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Fazer o do arquivo
KARDEBRAILE
Órgão da Sociedade Pró-Livro
Espírita emBraile
- SPLEB -
Ano
XXXII - Setembro de 1992/ Março de 1993 - n° 92/93
Rio de Janeiro
BRASIL
2
EDIÇÕES
DO LIVRO ESPÍRITA EM BRAILE
IMPRENSA BRAILLE
MÁRIO TRAVASSOS
da SPLEB
Livros para distribuição gratuita a cegos e bibliotecas
Obras editadas
1957 - "O que é o Espiritismo"
1958 - "O Principiante Espírita"
1960 - "O Evangelho Segundo o Espiritismo"
1961 - "Biografia de Vultos Espíritas"
1963 - "O Livro dos Espíritos"
1965 - "O Livro dos Médius"
1971 - "O Céu e o Inferno"
1974 - "A Gênese" (concluída em 1977)
1 9 8 3 - " O Consolador"
1984 - Resumo da Lei dos Fenômenos Espirras
1 9 8 5 - " O b r a s Póstumas"
1987-"Senzala"
1989-"Lídia"
1990 - "A Granja do Silêncio"
1991-"Fonte Viva"
1992 - Meu Além de dentro e de fora
1992-Rosário de Coral
1992 - Vocabulário Português - Esperanto/Esperanto - Português
1992 - Curso Relâmpago de Esperanto
1992-Esperanto conversacional
1993 - Código do consumidor
1993 -Ética e legislação - Os Direitos das Pessoas Deficientes no
Brasil
Reimpressões
1964/1985 -Todas as obras impressas
KARDEBRAILE
Órgão da Sociedade Pró-livro Espírita em Braille - SPLEB
(Impresso em tinta e em braile)
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL
(distribuição interna gratuita)
A n o X X X I I - Setembro 1992/Março de 1993 - n° 92/93
Diretor-Responsável
Luiz Antonio Millecco
Coordenador
Govis Orne da Silva
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= = = = = = = = = = =
PENETRAÇÃO DA SPLEB
Aprodução em braile da SPLEB é remetidagratuitamente paramais de
duas centenas de cegosnela cadastrados, inclusive alguns do exterior, além
de um apreciávelnúmero de instituições e bibliotecas públicas.
NÚCLEOS DA SPLEB EM FUNCIONAMENTO
SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP), juntoao Grupo Casimiro Cunha,
do Grupo EspíritaEmmanuel
Av. Humberto de Alencar Castelo Branco, 2.857
Coordenador Frederico Alves
CAMPINA GRANDE (PB), junto ao Instituto de Educação e Assistência
aos Cegos do Norde ste
Rua João Quirino, 33 - Bairro Catolé
Coordenador: José da Matta Bonfim
BELO HORIZONTE (MG), junto àbiblioteca da Associação Espírita
Cristopher Smith
RuaLuizaSanMarco, 171
Coordenadora: LuziaMendes Camargo
SAL VADOR (BA), junto àbiblioteca da Instituição Espírita daBahia
Rua da Independência, 43
Coordenadora: TeodataMartaC. Moreira
BRASÍLIA (DF), (Sobradinho) - CaixaPostal- 7514
Coordenadora: Maria José Neves Mascarenhas
VITÓRIA (ES)Junto àbiblioteca da Sociedade Espírita Guillon Ribeiro
RuaDomingos Martins, 512 - Vila Velha
Coordenador: ArthurB. Guimarães
ARCO VERDE (PE)Juntoàbibliotecado Centro Espírita Eurípedes
Barsanulfo
RuaLeonardo Couto, 147
Coordenador: Antonio Muniz
RECIFE (PE)Junto àbibliotecadaUnião Espíritade Pernambuco
RuaCel.UrbanoRibeirodeSena, 144
Coordenador: Alan Ribeiro Bezerra Vasconcelos
SÃO LUÍS (MA), j unto àbibl ioteca da Federação Espírita do Maranhão
RuadeSantaninha, 112
CACHOEIRODOITAPEMIRIM(ES)
RuaNecaBongosto, 6 (Sumaré)
Coordenador Domingos Cocco
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Editorial
o
A CASA ESPÍRITA E O 3 MILÊNIO
"Eis que faço novas todas as coisas" (Apocalipse)
Mais 8 anos e estaremos vivendo as primeiras horas do século 21!...
É o 3 Milênio que surge, repleto de promessas, esperanças e anseios
de renovação. Qual será a partir de então a função do templo religioso
e mais especificamente da casa espírita?
Em várias de suas obras, Emanuel, via Chico Xavier, afirma que, no
futuro as instituições religiosas serão ao mesmo tempo escolas,
templos e hospitais. Uma observação atenta indicará já em nossos
dias os primeiros sinais desse vaticínio que se cumpre. Com efeito
as igrejas do nosso tempo, quando não têm elas próprias o seu prontosocorro espiritual, consubstanciado nos plantões de oração e em
certas pastorais, cedem seu espaço a grupos de apoio mútuo como
Alcoólicos Anônimos, Neuróticos Anônimos, etc.
As casas espíritas não poderiam estar alheias a esse verdadeiro
"sinal da nova era".
Também elas em número cada vez maior, realizam plantões fraternos, encontros confraternativos, vivências e inúmeros empreendimentos, que visam a maior aproximação e apoio recíproco por parte
dos companheiros.
Quanto àSPLEB essanão deixade serumade suas características
se não realiza plantões fraternos, propicia, no entanto, um clima
espontâneo de "terapia'' para quantos nela trabalham.
Inúmeros companheiros chegam à nossa casa deprimidos e angustiados, tão logo porém se lançamà tarefa tão logo trocam experiências
e idéias, eis que tudo s,e modifica. O que era angústia e depressão se
transforma em alegria e paz interior.
Enão é só, a SPLEB realiza ainda os seguintes empreendimentos:
1 - uma reunião doutrinária às 3 s. feiras as20hs., àqual comparecem pessoas que se beneficiam amplamente do conhecimento espírita;
2- uma reunião mensal de reabastecimento espiritual, às 6 feiras
às 20hs;
3 - a cessão de seu espaço a instituições co-irmãs, como o grupo
pacifista "Anjos daPaz" o "Círculo de Estudos Estrela de Belém",
e o ' 'Telecristo Movimento Fraternal".
Que o 3°milênio efetivamente nos encontre a todos unidos, splebianos ou não, espíritas ou não, que a Humanidade ultrapasse todas as
fronteiras e se converta numa só família sob a égide do Cristo.
o
a
a
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Expediente
Correspondência: RuaThomaz Coelho, 51 - Vilalsabel
20.540-110 - Rio de Janeiro (RJ) - Tel. : (021) 288-9844
Recebemos e agradecemos:
Do exterior
A Libertação - Lisboa, Portugal
El Sol de Oro - Buenos Aires,
Argentina
Evolución - Caracas, Venezuela
Do Brasil
Braille
Minas Gerais
O Espirita Mineiro - B. Horizonte
O Médium - Juiz de Fora
Roteiro Espírita
Paraná
Documentos - Curitiba
O Imortal - Cambe
Mundo Espírita - Curitiba
São Paulo
A Voz do Espírito - São José do
Rio Preto
Fundação para o Li vro do Cego no
Brasil
Fundação Dorina Nowill Para Cegos
Correio Fraterno do ABC - São
Benardo do Campo
Despertador - São Paulo
Grupo Espírita Emmanuel - São
Bernardo do Campo
Revistalnternacional do Espiritismo -Matão
Rio de Janeiro
Desafio de Hoje
Informe-Rio
Irradiação
Macaé Espírita
Reformador
ServiçoEsp. Informações
Paraíba
TribunaEspírita
Kardebraile
* Não se responsabiliza pelos artigos assinados.
* A parte editorial diz dasua orientação.
•Nãoparticipa de polêmicas nem
as promove.
* Aceita contribui ções destinadas a
manter em dia suas edi ções.
* Aceita noticiário sobre o movimento Espíritano Brasil e no Exterior.
"A VOZ DA SOCIEDADE PRÓ-LIVRO
ESPÍRITA E M B R A I L L E "
Você, leitor, que é Splebiano ou amigo da SPLEB, não deixe de ouvir e
prestigiar o nosso programaradioíõnico que, sob a direção e apresentação
de Louis Antonio Millecco, é transmitido todos os domingos, às 11:00
horas, através da onda da Rádio Rio de Janeiro, na freqüência de 1.400
Khz, a ' ' Emissora da Fraternidade", de propriedade da Fundação Cristã
Espírita e Cultural "Paulo de T a r s o " . Ouça e fale com seus amigos.
;
7
-
Colaboração
Maçonaria, Revolução Francesa, 1789 Espiritismo IV
Marcus Vinícius Telles
Muitos dos que tiveram apaciência de ler até aqui este artigúete, deverão
estar perguntando: que ligações existem entre estes três movimentos da
História da Humanidade?
Não precisamos fazer muito esforço para chegarmos a seguinte conclusão:
oEspiritismoestáligadoàsidéiasrevoluncionáriasde 1789 eé claro naquilo
que tem esta de melhor, através de Rousseau, deste para Pestalozzi e deste
parHippolyte Leon Denizard Rivail. E com a Maçonariaesta ligação se faz,
comojá vimos, anteriormente, porque os membros daRevolução Francesa
eram também daMaçonaria, freqüentando várias de suas Lojas.
Ao tentar iniciar a resposta a esta indagação, fomos tentados a escrever
panfletariamenté, mas o ladoHistóriconos falou mais alto e ficamos assim
com este modo para terminar o artigo da série, que se iniciou com a
Maçonaria, passando pela Revolução Francesa de 1789. Optamos pelo
Histórico parajustificaraligaçãodos fatos.
Partindo do Prof. Rivail, que nasceu sob a égide das idéias revoluncionárias,
em 1804, bem no coração doPaís, que serviu de base para propagação daquelas
idéias. Contudo, influênciasque recebeu dos novospensamentos, chegaram
por intermédio de um suíço de Zurique - João Henrique Pestalozzi. O criador
daEducação Moderna.ao ler aobrade Rousseau,' 'O Emílio'', deixou tudo
aquilo que estava estudando: História, Filosofia e Direito, parase dedicar
inteiramente à leitura desta obra e posteriormente colocar em prática as
idéias de Rousseau. Pestalozzi tinha participado da Revolução, e agora
encontravao largo caminho, paramodificar opensamento daEducação, que
vigoravanaquela época.
Mas estas idéias novas não foram implantadas no século XVIII, período da
Revolução Francesa. Elas vieram dos séculos anteriores através de um grupo
de homens, que foram queimados vivos, torturados ou permaneceram na
prisão por vários anos. A enumeração do nome destes homens serve-nos, para
deixar aqui consignado um preito de gratidão. São: Picolo de laMirandola,
TomazzoCampenella, preso 27 anosnumamasmorra infecta, por tertidoo
"desplante" de escreverem seu livro'' ACidade do Sol'' o seguinte trecho:
"Os habitantes solares não temem amorte, porque todos acreditam na
imortalidade daalma, que ao sairdo corpo é acompanhada pelos Espíritos
bons ou maus, conforme o seu merecimento na vida terrestre''. Outros como:
Geronimo de Praga; Savonarola; Cernesclii Pelearius, condenado a fogueira;
Leonardo Da Vinci, que sofreu humilhaçõespor causa de suas idéias; Galileu
Galilei,que quase teve morte na fogueira; Vanini teve que se defender diante
dos inquisidores, provando não ser ateu, mesmo assim morreu queimado,
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tendo antes a sualíngua cortada; Ramus, filósofo francês, que precedeu
Descartes, também padeceu; e não poderíamos deixar de mencionar- João
Huss - sacerdote natural da Tchecoeslováquiamoderna, que tendo escrito
39 proposições, consideradas heréticas, foi condenado à fogueira pelo
Concílio de Constança.
Porém, será que valeu apena o esforço destes homens? Sem dúvida que
sim. ARenascença,emboraapresentandotodososcontra-tempos,que se
levantaram ao progresso, foi o início dodesenvol vimento científico e moral
para a humanidade. O surgimento do Iluminismo e posteriormente dos
Enciclopedistas resultaram no avanço das idéias re voluncionárias, que se
espalharam por todaEuropa. Muitos dos homens que pregavam as idéias
anticlericais, de Igualdade, Liberdade e Tolerância, contra o fanatismo,
a superstição e aignorância, faziam parte de uma mesma Instituição, que
era a Maçonaria. Deste grupo em que as idéias Maçónicas e as da
Enciclopédia,mesclavam-se faziam parte: DenisDiderot, D' Alambert,
Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Elvécio e outros. Mesmo no Sec. XVIII,
quando fervilhavam em toda a Europa e também na América Inglesa,
Espanholae Portuguesa, o Governo francês, com receio dosataques contra
o Estado e a Igreja, lançados pelaEnciclopédia, proibiu durante um ano a
publicação de seus volumes. Porém, a forçadoprogressoé inexorável. Após
estainterrupçãoaEnciclopédia continuou sua carre irabrilhante, espalhando luz. Foram editados entre 28 a33 volumes, nos quais estavam contidas
todas as idéias avançadas da época, em termos de Economia, Artes,
Trabalho, Educação, Campo Social, etc. Alguns Enciclopedistas tornaram-se ateus,rx>rémoutrosapeiiasanticlericais.Contudo,houveuin, sendo
anticlericarista,foi amante e divulgador do Evangelho de Jesus, mas,na sua
pureza primitiva, e, se assim pudéssemos acrescentar na sua pureza
natural, que foi Rousseau. Tal foi a discordância com seus antigos
companheiros de Enciclopédia, que ele se afastou do grupo, criando um
novo estilo de pensamento. Rousseau, que em sua origem fora protestante
e mais tarde, tomara-se católico, abandonou esta confissão religiosa,
porém não ingressou no ateismo.
Porém a respeito das idéias coerentes de Rousseau, sobre Religião,
Indalício Mendes, em seu magistral artigo do ReformadordoCentenário,
citando Romain Rolland, na obra' 'O Pensamento Vivo de Rousseau'' diz
o seguinte:" Eu a adotei, propaguei, expliquei, liguei-me a ela, com todo
zelo de meu coração. Todos os meus escritos respiram o mesmo amor pelo
Evangelho eamesma veneração por Jesus Cristo, nada se compara ao
Evangelho. Épreciso conservar este livro sagrado como sendo a regra do
Mestre e os meus como os comentários de di scípulos''
Porpensarassim,Rousseau foi perseguidopeloCleroe até os seus amigos
se afastaram dele, como o filósofo inglês Hume. Entretanto, antes do
surgimentodos Enciclopedistas,houve um surto de idéias tanto na França
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como nainglaterra, prati camente danuo origem àquele movimento.
Pensadores como Vauban, que em sua obra ' 'Dízimo Real' ', atacou os
privilegióse a desigualdade em matéria de impostos", declarou injusta e
abusiva a ex ce cão ". Um outro pensador Francês, que m arcou época, foi o
Arcebispo de Cambrai, Fenelon, declarando em seus escritos que o absolutismo era ' 'um atentado contra os direitos de fraternidade humana' '. Na
Inglaterra destacou-se o inglês médico e filósofo John Locke, do qual
extraímos os seguintespensamentos de sua obra ' 'Ensaio sobre o Governo
Civil", em que estabelece: "que o homem tinhadireitos naturais (ogrifo é
nosso) e que estes direitos principais eram aliberdade e a propriedade (o grifo
é nosso) que o governo nascia de um contrato social... ' 'eque amissão dos
governos consistia em ser delegadosdospovos,e que oprincípio fundamental
era o da soberania do po vo (o gri fo é nosso) .Aduzimos aqu i também o tre cho
de uma outra obra de Locke "Cartas sobre a Tolerância" na qual diz:
' 'estudando o papel social da Religião e da Igreja, demonstrou que aprimeira
devia considerar-se como assunto privado que o Estado cuja função se
limitavaagarantir atodos os membros da comunidade política, a igualdade
de direitos, não devia interv ir para im por umareligião; antes bem tolerá-las
todas".
A Américatambém contribui para as transformações das idéias. Referindoseacercadestainfluência.oensaistaepensadorperuano Edgar Montiel, nos
relataem um artigo do Correio de La Unesco, sobre um li vro do Inca garcüago
de la Vega, intitulado "Comentários Reais" (Lisboa 1609); nesta obra
Garcilaso mestiço de princesa inca e de um ilustre capitão espanhol,
conhecedorprofundodaCulturalnca, desde suainfânciaaperfeiçoando em
seus conhecimentos em Espanha, mostraa realidade na América. Desta obra
ele nos apresenta "uma Sociedade planificada, e equitativa com uma
intervenção vertical do Estado". Estes informes causaram admiração a
Europanos Sec. XVII e XVIII, queestava "sedentade igualdade e ansiosa
de reformas". A Sociedade Inca demonstra aos Europeus que era possível
' 'outra forma de organização social e de que a repartição de bens e riquezas
era um ideal terreno..." Garcilaso de la Vega conseguiu transmitir aos
escritores e pensadores europeus "que na América se havia chegado a
conceberumanova Relação Homem-Natureza-Estado. Estas idéias são
encontradas em Campanella, Bacon, Morelly, utopista francês que ao
escrever ' 'Código da Natureza (1753), vai influenciar aos pensadores da
Revolução Francesa. Também amarca de Garcilaso está em Montesquieu,
Voltaire, Rousseau, Marmontel. Edgard Montelnos completa as informações sobre ainfluência de Garcilaso de la Vegano pensamento europeu, no
pensamento que precedeuàRevolução Francesa. Nesta época houve um
concurso de ensaios promovido pela Academiade Lyon, cujo tema ' 'revela
de entrada por sua vez a Ação Universalista: A Influenciado Descobrimento
da América Sobre aFelicidade do Gênero Humano". É importante observar-
1 o
=
se que'' os ensinamentos de Garcilaso se acham presentes nos ensaios de
muitos concorrentes". Convém ressaltar que no ensaio do Pcolocadono
referido concurso, do Abade Gente, encontram-se as informações de
Garcilaso. O Abade Gente afirma: "que ap opriedade coletiva fez dos
Incas um povo felizmasque aausênciade propriedade individual debilitou
a sua organização social, favorecendoporúltimoaimposiç.õo da conquista".
Desta maneira, a América, por seus homens e suas culturas, acha-se
imersa no processo histórico daRe volução Francesa; "esta por sua vez
levará suamensagemUniversalistaà América, comeste ingrediente de
modernidade, quelhe deramhomens comoo IncjiGarcilasodela Vega''
Um ciclo se encerrava para abrir-se outro...
Acrescentando mais alguns informes aestes pensamentos, que como
vimos, flutuavam em ambas asmargens do Atlântico, aditamos aqui mais
algumas proposições de Rousseau, que estabeleceram:' 'todos os homens
são iguais e livres; que nenhuma organização social e política, pode ter por
objetooutracoisaque nãosejagarantiros direitos "... por fim aorigem de
todas asmas paixões foi oque o intelecto posa serviço do egoísmo, i) sobre
a perfeição Rousseau afirmava "estavaconvencidodeque ohomem está
providopelo criador de certa capacidadede perfeição. Porisso o cultivo
dessa disposição natural é um dever e uma necessidade". ".. Como a
históriafoiconduzidapor falsos caminhos até agora, precisa começar de
novo a evolução humana. Para isso a vida social deve ser reformada de
acordo comum princípio de igualdade jurídica e de liberdade pessoal. E
isso só se pode obter mediante a educação''. j) Enquanto para a moral
Rousseau assim fala: "oscódigosmoraisnascemese fundamentam numa
espécie de contrato social tácito existente entre os membros da comunidade"
Contudo Rousseau teve um continuadorparaassuas idéias- Pestalozzi,
que além de se integrar nas idéiasdo gênio suíço, colocou-asem prática.
Paul Monroe, em sua "História da Educação", dá-nos um relato da
doutrina de educação de Pestalozzi - Escola de Tendência Psicológica.
Esta escola é uma "explicação e desenvolvimento dos princípios da
educação Naturalista", princípios que estão de acordo com opensamento
filosófico de Rousseau. Dentre as características gerais do pensamento
educacional expostas por Rousseau e Pestalozzi destacárnosos seguintes
itens: a) "educacionalmente "natureza" passaagoraasignifícarnatureza
ou espírito do homem"; b) "os princípios sobre os quais aeducação deveria
basear-se, são agora procurados no conhecimento, nas atividades e no
desenvolvimento do espíritohumano. A formulação desses princípios da
psicologia fundadosnaobservação.experimentação, não começou rigorosamente senão em meados do século XIX". c) esta escola de educação e stá
r
11
ligada ao princípio do desenvolvimento do indivíduo. "Elaacompanha as
tendencias individualizantes dos séculos XVIII e meados do XIX; d) para
Pestalozzi, cada indivíduo deve submeter-se ao interesse e a vontade da
maioria; que o povo é o único soberano. ' '
Rousseau foio mais im portante vulto do Iluminismo na França. Das suas
idéias extraímos mais alguns dados, as quais nos dão amedida exata de sua
filosofia. Dentreelas: a) "... Clamaporuma concepção origináriae natural
da vida' ' ; b) estabeleceu o lema: ' ' Volvamos à Natureza' ' ; c) "... mas na sua
lutacontraoartificialismonavidaenaeducação, afirma: que sópode ser
ganhadespertando no homem desde criança, urna forma de compreender e
valorizar aexistência, conforme a natureza' ', d) "tudo sai perfeito das mãos
do Autor das coisas; tudo se degenera nas do homem. ' '... Uma 'arvore a
produzir os frutos de outra' '."... mistura e confunde os c l i m a s " . mutila
o seu cão, seu cavalo e seu escravo' ';"... Não quer nada como anatureza fez;
nem mesmo o homem, necessita amestrá-lo como um cavalo de circo;
necessita modelá-lo a sua moda como uma árvore de seu jardim; a) para
Rousseau "o homem natural não é precisamente o homem primitivo, o
homem pré-histórico. A intrínsicanaturezado homem,o próprio inato nele,
caracteriza esse estado de natureza' '.
f) em relação à consciência Rousseau nos diz: "a consciência estápara a
almaassim como o instinto e taparão corpo" e mais ' 'Apropria razão é um
aspecto da consciênciamenos profunda que a vida emotiva". "A função
intelectual da consciênciatem o ofício de dirigir os impulsos e os sentimentos
do amor próprio (egoismo) e do amor ao próximo (altruismo)";
g) a respeito dos sentimentos ele afirma: "existir é sentir. A nossa
sensibilidade é indiscutivelmente anterior à nossa inteligência, e nós tivemos sentidos antes de idéias; h) em outro aspecto da filosofia de Rousseau,
em relação ao indivíduo: "... come ça por assinai ar que todo apogeu do saber
e todo refinamento da vi da tornaram oshomens cada vezmais infiéisao seu
verdadeirodestino e a sua verdadeira essência' '. ' 'O homem saiu bom e puro
das mãos da natureza, mas a sua evolução dela distanciou aos poucos"a
educação é ' 'o desenvolvimentoharmonioso de todas as faculdades indi viduais."
Estabelecidas as características gerais do novo pensamento educacional
procuraremos expor em linhas gerais as idéias de Pestalozzi; a) durante 18
anos ele escreveu sobre ' 'assuntos políticos e educacionais:. Este pensamento refletiasempreamesma coisa: "as reformaspolííicase sociais deveriam
surgir pelaeducação' ' ; ' 'não daeducação corrente masum novo processo de
desenvolvimento que resultariana reformamoral e intelectual dopovo"; b)
a missão de Pestai ozzi na vida foi ' 'elaborar em detalhes os métodos desta
educação, que se destinava a regenerar a sociedade e a assegurar à criança
estamodi ficação que é um direito e herança naturais' ' ; c) tal como Rousseao
pregava que a Educação de veria ser para as massas sob quaisquer condiões
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—
tanto econômico-sociais como limitadas em suas faculdades. Em seu livro
"Como Gertrudes Ensina'' ele estabelece na prática estas idéias; lembremos que a grande obra escritapor Pestalozzi foi'' Leonardo e Gertrudes,
naqual a figura de Gertrudes,uma simplesaldeãmodiíicao comportamento do seu marido bêbado e indolente, através da educação como também
influenciou toda a sua aldeia. Pestalozzi começou as suas observações
educacionais com seu próprio filho, expondo estas idéias no livro' 'Diário
de um Pai"; d) Paul Monroe, em suaobraacima citada, dá-nosuma síntese
do significado de Educação para Pestalozzi com o seguinte trecho:' 'Uma
educação perfeita é paramim simbolizada por uma árvore plantadaperto
de águas fertilizantes" e segue"... os poderes morais, intelectuais e
práticos do homem devem ser alimentados e desenvolvidos em si mesmo
enãopof sucedâneos artificiais". Resolvemos neste passo estabelecer
uma série de itens a cerca do pensamento de Pestalozzi aproveitando o
tre cho de Paul Monroe: a) sobre a F é : " deste modo re ferindo-se ele ao
parágrafo anterior sobre a Fé " de ve ser cultivada pelo nosso próprio ato de
crença, e não com argumentos a respeito daFé". b ) " O amorpelo próprio
ato de amar, não por meio de palavras a respeito do amor"; c) "O
pensamento pelo nosso próprio ato de pensar e não por mera apropriação
do pensamento de outros homens"; d) e o conhecimento pelanossa própria
investigação não por falações intermináveis que é o resultado das artes e
da ciência".
Resumindo as idéias de Pestalozzi que "encarava a educação a ser
promovida naturalmente segundo o desenvolvimento das crianças, como
o principal meio da reforma social para ele a educação consistia no
desenvolvimento moral, mentale físico danatureza da criança, permitindo
ao povo a superação de sua ignorância, imundice e miséria' 'Pestalozzi
também tinha sido o I educador a estabelecer um Instituto Profissional
para crianças pobres. Contudo, o seu grande educandário foi o de Yverdon,
na Suiça, onde se matriculavam jovens tanto de origem católica em sua
grande maioria como protestantes. Toda sua experiência e observação
adquiridas nos largos tempos de mestre escola foram praticadas neste
educandário onde Hippolyte León Denizard Ri vail futuro Al Ian Kardac
o
Não limite o cego mais do que a própria cegueira, impedindo-o de fazer o
que sabe, pode e deve fazer sozinho.
13
EM DESTAQUE
A H I S T Ó R I A DE LOUIS BRAILLE
Todo mundo tem ouvido falar sobre o Sistema "Braille'' paraos cegos. Mas,
poucas pessoas sabem porque ele é chamado Braille ou quem era Luis
Braille.
No ano de 1812, Louis Braille era um menino.
Viviaele emCoupvray umapequenacidade a40km de Paris-França. O pai
de Louis tinhauma loja, onde se fabricavam artigos de couro. Um dia em que
brincavanareferida loj a, tendo em uma das mãos uma so vela, instrumento
cortante: caiu, enterrando apontado instrumento em um dos olhos. Mais
tarde, contudo, tornou-se cego dos doisolhos. Emborativesse apenas sete ou
oitoanos,jáeraobrigadoaandarcomumabengala.Opovodesuacidadezinlia
se apiedava, quando o via tão pequeno completamente cego, seguindo seu
caminho pelas ruas comumabengala, a fim de encontrar sua direção.
Poucos anos depois Louis entrou para uma escola para cegos em Paris. Lá
aprendeu aler, istoé, aprendeu a reconhecer as vinte e seis letras, sentindoas com os dedos. Mas as letras tinham muitas polegadas (cerca de 20 cm de
largura e altura. Este era naturalmente um sistemamuito primitivo de ler.
Um artigo pequeno enchia inúmeros livros e cada livro pesava 8 ou 9 libras
(3,624kg a4,077kg). Mais tarde Louis tornou-se um professornesta escola.
Ele,toa^via,ansiavaporencontrarumsistemadeleiturabemmelhoradopara
o cego, mas isto não era fácil. Um dia, em visita à sua casa, ele disse a seu
pai: -' 'As pessoas cegas sãoasmaisisoladas do mundo. Eu posso descrever
um pássaro distingüindo-o de outro pelo som. Eu posso conhecer aporta de
uma casasentindo-a com aminhamão. Mas há inúmeras coisas que eu não
posso ouvir nem sentir. Somente oslivrospodemlibertarocego. Mas não há
livros parálennos".
Um dia, porém, estava ele sentado em um restaurante com um am igo, que
o ouvia ler, pacientemente, um artigo de um jornal. Este artigo era sobre
CharlesBarbierumcapitãodo Exército, que tinhaumsistemade escrever,
o qual podia ser usado no escuro. Ele o chamava escrita da noite (night writing).
Neste (night - writing) o capitão usava um sistema de pontos e traços. Os
pontos e traços eram construídos no papel, assim apessoapodiasenti-los com
seus dedos. Quando Louis ouviu falar sobre isto, tornou-se muito excitado.
Começou a falar e a soluçar.
-' 'Por favor Louis'' ,diss seu amigo.' 'O que há? Todos estãoolhando para
você".
- ' ' Finalmente eu encontrei a resposta para o problem a do cego ", disse:
14
-
- ' ' Finalmente eu encontrei arespostapara o problema do cego'', disse:
'' Agora o cego pode ser li vre."
No dia seguinte Louis foi orientar-se com o Capitão do Exército e
perguntou-lhe sobre seu sistema. O Capitão explicou-lhe que usavaum
poncão ou estilete, instrumento com uma ponta afiada para fazer os furos
e tracinhosnum papel grosso. Uma pessoa qualquer poderia sentir os furos
e traços no outro lado do papel. Certas marcas significavam uma coisa,
outras marcas, outras coisas. O instrumento que o capitão usava era do
mesmo tipo, que o ferira quando brincava há tanto anos antes.
' 'Estou certo de poder usar este sistema'', disse Louis," Para aj udar as
pessoas cegasa lere lhes dar livros''.
Este foi um maravilhoso diapara Louis. Mais tarde ele começouaestudar
este novo sistemaparausá-lo como cego. Estudou diferentesmaneiras de
fazer os furos e traços sobre o papel Finalmente conseguiu um sistema
simples no qual usava seis furos em diferentes posições dentro deste
espaço. Ele podia fazer 63 combinações diferentes. Cada combinação
indicava uma letra do alfabeto ou uma pequena palavra. Havia também
combinações para indicar marcasde pontuação, etc. Breve,Louis escreveu
um livro usando o Sistema' 'Braille".
Primeiramente opovonão acreditou, queo SistemadeLouisBraille fosse
possível ou prático. Uma vez Louis falou diante de um grupo de pessoas.
Ele lhes mostrou como podia escrever fazendo estes furos no papel quase
ao mesmo tempo que alguém lesse alguma coisa para ele. Mas não lhe
deram crédito. Afirmavam ser impossível fazer isso. Disseram inclusive
ue Louis decorava o que lhes ditaram. Em toda aparte era amesma coisa.
As pessoas nãoacreditaramnele. Em alguns casos porumarazão ou outra,
elesnãoqueriam acreditar. Até o Governo Francêsnão queriaouvirnada
sobreoSistemadeLouis.Disseramquejáestavam,fazendotodoopossível
paraocego.
Louis continuou sempre atrabalhar com seu Sistema.
Agora ele já era um homem doente. Cada ano tornava-se mais doente.
Porém, trabalhavae trabalhavacom seu Sistemaparatorná-lo melhor.
Ele construiu um Sistema de pontos para Matemáticae Música. Um dia,
umamoçaquenasceracega, tocavapiano.magnificamente, diante de um
grande auditório. Todos se encantaram. Então, amoçalhes disse que não
deveriam agradecer-lhe, por tocar tão bem. Deveriam fazê-lo a Louis
Braille, só ele tornou possível o seu aprendizado e suaperfeição no piano.
Ela lhes disse também que naquele momento Louis Braille era um pobre
homem cansado e doente. Ele estava às portas da morte. Subitamente
depois de tantos anos todos começaram a se interessar pelo Sistema de
Louis Braille. Os jornais escreveram artigos sobre ele. OGoverno interessou-se também pelo Sistemade leitura para cegos. Amigos foram visitálo contando o que acontecera. Louis começou a chorar alto, dizendo:
H
15
=
- Estaé a terceira vez em minha vida queeu choro. A primeira, quando torneime cego. ASegundaquando ouvi falar sobre' 'niglit-Whting'' e agora porque
sei que minha vidanão foi um fracasso.''
Pouco dias depois Louis Braille morre. Tinha, ao falecer, somente43 anos
deidade.
Extraído de The Story ofLouis Braille
- Elementary Reader in English - Robert Dixon
LouisBraille: 04.01.1809 a06.01.1852
Tópicos & Notícias
BENJAMIN CONSTANTTEM
PROFESSOR CEGO C O M O D I R E T O R
Assumiu a direção do Instituto Benjamin Constant o Professor Jonir
Bechara Cerqueira, que há 33 anos serve àcasa, napessoa de seus alunos.
Ao Professor Jonir,. que, aliás, jáparticipou da Comissão Bibliográfica da
SPLEB, nossas congratulações e nossos votos paraque Deus o ilumine, a fim
de manter o IBC em sua finalidade precípua de secular educandário para
cegos e modelar instituições de ensino.
E D U C A Ç Ã O BÁSICA RURAL
PARA DEFICIENTES
OProf. SYL AS FERNANDES MACIEL, daUniversidadede S.Paulo.está
entrosando, com a AVAPE-ASSOCIAÇAO PARA VALORIZAÇÃO DE
PESSOA EXCEPCIONAL, da Auto-Latina, aadequação de recursos humanos para o at endimento dos deficientes visuais. A AVAPE, planeja a
implantação da Educação BásicaRural, parapessoas portadoras de deficiências, através de um sítiopiloto (que deverá ser além de tudo produtivo).
C E G O S P O D E M SE F O R M A R
EM PROGRAMAÇÃO
20 deficientes visuaisjá estão assistindo aulas do Curso de Programação
de Computadorespara Cegos, fruto de um convênio firmado entreo Governo
de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Federação Mineira de
Cegos.
O Curso, compreendendo as linguagens Cobol e Natural, será dado em sete
16
módulos, abordando, desde os conceitos básicos de computação até a
elaboraçãode programas.
Os alunos, selecionados dentre 50 candidatos,receberão as apostilas do
curso,transcritosparaosbraille pelaFederaçãoHiltonRocha. Os graduados terão estágios garantidosna companhiade processamento de dados
daPrefeiturade Belo Horizonte, aPRODABEL.
SPLEB DISTRIBUI
RELATÓRIO D O C O N C E S P I I
Concluída a impressão, em tinta, do Relatório do II Congresso de Cegos
Espíritas. Os interessados poderão procurar o seu exemplarna sede da nossa
Sociedade.
Sua transcrição para o braile encontra-se na fase final, para posterior
distribuição.
BENJAMIN CONSTANT RECEBE
M Á Q U I N A S D E E S C R E V E R E M BRAILE
São 14 as máquinas datilográficas com caracteres em braile, entregues
ao Instituto Benjamin Constant pelo Instituto de Deficientes Visuais de
Muinique.
A iniciativaresultou da visitada voluntáriaLICIA MOSCI, que relatou
na Alemanha as deficiências da Entidade brasileira, fundada por iniciativa
de JOSÉ ALVARES DE AZEVEDO, com decreto assinado pelo Imperador D. Pedro II.
Os equipamentos, de vitalimportânciaparaahistituição, foram transportados, gratuitamente, pela empresa aérea LUFTHANSA.
BICHOS SEM OLHOS " E N X E R G A M "
Cientistas franceses e israelenses desenvolveram umanova técnica, que
explica arazão de tantos animais que vivem sob a terra não terem olhos.
O pesquisador EviatarNevo, da Universidade de Haifa, afirma que esses
animais podem através de sensores, captar luz, mesmo abaixo daterra, de
vezque modificaram seus órgãos de visão de fonnaa detectar níveis muito
baixos de luz, quando o animal se aproximada superfície.
EM BRAILE, O B R A S PARA T O D O S
Sob o titulo acima, o GLOBO, após visitar as instalações da SPLEB e
entrevistar os seus fundadores LUIZ ANTÔNIO MILLECCO e MAR-
17
CUS VINÍCIUS TELLES, publicou matéria sobre as finalidades e
atividades da nossa Instituição, que no dizer do I Vice-Presidente, Luiz
Antônio, caracterizam-se do seguinte:
-''Produzir e distribuir, gratuitamente, livros e apostilas em braile é a
missão da organização, criada há40 anos. A Lei Orgânica do Município do
Rio de Janeiro, o Códigoda Defesado Consumidor e " O Evangelho Segundo
o Espiritismo", de AallanKardec, sãoexemplos de obras játranscritas, que
hoj e podem ser lidaspor deficientes visuais do Brasil e do exterior.''
Foi abordado ainda no artigo a existência na SPLEB de umabiblitecacom
300 títulos, num total de 1200 volumes, naescritabraile e de umaaudioteca
com 213 obras espíritas, 18 espiritualistas, 19 de outras naturezas e 115
palestras gravadas. Hoje, anossa Sociedade, além de brasileiros, atende
argentinos, belgas, uruguaios, suecos, franceses e portugueses.
A SPLEB - uma das cinco editoras que produzem obras em braile no
Brasil - tem sua sede na RuaThomaz Coelho, 51, naTijuca (28 8-9844)
Mario Ricardo Klinger é o seu Presidente.
o
1993 - A N O ESTADUAL DA PESSOA
PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
Decretada pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, foi
sancionada pelo Exm°Sr. Governador do EstdoaLei n° 2076/93, que institui
1993 - Ano Estadual da Pessoa Portadora de Deficiência.
A Lei publicadanoDiário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, de 13/2/93,
édeautoriadaDeputadaWanúbiade Carvalho.
A O N C E DOA CINCO MÁQUINAS
P E R K I N G S À SPLEB
Doadas pela Organização Nac ional de Cegos de Espanha, a SPLEB acab
a de receber cinco máquinas datilográficas Perkins. Virão as mesmas
aumentar a capacidade danossa sociedade, paramelhordesincumbir-se de
suas tarefas em relação a escrita braile
"Livro dos espíritos" em Esperanto
Concluídaaimpressãodo3°volumedo "LivrodosEspíritos" em esperanto.
De parabéns, mais uma vez, os colaboradores splebianos.
FEB autoriza a transcrição de "Nosso L a r "
A Federação Espírita Brasileira, como de hábito, autorizou a SPLEB a
transcreverpara obraile aobra' 'NossoLar", de André Luiz, pelapsicografia
de Francisco Cândido Xavier.
18
—
Há 40 anos imprimindo livro em Braile
O Jornal do Brasil publicou, em sua edição de 21.3.93, sob ore ferido título,
entrevista concedida, pelos fundadores da SPLEB, Luiz Antonio Millecco
( I Vice-Presidente) e Marcus Vinícius Telles (2 secretário) sobre as
finalidadesprecípuas danossa Instituição, ou sejam a impressão e distribuição, gratuitamente, de livros espíritas espiritualistas e de cultura geral
em braile. A matéria abordou, dentre outros assuntos, a existência de
núcleos no Brasil - intermediários SPLEB - leitor, países nos quais temos
leitores como: Argentina, Bélgica, Uruguai, Suécia, Françae Portugal.
Em seu depoimento Marcus Vinícius fez o seguinte registro:' 'Tudo na
SPLEB é gratuito, masnadaparaa SPLEB e grátis''. Já Luiz Antônio ao
finalizar seu relato afirmou o seguinte:' 'Omercadode trabalho para nós
(cegos) é muito difícil. Somosum segmento minoritário social tão discriminado quanto o negro ou a mulher."
o
o
Congresso autoriza poder executivo a
publicar constituição em braille
Legislação nesse sentido autorizou o PoderExecutivo apublicar, pelo
métodoBraille,alémdaConstituição Federal, os códigos e leis orgânicas
da área social vigentes no País.
Aleique constou doDiário do Congresso Nacional (Seção II), de 02.04.93,
seráregulamentadapeloPoder Executivo,no prazo de 60 (sessenta) dias
de sua publicação.
VOCÊ SABIA?
- que ao fim de cada ano é-nos intuído um símbolo para nossa reflexão
no ano seguinte? o de 1993 é o anzol;
- que a nicotina, líquido incolor, pouco mais denso que a água, é um
dos venenos mais fulminantes? é equivalente ao ácido cianídrico;
- que a parábola dos talentos enfatiza entre outras coisas, que a
riquesa não deve ser objeto do interesse individual e sim social?
- que o espírito não retrograda? quanto muito, ao longo de sua
trajetória em espirais, poderá fazer aparentes recuos estratégicos,
para avançar mais na escala evolutiva;
- que a parábola do filho pródigo c h a m a a nossa atenção, entre outras
coisas, para a necessidade de exorcizarmos o orgulho, o esgoismo
e a inveja do filho primogênito, que existem dentro de nós? A l é m disso
ela é um retrato fiel do processo cósmico da evolução dos seres.
19
RELATÓRIO E PRESTAÇÃO DE CONTAS
A Presidência da SPLEB, em
observância a dispositivo estatutário, submeteu â apreciação do
Conselho Deliberativo, o "relatório de atividade" e "prestação
de contas", relativas ao ano
fiscal de 1992. A demonstração
da "conta de resultados" e os
"balanços", aprovados pelo Conselho Fiscal, encontra-se à disposição de qualquer pessoa que
deseja inteirar-se do seu teor. Do
"relatório de atividades" também
à disposição de todos, destacaremos o seguinte:
a) o grande acontecimento que
foi a realização de 16 à 19
de abril, do II Congresso de
Cegos Espíritas - CONCESP II, sob o patrocínio
da SPLEB, durante o qual,
dentre os trabalhos apresentados, foram detidamente examinadas, relatadas e aprovadas as seguintes teses: "O livro espírita
em Braile", de autoria de
Marcus Vinícius Telles, "Fenômenos anímicos e mediúnicos nos cegos", de autoria de Luiz Antonio Milleco Filho, "Literatura espírita audiofônica", de Maria
Tereza Braga Santos Ta-
vares e "Cegueira: prova
ou expiação", também de
autoria de Luiz Antonio
Milleco Filho;
b) a participação da SPLEB
em reunião da União Brasileira de Cegos "UBC";
c) atividades intensas da Escola Espírita de Evangelização Irmão Marius e da
Mocidade Espírita;
d) prosseguimento normal dos
cursos, gratuitos de Braille,
na sede e por correspondência:
e) realização do tradicional
"Bazar da Pechinha" com
bons resultados. Os nossos agradecimentos à Sra.
Heloísa Saad, viúva do Sr.
Nicolau Saad, opela cessão, por uma semana, da
loja da Rua Visconde de
Pirajá, 23;
f) existência, na biblioteca da
sede, de obras em Braille,
num total de volumes 300
títulos em Braille e 1200
volumes e na Audioteca de
1.300 fitas gravadas, relativas a obras espíritas e várias obras e gravações de
outra natureza;
20
g) recebimento da Organização Nacional de Cegos de
Espanha - ONCE, com a
interveniêncla da União Latinoamericana de Cegos
"ULAC, de 5 (cinco) máquinas Perkins Braille, a
serem utilizadas pelos
transcritores que servem à
causa Splebiana;
h) ministrado na sede da
SPLEB e por correspondência, receberam os respectivos diplomas, pela
conclusão do Curso de
A p r e n d i z a d o no Sistema Braille, os s e g u i n tes
participantes:
- Lucrécia Fonseca Lima
- Denise Luzia Dimis
- Liliam de Carvalho
- Máario Virgílio Figueiras
Costa
- Madalena Del Valle Gomide
- Fumiko T a k a y a n a g i de
Layti
- Vera Lúcia de Oliveira
- Ari Martins Gomes
i) c r i a ç ã o do Núcleo de
Cachoeiro do I t a p e m i rim (ES), p e r m a n e c e n -
do o n ú m e r o de d e z
núcleos, em razão de
ter deixado de funcionar o de Novo Hamburgo (RS) e o de Fortaleza (CE)
j) remessas gratuitas de:
- 467 volumes de livros,
em Braille, para leitores;
- 544 volumes de livros, em
Braille, para Sociedades
e bibliotecas;
- 129 volumes de livros, em
Braille, para núcleos, além
de 230 Kardebraille, em
Braille, 400 Kardebraille
"em tinta" e 2.403 exemplares de outros trabalhos,
em Braile;
k) a Imprensa Braille Mario
Travassos registrou:
- reimpressão e impressão
de livros da doutrina espírita;
- 865 v o l u m e s , com um
total de 69.378 folhas
de papel e 2.151 exemplares de outros trabalhos em Braille, num total de 26.738 folhas de
papel e 605 m a t r i z e s
metálicas produzidas na
21
máquina estereotipo;
exemplares de outros trabalhos, em Braille, tudo
numí total de 96.116 folhas de papel;
i) o Corpo de Transcritores e
Copistas registrou:
160 obras transcritas e copiadas para o Braille,
num total de 56 volum e s , além de 6.178
m) total geral de folhas de
papel gastas no exercício:
102.834.
Obras Gráficas
Vicente de Lima
Rua Leandro Martins, 72 - Centro - RJ
Tel.:263-0785,263-0435e263-0383
Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille
SPLEB
(Declarada de Utilidade Pública
Estadual e Municipal)
Rua Thomaz Coelho, 51
Vila Isabel
CEP: 20.540.110
Fone: (021) 288-9844
|
1
<
f
V
Expediente
de 2 a 6 -feira,
das 9,00 às 16,30
sábados,
de9,00às 12,00h
a
a
ASPLEB
PRECISA
DE VOCÊ
Dado o custo do papel e a escassez cada vez maior
da mã-de-obra em nossa sede, apelamos para
Você no sentido de atualizara sua contribuição e
oferecerá SPLEB um pouco do seu tempo. Da sua
doação e do seu trabalho depende a vida da
SPLEB.
VISITE E UTILIZE A
BIBLIOTECA DA SPLEB
Obras Espíritas e Espiritualistas
em tinta e em braillle.

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