CFA Institute Research Challenge
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CFA Institute Research Challenge Hosted by CFA Society Brazil Gray Team Equipe Cinza – Relatório Estudantil Setor de Varejo, Mercado de Turismo & Lazer BM&FBOVESPA Este relatório é publicado somente para propósitos educacionais por estudantes competindo no CFA Institute Research Challenge 2015 Data: 20/10/2015 Ticker: BVMF:CVCB3 CVC Viagens Recomendação: HOLD Upside: 9,7% Preço Atual: BRL 15,95 Preço-Alvo: BRL 17,49 Highlights____________________________________________________________________ Perfil de Mercado Valor de Mercado 1.961,2 [BRL mi] Ações em Circulação 134,3 [mi] Faixa de Preço 52 11,95-20,16 Semanas [BRL/Ação] Volume Médio Diário 4,87 [BRL mi] Beta 0,94 Fonte: Bloomberg e estimativas da equipe Dados Financeiros EV/EBITDA P/E P/BV EV/Sales ROE ROA ROIC Dívida Líquida/EBITDA Dívida Líquida / Patrimônio Líquido 5,6x 12,8x 4,0x 2,7x 35,9% 6,4% 46,6% 0,24x 18% Fonte: Bloomberg, dados da companhia e estimativas da equipe. Principais Acionistas BTC FIP 44,68% GJP FIP 23,86% Outros 31,46% Fonte: Bloomberg Figura 1 – Evolução do preço da ação (BRL) CVCB3 Fonte: Bloomberg Nós iniciamos a cobertura da CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A. (CVCB3) com uma recomendação de HOLD, baseada em um preço-alvo de BRL 17,49 por ação no final de 2016, implicando 9,7% de upside em relação ao seu preço atual. A companhia apresenta sólidos indicadores financeiros, porém existem fortes preocupações acerca do futuro do setor de turismo brasileiro. Nossa avaliação reflete a incerteza de um cenário de recessão para os próximos anos, com queda do consumo e retração do crédito, impactando diretamente os gastos com lazer do brasileiro, e assim surgem dúvidas quanto à capacidade da empresa em superar esses obstáculos e continuar crescendo. Nossa recomendação é sustentada por modelos de análise fundamentalista. Principais desafios para os próximos anos: Inovar para contornar a queda nas vendas. A empresa precisa diversificar seu mix de produtos ofertados e expandir sua atuação para segmentos ainda pouco explorados. Algumas ações já estão sendo feitas nesse sentido e os novos segmentos visados são os de viagens corporativas, vendas online e intercâmbios para estudantes. Acirramento da concorrência. O mercado de turismo brasileiro é atraente e espera-se a entrada de novas companhias no setor. Além disso, para manter seus clientes em meio a uma recessão, a CVC precisa apresentar preços competitivos, sofrendo pressão de seus atuais concorrentes. Esses dois fatores podem gerar uma compressão em suas margens. Continuidade do sucesso do modelo de franquias. A CVC possui uma forte dependência de suas lojas físicas (das quais 94,2% são franqueadas), uma vez que estas são responsáveis por 85% de suas receitas. Além disso, o ticket médio dos pacotes vendidos nas lojas é 58% superior em relação ao mesmo indicador observado nos pacotes vendidos via internet. Valuation. Nosso preço-alvo de BRL 17,49 por ação é baseado em um modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF) apoiado por uma análise de múltiplos e de dividendos descontados (DDM). Principais riscos de nosso preço-alvo. (i) Continuação ou piora do cenário de recessão econômica; (ii) contração do crédito; (iii) mudanças drásticas em sua administração; (iv) instabilidades nas receitas da empresa e (v) perda de market share. Resumo da Projeção Receita Líquida [BRL mi] 2013 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E 641,2 714,5 824,6 890,5 977,8 1.069,8 1.151,5 EBITDA [BRL mi] 289,8 351,0 399,1 417,7 458,7 496,3 516,2 Resultado Líquido [BRL mi] 111,7 147,7 172,1 176,9 197,4 209,4 215,7 EPS [BRL/Ação] * 0,9 1,1 1,3 1,3 1,5 1,6 1,6 Dividendos por Ação [BRL/Ação] * 0,1 0,6 0,8 0,9 1,1 1,2 1,2 Dividend Yield [%] 0,7 3,9 4,9 5,4 7,0 7,4 7,6 FCFF Yield [%] -3,9 9,5 9,1 10,0 11,4 12,6 13,1 *Calculados para o número de ações atual Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Figura 2 – CVCB3 vs. IBOV Fonte: Bloomberg e estimativas da equipe Investment Summary__________________________________________________ ____ Por favor, apertem os cintos e não deixem seus lugares, estamos passando por um período de turbulência. Figura 3 Nós recomendamos HOLD para as ações da CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A. (CVCB3), com um preço-alvo de BRL 17,49 e 9,7% de upside em 12 meses, em relação ao valor do papel em 20/10/2015. Utilizando os modelos de Fluxo de Caixa Descontado (DCF), avaliação por múltiplos e modelo de Dividendos Descontados. Nossa análise se sustenta nos méritos e incertezas relativos ao desempenho da companhia, sendo estes explicitados abaixo. Apesar dos bons fundamentos econômicos e indicadores financeiros da empresa, consideramos o cenário macroeconômico do país muito instável, tendo impactos negativos diretos sobre o setor de turismo (figura 3). Méritos Asset-light model. A CVC não possui nem produz os produtos que vende. Os serviços de transporte e hospedagem são todos ofertados com base em parcerias com as empresas detentoras desses ativos. Assim, é um modelo de negócio com baixa necessidade de investimentos e altos retornos, que se expressaram num ROIC de 48,3% em 2014. Asset-light models proporcionam um melhor retorno dos ativos, menor volatilidade nos lucros, flexibilidade à empresa e economias de escala sem a necessidade de investir tanto em capital. Empresa pouco alavancada. A baixa necessidade de investimento em capital deixa a empresa em uma posição vantajosa quanto à necessidade de financiamento. A companhia possui pouca dívida em sua estrutura de capital (projeção de 25% para o período analisado). Assim, ela possui flexibilidade para se endividar e oferecer maiores prazos de pagamentos para seus clientes (o prazo médio do recebimento de vendas, PMRV, passou de 461 dias para 711 entre 2012 e 2013, mantendo-se nesse patamar em 2014) ou adiantar o pagamento de dividendos para seus acionistas (como, em dez/2014, quando antecipou dividendos que seriam entregues apenas no 2T2015). Compromisso com os acionistas. A legislação brasileira exige que no mínimo 25% do lucro líquido sejam distribuídos em dividendos. No entanto, a CVC, no compromisso de remunerar seus acionistas competitiva e atrativamente, comprometeu-se com uma distribuição de dividendos futuros de, no mínimo, 50% do lucro líquido a partir do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2014 (figura 4 e apêndice 1). Crescimento e diversificação. A receita líquida da CVC apresentou um CAGR2010-2014 de 10% (figura 5). Apesar de ser uma gigante do setor, ainda há muito mercado a ganhar, como na área de viagens corporativas e de vendas online. Estas últimas representaram apenas 5% do total de reservas confirmadas da operadora em 2014. A empresa realizou aquisições recentes nessas áreas, exploradas com mais detalhes na seção de Competitive Positioning, além de diversificar seus produtos com cursos de idioma de curta duração no exterior em parceria com English First, objetivando um melhor posicionamento no mercado. Incertezas Economia em marcha lenta. O quadro recessivo que se desenha para o Brasil ainda é incerto, e existem muitas perspectivas de que o país ainda se encontra longe de uma recuperação sólida. Dentro deste cenário, nós esperamos uma queda no consumo das famílias, priorizando-se bens Fonte: estimativas da equipe Figura 4 – Lucro líquido e dividendos (BRL mi) Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Figura 5 – Receita Líquida (BRL mi) Fonte: dados da companhia Figura 6 – Taxa de desemprego no Brasil Fonte: Organização Internacional do Trabalho Figura 7 – Inflação (IPCA) Fonte: IBGE e Boletim Focus Figura 8 – Intenção de viagem essenciais. Por este motivo, a manutenção do crescimento de reservas confirmadas/receita de vendas da CVC para os próximos anos se vê ameaçada (verificar a seção Industry Overview para mais detalhes). Acirramento da concorrência. Em um cenário de crise, as empresas precisam oferecer produtos a um preço competitivo para atrair os consumidores. No setor de turismo, tal quadro não é diferente. Como será tratado na seção Competitive Positioning, Online Travel Agencies como a Decolar.com vêm se colocando como fortes concorrentes, apresentando pacotes com preços muito atrativos. Valorização do dólar. Entre janeiro e setembro de 2015, o dólar teve uma valorização nominal próxima a 40%, alcançando patamares superiores a 4 BRL/USD. A desvalorização cambial leva a um aumento do custo das viagens internacionais, o que poderia servir de estímulo ao turismo doméstico. No entanto, tal estímulo se torna limitado dado o encarecimento do petróleo importado pelas refinarias brasileiras, além do ambiente de recessão econômica, com elevação das taxas de inflação e de desemprego (figuras 6 e 7). Intenção de viagem em queda. Uma pesquisa mensal realizada pela FGV mostra que, em todos os meses de 2015 (até setembro), a intenção de viajar dos brasileiros nos próximos seis meses está em queda em todos os segmentos de renda (figura 8), especialmente nas mais elevadas. Enquanto em setembro de 2013 e 2014 cerca de 32% da amostra sinalizava intenção de viajar em um horizonte de seis meses, tal indicador caiu para 22,5% em setembro de 2015. Um passo maior do que a perna? Visando expandir sua fatia de mercado, a empresa realizou duas importantes aquisições no último ano: a da Rextur em dez/2014 e da Submarino Viagens em maio/2015, desembolsando uma soma considerável de recursos (que poderá chegar a BRL 308 mi) na expectativa de retornos futuros crescentes. Tal expectativa torna-se bastante incerta diante do cenário macroeconômico atual. A situação se torna ainda mais arriscada considerando que, mesmo sendo uma empresa que não possui grande soma de imobilizado, possui significativa alavancagem operacional. Com isso, uma queda nas vendas levaria a um impacto na margem líquida. Uma decisão de compra ou venda do papel deve ser adiada devido à grande incerteza macroeconômica do país, relacionada à retração do PIB (figura9), aceleração da inflação, aumento do desemprego e desequilíbrio fiscal do governo. O investidor deve estar atento às políticas de enfretamento da crise pela empresa. A melhora de sua competitividade, atingindo mais mercados com preços atraentes, é fator chave para continuar crescendo. Business Description___________________________________________ Fonte: FGV2 Figura 9 – Variação PIB Brasileiro (real) ______ Um gigante brasileiro. Líder de seu setor no Brasil e maior operadora de turismo da América Latina, a CVC BRASIL OPERADORA E AGÊNCIA DE VIAGENS S.A. é uma empresa de amplo reconhecimento nacional. Fundada em 1972, conta com 934 lojas entre próprias e franqueadas e aproximadamente 6.400 agentes independentes, sendo responsável por 12,2% do total de gastos dos brasileiros no mercado de viagens de lazer. Em 2009, o fundo de private equity Carlyle tornou-se seu principal acionista e atualmente detém 44,6% das ações da empresa. Em dezembro de 2013, a empresa abriu seu capital na BM&FBovespa (CVCB3) em um IPO que movimentou BRL 621 mi. Pontos de destaque. A CVC conquistou seu espaço como líder do segmento de Turismo através de algumas características: (i) ampla plataforma de distribuição; (ii) posição de escala no setor com maior rede de varejo de turismo no Brasil; (iii) marca altamente reconhecida no Brasil – campeã do prêmio “Top of Mind Award” na categoria agência de viagens em 2014; (iv) modelo de negócio com baixa necessidade de investimentos e altos retornos (asset-light model); (v) presença de importante fundo como acionista da empresa. Fonte: Banco Central do Brasil Estrutura de negócio. A empresa é baseada predominantemente em um sistema de franquias exclusivo. Em dezembro de 2014, existiam 880 lojas franqueadas, presentes em todos os estados brasileiros, com a abertura de 130 lojas novas no ano passado. A CVC não detém hotéis nem os meios de transporte; os pacotes oferecidos são constituídos com base em parcerias da CVC com os fornecedores do setor de turismo, o que se expressa em um atrativo ROIC. Além disso, suas vendas online têm Figura 10 – Pontos de destaque apresentado crescimento (22,6% no primeiro semestre de 2015), impulsionadas principalmente pela reestruturação da plataforma digital. Segmentos de negócio. A CVC atua como agência e operadora de turismo nos segmentos: (i) doméstico, com voos regulares e fretados para todas as regiões do Brasil; (ii) internacional, com viagens principalmente para as Américas e Europa; (iii) cruzeiros marítimos. Estes segmentos representaram, respectivamente, 61,5%, 35,2% e 2,7% da receita bruta da empresa em 2014. Fonte: estimativas da equipe Mudança na diretoria. Em março de 2013, Luiz Eduardo Falco assumiu a presidência da CVC. Com mais de 30 anos de experiência em duas empresas importantes do Brasil (Oi e Tam), o Sr. Falco oferece importante know-how para executar as ações estratégicas necessárias para a companhia. A atual estratégia da CVC se apoia nos seguintes pontos chaves: Figura 11 – Lojas por região do Brasil Fonte: dados da companhia Figura 12 – Estratégia da CVC Manutenção da liderança no mercado. Oferecer novos produtos e constituir novas parcerias, utilizando sua posição de escala no setor para alavancar seu relacionamento com seus fornecedores, de forma a preservar sua flexibilidade de pagamento e seus preços competitivos. Expansão da plataforma de distribuição. Expansão da quantidade de lojas físicas, (através do modelo de franquias), aliada ao aumento da plataforma online. Diversificação das receitas. Trabalhando em conjunto com o Banco Bradesco S.A, buscam desenvolver um cartão de crédito como tentativa de aumentar a fidelização à companhia e elevar suas SSS (que sofreram uma queda de 5,2% no 3T2015). A empresa também busca desenvolvimento de serviços de valor agregado (SVAs), como aluguel de carro e cursos de idioma de curta duração no exterior. Reforçar a parceria com o franqueado. A valorização do franqueado é a base do plano de crescimento da empresa. A CVC pretende continuar a oferecer aos seus franqueados propostas diferenciadas de valor. Fundo Carlyle. A expertise de administração do fundo contribuiu para a implementação de um modelo de negócio mais estruturado e a adoção de altos níveis de governança corporativa que culminaram na abertura de capital em 2013. A empresa é listada no BM&FBOVESPA, sob o nível de governança Novo Mercado (apêndice 2). Industry Overview__________________________________________________________ Fonte: estimativas da equipe Figura 13 – Variação real anual (Gastos das famílias com turismo vs. PIB) Fonte: IBGE e IPC-Marketing Forte crescimento recente. Nos últimos 10 anos (2005 – 2014), o gasto doméstico em viagens e a receita cambial obtida com a vinda de turistas internacionais cresceram, em média, 12% e 8% a.a., respectivamente. Contudo, desde janeiro de 2015, a situação macroeconômica brasileira tem se deteriorado, o que acaba por impactar o setor em questão. Determinantes positivos e negativos concorrem na evolução futura do mercado de turismo: Positivos. Melhora do poder de compra do brasileiro, obtida especialmente na segunda metade dos anos 2000 e início da década de 2010, queda recente nos preços do petróleo verificada desde junho/2014 e também recente realização de investimentos nas estruturas de transporte. Negativos. Situação de instabilidade política e econômica do país, que se expressa em um quadro de estagnação no consumo. Observa-se ainda uma forte alta do dólar, a qual tende a causar queda das viagens internacionais e estimular o turismo doméstico. No entanto, este efeito pode ser neutralizado pelo quadro de recessão econômica já citada. O setor de turismo no Brasil. O Brasil é a sexta maior economia de turismo no mundo, tendo movimentado cerca de 9,2% de seu PIB em turismo em 2014. A rede hoteleira nacional é altamente segmentada (91,7% dos hotéis são independentes), o que torna o papel das operadoras de turismo essencial para a movimentação de reservas no setor. Tais companhias atuam desenvolvendo e vendendo serviços de viagens, sendo intermediárias da rede de fornecedores com a rede de distribuição (apêndice 18). O mercado das operadoras é altamente concentrado, com três grandes Figura 14 – Evolução da taxa SELIC nomes: CVC Viagens e Turismo, Tam Viagens e Decolar. Atualmente, a CVC responde por 12,2% do mercado de turismo nacional. Alçando voo. Nos últimos 10 anos, o preço médio pago por passageiros em voos com empresas nacionais caiu em 50%, o que aumentou a popularidade das viagens aéreas. O petróleo, negociado a preços baixos, aliado à perspectiva de novos investimentos em aeroportos (pelas concessões e pelo PAC1) e a criação de mais rotas aéreas à disposição dos consumidores são elementos que podem impulsionar o crescimento do setor de turismo. Fonte: Banco Central do Brasil Figura 15 – Despesas com viagens por classe social Boom do consumo... Os principais propulsores da demanda no segmento de lazer são o nível de emprego e de renda disponível das famílias para gasto em viagens. Desde meados dos anos 2000 até 2014, o desemprego caiu substancialmente no país, atingindo 4,3% em dezembro do ano passado. Paralelamente, o brasileiro experimentou um crescimento no seu poder de compra, devido tanto à melhora geral das condições de vida – o PIB per capita cresceu 8,8% a.a. entre 2003 e 2014, incluindo a classe C no mercado de viagens – quanto à disponibilidade crescente de crédito para o consumidor, com taxas de juros atraentes. Neste contexto, o turismo doméstico apresentou crescimento de 47% no período 2005-2013. ...mas até quando? O quadro de turismo aquecido, acima citado, torna-se incerto dada a conjuntura atual do país. Aliada à instabilidade política, o país vive um quadro de recessão econômica, com contas públicas desequilibradas, o que levou ao rebaixamento do rating do país pela S&P (encarecendo a captação de recursos pelos setores público e privado). Um pacote de ajuste fiscal está em trâmite no Congresso na tentativa de devolver estabilidade ao país e, em um panorama de curto prazo, poderá intensificar a estagnação econômica (previsão de retração do PIB em 3% para este ano e em 1,4% para 2016, segundo o boletim Focus) (figura 9). Fonte: IPC-Marketing Figura 16 – Valores disponibilizados aos clientes do Cartão Turismo Caixa (BRL mi) Apertando os cintos (fora do avião). A inflação acumulada dos últimos 12 meses em setembro de 2015 foi de 9,5% (IPCA) - 3 pontos percentuais superiores ao valor máximo da meta do Banco Central, corroendo o poder de compra do consumidor. Na tentativa de conter a aceleração dos preços, iniciou-se uma subida sistemática da taxa básica de juros (figura14), atualmente em 14,25% a.a. (20/10/2015). Isto leva a crédito mais caro, revertendo o ciclo de endividamento das famílias para consumir – a Caixa Econômica Federal, importante financiadora do turismo, já diminuiu o crédito disponível a seus clientes do cartão de crédito turismo CAIXA (figura 16). Soma-se a este quadro um recente movimento de aumento das taxas de desemprego (figura 6) (chegando a 8,7% no trimestre encerrado em agosto segundo a PNAD). Como gastos com viagens são discricionários e de demanda elástica, as previsões do setor não são mais tão otimistas. Competitive Positioning_______________ Fonte: Ministério do Turismo e estimativas da equipe Figura 17 – Análise Porter’s 5 Forces ______________________________ Forças Competitivas. A CVC tem sua competitividade baseada em três elementos fundamentais: Acesso a conteúdo: sua escala e foco em viagens de lazer fornecem vantagens em negociações com fornecedores. Além disso, a relação direta da empresa com hotéis e linhas aéreas proporciona vantagens de preço e seleção. Marca forte: é a empresa mais lembrada na pesquisa Top-of-Mind na categoria “Viagens” e possui um alto padrão de atendimento ao consumidor. Rede de distribuição: ampla rede de lojas com alcance nacional, e potencial para expansão. Gigante do Turismo. A CVC é a maior operadora de turismo da América Latina, com 3,4 milhões de passageiros embarcados em 2014. A empresa apresentou um CAGR2010-2014 de receitas líquidas de 10%. Atualmente, seu market share é de 12,2% e o volume total do mercado de turismo brasileiro foi de BRL 40,4 bi em 2014. A empresa contou com a abertura de 130 novas lojas no ano passado. Fonte: estimativas da equipe M&A – uma saída estratégica? A CVC realizou, em dezembro de 2014, a aquisição do controle acionário de uma das empresas líderes do segmento de viagens corporativas no Brasil, Rextur Advance. A aquisição representa uma diversificação de negócios, com o foco no público executivo, até então pouco explorado e onde a Rextur Advance possui 1. Programa de Aceleração do Crescimento – programa federal brasileiro lançado em 2007, prevendo investimentos totais de R$ 503,9 bilhões até 2010, sendo uma de suas prioridades o investimento em infraestrutura, em áreas como saneamento, habitação, transporte, energia e recursos hídricos. Figura 18 – Transações do Cartão Turismo Caixa em estabelecimentos da indústria do turismo Fonte: Ministério do Turismo e estimativas da equipe Figura 19 – Comparação CVC x Decolar.com um market share de 25%. Adicionalmente, em maio de 2015, com intuito de potencializar a venda de pacotes online, realizou a aquisição da Submarino Viagens, pioneira no segmento de vendas de viagens online no Brasil. Ainda sob a estratégia de ser uma companhia multicanal, a CVC se inseriu na área de intercâmbios no início deste ano ao estabelecer uma parceria com a agência de educação English First (EF). Pelo acordo, a CVC passa a ser responsável pela comercialização dos programas de intercâmbio da EF, associando viagens de férias a cursos de línguas. Ameaça online. Apesar do fato de que duas grandes concorrentes da CVC (Nascimento Turismo e Marsans) entraram no último ano com pedidos de recuperação judicial, a CVC vem sendo pressionada pela operação brasileira da rival Decolar.com em um segmento operacional no qual apresenta grande fragilidade: o de vendas online. Mesmo com o crescimento de suas vendas neste segmento em 2014, que atingiram a cifra de BRL 232 mi no período mencionado, este valor representa apenas 5% das reservas confirmadas da empresa. Durante os três primeiros trimestres de 2014, a receita proveniente de vendas pela internet foi equivalente a 3,5% das receitas da Decolar.com (BRL 6,6 bi). O Hotel Urbano, outro concorrente que vem crescendo rapidamente na internet, projeta vendas de BRL 1 bi em 2015. Como tentativa de contornar estes desafios, a CVC realizou em maio de 2015 a aquisição da Submarino Viagens, como já mencionado. Decolar.com x CVC – uma análise comparativa2. Realizamos uma comparação entre o custo de pacotes de viagem para os mesmos destinos e nos mesmos períodos entre as duas empresas como tentativa de estabelecer se existe uma diferença significativa entre os spreads cobrados pelas duas operadoras (figura 19). Financiando para crescer. A CVC firmou, até 2032, uma parceria com o Bradesco, uma das maiores instituições financeiras do país, buscando desenvolver seu negócio de financiamento para clientes (através de um cartão das duas marcas). Este cartão, além de ser um cartão de crédito comum, oferece ao seu portador opções de pagamento mais flexíveis para compra de produtos da CVC (em até 12 parcelas) e acesso a um programa de fidelidade. Fonte: pesquisa da equipe e websites das empresas Figura 20: Market share das OTAs Uma viagem sem novidades. Apesar de oferecer alguns itens de suporte, como centrais próprias de atendimento ao cliente em hotéis e funcionários treinados para auxiliar clientes em aeroportos, a CVC não se diferencia de maneira drástica de outras operadoras de turismo nem possui destinos com vantagens exclusivas. O mix de produtos da empresa não é altamente diversificado e está apoiado principalmente em viagens domésticas. Foram também realizadas análises SWOT e Porter’s 5 Forces. Para mais informações, ver apêndices 4 e 5. Valuation_____________________________________________________________________ Fonte: Phocuswright e estimativas da equipe Figura 21 – Decomposição do lucro líquido em 2014 (BRL mi) Nosso preço-alvo de BRL 17,49 por ação está sustentado por um modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF) baseado na análise do Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCFF), com 5 anos projetados e um valor terminal com crescimento constante. Como suporte ao nosso modelo, realizamos também análises de múltiplos comparáveis e de Dividendos Descontados (DDM). Modelo DCF Nós utilizamos o modelo de Fluxo de Caixa Descontado (DCF) para estimar o valor intrínseco da companhia. Foram projetados 5 anos, utilizando como parâmetro de análise o Fluxo de Caixa Disponível da Empresa (FCFF). As projeções do modelo foram formuladas considerando o guidance da empresa, o cenário econômico do país e do setor, além do desempenho histórico da companhia e sua posição em relação aos competidores. O resultado obtido com esta metodologia é de um preço-alvo de BRL 17,49, com upside de 9,7% e uma recomendação de HOLD para as ações da empresa. Nosso modelo DCF é sensível aos seguintes fatores detalhados abaixo (apêndice 9). Fonte: dados da companhia Impactos dos diferentes canais na receita. Os drivers principais do crescimento da receita bruta da empresa são o preço médio de cada venda (ticket médio) e o número de vendas anuais (passageiros embarcados) (ver apêndice 10). Apesar de ter apresentado um crescimento considerável entre 2010 e 2014 (CAGR2010-2014 da receita 2. Consulta realizada no website das duas empresas para pacotes com mesmos destinos, datas (04 a 07 de janeiro de 2015) e hotéis de mesmo padrão. Vale observar que a análise é limitada a somente dois destinos e em um período específico do ano. Figura 22 – Receita líquida (BRL mi) vs. Margem EBITDA Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Tabela 1 – Componentes do WACC Taxa Livre de Risco Beta Dívida / Capital Próprio 2015-2019 Perpetuidade 5,0% 5,0% 0,94 0,92 33,3% 25,0% Prêmio de Risco do Capital Próprio Ajuste da Inflação Custo do Capital Próprio Custo da Dívida WACC 4,6% 4,6% 5,9% 17,8% 9,7% 3,5% 14,9% 8,2% 15,8% 13,9% líquida de 10%), este movimento demonstrou perda de força no 3T2015 (queda de 0,3% nas reservas confirmadas em relação ao mesmo período de 2014). Novas franquias. Como estratégia de expansão, a empresa projeta crescimento líquido de 100 novas lojas franqueadas por ano, o que ajuda a mitigar as dificuldades externas, mas projetamos que não será o suficiente para manter as taxas de crescimento dos últimos dois anos. Macro matters. A deterioração do cenário macroeconômico já demonstra seus impactos na indústria do turismo e por sua vez irá influenciar a performance da empresa. A redução das intenções de viagem já são um indicativo de que a CVC terá uma redução no ritmo de crescimento de passageiros embarcados do último ano. Competição virtual. Mesmo com a aquisição da Submarino Viagens e um foco cada vez maior no crescente mercado online, a CVC se vê diante de um cenário desafiador, com players já estabelecidos, onde não poderá manter margens tão grandes devido à alta concorrência Margens reduzidas. Com um mercado mais competitivo e aumento da pressão dos franqueados e dos fornecedores, a margem EBITDA irá cair 3,6% entre 2015 e 2019 (figura 22). O aumento das vendas online e a expansão das lojas franqueadas sustentam um CAGR2015-2019 do EBTIDA de 6,6%. Custo de Capital Médio Ponderado (WACC). Para estimar a taxa de desconto, foram considerados dois períodos: (i) os próximos cinco anos (2015-2019) e (ii) perpetuidade (ver tabela 1). Fonte: dados da companhia, New York University e estimativas da equipe Tabela 2 – Preços alvo para cada metodologia Fonte: estimativas da equipe Figura 23 – Comparativo de múltiplos Custo de capital próprio. Utilizamos o modelo do CAPM, levando-se em conta os retornos do T-Bond norte-americano e do índice S&P500 entre 1928 e 2014. Fizemos uso do diferencial inflacionário entre os países para converter o valor de USD para BRL. O beta da empresa foi estimado utilizando o método bottom-up beta. Nos primeiros cinco anos projetados, obtivemos um custo de capital próprio de 17,8%. Na perpetuidade, porém, a taxa foi de 14,9%. Custo da dívida. Nos dois períodos consideramos o custo da dívida atual da empresa de DI + 4,5% a.a. e a dedutibilidade fiscal da dívida. WACC. Consideramos a estrutura de capital ideal da empresa de 25% de dívida e 75% de equity, o que resultou em um WACC de 15,8%. Na perpetuidade, a partir de uma mudança na estrutura de capital (20% de dívida e 80% de equity), obtivemos um novo WACC de 13,9%. CAPEX. Projetamos o gasto de capital da empresa e concluímos que o mesmo irá permanecer em níveis próximos aos atuais. Seu principal gasto é na manutenção de seus sistemas de informação e plataformas virtuais, portanto projetamos um CAPEX de BRL 36,6 mi para 2015 e de BRL 38,7 mi como a média dos valores até 2019. Gastando online. Um aumento no custo de vendas (aumento projetado de 11,9%) é esperado graças à necessidade de um maior investimento em marketing e em sua plataforma online, para que a CVC seja capaz de alavancar as vendas e manter a competição com concorrência já estabelecida. Crescimento na perpetuidade. Com a expectativa de entrada de novos players nacionais e internacionais, além da maturação e melhora da indústria, o crescimento da CVC se aproxima da inflação projetada e se mantém em 5% na perpetuidade. Análise de sensibilidade. Dado que a maior parte (69%) do valor da empresa em nosso modelo está na perpetuidade, que é sensível ao custo de capital e taxa de crescimento de longo prazo, realizamos uma análise de sensibilidade nestas variações para medir flutuações em nosso preço-alvo. Tabela 3 – Análise de sensibilidade Fonte: estimativas da equipe Fonte: estimativas da equipe Figura 24 – Canais de venda Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Figura 25 – Ticket médio dos canais de venda (BRL mil) Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Figura 26 – Despesas com viagens e taxa de câmbio (BRL bi) DDM Em 2014, a CVC assumiu o compromisso de distribuir, no mínimo, 50% de seu lucro líquido como dividendos aos acionistas. Além disso, a empresa possui uma baixa necessidade de investimentos em ativos imobilizados. Por esses motivos, o Dividend Discount Model (DDM) foi considerado uma boa maneira de projetar o equity value da companhia. A expectativa do aumento de retorno ao acionista se traduz em uma distribuição de dividendos com CAGR2015-2019 de 11,9%. O valor intrínseco obtido através dessa metodologia é de BRL 16,77, reforçando nossa recomendação de HOLD (apêndice 12). Análise de Múltiplos Por ser uma empresa que abriu capital recentemente, seu histórico de múltiplos é muito pequeno. Por este motivo, decidimos não utilizar a análise de múltiplos como um dos métodos para determinar o preço-alvo das ações da empresa. No entanto, como tentativa de confirmar os resultados obtidos por nosso modelo DCF, analisamos os múltiplos EV/EBITDA e P/E projetados para o final de 2015 e 2016. (Figura 23 e apêndice 13). EV/EBITDA. A empresa é negociada com um desconto histórico em relação aos dois grupos de peers (varejo e turismo) que estabelecemos. No entanto, nossas projeções apontam que este desconto irá diminuir em 2015 e 2016. Isto acontecerá porque, mesmo levando em conta as projeções pessimistas para os setores nos próximos anos, estimamos para a CVC um aumento de 9,9% em seu EV vis-à-vis 4,6% em seu EBITDA. Através dos múltiplos de saída calculados, obtivemos preços-alvo de BRL 16,75 (comparado aos peers de varejo) e BRL 16,89 (comparado aos peers de turismo), valores que reforçam nossa recomendação de HOLD. P/E. A CVC também é negociada com um desconto histórico deste múltiplo em relação aos grupos de peers. Contudo, este desconto se torna um prêmio de acordo com nossas projeções para o final de 2016. Isso ocorre porque os múltiplos do setor caem, enquanto o da empresa aumenta, uma vez que seu preço apresenta upside, mas seu EPS permanece praticamente igual. Obtivemos preços-alvo de BRL 17,11 (varejo) e BRL 16,92 (turismo), que também corroboram nossa análise e a recomendação de HOLD. Financial Analysis_________________________________ ___ No caminho certo, porém estrada sinuosa à frente. O cenário econômico deteriorou-se significativamente nos últimos meses, e acreditamos que dentro de um futuro próximo a situação econômica será adversa às atividades da empresa. A CVC apresentou ótimos resultados nos últimos anos, realizando lucros mesmo nos períodos de instabilidade recentes, como já foi demonstrado. 2015 pode ser considerado bastante representativo como início da corrente negativa de eventos dos próximos anos, levando em conta três aspectos principais: i) Projeção de retração do PIB em 2015; ii) diminuição do crédito disponível ao consumidor e iii) desvalorização do Real (figura 26). Fonte: Banco Central do Brasil e IPEA Figura 27 – Projeções de rentabilidade Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Vendas - superando barreiras. Projetamos para as vendas um CAGR2015-2019 de 8,7% baseado nas seguintes premissas: Investimento em plataformas de vendas. Aquisição de empresas (Submarino Viagens e Rextur) e desenvolvimento da plataforma de vendas online. Aumento do número de lojas. Aumento das franquias, em uma média de 100 lojas novas por ano e aumento do SSS (same store sales). Cenário macroeconômico adverso. Diminuição do produto nacional, da disponibilidade de crédito e do poder de compra do consumidor. Rentabilidade (figura 27) – comparação com peers. Margem EBITDA. A CVC apresentou uma margem EBITDA média de 41% nos últimos 3 anos (2012-2014). Quando comparada com seus principais competidores, a companhia os superou em 20 p.p. Projetamos uma queda de 4,3p.p. entre 2014 e 2019. ROE. De 2012 a 2014 seu Return on Equity (ROE) médio foi de 26%, ficando abaixo da média de seus peers em 2 p.p. (ver apêndice 15 para análise DuPont). O ano de 2012 foi Figura 28 – Média de ROIC entre 2012 e 2014 Fonte: Bloomberg e dados da companhia Figura 29 – Evolução da dívida líquida e EBITDA (BRL bi) um ano atípico, pois a empresa incorreu em vários custos para realizar seu IPO, fazendo com que seus resultados divirjam da média histórica. Excluindo-se esse ano da análise, a CVC supera seus peers em ROE médio em 12 p.p. Projetamos uma queda de 7,9 p.p. do ROE entre 2014 e 2019. ROIC. O retorno sobre capital investido (ROIC) é um destaque financeiro da empresa, sendo historicamente alto, principalmente por conta de seu modelo de negócios com poucos ativos (asset-light model). O ROIC médio dos últimos 3 anos (2012-2014) foi de 42,43%, superando seus peers em 21 p.p. (figura 28). Apesar de manter-se acima dos peers, projetamos uma queda de 5,3 p.p. para este indicador entre 2014 e 2019. Fluxo de caixa sustentável. Entre 2012 a 2014, a CVC apresentou fluxo de caixa operacional (CFO) positivo e fluxo de caixa de investimento (CFI) ligeiramente negativo. Isto reflete a forte capacidade de geração de fluxo de caixa pela empresa, e seu pequeno aumento em CAPEX advém de investimentos em softwares e sistemas de tecnologia de informação, reforçando seu modelo asset-light. Houve uma forte diminuição no fluxo de caixa de financiamento (CFF) devido ao pagamento da dívida com os acionistas e à grande diminuição dos recebíveis antecipados, de BRL 306,1 mi em 2013 para BRL 50,9 mi em 2014. Nós prevemos que a empresa continuará com essa tendência de geração de caixa para 2015, porém em menor proporção do que a registrada anteriormente. Endividamento. A dívida liquida em 2013 era de BRL 199,5 mi, o equivalente a 0,6x seu EBITDA. Em 2014 houve uma grande amortização da dívida, caindo a BRL 52,9 mi de dívida líquida (0,15x o EBITDA). O endividamento bruto (incluindo os recebíveis antecipados) caiu BRL 197,5 mi de 2013 a 2014 (de BRL 321,5 mi a BRL 124 mi). Essa redução está relacionada à forte geração de caixa e à menor necessidade de CFF citada acima (figura 30). Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Figura 30: Localização das lojas da CVC Fonte: dados da companhia Figura 31 – Formas de pagamento vendas CVC Fonte: Dados da companhia Risks3________ __________________________________________________ Riscos Macroeconômicos. Continuação ou piora do cenário de recessão econômica. Gastos com lazer são altamente relacionados com a renda sobressalente dos consumidores. A atual conjuntura econômica, com redução do PIB e elevação da taxa de desemprego, é prejudicial para a empresa. Pressão inflacionária – risco persistente. Por se tratar de um business com demanda elástica em relação à renda, uma alta taxa recorrente de inflação possui a capacidade de gerar problemas para as atividades da CVC, por corroer drasticamente o poder de compra dos consumidores. A última versão do boletim Focus apontou projeções de aumento do IPCA de 9,8% em 2015 e 6,2% em 2016, mantendo-se ainda distante do centro da meta. Retração do crédito. No ano de 2014, 81% das intermediações de serviços turísticos feitas pela CVC foram realizadas de forma parcelada (figura 31) (através de cartão de crédito, boleto bancário ou cheque). Neste sentido, medidas governamentais como restrições de crédito e manutenção de uma taxa de juros elevada, que atuam no sentido de restringir a demanda doméstica e controlar o crescimento da inflação, também são prejudiciais. Desvalorização da taxa de câmbio. Apesar de a CVC estar hedgeada em todas as suas operações em dólar, fortes elevações e alta volatilidade na taxa de câmbio podem gerar impactos negativos na venda de pacotes de viagens internacionais (responsáveis por 35,2% das receitas em 2014). A cotação da moeda americana atingiu sua máxima histórica frente ao Real em setembro de 2015 (4,24 BRL/USD) (figura 32) e projeções de mercado apontam que esta deve se manter no patamar de 4,00 BRL/USD até o final de 2016. Riscos de Mercado. Receitas instáveis. Empresas do setor de varejo estão sofrendo em 2015, e isto se traduz em fracas receitas neste período. No 2T15, as receitas dos varejistas brasileiros caíram 47% a.a., enquanto no 3T15 esta queda foi ainda mais abrupta, representando 55% no acumulado a.a. A CVC aparece como exceção à regra, sendo uma das três empresas de varejo de capital aberto no Brasil que registraram crescimento superior a 1% no 3T15. 3. Para ilustrar a probabilidade e a intensidade do impacto dos diversos riscos tratados, elaboramos uma matriz de risco (apêndice 16). Figura 32 – Taxa de câmbio (BRL/USD) Fonte: Banco Central do Brasil Figura 33 – Market share das companhias aéreas Fonte: ABEAR Figura 34 – Simulação de Monte Carlo Fonte: estimativas da equipe Tabela 4 – Cenários bull vs. bear Riscos Operacionais. Dependência das franquias. As lojas físicas (914 no final de 2014) da CVC são responsáveis por 85% de suas vendas, sendo que em 2014 os 10 principais franqueados foram responsáveis por 36% do total. Caso a empresa não seja capaz de atrair novos franqueados, manter um relacionamento duradouro com os já existentes e encontrar pontos estratégicos para a implementação de novas lojas, suas atividades podem ser impactadas negativamente. Saída do Fundo Carlyle. O fundo de private equity Carlyle, principal controlador da CVC desde 2009, começou a analisar a venda de sua participação em setembro de 2015. Uma eventual saída do fundo, se confirmada, significa a troca de controle majoritário da empresa, o que pode gerar impactos negativos em suas atividades. A empresa já passou por problemas relacionados à troca de administração, na ocasião da entrada do atual CEO, Luiz Eduardo Falco, e de difícil adaptação a padrões de governança corporativa mais rígidos. Riscos Competitivos. Online Travel Agencies e mercado pulverizado. A CVC é o principal player em um mercado altamente pulverizado, tendo que competir com diversas concorrentes. A sua principal ameaça atualmente são as online travel agencies (OTAs). No ambiente online, espaço onde a CVC não apresenta grande presença, alguns de seus competidores vêm se destacando no Brasil. As operações brasileiras da rival Decolar.com, por exemplo, apresentaram grande superioridade quando comparadas com as vendas online da CVC em 2014 (BRL 6,6 bi vs. BRL 232 mi). Análise de volatilidade. Para finalizar nossa análise de riscos, nós realizamos uma Simulação de Monte Carlo (figura 34 e apêndice 17). A simulação captura o efeito de interações de mudanças nas variáveis macroeconômicas para criar um alto número de cenários e seus respectivos efeitos sobre o preço da ação. Os resultados obtidos estão alinhados com nossa análise: em 49% dos cenários, a ação CVCB3 recebe uma recomendação de HOLD. Em 36% dos cenários, o papel recebe uma recomendação de venda e em 16% deles uma recomendação de compra. A faixa de preços, estimada com um intervalo de confiança de 95%, encontra-se entre BRL 12,95 e BRL 20,33. Cenários Bull vs. Bear (tabela 4). Fonte: estimativas da equipe *CAGR 2014-2019 **Calculado para o preço atual da ação Força das Companhias Aéreas. A CVC depende de um número reduzido de companhias para auferir parcela relevante de sua receita. De acordo com dados da ABEAR, TAM e GOL controlavam cerca 75% do mercado brasileiro de viagens aéreas em janeiro de 2015 (figura 33). É de vital importância que a empresa seja capaz de manter um sólido relacionamento com estas companhias, caso contrário corre o risco de não ser mais capaz de oferecer seus serviços com as mesmas qualidades e preços. Processos de consolidação e fortalecimento de alianças operacionais entre as companhias aéreas também podem aumentar o poder de barganha destas empresas junto à CVC. Bullish. Neste cenário, a CVC aumenta seu market share e a melhora de sua plataforma online é capaz de suprimir o aumento de competitividade por parte das OTAs. Simultaneamente, é observada uma melhora no quadro macroeconômico brasileiro. Diante disso, as reservas embarcadas e as receitas líquidas apresentam CAGR2015-2019 projetados de 11,9% e 11,8%, respectivamente. Através deste cenário nós chegamos a um preço-alvo de BRL 18,69 e um upside de 17,2%. Bearish. Neste cenário, a competição aumenta drasticamente em decorrência da forte presença das OTAs no mercado de turismo, aliada a uma deterioração ainda mais grave das conjunturas econômica e política. Desta forma, as reservas embarcadas apresentam CAGR2015-2019 projetado de apenas 8% e ocorre uma piora em sua margem bruta. O preço-alvo da ação passa a ser BRL 13,41 com downside de 15,9%. Apêndice 1: Regras sobre distribuição de dividendos As regras sobre a distribuição de dividendos foram decididas em assembleia de acionistas. O seguinte trecho foi retirado do Formulário de Referência 2015 da empresa: “Ao conjunto de acionistas serão sempre atribuídos, em cada exercício, dividendos não inferiores a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido, depois de diminuído ou acrescido dos valores previstos no artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações. Caso o saldo das reservas de lucros ultrapasse o capital social, na forma descrita acima, a assembleia geral poderá deliberar sobre a aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou, ainda, na distribuição de dividendos aos acionistas. Os dividendos não recebidos ou reclamados pelos acionistas prescreverão no prazo de 3 (três) anos, contados da data em que tenham sido postos à disposição do acionista, reverterão em favor da Companhia. Adicionalmente, em assembleia geral extraordinária realizada em 29 de outubro de 2013, os acionistas da Companhia aprovaram a proposta da administração de distribuição de dividendos futuros de, no mínimo, 50% do lucro líquido a partir do exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2014, desde que verificadas as seguintes condições: (a) a Companhia executar com sucesso sua oferta pública inicial de ações, antes de qualquer distribuição de dividendos; (b) a Companhia apurar lucro líquido para permitir a distribuição de dividendos e cumprir com as obrigações da Lei das Sociedades por Ações; (c) a Companhia não tiver qualquer outra necessidade de capital para desenvolver seus negócios e/ou projetos estratégicos; (d) a Companhia cumprir com os pagamentos de dívida em favor do GJP Fundo de Investimento em Participações; e (e) o Conselho de Administração e os acionistas decidirem aprovar, no momento oportuno, a efetiva distribuição de dividendos relativa a cada um dos exercícios sociais. A intenção de distribuir dividendos futuros será avaliada em bases anuais e a Companhia poderá ajustar a relação de pagamento dependendo da sua necessidade de caixa, objetivando, sempre que possível, aumentar a distribuição de dividendos para mais de 50%, dependendo da necessidade de capital. ” Apêndice 2: Governança corporativa e responsabilidade social A CVC está listada sob o segmento de Novo Mercado na BM&FBOVESPA, o mais proeminente da Bolsa, criado para companhias com práticas saudáveis de governança corporativa; é o padrão de governança exigido por investidores para a abertura de capital. Além disso, compõe o Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada e o Índice de Ações com Tag Along Diferenciado. O quadro administrativo da empresa é bem qualificado, tendo, em média, mais de 10 anos de experiência no setor de turismo, muitos destes na própria CVC. Segundo os critérios de boas práticas de governança corporativa da OCDE e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, consideramos que a CVC apresenta um nível muito bom de governança, condizente com seu segmento de listagem. Dentre os pontos passíveis de melhora, nota-se um possível conflito de interesses por conta do controle da companhia por dois grupos: decisões importantes ao longo prazo para a companhia podem ficar em segundo plano em favor de um retorno de curto prazo para estes grupos. Além disso, o sistema de transparência da companhia poderia ser melhorado, realizando transmissões online para que os acionistas distantes possam acompanhar as assembleias, e também informando as rubricas relativas aos cálculos de indicadores financeiros nos demonstrativos da empresa. Responsabilidade social corporativa A empresa apoia diversos programas nos âmbitos da sustentabilidade, do desenvolvimento social e econômico, além de iniciativas ligadas ao meio cultural. Citando alguns exemplos, a CVC participa ativamente junto à Fundação Abrinq, ao GRAACC, ao Hospital de Câncer de Barretos, e apoia o Programa Integrado de Educação Turística (PIET) de Foz do Iguaçu (PR). Essas ações afetam positivamente a vida de diversas pessoas, e seus impactos são reconhecidos pelos prêmios que a empresa recebe: 1º lugar no “3º Prêmio Braztoa de Sustentabilidade” em 2014, e o selo de “Empresa Amiga da Criança” da Fundação Abrinq. Apêndice 3: Diretoria Executiva Nome Luiz Eduardo Falco Pires Correa Valter Patriani Luiz Fernando Fogaça Elton Flavio Silva de Oliveira Miguel Martin Alcantara Junior Fonte: dados da companhia. Posição Biografia Diretor Presidente O Sr. Falco é graduado em engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica, possui um MBA pela Fundação Getúlio Vargas, e fez cursos avançados na Harvard Business School e no Massachussets Institute of Technology. Possui vasta experiência no ramo do turismo. De 1982 a 2001 trabalhou na TAM Linhas Aéreas, como gerente de produção e Vice-Presidente de Marketing e Vendas. Em 2002, foi Diretor Superintendente Geral da Contax Participações. A partir de 2006, foi Diretor Presidente da empresa de telefonia móvel Oi, ocupando o cargo até 2011. Desde março de 2013, ocupa o cargo de Diretor Presidente na CVC. Diretor Vice-Presidente de Produtos e Vendas O Sr. Patriani fez sua carreira na CVC, estando no quadro de funcionários desde 1978. Desempenhou o papel de Diretor Presidente entre 2007 e 2011. Retornou à empresa em abril de 2013, se tornando superintendente responsável pelas áreas estratégicas de Vendas, Produtos e Marketing. Diretor Vice-Presidente Administrativo Financeiro e de Relações com Investidores O Sr. Fogaça é graduado em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, possui um MBA Executivo em Finanças pelo INSPER, e realizou cursos de especialização nas universidades de Harvard e Michigan. Sua especialidade é na área administrativo-financeira, tendo atuado como consultor financeiro e auditor externo na Artur Andersen. Além disso, entre 1994 e 2002, trabalhou na Panamco (The Coca-Cola Company), e de 2003 a 2010 foi Diretor da FEMSA, liderando diversos projetos de aquisição de empresas. Desde junho de 2013, atua como Diretor Vice-Presidente Administrativo Financeiro da CVC. Diretor Jurídico O Sr. Silva tem graduação em direito pela Universidade Mackenzie, instituição na qual obteve sua pós-graduação em Administração de Negócios. Entre 1998 e 2005, foi advogado sênior da Votorantim Celulose e Papel S/A. De 2005 a 2010, passou a ser Gerente Jurídico da Votorantim Novos Negócios Ltda. De novembro de 2010 a junho de 2011 foi Gerente Sênior da Energia Renováveis do Brasil S/A. Em julho de 2011 começou a trabalhar na CVC como Diretor Jurídico, cargo que desempenha até hoje. Diretor de Tecnologia da Informação O Sr. Alcantara é graduado em administração de empresas pela Anhembi Morumbi. Possui um MBA em gestão estratégica e finanças pelo INSPER. Ele é o Diretor de Tecnologia da CVC, tendo começado a trabalhar na companhia a partir de janeiro de 2012. Anteriormente, atuou na Accenture de 1990 a 1999 e de 2001 a 2002, no Banco Santander de 2002 a 2004, e na Net Serviços de 1999 a 2001 e de 2004 a 2012. Apêndice 4: Análise SWOT STRENGHTS (forças) Plataforma de distribuição Posição de escala Marca reconhecida WEAKNESSES (fraquezas) Fraca presença on-line Business com demanda elástica a renda OPPORTUNITIES (oportunidades) Aumento de vendas online (aquisição da Submarino Viagens) Diversificação de seus serviços (parcerias com EF e Bradesco) Fonte: estimativas da equipe THREATS (ameaças) Piora do cenário macroeconômico Venda de participação majoritária Apêndice 5: Porter’s 5 Forces Fornecedores 5 Legenda 1 Não ameaça a CVC 2 Ameaça pouco relevante para a CVC 3 Ameaça moderada para a CVC 4 Ameaça significativa para a CVC 5 Forte ameaça para a CVC 4 3 Produtos/Serviços 2 Concorrência 1 0 Novos Competidores Clientes Fonte: estimativas da equipe Poder de barganha dos clientes – NÃO AMEAÇA: Por ser uma empresa de varejo focada em vendas diretas, a CVC não apresenta grandes clientes que possam ameaçá-la. Entrada de novos competidores – AMEAÇA MODERADA: O setor de turismo possui baixas barreiras de entrada, mas a posição de escala das operadoras estabelecidas dificulta as atividades de novos ingressantes. Produtos/Serviços substitutos – AMEAÇA SIGNIFICANTE: A demanda por viagens de lazer é bastante elástica em relação à renda, dado que ameaça as receitas da empresa diante de uma piora do quadro macroeconômico. Poder de barganha dos fornecedores – AMEAÇA POUCO RELEVANTE: A CVC possui uma ampla rede de fornecedores bastante descentralizada, apesar de alguma concentração no mercado de companhias aéreas (75% de market share entre Gol e Tam). Aumento da concorrência no setor – AMEAÇA MODERADA: A empresa está consolidada como a maior operadora de turismo do país. No entanto, o mercado online de viagens está em franco crescimento, além de tratar-se de um segmento onde a CVC possui fragilidade. Apêndice 6: Balanço Patrimonial Consolidado Balanço Histórico Em Milhões de BRL ATIVO Caixa e equivalentes de caixa Instrumentos derivativos Contas a receber Adiantamento a fornecedores Despesas antecipadas Outras contas a receber Total ativo circulante Contas a receber - partes relacionadas Imposto diferido Imobilizável Intangível Investimentos Outros Total ativo não circulante Total do ativo % Crescimento PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Empréstimos e financiamentos Instrumentos derivativos Fornecedores Contas a pagar - partes relacionadas Venda antecipada de pacotes turísticos Salários e encargos sociais Impostos e contribuições a pagar Dividendo a pagar Outras contas a pagar Total passivo circulante Empréstimos e financiamentos Provisão para perda com investimento Contas a pagar - partes relacionadas Provisão para demandas judiciais e administrativas Total passivo não circulante Capital social Reserva de capital Reserva de lucro Ações em tesouraria Lucros (prejuízos) acumulado Dividendo adicional proposto Outros resultados abrangentes Total patrimônio líquido Total do passivo e patrimônio líquido % Crescimento Balanço Projetado 2010 2011 2012 2013 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E 393 573 174 97 5 1.241 276 756 195 104 9 1.340 287 788 182 99 18 1.374 45 1 1.250 283 143 19 1.740 50 3 1.396 356 168 22 1.996 58 5 1.633 400 195 31 2.322 65 6 1.791 444 211 36 2.553 82 7 1.969 484 221 36 2.800 82 6 2.154 534 229 38 3.044 85 11 2.319 592 253 31 3.290 1 3 2 5 5 6 7 8 12 20 215 5 7 229 196 16 13 229 212 16 114 2 346 177 12 132 3 329 140 10 133 13 300 206 10 142 16 380 243 9 146 18 424 274 10 154 23 469 267 10 163 25 477 230 14 173 29 465 1.471 1.569 6,7% 1.720 9,6% 2.069 20,3% 2.296 11,0% 2.702 17,7% 2.976 10,1% 3.269 9,8% 3.521 7,7% 3.755 6,6% 2 277 1 262 270 310 367 36 420 41 466 45 508 46 561 38 621 48 50 55 151 112 - - - - - 799 834 797 1.082 1.235 1.424 1.543 1.694 1.853 1.995 19 16 12 1.173 23 24 11 1.205 26 8 103 1.260 24 19 15 38 1.639 32 21 20 31 1.819 33 23 27 32 1.994 36 26 26 35 2.171 41 29 28 50 2.395 45 31 30 49 2.615 50 35 30 53 2.821 1 - - - - 146 166 179 186 151 - - - - - - - - - - 232 188 239 100 - - - - - - 3 5 11 14 19 15 18 22 23 27 236 193 250 114 19 161 184 201 209 178 461 242 (642) 61 30 225 (18) (70) 2 170 56 222 (18) (50) 211 83 192 40 1 316 94 209 89 63 4 459 118 250 104 76 2 547 133 282 117 89 621 138 293 122 120 672 142 302 125 127 697 156 331 137 131 756 1.470 1.569 1.720 2.069 2.296 2.702 2.976 3.269 3.521 3.755 6,7% 9,6% 20,3% 11,0% 17,7% 10,1% 9,8% 7,7% 6,6% Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Apêndice 7: Demonstrativo de Resultado de Exercício Consolidado Demonstrativo Histórico Em Milhões de BRL Demonstrativo Projetado Receita Bruta de Vendas 2010 524 2011 635 2012 663 2013 682 2014 761 2015E 888 2016E 959 2017E 1.053 2018E 1.151 2019E 1.236 Impostos sobre Vendas (35) (39) (40) (41) (47) (64) (69) (75) (82) (85) Receita Líquida de Vendas Despesas Operacionais Despesas com vendas 489 596 623 641 Despesas gerais e administrativas (88) (123) (129) (184) 715 825 890 978 1.070 1.151 (127) (135) (238) (205) (147) (204) (172) (235) (189) (264) (208) (289) (229) (321) (257) (353) Depreciação e amortização (5) (4) (11) (24) (27) (28) (29) (29) (31) (33) Outras despesas operacionais (3) (8) (86) (12) (13) (18) (20) (22) (24) (25) 264 278 161 266 324 371 389 429 465 484 - - 15 (134) 8 (99) 4 (103) 8 (113) 2 (117) 11 (135) 7 (148) 7 (157) (118) (91) (99) (105) (115) (124) (141) (150) Lucro Operacional Receitas Financeiras Despesas Financeiras Despesas Financeiras Liquidas Lucro antes de impostos e contribuições Imposto de Renda e Contribuição Social (149) (107) 115 171 42 175 225 266 274 306 324 334 (40) (61) (22) (63) (79) (94) (97) (108) (115) (118) 75 110 20 112 146 172 177 197 209 216 - - 0.15 0,86 1,11 1,29 1,33 1,48 1,57 1,62 Lucro Líquido Lucro por Ação [BRL] Fonte: Dados da companhia e estimativas da equipe. Apêndice 8: Demonstrativos de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Consolidado 2012 2013 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E 20 (15) 95 22 112 35 5 16 146 35 4 15 172 24 177 25 197 35 209 38 216 40 23 14 17 18 18 18 18 18 1 10 30 8 16 18 9 19 22 28 (89) 29 (35) 29 (3) 31 (17) 33 30 (Aumento) /redução capital de giro (25) (14) 7 (39) (36) (25) (23) (20) FCO 162 210 273 114 178 252 257 316 Fluxo de Caixa de Investimento (-) Expansão CAPEX (39) (35) (26) (37) (33) (38) (39) (46) (-) Pagamento contrato de franquia (21) (45) (17) (45) (45) (45) (45) (45) FCI (60) (80) (43) (82) (78) (83) (84) (91) Fluxo de Caixa antes do Financiamento 102 130 230 32 100 169 172 225 Fluxo de Caixa de Financiamento Aumento/(diminuição) do endividamento Juros Dividendos Aumento de Capital Social (44) (23) - (44) (17) - (144) (16) (29) 11 70 (24) (103) 24 25 (25) (115) 15 17 (35) (148) 5 8 (38) (157) 4 (43) (40) (162) 14 Aumento de recebíveis antecipados Despesas com IPO (20) - (306) (7) (51) - 8 - 7 - 8 - 10 - 7 - Efeito do hedge no fluxo de caixa (4) 2 4 1 1 1 1 1 Total FCF (91) (372) (224) (25) (92) (152) (172) (223) Fluxo de caixa do período Caixa (Início do Período) 11 276 (242) 287 6 45 7 51 8 58 17 65 0 82 2 82 Caixa (Fim do Período) 287 45 51 58 65 82 82 85 Fluxo de Caixa Operacional Lucro Líquido IR e contribuição social diferidos Provisão de Earn-Out Juros e variação monetária Despesas com pagamentos baseados em ações Amortização contrato de franquia Depreciação & Amortização Outros Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe. Apêndice 9: Fluxo de Caixa Descontado (DCF) Fluxo de Caixa Livre pra Firma (FCFF ) Em Milhões de BRL EBITDA (-) D&A EBIT (-) Impostos e Contribuições NOPAT (+) D&A (-) CAPEX (-) Necessidade do Investimento em Giro FCFF 2014 351 (27) 324 (114) 210 27 (26) (9) 201 Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe. Decomposição do DCF Crescimento na Perpetuidade WACC da Perpetuidade Valor Residual Descontado FCFF Descontado Enterprise Value Dívida Líquida Equity Value Número de Ações Preço alvo Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe. (BRL mi) 5% 13,9% 1.708 765 2.473 141 2.332 133,3 BRL 17,49 2015E 399 (28) 371 (130) 241 28 (37) (39) 193 2016E 418 (29) 389 (136) 253 29 (33) (36) 212 Projetado 2017E 2018E 459 496 (29) (31) 429 465 (152) (165) 277 301 29 31 (38) (39) (25) (23) 243 269 2019E 516 (33) 484 (171) 312 33 (46) (20) 279 Apêndice 10: Drivers de Receita Consideramos a projeção da receita da CVC em função de dois drivers principais subdivididos em suas especificidades. Utilizamos o número de passageiros embarcados e o ticket médio dos pacotes como uma abordagem para chegarmos em uma projeção mais granular das Reservas Embarcadas e consequentemente na Receita da empresa. Ticket Médio dos Pacotes Vendidos O ticket ou o preço médio de cada pacote vendido foi projetado utilizando os valores realizados por cada canal de venda da empresa: Lojas Físicas, Online e Agências de Viagem. As diferenças de valores e da capacidade da companhia em repassar a inflação em cada um deles impacta a receita. Passageiros embarcados O número de passageiros embarcados foi projetado individualmente para cada canal de vendas, utilizando como pressupostos os crescimentos anteriores de cada um e o crescimento do setor de turismo. Para as vendas de loja física utilizamos as projeções de Same Store Sales (SSS) e o número de novas lojas abertas ano a ano. No crescimento das vendas online consideramos também a taxa de conversão no site da empresa. Contribuição dos canais de vendas nas Reservas Embarcadas 16% 5% 12,5% 10% 9% 7,5% 7% 14,5% 20% 23% 24,5% 25% 79% 73% 70% 68,5% 68% 68% 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E Loja Física Online Agência de Viagem Ticket médio dos canais de vendas 2,50 2,00 1,50 1,00 0,50 0,00 2014 2015E Loja Física 2016E 2017E Agência de Viagem 2018E Online 2019E Apêndice 11: Custo de Capital Médio Ponderado (Weighted Average Cost of Capital) Componentes do WACC Taxa Livre de Risco Beta Dívida / Patrimônio Líquido Prêmio de Risco do Capital Próprio Risco do País Ajuste da Inflação Custo do Capital Próprio Custo da Dívida WACC 2015-2019 5,0% 0,94 0,33 Perpetuidade 5,0% 0,92 0,25 Base T Bond Americano 10 anos Beta do Setor de Varejo e Varejo Online Estimativa de Estrutura Ótima 4,60% 1,9% 5,90% 4,60% 1,9% 3,45% Histórico do T Bond 10 Anos - S&P500 Credit Default baseado em Ratings Cálculos do Time 17,8% 9,7% 15,8% 14,9% 8,2% 13,9% Cálculos do Time Cálculo do Time Cálculo do Time Fonte: dados da companhia, New York University e estimativas do time. Custo do Capital Próprio (Ke) Calculamos o custo de capital próprio da empresa utilizando a metodologia do Capital Asset Pricing Model (CAPM), utilizando como referência as bases de dados disponibilizadas pela New York University - Stern School of Business. Os valores obtidos foram de um Ke2015-2019 11,2% e um Ke residual de 10,9%. Ajustando os valores obtidos pela inflação americana e brasileira obtivemos um Ke2015-2019 de 17,8% e na perpetuidade um Ke de 14,9%. Taxa Livre de Risco A taxa livre de risco foi baseada no rendimento do T.Bond Americano de 10 anos; utilizamos a média geométrica da série histórica de 1928 – 2014. Disponibilizado publicamente por Aswath Damodaran. Prêmio de Risco de Capital Próprio Para calcular o prêmio de risco de capital próprio (Equity Risk Premium) usamos a diferença do retorno anual da S&P 500 contra o T.Bond. Também utilizamos as bases de dados de A. Damodaran e a série histórica de 1928 – 2014. Prêmio de Risco País Consideramos o Credit Default baseado no rating atual do país. O rating divulgado pela Moody’s na data do relatório era de Baa2 e o valor utilizado foi de 1,90%. Beta O beta foi calculado utilizando uma metodologia de bottom-up considerando um beta desalavancado do setor de varejo e de varejo online, ponderados pela participação de cada fonte de receita no total da empresa. Depois o alavancamos utilizando a estrutura de capital da companhia e obtivemos um valor de 0,94 entre 2014 - 2019 e de 0,92 na perpetuidade. Estrutura de Capital Ótimo Levamos em consideração os níveis anteriores de proporção de dívida e patrimônio líquido da empresa, também os níveis atuais no envio do relatório. Levamos em conta também o guidance divulgado pela empresa e a estrutura média do setor do varejo. Foi considerada uma estrutura de D / E de 0,33 durante a projeção e uma variação para 0,25 na perpetuidade. A estrutura de capital da empresa era de 20% / 80% em 2014, e a do setor de 28% / 72%. Ajuste da Inflação Os valores foram obtidos em referência ao mercado americano, portanto foi necessário um ajuste através da inflação para atingir um valor que refletisse a realidade do cenário brasileiro. O ajuste da inflação foi calculado utilizando a média (2015-2019) dos valores de inflação brasileira e americanas projetadas pelo time. E na perpetuidade foram utilizadas as inflações finais em 2019, considerando que ambas se encontram próximo das respectivas metas. Empréstimos (BRL mi) Citibank USD Santander USD Custo da dívida ponderado Vencimento Encargos Hedge mar/18 Libor 6 meses + 1,56% a.a. 107,5% CDI a.a. out/15 1,30% a.a. 100,5% CDI a.a. 104,5% CDI a.a. Valor 165 114 279 Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Custo da Dívida (Kd) O Kd da empresa foi obtido utilizando o custo antes dos impostos decrescido do benefício fiscal. O benefício fiscal do custo de dívida foi calculado utilizando a média histórica dos impostos pagos pela CVC, que resultaram em um Kd de 9,7%. Custo da Dívida antes dos impostos Calculamos o custo da dívida antes dos impostos como a média ponderada das dívidas existentes no 2T2015, ambas hedgeadas e atreladas em CDI. A taxa DI anualizada foi de 14,13% em outubro/2015. Apêndice 12: Modelo de Dividendo Descontado (Dividend Discounted Model) Dividendos Distribuídos A empresa, em 2013, pagou os dividendos mínimos obrigatórios de 25% (BRL 14,7 mi). Em 2014 teve um payout ratio de 64%: considerando os juros sobre o capital próprio pago, descontado do imposto de renda, o montante total distribuído foi de BRL 97,5 mi. Compromisso da Empresa Pela lei das Sociedades por Ações, no artigo 202, a empresa fica comprometida a distribuir não menos do que 25% do lucro líquido como dividendos, depois dos descontos previstos. Também na assembleia geral extraordinária de 23 de outubro de 2013 foi aprovada a proposta da administração de, a partir de 2015, dividir no mínimo 50% do lucro líquido, e sempre que possível aumentar essa distribuição. Projeção dos Dividendos Em linha com nossa projeção, esperamos que com uma necessidade baixa de reinvestimento em ativos fixos, a CVC terá disponibilidade de caixa para remunerar seus acionistas em valores cada vez maiores. Junto com o aumento do índice de payout, o aumento da receita e do lucro líquido irá gerar um crescimento no valor dos dividendos distribuídos. Custo de Capital Próprio Calculamos o Ke do modelo, utilizando o CAPM como explicitado acima no Apêndice 9 (Valuation). O valor diferente, no entanto, se refere a uma redução no prêmio de risco de capital próprio. Por conta de uuma diferença histórico no prêmio de risco implícito no mercado para as diferentes metodologias. Utilizamos um desconto de 1,97 p. p. a partir da diferença do prêmio histórico implícito dos modelos de DDM e DCF. Ano 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E EPS 1,11 1,29 1,33 1,48 1,57 1,62 DPS 0,71 0,86 0,96 1,23 1,30 1,34 Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Decomposição do DDM Custo do Capital Próprio DDM Crescimento na Perpetuidade Valor Residual Preço Alvo 15,7% 5,0% 13,14 16,77 Fonte: New York University e estimativas da equipe Payout 64% 67% 73% 83% 83% 83% Apêndice 13: Análise de Múltiplos Comparáveis Companhias comparáveis no setor de varejo brasileiro P/E Varejo Natura 2013 21,1 2014 18,7 2015E 14,9 2016E 13,4 Americanas 38,3 29,9 31,5 23,0 Renner Hering Marisa 24,0 18,5 20,5 20,7 12,6 34,1 20,0 9,6 20,4 17,1 9,5 11,8 Arezzo 23,8 21,2 14,3 12,7 Mediana P/E CVC P/E 22,5 17,8 21,0 17,3 17,4 12,4 13,1 13,2 Desconto -21% -17% -29% 1% Mediana do Desconto Histórico -19% 2015E 17,4 -14% 15,0 2016E 13,1 -14% 11,2 1,3 1,3 Preço 19,30 14,92 Peso 50% 50% P/E varejo P/E mediana Desconto Aplicado P/E de Saída EPS Preço Ponderado 17,11 EV/EBITDA Varejo Natura Americanas Renner Hering Marisa Arezzo 2013 14,2 13,2 13,4 13,8 10,4 22,9 2014 11,1 11,4 11,6 8,8 9,3 14,9 2015E 8,1 10,0 10,5 7,7 4,9 9,3 2016E 7,5 8,4 9,0 7,2 4,2 8,2 Mediana EV/EBITDA CVC EV/EBITDA Desconto 13,6 9,6 -29% 11,2 6,6 -42% 8,7 5,6 -35% 7,8 5,9 -25% Mediana do Desconto Histórico -35% 2015E 2016E 8,7 7,85 -30% -30% 6,1 5,5 399,1 417,7 124 142 Preço 17,35 16,15 Peso 50% 50% EV/EBITDA Varejo EV/EBITDA mediana Desconto Aplicado EV/EBITDA de Saída EBITDA Dívida Líquida Preço Ponderado Fonte: Bloomberg e estimativas da equipe. 16,75 Companhias comparáveis no setor de Turismo P/E Turismo Smiles Thomas Cook Multiplus Amadeus Tui Expedia Mediana P/E CVC P/E Desconto Mediana do Desconto Histórico P/E Turismo P/E mediana Desconto Aplicado P/E de Saída EPS Preço Peso Preço Ponderado 2013 16,5 22,6 24,6 21,8 22,2 17,8 -20% Fonte: Bloomberg e estimativas da equipe. 2015E 10,5 14,6 12,6 23,4 19,1 33,3 16,8 12,4 -26% 2016E 8,2 10,4 11,0 21,5 15,0 22,7 13,0 13,2 1% -21% 2015E 16,8 -13% 14,6 1,3 18,81 50% 2016E 13,0 -13% 11,3 1,33 15,02 50% 16,92 EV/EBITDA Turismo Smiles Thomas Cook Multiplus Amadeus Tui Expedia Mediana EV/EBITDA CVC EV/EBITDA Desconto Mediana do Desconto Histórico EV/EBITDA Turismo EV/EBITDA mediana Desconto Aplicado EV/EBITDA de Saída EBITDA Dívida Líquida Preço Peso Preço Ponderado 2014 20,5 21,5 23,3 37,4 22,4 17,3 -23% 2013 19,9 8,2 16,6 11,0 0,0 10,6 10,8 9,6 -11% 2014 21,0 11,4 12,7 12,3 0,0 13,5 12,5 6,6 -47% -29% 2015E 8,8 -27% 6,4 399,1 124 18,23 50% 2016E 7,26 -27% 5,3 417,7 142 15,54 50% 16,89 2015E 8,9 5,2 8,6 13,2 7,7 16,9 8,8 5,6 -36% 2016E 7,1 4,7 7,4 12,2 6,9 12,6 7,3 5,9 -18% Ponderação dos Preços obtidos através dos múltiplos Turismo Preço Peso P/E 17,04 50% Preço Ponderado Varejo Preço Peso Preço Ponderado EV/EBITDA 16,89 50% 16,96 P/E 17,37 50% EV/EBITDA 16,75 50% 17,06 Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Apêndice 14: Principais Indicadores Financeiros Principais Indicadores 2012 2013 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E Margem de EBIT 25,8% 41,4% 45,4% 45,0% 43,6% 43,9% 43,5% 42,0% Margem de EBITDA 27,6% 45,2% 49,1% 48,4% 46,9% 46,9% 46,4% 44,8% Margem de Lucro Líquido 3,2% 17,4% 20,4% 20,9% 19,9% 20,2% 19,6% 18,7% ROA 1,2% 5,4% 6,3% 6,4% 5,9% 6,0% 5,9% 5,7% Índices de Rentabilidade ROE 10% 35% 37,6% 34,2% 30,3% 30,5% 30,6% 29,7% ROIC 38,3% 40,7% 48,3% 45,0% 42,2% 44,6% 44,8% 43,0% Razão Circulante 1,09 1,06 1,10 1,16 1,18 1,17 1,16 1,17 Liquidez Seca 0,85 0,79 0,80 0,85 0,85 0,86 0,86 0,85 Razão de Caixa 0,23 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 0,03 Giro Total de Ativo 0,39 0,33 0,33 0,32 0,32 0,32 0,32 0,33 Giro de NWC 6,40 4,55 4,76 4,35 3,94 3,89 3,90 3,91 Days of Sales Outstanding 462 711 713 713 724 725 725 725 Days of Inventory on Hand 226 290 352 345 345 345 345 345 Number of days of payables 336 316 363 362 362 362 362 362 Number of days of Advance Travel packages 460 608 622 622 624 624 624 624 Cash Conversion Cycle -109 131 101 109 117 118 118 118 Debt Ratio 0,17 0,12 0,05 0,07 0,07 0,07 0,07 0,05 Debt to Equity Ratio 7,16 5,54 4,00 3,94 3,79 3,86 4,05 3,97 - 0,14 0,76 0,89 1,69 0,91 1,38 1,31 0,00 2,83 3,39 3,28 3,33 3,18 3,14 3,08 Internal financing of CAPEX (CFO/CAPEX) 1,45 5,43 10,48 3,11 5,38 6,58 6,51 6,88 CFO/(NI+D&A+ΔNWC) 2,04 0,56 1,50 0,48 0,73 1,00 0,97 1,39 Cash Sales Performance 0,26 0,33 0,38 0,14 0,20 0,26 0,24 0,27 0,030 0,015 0,047 0,062 0,033 0,039 0,038 0,031 Giro de Inventário 3,4 2,3 2,0 2,1 2,0 2,0 2,0 1,9 Giro de Contas a Pagar 0,92 1,24 3,28 0 0 0 0 0 Índices de Liquidez Índices de Eficiência Índices de Solvência Alavancagem Financeira Interest Coverage Ratio Índices de Fluxo de Caixa Giros Giro de Contas a Receber Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Apêndice 15: Análise DuPont A decomposição mostrada abaixo indica uma diminuição do ROE, devido à diminuição de margens e do giro do ativo, não compensadas por uma maior alavancagem financeira. Legenda ROE 2011 2012 2013 2014 2015E 2016E 2017E 2018E 2019E 95,1% 10,6% 42,4% 37,6% 34,2% 30,3% 30,5% 30,6% 29,7% ROA 7,2% 1,2% 5,9% 6,7% 6,9% 6,2% 6,3% 6,2% 5,9% Margem de Lucro Líquido 18,4% 3,2% 17,4% 20,4% 20,9% 19,9% 20,2% 19,6% 18,7% 26,4% 65,8% 69,5% 71,8% 70,5% 71,2% 69,7% 69,1% X X Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe 13,15 8,63 7,19 5,63 4,97 4,86 4,83 4,96 5,01 Giro do Ativo X 39,2% 37,9% 33,8% 32,7% 33,0% 31,4% 31,3% 31,5% 31,7% Eficiência Fiscal Encargos com Juros 61,6% Alavancagem Financeira 64,2% 47,4% 63,9% 64,7% 64,6% 64,6% 64,6% 64,6% 64,6% Margem EBIT X 46,6% 25,8% 41,4% 45,4% 45,0% 43,6% 43,9% 43,5% 42,0% Apêndice 16: Matriz de riscos Fonte: estimativas do time Apêndice 17: Simulação de Monte Carlo Para analisar a volatilidade do nosso preço alvo via Fluxo de Caixa Descontado, fizemos uma simulação de Monte Carlo. Considerando riscos ao valor da ação, fizemos a simulação utilizando variáveis macroeconômicas que influenciam o modelo, atribuindo distribuições de probabilidade baseadas em valores históricos. Os riscos, variáveis, distribuições associadas e seus respectivos desvios padrões são: Riscos Variáveis Distribuição Desvio Padrão Queda de receita Crescimento real do PIB [%] Normal 2,63 Queda de margem Taxa de juros – CDI [%] Log-normal 7,65 Queda de margem Taxa de inflação – IPCA [%] Log-normal 3,89 Queda de margem Taxa de câmbio – BRL/USD Log-normal 0,61 Realizando 10.000 iterações, a simulação indica, com 68% de confiança que o preço da CVCB3 fique entre BRL 14,79 e BRL 18,48. Isso reforça o resultado do nosso modelo, cujo preço alvo é de BRL 17,49. A probabilidade de um preço cuja recomendação seja HOLD é de 49%, contra 36% de VENDA e 16% de COMPRA. Frequência Preço Alvo [BRL] Preço Alvo Fonte: dados da companhia e estimativas da equipe Máximo 23,04 Mínimo 10,02 Média 16,64 Mediana 16,62 Desv Pad 1,84 Apêndice 18: Encadeamento do setor de turismo Fonte: BRAZTOA Apêndice 19: Infraestrutura turística pelo mundo Nota da infraestrutura por regiões do mundo (2013) Europa Oriente Médio Ásia Pacífico Américas África Nota composta (0-7) Infraestrutura de turismo ranking Ranking da infraestrutura de transporte aéreo Ranking da infraestrutura de transporte terrestre 5 4 4 4 3 1 2 4 3 5 1 3 2 4 5 1 3 2 4 5 Fonte: World Economic Forum, WTTC, Oxford Economics Apêndice 20: O setor de turismo na economia global Fonte: WTTC Apêndice 21: Internet no Brasil Fonte: eMarketer Apêndice 22: Vendas online no Brasil – setor de turismo Fonte: PhocusWright Apêndice 23: Comparação das reservas confirmadas na América Latina [BRL bi] Fonte: PhocusWright Apêndice 24: Investimento em infraestrutura turística Fonte: WTTC, Oxford Economics Disclosures: Ownership and material conflicts of interest: The author(s), or a member of their household, of this report does not hold a financial interest in the securities of this company. 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