DADOS E COMPLEMENTOS ESSENCIAIS

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DADOS E COMPLEMENTOS ESSENCIAIS
ESCOLA PÚBLICA DE ASTROFOTOGRAFIA
AULA 05
DADOS E COMPLEMENTOS
ESSENCIAIS
SUMÁRIO
02. DADOS E COMPLEMENTOS ESSENCIAIS
Eclipses: Solar e Lunar
Rastros estelares, a região do céu e os pontos cardeais
02.DADOS E COMPLEMENTOS ESSENCIAIS
ECLIPSES: SOLAR E LUNAR
Um eclipse resulta da ocultação temporária, total ou parcial, de um astro pela interposição de
outro objeto celeste entre este e o observador (como é o caso do eclipse do sol), ou pela
entrada desse objeto celeste na sombra de outro (como é o caso do eclipse da Lua).
Durante o eclipse solar, duas áreas bem definidas são projetadas na superfície terrestre: a
umbra e a penumbra. Confira o modelo esquemático a seguir:
Figura 1: Esquema eclipse solar
A área umbral, ou seja, a área na qual a umbra se apresenta, é onde se manifesta o eclipse de
forma total, onde fica totalmente escuro durante o eclipse. Já a área penumbral é aquela onde
o eclipse ocorre apenas parcialmente, com uma breve sombra.
Devido as variações da distância da Terra ao Sol (do periélio ao afélio) e da Lua à Terra (do
perigeu ao apogeu), pode ocorrer uma pequena diferença de diâmetro aparente de ambos os
astros. Assim, dependendo dessa distância, não se chega a formar uma sombra por completo,
mas apenas um “ponto preto”, que seria a Lua, em menor tamanho aparente, passando em
frente ao Sol diante de sua visão na Terra.
Afélio é o ponto da órbita de um astro em que sua distância em relação ao Sol é máxima.
Periélio é o ponto mais próximo de um astro em relação ao Sol.
No Apogeu a Lua está no ponto mais distante de sua trajetória programa de afiliados ao
redor da Terra, e no Perigeu a Lua está o mais próximo dessa trajetória, que é elíptica.
Portanto, quando a Lua está perto da Terra e a Terra está longe do Sol, forma-se uma sombra
completa, e quando a Lua está mais longe da Terra, forma-se uma sombra incompleta. Desse
modo, classifica-se os eclipses solares em:

Eclipse solar total: quando toda a luz do sol é ocultada pela Lua

Eclipse solar parcial: quando apenas parte da luminosidade solar é ocultada pelo disco
lunar.

Eclipse anular: quando o tamanho da Lua não é o suficiente para encobrir toda a área
do sol, formando um “anel” em volta do satélite natural da Terra.

Eclipse híbrido: quando o eclipse é total em alguns pontos de visão e anelar em
outros, em virtude do grau de inclinação da órbita lunar.
Figura 2: Tipos de eclipse Solar - Fonte:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eclipses_Solares.png
Já o eclipse lunar ocorre toda vez que a Terra fica entre o Sol e a Lua, exatamente na linha de
intersecção de sua órbita com a da Lua, a chamada “linha dos nodos”, e sempre que a Lua está
na fase cheia, conforme figura abaixo:
Figura 3: Eclipse Lunar
Quando isso ocorre, a Lua entra na chamada zona de “umbra” (ou sombra), ou “penumbra” da
Terra e fica totalmente ou parcialmente invisível durante alguns minutos.
Quando um corpo extenso (não pontual) é iluminado por outro corpo extenso definem-se duas
regiões de sombra:

umbra: região da sombra que não recebe luz de nenhum ponto da fonte.

penumbra: região da sombra que recebe luz de alguns pontos da fonte.
Acontece que a lua, de acordo com a inclinação de sua órbita, pode passar apenas perto da
região de “umbra”, causando um eclipse parcial, ou mesmo um eclipse “penumbral” quando
ela apenas atravessa a região de penumbra. Este último não pode ser percebido a olho nu,
porque a lua permanece praticamente com o mesmo brilho.
Figura 4: Diferentes estágios do eclipe. Indianápolis, Estados Unidos
Texto 1: Fonte: http://www.timeanddate.com/eclipse/facts-lunar-eclipse.html
A principal diferença do eclipse lunar e do eclipse solar, que pode ser percebida por nós, é que
o eclipse lunar pode ser avistado de qualquer parte do hemisfério terrestre que estiver voltado
para a Lua. Já um eclipse solar só pode ser avistado do chamado “caminho do eclipse”, que é o
caminho que a “umbra” da lua (a ponta do cone) percorre na superfície terrestre quando a lua
se encontra entre o Sol e a Terra.
Outra diferença é que os eclipses solares costumam durar apenas cerca de 7 minutos,
enquanto que o eclipse lunar pode durar até pouco mais de 3 horas, embora a fase total dura
cerca de 1h.
ATENÇÃO!!
Observar o Sol é muito interessante e ao mesmo tempo exige cuidados. Várias medidas de
segurança devem ser respeitadas para que estas observações não prejudiquem a visão.
Observar diretamente o Sol sem o equipamento correto pode implicar em danos irreversíveis
aos olhos. As células responsáveis pela visão quando expostas à radiação ultravioleta
presente na luz solar durante período prolongado podem eventualmente sofrer queimaduras
ou até mesmo pararem de funcionar durante um período de tempo levando em casos
extremos à cegueira permanente.
Para garantir a segurança e o conforto necessários à observação, são necessários filtros
específicos que barram a parte nociva da luz incidente.
Os filtros mais encontrados aqui no Brasil são os em folha Baader e Thousand Oaks. Ambos
devem ser utilizados na lente objetiva do equipamento. Sempre que for fotografar o Sol,
utilize estes filtros como proteção.
Figura 5: Filtro Thousand Oaks
Figura 6: Filtro Baader
RASTROS ESTELARES, A REGIÃO DO CÉU E OS PONTOS CARDEAIS
Caso experimente efetuar um registro do céu, com uma duração de tempo maior, como por
exemplo 20 segundos, notará que as estrelas formam uma “trilha” no céu ou um círculo,
dependendo da região fotografada. Isso ocorre em função da nossa latitude terrestre e região
do céu (Norte, Sul, Leste e Oeste), que faz os rastros das estrelas apresentarem curvaturas.
Estes rastros nada mais são do que o movimento das estrelas (e planetas) na esfera celeste ao
longo de uma noite. De forma mais simples, o rastro das estrelas (termo em inglês star trails)
é, na verdade, um reflexo da rotação do nosso planeta Terra. A Terra gira um círculo completo
em relação às estrelas em um período de cerca de 23 horas e 56 minutos. Então, como pode
ser visto a partir da Terra, todas as estrelas fazem círculo completo e “voltam para o mesmo
lugar” no céu após este período de tempo, muitas vezes referido como o sideral dia (estelar).
Isto significa que, se você está em pé sob as estrelas, você irá vê-las se mover pelo céu
conforme a noite passa. Estrelas perto dos pólos celestes vão produzir círculos menores,
enquanto aqueles perto do equador celeste vão produzir círculos maiores. As estrelas - como
o sol durante o dia – movimentam-se de leste a oeste através do céu todas as noites.
Figura 7: Ken Christison capturou estes rastros de estrelas em torno da Polaris, a Estrela do Norte.
No hemisfério norte o pessoal por lá tem sorte, a estrela Polaris marca quase que exatamente
sua posição no céu, conforme podemos perceber na fotografia acima. No hemisfério sul, não
há nenhum bom ponto de referência visível e identificável a olho nu.
Figura 8: Fonte da foto: www.douglasgalante.com/voar.htm
Observem uma foto de tomada única e outra com duração de duas horas e quinze minutos,
onde claramente podemos observar a movimentação das estrelas.
Figura 9: Foto única - Ken Christison de Conway, Carolina do Norte!A estrela arrasta sobre Baja,
Califórnia © 2015 Earthsky Communications Inc.
Figura 10: Mesmo registro acima, porém com um tempo de 2h15min de exposição.
Outro ponto engraçado é se tentarmos fotografar o Leste ou Oeste, obteremos um efeito
diferente:
Figura 11: Vista do Oeste – Fonte: http://www.jamesvernacotola.com/Resources/How-ToPhotograph-Star-Trails
Figura 12: Vista do Leste – Fonte: http://www.dpreview.com/challenges/Entry.aspx?
ID=460522
Observe que quanto maior o tempo de exposição da fotografia, maior o arrasto:
Figura 13: Arrasto proporcional - Fonte: http://www.dpreview.com/challenges/Entry.aspx?ID=460522
Figura 14: Fotografia representando um movimento completo no período de 24h. Fonte:
http://idealistpropaganda.blogspot.com.br/2011/02/24-hour-view-of-ssky.html
Conforme as imagens anteriores, notem que nossa latitude terrestre e a região do céu geram
diferentes perspectivas no rastro das estrelas. Notem que nas fotos do hemisfério norte, ao
olharmos para o norte, no local da estrela Polaris, veremos o traçado circular em torno da
Polaris, aqui no hemisfério Sul ocorre o mesmo se olharmos para o pólo sul celeste (aqui não
temos uma estrela central como a Polaris).
Já se estivermos no hemisfério norte e olharmos para o sul, veremos um rastro de meia lua,
aqui no hemisfério sul, ocorre o mesmo se olharmos para o traçado das estrelas ao norte.
Leste e Oeste apresentam traçados diferentes: no oeste uma ligeira curva descendente da
esquerda para a direita e no leste veremos parte da curvatura das estrelas.

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