culturas e conhecimentos disciplinares ano 5 edição 24
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culturas e conhecimentos disciplinares ano 5 edição 24
CULTURAS E CONHECIMENTOS DISCIPLINARES ANO 5 EDIÇÃO 24 Aline Grunewald Nichele Eliane Schlemmer A construção de uma trilha ecológica: práticas pedagógicas com tecnologias móveis e sem fio (TMSF), na perspectiva do BYOD (Bring Your Own Device) no ensino de Ciências Tendo como motivação o interesse em proporcionar a futuros professores de Ciências a experiência e o desenvolvimento de práticas pedagógicas, no âmbito das tecnologias móveis e sem fio (TMSF) - abrangendo a aprendizagem com mobilidade, num contexto dual; ou seja, acadêmicoprofissional, instigamos estudantes de uma Licenciatura em Ciências da Natureza a desenvolverem projetos de aprendizagem baseados em problemas (SCHLEMMER, 2001; TREIN e SCHLEMMER, 2008; SACCOL, SCHLEMMER e BARBOSA, 2010). Nossa intenção era de que eles pudessem, a partir de suas vivências, identificar educacionais as viabilizadas potencialidades pelas e diferentes limitações TMSF, no das possibilidades que se refere a metodologias e práticas pedagógicas, para atender aos objetivos educacionais pretendidos. Essa proposta teve como desafio pensar em como a aprendizagem com mobilidade poderia contribuir para o ensino de Ciências da Natureza, proporcionando maior interação e promovendo atividades colaborativas e cooperativas, com vistas ao desenvolvimento da autonomia e da (co) autoria, ao mesmo tempo em que as “paredes” da escola fossem rompidas (UNESCO, 2014), e que os processos de ensino e de aprendizagem também estivessem Jornal Redes Educativas Setembro . 2015 presentes na vida dos estudantes, fora do ambiente escolar, com o uso de smartphones e tablets, na perspectiva do BYOD1. Um dos projetos elaborados, que apresentaremos nesse texto, buscou a criação de uma trilha ecológica autoguiada para a identificação de plantas com QR Codes2. Para a concepção do projeto foram esboçados mapas mentais que representavam a proposta. Os mapas mentais (Figura 1) foram elaborados com o aplicativo3 ‘SimpleMind’ e compartilhados com os demais licenciandos participantes da atividade complementar em que se deu seu desenvolvimento, por meio do aplicativo ‘Evernote’, cujo objetivo era o acompanhamento e socialização de cada um dos projetos desenvolvidos pelo grupo. Figura 1. Mapa mental com a proposição para a concepção da trilha ecológica. Fonte: elaborado pelas autoras 1 A prática do “Bring Your Own Device” (BYOD), em língua portuguesa “traga o seu próprio dispositivo”, baseia-se em estimular discentes e docentes a portarem e utilizarem seus próprios dispositivos móveis nas atividades educacionais. 2 Códigos de barras bidimensionais, usados para armazenar URLS que depois são direcionadas para um site, hotsite, vídeo, etc.. 3 Os aplicativos “SimpleMind” e “Evernote” podem ser obtidos gratuitamente em lojas virtuais como a GooglePlay e a AppStore, respectivamente para os sistemas operacionais Android e iOS de dispositivos móveis como smartphones e tablets. Jornal Redes Educativas Setembro . 2015 O projeto de identificação de plantas com QR codes4 propõe o uso desses para compor uma trilha ecológica autoguiada em uma praça,5 cujos pontos de interesse são árvores e plantas presentes no local. Um dos objetivos do projeto foi oferecer a oportunidade à comunidade de interagir com o ambiente em que está inserida, além de oportunizar a construção coletiva de conhecimento. De que forma? Criando a interação entre a comunidade e o local que ela está frequentando, por meio de TMSF, como smartphones e tablets. Na proposta da trilha ecológica autoguiada, com QR codes informativos sobre algumas das árvores presentes na praça, cada planta escolhida tem um QR code próprio, associado a informações específicas a ela relacionadas (Figura 2). Além disso, no começo da trilha havia uma placa informativa sobre o que é um QR code e como se lê um QR code por meio dos dispositivos móveis (smartphones e/ou tablets) pessoais; uma imagem com o “mapa” da trilha ecológica; e, os pontos para a identificação das árvores que a compõem. Dessa maneira, os participantes puderam seguir essa trilha, sendo o seu próprio guia. (a) Figura 2. (a) QR Code associado ao eucalipto. (b) (b) QR Code associado à araucária A construção de trilhas semelhantes a essa pode ser sugerida para atividades investigativas desenvolvidas por professores/escolas com seus estudantes. Uma sugestão é que a trilha seja criada a partir das plantas presentes no pátio da escola, e assim proporcionar informações a respeito das plantas que compõem o cotidiano escolar. 4 Os QR codes apresentados nesse texto foram criados utilizando-se o aplicativo “QR code creator”, disponível na App Store. Entretanto, ressalta-se que poderiam ter sido criados com qualquer outro aplicativos que proporcione sua criação. 5 Localizada na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Jornal Redes Educativas Setembro . 2015 Sobre as autoras: Aline Grunewald Nichele – Doutora em Educação (UNISINOS). Professora de Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Porto Alegre (IFRS). Eliane Schlemmer – Doutora em Informática na Educação (UFRGS). Professora titular e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNISINOS. Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação Digital – Gpedu UNISINOS/CNPq. Referências SACCOL, Amarolinda; SCHLEMMER, Eliane.; BARBOSA, Jorge. M-learning e ulearning: novas perspectivas das aprendizagens móvel e ubíqua. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. SCHLEMMER, Eliane. Projetos de Aprendizagem baseados em problemas: uma metodologia interacionista/construtivista para formação de comunidades em ambientes virtuais de aprendizagem. CONGRESSO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EDUCATIVA 2001 UNIVERSIDAD NACIONAL DE EDUCACIÓN A DISTÂNCIA UNED 2001, Madrid. Anais disponível em CD-ROM, 2001. TREIN, Daiana ; SCHLEMMER, Eliane. Projetos de aprendizagem baseados em problema no contexto da Web 2.0: possibilidades para a prática pedagógica. Revista e-Curriculum (PUCSP), 2009, v. 4, p. 1-20. UNESCO. The future of mobile learning: implications for policy makers and planners. 2014. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002196/219637e.pdf. Acessado em 19.10.2015. Jornal Redes Educativas Setembro . 2015