ANALISE DO POTENCIAL ANTIINFLAMOTORIO E NOCICEPTIVO

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ANALISE DO POTENCIAL ANTIINFLAMOTORIO E NOCICEPTIVO
ÁREA: FARMACOLOGIA
CV (X) CHSA ( ) ECET ( )
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – MEC
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PRPPG
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ANALISE DO POTENCIAL ANTIINFLAMOTORIO E NOCICEPTIVO DO
POLISSACARIDEO SULFATADO EXTRAIDO DA ALGA MARINHA
VERMELHA, Agardhiella ramosíssima.
Eulina Gabriela do Nascimento Dias (bolsista do PIBIC/UFPI), André Luiz dos Reis Barbosa
(Orientador dep. de fisioterapia – CMRV/UFPI)
1. INTRODUÇÃO.
Muitas plantas utilizadas na medicina popular já foram descritas contendo polissacarídeos
biologicamente
ativos,
incluindo
atividade
antiviral,
antitumoral,
imunoestimulante,
antiinflamatória, anticomplemento, anticoagulante, hipoglicemiante e, até mesmo, atividade
antiúlcera gástrica (SRIVASTAVA e KULSHVESHTHA, 1989; CAPEK et al., 2003).
As algas são a fonte mais abundante de polissacarídeos, como os alginatos, agar e agarose,
bem como carragenanas. Os diferentes perfis de atividades biológicas exibidas por estes
polissacarídeos dependem de variações de suas características estruturais (CROC et al.,
2011).
Como os possíveis efeitos farmacológicos de muitos desses polissacarídeos ainda estão por
revelar, o estudo dessas algas e principalmente da ação dos polissacarídeos delas extraído,
permite produzir compostos que possam ser usados na terapêutica de diversos tipos de
patologias bem com no tratamento de inflamação e dor.
Sabendo do potencial terapêutico dos polissacarídeos extraídos de algas marinhas, o presente
estudo teve como objetivo avaliar o possível potencial anti-inflamatório e nociceptivo de um
polissacarídeo extraído da alga vermelha Agardhiella ramosíssima.
2. METODOLOGIA.
2.1. ANIMAIS.
Foram utilizados camundongos Swiss machos, procedentes do Biotério Central da
Universidade Federal do Ceará. Os animais foram acondicionados no laboratório de
farmacologia da UFPI- Paranaíba, com temperatura controlada e receberam água e
alimentação ad libitum. Todos os tratamentos e procedimentos cirúrgicos realizados estiveram
de acordo com o guia de cuidado em uso de animais de laboratório do National Institutes of
Heath (Bethesda, MD, USA) e esse projeto foi enviado para apreciação pelo Comitê de Ética
em Experimentação Animal (CEEA) da UFPI.
2.2. MIGRAÇÃO DE NEUTRÓFILOS PARA A CAVIDADE PERITONEAL INDUZIDA POR
CARRAGENINA.
Foram injetados intraperitonealmente, por cavidade de cada animal, 500 μg de carragenina
diluídos em 250μl de salina estéril. Após quatro horas, a cavidade peritoneal foi lavada com 1,5
mL da solução de PBS heparinizado, massageada e incisada com bisturi para coleta do líquido
com pipeta Pasteur. As contagens totais e diferenciais foram feitas de acordo com o método
descrito por Souza & Ferreira (1985).
2.3. TESTE DE CONTORÇÃO INDUZIDO POR ÁCIDO ACÉTICO
Os animais foram divididos em 4 grupos (n = 5 por grupo), que receberam injeção de ácido
acético ip. a 0,6% (10 ml • kg-1 de peso corporal), e a intensidade de nocicepção foi
quantificada através da contagem do número total de contorções. Os animais receberam PLS
(30 mg • kg-1, ip) ou solução salina estéril (grupo de controle, 0,9%, w / v), 30 minutos antes da
injeção de ácido acético. A Morfina (5 mg • kg-1, sc) foi administrada 30 minutos antes do ácido
acético como um composto de referência.
2.4. TESTE DE FORMALINA
20 μg de formalina a 2,5% foram administrados (i.pl) na pata traseira direita dos camundongos.
O tempo de lambedura foi gravado de 0 a 5 min (fase 1, neurogênica) e de 20 a 25 minutos
(fase 2, inflamatória), após a injeção de formalina. Os animais (n = 5 por grupo) foram, em
seguida, tratados com 30 mg (PLS • kg-1, ip) ou solução salina estéril (0,9%) 30 min antes da
injeção de formalina. A Morfina (5 mg • kg-1, sc) foi também administrada 30 min antes da
injeção de formalina e utilizada como um composto de referência.
2.5. TESTE DE PLACA QUENTE
Cada camundongo foi colocado duas vezes sobre uma placa aquecida (51 ± 1 ° C), separadas
por um intervalo de 30 min. Após a segunda tentativa (tempo de reação controle), os grupos de
animais (n = 5) receberam solução salina estéril (0,9%, i.pl.), PLS (30 mg • kg-1, ip) e morfina
(5 mg • kg -1, sc; medicamento de referência). Os tempos de reação foram medidos no tempo
zero (0 hora) e 30, 60, 90 e 120 minutos após os compostos serem administrados, com um
tempo de corte de 45 s.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os animais tratados apenas com solução salina não apresentaram inflamação na cavidade
peritoneal. Entretanto os animais tratados com carragenina apresentaram peritonite. A
administração de PLS (10 mg/kg) reduziu significativamente o número de leucócitos total nas
cavidades peritoneais dos camundongos (4313±711.4 10³cells/ml) quando comparou ao
controle (3550±263.0 10³cells/ml). O PLS também reduziu significativamente o número de
leucócitos (migração de neutrófilos) na contagem diferencial (1906±351.2 10³ celas / ml)
comparada com o grupo controle salina (738.4 ±77.80 10³ celas / ml). A dose de 10 mg/Kg foi a
que apresentou o efeito protetor na cavidade peritoneal (nível de significância de p<0,05).
Vários estudos demonstraram que a inibição da migração de neutrófilos reduz hipernocicepção
induzida por diferentes estímulos inflamatórios. Assim, avaliou-se a ação da nossa fração PLS
em experimentos sobre a hipernocicepção.
O potencial antinociceptivo do PLS extraídos da A. ramosíssima foi avaliada por meio de três
modelos bem aceitos de dor, ou seja, contorção induzida por ácido acético, teste de formalina e
placa quente.
Os animais tratados com PLS (ip; 30 mg kg-1) 30 minutos antes do ácido acético possuiu efeito
antinociceptivo através da inibição significativa de contorções abdominais. A porcentagem de
inibição foi de 82,0% em relação ao grupo controle (soro fisiológico e ácido acético). O efeito
inibitório das contorções foi expresso de forma mais intensa quando 5 mg kg-1 de morfina (ip)
foi administrado, indicando uma redução de 98,80%. Isso demonstra a ação antihiperalgésica
periférica da fração de PLS.
No ensaio de formalina o PLS (30 mg • kg-1), injetados ip 30 min antes da formalina,
demonstrou um efeito antinociceptivo significativo, reduzindo o tempo de lambedura, apenas na
segunda fase (inflamatória) do teste. Isto resultou numa redução de 80,54% em comparação
com o grupo de controle (solução salina).
Para confirmar que o PLS diminui eventos inflamatórios periféricos, foi realizado o teste da
placa quente. O PLS não mostrou qualquer efeito antinociceptivo em todos os intervalos.
4. CONCLUSÃO
O polissacarídeo sulfatado extraído da alga vermelha Agardhiella ramosissima teve uma ação
antiinflamatória por reduzir leucócitos (contagem total) e neutrófilos (contagem diferencial) para
o foco da inflamação aguda in-vivo e também atividade antinociceptiva por reduzir o número de
contorções e tempo de lambedura.
APOIO: PIBIC
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BHATTACHARYA D. & MEDLIN L. 1998. Algal phylogeny and the origin of land plants. Plant.
Physiol., 116: 9 – 15.
FERREIRA S. H. A new method for measuring variations of rats paw volumes. J. Pharm
Pharmacol. 31:648, 1979
RANG H. P.; DALE M. M.; RITTER J. M.; MOORE P. K. Farmacologia. 6 ed., Rio de Janeiro:
Ed. Elsevier, p. 829, 2007.
PALAVRAS-CHAVE: Agardhiella ramosíssima; Inflamação; Nocicepção.

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