Panorama do espaco caribe 2004

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Panorama do espaco caribe 2004
Comerçio exterior
Comerçio exterior
1
O Comerçio exterior do espaço Caribe representou em 2001 mais de 297 bilhões
de dólares2 em importações e mais de 290 bilhões em exportações, o que indica
uma balança comercial deficitária em mais de 7 bilhões. Em 2001, as importações
se mantiveram estáveis, com aumento de menos de 78% em relação a 1995. As
exportações abaixaram em 2% em relação a 2000 e acumulam 79% de aumento
em seis anos.
As Ilhas do Caribe importaram mais de 63 bilhões e exportaram mais de 66 bilhões,
com um saldo positivo de mais de 2 bilhões em 2001. Suas importações
aumentaram em 3% em um ano e em mais de 43% em 6 anos. Suas exportações
decolaram, aumentando em 14 e 53%, respectivamente. As ilhas do Caribe
representaram 21% das importações e 23% das exportações da região em 2001.
Balança comercial positiva nas ilhas
Importações e exportações (em bilhões de US$)
Espaço Caribe
Îles de la Caraïbe
Importações CIF
1995
2000
167,1
296,7
43,0
61,6
2001
297,2
63,5
Exportações FOB
1995
2000
165,1
295,9
38,0
58,0
2001
290,1
66,0
Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee, Government Development Bank for Puerto Rico
• Dois países concentram a grande maioria das trocas...
Em 2001, o México e Porto Rico juntos foram responsáveis por mais de 66% das
importações do espaço Caribe, cerca de 198 bilhões de dólares, e por 71% das
exportações, aproximadamente 205 bilhões. O restante é dividido entre os outros
Estados da América central e do sul, com 22% das importações e 23% das
exportações, e as demais ilhas do Caribe, com 12% das importações e 6% das
exportações.
1
Não há dados disponíveis para as Ilhas Virgens americanas.
190 - Panorama do espaço Caribe
Comerçio exterior
O México e Porto Rico animam o comerçio exterior da região
Importações segundo o país de destino
E exportações segundo o país de origem em 2001 (%)
Expor tações
I mpor tações
Outras ilhas do Caribe
12 %
Outros países
conti nentais
12 %
Colômbia
4%
Venezuela
6%
Porto Rico
10 %
2
Outras ilhas do Caribe
6%
Outros países
conti nentais
8%
México
56 %
Colômbia
5%
México
55 %
Venezuela
10 %
Porto Rico
16 %
Dólar americano (US$)
As importações do México e de Porto Rico cresceram cerca de 15 pontos
percentuais em seis anos, apesar de terem retrocedido ligeiramente entre 2000 e
2001. A evolução do Comerçio do México explica esta alta: ele aumentou em
cerca de 101 bilhões de dólares, dos quais 64% são referentes a trocas com os
Estados Unidos. No mesmo período, a participação das exportações desses dois
países aumentou em mais de oito pontos: o México lidera este crescimento com
um aumento de mais de 79 bilhões, sendo 91% das suas trocas com seu vizinho
do norte.
O Acordo de Livre Comerçio Norte-americano (North American Free Trade
Agreement – NAFTA), instituído em 1992 entre os Estados Unidos, o Canadá e o
México, permitiu o crescimento das trocas comerciais ao eliminar as barreiras
alfandegárias. O México e os Estados Unidos trocam, principalmente, máquinas
e materiais de transporte (52% das importações e 59% das exportações). Porto
Rico, com seu estatuto particular, exporta essencialmente produtos
farmacêuticos e químicos de alto valor agregado, o que explica o excedente
estrutural de seu saldo comercial. A importância da malha industrial (43% do PIB
de Porto Rico e 27% do PIB do México têm origem no setor secundário) dos dois
Estados explica em grande parte sua importância no espaço Caribe.
Panorama do espaço Caribe - 191
Comerçio exterior
Ao lado destes dois gigantes, os outros Estados continentais são responsáveis por
quase um quarto das trocas da região. Apesar do crescimento do volume total, sua
participação caiu frente ao México e a Porto Rico.
A maioria dos Estados e territórios do espaço Caribe exporta pouco. Somente oito
países tiveram uma balança comercial positiva em 2001: Aruba (878 milhões),
Colômbia (2.594), Trinidad e Tobago (1.892) e Venezuela (11.400) em função do
setor de hidrocarbonetos, Guiana (133) e Suriname (88), graças ao setor de
mineração (alumínio e ouro), Porto Rico (17.800), com produtos farmacêuticos e
químicos, e finalmente a Costa Rica (908), com um perfil de exportações
relativamente diversificado (bananas, equipamentos eletrônicos etc.).
… E dois outros concentram as trocas das ilhas do Caribe.
Em 2001, Porto Rico e a República dominicana juntos foram responsáveis por
menos de 58% das importações, cerca de 37 bilhões de dólares, e por 78% das
exportações, aproximadamente 52 bilhões. Estas proporções aumentaram desde
1995 em três e cinco pontos respectivamente.
Depois dessas duas ilhas, os Estados e territórios que mais importaram em 2001
foram as Antilhas holandesas (6%), Trinidad e Tobago, as Bahamas e a Jamaica
(5%). Os que mais exportaram foram Trinidad e Tobago (8%), as Antilhas
holandesas, a Jamaica e Aruba (2%).
• Um indicador de especialização econômica : os fluxos por habitante
O volume e o valor das importações e exportações de um Estado são ligados ao seu
tamanho. Parece normal que o México tenha um Comerçio maior do que
Montserrat. Quando relacionados com a população, estes fluxos podem também
realçar a especificidade econômica do país.
Os Estados e territórios com maior valor de importações por habitante são as Ilhas
Caiman (44.484 dólares por habitante), as Ilhas Virgens britânicas (29.995), as
Bermudas (29.188), as Antilhas holandesas (16.962) e as Bahamas (9.663). Em
2001, eles importaram de duas a três vezes mais do que em 1995. Todos esses
países orientaram uma grande parte de sua economia para o turismo de luxo. Isso
significa que eles devem importar para satisfazer uma clientela exigente, o que
desequilibra sua balança comercial (as Ilhas Caiman tiveram um déficit de mais de
um bilhão e meio de dólares em 2001). No entanto, a riqueza gerada permite que
seus PIBs por habitante estejam entre os mais altos do espaço Caribe. Cada
habitante do espaço Caribe importa em média 1.216 dólares, enquanto que nas
192 - Panorama do espaço Caribe
Comerçio exterior
Ilhas do Caribe, mais orientadas para o turismo gerador de divisas, cada habitante
importa em média 1.673 US dólares.
Os Estados e territórios que têm importações por habitante entre 3.000 e 5.000
dólares satisfazem no mais das vezes somente as necessidades de consumo de
sua população. É o caso das Antilhas francesas e da Guiana francesa.
O Haiti importa cerca de 109 dólares por habitante, o menor valor do espaço
Caribe. Cuba, que enfrenta o bloqueio econômico desde 1961, importa cerca de
211 dólares por habitante. A crise econômica recorrente e a pouca demanda por
produtos de alto valor agregado limita o volume e o valor das importações desses
dois Estados (essencialmente produtos alimentares e máquinas e materiais de
transporte).
Os Estados e territórios que exportam mercadorias com alto valor agregado têm
taxas de exportação por habitante muito superiores à média. Muitos se destacam
graças à exportação de produtos petrolíferos brutos ou refinados: Aruba (14.633),
Porto Rico (12.226), as Antilhas holandesas (7.146), as ilhas Virgens britânicas
(6.835) e Trinidad e Tobago (4.086). Estes países têm a particularidade de
produzir e/ou refinar petróleo, com exceção de Porto Rico.
A maioria dos outros países, sem recursos naturais, têm taxas próximas ou
inferiores a 1.000, sem por isso terem perfis semelhantes. O Haiti exporta
somente 37 dólares por habitante, em função do baixo valor de seus produtos de
exportação (principalmente confecção) e de sua grande população.
• O incontornável parceiro norte-americano
O principal parceiro comercial do espaço Caribe é, de longe, os Estados Unidos,
com cerca de 55% das importações, ou quase 162 bilhões, e cerca de 77% das
exportações, ou mais de 223 bilhões. Os Estados Unidos têm um déficit de menos
de 61 bilhões de dólares com o Caribe, especialmente em função da compra de
petróleo (México, Venezuela etc.). Ele é o principal fornecedor para 28 países da
região e o principal cliente de 27.
Panorama do espaço Caribe - 193
Comerçio exterior
A Alemanha depois dos Estados Unidos
Os principais parceiros do espaço Caribe em 2001 (em milhões de US$)
D oze pr incipais for necedor es
Estados U nidos
Japão
Alemanha
República da Coreia
China
França
Venezuela
Itália
Irl anda
B rasi l
Canadá
Espanha
162 138
16 845
8 952
7 508
7 127
6 425
6 080
5 930
5 518
5 486
4 839
4 436
D oze pr incipais clientes
Estados U nidos
Canadá
Alemanha
Reino U nido
Venezuela
Espanha
Japão
França
Anti lhas neerlandeses
Países B aixos
República Dominica
Guatemala
222 650
7 936
3 520
3 306
3 035
2 901
2 841
2 608
2 500
2 264
2 228
1 170
Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee, Government Development Bank for Puerto Rico
Os demais Estados dividem o restante. O Canadá, que assinou em 1986 o
CARIBCAN com vários Estados da região, é o segundo cliente, com cerca de 3%
das trocas, e o décimo-primeiro fornecedor, com menos de 2% das vendas em
2001. A Ásia é responsável por 17% das importações, mas por menos de 3% das
exportações do espaço Caribe. Os países da União Européia exportam menos de
12% e importam menos de 7%, para o conjunto da bacia caribenha. São esses os
principais parceiros após os Estados Unidos. A Guadalupe, a Martinica e a Guiana
francesa concentram seu Comerçio com a França. Cuba não realiza nenhum
Comerçio com os Estados Unidos em função do bloqueio econômico.
• Poucas trocas intra-caribenhas
Em 2001, somente 7% das trocas foram realizadas entre Estados e territórios do
Caribe, o que representou mais de 18 bilhões em importações e mais de 17 bilhões
em exportações.
No entanto, o espaço Caribe representa cerca de 18% das importações e 17% das
exportações das ilhas do Caribe. Para certas ilhas, o Comerçio regional é
importante: Granada e Santa Lúcia importam 40% das mercadorias do espaço
Caribe, com destaque para os produtos petrolíferos de Trinidad e Tobago.
194 - Panorama do espaço Caribe
Comerçio exterior
Ainda os Estados Unidos
Estrutura geográfica das trocas do espaço Caribe em 2001 (%)
Origem das importações
Oceania e outros
1%
Ásia
17 %
Resto da
América
4%
União Européia
12 %
Resto da
Europa
2%
América
do Norte
57 %
Espaço
7%
Caribe
Origem des exportações
Oceania e outros
1%
Ásia
3%
Resto da
América
2%
União Européia
7%
Resto da
Europa
1%
Espaço
Caribe
8%
América
do Norte
78 %
Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas, DNSCE, Insee
Estes dois gráficos não incluem Porto Rico
e da Venezuela. A aplicação das cláusulas que pretendem estabelecer tarifas
comuns coloca dificuldades. Para os pequenos Estados, as tarifas alfandegárias
chegam a compor mais de 50% de sua receita fiscal, o que limita a possibilidade
da sua redução ou supressão nas trocas regionais ou com o restante do mundo.
• A abertura para o mundo
O espaço Caribe apresentou uma taxa de cobertura das exportações pelas
importações de 98% em 2001. As ilhas do Caribe apresentaram uma taxa
superior, de 104%, graças a Porto Rico, cuja taxa foi de 161%. Os Estados
“petrolíferos” tiveram as melhores taxas: Aruba (271%), Venezuela (165%) e
Trinidad e Tobago (156%). A Guiana e o Suriname (com respectivamente 134% e
120%) também obtiveram taxas altas, em função das exportações de produtos de
mineração. Pelo contrário, as taxas mais baixas (em torno de 10%) são
características de países cuja balança comercial é desequilibrada por
importações massivas: as Ilhas Caiman, Antigua e Barbuda e as Ilhas Turks e
Caicos para satisfazer as demandas de um turismo de luxo, a Guadalupe e a
Martinica para atender a um alto patamar de consumo interno.
Panorama do espaço Caribe - 195
Comerçio exterior
Os Estados e territórios do espaço Caribe têm uma estrutura econômica que os
torna sensíveis às flutuações das trocas com o exterior: o grau de abertura para o
exterior da região foi de 77% em 2001, mas de 91% para as ilhas. Quatorze países
têm um grau superior a 100% do PIB ou muito próximo disso: o Suriname é o mais
aberto, com 217%. Os mais fechados são Cuba (19%) e os três departamentos
franceses da América (cerca de 25%).
Baixa contribuição do CARICOM
Trocas do espaço Caribe
com as principais instituições regionais em 2001
%
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Importações
Exportações
AEC
ACP
CARICOM
OECS
Fonte : Banco de dados Comtrade da Organização das Nações Unidas,DNSCE, Insee
Este gráfico não inclui Porto Rico.
196 - Panorama do espaço Caribe

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