Milhões de animais morrem todos os anos vítimas de

Transcrição

Milhões de animais morrem todos os anos vítimas de
l
Nº 121
Abril de 2014
Distribuição gratuita.
ANO XI
REBAIXAR CAMINHÕES
É PROIBIDO POR LEI
JOÃO GRECO: UM
HOMEM DO BEM
Fauna
ameaçada
Milhões de animais morrem todos os anos
vítimas de atropelamentos em nossas rodovias
P OWER C EGO N HE I RO
Faça revisões em seu veículo regularmente.
VOCÊ MERECE O CONFORTO E A
FORÇA DE UM CAMINHÃO QUE
É PODEROSO ATÉ NO NOME.
440 CV, 480 CV E 560 CV
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NOVO PATAMAR MUNDIAL PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO.
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RUA TEONILIO NIQUINI, 32 (BR 381, KM 482)
JARDIM PIEMONT
Editorial
GERALDO EUGÊNIO DE ASSIS
Vidas ameaçadas de extinção
Ao trafegarmos pelas rodovias brasileiras, não é difícil nos depararmos com animais
mortos nas estradas. Afinal, moramos em um país “abençoado por Deus e bonito por natureza”. Pena que, em muitos casos, os cidadãos brasileiros não se dão conta de que essa
beleza precisa ser preservada.
São milhões de animais mortos todos os anos, atropelados. Algumas espécies, em razão disso, podem chegar até mesmo à extinção. Os índices são assustadores. E, mesmo
para os mais insensíveis, que só pensam no bem material perdido quando se atropela um
animal, o resultado é sempre negativo e os prejuízos, às vezes, incalculáveis. Por isso é
importante que todos leiam a matéria de capa.
Outro assunto que vem em destaque nesta edição é a proibição do rebaixamento de
caminhões, uma prática que pode provocar acidentes. A meu ver, trata-se de uma medida
válida, pois um caminhão de carga não pode ser utilizado de maneira irregular. Ele é responsável pelo sustento de nossas famílias e transporte de bens valiosos.
Entre-Vias também presta uma justa homenagem a João Greco, dono de um restaurante às margens da BR-381 que procura sempre auxiliar quem trabalha ao volante. Um
homem que posso chamar de amigo, que me ajudou quando eu estava em uma situação
difícil na Fernão Dias. Ele merece nosso reconhecimento, por sua gentileza e boas ações.
Seja você também um cidadão que reconhece pessoas de bem. Indique estabelecimentos ou pessoas que apoiam o trabalho do estradeiro e que os auxiliam em suas dificuldades. Essa é uma maneira de mostrar que há pessoas que têm o coração voltado para o bem.
Algo que pouco se tem visto em nossa sociedade.
Envie sua carta para
Rua Santo Onofre 35,
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REDAÇÃO
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IMPRESSÃO
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TIRAGEM
10 mil exemplares
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de empresas de transporte de cargas e às principais redes de postos de combustíveis.
Autoridades, entidades de classe, sindicatos, indústrias e órgãos governamentais
também recebem a publicação.
4
Entre-Vias
FOTOS
Arquivo Entre-Vias
DIAGRAMAÇÃO
Roger Simões
WEB
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REVISÃO
Lílian de Oliveira
DISTRIBUIÇÃO
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Minas Gerais
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Sumário
18 C
APA
Morte de animais nas estradas: você
pode contribuir para mudar essa história
18
8S
EGURANÇA
z Estudo relaciona cansaço com
acidentes fatais envolvendo veículos
z Contran divulga regras para
modificações na suspensão
de carros e caminhões
12 M
EIO AMBIENTE
Brasil aumenta venda de pneus
recauchutados, alternativa para o
descarte que evita danos ambientais
14 S
AÚDE
Começam as ações de checape nas
estradas. Fique atento e faça uma parada
para realizar exames importantes
16 T ECNOLOGIA
Programa Parada pela Vida desenvolve
aplicativos para alertar o motorista sobre
uso de álcool e celular ao volante
28 E STRADAS
z Fique atento aos trechos de rodovias
interditados devido a chuva ou obras
z PRF usa câmeras de concessionárias
para multar quem ultrapassa pelo
acostamento
34 H
OMENAGEM
Adorado por motoristas e funcionários,
João Greco, dono do restaurante
Casa Branca, dá lições de vida
EXPERIÊNCIA
E NOVAS
SOLUÇÕES.
Desde 1993 operando no segmento de
31 N
OTAS
transporte de veículos leves por meio de
Iveco entrega unidade número
300 produzida em Sete Lagoas
cegonhas, a Autoport oferece, com a mesma
qualidade, o transporte de caminhões e chassis. Com
pranchas especialmente fabricadas para este fim, a Autoport
32 M
OBILIZAÇÃO
disponibiliza um serviço diferenciado e com segurança, viabilizando
o deslocamento de veículos comerciais sem danos e desgastes para os
Instituições monitoram obras na BR-381
visando incentivar o desenvolvimento
futuros proprietários. Experiência e novas soluções estão sempre na rota da
Autoport.
38 E SPORTES
31
Distribuição nacional de veículos 0 km • Operação portuária • Transporte de peças
Gestão de pátios e armazenagem • Serviços automotivos (PDI - Pre Delivery
Inspection) • Transporte de caminhões, chassis e ônibus sobre pranchas.
40 E VENTO
FOTO CAPA: SXC
6
Entre-Vias
Estrada dos Alvarengas, 5600, Assunção,
São Bernardo do Campo (SP)
(11) 4342-2584 / 4357-8973
[email protected]
www.autoport.com.br
Segurança
Cansaço ao vo lante mata
sempre muito atentos aos avisos do corpo. Por exemplo, se o indivíduo não se
lembra de onde estava, pode ser um sinal
de cansaço, pois dirigiu distraído. Outra
observação refere-se ao uso de estimulantes para ficar acordado. Essa medida é
perigosa, pois – além do risco de causar
ou sofrer acidentes – pode mascarar problemas de saúde.
“O governo investe maciçamente em
campanhas para reforçar as consequências
da combinação álcool e direção. Acho que
eles nem sabem da dimensão do problema
de dirigir cansado, que é mais difícil de se
resolver, pois não existe bafômetro para
isso”, avalia o presidente da ABS.
Estudo revela
que 30% dos
acidentes fatais
têm relação
com fadiga
R
ecente pesquisa realizada pela Escola de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com Instituto do Coração (Incor) do
Hospital das Clínicas do Estado, revela que
cerca de 20% dos acidentes nas estradas
ocorrem por cansaço do motorista e 30%
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Entre-Vias
das vítimas morrem em função desses incidentes automobilísticos. Esses acidentes
são os mais graves, pois o motorista não
esboça reação e a colisão ou capotamento
acontece em alta velocidade.
O Incor aplicou questionários em mais
de dez mil caminhoneiros, e a apuração dos
resultados mostrou que 26% tinham alto
risco de ter apneia do sono, caracterizada
por engasgos recorrentes durante o sono,
levando a um descanso noturno fragmentado e com frequente sonolência diurna.
Nesse estudo, a maior parte dos caminhoneiros que tinham alto risco de apneia admitiu que já dormiu na direção.
O presidente da Associação Brasileira
do Sono (ABS), Geraldo Lorenzi Filho, diz
que um motorista privado de sono pode
ser tão perigoso quanto um indivíduo alcoolizado. “Vários trabalhos acadêmicos
e científicos demonstram a importância
da qualidade e quantidade de sono, bem
como horários de trabalho e direção no
risco de acidentes. Por isso, a legislação
brasileira indica, ao renovar a habilitação
para dirigir, perguntar aos motoristas
profissionais sobre a ocorrência da apneia do sono.”
Para os profissionais do transporte,
o médico recomenda que eles fiquem
FALHA HUMANA
Um estudo da MDS Consultores de
Seguros e Riscos aponta que 67% dos
acidentes estão relacionados, de alguma
maneira, à falha humana e de processos.
A análise considerou uma base de 1.550
sinistros ocorridos no período de novembro de 2012 a outubro de 2013. Foram
analisados eventos no contexto de operações logísticas que envolvem acidentes durante trajeto, operação de carga e
descarga, transbordo e permanência em
entrepostos.
Entre esses casos, 56% dos prejuízos
foram decorrentes de tombamento, capotagem e colisão ocorridos devido a eventos como: velocidade incompatível com
o trecho somada à fadiga do motorista,
desrespeito às leis de trânsito ou às normas de segurança, distração, imperícia na
manobra, falta de qualificação profissional,
defeito mecânico, ou mesmo uso de medicamentos. “Estes são os acidentes com
maior severidade à carga transportada,
além de causar danos ambientais e mortes
em alguns casos”, comenta Victor Garibaldi, diretor da corretora MDS e responsável
pelo estudo.
ANTES DE VIAJAR
Algumas dicas para
que você pegue
a estrada e evite
o risco do cansaço
ao volante:
Durma bem
Nunca viaje cansado
Planeje a viagem para
evitar dirigir à noite
Em viagem, prefira alimentos leves
Evite, se possível, viajar sozinho.
Reveze a condução do veículo
com outro motorista
Pare sempre que se sentir
cansado e durma se puder
Não beba nem tome remédios
que afetem os sentidos
Outros 33% dos eventos são decorrentes de problemas no processo de manuseio
e acondicionamento de cargas, oriundos
de desrespeito à simbologia impressa nas
embalagens, falta de habilidade técnica na
movimentação e armazenagem dos volumes, além de utilização de equipamentos
inadequados e ausência de profissionais
treinados. “Numa operação logística,
eventos desse tipo têm maior frequência
e costumam registrar menores prejuízos”,
comenta Garibaldi.
QUANTO CUSTA?
Os gastos da Previdência Social com
benefícios decorrentes de acidentes de
trânsito somaram R$ 12 bilhões no ano
passado, ante R$ 7,8 bilhões em 2011.
O secretário de Políticas de Previdência
Pública do Ministério da Previdência, Leonardo Rolim, disse em nota pública que
esse aumento de 53,84% das despesas
previdenciárias com acidentes de trânsito
em dois anos foi concentrado em eventos
com moto, principalmente na região Nordeste do país.
Os números do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de
Vias Terrestres (Dpvat), administrado pela
Seguradora Líder, mostram que, levando em
conta os seguros pagos, foram registrados
366,4 mil acidentes em 2011. Somente no
primeiro semestre do ano passado, 299,3 mil
sinistros levaram ao pagamento do seguro
obrigatório. A previsão é de que o número
dobre no fechamento do ano, o que daria
quase 600 mil desembolsos.
Segundo o secretário, o aumento das
indenizações causadas por acidentes de
trânsito tem pressionado as despesas de
aposentadoria por invalidez e auxílio-doença. Esses gastos totalizaram R$ 65,4
bilhões em 2013. O governo quer fortalecer e ampliar a reabilitação de trabalhadores que sofreram algum tipo de acidente ou ficaram doentes. Com isso, deverá
haver uma menor concessão de aposentadoria por invalidez e auxílio-doença
por um período longo e intensificação da
liberação de auxílio-acidente.
Como o valor do auxílio-acidente é inferior aos outros, o governo passaria a ter
uma economia. Por outro lado, o segurado poderia voltar ao mercado de trabalho
formal sem perder o benefício. Rolim diz
que ajustes também poderão ser feitos na
legislação para que sejam criados benefícios que incentivem o retorno ao mercado
formal e que estimulem as empresas a
contratar funcionários que passaram por
requalificação.
Entre-Vias
9
Segurança
Rebaixar a frente
do caminhão
está proibido
Contran regulamenta
regra para mudanças
na suspensão
dos veículos.
Inclinação pode
afetar segurança
O
Conselho Nacional de Trânsito
(Contran) regulamentou, por meio
da Resolução 479, publicada no
Diário Oficial da União no início do mês, as
modificações que podem ser feitas na suspensão dos veículos. Agora, carros pequenos
podem ter alterações que mantenham uma
altura mínima do solo de 10 centímetros, tanto no sistema fixo quanto no regulável.
Outra determinação do Contran é que o
conjunto de rodas e pneus não toque em nenhuma parte do carro mesmo durante o movimento máximo do volante. Para os caminhões,
a nova regra estabelece que a inclinação máxima da longarina – isto é, a barra longitudinal
que compõe o chassi – é de 2 graus, ficando
proibida a alteração da suspensão dianteira.
Segundo a resolução, para os veículos
que tiverem a suspensão modificada, em
qualquer condição de uso, deve constar
10
Entre-Vias
uma observação no Certificado de Registro
de Veículo (CRV) e no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV),
indicando a altura livre do solo.
Em Minas Gerais, segundo dados do
Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o número de multas por alterações
irregulares em carros e outros veículos automotores aumentou 6,46% em dois anos.
Foram aplicadas mais de 7 mil multas em
2013, contra 6,7 mil em 2012. Ainda de
acordo com o Detran, são 1.594 carros
rebaixados e regularizados pelo órgão
conforme a resolução antiga, a 292, do
Contran. No entanto, no ano passado, o
conselho publicou novo documento proibindo qualquer mudança nos veículos até
que uma nova resolução fosse editada.
O motorista que usar a suspensão erguida ou rebaixada irregularmente está
sujeito a multa no valor de R$ 127,69 e
cinco pontos na carteira, o que caracteriza
infração grave. Na edição 113, Entre-Vias
mostrou o risco de se modificar a forma
original dos caminhões. A prática mais
comum é levantar a traseira, que agora é
proibido. No rebaixamento, os eixos de suspensão são encurtados, descaracterizando
a forma original do veículo e podendo levar
a desgaste precoce das peças.
O sócio da Mobilidade Engenharia e diretor coordenador de Comissões Técnicas da
SAE Brasil, Luso Ventura, explicou que a alteração pode acarretar na quebra da suspensão, entre outros problemas estruturais. Se a
traseira for levantada, o eixo dianteiro ficará
sobrecarregado. Em caso de chuva, granizo,
buraco e situações que pedem esforço extra
do veículo, o risco pode ser maior, já que a
inclinação pode afetar o rolamento.
Meio Ambiente
Carlos Thomaz explica, no entanto, que nem todo pneu pode ser recuperado. Segundo ele, é preciso que o
equipamento passe sempre por manutenções preventivas, além de não sofrer
sobrecarga, manter-se a pressão do ar
adequada e passar por rodízio. Ele alerta
que unidades danificadas, com descarte
excessivo e cortes não oferecem condições para serem reformadas, pois podem
prejudicar a segurança do produto.
O Brasil é o segundo maior mercado no
mundo, segundo a associação. São 9 milhões de unidades de ônibus e caminhões
que usaram a reforma como alternativa
para os pneus gastos em 2013. Apenas os
Estados Unidos estão na frente, com mais
de 20 milhões de unidades no ano passado.
Brasil vende mais
pneus reformados
Aumento no número
de unidades
comercializadas foi
de 14% em oito anos.
Procedimento é
indicado para evitar
danos ambientais
O
segmento de reforma de pneus
está crescendo no Brasil. Essa é
uma forma de diminuir a quantidade de borracha lançada no meio ambiente, sem tratamento e que demora milhões
de anos para se decompor. Segundo dados
da Associação Brasileira do Segmento de
Reforma de Pneus (ABR), o aumento no número de unidades recuperadas foi de 14%
entre 2005 e 2013.
12
Entre-Vias
Quando jogados no meio ambiente,
os pneus podem se misturar a lixos orgânicos, absorver gases da decomposição
e aumentar o risco de explosões nesses
lugares. Além disso, se queimados, provocam danos irreversíveis, como a liberação
de óleo no solo, tanto que a queima é
proibida no país. Uma das formas de reciclagem é a conhecida recauchutagem,
que é uma reforma que deixa o pneu apto
a ser usado novamente praticamente nas
mesmas condições de um novo.
Em entrevista ao Portal CNT, da Confederação Nacional do Transporte, o assessor
técnico da ABR, Carlos Thomaz, explicou
que a reforma, feita por processos técnicos
que substituem a banda de rodagem por
uma nova, é segura e tem rendimento quilométrico equivalente a de pneus novos. A
banda de rodagem é a parte do pneu que
entra em contato com o solo.
O procedimento é uma prática mundial
que surgiu para evitar o desperdício. Para
fazer a reforma, a indústria emprega apenas 20% do material usado na produção
de um pneu novo. Hoje, o país tem 1.257
empresas que fazem o serviço, a maioria de
pequeno porte.
Cada carcaça pode ser modificada em
média duas vezes, gerando três vidas ao pneu.
O custo, segundo a ABR, é 73% menor ao
consumidor e proporciona redução de 57%
no custo por quilômetro rodado, que pesa no
orçamento do transportador, ou seja, um pneu
recuperado custa 43% do valor de um novo.
Ainda de acordo com a associação do
setor, a reforma repõe no mercado mais de
8 milhões de pneus da linha caminhão/ônibus por ano e representa uma economia de
R$ 7 bilhões ao ano para o setor. Segundo
a indústria, o processo não é uma atividade
poluidora.
INDÚSTRIA
Mesmo com retração da indústria automotiva, o mercado de pneus avançou
no primeiro bimestre de 2014, segundo
dados da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip).
O PROBLEMA
DOS PNEUS
Se jogados em terrenos baldios, podem
acumular água da chuva e servir de local onde
mosquitos transmissores de doenças, como a
dengue e a febre amarela, colocam seus ovos
Se queimados, podem ajudar a dissipar
incêndios. Um pneu é capaz de ficar em
combustão por mais de um mês e, no
processo, libera dez litros de óleo no
solo. A queima de pneus é proibida pela
legislação ambiental federal
Se colocados em lixões e misturados ao lixo
orgânico, absorvem os gases liberados na
decomposição, inchando e estourando
Para permanecer em crescimento
e acompanhar a evolução do mercado
mundial, o presidente do Conselho de
Administração da associação, Jean-Philippe
Ollier, diz que estão sendo investidos
mais de R$ 10 bilhões no país até 2015.
"Vamos investir agora também para implantação do processo de etiquetagem
de pneus, que consideramos uma medida
muito importante na defesa do consumidor", afirma.
O setor reúne hoje 11 fabricantes de
pneus novos, com mais de 100 mil colaboradores diretos e indiretos. "Somos os
maiores consumidores de borracha sintética, borracha natural e alguns produtos
químicos que entram na composição do
pneu. E temos sentido falta de uma política mais efetiva para aumentar a produção
local, principalmente da borracha natural,
um produto nativo do Brasil", afirma
Ollier. Em 2013, segundo dados da Anip,
foram produzidos 68,8 milhões de pneus
de todos os tipos no país, crescimento de
9,77% sobre 2012.
Saúde
Checape
Antes de pegar a estrada
novamente, caminhoneiros
passam por ginástica laboral
e massagens relaxantes
Ações do Sest/Senat
oferecem exames como
medição do nível de
glicose no sangue
na estrada
Pare para descansar, almoçar ou
abastecer e aproveite para fazer exames
importantes e levar uma vida saudável
C
omo cuidar da saúde quando se
está na estrada, cada dia em um
canto do país? É difícil marcar
uma consulta e muitas vezes não sobra
tempo para fazer aquele checape tão necessário. Mas cada dia surgem novas ações
pelas rodovias para beneficiar os trabalhadores que estão sempre em viagem. Elas
estão nos postos de combustíveis, pontos
de parada da Polícia Rodoviária Federal ou
outros prédios na beira da estrada, como
do Serviço Social do Transporte/Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte
(Sest/Senat).
São vários serviços oferecidos, de aferição da pressão arterial a massagem relaxante. É só parar um pouquinho a rotina
e se render aos cuidados das equipes de
saúde. Para se ter uma ideia da importância das ações, em março do ano passado, a
CCR AutoBan, que gerencia a Rodovia dos
Bandeirantes, em São Paulo, por meio do
programa Estrada para a Saúde, detectou
que 89% dos 243 caminhoneiros atendidos estavam obesos, problema que leva a
doenças como diabetes e hipertensão.
É um verdadeiro mutirão nas estradas.
Uma das maiores iniciativas é o Comandos
de Saúde nas Rodovias. Em parceria com
a Polícia Rodoviária Federal (PRF), desde
2006 o Sest/Senat organiza blitze nas unidades, nas quais os motoristas são orientados sobre bons hábitos de saúde. As campanhas são voltadas para trabalhadores do
transporte e autônomos. Eles são atendidos
14
Entre-Vias
Fotos: Júlio Fernandes/Agência Full Time/Divulgação
O QUE VOCÊ
ENCONTRA
NA ESTRADA
edição de pressão arterial
M
Medição do nível de glicose
Medição do nível de colesterol
Testes de obesidade
Exame de acuidade visual
Exame de acuidade auditiva
Medição dos níveis de sonolência
Medição do estresse
Medição da frequência cardíaca
Informações nutricionais
Exames de doenças sexualmente
transmissíveis e HIV
Distribuição de preservativo
Corte de cabelo
Vacinas
Massagem relaxante
* Os serviços oferecidos variam
conforme programa de cada empresa
No Sul do país, o Saúde na Estrada promove encontros e ações nos postos da rede Ipiranga
por educadores e médicos, onde fazem aferição da pressão arterial, exames que detectam obesidade, estresse e sonolência.
Ao final, o motorista é encaminhado para
uma consulta médica.
Além dos atendimentos, os profissionais participam de atividades de recreação
para entretenimento e educação. E ainda
podem fazer ginástica laboral, massagens
corporais, participar de palestras e exibição
de vídeos com distribuição de preservativos
e material informativo sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). As próximas
paradas serão realizadas nos dias 14 de
maio, 29 de outubro e 26 de novembro.
A primeira ação do Comandos de Saúde foi em 19 de março. Mais de 3 mil caminhoneiros foram atendidos. Neste ano, tomaram vacinas como da hepatite B, tétano,
tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
e febre amarela.
Outra ação recorrente é o Saúde na Estrada, promovido pelos postos Ipiranga na
região Sul do país. A última ação ocorreu em
11 de abril e outras ainda estão sendo programadas. É o sétimo ano que a rede pro-
Medir a pressão arterial regularmente permite a identificação de doenças crônicas cardíacas
move os encontros em mais de 100 postos,
em parceria como Serviço Nacional do Comércio (Senac), Ministério da Saúde, Polícia
Rodoviária Federal. Em São José dos Pinhais,
no Paraná, conta com apoio da prefeitura.
Foram ofertados exames de pressão arterial,
teste de glicemia, acuidade visual, cálculo do
Índice de Massa Corpórea (IMC), vacinação,
informações sobre DSTs e dengue.
As concessionárias que administram
trechos de rodovias no país também fazem ações voltadas para os caminhoneiros. A CCR Nova Dutra, por exemplo, tem
trailer odontológico, com consultas para
atendimento e alerta sobre as práticas de
higiene bucal. A concessionária mantém
um consultório dentário completo em um
trailer que fica estacionado no posto Arco
Íris, no KM 81,9 da Via Dutra no sentido
Rio de Janeiro, em Roseira (SP). O horário
de funcionamento é de segunda e quarta-feira, das 8h às 18h; terça e quinta, das 7h
às 17h; e sexta-feira, das 9h às 17h.
Na Fernão Dias, o Viva Saúde também
conta com ações para conscientizar os motoristas sobre a importância dos cuidados com
a saúde e qualidade de vida. A campanha
busca a diminuição do índice de acidentes
no trecho entre Belo Horizonte e São Paulo
da BR-381. Para isso, são feitos trabalhos que
valorizam os hábitos saudáveis, bem-estar,
saúde e manutenção do veículo.
Entre-Vias
15
Tecnologia
Aplicativos para
diminuir acidentes
Programa ‘Parada
pela Vida’ desenvolve
programas para
celulares que alertam
sobre uso de celular
e álcool ao volante
A
plicativos para evitar acidentes.
Sim, mesmo que eles sejam para
smartphones e tablets, verdadeiros inimigos do volante. O programa Parada pela Vida, que se trata de um conjunto
de campanhas e ações para diminuir pela
metade o número de acidentes nas rodovias e cidades brasileiras em 10 anos, desenvolveu e está divulgando três aplicativos que têm o objetivo principal de ajudar o
motorista: o Mãos no Volante, o Onde Tem
Táxi Aqui? e ainda o De Quem É A Vez?.
Eles foram desenvolvidos pelo Ministério
das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), para reduzir duas
das principais causas de acidentes no trânsito:
a distração em razão do uso do telefone e a
direção após consumo de bebida alcoólica.
O Mãos no Volante é uma ferramenta
para smartphones que ajuda o motorista a
evitar o uso do telefone celular enquanto dirige. Ele bloqueia chamadas para o número
de celular. Quem ligar ou enviar mensagem
de texto para o número receberá a seguinte
resposta automática: “Estou dirigindo no momento. Ligo mais tarde”. A mensagem pode
também ser personalizada pelo usuário do
aplicativo. O intuito é que a ferramenta contribua para que o motorista tenha mais concentração e segurança enquanto dirige.
Segundo informações do Programa
Parada pela Vida, pesquisas apontam que
16
Entre-Vias
o uso do celular no trânsito é tão perigoso
quanto beber antes de dirigir. Consiste em
uma das principais causas de distração, o
que aumenta o risco de acidentes em até
400%, como atropelamento e batidas.
No Brasil, dirigir falando ao celular implica infração média, com pena de multa de
R$ 85,13, e soma quatro pontos na carteira
de habilitação.
O serviço Onde Tem Táxi Aqui? foi desenvolvido para incentivar os motoristas a
voltar para a casa de táxi se tiverem consumido bebida alcoólica. O aplicativo usa os
dados disponíveis no Google para buscar
pontos ou empresas de táxis que ofereçam
um carro mais rapidamente.
Outro aplicativo que está fazendo sucesso nas rodas de bares – e é um bom aliado
dos motoristas nas cidades brasileiras que
estão recebendo o festival Comida di Buteco – é o De Quem É A Vez?. Ele é capaz de
sortear, em um grupo de amigos, quem será
o Motorista da Parada. O serviço tem o objetivo de difundir a prática de direção segura e
lembrar sempre que no país é proibido dirigir
Rota das Cidades. São informações seguras
para o usuário escolher, compartilhar e salvar uma rota real que ele fará. Ao selecionar
origem e destino, é possível saber as condições das rodovias, a previsão do tempo, o
valor dos combustíveis ao longo do trecho e
a localização dos postos de gasolina.
após ingerir álcool, com pena de multa que
chega a R$ 2 mil, de acordo com a Lei Seca.
Além de divertido, o De Quem É A Vez?
informa aos amigos quem ficará sóbreo
naquele dia. Depois do sorteio, o sistema
envia um SMS para o amigo escolhido informando a decisão.
Outro aplicativo lançado pelo Parada
para auxiliar o motorista no trânsito é o
ALERTA
A Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) divulgou recentemente nota
sobre alguns aplicativos disponíveis no
mercado e pediu cuidado na hora de usá-los. A ênfase foi nos apps de carona solidária que estão no mercado. Para a ANTT, se
gratuito, o uso deve ser incentivado. Caso
contrário, se estabelecer um valor para o
transporte, é preciso ter cautela. “Entendemos que existem dois extremos: quando a
carona de fato é gratuita e quando há troca
de valores. Por vezes, os limites entre essas
duas dimensões se confundem e temos de
analisar cada caso isoladamente”, afirma
o coordenador do laboratório de inovação
digital da ANTT, Beto Aquino Agra.
Capa
Fotos: Arquivo Entre-Vias
Quem morre mais
Pequenos
vertebrados
Vida
animal
pede
passagem
Morte de bichos
em rodovias
dizima espécies,
prejudica
o ecossistema
e causa perigo
também para
usuários
18
Entre-Vias
Era uma vez, um lobo-guará macho que
estava em busca de alimentos para seu filho
que acabara de nascer. Com o fim das áreas
de cerrado, ele precisava andar quilômetros
para encontrar comida, enquanto a mãe vigiava o filhotinho. Contudo, ele não voltou. Ao
atravessar a estrada que cortava seu habitat,
foi atropelado e morreu.
A pequena narrativa não é uma ficção. É
uma realidade que ocorre com frequência. A
cada segundo, mais de 15 animais morrem
nas estradas brasileiras. Diariamente, há estimativa de morte de mais de 1,3 milhão de
bichos e, ao final de um ano, mais de 475 milhões de animais selvagens são atropelados
no Brasil. Os números estarrecedores são do
Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de
Estradas (CBEE), ligado à Universidade Federal de Lavras (Ufla).
De acordo com estudos do centro, cerca
de 430 milhões de animais são pequenos vertebrados, como sapos, aves menores, cobras.
Aproximadamente 43 milhões são de médio
porte – gambás, lebres, macacos – e 2 milhões são de grande porte: onça-parda, lobos-guarás, onça-pintada, antas e capivaras.
“Existem vários trabalhos que realizam o
levantamento de espécies que são atropeladas em rodovias brasileiras e muitos apontam
o atropelamento como agravo no risco de
extinção de algumas espécies, uma vez que
se encontra em risco de extermínio por outros
9%
1%
90%
Vertebrados de
médio porte
Vertebrados de
grande porte
Atropelamento em
estrada de Araxá
Fonte: Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE)
“Para a sociedade, tirando
o risco de acidentes
de trânsito, provocados
principalmente por animais
de grande porte, deve-se
considerar que os animais
possuem papéis biológicos
importantes, como manutenção
de ecossistemas, mantendo
nichos ecológicos. Por isso
é essencial sua preservação,
considerando que cada
um tem sua função”
A instituição não conta com
um mapeamento detalhado,
como apresentação
das espécies dizimadas
e de rodovias com mais
recorrência de acidentes
Felipe Coutinho Batista, médico veterinário
Aristides Junior, inspetor da PRF
fatores como perda e fragmentação de habitat e caça, por exemplo, o lobo-guará”,
contextualiza o médico veterinário Felipe
Coutinho Batista Esteves, presidente da
organização não governamental Bem Viver – que socorre animais abandonados e
agredidos.
Ele explica o impacto ambiental, pois
há um rompimento nos ciclos naturais, tanto na cadeia alimentar como reprodutivos
e biológicos, diminuindo a biodiversidade
em áreas com altos índices de atropelamentos. “Para a sociedade, tirando o risco
de acidentes de trânsito, provocados principalmente por animais de grande porte,
deve-se considerar que os animais pos-
suem papéis biológicos importantes, como
manutenção de ecossistemas, mantendo
nichos ecológicos. Por isso é essencial sua
preservação, considerando que cada um
tem sua função.”
MAPA DA DESTRUIÇÃO
Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), nas estradas de Minas
Gerais ocorreram 549 acidentes com animais no ano passado. O inspetor Aristides
Junior informa que a instituição não conta
com um mapeamento detalhado, como
apresentação das espécies dizimadas e derodovias com mais recorrência de acidentes.
Outros órgãos públicos foram procu-
rados por Entre-Vias, a fim de se fazer
um panorama do cenário de atropelamento no Brasil. A assessoria de imprensa do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
declarou que “o Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (Dnit)
deve realizar o monitoramento de Atropelamento de Fauna a fim de identificar os
principais pontos de ocorrência, servindo
de base para indicação de possíveis medidas mitigadoras”. Contudo, o Dnit não
retornou, até o fechamento desta reportagem, sobre as questões solicitadas.
O CBEE está fazendo um esforço para
criar o Banco de Dados Brasileiro de Atro
Entre-Vias
19
Capa
pelamento de Fauna Selvagem (BAFS), com
o intuito de reunir, sistematizar e disponibilizar informações sobre a mortalidade
nas rodovias e ferrovias brasileiras. O objetivo é ser uma ferramenta de gestão e
conhecimento, contribuindo com diferentes
segmentos da sociedade brasileira. As informações levantadas apontam que o Sudeste brasileiro é líder em atropelamento.
O primeiro lugar é incentivado pelo grande
número de rodovias que cortam os Estados
e pelo intenso fluxo de veículos.
O médico veterinário Felipe Esteves
explica que o período de maior recorrência
de acidentes depende da espécie. “Animais de hábitos noturnos tendem a ser
atropelados na parte da noite e durante
a madrugada, assim como durante o dia
os acidentes ocorrem com os de costumes
diurnos. Porém, isso não exclui a possibilidade de inversão desse ciclo, uma vez que
em determinada época do ano os bichos
se deslocam mais em função de reprodução, oferta e procura de alimentos, além de
mudanças climáticas. Répteis, por exemplo,
tendem a ser mais atropelados em épocas
de chuva, devido ao alagamento de suas
tocas e às temperaturas mais frias, que
fazem com que se desloquem mais para
encontrar locais para abrigo e termorregulação corporal, atraindo-os para o asfalto
quente. No caso de aves, o hábito de forragear as margens das rodovias e o voo que
confere maior mobilidade aumenta a chance que se choquem contra os veículos.”
Existe ainda um ciclo da morte de animais que aumenta o número de atropelamentos. Em áreas de agricultura e transporte de grãos, sementes ealimentos caem e
se espalham pela rodovia, tornando atrativo para animais silvestres com esse hábito
alimentar. Esses bichos são atropelados, o
que atrai espécies de carnívoros e carniceiros, fechando o ciclo. Além disso, o lançamento de lixo pelos condutores e passageiros de veículos alimenta a probabilidade de
atropelamentos.
Gambá mãe e seu filhote
encontrados mortos em
estrada do Mato Grosso
Mortalidade nos Estados
Cachorro-do-mato tenta
atravessar e é acometido
por veículo. Essa espécie
é um animal selvagem
NORTE
CENTRO-OESTE
NORDESTE
INVASÃO DO HABITAT
O ruído e a movimentação dos veículos também interferem no ciclo reprodutivo
dos animais. “Sem dúvida, as consequências das interferências do homem no meio
ambiente são desastrosas. Geralmente, os
animais procuram áreas afastadas para se
abrigar e reproduzir, excluindo algumas espécies que possuem poder adaptativo muito grande, convivendo pacificamente com
os ruídos. Já na movimentação são nítidos
os impactos para a reprodução. Animais
em época reprodutiva tendem a se deslocar mais para encontrar parceiros, assim
são obrigados a cruzar rodovias, afinal, sua
área de circulação natural foi interrompida,
Regiões
SUDESTE
Onde morrem mais animais
Sudeste
Centro-Oeste
Sul
Norte
Nordeste
SUL
20
Entre-Vias
Fonte: Centro Brasileiro de Estudos
em Ecologia de Estradas (CBEE)
Entre os principais fatores
que levam ao atropelamento de
animais nas rodovias, pode-se
ressaltar a sua localização
em rotas de migração natural
de algumas espécies
Entre-Vias
21
Capa
o que aumenta significativamente a chance
de serem atropelados.”
Entre os principais fatores que levam
ao atropelamento de animais nas rodovias,
pode-se ressaltar a sua localização em rotas
de migração natural de algumas espécies ou
dentro de áreas de preservação reduzidas e
fragmentadas. A disponibilidade de alimento
ao logo da estrada – que leva o animal a
percorrer longas distâncias em sua margem
–; presença de barreiras físicas como cercas
de divisa de propriedades, que faz com que
muitas vezes ele não consiga sair; além de
falta de opções de passagem segura, são
outros motivadores de acidentes.
Michelle Horovits, da assessoria de comunicação do Ibama, diz que as rodovias
existentes estão passando por um processo de regularização ambiental. A Portaria
420/2011 do Ministério do Meio Ambiente
dispõe sobre procedimentos a serem aplicados pelo instituto na regularização e no
licenciamento ambiental das rodovias federais. O documento determina que o Ibama
realize relatórios de controle ambiental, levando em consideração as peculiaridades de
cada rodovia, observado as interações entre
os meios biótico, físico e socioeconômico,
compostos por um diagnóstico ambiental
e programas de monitoramento de fauna,
mitigação dos passivos ambientais, gerenciamento de riscos e planos de ação de
Jaguarundi morto
na BR-262, sentido
Belo Horizonte/Uberlândia
Aves também
estão propícias
a atropelamentos
Siriema encontrada na BR-359
emergência, educação e gestão ambiental.
Apesar da determinação, estão sendo
ou foram realizados baixíssimos esforços
em avaliar os efeitos do atropelamento de
animais nas rodovias, segundo consultores
ambientais. Eles enfatizam que o interesse
em criar alternativas harmoniosas para a
fauna prosseguir seu ciclo, mesmo com as
estradas, é novo no Brasil. Por isso, precisa
ser fiscalizado, atividade sob responsabilidade do Dnit. Esse órgão também deve incluir sinalizações em locais de travessia de
faunas, que devem contar com redução de
velocidade, bem como pontos para a travessia de animais.
ECOLOGICAMENTE CORRETO
Se não há garantia de cumprimento
de todas as determinações, o caminho é
partir para alternativas. Radares instalados
em estradas diminuem a quantidade de
acidentes envolvendo animais silvestres.
No Pantanal, aparelhos de controle de velocidade na BR-262 entre Anastácio e Corumbá reduziram pela metade o índice de
atropelamento.
Experiências de outros países mostram
que é possível preservar a fauna. A Alemanha, onde estão as estradas ecologicamente mais corretas do planeta, combina
cercas que impedem o acesso dos animais
à pista, com viadutos pelos quais eles possam atravessar de um lado a outro, sem ter
de enfrentar os carros.
Capa
Nos Everglades, imensa área de pântanos ao sul da Flórida, nos Estados Unidos,
as rodovias de alta velocidade são suspensas nos trechos de maior concentração da
fauna. Em outras regiões, vizinhas de parques nacionais, usam-se até aparelhos que
emitem ondas ultrassônicas para afastar os
animais da rodovia.
Em época de comunicação sem fronteira, a tecnologia tornou-se parceira. O aplicativo “Urubu Mobile” permite que os motoristas registrem fotos de atropelamento
de animais a fim de diminuir a recorrência
desses incidentes e auxiliar no planejamento de novas vias. Para utilizar o sistema,
os interessados podem fazer o download
no Google Play. Assim, quando encontrar
um animal silvestre atropelado, basta fazer
uma foto para que a posição geográfica e
a data sejam marcadas automaticamente.
MOTORISTAS DO BEM
Outra solução, adotada no mundo inteiro, é estabelecer limites rigorosos de velocidade e punir motoristas infratores. “Aos
meus olhos de educador de trânsito experiente e de muitos anos de estrada, sem
sobram de dúvida eu aponto a imprudência, o desrespeito à sinalização, o excesso
de velocidade como as principais causas de
acidentes envolvendo animais, sejam eles
de pequeno, médiooude grande porte”,
critica o especialista em trânsito Antonio
de Paula, inspetor aposentado da Polícia
Rodoviária Federal (PRF).
Inspetor De Paula enfatiza que a imprudência é responsável por mais de 40% das
colisões com animais, e a desatenção dos
motoristas é o maior vilão das ocorrências.
Ele avalia que as campanhas de prevenção
de acidentes com animais na pista, realizadas pelos governos, apresenta bons resultados, principalmente nos perímetros urbanos.
Nas pistas administradas por concessionárias, o foco das ações é na orientação
aos proprietários de sítios e chácaras que
contam com criação de animais sobre como
evitar situações de riscos e como proceder
nos casos em que ocorra a presença de ani-
"Ter atenção é fundamental na condução de qualquer
automóvel. Mesmo sendo um veículo de grandes proporções,
um caminhão, ao atropelar um animal, pode perder o seu
controle e provocar um acidente. A redução da velocidade
contribui para que esse tipo de acidente não aconteça"
Carlos Roesel, presidente do Sintrauto
mais na faixa de rolamento das rodovias. O especialista
pontua que as concessionárias têm por obrigação o cadastramento de todas as propriedades e a realização
de um trabalho preventivo, por meio do serviço de inspeção de tráfego e do circuito de câmeras, que realiza
o monitoramento das rodovias. Ao identificar os casos,
são acionadas as equipes de operações de resgate, que
contam com pessoas treinadas e caminhões boiadeiros
atuando no recolhimento dos animais.
“Choques com animais, mesmo os de pequeno porte, sempre trazem consequências graves. Dependendo
da velocidade, bater em um cachorro poderá desesta-
A cada segundo, 15
animais morrem nas
rodovias brasileiras
“Aos meus olhos de educador de
trânsito experiente e de muitos anos
de estrada, sem sobram de dúvida eu
aponto a imprudência, o desrespeito
à sinalização, o excesso de velocidade
como as principais causas de acidentes
envolvendo animais, sejam eles de
pequeno, médiooude grande porte”
Inspetor De Paula
24
Entre-Vias
bilizar completamente o veículo, gerando um acidente
de grandes proporções. Por isso, ao perceber animais na
pista ou próximo dela, o correto é reduzir a velocidade
ou mesmo parar. Não se deve acionar a buzina para
espantá-los. É bom ligar os faróis e pisca-alerta para
chamar a atenção de outros motoristas. Os animais,
quando assustados, reagem de maneira imprevisível.
Não é aconselhável acreditar que, ao ver o veículo, o
animal vai fugir para frente”, orienta o educador, ressaltando que, em caso de colisão com animais de grande
porte, o impacto ocorrerá na altura do para-brisa, podendo atingir os ocupantes do veículo.
Capa
Entrevista
Morte de animais em rodovias:
Especialista apresenta
responsabilidades em torno
da preservação da fauna nas
estradas e do equilíbrio entre
natureza e sociedade
Entre-Vias: Quais são os principais motivos que provocam a
morte de animais nas rodovias?
Valeska Buchemi de Oliveira: Diversas são as razões. Existem as
causas antrópicas (causadas pelo homem) e as naturais. Contudo, o
principal fator é a falta de políticas públicas adequadas para a resolução do problema. Os motivos antrópicos são a própria rodovia, que
representa uma barreira ambiental para diversos animais; e o fluxo de
veículos, que pode variar desde moderado, em estradas de terra, até
intenso, em rodovias. Os processos biológicos envolvem a dispersão de
indivíduos ao longo dos seus habitats e ao longo de pastos, plantações
ou matas alteradas. Os animais precisam procurar por alimentos, por
parceiros e precisam estabelecer territórios. Por isso, precisam atravessar estradas. Muitos deles também apresentam características que os
tornam mais vulneráveis a atropelamentos, como visão ruim ou lentidão ao se locomoverem. Porém, o estabelecimento de rodovias e as
necessidades biológicas dos animais são características com as quais
temos de lidar. Certamente, as maiores causas de atropelamentos e
acidentes rodoviários com fauna silvestre são a falta de estruturas adequadas para a travessia dos animais, insuficiência de placas educativas
e a pouca conscientização dos motoristas.
EV: Há um mapeamento dos pontos em que ocorrem mais
acidentes?
VBO: Ainda não existe um mapeamento adequado das rodovias no
Brasil, mas algumas ações começam a ser aplicadas aqui e em diversas
outras nações. Em nosso país, a quantificação desses atropelamentos
é difícil devido à própria magnitude de sua malha rodoviária e devido
à falta de profissionais e investimentos na área. Existem alguns pontos
sob monitoramento ao longo do país, tanto para empreendimentos de
licenciamento ambiental quanto para pesquisas acadêmicas. Nesses
trechos controlados, os locais com maiores registros de atropelamentos
são a BR-101 Sul (SC e RS), SP-255 (SP) e a BR-163 (PA).
EV: Existem dados que mostram quais espécies são dizimadas
nas rodovias?
VBO: Os estudos realizados até o momento indicam que raposas e
cachorros-do-mato são atropelados em grande número. Tatus de diferentes espécies (tatu-galinha, tatu-peba e tatu-de-rabo-mole), preguiças e tamanduás também são encontrados com frequência atropelados
em nossas rodovias. Dentre as aves se destacam corujas, curiangos e
bacuraus, mas diversas outras espécies desse grupo são constantemente atropeladas. Muitos anfíbios e répteis também sofrem esse impacto.
Os estudos realizados e as coletas aleatórias, por motivos claros, acabam registrando com maior frequência animais de maior porte, e muitos dos dados devem ser analisados com clareza pelos órgãos gestores.
26
Entre-Vias
A bióloga Valeska Buchemi de Oliveira,
mestre em zoologia, pesquisadora e
consultora ambiental, contextualiza
para os leitores de Entre-Vias a morte
de animais nas rodovias
EV: O ruído e a movimentação dos veículos interferem no ciclo reprodutivo?
VBO: Certamente e de maneira intensiva. Diversos estudos apontam que os ruídos e a movimentação dos veículos causam efeitos significativos e negativos sobre diversas espécies de animais, desde os
invertebrados até os mamíferos. Muitas pesquisas comprovaram que,
além das altas taxas de mortalidade por atropelamento, rodovias causam impactos em ciclos reprodutivos, em estratégias de comunicação
dos animais, no uso de ambiente, na dispersão em seus territórios e
em trocas genéticas. Em um estudo realizado na região Sul do país,
constatou-se que os roedores analisados, conhecidos como tuco-tucos,
apresentavam índices maiores de quebra do DNA – ações multigenéticas – quando capturados mais próximos à rodovia estudada; enquanto
animais que habitavam locais mais distantes apresentavam menores
índices. Outras pesquisas também demonstram que metais pesados se
acumulam em ninhos, em vegetais e em tecidos de animais em maiores
quantidades em organismos que estão mais próximos a estradas. É importante mencionar, ainda, que estradas têm efeito, igualmente, sobre
as plantas e as árvores em suas imediações. Rodovias dificultam a dispersão de sementes e aumentam a quantidade de produtos tóxicos no
ambiente. O tema Ecologia de Estradas se tornou um ramo específico
da ciência,e séries de pesquisas estão sendo conduzidas para entender
o impacto de estradas sobre a biodiversidade. Por isso, é muito importante que ações de manejo sejam implantadas.
problema de todos
EV: As estradas brasileiras contam com estruturas para evitar
acidentes com animais?
VBO: Algumas contam com passagens de fauna. Por exemplo, na estrada-parque de Itacaré (BA) existem estruturas arbóreas para a travessia
de primatas: são cordas ligando as copas das árvores dos diferentes lados
da rodovia. O Estado de São Paulo tem 81 passagens de fauna em 14
rodovias, e alguns estudos realizados demonstram sua eficácia não somente para a travessia dos animais, como para a redução de acidentes.
Na rodovia SP-255, localizada entre os municípios de Itirapina e Jaú, foram
implantadas passagens de fauna e, ao longo de dois anos,registraram-se
800 travessias de fauna, englobando 21 espécies animais. Mas o resultado
principal é que o número de acidentes reduziu 87% em relação aos índices
anteriores, evidenciando o aumento de segurança para o usuário.
Porém, muito ainda deve ser feito, principalmente próximo e dentro
das unidades de conservação. Para evitar mortes de animais, mas principalmente para garantirmos a manutenção das trocas genéticas entre
populações animais e vegetais, deveríamos investir em passagens de
fauna, incluindo túneis de travessia subterrânea, passagens arbóreas,
pequenas travessias para anfíbios e répteis, passagens sob pontes e
rios, cercas de direcionamento. Deveríamos também investir em placas
de sinalização e em educação ambiental nas rodovias.
Sobre o modelo ideal, ele não existe, pois cada rodovia apresenta
suas próprias características. É necessário que em todos os casos haja
estudos prévios (em rodovias em construção e em rodovias já prontas).
As análises indicarão quais as espécies deverão ser mais focadas na
área e quais os tipos de passagem de fauna que devem ser implantados.
EV: De quem é a responsabilidade por evitar os acidentes?
VBO: Certamente, boa parte da responsabilidade é dos órgãos gestores, sejam as rodovias públicas ou privatizadas. Esses administradores
devem implantar túneis e outros tipos de passagens de fauna que assegurem a travessia dos animais, inclusive para macacos e micos através de estruturas arbóreas. Tais gestores, públicos ou privados, devem
garantir o trânsito dos animais e a segurança dos usuários. Porém, é
importante ressaltar que muitos motoristas são imprudentes e alguns
deles, inclusive, atropelam animais propositalmente.
Todos os motoristas podem contribuir dirigindo de maneira consciente,
principalmente em trechos periurbanos, rurais e em área naturais ou de
conservação ambiental. Devem respeitar placas de educação ambiental
ou de sinalização de travessias de fauna. Em trechos privatizados, devem
informar aos gestores sobre animais atropelados e, se possível, podem colaborar com o banco de dados dos pesquisadores pelo aplicativo Urubu
Mobile (apresentado na página 24). Dirigindo prudentemente, cobrando
atitudes dos gestores privados e públicos e contribuindo com o banco de
dados, certamente, todos os motoristas poderão colaborar para o monitoramento das rodovias, para sua própria segurança e de outros usuários.
Estradas
Fotos: Via101/Divulgação
Obras do lote
29 na BR-101/
SC mudaram
sinalização:
motoristas
devem ficar
atentos
Dnit/Reprodução
Atenção: trechos
interrompidos
Dnit alerta para,
pelo menos, três
rodovias com
tráfego prejudicado
por obras ou chuva
28
Entre-Vias
O
s motoristas que trafegam pelo
país devem ficar atentos aos trechos interrompidos para obras ou
por causa de chuva. São pelo menos três lugares nessa situação, demandando desvios
ou paciência, já que alguns podem estar
situados no sistema Pare e Siga.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) restringiu
o tráfego de caminhões e outros veículos
de carga na DF-003, entre o balão do Colorado e o balão do Torto, no sentido Brasília,
das 16h às 20h, em dias úteis. A medida,
segundo o DER, tem a intenção de diminuir
o risco de acidentes de trânsito no local.
A intenção é melhorar o tráfego para
os moradores de Sobradinho, Planaltina e
condomínios da região. De acordo com o
DER, o tráfego ficará restrito somente até
a conclusão de obra de ampliação da rodovia, que tem previsão de durar dois anos. O
trecho começa no KM 0 da BR-020/DF-003
até o KM 5 da rodovia DF-003.
Os condutores devem desviar pela
DF-001, onde ficam até a liberação da pista ou seguem pelo Paranoá, que aumenta
a viagem em 25 km. Outro desvio sugerido pelo DER é passar pelo Lago Oeste. No
entanto, o DER alerta que os motoristas
de veículos pesados devem programar sua
viagem para não chegar a Brasília nesse
horário de restrição.
Segunda Ponte sobre o Rio
Guaíba, no Rio Grande
do Sul, terá 7 km ao todo
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alerta para
outro trecho interditado: a BR-153, na altura do KM 396, em Goiás. A chuva intensa
provocou rompimento de parte da rodovia
entre os municípios de Jaranápolis e Jaraguá. O trânsito no local está em meia pista,
permitido apenas para veículos leves.
Os motoristas devem seguir algumas
alternativas sugeridas pelo Dnit: em Anápolis, seguir pela BR-414, passando por
Corumbá de Goiás / Cocalzinho de Goiás
até o entroncamento da BR-080/GO. Pela
BR-080/GO, seguir até retornar à BR-153/
GO próximo a Uruaçu. Outra sugestão é:
de Anápolis, seguir pela GO-330, passando
por Campo Limpo / Ouro Verde, até o entroncamento com a GO-080 (Petrolina de
Goiás). Pela GO-080, passar por São Francisco de Goiás até retornar à BR-153/GO.
Ou ainda, de Goiânia, seguir pela GO-080
passando por Petrolina de Goiás / São Francisco de Goiás até retornar à BR-153/GO.
No Sul do país, mais mudanças. Com
a conclusão das obras na BR-101/SC, os
motoristas devem ficar atentos às modificações no trânsito. Entre Araranguá e Sombrio, a pista tem novo traçado e vias laterais construídas para movimentação entre
bairros e de pedestres. As pistas estão duplicadas e o trânsito, que antes era em mão
dupla, passou a ser em quatro faixas, duas
em cada sentido. Foram concluídos viadutos e a velocidade passou de 80 km/h para
110 km/h (veículos pequenos) e 90 km/h
(veículos de grande porte).
Mas ainda estão sendo feitos trabalhos complementares que exigem atenção.
A empresa responsável pelas obras ainda
atua entre os KM 409 e 437, fazendo taludes, sistemas de drenagem e melhoria do
pavimento.
SEGUNDA PONTE
O Dnit assinou, no início do mês, contrato no valor de R$ 649 milhões para
construção da Segunda Ponte sobre o Rio
Guaíba, no Rio Grande do Sul. O consórcio
que venceu a licitação, o Ponte Guaíba, é
formado pelas construtoras Queiroz Galvão e EGT Engenharia. A nova ponte fará
a ligação entre a capital gaúcha e o Sul do
Estado, passando pela Ilha do Pavão até a
Ilha Grande dos Marinheiros. Será uma alternativa para desafogar o tráfego na única
travessia sobre o Guaíba existente.
A ponte velha, denominada Ponte
Getúlio Vargas, tem capacidade restrita
e os constantes içamentos do vão móvel
acabam gerando congestionamentos no
sistema viário de acesso a Porto Alegre e
rodovias da região. A Segunda Ponte terá
7,3 km, com duas faixas de trânsito, refúgio
lateral e central e acostamento.
Entre-Vias
29
Estradas
Notas
Blog da Iveco/Reprodução
COOPERCARGA
CAMINHÃO 100% GNV
A Coopercarga vai começar a operar o primeiro modelo de caminhão
movido 100% a gás natural veicular (GNV) para a Ambev. A emissão
é 20% menor de CO2 em comparação aos modelos movidos a diesel. O
Constellation 24.280 6x2 entra em
circulação em maio na região Central
do Rio de Janeiro. Será um período de
seis meses de testes na distribuição de
bebidas. O gás é armazenado em cilindros produzidos em fibra de carbono,
que ocupam 150 m3 na cabine.
Câmeras
contra
Goodyear/Divulgação
infrações
PRF usa imagens de
concessionária da Fernão Dias
para autuar motoristas que
ultrapassam pelo acostamento
GOODYEAR
PNEU TAMANHO
ELEFANTE
T
rafegar pelo acostamento é uma das
infrações mais frequentes cometidas
por motoristas nas rodovias, bem
como o não uso do cinto de segurança e
dirigir falando ao celular. Para coibi-las, a
Polícia Rodoviária Federal de Pouso Alegre, no Sul de Minas, está usando câmeras
da concessionária que administra a Fernão
Dias para multar motoristas, principalmente,
locomover-se no espaço que é proibido.
O acostamento, segundo o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB), é o espaço reservado para ser usado quando um carro tem
problemas mecânicos até a chegada do
socorro, para tráfego de ambulâncias se
o trânsito estiver congestionado, ou ainda
quando há acidentes leves para que os ve-
30
Entre-Vias
ículos envolvidos não interrompam a pista.
Outro problema: o acostamento também é
usado por pedestres e ciclistas, por isso, há
um alto risco de atropelamento.
Se a rodovia estiver com o tráfego engarrafado e o motorista fugir pelo acostamento, ele está passível de multa, já que a
prática é ilegal conforme o código. Ultrapassar pelo acostamento é uma infração
gravíssima, com multa de R$ 574,61 e sete
pontos na carteira de habilitação.
Com o auxílio das 108 câmeras da Autopista Fernão Dias, os policiais rodoviários estão autorizados a parar o motorista e multar.
Segundo o policial Reinaldo Márcio Costa, o
veículo é identificado pela placa e parado pela
polícia, que lavra o auto de infração. Além de
transitar pelo acostamento, também é multa
gravíssima trafegar em ciclovias, passarelas,
canteiros centrais, calçadas, entre outros.
ABC PAULISTA
Em São Paulo, no Grande ABC, as quatro
principais rodovias que cruzam a região – Imigrantes, Índio Tibiriçá, Rodoanel Sul e Anchieta – registraram, no ano passado, mais de 3
mil autuações por tráfego no acostamento. O
levantamento foi feito pelo Departamento de
Estradas de Rodagem (DER-SP). A Anchieta
foi a campeã, com 72% das multas.
Nas quatro rodovias, o monitoramento
também é feito por meio de câmeras da
concessionária e observação de agentes da
Polícia Militar Rodoviária.
A Goodyear divulgou recentemente que está fabricando um pneu, o
RM4A+, com medida 59/80R63, que é
tão alto e pesado quanto um elefante.
O produto é destinado ao segmento
Off The Road para carregar toneladas
de pedras e materiais bem pesados,
voltados para minas de carvão, transporte de pedras, ouro e cobre. O RM
tem rodas aro 63 polegadas e um total de 4 metros de diâmetro. Pesa 5,4
toneladas e pode carregar até 100 toneladas a uma velocidade de 50 km/h.
IVECO
EXTRAPESADO NÚMERO 300
A entrega de um extrapesado Premium Iveco Hi-Way à Três Américas Logística e Transportes, em março, marcou a produção do caminhão
número 300 na unidade industrial de Sete Lagoas, em Minas Gerais.
Inaugurada em 2000, a fábrica possui área total de 2,35 milhões de
metros quadrados, sendo que os 600 mil metros quadrados de espaço
construído possibilitam à empresa uma capacidade produtiva de 70 mil
unidades por ano.
“É o símbolo maior do nosso orgulho em trabalhar na fábrica de Sete
Lagoas, por todo empenho e dedicação em oferecer produtos com o melhor em tecnologia, desempenho e conforto para as atividades de nossos
clientes”, diz o diretor industrial do Complexo da Iveco na cidade, Paolo
Bianco. Ele explica que a fábrica é responsável pelos veículos de todos os
segmentos de transporte rodoviário de cargas da marca, incluindo desde
os semileves e leves da linha Daily até os extrapesados Premium Hi-Way,
passando pelos blindados.
No fim de março, a Iveco entregou dez unidades do Iveco Eurocargo 6
à Fraikin. A empresa é líder europeia na locação de veículos de transporte
e a aquisição será usada para distribuição de água em Barcelona, Tarragona, Murcia, Cádiz, Albacete, Alicante e Zaragoza, na Espanha. O veículo
é capaz de reduzir em mais de 95% as emissões de partículas poluentes.
FRETE
FERRAMENTA CALCULA CUSTOS
A NTC&Logística disponibiliza o software RentaVision-NTC, que permite
que o usuário obtenha tabelas de fretes customizadas para todas as situações
em que a empresa atua: rotas diversas, tipos de cargas, modelos de veículos,
etc. De forma simples, o usuário poderá montar suas tabelas de fretes, tanto
para cargas racionadas quanto para os diversos tipos de cargas lotações, utilizando, como base, as planilhas de custos dos veículos já cadastrados pelo
Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC
(Decope). Também é possível valer-se dos seus modelos cadastrados. Para mais
informações sobre o software: (11) 2632-1524.
Entre-Vias
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Mobilização
Por uma nova 381
Movimento reúne entidades que
visam promover o desenvolvimento
de Minas a partir de rodovia
segura e sustentável
MAPA
Legenda
Em análise
Aguarda nova licitação
TRECHO 3
Arquivo Fiemg
TRECHO 5
TRECHO 7
TRECHO 2
A
s condições estruturais da BR-381, principalmente entre
Belo Horizonte e João Monlevade, e sua importância para
Minas Gerais incentivam debates e iniciativas com o intuito de restaurar a rodovia. As 11 maiores entidades empresariais
do Estado se reuniram para criar a Nova 381. O movimento tem o
objetivo de apoiar e monitorar as obras da duplicação da estrada
até sua conclusão e promover o desenvolvimento socioeconômico
de Minas – e especialmente do vetor leste do Estado – a partir das
oportunidades que serão criadas com a reforma.
Sob a coordenação da Federação das Indústrias do Estado
de Minas Gerais (Fiemg), o método de trabalho baseia-se na
mobilização e na conscientização da sociedade por meio de informações oficiais do andamento do processo de duplicação e
perspectivas econômicas.
“Lançamos o movimento nos oito trechos que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, por meio das células formadas
por representantes empresariais que serão os responsáveis pelo
monitoramento dos trechos. Divulgamos também o Caderno de
Oportunidades, que tem a finalidade de levar ao empresariado
mineiro informações que auxiliem na identificação e na geração
de negócios”, explica o coordenador geral do movimento, Luciano
José de Araújo, que é presidente da Fiemg Regional Vale do Aço.
Araújo conta que foram realizadas, ainda, duas edições do
Compre Bem, que funciona como um encontro de negócios entre
NÚMERO DE ACIDENTES BR-381 KM 0 A 400 - PERÍODO 1/1/2011 A 31/11/2011
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Entre-Vias
TRECHO 1
Contratada / Em Contratação
TRECHO 4
TRECHO 8
Luciano José de Araújo,
que é presidente da Fiemg
Regional Vale do Aço
TRECHO 6
empreiteiras e fornecedores e, recentemente, foi criado no Vale do Aço um grupo de
trabalho de logística com representantes
das empresas âncoras para acompanhar e
discutir junto ao Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transporte (Dnit) um
plano de tráfego e rotas alternativas no período das obras. Esse grupo será ampliado
para contemplar outras empresas de relevância ao longo da 381.
APOSTA NA MOBILIZAÇÃO
Além do monitoramento, a iniciativa
aposta na mobilização social para chamar
a atenção da importância de reestruturação do trecho. Até o momento, estão cadastradas no site www.nova381.org.br
cerca de 20 mil pessoas. “É um número
relativamente baixo, se comparado às milhares de vidas ceifadas por essa rodovia.
Temos de acreditar e disseminar o movimento no intuito de fazer pressão nos
políticos e autoridades responsáveis para
que essa duplicação se torne realidade”,
convoca o coordenador geral.
Luciano ressalta que se trata de um
movimento apartidário, formado por entidades do Estado de Minas Gerais, e o ob-
jetivo não é ter cunho político, “mas nada
impede a participação de órgãos governamentais, inclusive, temos apoio de
alguns políticos que acreditam na
iniciativa e nos apoiam”.
A expectativa é de que a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, assine a
ordem de serviço para início das obras na
BR ainda neste mês. Luciano destaca que
já existe o projeto executivo, e as empreiteiras de sete lotes assinaram os contratos
e estão aptas a montar os canteiros de
obras. Segundo ele, o contato com fornecedores também foi realizado.
NOVA 381
De acordo com o Dnit, a nova 381 contará com mais de R$ 4 bilhões em investimentos, mais de 205 km de pistas duplicadas, 64 obras de arte especiais (17 pontes
e 47 viadutos), cinco túneis (2.385 m de
extensão), 20 passarelas, 99 paradas de
ônibus e mais de 83.300 m de defensas –
proteção metálica que acompanha curvas
perigosas, pontes ou despenhadeiros.
FAÇA PARTE!
Todos estão convidados a participar
e acompanhar o movimento.
Basta cadastrar-se no site:
www.nova381.org.br. Esse portal
eletrônico apresenta as organizações
envolvidas, informações da obra,
dados da rodovia e o Caderno
de Oportunidades.
CUSTO ECONÔMICO DOS ACIDENTES RODOVIÁRIOS - 2011 (BR 381 - TRECHOS ES/BH)
Entre-Vias
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Homenagem
Um anjo na BR-381
João Greco, 76, dono
do restaurante Casa
Branca, é adorado
por motoristas
e funcionários
O
nome Casa Branca foi escolhido
pela caçula de uma grande família quando tinha apenas 6 anos
de idade. Aprovado imediatamente, remetia ao nome de uma loja de tecidos na Rua
dos Caetés esquina com Espírito Santo, no
Centro de Belo Horizonte, onde João Greco, 76, trabalhou pela primeira vez, ainda
moço. Bateu uma saudade daquele tempo
e a escolha da filha para o restaurante na
BR-381 foi logo acatada pelos parentes.
O restaurante foi instalado inicialmente numa casinha pequena, no KM 558, depois de Igarapé, na Fernão Dias. A varanda
da frente servia para colocar mesas, mas
sempre com um peso em cima delas por
causa da ventania na área descampada.
Era muita poeira. Foi aberto em 1984 e
nunca mais fechou. Os fregueses, muitos
deles, ainda são daquela época, fiéis.
João começou na estrada em 1975 e
tem muitos amigos desses anos em que
trabalhou na churrascaria Rincão Gaúcho,
5 km abaixo de onde é hoje o Casa Branca.
“Cheguei sem dinheiro algum e peguei a
prática. Uma luta boa”, diz sobre todo o
caminho que o levou ao seu próprio restaurante e, com ele, criar todos os filhos.
Ainda hoje João se levanta às 4h45,
arruma-se e vai buscar os funcionários.
Abre as portas do restaurante às 6h. Um
dos filhos gerencia o restaurante à noite.
“Não consigo ficar em casa, sinto falta do
trabalho. Não é por dinheiro, é o ambiente,
a amizade que me faz falta”, conta.
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Entre-Vias
Os funcionários e filhos formam uma grande família
João Greco, aos 76 anos, não deixa de acordar
cedo e ir para o restaurante na BR-381
“Quando buscamos fazer ao
outro o que gostaríamos que nos
fizessem, naturalmente, temos uma
contrapartida. Conhecer as reais
necessidades dos caminhoneiros
é fundamental”
“Devemos sempre ser verdadeiros
e sinceros em nossas ações”
“Quando procuramos cumprir com
todos os nossos deveres, estamos
apenas cumprindo com a nossa
parte. Que a mão esquerda
não saiba o que a outra fez”
São 37 funcionários que, segundo João,
têm com a família um bom relacionamento. “Não adianta só a gente querer ganhar
dinheiro, não resolve nada. É preciso ter respeito recíproco. É uma família grande”, diz.
Grande não, João, enorme. Ele conta que,
além dos filhos e funcionários, tem vários
fregueses que o chamam de pai. “Alguns começaram na estrada aos 17 anos e estão aí
até hoje, já são médicos, com suas crianças,
todos passam por aqui. O bom da vida é isso
aí. Esse é o meu patrimônio”, completou.
João Greco é casado com Ilda Greco
Pacheco, 72. Juntos há 52 anos, têm cinco
filhos, oito netos e um bisneto. “Trabalhamos unidos, eu, minha esposa, quatro filhos
e quatro netos”, conta. Uma vez por mês,
Ilda vai ao restaurante ver os funcionários,
trocar ideias. É o lugar onde trabalhou durante muitos anos. Hoje, fica mais em casa,
de onde coordena e administra tudo.
BOA AÇÃO
João é conhecido entre os profissionais
da estrada por sua gentileza e boas ações.
Em pouco tempo de entrevista, por ter muito
Entre-Vias
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Homenagem
“MESMO SEM ME CONHECER,
ELE SE DISPÔS A ME AJUDAR”
“Não conhecia o João Greco
pessoalmente. Na verdade, nem era
cliente dele. Certo dia, ao ter meu
caminhão quebrado a uns 2 km de
seu restaurante, ele não pensou duas
vezes em me ajudar. Tudo aconteceu
há 18 anos, em 1996.
Fiquei parado durante quatro dias
à espera de peças para arrumar meu
caminhão. Na época, as coisas eram
muito difíceis. Praticamente não existia
comunicação. Celular era algo que nem sabia que
viria a existir. Meu pai foi ao local, pegou o que deveria ser consertado e eu fiquei esperando ele retornar.
Coisas da estrada que eram comuns naquela época.
Daí, sem mais nem menos, um caminhoneiro
parou com um marmitex. ‘O dono do restaurante
ali em baixo mandou lhe entregar. Disse que quando precisar de algo é só parar um caminhão e pedir
que ele manda para você.’
Foi a salvação. Não tinha nem água próximo.
Nessa época eu já era vegetariano. Avisei para
João é muito querido pelos estradeiros, conhecido
pela boa comida, bons conselhos e solidariedade
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Entre-Vias
ele por meio de um carreteiro e não
teve qualquer problema. As refeições eram acompanhadas de salada, arroz e feijão.
Eu me senti muito grato pelo que
o João Greco fez. Mesmo sem me
conhecer, ele se dispôs a me ajudar.
Quando acabou o conserto do caminhão, já altas horas da noite, prossegui a viagem. Na volta, passei lá para
agradecer e pagar a conta da ajuda:
mas quem disse que ele aceitou.
João fez a diferença naquele momento de dificuldade. Um homem com uma experiência de
vida extraordinária e que até hoje é reconhecido
pela ajuda que dá aos estradeiros que trafegam
pela Fernão Dias.
Pessoas boas como João Greco fazem da nossa vida um aprendizado. Exemplo de cidadão que
apoia os caminhoneiros da Fernão Dias. A ele dedico esta homenagem e esta matéria.”
Geraldo Assis, diretor da revista Entre-Vias
trabalho a fazer no restaurante, disse frases que são verdadeiras lições. “Quando buscamos fazer ao outro o que
gostaríamos que nos fizessem, naturalmente, temos uma
contrapartida. Conhecer as reais necessidades dos caminhoneiros é fundamental. Devemos sempre ser verdadeiros e sinceros em nossas ações.”
Na rodovia, é conhecido pela bondade, mas apenas
sente que cumpre seu dever. “Quando procuramos cumprir com todos os nossos deveres, estamos apenas cumprindo com a nossa parte. Que a mão esquerda não saiba
o que a outra fez. Isso já nos traz muita alegria, sentir a
satisfação do outro é a verdadeira recompensa”, diz.
Quem é seu mestre ou quem o ensinou tantas lições?
Jesus, responde. “Na nossa caminhada evolutiva, vamos
sempre aprendendo. A cada passagem pela Terra estaremos burilando pequenas partes de nossa personalidade.
Atualmente estamos treinando a afeição para um dia
podermos amar. Nosso modelo e guia é Jesus, Mestre incomparável.”
Esportes
POR MARCEL MORAES*
CRUZEIRO CAMPEÃO INVICTO
Sem sombras de dúvidas, o Cruzeiro foi o grande campeão mineiro de 2014, um título conquistado de forma
invicta que retrata bem o atual plantel de jogadores
do time celeste. Foram apenas dois empates na fase
de classificação: um contra a Caldense, em Poços de
Caldas, e outro contra o próprio Galo, no Horto. A atuação da equipe teve variações em muitos momentos,
valendo-se de um time reserva que mostrou bem a
força do técnico Marcelo Oliveira. Apesar da disparidade que vem crescendo enormemente entre os times
da capital e do interior, o Cruzeiro fez uma campanha
irretocável, digna de um grande campeão.
GALO SEM VONTADE
Neste ano de 2014, o time do Galo
está simplesmente irreconhecível em
comparação ao do ano passado. Nesta
temporada, é visível a falta de vontade, raça
e determinação dos jogadores atleticanos.
O torcedor já está preocupado com essa
apatia que o time vem apresentado.
Jogando desse modo, com certeza, o sonho
do bicampeonato da Libertadores vai ficar
bem longe de acontecer e, no Campeonato
Brasileiro, as chances de
chegar ao título vão
ficar mais distante
ainda. A diretoria
do clube precisa se
mexer rapidamente
para contratar pelo
menos dois grandes
jogadores para poder
injetar um ânimo a
mais na equipe.
AMÉRICA NA SÉRIE B
Mais uma vez, é preocupante a participação
do América na série B do Campeonato
Brasileiro deste ano. Não vejo com bons
olhos esse plantel do Coelho, que no meu
ponto de vista é muito fraco para almejar
ficar entre os quatro melhores colocados,
que sobem para a primeira divisão do
campeonato nacional.
COPA LUZ DE FUTEBOL AMADOR
Teve início, em 6 de abril, a Copa Luz de Futebol Amador
2014. Os jogos estão sendo disputados aos domingos
nos campos do Capelão, São Cristovão e do Sete de
Setembro. O destaque das primeiras rodadas é o Time
do Bebeu Água, com duas belas vitórias, uma delas
inclusive contra um dos favoritos ao título: o time do
Futigolo. Outro que vem bem na competição é o atual
campeão, o time dos Cegonheiros.
*Colunista esportivo associado a ANCE, trabalhou na rádio Itatiaia e na rádio Ouro Preto, colunista do jornal “O Tempo”, associado
ao sindicato dos jornalistas, formado em jornalismo pela Estácio de Sá. E-mail: [email protected]
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Entre-Vias
Evento
Omar José Gomes, presidente da CNTTT (Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres)
Flávio Benatti, José Hélio Fernandes, Jorge Luiz Macedo Bastos, diretor geral da ANTT (Agência Nacional
de Transportes Terrestres), deputado Gonzaga Patriota, Arnaldo Faria de Sá, Marinha Raupp, Omar José Gomes
e Wellington Fagundes, presidente da Frenlog (Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem)
XVI SEMINÁRIO BRASILEIRO DO TRC
No dia 16 de abril aconteceu, em Brasília, o XVI Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas.
Na ocasião foram debatidos temas como: Custo Brasil, falta de segurança, falta de mão de obra e abastecimento, além da legislação do TRC - Transporte Rodoviário de Cargas - na Câmara dos Deputados.
Deputado Laércio Oliveira
Deputada Marinha Raupp e deputado
Arnaldo Faria de Sá, presidente da CVT
(Comissão de Viação e Transportes)
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Entre-Vias
Coronel Paulo Roberto Souza,
assessor de segurança da NTC
Neuto Gonçalves dos Reis, diretor
técnico da NTC&Logística
Flávio Benatti, presidente da seção de cargas da CNT (Confederação
Nacional dos Transportes), José Hélio Fernandes, presidente da NTC
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, deputado Wellington Fagundes,
Coronel Paulo Roberto Souza e Roberto Mira, diretor adjunto da NTC
Entre-Vias
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GRUPO
O Grupo SADA tem se destacado como um dos mais sólidos
grupos empresariais; marcando história, conquistando
novos espaços e reconhecimento em todas as áreas que
atua. Buscando satisfazer as expectativas e necessidades
dos clientes e visando a liderança de mercado. O Grupo
SADA é uma holding que atua nos ramos de: Transporte,
Logística, Indústria, Comércio, Concessionários, Serviços
Gráficos, Jornal, Bioenergia (combustível renovável),
dentre outros.
Os resultados alcançados nas performances operacionais
consolidam o alto padrão de excelência na gestão
empresarial do Grupo, pela conquista do gerenciamento do
Sistema de Qualidade - TS 16949, NBR ISO 9001:2008 - com
rigoroso cumprimento dos requisitos ambientais - ISO 14000
e a manutenção dos objetivos traçados, fundamentados na
transparência e seriedade de seus dirigentes.
As constantes transformações no cenário mundial nos
levam sempre a reavaliar nossos processos quanto à
missão, princípios, conceitos operacionais.
A SADA está comprometida há vários anos com uma
abordagem para o desenvolvimento sustentável, que visa
tornar o Grupo um modelo de négocio em termos de
proteção do meio ambiental, responsabilidade social e
governança corporativa.