50 Anos de História

Transcrição

50 Anos de História
Câmara Municipal de
MARAVILHA:
50 anos de História
1
O nome Maravilha, no Brasil:
Maravilha - Alagoas - CEP 57520-000
Maravilha - Santa Catarina - CEP 89874-000
Maravilhas - Minas Gerais - CEP 35666-000
Maravilha (Londrina - PR)
Maravilha (Realeza - PR)
Maravilha (Custódia - PE)
___________________
Francisco Gialdi
Rua General Eurico, 100 - Caixa Postal 33
Telefone/fax (49) 3664 0393 e 9988 7777
E-mail: [email protected]
Home-page (Família Gialdi): www.gialdi.hpg.com.br
89874-000 Maravilha SC
Dados Internacionais de catalogação-na-publicação (CIP)
...
Gialdi, Francisco.
Câmara Municipal de Maravilha: 50 anos de História / Francisco Gialdi. 2.ed. revista,
atualizada e ampliada – Maravilha: Editora..., 2009.
... p.
Catalogação: ...
2
FRANCISCO GIALDI
Professor e Historiador
Membro Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina
Câmara Municipal de
MARAVILHA:
50 anos de História
2ª edição
revista, atualizada e ampliada
Editora...
3
EDIÇÕES...
© Copyright by Francisco Gialdi, Maravilha, SC/Brasil
2ª edição: 2009
Todos os direitos reservados pelo Autor, conforme determina a lei.
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por
quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação fotocópia, ou outros), sem permissão expressa do Autor.
Assistência na computação gráfica da composição: Fábio Leandro Gialdi
Capa:
Encimando a capa está o Brasão do Poder Legislativo Municipal (padrão nacional). O barrete frígio ou
barrete da liberdade é uma espécie de touca ou carapuça, originariamente utilizada pelos moradores da
Frígia (antiga região da Ásia Menor, onde hoje está situada a Turquia). Foi adotado, na cor vermelha,
pelos republicanos franceses que lutaram pela tomada da Bastilha em 1789, que culminou com a
instalação da primeira república francesa em 1793. Por essa razão, tornou-se um forte símbolo do regime
republicano. O Estado de Santa Catarina presta homenagem a esta simbologia utilizando o barrete frígio
no desenho de sua bandeira (Lei nº 975, de 23 de outubro de 1953).1
O dístico "O Poder Unido é Mais Forte" procura conscientizar os vereadores da força política
que eles representarão, quando realmente se unirem.
Editoração e composição
...
Rua...
89874-000 Maravilha SC
Fone/fax: (49)...
E-mail:
1
Dados complementares colhidos na Vikipédia.
4
Francisco Gialdi, professor e historiador,
é filho de Fioravante Gialdi
e de Carolina Gabiatti. Nasceu em
Encantado (RS) aos 28/07/1945.
Sua família transferiu residência para Iraí
e dali para Maravilha no dia 02/08/1961.
Casado com Lêda Gialdi tem os filhos
Fabiane, Éden Marcos, Fábio e Cariline.
Atuou como professor de História, a partir
de 1969, no ensino fundamental,
médio e superior.
Desde o início vem escrevendo e
arquivando documentos da história de
Maravilha.
Autor de uma importante e diversificada
contribuição à historiografia,
com destaque para "Maravilha: 25 anos"
(1983); "Câmara Municipal de Maravilha:
30 anos de História" (1988); “Maravilha:
sua terra, sua gente, sua história”
(1ª ed. 1993 e 2ª ed. 2003) e “Memorial da
Família Gialdi”
(junto com Darcy Gialdi: 1ª ed. 1995 e 2ª
ed. 1999); “Seminário de Maravilha:
Jubileu de Ouro” (2004);além da
participação em outros livros e publicação
de ensaios, crônicas e poesias.
É membro efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico de Santa Catarina.
Foi o criador (através de concurso) da
Bandeira do Município de Maravilha.
Fez viagem de estudos históricos no
exterior (Espanha, Itália, Turquia, Egito,
Israel e Grécia) e de pesquisa a respeito
do Memorial da Família Gialdi.
Detém a Medalha Anita Garibaldi (do
Sesquicentenário de sua Morte: 1999).
Possui um grande acervo de documentos
sobre a história de Maravilha.
Vive em constante pesquisa.
5
Sumário
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 10
APRESENTAÇÃO......................................................................................................... 11
PREFÁCIO ..................................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
1 PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL...................................................................... 19
1.1 Câmara Municipal de Maravilha .......................................................................... 22
I Primeira Legislatura: 31/01/1959 a 30/01/1963 ................................................... 23
1 Vereadores Titulares da Primeira Legislatura ................................................. 25
1.1
Demétrio Bachinski ............................................................................ 25
1.2
Alcides Ferrari Benvegnú ................................................................... 26
1.3
Eloi Pedro Breda................................................................................. 26
1.4
Oscar Kölln ......................................................................................... 27
1.5
Nidolfo Carlos Mattje ......................................................................... 27
1.6
Fioravante Luiz Trevizan.................................................................... 28
1.7
João Pilati ........................................................................................... 29
II Segunda Legislatura: 31/01/1963 a 30/01/1967 ................................................. 31
1
Vereadores Titulares da Segunda Legislatura ............................................ 32
1.1
Arlindo Theobaldo Renck .................................................................. 32
1.2
David Gottardo ................................................................................... 33
1.3
Estanislau Alfredo Schmitz ................................................................ 33
1.4
João Cavalheiro .................................................................................. 34
1.5
Eloi Pedro Breda................................................................................. 35
1.6
Guilherme Gruber ............................................................................... 35
1.7
Eduardo Gruber .................................................................................. 37
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Segunda Legislatura............... 37
2.1
Raymundo Veit ................................................................................... 37
2.2
Vendelino Pedro Serafini.................................................................... 38
III Terceira Legislatura: 31/01/1967 a 30/01/1970 ................................................ 39
1 Vereadores Titulares da Terceira Legislatura .................................................. 41
1.1
Osmar João Magnantti ........................................................................ 41
1.2
Reditário Cassol.................................................................................. 42
1.3
Deonubem Baldissera ......................................................................... 44
1.4
Alcides André de Moraes ................................................................... 45
1.5
Deonildo Faggion ............................................................................... 45
1.6
Rodolfo Meneses ................................................................................ 46
1.7
Waldemiro Onofre .............................................................................. 47
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Terceira Legislatura ............... 47
2.1
Antônio Osvaldo Conci ...................................................................... 47
2.2
Guilherme Ozídio Manfrin ................................................................. 48
2.3
Ildefonso Thiago ................................................................................. 49
2.4
Osório Crestani ................................................................................... 49
2.5
Alcides Maurer ................................................................................... 50
IV Quarta Legislatura: 31/01/1970 a 30/01/1973 ................................................... 51
2
Vereadores Titulares da Quarta Legislatura ............................................... 52
2.1
Paschoal Apóstolo Pítsica................................................................... 52
2.2
Henrique Wolfgang Sandmann .......................................................... 54
1.3 Ernani Appelt ............................................................................................ 54
6
1.4 Deonubem Baldissera ............................................................................... 55
1.5 Bruno Tumelero ........................................................................................ 55
1.6 Dércio Augusto Knop ............................................................................... 56
1.7 Arlindo Lichks .......................................................................................... 57
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Quarta Legislatura ................. 58
2.1
Walter Helmuth Fischer...................................................................... 58
2.2
Luiz Grando ........................................................................................ 58
V Quinta Legislatura: 31/01/1973 a 31/01/1977 .................................................... 60
1 Vereadores Titulares da Quinta Legislatura .................................................... 62
1.1
Osmar Fülber ...................................................................................... 62
1.2
Olivio Baczinski ................................................................................. 63
1.3
Osvaldo João Ranzi ............................................................................ 63
1.4
Heitor Alexandre Kasper .................................................................... 65
1.5
Reditário Cassol.................................................................................. 65
1.6
Dionísio João Rossi ............................................................................ 65
1.7
Alcides André de Moraes ................................................................... 66
1.8
Francisco Zanin .................................................................................. 66
1.9
Guilherme Higino Zabot ..................................................................... 66
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Quinta Legislatura ................. 67
2.1
Miguel Nemirski ................................................................................. 67
VI Sexta Legislatura: 1º/02/1977 a 31/01/1983 ..................................................... 69
1
Vereadores Titulares da Sexta Legislatura ................................................. 70
1.1
Heitor Alexandre Kasper .................................................................... 70
1.2
Armando Nelson Albrecht .................................................................. 70
1.3
Benito Pessoa Magnanti ..................................................................... 70
1.4
Armindo Abel Zanin ........................................................................... 71
1.5
João Jacob Mascarello ........................................................................ 72
1.6
Antônio Cláudio dos Santos Machado ............................................... 72
1.7
Miguel Nemirski ................................................................................. 73
1.8
Darwin João Krauspenhar .................................................................. 74
1.9
Anacleto Domingos Menegassi .......................................................... 75
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Sexta Legislatura ................... 75
2.1
Miguel Bringhenti .............................................................................. 76
2.2
Luiz Provensi ...................................................................................... 76
2.3
Sérgio da Silveira Kuhn ...................................................................... 77
VII Sétima Legislatura: 1º/02/1983 a 31/12/1988 .................................................. 78
1
Vereadores Titulares da Sétima Legislatura ............................................... 79
1.1
Darci Jucelino Schmidt....................................................................... 79
1.2
Egon Müller ........................................................................................ 79
1.3
Darwin João Krauspenhar .................................................................. 80
1.4
Paulo Luís Bresolin ............................................................................ 80
1.5
Anacleto Domingos Menegassi .......................................................... 81
1.6
Iraldo Kirch......................................................................................... 81
1.7
Pedro Conte ........................................................................................ 81
1.8
Armando Nelson Albrecht .................................................................. 82
1.9
Romano Valmor Tumelero ................................................................. 82
1.10 João Luiz Cembranel .......................................................................... 83
1.11 Adroaldo Borges ................................................................................. 84
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Sétima Legislatura ................. 85
2.1
Romildo Ferreira Coelho .................................................................... 85
7
VIII Oitava Legislatura: 1º/01/1989 a 31/12/1992 ................................................. 87
1
Vereadores Titulares da Oitava Legislatura ............................................... 87
1.1
Egon Müller ........................................................................................ 87
1.2
Neusa Terezinha Biazussi Villinghöfer .............................................. 88
1.3
Harri Laske ......................................................................................... 89
1.4
Antonio Bertollo ................................................................................. 90
1.5
Adelir Ademir Von Borstel ................................................................ 91
1.6
Ademar Antônio Scariot ..................................................................... 92
1.7
Ademir Realdo Albrecht ..................................................................... 93
1.8
Osvaldo João Ranzi ............................................................................ 93
1.9
Claudio Baczinski ............................................................................... 93
1.10 Martinho Aloísio Petry ....................................................................... 94
1.11 Nelson Sehnem ................................................................................... 95
IX Nona Legislatura: 1º/01/1993 a 31/12/1996 ...................................................... 97
1
Vereadores Titulares da Nona Legislatura ................................................. 97
1.1
Antonio Bertollo ................................................................................. 97
1.2
Darci Klumb ....................................................................................... 97
1.3
Neivo Luiz Sartori .............................................................................. 98
1.4
Adroaldo Borges ................................................................................. 99
1.5
Antonio Valdir Ferraz ......................................................................... 99
1.6
Aléssio Vendruscolo ......................................................................... 100
1.7
Edio Bartz ......................................................................................... 101
1.8
Romano Valmor Tumelero ............................................................... 101
1.9
Dário Carlos Staudt .......................................................................... 102
1.10 Janir Antonio Signor......................................................................... 103
1.11 Valdemar Roversi ............................................................................. 103
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Nona Legislatura.................. 104
2.1
Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 104
X Décima Legislatura: 1º/01/1997 a 31/12/2000 ................................................. 106
1
Vereadores Titulares da Décima Legislatura............................................ 106
1.1
Edio Bartz ......................................................................................... 106
1.2
Láurio Stieler .................................................................................... 106
1.3
Gilmar Antonio Schaefer .................................................................. 107
1.4
Adroaldo Borges ............................................................................... 107
1.5
Ivo Badia .......................................................................................... 108
1.6
Darci Klumb ..................................................................................... 108
1.7
Jorge Adelar Grando ......................................................................... 108
1.8
Dário Carlos Staudt .......................................................................... 109
1.9
Genuir Bassani .................................................................................. 109
1.10 Orli Genir Berger .............................................................................. 109
1.11 João Carlos Pereira ........................................................................... 110
XI Décima Primeira Legislatura: 1º/01/2001 a 31/12/2004 ................................. 112
1
Vereadores Titulares da Décima Primeira Legislatura ............................. 112
1.1
Antonio Bertollo ............................................................................... 112
1.2
Neltair Alcides Pissatto .................................................................... 112
1.3
Ivo Badia .......................................................................................... 114
1.4
Antonio Valdir Ferraz ....................................................................... 114
1.5
Orli Genir Berger .............................................................................. 114
1.6
Láurio Stieler .................................................................................... 114
1.7
Miguelina Pirolli Frandoloso ............................................................ 114
8
1.8
Terezinha de Fátima Bartz................................................................ 115
1.9
César Frandoloso .............................................................................. 116
1.10 Antônio Valmor de Campos ............................................................. 116
1.11 Valdecí Luís Berté ............................................................................ 118
XII Décima Segunda Legislatura: 1º/01/2005 a 31/12/2008 ................................ 119
1
Vereadores Titulares da Décima Segunda Legislatura ............................. 119
1.1
Marli Fátima Agostini ...................................................................... 119
1.2
Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 120
1.3
Neltair Alcides Pissatto .................................................................... 120
1.4
Maria Loiva de Andrade Schwerz .................................................... 120
1.5
Aldocir Luiz Seiffert ......................................................................... 121
1.6
César Frandoloso .............................................................................. 122
1.7
Láurio Stieler .................................................................................... 122
1.8
Claudir Kuhn .................................................................................... 122
1.9
Janir Antonio Signor......................................................................... 123
2
Suplentes que assumiram em definitivo na Décima Segunda Legislatura 123
XIII Décima Terceira Legislatura: 1º/01/2009 a 31/12/2012 ............................... 125
1
Vereadores Titulares da Décima Terceira Legislatura ............................. 125
1.1
Martinho Aloísio Petry ..................................................................... 125
1.2
Ildo Menezes..................................................................................... 126
1.3
Gilson Wilmann................................................................................ 126
1.4
Láurio Stieler .................................................................................... 127
1.5
César Frandoloso .............................................................................. 127
1.6
Janir Antonio Signor......................................................................... 127
1.7
Adelino Zanivan ............................................................................... 128
1.8
Maria Loiva de Andrade Schwerz .................................................... 128
1.9
Max Anderson Schabarum ............................................................... 128
2 ACAVERIOS ............................................................................................................ 132
EPÍLOGO ..................................................................................................................... 133
Bibliografia ................................................................................................................... 136
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 136
1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas
.......................................................................................................................... 137
2 Questionário .................................................................................................. 137
3 Primeiras propagandas políticas e diplomas.................................................. 137
ANEXOS ...................................................................................................................... 138
1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas
.......................................................................................................................... 138
2 Questionário .................................................................................................. 140
3 Primeiras propagandas políticas e diplomas
4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História
5 Edificação da Câmara de Vereadores de Maravilha (projeto)
9
AGRADECIMENTOS
Esta obra está sendo publicada graças à participação de muitos que nela estão ou
observadores sensatos que buscam o bem, à beira deste caminho - pois a História
é o resultado da pesquisa, informação, relatório e exposição.
Fica registrado o agradecimento a todos os que contribuíram.
Consignamos o reconhecimento especial ao presidente da Câmara,
César Frandoloso, pelo ousado plano e programa histórico;
incluindo os que auxiliaram na execução:
Nei Guzatti, diretor geral de expediente,
Marizete Savaris Utzig, técnica em contabilidade,
Rubiane Seidel, secretária,
Maria Fontana Puhl, assessora especial,
Tânia Maria Frandoloso Begrow, assessora jurídica,
Kelly Trapp, assessora legislativa e
Rodrigo de Oliveira, assessor de imprensa,
pela busca dos informes contidos nas atas e leis municipais;
distribuição e coleta de questionários e informações,
particularmente dos ex-titulares distantes;
amparo no desvendar de informações concretas:
as provas documentais que embasam a História.
Congratulamo-nos com os nobres vereadores,
pois esta obra está ligada ao Legislativo maravilhense, e tem o objetivo de tornar
mais conhecido, estimado e procurado este município. Estranho é excêntrico.
Em tempo: exaltamos a ordem da documentação da Câmara.
Todas as atas, assim como os livros de presença,
encontram-se arquivados e boa parte digitalizada.
Cabe à História - considerada o conhecimento do passado humano - tornar
público, descrever e tirar proveito das lições.
Somente o conhecido é lembrado.
Muito Obrigado!
F.G.
10
APRESENTAÇÃO
Acontecimentos históricos, entre os quais as inaugurações, são
facilmente assinalados por lembranças que se destinam a transmitir à posteridade
a memória de fato, com marcas, placas ou monumentos. Estes, porém, estão
sujeitos às intempéries demolidoras que reduzem a pó, ou ao destroçar
provocado pela espécie humana.
Estamos no ano 50 do calendário que iniciou com a emancipação de
Maravilha. Não basta que a recordação seja registrada numa agenda específica;
não é suficiente um ato comemorativo solene verbal/auditivo ou visório, como
desfiles. A vista e o ouvido podem assimilar noções ou conhecimentos. No
entanto, têm consigo, facilmente, o dom do apagador (esquecimento).
Necessário se torna – enquanto ainda é tempo –, colher dados históricos,
registrá-los, divulgá-los e estudá-los. Foi esta a resolução tomada pela egrégia
Câmara de Vereadores de Maravilha.
Além dos livros de atas, registrando o ocorrido nas sessões legislativas,
para a publicação veio à mente o nome do professor e historiador Francisco
Gialdi, autor de quatro livros sobre a história de Maravilha, sendo que um é
intitulado Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História (1988).
Portanto, faz 20 anos.
Entregue o convite e a concordância imediata, todos nós - coordenador,
vereadores e auxiliares da Câmara - participamos da coleta de dados e
documentos. Houve união na busca, na compilação e na publicação, com
esmero. Foi possível realizar pesquisas e entrevistas lá longe e aqui perto. E a
publicação está aqui. O professor Francisco Gialdi oferece na presente obra
acabada uma síntese da História da Câmara de Vereadores de Maravilha nos
seus 50 anos de ação: reuniões, definições, decisões e eventos – com diferentes
personagens e épocas diversas - em treze legislaturas. O trabalho foi escrito com
a finalidade de tornar conhecido e divulgado o Município de Maravilha, nos
principais aspectos ligados ao Poder Legislativo Municipal.
Sem maiores pretensões vamos apresentar o trabalho contendo os
elementos indispensáveis para que todos tenham uma exata compreensão das
atividades legislativas.
Maravilha (SC), outubro de 2008.
César Frandoloso
Presidente da Câmara
11
PREFÁCIO
A construção do futuro começa pelo conhecimento do passado numa sequência
de presentes perenizados pela história. Por isso, devemos viver o aqui e o agora, mas
olhando o porvir e escrevendo o passado que é seu alicerce. Não se olvide a
conformidade com o real, a exatidão e a realidade do ocorrido, sabendo que a maioria
das doutrinas políticas apresenta erros e verdades; verdade de fato e de razão.
“A verdade não é determinada pelo voto da maioria”, escreveu o papa Bento
XVI. Bem sabemos que a verdade é uma só, ainda que a verdade real, ou a verdade dos
fatos, frequentemente pode acabar sendo manipulada, seqüestrada, ocultada ou
substituída. Substituída, da parte dos poderosos, pela “verdade oficial”. A verdade
oficial é a caricatura da verdade verdadeira; é fabricada pelas autoridades, que nem
sempre gostam de deixar a verdade verdadeira circulando livremente. Faltando justiça e
verdade, o que seriam os reinos, as repúblicas de hoje, sendo covis de ladrões, ninhos de
cobras venenosas, antros de perdição e coletânea de mentiras usadas sem vergonha? Se
quiser saborear o gosto da liberdade e entrar numa terra sem males, o ser humano
precisa ter coragem e apostar tudo na força da verdade.
A História da Câmara de Vereadores de Maravilha contém uma exposição
verídica dos principais acontecimentos ocorridos nesses primeiros 50 anos: (19582008), não esquecendo o famoso provérbio latino: Quot capita, tot sententiae! (Quantas
cabeças, tantas sentenças!) na coleta de dados. Sejam encaixadas aqui algumas
exigências feitas ao historiador: paralelo ao conhecimento (pois do nada não se tira
coisa alguma) e ao espírito crítico (pois devem ser respeitadas as muitas visões do
mesmo fato) faz-se necessária a virtude da paciência (pois para pesquisar um mesmo
fato histórico deve-se evitar o enumerar das vezes que se busca).
Assim como na 1ª edição – publicada no terceiro decênio, em 1988 -, este breve
estudo compõe-se da apresentação das 13 legislaturas, com o curriculum vitae de todos
os titulares que ocuparam cadeiras nesta Câmara, nos 50 anos de história do Município
de Maravilha. Sempre inserindo dados específicos, embasados nas respostas dadas pelos
titulares no questionário que lhes foi apresentado, temos o resultado que segue, a partir
da Primeira Legislatura. No início de cada período legislativo, é colocada a relação
nominal dos suplentes que chegaram fortuitamente a ocupar uma cadeira na Câmara
Municipal, não importando o tempo.
Nas aulas de História ou na apresentação de um evento, convém ter a reflexão
expressa: “É preciso esperar que a poeira dos acontecimentos baixe para que a vista
possa açambarcar o panorama completo.” Assim sendo, muito tem sido aclarado sobre
as 13 legislaturas e muito, em qualquer tempo, virá à tona. A obra não é completa, ainda
que específica sobre um ângulo. Julgamos ser uma semente fértil germinando. O tempo
passa e pode dar frutos profícuos.
Lembramos ainda que, normalmente, tudo o que comunga com nosso ser, agir e
pensar, nós aplaudimos e confirmamos; quando diverge, facilmente dizemos ser um erro
e condenamos. O orgulho comumente impede o reconhecimento do juízo que dissente.
Os sábios latinos deixaram um adágio que se tornou popular, sobre esta realidade
consciente: Quidquid recipitur, ad modum recipientis, recipitur. (Tudo o que se
percebe, é percebido de acordo com o recipiente). É o exercer a função crítica, benéfica
àqueles que não têm voz. Muitos, quando favorecidos, aplaudem; depois, criticados,
querem o autor descartável: use e jogue fora!
12
Cícero, sábio romano, chamou a História “mestra da vida”. Enquanto Abraham
Lincoln, ex-presidente norte-americano, foi enfático: “Só tem o direito de criticar aquele
que pretende ajudar”.
A grande maioria tem uma preocupação: o quê e para quem deixar a herança.
Isto ocorre também com os que assumem organismos públicos.
Confúcio, o mais famoso filósofo e célebre pensador chinês que viveu de 552 a
479 a.C., entre as múltiplas lições de mestre, escreveu esta: “Por uma palavra, um
homem pode ser considerado um sábio; e por uma palavra ele pode ser considerado um
tolo. Devemos ter muito cuidado com o que falamos”. E acrescentou: “A maior glória
não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai”. Tudo o que é imperfeito pode
receber perfeição.
Trazemos também à lembrança o inferno de Dante (em A Divina Comédia). Ele
principia com um ante-inferno, onde se aglomeram as almas recusadas por Deus e pelo
demônio. Quem são? – Os inertes e os neutros.
A derrota é órfã e a vitória tem numerosos pais. No arquivo histórico de
Maravilha está um sem-número de personagens. Examinemos a contribuição de cada
um, para – então – atribuir-lhe a menção que merece. Chega de consignar a designação
de logradouros públicos ou entidades sociais a quem “compra” a fama: ele ou os que
ficam. Maravilha: seu nome é encantador; mas no momento em que são identificados
certas ruas, avenidas, praças, parques, ginásios de esportes, estádios, escolas e entidades
públicas, há casos que envergonham. Não pela pronúncia, mas ao pensar no que era e o
que fez o personagem citado. Imaginem um grupo de alunos – daqui a alguns anos –
fazendo, como tema de casa, a pesquisa sobre o nome que é dado à rua onde reside, a
escola que frequenta, o parque de exposições da cidade. Não estranhem se apresentam
uma página em branco como resultado, pois nada encontraram. Pior ainda se ficarem
constrangidos ao ouvirem desabonos ou assim: “Esse cara nada fez!”. Há até casos de
desobediência à lei, usando nomes de pessoas ainda vivas. Tem vez o Poder Legislativo
Municipal de efetuar (aprovar ou não) essa escolha, com dignidade.
13
INTRODUÇÃO
A ocupação residencial, planejada e executada pela Companhia Territorial Sul
Brasil – na área do perímetro urbano projetado de Maravilha - teve início em 1949. Os
primeiros heróis-civilizadores vieram do Rio Grande do Sul, sendo de origem
principalmente alemã e italiana e alguns portugueses e poloneses, na sua migração rumo
ao Oeste. E foi um dos últimos núcleos urbanos que nesta área se originaram.
Quanto ao nome - a nós transmitido de boca em boca - assim se originou: os
primeiros que aqui chegaram, ao verem, do alto do morro, a beleza da copa dos
pinheirais que cobriam o vale, teriam exclamado: "que maravilha!", dando origem ao
nome do município. E ninguém mais falou em alterar.
MARAVILHA – depois cognominada “A Cidade das Crianças” - iniciou sua
colonização na década de 1950. Todo o Oeste catarinense então pertencia ao Velho
Chapecó, no centro geográfico da microrregião, emancipado em 25 de agosto de 1917
(Lei nº. 1.147). Parte desta área foi adquirida do governo do Estado de Santa Catarina
pela Companhia Territorial Sul Brasil (fundada em 25 de maio de 1925) com a
finalidade de colonizar e industrializar a região.
Feito o planejamento, o primeiro marco limítrofe de terreno foi colocado
solenemente no dia 22 de julho de 1951, conforme plano diretor pré-estabelecido. A
posição geográfica da sede é determinada pela intersecção do paralelo 26º46’12” S
(latitude Sul) com o meridiano de 53º13’00” W (longitude Oeste) de Greenwich, desta
zona basáltica. A posição geográfica, na sede municipal, ficou gravada numa placa
metálica de 13 cm por 10 cm, fixada na parte superior de um palanque de madeira com
1,50 metros de altura. Ali consta: SEDE MARAVILHA – ESTACA I – DEC. MAG.
7º00’30” – RUMO MAG. 3º00’N-E – ALTITUDE 506,00 – 22/7/51. Localização: no
meio da Avenida Araucária (hoje rótula), em frente ao atual Posto Texaco, onde foi
recolocado.2
O projeto inicial da cidade contava com 1.300 lotes urbanos de áreas variáveis,
sendo 676 lotes da cidade baixa e 624 lotes da cidade alta, além de 255 chácaras. O
traçado obedece a um quadrilátero regular tendo o plano fundamental orientado
conforme os pontos cardeais (Norte-Sul e Leste-Oeste), sendo reservados lotes para
parques, campos de futebol, hospital, escolas, igrejas, cemitério, etc.
O povoamento foi logo incentivado. No início, ao serem vendidos os terrenos do
perímetro urbano, exigia-se do comprador a construção de casa no prazo de dois anos.
A Companhia Territorial Sul Brasil - hoje, Terrapampa Territorial do Sul
Limitada, com sede em Porto Alegre/RS - abriu as ruas do perímetro urbano e as
primeiras estradas para aqui chegar que, paulatinamente, foram entregues aos poderes
públicos. É bom lembrar que esse núcleo urbano projetado ficava no meio da floresta.
Tomando a direção Sul - donde vieram os colonizadores – a primeira vila ficava a 22
quilômetros (Cunha Porã), seguida de Palmitos a 45 quilômetros.
A Lei nº 133, de 30 de dezembro de 1953, criou os municípios de Palmitos,
Xaxim, Mondaí, Dionísio Cerqueira, São Carlos, São Miguel do Oeste e Itapiranga,
2
O marco nº 1 do projeto urbano de Maravilha, fincado no dia 22/07/1951, ficou documentado com uma
fotografia que inclui as seguintes personalidades (da esquerda para a direita): padre Pedro Elsen, padre
Antônio Hamelstein, padre Willibaldo Szottka (provincial dos Missionários da Sagrada Família), José
Leal Filho, Otto Paulo Zibell e Adolfo Germano Stumpf. Em tempo: a altitude conferida neste local é de
606 m.
14
todos desmembrados de Chapecó. Palmitos foi instalado em 02/03/1954 e a “Sede”
Maravilha passou a fazer parte do mesmo, sendo área do Distrito de Cunha Porã.
A elevação de Maravilha a 3º Distrito de Palmitos ocorreu em 1956, instalado
em 15 de dezembro com a nomeação do primeiro exator distrital, com autoridade de
subprefeito ou intendente municipal: José Ribeiro de Almeida Lara. No então Cartório
de Paz de Maravilha, de Arlindo Lichks, encontramos a primeira escritura lavrada em
08/05/1957, cujo vendedor foi o Sr. Tranquilo (e Maria) Jacobo e o comprador foi o Sr.
Oscar Müller. O primeiro registro de nascimento (Livro A-1, p.1) ocorreu no dia 18 de
janeiro de 1957. Nome: João de Lima, filho de Eduardo Ribeiro de Lima e de Isaura
Xavier de Lima. O primeiro casamento, registrado no Livro B-1, p.1, foi de Selmo
Pereira e Ivone Müller, no dia 02/03/1957, um domingo. No Livro C-1, dos óbitos, na
primeira página está o registro de falecimento do jovem Juliano Pereira com 18 anos, no
dia 4 de janeiro e o registro aconteceu no dia 19/01/1957. A causa mortis foi: acidente
com madeiras, nos matos da propriedade do Sr. Bernardo Willingoefer, no Distrito de
Campo Erê, Município de Chapecó.
Instalada a Comarca de Maravilha, no dia 18 de fevereiro de 1967, a primeira
escritura foi registrada no Livro 3, folha 1, em 14/08/1967. Os transmitentes foram
Emílio e Elza Trapp e o admitente foi Armando Delazzeri (pois foi ele que trouxe os
grandes livros de São Paulo). Nas últimas eleições antes da emancipação, realizadas em
1º/10/1954, Maravilha elegeu um representante para a Câmara de Vereadores de
Palmitos: Arlindo Lichks, inscrito na UDN, sendo o mais votado desta legislatura, com
238 sufrágios; e Cunha Porã elegeu Harri Stecking, inscrito no PRP.
No movimento emancipacionista de Maravilha e Cunha Porã, os dois
representantes dos distritos conseguiram o apoio da Câmara Municipal, tendo redigido
um ofício para anexar ao processo de emancipação coletivo, levado à capital. Contudo,
uns dias depois, numa reunião extraordinária, os vereadores do município-sede
quiseram anular o ato anterior, no que diz respeito às separações. E diz a informante,
Gentila Rosa Zamprogna Lichks: “Houve briga feia!” Isto porque o Município de
Palmitos iria perder muito, principalmente com as indústrias madeireiras instaladas
nestes dois distritos. Era prefeito de Palmitos, Avelino Triches, da UDN.
O historiador Pilati (1991, p.231) acentua que Maravilha não iria se conformar
com a posição de simples distrito de Cunha Porã e a divisão logo se refletiu na Câmara
de Vereadores de Palmitos, onde - em acirradas discussões - o vereador Lichks defendia
os interesses de Maravilha, enquanto o edil cunha-porense fazia o mesmo por seu
distrito. O projeto inicial tratava da emancipação somente de Cunha Porã. Por isso, o
vereador Lichks organizou uma equipe e, com seu jipe quatro portas, seguiu a
Florianópolis “por outro caminho” (via Curitiba). Os documentos emancipacionistas
maravilhenses deram entrada na Assembléia Legislativa, sendo aprovados juntamente
com outros 26 municípios. Era então presidente o deputado José de Mirando Ramos e
obedeceu ao inciso X, art. 22, da Constituição do Estado de Santa Catarina. Essa Lei
recebeu o nº 348 e foi aprovada no dia 21 de junho de 1958, sendo publicada no Diário
Oficial do Estado nº 6.122, de 07/07/1958.
Com a mesma lei foram criados os municípios de Abelardo Luz, Água Doce,
Campo Erê, Corupá, Cunha Porã, Fachinal dos Guedes, Grão Pará, Henrique Lage,
Ilhota, Luiz Alves, Jacinto Machado, Maravilha, Meleiro, Nova Veneza, Penha, Ponte
Serrada, Pouso Redondo, Praia Grande, Rio das Antas, Rio Fortuna, Rio do Oeste,
Santa Cecília, São João Batista, São João do Sul, São José do Cedro, São Lourenço do
Oeste e Trombudo Central. Não foi realizado plebiscito. O art. 5º dessa lei determinava
o prazo de trinta (30) dias para a instalação, cabendo ao governador do estado nomear
prefeitos provisórios até a posse dos titulares (prefeitos e vereadores) em 31 de janeiro
15
de 1959. A primeira Câmara Municipal compor-se-ia de sete vereadores. A eleição geral
aconteceu no dia 3 de novembro de 1958.
A Lei nº 348/58 trouxe - em anexo - os limites de cada município
detalhadamente. Para Maravilha foram mantidos os mesmos que haviam sido traçados
quando da criação desse distrito, através da Resolução n° 1/56, de 19/05/1956.
Sinteticamente fazia divisa com os municípios de Chapecó (Leste), São Carlos
(Sudeste), Descanso e São Miguel do Oeste (Oeste) e com o recém-criado Município de
Cunha Porã (Sul). A maior extensão das divisas ficou definida por lajeados, sangas,
arroios e rios. A linha seca foi estabelecida por marcos numerados.
No dia 17 de julho de 1958, o governador do Estado Heriberto Hülse (vice de
Jorge Lacerda, vitimado por um grave acidente aéreo, no Paraná, no dia 16/06/1958),
nomeou - de acordo com o art. 1º, § 1º, da Lei n° 250, de 14/01/1949 -, João Cavalheiro,
para exercer o cargo de prefeito provisório de Maravilha. O documento foi assinado
também pelo Secretário do Interior e Justiça, Paulo Konder Bornhausen e está
registrado às fls. 414 do livro competente nº 28, em 17/07/1958, pela Auxiliar do
Secretário, Antonieta de Medeiros Vieira.
Mas, então, por que comemorar a emancipação em 27 de julho?
Entrevistando maravilhenses daquela época, encontramos a explicação. O
documento assinado pelo governador só foi oficializado com a entrega do mesmo,
através da representação da capital, no dia 27 de julho de 1958, um festivo domingo de
inverno. É como se fosse a data da publicação.
Assim aconteceu a campanha vitoriosa: a maioria dos deputados votou a favor
da emancipação, no dia 21/06/1958; foi aceita pelo governador (através da Secretaria do
Interior e Justiça), indicando prefeito provisório, em 17/07/1958. No entanto, só foi
oficialmente instalado e solenemente empossado o prefeito provisório no dia 27 de
julho de 1958. Esta a data comemorada anualmente.
Recorrendo aos anais escritos pela Irmã Maria Ancila (Lúcia Linck) sobre a vida
diária no Educandário Nossa Senhora da Salete, de Maravilha, das irmãs de Notre
Dame, encontramos o seguinte relato de alegria, assinalado no dia 27 de julho de 1958:
“De máxima importância é o dia de hoje para a nossa população que, com apenas 8 anos
de existência passou a ser, de hoje em diante, MUNICÍPIO. Os festejos populares
realizaram-se num salão e foram bastante animados.” O salão era da família Preuss,
depois cine Avenida, no centro da cidade (a esquina Leste, em frente ao atual Posto
Texaco). Houve muito foguetório, sendo servido almoço à base de churrasco, no mesmo
local. “O registro documental ficou assim: uma ata, lavrada pelo Escrivão do Crime e do
Cível da Comarca de Palmitos, Laudelino Corrêa, e assinada pelos presentes, partindo
da representação que veio da capital e dos empossados e, mais, uma grande quantidade
de fotografias” (Gialdi, 2003, p.138).
No mesmo dia (27/07/1958) foram também instalados os municípios de Rio das
Antas e São José do Cedro, criados pela mesma lei. Cunha Porã foi disposto a funcionar
no domingo anterior (20 de julho).
A administração municipal de Maravilha, dirigida por João Cavalheiro,
assessorado por um secretário (Guilherme Manfrin) e um tesoureiro (Raymundo Veit),
iniciou as atividades no dia 6 de agosto de 1958, ocupando três salas do antigo Hotel
Avenida, localizado na Avenida Araucária. Esse prédio de madeira pertencia a
Raymundo Veit e nesse local hoje está o edifício do Píton, n° 399. Para as funções
administrativas não havia nada, declarou o então tesoureiro.
Embora o art. 3º da Lei 348, de 21/06/1958, que criou o Município de
Maravilha, estabelecesse que “os bens imóveis do município (Palmitos), situados em
território separado para constituir município, passarão de pleno direito e sem
16
indenização, para o patrimônio do novo município”, em Maravilha pouco foi
encontrado. “As primeiras aquisições foram: uma máquina de escrever, papel, canetas,
lápis, meia dúzia de enxadas, pás e enxadões”, declarou Manfrin.
Quem esteve liderando o movimento pró-emancipação de Maravilha, quando da
organização local, assim como a pressão feita na Câmara Municipal de Palmitos e a
viagem à capital do Estado, levando “por outro caminho” o projeto emancipacionista,
foi o vereador Arlindo Lichks. Acirradas discussões sustentou para a defesa dos
interesses de seu município, enquanto o edil cunha-porense, Arnaldo Krambeck, fazia o
mesmo com o município de lá. Manifestaram-se favoráveis a Maravilha os vereadores
da UDN (além do Lichks: Laudelino Corrêa, presidente da Câmara, e Pedro Capoani) e
do PSD (Frederico Einloft).
Outros nomes lembrados que deram suporte à campanha: Nidolfo Carlos Mattje
(estava junto com o vereador Arlindo Lichks, na reunião da Câmara de Palmitos,
quando da 1ª votação desse projeto, em 09/02/1957), Eloi Pedro Breda (o escolhido para
secretariar reuniões), Osvaldo Artur Graeff (acompanhou o vereador Arlindo Lichks na
viagem de jipe a Florianópolis, via Curitiba, para certificarem-se de que o projeto
continha o nome de Maravilha e verificarem a votação, na Assembléia Legislativa),
João Cavalheiro (delegado de polícia em Maravilha, escolhido para ser prefeito
provisório, até a posse do prefeito eleito), Deonubem Baldissera (o 1º prefeito eleito),
o padre Pedro Elsen, José Ribeiro de Almeida Lara (subprefeito), João Pilati, Alcides
Benvegnú, Oscar Kölln, Demétrio Bachinski, David Gottardo, Reimundo Gottardo,
Roberto Pereira, Carlos Linenberger, Arnoldo Graf, Eigor Breda, Pedro Breda, Max
Seibert, Atílio Zanotto, Vendelino Pedro Serafini, Augusto Valdemeri, Adalíbio Kölln,
Helmuth Seibt, Fioravante Luiz Trevisan, Ernani Appelt, Otmar Preuss, Rodolfo Mattje
e outros. Quase uma dúzia desses ocupou cadeiras na Câmara de Vereadores ou no
Executivo, depois. A maior parte dos nomes foi colecionada por José Isaac Pilati (1991,
p.232).
A área territorial do Município de Maravilha quando da emancipação era de
314 km². Em 09/06/1964 o município passou a ter quatro distritos, através das seguintes
leis aprovadas pela Assembléia Legislativa: Flor do Sertão (Lei nº 975), São Miguel da
Boa Vista (Sargento – Lei nº 976), Tigrinhos (Lei nº 977) e a sede Maravilha. Pela Lei
Estadual nº 8.523, de 09/01/1992, foi desmembrado o Distrito de São Miguel da Boa
Vista, sendo elevado à categoria de município. Pela Lei Estadual nº 9.921, de
29/09/1995, foi desmembrado o Distrito de Tigrinhos, sendo elevado à categoria de
município. Pela Lei Estadual nº 9.922, de 29/09/1995, foi desmembrado o Distrito de
Flor do Sertão, sendo elevado à categoria de município. Restou para Maravilha uma
área de 169,1 km², sendo 22 km² na área urbana e 147,1 km² na área rural.
A população do Município de Maravilha estimada pelo IBGE em 2008 – tendo como
data-referência 1°/07/2008 e publicada em 29/08/2008 - era de 22.691 habitantes.
Cidade atualmente preocupada com o desenvolvimento local e regional, proporcionando
a seus habitantes uma das melhores qualidades de vida do estado de Santa Catarina
(consta na Vikipédia, a enciclopédia livre). Atualização com dados divulgados pelo
IBGE em 14/08/2009: 23.099. Brasil: 191.480.630.
Fonte: IBGE/DPE/COPIS/GEADD
Existem em Maravilha (agosto de 2009) 15 mil carros registrados.
17
Os atuais municípios limítrofes são: ao Norte, São Miguel da Boa Vista,
Tigrinhos e Bom Jesus do Oeste; ao Sul, Cunha Porã e Iraceminha; ao Leste, Modelo; e
ao Oeste, Flor do Sertão.
O slogan Cidade das Crianças foi inicialmente oficializado pela Lei n° 334, de
11/04/1970, como a “Capital da Criança” e pela Lei nº 944, de 22/08/1984, foi
modificado para “Cidade das Crianças”.
Feriados municipais. No dia 09/11/1967, foi aprovada a Lei Municipal nº 259,
definindo os quatro feriados do município: I - Sexta-feira da Paixão; II - Corpus Christi;
III - Dia da Reforma Luterana (31 de outubro); IV - Imaculada Conceição de Nossa
Senhora (8 de dezembro). A Lei nº 259 foi modificada pela Lei nº 803, de 16/06/1980,
com a inclusão de "O Dia do Município de Maravilha, 27 de julho, decretado Ponto
Facultativo Municipal, será festejado condignamente"; e alterada pela Lei nº 1.393, de
24/08/1989, sendo que os quatro feriados municipais passaram a ser: I - Sexta-feira
Santa; II - 27 de julho (dia da emancipação político-administrativa); III - 31 de outubro
(dia da Reforma Luterana); e, IV - 8 de dezembro (dia da Imaculada Conceição de
Nossa Senhora). No dia 20/01/2001, os vereadores aprovaram a Lei n° 2.532 que
modifica os feriados municipais outra vez, eliminando os dois de cunho religioso.
Ficaram instituídos feriados municipais (a partir de 20/01/2001): Terça-feira de
Carnaval, Sexta-feira da Paixão, Emancipação Político-administrativa (27 de
julho) e Finados (2 de novembro). Considerando o Dia de Finados feriado nacional, a
Lei Municipal nº 2.862, de 03/03/2004, dá nova redação ao inciso IV do artigo 1º da Lei
Municipal nº 2.532/01, instituindo feriado municipal o dia comemorativo à Reforma
Luterana (31 de outubro), ao invés do dia de Finados.
Em 2008 houve eleições em 5.565 municípios brasileiros tendo 130.469.549 eleitores
(mulheres: 51,7%; homens: 48,3%). Em Maravilha 14.797 eleitores.
18
1 PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL
A Câmara Municipal é órgão legislativo do município e se compõe de
vereadores eleitos de acordo com a legislação vigente. Tem funções legislativas,
atribuições para fiscalizar e assessorar o Executivo, competência para organizar e dirigir
os seus serviços internos, elaborar leis sobre todas as matérias de competência do
município, respeitadas as reservas constitucionais do estado e união.
Vereador - A palavra vem de "verear" que define a pessoa que tem a
incumbência de cuidar do bem-estar dos moradores do lugar. Portanto ele é o
representante do povo na esfera municipal. Os vereadores como agentes políticos agem
de três formas: propondo, estudando e aprovando leis; recomendando providências à
administração municipal, para atender as reclamações e necessidades da população para
melhoria de sua vida comunitária (indicações, requerimentos, moções), fiscalizando as
atribuições e contas da prefeitura, inclusive da própria Câmara, juntamente com o
Tribunal de Contas do Estado.
No município, o Poder Legislativo é exercido pela Câmara de Vereadores,
eleitos como representantes do povo. Pela legislação atual o mandato é de quatro anos e
cada ano compreende uma sessão legislativa. O número de vereadores é proporcional à
população do município.
A responsabilidade dos vereadores compreende (decisões sobre questões
fundamentais): valor de impostos, planejamento urbano e fiscalização do poder
Executivo. Destaque-se este último compromisso. Mais: cabe à Câmara de Vereadores
conceder títulos honorários e prestar homenagens a cidadãos ilustres que se sobressaem
na vida pública e realizaram importantes serviços à sua comunidade.
É responsabilidade de o vereador fiscalizar a sustação dos atos do Executivo,
convocar autoridades, encaminhar pedidos de informação, constituir comissão
parlamentar de inquérito (CPI) e fazer a fiscalização financeira e orçamentária. Um
detalhe contido na Lei Orgânica do Município de Maravilha: “Os vereadores são
invioláveis por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na
circunscrição do Município” (art. 42). Compete à Câmara também ingressar com ação
direta de inconstitucionalidade (Adin), pedir ao governador a intervenção do estado no
município, fiscalizar o recebimento de dinheiro em convênios, realizar autorizações
legislativas para contrair empréstimos, subvenções, alienação de imóveis ou na isenção
de impostos.
A Lei Orgânica do Município de Maravilha foi promulgada em 3 de abril de
1990 e foi consolidada (atualizada) através da Emenda 023/08, obedecendo ao que
prescreve o artigo 48:
A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara;
II – do Prefeito Municipal;
III – de pelo menos cinco por cento do eleitorado do Município;
IV – por iniciativa da Mesa para adaptação às legislações Estadual e Federal.
§ 1° A proposta será votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara.
§ 2° A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela Mesa da Câmara com o
respectivo número de ordem.
§ 3° A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio ou de
intervenção no Município.
Em seu Preâmbulo a Lei Orgânica traz: “Nós, representantes do povo de
MARAVILHA, constituídos em Poder Legislativo Orgânico, com as atribuições
previstas no artigo 29 da Constituição Federal, combinado com o artigo 111 da
19
Constituição Estadual, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte LEI
ORGÂNICA:...”
As reuniões da Câmara Municipal acontecem na Câmara de Vereadores - em
Maravilha instalada à Avenida Araucária, 787 (Centro)3 -, de 2 de fevereiro a 17 de
julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro de cada ano,4 com horários aprovados pelos
edis.5
É um preceito da Constituição Federal a inviolabilidade dos vereadores por suas
opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do município
(art. 29, VI e art. 42 da Lei Orgânica do Município de Maravilha).
O artigo 47 da Lei Orgânica traz o processo legislativo municipal que
compreende a elaboração de:
I - emendas à Lei Orgânica Municipal;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - resoluções; e
V - decretos legislativos.
Sobre o funcionamento da Câmara de Vereadores a Lei Orgânica do Município
traz em seu artigo 28:
A Câmara reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de janeiro, no primeiro
ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição da Mesa.
§ 1º A posse ocorrerá em sessão solene, que se realizará independente de quorum, sob a
Presidência do Vereador mais idoso entre os presentes.
§ 2º O vereador que não tomar posse na sessão prevista no § 1° deverá fazê-lo dentro do
prazo de quinze dias do início do funcionamento normal da Câmara, sob pena de perda
do mandato, salvo motivo justo, aceito pela maioria absoluta dos membros da Câmara.
§ 3º Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a Presidência do mais
idoso dentre os presentes e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara,
elegerão os componentes da Mesa, que serão automaticamente empossados.
§ 4° Inexistindo o número legal, o Vereador mais idoso dentre os presentes permanecerá
na presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.
§ 5º A eleição para renovação da Mesa Diretora da Câmara far-se-á no período de 16 a
31 de dezembro do primeiro exercício do mandato respectivo, considerando-se
automaticamente empossados os eleitos em 1º de janeiro do ano seguinte.
§ 6° No ato da posse e ao término do mandato os Vereadores deverão fazer declaração
de seus bens, que ficará arquivada na Câmara, constando das respectivas atas o seu
resumo.
Já os artigos 29 e 30 (da mesma lei) estabelecem que a Mesa Diretora da Câmara
- composta de presidente, vice-presidente, 1º secretário e 2º secretário -, terá mandato de
um ano, vedando a reeleição de qualquer de seus membros, para igual cargo, na mesma
legislatura. “As bancadas partidárias e os blocos parlamentares terão um Líder e,
quando for o caso, um Vice-Líder, na forma do Regimento Interno” (art. 33).
3
Em 23/12/2002 ocorreu o lançamento da pedra fundamental da sede própria da Câmara de Vereadores
de Maravilha, com a bênção dada pelo frei Silvestre Gialdi, sob intensa chuva. O terreno, medindo 1.707
m², fica localizado na esquina da Rua XV de Novembro com a Sílvio R. Noronha, próximo ao Centro
Administrativo Municipal. O projeto está pronto e o Edital para a construção traz a data de 15/07/2009
para a habilitação das empresas.
4
Artigo 22 da Lei Orgânica do Município de Maravilha (1990), com a atualização E.L.O.M. – Emenda
da Lei Orgânica do Município, de 2008.
5
A Câmara de Vereadores de Maravilha dispõe de um Regimento Interno, obedecendo ao que estabelece
o art. 34 da Lei Orgânica, dispondo sobre sua organização, funcionamento e todo e qualquer assunto de
sua administração interna. O atual foi aprovado através da Resolução nº 06/06, em vigor a partir de
31/12/2005, sendo presidente do Legislativo Municipal o vereador Láurio Stieler.
20
A respeito das comissões (permanentes e especiais), a Lei Orgânica assim
estabelece, em seu art. 31:
§ 1º Às comissões permanentes em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e dar pareceres a projetos;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes, para
prestar informações sobre assuntos inerentes as suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do
Executivo e da Administração Indireta.
§ 2º As comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário, serão destinadas ao
estudo de assuntos específicos e à representação da Câmara em congressos, solenidades
ou outros atos públicos.
§ 3º Na formação das comissões, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Câmara.
No ato de posse e instalação de cada legislatura é feito o juramento, presidido
pelo edil mais idoso e, após a chamada individual, em ordem alfabética, cada um
consentindo com a expressão “Assim o prometo”. Esses são os termos do juramento:
Prometo manter, defender e cumprir a Lei Orgânica Municipal, observar as leis da
União, do Estado e do Município, desempenhando leal e sinceramente o mandato a mim
conferido e trabalhando pelo engrandecimento do Município.
Em seguida acontece a posse e a instalação da legislatura.6
De acordo com o art. 43 é vedado ao vereador deste município:
I desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista ou com suas empresas
concessionárias de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar cargo, emprego ou função, no âmbito da Administração Pública Direta ou
Indireta municipal, salvo mediante aprovação em concurso público e observado o
disposto no art. 91, I, IV e V desta Lei.
II desde a posse:
a) ocupar cargo, função ou emprego, na Administração Pública Direta ou Indireta do
Município, de que seja exonerável ad nutum, salvo o cargo de Secretário Municipal
ou Diretor equivalente, desde que se licencie do exercício do mandato;
b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;
c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de
contrato com pessoa jurídica de direito público do Município, ou nela exercer
função remunerada;
d) patrocinar causa junto ao Município em que seja interessada qualquer das entidades
a que se refere a alínea a do inciso I.
De acordo com o art. 41, inciso XV, “Compete privativamente à Câmara
Municipal exercer as seguintes funções, dentre outras: ... conceder título de cidadão
honorário ou conferir homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham prestado
relevantes serviços ao Município ou nele se destacado pela atuação exemplar na vida
pública e particular, mediante proposta pelo voto de dois terços dos membros da
Câmara”.7
6
Legislatura abrande um período legislativo com duração de quatro anos, compreendendo cada ano uma
sessão legislativa (art. 20 da Lei Orgânica). Nas sessões legislativas acontecem sessões (reuniões diárias)
ordinárias, ou extraordinárias, ou solenes.
7
A Câmara Municipal de Maravilha concedeu o título de Cidadão Honorário às seguintes pessoas físicas:
Avelino Triches (1983), Auri Luiz Bodanese (1988), Casildo Maldaner (1990), Nidolfo Carlos Mattje
(1991), Antônio Osvaldo Conci (1995), Deonildo Faggion (1996), Eloi Pedro Breda (1997), Ivo Régis
Thumé (1998) e Osvaldo João Ranzi (2001).
21
Para os legisladores, um recado escrito por Montesquieu: "As leis inúteis enfraquecem
as leis necessárias”. E, outro, do advogado, orador e escritor romano Cícero (106-43
a.C.): "O bem do povo deve ser a lei suprema".
1.1 Câmara Municipal de Maravilha
Desde a Primeira Legislatura, eleita em 03/10/1958 e empossada em 31/01/1959,
até a Décima Terceira, eleita em 05/10/2008 e empossada em 1º de janeiro de 2009,
foram eleitos e investidos na posse os seguintes vereadores, nas respectivas legislaturas:
22
I Primeira Legislatura: 31/01/1959 a 30/01/19638
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Em 3 de outubro de 1958 houve um pleito eleitoral em âmbito nacional, para a
eleição de prefeitos e vereadores9. Em Maravilha votaram 895 eleitores. O resultado
final da apuração para o Executivo foi o seguinte: Deonubem Baldissera (PSD, partido
do prefeito interino João Cavalheiro) - 438 votos; Arlindo Lichks (UDN) - 428 votos;
votos em branco - 17; votos anulados – 12.
Vereador
Demétrio Bachinski
Alcides Ferrari Benvegnú
Eloi Pedro Breda
Oscar Kölln
Nidolfo Carlos Mattje
Fioravante Luiz Trevisan
João Pilati
Partido
PSD
PSD
PSD
PSD
UND
UND
UND
Nº de votos
Presidente da Casa
124
1º Demétrio Bachinski
86
(Toda a Legislatura)
57
50
112
85
62
Suplentes que assumiram: da UDN: Mário José Caye e Alceno Carlos Winter; do PSD:
Alcides Maurer e Atalíbio Graff.
* Executivo municipal neste período: Deonubem Baldissera (PSD), de 31/01/1959 a
31/01/1964. Não existia a função de vice-prefeito. O mandato do prefeito era de cinco
anos; enquanto o mandato dos vereadores era de quatro anos.
A posse – O juramento a ser feito pelo prefeito municipal (e vice-prefeito) está contido
no art. 69 da Lei Orgânica do Município, com o seguinte teor: “Prometo manter,
defender e cumprir a Lei Orgânica, observar as leis da União, do Estado e do Município,
promover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspiração da democracia,
da legitimidade e da legalidade”. Em seguida é declarado empossado pelo presidente da
Câmara de Vereadores.
__________________
Com o resultado final da apuração sem ser contestado, a Junta Eleitoral da 41ª
Zona da Circunscrição de Santa Catarina (Comarca de Palmitos), sob a presidência do
Dr. Rafael Ribeiro Pinto, expediu o diploma para os eleitos (prefeito e vereadores). O
diploma para o prefeito eleito (com 10 votos de vantagem sobre a oposição) foi
assinado em 11/11/1958.
8
Na ordem a seguir – assim como em todas as legislaturas – é tomada a prioridade do partido mais
votado (quociente eleitoral), seguida do número de votos do edil. Na presente legislatura, o partido que
obteve o maior número de votos foi o PSD (e o vereador mais votado foi Demétrio Bachinski), seguido da
UDN (Nidolfo Carlos Mattje).
9
O fornecimento de cédula oficial, pela Justiça Eleitoral, foi instituído com a Lei nº 2.582 de 30/08/1955.
Naquela época o uso da cédula oficial ainda não era obrigatório. A Resolução nº 3/1957, art. 25, do TSE
que dava instruções para eleições municipais, facultava ao candidato e/ou partido político confeccionar e
distribuir aos eleitores as cédulas impressas com o nome do candidato. O envelope em papel, utilizado
para colocar a cédula eleitoral era de forma a resguardar e era depositado na urna depois de rubricado
pelo presidente da mesa receptora.
23
Na mesma data foi expedido o diploma dos vereadores eleitos. A apuração das
urnas acusou idêntico resultado final ao do Executivo: 895 votos. Quociente eleitoral,
126 votos. Quocientes partidários: PSD, quatro e UDN, três.
Na votação preferencial a Câmara ficou assim constituída: PSD: Demétrio
Bachinski (124 votos); Alcides Ferrari Benvegnú (86 votos); Eloi Pedro Breda (57
votos); Oscar Kölln (50 votos). UDN: Nidolfo Carlos Mattje (112 votos); João Pilati (69
votos); Fioravante Luiz Trevizan (37 Votos).
A posse ocorreu no prédio de Raymundo Veit, onde estava instalada a prefeitura,
na Avenida Araucária, no dia 31 de janeiro de 1959. Uma das três salas foi cedida para
as reuniões da Câmara.
Na primeira ata da Câmara de Maravilha - Livro de Atas da Câmara nº 1,
páginas 1 e 2 - encontramos o registro da investidura no cargo de vereador:
Nos precisos termos do artigo 1º da Lei Estadual Nº 987, de 16 de Novembro de 1953,
assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Vereador Alcides Benvegnú, por ser o mais
idoso. O Senhor presidente teve o seu diploma de vereador apreciado, pelos demais
vereadores, que não opuseram impugnação. Em seguida o Sr. presidente designou o Sr.
Eloi Pedro Breda para secretariar os trabalhos desta sessão, tendo o mesmo assumido de
imediato as suas funções. O Sr. presidente convidou as autoridades presentes, para
tomarem os lugares de honra, que lhes foram reservados. Verificada a presença ‘lega’
[sic] de número dos senhores Vereadores, o Sr. presidente recebeu os diplomas dos
eleitos, tomando-lhes o compromisso legal, assim efetuado: Prometo Exercer Com
Dedicação e Lealdade as Funções do Cargo de Vereador, tendo prestado, em primeiro
lugar, a sua promessa o Sr. presidente e, ‘enseguida’ [sic] todos os senhores vereadores
presentes, repetindo em ‘vos’ [sic] alta o ‘compromiço’[sic]citado nesta ata. Tendo em
vista o compromisso em referência, o Sr. presidente declarou empossados os vereadores
presentes, com o mandato para a Legislatura 1959 a 1963. A seguir, convidando todos
os presentes a levantar-se, o Sr. presidente declarou instalada, para todos os efeitos
constitucionais e legais a primeira Câmara de Maravilha, o que foi saudado sob
vibrantes aplausos dos presentes...
Nesta legislatura os vereadores não tinham remuneração específica da função.
As reuniões ordinárias comumente eram realizadas à noite. Quanto ao dia da semana,
não era fixo. Às vezes eram convocadas para uma semana inteira. Feita a análise e
votação dos projetos em pauta, eram dispensados por diversas semanas.
A primeira mesa diretora - ocupando o cargo por todo o quadriênio - ficou assim
constituída: presidente, Demétrio Bachinski, com sete votos; vice-presidente, Oscar
Kolln, com quatro votos; 1º secretário, Eloi Pedro Breda, com sete votos; 2º secretário,
Alcides Benvegnú, com sete votos.
Em 3 de fevereiro de 1959 o Executivo (Deonubem Baldissera) encaminhou o
primeiro projeto de lei e dizia respeito ao orçamento para o exercício de 1959, sendo
aprovado em 6 de fevereiro.
Na noite de 5 de fevereiro de 1959, a Câmara votou e o prefeito Baldissera
sancionou no dia 8, a Resolução nº 1 que dispõe sobre a aprovação das contas prestadas
pelo prefeito provisório João Cavalheiro, relativas ao período de 6 de agosto a 31 de
dezembro de 1958. Foram assim documentadas:
Receita arrecadada..........................................
Despesa realizada...........................................
Saldo para o Exercício de 1959......................
A situação patrimonial da Prefeitura era:
Ativo...............................................................
Passivo...........................................................
Patrimônio líquido.........................................
Cr$ 250.324,00
Cr$ 247.859,00
Cr$ 2.465,00
Cr$ 224.905,00
Cr$ 104.281,00
Cr$ 120.624,00
Na mesma sessão, a Câmara recebeu uma sugestão “pedindo a instituição da lei
que dispõe sobre a licença para aquisição de um trator para a Prefeitura, nas bases da
Lei nº 41.097, do Governo Federal”. A aprovação aconteceu já no dia seguinte, 6 de
24
fevereiro. A Lei nº 2 autorizou o Poder Executivo a adquirir um trator com capacidade
de, aproximadamente, sete toneladas. E foi comprado um Caterppillar D-6, por
intermédio do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (Dner) e pelo
Eximbank.
O projeto de lei nº 4 foi apresentado pelo vereador Eloi Pedro Breda - secretário
da Câmara - em 13 de fevereiro e aprovado no dia 17. Essa Lei (nº 4) dispõe sobre a
criação das primeiras escolas municipais a serem instaladas nas localidades de
Cabeceira do Rio Iracema e Barra-Suja (atual Boa Esperança).
Interessante é, também, o projeto de lei nº 5, do vereador Alcides Benvegnú, que
deu entrada na Câmara no dia 13 e foi aprovado no dia 20 de fevereiro de 1959. A Lei
nº 5 dispõe sobre a denominação das avenidas e ruas da cidade de Maravilha. Avenidas:
Sul-Brasil, Padre Antônio, Sete de Setembro e Anita Garibaldi (Leste-Oeste) e, no
sentido Norte-Sul, a Avenida Araucária, mais as ruas Tiradentes, Duque de Caxias,
General Osório, José Bonifácio, Abir Elizalde Diehl, Engenheiro José Leal Filho,
Princesa Izabel, Independência, XV de Novembro e Santa Catarina.
No dia 10 de junho de 1959, foi publicada a Lei nº 12 que autoriza o Poder
Executivo a adquirir um conjunto diesel elétrico, do governo do estado. A capacidade
era de 90 KW, para o fornecimento de energia elétrica para a cidade, funcionando à
noite, até as 22 horas. Quinze minutos antes era dado o sinal (aviso prévio) para o
desligamento.
A compra do primeiro caminhão caçamba foi autorizada pela Câmara através da
Lei nº 13, de 8 de agosto de 1959, sendo sancionada no dia 13. O caminhão era da
marca International, modelo 1951. O preço aprovado foi de Cr$ 320.000,0010.
Entre as primeiras leis temos a que criou o Selo Municipal. É a Lei nº 15, de 9 de
novembro de 1959.
A primeira falta, nas reuniões da Câmara de Maravilha, aconteceu no dia 6 de
fevereiro de 1959 (na sexta reunião) e o ausente foi o vereador Nidolfo Carlos Mattje. O
vereador Fioravante Trevizan entrou com o primeiro pedido de licença (30 dias), em
05/05/1959. Foi substituído pelo suplente, Mário José Caye. A segunda licença foi
concedida ao vereador Nidolfo Carlos Mattje, em 5 de agosto do mesmo ano - também
por 30 dias - sendo igualmente substituído por Mario José Caye.
Na Ata n° 57, de 08/11/1960, encontramos o teor de um interessante telegrama:
“Pelo Sr. Vereador Eloi Pedro Breda foi proposta ao plenário que se passasse em nome
da Câmara um telegrama de felicitações ao Sr. Jânio Quadros, João Goulart, Celso
‘Ramo’ e Doutel de Andrade pela vitória obtida nas eleições de 3 de outubro pp. sendo
aprovado por unanimidade.”
1 Vereadores Titulares da Primeira Legislatura
1.1 Demétrio Bachinski
Gaúcho, nascido em Erechim no dia 25 de novembro de 1928. É filho de Felipe e Lúcia
Bachinski, sendo o primeiro dos sete irmãos. Em março de 1954 transferiu residência
para Maravilha, na busca de melhor vida, já que aqui era um lugar novo e de muito
10
No dia 25 de maio de 1967, através da Lei nº 256, foi aprovada a venda do mesmo. Antes, porém, foi
prestada uma homenagem ao ex-prefeito e, então vereador, Deonubem Baldissera.
25
progresso. Casado tem sete filhos: Carlos, Eloi, Mafalda, Lenoir, Alceu Roque, Arlete e
Salete.
Por falta de candidatos, aceitou - em 1958 - concorrer pelo PSD a uma cadeira
na Primeira Legislatura da Câmara de Maravilha. Obteve 124 sufrágios, o mais votado.
Presidiu a Câmara em todo o quadriênio. O Partido Social Democrático tinha quatro
vereadores contra três da UDN. Reduto eleitoral: em todo o município.
Procurou atender às maiores reivindicações: estradas e escolas para o interior;
mas também deu estímulo à instalação de indústrias.
O vereador Demétrio Bachinski lembrou quando o colega Nidolfo Carlos Mattje
entrou com um projeto de lei requerendo a hegemonia no comércio de suínos no
município. Sendo rejeitado, ele faltou às sessões seguintes, havendo a tentativa de
cassação.
Enquanto residia aqui em Maravilha era comerciante. Depois se mudou para
Sinop (MT). Agora é octogenário aposentado.
1.2 Alcides Ferrari Benvegnú
Dos vereadores da Primeira Legislatura da Câmara de Maravilha era o mais idoso. Por
isso coube a ele a presidência dos trabalhos para a eleição e posse da primeira sessão
legislativa; assim como empossar o primeiro prefeito, Deonubem Baldissera.
O curriculum vitae do Benvegnú foi passado, por telefone, pelo filho Ider, ao
vereador da Sétima Legislatura Paulo Bresolin.
Alcides Benvegnú nasceu em Bento Gonçalves (RS), no dia 14 de julho de 1901.
Seus pais, Silvestre e Margarida Ferrari Benvegnú, tiveram mais seis filhos, além do
Alcides (o segundo).
Foi um dos primeiros colonizadores de Maravilha, aqui se instalando, em
setembro de 1949, com uma serraria – a Sbaraini, Benvegnu & Cia. Ltda. (depois
Gehm, Benvegnú & Cia. Ltda.) -, próximo ao local onde está o Maravilhas Park Hotel,
às margens do rio Iracema. A mesma entrou em operação no dia 03/03/1950,
preparando madeira para a construção das primeiras casas. O projeto urbano da cidade
de Maravilha ainda não havia sido anunciado. Cita o nome de Afonso Farias como
sendo o primeiro morador do lugar. Outro detalhe: com frequência lembrava os 45 dias
da viagem para chegar até aqui.
Em 1958 veio a emancipação de Maravilha. O Sr. Benvegnú gostava de política.
No Rio Grande do Sul era militante do PL e aqui foi delegado do partido. Era amigo
particular do ex-governador Celso Ramos. Por isso, aceitou o desafio de candidatar-se e
obteve 86 votos. Quando vereador lutou pela estadualização de escolas.
Lembrou ainda o porquê da sua permanência em Maravilha, apesar das
dificuldades iniciais: as terras eram muito boas - “fortes para trabalhar” - e havia tanta
madeira que parecia que não iria acabar nunca. Gostava de morar aqui: o povo era bom,
trabalhador, com espírito de progresso.
De Maravilha – após o extermínio dos pinhais – transferiu residência para Passo
Fundo, onde, em 13/11/1980, viuvou da dona Doralda Gaboardi. Os filhos foram
registrados com nomes de Iber Silvestre, Eunisse, Ivar Italo e Izolde.
Passou seus últimos dias em cadeira de rodas, vindo a falecer em Passo Fundo.
1.3 Eloi Pedro Breda
26
Nasceu em Joaçaba (SC), aos 25 de setembro de 1931, filho de Rosita e Egídio Angelo
Breda. É o segundo de uma família de nove irmãos. Casou-se com Thereza
Krauspenhar, em 13/11/1959, e dessa união nasceram os filhos Ângela Maria,
Adalberto Anagir, Adriano Paulo, Maria Cristina e Ruth Simão (adotiva).
Em 15/11/1953, ainda solteiro, transferiu-se de Chapecó (onde exerceu o cargo
de atendente na Farmácia de Clínicas dos irmãos Rauen, desde 1951) para a pequena,
mas promissora Maravilha, instalando a Farmácia Nossa Senhora de Fátima.
Em 1953 prestou Concurso Prático de Farmácia, sendo habilitado para exercer a
profissão; incluindo, em 1968, a titulação de Oficial de Farmácia Provisionada, do
Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina.
Foi sócio-fundador do Clube Recreativo Maravilha, do CTG Juca Ruivo, do
Lions Clube Maravilha (exercendo a presidência na gestão 1974/75 e vice-governador
do Distrito L23 em 1975/76), da Sociedade Beneficente Hospitalar Maravilha (onde
assumiu diversas funções administrativas), Juiz de Paz do Distrito de Maravilha
(nomeado em 08/08/1957 e exercendo o cargo até 1961) e presidente da Paróquia São
José Operário (1985).
Teve participação destacada na campanha para a emancipação de Maravilha e,
após, sentiu que tinha obrigação de colaborar com o desenvolvimento do município, por
isso candidatou-se à vereança, pelo PSD. Seu reduto principal era a cidade. Eleito com
57 votos foi secretário nos quatro anos da 1ª Legislatura. Concorreu novamente nas
eleições de 1962, sendo reeleito com 101 votos. Na 2ª Legislatura assumiu a presidência
do PSD. Nas eleições de 1976 concorreu a vice-prefeito na chapa de Olivio Baczinski e,
em 1982 com Heitor Kasper (também como vice), não logrando sucesso em ambas.
As principais cobranças dos eleitores naquela época era a melhoria (ou abertura)
de estradas e energia elétrica. E, depois, ligação telefônica, numa extensão de Palmitos.
Disse o vereador entrevistado que a função não era remunerada, mas valeu a
pena e “nunca tive motivo de arrepender-me por causa de algum projeto que aprovei”.
Eloi Breda reside em Balneário Camboriú.
1.4 Oscar Kölln
Nasceu em Lajeado (RS), no dia 13 de abril de 1914. Filho de João Kölln Sobrinho e de
Hulda Kölln, os quais tiveram sete filhos. Oscar é o terceiro na escala dos mais velhos.
Casou-se com Berta Frida Catarina e tem três filhos: Donaldo, Baldor e Ani.
Deixando o solo gaúcho, em 1951, fixou-se em Maravilha com uma serraria para
aproveitar os pinhais que cobriam o vale onde se encontra a cidade.
Em 1958 - “porque pouca gente queria concorrer ao pleito eleitoral” candidatou-se à vereança, sendo o segundo mais votado do PSD. Concorreu por esse
partido, mas ele era do PRP. Seu reduto eleitoral era a “Sede” Maravilha.
As maiores reivindicações ouvidas dos eleitores eram estradas e bueiros, pois principalmente quando chovia - os que moravam na colônia nem podiam pensar em vir
à cidade. Foi projeto desse vereador a criação do primeiro ponto de táxi no município.
Seu desejo maior era ver o Município de Maravilha progredindo.
Em 1966 – residindo com a filha Ani Amelinda, casada com Waldemiro
Schmidt que cuidaram dele até a morte – mudou-se para Cunha Porã onde faleceu de
acidente vascular cerebral no dia 17 de fevereiro de 1997.
1.5 Nidolfo Carlos Mattje
27
É mais um gaúcho, nascido em Cachoeira do Sul, no dia 5 de julho de 1926, filho de
José Mattje e Rosa Selma Röpke Mattje. É o mais velho de uma família de 11 irmãos.
Contraiu núpcias, em Júlio de Castilhos (RS), em 1950, com Leontina Anita Renck.
Filhos: Eliseu, Sônia, Lisete e Adilson.
Trabalhou por um tempo com transporte de cargas - uma carroça de 120 arrobas,
puxada por oito mulas - do interior de Júlio de Castilhos a Santa Maria ou Restinga
Seca (estações ferroviárias). Antes de estabelecer residência em Maravilha, morava em
Frederico Westphalen (RS) e trabalhava com a barca no Rio da Várzea, entre Barril
(antigo nome daquele município) e Iraí. Ouvindo muito falar da colonização organizada
de Maravilha e dos elogios que faziam desta terra, adquiriu terrenos e, em 22/10/1953,
veio com a mudança. Sua primeira atividade aqui foi a de comprador de fumo (como
representante de Rolf Golbek, da Tabacos Golift, de Porto Alegre). Comprou um
caminhão para transportar o fumo e outros fretes até Porto Alegre. Depois passou para o
transporte de suínos para a Perdigão, de Videira (SC). Tornou-se proprietário de uma
casa de comércio, localizada no centro de Maravilha.
Mattje não foi um homem estudado, mas teve grande destaque também na
história política deste município. Foi o vereador mais votado da UDN na eleição de
1958. “Não sendo remunerado, a compensação era ver o município se desenvolver”,
afirmava. Na época, as maiores reivindicações eram estradas e escolas.
De nenhum projeto aprovado na 1ª Legislatura tem se arrependido, pois o
objetivo era um só: o crescimento da cidade e o desenvolvimento do país.
Era ainda vereador, quando, numa noite de festa no interior, no segundo
semestre de 1963, foi pego de surpresa pelas lideranças da UDN para candidatar-se a
prefeito. Aceitou o desafio e, nas eleições diretas de 06/10/1963, foi eleito com 778
votos. Entre as obras e acontecimentos desta gestão, não é esquecida a implantação do
sistema municipal de telefonia.
Depois de deixar a prefeitura nas mãos da oposição (31/01/1969), afastou-se da
política e, boa parte do tempo, também do município, para cuidar de sua Fazenda que
deu o nome de Maravilha, no Município de Dourados (MS). Contudo, o seu domicílio
eleitoral continuou sendo aqui e filiado ao partido dos governos federal e estadual, a
Arena. Procurado para concorrer, aceitou o novo desafio, sendo eleito prefeito para mais
um quadriênio: 1973-1977.
Embora desvinculado da atividade política, a coligação partidária PDS, PDT e
PFL o convenceu de candidatar-se vice-prefeito, tendo na cabeça de chapa Eloy José
Ranzi, nas eleições de 03/10/1992, não logrando êxito.
A Câmara de Vereadores reconheceu seus trabalhos concedendo-lhe o honroso
título de "Cidadão Honorário de Maravilha", solenemente entregue em 18 de julho de
1991.
“Que cresça cada vez mais”, era seu desejo maior em relação a Maravilha.
Faleceu no dia 13 de setembro de 2003 e seus restos mortais se encontram no
cemitério Jardim da Paz de Maravilha.
1.6 Fioravante Luiz Trevizan
Filho de Luiz Trevizan e Maria Simoni Trevizan nasceu aos 17 de abril de 1917.
Natural de Bento Gonçalves (RS), tinha 12 irmãos.
Com seu espírito de trabalho enveredou entre as araucárias do Oeste catarinense
e chegou a Maravilha em outubro de 1949. Foi dos primeiros moradores dessa área
28
inabitada. Aqui se casou com Eva Ilka Dietrich, com a qual teve três filhas: Aderli
Luiza, Dolores Maria e Dircilene Regina.
Com a emancipação, sendo conhecido – pois trabalhava como motorista de
ônibus -, resolveu lançar-se à conquista de uma vaga para a 1ª Legislatura. Com 37
votos foi o terceiro mais votado da UDN. As reivindicações mais ouvidas eram:
estradas, bueiros, pontes e escolas para o interior que vinha sendo colonizado.
Foi dele o primeiro salão de baile de Maravilha, tendo anexo bolão e armazém
para as atividades diárias. Estava localizado em frente ao atual Posto Texaco. Dono do
primeiro taxi improvisado, (Camioneta 29), transportava pessoas, buscava alimentos de
primeira necessidade, servia de ambulância e viatura da polícia (na época dos bandidos).
Foi dele também o primeiro transporte atacadista Seu Chevrolet 46, com toldo de lona
improvisado, era também usado para excursões, destacando os alunos da escola das
irmãs. Foi de sua propriedade também o primeiro depósito de combustíveis, em tonéis,
localizado onde hoje está o Banco do Brasil. Iniciou as primeiras linhas de ônibus para
o interior do município. Com a instalação do Frigorífico de Aves Aurora, abriu a
primeira linha de coletivo urbano na cidade de Maravilha. Circulava da Linha 51 até a
referida empresa.
Fora do círculo familiar, era um dos primeiros nomes pronunciados pelas
crianças. Era conhecido por todos.
Em 22 de novembro de 2002, juntamente com mais 13 pessoas, recebeu
menções honrosas do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, em sinal de
reconhecimento pelos relevantes serviços prestados em prol da História de Maravilha.
Na época, debilitado pela doença, foi representado pela filha Aderli Luiza Trevisan
Rüdiger (uma das primeiras crianças a nascer, entre os pioneiros, embora o pai tenha
preferido levar a esposa Eva para Passarinhos, onde havia recurso médico, na época).
Faleceu em 28 de dezembro de 2002, com 85, dos quais 53 vividos em
Maravilha. “Era um homem humilde, amigo, corajoso, batalhador, não se acovardava
diante do perigo, do trabalho e das injustiças”, afirmou a filha Aderli.
1.7 João Pilati
O vereador João Pilati nasceu em Nonoai (RS), a 25 de julho de 1921, filho de Antônio
Pilati e Maria Carraro Pilati - o segundo dos cinco irmãos. Seu pai desde cedo trabalhou
com os Benvegnu, em Nonoai, São Borja e Monte Caceros, na Argentina. Nessa
condição, quando a empresa abriu frente pioneira em Maravilha, levou a primeira
mudança de peões, no momento em que Otto Jahnel, o primeiro morador da sede
instalava-se na futura cidade. Foi proprietário do primeiro caminhão de Nonoai.
Em 1951, viria para Maravilha de mudança, com a esposa Cenira S. Pilati e os
filhos José Isaac e Eloá.
Tomou parte da campanha emancipacionista e elegeu-se vereador da 1ª
Legislatura. Participou ativamente dos trabalhos de pesquisa histórica de Maravilha,
com o filho José Isaac Pilati, sendo responsável pelo resgate e registro dos primeiros
anos da ocupação e da formação do povoado.
Como vereador prestava mão-de-obra na construção de escolas para a
comunidade, além de campos de futebol, estradas, etc.
Indagado se tinha planos para o futuro, na política, respondeu: “Não. Porque
comparo com uma carreira de cavalos. Antigamente era uma carreira honesta; hoje, já
se sabe quem vai ganhar na largada.”
29
Diz que sente saudade daquela mata virgem e maravilhosa que emprestou o
nome para Maravilha; daquela gente trabalhadora que acreditava no futuro do novo
município e o sonho maior “é a grandeza da terra que a gente viu nascer”.
Faleceu em 21 de dezembro de 2000, em Nonoai. Dona Cenira também faleceu
poucos dias depois, em 23 de dezembro.
_________________
Os sete responsáveis pela decadência social, segundo Gandhi, pacifista indiano, são:
riqueza sem trabalho, prazeres sem escrúpulos, conhecimento sem caráter, comércio
sem moral, política sem idealismo, religião sem sacrifícios e ciência sem humanismo.
Sabendo que “Os melhores reformistas do mundo são aqueles que começaram por
reformar-se a si próprios”, escreveu o irlandês George Bernard Schaw.
30
II Segunda Legislatura: 31/01/1963 a 30/01/1967
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Arlindo Theobaldo Renck
David Gottardo
Estanislau Alfredo Schmitz
João Cavalheiro
Eloi Pedro Breda
Guilherme Gruber
Eduardo Gruber
Partido
UDN
UDN
UDN
PSD
PSD
PSD
PTB
Nº de votos
218
99
67
146
101
79
83
Presidente da Casa
1º David Gottardo
2º Guilherme Gruber
3º Eduardo Gruber
4º David Gottardo
Suplentes que assumiram: da UDN: Raymundo Veit, Arlindo F. Brentano, Carlos
Germano Lüneburger e Alvino Frederico Stieler; do PSD: Vendelino Pedro Serafini,
Alcides Ferrari Benvegnú, Oscar Kölln e Adolfo Wehrmann.
* Executivo municipal neste período: inicialmente Deonubem Baldissera (até
31/01/1964) e, após, Nidolfo Carlos Mattje (UDN), de 1º/02/1964 a 31/01/1969. Não
existia a função de vice-prefeito.
________________
Deonubem Baldissera continuava no Executivo municipal (o prefeito tinha um
mandato de cinco anos enquanto o mandato dos vereadores era de quatro anos), quando,
em 7 de outubro de 1962, foram realizadas eleições para a Câmara.
Maravilha pertencia à 41ª Zona de Circunscrição de Santa Catarina (Comarca de
Palmitos). Apuradas as urnas do município - com 1.482 votantes somados - o presidente
da Junta Eleitoral, Dr. Protásio Leal Filho, em 05/10/1962, assinou os diplomas dos
vereadores eleitos.
A posse aconteceu no dia 31 de janeiro de 1963, na sala de sessões da Câmara.
A primeira mesa diretora da 2ª Legislatura ficou assim constituída: presidente David
Gottardo (quatro votos), João Cavalheiro, vice (três votos), Estanislau Alfredo Schmitz,
1º secretário (três votos), Eduardo Gruber, 2º secretário (três votos). O vereador
Eduardo Gruber não se encontrava presente.
Nesta legislatura assumiram ainda a presidência da Câmara: Guilherme Gruber,
em 04/02/1964; Eduardo Gruber, em 02/02/1965 e, novamente, David Gottardo, em
09/02/1966.
Novo prefeito — “Aos 31 de janeiro de 1964, às 15 horas, no salão do Sr. Emílio
Schneider, à Avenida Araucária, nesta cidade de Maravilha, comarca de Palmitos,
Estado de Santa Catarina, sob a presidência do Sr. David Gottardo, reuniu-se o Poder
Legislativo Municipal, para tomar o juramento do Sr. Nidolfo Carlos Mattje, prefeito
eleito”.11
Às eleições para prefeito concorreram, além de Nidolfo Carlos Mattje (UDN), os
candidatos Demétrio Bachinski (PSD), Eduardo Gruber (PTB) e Oscar Kõlln (PRP).
Na Ata nº 205, de 13 de março de 1965 encontra-se um detalhe explicativo sobre
a renumeração dos vereadores. Ei-la, na íntegra:
11
Isto consta na Ata nº 154 - Livro 2, p.20.
31
Reuniu-se o Poder Legislativo em sessão extraordinária, sob a presidência do vereador
Eduardo Gruber. Verificando número legal deu início aos trabalhos. Lida e aprovada a
Ata anterior por unanimidade, o Sr. Presidente pediu ao 1º Secretario ler as
correspondências. Primeiro um ofício para a Sua Excelencia Marechal Humberto de
Alencar Castelo Branco, Digníssimo Presidente da República, comunicando que Esta
Câmara Municipal por decisão da totalidade de seus membros, e por indicação do ‘Snr.’
Vereador Arlindo Renck, vem pelo presente comunicar a V. Excia. que os Senhores
Vereadores deste Município de Maravilha não percebem, e nunca perceberem quaisquer
subsidios representação ou ajuda de custas. Tal comunicação prende-se ao fato de ter V.
Excla. encaminhado ao Congresso Nacional mensagem na qual se proíbe a percepção
pelos Vereadores, em todo o país, de quaisquer subsídios. Aproveitamos o ensejo para
hipotecar à V. Excia. a nossa solidariedade por esta medida e pela ‘sabia’ direção que V.
Excia. vem imprimindo ao Governo da Nação. respeitosas saudações.
Na mesma sessão foi também, por indicação do vereador Renck, “dirigida
solicitação” ao Ministro da Viação, Juarez do Nascimento Távora
pedindo que seja colocado em plano de prioridade nos trabalhos da pasta tão
patrioticamente dirigida por V. Excia. a continuação da construção da Estrada Federal
‘B.R. 36’, trecho Xanxerê-São Miguel do Oeste, cujos trabalhos foram interrompidos
desde ‘meiados’ (sic) do exercício próximo passado. Referida estrada, quando concluída
‘trara’ um fluxo de progresso à Região do Extremo Oeste Catarinense, do qual fazemos
parte, e ao mesmo tempo ‘servira’ de escoadouro para a enorme produção agrícola de
uma vasta região de Santa Catarina, Paraná e rio Grande do Sul, razão porque é
considerada uma das mais importantes do Plano Rodoviário Nacional.
E tinha razão!
As reuniões desta legislatura também eram quase sempre no período noturno e
nem sempre mantido o calendário semanal. As convocações aconteciam quando havia
matéria. Não lhes eram pagos nem as despesas com deslocamentos.
1 Vereadores Titulares da Segunda Legislatura
1.1 Arlindo Theobaldo Renck
Arlindo Renck nasceu em Júlio de Castilhos (RS), no dia 26 de setembro de 1920. Seus
pais: José Inácio Renck e Olga Emilia Berta Roepke Renck tiveram oito filhos, sendo
que Arlindo é o segundo mais velho.
Deixando os pampas, em busca de melhores condições de vida no Oeste
catarinense, apresentado como um Eldorado, Renck chegou aqui em 24/05/1954.
Casado com Leonida Trapp Renck tem cinco filhos que herdaram suas destacadas
capacidades. Seus nomes: Arlene Anélia, Elisônia Carin, Adalgisa, Valquíria Elita e
Ubaldo Carlos.
Convidado pela UDN concorreu ao pleito legislativo municipal de 1962. Dos
1.482 votantes, 218 votaram nele. (O segundo desse partido fez 99 votos). Seu reduto
político era a cidade, onde trabalhava como comerciante. Quando os fregueses
chegavam, logo pediam mais estradas.
Quando vereador encaminhou um projeto de lei – depois aprovado - isentando
da taxa de luz elétrica o Seminário Nossa Senhora de Fátima, a Igreja Católica e a Igreja
Evangélica.
Dois suplentes tiveram vez com a vaga temporária deixada por ele: Carlos
Germano Lüneberger e Alvino Frederico Stieler.
32
“O Município de Maravilha está muito diferente do que era naquele tempo.
Hoje temos um grande desenvolvimento. Que o município tenha um grande futuro!” –
incluiu na entrevista.
Uma história do Legislativo: “O vereador João Cavalheiro fez uma promessa
que, por ocasião da compra da primeira patrola pelo Executivo, daria uma salva de tiros
na frente da prefeitura. E o fez; sendo apreendida a sua arma. Mas, no dia seguinte, foi
devolvida.”
Arlindo Renck veio a falecer em novembro de 1995.
1.2 David Gottardo
Descendente de italianos, vindo de Encantado (RS), David Gottardo é filho de Joaquim
e Ana Gottardo. Nasceu no dia 8 de maio de 1917 e é o sexto de uma família de 13
irmãos. Casado com Alice Gottardo (falecida em 03/02/2009) tem oito filhos: Alzira,
Pedro, Elmida, Lurdes, Sérgio, Celso, Jaime e Jacir.
Iniciou sua carreira de professor, nomeado pelo governo do Território Federal do
Iguassú (sic), para reger a Escola Isolada de Baixa Riqueza, Distrito de Passarinhos,
Município de Xapecó, no dia 13 de junho de 1945.
Veio morar em Maravilha em 1949 - ano em que a cidade foi projetada –
transferido de Riqueza como professor da escola federal. Residindo em Maravilha,
passou a lecionar na “Linha Berivini”, Distrito de Palmitos - então Município de
Chapecó - como professor municipal, padrão “G”. Em 25/02/1952, através de decreto
assinado pelo prefeito, Dr. José de Miranda Ramos, foi transferido da “Linha Borivin”,
distrito de Palmitos, para a “Séde Maravilha”, Distrito de Cunha Porã. Em 14 de abril,
desse ano, através de portaria, foi nomeado regente do turno “B” da mesma escola,
recebendo uma gratificação mensal de Cr$ 250,00. No dia 28 de julho de 1959 foi
nomeado pelo governador do Estado para exercer as funções de primeiro suplente de
delegado de polícia do Município de Maravilha, assumindo a função por seis meses,
devido a ausência do titular. Depois pediu exoneração.
Pela posição que ocupava como comerciante e participação política, o partido
(UDN) o escolheu para concorrer às eleições de 1962. Não foi fácil, mas conseguiu uma
vaga na Câmara. Nesse quadriênio ocupou em duas sessões legislativas a presidência:
1963 e 1966. Sua votação foi basicamente na cidade. Contudo, os mais veementes
pedidos vinham do interior, reivindicando estradas e escolas. Os mais difíceis eram os
projetos de estradas e pontes nas divisas dos municípios, destaque para Barra Suja.
Residiu 32 anos em Maravilha, depois de aposentado foi morar em Cascavel
(PR) e atualmente está em Pato Branco (PR), no Bairro Cristo Rei. Morando longe, de
vez em quando ainda visita esta terra e esta gente. E disse: “Visitando há poucos dias
Maravilha vi um progresso grande e um povo unido e organizado”. A respeito da
juventude atual escreveu: “Os jovens atuais tem outra visão de política.”
Folheando seus documentos, encontramos a designação de primeiro suplente do
Delegado de Polícia de Maravilha, em 28/07/1959 e diversas portarias de nomeação de
professor.
1.3 Estanislau Alfredo Schmitz
Nasceu em Bom Princípio (RS), no dia 16 de agosto de 1929. Seus pais, João e Suzana
Schmitz, tiveram sete filhos e Estanislau foi o penúltimo.
33
Em 1955 essa família veio morar em Maravilha. Casado com Nilva Maria,
Estanislau tem três filhos: José, Leão e Claudio.
Em Maravilha encontramos seu nome entre os edis da 2ª Legislatura, eleito pela
UDN, com 67 votos dos amigos que pediram a sua candidatura. Naquele tempo era
Escrevente Juramentado do Cartório do Registro Civil.
Na vereança diz que valeu a pena porque estava lá para resolver os problemas do
município. Nesta legislatura foi secretário da mesa e diz que o relacionamento
Legislativo-Executivo municipais era bom, mas com algumas brigas. A insistência
maior era a construção da BR-282.
Devido ao emprego que assumiu – o de agente de coleta do IBGE -, não mais
pleiteou cargos eletivos políticos. Sendo transferido para São Miguel Oeste, deixando a
vaga de vereador para os suplentes.
Trouxe à memória um fato ocorrido na Câmara, na 2ª Legislatura: a
possibilidade de impeachment do prefeito Mattje: “Ao tomarmos posse a 31 de janeiro
de 1963, iniciamos uma temporada de reuniões ordinárias, na primeira terça-feira de
fevereiro, e como secretário eu li a mensagem do Sr. Prefeito Municipal com a
prestação de contas do ano anterior.” (Não havia coincidência de mandato LegislativoExecutivo) “Ao manusear a dita prestação de contas descobri que haviam sido
adquiridas em torno de 950 m³ de pranchas para a feitura de pontes e bueiros. Fiz ver
aos colegas que se as pranchas tivessem 5 cm de grossura e 3 metros de comprimento
dava para cobrir quase todas as rodovias municipais. Quando os vereadores viram o
absurdo, começaram a planejar (inclusive os do PSD) o impeachment do Sr. Prefeito
Municipal, o que eu impedi, dizendo que deveria ser alguma vírgula mal colocada ou
qualquer outro engano, mas nunca roubo. Se a Câmara decretasse o impedimento do Sr.
Prefeito Municipal, o Sr. David Gottardo assumiria e a UDN seria responsabilizada pelo
fracasso da administração e 7 meses depois nós não ganharíamos a eleição com o Sr.
Nidolfo Carlos Mattje.”
1.4 João Cavalheiro
João é o último dos sete filhos de Guilherme e Antonia Cavalheiro. Nasceu em São Luiz
Gonzaga (RS), no dia 11 de março de 1929. Seguindo a corrente migratória, veio morar
em Cunha Porã, onde casou com Dulce Maria Borscheidt. Em 1954 transferiu
residência para Maravilha. Inicialmente exerceu a profissão de motorista e, depois, de
açougueiro. Era homem de confiança. Foi o 1º suplente de Delegado de Polícia do
Distrito de Maravilha. Com a emancipação, foi escolhido e nomeado prefeito provisório
(Florianópolis, 17/07/1958) e empossado no dia da instalação do Município: Maravilha,
27/07/1958. Na Segunda Legislatura ocupou uma cadeira na Câmara como vereador
mais votado pelo PSD: 146 votos. Nesse tempo exercia também a função de fiscal de
estradas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), da Secretaria da Viação e
Obras Públicas, 14ª Residência, com sede em São Miguel d’Oeste. Vítima de câncer no
fígado veio a falecer em 20/03/1972, deixando no luto a esposa e três filhos: Dirceu,
Neri Antonio e Nei José. Seus restos mortais encontram-se enterrados no cemitério de
Maravilha.
Os 148 dias da administração de João Cavalheiro como prefeito de Maravilha
tiveram as contas aprovadas pela Câmara de Vereadores - através da Resolução nº 1 em 05/02/1959, sancionada pelo 1º prefeito eleito, Deonubem Baldissera, em 8 de
fevereiro desse ano.
34
Encontra-se uma participação interessante do vereador João Cavalheiro, na
sessão de 19 de novembro de 1965, registrada na Ata nº 224:
Pedindo a palavra, o vereador João Cavalheiro, disse à princípio que não assinaria a ata
anterior, ou seja, nº 223, uma, por que, este não comparecera as últimas reuniões, outra
que, as Leis criadas pelo Legislativo Municipal eram frias. Frisou ainda, o vereador
Cavalheiro, que estas leis, futuramente seriam revogadas por ordem do Governo
Federal, motivo pelo qual, estas leis teriam efeito apenas por um determinado período.
A seguir, o vereador Gottardo pediu a palavra, que lhe foi concedida,
observando que, enquanto a Prefeitura local não recebesse comunicação em contrário, a
Câmara daria sequência normal às reuniões e prosseguiria batalhando pelo progresso de
Maravilha.
Subitamente, o vereador Cavalheiro, virou a mesa, na qual se encontrava a
máquina de Contabilidade, o mimeógrafo e alguns documentos, alegando que o
vereador Gottardo até esta data, sempre se manifestou desfavoravelmente às suas idéias
e sugestões, e frisou, que o vereador Gottardo nada fizera pelo município até então.
Enquanto perdurava a discussão, o vereador Cavalheiro tomou para si uma cadeira que
se encontrava no recinto.
Posteriormente, o vereador Cavalheiro afastou-se sem a necessária licença do
senhor Presidente, o qual pediu a volta de Cavalheiro, sendo que, entrementes, o
vereador Cavalheiro proferiu a seguinte manifestação: “Podem fazer o orçamento que
eu pago esta merda”.
Enquanto tal sucedia, ou melhor, enquanto o vereador Cavalheiro assim se
expressava, o senhor presidente deu como encerrada a sessão...
1.5 Eloi Pedro Breda
Vide Primeira Legislatura: 1.3.
O único vereador reeleito, obtendo 101 votos, foi Eloi Breda.
É nesta legislatura que aconteceu a história do cipó-telefone do Breda. Assim ele
conta: “Entrei com um projeto de lei para a instalação de telefones para a interligação
com os municípios vizinhos (fios e postes). Uns dias depois, os críticos estenderam
sobre a Avenida Sete de Setembro (em frente ao atual posto de combustíveis Ipiranga),
um cipó, de um poste a outro. Nas extremidades, duas latas e a placa: ‘Telefone do
Eloi’.”
Mas não foi à toa, porque na sessão extraordinária de 12 de março de 1965,
entrou o projeto de lei nº 181/65 com o seguinte teor: “Que autoriza o sr. Prefeito, A
compra de um Centro Telefônico e 15 Aparelhos a venda aos usuários, Principalmente
sobre a Instalação do Centro Telefônico. Em primeiro lugar pediu a palavra o Vereador
Eloi P. Breda, dizendo que é uma boa idéia...”12
1.6 Guilherme Gruber
No dia 1° de outubro de 1925, em Ijuí (RS), nascia Guilherme Gruber, filho de
Ferdinand Gruber e Ottília Baier. É o terceiro na família de seis irmãos. Durante a maior
parte de sua vida, Guilherme foi chamado Willy, diminutivo de Willyhelm (Guilherme)
na língua alemã. Recebeu esse nome em homenagem ao kaiser (imperador) Guilherme,
do Império Austro-Húngaro.
Morava em Três Passos (RS), quando Rainoldo Kölln (cunhado) e Artur Fleck o
convidaram para vir a Santa Catarina. Corria o ano de 1949. Fizeram a longa viagem,
12
Francisco Gialdi. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. Porto Alegre, Editora EST, 2003.
p.437.
35
passando por Itapiranga (naquela época com o nome de Porto Novo), Mondaí (então
Porto Feliz), Caibi, Palmitos, até Cunha Porã. O ônibus era dos cunha-porenses Avelino
Renner e Oscar Kölln. Nessa localidade residiam muitos imigrantes de Três Passos. Ali
só se falava em Maravilha. Assim sendo, no dia 30/01/1949, resolveram conhecer esse
lugar. Por uns oito quilômetros havia estrada; depois, só uma picada no mato.
Chegando, no local próximo à atual agência do Banco do Brasil (Avenida Araucária),
estava um grosso pinheiro caído. Para desviá-lo tiveram que trocar de rumo. O Sr.
Gruber contou também que, ao voltar, lá na atual localidade de Três Coqueiros havia
uma roça. Deu um tiro e a resposta foi outro tiro de espingarda (como meio de
comunicação). Era o Sr. Henrique Hentges que lhes oportunizou o pouso. Insistiu que
dormiram do lado de fora das paredes porque o “internato” era tomado por três pessoas
e não havia mais lugar. A calefação daquela noite fria foi na base do fogo de lenha. No
dia seguinte, seguiram a Cunha Porã encantados com este lugar.
Voltando para Três Passos, o Gruber ficou com Santa Catarina na cabeça. Por
isso, no dia 12/05/1949, arrumou as malas “com meia dúzia de trapos” e veio morar em
Cunha Porã. Já em junho do mesmo ano, aceitou o convite para a derrubada de um
mato, em Maravilha. Para reservar uma terra, ficou três dias num acampamento. No
centro de Maravilha não tinha nada ainda. Duas picadas formavam uma cruz. Hoje são a
Avenida Araucária e a Rua Albino Cerutti Cella. Em frente ao atual posto Ipiranga
havia uma taboinha, pregada numa árvore e escrito com carvão o nome da localidade:
Sede Maravilha. Ainda no mesmo ano, convidado pelo Sr. João Cavalheiro, esteve em
Maravilha, com a mudança do Sr. Arnoldo Graff, com um Ford’46. Apenas metade da
mudança coube na casinha. Disse que o Sr. Fioravante Trevizan já morava aqui, em
baixo de meia dúzia de tábuas e o Otto Jahnel, com uma bodega. “Em pouco tempo
Maravilha explodiu.”
Em maio de 1952 voltou a Ijuí para casar com Anna Gunsch, dia 16. Logo
depois fez a viagem de núpcias rumo a Cunha Porã, aonde chegou no dia 21 e no dia 22
instalou-se em Linha Humaitá, com um pequeno comércio. Ali residiu até setembro de
1958, quando se instalou em Maravilha: até 1962 na Avenida Euclides da Cunha;
depois, na Avenida Sul Brasil, com o Hotel Alvorada.
E não parou no hotel. Participou da colonização do Oeste de Santa Catarina; foi
fundador e presidente da Cooperativa Agrícola Mista e do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Maravilha, sendo um dos presidentes; esteve na Segunda Legislatura de
Maravilha (1963-1967), ocupando a presidência da Casa para a segunda sessão
legislativa. Grande incentivador do associativismo participou de movimentos populares
da época, como o da instalação da iluminação pública, da telefonia, do melhoramento
do sistema viário (a BR-282, a ponte sobre o rio das Antas, a implantação da ETC Rui
Barbosa). Foi também um dos fundadores do CTG Juca Ruivo. Era grande amigo dos
governadores Celso Ramos e Ivo Silveira
No final dos anos 1960 liderou comitivas de colonos para a nova fronteira
agrícola do Sudoeste do Paraná e daí para o Mato Grosso. Na década seguinte seguiu a
colonização do Paraguai, na Província de Hernandárias, do Município de San Alfredo.
Conheceu também a Amazônia e, com a esposa – em 1984 - foi se juntar com os filhos
Sebila (e esposo Luiz Lauschner), Xico e Cleire (com Ana sua filha mais nova). E ali
ficou até sua morte.
Amante da cultura, leitor voraz e viajante contumaz, Guilherme viveu uma vida
de aventuras e agruras. Nunca pensou em acumular riquezas materiais. Quando tinha
alguma reserva, viajava pelo Brasil inteiro e países vizinhos. Tanto ele como a esposa
Anna sempre incentivaram os filhos a estudar. Católico convicto, até seus últimos dias
freqüentou missas, cultos e rezava antes das refeições e antes de deitar.
36
No retorno de sua última viagem ao Sul do país, contando as peripécias,
aventuras e desventuras que só aconteciam com ele nos tempos idos, disse: “Escuita!
Todos os meus parceiros e conhecidos estão mortos, acho até que quando são Pedro foi
conferir, olhou lá pelo Sul e não me viu e deve ter pensado: ‘Ah! O Gruber já foi desta
para a melhor, faltou apenas dar baixa no livro de controle’.” E dava sua gostosa,
contagiante e alegre gargalhada. Em 16/05/2006 completaram 55 anos de casados e em
29/07/2007, sua companheira veio a falecer. E são Pedro também o encontrou e levou...
dia 7 de abril de 2009, em Maués (AM).
Em tempo: A história de Guilherme Gruber - principalmente sua viagem à Maués - foi
contada por Luiz G. Lauschner no livro Chucrute, Churrasco & Jaraqui – O Brasil
descoberto pelo alemão.13 Um ano após a viagem Guilherme e Ana Gruber foram morar
na periferia de Maués e continuou contando histórias de outras viagens.
1.7 Eduardo Gruber
Eduardo, irmão de Guilherme (vide supra 1.6), nasceu no dia 11 de junho de 1929, em
Ijuí (RS). É filho de Ferdinand Gruber e Ottilia Baier, o 5º de seis irmãos. Casou-se com
Lussilda Krampe, tendo 5 filhos: Edemar, Eldoir, Elói, Loreci e Lovani.
Em janeiro de 1961 deixou sua terra e veio para cá em busca de melhores
condições. Naquela região do Rio Grande do Sul, Maravilha “era cantada em prosa e
verso” como um lugar encantador.
No solo gaúcho o PTB era dos partidos mais guerreiros. Eduardo trouxe esse
ideal consigo e, nas eleições de 1962 - atendendo pedidos de muitos petebistas, juntados
à sua carreira - candidatou-se e foi eleito vereador, com 83 votos, quatro a mais que seu
irmão Guilherme que foi candidato pelo PSD. Foi o primeiro desligado do
bipartidarismo (UDN x PSD) daqui. Ocupando a posição de voto de minerva,
conseguiu o honroso e importante título de presidente da Câmara, em 02/02/1965, com
o apoio da UDN.
Mais e melhores estradas eram as reivindicações que os vereadores mais
anotavam naquele tempo.
Por motivo de viagem (60 dias) deixou a vaga para o suplente de vereador
Arlindo F. Brentano, comerciante de Lajeado do Tigre.
Em mais duas oportunidades teve participação eleitoral, sem sucesso:
concorrendo a prefeito pelo PTB, em 1962 e a vereador, em 1968.
Um detalhe que deixou anotado sobre as reuniões da Câmara: “O vereador
David Gottardo, quando resmungava (falava muito baixo), deixava facilmente gente
dormindo, como o João Cavalheiro”.
Eduardo exerceu, depois, atividades comerciais em Pérola do Oeste (PR) aonde
veio a falecer no dia 11 de agosto de 1989.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Segunda Legislatura
2.1 Raymundo Veit
13
Manaus (AM), BKEditora, sendo que em 2002 já estava na 3ª edição. A edição de lançamento, em
menos de 30 dias já estava totalmente esgotada.
37
Assumiu a vaga transmitida por Estanislau Alfredo Schmitz que deixou Maravilha e foi
morar em São Miguel d’Oeste. Era da UDN.
Nascido em Lajeado (RS), no dia 21 de dezembro de 1919, Raymundo Veit é
filho de Walentin e Amalia Paulina Veit. São nove Irmãos. Casou-se com D. Julita e
tem os filhos Arno, Lauro, Irineu e Hary.
Tinha 32 anos quando, em 1951, transferiu residência para um lugar de futuro e
escolheu Maravilha, aqui permanecendo até sua morte, no dia 7 de setembro de 2000.
Era uma cidade planejada, mas apenas umas casas haviam sido construídas.
Com a emancipação foi procurado um local para a instalação da “prefeitura”.
Cedeu em forma de aluguel três quartos (salas) do Hotel Avenida de sua propriedade e
Raymundo passou a trabalhar como funcionário público municipal. Por isso, “para
ajudar mais ainda Maravilha” candidatou-se a vereador na 2ª Legislatura. Além de
hoteleiro, trabalhou um tempo no comércio e foi Juiz de Paz até completar 70 anos.
No Legislativo tem apresentado projetos para a compra de máquinas, já que
pediam muitas estradas e pontes para o município.
“Quero que Maravilha seja uma cidade das maiores do Oeste”, afirmou.
Em sua homenagem, através da Lei nº 1.943, de 07/04/1994, foi dado seu nome
a uma escola municipal no Bairro Progresso. No dia 26/12/2001, através da Lei nº
2.671, a escola passou a ser designada Centro Educacional Vereador Raymundo Veit.
Seu falecimento ocorreu no Dia da Pátria, 7 de setembro de 2000.
2.2 Vendelino Pedro Serafini
Veio morar em Maravilha no dia 26 de abril de 1956 para trabalhar de hoteleiro (Hotel
Avenida). É gaúcho, de Guaporé, nascido em 30 de junho de 1927, filho caçula de José
Serafini e Tercila Bergamaski que tinha outros 12 filhos. Do casamento com D. Élide
Maria Tumelero tem os descendentes Vanis, José Pedro e Fátima Liane.
Na reunião do diretório do PSD, para lançar os candidatos às eleições de 1962,
foi apontado seu nome. Aceitou, concorreu à vereança e ficou como suplente. Contudo,
com a vaga deixada pelo vereador Eloi Pedro Breda – foi morar no Paraná - efetivou-se.
Foi industrialista com o Moinho Progresso Ltda. e depois exerceu a profissão de
pintor.
Disse que as reuniões da Câmara eram realizadas à noite e “quando necessário”.
Tem dado apoio especial a empreendimentos para a melhoria de estradas. Faltava muita
coisa para o município, por isso, quase todos os projetos eram aprovados. O trabalho na
Câmara era unido e solidário. As comunicações com outros legislativos municipais
eram somente através de correspondências escritas.
“Faço votos que as pessoas que nos sucederem sejam honestas como nós fomos.
A mola mestra é a união”, incluiu em seu depoimento. Seu sonho: a instalação da rede
de esgotos na cidade; arborização e asfaltamento do perímetro urbano; dar maior
prioridade à educação; encascalhamento das estradas todas e atrair indústrias (emprego).
Isto foi manifestado em 1988. O que previu?
Faleceu em Maravilha no dia 26 de agosto de 1993.
_______________
“Quem não luta por seus direitos não é digno deles”( Rui Barbosa).
38
III Terceira Legislatura: 31/01/1967 a 30/01/1970
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Osmar João Magnantti
Reditário Cassol
Deonubem Baldissera
Alcides André de Moraes
Deonildo Faggion
Rodolfo Meneses
Waldemiro Onofre
Partido
Arena
Arena
Arena
Arena
MDB
MDB
MDB
Nº de votos
335
237
168
142
173
150
140
Presidente da Casa
1º Osmar João Magnantti
2º Deonubem Baldissera
3º Alcides André de Moraes
4º Antônio Osvaldo Conci
Suplentes que assumiram: da Arena: Antônio Osvaldo Conci, Guilherme O. Manfrin,
Francisco José de Souza, Maximiliano Arcanjo Manfrin, Pedro Dallavechia, Ernani
Appelt e Adelir J. Uebel; do MDB: Ildefonso Thiago, Honório Crestani, Alcides Maurer
e Francisco Zanin.
* Executivo municipal neste período: inicialmente Nidolfo Carlos Mattje (até
31/01/1969) e, após, Albino Cerutti Cella (MDB) e Deonildo Faggion (MDB), de
1º/02/1969 a 31/01/1973. O primeiro vice-prefeito de Maravilha foi Deonildo Faggion.
_________________
Na sessão extraordinária da Câmara Municipal de Maravilha realizada no dia 31
de janeiro de 1967, iniciada sob a presidência do vereador David Gottardo (4°
presidente da 2ª Legislatura), após solene compromisso, foram empossados os
vereadores eleitos em 15 de novembro de 1966, para a Terceira Legislatura. Então
assumiu a presidência o vereador mais idoso, Rodolfo Meneses.
Antes da votação para constituir a mesa diretora, “a bancada da minoria” (MDB)
“mandou que se constasse em ata, que a votação deveria ser feita, mas sob protesto, em
vista de nada constar no Regimento Interno da Câmara Municipal, para que tal votação
seja procedida nesta data” (Ata nº 262).
A primeira mesa diretora dos trabalhos da 3ª Legislatura ficou assim constituída:
presidente Osmar João Magnantti (quatro votos), vice-presidente Deonubem Baldissera
(cinco votos), secretário da mesa Alcides André de Moraes (quatro votos), 2º secretário
Reditário Cassol (quatro votos).
Coube a esta legislatura a aprovação da Lei Municipal n° 272, de 18/04/1968,
autorizando a abertura de crédito especial para a instalação e manutenção da Escola
Técnica de Comércio Rui Barbosa, uma das únicas escolas de segundo grau mantidas
por prefeituras do Estado de Santa Catarina. Era então prefeito Nidolfo Carlos Mattje. A
primeira turma formou-se em 5 de dezembro de 1970.
Para a administração municipal não havia vice-prefeito (até 1º/02/1969). Por
isso, a vaga era deixada para o presidente da Câmara. Nesta legislatura isto ocorreu em
duas oportunidades.
Foi assim: o prefeito Nidolfo Mattje levou pessoalmente à Câmara, na noite de
30/05/1967 (Ata nº 281), um requerimento pedindo autorização para participar de um
congresso de administradores municipais em Manaus. Longas atas (nº 284, 286, 289,
290, 292, 293) trazem detalhes sobre as discussões a respeito desse tema. A oposição
alegava que não havia verbas e que muita coisa - mais importante - faltava ser feita. O
39
projeto de lei recebeu o nº 256 e a autorização solicitada era de 60 dias. Finalmente, em
26/06/1967, com o voto de minerva do presidente da Câmara que era da Arena - partido
do prefeito – e almejava o posto, foi aprovada a lei. No dia 04/07/1967 houve a
transmissão de cargo para o vereador Osmar João Magnantti. A presidência da Câmara
ficou com o vereador Deonubem Baldissera. A vaga sobrou para o suplente Ernani
Appelt. Poucos dias após o retorno, Mattje entrou com novo requerimento - também
pedindo licença para 60 dias - para tratamento de saúde. Foi concedida no dia
13/09/1967. Nova oportunidade para o presidente de o Legislativo substituir o prefeito
interinamente. Somente no dia 7 de novembro daquele ano foi apresentado à Câmara o
relatório da viagem do prefeito. A abertura de crédito especial para cobrir as despesas
de viagem foi no montante de NCR$ 1.500,00.
Assumiram ainda a presidência da Câmara, nesta legislatura (além de Osmar
Magnantti e Deonubem Baldissera): Alcides André de Moraes (eleito em 09/02/1968 e
renunciando em 29/10/1969), sendo então eleito Antônio Osvaldo Conci (16/11/1969)
que estava na Câmara como suplente em exercício. As reuniões da Câmara vinham se
desenrolando em estado de tensão.
A Ata nº 401, de 15/09/1969 (sessão extraordinária) - com seis páginas - dedica
a maior parte da redação às discussões bilaterais. Já era tempo de campanha para a
eleição para a Câmara, marcada para 15 de novembro. Era presidente Alcides André de
Moraes. Pedindo licença, a partir de 12/08/1969, assumiu interinamente o vicepresidente Rodolfo Meneses, eleito pela oposição. Ao retornar, Moraes recebeu os
cumprimentos do vereador correligionário, Osmar João Magnantti que aproveitou a vez
e,
fez violentas críticas ao ex-presidente da Câmara, Sr. Rodolfo Meneses, dizendo que
durante as sessões em que o mesmo fora presidente, não foi feito nada porque o sr.
Meneses não tinha capacidade de dirigir os trabalhos, taxando-o de elemento incapaz,
analfabeto, colono grosso, dizendo-lhe que o seu lugar era na roça no cabo de uma
enxada, e não na Câmara Municipal, e ainda mais como presidente, se não fosse capaz
não deveria assumir tal ‘comprumisso’, para com isso entravar os trabalhos da casa;
desafiando o mesmo, que se soubesse ler dez palavras escritas num quadro negro,
rasgaria o seu diploma de vereador.14
A polêmica nos apartes continuou até o fim da sessão, quando o vereador Osmar
Magnantti pediu que se fizesse constar em ata as suas palavras.
Na sessão seguinte – 16/09/1969, também extraordinária, de acordo com o art.
6º, parágrafo único, do Decreto-Lei nº 201, de 25/02/1967 -, o presidente da Câmara
declarou extinto o mandato do vereador Waldomiro Onofre, pois havia transferido
residência para o Rio Grande do Sul. Com isso, ficou vago o cargo de vereador e de
secretário da Câmara. No início da sessão subsequente (22/09/1969), mais um pedido de
licença: o do vereador Reditário Cassol. E, no dia 29/09/1969, o vereador Osmar
Magnantti, seguindo a debandada, encaminha o pedido de licença por dez dias. Foi
concedida. Então o presidente da Câmara - com parecer favorável da Comissão de
Constituição, Justiça, Legislação e Redação de Leis - entrou com requerimento pedindo
a extinção do mandato do requerente. A Mesa pediu o arquivamento do mesmo. Moraes
passou para o MDB. No dia 27/10/1969, deram entrada os pedidos de licença - por 40
dias - dos vereadores Osmar João Magnantti, Ernani Appelt e Deonubem Baldissera.
Após o intróito da Ata nº 424, de 28/10/1969 - com outra forma de letra manuscrita consta:
O Sr. Presidente, de acordo com o art. 8º, parágrafo 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 25 de
fevereiro de 1967, combinado com o ítem III, do mesmo decreto-lei, declarou, extintos
os mandatos dos Senhores Vereadores da ARENA Osmar João Magnantti, Deonubem
14
Ata nº 401, de 15/09/1969.
40
Baldissera e Ernani Appelt, e do M.D.B. Rodolfo Meneses e Honório Crestani, tendo na
mesma oportunidade declarado que, na forma da lei, convocaria imediatamente os
respectivos suplentes, lamentando profundamente ter sido obrigado, mesmo contra sua
vontade, a tomar tal atitude a que está obrigado por lei.
Na sessão do dia 29/10/1969 “o sr. presidente, concitou os Srs. Vereadores
Maximiliano Arcanjo Manfrin e Ildefonso Thiago, a prestarem o compromisso legal”. ...
“O Sr. Presidente vereador Alcides A. Moraes, passou a presidência ao vereador
Francisco Zanin, tendo este assumido”.
O vereador Moraes entregou ao presidente interino um ofício que foi pelo
mesmo lido, ali constando a renúncia de seu mandato. Foi apresentado também ofício
do vereador Nery Pelissari, igualmente contendo a renúncia de mandato. Pediu palavra
o vereador Moraes que explicou os motivos de assim ter procedido, lamentando ser esta
a medida que se via obrigado a tomar. No dia 06/11/1969, a Câmara Municipal, sob a
presidência interina do vereador Francisco Zanin, elegeu novo titular: o professor
Antônio Osvaldo Conci.
Assim, na Terceira Legislatura nenhum titular, empossado no dia 3 de janeiro de
1967 estava na Câmara, como vereador desta, na posse da legislatura seguinte, em 31 de
janeiro de 1970. Nesse dia a Câmara era assim constituída: Antônio Osvaldo Conci
(presidente), Francisco Zanin, Maximiliano Arcanjo Manfrin, Ildefonso Thiago,
Guilherme Ozídio Manfrin, Francisco J. de Souza e Pedro Dalavechia.
Ainda, nesta legislatura aconteceu a sucessão municipal: em 31/01/1969 o
prefeito Mattje entregou o poder ao substituto eleito pelo MDB, Albino Cerutti Cella e
seu vice, Deonildo Faggion (que era vereador e foi substituído pelo suplente Alcides
Maurer).
1 Vereadores Titulares da Terceira Legislatura
1.1 Osmar João Magnantti
No dia 18 de novembro de 1928, o casal Luiz Magnantti e Celestina Magnantti
comemoraram o nascimento de seu terceiro filho que foi registrado com o nome de
Osmar João. Hoje são seis irmãos.
Está ligado à história de Maravilha desde 20/08/1962, quando aqui se
estabeleceu. Veio atraído para a exploração da madeira. Casou-se com Nery Fincatto
Magnantti. Para os filhos deram os nomes de Lucimar, Marinês, Cleomar e Gilmar.
Além dos legítimos, tem um de criação, adotado com sete meses: Aluizio Hames.
Com seu espírito de liderança, veio o dia em que aceitou candidatar-se a
vereador nas eleições de 1966, sendo eleito com o maior número de votos desta
legislatura: 335. Sua base eleitoral foi o perímetro urbano e o Distrito de Flor do Sertão.
Além da presidência de seu partido (Arena), foi também eleito primeiro presidente da
Câmara da 3ª Legislatura, oportunidade em que, por duas vezes, assumiu o Executivo
municipal nas licenças do prefeito Nidolfo Carlos Mattje (vide supra).
Tem lutado pela melhoria das estradas municipais, sendo anotador de muitas
reivindicações dos munícipes. Lutou pela criação da Comarca de Maravilha e pela
instalação do Banco do Brasil.
Candidatou-se somente uma vez. Depois transferiu residência e não mais teve
planos políticos. Na entrevista afirmou: “Para quem viu Maravilha em 1962, não
41
poderia pensar que chegasse a tanto. Graças ao seu povo, desenvolveu-se rapidamente,
ocupando hoje ponto de destaque no Oeste catarinense.”
Aposentado, foi residir em Ratones - Sítio Carambola - na Capital do Estado,
aonde faleceu no dia 20 de junho de 2000.
1.2 Reditário Cassol
Reditário (o nome é estranho, e significa - derivando de redito - “dito novamente”, ou
muitas vezes; com o usuário cumprindo ad litteram essa homologação) é filho de
família que se destacou na colonização de Maravilha. E mais: seu nome é “dito e
escrito” em muitos outros lugares, em diferentes estados brasileiros.
Nasceu no dia 07/04/1936 (assim registrado, mas ele apareceu no dia 1º de
abril), no Município de Concórdia (SC), filho de Ângelo José Cassol e de Rosalia
Juliani. Lá foi agricultor e casou-se com Elga Lídia Bergamin, com a qual teve seis
filhos: Dalva Roseli e Ivo Narciso, em Concórdia; em dezembro de 1959 transferiu
residência para Maravilha, para atuar no comércio e aqui nasceram César, Darcila
Terezinha, Denize Rosani e Dirlaine Jackeline. Os mais velhos iniciaram seus estudos
na Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Salete. Reditário instalou-se, depois,
com uma serraria, na Linha Sargento, interior de Maravilha. Ali cedeu à pressão e
candidatou-se à Câmara Municipal. Foi eleito pela Arena: na 3ª Legislatura (1967-1970)
com 237 votos e na 5ª Legislatura (1973-1977) com 315 votos ‘contadinhos’, a maior
parte no Distrito de Sargento. Então passou para a oposição, justificando seu ato em
ofício – no seu estilo literário, sem encomendar literatos - com firma reconhecida em
cartório, endereçado ao Diretório da Aliança Renovadora Nacional, datado de
26/05/1976. Contudo, o tiro ia em direção do governador Antônio Carlos Konder Reis,
seu correligionário, dessa maneira: “O motivo do meu desligamento do partido não é
nada contra do Governo da Nação, mas sim contra a ‘Governansa’ do nosso estado de
S/C e quero descreminar abaixos (...)” - incluindo cinco justificativas. A mais séria era:
“A – Um motivo mais gravel é o nosso Governador não dar obidencia aos
companheiros de Maravilha ja é do cohecimento do Diretorio que ja a muinto tempo foi
requerido uma odiença em nome do partido odiença este com sua xelencia o
Governador, ja foi marcada por varias vezes e sempro suspenssa alegando motivos.”
Na função de representante do povo, entre as mudanças que reivindicou para o
distrito do qual era subprefeito, foi a troca de nome, porque sargento é um cargo sem
distinção e já tinha o rio, próximo dali, que usava essa designação. Esperava-se uma
definição imponente, mas com uma palavra só, fácil de escrever. No entanto, o projeto
incluiu o novo nome e ele mandou que aprovassem: São Miguel da Boa Vista.
Apesar de não ser remunerada a função de vereador valia a pena,
segundo Cassol, pois era uma forma de servir “nossa gente”. Foi presidente do
Legislativo municipal por dois anos. Naquele tempo era diferente de hoje: o povo não
era tão acostumado com o paternalismo de hoje. Diz que o povo de Maravilha sempre
foi hospitaleiro. Seu maior sonho era o progresso e acredita que está acontecendo.
Ainda hoje tem saudade dos bons tempos vividos aqui.
E contou uma história. “Quando presidente da Câmara de Vereadores fui
obrigado - por força da lei - cassar o mandato do colega Osmar Fülber, por não
comparecer às reuniões. Há poucos dias dei este exemplo aqui na Assembléia
Legislativa de Rondônia, dizendo da pouca vergonha as faltas de comparecimento dos
deputados que hoje são bem remunerados, mas não comparecem às reuniões.”
42
A Câmara Municipal tem sido o trampolim para muitos políticos e Reditário
Cassol é um dos que foram lançados ao espaço exterior (de Maravilha) e superior, num
excepcional cosmos ocupacional. Em 31/01/1977 encerrou sua carreira política neste
município. Onze meses depois, 1º/01/1978, Reditário e família chegam a Rondônia,
estabelecendo-se no ramo de alimentos (churrascaria), no Município de Vilhena. Em
1979 foi nomeado, pelo governo militar, como administrador dos municípios da faixa
de fronteira (destacando-se Colorado do Oeste/RO). Aprontou então vários processos
para implantação de novos municípios, em toda a região. Em 1982 candidatou-se para a
Câmara dos deputados, ficando na 1ª suplência. Em 1986, foi eleito deputado estadual,
sendo reconhecido, nacionalmente, pela “paternidade” na criação de 16 municípios. Em
1990 foi eleito deputado federal, participando do processo de Impeachment do então
presidente da República, Fernando Collor. Ali foi posto em evidência pela imprensa
nacional como o parlamentar que mais trocou de sigla partidária, quando deputado;
assim como, em função do encaminhamento do projeto para a criação do Estado do
Aripuanã, em terras do Mato Grosso e Rondônia.
Com as oportunidades oferecidas pela nova Carta Magna (1988), em 1990
iniciou a construção da 1ª usina hidrelétrica, denominada PCH Santa Luzia, inaugurada
dois anos mais tarde com uma turbina geradora; em seguida uma segunda turbina,
levando energia para diversos municípios, e participando ativamente do processo de
desenvolvimento da região. Até abril de 2003, outras três hidrelétricas já estavam
prontas, gerando energia elétrica para 16 municípios; tendo uma 5ª, com 70% pronta
(para mais quatro municípios que aguardavam); e a 6ª, já iniciada, para substituir
antigos geradores movidos a óleo diesel. Tirando proveito de suas grandes extensões de
terra, dedicou-se também ativamente à pecuária. Uma parte desses bens continua em
sociedade com os filhos e outras foram divididas.
Em 02/01/1999, Reditário Cassol foi nomeado Coordenador do Estado de
Rondônia, em Brasília. A nomeação seguinte foi a de Superintendente de Rondônia,
representando esse estado na capital federal, a partir de 04/05/2001; sendo renovada a
indicação em 2003.
Os filhos não estão apenas com o direito à herança dos bens imóveis desse
homem provido abundantemente. Eles percorrem as mesmas trilhas, dirigidos pelo pai.
O Ivo Narciso, em 1980 mudou-se para a região da Zona da Mata, na Linha 45,
localidade depois pertencente ao Município de Santa Luzia do Oeste, instalando uma
madeireira e fábrica de móveis. Ali surgiu a Vila Cassol. Em 1986, assumiu a vicepresidência da Associação Rural de Rolim de Moura, tornando-se depois presidente, por
dois anos consecutivos. Em 1996, Ivo Cassol foi eleito prefeito de Rolim de Moura,
sendo reconhecida como a melhor administração naquele estado. Recebeu também
menções honrosas da Revista IstoÉ, do Instituto Brasmarket e do Sistema Brasileiro de
Televisão (SBT), em junho de 2000, como o melhor prefeito da região Norte e o 22º do
Brasil, ano em que se reelegeu prefeito. Em 20/04/2002, renunciou ao mandato para
candidatar-se a governador do estado, obtendo a 1ª colocação no 1º turno e sagrando-se
vencedor, no 2º turno (27/10/2002). Foi empossado no 1º dia do ano seguinte, para a
gestão 2003-2006. Reeleito, no dia 1°/01/2007 iniciou o segundo mandato. César
Cassol, maravilhense, em 1986 foi nomeado prefeito com mandato tampão, no
Município de Santa Luzia do Oeste. Dois anos depois (1988) foi eleito para o mesmo
cargo. Em 1995, foi conduzido à Assembléia Legislativa de seu estado, sendo reeleito
para a legislatura seguinte. Darcila Terezinha Cassol foi eleita prefeita do Município de
Alta Floresta do Oeste (Rondônia), para o mandato 2001-2004. É também pecuarista e
empresária. A primogênita Dalva Rosali é pecuarista e diretora do Grupo Cassol. Denise
43
Rosani Cassol é empresária em telecomunicações. Dirlaine Jackelina Cassol é
advogada.
Reditário tem dois filhos com uma segunda esposa (Scheilla de Freitas): Víctor
Ângelo de Freitas Cassol e Vinícius Gaspar de Freitas Cassol. A primeira mulher (Elga
Cassol) é uma empresária de destaque em Rolim de Moura.
Reditário procurou investir também no litoral catarinense. Em dezembro de 2007
comprou um hotel em Balneário Camboriú e ali ficou um ano. Houve enguiço no
processo de compra e venda. No final de 2008 Reditário Cassol viveu momentos
infernais. Diz que foi enganado pelo comprador e tem uma mágoa que jamais
esquecerá, datada de 24 de dezembro. Recebeu uma ordem do Oficial de Justiça de
“separação de corpos” ou seja, afastar-se do prédio imediatamente. Tentou ficar,
justificando ser proprietário, mas no dia de Natal a juíza deu ordens de retirada
imediata. Tentou a defesa, com a filha advogada, Dirlaine Jackelina; mas, no dia 26
daquele mês e ano saiu porta afora, sem rumo, qual andarilho à busca de abrigo.
Permaneceu duas semanas em Maravilha, na residência do irmão Bonfilho. No Prédio
Portal, onde o Reditário tem uma apartamento de luxo, a segunda mulher Sheila de
Freitas ficou morando.15
1.3 Deonubem Baldissera
Deonubem Baldissera nasceu em Erechim (RS), no dia 10 de abril de 1928. Faleceu no
hospital Santa Rita de Porto Alegre no dia 8 de dezembro de 1974, vítima de
carcinomatose peritonial, segundo o médico assistente, Dr. Ruy Wedy.
Era filho de Ângelo Baldissera e de Cecília Meneghetti. Casou-se com Iracema
Zanotto (filha de Attílio Zanotto e Agnes Conterno Zanotto), no dia 24/09/1955:
casamento n° 155, do Distrito de Cunha Porã. Tiveram cinco filhos: Sônia Maria,
Silvânia Terezinha, Celso Augusto e César Augusto (gêmeos) e Luiz Carlos. Criou-se
no meio agrícola; foi também comerciante e, depois, industrialista. Era um homem de
vasta participação na vida social e comunitária, gozando de alto conceito moral. Três
meninos e uma menina surdos-mudos foram estudar em colégios especializados, com
bom aproveitamento e bom convívio com a comunidade.
Com apenas 31 anos de idade concorreu à eleição e foi eleito primeiro prefeito
de Maravilha: 1959-1964. Nesse pleito eleitoral, realizado em 03/10/1958, dos 895
eleitores de Maravilha: 438 votaram no candidato do PSD, Deonubem Baldissera; 428,
no candidato da UDN, Arlindo Lichks (uma diferença de 10 votos); 17 votos em
branco; e 12 votos nulos. Recebeu o Diploma de Prefeito Eleito, no dia 11/11/1958, do
Dr. Rafael Ribeiro Pinto, presidente de Junta Eleitoral da 41ª Zona da Circunscrição de
Santa Catarina, em Palmitos. Foi também eleito vereador para a 3ª Legislatura
(31/01/1967 a 31/01/1970), ocupando a presidência da primeira sessão legislativa e
tomou parte da 4ª Legislatura (31/01/1970 a 31/01/1973). Candidato a vice-prefeito,
formando chapa com Osmar João Magnantti, na eleição de 1968; e a prefeito, com
15
Em visita ao Bonfilho Cassol, irmão do Reditário – em Maravilha, proximidades da PRF, na BR-282 –
no dia 27/08/2009, ele e principalmente a esposa Fiorinda contaram-nos tintim-por-tintim (com nomes e
datas) o ocorrido, pois o envolvido viveu um caos e buscou abrigo com eles, aqui ficando duas semanas.
Chegou a traduzir seus sentimentos de desabafo numa composição histórica, escrita à sombra das árvores
e depois aprimorada e interpretada (gravação em CD) por Ademar Silva, tendo a seguinte introdução na
voz do protagonista: “Eu sou Reditário Cassol. Vou cantar nesta música a história que me aconteceu: bem
na véspera de Natal me distanciaram dos filhinhos meus. A mulher e a justiça naquele dia se perdeu”.
44
Alexandre Kasper de vice, na eleição de 1972, os resultados foram desfavoráveis em
ambas.
Uma das maiores escolas básicas do município leva seu nome: Escola de
Educação Básica Deonubem Baldissera.
1.4 Alcides André de Moraes
Filho de José André de Moraes e de Alice dos Santos Moraes, Alcides André nasceu no
dia 18 de setembro de 1922, em Tubarão (SC). É o terceiro mais velho dos quatro
irmãos.
Veio morar em Maravilha, convidado pelo prefeito Nidolfo Carlos Mattje, em
fevereiro de 1964, para ocupar o cargo de secretário. Então era casado com Ilse Inge de
Moraes e tem os filhos Clarisse, Cláudio André, Márcia Maria, Hugo José, Luiz
Antônio, Eliane Mariza, Evandro Otávio e Marialice.
Candidatou-se a vereador porque sempre desejou prestar a sua colaboração para
ajudar a administração municipal na solução dos problemas da comunidade que muito
bem conhecia. Na 1ª vez concorreu pela Arena para a 3ª Legislatura (1967-1970), sendo
prefeito Nidolfo Carlos Mattje; na 2ª vez concorreu pelo MDB para a legislatura
seguinte (1970-1973), ficando como 1º suplente e convocado para ocupar a vaga
deixada pelo vereador Arlindo Lichks. Nas eleições de 1972 foi eleito pelo MDB para a
5ª Legislatura (1973-1977). Concorreu ainda para a 6ª Legislatura, ficando como
suplente. No Legislativo maravilhense ocupou os cargos de presidente e 1º secretário da
mesa (em consideração à sua grafia estética) e, por duas vezes, a liderança da bancada.
Participou do IV Congresso Catarinense de Câmaras Municipais, em Florianópolis, de 9
a 12 de setembro de 1976.
Um dos projetos mais importantes que ele apoiou na Câmara Municipal foi o
que criou os distritos de Sargento (depois São Miguel da Boa Vista), Flor do Sertão e
Tigrinhos. A maioria de seus eleitores residia na cidade, mas obteve votos em todo o
interior também.
Foi Escrivão do Crime e Cível e, atualmente, aposentado no cargo de Escrivão
Judicial, passa tempos no litoral e depois voltando a Maravilha.
Como maravilhense que se considera, deseja que este município seja no futuro o
mais importante da região. Gosta imensamente de Maravilha e acha sua gente muito
camarada. Por isso, sempre preferiu morar aqui.
1.5 Deonildo Faggion
Deonildo Faggion era o mais velho dos quatro filhos de Ercole João e Dávida Michelin
Faggion. Nasceu no dia 28 de abril de 1939. Veio morar em Maravilha no início do ano
de 1962, atraído pela propaganda que se fazia em Joaçaba, onde residia. Casou-se com
Maria Aparecida Rossi Faggion. Para os quatro filhos deram os nomes de Roseclair,
Rosângela Aparecida, Roberta Magda e Deonildo Faggion Júnior.
Iniciadas as campanhas para as eleições de 1966, três motivos o levaram a
candidatar-se para uma vaga no Legislativo municipal, embora residisse em Maravilha
há apenas quatro anos: a exigência do partido (MDB) e dos amigos; sempre gostou da
política, desde a estudantil; não concordava com os rumos da política brasileira, após o
movimento de 1964, a ditadura militar.
45
Eleito vereador, cargo não remunerado, a compensação era o cumprimento de
um dever cívico-institucional, legado pelo voto popular. Mas “valeu a pena, porque,
além da satisfação”, disse - “ajudei a construir uma fase da História de Maravilha.
Pouco ou muito; bem ou mal, ajudei.”
Quando vereador, não ocupou cargos eletivos na Câmara, pois “não se dava
colher de chá. No entanto, damos o troco quando ganhamos as eleições de 1968”.
As maiores cobranças dos eleitores eram as de fiscalizar mais e melhor os atos
do executivo. “Naquela época, no auge do totalitarismo, não havia relacionamento com
outros poderes legislativos de outros municípios. Pelo momento histórico era
compreensível, pois a revolução não suportava nenhum movimento que pudesse
comprometer a estabilidade do regime revolucionário” – referindo-se ao relacionamento
com outros legislativos municipais da região.
Nesse período legislativo foi instalada a Comarca de Maravilha (18/02/1967); e
teve também a aprovação do projeto de criação da Escola Técnica de Comércio Rui
Barbosa (18/04/1968), nome por ele sugerido.
No dia 31 de janeiro de 1969, Deonildo Faggion foi empossado como viceprefeito de Albino Cerutti Cella. Na Câmara assumiu o suplente Alcides Meurer.
Profissionalmente, Faggion era técnico em contabilidade; depois advogado em
Chapecó e não mais teve planos políticos, pois, “na política brasileira, o que interessa é
o fim; os meios são todos válidos”.
Quando vereador maravilhense tinha um sonho: que este município fosse polo
de desenvolvimento econômico e cultural. E deixou o seguinte comentário: “Maravilha,
com o privilégio de ter sido uma cidade traçada, e seu crescimento ordenado, e pela
posição geográfica que possui, deveria estar num patamar mais alto, notadamente pelo
número de políticos que tem dado à região e ao estado; e pela posição de destaque
desses políticos. No meu tempo, Maravilha era destaque porque o secretário geral do
movimento pró-criação do Estado do Iguaçu era de Maravilha - que era eu. Com isto o
nome de Maravilha invadia o Estado do Paraná e do Rio Grande do Sul.”
Uma história da Câmara: “Antes de tomarmos posse como vereadores, tentamos
– juntos estavam os vereadores Waldemiro Onofre e Rodolfo Meneses (também do
MDB) -, negociar a presidência da Câmara, com o vereador Reditário Cassol. Quase
deu certo. Aí veio a interferência do vereador Osmar Magnantti (Arena) e foi
inviabiliza.”
Deonildo Faggion faleceu no dia 3 de maio de 2003, em Chapecó.
1.6 Rodolfo Meneses
Nasceu no dia de Natal de 1911, em Cruz Alta (RS). Rodolfo foi o segundo filho de
João e Rosalina Meneses. São quatro irmãos. Quando ouvia falar de Santa Catarina
ficava eufórico. Procurou um lugar no Oeste e escolheu Maravilha, transferindo
residência para cá em 1962. Casou-se com Antônia Meneses.
Em 1966, morando em Lajeado do Tigre, como agricultor, acatou o pedido da
comunidade (um abaixo-assinado de 150 pessoas), registrou a candidatura através do
MDB e foi eleito vereador com 150 votos.
Sempre tem dado apoio às melhorias de estradas, construções de escolas e
igrejas. Lembra a aprovação do posto de saúde de Maravilha e os estímulos dados para a
instalação de indústrias. Quando vereador deixou vaga interinamente para o suplente
Maximiliano Manfrin.
Foi igualmente vereador - em duas legislaturas - no Município de Seberi (RS).
46
Aos 92 anos faleceu em Maravilha no dia 6 de novembro de 2004.
1.7 Waldemiro Onofre
Foi eleito vereador pelo MDB. Quando se candidatou era chefe de escritório da
Artefatos de Madeira Madalozzo Ltda. - a primeira grande indústria de madeira aqui
instalada.
Depois seguiu essa empresa - com a razão social de “Indústria de Madeiras
Madalozzo” – que se instalou em Lagoa Vermelha (RS). Formou-se em Direito. Mais
tarde mudou-se para Mato Grosso, assumindo a direção de uma filial da mesma
indústria. Seguiu depois para Pimenta Bueno (RO). Antes de trabalhar na firma, fora
gerente de agência do Banco Nacional do Comércio.
Em Maravilha foi tesoureiro do Esporte Clube Maravilha.
É catarinense, de Rio do Sul, casado com dona “Nica”. Tem três filhos: Jeferson,
Emerson e Waldomiro Júnior.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Terceira Legislatura
2.1 Antônio Osvaldo Conci
Filho de Cláudio Conci e de Hilda Maria Conci, Antônio nasceu aos 15 de outubro de
1938, Natural de Palmeira das Missões. Aqui em Maravilha casou-se com Ilse Maria
Mallmann e tem duas filhas: Benete e Daise.
Fez seus estudos, inicialmente em Palmas, no seminário São João Batista Maria
Vianney. Cursou Filosofia na Universidade de Passo Fundo, colando grau no dia 13 de
dezembro de 1969. Na mesma universidade cursou Ciências Naturais. Mais: formado
em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de Cruz Alta e curso de pós-graduação
lato sensu em Administração, na área de Recursos Humanos. Frequentou diversos
cursos de extensão cultural.
Atuou como professor e conseguiu a instalação, em Maravilha, da 12.03
Coordenadoria Estadual (Local) de Educação e foi o primeiro titular. Com uma equipe
de professores habilitados montou o processo e obteve a autorização para o
funcionamento da Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa, em 1968. Atendeu a
Coordenadoria Municipal de Educação nos anos 1968 a 1971. Também foi professor e
diretor do Colégio Nossa Senhora da Salete. De 1973 a 1978 foi secretário da
Administração Municipal (Nidolfo Mattje e, depois, Eloy Ranzi foram os prefeitos).
Chefe de Gabinete do prefeito municipal de Chapecó no biênio 1978/79. Também por
dois anos foi assessor jurídico da Amosc (Associação dos Municípios do Oeste de Santa
Catarina): 1979/80. Professor titular de Sociologia Aplicada à Administração e de
Cultura Brasileira do CES/Fundeste sendo também diretor geral desta instituição de
ensino superior por dois anos (1979/80). No Conselho Estadual de Educação de Santa
Catarina foi membro e presidente eleito em duas gestões. Foi assessor parlamentar.
Atua com afinco no sistema jurídico assistencial às administrações municipais.
Nestas terras foi ainda presidente da Associação dos Professores de Maravilha
(Apromar) e Senador Internacional da Câmara Júnior do Brasil. É dele a proposta da
construção da prefeitura de Maravilha com a forma de um M maiúsculo. E assim foi
feito.
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Ficando na suplência na 3ª Legislatura de Maravilha, assumiu vaga e chegou à
presidência da mesma, eleito para esse posto em 06/11/1969. Foi ainda candidato a
prefeito pela Arena 1, em 1972, não logrando sucesso.
Em 25/05/1995 a Câmara Municipal de Maravilha, atendendo ao que dispõe a
Resolução nº 001/95, concedeu o título de Cidadão Honorário de Maravilha ao Dr.
Antônio Osvaldo Conci, por honrar sua história. A sessão solene aconteceu no dia 27 de
julho de 1995. O então prefeito, Celso Maldaner, em seu pronunciamento, enfatizou: “E
foi fitando a história do nosso Município que a atual Câmara de Vereadores de
Maravilha encontrou o nome de um cidadão que não nasceu aqui, mas que viveu boa
parte de seus anos. Ele nasceu em outro Estado da Federação, como quase todos nós
adultos nascemos, mas viveu em Maravilha como nem todos vivem: colocando suas
potencialidades e seus talentos para o bem de nossa comunidade [...] Nós do Executivo
Municipal nos solidarizamos com esta homenagem. O que mais de importante os
legítimos representantes maravilhenses lhe poderiam conceder?”
É, também, Cidadão Honorário do Município de São Domingos.
Atualmente reside em Chapecó.
2.2 Guilherme Ozídio Manfrin
Nasceu em Palmeira das Missões (RS), no dia 1° de março de 1926, filho de José e
Juliana Manfrin. É o 4º mais velho entre os seis irmãos. Em 1950 deixou aquelas plagas
e fixou residência em Maravilha que estava recebendo os primeiros moradores. Quem o
convenceu de fazer mudança foi o primo-irmão Domingos Manfrin, juntamente com
mais parentes e amigos que aqui residiam. Casou-se com Leonita Graf (o primeiro
enlace matrimonial de Maravilha, feito no seminário no dia 26/04/1952) e são pais de
sete filhos: Gilson, Nilton José, Nivaldo, Neide, Ivone Teresinha, Cleonice e Airton.
Quando da instalação do município foi escolhido primeiro secretário municipal.
Diz que teve a sua candidatura à vereança, em 1966, contra a vontade.
Convencido por um grupo de amigos que insistiram na colocação de seu nome, aceitou.
Mas na época da campanha esteve ausente por 60 dias, não participando de um comício
sequer. Quando vereador – pela Arena – era funcionário público municipal, mas os edis
não recebiam salário. Quando assumiu a prefeitura Albino Cerutti Cella, da oposição
(MDB), Manfrin foi exonerado, passando a trabalhar como taxista. Depois foi corretor
de imóveis (Imobiliária Floresta Ltda. – começando pelo Bairro Floresta).
Quanto à vereança (1967-1970): mesmo sem fazer campanha, conseguiu 92
votos. Ficou na suplência, mas chegou à efetividade na Câmara, com a renúncia de
titulares. Desempenhou a função de secretário da Câmara e do partido. Considerou
como projeto mais significativo nesse tempo aquele que aprovou o Bairro Floresta. E
disse mais: “Não tenho qualquer aspiração política, por entender que já prestei a minha
parcela de contribuição ao município. Como maravilhense desejaria ver o asfaltamento
em todas as ruas da cidade, bem como a consecução de uma faculdade.” Depois se
filiou no PMDB.
Narra uma curiosidade: “Quando Deonubem assumiu, conseguimos, através da
sua amizade com o Sr. Plínio De Nês, então prefeito de Chapecó, a compra de um trator
Caterppillar, usado, para darmos início à construção de estradas municipais, isto através
da penhora total da verba do Fundo de Participação dos Municípios, esgotando-se,
assim, todos os recursos da prefeitura na época. Outro fato que merece destaque foi
quando Maravilha conseguiu energia elétrica, em 1961. Como Deonubem foi eleito pelo
PSD - oposição ao governo do Estado, Heriberto Hulse (UDN) -, não foi fácil
48
conseguirmos o objetivo. Deonubem Baldissera foi aconselhado a filiar-se ao PL que
também apoiava o governador. Foi o que aconteceu. Só assim Maravilha levou a
melhor: contemplada com dois grandes geradores de energia, pertencentes ao governo
do estado, mas que muito contribuíram para o progresso e o desenvolvimento do nosso
município.”
O falecimento ocorreu na tarde de 14/06/1990, em acidente na BR-282 (km 613,
próximo à Linha Tope da Serra), após viagem em que apresentou terras no Rio Grande
do Sul, para o Edilio Benelli que também faleceu no local.
2.3 Ildefonso Thiago
É o último de uma família de quatro irmãos, filhos de Joaquim Thiago e Josefa de Jesus
Thiago. Ildefonso nasceu no dia 22/10/1933, em Erechim (RS).
Em 1961 - por gostar de Maravilha que diversas vezes havia visitado - resolveu
mudar-se para cá, indo morar na Linha Barra Bonita, interior do município. Casado com
Orisa Thiago tem nove filhos: Neoli, Marioni, Aneri, Itacir, Alderi, Miguel, Marilene,
Antônio e Valdecir.
Participou de eleições para ajudar o partido (MDB) a conquistar a prefeitura. Na
Terceira Legislatura ficou entre os primeiros suplentes e, com a cassação de diversos
vereadores, foi efetivado, no final desse período legislativo.
Como agricultor, seu reduto eleitoral sempre foi no interior do município.
Independente da sigla partidária de quem administra o município, faz votos de muito
crescimento para Maravilha.
Da comunidade de Barra Bonita, além de Ildefonso Thiago, temos o vereador da
Sexta Legislatura (1977-1983), Miguel Bringhenti.
Residia em Maravilha quando do falecimento, em 23/11/2005.
2.4 Osório Crestani
Filho de Floriano e Cezira Schiega Crestani, Osório nasceu em Lajeado (RS), no dia 5
de junho de 1928. É o 4º filho de uma família de dez irmãos. Casado com Romilda
Crestani tem os filhos Terezinha, Marlene, Celso, Sérgio, Clarice, Rosane, Gilmar e
Margarete.
Em 1960, para buscar melhoria na vida, veio morar em Maravilha.
Foi candidato para a 3ª Legislatura maravilhense. Seu diploma, recebido após as
apurações das urnas, continha a vez como suplente do MDB; mas, depois, efetivou-se.
Quando candidato era comerciante, na Linha Consoladora. Foi membro da primeira
diretoria da escola e da igreja, sendo que, em 1962, foi construída uma escola de
madeira que, pela Lei Nº 95, de 10/05/1962, foi chamada de Escola Isolada Municipal
Celso Ramos. No período em que o Crestani era vereador o time local – Esporte Clube
Internacional – foi campeão invicto do 1º campeonato municipal de futebol, em 1969.
Mais tarde transferiu residência para Vila Vargas, Sapucaia do Sul (RS), onde
faleceu em 18 de maio de 1990. Seus familiares continuam naquele endereço.
Em tempo: Honório Crestani foi vereador da 3ª Legislatura (1967-1970) pelo MDB;
enquanto seu irmão Osório Crestani candidatou-se pelo PDS e ficou na suplência da 7ª
Legislatura (1983-1988). Assumiu temporariamente três vezes. Este continua residindo
na Linha Consoladora, Maravilha.
49
2.5 Alcides Maurer
Nasceu em Serra Alegre, São Pedro do Sul (RS), no dia 23 de abril de 1924. É filho
único de Alvin Maurer e Guilhermina Schlemmer Maurer. Casado com Elvira
Krauspenhar tem quatro filhos: Laura Cleci, Helena Eliza, Valter Martin e Lotar Luiz.
Transferiu-se para cá quando Maravilha ainda era uma vila, em 1956. Aqui
chegou no dia 14 de abril.
Por ser o dever cívico e apoiado pelos companheiros do PTB, na primeira
eleição de Maravilha (1958) foi candidato e obteve 30 votos. Em 1966 resolveu
candidatar-se pelo então MDB e ficou de primeiro suplente, assumindo diversas vezes
(ensaiando o ofício de vereador) e efetivando-se com a eleição do vereador Deonildo
Faggion para vice-prefeito. A posse aconteceu no dia 31/01/1969.
Gostava de falar em público. Procurava transmitir o desejo do povo que
reivindicava estradas e escolas. E inclui: “Sempre pensei muito ao dar um voto na
Câmara, para depois não me arrepender.”
“Não tenho planos; não participo mais da vida política; não estou inscrito em
nenhum partido político; estou desiludido, porque o político, quando eleito e nada faz é
chamado e classificado de ‘acomodado’; quando faz, é criticado e, também tenho medo
de ser classificado de político da promoção pessoal, aqueles que se esquecem do povo,
do município, do estado e da própria Pátria” – assegurou a respeito do futuro na política.
Seu sonho é ver Maravilha crescer num ritmo de progresso planejado.
_________________
“Há duas espécies de cidadãos: os ativos e os passivos. Os governantes preferem os
últimos; a democracia necessita dos primeiros” (John Stuart Mill, 1806-1873).
50
IV Quarta Legislatura: 31/01/1970 a 30/01/1973
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Paschoal Apóstolo Pítsica
Henrique Wolfgang Sandmann
Ernani Appelt
Deonubem Baldissera
Bruno Tumelero
Dércio Augusto Knop
Arlindo Lichks
Partido
Arena
Arena
Arena
Arena
MDB
MDB
MDB
Nº de votos
Presidente da Casa
493
1º Paschoal Apóstolo Pítsica
278
2º Ernani Appelt
226
208
291
213
196
Suplentes que assumiram: da Arena: Walter Helmuth Fischer, Luiz Grando e Valdomiro
Pereira de Souza; do MDB: Alcides André de Moraes.
* Executivo municipal neste período: Albino Cerutti Cella e Deonildo Faggion (até
31/01/1973), passando a haver coincidência nas eleições para o Executivo e Legislativo
municipais.
__________________
Para essa eleição, a Comarca de Maravilha contava com 11.776 eleitores, sendo
que votaram 10.502; havendo 1.364 votos em branco e 821 votos nulos. Deixaram de
votar 1.274.
No dia 17 de dezembro de 1969, foi expedido pelo Juiz de Direito da Comarca
de Maravilha, Dr. Elói Luiz Dadam, o diploma dos vereadores eleitos no pleito de 30 de
novembro de 1969. A apuração das eleições - em Maravilha - deu-se no Salão Paroquial
Católico, nos dias 1° e 2 de dezembro, sob a direção da Junta da 58º Zona Eleitoral.
A posse ocorreu no dia 31 de janeiro de 1970, às 20h30min, na sala contígua ao
Bar Begrow, na Avenida Araucária, Maravilha.
O vereador mais idoso - Arlindo Lichks - dirigiu os trabalhos na Sessão de
Posse, escolhendo para secretário o vereador mais votado, Dr. Paschoal Apóstolo.
A primeira mesa diretora desta legislatura, com mandato de dois anos, ficou
assim constituída: presidente Paschoal Apóstolo (quatro votos), vice-presidente
Deonubem Baldissera (cinco votos), secretário Henrique Sandmann (quatro votos) e 2º
secretário Ernani Appelt (seis votos). O segundo presidente, nesta legislatura, foi o
vereador Ernani Appelt, eleito em 1º de fevereiro de 1972.
Uma manchete correu de boca em boca e tomou conta da cidade, após uma
sessão da Câmara, ainda no primeiro ano: “Tentativa de cassação de mandato do
prefeito Cella, pelos vereadores”. Assim ficou consignado em ata:
Na reunião ordinária da Câmara do dia 23 de novembro de 1970, no Grande Expediente
o Sr. Presidente procedeu à leitura de um requerimento assinado pelos Senhores
Vereadores: Ernani Appelt, Henrique Sandmann, Dr. Paschoal Apóstolo e Deonubem
Baldissera, no qual por razões expostas denunciavam irregularidades praticadas pelo
Prefeito Municipal Sr. Albino Cerutti Cella, cujo requerimento se fazia acompanhar de
7 (sete) documentos. Depois de discutido o assunto, por votação secreta a Câmara de
Vereadores decidiu, por maioria absoluta de votos, pela decretação do impedimento do
Prefeito com 4 votos a favor e 2 em branco [...] A seguir o senhor presidente
51
convocou a Casa para amanhã às 10:00 horas em sessão solene, para dar posse
ao Vice-Prefeito Sr. Deonildo Faggion no cargo de Prefeito Municipal.
Em tempo: Não esteve presente à reunião o vereador Alcides André de Moraes
justificadamente.
Na mesma sessão o vereador Henrique Sandmann requereu licença por 30 dias.
Na reunião do dia seguinte deu entrada ofício do vereador Dércio Augusto Knop
pedindo licença também por 30 dias para tratar de assuntos particulares, mas que,
por infração ao artigo 34, II, b e art. 35, 1, além do art. 200 da Constituição
Federal combinado com os arts. 44, II, b e art. 45, 1 da Constituição do Estado,
a presidência (Paschoal Apóstolo) depois de provocada pelo Vereador Ernani
Appelt, na forma do art. 45, V, § 2º da Constituição do Estado, declarou extinto
o mandato do vereador Dércio Knop, com fundamento no art. 8°, IV, do
Decreto-Lei nº 201 e infração ao art. 153, IV da Lei Orgânica dos Municípios,
por ocupar cargo em comissão de confiança e demissível ‘ad-nutum’, de
Contador da Prefeitura Municipal de Maravilha simultaneamente com o
mandato de vereador.
Em seguida o vereador Ernani Appelt leu o requerimento encaminhado ao
prefeito. O mesmo contava com 17 pedidos de explicações, informações, justificativas e
documentário (provas) a serem apresentados pelo chefe do Executivo municipal. Isto
está registrado nas páginas 150, 151 e 152 do Livro 4 - Ata nº 481, de 28/11/1970.
Diante da decisão do Legislativo Municipal, o prefeito Albino Cerutti Cella
entrou com o mandado de segurança, no Fórum de Maravilha. A (autor): Albino Cerutti
Cella; R (réu): Câmara Municipal de Maravilha. Data: 27 de novembro de 1970 (n°
639). Advogado: José Antônio Lara Dias. Já em 15/12/1970 foi proferida a sentença
pelo Juiz desta Comarca, Elói Luiz Dadam, contendo a improcedência do mandado.
Albino Cerutti Cella continuou no exercício.
Os demais cassados também recorreram da decisão da Câmara, entrando com
recurso no Fórum de Maravilha. Eram os seguintes processos: n° 701, tendo o vereador
Alcides André de Moraes como autor; nº 702, tendo o suplente de vereador pelo MDB,
Nery Pelissari como autor; nº 703, tendo o vereador Dércio Augusto Knop como autor.
Réu: Câmara Municipal de Maravilha, na sua cassação. Deram entrada no Fórum de
Maravilha no dia 13 de abril de 1971 e a sentença foi proclamada pelo Juiz substituto,
em exercício, Dr. Sílvio de Oliveira, em 7 de junho do mesmo ano. O vereador Alcides
André de Moraes reassumiu sua cadeira na Câmara no dia 12/05/1971 e Dércio Augusto
Knop, no dia 30 de junho; Nery Pelissari não mais assumiu.
As reuniões ordinárias aconteciam às terças-feiras.
2 Vereadores Titulares da Quarta Legislatura
2.1 Paschoal Apóstolo Pítsica
Três são os irmãos do Dr. Paschoal Apóstolo: Nicolau, Savas e Catarina. Ele é o
primogênito e nasceu em Florianópolis no dia 26 de novembro de 1938, filho de
Apóstolo Paschoal Pítsica e Anastácia Apóstolo Pítsica. Além de advogado, foi
professor e um militante das letras como jornalista, escritor, orador e líder de
movimento cultural. Manteve-se, ao longo de quatro décadas, como um permanente
apóstolo da cultura catarinense.
52
Após ingressar na Faculdade de Direito da UFSC - em 1960 - como funcionário
público federal, teve oportunidade de se deslocar ao Oeste (Dionísio Cerqueira) diversas
vezes. Era chefe do Setor de Combate e Repressão ao Contrabando de Café. Como
conhecedor das potencialidades do extremo-oeste, ao colar grau afastou-se do Instituto
Brasileiro do Café (1965) e passou a advogar inicialmente em Palmitos. Em 1967
transferiu residência para Maravilha, aguardando a instalação da Comarca - o que
aconteceu no dia 18 de fevereiro daquele ano - como primeiro advogado.
Por isso, morando em Maravilha e por entender que a par da militância
profissional tinha o compromisso com a comunidade e que devia conjugar os esforços
para o progresso e a elevação do nível cultural, resolveu candidatar-se a vereador. Com
mais acesso e conhecimento das autoridades na capital do estado, teria boas condições
de ajudar no progresso de Maravilha. Esteve presente, inclusive - junto de um pequeno e
abnegado número de pessoas - na criação e instalação da ETC Rui Barbosa. Teve o
privilégio de proferir a aula inaugural. Empenhou-se na fundação de uma estação de
rádio: a Voz de Maravilha.
E a resposta veio nas urnas: 493 votos (o segundo colocado obteve 291
sufrágios). Esta foi a única experiência na vida política. Logo depois desistiu e passou a
exercer com afinco as funções de advogado. Gostava de falar em público; e de escrever
também. Autor de cinco livros, entre os quais “Defesas perante o tribunal do Júri”
(1975) que assim apresenta: “Depois de duas décadas dedicadas exclusivamente ao
exercício da advocacia, pelo interior do Estado de Santa Catarina, vivendo de perto a
árdua luta que o profissional interiorano enfrenta, verificamos que seria oportuno deixar
impressa nossa experiência na Tribuna do Júri.” Depois publicou “A Capitania de Santa
Catarina – alguns momentos”, “Palavras e Registros”, “A Altura de seu Passado” e “A
Contribuição Grega” (já que era filho de tradicional família de imigrantes da Grécia).
Ocupou a cadeira 25 da Academia Catarinense de Letras, empossado em 20/07/1985 e
chegando à presidência. Foi também membro do Instituto Histórico e Geográfico de
Santa Catarina. Juntamente com a esposa Eloá esteve no Vaticano, onde foi recebido em
audiência especial por Sua Santidade o Papa Paulo VI.
Comentou que valeu a pena seu exercício na Câmara de Maravilha, pois ficou a
compensação de ter servido uma comunidade e haver se empenhado na construção das
bases para que o município alcançasse no futuro.
Apresentou ainda um detalhe sobre a sua eleição: o privilégio de ter sido votado
em todas as urnas do município. Após o cerimonial de posse foi eleito primeiro
presidente da 4ª Legislatura. Era da oposição (o prefeito fora eleito pelo MDB) e os
eleitores cobravam na fiscalização das atividades do Executivo municipal.
Antes de ocupar a cadeira na Câmara seu nome já havia sido mencionado na
sessão de 29 de dezembro de 1969, em que esteve presente: “Um voto de louvor pela
brilhante atuação na Ação Democrática Parcial em que V. Exa. defendeu os interesses
do nosso Município”, por ter patrocinado a defesa do município em rumorosa questão
de divisas com o Município de Modelo. A referência foi feita pelo presidente da
Câmara, Antônio Osvaldo Conci.
Manifestava sua euforia por ter contraído matrimônio em Maravilha e nesta
cidade ter nascido a primeira filha, Helena Nastassya. A esposa Eloá é filha do exvereador João Pilati. Apóstolo Paschoal, Gabriel e George Brasil Paschoal Pítsica é
nome dado aos outros três filhos.
Deixou ainda o seguinte comentário sobre Maravilha e sua gente, quando da 1ª
edição deste livro: “Gente ordeira, de bons princípios, voltada para o trabalho e para o
progresso. Maravilha oferece um belo exemplo para todas as demais comunidades.”
Faleceu em Florianópolis no dia 11 de maio de 2003.
53
2.2 Henrique Wolfgang Sandmann
Em 1954, procurando crescer como comerciante, Henrique Sandmann veio se instalar
no Município de Maravilha. “O erro” - diz ele - “foi ter me instalado em Flor do Sertão
e não em Maravilha.”
Henrique Sandmann é natural de Erechim (RS). Nasceu no dia 23 de fevereiro
de 1928. É o 2º dos nove filhos do casal Bernardo e Cordola Sandmann. Casou-se com
Maria Sandmann. Depois de Maravilha seguiu para o Paraná, na a cidade de Santa
Helena, onde também ocupou vaga na Câmara de Vereadores, pelo PFL.
Nas eleições de 1969 candidatou-se a vereador, representando Flor do Sertão.
“Depois de ter perdido a eleição para o Cella” (concorrendo a prefeito) “para mim foi
um desafio imposto pela comunidade, por força dos companheiros”, pois era o maior
líder daquele distrito. Nessas eleições concorreu pela Arena, mas, depois, inscreveu-se,
no PFL. Quando vereador ocupou a função de secretário (“e era para redigir atas
mesmo”). Participou da legalização do distrito e a escrituração dos terrenos de Flor do
Sertão. Deixou a vaga, temporariamente, para o suplente de vereador Valdomiro Pereira
de Souza, de Linha Trindade.
“No início do mandato foi difícil. O vereador Paschoal Apóstolo não tinha
espírito comunitário, dificultando bastante a administração. O prefeito Cella tinha
nomeado muitos funcionários. Então a Câmara começou a averiguar os diplomas de
todos. E veio o Lara com essa: ‘Eu não vou mostrar meu diploma para aquele
comerciantezinho lá do sertão’” – declarou o vereador Henrique Sandmann.
Como vereador insistia na construção da sede própria para a Câmara Municipal;
“só que os recursos eram poucos e a prefeitura estava acertando o atrasado com o INPS
e a nível municipal era ver Maravilha desenvolvida” – afirmou.
1.3 Ernani Appelt
Em 6 de abril de 1930, nascia em Sambaio, Venâncio Aires (RS), aquele que viria a ser
um dos grandes lideres da comunidade maravilhense no início da colonização: Ernani
Appelt, filho único de Bertholdo e Olidia Appelt.
Por interesses profissionais veio residir em Maravilha, aqui chegando no dia 2 de
setembro de 1954, tendo sua alfaiataria na Avenida Araucária. Casou-se com dona
Elvira. Filhos do casal: Dari Jair, Lauri, Elson e Lenir.
Vendo a cidade crescer, sempre deu a sua contribuição; até no aspecto político.
Ainda que suplente, mas já na 3ª Legislatura participou. Assumiu durante quase todo o
quadriênio. Foi eleito para a legislatura seguinte e, em 1972, chegou à presidência da
Casa. Quando foram definidos os feriados municipais (Lei nº 259, de 09/11/1967), foi
incluído um de aspecto religioso para os católicos (Imaculada Conceição de Nossa
Senhora: 8 de dezembro) e um para os luteranos (Dia da Reforma: 31 de outubro). O
pedido foi do vereador Ernani Appelt, grande líder da IECLB. Foi também um dos
suportes do Coral do Centro Cultural 25 de Julho.
Para a sua eleição contou com o apoio principalmente das comunidades de Três
Coqueiros, Linha São Paulo e Barro Preto, além da cidade. As reivindicações principais
vindas dos eleitores eram: estradas melhores e escolas. De sua parte exigia uma cidade
limpa, sem poluição; muito verde e mais apoio para os agricultores. Há muito por se
fazer ainda.
54
Uma história por ele lembrada, quando esteve no Legislativo municipal: “Em
1969 o presidente da Câmara efetuou a cassação de cinco vereadores: Osmar Magnantti,
Deonubem Baldissera, Rodolfo Meneses, Honório Crestani e Ernani Appelt, faltando
apenas dois meses para a eleição. Na legislatura seguinte houve a tentativa de cassação
do mandato do prefeito Cella pelo presidente da Câmara, Dr. Paschoal Apóstolo, mas,
como líder, eu e os demais vereadores não assinamos a ata.”
O filho Dari Jair Appelt é pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no
Brasil. Por oito anos foi pastor sinodal do Sínodo Noroeste Rio-grandense, com sede em
Três de Maio (RS) e atualmente está atendendo a Paróquia de Santa Felicidade, em
Curitiba.
Ernani Appelt faleceu no dia 24 de fevereiro de 2009, sendo enterrado no
cemitério de Maravilha.
1.4 Deonubem Baldissera
Vide Terceira Legislatura: 1.3.
Deonubem Baldissera foi titular da Câmara na Terceira Legislatura, ocupando inclusive
a presidência. Candidatou-se novamente para a Quarta Legislatura (1970-1973), sendo
eleito com 208 votos da Arena.
1.5 Bruno Tumelero
A família Tumelero é muito conhecida em Maravilha. Os irmãos Bruno, Romildo,
César, Benito e Maximino adquiriram uma casa comercial com especialidade na compra
de suínos e cereais e venda de mercadorias para os colonos que estavam começando a se
instalar no Oeste de Santa Catarina. Para cá se mudaram no dia 10/08/1960 e se
instalaram na Avenida Araucária. Não havia pavimentação alguma.
Bruno nasceu no dia 12 de dezembro de 1935, no interior de Joaçaba, filho de
Romano Tumelero, imigrante italiano que chegou ao Brasil em 1919. Casado com
Angelina Maria Fachin Tumelero tem seis filhos: Marly Maria, Romano Valmor,
Valdecir Luiz, João Carlos, Sérgio Antonio e Michel Jeandro.
Em 1969 ingressou na vida política, sendo eleito vereador pelo MDB. Não
concorreu à reeleição, nem disputou mais outro cargo político, dedicando-se aos
negócios e à família. Trabalhou também como comerciante de bebidas e, depois, no
ramo de cereais, com embalagem e distribuição em diversos estados do Brasil: a
Máximo Alimentos.
Na época em que esteve na Câmara como vereador não havia remuneração para
a atividade legislativa e as reivindicações que mais recebia eram as de serviços
rotineiros como a melhoria das estradas de acesso às propriedades rurais, bueiros,
pontes, iluminação pública e atendimento a problemas pessoais, principalmente no
transporte de doentes. Contudo, o seu projeto de destaque foi a criação da escola de Três
Coqueiros.
Também comenta a tentativa de cassação do prefeito Cella: “Intriguei-me quase
corporalmente com o Dr. Paschoal Apóstolo que era vereador da Arena, quando ele quis
impugnar o cargo do prefeito Albino Cerutti Cella.”
Acredita que Maravilha é o resultado de trabalho das pessoas que aqui
investiram, criando uma cidade com características únicas, com um povo ordeiro,
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trabalhador, que valoriza muito a amizade e, em função disto tornou-se uma ótima
cidade para se viver.
1.6 Dércio Augusto Knop
Outro grande líder que esteve em Maravilha – sendo depois prefeito de Modelo e
deputado estadual e federal – tem o nome de Dércio Augusto Knop. Nasceu em
Chapada que naquele tempo pertencia ao Município de Palmeira das Missões (RS), no
dia 11 de junho de 1948, mas viveu parte de sua juventude aqui. É o penúltimo da
família, tendo por pais Lauro e Irma Knop. Seus três irmãos receberam o nome de
Dercy, Elcy e Tercildo.
Tinha oito anos quando a família veio do Rio Grande do Sul. Lembra até data da
chegada: 25 de novembro de 1956. E diz: “As razões que nos trouxeram foi a existência
do Colégio Nossa Senhora da Salete e o seminário, que possibilitariam a nós (eu e meus
irmãos) uma melhor instrução e educação, a par de ser Maravilha uma comunidade que
por certo teria um futuro promissor.” Cursou o primeiro grau no Colégio Estadual
Nossa Senhora da Salete e o segundo grau no Colégio São Francisco, de Chapecó,
formando-se técnico em contabilidade em 1968. Nesse período (1966 a 1969) foi
auxiliar de administração da Secretaria de Estado dos Negócios do Oeste. Tem a
faculdade de Ciências Políticas e Econômicas (Cruz Alta) e a faculdade de Direito
(incompleto) na Univali (Itajaí).
Fruto do casamento com Sirney Lourdes (advogada), filha do ex-prefeito de
Palmitos, Aluino Knapp, tem os filhos Régis Augusto, Michele e Rafael André.
Retornando para Maravilha, foi convidado pelo prefeito Albino Cerutti Cella e
pelo professor Eloy José Ranzi para concorrer à vereança pelo MDB, em 1969,
representando os estudantes e os desportistas. Aceitou o desafio, mesmo não tendo
nenhuma experiência política, porque entendia que poderia dar alguma contribuição
pelo engrandecimento e bem-estar da gente de Maravilha. Disse que é um pouco tímido,
mas as funções da atividade política o obrigam falar constantemente em público. Foi
vereador na 4ª Legislatura (1970-1973).
Em 1972 concorreu como candidato a prefeito de Maravilha. Apesar de ele ter
sido o mais votado, o Executivo ficou com Nidolfo Carlos Mattje, somando maior
número com a sublegenda. Disse que essa participação valeu a pena, por diversas
razões, pois “pude contribuir na semeadura das bases maravilhenses; orgulho-me de
tudo o que pude fazer em seu benefício”. Derrotado, deixou Maravilha e assumiu a
Secretaria da Administração da Prefeitura de Modelo onde depois se candidatou e foi
eleito prefeito (1976-1982). Buscou uma cadeira na Assembleia Legislativa, sendo
eleito deputado em dois mandatos (1982-1991). Em todas essas eleições concorreu pelo
PMDB. Em 1990 foi eleito deputado federal pelo PDT, assumindo o mandato 19911995. Na eleição seguinte ficou 1° suplente do PDT e reassumiu na Câmara no dia
11/01/1997, com a eleição de Leonel Pavan para a Prefeitura de Balneário Camboriú
(SC), concluindo o mandato em 1999. Notabilizou-se nacionalmente com a
apresentação e defesa do projeto de lei que objetiva a reabertura dos hoteis-cassinos no
Brasil, nos municípios de potencial turístico. No período de 1995 a 1997 foi Diretor de
Marketing da Santur (órgão oficial de turismo de Santa Catarina); nesse mesmo período
foi presidente do Diretório Regional do PDT.
Entre as condecorações recebidas merecem destaque as de Cidadão Honorário
dos municípios catarinenses de Modelo, Águas de Chapecó e Itapoá.
56
Quando vereador teve o mandato cassado pelo presidente da Câmara, Paschoal
Apóstolo Pítsica. Contudo, através de mandado de segurança, conseguiu ser
reintegrado, recuperando o mandato. (Vide supra)
“No estágio de desenvolvimento em que se encontra atualmente o Município de
Maravilha, tenho a certeza de que, muito em breve, Maravilha passará a ser a terceira
força dos municípios do Oeste catarinense. Tem tudo para progredir muito, como:
potencial humano, constituído de gente séria e que trabalha; é um município
geograficamente muito bem localizado e, certamente, através do frigorífico e as outras
indústrias já existentes, por certo, conseguirão trazer o desenvolvimento que todos nós
maravilhenses esperamos. Queremos que Maravilha seja a maior cidade do Oeste, que
seja uma cidade de gente trabalhadora e feliz”, disse ser seu sonho, na entrevista de
1988.
1.7 Arlindo Lichks
Natural de Nova Prata (RS), nasceu no dia 20 de setembro de 1924. É o primeiro filho
do casal Luís Emílio Lichks e Ida Plech. Veio morar em Maravilha quando tinha 26
anos, em 07/06/1951. Casado com Gentila Rosa Zamprogna Lichks tem os filhos Jorge,
Jacob e Maria Isabel.
Nas eleições municipais de 03/10/1954, Lichks foi eleito vereador para a
Câmara de Palmitos com 238 votos. No Diploma, fornecido pela Justiça Eleitoral, Junta
Eleitoral da 35ª Zona – Chapecó, expedido em 12/11/1954, consta: Arlindo Lichks,
eleito vereador pela UDN para o período de 15/11/1954 a 15/11/1958. Foi o vereador
mais votado naquela legislatura; e saber que Maravilha nem distrito era.
A elevação de Maravilha a 3º Distrito de Palmitos ocorreu em 1956 e passou a
ter Cartório de Paz confiado a Arlindo Lichks, sendo que a titular era D. Gentila.
Foi o maior líder na campanha emancipacionista de Maravilha. Conseguiu o
apoio da Câmara Municipal (Palmitos), tendo redigido um ofício para anexar ao
processo de emancipação, levado em mãos à capital. Nem todos os vereadores
apoiavam. “Houve briga feia”, referiu dona Gentila.
Após a emancipação de Maravilha, Arlindo Lichks concorreu para o Executivo –
pela UDN – sendo derrotado por Deonubem Baldissera (PSD): 438 e 428 votos. Veja: a
diferença foi de apenas 10 votos. Para a 4ª Legislatura (1970-1973) foi eleito vereador
(MDB), com 196 votos. Foi, também, Diretor Municipal de Obras no governo Albino
Cerutti Cella (1969-1973). Mas, não somente funções políticas o Lichks exerceu.
Inicialmente foi um grande vendedor de imóveis da Companhia Territorial Sul Brasil e
um loteamento que implantou. Desligado da política, em 23 de junho de 1976
“desapareceu”.
Localizado, em Guarapuava (PR), no dia 21/03/2003, deu uma longa entrevista
ao historiador Francisco Gialdi, acompanhado por Rodolfo (Rudi) Mattje. Para a
gravação foram programadas duas partes: a 1ª incluiria a sua saída de Maravilha e
paisagens percorridas, assim como as atividades profissionais, a constituição da nova
família e depoimentos pessoais; a 2ª parte, uma retrospectiva no tempo, com a sua
participação na História de Maravilha (política, social, econômica, lideranças exercidas
e desabafos que teria).16
16
Esse conteúdo, quase na íntegra, se encontra em Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. 2ª ed.
EST, 2003 p.412-419.
57
Saiu de Maravilha acompanhado por Líria Klein com destino a Medianeira (PR),
no dia 23/06/1976. Ambos têm uma memória prodigiosa trazendo nomes e datas de
imediato. Depois foi para Guarapuava. Trabalhou na barragem de Foz de Areia como
motorista. Seguiu para Catanduvas, Três Barras (perto de Cascavel), transferido pela
firma onde trabalhava. Passados três meses mandaram-no para Pinhão (próximo a Foz
de Areia). Deixando esse lugar também, foi para a Colônia Vitória, em Entre Rios,
Município de Guarapuava. Ali residiu 12 anos, cuidando de uma escola (zelador). Nova
mudança: para Colônia Socorro, aceitando a proposta de ir morar no armazém de um
supermercado. Por fim, deixando o emprego, foram trabalhar sozinhos em Guarapuava.
Durante todo esse tempo, visitou Maravilha uma só vez. Com a nova esposa tem três
filhos.
Na eleição para a Câmara diz que foi prejudicado porque os correligionários
diziam: “não votem nele; ele já está eleito”. Obteve somente 196 votos, ficando com a
última vaga. O destaque era o vereador Paschoal Apóstolo Pítsica (Arena). “Meteu cada
bronca! [...] Só dava bronca; não se fazia nada sem o aval dele”. E citou uma. Aquela do
Dr. Paschoal com o Dr. Lara (José Antônio Lara Dias) - advogado do MDB – no dia do
fechamento da Rádio A Voz de Maravilha. Depois da sessão da Câmara, seguiram até o
Fórum e “foram pro soco”. “O Paschoal deu uma no nariz do Lara que corria sangue na
escrivaninha, lambuzando papel. No mesmo dia o Dr. Paschoal carregou a mudança (à
noite) e a turma soltou foguete. E se mandou”.17
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quarta Legislatura
2.1 Walter Helmuth Fischer
Natural de Santa Rosa (RS) tinha cinco irmãos e Walter é o primogênito. Filho de Paulo
Carlos Fischer e Apolonia Fischer nasceu aos 28 de junho de 1936. Em 22 de fevereiro
de 1962 fixou residência em Maravilha, desempenhando a atividade comercial. Casouse com Erna Fischer e dessa união nasceram os filhos Carmen, Romirosano, Giane
Elenice e Martinho Paulo.
Atendendo pedido dos companheiros da Arena, em 1969 candidatou-se a
vereador, ficando como primeiro suplente, com 62 votos. Mas assumiu e se efetivou,
tendo em vista a renúncia de titulares, já que não eram remunerados. Foi líder da
bancada da Arena. Nas eleições seguintes participou do pleito e ficou como segundo
suplente, com 89 votos. Daí deixou da política.
Sempre apoiou os objetivos do município, achando que a indústria era sinônimo
de desenvolvimento.
Mudou-se depois para a Estrada Volta Grande, Rio Negrinho (SC). Faleceu
vítima de acidente do trabalho. Na firma onde estava, ao efetuar um reparo da energia
elétrica levou um choque e caiu de um poste de seis metros, bateu com a cabeça no piso
e veio a falecer quando o levaram para o hospital. Isto foi no dia 24 de julho de 1988.
2.2 Luiz Grando
17
Após essa entrevista, Arlindo Lichks esteve mais vezes em Maravilha, levando daqui o que foi
publicado historicamente por esta autor.
58
É mais um suplente da Arena que se efetivou na 4ª Legislatura. Luiz Grando é filho de
Leone e Elvira Grando. Nasceu no dia 20 de dezembro de 1927, em Guaporé (RS). São
em 12 irmãos e ele é o segundo.
No início da colonização de Maravilha - 1952 - deixando as velhas terras, sua
família veio para este lugar promissor e onde teria várias fontes de renda para explorar,
destacando então a agricultura.
Casado com Albina Tereza Grando tem dez filhos: Irene, Nelson, Irineu, Elvira,
Renato, Carolina, Roque, Dionísio, Jorge e Isabel.
Por força das lideranças políticas (Linha Barro Preto e circunvizinhanças),
aceitou a candidatura, em 1969, pela Arena. Ficou como quinto suplente, mas assumiu e
efetivou-se. Seus pedidos junto à Câmara eram reivindicações dos amigos, como o
projeto da ponte de Linha São Paulo e da abertura de diversas estradas.
Naquele tempo todos os vereadores eram amigos e, juntos, resolviam os
problemas para o bem da comunidade. Confirma que obteve experiência e aprendeu
muita coisa na Câmara.
Deixou a política para tratar de assuntos de interesse particular e por não
simpatizar muito com o fanatismo de muitos na política.
Luiz Grande faleceu em 20 de janeiro de 2000.
__________________
“O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós” (Aparício Torelly, o
Barão de Itararé, humorista gaúcho, 1895-1971).
59
V Quinta Legislatura: 31/01/1973 a 31/01/1977
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Osmar Fülber
Olivio Baczinski
Osvaldo João Ranzi
Heitor Alexandre Kasper
Reditário Cassol
Dionísio João Rossi
Alcides André de Moraes
Francisco Zanin
Guilherme Higino Zabot
Partido
Arena
Arena
Arena
Arena
Arena
MDB
MDB
MDB
MDB
Nº de votos
Presidente da Casa
439
1º Osmar Fülber
407
2º Reditário Cassol
389
318
315
268
240
223
201
Suplentes que assumiram depois: da Arena: Armindo Abel Zanin, Domingo Antônio
Cossa, Romano Grando; do MDB: Miguel Nemirski, Kurt Korock, Guerino Antônio
Santa Catarina e Nery Pelissari.
* Executivo municipal neste período: Nidolfo Carlos Mattje e Osvaldo Artur Graeff
(Arena).
_________________
As eleições para a Quinta Legislatura aconteceram no feriado da República,
15/11/1972. Dois dias após, os resultados foram apresentados, em ata assinada pelo Juiz
de Direito MM. Dr. Gaspar José Rubick e demais membros da junta apuradora. Para o
Legislativo, a Arena somou 2.793 e o MDB 2.269 votos; 184 votos em branco e 154,
nulos.
Feitos os cálculos pela Junta Apuradora, verificou-se o quociente eleitoral como
583 e os quocientes partidários na seguinte base: Arena cinco e MDB quatro vereadores
diplomados.
No dia da posse assumiu a presidência interinamente o mais idoso dentre os
eleitos, Dionísio João Rossi. Inicialmente foi solicitada a declaração de bens e o
diploma de vereador. Após, foi feito o juramento oficial, um compromisso legal. Feito o
escrutínio para a constituição da primeira mesa diretora da 5ª Legislatura, o resultado foi
o seguinte: presidente, Osmar Fülber (cinco votos); vice-presidente, Olivio Baczinski
(cinco votos); secretário, Osvaldo João Ranzi (cinco votos) e 2º secretário, Guilherme
Zabot (quatro votos). O cerimonial da posse deu-se no salão paroquial da comunidade
católica, no dia 31 de janeiro de 1973.
A Quinta Legislatura teve um mandato coincidente com o quarto período do
Executivo deste município: quadriênio (1973-1977). Essa simultaneidade nas eleições e
posses tiveram a seguir dois sexênios.
Notas fúnebres
I Dorival Kuhn. Dois dias após a divulgação dos resultados das eleições, o candidato
eleito Dorival Kuhn (227 votos) veio a falecer, vítima de incêndio em sua residência na
Linha Cabeceira do Poço Rico, provocado por explosão de geladeira a querosene. A
60
vaga ficou para o primeiro suplente do MDB, Guilherme Higino Zabot. Na reunião da
Câmara do dia 20/11/1972 - a primeira após o acidente – ficaram consignados, na Ata nº
572, os votos de pesar manifestados pelo vereador Alcides André de Moraes. A Ata nº
581 que registra a posse dos novos legisladores municipais também inclui o pesar, ao
consignar o nome do suplente, Guilherme Zabot.
II Albino Cerutti Cella. Domingo, 07/04/1974. Maravilha teve um triste fim de tarde.
Retornando da Faismo de São Miguel d’Oeste, numa curva da BR-282, próxima à ponte
sobre o Rio das Antas, um grave acidente ceifou a vida do ex-prefeito Albino Cerutti
Cella. A Câmara foi convocada para uma sessão extraordinária, no dia 9 de abril, pelo
presidente Osmar Fülber. Consternados pelo trágico desaparecimento do ex-prefeito, os
edis iniciaram a sessão com um minuto de silêncio em homenagem ao ilustre cidadão. A
Ata nº 655 registra o pesar, manifestado pelo vereador Osvaldo João Ranzi, em nome de
todos os maravilhenses. Assim ficou registrado no Livro de Atas:
É com pesar que faço uso da palavra neste momento, porque este é um
momento de tristeza. Ainda estamos chocados com o trágico
desaparecimento do Sr. Albino Cerutti Cella, mais uma vítima dos pecados
capitais do mundo moderno: a pressa. E, lamentavelmente, por uma ironia
da vida, foi ele a primeira vítima fatal do nosso município, da BR-282,
rodovia esta, pela qual tanto labutou, ocorrendo, inclusive, em seu mandato
como prefeito, o início das obras da referida rodovia que o vitimou. Em
nome da bancada da ARENA, deixo aqui expresso o nosso voto de pesar e
condolências à família enlutada, cujo único consolo é saber que seu ente
querido sempre foi um homem de bem e um grande amigo de todos. Um
coração aberto, com incomparável senso humanitário. E é por isso e muito
mais que prestamos esta homenagem póstuma. Solicitando à presidência da
Casa, sejam enviados votos de pesar à família enlutada em nome do
Legislativo municipal. A seguir, endossou essas palavras o líder da bancada
do MDB, Alcides André de Moraes.
III Deonubem Baldissera. Primeiro prefeito eleito de Maravilha e vereador por duas
legislaturas (ocupando também o cargo de presidente da Câmara), Deonubem
Baldissera faleceu no dia 8 de dezembro de 1974, em Porto Alegre, vítima de câncer
nos rins. A Câmara de Vereadores registrou o seu pesar na reunião do dia 11/12/1974
(Ata nº 624). Coube ao titular Osvaldo João Ranzi fazer uso da palavra para prestar-lhe
a homenagem póstuma. E como derradeira homenagem, após suas palavras, convidou a
todos os presentes para permanecerem um minuto em pé e em silêncio. Solicitou,
também, fossem enviados votos de pesar à viúva e filhos.
IV Dionísio João Rossi. Ainda nesta legislatura ocorreu o passamento do vereador
Dionísio João Rossi. Morreu vítima de um acidente automobilístico, no dia 03/08/1974.
Os edis trouxeram à lembrança o companheiro que partiu, na sessão do dia 6 de agosto
de 1974 (Ata nº 667). Na sessão seguinte, 07/08/1974 (Ata nº 668), foi prestada
homenagem póstuma. Foi enviado ofício de pesar à família enlutada, destacando as
qualidades de conciliador e moderador desse edil. “Jamais se apagarão a saudade e o
nome deste ilustre vereador”, foi dito pelo vereador Moraes.
Cassações
I Na Ata nº 593 - sessão extraordinária de 19/04/1973 -, está registrada a cassação de
mandato do vereador Francisco Zanin, por ter faltado a três sessões extraordinárias, com
matéria urgente. Era presidente da Câmara o vereador Osmar Fülber. Declarou extinto o
mandato embasado no dispositivo legal (art. 153 § 2º da Lei Orgânica dos Municípios,
61
sob nº 1.084, de 17/09/1970). Foi convocado o suplente, conforme art. 7º do Decreto nº
201, de 27/02/1967 e na sessão de 24/03/1973 foi empossado Miguel Nemirski.
Contudo, a cassação foi anulada, pois não foram faltas sequentes e o titular voltou a
ocupar o cargo no dia 18 de setembro de 1973.
II Em 20 de abril de 1976 (conforme consta na Ata nº 752), o presidente da Câmara,
vereador Reditário Cassol, “declarou extinto o mandato de vereador de Osmar Fülber,
de acordo com o art. 8°, item III e § I do Decreto-Lei nº 201, de 27/02/1967, e, de
conformidade com o art. 33, item I e § II da Lei Complementar nº 5, de 26/11/1975, por
ter faltado a 5 (cinco) sessões ordinárias consecutivas do Período Legislativo do mês de
março de 1976”. Convocou o 1º suplente da Arena, Armindo Abel Zanin para substituir
o cassado.
Foram presidentes da Mesa, nesta legislatura, Osmar Fülber e Reditário Cassol.
No dia 12 de fevereiro de 1973 aparece nova grafia nas atas da Câmara de
Vereadores de Maravilha. E a mesma vai continuar por 10 anos. O vereador Osmar
Fülber, presidente da Câmara, convidou Rodolfo Edvino Schlemer – seu colega na 1ª
turma da ETC Rui Barbosa - para Diretor de Expediente (Secretário), função que
desempenhou até 9 de maio de 1983.
1 Vereadores Titulares da Quinta Legislatura
1.1 Osmar Fülber
Natural de Concórdia (SC) tinha quatro irmãos que vieram com os pais morar em
Maravilha em 1964. Descarregaram a mudança no dia 24 de maio. Osmar nasceu no dia
11 de dezembro de 1947. Aqui iniciou seus estudos e formou-se Técnico em
Contabilidade com a primeira turma da ETC Rui Barbosa. Fez curso superior na
Universidade de Passo Fundo. Professor concursado de Ciências e Matemática atuou no
Colégio Nossa Senhora da Salete até sua aposentadoria. Foi diretor geral desse
estabelecimento de ensino de 1986 a 1988. Atuou também na ETC Rui Barbosa como
professor e diretor. Casou-se com Eliane Spoganicz e dessa união nasceram os filhos
Sarka, Alecssandra e Heleno.
Militou na política a partir de 1972. Candidatou-se a vereador pela Arena a
pedido de amigos, destacando Osvaldo Graeff. Foi o mais votado da 5ª Legislatura, com
439 votos.
Empossado na Câmara foi eleito primeiro presidente desta legislatura. Partiu de
um projeto seu o uso obrigatório de flúor na água distribuída pela Casan, assim como o
local para a construção da prefeitura. Deixou diversas vezes sua vaga de edil para
suplentes, pois na época estudava em Passo Fundo em regime intensivo de férias.
Entrevistado, assim respondeu à pergunta “conhece bem o município?” - “De
ponta a ponta” (apesar de o mapa do mesmo ser arredondado).
Disse que não mais tem interesse de participar do processo eletivo, pois, “a
política dos nossos dias é interesseira e empresarial, sendo que perdeu a autenticidade.
O ideal seria colocar a pessoa humana como centro e a razão maior de tudo.”
Muitas histórias podem ser contadas - até humorísticas - sobre a Câmara de
Vereadores. Todavia, “todas surgiram prevalecendo a vontade de acertar e fazer o
melhor por Maravilha”, conclui.
62
1.2 Olivio Baczinski
É natural de Erechim (RS), o terceiro filho de Felipe e Lucia Baczinski. Nasceu no dia
18 de maio de 1936. São oito irmãos. Em 1957 veio para Maravilha trabalhar de
balconista na loja do Demétrio, seu irmão. Casou-se com a Ritta Baczinski e tem quatro
filhos: Claudio, Claudete, Cleusa e Rosicler. Foi o primeiro Escrivão de Paz
(serventuário da Justiça no Cartório de Registro Civil e Tabelionato) concursado do
Distrito de Tigrinhos, empossado em 1965.
Em 1972, para representar e defender os interesses do Distrito de Tigrinhos
candidatou-se a vereador pela Arena, sendo o segundo mais votado dessa eleição. Disse
que as reuniões ordinárias nesta legislatura eram realizadas nas segundas-feiras, à noite.
Ocupou os cargos de vice-presidente e secretário da Câmara. Deixou a vaga
interinamente para o correligionário suplente Armindo Abel Zanin.
Foi um vereador assíduo, disposto ao trabalho, conhecedor das necessidades do
povo e dos problemas do município. As maiores aspirações da comunidade resumiamse no binômio estradas/escolas; e, de sua parte, o ensino superior em Maravilha, cujo
projeto foi então encaminhado. Muito colaborou também no plano de eletrificação rural,
tendo feito parte do conselho da Cooperativa de Eletrificação Rural Vale do Araçá Ltda.
Quando da 5ª Legislatura (1973-1977) os vereadores não eram remunerados. Por
isso - para ter bom relacionamento – após as reuniões da Câmara se reuniam no antigo
bar do Begrow para um joguinho de baralho. Às vezes jantavam - um sanduíche e uma
gozosa – com pagamento saindo dos próprios bolsos.
Além da experiência na Câmara de Vereadores, Olivio Baczinski, concorreu em duas oportunidades – ao Executivo municipal: em 1976, candidato da Arena, Chapa
1 (ficando com apenas 20 votos a menos que o correligionário que foi empossado: Eloy
Ranzi) e em 1981, como candidato do PDS.
Quando da emancipação de Distrito Tigrinhos (pela Lei n° 9.921, de 29/09/1995
e instalado no dia 1°/01/1997), Olivio Baczinski foi eleito e empossado prefeito,
juntamente com a Primeira Legislatura (1997-2000). Foi candidato único, apoiado pela
coligação PSDB, PDT e PMDB, tendo por vice Osni Diesel.
“Que Maravilha progrida em todos os sentidos, para melhorar a qualidade de
vida de seus munícipes. Que seja um município – como diz o nome – de um povo
trabalhador e otimista do futuro”, assim Baczinski anunciou seu sonho.
1.3 Osvaldo João Ranzi
Filho de Orestes e Ana Tereza Ranzi, Osvaldo nasceu em Sarandi (RS), no dia 14 de
junho de 1943. É o penúltimo de nove irmãos. A família (sem o pai, pois havia falecido
em Espumoso, em 1950) transferiu residência para Maravilha em 1954. Casou-se com
Cleusa Delazzeri e dessa união nasceram os filhos Cristiano e Cíntia.
É bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Passo Fundo e
licenciado em Letras pela mesma universidade. Mestre em Ciência Jurídica pela
Univali. Participou de mais de duas dezenas de cursos de especialização,
aperfeiçoamento e atualização, além de treinamentos, congressos e seminários.
Profissionalmente exerceu o magistério, lecionando Francês, Inglês e Educação
Física no Colégio Estadual Nossa Senhora da Salete; na Escola Técnica de Comércio
Rui Barbosa foi professor de Inglês, Educação Física e Direito e Legislação, assumindo
63
a direção desse estabelecimento de 1975 a 1982. Até recentemente, lecionou a disciplina
de Interpretação Jurisprudencial no curso de graduação do Direito da Univali, campus
de Itajaí, tendo lecionado também em cursos de pós-graduação da mesma Univali, bem
assim na Faculdade do Litoral Catarinense. Foi também diretor da Rádio Difusora
Maravilha por dez anos (1982-1992). Assumiu como Assessor Jurídico da Secretaria
Estadual de Educação, em Florianópolis, de 1991 a 1993.
Concursado, exerce atividade de Juiz de Direito da Comarca de Itajaí, residindo
em Balneário Camboriú. Foi classificado em 5º lugar no Concurso da Magistratura, em
1993. Tomou posse e entrou em exercício no dia 19 de julho do mesmo ano. Já atuou
nas comarcas de Florianópolis, Imbituba, Joaçaba, Capinzal, Campos Novos, Tubarão,
Braço do Norte, Jaguaruna, Quilombo, Rio Negrinho, Indaial e Itajaí.
Foi vereador no Município de Maravilha como titular na 5ª Legislatura (19731977) e na 8ª Legislatura (1989-1993). Nesta última foi elaborada e aprovada a Lei
Orgânica do Município, promulgada em 3 de abril de 1990, sendo ele o relator geral.
Destacou-se na participação social, política, esportiva, cultural, religiosa e
jurídica. No esporte, especialmente o futebol, tem seu nome incluído na equipe que se
consagrou campeã da 1ª Copa do Extremo-Oeste Catarinense, com a Taça Deputado
Antônio Pichetti, em 1967. Foi presidente do III Emobresc (Encontro Estadual do
Programa Cultural do Mobral de Santa Catarina), reunindo em Maravilha 2.500 pessoas
- delegações de 110 municípios -, em 197718; vice-presidente e presidente da Sociedade
Beneficente Hospitalar Maravilha; sócio do Lions Clube Maravilha, exercendo o cargo
de presidente na gestão 1978/79.
Sobre a vida política, Ranzi insiste que “não se candidatou, mas ‘foi
candidatado’, pois sequer estava presente na convenção da Arena que escolheu os
candidatos”, para Quinta Legislatura. Os anos de vereança valeram a pena pela
experiência, pois a compensação financeira na 5ª Legislatura nem existia. E diz: “Todo
trabalho feito com dedicação e responsabilidade compensa.” Chegou à Câmara de
Vereadores obtendo votos em todas as urnas do município. A maioria, porém, na
cidade. Empossado, em 1973, foi eleito primeiro secretário da Mesa. Contatou com
muitas câmaras de vereadores e participou de um Congresso de Vereadores em
Florianópolis.
Professor Osvaldo – assim comumente identificado - deixou escrito: “Sonhar
não custa, razão pela qual almejo ver o dia em que as pessoas sensatas sejam ouvidas;
os pioneiros tenham voz e vez. Senão mais que os forasteiros e aventureiros, ao menos
em igualdade de condições; as lideranças sejam cônscias de sua responsabilidade como
representantes que são das classes e do povo, em favor de quem devem exercer sua
função delegada, mesmo que seja em detrimento dos próprios interesses; a cultura seja
mais valorizada, a par dos verdadeiros valores morais, sem inversões demagógicas; o
ser tenha primazia sobre o ter...”
Ranzi conta uma história ocorrida na Câmara: “Por acordo entre a maioria dos
pares foi eleito presidente da Câmara Reditário Cassol; mais com o intuito de evitar
suas frequentes e prolixas discussões sobre qualquer matéria. Certa feita Reditário
Cassol compareceu à Câmara, acompanhado de um filho munido de um gravador.
Alguns vereadores ficaram preocupados, mesmo porque tinham conhecimento que a
intenção de Cassol era fazer duras críticas ao Prefeito de então. Antes de encerrar a
18
No III Emobresc (encontro que a coordenação estadual do Mobral de Santa Catarina realizava, quais
“olimpíadas do conhecimento”) esteve presente o escritor Fernando Sabino, então marido da presidente
da Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização, Mobral, doutora Lígia, assim como a coordenadora
estadual do Mobral de Santa Catarina Alba Terezinha Schilichting da Silva que, nos Emobresc
posteriores, sempre deu destaque ao de Maravilha.
64
sessão, Reditário Cassol disse que pretendia fazer um pronunciamento, razão pela qual na ausência do vice-presidente - na qualidade de 1º secretário, assumi a presidência.
Contudo, ao invés de passar a palavra para o Cassol, disse que, em virtude do adiantado
da hora, encerrava a reunião, marcando outra para o dia convencionado. Boa noite!” Para onde o Reditário e o filho foram não consta em ata.
Em sessão solene realizada no dia 6 de julho de 2001, a Câmara Municipal, sob
a presidência do vereador Orli Genir Berger, concedeu a Osvaldo João Ranzi o título de
Cidadão Honorário de Maravilha.
1.4 Heitor Alexandre Kasper
Em 28 de julho de 1950 São Carlos pertencia ao Município de Chapecó. E foi ali que
nasceu Heitor Alexandre Kasper, filho de Alexandre e Anna Maria Kasper que se
instalou em Maravilha, em 1957, no ramo do comércio. Heitor tem três irmãos (mais
novos): Lurdes, Terezinha Madalena e Ivo José.
Quando vereador, Heitor era solteiro. O casamento aconteceu depois com a Ivete
Maria. Têm duas filhas: Alessandra e Caroline.
Ocupou cadeira na Câmara de Vereadores de Maravilha em dois períodos
legislativos: 1973-1977 e 1977-1983. Foi eleito 1º secretário na mesa diretora na
primeira e presidente da Casa na segunda. Os pedidos mais ouvidos eram: estradas
melhores, saúde e educação. Como vereador tem participado do Encontro de
Vereadores do Extremo-Oeste e do Encontro Nacional de Vereadores em Balneário
Camboriú (1978).
1.5 Reditário Cassol
Vide Terceira Legislatura: 1.2.
Reditário Cassol foi titular da Câmara na Terceira Legislatura (1967-1970). Candidatouse novamente para a Quinta Legislatura (1973-1977), sendo eleito com 315 votos da
Arena. Foi presidente do segundo biênio deste período legislativo.
1.6 Dionísio João Rossi
Nasceu em Antonio Prado (RS) no dia 16 de janeiro de 1917 e foi o segundo filho de
Angelo Rossi e Josephina Scotti Rossi. Ao todo são doze irmãos. Veio morar em
Maravilha para ficar perto da filha única Maria Aparecida que depois casou com
Deonildo Faggion, grande expressão política local. Com a esposa Dorvalina dos Anjos
Rossi, adotaram mais dois filhos: Valdir Leandro Rossi e Rita de Cássia Santos.
Aceitando a pressão do MDB e insistência de amigos, Rossi candidatou-se a
vereador, sendo o mais votado do partido na eleição de 15/11/1972.
Exercia esse cargo quando, em 03/08/1974, foi vítima fatal de um acidente
rodoviário em São Lourenço do Oeste (SC). Dizia sempre que a compensação de
cumprir um dever cívico institucional e a satisfação de ter ajudado a construir parte da
História de Maravilha compensava, mesmo se a função não fosse remunerada. Seu
plano era de lutar pelos menos favorecidos e fiscalizar os atos do Executivo. Sonhava
com um grande desenvolvimento econômico e cultural do município, o que está se
tornando realidade.
65
Bela e saudosa mensagem tem-nos deixado sua querida esposa Dorvalina, que
passou a residir em Chapecó: “Meu marido amava esta terra como sendo sua. Lutou e
trabalhou com ardor. Tenho a certeza de que morreu consciente de ter cumprido o seu
dever colaborando na construção de uma Maravilha maior.”
1.7 Alcides André de Moraes
Vide Terceira Legislatura: 1.4.
Alcides André de Moraes foi titular da Câmara na Terceira Legislatura (1967-1970),
pela Arena (142 votos), ocupando inclusive a presidência; candidatou-se novamente
para a Quarta Legislatura, ficando como primeiro suplente do MDB, convocado para
assumir a vaga deixada pelo vereador Arlindo Lichks e na Quinta Legislatura (19731977), sendo eleito com 240 votos do MDB. Concorreu ainda para o período
Legislativo de 1977 a 1983, ficando como suplente.
1.8 Francisco Zanin
Entre as pedras de Putinga, Município de Encantado (RS), nascia no dia 29 de abril de
1935, o sexto filho de José e Amália Zanin que lhe deram o nome de Francisco. Eram
oito irmãos. Deixaram essas pedras em agosto de 1958 e vieram tentar vida nova, em
um município novo no outro lado do rio Uruguai: transferiram residência para
Maravilha. Mais tarde deixou esta terra também e foi morar em Rolim de Moura, na
Rondônia. Casou-se com Mercedes Zanin e dessa união nasceram os filhos Ângela
Maria, Silvana, Vitor, Cláudia e Eleandra Raquel.
Foi vereador da 5ª Legislatura de Maravilha e disse que se candidatou por um
ideal e para dar sua contribuição para o progresso da comunidade. Sua ideologia era:
“Ajudar a comunidade. Tudo o que é feito em prol da comunidade vale a pena.”
Recebeu votos em todas as urnas do município. Foi líder da bancada. Muitas indicações
suas foram transformadas em lei. E, jamais se arrependeu de projetos que ajudou na
aprovação. O relacionamento com o Executivo, às vezes era dificultado pelo fanatismo,
mas havia harmonia com o Judiciário.
Depois deste período legislativo deixou da política “porque não acreditei mais
nas metas dos partidos políticos e por falta de organização partidária e ideológica”.
Disse que torce pelo desenvolvimento industrial e a transformação da agricultura. Que a
cidade faça jus ao seu belo nome e em tenha condições de ser muito desenvolvida.
“Quando vereador, eu era da oposição, e sentindo a falta de atenção do governo
por Maravilha, comecei a fazer denúncias. Isto trouxe até noticiário de jornais, que, na
época era muito importante. Com estes fatos houve tentativas de cassação do meu
mandato. Resultado: isto trouxe benefícios à comunidade que passou a ter uma melhor
atenção pelas autoridades constituídas.” E mais: “Apesar de tudo, sempre serei
maravilhense” – proferiu Zanin.
1.9 Guilherme Higino Zabot
Nasceu em Guaporé (RS), no dia 20 de setembro de 1945, Dia do Gaúcho. É o
primogênito dos seis filhos do casal Severino Natal e Maria Bonafé Zabot. Seus irmãos:
Zenaide, Zenilde, Terezinha, Delma e Júlio. A família, sem ser aventureira, mas
66
procurando um lugar de futuro, em 1960 veio morar em Maravilha. Instalou-se com
açougue e depois também uma cancha de bochas, na Avenida Araucária. Guilherme é
casado com Noeli Zabot e tem três filhas: Claudiane, Clair e Sandra.
E a política? - Para fortalecer o partido e insistência de amigos, candidatou-se a
vereador. Foi a única vez e, por motivos particulares, não tem mais planos nessa arte.
Na apuração dos votos o candidato Guilherme Zabot havia ficado como 1° suplente do
MDB; mas com o falecimento trágico do titular Dorival Kuhn - antes mesmo da posse:
17/11/1972 -, prestou juramento como titular. Na Câmara ocupou o cargo de secretário
e participou do projeto da construção da nova prefeitura de Maravilha. E trouxe à
lembrança: “Com o projeto de lei da nova prefeitura aprovado, o rio Iracema teve que
ser desviado, pois antes fazia frente com a Avenida Araucária e passava atrás do
abatedouro que dependia dessa água. Lembro que meu pai ficou brabo com isso, pois eu
tinha votado a favor desse projeto.” A maioria dos pedidos que viessem do interior eram
para a melhoria de estradas e construção de pontes, sendo sempre aprovados.
Afirmou que gosta de morar aqui porque há gente que trabalha e participa do
engrandecimento da comunidade, para alcançar os objetivos comuns. “Os
maravilhenses têm orgulho de sua terra. São pessoas que não medem esforços para que
a cidade continue a se desenvolver.” E incluiu: “Muitos jovens não sabem da força de
um voto, pois acham que o voto pode ser vendido e querem ganhar algo em troca, não
pensando no futuro de nossa cidade.”
E contou que “quando o prefeito encaminhava um projeto - que, por um motivo
ou por outro, a bancada do MDB não aprovasse -, o castigo maior era para o vereador
Miguel Nemirski (suplente da oposição que assumiu). Acontece que os vereadores não
eram remunerados, sendo que dois eram do interior e não tinham carro. Ao
correligionário Olivio Baczinski (Tigrinhos) os da Arena ofereciam carona, mas
deixavam o oposicionista Nemirski na rua. Como não havia ônibus, o convidava para
dormir na minha casa. Não tendo cama, oferecia uns pelegos e, no outro dia, ele voltava
para casa.”
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Quinta Legislatura
2.1 Miguel Nemirski
No início da colonização de Maravilha a maior parte dos migrantes era de origem alemã
e italiana. Contudo, um terceiro grupo étnico foi constituído: o dos poloneses, entre eles
a família Nemirski que, em 1966, veio em busca de novas terras para a agricultura e
gostou dessa região. Já tinha parentes em Maravilha. Miguel nasceu em Erechim
(1º/10/1939), filho de Pedro e Irena Nemirski. É o primogênito e tem três irmãs.
Estabeleceu residência no interior do município; sendo que atualmente está na Linha 51.
Casado com Sofia Nemirski tem quatro filhas: Laides Elide, Nelisse Neide, Marli
Tereza e Leonice Fátima.
Nas comunidades por onde passou sempre exerceu liderança, inclusive política.
A primeira candidatura foi registrada em 1972. Com o falecimento do titular Dionísio
João Rossi (03/08/1974), assumiu a vaga, pois estava na primeira suplência desse
partido, o MDB. Teve participação nas sessões da Câmara e diz que gosta de falar em
público. Na 5ª Legislatura o MDB era minoria e tem sofrido forte contrariedade. Seu
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reduto político inicial fora o então Distrito de Tigrinhos. Posteriormente, em toda a área
rural.
Quando vereador tem deixado oportunidade para assumirem sua vaga os
suplentes Guerino Antônio Santa Catarina e Kurt Korock.
Em tempo: Miguel Nemirski foi eleito vereador na 6ª Legislatura. Sua participação
política será incluída então.
_________________
“Quando o governo se perde, o povo pode achar-se” (Décio Pignatari).
68
VI Sexta Legislatura: 1º/02/1977 a 31/01/1983
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Heitor Alexandre Kasper
Armando Nelson Albrecht
Benito Pessoa Magnanti
Armindo Abel Zanin
João Jacob Mascarello
Antônio Cláudio dos Santos
Machado
Miguel Nemirski
Darwin João Krauspenhar
Anacleto Domingos Menegassi
Partido
Arena
Arena
Arena
Arena
Arena
Nº de votos
348
301
275
264
242
MDB
MDB
MDB
MDB
481
325
275
251
Presidente da Casa
1º Heitor Alexandre Kasper
2º Benito Pessoa Magnanti
3º Armando Nelson Albrecht
4º João Jacob Mascarello
Passados 15 dias da posse, em 16/02/1977, o presidente da Câmara, Heitor Alexandre
Kasper, declarou extinto o mandato do vereador Antônio Cláudio dos Santos Machado,
por não haver se apresentado até então e nem haver encaminhado justificativa. Ocupou
esta vaga o 1º suplente do MDB, Miguel Bringhenti. Outros suplentes que assumiram:
Sérgio da Silveira Kuhn (MDB) e Luiz Provensi (Arena).
* Executivo municipal neste período: Eloy José Ranzi (Arena) e Ivo Roman (Arena).
________________
As eleições para a Sexta Legislatura municipal de Maravilha aconteceram no dia 15 de
novembro de 1976. A diplomação foi no dia 13 de dezembro, pelo Juiz Eleitoral Dr.
Benoni Zocoli. O total de votantes maravilhenses foi de 7.143. As novas eleições
estavam previstas (não programadas) para 1980. Foi quando, os mandatos dos prefeitos
e de vereadores de todo o Brasil foram prorrogados por mais dois anos, a fim de haver
coincidência de pleitos. O eleitor tinha direito a seis votos: para senador, deputado
federal, deputado estadual, governador, prefeito e vereador. Quantos votos em branco e
nulos!
A partir deste período legislativo foi oficializada a gratificação monetária para os
vereadores pelo serviço prestado. A Constituição federal traz a fórmula para o cálculo
desse salário: o máximo da arrecadação que pode ser usada na remuneração da cada
câmara municipal.
À testa do Executivo nesse sexênio esteve o prefeito Eloy José Ranzi
(1º/02/1977 a 15/05/1982), deixando o cargo – antes de concluí-lo - em função de sua
candidatura e eleição à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina. O viceprefeito Ivo Roman assumiu para o período de 15/05/1982 a 1º/03/1983, data da entrega
do mandato para o novo prefeito eleito, Celso Maldaner.
Foram presidentes da Câmara nesta legislatura: Heitor Alexandre Kasper (eleito
por ocasião da posse, em 1º/02/1977); Benito Pessoa Magnanti (eleito em 1°/02/1979);
Armando Nelson Albrecht (eleito em 12/03/1980) e João Jacob Mascarello (eleito em
02/02/1981).
Esta Câmara Municipal organizou o Primeiro Encontro de Vereadores do Oeste
Catarinense, em Maravilha, no dia 5 de agosto de 1978.
69
1 Vereadores Titulares da Sexta Legislatura
1.1 Heitor Alexandre Kasper
Vide Quinta Legislatura: 1.4.
Heitor Alexandre Kasper foi titular da Câmara na Quinta Legislatura (1973-1977).
Candidatou-se novamente para a Sexta Legislatura (1977-1983), sendo o mais votado
da Arena: 348 sufrágios. Foi eleito primeiro presidente da Câmara deste período
legislativo.
1.2 Armando Nelson Albrecht
Gaúcho de Erechim, Armando é o filho mais velho de Frederico Balduíno Albrecht e
Anna Behm tendo nascido no dia 19 de novembro de 1939. São três irmãos.
Maravilha estava recém emancipada (março de 1959), quando os Albrecht se mudaram
para cá, na busca de novas opções de trabalho. Armando Nelson é casado com Ilga
Albricht e continua residindo em Maravilha. Tem três filhos: Amarildo Jaci, Ademir
Realdo e Altair Nelson.
Atendendo pedido da comunidade e do partido (Arena), concorreu às eleições de
1976 para a Câmara Municipal, obtendo 301 votos e assegurando a segunda vaga do
partido. Na Sexta Legislatura foi o 3º presidente da Câmara. Ocupou ainda as funções
de secretário e 2º secretário. Nas sessões sempre foi porta-voz dos eleitores que lhe
transmitiam os pedidos, entre os quais calçamento, água e luz.
“Maravilha é uma cidade boa de viver; onde o povo é ordeiro e trabalhador” –
referiu Albrecht.
Ocupou uma cadeira na Câmara também na Sétima Legislatura, obtendo 329
votos (PDS). Após esta eleição deixou vaga para outros (incluindo os filhos), para se
dedicar mais à atividade privada.
1.3 Benito Pessoa Magnanti
Luiz Magnanti e Celestina Magnanti são os pais do Benito Pessoa Magnanti, vereador
da Sexta Legislatura de Maravilha. Benito nasceu no dia 18 de outubro de 1930, em
Carazinho (RS), sendo o penúltimo dos seis filhos que o casal Luiz e Celestina tiveram.
Possuindo terras em Pedra Branca, no interior do município e tendo parentes
residindo aqui, além de observar a possibilidade de continuar os estudos (Maravilha já
oferecia o curso de 2º grau), em 1969, mudou-se para cá.
Benito é casado com Amélia Garcia Magnanti. Os filhos foram registrados com
os nomes de: Celestina Inez, João Vanderlei, José Sidnei, Sonimari, Gilnei, Solanger,
Rosimar e Marcos.
A família sempre teve participação política. Osmar, irmão de Benito - nome que
já consta na lista dos vereadores (3ª Legislatura) - foi presidente da Câmara e o único
vereador que assumiu a administração municipal de Maravilha interinamente (além de
ter sido candidato a prefeito nas eleições de 1968). Convidado pelo partido e
70
influenciado por esse irmão, Benito resolveu candidatar-se pela Arena a uma vaga na
Câmara, em 1976. Foi eleito com 275 votos.
A campanha eleitoral para a 6ª Legislatura foi mais acirrada que as anteriores.
Acontece que um novo estímulo estava confirmado: a remuneração dos edis. Assim, o
candidato Benito Pessoa Magnanti fez votos em todas as urnas do município. Nesta
Legislatura ele foi eleito presidente da segunda sessão legislativa
Ele guarda uma mágoa desse tempo de titular da Câmara: “Arrependi-me de ter
ajudado a aprovar o projeto que criou a estátua da criança de Maravilha que, no meu
entender, o artista (Paulo de Siqueira) não representou condignamente uma criança.” O
monumento “A Criança e o Pássaro” está na Praça Padre José Bunse e foi feito no Ano
Internacional da Criança (1979).
Em 27/02/1980, por motivo da transferência de domicílio para Balneário
Camboriú, oficializou o pedido de renúncia, deixando a vaga para o 3° suplente, Luiz
Provensi. No entanto, três anos depois retornou a Maravilha.
1.4 Armindo Abel Zanin
Filho de José Zanin e de Amália Maria Marin Zanin, Armindo Abel Zanin nasceu no
dia 2 de outubro de 1940, em Encantado (RS). Criou-se no meio agrícola. São 13
irmãos. Casado com Anita Colussi Zanin tem um filho, Sílvio José.
Estudou em Soledade e Encantado, onde se formou Técnico em Contabilidade
pela Escola Técnica de Comércio Madre Margarida. Em sua vida profissional foi oleiro,
comerciário e operador de custos. Administra também a Lotérica Banca da Sorte de
Maravilha.
Em março de 1968 passando pela primeira vez por Maravilha, gostou do lugar
novo e progressista e do seu povo acolhedor. Não foi por menos, adquiriu um escritório
de contabilidade e aqui se estabeleceu.
Atendendo a insistentes apelos de amigos, filiou-se na Arena e, em 1972,
candidatou-se a vereador, ficando como primeiro suplente, embora – com 304 votos –
tivesse 36 votos a mais do que o vereador mais votado da oposição. A Câmara ficou
com cinco vereadores da Arena e quatro do MDB. Assumiu com frequência durante
esse quadriênio. Na eleição de 1976 foi eleito titular. A base eleitoral na primeira
eleição foi o Distrito de Flor do Sertão. Na segunda campanha conseguiu votos em
todas as urnas e ficou na Câmara como o 4º mais votado da Arena, na 6ª Legislatura.
Foi secretário geral e líder da bancada da Arena, depois PDS. Foi também indicado para
presidente da Câmara, mas não aceitou, assim como evitou a candidatura a prefeito.
Não gosta muito de falar em público. “Se for necessário, falo, mas sou muito
inibido e não consigo expressar tudo aquilo que sinto ou planejo. Prefiro então escrever
o que penso falar” – afirmou. Considera a função de vereador uma luta por um ideal.
Compensa essa atividade. Mas não pretende voltar à política.
No atendimento às reivindicações ressalta a construção de escolas, a melhoria de
estradas, praças esportivas, campos de futebol. Foi nesse quadriênio que aconteceu a
instalação da Casan em Maravilha e a construção do novo prédio da prefeitura.
Segundo seu depoimento, o relacionamento com outros legislativos era de
cordialidade e amizade; e o relacionamento com o Executivo local era de perfeito
entendimento.
“Quem não gostaria de ver Maravilha crescendo harmonicamente sem muitas
dificuldades sociais e sem muita influência de grupos poderosos, nem sempre a favor
dos anseios da maioria?”, foi um depoimento sério emitido na entrevista.
71
Contou uma história que diz respeito à construção da prefeitura: “A Arena,
partido do prefeito Mattje, não era favorável a essa localização. Planejavam um belo
paço municipal na Rua Duque de Caxias, em frente a Praça Padre José Bunse, no
centro. O MDB - oposição - pensando provocar um racha na situação, votou
favoravelmente aprovando assim o projeto do prefeito, com o voto de um vereador
(Reditário Cassol) da situação. Conseqüência: a Arena continuou unida, apesar do
desgosto e a prefeitura municipal foi construída lá fora.”
1.5 João Jacob Mascarello
João Jacob Mascarello é barriga-verde, um dos poucos, no início da colonização de
Maravilha. Nasceu no Município de Herval do Oeste, no dia 12 de setembro de 1941. É
o filho mais novo da família de quatro irmãos, filhos de João e de Ângela Mascarello.
Veio para cá no dia 02/04/1964, atendendo convite do Constantino Danielli, para
tomar parte na administração da empresa Cerealista Confiança Ltda. que atuava na
compra e venda de produtos agrícolas, dando depois origem à Cia. Industrial de Óleos
Vegetais Maravilha, com os produtos Civema. Mascarello era chefe de serviços. Casado
com Írede Mascarello tem três filhos: Ramassés, Rosane e Manassés.
Convidado por amigos, particularmente o candidato a vice-prefeito da época, Ivo
Roman (gerente da Civema) da Arena, João Mascarello aceitou concorrer a uma cadeira
na Câmara. Seu principal reduto era a cidade. Realizada a eleição, vibrou com o
resultado: foi eleito com 242 votos.
Quanto às reuniões, disse que eram à noite, mas os dias da semana variavam. O
acerto era preliminar, entre os vereadores. A partir deste período legislativo, os
vereadores eram remunerados. No entanto, o valor recebido não valia a pena. Apesar de
ter participado de uma única legislatura, ocupou os cargos de 1º secretário e, após, de
presidente da 4ª sessão legislativa. Foi um período de bom relacionamento com o
prefeito, governo do estado e da união, porque os chefes eram todos do mesmo partido;
“vestiam a mesma camisa”. E mais: na Câmara a Arena era maioria.
“Gosto muito de Maravilha e manifesto a vontade de vê-la em destaque no
cenário catarinense e nacional; que tudo de bom e alvissareiro venha a acontecer. A
gente desta terra é muito amiga e simples; disposta a lutar para dar andamento às coisas
boas da comunidade” – afirmou Mascarello.
Um fato curioso: “nas eleições de 1976 o prefeito eleito não obteve um único
voto na urna de Tope da Serra. Coincidência: como candidato a vereador, eu também
não fui votado nessa urna”, recordou Mascarello.
1.6 Antônio Cláudio dos Santos Machado
Na sessão de 16 de fevereiro de 1977, o presidente da Câmara, vereador Heitor
Alexandre Kasper “declarou extinto o mandato do vereador Antônio Cláudio dos Santos
Machado, por não haver se apresentado para tomar posse, nem apresentado qualquer
motivo justo, de acordo com o item II, parágrafos 1° e 8º do Regimento Interno, e,
também de acordo com a Lei Complementar nº 5, de 26.11.75. Ato contínuo, o sr.
Presidente convidou o sr. vereador suplente, Miguel Bringhenti a prestar juramento,
após haver exibido o Diploma da Justiça Eleitoral, Declaração de Bens e Certificado
Militar. Após o juramento, o sr. presidente declarou empossado o vereador Miguel
72
Bringhenti, o qual passa a usar de todos os seus direitos como vereador com assento na
Câmara Municipal de Maravilha”.
Machado preparou sua campanha tendo um bom contingente de cabos eleitorais.
Merece destaque a previsão do tradicionalista Alberto Heller. Nos grupos ele estimulava
com a advertência futurista: “Votem nele. Este quera vai longe!” Resultado: 481 votos.
Nas vésperas da posse, “sumiu” com certo “recheio” na pasta, recolhido em
algumas agências bancárias da região. Comentava-se o destino (Bolívia), mas sem
confirmação. Embora tenha obtido a maior soma de votos individuais para o Legislativo
naquela eleição, não marcou presença no dia da posse. E até a presente data não veio
justificar historicamente sua ausência e nem compensar politicamente seus eleitores.
1.7 Miguel Nemirski
Vide Quinta Legislatura: 2.1.
Nas comunidades por onde passou sempre exerceu liderança, inclusive política. A
primeira candidatura foi registrada em 1972. Sendo primeiro suplente da Quinta
Legislatura, assumiu a vaga deixada pelo titular Dionísio João Rossi, falecido em
03/08/1974. Atendendo pedido de amigos - entre eles Dércio Knop, Albino Cerutti
Cella e Gentila Lichks -, candidatou-se novamente para a Sexta Legislatura (19771983), sendo eleito com 325 votos, pelo MDB. Era agricultor, profissão que exerce até
hoje, conciliando com a de secretário de Transportes e Obras.
Na Câmara exerceu as funções de secretário, ocupando o cargo por dois anos e
vice-presidente durante um ano. Procurou sempre atender às reivindicações dos
munícipes: abertura de estradas, escolas, campos de futebol, calçamento nas ruas, obras
comunitárias, além de informações e orientações, principalmente relacionadas ao meio
rural. Nemirski foi também membro da diretoria regional do Movimento Trabalhista
Brasileiro. Ele conta a história de que a aprovação do projeto encaminhado pelo prefeito
Nidolfo Carlos Mattje visando à localização e construção da prefeitura foi aprovado
com o voto de um vereador (Reditário Cassol) da situação e de todos os da oposição.
Foi também aprovada lei da mudança de local do cemitério público (projeto aprovado,
porém não executado).
Contou também a seguinte história: “Quando era Vereador geralmente vinha de
ônibus para a cidade nos dias de sessão, pois morava na Linha Lajeado do Tigre e,
muitas vezes, dependia de carona para voltar; a profissão de vereador não era
remunerada. Lembro-me de certa vez ter pego carona com o ônibus dos alunos de
Modelo e quando desembarquei do ônibus caí em uma poça de água, perdendo o sapato
no meio do barro. Foi difícil para recuperá-lo, tendo que ir a pé descalço para casa,
estava muito escuro e o tempo não estava bom, ameaçava chover e só enxergava a
estrada com os relâmpagos.”
Preocupa-o a questão social: muito tem sido feito, mas ainda resta muito por
fazer nos campos da saúde, emprego e moradia. Os direitos devem ser defendidos.
Evitados os confrontos, não quer dizer que os filhos dos minifundiários fiquem sem
propriedade agrícola. A industrialização deu grandes passos, mas - além de contribuir
com empregos - gera grandes problemas sociais.
“Considero o povo de Maravilha, em sua maioria, uma gente humilde, jovem,
obreira, alegre e possuidora de uma qualidade muito importante: a união. É um povo
dinâmico, determinado e de boa convivência” – preceituou Nemirski. E manifestou
também seu desejo de “ver este município crescer, gerar cada dia mais emprego, sediar
mais empresas e indústrias, para que todos tenham seu pão de cada dia.”
73
“A juventude mudou muito. Hoje os jovens têm muita liberdade e, às vezes, não
agem de forma correta. Mas, como nosso futuro depende deles temos que ter fé que
sejam coerentes em suas obrigações” – opinou.
Por duas vezes foi eleito presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Maravilha.
Foi eleito vice-prefeito (PMDB) e participou da administração do município por
seis anos (1983-1988). Era prefeito Celso Maldaner. Sendo “brizolista” e em virtude da
aspiração à candidatura a prefeito negada pelo PMDB, no sábado, dia 08/07/1988,
inscreveu-se no PDT. Formando coligação com o PDS e PFL, venceu as eleições e no
dia 1º/01/1989 foi empossado como prefeito de Maravilha, vencendo as eleições por
uma diferença de apenas sete votos. Concorreu novamente a uma vaga da Câmara nas
eleições de 2008, ficando como suplente.
1.8 Darwin João Krauspenhar
É filho de Ervin e Romira Krauspenhar e nasceu em São Pedro do Sul (RS). O saudoso
pai foi membro da Força Expedicionária Brasileira: ex-combatente da II Guerra
Mundial. Darwin é o primogênito desse casal que teve sete filhos. Em dezembro de
1955 passaram o rio Uruguai e vieram até Maravilha. Darwin casou-se com Maria Inês
e dessa união nasceram os filhos Darwin Júnior, Thais e Kassiano.
Na sua juventude destacou-se em competições estudantis, sociais e políticas. Nas
eleições de 1976, por ser membro da executiva do partido (MDB), colocou seu nome à
disposição para concorrer a uma vaga na Câmara municipal. O resultado veio
compensador: obteve apoio em todas as urnas do município, somando 275 votos. Na
reeleição (pleito eleitoral de 15/11/1982), obteve 394 votos. Na época era industrial.
Sobre as compensações financeiras da 6ª Legislatura (a primeira com os titulares
remunerados) assim se manifestou: “O vereador tem poucos atributos legais no
exercício do mandato, porque entende que a remuneração é indevida e insignificante.”
Quando na Câmara, ocupou os cargos de primeiro presidente da 7ª Legislatura;
vice-presidente, secretário e líder da bancada em outras sessões legislativas. No partido:
presidente, vice-presidente, delegado e secretário. Embora esteja longe, ainda lembra as
constantes reivindicações de escolas novas, estradas, iluminação pública na cidade e em
bairros. Entende que o projeto de lei mais importante aprovado pela Câmara enquanto
fazia parte dela foi o da aprovação para a aquisição de área e incentivo para a instalação
do Frigorífico de Aves de Maravilha.
Sobre o relacionamento com outros poderes assim se expressou: “Na Sexta
Legislatura, o mais péssimo possível com o Executivo; com o Judiciário, muito cordial
e respeitoso.”
Sugere para Maravilha uma industrialização com a transformação dos produtos
agrícolas. O povo é trabalhador. Daí o porquê do progresso da cidade e de sua gente.
“Por seis anos consecutivos vinha apertando o botão com a mesma indicação que não
era nem sequer respondida pelo Executivo da época. No sétimo ano, na primeira
indicação feita, tive a felicidade de ver minha aspiração concretizada: pensão para as
viúvas dos ex-prefeitos.”
Ao sair de Maravilha, fixou inicialmente residência, com exploração de madeira,
em Sinop (MT) e, depois, no litoral catarinense. Deixou a vaga, na 7ª Legislatura, para
Romildo Ferreira Coelho. Atualmente, aposentado, reside em Ingleses, Florianópolis.
E comentou, no fim da entrevista: “Embora distante, estou sempre presente, por
informações de amigos e noticiários. E vou ser sempre maravilhense de coração.”
74
1.9 Anacleto Domingos Menegassi
É agricultor aposentado que entrou no Legislativo municipal como titular em 1977;
sendo reeleito em 1982 para a Sétima Legislatura: completando 12 anos na Câmara. É
filho de João Menegassi Neto e Anna da Cás Menegassi. Nasceu em 1932, no
Município de Sobradinho (RS) e sua data de aniversário é 16 de novembro. São cinco
irmãos. Ouvindo boas referências sobre Maravilha, em 1953, transferiu residência para
cá. É casado. Seus filhos foram registrados com os nomes de Ivanir Fátima, Dione,
Dirce e Dércio que também foi vereador em Maravilha.
Ouvindo as reivindicações da comunidade e colocando forças para representar a
classe, aceitou o desafio: candidatou-se e foi eleito vereador em 15/11/1976, sendo
diplomado no dia 13/12/1976. Na sua experiência conta que as reuniões da Câmara
aconteciam à noite; com o dia da semana marcado para as segundas-feiras e às vezes
com sessões extraordinárias convocadas pelo presidente. Já esteve na liderança da
bancada do partido na Câmara e presidente da Comissão de Finanças.
Foi reeleito para a Sétima Legislatura (1983-1988) com 348 votos. Era do
PMDB, mas, no dia 08/07/1988, assinou ficha no PDT, junto com Miguel Nemirski que
então se candidatou a prefeito.
Anota sempre as reivindicações que recebe: melhoria nas estradas, construção de
pontes, jardins de infância, escolas, quadras de esportes, postos de saúde, calçamento,
iluminação pública, eletrificação rural, etc.
Tem deixado vaga, temporariamente, para correligionários. Na 6ª Legislatura
deu oportunidade para o suplente Pedro Lindolfo Schuh. Conta que, às vezes, houve
atritos com o prefeito ou entre colegas da Câmara.
Sempre defendeu a instalação de indústrias de grande porte para o
desenvolvimento do município. Mas, também, órgãos para sanar todos os problemas da
comunidade.
Contou ainda que, quando chegou aqui, viu as copadas dos pinheirais e disse que
esta terra tem futuro. Enfrentou dificuldades de todo gênero, mas, venceu e ajudou a
outros que também triunfaram. A semente boa foi plantada em terra fértil e, hoje,
estamos colhendo frutos.
No livro Maravilha: sua terra, sua gente, sua história (2ª edição) - capítulo IV
(Homens e livros – A educação sempre presente, tratando do Campus Aproximado para
a Unoesc) - Francisco Gialdi traz: “O terreno de 40 mil metros quadrados foi adquirido
pela prefeitura municipal, do ex-vereador Anacleto Domingos Menegassi e fica
localizado logo adiante do Bairro Civemara”.19 Merece referência a facilidade com que
esse cidadão aceitou as propostas, contribuindo para a execução imediata, tendo hoje
diversos cursos superiores e ligação asfáltica.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sexta Legislatura
Nos seis anos desta legislatura (1977-1983), apenas três suplentes tiveram vez, sendo
efetivados. É que a função passou a ser remunerada.
19
Francisco Gialdi. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história. Porto Alegre, Editora EST. p. 230.
75
2.1 Miguel Bringhenti
Natural de Nonoai (RS), filho de Luiz Bringhenti e Irene Paduan Bringhenti, nasceu no
dia 1º de junho de 1933. São em 10 irmãos. Tomando conhecimento da produtividade
das terras do Oeste catarinense, em 1968 para cá veio morar, na Linha Barra Bonita,
Distrito de São Miguel da Boa Vista. E ainda continua como agricultor. Casado com
Terezinha Bringhenti tem os filhos Milton, José, Ivanir e Elizabete. Atualmente atua na
indústria.
Na eleição de 1976 a comunidade o escolheu como representante e, na
classificação ficou como primeiro suplente do MDB, ocupando a vaga deixada pelo
titular Cláudio Machado (aquele que sumiu nas vésperas da posse). Teve como base
eleitoral, além de São Miguel da Boa Vista: Barra Bonita e Poço Parado, obtendo 222
votos. Com a emancipação de São Miguel da Boa Vista, candidatou-se e foi vereador de
2001 a 2004. Seus planos são de acompanhar e continuar apoiando o partido.
Deixa como sugestão, na atividade industrial para Maravilha: “Uma indústria,
como um laticínio vai bem” – e veja que ele escreveu isto há 20 anos (1988). E mais:
“Maravilha é um município que está crescendo rapidamente. Com mais estímulos como ocorreu com o frigorífico de aves - teremos outras indústrias, aumentando o
campo de trabalho. É uma terra promissora, com um povo muito trabalhador e teve ao
longo de sua história grandes políticos e administradores exemplares.” Contudo,
manifesta-se preocupado com a juventude, pois não demonstra muito interesse pela
política. E assim conclui: “No passado a política era feita com mais ética e moral. Hoje
vemos muitos interesses particulares desvirtuando o verdadeiro sentido da política.”
2.2 Luiz Provensi
O suplente Luiz Provensi (Arena) ocupou a vaga deixada por Benito Pessoa Magnanti em razão da mudança para Balneário Camboriú -, em 27/02/1980. Provensi assumiu no
dia 12 de março desse ano. Também nessa sessão foi eleito o novo presidente da Mesa
Diretora, Armando Nelson Albrecht, para cumprir o mandato do ex-presidente Benito
Magnanti.
Luiz Provensi é natural de Encantado. Nasceu no dia 10 de abril de 1948. Seus
pais, Domingos Primo Provensi e Josefina Bosquetti, tiveram, além do Luiz que é o
primogênito, mais oito filhos.
Luiz Provensi veio para Maravilha em 1962, para estudar no seminário dos
Missionários da Sagrada Família. Dois anos depois, seguindo os estudos, foi para Santo
Ângelo. Aqui retornou em 1975, após ter concluído o curso de Filosofia, para trabalhar
no seminário como orientador; onde também iniciou sua profissão no magistério. Havia
campo de trabalho. E aqui ficou. Em 1977 foi residir em Flor do Sertão, assumindo a
direção da Escola Básica Jorge Lacerda. Casou-se com Pierina Gudiel Provensi e tem os
filhos Dulcinéia, Daniel e Michelli.
Atendendo pedido da comunidade, principalmente da Arena, candidatou-se para
uma vaga na 6ª Legislatura. Só na sede do distrito somou 121 votos. Ficou 3º suplente,
mas, com a transferência de domicílio do vereador Benito Magnanti, e não disposição
do primeiro e segundo suplentes, em 27/02/1980, efetivou-se na vaga por ele deixada.
O professor Provensi gosta de falar em público e, sempre que possível o faz.
Presta serviços à Igreja Católica como ministro de cultos, batizados e casamentos.
Quando vereador tem procurado atender às reivindicações da comunidade: quase
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sempre rede elétrica e estradas. Tem participado do levantamento, junto às comunidades
circunvizinhas, para estender a rede de eletrificação rural.
Em 1979 participou do Encontro Nacional de Vereadores, em Belo Horizonte.
Quando vereador tem percorrido todas as comunidades, obtendo bom
relacionamento, independente de sigla partidária, pois “as pessoas estão acima de
qualquer sigla”, sintetiza. Como professor, tudo fazia para despertar em todos os
maravilhenses mais carinho pela natureza; valorizando mais a terra e acreditando nas
técnicas para produzir mais.
2.3 Sérgio da Silveira Kuhn
O suplente Sérgio Kuhn (MDB) foi empossado no dia 1º de setembro de 1982 em
substituição a Miguel Bringhenti que, em 11 de agosto de 1982, “por questões de ordem
particular”, renunciou ao mandato de vereador.
Sérgio Kuhn é gaúcho, natural de Soledade, nascido em 12/01/1948. São três
irmãos, filhos de Benno Kuhn e Zilpa da Silveira Kuhn.
Buscando melhorar a vida, em 1973 adquiriu terras em Maravilha. Descarregou
a mudança no dia 10 de fevereiro. Depois passou para a atividade de comerciante na
Cabeceira do Poço Rico. Casado com Anadir Köche Kuhn tem os filhos Vanderlei,
Gildo e Valquíria.
É claro que cada comunidade deveria ter o seu representante na Câmara de
Vereadores do município! Na História de Maravilha poucos foram os vereadores do
interior. Assim mesmo, muitas são as “linhas” que indicam seus líderes para concorrer.
Assim a Cabeceira do Poço Rico tem conseguido a segunda suplência no MDB, com o
Sérgio Kuhn obtendo 182 votos. Miguel Bringhenti renunciou, objetivando dar vez a
mais um suplente. Com isto Sérgio Kuhn assumiu. Lembrou que também no Rio
Grande do Sul foi suplente de vereador, na cidade de Victor Graeff. Lá obteve 81 votos.
Colocou uma esperança: ver o município bem estruturado para resolver os seus
problemas e da gente daqui.
__________________
“O viver é uma conjugação ininterrupta do verbo fazer” (Carlyle). Por isso, “O futuro
dependerá daquilo que fizermos no presente” (Mahatma Gandhi, pacifista indiano).
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VII Sétima Legislatura: 1º/02/1983 a 31/12/1988
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Darci Jucelino Schmidt
Egon Müller
Darwin João Krauspenhar
Paulo Luís Bresolin
Anacleto Domingos Menegassi
Iraldo Kirch
Pedro Conte
Armando Nelson Albrecht
Romano Valmor Tumelero
João Luiz Cembranel
Adroaldo Borges
Partido
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PDS
PDS
PDS
PDS
PDS
Nº de votos
Presidente da Casa
481
1º Darwin João Krauspenhar
463
2º Darci Jucelino Schmidt
394
3º Paulo Luís Bresolin
386
348
331
353
329
309
287
262
Suplentes que assumiram: do PMDB: Romildo Ferreira Coelho, Vali Petri, Élcio Gomes
dos Santos, Pedro Lindolfo Schuh, Osmar Fülber, Valdemar Lambrecht, Ildefonso
Thiago, Antonio Bertollo, Berlin Inácio Felippin, Olmedo Paulo Konzen, Osvaldo
Müller e Ângelo Riboldi; do PDS: Osório Crestani, Nelson Livinalli, José Engelmann,
Nilvo José Vendruscolo, Valdemar Roversi, José Sérgio Rosa dos Santos, Nelson
Armando Baron e Victor Hugo Dal Mago.
* Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB) e Miguel Nemirski
(PMDB).
__________________
O pleito eleitoral de 15 de novembro de 1982, em Maravilha, acusou o seguinte
resultado para prefeito (votação obtida pelos partidos e consolidação de toda votação):
PDS (4.312 votos), PDT (27 votos), PMDB (5.754 votos). Votos em branco, 387. Votos
nulos, 152. De um total de 11.922 eleitores do Município de Maravilha (em 07/09/1982,
nos termos dos artigos 68, 69 e 115 do Código Eleitoral), votaram 10.632, nas 53
secções organizadas pelo Juiz Eleitoral. A Junta Apuradora da 58º Zona Eleitoral fora
presidida pelo Dr. Oscar João Terebinto.
Foram empossados no Executivo municipal, no dia 1º de fevereiro de 1983,
Celso Maldaner na cadeira de prefeito e Miguel Nemirski como vice; com um total de
3.114 votos atribuídos ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro que apresentou
dois candidatos.
Para a Câmara de Vereadores, o PDS obteve a votação de 4.370 eleitores; o
PDT, 28; o PMDB, 5.741. O quociente eleitoral atingiu a soma de 949 votos e a
distribuição dos onze titulares ficou assim: o PMDB com seis vagas e o PDS com cinco.
Três mesas diretoras estiveram conduzindo os trabalhos dessa Câmara de
Vereadores (dois biênios cada uma). Nos primeiros dois anos esteve assim constituída:
presidente, Darwin João Krauspenhar; vice-presidente, Darci Jucelino Schmidt; 1º
secretário João Luiz Cembranel; 2º secretário Armando Albrecht. A segunda Mesa
diretora ficou assim: presidente, Darci Jucelino Schmidt; vice-presidente, Egon Müller;
1º secretário, Romano Valmor Tumelero; 2º secretário, Adroaldo Borges. E a terceira
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Mesa: presidente, Paulo Luís Bresolin; vice-presidente, Adroaldo Borges; secretário,
Darci Jucelino Schmidt; 2º secretário, Armando Nelson Albrecht. Data da eleição:
02/02/1987, permanecendo até a posse da 8ª Legislatura.
Foi com essa terceira Mesa, sob a presidência de Paulo Luís Bresolin (1988) que
ocorreu o lançamento da obra Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história, de
autoria do historiador Francisco Gialdi, com o apoio da Câmara de Maravilha.
1 Vereadores Titulares da Sétima Legislatura
1.1 Darci Jucelino Schmidt
É o primeiro vereador eleito para esta Câmara que nasceu em Maravilha. Isto foi em 17
de março de 1960, na Linha Chinelo Queimado. É bom ter presente que o Distrito de
Maravilha foi instalado em 15/12/1956. Pais: Herberto Getúlio Schmidt e Olívia Lamb
Schmidt que, além do Darci Jucelino, tem outros quatro filhos. Darci Jucelino Schmidt
casou-se com Inês Arend e tem os filhos Darlan Martines, Daniel Márcones e Douglas
Maciel Schmidt.
Antes das eleições de 1982 não havia concorrido em eleições políticopartidárias, embora estivesse inscrito no PMDB. Quem o estimulou foi o então
candidato ao Executivo Celso Maldaner e o conterrâneo Romeo Mossmann. Topou a
parada, e foi o edil mais votado nessas eleições. Por isso, em 1985, foi eleito 2º
presidente da Câmara desta legislatura, por unanimidade de votos.
Deixou a vaga de edil, temporariamente, para os suplentes partidários Vali Petri,
Almedo Paulo Konzen e Vendelino Pedro Serafini.
Insistiu na melhoria na rede de água e de luz, além reivindicar solução para o
esgoto e arborização na cidade. Para a colônia: melhoria nas estradas e açudagem.
Contou uma história interessante: “Estando na presidência da Câmara, o Clube
dos Idosos (depois denominado Pioneiro) ‘exigiu’ da prefeitura um terreno para a
construção da sede própria. E levaram uma proposta de localização. Os vereadores (e o
prefeito Celso Maldaner também) não queriam dar aquela área reivindicada, no centro
da cidade, porque era perigoso para os velhos por causa do movimento de veículos. Foi
quando o Senhor Andreas Maldaner - presidente do clube e pai do prefeito - levantouse, tomou a palavra sem aguardar autorização e incisivo falou: ‘então temos que tirar a
igreja do centro, porque só os velhos vão à missa’.”
1.2 Egon Müller
Chapecoense, nasceu no dia 9 de outubro de 1951, filho de Lindolfo e Hermínia Müller.
Dos seis irmãos foi o quinto a ser registrado. A família fixou residência em Maravilha
em 1967, onde ainda mora: na Linha Pedra Branca que atualmente pertence ao
Município de Flor do Sertão. Casado com D. Natalina tem os filhos Elis Sandra,
Silvandro, Simone Teresinha e Ezequiel Juliano.
O líder de uma comunidade facilmente é apresentado para concorrer às eleições,
nomeando-o como representante no Legislativo municipal. Foi o que ocorreu com o
Müller. Não apenas olhando a filiação partidária (estava inscrito no PMDB) Egon
Müller - industrialista e líder nato - foi escolhido como representante de todos, sendo
79
eleito como o segundo mais votado desta legislatura e ocupou os cargos de vicepresidente e 2º secretário.
Deu grande apoio, obtendo a aprovação do projeto de lei que trouxe o Plano de
Carreira dos Professores Municipais. Lutou ainda pela melhoria do sistema viário, a
eletrificação e telefonia rural, postos de saúde e prédios escolares, jardins de infância,
campos de futebol e outros...
Como titular desta legislatura ofereceu oportunidades para os suplentes Élcio
Gomes dos Santos, Ildefonso Thiago, Berlim Inácio Felippin e Ângelo Riboldi.
Para sanar a falta de empregos, insistia em trazer mais indústrias para Maravilha.
Concorreu novamente como representante da região (Tope da Serra e Pedra
Branca) para a legislatura seguinte (1989-1992), obtendo o maior número de votos
dessa eleição para vereadores: 459 (apenas quatro votos a menos do que na anterior).
Mais: na 8ª Legislatura o vereador Egon Müller foi o primeiro presidente.
1.3 Darwin João Krauspenhar
Vide Sexta Legislatura: 1.8.
Darwin João Krauspenhar foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (19771983). Candidatou-se novamente para a Sétima Legislatura (1983-1988), sendo eleito
inclusive presidente da primeira sessão legislativa. Para esta legislatura obteve 394
votos do PMDB. Ao sair de Maravilha, fixou inicialmente residência, com exploração
de madeira, em Sinop (MT) e, depois, no litoral catarinense. Deixou a vaga, na Sétima
Legislatura, para Romildo Ferreira Coelho. Atualmente, aposentado, reside em Ingleses,
Florianópolis.
1.4 Paulo Luís Bresolin
Ilópolis (RS) é o município onde Victório Bresolin e Angelina Lunardelli Bresolin
constituíram sua família incluindo cinco filhos, sendo Paulo Luís o benjamim da casa,
nascido em 18 de janeiro de 1956. Em outubro de 1965, procurando maravilhas em
Maravilha, para cá transferiram residência. Aqui Paulo Luís contraiu núpcias com a
Marlene e tem três filhos: Paulo Júnior, Matheus e Marcelo.
E a vida política? Seguindo os conselhos do ex-vereador Francisco Zanin, com
sua experiência política, Bresolin candidatou-se à vereança, pelo PMDB, em 1982,
sendo eleito. Passou a ter novas atividades em virtude do compromisso assumido. No
tempo em que foi vereador, poucos encontros havia com outras câmaras municipais. E
deu a justificativa: problemas financeiros (a Câmara de Vereadores não tinha orçamento
próprio e o Executivo dizia evitar gastos à toa). Entre os projetos de sua autoria destaca
o que mudou o cognome da cidade: de “Capital da Criança” para “Cidade das Crianças”
(Lei nº 944, de 22/08/1984, sancionada pelo prefeito Celso Maldaner). Diz que nunca se
arrepende daquilo que faz, pois sempre analisa bem o seu trabalho e procura não errar.
Na Câmara tem deixado vaga temporária para os suplentes Romildo Coelho, Vali Petri
e José Pavi.
Embora estivesse na presidência da Câmara no ano das eleições (1988), não
mais se candidatou e diz que não concorrerá a cargos políticos, pois “a política não foi o
que imaginava”. Assim mesmo mantém sua inscrição no PMDB. Atua no comércio e
agricultura. “Depende da militância e do comportamento político-partidário para
tirarmos conclusões se é momento ou não para participar da política” – assegurou. E
80
conclui: “Maravilha, com seu povo um tanto ambicioso e cheio de coragem acredita
sempre naquilo que faz. Para mim, o maior sonho é ver Maravilha transformada em um
polo industrial, oferecendo condições para toda a sua gente. Sou muito maravilhense e
acredito que não existe povo igual a este.” Todavia, acerca da juventude atual diz que
falta interesse, sendo um grande prejuízo para a nação.
Foi plano de Paulo Luís Bresolin, quando na presidência da Câmara (1988) a
pesquisa e lançamento da obra Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história,
de autoria do historiador Francisco Gialdi.
1.5 Anacleto Domingos Menegassi
Vide Sexta Legislatura: 1.9.
Anacleto Domingos Menegassi foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (1977-1983).
Candidatou-se novamente e elegendo-se para a Sétima Legislatura (1983-1988), com
348 votos do PMDB.
1.6 Iraldo Kirch
Natural de Arroio do Meio (RS), veio ao mundo no dia 12 de fevereiro de 1939, tendo
como pais Albino e Idolfina Kirch que muito contribuíram com o princípio bíblico do
“crescei, multiplicai-vos e povoai a terra” (Gn 1,28b), pois geraram 14 filhos. Iraldo foi
o oitavo a nascer, na família.
Procurando mais terras, em 1973 veio para Maravilha, um lugar de bom futuro e
preços acessíveis para a sua atividade, a agricultura. Estabeleceu-se na Cabeceira do
Poço Rico. Casado com Albina tem quatro filhos: Geni, Claraci, Sueli e Sidnei.
Visando colocar um representante da comunidade na Câmara, a liderança da
região o escolheu para concorrer a uma vaga nas eleições de 1982. Inscrito no PMDB,
concorreu e foi eleito. Quando é para defender a classe, não se intimida de falar em
público.
Os pedidos mais insistentes que recebia eram pela melhoria nas estradas
(bueiros, pontes), prédios escolares, quadras de esportes, jardins de infância, mesmo nas
comunidades do interior.
No período da 7ª Legislatura (1983-1988) considerou bom o relacionamento
Legislativo-Executivo-Judiciário no Município de Maravilha. Mesmo a nível regional,
onde tem participado de encontros de câmaras municipais.
Seguindo acordo político deixou vaga, temporariamente, para os suplentes Pedro
Lindolfo Schuh e Cony Wirtti.
1.7 Pedro Conte
No interior de Campos Novos - Linha Campinas - no dia 22 de fevereiro de 1953,
nasceu Pedro Conte, filho de Domingos Conte e Bambina R. Conte. Cinco são seus
irmãos.
Com o objetivo de instalar-se com comércio, em 1976, Pedro Conte fez
mudança para Maravilha, na localidade de Poço Parado, aqui chegando no dia 26 de
agosto. Casado com Odete Conte tem três filhos, Sonia, Ivan e Fernando. Reside na
Linha Majolo, São Miguel da Boa Vista e continua atuando no comércio.
81
Apresentado pela comunidade à convenção do PDS aceitou concorrer às eleições
de 1982, sendo o mais votado do partido. Atualmente desempenha a função de
presidente do PP de São Miguel da Boa Vista, município que muito lutou para
emancipar. Por motivos pessoais não mais se candidatou a cargos políticos.
Uma das suas reivindicações foi a instalação de telefones no interior.
Suplentes que ocuparam a sua cadeira interinamente: Osório Crestani, Nelson
Baron e José Engelmann.
Espera que Maravilha seja um município progressista e conhecido em todo o
Brasil. “Com o trabalho e a união de todos os maravilhenses estamos vendo este
município crescer cada dia mais” – incluiu. E observando a juventude assim se
manifesta: “Eu penso que a juventude merece ser ouvida pelos políticos atuais, pois isto
não está acontecendo pelos nossos governantes.”
1.8 Armando Nelson Albrecht
Vide Sexta Legislatura: 1.2.
Armando Nelson Albrecht foi titular da Câmara na Sexta Legislatura (1977-1983).
Candidatou-se novamente para a Sétima Legislatura (1983-1988), obtendo 329 votos do
PDS (28 votos a mais do que na anterior). Portanto, os eleitores do Novo Bairro
continuaram com ele.
1.9 Romano Valmor Tumelero
Filho de Bruno e Angelina Tumelero, nasceu aos 10 de abril de 1958, em Jaborá (SC).
Tem quatro irmãos: Marly Maria, João Carlos, Sérgio Antonio e Michel Jeandro.
Vieram morar em Maravilha quando Valmor tinha dois anos (1960) na esperança de um
futuro melhor.
Os pais continuam em Maravilha, mas Valmor – com o sonho era o de ser um
grande comerciante - transferiu residência para São Paulo. “Hoje posso dizer que
consegui realizar esse sonho. Nossa empresa é a maior do Brasil em feijão”, afirma. É a
Máximo Alimentos. Tem dois filhos: Felipe e Raissa.
Nunca teve pretensões políticas, mas a pedido de partidários e amigos, e apoio
do pai (ex-vereador), Valmor Tumelero candidatou-se a vereador nas eleições de 1982
pelo PDS, sendo eleito com 309 votos. Quanto à remuneração, no início era muito
baixa, mas “o que me interessava era a minha colaboração com a comunidade”. Na
Câmara foi eleito para a secretaria da Mesa, além de líder da bancada. Eram constantes
as cobranças dos eleitores a respeito de pontes, estradas e melhoria urbana, além de
saúde e educação. E incluiu: “Conheço o município como a palma de minha mão, pois
desde pequeno acompanhava o meu pai por todo o interior do município, reunindo
cereais e suínos.”
Observou também que havia bom relacionamento com todos os vereadores,
mesmo os da oposição e assim também com outros legislativos municipais.
Todos os projetos aprovados foram de suma importância, e sem arrependimento
por ter dado seu apoio; sempre atendendo às reivindicações dos munícipes.
A respeito das histórias ocorridas no Legislativo maravilhense, afirmou que tem
muitas, mas “eu me lembro de uma viagem que fomos eu, o Armando Albrecht e o João
Luiz Cembranel que também eram vereadores. Viajamos para a cidade de Joinville. Lá
teve um encontro de vereadores do Brasil. Mas o que foi bom mesmo, foi a viagem. O
João Luiz contando piadas em italiano e o Armando Albrecht recitando frases em
82
francês. Foi muito divertido.” Contou também a história quando os vereadores
convidaram o Juiz de Direito da Comarca, a fim de debaterem sobre uma portaria
baixada pelo Judiciário. Na sessão seguinte compareceu o Juiz e alguns advogados. Na
ausência do presidente da Mesa, assumiu o vice Darci Jucelino Schmidt que, após dar
abertura à sessão, dirigiu a palavra ao MM. Juiz de Direito, dizendo que o havia
‘convocado’ para tal sessão. Logo o Juiz explicou para o vice-presidente que estava lá,
não por ter sido convocado, mas por ter sido convidado para debater tal portaria. Assim
mesmo o Juiz aceitou e – apesar do lapso – houve esclarecimento.
Neste período legislativo Tumelero deixou a vaga, interinamente, para o
suplente Osório Crestani. Candidatou-se novamente após quatro anos de afastamento
dessa atividade – em 1992 - e foi eleito para a 9ª Legislatura (1993-1996), obtendo 345
votos do PDS. Impossibilitado de exercer o cargo, em função de suas atividades
profissionais, em São Paulo, um ano depois renunciou. Sua vaga foi assumida
oficialmente no dia 06/09/1993 por Martinho Aloísio Petry.
1.10
João Luiz Cembranel
A família Cembranel foi das primeiras desbravadoras das selvas maravilhenses, vindo
morar onde estava projetada a cidade, em agosto de 1952. O casal José João e Adele
Joana, com a família, antes moravam em Santa Rosa. João Luiz aqui chegou com cinco
anos (nasceu em 12/05/1947). Este local fazia jus ao nome que lhe deram — Maravilha
— pois era um “santuário da natureza”: a floresta exuberante, as terras férteis e
promissoras, a paisagem encantadora, justificam. São membros da família: Olívio João,
Olivia Joana, Euclides Pedro, Ulisses Irio, Olmes Luiz, João Luiz e Ernesto Antônio.
Profissionalmente João Luiz Cembranel atuou no magistério. Casado com
Adiles tem os filhos Luciano Ricardo, Lucinara Regina, Fernando Régis e Angela
Delly.
Foi candidato a primeira vez em 1982, para a 7ª Legislatura, atendendo convite
do partido (PDS) e influência de amigos. Isto para ajudar o município a crescer e
desenvolver-se, prestando serviço comunitário no campo político. Obteve 287 votos.
Ele defende a tese de que o mandato deve pertencer ao partido. A pessoa eleita por um
partido, ao deixá-lo deveria perder o mandato. “Não se brinca com os votos dos
eleitores, e, muito menos, com a confiança.” Permaneceu na linha do PDS por 25 anos;
depois mudou para o DEM, pelo conjunto de idéias atualizadas, pelo seu programa
social e pelas novas lideranças. Confirma que, falar em pública exige preparação e
conhecimento do tema; e o faz quando a necessidade e o momento o exigem.
Seu maior reduto político foi nas urnas onde tem trabalhado como professor ou
diretor de escola: Barro Preto, Escola Básica João XXIII, Colégio Estadual Nossa
Senhora da Salete e Escola Técnica de Comércio Rui Barbosa. Na época Maravilha
contava com 75 urnas e obteve votos em 73 delas.
As principais reivindicações dos eleitores eram a melhoria de estradas, locais
para a prática de esportes, auxílio aos estudantes carentes, consultas médicas e
remédios, passagens para tratar doentes em Florianópolis, melhoria das escolas,
incluindo o material escolar, sementes para o plantio e adubo. Maravilha não tinha
corpo de bombeiros, nem ambulância e nem SAMU. Era o vereador que providenciava
esses serviços: buscava doentes na casa, levava para o hospital de Maravilha ou
Chapecó; buscava gestantes de madrugada e levava para o hospital. O vereador prestava
serviço social e humanitário. Era um assistente social anônimo.
83
Na Câmara, o vereador Cembranel realça as indicações (projetos de lei) que fez:
o que beneficia os aposentados que possuem apenas uma propriedade, com a isenção do
imposto desse imóvel. Mais: campanha de saneamento básico; núcleo habitacional para
trabalhadores de baixa renda; criação de uma escola voltada para as diferentes técnicas
de trabalho, para crianças abandonadas; auxilio a alunos de 2º grau que estudam fora do
município; apoio e acompanhamento do Plano Municipal de Carreira do Magistério. E
nunca se arrependeu de qualquer votação. A 7ª Legislatura contava com apenas dois
partidos (PMDB e PDS) e foi marcada pela harmonia, dedicação e trabalho. A formação
da mesa sempre foi eclética, por isso o trabalho foi fecundo.
Maravilha naquela época buscava nova alternância econômica. A agricultura
passava por uma transição. O prefeito Celso Maldaner incentivava a Câmara a visitar
regiões pioneiras na agroindústria, como o Sudoeste do Paraná. A Cooperativa Aurora
vivia um período de expansão e instalou o frigorífico de Maravilha graças ao
cumprimento das exigências, pois o Executivo e o Legislativo abraçaram a causa
conjuntamente e levaram o desafio para todas as comunidades do interior.
Licenciou-se uma vez, deixando a vaga, interinamente, para o suplente Victor
Hugo Dalmago.
Tendo novos planos na política, vendo com cuidado a questão social tanto no
setor urbano, como no interior do município, candidatou-se novamente para a 8ª
Legislatura. Ficando na suplência, assumiu interinamente - participando da elaboração
da Lei Orgânica do Município. Insiste em maiores esforços no setor da saúde, educação
e agricultura. Espera que Maravilha retrate a imagem viva de sua gente. Ocupou a
gerência regional de saúde da 3ª Secretaria de Desenvolvimento Regional (Maravilha)
por um período de 18 meses.
“Na história do nosso Legislativo, reconhecemos o trabalho, o sacrifício dos que,
sem ter uma remuneração, souberam conduzir de uma maneira digna o destino do nosso
município. Parabéns a todos! Aos futuros vereadores o desejo de um trabalho profícuo,
voltado aos interesses da comunidade” – declarou Cembranel. Incluindo, após:
“Atualmente, com esses escândalos e corrupção de muitos políticos, o povo não assiste
programas de políticos e a juventude, de modo geral, deixa a política de lado. Razões:
os partidos políticos não se preocupam com a juventude. O programa, o estatuto e a
filosofia política dos partidos a maioria dos eleitores não conhece.”
1.11
Adroaldo Borges
Foi no dia 19 de fevereiro de 1952 que nasceu Adroaldo Borges, filho de Adolfo Borges
e Eugênia de Souza Borges. Lajeado (RS) é sua terra natal. Foi o sexto filho, mas,
depois dele, nasceram mais três. Tem três filhos: Helena Cristina e Adroaldo Borges
Júnior e Gilead da Fonseca.
Achando ser uma cidade de muito progresso – polo regional - e gostando do
nome, em agosto de 1980 arrumou um lugar e mudou-se para cá.
Em 1982 candidatou-se para ajudar a comunidade de Tigrinhos, onde residia.
Assim se justificou: “Haja vista que, certas localidades, que não têm um representante
que leve as suas reivindicações ao Executivo municipal, ficam um pouco esquecidas.
Foi por isto que me candidatei.” Seu partido, na eleição, fora o PDS. Na época do pleito
eleitoral era motorista de ônibus. E recordou: “Para mim foi algo inédito ter sido eleito
nesta legislatura por estar residindo há apenas um ano e seis meses no município. Só fui
candidato por ser um pedido especial de um grande amigo, Onérico de Lima.” Na
Câmara ocupou o cargo de vice-presidente e 2° secretário.
84
As maiores reivindicações que recebia: “interferência junto ao Poder Executivo
e demais órgãos públicos, no que tange às necessidades das comunidades: estradas,
verbas para clubes esportivos e igrejas e em favor de pessoas carentes.” Acrescentou:
“O requerimento mais importante que levei à Câmara foi o que pedia a isenção da
cobrança de passagens de ônibus municipais dos aposentados que moram na área rural
do nosso município, bem como a estudantes da área rural que estudam na sede”; e mais
“a isenção do pagamento do IPTU e melhorias, como calçamento, para idosos com mais
de 65 anos que têm renda menor de dois salários mínimos.” Deixou a vaga, na Câmara,
temporariamente, para o suplente Osório Crestani.
Candidatou-se para a 8ª Legislatura, mas ficou na suplência. Assumiu
interinamente. Obtendo 421 votos, voltou como titular na 9ª Legislatura (1993-1996),
pelo PMDB, ocupando a presidência na quarta sessão legislativa. Trocou de sigla
partidária para atender melhor os maravilhenses. E justifica: “O PMDB sempre foi um
partido com grande influência.” Então se tornou funcionário da Casan. Esteve
novamente na Câmara como titular da 10ª Legislatura (1997-2000), eleito pelo PFL,
com 383 votos. “Sempre participei da política e vou continuar participando, dentro de
minhas possibilidades” – anunciou Borges.
Contou a seguinte história acontecida no Legislativo maravilhense: “Fui
apelidado de ‘Mister M’ por fazer desaparecer da secretaria um projeto de lei que ia a
votação naquela sessão, na época em que o João Carlos Pereira era presidente.”
Diz que sonha com a polarização do nosso núcleo regional aqui em Maravilha.
Reside na Linha Glória, Cunha Porã.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Sétima Legislatura
2.1 Romildo Ferreira Coelho
Filho de Noé Ferreira Coelho e de Cristina Coelho, Romildo nasceu no dia 3 de maio de
1957, em Sobradinho (RS). Em 1962 mudaram-se para cá e quando das eleições de
1982 residiam no então Distrito de Tigrinhos. A atividade profissional era o comércio.
Casado com Noemi Fátima tem o filho Cleiton André.
A candidatura tem sido uma reivindicação recebida da comunidade de Tigrinhos
para representá-la na Câmara. Com 303 votos ficou na primeira suplência e assumiu em
virtude da vaga deixada pelo titular Darwin João Krauspenhar (PMDB) que transferiu
residência para Florianópolis. Procurou sempre dar atenção aos pedidos que recebesse:
melhorias na malha rodoviária, recuperação de prédios escolares, construção de praças
de esportes, jardins de infância, postos de saúde, telefonia rural, eletrificação rural,
sistema de abastecimento d’água, iluminação pública e calçamento na sede distrital.
Reivindicou e conseguiu a descentralização da administração municipal para o
Distrito de Tigrinhos, em agosto de 1986.
Deixou sua vaga, temporariamente, para outros dois suplentes: Valdemar
Lambrecht e Osvaldo Müller.
Quando vereador dizia ter um sonho: ver Maravilha elevada a polo
microrregional. “É um município ainda jovem e desponta a nível estadual pelos
crescentes avanços no campo econômico, cultural e social. Se o agricultor receber
efetivo apoio dos órgãos públicos e das entidades de classe, poderá manter-se no campo,
evitando assim o êxodo rural, um dos maiores problemas sociais do nosso município.
85
Maravilha carece ainda de um centro de aperfeiçoamento de mão-de-obra rural” –
referiu Coelho.
________________
“Quem recebe um favor deve lembrá-lo sempre; quem o faz deve esquecê-lo
rapidamente”( Sêneca, escritor e intelectual romano).
86
VIII Oitava Legislatura: 1º/01/1989 a 31/12/1992
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Egon Müller
Neuza Terezinha
Willinghöfer
Harri Laske
Partido
PMDB
Biazussi
Antonio Bertollo
Adelir Ademir Von Borstel
Ademar Antonio Scariot
Ademir Realdo Albrecht
Osvaldo João Ranzi
Claudio Baczinski
Martinho Aloísio Petry
Nelson Sehnem
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PDS
PDS
PDS
PDT
PDT
Nº de votos
Presidente da Casa
459
1º Egon Müller
2º Harri Laske
435
424
3º Neuza Terezinha Biazussi
Willinghöfer
412
301
282
365
241
222
407
190
Esta foi constituinte para a Lei Orgânica do Município, aprovada solenemente em
03/04/1990.
Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PDS: Ernesto Miguel Willinghöffer,
Victor Hugo Dal Mago, João Luiz Cembranel, José Nelson Malaggi, Jorge Adelar
Grando e Lorivan Leopoldo Webber; do PMDB: Darci Klumb, Adroaldo Borges, Neivo
Luiz Sartori e Joelci Zonatto; do PDT: Valdemar Roversi.
* Executivo municipal neste período: Miguel Nemirski (PDT/PDS/PFL) e Eloy José
Ranzi (PDT/PDS/PFL).
_____________________
1 Vereadores Titulares da Oitava Legislatura
1.1 Egon Müller
Vide Sétima Legislatura: 1.2.
Egon Müller foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatou-se
novamente para a Oitava Legislatura (1989-1992), sendo o candidato que obteve o
maior número de votos (459) do PMDB. Foi eleito primeiro presidente desta legislatura.
Em tempo: Com a emancipação do Distrito de Flor do Sertão (incorporando também a
Linha Pedra Branca), Egon Müller foi o primeiro candidato ao Executivo desse novo
município (1997-2001); sendo reeleito em 1°/10/2001 para o quadriênio 2002-2005. Um
detalhe: o partido que apresentou o candidato a prefeito (PMDB) elegeu também os
87
nove edis para a Segunda Legislatura, tornando-se um caso inédito no Brasil – naquela
eleição.20
1.2 Neusa Terezinha Biazussi Villinghöfer
Natural do Distrito de Jupiá, então Município de Galvão (SC), filha de Deolindo
Valentin e de Ignês Maria Biazussi, Neuza Terezinha nasceu no dia 19 de janeiro de
1964. São seis irmãos, um homem e cinco mulheres. Veio para Maravilha com três
anos, junto com a família, em 29/03/1967. Casou-se com Moacir Luís Willingöfer no
dia 20/01/1990 e tem os filhos Caroline e Cássio. Aqui residiu até 1993, quando –
acompanhando a família – foi para o Mato Grosso.
Embora não houvesse reunião de mulheres para escolher representante para
concorrer ao Legislativo municipal, aceitou o desafio e com o apoio da JPMDB e
incentivo dos familiares foi eleita, ainda solteira, com 435 votos para o quadriênio
1989-1992. De 15/10/1991 a 15/12/1992 licenciou-se da Câmara (em função da
maternidade), sendo substituída pelo suplente Neivo Sartori, da comunidade de Tope da
Serra.
Nessa época trabalhava no Escritório do Grupo Dall’Agnol (Kakareko). É
enfermeira, formada pela Fundação Educacional do Alto Uruguai Catarinense (Feaug),
com especialização em enfermagem Pediátrica pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Desempenhou um grande trabalho na área da promoção da saúde,
principalmente nas escolas do interior, onde as questões da área da saúde eram as mais
cobradas. Fazia campanhas educativas nas escolas e visitas domiciliares, tanto no
interior como nos bairros e centro. “Trabalhava com a razão, mas também com o
coração, fazendo tudo o que estava ao meu alcance para poder atender as necessidades e
anseios da comunidade”, afirmou Neusa Willinghöefer.
Atualmente é diretora administrativa da empresa da família (madeireira), em
Sinop (MT).
Destaca dois projetos levados à Câmara na 8ª Legislatura: criação da Delegacia
da Mulher (não concretizado) e, numa parceria entre Câmara de Vereadores, Leo Clube,
Apae e prefeitura municipal, foi implantada a coleta seletiva de lixo, depois ignorada.
Foi a terceira presidente da Câmara na 8ª Legislatura e, na avaliação do
relacionamento entre os poderes diz: “Com o Executivo foi regular, mas houve grande
desvalorização do Legislativo por parte do Executivo. Com o Judiciário foi
harmonioso.” Espera que chegue o dia em que a união de forças entre Executivo,
Legislativo, Judiciário e comunidade promovam a melhoria da qualidade de vida. Diz
que tem um carinho especial por Maravilha e classifica os maravilhenses como
hospitaleiros, trabalhadores, honestos e responsáveis; embora tenha alguns que “eu não
gostaria que fossem daqui. Gostaria que terminassem com a ‘politicagem’ que só
atrapalha o desenvolvimento e o crescimento do município e de sua gente”, conclui.
Ao fixar residência no Mato Grosso, não mais se envolveu na política, mas a
experiência que teve em Maravilha considera que foi válida e, “se voltassem os tempos
em que os políticos não eram remunerados, só concorreriam a cargos eletivos as pessoas
que realmente tinham uma história de serviço e doação para sua cidade. Infelizmente,
com a remuneração, virou uma profissão, e a maioria se candidata visando à
20
Conforme dados colhidos em Maravilha: sua terra, sua gente, sua história, de Francisco Gialdi. Porto
Alegre, EST Editora, 2003. p.535.
88
eremuneração e não representar e defender os interesses da comunidade que
representam.”
Na oportunidade de contar uma história ocorrida nas sessões da Câmara, trouxe
a seguinte: “Não poderia deixar de citar o meu colega vereador Nelson Sehnem que
durante os quatro anos de mandato, ao usar da palavra, independente do assunto a ser
abordado, antes de iniciar o pronunciamento propriamente dito, fazia um ‘comercial’ do
Sr. Brizola.” Outra: “Não posso deixar de registrar a presença assídua do Ari Spier nas
sessões do Legislativo. Ele tinha a escola de datilografia no mesmo andar onde
funcionava a Câmara de Vereadores; desta forma em praticamente todas as reuniões, a
presença dele era certa.”
Deixou registrada uma preocupação com a juventude: “Me preocupo em ver que
grande parte da juventude vive em lares mal estruturados que podem prejudicar muito a
sua formação. Por isso, muitos jovens que se lançam na política ou em qualquer área
profissional não têm a base familiar necessária para lhes dar a formação e o suporte
necessário.”
1.3 Harri Laske
Natural de Piratuba (SC), Harri Laske nasceu no dia 3 de abril de 1954; filho de Osvino
Laske (que foi vice-prefeito daquele município) e de Hilda Hepp Laske. São sete
irmãos: Milton, Semilton, Darci, Marlene, Marli, Harri e Marlise
Estudou em Lajeado Mariano até 1968. Em 1969 continuou seus estudos em
Piratuba. Veio para Maravilha em 1970 para trabalhar com o cunhado Geraldo José
Feyh na Casa Barraquinha e estudar. Em 1971 entrou no Colégio Agrícola de
Camboriú. Em 1972 retornou a Maravilha, onde se formou na Escola Técnica de
Comércio Rui Barbosa. Casou-se com Sonimari Magnanti, em 1979, e tem os filhos
Greyce Mariana, Harrison e Marina.
A exemplo do pai e dos irmãos e cunhados, Harri também teve intensa atuação
comunitária. Foi presidente da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de
Maravilha e por três anos presidente do CDL.
O objetivo principal que o levou a candidatar-se à vereança foi o de trabalhar na
lei orgânica municipal, o regimento interno da Câmara e atender os mais diversos
interesses da coletividade. Optou pelo PMDB do qual foi também presidente e obteve
424 votos. Depois dessa não mais se candidatou a cargos políticos.
Na 8ª Legislatura foi presidente da Comissão de Finanças e membro da
Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Saúde e Promoção Social. E o principal: foi
presidente da Constituinte que elaborou a Lei Orgânica do Município de Maravilha,
promulgada em 03/04/1990. Foi também o 2º presidente desta legislatura. Além dessas
funções, deu destaque à urbanização, limpeza pública, estradas do interior, melhorias no
atendimento à saúde e, especialmente, à educação. Quando presidente licenciou-se por
30 dias para que o vice-presidente, Adelir Ademir Von Borstel, pudesse assumir a
presidência da instituição. Na Câmara deixou vaga, temporariamente, para os suplentes
do partido Darci Klumb e Adroaldo Borges. Uma observação importante feita pelo
Laske: “As votações que ocorreram na Câmara na Gestão 1989/92 sempre foram
unânimes. Nunca se precisou do voto de minerva (do presidente) para desempatar.”
Assegurou também que “o povo maravilhense é inteligente e trabalhador, por si
só capaz de promover o desenvolvimento sócio-econômico e o bem-estar da
coletividade.” Mas acrescentou que gostaria de ver o município com taxa zero de
desemprego e a erradicação do analfabetismo.
89
Em tempo: Chegou-me às mãos, através do casal Geraldo José e Marlene Feyh, o livro
Osvino Laske: Histórias e Memórias (2009),21 do qual o vereador Harri Laske faz parte.
Quem inicia sua leitura só para no ponto final. A maior parte da semente que o Osvino
semeou era boa e caiu em terras férteis, incluindo Maravilha, e produziu muitos frutos.
Atualmente Harri reside no Bairro Trindade, Florianópolis, atuando no ramo
comercial.
1.4 Antonio Bertollo
Filho de Angelo Bertollo e Mafalda Grácia Dall’Agnol Bertollo, Antonio nasceu aos 10
de março de 1949 e é o terceiro mais idoso dos 10 irmãos. Aportou em Maravilha
quando tinha 14 anos, no dia 29/06/1963. A família estabeleceu-se em Flor do Sertão.
Na época aquela localidade ainda não era distrito. A razão que trouxe a família para cá
foi a tentativa de melhorar as condições de vida, visto que a agricultura nas “terras
velhas” do interior de Casca, onde residiam, não oferecia mais condições. Aqui em
Maravilha Antônio contraiu núpcias com Iraci Bertollo e tem dois filhos: Patrícia e
Patrick. Profissionalmente é autônomo, no ramo comercial.
A primeira experiência eleitoral ocorreu em 1982, quando se candidatou a
vereador. Obtendo 247 votos, ficou na quarta suplência da 7ª Legislatura. Assumiu
interinamente. Na campanha eleitoral seguinte (1988) foi eleito com 412 sufrágios e em
1992 reeleito com 560 votos. Na 9ª Legislatura foi eleito primeiro presidente da Casa
(1993). Novo mandato adveio com a eleição do ano 2000 para a 11ª Legislatura (20012004), somando 562 sufrágios; sempre pelo PMDB. A respeito do projeto mais
importante que apresentou ou teve participação na Câmara de Maravilha, citou a Lei
Orgânica do Município, aprovada em 3 de abril de 1990.
Sua base eleitoral: nas primeiras duas eleições foi a região de Flor do Sertão; nas
outras duas foi o centro e bairros. Além da presidência da Câmara, ocupou todos os
cargos da mesa diretora e de várias comissões. No partido foi presidente e ainda faz
parte do diretório. Na 8ª Legislatura tem oportunizado ao suplente do PMDB Joelci
Zonatto que assumisse por 60 dias.
Diz que se considera um parlamentar tímido, falando somente o necessário. Não
gosta de transgredir para não se comprometer. A prudência evita dissabores. “Votar pela
razão e não pela emoção” é um dos seus princípios. Destaca sua participação na
elaboração e aprovação da Lei Orgânica do Município, mas considera de grande
importância todos os projetos que participou na aprovação e cita os casos da conquista
do Frigorífico Aurora, o Campus Avançado da Unoesc e a Amerios que muito
contribuem para a projeção do município. Uma curiosidade: no ano em que Bertollo foi
presidente da Câmara (1993), foi dado o primeiro passo para a informatização,
adquirindo o primeiro computador.
A respeito das cobranças que mais recebia como vereador, lembra que o eleitor
do meio rural basicamente reivindica a melhoria nas estradas gerais, secundárias e os
acessos para as propriedades. A exigência também é constante no sentido de buscar
junto ao Poder Executivo programas que contemplem o agricultor com a melhoria das
propriedades, evitando assim o êxodo e o inchaço das periferias das cidades. As
comunidades interioranas insistem em programas comunitários para auxiliar clubes
esportivos, sociedades de damas, igrejas e a própria cultura. Querem a gratuidade do
21
O livro Osvino Laske: Histórias e Memórias foi publicado pela família em homenagem a esse herói ao
completar 90 anos. É da autoria de quatro familiares, sob a coordenação de Milton Laske, com a
participação de toda a família. Florianópolis: Impressul, 2009. 130p.
90
transporte escolar e merenda. Outra insistência: a presença do parlamentar nas festas,
exigindo brindes. Já no perímetro urbano rogam para que conceda emprego. Por ser o
vereador o legítimo representante do povo, Bertollo sempre deu atenção às suas
reivindicações.
“Ver todas as famílias maravilhenses protegidas por um teto e comida farta e
barata em suas mesas. Acabar com o desemprego e as grandes diferenças sociais.
Desejo o equilíbrio social”, referiu na entrevista. E acrescentou: “A Cidade das Crianças
é linda e generosa é sua gente. Não fosse o desprendimento dos administradores
públicos, dos empresários, professores, agricultores e operário, não seríamos hoje um
polo geoeconômico e político. Precisamos acreditar em Maravilha [...] Todavia, vejo
poucos jovens entrando na política. Quero crer que seja por causa de alguns maus
políticos que existem neste país.”
Abriu mão de concorrer a mais uma reeleição para dar oportunidade a outros
colegas de partido. “Na política nunca se coloca um ponto final [...] Resido em
Maravilha há 46 anos; conheço a maioria do povo e vejo nele um povo honesto e
trabalhador”, incluiu.
1.5 Adelir Ademir Von Borstel
Foi no dia 19 de fevereiro de 1962 que o maravilhense Adelir Ademir Von Borstel
nasceu tendo por pais Oti Lauro Von Borstel e Ady Weber Von Borstel. São quatro
irmãos. Casado com Marinês Terezinha Guareschi Von Borstel tem dois filhos: Arthur
Adelir Von Borstel e Abraão Adelir Von Borstel.
É professor e, atualmente, está lotado na Secretaria de Desenvolvimento
Regional de Maravilha como analista técnico em Gestão e Desenvolvimento Regional e
supervisor de Educação Superior. Além disso, tem empresa de transportes e trabalha
com avicultura. Ocupou o cargo de secretário municipal de Educação no período de
1993 a 1996 e de diretor de Ensino na Gered de 2003 a 2007.
Foi vereador da 8ª Legislatura, eleito pelo PMDB, mas ajudou criar o PSDB em
Maravilha por acreditar na social democracia brasileira. Aceitou a candidatura por causa
do convite de amigos, colegas professores municipais e líderes como Janir Signor,
Celso Maldaner e Clésio Dall’Agnol, candidato a prefeito naquela época. Conhece bem
o município e obteve votos em todas as urnas, sendo que a maior votação foi na
comunidade de Linha Traíras, com 30% dos votos.
Naquela época as reuniões da Câmara eram noturnas, em sala alugada, à
Avenida Sul Brasil. Porém, houve reuniões nas sedes dos distritos de São Miguel da
Boa Vista, Flor do Sertão e Tigrinhos; além de audiências – com o prefeito e secretários
– em outras comunidades e bairros. É bom ter presente que nesta Legislatura foi
elaborada e aprovada a Lei Orgânica do Município de Maravilha.
Quando no exercício da vereança foi primeiro secretário, membro da Comissão
de Educação, líder da bancada do PSDB e assumiu a presidência por um mês (em
substituição ao titular Harri Laske). As principais cobranças recebidas eram a defesa da
classe dos professores, amparo à educação, saúde, agricultura e fiscalização rigorosa e
permanente do Executivo. Sempre agiu com muita cautela, ética e responsabilidade.
Quando passou para a oposição, esta ficou com seis vereadores contra cinco da situação.
Por isso, o relacionamento com o Executivo nem sempre era amistoso.
Numa coligação para as eleições do ano 2000, o PSDB indicou-o como
candidato a vice-prefeito, sendo que o candidato a prefeito era Delson Roman, do PP.
91
Depois não mais disputou cargos eletivos e tem como prioridade a família, a empresa e
participar do desenvolvimento regional na área da educação.
“Maravilha é um município próspero; um povo maravilhoso; um excelente lugar
de se morar e viver [...] Que seja conduzido com paixão, ética e uma gestão responsável
[...] sendo que, “para exercitar lideranças precisamos incentivar a juventude para isto,
com amor à política e participação ativa na mesma”, escreveu Von Borstel.
1.6 Ademar Antônio Scariot
Nascido em São Miguel d’Oeste, no dia 25 de agosto de 1954, Ademar Antonio Scariot
é filho de Aldino José e Carolina Isabel Scariot; sendo o segundo filho de um total de
sete. Casado com Joice Scariot tem os filhos Israel, Itamara e Marco Antônio.
Com a missão de administrar, dirigir e coordenar o projeto avícola da Aurora,
em meados de outubro de 1985 transferiu residência para Maravilha. Ao final de
outubro de 1987, juntamente com um grupo de abnegados trabalhadores, foi colocado
em funcionamento o sonhado frigorífico.
Estava em Maravilha fazia menos de três anos, quando - nas eleições de 1988
para a constituinte da Lei Orgânica do Município - sentiu-se na obrigação de dar sua
contribuição também no campo político. Nesse meio tempo havia deixado a
administração do Frigorífico Aurora. Presidia então uma empresa de materiais de
construção e transporte. Inscrito no PMDB (e nunca trocou de sigla partidária) – sem
reduto político específico – contou nas urnas 282 votos. Na campanha deu destaque a
um pedido que anotou: continuar com o interesse pelas causas sociais, como tem feito
quando administrava a Aurora. Já no exercício do cargo, as principais cobranças eram
no sentido de evitar abusos e desmandos do Executivo. “E foi com uma oposição séria e
consciente que, ao final da 8ª Legislatura, fui escolhido pelo meu partido para coordenar
a campanha política, na qual nos consagramos com o maior percentual de vantagem na
História de Maravilha.” Em 03/10/1992, Celso Maldaner foi eleito prefeito com uma
diferença de quatro mil votos.
Na Câmara ocupou os seguintes cargos: presidente da Comissão de Legislação e
Justiça, presidente da Comissão de Finanças por dois períodos e presidente da Comissão
de Sistematização na Constituinte Municipal. As reuniões eram realizadas todas as
segundas-feiras e, alternadamente, às quintas-feiras: sempre às 18h, dando assim
oportunidade para que o público pudesse comparecer e testemunhar. Considerou o
projeto mais importante que encaminhou à Câmara aquele que criou o Ceprom (Centro
de Apoio e Profissionalização do Menor Abandonado) que funcionou por um bom
tempo, mas que depois foi deixado de lado. Também o projeto que oficializou o Hino de
Maravilha foi de sua autoria. Não se arrependeu de nenhum projeto que aprovou, mas
poderia ter evitado a criação de uma Comissão Especial – no início da legislatura – com
a finalidade de investigar o Executivo anterior. Melhor teria sido outro tipo de solução.
Nesses quatro anos de vereador tem oportunizado o cargo para três suplentes.
Como líder da bancada do PMDB tem participado, junto com outras lideranças, de pelo
menos quatro visitas ao presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina,
reivindicando a sede própria para o Fórum.
Assim interpreta a razão porque não mais participou da política: “É muito
simples: as coisas mudaram muito e há muito interesse próprio, para depois se pensar no
coletivo. Diria que falta muito para a política ser novamente interessante e tornar os
políticos, em sua maioria, mais sérios.” E incluiu seu sonho: ver Maravilha crescendo,
gerando oportunidade para todos, assim como bem-estar para toda a população, não
92
faltando remédios para a saúde, gratuitamente. Os políticos devem falar menos e agir
mais.
“Maravilha e sua gente estão preparados para o futuro. Haveria espaço para, pelo
menos, 20 mil pessoas a mais em nossa cidade e campo, mas que estas tivessem renda
(emprego) para assim nos tornarmos maiores e melhores. Temos quase tudo que uma
cidade maior tem, mas somos menos gente que poderíamos ser”, enaltece Scariot. E seu
pensamento, a respeito da militância da juventude atual na política, assim transcreveu:
“Há pouco interesse pela política por parte dos jovens. Mas estes seguem aquilo que
seus pais lhes passam. E, se estes também estão decepcionados pela causa, resta
aguardar que despontem alguns líderes mais jovens que abracem esta causa que é nobre
e que, quer queiram ou não, o amanhã a eles pertence.”
1.7 Ademir Realdo Albrecht
Filho de Armando Nelson e Ilga Albrecht, nasceu aos 19 de outubro de 1965, na Linha
Araçá, Maravilha. São três irmãos. Casou-se com Sandra Regina Cavalli Albrecht e
dessa união nasceram os filhos Cássio e Ramon.
Na 8ª Legislatura (1989-1992), atendendo desejo do pai que também foi
vereador, e do PDS, candidatou-se e foi eleito com 365 votos, principalmente do Novo
Bairro e imediações, onde trabalha no comércio mercadista, como empresário. Conhece
bem o município, inclusive o interior e, na função de representante, atendia as
reivindicações dos eleitores. Por isso na Câmara havia um bom relacionamento,
inclusive com a oposição, em função do bem comum.
No quadriênio 1997/2000 participou da administração municipal (vice-prefeito),
na época do prefeito Adélio Majolo. Depois se afastou da política para investir no ramo
comercial. Espera que Maravilha se torne um polo micro-regional e cresça cada vez
mais. É um ótimo município, muito bom para se morar e investir aqui.
Lembra que esse período legislativo foi constituinte para a Lei Orgânica do
Município de Maravilha.
“A política não faz parte do dia a dia do jovem, infelizmente”, desabafou Albrecht.
1.8 Osvaldo João Ranzi
Vide Quinta Legislatura: 1.3.
Osvaldo João Ranzi foi titular da Câmara na Quinta Legislatura (1973-1977).
Candidatou-se novamente para a Oitava Legislatura (1989-1992), obtendo 241 votos do
PDS. Esta legislatura foi a Constituinte que elaborou e aprovou a Lei Orgânica do
Município de Maravilha, promulgada em 03/04/1990, sendo que o relator geral foi o
vereador Osvaldo João Ranzi.
1.9 Claudio Baczinski
É maravilhense (de Tigrinhos), filho primogênito de Olivio e Ritta Baczinski. Nasceu
no dia 6 de dezembro de 1960. Tem outros três irmãos: Claudete, Cleusa e Rosicler
Baczinski. O pai foi vereador de Maravilha na Quinta Legislatura (1973-1977);
candidato a prefeito deste município em duas oportunidades (1976 e 1981) e primeiro
prefeito eleito do Município de Tigrinhos (1997-2000). Cláudio era escrevente e, com a
93
aposentadoria do pai no Cartório de Tigrinhos, tornou-se Escrivão de Paz designado.
Casado com Vera Lúcia Baczinski tem os filhos Raquel e Cláudio Baczinski Junior.
Candidatou-se, a pedido de amigos, principalmente para defender os interesses
do Distrito de Tigrinhos. Optando pelo PDS, obteve 222 votos. As principais
reivindicações levadas ao Executivo eram a melhoria nas estradas e o transporte gratuito
para estudantes, aposentados e deficientes físicos. O projeto de lei mais importante que
defendeu foi a criação do Jardim de Infância Criança Sorriso na sede do distrito. Por
reclamar demais das melhorias das estradas, pontes e pontilhões do Distrito de
Tigrinhos, foi formada uma comissão de vereadores e – com um carro do executivo –
visitaram toda a sua região. Na sessão seguinte da Câmara, o vereador Harri Laske
sugeriu que fosse feita uma indicação, assinada por todos os vereadores, sugerindo ao
Executivo urgência nas melhorias.
Deixou sua vaga, temporariamente, para os suplentes Jorge Adelar Grando e
José Nelson Malaggi.
Curiosamente a 1ª Câmara de Vereadores de Maravilha foi instalada em
31/01/1959, tendo como presidente - durante toda esta legislatura - seu tio, Demétrio
Bachinski; o primeiro regimento interno foi aprovado em 13/02/1959 e o Sr. Bachinski
o mandou imprimir na Livraria e Tipografia Santo Antônio de Não-Me-Toque (RS).
Buscou a vaga também para a legislatura seguinte (9ª), mas não ficou entre os
eleitos. Assumiu apenas interinamente.
Quando da campanha pró-emancipação de Tigrinhos, Claudio Baczinski
foi secretário geral da comissão organizadora. E ainda tem planos – em atenção a
pedidos de munícipes – de candidatar-se a cargo executivo em futuras eleições. Em
Maravilha candidatou-se pelo PDS; na primeira eleição de Tigrinhos deu apoio ao
PSDB e depois para o DEM, devido à substituição do partido no município.
“Nasci e me criei em Maravilha e tenho orgulho de dizer que sou filho desta
terra onde tenho muita amizade”, ponderou.
1.10
Martinho Aloísio Petry
Martinho Aloísio Petry teve sua origem em Vila Maquiné, 4º Distrito de Osório (hoje
Município de Maquiné), no litoral gaúcho – a 100 quilômetros de Porto Alegre - no dia
5 de junho de 1951. É o mais moço (tendo duas irmãs e um irmão) dos filhos do casal
Benjamin Petry e Dorívia Wagner Petry. Casado com Adiles Maria Petry são pais de
Jeferson, Luciano, Aline e Renata.
Aprovado em concurso do Banco do Brasil, em outubro de 1979, em dezembro
daquele ano foi designado para a agência de Maravilha, assumindo no dia 02/01/1980.
Atualmente aposentado é acadêmico de Direito da Unoesc de Maravilha.
Tem uma vida política muito ativa aqui na Cidade das Crianças. Petry foi titular
da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito pela coligação PDT e PDS.
Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (1993-1996), ficando na primeira
suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença do
parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de 08/09/1993, como titular
desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se afastado da política, ao final de
1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla (PMDB), em função da
conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 987
votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi novamente eleito para a Décima
Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos (o vereador mais votado desta
legislatura). Sempre obteve votos em todas as urnas, com destaque no perímetro urbano
94
(centro). Na Câmara tem exercido todos os cargos: vice-secretário, secretário, vicepresidente, presidente, líder da bancada e vice-presidente do PMDB. Mais: foi duas
vezes presidente da Acaverios (fortalecendo a associação e aumentando o número de
câmaras afilhadas).
Com Mikhail Gorbachev - o último secretário-geral do Comité Central do
Partido Comunista da União Soviética de 1985 a 1991, com suas reformas que
conduziram ao final da Guerra Fria – Petry reflete: “Quem não muda com o tempo é
punido pela vida”.
Na longa estada na Câmara de Vereadores dá destaque à seguinte participação
sua: incluir na Lei Orgânica do Município de Maravilha (1990) a isenção de imposos e
contribuições de melhoria para viúvas e aposentados carentes (ter uma só casa e
perceber até um salário mínimo). E arrepende-se desta: de ter votado favorável à venda
do terreno em frente a praça Padre José Bunse (antiga biblioteca). Deixou sua vaga
temporariamente para o suplente Victor Hugo Dal Mago (PDS). Tem respeito em
relação aos opositores.
Quanto ao porvir “não penso mais em disputar eleições. Exerci quatro mandatos.
Acredito ter feito por Maravilha o que é possível a um vereador fazer”; incluindo mais:
“Que se torne um centro de referência na educação (cultura: centros culturais,
bibliotecas públicas) e saúde [...] Maravilha é terra de um povo bom e acolhedor, que a
todos recebe de braços abertos”, deixou consignado o vereador Petry. Observando a
juventude nos dias atuais, comenta: “Esperamos sempre que a civilização avance e que
as gerações futuras tornem o mundo melhor, incluindo aí a atividade política” (...)
“Todos têm alguma coisa boa dentro de si. Todos podem fazer algo para melhorar o
meio em que vivem. O importante é saber quais são os nossos dons e colocá-los a
serviço”, preceituou Petry.
E concluiu com um pensamento bíblico para refletir: “Atenda de todo coração,
como se estivesse atendendo a Deus e não aos homens, porque você sabe que Deus irá
recompensar a todos por todo o bem que fizerem” (Paulo aos Efésios 6,7-8).
1.11
Nelson Sehnem
Natural de São Carlos (SC), Nelson Sehnem nasceu no dia 7 de maio de 1949. É filho
de Gustavo Osvaldo Sehnem e Emma Maldaner Sehnem, tendo como irmãos Elíria,
Iria, Milania, Silvania, Dulce, Olívio e Silvia. A família Sehnem transferiu residência
para Maravilha em 1962 por motivo de ficar mais próxima dos negócios em que atuava
e o Nelson internado no Seminário Nossa Senhora de Fátima.
Casado com Terezinha Madalena Kasper tem três filhos: Bárbara, Gustavo e
Rafael. Profissionalmente exerce a função de corretor de imóveis.
Militou na política, sendo fundador da Arena no Município de Modelo;
participou da instalação e foi presidente do PP em Maravilha; depois se inscreveu no
PMDB, também chegando à presidência; e, atualmente, está no PDT, onde exerceu a
presidência do diretório municipal e foi eleito vereador para a 8ª Legislatura (19891992) com 190 votos. Tem concorrido também a uma vaga de deputado estadual.
Nesta legislatura destaca o projeto de emancipação do Distrito de São Miguel da
Boa Vista; posteriormente formalizou também o apoio pró-emancipação dos distritos de
Flor do Sertão e Tigrinhos. Houve muita discussão na Câmara acerca de um projeto
sustentado pela Secretaria Municipal de Saúde, tendo Ivo Régis Thumé como titular,
inerente ao controle da natalidade. Foi retirado pelo líder do governo, por ter sido muito
95
polêmico. Por ser Maravilha um polo regional, tem buscado novas indústrias. E está
acompanhando as manifestações para a realização do prolongamento da BR-158
interligando o Município de Bom Jesus do Oeste e a instalação da Indústria de
Laticínios Bela Vista.
Quando foi líder do governo fez uma indicação para o então prefeito para que
efetuasse melhorias em todas as vias de tráfego (estradas e ruas) do município, pois já
estavam na Câmara mais de 300 solicitações de recuperação de estradas de acesso.
Assim, por uma única indicação, solucionou o problema.
Sehnem destaca o espírito de união que existe entre os maravilhenses quando se
trata de reivindicar um bem comum. São muitos modos de pensar e agir - além das
diferenças partidárias - contudo, todos se unem na busca de algo que se torna benéfico
para o município. Tudo converge para Maravilha.
“Vereador é um legislador, tem o compromisso de fazer leis e fiscalizar os atos
administrativos. Mas, na mente de muitos eleitores o vereador tem que fazer estradas,
encaminhá-los para hospitais, etc.”, referiu Sehnem.
Deixou sua vaga provisoriamente para o suplente Valdemar Roversi.
A respeito da juventude atual escreveu o seguinte parecer: “Precisamos renovar.
O descrédito dos políticos e a ditadura faz muitos jovens se desentusiasmarem.”
________________
“O único progresso verdadeiro é o progresso moral. O resto é simplesmente ter mais
ou menos bens” (José Saramago, escritor português).
96
IX Nona Legislatura: 1º/01/1993 a 31/12/1996
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Antonio Bertollo
Darci Klumb
Neivo Luiz Sartori
Adroaldo Borges
Antonio Valdir Ferraz
Aléssio Vendruscolo
Edio Bartz
Romano Valmor Tumelero
Dário Carlos Staudt
Janir Antonio Signor
Valdemar Roversi
Partido
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PFL
PFL
PDS
PDS
PSDB
PDT
Nº de votos
560
497
440
421
308
574
304
345
340
507
218
Presidente da Casa
1º Antonio Bertollo
2º Darci Klumb
3º Janir Antonio Signor
4º Adroaldo Borges
Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PDS: Martinho Aloísio Petry (de
12/04/1993 a 09/08/1993, em virtude da licença parlamentar do titular Romano Valmor
Tumelero e, a partir de 08/09/1993, como titular, com a renúncia ao mandato do
vereador Romano Tumelero, em 06/09/1993, por estar impossibilitado de exercer o
cargo, em função de suas atividades profissionais), Claudio Baczinski e André Jacob
Kreuz; do PMDB: Darci Klumb, José Luiz Borghetti, Ivo Badia, Jorge Adelar Grando e
Euclides Antônio de Barba; do PFL: Marino Weizemann e Gerson Berticelli
* Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB/PSDB) e Deolindo
Valentin Biazussi (PMDB/PSDB).
1 Vereadores Titulares da Nona Legislatura
1.1 Antonio Bertollo
Vide Oitava Legislatura: 1.4.
Antonio Bertollo foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992). Candidatouse novamente para a Nona Legislatura (1993-1996). Foi eleito primeiro presidente da
Casa desta legislatura. Novo mandato adveio com a eleição no ano 2000 para a Décima
Primeira Legislatura (2001-2004); sempre pelo PMDB.
1.2 Darci Klumb
Este gaúcho nasceu em Santa Cruz do Sul no dia 31 de janeiro de 1954. Veio residir em
Maravilha no dia 19/01/1981 por motivo de transferência de trabalho. É filho de Alsina
e Walter Klumb e tem duas irmãs e um irmão. Casou-se com Maria de Lourdes e dessa
união nasceram os filhos Angélica Marilin e Walter Inácio.
97
Politicamente sempre foi muito crítico. Era supervisor administrativo da
empresa Universal Leaf Tabacos e entendeu que era hora de fazer algo, mesmo depois
de aposentado. Por isso candidatou-se pelo PMDB. Teve como maior reduto eleitoral o
perímetro urbano (centro e bairros). Na Câmara ocupou os cargos de secretário e
presidente da segunda sessão legislativa da 9ª Legislatura.
A respeito da cobrança feita pelos eleitores, na campanha e no exercício da
vereança, assim se manifestou Klumb: “O vereador muitas vezes não é visto como um
legislador, um fiscal das ações do Executivo e sim como assistente social.” E, no
exercício da função, trouxe à lembrança um projeto de lei que deu destaque: “Lembro
do projeto que deu origem a Lei 2.268, de dezembro de 1996, que autoriza pagar
despesas médicas e hospitalares referentes a laqueaduras das trompas em mulheres e
vasectomia nos homens.” O relacionamento com o Executivo era sempre dentro da
maior harmonia, visualizando os interesses do município.
Foi titular dando sua contribuição na 9ª e na 10ª Legislaturas e confessou:
“Jamais direi que desta água não bebo”, referindo-se a seus planos políticos para o
porvir. E deseja que os comandantes não atrapalhem e deixem o município se
desenvolver, pois este nosso povo é ordeiro e trabalhador; incluindo: “Continuemos
sendo uma gente acolhedora com todos os que aqui chegam [...] Temos que pensar
urgentemente em local e espaço adequado para as mais diversas atividades.”
Klumb foi secretário de Administração de Maravilha (2001-2003) e secretário de
Agricultura de abril de 2003 a dezembro de 2008. Em 11 de agosto de 2009 assumiu a
gerência de Finanças e Contabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Regional de
Maravilha.
1.3 Neivo Luiz Sartori
Filho de José Sartori e Domingas Belló Sartori nasceu aos 11 de novembro de 1948.
Natural de Relvado (então Município de Encantado), mas se criou em Planalto (RS). Ele
tem 11 irmãos (só um falecido; que também foi vereador no Município de Planalto).
Como o pai tinha pouca terra naquelas bandas, em 1972 mudou-se para Maravilha, na
Linha Tope da Serra. Ali ficou atuando na agricultura até o ano 2000 quando passou a
residir na cidade de Maravilha. Casou-se com a professora Apolônia Sartori e dessa
união nasceram os filhos Soerlei, Valdecir e Valmir.
Sempre teve inclinação para a política e no ano que veio para Maravilha (1972)
teve eleições. Não conhecendo aqueles candidatos pediu “conselho” para o
farmacêutico Eloi Breda que lhe indicou o correligionário (PDS) Eloy José Ranzi.
Votou nele e fez campanha. No entanto, depois se inscreveu no PMDB. Foi candidato
em três eleições: na primeira, em 1988, ficou como suplente e assumiu por 30 dias; na
segunda, em 1992 foi eleito com 440 votos; na terceira, em 1996 foi suplente e assumiu
temporariamente. Quando vereador ocupou o cargo de vice-presidente da Mesa.
Deixou a vereança por um período de oito meses ao assumir a Secretaria
Municipal da Agricultura. Depois foi secretário de Transportes e Obras de 2001 a 2008.
Por isso insiste que é um dos maravilhenses que melhor conhece o município.
Atualmente goza da aposentadoria. Está assumindo a vice-presidência do partido só
para colaborar, pois “cada um de nós tem um dom e deve ser usado em benefício da
comunidade”, insiste. Gosta deste lugar e dificilmente o deixará.
As reivindicações que mais costumava ouvir era a melhoria das estradas e
medicamentos para os doentes. O projeto que mais insistiu foi o da perfuração de poço
artesiano na sua comunidade (Tope da Serra) que ainda funciona.
98
Deseja que a Laticínios Bela Vista que está se instalando em Maravilha gere
emprego, pois o salário recebido honestamente com o trabalho traz bem estar.
Interrogado acerca de uma história ocorrida na Câmara de Vereadores de
Maravilha, veio à tona o desentendimento entre os edis Adroaldo Borges e Edio Bartz.
O primeiro botou o segundo a sair da sala que ficava no segundo piso do prédio em
frente ao Banco do Brasil. “O Edio desceu a escadaria como um raio e deve ter
comunicado a polícia que veio em seguida.” Interrogado acerca da ocorrência Borges
respondeu aos policiais: “Se vocês achá o Edio todo quebrado na valeta digam que fui
eu.” O Sartori foi acalmar o Dário Staudt que defendia o Edio e usou a justificativa: “A
gente tem que ser homem!” E ouviu a ameaça: “O que, Sartori, me diga uma vez que
não sou homem.”
Sartori tem observado na juventude atual muita falta de interesse na política.
Talvez seja por causa dos políticos desonestos.
1.4 Adroaldo Borges
Vide Sétima Legislatura: 1.11.
Adroaldo Borges foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatouse novamente e assumindo na Nona Legislatura (1993-1996). Foram 421 votos do
PMDB. Foi eleito 4º presidente desta legislatura. Esteve novamente na Câmara como
titular da Décima Legislatura (1997-2000), eleito pelo PFL, com 383 votos.
1.5 Antonio Valdir Ferraz
Gaúcho de Horizontina, Antonio Valdir Ferraz nasceu no dia 8 de agosto de 1953. Seus
pais, João e Olga Gotardo Ferraz, tiveram 18 filhos: oito mulheres e dez rapazes. No
ano da emancipação de Maravilha (1958), Antonio – com cinco anos - veio junto com
seus pais, na expectativa de aqui encontrar uma terra próspera. Residiram inicialmente
na Linha Barro Preto e depois em Flor do Sertão. Atualmente seu endereço é no Bairro
União, Maravilha, com a esposa Vera Lucia Portella da Silva. Tem quatro filhos: Janete,
Ivete Lucia, Claudete Carla e Giovani.
Candidatou-se a convite do partido e lideranças e foi eleito para a 9ª Legislatura
(1993-1996). Na 10ª Legislatura ficou na suplência, mas assumiu interinamente.
Candidatou-se para a 11ª Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 513 votos. Na 12ª
Legislatura (2005-2008) era suplente, mas assumiu em definitivo a partir de 11/08/2008,
em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides Pissatto (DEM), por
determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por desfiliação
partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293). Seu partido sempre foi o PMDB.
Foi vice-presidente da Câmara em duas oportunidades; além de líder da bancada.
Trabalhou como servidor público (operador de máquinas). Atualmente continua
nessa tarefa, mas no setor privado.
As principais reivindicações que recebia como vereador era a melhoria de
estradas, apoio à agricultura (programa troca-troca, auxílio em horas/máquina). Os
eleitores do bairro insistem em ter creche, escola, água, luz, iluminação pública,
calçamento e abrigo de passageiros.
O vereador Ferraz foi presidente da Acaverios (Associação das Câmaras de
Vereadores do Entre-Rios) em duas oportunidades e buscou a integração dos
componentes das câmaras participantes. Foi secretário municipal de Transportes e
99
Obras também por duas vezes. Quando titular na Câmara oportunizou vaga
interinamente para os suplentes Fernandes Depiné, Martinho Petry e Euclides de Barba.
Por motivos pessoais não participou mais da política. Decepcionou-se muito com a falta
de honestidade e coerência na política. Todavia, sonha com o crescimento harmônico da
cidade, sempre voltado para o bem-estar de todos em todas as áreas: saúde, educação,
oportunidades de trabalho, empresas, indústrias, etc. “Maravilha é terra boa com gente
hospitaleira; orgulho do Oeste catarinense”, afirmou Ferraz.
A respeito da juventude, teceu o seguinte comentário: “A juventude de hoje está
desacreditada. Infelizmente a imagem do político corrupto predomina aos olhos de
todos, o que causa desinteresse na participação por parte de nossos jovens, fato este que
muito nos preocupa”.
1.6 Aléssio Vendruscolo
Aléssio Vendruscolo tem a seguinte família: pais Jacob Vendruscolo e Josefina Zago
Vendruscolo e 13 irmãos (nove mulheres e quatro homens). Residiam em Severiano de
Almeida (RS). Tendo parentes em Maravilha, Alessio veio em busca de novas
oportunidades, aqui se estabelecendo no dia 26/06/1973. Casado com Marlene Salette
Kist tem cinco filhas: Inês, Elena, Cleonice, Lurdete e Salete.
Trabalhou no comércio (Posto Texaco) e era massagista. Deixou a primeira
atividade, mas continua como massoterapeuta. Quando vereador, entre os pedidos que
mais recebia – além de trabalhos a serem feitos pela prefeitura -, era de medicamentos e
passagens.
Foi eleito pelo PFL (antes era do PP), sendo o edil mais votado dessa eleição. E,
por ser o mais idoso, conduziu o cerimonial de posse da 9ª Legislatura, assim como do
prefeito Celso Maldaner e vice-prefeito Deolindo Biazussi. Foi vice-presidente numa
sessão legislativa. Nesta legislatura foram realizados encontros de vereadores da região.
Oportunizou ao suplente Marino Weizemann assumir interinamente sua vaga na
Câmara.
Entre os projetos de sua autoria estão a regulamentação dos terrenos na beira do
rio Iracema; o trevo na área industrial; a devolução da área do DNER para o município;
limpeza e detonação para o indireitamento do rio Iracema. Também participou dos
seguintes projetos: instalação de água no Cemitério Público Municipal Jardim da Paz;
auxílio na aprovação do projeto da Unoesc (Campus Aproximado de Maravilha); da
Amerios; do Corpo de Bombeiros, entre outros.
Antes de vir morar em Maravilha foi vereador (o mais votado) e presidente da
Câmara de Severiano de Almeida (RS) em 1972; e foi convidado a concorrer a prefeito.
Integrou o Lions Clube Maravilha e fez parte do corpo de jurados.
Por questões de saúde e motivos particulares não participou mais da política,
mas tudo faz para atrair empresas, gerando mais empregos e crescimento para o
município. Afirmou: “Esta cidade é próspera, seu povo é hospitaleiro, ordeiro e bem
educado.” Mas insiste que a juventude e as mulheres devem participar mais da política
para garantir um futuro mais próspero.
A respeito do convívio com os edis – quando fora da Câmara – lembrou de uma
festa com partida de futebol na Linha Tope da Serra, sendo que o vereador Adroaldo
Borges marcou um gol (o da vitória) chutando a bola do meio do campo. “Foi
emocionante!”
100
1.7 Edio Bartz
Filho de Arthur e de Alzira Bartz, Edio Bartz nasceu aos 8 de outubro de 1957 na cidade
de Não-Me-Toque (RS). Em 1958 a família fixou residência em Cunha Porã, vindo
trabalhar na agricultura. Cursou o ensino médio na Escola Assis Brasil de Cunha Porã.
Nos anos de 1976 e 1977 Edio exerceu a função de eletricista junto à empresa de
Delfino Krüger de Cunha Porã. Em 1978, através de concurso público, ingressou na
Celesc. Em 1º/09/1979 mudou-se para Maravilha, vindo a assumir o cargo de chefe
desta agência, função que exerceu até 31/10/2004. Nos anos de 2006 e 2007 trabalhou
na Indumetal Indústria Metalúrgica Ltda., com o cargo de gerente administrativo e
financeiro. Em janeiro de 2008 requereu aposentadoria por tempo de serviço junto ao
INSS, comprovando 36 anos de contribuição.
Foi casado com Terezinha de Fátima Bartz com a qual teve dois filhos: Luiz
Felipe Bartz e Maria Luiza Bartz.
Ingressou no PFL em 13/03/1991, exercendo os cargos de presidente, vicepresidente, secretário, tesoureiro e delegado do partido. Concorreu às eleições para o
cargo de vereador em 1992, sendo eleito com 304 votos. Já no ano de 1996 foi eleito
com 628 votos, sendo até então o vereador mais votado do Município de Maravilha. Em
1º de janeiro de 1997 foi eleito primeiro presidente da Casa na 10ª Legislatura para o
biênio 1997/1998. Nesse mesmo período foi também eleito presidente da Acaverios.
Nos anos de 1998 e 1999 foi 1º vice-presidente da União dos Vereadores do Estado de
Santa Catarina - Uvesc. Participou de vários congressos nos dois mandatos que assumiu
como vereador, incluindo o Congresso Sul-Americano de Vereadores, em Joinville.
Na sessão especial de 02/07/2004 recebeu “homenagem pelos relevantes
serviços prestados à coletividade maravilhense”, tendo seu quadro elevado à Galeria dos
Ex-Presidentes da Câmara de Vereadores de Maravilha. Ao fazer uso da palavra assim
se manifestou: “A cada minuto temos a liberdade e a responsabilidade de escolher para
onde queremos seguir; mas é bom lembrar que: tudo na vida tem o seu preço, assim
como a política; mas, para mim ela foi um grande aprendizado. Desta forma encerro a
carreira política agradecendo o apoio que recebi da comunidade maravilhense, em
especial a meus familiares.”
Teve também seu quadro elevado na galeria do Lar de Convivência dos Idosos
Sempre Unidos, em virtude de seus serviços prestados à entidade, especialmente na
elaboração do Estatuto Social e demais registros da entidade.
No ano de 2007 concluiu o curso de Formação de Técnico de Transações
Imobiliárias; inscreveu-se no Sistema Cofeci/Creci e atua como corretor de imóveis.
Além deste tem feito mais de uma dezena de cursos e treinamentos e participado de
seminários.
Em 1° de setembro de 2008 firmou Contrato Particular de Cunho Patrimonial
entre Conviventes com Janice Roani.
1.8 Romano Valmor Tumelero
Vide Sétima Legislatura: 1.9.
Romano Valmor Tumelero foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988).
Elegeu-se novamente para a Nona Legislatura (1993-1996), com 345 votos do PDS.
Impossibilitado de exercer o cargo, em função de suas atividades profissionais, em São
Paulo, renunciou oficialmente no dia 6 de setembro de 1993, e sua vaga foi assumida –
em definitivo – por Martinho Aloísio Petry.
101
Em ato emocionante, Tumelero ocupou a tribuna e justificou-se: “Ocupo, pela última
vez, pelo menos nesta legislatura, esta Tribuna, para, na forma do artigo 80, item II,
letra “e” do Regimento Interno desta Casa, apresentar meu pedido de renúncia do cargo
que ocupo desde 1° de janeiro de 1993. Em tantos e tantos anos de militância política,
confesso-vos que jamais imaginei um dia subir à tribuna para renunciar; porém, nas idas
e vindas desta vida moderna, às vezes nos deparamos com situações inusitadas, e temos
que tomar uma decisão. Como é do conhecimento dos senhores, e do próprio povo de
Maravilha, já há algum tempo centralizamos nossas atividades comerciais na capital
paulista, por estar aí o coração econômico-financeiro do país. [...] Como prova de
estima a esta comunidade, da qual faço parte desde 1960, aqui manterei meu domicílio,
pois, embora não sou nascido em Maravilha, meu coração palpita por esta terra
progressista e ordeira. [...] Estamos, assim, renunciando ao cargo de vereador, mas não
estamos renunciando a esta terra, à qual haveremos de continuar servindo, mesmo sem
mandato, nos dias em que aqui estivermos.”
1.9 Dário Carlos Staudt
Nascido em São Carlos (SC), no dia 9 de junho de 1945, Dário Carlos é filho de
Leonardo Aloísio e Alice Staudt e tem seis irmãos (Ivo, Edi, Nelsi, Valdir, Darci e
Eloi). No dia 27/06/1967 transferiu residência para Maravilha, vendo que seria um lugar
que proporcionaria um futuro bom. Casado com Araci Assmann Staudt, tem cinco
filhos, registrados com os nomes de Jair José, Delcir Jacó, Zenaide, Eloir e Wanderlei.
Foi vereador da 9ª e da 10ª Legislaturas para ajudar a trabalhar em favor do
progresso do município, candidatando-se pelo PDS (PP). Seu principal reduto eleitoral
foi nas linhas Consoladora e São Paulo, além da cidade. Mais tarde filiou-se ao PMDB,
mas sempre foi imparcial, tendo em vista o bem do município. Profissionalmente atuava
e continua até hoje no ramo do comércio. Na prefeitura municipal ocupou o cargo de
secretário da Indústria, Comércio e Turismo no período de 2005 a 2008 quando era
prefeito Juarez Vicari.
Na Câmara exerceu as funções de presidente da segunda Sessão da Décima
Legislatura. O mandato era de dois anos, mas deixou o 2° ano para o vereador João
Carlos Pereira. Foi também presidente do partido por três vezes. A respeito das
campanhas: os eleitores observavam o trabalho e o comportamento do candidato,
depositando desta forma sua confiança num representante; cobrando, depois, no setor da
saúde, infra-estrutura da cidade, estradas... Sempre deu a merecida atenção, porque esta
é a função do vereador.
O relacionamento com outros legislativos municipais, principalmente da nossa
região, foi bom e participativo, tendo sido organizado um encontro da Acaverios em
Maravilha. Quanto aos projetos que encaminhou e a participação na aprovação dos
projetos de outros, afirma que sempre tomou as decisões “com muita maturidade e
embasamento”.
Quanto à sua participação política, diz que continuará a dar sua contribuição,
mas, no processo eletivo, deixará lugar para outros passarem pela mesma experiência e
contribuição; esperando que Maravilha sempre seja governada por pessoas que tenham
visão de futuro, seguindo a moral e a ética. Afirma que neste município temos pessoas
de várias origens, mas que – conjuntamente – trabalham pelo engrandecimento. E inclui
um desabafo: “Vejo que a juventude se envolve muito pouco na política. Talvez seja
reflexo de muitas notícias ruins de alguns políticos brasileiros. Mas esperamos que isto
mude.”
102
“Queremos parabenizar o professor Gialdi e também o vereador César Frandoloso
por terem dado oportunidade para que os ex-vereadores pudessem ser lembrados através
desta importante publicação”, afirmou Staudt.
1.10
Janir Antonio Signor
Natural de Ilópolis (RS), este vereador maravilhense é filho de Danilo Signor e de Elena
Moras Signor. Nasceu no dia 25 de março de 1963 e tem sete irmãos. Em 1974, ouvindo
propagandas de ser esta região muito promissora, tendo terras boas para o cultivo, sua
família veio morar em Maravilha. Janir é casado com Nadia Fritzen Signor e tem três
filhos: Diogo Signor, Miriane Drewes e Maria Helena Signor. É professor e orientador
educacional.
Politicamente Janir Antonio Signor faz parte do PSDB como fundador (21 anos
de PSDB em Santa Catarina) contribuindo com a democracia. Foi titular da Câmara na
9ª Legislatura (1993-1996), sendo eleito 3º presidente da Casa nesse período (1995).
Candidatou-se novamente para a 12ª (2005-2008), sendo eleito com 540 votos. Foi o
segundo presidente da Câmara desta legislatura (2006). E continuou na Câmara na 13ª
Legislatura (2009-2012), eleito pelo PFL, com 721 votos. E declarou que está à
disposição do partido para a continuidade, com preferência pelo Poder Legislativo.
Entre as reivindicações mais ouvidas estão as que dizem respeito a programas
educacionais, geração de emprego, creches, capacidade para legislar e compromisso
com a população. De sua parte cita como projeto de lei mais importante que
encaminhou à Câmara – juntamente com o vereador Láurio Stieler (PP) – a Emenda na
Lei Orgânica, alterando o art. 154, com a destinação de áreas para praças públicas e
equipamentos públicos. E diz que não se arrepende do que faz na Câmara porque, antes,
consulta a comunidade para a tomada de posição. Mais: sempre primou pelo respeito à
hierarquia dos poderes e da competência de cada um.
A respeito da participação dos nossos vereadores fora do município (com outras
câmaras da região), cita a associação denominada Acaverios, com sede em nossa cidade
e, em termos estaduais, a Uvesc. Portanto ocorre um bom relacionamento.
“Que tenha casa (habitação) para os maravilhenses, oportunidade de saúde para
todos e emprego para a nossa gente com mais creches para os pais deixarem os filhos;
sabendo que o povo daqui é trabalhador e acolhedor que faz maravilhas em Maravilha”,
desabafou Signor. Acrescentando: “A nossa preocupação maior como vereador é
oportunizar à juventude a inserção na política, pois a eles caberão os destinos nos dias
vindouros.”
1.11
Valdemar Roversi
Filho de José Roversi e Arcilda Potrich nasceu aos 17 de julho de 1955, em Anta Gorda,
então Município de Encantado (RS). Era o penúltimo dos oito irmãos. Em 1964 saíram
das “terras velhas” e vieram para Maravilha, estabelecendo-se de agregados na Linha
Chinelo Queimado. Lá era citado como participante do Grupo dos Onze.22 Casou-se
22
O Grupo dos Onze (G-11) consistia na organização fechada de onze companheiros (como em um time
de futebol) ou comandos nacionalistas liderados por Leonel Brizola, que foram formados em todo o
Brasil em 1963. O G-11 seria a vanguarda avançada do Movimento Revolucionário, a exemplo da Guarda
Vermelha da Revolução Socialista de 1917 na União Soviética.
103
com Laura Becker e dessa união nasceram Everton Giovani e Alecxandro Edinei e
reside na Linha Araçá.
Atendendo a uma pressão da juventude (principalmente no meio agrícola), em
três oportunidades concorreu às eleições para a Câmara de Vereadores: na 7ª e na 8ª
legislaturas ficou na suplência, assumindo temporariamente, inscrito na Arena; na 9ª
Legislatura ficou como titular, eleito pelo PDT. Seus votos foram “pulverizados”: em
todo o município, pois foi um candidato classista (agricultor). Na Câmara existiam mais
partidos, mas funcionava como situação e oposição e discutiam “amadurecendo” a
questão, sem ter combinações de “compadres”. Era cobrada uma postura: “se é da
oposição tem que ser oposição”.
Quando na Câmara participou de Encontro de Vereadores em Florianópolis,
tendo como palestrantes Prisco Paraíso e Luiz Carlos Prates. Lembra que perguntou: por
que não enfrentar o Judiciário, tido como um poder superior? - provocando uma grande
discussão. E inclui que em Maravilha o Judiciário deixou muito a desejar naquela época
porque não dava atenção a pedidos ou observações do Legislativo. Foi autor do projeto
de lei que diz respeito ao silencio a partir de 22h no perímetro urbano assim como em
certas horas do dia em lugares como o hospital e escolas. Teve destaque no projeto que
deu a emancipação política aos distritos de Flor do Sertão e Tigrinhos. Fez parte da
comissão da Câmara representando o PDT, partido do presidente da Assembléir
Legislativa deputado Afonso Spaniol.
Embora faça mais de uma década que deixou esse cargo eletivo, perguntado se
tem planos políticos para o futuro, respondeu: “Quando se fala em política nunca se diz
ponto final; deve-se colocar uma vírgula e continuar. Tivemos um ontem; temos um
hoje e teremos um amanhã”. E fez referências a duas bases para os administradores: a
saúde e a educação funcionando bem, o resto vai bem ao natural.
Lembrando que foi candidato a primeira vez com 26 anos, considera a juventude
atual um pouco fria politicamente: tem medo de se envolver.
Quando titular na Câmara de Vereadores não deu oportunidade a suplente
porque foi pressionado por líderes políticos como se fossem eles que mandavam.
Chegou a preparar o documento para deixar a vaga por dois meses, mas quando se viu
humilhado voltou atrás e manteve-se até o fim.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Nona Legislatura
2.1 Martinho Aloísio Petry
Vide Oitava Legislatura: 1.10.
Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito
pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993,
em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de
08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se
afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla
(PMDB), em função da conjuntura nacional. Assim atuou na Décima Segunda
Legislatura (2005-2008) e continua na atual (2009-2012).
104
_________________
“Sem educação não há democracia consolidada e justiça social” (Oded Grajew,
empresário).
105
X Décima Legislatura: 1º/01/1997 a 31/12/2000
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Edio Bartz
Láurio Stieler
Gilmar Antônio Schaefer
Adroaldo Borges
Ivo Badia
Darci Klumb
Jorge Adelar Grando
Dário Carlos Staudt
Genuir Bassani
Orli Genir Berger
João Carlos Pereira
Partido
PFL
PFL
PFL
PFL
PMDB
PMDB
PMDB
PPB
PPB
PDT
PSDB
Nº de votos
Presidente da Casa
628
1º Edio Bartz
567
2º Dário Carlos Staudt
479
3º João Carlos Pereira
383
525
486
411
503
467
544
273
Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PFL: Jaime Luiz Sangalli; do PMDB:
Antonio Valdir Ferraz, Neivo Luiz Sartori e Doraci Felisiak; do PSDB: Armando
Vicente Benetti; do PPB: Miguelina Pirolli Frandoloso; do PDT: Claudir Preuss.
* Executivo municipal neste período: Adélio Majolo (PFL/PPB) e Ademir Realdo
Albrecht (PFL/PPB).
____________________
1 Vereadores Titulares da Décima Legislatura
1.1 Edio Bartz
Vide Nona Legislatura: 1.7.
Edio Bartz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se
novamente para a Décima Legislatura (1997-2000), pelo PFL, sendo o mais votado (628
votos); foi também eleito primeiro presidente desta Legislatura.
1.2 Láurio Stieler
É natural de Maravilha, filho de Lori e Maria Olinda Stieler. Nasceu no dia 17 de
novembro de 1963 e tem três irmãos. Casado com Elisete Bertolo Stieler. Para os filhos
deu os nomes de Rafael e Eduardo.
Foi candidato pela primeira vez em 1997, estando filiado ao PFL. Aceitou a
candidatura em virtude da desistência do correligionário Adriano Breda e diante da
insistência do ex-patrão Milton José Berto, da Becafer. Hoje é um pequeno empresário e
106
está nas fileiras do PP. Ao citar seu principal reduto político, escreveu: “Graças à
amizade e o trabalho que sempre fiz, sou lembrado em todas as urnas.”
Foi o segundo presidente da 10ª Legislatura, permanecendo na função por dois
anos seguidos. Foi também presidente do PP e da Acaverios. Assim age: “Para que
trabalhemos em prol de Maravilha, não pensando somente no partido ou em grupos
isolados, entendo que este é um dos motivos de ter sido eleito quatro vezes vereador.”
Deixou vaga temporariamente para os suplentes Denise Grumoski Primon e Pedro Luiz
Fávero, na 12ª Legislatura.
A respeito dos projetos mais importantes que apresentou na Câmara, selecionou
estes: “Em 1999 apresentei o Projeto de Lei Legislativo nº 007, que institui uniforme
padrão escolar na rede pública de ensino que virou Lei Municipal 2.448/99. Já em 2009
apresentei a Emenda à Lei Orgânica que já foi aprovada obrigando todos os loteadores a
deixarem áreas (terrenos) para implantação de praças, creches e outros equipamentos
que o município entender ser necessário para aquela área.”
Foi quatro vezes candidato e em todas elas eleito vereador e será com a
aproximação da próxima eleição que tomará a decisão de participar ou não do pleito.
“Vejo um povo que ama esta terra, tem orgulho dela e investe aqui porque
acredita num futuro melhor aqui em Maravilha. Acredito que é o sonho de cada
maravilhense, para que tenhamos, a cada dia que passa, melhores condições para todos
nós”, referiu Stieler. Preocupa um pouco a falta de interesse dos jovens pela política.
Trouxe à lembrança uma sessão “quente” do Legislativo maravilhense: “Os
Vereadores discutiam um novo contrato com a Casan, e neste dia tivemos uma noite
tumultuada com algumas pessoas invadindo o plenário como forma de manifestar,
ultrapassando um pouco os limites daquilo que eu entendo como democracia.”
1.3 Gilmar Antonio Schaefer
Nascido em Maravilha no dia 2 de junho de 1964, ele e mais cinco irmãos são filhos de
Osvaldo e Clementina Schaefer. Casado com Neiva Rossa Schaefer tem uma filha com
o nome de Karine Clementina.
Politicamente, para a X Legislatura foi eleito pelo PFL e atualmente está inscrito
no PT por opção. No ramo profissional iniciou como funcionário de empresa gráfica,
sendo agora proprietário no mesmo ramo, a Tele Artes Gráfica. Em virtude dessa
atividade, não mais se candidatou a cargos políticos. Todavia tem um sonho: ver
acontecer um projeto para construir um parque mini cidade voltado à criança. Na sua
legislatura destaca a Lei de Preservação da Mata Ciliar, nas proximidades da captação
de água da Casan.
Considera Maravilha uma cidade que evolui muito, destacando os clubes de
serviço. Contudo, no aspecto político, muitos vereadores não têm posição definida,
havendo acordos não cumpridos.
“Foi um grande aprendizado, uma experiência incomparável que a população
maravilhense me concedeu sendo vereador,” acrescentou quando se referiu a respeito do
exercício da função de vereador.
1.4 Adroaldo Borges
Vide Sétima Legislatura: 1.11.
107
Adroaldo Borges foi titular da Câmara na Sétima Legislatura (1983-1988). Candidatouse para a Nona Legislatura (1993-1996), sendo eleito com 421 votos do PMDB. Foi
então 4º presidente. Esteve novamente na Câmara como titular da Décima Legislatura
(1997-2000), eleito pelo PFL, com 383 votos.
1.5 Ivo Badia
Filho de José e Soeli Badia nasceu aos 3 de março de 1968 em Linha Rainha da Serra,
atual Município de Tigrinhos. Tem três irmãos: Nilson, Marizete e Zanete. Veio morar
em Maravilha em 1968 junto com os pais. Casado com Adriana tem três filhos,
registrados com os nomes de Samara, Gabriela e Rafael.
Gosta de política e para contribuir com a sociedade maravilhense, trabalhando
para melhorar a qualidade de vida desta comunidade, resolveu candidatar-se e foi
vereador na 10ª e 11ª legislaturas. Inscrito no PMDB fez votos em todo o município.
Nunca trocou de sigla partidária. Se chamado, disse que dará, sempre que possível, mais
contribuições. Profissionalmente na época era representante comercial (Folle Indústria e
Comércio) e no momento é supervisor comercial da FM Pneus.
Foi o segundo presidente da Câmara na 11ª Legislatura, tendo também assumido
os cargos de vice-presidente e 2º secretário. No partido foi duas vezes presidente: nos
anos 1997/1998 e 2006/2007. Em termos de reivindicações recebidas destaca a melhoria
de estradas, educação, saúde, incentivo para a instalação de novas empresas; sendo que
os projetos que mais defendeu são aqueles do bônus fiscal para a agricultura, doação de
diversos terrenos para a instalação de empresas, criação da área industrial no Bairro
Floresta e vários projetos para a melhoria da educação e agricultura no município.
Na 10ª Legislatura “o Executivo, o Legislativo e o Judiciário sempre respeitaram
um ao outro, trabalhando para o bem da comunidade e em relação à oposição sempre
teve um relacionamento coerente com os compromissos em prol da coletividade”,
afirmou Badia. “Que os governantes ora eleitos pelo voto direto para governar em nosso
município coloquem os interesses dos munícipes em primeiro lugar, fazendo de
Maravilha um lugar onde todos se sintam bem para viver com igualdade para todos.
Assim fazendo com que a cidade realmente se torne uma oportunidade para todos: boa
de viver, com gente hospitaleira e grande calor humano”, emendou esse vereador.
A respeito da juventude nos dias atuais diz que deve se envolver mais na
política, para que suas idéias sejam colocadas em prática provocando uma renovação
nas pessoas e nas funções, pois o que se vê geralmente são os mesmos se revezando nos
cargos, não dando oportunidade para outros.
1.6 Darci Klumb
Vide Nona Legislatura: 1.2.
Darci Klumb foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Candidatou-se
novamente pelo PMDB para a Décima Legislatura (1997-2000), obtendo 486 votos.
1.7 Jorge Adelar Grando
Nasceu na Linha Barro Preto interior de Maravilha, no dia 14 de setembro de 1965.
Seus pais, Luiz e Albina, tiveram – além do Jorge – mais nove filhos. Casado com
108
Marclei L. R. Grando tem três filhos: Fernanda, André e Bianca. É técnico em
agropecuária e atua na agricultura e representação comercial.
Além da Linha Barro Preto, comunidade que representou, obteve votos em todas
as urnas do município, totalizando 411 sufrágios. Quando vereador as reuniões da
Câmara aconteciam todas as segundas-feiras à noite e as duas últimas quintas-feiras do
mês.
As reivindicações mais trazidas pelos munícipes eram a melhoria das estradas e
redes de distribuição de água potável nas comunidades. Entre os projetos que deu
grande importância e converteu-se em lei está aquele que diz respeito ao manejo e uso
de agrotóxicos.
1.8 Dário Carlos Staudt
Vide Nona Legislatura: 1.9.
Dário Carlos Staudt foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996).
Candidatou-se novamente para a Décima Legislatura (1997-2000), obtendo 503 votos
do PPB; sendo eleito 2º presidente desta legislatura.
1.9 Genuir Bassani
É maravilhense. Nasceu em Linha Guaraipo, no dia 10 de junho de 1967, filho de
Carmelina Bassani e Evaldo Preuss. A família mudou-se para a cidade (o Novo Bairro)
para buscar um futuro melhor, quando Genuir contava 40 dias. Tem quatro irmãos:
Edite, Ignês, Leonel e Élio. Casado com Andiara Denise Kreuz Bassani e são pais de
Paulo Roberto e Jorge Fernando.
Foi vereador da 10ª Legislatura – obtendo votos em todas as urnas – com o
objetivo dar sua contribuição para a sociedade. Foi eleito pelo PPB, com a soma de 467
votos, principalmente no Novo Bairro, Cohab, Bairro Floresta e Civemara. Em 2006
inscreveu-se no PSDB, na busca de espaço, alcançando a presidência do partido no
município. Profissional do sistema de comunicação foi o único radialista eleito nesses
50 anos de Maravilha. Após o cumprimento do mandato foi assessor de comunicação da
Câmara em duas oportunidades. Atualmente exerce a função de secretário de Recursos
Humanos e Gestão de Pessoal na Prefeitura Municipal de Tigrinhos, mas anunciou o
sonho um dia ser prefeito de Maravilha. “Trata-se de um povo ordeiro e trabalhador.
Temos muitas referências na política, cultura, esporte e educação. O povo de Maravilha
tem orgulho de sua cidade”, afirmou.
Bassani participou de vários eventos e cursos promovidos pela União dos
Vereadores do Estado de Santa Catarina, Uvesc. Fez diversas visitas a parlamentares
catarinenses na Assembléia Legislativa e participou como assistente de sessões na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Oportunizou a vaga temporariamente para a suplente do PPB Miguelina Pirolli
Frandoloso. Foi projeto seu a Lei Anti-fila Bancária. Está em vigor, mas ninguém teve a
coragem de fazer uso dela.
A respeito do envolvimento da juventude na política escreveu: “Devemos nos
envolver, senão alguém vai fazer em nosso lugar.”
1.10
Orli Genir Berger
109
Nascido em Cunha Porã, no dia 8 de novembro de 1966, Orli Genir Berger é filho de
Eugênio Lutero Cândido Berger e Clacilda Noveli Berger. Tem uma irmã: Sonia Berger
Diehl. Em 1968 estabeleceram-se em Tigrinhos, onde já residiam os avôs paternos. É
casado com Elena Wolmuth Berger e pais de Flávia e de Renata Berger.
Sua participação político-eletiva: na 10ª Legislatura, como candidato do PDT e
na 11ª, sendo eleito pela coligação PPB e PTB. Trocou a sigla partidária (PDT pelo
PTB) porque sempre teve uma preocupação com as pessoas menos favorecidas e buscou
a candidatura para melhorar a qualidade de vida do povo maravilhense. Por isso, na
vereança deu atenção especial na área da saúde e na assistência social. Além de ocupar
cadeira na Câmara foi vice-prefeito (2005-2008) e é o atual prefeito de Maravilha
(2009-2012). Profissionalmente atuava como funcionário público municipal.
Na 10ª Legislatura foi membro das Comissões de Finanças, Legislação, Justiça e
Educação; e na 11ª Legislatura foi presidente da Câmara durante um ano. Deu grande
apoio às associações Acaverios e Uvesc. Todas as reivindicações tiveram atenção
especial, mas menciona como projeto de lei que deu destaque aquele que determina
espaço para portadores de necessidades especiais em frente a órgãos públicos nas ruas e
avenidas de Maravilha.
Na 10ª Legislatura deu oportunidade ao suplente Claudir Preuss (PDT). Mesmo
quando oposição sempre buscou bom relacionamento e diálogo. Por isso o processo foi
tranquilo. Sempre defendeu a independência dos poderes. Deseja que o Município de
Maravilha continue nesse franco desenvolvimento e, num futuro muito próximo,
possam ser diminuídas as diferenças sociais. “Tenho o maior orgulho de nossa gente
que escreve diariamente sua história de lutas e superações. Maravilha é o melhor lugar
para se viver e tem as melhores pessoas para se conviver”, tornou público Berger. E
trouxe à lembrança o envolvimento da 11ª Legislatura nas questões da Escola de
Educação Básica Nossa Senhora da Salete onde – a princípio – seria feita uma reforma,
mas que, depois sensibilizaram o governador Esperidião Amin para a remodelação
completa e ampliação.
A respeito da juventude Berger emitiu a seguinte opinião: “O jovem quer entrar
no mercado de trabalho; por isso, nosso desafio – todos temos que nos unir e ajudar –
primeiro será na formação e após que ele tenha oportunidades aqui em Maravilha.” E
acrescenta: “Temos um potencial enorme, tanto no município como nos seres humanos.
Se utilizarmos isto para construir – independente do tamanho da obra, cada um fazendo
sua parte -, teremos um mundo melhor. Que os desvios de conduta dos desonestos
sirvam de exemplo do que não devemos fazer.”
1.11
João Carlos Pereira
Filho de Odorico Antunes Pereira e Terezinha da Silva Pereira nasceu aos 29 de
setembro de 1965. Natural de Joaçaba (SC) tem um irmão, Bruno Antunes Fogaça.
Casou-se com Ana Dagostin Pereira e dessa união nasceram os filhos Thiago, Giovanni
e João Pedro.
Veio morar em Maravilha no dia 12/06/1989 pela projeção e progresso dessa
cidade no cenário estadual. Atualmente reside em Chapecó.
Nas eleições municipais de 1996 concorreu a uma cadeira na Câmara e, com 273
votos - principalmente do centro e bairros - foi eleito delo PSDB. Era então comerciante
e atualmente atua na advocacia. Em razão disso não mais está se envolvendo
politicamente.
110
Na Câmara foi o terceiro presidente deste período legislativo e no partido foi
também presidente; sendo que as principais cobranças feitas pelos eleitores eram
postura e cumprimento das promessas de campanha. Considera seu mais importante
projeto encaminhado à Câmara a criação através de lei que obriga todas as escolas
municipais a oferecer a disciplina Inglês desde os primeiros anos (jardim até a 8ª série).
Deixou sua vaga, temporariamente, para o suplente Armando Vicente Benetti.
Ao comentar o Município de Maravilha assim se expressou: “Beleza de
maravilha e sua gente! Facilidade de fazer amigos”. E almeja que o município se torne
um polo regional, principalmente com a instalação de órgãos de representação estadual
e federal.
Observando a situação atual “penso que a juventude não está dando a atenção
devida à política; se envolve pouco e, quando se envolve, geralmente é para defender
cores partidárias. No entanto, política não é só a dos partidos. Não vemos a juventude
manifestar sua opinião, ir às ruas, firmar suas posições, como fazíamos no passado
recente”, preceituou Pereira.
_________________
“Até um relógio parado está certo duas vezes por dia. Após alguns anos, pode
vangloriar-se de uma longa série de sucessos” (Marie Von Ebner-Eschenbach,
escritora austríaca).
111
XI Décima Primeira Legislatura: 1º/01/2001 a 31/12/2004
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Antonio Bertollo
Neltair Alcides Pissatto
Ivo Badia
Antonio Valdir Ferraz
Orli Genir Berger
Láurio Stieler
Miguelina Pirolli Frandoloso
Terezinha de Fátima Bartz
César Frandoloso
Antônio Valmor de Campos
Valdecí Luis Berté
Partido
PMDB
PMDB
PMDB
PMDB
PPB
PPB
PPB
PFL
PFL
PT
PT
Nº de votos
Presidente da Casa
562
1º Orli Genir Berger
547
2º Ivo Badia
523
3º Láurio Stieler
513
628
527
354
472
302
235
213
Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PMDB: Martinho Aloísio Petry, Doraci
Felisiak e Fernandes Depiné; do PDT: Miguel Nemirski e Cony Wirtti; do PT: Neiva
Terezinha Spader, Loris Constantino Bettio, Elmar Wahlbrink, Elsa Philipsen, Ilco
Franke e Adão Argemiro Ferreira; de PDT: Gilmar Antonio Schaefer e Neimar
Frederico Sachett
* Executivo municipal neste período: Celso Maldaner (PMDB) e Juarez Domingos
Vicari (PMDB)
______________________
1 Vereadores Titulares da Décima Primeira Legislatura
1.1 Antonio Bertollo
Vide Oitava Legislatura: 1.4.
Antonio Bertollo foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992). Candidatouse novamente para a Nona Legislatura (1993-1996) e foi eleito primeiro presidente da
Casa desta legislatura. Novo mandato adveio com a eleição do ano 2000 para a Décima
Primeira Legislatura (2001-2004), obtendo 562 votos; sempre pelo PMDB.
1.2 Neltair Alcides Pissatto
Filho de Ângelo Pissatto e de Mônica Pelisson Pissatto nasceu aos 17 de setembro de
1962, em Maravilha. Casou-se com Gisela Pissatto e dessa união nasceram os filhos
Ricardo e Gabriela.
112
Foi eleito em duas legislaturas, obtendo votos em todas as urnas, mas
especialmente nos bairros Floresta, Cohab, Progresso e Linha Arabutã: na 11ª pelo
PMDB; na 12ª, eleito pelo PMDB, trocando depois pelo Democratas, pois – segundo ele
– “a política deve ser discutida não só em época de campanha e, especialmente, de que o
partido aceite ouvir seus membros quando estiver no poder/administração.” Na época
em que era vereador atuava como comerciário, chefe de oficina e, atualmente, advogado
e funcionário publico (SDR – Saúde).
Quando na Câmara, ocupou os seguintes cargos: primeiro presidente na 12ª
Legislatura e mais o de secretário e segundo secretário, além das comissões. Quanto às
exigências dos eleitores cita, em primeiro lugar, a saúde, seguida pela educação,
procurando sempre encaminhar e acompanhar as prioridades levantadas pelas
comunidades.
O relacionamento com outros legislativos municipais considera ser de muito
entendimento tendo inclusive motivado a participação e apoio de todas as câmaras
municipais da região da Amerios à instalação da UTI em Maravilha. Dá destaque ao
projeto de sua autoria – Lei Municipal nº 2.731, de 26/08/2002 -, que tornou obrigatória
a realização e apresentação de exames de qualidade da água fornecida para consumo
humano. E disse mais: “Lembra dos andaços de dores de barriga? Cadê?”
Considera também de grande importância – quando presidente da Casa – ter
efetuado a adequação da Lei Orgânica Municipal às constituições federal e estadual,
alinhando-as bem com o regimento interno. Não menos importante – entre tantas
indicações que fez no exercício da vereança – foi a Indicação 060/05 (aprovada por
todos os vereadores), a qual teve origem numa viagem a Florianópolis, na companhia
dos vereadores Láurio Stieler, César Frandoloso e Marli Dagostini, em audiência com a
presidente da Cohab, questionando sobre o porquê de a companhia estava construindo
casas na região e não em Maravilha. A mesma afirmou que o município havia recusado
e se quisesse era somente fornecer até 300 lotes urbanizados que a mesma tinha
Maravilha como prioridade.
No que diz respeito à continuidade no processo político assim sintetiza: “Tudo
em nossa vida é política; então tudo é possível.” E deseja que Maravilha tenha uma
administração que não persiga aos que não venceram as eleições e que quando fizeram
acordos político, cumpram. “O melhor lugar que existe e seu povo sabe andar com as
próprias pernas, não esperando as coisas acontecerem por si só” é o comentário que
Pissatto fez acerca de Maravilha. E espera que a juventude se envolva mais na política,
tornando-a cada vez mais séria.
Neltair Pissatto incluiu uma história que ocorreu na Câmara, quando era
vereador: “Em dezembro de 2005, então presidente da casa, apresentei proposta de
alteração na legislação, pois em Maravilha a água somente poderia ser explorada por
empresa estatal, sem opções. Éramos então reféns da única empresa existente, e a
mesma não investia aqui. Houve manifestações por parte do sindicato dos trabalhadores
desta empresa para impedir a votação da lei, chegando a ocorrer invasão do plenário da
Câmara durante a sessão, que foi muito tumultuada. Acabou sendo determinada a
presença policial visando garantir a realização da sessão, e a votação ocorreu após a voz
de prisão dada pelo presidente da casa a alguns manifestantes - todos de fora do
município - acredito que, inclusive assessores parlamentares. Logo após a votação, os
mesmos foram liberados pela presidência. A partir deste momento, o município tornouse forte para negociar a concessão e exigir investimentos por parte da concessionária, o
que vem ocorrendo, especialmente o poço do aqüífero Guarani.”
113
1.3 Ivo Badia
Vide Décima Legislatura: 1.5.
Ivo Badia foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se
novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 523
votos do PMDB. Foi o segundo presidente desta legislatura. Licenciou-se por 30 dias, a
contar de 1º/10/2001, assumindo em seu lugar interinamente o vereador Doraci Felisiak
(PMDB).
1.4 Antonio Valdir Ferraz
Vide Nona Legislatura: 1.5.
Antonio Valdir Ferraz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996). Na
Décima Legislatura ficou na suplência, mas assumiu interinamente. Candidatou-se para
a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito pelo PMDB, com 513 votos.
Na Décima Segunda Legislatura (2005-2008) era suplente, mas assumiu em definitivo,
a partir de 11/08/2008, em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides
Pissatto (DEM), por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina
(por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293).
1.5 Orli Genir Berger
Vide Décima Legislatura: 1.10.
Foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996), sendo eleito pelo PDT com 544
votos. Na Décima Legislatura foi re-eleito – então pela coligação PPB e PTB – com 628
sufrágios. Nesta Legislatura foi o primeiro presidente da Câmara.
1.6 Láurio Stieler
Vide Décima Legislatura: 1.2.
Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se
novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527
votos do PPB; assumindo como 3º presidente desta legislatura. E continuou na Câmara:
na Décima Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP) e na Décima Terceira
Legislatura (2008-2012), com 748 votos (PP).
1.7 Miguelina Pirolli Frandoloso
Nasceu em Flores da Cunha (RS), no dia 22 de setembro de 1943. Seus pais Ângelo
Pirolli e Paulina Costa Pirolli, além da Miguelina tiveram mais seis filhos, mas apenas
um homem. Após ter concluído o curso de Odontologia pela Universidade Federal de
Pelotas, em 1980, veio para Maravilha em busca de emprego. E aqui permaneceu.
Casou-se com o também odontólogo Itelvino Frandoloso e tem duas filhas: Marina
(médica, recentemente formada) e Joana Paulo (odontóloga, formada há dois anos).
Participou da carreira política na 10ª Legislatura como suplente, assumindo vaga
por um período de 30 dias, em 1998. Na 11ª Legislatura foi eleita pelo PP (e nunca
114
trocou de sigla). Seu reduto político foi o perímetro urbano (centro e bairros), mas,
principalmente, os amigos. Na Câmara foi 1ª secretária e presidente de duas comissões.
Fez parte da reforma do Regimento Interno. Nesta legislatura deixou a vaga
temporariamente para o suplente Gilmar Schaefer.
A respeito da cobrança feita pelos eleitores emitiu o seguinte parecer: “As
pessoas menos esclarecidas queriam recompensas pelo voto, mas eu queria ser eleita por
aquilo que sou e não pagaria para ser eleita. Isto dificultou um pouco.” Por isso, não tem
pretensões políticas. Diz que tem uma profissão a zelar que a realiza muito mais do que
a política.
O projeto mais importante apresentado que virou lei, sancionada em 1998,
determina que as empresas de transporte coletivo municipal devem efetuar campanhas
educativas sobre o combate ao uso de drogas e alcoolismo. Isto no espaço do vidro
traseiro dos ônibus com a fixação de mensagens, visíveis à distância. O
acompanhamento e fiscalização cabem ao Conselho Municipal de Entorpecentes,
Comen.
“Que as autoridades competentes vão a busca de empresas que possam se
instalar em Maravilha gerando emprego e renda, para melhorar a qualidade de vida da
nossa população”, ensinou Miguelina a respeito de Município de Maravilha. E incluiu a
seguinte história: “Eu nunca chorei tanto, eu fui eleita vereadora querendo reformar o
mundo e apresentava vários projetos, mas em cada esquina encontrava obstáculos
difíceis de serem contornados. Não me realizei politicamente, porque eu não podia fazer
acontecer o que achava certo. Ainda diziam os mais experientes: ‘Tem muito que
aprender na política’.” E acrescentou: “O político em si está desaparecido, mas também
com tanta corrupção e falcatruas quem ainda acredita que um dia pode mudar e passar a
ter políticos honestos que se preocupem com o bem da população e a preservação do
meio ambiente.”
1.8 Terezinha de Fátima Bartz (Sonda)
Filha de Ciro e Irma Sonda Terezinha de Fátima nasceu aos 2 de outubro de 1964.
Natural de Descanso (SC) tem sete irmãos. Quando casou com Edio Bartz, em 1985,
transferiu residência para Maravilha. Tem dois filhos: Luiz Felipe e Maria Luiza Bartz.
Politicamente optou em participar da eleição para a 11ª Legislatura – em
substituição ao esposo (na época) que já havia assumido nas duas legislaturas anteriores
-, e representar a educação. Foi eleita pelo PFL, mas em 2007, trocou de sigla porque
esse partido rompeu a coligação com a administração municipal na qual tomava parte
como secretária municipal de Educação e optou em permanecer no cargo.
Teve como reduto político principal a cidade (centro e bairros). Na Câmara
defendeu o projeto de lei que inclui a doação de áreas para empresas que venham se
instalar em Maravilha.
No que tange ao relacionamento com o Executivo e Judiciário, assim se
manifestou Terezinha Sonda: “Com maturidade, sempre respeitando as hierarquias”. E
acrescentou: “Não tenho planos políticos para o futuro; sempre participei da política e a
cada dia a vejo mais desacreditada.” Assim mesmo espera que Maravilha continue seu
desenvolvimento – resultado do trabalho de sua gente - e tenha sempre mais
oportunidades para os jovens. O destaque deve ser dado à educação: a estrutura de uma
sociedade.
De seu período legislativo diz que tem poucas histórias para contar e muitas
decepções.
115
Atualmente atua como professora da rede pública municipal e estadual.
1.9 César Frandoloso
É maravilhense, filho de Santo Frandoloso e Libertina Antonia Bernardi Frandoloso.
São oito irmãos e o César nasceu no dia 26 de setembro de 1968. Casado com Iara
Jandrey tem dois filhos: Cristiane e Vinícius Gustavo.
Aceitou o desafio de concorrer a uma vaga no Legislativo maravilhense para dar
força ao partido e poder fazer um trabalho perante a comunidade, sendo eleito nessas
três últimas legislaturas. Inicialmente concorreu pelo PFL; depois pelo PP, o partido
tradicional de seus familiares. Recebeu apoio principalmente no bairro onde nasceu e se
criou: Novo Bairro.
Foi presidente do PP de Maravilha no biênio 2007/2008. Na Câmara assumiu a
presidência da primeira sessão legislativa na 13ª Legislatura (2009). As principais
cobranças que ouve dos munícipes dizem respeito à falta de emprego, creches e escolas
profissionalizantes. Por isso, entre os vários projetos importantes que defendeu na
Câmara estão os que aumentaram espaço para escola, áreas de lazer e novos
loteamentos. Um detalhe: conhece bem o município, pois trabalhou 15 anos na
Secretaria Municipal de Transportes e Obras e aqui reside há 40 anos.
Nos dois primeiros mandatos (11ª e 12ª Legislaturas), cumprindo acordo
partidário tem dado vez aos suplentes Max Anderson Schabarum (PDT), Sônia
Terezinha Zardo e Denise Grumoski Primon (PP). Quanto aos planos políticos, diz que
se coloca sempre à disposição de sua sigla partidária. Deseja ver Maravilha como um
município forte, oferecendo condições e espaço para todas as classes poderem alcançar
seus objetivos. É uma cidade que cresce a cada dia que passa, graças às pessoas que
apostam e acreditam nesta terra e nesta gente.
Contou a seguinte história ocorrida no Legislativo, quando era vereador, um fato
muito curioso e polêmico, no fim do contrato com a Casan: surgiu a idéia de
privatização da água de Maravilha, havendo muito tumulto e desgaste. Vendo que a
falta de água ainda persiste, acha que deveria ter sido aprovada a privatização.
À pergunta - observando a juventude nos dias atuais, o que o leva a pensar
politicamente - respondeu: “Muita falta de interesse da juventude deve ser por falta de
oportunidade ou a imagem no cenário político que está desgastado.”
1.10
Antônio Valmor de Campos
Filho de Antonio Machado de Campos e Carmelina Tidre de Campos, nasceu no dia 23
de janeiro de 1964 no Município de Machadinho (RS). Veio para Maravilha em 1988
para viver e trabalhar. Alguns familiares já moravam aqui e o pai adotivo falava muito
deste lugar por ser a cidade das crianças. Tem dois filhos: Cristiano Antonio e Andriéli
Cristina.
Embora não tivesse intenção de concorrer a cargos políticos sempre foi militante
do PT. Foi candidato para garantir uma nominata de candidatos para fortalecer a
campanha majoritária, e eleito pela coligação PT e PDT. O PT estava se preparando
para a conquista da presidência e aqui elegeu vereadores pela primeira vez. Então tudo
era disputado. Na Câmara havia muitos debates e inovações, motivando as pessoas a
participarem, incluindo as audiências públicas. Desempenhou um mandato com uma
116
visão crítica ao Executivo com reivindicações especialmente ligadas ao ambiente,
educação, cultura e funcionalismo público.
Era professor e continua, paralelo ao exercício da advocacia. Sua forma de atuar
e as relações que possuía, fez com que obtivesse votos em quase todas as urnas do
município. No momento é coordenador estadual do Sinte, mas acompanha com atenção
o desenvolvimento e fragilidades de Maravilha.
Na Câmara contribuiu na apresentação e aprovação de importantes projetos e
proposições, destacando a instalação da Comissão Parlamentar Externa para pressionar
pela reconstrução da EEB Nossa Senhora da Salete. Na Lei Orgânica propôs e
aprovadas foram diversas emendas, especialmente na área ambiental. Infelizmente
algumas não foram ainda implementadas, mas que poderiam trazer benefícios à
população, destacando aquela que proibia a privatização da água em Maravilha. Um
projeto que ficou marcado foi aquele que voltou a incluir entre os feriados municipais o
Dia da Reforma (31 de outubro), que havia sido tirado pelo prefeito. Também as
emendas ao Plano de Carreira e Estatuto dos Servidores Municipais assegurando
direitos que estavam sendo ameaçados, como o trienio e a licença-premio. Com o
Executivo houve muita discussão e enfrentamento, pois procurou desempenhar o
mandato de forma fiel ao partido/coligação da qual fez parte, além de seus princípios e
concepções que, por inúmeras vezes, contrariavam a visão e pretensões da
administração.
Nesses quatro anos da 11ª Legislatura o vereador Campos deu vez a diversos
suplentes (totalizando seis meses): Elmar Wahlbrink (PT), Lóris Constantino Bettio
(PT), Cony Wirtti (PDT), Elza Philipsen (PT), Ilco Franke (PT) e Adão Argemiro
Ferreira (PT).
Tem se dedicado muito à política sindical em defesa da categoria (magistério).
“Sempre tenho dito que na política tem duas coisas que não existem: a gratidão e o
espaço vazio. As pessoas esquecem rapidamente o que é feito de bom, mas lembram
sempre das pessoas pelo que elas podem ser. Na segunda se alguém imaginar que a
política é uma escada que você sobe degraus uniformes está perdendo o espaço, que tem
sempre alguém de olho para ocupar”, pondera Campos.
Julga que a política só tem sentido quando for para respeitar o povo. Por isso,
ainda pretende submeter o seu futuro político à vontade do coletivo que muito valoriza.
“Acredito que em Maravilha falta um grupo de pessoas para pensar mais no coletivo,
independente do partido. Ousar em projetos inovadores, com proposições; tornar a
cidade alegre, mais atrativa para investimentos, criar espaços coletivos [...] O povo de
Maravilha é criativo e arrojado no que faz”, referiu Antônio de Campos.
Trouxe à lembrança uma ocorrência (entre as inúmeras situações no
Legislativo): “Lembro da viagem a Florianópolis, durante a noite, para o encontro da
Uvesc, quando na altura de Campos Novos a camionete simplesmente parou de
funcionar de madrugada. E aí, o que fazer? De repente estava o César (Frandoloso)
‘pendurado’ no motor. Então ligamos os fatos ‘de lei ele pode não entender tanto, mas
de motor sabe tudo’”, referiu Campos.
A respeito da juventude hodierna diz acreditar que nós que fomos jovens há mais
tempo precisamos compreender que a juventude vive em tempo diferente e constrói seu
próprio ritmo e escala de valores. Cada tempo difere (em costumes e hábitos) e no
momento presente observam-se interpretações próprias.
“Gostaria de dizer que sinto muito orgulho por ter sido vereador de Maravilha e
tenho lembranças altamente positivas. Aprendi muito na Câmara, com colegas,
funcionários e a população no seu papel de reivindicar e contribuir com idéias e
sugestões”, concluiu Antônio Valmor de Campos.
117
1.11
Valdecí Luis Berté
Natural de Tenente Portela (RS), Valdecí Luis Berté nasceu no dia 20 de setembro de
1965. Filho de Atílio Berté e de Castorina Bueno Berté tinha oito irmãos. É uma família
de comerciantes.
Em abril de 1994, Maravilha foi escolhida para abrir uma filial, pois estavam
expandindo seus negócios com as Lojas Arimar. Casou-se com a professora Elaine
Telles Roque e dessa união nasceu o filho Arthur Berté. Atualmente reside em
Itapiranga (SC) e atua no ramo comercial com quatro lojas: Feirão Mais Você, Doidão
Calçados, O Baratão e Restaurante Frangos e Fritos.
Considerando-se preparado e com o objetivo de ser útil à comunidade, com
transparência nas decisões, concorreu nas eleições de 2000 pelo PT, sendo eleito
vereador para a 11ª Legislatura, obtendo votos em todos os locais. Um detalhe: obteve
uma diferença de dois votos do candidato seguinte da coligação PT e PDT, Pedro Eldoir
Grebien (213 e 211). Já na eleição seguinte (ano 2000) obteve 218 votos e ficou na
suplência, assumindo periodicamente. Na Câmara foi secretário e líder do partido e
participou de diversas comissões e recorda que fazia muitas visitas às comunidades,
recebendo de cada eleitor alguma cobrança. Sua vaga foi cedida a vários suplentes por
algum tempo, lembrando o Miguel Nemirski (PDT) e o Elmar Wahlbrinck (PT).
Faz referência a um projeto que encaminhou e “brigou” por ele, mas – por se da
oposição – não passou (“da oposição nada passava”): o fundo rotativo de investimento.
Assim mesmo, o relacionamento era bom. “Das ‘briguinhas’ do vereador Badia e do
vereador Campos” referiu-se com risos.
A experiência foi válida, mas depois desta se desligou da política decepcionado
com a “podridão” existente: interesses próprios, corrupção, desvios, mentiras.
“Infelizmente as velhas raposas continuam no poder. Nossa juventude não mostra sua
força para mudar o cenário”, declarou.
Embora tenha se mudado para a barranca do rio Uruguai, não se esquece de
Maravilha: “Guardo ótimas lembranças do povo desta terra. Gostaria que Maravilha
tivesse lideranças pensando sempre no ‘todo’. Se um dia tiver oportunidade voltarei a
morar ali. É um povo acolhedor, amigo, simples. Não tenho magoas e rancor de
ninguém”, afirmou Berté.
E conclui com um sonho: “Desejo e sei que é utopia o que penso: que houvesse
menos ganância, menos corrupção. Que o dinheiro público fosse 100% aplicado para o
bem geral.”
________________
“A democracia não é algo que aconteça uma só vez na vida. Precisa ser aprendida a
cada dia” (Nadine Gordimer, escritora sul-africana).
118
XII Décima Segunda Legislatura: 1º/01/2005 a 31/12/2008
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Marli Fátima Agostini
Martinho Aloísio Petry
Neltair Alcides Pissatto
Maria Loiva de A. Schwerz
Aldocir Luiz Seiffert
César Frandoloso
Láurio Stieler
Claudir Kuhn
Janir Antonio Signor
Partido
PMDB
PMDB
PMDB
PT
PT
PP
PP
PTB
PSDB
Nº de votos
1.079
987
641
718
712
713
700
636
540
Presidente da Casa
1º Neltair Alcides Pissatto
2º Janir Antonio Signor
3º Martinho Aloísio Petry
4º Claudir Kuhn
Suplentes que assumiram nesta legislatura: do PMDB: Antonio Valdir Ferraz; do PDT:
Max Anderson Schabarum; do PT: Ilco Franken, Valdecí Luis Berté, Marisa Madalena
Vendruscolo de Campos e Valentin Dias da Silva; do PFL: Gilmar Antonio Schaefer;
do PP: Sônia Terezinha Zardo, Denise Grumoski Primon e Pedro Luiz Fávero; do PTB:
Ildo Menezes.
*
Executivo
municipal
neste
período:
Juarez
Domingos
Vicari
(PMDB/PTB/PFL/PSDB/PL) e Orli Genir Berger (PMDB/PTB/PFL/PSDB/PL).
_____________________
1 Vereadores Titulares da Décima Segunda Legislatura
1.1 Marli Fátima Agostini
Filha de Luiz e Valídia Vivian, Marli nasceu em Maravilha no dia 23 de junho de 1969.
Tem dois irmãos: César e Celso. É casada com Claudir Agostini e tem dois filhos:
Lucas e Matheus.
Tem curso de Pedagogia e é pós-graduada em Gestão de Serviços Públicos em
Saúde. Participando ativamente da política – junto com os correligionários do PMDB –
aceitou candidatar-se a uma vaga da Câmara de Maravilha em 2004, sendo eleita com
votos de todas as urnas. Na Câmara desempenhou a função de secretária, líder do
partido e líder do governo. Publicamente, na maioria das vezes, as pessoas a
procuravam para obter informações na área da saúde, pois ela se identifica com este
setor. Isto acontece até hoje. Entre os projetos a serem destacados nesta legislatura está
o da instalação de semáforos em diversas ruas, diminuindo o número de acidentes.
Deixou sua vaga (60 dias) para o suplente Antonio Ferraz.
“Pretendo continuar na política. A experiência de ser a vereadora mais votada na
história de Maravilha (1.079 votos) e ser candidata a prefeita, com certeza aprendi
muito e, se a comunidade precisar de mim na próxima eleição, estarei preparada e
pronta para o próximo desafio”, foi o que afirmou acerca de seus planos políticos.
119
Deseja ver este município crescendo. Que as pessoas possam ter acesso à saúde pública
e casa para morar, além de um trabalho digno. “Maravilha é um lugar de pessoas
inteligentes, talvez algumas com sonhos impossíveis e se deixam levar por ilusões, mas
tudo – com o tempo – tem resposta. Penso que, enquanto políticos, temos que falar e
pregar honestidade e transparência; falar sempre a verdade e não vender ilusões. Afinal
temos que, em primeiro lugar, não nos enganar e consequentemente não enganar os
outros. Por isso penso que a nossa gente é inteligente”, preceituou Agostini.
Por ser a vereadora mais votada, recebeu a placa “Vereadora Campeã de Votos”
da União Nacional dos Vereadores (UNV). “Esse ato ficou marcado em mim porque
geralmente se recebe homenagens depois de partir desta vida”, desabafou.
Atualmente Marli trabalha em sua própria empresa – Marli Agostini, Consultoria
e Assessoria em Saúde Pública – atendendo cinco municípios: Saudades, Cunhataí,
Xaxim, Catanduvas e Joaçaba.
1.2 Martinho Aloísio Petry
Vide Oitava Legislatura: 1.10.
Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito
pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993,
em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de
08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se
afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla
(PMDB), em função da conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura
(2005-2008), com 987 votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi
novamente eleito para a Décima Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos.
1.3 Neltair Alcides Pissatto
Vide Décima Primeira Legislatura: 1.2.
Neltair Pissatto foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (2001-2004).
Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito
com 641 votos do PMDB. Foi o primeiro presidente da Câmara desta legislatura.
Em tempo: Na 12ª Legislatura Neltair Alcides Pissatto (DEM), teve seu mandato
cassado por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (por
desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293), sendo substituído por
Antonio Valdir Ferraz.
1.4 Maria Loiva de Andrade Schwerz
Filha de Venâncio Euclides de Andrade e Rosa Eroni Vieira de Andrade, Maria Loiva
nasceu aos 6 de fevereiro de 1964. Natural de Arroio do Tigre (RS) tem dois irmãos e
uma irmã. Veio com os pais morar em Maravilha no Dia do Município, 27 de julho de
1973, em propriedade adquirida na Linha Consoladora. É casada com Daniel Schwerz e
mãe de Daniela Maria, Cláudia Patrícia e Felipe Santiago.
Foi vereadora na Legislatura de 2005-2008 e reeleita para o 13º período
legislativo (2009-2012), sempre pelo Partido dos Trabalhadores, recebendo votos em
120
todo o município. Profissionalmente atua como advogada e professora universitária.
Atualmente exerce a função de presidente do diretório municipal e membro efetivo do
diretório estadual do PT.
Entre as principais cobranças feitas pelos eleitores, Maria Loiva relaciona a
postulação de fiscalização do emprego das verbas públicas; a implantação de políticas
públicas por parte do Poder Executivo e a criação de creches e programa de moradia
popular. De sua autoria destaca o projeto que disciplinou o uso de coleiras e focinheiras
para cães no centro da cidade; o projeto que homenageou as mulheres parlamentares
que atuaram neste município com sessão solene; o projeto que homenageou os clubes de
serviço desta cidade, com sessão solene. Neste mandato foi autora do projeto de lei que
criou o Dia do Cliente, a ser comemorado em 15 de setembro de cada ano. De um
projeto aprovado arrependeu-se: a lei autorizando a venda de imóveis públicos.
Todos os anos – nos dois quadriênios em que esteve na Câmara – Maria Loiva
Schwerz procurou dar oportunidade a vereadores suplentes do partido, licenciando-se
por tempo determinado. Neste ano (2009) foi substituída por um período de quatro
meses por Eliana Simionato. Conhecendo detalhadamente o município e atenta às
necessidades da população, atua como parlamentar fazendo os devidos
encaminhamentos que são de sua competência parlamentar.
No que tange à continuidade na vida política e ao relacionamento com o
Executivo e o Judiciário, é bom saber que “cada um cumpre seu papel, de forma
autônoma, sem maiores problemas” [...]; lembrando que “somos políticos por natureza e
por enquanto o único plano é cumprir meu mandato. No início de 2012 é que vou pensar
sobre continuar ou não na vida política”, expôs essa titular. E tem um sonho: “Que
algum dia alguma liderança ocupe o Poder Executivo com a verdadeira intenção de
governar para todos, sem utilizar os recursos públicos em proveito próprio, de amigos e
de parentes”; incluindo: “Maravilha carece de líderes comprometidos com a melhoria de
vida de seu povo. É um povo trabalhador, mas que tem grande carência de políticas
públicas que fomentem seu desenvolvimento. Os empresários daqui têm ambições, mas
que precisam que o município, através de seus combatentes, olhe para eles com
seriedade e competência para quem aqui investiu ou pretende investir se sinta seguro.”
“Há um sentimento de descomprometimento pelo rumo de sua sociedade. Isto
não é nada saudável, porque os espaços vazios sempre serão preenchidos e seria
importante que os jovens comprometidos, inteligentes, saudáveis em todos os sentidos,
se preocupassem em participar da vida política de Maravilha. É preciso se pensar no
presente e no futuro de forma conjunta”, revelou a vereadora Schwerz, observando a
juventude local.
No seu exercício “os vereadores têm um grande compromisso com a sociedade
que os elegeu. Estão muito próximos da população e podem contribuir para a melhoria
da sociedade, desde que compram com sua função”, arremata Maria Loiva de Andrade
Schwerz.
1.5 Aldocir Luiz Seiffert
Natural de Sobradinho (RS) Aldocir Luiz é filho de Lincon Seiffert e de Antonina
Bertoldo Seiffert. Nasceu no dia 10 de maio de 1962 e tem seis irmãos. Nesse mesmo
ano, em busca de novas perspectivas de vida, vieram para Maravilha, fixando residência
na Linha Tope da Serra. Agricultor, casado com Andréia Moresco Seiffert, tem dois
filhos, registrados com os nomes de Fabiana Larissa e Ivan André Seiffert.
121
Era dirigente sindical e com o intuito de representar os agricultores no
Legislativo Municipal, concorreu às eleições de 2004 pelo PT. Eleito, as reivindicações
que mais ouvia no interior era o atendimento na área da saúde e melhoramento nas
estradas. Isto tem repassado para o Executivo (repasses aprovados pela Câmara) para as
comunidades e associações. Conhece bem o interior, pois trabalhou 15 anos no
Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Quando vereador tem deixado a vaga para suplentes do seu partido. Assim
sintetiza essa experiência: “Vivi o meu mandato com muita harmonia na Câmara
ajudando a todos os que me procuravam com seus problemas e com meus colegas
vereadores.”
Tendo o objetivo de “continuar na vida pública para o bem da população,
sempre com atenção aos problemas do município e munícipes”, Aldocir Luiz Seiffert
aceitou o desafio de concorrer a vice-prefeito, nas eleições de 2008. Com 7.637
(55,48%) dos votos válidos, Orli Genir Berger (PTB) e Aldocir Luiz Seiffert (PT) foram
eleitos prefeito e vice do Município de Maravilha, no dia 05/10/2008. Tomaram posse
no 1° dia do ano 2009.
“Município nota 10, com gente maravilhosa e trabalhadora”, é o conceito que
emite sobre Maravilha.
1.6 César Frandoloso
Vide Décima Primeira Legislatura: 1.9.
César Frandoloso foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (201-2004).
Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito
com 713 votos (PP) e continuou na Câmara na Décima Terceira Legislatura (20092012), obtendo 615 votos (PP). Nesta legislatura foi eleito primeiro presidente.
1.7 Láurio Stieler
Vide Décima Legislatura: 1.2.
Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se
novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527
votos do PPB (e foi 3º presidente desta legislatura). Continuou na Câmara: na Décima
Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP) e na Décima Terceira Legislatura
(2008-2012), com 748 votos (PP).
1.8 Claudir Kuhn
Filho de Gervásio e Araci Kuhn Claudir Kuhn nasceu no dia 6 de janeiro de 1971. É
natural de São José do Cedro (SC) e tem dois irmãos. Transferiu residência para
Maravilha em 1991 por motivo de trabalho (na Aurora Alimentos). Casado com
Cleunice Inês Mantovani Kuhn tem duas filhas: Michely e Daniely.
Integrou a 12ª Legislatura de Maravilha, inscrito no PTB. Quando se candidatou
atuava no setor de compras da Aurora Alimentos fazia 13 anos. Após a eleição, além de
vereador atuava como administrador da Cooperativa Habitacional Entre-Rios –
Cooperios, cargo que ainda exerce. Atualmente é também diretor de Habitação do
Município.
122
Na Câmara Municipal tem ocupado os cargos de vice-secretário (1º ano),
secretário (2º ano), vice-presidente (3º ano) e presidente no 4º ano. As reivindicações
mais ouvidas eram que houvesse melhoria na área da saúde, creches e mais assistência
aos bairros (infra-estrutura). Em respeito aos candidatos que ficaram na suplência, mas
que seus votos também foram somados para o quociente eleitoral, tem dado
oportunidade para Ildo Menezes (do PMDB) por um período de 60 dias. Na última
eleição (2008) concorreu novamente a uma vaga da Câmara e ficou na primeira
suplência do PMDB.
Nos encontros com vereadores de outros municípios, sempre havendo bom
relacionamento entre as partes, eram discutidas idéias para uma melhor vereança.
Considerando que o edil representa a população do município, muitos dos projetos são
sugeridos pelos eleitores. Ele encaminha indicações e moções à Câmara que, depois de
aprovadas, são levadas ao Executivo para posterior estudo e execução. Na 12ª
Legislatura, entre as suas indicações o vereador Claudir Kuhn destaca: a pavimentação
dos bairros Kasper e Frei Damião; término da cobertura asfáltica da Avenida Araucária;
instalação de dois redutores de velocidade localizados um próximo ao Mercado Dallas
(Avenida Maravilha) e outro na Avenida Sete de Setembro (proximidades da Jumaniy
Malharia e Confecções), devido ao grande movimento de veículos.
Para o futuro de Maravilha almeja uma maior qualificação na área da saúde; a
construção de mais creches e estímulo com a valorização dos jovens, sabendo que é um
município bom para morar e tem um povo hospitaleiro.
Claudir Kuhn contou a seguinte história ocorrida quando era vereador: “No dia
em que ia ser votado o projeto da renovação de contrato com a empresa responsável
pela distribuição de água no município (Casan), alguns munícipes rebelaram-se por
pensar que a água seria privatizada. No entanto, a Câmara estudava a possibilidade de
tirar o poder que a Casan detinha sobre a distribuição da água, pelo período de 30 anos,
sem até então haver feito investimentos. A votação do projeto resultou em sete votos a
favor e dois contra: uma aprovação por mais 20 anos, podendo ser terceirizado a uma
empresa, município ou a mesma continuar fornecendo.”
1.9 Janir Antonio Signor
Vide Nona Legislatura: 1.10.
Janir Antonio Signor foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996).
Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito
com 540 votos (PFL). Foi o segundo presidente da Câmara desta legislatura. E
continuou como titular da Câmara na Décima Terceira Legislatura (2009-2012), eleito
pelo PFL, com 721 votos.
2 Suplentes que assumiram em definitivo na Décima Segunda
Legislatura
2.1 Antonio Valdir Ferraz
Vide Nona Legislatura: 1.5.
Antonio Valdir Ferraz foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996).
Candidatou-se para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito pelo
123
PMDB, com 513 votos. Na Décima Segunda Legislatura (2005-2008) era suplente, mas
assumiu em definitivo em decorrência da perda de mandato do vereador Neltair Alcides
Pissatto (DEM), por determinação do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina
(por desfiliação partidária, em cumprimento ao Acórdão Nº 22.293).
________________
“Três coisas em demasia e três coisas em falta são perniciosas aos homens: falar muito
e saber pouco; gastar muito e possuir pouco; se estimar muito e valer pouco” (Miguel
de Cervantes, escritor, dramaturgo e poeta espanhol).
124
XIII Décima Terceira Legislatura: 1º/01/2009 a 31/12/2012
(Foto coletiva ampliada desta Legislatura)
Vereador
Martinho Aloísio Petry
Ildo Menezes
Gilson Wilmann
Láurio Stieler
César Frandoloso
Janir Antonio Signor
Adelino Zanivan
Maria Loiva de A. Schwerz
Max Anderson Schabarum
Partido
PMDB
PMDB
PMDB
PP
PP
PSDB
PTB
PT
PDT
Nº de votos
Presidente da Casa
1.064
1º César Frandoloso
996
765
748
615
721
694
642
592
Suplentes que assumiram nesta legislatura (até 1º/09/2009):23 Eliana Maria Simionato
(PT).
* Executivo municipal neste período: Orli Genir Berger (PTB/PDT/DEM, “A Força do
Povo”) e Aldocir Luiz Seiffert (PT).
_______________________
1 Vereadores Titulares da Décima Terceira Legislatura
1.1 Martinho Aloísio Petry
Vide Oitava Legislatura: 1.10.
Martinho Aloísio Petry foi titular da Câmara na Oitava Legislatura (1989-1992), eleito
pela coligação PDT e PDS. Candidatou-se novamente para a Nona Legislatura (19931996), ficando na primeira suplência. Assumiu, no período de 12/04/1993 a 09/08/1993,
em virtude da licença do parlamentar Romano Valmor Tumelero (PDS); e, a partir de
08/09/1993, como titular desta legislatura, com a renúncia do mesmo. Após ter se
23
Tomando os resultados das eleições para a composição da Câmara de Vereadores desta Legislatura,
Luiz Hermes Brescovici aparece como o candidato mais votado (715 sufrágios) da coligação “A Força do
Povo” (PT, PDT, PTB e DEM). No entanto, de acordo com a Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº
270 (Protocolo 109540/2008), requerida pelo Ministério Público Eleitoral, foi declarado como incurso nas
sanções do artigo 41-A da Lei 9.504/97; com vistos em correição do Juiz Eleitoral do Dr. Solon
Bittencourt Depaoli, em 03/12/2008.
Consultado, Brescovici dá a seguinte justificativa: “Cabe referir inicialmente que a minha candidatura na
Justiça eleitoral, somente 60 (sessenta) dias antes das eleições, na data de 04.08.2008, foi em substituição
ao candidato Waldesi Milton Klos (doc. anexo). O meu partido é o Democratas (DEM) e meu número
escolhido foi 25.800. A minha presença na Câmara de Vereadores de Maravilha não interessava àqueles
que se sentiram ameaçados com o meu ingresso na vida pública e trataram de me preparar uma armadilha,
mandando ao meu escritório adolescentes de uma turma de alunos do colégio da cidade para pedir ajuda
para uma viagem de final de ano. A trama foi tão bem arquitetada que conseguiu me afastar
temporariamente do povo. Eu volto.”
125
afastado da política, ao final de 1996, voltou a candidatar-se em 2004, por outra sigla
(PMDB), em função da conjuntura nacional. Eleito para a Décima Segunda Legislatura
(2005-2008), com 987 votos, foi o 3º presidente deste período legislativo. Foi
novamente eleito para a Décima Terceira Legislatura (2008-2012) com 1.064 votos (o
vereador mais votado desta legislatura).
1.2 Ildo Menezes
Nasceu em Lajeado do Tigre (Tigrinhos) no dia 17 de abril de 1972. Ele e mais cinco
irmãos são filhos de Hildebrando e Maria Otilia Menezes. Em 1988 passou a residir em
Maravilha, para estudar. Mais tarde, a fim de continuar os estudos, ficou seis anos fora
deste município.
Casado com Serlene Maria Murari Menezes tem três filhos: Karine, Karoline e
Ildo Menezes Júnior. Profissionalmente sempre trabalhou – em empresa privada - na
área da saúde. Atualmente exerce a função de biólogo no Laboratório Clínico Máster
Ltda. de Maravilha.
Sua primeira eleição político-partidária (PMDB) ocorreu em 2008 e foi eleito
vereador para a 13ª Legislatura de Maravilha. Entre as cobranças que mais tem ouvido
dos munícipes estão as deficiências na área da saúde, sendo que as dificuldades tem
aumentado por causa da falta de medicamentos. Por conhecer bem o município, fica
atento ao que reivindicam e busca soluções, defendendo a todos os munícipes, não
importando a classe social, a nacionalidade ou partido. E acrescentou: “Ouvindo o
clamor da comunidade, talvez me seja possível chegar a um cargo superior na política.”
Quanto ao exercício da vereança assim opinou: “Me candidatei para eleger-me e ser o
representante dos munícipes, pois o vereador tem seu diferencial que é a imunidade
parlamentar, tendo vez e voz, e precisamos urgentemente moralizar a política e para isto
devemos começar pelos municípios. Já troquei de sigla uma vez e procurei nova sigla,
pois o partido deve ser composto por um grupo de pessoas coerentes e com mentes
abertas para debates, onde estes quesitos não eram apresentados no partido anterior.”
“Que o município continue crescendo, incentivando empresas, ampliando o
atendimento na área da saúde e um parque de reserva florestal com trilhas para
desenvolver caminhadas. Maravilha é um município muito bom para se viver, com
ótimas verbas de retorno de impostos. É preciso somente ser bem administrados e bem
aplicados os valores”, deixou escrito.
Os jovens devem estar comprometidos com a sociedade; batalhadores
compromissos desde cedo, mas faltam condições para mostrarem seus talentos
profissionais. Há também falta de áreas de lazer e incentivo ao esporte para evitar as
drogas e DST.
1.3 Gilson Wilmann
Filho de Bernardino Wilmann e de Maria Salete Ottersbach Wilmann, o vereador
Gilson nasceu em Maravilha no dia 4 de novembro de 1968. É casado com Sueli Salete
e tem três filhos, registrados com os nomes de Rodrigo, Rhafael e Matheus.
Convidado pelo ex-prefeito Juarês Vicari, para ajudar a fortalecer o partido
(PMDB), aceitou candidatar-se a uma vaga para a 13ª Legislatura de Maravilha. Seu
alicerce político foram os bairros e comunidades e sociedades esportivas do interior. É
sua primeira experiência política. A Câmara de Vereadores tem seis sessões por mês:
126
nas segundas-feiras, com início às 19h e nos sábados, às 7h. É membro da Comissão de
Finanças, Orçamento e Contas; da Comissão de Transporte, Comunicações, Obras e
Serviços Públicos do Município.
As reivindicações mais ouvidas, tanto pelo Executivo quanto pelo Legislativo,
referem-se à saúde e à habitação. O projeto mais importante que encaminhou à Câmara
nesses primeiros meses de titular, Wilmann cita o que fixa o ano de fabricação do
veículo (no máximo 12 anos) para o transporte escolar; devendo ser submetidos à
vistoria.
Nesta legislatura é oposição e está atuando como “guardião da sociedade”:
fiscalizando as atividades do prefeito e os rumos do município; encontrando, muitas
vezes, resistências por parte do Executivo. Não está medindo esforços para
desempenhar bem a função a que foi eleito. Assim, no final do mandato, cada
maravilhense espera que tenha melhorado um pouco na qualidade de vida, com mais
saúde, mais educação, mais moradias, mais segurança. Espera que cada munícipe tenha
prazer de morar em Maravilha. “É um povo trabalhador, otimista, que faz a sua parte
através de entidades, sociedades, participações comunitárias, renovando as classes
políticas; sempre buscando melhorar no geral um pouco a vida de cada um que aqui
reside”, afirmou Willmann.
E pensa em contribuir, interferindo junto às esferas municipal, estadual e federal
para que se instale em Maravilha uma escola técnica profissionalizante, formando
futuros profissionais habilitados.
1.4 Láurio Stieler
Vide Décima Legislatura: 1.2.
Láurio Stieler foi titular da Câmara na Décima Legislatura (1997-2000). Candidatou-se
novamente para a Décima Primeira Legislatura (2001-2004), sendo eleito com 527
votos do PPB (e foi 3º presidente desta legislatura); continuou na Câmara na Décima
Segunda Legislatura (2005-2008), com 700 votos (PP); assim como na Décima Terceira
Legislatura (2008-2012), com 748 votos (PP).
1.5 César Frandoloso
Vide Décima Primeira Legislatura: 1.9.
César Frandoloso foi titular da Câmara na Décima Primeira Legislatura (201-2004).
Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito
com 713 votos (PP) e continuou na Câmara na Décima Terceira Legislatura (20092012), obtendo 615 votos (PP). Foi eleito primeiro presidente da Câmara desta
legislatura.
1.6 Janir Antonio Signor
Vide Nona Legislatura: 1.10.
Janir Antonio Signor foi titular da Câmara na Nona Legislatura (1993-1996).
Candidatou-se novamente para a Décima Segunda Legislatura (2005-2008), sendo eleito
com 540 votos (PFL). Foi o segundo presidente da Câmara desta legislatura. E
127
continuou como titular na Décima Terceira Legislatura (2009-2012), eleito pelo PFL,
com 721 votos.
1.7 Adelino Zanivan
Nasceu em Quilombo (SC) no dia 5 de fevereiro de 1964. É filho de João Zanivan
Sobrinho e de Iracema de Oliveira. São em 15 irmãos. Essa família veio para Maravilha
em 1979. Casado com Silvânia Noetzol e tem duas filhas: Andréia e Andressa. É
funcionário público.
Foi presidente do PTB local e, vendo os problemas de habitação, saúde,
emprego, transporte, aceitou o desafio candidatando-se à vereança. Conhece bem o
município.
Existe bom relacionamento com outros legislativos municipais da região, através
da Amerios e da Acaverios (Associação das Câmaras de Vereadores dos Municípios do
Entre-Rios).
“Maravilha é uma terra conquistada por desbravadores de todas as raças, cores e
religiões; é um dos municípios que mais vem se desenvolvendo em todas as áreas”,
comentou Zanivan. Julga que o futuro está nas mãos dos jovens. Atualmente
representam a comunidade. “Estamos fazendo um trabalho por Maravilha,
representando nossa comunidade, defendendo os direitos dos cidadãos que nos
escolheram pra legislar”, assegurou.
1.8 Maria Loiva de Andrade Schwerz
Vide Décima Segunda Legislatura: 1.4.
Maria Loiva de Andrade Schwerz foi titular da Câmara na Décima Segunda Legislatura
(2005-2008). Candidatou-se novamente para a Décima Terceira Legislatura (20092012), sendo eleito com 642 votos do PT.
1.9 Max Anderson Schabarum
Este maravilhense, filho de Nelson Schabarum e de Adelise Gisela Schabarum, nasceu
aos 14 de novembro de 1983. Tem dois irmãos: Mário André e Mateus Augusto. É
empresário no ramo de transporte rodoviário de cargas e comércio de materiais para
construção, casado com Danieli Wacholz Schabarum.
Foi eleito vereador obtendo soma maior de votos no centro e bairros. Na
primeira sessão legislativa da 13ª Legislatura fez parte da Mesa Diretora da Câmara
como 1º secretário. No PDT é tesoureiro do diretório municipal e coordenador regional,
com abrangência na região de Maravilha.
Prestando apoio à administração municipal, seu partido dirige-se aos dois
deputados estaduais do PDT, visando aos interesses da comunidade maravilhense.
Exerce o trabalho com coerência, pensando no bem da coletividade. Quanto às
reivindicações dos munícipes, julga que o vereador é o representante do povo e, uma
vez eleito, deve atender os anseios ou reivindicações da comunidade em geral.
Referindo-se ao relacionamento entre os Três Poderes insiste na busca da
harmonia para poder fazer com que os munícipes tenham direitos paralelos aos deveres.
Acerca dos planos políticos Schabarum assim se expressou: “procuro fazer um bom
128
trabalho, pensando na atual legislatura; se a população concluir que o meu trabalho vale
mais um voto de confiança, continuarei fazendo planos políticos para o futuro.”
Almeja a continuidade do crescimento de Maravilha, tornando-se sustentável e
cada vez com melhor qualidade de vida para seus moradores. “Maravilha é uma cidade
promissora, povo humilde e trabalhador que procura nesta cidade o melhor lugar para
viver”, concluiu Schabarum.
___________________
Atual Legislatura – Primeira Sessão Legislativa (Exercício 2009)
Mesa diretora
Presidente:
Vice-Presidente:
1° Secretário:
2° Secretário:
César Frandoloso (PP)
Adelino Zanivan (PTB)
Max Anderson Schabarum (PDT)
Láurio Stieler (PP)
Líderes das bancadas
Líder do Governo: Adelino Zanivan (PTB)
PT: Maria Loiva de Andrade Schwerz
PDT: Max Anderson Schabarum
PTB: Adelino Zanivan
PP: Láurio Stieler
PSDB: Janir Antonio Signor
PMDB: Ildo Menezes
Comissões
Presidente:
Membro:
Membro:
Membro:
Presidente:
Membro:
Membro:
Comissão de Polícia da Casa
César Frandoloso (PP)
Adelino Zanivan (PTB)
Max Anderson Schabarum (PDT)
Láurio Stieler (PP)
Comissão de Legislação e Justiça
Janir Antônio Signor (PSDB)
Maria Loiva de Andrade Schwerz (PT)
Martinho Petry (PMDB)
Comissão de Finanças, Orçamento e Contas do Município
Presidente: Láurio Stieler (PP)
Membro: Max Anderson Schabarum (PDT)
Membro: Gilson Wilmann (PMDB)
Comissão de Economia,
Presidente:
Membro:
Membro:
Agricultura, Indústria, Comércio e Defesa do Consumidor
Ildo Menezes (PMDB)
Adelino Zanivan (PTB)
Janir Antônio Signor (PSDB)
Comissão de Transportes, Comunicações, Obras e Serviços Públicos
Presidente: Adelino Zanivan (PTB)
Membro: Gilson Wilmann (PMDB)
Membro: Láurio Stieler (PP)
Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Saúde e Promoção Social
Presidente: Martinho Petry (PMDB)
Membro: Maria Loiva de Andrade Schwerz (PT)
Membro: Janir Antônio Signor (PSDB)
Comissão de Ética e Decoro Parlamentar
Presidente: Adelino Zanivan (PTB)
Membro: Janir Antônio Signor (PSDB)
Membro: Láurio Stieler (PP)
Membro: Martinho Petry (PMDB)
Suplentes:
Membro: Max Anderson Schabarum (PDT)
Membro: Gilson Wilmann (PMDB)
129
Líder do Governo:
PT:
PDT:
PTB:
PP:
PSDB:
PMDB:
Líderes das Bancadas
Adelino Zanivan (PTB)
Maria Loiva de Andrade Schwerz
Max Anderson Schabarum
Adelino Zanivan
Láurio Stieler
Janir Antônio Signor
Ildo Menezes
________________
“Olhe à frente, para que a vista perceba os passos” (Salomão, rei de Israel).
“Todos devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo” (Mahatma Gandhi,
pacifista indiano).
* Pergunta vencedora em um congresso sobre vida sustentável:
"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é
que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"
130
131
2 ACAVERIOS
Nas dependências da Câmara de Vereadores de Maravilha, em 18/12/1995, foi
fundada a Acaverios (Associação das Câmaras de Vereadores dos Municípios do EntreRios). Quando da criação – em assembléia convocada pelo presidente da Câmara de
Maravilha, vereador Janir Signor -, participaram os presidentes das Câmaras Municipais
de Cunha Porã, Iraceminha, Modelo, Pinhalzinho, Riqueza, São Miguel da Boa Vista e
Maravilha. Antes disso, em 05/12/1995, havia sido oficializada a Amerios (Associação
dos Municípios do Entre-Rios)
A 1ª diretoria, eleita nessa assembléia, ficou assim constituída: Adroaldo Borges,
de Maravilha (presidente); Vilson Albino Zitta, de Pinhalzinho (vice-presidente); Almir
da Rosa, de Iraceminha (secretário); Solmar Hübner, de Cunha Porã (tesoureiro).
Compunham o conselho fiscal os vereadores Itacir Luiz Zonatto (São Miguel da Boa
Vista), Sérgio Bolfe (Cunha Porã) e Valdir Zenatti (Modelo).
No 2º comando, eleito em 15/03/2002, constam os nomes dos vereadores:
Antonio Valdir Ferraz (presidente), Joacir Sonda (vice-presidente), Láurio Stieler
(secretário) e Ivo Luiz Honnef (tesoureiro); com o conselho fiscal assim formado: César
Frandoloso (Maravilha), Paulo G. Kutszepa (Tigrinhos) e Neltair Alcides Pissatto
(Maravilha).
Atualmente constituem a Acaverios os vereadores de 12 municípios: Maravilha
(sede), Bom Jesus do Oeste, Campo Erê, Cunha Porã, Flor do Sertão, Iraceminha,
Modelo, Riqueza, Santa Terezinha do Progresso, São Miguel da Boa Vista, Saudades e
Tigrinhos.24
24
Participação nas informações: Nei Guzatti, diretor geral de expediente da Câmara de Vereadores.
Maravilha, ago. 2009.
132
EPÍLOGO
Quais nautas que aos mares se aventuram, desafiando os vagalhões e a calmaria
marítima, ao porto conduzimos nosso barco de pesquisa. Cansados talvez. Satisfeitos
talvez. Realizados talvez. Mas a verdade é que chegamos a um fim proposto: coleta de
dados e publicação que inclui 50 anos de história da Câmara de Vereadores de
Maravilha. Esperamos que todos se sintam bem: os que incluem sua parcela, tomando
parte como edil - sem egoísmo e nem esquecimento -, por causa da representatividade;
assim como os pesquisadores e leitores. Não foram olvidados esforços. Dever
cumprido. Concordando com Mário Benedetti que escreveu: “O que é escrito não muda
o mundo, mas sim as pessoas; e as pessoas mudam o mundo”.
Para os legisladores, aqui tem vez uns recados. Alguns são ensinamentos
antigos, mas ainda não aprendemos. O primeiro, escrito por Montesquieu (1689-1755):
"As leis inúteis enfraquecem as leis necessárias". Este outro é de antes de Cristo,
deixado por Cícero: "O bem do povo deve ser a lei suprema". Abraham Lincoln, expresidente norte-americano, já no século 19 deixou uma chamada: “Só tem o direito de
criticar aquele que pretende ajudar”. Vamos aprender nem que seja daqueles que
incluem humor, como este: “Quem com imposto fere, com voto será ferido”, deixado
por Abram Szajman. Nós brasileiros abusamos do dom do esquecimento.
Juan Domingo Perón, militar e político argentino (1895-1974), escreveu para a
esposa Isabelita o seguinte conselho a ser copiado e praticado: “Fale muito das coisas,
pouco das pessoas e nada de você”. Junto vai a chamada encenada por Charles Chaplin,
em seu O Último discurso, do filme O Grande Ditador: “Mais do que de máquinas,
precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e
doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.
Métodos a serem adotados na transformação futurista: “Há duas formas da
revolução na história humana: as rumorosas, feitas com o sangue, o suor e as lagrimas
das populações, e as silenciosas – que, em geral, tendem a ser mais efetivas no que diz
respeito aos benefícios proporcionados à maioria. Elas são consideradas silenciosas não
porque feitas nos subterrâneos, longe dos ouvidos e dos olhos das pessoas, mas porque
deixam de ser percebidas como revoluções enquanto se desenrolam. Seu caráter
profundamente renovador é reconhecido somente a posteriori, quando muitos se dão
conta, enfim, das mudanças por elas promovidas”.25
Assim seja. Fazendo jus ao nome: uma MARAVILHA.
25
Veja, Edição 2 120. Editora Abril, São Paulo, 08/07/2009. p.12.
133
Na Galeria dos Ex-Presidentes encontram-se – na ordem sequencial cronológica
- os seguintes vereadores:
1º Demétrio Bachinski (1959 a 1962)
2º David Gottardo (1963 e 1966)
3º Guilherme Gruber (1964)
4º Eduardo Gruber (1965)
5º Osmar J. Magnanti (1967)
6º Deonubem Baldissera (1967)
7º Alcides A. de Moraes (1968)
8º Antônio O. Conci (1969)
9º Paschoal A. Pítsica (1970-1971)
10º Ernani Appelt (1972)
11° Osmar Fülber (1973-1974)
12ª Reditário Cassol (1975-1976)
13ª Heitor A. Kasper (1977-1978)
14º Benito P. Magnanti (1979)
15º Armando N. Albrecht (1980)
16º João J. Mascarello (1981-1982)
17° Darwin J. Krauspenhar(1983-1984)
18º Darci J. Schmidt (1985-1986)
19° Paulo A. Bresolin (1987-1988)
20° Egon Müller (1989-1990)
21° Harri Laske (1991)
22° Neuza T. B. Willinghöefer (1992)
23° Antonio Bertollo (1993)
24º Darci Klumb (1994)
25º Janir A. Signor (1995)
26º Adroaldo Borges (1996)
27° Edio Bartz (1997-1998)
28° Dário Carlos Staudt (1999)
29º João Carlos Pereira (2000)
30° Orli Genir Berger (2001)
31º Ivo Badia (2002)
32° Láurio Stieler (2001-2004)
33° Neltair A. Pissatto (2005)
34° Janir A. Signor (2006)
35º Martinho A. Petry (2007)
36º Claudir Kuhn (2008)
37° César Frandoloso
Enquanto que, na Galeria dos Ex-Prefeitos, no Paço Municipal, estão, na ordem
sequencial cronológica:
1° João Cavalheiro (1958)
2º Deonubem Baldissera (1959-1964)
3º Nidolfo Carlos Mattje (1964-1969)
4° Albino Cerutti Cella (1969-1973)
5° Nidolfo Carlos Mattje (1973-1977)
6º Eloy José Ranzi (1977-1982)
7º Ivo Roman (1982-1983)
8º Celso Maldaner (1983-1988)
134
9° Miguel Nemirski (1989-1992)
10° Celso Maldaner (1983-1986)
11° Adélio Majolo (1987-2000)
12º Celso Maldaner (2001-2003)
13º Juarez Domingos Vicari (2003-2008)
14º Orli Genir Berger (2009...)
A história de Maravilha não está concluída.
______________
“O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos
desonestos, nem dos sem ética ... (mas) o silêncio dos bons (Martin Luther King).
135
Bibliografia
Referências Bibliográficas
GIALDI, Francisco. Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de história . Maravilha:
Brescovici, 1988.
______. Maravilha: sua terra, sua gente, sua história . Porto Alegre: Est 2ed, 2003.
______. Maravilha 25 anos . Maravilha: Prefeitura Municipal, 1983.
______. Os discípulos do Padre Berthier e o seminário de Maravilha . In: Etnias &
Carismas: poliantéia em homenagem a Rovílio Costa. Organizado por Antônio Suliani.
Porto Alegre: Edipucrs, 2001.
LAUSCHNER, Luiz G. Chucrute, Churrasco & Jaraqui . Manaus: BKEditora 3ed,
2002.
PILATI, José Isaac. História da colonização de Maravilha . Florianópolis: Ed. da
Imprensa Universitária/UFSC, 1991.
Referências documentais
ANAIS da Fundação das Irmãs de Nossa Senhora. Maravilha, 1953-1972.
ATAS da Câmara de Vereadores de Maravilha: 1958-2009.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Congresso
Nacional, 1988.
MARAVILHA. Câmara de Vereadores. Lei do Orçamento para o exercício de 1960 e as
primeiras 20 leis municipais. Maravilha, 1960.
______. Lei Orgânica do Município (1990) e outras leis municipais. Maravilha, 19602009.
MARAVILHA. Câmara de Vereadores. Regimento Interno da Câmara Municipal de
Vereadores de Maravilha . Maravilha, 1990.
Anexos
136
1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13 legislaturas
2 Questionário
3 Primeiras propagandas políticas e diplomas
4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de História
5 Projeto da Câmara de Vereadores de Maravilha, com a construção assim programada:
início em 2009 e conclusão com o prazo final para setembro de 2011
137
ANEXOS
1 Ofício solicitando curriculum vitae dos vereadores titulares das 13
legislaturas
Maravilha (SC), 1° de junho de 2009.
Exmo. Sr. Vereador e/ou ex-vereador
...
Senhor (ex-) Vereador:
Maravilha está no seu cinqüentenário de emancipação.
Em 2008, o jornal Novoeste publicou uma revista com 178 páginas intitulada Maravilha
50 Anos, em comemoração à data especial. Na continuidade, a Câmara de Vereadores
está organizando nova edição do livro Câmara Municipal de Maravilha. Será uma
revisão e continuidade (até os dias atuais) daquele publicado em 1988, então com o
título de Câmara Municipal de Maravilha: 30 Anos de História. Lá estão os vereadores
das sete primeiras legislaturas. Mantido contato com o historiador maravilhense
Francisco Gialdi (autor, entre outros, do título supracitado), o mesmo aceitou o desafio,
apesar da exigüidade de tempo.
Por isso, contando com a participação de todos os que estão ou estiveram na Câmara como titulares -, vamos coletar dados (documentário preliminar a ser arquivado) para a
composição histórica a ser editada ainda neste ano.
Em anexo segue um questionário a fim de podermos elaborar o histórico de cada uma
das treze legislaturas. Em caso de reeleição, o edil terá o curriculum vitae incluído
apenas na primeira vez em que assumiu como titular. Nas legislaturas seguintes, será
colocado o nome com o partido e número de votos obtidos.
Outro detalhe: o questionário é para haver semelhança, evitando esquecimentos de
dados históricos. No entanto, se – ao invés de serem dadas as respostas – apresentarem
em forma de redação histórica, com seus dados pessoais, profissionais e históricos de
quando esteve no egrégio Legislativo maravilhense, isto poderá ser usado, facilitando a
redação final.
Data final para a entrega: 15 de julho de 2009.
Antecipados agradecimentos.
Vereador César Frandoloso
Presidente
138
_______________________
Em tempo: Os vereadores que fazem parte da edição anterior (Maravilha: 30 Anos de
História) podem recompor – eles ou representantes – e, principalmente corrigindo
possíveis erros da mesma, agora revista e atualizada.
139
2 Questionário
1
2
3
4
5
6
7
- Nome completo:
- Data e local de nascimento:
- Nome dos pais e número de irmãos:
- Quando e por que veio morar em Maravilha?
- Seu endereço completo:
- Se casado, nome do cônjuge e (se tiver) dos filhos:
- Como vereador: em que Legislatura; razão da candidatura e qual o partido? (Se
já trocou de siglas partidárias, citar quais e o porquê)
8 - Algo sobre as reuniões da Câmara: turno; dias da semana...
9 - Sua profissão (na época em que era vereador e agora):
10 - Seu principal reduto político (centro, bairro ou comunidade do interior):
11 - Na Câmara Municipal que cargos tem ocupado? E no partido?
12 - Quais as principais cobranças feitas pelos eleitores (na campanha e no
exercício da vereança)?
13 - Relacionamento com os outros legislativos municipais (região, estado, país):
14 - Qual o projeto de lei mais importante encaminhado à Câmara de Maravilha
(pelo vereador entrevistado e/ou que passou pela Câmara)?
15 - Arrependeu-se de algum projeto de lei seu (depois aprovado ou rejeitado)?
16 - Deixou vaga (quando titular) para algum suplente? Quem?
17 - Conhece bem o município? Dá atenção às reivindicações dos munícipes?
18 - Como era (é) o relacionamento com o Executivo e o Judiciário e com a
oposição na sua Legislatura?
19 - Ocupou outros cargos políticos eletivos ou não (deputado, prefeito, vereador de
outro município... onde, quando e qual?)
20 - Seus planos políticos para o futuro? Se não mais participou da política,
exponha a razão.
21 - Qual seu sonho maior a respeito do Município de Maravilha?
22 - Um comentário sobre Maravilha e sua gente.
23 - Conte uma história do Legislativo maravilhense, quando era vereador.
24 – Observando a juventude hodierna o que o leva a pensar politicamente?
25 - Algo mais... (podendo incluir os desvios que ocorrem).
______________________
* Dos vereadores falecidos: local e data do passamento
** Data máxima para a entrega na Câmara de Vereadores de Maravilha: 15/7/2009.
Francisco Gialdi
Historiador
César Frandoloso
Presidente da Câmara
140
3 Primeiras propagandas políticas e diplomas
Cópias de documentos fornecidos por Eloi Pedro Breda, em Balneário Camboriú,
2/5/2009. Algumas propagandas são anônimas. Todavia, ao circularem logo eram
citados autores e a quem eram dirigidas. Destaque para o seu diploma de vereador,
assinado pelo Juiz Rafael Ribeiro Pinto. A 1ª eleição de Maravilha ocorreu em
11/11/1958 e a posse no dia 31/01/1959. Outras propagandas são das eleições realizadas
em 03/10/1960 para governador do estado (Celso Ramos) e em 07/10/1962, para a
Segunda Legislatura.
Eleições municipais de 03/10/1958
141
Eleições para governador do Estado, 03/10/1960
142
Eleições municipais de 05/10/1962
143
144
145
4 Capa da 1ª edição de Câmara Municipal de Maravilha: 30 anos de
História
146
5 Projeto da Câmara de Vereadores de Maravilha, com a construção
assim programada: início em 2009 e conclusão com o prazo final
para setembro de 2011
147
148