o novo centro - Bom Dia Floripa
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o novo centro - Bom Dia Floripa
FLORIANÓPOLIS, OUTUBRO DE 2013 ANO I - Nº 1 O NOVO CENTRO LUZ NO FIM DO TÚNEL Bairro Saco dos Limões é a bola da vez na corrida imobiliária. Pode ser o novo centro. Ipuf diz que a região é estratégica: está às margens da Via Expressa Sul, conectada com o centro, próxima da Ufsc e no caminho do aeroporto. Pág. 14 Divulgação/BDF VICENTE ORIGE, O EMPRESÁRIO QUE PISA FUNDO NO ACELERADOR PÁGINAS 6 E 7 PLANO DIRETOR A CIDADE DE PAPEL Projeto vai chegar na Câmara. Será que desta vez as propostas viram realidade? PÁGINAS 8 a 11 A BOA IDEIA QUE DO OUTRO LADO do túnel está o bairro Saco dos Limões, com 15 mil habitantes. Sua área plana e próxima ao Centro é uma “alternativa de adensamento”, o novo Eldorado do setor imobiliário. É pra lá que a cidade vai crescer VIROU LIXO PÁGINA 17 2 Bom dia, leitores Florianópolis, outubro de 2013 Com o papo cada vez mais frequente sobre o fim dos jornais impressos, que estariam com os dias contados porque seriam substituídos pelas mídias digitais é, no mínimo, um ato de ousadia colocar nas ruas mais um jornal. E por quê não, se existem bons assuntos e ótimos leitores? A resposta é simples assim: há espaço para um jornal com o conteúdo editorial que idealizamos para o Bom Dia Floripa. A proposta é colocar no papel questões que afetam a vida dos moradores dos bairros, normalmente pessoas anônimas e esquecidas pelos poderes públicos. Hoje buraco de rua, terreno sujo ou o banco da pracinha que está quebrado não interessam muito às chamadas “grandes mídias”. Estão atrás dos “grandes casos”, dos bilhões que aquele ex-bilionário brasileiro, ex-marido daquela ex-atriz fez sumir pelo ralo. Não é a nossa praia. A nossa praia é aqui na frente, onde a vista alcança, e que está cheia de lixo e esgoto. A praia do José Mendes, imprópria para banho; a do Saco dos Limões, que levaram pra longe com o aterro da Via Expressa. Aterro que era para ser um parque público, e onde há 15 anos não acontece nada. As águas que descem do Maciço da Costeira, que abasteciam as casas e hoje viraram valas de esgoto. Mas estamos de olho também nas boas histórias, como a da Vila Operária, no Saco dos Limões, primeiro conjunto habitacional com arquitetura modernista construído no Brasil, à época de Getúlio Vargas. Bem, será um Bom Dia por mês, mas isso é só o começo. Boa leitura a todos nesse primeiro encontro. Terminal de Integração do Saco dos Limões (Tisac), que nunca entrou em operação (o sistema integrado de transportes funciona desde 2003) pode ganhar vida na nova licitação do transporte público. A prefeitura de Florianópolis planeja integrá-lo ao sistema, para as conexões que vem do Sul com destino ao Pantanal, Trindade, UFSC, e vice-versa. Hoje, todos os passageiros com esses destinos passam no Ticen.Vai diminuir número de ônibus no centro. Prefeito César Souza Junior tem direito a tomar chope de graça na Kibelândia. Os fregueses pagam a conta. Foi decisão dele liberar espaço em frente ao bar mais tradicional do centro, para que se colocassem mesas na rua. Era assim no passado, e depois virou estacionamento de motos. A decisão faz parte do projeto de valorizar o centro. A Kibe tem 50 anos, faz parte da história, fica num belo casarão e é justo que seus ilustres frequentadores sintam-se em casa. “A cidade precisa de lugares como esse para ser vivida”, resume o Ipuf. A catraca do transporte coletivo está girando para trás. Em 10 anos, o sistema perdeu 1 milhão de passageiros em Florianópolis. Isso quer dizer que muitas pessoas buscaram outra alternativa de transporte. É por essa razão (também) que as ruas estão saturadas de automóveis. Restrição A partir de 1º de novembro começam as restrições para a circulação de veículos pesados nos horários de pico. Se não houver nenhum contratempo, vamos ter filas de caminhão nas entradas e saídas das pontes. Rio Tavares O elevado do Rio Tavares, no trevo que leva para o Campeche e Lagoa, vai custar R$ 10 milhões. Será construído com recursos do Badesc. Ali é o maior gargalo de trânsito na Ilha, com seis convergências de fluxo num espaço de pouco menos de 50 metros. Um verdadeiro nó, sem sinalização e sem policiamento. Só funciona pela educação dos motoristas. Grana no lixo Hoje, lixo é dinheiro. Mas não aqui. Todo dia, mil toneladas de resíduos (1 milhão de quilos) são depositados no aterro da Proactiva em Biguaçu. É lixo de Florianoópolis, São José, Palhoça e Biguaçu. O negócio é usar tecnologias que permitam o aproveitamento desse material. Não dá mais para continuar jogando dinheiro no lixo. Tisac na linha Kibelândia Equação da catraca DIRETORES Albano Aquino, Fernando Damásio, Jurandir Camargo Eletrosul liberou A Eletrosul fez a sua parte e autorizou a prefeitura a utilizar área da estatal para a duplicação da Av.Deputado Antonio Edu Vieira. Agora, para a obra sair do papel, falta a decisão Ufsc, que parece não perceber a importância da duplicação da avenida para a mobilidade urbana da Capital. O prefeito César Souza Júnior já foi comunicado da decisão Eletrosul, que teve o empenho do presidente da empresa, Eurides Mescolotto e de Paulo Afonso Vieira, diretor da estatal. Os dois, aliás, são políticos, um do PT e outro do PMDB. O que falta para a UFSC sensibilizar-se com a questão? Canetada SPU (Secretaria de Patrimônio da União) coloca em vigor até o fim de 2014 a nova demarcação das áreas de marinha na Ilha, mudando a situação de imóveis perto do mar, mangues, rios e lagoas. Quem estiver dentro da nova área terá que pagar à União taxa de ocupação do terreno, que é obrigatória. Só 10% das áreas devem escapar: são os terrenos de marinha entre o Saco dos Limões e a Agronômica, já demarcados e homologados em 1979. EDIÇÃO Jurandir Camargo DESIGN GRÁFICO Ronaldo Ferro COMERCIAL Edilton Maranhão, Albano Aquino, Fernando Damásio COLABORADORES Agatha Roldan e Fernanda Félix CIRCULAÇÃO Prainha, José Mendes, Saco dos Limões, Costeira do Pirajubaé, Pantanal, Trindade, Carvoeira, Agronômica, Campeche, Tapera, Carianos ENDEREÇO Rua João Mota Espezin, 1.107 - Saco dos Limões, Florianópolis, Santa Catarina - CEP 88045-400 Fone (48) 3209-2057 .... www.bomdiafloripa.com.br Tiragem: 5 mil exemplares Florianópolis, outubro de 2013 3 VILA OPERÁRIA UM RARO EXEMPLO da influência do modernismo na habitação popular Conjunto habitacional no Saco dos Limões ainda tem casas originais do primeiro empreendimento da arquitetura popular doméstica getulista feito no Brasil A Vila Operária, no Saco dos Limões, foi o primeiro conjunto habitacional feito no Brasil pelo extinto IAPI (Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários). Há 71 anos 100 unidades foram entregues, no dia 1º de Maio de 1942. É um raro acervo histórico que mostra a influência do modernismo na arquitetura popular doméstica getulista, nos primórdios da habitação popular no Brasil, no governo Getúlio Vargas. Segundo pesquisa feita em 2002 pelo Grupo de Estudos da Habitação da Ufsc, coordenado pela professora e arquiteta Carolina Palermo Szücs e com participação de Luciana Monte Alegre Trivella e Marina Ester Fialho de Souza, “ o projeto, racional, de geometria simplificada e concentração das áreas molhadas, em tudo atende os conceitos modernistas de economia e funcionalidade”. As casas da Vila Operária são térreas e geminadas duas a duas. Os lotes tinham aproximadamente 204,60m2, delimitados por cercas vivas e de sarrafos. As habitações possuíam, cada uma, dois quartos, sala, cozinha e banheiro num total de 42m A pesquisa , segundo o Grupo de Estudos da Habitação, foi um “esforço da arquitetura, desenho urbano, antropologia e história para resgatar a memória coletiva do espaço da Vila Operária e preservar esse importante conjunto arquitetônico”. Mostra o papel dos institutos de aposentadorias e pensões (IAPs) na criação da política habitacional brasileira, a partir da Era Vargas (Getúlio Vargas), com destaque para a Vila Operária do Saco dos Limões, por ter sido “o primeiro 2 Casas geminadas: à esquerda a residência foi reformada. À direita um exemplar autêntico do modernismo na habitação popular empreendimento erguido no Brasil”. À época da pesquisa (2002) a maioria dos primeiros moradores ainda vivia na Vila Operária, desde a década de 40, o que, segundo as arquitetas “torna singular esta comunidade em relação à cidade”. Também destacam o conjunto arquitetônico como “de interesse para a preservação de suas características como exemplar único”, em Florianópolis, da “arquitetura popular doméstica getulista, primórdios da política habitacional brasileira”. Proposta de tombamento Depois do levantamento foi desenvolvida proposta de recuperação arquitetônica da Vila e uma fundamentação teórica para o pedido de tombamento do conjunto no IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. “Será o início de um processo de conscientização por parte dos moradores e do município, para que a Vila Operária se torne um referencial urbanístico-arquitetônico para Florianópolis. Atualmente o conjunto apresenta características que se tornam peculiares e de caráter histórico. Sua importância dentro do contexto da cidade é marcada principalmente pelo estado de conservação em que se apresenta grande parte das casas, possuindo muitas vezes partes originais ou com poucas modificações”, diz o estudo. Características originais possui um pano cego na base e uma bandeira móvel de vidro . • A varanda original é um elemento de transição para o interior da unidade, demarcando a entrada principal. É uma extensão da cobertura principal. • As paredes externas eram caiadas e eventualmente coloridas com “pó xadrez”. Apresentavam textura praticamente lisa, pela aplicação do reboco. • A cobertura original utiliza telha francesa sobre madeira, em duas águas, com a linha da cumeeira transversal ao lote, elemento único • Gateiras na fachada lateral, sob a para cada par de unidades geminadas. cumeeira, na forma de três aberturas estreitas retangulares, dispostas em • O pilar original é de alvenaria triângulo marcam a volumetria e são rebocada. Na parte superior, tem elementos de ventilação do telhado. forma arredondada e “abraça” a viga de apoio do beiral. É elemento • Na implantação original os lotes marcante na fachada. não possuíam muros. Na década de 50 foi autorizada a construção de • As esquadrias originais (porta e uma cerca de madeira e, a partir da janela) são de madeira, alternando o década de 60, começaram a surgir os uso de vidro e veneziana, com muros. abertura para o exterior. A porta 4 Florianópolis, outubro de 2013 BOM DIA circula em área com 140 mil habitantes O Bom Dia Floripa começa a circular em uma área da Capital que concentra população de quase 140 mil pessoas. É um imenso potencial de leitores e um grande mercado de consumo e serviços. São 10 bairros e localidades onde o jornal é distribuído. Veja quais são esses lugares e a sua população: Trindade, 18.812 moradores; Agronômica, 15.588; Saco dos Limões, 14.670; Campeche, 13.540 habitantes; Tapera, 10.079; Costeira do Pirajubaé, 9.341; Rio Tavares, 9.004; Carianos, 7.717; Pantanal, 5.496 moradores; e José Mendes, 3.385. No total, são 137.632 habitantes. O jornal também está inserido no contexto da Ufsc (Universidade Federal de Santa Catarina) que tem uma população flutuante entre alunos, professores e funcionários de mais de 30 mil pessoas. Seu bairro Segundo dados do Censo 2010 do Ibge (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a região central de Florianópolis ainda é a área da cidade que concentra o maior número de moradores: perto de 45 mil pessoas. Os outros dois grandes bairros da Capital são a Trindade e Capoeiras, com mais de 18 mil habitantes cada um. O quarto mais populoso é o bairro Capivari, pouco conhecido, que fica na região de Ingleses e começou a existir somente a partir de 1990: tem 17 mil moradores. Veja os bairros e as localidades de Florianópolis e a sua população: Centro 44.315 Trindade 18.812 Capoeiras 18.632 Capivari 17.031 Fpolis (demais setores) 16.436 Itacorubi 15.665 Agronômica 15.588 Saco dos Limões 14.670 Campeche 13.540 Coqueiros 13.263 Monte Cristo 12.707 Jardim Atlântico 12.158 Rio Vermelho 10.756 Corrego Grande 10.563 Tapera 10.079 Costeira do Pirajubaé 9.341 Rio Tavares 9.004 Canasvieiras 8.693 Estreito 7.878 Carianos 7.717 Saco Grande 7.607 Ingleses 6.972 Canto 6.494 Monte Verde 6.429 Abraão 5.883 Balneário 5.826 Lagoa 5.654 Jurerê 5.531 Pantanal 5.496 Barra da Lagoa 4.925 João Paulo 4.774 Coloninha Alto Ribeirão Santinho José Mendes Vargem Grande Ponta das Canas Vargem do Bom Jesus Armação Porto da Lagoa Itaguaçu Santa Mônica Santo Antonio Cachoeira do B. Jesus Bom Abrigo Vargem de Fora Ribeirão da Ilha Sambaqui Ratones Pedregal Praia Brava Açores Caiacanga Moenda Canto da Lagoa Daniela Morro das Pedras Autódromo Retiro Cacupé Vargem Pequena Costeira do Ribeirão 4.709 4.474 3.723 3.385 3.354 3.168 3.148 2.837 2.216 2.114 1.658 1.653 1.651 1.510 1.501 1.444 1.408 1.120 1.029 975 938 917 859 859 787 781 694 634 601 571 408 Base Aérea Lagoinha do Norte Dunas da Lagoa Recanto dos Açores Canto do Lamim Caieira Canto dos Araças Forte Praia Mole Rio das Pacas Campus Morro do Peralta 519 387 372 372 338 271 258 254 206 84 2 2 FLORIANÓPOLIS (População estimada) ANO HABITANTES 2011 427.298 A reprodução do pintor Eduardo Dias mostra uma Desterro sem problemas, diferente de Florianópolis, a caminho do caos (Censo 2010) Florianópolis, outubro de 2013 5 6 Florianópolis, outubro de 2013 VICENTE ORIGE, PILOTO. VICENTE ORIGE SILVA, EMPRESÁRIO VENCEDOR nos negócios e nas pistas Empresário diz que corre por hobby, mas nas pistas é um piloto campeão. Acaba de vencer a 5ª etapa da Copa Petrobras de Marcas A frase que o executivo Vicente Orige Silva, 37 anos, colocou em um pequeno quadro afixado atrás de sua mesa de trabalho, na Santa Fé Veículos, em Florianópolis, é uma pista para entender um pouco o perfil deste jovem empresário, que é, também, um dos principais pilotos de corrida catarinense na atualidade: “Não avalie pessoas, e sim desempenhos”. Na vida, Vicente Orige sempre foi submetido a esse padrão de comportamento. Filho de um empresário de sucesso, que atua em vários segmentos de negócios, desde de pequeno ele conviveu com expressões como dedicação, visão, eficiência, esforço, competitividade, respeito, coragem. Orige descobriu que para ter um bom desempenho, nos negócios ou numa pista de corrida, era preciso aperfeiçoar cada uma dessas qualidades. Como empresário, já subiu ao alto do pódio: aos 37 anos é o principal executivo do Grupo Santa Fé. E, como piloto, acaba de vencer a 5ª etapa da Copa Petrobras de Marcas, categoria turismo e onde só há espaço para profissionais. Tanto que seu companheiro de equipe é outro vencedor, o piloto Ricardo Maurício, que já foi campeão da Stock Car e lidera a Copa Petrobras. Divulgação/BDF “ Quando eu tinha 17 anos, meu pai perguntou: quer correr ou trabalhar na empresa? Optei por trabalhar ” 7 Florianópolis, outubro de 2013 Rodrigo Ruiz/Divulgação/BF A escolha Vicente Orige, que tem gasolina no sangue desde pequeno, da convivência nas concessionárias de veículo do pai, com direito a visão diária de pátios repletos de carros e a opção de ter as oficinas como playground, foi rápido para as pistas. Aos 12 anos, em 1988, já era campeão de kart em Florianópolis , e vice-campeão catarinense em 90 e 91. Em 2007, conquistou o catarinense, na categoria sênior. Estava nascendo um campeão? Não, um futuro executivo. Apesar das vitórias nas pistas, Vicente Orige optou por correr atrás da máquina. “Quando eu tinha 17 anos, meu pai perguntou: quer correr ou trabalhar na empresa? Optei por trabalhar”, lembra. Ir para as pistas passou a ser apenas um hobby. E foi como hobby que Orige, em 1997, entrou para o automobilismo, na categoria arrancada. Foi bi-campeão catarinense, bi-campeão brasileiro e 10 vezes campeão paranaense. E cada vez mais o executivo Vicente Orige Silva foi praticando o tal hobby: em 2008, já estava disputando Rally de Velocidade e, depois de três anos na categoria, foi campeão brasileiro em 2009 e ficou com o terceiro lugar em 2010. No ano seguinte, foi para a categoria Mini Challenge. De um total de oito etapas, disputou apenas quatro corridas e ganhou uma.No ano passado, correu o Campeonato Metropolitano de Curitiba de Marcas e Pilotos, com um Gol 1.6. Foi campeão. Este ano, foi parar numa categoria profissional, a Copa Petrobras de Marcas, que está abaixo apenas da Stock Car. “Fui indicado por um amigo, que é preparador de carros, para andar na equipe”. A equipe é a JLM Racing, de Porto Alegre. Vicente Orige já disputou cinco etapas da Copa Petrobras, conquistou uma pole e venceu uma corrida. Está em sétimo lugar. “Não me considero um piloto profissional. Quero manter o automobilismo como hobby. Quero correr”, diz. Na próxima curva da conversa, o piloto-empresário dá uma pequena escapada: “Se der para ir para a Stock Car, deixa acontecer”. Enquanto isso não acontece, Vicente Orige segue a rotina de treinos com kart na pista de Ingleses, faz condicionamento físico três vezes por semana, e treina com carro sempre um dia antes da corrida. Como dá para ver, é um hobby que exige muita dedicação, esforço, concentração. Um treinamento de piloto de provas. Afinal, o empresário Vicente Orige Silva, é um profissional vencedor. Nos negócios e nas pistas. ÁLBUM DE FAMÍLIA CENTRO HISTÓRICO RESERVAS (48) 3249 9000 DE SÃO JOSÉ GASPAR NEVES, 3150 RESERVAS (48) 3249 9000 Tio, acelera que eu estou chegando ” ENZO, 6 meses. Sobrinho do piloto Vicente Orige e ac sse o n ov o si te a i m o n Gastro Divina “ dgaisvtrioncluobr .b com 8 Florianópolis, outubro de 2013 PLANO DIRETOR A CIDADE de papel Florianópolis, 453 mil habitantes, uma cidade planejada, com seu patrimônio cultural e ambiental preservados, um paraíso para moradores e turistas. M as esta cidade só existe no papel. É o perfil de Florianópolis traçado pelo Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) e que faz parte da proposta do novo Plano Diretor da Capital, apresentada em setembro pelo prefeito César Souza Junior. Em breve, deve ir para a Câmara em forma de projeto de lei, depois de passar pelo crivo de 40 “Oficinas Distritais” em 21 localidades do município. Foi apresentada aos vizinhos São José, Palhoça e Biguaçu. Os prefeitos deram idéias e sugestões, porque muitos problemas são comuns, encurtando o caminho para a Região Metropolitana. As quatro cidades até assinaram um protocolo para criar o Conselho Público da Região Metropolitana. Mas até o Plano Diretor ser aprovado pela Câmara, ainda vai ter muita discussão. Lideranças comunitárias já questionam se a última versão do anteprojeto do Plano Diretor, que vinha sendo construído desde 2006 ainda está em pauta. E também, sobre o papel do Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo, que analisou aquela versão do PD com mais de 100 páginas. Os questionamentos certamente vão monopolizar o debate nas Oficinas Distritais. Mas a pergunta fundamental é: a cidade vai ter, enfim, um Plano Diretor? A Câmara votará um Plano que dê rumo ao caos urbano de Florianópolis? Resposta nos próximos meses. Os desafios O homem que recebeu o desafio de consolidar o novo Plano Diretor de Florianópolis é o arquiteto Dalmo Vieira Filho. Dalmo, ex-diretor do Iphan em Santa Catarina é homem forte e peça chave no governo do município. Dalmo Vieira Filho Florianópolis, outubro de 2013 JCamargo/BF Secretário de Desenvolvimento Urbano, também é superintendente do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) e ainda tem plenos poderes sobre a Floram – a Fundação Municipal do Meio Ambiente. Durante vários meses, ele e outros arquitetos, urbanistas, paisagistas e consultores buscaram os “novos parâmetros” para a Capital. A síntese , segundo Dalmo Filho, é tornar Florianópolis “a Capital com maior percentual de áreas urbanas preservadas em todo o Brasil”. Para isso, a proposta do Plano Diretor está sustentada nas seguintes premissas: Proteção e Valorização do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural; Equilíbrio Social e Desenvolvimento Econômico. Esses conceitos têm 11 diretrizes: 1 - Proteger o meio ambiente e o patrimônio cultural 2 -Instituir paisagens como parâmetros do desenvolvimento urbano 3 - Criar novas centralidades e reforçar as noções de centro em todo o município 4 - Priorizar projetos sociais em operações urbanas 5 - Compatibilizar o crescimento com mobilidade urbana 6 - Valorizar o entorno da Ponte Hercílio Luz 7 - Potencializar a vocação marítima 8 - Propor elementos simbólicos do Século XXI 9 - Qualificar os balneários do município 10 -Criar parques urbanos na orla central e pontos de convívio 11- Humanizar o Centro Histórico da cidade A síntese do Plano 9 O Plano Diretor é baseado na noção de equilíbrio. O objetivo é organizar, de forma satisfatória, as vocações histórico-naturais da cidade. Veja a síntese da proposta do Ipuf: “O exercício prático do equilíbrio deve iniciar pela correta relação com o meio ambiente. Florianópolis precisa proteger seus ecossistemas e assumir o compromisso de tornar-se a Capital com a maior área de preservação urbana do Brasil”. Garantida essa preservação do patrimônio natural e cultural, a cidade projetaria, então, o seu desenvolvimento urbano a partir dos estudos de evolução demográfica, da infraestrutura básica e das possibilidades de fluência da mobilidade urbana. As alternativas de transformações, segundo a proposta, restringem-se a três categorias diferentes: nos bairros e distritos já existentes, ao longo das vias tronco do município, em especial nas SCs, e, por último, em novos centros induzidos pelo Plano. “O Plano Diretor deverá assumir 10 Florianópolis, outubro de 2013 PLANO DIRETOR uma dimensão metropolitana, estimulando soluções conjuntas (...) como o abastecimento de água, a destinação de resíduos, a mobilidade, as polaridades urbanas, o turismo, a pesca artesanal,etc.” As chamadas “novas centralidades” que seriam estimuladas em Florianópolis mudariam o atual modelo de construções de maior impacto pela concentração de edifícios em núcleos projetados, favorecendo a oferta de infraestrutura e o fornecimento de serviços. Assim, vastos espaços do território seriam liberados para a criação de parques urbanos e áreas de lazer. “Zonas predominantes de moradias ocuparão porções generosas do território, ganhando qualidade e desenvolvendo-se livre da concorrência de construções verticais”, projetam os urbanistas. Essa nova característica, segundo a proposta do Ipuf, reduziria os conflitos de vizinhança. Algumas idéias Transporte Marítimo A cidade não pode mais ficar de costas para o mar. A solução para a mobilidade deve passar pela utilização das Baías Sul e Norte. A proposta do Plano Diretor é o sistema de Transporte Marítimo Metropolitano, integrando São José, Palhoça e Biguaçu. Um terminal junto à ponte, na Ilha, poderia conectar-se com um túnel por baixo da Beira Mar até o barco, com acesso a um ascensor em direção ao centro da cidade. Transporte Coletivo Uso de vans que, por sua flexibilidade, se incorporariam ao cotidiano da mobilidade. É ideal para uma cidade que tem muitas ruas estreitas e ladeiras acentuadas. O Ipuf propõe teleféricos como sistema complementar de Simulação da paisagem urbana a partir da construção de empreendimento projetado para a Ponta do Coral transporte. Pedestre A proposta do Plano é a qualificação das calçadas e a multiplicação das faixas de segurança, começando pelas escolas, hospitais e nos locais onde haja maior dificuldade de travessia. Outra meta é multiplicar os semáforos acionados por pedestres. Ciclovias Uso da bicicleta pela flexibilidade, baixo custo e dano ecológico zero. A proposta prevê conexão das ciclovias com locais de moradia, trabalho e junto aos atrativos urbanos. Uma rede de cinclovias de passeio interligaria os bairros mais populosos com alguns locais de atrativos naturais e culturais. Florianópolis, outubro de 2013 PLANO DIRETOR Centro Histórico A proposta do Plano Diretor sugere a humanização de áreas urbanas para que propiciem vivências que se apropriem dos valores da cidade. Um exemplo é o Projeto Viva a Cidade, com o fechamento das vias centrais para atividades culturais. Está associado ao Projeto Viva a Noite, que estimula a ampliação do atendimento de bares e restaurantes. SC 401 A SC 401 e outras rodovias devem ser reafirmadas como vias de conexão vital para o município. A idéia é que em troca de novas ampliações nas pistas para automóveis, a capacidade de fluxo A REFERÊNCIA é a paisagem O grande diferencial de Florianópolis é o seu patrimônio natural. Preservar esse cenário é preocupação do Plano Diretor. A ideia é que a prefeitura atue sob o conceito de qualidade de vida e valorização da natureza, com otimização da infraestrutura, menos deslocamentos e redução dos conflitos de vizinhança. A preservação do patrimônio deve influir no gabarito que os prédios poderão ter no futuro. 11 seja aumentada com a otimização o transporte coletivo, a partir de pistas exclusivas para ônibus. Também ganhariam calçadas confortáveis, ciclovias, acostamentos e vias marginais, viabilizando o futuro da cidade. Na SC 401, seriam criadas zonas lineares de comércio e serviços setoriais, com pequenos centros adensados contidos com cordão residencial que teriam como limite as encostas com vegetação. Ilha-Continente A proposta é reinserir a Ponte Hercílio Luz como um paradigma da modernidade, conectada com o parque da Luz, a um Terminal de Transporte Marítimo, sistema de ônibus circulares e como programação de lazer e turismo. 12 Florianópolis, outubro de 2013 JOÃO, filho do seu Nelinho do Zé Mendes, que foi o primeiro engarrafador da região BOM ATENDIMENTO: Jean, Flavio, Lucas e Marcos APAIXONADA - Luiza Paulo apaixonou-se pelo bairro Saco dos Limões e investe no futuro AN D PREPAR rlete, TAL - A O O NA a e Regin Isabel VALDEMAR, barbeiro de muitas gerações CICICO , gran de figu ra ANIMANDO - Luiza Balsini e sua bela voz EDILSO E LILIA, simpatia de casal Florianópolis, outubro de 2013 Seo VADICO, simpatia aos 87 anos MARIAN Aeob om ca fé do Pon to 13 Chic MARCO E FRANCINE, da Lage Materiais de Construção NÍLSON AMARILDO JUNIOR, filho do Pezão , um fig uraço LURRAM E O PAI LUCIANO: trabalho em família RAFAEL GLUZ, vogal da Junta Comercial MOSCÃO, filho do sempre lembrado Gilberto Nahas HÉLIO MARTINS, o bom de bola CEARÁ, o borracheiro 14 Florianópolis, outubro de 2013 O NOVO centro H O mercado imobiliário já descobriu que o Saco dos Limões pode transformar-se no novo centro da cidade. Começou a corrida á muitas luzes no fim do túnel Antonieta de Barros. E elas já refletem o sonho de que ali, do outro lado do Maciço da Costeira, pode surgir o novo centro de Florianópolis. E quem primeiro farejou essa possibilidade e o potencial do bairro Saco dos Limões para transformarse no novo centro da cidade foi o mercado imobiliário. As construtoras já estão ocupando os espaços. Por isso, o planejamento urbano começa a ter que correr contra o relógio. O Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) considera a região do Saco dos Limões estratégica para o município, pois fica às margens da Via Expressa Sul, está conectada com o centro, é bem próxima da Ufsc e está no caminho do aeroporto. Uma área com todas Divulgação/BDF O BAIRRO É uma “alternativa de adensamento”, segundo o diretor do Ipuf Dalmo Vieira, por isso o Saco dos Limões é uma região estratégica para o município essas características é uma grande opção para o que os urbanistas chamam de “alternativa de adensamento”. Segundo o arquiteto Dalmo Vieira Filho, diretor do Ipuf, como o bairro caminha nessa direção para o futuro, o planejamento deve prever a verticalização escalonada, de acordo com a profundidade dos lotes, para evitar que o Saco dos Limões tenha uma parede de prédios, que interfiram nos grandes cenários do bairro: a Baía Sul e as encostas do Cambirela. Com os novos empreendimentos, o sistema viário vai ficar saturado e a proposta do Ipuf é comprometer os empreendedores com a malha viária interna, criando uma pareceria que permita ao bairro, hoje com quase 15 mil moradores, crescer com qualidade. Dalmo Vieira descartou a possibilidade de uma nova ligação, via aterro, da Beira –mar com a Via Expressa Sul, criando uma área costeando o mar e com destinação imobiliárioa. A idéia é bastante discutida, mas o diretor do Ipuf é definitivo: “O túnel tornou essa idéia obsoleta”. Mas outras propostas ainda são avaliadas, como a de transferir para área de aterro da Via Expressa Sul o centro de convenções e a Passarela Nego Quirido, dentro do projeto de revitalização do destruído aterrojardim de Burle Marx, no centro. Florianópolis, outubro de 2013 Ipuf/Divulgação/BF Marina no Veleiros Apesar de incluir a possibilidade da construção de uma marina no Saco dos Limões, outras duas hipóteses que estão sendo analisadas. Uma seria na Beira-mar Norte e, a mais viável, no Veleiros da Ilha. Como ali já existe uma marina, a lógica indica que seria mais viável aumentar a angra do Iate Clube e transformar aquela área na grande marina da Ilha. Afinal, a maioria da clientela e da infraestrutura já está toda ali. Só seria potencializada. Florianópolis, que tem sua vocação náutica reprimida há muitas décadas, é o último ponto no mar com condições geográficas ideais para atracação até o estuário Rio da Prata. “O Rio Grande do Sul e o Paraná têm potencial náutico sem litoral. Temos que nos valer do nosso potencial”, diz Dalmo. ATERRO sem destino Construído há mais de 15 anos, o aterro da Via Expressa Sul continua uma imensa área abandonada, sem projetos urbanos que transformem esse patrimônio público em espaço de lazer para a comunidade. Fora uma antiga ciclovia, o aterro é ermo, inseguro com escuridão da noite e intranqüilo para quem frenquenta durante o dia. A construção do aterro afastou do mar uma população de mais de 20 mil pessoas (Sacos dos Limões e Costeira). O parque pode fazer essa reintegração. A Ufsc iria construir ali o Parque Viva a Ciência, projeto que parou na burocracia. Outro projeto, a Cidade do Samba, idealizado pela Liga das Escolas de Samba (Liesf), também não conseguiu entrar na avenida. A idéia era um complexo turístico voltado á cultura, com área gastronômica, espaço para cursos profissionalizantes e apresentações musicais. Até no nome da Via Expressa Sul existe dúvida. A Polícia Rodoviária chamava de SC Sul, e depois a rodovia ganhou placas com o nome 15 do ex-governador Aderbal Ramos da Silva. Popularmente, é chamada de “Transavaiana”, porque leva até a Ressacada, estádio do Avaí. A ligação antiga do Saco dos Limões, um pequeno aterro, mais próxima do bairro, também confunde. Chama-se Avenida prefeito Waldemar Vieira, do seu início, abaixo do túnel, e transforma-se em Avenida Jorge Lacerda depois do Armazém Vieira. Esboço do aterro da Baía Sul no Plano Diretor feito pelo arquiteto Gama D’Eça 16 Florianópolis, outubro de 2013 JCamargo/BDF DEPÓSITO de empreiteiras H Tubulações que serão usadas na ampliação da rede do Itacorubi estão ocupando espaço no aterro da Baía Sul, que deveria ser área de lazer STC Engenharia constrói talude de caráter duvidoso para impedir que a poeira invada residências. É uma agressão à paisagem oje, só mesmo as empreiteiras têm domínio absoluto de amplas e privilegiadas área do aterro. A Sotepa que participou da construção da pista da Via Expressa e do túnel Antonieta de Barros, ainda mantém escritório e outras construções á beira do mar, no canto da praia do Saco dos Limões. Outra empreiteira, a STC Engenharia, também ocupa espaço generoso, uma área de mais de 5 mil metros, entre a Via Expressa e a Avenida prefeito Waldemar Vieira, transformada em um imenso canteiro de obras da empreiteira, via Casan e Prefeitura. Estão depositados ali grandes tubos e materiais hidráulicos que serão usados na nova adutora do Itacorubi, obra que deveria começar em setembro passado e ficar pronta em dois anos, setembro de 2015. Para depositar o material, a Casan viabilizou um contrato de cessão de uso gratuito, firmado entre a prefeitura de Florianópolis e a superintendência do (SPU) Patrimônio da União em Santa Catarina. A STC também tem contratos para executar obras de água e esgoto no Maciço da Costeira. O sistema de esgoto vai beneficiar várias localidades, mas o projeto não prevê a construção de estação de tratamento. A preocupação é que toda a coleta caia na estação elevatória do Saco dos Limões, que não terá capacidade. O eterno canteiro de obras da Via Expressa Sul é um inferno para os moradores da região há mais de seis anos. Sofrem com o barulho e a poeira, agora potencializado com o movimento dos caminhões da STC. A empreiteira chegou a improvisar um talude de terra, com cerca de três metros de altura, para impedir a passagem da poeira. O talude faz divisa com a Avenida Prefeito Waldemar Vieira, começou a ganhar placas de grama para disfarçar seu impacto horrível, mas a experiência foi abandonada. O Ministério Público já foi acionado, e os moradores prometem que vão lutar. Florianópolis, outubro de 2013 JCamargo/BDF BOA IDEIA virou lixo D ois galpões de madeira construídos pela prefeitura na Costeira do Pirajubaé, há quase 15 anos, com o objetivo de abrigar uma espécie de “cooperativa” de catadores (plástico, latas de alumínio, etc.) acabaram virando um lixão a céu aberto. Sem uma política pública para organizar e direcionar a atividade, o material trazido pelos catadores encheu os galpões (que estão apodrecendo), invadiu outros espaços públicos - que hoje viraram ponto de descarte de detritos e uma grande área está cheia de lixo, que agora já invade o mangue. O mau cheiro atraiu ratos, e os moradores e comerciantes da Costeira estão na bronca, porque os galpões e o lixão ficam ao lado da Associação do Bairro, em frente a várias casas, atrás de uma tradicional lanchonete e ao lado do centro de esportes. Quem resolve: o Iphan, a Floram, a Assistência Social, a Susp ou o próprio prefeito César Souza Júnior? Se a atividade ainda é um projeto social, não pode ser jogada no lixo e muito menos espalhar lixo. 17 JCamargo/BDF 18 Florianópolis, outubro de 2013 O fotógrafo Glaicon Covre abre o Olho Mágico, espaço no Bom Dia que pretende mostrar a fotografia como arte. Nasceu em Urussanga, apaixonou-se por uma Rolleiflex em Tubarão e veio cair no ninho de cobras criadas da editoria de fotografia do DC. Entrou e saiu dali cinco vezes, durante 15 anos. Nesse vai e fica, também fotografou campanhas políticas, viajou por aí e pelo mundo (Itália, Kuait, Moscou, Arábia Saudita). É dele a primeira foto da cerimônia de canonização de Madre Paulina em Roma, que foi estampada nos sites de jornais do Brasil minutos depois. Glaicon, hoje, está na Assessoria de Imprensa da prefeitura de São José. Florianópolis, outubro de 2013 19 20 Florianópolis, outubro de 2013 RIO TAVARES SE PREJUDICAR cultivo de ostras, estação de tratamento de esgotos não sai Palavra do prefeito, que voltou de viagem à França e anunciou que técnicos do Instituto Francês do Mar vão analisar se o sistema trará prejuízos à maricultura T écnicos do Ifremer (Institut Français de Recherche pour l'Exploitation de la Mer (Ifremer), da Universidade de La Rochelle, na França, que firmaram uma parceria com o prefeito César Souza Junior, vão analisar se o sistema de tratamento de esgoto no rio Tavares trará prejuízos para o cultivo de ostras no Sul da Ilha. O prefeito diz que se prejudicar, desautoriza a instalação. Outra missão dos técnicos franceses: avaliar se as ostras nativas são imunes a uma bactéria que está dizimando até 35% da produção francesa. Esta é uma das boas notícias que César Junior trouxe na volta de sua primeira viagem internacional como prefeito. Ele também retomou parceria com a universidade de La Rochelle para a formação de maricultores, inativa desde 2005. “Os técnicos do Ifremer vem avaliar a qualidade das nossas ostras. Precisamos nos adequar aos padrões internacionais para conquistar novos mercados”, disse. La Rochelle, com suas 13 mil vagas para embarcações em cerca de 60 quilômetros de costa, pode servir de exemplo a Florianópolis na reconquista do mar: até o final do ano, devem ser firmadas parcerias públicoprivadas para a construção de três marinas na Capital. Em Bourcefranc, uma terceira boa notícia: o prefeito conseguiu parceria com o Lycée de la Mer et du Littoral que permitirá que todo ano 12 Prefeito reassume e anuncia novidades produtores de moluscos viajem à França para acompanhar, durante 60 dias, cursos de novas técnicas de cultivo, sanidade e qualidade da produção. Também serão abertas duas vagas por ano para cursos de pós-graduação em maricultura. O prefeito quer criar em Florianópolis o primeiro curso de maricultura do País, com assessoria técnica do Lycée. A idéia é que seja a nível do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). O prefeito também esteve em Londres, para conhecer o Pod-Sit, sistema de transporte coletivo desenvolvido pela britânica Ultra, que opera no aeroporto de Heathrow e é um dos elementos de mobilidade em estudo para a Grande Florianópolis. Em Londres, Cesar Júnior firmou convênio com a Universidade de Oxford para uma “linha direta” com tudo o que se produz em termos de transporte público. Florianópolis, outubro de 2013 PMF/Divulgação/BDF 253 ideias para cobrir o Mercado DESATANDO o nó dos Conselhos Comunitários O secretário Regional da Grande Florianópolis, Clonny Capistrano, começou a desatar o nó que está inviabilizando vários conselhos comunitários da região. No início do mês, ele assinou os primeiros convênios que estavam pendentes desde fevereiro. Foram beneficiados quatro conselhos, com os recursos do Fundo Social, no valor de R$ 285 mil: Saco dos Limões, Costeira do Pirajubaé, Saco Grande II e Santos Dumont (São José). Até o final do ano, outras associações e Conselhos Comunitários da Grande Florianópolis receberão mais de R$ 980 mil, permitindo regularizar o atendimento de uma população de 23.800 pessoas por mês. Érico Lúcio Torres Pereira, presidente do Conselho do Saco dos Limões, pinta um quadro negro situação. Depois de tanto tempo, os orçamentos caducaram e a burocracia, agora, impede pagamento retro- ativo das contas. Tem que fazer tudo novamente. “Querem moralizar e também induzir ao erro”, diz resignado. O Conselho não vive apenas com os recursos do Fundo Social, mas qualquer moeda fora do lugar é um desacerto. No Saco dos Limões, são 215 crianças em tempo integral (de 4 a 6 anos), quatro refeições com frutas e 27 pessoas para atender tudo isso. “O Conselho do Monte Verde faliu. Uma dívida de R$ 200 mil no INSS. Outros Conselhos também estão em situação ruim”. Para 2014, investimento de R$ 1,7 bilhão O secretário Clonny, que está no cargo há menos de dois meses, soube da pendência dos Conselhos LIGUE E ANUNCIE Você vai fazer excelentes negócios. (48) 3209-2057 21 O Concurso Nacional para a cobertura do vão central do Mercado Público de Florianópolis recebeu 253 inscrições de profissionais e empresas de todo o Brasil, inclusive de estrangeiros residentes no País. A Prefeitura de Florianópolis, em conjunto com o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, Secretaria Municipal de Administração e Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis estimava em cerca de 100 os inscritos, mas o interesse foi muito maior. Vários profissionais estiveram em Florianópolis no dia 27 de setembro, durante a visita técnica, para e tirar dúvidas a respeito do Concurso. Os questionamentos continuam sendo respondidos através do site do IAB até o dia 18 de outubro. Entre os dias 30 de outubro e 8 de novembro, o IAB receberá os trabalhos prontos para os julgamentos. A Comissão Julgadora será divulgada até dia 10 de novembro, e o resultado deverá ser publicado até 26 de novembro de 2013. e correu atrás da solução. Ele chegou na SDR já com o orçamento deste ano praticamente executado. Tenta resolver as questões mais urgentes, de olho em 2014, quando o governo deve investir R$ 1,7 bilhão na Grande Florianópolis, via Secretaria Regional, principalmente em segurança, saúde e educação. Clonny também aposta na consolidação da Região Metropolitana, o que vai facilitar a vinda de recursos federais. Nesse curto período na SDR, o secretário já viu ser viabilizado um importante projeto regional: a ordem de serviço para a construção da nova ponte sobre o Rio Forquilhas, na SC 281 (antiga 407) , que vai consolidar o novo pólo de desenvolvimento de São José. JCamargo/BDF No Conselho Comunitário a verba é curta e todo mundo ajuda PRÊMIOS Primeiro lugar Segundo lugar Terceiro lugar R$ 20.000,00 R$ 10.000,00 R$ 5.000,00 22 Florianópolis, outubro de 2013 Fernanda [email protected] Ágatha GESTAÇÃO Momentos antes da chegada de Valentina, Paula já incentivando desde a barriga da mamãe! Acho que já conseguimos entender o porque do nome, né? indo OS A OUTUBRO Rriana Vieira e suas colaboradpoaranhsavest Ma do a cam A empresária osa, apoian R ro b tu u O o a camisa d ida. nte conhec e lm ia m und CALOURADA PODEROSA Larissa Silva e Daniele Polvoas curtindo a calourada da turma de Direito da Unisul. Priscila Martins em recente ensaio pelas lentes mais requisitadas da grande Florianópolis. BALADA ARRASANDO Natasha Coelho em recente ensaio no Confraria das Artes, para uma famosa marca de São Paulo. Evelyn Layne mostrando que é possível se divertir e trabalhar nas noites da região. BALADA Rafaela Costa irradiando simpatia e beleza em balada do El Divino na noite da Ilha. Florianópolis, outubro de 2013 23 Túnel do tempo Fernando Damásio Pomboca A qualidade da iluminação pública nos bairros é do tempo antigo. As lâmpadas parecem verdadeiras pombocas: não clareiam nada. Nas cidades desenvolvidas e bem iluminadas, a criminalidade foi reduzida. Todo mundo sabe que a maioria dos assaltos e roubos acontecem à noite, em lugares com pouca iluminação. Fiat lux, então! Segurança é assunto de primeira necessidade. Lei pra quê? Moradores da região estão apavorados. O consumo de crack próximo ao túnel Antonieta de Barros está bombando. Durante a tarde, o pessoal da pedra fica no lado do centro e, a noite, atravessa para o lado do Saco dos Limões. É bom ficar de olho, delegado. Tragédia Fotos: Divulgação/BDF Parece que as autoridades já esqueceram da tragédia na Boite Kiss, em Santa Maria (RS) onde um incêndio matou 245 jovens. Em Florianópolis, a onda de fiscalização e interdição passou, e muitas casas noturnas ainda não apresentaram alvarás de bombeiro ou de funcionamento. Estão esperando acontecer alguma coisa para depois tomar providências? Valorização O Bairro do Saco dos Limões vai receber um grande empreendimento imobiliário, em frente ao Colégio Getúlio Vargas. São salas comerciais e escritórios para executivos. Estudos apontam o bairro como o novo Centro. Por conta dessa expectativa, o preço dos terrenos já começou a ganhar mais um zerinho antes da vírgula. Valorizaram. Eita povo de sorte. Sem calçadas Não tem o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), aquele que, em 2011, teve a construção da sede, no aterro da Via Expressa Sul embargada pela prefeitura porque não tinha alvará de construção? Pois é, passaram mais de dois anos e restou da obra apenas um monte de entulho. A área ali é uma APP (Área de Preservação Permanente), e os gestores do órgão alegaram, à época, que mesmo assim eles podiam construir, para cuidar mais de perto da Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé. A pergunta que não quer calar é esta: e o dinheiro público gasto na obra ilegal, que está em frangalhos, quem vai ressarcir? Exemplo Aliás, depois do mau exemplo do ICMBio, mais uma construção ilegal surgiu ali, bem ao lado. Está em frangalhos com a obra do vizinho poderoso, mas tem luz e tudo. Só para saber: se eu quiser construir um rancho também posso? Tijolada O aterro do Saco dos Limões, no início da Avenida Prefeito Waldemar da Silva, está servindo de depósito para todo tipo de material, de entulho de obra pública a canos da Casan. A poeira é tanta com o entra e sai de caminhões que, segundo um morador, nos dias de vento sul as pessoas chegam a cuspir tijolo pronto. Barbaridade. No Saco dos Limões tem buraco pendurado na janela das casas esperando a vez de ir pra calçada. Não da pra andar a pé no bairro, de tanto passeio danificado. E não é de hoje. Outro dia, um cadeirante teve que interromper seu trajeto, pois corria risco de vida. Parecia um rally com a sua cadeira de rodas. Mobilidade não é a palavra da moda? Mãos à obra, Susp. Brasinha Um dos points da velha guarda se encontrar no bairro do Saco dos Limões é a pracinha. O povo se junta para jogar dominó. Quem quiser ficar sabendo das novidades é só passar lá. E tem a vantagem de ainda ser atendido pela equipe do Paulo, que é um boa praça. Costeira avaiana A Costeira do Pirajubaé é o lugar que tem mais Avaiano por metro quadrado. Ser chamado de Figueira na Costeira é o mesmo que lembrar da Penca do Ribeirão da Ilha. Mas tem gente na Costeira que também não saiu do armário. Quando perguntam pra que time torce, responde: na Ilha sou Avaí, e no Estreito, Figueirense. Ó, lhó, lhó. Água suja Os riachos e cursos d’água que descem dos morros do Saco dos Limões e da Costeira do Pirajubaé, que antes abasteciam as comunidades, viraram esgoto a céu aberto. Não dá para aceitar que nossas águas, em pouco mais de duas décadas, tenham virado esse esgotão. É possível recuperar. Basta coragem política. Pezão Curti o maior papo com o meu amigo Pezão, dia desses. O homem foi candidato a vereador e fez quase 2.500 votos. É um dos primeiros suplentes e pode até assumir. É um mané esperto e trabalhador. Bom de conversa, sincero, amigo, gente simples e, o mais importante: é filho do Chico Peixeiro. Qués mais? Centro Social Fiz uma visita ao Centro Social Urbano e sai de lá triste. O presidente, seo Èrico, que trabalha na base do amor, sem salário, está preocupado. Seu mandato acaba em novembro e, até agora, não apareceu ninguém disposto a tocar o trabalho. Com vários cursos profissionalizantes e atendendo 240 crianças de 0 a 6 anos não podemos deixar o Centro parar. Avisei ao secretário de Desenvolvimento Regional, Clonny Capistrano, que já colocou um convênio em dia e prometeu outras soluções urgentes. O babado é sério. Foto by Glaicon Covre