ácido acético - Faculdades Oswaldo Cruz

Transcrição

ácido acético - Faculdades Oswaldo Cruz
Rev. Abril/2003
ÁCIDO ACÉTICO
2
2
1
1. IDENTIFICAÇÃO DO PRODUTO
Nome químico: ácido acético
Fórmula química: C2H4O2
Fórmula estrutural: CH3CO2H
Sinônimos:
ácido acético glacial; ácido etanóico; ácido etílico; ácido metanocarboxílico; ácido de vinagre.
CAS: 64-19-7
2. COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÃO SOBRE INGREDIENTES
Número CAS: 64-19-7
PERIGOSO
3. IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS
CORROSIVO AOS TECIDOS. IRRITANTE PARA A PELE, MEMBRANAS DE MUCOSAS, TRATO
RESPIRATÓRIO SUPERIOR E OLHOS. PODE SER FATAL SE INGERIDO. QUANDO
AQUECIDO EMITE FUMOS TÓXICOS DE DIÓXIDO E MONÓXIDO DE CARBONO. TEM EFEITO
LACRIMEJANTE.
EFEITOS POTENCIAIS PARA A SAÚDE:
• Por inalação: pode causar irritação ao trato respiratório. Os vapores causam constrição bronquial.
• Por ingestão: doses muito grandes causam distúrbios gastrointestinais. A ingestão deste
composto provoca severa corrosão da boca e trato gastrointestinal com vômitos, hematemese,
diarréia, colapso circulatório, uremia e morte. Podem ocorrer vômitos com sangue, choque,
hemólise e hemoglobinurea seguidas de anuria.
• Contato com a pele: pode causar irritação. O contato com a pele por alguns minutos pode
causar queimaduras de segundo grau.
• Contato com os olhos: pode causar irritação, cegueira .
• Exposição crônica: A exposição prolongada e repetida causa escurecimento da pele, erosão
dos dentes, inflamação crônica do nariz, garganta e brônquios. A exposição a 50ppm ou mais é
intolerável para muitas pessoas e resulta em intenso lacrimejamento e irritação dos olhos, nariz
e garganta, com edema de faringe e bronquite crônica. Irritações de olhos e nariz podem
aparecer com concentrações de 25ppm. Pode ocorrer opacificação da córnea, inflamação da
íris e conjuntiva, fotofobia e anestesia permanente da córnea.
4. MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS
CONTATO COM A PELE: Retire as roupas contaminadas e lave imediatamente com água e
sabão. Se aparecerem sintomas como vermelhidão ou irritação, leve a vítima para o hospital.
INALAÇÃO: saia da área contaminada. Leve a vítima para um local arejado. Se a vítima
apresentar dificuldade respiratória, tosse, queimaduras na boca, nariz, leve imediatamente para o
hospital. Para entrar no ambiente contaminado proteja-se com máscara (F)VO.
CONTATO COM OS OLHOS: Cheque se a vítima tem lentes de contacto e remová-as. Lave com
água durante 20 a 30 minutos no lava-olhos. Pode-se usar solução salina. Não coloque
pomadas, colírios sem consultar um médico especializado. IMEDIATAMENTE transporte a vítima
para o hospital, se aparecer vermelhidão ou irritação nos olhos.
INGESTÃO: NÃO INDUZIR O VÔMITO. Reagentes corrosivos destroem as membranas da boca,
garganta e esôfago e podem ser aspirados para os pulmões da vítima durante o vômito,
aumentando os problemas médicos. Se vítima estiver consciente e sem convulsões ministre 1 ou
2 copos de água para diluir o reagente e IMEDIATAMENTE leve para o hospital.
Se a vítima estiver inconsciente ou em convulsão, não ministre nenhum líquido, deixando a cabeça
de lado abaixo do corpo. NÃO INDUZA O VÔMITO. IMEDIATAMENTE TRANSPORTE A VÍTIMA
PARA O HOSPITAL.
5. MEDIDAS DE COMBATE A INCÊNDIO
INFLAMABILIDADE (FLASH POINT): 40°C
É combustível. Chamas quando envolvem este material podem ser controladas com pó químico
seco, dióxido de carbono, extintor de Halon. Pode ser usado spray de água. A temperatura de
autoignição é 427°C
6. MEDIDAS DE CONTROLE PARA DERRAMAMENTO E VAZAMENTO
Use papel absorvente para secar o material derramado. Este material de limpeza e roupas
contaminadas devem ser colocados em saco plástico para posterior descarte. Lave as superfícies
contaminadas com água e sabão. Não entre novamente no local contaminado sem a presença do
segurança ou químico responsável.
7. MANUSEIO E ARMAZENAMENTO
Ao manusear este produto cuidado com os respingos. Use a máscara (F)VO, avental de manga
longa e óculos de proteção.
PRECAUÇÕES NO ARMAZENAMENTO: estoque em temperatura ambiente. Proteja de mistura e
luz. Estoque na ÁREA VERMELHA do almoxarifado.
8. CONTROLE DE EXPOSIÇÃO E PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Limites de Exposição Permitidos:
OSHA: Limite transicional: TWA 10ppm
Limite final: TWA 10ppm
ACGIH: TLV-TWA 10ppm STEL 15ppm
VESTIMENTA MÍNIMA RECOMENDADA: avental de manga longa e óculos de segurança
LUVAS: de borracha natural, neoprene, nitrila, PVC.
MÁSCARA RESPIRATÓRIA RECOMENDADA: máscara (F)VO.
9. PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS:
Descrição física: líquido claro e incolor
Odor pungente de vinagre.
Massa molecular: 60,05
Gravidade específica: 1,0492g/Ml @ 20/4°C
Densidade: 1,053g/mL @ 16,67°C
Ponto fusão: 16,6°C
Ponto ebulição: 118°C
SOLUBILIDADE:
Água: >= 100mg/mL @ 23°C
DMSO: >=100mg/mL @ 23°C
Etanol a 95%: >=100mg/mL @ 23°C
Acetona: >=100mg/mL @ 23°C
Glicerina: miscível
Disulfeto de carbono: insolúvel
Éter: miscível
Benzeno: solúvel
Clorofórmio: miscível
Tetracloreto de carbono: miscível
Índice de refração:1,3720 @ 20°C
Aparecimento de odor: 5ppm (fraco); 24,3ppm (médio); 80ppm (forte)
Temperatura crítica: 321,6°C
Pressão crítica (mm Hg): 43400
pKa: 4,734 @ 25°C
Massa translúcida cristalina abaixo de 15°C. Contrai levemente ao congelar.
Dissolve resinas sintéticas, borracha, fósforo, enxofre e ácidos halogenados.
Ioniza fracamente em soluções aquosas: Ka=0,000018
pH das soluções aquosas: 1,0M=2,4; 0,1M=2,9; 0,01M=3,4
Viscosidade: 1,22 cm2/s @ 20°C
Razão de evaporação: 0,97
Pressão de vapor (mm Hg): 11,4 @ 20°C
Densidade de vapor: 2,07
10. ESTABILIDADE E REATIVIDADE
Este reagente é sensível ao calor. A luz solar contribui para sua instabilidade. Suas soluções em
água, DMSO, etanol 95% ou acetona são estáveis durante 24 horas nas condições normais de
estocagem em laboratório.
Este reagente é incompatível com cáusticos fortes, oxidantes fortes como o ácido crômico,
peróxido de sódio e ácido nítrico. O contato com cáusticos fortes causa violentos respingos. É
incompatível com carbonatos, hidróxidos, alguns óxidos e fosfatos. Causa a polimerização
exotérmica do acetaldeído. Tem reação explosiva com oxidantes como o BrF5 ou KMnO4. A
adição de uma solução aquosa deste reagente num tanque de anidrido acético causa hidrólise
exotérmica violenta. Reage com terciobutóxido de potássio. Ataca algumas formas de plásticos,
borrachas e tecidos. É incompatível com bases. Reage com nitrato de amônia, peróxido de
hidrogênio, ácido nítrico + acetona, ácido perclórico, permanganatos, tricloreto de fósforo e
hidróxido de potássio. Ataca algumas ligas de aço e reage lentamente com o alumínio formando
óxido.
11. INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS
TOXICIDADE:
Tip.dose
Modo
Espécie
quantidade
unidades
TDLo
Orl
Humano
1470
ug/kg
TCLo
Ihl
Humano
816
ppm/3min
LDLo
Unr
Mamália
308
mg/kg
LCLo
Ihl
Rato
16000
ppm/4h
LC50
Ihl
Camundongo
5620
ppm/1h
LD50
Ivn
Camundongo
525
mg/kg
LDLo
Orl
Coelho
1200
mg/kg
LD50
Orl
Rato
3530
mg/kg
LD50
Skn
Coelho
1060
mg/kg
LDLo
Scu
Coelho
1200
mg/kg
LDLo
Rec
Coelho
1200
mg/kg
PODER IRRITANTE:
Pele-humano 50mg/24h médio
Pele-coelho
20mg/24h moderado
Pele-coelho 525mg open severo
Pele-coelho 50mg/24h médio
Olho-coelho 50ug aberto severo
Olho-coelho 100mg rns médio
IDHL: valor 1000ppm
Limite de inalação: 25mg/m3
Dose fatal estimada: 5 mL
AQTX/TLM: 100-10ppm
AVALIAÇÃO TOXICIDADE SAX:
THR: Irritante da pele, olhos e trato gastrointestinal. Moderado por vias oral, respiratória,
intravenosa, dérmica, subcutânea e retal.
Irritante cáustico podendo causar queimaduras,
lacrimejamento e conjutivite. Ataca a pele podendo causar dermatites e úlceras. A inalação causa
irritação das membranas mucosas. Contaminante de ar.
CARCINOGENICIDADE: não disponível.
DADOS DE MUTAÇÃO:
Teste mmo-esc
300ppm/3h (dose mínima)
Teste sln-dmg/orl 1000ppm (dose mínima)
Teste sln-dmg-ihl 1000ppm/24h (dose mínima)
Teste cyt-grh-par
40umol/L
TERATOGENICIDADE:
Dados de efeitos reprodutivos:
TDLo: orl - rat 700 mg/kg (18d post)
TDLo: itt – rat 400 mg/kg (1d male)
12. INFORMAÇÃOES ECOLÓGICAS
Informação não encontrada.
13. CONSIDERAÇÕES SOBRE TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO
Neutralize com NaOH 5% ou Na2CO3. Despeje no esgoto.
14. INFORMAÇÕES SOBRE TRANSPORTE
Número ONU: 2789
15. REGULAMENTAÇÕES
NFPA: Saúde: 2 Inflamabilidade: 2 Reatividade: 1
Rótulo: Corrosivo.
CORROSIVO AOS TECIDOS. IRRITANTE PARA A PELE, MEMBRANAS DE MUCOSAS, TRATO
RESPIRATÓRIO SUPERIOR E OLHOS. PODE SER FATAL SE INGERIDO. QUANDO
AQUECIDO EMITE FUMOS TÓXICOS DE DIÓXIDO E MONÓXIDO DE CARBONO. TEM EFEITO
LACRIMEJANTE.
BIBLIOGRAFIA
Guia de Seleção de Respiradores 3M. 2001.
http://ehis.niehs.nih.gov/ntp/chem_hs/NTP_Chem6/radian4-19-7.txt
REVISADO PEL COORDENAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES – PROFESSORA MARIA
LUCILA UJVARI DE TEVES

Documentos relacionados

ácido butanóico - Faculdades Oswaldo Cruz

ácido butanóico - Faculdades Oswaldo Cruz (F)(VO) e óculos de proteção. PRECAUÇÕES NO ARMAZENAMENTO: estocar em local arejado e fresco longe materiais oxidantes. Estoque na ÁREA VERMELHA do almoxarifado. 8. CONTROLE DE EXPOSIÇÃO E PROTEÇÃO...

Leia mais

ácido succínico - Faculdades Oswaldo Cruz

ácido succínico - Faculdades Oswaldo Cruz INALAÇÃO: saia da área contaminada. Leve a vítima para um local arejado. Se a vítima apresentar dificuldade respiratória leve imediatamente para o hospital. CONTATO COM OS OLHOS: Cheque se a vítima...

Leia mais

óxido de magnésio - Faculdades Oswaldo Cruz

óxido de magnésio - Faculdades Oswaldo Cruz P2. Mantenha o produto em vasilhame bem fechado. Proteja de danos físicos. Não misture com ácidos fortes. Estoque em local frio, seco e arejado. Estoque na ÁREA VERDE do almoxarifado. 8. CONTROLE D...

Leia mais

sulfito de sódio - Faculdades Oswaldo Cruz

sulfito de sódio - Faculdades Oswaldo Cruz VESTIMENTA MÍNIMA RECOMENDADA: avental de manga longa com prendedor adequado para as luvas. LUVAS: de borracha descartáveis MÁSCARA RESPIRATÓRIA RECOMENDADA: não consta referência no Guia de Seleçã...

Leia mais