Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA Fone

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Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA Fone
Caracterização Morfológica e Variação do Crânio no Grupamento Racial do Equino “Baixadeiro”
(equus caballus, equidae)¹
Luiz Bruno Oliveira Chung², Camila Abreu Souza³, Ligia Tchaicka4, Ricardo de Macedo Chaves5
¹Financiado pela Fapema
²Mestrando do Curso de Ciência Animal – UEMA. E-mail: [email protected]
³Lab. Estudos Genômicos e Histocompatibilidade HUUFMA – UFMA. E-mail: [email protected]
4Departamento de Química e Biologia – UEMA. E-mail: [email protected]
5 Departamento das Clínicas – UEMA. E-mail: [email protected]
Resumo: A integridade do grupamento racial “Cavalo Baixadeiro” encontra-se ameaçada devido a
constantes cruzamentos com animais de outras raças e a falta de manejo adequado do rebanho. Dessa
forma, torna-se urgente a realização de pesquisas que caracterizem o grupo e o tornem reconhecido como
raça. Este reconhecimento pode tanto agregar valores comerciais a esses animais, quanto fornecer dados
para a formulação de planos de conservação de material genético nativo da região da Baixada
Maranhense. O cavalo Baixadeiro para ser reconhecido como raça distinta das demais precisa ter um
padrão racial definido, por isso a necessidade de sua caracterização morfológica. Essa pesquisa visa
caracterizar morfologicamente o grupamento racial do cavalo “Baixadeiro”, definindo um padrão racial
para esse grupo e quantificar o padrão de tamanho do crânio e variação na forma pela técnica de
morfometria geométrica. Para coleta dos dados será feita a identificação de criadores e dos animais e os
que se enquadrarem no perfil estabelecido para a raça serão analisados e serão aferidas medidas de altura,
comprimentos, perímetros e largura, a análise de pelagem também será realizada. Para os dados
morfométricos serão coletados 50 crânios e assim poderá ser analisados e comparados a variação do
tamanho e forma do crânio em relação a outras raças.
Palavra – chave: análises morfológicas, cavalo "baixadeiro" e morfometria geométrica
Morphological Characteristics and Change of Skull in Reverse Split of Racial Equine "Baixadeiro"
(equus caballus, equidae)
Abstract: The integrity of racial grouping "Baixadeiro Horse" is threatened due to constant crossing with
other breeds of animals and the lack of proper management of the herd. Thus, it is urgent to conduct
research that characterize the group and become recognized as a race. This recognition can either add
commercial value to these animals as provide data for the development of native genetic material
conservation plans of the lowland region. The Baixadeiro horse to be recognized as a distinct breed from
the others must have a defined breed standard, so the need for their morphological characterization. This
research aims to characterize morphologically the racial grouping horse "Baixadeiro", defining a breed
standard for this group and quantify skull size pattern and variation of form through the technique of
geometric morphometry. For data collection will be made to identify creators and animals and that they fit
the profile set for the race will be analyzed and will be measured height measurements, lengths,
perimeters and width, the coat analysis will also be performed. For morphometric data will be collected
50 skulls and so can be analyzed and compared the variation in size and skull shape compared to other
races.
Key - words: morphological analysis, horse "Baixadeiro" and geometric morphometric
Introdução
O cavalo Baixadeiro é oriundo do cruzamento de equino de origem Ibérica, provavelmente dos
cavalos Garrano e Berbere introduzido no Brasil no período colonial. É um grupo de cruzamento
centenário restrito a região da Baixada Maranhense, onde constitui importante meio de transporte para as
comunidades, sendo muito utilizado na lida com o gado (Gazolla et al., 2009). Possui características de
rusticidade e adaptabilidade adquiridas através da seleção natural.
A integridade do grupamento racial “Cavalo Baixadeiro” encontra-se ameaçada devido a
constantes cruzamentos com animais de outras raças e a falta de manejo adequado do rebanho. Dessa
forma, torna-se urgente a realização de pesquisas que caracterizem o grupo e o tornem reconhecido como
raça. Este reconhecimento pode tanto agregar valores comerciais a esses animais, quanto fornecer dados
para a formulação de planos de conservação de material genético nativo da região da Baixada
Maranhense.
Não existe oferta de reprodutores “Baixadeiro” no mercado, pois os animais de melhor qualidade
são castrados e utilizados no trabalho de manejo do gado e transporte. Os animais que são introduzidos na
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monta natural a campo geralmente são aqueles que não podem mais ser utilizados para os trabalhos de
transporte, montaria e lida com o gado da baixada.
Bookstein (1991) define morfometria como “o estudo estatístico da variação da forma em relação
a fatores causais”. Ou seja, almeja não somente quantificar as formas biológicas, mas também fazer
inferências sobre causas que levam às diferenças de forma (Monteiro & Reis,1999).
De fato, os procedimentos de morfometria geométrica visam transformar os dados de coordenadas
de marcos anatômicos e obter uma variável de tamanho e várias variáveis de forma. Assim a equação
básica que resume um dos procedimentos mais importantes das técnicas de morfometria geométrica é:
FORMATO = FORMA + TAMANHO.
Essa pesquisa visa caracterizar morfologicamente o grupamento racial do cavalo “Baixadeiro”,
definindo um padrão racial para esse grupo e quantificar o padrão de tamanho do crânio e variação na
forma pela técnica de morfometria geométrica.
Material e Métodos
Para coleta dos dados morfológicos, será feita a identificação dos criadores e dos animais na
Baixada e o perfil fenotípico visível estabelecido no levantamento para os animais serem considerados da
raça Baixadeiro, será apresentar os seguintes caracteres: pelagem tordilha, castanha, rosilha ou baio;
altura média de 1,28 (macho) e 1,23 (fêmea); porte pequeno, robusto, leve em sua aparência geral e de
musculatura definida; cabeça de tamanho médio, de perfil subconvexo para retilíneo, olhos médios e
vivos e orelhas bem implantadas; ossatura seca e forte, tendões delicados, pele e pelos finos; constituição
forte e sadia e temperamento ativo (Serra, 2004).
Serão utilizadas medidas posicionadas com menos irregularidade possível em relação ao solo.
Serão aferidas as medidas de: Altura, Comprimento, Perímetro e Largura. A análise dos dados será
realizada por meio de um conjunto de procedimentos de análises quantitativa e qualitativa, conforme o
modelo clássico de análise de conteúdo.
Para obtenção dos dados morfométricos serão coletados 50 crânios de cavalos Baixadeiros, sendo
25 de machos e 25 de fêmeas, esses crânios serão provenientes de animais adultos. A coleta desses
crânios será realizada na região da Baixada Maranhense, os crânios serão provenientes de criadores do
cavalo Baixadeiro. Para coleta desse material, será feito um trabalho de busca de informações, contatando
a AGED (Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão), médicos veterinários e outros profissionais da
área para se chegar aos criadores.
Posteriormente, os crânios serão limpos e organizados, em fundo preto, individualmente para
serem fotografados com câmera digital de boa resolução. As fotos serão tiradas nas vistas dorsal, ventral e
lateral e serão salvas em formato e local adequado. Serão estabelecidos marcos anatômicos para cada
vista do crânio, e sendo transformados em coordenadas cartesianas e analisados pelo programa TpsDig
2.15 (Rohlf, 2010).
Posteriormente, uma Análise das Variáveis Canônicas (CVA) será realizada para testar as
possíveis diferenças na forma e tamanho de crânio entre as raças Baixadeiro, Pantaneiro e Marajoara.
Uma análise de variância (ANOVA) será aplicada para testar as diferenças no tamanho do crânio,
utilizando o tamanho do centróide (equivale à raiz quadrada do somatório dos quadrados das distâncias
entre cada ponto de referência e o centróide). Todas as análises serão executadas com o auxílio do
programa MorphoJ 1.02d (Klingenberg, 2008).
Resultados Esperados
Com esse trabalho espera-se definir um padrão racial para o equino Baixadeiro e comprovar que
ele é uma raça definida e distinta das demais existentes.
Literatura Citada
BOOKSTEIN, F.L. Morphometric tools for landmark data. Geometry and Biology. Cambridge University
Press: New York. 1991.
GAZOLLA, A.G.; SERRA, O.R.; LIMA, F.C. et al. Pelagens do cavalo da raça baixadeira. In: 46ª
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 2009. Maringá-PR, 14 a 17 de
julho de 2009, p.1-3.
KLINGENBERG C. P. Morphological integrationand developmental modularity. Annual Review
ofecology, Evolution and Systematics. 2008.
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MONTEIRO, L.R.; REIS, S.F. Princípios de Morfometria Geométrica. Holos, Ribeirão Preto. 1999.
ROHLF, F. J. TPSDig. Computer program. Version 2.16. 2010.
SERRA, O.R. Condições de manejo, preservação e caracterização fenotípica do grupamento genético
eqüino baixadeiro, 2004. Dissertação (Mestrado em Agroecologia) - Universidade Estadual do Maranhão,
2004. 84p.
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