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As contribuições da fenomenologia na pesquisa em pedagogia social Mara Lucia Teixeira Brum* Elizane Pegoraro Bertineti ** Lucimar Pereira de Souza*** RESUMO O texto teve como objetivo mostrar a importância da pesquisa Fenomenologia na Educação e sua contribuição na pesquisa em Pedagogia Social. Parte-se de uma apresentação do método da fenomenologia por meio do pensamento de Edmundo Husserl e de seus comentadores, buscando aproximar o método fenomenológico da Pedagogia Social, de modo a contribuir para a pesquisa em Pedagogia Social e para a formação dos pesquisadores sociais. Palavras-chave: Pedagogia Social. Fenomenologia. Pesquisa. 1 INTRODUÇÃO O movimento fenomenológico surgiu no final do século XIX e início do século XX, tendo como autor principal Edmundo Husserl e como precursores Brentano e Heidegger, entre outros. A Fenomenologia começou e desenvolveu uma ciência genuína da experiência a que Husserl denominou, inicialmente, de uma psicologia descritiva rigorosa. Essa psicologia, naturalmente, diverge da psicologia existente e dominante. Essa ciência rigorosa da experiência, de forma alguma, é caracterizada por ser subjetiva e uma reversão à introspectiva do século XIX. Mestranda do PPGE/UFPEL – Linha Filosofia e História da Educação, Licenciada em Pedagogia – FURG (1999). Pós-graduada em Educação Infantil pela UCB (2004); Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional pela UCB (2005). [email protected] ** Mestranda do PPGE/UFPEL – Linha Filosofia e História da Educação – elizane81bertineti@ hotmail.com *** Graduada em Pedagogia/ULBRA – [email protected] * Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 75 O movimento fenomenológico ligou-se a muitas orientações, mas é a corrente filosófica que mais influenciou o pensamento do século XX, por comportar diversos enfoques filosóficos relacionados. Na História da Filosofia, a expressão fenomenologia já tinha sido utilizada antes de Husserl por outros pensadores renomados como Oetinger Christoph Friedrich (1702-1782), que a utilizou no estudo do “Sistema Divino das Relações.” Richard Kleiderman usou o método para trabalhar com os problemas do conhecimento. David Hume (1711-1776), filósofo escocês, fez uso do termo em seu “Tratado sobre a Natureza Humana”. Johann Heinrich Lambert (1728-1777), matemático, físico e filósofo, utilizou o termo na “Teoria das aparências” que é a base do conhecimento empírico. Immanuel Kant (17241804), na “Crítica da Razão Pura”, fez uso do termo na diferenciação entre objetos e fenômenos assimilados pela sensibilidade humana. Husserl abriu caminhos para filósofos como Heidegger, Jaspers, Sartre, Merleau-Ponty e Martin Buber. Forner e Latorre, em Esteban (2010), definem a fenomenologia como a corrente própria da pesquisa interpretativa que contribui para a base do conhecimento, com a experiência subjetiva imediata dos fatos tal como são percebidos (ESTEBAN, 2010, p.73). Significa voltar ao objeto e representa a essência do movimento fenomenológico, isto é, voltar à experiência vivida, à percepção interpretativa que orienta os objetivos, valores e significados que Husserl chamou de intencionalidade. Para Husserl, a ideia de intencionalidade se refere ao objeto do caráter do ato psíquico que, por meio do estudo da consciência, possibilita a relação direta com o objeto e com o conteúdo da mente, que é a essência da consciência. Esse processo foi considerado, por Husserl, como redução fenomenológica que leva a atos como recordar, desejar e perceber, dando significados que possibilitam ações sobre o objeto. Para Husserl, somente através do estudo dos componentes básicos dos significados é possível determinar a intencionalidade. No trabalho de Husserl e de Heidegger, aparecem dois enfoques na fenomenologia que são: a fenomenologia eidética ou epistemológica, que representa a intuição reflexiva para escrever e esclarecer experiência vivida e 76 Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 constituída na consciência; e a fenomenologia hermenêutica, de caráter interpretativo, é ontológica e determina nossa forma de existir/ser/estar no mundo, tendo como base a consciência humana histórica e sociocultural expressa pela linguagem (ESTEBAN, 2010, p. 66). A fenomenologia, ligada à hermenêutica, vai mostrar que todo conhecimento é uma interpretação que o sujeito faz a partir da produção humana simbólica dos signos culturais. Sendo assim, a fenomenologia parte da suposição de que o conhecimento funda-se num conhecimento originário de natureza intuitiva direcionada pela consciência subjetiva, sendo a concepção de mundo idealista representada pelo idealismo subjetivo, em que a realidade se constitui pela intencionalidade da consciência, por acreditar que o mundo é criado pela consciência, sendo, portanto, um conjunto de significações de sentidos produzidos por ela. A fenomenologia trata do objeto do conhecimento e como ele se apresenta à consciência pelos sentidos, não se restringindo, meramente, ao conhecimento intelectual, mas como geradora de intencionalidade tanto cognitiva, quanto afetiva e prática. Baseia-se, metodologicamente, na interpretação dos fenômenos por meio da redução fenomenológica, a partir da descrição direta da experiência dos sujeitos, buscando a generalidade. Compreende a prática como o ato de dar sentido ao mundo das coisas mediante a atividade intencional da consciência de constituir essências ou significações, estabelecendo, assim, uma nova relação entre sujeito-objeto e homem-mundo como pólos inseparáveis. Segundo Rezende (1990, p. 34), A pretensão da fenomenologia é de não separar esses dois pólos, mas reuni-los de maneira indissociável, na estrutura da experiência intencional. Dessa forma, propõe-nos encararmos o fenômeno como uma estrutura reunindo dialeticamente na intencionalidade o homem e o mundo, o sujeito e o objeto, a existência e a significação. A estrutura e a noção chave de que a fenomenologia se serve para superar todas as formas de dicotomia do passado, do presente e do futuro. Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 77 O método da fenomenologia visa à busca da compreensão, mesmo sabendo que nunca a alcançará. É o que também nos situa diante da verdade do conhecimento e da vida. A fenomenologia não é uma filosofia da evidência, mas da verdade em todas as suas manifestações. Alguns autores têm questionado os tipos de métodos que são utilizados em investigações educativas, bem como a forma de abordar os problemas nas pesquisas empíricas que privilegiam somente uma forma de investigar a problemática educacional sem uma reflexão do contexto do sentindo e da prática. De Husserl aos dias atuais, a fenomenologia trouxe grandes contribuições às ciências humanas, pois vem inspirando os pesquisadores a ter mais rigor nas investigações e compreensão da realidade, por meio da descrição e não mais por dedução, descrevendo, fielmente, os fenômenos, considerados como meros aparecimentos na consciência. Segundo Aranha (2006, p. 206), O método fenomenológico e a filosofia existencialista muito auxiliaram a discussão contemporânea sobre metodologia das ciências humanas. Ao se colocarem contra a tendência positivista, esses pensadores influenciaram várias concepções pedagógicas contemporâneas. A fenomenologia estabelece diálogo com as ciências humanas por sua vertente antropológica, por considerar cada ser único, que se faz a si por intermédio da intersubjetividade. Conforme Rezende (1990) e Merleau-Ponty (apud REZENDE, 1990, p. 82, grifos do autor), A fenomenologia existencial e hermenêutica nos provoca uma reflexão sobre os objetivos-projetivos, com ênfase no terceiro sentido da palavra sentido, como rumo, orientação, sentido a ser dado. Sem desconhecer os inconvenientes do liberalismo, a fenomenologia se desenvolve como hermenêutica da liberdade, da criatividade, do trabalho gerador de cultura, no reconhecimento de que é “próprio do homem não apenas criar estruturas culturais, mas por em questão o que criou, e recriar”. 78 Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 No campo educacional, o educador precisa reviver e recriar o movimento de ir e vir no seu fazer pedagógico, num processo de aprendizagem constante entre teoria e prática, buscando um discurso significante, pertinente, relevante, referente e provocante como anuncia Rezende. 2 A PESQUISA FENOMENOLÓGICA A fenomenologia contribui com a pesquisa em educação por proporcionar métodos que permitem diferentes olhares, num movimento de ir e vir sobre o fenômeno educacional, para evitar um único entendimento do contexto. Por ser a educação um fenômeno, é possível analisar suas características essenciais e suas invariantes. Para que o pesquisador possa fazer uma interpretação capaz de abrir caminhos para intervir na prática educacional e nas políticas sociais, é preciso ter a compreensão do fenômeno educativo na sua totalidade, pois, para a fenomenologia, o problema educacional tem as dimensões do mundo. A pesquisa educacional, nos moldes da fenomenologia, propõe-se a uma descrição da experiência vivida. “Trata-se de uma pesquisa que busca descrever e interpretar os fenômenos que se apresentam à percepção.” (GIL, 2010, p. 39). Interpreta o mundo pela consciência do sujeito, tendo por base as experiências vividas, que poderão ser concretas, sensações ou recordação, não importando se é realidade ou aparência. Para Gil (2010, p. 39 - 40), Na pesquisa fenomenológica, a atenção do sujeito volta-se, portanto, para a relação sujeito-objeto, o que implica a extinção da separação entre sujeito e objeto [...]. Por esta razão é que a fenomenologia constitui muito mais uma postura, um modo de compreender o mundo, do que como uma teoria, um modo de explicá-lo. Por isso, torna-se difícil, para alguns pesquisadores, aceitar os princípios da pesquisa fenomenológica, por terem que mudar, radicalmente, o modo de olhar a realidade. A realidade construída socialmente se pauta na compreensão, interpretação e comunicação dessa realidade que não é única, Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 79 e poderá ter muitas interpretações e comunicações, pois o sujeito é ator importante na construção do conhecimento e preocupa-se com a descrição direta da experiência tal como ela é; portanto, não é dedutivo nem indutivo. Assim, para Husserl (apud CAPALBO, 1994, p. 192), “[...] não há dicotomia entre ser e aparência, entre ser e fenômeno. O que se visa nesta experiência é descrever o ser do fenômeno, procurando, pouco a pouco, que seu núcleo essencial se desvele à consciência”. O fenomenólogo, então, busca entender a “experiência original”, ou os fenômenos primordiais da consciência, antes que aprendizados e preconceitos prévios conectem-se à percepção de significados subsequentes. O apelo de Husserl para “voltarmos às próprias coisas” significa voltar a esses dados imediatos da consciência. O importante não são os fatos ou causas, mas, sim, a compreensão essencial da significação do ser na pesquisa. Figueiredo (2007, p. 29) salienta que: “[...] a fenomenologia, por sua vez, focaliza a questão da fundamentação do conhecimento, tentando resgatar o papel existencial da cognição humana.” Nesse caso, não conta mais o objeto, circunstâncias ou desejo pessoal, mas o fenômeno enquanto fenômeno. Como argumenta Husserl (apud FIGUEIREDO, 2007, p. 30): “A fenomenologia é, portanto, a intenção de transgredir constantemente a opinião para chegar à origem.” A pesquisa fenomenológica não se limita a relatar o aparecimento do fenômeno, ela procura descobrir e descrever todo seu contexto histórico, político, econômico, sociológico e antropológico, no qual o fenômeno esta inserido, podendo dar inúmeras respostas a um mesmo fato, devido à intuição essencial que fornece evidência para compreensão do sentindo real do fenômeno. Para Polit e Hungler (1995, p. 270), Os pesquisadores que realizam tais estudos querem o mínimo possível de perturbação às pessoas ou grupos que estão sendo estudados. A manipulação não é tentada e nem tida como desejável, a ênfase recai sobre o mundo cotidiano e natural dos indivíduos. Cada indivíduo traz, no seu discurso existencial, um fenômeno que não pode ser narrado em poucas palavras por ser inesgotável e gerar novas perguntas e novas respostas. Segundo Rezende (1990, p. 19), 80 Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 O discurso fenomenológico pretende corresponder à encarnação do sentido em seus diversos lugares de manifestação, através da história. Uma palavra, uma frase, uma definição, nunca poderão dizer o que há a dizer. Temos necessariamente de recorrer ao discurso para nos aproximarmos o mais possível da densidade semântica do fenômeno. A pesquisa fenomenológica estuda o modo de aprender e a forma como as pessoas interagem no meio social e com elas mesmas, mostrando como pensam e agem nos diversos ambientes, bem como o modo de se posicionarem perante o mundo. A pesquisa fenomenológica busca não separar o sujeito do objeto e, sim, uni-los de forma indissociável, reunindo o homem e o mundo, o sujeito e o objeto, a existência e a significação de forma dialética. 2.1 PESQUISA FENOMENOLÓGICA NA PEDAGOGIA SOCIAL A fenomenologia, como um método de pesquisa, é relativamente nova, é uma forma radical de pensar. Por ser um método radical de pensar, parte de caminhos conhecidos, desafia velhos conceitos e busca estabelecer uma nova perspectiva para olhar as coisas. Paciano (1988) argumenta que, pelo fato da fenomenologia ser um modelo de paradigma alternativo, científico e tecnológico, é possível aplicá-la em pesquisas de Pedagogia Social. Segundo Paciano (1988, p. 125), a fenomenologia se aplica ao campo concreto do conhecimento, sobretudo nas ciências sociais. Portanto, a Pedagogia Social também se beneficia dessa nova maneira de fazer pesquisa científica. No Brasil, o campo de atuação da Pedagogia Social é recente e carece de pesquisa na área que responda perguntas a respeito do processo de integração do indivíduo à sociedade, tanto do ponto de vista teórico como prático. Nesse sentido, a fenomenologia, aplicada na Pedagogia Social, poderá ajudar os pesquisadores a perceber, entender e interpretar, por meio de experiências vividas pelo senso comum, como se processa o aprendizado em ambientes não formais de educação em um país que tem uma cultura diversificada, com diferenças internas que se manifestam em conflitos culturais, principalmente na área da educação. Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 81 A filiação da fenomenologia à Pedagogia Social contribuirá para a construção de um campo de pesquisa que possibilite a formação teórica e prática dos educadores sociais no presente e no futuro, de forma a reformular os problemas educacionais em ambientes não formais de educação, apresentando projetos de pesquisa que proporcionem um novo significado ao mundo vivido; valorizando a cultura na qual os sujeitos estão envolvidos, de modo que todos os valores estejam no mesmo nível de consideração. A Pedagogia Social se utiliza do núcleo da pesquisa fenomenológica, da “descrição” para investigar como se processam os fenômenos educativos na educação não formal, tanto na estrutura, como na realidade axiológica, biológica, sociológica e psicológica, descrevendo e interpretando como se processa o mundo da criança, do adolescente, do jovem, do adulto, do idoso e da escola. Para tal, o pesquisador precisa se desprender dos preconceitos para poder fazer uma descrição imparcial, simples e concisa do fenômeno, chegando numa visão completa de todos os lados, que o levará a compreensão da essência do fenômeno educativo na sua totalidade, que envolva o mundo vivido pelos indivíduos. A pesquisa na área da Pedagogia Social, com bases no método fenomenológico, tem que levar em conta que os indivíduos estão em transição constante de mudanças internas e externas, que pautam seu mundo em cima de interpretações passadas, podendo ser adequadas ou inadequadas, mas cada sujeito reage a uma nova experiência em termos de seu passado interpretado. Sendo assim, o método fenomenológico poderá ser usado pela Pedagogia Social para compreender, interpretar e descrever melhor os indivíduos em seu meio social. Na concepção de Paciano (1988), o método fenomenológico possibilita descrever todos os aspectos e pontos de vista humanos envolvidos no processo de socialização, na sua alteração e correção, contemplando, pedagogicamente, desde o não-pedagógico até o biológico, psicológico e ético. Interessa-se em como o fenômeno influencia a educação social. Cabe a Pedagogia Social tirar proveito da descrição detalhada da idade, do local, da comunidade, do tempo, do grupo e das circunstâncias para atingir os objetivos. Sendo assim, a Pedagogia Social deverá encontrar as invariantes no processo global socioeducativo. 82 Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 A pesquisa de cunho fenomenológico em Pedagogia Social precisa levar em conta o mundo vivido internalizado pelos sujeitos, para poder desmistificar a realidade vivida negativamente por eles. Precisa considerar e avaliar realidades confortáveis e de conflitos para desenvolver competências contra princípios morais, sociais ou religiosos internalizados do mundo vivido, que podem, por meio da consciência, impedir nova ascensão social dos sujeitos. Para a Pedagogia Social, “voltar a coisa mesma” passa a ser a socialização, dessocialização e ressocialização dos indivíduos no meio social. Conforme Fermoso Paciano (1988, p. 129, grifos do autor), O método fenomenológico dirigido “as coisas mesmas” remete a compreensão da essência nos fenômenos educativos sociais, que pelos aspectos invariantes permitem generalizar e descobrir a essência da Educação Social. Quando se elabora propostas sociais ou projetos sociais por meio de pesquisa pautada no método fenomenológico, projeta-se um entendimento futuro de nós mesmos e do mundo, baseado em nossas convicções sociais e do meio pesquisado. Por isso a necessidade de descrever, de forma ordenada, as ambiguidades de uma existência histórica, social e cultural em termos educacionais, que resulte num projeto de integração sociocultural de educação que projete, em si, um novo entendimento: redefinir-se e buscar novas direções constantemente com olhar rigoroso nas mudanças sociais. Nesse sentido, a “[...] pesquisa fenomenológica busca a interpretação do mundo através da consciência dos sujeitos formulada com base nas suas experiências.” (GIL, 2010, p. 39). Sendo assim, a pesquisa fenomenológica em Pedagogia Social, pautada na experiência do mundo vivido, poderá possibilitar e determinar o avanço no campo de formação dos educadores sociais no Brasil. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao iniciar a interlocução do método fenomenológico com a Pedagogia Social, percebeu-se que a fenomenologia contribui para formar e mudar o olhar do pesquisador na áreas das Ciências Sociais, Educação e Pedagogia Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 83 Social, descrevendo a realidade de forma mais próxima, buscando o ponto de partida dos fenômenos sociais por meio dos processos históricos e subjetivos dos indivíduos. Portanto, a fenomenologia auxilia a Pedagogia Social na busca pela socialização, dessocialização e ressocialização do indivíduo ao meio social, pela redução eidética que conduz de “volta à própria coisa”, descrevendo e interpretando as relações pessoais e educativas com crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos e as relações entre sociedade e educação, aprendizagem social, responsabilidade e moralização dos indivíduos. Tanto a Pedagogia Social como a fenomenologia têm raízes humanistas que dialogam a respeito dos indivíduos e de sua existência global, histórica, cultural e social no mundo concreto, descrevendo desafios e possibilidades para sanar as barreiras existenciais, culturais e sociais dos homens. The contributions of phenomenology in research in social pedagogy ABSTRACT The text aims to show the importance of phenomenology in education research and its contribution to research in Social Pedagogy. Part is a presentation of the phenomenological method by Edmund Husserl thought and gave his commentators, seeking to approximate the phenomenological method of Social Pedagogy in order to contribute to research in social pedagogy and training for social researchers. Keywords: Social Pedagogy. Phenomenology. Research. REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lucia de Arruda. História da educação e da Pedagogia geral e Brasil. 3 ed. Rev. Amp. São Paulo, Moderna, 2006. 84 Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 CAPALBO, C. Considerações sobre o método fenomenológico e a enfermagem. Em Pauta. Revista de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, v.2, n.2 p.192-97, out.1990. ESTEBAN, Maria Paz Sandín. Pesquisa qualitativa em educação: Fundamentos e Tradições. Porto Alegre: AMGH, 2010. FERMOSO, P. Pedagogia social. Fundamentación científica. Barcelona. Editorial Helder, 1988. FIGUEIREDO, Nebia Maria Almeida. Método e metodologia na pesquisa científica. 2. ed. rev. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2007. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo, 5. ed. Atlas, 2010. OZMON, Howard A.; CRAVER, Samuel M. Fundamentos Filosóficos da Educação. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. Organizador: Prof. José Lino Hack. Pelotas, 2009. PACIANO, Fermoso. O modelo Fenomenológico de Investigação em Pedagogia Social. Artigo – Educar. Universidade Autônoma de Barcelona, 1988. POLIT, D. F.; HUNGLER, B. P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 3. ed., Porto Alegre, Artes Médicas, 1995. 391p. REZENDE, Antonio Muniz de. Concepção fenomenológica da educação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1990. SEVERINO, Antonio Joaquin. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. ver. e atualizada. São Paulo: Cortez, 2007. Interfaces Acadêmica, Concórdia, v. 8, n. 1, p. 75-86, 2013 85 86
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