QUALIDADE

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QUALIDADE
notícias
Rua Piauí, 220, 5º andar – Santa Efigênia – BH/MG CEP: 30150-320
Ano XIX- nº 69 - Maio/Junho 2016
EMPRESA BRASILEIRA
DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
Mudou-se
Falecido
Desconhecido
Ausente
Recusado
Não procurado
Endereço insuficiente
Não existe n0 indicado
EM
/
/
QUALIDADE
DO LEITE EM FOCO
Instrução Normativa 62 foi
prorrogada e produtores têm até
junho de 2018 para se adequar
Responsável
Págs. 8 a 10
Entrevista
Investir em comunicação é crucial para
a competitividade de uma empresa
págs. 6 e 7
Saúde com sabor
Leite condensado é o favorito
dos brasileiros
págs. 14 e 15
EDITORIAL
EXPEDIENTE
DIRETORIA EXECUTIVA
João Lúcio Barreto Carneiro - Laticínios Porto Alegre Ltda
Presidente
Guilherme Olinto Abreu Lima Resende - Coaperiodoce
Vice-presidente
Paulo Bartholdy Gribel - Laticínios São Vicente de Minas Ltda
Diretor Administrativo
Guilherme Silva Costa Abrantes - Laticínios Dona Formosa Ltda
Diretor Financeiro
Alessandro José Rios de Carvalho - Laticínios Verde Campo Ltda
Diretor Tecnológico
DIRETORIA ADJUNTA
Carlos da Silveira Dumont - Coop. dos Produtores Rurais do Serro Ltda
Carlos Eduardo Abu Kamel - Coop. dos Produtores Rurais de
Itambacuri Ltda
Carlos Henrique Pereira - Forno de Minas Alimentos S/A
Carlos Roberto Soares - Dairy Partners Americas Manufacturing Ltda
Cícero de Alencar Hegg - Laticínios Tirolez Ltda
Emerson Faria do Amaral - Hebrom Produtos do Laticínios Ltda
Estevão Andrade - Laticínios PJ Ltda
Giovanni Diniz Teixeira - Itambé Alimentos S/A
Gregor Lima Viana Rodrigues - Gregor L V Rodrigues - ME
Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda
Humberto Esteves Marques - Barbosa & Marques S/A
Ivan Teixeira Cotta Filho - Cottalac Indústria e Comércio Ltda
Jaime Antônio de Souza - Laticínios Bela Vista Ltda
João Bosco Ferreira - Coop. Central Mineira de Laticínios Ltda
Jorge Vinícius Nico - Coop. Agropecuária de Resplendor Ltda
José Márcio Fernandes Silveira - F. Silveira Campos
José Samuel de Souza - Coop. Agropecuária de Raul Soares Ltda
Juarez Quintão Hosken - Laticínios Marília S/A
Léo Luiz Cerchi - Scalon & Cerchi Ltda
Louise de Souza Fonseca - Laticínios Coalhadas Ltda
Lucia Alvarenga Fagundes Couto - Laticínios Lulitati Ltda
Marcelino Cristino de Rezende - Nogueira e Rezende Indústria de
Laticínios Ltda
Marcos Alexandre Macedo Narciso - Laticínios Vida Comércio e
Indústria Ltda
Marcos Sílvio Gonçalves - Indústria de Laticínios Bandeirante Ltda
Odorico Alexandre Barbosa - Usina de Laticínios Jussara S/A
Ricardo Cotta Ferreira - Itambé Alimentos S/A
Robson de Paula Valle - Laticínios Sabor da Serra Ltda
Rodrigo de Oliveira Pires - BRF - Brasil Foods S/A
Valéria Cristina Athouguia Dias - Indústrias Flórida Ltda
Vicente Roberto de Carvalho - Vicente Roberto de Carvalho e Cia. Ltda
Welson Souto Oliveira - Coop. de Laticínios Vale do Mucuri Ltda
Wilson Teixeira de Andrade Leite - Laticínios Vitória Ltda
CONSELHO FISCAL EFETIVO
José Antônio Bernardes - Embaré Indústrias Alimentícias S/A
Luiz Fernando Esteves Martins - Efetivo Barbosa & Marques S/A
Roberto de Souza Baeta - Cayuaba Agroindustrial Ltda
CONSELHO FISCAL SUPLENTE
Cloves Fernandes de Almeida Filho - ME - Laticínios Santa Cruz
Elias Silveira Godinho - Laticínio Sevilha Ltda
Ramiz Ribeiro Junqueira - Laticínios Curral de Minas Ltda
DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE
REPRESENTANTES/FIEMG - EFETIVOS
Guilherme Olinto Abreu Lima Resende - Coaperiodoce
João Lúcio Barreto Carneiro - Porto Alegre Indústria e Comércio Ltda
DELEGADOS JUNTO AO CONSELHO DE
REPRESENTANTES/FIEMG -SUPLENTES
Guglielmo Agostini da Matta - Godiva Alimentos Ltda
Luiz Fernando Esteves Martins - Barbosa & Marques S/A
PRODUÇÃO: REDE COMUNICAÇÃO DE RESULTADO
Jornalista responsável: Flávia Rios (06013 JP)
Projeto Gráfico: Rede Comunicação de Resultado
Edição: Jeane Mesquita e Licia Linhares
Redação: Bárbara Fonseca, Camila Côrrea, Gabriela Maia, Pamella
Berzoini, Ana Paula Araújo, e Roberto Ângelo
Diagramação: Laura Fahel
Foto de capa: Herberth Xavier
Ana Paula Couto
ANO XIX / Número 69 / Maio e Junho/2016
SILEMG / Endereço: Rua Piauí, 220 / 5º andar / Santa Efigênia
CEP: 30150-320 / BH/MG / Tel: (31) 3223-1421
www.silemg.com.br / [email protected]
Tiragem: 3.500 exemplares
UNIÃO É A
ATITUDE DA VEZ
Uma das razões de ser do
Silemg é informar aos consumidores sobre a importância e os prazeres do consumo de leite e derivados. Por isso, sempre realizamos
eventos que promovem ações de
contato e diálogo com a sociedade. Entre eles está o Dia Mundial
do Leite, comemorado em primeiro de junho.
Neste ano, montamos uma
Blitz do Leite na praça da Assembleia, em Belo Horizonte. Distribuímos materiais informativos sobre
o setor leiteiro e a importância do
consumo de lácteos e promovemos
a degustação de alimentos como
leite, iogurtes e queijos. Também
distribuímos um kit com nossos
produtos a autoridades e formadores de opinião.
O saldo foi bastante positivo.
Atingimos cerca de 1.500 pessoas que passaram pelo local. Gostaria de agradecer aos associados
que foram nossos parceiros nessa
ação. Juntos, ganhamos mais forças no estímulo ao consumo de
lácteos e desmitificamos o conceito de que leite e derivados não
fazem bem à saúde.
Ações como essa, realizadas
pelo Silemg, vêm inspirando outras entidades e empresas ao redor
do Brasil. No Dia Mundial do Leite de 2016, ocorreram eventos de
celebração em Salvador, Goiânia,
Maceió, Campo Grande e Brasília. A próxima inciativa do nosso
sindicato será em outubro, no Dia
Mundial de Combate à Osteoporose. Contamos, mais uma vez, com a
participação de todos.
Além do Dia Mundial do Leite, esta edição do Silemg Notícias
também aborda a prorrogação da
Instrução Normativa 62, atrelada
à melhoria da qualidade do leite. A
grande dificuldade que ainda encontramos para avançar mais nessa
luta está na educação dos produtores rurais e, também, do comportamento do setor industrial. Quando
há queda de produção, a necessidade de captação fala mais alto que o
apelo à qualidade. A competição
pela compra da matéria-prima
acaba gerando o efeito colateral de
atrasar, e muito, os programas que
visam trazer benefícios aos nossos
produtos, colocando o setor em
uma posição de morosidade.
Nesse cenário, devemos nos
agarrar à força da união. Precisamos nos fortalecer mutuamente,
exigir uma matéria-prima de qualidade, auxiliar os produtores nesse
desafio e cobrar das autoridades as
medidas cabíveis. É dessa forma
que alavancaremos o crescimento
da cadeia leiteira em Minas Gerais. Queremos ser referência e nos
destacar, e sabemos de toda a capacidade do nosso estado para isso.
Atuando juntos, só temos a ganhar.
Boa leitura!
João Lúcio Barreto Carneiro
Presidente do Silemg
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GIRO NOS ASSOCIADOS
Há 23 anos, os irmãos Romero e Heliton aproveitaram a
produção leiteira da propriedade rural da família, localizada em
Lima Duarte, para fundar a empresa de laticínios Sabor da Serra.
Nessa época, com o trabalho de quatro funcionários, 700 litros
de leite eram utilizados diariamente na produção dos queijos
prato, minas padrão, parmesão e muçarela, comercializados em
Juiz de Fora.
Em 1997, Robson Paula Valle, filho de Romero, começou a
trabalhar na empresa. Oito anos depois, tornou-se um dos sócios e passou a integrar a diretoria, posição que ocupa até hoje.
“Nossa empresa cresceu muito. A linha de produção ganhou
maquinários modernos, e nossa gama de produtos aumentou
significativamente. Mas ainda preservamos parte do processo de
produção artesanal, que é considerado um diferencial de mercado. Hoje, produzimos vários tipos de queijo, leite, manteiga,
creme de leite, ricota, além dos requeijões, que representam 40%
do nosso faturamento”, conta.
O mercado da Sabor da Serra também foi ampliado. Hoje,
os produtos são comercializados nas regiões mineiras Campo
das Vertentes, Zona da Mata e Sul, e também no estado do Rio
de Janeiro, no Sul e na região Serrana. “No ano de 2004, demos o
maior salto. Deixamos de ser uma marca regional para conquistar novos mercados. Aumentamos a nossa produção, investimos
na empresa e adquirimos novos veículos. No início, tínhamos
uma caminhonete para coletar o leite e uma Kombi para fazer a
entrega. Agora, contamos com 60 funcionários e com 14 caminhões, que cumprem toda a logística.”
Dos 35 mil litros de leite usados diariamente na produção,
cerca de 90% são comprados diretamente de pequenos produtores rurais da região. “Cada profissional fornece cerca de 115
litros por dia. Esse leite, por não vir de gado de alta produção,
tem teores mais altos de proteína e gordura, o que é uma carac-
Arquivo Sabor da Serra
CRESCIMENTO
SUSTENTÁVEL
Robson Valle seguiu os passos do pai e, hoje, é um dos diretores do Sabor da Serra
terística positiva. Consideramos os produtores rurais nosso
maior patrimônio e trabalhamos com muita união, sempre
apoiando o trabalho deles e buscando alternativas para melhorar a propriedade e a produtividade de cada um”, diz.
A expectativa para este ano é aumentar o faturamento
em 10%. “Revitalizamos nossa logomarca, deixando-a mais
simples, sem retirar o conceito original. Até meados de 2017,
nossos produtos estarão em Belo Horizonte, na capital fluminense e na região dos Lagos. Tudo está bem-planejado para
que o crescimento seja sustentável .”
Arquivo Laticínios Jussara
4
GIRO NOS ASSOCIADOS
Laticínios Jussara conta com
unidades fabris em Patrocínio
Paulista (SP) e Araxá (MG)
PIONEIRISMO
QUE SE DESTACA
Em 1954, entrava para o mercado a Laticínios Jussara,
fundada pelo médico Amélio Rosa Barbosa, na cidade de
Franca, em São Paulo. A ideia do negócio surgiu depois
que o empreendedor conheceu o leite pasteurizado no Rio
de Janeiro, enquanto estudava na cidade. A veia empreendedora do profissional logo relacionou a novidade ao mercado da sua cidade de origem, e foi assim que iniciou a
fabricação do produto e também de manteiga e uma linha
de queijos, com o trabalho de 20 empregados.
Após 62 anos e algumas transformações, o laticínio
continua sendo administrado pela família Barbosa. “Hoje,
temos duas unidades fabris, uma em Patrocínio Paulista,
em São Paulo, e outra em Araxá, em Minas Gerais. Nossa
história é marcada por momentos importantes, por exemplo: quando fomos um dos pioneiros na comercialização
do leite pasteurizado em saquinho, em 1970, e depois do
leite longa vida em caixinha, na década de 1990. Em 2014,
lançamos o longa vida em garrafas plásticas”, conta o diretor-superintendente, Odorico Alexandre Barbosa.
Com todo esse tempo de história, a gama de produtos Jussara cresceu. “Produzimos leites, queijos, cremes de leite, leites
condensados, bebidas de soja e achocolatados, além da recémlançada linha Jump, composta por produtos lácteos voltados
para o estilo de vida saudável, e que inclui também opções
sem lactose e glúten.” Para dar conta de toda a produção, é
processado por dia cerca de 1 milhão de litros de leite, que
vêm dos 25 postos de captação administrados pela empresa
nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul,
Paraná e Goiás. “Nosso leite vem de quatro mil produtores
rurais. Para o trabalho administrativo e produtivo, temos uma
equipe direta de mais de mil empregados”, contabiliza.
Com todo esse investimento, hoje o laticínio ocupa um
lugar de destaque no mercado. “A Jussara é líder de vendas em
leite longa vida no estado de São Paulo há quatro anos. Esse
mesmo leite e também o nosso creme de leite e leite condensado nos colocam entre as cinco empresas com melhores resultados em venda desses produtos no país”, destaca Odorico.
Para continuar crescendo, ele aposta na nova linha Jump e na
manutenção da qualidade dos produtos. “Acreditamos que o
alto rigor de qualidade e o bom relacionamento com os supermercadistas fortalecem nossa marca e geram uma relação de
confiança com o consumidor.”
notícias
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Não procurado
30150-320
– BH/MG CEP:
Ausente
Desconhecido
Recusado
Endereço
insuficiente
Não existe
n0 indicado
Responsável
/
Rua Piauí, 220,
/
Santa Efigênia
Falecido
Mudou-se
EM
UM NOVO
notícias
Ano XIX - nº
67 - Janeiro/Fe
Págs. 8 a 11
EMPRESA
Mudou-se
Desconhecido
como o princip
redes sociais
Laticínios usam icação com o consumidor
canal de comun
págs. 12 e 13
al
EM
/
/
E TELÉGRAF
OS
Falecido
Ausente
Recusado
Endereço insufi
Não existe
Inovação
Entrevista professora da Fundação Dom
el,
Marta Piment a importância da marca
Cabral, fala sobre
págs. 6 e 7
vereiro 2016
BRASILEIRA
DE CORREIOS
Não procurado
ciente
n 0 indicado
Responsável
VENDAS
ONLINE
Entrevista
Valter Galan,
da Milk Point,
fala sobre o
cenário leiteiro
e as previsões
para 2016
págs. 6 e 7
E-commerce
ganha
cria oportunidad força no país e
e para a indúst
de laticínios
ria
Págs. 8 a 11
De olho
Investir em nicho
vantagem compet de mercado garante
itiva
págs. 12 e 13
CEP: 30150-320
inovam para
setor lácteo
informado,
Empresas do
vel
público mais
atender um preza por uma vida saudá
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Efigênia – BH/MG
MERCADO
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a atender à crescente demanda por alimentos de maior qualidade sem perder
o sabor. Com foco na inovação e no desenvolvimento, trabalhamos com
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fim de oferecer soluções completas para todo e qualquer processo. Escolha
uma companhia líder de mercado com marcas que você conhece e confia.
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DE CORREIO
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NOTÍCIAS!
2015
/Dezembro
66 - Novembro
BRASILEIRA
EMPRESAS E TELÉGRAFOS
5º andar –
Ano XVIII - nº
PONTO DE VISTA
5
No universo das operações de compra e venda de empresas, comumente conhecidas por fusões e aquisições ou
M&A (mergers and acquisitions), existe uma importante
etapa do procedimento denominada Legal Due Diligence
ou simplesmente Due Diligence.
Trazendo para a língua portuguesa, a auditoria legal significa a verificação de uma série de documentos e informações que, sob o enfoque jurídico, permitem a um potencial
comprador conhecer mais detalhadamente a empresa-alvo,
identificando situações que possam influenciar no negócio.
Quase sempre a Legal Due Diligence é conduzida por
consultores jurídicos, especializados nos mais diversos ramos do Direito, os quais solicitam e analisam informações
e documentos de natureza tributária, trabalhista, societária, contratual, regulatória, ambiental, concorrencial e contenciosa (processos judiciais, administrativos e arbitrais).
A partir dessas análises, é gerado um relatório apontando situações que, sob a ótica treinada dos consultores,
merecem ser conhecidas pelo potencial comprador, de
modo que ele saiba com a maior exatidão possível o que
pretende comprar. Diante das informações contidas no
relatório, o interessado poderá eventualmente identificar,
por exemplo, motivações que justifiquem a redução do
preço de aquisição, o aumento de garantias ou mesmo a
desistência da operação.
Não raramente, a empresa-alvo de possível investimento apresenta-se, em um primeiro momento, com o
que tem de melhor e mais atrativo, deixando de revelar
informações que, se conhecidas pelo potencial investidor,
poderiam impactar o preço ou afastá-lo imediatamente
do deal. Daí a importância da due diligence, que deve
Arquivo pessoal
A LEGAL DUE DILIGENCE NAS FUSÕES
E AQUISIÇÕES: PROCEDIMENTO DO
COMPRADOR OU DO VENDEDOR? *
revelar ao interessado todas as informações necessárias
para conquistar o que almeja.
Não há dúvida de que a legal due diligence é extremamente recomendável em qualquer operação de M&A,
independentemente do seu porte. Mesmo sendo um procedimento, muitas vezes, contratado pelo potencial comprador, o inverso também acontece com frequência, ou
seja, a contratação da auditoria legal pela empresa que
está buscando o investidor ou que poderá ser abordada
por algum a qualquer momento. É o que chamamos de
legal due diligence do vendedor.
A due diligence, em si mesma, permite que a empresa
tome conhecimento de problemas que poderão ser imediatamente enfrentados, tornando-a mais atraente e segura para uma eventual operação de M&A. Mesmo que tal
operação não ocorra, ainda assim a auditoria terá valido a
pena, por proporcionar a identificação e neutralização (ou,
ao menos, a minimização) de focos de futuros dissabores.
*André Papini
Sócio da Papini Lacerda Advogados
6
Daniel Magalhães
ENTREVISTA
DIÁLOGO PARA
ENFRENTAR A CRISE
Para Maria Flávia Bastos, investir na comunicação pode ajudar a
empresa a se manter competitiva diante da retração da economia
A turbulência econômica, como a vivida no país nos últimos tempos, costuma fazer sempre as mesmas vítimas. Primeiro, some
o ímpeto do cliente de consumir. Em seguida, desaparece a vontade do empresário de investir. Nesse contexto em que a instabilidade
impera, os setores de comunicação de empresas de diferentes portes costumam sofrer cortes, muitas vezes, brutais. Contudo, especialistas alertam que essa atitude é um erro que, ao invés de aliviar o aperto financeiro, pode prolongar as dificuldades do negócio.
Para entender o problema e descobrir o caminho para o melhor uso da comunicação em tempos de crise, o Silemg Notícias
conversou com a professora de educação empreendedora e autora do livro “Educação e Empreendedorismo Social: Um encontro
que (trans)forma cidadãos”, Maria Flávia Bastos. Para ela, a comunicação deve ser preservada e entendida como uma estratégia para
dar novo respiro aos negócios.
7
Diante de um cenário econômico incerto, é compreensível que os empresários decidam realizar cortes de
gastos. Contudo, as primeiras “vítimas” dessas medidas costumam ser os setores de comunicação. Em um
momento de retração do mercado, não seria natural
que as empresas reforçassem suas ações de divulgação
de serviços e/ou produtos?
Infelizmente, a comunicação ainda não é vista como
estratégica, mas como supérflua para algumas organizações. E, neste momento em que o medo e a insegurança ganham força – às vezes, muito mais do que
deveriam –, a comunicação deveria ser entendida como
uma ferramenta estratégica e fundamental para contornar essa situação. Uma empresa com a imagem fortalecida, colaboradores engajados e confiança no amanhã poderá se sair melhor da crise que outra organização que
deixar a situação abalar suas forças.
Na sua avaliação, qual a importância da comunicação
dentro da estratégia de atuação de uma empresa?
A comunicação como estratégia é baseada no relacionamento, na criação e na manutenção de diálogo entre
a empresa e seus diversos públicos. Mas, para que isso
aconteça de maneira eficaz, é preciso conhecer a fundo
seus stakeholders, compreender sua linguagem, desejos
e necessidades para, de fato, dialogar de maneira plena e
efetiva. Por muito tempo, classificamos nossos públicos
de maneira demográfica. Hoje, precisamos entender a
lógica dos públicos a partir de seus valores e experiências. São esses valores que nos aproximarão ou que nos
farão parceiros e cúmplices de uma mesma jornada.
Durante a crise, qual o papel que a comunicação deve
desempenhar?
Estamos vivendo um período de retração, de medo e,
aí, o consumidor já não se sente tão seguro para gastar,
os colaboradores têm receio de viver o desemprego e,
com isso, criamos uma aura de desesperança que, naturalmente, desenvolverá um círculo vicioso de pânico e
paralisia. Dessa forma, a comunicação deve ser utilizada
no fortalecimento das mensagens positivas – e, acredite,
elas existem e continuarão a existir. É preciso colocar em
destaque as boas notícias tanto no processo de relacionamento com clientes, acionistas e fornecedores quanto
na comunicação interna.
Quais são os erros recorrentes cometidos pelos empresários durante o enfrentamento de períodos de turbulência econômica?
O primeiro é esse não reconhecimento dos próprios valores – Quem sou eu? Que valores me regem? Que impactos
gero na sociedade? – ou dos valores importantes para seus
públicos. O outro – muitas vezes, decorrente desse desconhecimento – é o desequilíbrio na definição de estratégias,
ou seja, a opção errada na hora de decidir sobre os melhores
investimentos ou cortes na área de comunicação. Se há uma
crise econômica, naturalmente não se pode gastar como antes, mas cortar ou fazer algo que não valha tanto porque custará menos pode ser, na verdade, um grande erro.
No atual contexto, como os setores de comunicação
devem trabalhar para provar a sua importância?
É como falei anteriormente: investir em relacionamento baseado em valor e em geração de impacto é um
diferencial das organizações nesses tempos turbulentos.
Então, brincando com a palavra CRISE, arranque fora a
letra S e, pronto: CRIE! Aposte em ações de comunicação de baixo custo. Quem sabe, também, é a hora de pôr
em prática um projeto de inovação aberta, que aproxime
seus clientes de você.
Estratégias de comunicação mais agressivas também
podem render bons frutos? Ou, no momento, deve
prevalecer a regra do “menos é mais”?
Essa é uma resposta difícil de ser dada, pois há casos
e casos. Há empresas que, nessa crise, conseguiram crescer, outras têm mantido seu lucro e lugar no mercado, e
outras, infelizmente, têm tido prejuízos. Em se tratando
de comunicação, não há regras. Por isso, a importância
de ter um profissional na sua empresa que entenda e lhe
aponte os caminhos de uma comunicação eficaz. E, se sua
empresa é pequena e não tem como ter um profissional,
procurar ajuda de consultores ou de instituições, como o
Sebrae Minas, pode ser um diferencial nesse momento.
Dentre as ações de comunicação de baixo custo, podemos incluir as que envolvem as redes sociais? Elas são
eficientes nesse período?
Quem não aparece, definitivamente não é lembrado, e as
redes sociais nos lembram disso o tempo todo. Então, invista
em ações criativas nas mídias sociais, não se esqueça: seus
colaboradores, clientes, acionistas, comunidade e fornecedores são a força de sua empresa. Relacione-se constantemente.
Quais outras dicas a senhora pode dar para um empreendedor (iniciante ou não) que está preocupado com
o cenário atual?
Não tenha medo! Ainda que você seja uma pessoa
muito nova, vai saber que tanto o Brasil quanto o mundo já vivenciaram outras crises. Há países que hoje são
exemplo de economia e desenvolvimento e que, durante
e após períodos de guerra, demoraram muito tempo para
se reerguerem. Por isso, pense que estamos atravessando
um mau tempo, mas que isso passa. O que fica, além das
experiências, são a força da sua marca e a garra e o desejo
de fazer acontecer, de querer mudar, de acreditar naquilo
que faz, como possibilidade de uma nova realidade que,
tenho certeza, virá.
8
CAPA
PRÓXIMOS
PASSOS
Instrução Normativa 62, que
regulamenta a qualidade do leite cru,
tem prazo prorrogado
9
Produtores de leite do Brasil terão até julho de 2018 para
se adequarem aos padrões de qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
por meio da Instrução Normativa 62/2011. A nova data foi
instituída por meio da publicação, no dia 3 de maio, da IN
07/2016. Além da alteração do prazo para adequação dos
produtores, o novo dispositivo cria a Comissão Técnica
Consultiva para o Monitoramento da Qualidade do Leite
(CTC/Leite), grupo formado por representantes do governo, indústria, produtores e instituições de pesquisa cuja
atribuição será elaborar, em até 24 meses, uma proposta
para institucionalizar o Plano Nacional de Melhoria da
Qualidade do Leite.
A modificação do prazo e a criação da CTC são as únicas mudanças trazidas pela IN 07/2016 com relação à IN
62, uma vez que foi mantido o texto com os requisitos exigidos pela norma aos produtores de leite. Entre eles estão
os novos padrões de Contagem Bacteriana Total (CBT) –
que passa de 300 mil UFC/ml para 100 mil UFC/ml - e de
Contagem de Células Somáticas (CCS) – de 500 mil céls/ml
para 400 mil céls/ml. Outros pontos aos quais os produtores terão que se adequar se referem aos parâmetros para a
condição sanitária do úbere das vacas, monitoramento da
incidência de mastite no rebanho, condições de transporte
e resfriamento, dentre outros.
Esta não é a primeira vez que a IN é prorrogada (leia
mais na pág. 10). Para especialistas do setor, trata-se de um
cenário desmotivador para aqueles produtores que estão
comprometidos em melhorar a qualidade de seu produto.
“Diante de um novo adiamento, fica a sensação de falta de
credibilidade, principalmente, entre quem está investindo
para atender aos novos padrões”, avalia a professora da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mônica Pinho Cerqueira.
Para ela, ainda não existe, no setor, a conscientização
acerca da importância da qualidade do leite. “Não é só uma
questão de atender à legislação, mas sim de ter um melhor
retorno da produção, uma vez que mais qualidade significa
menos perda e maior garantia.” A especialista acrescenta,
ainda, que, para atender às normas de qualidade, como aos
números de CBT e CCS, não são necessários grandes investimentos financeiros. “Trata-se, sobretudo, de uma revisão
de processos e mudança de cultura.”
Opinião similar tem o CEO da Qconz América Latina
(Quality Consultants of New Zealand), Bernard Woodcock.
Para ele, ao comparar o setor no Brasil com a Nova Zelândia, onde se produz leite de grande qualidade, produtores
e indústria devem assumir suas responsabilidades para
alavancar a qualidade do produto e, assim, torná-lo mais
competitivo. “Nos anos de 1980, não tínhamos um leite de
qualidade na Nova Zelândia e nos vimos em uma situação
em que a única opção era investir no setor. Os empresários
se reuniram e houve uma aproximação com os produtores.
Hoje, o governo é responsável apenas pela fiscalização, enquanto à indústria, cabe a capacitação e a assistência técnica
aos produtores, que, por sua vez, se interessam em melhorar, pois sabem que vão ter retorno.”
Investimento que gera resultado
O laticínio Verde Campo é um exemplo de como a indústria pode atuar para contribuir com a melhoria da qualidade do leite no país e, como consequência, aumentar a
rentabilidade do negócio. A empresa tem uma equipe responsável por prestar assistência técnica ao campo, fazer a
análise de contagem individual de vacas e exame de cultura
dos rebanhos e orientar o manejo correto de ordenha.
Por meio dessas iniciativas, a empresa alcançou uma
matéria-prima cujos padrões de qualidade estão acima do
que é exigido pela IN 62. “Hoje temos média ponderada de
CBT no leite em torno de 30 mil UFC/ml.. Mais de 95% do
leite recebido está abaixo de 100 mil UFC/ml. A redução da
CCS é um grande desafio para todo o setor e, com nosso
trabalho, já evoluímos 18% neste ano em melhoria geral nos
índices”, avalia o gerente de Captação de Campo da Verde
Campo, Sávio Santiago.
Diante dos desafios enfrentados pelo setor, ele aposta na
união da indústria e dos produtores para que o Brasil tenha condições de disputar um lugar no mercado externo. “Não podemos
continuar na posição de importadores, mas sim, de fornecedores
de leite para outros locais do mundo. Hoje, contudo, não temos
um produto apto a brigar por novos mercados externos.”
Em sua opinião, entre as atribuições das empresas de
laticínios neste cenário está a de ser um elo entre as novas tecnologias e o produtor. “É muito importante adotar
políticas de pagamento por qualidade e criar condições de
dar assistência técnica para incentivar melhorias contínuas.
Quando se tem menos contaminação em um rebanho, temos menos mastite, mais produção por vaca, menos gastos
com medicamentos, e a indústria ganha uma matéria-prima
que oferece mais rendimento industrial e menos problemas
com defeitos e devoluções”, analisa.
Ciente das vantagens de se investir na qualidade do produto, o produtor e presidente da Cooperativa dos Produtores
Rurais de Itambacuri (Copril), Carlos Eduardo Abu Kamel,
10
CAPA
é taxativo quanto aos requisitos para se manter no mercado: seriedade e conhecimento. “De leite ruim não sai produto bom,
isso é fato”, atesta. Segundo ele, há alguns anos, os produtores não tinham a consciência da importância da padronização do
leite para a produção de laticínios, que é um dos negócios da cooperativa. Após uma série de mudanças nos processos, ficou
comprovado que investir em melhorias gera benefícios diretos. “Fizemos um comparativo entre o antes e o depois e percebemos um aumento de 10% na rentabilidade do leite”, conta.
Hoje, os 400 cooperados, responsáveis pela produção de 60 mil litros de leite ao dia, são obrigados a fazer o controle
mensal da qualidade do leite. A iniciativa cumpre um dos requisitos da IN 62, que, por meio da criação da Rede Brasileira
da Qualidade do Leite (RBQL), em 2002, possibilita o monitoramento do produto e, consequentemente, orienta a tomada de
decisões dos produtores em caso de resultados não satisfatórios. Em breve, uma nova ferramenta digital, desenvolvida pelo
Mapa em parceria com a Embrapa, permitirá o acesso dos produtores e demais interessados da cadeia produtiva do leite às
informações coletadas pelos laboratórios da RBQL ao longo dos anos (leia na página 12).
Breve histórico
As primeiras articulações para regulamentar a qualidade do leite no Brasil tiveram início em 1998, com a criação
de um grupo de trabalho responsável por elaborar uma proposta de Programa de Melhoria da Qualidade do Leite.
No ano seguinte, foi publicada a Portaria 56, que descrevia os pilares da iniciativa. A partir daí, foram definidos os
critérios de produção, qualidade e transporte do leite, estabelecidos na IN-51, publicada em 2002.
Pela norma, os produtores teriam até 2005 para se adequarem a itens como taxas de CCS e CBT. As análises do
leite deveriam ser realizadas em laboratórios credenciados pela CGAL/MAPA e, para isso, foi criada, também em
2002, a Rede Brasileira de Controle de Qualidade do Leite, a RBQL.
Ao longo dos anos, os limites máximos de CCS e CBT passaram a ser questionados. Em 2011, um novo parâmetro foi estabelecido, passando de 1 milhão para 400 mil céls/ml e de 1 milhão para 300 mil UFC/ml, respectivamente.
Às vésperas de a norma entrar em vigor, contudo, o Mapa, mais uma vez, prorrogou o prazo de adequação para seis
meses, nomeando um grupo para criar uma nova proposta. Em dezembro surgiu, então, a IN-62, que trouxe novos
limites de CCS e CBT. Alguns meses depois, uma nova mudança. Os limites passavam de 300 mil para 100 mil UFC/
ml para CBT e de 500 mil para 400 mil céls/ml para CCS. Agora, dois meses antes do prazo entrar em vigor, a IN-62
é prorrogada novamente, sendo que os produtores têm até julho de 2018 para cumprir os requisitos.
DE OLHO
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No Brasil, apenas 16% dos trabalhadores têm ensino superior completo. O índice, levantado pela Pesquisa Nacional
de Domicílios (Pnad) de 2014, reflete a necessidade de se investir em uma formação sólida, que contribua para o desenvolvimento dos mais diversos setores. Para os profissionais
da indústria de laticínios, o bacharel em Ciência e Tecnologia de Laticínios da Universidade Federal de Viçosa (UFV) é
uma das possibilidades de graduação.
Vinculada ao Departamento de Tecnologia de Alimentos
(DTA), a graduação conta com mais de 50 profissionais, entre professores e técnicos administrativos. A coordenadora
do curso, Laura Fernandes Correia, é egressa da universidade
e destaca, dentre os diferenciais da formação, as oportunidades de atuação. “Nossos alunos são preparados para atuar
em toda a cadeia do leite, desde a preparação dos insumos
para a produção até a entrega dos produtos ao mercado. Isso
é possível, pois nossa grade curricular envolve as mais diversas disciplinas, da zootecnia aos estudos de economia”, revela.
A formação tem duração prevista de quatro anos e meio,
sendo o último período do curso dedicado ao estágio obrigatório. Essa atividade é uma importante estratégia para que o
futuro profissional conheça, na prática, a rotina de uma área
da cadeia produtiva do leite. As aulas tradicionais acontecem
no campus de Viçosa. Por se tratar de uma universidade pública, o curso é gratuito. Para ingressar na universidade, é
preciso participar do processo seletivo por meio do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Bons frutos
Em 2007, Felipe Dutra assistiu à primeira aula na graduação de Ciência e Tecnologia de Laticínios na UFV. Ex-aluno
de uma escola técnica no Espírito Santo, chegou a Minas Ge-
Daniel Sotto Maior (CCS/UFV)
CONHECIMENTO
PARA O NEGÓCIO
Universidade Federal
de Viçosa oferece
graduação em Ciência e
Tecnologia de Laticínios
rais em busca de uma oportunidade profissional na indústria
de laticínios. “Quando fiz o curso técnico de agroindústria,
passei três semanas em uma pequena empresa que produzia
queijos e bebida láctea. Ali, descobri minha vocação para a
área”, explica.
Nesses quase dez anos, Felipe concluiu a graduação e,
hoje, está na equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Tirolez. Alocado na cidade de Monte Aprazível, em São Paulo, o
analista relembra de que forma a graduação colaborou para a
conquista profissional. “A universidade foi a principal ponte
entre as minhas trajetórias acadêmica e profissional. A teoria
da sala de aula, somada às experiências práticas em laboratório, me prepararam para o estágio obrigatório. Foi justamente
após seis meses de incursão na empresa que surgiu a oportunidade de contratação. Me sinto preparado para os muitos
desafios que a indústria de laticínios possui”, encerra.
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DE OLHO
INFORMAÇÃO NA
PONTA DOS DEDOS
Novo sistema desenvolvido pelo Mapa e pela Embrapa vai unificar
informações técnicas sobre a qualidade do leite em todo o país
Uma ferramenta online, acessível por tablet, computador ou celular, que vai reunir mais de 50 milhões de dados
técnicos referentes a amostras de leite de todas as partes
do país. Essa é a proposta do Sistema de Monitoramento
da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQL), desenvolvido
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) em conjunto com a Embrapa. Lançado oficialmente no dia 3 de maio, o novo sistema, que faz parte das
diretrizes do programa Leite Saudável, atende a uma demanda antiga do setor e vai contribuir com a melhoria da
competitividade do mercado de laticínios no Brasil.
A grande inovação do SIMQL é unificar, em uma plataforma, as análises geradas por dez laboratórios que fazem
parte da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle da Qualidade do Leite, criada com a implantação da Instrução Normativa 62 (leia mais na página 8). Antes da nova ferramenta
ser desenvolvida, os dados gerados por esses laboratórios não
estavam integrados, o que dificultava, por exemplo, a realização de análises a partir do cruzamento de informações.
Com o SIMQL, pela tela do dispositivo eletrônico, profissionais da cadeia produtiva do leite poderão saber como
está a qualidade do leite em todo Brasil pelas variáveis CBT
(Contagem Bacteriana Total), CCS (Contagem de Células
Somáticas), teor de gordura, teor de proteína, lactose, extrato seco e extrato seco desengordurado.
Será possível realizar uma análise a partir do comportamento dessas variáveis ao longo de um determinado período, sendo um mês ou um ano específico. A operação poderá
processar dados da data em curso, excluindo apenas informações geradas na última semana em relação à data de realização da consulta. Para o chefe-geral da Embrapa Gado de
Leite, Paulo Martins, o SIMQL representa um passo importante para o fortalecimento do setor. “Temos um divisor de
águas na formulação de políticas públicas. Saímos da era do
achismo e colocamos o leite na sociedade do conhecimento.”
Definir os diferentes níveis de permissões para acesso
aos dados é a próxima etapa do processo de desenvolvimento da ferramenta.
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ESTÍMULO AO
CONSUMO DE LÁCTEOS
Em evento especial, Silemg orienta população sobre a importância do leite para a saúde
do consumo de lácteos. Toda manhã, eu tomo leite e outros
produtos derivados dele. O meu preferido é o iogurte.”
Segundo o diretor do Silemg, Celso Moreira, há dez
anos os brasileiros ingeriam cerca de 130 litros de leite
por ano, “Hoje, essa marca saltou para 175 litros no mesmo período. Foi um avanço muito representativo, e falta
pouco para chegarmos ao indicador ideal da Organização
Mundial da Saúde (OMS), que é de 180 litros. A cada ano,
pesquisas na área reforçam os benefícios do leite para a
saúde e, com a devida instrução, desmitificamos algumas
questões recorrentes quando falamos do consumo deste
alimento”, afirmou.
Para a realização do evento, o Silemg contou com o
apoio dos associados. “A pró-atividade de todos contribuiu
para o sucesso da Blitz do Leite e mostrou que, juntos, podemos, cada vez mais, estimular o consumo de lácteo entre
as pessoas”, enfatiza o presidente do Sindicato, João Lúcio
Barreto Carneiro. Além do evento, o Silemg presenteou
250 autoridades e formadores de opinião com uma deliciosa cesta com produtos lácteos.
Fotos: Ana Paula Couto
No Dia Mundial do Leite, comemorado em 1º de junho, o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais (Silemg) foi às ruas da capital mineira para promover
uma ação especial: a Blitz do Leite. Com a participação de
mais de 1.500 pessoas, a iniciativa, que ocorreu na Praça
da Assembleia, contou com a degustação de leites, queijos,
iogurtes e bebidas lácteas das marcas associadas, além da
distribuição de uma cartilha informativa, mostrando os benefícios do leite e derivados e sua importância para a economia brasileira.
O evento, com duração de cinco horas, chamou a atenção de quem passava pelo local, atraindo moradores, estudantes e funcionários de empresas da região, como foi o
caso da decoradora Sylene Souza Lima que, diariamente,
faz caminhada pela praça. “O leite faz parte da minha vida.
Consumo o alimento todo dia e me preocupo muito com a
prevenção da osteoporose, por exemplo. Ações como esta
são muito importantes para a nossa saúde”, disse. O estudante Guilherme Santana também aprovou a Blitz do Leite.
“Esta é uma forma de nos conscientizar sobre a importância
O Silemg agradece aos associados que participaram das ações do Dia Mundial do Leite:
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SAÚDE COM SABOR
O QUERIDINHO
DOS BRASILEIROS
Na linha de produção de quase todos os laticínios, leite condensado
apresenta grande potencial de mercado
Coringa na produção das mais diversas e deliciosas,
receitas de doce, o leite condensado é uma paixão nacional. Quem nunca se deleitou bebendo o produto direto da
latinha ou atacando a mesa de brigadeiros em festas infantis, que atire a primeira pedra. Apesar de popular entre os
amantes de guloseimas, são poucos os que sabem a origem
e a importância histórica e econômica deste ingrediente.
Assim como o queijo, o requeijão e a manteiga, o leite
condensado é um derivado do leite e faz parte da linha
de produtos da indústria de laticínios. Para produzi-lo,
o leite de alta qualidade passa pelo processo de pasteurização para que seja eliminada qualquer contaminação
potencial. Após adicionar o açúcar, ele segue para um
evaporador selado em um sistema de tubos fechados
e submetido a uma pressão baixa para redução de seu
ponto de fervura. Em seguida, é aquecido para a remo-
ção de até 60% do teor de água, para então ser homogeneizado, estabilizado e, finalmente, enlatado em recipientes esterilizados.
É na fase de retirada da água do leite e da adição de
açúcar que o produto ganha a consistência e a aparência
que chegam até o consumidor. Apesar de toda a tecnologia empregada atualmente, regras sanitárias e melhorias
desenvolvidas pela indústria para garantir cada vez mais
qualidade ao produto são as duas etapas que acompanham
a produção desde a origem.
Em meados do século XIX, o fazendeiro norte-americano Gail Borden Jr. buscava alternativas para prolongar
a vida útil do leite de forma que ele pudesse ser transportado para áreas remotas e sem acesso ao produto. Até
então, ele era muito perecível, e muitas vezes, não resistia
sequer à viagem entre a zona rural e as cidades. Para con-
15
tornar esse problema, Gail teve a ideia de retirar a água do
leite e adicionar um elemento estabilizador antes de conservar o produto em lata. Foi escolhido, então, o açúcar,
que contribui no combate às bactérias, tornando o leite
condensado perfeitamente armazenável.
A ideia foi patenteada em 1856, mas, somente com o
início da Guerra Civil Americana, em 1861, a invenção de
Gail começou a ser valorizada. Isso porque o produto se
mostrou a alternativa perfeita para alimentar os soldados
enviados para a frente de batalha. Além de fáceis de transportar e armazenar, as latinhas de 395 gramas possuíam a
quantidade adequada de calorias, proteínas, gorduras e carboidratos, sendo ótimas fontes de energia.
Para todas as receitas
A Eagle Brand Consolidated Milk foi a primeira indústria voltada para a produção em larga escala do leite
condensado, em 1864. A bebida era popular principalmente entre as pessoas que viviam em regiões sem acesso
ao leite fresco e que o substituíam pelo leite condensado
consumido puro ou diluído. Com o desenvolvimento dos
processos de pasteurização e dos sistemas de refrigeração,
conservar o leite por períodos mais longos não era mais
um problema, e a função para a qual o leite condensado foi
criado perdeu, pouco a pouco, a importância.
Nem por isso, o ingrediente caiu no esquecimento. Com
consistência e sabor adequados para produção de doces, tornou-se vedete na confeitaria. Para atender às exigências dos
consumidores, foi sendo aperfeiçoado ao longo do tempo.
No Laticínio Piracanjuba, os clientes têm opção com zero
lactose, além da versão tradicional em diversos tamanhos.
“O leite condensado é, hoje, uma linha de alto volume e está
entre os carros-chefes da empresa, com presença em todo o
mercado nacional”, afirma a gerente de Marketing, Lisiane
Guimarães. Ela acrescenta “que a demanda é constante ao
longo do ano, com picos em datas especiais, principalmente
no Natal e Dia das Mães”.
O significativo volume de produção do leite condensado no Laticínios Flórida também reforça a alta demanda do
mercado. “Em nenhum lugar do mundo consome-se tanto
leite condensado como no Brasil. São 200 mil toneladas por
ano. Na Flórida, focamos o fornecimento do leite condensado tradicional. A demanda é também alta e temos grande
saída”, conclui Valéria Dias, diretora da empresa.
PASSO A PASSO DA PRODUÇÃO
LEITE
EVAPORADO
X LEITE
CONDENSADO
Tanto o leite condensado quanto o leite
evaporado possuem
a mesma definição,
que é a evaporação
de 60% da água e a
transformação em
um líquido viscoso.
A diferença está na
adição de açúcar,
que acontece no leite
condensado e não
acontece no evaporado. Apesar de não
passar pela condensação, o produto recebe
esse nome justamente
para diferenciá-lo do
evaporado.
Leite em pó
96,5% - 97%
de sólidos
láticos
Sacarose
(adicionada
diretamente
ou em
solução)
Leite fluido
12% – 13,5%
de sólidos
láticos
Leite
concentrado
40% - 50% de
sólidos láticos
Padronização do teor de sólidos láticos, do teor
da sacarose e da relação % de gordura pela %
de sólidos não gordurosos (RF)
Homogeneização (empregada quando se
trabalha com leite em pó na formulação)
Dissolução da sacarose no leite
Tratamento térmico ou pré-aquecimento
Evaporação a vácuo
Núcleo de
cristalização
(lactose)
Resfriamento
Nucleação secundária ou microcristalização.
nos tanques de cristalização.
Envases em latas ou embalagens cartonadas

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