Milhões de animais morrem todos os anos vítimas de
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Milhões de animais morrem todos os anos vítimas de
l Nº 121 Abril de 2014 Distribuição gratuita. ANO XI REBAIXAR CAMINHÕES É PROIBIDO POR LEI JOÃO GRECO: UM HOMEM DO BEM Fauna ameaçada Milhões de animais morrem todos os anos vítimas de atropelamentos em nossas rodovias P OWER C EGO N HE I RO Faça revisões em seu veículo regularmente. VOCÊ MERECE O CONFORTO E A FORÇA DE UM CAMINHÃO QUE É PODEROSO ATÉ NO NOME. 440 CV, 480 CV E 560 CV BANCOS DE COURO AR CONDICIONADO DIGITAL GELADEIRA BASCULAMENTO DE CABINE ELÉTRICA RODAS DE ALUMÍNIO E ENTRE-EIXO 3.200 MM. VEÍCULOS PARA PRONTA ENTREGA VENHA ATÉ A DEVA E DESCUBRA POR QUE O IVECO HI-WAY É O NOVO PATAMAR MUNDIAL PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO. 0800 702 3443 BETIM: (31) 3303 7830 RUA TEONILIO NIQUINI, 32 (BR 381, KM 482) JARDIM PIEMONT Editorial GERALDO EUGÊNIO DE ASSIS Vidas ameaçadas de extinção Ao trafegarmos pelas rodovias brasileiras, não é difícil nos depararmos com animais mortos nas estradas. Afinal, moramos em um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”. Pena que, em muitos casos, os cidadãos brasileiros não se dão conta de que essa beleza precisa ser preservada. São milhões de animais mortos todos os anos, atropelados. Algumas espécies, em razão disso, podem chegar até mesmo à extinção. Os índices são assustadores. E, mesmo para os mais insensíveis, que só pensam no bem material perdido quando se atropela um animal, o resultado é sempre negativo e os prejuízos, às vezes, incalculáveis. Por isso é importante que todos leiam a matéria de capa. Outro assunto que vem em destaque nesta edição é a proibição do rebaixamento de caminhões, uma prática que pode provocar acidentes. A meu ver, trata-se de uma medida válida, pois um caminhão de carga não pode ser utilizado de maneira irregular. Ele é responsável pelo sustento de nossas famílias e transporte de bens valiosos. Entre-Vias também presta uma justa homenagem a João Greco, dono de um restaurante às margens da BR-381 que procura sempre auxiliar quem trabalha ao volante. Um homem que posso chamar de amigo, que me ajudou quando eu estava em uma situação difícil na Fernão Dias. Ele merece nosso reconhecimento, por sua gentileza e boas ações. Seja você também um cidadão que reconhece pessoas de bem. Indique estabelecimentos ou pessoas que apoiam o trabalho do estradeiro e que os auxiliam em suas dificuldades. Essa é uma maneira de mostrar que há pessoas que têm o coração voltado para o bem. Algo que pouco se tem visto em nossa sociedade. Envie sua carta para Rua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG. CEP: 32600-084 [email protected] Expediente DIRETOR-GERAL/EDITOR Geraldo Eugênio de Assis [email protected] REDAÇÃO Cristina Guimarães e Renata Nunes [email protected] GERENTE ADMINISTRATIVA Laís Morais [email protected] DIRETORA EXECUTIVA Tayla Assis [email protected] GERENTE COMERCIAL Poliana Silva [email protected] FINANCEIRO Mayra Assis e Felipe de Sá [email protected] [email protected] EDITORA-CHEFE Cristina Guimarães [email protected] DEPARTAMENTO COMERCIAL Rodrigo do Espirito Santo [email protected] MÍDIAS SOCIAIS E EVENTOS Amanda Rodrigues [email protected] IMPRESSÃO Gráfica Del Rey TIRAGEM 10 mil exemplares TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A reprodução total ou parcial de textos, fotos e artes é proibida sem autorização prévia. ENTRE-VIAS não se responsabiliza por textos opinativos assinados. "As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade de seus autores. Informes publicitários são de responsabilidade das empresas que os veiculam, assim como os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes." ENTRE-VIAS, por meio de um mailling especial, chega a empresários e executivos de empresas de transporte de cargas e às principais redes de postos de combustíveis. Autoridades, entidades de classe, sindicatos, indústrias e órgãos governamentais também recebem a publicação. 4 Entre-Vias FOTOS Arquivo Entre-Vias DIAGRAMAÇÃO Roger Simões WEB Agência Primore REVISÃO Lílian de Oliveira DISTRIBUIÇÃO Antônio Carlos dos Reis ASSINATURAS / ANUNCIANTES Minas Gerais Rua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG. CEP: 32600-084 (31) 3052-0103 / 3594-4245 [email protected] UMA PUBLICAÇÃO DA AUTO GESTÃO PUBLICIDADE E CONSULTORIA LTDA. CNPJ: 02.841.570/0001-30 Rua Santo Onofre 35, Brasileia - Betim/MG. 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Fique atento e faça uma parada para realizar exames importantes 16 T ECNOLOGIA Programa Parada pela Vida desenvolve aplicativos para alertar o motorista sobre uso de álcool e celular ao volante 28 E STRADAS z Fique atento aos trechos de rodovias interditados devido a chuva ou obras z PRF usa câmeras de concessionárias para multar quem ultrapassa pelo acostamento 34 H OMENAGEM Adorado por motoristas e funcionários, João Greco, dono do restaurante Casa Branca, dá lições de vida EXPERIÊNCIA E NOVAS SOLUÇÕES. Desde 1993 operando no segmento de 31 N OTAS transporte de veículos leves por meio de Iveco entrega unidade número 300 produzida em Sete Lagoas cegonhas, a Autoport oferece, com a mesma qualidade, o transporte de caminhões e chassis. Com pranchas especialmente fabricadas para este fim, a Autoport 32 M OBILIZAÇÃO disponibiliza um serviço diferenciado e com segurança, viabilizando o deslocamento de veículos comerciais sem danos e desgastes para os Instituições monitoram obras na BR-381 visando incentivar o desenvolvimento futuros proprietários. Experiência e novas soluções estão sempre na rota da Autoport. 38 E SPORTES 31 Distribuição nacional de veículos 0 km • Operação portuária • Transporte de peças Gestão de pátios e armazenagem • Serviços automotivos (PDI - Pre Delivery Inspection) • Transporte de caminhões, chassis e ônibus sobre pranchas. 40 E VENTO FOTO CAPA: SXC 6 Entre-Vias Estrada dos Alvarengas, 5600, Assunção, São Bernardo do Campo (SP) (11) 4342-2584 / 4357-8973 [email protected] www.autoport.com.br Segurança Cansaço ao vo lante mata sempre muito atentos aos avisos do corpo. Por exemplo, se o indivíduo não se lembra de onde estava, pode ser um sinal de cansaço, pois dirigiu distraído. Outra observação refere-se ao uso de estimulantes para ficar acordado. Essa medida é perigosa, pois – além do risco de causar ou sofrer acidentes – pode mascarar problemas de saúde. “O governo investe maciçamente em campanhas para reforçar as consequências da combinação álcool e direção. Acho que eles nem sabem da dimensão do problema de dirigir cansado, que é mais difícil de se resolver, pois não existe bafômetro para isso”, avalia o presidente da ABS. Estudo revela que 30% dos acidentes fatais têm relação com fadiga R ecente pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas do Estado, revela que cerca de 20% dos acidentes nas estradas ocorrem por cansaço do motorista e 30% 8 Entre-Vias das vítimas morrem em função desses incidentes automobilísticos. Esses acidentes são os mais graves, pois o motorista não esboça reação e a colisão ou capotamento acontece em alta velocidade. O Incor aplicou questionários em mais de dez mil caminhoneiros, e a apuração dos resultados mostrou que 26% tinham alto risco de ter apneia do sono, caracterizada por engasgos recorrentes durante o sono, levando a um descanso noturno fragmentado e com frequente sonolência diurna. Nesse estudo, a maior parte dos caminhoneiros que tinham alto risco de apneia admitiu que já dormiu na direção. O presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), Geraldo Lorenzi Filho, diz que um motorista privado de sono pode ser tão perigoso quanto um indivíduo alcoolizado. “Vários trabalhos acadêmicos e científicos demonstram a importância da qualidade e quantidade de sono, bem como horários de trabalho e direção no risco de acidentes. Por isso, a legislação brasileira indica, ao renovar a habilitação para dirigir, perguntar aos motoristas profissionais sobre a ocorrência da apneia do sono.” Para os profissionais do transporte, o médico recomenda que eles fiquem FALHA HUMANA Um estudo da MDS Consultores de Seguros e Riscos aponta que 67% dos acidentes estão relacionados, de alguma maneira, à falha humana e de processos. A análise considerou uma base de 1.550 sinistros ocorridos no período de novembro de 2012 a outubro de 2013. Foram analisados eventos no contexto de operações logísticas que envolvem acidentes durante trajeto, operação de carga e descarga, transbordo e permanência em entrepostos. Entre esses casos, 56% dos prejuízos foram decorrentes de tombamento, capotagem e colisão ocorridos devido a eventos como: velocidade incompatível com o trecho somada à fadiga do motorista, desrespeito às leis de trânsito ou às normas de segurança, distração, imperícia na manobra, falta de qualificação profissional, defeito mecânico, ou mesmo uso de medicamentos. “Estes são os acidentes com maior severidade à carga transportada, além de causar danos ambientais e mortes em alguns casos”, comenta Victor Garibaldi, diretor da corretora MDS e responsável pelo estudo. ANTES DE VIAJAR Algumas dicas para que você pegue a estrada e evite o risco do cansaço ao volante: Durma bem Nunca viaje cansado Planeje a viagem para evitar dirigir à noite Em viagem, prefira alimentos leves Evite, se possível, viajar sozinho. Reveze a condução do veículo com outro motorista Pare sempre que se sentir cansado e durma se puder Não beba nem tome remédios que afetem os sentidos Outros 33% dos eventos são decorrentes de problemas no processo de manuseio e acondicionamento de cargas, oriundos de desrespeito à simbologia impressa nas embalagens, falta de habilidade técnica na movimentação e armazenagem dos volumes, além de utilização de equipamentos inadequados e ausência de profissionais treinados. “Numa operação logística, eventos desse tipo têm maior frequência e costumam registrar menores prejuízos”, comenta Garibaldi. QUANTO CUSTA? Os gastos da Previdência Social com benefícios decorrentes de acidentes de trânsito somaram R$ 12 bilhões no ano passado, ante R$ 7,8 bilhões em 2011. O secretário de Políticas de Previdência Pública do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim, disse em nota pública que esse aumento de 53,84% das despesas previdenciárias com acidentes de trânsito em dois anos foi concentrado em eventos com moto, principalmente na região Nordeste do país. Os números do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat), administrado pela Seguradora Líder, mostram que, levando em conta os seguros pagos, foram registrados 366,4 mil acidentes em 2011. Somente no primeiro semestre do ano passado, 299,3 mil sinistros levaram ao pagamento do seguro obrigatório. A previsão é de que o número dobre no fechamento do ano, o que daria quase 600 mil desembolsos. Segundo o secretário, o aumento das indenizações causadas por acidentes de trânsito tem pressionado as despesas de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Esses gastos totalizaram R$ 65,4 bilhões em 2013. O governo quer fortalecer e ampliar a reabilitação de trabalhadores que sofreram algum tipo de acidente ou ficaram doentes. Com isso, deverá haver uma menor concessão de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença por um período longo e intensificação da liberação de auxílio-acidente. Como o valor do auxílio-acidente é inferior aos outros, o governo passaria a ter uma economia. Por outro lado, o segurado poderia voltar ao mercado de trabalho formal sem perder o benefício. Rolim diz que ajustes também poderão ser feitos na legislação para que sejam criados benefícios que incentivem o retorno ao mercado formal e que estimulem as empresas a contratar funcionários que passaram por requalificação. Entre-Vias 9 Segurança Rebaixar a frente do caminhão está proibido Contran regulamenta regra para mudanças na suspensão dos veículos. Inclinação pode afetar segurança O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou, por meio da Resolução 479, publicada no Diário Oficial da União no início do mês, as modificações que podem ser feitas na suspensão dos veículos. Agora, carros pequenos podem ter alterações que mantenham uma altura mínima do solo de 10 centímetros, tanto no sistema fixo quanto no regulável. Outra determinação do Contran é que o conjunto de rodas e pneus não toque em nenhuma parte do carro mesmo durante o movimento máximo do volante. Para os caminhões, a nova regra estabelece que a inclinação máxima da longarina – isto é, a barra longitudinal que compõe o chassi – é de 2 graus, ficando proibida a alteração da suspensão dianteira. Segundo a resolução, para os veículos que tiverem a suspensão modificada, em qualquer condição de uso, deve constar 10 Entre-Vias uma observação no Certificado de Registro de Veículo (CRV) e no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), indicando a altura livre do solo. Em Minas Gerais, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o número de multas por alterações irregulares em carros e outros veículos automotores aumentou 6,46% em dois anos. Foram aplicadas mais de 7 mil multas em 2013, contra 6,7 mil em 2012. Ainda de acordo com o Detran, são 1.594 carros rebaixados e regularizados pelo órgão conforme a resolução antiga, a 292, do Contran. No entanto, no ano passado, o conselho publicou novo documento proibindo qualquer mudança nos veículos até que uma nova resolução fosse editada. O motorista que usar a suspensão erguida ou rebaixada irregularmente está sujeito a multa no valor de R$ 127,69 e cinco pontos na carteira, o que caracteriza infração grave. Na edição 113, Entre-Vias mostrou o risco de se modificar a forma original dos caminhões. A prática mais comum é levantar a traseira, que agora é proibido. No rebaixamento, os eixos de suspensão são encurtados, descaracterizando a forma original do veículo e podendo levar a desgaste precoce das peças. O sócio da Mobilidade Engenharia e diretor coordenador de Comissões Técnicas da SAE Brasil, Luso Ventura, explicou que a alteração pode acarretar na quebra da suspensão, entre outros problemas estruturais. Se a traseira for levantada, o eixo dianteiro ficará sobrecarregado. Em caso de chuva, granizo, buraco e situações que pedem esforço extra do veículo, o risco pode ser maior, já que a inclinação pode afetar o rolamento. Meio Ambiente Carlos Thomaz explica, no entanto, que nem todo pneu pode ser recuperado. Segundo ele, é preciso que o equipamento passe sempre por manutenções preventivas, além de não sofrer sobrecarga, manter-se a pressão do ar adequada e passar por rodízio. Ele alerta que unidades danificadas, com descarte excessivo e cortes não oferecem condições para serem reformadas, pois podem prejudicar a segurança do produto. O Brasil é o segundo maior mercado no mundo, segundo a associação. São 9 milhões de unidades de ônibus e caminhões que usaram a reforma como alternativa para os pneus gastos em 2013. Apenas os Estados Unidos estão na frente, com mais de 20 milhões de unidades no ano passado. Brasil vende mais pneus reformados Aumento no número de unidades comercializadas foi de 14% em oito anos. Procedimento é indicado para evitar danos ambientais O segmento de reforma de pneus está crescendo no Brasil. Essa é uma forma de diminuir a quantidade de borracha lançada no meio ambiente, sem tratamento e que demora milhões de anos para se decompor. Segundo dados da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), o aumento no número de unidades recuperadas foi de 14% entre 2005 e 2013. 12 Entre-Vias Quando jogados no meio ambiente, os pneus podem se misturar a lixos orgânicos, absorver gases da decomposição e aumentar o risco de explosões nesses lugares. Além disso, se queimados, provocam danos irreversíveis, como a liberação de óleo no solo, tanto que a queima é proibida no país. Uma das formas de reciclagem é a conhecida recauchutagem, que é uma reforma que deixa o pneu apto a ser usado novamente praticamente nas mesmas condições de um novo. Em entrevista ao Portal CNT, da Confederação Nacional do Transporte, o assessor técnico da ABR, Carlos Thomaz, explicou que a reforma, feita por processos técnicos que substituem a banda de rodagem por uma nova, é segura e tem rendimento quilométrico equivalente a de pneus novos. A banda de rodagem é a parte do pneu que entra em contato com o solo. O procedimento é uma prática mundial que surgiu para evitar o desperdício. Para fazer a reforma, a indústria emprega apenas 20% do material usado na produção de um pneu novo. Hoje, o país tem 1.257 empresas que fazem o serviço, a maioria de pequeno porte. Cada carcaça pode ser modificada em média duas vezes, gerando três vidas ao pneu. O custo, segundo a ABR, é 73% menor ao consumidor e proporciona redução de 57% no custo por quilômetro rodado, que pesa no orçamento do transportador, ou seja, um pneu recuperado custa 43% do valor de um novo. Ainda de acordo com a associação do setor, a reforma repõe no mercado mais de 8 milhões de pneus da linha caminhão/ônibus por ano e representa uma economia de R$ 7 bilhões ao ano para o setor. Segundo a indústria, o processo não é uma atividade poluidora. INDÚSTRIA Mesmo com retração da indústria automotiva, o mercado de pneus avançou no primeiro bimestre de 2014, segundo dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip). O PROBLEMA DOS PNEUS Se jogados em terrenos baldios, podem acumular água da chuva e servir de local onde mosquitos transmissores de doenças, como a dengue e a febre amarela, colocam seus ovos Se queimados, podem ajudar a dissipar incêndios. Um pneu é capaz de ficar em combustão por mais de um mês e, no processo, libera dez litros de óleo no solo. A queima de pneus é proibida pela legislação ambiental federal Se colocados em lixões e misturados ao lixo orgânico, absorvem os gases liberados na decomposição, inchando e estourando Para permanecer em crescimento e acompanhar a evolução do mercado mundial, o presidente do Conselho de Administração da associação, Jean-Philippe Ollier, diz que estão sendo investidos mais de R$ 10 bilhões no país até 2015. "Vamos investir agora também para implantação do processo de etiquetagem de pneus, que consideramos uma medida muito importante na defesa do consumidor", afirma. O setor reúne hoje 11 fabricantes de pneus novos, com mais de 100 mil colaboradores diretos e indiretos. "Somos os maiores consumidores de borracha sintética, borracha natural e alguns produtos químicos que entram na composição do pneu. E temos sentido falta de uma política mais efetiva para aumentar a produção local, principalmente da borracha natural, um produto nativo do Brasil", afirma Ollier. Em 2013, segundo dados da Anip, foram produzidos 68,8 milhões de pneus de todos os tipos no país, crescimento de 9,77% sobre 2012. Saúde Checape Antes de pegar a estrada novamente, caminhoneiros passam por ginástica laboral e massagens relaxantes Ações do Sest/Senat oferecem exames como medição do nível de glicose no sangue na estrada Pare para descansar, almoçar ou abastecer e aproveite para fazer exames importantes e levar uma vida saudável C omo cuidar da saúde quando se está na estrada, cada dia em um canto do país? É difícil marcar uma consulta e muitas vezes não sobra tempo para fazer aquele checape tão necessário. Mas cada dia surgem novas ações pelas rodovias para beneficiar os trabalhadores que estão sempre em viagem. Elas estão nos postos de combustíveis, pontos de parada da Polícia Rodoviária Federal ou outros prédios na beira da estrada, como do Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat). São vários serviços oferecidos, de aferição da pressão arterial a massagem relaxante. É só parar um pouquinho a rotina e se render aos cuidados das equipes de saúde. Para se ter uma ideia da importância das ações, em março do ano passado, a CCR AutoBan, que gerencia a Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, por meio do programa Estrada para a Saúde, detectou que 89% dos 243 caminhoneiros atendidos estavam obesos, problema que leva a doenças como diabetes e hipertensão. É um verdadeiro mutirão nas estradas. Uma das maiores iniciativas é o Comandos de Saúde nas Rodovias. Em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), desde 2006 o Sest/Senat organiza blitze nas unidades, nas quais os motoristas são orientados sobre bons hábitos de saúde. As campanhas são voltadas para trabalhadores do transporte e autônomos. Eles são atendidos 14 Entre-Vias Fotos: Júlio Fernandes/Agência Full Time/Divulgação O QUE VOCÊ ENCONTRA NA ESTRADA edição de pressão arterial M Medição do nível de glicose Medição do nível de colesterol Testes de obesidade Exame de acuidade visual Exame de acuidade auditiva Medição dos níveis de sonolência Medição do estresse Medição da frequência cardíaca Informações nutricionais Exames de doenças sexualmente transmissíveis e HIV Distribuição de preservativo Corte de cabelo Vacinas Massagem relaxante * Os serviços oferecidos variam conforme programa de cada empresa No Sul do país, o Saúde na Estrada promove encontros e ações nos postos da rede Ipiranga por educadores e médicos, onde fazem aferição da pressão arterial, exames que detectam obesidade, estresse e sonolência. Ao final, o motorista é encaminhado para uma consulta médica. Além dos atendimentos, os profissionais participam de atividades de recreação para entretenimento e educação. E ainda podem fazer ginástica laboral, massagens corporais, participar de palestras e exibição de vídeos com distribuição de preservativos e material informativo sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). As próximas paradas serão realizadas nos dias 14 de maio, 29 de outubro e 26 de novembro. A primeira ação do Comandos de Saúde foi em 19 de março. Mais de 3 mil caminhoneiros foram atendidos. Neste ano, tomaram vacinas como da hepatite B, tétano, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e febre amarela. Outra ação recorrente é o Saúde na Estrada, promovido pelos postos Ipiranga na região Sul do país. A última ação ocorreu em 11 de abril e outras ainda estão sendo programadas. É o sétimo ano que a rede pro- Medir a pressão arterial regularmente permite a identificação de doenças crônicas cardíacas move os encontros em mais de 100 postos, em parceria como Serviço Nacional do Comércio (Senac), Ministério da Saúde, Polícia Rodoviária Federal. Em São José dos Pinhais, no Paraná, conta com apoio da prefeitura. Foram ofertados exames de pressão arterial, teste de glicemia, acuidade visual, cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), vacinação, informações sobre DSTs e dengue. As concessionárias que administram trechos de rodovias no país também fazem ações voltadas para os caminhoneiros. A CCR Nova Dutra, por exemplo, tem trailer odontológico, com consultas para atendimento e alerta sobre as práticas de higiene bucal. A concessionária mantém um consultório dentário completo em um trailer que fica estacionado no posto Arco Íris, no KM 81,9 da Via Dutra no sentido Rio de Janeiro, em Roseira (SP). O horário de funcionamento é de segunda e quarta-feira, das 8h às 18h; terça e quinta, das 7h às 17h; e sexta-feira, das 9h às 17h. Na Fernão Dias, o Viva Saúde também conta com ações para conscientizar os motoristas sobre a importância dos cuidados com a saúde e qualidade de vida. A campanha busca a diminuição do índice de acidentes no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo da BR-381. Para isso, são feitos trabalhos que valorizam os hábitos saudáveis, bem-estar, saúde e manutenção do veículo. Entre-Vias 15 Tecnologia Aplicativos para diminuir acidentes Programa ‘Parada pela Vida’ desenvolve programas para celulares que alertam sobre uso de celular e álcool ao volante A plicativos para evitar acidentes. Sim, mesmo que eles sejam para smartphones e tablets, verdadeiros inimigos do volante. O programa Parada pela Vida, que se trata de um conjunto de campanhas e ações para diminuir pela metade o número de acidentes nas rodovias e cidades brasileiras em 10 anos, desenvolveu e está divulgando três aplicativos que têm o objetivo principal de ajudar o motorista: o Mãos no Volante, o Onde Tem Táxi Aqui? e ainda o De Quem É A Vez?. Eles foram desenvolvidos pelo Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para reduzir duas das principais causas de acidentes no trânsito: a distração em razão do uso do telefone e a direção após consumo de bebida alcoólica. O Mãos no Volante é uma ferramenta para smartphones que ajuda o motorista a evitar o uso do telefone celular enquanto dirige. Ele bloqueia chamadas para o número de celular. Quem ligar ou enviar mensagem de texto para o número receberá a seguinte resposta automática: “Estou dirigindo no momento. Ligo mais tarde”. A mensagem pode também ser personalizada pelo usuário do aplicativo. O intuito é que a ferramenta contribua para que o motorista tenha mais concentração e segurança enquanto dirige. Segundo informações do Programa Parada pela Vida, pesquisas apontam que 16 Entre-Vias o uso do celular no trânsito é tão perigoso quanto beber antes de dirigir. Consiste em uma das principais causas de distração, o que aumenta o risco de acidentes em até 400%, como atropelamento e batidas. No Brasil, dirigir falando ao celular implica infração média, com pena de multa de R$ 85,13, e soma quatro pontos na carteira de habilitação. O serviço Onde Tem Táxi Aqui? foi desenvolvido para incentivar os motoristas a voltar para a casa de táxi se tiverem consumido bebida alcoólica. O aplicativo usa os dados disponíveis no Google para buscar pontos ou empresas de táxis que ofereçam um carro mais rapidamente. Outro aplicativo que está fazendo sucesso nas rodas de bares – e é um bom aliado dos motoristas nas cidades brasileiras que estão recebendo o festival Comida di Buteco – é o De Quem É A Vez?. Ele é capaz de sortear, em um grupo de amigos, quem será o Motorista da Parada. O serviço tem o objetivo de difundir a prática de direção segura e lembrar sempre que no país é proibido dirigir Rota das Cidades. São informações seguras para o usuário escolher, compartilhar e salvar uma rota real que ele fará. Ao selecionar origem e destino, é possível saber as condições das rodovias, a previsão do tempo, o valor dos combustíveis ao longo do trecho e a localização dos postos de gasolina. após ingerir álcool, com pena de multa que chega a R$ 2 mil, de acordo com a Lei Seca. Além de divertido, o De Quem É A Vez? informa aos amigos quem ficará sóbreo naquele dia. Depois do sorteio, o sistema envia um SMS para o amigo escolhido informando a decisão. Outro aplicativo lançado pelo Parada para auxiliar o motorista no trânsito é o ALERTA A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) divulgou recentemente nota sobre alguns aplicativos disponíveis no mercado e pediu cuidado na hora de usá-los. A ênfase foi nos apps de carona solidária que estão no mercado. Para a ANTT, se gratuito, o uso deve ser incentivado. Caso contrário, se estabelecer um valor para o transporte, é preciso ter cautela. “Entendemos que existem dois extremos: quando a carona de fato é gratuita e quando há troca de valores. Por vezes, os limites entre essas duas dimensões se confundem e temos de analisar cada caso isoladamente”, afirma o coordenador do laboratório de inovação digital da ANTT, Beto Aquino Agra. Capa Fotos: Arquivo Entre-Vias Quem morre mais Pequenos vertebrados Vida animal pede passagem Morte de bichos em rodovias dizima espécies, prejudica o ecossistema e causa perigo também para usuários 18 Entre-Vias Era uma vez, um lobo-guará macho que estava em busca de alimentos para seu filho que acabara de nascer. Com o fim das áreas de cerrado, ele precisava andar quilômetros para encontrar comida, enquanto a mãe vigiava o filhotinho. Contudo, ele não voltou. Ao atravessar a estrada que cortava seu habitat, foi atropelado e morreu. A pequena narrativa não é uma ficção. É uma realidade que ocorre com frequência. A cada segundo, mais de 15 animais morrem nas estradas brasileiras. Diariamente, há estimativa de morte de mais de 1,3 milhão de bichos e, ao final de um ano, mais de 475 milhões de animais selvagens são atropelados no Brasil. Os números estarrecedores são do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), ligado à Universidade Federal de Lavras (Ufla). De acordo com estudos do centro, cerca de 430 milhões de animais são pequenos vertebrados, como sapos, aves menores, cobras. Aproximadamente 43 milhões são de médio porte – gambás, lebres, macacos – e 2 milhões são de grande porte: onça-parda, lobos-guarás, onça-pintada, antas e capivaras. “Existem vários trabalhos que realizam o levantamento de espécies que são atropeladas em rodovias brasileiras e muitos apontam o atropelamento como agravo no risco de extinção de algumas espécies, uma vez que se encontra em risco de extermínio por outros 9% 1% 90% Vertebrados de médio porte Vertebrados de grande porte Atropelamento em estrada de Araxá Fonte: Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) “Para a sociedade, tirando o risco de acidentes de trânsito, provocados principalmente por animais de grande porte, deve-se considerar que os animais possuem papéis biológicos importantes, como manutenção de ecossistemas, mantendo nichos ecológicos. Por isso é essencial sua preservação, considerando que cada um tem sua função” A instituição não conta com um mapeamento detalhado, como apresentação das espécies dizimadas e de rodovias com mais recorrência de acidentes Felipe Coutinho Batista, médico veterinário Aristides Junior, inspetor da PRF fatores como perda e fragmentação de habitat e caça, por exemplo, o lobo-guará”, contextualiza o médico veterinário Felipe Coutinho Batista Esteves, presidente da organização não governamental Bem Viver – que socorre animais abandonados e agredidos. Ele explica o impacto ambiental, pois há um rompimento nos ciclos naturais, tanto na cadeia alimentar como reprodutivos e biológicos, diminuindo a biodiversidade em áreas com altos índices de atropelamentos. “Para a sociedade, tirando o risco de acidentes de trânsito, provocados principalmente por animais de grande porte, deve-se considerar que os animais pos- suem papéis biológicos importantes, como manutenção de ecossistemas, mantendo nichos ecológicos. Por isso é essencial sua preservação, considerando que cada um tem sua função.” MAPA DA DESTRUIÇÃO Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas estradas de Minas Gerais ocorreram 549 acidentes com animais no ano passado. O inspetor Aristides Junior informa que a instituição não conta com um mapeamento detalhado, como apresentação das espécies dizimadas e derodovias com mais recorrência de acidentes. Outros órgãos públicos foram procu- rados por Entre-Vias, a fim de se fazer um panorama do cenário de atropelamento no Brasil. A assessoria de imprensa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) declarou que “o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve realizar o monitoramento de Atropelamento de Fauna a fim de identificar os principais pontos de ocorrência, servindo de base para indicação de possíveis medidas mitigadoras”. Contudo, o Dnit não retornou, até o fechamento desta reportagem, sobre as questões solicitadas. O CBEE está fazendo um esforço para criar o Banco de Dados Brasileiro de Atro Entre-Vias 19 Capa pelamento de Fauna Selvagem (BAFS), com o intuito de reunir, sistematizar e disponibilizar informações sobre a mortalidade nas rodovias e ferrovias brasileiras. O objetivo é ser uma ferramenta de gestão e conhecimento, contribuindo com diferentes segmentos da sociedade brasileira. As informações levantadas apontam que o Sudeste brasileiro é líder em atropelamento. O primeiro lugar é incentivado pelo grande número de rodovias que cortam os Estados e pelo intenso fluxo de veículos. O médico veterinário Felipe Esteves explica que o período de maior recorrência de acidentes depende da espécie. “Animais de hábitos noturnos tendem a ser atropelados na parte da noite e durante a madrugada, assim como durante o dia os acidentes ocorrem com os de costumes diurnos. Porém, isso não exclui a possibilidade de inversão desse ciclo, uma vez que em determinada época do ano os bichos se deslocam mais em função de reprodução, oferta e procura de alimentos, além de mudanças climáticas. Répteis, por exemplo, tendem a ser mais atropelados em épocas de chuva, devido ao alagamento de suas tocas e às temperaturas mais frias, que fazem com que se desloquem mais para encontrar locais para abrigo e termorregulação corporal, atraindo-os para o asfalto quente. No caso de aves, o hábito de forragear as margens das rodovias e o voo que confere maior mobilidade aumenta a chance que se choquem contra os veículos.” Existe ainda um ciclo da morte de animais que aumenta o número de atropelamentos. Em áreas de agricultura e transporte de grãos, sementes ealimentos caem e se espalham pela rodovia, tornando atrativo para animais silvestres com esse hábito alimentar. Esses bichos são atropelados, o que atrai espécies de carnívoros e carniceiros, fechando o ciclo. Além disso, o lançamento de lixo pelos condutores e passageiros de veículos alimenta a probabilidade de atropelamentos. Gambá mãe e seu filhote encontrados mortos em estrada do Mato Grosso Mortalidade nos Estados Cachorro-do-mato tenta atravessar e é acometido por veículo. Essa espécie é um animal selvagem NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE INVASÃO DO HABITAT O ruído e a movimentação dos veículos também interferem no ciclo reprodutivo dos animais. “Sem dúvida, as consequências das interferências do homem no meio ambiente são desastrosas. Geralmente, os animais procuram áreas afastadas para se abrigar e reproduzir, excluindo algumas espécies que possuem poder adaptativo muito grande, convivendo pacificamente com os ruídos. Já na movimentação são nítidos os impactos para a reprodução. Animais em época reprodutiva tendem a se deslocar mais para encontrar parceiros, assim são obrigados a cruzar rodovias, afinal, sua área de circulação natural foi interrompida, Regiões SUDESTE Onde morrem mais animais Sudeste Centro-Oeste Sul Norte Nordeste SUL 20 Entre-Vias Fonte: Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) Entre os principais fatores que levam ao atropelamento de animais nas rodovias, pode-se ressaltar a sua localização em rotas de migração natural de algumas espécies Entre-Vias 21 Capa o que aumenta significativamente a chance de serem atropelados.” Entre os principais fatores que levam ao atropelamento de animais nas rodovias, pode-se ressaltar a sua localização em rotas de migração natural de algumas espécies ou dentro de áreas de preservação reduzidas e fragmentadas. A disponibilidade de alimento ao logo da estrada – que leva o animal a percorrer longas distâncias em sua margem –; presença de barreiras físicas como cercas de divisa de propriedades, que faz com que muitas vezes ele não consiga sair; além de falta de opções de passagem segura, são outros motivadores de acidentes. Michelle Horovits, da assessoria de comunicação do Ibama, diz que as rodovias existentes estão passando por um processo de regularização ambiental. A Portaria 420/2011 do Ministério do Meio Ambiente dispõe sobre procedimentos a serem aplicados pelo instituto na regularização e no licenciamento ambiental das rodovias federais. O documento determina que o Ibama realize relatórios de controle ambiental, levando em consideração as peculiaridades de cada rodovia, observado as interações entre os meios biótico, físico e socioeconômico, compostos por um diagnóstico ambiental e programas de monitoramento de fauna, mitigação dos passivos ambientais, gerenciamento de riscos e planos de ação de Jaguarundi morto na BR-262, sentido Belo Horizonte/Uberlândia Aves também estão propícias a atropelamentos Siriema encontrada na BR-359 emergência, educação e gestão ambiental. Apesar da determinação, estão sendo ou foram realizados baixíssimos esforços em avaliar os efeitos do atropelamento de animais nas rodovias, segundo consultores ambientais. Eles enfatizam que o interesse em criar alternativas harmoniosas para a fauna prosseguir seu ciclo, mesmo com as estradas, é novo no Brasil. Por isso, precisa ser fiscalizado, atividade sob responsabilidade do Dnit. Esse órgão também deve incluir sinalizações em locais de travessia de faunas, que devem contar com redução de velocidade, bem como pontos para a travessia de animais. ECOLOGICAMENTE CORRETO Se não há garantia de cumprimento de todas as determinações, o caminho é partir para alternativas. Radares instalados em estradas diminuem a quantidade de acidentes envolvendo animais silvestres. No Pantanal, aparelhos de controle de velocidade na BR-262 entre Anastácio e Corumbá reduziram pela metade o índice de atropelamento. Experiências de outros países mostram que é possível preservar a fauna. A Alemanha, onde estão as estradas ecologicamente mais corretas do planeta, combina cercas que impedem o acesso dos animais à pista, com viadutos pelos quais eles possam atravessar de um lado a outro, sem ter de enfrentar os carros. Capa Nos Everglades, imensa área de pântanos ao sul da Flórida, nos Estados Unidos, as rodovias de alta velocidade são suspensas nos trechos de maior concentração da fauna. Em outras regiões, vizinhas de parques nacionais, usam-se até aparelhos que emitem ondas ultrassônicas para afastar os animais da rodovia. Em época de comunicação sem fronteira, a tecnologia tornou-se parceira. O aplicativo “Urubu Mobile” permite que os motoristas registrem fotos de atropelamento de animais a fim de diminuir a recorrência desses incidentes e auxiliar no planejamento de novas vias. Para utilizar o sistema, os interessados podem fazer o download no Google Play. Assim, quando encontrar um animal silvestre atropelado, basta fazer uma foto para que a posição geográfica e a data sejam marcadas automaticamente. MOTORISTAS DO BEM Outra solução, adotada no mundo inteiro, é estabelecer limites rigorosos de velocidade e punir motoristas infratores. “Aos meus olhos de educador de trânsito experiente e de muitos anos de estrada, sem sobram de dúvida eu aponto a imprudência, o desrespeito à sinalização, o excesso de velocidade como as principais causas de acidentes envolvendo animais, sejam eles de pequeno, médiooude grande porte”, critica o especialista em trânsito Antonio de Paula, inspetor aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Inspetor De Paula enfatiza que a imprudência é responsável por mais de 40% das colisões com animais, e a desatenção dos motoristas é o maior vilão das ocorrências. Ele avalia que as campanhas de prevenção de acidentes com animais na pista, realizadas pelos governos, apresenta bons resultados, principalmente nos perímetros urbanos. Nas pistas administradas por concessionárias, o foco das ações é na orientação aos proprietários de sítios e chácaras que contam com criação de animais sobre como evitar situações de riscos e como proceder nos casos em que ocorra a presença de ani- "Ter atenção é fundamental na condução de qualquer automóvel. Mesmo sendo um veículo de grandes proporções, um caminhão, ao atropelar um animal, pode perder o seu controle e provocar um acidente. A redução da velocidade contribui para que esse tipo de acidente não aconteça" Carlos Roesel, presidente do Sintrauto mais na faixa de rolamento das rodovias. O especialista pontua que as concessionárias têm por obrigação o cadastramento de todas as propriedades e a realização de um trabalho preventivo, por meio do serviço de inspeção de tráfego e do circuito de câmeras, que realiza o monitoramento das rodovias. Ao identificar os casos, são acionadas as equipes de operações de resgate, que contam com pessoas treinadas e caminhões boiadeiros atuando no recolhimento dos animais. “Choques com animais, mesmo os de pequeno porte, sempre trazem consequências graves. Dependendo da velocidade, bater em um cachorro poderá desesta- A cada segundo, 15 animais morrem nas rodovias brasileiras “Aos meus olhos de educador de trânsito experiente e de muitos anos de estrada, sem sobram de dúvida eu aponto a imprudência, o desrespeito à sinalização, o excesso de velocidade como as principais causas de acidentes envolvendo animais, sejam eles de pequeno, médiooude grande porte” Inspetor De Paula 24 Entre-Vias bilizar completamente o veículo, gerando um acidente de grandes proporções. Por isso, ao perceber animais na pista ou próximo dela, o correto é reduzir a velocidade ou mesmo parar. Não se deve acionar a buzina para espantá-los. É bom ligar os faróis e pisca-alerta para chamar a atenção de outros motoristas. Os animais, quando assustados, reagem de maneira imprevisível. Não é aconselhável acreditar que, ao ver o veículo, o animal vai fugir para frente”, orienta o educador, ressaltando que, em caso de colisão com animais de grande porte, o impacto ocorrerá na altura do para-brisa, podendo atingir os ocupantes do veículo. Capa Entrevista Morte de animais em rodovias: Especialista apresenta responsabilidades em torno da preservação da fauna nas estradas e do equilíbrio entre natureza e sociedade Entre-Vias: Quais são os principais motivos que provocam a morte de animais nas rodovias? Valeska Buchemi de Oliveira: Diversas são as razões. Existem as causas antrópicas (causadas pelo homem) e as naturais. Contudo, o principal fator é a falta de políticas públicas adequadas para a resolução do problema. Os motivos antrópicos são a própria rodovia, que representa uma barreira ambiental para diversos animais; e o fluxo de veículos, que pode variar desde moderado, em estradas de terra, até intenso, em rodovias. Os processos biológicos envolvem a dispersão de indivíduos ao longo dos seus habitats e ao longo de pastos, plantações ou matas alteradas. Os animais precisam procurar por alimentos, por parceiros e precisam estabelecer territórios. Por isso, precisam atravessar estradas. Muitos deles também apresentam características que os tornam mais vulneráveis a atropelamentos, como visão ruim ou lentidão ao se locomoverem. Porém, o estabelecimento de rodovias e as necessidades biológicas dos animais são características com as quais temos de lidar. Certamente, as maiores causas de atropelamentos e acidentes rodoviários com fauna silvestre são a falta de estruturas adequadas para a travessia dos animais, insuficiência de placas educativas e a pouca conscientização dos motoristas. EV: Há um mapeamento dos pontos em que ocorrem mais acidentes? VBO: Ainda não existe um mapeamento adequado das rodovias no Brasil, mas algumas ações começam a ser aplicadas aqui e em diversas outras nações. Em nosso país, a quantificação desses atropelamentos é difícil devido à própria magnitude de sua malha rodoviária e devido à falta de profissionais e investimentos na área. Existem alguns pontos sob monitoramento ao longo do país, tanto para empreendimentos de licenciamento ambiental quanto para pesquisas acadêmicas. Nesses trechos controlados, os locais com maiores registros de atropelamentos são a BR-101 Sul (SC e RS), SP-255 (SP) e a BR-163 (PA). EV: Existem dados que mostram quais espécies são dizimadas nas rodovias? VBO: Os estudos realizados até o momento indicam que raposas e cachorros-do-mato são atropelados em grande número. Tatus de diferentes espécies (tatu-galinha, tatu-peba e tatu-de-rabo-mole), preguiças e tamanduás também são encontrados com frequência atropelados em nossas rodovias. Dentre as aves se destacam corujas, curiangos e bacuraus, mas diversas outras espécies desse grupo são constantemente atropeladas. Muitos anfíbios e répteis também sofrem esse impacto. Os estudos realizados e as coletas aleatórias, por motivos claros, acabam registrando com maior frequência animais de maior porte, e muitos dos dados devem ser analisados com clareza pelos órgãos gestores. 26 Entre-Vias A bióloga Valeska Buchemi de Oliveira, mestre em zoologia, pesquisadora e consultora ambiental, contextualiza para os leitores de Entre-Vias a morte de animais nas rodovias EV: O ruído e a movimentação dos veículos interferem no ciclo reprodutivo? VBO: Certamente e de maneira intensiva. Diversos estudos apontam que os ruídos e a movimentação dos veículos causam efeitos significativos e negativos sobre diversas espécies de animais, desde os invertebrados até os mamíferos. Muitas pesquisas comprovaram que, além das altas taxas de mortalidade por atropelamento, rodovias causam impactos em ciclos reprodutivos, em estratégias de comunicação dos animais, no uso de ambiente, na dispersão em seus territórios e em trocas genéticas. Em um estudo realizado na região Sul do país, constatou-se que os roedores analisados, conhecidos como tuco-tucos, apresentavam índices maiores de quebra do DNA – ações multigenéticas – quando capturados mais próximos à rodovia estudada; enquanto animais que habitavam locais mais distantes apresentavam menores índices. Outras pesquisas também demonstram que metais pesados se acumulam em ninhos, em vegetais e em tecidos de animais em maiores quantidades em organismos que estão mais próximos a estradas. É importante mencionar, ainda, que estradas têm efeito, igualmente, sobre as plantas e as árvores em suas imediações. Rodovias dificultam a dispersão de sementes e aumentam a quantidade de produtos tóxicos no ambiente. O tema Ecologia de Estradas se tornou um ramo específico da ciência,e séries de pesquisas estão sendo conduzidas para entender o impacto de estradas sobre a biodiversidade. Por isso, é muito importante que ações de manejo sejam implantadas. problema de todos EV: As estradas brasileiras contam com estruturas para evitar acidentes com animais? VBO: Algumas contam com passagens de fauna. Por exemplo, na estrada-parque de Itacaré (BA) existem estruturas arbóreas para a travessia de primatas: são cordas ligando as copas das árvores dos diferentes lados da rodovia. O Estado de São Paulo tem 81 passagens de fauna em 14 rodovias, e alguns estudos realizados demonstram sua eficácia não somente para a travessia dos animais, como para a redução de acidentes. Na rodovia SP-255, localizada entre os municípios de Itirapina e Jaú, foram implantadas passagens de fauna e, ao longo de dois anos,registraram-se 800 travessias de fauna, englobando 21 espécies animais. Mas o resultado principal é que o número de acidentes reduziu 87% em relação aos índices anteriores, evidenciando o aumento de segurança para o usuário. Porém, muito ainda deve ser feito, principalmente próximo e dentro das unidades de conservação. Para evitar mortes de animais, mas principalmente para garantirmos a manutenção das trocas genéticas entre populações animais e vegetais, deveríamos investir em passagens de fauna, incluindo túneis de travessia subterrânea, passagens arbóreas, pequenas travessias para anfíbios e répteis, passagens sob pontes e rios, cercas de direcionamento. Deveríamos também investir em placas de sinalização e em educação ambiental nas rodovias. Sobre o modelo ideal, ele não existe, pois cada rodovia apresenta suas próprias características. É necessário que em todos os casos haja estudos prévios (em rodovias em construção e em rodovias já prontas). As análises indicarão quais as espécies deverão ser mais focadas na área e quais os tipos de passagem de fauna que devem ser implantados. EV: De quem é a responsabilidade por evitar os acidentes? VBO: Certamente, boa parte da responsabilidade é dos órgãos gestores, sejam as rodovias públicas ou privatizadas. Esses administradores devem implantar túneis e outros tipos de passagens de fauna que assegurem a travessia dos animais, inclusive para macacos e micos através de estruturas arbóreas. Tais gestores, públicos ou privados, devem garantir o trânsito dos animais e a segurança dos usuários. Porém, é importante ressaltar que muitos motoristas são imprudentes e alguns deles, inclusive, atropelam animais propositalmente. Todos os motoristas podem contribuir dirigindo de maneira consciente, principalmente em trechos periurbanos, rurais e em área naturais ou de conservação ambiental. Devem respeitar placas de educação ambiental ou de sinalização de travessias de fauna. Em trechos privatizados, devem informar aos gestores sobre animais atropelados e, se possível, podem colaborar com o banco de dados dos pesquisadores pelo aplicativo Urubu Mobile (apresentado na página 24). Dirigindo prudentemente, cobrando atitudes dos gestores privados e públicos e contribuindo com o banco de dados, certamente, todos os motoristas poderão colaborar para o monitoramento das rodovias, para sua própria segurança e de outros usuários. Estradas Fotos: Via101/Divulgação Obras do lote 29 na BR-101/ SC mudaram sinalização: motoristas devem ficar atentos Dnit/Reprodução Atenção: trechos interrompidos Dnit alerta para, pelo menos, três rodovias com tráfego prejudicado por obras ou chuva 28 Entre-Vias O s motoristas que trafegam pelo país devem ficar atentos aos trechos interrompidos para obras ou por causa de chuva. São pelo menos três lugares nessa situação, demandando desvios ou paciência, já que alguns podem estar situados no sistema Pare e Siga. O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) restringiu o tráfego de caminhões e outros veículos de carga na DF-003, entre o balão do Colorado e o balão do Torto, no sentido Brasília, das 16h às 20h, em dias úteis. A medida, segundo o DER, tem a intenção de diminuir o risco de acidentes de trânsito no local. A intenção é melhorar o tráfego para os moradores de Sobradinho, Planaltina e condomínios da região. De acordo com o DER, o tráfego ficará restrito somente até a conclusão de obra de ampliação da rodovia, que tem previsão de durar dois anos. O trecho começa no KM 0 da BR-020/DF-003 até o KM 5 da rodovia DF-003. Os condutores devem desviar pela DF-001, onde ficam até a liberação da pista ou seguem pelo Paranoá, que aumenta a viagem em 25 km. Outro desvio sugerido pelo DER é passar pelo Lago Oeste. No entanto, o DER alerta que os motoristas de veículos pesados devem programar sua viagem para não chegar a Brasília nesse horário de restrição. Segunda Ponte sobre o Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, terá 7 km ao todo O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alerta para outro trecho interditado: a BR-153, na altura do KM 396, em Goiás. A chuva intensa provocou rompimento de parte da rodovia entre os municípios de Jaranápolis e Jaraguá. O trânsito no local está em meia pista, permitido apenas para veículos leves. Os motoristas devem seguir algumas alternativas sugeridas pelo Dnit: em Anápolis, seguir pela BR-414, passando por Corumbá de Goiás / Cocalzinho de Goiás até o entroncamento da BR-080/GO. Pela BR-080/GO, seguir até retornar à BR-153/ GO próximo a Uruaçu. Outra sugestão é: de Anápolis, seguir pela GO-330, passando por Campo Limpo / Ouro Verde, até o entroncamento com a GO-080 (Petrolina de Goiás). Pela GO-080, passar por São Francisco de Goiás até retornar à BR-153/GO. Ou ainda, de Goiânia, seguir pela GO-080 passando por Petrolina de Goiás / São Francisco de Goiás até retornar à BR-153/GO. No Sul do país, mais mudanças. Com a conclusão das obras na BR-101/SC, os motoristas devem ficar atentos às modificações no trânsito. Entre Araranguá e Sombrio, a pista tem novo traçado e vias laterais construídas para movimentação entre bairros e de pedestres. As pistas estão duplicadas e o trânsito, que antes era em mão dupla, passou a ser em quatro faixas, duas em cada sentido. Foram concluídos viadutos e a velocidade passou de 80 km/h para 110 km/h (veículos pequenos) e 90 km/h (veículos de grande porte). Mas ainda estão sendo feitos trabalhos complementares que exigem atenção. A empresa responsável pelas obras ainda atua entre os KM 409 e 437, fazendo taludes, sistemas de drenagem e melhoria do pavimento. SEGUNDA PONTE O Dnit assinou, no início do mês, contrato no valor de R$ 649 milhões para construção da Segunda Ponte sobre o Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul. O consórcio que venceu a licitação, o Ponte Guaíba, é formado pelas construtoras Queiroz Galvão e EGT Engenharia. A nova ponte fará a ligação entre a capital gaúcha e o Sul do Estado, passando pela Ilha do Pavão até a Ilha Grande dos Marinheiros. Será uma alternativa para desafogar o tráfego na única travessia sobre o Guaíba existente. A ponte velha, denominada Ponte Getúlio Vargas, tem capacidade restrita e os constantes içamentos do vão móvel acabam gerando congestionamentos no sistema viário de acesso a Porto Alegre e rodovias da região. A Segunda Ponte terá 7,3 km, com duas faixas de trânsito, refúgio lateral e central e acostamento. Entre-Vias 29 Estradas Notas Blog da Iveco/Reprodução COOPERCARGA CAMINHÃO 100% GNV A Coopercarga vai começar a operar o primeiro modelo de caminhão movido 100% a gás natural veicular (GNV) para a Ambev. A emissão é 20% menor de CO2 em comparação aos modelos movidos a diesel. O Constellation 24.280 6x2 entra em circulação em maio na região Central do Rio de Janeiro. Será um período de seis meses de testes na distribuição de bebidas. O gás é armazenado em cilindros produzidos em fibra de carbono, que ocupam 150 m3 na cabine. Câmeras contra Goodyear/Divulgação infrações PRF usa imagens de concessionária da Fernão Dias para autuar motoristas que ultrapassam pelo acostamento GOODYEAR PNEU TAMANHO ELEFANTE T rafegar pelo acostamento é uma das infrações mais frequentes cometidas por motoristas nas rodovias, bem como o não uso do cinto de segurança e dirigir falando ao celular. Para coibi-las, a Polícia Rodoviária Federal de Pouso Alegre, no Sul de Minas, está usando câmeras da concessionária que administra a Fernão Dias para multar motoristas, principalmente, locomover-se no espaço que é proibido. O acostamento, segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), é o espaço reservado para ser usado quando um carro tem problemas mecânicos até a chegada do socorro, para tráfego de ambulâncias se o trânsito estiver congestionado, ou ainda quando há acidentes leves para que os ve- 30 Entre-Vias ículos envolvidos não interrompam a pista. Outro problema: o acostamento também é usado por pedestres e ciclistas, por isso, há um alto risco de atropelamento. Se a rodovia estiver com o tráfego engarrafado e o motorista fugir pelo acostamento, ele está passível de multa, já que a prática é ilegal conforme o código. Ultrapassar pelo acostamento é uma infração gravíssima, com multa de R$ 574,61 e sete pontos na carteira de habilitação. Com o auxílio das 108 câmeras da Autopista Fernão Dias, os policiais rodoviários estão autorizados a parar o motorista e multar. Segundo o policial Reinaldo Márcio Costa, o veículo é identificado pela placa e parado pela polícia, que lavra o auto de infração. Além de transitar pelo acostamento, também é multa gravíssima trafegar em ciclovias, passarelas, canteiros centrais, calçadas, entre outros. ABC PAULISTA Em São Paulo, no Grande ABC, as quatro principais rodovias que cruzam a região – Imigrantes, Índio Tibiriçá, Rodoanel Sul e Anchieta – registraram, no ano passado, mais de 3 mil autuações por tráfego no acostamento. O levantamento foi feito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP). A Anchieta foi a campeã, com 72% das multas. Nas quatro rodovias, o monitoramento também é feito por meio de câmeras da concessionária e observação de agentes da Polícia Militar Rodoviária. A Goodyear divulgou recentemente que está fabricando um pneu, o RM4A+, com medida 59/80R63, que é tão alto e pesado quanto um elefante. O produto é destinado ao segmento Off The Road para carregar toneladas de pedras e materiais bem pesados, voltados para minas de carvão, transporte de pedras, ouro e cobre. O RM tem rodas aro 63 polegadas e um total de 4 metros de diâmetro. Pesa 5,4 toneladas e pode carregar até 100 toneladas a uma velocidade de 50 km/h. IVECO EXTRAPESADO NÚMERO 300 A entrega de um extrapesado Premium Iveco Hi-Way à Três Américas Logística e Transportes, em março, marcou a produção do caminhão número 300 na unidade industrial de Sete Lagoas, em Minas Gerais. Inaugurada em 2000, a fábrica possui área total de 2,35 milhões de metros quadrados, sendo que os 600 mil metros quadrados de espaço construído possibilitam à empresa uma capacidade produtiva de 70 mil unidades por ano. “É o símbolo maior do nosso orgulho em trabalhar na fábrica de Sete Lagoas, por todo empenho e dedicação em oferecer produtos com o melhor em tecnologia, desempenho e conforto para as atividades de nossos clientes”, diz o diretor industrial do Complexo da Iveco na cidade, Paolo Bianco. Ele explica que a fábrica é responsável pelos veículos de todos os segmentos de transporte rodoviário de cargas da marca, incluindo desde os semileves e leves da linha Daily até os extrapesados Premium Hi-Way, passando pelos blindados. No fim de março, a Iveco entregou dez unidades do Iveco Eurocargo 6 à Fraikin. A empresa é líder europeia na locação de veículos de transporte e a aquisição será usada para distribuição de água em Barcelona, Tarragona, Murcia, Cádiz, Albacete, Alicante e Zaragoza, na Espanha. O veículo é capaz de reduzir em mais de 95% as emissões de partículas poluentes. FRETE FERRAMENTA CALCULA CUSTOS A NTC&Logística disponibiliza o software RentaVision-NTC, que permite que o usuário obtenha tabelas de fretes customizadas para todas as situações em que a empresa atua: rotas diversas, tipos de cargas, modelos de veículos, etc. De forma simples, o usuário poderá montar suas tabelas de fretes, tanto para cargas racionadas quanto para os diversos tipos de cargas lotações, utilizando, como base, as planilhas de custos dos veículos já cadastrados pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC (Decope). Também é possível valer-se dos seus modelos cadastrados. Para mais informações sobre o software: (11) 2632-1524. Entre-Vias 31 Mobilização Por uma nova 381 Movimento reúne entidades que visam promover o desenvolvimento de Minas a partir de rodovia segura e sustentável MAPA Legenda Em análise Aguarda nova licitação TRECHO 3 Arquivo Fiemg TRECHO 5 TRECHO 7 TRECHO 2 A s condições estruturais da BR-381, principalmente entre Belo Horizonte e João Monlevade, e sua importância para Minas Gerais incentivam debates e iniciativas com o intuito de restaurar a rodovia. As 11 maiores entidades empresariais do Estado se reuniram para criar a Nova 381. O movimento tem o objetivo de apoiar e monitorar as obras da duplicação da estrada até sua conclusão e promover o desenvolvimento socioeconômico de Minas – e especialmente do vetor leste do Estado – a partir das oportunidades que serão criadas com a reforma. Sob a coordenação da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o método de trabalho baseia-se na mobilização e na conscientização da sociedade por meio de informações oficiais do andamento do processo de duplicação e perspectivas econômicas. “Lançamos o movimento nos oito trechos que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, por meio das células formadas por representantes empresariais que serão os responsáveis pelo monitoramento dos trechos. Divulgamos também o Caderno de Oportunidades, que tem a finalidade de levar ao empresariado mineiro informações que auxiliem na identificação e na geração de negócios”, explica o coordenador geral do movimento, Luciano José de Araújo, que é presidente da Fiemg Regional Vale do Aço. Araújo conta que foram realizadas, ainda, duas edições do Compre Bem, que funciona como um encontro de negócios entre NÚMERO DE ACIDENTES BR-381 KM 0 A 400 - PERÍODO 1/1/2011 A 31/11/2011 32 Entre-Vias TRECHO 1 Contratada / Em Contratação TRECHO 4 TRECHO 8 Luciano José de Araújo, que é presidente da Fiemg Regional Vale do Aço TRECHO 6 empreiteiras e fornecedores e, recentemente, foi criado no Vale do Aço um grupo de trabalho de logística com representantes das empresas âncoras para acompanhar e discutir junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) um plano de tráfego e rotas alternativas no período das obras. Esse grupo será ampliado para contemplar outras empresas de relevância ao longo da 381. APOSTA NA MOBILIZAÇÃO Além do monitoramento, a iniciativa aposta na mobilização social para chamar a atenção da importância de reestruturação do trecho. Até o momento, estão cadastradas no site www.nova381.org.br cerca de 20 mil pessoas. “É um número relativamente baixo, se comparado às milhares de vidas ceifadas por essa rodovia. Temos de acreditar e disseminar o movimento no intuito de fazer pressão nos políticos e autoridades responsáveis para que essa duplicação se torne realidade”, convoca o coordenador geral. Luciano ressalta que se trata de um movimento apartidário, formado por entidades do Estado de Minas Gerais, e o ob- jetivo não é ter cunho político, “mas nada impede a participação de órgãos governamentais, inclusive, temos apoio de alguns políticos que acreditam na iniciativa e nos apoiam”. A expectativa é de que a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, assine a ordem de serviço para início das obras na BR ainda neste mês. Luciano destaca que já existe o projeto executivo, e as empreiteiras de sete lotes assinaram os contratos e estão aptas a montar os canteiros de obras. Segundo ele, o contato com fornecedores também foi realizado. NOVA 381 De acordo com o Dnit, a nova 381 contará com mais de R$ 4 bilhões em investimentos, mais de 205 km de pistas duplicadas, 64 obras de arte especiais (17 pontes e 47 viadutos), cinco túneis (2.385 m de extensão), 20 passarelas, 99 paradas de ônibus e mais de 83.300 m de defensas – proteção metálica que acompanha curvas perigosas, pontes ou despenhadeiros. FAÇA PARTE! Todos estão convidados a participar e acompanhar o movimento. Basta cadastrar-se no site: www.nova381.org.br. Esse portal eletrônico apresenta as organizações envolvidas, informações da obra, dados da rodovia e o Caderno de Oportunidades. CUSTO ECONÔMICO DOS ACIDENTES RODOVIÁRIOS - 2011 (BR 381 - TRECHOS ES/BH) Entre-Vias 33 Homenagem Um anjo na BR-381 João Greco, 76, dono do restaurante Casa Branca, é adorado por motoristas e funcionários O nome Casa Branca foi escolhido pela caçula de uma grande família quando tinha apenas 6 anos de idade. Aprovado imediatamente, remetia ao nome de uma loja de tecidos na Rua dos Caetés esquina com Espírito Santo, no Centro de Belo Horizonte, onde João Greco, 76, trabalhou pela primeira vez, ainda moço. Bateu uma saudade daquele tempo e a escolha da filha para o restaurante na BR-381 foi logo acatada pelos parentes. O restaurante foi instalado inicialmente numa casinha pequena, no KM 558, depois de Igarapé, na Fernão Dias. A varanda da frente servia para colocar mesas, mas sempre com um peso em cima delas por causa da ventania na área descampada. Era muita poeira. Foi aberto em 1984 e nunca mais fechou. Os fregueses, muitos deles, ainda são daquela época, fiéis. João começou na estrada em 1975 e tem muitos amigos desses anos em que trabalhou na churrascaria Rincão Gaúcho, 5 km abaixo de onde é hoje o Casa Branca. “Cheguei sem dinheiro algum e peguei a prática. Uma luta boa”, diz sobre todo o caminho que o levou ao seu próprio restaurante e, com ele, criar todos os filhos. Ainda hoje João se levanta às 4h45, arruma-se e vai buscar os funcionários. Abre as portas do restaurante às 6h. Um dos filhos gerencia o restaurante à noite. “Não consigo ficar em casa, sinto falta do trabalho. Não é por dinheiro, é o ambiente, a amizade que me faz falta”, conta. 34 Entre-Vias Os funcionários e filhos formam uma grande família João Greco, aos 76 anos, não deixa de acordar cedo e ir para o restaurante na BR-381 “Quando buscamos fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem, naturalmente, temos uma contrapartida. Conhecer as reais necessidades dos caminhoneiros é fundamental” “Devemos sempre ser verdadeiros e sinceros em nossas ações” “Quando procuramos cumprir com todos os nossos deveres, estamos apenas cumprindo com a nossa parte. Que a mão esquerda não saiba o que a outra fez” São 37 funcionários que, segundo João, têm com a família um bom relacionamento. “Não adianta só a gente querer ganhar dinheiro, não resolve nada. É preciso ter respeito recíproco. É uma família grande”, diz. Grande não, João, enorme. Ele conta que, além dos filhos e funcionários, tem vários fregueses que o chamam de pai. “Alguns começaram na estrada aos 17 anos e estão aí até hoje, já são médicos, com suas crianças, todos passam por aqui. O bom da vida é isso aí. Esse é o meu patrimônio”, completou. João Greco é casado com Ilda Greco Pacheco, 72. Juntos há 52 anos, têm cinco filhos, oito netos e um bisneto. “Trabalhamos unidos, eu, minha esposa, quatro filhos e quatro netos”, conta. Uma vez por mês, Ilda vai ao restaurante ver os funcionários, trocar ideias. É o lugar onde trabalhou durante muitos anos. Hoje, fica mais em casa, de onde coordena e administra tudo. BOA AÇÃO João é conhecido entre os profissionais da estrada por sua gentileza e boas ações. Em pouco tempo de entrevista, por ter muito Entre-Vias 35 Homenagem “MESMO SEM ME CONHECER, ELE SE DISPÔS A ME AJUDAR” “Não conhecia o João Greco pessoalmente. Na verdade, nem era cliente dele. Certo dia, ao ter meu caminhão quebrado a uns 2 km de seu restaurante, ele não pensou duas vezes em me ajudar. Tudo aconteceu há 18 anos, em 1996. Fiquei parado durante quatro dias à espera de peças para arrumar meu caminhão. Na época, as coisas eram muito difíceis. Praticamente não existia comunicação. Celular era algo que nem sabia que viria a existir. Meu pai foi ao local, pegou o que deveria ser consertado e eu fiquei esperando ele retornar. Coisas da estrada que eram comuns naquela época. Daí, sem mais nem menos, um caminhoneiro parou com um marmitex. ‘O dono do restaurante ali em baixo mandou lhe entregar. Disse que quando precisar de algo é só parar um caminhão e pedir que ele manda para você.’ Foi a salvação. Não tinha nem água próximo. Nessa época eu já era vegetariano. Avisei para João é muito querido pelos estradeiros, conhecido pela boa comida, bons conselhos e solidariedade 36 Entre-Vias ele por meio de um carreteiro e não teve qualquer problema. As refeições eram acompanhadas de salada, arroz e feijão. Eu me senti muito grato pelo que o João Greco fez. Mesmo sem me conhecer, ele se dispôs a me ajudar. Quando acabou o conserto do caminhão, já altas horas da noite, prossegui a viagem. Na volta, passei lá para agradecer e pagar a conta da ajuda: mas quem disse que ele aceitou. João fez a diferença naquele momento de dificuldade. Um homem com uma experiência de vida extraordinária e que até hoje é reconhecido pela ajuda que dá aos estradeiros que trafegam pela Fernão Dias. Pessoas boas como João Greco fazem da nossa vida um aprendizado. Exemplo de cidadão que apoia os caminhoneiros da Fernão Dias. A ele dedico esta homenagem e esta matéria.” Geraldo Assis, diretor da revista Entre-Vias trabalho a fazer no restaurante, disse frases que são verdadeiras lições. “Quando buscamos fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem, naturalmente, temos uma contrapartida. Conhecer as reais necessidades dos caminhoneiros é fundamental. Devemos sempre ser verdadeiros e sinceros em nossas ações.” Na rodovia, é conhecido pela bondade, mas apenas sente que cumpre seu dever. “Quando procuramos cumprir com todos os nossos deveres, estamos apenas cumprindo com a nossa parte. Que a mão esquerda não saiba o que a outra fez. Isso já nos traz muita alegria, sentir a satisfação do outro é a verdadeira recompensa”, diz. Quem é seu mestre ou quem o ensinou tantas lições? Jesus, responde. “Na nossa caminhada evolutiva, vamos sempre aprendendo. A cada passagem pela Terra estaremos burilando pequenas partes de nossa personalidade. Atualmente estamos treinando a afeição para um dia podermos amar. Nosso modelo e guia é Jesus, Mestre incomparável.” Esportes POR MARCEL MORAES* CRUZEIRO CAMPEÃO INVICTO Sem sombras de dúvidas, o Cruzeiro foi o grande campeão mineiro de 2014, um título conquistado de forma invicta que retrata bem o atual plantel de jogadores do time celeste. Foram apenas dois empates na fase de classificação: um contra a Caldense, em Poços de Caldas, e outro contra o próprio Galo, no Horto. A atuação da equipe teve variações em muitos momentos, valendo-se de um time reserva que mostrou bem a força do técnico Marcelo Oliveira. Apesar da disparidade que vem crescendo enormemente entre os times da capital e do interior, o Cruzeiro fez uma campanha irretocável, digna de um grande campeão. GALO SEM VONTADE Neste ano de 2014, o time do Galo está simplesmente irreconhecível em comparação ao do ano passado. Nesta temporada, é visível a falta de vontade, raça e determinação dos jogadores atleticanos. O torcedor já está preocupado com essa apatia que o time vem apresentado. Jogando desse modo, com certeza, o sonho do bicampeonato da Libertadores vai ficar bem longe de acontecer e, no Campeonato Brasileiro, as chances de chegar ao título vão ficar mais distante ainda. A diretoria do clube precisa se mexer rapidamente para contratar pelo menos dois grandes jogadores para poder injetar um ânimo a mais na equipe. AMÉRICA NA SÉRIE B Mais uma vez, é preocupante a participação do América na série B do Campeonato Brasileiro deste ano. Não vejo com bons olhos esse plantel do Coelho, que no meu ponto de vista é muito fraco para almejar ficar entre os quatro melhores colocados, que sobem para a primeira divisão do campeonato nacional. COPA LUZ DE FUTEBOL AMADOR Teve início, em 6 de abril, a Copa Luz de Futebol Amador 2014. Os jogos estão sendo disputados aos domingos nos campos do Capelão, São Cristovão e do Sete de Setembro. O destaque das primeiras rodadas é o Time do Bebeu Água, com duas belas vitórias, uma delas inclusive contra um dos favoritos ao título: o time do Futigolo. Outro que vem bem na competição é o atual campeão, o time dos Cegonheiros. *Colunista esportivo associado a ANCE, trabalhou na rádio Itatiaia e na rádio Ouro Preto, colunista do jornal “O Tempo”, associado ao sindicato dos jornalistas, formado em jornalismo pela Estácio de Sá. E-mail: [email protected] 38 Entre-Vias Evento Omar José Gomes, presidente da CNTTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres) Flávio Benatti, José Hélio Fernandes, Jorge Luiz Macedo Bastos, diretor geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), deputado Gonzaga Patriota, Arnaldo Faria de Sá, Marinha Raupp, Omar José Gomes e Wellington Fagundes, presidente da Frenlog (Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem) XVI SEMINÁRIO BRASILEIRO DO TRC No dia 16 de abril aconteceu, em Brasília, o XVI Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. Na ocasião foram debatidos temas como: Custo Brasil, falta de segurança, falta de mão de obra e abastecimento, além da legislação do TRC - Transporte Rodoviário de Cargas - na Câmara dos Deputados. Deputado Laércio Oliveira Deputada Marinha Raupp e deputado Arnaldo Faria de Sá, presidente da CVT (Comissão de Viação e Transportes) 40 Entre-Vias Coronel Paulo Roberto Souza, assessor de segurança da NTC Neuto Gonçalves dos Reis, diretor técnico da NTC&Logística Flávio Benatti, presidente da seção de cargas da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), José Hélio Fernandes, presidente da NTC Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, deputado Wellington Fagundes, Coronel Paulo Roberto Souza e Roberto Mira, diretor adjunto da NTC Entre-Vias 41 GRUPO O Grupo SADA tem se destacado como um dos mais sólidos grupos empresariais; marcando história, conquistando novos espaços e reconhecimento em todas as áreas que atua. Buscando satisfazer as expectativas e necessidades dos clientes e visando a liderança de mercado. O Grupo SADA é uma holding que atua nos ramos de: Transporte, Logística, Indústria, Comércio, Concessionários, Serviços Gráficos, Jornal, Bioenergia (combustível renovável), dentre outros. Os resultados alcançados nas performances operacionais consolidam o alto padrão de excelência na gestão empresarial do Grupo, pela conquista do gerenciamento do Sistema de Qualidade - TS 16949, NBR ISO 9001:2008 - com rigoroso cumprimento dos requisitos ambientais - ISO 14000 e a manutenção dos objetivos traçados, fundamentados na transparência e seriedade de seus dirigentes. As constantes transformações no cenário mundial nos levam sempre a reavaliar nossos processos quanto à missão, princípios, conceitos operacionais. A SADA está comprometida há vários anos com uma abordagem para o desenvolvimento sustentável, que visa tornar o Grupo um modelo de négocio em termos de proteção do meio ambiental, responsabilidade social e governança corporativa.