50 Anos de História
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50 Anos de História
Câmara Municipal de MARAVILHA: 50 anos de História 1 O nome Maravilha, no Brasil: Maravilha - Alagoas - CEP 57520-000 Maravilha - Santa Catarina - CEP 89874-000 Maravilhas - Minas Gerais - CEP 35666-000 Maravilha (Londrina - PR) Maravilha (Realeza - PR) Maravilha (Custódia - PE) ___________________ Francisco Gialdi Rua General Eurico, 100 - Caixa Postal 33 Telefone/fax (49) 3664 0393 e 9988 7777 E-mail: [email protected] Home-page (Família Gialdi): www.gialdi.hpg.com.br 89874-000 Maravilha SC Dados Internacionais de catalogação-na-publicação (CIP) ... Gialdi, Francisco. Câmara Municipal de Maravilha: 50 anos de História / Francisco Gialdi. 2.ed. revista, atualizada e ampliada – Maravilha: Editora..., 2009. ... p. Catalogação: ... 2 FRANCISCO GIALDI Professor e Historiador Membro Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina Câmara Municipal de MARAVILHA: 50 anos de História 2ª edição revista, atualizada e ampliada Editora... 3 EDIÇÕES... © Copyright by Francisco Gialdi, Maravilha, SC/Brasil 2ª edição: 2009 Todos os direitos reservados pelo Autor, conforme determina a lei. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação fotocópia, ou outros), sem permissão expressa do Autor. Assistência na computação gráfica da composição: Fábio Leandro Gialdi Capa: Encimando a capa está o Brasão do Poder Legislativo Municipal (padrão nacional). O barrete frígio ou barrete da liberdade é uma espécie de touca ou carapuça, originariamente utilizada pelos moradores da Frígia (antiga região da Ásia Menor, onde hoje está situada a Turquia). Foi adotado, na cor vermelha, pelos republicanos franceses que lutaram pela tomada da Bastilha em 1789, que culminou com a instalação da primeira república francesa em 1793. Por essa razão, tornou-se um forte símbolo do regime republicano. O Estado de Santa Catarina presta homenagem a esta simbologia utilizando o barrete frígio no desenho de sua bandeira (Lei nº 975, de 23 de outubro de 1953).1 O dístico "O Poder Unido é Mais Forte" procura conscientizar os vereadores da força política que eles representarão, quando realmente se unirem. Editoração e composição ... Rua... 89874-000 Maravilha SC Fone/fax: (49)... E-mail: 1 Dados complementares colhidos na Vikipédia. 4 Francisco Gialdi, professor e historiador, é filho de Fioravante Gialdi e de Carolina Gabiatti. Nasceu em Encantado (RS) aos 28/07/1945. Sua família transferiu residência para Iraí e dali para Maravilha no dia 02/08/1961. Casado com Lêda Gialdi tem os filhos Fabiane, Éden Marcos, Fábio e Cariline. Atuou como professor de História, a partir de 1969, no ensino fundamental, médio e superior. Desde o início vem escrevendo e arquivando documentos da história de Maravilha. Autor de uma importante e diversificada contribuição à historiografia, com destaque para "Maravilha: 25 anos" (1983); "Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História" (1988); “Maravilha: sua terra, sua gente, sua história” (1ª ed. 1993 e 2ª ed. 2003) e “Memorial da Família Gialdi” (junto com Darcy Gialdi: 1ª ed. 1995 e 2ª ed. 1999); “Seminário de Maravilha: Jubileu de Ouro” (2004);além da participação em outros livros e publicação de ensaios, crônicas e poesias. É membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Foi o criador (através de concurso) da Bandeira do Município de Maravilha. Fez viagem de estudos históricos no exterior (Espanha, Itália, Turquia, Egito, Israel e Grécia) e de pesquisa a respeito do Memorial da Família Gialdi. Detém a Medalha Anita Garibaldi (do Sesquicentenário de sua Morte: 1999). Possui um grande acervo de documentos sobre a história de Maravilha. Vive em constante pesquisa. 5 Sumário AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 10 APRESENTAÇÃO......................................................................................................... 11 PREFÁCIO ..................................................................................................................... 12 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 1 PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL...................................................................... 19 1.1 Câmara Municipal de Maravilha .......................................................................... 22 I Primeira Legislatura: 31/01/1959 a 30/01/1963 ................................................... 23 1 Vereadores Titulares da Primeira Legislatura ................................................. 25 1.1 Demétrio Bachinski ............................................................................ 25 1.2 Alcides Ferrari Benvegnú ................................................................... 26 1.3 Eloi Pedro Breda................................................................................. 26 1.4 Oscar Kölln ......................................................................................... 27 1.5 Nidolfo Carlos Mattje ......................................................................... 27 1.6 Fioravante Luiz Trevizan.................................................................... 28 1.7 João Pilati ........................................................................................... 29 II Segunda Legislatura: 31/01/1963 a 30/01/1967 ................................................. 31 1 Vereadores Titulares da Segunda Legislatura ............................................ 32 1.1 Arlindo Theobaldo Renck .................................................................. 32 1.2 David Gottardo ................................................................................... 33 1.3 Estanislau Alfredo Schmitz ................................................................ 33 1.4 João Cavalheiro .................................................................................. 34 1.5 Eloi Pedro Breda................................................................................. 35 1.6 Guilherme Gruber ............................................................................... 35 1.7 Eduardo Gruber .................................................................................. 37 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Segunda Legislatura............... 37 2.1 Raymundo Veit ................................................................................... 37 2.2 Vendelino Pedro Serafini.................................................................... 38 III Terceira Legislatura: 31/01/1967 a 30/01/1970 ................................................ 39 1 Vereadores Titulares da Terceira Legislatura .................................................. 41 1.1 Osmar João Magnantti ........................................................................ 41 1.2 Reditário Cassol.................................................................................. 42 1.3 Deonubem Baldissera ......................................................................... 44 1.4 Alcides André de Moraes ................................................................... 45 1.5 Deonildo Faggion ............................................................................... 45 1.6 Rodolfo Meneses ................................................................................ 46 1.7 Waldemiro Onofre .............................................................................. 47 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Terceira Legislatura ............... 47 2.1 Antônio Osvaldo Conci ...................................................................... 47 2.2 Guilherme Ozídio Manfrin ................................................................. 48 2.3 Ildefonso Thiago ................................................................................. 49 2.4 Osório Crestani ................................................................................... 49 2.5 Alcides Maurer ................................................................................... 50 IV Quarta Legislatura: 31/01/1970 a 30/01/1973 ................................................... 51 2 Vereadores Titulares da Quarta Legislatura ............................................... 52 2.1 Paschoal Apóstolo Pítsica................................................................... 52 2.2 Henrique Wolfgang Sandmann .......................................................... 54 1.3 Ernani Appelt ............................................................................................ 54 6 1.4 Deonubem Baldissera ............................................................................... 55 1.5 Bruno Tumelero ........................................................................................ 55 1.6 Dércio Augusto Knop ............................................................................... 56 1.7 Arlindo Lichks .......................................................................................... 57 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quarta Legislatura ................. 58 2.1 Walter Helmuth Fischer...................................................................... 58 2.2 Luiz Grando ........................................................................................ 58 V Quinta Legislatura: 31/01/1973 a 31/01/1977 .................................................... 60 1 Vereadores Titulares da Quinta Legislatura .................................................... 62 1.1 Osmar Fülber ...................................................................................... 62 1.2 Olivio Baczinski ................................................................................. 63 1.3 Osvaldo João Ranzi ............................................................................ 63 1.4 Heitor Alexandre Kasper .................................................................... 65 1.5 Reditário Cassol.................................................................................. 65 1.6 Dionísio João Rossi ............................................................................ 65 1.7 Alcides André de Moraes ................................................................... 66 1.8 Francisco Zanin .................................................................................. 66 1.9 Guilherme Higino Zabot ..................................................................... 66 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quinta Legislatura ................. 67 2.1 Miguel Nemirski ................................................................................. 67 VI Sexta Legislatura: 1º/02/1977 a 31/01/1983 ..................................................... 69 1 Vereadores Titulares da Sexta Legislatura ................................................. 70 1.1 Heitor Alexandre Kasper .................................................................... 70 1.2 Armando Nelson Albrecht .................................................................. 70 1.3 Benito Pessoa Magnanti ..................................................................... 70 1.4 Armindo Abel Zanin ........................................................................... 71 1.5 João Jacob Mascarello ........................................................................ 72 1.6 Antônio Cláudio dos Santos Machado ............................................... 72 1.7 Miguel Nemirski ................................................................................. 73 1.8 Darwin João Krauspenhar .................................................................. 74 1.9 Anacleto Domingos Menegassi .......................................................... 75 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sexta Legislatura ................... 75 2.1 Miguel Bringhenti .............................................................................. 76 2.2 Luiz Provensi ...................................................................................... 76 2.3 Sérgio da Silveira Kuhn ...................................................................... 77 VII Sétima Legislatura: 1º/02/1983 a 31/12/1988 .................................................. 78 1 Vereadores Titulares da Sétima Legislatura ............................................... 79 1.1 Darci Jucelino Schmidt....................................................................... 79 1.2 Egon Müller ........................................................................................ 79 1.3 Darwin João Krauspenhar .................................................................. 80 1.4 Paulo Luís Bresolin ............................................................................ 80 1.5 Anacleto Domingos Menegassi .......................................................... 81 1.6 Iraldo Kirch......................................................................................... 81 1.7 Pedro Conte ........................................................................................ 81 1.8 Armando Nelson Albrecht .................................................................. 82 1.9 Romano Valmor Tumelero ................................................................. 82 1.10 João Luiz Cembranel .......................................................................... 83 1.11 Adroaldo Borges ................................................................................. 84 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sétima Legislatura ................. 85 2.1 Romildo Ferreira Coelho .................................................................... 85 7 VIII Oitava Legislatura: 1º/01/1989 a 31/12/1992 ................................................. 87 1 Vereadores Titulares da Oitava Legislatura ............................................... 87 1.1 Egon Müller ........................................................................................ 87 1.2 Neusa Terezinha Biazussi Villinghöfer .............................................. 88 1.3 Harri Laske ......................................................................................... 89 1.4 Antonio Bertollo ................................................................................. 90 1.5 Adelir Ademir Von Borstel ................................................................ 91 1.6 Ademar Antônio Scariot ..................................................................... 92 1.7 Ademir Realdo Albrecht ..................................................................... 93 1.8 Osvaldo João Ranzi ............................................................................ 93 1.9 Claudio Baczinski ............................................................................... 93 1.10 Martinho Aloísio Petry ....................................................................... 94 1.11 Nelson Sehnem ................................................................................... 95 IX Nona Legislatura: 1º/01/1993 a 31/12/1996 ...................................................... 97 1 Vereadores Titulares da Nona Legislatura ................................................. 97 1.1 Antonio Bertollo ................................................................................. 97 1.2 Darci Klumb ....................................................................................... 97 1.3 Neivo Luiz Sartori .............................................................................. 98 1.4 Adroaldo Borges ................................................................................. 99 1.5 Antonio Valdir Ferraz ......................................................................... 99 1.6 Aléssio Vendruscolo ......................................................................... 100 1.7 Edio Bartz ......................................................................................... 101 1.8 Romano Valmor Tumelero ............................................................... 101 1.9 Dário Carlos Staudt .......................................................................... 102 1.10 Janir Antonio Signor......................................................................... 103 1.11 Valdemar Roversi ............................................................................. 103 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Nona Legislatura.................. 104 2.1 Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 104 X Décima Legislatura: 1º/01/1997 a 31/12/2000 ................................................. 106 1 Vereadores Titulares da Décima Legislatura............................................ 106 1.1 Edio Bartz ......................................................................................... 106 1.2 Láurio Stieler .................................................................................... 106 1.3 Gilmar Antonio Schaefer .................................................................. 107 1.4 Adroaldo Borges ............................................................................... 107 1.5 Ivo Badia .......................................................................................... 108 1.6 Darci Klumb ..................................................................................... 108 1.7 Jorge Adelar Grando ......................................................................... 108 1.8 Dário Carlos Staudt .......................................................................... 109 1.9 Genuir Bassani .................................................................................. 109 1.10 Orli Genir Berger .............................................................................. 109 1.11 João Carlos Pereira ........................................................................... 110 XI Décima Primeira Legislatura: 1º/01/2001 a 31/12/2004 ................................. 112 1 Vereadores Titulares da Décima Primeira Legislatura ............................. 112 1.1 Antonio Bertollo ............................................................................... 112 1.2 Neltair Alcides Pissatto .................................................................... 112 1.3 Ivo Badia .......................................................................................... 114 1.4 Antonio Valdir Ferraz ....................................................................... 114 1.5 Orli Genir Berger .............................................................................. 114 1.6 Láurio Stieler .................................................................................... 114 1.7 Miguelina Pirolli Frandoloso ............................................................ 114 8 1.8 Terezinha de Fátima Bartz................................................................ 115 1.9 César Frandoloso .............................................................................. 116 1.10 Antônio Valmor de Campos ............................................................. 116 1.11 Valdecí Luís Berté ............................................................................ 118 XII Décima Segunda Legislatura: 1º/01/2005 a 31/12/2008 ................................ 119 1 Vereadores Titulares da Décima Segunda Legislatura ............................. 119 1.1 Marli Fátima Agostini ...................................................................... 119 1.2 Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 120 1.3 Neltair Alcides Pissatto .................................................................... 120 1.4 Maria Loiva de Andrade Schwerz .................................................... 120 1.5 Aldocir Luiz Seiffert ......................................................................... 121 1.6 César Frandoloso .............................................................................. 122 1.7 Láurio Stieler .................................................................................... 122 1.8 Claudir Kuhn .................................................................................... 122 1.9 Janir Antonio Signor......................................................................... 123 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Décima Segunda Legislatura 123 XIII Décima Terceira Legislatura: 1º/01/2009 a 31/12/2012 ............................... 125 1 Vereadores Titulares da Décima Terceira Legislatura ............................. 125 1.1 Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 125 1.2 Ildo Menezes..................................................................................... 126 1.3 Gilson Wilmann................................................................................ 126 1.4 Láurio Stieler .................................................................................... 127 1.5 César Frandoloso .............................................................................. 127 1.6 Janir Antonio Signor......................................................................... 127 1.7 Adelino Zanivan ............................................................................... 128 1.8 Maria Loiva de Andrade Schwerz .................................................... 128 1.9 Max Anderson Schabarum ............................................................... 128 2 ACAVERIOS ............................................................................................................ 132 EPÍLOGO ..................................................................................................................... 133 Bibliografia ................................................................................................................... 136 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 136 1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas .......................................................................................................................... 137 2 Questionário .................................................................................................. 137 3 Primeiras propagandas políticas e diplomas.................................................. 137 ANEXOS ...................................................................................................................... 138 1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas .......................................................................................................................... 138 2 Questionário .................................................................................................. 140 3 Primeiras propagandas políticas e diplomas 4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História 5 Edificação da Câmara de Vereadores de Maravilha (projeto) 9 AGRADECIMENTOS Esta obra está sendo publicada graças à participação de muitos que nela estão ou observadores sensatos que buscam o bem, à beira deste caminho - pois a História é o resultado da pesquisa, informação, relatório e exposição. Fica registrado o agradecimento a todos os que contribuíram. Consignamos o reconhecimento especial ao presidente da Câmara, César Frandoloso, pelo ousado plano e programa histórico; incluindo os que auxiliaram na execução: Nei Guzatti, diretor geral de expediente, Marizete Savaris Utzig, técnica em contabilidade, Rubiane Seidel, secretária, Maria Fontana Puhl, assessora especial, Tânia Maria Frandoloso Begrow, assessora jurídica, Kelly Trapp, assessora legislativa e Rodrigo de Oliveira, assessor de imprensa, pela busca dos informes contidos nas atas e leis municipais; distribuição e coleta de questionários e informações, particularmente dos ex-titulares distantes; amparo no desvendar de informações concretas: as provas documentais que embasam a História. Congratulamo-nos com os nobres vereadores, pois esta obra está ligada ao Legislativo maravilhense, e tem o objetivo de tornar mais conhecido, estimado e procurado este município. Estranho é excêntrico. Em tempo: exaltamos a ordem da documentação da Câmara. Todas as atas, assim como os livros de presença, encontram-se arquivados e boa parte digitalizada. Cabe à História - considerada o conhecimento do passado humano - tornar público, descrever e tirar proveito das lições. Somente o conhecido é lembrado. Muito Obrigado! F.G. 10 APRESENTAÇÃO Acontecimentos históricos, entre os quais as inaugurações, são facilmente assinalados por lembranças que se destinam a transmitir à posteridade a memória de fato, com marcas, placas ou monumentos. Estes, porém, estão sujeitos às intempéries demolidoras que reduzem a pó, ou ao destroçar provocado pela espécie humana. Estamos no ano 50 do calendário que iniciou com a emancipação de Maravilha. Não basta que a recordação seja registrada numa agenda específica; não é suficiente um ato comemorativo solene verbal/auditivo ou visório, como desfiles. A vista e o ouvido podem assimilar noções ou conhecimentos. No entanto, têm consigo, facilmente, o dom do apagador (esquecimento). Necessário se torna – enquanto ainda é tempo –, colher dados históricos, registrá-los, divulgá-los e estudá-los. Foi esta a resolução tomada pela egrégia Câmara de Vereadores de Maravilha. Além dos livros de atas, registrando o ocorrido nas sessões legislativas, para a publicação veio à mente o nome do professor e historiador Francisco Gialdi, autor de quatro livros sobre a história de Maravilha, sendo que um é intitulado Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História (1988). Portanto, faz 20 anos. Entregue o convite e a concordância imediata, todos nós - coordenador, vereadores e auxiliares da Câmara - participamos da coleta de dados e documentos. Houve união na busca, na compilação e na publicação, com esmero. Foi possível realizar pesquisas e entrevistas lá longe e aqui perto. E a publicação está aqui. O professor Francisco Gialdi oferece na presente obra acabada uma síntese da História da Câmara de Vereadores de Maravilha nos seus 50 anos de ação: reuniões, definições, decisões e eventos – com diferentes personagens e épocas diversas - em treze legislaturas. O trabalho foi escrito com a finalidade de tornar conhecido e divulgado o Município de Maravilha, nos principais aspectos ligados ao Poder Legislativo Municipal. Sem maiores pretensões vamos apresentar o trabalho contendo os elementos indispensáveis para que todos tenham uma exata compreensão das atividades legislativas. Maravilha (SC), outubro de 2008. César Frandoloso Presidente da Câmara 11 PREFÁCIO A construção do futuro começa pelo conhecimento do passado numa sequência de presentes perenizados pela história. Por isso, devemos viver o aqui e o agora, mas olhando o porvir e escrevendo o passado que é seu alicerce. Não se olvide a conformidade com o real, a exatidão e a realidade do ocorrido, sabendo que a maioria das doutrinas políticas apresenta erros e verdades; verdade de fato e de razão. “A verdade não é determinada pelo voto da maioria”, escreveu o papa Bento XVI. Bem sabemos que a verdade é uma só, ainda que a verdade real, ou a verdade dos fatos, frequentemente pode acabar sendo manipulada, seqüestrada, ocultada ou substituída. Substituída, da parte dos poderosos, pela “verdade oficial”. A verdade oficial é a caricatura da verdade verdadeira; é fabricada pelas autoridades, que nem sempre gostam de deixar a verdade verdadeira circulando livremente. Faltando justiça e verdade, o que seriam os reinos, as repúblicas de hoje, sendo covis de ladrões, ninhos de cobras venenosas, antros de perdição e coletânea de mentiras usadas sem vergonha? Se quiser saborear o gosto da liberdade e entrar numa terra sem males, o ser humano precisa ter coragem e apostar tudo na força da verdade. A História da Câmara de Vereadores de Maravilha contém uma exposição verídica dos principais acontecimentos ocorridos nesses primeiros 50 anos: (19582008), não esquecendo o famoso provérbio latino: Quot capita, tot sententiae! (Quantas cabeças, tantas sentenças!) na coleta de dados. Sejam encaixadas aqui algumas exigências feitas ao historiador: paralelo ao conhecimento (pois do nada não se tira coisa alguma) e ao espírito crítico (pois devem ser respeitadas as muitas visões do mesmo fato) faz-se necessária a virtude da paciência (pois para pesquisar um mesmo fato histórico deve-se evitar o enumerar das vezes que se busca). Assim como na 1ª edição – publicada no terceiro decênio, em 1988 -, este breve estudo compõe-se da apresentação das 13 legislaturas, com o curriculum vitae de todos os titulares que ocuparam cadeiras nesta Câmara, nos 50 anos de história do Município de Maravilha. Sempre inserindo dados específicos, embasados nas respostas dadas pelos titulares no questionário que lhes foi apresentado, temos o resultado que segue, a partir da Primeira Legislatura. No início de cada período legislativo, é colocada a relação nominal dos suplentes que chegaram fortuitamente a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal, não importando o tempo. Nas aulas de História ou na apresentação de um evento, convém ter a reflexão expressa: “É preciso esperar que a poeira dos acontecimentos baixe para que a vista possa açambarcar o panorama completo.” Assim sendo, muito tem sido aclarado sobre as 13 legislaturas e muito, em qualquer tempo, virá à tona. A obra não é completa, ainda que específica sobre um ângulo. Julgamos ser uma semente fértil germinando. O tempo passa e pode dar frutos profícuos. Lembramos ainda que, normalmente, tudo o que comunga com nosso ser, agir e pensar, nós aplaudimos e confirmamos; quando diverge, facilmente dizemos ser um erro e condenamos. O orgulho comumente impede o reconhecimento do juízo que dissente. Os sábios latinos deixaram um adágio que se tornou popular, sobre esta realidade consciente: Quidquid recipitur, ad modum recipientis, recipitur. (Tudo o que se percebe, é percebido de acordo com o recipiente). É o exercer a função crítica, benéfica àqueles que não têm voz. Muitos, quando favorecidos, aplaudem; depois, criticados, querem o autor descartável: use e jogue fora! 12 Cícero, sábio romano, chamou a História “mestra da vida”. Enquanto Abraham Lincoln, ex-presidente norte-americano, foi enfático: “Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar”. A grande maioria tem uma preocupação: o quê e para quem deixar a herança. Isto ocorre também com os que assumem organismos públicos. Confúcio, o mais famoso filósofo e célebre pensador chinês que viveu de 552 a 479 a.C., entre as múltiplas lições de mestre, escreveu esta: “Por uma palavra, um homem pode ser considerado um sábio; e por uma palavra ele pode ser considerado um tolo. Devemos ter muito cuidado com o que falamos”. E acrescentou: “A maior glória não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai”. Tudo o que é imperfeito pode receber perfeição. Trazemos também à lembrança o inferno de Dante (em A Divina Comédia). Ele principia com um ante-inferno, onde se aglomeram as almas recusadas por Deus e pelo demônio. Quem são? – Os inertes e os neutros. A derrota é órfã e a vitória tem numerosos pais. No arquivo histórico de Maravilha está um sem-número de personagens. Examinemos a contribuição de cada um, para – então – atribuir-lhe a menção que merece. Chega de consignar a designação de logradouros públicos ou entidades sociais a quem “compra” a fama: ele ou os que ficam. Maravilha: seu nome é encantador; mas no momento em que são identificados certas ruas, avenidas, praças, parques, ginásios de esportes, estádios, escolas e entidades públicas, há casos que envergonham. Não pela pronúncia, mas ao pensar no que era e o que fez o personagem citado. Imaginem um grupo de alunos – daqui a alguns anos – fazendo, como tema de casa, a pesquisa sobre o nome que é dado à rua onde reside, a escola que frequenta, o parque de exposições da cidade. Não estranhem se apresentam uma página em branco como resultado, pois nada encontraram. Pior ainda se ficarem constrangidos ao ouvirem desabonos ou assim: “Esse cara nada fez!”. Há até casos de desobediência à lei, usando nomes de pessoas ainda vivas. Tem vez o Poder Legislativo Municipal de efetuar (aprovar ou não) essa escolha, com dignidade. 13 INTRODUÇÃO A ocupação residencial, planejada e executada pela Companhia Territorial Sul Brasil – na área do perímetro urbano projetado de Maravilha - teve início em 1949. Os primeiros heróis-civilizadores vieram do Rio Grande do Sul, sendo de origem principalmente alemã e italiana e alguns portugueses e poloneses, na sua migração rumo ao Oeste. E foi um dos últimos núcleos urbanos que nesta área se originaram. Quanto ao nome - a nós transmitido de boca em boca - assim se originou: os primeiros que aqui chegaram, ao verem, do alto do morro, a beleza da copa dos pinheirais que cobriam o vale, teriam exclamado: "que maravilha!", dando origem ao nome do município. E ninguém mais falou em alterar. MARAVILHA – depois cognominada “A Cidade das Crianças” - iniciou sua colonização na década de 1950. Todo o Oeste catarinense então pertencia ao Velho Chapecó, no centro geográfico da microrregião, emancipado em 25 de agosto de 1917 (Lei nº. 1.147). Parte desta área foi adquirida do governo do Estado de Santa Catarina pela Companhia Territorial Sul Brasil (fundada em 25 de maio de 1925) com a finalidade de colonizar e industrializar a região. Feito o planejamento, o primeiro marco limítrofe de terreno foi colocado solenemente no dia 22 de julho de 1951, conforme plano diretor pré-estabelecido. A posição geográfica da sede é determinada pela intersecção do paralelo 26º46’12” S (latitude Sul) com o meridiano de 53º13’00” W (longitude Oeste) de Greenwich, desta zona basáltica. A posição geográfica, na sede municipal, ficou gravada numa placa metálica de 13 cm por 10 cm, fixada na parte superior de um palanque de madeira com 1,50 metros de altura. Ali consta: SEDE MARAVILHA – ESTACA I – DEC. MAG. 7º00’30” – RUMO MAG. 3º00’N-E – ALTITUDE 506,00 – 22/7/51. Localização: no meio da Avenida Araucária (hoje rótula), em frente ao atual Posto Texaco, onde foi recolocado.2 O projeto inicial da cidade contava com 1.300 lotes urbanos de áreas variáveis, sendo 676 lotes da cidade baixa e 624 lotes da cidade alta, além de 255 chácaras. O traçado obedece a um quadrilátero regular tendo o plano fundamental orientado conforme os pontos cardeais (Norte-Sul e Leste-Oeste), sendo reservados lotes para parques, campos de futebol, hospital, escolas, igrejas, cemitério, etc. O povoamento foi logo incentivado. No início, ao serem vendidos os terrenos do perímetro urbano, exigia-se do comprador a construção de casa no prazo de dois anos. A Companhia Territorial Sul Brasil - hoje, Terrapampa Territorial do Sul Limitada, com sede em Porto Alegre/RS - abriu as ruas do perímetro urbano e as primeiras estradas para aqui chegar que, paulatinamente, foram entregues aos poderes públicos. É bom lembrar que esse núcleo urbano projetado ficava no meio da floresta. Tomando a direção Sul - donde vieram os colonizadores – a primeira vila ficava a 22 quilômetros (Cunha Porã), seguida de Palmitos a 45 quilômetros. A Lei nº 133, de 30 de dezembro de 1953, criou os municípios de Palmitos, Xaxim, Mondaí, Dionísio Cerqueira, São Carlos, São Miguel do Oeste e Itapiranga, 2 O marco nº 1 do projeto urbano de Maravilha, fincado no dia 22/07/1951, ficou documentado com uma fotografia que inclui as seguintes personalidades (da esquerda para a direita): padre Pedro Elsen, padre Antônio Hamelstein, padre Willibaldo Szottka (provincial dos Missionários da Sagrada Família), José Leal Filho, Otto Paulo Zibell e Adolfo Germano Stumpf. Em tempo: a altitude conferida neste local é de 606 m. 14 todos desmembrados de Chapecó. Palmitos foi instalado em 02/03/1954 e a “Sede” Maravilha passou a fazer parte do mesmo, sendo área do Distrito de Cunha Porã. A elevação de Maravilha a 3º Distrito de Palmitos ocorreu em 1956, instalado em 15 de dezembro com a nomeação do primeiro exator distrital, com autoridade de subprefeito ou intendente municipal: José Ribeiro de Almeida Lara. No então Cartório de Paz de Maravilha, de Arlindo Lichks, encontramos a primeira escritura lavrada em 08/05/1957, cujo vendedor foi o Sr. Tranquilo (e Maria) Jacobo e o comprador foi o Sr. Oscar Müller. O primeiro registro de nascimento (Livro A-1, p.1) ocorreu no dia 18 de janeiro de 1957. Nome: João de Lima, filho de Eduardo Ribeiro de Lima e de Isaura Xavier de Lima. O primeiro casamento, registrado no Livro B-1, p.1, foi de Selmo Pereira e Ivone Müller, no dia 02/03/1957, um domingo. No Livro C-1, dos óbitos, na primeira página está o registro de falecimento do jovem Juliano Pereira com 18 anos, no dia 4 de janeiro e o registro aconteceu no dia 19/01/1957. A causa mortis foi: acidente com madeiras, nos matos da propriedade do Sr. Bernardo Willingoefer, no Distrito de Campo Erê, Município de Chapecó. Instalada a Comarca de Maravilha, no dia 18 de fevereiro de 1967, a primeira escritura foi registrada no Livro 3, folha 1, em 14/08/1967. Os transmitentes foram Emílio e Elza Trapp e o admitente foi Armando Delazzeri (pois foi ele que trouxe os grandes livros de São Paulo). Nas últimas eleições antes da emancipação, realizadas em 1º/10/1954, Maravilha elegeu um representante para a Câmara de Vereadores de Palmitos: Arlindo Lichks, inscrito na UDN, sendo o mais votado desta legislatura, com 238 sufrágios; e Cunha Porã elegeu Harri Stecking, inscrito no PRP. No movimento emancipacionista de Maravilha e Cunha Porã, os dois representantes dos distritos conseguiram o apoio da Câmara Municipal, tendo redigido um ofício para anexar ao processo de emancipação coletivo, levado à capital. Contudo, uns dias depois, numa reunião extraordinária, os vereadores do município-sede quiseram anular o ato anterior, no que diz respeito às separações. E diz a informante, Gentila Rosa Zamprogna Lichks: “Houve briga feia!” Isto porque o Município de Palmitos iria perder muito, principalmente com as indústrias madeireiras instaladas nestes dois distritos. Era prefeito de Palmitos, Avelino Triches, da UDN. O historiador Pilati (1991, p.231) acentua que Maravilha não iria se conformar com a posição de simples distrito de Cunha Porã e a divisão logo se refletiu na Câmara de Vereadores de Palmitos, onde - em acirradas discussões - o vereador Lichks defendia os interesses de Maravilha, enquanto o edil cunha-porense fazia o mesmo por seu distrito. O projeto inicial tratava da emancipação somente de Cunha Porã. Por isso, o vereador Lichks organizou uma equipe e, com seu jipe quatro portas, seguiu a Florianópolis “por outro caminho” (via Curitiba). Os documentos emancipacionistas maravilhenses deram entrada na Assembléia Legislativa, sendo aprovados juntamente com outros 26 municípios. Era então presidente o deputado José de Mirando Ramos e obedeceu ao inciso X, art. 22, da Constituição do Estado de Santa Catarina. Essa Lei recebeu o nº 348 e foi aprovada no dia 21 de junho de 1958, sendo publicada no Diário Oficial do Estado nº 6.122, de 07/07/1958. Com a mesma lei foram criados os municípios de Abelardo Luz, Água Doce, Campo Erê, Corupá, Cunha Porã, Fachinal dos Guedes, Grão Pará, Henrique Lage, Ilhota, Luiz Alves, Jacinto Machado, Maravilha, Meleiro, Nova Veneza, Penha, Ponte Serrada, Pouso Redondo, Praia Grande, Rio das Antas, Rio Fortuna, Rio do Oeste, Santa Cecília, São João Batista, São João do Sul, São José do Cedro, São Lourenço do Oeste e Trombudo Central. Não foi realizado plebiscito. O art. 5º dessa lei determinava o prazo de trinta (30) dias para a instalação, cabendo ao governador do estado nomear prefeitos provisórios até a posse dos titulares (prefeitos e vereadores) em 31 de janeiro 15 de 1959. A primeira Câmara Municipal compor-se-ia de sete vereadores. A eleição geral aconteceu no dia 3 de novembro de 1958. A Lei nº 348/58 trouxe - em anexo - os limites de cada município detalhadamente. Para Maravilha foram mantidos os mesmos que haviam sido traçados quando da criação desse distrito, através da Resolução n° 1/56, de 19/05/1956. Sinteticamente fazia divisa com os municípios de Chapecó (Leste), São Carlos (Sudeste), Descanso e São Miguel do Oeste (Oeste) e com o recém-criado Município de Cunha Porã (Sul). A maior extensão das divisas ficou definida por lajeados, sangas, arroios e rios. A linha seca foi estabelecida por marcos numerados. No dia 17 de julho de 1958, o governador do Estado Heriberto Hülse (vice de Jorge Lacerda, vitimado por um grave acidente aéreo, no Paraná, no dia 16/06/1958), nomeou - de acordo com o art. 1º, § 1º, da Lei n° 250, de 14/01/1949 -, João Cavalheiro, para exercer o cargo de prefeito provisório de Maravilha. O documento foi assinado também pelo Secretário do Interior e Justiça, Paulo Konder Bornhausen e está registrado às fls. 414 do livro competente nº 28, em 17/07/1958, pela Auxiliar do Secretário, Antonieta de Medeiros Vieira. Mas, então, por que comemorar a emancipação em 27 de julho? Entrevistando maravilhenses daquela época, encontramos a explicação. O documento assinado pelo governador só foi oficializado com a entrega do mesmo, através da representação da capital, no dia 27 de julho de 1958, um festivo domingo de inverno. É como se fosse a data da publicação. Assim aconteceu a campanha vitoriosa: a maioria dos deputados votou a favor da emancipação, no dia 21/06/1958; foi aceita pelo governador (através da Secretaria do Interior e Justiça), indicando prefeito provisório, em 17/07/1958. No entanto, só foi oficialmente instalado e solenemente empossado o prefeito provisório no dia 27 de julho de 1958. Esta a data comemorada anualmente. Recorrendo aos anais escritos pela Irmã Maria Ancila (Lúcia Linck) sobre a vida diária no Educandário Nossa Senhora da Salete, de Maravilha, das irmãs de Notre Dame, encontramos o seguinte relato de alegria, assinalado no dia 27 de julho de 1958: “De máxima importância é o dia de hoje para a nossa população que, com apenas 8 anos de existência passou a ser, de hoje em diante, MUNICÍPIO. Os festejos populares realizaram-se num salão e foram bastante animados.” O salão era da família Preuss, depois cine Avenida, no centro da cidade (a esquina Leste, em frente ao atual Posto Texaco). Houve muito foguetório, sendo servido almoço à base de churrasco, no mesmo local. “O registro documental ficou assim: uma ata, lavrada pelo Escrivão do Crime e do Cível da Comarca de Palmitos, Laudelino Corrêa, e assinada pelos presentes, partindo da representação que veio da capital e dos empossados e, mais, uma grande quantidade de fotografias” (Gialdi, 2003, p.138). No mesmo dia (27/07/1958) foram também instalados os municípios de Rio das Antas e São José do Cedro, criados pela mesma lei. Cunha Porã foi disposto a funcionar no domingo anterior (20 de julho). A administração municipal de Maravilha, dirigida por João Cavalheiro, assessorado por um secretário (Guilherme Manfrin) e um tesoureiro (Raymundo Veit), iniciou as atividades no dia 6 de agosto de 1958, ocupando três salas do antigo Hotel Avenida, localizado na Avenida Araucária. Esse prédio de madeira pertencia a Raymundo Veit e nesse local hoje está o edifício do Píton, n° 399. Para as funções administrativas não havia nada, declarou o então tesoureiro. Embora o art. 3º da Lei 348, de 21/06/1958, que criou o Município de Maravilha, estabelecesse que “os bens imóveis do município (Palmitos), situados em território separado para constituir município, passarão de pleno direito e sem 16 indenização, para o patrimônio do novo município”, em Maravilha pouco foi encontrado. “As primeiras aquisições foram: uma máquina de escrever, papel, canetas, lápis, meia dúzia de enxadas, pás e enxadões”, declarou Manfrin. Quem esteve liderando o movimento pró-emancipação de Maravilha, quando da organização local, assim como a pressão feita na Câmara Municipal de Palmitos e a viagem à capital do Estado, levando “por outro caminho” o projeto emancipacionista, foi o vereador Arlindo Lichks. Acirradas discussões sustentou para a defesa dos interesses de seu município, enquanto o edil cunha-porense, Arnaldo Krambeck, fazia o mesmo com o município de lá. Manifestaram-se favoráveis a Maravilha os vereadores da UDN (além do Lichks: Laudelino Corrêa, presidente da Câmara, e Pedro Capoani) e do PSD (Frederico Einloft). Outros nomes lembrados que deram suporte à campanha: Nidolfo Carlos Mattje (estava junto com o vereador Arlindo Lichks, na reunião da Câmara de Palmitos, quando da 1ª votação desse projeto, em 09/02/1957), Eloi Pedro Breda (o escolhido para secretariar reuniões), Osvaldo Artur Graeff (acompanhou o vereador Arlindo Lichks na viagem de jipe a Florianópolis, via Curitiba, para certificarem-se de que o projeto continha o nome de Maravilha e verificarem a votação, na Assembléia Legislativa), João Cavalheiro (delegado de polícia em Maravilha, escolhido para ser prefeito provisório, até a posse do prefeito eleito), Deonubem Baldissera (o 1º prefeito eleito), o padre Pedro Elsen, José Ribeiro de Almeida Lara (subprefeito), João Pilati, Alcides Benvegnú, Oscar Kölln, Demétrio Bachinski, David Gottardo, Reimundo Gottardo, Roberto Pereira, Carlos Linenberger, Arnoldo Graf, Eigor Breda, Pedro Breda, Max Seibert, Atílio Zanotto, Vendelino Pedro Serafini, Augusto Valdemeri, Adalíbio Kölln, Helmuth Seibt, Fioravante Luiz Trevisan, Ernani Appelt, Otmar Preuss, Rodolfo Mattje e outros. Quase uma dúzia desses ocupou cadeiras na Câmara de Vereadores ou no Executivo, depois. A maior parte dos nomes foi colecionada por José Isaac Pilati (1991, p.232). A área territorial do Município de Maravilha quando da emancipação era de 314 km². Em 09/06/1964 o município passou a ter quatro distritos, através das seguintes leis aprovadas pela Assembléia Legislativa: Flor do Sertão (Lei nº 975), São Miguel da Boa Vista (Sargento – Lei nº 976), Tigrinhos (Lei nº 977) e a sede Maravilha. Pela Lei Estadual nº 8.523, de 09/01/1992, foi desmembrado o Distrito de São Miguel da Boa Vista, sendo elevado à categoria de município. Pela Lei Estadual nº 9.921, de 29/09/1995, foi desmembrado o Distrito de Tigrinhos, sendo elevado à categoria de município. Pela Lei Estadual nº 9.922, de 29/09/1995, foi desmembrado o Distrito de Flor do Sertão, sendo elevado à categoria de município. Restou para Maravilha uma área de 169,1 km², sendo 22 km² na área urbana e 147,1 km² na área rural. A população do Município de Maravilha estimada pelo IBGE em 2008 – tendo como data-referência 1°/07/2008 e publicada em 29/08/2008 - era de 22.691 habitantes. Cidade atualmente preocupada com o desenvolvimento local e regional, proporcionando a seus habitantes uma das melhores qualidades de vida do estado de Santa Catarina (consta na Vikipédia, a enciclopédia livre). Atualização com dados divulgados pelo IBGE em 14/08/2009: 23.099. Brasil: 191.480.630. Fonte: IBGE/DPE/COPIS/GEADD Existem em Maravilha (agosto de 2009) 15 mil carros registrados. 17 Os atuais municípios limítrofes são: ao Norte, São Miguel da Boa Vista, Tigrinhos e Bom Jesus do Oeste; ao Sul, Cunha Porã e Iraceminha; ao Leste, Modelo; e ao Oeste, Flor do Sertão. O slogan Cidade das Crianças foi inicialmente oficializado pela Lei n° 334, de 11/04/1970, como a “Capital da Criança” e pela Lei nº 944, de 22/08/1984, foi modificado para “Cidade das Crianças”. Feriados municipais. No dia 09/11/1967, foi aprovada a Lei Municipal nº 259, definindo os quatro feriados do município: I - Sexta-feira da Paixão; II - Corpus Christi; III - Dia da Reforma Luterana (31 de outubro); IV - Imaculada Conceição de Nossa Senhora (8 de dezembro). A Lei nº 259 foi modificada pela Lei nº 803, de 16/06/1980, com a inclusão de "O Dia do Município de Maravilha, 27 de julho, decretado Ponto Facultativo Municipal, será festejado condignamente"; e alterada pela Lei nº 1.393, de 24/08/1989, sendo que os quatro feriados municipais passaram a ser: I - Sexta-feira Santa; II - 27 de julho (dia da emancipação político-administrativa); III - 31 de outubro (dia da Reforma Luterana); e, IV - 8 de dezembro (dia da Imaculada Conceição de Nossa Senhora). No dia 20/01/2001, os vereadores aprovaram a Lei n° 2.532 que modifica os feriados municipais outra vez, eliminando os dois de cunho religioso. Ficaram instituídos feriados municipais (a partir de 20/01/2001): Terça-feira de Carnaval, Sexta-feira da Paixão, Emancipação Político-administrativa (27 de julho) e Finados (2 de novembro). Considerando o Dia de Finados feriado nacional, a Lei Municipal nº 2.862, de 03/03/2004, dá nova redação ao inciso IV do artigo 1º da Lei Municipal nº 2.532/01, instituindo feriado municipal o dia comemorativo à Reforma Luterana (31 de outubro), ao invés do dia de Finados. Em 2008 houve eleições em 5.565 municípios brasileiros tendo 130.469.549 eleitores (mulheres: 51,7%; homens: 48,3%). Em Maravilha 14.797 eleitores. 18 1 PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL A Câmara Municipal é órgão legislativo do município e se compõe de vereadores eleitos de acordo com a legislação vigente. Tem funções legislativas, atribuições para fiscalizar e assessorar o Executivo, competência para organizar e dirigir os seus serviços internos, elaborar leis sobre todas as matérias de competência do município, respeitadas as reservas constitucionais do estado e união. Vereador - A palavra vem de "verear" que define a pessoa que tem a incumbência de cuidar do bem-estar dos moradores do lugar. Portanto ele é o representante do povo na esfera municipal. Os vereadores como agentes políticos agem de três formas: propondo, estudando e aprovando leis; recomendando providências à administração municipal, para atender as reclamações e necessidades da população para melhoria de sua vida comunitária (indicações, requerimentos, moções), fiscalizando as atribuições e contas da prefeitura, inclusive da própria Câmara, juntamente com o Tribunal de Contas do Estado. No município, o Poder Legislativo é exercido pela Câmara de Vereadores, eleitos como representantes do povo. Pela legislação atual o mandato é de quatro anos e cada ano compreende uma sessão legislativa. O número de vereadores é proporcional à população do município. A responsabilidade dos vereadores compreende (decisões sobre questões fundamentais): valor de impostos, planejamento urbano e fiscalização do poder Executivo. Destaque-se este último compromisso. Mais: cabe à Câmara de Vereadores conceder títulos honorários e prestar homenagens a cidadãos ilustres que se sobressaem na vida pública e realizaram importantes serviços à sua comunidade. É responsabilidade de o vereador fiscalizar a sustação dos atos do Executivo, convocar autoridades, encaminhar pedidos de informação, constituir comissão parlamentar de inquérito (CPI) e fazer a fiscalização financeira e orçamentária. Um detalhe contido na Lei Orgânica do Município de Maravilha: “Os vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do Município” (art. 42). Compete à Câmara também ingressar com ação direta de inconstitucionalidade (Adin), pedir ao governador a intervenção do estado no município, fiscalizar o recebimento de dinheiro em convênios, realizar autorizações legislativas para contrair empréstimos, subvenções, alienação de imóveis ou na isenção de impostos. A Lei Orgânica do Município de Maravilha foi promulgada em 3 de abril de 1990 e foi consolidada (atualizada) através da Emenda 023/08, obedecendo ao que prescreve o artigo 48: A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta: I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara; II – do Prefeito Municipal; III – de pelo menos cinco por cento do eleitorado do Município; IV – por iniciativa da Mesa para adaptação às legislações Estadual e Federal. § 1° A proposta será votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara. § 2° A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela Mesa da Câmara com o respectivo número de ordem. § 3° A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou de intervenção no Município. Em seu Preâmbulo a Lei Orgânica traz: “Nós, representantes do povo de MARAVILHA, constituídos em Poder Legislativo Orgânico, com as atribuições previstas no artigo 29 da Constituição Federal, combinado com o artigo 111 da 19 Constituição Estadual, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte LEI ORGÂNICA:...” As reuniões da Câmara Municipal acontecem na Câmara de Vereadores - em Maravilha instalada à Avenida Araucária, 787 (Centro)3 -, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro de cada ano,4 com horários aprovados pelos edis.5 É um preceito da Constituição Federal a inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do município (art. 29, VI e art. 42 da Lei Orgânica do Município de Maravilha). O artigo 47 da Lei Orgânica traz o processo legislativo municipal que compreende a elaboração de: I - emendas à Lei Orgânica Municipal; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - resoluções; e V - decretos legislativos. Sobre o funcionamento da Câmara de Vereadores a Lei Orgânica do Município traz em seu artigo 28: A Câmara reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de janeiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição da Mesa. § 1º A posse ocorrerá em sessão solene, que se realizará independente de quorum, sob a Presidência do Vereador mais idoso entre os presentes. § 2º O vereador que não tomar posse na sessão prevista no § 1° deverá fazê-lo dentro do prazo de quinze dias do início do funcionamento normal da Câmara, sob pena de perda do mandato, salvo motivo justo, aceito pela maioria absoluta dos membros da Câmara. § 3º Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a Presidência do mais idoso dentre os presentes e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os componentes da Mesa, que serão automaticamente empossados. § 4° Inexistindo o número legal, o Vereador mais idoso dentre os presentes permanecerá na presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa. § 5º A eleição para renovação da Mesa Diretora da Câmara far-se-á no período de 16 a 31 de dezembro do primeiro exercício do mandato respectivo, considerando-se automaticamente empossados os eleitos em 1º de janeiro do ano seguinte. § 6° No ato da posse e ao término do mandato os Vereadores deverão fazer declaração de seus bens, que ficará arquivada na Câmara, constando das respectivas atas o seu resumo. Já os artigos 29 e 30 (da mesma lei) estabelecem que a Mesa Diretora da Câmara - composta de presidente, vice-presidente, 1º secretário e 2º secretário -, terá mandato de um ano, vedando a reeleição de qualquer de seus membros, para igual cargo, na mesma legislatura. “As bancadas partidárias e os blocos parlamentares terão um Líder e, quando for o caso, um Vice-Líder, na forma do Regimento Interno” (art. 33). 3 Em 23/12/2002 ocorreu o lançamento da pedra fundamental da sede própria da Câmara de Vereadores de Maravilha, com a bênção dada pelo frei Silvestre Gialdi, sob intensa chuva. O terreno, medindo 1.707 m², fica localizado na esquina da Rua XV de Novembro com a Sílvio R. Noronha, próximo ao Centro Administrativo Municipal. O projeto está pronto e o Edital para a construção traz a data de 15/07/2009 para a habilitação das empresas. 4 Artigo 22 da Lei Orgânica do Município de Maravilha (1990), com a atualização E.L.O.M. – Emenda da Lei Orgânica do Município, de 2008. 5 A Câmara de Vereadores de Maravilha dispõe de um Regimento Interno, obedecendo ao que estabelece o art. 34 da Lei Orgânica, dispondo sobre sua organização, funcionamento e todo e qualquer assunto de sua administração interna. O atual foi aprovado através da Resolução nº 06/06, em vigor a partir de 31/12/2005, sendo presidente do Legislativo Municipal o vereador Láurio Stieler. 20 A respeito das comissões (permanentes e especiais), a Lei Orgânica assim estabelece, em seu art. 31: § 1º Às comissões permanentes em razão da matéria de sua competência, cabe: I – discutir e dar pareceres a projetos; II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; III – convocar os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes, para prestar informações sobre assuntos inerentes as suas atribuições; IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; VI – exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do Executivo e da Administração Indireta. § 2º As comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e à representação da Câmara em congressos, solenidades ou outros atos públicos. § 3º Na formação das comissões, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara. No ato de posse e instalação de cada legislatura é feito o juramento, presidido pelo edil mais idoso e, após a chamada individual, em ordem alfabética, cada um consentindo com a expressão “Assim o prometo”. Esses são os termos do juramento: Prometo manter, defender e cumprir a Lei Orgânica Municipal, observar as leis da União, do Estado e do Município, desempenhando leal e sinceramente o mandato a mim conferido e trabalhando pelo engrandecimento do Município. Em seguida acontece a posse e a instalação da legislatura.6 De acordo com o art. 43 é vedado ao vereador deste município: I desde a expedição do diploma: a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista ou com suas empresas concessionárias de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes; b) aceitar cargo, emprego ou função, no âmbito da Administração Pública Direta ou Indireta municipal, salvo mediante aprovação em concurso público e observado o disposto no art. 91, I, IV e V desta Lei. II desde a posse: a) ocupar cargo, função ou emprego, na Administração Pública Direta ou Indireta do Município, de que seja exonerável ad nutum, salvo o cargo de Secretário Municipal ou Diretor equivalente, desde que se licencie do exercício do mandato; b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal; c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público do Município, ou nela exercer função remunerada; d) patrocinar causa junto ao Município em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere a alínea a do inciso I. De acordo com o art. 41, inciso XV, “Compete privativamente à Câmara Municipal exercer as seguintes funções, dentre outras: ... conceder título de cidadão honorário ou conferir homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham prestado relevantes serviços ao Município ou nele se destacado pela atuação exemplar na vida pública e particular, mediante proposta pelo voto de dois terços dos membros da Câmara”.7 6 Legislatura abrande um período legislativo com duração de quatro anos, compreendendo cada ano uma sessão legislativa (art. 20 da Lei Orgânica). Nas sessões legislativas acontecem sessões (reuniões diárias) ordinárias, ou extraordinárias, ou solenes. 7 A Câmara Municipal de Maravilha concedeu o título de Cidadão Honorário às seguintes pessoas físicas: Avelino Triches (1983), Auri Luiz Bodanese (1988), Casildo Maldaner (1990), Nidolfo Carlos Mattje (1991), Antônio Osvaldo Conci (1995), Deonildo Faggion (1996), Eloi Pedro Breda (1997), Ivo Régis Thumé (1998) e Osvaldo João Ranzi (2001). 21 Para os legisladores, um recado escrito por Montesquieu: "As leis inúteis enfraquecem as leis necessárias”. E, outro, do advogado, orador e escritor romano Cícero (106-43 a.C.): "O bem do povo deve ser a lei suprema". 1.1 Câmara Municipal de Maravilha Desde a Primeira Legislatura, eleita em 03/10/1958 e empossada em 31/01/1959, até a Décima Terceira, eleita em 05/10/2008 e empossada em 1º de janeiro de 2009, foram eleitos e investidos na posse os seguintes vereadores, nas respectivas legislaturas: 22 I Primeira Legislatura: 31/01/1959 a 30/01/19638 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Em 3 de outubro de 1958 houve um pleito eleitoral em âmbito nacional, para a eleição de prefeitos e vereadores9. Em Maravilha votaram 895 eleitores. O resultado final da apuração para o Executivo foi o seguinte: Deonubem Baldissera (PSD, partido do prefeito interino João Cavalheiro) - 438 votos; Arlindo Lichks (UDN) - 428 votos; votos em branco - 17; votos anulados – 12. Vereador Demétrio Bachinski Alcides Ferrari Benvegnú Eloi Pedro Breda Oscar Kölln Nidolfo Carlos Mattje Fioravante Luiz Trevisan João Pilati Partido PSD PSD PSD PSD UND UND UND Nº de votos Presidente da Casa 124 1º Demétrio Bachinski 86 (Toda a Legislatura) 57 50 112 85 62 Suplentes que assumiram: da UDN: Mário José Caye e Alceno Carlos Winter; do PSD: Alcides Maurer e Atalíbio Graff. * Executivo municipal neste período: Deonubem Baldissera (PSD), de 31/01/1959 a 31/01/1964. Não existia a função de vice-prefeito. O mandato do prefeito era de cinco anos; enquanto o mandato dos vereadores era de quatro anos. A posse – O juramento a ser feito pelo prefeito municipal (e vice-prefeito) está contido no art. 69 da Lei Orgânica do Município, com o seguinte teor: “Prometo manter, defender e cumprir a Lei Orgânica, observar as leis da União, do Estado e do Município, promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade”. Em seguida é declarado empossado pelo presidente da Câmara de Vereadores. __________________ Com o resultado final da apuração sem ser contestado, a Junta Eleitoral da 41ª Zona da Circunscrição de Santa Catarina (Comarca de Palmitos), sob a presidência do Dr. Rafael Ribeiro Pinto, expediu o diploma para os eleitos (prefeito e vereadores). O diploma para o prefeito eleito (com 10 votos de vantagem sobre a oposição) foi assinado em 11/11/1958. 8 Na ordem a seguir – assim como em todas as legislaturas – é tomada a prioridade do partido mais votado (quociente eleitoral), seguida do número de votos do edil. Na presente legislatura, o partido que obteve o maior número de votos foi o PSD (e o vereador mais votado foi Demétrio Bachinski), seguido da UDN (Nidolfo Carlos Mattje). 9 O fornecimento de cédula oficial, pela Justiça Eleitoral, foi instituído com a Lei nº 2.582 de 30/08/1955. Naquela época o uso da cédula oficial ainda não era obrigatório. A Resolução nº 3/1957, art. 25, do TSE que dava instruções para eleições municipais, facultava ao candidato e/ou partido político confeccionar e distribuir aos eleitores as cédulas impressas com o nome do candidato. O envelope em papel, utilizado para colocar a cédula eleitoral era de forma a resguardar e era depositado na urna depois de rubricado pelo presidente da mesa receptora. 23 Na mesma data foi expedido o diploma dos vereadores eleitos. A apuração das urnas acusou idêntico resultado final ao do Executivo: 895 votos. Quociente eleitoral, 126 votos. Quocientes partidários: PSD, quatro e UDN, três. Na votação preferencial a Câmara ficou assim constituída: PSD: Demétrio Bachinski (124 votos); Alcides Ferrari Benvegnú (86 votos); Eloi Pedro Breda (57 votos); Oscar Kölln (50 votos). UDN: Nidolfo Carlos Mattje (112 votos); João Pilati (69 votos); Fioravante Luiz Trevizan (37 Votos). A posse ocorreu no prédio de Raymundo Veit, onde estava instalada a prefeitura, na Avenida Araucária, no dia 31 de janeiro de 1959. Uma das três salas foi cedida para as reuniões da Câmara. Na primeira ata da Câmara de Maravilha - Livro de Atas da Câmara nº 1, páginas 1 e 2 - encontramos o registro da investidura no cargo de vereador: Nos precisos termos do artigo 1º da Lei Estadual Nº 987, de 16 de Novembro de 1953, assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Vereador Alcides Benvegnú, por ser o mais idoso. O Senhor presidente teve o seu diploma de vereador apreciado, pelos demais vereadores, que não opuseram impugnação. Em seguida o Sr. presidente designou o Sr. Eloi Pedro Breda para secretariar os trabalhos desta sessão, tendo o mesmo assumido de imediato as suas funções. O Sr. presidente convidou as autoridades presentes, para tomarem os lugares de honra, que lhes foram reservados. Verificada a presença ‘lega’ [sic] de número dos senhores Vereadores, o Sr. presidente recebeu os diplomas dos eleitos, tomando-lhes o compromisso legal, assim efetuado: Prometo Exercer Com Dedicação e Lealdade as Funções do Cargo de Vereador, tendo prestado, em primeiro lugar, a sua promessa o Sr. presidente e, ‘enseguida’ [sic] todos os senhores vereadores presentes, repetindo em ‘vos’ [sic] alta o ‘compromiço’[sic]citado nesta ata. Tendo em vista o compromisso em referência, o Sr. presidente declarou empossados os vereadores presentes, com o mandato para a Legislatura 1959 a 1963. A seguir, convidando todos os presentes a levantar-se, o Sr. presidente declarou instalada, para todos os efeitos constitucionais e legais a primeira Câmara de Maravilha, o que foi saudado sob vibrantes aplausos dos presentes... Nesta legislatura os vereadores não tinham remuneração específica da função. As reuniões ordinárias comumente eram realizadas à noite. Quanto ao dia da semana, não era fixo. Às vezes eram convocadas para uma semana inteira. Feita a análise e votação dos projetos em pauta, eram dispensados por diversas semanas. A primeira mesa diretora - ocupando o cargo por todo o quadriênio - ficou assim constituída: presidente, Demétrio Bachinski, com sete votos; vice-presidente, Oscar Kolln, com quatro votos; 1º secretário, Eloi Pedro Breda, com sete votos; 2º secretário, Alcides Benvegnú, com sete votos. Em 3 de fevereiro de 1959 o Executivo (Deonubem Baldissera) encaminhou o primeiro projeto de lei e dizia respeito ao orçamento para o exercício de 1959, sendo aprovado em 6 de fevereiro. Na noite de 5 de fevereiro de 1959, a Câmara votou e o prefeito Baldissera sancionou no dia 8, a Resolução nº 1 que dispõe sobre a aprovação das contas prestadas pelo prefeito provisório João Cavalheiro, relativas ao período de 6 de agosto a 31 de dezembro de 1958. Foram assim documentadas: Receita arrecadada.......................................... Despesa realizada........................................... Saldo para o Exercício de 1959...................... A situação patrimonial da Prefeitura era: Ativo............................................................... Passivo........................................................... Patrimônio líquido......................................... Cr$ 250.324,00 Cr$ 247.859,00 Cr$ 2.465,00 Cr$ 224.905,00 Cr$ 104.281,00 Cr$ 120.624,00 Na mesma sessão, a Câmara recebeu uma sugestão “pedindo a instituição da lei que dispõe sobre a licença para aquisição de um trator para a Prefeitura, nas bases da Lei nº 41.097, do Governo Federal”. A aprovação aconteceu já no dia seguinte, 6 de 24 fevereiro. A Lei nº 2 autorizou o Poder Executivo a adquirir um trator com capacidade de, aproximadamente, sete toneladas. E foi comprado um Caterppillar D-6, por intermédio do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (Dner) e pelo Eximbank. O projeto de lei nº 4 foi apresentado pelo vereador Eloi Pedro Breda - secretário da Câmara - em 13 de fevereiro e aprovado no dia 17. Essa Lei (nº 4) dispõe sobre a criação das primeiras escolas municipais a serem instaladas nas localidades de Cabeceira do Rio Iracema e Barra-Suja (atual Boa Esperança). Interessante é, também, o projeto de lei nº 5, do vereador Alcides Benvegnú, que deu entrada na Câmara no dia 13 e foi aprovado no dia 20 de fevereiro de 1959. A Lei nº 5 dispõe sobre a denominação das avenidas e ruas da cidade de Maravilha. Avenidas: Sul-Brasil, Padre Antônio, Sete de Setembro e Anita Garibaldi (Leste-Oeste) e, no sentido Norte-Sul, a Avenida Araucária, mais as ruas Tiradentes, Duque de Caxias, General Osório, José Bonifácio, Abir Elizalde Diehl, Engenheiro José Leal Filho, Princesa Izabel, Independência, XV de Novembro e Santa Catarina. No dia 10 de junho de 1959, foi publicada a Lei nº 12 que autoriza o Poder Executivo a adquirir um conjunto diesel elétrico, do governo do estado. A capacidade era de 90 KW, para o fornecimento de energia elétrica para a cidade, funcionando à noite, até as 22 horas. Quinze minutos antes era dado o sinal (aviso prévio) para o desligamento. A compra do primeiro caminhão caçamba foi autorizada pela Câmara através da Lei nº 13, de 8 de agosto de 1959, sendo sancionada no dia 13. O caminhão era da marca International, modelo 1951. O preço aprovado foi de Cr$ 320.000,0010. Entre as primeiras leis temos a que criou o Selo Municipal. É a Lei nº 15, de 9 de novembro de 1959. A primeira falta, nas reuniões da Câmara de Maravilha, aconteceu no dia 6 de fevereiro de 1959 (na sexta reunião) e o ausente foi o vereador Nidolfo Carlos Mattje. O vereador Fioravante Trevizan entrou com o primeiro pedido de licença (30 dias), em 05/05/1959. Foi substituído pelo suplente, Mário José Caye. A segunda licença foi concedida ao vereador Nidolfo Carlos Mattje, em 5 de agosto do mesmo ano - também por 30 dias - sendo igualmente substituído por Mario José Caye. Na Ata n° 57, de 08/11/1960, encontramos o teor de um interessante telegrama: “Pelo Sr. Vereador Eloi Pedro Breda foi proposta ao plenário que se passasse em nome da Câmara um telegrama de felicitações ao Sr. Jânio Quadros, João Goulart, Celso ‘Ramo’ e Doutel de Andrade pela vitória obtida nas eleições de 3 de outubro pp. sendo aprovado por unanimidade.” 1 Vereadores Titulares da Primeira Legislatura 1.1 Demétrio Bachinski Gaúcho, nascido em Erechim no dia 25 de novembro de 1928. É filho de Felipe e Lúcia Bachinski, sendo o primeiro dos sete irmãos. Em março de 1954 transferiu residência para Maravilha, na busca de melhor vida, já que aqui era um lugar novo e de muito 10 No dia 25 de maio de 1967, através da Lei nº 256, foi aprovada a venda do mesmo. Antes, porém, foi prestada uma homenagem ao ex-prefeito e, então vereador, Deonubem Baldissera. 25 progresso. Casado tem sete filhos: Carlos, Eloi, Mafalda, Lenoir, Alceu Roque, Arlete e Salete. Por falta de candidatos, aceitou - em 1958 - concorrer pelo PSD a uma cadeira na Primeira Legislatura da Câmara de Maravilha. Obteve 124 sufrágios, o mais votado. Presidiu a Câmara em todo o quadriênio. O Partido Social Democrático tinha quatro vereadores contra três da UDN. Reduto eleitoral: em todo o município. Procurou atender às maiores reivindicações: estradas e escolas para o interior; mas também deu estímulo à instalação de indústrias. O vereador Demétrio Bachinski lembrou quando o colega Nidolfo Carlos Mattje entrou com um projeto de lei requerendo a hegemonia no comércio de suínos no município. Sendo rejeitado, ele faltou às sessões seguintes, havendo a tentativa de cassação. Enquanto residia aqui em Maravilha era comerciante. Depois se mudou para Sinop (MT). Agora é octogenário aposentado. 1.2 Alcides Ferrari Benvegnú Dos vereadores da Primeira Legislatura da Câmara de Maravilha era o mais idoso. Por isso coube a ele a presidência dos trabalhos para a eleição e posse da primeira sessão legislativa; assim como empossar o primeiro prefeito, Deonubem Baldissera. O curriculum vitae do Benvegnú foi passado, por telefone, pelo filho Ider, ao vereador da Sétima Legislatura Paulo Bresolin. Alcides Benvegnú nasceu em Bento Gonçalves (RS), no dia 14 de julho de 1901. Seus pais, Silvestre e Margarida Ferrari Benvegnú, tiveram mais seis filhos, além do Alcides (o segundo). Foi um dos primeiros colonizadores de Maravilha, aqui se instalando, em setembro de 1949, com uma serraria – a Sbaraini, Benvegnu & Cia. Ltda. (depois Gehm, Benvegnú & Cia. Ltda.) -, próximo ao local onde está o Maravilhas Park Hotel, às margens do rio Iracema. A mesma entrou em operação no dia 03/03/1950, preparando madeira para a construção das primeiras casas. O projeto urbano da cidade de Maravilha ainda não havia sido anunciado. Cita o nome de Afonso Farias como sendo o primeiro morador do lugar. Outro detalhe: com frequência lembrava os 45 dias da viagem para chegar até aqui. Em 1958 veio a emancipação de Maravilha. O Sr. Benvegnú gostava de política. No Rio Grande do Sul era militante do PL e aqui foi delegado do partido. Era amigo particular do ex-governador Celso Ramos. Por isso, aceitou o desafio de candidatar-se e obteve 86 votos. Quando vereador lutou pela estadualização de escolas. Lembrou ainda o porquê da sua permanência em Maravilha, apesar das dificuldades iniciais: as terras eram muito boas - “fortes para trabalhar” - e havia tanta madeira que parecia que não iria acabar nunca. Gostava de morar aqui: o povo era bom, trabalhador, com espírito de progresso. De Maravilha – após o extermínio dos pinhais – transferiu residência para Passo Fundo, onde, em 13/11/1980, viuvou da dona Doralda Gaboardi. Os filhos foram registrados com nomes de Iber Silvestre, Eunisse, Ivar Italo e Izolde. Passou seus últimos dias em cadeira de rodas, vindo a falecer em Passo Fundo. 1.3 Eloi Pedro Breda 26 Nasceu em Joaçaba (SC), aos 25 de setembro de 1931, filho de Rosita e Egídio Angelo Breda. É o segundo de uma família de nove irmãos. Casou-se com Thereza Krauspenhar, em 13/11/1959, e dessa união nasceram os filhos Ângela Maria, Adalberto Anagir, Adriano Paulo, Maria Cristina e Ruth Simão (adotiva). Em 15/11/1953, ainda solteiro, transferiu-se de Chapecó (onde exerceu o cargo de atendente na Farmácia de Clínicas dos irmãos Rauen, desde 1951) para a pequena, mas promissora Maravilha, instalando a Farmácia Nossa Senhora de Fátima. Em 1953 prestou Concurso Prático de Farmácia, sendo habilitado para exercer a profissão; incluindo, em 1968, a titulação de Oficial de Farmácia Provisionada, do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina. Foi sócio-fundador do Clube Recreativo Maravilha, do CTG Juca Ruivo, do Lions Clube Maravilha (exercendo a presidência na gestão 1974/75 e vice-governador do Distrito L23 em 1975/76), da Sociedade Beneficente Hospitalar Maravilha (onde assumiu diversas funções administrativas), Juiz de Paz do Distrito de Maravilha (nomeado em 08/08/1957 e exercendo o cargo até 1961) e presidente da Paróquia São José Operário (1985). Teve participação destacada na campanha para a emancipação de Maravilha e, após, sentiu que tinha obrigação de colaborar com o desenvolvimento do município, por isso candidatou-se à vereança, pelo PSD. Seu reduto principal era a cidade. Eleito com 57 votos foi secretário nos quatro anos da 1ª Legislatura. Concorreu novamente nas eleições de 1962, sendo reeleito com 101 votos. Na 2ª Legislatura assumiu a presidência do PSD. Nas eleições de 1976 concorreu a vice-prefeito na chapa de Olivio Baczinski e, em 1982 com Heitor Kasper (também como vice), não logrando sucesso em ambas. As principais cobranças dos eleitores naquela época era a melhoria (ou abertura) de estradas e energia elétrica. E, depois, ligação telefônica, numa extensão de Palmitos. Disse o vereador entrevistado que a função não era remunerada, mas valeu a pena e “nunca tive motivo de arrepender-me por causa de algum projeto que aprovei”. Eloi Breda reside em Balneário Camboriú. 1.4 Oscar Kölln Nasceu em Lajeado (RS), no dia 13 de abril de 1914. Filho de João Kölln Sobrinho e de Hulda Kölln, os quais tiveram sete filhos. Oscar é o terceiro na escala dos mais velhos. Casou-se com Berta Frida Catarina e tem três filhos: Donaldo, Baldor e Ani. Deixando o solo gaúcho, em 1951, fixou-se em Maravilha com uma serraria para aproveitar os pinhais que cobriam o vale onde se encontra a cidade. Em 1958 - “porque pouca gente queria concorrer ao pleito eleitoral” candidatou-se à vereança, sendo o segundo mais votado do PSD. Concorreu por esse partido, mas ele era do PRP. Seu reduto eleitoral era a “Sede” Maravilha. As maiores reivindicações ouvidas dos eleitores eram estradas e bueiros, pois principalmente quando chovia - os que moravam na colônia nem podiam pensar em vir à cidade. Foi projeto desse vereador a criação do primeiro ponto de táxi no município. Seu desejo maior era ver o Município de Maravilha progredindo. Em 1966 – residindo com a filha Ani Amelinda, casada com Waldemiro Schmidt que cuidaram dele até a morte – mudou-se para Cunha Porã onde faleceu de acidente vascular cerebral no dia 17 de fevereiro de 1997. 1.5 Nidolfo Carlos Mattje 27 É mais um gaúcho, nascido em Cachoeira do Sul, no dia 5 de julho de 1926, filho de José Mattje e Rosa Selma Röpke Mattje. É o mais velho de uma família de 11 irmãos. Contraiu núpcias, em Júlio de Castilhos (RS), em 1950, com Leontina Anita Renck. Filhos: Eliseu, Sônia, Lisete e Adilson. Trabalhou por um tempo com transporte de cargas - uma carroça de 120 arrobas, puxada por oito mulas - do interior de Júlio de Castilhos a Santa Maria ou Restinga Seca (estações ferroviárias). Antes de estabelecer residência em Maravilha, morava em Frederico Westphalen (RS) e trabalhava com a barca no Rio da Várzea, entre Barril (antigo nome daquele município) e Iraí. Ouvindo muito falar da colonização organizada de Maravilha e dos elogios que faziam desta terra, adquiriu terrenos e, em 22/10/1953, veio com a mudança. Sua primeira atividade aqui foi a de comprador de fumo (como representante de Rolf Golbek, da Tabacos Golift, de Porto Alegre). Comprou um caminhão para transportar o fumo e outros fretes até Porto Alegre. Depois passou para o transporte de suínos para a Perdigão, de Videira (SC). Tornou-se proprietário de uma casa de comércio, localizada no centro de Maravilha. Mattje não foi um homem estudado, mas teve grande destaque também na história política deste município. Foi o vereador mais votado da UDN na eleição de 1958. “Não sendo remunerado, a compensação era ver o município se desenvolver”, afirmava. Na época, as maiores reivindicações eram estradas e escolas. De nenhum projeto aprovado na 1ª Legislatura tem se arrependido, pois o objetivo era um só: o crescimento da cidade e o desenvolvimento do país. Era ainda vereador, quando, numa noite de festa no interior, no segundo semestre de 1963, foi pego de surpresa pelas lideranças da UDN para candidatar-se a prefeito. Aceitou o desafio e, nas eleições diretas de 06/10/1963, foi eleito com 778 votos. Entre as obras e acontecimentos desta gestão, não é esquecida a implantação do sistema municipal de telefonia. Depois de deixar a prefeitura nas mãos da oposição (31/01/1969), afastou-se da política e, boa parte do tempo, também do município, para cuidar de sua Fazenda que deu o nome de Maravilha, no Município de Dourados (MS). Contudo, o seu domicílio eleitoral continuou sendo aqui e filiado ao partido dos governos federal e estadual, a Arena. Procurado para concorrer, aceitou o novo desafio, sendo eleito prefeito para mais um quadriênio: 1973-1977. Embora desvinculado da atividade política, a coligação partidária PDS, PDT e PFL o convenceu de candidatar-se vice-prefeito, tendo na cabeça de chapa Eloy José Ranzi, nas eleições de 03/10/1992, não logrando êxito. A Câmara de Vereadores reconheceu seus trabalhos concedendo-lhe o honroso título de "Cidadão Honorário de Maravilha", solenemente entregue em 18 de julho de 1991. “Que cresça cada vez mais”, era seu desejo maior em relação a Maravilha. Faleceu no dia 13 de setembro de 2003 e seus restos mortais se encontram no cemitério Jardim da Paz de Maravilha. 1.6 Fioravante Luiz Trevizan Filho de Luiz Trevizan e Maria Simoni Trevizan nasceu aos 17 de abril de 1917. Natural de Bento Gonçalves (RS), tinha 12 irmãos. Com seu espírito de trabalho enveredou entre as araucárias do Oeste catarinense e chegou a Maravilha em outubro de 1949. Foi dos primeiros moradores dessa área 28 inabitada. Aqui se casou com Eva Ilka Dietrich, com a qual teve três filhas: Aderli Luiza, Dolores Maria e Dircilene Regina. Com a emancipação, sendo conhecido – pois trabalhava como motorista de ônibus -, resolveu lançar-se à conquista de uma vaga para a 1ª Legislatura. Com 37 votos foi o terceiro mais votado da UDN. As reivindicações mais ouvidas eram: estradas, bueiros, pontes e escolas para o interior que vinha sendo colonizado. Foi dele o primeiro salão de baile de Maravilha, tendo anexo bolão e armazém para as atividades diárias. Estava localizado em frente ao atual Posto Texaco. Dono do primeiro taxi improvisado, (Camioneta 29), transportava pessoas, buscava alimentos de primeira necessidade, servia de ambulância e viatura da polícia (na época dos bandidos). Foi dele também o primeiro transporte atacadista Seu Chevrolet 46, com toldo de lona improvisado, era também usado para excursões, destacando os alunos da escola das irmãs. Foi de sua propriedade também o primeiro depósito de combustíveis, em tonéis, localizado onde hoje está o Banco do Brasil. Iniciou as primeiras linhas de ônibus para o interior do município. Com a instalação do Frigorífico de Aves Aurora, abriu a primeira linha de coletivo urbano na cidade de Maravilha. Circulava da Linha 51 até a referida empresa. Fora do círculo familiar, era um dos primeiros nomes pronunciados pelas crianças. Era conhecido por todos. Em 22 de novembro de 2002, juntamente com mais 13 pessoas, recebeu menções honrosas do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, em sinal de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados em prol da História de Maravilha. Na época, debilitado pela doença, foi representado pela filha Aderli Luiza Trevisan Rüdiger (uma das primeiras crianças a nascer, entre os pioneiros, embora o pai tenha preferido levar a esposa Eva para Passarinhos, onde havia recurso médico, na época). Faleceu em 28 de dezembro de 2002, com 85, dos quais 53 vividos em Maravilha. “Era um homem humilde, amigo, corajoso, batalhador, não se acovardava diante do perigo, do trabalho e das injustiças”, afirmou a filha Aderli. 1.7 João Pilati O vereador João Pilati nasceu em Nonoai (RS), a 25 de julho de 1921, filho de Antônio Pilati e Maria Carraro Pilati - o segundo dos cinco irmãos. Seu pai desde cedo trabalhou com os Benvegnu, em Nonoai, São Borja e Monte Caceros, na Argentina. Nessa condição, quando a empresa abriu frente pioneira em Maravilha, levou a primeira mudança de peões, no momento em que Otto Jahnel, o primeiro morador da sede instalava-se na futura cidade. Foi proprietário do primeiro caminhão de Nonoai. Em 1951, viria para Maravilha de mudança, com a esposa Cenira S. Pilati e os filhos José Isaac e Eloá. Tomou parte da campanha emancipacionista e elegeu-se vereador da 1ª Legislatura. Participou ativamente dos trabalhos de pesquisa histórica de Maravilha, com o filho José Isaac Pilati, sendo responsável pelo resgate e registro dos primeiros anos da ocupação e da formação do povoado. Como vereador prestava mão-de-obra na construção de escolas para a comunidade, além de campos de futebol, estradas, etc. Indagado se tinha planos para o futuro, na política, respondeu: “Não. Porque comparo com uma carreira de cavalos. Antigamente era uma carreira honesta; hoje, já se sabe quem vai ganhar na largada.” 29 Diz que sente saudade daquela mata virgem e maravilhosa que emprestou o nome para Maravilha; daquela gente trabalhadora que acreditava no futuro do novo município e o sonho maior “é a grandeza da terra que a gente viu nascer”. Faleceu em 21 de dezembro de 2000, em Nonoai. Dona Cenira também faleceu poucos dias depois, em 23 de dezembro. _________________ Os sete responsáveis pela decadência social, segundo Gandhi, pacifista indiano, são: riqueza sem trabalho, prazeres sem escrúpulos, conhecimento sem caráter, comércio sem moral, política sem idealismo, religião sem sacrifícios e ciência sem humanismo. Sabendo que “Os melhores reformistas do mundo são aqueles que começaram por reformar-se a si próprios”, escreveu o irlandês George Bernard Schaw. 30 II Segunda Legislatura: 31/01/1963 a 30/01/1967 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Arlindo Theobaldo Renck David Gottardo Estanislau Alfredo Schmitz João Cavalheiro Eloi Pedro Breda Guilherme Gruber Eduardo Gruber Partido UDN UDN UDN PSD PSD PSD PTB Nº de votos 218 99 67 146 101 79 83 Presidente da Casa 1º David Gottardo 2º Guilherme Gruber 3º Eduardo Gruber 4º David Gottardo Suplentes que assumiram: da UDN: Raymundo Veit, Arlindo F. Brentano, Carlos Germano Lüneburger e Alvino Frederico Stieler; do PSD: Vendelino Pedro Serafini, Alcides Ferrari Benvegnú, Oscar Kölln e Adolfo Wehrmann. * Executivo municipal neste período: inicialmente Deonubem Baldissera (até 31/01/1964) e, após, Nidolfo Carlos Mattje (UDN), de 1º/02/1964 a 31/01/1969. Não existia a função de vice-prefeito. ________________ Deonubem Baldissera continuava no Executivo municipal (o prefeito tinha um mandato de cinco anos enquanto o mandato dos vereadores era de quatro anos), quando, em 7 de outubro de 1962, foram realizadas eleições para a Câmara. Maravilha pertencia à 41ª Zona de Circunscrição de Santa Catarina (Comarca de Palmitos). Apuradas as urnas do município - com 1.482 votantes somados - o presidente da Junta Eleitoral, Dr. Protásio Leal Filho, em 05/10/1962, assinou os diplomas dos vereadores eleitos. A posse aconteceu no dia 31 de janeiro de 1963, na sala de sessões da Câmara. A primeira mesa diretora da 2ª Legislatura ficou assim constituída: presidente David Gottardo (quatro votos), João Cavalheiro, vice (três votos), Estanislau Alfredo Schmitz, 1º secretário (três votos), Eduardo Gruber, 2º secretário (três votos). O vereador Eduardo Gruber não se encontrava presente. Nesta legislatura assumiram ainda a presidência da Câmara: Guilherme Gruber, em 04/02/1964; Eduardo Gruber, em 02/02/1965 e, novamente, David Gottardo, em 09/02/1966. Novo prefeito — “Aos 31 de janeiro de 1964, às 15 horas, no salão do Sr. Emílio Schneider, à Avenida Araucária, nesta cidade de Maravilha, comarca de Palmitos, Estado de Santa Catarina, sob a presidência do Sr. David Gottardo, reuniu-se o Poder Legislativo Municipal, para tomar o juramento do Sr. Nidolfo Carlos Mattje, prefeito eleito”.11 Às eleições para prefeito concorreram, além de Nidolfo Carlos Mattje (UDN), os candidatos Demétrio Bachinski (PSD), Eduardo Gruber (PTB) e Oscar Kõlln (PRP). Na Ata nº 205, de 13 de março de 1965 encontra-se um detalhe explicativo sobre a renumeração dos vereadores. Ei-la, na íntegra: 11 Isto consta na Ata nº 154 - Livro 2, p.20. 31 Reuniu-se o Poder Legislativo em sessão extraordinária, sob a presidência do vereador Eduardo Gruber. Verificando número legal deu início aos trabalhos. Lida e aprovada a Ata anterior por unanimidade, o Sr. Presidente pediu ao 1º Secretario ler as correspondências. Primeiro um ofício para a Sua Excelencia Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, Digníssimo Presidente da República, comunicando que Esta Câmara Municipal por decisão da totalidade de seus membros, e por indicação do ‘Snr.’ Vereador Arlindo Renck, vem pelo presente comunicar a V. Excia. que os Senhores Vereadores deste Município de Maravilha não percebem, e nunca perceberem quaisquer subsidios representação ou ajuda de custas. Tal comunicação prende-se ao fato de ter V. Excla. encaminhado ao Congresso Nacional mensagem na qual se proíbe a percepção pelos Vereadores, em todo o país, de quaisquer subsídios. Aproveitamos o ensejo para hipotecar à V. Excia. a nossa solidariedade por esta medida e pela ‘sabia’ direção que V. Excia. vem imprimindo ao Governo da Nação. respeitosas saudações. Na mesma sessão foi também, por indicação do vereador Renck, “dirigida solicitação” ao Ministro da Viação, Juarez do Nascimento Távora pedindo que seja colocado em plano de prioridade nos trabalhos da pasta tão patrioticamente dirigida por V. Excia. a continuação da construção da Estrada Federal ‘B.R. 36’, trecho Xanxerê-São Miguel do Oeste, cujos trabalhos foram interrompidos desde ‘meiados’ (sic) do exercício próximo passado. Referida estrada, quando concluída ‘trara’ um fluxo de progresso à Região do Extremo Oeste Catarinense, do qual fazemos parte, e ao mesmo tempo ‘servira’ de escoadouro para a enorme produção agrícola de uma vasta região de Santa Catarina, Paraná e rio Grande do Sul, razão porque é considerada uma das mais importantes do Plano Rodoviário Nacional. E tinha razão! As reuniões desta legislatura também eram quase sempre no período noturno e nem sempre mantido o calendário semanal. As convocações aconteciam quando havia matéria. Não lhes eram pagos nem as despesas com deslocamentos. 1 Vereadores Titulares da Segunda Legislatura 1.1 Arlindo Theobaldo Renck Arlindo Renck nasceu em Júlio de Castilhos (RS), no dia 26 de setembro de 1920. Seus pais: José Inácio Renck e Olga Emilia Berta Roepke Renck tiveram oito filhos, sendo que Arlindo é o segundo mais velho. Deixando os pampas, em busca de melhores condições de vida no Oeste catarinense, apresentado como um Eldorado, Renck chegou aqui em 24/05/1954. Casado com Leonida Trapp Renck tem cinco filhos que herdaram suas destacadas capacidades. Seus nomes: Arlene Anélia, Elisônia Carin, Adalgisa, Valquíria Elita e Ubaldo Carlos. Convidado pela UDN concorreu ao pleito legislativo municipal de 1962. Dos 1.482 votantes, 218 votaram nele. (O segundo desse partido fez 99 votos). Seu reduto político era a cidade, onde trabalhava como comerciante. Quando os fregueses chegavam, logo pediam mais estradas. Quando vereador encaminhou um projeto de lei – depois aprovado - isentando da taxa de luz elétrica o Seminário Nossa Senhora de Fátima, a Igreja Católica e a Igreja Evangélica. Dois suplentes tiveram vez com a vaga temporária deixada por ele: Carlos Germano Lüneberger e Alvino Frederico Stieler. 32 “O Município de Maravilha está muito diferente do que era naquele tempo. Hoje temos um grande desenvolvimento. Que o município tenha um grande futuro!” – incluiu na entrevista. Uma história do Legislativo: “O vereador João Cavalheiro fez uma promessa que, por ocasião da compra da primeira patrola pelo Executivo, daria uma salva de tiros na frente da prefeitura. E o fez; sendo apreendida a sua arma. Mas, no dia seguinte, foi devolvida.” Arlindo Renck veio a falecer em novembro de 1995. 1.2 David Gottardo Descendente de italianos, vindo de Encantado (RS), David Gottardo é filho de Joaquim e Ana Gottardo. Nasceu no dia 8 de maio de 1917 e é o sexto de uma família de 13 irmãos. Casado com Alice Gottardo (falecida em 03/02/2009) tem oito filhos: Alzira, Pedro, Elmida, Lurdes, Sérgio, Celso, Jaime e Jacir. Iniciou sua carreira de professor, nomeado pelo governo do Território Federal do Iguassú (sic), para reger a Escola Isolada de Baixa Riqueza, Distrito de Passarinhos, Município de Xapecó, no dia 13 de junho de 1945. Veio morar em Maravilha em 1949 - ano em que a cidade foi projetada – transferido de Riqueza como professor da escola federal. Residindo em Maravilha, passou a lecionar na “Linha Berivini”, Distrito de Palmitos - então Município de Chapecó - como professor municipal, padrão “G”. Em 25/02/1952, através de decreto assinado pelo prefeito, Dr. José de Miranda Ramos, foi transferido da “Linha Borivin”, distrito de Palmitos, para a “Séde Maravilha”, Distrito de Cunha Porã. Em 14 de abril, desse ano, através de portaria, foi nomeado regente do turno “B” da mesma escola, recebendo uma gratificação mensal de Cr$ 250,00. No dia 28 de julho de 1959 foi nomeado pelo governador do Estado para exercer as funções de primeiro suplente de delegado de polícia do Município de Maravilha, assumindo a função por seis meses, devido a ausência do titular. Depois pediu exoneração. Pela posição que ocupava como comerciante e participação política, o partido (UDN) o escolheu para concorrer às eleições de 1962. Não foi fácil, mas conseguiu uma vaga na Câmara. Nesse quadriênio ocupou em duas sessões legislativas a presidência: 1963 e 1966. Sua votação foi basicamente na cidade. Contudo, os mais veementes pedidos vinham do interior, reivindicando estradas e escolas. Os mais difíceis eram os projetos de estradas e pontes nas divisas dos municípios, destaque para Barra Suja. Residiu 32 anos em Maravilha, depois de aposentado foi morar em Cascavel (PR) e atualmente está em Pato Branco (PR), no Bairro Cristo Rei. Morando longe, de vez em quando ainda visita esta terra e esta gente. E disse: “Visitando há poucos dias Maravilha vi um progresso grande e um povo unido e organizado”. A respeito da juventude atual escreveu: “Os jovens atuais tem outra visão de política.” Folheando seus documentos, encontramos a designação de primeiro suplente do Delegado de Polícia de Maravilha, em 28/07/1959 e diversas portarias de nomeação de professor. 1.3 Estanislau Alfredo Schmitz Nasceu em Bom Princípio (RS), no dia 16 de agosto de 1929. Seus pais, João e Suzana Schmitz, tiveram sete filhos e Estanislau foi o penúltimo. 33 Em 1955 essa família veio morar em Maravilha. Casado com Nilva Maria, Estanislau tem três filhos: José, Leão e Claudio. Em Maravilha encontramos seu nome entre os edis da 2ª Legislatura, eleito pela UDN, com 67 votos dos amigos que pediram a sua candidatura. Naquele tempo era Escrevente Juramentado do Cartório do Registro Civil. Na vereança diz que valeu a pena porque estava lá para resolver os problemas do município. Nesta legislatura foi secretário da mesa e diz que o relacionamento Legislativo-Executivo municipais era bom, mas com algumas brigas. A insistência maior era a construção da BR-282. Devido ao emprego que assumiu – o de agente de coleta do IBGE -, não mais pleiteou cargos eletivos políticos. Sendo transferido para São Miguel Oeste, deixando a vaga de vereador para os suplentes. Trouxe à memória um fato ocorrido na Câmara, na 2ª Legislatura: a possibilidade de impeachment do prefeito Mattje: “Ao tomarmos posse a 31 de janeiro de 1963, iniciamos uma temporada de reuniões ordinárias, na primeira terça-feira de fevereiro, e como secretário eu li a mensagem do Sr. Prefeito Municipal com a prestação de contas do ano anterior.” (Não havia coincidência de mandato LegislativoExecutivo) “Ao manusear a dita prestação de contas descobri que haviam sido adquiridas em torno de 950 m³ de pranchas para a feitura de pontes e bueiros. Fiz ver aos colegas que se as pranchas tivessem 5 cm de grossura e 3 metros de comprimento dava para cobrir quase todas as rodovias municipais. Quando os vereadores viram o absurdo, começaram a planejar (inclusive os do PSD) o impeachment do Sr. Prefeito Municipal, o que eu impedi, dizendo que deveria ser alguma vírgula mal colocada ou qualquer outro engano, mas nunca roubo. Se a Câmara decretasse o impedimento do Sr. Prefeito Municipal, o Sr. David Gottardo assumiria e a UDN seria responsabilizada pelo fracasso da administração e 7 meses depois nós não ganharíamos a eleição com o Sr. Nidolfo Carlos Mattje.” 1.4 João Cavalheiro João é o último dos sete filhos de Guilherme e Antonia Cavalheiro. Nasceu em São Luiz Gonzaga (RS), no dia 11 de março de 1929. Seguindo a corrente migratória, veio morar em Cunha Porã, onde casou com Dulce Maria Borscheidt. Em 1954 transferiu residência para Maravilha. Inicialmente exerceu a profissão de motorista e, depois, de açougueiro. Era homem de confiança. Foi o 1º suplente de Delegado de Polícia do Distrito de Maravilha. Com a emancipação, foi escolhido e nomeado prefeito provisório (Florianópolis, 17/07/1958) e empossado no dia da instalação do Município: Maravilha, 27/07/1958. Na Segunda Legislatura ocupou uma cadeira na Câmara como vereador mais votado pelo PSD: 146 votos. Nesse tempo exercia também a função de fiscal de estradas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), da Secretaria da Viação e Obras Públicas, 14ª Residência, com sede em São Miguel d’Oeste. Vítima de câncer no fígado veio a falecer em 20/03/1972, deixando no luto a esposa e três filhos: Dirceu, Neri Antonio e Nei José. Seus restos mortais encontram-se enterrados no cemitério de Maravilha. Os 148 dias da administração de João Cavalheiro como prefeito de Maravilha tiveram as contas aprovadas pela Câmara de Vereadores - através da Resolução nº 1 em 05/02/1959, sancionada pelo 1º prefeito eleito, Deonubem Baldissera, em 8 de fevereiro desse ano. 34 Encontra-se uma participação interessante do vereador João Cavalheiro, na sessão de 19 de novembro de 1965, registrada na Ata nº 224: Pedindo a palavra, o vereador João Cavalheiro, disse à princípio que não assinaria a ata anterior, ou seja, nº 223, uma, por que, este não comparecera as últimas reuniões, outra que, as Leis criadas pelo Legislativo Municipal eram frias. Frisou ainda, o vereador Cavalheiro, que estas leis, futuramente seriam revogadas por ordem do Governo Federal, motivo pelo qual, estas leis teriam efeito apenas por um determinado período. A seguir, o vereador Gottardo pediu a palavra, que lhe foi concedida, observando que, enquanto a Prefeitura local não recebesse comunicação em contrário, a Câmara daria sequência normal às reuniões e prosseguiria batalhando pelo progresso de Maravilha. Subitamente, o vereador Cavalheiro, virou a mesa, na qual se encontrava a máquina de Contabilidade, o mimeógrafo e alguns documentos, alegando que o vereador Gottardo até esta data, sempre se manifestou desfavoravelmente às suas idéias e sugestões, e frisou, que o vereador Gottardo nada fizera pelo município até então. Enquanto perdurava a discussão, o vereador Cavalheiro tomou para si uma cadeira que se encontrava no recinto. Posteriormente, o vereador Cavalheiro afastou-se sem a necessária licença do senhor Presidente, o qual pediu a volta de Cavalheiro, sendo que, entrementes, o vereador Cavalheiro proferiu a seguinte manifestação: “Podem fazer o orçamento que eu pago esta merda”. Enquanto tal sucedia, ou melhor, enquanto o vereador Cavalheiro assim se expressava, o senhor presidente deu como encerrada a sessão... 1.5 Eloi Pedro Breda Vide Primeira Legislatura: 1.3. O único vereador reeleito, obtendo 101 votos, foi Eloi Breda. É nesta legislatura que aconteceu a história do cipó-telefone do Breda. Assim ele conta: “Entrei com um projeto de lei para a instalação de telefones para a interligação com os municípios vizinhos (fios e postes). Uns dias depois, os críticos estenderam sobre a Avenida Sete de Setembro (em frente ao atual posto de combustíveis Ipiranga), um cipó, de um poste a outro. Nas extremidades, duas latas e a placa: ‘Telefone do Eloi’.” Mas não foi à toa, porque na sessão extraordinária de 12 de março de 1965, entrou o projeto de lei nº 181/65 com o seguinte teor: “Que autoriza o sr. Prefeito, A compra de um Centro Telefônico e 15 Aparelhos a venda aos usuários, Principalmente sobre a Instalação do Centro Telefônico. Em primeiro lugar pediu a palavra o Vereador Eloi P. Breda, dizendo que é uma boa idéia...”12 1.6 Guilherme Gruber No dia 1° de outubro de 1925, em Ijuí (RS), nascia Guilherme Gruber, filho de Ferdinand Gruber e Ottília Baier. É o terceiro na família de seis irmãos. Durante a maior parte de sua vida, Guilherme foi chamado Willy, diminutivo de Willyhelm (Guilherme) na língua alemã. Recebeu esse nome em homenagem ao kaiser (imperador) Guilherme, do Império Austro-Húngaro. Morava em Três Passos (RS), quando Rainoldo Kölln (cunhado) e Artur Fleck o convidaram para vir a Santa Catarina. Corria o ano de 1949. Fizeram a longa viagem, 12 Francisco Gialdi. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. Porto Alegre, Editora EST, 2003. p.437. 35 passando por Itapiranga (naquela época com o nome de Porto Novo), Mondaí (então Porto Feliz), Caibi, Palmitos, até Cunha Porã. O ônibus era dos cunha-porenses Avelino Renner e Oscar Kölln. Nessa localidade residiam muitos imigrantes de Três Passos. Ali só se falava em Maravilha. Assim sendo, no dia 30/01/1949, resolveram conhecer esse lugar. Por uns oito quilômetros havia estrada; depois, só uma picada no mato. Chegando, no local próximo à atual agência do Banco do Brasil (Avenida Araucária), estava um grosso pinheiro caído. Para desviá-lo tiveram que trocar de rumo. O Sr. Gruber contou também que, ao voltar, lá na atual localidade de Três Coqueiros havia uma roça. Deu um tiro e a resposta foi outro tiro de espingarda (como meio de comunicação). Era o Sr. Henrique Hentges que lhes oportunizou o pouso. Insistiu que dormiram do lado de fora das paredes porque o “internato” era tomado por três pessoas e não havia mais lugar. A calefação daquela noite fria foi na base do fogo de lenha. No dia seguinte, seguiram a Cunha Porã encantados com este lugar. Voltando para Três Passos, o Gruber ficou com Santa Catarina na cabeça. Por isso, no dia 12/05/1949, arrumou as malas “com meia dúzia de trapos” e veio morar em Cunha Porã. Já em junho do mesmo ano, aceitou o convite para a derrubada de um mato, em Maravilha. Para reservar uma terra, ficou três dias num acampamento. No centro de Maravilha não tinha nada ainda. Duas picadas formavam uma cruz. Hoje são a Avenida Araucária e a Rua Albino Cerutti Cella. Em frente ao atual posto Ipiranga havia uma taboinha, pregada numa árvore e escrito com carvão o nome da localidade: Sede Maravilha. Ainda no mesmo ano, convidado pelo Sr. João Cavalheiro, esteve em Maravilha, com a mudança do Sr. Arnoldo Graff, com um Ford’46. Apenas metade da mudança coube na casinha. Disse que o Sr. Fioravante Trevizan já morava aqui, em baixo de meia dúzia de tábuas e o Otto Jahnel, com uma bodega. “Em pouco tempo Maravilha explodiu.” Em maio de 1952 voltou a Ijuí para casar com Anna Gunsch, dia 16. Logo depois fez a viagem de núpcias rumo a Cunha Porã, aonde chegou no dia 21 e no dia 22 instalou-se em Linha Humaitá, com um pequeno comércio. Ali residiu até setembro de 1958, quando se instalou em Maravilha: até 1962 na Avenida Euclides da Cunha; depois, na Avenida Sul Brasil, com o Hotel Alvorada. E não parou no hotel. Participou da colonização do Oeste de Santa Catarina; foi fundador e presidente da Cooperativa Agrícola Mista e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maravilha, sendo um dos presidentes; esteve na Segunda Legislatura de Maravilha (1963-1967), ocupando a presidência da Casa para a segunda sessão legislativa. Grande incentivador do associativismo participou de movimentos populares da época, como o da instalação da iluminação pública, da telefonia, do melhoramento do sistema viário (a BR-282, a ponte sobre o rio das Antas, a implantação da ETC Rui Barbosa). Foi também um dos fundadores do CTG Juca Ruivo. Era grande amigo dos governadores Celso Ramos e Ivo Silveira No final dos anos 1960 liderou comitivas de colonos para a nova fronteira agrícola do Sudoeste do Paraná e daí para o Mato Grosso. Na década seguinte seguiu a colonização do Paraguai, na Província de Hernandárias, do Município de San Alfredo. Conheceu também a Amazônia e, com a esposa – em 1984 - foi se juntar com os filhos Sebila (e esposo Luiz Lauschner), Xico e Cleire (com Ana sua filha mais nova). E ali ficou até sua morte. Amante da cultura, leitor voraz e viajante contumaz, Guilherme viveu uma vida de aventuras e agruras. Nunca pensou em acumular riquezas materiais. Quando tinha alguma reserva, viajava pelo Brasil inteiro e países vizinhos. Tanto ele como a esposa Anna sempre incentivaram os filhos a estudar. Católico convicto, até seus últimos dias freqüentou missas, cultos e rezava antes das refeições e antes de deitar. 36 No retorno de sua última viagem ao Sul do país, contando as peripécias, aventuras e desventuras que só aconteciam com ele nos tempos idos, disse: “Escuita! Todos os meus parceiros e conhecidos estão mortos, acho até que quando são Pedro foi conferir, olhou lá pelo Sul e não me viu e deve ter pensado: ‘Ah! O Gruber já foi desta para a melhor, faltou apenas dar baixa no livro de controle’.” E dava sua gostosa, contagiante e alegre gargalhada. Em 16/05/2006 completaram 55 anos de casados e em 29/07/2007, sua companheira veio a falecer. E são Pedro também o encontrou e levou... dia 7 de abril de 2009, em Maués (AM). Em tempo: A história de Guilherme Gruber - principalmente sua viagem à Maués - foi contada por Luiz G. Lauschner no livro Chucrute, Churrasco & Jaraqui – O Brasil descoberto pelo alemão.13 Um ano após a viagem Guilherme e Ana Gruber foram morar na periferia de Maués e continuou contando histórias de outras viagens. 1.7 Eduardo Gruber Eduardo, irmão de Guilherme (vide supra 1.6), nasceu no dia 11 de junho de 1929, em Ijuí (RS). É filho de Ferdinand Gruber e Ottilia Baier, o 5º de seis irmãos. Casou-se com Lussilda Krampe, tendo 5 filhos: Edemar, Eldoir, Elói, Loreci e Lovani. Em janeiro de 1961 deixou sua terra e veio para cá em busca de melhores condições. Naquela região do Rio Grande do Sul, Maravilha “era cantada em prosa e verso” como um lugar encantador. No solo gaúcho o PTB era dos partidos mais guerreiros. Eduardo trouxe esse ideal consigo e, nas eleições de 1962 - atendendo pedidos de muitos petebistas, juntados à sua carreira - candidatou-se e foi eleito vereador, com 83 votos, quatro a mais que seu irmão Guilherme que foi candidato pelo PSD. Foi o primeiro desligado do bipartidarismo (UDN x PSD) daqui. Ocupando a posição de voto de minerva, conseguiu o honroso e importante título de presidente da Câmara, em 02/02/1965, com o apoio da UDN. Mais e melhores estradas eram as reivindicações que os vereadores mais anotavam naquele tempo. Por motivo de viagem (60 dias) deixou a vaga para o suplente de vereador Arlindo F. Brentano, comerciante de Lajeado do Tigre. Em mais duas oportunidades teve participação eleitoral, sem sucesso: concorrendo a prefeito pelo PTB, em 1962 e a vereador, em 1968. Um detalhe que deixou anotado sobre as reuniões da Câmara: “O vereador David Gottardo, quando resmungava (falava muito baixo), deixava facilmente gente dormindo, como o João Cavalheiro”. Eduardo exerceu, depois, atividades comerciais em Pérola do Oeste (PR) aonde veio a falecer no dia 11 de agosto de 1989. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Segunda Legislatura 2.1 Raymundo Veit 13 Manaus (AM), BKEditora, sendo que em 2002 já estava na 3ª edição. A edição de lançamento, em menos de 30 dias já estava totalmente esgotada. 37 Assumiu a vaga transmitida por Estanislau Alfredo Schmitz que deixou Maravilha e foi morar em São Miguel d’Oeste. Era da UDN. Nascido em Lajeado (RS), no dia 21 de dezembro de 1919, Raymundo Veit é filho de Walentin e Amalia Paulina Veit. São nove Irmãos. Casou-se com D. Julita e tem os filhos Arno, Lauro, Irineu e Hary. Tinha 32 anos quando, em 1951, transferiu residência para um lugar de futuro e escolheu Maravilha, aqui permanecendo até sua morte, no dia 7 de setembro de 2000. Era uma cidade planejada, mas apenas umas casas haviam sido construídas. Com a emancipação foi procurado um local para a instalação da “prefeitura”. Cedeu em forma de aluguel três quartos (salas) do Hotel Avenida de sua propriedade e Raymundo passou a trabalhar como funcionário público municipal. Por isso, “para ajudar mais ainda Maravilha” candidatou-se a vereador na 2ª Legislatura. Além de hoteleiro, trabalhou um tempo no comércio e foi Juiz de Paz até completar 70 anos. No Legislativo tem apresentado projetos para a compra de máquinas, já que pediam muitas estradas e pontes para o município. “Quero que Maravilha seja uma cidade das maiores do Oeste”, afirmou. Em sua homenagem, através da Lei nº 1.943, de 07/04/1994, foi dado seu nome a uma escola municipal no Bairro Progresso. No dia 26/12/2001, através da Lei nº 2.671, a escola passou a ser designada Centro Educacional Vereador Raymundo Veit. Seu falecimento ocorreu no Dia da Pátria, 7 de setembro de 2000. 2.2 Vendelino Pedro Serafini Veio morar em Maravilha no dia 26 de abril de 1956 para trabalhar de hoteleiro (Hotel Avenida). É gaúcho, de Guaporé, nascido em 30 de junho de 1927, filho caçula de José Serafini e Tercila Bergamaski que tinha outros 12 filhos. Do casamento com D. Élide Maria Tumelero tem os descendentes Vanis, José Pedro e Fátima Liane. Na reunião do diretório do PSD, para lançar os candidatos às eleições de 1962, foi apontado seu nome. Aceitou, concorreu à vereança e ficou como suplente. Contudo, com a vaga deixada pelo vereador Eloi Pedro Breda – foi morar no Paraná - efetivou-se. Foi industrialista com o Moinho Progresso Ltda. e depois exerceu a profissão de pintor. Disse que as reuniões da Câmara eram realizadas à noite e “quando necessário”. Tem dado apoio especial a empreendimentos para a melhoria de estradas. Faltava muita coisa para o município, por isso, quase todos os projetos eram aprovados. O trabalho na Câmara era unido e solidário. As comunicações com outros legislativos municipais eram somente através de correspondências escritas. “Faço votos que as pessoas que nos sucederem sejam honestas como nós fomos. A mola mestra é a união”, incluiu em seu depoimento. Seu sonho: a instalação da rede de esgotos na cidade; arborização e asfaltamento do perímetro urbano; dar maior prioridade à educação; encascalhamento das estradas todas e atrair indústrias (emprego). Isto foi manifestado em 1988. O que previu? Faleceu em Maravilha no dia 26 de agosto de 1993. _______________ “Quem não luta por seus direitos não é digno deles”( Rui Barbosa). 38 III Terceira Legislatura: 31/01/1967 a 30/01/1970 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Osmar João Magnantti Reditário Cassol Deonubem Baldissera Alcides André de Moraes Deonildo Faggion Rodolfo Meneses Waldemiro Onofre Partido Arena Arena Arena Arena MDB MDB MDB Nº de votos 335 237 168 142 173 150 140 Presidente da Casa 1º Osmar João Magnantti 2º Deonubem Baldissera 3º Alcides André de Moraes 4º Antônio Osvaldo Conci Suplentes que assumiram: da Arena: Antônio Osvaldo Conci, Guilherme O. Manfrin, Francisco José de Souza, Maximiliano Arcanjo Manfrin, Pedro Dallavechia, Ernani Appelt e Adelir J. Uebel; do MDB: Ildefonso Thiago, Honório Crestani, Alcides Maurer e Francisco Zanin. * Executivo municipal neste período: inicialmente Nidolfo Carlos Mattje (até 31/01/1969) e, após, Albino Cerutti Cella (MDB) e Deonildo Faggion (MDB), de 1º/02/1969 a 31/01/1973. O primeiro vice-prefeito de Maravilha foi Deonildo Faggion. _________________ Na sessão extraordinária da Câmara Municipal de Maravilha realizada no dia 31 de janeiro de 1967, iniciada sob a presidência do vereador David Gottardo (4° presidente da 2ª Legislatura), após solene compromisso, foram empossados os vereadores eleitos em 15 de novembro de 1966, para a Terceira Legislatura. Então assumiu a presidência o vereador mais idoso, Rodolfo Meneses. Antes da votação para constituir a mesa diretora, “a bancada da minoria” (MDB) “mandou que se constasse em ata, que a votação deveria ser feita, mas sob protesto, em vista de nada constar no Regimento Interno da Câmara Municipal, para que tal votação seja procedida nesta data” (Ata nº 262). A primeira mesa diretora dos trabalhos da 3ª Legislatura ficou assim constituída: presidente Osmar João Magnantti (quatro votos), vice-presidente Deonubem Baldissera (cinco votos), secretário da mesa Alcides André de Moraes (quatro votos), 2º secretário Reditário Cassol (quatro votos). Coube a esta legislatura a aprovação da Lei Municipal n° 272, de 18/04/1968, autorizando a abertura de crédito especial para a instalação e manutenção da Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa, uma das únicas escolas de segundo grau mantidas por prefeituras do Estado de Santa Catarina. Era então prefeito Nidolfo Carlos Mattje. A primeira turma formou-se em 5 de dezembro de 1970. Para a administração municipal não havia vice-prefeito (até 1º/02/1969). Por isso, a vaga era deixada para o presidente da Câmara. Nesta legislatura isto ocorreu em duas oportunidades. Foi assim: o prefeito Nidolfo Mattje levou pessoalmente à Câmara, na noite de 30/05/1967 (Ata nº 281), um requerimento pedindo autorização para participar de um congresso de administradores municipais em Manaus. Longas atas (nº 284, 286, 289, 290, 292, 293) trazem detalhes sobre as discussões a respeito desse tema. A oposição alegava que não havia verbas e que muita coisa - mais importante - faltava ser feita. O 39 projeto de lei recebeu o nº 256 e a autorização solicitada era de 60 dias. Finalmente, em 26/06/1967, com o voto de minerva do presidente da Câmara que era da Arena - partido do prefeito – e almejava o posto, foi aprovada a lei. No dia 04/07/1967 houve a transmissão de cargo para o vereador Osmar João Magnantti. A presidência da Câmara ficou com o vereador Deonubem Baldissera. A vaga sobrou para o suplente Ernani Appelt. Poucos dias após o retorno, Mattje entrou com novo requerimento - também pedindo licença para 60 dias - para tratamento de saúde. Foi concedida no dia 13/09/1967. Nova oportunidade para o presidente de o Legislativo substituir o prefeito interinamente. Somente no dia 7 de novembro daquele ano foi apresentado à Câmara o relatório da viagem do prefeito. A abertura de crédito especial para cobrir as despesas de viagem foi no montante de NCR$ 1.500,00. Assumiram ainda a presidência da Câmara, nesta legislatura (além de Osmar Magnantti e Deonubem Baldissera): Alcides André de Moraes (eleito em 09/02/1968 e renunciando em 29/10/1969), sendo então eleito Antônio Osvaldo Conci (16/11/1969) que estava na Câmara como suplente em exercício. As reuniões da Câmara vinham se desenrolando em estado de tensão. A Ata nº 401, de 15/09/1969 (sessão extraordinária) - com seis páginas - dedica a maior parte da redação às discussões bilaterais. Já era tempo de campanha para a eleição para a Câmara, marcada para 15 de novembro. Era presidente Alcides André de Moraes. Pedindo licença, a partir de 12/08/1969, assumiu interinamente o vicepresidente Rodolfo Meneses, eleito pela oposição. Ao retornar, Moraes recebeu os cumprimentos do vereador correligionário, Osmar João Magnantti que aproveitou a vez e, fez violentas críticas ao ex-presidente da Câmara, Sr. Rodolfo Meneses, dizendo que durante as sessões em que o mesmo fora presidente, não foi feito nada porque o sr. Meneses não tinha capacidade de dirigir os trabalhos, taxando-o de elemento incapaz, analfabeto, colono grosso, dizendo-lhe que o seu lugar era na roça no cabo de uma enxada, e não na Câmara Municipal, e ainda mais como presidente, se não fosse capaz não deveria assumir tal ‘comprumisso’, para com isso entravar os trabalhos da casa; desafiando o mesmo, que se soubesse ler dez palavras escritas num quadro negro, rasgaria o seu diploma de vereador.14 A polêmica nos apartes continuou até o fim da sessão, quando o vereador Osmar Magnantti pediu que se fizesse constar em ata as suas palavras. Na sessão seguinte – 16/09/1969, também extraordinária, de acordo com o art. 6º, parágrafo único, do Decreto-Lei nº 201, de 25/02/1967 -, o presidente da Câmara declarou extinto o mandato do vereador Waldomiro Onofre, pois havia transferido residência para o Rio Grande do Sul. Com isso, ficou vago o cargo de vereador e de secretário da Câmara. No início da sessão subsequente (22/09/1969), mais um pedido de licença: o do vereador Reditário Cassol. E, no dia 29/09/1969, o vereador Osmar Magnantti, seguindo a debandada, encaminha o pedido de licença por dez dias. Foi concedida. Então o presidente da Câmara - com parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça, Legislação e Redação de Leis - entrou com requerimento pedindo a extinção do mandato do requerente. A Mesa pediu o arquivamento do mesmo. Moraes passou para o MDB. No dia 27/10/1969, deram entrada os pedidos de licença - por 40 dias - dos vereadores Osmar João Magnantti, Ernani Appelt e Deonubem Baldissera. Após o intróito da Ata nº 424, de 28/10/1969 - com outra forma de letra manuscrita consta: O Sr. Presidente, de acordo com o art. 8º, parágrafo 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 25 de fevereiro de 1967, combinado com o ítem III, do mesmo decreto-lei, declarou, extintos os mandatos dos Senhores Vereadores da ARENA Osmar João Magnantti, Deonubem 14 Ata nº 401, de 15/09/1969. 40 Baldissera e Ernani Appelt, e do M.D.B. Rodolfo Meneses e Honório Crestani, tendo na mesma oportunidade declarado que, na forma da lei, convocaria imediatamente os respectivos suplentes, lamentando profundamente ter sido obrigado, mesmo contra sua vontade, a tomar tal atitude a que está obrigado por lei. Na sessão do dia 29/10/1969 “o sr. presidente, concitou os Srs. Vereadores Maximiliano Arcanjo Manfrin e Ildefonso Thiago, a prestarem o compromisso legal”. ... “O Sr. Presidente vereador Alcides A. Moraes, passou a presidência ao vereador Francisco Zanin, tendo este assumido”. O vereador Moraes entregou ao presidente interino um ofício que foi pelo mesmo lido, ali constando a renúncia de seu mandato. Foi apresentado também ofício do vereador Nery Pelissari, igualmente contendo a renúncia de mandato. Pediu palavra o vereador Moraes que explicou os motivos de assim ter procedido, lamentando ser esta a medida que se via obrigado a tomar. No dia 06/11/1969, a Câmara Municipal, sob a presidência interina do vereador Francisco Zanin, elegeu novo titular: o professor Antônio Osvaldo Conci. Assim, na Terceira Legislatura nenhum titular, empossado no dia 3 de janeiro de 1967 estava na Câmara, como vereador desta, na posse da legislatura seguinte, em 31 de janeiro de 1970. Nesse dia a Câmara era assim constituída: Antônio Osvaldo Conci (presidente), Francisco Zanin, Maximiliano Arcanjo Manfrin, Ildefonso Thiago, Guilherme Ozídio Manfrin, Francisco J. de Souza e Pedro Dalavechia. Ainda, nesta legislatura aconteceu a sucessão municipal: em 31/01/1969 o prefeito Mattje entregou o poder ao substituto eleito pelo MDB, Albino Cerutti Cella e seu vice, Deonildo Faggion (que era vereador e foi substituído pelo suplente Alcides Maurer). 1 Vereadores Titulares da Terceira Legislatura 1.1 Osmar João Magnantti No dia 18 de novembro de 1928, o casal Luiz Magnantti e Celestina Magnantti comemoraram o nascimento de seu terceiro filho que foi registrado com o nome de Osmar João. Hoje são seis irmãos. Está ligado à história de Maravilha desde 20/08/1962, quando aqui se estabeleceu. Veio atraído para a exploração da madeira. Casou-se com Nery Fincatto Magnantti. Para os filhos deram os nomes de Lucimar, Marinês, Cleomar e Gilmar. Além dos legítimos, tem um de criação, adotado com sete meses: Aluizio Hames. Com seu espírito de liderança, veio o dia em que aceitou candidatar-se a vereador nas eleições de 1966, sendo eleito com o maior número de votos desta legislatura: 335. Sua base eleitoral foi o perímetro urbano e o Distrito de Flor do Sertão. Além da presidência de seu partido (Arena), foi também eleito primeiro presidente da Câmara da 3ª Legislatura, oportunidade em que, por duas vezes, assumiu o Executivo municipal nas licenças do prefeito Nidolfo Carlos Mattje (vide supra). Tem lutado pela melhoria das estradas municipais, sendo anotador de muitas reivindicações dos munícipes. Lutou pela criação da Comarca de Maravilha e pela instalação do Banco do Brasil. Candidatou-se somente uma vez. Depois transferiu residência e não mais teve planos políticos. Na entrevista afirmou: “Para quem viu Maravilha em 1962, não 41 poderia pensar que chegasse a tanto. Graças ao seu povo, desenvolveu-se rapidamente, ocupando hoje ponto de destaque no Oeste catarinense.” Aposentado, foi residir em Ratones - Sítio Carambola - na Capital do Estado, aonde faleceu no dia 20 de junho de 2000. 1.2 Reditário Cassol Reditário (o nome é estranho, e significa - derivando de redito - “dito novamente”, ou muitas vezes; com o usuário cumprindo ad litteram essa homologação) é filho de família que se destacou na colonização de Maravilha. E mais: seu nome é “dito e escrito” em muitos outros lugares, em diferentes estados brasileiros. Nasceu no dia 07/04/1936 (assim registrado, mas ele apareceu no dia 1º de abril), no Município de Concórdia (SC), filho de Ângelo José Cassol e de Rosalia Juliani. Lá foi agricultor e casou-se com Elga Lídia Bergamin, com a qual teve seis filhos: Dalva Roseli e Ivo Narciso, em Concórdia; em dezembro de 1959 transferiu residência para Maravilha, para atuar no comércio e aqui nasceram César, Darcila Terezinha, Denize Rosani e Dirlaine Jackeline. Os mais velhos iniciaram seus estudos na Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Salete. Reditário instalou-se, depois, com uma serraria, na Linha Sargento, interior de Maravilha. Ali cedeu à pressão e candidatou-se à Câmara Municipal. Foi eleito pela Arena: na 3ª Legislatura (1967-1970) com 237 votos e na 5ª Legislatura (1973-1977) com 315 votos ‘contadinhos’, a maior parte no Distrito de Sargento. Então passou para a oposição, justificando seu ato em ofício – no seu estilo literário, sem encomendar literatos - com firma reconhecida em cartório, endereçado ao Diretório da Aliança Renovadora Nacional, datado de 26/05/1976. Contudo, o tiro ia em direção do governador Antônio Carlos Konder Reis, seu correligionário, dessa maneira: “O motivo do meu desligamento do partido não é nada contra do Governo da Nação, mas sim contra a ‘Governansa’ do nosso estado de S/C e quero descreminar abaixos (...)” - incluindo cinco justificativas. A mais séria era: “A – Um motivo mais gravel é o nosso Governador não dar obidencia aos companheiros de Maravilha ja é do cohecimento do Diretorio que ja a muinto tempo foi requerido uma odiença em nome do partido odiença este com sua xelencia o Governador, ja foi marcada por varias vezes e sempro suspenssa alegando motivos.” Na função de representante do povo, entre as mudanças que reivindicou para o distrito do qual era subprefeito, foi a troca de nome, porque sargento é um cargo sem distinção e já tinha o rio, próximo dali, que usava essa designação. Esperava-se uma definição imponente, mas com uma palavra só, fácil de escrever. No entanto, o projeto incluiu o novo nome e ele mandou que aprovassem: São Miguel da Boa Vista. Apesar de não ser remunerada a função de vereador valia a pena, segundo Cassol, pois era uma forma de servir “nossa gente”. Foi presidente do Legislativo municipal por dois anos. Naquele tempo era diferente de hoje: o povo não era tão acostumado com o paternalismo de hoje. Diz que o povo de Maravilha sempre foi hospitaleiro. Seu maior sonho era o progresso e acredita que está acontecendo. Ainda hoje tem saudade dos bons tempos vividos aqui. E contou uma história. “Quando presidente da Câmara de Vereadores fui obrigado - por força da lei - cassar o mandato do colega Osmar Fülber, por não comparecer às reuniões. Há poucos dias dei este exemplo aqui na Assembléia Legislativa de Rondônia, dizendo da pouca vergonha as faltas de comparecimento dos deputados que hoje são bem remunerados, mas não comparecem às reuniões.” 42 A Câmara Municipal tem sido o trampolim para muitos políticos e Reditário Cassol é um dos que foram lançados ao espaço exterior (de Maravilha) e superior, num excepcional cosmos ocupacional. Em 31/01/1977 encerrou sua carreira política neste município. Onze meses depois, 1º/01/1978, Reditário e família chegam a Rondônia, estabelecendo-se no ramo de alimentos (churrascaria), no Município de Vilhena. Em 1979 foi nomeado, pelo governo militar, como administrador dos municípios da faixa de fronteira (destacando-se Colorado do Oeste/RO). Aprontou então vários processos para implantação de novos municípios, em toda a região. Em 1982 candidatou-se para a Câmara dos deputados, ficando na 1ª suplência. Em 1986, foi eleito deputado estadual, sendo reconhecido, nacionalmente, pela “paternidade” na criação de 16 municípios. Em 1990 foi eleito deputado federal, participando do processo de Impeachment do então presidente da República, Fernando Collor. Ali foi posto em evidência pela imprensa nacional como o parlamentar que mais trocou de sigla partidária, quando deputado; assim como, em função do encaminhamento do projeto para a criação do Estado do Aripuanã, em terras do Mato Grosso e Rondônia. Com as oportunidades oferecidas pela nova Carta Magna (1988), em 1990 iniciou a construção da 1ª usina hidrelétrica, denominada PCH Santa Luzia, inaugurada dois anos mais tarde com uma turbina geradora; em seguida uma segunda turbina, levando energia para diversos municípios, e participando ativamente do processo de desenvolvimento da região. Até abril de 2003, outras três hidrelétricas já estavam prontas, gerando energia elétrica para 16 municípios; tendo uma 5ª, com 70% pronta (para mais quatro municípios que aguardavam); e a 6ª, já iniciada, para substituir antigos geradores movidos a óleo diesel. Tirando proveito de suas grandes extensões de terra, dedicou-se também ativamente à pecuária. Uma parte desses bens continua em sociedade com os filhos e outras foram divididas. Em 02/01/1999, Reditário Cassol foi nomeado Coordenador do Estado de Rondônia, em Brasília. A nomeação seguinte foi a de Superintendente de Rondônia, representando esse estado na capital federal, a partir de 04/05/2001; sendo renovada a indicação em 2003. Os filhos não estão apenas com o direito à herança dos bens imóveis desse homem provido abundantemente. Eles percorrem as mesmas trilhas, dirigidos pelo pai. O Ivo Narciso, em 1980 mudou-se para a região da Zona da Mata, na Linha 45, localidade depois pertencente ao Município de Santa Luzia do Oeste, instalando uma madeireira e fábrica de móveis. Ali surgiu a Vila Cassol. Em 1986, assumiu a vicepresidência da Associação Rural de Rolim de Moura, tornando-se depois presidente, por dois anos consecutivos. Em 1996, Ivo Cassol foi eleito prefeito de Rolim de Moura, sendo reconhecida como a melhor administração naquele estado. Recebeu também menções honrosas da Revista IstoÉ, do Instituto Brasmarket e do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), em junho de 2000, como o melhor prefeito da região Norte e o 22º do Brasil, ano em que se reelegeu prefeito. Em 20/04/2002, renunciou ao mandato para candidatar-se a governador do estado, obtendo a 1ª colocação no 1º turno e sagrando-se vencedor, no 2º turno (27/10/2002). Foi empossado no 1º dia do ano seguinte, para a gestão 2003-2006. Reeleito, no dia 1°/01/2007 iniciou o segundo mandato. César Cassol, maravilhense, em 1986 foi nomeado prefeito com mandato tampão, no Município de Santa Luzia do Oeste. Dois anos depois (1988) foi eleito para o mesmo cargo. Em 1995, foi conduzido à Assembléia Legislativa de seu estado, sendo reeleito para a legislatura seguinte. Darcila Terezinha Cassol foi eleita prefeita do Município de Alta Floresta do Oeste (Rondônia), para o mandato 2001-2004. É também pecuarista e empresária. A primogênita Dalva Rosali é pecuarista e diretora do Grupo Cassol. Denise 43 Rosani Cassol é empresária em telecomunicações. Dirlaine Jackelina Cassol é advogada. Reditário tem dois filhos com uma segunda esposa (Scheilla de Freitas): Víctor Ângelo de Freitas Cassol e Vinícius Gaspar de Freitas Cassol. A primeira mulher (Elga Cassol) é uma empresária de destaque em Rolim de Moura. Reditário procurou investir também no litoral catarinense. Em dezembro de 2007 comprou um hotel em Balneário Camboriú e ali ficou um ano. Houve enguiço no processo de compra e venda. No final de 2008 Reditário Cassol viveu momentos infernais. Diz que foi enganado pelo comprador e tem uma mágoa que jamais esquecerá, datada de 24 de dezembro. Recebeu uma ordem do Oficial de Justiça de “separação de corpos” ou seja, afastar-se do prédio imediatamente. Tentou ficar, justificando ser proprietário, mas no dia de Natal a juíza deu ordens de retirada imediata. Tentou a defesa, com a filha advogada, Dirlaine Jackelina; mas, no dia 26 daquele mês e ano saiu porta afora, sem rumo, qual andarilho à busca de abrigo. Permaneceu duas semanas em Maravilha, na residência do irmão Bonfilho. No Prédio Portal, onde o Reditário tem uma apartamento de luxo, a segunda mulher Sheila de Freitas ficou morando.15 1.3 Deonubem Baldissera Deonubem Baldissera nasceu em Erechim (RS), no dia 10 de abril de 1928. Faleceu no hospital Santa Rita de Porto Alegre no dia 8 de dezembro de 1974, vítima de carcinomatose peritonial, segundo o médico assistente, Dr. Ruy Wedy. Era filho de Ângelo Baldissera e de Cecília Meneghetti. Casou-se com Iracema Zanotto (filha de Attílio Zanotto e Agnes Conterno Zanotto), no dia 24/09/1955: casamento n° 155, do Distrito de Cunha Porã. Tiveram cinco filhos: Sônia Maria, Silvânia Terezinha, Celso Augusto e César Augusto (gêmeos) e Luiz Carlos. Criou-se no meio agrícola; foi também comerciante e, depois, industrialista. Era um homem de vasta participação na vida social e comunitária, gozando de alto conceito moral. Três meninos e uma menina surdos-mudos foram estudar em colégios especializados, com bom aproveitamento e bom convívio com a comunidade. Com apenas 31 anos de idade concorreu à eleição e foi eleito primeiro prefeito de Maravilha: 1959-1964. Nesse pleito eleitoral, realizado em 03/10/1958, dos 895 eleitores de Maravilha: 438 votaram no candidato do PSD, Deonubem Baldissera; 428, no candidato da UDN, Arlindo Lichks (uma diferença de 10 votos); 17 votos em branco; e 12 votos nulos. Recebeu o Diploma de Prefeito Eleito, no dia 11/11/1958, do Dr. Rafael Ribeiro Pinto, presidente de Junta Eleitoral da 41ª Zona da Circunscrição de Santa Catarina, em Palmitos. Foi também eleito vereador para a 3ª Legislatura (31/01/1967 a 31/01/1970), ocupando a presidência da primeira sessão legislativa e tomou parte da 4ª Legislatura (31/01/1970 a 31/01/1973). Candidato a vice-prefeito, formando chapa com Osmar João Magnantti, na eleição de 1968; e a prefeito, com 15 Em visita ao Bonfilho Cassol, irmão do Reditário – em Maravilha, proximidades da PRF, na BR-282 – no dia 27/08/2009, ele e principalmente a esposa Fiorinda contaram-nos tintim-por-tintim (com nomes e datas) o ocorrido, pois o envolvido viveu um caos e buscou abrigo com eles, aqui ficando duas semanas. Chegou a traduzir seus sentimentos de desabafo numa composição histórica, escrita à sombra das árvores e depois aprimorada e interpretada (gravação em CD) por Ademar Silva, tendo a seguinte introdução na voz do protagonista: “Eu sou Reditário Cassol. Vou cantar nesta música a história que me aconteceu: bem na véspera de Natal me distanciaram dos filhinhos meus. A mulher e a justiça naquele dia se perdeu”. 44 Alexandre Kasper de vice, na eleição de 1972, os resultados foram desfavoráveis em ambas. Uma das maiores escolas básicas do município leva seu nome: Escola de Educação Básica Deonubem Baldissera. 1.4 Alcides André de Moraes Filho de José André de Moraes e de Alice dos Santos Moraes, Alcides André nasceu no dia 18 de setembro de 1922, em Tubarão (SC). É o terceiro mais velho dos quatro irmãos. Veio morar em Maravilha, convidado pelo prefeito Nidolfo Carlos Mattje, em fevereiro de 1964, para ocupar o cargo de secretário. Então era casado com Ilse Inge de Moraes e tem os filhos Clarisse, Cláudio André, Márcia Maria, Hugo José, Luiz Antônio, Eliane Mariza, Evandro Otávio e Marialice. Candidatou-se a vereador porque sempre desejou prestar a sua colaboração para ajudar a administração municipal na solução dos problemas da comunidade que muito bem conhecia. Na 1ª vez concorreu pela Arena para a 3ª Legislatura (1967-1970), sendo prefeito Nidolfo Carlos Mattje; na 2ª vez concorreu pelo MDB para a legislatura seguinte (1970-1973), ficando como 1º suplente e convocado para ocupar a vaga deixada pelo vereador Arlindo Lichks. Nas eleições de 1972 foi eleito pelo MDB para a 5ª Legislatura (1973-1977). Concorreu ainda para a 6ª Legislatura, ficando como suplente. No Legislativo maravilhense ocupou os cargos de presidente e 1º secretário da mesa (em consideração à sua grafia estética) e, por duas vezes, a liderança da bancada. Participou do IV Congresso Catarinense de Câmaras Municipais, em Florianópolis, de 9 a 12 de setembro de 1976. Um dos projetos mais importantes que ele apoiou na Câmara Municipal foi o que criou os distritos de Sargento (depois São Miguel da Boa Vista), Flor do Sertão e Tigrinhos. A maioria de seus eleitores residia na cidade, mas obteve votos em todo o interior também. Foi Escrivão do Crime e Cível e, atualmente, aposentado no cargo de Escrivão Judicial, passa tempos no litoral e depois voltando a Maravilha. Como maravilhense que se considera, deseja que este município seja no futuro o mais importante da região. Gosta imensamente de Maravilha e acha sua gente muito camarada. Por isso, sempre preferiu morar aqui. 1.5 Deonildo Faggion Deonildo Faggion era o mais velho dos quatro filhos de Ercole João e Dávida Michelin Faggion. Nasceu no dia 28 de abril de 1939. Veio morar em Maravilha no início do ano de 1962, atraído pela propaganda que se fazia em Joaçaba, onde residia. Casou-se com Maria Aparecida Rossi Faggion. Para os quatro filhos deram os nomes de Roseclair, Rosângela Aparecida, Roberta Magda e Deonildo Faggion Júnior. Iniciadas as campanhas para as eleições de 1966, três motivos o levaram a candidatar-se para uma vaga no Legislativo municipal, embora residisse em Maravilha há apenas quatro anos: a exigência do partido (MDB) e dos amigos; sempre gostou da política, desde a estudantil; não concordava com os rumos da política brasileira, após o movimento de 1964, a ditadura militar. 45 Eleito vereador, cargo não remunerado, a compensação era o cumprimento de um dever cívico-institucional, legado pelo voto popular. Mas “valeu a pena, porque, além da satisfação”, disse - “ajudei a construir uma fase da História de Maravilha. Pouco ou muito; bem ou mal, ajudei.” Quando vereador, não ocupou cargos eletivos na Câmara, pois “não se dava colher de chá. No entanto, damos o troco quando ganhamos as eleições de 1968”. As maiores cobranças dos eleitores eram as de fiscalizar mais e melhor os atos do executivo. “Naquela época, no auge do totalitarismo, não havia relacionamento com outros poderes legislativos de outros municípios. Pelo momento histórico era compreensível, pois a revolução não suportava nenhum movimento que pudesse comprometer a estabilidade do regime revolucionário” – referindo-se ao relacionamento com outros legislativos municipais da região. Nesse período legislativo foi instalada a Comarca de Maravilha (18/02/1967); e teve também a aprovação do projeto de criação da Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa (18/04/1968), nome por ele sugerido. No dia 31 de janeiro de 1969, Deonildo Faggion foi empossado como viceprefeito de Albino Cerutti Cella. Na Câmara assumiu o suplente Alcides Meurer. Profissionalmente, Faggion era técnico em contabilidade; depois advogado em Chapecó e não mais teve planos políticos, pois, “na política brasileira, o que interessa é o fim; os meios são todos válidos”. Quando vereador maravilhense tinha um sonho: que este município fosse polo de desenvolvimento econômico e cultural. E deixou o seguinte comentário: “Maravilha, com o privilégio de ter sido uma cidade traçada, e seu crescimento ordenado, e pela posição geográfica que possui, deveria estar num patamar mais alto, notadamente pelo número de políticos que tem dado à região e ao estado; e pela posição de destaque desses políticos. No meu tempo, Maravilha era destaque porque o secretário geral do movimento pró-criação do Estado do Iguaçu era de Maravilha - que era eu. Com isto o nome de Maravilha invadia o Estado do Paraná e do Rio Grande do Sul.” Uma história da Câmara: “Antes de tomarmos posse como vereadores, tentamos – juntos estavam os vereadores Waldemiro Onofre e Rodolfo Meneses (também do MDB) -, negociar a presidência da Câmara, com o vereador Reditário Cassol. Quase deu certo. Aí veio a interferência do vereador Osmar Magnantti (Arena) e foi inviabiliza.” Deonildo Faggion faleceu no dia 3 de maio de 2003, em Chapecó. 1.6 Rodolfo Meneses Nasceu no dia de Natal de 1911, em Cruz Alta (RS). Rodolfo foi o segundo filho de João e Rosalina Meneses. São quatro irmãos. Quando ouvia falar de Santa Catarina ficava eufórico. Procurou um lugar no Oeste e escolheu Maravilha, transferindo residência para cá em 1962. Casou-se com Antônia Meneses. Em 1966, morando em Lajeado do Tigre, como agricultor, acatou o pedido da comunidade (um abaixo-assinado de 150 pessoas), registrou a candidatura através do MDB e foi eleito vereador com 150 votos. Sempre tem dado apoio às melhorias de estradas, construções de escolas e igrejas. Lembra a aprovação do posto de saúde de Maravilha e os estímulos dados para a instalação de indústrias. Quando vereador deixou vaga interinamente para o suplente Maximiliano Manfrin. Foi igualmente vereador - em duas legislaturas - no Município de Seberi (RS). 46 Aos 92 anos faleceu em Maravilha no dia 6 de novembro de 2004. 1.7 Waldemiro Onofre Foi eleito vereador pelo MDB. Quando se candidatou era chefe de escritório da Artefatos de Madeira Madalozzo Ltda. - a primeira grande indústria de madeira aqui instalada. Depois seguiu essa empresa - com a razão social de “Indústria de Madeiras Madalozzo” – que se instalou em Lagoa Vermelha (RS). Formou-se em Direito. Mais tarde mudou-se para Mato Grosso, assumindo a direção de uma filial da mesma indústria. Seguiu depois para Pimenta Bueno (RO). Antes de trabalhar na firma, fora gerente de agência do Banco Nacional do Comércio. Em Maravilha foi tesoureiro do Esporte Clube Maravilha. É catarinense, de Rio do Sul, casado com dona “Nica”. Tem três filhos: Jeferson, Emerson e Waldomiro Júnior. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Terceira Legislatura 2.1 Antônio Osvaldo Conci Filho de Cláudio Conci e de Hilda Maria Conci, Antônio nasceu aos 15 de outubro de 1938, Natural de Palmeira das Missões. Aqui em Maravilha casou-se com Ilse Maria Mallmann e tem duas filhas: Benete e Daise. Fez seus estudos, inicialmente em Palmas, no seminário São João Batista Maria Vianney. Cursou Filosofia na Universidade de Passo Fundo, colando grau no dia 13 de dezembro de 1969. Na mesma universidade cursou Ciências Naturais. Mais: formado em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Cruz Alta e curso de pós-graduação lato sensu em Administração, na área de Recursos Humanos. Frequentou diversos cursos de extensão cultural. Atuou como professor e conseguiu a instalação, em Maravilha, da 12.03 Coordenadoria Estadual (Local) de Educação e foi o primeiro titular. Com uma equipe de professores habilitados montou o processo e obteve a autorização para o funcionamento da Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa, em 1968. Atendeu a Coordenadoria Municipal de Educação nos anos 1968 a 1971. Também foi professor e diretor do Colégio Nossa Senhora da Salete. De 1973 a 1978 foi secretário da Administração Municipal (Nidolfo Mattje e, depois, Eloy Ranzi foram os prefeitos). Chefe de Gabinete do prefeito municipal de Chapecó no biênio 1978/79. Também por dois anos foi assessor jurídico da Amosc (Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina): 1979/80. Professor titular de Sociologia Aplicada à Administração e de Cultura Brasileira do CES/Fundeste sendo também diretor geral desta instituição de ensino superior por dois anos (1979/80). No Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina foi membro e presidente eleito em duas gestões. Foi assessor parlamentar. Atua com afinco no sistema jurídico assistencial às administrações municipais. Nestas terras foi ainda presidente da Associação dos Professores de Maravilha (Apromar) e Senador Internacional da Câmara Júnior do Brasil. É dele a proposta da construção da prefeitura de Maravilha com a forma de um M maiúsculo. E assim foi feito. 47 Ficando na suplência na 3ª Legislatura de Maravilha, assumiu vaga e chegou à presidência da mesma, eleito para esse posto em 06/11/1969. Foi ainda candidato a prefeito pela Arena 1, em 1972, não logrando sucesso. Em 25/05/1995 a Câmara Municipal de Maravilha, atendendo ao que dispõe a Resolução nº 001/95, concedeu o título de Cidadão Honorário de Maravilha ao Dr. Antônio Osvaldo Conci, por honrar sua história. A sessão solene aconteceu no dia 27 de julho de 1995. O então prefeito, Celso Maldaner, em seu pronunciamento, enfatizou: “E foi fitando a história do nosso Município que a atual Câmara de Vereadores de Maravilha encontrou o nome de um cidadão que não nasceu aqui, mas que viveu boa parte de seus anos. Ele nasceu em outro Estado da Federação, como quase todos nós adultos nascemos, mas viveu em Maravilha como nem todos vivem: colocando suas potencialidades e seus talentos para o bem de nossa comunidade [...] Nós do Executivo Municipal nos solidarizamos com esta homenagem. O que mais de importante os legítimos representantes maravilhenses lhe poderiam conceder?” É, também, Cidadão Honorário do Município de São Domingos. Atualmente reside em Chapecó. 2.2 Guilherme Ozídio Manfrin Nasceu em Palmeira das Missões (RS), no dia 1° de março de 1926, filho de José e Juliana Manfrin. É o 4º mais velho entre os seis irmãos. Em 1950 deixou aquelas plagas e fixou residência em Maravilha que estava recebendo os primeiros moradores. Quem o convenceu de fazer mudança foi o primo-irmão Domingos Manfrin, juntamente com mais parentes e amigos que aqui residiam. Casou-se com Leonita Graf (o primeiro enlace matrimonial de Maravilha, feito no seminário no dia 26/04/1952) e são pais de sete filhos: Gilson, Nilton José, Nivaldo, Neide, Ivone Teresinha, Cleonice e Airton. Quando da instalação do município foi escolhido primeiro secretário municipal. Diz que teve a sua candidatura à vereança, em 1966, contra a vontade. Convencido por um grupo de amigos que insistiram na colocação de seu nome, aceitou. Mas na época da campanha esteve ausente por 60 dias, não participando de um comício sequer. Quando vereador – pela Arena – era funcionário público municipal, mas os edis não recebiam salário. Quando assumiu a prefeitura Albino Cerutti Cella, da oposição (MDB), Manfrin foi exonerado, passando a trabalhar como taxista. Depois foi corretor de imóveis (Imobiliária Floresta Ltda. – começando pelo Bairro Floresta). Quanto à vereança (1967-1970): mesmo sem fazer campanha, conseguiu 92 votos. Ficou na suplência, mas chegou à efetividade na Câmara, com a renúncia de titulares. Desempenhou a função de secretário da Câmara e do partido. Considerou como projeto mais significativo nesse tempo aquele que aprovou o Bairro Floresta. E disse mais: “Não tenho qualquer aspiração política, por entender que já prestei a minha parcela de contribuição ao município. Como maravilhense desejaria ver o asfaltamento em todas as ruas da cidade, bem como a consecução de uma faculdade.” Depois se filiou no PMDB. Narra uma curiosidade: “Quando Deonubem assumiu, conseguimos, através da sua amizade com o Sr. Plínio De Nês, então prefeito de Chapecó, a compra de um trator Caterppillar, usado, para darmos início à construção de estradas municipais, isto através da penhora total da verba do Fundo de Participação dos Municípios, esgotando-se, assim, todos os recursos da prefeitura na época. Outro fato que merece destaque foi quando Maravilha conseguiu energia elétrica, em 1961. Como Deonubem foi eleito pelo PSD - oposição ao governo do Estado, Heriberto Hulse (UDN) -, não foi fácil 48 conseguirmos o objetivo. Deonubem Baldissera foi aconselhado a filiar-se ao PL que também apoiava o governador. Foi o que aconteceu. Só assim Maravilha levou a melhor: contemplada com dois grandes geradores de energia, pertencentes ao governo do estado, mas que muito contribuíram para o progresso e o desenvolvimento do nosso município.” O falecimento ocorreu na tarde de 14/06/1990, em acidente na BR-282 (km 613, próximo à Linha Tope da Serra), após viagem em que apresentou terras no Rio Grande do Sul, para o Edilio Benelli que também faleceu no local. 2.3 Ildefonso Thiago É o último de uma família de quatro irmãos, filhos de Joaquim Thiago e Josefa de Jesus Thiago. Ildefonso nasceu no dia 22/10/1933, em Erechim (RS). Em 1961 - por gostar de Maravilha que diversas vezes havia visitado - resolveu mudar-se para cá, indo morar na Linha Barra Bonita, interior do município. Casado com Orisa Thiago tem nove filhos: Neoli, Marioni, Aneri, Itacir, Alderi, Miguel, Marilene, Antônio e Valdecir. Participou de eleições para ajudar o partido (MDB) a conquistar a prefeitura. Na Terceira Legislatura ficou entre os primeiros suplentes e, com a cassação de diversos vereadores, foi efetivado, no final desse período legislativo. Como agricultor, seu reduto eleitoral sempre foi no interior do município. Independente da sigla partidária de quem administra o município, faz votos de muito crescimento para Maravilha. Da comunidade de Barra Bonita, além de Ildefonso Thiago, temos o vereador da Sexta Legislatura (1977-1983), Miguel Bringhenti. Residia em Maravilha quando do falecimento, em 23/11/2005. 2.4 Osório Crestani Filho de Floriano e Cezira Schiega Crestani, Osório nasceu em Lajeado (RS), no dia 5 de junho de 1928. É o 4º filho de uma família de dez irmãos. Casado com Romilda Crestani tem os filhos Terezinha, Marlene, Celso, Sérgio, Clarice, Rosane, Gilmar e Margarete. Em 1960, para buscar melhoria na vida, veio morar em Maravilha. Foi candidato para a 3ª Legislatura maravilhense. Seu diploma, recebido após as apurações das urnas, continha a vez como suplente do MDB; mas, depois, efetivou-se. Quando candidato era comerciante, na Linha Consoladora. Foi membro da primeira diretoria da escola e da igreja, sendo que, em 1962, foi construída uma escola de madeira que, pela Lei Nº 95, de 10/05/1962, foi chamada de Escola Isolada Municipal Celso Ramos. No período em que o Crestani era vereador o time local – Esporte Clube Internacional – foi campeão invicto do 1º campeonato municipal de futebol, em 1969. Mais tarde transferiu residência para Vila Vargas, Sapucaia do Sul (RS), onde faleceu em 18 de maio de 1990. Seus familiares continuam naquele endereço. Em tempo: Honório Crestani foi vereador da 3ª Legislatura (1967-1970) pelo MDB; enquanto seu irmão Osório Crestani candidatou-se pelo PDS e ficou na suplência da 7ª Legislatura (1983-1988). Assumiu temporariamente três vezes. Este continua residindo na Linha Consoladora, Maravilha. 49 2.5 Alcides Maurer Nasceu em Serra Alegre, São Pedro do Sul (RS), no dia 23 de abril de 1924. É filho único de Alvin Maurer e Guilhermina Schlemmer Maurer. Casado com Elvira Krauspenhar tem quatro filhos: Laura Cleci, Helena Eliza, Valter Martin e Lotar Luiz. Transferiu-se para cá quando Maravilha ainda era uma vila, em 1956. Aqui chegou no dia 14 de abril. Por ser o dever cívico e apoiado pelos companheiros do PTB, na primeira eleição de Maravilha (1958) foi candidato e obteve 30 votos. Em 1966 resolveu candidatar-se pelo então MDB e ficou de primeiro suplente, assumindo diversas vezes (ensaiando o ofício de vereador) e efetivando-se com a eleição do vereador Deonildo Faggion para vice-prefeito. A posse aconteceu no dia 31/01/1969. Gostava de falar em público. Procurava transmitir o desejo do povo que reivindicava estradas e escolas. E inclui: “Sempre pensei muito ao dar um voto na Câmara, para depois não me arrepender.” “Não tenho planos; não participo mais da vida política; não estou inscrito em nenhum partido político; estou desiludido, porque o político, quando eleito e nada faz é chamado e classificado de ‘acomodado’; quando faz, é criticado e, também tenho medo de ser classificado de político da promoção pessoal, aqueles que se esquecem do povo, do município, do estado e da própria Pátria” – assegurou a respeito do futuro na política. Seu sonho é ver Maravilha crescer num ritmo de progresso planejado. _________________ “Há duas espécies de cidadãos: os ativos e os passivos. Os governantes preferem os últimos; a democracia necessita dos primeiros” (John Stuart Mill, 1806-1873). 50 IV Quarta Legislatura: 31/01/1970 a 30/01/1973 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Paschoal Apóstolo Pítsica Henrique Wolfgang Sandmann Ernani Appelt Deonubem Baldissera Bruno Tumelero Dércio Augusto Knop Arlindo Lichks Partido Arena Arena Arena Arena MDB MDB MDB Nº de votos Presidente da Casa 493 1º Paschoal Apóstolo Pítsica 278 2º Ernani Appelt 226 208 291 213 196 Suplentes que assumiram: da Arena: Walter Helmuth Fischer, Luiz Grando e Valdomiro Pereira de Souza; do MDB: Alcides André de Moraes. * Executivo municipal neste período: Albino Cerutti Cella e Deonildo Faggion (até 31/01/1973), passando a haver coincidência nas eleições para o Executivo e Legislativo municipais. __________________ Para essa eleição, a Comarca de Maravilha contava com 11.776 eleitores, sendo que votaram 10.502; havendo 1.364 votos em branco e 821 votos nulos. Deixaram de votar 1.274. No dia 17 de dezembro de 1969, foi expedido pelo Juiz de Direito da Comarca de Maravilha, Dr. Elói Luiz Dadam, o diploma dos vereadores eleitos no pleito de 30 de novembro de 1969. A apuração das eleições - em Maravilha - deu-se no Salão Paroquial Católico, nos dias 1° e 2 de dezembro, sob a direção da Junta da 58º Zona Eleitoral. A posse ocorreu no dia 31 de janeiro de 1970, às 20h30min, na sala contígua ao Bar Begrow, na Avenida Araucária, Maravilha. O vereador mais idoso - Arlindo Lichks - dirigiu os trabalhos na Sessão de Posse, escolhendo para secretário o vereador mais votado, Dr. Paschoal Apóstolo. A primeira mesa diretora desta legislatura, com mandato de dois anos, ficou assim constituída: presidente Paschoal Apóstolo (quatro votos), vice-presidente Deonubem Baldissera (cinco votos), secretário Henrique Sandmann (quatro votos) e 2º secretário Ernani Appelt (seis votos). O segundo presidente, nesta legislatura, foi o vereador Ernani Appelt, eleito em 1º de fevereiro de 1972. Uma manchete correu de boca em boca e tomou conta da cidade, após uma sessão da Câmara, ainda no primeiro ano: “Tentativa de cassação de mandato do prefeito Cella, pelos vereadores”. Assim ficou consignado em ata: Na reunião ordinária da Câmara do dia 23 de novembro de 1970, no Grande Expediente o Sr. Presidente procedeu à leitura de um requerimento assinado pelos Senhores Vereadores: Ernani Appelt, Henrique Sandmann, Dr. Paschoal Apóstolo e Deonubem Baldissera, no qual por razões expostas denunciavam irregularidades praticadas pelo Prefeito Municipal Sr. Albino Cerutti Cella, cujo requerimento se fazia acompanhar de 7 (sete) documentos. Depois de discutido o assunto, por votação secreta a Câmara de Vereadores decidiu, por maioria absoluta de votos, pela decretação do impedimento do Prefeito com 4 votos a favor e 2 em branco [...] A seguir o senhor presidente 51 convocou a Casa para amanhã às 10:00 horas em sessão solene, para dar posse ao Vice-Prefeito Sr. Deonildo Faggion no cargo de Prefeito Municipal. Em tempo: Não esteve presente à reunião o vereador Alcides André de Moraes justificadamente. Na mesma sessão o vereador Henrique Sandmann requereu licença por 30 dias. Na reunião do dia seguinte deu entrada ofício do vereador Dércio Augusto Knop pedindo licença também por 30 dias para tratar de assuntos particulares, mas que, por infração ao artigo 34, II, b e art. 35, 1, além do art. 200 da Constituição Federal combinado com os arts. 44, II, b e art. 45, 1 da Constituição do Estado, a presidência (Paschoal Apóstolo) depois de provocada pelo Vereador Ernani Appelt, na forma do art. 45, V, § 2º da Constituição do Estado, declarou extinto o mandato do vereador Dércio Knop, com fundamento no art. 8°, IV, do Decreto-Lei nº 201 e infração ao art. 153, IV da Lei Orgânica dos Municípios, por ocupar cargo em comissão de confiança e demissível ‘ad-nutum’, de Contador da Prefeitura Municipal de Maravilha simultaneamente com o mandato de vereador. Em seguida o vereador Ernani Appelt leu o requerimento encaminhado ao prefeito. O mesmo contava com 17 pedidos de explicações, informações, justificativas e documentário (provas) a serem apresentados pelo chefe do Executivo municipal. Isto está registrado nas páginas 150, 151 e 152 do Livro 4 - Ata nº 481, de 28/11/1970. Diante da decisão do Legislativo Municipal, o prefeito Albino Cerutti Cella entrou com o mandado de segurança, no Fórum de Maravilha. A (autor): Albino Cerutti Cella; R (réu): Câmara Municipal de Maravilha. Data: 27 de novembro de 1970 (n° 639). Advogado: José Antônio Lara Dias. Já em 15/12/1970 foi proferida a sentença pelo Juiz desta Comarca, Elói Luiz Dadam, contendo a improcedência do mandado. Albino Cerutti Cella continuou no exercício. Os demais cassados também recorreram da decisão da Câmara, entrando com recurso no Fórum de Maravilha. Eram os seguintes processos: n° 701, tendo o vereador Alcides André de Moraes como autor; nº 702, tendo o suplente de vereador pelo MDB, Nery Pelissari como autor; nº 703, tendo o vereador Dércio Augusto Knop como autor. Réu: Câmara Municipal de Maravilha, na sua cassação. Deram entrada no Fórum de Maravilha no dia 13 de abril de 1971 e a sentença foi proclamada pelo Juiz substituto, em exercício, Dr. Sílvio de Oliveira, em 7 de junho do mesmo ano. O vereador Alcides André de Moraes reassumiu sua cadeira na Câmara no dia 12/05/1971 e Dércio Augusto Knop, no dia 30 de junho; Nery Pelissari não mais assumiu. As reuniões ordinárias aconteciam às terças-feiras. 2 Vereadores Titulares da Quarta Legislatura 2.1 Paschoal Apóstolo Pítsica Três são os irmãos do Dr. Paschoal Apóstolo: Nicolau, Savas e Catarina. Ele é o primogênito e nasceu em Florianópolis no dia 26 de novembro de 1938, filho de Apóstolo Paschoal Pítsica e Anastácia Apóstolo Pítsica. Além de advogado, foi professor e um militante das letras como jornalista, escritor, orador e líder de movimento cultural. Manteve-se, ao longo de quatro décadas, como um permanente apóstolo da cultura catarinense. 52 Após ingressar na Faculdade de Direito da UFSC - em 1960 - como funcionário público federal, teve oportunidade de se deslocar ao Oeste (Dionísio Cerqueira) diversas vezes. Era chefe do Setor de Combate e Repressão ao Contrabando de Café. Como conhecedor das potencialidades do extremo-oeste, ao colar grau afastou-se do Instituto Brasileiro do Café (1965) e passou a advogar inicialmente em Palmitos. Em 1967 transferiu residência para Maravilha, aguardando a instalação da Comarca - o que aconteceu no dia 18 de fevereiro daquele ano - como primeiro advogado. Por isso, morando em Maravilha e por entender que a par da militância profissional tinha o compromisso com a comunidade e que devia conjugar os esforços para o progresso e a elevação do nível cultural, resolveu candidatar-se a vereador. Com mais acesso e conhecimento das autoridades na capital do estado, teria boas condições de ajudar no progresso de Maravilha. Esteve presente, inclusive - junto de um pequeno e abnegado número de pessoas - na criação e instalação da ETC Rui Barbosa. Teve o privilégio de proferir a aula inaugural. Empenhou-se na fundação de uma estação de rádio: a Voz de Maravilha. E a resposta veio nas urnas: 493 votos (o segundo colocado obteve 291 sufrágios). Esta foi a única experiência na vida política. Logo depois desistiu e passou a exercer com afinco as funções de advogado. Gostava de falar em público; e de escrever também. Autor de cinco livros, entre os quais “Defesas perante o tribunal do Júri” (1975) que assim apresenta: “Depois de duas décadas dedicadas exclusivamente ao exercício da advocacia, pelo interior do Estado de Santa Catarina, vivendo de perto a árdua luta que o profissional interiorano enfrenta, verificamos que seria oportuno deixar impressa nossa experiência na Tribuna do Júri.” Depois publicou “A Capitania de Santa Catarina – alguns momentos”, “Palavras e Registros”, “A Altura de seu Passado” e “A Contribuição Grega” (já que era filho de tradicional família de imigrantes da Grécia). Ocupou a cadeira 25 da Academia Catarinense de Letras, empossado em 20/07/1985 e chegando à presidência. Foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Juntamente com a esposa Eloá esteve no Vaticano, onde foi recebido em audiência especial por Sua Santidade o Papa Paulo VI. Comentou que valeu a pena seu exercício na Câmara de Maravilha, pois ficou a compensação de ter servido uma comunidade e haver se empenhado na construção das bases para que o município alcançasse no futuro. Apresentou ainda um detalhe sobre a sua eleição: o privilégio de ter sido votado em todas as urnas do município. Após o cerimonial de posse foi eleito primeiro presidente da 4ª Legislatura. Era da oposição (o prefeito fora eleito pelo MDB) e os eleitores cobravam na fiscalização das atividades do Executivo municipal. Antes de ocupar a cadeira na Câmara seu nome já havia sido mencionado na sessão de 29 de dezembro de 1969, em que esteve presente: “Um voto de louvor pela brilhante atuação na Ação Democrática Parcial em que V. Exa. defendeu os interesses do nosso Município”, por ter patrocinado a defesa do município em rumorosa questão de divisas com o Município de Modelo. A referência foi feita pelo presidente da Câmara, Antônio Osvaldo Conci. Manifestava sua euforia por ter contraído matrimônio em Maravilha e nesta cidade ter nascido a primeira filha, Helena Nastassya. A esposa Eloá é filha do exvereador João Pilati. Apóstolo Paschoal, Gabriel e George Brasil Paschoal Pítsica é nome dado aos outros três filhos. Deixou ainda o seguinte comentário sobre Maravilha e sua gente, quando da 1ª edição deste livro: “Gente ordeira, de bons princípios, voltada para o trabalho e para o progresso. Maravilha oferece um belo exemplo para todas as demais comunidades.” Faleceu em Florianópolis no dia 11 de maio de 2003. 53 2.2 Henrique Wolfgang Sandmann Em 1954, procurando crescer como comerciante, Henrique Sandmann veio se instalar no Município de Maravilha. “O erro” - diz ele - “foi ter me instalado em Flor do Sertão e não em Maravilha.” Henrique Sandmann é natural de Erechim (RS). Nasceu no dia 23 de fevereiro de 1928. É o 2º dos nove filhos do casal Bernardo e Cordola Sandmann. Casou-se com Maria Sandmann. Depois de Maravilha seguiu para o Paraná, na a cidade de Santa Helena, onde também ocupou vaga na Câmara de Vereadores, pelo PFL. Nas eleições de 1969 candidatou-se a vereador, representando Flor do Sertão. “Depois de ter perdido a eleição para o Cella” (concorrendo a prefeito) “para mim foi um desafio imposto pela comunidade, por força dos companheiros”, pois era o maior líder daquele distrito. Nessas eleições concorreu pela Arena, mas, depois, inscreveu-se, no PFL. Quando vereador ocupou a função de secretário (“e era para redigir atas mesmo”). Participou da legalização do distrito e a escrituração dos terrenos de Flor do Sertão. Deixou a vaga, temporariamente, para o suplente de vereador Valdomiro Pereira de Souza, de Linha Trindade. “No início do mandato foi difícil. O vereador Paschoal Apóstolo não tinha espírito comunitário, dificultando bastante a administração. O prefeito Cella tinha nomeado muitos funcionários. Então a Câmara começou a averiguar os diplomas de todos. E veio o Lara com essa: ‘Eu não vou mostrar meu diploma para aquele comerciantezinho lá do sertão’” – declarou o vereador Henrique Sandmann. Como vereador insistia na construção da sede própria para a Câmara Municipal; “só que os recursos eram poucos e a prefeitura estava acertando o atrasado com o INPS e a nível municipal era ver Maravilha desenvolvida” – afirmou. 1.3 Ernani Appelt Em 6 de abril de 1930, nascia em Sambaio, Venâncio Aires (RS), aquele que viria a ser um dos grandes lideres da comunidade maravilhense no início da colonização: Ernani Appelt, filho único de Bertholdo e Olidia Appelt. Por interesses profissionais veio residir em Maravilha, aqui chegando no dia 2 de setembro de 1954, tendo sua alfaiataria na Avenida Araucária. Casou-se com dona Elvira. Filhos do casal: Dari Jair, Lauri, Elson e Lenir. Vendo a cidade crescer, sempre deu a sua contribuição; até no aspecto político. Ainda que suplente, mas já na 3ª Legislatura participou. Assumiu durante quase todo o quadriênio. Foi eleito para a legislatura seguinte e, em 1972, chegou à presidência da Casa. Quando foram definidos os feriados municipais (Lei nº 259, de 09/11/1967), foi incluído um de aspecto religioso para os católicos (Imaculada Conceição de Nossa Senhora: 8 de dezembro) e um para os luteranos (Dia da Reforma: 31 de outubro). O pedido foi do vereador Ernani Appelt, grande líder da IECLB. Foi também um dos suportes do Coral do Centro Cultural 25 de Julho. Para a sua eleição contou com o apoio principalmente das comunidades de Três Coqueiros, Linha São Paulo e Barro Preto, além da cidade. As reivindicações principais vindas dos eleitores eram: estradas melhores e escolas. De sua parte exigia uma cidade limpa, sem poluição; muito verde e mais apoio para os agricultores. Há muito por se fazer ainda. 54 Uma história por ele lembrada, quando esteve no Legislativo municipal: “Em 1969 o presidente da Câmara efetuou a cassação de cinco vereadores: Osmar Magnantti, Deonubem Baldissera, Rodolfo Meneses, Honório Crestani e Ernani Appelt, faltando apenas dois meses para a eleição. Na legislatura seguinte houve a tentativa de cassação do mandato do prefeito Cella pelo presidente da Câmara, Dr. Paschoal Apóstolo, mas, como líder, eu e os demais vereadores não assinamos a ata.” O filho Dari Jair Appelt é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil. Por oito anos foi pastor sinodal do Sínodo Noroeste Rio-grandense, com sede em Três de Maio (RS) e atualmente está atendendo a Paróquia de Santa Felicidade, em Curitiba. Ernani Appelt faleceu no dia 24 de fevereiro de 2009, sendo enterrado no cemitério de Maravilha. 1.4 Deonubem Baldissera Vide Terceira Legislatura: 1.3. Deonubem Baldissera foi titular da Câmara na Terceira Legislatura, ocupando inclusive a presidência. Candidatou-se novamente para a Quarta Legislatura (1970-1973), sendo eleito com 208 votos da Arena. 1.5 Bruno Tumelero A família Tumelero é muito conhecida em Maravilha. Os irmãos Bruno, Romildo, César, Benito e Maximino adquiriram uma casa comercial com especialidade na compra de suínos e cereais e venda de mercadorias para os colonos que estavam começando a se instalar no Oeste de Santa Catarina. Para cá se mudaram no dia 10/08/1960 e se instalaram na Avenida Araucária. Não havia pavimentação alguma. Bruno nasceu no dia 12 de dezembro de 1935, no interior de Joaçaba, filho de Romano Tumelero, imigrante italiano que chegou ao Brasil em 1919. Casado com Angelina Maria Fachin Tumelero tem seis filhos: Marly Maria, Romano Valmor, Valdecir Luiz, João Carlos, Sérgio Antonio e Michel Jeandro. Em 1969 ingressou na vida política, sendo eleito vereador pelo MDB. Não concorreu à reeleição, nem disputou mais outro cargo político, dedicando-se aos negócios e à família. Trabalhou também como comerciante de bebidas e, depois, no ramo de cereais, com embalagem e distribuição em diversos estados do Brasil: a Máximo Alimentos. Na época em que esteve na Câmara como vereador não havia remuneração para a atividade legislativa e as reivindicações que mais recebia eram as de serviços rotineiros como a melhoria das estradas de acesso às propriedades rurais, bueiros, pontes, iluminação pública e atendimento a problemas pessoais, principalmente no transporte de doentes. Contudo, o seu projeto de destaque foi a criação da escola de Três Coqueiros. Também comenta a tentativa de cassação do prefeito Cella: “Intriguei-me quase corporalmente com o Dr. Paschoal Apóstolo que era vereador da Arena, quando ele quis impugnar o cargo do prefeito Albino Cerutti Cella.” Acredita que Maravilha é o resultado de trabalho das pessoas que aqui investiram, criando uma cidade com características únicas, com um povo ordeiro, 55 trabalhador, que valoriza muito a amizade e, em função disto tornou-se uma ótima cidade para se viver. 1.6 Dércio Augusto Knop Outro grande líder que esteve em Maravilha – sendo depois prefeito de Modelo e deputado estadual e federal – tem o nome de Dércio Augusto Knop. Nasceu em Chapada que naquele tempo pertencia ao Município de Palmeira das Missões (RS), no dia 11 de junho de 1948, mas viveu parte de sua juventude aqui. É o penúltimo da família, tendo por pais Lauro e Irma Knop. Seus três irmãos receberam o nome de Dercy, Elcy e Tercildo. Tinha oito anos quando a família veio do Rio Grande do Sul. Lembra até data da chegada: 25 de novembro de 1956. E diz: “As razões que nos trouxeram foi a existência do Colégio Nossa Senhora da Salete e o seminário, que possibilitariam a nós (eu e meus irmãos) uma melhor instrução e educação, a par de ser Maravilha uma comunidade que por certo teria um futuro promissor.” Cursou o primeiro grau no Colégio Estadual Nossa Senhora da Salete e o segundo grau no Colégio São Francisco, de Chapecó, formando-se técnico em contabilidade em 1968. Nesse período (1966 a 1969) foi auxiliar de administração da Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste. Tem a faculdade de Ciências Políticas e Econômicas (Cruz Alta) e a faculdade de Direito (incompleto) na Univali (Itajaí). Fruto do casamento com Sirney Lourdes (advogada), filha do ex-prefeito de Palmitos, Aluino Knapp, tem os filhos Régis Augusto, Michele e Rafael André. Retornando para Maravilha, foi convidado pelo prefeito Albino Cerutti Cella e pelo professor Eloy José Ranzi para concorrer à vereança pelo MDB, em 1969, representando os estudantes e os desportistas. Aceitou o desafio, mesmo não tendo nenhuma experiência política, porque entendia que poderia dar alguma contribuição pelo engrandecimento e bem-estar da gente de Maravilha. Disse que é um pouco tímido, mas as funções da atividade política o obrigam falar constantemente em público. Foi vereador na 4ª Legislatura (1970-1973). Em 1972 concorreu como candidato a prefeito de Maravilha. Apesar de ele ter sido o mais votado, o Executivo ficou com Nidolfo Carlos Mattje, somando maior número com a sublegenda. Disse que essa participação valeu a pena, por diversas razões, pois “pude contribuir na semeadura das bases maravilhenses; orgulho-me de tudo o que pude fazer em seu benefício”. Derrotado, deixou Maravilha e assumiu a Secretaria da Administração da Prefeitura de Modelo onde depois se candidatou e foi eleito prefeito (1976-1982). Buscou uma cadeira na Assembleia Legislativa, sendo eleito deputado em dois mandatos (1982-1991). Em todas essas eleições concorreu pelo PMDB. Em 1990 foi eleito deputado federal pelo PDT, assumindo o mandato 19911995. Na eleição seguinte ficou 1° suplente do PDT e reassumiu na Câmara no dia 11/01/1997, com a eleição de Leonel Pavan para a Prefeitura de Balneário Camboriú (SC), concluindo o mandato em 1999. Notabilizou-se nacionalmente com a apresentação e defesa do projeto de lei que objetiva a reabertura dos hoteis-cassinos no Brasil, nos municípios de potencial turístico. No período de 1995 a 1997 foi Diretor de Marketing da Santur (órgão oficial de turismo de Santa Catarina); nesse mesmo período foi presidente do Diretório Regional do PDT. Entre as condecorações recebidas merecem destaque as de Cidadão Honorário dos municípios catarinenses de Modelo, Águas de Chapecó e Itapoá. 56 Quando vereador teve o mandato cassado pelo presidente da Câmara, Paschoal Apóstolo Pítsica. Contudo, através de mandado de segurança, conseguiu ser reintegrado, recuperando o mandato. (Vide supra) “No estágio de desenvolvimento em que se encontra atualmente o Município de Maravilha, tenho a certeza de que, muito em breve, Maravilha passará a ser a terceira força dos municípios do Oeste catarinense. Tem tudo para progredir muito, como: potencial humano, constituído de gente séria e que trabalha; é um município geograficamente muito bem localizado e, certamente, através do frigorífico e as outras indústrias já existentes, por certo, conseguirão trazer o desenvolvimento que todos nós maravilhenses esperamos. Queremos que Maravilha seja a maior cidade do Oeste, que seja uma cidade de gente trabalhadora e feliz”, disse ser seu sonho, na entrevista de 1988. 1.7 Arlindo Lichks Natural de Nova Prata (RS), nasceu no dia 20 de setembro de 1924. É o primeiro filho do casal Luís Emílio Lichks e Ida Plech. Veio morar em Maravilha quando tinha 26 anos, em 07/06/1951. Casado com Gentila Rosa Zamprogna Lichks tem os filhos Jorge, Jacob e Maria Isabel. Nas eleições municipais de 03/10/1954, Lichks foi eleito vereador para a Câmara de Palmitos com 238 votos. No Diploma, fornecido pela Justiça Eleitoral, Junta Eleitoral da 35ª Zona – Chapecó, expedido em 12/11/1954, consta: Arlindo Lichks, eleito vereador pela UDN para o período de 15/11/1954 a 15/11/1958. Foi o vereador mais votado naquela legislatura; e saber que Maravilha nem distrito era. A elevação de Maravilha a 3º Distrito de Palmitos ocorreu em 1956 e passou a ter Cartório de Paz confiado a Arlindo Lichks, sendo que a titular era D. Gentila. Foi o maior líder na campanha emancipacionista de Maravilha. Conseguiu o apoio da Câmara Municipal (Palmitos), tendo redigido um ofício para anexar ao processo de emancipação, levado em mãos à capital. Nem todos os vereadores apoiavam. “Houve briga feia”, referiu dona Gentila. Após a emancipação de Maravilha, Arlindo Lichks concorreu para o Executivo – pela UDN – sendo derrotado por Deonubem Baldissera (PSD): 438 e 428 votos. Veja: a diferença foi de apenas 10 votos. Para a 4ª Legislatura (1970-1973) foi eleito vereador (MDB), com 196 votos. Foi, também, Diretor Municipal de Obras no governo Albino Cerutti Cella (1969-1973). Mas, não somente funções políticas o Lichks exerceu. Inicialmente foi um grande vendedor de imóveis da Companhia Territorial Sul Brasil e um loteamento que implantou. Desligado da política, em 23 de junho de 1976 “desapareceu”. Localizado, em Guarapuava (PR), no dia 21/03/2003, deu uma longa entrevista ao historiador Francisco Gialdi, acompanhado por Rodolfo (Rudi) Mattje. Para a gravação foram programadas duas partes: a 1ª incluiria a sua saída de Maravilha e paisagens percorridas, assim como as atividades profissionais, a constituição da nova família e depoimentos pessoais; a 2ª parte, uma retrospectiva no tempo, com a sua participação na História de Maravilha (política, social, econômica, lideranças exercidas e desabafos que teria).16 16 Esse conteúdo, quase na íntegra, se encontra em Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. 2ª ed. EST, 2003 p.412-419. 57 Saiu de Maravilha acompanhado por Líria Klein com destino a Medianeira (PR), no dia 23/06/1976. Ambos têm uma memória prodigiosa trazendo nomes e datas de imediato. Depois foi para Guarapuava. Trabalhou na barragem de Foz de Areia como motorista. Seguiu para Catanduvas, Três Barras (perto de Cascavel), transferido pela firma onde trabalhava. Passados três meses mandaram-no para Pinhão (próximo a Foz de Areia). Deixando esse lugar também, foi para a Colônia Vitória, em Entre Rios, Município de Guarapuava. Ali residiu 12 anos, cuidando de uma escola (zelador). Nova mudança: para Colônia Socorro, aceitando a proposta de ir morar no armazém de um supermercado. Por fim, deixando o emprego, foram trabalhar sozinhos em Guarapuava. Durante todo esse tempo, visitou Maravilha uma só vez. Com a nova esposa tem três filhos. Na eleição para a Câmara diz que foi prejudicado porque os correligionários diziam: “não votem nele; ele já está eleito”. Obteve somente 196 votos, ficando com a última vaga. O destaque era o vereador Paschoal Apóstolo Pítsica (Arena). “Meteu cada bronca! [...] Só dava bronca; não se fazia nada sem o aval dele”. E citou uma. Aquela do Dr. Paschoal com o Dr. Lara (José Antônio Lara Dias) - advogado do MDB – no dia do fechamento da Rádio A Voz de Maravilha. Depois da sessão da Câmara, seguiram até o Fórum e “foram pro soco”. “O Paschoal deu uma no nariz do Lara que corria sangue na escrivaninha, lambuzando papel. No mesmo dia o Dr. Paschoal carregou a mudança (à noite) e a turma soltou foguete. E se mandou”.17 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quarta Legislatura 2.1 Walter Helmuth Fischer Natural de Santa Rosa (RS) tinha cinco irmãos e Walter é o primogênito. Filho de Paulo Carlos Fischer e Apolonia Fischer nasceu aos 28 de junho de 1936. Em 22 de fevereiro de 1962 fixou residência em Maravilha, desempenhando a atividade comercial. Casouse com Erna Fischer e dessa união nasceram os filhos Carmen, Romirosano, Giane Elenice e Martinho Paulo. Atendendo pedido dos companheiros da Arena, em 1969 candidatou-se a vereador, ficando como primeiro suplente, com 62 votos. Mas assumiu e se efetivou, tendo em vista a renúncia de titulares, já que não eram remunerados. Foi líder da bancada da Arena. Nas eleições seguintes participou do pleito e ficou como segundo suplente, com 89 votos. Daí deixou da política. Sempre apoiou os objetivos do município, achando que a indústria era sinônimo de desenvolvimento. Mudou-se depois para a Estrada Volta Grande, Rio Negrinho (SC). Faleceu vítima de acidente do trabalho. Na firma onde estava, ao efetuar um reparo da energia elétrica levou um choque e caiu de um poste de seis metros, bateu com a cabeça no piso e veio a falecer quando o levaram para o hospital. Isto foi no dia 24 de julho de 1988. 2.2 Luiz Grando 17 Após essa entrevista, Arlindo Lichks esteve mais vezes em Maravilha, levando daqui o que foi publicado historicamente por esta autor. 58 É mais um suplente da Arena que se efetivou na 4ª Legislatura. Luiz Grando é filho de Leone e Elvira Grando. Nasceu no dia 20 de dezembro de 1927, em Guaporé (RS). São em 12 irmãos e ele é o segundo. No início da colonização de Maravilha - 1952 - deixando as velhas terras, sua família veio para este lugar promissor e onde teria várias fontes de renda para explorar, destacando então a agricultura. Casado com Albina Tereza Grando tem dez filhos: Irene, Nelson, Irineu, Elvira, Renato, Carolina, Roque, Dionísio, Jorge e Isabel. Por força das lideranças políticas (Linha Barro Preto e circunvizinhanças), aceitou a candidatura, em 1969, pela Arena. Ficou como quinto suplente, mas assumiu e efetivou-se. Seus pedidos junto à Câmara eram reivindicações dos amigos, como o projeto da ponte de Linha São Paulo e da abertura de diversas estradas. Naquele tempo todos os vereadores eram amigos e, juntos, resolviam os problemas para o bem da comunidade. Confirma que obteve experiência e aprendeu muita coisa na Câmara. Deixou a política para tratar de assuntos de interesse particular e por não simpatizar muito com o fanatismo de muitos na política. Luiz Grande faleceu em 20 de janeiro de 2000. __________________ “O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós” (Aparício Torelly, o Barão de Itararé, humorista gaúcho, 1895-1971). 59 V Quinta Legislatura: 31/01/1973 a 31/01/1977 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Osmar Fülber Olivio Baczinski Osvaldo João Ranzi Heitor Alexandre Kasper Reditário Cassol Dionísio João Rossi Alcides André de Moraes Francisco Zanin Guilherme Higino Zabot Partido Arena Arena Arena Arena Arena MDB MDB MDB MDB Nº de votos Presidente da Casa 439 1º Osmar Fülber 407 2º Reditário Cassol 389 318 315 268 240 223 201 Suplentes que assumiram depois: da Arena: Armindo Abel Zanin, Domingo Antônio Cossa, Romano Grando; do MDB: Miguel Nemirski, Kurt Korock, Guerino Antônio Santa Catarina e Nery Pelissari. * Executivo municipal neste período: Nidolfo Carlos Mattje e Osvaldo Artur Graeff (Arena). _________________ As eleições para a Quinta Legislatura aconteceram no feriado da República, 15/11/1972. Dois dias após, os resultados foram apresentados, em ata assinada pelo Juiz de Direito MM. Dr. Gaspar José Rubick e demais membros da junta apuradora. Para o Legislativo, a Arena somou 2.793 e o MDB 2.269 votos; 184 votos em branco e 154, nulos. Feitos os cálculos pela Junta Apuradora, verificou-se o quociente eleitoral como 583 e os quocientes partidários na seguinte base: Arena cinco e MDB quatro vereadores diplomados. No dia da posse assumiu a presidência interinamente o mais idoso dentre os eleitos, Dionísio João Rossi. Inicialmente foi solicitada a declaração de bens e o diploma de vereador. Após, foi feito o juramento oficial, um compromisso legal. Feito o escrutínio para a constituição da primeira mesa diretora da 5ª Legislatura, o resultado foi o seguinte: presidente, Osmar Fülber (cinco votos); vice-presidente, Olivio Baczinski (cinco votos); secretário, Osvaldo João Ranzi (cinco votos) e 2º secretário, Guilherme Zabot (quatro votos). O cerimonial da posse deu-se no salão paroquial da comunidade católica, no dia 31 de janeiro de 1973. A Quinta Legislatura teve um mandato coincidente com o quarto período do Executivo deste município: quadriênio (1973-1977). Essa simultaneidade nas eleições e posses tiveram a seguir dois sexênios. Notas fúnebres I Dorival Kuhn. Dois dias após a divulgação dos resultados das eleições, o candidato eleito Dorival Kuhn (227 votos) veio a falecer, vítima de incêndio em sua residência na Linha Cabeceira do Poço Rico, provocado por explosão de geladeira a querosene. A 60 vaga ficou para o primeiro suplente do MDB, Guilherme Higino Zabot. Na reunião da Câmara do dia 20/11/1972 - a primeira após o acidente – ficaram consignados, na Ata nº 572, os votos de pesar manifestados pelo vereador Alcides André de Moraes. A Ata nº 581 que registra a posse dos novos legisladores municipais também inclui o pesar, ao consignar o nome do suplente, Guilherme Zabot. II Albino Cerutti Cella. Domingo, 07/04/1974. Maravilha teve um triste fim de tarde. Retornando da Faismo de São Miguel d’Oeste, numa curva da BR-282, próxima à ponte sobre o Rio das Antas, um grave acidente ceifou a vida do ex-prefeito Albino Cerutti Cella. A Câmara foi convocada para uma sessão extraordinária, no dia 9 de abril, pelo presidente Osmar Fülber. Consternados pelo trágico desaparecimento do ex-prefeito, os edis iniciaram a sessão com um minuto de silêncio em homenagem ao ilustre cidadão. A Ata nº 655 registra o pesar, manifestado pelo vereador Osvaldo João Ranzi, em nome de todos os maravilhenses. Assim ficou registrado no Livro de Atas: É com pesar que faço uso da palavra neste momento, porque este é um momento de tristeza. Ainda estamos chocados com o trágico desaparecimento do Sr. Albino Cerutti Cella, mais uma vítima dos pecados capitais do mundo moderno: a pressa. E, lamentavelmente, por uma ironia da vida, foi ele a primeira vítima fatal do nosso município, da BR-282, rodovia esta, pela qual tanto labutou, ocorrendo, inclusive, em seu mandato como prefeito, o início das obras da referida rodovia que o vitimou. Em nome da bancada da ARENA, deixo aqui expresso o nosso voto de pesar e condolências à família enlutada, cujo único consolo é saber que seu ente querido sempre foi um homem de bem e um grande amigo de todos. Um coração aberto, com incomparável senso humanitário. E é por isso e muito mais que prestamos esta homenagem póstuma. Solicitando à presidência da Casa, sejam enviados votos de pesar à família enlutada em nome do Legislativo municipal. A seguir, endossou essas palavras o líder da bancada do MDB, Alcides André de Moraes. III Deonubem Baldissera. Primeiro prefeito eleito de Maravilha e vereador por duas legislaturas (ocupando também o cargo de presidente da Câmara), Deonubem Baldissera faleceu no dia 8 de dezembro de 1974, em Porto Alegre, vítima de câncer nos rins. A Câmara de Vereadores registrou o seu pesar na reunião do dia 11/12/1974 (Ata nº 624). Coube ao titular Osvaldo João Ranzi fazer uso da palavra para prestar-lhe a homenagem póstuma. E como derradeira homenagem, após suas palavras, convidou a todos os presentes para permanecerem um minuto em pé e em silêncio. Solicitou, também, fossem enviados votos de pesar à viúva e filhos. IV Dionísio João Rossi. Ainda nesta legislatura ocorreu o passamento do vereador Dionísio João Rossi. Morreu vítima de um acidente automobilístico, no dia 03/08/1974. Os edis trouxeram à lembrança o companheiro que partiu, na sessão do dia 6 de agosto de 1974 (Ata nº 667). Na sessão seguinte, 07/08/1974 (Ata nº 668), foi prestada homenagem póstuma. Foi enviado ofício de pesar à família enlutada, destacando as qualidades de conciliador e moderador desse edil. “Jamais se apagarão a saudade e o nome deste ilustre vereador”, foi dito pelo vereador Moraes. Cassações I Na Ata nº 593 - sessão extraordinária de 19/04/1973 -, está registrada a cassação de mandato do vereador Francisco Zanin, por ter faltado a três sessões extraordinárias, com matéria urgente. Era presidente da Câmara o vereador Osmar Fülber. Declarou extinto o mandato embasado no dispositivo legal (art. 153 § 2º da Lei Orgânica dos Municípios, 61 sob nº 1.084, de 17/09/1970). Foi convocado o suplente, conforme art. 7º do Decreto nº 201, de 27/02/1967 e na sessão de 24/03/1973 foi empossado Miguel Nemirski. Contudo, a cassação foi anulada, pois não foram faltas sequentes e o titular voltou a ocupar o cargo no dia 18 de setembro de 1973. II Em 20 de abril de 1976 (conforme consta na Ata nº 752), o presidente da Câmara, vereador Reditário Cassol, “declarou extinto o mandato de vereador de Osmar Fülber, de acordo com o art. 8°, item III e § I do Decreto-Lei nº 201, de 27/02/1967, e, de conformidade com o art. 33, item I e § II da Lei Complementar nº 5, de 26/11/1975, por ter faltado a 5 (cinco) sessões ordinárias consecutivas do Período Legislativo do mês de março de 1976”. Convocou o 1º suplente da Arena, Armindo Abel Zanin para substituir o cassado. Foram presidentes da Mesa, nesta legislatura, Osmar Fülber e Reditário Cassol. No dia 12 de fevereiro de 1973 aparece nova grafia nas atas da Câmara de Vereadores de Maravilha. E a mesma vai continuar por 10 anos. O vereador Osmar Fülber, presidente da Câmara, convidou Rodolfo Edvino Schlemer – seu colega na 1ª turma da ETC Rui Barbosa - para Diretor de Expediente (Secretário), função que desempenhou até 9 de maio de 1983. 1 Vereadores Titulares da Quinta Legislatura 1.1 Osmar Fülber Natural de Concórdia (SC) tinha quatro irmãos que vieram com os pais morar em Maravilha em 1964. Descarregaram a mudança no dia 24 de maio. Osmar nasceu no dia 11 de dezembro de 1947. Aqui iniciou seus estudos e formou-se Técnico em Contabilidade com a primeira turma da ETC Rui Barbosa. Fez curso superior na Universidade de Passo Fundo. Professor concursado de Ciências e Matemática atuou no Colégio Nossa Senhora da Salete até sua aposentadoria. Foi diretor geral desse estabelecimento de ensino de 1986 a 1988. Atuou também na ETC Rui Barbosa como professor e diretor. Casou-se com Eliane Spoganicz e dessa união nasceram os filhos Sarka, Alecssandra e Heleno. Militou na política a partir de 1972. Candidatou-se a vereador pela Arena a pedido de amigos, destacando Osvaldo Graeff. Foi o mais votado da 5ª Legislatura, com 439 votos. Empossado na Câmara foi eleito primeiro presidente desta legislatura. Partiu de um projeto seu o uso obrigatório de flúor na água distribuída pela Casan, assim como o local para a construção da prefeitura. Deixou diversas vezes sua vaga de edil para suplentes, pois na época estudava em Passo Fundo em regime intensivo de férias. Entrevistado, assim respondeu à pergunta “conhece bem o município?” - “De ponta a ponta” (apesar de o mapa do mesmo ser arredondado). Disse que não mais tem interesse de participar do processo eletivo, pois, “a política dos nossos dias é interesseira e empresarial, sendo que perdeu a autenticidade. O ideal seria colocar a pessoa humana como centro e a razão maior de tudo.” Muitas histórias podem ser contadas - até humorísticas - sobre a Câmara de Vereadores. Todavia, “todas surgiram prevalecendo a vontade de acertar e fazer o melhor por Maravilha”, conclui. 62 1.2 Olivio Baczinski É natural de Erechim (RS), o terceiro filho de Felipe e Lucia Baczinski. Nasceu no dia 18 de maio de 1936. São oito irmãos. Em 1957 veio para Maravilha trabalhar de balconista na loja do Demétrio, seu irmão. Casou-se com a Ritta Baczinski e tem quatro filhos: Claudio, Claudete, Cleusa e Rosicler. Foi o primeiro Escrivão de Paz (serventuário da Justiça no Cartório de Registro Civil e Tabelionato) concursado do Distrito de Tigrinhos, empossado em 1965. Em 1972, para representar e defender os interesses do Distrito de Tigrinhos candidatou-se a vereador pela Arena, sendo o segundo mais votado dessa eleição. Disse que as reuniões ordinárias nesta legislatura eram realizadas nas segundas-feiras, à noite. Ocupou os cargos de vice-presidente e secretário da Câmara. Deixou a vaga interinamente para o correligionário suplente Armindo Abel Zanin. Foi um vereador assíduo, disposto ao trabalho, conhecedor das necessidades do povo e dos problemas do município. As maiores aspirações da comunidade resumiamse no binômio estradas/escolas; e, de sua parte, o ensino superior em Maravilha, cujo projeto foi então encaminhado. Muito colaborou também no plano de eletrificação rural, tendo feito parte do conselho da Cooperativa de Eletrificação Rural Vale do Araçá Ltda. Quando da 5ª Legislatura (1973-1977) os vereadores não eram remunerados. Por isso - para ter bom relacionamento – após as reuniões da Câmara se reuniam no antigo bar do Begrow para um joguinho de baralho. Às vezes jantavam - um sanduíche e uma gozosa – com pagamento saindo dos próprios bolsos. Além da experiência na Câmara de Vereadores, Olivio Baczinski, concorreu em duas oportunidades – ao Executivo municipal: em 1976, candidato da Arena, Chapa 1 (ficando com apenas 20 votos a menos que o correligionário que foi empossado: Eloy Ranzi) e em 1981, como candidato do PDS. Quando da emancipação de Distrito Tigrinhos (pela Lei n° 9.921, de 29/09/1995 e instalado no dia 1°/01/1997), Olivio Baczinski foi eleito e empossado prefeito, juntamente com a Primeira Legislatura (1997-2000). Foi candidato único, apoiado pela coligação PSDB, PDT e PMDB, tendo por vice Osni Diesel. “Que Maravilha progrida em todos os sentidos, para melhorar a qualidade de vida de seus munícipes. Que seja um município – como diz o nome – de um povo trabalhador e otimista do futuro”, assim Baczinski anunciou seu sonho. 1.3 Osvaldo João Ranzi Filho de Orestes e Ana Tereza Ranzi, Osvaldo nasceu em Sarandi (RS), no dia 14 de junho de 1943. É o penúltimo de nove irmãos. A família (sem o pai, pois havia falecido em Espumoso, em 1950) transferiu residência para Maravilha em 1954. Casou-se com Cleusa Delazzeri e dessa união nasceram os filhos Cristiano e Cíntia. É bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Passo Fundo e licenciado em Letras pela mesma universidade. Mestre em Ciência Jurídica pela Univali. Participou de mais de duas dezenas de cursos de especialização, aperfeiçoamento e atualização, além de treinamentos, congressos e seminários. Profissionalmente exerceu o magistério, lecionando Francês, Inglês e Educação Física no Colégio Estadual Nossa Senhora da Salete; na Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa foi professor de Inglês, Educação Física e Direito e Legislação, assumindo 63 a direção desse estabelecimento de 1975 a 1982. Até recentemente, lecionou a disciplina de Interpretação Jurisprudencial no curso de graduação do Direito da Univali, campus de Itajaí, tendo lecionado também em cursos de pós-graduação da mesma Univali, bem assim na Faculdade do Litoral Catarinense. Foi também diretor da Rádio Difusora Maravilha por dez anos (1982-1992). Assumiu como Assessor Jurídico da Secretaria Estadual de Educação, em Florianópolis, de 1991 a 1993. Concursado, exerce atividade de Juiz de Direito da Comarca de Itajaí, residindo em Balneário Camboriú. Foi classificado em 5º lugar no Concurso da Magistratura, em 1993. Tomou posse e entrou em exercício no dia 19 de julho do mesmo ano. Já atuou nas comarcas de Florianópolis, Imbituba, Joaçaba, Capinzal, Campos Novos, Tubarão, Braço do Norte, Jaguaruna, Quilombo, Rio Negrinho, Indaial e Itajaí. Foi vereador no Município de Maravilha como titular na 5ª Legislatura (19731977) e na 8ª Legislatura (1989-1993). Nesta última foi elaborada e aprovada a Lei Orgânica do Município, promulgada em 3 de abril de 1990, sendo ele o relator geral. Destacou-se na participação social, política, esportiva, cultural, religiosa e jurídica. No esporte, especialmente o futebol, tem seu nome incluído na equipe que se consagrou campeã da 1ª Copa do Extremo-Oeste Catarinense, com a Taça Deputado Antônio Pichetti, em 1967. Foi presidente do III Emobresc (Encontro Estadual do Programa Cultural do Mobral de Santa Catarina), reunindo em Maravilha 2.500 pessoas - delegações de 110 municípios -, em 197718; vice-presidente e presidente da Sociedade Beneficente Hospitalar Maravilha; sócio do Lions Clube Maravilha, exercendo o cargo de presidente na gestão 1978/79. Sobre a vida política, Ranzi insiste que “não se candidatou, mas ‘foi candidatado’, pois sequer estava presente na convenção da Arena que escolheu os candidatos”, para Quinta Legislatura. Os anos de vereança valeram a pena pela experiência, pois a compensação financeira na 5ª Legislatura nem existia. E diz: “Todo trabalho feito com dedicação e responsabilidade compensa.” Chegou à Câmara de Vereadores obtendo votos em todas as urnas do município. A maioria, porém, na cidade. Empossado, em 1973, foi eleito primeiro secretário da Mesa. Contatou com muitas câmaras de vereadores e participou de um Congresso de Vereadores em Florianópolis. Professor Osvaldo – assim comumente identificado - deixou escrito: “Sonhar não custa, razão pela qual almejo ver o dia em que as pessoas sensatas sejam ouvidas; os pioneiros tenham voz e vez. Senão mais que os forasteiros e aventureiros, ao menos em igualdade de condições; as lideranças sejam cônscias de sua responsabilidade como representantes que são das classes e do povo, em favor de quem devem exercer sua função delegada, mesmo que seja em detrimento dos próprios interesses; a cultura seja mais valorizada, a par dos verdadeiros valores morais, sem inversões demagógicas; o ser tenha primazia sobre o ter...” Ranzi conta uma história ocorrida na Câmara: “Por acordo entre a maioria dos pares foi eleito presidente da Câmara Reditário Cassol; mais com o intuito de evitar suas frequentes e prolixas discussões sobre qualquer matéria. Certa feita Reditário Cassol compareceu à Câmara, acompanhado de um filho munido de um gravador. Alguns vereadores ficaram preocupados, mesmo porque tinham conhecimento que a intenção de Cassol era fazer duras críticas ao Prefeito de então. Antes de encerrar a 18 No III Emobresc (encontro que a coordenação estadual do Mobral de Santa Catarina realizava, quais “olimpíadas do conhecimento”) esteve presente o escritor Fernando Sabino, então marido da presidente da Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização, Mobral, doutora Lígia, assim como a coordenadora estadual do Mobral de Santa Catarina Alba Terezinha Schilichting da Silva que, nos Emobresc posteriores, sempre deu destaque ao de Maravilha. 64 sessão, Reditário Cassol disse que pretendia fazer um pronunciamento, razão pela qual na ausência do vice-presidente - na qualidade de 1º secretário, assumi a presidência. Contudo, ao invés de passar a palavra para o Cassol, disse que, em virtude do adiantado da hora, encerrava a reunião, marcando outra para o dia convencionado. Boa noite!” Para onde o Reditário e o filho foram não consta em ata. Em sessão solene realizada no dia 6 de julho de 2001, a Câmara Municipal, sob a presidência do vereador Orli Genir Berger, concedeu a Osvaldo João Ranzi o título de Cidadão Honorário de Maravilha. 1.4 Heitor Alexandre Kasper Em 28 de julho de 1950 São Carlos pertencia ao Município de Chapecó. E foi ali que nasceu Heitor Alexandre Kasper, filho de Alexandre e Anna Maria Kasper que se instalou em Maravilha, em 1957, no ramo do comércio. Heitor tem três irmãos (mais novos): Lurdes, Terezinha Madalena e Ivo José. Quando vereador, Heitor era solteiro. O casamento aconteceu depois com a Ivete Maria. Têm duas filhas: Alessandra e Caroline. Ocupou cadeira na Câmara de Vereadores de Maravilha em dois períodos legislativos: 1973-1977 e 1977-1983. Foi eleito 1º secretário na mesa diretora na primeira e presidente da Casa na segunda. Os pedidos mais ouvidos eram: estradas melhores, saúde e educação. Como vereador tem participado do Encontro de Vereadores do Extremo-Oeste e do Encontro Nacional de Vereadores em Balneário Camboriú (1978). 1.5 Reditário Cassol Vide Terceira Legislatura: 1.2. Reditário Cassol foi titular da Câmara na Terceira Legislatura (1967-1970). Candidatouse novamente para a Quinta Legislatura (1973-1977), sendo eleito com 315 votos da Arena. Foi presidente do segundo biênio deste período legislativo. 1.6 Dionísio João Rossi Nasceu em Antonio Prado (RS) no dia 16 de janeiro de 1917 e foi o segundo filho de Angelo Rossi e Josephina Scotti Rossi. Ao todo são doze irmãos. Veio morar em Maravilha para ficar perto da filha única Maria Aparecida que depois casou com Deonildo Faggion, grande expressão política local. Com a esposa Dorvalina dos Anjos Rossi, adotaram mais dois filhos: Valdir Leandro Rossi e Rita de Cássia Santos. Aceitando a pressão do MDB e insistência de amigos, Rossi candidatou-se a vereador, sendo o mais votado do partido na eleição de 15/11/1972. Exercia esse cargo quando, em 03/08/1974, foi vítima fatal de um acidente rodoviário em São Lourenço do Oeste (SC). Dizia sempre que a compensação de cumprir um dever cívico institucional e a satisfação de ter ajudado a construir parte da História de Maravilha compensava, mesmo se a função não fosse remunerada. Seu plano era de lutar pelos menos favorecidos e fiscalizar os atos do Executivo. Sonhava com um grande desenvolvimento econômico e cultural do município, o que está se tornando realidade. 65 Bela e saudosa mensagem tem-nos deixado sua querida esposa Dorvalina, que passou a residir em Chapecó: “Meu marido amava esta terra como sendo sua. Lutou e trabalhou com ardor. Tenho a certeza de que morreu consciente de ter cumprido o seu dever colaborando na construção de uma Maravilha maior.” 1.7 Alcides André de Moraes Vide Terceira Legislatura: 1.4. Alcides André de Moraes foi titular da Câmara na Terceira Legislatura (1967-1970), pela Arena (142 votos), ocupando inclusive a presidência; candidatou-se novamente para a Quarta Legislatura, ficando como primeiro suplente do MDB, convocado para assumir a vaga deixada pelo vereador Arlindo Lichks e na Quinta Legislatura (19731977), sendo eleito com 240 votos do MDB. Concorreu ainda para o período Legislativo de 1977 a 1983, ficando como suplente. 1.8 Francisco Zanin Entre as pedras de Putinga, Município de Encantado (RS), nascia no dia 29 de abril de 1935, o sexto filho de José e Amália Zanin que lhe deram o nome de Francisco. Eram oito irmãos. Deixaram essas pedras em agosto de 1958 e vieram tentar vida nova, em um município novo no outro lado do rio Uruguai: transferiram residência para Maravilha. Mais tarde deixou esta terra também e foi morar em Rolim de Moura, na Rondônia. Casou-se com Mercedes Zanin e dessa união nasceram os filhos Ângela Maria, Silvana, Vitor, Cláudia e Eleandra Raquel. Foi vereador da 5ª Legislatura de Maravilha e disse que se candidatou por um ideal e para dar sua contribuição para o progresso da comunidade. Sua ideologia era: “Ajudar a comunidade. Tudo o que é feito em prol da comunidade vale a pena.” Recebeu votos em todas as urnas do município. Foi líder da bancada. Muitas indicações suas foram transformadas em lei. E, jamais se arrependeu de projetos que ajudou na aprovação. O relacionamento com o Executivo, às vezes era dificultado pelo fanatismo, mas havia harmonia com o Judiciário. Depois deste período legislativo deixou da política “porque não acreditei mais nas metas dos partidos políticos e por falta de organização partidária e ideológica”. Disse que torce pelo desenvolvimento industrial e a transformação da agricultura. Que a cidade faça jus ao seu belo nome e em tenha condições de ser muito desenvolvida. “Quando vereador, eu era da oposição, e sentindo a falta de atenção do governo por Maravilha, comecei a fazer denúncias. Isto trouxe até noticiário de jornais, que, na época era muito importante. Com estes fatos houve tentativas de cassação do meu mandato. Resultado: isto trouxe benefícios à comunidade que passou a ter uma melhor atenção pelas autoridades constituídas.” E mais: “Apesar de tudo, sempre serei maravilhense” – proferiu Zanin. 1.9 Guilherme Higino Zabot Nasceu em Guaporé (RS), no dia 20 de setembro de 1945, Dia do Gaúcho. É o primogênito dos seis filhos do casal Severino Natal e Maria Bonafé Zabot. Seus irmãos: Zenaide, Zenilde, Terezinha, Delma e Júlio. A família, sem ser aventureira, mas 66 procurando um lugar de futuro, em 1960 veio morar em Maravilha. Instalou-se com açougue e depois também uma cancha de bochas, na Avenida Araucária. Guilherme é casado com Noeli Zabot e tem três filhas: Claudiane, Clair e Sandra. E a política? - Para fortalecer o partido e insistência de amigos, candidatou-se a vereador. Foi a única vez e, por motivos particulares, não tem mais planos nessa arte. Na apuração dos votos o candidato Guilherme Zabot havia ficado como 1° suplente do MDB; mas com o falecimento trágico do titular Dorival Kuhn - antes mesmo da posse: 17/11/1972 -, prestou juramento como titular. Na Câmara ocupou o cargo de secretário e participou do projeto da construção da nova prefeitura de Maravilha. E trouxe à lembrança: “Com o projeto de lei da nova prefeitura aprovado, o rio Iracema teve que ser desviado, pois antes fazia frente com a Avenida Araucária e passava atrás do abatedouro que dependia dessa água. Lembro que meu pai ficou brabo com isso, pois eu tinha votado a favor desse projeto.” A maioria dos pedidos que viessem do interior eram para a melhoria de estradas e construção de pontes, sendo sempre aprovados. Afirmou que gosta de morar aqui porque há gente que trabalha e participa do engrandecimento da comunidade, para alcançar os objetivos comuns. “Os maravilhenses têm orgulho de sua terra. São pessoas que não medem esforços para que a cidade continue a se desenvolver.” E incluiu: “Muitos jovens não sabem da força de um voto, pois acham que o voto pode ser vendido e querem ganhar algo em troca, não pensando no futuro de nossa cidade.” E contou que “quando o prefeito encaminhava um projeto - que, por um motivo ou por outro, a bancada do MDB não aprovasse -, o castigo maior era para o vereador Miguel Nemirski (suplente da oposição que assumiu). Acontece que os vereadores não eram remunerados, sendo que dois eram do interior e não tinham carro. Ao correligionário Olivio Baczinski (Tigrinhos) os da Arena ofereciam carona, mas deixavam o oposicionista Nemirski na rua. Como não havia ônibus, o convidava para dormir na minha casa. Não tendo cama, oferecia uns pelegos e, no outro dia, ele voltava para casa.” 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quinta Legislatura 2.1 Miguel Nemirski No início da colonização de Maravilha a maior parte dos migrantes era de origem alemã e italiana. Contudo, um terceiro grupo étnico foi constituído: o dos poloneses, entre eles a família Nemirski que, em 1966, veio em busca de novas terras para a agricultura e gostou dessa região. Já tinha parentes em Maravilha. Miguel nasceu em Erechim (1º/10/1939), filho de Pedro e Irena Nemirski. É o primogênito e tem três irmãs. Estabeleceu residência no interior do município; sendo que atualmente está na Linha 51. Casado com Sofia Nemirski tem quatro filhas: Laides Elide, Nelisse Neide, Marli Tereza e Leonice Fátima. Nas comunidades por onde passou sempre exerceu liderança, inclusive política. A primeira candidatura foi registrada em 1972. Com o falecimento do titular Dionísio João Rossi (03/08/1974), assumiu a vaga, pois estava na primeira suplência desse partido, o MDB. Teve participação nas sessões da Câmara e diz que gosta de falar em público. Na 5ª Legislatura o MDB era minoria e tem sofrido forte contrariedade. Seu 67 reduto político inicial fora o então Distrito de Tigrinhos. Posteriormente, em toda a área rural. Quando vereador tem deixado oportunidade para assumirem sua vaga os suplentes Guerino Antônio Santa Catarina e Kurt Korock. Em tempo: Miguel Nemirski foi eleito vereador na 6ª Legislatura. Sua participação política será incluída então. _________________ “Quando o governo se perde, o povo pode achar-se” (Décio Pignatari). 68 VI Sexta Legislatura: 1º/02/1977 a 31/01/1983 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Heitor Alexandre Kasper Armando Nelson Albrecht Benito Pessoa Magnanti Armindo Abel Zanin João Jacob Mascarello Antônio Cláudio dos Santos Machado Miguel Nemirski Darwin João Krauspenhar Anacleto Domingos Menegassi Partido Arena Arena Arena Arena Arena Nº de votos 348 301 275 264 242 MDB MDB MDB MDB 481 325 275 251 Presidente da Casa 1º Heitor Alexandre Kasper 2º Benito Pessoa Magnanti 3º Armando Nelson Albrecht 4º João Jacob Mascarello Passados 15 dias da posse, em 16/02/1977, o presidente da Câmara, Heitor Alexandre Kasper, declarou extinto o mandato do vereador Antônio Cláudio dos Santos Machado, por não haver se apresentado até então e nem haver encaminhado justificativa. Ocupou esta vaga o 1º suplente do MDB, Miguel Bringhenti. Outros suplentes que assumiram: Sérgio da Silveira Kuhn (MDB) e Luiz Provensi (Arena). * Executivo municipal neste período: Eloy José Ranzi (Arena) e Ivo Roman (Arena). ________________ As eleições para a Sexta Legislatura municipal de Maravilha aconteceram no dia 15 de novembro de 1976. A diplomação foi no dia 13 de dezembro, pelo Juiz Eleitoral Dr. Benoni Zocoli. O total de votantes maravilhenses foi de 7.143. As novas eleições estavam previstas (não programadas) para 1980. Foi quando, os mandatos dos prefeitos e de vereadores de todo o Brasil foram prorrogados por mais dois anos, a fim de haver coincidência de pleitos. O eleitor tinha direito a seis votos: para senador, deputado federal, deputado estadual, governador, prefeito e vereador. Quantos votos em branco e nulos! A partir deste período legislativo foi oficializada a gratificação monetária para os vereadores pelo serviço prestado. A Constituição federal traz a fórmula para o cálculo desse salário: o máximo da arrecadação que pode ser usada na remuneração da cada câmara municipal. À testa do Executivo nesse sexênio esteve o prefeito Eloy José Ranzi (1º/02/1977 a 15/05/1982), deixando o cargo – antes de concluí-lo - em função de sua candidatura e eleição à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. O viceprefeito Ivo Roman assumiu para o período de 15/05/1982 a 1º/03/1983, data da entrega do mandato para o novo prefeito eleito, Celso Maldaner. Foram presidentes da Câmara nesta legislatura: Heitor Alexandre Kasper (eleito por ocasião da posse, em 1º/02/1977); Benito Pessoa Magnanti (eleito em 1°/02/1979); Armando Nelson Albrecht (eleito em 12/03/1980) e João Jacob Mascarello (eleito em 02/02/1981). Esta Câmara Municipal organizou o Primeiro Encontro de Vereadores do Oeste Catarinense, em Maravilha, no dia 5 de agosto de 1978. 69 1 Vereadores Titulares da Sexta Legislatura 1.1 Heitor Alexandre Kasper Vide Quinta Legislatura: 1.4. Heitor Alexandre Kasper foi titular da Câmara na Quinta Legislatura (1973-1977). Candidatou-se novamente para a Sexta Legislatura (1977-1983), sendo o mais votado da Arena: 348 sufrágios. Foi eleito primeiro presidente da Câmara deste período legislativo. 1.2 Armando Nelson Albrecht Gaúcho de Erechim, Armando é o filho mais velho de Frederico Balduíno Albrecht e Anna Behm tendo nascido no dia 19 de novembro de 1939. São três irmãos. Maravilha estava recém emancipada (março de 1959), quando os Albrecht se mudaram para cá, na busca de novas opções de trabalho. Armando Nelson é casado com Ilga Albricht e continua residindo em Maravilha. Tem três filhos: Amarildo Jaci, Ademir Realdo e Altair Nelson. Atendendo pedido da comunidade e do partido (Arena), concorreu às eleições de 1976 para a Câmara Municipal, obtendo 301 votos e assegurando a segunda vaga do partido. Na Sexta Legislatura foi o 3º presidente da Câmara. Ocupou ainda as funções de secretário e 2º secretário. Nas sessões sempre foi porta-voz dos eleitores que lhe transmitiam os pedidos, entre os quais calçamento, água e luz. “Maravilha é uma cidade boa de viver; onde o povo é ordeiro e trabalhador” – referiu Albrecht. Ocupou uma cadeira na Câmara também na Sétima Legislatura, obtendo 329 votos (PDS). Após esta eleição deixou vaga para outros (incluindo os filhos), para se dedicar mais à atividade privada. 1.3 Benito Pessoa Magnanti Luiz Magnanti e Celestina Magnanti são os pais do Benito Pessoa Magnanti, vereador da Sexta Legislatura de Maravilha. Benito nasceu no dia 18 de outubro de 1930, em Carazinho (RS), sendo o penúltimo dos seis filhos que o casal Luiz e Celestina tiveram. Possuindo terras em Pedra Branca, no interior do município e tendo parentes residindo aqui, além de observar a possibilidade de continuar os estudos (Maravilha já oferecia o curso de 2º grau), em 1969, mudou-se para cá. Benito é casado com Amélia Garcia Magnanti. Os filhos foram registrados com os nomes de: Celestina Inez, João Vanderlei, José Sidnei, Sonimari, Gilnei, Solanger, Rosimar e Marcos. A família sempre teve participação política. Osmar, irmão de Benito - nome que já consta na lista dos vereadores (3ª Legislatura) - foi presidente da Câmara e o único vereador que assumiu a administração municipal de Maravilha interinamente (além de ter sido candidato a prefeito nas eleições de 1968). Convidado pelo partido e 70 influenciado por esse irmão, Benito resolveu candidatar-se pela Arena a uma vaga na Câmara, em 1976. Foi eleito com 275 votos. A campanha eleitoral para a 6ª Legislatura foi mais acirrada que as anteriores. Acontece que um novo estímulo estava confirmado: a remuneração dos edis. Assim, o candidato Benito Pessoa Magnanti fez votos em todas as urnas do município. Nesta Legislatura ele foi eleito presidente da segunda sessão legislativa Ele guarda uma mágoa desse tempo de titular da Câmara: “Arrependi-me de ter ajudado a aprovar o projeto que criou a estátua da criança de Maravilha que, no meu entender, o artista (Paulo de Siqueira) não representou condignamente uma criança.” O monumento “A Criança e o Pássaro” está na Praça Padre José Bunse e foi feito no Ano Internacional da Criança (1979). Em 27/02/1980, por motivo da transferência de domicílio para Balneário Camboriú, oficializou o pedido de renúncia, deixando a vaga para o 3° suplente, Luiz Provensi. No entanto, três anos depois retornou a Maravilha. 1.4 Armindo Abel Zanin Filho de José Zanin e de Amália Maria Marin Zanin, Armindo Abel Zanin nasceu no dia 2 de outubro de 1940, em Encantado (RS). Criou-se no meio agrícola. São 13 irmãos. Casado com Anita Colussi Zanin tem um filho, Sílvio José. Estudou em Soledade e Encantado, onde se formou Técnico em Contabilidade pela Escola Técnica de Comércio Madre Margarida. Em sua vida profissional foi oleiro, comerciário e operador de custos. Administra também a Lotérica Banca da Sorte de Maravilha. Em março de 1968 passando pela primeira vez por Maravilha, gostou do lugar novo e progressista e do seu povo acolhedor. Não foi por menos, adquiriu um escritório de contabilidade e aqui se estabeleceu. Atendendo a insistentes apelos de amigos, filiou-se na Arena e, em 1972, candidatou-se a vereador, ficando como primeiro suplente, embora – com 304 votos – tivesse 36 votos a mais do que o vereador mais votado da oposição. A Câmara ficou com cinco vereadores da Arena e quatro do MDB. Assumiu com frequência durante esse quadriênio. Na eleição de 1976 foi eleito titular. A base eleitoral na primeira eleição foi o Distrito de Flor do Sertão. Na segunda campanha conseguiu votos em todas as urnas e ficou na Câmara como o 4º mais votado da Arena, na 6ª Legislatura. Foi secretário geral e líder da bancada da Arena, depois PDS. Foi também indicado para presidente da Câmara, mas não aceitou, assim como evitou a candidatura a prefeito. Não gosta muito de falar em público. “Se for necessário, falo, mas sou muito inibido e não consigo expressar tudo aquilo que sinto ou planejo. Prefiro então escrever o que penso falar” – afirmou. Considera a função de vereador uma luta por um ideal. Compensa essa atividade. Mas não pretende voltar à política. No atendimento às reivindicações ressalta a construção de escolas, a melhoria de estradas, praças esportivas, campos de futebol. Foi nesse quadriênio que aconteceu a instalação da Casan em Maravilha e a construção do novo prédio da prefeitura. Segundo seu depoimento, o relacionamento com outros legislativos era de cordialidade e amizade; e o relacionamento com o Executivo local era de perfeito entendimento. “Quem não gostaria de ver Maravilha crescendo harmonicamente sem muitas dificuldades sociais e sem muita influência de grupos poderosos, nem sempre a favor dos anseios da maioria?”, foi um depoimento sério emitido na entrevista. 71 Contou uma história que diz respeito à construção da prefeitura: “A Arena, partido do prefeito Mattje, não era favorável a essa localização. Planejavam um belo paço municipal na Rua Duque de Caxias, em frente a Praça Padre José Bunse, no centro. O MDB - oposição - pensando provocar um racha na situação, votou favoravelmente aprovando assim o projeto do prefeito, com o voto de um vereador (Reditário Cassol) da situação. Conseqüência: a Arena continuou unida, apesar do desgosto e a prefeitura municipal foi construída lá fora.” 1.5 João Jacob Mascarello João Jacob Mascarello é barriga-verde, um dos poucos, no início da colonização de Maravilha. Nasceu no Município de Herval do Oeste, no dia 12 de setembro de 1941. É o filho mais novo da família de quatro irmãos, filhos de João e de Ângela Mascarello. Veio para cá no dia 02/04/1964, atendendo convite do Constantino Danielli, para tomar parte na administração da empresa Cerealista Confiança Ltda. que atuava na compra e venda de produtos agrícolas, dando depois origem à Cia. Industrial de Óleos Vegetais Maravilha, com os produtos Civema. Mascarello era chefe de serviços. Casado com Írede Mascarello tem três filhos: Ramassés, Rosane e Manassés. Convidado por amigos, particularmente o candidato a vice-prefeito da época, Ivo Roman (gerente da Civema) da Arena, João Mascarello aceitou concorrer a uma cadeira na Câmara. Seu principal reduto era a cidade. Realizada a eleição, vibrou com o resultado: foi eleito com 242 votos. Quanto às reuniões, disse que eram à noite, mas os dias da semana variavam. O acerto era preliminar, entre os vereadores. A partir deste período legislativo, os vereadores eram remunerados. No entanto, o valor recebido não valia a pena. Apesar de ter participado de uma única legislatura, ocupou os cargos de 1º secretário e, após, de presidente da 4ª sessão legislativa. Foi um período de bom relacionamento com o prefeito, governo do estado e da união, porque os chefes eram todos do mesmo partido; “vestiam a mesma camisa”. E mais: na Câmara a Arena era maioria. “Gosto muito de Maravilha e manifesto a vontade de vê-la em destaque no cenário catarinense e nacional; que tudo de bom e alvissareiro venha a acontecer. A gente desta terra é muito amiga e simples; disposta a lutar para dar andamento às coisas boas da comunidade” – afirmou Mascarello. Um fato curioso: “nas eleições de 1976 o prefeito eleito não obteve um único voto na urna de Tope da Serra. Coincidência: como candidato a vereador, eu também não fui votado nessa urna”, recordou Mascarello. 1.6 Antônio Cláudio dos Santos Machado Na sessão de 16 de fevereiro de 1977, o presidente da Câmara, vereador Heitor Alexandre Kasper “declarou extinto o mandato do vereador Antônio Cláudio dos Santos Machado, por não haver se apresentado para tomar posse, nem apresentado qualquer motivo justo, de acordo com o item II, parágrafos 1° e 8º do Regimento Interno, e, também de acordo com a Lei Complementar nº 5, de 26.11.75. Ato contínuo, o sr. Presidente convidou o sr. vereador suplente, Miguel Bringhenti a prestar juramento, após haver exibido o Diploma da Justiça Eleitoral, Declaração de Bens e Certificado Militar. Após o juramento, o sr. presidente declarou empossado o vereador Miguel 72 Bringhenti, o qual passa a usar de todos os seus direitos como vereador com assento na Câmara Municipal de Maravilha”. Machado preparou sua campanha tendo um bom contingente de cabos eleitorais. Merece destaque a previsão do tradicionalista Alberto Heller. Nos grupos ele estimulava com a advertência futurista: “Votem nele. Este quera vai longe!” Resultado: 481 votos. Nas vésperas da posse, “sumiu” com certo “recheio” na pasta, recolhido em algumas agências bancárias da região. Comentava-se o destino (Bolívia), mas sem confirmação. Embora tenha obtido a maior soma de votos individuais para o Legislativo naquela eleição, não marcou presença no dia da posse. E até a presente data não veio justificar historicamente sua ausência e nem compensar politicamente seus eleitores. 1.7 Miguel Nemirski Vide Quinta Legislatura: 2.1. Nas comunidades por onde passou sempre exerceu liderança, inclusive política. A primeira candidatura foi registrada em 1972. Sendo primeiro suplente da Quinta Legislatura, assumiu a vaga deixada pelo titular Dionísio João Rossi, falecido em 03/08/1974. Atendendo pedido de amigos - entre eles Dércio Knop, Albino Cerutti Cella e Gentila Lichks -, candidatou-se novamente para a Sexta Legislatura (19771983), sendo eleito com 325 votos, pelo MDB. Era agricultor, profissão que exerce até hoje, conciliando com a de secretário de Transportes e Obras. Na Câmara exerceu as funções de secretário, ocupando o cargo por dois anos e vice-presidente durante um ano. Procurou sempre atender às reivindicações dos munícipes: abertura de estradas, escolas, campos de futebol, calçamento nas ruas, obras comunitárias, além de informações e orientações, principalmente relacionadas ao meio rural. Nemirski foi também membro da diretoria regional do Movimento Trabalhista Brasileiro. Ele conta a história de que a aprovação do projeto encaminhado pelo prefeito Nidolfo Carlos Mattje visando à localização e construção da prefeitura foi aprovado com o voto de um vereador (Reditário Cassol) da situação e de todos os da oposição. Foi também aprovada lei da mudança de local do cemitério público (projeto aprovado, porém não executado). Contou também a seguinte história: “Quando era Vereador geralmente vinha de ônibus para a cidade nos dias de sessão, pois morava na Linha Lajeado do Tigre e, muitas vezes, dependia de carona para voltar; a profissão de vereador não era remunerada. Lembro-me de certa vez ter pego carona com o ônibus dos alunos de Modelo e quando desembarquei do ônibus caí em uma poça de água, perdendo o sapato no meio do barro. Foi difícil para recuperá-lo, tendo que ir a pé descalço para casa, estava muito escuro e o tempo não estava bom, ameaçava chover e só enxergava a estrada com os relâmpagos.” Preocupa-o a questão social: muito tem sido feito, mas ainda resta muito por fazer nos campos da saúde, emprego e moradia. Os direitos devem ser defendidos. Evitados os confrontos, não quer dizer que os filhos dos minifundiários fiquem sem propriedade agrícola. A industrialização deu grandes passos, mas - além de contribuir com empregos - gera grandes problemas sociais. “Considero o povo de Maravilha, em sua maioria, uma gente humilde, jovem, obreira, alegre e possuidora de uma qualidade muito importante: a união. É um povo dinâmico, determinado e de boa convivência” – preceituou Nemirski. E manifestou também seu desejo de “ver este município crescer, gerar cada dia mais emprego, sediar mais empresas e indústrias, para que todos tenham seu pão de cada dia.” 73 “A juventude mudou muito. Hoje os jovens têm muita liberdade e, às vezes, não agem de forma correta. Mas, como nosso futuro depende deles temos que ter fé que sejam coerentes em suas obrigações” – opinou. Por duas vezes foi eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maravilha. Foi eleito vice-prefeito (PMDB) e participou da administração do município por seis anos (1983-1988). Era prefeito Celso Maldaner. Sendo “brizolista” e em virtude da aspiração à candidatura a prefeito negada pelo PMDB, no sábado, dia 08/07/1988, inscreveu-se no PDT. Formando coligação com o PDS e PFL, venceu as eleições e no dia 1º/01/1989 foi empossado como prefeito de Maravilha, vencendo as eleições por uma diferença de apenas sete votos. Concorreu novamente a uma vaga da Câmara nas eleições de 2008, ficando como suplente. 1.8 Darwin João Krauspenhar É filho de Ervin e Romira Krauspenhar e nasceu em São Pedro do Sul (RS). O saudoso pai foi membro da Força Expedicionária Brasileira: ex-combatente da II Guerra Mundial. Darwin é o primogênito desse casal que teve sete filhos. Em dezembro de 1955 passaram o rio Uruguai e vieram até Maravilha. Darwin casou-se com Maria Inês e dessa união nasceram os filhos Darwin Júnior, Thais e Kassiano. Na sua juventude destacou-se em competições estudantis, sociais e políticas. Nas eleições de 1976, por ser membro da executiva do partido (MDB), colocou seu nome à disposição para concorrer a uma vaga na Câmara municipal. O resultado veio compensador: obteve apoio em todas as urnas do município, somando 275 votos. Na reeleição (pleito eleitoral de 15/11/1982), obteve 394 votos. Na época era industrial. Sobre as compensações financeiras da 6ª Legislatura (a primeira com os titulares remunerados) assim se manifestou: “O vereador tem poucos atributos legais no exercício do mandato, porque entende que a remuneração é indevida e insignificante.” Quando na Câmara, ocupou os cargos de primeiro presidente da 7ª Legislatura; vice-presidente, secretário e líder da bancada em outras sessões legislativas. No partido: presidente, vice-presidente, delegado e secretário. Embora esteja longe, ainda lembra as constantes reivindicações de escolas novas, estradas, iluminação pública na cidade e em bairros. Entende que o projeto de lei mais importante aprovado pela Câmara enquanto fazia parte dela foi o da aprovação para a aquisição de área e incentivo para a instalação do Frigorífico de Aves de Maravilha. Sobre o relacionamento com outros poderes assim se expressou: “Na Sexta Legislatura, o mais péssimo possível com o Executivo; com o Judiciário, muito cordial e respeitoso.” Sugere para Maravilha uma industrialização com a transformação dos produtos agrícolas. O povo é trabalhador. Daí o porquê do progresso da cidade e de sua gente. “Por seis anos consecutivos vinha apertando o botão com a mesma indicação que não era nem sequer respondida pelo Executivo da época. No sétimo ano, na primeira indicação feita, tive a felicidade de ver minha aspiração concretizada: pensão para as viúvas dos ex-prefeitos.” Ao sair de Maravilha, fixou inicialmente residência, com exploração de madeira, em Sinop (MT) e, depois, no litoral catarinense. Deixou a vaga, na 7ª Legislatura, para Romildo Ferreira Coelho. Atualmente, aposentado, reside em Ingleses, Florianópolis. E comentou, no fim da entrevista: “Embora distante, estou sempre presente, por informações de amigos e noticiários. E vou ser sempre maravilhense de coração.” 74 1.9 Anacleto Domingos Menegassi É agricultor aposentado que entrou no Legislativo municipal como titular em 1977; sendo reeleito em 1982 para a Sétima Legislatura: completando 12 anos na Câmara. É filho de João Menegassi Neto e Anna da Cás Menegassi. Nasceu em 1932, no Município de Sobradinho (RS) e sua data de aniversário é 16 de novembro. São cinco irmãos. Ouvindo boas referências sobre Maravilha, em 1953, transferiu residência para cá. É casado. Seus filhos foram registrados com os nomes de Ivanir Fátima, Dione, Dirce e Dércio que também foi vereador em Maravilha. Ouvindo as reivindicações da comunidade e colocando forças para representar a classe, aceitou o desafio: candidatou-se e foi eleito vereador em 15/11/1976, sendo diplomado no dia 13/12/1976. Na sua experiência conta que as reuniões da Câmara aconteciam à noite; com o dia da semana marcado para as segundas-feiras e às vezes com sessões extraordinárias convocadas pelo presidente. Já esteve na liderança da bancada do partido na Câmara e presidente da Comissão de Finanças. Foi reeleito para a Sétima Legislatura (1983-1988) com 348 votos. Era do PMDB, mas, no dia 08/07/1988, assinou ficha no PDT, junto com Miguel Nemirski que então se candidatou a prefeito. Anota sempre as reivindicações que recebe: melhoria nas estradas, construção de pontes, jardins de infância, escolas, quadras de esportes, postos de saúde, calçamento, iluminação pública, eletrificação rural, etc. Tem deixado vaga, temporariamente, para correligionários. Na 6ª Legislatura deu oportunidade para o suplente Pedro Lindolfo Schuh. Conta que, às vezes, houve atritos com o prefeito ou entre colegas da Câmara. Sempre defendeu a instalação de indústrias de grande porte para o desenvolvimento do município. Mas, também, órgãos para sanar todos os problemas da comunidade. Contou ainda que, quando chegou aqui, viu as copadas dos pinheirais e disse que esta terra tem futuro. Enfrentou dificuldades de todo gênero, mas, venceu e ajudou a outros que também triunfaram. A semente boa foi plantada em terra fértil e, hoje, estamos colhendo frutos. No livro Maravilha: sua terra, sua gente, sua história (2ª edição) - capítulo IV (Homens e livros – A educação sempre presente, tratando do Campus Aproximado para a Unoesc) - Francisco Gialdi traz: “O terreno de 40 mil metros quadrados foi adquirido pela prefeitura municipal, do ex-vereador Anacleto Domingos Menegassi e fica localizado logo adiante do Bairro Civemara”.19 Merece referência a facilidade com que esse cidadão aceitou as propostas, contribuindo para a execução imediata, tendo hoje diversos cursos superiores e ligação asfáltica. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sexta Legislatura Nos seis anos desta legislatura (1977-1983), apenas três suplentes tiveram vez, sendo efetivados. É que a função passou a ser remunerada. 19 Francisco Gialdi. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. Porto Alegre, Editora EST. p. 230. 75 2.1 Miguel Bringhenti Natural de Nonoai (RS), filho de Luiz Bringhenti e Irene Paduan Bringhenti, nasceu no dia 1º de junho de 1933. São em 10 irmãos. Tomando conhecimento da produtividade das terras do Oeste catarinense, em 1968 para cá veio morar, na Linha Barra Bonita, Distrito de São Miguel da Boa Vista. E ainda continua como agricultor. Casado com Terezinha Bringhenti tem os filhos Milton, José, Ivanir e Elizabete. Atualmente atua na indústria. Na eleição de 1976 a comunidade o escolheu como representante e, na classificação ficou como primeiro suplente do MDB, ocupando a vaga deixada pelo titular Cláudio Machado (aquele que sumiu nas vésperas da posse). Teve como base eleitoral, além de São Miguel da Boa Vista: Barra Bonita e Poço Parado, obtendo 222 votos. Com a emancipação de São Miguel da Boa Vista, candidatou-se e foi vereador de 2001 a 2004. Seus planos são de acompanhar e continuar apoiando o partido. Deixa como sugestão, na atividade industrial para Maravilha: “Uma indústria, como um laticínio vai bem” – e veja que ele escreveu isto há 20 anos (1988). E mais: “Maravilha é um município que está crescendo rapidamente. Com mais estímulos como ocorreu com o frigorífico de aves - teremos outras indústrias, aumentando o campo de trabalho. É uma terra promissora, com um povo muito trabalhador e teve ao longo de sua história grandes políticos e administradores exemplares.” Contudo, manifesta-se preocupado com a juventude, pois não demonstra muito interesse pela política. E assim conclui: “No passado a política era feita com mais ética e moral. Hoje vemos muitos interesses particulares desvirtuando o verdadeiro sentido da política.” 2.2 Luiz Provensi O suplente Luiz Provensi (Arena) ocupou a vaga deixada por Benito Pessoa Magnanti em razão da mudança para Balneário Camboriú -, em 27/02/1980. Provensi assumiu no dia 12 de março desse ano. Também nessa sessão foi eleito o novo presidente da Mesa Diretora, Armando Nelson Albrecht, para cumprir o mandato do ex-presidente Benito Magnanti. Luiz Provensi é natural de Encantado. Nasceu no dia 10 de abril de 1948. Seus pais, Domingos Primo Provensi e Josefina Bosquetti, tiveram, além do Luiz que é o primogênito, mais oito filhos. Luiz Provensi veio para Maravilha em 1962, para estudar no seminário dos Missionários da Sagrada Família. Dois anos depois, seguindo os estudos, foi para Santo Ângelo. Aqui retornou em 1975, após ter concluído o curso de Filosofia, para trabalhar no seminário como orientador; onde também iniciou sua profissão no magistério. Havia campo de trabalho. E aqui ficou. Em 1977 foi residir em Flor do Sertão, assumindo a direção da Escola Básica Jorge Lacerda. Casou-se com Pierina Gudiel Provensi e tem os filhos Dulcinéia, Daniel e Michelli. Atendendo pedido da comunidade, principalmente da Arena, candidatou-se para uma vaga na 6ª Legislatura. Só na sede do distrito somou 121 votos. Ficou 3º suplente, mas, com a transferência de domicílio do vereador Benito Magnanti, e não disposição do primeiro e segundo suplentes, em 27/02/1980, efetivou-se na vaga por ele deixada. O professor Provensi gosta de falar em público e, sempre que possível o faz. Presta serviços à Igreja Católica como ministro de cultos, batizados e casamentos. Quando vereador tem procurado atender às reivindicações da comunidade: quase 76 sempre rede elétrica e estradas. Tem participado do levantamento, junto às comunidades circunvizinhas, para estender a rede de eletrificação rural. Em 1979 participou do Encontro Nacional de Vereadores, em Belo Horizonte. Quando vereador tem percorrido todas as comunidades, obtendo bom relacionamento, independente de sigla partidária, pois “as pessoas estão acima de qualquer sigla”, sintetiza. Como professor, tudo fazia para despertar em todos os maravilhenses mais carinho pela natureza; valorizando mais a terra e acreditando nas técnicas para produzir mais. 2.3 Sérgio da Silveira Kuhn O suplente Sérgio Kuhn (MDB) foi empossado no dia 1º de setembro de 1982 em substituição a Miguel Bringhenti que, em 11 de agosto de 1982, “por questões de ordem particular”, renunciou ao mandato de vereador. Sérgio Kuhn é gaúcho, natural de Soledade, nascido em 12/01/1948. São três irmãos, filhos de Benno Kuhn e Zilpa da Silveira Kuhn. Buscando melhorar a vida, em 1973 adquiriu terras em Maravilha. Descarregou a mudança no dia 10 de fevereiro. Depois passou para a atividade de comerciante na Cabeceira do Poço Rico. Casado com Anadir Köche Kuhn tem os filhos Vanderlei, Gildo e Valquíria. É claro que cada comunidade deveria ter o seu representante na Câmara de Vereadores do município! Na História de Maravilha poucos foram os vereadores do interior. Assim mesmo, muitas são as “linhas” que indicam seus líderes para concorrer. Assim a Cabeceira do Poço Rico tem conseguido a segunda suplência no MDB, com o Sérgio Kuhn obtendo 182 votos. Miguel Bringhenti renunciou, objetivando dar vez a mais um suplente. Com isto Sérgio Kuhn assumiu. Lembrou que também no Rio Grande do Sul foi suplente de vereador, na cidade de Victor Graeff. Lá obteve 81 votos. Colocou uma esperança: ver o município bem estruturado para resolver os seus problemas e da gente daqui. __________________ “O viver é uma conjugação ininterrupta do verbo fazer” (Carlyle). Por isso, “O futuro dependerá daquilo que fizermos no presente” (Mahatma Gandhi, pacifista indiano). 77 VII Sétima Legislatura: 1º/02/1983 a 31/12/1988 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Darci Jucelino Schmidt Egon Müller Darwin João Krauspenhar Paulo Luís Bresolin Anacleto Domingos Menegassi Iraldo Kirch Pedro Conte Armando Nelson Albrecht Romano Valmor Tumelero João Luiz Cembranel Adroaldo Borges Partido PMDB PMDB PMDB PMDB PMDB PMDB PDS PDS PDS PDS PDS Nº de votos Presidente da Casa 481 1º Darwin João Krauspenhar 463 2º Darci Jucelino Schmidt 394 3º Paulo Luís Bresolin 386 348 331 353 329 309 287 262 Suplentes que assumiram: do PMDB: Romildo Ferreira Coelho, Vali Petri, Élcio Gomes dos Santos, Pedro Lindolfo Schuh, Osmar Fülber, Valdemar Lambrecht, Ildefonso Thiago, Antonio Bertollo, Berlin Inácio Felippin, Olmedo Paulo Konzen, Osvaldo Müller e Ângelo Riboldi; do PDS: Osório Crestani, Nelson Livinalli, José Engelmann, Nilvo José Vendruscolo, Valdemar Roversi, José Sérgio Rosa dos Santos, Nelson Armando Baron e Victor Hugo Dal Mago. * Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB) e Miguel Nemirski (PMDB). __________________ O pleito eleitoral de 15 de novembro de 1982, em Maravilha, acusou o seguinte resultado para prefeito (votação obtida pelos partidos e consolidação de toda votação): PDS (4.312 votos), PDT (27 votos), PMDB (5.754 votos). Votos em branco, 387. Votos nulos, 152. De um total de 11.922 eleitores do Município de Maravilha (em 07/09/1982, nos termos dos artigos 68, 69 e 115 do Código Eleitoral), votaram 10.632, nas 53 secções organizadas pelo Juiz Eleitoral. A Junta Apuradora da 58º Zona Eleitoral fora presidida pelo Dr. Oscar João Terebinto. Foram empossados no Executivo municipal, no dia 1º de fevereiro de 1983, Celso Maldaner na cadeira de prefeito e Miguel Nemirski como vice; com um total de 3.114 votos atribuídos ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro que apresentou dois candidatos. Para a Câmara de Vereadores, o PDS obteve a votação de 4.370 eleitores; o PDT, 28; o PMDB, 5.741. O quociente eleitoral atingiu a soma de 949 votos e a distribuição dos onze titulares ficou assim: o PMDB com seis vagas e o PDS com cinco. Três mesas diretoras estiveram conduzindo os trabalhos dessa Câmara de Vereadores (dois biênios cada uma). Nos primeiros dois anos esteve assim constituída: presidente, Darwin João Krauspenhar; vice-presidente, Darci Jucelino Schmidt; 1º secretário João Luiz Cembranel; 2º secretário Armando Albrecht. A segunda Mesa diretora ficou assim: presidente, Darci Jucelino Schmidt; vice-presidente, Egon Müller; 1º secretário, Romano Valmor Tumelero; 2º secretário, Adroaldo Borges. E a terceira 78 Mesa: presidente, Paulo Luís Bresolin; vice-presidente, Adroaldo Borges; secretário, Darci Jucelino Schmidt; 2º secretário, Armando Nelson Albrecht. Data da eleição: 02/02/1987, permanecendo até a posse da 8ª Legislatura. Foi com essa terceira Mesa, sob a presidência de Paulo Luís Bresolin (1988) que ocorreu o lançamento da obra Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história, de autoria do historiador Francisco Gialdi, com o apoio da Câmara de Maravilha. 1 Vereadores Titulares da Sétima Legislatura 1.1 Darci Jucelino Schmidt É o primeiro vereador eleito para esta Câmara que nasceu em Maravilha. Isto foi em 17 de março de 1960, na Linha Chinelo Queimado. É bom ter presente que o Distrito de Maravilha foi instalado em 15/12/1956. Pais: Herberto Getúlio Schmidt e Olívia Lamb Schmidt que, além do Darci Jucelino, tem outros quatro filhos. Darci Jucelino Schmidt casou-se com Inês Arend e tem os filhos Darlan Martines, Daniel Márcones e Douglas Maciel Schmidt. Antes das eleições de 1982 não havia concorrido em eleições políticopartidárias, embora estivesse inscrito no PMDB. Quem o estimulou foi o então candidato ao Executivo Celso Maldaner e o conterrâneo Romeo Mossmann. Topou a parada, e foi o edil mais votado nessas eleições. Por isso, em 1985, foi eleito 2º presidente da Câmara desta legislatura, por unanimidade de votos. Deixou a vaga de edil, temporariamente, para os suplentes partidários Vali Petri, Almedo Paulo Konzen e Vendelino Pedro Serafini. Insistiu na melhoria na rede de água e de luz, além reivindicar solução para o esgoto e arborização na cidade. Para a colônia: melhoria nas estradas e açudagem. Contou uma história interessante: “Estando na presidência da Câmara, o Clube dos Idosos (depois denominado Pioneiro) ‘exigiu’ da prefeitura um terreno para a construção da sede própria. E levaram uma proposta de localização. Os vereadores (e o prefeito Celso Maldaner também) não queriam dar aquela área reivindicada, no centro da cidade, porque era perigoso para os velhos por causa do movimento de veículos. Foi quando o Senhor Andreas Maldaner - presidente do clube e pai do prefeito - levantouse, tomou a palavra sem aguardar autorização e incisivo falou: ‘então temos que tirar a igreja do centro, porque só os velhos vão à missa’.” 1.2 Egon Müller Chapecoense, nasceu no dia 9 de outubro de 1951, filho de Lindolfo e Hermínia Müller. Dos seis irmãos foi o quinto a ser registrado. A família fixou residência em Maravilha em 1967, onde ainda mora: na Linha Pedra Branca que atualmente pertence ao Município de Flor do Sertão. Casado com D. Natalina tem os filhos Elis Sandra, Silvandro, Simone Teresinha e Ezequiel Juliano. O líder de uma comunidade facilmente é apresentado para concorrer às eleições, nomeando-o como representante no Legislativo municipal. Foi o que ocorreu com o Müller. Não apenas olhando a filiação partidária (estava inscrito no PMDB) Egon Müller - industrialista e líder nato - foi escolhido como representante de todos, sendo 79 eleito como o segundo mais votado desta legislatura e ocupou os cargos de vicepresidente e 2º secretário. Deu grande apoio, obtendo a aprovação do projeto de lei que trouxe o Plano de Carreira dos Professores Municipais. Lutou ainda pela melhoria do sistema viário, a eletrificação e telefonia rural, postos de saúde e prédios escolares, jardins de infância, campos de futebol e outros... Como titular desta legislatura ofereceu oportunidades para os suplentes Élcio Gomes dos Santos, Ildefonso Thiago, Berlim Inácio Felippin e Ângelo Riboldi. Para sanar a falta de empregos, insistia em trazer mais indústrias para Maravilha. Concorreu novamente como representante da região (Tope da Serra e Pedra Branca) para a legislatura seguinte (1989-1992), obtendo o maior número de votos dessa eleição para vereadores: 459 (apenas quatro votos a menos do que na anterior). Mais: na 8ª Legislatura o vereador Egon Müller foi o primeiro presidente. 1.3 Darwin João Krauspenhar Vide Sexta Legislatura: 1.8. Darwin João Krauspenhar foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (19771983). Candidatou-se novamente para a Sétima Legislatura (1983-1988), sendo eleito inclusive presidente da primeira sessão legislativa. Para esta legislatura obteve 394 votos do PMDB. Ao sair de Maravilha, fixou inicialmente residência, com exploração de madeira, em Sinop (MT) e, depois, no litoral catarinense. Deixou a vaga, na Sétima Legislatura, para Romildo Ferreira Coelho. Atualmente, aposentado, reside em Ingleses, Florianópolis. 1.4 Paulo Luís Bresolin Ilópolis (RS) é o município onde Victório Bresolin e Angelina Lunardelli Bresolin constituíram sua família incluindo cinco filhos, sendo Paulo Luís o benjamim da casa, nascido em 18 de janeiro de 1956. Em outubro de 1965, procurando maravilhas em Maravilha, para cá transferiram residência. Aqui Paulo Luís contraiu núpcias com a Marlene e tem três filhos: Paulo Júnior, Matheus e Marcelo. E a vida política? Seguindo os conselhos do ex-vereador Francisco Zanin, com sua experiência política, Bresolin candidatou-se à vereança, pelo PMDB, em 1982, sendo eleito. Passou a ter novas atividades em virtude do compromisso assumido. No tempo em que foi vereador, poucos encontros havia com outras câmaras municipais. E deu a justificativa: problemas financeiros (a Câmara de Vereadores não tinha orçamento próprio e o Executivo dizia evitar gastos à toa). Entre os projetos de sua autoria destaca o que mudou o cognome da cidade: de “Capital da Criança” para “Cidade das Crianças” (Lei nº 944, de 22/08/1984, sancionada pelo prefeito Celso Maldaner). Diz que nunca se arrepende daquilo que faz, pois sempre analisa bem o seu trabalho e procura não errar. Na Câmara tem deixado vaga temporária para os suplentes Romildo Coelho, Vali Petri e José Pavi. Embora estivesse na presidência da Câmara no ano das eleições (1988), não mais se candidatou e diz que não concorrerá a cargos políticos, pois “a política não foi o que imaginava”. Assim mesmo mantém sua inscrição no PMDB. Atua no comércio e agricultura. “Depende da militância e do comportamento político-partidário para tirarmos conclusões se é momento ou não para participar da política” – assegurou. E 80 conclui: “Maravilha, com seu povo um tanto ambicioso e cheio de coragem acredita sempre naquilo que faz. Para mim, o maior sonho é ver Maravilha transformada em um polo industrial, oferecendo condições para toda a sua gente. Sou muito maravilhense e acredito que não existe povo igual a este.” Todavia, acerca da juventude atual diz que falta interesse, sendo um grande prejuízo para a nação. Foi plano de Paulo Luís Bresolin, quando na presidência da Câmara (1988) a pesquisa e lançamento da obra Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história, de autoria do historiador Francisco Gialdi. 1.5 Anacleto Domingos Menegassi Vide Sexta Legislatura: 1.9. Anacleto Domingos Menegassi foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (1977-1983). Candidatou-se novamente e elegendo-se para a Sétima Legislatura (1983-1988), com 348 votos do PMDB. 1.6 Iraldo Kirch Natural de Arroio do Meio (RS), veio ao mundo no dia 12 de fevereiro de 1939, tendo como pais Albino e Idolfina Kirch que muito contribuíram com o princípio bíblico do “crescei, multiplicai-vos e povoai a terra” (Gn 1,28b), pois geraram 14 filhos. Iraldo foi o oitavo a nascer, na família. Procurando mais terras, em 1973 veio para Maravilha, um lugar de bom futuro e preços acessíveis para a sua atividade, a agricultura. Estabeleceu-se na Cabeceira do Poço Rico. Casado com Albina tem quatro filhos: Geni, Claraci, Sueli e Sidnei. Visando colocar um representante da comunidade na Câmara, a liderança da região o escolheu para concorrer a uma vaga nas eleições de 1982. Inscrito no PMDB, concorreu e foi eleito. Quando é para defender a classe, não se intimida de falar em público. Os pedidos mais insistentes que recebia eram pela melhoria nas estradas (bueiros, pontes), prédios escolares, quadras de esportes, jardins de infância, mesmo nas comunidades do interior. No período da 7ª Legislatura (1983-1988) considerou bom o relacionamento Legislativo-Executivo-Judiciário no Município de Maravilha. Mesmo a nível regional, onde tem participado de encontros de câmaras municipais. Seguindo acordo político deixou vaga, temporariamente, para os suplentes Pedro Lindolfo Schuh e Cony Wirtti. 1.7 Pedro Conte No interior de Campos Novos - Linha Campinas - no dia 22 de fevereiro de 1953, nasceu Pedro Conte, filho de Domingos Conte e Bambina R. Conte. Cinco são seus irmãos. Com o objetivo de instalar-se com comércio, em 1976, Pedro Conte fez mudança para Maravilha, na localidade de Poço Parado, aqui chegando no dia 26 de agosto. Casado com Odete Conte tem três filhos, Sonia, Ivan e Fernando. Reside na Linha Majolo, São Miguel da Boa Vista e continua atuando no comércio. 81 Apresentado pela comunidade à convenção do PDS aceitou concorrer às eleições de 1982, sendo o mais votado do partido. Atualmente desempenha a função de presidente do PP de São Miguel da Boa Vista, município que muito lutou para emancipar. Por motivos pessoais não mais se candidatou a cargos políticos. Uma das suas reivindicações foi a instalação de telefones no interior. Suplentes que ocuparam a sua cadeira interinamente: Osório Crestani, Nelson Baron e José Engelmann. Espera que Maravilha seja um município progressista e conhecido em todo o Brasil. “Com o trabalho e a união de todos os maravilhenses estamos vendo este município crescer cada dia mais” – incluiu. E observando a juventude assim se manifesta: “Eu penso que a juventude merece ser ouvida pelos políticos atuais, pois isto não está acontecendo pelos nossos governantes.” 1.8 Armando Nelson Albrecht Vide Sexta Legislatura: 1.2. Armando Nelson Albrecht foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (1977-1983). Candidatou-se novamente para a Sétima Legislatura (1983-1988), obtendo 329 votos do PDS (28 votos a mais do que na anterior). Portanto, os eleitores do Novo Bairro continuaram com ele. 1.9 Romano Valmor Tumelero Filho de Bruno e Angelina Tumelero, nasceu aos 10 de abril de 1958, em Jaborá (SC). Tem quatro irmãos: Marly Maria, João Carlos, Sérgio Antonio e Michel Jeandro. Vieram morar em Maravilha quando Valmor tinha dois anos (1960) na esperança de um futuro melhor. Os pais continuam em Maravilha, mas Valmor – com o sonho era o de ser um grande comerciante - transferiu residência para São Paulo. “Hoje posso dizer que consegui realizar esse sonho. Nossa empresa é a maior do Brasil em feijão”, afirma. É a Máximo Alimentos. Tem dois filhos: Felipe e Raissa. Nunca teve pretensões políticas, mas a pedido de partidários e amigos, e apoio do pai (ex-vereador), Valmor Tumelero candidatou-se a vereador nas eleições de 1982 pelo PDS, sendo eleito com 309 votos. Quanto à remuneração, no início era muito baixa, mas “o que me interessava era a minha colaboração com a comunidade”. Na Câmara foi eleito para a secretaria da Mesa, além de líder da bancada. Eram constantes as cobranças dos eleitores a respeito de pontes, estradas e melhoria urbana, além de saúde e educação. E incluiu: “Conheço o município como a palma de minha mão, pois desde pequeno acompanhava o meu pai por todo o interior do município, reunindo cereais e suínos.” Observou também que havia bom relacionamento com todos os vereadores, mesmo os da oposição e assim também com outros legislativos municipais. Todos os projetos aprovados foram de suma importância, e sem arrependimento por ter dado seu apoio; sempre atendendo às reivindicações dos munícipes. A respeito das histórias ocorridas no Legislativo maravilhense, afirmou que tem muitas, mas “eu me lembro de uma viagem que fomos eu, o Armando Albrecht e o João Luiz Cembranel que também eram vereadores. Viajamos para a cidade de Joinville. Lá teve um encontro de vereadores do Brasil. Mas o que foi bom mesmo, foi a viagem. O João Luiz contando piadas em italiano e o Armando Albrecht recitando frases em 82 francês. Foi muito divertido.” Contou também a história quando os vereadores convidaram o Juiz de Direito da Comarca, a fim de debaterem sobre uma portaria baixada pelo Judiciário. Na sessão seguinte compareceu o Juiz e alguns advogados. Na ausência do presidente da Mesa, assumiu o vice Darci Jucelino Schmidt que, após dar abertura à sessão, dirigiu a palavra ao MM. Juiz de Direito, dizendo que o havia ‘convocado’ para tal sessão. Logo o Juiz explicou para o vice-presidente que estava lá, não por ter sido convocado, mas por ter sido convidado para debater tal portaria. Assim mesmo o Juiz aceitou e – apesar do lapso – houve esclarecimento. Neste período legislativo Tumelero deixou a vaga, interinamente, para o suplente Osório Crestani. Candidatou-se novamente após quatro anos de afastamento dessa atividade – em 1992 - e foi eleito para a 9ª Legislatura (1993-1996), obtendo 345 votos do PDS. Impossibilitado de exercer o cargo, em função de suas atividades profissionais, em São Paulo, um ano depois renunciou. Sua vaga foi assumida oficialmente no dia 06/09/1993 por Martinho Aloísio Petry. 1.10 João Luiz Cembranel A família Cembranel foi das primeiras desbravadoras das selvas maravilhenses, vindo morar onde estava projetada a cidade, em agosto de 1952. O casal José João e Adele Joana, com a família, antes moravam em Santa Rosa. João Luiz aqui chegou com cinco anos (nasceu em 12/05/1947). Este local fazia jus ao nome que lhe deram — Maravilha — pois era um “santuário da natureza”: a floresta exuberante, as terras férteis e promissoras, a paisagem encantadora, justificam. São membros da família: Olívio João, Olivia Joana, Euclides Pedro, Ulisses Irio, Olmes Luiz, João Luiz e Ernesto Antônio. Profissionalmente João Luiz Cembranel atuou no magistério. Casado com Adiles tem os filhos Luciano Ricardo, Lucinara Regina, Fernando Régis e Angela Delly. Foi candidato a primeira vez em 1982, para a 7ª Legislatura, atendendo convite do partido (PDS) e influência de amigos. Isto para ajudar o município a crescer e desenvolver-se, prestando serviço comunitário no campo político. Obteve 287 votos. Ele defende a tese de que o mandato deve pertencer ao partido. A pessoa eleita por um partido, ao deixá-lo deveria perder o mandato. “Não se brinca com os votos dos eleitores, e, muito menos, com a confiança.” Permaneceu na linha do PDS por 25 anos; depois mudou para o DEM, pelo conjunto de idéias atualizadas, pelo seu programa social e pelas novas lideranças. Confirma que, falar em pública exige preparação e conhecimento do tema; e o faz quando a necessidade e o momento o exigem. Seu maior reduto político foi nas urnas onde tem trabalhado como professor ou diretor de escola: Barro Preto, Escola Básica João XXIII, Colégio Estadual Nossa Senhora da Salete e Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa. Na época Maravilha contava com 75 urnas e obteve votos em 73 delas. As principais reivindicações dos eleitores eram a melhoria de estradas, locais para a prática de esportes, auxílio aos estudantes carentes, consultas médicas e remédios, passagens para tratar doentes em Florianópolis, melhoria das escolas, incluindo o material escolar, sementes para o plantio e adubo. Maravilha não tinha corpo de bombeiros, nem ambulância e nem SAMU. Era o vereador que providenciava esses serviços: buscava doentes na casa, levava para o hospital de Maravilha ou Chapecó; buscava gestantes de madrugada e levava para o hospital. O vereador prestava serviço social e humanitário. Era um assistente social anônimo. 83 Na Câmara, o vereador Cembranel realça as indicações (projetos de lei) que fez: o que beneficia os aposentados que possuem apenas uma propriedade, com a isenção do imposto desse imóvel. Mais: campanha de saneamento básico; núcleo habitacional para trabalhadores de baixa renda; criação de uma escola voltada para as diferentes técnicas de trabalho, para crianças abandonadas; auxilio a alunos de 2º grau que estudam fora do município; apoio e acompanhamento do Plano Municipal de Carreira do Magistério. E nunca se arrependeu de qualquer votação. A 7ª Legislatura contava com apenas dois partidos (PMDB e PDS) e foi marcada pela harmonia, dedicação e trabalho. A formação da mesa sempre foi eclética, por isso o trabalho foi fecundo. Maravilha naquela época buscava nova alternância econômica. A agricultura passava por uma transição. O prefeito Celso Maldaner incentivava a Câmara a visitar regiões pioneiras na agroindústria, como o Sudoeste do Paraná. A Cooperativa Aurora vivia um período de expansão e instalou o frigorífico de Maravilha graças ao cumprimento das exigências, pois o Executivo e o Legislativo abraçaram a causa conjuntamente e levaram o desafio para todas as comunidades do interior. Licenciou-se uma vez, deixando a vaga, interinamente, para o suplente Victor Hugo Dalmago. Tendo novos planos na política, vendo com cuidado a questão social tanto no setor urbano, como no interior do município, candidatou-se novamente para a 8ª Legislatura. Ficando na suplência, assumiu interinamente - participando da elaboração da Lei Orgânica do Município. Insiste em maiores esforços no setor da saúde, educação e agricultura. Espera que Maravilha retrate a imagem viva de sua gente. Ocupou a gerência regional de saúde da 3ª Secretaria de Desenvolvimento Regional (Maravilha) por um período de 18 meses. “Na história do nosso Legislativo, reconhecemos o trabalho, o sacrifício dos que, sem ter uma remuneração, souberam conduzir de uma maneira digna o destino do nosso município. Parabéns a todos! Aos futuros vereadores o desejo de um trabalho profícuo, voltado aos interesses da comunidade” – declarou Cembranel. Incluindo, após: “Atualmente, com esses escândalos e corrupção de muitos políticos, o povo não assiste programas de políticos e a juventude, de modo geral, deixa a política de lado. Razões: os partidos políticos não se preocupam com a juventude. O programa, o estatuto e a filosofia política dos partidos a maioria dos eleitores não conhece.” 1.11 Adroaldo Borges Foi no dia 19 de fevereiro de 1952 que nasceu Adroaldo Borges, filho de Adolfo Borges e Eugênia de Souza Borges. Lajeado (RS) é sua terra natal. Foi o sexto filho, mas, depois dele, nasceram mais três. Tem três filhos: Helena Cristina e Adroaldo Borges Júnior e Gilead da Fonseca. Achando ser uma cidade de muito progresso – polo regional - e gostando do nome, em agosto de 1980 arrumou um lugar e mudou-se para cá. Em 1982 candidatou-se para ajudar a comunidade de Tigrinhos, onde residia. Assim se justificou: “Haja vista que, certas localidades, que não têm um representante que leve as suas reivindicações ao Executivo municipal, ficam um pouco esquecidas. Foi por isto que me candidatei.” Seu partido, na eleição, fora o PDS. Na época do pleito eleitoral era motorista de ônibus. E recordou: “Para mim foi algo inédito ter sido eleito nesta legislatura por estar residindo há apenas um ano e seis meses no município. Só fui candidato por ser um pedido especial de um grande amigo, Onérico de Lima.” Na Câmara ocupou o cargo de vice-presidente e 2° secretário. 84 As maiores reivindicações que recebia: “interferência junto ao Poder Executivo e demais órgãos públicos, no que tange às necessidades das comunidades: estradas, verbas para clubes esportivos e igrejas e em favor de pessoas carentes.” Acrescentou: “O requerimento mais importante que levei à Câmara foi o que pedia a isenção da cobrança de passagens de ônibus municipais dos aposentados que moram na área rural do nosso município, bem como a estudantes da área rural que estudam na sede”; e mais “a isenção do pagamento do IPTU e melhorias, como calçamento, para idosos com mais de 65 anos que têm renda menor de dois salários mínimos.” Deixou a vaga, na Câmara, temporariamente, para o suplente Osório Crestani. Candidatou-se para a 8ª Legislatura, mas ficou na suplência. Assumiu interinamente. Obtendo 421 votos, voltou como titular na 9ª Legislatura (1993-1996), pelo PMDB, ocupando a presidência na quarta sessão legislativa. Trocou de sigla partidária para atender melhor os maravilhenses. E justifica: “O PMDB sempre foi um partido com grande influência.” Então se tornou funcionário da Casan. Esteve novamente na Câmara como titular da 10ª Legislatura (1997-2000), eleito pelo PFL, com 383 votos. “Sempre participei da política e vou continuar participando, dentro de minhas possibilidades” – anunciou Borges. Contou a seguinte história acontecida no Legislativo maravilhense: “Fui apelidado de ‘Mister M’ por fazer desaparecer da secretaria um projeto de lei que ia a votação naquela sessão, na época em que o João Carlos Pereira era presidente.” Diz que sonha com a polarização do nosso núcleo regional aqui em Maravilha. Reside na Linha Glória, Cunha Porã. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sétima Legislatura 2.1 Romildo Ferreira Coelho Filho de Noé Ferreira Coelho e de Cristina Coelho, Romildo nasceu no dia 3 de maio de 1957, em Sobradinho (RS). Em 1962 mudaram-se para cá e quando das eleições de 1982 residiam no então Distrito de Tigrinhos. A atividade profissional era o comércio. Casado com Noemi Fátima tem o filho Cleiton André. A candidatura tem sido uma reivindicação recebida da comunidade de Tigrinhos para representá-la na Câmara. Com 303 votos ficou na primeira suplência e assumiu em virtude da vaga deixada pelo titular Darwin João Krauspenhar (PMDB) que transferiu residência para Florianópolis. Procurou sempre dar atenção aos pedidos que recebesse: melhorias na malha rodoviária, recuperação de prédios escolares, construção de praças de esportes, jardins de infância, postos de saúde, telefonia rural, eletrificação rural, sistema de abastecimento d’água, iluminação pública e calçamento na sede distrital. Reivindicou e conseguiu a descentralização da administração municipal para o Distrito de Tigrinhos, em agosto de 1986. Deixou sua vaga, temporariamente, para outros dois suplentes: Valdemar Lambrecht e Osvaldo Müller. Quando vereador dizia ter um sonho: ver Maravilha elevada a polo microrregional. “É um município ainda jovem e desponta a nível estadual pelos crescentes avanços no campo econômico, cultural e social. Se o agricultor receber efetivo apoio dos órgãos públicos e das entidades de classe, poderá manter-se no campo, evitando assim o êxodo rural, um dos maiores problemas sociais do nosso município. 85 Maravilha carece ainda de um centro de aperfeiçoamento de mão-de-obra rural” – referiu Coelho. ________________ “Quem recebe um favor deve lembrá-lo sempre; quem o faz deve esquecê-lo rapidamente”( Sêneca, escritor e intelectual romano). 86 VIII Oitava Legislatura: 1º/01/1989 a 31/12/1992 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Egon Müller Neuza Terezinha Willinghöfer Harri Laske Partido PMDB Biazussi Antonio Bertollo Adelir Ademir Von Borstel Ademar Antonio Scariot Ademir Realdo Albrecht Osvaldo João Ranzi Claudio Baczinski Martinho Aloísio Petry Nelson Sehnem PMDB PMDB PMDB PMDB PMDB PDS PDS PDS PDT PDT Nº de votos Presidente da Casa 459 1º Egon Müller 2º Harri Laske 435 424 3º Neuza Terezinha Biazussi Willinghöfer 412 301 282 365 241 222 407 190 Esta foi constituinte para a Lei Orgânica do Município, aprovada solenemente em 03/04/1990. Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PDS: Ernesto Miguel Willinghöffer, Victor Hugo Dal Mago, João Luiz Cembranel, José Nelson Malaggi, Jorge Adelar Grando e Lorivan Leopoldo Webber; do PMDB: Darci Klumb, Adroaldo Borges, Neivo Luiz Sartori e Joelci Zonatto; do PDT: Valdemar Roversi. * Executivo municipal neste período: Miguel Nemirski (PDT/PDS/PFL) e Eloy José Ranzi (PDT/PDS/PFL). _____________________ 1 Vereadores Titulares da Oitava Legislatura 1.1 Egon Müller Vide Sétima Legislatura: 1.2. Egon Müller foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatou-se novamente para a Oitava Legislatura (1989-1992), sendo o candidato que obteve o maior número de votos (459) do PMDB. Foi eleito primeiro presidente desta legislatura. Em tempo: Com a emancipação do Distrito de Flor do Sertão (incorporando também a Linha Pedra Branca), Egon Müller foi o primeiro candidato ao Executivo desse novo município (1997-2001); sendo reeleito em 1°/10/2001 para o quadriênio 2002-2005. Um detalhe: o partido que apresentou o candidato a prefeito (PMDB) elegeu também os 87 nove edis para a Segunda Legislatura, tornando-se um caso inédito no Brasil – naquela eleição.20 1.2 Neusa Terezinha Biazussi Villinghöfer Natural do Distrito de Jupiá, então Município de Galvão (SC), filha de Deolindo Valentin e de Ignês Maria Biazussi, Neuza Terezinha nasceu no dia 19 de janeiro de 1964. São seis irmãos, um homem e cinco mulheres. Veio para Maravilha com três anos, junto com a família, em 29/03/1967. Casou-se com Moacir Luís Willingöfer no dia 20/01/1990 e tem os filhos Caroline e Cássio. Aqui residiu até 1993, quando – acompanhando a família – foi para o Mato Grosso. Embora não houvesse reunião de mulheres para escolher representante para concorrer ao Legislativo municipal, aceitou o desafio e com o apoio da JPMDB e incentivo dos familiares foi eleita, ainda solteira, com 435 votos para o quadriênio 1989-1992. De 15/10/1991 a 15/12/1992 licenciou-se da Câmara (em função da maternidade), sendo substituída pelo suplente Neivo Sartori, da comunidade de Tope da Serra. Nessa época trabalhava no Escritório do Grupo Dall’Agnol (Kakareko). É enfermeira, formada pela Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (Feaug), com especialização em enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desempenhou um grande trabalho na área da promoção da saúde, principalmente nas escolas do interior, onde as questões da área da saúde eram as mais cobradas. Fazia campanhas educativas nas escolas e visitas domiciliares, tanto no interior como nos bairros e centro. “Trabalhava com a razão, mas também com o coração, fazendo tudo o que estava ao meu alcance para poder atender as necessidades e anseios da comunidade”, afirmou Neusa Willinghöefer. Atualmente é diretora administrativa da empresa da família (madeireira), em Sinop (MT). Destaca dois projetos levados à Câmara na 8ª Legislatura: criação da Delegacia da Mulher (não concretizado) e, numa parceria entre Câmara de Vereadores, Leo Clube, Apae e prefeitura municipal, foi implantada a coleta seletiva de lixo, depois ignorada. Foi a terceira presidente da Câmara na 8ª Legislatura e, na avaliação do relacionamento entre os poderes diz: “Com o Executivo foi regular, mas houve grande desvalorização do Legislativo por parte do Executivo. Com o Judiciário foi harmonioso.” Espera que chegue o dia em que a união de forças entre Executivo, Legislativo, Judiciário e comunidade promovam a melhoria da qualidade de vida. Diz que tem um carinho especial por Maravilha e classifica os maravilhenses como hospitaleiros, trabalhadores, honestos e responsáveis; embora tenha alguns que “eu não gostaria que fossem daqui. Gostaria que terminassem com a ‘politicagem’ que só atrapalha o desenvolvimento e o crescimento do município e de sua gente”, conclui. Ao fixar residência no Mato Grosso, não mais se envolveu na política, mas a experiência que teve em Maravilha considera que foi válida e, “se voltassem os tempos em que os políticos não eram remunerados, só concorreriam a cargos eletivos as pessoas que realmente tinham uma história de serviço e doação para sua cidade. Infelizmente, com a remuneração, virou uma profissão, e a maioria se candidata visando à 20 Conforme dados colhidos em Maravilha: sua terra, sua gente, sua história, de Francisco Gialdi. Porto Alegre, EST Editora, 2003. p.535. 88 eremuneração e não representar e defender os interesses da comunidade que representam.” Na oportunidade de contar uma história ocorrida nas sessões da Câmara, trouxe a seguinte: “Não poderia deixar de citar o meu colega vereador Nelson Sehnem que durante os quatro anos de mandato, ao usar da palavra, independente do assunto a ser abordado, antes de iniciar o pronunciamento propriamente dito, fazia um ‘comercial’ do Sr. Brizola.” Outra: “Não posso deixar de registrar a presença assídua do Ari Spier nas sessões do Legislativo. Ele tinha a escola de datilografia no mesmo andar onde funcionava a Câmara de Vereadores; desta forma em praticamente todas as reuniões, a presença dele era certa.” Deixou registrada uma preocupação com a juventude: “Me preocupo em ver que grande parte da juventude vive em lares mal estruturados que podem prejudicar muito a sua formação. Por isso, muitos jovens que se lançam na política ou em qualquer área profissional não têm a base familiar necessária para lhes dar a formação e o suporte necessário.” 1.3 Harri Laske Natural de Piratuba (SC), Harri Laske nasceu no dia 3 de abril de 1954; filho de Osvino Laske (que foi vice-prefeito daquele município) e de Hilda Hepp Laske. São sete irmãos: Milton, Semilton, Darci, Marlene, Marli, Harri e Marlise Estudou em Lajeado Mariano até 1968. Em 1969 continuou seus estudos em Piratuba. Veio para Maravilha em 1970 para trabalhar com o cunhado Geraldo José Feyh na Casa Barraquinha e estudar. Em 1971 entrou no Colégio Agrícola de Camboriú. Em 1972 retornou a Maravilha, onde se formou na Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa. Casou-se com Sonimari Magnanti, em 1979, e tem os filhos Greyce Mariana, Harrison e Marina. A exemplo do pai e dos irmãos e cunhados, Harri também teve intensa atuação comunitária. Foi presidente da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Maravilha e por três anos presidente do CDL. O objetivo principal que o levou a candidatar-se à vereança foi o de trabalhar na lei orgânica municipal, o regimento interno da Câmara e atender os mais diversos interesses da coletividade. Optou pelo PMDB do qual foi também presidente e obteve 424 votos. Depois dessa não mais se candidatou a cargos políticos. Na 8ª Legislatura foi presidente da Comissão de Finanças e membro da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Saúde e Promoção Social. E o principal: foi presidente da Constituinte que elaborou a Lei Orgânica do Município de Maravilha, promulgada em 03/04/1990. Foi também o 2º presidente desta legislatura. Além dessas funções, deu destaque à urbanização, limpeza pública, estradas do interior, melhorias no atendimento à saúde e, especialmente, à educação. Quando presidente licenciou-se por 30 dias para que o vice-presidente, Adelir Ademir Von Borstel, pudesse assumir a presidência da instituição. Na Câmara deixou vaga, temporariamente, para os suplentes do partido Darci Klumb e Adroaldo Borges. Uma observação importante feita pelo Laske: “As votações que ocorreram na Câmara na Gestão 1989/92 sempre foram unânimes. Nunca se precisou do voto de minerva (do presidente) para desempatar.” Assegurou também que “o povo maravilhense é inteligente e trabalhador, por si só capaz de promover o desenvolvimento sócio-econômico e o bem-estar da coletividade.” Mas acrescentou que gostaria de ver o município com taxa zero de desemprego e a erradicação do analfabetismo. 89 Em tempo: Chegou-me às mãos, através do casal Geraldo José e Marlene Feyh, o livro Osvino Laske: Histórias e Memórias (2009),21 do qual o vereador Harri Laske faz parte. Quem inicia sua leitura só para no ponto final. A maior parte da semente que o Osvino semeou era boa e caiu em terras férteis, incluindo Maravilha, e produziu muitos frutos. Atualmente Harri reside no Bairro Trindade, Florianópolis, atuando no ramo comercial. 1.4 Antonio Bertollo Filho de Angelo Bertollo e Mafalda Grácia Dall’Agnol Bertollo, Antonio nasceu aos 10 de março de 1949 e é o terceiro mais idoso dos 10 irmãos. Aportou em Maravilha quando tinha 14 anos, no dia 29/06/1963. A família estabeleceu-se em Flor do Sertão. Na época aquela localidade ainda não era distrito. A razão que trouxe a família para cá foi a tentativa de melhorar as condições de vida, visto que a agricultura nas “terras velhas” do interior de Casca, onde residiam, não oferecia mais condições. Aqui em Maravilha Antônio contraiu núpcias com Iraci Bertollo e tem dois filhos: Patrícia e Patrick. Profissionalmente é autônomo, no ramo comercial. A primeira experiência eleitoral ocorreu em 1982, quando se candidatou a vereador. Obtendo 247 votos, ficou na quarta suplência da 7ª Legislatura. Assumiu interinamente. Na campanha eleitoral seguinte (1988) foi eleito com 412 sufrágios e em 1992 reeleito com 560 votos. Na 9ª Legislatura foi eleito primeiro presidente da Casa (1993). Novo mandato adveio com a eleição do ano 2000 para a 11ª Legislatura (20012004), somando 562 sufrágios; sempre pelo PMDB. A respeito do projeto mais importante que apresentou ou teve participação na Câmara de Maravilha, citou a Lei Orgânica do Município, aprovada em 3 de abril de 1990. Sua base eleitoral: nas primeiras duas eleições foi a região de Flor do Sertão; nas outras duas foi o centro e bairros. Além da presidência da Câmara, ocupou todos os cargos da mesa diretora e de várias comissões. No partido foi presidente e ainda faz parte do diretório. Na 8ª Legislatura tem oportunizado ao suplente do PMDB Joelci Zonatto que assumisse por 60 dias. Diz que se considera um parlamentar tímido, falando somente o necessário. Não gosta de transgredir para não se comprometer. A prudência evita dissabores. “Votar pela razão e não pela emoção” é um dos seus princípios. Destaca sua participação na elaboração e aprovação da Lei Orgânica do Município, mas considera de grande importância todos os projetos que participou na aprovação e cita os casos da conquista do Frigorífico Aurora, o Campus Avançado da Unoesc e a Amerios que muito contribuem para a projeção do município. Uma curiosidade: no ano em que Bertollo foi presidente da Câmara (1993), foi dado o primeiro passo para a informatização, adquirindo o primeiro computador. A respeito das cobranças que mais recebia como vereador, lembra que o eleitor do meio rural basicamente reivindica a melhoria nas estradas gerais, secundárias e os acessos para as propriedades. A exigência também é constante no sentido de buscar junto ao Poder Executivo programas que contemplem o agricultor com a melhoria das propriedades, evitando assim o êxodo e o inchaço das periferias das cidades. As comunidades interioranas insistem em programas comunitários para auxiliar clubes esportivos, sociedades de damas, igrejas e a própria cultura. Querem a gratuidade do 21 O livro Osvino Laske: Histórias e Memórias foi publicado pela família em homenagem a esse herói ao completar 90 anos. É da autoria de quatro familiares, sob a coordenação de Milton Laske, com a participação de toda a família. Florianópolis: Impressul, 2009. 130p. 90 transporte escolar e merenda. Outra insistência: a presença do parlamentar nas festas, exigindo brindes. Já no perímetro urbano rogam para que conceda emprego. Por ser o vereador o legítimo representante do povo, Bertollo sempre deu atenção às suas reivindicações. “Ver todas as famílias maravilhenses protegidas por um teto e comida farta e barata em suas mesas. Acabar com o desemprego e as grandes diferenças sociais. Desejo o equilíbrio social”, referiu na entrevista. E acrescentou: “A Cidade das Crianças é linda e generosa é sua gente. Não fosse o desprendimento dos administradores públicos, dos empresários, professores, agricultores e operário, não seríamos hoje um polo geoeconômico e político. Precisamos acreditar em Maravilha [...] Todavia, vejo poucos jovens entrando na política. Quero crer que seja por causa de alguns maus políticos que existem neste país.” Abriu mão de concorrer a mais uma reeleição para dar oportunidade a outros colegas de partido. “Na política nunca se coloca um ponto final [...] Resido em Maravilha há 46 anos; conheço a maioria do povo e vejo nele um povo honesto e trabalhador”, incluiu. 1.5 Adelir Ademir Von Borstel Foi no dia 19 de fevereiro de 1962 que o maravilhense Adelir Ademir Von Borstel nasceu tendo por pais Oti Lauro Von Borstel e Ady Weber Von Borstel. São quatro irmãos. Casado com Marinês Terezinha Guareschi Von Borstel tem dois filhos: Arthur Adelir Von Borstel e Abraão Adelir Von Borstel. É professor e, atualmente, está lotado na Secretaria de Desenvolvimento Regional de Maravilha como analista técnico em Gestão e Desenvolvimento Regional e supervisor de Educação Superior. Além disso, tem empresa de transportes e trabalha com avicultura. Ocupou o cargo de secretário municipal de Educação no período de 1993 a 1996 e de diretor de Ensino na Gered de 2003 a 2007. Foi vereador da 8ª Legislatura, eleito pelo PMDB, mas ajudou criar o PSDB em Maravilha por acreditar na social democracia brasileira. Aceitou a candidatura por causa do convite de amigos, colegas professores municipais e líderes como Janir Signor, Celso Maldaner e Clésio Dall’Agnol, candidato a prefeito naquela época. Conhece bem o município e obteve votos em todas as urnas, sendo que a maior votação foi na comunidade de Linha Traíras, com 30% dos votos. Naquela época as reuniões da Câmara eram noturnas, em sala alugada, à Avenida Sul Brasil. Porém, houve reuniões nas sedes dos distritos de São Miguel da Boa Vista, Flor do Sertão e Tigrinhos; além de audiências – com o prefeito e secretários – em outras comunidades e bairros. É bom ter presente que nesta Legislatura foi elaborada e aprovada a Lei Orgânica do Município de Maravilha. Quando no exercício da vereança foi primeiro secretário, membro da Comissão de Educação, líder da bancada do PSDB e assumiu a presidência por um mês (em substituição ao titular Harri Laske). As principais cobranças recebidas eram a defesa da classe dos professores, amparo à educação, saúde, agricultura e fiscalização rigorosa e permanente do Executivo. Sempre agiu com muita cautela, ética e responsabilidade. Quando passou para a oposição, esta ficou com seis vereadores contra cinco da situação. Por isso, o relacionamento com o Executivo nem sempre era amistoso. Numa coligação para as eleições do ano 2000, o PSDB indicou-o como candidato a vice-prefeito, sendo que o candidato a prefeito era Delson Roman, do PP. 91 Depois não mais disputou cargos eletivos e tem como prioridade a família, a empresa e participar do desenvolvimento regional na área da educação. “Maravilha é um município próspero; um povo maravilhoso; um excelente lugar de se morar e viver [...] Que seja conduzido com paixão, ética e uma gestão responsável [...] sendo que, “para exercitar lideranças precisamos incentivar a juventude para isto, com amor à política e participação ativa na mesma”, escreveu Von Borstel. 1.6 Ademar Antônio Scariot Nascido em São Miguel d’Oeste, no dia 25 de agosto de 1954, Ademar Antonio Scariot é filho de Aldino José e Carolina Isabel Scariot; sendo o segundo filho de um total de sete. Casado com Joice Scariot tem os filhos Israel, Itamara e Marco Antônio. Com a missão de administrar, dirigir e coordenar o projeto avícola da Aurora, em meados de outubro de 1985 transferiu residência para Maravilha. Ao final de outubro de 1987, juntamente com um grupo de abnegados trabalhadores, foi colocado em funcionamento o sonhado frigorífico. Estava em Maravilha fazia menos de três anos, quando - nas eleições de 1988 para a constituinte da Lei Orgânica do Município - sentiu-se na obrigação de dar sua contribuição também no campo político. Nesse meio tempo havia deixado a administração do Frigorífico Aurora. Presidia então uma empresa de materiais de construção e transporte. Inscrito no PMDB (e nunca trocou de sigla partidária) – sem reduto político específico – contou nas urnas 282 votos. Na campanha deu destaque a um pedido que anotou: continuar com o interesse pelas causas sociais, como tem feito quando administrava a Aurora. Já no exercício do cargo, as principais cobranças eram no sentido de evitar abusos e desmandos do Executivo. “E foi com uma oposição séria e consciente que, ao final da 8ª Legislatura, fui escolhido pelo meu partido para coordenar a campanha política, na qual nos consagramos com o maior percentual de vantagem na História de Maravilha.” Em 03/10/1992, Celso Maldaner foi eleito prefeito com uma diferença de quatro mil votos. Na Câmara ocupou os seguintes cargos: presidente da Comissão de Legislação e Justiça, presidente da Comissão de Finanças por dois períodos e presidente da Comissão de Sistematização na Constituinte Municipal. As reuniões eram realizadas todas as segundas-feiras e, alternadamente, às quintas-feiras: sempre às 18h, dando assim oportunidade para que o público pudesse comparecer e testemunhar. Considerou o projeto mais importante que encaminhou à Câmara aquele que criou o Ceprom (Centro de Apoio e Profissionalização do Menor Abandonado) que funcionou por um bom tempo, mas que depois foi deixado de lado. Também o projeto que oficializou o Hino de Maravilha foi de sua autoria. Não se arrependeu de nenhum projeto que aprovou, mas poderia ter evitado a criação de uma Comissão Especial – no início da legislatura – com a finalidade de investigar o Executivo anterior. Melhor teria sido outro tipo de solução. Nesses quatro anos de vereador tem oportunizado o cargo para três suplentes. Como líder da bancada do PMDB tem participado, junto com outras lideranças, de pelo menos quatro visitas ao presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, reivindicando a sede própria para o Fórum. Assim interpreta a razão porque não mais participou da política: “É muito simples: as coisas mudaram muito e há muito interesse próprio, para depois se pensar no coletivo. Diria que falta muito para a política ser novamente interessante e tornar os políticos, em sua maioria, mais sérios.” E incluiu seu sonho: ver Maravilha crescendo, gerando oportunidade para todos, assim como bem-estar para toda a população, não 92 faltando remédios para a saúde, gratuitamente. Os políticos devem falar menos e agir mais. “Maravilha e sua gente estão preparados para o futuro. Haveria espaço para, pelo menos, 20 mil pessoas a mais em nossa cidade e campo, mas que estas tivessem renda (emprego) para assim nos tornarmos maiores e melhores. Temos quase tudo que uma cidade maior tem, mas somos menos gente que poderíamos ser”, enaltece Scariot. E seu pensamento, a respeito da militância da juventude atual na política, assim transcreveu: “Há pouco interesse pela política por parte dos jovens. Mas estes seguem aquilo que seus pais lhes passam. E, se estes também estão decepcionados pela causa, resta aguardar que despontem alguns líderes mais jovens que abracem esta causa que é nobre e que, quer queiram ou não, o amanhã a eles pertence.” 1.7 Ademir Realdo Albrecht Filho de Armando Nelson e Ilga Albrecht, nasceu aos 19 de outubro de 1965, na Linha Araçá, Maravilha. São três irmãos. Casou-se com Sandra Regina Cavalli Albrecht e dessa união nasceram os filhos Cássio e Ramon. Na 8ª Legislatura (1989-1992), atendendo desejo do pai que também foi vereador, e do PDS, candidatou-se e foi eleito com 365 votos, principalmente do Novo Bairro e imediações, onde trabalha no comércio mercadista, como empresário. Conhece bem o município, inclusive o interior e, na função de representante, atendia as reivindicações dos eleitores. Por isso na Câmara havia um bom relacionamento, inclusive com a oposição, em função do bem comum. No quadriênio 1997/2000 participou da administração municipal (vice-prefeito), na época do prefeito Adélio Majolo. Depois se afastou da política para investir no ramo comercial. Espera que Maravilha se torne um polo micro-regional e cresça cada vez mais. É um ótimo município, muito bom para se morar e investir aqui. Lembra que esse período legislativo foi constituinte para a Lei Orgânica do Município de Maravilha. “A política não faz parte do dia a dia do jovem, infelizmente”, desabafou Albrecht. 1.8 Osvaldo João Ranzi Vide Quinta Legislatura: 1.3. Osvaldo João Ranzi foi titular da Câmara na Quinta Legislatura (1973-1977). Candidatou-se novamente para a Oitava Legislatura (1989-1992), obtendo 241 votos do PDS. Esta legislatura foi a Constituinte que elaborou e aprovou a Lei Orgânica do Município de Maravilha, promulgada em 03/04/1990, sendo que o relator geral foi o vereador Osvaldo João Ranzi. 1.9 Claudio Baczinski É maravilhense (de Tigrinhos), filho primogênito de Olivio e Ritta Baczinski. Nasceu no dia 6 de dezembro de 1960. Tem outros três irmãos: Claudete, Cleusa e Rosicler Baczinski. O pai foi vereador de Maravilha na Quinta Legislatura (1973-1977); candidato a prefeito deste município em duas oportunidades (1976 e 1981) e primeiro prefeito eleito do Município de Tigrinhos (1997-2000). Cláudio era escrevente e, com a 93 aposentadoria do pai no Cartório de Tigrinhos, tornou-se Escrivão de Paz designado. Casado com Vera Lúcia Baczinski tem os filhos Raquel e Cláudio Baczinski Junior. Candidatou-se, a pedido de amigos, principalmente para defender os interesses do Distrito de Tigrinhos. Optando pelo PDS, obteve 222 votos. As principais reivindicações levadas ao Executivo eram a melhoria nas estradas e o transporte gratuito para estudantes, aposentados e deficientes físicos. O projeto de lei mais importante que defendeu foi a criação do Jardim de Infância Criança Sorriso na sede do distrito. Por reclamar demais das melhorias das estradas, pontes e pontilhões do Distrito de Tigrinhos, foi formada uma comissão de vereadores e – com um carro do executivo – visitaram toda a sua região. Na sessão seguinte da Câmara, o vereador Harri Laske sugeriu que fosse feita uma indicação, assinada por todos os vereadores, sugerindo ao Executivo urgência nas melhorias. Deixou sua vaga, temporariamente, para os suplentes Jorge Adelar Grando e José Nelson Malaggi. Curiosamente a 1ª Câmara de Vereadores de Maravilha foi instalada em 31/01/1959, tendo como presidente - durante toda esta legislatura - seu tio, Demétrio Bachinski; o primeiro regimento interno foi aprovado em 13/02/1959 e o Sr. Bachinski o mandou imprimir na Livraria e Tipografia Santo Antônio de Não-Me-Toque (RS). Buscou a vaga também para a legislatura seguinte (9ª), mas não ficou entre os eleitos. Assumiu apenas interinamente. Quando da campanha pró-emancipação de Tigrinhos, Claudio Baczinski foi secretário geral da comissão organizadora. E ainda tem planos – em atenção a pedidos de munícipes – de candidatar-se a cargo executivo em futuras eleições. Em Maravilha candidatou-se pelo PDS; na primeira eleição de Tigrinhos deu apoio ao PSDB e depois para o DEM, devido à substituição do partido no município. “Nasci e me criei em Maravilha e tenho orgulho de dizer que sou filho desta terra onde tenho muita amizade”, ponderou. 1.10 Martinho Aloísio Petry Martinho Aloísio Petry teve sua origem em Vila Maquiné, 4º Distrito de Osório (hoje Município de Maquiné), no litoral gaúcho – a 100 quilômetros de Porto Alegre - no dia 5 de junho de 1951. É o mais moço (tendo duas irmãs e um irmão) dos filhos do casal Benjamin Petry e Dorívia Wagner Petry. Casado com Adiles Maria Petry são pais de Jeferson, Luciano, Aline e Renata. Aprovado em concurso do Banco do Brasil, em outubro de 1979, em dezembro daquele ano foi designado para a agência de Maravilha, assumindo no dia 02/01/1980. Atualmente aposentado é acadêmico de Direito da Unoesc de Maravilha. Tem uma vida política muito ativa aqui na Cidade das Crianças. Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (1993-1996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de 08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla (PMDB), em função da conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 987 votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi novamente eleito para a Décima Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos (o vereador mais votado desta legislatura). Sempre obteve votos em todas as urnas, com destaque no perímetro urbano 94 (centro). Na Câmara tem exercido todos os cargos: vice-secretário, secretário, vicepresidente, presidente, líder da bancada e vice-presidente do PMDB. Mais: foi duas vezes presidente da Acaverios (fortalecendo a associação e aumentando o número de câmaras afilhadas). Com Mikhail Gorbachev - o último secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991, com suas reformas que conduziram ao final da Guerra Fria – Petry reflete: “Quem não muda com o tempo é punido pela vida”. Na longa estada na Câmara de Vereadores dá destaque à seguinte participação sua: incluir na Lei Orgânica do Município de Maravilha (1990) a isenção de imposos e contribuições de melhoria para viúvas e aposentados carentes (ter uma só casa e perceber até um salário mínimo). E arrepende-se desta: de ter votado favorável à venda do terreno em frente a praça Padre José Bunse (antiga biblioteca). Deixou sua vaga temporariamente para o suplente Victor Hugo Dal Mago (PDS). Tem respeito em relação aos opositores. Quanto ao porvir “não penso mais em disputar eleições. Exerci quatro mandatos. Acredito ter feito por Maravilha o que é possível a um vereador fazer”; incluindo mais: “Que se torne um centro de referência na educação (cultura: centros culturais, bibliotecas públicas) e saúde [...] Maravilha é terra de um povo bom e acolhedor, que a todos recebe de braços abertos”, deixou consignado o vereador Petry. Observando a juventude nos dias atuais, comenta: “Esperamos sempre que a civilização avance e que as gerações futuras tornem o mundo melhor, incluindo aí a atividade política” (...) “Todos têm alguma coisa boa dentro de si. Todos podem fazer algo para melhorar o meio em que vivem. O importante é saber quais são os nossos dons e colocá-los a serviço”, preceituou Petry. E concluiu com um pensamento bíblico para refletir: “Atenda de todo coração, como se estivesse atendendo a Deus e não aos homens, porque você sabe que Deus irá recompensar a todos por todo o bem que fizerem” (Paulo aos Efésios 6,7-8). 1.11 Nelson Sehnem Natural de São Carlos (SC), Nelson Sehnem nasceu no dia 7 de maio de 1949. É filho de Gustavo Osvaldo Sehnem e Emma Maldaner Sehnem, tendo como irmãos Elíria, Iria, Milania, Silvania, Dulce, Olívio e Silvia. A família Sehnem transferiu residência para Maravilha em 1962 por motivo de ficar mais próxima dos negócios em que atuava e o Nelson internado no Seminário Nossa Senhora de Fátima. Casado com Terezinha Madalena Kasper tem três filhos: Bárbara, Gustavo e Rafael. Profissionalmente exerce a função de corretor de imóveis. Militou na política, sendo fundador da Arena no Município de Modelo; participou da instalação e foi presidente do PP em Maravilha; depois se inscreveu no PMDB, também chegando à presidência; e, atualmente, está no PDT, onde exerceu a presidência do diretório municipal e foi eleito vereador para a 8ª Legislatura (19891992) com 190 votos. Tem concorrido também a uma vaga de deputado estadual. Nesta legislatura destaca o projeto de emancipação do Distrito de São Miguel da Boa Vista; posteriormente formalizou também o apoio pró-emancipação dos distritos de Flor do Sertão e Tigrinhos. Houve muita discussão na Câmara acerca de um projeto sustentado pela Secretaria Municipal de Saúde, tendo Ivo Régis Thumé como titular, inerente ao controle da natalidade. Foi retirado pelo líder do governo, por ter sido muito 95 polêmico. Por ser Maravilha um polo regional, tem buscado novas indústrias. E está acompanhando as manifestações para a realização do prolongamento da BR-158 interligando o Município de Bom Jesus do Oeste e a instalação da Indústria de Laticínios Bela Vista. Quando foi líder do governo fez uma indicação para o então prefeito para que efetuasse melhorias em todas as vias de tráfego (estradas e ruas) do município, pois já estavam na Câmara mais de 300 solicitações de recuperação de estradas de acesso. Assim, por uma única indicação, solucionou o problema. Sehnem destaca o espírito de união que existe entre os maravilhenses quando se trata de reivindicar um bem comum. São muitos modos de pensar e agir - além das diferenças partidárias - contudo, todos se unem na busca de algo que se torna benéfico para o município. Tudo converge para Maravilha. “Vereador é um legislador, tem o compromisso de fazer leis e fiscalizar os atos administrativos. Mas, na mente de muitos eleitores o vereador tem que fazer estradas, encaminhá-los para hospitais, etc.”, referiu Sehnem. Deixou sua vaga provisoriamente para o suplente Valdemar Roversi. A respeito da juventude atual escreveu o seguinte parecer: “Precisamos renovar. O descrédito dos políticos e a ditadura faz muitos jovens se desentusiasmarem.” ________________ “O único progresso verdadeiro é o progresso moral. O resto é simplesmente ter mais ou menos bens” (José Saramago, escritor português). 96 IX Nona Legislatura: 1º/01/1993 a 31/12/1996 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Antonio Bertollo Darci Klumb Neivo Luiz Sartori Adroaldo Borges Antonio Valdir Ferraz Aléssio Vendruscolo Edio Bartz Romano Valmor Tumelero Dário Carlos Staudt Janir Antonio Signor Valdemar Roversi Partido PMDB PMDB PMDB PMDB PMDB PFL PFL PDS PDS PSDB PDT Nº de votos 560 497 440 421 308 574 304 345 340 507 218 Presidente da Casa 1º Antonio Bertollo 2º Darci Klumb 3º Janir Antonio Signor 4º Adroaldo Borges Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PDS: Martinho Aloísio Petry (de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença parlamentar do titular Romano Valmor Tumelero e, a partir de 08/09/1993, como titular, com a renúncia ao mandato do vereador Romano Tumelero, em 06/09/1993, por estar impossibilitado de exercer o cargo, em função de suas atividades profissionais), Claudio Baczinski e André Jacob Kreuz; do PMDB: Darci Klumb, José Luiz Borghetti, Ivo Badia, Jorge Adelar Grando e Euclides Antônio de Barba; do PFL: Marino Weizemann e Gerson Berticelli * Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB/PSDB) e Deolindo Valentin Biazussi (PMDB/PSDB). 1 Vereadores Titulares da Nona Legislatura 1.1 Antonio Bertollo Vide Oitava Legislatura: 1.4. Antonio Bertollo foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992). Candidatouse novamente para a Nona Legislatura (1993-1996). Foi eleito primeiro presidente da Casa desta legislatura. Novo mandato adveio com a eleição no ano 2000 para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004); sempre pelo PMDB. 1.2 Darci Klumb Este gaúcho nasceu em Santa Cruz do Sul no dia 31 de janeiro de 1954. Veio residir em Maravilha no dia 19/01/1981 por motivo de transferência de trabalho. É filho de Alsina e Walter Klumb e tem duas irmãs e um irmão. Casou-se com Maria de Lourdes e dessa união nasceram os filhos Angélica Marilin e Walter Inácio. 97 Politicamente sempre foi muito crítico. Era supervisor administrativo da empresa Universal Leaf Tabacos e entendeu que era hora de fazer algo, mesmo depois de aposentado. Por isso candidatou-se pelo PMDB. Teve como maior reduto eleitoral o perímetro urbano (centro e bairros). Na Câmara ocupou os cargos de secretário e presidente da segunda sessão legislativa da 9ª Legislatura. A respeito da cobrança feita pelos eleitores, na campanha e no exercício da vereança, assim se manifestou Klumb: “O vereador muitas vezes não é visto como um legislador, um fiscal das ações do Executivo e sim como assistente social.” E, no exercício da função, trouxe à lembrança um projeto de lei que deu destaque: “Lembro do projeto que deu origem a Lei 2.268, de dezembro de 1996, que autoriza pagar despesas médicas e hospitalares referentes a laqueaduras das trompas em mulheres e vasectomia nos homens.” O relacionamento com o Executivo era sempre dentro da maior harmonia, visualizando os interesses do município. Foi titular dando sua contribuição na 9ª e na 10ª Legislaturas e confessou: “Jamais direi que desta água não bebo”, referindo-se a seus planos políticos para o porvir. E deseja que os comandantes não atrapalhem e deixem o município se desenvolver, pois este nosso povo é ordeiro e trabalhador; incluindo: “Continuemos sendo uma gente acolhedora com todos os que aqui chegam [...] Temos que pensar urgentemente em local e espaço adequado para as mais diversas atividades.” Klumb foi secretário de Administração de Maravilha (2001-2003) e secretário de Agricultura de abril de 2003 a dezembro de 2008. Em 11 de agosto de 2009 assumiu a gerência de Finanças e Contabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Maravilha. 1.3 Neivo Luiz Sartori Filho de José Sartori e Domingas Belló Sartori nasceu aos 11 de novembro de 1948. Natural de Relvado (então Município de Encantado), mas se criou em Planalto (RS). Ele tem 11 irmãos (só um falecido; que também foi vereador no Município de Planalto). Como o pai tinha pouca terra naquelas bandas, em 1972 mudou-se para Maravilha, na Linha Tope da Serra. Ali ficou atuando na agricultura até o ano 2000 quando passou a residir na cidade de Maravilha. Casou-se com a professora Apolônia Sartori e dessa união nasceram os filhos Soerlei, Valdecir e Valmir. Sempre teve inclinação para a política e no ano que veio para Maravilha (1972) teve eleições. Não conhecendo aqueles candidatos pediu “conselho” para o farmacêutico Eloi Breda que lhe indicou o correligionário (PDS) Eloy José Ranzi. Votou nele e fez campanha. No entanto, depois se inscreveu no PMDB. Foi candidato em três eleições: na primeira, em 1988, ficou como suplente e assumiu por 30 dias; na segunda, em 1992 foi eleito com 440 votos; na terceira, em 1996 foi suplente e assumiu temporariamente. Quando vereador ocupou o cargo de vice-presidente da Mesa. Deixou a vereança por um período de oito meses ao assumir a Secretaria Municipal da Agricultura. Depois foi secretário de Transportes e Obras de 2001 a 2008. Por isso insiste que é um dos maravilhenses que melhor conhece o município. Atualmente goza da aposentadoria. Está assumindo a vice-presidência do partido só para colaborar, pois “cada um de nós tem um dom e deve ser usado em benefício da comunidade”, insiste. Gosta deste lugar e dificilmente o deixará. As reivindicações que mais costumava ouvir era a melhoria das estradas e medicamentos para os doentes. O projeto que mais insistiu foi o da perfuração de poço artesiano na sua comunidade (Tope da Serra) que ainda funciona. 98 Deseja que a Laticínios Bela Vista que está se instalando em Maravilha gere emprego, pois o salário recebido honestamente com o trabalho traz bem estar. Interrogado acerca de uma história ocorrida na Câmara de Vereadores de Maravilha, veio à tona o desentendimento entre os edis Adroaldo Borges e Edio Bartz. O primeiro botou o segundo a sair da sala que ficava no segundo piso do prédio em frente ao Banco do Brasil. “O Edio desceu a escadaria como um raio e deve ter comunicado a polícia que veio em seguida.” Interrogado acerca da ocorrência Borges respondeu aos policiais: “Se vocês achá o Edio todo quebrado na valeta digam que fui eu.” O Sartori foi acalmar o Dário Staudt que defendia o Edio e usou a justificativa: “A gente tem que ser homem!” E ouviu a ameaça: “O que, Sartori, me diga uma vez que não sou homem.” Sartori tem observado na juventude atual muita falta de interesse na política. Talvez seja por causa dos políticos desonestos. 1.4 Adroaldo Borges Vide Sétima Legislatura: 1.11. Adroaldo Borges foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatouse novamente e assumindo na Nona Legislatura (1993-1996). Foram 421 votos do PMDB. Foi eleito 4º presidente desta legislatura. Esteve novamente na Câmara como titular da Décima Legislatura (1997-2000), eleito pelo PFL, com 383 votos. 1.5 Antonio Valdir Ferraz Gaúcho de Horizontina, Antonio Valdir Ferraz nasceu no dia 8 de agosto de 1953. Seus pais, João e Olga Gotardo Ferraz, tiveram 18 filhos: oito mulheres e dez rapazes. No ano da emancipação de Maravilha (1958), Antonio – com cinco anos - veio junto com seus pais, na expectativa de aqui encontrar uma terra próspera. Residiram inicialmente na Linha Barro Preto e depois em Flor do Sertão. Atualmente seu endereço é no Bairro União, Maravilha, com a esposa Vera Lucia Portella da Silva. Tem quatro filhos: Janete, Ivete Lucia, Claudete Carla e Giovani. Candidatou-se a convite do partido e lideranças e foi eleito para a 9ª Legislatura (1993-1996). Na 10ª Legislatura ficou na suplência, mas assumiu interinamente. Candidatou-se para a 11ª Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 513 votos. Na 12ª Legislatura (2005-2008) era suplente, mas assumiu em definitivo a partir de 11/08/2008, em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides Pissatto (DEM), por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293). Seu partido sempre foi o PMDB. Foi vice-presidente da Câmara em duas oportunidades; além de líder da bancada. Trabalhou como servidor público (operador de máquinas). Atualmente continua nessa tarefa, mas no setor privado. As principais reivindicações que recebia como vereador era a melhoria de estradas, apoio à agricultura (programa troca-troca, auxílio em horas/máquina). Os eleitores do bairro insistem em ter creche, escola, água, luz, iluminação pública, calçamento e abrigo de passageiros. O vereador Ferraz foi presidente da Acaverios (Associação das Câmaras de Vereadores do Entre-Rios) em duas oportunidades e buscou a integração dos componentes das câmaras participantes. Foi secretário municipal de Transportes e 99 Obras também por duas vezes. Quando titular na Câmara oportunizou vaga interinamente para os suplentes Fernandes Depiné, Martinho Petry e Euclides de Barba. Por motivos pessoais não participou mais da política. Decepcionou-se muito com a falta de honestidade e coerência na política. Todavia, sonha com o crescimento harmônico da cidade, sempre voltado para o bem-estar de todos em todas as áreas: saúde, educação, oportunidades de trabalho, empresas, indústrias, etc. “Maravilha é terra boa com gente hospitaleira; orgulho do Oeste catarinense”, afirmou Ferraz. A respeito da juventude, teceu o seguinte comentário: “A juventude de hoje está desacreditada. Infelizmente a imagem do político corrupto predomina aos olhos de todos, o que causa desinteresse na participação por parte de nossos jovens, fato este que muito nos preocupa”. 1.6 Aléssio Vendruscolo Aléssio Vendruscolo tem a seguinte família: pais Jacob Vendruscolo e Josefina Zago Vendruscolo e 13 irmãos (nove mulheres e quatro homens). Residiam em Severiano de Almeida (RS). Tendo parentes em Maravilha, Alessio veio em busca de novas oportunidades, aqui se estabelecendo no dia 26/06/1973. Casado com Marlene Salette Kist tem cinco filhas: Inês, Elena, Cleonice, Lurdete e Salete. Trabalhou no comércio (Posto Texaco) e era massagista. Deixou a primeira atividade, mas continua como massoterapeuta. Quando vereador, entre os pedidos que mais recebia – além de trabalhos a serem feitos pela prefeitura -, era de medicamentos e passagens. Foi eleito pelo PFL (antes era do PP), sendo o edil mais votado dessa eleição. E, por ser o mais idoso, conduziu o cerimonial de posse da 9ª Legislatura, assim como do prefeito Celso Maldaner e vice-prefeito Deolindo Biazussi. Foi vice-presidente numa sessão legislativa. Nesta legislatura foram realizados encontros de vereadores da região. Oportunizou ao suplente Marino Weizemann assumir interinamente sua vaga na Câmara. Entre os projetos de sua autoria estão a regulamentação dos terrenos na beira do rio Iracema; o trevo na área industrial; a devolução da área do DNER para o município; limpeza e detonação para o indireitamento do rio Iracema. Também participou dos seguintes projetos: instalação de água no Cemitério Público Municipal Jardim da Paz; auxílio na aprovação do projeto da Unoesc (Campus Aproximado de Maravilha); da Amerios; do Corpo de Bombeiros, entre outros. Antes de vir morar em Maravilha foi vereador (o mais votado) e presidente da Câmara de Severiano de Almeida (RS) em 1972; e foi convidado a concorrer a prefeito. Integrou o Lions Clube Maravilha e fez parte do corpo de jurados. Por questões de saúde e motivos particulares não participou mais da política, mas tudo faz para atrair empresas, gerando mais empregos e crescimento para o município. Afirmou: “Esta cidade é próspera, seu povo é hospitaleiro, ordeiro e bem educado.” Mas insiste que a juventude e as mulheres devem participar mais da política para garantir um futuro mais próspero. A respeito do convívio com os edis – quando fora da Câmara – lembrou de uma festa com partida de futebol na Linha Tope da Serra, sendo que o vereador Adroaldo Borges marcou um gol (o da vitória) chutando a bola do meio do campo. “Foi emocionante!” 100 1.7 Edio Bartz Filho de Arthur e de Alzira Bartz, Edio Bartz nasceu aos 8 de outubro de 1957 na cidade de Não-Me-Toque (RS). Em 1958 a família fixou residência em Cunha Porã, vindo trabalhar na agricultura. Cursou o ensino médio na Escola Assis Brasil de Cunha Porã. Nos anos de 1976 e 1977 Edio exerceu a função de eletricista junto à empresa de Delfino Krüger de Cunha Porã. Em 1978, através de concurso público, ingressou na Celesc. Em 1º/09/1979 mudou-se para Maravilha, vindo a assumir o cargo de chefe desta agência, função que exerceu até 31/10/2004. Nos anos de 2006 e 2007 trabalhou na Indumetal Indústria Metalúrgica Ltda., com o cargo de gerente administrativo e financeiro. Em janeiro de 2008 requereu aposentadoria por tempo de serviço junto ao INSS, comprovando 36 anos de contribuição. Foi casado com Terezinha de Fátima Bartz com a qual teve dois filhos: Luiz Felipe Bartz e Maria Luiza Bartz. Ingressou no PFL em 13/03/1991, exercendo os cargos de presidente, vicepresidente, secretário, tesoureiro e delegado do partido. Concorreu às eleições para o cargo de vereador em 1992, sendo eleito com 304 votos. Já no ano de 1996 foi eleito com 628 votos, sendo até então o vereador mais votado do Município de Maravilha. Em 1º de janeiro de 1997 foi eleito primeiro presidente da Casa na 10ª Legislatura para o biênio 1997/1998. Nesse mesmo período foi também eleito presidente da Acaverios. Nos anos de 1998 e 1999 foi 1º vice-presidente da União dos Vereadores do Estado de Santa Catarina - Uvesc. Participou de vários congressos nos dois mandatos que assumiu como vereador, incluindo o Congresso Sul-Americano de Vereadores, em Joinville. Na sessão especial de 02/07/2004 recebeu “homenagem pelos relevantes serviços prestados à coletividade maravilhense”, tendo seu quadro elevado à Galeria dos Ex-Presidentes da Câmara de Vereadores de Maravilha. Ao fazer uso da palavra assim se manifestou: “A cada minuto temos a liberdade e a responsabilidade de escolher para onde queremos seguir; mas é bom lembrar que: tudo na vida tem o seu preço, assim como a política; mas, para mim ela foi um grande aprendizado. Desta forma encerro a carreira política agradecendo o apoio que recebi da comunidade maravilhense, em especial a meus familiares.” Teve também seu quadro elevado na galeria do Lar de Convivência dos Idosos Sempre Unidos, em virtude de seus serviços prestados à entidade, especialmente na elaboração do Estatuto Social e demais registros da entidade. No ano de 2007 concluiu o curso de Formação de Técnico de Transações Imobiliárias; inscreveu-se no Sistema Cofeci/Creci e atua como corretor de imóveis. Além deste tem feito mais de uma dezena de cursos e treinamentos e participado de seminários. Em 1° de setembro de 2008 firmou Contrato Particular de Cunho Patrimonial entre Conviventes com Janice Roani. 1.8 Romano Valmor Tumelero Vide Sétima Legislatura: 1.9. Romano Valmor Tumelero foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Elegeu-se novamente para a Nona Legislatura (1993-1996), com 345 votos do PDS. Impossibilitado de exercer o cargo, em função de suas atividades profissionais, em São Paulo, renunciou oficialmente no dia 6 de setembro de 1993, e sua vaga foi assumida – em definitivo – por Martinho Aloísio Petry. 101 Em ato emocionante, Tumelero ocupou a tribuna e justificou-se: “Ocupo, pela última vez, pelo menos nesta legislatura, esta Tribuna, para, na forma do artigo 80, item II, letra “e” do Regimento Interno desta Casa, apresentar meu pedido de renúncia do cargo que ocupo desde 1° de janeiro de 1993. Em tantos e tantos anos de militância política, confesso-vos que jamais imaginei um dia subir à tribuna para renunciar; porém, nas idas e vindas desta vida moderna, às vezes nos deparamos com situações inusitadas, e temos que tomar uma decisão. Como é do conhecimento dos senhores, e do próprio povo de Maravilha, já há algum tempo centralizamos nossas atividades comerciais na capital paulista, por estar aí o coração econômico-financeiro do país. [...] Como prova de estima a esta comunidade, da qual faço parte desde 1960, aqui manterei meu domicílio, pois, embora não sou nascido em Maravilha, meu coração palpita por esta terra progressista e ordeira. [...] Estamos, assim, renunciando ao cargo de vereador, mas não estamos renunciando a esta terra, à qual haveremos de continuar servindo, mesmo sem mandato, nos dias em que aqui estivermos.” 1.9 Dário Carlos Staudt Nascido em São Carlos (SC), no dia 9 de junho de 1945, Dário Carlos é filho de Leonardo Aloísio e Alice Staudt e tem seis irmãos (Ivo, Edi, Nelsi, Valdir, Darci e Eloi). No dia 27/06/1967 transferiu residência para Maravilha, vendo que seria um lugar que proporcionaria um futuro bom. Casado com Araci Assmann Staudt, tem cinco filhos, registrados com os nomes de Jair José, Delcir Jacó, Zenaide, Eloir e Wanderlei. Foi vereador da 9ª e da 10ª Legislaturas para ajudar a trabalhar em favor do progresso do município, candidatando-se pelo PDS (PP). Seu principal reduto eleitoral foi nas linhas Consoladora e São Paulo, além da cidade. Mais tarde filiou-se ao PMDB, mas sempre foi imparcial, tendo em vista o bem do município. Profissionalmente atuava e continua até hoje no ramo do comércio. Na prefeitura municipal ocupou o cargo de secretário da Indústria, Comércio e Turismo no período de 2005 a 2008 quando era prefeito Juarez Vicari. Na Câmara exerceu as funções de presidente da segunda Sessão da Décima Legislatura. O mandato era de dois anos, mas deixou o 2° ano para o vereador João Carlos Pereira. Foi também presidente do partido por três vezes. A respeito das campanhas: os eleitores observavam o trabalho e o comportamento do candidato, depositando desta forma sua confiança num representante; cobrando, depois, no setor da saúde, infra-estrutura da cidade, estradas... Sempre deu a merecida atenção, porque esta é a função do vereador. O relacionamento com outros legislativos municipais, principalmente da nossa região, foi bom e participativo, tendo sido organizado um encontro da Acaverios em Maravilha. Quanto aos projetos que encaminhou e a participação na aprovação dos projetos de outros, afirma que sempre tomou as decisões “com muita maturidade e embasamento”. Quanto à sua participação política, diz que continuará a dar sua contribuição, mas, no processo eletivo, deixará lugar para outros passarem pela mesma experiência e contribuição; esperando que Maravilha sempre seja governada por pessoas que tenham visão de futuro, seguindo a moral e a ética. Afirma que neste município temos pessoas de várias origens, mas que – conjuntamente – trabalham pelo engrandecimento. E inclui um desabafo: “Vejo que a juventude se envolve muito pouco na política. Talvez seja reflexo de muitas notícias ruins de alguns políticos brasileiros. Mas esperamos que isto mude.” 102 “Queremos parabenizar o professor Gialdi e também o vereador César Frandoloso por terem dado oportunidade para que os ex-vereadores pudessem ser lembrados através desta importante publicação”, afirmou Staudt. 1.10 Janir Antonio Signor Natural de Ilópolis (RS), este vereador maravilhense é filho de Danilo Signor e de Elena Moras Signor. Nasceu no dia 25 de março de 1963 e tem sete irmãos. Em 1974, ouvindo propagandas de ser esta região muito promissora, tendo terras boas para o cultivo, sua família veio morar em Maravilha. Janir é casado com Nadia Fritzen Signor e tem três filhos: Diogo Signor, Miriane Drewes e Maria Helena Signor. É professor e orientador educacional. Politicamente Janir Antonio Signor faz parte do PSDB como fundador (21 anos de PSDB em Santa Catarina) contribuindo com a democracia. Foi titular da Câmara na 9ª Legislatura (1993-1996), sendo eleito 3º presidente da Casa nesse período (1995). Candidatou-se novamente para a 12ª (2005-2008), sendo eleito com 540 votos. Foi o segundo presidente da Câmara desta legislatura (2006). E continuou na Câmara na 13ª Legislatura (2009-2012), eleito pelo PFL, com 721 votos. E declarou que está à disposição do partido para a continuidade, com preferência pelo Poder Legislativo. Entre as reivindicações mais ouvidas estão as que dizem respeito a programas educacionais, geração de emprego, creches, capacidade para legislar e compromisso com a população. De sua parte cita como projeto de lei mais importante que encaminhou à Câmara – juntamente com o vereador Láurio Stieler (PP) – a Emenda na Lei Orgânica, alterando o art. 154, com a destinação de áreas para praças públicas e equipamentos públicos. E diz que não se arrepende do que faz na Câmara porque, antes, consulta a comunidade para a tomada de posição. Mais: sempre primou pelo respeito à hierarquia dos poderes e da competência de cada um. A respeito da participação dos nossos vereadores fora do município (com outras câmaras da região), cita a associação denominada Acaverios, com sede em nossa cidade e, em termos estaduais, a Uvesc. Portanto ocorre um bom relacionamento. “Que tenha casa (habitação) para os maravilhenses, oportunidade de saúde para todos e emprego para a nossa gente com mais creches para os pais deixarem os filhos; sabendo que o povo daqui é trabalhador e acolhedor que faz maravilhas em Maravilha”, desabafou Signor. Acrescentando: “A nossa preocupação maior como vereador é oportunizar à juventude a inserção na política, pois a eles caberão os destinos nos dias vindouros.” 1.11 Valdemar Roversi Filho de José Roversi e Arcilda Potrich nasceu aos 17 de julho de 1955, em Anta Gorda, então Município de Encantado (RS). Era o penúltimo dos oito irmãos. Em 1964 saíram das “terras velhas” e vieram para Maravilha, estabelecendo-se de agregados na Linha Chinelo Queimado. Lá era citado como participante do Grupo dos Onze.22 Casou-se 22 O Grupo dos Onze (G-11) consistia na organização fechada de onze companheiros (como em um time de futebol) ou comandos nacionalistas liderados por Leonel Brizola, que foram formados em todo o Brasil em 1963. O G-11 seria a vanguarda avançada do Movimento Revolucionário, a exemplo da Guarda Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética. 103 com Laura Becker e dessa união nasceram Everton Giovani e Alecxandro Edinei e reside na Linha Araçá. Atendendo a uma pressão da juventude (principalmente no meio agrícola), em três oportunidades concorreu às eleições para a Câmara de Vereadores: na 7ª e na 8ª legislaturas ficou na suplência, assumindo temporariamente, inscrito na Arena; na 9ª Legislatura ficou como titular, eleito pelo PDT. Seus votos foram “pulverizados”: em todo o município, pois foi um candidato classista (agricultor). Na Câmara existiam mais partidos, mas funcionava como situação e oposição e discutiam “amadurecendo” a questão, sem ter combinações de “compadres”. Era cobrada uma postura: “se é da oposição tem que ser oposição”. Quando na Câmara participou de Encontro de Vereadores em Florianópolis, tendo como palestrantes Prisco Paraíso e Luiz Carlos Prates. Lembra que perguntou: por que não enfrentar o Judiciário, tido como um poder superior? - provocando uma grande discussão. E inclui que em Maravilha o Judiciário deixou muito a desejar naquela época porque não dava atenção a pedidos ou observações do Legislativo. Foi autor do projeto de lei que diz respeito ao silencio a partir de 22h no perímetro urbano assim como em certas horas do dia em lugares como o hospital e escolas. Teve destaque no projeto que deu a emancipação política aos distritos de Flor do Sertão e Tigrinhos. Fez parte da comissão da Câmara representando o PDT, partido do presidente da Assembléir Legislativa deputado Afonso Spaniol. Embora faça mais de uma década que deixou esse cargo eletivo, perguntado se tem planos políticos para o futuro, respondeu: “Quando se fala em política nunca se diz ponto final; deve-se colocar uma vírgula e continuar. Tivemos um ontem; temos um hoje e teremos um amanhã”. E fez referências a duas bases para os administradores: a saúde e a educação funcionando bem, o resto vai bem ao natural. Lembrando que foi candidato a primeira vez com 26 anos, considera a juventude atual um pouco fria politicamente: tem medo de se envolver. Quando titular na Câmara de Vereadores não deu oportunidade a suplente porque foi pressionado por líderes políticos como se fossem eles que mandavam. Chegou a preparar o documento para deixar a vaga por dois meses, mas quando se viu humilhado voltou atrás e manteve-se até o fim. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Nona Legislatura 2.1 Martinho Aloísio Petry Vide Oitava Legislatura: 1.10. Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de 08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla (PMDB), em função da conjuntura nacional. Assim atuou na Décima Segunda Legislatura (2005-2008) e continua na atual (2009-2012). 104 _________________ “Sem educação não há democracia consolidada e justiça social” (Oded Grajew, empresário). 105 X Décima Legislatura: 1º/01/1997 a 31/12/2000 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Edio Bartz Láurio Stieler Gilmar Antônio Schaefer Adroaldo Borges Ivo Badia Darci Klumb Jorge Adelar Grando Dário Carlos Staudt Genuir Bassani Orli Genir Berger João Carlos Pereira Partido PFL PFL PFL PFL PMDB PMDB PMDB PPB PPB PDT PSDB Nº de votos Presidente da Casa 628 1º Edio Bartz 567 2º Dário Carlos Staudt 479 3º João Carlos Pereira 383 525 486 411 503 467 544 273 Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PFL: Jaime Luiz Sangalli; do PMDB: Antonio Valdir Ferraz, Neivo Luiz Sartori e Doraci Felisiak; do PSDB: Armando Vicente Benetti; do PPB: Miguelina Pirolli Frandoloso; do PDT: Claudir Preuss. * Executivo municipal neste período: Adélio Majolo (PFL/PPB) e Ademir Realdo Albrecht (PFL/PPB). ____________________ 1 Vereadores Titulares da Décima Legislatura 1.1 Edio Bartz Vide Nona Legislatura: 1.7. Edio Bartz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se novamente para a Décima Legislatura (1997-2000), pelo PFL, sendo o mais votado (628 votos); foi também eleito primeiro presidente desta Legislatura. 1.2 Láurio Stieler É natural de Maravilha, filho de Lori e Maria Olinda Stieler. Nasceu no dia 17 de novembro de 1963 e tem três irmãos. Casado com Elisete Bertolo Stieler. Para os filhos deu os nomes de Rafael e Eduardo. Foi candidato pela primeira vez em 1997, estando filiado ao PFL. Aceitou a candidatura em virtude da desistência do correligionário Adriano Breda e diante da insistência do ex-patrão Milton José Berto, da Becafer. Hoje é um pequeno empresário e 106 está nas fileiras do PP. Ao citar seu principal reduto político, escreveu: “Graças à amizade e o trabalho que sempre fiz, sou lembrado em todas as urnas.” Foi o segundo presidente da 10ª Legislatura, permanecendo na função por dois anos seguidos. Foi também presidente do PP e da Acaverios. Assim age: “Para que trabalhemos em prol de Maravilha, não pensando somente no partido ou em grupos isolados, entendo que este é um dos motivos de ter sido eleito quatro vezes vereador.” Deixou vaga temporariamente para os suplentes Denise Grumoski Primon e Pedro Luiz Fávero, na 12ª Legislatura. A respeito dos projetos mais importantes que apresentou na Câmara, selecionou estes: “Em 1999 apresentei o Projeto de Lei Legislativo nº 007, que institui uniforme padrão escolar na rede pública de ensino que virou Lei Municipal 2.448/99. Já em 2009 apresentei a Emenda à Lei Orgânica que já foi aprovada obrigando todos os loteadores a deixarem áreas (terrenos) para implantação de praças, creches e outros equipamentos que o município entender ser necessário para aquela área.” Foi quatro vezes candidato e em todas elas eleito vereador e será com a aproximação da próxima eleição que tomará a decisão de participar ou não do pleito. “Vejo um povo que ama esta terra, tem orgulho dela e investe aqui porque acredita num futuro melhor aqui em Maravilha. Acredito que é o sonho de cada maravilhense, para que tenhamos, a cada dia que passa, melhores condições para todos nós”, referiu Stieler. Preocupa um pouco a falta de interesse dos jovens pela política. Trouxe à lembrança uma sessão “quente” do Legislativo maravilhense: “Os Vereadores discutiam um novo contrato com a Casan, e neste dia tivemos uma noite tumultuada com algumas pessoas invadindo o plenário como forma de manifestar, ultrapassando um pouco os limites daquilo que eu entendo como democracia.” 1.3 Gilmar Antonio Schaefer Nascido em Maravilha no dia 2 de junho de 1964, ele e mais cinco irmãos são filhos de Osvaldo e Clementina Schaefer. Casado com Neiva Rossa Schaefer tem uma filha com o nome de Karine Clementina. Politicamente, para a X Legislatura foi eleito pelo PFL e atualmente está inscrito no PT por opção. No ramo profissional iniciou como funcionário de empresa gráfica, sendo agora proprietário no mesmo ramo, a Tele Artes Gráfica. Em virtude dessa atividade, não mais se candidatou a cargos políticos. Todavia tem um sonho: ver acontecer um projeto para construir um parque mini cidade voltado à criança. Na sua legislatura destaca a Lei de Preservação da Mata Ciliar, nas proximidades da captação de água da Casan. Considera Maravilha uma cidade que evolui muito, destacando os clubes de serviço. Contudo, no aspecto político, muitos vereadores não têm posição definida, havendo acordos não cumpridos. “Foi um grande aprendizado, uma experiência incomparável que a população maravilhense me concedeu sendo vereador,” acrescentou quando se referiu a respeito do exercício da função de vereador. 1.4 Adroaldo Borges Vide Sétima Legislatura: 1.11. 107 Adroaldo Borges foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatouse para a Nona Legislatura (1993-1996), sendo eleito com 421 votos do PMDB. Foi então 4º presidente. Esteve novamente na Câmara como titular da Décima Legislatura (1997-2000), eleito pelo PFL, com 383 votos. 1.5 Ivo Badia Filho de José e Soeli Badia nasceu aos 3 de março de 1968 em Linha Rainha da Serra, atual Município de Tigrinhos. Tem três irmãos: Nilson, Marizete e Zanete. Veio morar em Maravilha em 1968 junto com os pais. Casado com Adriana tem três filhos, registrados com os nomes de Samara, Gabriela e Rafael. Gosta de política e para contribuir com a sociedade maravilhense, trabalhando para melhorar a qualidade de vida desta comunidade, resolveu candidatar-se e foi vereador na 10ª e 11ª legislaturas. Inscrito no PMDB fez votos em todo o município. Nunca trocou de sigla partidária. Se chamado, disse que dará, sempre que possível, mais contribuições. Profissionalmente na época era representante comercial (Folle Indústria e Comércio) e no momento é supervisor comercial da FM Pneus. Foi o segundo presidente da Câmara na 11ª Legislatura, tendo também assumido os cargos de vice-presidente e 2º secretário. No partido foi duas vezes presidente: nos anos 1997/1998 e 2006/2007. Em termos de reivindicações recebidas destaca a melhoria de estradas, educação, saúde, incentivo para a instalação de novas empresas; sendo que os projetos que mais defendeu são aqueles do bônus fiscal para a agricultura, doação de diversos terrenos para a instalação de empresas, criação da área industrial no Bairro Floresta e vários projetos para a melhoria da educação e agricultura no município. Na 10ª Legislatura “o Executivo, o Legislativo e o Judiciário sempre respeitaram um ao outro, trabalhando para o bem da comunidade e em relação à oposição sempre teve um relacionamento coerente com os compromissos em prol da coletividade”, afirmou Badia. “Que os governantes ora eleitos pelo voto direto para governar em nosso município coloquem os interesses dos munícipes em primeiro lugar, fazendo de Maravilha um lugar onde todos se sintam bem para viver com igualdade para todos. Assim fazendo com que a cidade realmente se torne uma oportunidade para todos: boa de viver, com gente hospitaleira e grande calor humano”, emendou esse vereador. A respeito da juventude nos dias atuais diz que deve se envolver mais na política, para que suas idéias sejam colocadas em prática provocando uma renovação nas pessoas e nas funções, pois o que se vê geralmente são os mesmos se revezando nos cargos, não dando oportunidade para outros. 1.6 Darci Klumb Vide Nona Legislatura: 1.2. Darci Klumb foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se novamente pelo PMDB para a Décima Legislatura (1997-2000), obtendo 486 votos. 1.7 Jorge Adelar Grando Nasceu na Linha Barro Preto interior de Maravilha, no dia 14 de setembro de 1965. Seus pais, Luiz e Albina, tiveram – além do Jorge – mais nove filhos. Casado com 108 Marclei L. R. Grando tem três filhos: Fernanda, André e Bianca. É técnico em agropecuária e atua na agricultura e representação comercial. Além da Linha Barro Preto, comunidade que representou, obteve votos em todas as urnas do município, totalizando 411 sufrágios. Quando vereador as reuniões da Câmara aconteciam todas as segundas-feiras à noite e as duas últimas quintas-feiras do mês. As reivindicações mais trazidas pelos munícipes eram a melhoria das estradas e redes de distribuição de água potável nas comunidades. Entre os projetos que deu grande importância e converteu-se em lei está aquele que diz respeito ao manejo e uso de agrotóxicos. 1.8 Dário Carlos Staudt Vide Nona Legislatura: 1.9. Dário Carlos Staudt foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se novamente para a Décima Legislatura (1997-2000), obtendo 503 votos do PPB; sendo eleito 2º presidente desta legislatura. 1.9 Genuir Bassani É maravilhense. Nasceu em Linha Guaraipo, no dia 10 de junho de 1967, filho de Carmelina Bassani e Evaldo Preuss. A família mudou-se para a cidade (o Novo Bairro) para buscar um futuro melhor, quando Genuir contava 40 dias. Tem quatro irmãos: Edite, Ignês, Leonel e Élio. Casado com Andiara Denise Kreuz Bassani e são pais de Paulo Roberto e Jorge Fernando. Foi vereador da 10ª Legislatura – obtendo votos em todas as urnas – com o objetivo dar sua contribuição para a sociedade. Foi eleito pelo PPB, com a soma de 467 votos, principalmente no Novo Bairro, Cohab, Bairro Floresta e Civemara. Em 2006 inscreveu-se no PSDB, na busca de espaço, alcançando a presidência do partido no município. Profissional do sistema de comunicação foi o único radialista eleito nesses 50 anos de Maravilha. Após o cumprimento do mandato foi assessor de comunicação da Câmara em duas oportunidades. Atualmente exerce a função de secretário de Recursos Humanos e Gestão de Pessoal na Prefeitura Municipal de Tigrinhos, mas anunciou o sonho um dia ser prefeito de Maravilha. “Trata-se de um povo ordeiro e trabalhador. Temos muitas referências na política, cultura, esporte e educação. O povo de Maravilha tem orgulho de sua cidade”, afirmou. Bassani participou de vários eventos e cursos promovidos pela União dos Vereadores do Estado de Santa Catarina, Uvesc. Fez diversas visitas a parlamentares catarinenses na Assembléia Legislativa e participou como assistente de sessões na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Oportunizou a vaga temporariamente para a suplente do PPB Miguelina Pirolli Frandoloso. Foi projeto seu a Lei Anti-fila Bancária. Está em vigor, mas ninguém teve a coragem de fazer uso dela. A respeito do envolvimento da juventude na política escreveu: “Devemos nos envolver, senão alguém vai fazer em nosso lugar.” 1.10 Orli Genir Berger 109 Nascido em Cunha Porã, no dia 8 de novembro de 1966, Orli Genir Berger é filho de Eugênio Lutero Cândido Berger e Clacilda Noveli Berger. Tem uma irmã: Sonia Berger Diehl. Em 1968 estabeleceram-se em Tigrinhos, onde já residiam os avôs paternos. É casado com Elena Wolmuth Berger e pais de Flávia e de Renata Berger. Sua participação político-eletiva: na 10ª Legislatura, como candidato do PDT e na 11ª, sendo eleito pela coligação PPB e PTB. Trocou a sigla partidária (PDT pelo PTB) porque sempre teve uma preocupação com as pessoas menos favorecidas e buscou a candidatura para melhorar a qualidade de vida do povo maravilhense. Por isso, na vereança deu atenção especial na área da saúde e na assistência social. Além de ocupar cadeira na Câmara foi vice-prefeito (2005-2008) e é o atual prefeito de Maravilha (2009-2012). Profissionalmente atuava como funcionário público municipal. Na 10ª Legislatura foi membro das Comissões de Finanças, Legislação, Justiça e Educação; e na 11ª Legislatura foi presidente da Câmara durante um ano. Deu grande apoio às associações Acaverios e Uvesc. Todas as reivindicações tiveram atenção especial, mas menciona como projeto de lei que deu destaque aquele que determina espaço para portadores de necessidades especiais em frente a órgãos públicos nas ruas e avenidas de Maravilha. Na 10ª Legislatura deu oportunidade ao suplente Claudir Preuss (PDT). Mesmo quando oposição sempre buscou bom relacionamento e diálogo. Por isso o processo foi tranquilo. Sempre defendeu a independência dos poderes. Deseja que o Município de Maravilha continue nesse franco desenvolvimento e, num futuro muito próximo, possam ser diminuídas as diferenças sociais. “Tenho o maior orgulho de nossa gente que escreve diariamente sua história de lutas e superações. Maravilha é o melhor lugar para se viver e tem as melhores pessoas para se conviver”, tornou público Berger. E trouxe à lembrança o envolvimento da 11ª Legislatura nas questões da Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Salete onde – a princípio – seria feita uma reforma, mas que, depois sensibilizaram o governador Esperidião Amin para a remodelação completa e ampliação. A respeito da juventude Berger emitiu a seguinte opinião: “O jovem quer entrar no mercado de trabalho; por isso, nosso desafio – todos temos que nos unir e ajudar – primeiro será na formação e após que ele tenha oportunidades aqui em Maravilha.” E acrescenta: “Temos um potencial enorme, tanto no município como nos seres humanos. Se utilizarmos isto para construir – independente do tamanho da obra, cada um fazendo sua parte -, teremos um mundo melhor. Que os desvios de conduta dos desonestos sirvam de exemplo do que não devemos fazer.” 1.11 João Carlos Pereira Filho de Odorico Antunes Pereira e Terezinha da Silva Pereira nasceu aos 29 de setembro de 1965. Natural de Joaçaba (SC) tem um irmão, Bruno Antunes Fogaça. Casou-se com Ana Dagostin Pereira e dessa união nasceram os filhos Thiago, Giovanni e João Pedro. Veio morar em Maravilha no dia 12/06/1989 pela projeção e progresso dessa cidade no cenário estadual. Atualmente reside em Chapecó. Nas eleições municipais de 1996 concorreu a uma cadeira na Câmara e, com 273 votos - principalmente do centro e bairros - foi eleito delo PSDB. Era então comerciante e atualmente atua na advocacia. Em razão disso não mais está se envolvendo politicamente. 110 Na Câmara foi o terceiro presidente deste período legislativo e no partido foi também presidente; sendo que as principais cobranças feitas pelos eleitores eram postura e cumprimento das promessas de campanha. Considera seu mais importante projeto encaminhado à Câmara a criação através de lei que obriga todas as escolas municipais a oferecer a disciplina Inglês desde os primeiros anos (jardim até a 8ª série). Deixou sua vaga, temporariamente, para o suplente Armando Vicente Benetti. Ao comentar o Município de Maravilha assim se expressou: “Beleza de maravilha e sua gente! Facilidade de fazer amigos”. E almeja que o município se torne um polo regional, principalmente com a instalação de órgãos de representação estadual e federal. Observando a situação atual “penso que a juventude não está dando a atenção devida à política; se envolve pouco e, quando se envolve, geralmente é para defender cores partidárias. No entanto, política não é só a dos partidos. Não vemos a juventude manifestar sua opinião, ir às ruas, firmar suas posições, como fazíamos no passado recente”, preceituou Pereira. _________________ “Até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Após alguns anos, pode vangloriar-se de uma longa série de sucessos” (Marie Von Ebner-Eschenbach, escritora austríaca). 111 XI Décima Primeira Legislatura: 1º/01/2001 a 31/12/2004 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Antonio Bertollo Neltair Alcides Pissatto Ivo Badia Antonio Valdir Ferraz Orli Genir Berger Láurio Stieler Miguelina Pirolli Frandoloso Terezinha de Fátima Bartz César Frandoloso Antônio Valmor de Campos Valdecí Luis Berté Partido PMDB PMDB PMDB PMDB PPB PPB PPB PFL PFL PT PT Nº de votos Presidente da Casa 562 1º Orli Genir Berger 547 2º Ivo Badia 523 3º Láurio Stieler 513 628 527 354 472 302 235 213 Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PMDB: Martinho Aloísio Petry, Doraci Felisiak e Fernandes Depiné; do PDT: Miguel Nemirski e Cony Wirtti; do PT: Neiva Terezinha Spader, Loris Constantino Bettio, Elmar Wahlbrink, Elsa Philipsen, Ilco Franke e Adão Argemiro Ferreira; de PDT: Gilmar Antonio Schaefer e Neimar Frederico Sachett * Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB) e Juarez Domingos Vicari (PMDB) ______________________ 1 Vereadores Titulares da Décima Primeira Legislatura 1.1 Antonio Bertollo Vide Oitava Legislatura: 1.4. Antonio Bertollo foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992). Candidatouse novamente para a Nona Legislatura (1993-1996) e foi eleito primeiro presidente da Casa desta legislatura. Novo mandato adveio com a eleição do ano 2000 para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), obtendo 562 votos; sempre pelo PMDB. 1.2 Neltair Alcides Pissatto Filho de Ângelo Pissatto e de Mônica Pelisson Pissatto nasceu aos 17 de setembro de 1962, em Maravilha. Casou-se com Gisela Pissatto e dessa união nasceram os filhos Ricardo e Gabriela. 112 Foi eleito em duas legislaturas, obtendo votos em todas as urnas, mas especialmente nos bairros Floresta, Cohab, Progresso e Linha Arabutã: na 11ª pelo PMDB; na 12ª, eleito pelo PMDB, trocando depois pelo Democratas, pois – segundo ele – “a política deve ser discutida não só em época de campanha e, especialmente, de que o partido aceite ouvir seus membros quando estiver no poder/administração.” Na época em que era vereador atuava como comerciário, chefe de oficina e, atualmente, advogado e funcionário publico (SDR – Saúde). Quando na Câmara, ocupou os seguintes cargos: primeiro presidente na 12ª Legislatura e mais o de secretário e segundo secretário, além das comissões. Quanto às exigências dos eleitores cita, em primeiro lugar, a saúde, seguida pela educação, procurando sempre encaminhar e acompanhar as prioridades levantadas pelas comunidades. O relacionamento com outros legislativos municipais considera ser de muito entendimento tendo inclusive motivado a participação e apoio de todas as câmaras municipais da região da Amerios à instalação da UTI em Maravilha. Dá destaque ao projeto de sua autoria – Lei Municipal nº 2.731, de 26/08/2002 -, que tornou obrigatória a realização e apresentação de exames de qualidade da água fornecida para consumo humano. E disse mais: “Lembra dos andaços de dores de barriga? Cadê?” Considera também de grande importância – quando presidente da Casa – ter efetuado a adequação da Lei Orgânica Municipal às constituições federal e estadual, alinhando-as bem com o regimento interno. Não menos importante – entre tantas indicações que fez no exercício da vereança – foi a Indicação 060/05 (aprovada por todos os vereadores), a qual teve origem numa viagem a Florianópolis, na companhia dos vereadores Láurio Stieler, César Frandoloso e Marli Dagostini, em audiência com a presidente da Cohab, questionando sobre o porquê de a companhia estava construindo casas na região e não em Maravilha. A mesma afirmou que o município havia recusado e se quisesse era somente fornecer até 300 lotes urbanizados que a mesma tinha Maravilha como prioridade. No que diz respeito à continuidade no processo político assim sintetiza: “Tudo em nossa vida é política; então tudo é possível.” E deseja que Maravilha tenha uma administração que não persiga aos que não venceram as eleições e que quando fizeram acordos político, cumpram. “O melhor lugar que existe e seu povo sabe andar com as próprias pernas, não esperando as coisas acontecerem por si só” é o comentário que Pissatto fez acerca de Maravilha. E espera que a juventude se envolva mais na política, tornando-a cada vez mais séria. Neltair Pissatto incluiu uma história que ocorreu na Câmara, quando era vereador: “Em dezembro de 2005, então presidente da casa, apresentei proposta de alteração na legislação, pois em Maravilha a água somente poderia ser explorada por empresa estatal, sem opções. Éramos então reféns da única empresa existente, e a mesma não investia aqui. Houve manifestações por parte do sindicato dos trabalhadores desta empresa para impedir a votação da lei, chegando a ocorrer invasão do plenário da Câmara durante a sessão, que foi muito tumultuada. Acabou sendo determinada a presença policial visando garantir a realização da sessão, e a votação ocorreu após a voz de prisão dada pelo presidente da casa a alguns manifestantes - todos de fora do município - acredito que, inclusive assessores parlamentares. Logo após a votação, os mesmos foram liberados pela presidência. A partir deste momento, o município tornouse forte para negociar a concessão e exigir investimentos por parte da concessionária, o que vem ocorrendo, especialmente o poço do aqüífero Guarani.” 113 1.3 Ivo Badia Vide Décima Legislatura: 1.5. Ivo Badia foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 523 votos do PMDB. Foi o segundo presidente desta legislatura. Licenciou-se por 30 dias, a contar de 1º/10/2001, assumindo em seu lugar interinamente o vereador Doraci Felisiak (PMDB). 1.4 Antonio Valdir Ferraz Vide Nona Legislatura: 1.5. Antonio Valdir Ferraz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Na Décima Legislatura ficou na suplência, mas assumiu interinamente. Candidatou-se para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito pelo PMDB, com 513 votos. Na Décima Segunda Legislatura (2005-2008) era suplente, mas assumiu em definitivo, a partir de 11/08/2008, em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides Pissatto (DEM), por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293). 1.5 Orli Genir Berger Vide Décima Legislatura: 1.10. Foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996), sendo eleito pelo PDT com 544 votos. Na Décima Legislatura foi re-eleito – então pela coligação PPB e PTB – com 628 sufrágios. Nesta Legislatura foi o primeiro presidente da Câmara. 1.6 Láurio Stieler Vide Décima Legislatura: 1.2. Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527 votos do PPB; assumindo como 3º presidente desta legislatura. E continuou na Câmara: na Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP) e na Décima Terceira Legislatura (2008-2012), com 748 votos (PP). 1.7 Miguelina Pirolli Frandoloso Nasceu em Flores da Cunha (RS), no dia 22 de setembro de 1943. Seus pais Ângelo Pirolli e Paulina Costa Pirolli, além da Miguelina tiveram mais seis filhos, mas apenas um homem. Após ter concluído o curso de Odontologia pela Universidade Federal de Pelotas, em 1980, veio para Maravilha em busca de emprego. E aqui permaneceu. Casou-se com o também odontólogo Itelvino Frandoloso e tem duas filhas: Marina (médica, recentemente formada) e Joana Paulo (odontóloga, formada há dois anos). Participou da carreira política na 10ª Legislatura como suplente, assumindo vaga por um período de 30 dias, em 1998. Na 11ª Legislatura foi eleita pelo PP (e nunca 114 trocou de sigla). Seu reduto político foi o perímetro urbano (centro e bairros), mas, principalmente, os amigos. Na Câmara foi 1ª secretária e presidente de duas comissões. Fez parte da reforma do Regimento Interno. Nesta legislatura deixou a vaga temporariamente para o suplente Gilmar Schaefer. A respeito da cobrança feita pelos eleitores emitiu o seguinte parecer: “As pessoas menos esclarecidas queriam recompensas pelo voto, mas eu queria ser eleita por aquilo que sou e não pagaria para ser eleita. Isto dificultou um pouco.” Por isso, não tem pretensões políticas. Diz que tem uma profissão a zelar que a realiza muito mais do que a política. O projeto mais importante apresentado que virou lei, sancionada em 1998, determina que as empresas de transporte coletivo municipal devem efetuar campanhas educativas sobre o combate ao uso de drogas e alcoolismo. Isto no espaço do vidro traseiro dos ônibus com a fixação de mensagens, visíveis à distância. O acompanhamento e fiscalização cabem ao Conselho Municipal de Entorpecentes, Comen. “Que as autoridades competentes vão a busca de empresas que possam se instalar em Maravilha gerando emprego e renda, para melhorar a qualidade de vida da nossa população”, ensinou Miguelina a respeito de Município de Maravilha. E incluiu a seguinte história: “Eu nunca chorei tanto, eu fui eleita vereadora querendo reformar o mundo e apresentava vários projetos, mas em cada esquina encontrava obstáculos difíceis de serem contornados. Não me realizei politicamente, porque eu não podia fazer acontecer o que achava certo. Ainda diziam os mais experientes: ‘Tem muito que aprender na política’.” E acrescentou: “O político em si está desaparecido, mas também com tanta corrupção e falcatruas quem ainda acredita que um dia pode mudar e passar a ter políticos honestos que se preocupem com o bem da população e a preservação do meio ambiente.” 1.8 Terezinha de Fátima Bartz (Sonda) Filha de Ciro e Irma Sonda Terezinha de Fátima nasceu aos 2 de outubro de 1964. Natural de Descanso (SC) tem sete irmãos. Quando casou com Edio Bartz, em 1985, transferiu residência para Maravilha. Tem dois filhos: Luiz Felipe e Maria Luiza Bartz. Politicamente optou em participar da eleição para a 11ª Legislatura – em substituição ao esposo (na época) que já havia assumido nas duas legislaturas anteriores -, e representar a educação. Foi eleita pelo PFL, mas em 2007, trocou de sigla porque esse partido rompeu a coligação com a administração municipal na qual tomava parte como secretária municipal de Educação e optou em permanecer no cargo. Teve como reduto político principal a cidade (centro e bairros). Na Câmara defendeu o projeto de lei que inclui a doação de áreas para empresas que venham se instalar em Maravilha. No que tange ao relacionamento com o Executivo e Judiciário, assim se manifestou Terezinha Sonda: “Com maturidade, sempre respeitando as hierarquias”. E acrescentou: “Não tenho planos políticos para o futuro; sempre participei da política e a cada dia a vejo mais desacreditada.” Assim mesmo espera que Maravilha continue seu desenvolvimento – resultado do trabalho de sua gente - e tenha sempre mais oportunidades para os jovens. O destaque deve ser dado à educação: a estrutura de uma sociedade. De seu período legislativo diz que tem poucas histórias para contar e muitas decepções. 115 Atualmente atua como professora da rede pública municipal e estadual. 1.9 César Frandoloso É maravilhense, filho de Santo Frandoloso e Libertina Antonia Bernardi Frandoloso. São oito irmãos e o César nasceu no dia 26 de setembro de 1968. Casado com Iara Jandrey tem dois filhos: Cristiane e Vinícius Gustavo. Aceitou o desafio de concorrer a uma vaga no Legislativo maravilhense para dar força ao partido e poder fazer um trabalho perante a comunidade, sendo eleito nessas três últimas legislaturas. Inicialmente concorreu pelo PFL; depois pelo PP, o partido tradicional de seus familiares. Recebeu apoio principalmente no bairro onde nasceu e se criou: Novo Bairro. Foi presidente do PP de Maravilha no biênio 2007/2008. Na Câmara assumiu a presidência da primeira sessão legislativa na 13ª Legislatura (2009). As principais cobranças que ouve dos munícipes dizem respeito à falta de emprego, creches e escolas profissionalizantes. Por isso, entre os vários projetos importantes que defendeu na Câmara estão os que aumentaram espaço para escola, áreas de lazer e novos loteamentos. Um detalhe: conhece bem o município, pois trabalhou 15 anos na Secretaria Municipal de Transportes e Obras e aqui reside há 40 anos. Nos dois primeiros mandatos (11ª e 12ª Legislaturas), cumprindo acordo partidário tem dado vez aos suplentes Max Anderson Schabarum (PDT), Sônia Terezinha Zardo e Denise Grumoski Primon (PP). Quanto aos planos políticos, diz que se coloca sempre à disposição de sua sigla partidária. Deseja ver Maravilha como um município forte, oferecendo condições e espaço para todas as classes poderem alcançar seus objetivos. É uma cidade que cresce a cada dia que passa, graças às pessoas que apostam e acreditam nesta terra e nesta gente. Contou a seguinte história ocorrida no Legislativo, quando era vereador, um fato muito curioso e polêmico, no fim do contrato com a Casan: surgiu a idéia de privatização da água de Maravilha, havendo muito tumulto e desgaste. Vendo que a falta de água ainda persiste, acha que deveria ter sido aprovada a privatização. À pergunta - observando a juventude nos dias atuais, o que o leva a pensar politicamente - respondeu: “Muita falta de interesse da juventude deve ser por falta de oportunidade ou a imagem no cenário político que está desgastado.” 1.10 Antônio Valmor de Campos Filho de Antonio Machado de Campos e Carmelina Tidre de Campos, nasceu no dia 23 de janeiro de 1964 no Município de Machadinho (RS). Veio para Maravilha em 1988 para viver e trabalhar. Alguns familiares já moravam aqui e o pai adotivo falava muito deste lugar por ser a cidade das crianças. Tem dois filhos: Cristiano Antonio e Andriéli Cristina. Embora não tivesse intenção de concorrer a cargos políticos sempre foi militante do PT. Foi candidato para garantir uma nominata de candidatos para fortalecer a campanha majoritária, e eleito pela coligação PT e PDT. O PT estava se preparando para a conquista da presidência e aqui elegeu vereadores pela primeira vez. Então tudo era disputado. Na Câmara havia muitos debates e inovações, motivando as pessoas a participarem, incluindo as audiências públicas. Desempenhou um mandato com uma 116 visão crítica ao Executivo com reivindicações especialmente ligadas ao ambiente, educação, cultura e funcionalismo público. Era professor e continua, paralelo ao exercício da advocacia. Sua forma de atuar e as relações que possuía, fez com que obtivesse votos em quase todas as urnas do município. No momento é coordenador estadual do Sinte, mas acompanha com atenção o desenvolvimento e fragilidades de Maravilha. Na Câmara contribuiu na apresentação e aprovação de importantes projetos e proposições, destacando a instalação da Comissão Parlamentar Externa para pressionar pela reconstrução da EEB Nossa Senhora da Salete. Na Lei Orgânica propôs e aprovadas foram diversas emendas, especialmente na área ambiental. Infelizmente algumas não foram ainda implementadas, mas que poderiam trazer benefícios à população, destacando aquela que proibia a privatização da água em Maravilha. Um projeto que ficou marcado foi aquele que voltou a incluir entre os feriados municipais o Dia da Reforma (31 de outubro), que havia sido tirado pelo prefeito. Também as emendas ao Plano de Carreira e Estatuto dos Servidores Municipais assegurando direitos que estavam sendo ameaçados, como o trienio e a licença-premio. Com o Executivo houve muita discussão e enfrentamento, pois procurou desempenhar o mandato de forma fiel ao partido/coligação da qual fez parte, além de seus princípios e concepções que, por inúmeras vezes, contrariavam a visão e pretensões da administração. Nesses quatro anos da 11ª Legislatura o vereador Campos deu vez a diversos suplentes (totalizando seis meses): Elmar Wahlbrink (PT), Lóris Constantino Bettio (PT), Cony Wirtti (PDT), Elza Philipsen (PT), Ilco Franke (PT) e Adão Argemiro Ferreira (PT). Tem se dedicado muito à política sindical em defesa da categoria (magistério). “Sempre tenho dito que na política tem duas coisas que não existem: a gratidão e o espaço vazio. As pessoas esquecem rapidamente o que é feito de bom, mas lembram sempre das pessoas pelo que elas podem ser. Na segunda se alguém imaginar que a política é uma escada que você sobe degraus uniformes está perdendo o espaço, que tem sempre alguém de olho para ocupar”, pondera Campos. Julga que a política só tem sentido quando for para respeitar o povo. Por isso, ainda pretende submeter o seu futuro político à vontade do coletivo que muito valoriza. “Acredito que em Maravilha falta um grupo de pessoas para pensar mais no coletivo, independente do partido. Ousar em projetos inovadores, com proposições; tornar a cidade alegre, mais atrativa para investimentos, criar espaços coletivos [...] O povo de Maravilha é criativo e arrojado no que faz”, referiu Antônio de Campos. Trouxe à lembrança uma ocorrência (entre as inúmeras situações no Legislativo): “Lembro da viagem a Florianópolis, durante a noite, para o encontro da Uvesc, quando na altura de Campos Novos a camionete simplesmente parou de funcionar de madrugada. E aí, o que fazer? De repente estava o César (Frandoloso) ‘pendurado’ no motor. Então ligamos os fatos ‘de lei ele pode não entender tanto, mas de motor sabe tudo’”, referiu Campos. A respeito da juventude hodierna diz acreditar que nós que fomos jovens há mais tempo precisamos compreender que a juventude vive em tempo diferente e constrói seu próprio ritmo e escala de valores. Cada tempo difere (em costumes e hábitos) e no momento presente observam-se interpretações próprias. “Gostaria de dizer que sinto muito orgulho por ter sido vereador de Maravilha e tenho lembranças altamente positivas. Aprendi muito na Câmara, com colegas, funcionários e a população no seu papel de reivindicar e contribuir com idéias e sugestões”, concluiu Antônio Valmor de Campos. 117 1.11 Valdecí Luis Berté Natural de Tenente Portela (RS), Valdecí Luis Berté nasceu no dia 20 de setembro de 1965. Filho de Atílio Berté e de Castorina Bueno Berté tinha oito irmãos. É uma família de comerciantes. Em abril de 1994, Maravilha foi escolhida para abrir uma filial, pois estavam expandindo seus negócios com as Lojas Arimar. Casou-se com a professora Elaine Telles Roque e dessa união nasceu o filho Arthur Berté. Atualmente reside em Itapiranga (SC) e atua no ramo comercial com quatro lojas: Feirão Mais Você, Doidão Calçados, O Baratão e Restaurante Frangos e Fritos. Considerando-se preparado e com o objetivo de ser útil à comunidade, com transparência nas decisões, concorreu nas eleições de 2000 pelo PT, sendo eleito vereador para a 11ª Legislatura, obtendo votos em todos os locais. Um detalhe: obteve uma diferença de dois votos do candidato seguinte da coligação PT e PDT, Pedro Eldoir Grebien (213 e 211). Já na eleição seguinte (ano 2000) obteve 218 votos e ficou na suplência, assumindo periodicamente. Na Câmara foi secretário e líder do partido e participou de diversas comissões e recorda que fazia muitas visitas às comunidades, recebendo de cada eleitor alguma cobrança. Sua vaga foi cedida a vários suplentes por algum tempo, lembrando o Miguel Nemirski (PDT) e o Elmar Wahlbrinck (PT). Faz referência a um projeto que encaminhou e “brigou” por ele, mas – por se da oposição – não passou (“da oposição nada passava”): o fundo rotativo de investimento. Assim mesmo, o relacionamento era bom. “Das ‘briguinhas’ do vereador Badia e do vereador Campos” referiu-se com risos. A experiência foi válida, mas depois desta se desligou da política decepcionado com a “podridão” existente: interesses próprios, corrupção, desvios, mentiras. “Infelizmente as velhas raposas continuam no poder. Nossa juventude não mostra sua força para mudar o cenário”, declarou. Embora tenha se mudado para a barranca do rio Uruguai, não se esquece de Maravilha: “Guardo ótimas lembranças do povo desta terra. Gostaria que Maravilha tivesse lideranças pensando sempre no ‘todo’. Se um dia tiver oportunidade voltarei a morar ali. É um povo acolhedor, amigo, simples. Não tenho magoas e rancor de ninguém”, afirmou Berté. E conclui com um sonho: “Desejo e sei que é utopia o que penso: que houvesse menos ganância, menos corrupção. Que o dinheiro público fosse 100% aplicado para o bem geral.” ________________ “A democracia não é algo que aconteça uma só vez na vida. Precisa ser aprendida a cada dia” (Nadine Gordimer, escritora sul-africana). 118 XII Décima Segunda Legislatura: 1º/01/2005 a 31/12/2008 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Marli Fátima Agostini Martinho Aloísio Petry Neltair Alcides Pissatto Maria Loiva de A. Schwerz Aldocir Luiz Seiffert César Frandoloso Láurio Stieler Claudir Kuhn Janir Antonio Signor Partido PMDB PMDB PMDB PT PT PP PP PTB PSDB Nº de votos 1.079 987 641 718 712 713 700 636 540 Presidente da Casa 1º Neltair Alcides Pissatto 2º Janir Antonio Signor 3º Martinho Aloísio Petry 4º Claudir Kuhn Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PMDB: Antonio Valdir Ferraz; do PDT: Max Anderson Schabarum; do PT: Ilco Franken, Valdecí Luis Berté, Marisa Madalena Vendruscolo de Campos e Valentin Dias da Silva; do PFL: Gilmar Antonio Schaefer; do PP: Sônia Terezinha Zardo, Denise Grumoski Primon e Pedro Luiz Fávero; do PTB: Ildo Menezes. * Executivo municipal neste período: Juarez Domingos Vicari (PMDB/PTB/PFL/PSDB/PL) e Orli Genir Berger (PMDB/PTB/PFL/PSDB/PL). _____________________ 1 Vereadores Titulares da Décima Segunda Legislatura 1.1 Marli Fátima Agostini Filha de Luiz e Valídia Vivian, Marli nasceu em Maravilha no dia 23 de junho de 1969. Tem dois irmãos: César e Celso. É casada com Claudir Agostini e tem dois filhos: Lucas e Matheus. Tem curso de Pedagogia e é pós-graduada em Gestão de Serviços Públicos em Saúde. Participando ativamente da política – junto com os correligionários do PMDB – aceitou candidatar-se a uma vaga da Câmara de Maravilha em 2004, sendo eleita com votos de todas as urnas. Na Câmara desempenhou a função de secretária, líder do partido e líder do governo. Publicamente, na maioria das vezes, as pessoas a procuravam para obter informações na área da saúde, pois ela se identifica com este setor. Isto acontece até hoje. Entre os projetos a serem destacados nesta legislatura está o da instalação de semáforos em diversas ruas, diminuindo o número de acidentes. Deixou sua vaga (60 dias) para o suplente Antonio Ferraz. “Pretendo continuar na política. A experiência de ser a vereadora mais votada na história de Maravilha (1.079 votos) e ser candidata a prefeita, com certeza aprendi muito e, se a comunidade precisar de mim na próxima eleição, estarei preparada e pronta para o próximo desafio”, foi o que afirmou acerca de seus planos políticos. 119 Deseja ver este município crescendo. Que as pessoas possam ter acesso à saúde pública e casa para morar, além de um trabalho digno. “Maravilha é um lugar de pessoas inteligentes, talvez algumas com sonhos impossíveis e se deixam levar por ilusões, mas tudo – com o tempo – tem resposta. Penso que, enquanto políticos, temos que falar e pregar honestidade e transparência; falar sempre a verdade e não vender ilusões. Afinal temos que, em primeiro lugar, não nos enganar e consequentemente não enganar os outros. Por isso penso que a nossa gente é inteligente”, preceituou Agostini. Por ser a vereadora mais votada, recebeu a placa “Vereadora Campeã de Votos” da União Nacional dos Vereadores (UNV). “Esse ato ficou marcado em mim porque geralmente se recebe homenagens depois de partir desta vida”, desabafou. Atualmente Marli trabalha em sua própria empresa – Marli Agostini, Consultoria e Assessoria em Saúde Pública – atendendo cinco municípios: Saudades, Cunhataí, Xaxim, Catanduvas e Joaçaba. 1.2 Martinho Aloísio Petry Vide Oitava Legislatura: 1.10. Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de 08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla (PMDB), em função da conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 987 votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi novamente eleito para a Décima Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos. 1.3 Neltair Alcides Pissatto Vide Décima Primeira Legislatura: 1.2. Neltair Pissatto foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (2001-2004). Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito com 641 votos do PMDB. Foi o primeiro presidente da Câmara desta legislatura. Em tempo: Na 12ª Legislatura Neltair Alcides Pissatto (DEM), teve seu mandato cassado por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293), sendo substituído por Antonio Valdir Ferraz. 1.4 Maria Loiva de Andrade Schwerz Filha de Venâncio Euclides de Andrade e Rosa Eroni Vieira de Andrade, Maria Loiva nasceu aos 6 de fevereiro de 1964. Natural de Arroio do Tigre (RS) tem dois irmãos e uma irmã. Veio com os pais morar em Maravilha no Dia do Município, 27 de julho de 1973, em propriedade adquirida na Linha Consoladora. É casada com Daniel Schwerz e mãe de Daniela Maria, Cláudia Patrícia e Felipe Santiago. Foi vereadora na Legislatura de 2005-2008 e reeleita para o 13º período legislativo (2009-2012), sempre pelo Partido dos Trabalhadores, recebendo votos em 120 todo o município. Profissionalmente atua como advogada e professora universitária. Atualmente exerce a função de presidente do diretório municipal e membro efetivo do diretório estadual do PT. Entre as principais cobranças feitas pelos eleitores, Maria Loiva relaciona a postulação de fiscalização do emprego das verbas públicas; a implantação de políticas públicas por parte do Poder Executivo e a criação de creches e programa de moradia popular. De sua autoria destaca o projeto que disciplinou o uso de coleiras e focinheiras para cães no centro da cidade; o projeto que homenageou as mulheres parlamentares que atuaram neste município com sessão solene; o projeto que homenageou os clubes de serviço desta cidade, com sessão solene. Neste mandato foi autora do projeto de lei que criou o Dia do Cliente, a ser comemorado em 15 de setembro de cada ano. De um projeto aprovado arrependeu-se: a lei autorizando a venda de imóveis públicos. Todos os anos – nos dois quadriênios em que esteve na Câmara – Maria Loiva Schwerz procurou dar oportunidade a vereadores suplentes do partido, licenciando-se por tempo determinado. Neste ano (2009) foi substituída por um período de quatro meses por Eliana Simionato. Conhecendo detalhadamente o município e atenta às necessidades da população, atua como parlamentar fazendo os devidos encaminhamentos que são de sua competência parlamentar. No que tange à continuidade na vida política e ao relacionamento com o Executivo e o Judiciário, é bom saber que “cada um cumpre seu papel, de forma autônoma, sem maiores problemas” [...]; lembrando que “somos políticos por natureza e por enquanto o único plano é cumprir meu mandato. No início de 2012 é que vou pensar sobre continuar ou não na vida política”, expôs essa titular. E tem um sonho: “Que algum dia alguma liderança ocupe o Poder Executivo com a verdadeira intenção de governar para todos, sem utilizar os recursos públicos em proveito próprio, de amigos e de parentes”; incluindo: “Maravilha carece de líderes comprometidos com a melhoria de vida de seu povo. É um povo trabalhador, mas que tem grande carência de políticas públicas que fomentem seu desenvolvimento. Os empresários daqui têm ambições, mas que precisam que o município, através de seus combatentes, olhe para eles com seriedade e competência para quem aqui investiu ou pretende investir se sinta seguro.” “Há um sentimento de descomprometimento pelo rumo de sua sociedade. Isto não é nada saudável, porque os espaços vazios sempre serão preenchidos e seria importante que os jovens comprometidos, inteligentes, saudáveis em todos os sentidos, se preocupassem em participar da vida política de Maravilha. É preciso se pensar no presente e no futuro de forma conjunta”, revelou a vereadora Schwerz, observando a juventude local. No seu exercício “os vereadores têm um grande compromisso com a sociedade que os elegeu. Estão muito próximos da população e podem contribuir para a melhoria da sociedade, desde que compram com sua função”, arremata Maria Loiva de Andrade Schwerz. 1.5 Aldocir Luiz Seiffert Natural de Sobradinho (RS) Aldocir Luiz é filho de Lincon Seiffert e de Antonina Bertoldo Seiffert. Nasceu no dia 10 de maio de 1962 e tem seis irmãos. Nesse mesmo ano, em busca de novas perspectivas de vida, vieram para Maravilha, fixando residência na Linha Tope da Serra. Agricultor, casado com Andréia Moresco Seiffert, tem dois filhos, registrados com os nomes de Fabiana Larissa e Ivan André Seiffert. 121 Era dirigente sindical e com o intuito de representar os agricultores no Legislativo Municipal, concorreu às eleições de 2004 pelo PT. Eleito, as reivindicações que mais ouvia no interior era o atendimento na área da saúde e melhoramento nas estradas. Isto tem repassado para o Executivo (repasses aprovados pela Câmara) para as comunidades e associações. Conhece bem o interior, pois trabalhou 15 anos no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Quando vereador tem deixado a vaga para suplentes do seu partido. Assim sintetiza essa experiência: “Vivi o meu mandato com muita harmonia na Câmara ajudando a todos os que me procuravam com seus problemas e com meus colegas vereadores.” Tendo o objetivo de “continuar na vida pública para o bem da população, sempre com atenção aos problemas do município e munícipes”, Aldocir Luiz Seiffert aceitou o desafio de concorrer a vice-prefeito, nas eleições de 2008. Com 7.637 (55,48%) dos votos válidos, Orli Genir Berger (PTB) e Aldocir Luiz Seiffert (PT) foram eleitos prefeito e vice do Município de Maravilha, no dia 05/10/2008. Tomaram posse no 1° dia do ano 2009. “Município nota 10, com gente maravilhosa e trabalhadora”, é o conceito que emite sobre Maravilha. 1.6 César Frandoloso Vide Décima Primeira Legislatura: 1.9. César Frandoloso foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (201-2004). Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito com 713 votos (PP) e continuou na Câmara na Décima Terceira Legislatura (20092012), obtendo 615 votos (PP). Nesta legislatura foi eleito primeiro presidente. 1.7 Láurio Stieler Vide Décima Legislatura: 1.2. Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527 votos do PPB (e foi 3º presidente desta legislatura). Continuou na Câmara: na Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP) e na Décima Terceira Legislatura (2008-2012), com 748 votos (PP). 1.8 Claudir Kuhn Filho de Gervásio e Araci Kuhn Claudir Kuhn nasceu no dia 6 de janeiro de 1971. É natural de São José do Cedro (SC) e tem dois irmãos. Transferiu residência para Maravilha em 1991 por motivo de trabalho (na Aurora Alimentos). Casado com Cleunice Inês Mantovani Kuhn tem duas filhas: Michely e Daniely. Integrou a 12ª Legislatura de Maravilha, inscrito no PTB. Quando se candidatou atuava no setor de compras da Aurora Alimentos fazia 13 anos. Após a eleição, além de vereador atuava como administrador da Cooperativa Habitacional Entre-Rios – Cooperios, cargo que ainda exerce. Atualmente é também diretor de Habitação do Município. 122 Na Câmara Municipal tem ocupado os cargos de vice-secretário (1º ano), secretário (2º ano), vice-presidente (3º ano) e presidente no 4º ano. As reivindicações mais ouvidas eram que houvesse melhoria na área da saúde, creches e mais assistência aos bairros (infra-estrutura). Em respeito aos candidatos que ficaram na suplência, mas que seus votos também foram somados para o quociente eleitoral, tem dado oportunidade para Ildo Menezes (do PMDB) por um período de 60 dias. Na última eleição (2008) concorreu novamente a uma vaga da Câmara e ficou na primeira suplência do PMDB. Nos encontros com vereadores de outros municípios, sempre havendo bom relacionamento entre as partes, eram discutidas idéias para uma melhor vereança. Considerando que o edil representa a população do município, muitos dos projetos são sugeridos pelos eleitores. Ele encaminha indicações e moções à Câmara que, depois de aprovadas, são levadas ao Executivo para posterior estudo e execução. Na 12ª Legislatura, entre as suas indicações o vereador Claudir Kuhn destaca: a pavimentação dos bairros Kasper e Frei Damião; término da cobertura asfáltica da Avenida Araucária; instalação de dois redutores de velocidade localizados um próximo ao Mercado Dallas (Avenida Maravilha) e outro na Avenida Sete de Setembro (proximidades da Jumaniy Malharia e Confecções), devido ao grande movimento de veículos. Para o futuro de Maravilha almeja uma maior qualificação na área da saúde; a construção de mais creches e estímulo com a valorização dos jovens, sabendo que é um município bom para morar e tem um povo hospitaleiro. Claudir Kuhn contou a seguinte história ocorrida quando era vereador: “No dia em que ia ser votado o projeto da renovação de contrato com a empresa responsável pela distribuição de água no município (Casan), alguns munícipes rebelaram-se por pensar que a água seria privatizada. No entanto, a Câmara estudava a possibilidade de tirar o poder que a Casan detinha sobre a distribuição da água, pelo período de 30 anos, sem até então haver feito investimentos. A votação do projeto resultou em sete votos a favor e dois contra: uma aprovação por mais 20 anos, podendo ser terceirizado a uma empresa, município ou a mesma continuar fornecendo.” 1.9 Janir Antonio Signor Vide Nona Legislatura: 1.10. Janir Antonio Signor foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito com 540 votos (PFL). Foi o segundo presidente da Câmara desta legislatura. E continuou como titular da Câmara na Décima Terceira Legislatura (2009-2012), eleito pelo PFL, com 721 votos. 2 Suplentes que assumiram em definitivo na Décima Segunda Legislatura 2.1 Antonio Valdir Ferraz Vide Nona Legislatura: 1.5. Antonio Valdir Ferraz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito pelo 123 PMDB, com 513 votos. Na Décima Segunda Legislatura (2005-2008) era suplente, mas assumiu em definitivo em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides Pissatto (DEM), por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293). ________________ “Três coisas em demasia e três coisas em falta são perniciosas aos homens: falar muito e saber pouco; gastar muito e possuir pouco; se estimar muito e valer pouco” (Miguel de Cervantes, escritor, dramaturgo e poeta espanhol). 124 XIII Décima Terceira Legislatura: 1º/01/2009 a 31/12/2012 (Foto coletiva ampliada desta Legislatura) Vereador Martinho Aloísio Petry Ildo Menezes Gilson Wilmann Láurio Stieler César Frandoloso Janir Antonio Signor Adelino Zanivan Maria Loiva de A. Schwerz Max Anderson Schabarum Partido PMDB PMDB PMDB PP PP PSDB PTB PT PDT Nº de votos Presidente da Casa 1.064 1º César Frandoloso 996 765 748 615 721 694 642 592 Suplentes que assumiram nesta legislatura (até 1º/09/2009):23 Eliana Maria Simionato (PT). * Executivo municipal neste período: Orli Genir Berger (PTB/PDT/DEM, “A Força do Povo”) e Aldocir Luiz Seiffert (PT). _______________________ 1 Vereadores Titulares da Décima Terceira Legislatura 1.1 Martinho Aloísio Petry Vide Oitava Legislatura: 1.10. Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de 08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se 23 Tomando os resultados das eleições para a composição da Câmara de Vereadores desta Legislatura, Luiz Hermes Brescovici aparece como o candidato mais votado (715 sufrágios) da coligação “A Força do Povo” (PT, PDT, PTB e DEM). No entanto, de acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 270 (Protocolo 109540/2008), requerida pelo Ministério Público Eleitoral, foi declarado como incurso nas sanções do artigo 41-A da Lei 9.504/97; com vistos em correição do Juiz Eleitoral do Dr. Solon Bittencourt Depaoli, em 03/12/2008. Consultado, Brescovici dá a seguinte justificativa: “Cabe referir inicialmente que a minha candidatura na Justiça eleitoral, somente 60 (sessenta) dias antes das eleições, na data de 04.08.2008, foi em substituição ao candidato Waldesi Milton Klos (doc. anexo). O meu partido é o Democratas (DEM) e meu número escolhido foi 25.800. A minha presença na Câmara de Vereadores de Maravilha não interessava àqueles que se sentiram ameaçados com o meu ingresso na vida pública e trataram de me preparar uma armadilha, mandando ao meu escritório adolescentes de uma turma de alunos do colégio da cidade para pedir ajuda para uma viagem de final de ano. A trama foi tão bem arquitetada que conseguiu me afastar temporariamente do povo. Eu volto.” 125 afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla (PMDB), em função da conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 987 votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi novamente eleito para a Décima Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos (o vereador mais votado desta legislatura). 1.2 Ildo Menezes Nasceu em Lajeado do Tigre (Tigrinhos) no dia 17 de abril de 1972. Ele e mais cinco irmãos são filhos de Hildebrando e Maria Otilia Menezes. Em 1988 passou a residir em Maravilha, para estudar. Mais tarde, a fim de continuar os estudos, ficou seis anos fora deste município. Casado com Serlene Maria Murari Menezes tem três filhos: Karine, Karoline e Ildo Menezes Júnior. Profissionalmente sempre trabalhou – em empresa privada - na área da saúde. Atualmente exerce a função de biólogo no Laboratório Clínico Máster Ltda. de Maravilha. Sua primeira eleição político-partidária (PMDB) ocorreu em 2008 e foi eleito vereador para a 13ª Legislatura de Maravilha. Entre as cobranças que mais tem ouvido dos munícipes estão as deficiências na área da saúde, sendo que as dificuldades tem aumentado por causa da falta de medicamentos. Por conhecer bem o município, fica atento ao que reivindicam e busca soluções, defendendo a todos os munícipes, não importando a classe social, a nacionalidade ou partido. E acrescentou: “Ouvindo o clamor da comunidade, talvez me seja possível chegar a um cargo superior na política.” Quanto ao exercício da vereança assim opinou: “Me candidatei para eleger-me e ser o representante dos munícipes, pois o vereador tem seu diferencial que é a imunidade parlamentar, tendo vez e voz, e precisamos urgentemente moralizar a política e para isto devemos começar pelos municípios. Já troquei de sigla uma vez e procurei nova sigla, pois o partido deve ser composto por um grupo de pessoas coerentes e com mentes abertas para debates, onde estes quesitos não eram apresentados no partido anterior.” “Que o município continue crescendo, incentivando empresas, ampliando o atendimento na área da saúde e um parque de reserva florestal com trilhas para desenvolver caminhadas. Maravilha é um município muito bom para se viver, com ótimas verbas de retorno de impostos. É preciso somente ser bem administrados e bem aplicados os valores”, deixou escrito. Os jovens devem estar comprometidos com a sociedade; batalhadores compromissos desde cedo, mas faltam condições para mostrarem seus talentos profissionais. Há também falta de áreas de lazer e incentivo ao esporte para evitar as drogas e DST. 1.3 Gilson Wilmann Filho de Bernardino Wilmann e de Maria Salete Ottersbach Wilmann, o vereador Gilson nasceu em Maravilha no dia 4 de novembro de 1968. É casado com Sueli Salete e tem três filhos, registrados com os nomes de Rodrigo, Rhafael e Matheus. Convidado pelo ex-prefeito Juarês Vicari, para ajudar a fortalecer o partido (PMDB), aceitou candidatar-se a uma vaga para a 13ª Legislatura de Maravilha. Seu alicerce político foram os bairros e comunidades e sociedades esportivas do interior. É sua primeira experiência política. A Câmara de Vereadores tem seis sessões por mês: 126 nas segundas-feiras, com início às 19h e nos sábados, às 7h. É membro da Comissão de Finanças, Orçamento e Contas; da Comissão de Transporte, Comunicações, Obras e Serviços Públicos do Município. As reivindicações mais ouvidas, tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo, referem-se à saúde e à habitação. O projeto mais importante que encaminhou à Câmara nesses primeiros meses de titular, Wilmann cita o que fixa o ano de fabricação do veículo (no máximo 12 anos) para o transporte escolar; devendo ser submetidos à vistoria. Nesta legislatura é oposição e está atuando como “guardião da sociedade”: fiscalizando as atividades do prefeito e os rumos do município; encontrando, muitas vezes, resistências por parte do Executivo. Não está medindo esforços para desempenhar bem a função a que foi eleito. Assim, no final do mandato, cada maravilhense espera que tenha melhorado um pouco na qualidade de vida, com mais saúde, mais educação, mais moradias, mais segurança. Espera que cada munícipe tenha prazer de morar em Maravilha. “É um povo trabalhador, otimista, que faz a sua parte através de entidades, sociedades, participações comunitárias, renovando as classes políticas; sempre buscando melhorar no geral um pouco a vida de cada um que aqui reside”, afirmou Willmann. E pensa em contribuir, interferindo junto às esferas municipal, estadual e federal para que se instale em Maravilha uma escola técnica profissionalizante, formando futuros profissionais habilitados. 1.4 Láurio Stieler Vide Décima Legislatura: 1.2. Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527 votos do PPB (e foi 3º presidente desta legislatura); continuou na Câmara na Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP); assim como na Décima Terceira Legislatura (2008-2012), com 748 votos (PP). 1.5 César Frandoloso Vide Décima Primeira Legislatura: 1.9. César Frandoloso foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (201-2004). Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito com 713 votos (PP) e continuou na Câmara na Décima Terceira Legislatura (20092012), obtendo 615 votos (PP). Foi eleito primeiro presidente da Câmara desta legislatura. 1.6 Janir Antonio Signor Vide Nona Legislatura: 1.10. Janir Antonio Signor foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito com 540 votos (PFL). Foi o segundo presidente da Câmara desta legislatura. E 127 continuou como titular na Décima Terceira Legislatura (2009-2012), eleito pelo PFL, com 721 votos. 1.7 Adelino Zanivan Nasceu em Quilombo (SC) no dia 5 de fevereiro de 1964. É filho de João Zanivan Sobrinho e de Iracema de Oliveira. São em 15 irmãos. Essa família veio para Maravilha em 1979. Casado com Silvânia Noetzol e tem duas filhas: Andréia e Andressa. É funcionário público. Foi presidente do PTB local e, vendo os problemas de habitação, saúde, emprego, transporte, aceitou o desafio candidatando-se à vereança. Conhece bem o município. Existe bom relacionamento com outros legislativos municipais da região, através da Amerios e da Acaverios (Associação das Câmaras de Vereadores dos Municípios do Entre-Rios). “Maravilha é uma terra conquistada por desbravadores de todas as raças, cores e religiões; é um dos municípios que mais vem se desenvolvendo em todas as áreas”, comentou Zanivan. Julga que o futuro está nas mãos dos jovens. Atualmente representam a comunidade. “Estamos fazendo um trabalho por Maravilha, representando nossa comunidade, defendendo os direitos dos cidadãos que nos escolheram pra legislar”, assegurou. 1.8 Maria Loiva de Andrade Schwerz Vide Décima Segunda Legislatura: 1.4. Maria Loiva de Andrade Schwerz foi titular da Câmara na Décima Segunda Legislatura (2005-2008). Candidatou-se novamente para a Décima Terceira Legislatura (20092012), sendo eleito com 642 votos do PT. 1.9 Max Anderson Schabarum Este maravilhense, filho de Nelson Schabarum e de Adelise Gisela Schabarum, nasceu aos 14 de novembro de 1983. Tem dois irmãos: Mário André e Mateus Augusto. É empresário no ramo de transporte rodoviário de cargas e comércio de materiais para construção, casado com Danieli Wacholz Schabarum. Foi eleito vereador obtendo soma maior de votos no centro e bairros. Na primeira sessão legislativa da 13ª Legislatura fez parte da Mesa Diretora da Câmara como 1º secretário. No PDT é tesoureiro do diretório municipal e coordenador regional, com abrangência na região de Maravilha. Prestando apoio à administração municipal, seu partido dirige-se aos dois deputados estaduais do PDT, visando aos interesses da comunidade maravilhense. Exerce o trabalho com coerência, pensando no bem da coletividade. Quanto às reivindicações dos munícipes, julga que o vereador é o representante do povo e, uma vez eleito, deve atender os anseios ou reivindicações da comunidade em geral. Referindo-se ao relacionamento entre os Três Poderes insiste na busca da harmonia para poder fazer com que os munícipes tenham direitos paralelos aos deveres. Acerca dos planos políticos Schabarum assim se expressou: “procuro fazer um bom 128 trabalho, pensando na atual legislatura; se a população concluir que o meu trabalho vale mais um voto de confiança, continuarei fazendo planos políticos para o futuro.” Almeja a continuidade do crescimento de Maravilha, tornando-se sustentável e cada vez com melhor qualidade de vida para seus moradores. “Maravilha é uma cidade promissora, povo humilde e trabalhador que procura nesta cidade o melhor lugar para viver”, concluiu Schabarum. ___________________ Atual Legislatura – Primeira Sessão Legislativa (Exercício 2009) Mesa diretora Presidente: Vice-Presidente: 1° Secretário: 2° Secretário: César Frandoloso (PP) Adelino Zanivan (PTB) Max Anderson Schabarum (PDT) Láurio Stieler (PP) Líderes das bancadas Líder do Governo: Adelino Zanivan (PTB) PT: Maria Loiva de Andrade Schwerz PDT: Max Anderson Schabarum PTB: Adelino Zanivan PP: Láurio Stieler PSDB: Janir Antonio Signor PMDB: Ildo Menezes Comissões Presidente: Membro: Membro: Membro: Presidente: Membro: Membro: Comissão de Polícia da Casa César Frandoloso (PP) Adelino Zanivan (PTB) Max Anderson Schabarum (PDT) Láurio Stieler (PP) Comissão de Legislação e Justiça Janir Antônio Signor (PSDB) Maria Loiva de Andrade Schwerz (PT) Martinho Petry (PMDB) Comissão de Finanças, Orçamento e Contas do Município Presidente: Láurio Stieler (PP) Membro: Max Anderson Schabarum (PDT) Membro: Gilson Wilmann (PMDB) Comissão de Economia, Presidente: Membro: Membro: Agricultura, Indústria, Comércio e Defesa do Consumidor Ildo Menezes (PMDB) Adelino Zanivan (PTB) Janir Antônio Signor (PSDB) Comissão de Transportes, Comunicações, Obras e Serviços Públicos Presidente: Adelino Zanivan (PTB) Membro: Gilson Wilmann (PMDB) Membro: Láurio Stieler (PP) Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Saúde e Promoção Social Presidente: Martinho Petry (PMDB) Membro: Maria Loiva de Andrade Schwerz (PT) Membro: Janir Antônio Signor (PSDB) Comissão de Ética e Decoro Parlamentar Presidente: Adelino Zanivan (PTB) Membro: Janir Antônio Signor (PSDB) Membro: Láurio Stieler (PP) Membro: Martinho Petry (PMDB) Suplentes: Membro: Max Anderson Schabarum (PDT) Membro: Gilson Wilmann (PMDB) 129 Líder do Governo: PT: PDT: PTB: PP: PSDB: PMDB: Líderes das Bancadas Adelino Zanivan (PTB) Maria Loiva de Andrade Schwerz Max Anderson Schabarum Adelino Zanivan Láurio Stieler Janir Antônio Signor Ildo Menezes ________________ “Olhe à frente, para que a vista perceba os passos” (Salomão, rei de Israel). “Todos devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo” (Mahatma Gandhi, pacifista indiano). * Pergunta vencedora em um congresso sobre vida sustentável: "Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?" 130 131 2 ACAVERIOS Nas dependências da Câmara de Vereadores de Maravilha, em 18/12/1995, foi fundada a Acaverios (Associação das Câmaras de Vereadores dos Municípios do EntreRios). Quando da criação – em assembléia convocada pelo presidente da Câmara de Maravilha, vereador Janir Signor -, participaram os presidentes das Câmaras Municipais de Cunha Porã, Iraceminha, Modelo, Pinhalzinho, Riqueza, São Miguel da Boa Vista e Maravilha. Antes disso, em 05/12/1995, havia sido oficializada a Amerios (Associação dos Municípios do Entre-Rios) A 1ª diretoria, eleita nessa assembléia, ficou assim constituída: Adroaldo Borges, de Maravilha (presidente); Vilson Albino Zitta, de Pinhalzinho (vice-presidente); Almir da Rosa, de Iraceminha (secretário); Solmar Hübner, de Cunha Porã (tesoureiro). Compunham o conselho fiscal os vereadores Itacir Luiz Zonatto (São Miguel da Boa Vista), Sérgio Bolfe (Cunha Porã) e Valdir Zenatti (Modelo). No 2º comando, eleito em 15/03/2002, constam os nomes dos vereadores: Antonio Valdir Ferraz (presidente), Joacir Sonda (vice-presidente), Láurio Stieler (secretário) e Ivo Luiz Honnef (tesoureiro); com o conselho fiscal assim formado: César Frandoloso (Maravilha), Paulo G. Kutszepa (Tigrinhos) e Neltair Alcides Pissatto (Maravilha). Atualmente constituem a Acaverios os vereadores de 12 municípios: Maravilha (sede), Bom Jesus do Oeste, Campo Erê, Cunha Porã, Flor do Sertão, Iraceminha, Modelo, Riqueza, Santa Terezinha do Progresso, São Miguel da Boa Vista, Saudades e Tigrinhos.24 24 Participação nas informações: Nei Guzatti, diretor geral de expediente da Câmara de Vereadores. Maravilha, ago. 2009. 132 EPÍLOGO Quais nautas que aos mares se aventuram, desafiando os vagalhões e a calmaria marítima, ao porto conduzimos nosso barco de pesquisa. Cansados talvez. Satisfeitos talvez. Realizados talvez. Mas a verdade é que chegamos a um fim proposto: coleta de dados e publicação que inclui 50 anos de história da Câmara de Vereadores de Maravilha. Esperamos que todos se sintam bem: os que incluem sua parcela, tomando parte como edil - sem egoísmo e nem esquecimento -, por causa da representatividade; assim como os pesquisadores e leitores. Não foram olvidados esforços. Dever cumprido. Concordando com Mário Benedetti que escreveu: “O que é escrito não muda o mundo, mas sim as pessoas; e as pessoas mudam o mundo”. Para os legisladores, aqui tem vez uns recados. Alguns são ensinamentos antigos, mas ainda não aprendemos. O primeiro, escrito por Montesquieu (1689-1755): "As leis inúteis enfraquecem as leis necessárias". Este outro é de antes de Cristo, deixado por Cícero: "O bem do povo deve ser a lei suprema". Abraham Lincoln, expresidente norte-americano, já no século 19 deixou uma chamada: “Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar”. Vamos aprender nem que seja daqueles que incluem humor, como este: “Quem com imposto fere, com voto será ferido”, deixado por Abram Szajman. Nós brasileiros abusamos do dom do esquecimento. Juan Domingo Perón, militar e político argentino (1895-1974), escreveu para a esposa Isabelita o seguinte conselho a ser copiado e praticado: “Fale muito das coisas, pouco das pessoas e nada de você”. Junto vai a chamada encenada por Charles Chaplin, em seu O Último discurso, do filme O Grande Ditador: “Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”. Métodos a serem adotados na transformação futurista: “Há duas formas da revolução na história humana: as rumorosas, feitas com o sangue, o suor e as lagrimas das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a ser mais efetivas no que diz respeito aos benefícios proporcionados à maioria. Elas são consideradas silenciosas não porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos olhos das pessoas, mas porque deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam. Seu caráter profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão conta, enfim, das mudanças por elas promovidas”.25 Assim seja. Fazendo jus ao nome: uma MARAVILHA. 25 Veja, Edição 2 120. Editora Abril, São Paulo, 08/07/2009. p.12. 133 Na Galeria dos Ex-Presidentes encontram-se – na ordem sequencial cronológica - os seguintes vereadores: 1º Demétrio Bachinski (1959 a 1962) 2º David Gottardo (1963 e 1966) 3º Guilherme Gruber (1964) 4º Eduardo Gruber (1965) 5º Osmar J. Magnanti (1967) 6º Deonubem Baldissera (1967) 7º Alcides A. de Moraes (1968) 8º Antônio O. Conci (1969) 9º Paschoal A. Pítsica (1970-1971) 10º Ernani Appelt (1972) 11° Osmar Fülber (1973-1974) 12ª Reditário Cassol (1975-1976) 13ª Heitor A. Kasper (1977-1978) 14º Benito P. Magnanti (1979) 15º Armando N. Albrecht (1980) 16º João J. Mascarello (1981-1982) 17° Darwin J. Krauspenhar(1983-1984) 18º Darci J. Schmidt (1985-1986) 19° Paulo A. Bresolin (1987-1988) 20° Egon Müller (1989-1990) 21° Harri Laske (1991) 22° Neuza T. B. Willinghöefer (1992) 23° Antonio Bertollo (1993) 24º Darci Klumb (1994) 25º Janir A. Signor (1995) 26º Adroaldo Borges (1996) 27° Edio Bartz (1997-1998) 28° Dário Carlos Staudt (1999) 29º João Carlos Pereira (2000) 30° Orli Genir Berger (2001) 31º Ivo Badia (2002) 32° Láurio Stieler (2001-2004) 33° Neltair A. Pissatto (2005) 34° Janir A. Signor (2006) 35º Martinho A. Petry (2007) 36º Claudir Kuhn (2008) 37° César Frandoloso Enquanto que, na Galeria dos Ex-Prefeitos, no Paço Municipal, estão, na ordem sequencial cronológica: 1° João Cavalheiro (1958) 2º Deonubem Baldissera (1959-1964) 3º Nidolfo Carlos Mattje (1964-1969) 4° Albino Cerutti Cella (1969-1973) 5° Nidolfo Carlos Mattje (1973-1977) 6º Eloy José Ranzi (1977-1982) 7º Ivo Roman (1982-1983) 8º Celso Maldaner (1983-1988) 134 9° Miguel Nemirski (1989-1992) 10° Celso Maldaner (1983-1986) 11° Adélio Majolo (1987-2000) 12º Celso Maldaner (2001-2003) 13º Juarez Domingos Vicari (2003-2008) 14º Orli Genir Berger (2009...) A história de Maravilha não está concluída. ______________ “O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética ... (mas) o silêncio dos bons (Martin Luther King). 135 Bibliografia Referências Bibliográficas GIALDI, Francisco. Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história . Maravilha: Brescovici, 1988. ______. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história . Porto Alegre: Est 2ed, 2003. ______. Maravilha 25 anos . Maravilha: Prefeitura Municipal, 1983. ______. Os discípulos do Padre Berthier e o seminário de Maravilha . In: Etnias & Carismas: poliantéia em homenagem a Rovílio Costa. Organizado por Antônio Suliani. Porto Alegre: Edipucrs, 2001. LAUSCHNER, Luiz G. Chucrute, Churrasco & Jaraqui . Manaus: BKEditora 3ed, 2002. PILATI, José Isaac. História da colonização de Maravilha . Florianópolis: Ed. da Imprensa Universitária/UFSC, 1991. Referências documentais ANAIS da Fundação das Irmãs de Nossa Senhora. Maravilha, 1953-1972. ATAS da Câmara de Vereadores de Maravilha: 1958-2009. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Congresso Nacional, 1988. MARAVILHA. Câmara de Vereadores. Lei do Orçamento para o exercício de 1960 e as primeiras 20 leis municipais. Maravilha, 1960. ______. Lei Orgânica do Município (1990) e outras leis municipais. Maravilha, 19602009. MARAVILHA. Câmara de Vereadores. Regimento Interno da Câmara Municipal de Vereadores de Maravilha . Maravilha, 1990. Anexos 136 1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas 2 Questionário 3 Primeiras propagandas políticas e diplomas 4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História 5 Projeto da Câmara de Vereadores de Maravilha, com a construção assim programada: início em 2009 e conclusão com o prazo final para setembro de 2011 137 ANEXOS 1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas Maravilha (SC), 1° de junho de 2009. Exmo. Sr. Vereador e/ou ex-vereador ... Senhor (ex-) Vereador: Maravilha está no seu cinqüentenário de emancipação. Em 2008, o jornal Novoeste publicou uma revista com 178 páginas intitulada Maravilha 50 Anos, em comemoração à data especial. Na continuidade, a Câmara de Vereadores está organizando nova edição do livro Câmara Municipal de Maravilha. Será uma revisão e continuidade (até os dias atuais) daquele publicado em 1988, então com o título de Câmara Municipal de Maravilha: 30 Anos de História. Lá estão os vereadores das sete primeiras legislaturas. Mantido contato com o historiador maravilhense Francisco Gialdi (autor, entre outros, do título supracitado), o mesmo aceitou o desafio, apesar da exigüidade de tempo. Por isso, contando com a participação de todos os que estão ou estiveram na Câmara como titulares -, vamos coletar dados (documentário preliminar a ser arquivado) para a composição histórica a ser editada ainda neste ano. Em anexo segue um questionário a fim de podermos elaborar o histórico de cada uma das treze legislaturas. Em caso de reeleição, o edil terá o curriculum vitae incluído apenas na primeira vez em que assumiu como titular. Nas legislaturas seguintes, será colocado o nome com o partido e número de votos obtidos. Outro detalhe: o questionário é para haver semelhança, evitando esquecimentos de dados históricos. No entanto, se – ao invés de serem dadas as respostas – apresentarem em forma de redação histórica, com seus dados pessoais, profissionais e históricos de quando esteve no egrégio Legislativo maravilhense, isto poderá ser usado, facilitando a redação final. Data final para a entrega: 15 de julho de 2009. Antecipados agradecimentos. Vereador César Frandoloso Presidente 138 _______________________ Em tempo: Os vereadores que fazem parte da edição anterior (Maravilha: 30 Anos de História) podem recompor – eles ou representantes – e, principalmente corrigindo possíveis erros da mesma, agora revista e atualizada. 139 2 Questionário 1 2 3 4 5 6 7 - Nome completo: - Data e local de nascimento: - Nome dos pais e número de irmãos: - Quando e por que veio morar em Maravilha? - Seu endereço completo: - Se casado, nome do cônjuge e (se tiver) dos filhos: - Como vereador: em que Legislatura; razão da candidatura e qual o partido? (Se já trocou de siglas partidárias, citar quais e o porquê) 8 - Algo sobre as reuniões da Câmara: turno; dias da semana... 9 - Sua profissão (na época em que era vereador e agora): 10 - Seu principal reduto político (centro, bairro ou comunidade do interior): 11 - Na Câmara Municipal que cargos tem ocupado? E no partido? 12 - Quais as principais cobranças feitas pelos eleitores (na campanha e no exercício da vereança)? 13 - Relacionamento com os outros legislativos municipais (região, estado, país): 14 - Qual o projeto de lei mais importante encaminhado à Câmara de Maravilha (pelo vereador entrevistado e/ou que passou pela Câmara)? 15 - Arrependeu-se de algum projeto de lei seu (depois aprovado ou rejeitado)? 16 - Deixou vaga (quando titular) para algum suplente? Quem? 17 - Conhece bem o município? Dá atenção às reivindicações dos munícipes? 18 - Como era (é) o relacionamento com o Executivo e o Judiciário e com a oposição na sua Legislatura? 19 - Ocupou outros cargos políticos eletivos ou não (deputado, prefeito, vereador de outro município... onde, quando e qual?) 20 - Seus planos políticos para o futuro? Se não mais participou da política, exponha a razão. 21 - Qual seu sonho maior a respeito do Município de Maravilha? 22 - Um comentário sobre Maravilha e sua gente. 23 - Conte uma história do Legislativo maravilhense, quando era vereador. 24 – Observando a juventude hodierna o que o leva a pensar politicamente? 25 - Algo mais... (podendo incluir os desvios que ocorrem). ______________________ * Dos vereadores falecidos: local e data do passamento ** Data máxima para a entrega na Câmara de Vereadores de Maravilha: 15/7/2009. Francisco Gialdi Historiador César Frandoloso Presidente da Câmara 140 3 Primeiras propagandas políticas e diplomas Cópias de documentos fornecidos por Eloi Pedro Breda, em Balneário Camboriú, 2/5/2009. Algumas propagandas são anônimas. Todavia, ao circularem logo eram citados autores e a quem eram dirigidas. Destaque para o seu diploma de vereador, assinado pelo Juiz Rafael Ribeiro Pinto. A 1ª eleição de Maravilha ocorreu em 11/11/1958 e a posse no dia 31/01/1959. Outras propagandas são das eleições realizadas em 03/10/1960 para governador do estado (Celso Ramos) e em 07/10/1962, para a Segunda Legislatura. Eleições municipais de 03/10/1958 141 Eleições para governador do Estado, 03/10/1960 142 Eleições municipais de 05/10/1962 143 144 145 4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História 146 5 Projeto da Câmara de Vereadores de Maravilha, com a construção assim programada: início em 2009 e conclusão com o prazo final para setembro de 2011 147 148