Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode – White
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Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode – White
Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode – White LED Laura Martinez de Novoa, Prof.Dr. Jorge Tomioka Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do ABC Avenida dos Estados, 5001, Santo André, SP {[email protected], [email protected]} Desde a pré-história, com o uso de simples tochas, o homem já tinha consciência da importância da iluminação artificial em sua vida. A eficiência das lâmpadas convencionais não possui perspectivas de melhora já que os seus princípios físicos de geração de luz estão esgotados. A introdução de novas formas de iluminação eficientes baseada em outros princípios físicos é então muito importante para a economia energética. Os LEDs proporcionam tanto eficiência quanto durabilidade superior a de lâmpadas comuns e consomem a metade do percentual de energia elétrica que é utilizada para iluminação. Investir em pesquisas para desenvolvimento e aperfeiçoamento destes dispositivos implica em uma visível economia tanto de capital quanto de recursos energéticos. Este estudo tem como objetivo fazer uma breve explanação sobre o funcionamento de diodos emissores de luz (Light Emitting Diodes), suas características físicas, vantagens e desvantagens e sua gama de utilizações. Palavras Chave: LED, Iluminação, Diodo Semicondutor, Dopagem, Junção. 1. INTRODUÇÃO O primeiro dispositivo de luz no estado sólido foi o Até o início do século XI, a única alternativa para Limelight, descoberto por Thomas Drummond em 1826 a iluminação era a produzida por combustão (tochas na era baseado no efeito da candoluminescência (luz pré-história mais tarde aperfeiçoadas para lamparinas a produzida pela excitação térmica dos íons). Apesar de base de substâncias inflamáveis tais como cera de terem sido descobertos há um tempo considerável, a abelha, óleos de origem animal e vegetal e gás, o que eficiência dos materiais de estado sólido para iluminação tornou a luz mais portátil. As lamparinas foram então era restrita às cores básicas vermelho, verde e por último sendo aperfeiçoadas. Os princípios da iluminação a azul. Sua eficiência luminosa era inferior às lâmpadas elétrica foram só descobertos no início do século XIX, convencionais da época e seu custo era mais elevado, o porém a substituição dos dispositivos de iluminação que restringiu a aplicação dos LEDs à área eletrônica.Na por combustão pelos dispositivos de iluminação por Figura 1 eletricidade só ocorreu por volta de 1870. Foi em 1879 evolução da tecnologia das lâmpadas. é apresentado um resumo histórico sobre a que Tomas Alva Edison demonstrou sua lâmpada de Nos dias de hoje, maior parte da iluminação filamento incandescente e obteve sua patente, com a residencial é feita por lâmpadas incandescentes de invenção da lâmpada incandescente encerrou-se a fase tungstênio e lâmpadas fluorescentes portáteis de maior do uso de materiais combustíveis para a iluminação. eficiência. A maioria dos ambientes de trabalho utiliza Mais tarde foram descobertas novas fontes lâmpadas fluorescentes, apesar do inconveniente, emissoras de luz: em 1900, Peter Cooper patenteou a também presente nos LEDs, de injetarem harmônicos na lâmpada de mercúrio, que apresentava eficiência rede elétrica, comprometendo a qualidade da energia. superior à das lâmpadas incandescentes, em 1938 Para iluminação pública são usadas lâmpadas de sódio. surgiram Com o notável desenvolvimento dos LEDs, esses as lâmpadas fluorescentes. Foram descobertas as lâmpadas halógenas, de alta e baixa padrões certamente mudarão. pressão de descarga, contendo metais pesados, entre outras. FIGURA 1 AQUI Para avaliar o desenvolvimento científico e 2. LEDS INORGÂNICOS tecnológico sobre inovações na área de LEDs, foi realizado um levantamento de depósitos de 2.1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO patentes no banco de dados da Organização LEDS produzem luz pelo movimento dos Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO – elétrons em um material semicondutor. Um diodo World Organization). é o tipo mais simples de dispositivo semicondutor, Observa-se na Figura 2 que na década de 90 feito da combinação de materiais capazes de ocorreu um grande investimento de pesquisa nesta conduzir corrente elétrica. De modo geral, um área onde partiu da média de 2 para 137 patentes semicondutor é um material com capacidade em 2008. Isto demonstra que houve um grande variável de conduzir corrente elétrica. A maioria avanço no campo científico, tecnológico e deles é feita de um condutor pobre que sofre o investimento financeiro. Na Figura 3 observa-se tratamento de dopagem, ou seja, a adição de que os EUA lideram em depósito de patentes e é átomos de outro material à sua composição. A esse superado pelos blocos de países asiáticos que processo dá-se o nome de dopagem que será mais totalizam 361: Japão (JP), China (CN) e Coréia aprofundada no tópico a seguir. Intelectual Property A dopagem é necessária, pois o semicondutor (KR). feito de AlGaAs puro, por exemplo, apresenta uma FIGURA 2 AQUI estrutura onde os átomos estão ligados de uma FIGURA 3 AQUI maneira perfeita à seus átomos vizinhos, não Na Figura 4 são ilustrados os maiores deixando assim , nenhum elétron livre para depositantes de patentes onde pode se observar a conduzir corrente elétrica. empresa OSRAM da Alemanha na liderança e que dopado os átomos mudam a configuração de suas deposita em diversos países. Observa-se ainda ligações com os átomos vizinhos, podendo que o campo é dominado pelas empresas e apenas adicionar elétrons livres (que sobram sem se ligar uma instituição universitária aparece na base de com outros) ou criar buracos livres (sem ligação) dados como maiores depositantes de patentes. Já no semicondutor com os quais o elétron pode se combinar. Ambas as mudanças tornam o material mais condutível. FIGURA 4 AQUI O semicondutor que possui elétrons extras Pelos dados da WIPO observa-se que não existe nenhuma patente depositada no Brasil e nem pelos brasileiros. Isto implica que não existem empresas, universidades e institutos de pesquisa protegendo suas pesquisas como patentes. As atividades desta área podem estar sendo publicadas em revistas e desta forma, tornase difícil para o Brasil reivindicar qualquer tipo de proteção no campo industrial. chama-se Semicondutor tipo N, uma vez que possui partículas extras negativas. Nesses semicondutores, os elétrons migram de uma área carregada negativamente para uma área carregada positivamente O semicondutor que possui buracos extras chama-se Semicondutor tipo P por possuir partículas extras positivas. Os elétrons conseguem “pular” de buraco em buraco, de uma área negativa para uma área positiva, como resultado os buracos aparentam mover-se de uma área positiva para uma área negativa. Um diodo é então composto por uma junção Atualmente, todos os componentes eletrônicos do semicondutor tipo-N com um do tipo-P sendo computadorizados (microchips e transistores) são que esse arranjo só conduz corrente elétrica em feitos de materiais semicondutores, que possuem um único sentido. Quando não se aplica voltagem em sua maioria uma composição de silício. O ao diodo, elétrons do semicondutor N preenchem silício, assim como o germânio e o carbono possui os buracos do semicondutor tipo P, formando a uma propriedade única na sua estrutura eletrônica: zona de depleção (Figura5) que separa as duas quatro elétrons em sua camada de valência o que camadas. Em uma zona de depleção não há como permite que formem cristais, com um átomo ocorrer condução de corrente, pois não existem central ligado a mais quatro átomos vizinhos em nem lacunas livres nem elétrons livres. ligações covalentes perfeitas. Essa estrutura perfeita, porém, não deixa elétrons livres para FIGURA 5 AQUI condução de corrente. Por isso existe a dopagem, onde Para se livrar da zona de depleção deve- impurezas (átomos diferentes) são adicionadas ao componente (Figura 8). se conectar ao tipo-N o pólo negativo e ao tipo-P o Dopando-se Silício com Fósforo ou Arsênio, pólo positivo, com isso os elétrons livres do tipo-N é formado um semicondutor tipo-N, pois os são repelidos pelos elétrons emitidos pelo pólo dopantes possuem cinco elétrons em sua camada negativo da tensão, e são levados para a região P o de valência, ou seja, fazem cinco ligações e diodo, da mesma forma, os buracos movem-se em quando ligados ao Silício, que faz somente quatro, direção contrária (Figura 6). Quando a tensão sobra um elétron livre. aplicada é forte o suficiente, os elétrons livres que Dopando-se Silício com Boro ou Gálio, que estavam nos buracos na zona de depleção são fazem somente três ligações por terem somente forçados para fora, a zona desaparece e a corrente três elétrons em sua camada de valência, obtém-se flui pelo diodo. um semicondutor do tipo P, pois ao se ligarem FIGURA 6 AQUI com o Silício são formados buracos e o elétron do silício não tem onde ligar-se. A falta de um elétron Por outro lado, se conectarmos a região-N cria o efeito de uma carga positiva. do diodo ao pólo positivo da fonte de tensão e a Assim, o silício passa de um material região-P ao pólo negativo, a corrente não será praticamente isolante pra um condutor viável (não conduzida, isso porque os elétrons livres da região ótimo) daí o nome semicondutor. P serão atraídos pelo pólo positivo da tensão e o mesmo acontecerá com os buracos e o pólo FIGURA 8 AQUI negativo (Figura 7). Assim, elétrons e buracos ficarão concentrados em lados extremos do diodo, 2.3 PRODUÇÃO DE LUZ o que aumenta a zona de depleção e não permitirá A luz é um tipo de energia que pode ser a condução de corrente. emitida por um átomo. As partículas denominadas fótons são as unidades básicas mais comuns da luz FIGURA 7 AQUI [2]. A eletroluminescência é a conversão da 2.2 DOPAGEM eletricidade diretamente em luz, ou seja, um fenômeno óptico e elétrico durante o qual um material emite luz em resposta a uma corrente 2.3.1 TRANSIÇÕES RADIATIVAS: elétrica que o atravessa. É o resultado da Portadores de carga em excesso recombinam- recombinação radioativa entre elétrons e lacunas. se de forma radiativa e não-radiativa. As frações Esse fenômeno pode ocorrer em uma variedade de destas recombinações determinam a eficiência sistemas em diferentes condições, mas o tipo de quântica interna de um LED. Um mecanismo eletroluminescência mais eficiente é o causado intrínseco de recombinação radiativa é a transição pela injeção de portadores em semicondutores. [3] banda-a-banda, em que um par elétron-lacuna Em um átomo, os elétrons estão dispostos em recombina-se emitindo um fóton [2]. orbitais, sendo que os elétrons que possuem mais A Figura 10 demonstra esquematicamente as energia se localizam em orbitais mais distantes do transições de recombinação básica dos portadores núcleo. Para que um elétron mude de um orbital em excesso em um semicondutor. Essas transições para outro de maior energia é preciso fornecer podem ser classificadas como: energia a ele, da mesma forma, quando um elétron (1) Transição inter-bandas muda de um orbital para um de menor energia ele libera energia. Esta energia é liberada na forma de (a) Emissão intrínseca correspondendo similarmente à energia do bandgap um fóton. Quanto maior for a diferença de energia (b) Emissão de alta-energia envolvendo entre os orbitais, mais energético é o fóton portadores energéticos, às vezes relacionados por liberado,que emissão de avalancha. também possui uma maior freqüência. (2) Transições envolvendo impurezas químicas e Os elétrons livres do diodo , quando combinados com as lacunas, sofrem justamente essa queda para um orbital mais baixo na banda de valência, então esses elétrons liberam energia na forma de fótons (Figura 9). Os fótons tornam-se defeitos físicos. (a) Banda de condução para defeito do tipo aceptor (b) Defeito tipo doador para banda de valência. visíveis dependendo do tipo de material usado no (c) Defeito doador para defeito aceptor diodo, por exemplo, em um diodo de silício os (d) Banda-a-banda átomos estão organizados de uma forma que o (3) Transições intra-banda (Auger Process) elétron sofre uma queda de orbital relativamente baixa, conseqüentemente a freqüência do fóton é FIGURA 10 AQUI tão baixa que este não é visível ao olho humano, pois está na faixa do infravermelho do espectro da O número de onda de um fóton é muito luz. O que não é necessariamente ruim, esses pequeno se comparado com o de um elétron ou de LEDS são ideais para controles remotos entre uma lacuna, o que significa que a transição do outros. elétron da banda de condução para a banda de LEDS emissores de luz visível possuem uma maior distância entre a banda de condução e os orbitais de baixa energia valência é praticamente vertical no diagrama de bandas. Durante uma transição radiativa a energia e o momento devem ser conservados. A conservação FIGURA 9 AQUI de energia resulta na energia do fóton ser igual à distância entre os níveis ocupados pelo elétron e a lacuna, momento respectivamente. impõe A conservação requerimentos estritos do na A Eficiência de alimentação é a fração da energia média de um fóton emitido (hv) pela energia total que um par elétron- lacuna recebe pela fonte de potência. estrutura da banda de energia do semicondutor ŋ𝑓 = usados nas regiões ativas dos LEDs [2]. ℎ𝑣 𝑞𝑉 Um material luminescente eficiente é o qual transições radiativas predominam sobre as não- V = voltagem, q = carga elementar. radiativas. A recombinação banda-a-banda é o processo onde a recombinação radiativa é mais 2.5 ASPECTOS FÍSICOS provável. FIGURA 11 AQUI 2.4 DESEMPENHO DO LED FIGURA 12 AQUI Considera-se que o desempenho do LED seja determinado pelo seu processo de geração de luz. Um dispositivo eletroluminescente por injeção é caracterizado por sua eficiência radiante (ŋ𝑒 ). A eficiência radiante é o fluxo radiante emitido em relação à potência fornecida. ŋ𝑒 = (ŋ𝑒𝑥𝑡 )(ŋ𝑓 ) ŋext é a eficiência quântica externa, ŋf eficiência de alimentação. 2.5.1 CORES E MATERIAIS TABELA 1 AQUI 2.6 VANTAGENS Todos os diodos produzem luz, porém a maioria não o faz de forma muito eficiente. Em é a um diodo simples o próprio material com que é feito absorve muita energia da luz, já os LEDs são construídos A Eficiência quântica de um dispositivo foto sensível é a porcentagem de fótons absorvidos que irão produzir um par elétron-lacuna. É uma medição precisa da sensibilidade elétrica do dispositivo em relação à luz. A Eficiência quântica externa é o número de fótons emitidos pelo número de elétrons que atravessaram o LED. É dada pelo produto da eficiência quântica interna (ŋrad) pela eficiência de injeção (ŋinj) e eficiência óptica (ŋopt) ŋ𝑒𝑥𝑡 = (ŋ𝑖𝑛𝑗 )(ŋ𝑟𝑎𝑑 )( ŋ𝑜𝑝𝑡 ) A Eficiência de injeção é a fração dos elétrons que atravessao o LED que são injetados na região ativa, onde ocorre a recombinação radioativa para maximizar essa eficiência, emitindo o máximo de fótons, e também, concentrando essa emissão em uma direção através do bulbo que envolve o dispositivo, a luz emitida é então refletida por suas paredes até a direção desejada. Por não possuírem um filamento incandescente, duram mais que as lâmpadas comuns, chegando a funcionar por 20 mil horas, além de se adaptarem mais facilmente aos circuitos modernos. Tanto sua tensão como corrente de operação são baixas. Sua maior vantagem é a alta eficiência, pois não existe alta quantidade de energia térmica A Eficiência quântica interna é o número de pares elétron-lacuna que se recombinam radioativamente entre o número total de pares que recombinam na região ativa. A Eficiência óptica é a fração de fótons gerados que escapam pelo dispositivo. dissipada, sendo assim uma maior porcentagem da energia elétrica consumida é usada para a produção de luz, economizando a demanda por energia elétrica. Apesar de serem mais caros que as lâmpadas convencionais, em um longo prazo a economia de energia compensa o investimento [4]. eficiência maior comparada à dos LEDs de fósforo. Existem vários tipos de LEDs brancos LEDs são mais resistentes a vibrações e multicoloridos: di, tri e tetracromáticos, ou seja, a choques mecânicos o que aumenta ainda mais sua combinação de dois, três ou quatro LEDs de cores gama de aplicações. diferentes para a obtenção da luz branca [5]. Geralmente uma maior eficiência implica em uma 2.7 DESVANTAGENS renderização de cor mais baixa. Por exemplo, As desvantagens no uso de LEDs são seu alto LEDs brancos dicromáticos têm uma melhor custo de produção em comparação com outras eficiência luminosa (120 lm/W), mas a menor lâmpadas, capacidade sua forte dependência com a de renderização cromática. Em temperatura de funcionamento, sua sensibilidade a contraponto, LEDs brancos tetracromáticos têm alterações de voltagem (o que implica na uma excelente capacidade de renderização de cor, necessidade de um resistor no circuito), como e conseqüentemente a eficiência luminosa mais pode ser visto na Figura 13 a corrente produzida baixa. por intermediários, uma polarização direta varia LEDs exponencialmente com a tensão. A qualidade da luminosa iluminação por LEDs ainda é inferior a das renderização. lâmpadas convencionais, podendo alterar a cor dos objetos por ele iluminados. Sua brancos tendo tricromáticos ambas (>70lm/W) e boa estão eficiência capacidade de A obtenção de luz branca através de LEDs maior RGB apresenta alguns desafios. Deve ser levado complexidade tecnológica para desenvolvimento em consideração que para poder ser utilizada ainda não é plenamente conhecida e não é muito comercialmente explorada no Brasil. uniformidade da cor na distribuição espacial da luz em diversas aplicações a da lâmpada de LEDs deve estar em níveis aceitáveis. Esta uniformidade é dificilmente FIGURA 13 AQUI alcançada, pois misturando um ou mais LEDs 3. vermelho, verde e azul, qualquer variação em uma GERAÇÃO DE LUZ BRANCA BASEADA NA MISTURA DE LEDs AZUL, VERMELHO E VERDE das cores ou um LED sequer pode causar uma variação significante na cor resultante. Lâmpadas baseadas em LEDs de alto brilho A Figura 14 mostra as coordenadas RGB (vermelho, verde e azul) podem produzir cromáticas obtidas com LEDs InGaN e AlInGaP . quase qualquer cor, inclusive luz branca. A A área eficiência luminosa da luz branca emitida por coordenadas de cor alcançáveis em uma lâmpada lâmpadas de LED já ultrapassa a eficiência das de LEDs usando LEDs Azul (450nm), Verde lâmpadas incandescentes. (530nm) dentro e do triângulo Vermelho representa (650nm). as Qualquer Existem dois tipos de geração de luz branca a coordenada de cor (incluindo branco) dentro deste partir de LEDs: utilizando fósforo ou então LEDs triângulo pode ser obtida combinando quantidades multicoloridos apropriadas das luzes dos LEDs vermelho, verde e (incluindo LEDs RGB). A combinação de LEDs RGB proporciona uma azul. FIGURA 14 AQUI 3.1 MANUTENÇÃO DA COR E INTENSIDADE DA LUZ FIGURA 16 AQUI Por ser um semicondutor, o LED tem suas Questões térmicas: A eficácia luminosa da características de emissão de luz afetadas por luz branca decai com o aumento da temperatura vários fatores como temperatura e corrente. como no gráfico abaixo: Efeito da temperatura: A potência elétrica FIGURA 17 AQUI que é perdida em calor dissipado causa um aumento de temperatura na junção p-n do LED. A A obtenção de luz branca através da saída de luz do LED vermelho AlInGaP é reduzida combinação de LEDs RGB oferece não somente em 10% a cada aumento de 10 graus Celsius. Nos uma alternativa para produção de luz branca, mas LEDs InGaN verde e azul a mesma é reduzida em também uma técnica nova de produção de 5% e 2% respectivamente. O espectro do LED diferentes cores de luz. Antes que esse tipo de varia para comprimentos de onda mais longos com LED possa ser produzido de forma viável, muitas um aumento de temperatura. técnicas e problemas precisam ser resolvidos, o A Figura 15 mostra a variação das que inclui o fato da sua potência cair um aumento de coordenadas de cor com a temperatura para LEDs exponencialmente vermelho, verde e azul. O LED azul possui uma temperatura, resultando em uma mudança drástica maior variação em comparação com os LEDs na estabilidade da cor. Tais problemas não são vermelho e verde. aceitáveis para uso industrial e comercial. FIGURA 15 AQUI 4. com GERAÇÃO DE LUZ BRANCA POR LEDS À BASE DE FÓSFORO Efeito da idade: A emissão de luz dos LEDs Este método é similar ao usado nas lâmpadas brancos multicoloridos muda conforme o tempo. fluorescentes, e envolve o uso de filtros em um Em geral, a emissão de luz decresce com o tempo LED monocromático (o mais utilizado é LED e atinge 50% da emissão inicial após 50 mil horas azul, feito de InGaN e o LED UV) . Uma fração de operação. O que resulta em mudanças em um das ondas de luz azul sofre um aumento em seu LED RGD que não podem ser previstas. comprimento. Dependendo da cor do LED original, fósforos de diferentes corem podem ser Efeito da corrente: O espectro do LED utilizados. Se diversas camadas de fósforos de branco multicolorido muda para comprimentos de cores distintas são empregadas, o espectro emitido onda menores conforme o aumento da corrente. A é variação resultante pode ser observada no gráfico renderização cromática de um dado LED. aumentado, aumentando efetivamente a abaixo. Pode se observar que as variações no LED LEDs à base de fósforo têm mais baixa vermelho são mínimas se comparadas com as eficiência se comparados com LEDs normais variações dos LEDs verde e azul. Se essas grandes devido às perdas de calor e a outras degradações variações não forem levadas em consideração, a relacionadas com o fósforo, o que causa uma precisão para obtenção da cor branca não poderá mudança de cor nos objetos por ele iluminados. ser mantida. Porém, essa técnica é a mais popularmente automóveis, pois seu poder de iluminação é alto o utilizada para produção de LEDs brancos de alta suficiente para ser visível mesmo quando expostos intensidade, sendo mais simples que a técnica de à luz solar direta. Na área médica os LEDs podem mistura das cores primárias nos LEDs brancos ser multicoloridos. fotodinâmica (utilizada no combate ao câncer) e encontrados em fototerapia, terapia A maior barreira para obtenção de uma maior polimerização de compostos dentários. Na área eficiência são as aparentemente inevitáveis perdas botânica LEDs são usados para interferir no de energia, embora muito esforço tenha sido feito processo de fotossíntese das plantas, aumentando para otimização desses dispositivos em busca de seu crescimento. Dentre os instrumentos para maior poder luminoso e temperaturas de operação medições óticas podemos encontrar LEDs em mais altas. A eficiência, por exemplo, pode ser sensores de fluorescência e espectroscopia. Outra aumentada utilizando-se tipos de fósforo mais recente aplicação para LEDs é em TVs ou também suscetíveis. Com o seu eminente desenvolvimento, como a eficiência dos LEDs à base de fósforo cresce a em TVs de LCD ( Figuras 18 e 19 ). backlight (luz de cada novo produto anunciado no mercado. OLEDs FIGURA 18 AQUI também são capazes de emitir luz branca de FIGURA 19 AQUI fundo) acordo com a combinação de seus materiais componentes. É na iluminação que os LEDs, principalmente os emissores de luz branca, encontram sua 5. APLICAÇÕES PARA O LED aplicação mais promissora. A proposta de uma O uso comercial do LED começou no final de iluminação geral feita por LEDs é garantir um 1960. Os primeiros LEDs, hoje obsoletos, eram nível de iluminação uniforme em uma área. conhecidos como pequenas lâmpadas coloridas Incluindo iluminação residencial, de escritório, usadas como indicadores em diversos tipos de industrial, de estabelecimentos como escolas e aparelhos eletrônicos. Mais tarde LEDs foram hospitais e também sinalizações em estradas. A utilizados em displays alfanuméricos (compostos iluminação baseada em LEDs é uma aplicação em por pontos e barras), nas primeiras calculadoras e constante evolução, relógios eletrônicos. vantagens. O Com um maior desenvolvimento tecnológico seu apresentando pequeno muitas tamanho, e a possibilidade de direção da luz oferecem uma atual, que envolve um aumento da capacidade facilidade luminosa, da eficiência e uma diminuição do custo arquitetônicos e versatilidade em design. Além dos dispositivos, a gama de aplicações para os disso, esta iluminação vai ao encontro dos padrões LEDs tende a aumentar. As principais vantagens ambientais, pois LEDs não contêm mercúrio e do LED sobre as outras lâmpadas são o menor também possuem um baixo consumo elétrico com consumo maior uma alta eficiência luminosa. LEDs brancos de durabilidade, que implica na diminuição dos fósforo já superaram as lâmpadas incandescentes custos para manutenção. convencionais em termos de eficiência luminosa e de Atualmente, energia LEDs elétrica são e a utilizados em semáforos e demais sinalizações de trânsito, em displays alfanuméricos e de vídeo e sinalização em dispositivos de integração com séries com desses alcançaram as lâmpadas fluorescentes. elementos LEDs já O maior impedimento desta aplicação é o alto forma é possível investir menos na construção de custo em comparação com as outras lâmpadas, novas usinas e priorizar os recursos financeiros em porém, este empecilho está diminuindo por um outras áreas carentes da sociedade brasileira. [4] fator de 10 a cada 10 anos. Considerando a longa durabilidade dos LEDs, é esperado que a partir da 6. segunda década do século XXI não existam mais A iluminação geral a base de LEDs brancos, empecilhos para esta tecnologia. CONCLUSÃO atualmente ainda na fase experimental, se mostra muito promissora em termos de economia 5.1 PANORAMA SOBRE A ENERGIA energética. ELÉTRICA NO BRASIL As aplicações para iluminação requerem um No Brasil, estima-se que 30% de toda a alto fluxo luminoso, cuja geração por LEDs energia elétrica consumida é utilizada para apresenta atualmente um custo mais elevado, iluminação [4]. Isto significa que dos 444,6 TWh porém, em um futuro próximo espera-se uma gerados em 2007 [6], 133TWh foram necessários queda em seu preço e o desenvolvimento de para tal fim. Se compararmos a energia elétrica dispositivos mais eficientes que contribuam para gerada anualmente em Itaipu, estimada em média um uso mais racional da energia elétrica sem de seu perda de qualidade para o consumidor e que à ofereçam ao nosso país alternativas para um 90 TWh, funcionamento concluímos em 2007 que foi todo destinado iluminação [4]. Outra analogia pode ser feita melhor investimento de seus recursos financeiros. considerando que se as lâmpadas convencionais No Brasil não existe nenhuma patente possuem uma eficiência em torno de 20% [1], depositada na área de LEDs, o que é preocupante 106,7 TWh foram gastos em resíduo térmico já que o Brasil está entre os maiores consumidores dissipado. Considerando a atual estimativa da de energia elétrica no mundo, isto demonstra que Eletronuclear de que a usina Angra III, ainda em ocorrerá uma grande dependência de fornecedores construção, irá gerar anualmente 10,6 TWh , estrangeiros para fornecimento de LEDs para percebemos que seriam necessárias dez usinas iluminação e para equipamentos eletrônicos. equivalentes para gerar somente o resíduo térmico dissipado. De 7. acordo com as expectativas AGRADECIMENTOS de Ao Prof.Dr. Jorge Tomioka, minha gratidão crescimento econômico no Brasil, nos próximos por orientar-me a suplantar os obstáculos e a anos serão necessários maiores investimentos em desafiar minhas próprias dificuldades ao iniciar- geração, transmissão e distribuição de energia me no fantástico mundo do conhecimento. elétrica. A construção de novas usinas além do grande investimento financeiro implica em Aos meus pais, que sempre me deram incentivo para o estudo e esperança para o futuro. alterações ambientais (inundação e desapropriação de grandes áreas para usinas hidrelétricas, aumento na emissão de CO2 para 8. REFERÊNCIAS usinas termoelétricas). A simples mudança na tecnologia [1] Zukauskas, A., Shur, M. S., Caska,R. em iluminação já quebra vários paradigmas na “Introduction to Solid State Lighting”. New forma de consumo de energia elétrica. Desta York. Wiley, 2002. [2] Millman, J., Halkias, C. C. “Eletrônica: Dispositivos e Circuitos”.Tóquio.McGrawHill Kogakusha, 1981. [3] Sze, S.M., Kwowk, K.Ng. “Physics of Semiconductor Devices”, 3 ed. Canada .Wiley,2007 [4] Tomioka,J., Mammana, A.P., Souza,G.P., Muller,S.L.R., Robert,R. “Novos Materiais de Estado Sólido para Iluminação”. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PROUDUÇÃO E TRANSMISSÃO DE Figura 2: Número de patentes concedidas em LEDs ENERGIA ELÉTRICA, Curitiba – Paraná, 2005. [5] Muthu,S.;Schuurmans,F.J., Pashley,M.D."Red, Green, Blue LED based white light generation: Issues and control".IEEE, 2002. [6] EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (BRASIL). “Balanço Energético Nacional2008: Ano base 2007”. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro: EPE, 2008. 244p. Figura 3: Número de patentes por país Figura 4: Maiores depositantes de patentes em LEDs Figura1 – Evolução da tecnologia das lâmpadas utilizadas em iluminação. Figura 5 - A formação da zona de depleção em um diodo. Figura 9 – Formação de um fóton pela combinação de um elétron e uma lacuna. Figura 6- Desaparecimento da zona de depleção em um diodo. Figura 10 – Transições de recombinação básicas em um semicondutor. Ed, Ea, Et são armadilhas do tipo doadora, aceptora e nível-profundo, respectivamente. Figura 7- Aumento da zona de depleção em um diodo. Figura 8 – Dopagem em um semicondutor de silício. Figura 11 – Componentes de um LED. Figura 12 – Vários exemplos de LEDs. Figura 16 – Variação nas coordenadas cromáticas de um LED RGB a uma temperatura constante. [5] Figura 13 – Curva I x V de um diodo Figura 17 - Degradação da luz branca (lm/W) com aumento da temperatura [5]. Figura 14 – Sistema de coordenadas uv (CIE 1964), mostrando as coordenadas de LEDs InGaN e AlInGaP.[5] Figura 18 – TV a LED. Figura 15 – Variação nas coordenadas de cor como função da temperatura. [5] Figura 19 – LED como backlight para TV de LCD Cor Infravermelho Comprimento Voltagem [V] de onda [nm] Material Semicondutor λ > 760 ΔV < 1.9 Vermelho 610 < λ < 760 1.63<ΔV<2.03 Laranja 590 < λ < 610 2.03<ΔV<2.10 Amarelo 570 < λ < 590 2.10<ΔV<2.18 Verde 500 < λ < 570 2.18<ΔV<4.0 GaAs, AlGaAs AlGaAs, GaAsP, AlGaInP, GaP GaAsP, AlGaInP, GaP GaAsP, AlGaInP, GaP InGaN, GaN, GaP, AlGaInP, AlGaP Azul 450 < λ < 500 2.48<ΔV<3.7 ZnSe, InGaN, SiC Roxo Múltiplos tipos 2.48<ΔV<3.7 LED azul com fósforo vermelho 400 < λ < 450 2.76<ΔV<4.0 λ < 400 Espectro aberto 3.1<ΔV<4.4 Violeta UV Branco ΔV = 3.5 InGaN AlN,AlGaN, AlGaInN)(<210nm) LEDs azul/UV com fósforo amarelo Tabela 1 – Cores e seus respectivos comprimentos de onda, voltagem e materiais.