GEÓLOGO (CÓD. 209) GREENSTONE BELTS Os greenstone belts

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GEÓLOGO (CÓD. 209) GREENSTONE BELTS Os greenstone belts
GEÓLOGO (CÓD. 209)
GREENSTONE BELTS
Os greenstone belts são associações vulcanossedimentares que ocorrem em meio a terrenos granitognáissicos, nas regiões cratônicas do globo. São basicamente constituídos por uma sucessão de
rochas vulcânicas, complementada por rochas sedimentares. No geral, podem ser agrupados em dois
tipos: (i) um tipo constituído por derrames ultramáficos komatiíticos na base, seguidos por menor
participação de basaltos toleiíticos, sedimentos químicos (cherts, formações ferríferas) e terrígenos
imaturos, geralmente vulcanogênicos; e (ii) outro tipo, com predomínio de basaltos toleiíticos na base e
raros derrames komatiíticos, seguidos por uma sucessão subordinada de lavas e piroclásticas cálcioalcalinas, intermediárias a félsicas, intercaladas e sobrepostas por sedimentos químicos (cherts, BIFs)
e clásticos imaturos do tipo flysch. Até o final dos anos 70, era assumida apenas idade arqueana e
uma tectônica vertical para os greenstone belts. A tectônica vertical explicava a sua estruturação como
calhas engolfadas num mar de domos granito-gnáissicos, resultantes do contraste de densidade entre
a sua pilha vulcânica e as rochas granito-gnáissicas circundantes. Essas teriam ascendido como
domos em forma de cogumelos, pressionados pelo afundamento da pilha vulcânica mais densa.
Acreditava-se que a formação dos komatiitos exigia altas temperaturas do manto superior e, por esse
motivo, o regime tectônico no Arqueano deveria ser diferente do atual. Trabalhos experimentais
mostraram que, durante o Arqueano, os magmas komatiíticos também sofreram hidratação e,
portanto, não necessitaram de temperaturas significativamente mais quentes que as atuais para sua
formação. Além disso, rochas komatiíticas e greenstone belts têm sido encontrados em orógenos mais
jovens, do Paleoproterozoico e Fanerozoico. Isso corrobora a interpretação atualmente mais aceita de
que a formação de complexos vulcânicos do tipo greenstone belt não requer, portanto, processos
tectônicos especiais, diferentes da tectônica de placas atual. Os greenstone belts podem ter sido
formados numa diversidade de ambientes, como riftes continentais evoluídos, bacias marginais, arcos
de ilha, bacias de back-arc, ambientes oceânicos do tipo hot spots, dentre outros, sempre relacionados
a vulcanismo submarino.
Os depósitos minerais de valor econômico são principalmente constituídos por lentes de sulfetos
maciços, (pirita, calcopirita, esfalerita e galena), geralmente associados com ouro e prata, que ocorrem
preferencialmente relacionados com os termos intermediários a ácidos do pacote vulcânico. Na base
dessas lentes e relacionados com os condutos vulcânicos, ocorrem também veios entrelaçados
(stockworks) com pirita e calcopirita. Sulfetos de cobre e zinco podem também ocorrer associados aos
termos básicos do vulcanismo, como nos depósitos do tipo Chipre. Os termos ultramáficos, quando
presentes, podem abrigar importantes concentrações de sulfetos de cobre-níquel. Camadas de silexito
ferruginoso, hematita, gipsita e barita ocorrem com muita frequência nas fácies sedimentares que
ladeiam as lentes de sulfetos maciços. Elas nem sempre constituem depósitos econômicos, mas são
ótimos indicadores da proximidade de corpos de sulfetos maciços.

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