Baixar - Circuito de Alta Decoração

Transcrição

Baixar - Circuito de Alta Decoração
www.artimex.com.br
Grupo AV | Foto Marcelo Negromonte
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PROFISSIONAIS DE
ARQUITETURA E DESIGN
DE INTERIORES DESTAQUES
DO 2˚ TRIMESTRE DE 2012
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2° trimestre 1 Tânia Elizário e Clarissa Broad 2 Eliane Kruschewsky
3 Carla Pires 4 Carla Ribeiro e Paula Moura 5 Paulo Andrade e Paulo
Melo 6 Ana Comini 7 Kellen Do Azevedoo e Joel Do Aseveedo
8 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 9 Inez Fraguas 10 Camilo
Baiardi 11 Liane Canário e Viviane Rêgo 12 Bianca Coelho e Janice Abreu
13 Simone Selem e Gizelia Souto 14 Cristina Camerino e Vanja Maia
15 Márcia Bandeira e Indayá Duarte 16 Mário Figueiredo 17 Thais
Abreu 18 Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza 19 Margareth Britto
20 Vanja Paes Coêlho 21 Mila Saraiva 22 Fátima Romeu e Rosário
Calmon 23 Paulo Brandenburg 24 Cássia Paixão 25 Cátia Bacellar
26 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila Mariano e Marcus Rolim
27 Verana Souto 28 Maristela Bernal 29 Kaká Bulhosa 30 Márcia Amaral e
Regi Amaral 31 Monicka Daniela Loureiro 32 Ana Paula Rios e Lilian Mota
33 Bruno Coelho
PROFISSIONAIS DE
ARQUITETURA E DESIGN
DE INTERIORES DESTAQUES
DO 2˚ TRIMESTRE DE 2012
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2° trimestre 1 Tânia Elizário e Clarissa Broad 2 Eliane Kruschewsky
3 Carla Pires 4 Carla Ribeiro e Paula Moura 5 Paulo Andrade e Paulo
Melo 6 Ana Comini 7 Kellen Do Azevedoo e Joel Do Aseveedo
8 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 9 Inez Fraguas 10 Camilo
Baiardi 11 Liane Canário e Viviane Rêgo 12 Bianca Coelho e Janice Abreu
13 Simone Selem e Gizelia Souto 14 Cristina Camerino e Vanja Maia
15 Márcia Bandeira e Indayá Duarte 16 Mário Figueiredo 17 Thais
Abreu 18 Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza 19 Margareth Britto
20 Vanja Paes Coêlho 21 Mila Saraiva 22 Fátima Romeu e Rosário
Calmon 23 Paulo Brandenburg 24 Cássia Paixão 25 Cátia Bacellar
26 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila Mariano e Marcus Rolim
27 Verana Souto 28 Maristela Bernal 29 Kaká Bulhosa 30 Márcia Amaral e
Regi Amaral 31 Monicka Daniela Loureiro 32 Ana Paula Rios e Lilian Mota
33 Bruno Coelho
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3° trimestre 1 Carla Ribeiro e Paula Moura 2 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 3 Carla Pereira Pires 4 Elio Marques
da Silva Junior 5 Paulo Melo e Paulo Andrade 6 Viviane Rego e Liane Canario 7 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila
Mariano e Marcus Rolim 8 Tânia Eliezario e Clarissa Broad 9 Flavia Sanjuan 10 Marcia Bandeira e Indayá Duarte 11 Emerson
Carvalho 12 Edilson Campelo 13 Vanja Paes Coelho 14 Eliane Kruschewsky 15 Mercia Sales Passos 16 Cristina Camerino
e Vanja Maia 17 Maristela Lima Bernal 18 Joel Do Aseveedo e Kellen Do Azevedoo 19 Fatima Romeu de Almeida e Rosario Calmon
PROFISSIONAIS DE
ARQUITETURA E DESIGN
DE INTERIORES DESTAQUES
DO 3˚ TRIMESTRE DE 2012
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20 Camilo Baiardi e Gabriela Baiardi 21 Roberto Leal Neto e Naissa Vieira 22 Mariana Fedulo Sampaio 23 Joselita Vieira dos Passos
e Thelma Simões 24 Flora Silveira Martins da Costa Almeida 25 Izabela Mota e Luisa Vasconcelos 26 Andre Ricardo Rabelo Martins
27 Ana Comini 28 Andrea Mesquita Guedes 29 Verena Verde e Fernanda Palles 30 Bianca Coelho e Janice Abreu 31 Paulo Brandeburg
32 Gabriel Magalhães e Luiz Claudio Souza 33 Marcia Amaral e Regi Amaral 34 Maria Clara Mesquita Marback e Patricia Lima 35 Mônicka
Daniela Loureiro 36 Camila Pompa Maia Britto
Com a palavra a presidente! “Moro em um
país tropical, abençoado por Deus e bonito por
natureza”. A canção escrita por Jorge Ben Jor e
Wilson Simonal demonstra muito bem aspectos
naturais e culturais do Brasil, que podem se resumir a uma única palavra: Tropicalismo!
O movimento cultural teve seu momento de
auge na música por dois anos, mas deixou consequências que marcaram a história da música
popular brasileira, muitas vezes retratada na
arquitetura e decoração.
Então, nada mais justo que chegarmos nesta 16º edição relembrando Carmen Miranda,
desvendando os Doces Bárbaros e conhecendo
trabalhos que são verdadeiros manifestos em
prol do conforto e da beleza em ambientes descontraídos e bem coloridos, cheio de materiais
naturais, muito paisagismo, cores e luz.
Essa também é a nossa última edição. Calma!
Não por falta de saúde, tão pouco de criatividade! Essa é a nossa última edição de 2012, que,
diga-se de passagem, está tão cheia de conteúdo
bom e tão movimentada quanto foi este ano.
Só não está melhor que a nossa próxima edição. Afinal, nossas expectativas para o Circuito
de Alta Decoração da Bahia, para o setor e
para cada um de nossos associados no ano que
está chegando são as melhores possíveis e a
nossa diretoria já está trabalhando para isso.
Trabalhando para que 2013 seja cheio de energia,
vivacidade e vitalidade!
E, se depender de inspiração, não vai nos faltar
transpiração! Boa leitura!
Tânia Dias
capa
A modelo Daisy Lansac posa com jarra de abacaxi inspirando o
tropicalismo um kistch. Sua beleza é assinada por Ricardo Brandão
em click do Estúdio Gato Louco na Casa Conceito.
quem faz
Andrea Velame
Nyala Cardoso
Lucas Assis
Paula Reis
Marcelo Negromonte
Nando Cordeiro
editorial O tropicalismo foi um movimento vanguardista que misturou
manifestações tradicionais da cultura
brasileira a inovações estéticas radicais, trazendo o novo, o inesperado.
Talvez por isso eu tenha sempre me
sentido um pouco assim, meio tropicalista. Admiro a estética clássica,
tradicional, sim, mas gosto mesmo é
de movimento, vibração, fusões improváveis, resultados surpreendentes.
É isso! Gosto de ser surpreendida e
de surpreender. Gosto de ver o que é
bom se transformando em algo ainda
melhor. Gosto do que faz perder o fôlego! Eis aqui, nesta edição, um cambalacho elegante, para você se perder
e se achar... Delicie-se. Aproveite!
andrea velame
expediente
A revista Circuito é uma publicação trimestral da Associação Circuito de Alta Decoração presidente Tânia Dias Nogueira da
Silva vice-presidente Paulo Quintiliano da Fonseca diretor financeiro Henrique Furquim White diretora de relacionamentos
e marketing Magda Bomfim de Carvalho gerente de marketing Lorena Landim assistente de marketing Luana Lima assistente
de comunicação interna Martoni Costa assistente financeiro Vandete Ferreira endereço Av. acm, ed. Golden Plaza, 3213, Parque
Bela Vista cep 40280-000, Salvador Bahia, www.circuitodealtadecoracao.com.br 71 3345 1662, 3011 6030 coordenação editorial
Andrea Velame colunistas Nyala Cardoso, Lucas Assis, Paula Reis, Joana Rizério, Rodrigo Rangel, Flávio Bustani projeto gráfico
Santo Design editoração Nando Cordeiro revisão Ernest Bowes Jr fale com a redação [email protected] tiragem
5000 exemplares impressão Gráfica Santa Marta
circuito entrevista
t lucas assis f marina de oliveira
6
Virgínia
Moraes
os mais simplistas
acreditam que com apenas
quatro triângulos e
alguns lacinhos já é
possível fazer um biquíni,
peça ícone da feminilidade
tropical e uniforme
obrigatório dos verões
brasileiros. as opiniões
sobre a vestimenta nunca
passam despercebidas.
para a editora de moda
diana vreeland, o biquíni
foi a invenção mais
importante do século xx,
depois da bomba atômica.
já o presidente jânio
quadros ameaçou proibir
seu uso nas praias e clubes
durante seu mandato.
a verdade é que a famosa
roupa de banho inventada
na frança ficou mais
bonita depois de toques
em verde e amarelo, depois
de ajustes habilidosos de
criadores como a baiana
virgínia moraes, que
faz da marca vivire um
ícone do balneário em
nossas areias. virgínia
também é famosa por
sua alegria de viver e
coleções inesquecíveis,
unindo design, arte e
cultura popular. confira
a seguir a entrevista que
ela concedeu à revista
do circuito de alta
decoração da bahia.
O modelo de biquíni “cortininha lacinho” faz parte do design emocional
do nosso país. Sempre foi assim?
A moda praia povoa o imaginário das pessoas do mundo
como uma moda brasileira. Sabemos que somos conhecidos como pessoas alegres, de bem com a vida e de uma
sensualidade peculiar. Nossa cortininha e o lacinho são
os mais vendidos e possuem uma graça que caracteriza
nossa nação. A modelagem, apesar de se apresentar mais
larguinha nos últimos verões, principalmente pela busca
do conforto, acaba sempre roubando a cena.
Sua passarela ganhou ares sustentáveis com tecidos ecologicamente corretos feitos com pet. Como é a aceitação desta tecnologia nas araras das lojas?
Ainda temos um consumo tímido desses produtos e seu
valor agregado, neste caso, a preservação do planeta.
Os produtos ainda não têm força para determinar a
opção pela sua aquisição. Acho importante as marcas
irem fazendo a sua parte, mesmo que timidamente,
mas de forma constante e não como uma ferramenta
mercadológica. É preciso que essas ações façam parte
da construção da marca se realmente esse for o desejo.
Em nossas coleções sempre procuramos uma parceria
com os artistas populares e seu incrível artesanato. A
moda também tem o seu papel social e a Vivire se insere
nesse universo que acaba sendo o seu universo particular de criar as coleções e decorar as lojas com peças de
artistas baianos.
Sua loja na Praia do Forte é encantadora, chamando a atenção de brasileiros e turistas de outras partes do mundo. A cliente “gringa” possui um
gosto muito diferente da brasileira? O que elas têm em comum?
As nossas lojas de Praia do Forte estão no seu habitat
natural e já fazem parte da Vila há 15 anos. Nós não
internacionalizamos nossa modelagem justamente pelo
nosso compromisso em oferecer um produto com o
design brasileiro. Nossa cliente “gringa” apenas escolhe
uma numeração acima, mas a paixão por nossas estampas e tecidos é que conferem a Vivire a exclusividade nos
produtos. Tenho um prazer especial em ver como nosso
trabalho é valorizado nos quatro cantos do mundo, como
nosso cliente se encanta ao chegar na Bahia e encontrar
uma marca que materializa o que só se vê na Bahia.
A sua marca já contou com a participação de artistas com DNA baiano como
Ayrson Heráclito, incluindo uma de suas mais marcantes obras diante do público fashionista. Como a cultura local se faz tão presente nas suas criações?
Foi um desfile que marcou nossa trajetória principalmente, que falava do recôncavo e Danilo Barata, nosso
cenógrafo, que teve essa feliz ideia de trazermos a obra
de Heráclito e colocarmos no centro da passarela. Jorge
Nascimento (nosso designer) e eu sempre brincamos
em quando iremos superar esse acontecimento feliz em
nossas vidas.
A Vivire nasceu com esse compromisso de valorização das
pessoas, dos artistas, da nossa cultura e da nossa Bahia.
sumário
8
!6 @2
#0 #5
16 circuito gente Carmen Miranda: A “baiana” tropical de todas as Américas 20 circuito giro Tropicalizando 22 quero lá em
casa! profissionais dão dicas de compras 30 circuito design Nada se perde,... 35 circuito projetos premiados do Circuito
de Alta Decoração apresentam seus projetos 66 circuito arquitetura Arquitetura verde 72 circuito música Geleia Tropical
sumário
9
^6 &2
&8 *4
76 circuito moda A Marca Brasil! 78 circuito arte Oiticica o herói, o marginal 84 circuito gourmet A natureza do que vai à
mesa 91 circuito confete Flashes de quem circula pelas festas e premiações do Circuito de Alta Decoração
Fotos: Marcelo Negromonte
pub editorial
Camilo
Baiardi
o mercado de alta decoração na bahia tem promovido diversos eventos
com a proposta de se tornarem verdadeiras exposições de decoração. são
ambientes planejados
para mostrar ao público
como oferecer soluções
inteligentes e diferenciadas para espaços cada
vez menores.
Fotos: Marcelo Negromonte
A Feira Construir Bahia e
o Siac´s (Simpósio Internacional de Arquitetura e
Construção Sustentável),
homenagearam o escritório Baiardi Arquitetos
Associados, reconhecido
como o melhor escritório
de arquitetura de 2012,
com um ambiente onde o
arquiteto Camilo Baiardi
imprimiu criatividade
e funcionalidade. “A
realização do Lounge do
Arquiteto é nada menos
que a realização de um
sonho”, declara Camilo.
Reconhecido pela
atuação constante em trabalhos de caráter institucional e corporativo, o escritório Baiardi Arquitetos
Associados tem realizado
diversos projetos de destaque. Para cumprir este
novo desafio, cada empresa parceira foi cuidadosamente selecionada,
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considerando a excelência em seu atendimento
e a qualidade e diferenciação dos seus produtos. “São parceiros que o
escritório recorre sempre,
pois nossos projetos
prezam por um padrão de
qualidade”, diz Baiardi.
Cientes da importância
em promover eventos
da área que divulguem
o segmento, os empresários, Rodrigo Poegere,
proprietário da loja
Iluminação Luzelle, Indaiá
São Bernardo, proprietária da loja Efeito Home
e Nadja Sette, gerente
da loja Novo Projeto,
apoiaram a iniciativa do
escritório gerenciado por
Camilo Baiardi em montar o Lounge do arquiteto.
Com total dedicação,
promoveram um espaço
atraente, inusitado e
elegante.
pub editorial
Segundo Rodrigo Poegere, a Iluminação Luzelle
sempre se preocupou em apoiar eventos neste contexto e, unindo essa iniciativa à harmoniosa parceria
e à admiração pelo trabalho de Camilo Baiardi, imprimiram nesse projeto toda a experiência e conteúdo
presentes na atuação da empresa no mercado.
Indaiá São Bernardo, empresária do setor de Alta
Decoração há 10 anos, afirma que é de extrema
importância apoiar projetos de escritórios parceiros
como o Baiardi Arquitetos Associados, pois sabe
que serão trabalhos arrojados e que priorizam o bom
gosto, características que possuem uma afinidade
direta com os valores da Efeito Home.
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Para Nadja Sette,
apoiar o projeto foi
também um agradável
desafio: “fizemos uma
parceria muito positiva
para este evento, onde
colocamos as necessidades que o projeto de
Camilo Baiardi pedia, alinhado à capacidade de
inovar que possuímos,
enquanto loja de fábrica.
Os móveis sob medida
garantiram exclusividade”, esclarece.
Todas as empresas envolvidas neste
projeto são unânimes
em afirmar que Camilo
Baiardi confere estilo e
harmonia na idealização
dos seus projetos. Estar
presente em projetos
como estes, é, portanto,
um desafio compensador que surpreende pela
visibilidade e repercussão que confere.
circuito gente
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carmen miranda
A “baiana”
tropical de todas
as Américas
t nyala cardoso
Do movimento das
mãos e quadris ao revirar dos olhos verdes. Os
badulaques, penduricalhos, a boca pintada
de vermelho, o sorriso
escancarado... Tudo em
Carmen era um tanto.
Baiana nos babados
da roupa engomada,
Carmen Miranda era
a maior expressão do
exagero estético, a contracultura de uma época
que se alimentava da
mesmice ponderada e
discreta de uma distante
sociedade europeia.
Carmen era o avesso
do avesso. O resgate
de uma originalidade
que ainda nem existia
inteira. Um paradoxo
estranho e familiar. O
excedente do ordinário.
Portuguesa de nascimento, Carmen Miranda
foi criada na Lapa
carioca nas décadas de
1910 e 1920, no meio de
um caldeirão cultural
de artistas, malandros
e gente de todo tipo.
Assimilando a estética,
a linguagem e as novas
sonoridades do lugar e
da época, aprendeu as
gírias e expressões das
rodas boêmias, suas
favoritas, e criou um
personagem que seria
uma representação do
século 20.
circuito gente
18
Com envolvente estilo que misturava graça e
malícia ingênua, Carmen tornou-se um ícone das
massas, a primeira artista multimídia do Brasil.
Pioneira, foi a maior estrela do disco, do rádio, do
cinema, dos teatros, da mídia, e dos cassinos brasileiros. Talentosa, não só cantava, dançava e atuava,
mas sabia, intuitivamente, transitar com desenvoltura pelo que viria a se tornar a indústria cultural, ao
mesmo tempo criando e sendo criada por esse novo
mundo do entretenimento que se desenhava.
Carmen Miranda ousou cantar samba numa
época em que o ritmo era abafado nos quintais da
periferia, visto com desconfiança pela caucasiana família brasileira - uma “coisa de marginal”, de
“mulatos desocupados”. Inventiva, tratava de cantar
à sua maneira, muitas vezes trocando a letra das
músicas, acrescentando uma bossa própria, um jeito
de sublinhar as palavras com seus muitos erres vibrantes. De Lamartine Babo a Ary Barroso, eternizou
os mais importantes compositores de seu tempo da
música brasileira e partiu para os Estados Unidos.
Ganhou Hollywood, fincou os pés na calçada da
fama, virou desenho animado da Disney. Foi acusada
no Brasil de ser instrumento da estratégia americana de boa vizinhança antes da Segunda Guerra, de
servir ao populismo de Getúlio Vargas, de acentuar
os estereótipos do Brasil, de rebuscar os gestos, de
“americanizar-se”.
A mesma Carmen dadaísta que Caetano cantou
em versos tropicalistas e que se tornou a caricatura
e a radiografia do tropicalismo já tinha sido hostilizada por esses velhos baianos. Os filhos de João
Gilberto, rebuscados, todos “bossa”, também diziam
que “ela voltou americanizada”. Até que os baianos
se renovaram e beberam da “fonte tropicália” de
Oiticica, na primeira tentativa de impor uma imagem
brasileira ao contexto da vanguarda mundial da época, reproduzindo a arquitetura orgânica das favelas,
manifestando-se contra o conformismo político,
cultural e social.
Esse novo cenário musical que crescia na Bahia
era a voz de um movimento social que queria comer
de tudo, sem regimes, nem restrições. Um banquete
antropofágico que canibalizava sem pudor a força do
estrangeiro, demonstrando uma liberdade um tanto
incômoda para os nacionalistas. Nessa nova estética
multifacetada, eletrizante, onde tudo se misturava e
se reapresentava inédito, caía como vatapá no acarajé a estética de uma mulher nascida em Portugal,
criada na marginalidade do Rio de Janeiro, que assumiu uma “estilização espalhafatosamente vulgar” da
roupa de baiana, conquistou com seus balangandãs
a nação mais poderosa do planeta, virou a atriz mais
bem paga de Hollywood e ainda encarnou a porta-bandeira do Brasil.
circuito giro
Tropicalizando
t nathália velame
o sol me enche de alegria e preguiça, com os olhos cheios de
cores e o peito cheio de amores e
saudade... viva a bahia! iluminado
de sol, o maxitropicalismo desperta aquela vontade de sair da
areia para um passeio num reino
imaginário que mistura estampas
e cores, e que visita ícones brasileiros. baixou a carmen miranda
em mim... que saudade que eu estava da minha terra!
quero lá em casa!
Objetos
de desejo
profissionais
elegem, dentro das
lojas do circuito
de alta decoração,
seus produtos
favoritos
Ornato
Aline Cangussú
A Ornato explora segurança e tecnologia para
o desenvolvimento de
projetos que abusam
da transparência e da
leveza. O guarda corpo
em destaque é um grande
exemplo das avançadas
técnicas de têmpera
disponíveis na loja, uma
referência em vidros de
alto padrão e qualidade.
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Xarmonix
Camila Maia
A profissional se deparou
com mais um natal
brilhante nas vitrines da
Xarmonix. Um espaço
perfeito para quem busca
complementos fundamentais ao decorar, como
ornamentos para mesas
temáticas, casuais e sofisticação dos cristais.
quero lá em casa!
Lider Interiores
Luciana Paraíso
Móveis com design e
conceito são a cara do
nosso país. Técnicas
conhecidas ganham nova
leitura nas linhas pop,
rock e vintage da Lider
Interiores. Na imagem,
Luciana Paraíso aparece
em volta da modernidade
dos vazados inspirados
no Richilieu, nas ripinhas
e tachas, sem esquecer do
colorido especial da tapeçaria exclusiva produzida
pela marca, totalmente
customizável.
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Têxtil Tecidos
Edeuzuíta Alcântara
Basta um toque Têxtil
para que seu ambiente
ganhe mais cores! A
grande variedade de tecidos e padronagens são
imensas, sem esquecer
o atendimento cordial
característico da loja.
Edeuzuíta Alcântara também foi conferir as novas
coleções de papéis de
parede, repletos de estilo
e inovação.
AD Design
Mila Saraiva
O charme atemporal
dos papéis de parede
faz parte das propostas
criativas de Mila Saraiva.
A AD Design oferece
opções incríveis para os
mais diversos tipos de
superfície, incluindo versões laváveis e texturas
inusitadas que simulam
couro e tecidos clássicos
como o Jacquad, ícone de
elegância.
quero lá em casa!
Vintage Decor
Margarete Setenta
Na Vintage Decor Margarete Setenta encontrou
peças de época e design
contemporâneo em
composições inusitadas e
coloridas. Um verdadeiro
paraíso para encontrar
peças cheias de personalidade que proporcionam
novos significados e bom
humor ao seu espaço.
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quero lá em casa!
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Dellano
Fatima Romeu & Rosário
Calmon
Fatima e Rosário usaram
tonalidades pastel e a
modernidade do vidro
para compor um closet
interativo. A escolha por
um produto Dellano foi
um grande diferencial,
elas escolheram a porta
Movie com TV integrada, unindo tecnologia e
praticidade. O critério na
escolha das cores remete
ao luxo; o vidro Cinex
possui uma matiz de Vanilla e o interior do closet
é na tonalidade Fendi.
Novo Projeto
Virgínia Santa
Bárbara
A mistura de materiais
diferenciados como metal
e couro fazem parte do
mix de mobiliário
desenvolvido pela Novo
Projeto. Virgínia Santa
Bárbara mostra que os
espaços podem ganhar
novos ares com a precisão
do acabamento encontrado por lá.
quero lá em casa!
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Electroair Climatize
Nathália Velame
A temperatura ideal faz
de qualquer ambiente
um local ainda mais
agradável. Os aparelhos
da Climatize Eletroair
são perfeitos para inserir
elegância em projetos de
todos os estilos, incluindo modelos de instalação
mais rápida, eficiente e
bonita. Nathália Velame
escolheu um aparelho
espelhado para manter
seu espaço num clima
perfeito.
circuito design
Nada se perde,...
t nyala cardoso f tatiana cardeal
No dia 1º de fevereiro de 2012, quarenta e sete pessoas, entre designers,
arquitetos e estudantes desembarcam em Várzea Queimada, um povoado
esquecido no coração do semiárido nordestino. Uma região habitada por 900
pessoas que sobrevivem do que cultivam, sem saneamento básico e com acesso
escasso a um bem de muito valor, a água. Durante os 15 dias seguintes essa equipe desenhou, dia e noite, junto com a comunidade, uma nova possibilidade de futuro através da geração de oportunidades econômicas e sociais. Assim começou
o projeto A Gente Transforma 2012 – Chapada do Araripe – [Piauí].
Criado pelo designer Marcelo Rosenbaum o projeto A Gente Transforma (AGT)
é uma iniciativa que usa o design para expor a alma brasileira. A primeira edição
aconteceu em 2010 no Parque Santo Antônio, periferia de São Paulo, colorindo
as casas no entorno do campo de futebol, fundando uma biblioteca e dando vida
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circuito design
31
nova à comunidade.
“Para conseguir fazer o
trabalho lá tínhamos que
pedir autorização para
o Cabelo, o chefe do
tráfico da favela”, conta
Rosenbaum. Vendo as
mudanças trazidas pelo
projeto, Geovani, codinome Cabelo, se sentiu
estimulado a largar o
tráfico. “Eu tenho três
filhos, pensava em dar
o exemplo para eles”,
confessou. Hoje ele
trabalha na ONG Casa
do Zezinho. “O Geovani
é um empreendedor,
um líder, ele só estava
jogando do lado errado”,
define o designer.
A 2ª edição do projeto, desta vez no Piauí,
tem como principal
objetivo inserir o artesanato no mercado de
decoração e apresentar
as oportunidades para
um novo negócio social.
Trata-se de promover a
noção de poder dentro
da comunidade. Algo
que o designer considera diferente do assistencialismo por que,
segundo ele, confere à
comunidade a capacidade de agir e decidir
por si. Do ponto de vista
econômico, sua principal
característica está em
atender os requisitos da
nova economia: inclusiva e sustentável. Tem
como visão de futuro ser
um negócio social, empreender e, ao mesmo
tempo, gerar impacto
circuito design
32
social, econômico e minimizar os impactos ambientais em suas áreas de atuação, tendo como plataforma principal o design sustentável.
O artesanato e a sustentabilidade já eram realidade em Várzea Queimada. As mulheres trançavam a abundante palha de carnaúba e os homens
esculpiam borracha reciclada de pneus velhos.
A transformação da matéria prima em um “objeto-conceito” foi feita em parceria com os portugueses Pedro Ferreira e Rita João, do Pedrita Studio
e a designer de joias piauiense Kalina Rameiro.
Os grupos criaram, ao todo, uma coleção com 30
peças, intitulada Toca da Borracha e Toca da Palha
com peças de decoração e joias. O resultado é
a criação de coleções exclusivas, esteticamente
avançadas e que valorizam o design de raiz.
“É empreendedor e ao mesmo tempo gera impacto
social, econômico e ambiental em suas áreas de
atuação, tendo como plataforma principal o design
sustentável”, diz Rosenbaum.
Outra frente de trabalho foi coordenada pelos arquitetos Henrique Pinheiro e Tomaz Lotufo e contou
com a participação de 18 estudantes de todo Brasil.
O resultado foi a construção de uma casa para os
artesãos se reunirem e trabalharem: dois edifícios
construídos em terreno público seguindo os critérios
da permacultura.
Em junho, Marcelo Rosenbaum foi convidado por
Paulo Borges, diretor e criador do SPFW, para colocar dentro desta edição do evento uma amostra da
vivência do projeto A Gente Transforma. “Fiquei muito
feliz quando o Paulo Borges me disse que não esperava que eu fizesse a cenografia, mas que contasse
o projeto e expusesse o seu conteúdo dentro do espaço do evento”, conta o designer. A exposição apresentada por Rosenbaum no SPFW é composta por
imagens da fotógrafa Tatiana Cardeal impressas em
tecido. Também está exposta a coleção de produtos
Toca da Palha e Toca da Borracha, desenvolvidas
pelo AGT no Piauí. “A exposição não tem a pretensão
de decorar o prédio da Bienal, mas trazer ao público
um pouco dessa experiência tão rica que o A Gente
Transforma tem proporcionado”, reflete Rosenbaum.
Empenhado na transformação de uma comunidade através das suas próprias habilidades, o AGT
circuito design
une saberes ancestrais
a modernas técnicas
de design, produzindo
parcerias com comunidades que guardam
séculos de conhecimento, gerando, assim,
produtos esteticamente avançados e que
valorizam o design de
raiz. Por outro lado – ou
mais para dentro – traz
uma reflexão sobre uma
perspectiva de novos
modelos de desenvolvimento para o país.
Nega a presente apatia
social que se justifica
no nosso paradoxal
sistema de governo e
movimenta-se, remediando o que não está
são. Provando que, com
algum empenho, TUDO
SE TRANSFORMA.
33
Rua das Rosas, 658, Pituba, 71 3353.8349 [email protected]
circuito projetos
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Novos talentos e profissionais
renomados: o Circuito de
Alta Decoração apresenta
projetos dos arquitetos e
decoradores da Bahia
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circuito projetos
t andrea velame f marcelo negromonte
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arquitetas
[email protected],
[email protected],
www. doisaarquitetura.com.br,
71 3013.8202 / 9247.6567 / 8864.4579
Ana Paula
Nonato &
Ana Claudia
Nonato
Tons de madeira e beringela predominam na sala
deste apartamento localizado no Morro Ipiranga,
onde um pendente de cristal da Luzelle passou a
ser o principal elemento do projeto que leva a assinatura das irmãs e profissionais Ana Claudia Nonato
e Ana Paula Nonato. Com o recurso dos espelhos,
as profissionais tiraram partido dos ambientes que
mereciam ser ampliados. O espaço gourmet foi
outro ambiente realizado com muito carinho pelas
profissionais, que utilizaram mobiliário da MAC e
produção da Vintage Decor. O mobiliário da Lider
se fizeram presentes neste projeto, nas camas e
mesas de centro e laterais. As cortinas e papéis de
parede foram da Têxtil. Fechamentos da Balcony
Brasil também foram utilizados neste projeto,
tendo sempre o cuidado de manter a harmonia do
interno com o externo, pois a vista do apartamento
já faz parte de um cenário especial.
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t andrea velame f marcelo negromonte
Márcia
Amaral &
Regi Amaral
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Projetar um loft debruçado sobre a Baía de Todos
os Santos, mais do que um trabalho foi uma grande
fonte de inspiração – definiram os arquitetos Márcia
Amaral e Regi Amaral. Um loft para um homem
jovem e solteiro, cujo ponto de partida foi criar um
espaço moderno, cosmopolita com toque de brasilidade. O cinza, preto e branco formam a paleta de
cores utilizadas. Pinceladas de azul, e principalmente
de amarelo, fazem referência ao céu e mar da Baía de
Todos os Santos que invadem o apartamento, numa
vista deslumbrante. Móveis italianos da Incantto se
integram a peças do design brasileiro, numa mistura
sofisticada, moderna e pop, com uma produção
acertada e bem pontuada pela Vintage Decor. Uma
cozinha black e portas de passagem ultra modernas
receberam a assinatura da Evviva Bertoline.
Os mármores da Artimex criaram cenas exclusivas
circuito projetos
no lavabo com a padronagem Armani.
Revestimentos, louças e metais da FonsecaShop
reiteram a parceria da dupla com a loja.
Fechamentos em vidro da Balcony Brasil e cortinas
motorizadas da AD Design dialogam com a belíssima vista da Baía de Todos os Santos, a iluminação cênica da Luzelle cria efeitos para valorizar
as obras de arte e os vidros e espelhos da Design
Vidros criam amplitude e mistério a este projeto
digno de aplauso!
2
arquitetos
[email protected],
www.marciaamaral.com,
71 3495.2000 / 9202.1503 / 9184.4256
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circuito projetos
t andrea velame f marcelo negromonte
44
Kaká
Bulhosa
3
designer de interiores
[email protected],
71 9922.8660 / 9198.7289
circuito projetos
45
O projeto deste apartamento
assinado por Kaká Bulhosa segue
o estilo contemporâneo funcional. Os ambientes entraram em
perfeita sintonia, dando uma sensação de unidade e integração
com tons terrosos e azuis. Kaká
utilizou móveis da Casa Kaiada,
Novo Projeto e puffs folheados
da Incantto. Destaque para a
iluminação realizada pela Luzelle
e na produção de objetos desenvolvida pela Container Home.
O painel na parede principal da
sala escolhido na FonsecaShop
foi a vedete do projeto que teve
cortinas de tecidos e papéis de
paredes fornecidos pela Têxtil.
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circuito projetos
t andrea velame f lucas silva
Carla Ribeiro &
Paula Moura
48
4
arquitetas
www.mrarquitetos.com,
[email protected],
71 3267.1599 / 8769.0558 / 8769. 0559
circuito projetos
Um living que divide a cena com o home. Uma varanda que também é espaço
gourmet, um jantar integrado à área social. Este projeto é focado em receber amigos e integrar espaços!
A dupla de arquitetas Carla Ribeiro e Paula Moura escolheu o branco e cinza
e aqueceu com a madeira para a composição deste projeto contemporâneo e
extremamente elegante.
O projeto de luminotecnia deste apartamento levou a assinatura da Casa
Kaiada, assim como a escolha dos móveis contemporâneos. Os bancos em
madeira foram da Mega Madeira, o fechamento de vidro da Balcony Brasil e os
espelhos da Design Vidros. Outro ponto de destaque deste projeto é o piso de
mármore fornecido pela Artimex.
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t andrea velame f lucas silva
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Emerson
Carvalho
5
arquiteto
[email protected],
71 3264.3827 / 8101.9508
Branco, preto, cinza e vermelho foram as cores
escolhidas pelo arquiteto Emerson Carvalho para
este apartamento. O projeto luminotécnico desenvolvido por Emerson foi adquirido na Luzelle. O piso
Perfect White da Artimex deu uma amplitude e uma
modernidade ao espaço. Os móveis levaram a assinatura da Sierra e as cortinas da AD Design.
Todos os metais e a pastilha preta da cozinha
foram especificados por Emerscon Carvalho na
FonsecaShop.
A proposta de Emerson Carvalho foi desenvolver
um projeto sem estar preso a regras e tendências,
elaborando uma casa que tivesse a alma e o estilo do
seu cliente!
A monocromia foi quebrada na escolha das obras
de arte.
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circuito projetos
t andrea velame f xico diniz
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Cristina Camerino
& Vanja Maia
6
designers de interiores
[email protected],
[email protected],
71 3353.7985 / 9961.0934 / 9963.2636
O projeto para um apartamento de 130m2 com estilo contemporâneo realçam
conceitos de beleza e bem-estar. As profissionais adotaram como base, gesso e
iluminação, que valorizaram o layout e personalizaram o ambiente. Tons pastéis
e madeira dão aconchego e elegância integrando o living, a varanda e a sala
de jantar numa perfeita harmonia para o bem viver. Móveis da Novo Projeto e
Quartier fizeram parte da especificação da dupla. Persianas da S’paço Decor
também foram utilizadas na concepção deste projeto.
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t andrea velame f javier escudero
Protécnica
Arquitetura e
Engenharia
Há quase duas décadas no mercado, a Protécnica
Arquitetura e Engenharia Ltda. se consolida como
referência em arquitetura médico-hospitalar no
Nordeste. Alinhada aos interesses de um público
tão personalizado, a Protécnica executa grandes projetos na região. Dentre eles, o audacioso
empreendimento de implantação de um Cíclotron
do Grupo Delfin, no município de Lauro de Freitas.
“O grande desafio é fazer com que o trabalho
arquitetônico humanizado acompanhe a evolução
tecnológica dos equipamentos de diagnósticos e
terapêuticos que possuem alto custo e são atualizados constantemente”, explica Tânia Eliziario,
sócio-fundadora da Protécnica.
Com mais de 8mil m2 de área construída, a
Artimex foi uma forte parceiria na realização deste
empreendimento. A Protécnica vem intensificando sua atuação em vários estados do Nordeste,
realizando projetos de média e alta complexidade
e acompanhando a execução destes projetos de
forma intensa. “Estaremos sempre onde houver
empresas interessadas em trabalho de qualidade e
responsabilidade”, sentencia Tânia Eliziario.
Este projeto da Protécnica foi realizado pela
equipe técnica: Clarissa Broad, Thiago Mendonça e
Tânia Eliziario.
7
arquitetas
www.protecnica.arq.br,
71 9107.0578, 82 3327.4848, 82 9981.9104
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Foto Estúdio Gato Louco
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t andrea velame
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Arquitetura
verde
ser sustentável está
na moda. atualmente
grande parte da sociedade recicla materiais,
economiza água e energia. mas a nova tendência agora é arquitetura sustentável. você já
ouviu falar?
Nos primeiros dez anos do século XXI aparecem as
edificações denominadas de Green Buildings, ou
Edifícios Verdes, mas não podemos esquecer que
já tínhamos adeptos deste movimento nos anos 60
e que, com a crise do Petróleo na década de 70, se
começou a falar sobre a necessidade da construção
com um menor impacto ambiental.
O conceito desta nova maneira de viver é simples.
Na hora de construir, reformar ou decorar é importante ficar atento para adotar práticas sustentáveis
de aproveitamento de materiais e, acima de tudo,
evitar criar resíduos que causem prejuízos à natureza
. Para estar adequado ao conceito de arquitetura verde, devem-se usar produtos que possuem algumas
características básicas da sustentabilidade como
circuito arquitetura
salubridade , qualidade, durabilidade e responsabilidade social e ambiental.
O custo de uma casa “verde” depende da tecnologia construtiva utilizada para fazê-la, e este
investimento costuma retornar em um curto espaço
de tempo. A cada ano, as novidades surgem desde
painéis solares, a lançamentos de esquadrias com
grandes vãos para garantir melhor iluminação,
até reutilização de água em casas e edifícios com
sistemas ultra modernos de drenagens. Uma outra
grande tendência na arquitetura são as paredes
vivas e telhados utilizados para plantações, além de
fachadas inteiras revestidas de plantas. É a necessidade de uma readequação da arquitetura trazendo a
cada dia a natureza para o entorno.
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Um grande ícone em 1936
A Casa da Cascata, projetada por Frank Lloyd Wright, foi concebida a partir
da sua integração com a natureza. O arquiteto iniciou o projeto respeitando o
curso d’água que passa pela propriedade e imaginou que os futuros moradores
sempre sentissem a força com que cai e passa o riacho, não visualmente, mas
através do som que se produz, percorrendo toda a casa.
A Casa da Cascata é formada por duas partes: a casa principal dos clientes e o
quarto de hóspedes. A casa original contém ambientes simples, proporcionados
pelo arquiteto, uma sala de estar ampla com uma cozinha compacta no nível térreo e uma enorme suíte principal no segundo andar. O terceiro nível era o lugar de
estudo e dormitório do filho do cliente, o Sr. Kaufmann.
Todos os recintos da casa se relacionam com o entorno natural. A sala de estar,
inclusive, apresenta uma escada que conduz diretamente ao riacho. A beleza desses
espaços se encontra em suas extensões à natureza, feito com grandes varandas em
balanço, projetadas em ângulos retos, que são elementos esculturais da casa.
Para a estrutura das varandas, Wright trabalhou com concreto armado, um material definitivo para dialogar com o entorno. O exterior da casa impõe certa horizontalidade, que se destaca pela presença das pedras e tijolos, e principalmente
das varandas. As janelas apresentam uma condição especial: se abrem também
nas esquinas da casa, procurando romper a configuração de caixa e permitir a
incorporação da natureza.
A perfeição de todos os detalhes leva esta obra a uma consistência de alto
grau. É uma obra que vai muito além de sua forma, onde a presença física e espiritual do homem se faz mais transparente, em sincronia com a relação harmônica
entre arquitetura e natureza!
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70
77 anos depois
em construção: o primeiro
bosque vertical / boeri studio
Bosco Verticales de
Boeri Studio é um edifício de alta densidade que experimenta a
integração da paisagem
com a fachada arquitetônica. As duas torres
se encontram atualmente em construção
em Milão, lidando com
o conceito de recuperar a paisagem perdida
pela cidade junto com
melhorar a habitabilidade dos edifícios atuais.
Ambas as torres, de 80
e 112 metros de altura
terão uma capacidade
de 480 árvores médias e
grandes, 250 pequenas,
16.000 plantas e arbustos; o equivalente a um
hectare de bosque.
As plantas crescem na fachada, assim
como o fazem em um
ambiente natural. Elas
atuam de maneira similar como ocorreria em
uma ‘fachada inteligente’, filtram a poeira do
ar, absorvem o dióxido
de carbono e liberam
oxigênio ao exterior,
enquanto dão sombra
e um microclima que
refresca os meses de
verão. Esta ‘recolonização’ urbana com espécies biológicas, além de
gerar maior biodiversidade, cria um ambiente
seguro para animais
que encontram nestas
espécies refugio e alimento. Isto leva vida à
cidade, vida tipicamente exclusiva de parques
e jardins.
A forma dos edifícios
foi escolhida para ajudar
a prevenir a expansão
urbana, proporcionando aos residentes uma
paisagem privada dentro
de seus apartamentos e
oferecendo as mesmas
vantagens de viver em
uma cidade. A proposta
é o equivalente a 50.000
metros quadrados de
bosque e casas de família em um entorno de
expansão.
circuito arquitetura
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Paulo Salomao / Editora Abril
circuito música
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Geleia
Tropical
t rodrigo rangel e flávio bustani
Pode ser difícil de imaginar, mas um dia artistas brasileiros se reuniram para
realizar uma passeata contra a guitarra elétrica. Eram os tumultuados anos 60, a
Ditadura Militar estendia seus tentáculos sobre a liberdade de expressão e a influência política e cultural americana assombrava o Brasil. Nesse contexto, a guitarra
tinha se tornado um símbolo da colonização estrangeira à música brasileira, e nomes como Elis Regina, Jair Rodrigues e Edu Lobo deram as mãos para combatê-la.
Gabriel Bittar
Paulo Salomao / Editora Abril
circuito música
74
Neste contexto, fica fácil entender o “desbunde” que Caetano Veloso e Gilberto Gil causaram
ao apresentarem, no popularíssimo III Festival de
Música Popular Brasileira, músicas que combinavam elementos regionais e da música internacional,
inclusive com a tal da guitarra elétrica. Não eram
quaisquer músicas, e sim dois futuros clássicos:
“Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”. Entre
encantamento e protestos, estava lançado ali o
embrião de um movimento cultural que estende
suas influências até os dias de hoje. Nascia o
Tropicalismo.
As apresentações de Caetano e Gil, que foram
acompanhados respectivamente pelos Beat Boys e
pelos Mutantes, expressavam a característica mais
fascinante dos tropicalistas: a capacidade de harmonizar diferentes tendências e criar algo extremamente original. Mesclando samba, baião e bossa nova
com elementos da cultura jovem mundial, como o
rock e a psicodelia, o movimento universalizou a linguagem da música popular brasileira e abriu espaço
para o surgimento de novos ídolos. Berimbau, distorção e sanfona; Coca-cola, cangaço e espaçonaves,
cabiam tudo na geleia geral.
Seleção brasileira
Entre aqueles que engrossaram as fileiras do movimento estão alguns dos nomes mais importantes
da música brasileira. As letras e poemas de Capinam
e Torquato Neto ganharam vida nas vozes de Gal
Costa e Nara Leão, enquanto muitos dos os arranjos
circuito música
75
Para ouvir
Tropicália ou Panis et Circencis (1968)
Considerado um disco-manifesto, foi produzido por Manoel
Berenbein, com arranjos do maestro Rogério Duprat, e traz na capa a
emblemática foto com a escalação
completa do Tropicalismo (cheia
de detalhes bem humorados, que
garantem a diversão do observador mais atento). Destaques para
“Parque Industrial”, interpretada
por Tom Zé; Gal Costa cantando “Baby” (música que marcou a
carreira da cantora); e a celebração
final com o “Hino ao Senhor do
Bonfim”, que encerra o disco.
Acervo Iconographia
receberam o acabamento refinado e criativo do maestro Rogério Duprat. Sem contar a inventividade de
Tom Zé, a irreverência dos Mutantes e, mais tarde, o
swing de Jorge Ben (ainda sem o Jor).
Em suas letras, os compositores tropicalistas se
relacionavam mais profundamente com a literatura, influenciados pelo modernismo de Oswald de
Andrade e pelos poetas concretistas do final da década de 50. Este aprofundamento estético terminou
gerando críticas ao movimento, que supostamente
negligenciava a situação política do país ao se afastar
das canções de protesto, tão recorrentes na época.
Aos críticos restou a hoje célebre frase de Caetano:
“Vocês não estão entendendo nada!”.
Aquele abraço
Apesar de toda repercussão, o Tropicalismo teve
vida curta. Iniciado em 1967, o movimento teve o seu
final relacionado às perseguições do governo militar
a Gil e Caetano, presos pela primeira vez no final de
1968, e o consequente exílio dos dois em Londres,
onde permaneceram até 1972. Se o movimento durou
pouco, seus desdobramentos podem ser sentidos até
hoje na música brasileira. Alguns de seus participantes se tornaram referências da música mundial e suas
sementes proporcionaram o nascimento de ritmos
como o samba-rock e o mangue beat. Canções como
“Tropicália”, “Alegria, Alegria”, “Baby’, “Panis et
Circensis”, “Aquele Abraço” e “Domingo no Parque”
se tornaram verdadeiros hinos e continuam sendo
cantadas nos quatro cantos do país.
Gilberto Gil (1968)
A vibrante capa de Rogério Duarte
já anuncia: este é um disco tropicalista. Com arranjos de Rogério
Duprat, músicas de Gil em parceria
com Torquato Neto e a participação
dos Mutantes, que funcionaram
como banda base para o álbum, o
disco reúne alguns dos pilares do
movimento. No repertório estão
as marcantes “Frevo rasgado” e
“Domingo no Parque”.
Os Mutantes (1968)
As ideias tropicalistas tomam
formas claras no disco de estreia
da banda liderada por Arnaldo
Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias.
Como em “Panis et Circencis”, que
se tornou um dos hinos do movimento, e “Bat Macumba”, que
surpreendeu a todos na época
pela sua temática afro-religiosa e
a relação íntima com a poesia concreta. Destaque ainda para “Adeus
Maria Fulô”, baião composto por
Humberto Teixeira e Sivuca e “A
Minha Menina”, com participação
de Jorge Ben Jor.
circuito moda
76
A Marca
Brasil!
t paula reis
Não é de hoje que o
mundo anda de olho no
que se faz nas terras tupiniquins. Desde nossa
querida lusitana com
alma brasileira Carmen
Miranda (1909-1955),
que conquistou o Brasil
e os Estados Unidos
com a célebre canção
de Dorival Caymmi
(1914-2008) “O que
é que a Baiana Tem?”,
até a Bossa Nova e o
Tropicalismo, o Brasil
Tropical sempre representou estilo, design,
alegria e sensualidade
inigualável.
Marcas brazucas cada
dia mais despontam
nos cinco continentes.
As velhas Sandálias
Havaianas, aquelas que
não soltam as tiras e
que não têm cheiro, são
sinônimo de conforto e
bom gosto em looks de
verão. Para se ter uma
ideia do atilamento destes calçados, atualmente
são exportados, somente nos EUA, 22 milhões
de pares por ano, distribuídos em 1.700 pontos
de venda.
E pensar que, no ano
de seu lançamento, em
1958, até a década de
noventa, as Havaianas
eram consideradas
“chinelo de pobre”. Mas
campanhas publicitárias
com o intuito de divulgar
o produto no exterior, a
partir de 1997, centraram na marca como algo
tipicamente brasileiro.
E este era exatamente
o filão. Com suas várias
cores a simbolizarem
o mar, as matas e as
frutas do Brasil, e seu
formato simples (uma
base de borracha ligada
a duas tiras), despojado, perfeito para quem
sai à praia, à piscina ou
às ruas em dias ensolarados. As Havaianas
transformaram-se, nos
anos 2000, no maior
símbolo da moda vindo
de um país emergente,
cuja população, com poder aquisitivo crescente, tem viajado mundo
afora consumindo com
intensidade e sendo, por
isto, cada vez mais bem
recebida no exterior.
Até a maior loja de
departamentos do mundo, a Macy’s, apostou
na brasilidade como
tema do seu verão 2012,
em sua campanha “A
Magical Journey”. A nossa cultura foi celebrada
pela gigante corporação
nova-iorquina em diversas coleções inspiradas
nas nossas cores e nos
nossos artistas, como
os designers Marcelo
Rosenbaum, Romero
Brito, Isabela Capetto,
Francisco Costa (o designer da poderosa Calvin
Klein), entre outros. Um
time de craques que
também vestem a camisa canarinho.
Todas estas conquistas e reconhecimentos
são reflexos da ascensão
econômica brasileira,
atual sexta maior economia do Planeta. Somos
vistos com olhos diferentes do tempo em que
éramos apenas o “País
do Futebol”. Claro que
o ludopédio continua a
desempenhar papel de
destaque na projeção
do Brasil no mundo.
circuito moda
77
Contudo, agora, ele e
outros esportes servem
como mais um atrativo para a realização de
eventos dentro de nosso
quintal, o que antes nem
se cogitava.
Os dois maiores acontecimentos esportivos da
Terra, com movimentação financeira de bilhões
de dólares, serão realizados consecutivamente no
Brasil. A Copa do Mundo
de 2014 e as Olimpíadas
do Rio de 2016 são a prova inequívoca de que nos
tornamos gente grande
e com dinheiro aos
olhos dos “velhos ricos”.
Alguns nem tanto, como
a maioria das nações
europeias.
Com a visibilidade
econômica brasileira,
o que se produziu e se
produz por aqui em termos de artes naturalmente começa a ser procurado pelos “gringos”.
Aí é que o Tropicalismo
entra em cena.
Carmen Miranda,
com seus balangandãs,
inspirados na música do
baiano Caymmi “O que é
que a Baiana Tem?” foi a
precursora inconsciente
deste movimento, materializado e sistematizado
cerca de duas décadas
depois por Caetano, Gil,
Gal, Bethânia e outros.
Não apenas Carmen,
mas outros brasileiros
famosos contribuíram
para tornar o Brasil o
“País das Cores e dos
Sentidos”, hoje revisitado, por esta alcunha, pelos grandes do cenário
mundial.
Ary Barroso (19031964), compositor de
sucessos musicais
tipicamente tropicalistas, como “Aquarela do
Brasil” e “No Tabuleiro
da Baiana”. Di Cavalcanti
(1897-1976), pintor
responsável por quadros
como “Samba” (que
retratava um grupo de
sambistas, em primeiro
plano, com vários morros ao fundo, lamentavelmente destruídos
em agosto deste ano,
num incêndio na casa do
marchand Jean Boghici),
“Mulheres com Frutas”,
“Duas Mulatas”. Jorge
Amado (1912-2001),
autor lido em 55 países e por 49 idiomas
e dialetos diferentes,
responsável por livros
essenciais da brasilidade, como “Gabriela,
Cravo e Canela”, “Tenda
dos Milagres”, “Tieta do
Agreste” e “Jubiabá”.
Os artistas e suas
obras aqui citados, e
outros do gênero, traçam
um Brasil, por assim dizer, brasileiro. É o país da
mulata, do índio, da floresta, das praias, do sol,
das frutas, das aves, das
cores, das sensações,
enfim, das nossas coisas.
Toda esta gama de elementos está dentro da
febre pela Pátria Brasilis
que tem feito tremer a
Terra, sendo estudadas
e enaltecidas pelas mais
respeitadas casas de
moda do mundo.
As Havaianas, como
já ressaltado, são um
símbolo deste bem
sucedido processo. O
Planeta é Brasileiro, é
Tropical!
circuito arte
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circuito arte
79
Oiticica:
o herói,
o marginal
t joana rizério
As últimas notícias que recebi sobre Hélio Oiticica,
um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros, vieram em um correio maldito: um incêndio,
em 2009, destruiu, estima-se, 70% de sua obra.
As primeiras, entretanto, foram notícias melhores.
Adolescente e sem qualquer repertório de arte, em
2005 visitei o Inhotim, museu de arte contemporânea em Brumadinho, Minas Gerais, e vi, pela primeira e única vez, uma obra de Oiticica.
“Cosmococa 5 Hendrix War” é apresentada
numa sala com pouca luz e com sofás e redes para
o público sentar, caixas de som poderosas tocando
“Purple Haze”, de Jimi Hendrix, e projeções de fotos
do músico, Marilyn Monroe e Yoko Ono cobertos de
desenhos feitos com cocaína. O ambiente faz parte
de uma série chamada de “Blocos Experiências em
Cosmococa”, todas com trilhas sonoras específicas e
projeções com a droga.
circuito arte
O uso da cocaína na obra de Oiticica é recorrente
e aparece como símbolo de resistência ao imperialismo americano e em referência à contra-cultura – coisa que Andy Warhol já tinha feito colorindo Marilyn
e replicando as famosas latas de sopa Campbell.
Em todas as Cosmococas – aliás, em quase tudo de
Oiticica –, o público interage e assim a obra, efêmera
por definição, acontece.
Nascido em berço fértil - o avô, José Oiticica, foi
um conhecido jornalista, anarquista e filólogo; o pai,
José Oiticica Filho, era um dos mais importantes
fotógrafos brasileiros – Hélio teve educação informal,
com aulas particulares ao invés de escola. Deixou
o Rio de Janeiro para morar com a família em Nova
York aos 10 anos, e na volta, já com quase 20, estudou pintura e desenho. Ele subverte a tela e adota o
ambiente como o suporte de sua arte quando funda,
em 1959, o Grupo Neoconcreto com Lygia Clark e
outros importantes artistas da época.
A ideia da arte interativa, fui descobrir mais tarde,
era a grande senha pra desvendar um pouco da
estética e do jeito de pensar de Oiticica, que morreu
em 1980. Da interação nasce o termo antiarte, que
Oiticica define como arte experimental, fora dos
padrões, que transcende o quadro e invade espaços
além de museus e galerias. São obras que, sozinhas,
não significam coisa alguma: funcionam apenas com
a presença do espectador. Representa a quebra,
sobretudo, da relação passiva do visitante, costumaz
em tudo que é época.
Os Parangolés são o maior exemplo da arte interativa de Oiticica. São tipos de obras para se vestir
ou para se usar como estandarte ou bandeira – só
“viram” arte assim, quando usadas. Na década de
1960, Oiticica conhece a comunidade do Morro da
Mangueira e transforma os integrantes da escola de
samba em parte dessa obra. A criação seria apresentada na mostra Opinião 65, no Museu de Arte
Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. Mas ao ver o
circo armado – sambistas, instrumentos, passistas,
Parangolés – a direção do MAM resolve expulsar todo
mundo. Reza a lenda que Oiticica aproveitou para
apresentar a obra na rua, obtendo muito mais sucesso e atenção do que se estivesse do lado de dentro.
80
SEJA MARGINAL
Nos anos 1970, a imprensa e a polícia carioca
brindavam o episódio final de uma história com
meses de capítulos: a morte de Cara de Cavalo,
bandido à La Robin Hood pintado pela mídia como
perigoso por ter supostamente matado um detetive. Depois de histórica perseguição, Cara de Cavalo
foi encontrado e morto com mais de cem tiros pela
Scuderie Le Coq, organição clandestina criada para
vingar a morte do PM.
Mais tarde, descobriu-se que Cara de Cavalo não
era o autor do assassinato do detetive. Hélio Oiticica
era amigo do suposto bandido e fez uma homenagem que, segundo ele, vinha da necessidade de “um
momento ético numa sociedade que marginaliza e
mata”. A obra Homenagem a Cara de Cavalo é uma
caixa com fotografias do jovem morto. Em 1968,
Oiticica complementa a obra com o poema-bandeira
“Seja Marginal, Seja Herói”, que os tropicalistas
Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes usariam
mais tarde como pano de fundo dos seus shows.
circuito arte
81
TROPICÁLIA
Duas tendas, cenário
tropical e uma espécie
de labirinto com paredes
coloridas, montado
sobre um chão coberto de brita, levam a um
ambiente totalmente
escuro onde há uma
televisão sempre ligada. Era preciso tirar os
sapatos pra entrar no
penetrável Tropicália,
de Hélio Oiticica, que
integrou a mostra Nova
Objetividade Brasileira,
exposta no MAM do
Rio em 1967, e mudou
para sempre o rumo da
cultura no Brasil. A obra
era um brado pelo fim
do mito estrangeirizado
da brasilidade, que só
existia, como ideia, nos
estereótipos americanos
e europeus.
Caetano Veloso, no
livro Verdade Tropical,
conta que a primeira
vez que escutou o nome
Hélio Oiticica foi num
almoço, “na casa de não
se sabe quem em São
Paulo”, onde pediram
que ele cantasse algumas de suas composições. Foi aí que ele
entoou “Sobre a cabeça
os aviões/ Sob os meus
pés os caminhões/
Aponta contra os chapadões meu nariz”, canção
ainda sem título definido, e impressionou o
fotógrafo e cineasta Luís
Carlos Barreto. O amigo,
que tinha acabado de
assistir à exposição da
obra Tropicália, insistiu
que Caetano usasse o
mesmo nome. “Eu naturalmente disse que não,
que não poria o nome da
obra de outra pessoa na
minha música”. Na verdade, Caetano não tinha
gostado muito do nome,
mas gostava muito
menos do título Mistura
Fina, único em que tinha
pensado. “Como eu não
achasse nunca um outro
melhor e o disco já estivesse pronto,Tropicália
ficou e oficializou-se”.
A Tropicália, enquanto movimento,
começa em uma noite
em 1967, no Festival
de Música Popular
Brasileira (programa de
TV que revelou a maioria dos artistas consagrados da MPB, como
Nara Leão, Wilson
Simonal e Elis Regina).
As apresentações
de Gilberto Gil, com
Domingo no Parque,
acompanhado de
grande orquestra e dos
então “meninos” dos
Mutantes; de Tom Zé,
com a emblemática São
Paulo – “São oito milhões de habitantes/ De
todo canto em ação/
Que se agridem cortesmente/ Morrendo
a todo vapor” –; e de
Caetano, com Alegria,
Alegria, acompanhado
do grupo roqueiro The
Beat Boys, marcaram a
gênese do movimento.
A contribuição de
Oiticica foi além do
simples empréstimo
do nome. Sem deus,
demônio ou mártir, o
movimento tropicalista
traduzia o que Oiticica e
outros artistas, estudantes, jornalistas, pintores,
escultores, compositores e cineastas de sua
época queriam: fazer
arte, já que a experiência
estética era, ela própria,
um instrumento social
revolucionário. A outra
batalha era por construir
uma identidade real, que
não negava as nossas
araras e bananeiras, mas
ia muito além delas.
circuito gourmet
t nyala cardoso f estúdio gato louco
A natureza
do que vai
à mesa
84
circuito gourmet
O Chef Beto Pimentel
tem uma presença de
espírito tão gostosa
quanto as maravilhas
que ele põe à mesa, para
a delícia de quem tenha
o prazer de saboreá-las.
Boa praça, divertido e de
bem com a vida, o garoto
de 79 anos levanta cedo
e se mete no pomar, aos
fundos do restaurante
que mantém há mais
de 20 anos no bairro do
Cabula, para fazer o que
mais gosta: colher os
bons frutos do que tem
plantado ao longo desses
anos todos.
85
Marcamos a entrevista numa quarta-feira,
quase fim de tarde, tentando fugir do inevitável
e bem-vindo alvoroço
dos meios-dias, quando
o Paraíso Tropical fica
repleto de paladares
ansiosos, fazendo filas
na rua. Sentamos lá nos
fundos, entre as plantas
da chácara do restaurante, onde estão alguns
dos cerca de 35 mil pés
de plantas que Beto
cultiva– os outros ficam
na sua fazenda em Bom
Jesus dos Pobres, na região do Recôncavo, lugar
de refúgio do chef.
Antes de qualquer
pergunta, Beto me deu
uma frutinha: “coma
isso!”. O Achachairú é
um pequeno fruto de cor
alaranjada e polpa branca e suculenta. Pequeno
no tamanho, mas de
sabor imenso. E assim
abrimos a entrevista e
o apetite, passeando
pelo pomar, entre uma
agradável conversa e
deliciosas degustações
in natura.
circuito gourmet
“Essa aqui, menina,
é a Fruta do Milagre.
Tem um fruto vermelho e tão doce, que se
você chupar um limão
depois, ele também fica
doce!”. Beto parecia um
alquimista, revelando os
mistérios da natureza.
Provei uma florzinha de
cor rosa pink, que mais
tarde coloriu a surpreendente moqueca de camarão. A flor tinha gosto
de vinagre e Beto explicou que a usa para dar o
sabor acre dos molhos:
“não uso nada industrializado, aproveito os sabores característicos das
plantas para temperar a
minha comida”. É assim
com o dendê e o leite de
cocô, tudo natural. Até
a água que ele cozinha
não tem cloro: é agua
de coco verde. O dendê
ele espreme do próprio
fruto direto na panela,
no finalzinho do preparo, para que o calor do
fogo não transforme o
alimento em triglicerídeo, um veneno para o
organismo. “Assim como
o amor, a gastronomia
deve ser permeada pela
consciência. Amor inconsequente é pior que
não ter amor”, afirma o
chef, casado com a bela
e simpática fisioterapeuta Luzia Silva.
O fascínio e respeito
pela natureza é herança
do pai, Luiz Pimentel,
que saía mata adentro
de suas terras plantando de tudo e já naquela
época se posicionava
contra o desmatamento
e a favor da preservação da natureza. “Ai
de quem tirasse uma
árvore das margens do
rio!”, lembra Beto. A
paixão pela gastronomia
86
aconteceu por acaso, quando Beto fazia Agronomia
em Piracicaba, interior de São Paulo, e cozinhava, por
saudade, alguns quitutes baianos para os colegas. O
dom natural foi revelado e Beto começou a ganhar
dinheiro com suas receitas, fazendo jantares de
aniversário até nas cidades vizinhas. “Mas eu estava
às cegas, naquela época não havia faculdade de gastronomia e eu queria entender como o alimento funcionava no nosso organismo. Aproveitei que minha
mãe foi passar um ano na França, fui com ela e me
especializei em química alimentar”, conta.
Beto foi se alimentando de diversos cursos na área
da gastronomia, como apicultura, piscicultura e floricultura, até se tornar um exímio mestre na arte da
culinária. Hoje o Paraíso Tropical é o único restaurante no Brasil premiado pelo prestigiado Le Cordon
Bleu de Paris e o único sul-americano que ganhou o
prêmio de gastronomia da FITUR (Feira Internacional
de Turismo), em Madrid.
A cozinha de Beto Pimentel é feita, predominantemente, com as maravilhas da flora brasileira. São
inúmeras plantas, flores e frutos sazonais que dão
cor e sabor às imprevisíveis receitas do chef, numa
espécie de ‘culinária tropical consciente’. Para Beto,
um país com a dimensão territorial do Brasil, com a
fantástica diversidade que nós temos, não precisa
passar a vida sendo papel carbono do primeiro mundo. Segundo ele é preciso, aí sim, aprender a técnica
deles, que é milenar: “centenas de chefes passaram
a vida inteira desenvolvendo técnicas maravilhosas
para te dar de mão beijada. Você aprende, agradece
e modifica”, pondera.
Não há como não se encantar ainda mais pela
natureza e pela agricultura quando se caminha
pelos quintais de Beto. A cada planta, uma divertida
descoberta. A Sapota Negra, um caqui selvagem de
polpa negra e muito doce, foi presente do embaixador do México. A folha da “Menta Verdadeira”,
divulgada pelo chef como “a planta pra namorar”,
refresca o hálito como uma pastilha de menta mesmo. Tudo cultivado de maneira orgânica,
sem agrotóxicos ou aditivos. “Quem dera a gente
pudesse abastecer o mundo apenas com produtos
orgânicos!”, lamenta Beto, que defende de maneira
enérgica um controle de natalidade mais expressivo, por parte do governo. Viúvo de quatro mulheres
e pai de 23 filhos, Beto se defende: “Ah, minha filha,
naquela época eu não tinha consciência, não. Eu
queria era povoar o mundo!”.
circuito confete
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2
1
3
Um brinde ao design!
o circuito de alta decoração premiou os arquitetos do 2º e 3º semestres do ano de
2012 em duas noites que brindaram a decoração baiana em grande estilo!
4
1 Tania Dias 2 Kaka Bulhosa 3 Camila Mariana 4 Ana Paula Nonato 5 Paulo Fonseca
5
circuito confete
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6
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6 Naissa Vieiralves e Roberto Leal Neto 7 Fatima Romeu e Rosario Calmon 8 Vanja Maia 9 Wilna Carneiro e Emerson Carvalho
10 Luiz Claudio Souza e Gabriel Magalhães
circuito confete
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11 Eliane Kruschewsky 12 Cátia Bacellar 13 Paula Brandão e Eduardo Schnitman 14 Inez Fraguas Fraga e Danilo Fraga 15 Flávio Moura
e Nádia Taquary
circuito confete
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16 Simone Drouillard e Andrea Sá 17 Mila Saraiva e Maurício D’Ávila 18 Marcia Amaral, Daidone Junior e Regi Amaral 19 Indayá São Bernardo
20 Isa Brandão, Vanja Maia, Monicka Daniela e Cristina Camerino
circuito confete
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@6
21 Marcos Renê e José Amâncio 22 Paula Moura e Paulo Guimarães 23 Rodrigo Poegere e Daniela Silvany 24 Joane Freitas, Andrea Velame e
Lucinha Santanna 25 Elio Marques e Lorena Landim 26 Thais Abreu e Vitor Brasileiro
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2° trimestre 1 Tânia Elizário e Clarissa Broad 2 Eliane Kruschewsky
3 Carla Pires 4 Carla Ribeiro e Paula Moura 5 Paulo Andrade e Paulo
Melo 6 Ana Comini 7 Kellen Do Azevedoo e Joel Do Aseveedo
8 Ana Claudia Nonato e Ana Paula Nonato 9 Inez Fraguas 10 Camilo
Baiardi 11 Liane Canário e Viviane Rêgo 12 Bianca Coelho e Janice Abreu
13 Simone Selem e Gizelia Souto 14 Cristina Camerino e Vanja Maia
15 Márcia Bandeira e Indayá Duarte 16 Mário Figueiredo 17 Thais
Abreu 18 Gabriel Magalhães e Luiz Cláudio Souza 19 Margareth Britto
20 Vanja Paes Coêlho 21 Mila Saraiva 22 Fátima Romeu e Rosário
Calmon 23 Paulo Brandenburg 24 Cássia Paixão 25 Cátia Bacellar
26 Luciana Villas Boas Bittencourt, Camila Mariano e Marcus Rolim
27 Verana Souto 28 Maristela Bernal 29 Kaká Bulhosa 30 Márcia Amaral e
Regi Amaral 31 Monicka Daniela Loureiro 32 Ana Paula Rios e Lilian Mota
33 Bruno Coelho
www.artimex.com.br
Grupo AV | Foto Marcelo Negromonte

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