior. Nestes espaços que escapam e se
mostram quando o estado de contemplação atua,
está o segredo que liga o humano ao natural.
É neste intervalo que se revela o substrato do
ser e permite a quem contempla a surpresa e o
sentimento de pertencimento a estas estruturas.
Artista visual, se dedica a pesquisa artístico-acadêmica, tendo como poética a representação e simulação do corpo no
campo do erotismo e pornografia, atuando nas linguagens
visuais da pintura, fotografia, instalação, ação artística e intervenção urbana. Realizou as exposições individuais “Corpo
em Evidência” na Galeria Cañizares, em Salvador (BA), 2008;
e “Corporeidades”, no Centro de Cultura de Valença (BA). Participou de diversas exposições coletivas na Bahia, tais como
Circuito das Artes 2012 e 2014, Circuito Triangulações 2013 e
várias edições da Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões
de Artes Visuais da Bahia desde 2008.
INTERSTÍCIO
Fotografia
80 x 140cm
81
JOSÉ
ARCANJO
Feira de Santana
[email protected]
Fitas adesivas e caneta para retroprojetor sobre sacolas plásticas.
O trabalho retrata a expansão da malha urbana do bairro onde
o artista reside em Feira de Santana, registrada ao longo de duas
décadas, através das caminhadas diárias com os cães da família.
PASSEIOS COM OS CÃES
Instalação
100 x 100cm
82
Mestre em Desenho, Cultura e Interatividade pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Participou da Bienal do Recôncavo em 1995, 1998 e 2012, do VIII Salão Latino-americano de Artes Plásticas
de Santa Maria (RS), 1998, e de diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, desde 1993.
LAÉRCIO
FONTEVIVA
Seabra
[email protected]
VILA ASA BRANCA
Acrílica sobre painel mdf
110 x 110cm
Considera-se um discípulo de Babalu, de quem era grande amigo e admirador. Foi acompanhando o trabalho desse artista que assimilou a técnica de pintura e começou praticar, em 2009, o que define como “babaluismo”. Com uma identidade própria, passa para telas, telhas, lajotas de barro e painéis de mdf a lição deixada por seu amigo-mestre. Entre os anos de 1999 e 2007, foi produtor, assessor
artístico, agente e assistente de ateliê de J. Cunha e Babalu. Em 2013, sem abandonar as tintas e os pincéis, transferiu a sua expressão
artística para o meio digital. Um resultado desse trabalho é “Alegria!”, uma exposição virtual exibida em uma galeria virtual criada por ele,
sob o domínio www.expoalegria.art.br.
A princípio, “Vila
Asa Branca” é uma
homenagem ao grande
amigo e mentor artístico
Babalu. Nesse trabalho, o
artista faz uma releitura de
uma das texturas muito
utilizadas pelo seu mestre,
os telhados, brinca com as
formas, cores e volumes,
usando a tinta acrílica. A
vista do casario é de cima
– ao mesmo tempo que
parece flutuar no infinito,
toca a terra, qual uma
ponte entre os mundos. A
descentralização na pintura
sugere o desencontro ou
a tentativa do alinhamento
entre os mundos físico e
espiritual, ou simplesmente
entre céu e terra. A
concavidade do painel
mdf incita a curvatura
do globo terrestre.
83
LETÍCIA
LAXON (TISH)
Salvador
[email protected]
A polissemia da palavra “veado” é ponto
central da instalação. A obra se constrói
a partir de reminiscências relacionadas
à experimentação da sexualidade num
contexto heteronormativo. Articula, num
mesmo espaço, uma fotografia, um
espelho e alguns desenhos feitos ao longo
de um período. O todo fala sobre cortes
nos laços entre filho e pais. A importância
de uma abordagem da homossexualidade
pelo viés do afeto e de uma resposta
poética a uma questão política situa a obra
em um lugar de relevância na análise de
nosso tecido e comportamento social,
através da arte. Pastel seco, hidrocor,
nanquim, giz de cera e aquarela.
FILHO VEADO
Instalação
60 x 30 x 70cm
84
Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Há
alguns anos, começou a se dedicar às artes visuais, de forma autodidata. Tem
trabalhos em desenho, arte de rua, animação e instalação. O processo de criação é para ela silêncio para se escutar. Para rememorar. Utiliza materiais de forma não tradicional, experimentando e criando sua técnica a partir da própria
prática e da observação das obras de artistas que admira.
MARCIO
JUNQUEIRA
Feira de Santana
[email protected]
A exposição partia do poema homônimo de Frank O’Hara
e, levando em consideração os procedimentos utilizados na
tradução do poema para o português (realizada pelo poeta
Ricardo Domeneck), articulava outras possíveis traduções em
termos de linguagem e sentido. O livro de artista tenta emular
o eu-lírico do poema, na construção de uma narrativa com
fragmentos de textos, desenhos, recortes e anexos. No MP3: sete
canções de amor, gravadas por divas do jazz (Maxine Sullivan,
Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Julie London e Nina Simone) entre
os anos 1930 e 50, funcionam como trilha sonora da narrativa.
Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). A partir de 2005, começa a desenvolver trabalhos, em diversos suportes,
sobre questões como subjetividade, homoerotismo, escritas de si e autoficção. Editou em 2009 a revista de número único Bliss (7letras/RJ), que alguns anos depois
geraria o projeto multimídia (eventos performáticos, seminários, blog, revista-disco)
Bliss Não Tem Bis. Entre os projetos que participou/colaborou, destacam-se: Múltiplo#5: Exposição de Arte Impressa (CCSP, São Paulo, 2013); Tomar Coca-Cola com
Você (Cuca, Feira de Santana, 2012; Galeria ACBEU, Salvador, 2013); Universidade
de Verão (Rio de Janeiro, 2013); XI Bienal do Recôncavo (São Félix, 2012).
DEVOCIONAL
Objeto
10 x 12cm
85
MARCO ANTONIO
DE FERREIRA
Lençóis
[email protected]
A escultura vem de uma família de cinco peças, uma série. De
maneira abstrata, o artista tentou materializar uma ideia de algo que
representasse a materialidade, algo efêmero, etéreo. Relativo ao fogo.
IGNESCÊNCIA
Chapas de ferro e sucata soldadas
300 x 30cm
Autodidata, participou de várias exposições, coletivas e individuais, em Igatu (Chapa Diamantina), Piracicaba (SP),
Museu de Arte Moderna de Campinas (SP), Mapa Cultural
Paulista no Memorial da América Latina (SP), Bienal do Recôncavo (BA), entre outras.
86
MICHELLE
MATTIUZZI
Salvador
[email protected]
A ação é: pinte-se de branco. A partir da
provocação dos artistas Sara Panamby e Filipe
Espíndola, a artista se apropria da cor branca
e compõe uma ação em performance arte. É
um fragmento de um gesto mínimo, um ruído
constante que incomoda e marca o tempo
de repetir. O tempo passa, enquanto a ação
continua repetir, repetir, repetir. O corpo fica
branco, a máscara alva. O gesto vai ganhando
sentido intensamente, até se multiplicar.
MERCI BEAUCOUP, BLANCO
Performance
Duração: 10’
Ex-bancária, ex-recepcionista, ex-operadora de telemarketing,
ex-auxiliar de serviços gerais, ex-dançarina, ex-mulher, ex-atendente de corretora de seguros, ex-aluna PUC-SP, ex-mestranda
do PPG-Dança/UFBA. Atualmente é musa, performer e colaboradora dos coletivos Gia (BA) e Opavivará (RJ).
87
PABLO
LUCENA
Salvador
[email protected]
PONTO TURÍSTICO Nº 01
Instalação
300 x 200 x 150cm
Instalação composta por um vídeo e seis fotografias de 40 x 25cm. Cansado dos
problemas típicos de uma grande cidade como Salvador, o artista se mudou para
Lençóis e abriu uma pequena loja de arte ao lado de dois bares no centro da cidade.
De dentro da loja, teve a oportunidade de ouvir as conversas daquelas pessoas,
percebendo o quanto elas eram interessantes. Aquelas conversas revelavam aspectos
culturais, comportamentais, sociais, pequenas histórias dos que se encontravam
na base daquela sociedade. Um devir alcoólico, uma tragicomédia que traz à tona
conflitos, desejos, normatizações, pequenas subversões, fragmentos que dizem muito
sobre o povo da cidade e seu passado. Passou a anotar diariamente o que achava
interessante e inseriu parte dessas anotações no vídeo, relacionando o conteúdo
das conversas com as imagens, criando uma espécie de “memória” do lugar.
Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), frequentou as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna da Bahia até 2003. Desde 2004, tem sido selecionado em bienais e salões de arte, com destaque para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e premiações nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mestre em Artes visuais pela UFBA.
88
ROBERTA
NASCIMENTO
Salvador
[email protected]
MELANCOLIA, OBRIGADA LARS VON TRIER...
Performance Instalação
200 x 400cm
Em tempos de “ditadura da felicidade”,
respeitar e autorizar o direito à melancolia
nossa de cada dia é uma forma de resistência,
uma espécie de libertação à condição
humana. O tal “direito à felicidade”, que se
tornou uma crença partilhada tanto por
religiosos quanto por ateus na nossa época,
talvez seja o motivo real de considerável
sofrimento. Se a felicidade é um direito, o que
fazer ao sentir tristeza, angústia, decepção,
medo, ansiedade, frustração? Tais sentimentos
são vistos como anomalias que devem ser
combatidas. O que sempre pertenceu à
condição humana passa a ser uma doença
– e como doença deve ser tratada, em
geral com medicamentos. Deixamos de
interrogar os porquês e passamos a calar algo
que, ao ser visto como patologia, deve ser
“curado”, porque não faz parte de nós. E haja
terapia para viver na contemporaneidade! A
obra é inspirada no filme de Lars Von Trier,
“Melancholia”, no qual o fim do mundo
é tratado de maneira sublime e suave.
Em “Melancolia, obrigada Lars Von Trier...”,
o tema levantado é o direito de ser, talvez,
melancólico, sem pesos maiores.
Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na
Escola de Dança, onde seu interesse maior
é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna
uma pesquisadora do Pibic e se depara com
o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim
ainda mais suas possibilidades artísticas. Em
paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da performance, cativada
pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato
se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os
limites de seu corpo como ferramenta para
chegar a estados catárticos.
89
UIRÁ MENESES E
JONATA FERREIRA
Lençóis
[email protected]
O título advém de três aspectos: a fusão entre corpo e ambiente
durante as performances filmadas sem câmera man; as torções
realizadas pela performer; as inúmeras versões criadas e recriadas
a partir das filmagens, recortes, observações e recepção, gerando
imersões e variações ad infinitum. Esta performatividade reside
em perpetuar a dinâmica inerente e constituinte da performance
documentada sem camera man. Na performance do videoartista
que videocoreografou as imagens contínuas, na performance
do videoespectador, na performance da videoarte na galeria,
na performance da câmera parada que filmou a primeira
performance. Todas essas instâncias se sobrepõem no espaçotempo quântico numa composição de videoarte performativa.
90
IM(V)ERSÕES CORPO AMBIENTE
Videoarte
Duração: 8’
Uirá Meneses estudou pintura clássica em Turim (David Bianco) e Linguagem de
Computadores em Salvador (Unifacs). De 2003 a 2006, trabalhou com cinema
e produção cultural na França, Itália, Suíça e Dinamarca. Em 2006, fixou-se no
Brasil e criou a Duas Luas Filmes, em Lençóis, Chapada Diamantina, enfatizando
a direção e realização de filmes e documentários. Desde 2008, é diretor-fundador do Instituto Mandassaya, em associação com o Cineclube Orlando Senna.
BARREIRAS
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
ANGELA SAWATZKY
De Curitiba (PR), vive em São Desidério (BA)
Artista plástica e professora de artes da
educação infantil ao ensino médio.
“Participar da comissão do primeiro Salão
de Artes Visuais na cidade de Barreiras foi
realmente uma experiência única. Não é fácil julgar obras de arte, cujas técnicas são
diferentes e a qualidade cultural é intensa.
Os sentimentos ali depositados de cada artista são diversificados e, com todas as informações, tanto da obra quanto do artista
expostos para a comissão, é difícil decidir
por que uma obra merece premiação ou
menção e outra, não. Além disso, cada um
dos três participantes da comissão tem a
sua opinião e os seus conceitos e critérios
sobre arte e essa divergência torna a decisão mais complexa. Com o envolvimento na comissão, percebe-se como são os
bastidores de um evento desse porte, tudo
que está ao seu redor e que não é por acaso que as obras selecionadas estavam expostas, mas sim, tem todo um trabalho
que muitos não enxergam e talvez ainda critiquem. Enfim, as obras premiadas e
mencionadas mereciam esse posto, assim
como havia outras com tamanha qualifica-
ção, merecedoras de premiação, mas para
isso servem as comissões, para poder observar cada detalhe e chegar a um consenso democrático e decisivo. Conhecer e me
relacionar com os integrantes da comissão,
assim como com os artistas, favoreceram o
crescimento pessoal e profissional, trazendo
diversidade cultural, dignidade e respeito.”
CAMILA SOATO
De Brasília (DF), vive em São Paulo (SP)
Artista plástica.
“Ao entrar no espaço expositivo, percebi o
quão árdua seria a tarefa de escolher entre
tantos artistas apenas três premiados. A potência das obras e as provocações suscitadas desembocaram em reflexões e discussões frutíferas sobre o panorama dxs ditxs
novíssimos artistas contemporânexs brasileirxs. Não só pela qualidade incrível dos
trabalhos e o frescor de problematizações
sobre o contexto atual, mas muito pelo fortalecimento e elogio às potências poéticas
regionais. Era possível entrar no universo
de cada trabalho, desde estourar balões a
se fantasiar com memórias intimas da avó.
Instigada por sensações inauditas e combinações ousadas entre elementos íntimos,
sociais e culturas, ficou nítida a difusão e o
incentivo à produção artística que os Salões
de Artes Visuais da Bahia vêm propagando.
Nesse momento, percebi que apesar de ter
de indicar apenas três artistas ao prêmio,
todos que estavam ali já eram contemplados, assim como o público e a cena cultural, acredito que não só da Bahia, mas como
de todo Brasil, principalmente pelas conexões e intercâmbios de diferentes cidades
e contextos. Na verdade, o grande prêmio
foi o meu, ao poder participar e ter contato
com os trabalhos e contextos dos colegas
artistas que ali estavam para trocar experiências e boas conversas sobre os rumos da
produção artística brasileira atual. Aqui deixo o meu agradecimento a toda equipe de
montagem, produção, coordenação, iluminação, ao pessoal da limpeza, aos artistas e
colegas do júri.”
95
EVANDRO SYBINE
De São Paulo (SP), vive em Salvador (BA)
Professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e das Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia.
“Tive a oportunidade de vivenciar, em 2014,
os Salões de Artes Visuais da Bahia – Edição Barreiras na condição de participante
da comissão de premiação. Foi uma grande experiência. No ato de ser acolhido pelo
evento, que tive o prazer de acompanhar
sua origem e desenvolvimento, e, ainda,
participando em várias fases, senti, desta
vez, a responsabilidade que é escolher as
obras premiadas. Percebo que o conjunto de artistas selecionados para a edição
de Barreiras foi agraciado inicialmente, por
inaugurar uma nova etapa dos Salões no
oeste baiano. Destaco a organização pela
inovação na escolha do espaço expositivo,
revitalizando a vida cultural de Barreiras ao
reestruturar um antigo mercado local, espaço histórico da cidade. Os Salões de Artes Visuais da Bahia têm de continuar crescendo e avançando, porque sua trajetória é
um marco pela transformação do cenário
artístico baiano, revelando artistas e divulgando a produção atual, valorizando sempre as artes visuais do nosso estado.”
96
SEU
NÊGO
Dilson Dias de Almeida, mais conhecido como Seu Nêgo ou Mestre
Nêgo, tem 73 anos de idade e é artista visual de Barreiras, respeitado pela
população da cidade. Ele trabalha com esculturas em madeira, pedra,
sementes, dentre outros materiais. As portas do seu ateliê ficam fechadas
durante o dia, mas basta chamar pela janela que ele mesmo vai atender.
Nascido na Caatinguinha, em Senhor do Bonfim, Seu Nêgo aprendeu a
fazer arte desde os oito anos de idade, construindo presépios de Natal
na sua cidade e em Juazeiro, onde morou por alguns anos, vendendo os
trabalhos nas feiras locais. Um conjunto de obras deste artista popular foi
integrado à exposição do Salão de Artes Visuais da Bahia em Barreiras.
97
ALLAN
LUSTTOSA
Salvador
[email protected]
CORES DA CAATINGA
Fotografia
150 x 50cm
O que se apresenta é um olhar que se transforma e deseja mostrar através de uma luz como se fosse
visível aos olhos de poucos, para não tornar o registro fotográfico que reforce estereótipos. O artista
fotografa indagando se o enigma da construção imagética do sertão está associado à inferioridade
pelo fator climático, ou é do humano que tem sido mal sucedido na relação com a natureza do
sertão ou nas relações sociopolíticas? Uma proposta que reforça o debate contemporâneo sobre
a diversidade cultural, ajudando a desconstruir visões estereotipadas e percepções equivocadas
que consequentemente expõem uma visão reducionista sobre o lugar, em situações carregadas
de estereótipos e como verdade única em imagens que persistem na consciência coletiva.
Alia a fotografia à militância social, à cultura e à religiosidade popular, fio condutor de seu trabalho. Em 2013,
participou das exposições coletivas “Nlà Ijogum (Grande Herança)”, que retrata fragmentos da cultura afrodescendente através das festas populares da Bahia; e “Biomas em Diálogos – Imagens e Atos”, que revela povos e
biomas em sua diversidade de beleza, força cultural, religiosa e ambiental na Bahia e Sergipe.
98
ARTHUR
SCOVINO
Salvador
[email protected]
“Nhanderudson” é um heterônimo criado em 2005 para sites de fotografia
e redes sociais. Desde então, o artista compartilha autorretratos e outras
imagens que revelam, de forma provocativa, um possível tensionamento
entre as identidades indígenas e europeias. Inspirado na canção “Um
índio”, de Caetano Veloso, “Nhanderudson numa velocidade estonteante”
é o índio que volta, tranquilo e infalível, numa estrela colorida e brilhante.
Com a morte nos braços, numa terra futura onde o ar já não se respira.
Poderia ser um grito de vingança, mas é apenas uma aparição que faz
dizer assim de um modo explícito o que sempre terá sido o óbvio.
Desenvolve pesquisas artísticas em torno do ambiente, da cultura e das
relações afetivas e sociais na Bahia, sobretudo em Salvador. Trabalha com
performance, instalação, fotografia, vídeo e desenho. Investiga estética e
pensamento artísticos contemporâneos através de ações performáticas e
relacionais. Participou de mostras de performances, exposições individuais e coletivas. Atualmente, investiga símbolos do imaginário religioso e da
miscigenação brasileira.
NHANDERUDSON
Fotografia
70 x 100cm
99
BERNARDO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
As fotografias intituladas “Como nascem as nuvens?” nascem a partir da
reflexão significativa do livro “Introdução à análise da imagem”, de Martine
Jolly. Apresenta a evocação e abrangência das coisas, o representar as
formas como a grandeza e a sutileza do tempo. De forma simples, a obra
representa aquilo que está realmente no presente ou nas lembranças do
passado, nas quais não conseguirmos passar através de um resultado,
mas que estão presentes como parte de nós. Assim, o trabalho trata da
busca, da espera, do ser para com si, entender e conceber o momento
íntimo das coisas, mediante as coisas que nascem consigo mesmas,
as gotas, o cinzento, a espera... cinzenta, branco e preto, nada nasce.
Artista visual, pesquisador. Cursa Licenciatura em Desenho e Plástica, na Escola
de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). No Museu de Arte Contemporânea, Feira de Santana, participou de oficinas de qualificação e reflexões
contemporâneas. Participou de exposições coletivas nesta mesma cidade.
COMO NASCEM AS NUVENS?
Fotografia
40 x 30cm
100
CARMEM
COLUMNA
Salvador
[email protected]
Segundo a artista, suas obras são bonitas e feias, imponentes,
chocam quem as olham, são o que os olhos quiserem ver. A
autora vê amor e alegria a cada obra, e muita felicidade por passar
emoção para elas, consideradas únicas, infinitas no amor e paixão.
ESPERANDO A OUTRA VIDA DA SÉRIE DEPRESSÃO
Litogravura em preto e branco
40 x 30cm
Formação autodidata. Fez diversos cursos
de formação no Museu de Arte Moderna
da Bahia: litografia, gravura metal, xilogravura, em 2012. Neste ano, foi selecionada
para a Bienal do Recôncavo da Bahia e,
em 2013, para o Circuito das Artes. Apresentou exposições individuais, em 2014,
no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador (BA). Tem obra no acervo
A Coruña IX Premio Internacional de Arte
Gráfica Jesús Núñez, Espanha.
101
CECÍLIA
TAMPLENIZZA
Salvador
[email protected]
“Astrozoofili”, inspirada pelas águas da Chapada Diamantina. Uma
vez na cidade de Lençóis, as fotografias originais tomaram um novo
significado e serviram de base para a criação de seres fantásticos,
irreconhecíveis, que evocam astros e planetas, animais e vegetais.
Doutoranda e mestre pelo Programa Multidisciplinar em Cultura e Sociedade da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Graduada em Comunicação Audiovisual na Espanha e em Ciências Humanas para a Comunicação na Itália. É fotógrafa,
trabalha com produção de artes visuais e cinema, realização
e pós-produção de vídeo. Participou de exposições coletivas
na Itália (Photofestival Milano 2012 e 2013, Artintent 2013) e
no Brasil (Circuito das Artes Salvador 2014, Bienal do Recôncavo 2012). Em Salvador, realizou exposições com o pintor
Anderson Santos, na Galeria Cañizares, em 2011 e 2013; na
Galeria ACBEU, em 2011; e na Galeria Luiz Fernando Landeiro,
em 2014. Em 2013, os dois foram premiados no Edital Portas
Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB. Membro de Boardilla, revista e rede de divulgação de artes visuais, projeto premiado em 2013 no Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB.
SÉRIE ASTROZOOFILI
Fotografia
60 x 30cm
102
ERIVAN
MORAIS
Salvador
[email protected]
Trata-se de cena que se repete, tendo como fundo
um casarão de estilo colonial, localizado no Monte
Serrat, na Cidade Baixa, em Salvador. Nessa cena,
um gari ouve arrocha, atravessando o calçadão,
puxando o seu carro de mão, empunhando uma
pá e uma vassoura de grama. A repetição e a
diluição do personagem no ambiente é parte de
uma estratégia para tocar o observador. Sempre
se espera que algo de novo aconteça quando se
observa um vídeo, muitos ficam esperando que o
final desvende uma trama e exponha a intenção
do autor, algo como um final brilhante. Mas esse
vídeo de arte se expõe repetidamente até o seu
final, propositadamente, dissolve e sobrepõe o
personagem visibilizando esse ser invisível.
É mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal
da Bahia (UFBA). Fez residência artística internacional,
na Academia de Belas Artes de Haia, na Holanda, em
2010. Participou das mostras coletivas “Castro Alves”,
da Casa de Castro Alves (BA), e “Sem Licença para a
Mobilidade Urbana”, da Galeria Sem Licença (PR), em
2014 e 2013, respectivamente.
IN VISIBILIDADE
Videoarte
Duração: 5’30”
103
FÁBIO
DUARTE
Salvador
[email protected]
SÉRIE SALVADOR
Fotografia
80 x 40cm
Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também
de ingresso no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 2002 e 2003,
aprofundou seus estudos em Performance na Universidad Politécnica de Valencia, Espanha. É
bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance para falar de questões existências
e espirituais na contemporaneidade. Participa ativamente de salões, bienais e mostras a partir do
ano 2000, a exemplo da 3ª Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na IX Bienal do Recôncavo, em 2008.
104
Nesse reencontro com sua
terra, depois de um período
de sete anos afastado, muita
coisa interessou ao artista pela
permanência ou impermanência,
a percepção da ação do tempo
sobre a cidade. Percebeu uma
Salvador suja e descuidada, de
pessoas amedrontadas, que não
fazem questão de ver a rua, o
espaço público como algo que
lhe pertence. Há muitos locais
esquecidos, onde não se pode
passar, muitas pessoas à margem
do poder público. Reúne o olhar
do estrangeiro ao olhar de quem é
daqui, sem querer faz paralelos do
presente com o passado. Assim
encontra uma cidade tecida pela
vivência do “entrelugar”. Procura
afirmar a identidade de sua
gente, fazendo uma releitura de
Salvador em tempos de Instagram,
aplicativo de celular que permitiu
fazer as fotos e compartilhá-las.
FÉLIX
CAETANNO
TOTEM URBANO
Ferro, cerâmica e madeira
23 x 195 x 9cm
Salvador
[email protected]
A pesquisa se fundamenta na reutilização de
refugos de construção civil para criar esculturas
que são recortes de cidades, territórios onde
vivemos nossas histórias, numa simbiose
que nos leva a desaperceber esse lugar e o
quanto somos um no outro. Imprime-se esse
sentimento na carga e escalas, fidelizando
volumetrias e silhuetas recortadas de arredores
urbanos com sua calmaria e dos centros
nervosos, onde paredes estão tão próximas
que parecem sustentar umas às outras. E
sustentam. Fragiliza-se essa interrelação
expondo aquilo que “garante” sua condição
de ser concreta, sua ossatura, e ela é exposta
ao tempo. Sua concretude é vulnerabilizada,
aproximando-a de nossa condição humana, ao
mesmo tempo individual, coletiva e subjetiva.
Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a
reutilização de materiais descartados para criar esculturas, instalações, pintura e tapeçaria em plástico,
sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos que alteram de forma negativa
a naturalidade do ambiente. Com a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor
artístico, objetiva que nos confrontemos com nossos excessos e imediatismos. Participa dos Salões de
Artes Visuais da Bahia desde 2005.
105
FLÁVIO
MARZADRO
Salvador
[email protected]
Esta obra busca discutir a esteticidade histórica de
Barreiras e ajudar a desconstruir artefatos metafísicos
da cultura colonial do Brasil que veem no outro
mais valor do que em si mesmos. Esta transposição
de valores, do estético, do belo, do artístico, para o
outro, o estrangeiro, o de fora, foi um dos caminhos
de construção do sujeito subalterno, cujo lugar foi
o da não arte, do não belo, do não estético, do não
valorativo, da não identitário. Com isto, Flavio Marzadro
nos interroga sobre as posições de poder entre quem
está socialmente autorizado a produzir arte e quem
está socialmente autorizado a consumi-la. Fez isto
deixando para a cidade um pedaço dela mesma.
Artista italiano, radicado em Salvador, vive atualmente em Paris, com especial interesse sobre arte pública. Autor de mostras individuais em Salvador (“Memórias do Concílio de Trento: elementos de Micro-história”, em 2013, e “Sob os pés da
Itália: nova arqueologia da cultura material urbana”, em 2011)
e em Veneza (“Tra Il pubblico e il sacro nella Serenissima”, em
2012), tem integrado diferentes mostras coletivas, bem como
realizado a curadoria de experiências de arte pública no Brasil
e na Itália (Post Factum Ladeira da Montanha e Post-Factum
Trento). Foi o artista convidado para o Mart-UP – Dia do Contemporâneo do Museu de Arte Contemporânea de Rovereto
e Trento, na Itália, edição 2013. Em 2014, integrou a International Exhibition of Sculptures and Installations – Open 17, em
Veneza, Itália, com a obra “Manuscritti”.
106
ARTE NO ESPAÇO PÚBLICO X ARTE COMO ESPAÇO PÚBLICO
Intervenção urbana
200 x 150cm
LETÍCIA
LAXON (TISH)
Salvador
[email protected]
A instalação associa desenhos e escritos sobre a superfície da
porta do quarto da artista. Na parte interna da porta, há uma série
de autorretratos e, do lado externo, três retratos da artista feitos
por colaboradores. Funciona como metáfora para a abertura
de uma intimidade transparente, que convoca a conhecer a
artista de forma introspectiva, através de autoimagens alegóricas
e ideias abstratas do eu. Do lado de fora, a imagem produzida
pelo outro mimetiza o jogo social, onde a primeira impressão
que fazemos é a partir de material próprio. A obra se justifica por
invocar o poder transformador da arte: o confrontamento com
o inusitado (desenhos diversos intitulados de autorretratos) faz
com que a obra funcione como um instrumento modificador
da consciência (sobre si, sobre o outro, sobre o mundo).
Formada em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Há alguns anos, começou a se dedicar às artes visuais, de
forma autodidata. Tem trabalhos em desenho, arte de rua, animação e instalação. O processo de criação é para ela silêncio para se
escutar. Para rememorar. Utiliza materiais de forma não tradicional,
experimentando e criando sua técnica a partir da própria prática e da
observação das obras de artistas que admira.
A PORTA
Objeto
80 x 210 x 20cm
107
MAURÍCIO
SANTIL
Salvador
[email protected]
“Pessoas de Rocha” retrata, através
de desenho e fotografia sobre papel
cartão, personagens marcantes
de filmes de Glauber Rocha.
Mestrando em Processos Criativos nas Artes Visuais pela
Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o projeto de
pesquisa “Bicho-Homem, o desenho como proposição poética no espaço urbano”. Realizou residências artísticas e
exposições na Austrália, Portugal e Espanha com o projeto
“Espaço.Space”, que utiliza o desenho como comunicação
visual para representar as semelhanças e diferenças entre a
cultura brasileira e a cultura do país visitado. Ministra a oficina de quadrinhos “Mundo Novo”.
PESSOAS DE ROCHA
Ilustração e fotografia
100 x 150cm
108
MARIANA
DAVID
Salvador
[email protected]
PAISAGENS PARA MINHA AVÓ
Fotografia digital
290 x 60 x 10cm
“Paisagens para minha avó” é um trabalho onde a fotografia compõe uma narrativa
fictícia a partir de um acontecimento particular na vida da artista: a morte de sua
avó. Após a inesperada perda, a artista empreendeu uma imersão nos documentos,
fotografias, diários e cartas deixadas pela avó, em um processo de seleção e herança
marcado pela dor. Ao descobrir documentos nunca antes vistos e conhecer um
outro lado da sua avó, a artista iniciou uma viagem de reconhecimento em busca
de paisagens; numa tentativa de colecionar lugares que ela não poderia mais ver. A
partir destas imagens, cartas foram escritas, estabelecendo um diálogo silencioso
entre a neta e a ausência de sua avó. Na impossibilidade de obter respostas, a
artista escreve e usa as fotografias para tentar compreender a paisagem inóspita
que a cerca, bem como a sensação selvagem do quão irremediável é a morte.
Fotógrafa, atualmente conclui mestrado em História da Arte Latinoamericana, na Universidad Nacional de San Martín (Argentina).
Trabalha como fotógrafa e professora na área de História da Fotografia. Participou de exposições coletivas no Brasil, como o 9º
Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia (RJ); Circuito
das Artes (BA); Perspectiva OlhaVê – Instituto Oi Futuro (MG); Festival deVERcidade – Instituto da Fotografia (CE). Também expôs
na Argentina (Premio Bridgestone de Arte Emergente; Premio Itaú
Cultural de Artes Visuales), no Uruguai (Fotograma – Encuentro Internacional de Fotografia) e Espanha (Documentales y Fotografias
de América Latina – Fundación Comillas). Foi finalista do Premio
Bridgestone de Arte Emergente (2013, Argentina) e do Premio Itaú
Cultural de Artes Visuales (2014, Argentina).
109
MAYRA
LINS
Salvador
[email protected]
Neste projeto, a intervenção se dirige à natureza com
a criação de jardins (lugar “dentro-fora”) efêmeros
que acontecem no improviso do encontro entre a
artista e a paisagem. O trabalho parte do exercício de
experimentação e composição a partir dos arranjos
dispostos originalmente no espaço. A fotografia, além
de possibilitar o compartilhamento da obra, invisível e
efêmera à sua maneira, é capaz de expandir o sentido
da imagem, desdobrando o plano de registro e da
representação através da potência da ação poética.
110
JARDINS TEMPORÁRIOS
Fotografia digital
120 x 30cm
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por
diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William
Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade. Participou
do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria
entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista. Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher
Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri.
PABLO
LUCENA
Salvador
[email protected]
Memória, sofrimento, repressão, normatização, subversão,
condição feminina, machismo e feminismo são as palavras-chave
da obra. Com rosto marcado e riscado por uma caneta, pensa-se
o quanto de subversão e memórias retidas havia naquele gesto.
Assim transforma-se um gesto em um trabalho. Irmã Vasconcelos
era um símbolo de uma sociedade patriarcal nas décadas de 1950
e 60, numa pequenina cidade da Paraíba chamada Alagoa Grande.
Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), frequentou
as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna da Bahia até 2003. Desde 2004, tem sido selecionado em bienais e salões de arte, com destaque
para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e premiações
nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Mestre em Artes visuais pela UFBA.
E QUEM DISSE QUE MADRE VASCONCELOS MORREU?
Fotografia objeto
40 x 20 x 5cm
111
PEDRO
LIMA
Seabra
[email protected]
O resultado final desta obra faz referência
ao longo período de trabalho desenvolvido
na carreira do artista, na qual ele busca
a evolução. Esta pintura estabelece uma
relação as raízes rurais do autor, tratando
o instrumento de trabalho doméstico
como tema central. Há precisão na técnica
utilizada, levando a uma reflexão de que
vivemos nos cobrindo de maneira ilusória
e, de fato, tapando o sol com a peneira.
Em 1985, começou sua carreira na pintura. Autodidata, realizou sua primeira exposição em
1986, em Seabra (BA), e outras mostras. Seu esforço pessoal busca o conhecimento e o aprimoramento da técnica, por meio de pesquisa e
da experiência com materiais diversos. É autor
de aproximadamente 1.800 obras, entre desenhos, nanquim, acrílico, óleo sobre tela, capas e
ilustrações de livros e discos.
TAPANDO O SOL COM A PENEIRA
Acrílico sobre tela
100cm
112
RAMON
RÁ
Salvador
[email protected]
A construção dessa obra se dá a partir das observações do cotidiano e das
reflexões entre a relação de uso e desuso que se estabelece entre o homem e
o objeto. Faz parte de um contexto denominado pelo artista de “A inutilidade
dá arte” e está lastreado em elementos corriqueiros e despretensiosos que têm
suas possibilidades estéticas restringidas, quer seja pelo olhar saturado ou pelo
seu baixo valor de mercado. O “Língua de sogra” é apresentado numa condição
bidimensional, preso à parede a dois metros de altura e se estende por 3 a 5 metros
pelo chão, expandindo seus limites. Como um tapete, a obra se desenrola e avança
em direção ao público, vencendo a condição tradicional do bidimensional. Pode
assumir diferentes apresentações e tamanhos, tendo duas dimensões variáveis.
Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto,
meio em que desenvolve sua poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue extraída dos
elementos do cotidiano, das insignificâncias. Desde 2006,
participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis, 2013, no Museu
de Arte Moderna da Bahia.
LÍNGUA DE SOGRA
Objeto
120 x 300 x 30cm
113
ROBERTA
NASCIMENTO
Salvador
[email protected]
Inicialmente, a obra pode ser vista apenas como uma sátira ao papel que o
cidadão ocupa na sociedade, porém um olhar mais atento perceberá mensagens
para além do óbvio, captará ali um convite a trocas. Só que para essa troca
acontecer, o público terá que ser ousado e transgressor, esse espírito é vital para
a obra, pois a ação é o que a mantém viva. Caso o público não intervenha, com
o tempo as bexigas murcharão, os bonecos deixarão de existir e as mensagens
ficarão presas dentro das bexigas – assim como uma existência sem trocas é, no
fundo, vazia e estagnada, prejudicial tanto para a sociedade, quanto para o próprio
indivíduo que se isola dentro de sua redoma. “Cabeça de Vento” é uma provocação
para chegar a uma ação transformadora. Um convite para sair da inércia.
Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só na Escola de Teatro como na Escola de Dança, onde
seu interesse maior é explorar as possibilidades e limites do corpo, se aprofundando no universo
do Teatro Físico e da exaustão. Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com
o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em espetáculos teatrais, estimulada pelas suas pesquisas, explora o universo da
performance, cativada pela liberdade de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010
que de fato se descobre uma artista performática, percebendo um campo fértil para explorar os
limites de seu corpo como ferramenta para chegar a estados catárticos.
CABEÇA DE VENTO
Instalação interativa
300 x 200cm
114
ROSA
BUNCHAFT
Salvador
[email protected]
“Love in Bahia” é um autorretrato fotoperformativo no interior
do motel homônimo transformado em câmera obscura com
a artista imersa na imagem externa e em contato direto com
um papel fotográfico posicionado nas paredes opostas à janela.
Duas técnicas na mesma imagem: fotografia estenopeica
(Pinhole) de grande formato com o registro da imagem externa
invertida da cidade, e fotograma ou radiografia, registro direto
e único do corpo silhueta, sombra e também pele (a gordura
adere, deixa vestígios na revelação). Cartografia amorosa, fora e
dentro, público e privado, cidade e intimidade. Espaço, tempo,
movimento, experimentação, corpo imersão, contato vivo.
Artista e mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia
(UFBA), na linha de Processos Criativos. Desenvolve pesquisa sobre performance, cinema
e, em particular, câmera obscura como estratégia de cinema expandido através de projetos
audiovisuais experimentais que articulam cidade, corpo e imagem. A temática é sempre o
espaço urbano: cidade, imagem e modos de vida – corpo, gênero, amor. Ainda que parte da
produção termine no cubo branco, a artista aposta sempre na rua como lugar do poético,
e acredita que, no espaço urbano, arte, percursos, vivência e processos se tornam possibilidades de encontro.
LOVE IN BAHIA
Foto Performance
70 x 150cm
115
TALITHA
ANDRADE
Salvador
[email protected]
É uma obra interativa. A pintura do meio, pela própria posição ocupada, é o meio ambiente em
que haverá a interação como o público. Ela estará, assim como a natureza, em eterno estado de
modificação, por isso a analogia com um quebra-cabeça e a interatividade. É o público que irá
modificar o tempo todo a pintura, criando novas formações visuais, muitas vezes desconexas. Trazer
para o estado inicial irá depender de novo do público. Esta obra é uma reflexão sobre como somos
responsáveis pela modificação dos espaços que nos rodeiam, gerando os meios ambientes. A
disposição desses elementos diretos na parede remete aos fã-clubes e coleções de discos e pôsteres.
Natural de Vitória da Conquista, reside em Salvador desde 2000. Artista visual, graduada em Comunicação com habilitação em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve trabalhos de pinturas/grafites no
espaço público e se dedica à linguagem das artes visuais. Em 2011, lançou as séries temáticas “O grito”, “Edificil na cidade”, “Duelo”, “Meio ambiente”, “Luto” e “Sócorro”. Seu trabalho tem compromisso político e é marcado por questões de
ordem cotidiana, existencial e filosófica. Desdobra essas séries em novas obras com diferentes técnicas.
MEIO AMBIENTE
Instalação
300 x 120cm
116
TINA
MELO
Cachoeira
[email protected]
COR DE PELE
Fotografia
100 x 100cm
A obra se configura em uma série de fotografias que revelam um panorama tanto curioso
quanto insatisfatório: a hegemonia da tonalidade de cor branca nas representações
humanas e em produtos voltados para atender um público geral a partir da denominação
“cor-de-pele” ou “tom natural”. Em um país onde 55% da população é negra, e que vemos
a mesma ser representada pelo bege, o que seria essa cor de pele, afinal? Na verdade,
somos levados a isso, à medida que não conseguimos nos ver representados nos meios
de comunicação, cultura e principalmente no dia a dia. A série vem então questionar
esse modelo eurocêntrico nas representações cotidianas, a fim de chamar atenção para
as exclusões cotidianas, a maneira velada de dizer ao negro no Brasil qual o lugar dele.
Artista plástica, educadora, figurinista e maquiadora, graduada pelo Bacharelado em Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestranda em História da África pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua na área desde 2001, participando de diversas exposições coletivas e individuais, como “Olhares em Trânsito”, na Galeria Pierre Verger (2010); “Identidades Permeáveis”, na Galeria Cañizares (2011); “Sem
Nome”, na Galeria Moacyr Moreno (2011); “Ocupação”, na Galeria do ICBA, vencedora do Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB (2013); “Árvore do
Esquecimento”, no Centro Cultural Plataforma, vencedora do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB (2014); além de eventos de arte
como a Bienal do Recôncavo, Semana de Performance da Escola de Belas Artes e Salões de Artes Visuais da Bahia.
117
VIVIANE
VIRIATO
Amargosa
[email protected]
Por meio da fotografia, a obra valoriza formas
de expressão, deixando livre a visão social e
artística de cada ser. Dentro da fotografia em
si, no entanto, ressalta-se a sua importância
para a sociedade contemporânea, que é
primordial, além da técnica, seu reconhecimento
como linguagem. As pessoas podem passear
livremente e interpretá-la de acordo com
sua própria sensibilidade. Além disso, o mais
notável é que, apesar da poética de efeitos
fotográficos, a composição sistemática de
cada imagem, a solidão de sua linguagem,
consegue transcender um papel fundamental
no desenvolvimento da arte contemporânea.
SEM TÍTULO
Instalação fotográfica
300 x 200cm
Além de ter integrado diversas edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou, em
2013/2014, na Espanha, de exposição de fotografia no Centro de Artes Contemporânea de
Burgos; da Exposição Internacional de Arte Postal, da Facultad de Bellas Artes da Universidad de Granada; e da exposição Yo Expongo em El Reina, em Madrid.
118
VITÓRIA DA CONQUISTA
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
IEDA OLIVEIRA
JARED DOMÍCIO
De Santo Antonio de Jesus (BA), vive em Salvador (BA)
De Fortaleza (CE)
Artista visual e doutoranda em Artes Visuais
pela Escola de Belas Artes da Universidade
Federal da Bahia (UFBA).
Artista visual, graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Ceará
(UECE) e jardineiro..
“Os Salões de Artes Visuais da Bahia vêm, ao
longo do tempo, cumprindo um importante
papel no panorama das artes, dando a oportunidade a artistas de mostrarem sua produção em diversas cidades, fazendo essa difusão e circulação que geram um movimento
significativo nessas localidades, possibilitando que o público local possa apreciar e ao
mesmo tempo instigar-se diante das obras
apresentadas. Participei desses Salões desde seu surgimento, em 1992, e posso afirmar como foi importante, em minha trajetória como artista, transitar pelas cidades
da Bahia, levando meu trabalho e também
ganhando prêmios que me trouxeram um
grande estímulo para produzir cada vez
mais. Essa iniciativa, ao meu modo de pensar, se encontra firmada em nosso calendário cultural e temos de seguir propagando
esse movimento de ordem essencial para a
arte contemporânea, local e global.”
“Qual o lugar do salão de arte ainda hoje? É
inevitável trazer à tona essa pergunta ao ser
convidado para fazer parte de um júri de um
salão. Um formato questionado e constantemente reformulado em todas as regiões
do país. O entusiasmo diante de uma produção de arte com grande vigor confronta
com esse formato que engessa e dificulta
o acesso aos processos de viabilização dos
trabalhos dos artistas. Mesmo reformulados, não é possível ver nenhum salão que
responda à altura as necessidades de pensamento, produção e veiculação das artes visuais. Provavelmente, porque não há
a resposta. Um salão não pode substituir
toda política para as artes de uma cidade,
pois essa é uma construção conjunta dos
artistas, instituições e toda a rede de pessoas envolvidas neste meio. O salão é apenas parte. Um pedaço que deixa transparecer um pouco sobre o lugar, suas histórias
e como seu povo cultiva suas emoções. Foi
isso que pude presenciar a partir de uma
produção instigante e intensa, mas que
também demanda ser vista com atenção.
A exposição convida a querer saber mais.
Quem são aqueles artistas? Como produzem para além do salão? Como os trabalhos se estruturam? Com quem dialogam?
E reafirmo: o salão não traz respostas, mas
provoca o surgimento de questões. Essa é
sua função.”
ROGERIA MACIEL
De Tremedal (BA), vive em Vitória da Conquista (BA)
Artista pesquisadora.
“É sempre uma grande honra poder contribuir com os Salões de Artes Visuais da
Bahia. Tenho um enorme carinho por este
projeto, pois comecei a minha trajetória artística através dele, e participar como jurada é uma forma de retribuir a oportunidade
que me foi dada, inicialmente. Ressalto aqui
a atenção cuidadosa na continuidade e no
estímulo da nossa produção artística contemporânea, por parte da FUNCEB. Quanto
à edição de Vitória da Conquista, da qual fiz
parte juntamente com dois competentíssimos companheiros, Ieda Oliveira e Jared
123
Domício, testemunho que foi um trabalho
bastante harmonioso, onde houve unanimidade de opiniões quanto às obras avaliadas, o que nos deixou isentos de qualquer
sensação de injustiça perante todos os artistas selecionados. Posso dizer que é uma
alegria imensa poder estar diante de obras
artísticas de alto nível técnico e de conteúdo quanto as que nos foram apresentadas,
isso me enche de orgulho.”
124
ALEX
MOREIRA
Juazeiro
[email protected]
“Planta de Arte” é um conceito concebido artisticamente
duma série de três obras. Foram observadas atentamente
todas as plantas baixas de cada lugar para os Salões de Artes
Visuais da Bahia escolhidos pela FUNCEB, e foi encontrada
arte em cada planta, pois o desenho arquitetônico por si só já
é uma arte. Sendo assim, as plantas baixas foram apropriadas
para serem expostas como obra de arte. As “plantas
arquitetônicas” foram expostas como uma planta frutífera; e os
seus frutos foram todas as obras de vários artistas, expostas no
Salão. É sabido que a planta baixa (idealizada) e a sua estrutura
física (cristalização da ideia) são uma grande escultura que
abriga, dialoga e protege todas as outras linguagens artísticas.
Artista plástico graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2009.
Age como artista visual e agente cultural. Participou de diversas exposições
coletivas, a exemplo de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde
2012 e da exposição Esquizópolis, no Museu de Arte Moderna da Bahia, 2012.
Realizou exposição individual em Presidente Dutra (BA), 2009.
PLANTA DE ARTE
Mista
270 x 80 x 3,5cm
125
ALEX
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
RITOS DE PASSAGEM
Videoarte
Duração: 3’
Vídeo produzido em 2012 no alto do morro das antenas de rádio e TV na cidade
de Jequié, localizada no sudoeste da Bahia. É uma composição realizada a
partir da relação do corpo do artista com alguns objetos; a fotografia encontrase desfocada, deixando as formas se revelarem em contorno de cores na
paisagem. O interesse não é a nitidez, e sim a simbologia que os elementos
e gestos ganham quando mesclados na paisagem borrada. Ritualizando sua
existência, numa passagem do gesto rotineiro ao ato ritual, o corpo-fotógrafoperformer se coloca como parte da composição, corpo que deseja encontrar
abrigo, fundir-se naquele espaço do qual é possível ver a cidade de cima.
126
Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando em
Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Desde 2009, expõe em mostras individuais
e coletivas. Participou, em 2014, de exposição da 3ª
Bienal da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador
(BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de
Fotografia (PA); “Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas
obras “Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em
espaços da Bahia e de Sergipe. Também em 2013,
integrou as mostras “Esquizópolis”, no Museu de Arte
Moderna da Bahia, e “Lunar”, na Galeria Solar Ferrão.
Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011.
ALVARO
VILLELA
Salvador
[email protected]
Quais seriam as teorias a respeito dos ocupantes da terra? Essa é uma indagação que tem força e,
sem dúvida, fará com que nosso olhar se volte para nós mesmos e para os outros, tão próximos e
tão estranhos, indivíduos com quem dividimos o mesmo espaço. Quem é, e como vive, o nosso
vizinho? Foram fotografados apartamentos do edifício Marte, um prédio de classe média localizado
no coração do Corredor da Vitória, bairro nobre da cidade de Salvador. Todas as fotos foram feitas
na mesma posição, ou seja, diferentes apenas de andar. O que interessa ao artista com essa série
é confrontar os espaços semelhantes ocupados por indivíduos diferentes, a individualidade que
se manifesta através da forma como o indivíduo ocupa seu espaço. As nossas idiossincrasias.
Fotógrafo, autor dos livros “careta, quem é você?” e “A Natureza do Homem
no Raso da Catarina”. Graduado em Jornalismo na Universidade Tiradentes,
atua como artista desde 1993. Realizou diversas exposições internacionais
– Espanha, Estados Unidos, Eslováquia e Alemanha – e no Brasil. Participou
de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia e do Circuito das Artes, em
Salvador, em 2012, 2013 e 2014.
NÓS, OS MARCIANOS
Fotografia
240 x 200cm
127
ANDRÉ
SOUZA
Salvador
[email protected]
CASTELO
Fotografia
40 x 60cm
Fotografia integrante do ensaio “Praia Líquida”, que estuda a presença
humana dentro do frágil ambiente das praias urbanas de Salvador.
O ambiente público mais precioso da cidade confronta-se com um
horizonte incerto. Após a derrubada de suas barracas, estes espaços foram
abandonados sem perspectiva futura de desenvolvimento, tendo como
maiores vítimas os barraqueiros. Espalhados pela paisagem, sombreiros,
mesas e cadeiras tornam-se esculturas erguidas na areia, símbolos da
resistência dos comerciantes, assim como da precária situação da cidade.
Formado em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia e Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (Portugal), onde também realizou estudos de fotografia e desenho artístico. Desde 2012, atua como fotógrafo independente, simultaneamente à carreira em arquitetura, desenvolvendo ensaios que envolvem a arquitetura,
cidade e paisagem urbana, assim como trabalhos para portfolio e divulgação de
escritórios de arquitetura. Suas fotografias já foram divulgadas em revistas de arquitetura nacionais e internacionais, assim como na publicação alemã de fotografia Der
Greif. Participou do Circuito das Artes de Salvador, em 2013 e 2014, e do Circuito
Triangulações 2014, com obras expostas em Maceió, Belém e Salvador.
128
CARLA DE
CARVALHO
Ilhéus
[email protected]
Uma reflexão da cor e da matéria, na linha tênue entre a arte
e o objeto, e as relações destes elementos com o suporte
corpo. Utilização de técnica mista de prensagem de fibras
de tala de folha de coqueiro da Bahia (Cocos nucifera)
tingidas, com detalhes em ourivesaria em cobre e latão.
FINA LINHA
Mista de prensagem das fibras
330 x 180cm
Artista plástica, trabalha há 35 anos com papéis, fibras naturais e
cascas de cocos. Reside em Ilhéus há 30 anos, onde aprofundou
suas pesquisas com a palmeira Atallea funifera (piaçava), desenvolvendo trabalhos em arte aplicada. Em 2006, cursou joalheria no SENAI de Salvador, passando a inserir novos elementos no desenvolvimento do seu trabalho. Foi premiada em Salões de Artes Visuais
da Bahia e participou de importantes exposições individuais e coletivas em museus, sendo as mais relevantes no MASP, Museu de Arte
Moderna da Bahia e Pinacoteca do Estado de São Paulo.
129
CLARA
DOMINGAS
Salvador
[email protected]
“In memoriam” é uma proposta de ressignificação de uma pintura. Na experiência da
fronteira noroeste do México, os encontros com Héctor Herrera, Juan Pablo Garza
Mouriño, Alex Mannion-Jones, Gabriel & David Contreras (in memoriam), Faigda Garcia,
Miguel Monroy, Arcanjel Constantini, entre outros, desestabilizaram os próprios limites
imaginários da artista e geraram desenhos, pinturas, audiovisuais e vários tipos de
intervenção. Na obra, interessa criar um ambiente vivo onde forças de várias matizes e
intensidades agreguem valor fundamental à pintura West Coast. Escritos, histórias, desenhos
e narrativas esquartejadas marcaram a superfície do fundo como tatuagens, registros
irreversíveis que se acumularão. A incorporação do outro dependendo de um “sair de si” –
o exterior em processo incessante de interiorização e o interior em movimento para fora.
A formação em Dança e em métodos
de Educação Somática vem se transformando, desde 2007, numa pesquisa autoral que envolve desenho,
pintura, stencil, vídeo, fotografia, animação, performance. Participou de
festivais audiovisuais no Rio de Janeiro, Portugal e China. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde
2009. Com o argentino Santiago Spirito (Cabaio), mantém uma parceria irregular chamada de Chen-Chen, tendo
realizado juntos mostras na Argentina,
Bolívia e em Salvador. É instrutora de
práticas de estudos do corpo na sua
casa-estúdio e atua como professora
da eletiva “arte urbana” no Colégio Anglo-Brasileiro. Ilustrou o mapa-guia da
3a Bienal da Bahia e participou de várias ações deste evento.
IN MEMORIAM
Fotografia digital
300 x 20cm
130
DEVARNIER
HEMBADOOM APOEMA
Simões Filho
[email protected]
Esta obra versa sobre a livre interpretação de uma projeção
astral, materializada em forma de fotografia com luz e sobras
acentuadíssimas. Amolda-se mesmo como uma lírica insistência
poética no inflexível e áspero mundo capitalista, lirismo recheado
de experiências transcendentais como meio de transcendência
plástico/poética para um mundo que apresenta pouquíssimas
alternativas à violência rotineira, e é exatamente nesta insólita
possibilidade de saída que reside sua volumosa importância.
VITÓRIA RÉGIA, ENQUANTO A COR DA EPO DOS AVÁ FOR FÍRI
IMPORTANTE DO QUE O BRILHO DOS EÇÁ HAVERÁ JOEOPU’Ã
Fotografia
50 x 70cm
Formado em Desenho Arquitetônico, é graduado em Artes Plásticas, mestre em Artes Visuais e aluno especial do doutorado,
todos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com a figura humana, sobretudo com o corpo modificado, utilizando diversos meios técnicos e linguagens, isolados e agregados entre si: pinturas, desenhos, fotografias, cartazes, artes postais, artes digitais, gravura, músicas, vídeos e outras experimentações. Realizou mais
de 95 exposições de arte, em países como Itália, Espanha e Bulgária. No Brasil, expôs em diversos espaços de varias cidades.
Recebeu prêmios e menções na 9ª Bienal do Recôncavo – Menção Especial (2008); Universidarte III – Prêmio (2003); XVIII
Salão de Feira de Santana – Prêmio (2007); e Mostra de Arte Zumbi dos Palmares – Menção Honrosa (1996).
131
FÁBIO
DUARTE
Salvador
[email protected]
RUÍDO E DESALINHO EM TONS VIBRANTES
Fotografia
120 x 80cm
Nesse reencontro com sua terra, depois de um período de
sete anos afastado, muita coisa interessou ao artista pela
permanência ou impermanência, a percepção da ação do
tempo sobre a cidade. Percebeu uma Salvador suja e descuidada,
de pessoas amedrontadas, que não fazem questão de ver a rua,
o espaço público como algo que lhe pertence. Há muitos locais
esquecidos, onde não se pode passar, muitas pessoas à margem
do poder público. Reúne o olhar do estrangeiro ao olhar de
quem é daqui, sem querer faz paralelos do presente com o
passado. Assim encontra uma cidade tecida pela vivência do
“entrelugar”. Procura afirmar a identidade de sua gente, fazendo
uma releitura de Salvador em tempos de Instagram, aplicativo
de celular que permitiu fazer as fotos e compartilhá-las.
Trabalha como fotógrafo em produções teatrais e cinematográficas desde 1999, ano também de ingresso no
curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Entre 2002 e 2003, aprofundou seus estudos
em Performance na Universidad Politécnica de Valencia,
Espanha. É bacharel em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro (2010). Faz uso da linguagem cinematográfica, do vídeo, da fotografia, e da performance para falar de questões existências e espirituais
na contemporaneidade. Participa ativamente de salões,
bienais e mostras a partir do ano 2000, a exemplo da 3ª
Bienal da Bahia. Recebeu Prêmio Aquisição na VIII Bienal do Recôncavo em 2006 e uma menção honrosa na
IX Bienal do Recôncavo, em 2008.
132
FÁBIO
GATTI
Salvador
[email protected]
EU BONECA
Instalação fotográfica
250 x 100cm
“Eu a olhei e ela retribuiu. Seus cabelos eram louros e muito maltratados,
talvez fosse uma boneca com certa idade, mas não importava. Hesitei durante
alguns minutos, ou apenas alguns segundos – que para mim duraram horas
–, e não a roubei. Salvei-a da imensidão física daquele gigantesco espaço
recreativo. Coloquei-a imediatamente dentro de minha mochila (era de uma
loja chamada Jack-you). Tremia por dentro menos do que por fora... Era errado
aos meninos terem bonecas, eu deveria ter e querer carrinhos ou ‘transformers’,
jamais uma boneca... Naquela época as cores e intensidades eram diferentes
das de hoje, mas apenas atualmente descobri que naquele momento eu
não queria ter uma boneca, eu queria ser uma boneca. Eu-boneca!”
Artista visual, doutor em Artes pela Unicamp, nasceu na hora da ceia,
às 23h40 horário local, num hospital cristão, na província de Londrina,
Estado do Paraná. Isto ocorreu em 1980. A partir dos 11 anos já frequentava ateliês de criação artística. Passados 26 anos de seu nascimento,
mudou-se para Salvador da Bahia; trabalha na itinerância entre a Baía de
Todos os Santos e todos os outros lugares onde desejar, sejam eles fictícios ou delimitados geograficamente. Seus trabalhos ocupam-se muito
em dialogar com aspectos da ausência, da corporalidade, do espírito e
da matéria. É mais adepto dos feitos manuais do que tecnológicos.
133
FERNANDO
GOMES
Salvador
[email protected]
REENCONTRO A
Fotografia
Dípticos 60 x 45cm
A fotografia “Reencontro A” faz parte da série
“Reencontro”, no qual o artista faz um retorno à
fazenda onde passou grande parte da infância, na
região de Mairi, sertão baiano. A motivação para
as fotografias surgiu a partir de sua história pessoal
com o local, mas foi além, registrando o atual estado
dessa região sofrida. Nas fotografias, retrata aspectos
visuais dessa região, com a intencional ausência de
pessoas, para assim se ater aos signos do local como
as cores características, o chão seco, a destruição do
tempo, a vegetação escassa que clama por chuva,
a solidão das terras sem gado, a desilusão com as
nuvens que passam carregadas sem deixar água.
Graduado em Jornalismo e fotógrafo. Desde que começou a fotografar, por volta de 2010, já participou de exposições coletivas
diversas como edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, Circuito das Artes, De Novo o Centro e Retrato Animal. Foi premiado
em segundo lugar no concurso “Um Olhar para a Pesca e o Mar”
e realizou a exposição individual “Hip Hop Bahia”, em 2012, no
Cine-Teatro Solar Boa Vista. Possui trabalhos publicados em jornais baianos, além do jornal Kulturnat, da Dinamarca e revistas.
Foi responsável pelas fotos dos discos dos artistas Dubstereo, Os
Agentes, Nouve, Saca Só e 157 Nervoso. Atualmente desenvolve
ensaios fotográficos como “Reencontro”, que já foi selecionado
para exibição na seção “Escoando Imagens”, do renomado portal
de fotografia Olhavê.
134
FLÁVIO
LOPES
Salvador
[email protected]
RÉQUIEM PARA
A VELHA BAHIA
Videoarte
Duração: 2’ 10”
“Recentes práticas urbanísticas de requalificação de sítios históricos têm sido utilizadas na Bahia como se fossem um novo e eficiente modo de
pensar as cidades. Estas práticas não passam de uma espécie de culturalismo de mercado, cujo objetivo é minimizar a ação do Estado na gestão
do espaço público. A adesão sistemática destas estratégias empresariais, que se orienta única e exclusivamente pelos fluxos do mercado de
capitais, não preconiza outra coisa que a repetição em série de padrões, cujo objetivo é transformar estas áreas apenas em centros de consumo
e entretenimento. ‘Réquiem para a Velha Bahia’ propõe um deslocamento do olhar que se esgueira pela superfície em ruínas do que sobrou
do antigo Hotel São Bento, colocando em relevo mais uma destas estratégias de diluição de nossa memória e lugar. Num movimento espiral
ascendente, o vídeo coloca em evidência a tragédia enquanto farsa, mais uma ruína urdida pela especulação imobiliária, ambientada pela sonoridade
dos carrilhões do imponente mosteiro de São Bento, que ressoa no tempo, num misto de lamento e aviso de mais uma morte anunciada.”
Artista visual, VJ e curador, Flávio Lopes participou dos eventos: 3ª Bienal da Bahia; Circuito de Arte Triangulações, no MAMAM de Recife e no Museu Nacional de Brasília; II Trienal de Luanda, Angola; VI, VII, VIII e XI Bienal do Recôncavo; XV Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil; Festival Internacional de Cinema e Vídeo Mix Brasil; Prêmio Braskem; Prêmio Matilde Matos; Exp. “Terceira Ponte” na Galeria SoSo, SP. Realizou curadorias para: IV, V e VI Festival Internacional de Cinema e Audiovisual CineFuturo; mostra Limiares da Imagem: Videoarte
na Bahia, para a FUNCEB; Exposição 130 Anos da Escola de Belas Artes da UFBA; mostra Videorama: Panorama de Videoarte na Bahia; III SEMCINE; I Circuito de Arte Eletrônica da Bahia
Empuxo. Integrou a comissão de seleção e premiação da IX Bienal do Recôncavo e do XIII Festival Nacional 5 Minutos. Como VJ, realizou ações comissionadas na: Galeria Cañizares; no
Festival Internacional de Música e Cultura Digital DIGITÁLIA; no IV SEMCINE; no XI e XII Festival Nacional 5 Minutos; no Seminário Internacional de Cibercultura. É VJ residente da JAM no
MAM desde 2010 e está finalizando o filme “Breviário do Horror”, seu primeiro documentário de longa-metragem.
135
FLÁVIO
SOUZA (FLOS)
Salvador
[email protected]
“Tem como proposta intervenções urbanas em
orelhões da cidade, em linguagem de grafitti. Tratase de pintar primatas usando o terno e gravata em
telefones públicos, propondo uma transformação
do mobiliário urbano e sua extensão como
usuário. O orelhão é signo de uma época; a
figura do primata, de terno e gravata, articula
camadas de tempo, questionando a evolução
do ser humano, omitindo suas etapas evolutivas.
Levanta uma provocação sobre a evolução e a
negação do instinto. Homem, porém macaco.”
Autodidata. Trabalha com pintura e cenografia, em seu
ateliê-coletivo no bairro de Santo Antônio, em Salvador,
que é, também, um espaço cultural, onde pesquisa-se o
uso da serigrafia e outras técnicas artísticas. Participou
de exposições coletivas, além da Bahia, em São Paulo e
Curitiba.
GRAFIITTI EM MOBILIÁRIO URBANO
Intervenção
100 x 120 x 80cm
136
GEORGE
NERI
Vitória da Conquista
[email protected]
Uma televisão na vertical grudada à parede é
palco do vídeo de um pipa em movimento.
A importância da obra é o diálogo estético
que provoca, desencadeando também
uma reflexão política sobre a inserção dos
aparatos tecnológicos na primeira infância.
A pipa que antes era solta ao ar hoje está
presa em jogos e vídeos cibernéticos.
A nostalgia tomou conta do artista.
PIPA
Instalação
100 x 500 x 50cm
Graduado em Comunicação Social com habilitação em Hipermídia pela FTC-SSA, especialista em Cinema, Expressão
e Análise pela UCSAL. Fotógrafo, diretor de vídeo, videoartista, Video Jockey e artista plástico, participou de diversas
mostras de cinema e vídeo, e exposições em Salões de Artes Visuais. Pesquisador das relações sociedade-corpo-imagem, se interessa pelo fazer cinematográfico em sua articulação com a cibercultura e os modos de criação artística
por meio de tecnologias audiovisuais, atuando principalmente nos seguintes temas: interação estética mediada por
computador; relação ficção-realidade no audiovisual; videoarte e cinema.
137
JOÃO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
Nesta série, que participa de três edições dos Salões com
obras diferentes, cruza, acuada, gemendo, gane a dilatação
de sua docilidade. O corpo se transformando e, a despeito
de sua vontade, o cio crescendo, lhe transformando por
dentro. E aquela vontade quase um medo, desespero e
ansiedade que um macho lhe aceite para cobertura. Antes
o coito, o gozo, ressonando de borco, prenhe, aquele
ser vivo lhe acalmando, lhe tornando serena e o ventre a
rosnar, grávida, queria parir e só. Ver o que já se amava,
colocar pra fora o que a colocava pra dentro, depois,
‘‘gritos. Gritos finos de marfim de uma cadela abandonada
(...), de uma cadela sim, porque as fêmeas conhecem tudo
da dor, fendem-se ou são desventradas para dar à luz”.
Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA),
2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística
relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras
como “Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE); da XI Bienal do Recôncavo (BA); da
residência Câmbio 14, México; e do 65º Salão de Abril (CE).
138
FICÇÕES, SEGMENTO DO DORSO
Gravura Metal – Díptico
60 x 60cm
MARCIO
JUNQUEIRA
Feira de Santana
[email protected]
TRIPTICO SELF PORTRAIT (2012)
Videoarte
Duração: 2’
Filmado em diversos equipamentos
(celulares, iPhone, filmadoras profissionais
e câmeras fotográficas de baixa qualidade),
dialoga de modo geral com a tradição
da videoarte e especificamente a
ramificação/linhagem do videopoema.
Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ). A partir de 2005, começa a desenvolver trabalhos, em diversos suportes, sobre questões
como subjetividade, homoerotismo, escritas de si e autoficção. Editou em 2009 a revista de número único Bliss (7letras/RJ), que alguns anos depois geraria o projeto multimídia (eventos performáticos, seminários, blog, revista-disco)
Bliss Não Tem Bis. Entre os projetos que participou/colaborou, destacam-se: Múltiplo#5: Exposição de Arte Impressa (CCSP, São Paulo, 2013); Tomar Coca-Cola com Você
(Cuca, Feira de Santana, 2012; Galeria ACBEU, Salvador,
2013); Universidade de Verão (Rio de Janeiro, 2013); XI Bienal do Recôncavo (São Félix, 2012).
139
NÚBIA
PINHEIRO
Salvador
[email protected]
SEM TÍTULO
Fotografia
280 x 40cm
O objetivo da pesquisa que foi construída
ao longo da investigação nem sempre está
em torno da figura humana, mas de uma
própria inquietação com a reprodução e
modificação da imagem. Apresenta uma
sequência de fotografias espontâneas de
uma criança brincando no quintal sozinha
com a sombra do telhado da casa ao lado.
140
Graduanda em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trabalha com intervenções urbanas e humanas, explorando os limites do corpo com
a revista “cordeboca”. Ativa do coletivo Fotografe o Cotidiano, que dialoga as
culturas do Sudeste e Nordeste através de fotografias, usando técnicas analógicas e digitais. Exposições: Auto-retrato Fotografia; NUfoco (Estudo do corpo)
Fotografia; Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira 2010 – Feira de
Santana (BA).
PABLO
CORDIER
Salvador
[email protected]
A cada anoitecer, uma série e números
eram levados ao palco. Dançarinas de
celofane, animais esquálidos, mágica
ordinária, literatura burlesca, horror:
voudeville. Derradeiro ato; a plateia de
desdentados, bêbados e páreas, espera,
entre arrotos, na sala de concerto.
Cabelo sintético, lingerie emprestada,
esconde os bagos, arremata um furo na
meia e arregaça as luvas para entrar em
cena. A poeira sobe junto com a cortina
e, arraigada no tédio, todos os dias a
mesma cena, mesmos diálogos vulgares
antecipam o chiado do rádio fadado a
acabar a pilha. Entre um suspiro e outro,
um canto turvo, um desespero quase uma
ânsia e a vontade: um novo personagem,
um novo vestido encrustado de
paetês ofuscando a visão da plateia
de abastados que aguardam ávidos o
grande ato de sua vedette e ovacionam,
delirantes, com um último aplauso.
Graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve em seu trabalho uma linguagem mesclada entre desenho e fotografia. Participou de mostras em galerias
e museus como “Arte no Domínio de Eros”, “México 70”, “Cabra Cega”, “Tomar Coca-Cola com
Você” e Circuito das Artes. Tem trabalhos na Galeria RV Cultura e Arte. Participou, em 2014, da
residência Cambio 14 (Cidade do México, D.F. MX), como artista residente e observador.
DERRADEIRO ATO; ÚLTIMO APLAUSO
Políptico
150 x 120cm
141
PEDRO
JUAREZ
Araci
[email protected]
SEM TÍTULO
Políptico de fotografia
200 x 30cm
Série de dez fotografias feitas em algumas cidades do território do
Sisal. São nove imagens capturadas através dos buracos encontrados
nos postes de energia elétrica, capturando assim suas texturas e
também suas cenas do cotidiano a partir de um ângulo inusitado.
Licenciado em Letras. Seus trabalhos são irrigados por várias referências, que vão desde a influência da cultura pop, da street art e da arte rupestre. A utilização da técnica de stencil é algo
constante nas suas criações, deslocando-a das paredes das ruas e dando novas ressignificações
em outros suportes. Além de edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, participou das exposições coletivas “Pluralidade II” e do Panorama da Fotografia 2013 no MAC – Feira de Santana.
142
ROBERTA
NASCIMENTO
Salvador
[email protected]
REAÇÃO EM CADEIA: A GENTE SE LIGA EM VOCÊ
Instalação
200 x 300cm
Arte e política se aliam para tratar de
inquietações acerca do mal estar urbano na
contemporaneidade. O principal meio de
comunicação de massa, atrás das grades, com
mãos gigantes que ultrapassam a dimensão
bidimensional e parece sair da parede para
tocar de maneira mais enfática a realidade,
desencadeando uma “Reação em Cadeia” e
muitos questionamentos. A obra se completa
com a artista em ação. Através da limitação de
seus movimentos, surge o questionamento:
até onde somos de fato livres? Pois, se fizer
algum movimento brusco, pode realmente se
machucar. Porém, mesmo com tal sensação,
a “cidadã marionete” usufrui de prazeres –
comer e beber – e se permite contaminar
por tudo aquilo que lê. Dessa forma, a arte
satiriza e indaga o próprio estilo de vida urbano,
onde recebemos muitas informações. Até
nos indignamos com algumas, no entanto,
fazemos algo além do comer e beber diário?
A atmosfera crítica se completa com o áudio,
que transmite sons que vão desde fatos
políticos polêmicos até músicas – irritantemente
– disseminadas pelas grandes mídias.
Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Dentro da academia, participa de diversos grupos de pesquisa, não só
na Escola de Teatro como na Escola
de Dança, onde seu interesse maior
é explorar as possibilidades e limites
do corpo, se aprofundando no universo do Teatro Físico e da exaustão.
Em 2008, se torna uma pesquisadora do Pibic e se depara com o Teatro Pós-Dramático, expandindo assim
ainda mais suas possibilidades artísticas. Em paralelo com atuações em
espetáculos teatrais, estimulada pelas
suas pesquisas, explora o universo da
performance, cativada pela liberdade
de tratar temas que realmente lhe incomodam. É em 2010 que de fato se
descobre uma artista performática,
percebendo um campo fértil para explorar os limites de seu corpo como
ferramenta para chegar a estados
catárticos.
143
RODRIGO
FREIRE
Vitória da Conquista
[email protected]
Intervenção urbana realizada em Vitória da Conquista
espalha uma centena de “codes” para poesias de poetas
regionais, fotos de fotógrafos conquistenses, vídeos de
videomakers da Bahia e cartas de tarô e significados.
Participou do curso de qualificação para atores do RETRATE,
tem experiência em videoarte, como produtor e ator.
CODE
Intervenção Urbana
10 x 10cm
144
RODRIGO
WANDERLEY
Salvador
www.rodrigowanderley.com
Nos pequenos povoados rurais do
interior, a noite é signo de mistérios,
medos e fantasias. É quando o sol
se põe que os espíritos dos bichos
e das árvores saem a campo junto
com todas as entidades míticas. Para
registrar um pouco destes mistérios
que fogem à limitada percepção dos
cinco sentidos, o artista precisou
enfrentar alguns medos e, em alguns
momentos, até sair de si mesmo.
Convida a ver um pouco do que
conseguiu vislumbrar deste outro
mundo que se anuncia nas intuições
e nos calafrios mais arrepiados.
NOITES INTERIORES
Fotografia
110 x 110cm
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi coprodutor do projeto “Olhos da Rua”, realizado pelo Labfoto e Casa da Photografia. Foi coautor da exposição “Laje”, exibida no Ciranda Café e Artes (BA) e no Festival Mundo 2011 (PB). Em
2012, foi selecionado para a XI Bienal do Recôncavo e teve seu projeto fotográfico “Retratos Imaginados” premiado no Encontro
Nacional de Comunicação (INTERCOM) em Fortaleza. Expôs no Circuito das Artes (2013/14) e foi selecionado para a residência
artística Ciudad de Cruces, em No Lugar (Quito), onde realizou uma exposição coletiva e um ateliê de Caixa Mágica.
145
TALITHA
ANDRADE
Salvador
[email protected]
Obra que se apropria do jornal, da história,
resgata o nome de um importante jornal
impresso da Bahia, que se encontra extinto
desde os anos 1980. Um trabalho que fala e
age dentro do cotidiano e do esperado da
cidade. É carregado de conceitos, inclusive
o valor que será cobrado na distribuição, um
valor real, R$ 1,99, mas também simbólico.
Mantê-lo é uma forma de mostrar que esse
trabalho ganha força, pretendendo estar
completamente dentro do sistema, onde o
dinheiro é a moeda de troca de favores e
materiais. Neste caso também, é a certeza
que o trabalho poderá ser entregue nas
bancas de jornais sem maiores problemas.
Natural de Vitória da Conquista, reside em Salvador
desde 2000. Artista visual, graduada em Comunicação com habilitação em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolve trabalhos de pinturas/grafites no espaço público e se dedica
à linguagem das artes visuais. Em 2011, lançou as séries temáticas “O grito”, “Edificil na cidade”, “Duelo”,
“Meio ambiente”, “Luto” e “Sócorro”. Seu trabalho tem
compromisso político e é marcado por questões de
ordem cotidiana, existencial e filosófica. Desdobra essas séries em novas obras com diferentes técnicas.
146
DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Instalação
30 x 60 x 5cm
TINA
MELO
Cachoeira
[email protected]
A obra configura mais uma etapa da
pesquisa da artista voltada para as
questões da invisibilidade dos negros
e negras no Brasil, referentes às várias
áreas do conhecimento, o que recebe
o nome de epistemicídio, uma das
tônicas da referente pesquisa. O
trabalho busca questionar e provocar
a reflexão sobre as condições de vida
da população negra nos diversos
aspectos, tais como: violência urbana
(genocídio da juventude negra),
valorização das raízes ancestrais e
produção cultural e científica negra,
de forma que cada obra se configura
em um modo de ativismo artístico.
VELADOS
Instalação
200 x 150cm
Artista plástica, educadora, figurinista e maquiadora, graduada pelo Bacharelado em Artes Plásticas da Universidade Federal da
Bahia (UFBA) e mestranda em História da África pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua na área desde
2001, participando de diversas exposições coletivas e individuais, como “Olhares em Trânsito”, na Galeria Pierre Verger (2010);
“Identidades Permeáveis”, na Galeria Cañizares (2011); “Sem Nome”, na Galeria Moacyr Moreno (2011); “Ocupação”, na Galeria
do ICBA, vencedora do Edital Setorial de Artes Visuais da FUNCEB (2013); “Árvore do Esquecimento”, no Centro Cultural Plataforma, vencedora do Edital Portas Abertas para as Artes Visuais da FUNCEB (2014); além de eventos de arte como a Bienal do
Recôncavo, Semana de Performance da Escola de Belas Artes e Salões de Artes Visuais da FUNCEB.
147
WIANEY
SANTIAGO
Salvador
[email protected]
CORRIA, ENQUANTO ATRAVESSAVA.
SWEET PARA QUANDO ESTIVER PENSANDO
EM VOCÊ NÃO MAREAR.
Instalação
130 x 200 x 26cm
O urubu, por estar diretamente ligado à cadeia alimentar urbana e rural, age
nestes dois campos como emissor de mensagens de tragédias, seja por
um curso natural do seu determinado nicho ou por uma catarse do meio.
Esta instalação para ambiente interno, de linguagem contemporânea, que
se utiliza da poética da memória, apropria-se de expressões visuais pósmodernas de repetição modular para propor diálogos entre as reflexões do
espaço urbano e para o espaço urbano, abordando a temática do consumo
na sociedade pós-moderna. Busca resgatar elementos da diversidade da
cultura negra, a fim de expressar uma paisagem misteriosa e inconfundível.
148
Formou-se artista plástico pela Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Tem frequentes participação em coletivas, a exemplo da Anne Goujaud em 2006, na Galeria Aliança Francesa, e
dos Salões de Artes Visuais, desde 2012.
YURI
FERRAZ
Salvador
[email protected]
A mitologia dos super-heróis em quadrinhos se funde com a dos orixás, relacionando suas características
e formando uma terceira entidade. O artista tem investigado a religiosidade e o desejo humano no
mundo contemporâneo, desta forma procura expressar uma fusão entre o sonho e a realidade,
manifestando assim uma face singular onde corpo e espírito se misturam. As características de ambos
se misturam e se manifestam logo em seguida com uma identidade nova. Não imagina o homem
contemporâneo dissociado de sua identidade ancestral, nas raízes da raça humana está a matriz africana
com toda sua força, diversidade cultural e religiosa. Não entende a força dos cultos africanos como
algo ultrapassado, menor, dispensável, pelo contrário, procura trazer à discussão os valores culturais
ancestrais como algo fundamental para compreender o contexto contemporâneo sincretizado.
Cursou Letras Vernáculas na Universidade Católica do Salvador (UCSal) até 1996, passando a dedicar-se, logo após,
às artes plásticas. Entre 1998 e 2001, foi aluno das oficinas
do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Yuri Ferraz nasceu em Salvador, em 1972. Cursou Letras Vernáculas
na Universidade Católica do Salvador (UCSal) no período
de 1993 a 1996, passando a dedicar-se, logo após, às Artes
Plásticas. Realizou a exposição individual “Irúnmolè”, Galeria
ACBEU, 2012, Salvador, BA. Participou das coletivas XI Bienal
do Recôncavo, 2012, São Félix, BA; Circuito da Artes 2012; e
edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia.
SEM TÍTULO
Instalação
300 x 200cm
149
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA
2014
COMISSÃO
DE SELEÇÃO
ALVARO VILLELA
CARLOS DE MÉLO
De Aracaju (SE), vive em Salvador (BA)
De Recife (PE)
Fotógrafo, graduado em Jornalismo na
Universidade Tiradentes, atua como artista
desde 1993. Realizou diversas exposições
internacionais – Espanha, Estados Unidos,
Eslováquia e Alemanha – e no Brasil.
Com diversas formações e pesquisas no
ramo das artes e filosofia, desenvolve uma
atividade artística regular de âmbito nacional e internacional. Expõe regularmente em
circuitos institucionais e em galerias, trabalhando atualmente com a Galeria Mariana
Moura (PE), Galeria Laura Marsiaj (RJ), Moura Marsiaj (SP) e a Galeria 3+1, em Lisboa.
“Posso dizer que, pessoalmente, foi muito enriquecedor ter participado desse processo dos Salões de Artes Visuais da Bahia,
dessa vez como jurado, já que em 2011
participei e tive meu trabalho premiado em
1º lugar na etapa de Porto Seguro. Destaco
a convivência com outros artistas, além da
equipe da Fundação Cultural, todos muito
comprometidos com a lisura do processo,
sobretudo com a qualidade dos trabalhos
selecionados e seus desdobramentos. Considero os Salões um potente catalisador das
artes visuais na Bahia, mormente por deslocar o protagonismo das exibições da capital
para as cidades do interior do estado.”
“Cadeiras com plaquinhas afixando os nomes das cidades, Camaçari e Paulo Afonso, prestavam apoio aos projetos sinalizados
com ‘sim’ e ‘não’. Centenas de propostas envelopadas ou enviadas pela internet
chegavam aos nossos olhos. Cada projeto
continha uma urgência de ser entendido e
logicamente aprovado. Por outro lado, carregavam em si uma certa “pureza”, e sobretudo algo que me toca bastante: o desejo. Ser escolhido e aprovado faz parte de
uma construção simbólica que carregamos
a vida inteira, independente de que profissão ou caminho seguimos. É da natureza
humana esse desejo de aprovação e aceitação, mas como isto se dá no campo da
poesia e da arte? Como dizer se uma manifestação artística é válida ou não? Para isso,
e até tentar minimizar possíveis dificuldades, no caso de um salão de arte, servem
os editais e seus critérios. E nesse viés seguimos “avaliando” as propostas que a princípio obedeciam ou não ao conceito dos
Salões de Artes Visuais da Bahia, em pilhas
que se avolumavam em sins e nãos. E no
“talvez”, cujos conceitos não tinham tanta
força, nos permitia revê-las, as propostas, e
deixá-las em stand by para decidirmos sobre
a concepção do artista e sua possível seleção. Os editais são inflexíveis, é da natureza deles, e isso conduz uma postura dura e
difícil que envolve lamentarmos que ideias
muito boas em algum momento não cumpriam o formato ou itens de envio indicados no edital etc. Porém, os nossos pontos
de vista são flexíveis e inauguravam o momento mais rico do processo de análise das
obras: a discussão generosa em torno de
cada um dos artistas inscritos. O que quero dizer com isso é que não se pode fazer
uma escolha de projetos artísticos sem levar
em conta a emoção, e não apenas ao “conhecimento técnico” da comissão, também
composta por artistas, mas como nos tocavam sensivelmente. Porém, a manifestação
da decisão envolve um “poder” que se diluía
na medida que o colocávamos a serviço da
153
sensibilidade, me fazendo perceber que não
escolhíamos uma obra, mas o seu conjunto
e a importância para o que me parece fundamental em um salão de arte: identificar
bons artistas e também criar condições pra
isto. O nosso esforço ao longo do período
de análise das propostas dos artistas não foi
medido pelo exercício da exclusão, ou por
obediência a regras, mas por contemplar visibilidade àqueles que demonstraram integridade poética em suas obras, assim como
os mais “frágeis” terem oportunidade de se
contextualizarem e repensarem suas ideias
e caminhos ativados nas suas proposições.
E os não selecionados, como uma seleção
às avessas, cujo ruído é um recado: a produção de uma obra de arte é um platô nutrido
pelo exercício pleno da sensibilidade e a alegria de um trabalhador.“
154
ELAINE PINHO
LUDMILA BRITO
De Salvador (BA)
Do Rio de Janeiro (RJ), vive em Salvador (BA)
Artista visual. Especialista em Curadoria e
Projetos Expográficos. Coordenadora de
Artes Visuais da FUNCEB.
Professora de Teoria, Crítica de Arte e Curadoria na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É integrante do Grupo
de Interferência Ambiental (GIA).
“Escrever tudo que passa pela cabeça seria
um excesso. Gostaria de fazer um desenho,
de tudo. Colaborar com a seleção para os
Salões de Artes Visuais da Bahia é uma tarefa difícil. Inicialmente pela diversidade,
pelas possibilidades de novas abordagens,
pela transformação, pelo limite e pelo conceito. A partir de variados conhecimentos
de mundos, é vivido um mundo complexo,
onde todos os olhares estão voltados para
a “obra”, o processo de criação, o contexto
de produção e a difusão desse objeto artístico, para compor os Salões de Artes Visuais, este que versará na contextualização e
na atual produção artística em artes visuais
no estado da Bahia.”
“Participar da comissão de seleção dos Salões de Artes Visuais da Bahia de 2014 foi
uma experiência rica e prazerosa, principalmente por constatar que, em tempos
de homogeneização cultural e supressão
dos desejos, abrem-se novas cartografias,
desenha-se um panorama artístico – que
perpassa por diferentes territorialidades,
transbordando restrições geográficas –
marcado pela criatividade e pela multiplicidade. A despeito dos circuitos oficiais de
exibição, os Salões investigam novas possibilidades expositivas, transitam por novos territórios, conclamam a participação
de artistas que, muitas vezes, estão fora
dos sistemas tradicionais de exibição e legitimação (apesar de ser possível identificar
grupos que já possuem uma participação
frequente em várias edições dos Salões).
Trata-se, portanto, de uma arena que apresenta as diferenças e as singularidades de
maneira democrática. Igualmente múlti-
plas são as linguagens e suportes contemplados: fotografia, videoarte, pintura, performance, gravura, desenho, intervenção
urbana, arte postal... O “campo ampliado”
das linguagens e processos artísticos que
se apresenta de forma cada vez mais hibridizada e heterogênea, traços da época
contemporânea. É importante, portanto,
que os Salões da FUNCEB e, é claro, as políticas públicas de incentivo à cultura no estado da Bahia continuem catalisando novas
discussões e reflexões políticas e estéticas
sobre a arte nacional e baiana, e que essa
também amplie e transborde as possíveis
fronteiras, instaurando novos discursos e
visibilidades.”
SILVANA REZENDE
De Salvador (BA)
Professora, videoartista, mestre pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação
em Cultura e Sociedade, linha de pesquisa
em Cultura e Arte, da Universidade Federal
da Bahia (UFBA).
“Os Salões promovem um diálogo entre
as cidades, diminuindo distâncias, criando
relações. Há diversos centros e as cidades
urbanas, grandes ou pequenas, têm uma
produção artística que se mantém viva e
constante. Promover esses espaços de troca é, ao mesmo tempo, uma ação mobilizadora e também de abertura. Fazer parte
deste movimento foi, para mim, uma experiência importante, de leitura e compreensão desta atual produção de artes visuais
na Bahia.”
155
CAMAÇARI
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
ANDREA MAY
MARIANO KLAUTAU FILHO
De Salvador (BA)
De Belém (PA), vive em São Paulo (SP)
Artista visual e curadora independente que
atua também na área musical e de produção cultural. Desde 2010, coordena o
Atelier Coletivo VISIO., com o qual realiza
ações virtuais e presenciais em Salvador,
com intercâmbios de âmbito nacional e
internacional.
Fotógrafo, professor e pesquisador em arte.
“Participar de uma comissão de seleção
oportuniza vivências de sentidos diversos.
Pela interlocução imediata com outras linhas do pensamento artístico; pela conexão com os sentimentos imersos nas obras;
pela sedução do novo; pelo respeito ao tradicional; pela busca deste equilíbrio, mesmo que se apresente insólito. A experiência
numa das edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia 2014 não se resume apenas ao
veredito final, mas a todo processo desencadeado durante observação, percepção e
justificativa das crenças pessoais de cada
membro, ou seja, nos expomos simultaneamente aos artistas participantes. E assim nos tornamos parte integrante de uma
grande mostra coletiva onde a concorrência é apenas um detalhe.”
“O trabalho de participação na comissão de
premiação do Salão de Artes Visuais foi uma
experiência rica especialmente em dois aspectos: a troca de ideias com Andrea May e
Ricardo Guimarães, também integrantes da
comissão, foi uma oportunidade de exercer
as diversas leituras que um trabalho de arte
pode suscitar. Num segundo momento, o
debate sobre os projetos artísticos foi muito
saudável porque estávamos diante de trabalhos que, antes mesmo de mesclar suportes,
indicaram que a própria percepção do artista
já se mostrava mais ampla. Esses aspectos se
revelaram na materialidade e na diversidade
das obras apresentadas como, por exemplo,
a de Leandro Estevam. Seu “Ensaiando o sol”
parte de uma observação do tempo e da luz;
portanto, um trabalho motivado inicialmente
por uma observação fotográfica do mundo
e que, no seu processo de feitura, se utiliza
do desenho e da precisão artesanal que conduzem a série final para o plano do objeto. A
produção reunida no Salão reflete uma postura mais ampliada do trabalho de arte e revela uma experimentação necessária nas novas
gerações. Essa experimentação foi percebida
pela comissão de premiação da qual participei e nos ajudou a fortalecer os critérios de
avaliação e premiação das obras.”
RICARDO GUIMARÃES
De Salvador (BA), vive entre Salvador e Juazeiro (BA)
Mestre em Artes Visuais, artista visual, designer gráfico, professor do curso de Artes
Visuais da Universidade Federal do Vale do
São Francisco (UNIVASF).
“Integrar a comissão de premiação dos Salões de Artes Visuais da Bahia na edição de
2014 em Camaçari foi um desafio assumido
com prazer e a responsabilidade necessária
para a sua realização. A difícil escolha dos
três premiados e três menções honrosas foi
facilitada pela qualidade do diálogo estabelecido com os demais integrantes da comissão, os artistas visuais Andrea May e José
Mariano Lautau, e pelo nosso intenso trabalho nesse processo de avaliação. Aproveito para parabenizar a todos envolvidos: artistas, organização, diretoria e FUNCEB por
mais esta realização de fundamental importância para as artes visuais baianas.”
159
ALEX
MOREIRA
Juazeiro
[email protected]
Cada palavra, cada artigo,
cada inciso é o atestado da
codificação e decodificação
da música, do circo, da
dança, das artes visuais...
Ou seja, abrange 108
expressões e bens de
natureza material e imaterial.
Com 34 artigos, a lei não
estará no Salão só como
legitimadora e responsável
pelo próprio Salão de
Artes Visuais da Bahia,
mas como obra de arte.
LEI 12.365
Instalação
150 x 60cm
Artista plástico graduado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2009. Age como artista visual e
agente cultural. Participou de diversas exposições coletivas, a exemplo de edições dos Salões de Artes
Visuais da Bahia desde 2012 e da exposição Esquizópolis, no Museu de Arte Moderna da Bahia, 2012.
Realizou exposição individual em Presidente Dutra (BA), 2009.
160
ALINE
BRUNE
São Félix
[email protected]
Obra busca refletir o olhar da arte sobre a mulher e, sobretudo, o olhar da
mulher sobre ela mesma dentro dos processos de representações artísticas.
EU, VÊNUS AQUI
Videoarte
Duração: 3’10’’
Graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (UFRB). Prêmio aquisição na XI
Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2012. Participou
da III Mostra Internacional Curta o Gênero, Fortaleza
(CE), do V Continuum – Festival Internacional de Arte e
Tecnologia, Recife (PE), 2014.
161
ANDERSON
SANTOS
Salvador
[email protected]
O quadro retrata uma mulher correndo em direção ao espectador.
Faz parte da série “Dissonâncias”, que o artista desenvolve desde
2012, focada na representação de figuras em movimento.
Formado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA), 1999. Tem trabalhos em pequenas coleções
particulares no Brasil, Europa e Estados Unidos. É representante do Coletivo Boardilla.
O SORRISO
Óleo sobre tela
70 x 100cm
162
ANDRÉ
LIMA
Salvador
[email protected]
SOBREVIVENTES
Instalação
100 x 60 x 80cm
Procura estabelecer uma reflexão acerca do isolamento
individual e da corrosão das relações. Sua importância
está em apresentar ao público uma concepção
poética sobre as relações humanas (naquilo que se
perde ao se tentar comunicar algo), através de uma
forma contemporânea de expressão artística.
Vive e trabalha como artista e educador em Barreiras. Em 2009,
iniciou sua trajetória no campo da fotografia. Realizou exposição
individual em 2012, “Monólogo de uma Sombra”, no Espaço Xisto
Bahia. Participou de algumas edições dos Salões de Artes Visuais
da Bahia, tendo sido premiado em 2010.
163
ARTUR
RIOS
Salvador
[email protected]
ESCOAMENTO IV
Pintura
60 x 40cm
Faz parte de uma série de autorretratos que fala
sobre a condição de estar à toa. O acúmulo da falta
de expectativas leva a uma rotina de resistência,
frustração e insaciedade. O inverso dar êxtase, de tal
modo, a energia escoa e escorrega para fora de si.
164
Graduado no curso de Artes Plásticas da Universidade Federal
da Bahia (UFBA), em 2007. Participou de diversas exposições
coletivas e individuais. Seus trabalhos são desenvolvidos com
base na técnica de pintura tradicional e digital.
AUGUS
Jequié
[email protected]
“Ossos do Ofício” é um convite ao exercício da cidadania, é uma bandeira que
se ergue motivando o povo para lutar por seus direitos e sair do ostracismo.
Participou de exposições coletivas e mostras individuais. Realizou o projeto
“Nossa Arte” com exposições e curso de arte abstrata, tendo como principal
público os artistas locais de Jaguaquara (BA). Em 2012, participou da exposição “Esquizopólis” realizada no Museu de Arte Moderna da Bahia.
OSSOS DO OFÍCIO
Fotografia
200 x 40cm
165
BEATRIZ
FRANCO
Salvador
[email protected]
Dois corpos se fundem com
um céu de nuvens densas e
com o pensamento-poema e
criam uma realidade própria
em forma de imagempalavra. A fotografia não é
o fim, mas sim o meio para
a criação de um trabalho
que contém o seu conceito
também na sua matéria.
Artista visual. Em 2011, fez sua primeira exposição fora do Brasil na prestigiada Galeria Carla Sozzani, em Milão. Seu trabalho
está fortemente ligado aos conceitos de
temporalidade, existência, inconsciente
e simultaneidade, à relação do homem
com ele mesmo e com a natureza.
166
TUDO ESCAPOU
Fotografia digital
75 x 50cm
CENILDO
SILVA
Salvador
[email protected]
No trabalho do artista, pequenos
ícones são cuidadosamente
inseridos em defesa de uma
temática voltada para as
transformações e adaptações do
indivíduo urbano ao longo de sua
trajetória social, apontando para
discussões acerca da necessidade
de equilíbrio físico e psicológico
do homem contemporâneo
numa sociedade que o obriga a
se reconfigurar constantemente.
SUSTENTÁCULOS
Escultura
120 x 300cm
Graduando pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2013, realizou sua primeira exposição individual, “Irredutíveis”, na Galeria Nilda Spencer (UFBA). Participou das seguintes
exposições coletivas: “Contra-Ponto” – Galeria Canizares; “O alimento da Arte” – Museu
Casa de Angola; “Gravura Making Off” – Escola de Belas Artes da UFBA; “Ouvir – Audicentro;
Muitoprazer, artistas” – Espaço Cultural Sofia Olszewski Filha.
167
DEISIANE
BARBOSA
Cachoeira
[email protected]
CARTÕES-POSTAIS À TEREZA/CAIXAS DE ENTRADA
Intervenção urbana
220 x 120cm
Artista visual em graduação pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), atua
como arte-educadora da ONG Casa de Barro. Participou da XI Bienal do Recôncavo, em 2012.
Foi premiada no I Concurso Universitário Latino-Americano de Literatura – UFVJM, pelo conto
“A moça que desfiou”. Desenvolve pesquisas e processos artísticos que envolvem corpo, vídeo
e o cruzamento das artes visuais e da literatura. Os temas centrais da sua poética são identidade, alteridade e autoconhecimento. Atualmente, explora a carta como um gênero literário e os
seus desdobramentos visuais.
168
Consiste na distribuição
aleatória de postais em caixas
de correio de residências no
interior da Bahia. Os postais,
em 10 x 15cm e impressos em
papel couchê, integram a série
“Fotoflanâncias/Habitares”.
Nessa perspectiva, as caixas
de correio são metaforizadas
como elo de correspondência
entre o mundo externo e o
anônimo interior das casas.
Esta produção integra o
projeto artístico-literário
“Cartas à Tereza”, que objetiva
despertar o fruidor para
reflexões relacionadas aos
hábitos contemporâneos
de comunicação e à
rara escrita de cartas.
EDU O.
Salvador
[email protected]
Performance que reflete sobre a passagem do tempo e o que acontece com os
desejos. Quando sabemos que chegamos lá? Quando alcançamos os sonhos?
O trabalho traz a imagem de um homem travestido de Marilyn Monroe, ícone da
beleza ocidental, do feminino, da juventude eterna, da beleza e da realização. Este
mito em que foi transformada também não correspondia ao que se via na vida real.
Mestre em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem graduação em Artes Plásticas pela Escola de Belas Artes da mesma instituição (2001) e especialização em Arte Terapia pela Universidade Católica de Salvador (2004).
AH, SE EU FOSSE MARILYN!
Performance
Duração: 10’
169
HIROSUKE
KITAMURA
Salvador
[email protected]
As imagens não são bem definidas, mas é possível sentilas profundamente. A figura ferida segurando a cabeça num
estado de angústia, de sofrimento e de agonia. Tentando tirar
os obstáculos de sua mente para seguir livremente, mas tem
dificuldade em conseguir tal façanha. Lembra-se da imagem de
Ícaro, que perdeu as asas tentando se transformar em humano,
para começar a andar. É um processo de metamorfose,
renascimento. Dentro desta situação existe uma beleza que
faz parte do sofrimento, uma centelha para a transformação.
170
METAMORFOSE
Fotografia
240 x 60cm
Nascido em Osaka, Japão, em 1967, formou-se em Letras pela Universidade de Estudos
Estrangeiros de Kyoto e veio ao Brasil em 1990, como estagiário de intercâmbio. Em 1993,
começou a estudar processos contemporâneos, pintura e desenho de observação no
Museu de Arte Moderna da Bahia e, em 1995, fez curso intensivo de fotografia, quando
iniciou seu trabalho como fotógrafo independente. Tornou-se então correspondente da
Revista de Música Latina, que circula mensalmente no Japão, realizando fotos e escrevendo textos sobre eventos musicais de todo o Brasil. Atualmente vive em Salvador.
JOÃO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
Na fuga das nossas próprias imediações, durante
a qual o contato com a realidade é difuso,
vago, nebuloso, nos deixamos levar no engano
dos sentidos que nos fazem tomar a realidade
pela aparência das relembranças inolvidáveis.
Compulsivamente, o devaneio excessivo é o
hábito pelo qual as coisas se (trans)formam.
Graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA), 2011. Com o projeto “Se preferir, adoce”, investiga e busca, na memória íntima e no devaneio da lembrança, elaborar uma produção artística relacionada à gravura expandida. Apresentou seu trabalho em mostras como
“Esterno”, “Circuito das Artes”, “Tomar Coca-Cola com
Você”, “Cabra cega”, “Escultura nova” e “Esquizópolis”. Participou do “Imprima – Salão Internacional de Gravura” (CE);
da XI Bienal do Recôncavo (BA); da residência Câmbio 14,
México; e do 65º Salão de Abril (CE).
DAS DELÍCIAS O 1° DEVANEIO É O HÁBITO
Gravura metal
150 x 60cm
171
KELVIN
MARINHO
Cachoeira
[email protected]
Trata-se da representação de um
transeunte através do reflexo de uma
poça d’água, a qual reflete, para além da
imagem do sujeito em questão, a textura
da superfície, gerando assim um efeito
de aparente dupla exposição. A água
da chuva acumulada sobre a superfície
aborda a coexistência entre conceitos
de transitório e o perene na fotografia,
enquanto linguagem artística, sobretudo
no atual contexto onde a visualidade
opera enquanto instância máxima no
cotidiano. O corpo não desvelado na
composição referencia não apenas a sua
própria passagem, mas como a passagem
do tempo e seu aspecto flou, evocando
assim uma reflexão acerca da própria
imagem fotográfica, aqui apresentada
como o entrelugar, como espaço de
questionamento de memória atemporal e
de (re)conhecimento da imagem em si.
(A)TEMPORAL
Fotografia
75 x 100cm
172
Artista visual, designer gráfico, trabalha com animação, vídeo e ilustração. Estuda as relações entre
espaço/corpo/tempo/memória/
autoconhecimento em suportes
como a fotografia e o vídeo. Desenvolve o projeto de pesquisa “A
Configuração do Corpo através
da Fotografia e Vídeo enquanto
Linguagens Artísticas”. Pesquisa e produz imagens explorando
as potencialidades de superfícies
reflexivas como suporte e aporte
para a recriação do espaço e do
indivíduo. Produziu animação 2D
para o documentário “Olho Adentro” (2013). Produtor do Coletivo
Audiovisual Gaiolas. Editor da vinheta do IV CachoeiraDoc (2013).
Participou da curadoria educativa da exposição “Hansen-Bahia,
Mais-Que-Sagrado
Mais-Que-Profano” (2013/2014), na cidade
de Cachoeira (BA).
LAÍS
GUEDES
Salvador
[email protected]
EM TERRA
Performance/instalação
70 x 140 x 140cm
“Em Terra” propõe reflexões sobre o tempo,
buscando somar a lentidão à paisagem
(definida por Milton Santos como “acumulação
de tempos desiguais”). A performance consiste
em uma não-ação ou mínima-ação, em que
a artista fica sentada em um banco com
os pés dentro de uma bacia com terra.
Desenvolve seus trabalhos a partir da experiência corporal, desdobrando-a para outras linguagens como gravura, desenho, fotografia, vídeo, performance e instalação. Participou de diversas exposições coletivas e já foi
premiada nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Teve Menção Especial na Bienal do Recôncavo, São Félix (BA). Em
2012, realizou sua primeira exposição individual, “Coreogaiola – A Grafia da Cidade”, no Espaço Cultural Bahvna,
Salvador (BA). Em 2013, participou da Mostra Osso Latino Americana de Performances Urbanas, em Trancoso,
Arraial d’Ajuda (BA). Em 2014, do EPI V – Encuentro Independiente de Performance (Los Álamos, Chile).
173
LEANDRO
ESTEVAM
Salvador
[email protected]
A instalação é composta por nove desenhos emoldurados da cadela Frida, no seu hábito
rotineiro de deitar-se ao sol no longo do dia, num período que vai aproximadamente das 9 horas
da manhã às 17 horas. Cada desenho está disposto na parede de maneira correspondente à
posição do sol naquele horário, fazendo alusão ao movimento aparente do sol visto lateralmente.
Todas as molduras possuem uma placa de cobre gravada com o horário correspondente.
O artista atualmente se dedica à prática da gravura em metal, nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia, e a seu
projeto de pesquisa, intitulado “Morada”, que aborda as relações entre o morador/artista e a sua casa/ateliê. Visa a apresentar e discutir os espaços domésticos habitados pelo homem, se utilizando sempre da representação da natureza
como analogista para falar do lar: palco da vida, espaço propício ao germinar de afetos, sonhos, vivências e memórias.
174
ENSAIANDO O SOL
Instalação
300 x 300cm
MARCO
ANTONIO
Salvador
[email protected]
“Esse jogo não é 1x1” é a continuidade de uma
pesquisa em que o artista trabalha com o recorte
das suas memórias, memórias essas voltadas
para o imaginário da cultura popular em que
experiências vividas são materializadas usando as
linguagens tridimensionais das esculturas, objetos
e instalações, de uma forma lúdica e arejada.
Trabalha com gravura, escultura, instalação e objeto. É integrante do grupo Artconceito. Participou das exposições
coletivas: “Gravura versus Gravura” – Galeria ACBEU, 2012;
“Artconceito IV” – Galeria ACBEU, 2010; Circuito das Artes
– Museu Carlos Costa Pinto, 2009; “Artconceito” – Galeria
ACBEU, 2008; “Base” – Centro Cultural Yagizi, Aracaju (SE),
2007; VIII Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006; II Bienal de Gravura da Paraíba, 2003. Possui obras nos acervos
da Galeria ACBEU e da Galeria Solar Ferrão.
ESTE JOGO NÃO É 1X1
Instalação
80 x 150 x 40cm
175
MAYRA
LINS
Salvador
[email protected]
A fruição das imagens sugere um tempo que não cessa de se (re)fazer, que pode ser experimentado em diferentes direções e sob perspectivas
variadas. O vídeo tem subtraída sua duração contínua em favor do corte que separa os instantes, mas cria vãos para a percepção trabalhar
livremente. Ao observar a instalação, é possível ver alguém que cava um buraco enfiando as mãos no interior do mundo e parece retirar de lá uma
matéria viva, mutável. Fatores externos chegam e desestabilizam a atividade, no entanto o corpo continua... Determinado e incansável na busca.
Há um acontecimento na imagem que parece se repetir copiando a si mesma, mas ele guarda segredos das oscilações que habitam o intervalo.
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal
da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita
por diferentes suportes, como fotografia, vídeo,
instalações e objetos. Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para
a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo
“Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi
selecionada para a III Mostra de Performance –
Imagem e Identidade. Participou do Circuito das
Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto
Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista.
Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher
Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri.
AS COISAS QUE EXISTEM,
ELAS TEIMAM EM QUERER SER VISTAS
Instalação
80 x 150cm
176
OLÍMPIO
PINHEIRO
Salvador
[email protected]
OS INFAMES CAEM
Pintura
200 x 100cm
Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA),
com a exposição individual “Orixás: Ação e Luz”, na Casa do Benin, Salvador
(BA). Sua primeira mostra individual sob o titulo “Abalos Sensuais”, em 2008,
foi realizada na Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Participou de uma das
exposições do Projeto Acción Arte Itinerante em 2010, desenvolvido por Marília Palmeira. Ação Cultural do Estado da Bahia. Tem duas pinturas e duas esculturas que pertencem à Casa do Benin e duas pinturas no Acervo da Casa
de Angola, Salvador (BA).
Representa uma alegoria da bestialidade e da morte, refletindo guerras
dos últimos cem anos, controvérsias políticas e abominações que se
multiplicam no capitalismo globalizado. A obra contempla também
as implicações no Brasil da conspiração dos governantes corruptos
e da militância social e política de 2013. Objetivamos uma expressão
contemporânea na aplicação abrasiva da tinta, os fluxos em verde
claro do primeiro plano estabelecem um contraste de sombras
e tons luminosos. Forças de atração e repulsão se deslocam.
177
PABLO
CORDIER
Salvador
[email protected]
Álgido, o corpo sólido se
(con)funde. Absorto no hiato
da própria insignificância,
designada como uma
casualidade, orbita ao redor
de si mesmo sob a influência
das forças que regulam
o movimento de objetos
inertes: letargia, gravidade,
inércia, desagregação por
arrefecimento: paisagens,
pedras líquidas, caules
intergalácticos pelas meras
designações estruturais em
função do modo como as
“partículas num movimento
sem fim, ligando-se e
desligando-se umas às outras”.
DESSE LIMITE INFINITESIMAL NO QUAL ALGUMA COISA ACONTECE
Fotografia
40 x 40cm
Graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desenvolve em seu trabalho uma linguagem mesclada entre desenho e fotografia. Participou de mostras em galerias e museus como “Arte no Domínio de Eros”, “México 70”,
“Cabra Cega”, “Tomar Coca-Cola com Você” e Circuito das Artes. Tem trabalhos na Galeria RV Cultura e Arte. Participou, em
2014, da residência Cambio 14 (Cidade do México, D.F. MX), como artista residente e observador.
178
PABLO
LUCENA
Salvador
[email protected]
O artista realiza um tipo de fotografia cujo instante decisivo não é o mais
importante, mas os transbordamentos gerados pelos objetos capturados. Como
um exercício tipicamente de notívago e nômade, ele se deslocou pelas autovias
litorâneas, formando uma “cartografia” destes objetos, traçada ao longo da
Região Metropolitana de Salvador (Lauro de Freitas, Camaçari, Dias d’Ávila).
SWEET BLUE DREAM – O REVERSO E O VERSO
Fotografia
180 x 80cm
Graduado em Design pela Universidade Federal da Bahia (UFBA),
frequentou as oficinas de artes visuais do Museu de Arte Moderna
da Bahia até 2003. Desde 2004,
tem sido selecionado em bienais
e salões de arte, com destaque
para o 12º Salão Nacional de Artes Visuais de Itajaí (SC – 2010) e
premiações nos Salões de Artes
Visuais da Bahia. Mestre em Artes
visuais pela UFBA.
179
PAULA
ÂNGELA
Salvador
[email protected]
MEMÓRIA DO AÇÚCAR
Pintura
100 x 70cm
“Trata-se de um autorretrato que relata uma festa que fizeram
para a artista, na casa da vovó Marina. A mesa foi enfeitada com
sua boneca e diversas cruzes... Parecia até um cemitério! A
boneca foi vestida de forma similar à aniversariante e tinha sido
um presente do seu pai. Este trabalho fala de uma memória
afetiva, que por alguma razão perdurou em lembranças.”
180
Tem formação livre nas oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia, entre 2002 e 2004.
Desde então, tem sido selecionada nas Bienais do Recôncavo e nos Salões de Artes Visuais
da Bahia. Em sua pintura, traz consigo o misticismo, o antropológico, pequenas memórias
de sua vivência no Engenho de Cachoeira e uma síntese própria da estética popular.
PAULO
COQUEIRO
Salvador
[email protected]
O objetivo deste projeto é acumular evidências, atestando
o quanto a fotografia vernácula é um instrumento frágil
para resguardar a memória do homem comum. Ao
abordar o problema da insuficiência técnica da fotografia,
os resultados apresentados acabam se tornando uma
alegoria, uma tentativa de representação da memória
em si, articulando a questão das perdas e, em última
instância, da precariedade humana. Essas fotografias
são o registro do próprio esquecimento. Este ensaio
compõe uma articulação com outras formas de fotografia
vernacular, como aquelas utilizadas pelas redes sociais.
Fotógrafo, também atua na área de vídeo, concluiu sua graduação
e mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Participou do
I Salão de Fotografia do Salvador Fotoclube em 2011, quando recebeu duas menções honrosas. Prosseguiu atuando em mostras
públicas coletivas, como “Os Olhos da Rua” e no XI Mercado Cultural, com exposição no interior do estado e no Teatro Castro Alves,
em Salvador (BA). Em 2012, participou da XI Bienal do Recôncavo,
recebendo Menção Especial do Júri. Foi escolhido em 2014 para o
Festival de Fotografia dos Sertões.
RUÍDO
Fotografia
200 x 300cm
181
TIAGO
LIMA
Salvador
[email protected]
“Avenida Sete” faz parte de uma série de imagens que tem como cenário a Avenida Sete de Setembro e seu entorno, no Centro
de Salvador. Esse retrato é o ponto de partida dessa pesquisa que busca analisar conexões entre cultura popular e tópicos
ligados a performance, instalação e moda. O teor da imagem nos convida a aumentar a percepção de como vemos o espaço
urbano através de seus habitantes, além de dar visibilidade a diferentes modos de existir e à memória recente da cidade.
Fotógrafo profissional desde
2006, suas imagens dialogam
com moda, arquitetura, arte
performática e publicidade.
Formado em Publicidade pela
Universidade Católica de Salvador (UCSAL), suas imagens
já foram publicadas no Brasil
via Portal IG Moda, Revista Trip,
Billboard Brasil, Revista Polo,
Jornal A Tarde, Revista Espresso, Correio da Bahia e Revista
Ideia Fixa; e no exterior, pela
Editora Paul Zsolnay Verlag
(Áustria) e agência The Classic
Partnership Group (Dubai).
AVENIDA SETE
Fotografia
90 x 60cm
182
TIAGO
SANT’ANA
Salvador
[email protected]
DOCE X BALA PARA
COSME E DAMIÃO
Performance para fotografia
(políptico)
Duração: 10’
Um homem banhado por um doce viscoso e dourado embala-se como uma
bala de mel para Cosme e Damião. O artista parte da performance “Pacake”
de Marcia X para pensar numa alegoria a uma bala de mel, doce distribuído na
festa dos santos meninos no Recôncavo da Bahia. Compotas e colheres estão
dispostas numa mesa. O conteúdo desses recipientes é um doce formado
por açúcar e rapadura – produtos que impulsionaram a economia do Brasil
Colonial e a consequente escravidão/africanização do país. O artista inicia a se
banhar, seguido num ritmo frenético, até que esteja completamente embebido
pelo doce. Num procedimento lento, começa a embalar partes do corpo.
Primeiro a língua, depois os pés, a mão e, por fim, a cabeça. Devir-doce.
Artista visual, jornalista, graduado pela Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia (UFRB). Mestrando em Cultura e Sociedade na Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolvendo pesquisa no campo da arte e identidades culturais. Como artista, desde 2008, compõe trabalhos que imergem
no imaginário social do Recôncavo da Bahia e das afrobrasilidades, através
da investigação da performance-art e seus possíveis desdobramentos. Também possui produção reflexiva publicada como crítico e acadêmico. É integrante do Coletivo OSSO, com quem compartilha a organização e curadoria
da Mostra OSSO Latino-Americana de Performances Urbanas (MOLA), e da
Incorpora – encontros virtuais em performance.
183
PAULO AFONSO
COMISSÃO
DE PREMIAÇÃO
CLÁUDIA FRANÇA
De Belo Horizonte (MG), vive em Uberlândia (MG)
Artista visual, doutora em Artes pela UNICAMP, professora adjunta da graduação em
Artes Visuais e pós-graduação em Artes da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
“Considero minha participação na comissão de premiação como uma experiência
muito importante em minha vivência como
artista. Há vários motivos para isso. 1) Uma
proposta que busca, na descentralização
dos Salões e na itinerância dos eventos, um
alcance maior da arte e intercâmbio de regiões diversas, cada qual com sua identidade cultural. 2) A proposta atua não somente
no evento em si, mas organiza situações e
eventos de formação de público, divulgação e atuação continuada pós-evento. 3)
O meu próprio aprendizado diante de um
novo contexto de produção cultural. Natural e atuante no sudeste brasileiro, pude
participar de um evento que me apresentou, de diversos modos, as especificidades
do estado da Bahia e de que modo a produção artística local constrói diálogos com
outras regiões do país, indicando enfaticamente a dialética local/global. 4) Por fim, a
constatação de que, assim como a cultura
é um termo abrangente a congregar diversas significações do que seja cultura, seu
contexto e sua viabilização, o mesmo deveria ser pensado para o termo ‘arte contemporânea’. Pude verificar in loco a riqueza de
propostas com relação a ideias e uma materialização das mesmas – em alguns casos
incipientes, mas, sem dúvida, potentes.”
DEVARNIER HEMBADOOM APOEMA
De Simões Filho (BA), vive entre Salvador (BA)
e Curitiba (PR)
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), cursou fotografia e computação gráfica. Desenvolve uma pesquisa plástico-imagética com
a figura humana, sobretudo com o corpo
modificado..
o pesado trabalho de apontar prêmios dentre os fabulosos trabalhos que lá estavam
presentes, pois inexoravelmente alguém
terá de ser premiado. Foi uma longa tarde
de discussões sobre formas, cores, conceitos, composições, proposições, leituras plásticas, captações de sensações e de
objetividades. Enfim, foram lançados muitos meios para se aferir quem naquele momento mereceria os prêmios, sempre com
a preocupação de fazer o melhor no sentido de ser justo. Esta experiência de participar da comissão julgadora foi realmente
torrencialmente interessante, pois me colocou no outro lugar que faltava para completar a experiência no campo artístico. Fui
de proponente a júri, de um lado a outro,
completei um ciclo experimentação profissional no campo das artes.”
“A experiência de participar do Salão de Artes Visuais como jurado é o experimento
de estar do outro lado da moeda. Naquele
momento, percebe-se a difícil tarefa de julgar não o melhor em termos qualitativos,
pois todos os trabalhos que ali estavam já
são de alta qualidade, além de passarem
por uma série de seleções anteriores, mas
187
JACKSON CAVALCANTE
De Paulo Afonso (BA)
Artista visual, performer, ator, diretor teatral
profissional, pedagogo e especialista em
arte educação, desenvolve trabalhos artísticos desde seus 18 anos, passando pelo teatro e intervenções urbanas.
“Os Salões vêm em uma conjuntura artística que dissemina e provoca vários artistas a
desenvolverem suas práticas e o seu fazer,
incentivando principalmente a sociedade
para a apreciação de trabalhos de vários artistas que antes estariam no seu anonimato ou desenvolvendo trabalhos em galerias
ou em pequenos ambientes. Sendo assim,
essa formatação do projeto pôde criar uma
“transetorialidade” entre artistas, públicos e
lugares, em uma perspectiva possível, num
edital acessível e viável. Elementos esses
que ampliam todo um organismo técnico,
cultural, social, político, educacional e artístico, oferecendo valores estéticos em visões diferentes. Essa formatação viável estabelece vínculos próximos entre as obras
e suas possibilidades que a dinâmica dos
Salões oferece a públicos diversos, gerando várias reflexões em um universo imagético. Participar integrando a comissão foi
188
constatar a democratização de um projeto
“particular” que insere cada vez mais artistas em sua liberdade visual, sentir um privilégio, poder expressar, avaliar, respeitando
as várias conexões artísticas da esfera baiana, além da troca de experiências e valores
nessa construção da diversidade estética.”
ADRIANO
MACHADO
Feira de Santana
[email protected]
Percorrer os mesmos locais todos os dias pode ser uma rotina desgastante e tediosa.
Com o passar do tempo, o mesmo caminho vai sendo visto até se estabilizar na
memória, as imagens começam a sair do estado de novidade e cair no lugar comum,
até passarem despercebidas. Ao mesmo tempo esse desaparecimento das imagens
que o caminho entrega é uma inquietação e pede uma nova forma de olhar. Assim
foram produzidas fotografias de caminhões quando passam pela estrada contrária
à percorrida, utilizando uma câmera de um aparelho portátil (iPod Touch 4G). As
imagens produzidas dessa janela e regidas sobre o enquadramento do aparelho
mostram as cores que se diluem pela estrada com velocidade e movimento.
Graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB). Desenvolve projetos artísticos,
buscando entendimento das diversas possibilidades da arte
contemporânea, através da fotografia vídeo e experimentos
relacionados às impressões, como colagem digital e manipulações. Entre suas experiências artísticas, estão a Bienal
dos Jovens Criadores da Língua Portuguesa (Bienal da CPLP),
2013; e ENEARTE Vitória 2013.
CORRERIA
Fotografia
200 x 40cm
189
ALEX
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
Ao questionar identidade e memória, realidade
e ficção, a obra fotográfica “Cartografia dos
Afetos” propôs a realização de intervenções
urbanas pelas ruas de Paulo Afonso (BA) a partir
das colagens de fotografias por lugares diversos
da cidade através do uso do lambe-lambe,
técnica pertencente ao universo da street art.
Fotógrafo, natural de Jequié (BA), graduando
em Jornalismo pela Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Desde 2009, expõe em mostras
individuais e coletivas. Participou, em 2014, de
exposição da 3ª Bienal da Bahia, na Galeria Solar Ferrão, em Salvador (BA); 5ª Edição do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (PA);
“Obranúncio”, em outdoors em Vitória da Conquista (BA). Em 2012 e 2013, exibiu suas obras
“Ritos de Passagem” e “Narrativas Errantes” em
espaços da Bahia e de Sergipe. Também em
2013, integrou as mostras “Esquizópolis”, no
Museu de Arte Moderna da Bahia, e “Lunar”, na
Galeria Solar Ferrão. Em 2012, esteve na XI Bienal do Recôncavo. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2011.
190
CARTOGRAFIA DOS AFETOS
Intervenção urbana
300 x 200cm
ARTUR
RIOS
Salvador
[email protected]
Estas pinturas falam sobre um mesmo tema de formas diferentes, sendo
complementares. Nasceram da emoção de potenciais não praticados,
objeções, desejos, sede, fome e frustração. Animais que caminham
em espaços abandonados. Sobre estar à toa, inerte, morto – vivo. Um
questionamento sobre de quê adianta um potencial se ele estiver suprimido.
Graduado no curso de Artes Plásticas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2007.
Participou de diversas exposições coletivas e individuais. Seus trabalhos são desenvolvidos com base na técnica de pintura tradicional e digital.
NATUREZA MORTA E ESCOAMENTO I
Pintura – díptico
150 x 100cm
191
BERNARDO
OLIVEIRA
Salvador
[email protected]
O HABITAR
Videoarte
Duração: 2’
“O Habitar” revela a fragmentação do tempo, o ar como a atmosfera da vivência, do
“lugar/não lugar”. Lugares que nos colocam em estado de alerta e às vezes as vivências
são trocas mínimas, sem criação de vínculo algum com o lugar. O mundo assim
prometido à individualidade solitária, à passagem, ao provisório e ao efêmero.
Graduando no curso de Licenciatura em Desenho e Plástica da Universidade Federal da
Bahia (UFBA). Atua como performer e ator-animador (teatro de animação).
192
BINHA
Juazeiro
[email protected]
Utilização de objetos oriundos da região rural e urbana, combinando o
vegetal com o material. As cabaças lembram uma espinha dorsal onde
corre o líquido da esperança, e “cuias”, onde povos ainda bebem água.
Participou de exposições coletivas no Museu Regional de Juazeiro (BA), 2002. Salões de Arte Terra Nossa,
1998 a 2002, sendo premiado como melhor clique de fotografia em 1º lugar. Participa dos Salões de Artes
Visuais da Bahia desde 2003. Já teve trabalhos de cartuns publicados em edições do jornal Pasquim.
TRANSPOSIÇÃO
Instalação
250 x 50 x 250cm
193
CANDICE
MACHADO
Sobradinho
[email protected]
A concepção da artista ao desenvolver
essa obra foi esclarecida quando, ao
abrir a mesa de cabeceira do seu pai,
se deparou com incríveis objetos que
ele guardava. Com sutileza, aquele
lugar era um recanto que ritualizava
a memória em sua forma mais pueril.
Foi uma peça desenvolvida com
certas pausas incontidas, pois mexer
nesse material lhe tomava muita
energia, pois era mesmo a memória
falando pelos poros dos objetos. O pai
tinha 82 anos e lutou contra o câncer
durante doze anos. Fazia um ano que
ele havia lhes deixado. Essa peça se
cristaliza como recanto da memória.
Graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal do Vale São Francisco (UNIVASF).
Expôs em mostras coletivas na cidade de
Juazeiro (BA). Sua linha de pesquisa é baseada nas diversas linguagens que a visualidade
atinge, desde a fotografia às produções em
assemblage, desenho e pintura.
194
O QUE SOBROU DA CABECEIRA DO MEU PAI
Assemblage
50 x 50 x 3cm
CARLA DE
CARVALHO
Ilhéus
[email protected]
Partindo do corpo como objeto de reflexão,
“Cordados e a Bilaterialidade” propõe um pensamento
onde esta divisão cria três movimentos possíveis: o
“Ensimesmado”, o “Cordado” e a “Tensão e distensão”,
abordando também a relação destes com o ambiente.
Com técnicas de tear, papel artesanal,
joalheria (boleamento). Materiais: Fibra
de Sansevieria SP. (Lança de ogum).
Artista plástica, trabalha há 35 anos com papéis, fibras naturais e cascas de cocos. Reside em Ilhéus
há 30 anos, onde aprofundou suas pesquisas com
a palmeira Atallea funifera (piaçava), desenvolvendo trabalhos em arte aplicada. Em 2006, cursou
joalheria no SENAI de Salvador, passando a inserir
novos elementos no desenvolvimento do seu trabalho. Foi premiada em Salões de Artes Visuais da
Bahia e participou de importantes exposições individuais e coletivas em museus, sendo as mais relevantes no MASP, Museu de Arte Moderna da Bahia e
Pinacoteca do Estado de São Paulo.
CORDADOS E A BILATERALIDADE
Instalação
260 x 300cm
195
CLARICE
MACHADO
Salvador
[email protected]
SUBVERSÃO DOS SENTIDOS
Fotografia
100 x 60cm
Este tríptico é resultado de um período sabático na Chapada
Diamantina da Bahia, ao final de 2013. Nele, são reveladas
experiências de livre associação, revoluções de pensamento e
a expansão de horizontes assegurando variadas possibilidades
interpretativas reveladas através do potencial de cada imagem.
Graduada em Design pela UNIFACS. Atua como artista visual nas áreas de fotografia, artes gráficas indoor e outdoor. Realizou exposições em 2012 no Circuito das Artes, com três obras na Galeria Cañizares, na capital baiana. Em 2014, participou
de intercâmbio cultural no Museo del Chopo, na cidade do México, onde produziu fotografias em projeto solo.
196
COLETIVO DOIS EM CASA:
CLERITON FERREIRA E ANA EMIDIA
Juazeiro
[email protected]
ABANDONO – A ILHA DO FOGO
Fotografia
300 x 35cm
“Abandono” é uma série composta por cinco fotografias
feitas no antigo galpão da extinta FRANAVE – Companhia
de Navegação do São Francisco, situada na Ilha do
Fogo. A obra pretende dar visibilidade ao abandono
pelo qual a ilha passou (ainda passa parcialmente)
e captar, por meio de composições e ângulos, o
que poderia haver de poético naquele espaço.
O Coletivo Dois em Casa é formado por Ana Emidia, estudante de Artes Visuais, e Kell, nome artístico
de Cleriton Ferreira, estudante de Ciências Sociais, ambos na Universidade Federal do Vale São Francisco (UNIVASF). Ele participou da I BIG – Bienal Internacional de Guarulhos, 2012, com fotografias experimentais; Projeto Intervenções urbanas, nas cidades de Juazeiro e Petrolina, 2011; Ela tem participado
de exposições coletivas na região de Juazeiro e Petrolina, projetos em nível nacional e internacional,
como o “Enredadas”. O coletivo, criado em 2014, explora diversas linguagens artísticas inspirado na
convivência e na relação poética com o ambiente em que vive a dupla.
197
CRISTINA
DAMASCENO
Salvador
[email protected]
MELANCOLIA
Assemblage
56 x 38cm
A obra tem como principal destaque imagens de cenas de dois personagens
idosos. As imagens utilizadas são de autoria da artista, quando morou
em Berlim e fotografava espetáculos para diversos jornais e revistas
especializadas. A intenção foi construir a partir dessas imagens novo
significado. Fotografias jornalísticas carregadas de elementos estéticos, as
imagens foram deslocadas do seu contexto original, recortadas, combinadas,
pintadas e coladas em materiais recicláveis, passando agora por uma
composição poética e redescobrindo outras possibilidades de expressão.
198
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Fotografia Técnica pela Staatliche Fachschule Für Optik und
Fototechnik, Berlim. Leciona fotografia e desenvolve pesquisa sobre a história da fotorreportagem na Bahia. Coordenou o setor de fotografia na
Werstatt Derkulturen e Jugend im Museum ev. Fotografou peças e espetáculos para o Hebbel Theater, em Berlim, e para revistas e jornais alemães.
FABIO
ABU-CHACRA
Lauro de Freitas
[email protected]
Numa segunda-feira, 14/7/2014, espalhou-se uma notícia
de que os ferreiros da Ladeira da Montanha, que já têm suas
ferrarias passadas de pai para filho há mais de 100 anos,
tinham recebido uma ordem de despejo do IPHAN, para
revitalização do local. Esta ordem de despejo não deixava
claro para onde iriam, mas deixava claro que teriam de sair.
Fotógrafo, formado em Educação Artística pela Universidade Salvador. Trabalha com fotografia de still de produtos e
portraits. Em pesquisa de seus projetos, estuda portraits de
pessoas e seus ambientes, à procura de textura e estética na
sujeira, restos e locais não percebidos. A procura por uma
iconografia, um enquadramento fotográfico voltado para
símbolos e figuras na imagem.
OCUPANDO PARA NÃO DESOCUPAR
Fotografia
150 x 300cm
199
FÉLIX
CAETANNO
Salvador
[email protected]
Encontro rico, resgates. Ponto a ponto, as figuras
chapadas desprendendo através de tramas clássicas
em outras tessituras, mais caóticas, remetendo à vida
urbana. A tapeçaria envolve uma composição pictórica,
mas gestual próprio, que reporta ao tridimensional.
Não faz apologia ao uso de plásticos. Para além de
uma arte sustentável, o artista pensa que confrontar o
espectador à presença em grande escala pode fazêlo repensar os impactos do seu uso indiscriminado.
Artista visual graduado pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA). Sua pesquisa artística versa sobre a reutilização de
materiais descartados para criar esculturas, instalações,
pintura e tapeçaria em plástico, sua mais recente investigação, chamando atenção para os ciclos viciosos que alteram de forma negativa a naturalidade do ambiente. Com
a reinserção desses materiais ao nosso convívio, apropriados de valor artístico, objetiva que nos confrontemos com
nossos excessos e imediatismos. Participa dos Salões de
Artes Visuais da Bahia desde 2005.
TAPEÇARIA
Tapeçaria
60 x 76cm
200
FERNANDO
GOMES
Salvador
[email protected]
É uma obra que chama atenção para a
constante luta da natureza para resistir
às ações humanas. A fumaça do fogo
feito por homens divide o espaço
dos troncos e galhos da natureza.
PELEJA
Fotografia
75 x 50cm
Graduado em Jornalismo e fotógrafo. Desde que começou a fotografar, por volta de 2010, já participou de exposições coletivas diversas como edições dos Salões de Artes Visuais da Bahia, Circuito das Artes, De Novo o Centro e Retrato Animal. Foi premiado em
segundo lugar no concurso “Um Olhar para a Pesca e o Mar” e realizou a exposição individual “Hip Hop Bahia”, em 2012, no Cine-Teatro Solar Boa Vista. Possui trabalhos publicados em jornais baianos, além do jornal Kulturnat, da Dinamarca e revistas. Foi responsável
pelas fotos dos discos dos artistas Dubstereo, Os Agentes, Nouve, Saca Só e 157 Nervoso. Atualmente desenvolve ensaios fotográficos
como “Reencontro”, que já foi selecionado para exibição na seção “Escoando Imagens”, do renomado portal de fotografia Olhavê.
201
JOSÉ
ARCANJO
Feira de Santana
[email protected]
O versículo de Paulo de Tarso, “Só Jesus
Salva!”, transformado em chavão pelo
fundamentalismo, além da conversão dos
infiéis e da salvação de almas, tem inspirado
atos de intolerância religiosa, iconoclasmos
e exorcismos, servindo, também, como
pretexto para a mercantilização da
fé. Na instalação “Vitória”, a frase foi
escrita com dinheiro recortado. Dessa
forma, a obra pretende problematizar
todos esses fenômenos sociológicos,
recorrentes na atualidade brasileira.
Mestre em Desenho, Cultura e Interatividade
pela Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS). Participou da Bienal do Recôncavo em
1995, 1998 e 2012, do VIII Salão Latino-americano de Artes Plásticas de Santa Maria (RS), 1998, e
de diversas edições dos Salões de Artes Visuais
da Bahia, desde 1993.
VITÓRIA
Instalação
20 x 40cm
202
JUCA
LORDELO
Cruz das Almas
[email protected]
Em “Carta ao desconhecido 84”, o artista continua sua troca de
correspondências com alguém que confundimos ora como o ouvinte,
ora como a própria imagem do artista que aparece e se sustenta entre
recortes em uma caixa de papelão. Notoriamente, a obra é esta, o que
ali está; a caixa não é só suporte, é também obra. Não seria esta caixa
um recibo do correio? O que há dentro dela? Um pássaro laranja, de
voz trêmula e triste, timidamente traz o recado. É preciso encostar.
Trazer até ao ouvido, como uma concha, que narra notícias do mar.
Graduado em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra, e Desenho e
Plástica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em seus trabalhos, apresenta elementos mistos como recortes, aquarela, colagens, fita adesiva como
elemento pictórico e elementos biodegradáveis (penas, insetos...), recontextualizando alguns temas e figuras presentes na História da Arte para refletir sua
época e preocupações individuais. As figuras híbridas, os monstros, máscaras
ou corpos disformes invadem suas obras como representações sobre experiências contemporâneas e pessoais.
CARTA AO DESCONHECIDO 84
Objeto
80 x 120cm
203
LAÍS
GUEDES
Salvador
[email protected]
Criada a partir da pesquisa com o elemento terra, a série é um conjunto de desinstruções, um guia anti-prático, um manual com dedos brotantes. Como um
guia subjetivo, a série de desenhos não objetiva nada. Além de propor que em
condições adequadas de substrato, umidade, luminosidade e temperatura, pessoas
podem revelar suas folhas, desenvolver raízes, florir e se alimentar com seus frutos.
“Instruções para Germinar Uma Pessoa” é um convite ao exercício da potência.
Desenvolve seus trabalhos a partir da experiência corporal, desdobrando-a para outras linguagens como gravura, desenho, fotografia, vídeo, performance e instalação. Participou de diversas exposições coletivas e já foi
premiada nos Salões de Artes Visuais da Bahia. Teve Menção Especial na Bienal do Recôncavo, São Félix (BA). Em
2012, realizou sua primeira exposição individual, “Coreogaiola – A Grafia da Cidade”, no Espaço Cultural Bahvna,
Salvador (BA). Em 2013, participou da Mostra Osso Latino Americana de Performances Urbanas, em Trancoso,
Arraial d’Ajuda (BA). Em 2014, do EPI V – Encuentro Independiente de Performance (Los Álamos, Chile).
INSTRUÇÕES PARA GERMINAR UMA PESSOA
Desenho
25 x 41cm
204
MARCO
ANTONIO
Salvador
[email protected]
“Doce Escultura” é a
continuidade de uma pesquisa
em que o artista trabalha com
o recorte das suas memórias,
memórias essas voltadas
para o imaginário da cultura
popular em que experiências
vividas são materializadas
usando as linguagens
tridimensionais das esculturas,
objetos e instalações, de uma
forma lúdica e arejada. Atento
ao modus vivendi onde as
necessidades e a criatividade
andam juntas, mergulha
no lago da cultura popular,
fazendo uma dicotomia com
a arte contemporânea e sua
extraordinária liberdade.
Trabalha com gravura, escultura,
instalação e objeto. É integrante
do grupo Artconceito. Participou
das exposições coletivas: “Gravura
versus Gravura” – Galeria ACBEU,
2012; “Artconceito IV” – Galeria
ACBEU, 2010; Circuito das Artes –
Museu Carlos Costa Pinto, 2009;
“Artconceito” – Galeria ACBEU,
2008; “Base” – Centro Cultural
Yagizi, Aracaju (SE), 2007; VIII Bienal do Recôncavo, São Félix (BA),
2006; II Bienal de Gravura da Paraíba, 2003. Possui obras nos acervos da Galeria ACBEU e da Galeria
Solar Ferrão.
DOCE ESCULTURA
Escultura
60 x 220 x 60cm
205
MARLUCE
BRITO
Salvador
[email protected]
A obra é uma instalação composta por quatro peças,
sustentadas por fios e suspensas por um gancho preso
ao teto. São quatro peneiras de plástico, cujas tramas
de nylon foram manipuladas e modificadas através da
elaboração de bordados. A base presa ao teto foi executada
utilizando-se um bastidor de madeira, instrumento das
bordadeiras, e fios de nylon, utilizados nas pescas. A obra
versa sobre o significado da palavra “popular”, apresentando
duas ramificações de sua significação; há aqui o popular
enquanto comumente aceito ou conhecido, no que diz
respeito ao utensílio que serve de matéria-prima (peneira),
e o popular enquanto palavra que remete às tradições
populares, características de um povo ou região, no que
se refere ao uso do bordado como meio de interferência.
SEM TÍTULO
Instalação
120 x 100cm
Formada em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em seus trabalhos utiliza a técnica do óleo sobre tela com interesse na figura humana. Destaca-se uma série de telas
retratando pessoas que lhe atraíram a atenção por sua excentricidade, a exemplo da Mulher de
Roxo, Artur Bispo do Rosário e Samuca.
206
MAYRA
LINS
Salvador
[email protected]
Pequena caixa de som fixada na parede com fone de
ouvido e áudio com gravação previamente realizada
na rede hidráulica do Centro de Cultura Raso do
Catarina em Paulo Afonso (BA). Esta obra é pensada
como estratégia para tornar apreensível todo um
microuniverso de sons, barulhos e ruídos que habitam
as tubulações atravessando o interior das paredes da
construção. Sob o repouso, tem-se o movimento;
sob o estável, o instável. Através da captação dos
sons por microfones de contato especiais, será
possível tornar audíveis as correntes líquidas que
percorrem o lugar e que de outra maneira não
estariam acessíveis ao público. Esta obra é numerada,
pois faz parte de uma série que pretende construir
um banco de dados sonoros de espaços expositivos
compartilhando-os “In Loco” em eventos de arte.
HIDRÁULICA
Instalação
30 x 30 x 10cm
Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Sua produção artística transita por diferentes suportes, como fotografia, vídeo, instalações e objetos.
Em 2014, realizou sua primeira exposição individual, “Infinisso”, que inaugurou a Galeria do Jardim. Foi selecionada para a mostra internacional Taiwan International Video Art Exhibition e fez direção de arte do solo “Masturbatório”, de William Gomes. Em 2013, foi selecionada para a III Mostra de Performance – Imagem e Identidade.
Participou do Circuito das Artes (2012 e 2013). Foi responsável pela fotografia do livro “Morde pra cima”, parceria entre Arto Lindsay e o grupo Capacete de Helmut Batista.
Em 2012, fez a direção de arte do solo “Mulher Gigante” e esteve presente na XI Bienal do Recôncavo, premiada com menção especial do júri.
207
MÔNICA
FLÁVIA
Cícero Dantas
[email protected]
A imagem é um fragmento do processo de varredura de construção que nos coloca
diante de uma coleta de cena e de objetos desgastados pelo tempo, cúmplice do
cotidiano alheio e próprio. O objetivo foi fazer “arte” e mostrar que olhar muitas vezes
não significa “ver”. Passamos muitas vezes despercebidos e dessa forma deixamos que
nos fujam cenas, objetos e memórias. A imagem procura resgatar e desenvolver o
olhar para dessa forma olhar e ver, ver com excelência, indagações e perspectiva.
Fotógrafa, a artista participou de exposições individuais e coletivas. Em 2011, foi selecionada no Concurso “As Cores”, do
XXXVII Encontro Cultural de Laranjeiras. Em 2012, participou
da 1ª exposição Crowdar’t do Brasil na Galeria Urban Arts
(SP); 9º Salão Nacional Pérsio Galembeck, Araras (SP); Salão
do Mato Grosso do Sul; Festival de Arte Até o Tucupi (AM); e
teve fotografia publicada em livro homônimo, em Porto Alegre. Em 2013, continuou com publicação de fotografia, agora no livro Eja Artes (Editora Moderna). Participou do Salão do
Mato Grosso do Sul e, no ano de 2014, participou da exposição “Isso é Brasil”, na Galeria Urban Arts (SP), e do 11º Salão
Pérsio Galembeck 2014, Araras (SP).
MEMÓRIA
Fotografia
60 x 40cm
208
NILSON
MOURA
Amargosa
[email protected]
“A força da fotografia reside em sua recusa de impor ou de
fornecer uma reconfortante sensação de pitoresco. Acima de
tudo, o trabalho nunca nega á paisagem a sua integridade,
abstem-se do clichê nostálgico ou da narrativa sentimental,
propondo a não idealizar, nem romantizar a paisagem.
não se permite qualquer excesso, exceto o que o carater
da paisagem permite. no entanto, a imagem, mantem ao
mesmo tempo uma qualidade ao dinamicamente sublime.”
Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Entre 2011 e 2013, realizou três exposições individuais em Mutuípe, Amargosa e Porto Seguro, premiadas em editais públicos. Desde 1996, participa de
diversas exposições coletivas em várias cidades, a exemplo do Salão da Marinha, Salvador (BA), 2010 e 2011; e Bienal do Recôncavo, São Félix (BA), 2006 e
2010. Participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia desde 2007.
DINAMICAMENTE SUBLIME
Fotografia
70 x 50cm
209
OLÍMPIO
PINHEIRO
Salvador
[email protected]
A obra “Releitura de Hendrickje banhando-se num
riacho” procura abordar a anatomia humana à luz de
uma poética contemporânea. Instrumentos abrasivos
de metal foram aplicados na investigação de texturas
pictóricas viscerais, que expressam tão bem a carne
humana. Tomou-se como modelo a reprodução virtual
desta obra do pintor holandês Rembrandt Van Rijn
(1606-1669), executada em 1654 (óleo sobre madeira,
61,8 x 47cm National Gallery, Londres), atentando para
a distorção característica da imagem na interface, o
que interferiu nas marcas involuntárias, feitas com
instrumentos abrasivos de metal, sobre a tinta não diluída.
Este procedimento é fruto de uma apreciação da poética
do pintor anglo-irlandês Francis Bacon (1909-1992).
Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com a exposição
individual “Orixás: Ação e Luz”, na Casa do Benin, Salvador (BA). Sua primeira mostra individual sob o titulo “Abalos Sensuais”, em 2008, foi realizada na Biblioteca Pública do Estado
da Bahia. Participou de uma das exposições do Projeto Acción Arte Itinerante em 2010, desenvolvido por Marília Palmeira. Ação Cultural do Estado da Bahia. Tem duas pinturas e duas
esculturas que pertencem à Casa do Benin e duas pinturas no Acervo da Casa de Angola,
Salvador (BA).
RELEITURA DE HENDRICKJE BANHANDO-SE NUM RIACHO
Pintura
40 x 50cm
210
RAMON
RÁ
Salvador
[email protected]
A propriedade privada se reinventa no capitalismo
e na escassez que garante lucros, também
acentua as tensões entre povos e pessoas,
produzindo tecnologias separatistas na luta por
espaço. Esta obra pretende revelar-se além do
ponto de vista dessas arquiteturas, voltando
suas reflexões estéticas acerca do homem; sua
autonomia intelectual, seu desejo por posses e
a homogeneidade do pensamento globalizado.
O “Condomínio Capital” introduz uma
possibilidade reflexiva acerca das convenções
contemporâneas de convivência. O apartheid
carrega em si uma leitura do pensamento
coletivo, em que uma minoria de VIPs (Very
Important Person) produz por exclusão uma
massa de NIPs (Non Important Person).
Artista visual e poeta. Volta-se para o diálogo homem-objeto, meio em que desenvolve sua
poética. Humanizando as coisas e coisificando o humano, numa linha tênue extraída dos
elementos do cotidiano, das insignificâncias. Desde 2006, participa dos Salões de Artes Visuais da Bahia e de exposições coletivas, a exemplo do 42º Salão de Arte Contemporânea
Luiz Sacilotto, 2014 (SP) e Esquizópolis, 2013, no Museu de Arte Moderna da Bahia.
CONDOMÍNIO CAPITAL
Objeto
30 x 30 x 23cm
211
TARCISIO ALMEIDA
E SUZY OKAMOTO
Salvador
[email protected]
“Buracos Negros Não Têm Cabelo” é um
trabalho de arte impressa como forma
de mediação e edificação associativa de
realidades. Foi construída uma sequência
diacrônica de composições visuais e
associações conjuntas, onde as produções
dos artistas convidados, bem como
imagens que habitam nosso imaginário
(ficção x realidade), corroboraram para
o desenvolvimento de um escopo
criativo latente que, mesmo após sua
materialização, ainda gerou novos motivos,
dúvidas e sumidouros implementados à
continuidade dos processos criativos.
BURACOS NEGROS NÃO TÊM CABELO
Instalação
150 x 100cm
Tarcísio é pesquisador e desenvolve projetos em arte contemporânea e articulação social,
discutindo as possibilidades entre o fazer e suas relações com os processos criativos relacionados a memória, lugar e espaços. Ao longo dos últimos sete anos, já realizou projetos em
Salvador, São Paulo, Fortaleza, Lisboa e Berlim. Suzy é artista visual, bacharel e mestre em
Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP, docente do curso de graduação em Design
de Moda do Centro Universitário Belas Artes.
212
Governo do Estado da Bahia
JAQUES WAGNER
Secretaria de Cultura do Estado da Bahia
ALBINO RUBIM
Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB)
NEHLE FRANKE
Diretoria das Artes da FUNCEB
MARIA IRIS DA SILVEIRA
ALEXANDRE MOLINA (até ago/2013)
Coordenação de Artes Visuais
ELAINE PINHO
LUCIANA VASCONCELOS (até out/2013)
Superintendência de Desenvolvimento
Territorial da Cultural (Sudecult)
SANDRO MAGALHÃES
TAIANE FERNANDES (até set/2014)
Diretoria de Espaços Culturais
CHICCO ASSIS
GIULIANA KAUARK (até jan/2014)
FICHA
TÉCNICA
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013
Edição Lençóis
Expografia e iluminação: Elaine Pinho
Produção local: Uyara Castro
Montagem: Felipe Cipriani e Manolo Araújo
Monitores: Pedrina Andrade e Uyara Castro
Assessoria: Marilia Mangueira e Simone Queiros
Comissão de Premiação: Laís Guedes,
Estagiários: Jilson Soares e Pablo Cordier
Mauricio Adinolfi e Suzy Brasil
Comissão de Seleção: Aristides Alves, Fernando Oliva,
Luciana Vasconcelos, Neila Maciel e Silvio Portugal
Edição Barreiras
Produção: Mil Produções
Produção local: Larissa Oliveira
Coordenadora de Produção: Sibele Américo
Monitores: Larissa Oliveira e Najla Scheidegger
Produção executiva: Manuela Sena e Ricardo Fagundes
Comissão de Premiação: Angela Sawatzky,
Assessoria de imprensa: João Saldanha
Camila Soato e Evandro Sybine
Edição Feira de Santana
Edição Vitória de Conquista
Produção local: Wagno Matos
Produção local: Ana Claudite Pina
Monitores: Will Fialho e Leidi Kitai
Monitores: Caíque Santos e Paulo Mascena
Comissão de Premiação: Marcelo Rezende,
Comissão de Premiação: Ieda Oliveira,
Maristela Ribeiro e Oriana Duarte
Jared Domício e Rogeria Maciel
Edição Teixeira de Freitas
Produção local: Erlan de Souza
Monitores: Elizeu Ferraz e Randara Ribeiro
Comissão de Premiação: Irley de Jesus, Priscila Lolata e Tom Boechat
SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2014
CATÁLOGO SALÕES DE ARTES VISUAIS DA BAHIA 2013/2014
Expografia e iluminação: Elaine Pinho
Produção e revisão de conteúdo: Coordenação de Artes Visuais da FUNCEB
Montagem: Felipe Cipriani
Revisão de texto: Paula Berbert
Assessoria: Marilia Mangueira e Simone Queiroz
Projeto gráfico: Adna Alves
Estagiários: Daniel Cruz e Joice Campos
Diagramação: Adna Alves e Nila Carneiro
Comissão de Seleção: Álvaro Villela, Carlos de Mélo,
Elaine Pinho, Ludmila Brito e Silvana Rezende
Fotografias
Salão de Feira de Santana: André Negreiros. Foto da obra
Edição Camaçari
“Sublimazione Teológica II”, de Flávio Marzadro: Antonello Veneri.
Comissão de Premiação: Andrea May, Mariano
Salão de Teixeira de Freitas: Tiago Barreira.
Klautau Filho e Ricardo Guimarães
Salão de Lençóis: André Negreiros e Suzana Matos. Foto da obra
“Merci Beaucoup, Blanco”, de Michelle Mattiuzzi: Hirosuke Kitamura.
Edição Paulo Afonso
Salões de Barreiras, Vitória da Conquista, Camaçari
Comissão de Premiação: Cláudia França, Devarnier
e Paulo Afonso: Pablo Cordier.
Hembadoom Apoema e Jackson Cavalcante