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st e de IS im N or X XI pó e Geologia d do sio 15 a 18 de Novembro de 2007 NATAL - RN ROTEIRO DE EXCURSÃO: O ARQUEANO DO MACIÇO SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE, LESTE DO RIO GRANDE DO NORTE Guias: ASI BR LEIRA DE NÚCLEO NORDESTE FU NDADO 1954 LO GEO GIA Prof. Dr. Elton Luiz Dantas Instituto de Geociências da UnB PROMOÇÃO IEDADE SOC Prof. Dr. Zorano Sérgio de Souza Departamento de Geologia e Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica da UFRN; O ARQUEANO DO MACIÇO SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE, LESTE DO RIO GRANDE DO NORTE Zorano Sérgio de Souza - Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica e Departamento de Geologia da UFRN, [email protected] Elton Luiz Dantas – Instituto de Geociências da UnB, [email protected] Objetivo da excursão Os zircões mais antigos datados até hoje foram encontrados no gnaisse Acasta (NW do Canadá), com ~4,0 Ga (Bowring et al., 1989). Na América do Sul, são registradas ocorrências de gnaisses tonalíticos de ~3,42 Ga no Maciço Sete Voltas, SE da Bahia (Martin et al., 1997) e gnaisses tonalíticos a quartzo dioríticos do Maciço São José de Campestre, leste do Rio Grande do Norte, com ~3,41 Ga (Dantas et al., 2004). O objetivo desta excursão é apresentar os componentes principais do núcleo arqueano São José de Campestre e, dentre este roteiro, visitar ortognaisses de ca. 3,41 Ga e demais ortognaisses, mais jovens, e discutir possíveis relações entre os mesmos. Litoestratigrafia O Maciço São José de Campestre (MSJC) representa um fragmento de crosta arqueana, com área aflorante de aproximadamente 1300 km2 situado no leste do Rio Grande do Norte. A figura 1 representa o mapa geológico da área (Viegas, 2007). Os limites SW e SE do MSC são marcados por zonas de cisalhamento dúcteis de alta temperatura. O MSJC compõe-se de duas grandes unidades litoestratigráficas, uma volumetricamente dominante, de natureza ortoderivada, e outra paraderivada. A primeira inclui rochas de diferentes idades de intrusão (3,45 a 2,7 Ga), de acordo com resultados U/Pb em zircão obtidos por Dantas (1996) e Dantas et al. (2004): (1) suíte Bom Jesus (3,45 Ga) - gnaisses tonalíticos a granodioríticos com enclaves máficos (Foto 1); (2) suíte Serra Caiada (anteriormente denominada Presidente Juscelino, 3,25 Ga) - gnaisses monzograníticos; (3) suíte Brejinho (3,2 Ga) – gnaisses tonalíticos a granodoríticos; (4) suíte Senador Elói de Souza (3,0 Ga) - hedembergita-grossulária anortosito, granada anfibolitos; (5) suíte São José de Campestre (2,7 Ga) - gnaisses monzo a sienograníticos. A unidade paraderivada aflora na porção SW, sendo formada por cordierita-granada-biotita paragnaisses, podendo ter lentes de mármores, granada anfibolitos e gnaisses calciossilicáticos. As relações da seqüência paraderivada com as demais unidades ainda não estão bem definidas; todavia, os ortognaisses monzograníticos de Serra Caiada aparentam serem intrusivos, o que indicaria uma idade >3.25 Ga para as metasupracrustais. Petrografia dos Ortognaisses Os ortognaisses tonalíticos têm biotita como ferromagnesiano principal, sendo o total de máficos > 8%. Os monzogranitos têm sua melhor exposição na Pedreira do Teixeira (sul de Serra Caiada); contêm biotita marrom (raros clinopiroxênio e hornblenda), proporções equivalentes de plagioclásio (albita-oligoclásio) e ortoclásio mesopertítico. Os sienogranitos possuem ortoclásio, plagioclásio (oligoclásio), hornblenda hastingsítica e biotita rica em ferro. No diagrama Q-A-P, os complexos Bom Jesus e Elói de Souza seguem o trend de diferenciação de baixo potássio, enquanto os complexos Serra Caiada e São José de Campestre seguem o trend de potássio médio (Fig. 2). Geoquímica e Petrogênese dos Ortognaisses No diagrama K-Na-Ca (Fig. 3), os gnaisses arqueanos do MSJC se alinham aproximadamente paralelos ao trend de diferenciação cálcio-alcalina. Algumas amostras das suítes Bom Jesus, Serra Caiada e Brejinho plotam na extremidade do trend trondhjemítico, mas não parecem fazer parte de uma série propriamente dita. Os espectros de elementos terras raras (ETR, Fig. 4) da suíte Serra Caiada são paralelos à média de TTGs arqueanos, tendo anomalias variadas de Eu (Eu*=0,77-1,76). As suítes Bom Jesus, Brejinho e São José de Campestre distinguem-se por serem menos fracionadas, forte anomalia negativa de Eu (exceto uma amostra de Brejinho) e forte enriquecimento em ETRP, deste modo assemelhando-se ao padrão de granitóides fanerozóicos. Comparados à média de TTGs arqueanos, os monzogranitos são empobrecidos em MgO e CaO, e enriquecidos em K2O, o que requer fonte toleítica enriquecida tanto em Na2O como em K2O na sua gênese. Portanto, o complexo Serra Caiada apresenta parâmetros geoquímicos (forte fracionamento de ETRL, baixo YbN, A/CNK < 1,1, εNd(t) variando de +0,1 a -3,9) condizentes com origem por fusão parcial de crosta toleítica transformada em anfibolito ou granada anfibolito, a exemplo de TTGs clássicos. Por outro lado, os complexos Bom Jesus (tonalitos), Brejinho (tonalitos) e São José de Campestre (granitos) não apresentam qualquer afinidade com TTGs; suas composições geoquímicas (altos K2O, YbN e Sc) requerem fonte enriquecida em potássio e sem granada, de modo a deixar o líquido de fusão enriquecido em Yb. Isto permite descartar fontes do tipo granada anfibolito, eclogito e a crosta continental inferior. Uma possibilidade aqui admitida seria a fusão parcial do manto astenosférico ou litosférico; a fusão geraria um líquido básico que evoluiria por fracionamento de olivina em profundidade, gerando magmas intermediários (quartzo dioríticos ou granodioríticos) que, por sua vez, fracionariam diferentes combinações de anfibólio, clinopiroxênio e plagioclásio, resultando em magmas tonalíticos a graníticos que os ortognaisses atualmente observados no MSJC. Diversas ocorrências de rochas metamáficas e metaultramáficas no interior do MSJC podem representar os líquidos ou cumulados básicos referidos. Estudos geocronológicos encontram-se em andamento por um dos autores (ELD) para posicionar a intrusão destas rochas. A hipótese manto e crosta oceânica como fontes de magmas no Mesoarqueano do MSJC deixa em aberto a presença de ambiente de subducção com o mais adequado para explicar o contexto geológico e geoquímico. Afloramentos a serem Visitados Ponto 1 Localização (UTM) Sudoeste de Bom Jesus 5º59’14” S / 35º38’58” W Descrição Hornblenda-biotita gnaissse tonalítico a granodiorítico, em parte migmatizado, contendo enclaves máficos dioríticos Hedembergita-grossulária gnaisse Senador Elói de Souza 2 o anortosítico, granada anfibolito (metagabro) 6 2’9,4” S / 35º41’20” W Biotita gnaissse monzogranítico, médio, Sul de Serra Caiada 3 (Pedreira do Teixeira) homogêneo. No mesmo local, ocorrem 6o7'21" S / 35o43'20" W cordierita-granada-biotita paragnaisses extensivamente migmatizado, interpretados com mais antigos do que o monzogranito São José de Campestre Biotita-hornblenda gnaisse monzo a 4 6º15’52” S / 35º43’16 W sienogranítico *Dantas et al. (2004, Precamb. Res., 130: 113-137). Idade U-Pb* 3412 ± 8 Ma 3033 ± 3 Ma 3255 ± 4 Ma 2683 ± 7 Ma Referências Barbosa, A.J.; Braga, P.G.; Bezerra, M.A.; Gomes, J.A.V., 1974. Projeto Leste da Paraíba e Rio Grande do Norte. Mapa Geológico, escala 1:250.000. MME/DNPM. Barker, F.; Arth, J.G., 1976. Generation of trondhjemite-tonalite liquids and Archean bimodal trondhjemitebasalt suites. Geology, 4: 596-600. Bowring, S.A.; Williams, I.S.; Compston, W., 1989. 3.96-Ga gneisses from the Slave province, Northwest Territories, Canada. Geology, 17: 971-975. Dantas, E.L., 1996. Geocronologia U-Pb e Sm-Nd de terrenos arqueanos e paleoproterozóicos do Maciço Caldas Brandão, NE do Brasil. Ph. D. Thesis, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Rio Claro, 206 p. Dantas, E.L.; Van Schmus, W.R.; Hackspacher, P.C.; Fetter, A.H.; Brito Neves, B.B.; Cordani, U.G.; Nutman, A.P.; Williams, I.S., 2004. The 3.4-3.5 Ga São José do Campestre massif, NE Brazil: remnants of the oldest crust in South America. Precambrian Research, 130: 113-137. DNPM/UFRN/PETROBRAS/CRM, 1998. Mapa Geológico do Estado do Rio Grande do Norte na escala 1:500.000. Lameyre, J.; Bowden, P., 1982. Plutonic rock type series: discrimination of various granitoid series and related rocks. 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Figura 1 – Mapa geológico simplificado do Leste do Rio Grande do Norte, destacando o núcleo arqueano (modificado de Barbosa et al., 1974; DNPM/UFRN/PETROBRAS/CRM, 1998; Dantas et al., 2004) e Viegas (2007) Figura 2 – Composição modal no diagrama Q-A-P de ortognaisses arqueanos do MSJC. To = tonalito, Gd = granodiorito, Gr = granito, QM = Quartzo monzonito, QMD = Quartzo monzodiorito. As setas correspondem a trends de diferenciação clássicos (Lameyre & Bowden 1982): T - toleítica; A - alcalina; trends cálcio-alcalinos são subdivididos em a = baixo K, b = médio K and c = alto-K. Figura 3 – Diagrama catiônico K-Na-Ca mostrando as linhagens de diferenciação cálcio-alcalina (CA) e trondhjemítica (Tdh) de acordo com Nockolds & Allen (1953) e Barker & Arth (1976), respectivamente. Figura 4 – Espectros de elementos terras raras, normalizados, com respeito ao condrito de Sun & McDonough (1989) para ortognaisses arqueanos do MSJC. Também foram plotados para comparação médias de granitóides fanerozóicos e TTGs arqueanos [Martin, 1994, In Condie, K. C. (ed.) The Archean crustal evolution, Amsterdam, Elsevier, p. 205-259]. Foto 1 – Gnaisse tonalítico a granodiorítico, com Foto 2 – Serra Caiada (antiga Presidente idade U-Pb zircão de 3,45 Ga (Dantas et al., Juscelino), com idade U-Pb zircão de 3,25 Ga 2004) (Dantas et al., 2004). REALIZAÇÃO LEIRA DE NÚCLEO NORDESTE LO GEO GIA IEDADE SOC ASI BR FU NDADO 1954 APOIO FINANCEIRO BR INSTITUTO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE PETROBRAS COLABORAÇÃO UFRN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica & Geofísica DG/CCET Departamento de Geologia Centro de Ciências Exatas e da Terra CAGERN Centro Acadêmico de Geologia