Sal da Terra - SETEMBRO 2006
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Sal da Terra - SETEMBRO 2006
IMPRESSO Sal da Terra Órgão de divulgação da Sociedade Espírita Bezerra de Menezes "Vós sois o sal da terra.(...)" DE UTILIDADE PÚBLICA MUNICIPAL - LEI 2.665 Nº 24 - OUTUBRO/NOVEMBRO DE 2007 - LAGOA SANTA - MG REUNIÕES PÚBLICAS ÀS QUINTAS FEIRAS (19:30 hs) DOMINGO (9:30 hs) Na jornada evolutiva Dos quatro cantos da Terra diariamente partem viajores humanos, aos milhares, demandando o país da Morte. Vão-se de ilustres centros da cultura européia, de tumultuárias cidades americanas, de velhos círculos asiáticos, de ásperos climas africanos. Raros viveram nos montes da sublimação, vinvulados aos deveres nobilitantes. A maioria constitui-se de menores de espírito, em luta pela outorga de títulos que lhes exaltem a personalidade. Não chegaram a ser homens completos. Atravessaram o “maré magnum” da humanidade em contínua experimentação. Muita vez, acomodaram-se com os vícios de toda a sorte, demorando voluntariamente nos trilhos da insensatez. Apesar disso, porém, quase sempre se atribuíram a indébita condição de “eleitos da Providência”; e, cristalizados em tal suposição, aplicavam a justiça ao próximo, sem se compenetrarem das próprias faltas, esperando um paraíso de graças para si e um inferno de intérmino formento para os outros. Quando perdidos nos intrincados meandros do matrerialismo cego, fiavam, sem justificativa, que no túmulo se lhes encerraria a memória; e, se filiados a escolas religiosas, raros excetuados,contavam, levianos e inconseqüentes, com privilégios que jamais nada fizeram por merecer. Onde albergar a estranha e infinita caravana? Como designar a mesma estação de destino a viajantes de cultura, posição e bagagens tão diversas? Perante a Suprema Justiça, o malgache e o inglês fruem dos mesmos direitos. Provavelmente, porém, estarão distanciados entre si, pela conduta individual, diante da Lei Divina, que distingue, invariavelmente, a virtude e o crime, o trabalho e a ociosidade, a verdade e a simulação, a boa vontade e a indiferença. Da contínua peregrinação do sepulcro, participam, todavia, santos e malfeitores, homens diligentes e homens preguiçosos. Como avaliar por bitola única recipientes heterogêneos? Considerando, porém, nossa origem comum, não somos todos filhos do mesmo Pai? E por que motivo fulminar com inapelável condenação os que motivo fulminar com inapelável condenação os delinqüentes, se o dicionário divino inscreve a letras de fogo as palavras “regeneração”, “amor” e “misericórdia”? Determinaria o Senhor o cultivo compulsório da esperança entre as criaturas, ao passo que Ele mesmo, de Sua parte, desesperaria? Clorificaria a boa vontade, entre os homens, e conservar-se-ia no cárcere escuro da negação? O selvagem que haja eliminado os semelhantes, a flechadas, teria recebido no mundo as mesmas oportunidades de aprender que felicitam o europeu supercivilizado, que extermina o próximo à metralhadora? Estariam ambos preparados ao ingresso definitivo no paraíso de bem-aventurança infindável tão somente pelo batismo simbólico ou graças a tardio arrependimento no leito de morte? A lógica e o bom – senso nem sempre se compadecem com argumentos teológicos imutáveis. A vida nunca interrompe atividades naturais, por imposição de dogmas estatuídos de artifício. E, se mera obra de arte humana, cujo termo é a bolorenta placidez dos museus, exige a paciência de anos para ser empreendida e realizada, que dizer da obra sublime do aperfeiçoamento da alma, destinada a glórias imarcescíveis? Vários companheiros de ideal estranham a cooperação de André Luis, que nos tece informações sobre alguns setores das esferas mais próximas ao comum dos mortais. Iludidos na teoria do menor esforço, inexistente nos círculos elevados, contavam com preeminência pessoal, sem nenhum testemunho de serviço e distantes do trabalho digno, em um céu de gozos contemplativos, exuberante de conforto melifico. Prefeririam a despreocupação das galerias, em beatitude permanente, onde a grandeza divina se limitaria a prodigiosos espetáculos, cujos números mais surpreendentes estariam a cargo dos Espíritos Superiores, convertidos em jograis de vestidura brilhante. A missão de André Luis é, porém, a de revelar os tesouros de que somos herdeiros felizes na Eternidade, riquezas imperecíveis, em cuja posse jamais entraremos sem a indispensável aquisição de sabedoria e de Amor. Para isto, não lidamos em milagrosos laboratórios de felicidade improvisada, onde se adquiram dotes de vil preço e ordinárias asas de cera. Somos filhos de Deus, em crescimento. Seja nos campos de forças condensadas, quais os da lutafísica,sejanasesferasdeenergiassutis,quais as do plano superior, os ascendentes que nos presidem os destinos são de ordem evolutiva, pura e simples, com indefectível justiça a seguir-nos de perto, à claridade gloriosa e compassiva do Divino Amor. A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste. Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte. Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso a que não tenha feito jus, porque “O Reino do Senhor não vem com aparências externas”. Os companheiros que compreendem, na experiência humana, a escada sublime, cujos degraus há que vencer a preço de suor, com o proveito das bênçãos celestiais, dentro da prática incessante do bem, não se surpreenderão com as narrativas do mensageiro interessado no servir por amor. Sabem eles que não teriam recebido o dom da vida para matar o tempo, nem a dádiva da fé para confundir os semelhantes, absorvidos, que se acham, na execução dos Divinos desígnios. Todavia, aos crentes do favoritismo, presos à teia de velhas ilusões, ainda quando se apresentem com os mais respeitáveis títulos, as afirmativas do emissário fraternal provocarão descontentamento e perplexidade. É natural, porém: cada lavrador respira o arado campo que escolheu. Para todos, contudo, exoramos a bênção do Eterno: tanto para eles, quanto para nós. E M M A N U E L - NO MUNDO MAIOR – ANDRÉ LUIZ FRANCISCO C. XAVIER SEBEM - Semeando o Bem! P Á G. 02 Sal da Terra/2007 Agentes da Infelicidade SE DIRIGIR, AME. Antônio Carmo Rubatino [email protected] Um veículo em desabalada, espaço restrito de circulação na via pública, pessoas na calçada aguardam a oportunidade de se deslocar.De repente, um infausto avassalador. Desgovernada a carroça metálica criada para prover conforto e segurança, sobe abruptamente na calçada e intervém na trajetória de duas crianças causando um déficit de vidas em seu alvorecer, levando um pai aos estertores da agonia íntima. Lágrimas incontidas, lamentos que ecoam pelas almas clamando justiça, misericórdia, questionando a existência de Deus quando defrontadas com a infelicidade avassaladora que instaura o caos, o desalento, a desesperança e a inconformidade. Agentes do sofrimento, interferimos na trilha dos semelhantes, causando danos que exigem múltiplas jornadas de refazimento e reconstrução. Somos o retrato vivo da impiedade conosco mesmos e com os que de nós se aproximam. Vivendo em conflitos continuados, vamos deixando registros vivos para o contato impiedoso da consciência desperta que um dia se nos depara na jornada, trazida pela maturidade relativa ou pela mudança na jornada, ensejada pela senectude, pela vizinhança do portal da morte, impulsionada pela inevitável exaustão do ciclovitaldocorpofísico. Números estarrecedores mostram que 4% dos acidentes de trânsito são ocasionados por problemas nos veículos, 6% decorrem de más condições das vias e 90% originam-se de comportamentos dos motoristas, escoimados em atos inseguros que externam imprudência – quando o condutor do veículo tem consciência dos riscos –, imperícia – quando o motorista não tem consciência do seu ato inseguro –, ou negligência – quando ao conduzir o carro deixa de ter comportamento seguro. Desde 1989, o Brasil ostenta o título de líder mundial em acidentes de trânsito. Após um desastre, vendo o mal ocasionado, é comum ao agente causador buscar eximir-se, evocando condições adversas da via ou das vítimas, esquivando-se do chamusco ou da revolta de testemunhas, conduzindo-se interiormente para a margem da Lei. Fugindo do tribunal íntimo, implacável, a ser acionado pelo tempo. Na questão 639 de O Livro dos Espíritos, muito antes do tempo açodado em que vivemos, os espíritos infomaram a Kardec que cada um será penalizado, não só pelo mal que haja feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar. Quando por atitudes ou gestos intervimos na vida do próximo, intervimos na caminhada das criaturas, nas jornadas de outros, mudando os seus itinerários. E os espíritos lembraram a Kardec a propósito quando na questão 781 lhes foi perguntado: Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso? Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la. Emmanuel diz que consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da esfera humana1, alertando para as vantagens do autoaprimoramento capaz de tornar-nos mais infensos às mazelas da contemporaneidade. Afinal, como viver em paz, se somos ainda agentes do mal em múltiplas circunstâncias, distanciando-nos das trilhas seguras da harmonia e da convivência fraterna? Narcisa2 referindo-se às escolhas miseráveis que às vezes fazemos, sentenciou com extraordinário senso de oportunidade: Deus criou seres e céus, mas nós costumamos transformar-nos em espíritos diabólicos, criando nossos infernos individuais. A aura do amor modifica tudo, substituindo a desgraça, pela graça. A infelicidade pela feliz idade. A miséria pela misericórdia. O desgosto, pelo gosto. O semblante contraído pelo gesto amigo. O cenho franzido pelo sorriso aberto. O punho fechado, pela mão estendida. Sedirigir, ame. Não dirija sem amor. 1 2 Justiça Divina – Cap Problema Conosco– pág. 83 – FEB Nosso Lar – Cap 30 – André Luiz / Chico Xavier – FEB Os animais Uma família que se constitui após as tsunamis que atingiu diversos países do Oceano Índico, no dia 26 de dezembro de 2004, chamou atenção do mundo não só pelo exemplo de amor, mas pelo inusitado dos envolvidos. A família é constituída por um filhote de hipopótamo, chamado Owen, e uma tartaruga-macho gigante de 130 anos, de nome Mzee. O bebê hipopótamo, que na ocasião pesava cerca de 300 quilos, vivia no rio Sabaki e foi afastado dos pais naturais pelas ondas gigantes, as mesmas que ceifaram a vida de mais de cem mil pessoas. Arrastado para o oceano, o filhote acabou preso num recife, sendo socorrido por moradores da região, com o auxílio de uma rede de pesca. Foi então levado para o Parque Mombasa Haller, no Quênia, onde encontrou a tartaruga Mzee, que no início relutou um pouco em aceita-lo, mas acabou cedendo à pressão, uma vez que o carente Owen o seguia, insistentemente, de um lado para outro, talvez atraído por sua cor também acinzentada. O fato é que um ano depois desse encontro os jornais noticiavam que os membros daquela inusitada família permaneciam mais unidos do que nunca, continuando a dormir inclusive juntos, e que o simpático hipopótamo, agora um tanto maior, estava prestes a conhecer uma namorada e ser transferido para uma área comum, na companhia, é claro, do seu centenário padastro Mzee. -*-*-*Toda criatura traz em si a centelha divina, mesmo quando ainda esteja nos primórdios do seu processo evolutivo, como é o caso dos animais. Com base nisso é que o poeta Casimiro Cunha, por intermédio do saudoso médium Francisco Cândido Xavier, escreveu a belíssima poesia “Os animais”, inserida no livro “Cartilha da Natureza”, publicação da Federação Espírita Brasileira. A seguir,apoesianaíntegra: “Na casa da Natureza, /O Pai espalhou com arte/As bênçãos de luz da vida, / Que brilham em toda a parte. Essas bênçãos generosas, /Tão ricas, tão naturais, / São notas de amor divino/Na esfera dos animais. Não te esqueças: no caminho, /praticando o bem que adores, /Busca ver em todos eles/Os nossos irmãos menores. A Providência dos Céus/Jamais esquece a ninguém; /Deus que é Pai dos homens sábios, / Deus que é Pai dos homens sábios; / É Pai do animal também. A única diferença, /Em nossa situação, / É que o animal não chegou/ às vitórias da Razão. Entretanto, observamos/ Em toda a sua existência/ Os princípios sacrossantos/ De amor e de inteligência. Vejamos a abelha amiga/ No grande armazém do mel, / A galinha afetuosa, /O esforço do cão fiel. O boi tão útil a todos, /É bondade e temperança; / O muar de força hercúlea/Obedece a uma criança. Ampara-os, sempre que possas, /Nas horas de tua lida./ O animal de tuacasa/ Tem laços com tua vida. A lei é conjunto eterno/ De deveres fraternais: /Os anjos cuidam dos homens, /Os homens dos animais. Dedé Estética Animal BANHO E TOSA Atendimento à Domicilio Banho Carrapaticida, Banho Higiênico, Tosa com Máquina e Tesoura, Cauterização de Pêlos, tinturas e Clareamento, Limpeza de Tártaro e Corte de Unhas. Contato: André Luiz 31 – 9235 – 4007 / 31 – 3681 – 4675 Sal da Terra/2007 P Á G. 03 CRIMINALIDADE E DELINQUÊNCIA ANÁLISE DO CRIME SOB AS ÓTICAS DA JUSTIÇA HUMANA E DA JUSTIÇA DIVINA Marcelo Henrique Pereira - Revista Reformador – 01/2006 As dificuldades de entendimento interpessoal e a busca desenfreada pelo “ter” configuram os maiores problemas da modernidade. Havendo a previsão de regras legais para o bom convívio social, todos os dias, pessoas que não se adaptam aos modelos de conduta válidos acabam delinqüindo, isto é, desrespeitando (através da ação pessoal ou coletiva), as normas vigentes. O Direito funciona como o freio de harmonização ou adequação das práticas humanas ao padrão socialmente eleito, calcado nas penas, que são “castigos” de natureza monetária (multas ou indenizações), ou de cerceamento da liberdade de ir e vir (detenção ou reclusão). Por mais desenvolvida seja uma Sociedade, entretanto, a justiça aplicável não é perfeita, absoluta,definitiva. Há entre a justiça humana e a divina um hiato proporcional à distância entre o nível evolutivo dos homens e a perfeição da Divindade. A Constituição Brasileira (artigo 5%,XXXV a XLI e LV) disciplina as regras gerais de aplicação da justiça em nosso país: nenhum ato escapa à análise do judiciário e as condutas humanas só podem ser consideradas criminosas havendo lei anterior à prática daquelas que assim as definam. Crime, portanto, é o ato delituoso, fato individual que viola a lei, conduta humana que infringe a lei penal. Da lição dos estudiosos, temos os princípios básicos: o crime é um fenômeno natural e social; a responsabilidade penal cabe à sociedade; a pena é meio de defesa da sociedade e visa recuperar os criminosos recuperáveis e isolar os i rrecuperáveis; o método de estudo do Direito Penal é o experimental; o criminoso é um indivíduo anormal, e essa anormalidade decorre de causa física ou moral; os criminosos são classificados em ocasionais, habituais, natos, passionais e doentes mentais. A pena é, assim, a retribuição jurídica para o restabelecimento da ordem jurídica violada. Funda-se na culpa. Há, no Direito, a célebre distinção entre atos culposos e dolosos, ou, entre culpa e dolo. Neste último, manifesta está a intenção na ação, e o agente efetivamente quis o resultado. No primeiro, ao contrário, o agente não queria o resultado, mas, de certa forma, sua atitude – negligente, imprudente, ou imperita – conduziu a ele. Os bens jurídicos tutelados são, em ordem de importância: 1) vida; 2) integridade física; 3)liberdade; 4)propriedade material. De acordo com esta gradação, são estabelecidos os níveis de penalidades. A apreciação jurisdicional enquadra a ação criminosa, a intenção do agente, o resultado obtido e a relação crimevítima e crime-sociedade,fixando as sentenças condenatórias, conforme a “dosimetria da pena” (dosagem do remédio jurídico para o mal [crime] existente). Interessa à Doutrina Espírita a configuração do criminoso. Em relação à análise da conduta humana, são princípios fundamentais: 1) o mal é a ausência do bem: 2) o ato contrário às Leis Divinas denota o primitivismo moral do ser, que é superado à medida que o Espírito evolui; 3) o livrearbítrio – DIREITO do ser espiritual – condiciona a responsabilidade e, quanto mais esclarecido o Espírito , maiores são a culpa/merecimento deste; 4) as punições da Lei Divina têm apenas o caráter educativo; 5) o resumo da Lei está no axioma: AMAR AO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS( questão 876 de O Livro dos Espíritos). Para o conceito espiritual de crime, lembra-se aqui a questão 358 de O Livro dos Espíritos, que pontua: Há crime sempre que transgredis a lei de Deus (quando os Espíritos respondem acerca de ser ou não, o aborto,crime). Ademais, nesta obra, são mencionados como crimes: matar um semelhante para se alimentar; e o assassínio (homicídio). Há,entretanto, atenuantes como matar em virtude do império da força, como no caso das guerras (vide questão 709,746 e 749). Num corpo são (sem anomalias mentais), a vontade espiritual é que governa, e a responsabilidade pelo ato é do Espírito, sempre. Com o tolhimento(parcial) da razão, o grau (maior ou menor) de consciência do ato e de voluntariedade determinará a culpabilidade espiritual, fechando qualquer possibilidade de ocorrência de crime totalmente involuntário, mesmo que em decorrência de distúrbios orgânicos (mentais). É o axioma: “Em tudo vede a intenção)”. A responsabilidade (tanto do homem – doutrina penal – quanto do Espírito) funda-se no livre- arbítrio. Daí decorre a imputabilidade da ação. Assim sendo, se o agente, no momento da prática do ato, não reunia capacidade ou condições pessoais que permitiam a consciência da prática e/ou de sua ilicitude, não é possível puni-lo. Psicologicamente falando, há tendências criminosas e grande parte delas está diretamente ligada à educação (ou à ausência dela) nas fases iniciais da vida humana, à aquisição de hábitos ou vícios, ao relacionamento com outros homens e, em essência, ao próprio ambiente social em que o indivíduo se acha inserido. Isto, do ponto de vista eminentemente material(vida atual). No aspecto espiritual, considera-se: 1) é o Espírito – e somente ele – o responsável direto pela prática de seus atos; 2) a ambiência(meio) pode ser um facilitador ou um dificultador de sua conduta normal e isto configura espécie de prova à qual o Espírito se acha sujeito para, em última análise, “domar as suas más inclinações”; 3) a relação Espíritomeio-Espírito é maior ou menor de acordo com a vontade espiritual, tanto em contribuir quanto em prejudicar; 4) a conduta criminosa será sempre uma resultante do estágio espiritual do Ser e de sua capacidade (prova) de resistência ao mal. Não podemos convir que alguém reencarne com a “missão de cometer crimes, mas a escolha de ambientes, relacionamentos, companhias, e o resgate de débitos anteriores como proposta, podem colocar as pessoas frente à possibilidade de cometimento dos mesmos. Isto justifica a chamada tendência “espiritual” para a criminalidade. Em tudo impera o livre-arbítrio do ser, a consciência e escolher os meios adequados para a sua experiência reencarnatória. Não há, pois, de nenhum modo, o determinismo para o crime. Todavia, uma personalidade “habituada”, por várias encarnações, ao convívio com o crime, estará mais propensa à sua reiterada prática, em nova existência corporal. Relacionando criminalidade e lei de causa e efeito, há o resgate dos males cometidos (crimes) em vidas pregressas, Entretanto, ao contrário do que se possa imaginar, o resgate não obedece à antiqüíssima lei de Talião (“olho por olho dente por dente”) e o “carma” (se assim podemos chamá-lo), não significará que o delinqüente da vida anterior tenha de ser a vítima nesta, ou vice-versa. Não se paga o mal com o mal. Em termos espirituais, a obsessão pode levar ao cometimento de crimes, pela maior ou menor influenciação espiritual de um (ou mais) ser (es) sobre outros(s). Em muitos criminosos, numa análise clínica e psicológica, tem-se percebido a existência do que a Medicina chama de “múltiplas personalidades”, grupos de Espíritos que “apossam-se” do ser encarnado, sugestionando-o e valendo-se do necessário meio físico para a prática de atos (criminosos) no plano da matéria. Espiritualmente, podemos estar diante dos seguintes desdobramentos: 1) vingança do(s) em relação ao encarnado(s) em relação ao encarnado criminoso, influenciando-o na execução de delitos; 2) vingança do(s) Espírito(s) desencarnado (s) em relação a um (ou mais) encarnados, utilizando-se de outro agente – o criminoso; 3) sintonia mental/vibratória/ psicológica entre o(s) Espírito(s) desencarnado(s) e o(s) encarnado(s), que se comprazem, ambos, na prática da delinqüência. Fala-se, aqui, na formação de falanges espirituais, e a permanência – mesmo temporária – de um ou mais elementos desta, no plano da carne, pode ser um fator providencial para o cometimento dos atos desejados por todos. Mas as sintonias também ocorrem na sendo do Bem. Apregoase muito, em nossos dias, a influência do Espiritismo no progresso da Humanidade. Em linhas gerais, a filosofia espírita contém – no nosso entender – as explicações necessárias e verdadeiras dos fatos espirituais/ humanos. Conhecer a Doutrina, com seus princípios e teorias, é primordial para a melhora individual e coletiva. Não devemos fechar os olhos para o crime, para a violência, para a iniqüidade, só porque não está acontecendo conosco, naquele momento... Se nos calamos ante a injustiça, a intolerância, quem sabe não será tarde, para nós, sairmos do silêncio quando formos a vítima. Talvez não possamos sequer nos manifestar em vida, porque até esta já pode ter sido ceifado pela criminalidade. PENSE NISSO! P Á G. 04 Sal da Terra/2007 Mudança de sexo A constituição do ser orgânico é decorrência das suas necessidades evolutivas, que são trabalhadas pelo perispírito na condição de modelo organizador biológico. Trazendo impressos os mecanismos da evolução nos tecidos sutis da estrutura íntima, plasma, a partir do momento da concepção, o corpo, no qual o Espírito se movimentará durante a vilegiatura humana, a fim de aprimorar o caráter e resgatar os compromissos, negativos que ficaram na retaguarda. Trabalhando nos códigos genéticos do DNA,aciona as moléculas fornecedoras das células que programarão a forma, enquanto o Espírito se encarrega de produzir os fenômenos emocionais e as faculdades psíquicas. Assim sendo, é herdeiro de si mesmo, promovendo os meios de crescer interiormente através das experiências que ocorram numa como noutra polaridade sexual. Em se considerando as graves finalidades do aparelho genésico, na sua função reprodutora, ele é repositório de hormônios especiais, que trabalham conjuntamente com os outros das demais glândulas de secreção endócrina de forma que o equilíbrio físico, emocional e intelectual se expresse naturalmente, sem traumas ou disfunções que decorrem dos problemas que ficaram por solucionar. A libido impulsiona o indivíduo para a realização criativa e produtiva, quando se expressa com moderação, sendo natural decorrência ancestral do instinto por cuja faixa o ser transitou durante largo período e cujas marcas permanecem dominadoras. A qualquer distonia de sua parte, logo surgem distúrbios neuróticos e comportamentais que afetam perturbadoramente o processo reencarnatório, a ela fortemente vinculado. Essa poderosa energia motora exige cuidadosa canalização, a fim de produzir fenômenos harmônicos, que estimulem à ordem, à realização dignificadora, porquanto, assim não sendo, a sua força irrompe como caudal desordenado que passa deixando escombros. O uso adequado da função sexual – sintonia entre a psicologia e a fisiologia da polaridade – proporciona bem estar e facilita o crescimento espiritual, sem gerar amarras com a retaguarda do instinto, assim com, também com as Entidades perversas e viciadas que a ela se vinculam. A sua abstinência, quando a energia que exterioriza é trabalhada e transformada em força inspirativa e atuante pelos ideais de beleza, de cultura, de sacrifício pessoal, igualmente propicia equilíbrio e empatia, já que o importante é o direcionamento dos seus elementos psíquicos, que têm de ser m o v i m e n t a d o s incessantemente,porquanto para isso são produzidos. Em decorrência, é de fundamental importância que o Espírito reencarnado se sinta identificado com a sua anatomia sexual, mantendo os estímulos psicológicos em consonância com a mesma. Quando a ocorrência é diversa – função emocional diferente da forma física – encontra-se em reajustamento, que deverá ser disciplinado, evitando a permissão do uso indevido, que proporciona agravantes mais severos para o futuro. Eis porque o respeito que os pais devem manter em relação ao sexo dos filhos, evitando interferir psiquicamente no processo da sua formação, quando o zigoto começa a definir a futura forma consoante o mapa cármico do reencarnante. É natural que se tenha opção por essa ou aquela expressão sexual para o ser amado; no entanto, não deve ser tão preponderante que, em se apresentando diferente do que se deseja, o amor sofra efeitos negativos. Outrossim, a invigilância que pode originar-se na genitora optando e impondo o seu desejo sobre o ser em desenvolvimento, poderá contribuir para alterar a constituição molecular, atendendo-lhes psicocineticamente a aspiração. Não obstante, porque fora da programação evolutiva do Espírito, essa mudança pode trazer-lhe prejuízos emocionais e comportamentais. A estrutura genética em elaboração do corpo é constituída por elementos poderosos embora sutis, que atendem aos planos energéticos que agem sobre ela. Assim, a mente do reencarnante – conscientemente ou não – como a dos seus genitores, interferem expressivamente na construção da sua anatomia, agindo diretamente nos genes e seus cromossomos, se a vontade atuante se fizer forte e constante. Essa ação psíquica pode alterar, na estrutura do DNA os pares de purinas e pirimidinas, modificando as disposições estabelecidas e em formação. Tal ocorrência não é rara, antes é muito mais numerosa do que se tem detectado, particularmente nas vezes em que o Espírito imprime sinais que traz de existências transatas – suicídios, homicídios, acidentes – ou de condutas que se fixaram profundamente no cerne do ser, ressurgindo agora na forma nova. Da mesma maneira, filhos com anatomia diferente da herança espiritual – em alguns casos como efeito da preferência dos pais, especialmente da mãe que a trabalhou psiquicamente mantendo a aspiração exagerada do que cultivou durante a gestação – apresentam transtornos de expressão e comportamento que devem ser corrigidos na infância, a fim de se não tornarem afligentes no período da adolescência, quando da definição dos órgãos e caracteres anexos ao sexo. A orientação cuidadosa e enriquecedora de amor reestrutura o binômio forma-emoção, facultando a existência saudável, sem angústias nem desassossegos De maneira mais grave poderá acontecer quando os estudiosos da engenharia genética, nos seus ensaios ambiciosos, pretendendo interferir nas vidas, reprogramarem, através dos códigos genéticos do DNA, os sexos já em vias de formação, para que se alterem, mudando a anatomia e a função. Nesses casos, permanecendo a programação espiritual, que passaria a sofrer ingerência externa, surgirão indivíduos com complexos problemas de conduta nessa área ,desde que fortemente necessitados da experiência na polaridade primitiva que foi modificada. Encontrando-se noutra, que lhe não responde aos anseios dos sentimentos nem às necessidades psíquicas, desarticulam-se interiormente. Existem já incontáveis ocorrências dessa natureza, que terminam em fugas terríveis para as drogas que geram dependência, que desgastam e levam à consumpção, quando não se atiram aos suicídios desesperados para fugirem do conflito que os aturdem e dilaceram, acreditando não terem solução nem razão para viverem. A questão sexual é muito delicada e profunda, estando a exigir estudos sérios, sem as soluções da vulgaridade, apressadas e levianas, que pretendem resolver as situações conflitivas mediante sugestões para comportamentos insensatos, que violentam as estruturas morais do próprio ser, que passa então a experimentar distonia psíquica íntima ou desprezo por si mesmo, embora mantendo aparência de triunfo que se encontra distante de o haver conseguido. No momento da concepção o perispírito é atraído por uma força incomparável, às células que vão formando, nelas imprimindo automaticamente, por força da Lei de causa e efeito, o que é necessário à sua evolução, incluindo, sem dúvida, o sexo e suas funções relevantes. A ingerência externa, alterandolhe a formação somente trará inconvenientes, prejuízos e distonias morais A engenharia genética, à medida que penetra nas origens da vida física, poderá oferecer uma contribuição valiosíssima, desde que não se imponha a vacuidade de interferir nos quadros superiores da realização e construção do ser humano. O corpo produz o corpo, que é herdeiro de muitos caracteres ancestrais da família, mas só o Espírito produz o caráter, as tendências, as qualidades morais, as realizações intelectuais, o destino... Eis porque, na vã tentativa de mudar-se o sexo, na formação embrionária ou noutro período qualquer da existência física, desafia-se a lei de harmonia vigente na criação, o que provocará distúrbios sem nome na personalidade e na vida mental de quem lhe sofre a ingerência. Todo o corpo merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento. No entanto, na área sexual, tendo-se em vista a finalidade reprodutora, o intercâmbio de hormônios poderosos quão relevantes, o ser é convidado a maior vigilância e disciplina. Educar o sexo mediante conveniente disciplina mental é o desafio para a felicidade, que todos enfrentam e devem vencer. As amarras aos vícios sexuais vêm retendo milhões de homens e mulheres na retaguarda das paixões, reencarnando-se com difíceis e desafiadores problemas que aguardam dolorosas soluções. E porque se não querem sacrificar, a fim de equacionálos, permanecem em situações penosas quanto aflitivas. Todo abuso ao corpo e particularmente ao sexo perpetrado conscientemente, gera dano equivalente, que permanecerá aguardando correspondente solução por aquele que se infligiu a desordem, passando a sofrê-la. Diante, portanto, de qualquer dificuldade que se experimente, ou face às decisões graves que aguardam atitude decisória, sempre se poderá perguntar ao Amor como resolvê-las, e esse Amor que se manifesta em toda parte, sem os condimentos das paixões perturbadoras, responderá com sabedoria meridiana que, atendida com cuidado, proporcionará equilíbrio e paz, impulsionando o Espírito pelo rumo bem orientado, pelo qual atingirá a meta para cujo fim se encontra reencarnado. Joanna de Angelis / Dias Gloriosos psicografia de Divaldo P. Franco “SAL DA TERRA” PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA SOCIEDADE ESPÍRITA BEZERRA DE MENEZES Editor: Nascip Gomes Reuniões públicas toda quinta feira às 19:30 hs e aos Domingos 9:30hs. R. Castro Figueiredo, 633 - Brant - L A G O A SANTA - 33400000- MG [email protected] - 8623-0767 Solicite também o jornal via email Consulte nossa programação no site - www.lagoaminas.com.br w w w.lagoasanta.com.br. Consulte todos os números do “SAL DA TERRA” em w w w.lagoaminas.com.br. Sal da Terra/2007 CÉLULAS-TRONCO E CONGELAMENTO DE EMBRIÕES Marta Antunes Moura – Revista Reformador – Fevereiro/2007 Os seres pluricelulares são constituídos de diferentes tipos de células,originarias das células-mãe,células estaminais ou células-tronco(stem cells). São células que produzem os tecidos orgânicos pelo processo biológico de diferenciação celular, geneticamente regulado por genes específicos. As célu- las-tronco são, na atualidade, objeto de complexas e onerosas pesquisas científicas, consideradas úteis no controle de doenças neurodegenerativas, cardíacas, cardíacas, metabólicas,hematológicas, renais, acidentes vasculares cerebrais(AVCs). As células-tronco são classificadas em dois tipos básicos: embrionárias e adultas. As embrionárias são denominadas totipontentes porque podem originar qualquer tecido do organismo, além da placenta e dos anexos placentários. Na fase inicial de desenvolvimento, o embrião é conhecido como blastocisto, o qual possui células pluripotentes com a propriedade de formar todos os tecidos, exceto a placenta e anexos. As células-tronco adultas, de diferenciação limitada, são encontradas nos órgãos do corpo, sendo que as mais utilizadas nas terapias são as da medula óssea, placenta e do cordão umbilical. É mais apropriado o uso de células-tronco adultas cuja terapia, além de não contrariar os princípios da bioética, revela mínima possibilidade de rejeição biológica. Neste sentido, é oportuno destacar a impressionante capacidade das células-tronco localizadas na medula óssea: elas podem diferenciar-se nos nove tipos celulares que circulam no sangue e, também, nas células localizadas nos órgãos linfóides (envolvidos nos mecanismos de imunidade). A renovação celular no sangue é tão intensa que, diariamente, entram na corrente sanguínea cerca de oito mil células novas, provenientes da medula óssea. O processo de extração de células-tronco embrionárias encontra barreiras éticas devido à morte dos embriões (blastocistos). Esses embriões, quando congelados em nitrogênio líquidos por mais de três anos, são considerados excedentes ou inviáveis pelas clínicas de fertilização in vitro, ou são formados especificamente para fins de terapias médicas. No Brasil, a Lei Federal 11.105, de 24 de março 2005, regulamenta as pesquisas na área, permitindo o uso de célulastronco embrionárias para pesquisas e terapia. Durante os trâmites de elaboração dessa lei, causou-nos surpresa a afirmação de alguns colegas da área de saúde que, na tentativa de justificarem a realização de pesquisas com embriões congelados, alegavam (e alegam), como pretensa verdade absoluta, a não-existência de vida no blastocisto, reduzido a mero conceito de simples agrupamento de células, um pré-embrião. Em sentido diametralmente oposto, o Espírito André Luiz informa: É importante considerar, todavia, que nós, os desencarnados, na esfera que nos é própria, estudamos, presentemente, a estrutura mental das células, de modo a iniciarmo-nos em aprendizado superior, com mais amplitude de conhecimento, acerca dos fluidos que nos integram o clima de manifestação, todos eles de origem mental e todos entretecidos na essência da matéria primária, o Hausto Corpuscular de Deus, de que se compõe a base do Universo Infinito”. Ora, se uma célula, germinal ou somática tem estrutura mental, é óbvio que, onde há elementos mentais, existe também vida. A discussão sobre a destruição dos embriões congelados não é, portanto, banal, que deva ser relegada a plano secundário, sobretudo pelo espírita que, a priori, sabe que a união do Espírito ao corpo começa na concepção: “[...] Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar P Á G. 05 certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz [...]”. Os Espíritos Superiores também esclarecem que a ligação, do laço fluídico perispiritual ao corpo em formação, não é tão superficial como se supõe à primeira vista: “[...] à medida que o gérmen [embrião] se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra [...]”. É preferível, do ponto de vista espiritual, que os casais inférteis, desejosos de serem pais, adotem uma criança ou, se fizerem opção pelos métodos da reprodução assistida, faça a inseminação de todos os embriões congelados, não se comprometendo com a morte de nenhum deles. É preferível, igualmente, que os enfermos se fortaleçam moralmente e suportem as suas doenças provacionais, do que serem beneficiados por terapias responsáveis pela destruição de embriões. Devemos ter fé em Deus e em Jesus, guia e modelo da Humanidade. Os Benfeitores espirituais trabalham incessantemente em benefício do progresso terrestre, nos diferentes campos do saber humano. É por isso que recebemos como auspiciosa a recente publicação da revista Nature (julho de 2006) que faz referência aos promissores resultados de pesquisa realizada por uma equipe de cientistas americanos. Esses pesquisadores conseguiram produzir duas linhagens de células-tronco embrionárias sem causar a morte dos embriões utilizados. O método empregado está em fase experimental, ainda revela-se incipiente, mas representa um avanço científico de valor.Trabalhos dessa natureza demonstram que não nos encontramos no Planeta por conta e risco próprios, mas submetidos a uma direção de ordem superior, sábia, amorosa e justa. Deus concede a todos nós, em caráter particular e coletivo, a proteção de Espíritos guardiões que, sob a orientação de Jesus, velam pelo progresso humano, guiando-nos como faz um pai em relação aos filhos; protegendo-nos na senda do bem, consolandonos nas aflições e nos levantando o ânimo nas provas da vida. Aguardemos, pois, confiantes, os avanços da Ciência. É medida de bom senso deixar de lado discussões infrutíferas que questionam a existência, ou inexistência, de um Espírito ligado ao embrião congelado, assim como consultar médiuns para solucionar tal dúvida. Os métodos científicos não fornecem garantias a respeito. Detectam apenas se os embriões são viáveis ou inviáveis, do ponto de vista biológico. O Espiritismo, por outro lado, esclarece que há, sim, possibilidade de ser rompida a ligação que mantém unidos a alma e o corpo, caso o reencarnante, por vontade própria, recuar por temer as provas que escolheu. Nesse sentido, ocorre um aborto espontâneo ou nascimento de natimorto, se a desistência ocorreu respectivamente, no primeiro ou últimos trimestres da gestação. Na situação dos embriões congelados, deduzimos que a integridade (higidez) e a viabilidade do blastocisto, detectadas por técnicas científicas apropriadas, são evidências que falam a favor da presença de um Espírito unido ao corpo em formação. Necessitamos, na verdade, estudar com mais afinco os postulados da Doutrina Espírita, orientação segura que nos auxilia agir como pessoas de bem, responsáveis e conscientes, aptas a fazer escolhas mais acertadas sem medo de denegrir a consciência e de comprometer a felicidade que nos aguarda nos dias futuros. É preciso, em suma, saber exercitar o “[...] daí, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus” (Mateus, 22:21), pois como nos lembra, acertadamente, o apóstolo Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam”. (I Conrítios, 10:23). Sua nova casa de m ateriais de construção em Lagoa Santa. 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Seria conveniente que encontrássemos, em analogias simples, o estímulo a que nos afeiçoemos ao seu exercício em família. Vejamos, pois, alguns exemplos: Temos o hábito rotineiro de tomar o banho diário de chuveiro após um dia de trabalho, com o fito de retirar as impurezas que cobrem o corpo e limpar o suor, causando uma sensação física de bem-estar.Ao abrirmos a torneira, geralmente colocamos nossa mão para medir a temperatura da água, porque no cérebro está registrada nossa preferência, que é uma referência de temperatura percebida pela pele. Se a água estiver mais fria ou mais quente do que o desejado, reajustamos o seu fluxo, a fim de obtermos o resultado esperado. O processo de tomar uma referência e ajustar o que se está medindo de acordo com ela chamase realimentação. De modo semelhante, quando nos sentamos para almoçar e levamos o garfo com a comida à boca, podemos nos valer dos condimentos colocados à mesa para moldar o tempero do prato ao nosso gosto, mais ou menos salgado, mais ou menos apimentado. Novamente, a realimentação. Deixando de lado esses exemplos materiais, raciocinemos agora sobre as nossas carências morais, porque, afinal de contas, são as leis morais que regem o espírito e não as leis físicas ou químicas. A moral, que é a regra de bem proceder, que são os bons costumes, tem a ver com nossos relacionamentos com o próximo. O amor ao próximo é o maior mandamento da lei de Deus, pois é semelhante ao amor a Deus, segundo Jesus. Sendo assim, o espírito que se preocupa com sua moral, cuida dos seus relacionamentos interpessoais, para que sejam cada vez melhores e, conseqüentemente, zela pelos “próximos” com quem trava contato. Ou seja, está atento ao seu relacionamento com Deus. Mas como é possível saber se seus pensamentos e ações estão de acordo com a Lei Divina? Como “medir” se sua moralidade está precisando de passar por um processo de realimentação, sofrer um “reajuste”? Para isso, é imprescindível o essencial: a referência correta. E a referência precisa para nossa conduta ética e moral são os ensinos crísticos, que foram capitulados no Evangelho do Senhor. Deduzimos, portanto, que precisamos conhecer essa referência tão importante, a fim de que tenhamos condições de estimar o quanto estamos pensando e agindo dentro ou fora dos seus preceitos. Nada melhor para isso do que nos aderirmos, por obediência e humildade para com Deus, a uma disciplina de estudo e reflexão, que conhecemos como Culto do Evangelho no Lar. Realizando o Culto semanalmente em família, ou a sós, podemos conhecer aos poucos os princípios da Lei, conforme foram transmitidos pelo Mestre Jesus, para posterior meditação acerca de nossa posição moral com relação a ela. O Culto se pratica de trinta a sessenta minutos por semana, sempre no mesmo dia e horário. Ora, a semana possui 10.080 minutos, dos quais estamos dedicando apenas 0,6% para nosso encontro com o Evangelho. Será que esse cálculo nos dá alguma motivação? Mas números são apenas números. Precisamos de mais combustível mental para apoiar nossa decisão pelo Culto. Aí entram alguns dos princípios fundamentais do Espiritismo, como imortalidade da alma,vida futura, plano espiritual,lei de causa e efeito e reencarnação, todos apontando para um futuro em que vamos herdar felicidade ou descontentamento, de acordo com nossa conduta na Terra ainda encarnados. É isso mesmo: o que vamos receber de herança somos nós mesmos! O grau evolutivo dos nossos espíritos indicará os lugares que habitaremos após nosso desencarne, assim como o tipo de entidade espiritual que irá conviver conosco. É a lei de atração e de afinidade. Neste ponto, vamos agregar outro princípio importantíssimo trazido por Kardec: a fé raciocinada. Precisamos dela para compreendermos, com inteligência,as razões pelas quais devemos nos esforçar para modificar nosso íntimo para melhor. Que recompensa teremos, se nos dedicarmos a este esforço, que exigirá muito de nós? O apóstolo Pedro perguntou isso a Jesus1 e ele lhe prometeu a vida eterna, que podemos compreender como sendo a felicidade de estar imantado ao Cristo em vibração. O espírita inteligente, estudioso e fiel aos princípios doutrinários age em seu próprio benefício, transformando-se numa pessoa melhor. Se, ao ser acometido de uma dor de cabeça encontra razões para ingerir o analgésico, é porque está diante de um fato palpável e encontra uma solução igualmente factível. Não obstante, quando se fala em vida futura, realidade abstrata para muitos, só mesmo a fé pode ser a verdadeira motivadora da inconformidade do espírito com seu estado de imperfeição. Estar vivendo no mundo material é estar sendo desafiado a deixá-lo, por não mais sintonizar-se com ele, por desapego mental e emocional. Vale a pena aceitar o desafio, pois o prêmio é uma felicidade ainda desconhecida dos espíritos terrestres. Sintamo-nos, portanto, motivados a praticar o Culto do Evangelho no Lar. Procuremos saber a respeito desse exercício em nossa casa espírita. Se preciso for, peçamos apoio dos companheiros abnegados para nos auxiliar a implantar o Culto em nosso lar. Envolvamos as crianças, para que auxiliemos seu progresso espiritual. Jesus abençoará nossos propósitos, desde que edificantes. 1 Mateus 19:27 CLUBE DO LIVRO ESPÍRITA Estamos a todo vapor com o Clube do Livro Bezerra de Menezes. Atividade essa que tem por finalidade divulgar o Evangelho de Jesus e trazer os esclarecimentos consoladores através da Doutrina Espírita. 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E o viajante recebeu primoroso documento, em cuja face leu, espantadiço: - João Mateus. - Renascimento na terra em 1904. - Berço manso. - Pais carinhosos e amigos. - Inteligência preciosa. - Cérebro claro. - Instrução digna. - Bons livros. - Juventude folgada. - Boa saúde. - Invejável noção de conforto. - Sono calmo. - Excelente apetite. - Seguro abrigo doméstico. - Constante proteção espiritual. - Nunca sofreu acidentes de importância. -Aos 20 anos de idade, empregou-se no comércio. - Casou-se aos 25, em regime de escravização da mulher. - Católico romano até os 26. - Presenciou, sem maior atenção, 672 missas. -Aos 27 de idade, trasnferiu-se para as fileiras espíritas. - Compareceu a 2.195 sessões de Espiritismo, sob a invocação de Jesus. - Realizou 1.602 palestras e pregações doutrinárias. - Escreve cartas e páginas comoventes. - Notável narrador. - Polemista cauteloso. - Quatro filhos. - Boa mesa em casa. - Não encontra tempo para auxiliar os filhos na procura do Cristo. - Efetuou 106 viagens de repouso e distração. - Grande intolerância para com os vizinhos. - Refratário a qualquer mudança de hábitos para a prestação de serviço aos outros. - Nunca percebe se ofende o próximo, através da sua conduta, mas revela extrema suscetibilidade ante a conduta alheia. - Relaciona-se tão-somente com amigos do mesmo nível. - Sofre horror às complicações da vida social, embora destaque incessantemente o imperativo da fraternidade entre os homens. - Sabe defender-se com esmero em qualquer problema difícil. - Além dos recursos naturais que lhe renderam respeitável posição e expressivo reconforto doméstico, sob o constante amparo de Jesus, através de múltiplos mensageiros, conserva bens imóveis no valor de 600.000,00 e guarda em conta de lucro particular a importância de 300.000,00. - Para Jesus, que o procurou na pessoa de mendigos, de necessitados e doentes, deu durante toda a vida 50,00 reais. - Para cooperar no apostolado do Cristo, já ofereceu 100,00 reais em obras de assistência social. *** Débito Quando ia ler o item referente às próprias dívidas, fortemente impressionado, João acordou. Era manhãzinha. À noite, bem humorado, reuniu-se aos companheiros, relatando-lhes a ocorrência. Estava transformado, dizia. O sonho modificara-lhe o modo de pensar. Consagrar-se-ia doravante a trabalho mais vivo no movimento espírita. Pretendia renovar-se por dentro, reuniria agora palavra e ação. Para isso, achava-se disposto a colaborar substancialmente na construção de um lar destinado à recuperação de crianças desabrigadas que, desde muito, desejava socorrer. A experiência daquela noite inesquecível era, decerto, um aviso precioso. E, sorridente, despediu-se dos irmãos de ideal, solicitando-lhes novo reencontro para o dia seguinte. Esperava assentar as bases da obra que se propunha levar a efeito. Contudo, na noite imediata, quando os amigos lhe bateram à porta, vitimado por um acidente das coronárias, João Mateus estava morto. MOMENT OS COM CHICO XA VIER MOMENTOS XAVIER Luz Para Amália Sem registro de data, deve fazer mais de vinte anos que ouvi do Chico este caso. A notável médium espanhola Amália Dimgos Soler ficou cega. Em extrema penúria, freqüentava uma casa de caridade em que se distribuía sopa. Ali, as pessoas eram antes cadastradas ou fichadas, exigência burocrática que a ocasião tornava impiedosa e que talvez se destinasse a produzir estatísticas, como se estas tivessem importância nesses casos. Certo dia, recolhida em seu aposento, orou pedindo Jesus que lhe devolvesse a visão. Em comovedora lembrança dos companheiros infortúnios, prometeu que trabalharia para construir uma casa onde os desvalidos recebessem o prato de sopa sem que lhes fosse perguntado qualquer coisa, nem mesmo o nome. Ainda sentada na cama, decorridos alguns instantes, começou a ouvir vozes. Claramente ouviu que pediam em coro. “luz , Senhor,luzpara Amália, luz para Amália”. Fechada na escuridão ficou algo confusa, julgou ouvir vozes humanas. Levantando-se começou a tatear,perguntando quem estava no quarto. Enganava-se. As vozes vinham do Mundo Espiritual. De móvel, suas mãos a levaram até o velho guarda-roupa, que tinha um espelho. Os olhos sem vida encheram-se de luz e ela se viu, refletida, com toda a nitidez da visão que lhe fora restituída pelo Mestre. Daí em diante nunca mais deixou de servir sopa a uma legião de sofredores. Nosso Lar e o Barbeiro Chico estava psicografando “Nosso Lar”. Numa das raras pausas que se permitia, saiu para fazer a barba. O barbeiro era dos antigos. Metódico, colocou-lhe a toalhinha sob o queixo, ensaboou-lhe o rosto. Esta rotina ordeira foi interrompida na primeira raspada: - Chico, estou sentindo muita tonteira. Parece que vou desmaiar. Posto em descanso no relativo conforto da cadeira, olhos cerrados, Chico inquietou-se, abriu os olhos e viu um espírito trevoso que enleava o barbeiro, dizendo-lhe aos ouvidos: - Corta a garganta dele, corta! Com o fio da navalha sobre o pescoço do Chico, o pobre homem não via nem ouvia o espírito, mas sofria as influências. Daí, aquelas sensações estranhas, o afrouxamento dos controles. Voltou a dizer: - Chico, não sei se vou dar conta de terminar a sua barba. - Não se preocupe, meu irmão. Barba é assim mesmo, a gente faz quando dá certo. Se não der hoje, a gente faz amanhã. Naquele momento, conta o Chico depois de uma pausa na conversa, tudo o que queria era que tirasse a navalha de seu pescoço. Concluindo, explicou que eram as trevas querendo impedir que “Nosso Lar” fosse concluído e viesse à luz espargir luz. Adelino da Silveira – Livro: Momentos com Chico Xavier P Á G. 08 Sal da Terra/2007 Garimpo de amor Narra antiga lenda persa que um homem residia em prospera herdade, na cidade Golconda, com sua família, alguns camelos e outros animais, um pomar generoso e um rio de águas cantantes que lhe passava pelos fundos da propriedade. A existência sorria-lhe bênçãos e nenhuma outra preocupação o afligia. Oportunamente passou pela sua vivenda um homem religioso, que viajava convidando as almas à reflexão e à fé. Pediu-lhe hospedagem e foi recebido com carinho. Após o jantar, na primeira noite da sua estada, o visitante indagou-lhe: - És feliz, homem? Observo que sorris e desfrutas de algumas regalias da vida. Gostaria de saber se possuis diamantes ou pedras outras preciosas, que são as bases da felicidade? O anfitrião, algo surpreendido, respondeu-lhe: - Em realidade, sinto-me muito feliz. Tenho uma família saudável, que amo e pela qual sou amado, desfrutamos todos de saúde e confiamos em Deus. Sou negociante próspero, mas não ambicioso, dispondo do necessário para prover o lar de tudo quanto se faz indispensável. Mas não tenho jóias, nem mesmo quaisquer outras pedras preciosas. Apesar disso, sou feliz. - Lamento decepcionar-te – redargüiu o viajante. – Se não possuis diamantes, talvez jamais os hajas visto, não sabes o que é a felicidade, tampouco és realmente feliz. Passando a outros temas, logo depois, recolheram-se ao leito. O homem, que se sentia feliz, começou a pensar na informação que recebera, e pôs-se a ponderar a respeito do valor dos diamantes. Passou uma noite maldormida. No dia seguinte, o hóspede foi-se adiante, e, ao despedir-se, insistiu, sugerindo: -Pensa nos diamantes, conforme te falei. A partir dali, o homem tranqüilo passou a cobiçar diamantes. Procurou conhecer alguns, e perdeu a paz. Resolveu, por fim, vender a propriedade, deixou uma grande parte do dinheiro com um cunhado, a quem confiou a família, enquanto seguiu em longa viagem na busca de diamantes. Vadeou rios, atravessou florestas, visitou montanhas e vales, venceu desertos, buscando sempre diamantes, sem jamais os conseguir. Passaram-se anos, ele envelheceu procurando diamantes, a enfermidade o vitimou e a morte arrebatou-o, sem que houvesse alcançado a felicidade através das pedras famosas. Sua família, que houvera perdido o contato com ele, dispersou-se e sofreu amargamente o abandono, a miséria, a separação... Aquele que lhe houvera comprado a propriedade, vivia feliz e era generoso para com todos. Mais de um decênio transcorrido, o religioso viajante retornou à propriedade e procurou informar-se a respeito do antigo generoso anfitrião. Foi informado de que já não residia ali, de que houvera vendido a casa e as terras, sem que se soubesse do destino que elegera. Convidado a pernoitar, na mesma residência, após o jantar, enquanto conversava com o senhor que o hospedava, observou sobre a lareira algumas pedras que brilhavam ao crepitar das labaredas. Levantou-se, segurou algumas delas, aproximou-as da claridade, e perguntou, emocionado: -Onde encontraste estas gemas? - Entre os seixos e outras pedras no riacho – respondeu-lhe o anfitrião, desinteressado. – Os animais pisam-nas, enquanto sorvem a água transparente, e porque me pareceram muito originais, trouxe algumas para decorar a lareira. - Homem de Deus! – exclamou o religioso, trêmulo, quase a desvairar.– Estas pedras são diamantes. Amanhã, muito cedo, leva-me ao córrego... ... E passou uma noite inquieto, aflito. Pela alva, seguiu com o proprietário na direção do regato, e quando lá chegaram, o religioso, com olhar de lince, constatou que as águas transparentes deslizavam sobre um leito de diamantes brutos, negros, brancos, amarelos, desprestigiados entre calhaus sem valor. Desse modo, descobriu-se uma das maiores minas de diamantes do mundo, de onde saíram pedras fabulosas, algumas denominadas como Príncipe Orloff, Ko-i-Noor, etc., que dormem em museus famosos do mundo ou brilham nas coroas de muitos reis. O homem, que era feliz sem conhecer diamantes, deixou-os no quintal da residência para ir procura-los, mundo afora, sem nunca os encontrar. . *** O mesmo fenômeno ocorre com o amor. As vidas possuem o amor no seu imo, mas não o conhecem. Necessitam de alguém que as desperte para o significado profundo e o valor incomparável desse tesouro. No entanto, muitos se referem ao amor como algo que está em tal ou qual lugar, apresenta-se nesta ou naquela situação, sob uma ou outra condição, indicando lugares onde raramente pode ser encontrado. O amor radica-se no imo de todos os seres pensantes, esperando somente ser identificado, para realizar o mister para o qual se destina. Não exige sacrifício nem qualquer imposição externa, pois que pulsa, mesmo quando ignorado, realizando o seu mister até o momento em que estua de beleza e harmonia, dominando as paisagens que o agasalham. La fontaine escreveu que “nada tem poder sobre o amor; o amor tem-no santificado e libertadores”. O amor converte os sentimentos humanos e sublima-os, tornando-os, santificados e libertadores. Gandhi afirmava que “por mais duro que alguém seja, derreterá no fogo do amor; se não derreter, é porque o fogo não é bastante forte”. O amor espera pacientemente no leito do rio existencial humano até o momento em que seja descoberto, passando pelo período de desbaste da ganga externa, a fim de que a sua luminescência esplenda em toda a sua glória estelar. Não surge completo, acabado. Necessita ser trabalhado, aprimorado, bem orientado. Quanto mais é aplicado, mais se aformoseia, e quanto mais é repartido, mais se multiplica em poder, valor e significado. É o grande desafio para a existência humana, para a conquista do Espírito imortal. *** O amor é um garimpo de diamantes estelares que deve ser explorado. Possui gemas de diferentes qualidades e valores muito diversos. De acordo com a coragem e a decisão de quem busca encontrar as suas riquezas insuperáveis, sempre oferece novos matizes e configurações especiais O amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte. Alcança-se a plenitude humana quando se consegue amar, pois que o amor é o alimento mais importante de nossas vidas; onde for semeado e florescerá. Pode ser comparado a um diamante que, para poder brilhar em sua plenitude, necessita ser escavado com o máximo de cuidado, sendo assim extraído da pedra bruta que o envolve no seu estágio primário. Faz-se necessário aprender a amar, porquanto o amor também se aprende,aprimorando-se incessantemente. A mais poderosa expressão do sentimento é o amor. Força incoercível, a tudo transforma e enriquece com a pujança de que se constitui. Não foi por outra razão que Jesus o transformou no mandamento maior, aquele de mais alto significado, que abrange todas as aspirações e ideais da criatura humana. Livro : Garimpo de Amor – Divaldo P. Franco – Joanna de Ângelis – Espírito EVENTOS: NATAL DA SEBEM A Sociedade Espírita Bezerra de Menezes, estará realizando pelo terceiro ano consecutivo o “Natal das Crianças”. É um evento voltado a atender as crianças de famílias carentes, com doação de brinquedos e lanches. O ano passado foi doado cerca de 400 brinquedos, entre cestas básicas, bicicletas e outros. Esse ano mais uma vez estaremos trabalhando em parceria com a “Pastoral da Criança” Nossa Senhora de Fátima da Vila Fagundes. Estaremos também atendendo as “Cartinhas do Correio”. Neste trabalho nós vamos com nossa equipe levar o brinquedo para a criança na sua própria casa. O PAPAI NOEL vai a caráter entregar pessoalmente o brinquedo. Vamos fazer a entrega dos brinquedos no dia 15 de dezembro na Sebem, realizando uma grande festa para as crianças e seus familiares. Todas as doações podem ser entregues na Sebem (Rua Castro Figueiredo 633-Brant – toda quinta-feira 19:30 horas e domingo 9:00 horas). Também na Livraria Boa Nova em frente a Autopeças Lagoa Santa(86230767 – Nacip – Helena -87440738). AJUDE-NOS A AJUDAR DOANDO UM BRINQUEDO OU UMA CESTA BÁSCA!!! SEBEM – SEMEANDO O BEM! *** CURSO DE PASSES Estaremos realizando no dia 03 de novembro na Sebem, mais um curso de passe, com o objetivo de aprimorar conhecimentos e preparar cada mais nossa equipe para atender os freqüentadores. O curso será aplicado pelo nosso companheiro Olavo da União Espírita Mineira. Sal da Terra/2007 P Á G. 09 Aborto e obsessão Certo professor, querendo provar aos alunos o quanto pode ser falho o raciocínio humano, propôs à classe a seguinte situação: “Baseados nas circunstâncias que mencionarei a seguir, que conselho daria a uma certa senhora, grávida do quinto filho? O marido sofre de sífilis; ela, de tuberculose. Seu primeiro filho nasceu cego. O segundo morreu. O terceiro nasceu surdo, e o quarto é tuberculoso. Ela está pensando seriamente em abortar a quinta gravidez. Que caminho a aconselhariam a tomar? Com base nos fatos apresentados, a maioria dos alunos concordou em que o aborto seria a melhor alternativa. O professor, então, disse aos estudantes: “Se vocês disserem sim à idéia do aborto, acabaram de matar o grande compositor Ludwig Van Beethoven”. (De “Be Alert to Spiritual Danger – Institute in Basic Youth Conflictis”, apud Cecília Passarelli, “Em Defesa da Vida – Um Manifesto contra o Aborto”). Não é de hoje que as mensagens mediúnicas vêm alertando os espíritas acerca do perigo do aborto, mas, ultimamente, diante, ao que parece, da possibilidade de ser aprovada uma reforma do Código Penal ampliando o elenco de casos permitidos, as advertências surgem não só em maior número, como mais veementes. (Consta, aliás, que Francisco C. Xavier sustentou a tese de que se o aborto fosse consentido, como esboçado no anteprojeto da citada reforma penal, a sociedade brasileira estaria atraindo um carma milenar!). Compreende-se a preocupação da Espiritualidade com o futuro do Brasil – destinado, em tese, ao desempenho de especial missão junto às demais comunidades do orbe -, quando se observa de perto, realisticamente, o que já ocorre. De efeito: a)Costa que em recente levantamento de opinião, a maioria dos deputados federais é a favor do aborto; b)Pesquisa pública recente dá notícia de que a maioria dos entrevistados era a favor do aborto; c)O exemplo das nações ditas mais civilizadas, a repercutir entre nós, é dos mais nefastos: nos Estados Unidos, onde o aborto é legal desde 1973, foram realizados, nos 20 anos seguintes, 31 um milhões de abortos (o Centro de Saúde Sexual de Nova York chegou a realizar na década de 70, trabalhando, inclusive, sábados e domingos, cerca de 120 abortos diários...); na Rússia, o aborto é legalizado desde 1920; no Japão, desde 1948; na maioria dos países europeus, foi sendo liberalizado a partir da década de 60; na América Latina, o número mais alto de abortos ocorre no Peru e no Chile – uma mulher em cada 20, na idade entre 15 e 49 anos, conforme estatísticas de publicações norte-americanas e congressos médicos – e o mais baixo é no México, uma em cada 40; no Brasil, onde, inclusive, cresce assustadoramente o número de abortos entre adolescentes, dados de 1991, informam que uma mulher em cada 30, realizaria o aborto (!); pesquisa datada de 1993 em Fortaleza indica que em 53% dos casos, as mulheres nunca tinham casado ou tido uma união estável, e 9% eram separadas, divorciadas ou viúvas (na Bolívia, Colômbia, Peru e Venezuela, 51% das mulheres eram casadas e já possuíam um ou dois filhos), e dados de recente pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da USP, permitem estimar que sejam praticados 2,5 milhões de abortos por ano, ou um total de 6.850 abortos por dia, 285 por hora, 5 por minuto (!); em todo o mundo, enfim, somente em 4% dos países é totalmente proibido o aborto e, em 35% dos casos, basta uma simples solicitação...; d)O próprio Poder Judiciário tem, ultimamente, autorizado abortos seletivos: o geneticista Marcos Frigério (segundo noticiado pela revista “Época”, ed.13.09.00), analisando 249 sentenças prolatadas por 48 juízes (calcula-se que hoje já existam mais de 400 alvarás expedidos), mostrou que em 70% dos casos, o feto, segundo os laudos médicos, apresentava anencefalia e nos demais, “o bebê não teria vida depois do parto...”; e)Margeando o direito fundamental à vida (art.quinto da Constituição) e as construções sempre atuais da corrente concepcionista, que assegura o direito dos nasciturnos desde a concepção (art.quarto, Código Civil), propõe-se na área legislativa alteração do Diploma Penal (arts. 124 a 128) no sentido de: suavisar a aplicação da pena nos crimes de eutanásia; excluir a ortotanásia (“deixar de manter a vida de alguém por meio artificial”) do rol das figuras delituosas; inovar, incluindo no elenco das ações que fogem à tipificação (não criminosas), as que forem realizadas com a finalidade de “preservar a saúde” da gestante – e não quando houver perigo de vida da mulher, como dita a lei vigente e como, aliás, admite em hipótese única a Doutrina Espírita (item 359,” O Livro dos Espíritos”) -, as que forem dirigidas à interrupção da gravidez resultante da “vi- Revista Visão Espírita – 02- julho 2000 Zalmino Zimmermann olação da liberdade sexual” (não só, pois, no caso de estupro, propriamente) ou do emprego não consentido de técnica de reprodução assistida, e as que forem realizadas naquelas ocorrências em que houver “fundada probabilidade” de o nasciturno apresentar graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais, mediante constatação e atestado firmado por dois médicos (caso do chamado aborto eugênico, quando se detecta malformações graves, como na anencefalia, ou mal formações funcionais responsáveis pelo retardamento mental...); f)A igreja, quiçá por falta de unanimidade interna, não tem se feito ouvir, como requisita este momento tão grave para a Nação, nem no Congresso,nem fora dele. Como se vê, o quadro é triste e perigoso. Mas como explicar aos não espíritas, principalmente aos que têm a responsabilidade de governar, de legislar ou de julgar, que as Leis da Reencarnação e de Causa e Efeito (Carma), governam a vida, impulsionando a evolução? Como faze-los entender que o ser humano é um ser interexistencial, ou seja, que existe simultaneamente nas dimensões física e espiritual, e que sua aprendizagem evolutiva será muito dolorosa se não usar o seu livre-arbítrio na construção da amorosidade? Como mostrar que somos alma-perispírito-corpo e que nossos pensamentos, nossas intenções,nossos desejos, influem diretamente no equilíbrio do perispírito, nos centros vitais, que respondem por toda a fisiologia orgânica, construindo ou comprometendo a higidez psíquica e física? Como tornar claro que a maioria dos Espíritos que recebemos como filhos são nossos credores de pretéritas existências e com quem assumimos responsabilidades graves? Como convencer que o aborto reconhecido pelos Espíritos rejeitados como infame ato de traição, produz as mais graves inimizades espirituais, transformando os “ex-filhos” em obsessores terríveis, que, sob impulso da vingança, perseguem e minam, especialmente, as energias psíquicas e físicas da “ex-mãe” e “ex-pai”, como demonstra a prática mediúnica em todos os cantos? Como fazer compreender que um Espírito rejeitado – dilacerado, muitas vezes, seu corpo em formação e rompidos abruptamente os liames perispirituais – passa a atuar na mulher que o expulsou de seu ventre e nos demais envolvidos, fragilizados, todos, pelo sentimento de culpa, produzindo um complexo catálogo de moléstias que os levam a infrutíferos tratamentos psiquiátricos e outros, se não, ao internamento prisional? O que fazer, para que seja entendido o fato de a taxa de ódio, de poluição afetiva, presente na psicosfera terrestre já é suficiente para nos atormentar por muitas décadas ou, até, séculos, e que o aborto só contribuirá para que a nossa situação se agrave? Realmente, situação tão complexa e delicada (haja vista, que o tema aborto relaciona-se, necessariamente, com outros dois, que são a assistência à gestante carente e a adoção), apresenta-se como um enorme desafio. Imperativo, então, que ações individuais. MARCHA NACIONAL PELA VIDA Foi realizado no dia 15 de agosto, na Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, a Primeira Marcha Cívica Nacional em Defesa da Vida – Brasil sem Aborto. Promovida por representantes da sociedade civil e entidades religiosas, com o apoio da Federação Espírita Brasileira (FEB) e da Associação Médico-Espírita do Brasil (AMEBRASIL), buscou chamar a atenção da nação para a inconstitucionalidade da descriminalização do aborto, já que a própria Constituição Brasileira estabelece em seu Artigo quinto, como cláusula pétrea (que só pode ser mudada com uma nova constituinte), a “inviolabilidade do direito à vida”. Embora pouco se noticie sobre o assunto, desde 1991 está tramitando na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei 1.135 propondo a liberação do aborto a qualquer tempo da gestação. E no Senado Federal o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 1494/2004, reivindica a realização de um plebiscito, ou seja, uma consulta popular, sobre diversos temas, estando o aborto no topo da lista deles, o que requer cautela já que nem todos sabem que a vida humana começa a se desenvolver a partir do momento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, como comprova a ciência na atualidade. P Á G. 10 Sal da Terra/2007 TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS O pavor ao inevitável fenômeno da morte vem conduzindo o ser humano a mecanismos audaciosos uns lamentáveis outros, mediante os quais pensa que seria possível burlar a fatalidade biológica, seja pelos recursos da Ciência trabalhando pela longevidade das células e automática reparação dos órgãos danificados ou através das fugas espetaculares que se dão pelos transtornos neuróticos. Atemorizado, sob a carga de enfermidades depurativas, recorre à eutanásia, acreditando evitar as dores, ou ao suicídio, na vã tentativa do absurdo mergulho no rio do esquecimento absoluto. Normalmente, iludindo-se quanto à transitoriedade do arquipélago molecular no qual habita, aliena-se dessa realidade, anestesiado os centros do discernimento e supondo-se livre da futura disjunção orgânica. Felizmente, a Medicina concluiu que a morte real é a que decorre da inutilização do tronco encefálico e não mais apenas a aparente dos neurônios cerebrais. Portadores de morte cerebral, vitalizados através de aparelhos, têm despertado periodicamente, demonstrando que havia irrigação de oxigênio mantenedor dos neurônios, o que lhes permitiu a reconquista da consciência e das funções fisiológicas aparentemente desorganizadas. Essa salutar ocorrência ensejou estudo e avaliação mais profundos da vida biológica e da sua cessação, oferecendo a possibilidade de novas conclusões na área, que contribuíram para mais segura definição da ocorrência da morte. Enquanto o Espírito se encontre vinculado ao corpo à vida nele se manifestará, mesmo que sob a insuficiência funcional de muitos dos seus órgãos. A interrupção dos batimentos cardíacos e a conseqüente destruição do tronco encefálico é que caracterizarão a separação da alma do seu invólucro material, ocorrência, portanto, propiciatória da morte do último. Graças às incontáveis conquistas do conhecimento e do sentimento, o homem e a mulher já merecem ter as suas dores diminuídas, realizando o processo de evolução mediante os inestimáveis recursos do amor, que é a fonte geradora de vida e de felicidade. A inevitabilidade do progresso tem auxiliado os seres a encontrar os meios mais eficazes para alcançar essa meta anelada, que é a libertação do sofrimento. Por esse empenho, à medida que a ciência e a tecnologia ampliam o número de instrumentos para melhores maneiras de viver, também facultam a diminuição de muitos sofrimentos, a superação de alguns, a anulação de terríveis flagelos que periodicamente dizimavam milhões de vidas. Ao mesmo tempo, essas conquistas ampliaram o período de existência útil no planeta, facultando aos seres humanos mais valiosa oportunidades para usarem com sabedoria a reencarnação. Banida lentamente a dor física e atenuadas as aflições morais na terra, cabe aos seus habitantes realizar profundas mudanças de comportamento ético e espiritual, a fim de que a sua conduta não dê surgimento a novos comprometimentos, a diferentes processos depurativos, a doenças desconhecidas e devastadoras conforme ainda vem acontecendo... Não raro, quando são vencidas etapas físicas e não se dá a transformação moral efetiva do ser, permanecem seqüelas que contribuem para o surgimento de novos processos de advertência pela dor, recurso natural da Vida para promover a evolução, que é inestancável. Desse modo o progresso científico alcançou a técnica dos transplantes de órgãos, facultando a muitos enfermos a possibilidade de se recuperarem das doenças e do desgaste a que se encontram submetidos. Verdadeira bênção, o transplante de órgão concede oportunidade de prosseguimento da existência física, na condição de moratória, através da qual o Espírito continua o périplo orgânico. Afinal, a vida no corpo é meio para a plenitude – que é a vida em si mesma, estuante e real. Aquele que oferece conscientemente os órgãos que podem ser úteis, tendo em mente o benefício que podem proporcionar aos seus irmãos enfermos, realiza uma doação de alto teor moral, verdadeira caridade no seu sentido profundo, contribuindo em favor da diminuição das dores na terra. O receptor por sua vez, atenuadas as causa cármicas do padecimento que sofre, já merece essa concessão divina, tendo ampliada a existência física, a fim de reparar os males causados pelo bem que realize, ao mesmo tempo melhorando as condições de vida no planeta. As ocorrências normais de insucesso estão perfeitamente desenhadas no mapa das ocorrências da lei de causa e efeito, moral, que ainda predomina no paciente, impedindo-lhe a atual recuperação, o que não significa impropriedade ou desqualificação da técnica. Pode suceder alguma interferência obsessiva, na terapia do transplante, por parte do doador rebelde, que não foi consultado antes, e ainda permanece vinculado aos despojos materiais. Esse processo porém, somente se dará se houver permanência de débito por parte do receptor e ocorrer uma sintonia vibratória entre ambos, como conseqüência da situação psíquica inferior predominante no caráter dos mesmos. A rejeição, portanto, igualmente ocorre como fator de demérito do beneficiário, cujo perispírito não reestruturou o órgão recebido, adaptando-o à sua necessidade e gerando substâncias reativas, que expulsaram o corpo estranho aos seus equipamentos Ninguém se encontra no mundo condenado ao sofrimento sem remissão. O amor é sempre o bálsamo luarizante que está ao alcance de todo aquele que se disponha a usá-lo. Mesmo os seres mais empedernidos, quando alteram a disposição mental e a emocional, procurando romper os fortes grilhões da impiedade ou do vício, de imediato se beneficiam com vibrações do bem que está sempre ao seu alcance. A Divindade, por sua vez, acompanha o esforço humano pelo progresso e pela libertação das dores, faz que periodicamente mergulhem nas pesadas camadas da psicosfera terrestre, os missionários do amor, da sabedoria, da ciência e das artes, para que sejam melhoradas as condições ambientais e evolutivas dos seus habitantes. Nesse investimento do Divino Amor, cabe aos homens observar os requisitos básicos para tornar dignos os seus labores, credores de respeito, evitando descambar para os interesses mesquinhos e vergonhosos a que são conduzidos por pessoas inescrupulosas e inconseqüentes. A venda indiscriminada de órgãos é um descaminho, que abre portas a um comércio ignominioso, gerador de crimes hediondos, que devem estarrecer humanidade, levando-a a abominá-los. Tal comportamento favorece os ricos e anula os pobres, discrimina as criaturas, elegendo-as pelos valores materiais em detrimento do significado das suas existências. Ao mesmo tempo, enseja a retirada apressada de órgãos antes da ocorrência da morte real – a do tronco encefálico. Ademais, faculta que quadrilhas criminosas seqüestrem crianças ou mendigos sem identidade, tomando-lhes os órgãos para o nefando comércio. Esse recurso poderá responder por terríveis obsessões em que o ser lesionado, que não foi consultado para o transplante, cobre o órgão que lhe foi tomado sem anuência ou sofra as excruciantes dores da cirurgia a que foi submetido, após o homicídio de que foi vítima. Torna-se urgente uma bio-ética para os transplantes de órgãos e uma consciente preparação dos doadores que devem ser voluntários e não compulsórios, ficando à mercê de legisladores desinteressados dos valores reais e apenas preocupados com as suas próprias conquista, longe do conhecimento espiritual que é a base da vida. O corpo é patrimônio que Deus elaborou para servir de veículo ao Espírito na suas multifárias reencarnações, saindo da treva para a conquista da luz. Merecedor de todo respeito, toda dignidade é instrumento-luz que a ignorância ou a persistência no mal transforma em sombra ou depósito de miasmas para a sua própria aflição. Todo investimento de amor a ele direcionado enriquece de sutis vibrações os seus equipamentos que se sutilizam e se tornam mais energizados, desenvolvendo forças que o equilibram e revigoram. Quando o ser está consciente da sua imortalidade e compreende a quão valioso para as outras vidas será a doação de órgãos que lhe têm sido úteis e preciosos, caminhando para a dissolução, podendo, no entanto, salvar outras vidas, diminuir as angústias do seu próximo, a mesma se lhe apresenta como forma dignificante de crescimento íntimo. Olhos que viram belezas e irão arrancar das trevas pessoas que tateiam sem luz; rins que filtraram o sangue da vida e poderão libertar das pesadas e perigosas injunções das máquinas de hemodiálise; pele saudável que substituirá tecidos queimados ou dilacerados rudemente... coração, pulmão, fígado glândulas que a ciência poderá utilizar em momento próprio, serão incomuns benefícios para a humanidade, desde que haja ocorrido a morte real dos doadores... Os avanços científicos alcançarão esse patamar e outros ainda mais desafiadores, como já ocorre com as micro cirurgias cerebrais e outras equivalentes,prolongando a existência física para mais rápido processo de evolução espiritual do ser humano. Transferindo o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá do paciente beneficiado a urgente transformação moral para melhor, a fim de que seu mapa de provações seja também modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e talvez ainda não mereça. O Espírito, à medida que pensa e age, está sempre alterando a existência corporal, porque, gerando causas, experimentará os inevitáveis efeitos que virão oportunamente,exigindo cumprimento. O transplante de órgãos direcionado à dignificação da vida humana e realizado sob os auspícios de uma bio-ética trabalhada na Lei do Amor, representa grandioso passo da humanidade que ruma para o futuro melhor, apesar de a morte, que a todos aguarda, continuar inevitável como processo de libertação do corpo, para a existência espiritual, esta sim, a verdadeira e eterna. Joanna de Angelis / Dias Gloriosos / psicografado por Divaldo P. Franco Sal da Terra/2007 P Á G. 11 EXORCISMO Manoel P. Miranda – Divaldo Pereira Franco O quase total desconhecimento da vida espiritual ou a ignorância a seu respeito, respondem pelas estranhas práticas do exorcismo desde recuadas épocas. A presunção e vacuidade das pessoas que se acreditam credenciadas para imporem a sua falsa autoridade sobre outrem, fazem que transfiram o mesmo sentimento para os Espíritos sofredores ou perversos que investem contra aqueles a quem afligem com insistente crueldade. A obsessão é resultado do intercâmbio psíquico, emocional ou físico entre dois seres que se amam ou que se detestam. Na raiz do fenômeno turbulento encontram-se os componentes da identificação vibratória que faculta o processo perturbador. Aquele que se sentiu enganado ou traído, vitimado pelo seu opositor, busca retribuir o mal que lhe sofreu, impondo-lhe a crueldade da perseguição sem quartel procedente do mundo espiritual onde hoje se encontra. Dispondo de maior campo de compreensão mental e de técnicas sofisticadas para impor a sua vontade sobre aquele a quem detesta e deseja martirizar, estabelece o intercâmbio nefasto, que culmina com a instalação dos distúrbios, que se convertem em sofrimento de breve ou longo curso, sempre, porém, afligentes. Outras vezes, são vinculações amorosas de qualidade inferior,nas quais ambos os cômpares intercambiam sentimentos vulgares, que os levam a uma convivência mental de torpes satisfações ou de desejos inconfessáveis, que a morte de um deles não mais permite realizar-se. A obsessão somente se instala porque há receptividade do paciente que lhe tomba nas malhas constritoras. Qualquer tentativa de tratamento deverá iniciar-se pelo conhecimento das razões que desencadearam o acontecimento infeliz. Como não há razão para alguém impor a sua vontade sobre a de outrem, particularmente no que diz respeito às ingratas obsessões, também a ninguém é facultado o direito de afligir ao seu próximo sem incorrer em penalidade que a si mesmo se impõe, face às soberanas leis que estabelecem o respeito à vida de todos. A imprudência e as paixões que predominam em a natureza humana levam o ser a tresvariar no cumprimento dos seus deveres, transformando-se em insensato inimigo do seu companheiro de jornada, que então lhe sofre a crueza ou a perseguição sistemática, afligindo-o, gerando-lhe situações embaraçosas mediante as quais se sente feliz... Essa conduta nefasta, que muitas vezes passa desconhecida pela vítima, após o decesso tumular, mediante processos de sintonia e afinidade, vincula-a ao seu algoz, que passa a entender o que lhe ocorrera e, não possuindo valores ético-morais satisfatórios para compreender e perdoar toma a clava da justiça nas mãos e se acredita com o direito de desforçar-se naquele que o infelicitou. Tivesse outro conhecimento da vida, das suas leis e da Justiça Divina que jamais se engana ou desvia, e se apoiaria no olvido do mal para tornar-se feliz, liberando-se mentalmente de quem o haja atormentado e sido responsável pela sua desdita. A inferioridade moral da vítima, no entanto, qualidade essa peculiar à maioria dos temperamentos humanos, impõe a vingança como sendo o melhor mecanismo para cobrar o mal que padeceu, tornando-se, por sua vez, o perseguidor, quando poderia continuar sendo credora de respeito pela sua situação de credor compassivo. Assim sendo, a prática do exorcismo redunda inútil, particularmente no que tange aos chamados gestos sacramentais e às palavras cabalísticas, que produzem zombaria nos Espíritos perseguidores, tanto quanto nos Espíritos nos galhofeiros, que se comprazem acompanhando o ridículo daqueles que pretendem expulsá-los com comportamentos esdrúxulos, sem qualquer requisito moral que os credencie à terapêutica curativa. Quando ocorrem resultados positivos no tratamento de obsessões por meio desse recurso, defrontam-se as qualidades espirituais do terapeuta e não os comportamentos estanhos que se permite, porquanto, somente as energias elevadas, que decorrem das condutas moral e mental podem afastar os espíritos infelizes daqueles que lhes padecem a injunção penosa. Apesar disso, para que o processo curativo se dê corretamente, são indispensáveis a transformação ética do paciente, as suas atividades de beneficência e de fraternidade, o compromisso com o amor e a oração, a fim de revestir-se de valores elevados que lhe facultem a sintonia com outras faixas vibratórias, evitando a urdidura de novas perturbações. Eis por que, no tratamento das obsessões, o diálogo com o enfermo espiritual se torna essencial, a fim de elucidá-lo quanto ao mal que executa, quando poderia ser feliz liberando o seu opositor e entregando-o à própria e à Consciência Divina. Prosseguindo na obstinação de fazer o mal a quem o prejudicou, permanece sofrendo, desse modo, afligindo-se sem cessar, quando tem o direito a desfrutar de paz e de renovação, já que todos rumamos para a felicidade que nos está destinada. O processo de iluminação interior é a meta fundamental de todas as ocorrências espirituais, por proporcionar direcionamento saudável e equilibrado a quem experimenta infortúnio, resvalando pelas rampas do ódio e das paixões mais primitivas. Quando Jesus exortava os Espíritos imundos e Legião a que abandonassem aqueles a quem atormentavam, havia no Mestre a energia libertadora que interrompe o fluxo da obsessão. Ademais, sabia o Senhor quando se encerrava o débito do antigo algoz, liberando-o do prosseguimento na dor. Por sua vez, as Entidades infelizes viam-no aureolado de luz e tocavam-se ante a Sua irradiação, alterando a conduta e descobrindo a necessidade de mudança de comportamento. Através dos tempos, alguns seguidores da doutrina cristã, enfrentando os Espíritos doentes e vingativos, tentaram repetir as façanhas do Nazareno, muito distantes porém das qualidades vibratórias indispensáveis para o cometimento superior, fracassando de imediato nos objetivos. E quando isso acontecia, sem possuírem resistências psíquicas próprias, irritavam-se, passando a exigências descabidas, quando não se entregavam a gritarias e pugnas verbais injustificáveis com os obsessores, que mais se fortaleciam nos combates estabelecidos. Com o conhecimento do Espiritismo, graças às seguras informações fornecidas pelos próprios desencarnados, pôde-se descobrir as saudáveis terapias para atendimento das obsessões e das suas vítimas, atendendo-se não apenas ao encarnado, mas também ao irmão que sofre além da cortina carnal, que lhe sofreu a injunção perversa e ainda continua experimentando dissabores e amarguras. A criatura humana, sedenta sempre de novidades, sofrendo as conseqüências da conduta arbitrária, derrapa em profundos fossos de obsessões na atualidade, mas desejando receber ajuda sem maior esforço, adere aos processos de exorcismo, em cenas grotescas de debates entre os presunçosos terapeutas e os Espíritos, provocando admiração e crescente fascínio. Sucede que, em muitos casos, aqueles que aturdem os imprevidentes, a fim de retornarem à carga posteriormente, fingem-se de modificados e arrependidos do mal que estão praticando, e abandonam o seu parceiro espiritual, apenas por algum tempo, volvendo depois com maior soma de aflição e de rebeldia. Em quaisquer situações de enfermidades espirituais as condutas terapêuticas a adotar-se são a da compaixão e da caridade, do amor e do perdão em relação à vítima assim como ao seu perseguidor, ambos incursos nos mesmos soberanos códigos da Vida dos quais ninguém consegue fugir. Com o conhecimento do Espiritismo, graças às seguras informações fornecidas pelos próprios desencarnados, pôde-se descobrir as saudáveis terapias para atendimento das obsessões e das suas vítimas, atendendo-se não apenas ao encarnado, mas também ao irmãos que sofre além da cortina carnal. RESTAURANTE V E L H O CHICO A MELHOR COMIDA MINEIRA AQUI A COMIDA É TO TA L M E N T E CASEIRA... PRAÇA J.K. 9 – DO LADO DA IGREJA NOSSA SENHORA DA SAÚDE L A G O A SANTA - 36814850 P Á G. 12 Sal da Terra/2007 CASAS ESPÍRITAS EM LAGOA SANTA SEBEM – Socied. Esp. B. Menezes R. Castro Figueiredo 633 – Brant Quarta-feira – Estudo do Evangelho e costura – 14:00 horas Reuniões públicas: quinta-feira – 19:30 horas - Domingo: 9:30 horas com Evangelização Infantil GESCAL – G.E. A Caminho da Luz R. 170 – Conjunto R. Lagoa Santa Reunião pública - quarta-feira – 19:30 horas - Evangelização Infantil – domingo 9:30 horas Fraternidade Lar de Jesus R. Bom Jesus – 150 . Stos Dumont Reunião pública - quinta-feira – 20:00 horas - Evangelização Infantil – sábado – 10:00 horas GEJEN – G. Esp. Jesus o Nazareno R. Vereador Geraldo Avelar – 289 Santos Dumont Reunião pública - terça-feira – 19:00 horas - Sábado – 17:00 horas Grupo Espírita Raio de Luz R. São João 50 – Centro Reunião pública - quinta-feira20:00 horas - Evangelização Infantil – sábado – 10:00 horas Casa Espírita de Jesus R. Ismar Francisco Santos – 206 Bairro VilaRica Reunião pública segunda-feira 19:30 horas - Evangelização Infantil – sábado 9:30 horas