A Controvérsia Sobre a Lua Nova

A Controvérsia
Sobre a Lua Nova
Baruch Ben Avraham
405
A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Índice
A Controvérsia Sobre a Lua Nova 404
Diferentes Formas de Celebrar a Lua Nova 406
A Igreja Cristã de Deus e Sua Posição 407
Um Eclipse Prova a Lua Nova Oculta? 409
‫ָאל‬
ֵ ‫ִׂשר‬
ְ ‫ָק ַהל י‬
Kahal Yisrael
Comunidade de Israel
A Falta de Evidências Para a Celebração da Lua Oculta 410
A Lua Foi Formada Para as Festas 411
Quando é o Dia da Lua Nova 412
O Erro do Calendário de Hillel II
Rua Mis. Gunnar Vingren 1922.
Bairro Nova Brasília
CEP 78964-250
Ji-Paraná. Rondônia
Brasil
Tel (69) 3421-6051
Cel 69 8111-3082
Tocai a Trombeta em Keseh Indica Celebração em Lua Oculta?
414
Como os Judeus Marcavam a Lua Nova 416
Que Ninguém vos Julgue Por Luas Novas, Festas e Sábados 417
Yeshua Celebrará a Festa do Pessach 418
O Sábado e a Lua Nova Celebrados na Nova Terra 419
Créditos Fotográficos 421
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‫ִׂש ָראֵל‬
ְ ‫ ָקהַל י‬Kahal Yisrael – Comunidade de Israel
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Diferentes Formas de Celebrar a Lua Nova
A Igreja de Deus Universal
celebrava além do shabat as
sete festas da Torah, mas não
via necessidade alguma de
celebrar o Purim, a festa das
Luzes ou a Festa da Lua Nova.
Para eles a festa das luas novas
estava ligada ao santuário e
cessou
junto
com
sua
destruição.
Uma
posição
parecida com a dos adventistas
do sétimo dia e os demais
cristãos. O que indica que pelo
menos num ponto a Igreja de
Deus Universal partilhava a
mesma posição de outras
organizações como adventistas
e Igreja de Deus do Sétimo Dia.
Se essa posição pode fazer algum sentido entre os israelitas
britânicos não o faz entre judeus messiânicos ou não. Assim judeus
caraítas observam a festa da lua nova exatamente quando ela sai e
criticam aqueles que a celebram com base em calendário em não
em observação visual sobre a cidade santa ou pelo menos sobre as
cabeças de cada observador ao redor do mundo.
Judeus rabínicos a celebram de acordo com um calendário
perpétuo que por vezes coincide com o reaparecimento da lua em
Rosh Chodesh (renovação do mês) e por outras não. Por vezes os
rabínicos tem celebrado esta festa quando a lua ainda não surgiu e
quando faltam até dois dias para seu aparecimento. Estranha para
quem acredita que a festa tem a ver com o aparecimento da lua.
‫ִׂש ָראֵל‬
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Alguns grupos nazarenos, como o Torah Viva de nosso irmão
Sha`ul Bentsion vem celebrando a festa da lua nova sem qualquer
conexão com a lua, supondo que tal conexão é pagã, que o ano
começa exatamente quando ocorre o equinócio de primavera, e que
os meses seguintes são marcados de 30 em 30 dias. Noutras
palavras, para eles não há festa da lua nova, mas sim da renovação
do mês.
Grupos conhecidos como sabatistas lunares celebram a festa
da lua nova em seu aparecimento e junto com ela o que chamam de
verdadeiro shabat não pagão, não saturniano, o shabat coincidente
com a lua nova. Como a lua tem quatro fazes, o shabat deles será
celebrado a cada nova faze da lua sem qualquer conexão com um
calendário fixo.
Já a Igreja Cristã de Deus de Woden Act na Austrália, acredita
que a celebração da festa da lua nova é perpétua e tão importante
como a celebração do shabat, mas que isso não pode coincidir com
o aparecimento da lua. Para eles o culto lunar é de origem pagã, foi
trazido ao judaísmo na babilônia, de onde saiu o Talmud da
Babilônia e não é de origem bíblica. A lua nova deve ser celebrada
em keseh, que segundo eles significa “em oculto.” Ou seja, a lua
nova acontece quando ela desaparece, e perdura por todo o
período da conjunção, quando ainda de esconde no céu. Essa seria a
forma bíblica não derivada do paganismo. Pode-se notar pois, que
não existe nada mais controverso na hora da restauração do que
definir se a lua nova deve ser celebrada, de que forma ela deve ser
celebrada e quando deve ser.
A Igreja Cristã de Deus e Sua Posição
A Igreja Cristã de Deus, sediada na Austrália é de longe a mais
numerosa de todas as herdeiras do armstronguismo. Suas igrejas se
espalham às centenas do Atâlntico ao Oceano Índico e do
Mediterrâneo ao Cabo da Boa Esperança no continente africano,
além de estarem presentes na Austrália, nas Filipinas e na Malásia.
‫ִׂש ָראֵל‬
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
A organização que tantas congregações esparramou pela
África merecem nossos parabéns por estarem celebrando todas as
festas bíblicas e por rejeitarem o calendário de Hillel II que
realmente pode tanto adiar como atrasar uma festa em relação a
lua, por exemplo para que o Yom Kippur nunca caia num yom
rishom (sexto dia) ou num Yom Shyshy (primeiro dia) alegadamente
para que não se celebre um sábado de 48 horas.
Isso ainda me parece absurdo. É algo que os caraítas já
enfrentam a séculos, pois o Eterno simplesmente ordenou que a
santa convocação seja realizada no 10° dia do sétimo mês, não no 8°
e não no 11°.i
Nesse sentido a Igreja Cristã de Deus imita os caraítas
celebrando o Yom Kyppur no 10° dia, o problema é a metodologia
que usam para chegarem a esse “10° dia,” pois ainda que para eles
não haja nem adiantamento e nem tardança, nem por isso o Yom
Kyppur da Igreja Cristã de Deus me parece por hora menos artificial
que o de Hillel, pelo contrário, penso que a emenda saiu pior que o
soneto. Numa época de debates como essa, abro espaço ao tema.
Penso que as
conquistas
dos
australianos perdem
força ao celebrar a lua
nova na sua faze ainda
oculta. Nessa situação
não há lua nova e o
mês anterior ainda
não fincou. É bom
recordar que a lua
nova astronômica é de
fato fixada quando
desaparece, e não
quando aparece como se pode ver na imagem acima. Mas
definitivamente não parece haver indícios sérios de que alguma vez
o povo hebreu haja celebrado lua nova em sua posição oculta.ii
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Um Eclipse Prova a Lua Nova Oculta?
Durante a conjunção,
que ocupa entre 5,1 e 8,5%
do ciclo lunar, a terra, a lua e
o
sol
se
encontram
aproximadamente
numa
linha reta, e por causa disso
a lua não pode ser vista,
pois o hemisfério lunar
voltado para a terra não
reflete nada da luz solar,
exceto em caso de eclipse.iii
Num eclipse, a lua se torna temporariamente visível, pois os
efeitos de sua passagem entre a terra e o sol se tornam observáveis
desde a superfície da terra. É a luz do sol que deixa de chegar até
nós para mostrar que mesmo não vendo nós a lua, ela está lá.
A alegação de alguns é que se a lua, que parece oculta devido
ao brilho do sol, pode ser vista em caso de eclipse, então é por que
a lua nova deve ser apontada nessa época. Entretanto esse é um
argumento pueril. O conceito de lua nova exige que ela seja visível
sempre, e não apenas em caso de eclipse Tomando a lua oculta
como base para a celebração do Rosh Chodesh todas as festas
solenes acabam sendo fixadas para os dias errados.
Ora, a primeira coisa que se tem de ter em conta é que a Torah
foi dada numa época em que não havia modernos sistemas de
cálculo que pudessem determinar exatamente o dia da conjunção,
que é quando a lua ainda permanece oculta. Além do mais celebrar
lua nova com lua oculta seria o mesmo que iniciar o dia quando a
sombra da noite ainda não desapareceu, ou assinalar o por do sol
quando ele ainda brilha no horizonte. De fato o princípio de lua
oculta seguido por eles não encontra paralelo nos meios judaicos
sejam eles rabínicos ou caraítas, e pode ser atribuído a uma
metodologia completamente estranha à história registrada do
judaísmo.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
A Falta de Evidências Para a Celebração da Lua Oculta
Não há evidências de que a celebração da lua nova oculta
tenha siso praticada por essênios, fariseus ou saduceus e nem
mesmo pelos caraítas, que se proclamam herdeiros da escola de
Tzadok. De onde então a Igreja Cristã de Deus, se proclamando
herdeira do judaísmo tirou tal conclusão?
A base principal para o conceito de previsibilidade da lua nova
dada pelo grupo e pelos outros poucos que se aventuraram a criar
seu próprio sistema para a datação das festas é o diálogo entre
David e Yonatan.
“Disse David a Yonatan: Eis que amanhã é a lua nova, em que
costumo assentar-me com o rei para comer; porém deixa-me ir, e
esconder-me-ei no campo, até à tarde do terceiro dia.” Shmuel Alef/1 Sm
20:5
“E disse-lhe Yoonatan: Amanhã é a lua nova, e não te acharão no
teu lugar, pois o teu assento se achará vazio.” Shmuel Alef/1 Sm 20:18.
O argumento é que o sistema de observação empregado pelos
caraítas jamais permitiria nem a David e nem a Yonatan estarem
certos de que o dia seguinte seria lua nova, pois no Oriente Médio
pode tardar entre um dia e meio a três dias e meio até que a lua
reapareça depois de sumir na minguante.
Ainda de acordo com essa tese David baseava-se em cálculos
astronômicos de quando ocorria a conjunção, ou seja, no momento
em que a lua se oculta. Bem, como esse é um tema relevante vamos
tratar dele em duas partes, primeiro falaremos da importância
perpétua da festa da lua nova, e logo de como datar a lua nova de
acordo com a visão histórica do judaísmo. O objetivo desse estudo
não é dar o debate por encerrado, pelo contrário, ele tem por
objetivo abrir o debate. Nossa discordância veemente com a Igreja
Cristã de Deus não significa que desmerecemos os méritos de tal
movimento, mas que desejamos seu crescimento na luz e que eles
continuem a avançar.
‫ִׂש ָראֵל‬
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Assim, sem desmerecê-los partimos para a análise desse tema
considerando que é melhor celebrar a festa numa data errada do
que não celebrá-la em data alguma. Mas ao mesmo tempo estamos
conscientes de que é melhor celebrar na data certa do que na
errada.
A Lua Foi Formada Para as Festas
Uma das mais surpreendentes declarações das Escrituras diz
respeito ao motivo ou causa pela qual o Eterno formou a lua. O
Salmo não deixa dúvidas quando declara: ‫ָׂשה יָ ֵר ַח לְמֹו ֲעדִים‬
ָ ‫ ע‬assá
yareach lemo´adim, “formou a lua para as festas.” Tehilim/Sl 104:19.
Não há dúvidas, portanto, o Eterno assah (fornou) yareach (a lua)
lemo´adim (para as festas). Desde quando o universo foi formado,
era desígnio do Eterno
estabelecer os moadim,
ou tempos determinados.
A festa da lua nova,
portanto não é uma
adição posterior surgida
no êxodo de Israel. Pelo
contrário, a lua foi feita
para que essas festas
solenes viessem a ser
celebradas. iv
De fato a palavra ‫ ּיָ ֵר ַח‬yareach (lua) tornou-se sinônimo de mês
no hebraico e a sua renovação o apontamento para uma das festas
mais freqüentes dos tempos bíblicos, a ‫ ִמּדֵי חֹדֶׁש‬middey chodesh ou
festa da lua nova. Daí a palavra ‫ חֹדֶׁש‬hodesh ser empregada tanto
para se referir à lua como para se referir a mês como se vê aqui:
“E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de
saírem os filhos de Israel de Mitzraym, no ano quarto do reinado de
Shlomo sobre Israel, ‫ ּבְחֹדֶׁש זִו‬be`hodesh ziv “no mês de Zive” (este é o
mês segundo), ‫ַּׁשנִי‬
ֵ ‫ הּוא הַחֹדֶׁש ה‬hu hachodesh hasheni começou a edificar a
casa de YHWH” Melechim Alef/1 Reis 6:1.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
“ ‫ וַּיֹאמֶר ָּדוִד אֶל יְהֹונָתָן ִהּנֵה חֹדֶׁש‬Vayomer David el yehonatan hine
chodesh, e disse David a Yonatan amanhã é lua nova.” (Shmuel Alef 20:5)
Era nesse dia, dia de chodesh ou renovação do mês que David
festejava com o rei Shaul e comia na sua presença. Nesse dia
também devemos festejar.
Verdade é que hoje celebramos estas festas na imperfeição de
nossa carne e na fragilidade de uma felicidade não raro abalada por
tensões e tragédias. Por causa disso elas são apenas uma sombra
das coisas vindouras, do olam habá, (mundo vindouro) onde nossa
alegria será eterna.
Quando é o Dia da Lua Nova
Devido ao fato
de que hoje os
astrônomos registram
como lua nova o
momento
da
conjunção entre a
terra, a lua e o sol, ou
seja, o momento em que a lua está entre nós e o sol, impedindo sua
visibilidade, muitos afirmam que esse é o momento para celebrar a
lua nova.
A ilustração acima é bem um exemplo de como não se deve
datar a lua nova, isso é, quando ainda não apareceu a sua primeira
unha visível. Na verdade o dia da lua nova é quando ela aparece no
horizonte diante de nossos olhos.
Entretanto, em meio aos debates entre a conjunção e o
aparecimento da lua surgidos após o avanço da astronomia, alguns
se confundiram quando ao momento exato de estabelecer a festa da
lua nova. O rabinismo é um exemplo claro de como uma posição,
mesmo equivocada pode vir a influenciar uma posição certa.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
O Erro do Calendário de Hillel II
Essa tendência terminou afetando em certo sentido o
calendário judaico de Hilell, que permite que se declare a lua nova
quando ela ainda não pode ser vista, o que de fato acontece em
alguns dos meses judaicos (não todos). O argumento é que se em
caso de Eclipse a lua em conjunção se deixa ver, isso significa que
não há inconveniente em se observar a festa mesmo quando ela
está em estado de “lua escura”, pois ela lá está.
Por conta disso, o calendário perpétuo que se baseia apenas
nas fazes da lua em vez de na sua observação visual, pode levar os
judeus do mundo inteiro a celebrarem a festa de 1,5 a 3,5 dias antes
dela se ver, pois esse é o período em que ela pode tardar a aparecer
no Oriente Médio quando desaparece na minguante. Bem, isso nos
permite voltar a questão da datação da lua nova feita por David.
Ambos os sistemas, tanto o de Hillel como o seguido pela Igreja
Cristã de Deus, supõem ainda que com base em premissas
diferentes que Rosh chodesh pode ser previsto antecipadamente. A
pergunta então é: Afinal é possível prever a lua nova? A resposta é
tanto sim como não.
Ninguém no Oriente Médio, a menos que fosse profeta,
vidente ou adivinho poderia dizer daqui a 10 dias seja lua nova. Uma
pergunta então fica de pé: Como David e Yonatan sabiam, que no
dia seguinte seria lua nova?
A razão é que qualquer pessoa que viva no Oriente Médio
sabe que a lua pode ficar oculta entre 1,5 e 3,5 dias e não mais que
isso. Um observador atento, (e as pessoas que viviam em sociedades
agrárias como as de Israel eram pessoas atentas), passados já dois
dias de lua oculta pode afirmar sem medo de errar que o dia
seguinte seria dia de lua nova. Quando os amigos, David e Yonatan,
disseram mutuamente um ao outro, “amanha é lua nova,” não se
baseavam em nenhuma previsão ou cálculo matemático de quando
a lua se esconderia como sugere o grupo australiano. O objetivo era
mostrar justamente o contrário, ou seja quando ela reapareceria.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
A maior evidência pode ser vista em seu diálogo. Eles falavam
um ao outro de ‫ ִהּנֵה חֹדֶׁש‬hine chodesh “(amanhã é lua nova).1 Ou
seja, eles tinham certeza de que a lua não demoraria mais de 24
horas para aparecer. E para terem essa certeza se baseavam nas leis
lunares que eram tão conhecidas antes como o são em nossos dias.
Tocai a Trombeta em Keseh Indica Celebração em Lua Oculta?
A idéia de que se deve celebrar a festa da lua nova, quando ela
ainda está oculta uma lua nova escondida, pretende estar baseada
noutro ponto da Bíblia, o Salmo que ordena o toque da trombeta
dizendo:
:‫ִּתקְעּו בַחֹדֶׁש ׁשֹופָר | ַּב ֵּכסֶה לְיֹום ַחּגֵנּו‬
“Tikeu vachodesh shofar bakesseh leyom chagenú.”
“Tocai o shofar en keseh, no dia da nossa festa.”
Tehilim/Sl 81:3.
Os defensores da teoria supõem duas coisas, primeiro que a
festa aqui mencionada seja a festa de Yom Teruah, quando o toque
do Shofar é obrigatório, e segundo que a palavra ‫ ֵּכסֶה‬keseh derive
da raiz ‫ כסה‬ksh que significa cobrir, e portanto se refira à lua quando
ainda está oculta ou coberta. Isso pode fazê-los iniciar o mês de 1 a
3 dias antes do momento indicado.v
1
Para uma análise ampliada tanto dos conceitos da Igreja Cristã de Deus sobre a necessidade de observar
a lua nova quando ela ainda está em oculto como da resposta que os caraítas dão a essa questão
recomendo
a
consulta
aos
seguintes
links.
http://www.ccg.org/spanish/s/p156.html
http://www.caraitas.org/Karaite-Korner/luna.html
‫ִׂש ָראֵל‬
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Note que ali não se faz referência apenas à trombeta, mas
também ao tamborim, à harpa suave e ao saltério, ou seja, o foco
aqui não é o Yom Teruah, mas as chagim regalim (festas de
peregrinação). A ordem de tocar à trombeta se refere pois às três
festas anuais de Yerushalaim, a festa dos Paes (há matzot), a festa
das semanas (shavuot) e a festa dos tabernáculos (sukot). Mas
nenhuma dessas festas ocorre no início do mês. A primeira e a
terceira delas (Pessach e Sukot) ocorrem respectivamente entre 15 e
21 dos meses de abibe (primeiro) e tishrei (sétimo) quando a lua
está em sua maior magnitude, sendo por isso chamada de lua cheia
isso é no meio do mês.
Já a segunda festa, a de shavuot, ocorre 50 dias após o shabat
que se segue ao pessach, pois a contagem do omer começa sempre
no yom rishon (primeiro dia da semana) seguinte ao pessach. Isso
significa que Shavuot (semanas ou pentecostes), não é uma festa
fixa, mas móvel, e pode ser celebrada entre os dias 4 e 11 do
terceiro mês, a depender do dia da semana que caiu o pessach. Por
causa disso nem mesmo o shavuot jamais é celebrado exatamente
em Rosh Chodesh e muito menos com a lua em oculto, pelo
contrário, a festa é clebrada quando a lua está crescendo, ou quase
cheia.
É muito mais
lógico relacionar a
palavra keseh ‫ֵּכסֶה‬
“keseh”
com
o
aramaico kista e o
assírio “kuseo” que
têm o sentido de lua
cheia, como ocorre
em (Mishley/PV 8:20)
do que com lua
escondida.
Outra
palavra da mesma raiz de (‫ כס‬kafe e sameach) é ‫ ִּכּסֵא‬kise, que ocorre
136 vezes com o sentido de assento ou trono, que são objetos
visíveis e não algo que se sabe que está lá, mas não se pode ver. vi
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
O sentido se completa com a palavra ‫“ ָּכסָה‬kasáh” (cobrir,
ocultar, esconder), da mesma raiz de ‫“ ֵּכסֶה‬keseh.” Ora, os sapos que
cobriram (‫ וַ ְּתכַס‬vatkas) a terra do Egito eram animais visíveis tanto
quanto a nuvem que cobria (‫ יְַכּסֶּנּו‬yekasenu) o tarbernáculo podia ser
notada claramente durante o dia impedindo que o sol causticante
impedisse aos adoradores de para lá se dirigirem a qualquer hora do
dia.
Da mesma forma, a lua cheia, no seu máximo brilho, é avistada
claramente tanto durante a festa do Pessach, como durante a festa
do Sukot, cobrindo com sua luz os habitantes de Israel durante as
celebrações. Não parece haver base para se afirmar que keseh ‫ ֵּכסֶה‬se
refira a lua oculta, e que tanto judeus rabínicos como caraítas
laborem em tão crasso erro que precisem ser corrigidos. Nesse caso
é importante ressaltar que aqueles que através dos tempos sabiam
que a lua foi criada para as festas, e as celebraram precisam ser
considerados.
Como os Judeus Marcavam a Lua Nova
Concluímos dizendo que os israelitas não se baseavam em
cálculos astronômicas para iniciar seus meses, mas em observações
visuais feitas à partir da cidade de Yerushalaym e que se renovavam
a cada ano e a cada mês.
Tanto é assim que a Mishná refere que duas testemunhas
avistavam a lua nova em Yerushalaym e a seguir acendiam fogueiras
a partir do Monte das Oliveiras a fim de avisar as povoações
distantes que havia chegado o rosh hodesh, ou o dia que encabeça
o mês.
Era um gesto muito importante por que todas as festividades
judaicas dependiam da lua nova para serem fixadas. Bem, esse
parece ser um exemplo dos erros em que se tende a cair quando
restauramos sem uma referência e nos esquecemos que aos judeus
foram confiados os oráculos de Elohim.
‫ִׂש ָראֵל‬
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Que Ninguém vos Julgue Por Luas Novas, Festas e Sábados
Salta à vista, quando se examina as Escrituras sob uma ótica
judaica que na maioria das vezes os cristãos não conseguem captar
o pensamento por trás da Brita Chadashá, amplamente favorável à
observância das festas, luas novas, sábados e tempos apontados.
Não captando esse princípio, até mesmo uma declaração de
estímulo a que os gentios voluntariamente observem essas
ordenanças para Israel são tidas como indicações contrárias à sua
observância. Isso é patente em Colossenses onde o escritor ensina
uma coisa e os cristãos entendem outra.
Shaul quer ensinar que ninguém deve ser julgado por guardar
os moedim, que são os tempos apontados, mas a maior parte dos
cristãos ainda entende que ninguém deve ser julgado por não
guardá-los.
É preciso considerar que a obrigatoriedade dessas
observâncias aos israelitas jamais foi objeto de discussão na brit
chadashá. Um israelita está obrigado a cumprir o que lhes foi dado
na forma de mandamento. Na verdade o que Shaul declara é que
aqueles dentre os gentios que optam por uma vida santa em
proximidade com as práticas do Maschiach, e em unidade com seu
corpo que é Israel estão livres para obedecer a Torah. Nessa situação
eles não devem permitir que alguém os julgue por realizar estas
festividades. Elas são um prelúdio daquelas que realizaremos, todos
juntos, judeus, israelitas e gentios no reino eterno do Maschiach:
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por
causa dos moedim (dias de festa), ou da midey chodesh (festa da lua
nova), ou dos shabatot (sábados), que são sombras das coisas futuras,
mas pertencem ao corpo do Maschiach (sua kehilat)” Colossenses 2:16.
Mais uma vez recorde-se que Shaul não fala que os que não
celebram as festas não devem ser julgados, mas sim que os que as
celebram não devem permitir que ninguém lhes julgue por que isso
pertence ao corpo do Messias que é o povo de Israel.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Os tempos apontados não cessaram como a maioria pensa,
pois o futuro ainda não chegou. A natureza nos ensina que a
sombra acompanha a realidade enquanto a luz incidir a seu lado.
Assim temos a Bessorat como luz, os Moedim como sombra e o
Malchuto Mschiach (Reino do Messias) como realidade. A sabedoria
que vem do alto unifica estas realidades a não sabedoria as divide.
Yeshua Celebrará a Festa do Pessach
Olhem para o Pessach, o
moed que comemora a saída
dos filhos de Israel do Egito, e
que também representa nossa
saída
do
Egíto
místico
representando na sombra
pagã que afeta a Igreja. Por
acaso não aponta ele para a
volta de Yeshua? Não foi ele
mesmo que disse: “Desejei
muito comer esse pessach
convosco por que vos digo que
não o comerei mais até que ele
se cumpra de novo no reino do
meu Pai?” Lucas 22:14. vii
Seríamos tolos se disséssemos que uma festa que se cumprirá
plenamente no próprio reino encerrou sua função e seu simbolismo.
Quando Yeshua voltar então a festa do Pessach se cumprirá em sua
perfeição. Talvez já não haja o ovo colocado no Seder, segundo
dizem os rabinos para lembrar a destruição do Templo. Talvez já não
haja a água salgada que recorda as lágrimas dos filhos de Israel
antes de atravessarem o salgado Mar Vermelho. Talvez já não haja o
doce que recorda a escravidão no Egito quando os filhos de Israel
amassavam com palha o barro que serviria de argamassa para
edificar o Egito. Mas com certeza ali estará o vinho com que se
santifica as festas, o pão sem fermento e o cordeiro de pessach.
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
O Sábado e a Lua Nova Celebrados na Nova Terra
Apergunta é: Quando o Malchuto Maschiach chegar o que
acontecerá com a festa da lua nova segundo as Escrituras?
A resposta é simples e se encontra registrada a mais de 2700
anos no Tanach. Toda a carne virá à sua presença ‫וְ ָהיָה ִמּדֵי חֹדֶׁש ְּב ָחדְׁשֹו‬
‫ְׁשּבַּתֹו‬
ַ ‫ ּו ִמּדֵי ַׁשּבָת ּב‬vehayah midei chodesh bechadsho umidey shabat
beshabatto,” celebrar de shabat a shabat e de festa da lua nova à
festa da lua nova.” Yeshayahú/Is. 66:23.
Isso é, pois o que nos espera. Nada de shabat ser mais sagrado
que lua nova, de um ser permanente e outro transitório. A Bíblia nos
conta uma outra história. A lua que contemplamos a maior parte do
mês é, portanto um testemunho do propósito de Elohim de que seu
povo celebre festas perpetuamente na sua presença. Enquanto
existir lua estas festas estão de pé, pois a lua foi criada para elas.
Além disso, o que o
povo de Israel precisa é que
a B`rit Hadashá, ou aliança
renovada,
instituída
por
Yeshua e imputativamente
dada a Israel, seja feita com
eles, ou neles e que seu
coração seja renovado, o que
deve acontecer no retorno
do Maschiach. A Chag Rosh
Chodesch, Festa da Lua Nova
testemunha,
pois
desse
milagre, a renovação da vida,
tudo feito novo, o homem
hoje redimido por graça,
salvo pelo sangue da aliança
já derramado transformado
numa nova criatura e de
volta ao Éden. viii
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A Controvérsia Sobre a Lua Nova
É por isso mesmo que Yeshua diz:
“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem,
nem um yud ou um makef (traço) se omitirá da Torah, sem que tudo seja
cumprido..” Matytyahú 5:18.
Que aprendamos a não ir além do que está escrito lembrando
que nada do que foi falado por Moshe na sagrada Torah que lhe foi
dada ou pelos profetas jamais passará. A Torah é perfeita, e o que
ela diz que se há de cumprir virá a se cumprir. Pode parecer
estranho para a maioria dos crentes sabatistas que a lua nova esteja
ao lado do shabat no mundo vindouro. Na verdade o que é
estranho é justamente o contrário que eles pensem que o shabat é
perpétuo e que a lua nova foi abolida.
‫ִׂש ָראֵל‬
ְ ‫ ָקהַל י‬Kahal Yisrael – Comunidade de Israel
S
421
A Controvérsia Sobre a Lua Nova
Créditos Fotográficos
i
NASA. Descrição: A lua crescente último trimestre acima do horizonte da Terra é destaque nesta
imagem fotografada por um membro da tripulação da Expedição 24 da Estação Espacial Internacional.
Fonte: International Space Station Imagery ou Wikipedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Expedition_24_Crescent_Moon.jpg
ii
Fazes da lua conparadas ao calendário de maio de 2005. File:Moon phase calendar May2005.png
Fonte: Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Moon_phase_calendar_May2005.jpg
iii
Eclipse solar de Julho, 11, 1991, a fase total. Tirada com a câmera 35 mm e digitalmente transferidos.
Localização: Playas del Coco, Costa Rica Guanacaste. Fonte: Wikipedia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Eclipse_CR_1991_a_zoom.jpg
iv
PikiWiki - Israel free image collection project Atribuição: ‫ארכיון קיבוץ גת‬. Autor: ‫ יעקב קירש‬Fonte:
Wikimédia.
v
A Temani (Yemeni Jewish) style shofar made from a horn of A greater kudu. (Photo: Olve Utne) Fonte:
Wikipédia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Jemenittisk_sjofar_av_kuduhorn.jpg
vi
Full moon at early dusk (Lua cheia ao começo do anoitecer). Unterhaching, Alemanha, 19:16 UTC +2)
Fonte:
Wikipédia..
(Unterhaching,
Germany,
19:16
UTC+2)
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:FullMoon_at_Dusk.jpg
vii
Sedertisch. Festmahl zum jüdischen Pesachfest. Im Vordergrund einige Haggadot-Bücher. (Seder da
festa judaica do Pessach). Autor: datafox Fonte: Wikipédia.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pessach_Pesach_Pascha_Judentum_Ungesaeuert_Seder_datafox.jpg
viii
O Paraíso, por Jan Brueghel 1568-1625. Fonte: Wikipedia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Jan_Bruegel_d._%C3%84._003.jpg
‫ִׂש ָראֵל‬
ְ ‫ ָקהַל י‬Kahal Yisrael – Comunidade de Israel
S