- Revista Mercado Rural

Transcrição

- Revista Mercado Rural
outubro - 2014 • nº 12
Exposições:
Nacional Pampa, Campolina,
Pônei, Mangalarga Marchador,
Expointer e Barretos
O agronegócio
brasileiro nas
eleições de 2014
Hipismo
esporte que agrada
diferentes gerações
Mangalarga Marchador
e bem-estar animal:
boas práticas de manejo transformam a criação
o u t u b r o - 2014
4
O agronegócio brasileiro nas
eleições 2014
26
Haras Meninada
se destaca na criação de pôneis
50
Mercado do carvão:
a gangorra do produtor
6
Personagem:
Pamela Kayser
27
XXIX Exposição Nacional
do Cavalo Pônei
52
28
Fazenda Bom Fim celebra
70 anos de sucesso
Exposições, feiras,
congressos e visitas
técnicas entre Brasil e USA:
um investimento local com retorno global
30
Receita das exportações de
carne de frango
Brasil enfrenta uma das
piores estiagens
dos últimos anos
32
54
Fruto da Macaúba
Como Fazer
Curral para gado
Megaleite 2014 termina com
quebra de recorde mundial
35
56
Febre Aftosa
34ª Semana Nacional
do Cavalo Campolina
58
O planeta cabe na urna
36
37ª Expointer
60
38
Tífton-85 é recomendado
para qualquer tipo de rebanho
Meio Ambiente
e Mineração
62
Etanol de milho:
uma nova fronteira
64
Safra temporã do Cacau
está chegando ao fim
66
Automóveis : triciclos de carga
67
Receita: Salada Grega
68
Turismo: Parque Estadual do Ibitipoca
70
Sessão Pet: mini cabritos
72
Criações exóticas: camaleão
74
Bebidas: cervejas especiais
75
Evento
Feira de vinhos Super Nosso
Aniversário Marcelo Lamounier
78
Giro Rural
80
Agenda Rural
e d i to r ial
Redação
Unique Comunicação e Eventos
Tel.: (31) 3653-0633
[email protected]
Editora e jornalista responsável
Amanda Ribeiro - MT10662/MG
[email protected]
Diretor Comercial
Marcelo Lamounier
[email protected]
Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522
Direção de Arte
Otávio Lucinda
[email protected]
Jornalistas colaboradoras
Tatiana Vieira
[email protected]
Rose Rocha
[email protected]
Assinaturas
Unique Comunicação e Eventos
Periodicidade
Trimestral
Tiragem
5.000 exemplares
Impressão
Gráfica Del Rey
www.revistamercadorural.com.br
A Revista não se responsabiliza por conceitos
ou informações contidas em artigos assinados
por terceiros.
C@rtas
Acesse o Facebook e deixe sua
crítica ou sugestão
Mercado Rural
Curta nossa página
Esta edição tem para mim um significado especial, pois é a última que escrevo como
diretora de jornalismo da Mercado Rural. Foram três anos à frente da revista e 12 edições
publicadas, que muito me orgulham. Mas é preciso persistência e muita dedicação, fatores que não faltam em Marcelo Lamounier, diretor comercial que segue a partir de agora
à frente da revista. Eu seguirei novos rumos profissionais, mas terei sempre a revista como
um troféu, exemplo e case de sucesso; um veículo que se expande cada vez mais com
reconhecimento em nível nacional.
E é claro que caprichamos no conteúdo desta bela edição, que traz matérias com
temas exclusivos, como as eleições, um dos fatos mais importantes do ano de 2014 e que
terá grande influência no futuro do agronegócio.
Na matéria de capa, o destaque foi para a raça Mangalarga Marchador, que realizou
exímia Exposição Nacional em julho, com tema “Cavalo Nacional”. Enfatizamos a importância do bem-estar animal para garantir sustentabilidade e eficácia na criação. Entrevistamos o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador, Magdi Shaat, que contou sobre os projetos para a raça e o Apex-Brasil.
Cobrimos os grandes eventos deste segundo semestre, como a Exposição Nacional
do Mangalarga Marchador, do Cavalo Pampa, do Pônei, a Festa do Peão de Barretos, Megaleite e Expointer, exposições que aquecem o agronegócio brasileiro e movimentam as
criações de animais de elite no Brasil.
Na seção personagem, trouxemos a estória de Pamela Kayser, a bela amazona apaixonada por cavalos que vive intensamente a rotina do hipismo e reúne uma lista de superações em sua vida. Contamos, também, a experiência da amazona Priscilla Menezes, que
coleciona troféus, seu último o de Vice-Campeã no ranking do CEPEL de 2013.
Outros interessantes temas abordados foram o plantio do cacau, do tifton, a construção de um curral, a raça Marchigiana e os problemas
enfrentados com a seca no Brasil. Na seção pet foi a vez
dos mini cabritos, na seção de exóticos, os camaleões.
Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos
nossos anunciantes, que acreditam na força da divulgação da nossa revista. Agradeço ao Marcelo pela amizade
e sociedade nesses três últimos anos: sua determinação
faz o sucesso da Mercado Rural!
Boa leitura!
Marcelo Lamounier e Amanda Ribeiro
Bela revista, a cada dia ganhando
mais espaço no meio agropecuário.
Parabéns.
Marcus Vinicius - Inhaúma, MG
Parabéns pela edição de junho.
Revista Mercado Rural maravilhosa.
Márcio A. Silva - Itapecerica, MG
Adorei a Revista, muito bem escrita e conteúdo
excelente! Obrigada e muito sucesso!!!
Morgana Sales - Belo Horizonte, MG
Mais uma vez obrigada por me
encaminhar a revista Mercado Rural.
Parabéns! Ótimas reportagens.
Elba Caroline - Pimenta, MG
Recebi a edição número 11 no qual veio
recheada de ótimas matérias, como a
que falou sobre o grande empresário do
ramo imobiliário e amigo Dr. Adevailde
Veloso e também fomos agraciados
pela linda matéria da Hípica Corumi.
Renato Menezes Belo Horizonte, MG
8
10
12
Marchigiana
16
Setor Sucroalcooleiro
17
Caprinos e ovinos:
levantamento inédito CNA /Cepea
mostra lenta recuperação na criação
de ovinos e caprinos no Brasil
18
21ª Enapampa
20
Hipismo: esporte que desperta
paixões em diferentes gerações
44
22
Festa do Peão
de Barretos: evento comemora
resultados positivos de público e
movimentação econômica
24
Pesca esportiva:
atividade cresce no Brasil
Destaque:
Mangalarga Marchador
e bem-estar animal
46
33ª Exposição Nacional do
Mangalarga Marchador
48
Mangalarga Marchador
pelo mundo
revista mercado rural
3
O agronegócio brasileiro nas
eleições 2014
A revista Mercado Rural pesquisou nos programas de governo dos dois candidatos
à Presidência da República no segundo turno as promessas e ações relacionadas
ao agronegócio brasileiro. Nem todas as ações estão aqui listadas, mas trouxemos um panorama dos principais pontos de campanha de cada um.
Plano de governo da
candidata Dilma Rousseff
Há 12 anos, quando o Governo Federal estabeleceu uma política na área
agrícola voltada para o Agronegócio,
havia a certeza de que a produtividade
do setor estava muito aquém de sua
capacidade. Para mudar esse quadro,
foram necessários investimentos quase
três vezes maiores ao longo desses anos
e o aumento de recursos humanos para
as áreas de pesquisa, tecnologia e inovação. Com a reformulação do Plano
Agrícola e Pecuário (PAP), agora com
foco em produtividade (2003 a 2014),
a colheita de grãos saltou de 96,8 milhões de toneladas, numa área de 40,2
milhões de hectares, para 191,2 milhões
4
outubro 2014
de toneladas, produzidas em 56,4 milhões de hectares, crescimento 70% superior a uma década atrás. Juntos, produtores e governo estabeleceram um
diálogo colaborativo e colocaram nos
trilhos a locomotiva do Agronegócio, líder no cenário internacional e um setor
fundamental para o desenvolvimento
sustentável do Brasil, com a perspectiva
de o País desempenhar papel estratégico em nível mundial.
A oferta de crédito, a redução da taxa
de juros e o aumento da produtividade
foram os pilares para que o PAP colocasse em prática todos os projetos e programas que reuniu sob sua coordenação. Os
mais importantes são: Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas
e Implementos (Moderfrota); Programa
de Sustentação do Investimento (PSI).
Juntos, Moderfrota e PSI Rural somaram
recursos da ordem de R$ 9 bilhões, com
juros médios de 4,5%, este ano. Inova
Agro; Programa de Modernização da
Agricultura e Conservação dos Recursos
Naturais (Moderagro); Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro); Programa Nacional
de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp);
Programa Nacional de Apoio ao Médio
Produtor (Pronamp); e Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC).
Plano de governo do
candidato Aécio Neves
1. Resgate da qualidade e dos recursos
alocados aos investimentos em infraestrutura no país, inclusive por meio de PPP.
2. Criação de regras claras para o desenvolvimento, o uso e a multiplicação
dos diferentes produtos e processos da
biotecnologia.
3. Estímulo à implantação da Agricultura de Baixo Carbono.
4. Resgate dos investimentos em
pesquisa pública no país, integrando na
forma de redes de trabalho os sistemas federais, estaduais e privados de
pesquisa. A rede de desenvolvimento
tecnológico irá envolver as universidades de ciências agrárias e biológicas.
5. Promoção da melhoria do sistema
brasileiro de patentes, não apenas para
o caso da pesquisa na área de biotecnologia, conferindo-lhe mais agilidade.
6. Melhoria da alocação de recursos orçamentários para a defesa sanitária, com
a consequente cobrança de aumento
da qualidade dos serviços.
7. Ampliação do quadro de técnicos da
vigilância sanitária e desenvolvimento
de trabalho conjunto com as vigilâncias
sanitárias estaduais, a fim de otimizar os
resultados das estruturas existentes.
8. Desenvolvimento de ações de controle e combate a doenças e pragas, em
parcerias com o setor privado, comunidade científica e sociedade civil.
9. Harmonização dos sistemas de vigilância do Brasil com os demais países
da região.
10. Erradicação da febre aftosa em
todo o país, sem distinção de região.
Priorização do controle e erradicação de
zoonoses, tais como tuberculose, raiva,
brucelose e clostridiose.
11. Implantação de ações de educação
sanitária dos produtores.
12. Priorização do Programa Nacional
de Controle de Resíduos.
13. Estimulo à adoção voluntária de
certificação e de organização, divulgando aos produtores os diferentes
sistemas de certificação, e exigência de
rastreabilidade em produtos de maior
risco sanitário.
14. Proteção ao risco de catástrofe.
15. Proteção ao risco de preço. O
elemento de defesa de risco mais
adequado ao uso pelos agricultores é
o mercado de opções, que deverá ser
desenvolvido e estimulado no Brasil.
16. Estimulo e divulgação dos mecanismos de financiamento da agricultura,
especialmente no que diz respeito ao
Banco do Brasil.
17. Regularização da titulação de
todas as propriedades brasileiras, com
o reforço da unificação dos cadastros
estaduais e federais no que diz respeito
à titulação das propriedades, estabelecendo um cadastro único de terras.
18. Estimulo à adesão dos produtores ao regime de pessoa jurídica, o
que será alavancado pelo desenvolvimento de um modelo tributário tipo
“Simples Agrícola”.
revista mercado rural
5
personagem
Pamela Kayser
“Nunca se
deve desistir
de um sonho”
Quem poderia imaginar que o simples
fato de aceitar um convite para assistir a
uma prova de Hipismo mudaria radicalmente a própria vida? Pois foi exatamente o que
aconteceu com Pamela Kayser. O mês era
dezembro. O ano, 2009. Nessa data, a filha
mais nova, Rafaela, chamou a mãe para ver
uma prova de Hipismo, no Centro de Preparação Equestre da Lagoa (Cepel), sabendo
de sua adoração por cavalos. Um convite
normal. O que ela não sabia era que, a partir
desse dia, a vida de sua mãe seguiria uma
nova trajetória. Pamela kayser, que sempre
montou cavalos, mas nunca teve a oportunidade de aprender Hipismo, se emocionou
ao ver ali o que sempre sonhou em fazer.
Começaria, naquele local, uma vida dedicada aos cavalos, ao esporte e à superação.
Presenciar o campeonato despertou
em Pamela a vontade de realizar seu desejo de infância: o de praticar o Hipismo e de
aprender a saltar. Assim, em janeiro de 2010,
Pamela, que hoje é Amazona de Hipismo
Clássico, estava matriculada na sua primeira aula. De lá pra cá, já são mais de quatro
anos de muitos treinamentos, competições,
conquistas e, acima de tudo, de realizações.
E o amor pelos cavalos e pelos animais
não é de agora. Segundo Pamela, desde infância ela tem contato com os bichos, o que
contribuiu diretamente em sua escolha tão
rápida. “Desde pequena eu gosto de animais.
Está na minha alma amá-los. É interessante
6
outubro 2014
como eu consigo entender a linguagem deles e também os seus sentimentos, podendo sempre me aproximar de qualquer um
sem medo. Minha paixão pelos cavalos nasceu comigo. Aprendi a montar com quatro
anos e, aos 45, realizei meu sonho de fazer
Hipismo e aprender a saltar”, relembra.
E depois das primeiras aulas vieram
as primeiras competições, primeiras medalhas e os primeiros desafios vencidos. E,
para Pamela, tudo isso não seria possível
sem a ajuda de seus filhos e de seu treinador. “Não poderia imaginar que o Ramiro,
meu professor desde a minha primeira
aula, entraria em minha vida não só para
me ensinar. Hoje somos parceiros, amigos
e unidos pelos mesmos sonhos, trabalhando em conjunto e evoluindo no esporte
dia a dia. Ele me incentiva a ser cada dia
melhor. É também apaixonado por cavalos,
fazendo seu trabalho sempre com muita
dedicação e talento”, enfatiza.
Ao longo dos três primeiros anos de
Hipismo, os treinamentos eram realizados
no Cepel. Mas, no início de 2014, Pamela
mudou o local de suas aulas e, com essa
mudança, ganhou também um novo estilo
de vida. Agora, ela divide seu tempo e os
seus dias da semana entre seu apartamento
em Belo Horizonte e seu espaço dentro da
Hípica Corumi. Para alguns pode parecer
estranho, mas para Pamela a mudança só
trouxe benefícios. “Ficamos no Cepel até de-
zembro de 2013, quando o Ramiro recebeu
o convite da Hípica Corumi para ser instrutor
e responsável pelo Hipismo lá. Em fevereiro
deste ano, chegamos com os nossos cavalos.
Eu aluguei um espaço especial da hípica, no
qual eu tenho quatro baias, um piquete, uma
varanda com fogão a lenha, um quarto e banheiro. De uma a três vezes na semana durmo pertinho dos meus animais”, comenta.
O caminho percorrido até aqui pode ser
considerado de consagração, evolução e superação, e significa muito na vida de Pamela. “O Hipismo pra mim é uma motivação, é
uma realização diária. Com o esporte descarrego minhas dores e recarrego minhas energias. Eu perdi uma filha em 1986, mas com o
passar do tempo, a dor da perda me ensinou
a lutar, pois sempre acreditei no amor e em
Deus, tendo sempre a esperança de realizar
sonhos. Praticar Hipismo me faz viver com
satisfação e confiança. É fazer o que gosto
tendo os cavalos para dar e receber amor”.
A primeira prova que disputou na escola de equitação foi na categoria 0,70m e, a
cada ano, Pamela melhorava suas marcas e
mudava de categoria. No entanto, alguns
problemas de saúde e pessoais fizeram com
que, desde o ano passado até julho deste
ano, ela diminuísse o ritmo de treinamentos e participasse menos de competições.
Mas nada que a afastasse de vez dos saltos.
Pelo contrário. Com muita força de vontade
e determinação, em agosto deste ano ela
voltou a saltar e teve a alegria de conquistar o terceiro lugar no Campeonato Hípico
da Escola de Sargentos das Armas de Três
Corações. Pamela destaca que esse prêmio
tem um gostinho especial em sua vida.
“Nesse esporte, cada prova é uma vitória de
superação e evolução. Considero sempre a
última competição como especial. Mas essa
prova de Três Corações representou muitas
vitórias em minha vida. Além do Hipismo,
marcou minha volta às competições, minha
recuperação física e emocional”.
Todas essas vitórias e experiências são
acompanhadas bem de perto por aqueles
que a apoiaram e a incentivaram desde o
início. A realização desse sonho, segundo
Pamela, só foi possível porque ela teve pessoas especiais ao seu lado que a estimularam todo o tempo. E o caminho, para ela,
é de continuar prosseguindo no esporte,
concretizando seus sonhos, dedicando
suas conquistas e provas aos que ama.
“Amo meus filhos. Sempre dediquei minha
vida a eles. Eles são os meus tesouros, são
tudo pra mim. Fico muito feliz em ver que
eles me estimulam e apoiam. Minha filha
me mostrou que era possível realizar esse
sonho que eu já tinha dado como impossível. Ela me ajudou a começar, que é o mais
difícil. Hoje meus filhos se sentem felizes
de me ver realizada e torcem pelo meu
sucesso. Agradeço ao Ramiro por ter chegado até aqui e me apoiar sempre, sem ele
e nossa equipe de trabalho, nada sou. Não
posso me esquecer de agradecer aos meus
cavalos também, são meus bebês”, ressalta.
E, se depois de conhecer essa história,
ainda ficou alguma dúvida de que sempre é
tempo para realizar um sonho, fica aqui um
conselho de quem acreditou em si mesma,
venceu os medos e os obstáculos, superou
algumas barreiras e se diz totalmente realizada e feliz. “O Hipismo é meu talento, minha paixão, minha motivação. Poder fazer o
que gostamos é um privilégio. É viver com
satisfação e superar todas as dificuldades
pela conquista de sonhos diários. Nunca
se deve desistir de um sonho. Eu me casei
com 17 anos e fui mãe aos 18. Fui trabalhar
com o meu marido na empresa e, depois,
precisei cuidar dos meus pais. E foi só aos
45 anos que chegou a hora de cuidar de
mim e fazer o que sempre quis e sonhei”.
Você acha que os planos de Pamela
terminam por aqui? Ela afirma que ainda tem muitas coisas para realizar e viver!
“Esse ano comecei uma nova etapa, tanto
na minha vida pessoal quanto no esporte.
Meus dois filhos se casaram, infelizmente
me divorciei, mudei de hípica e posso ir todos os dias treinar e estar com meus cavalos. Enfim, quero me superar a cada dia, ver
meus filhos felizes e aguardar a chegada
dos meus netinhos. Vou curtir demais ser
vovó. Viver é simples, basta acreditar que é
capaz e ter fé”, finalizou.
revista mercado rural
7
Receita das
exportações de
carne
de frango
cresce 24,3% em setembro
Resultado
de suínos in
natura também
apresenta
elevação,
de 26,4%
Levantamentos feitos pela Associação
Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que o volume das exportações brasileiras de carne de frango (considerando
frango inteiro, cortes, processados e salgados) atingiu 359,6 mil toneladas em setembro, resultado 19,1% maior em relação ao
mesmo período de 2013. O desempenho
foi ainda melhor em receita, com alta de
24,3%, segundo a mesma comparação, alcançando US$ 718,8 milhões.
No acumulado do ano, os embarques
de carne de frango do Brasil totalizaram
2,965 milhões de toneladas, número
3,5% maior em relação aos nove primeiros meses de 2013. Em receita, houve
8
outubro 2014
queda de 1,8% em relação ao registrado
no mesmo período do ano passado, com
US$ 5,882 bilhões registrados entre janeiro e setembro deste ano.
“O desempenho menor em receita entre janeiro e setembro, entretanto, não é
negativo para o setor. Se verificarmos que
entre janeiro e agosto a queda relacionada
era de 4,6%, notamos que há uma recuperação na receita dos embarques em setembro, favorecida pelo ótimo desempenho
do mês”, destaca o presidente-executivo
da ABPA, Francisco Turra.
De acordo com Turra, o desempenho
de setembro, em volume, mostra o efeito
da autorização russa, em agosto, para embarques de produtos de indústrias avícolas
brasileiras.
“O resultado alcançado em setembro
já é proveniente do aumento nas exportações para a Rússia. Partimos de 8 mil
toneladas em agosto para cerca de 20 mil
toneladas em setembro”, afirma Turra.
O presidente da ABPA destacou, ainda,
a forte presença do Egito no resultado geral do mês. “Para lá, saltamos de 4 mil toneladas em agosto para algo como 13 mil
toneladas no mês passado”, diz.
Suínos in natura
Ainda segundo a ABPA, a receita das
exportações de carne suína in natura registrou, em setembro, elevação de 26,4% na
comparação com o mesmo mês do ano
passado, chegando a US$ 143,3 milhões.
Em volume, houve redução de 9,9%, com
36 mil toneladas embarcadas.
O ritmo positivo da receita dos embarques manteve-se entre janeiro e setembro
de 2014. As exportações somam, no período, US$ 1,035 bilhão, um crescimento de
13,2% em relação aos nove primeiros meses de 2013. Em volume, houve queda de
7,6%, com 306,7 mil toneladas acumuladas.
“A reordenação do fluxo de exportações
no mercado internacional, em decorrência
do cenário político no leste europeu, vem
impactando positivamente os ganhos com
os embarques. Isto é especialmente notável
quando verificamos que o crescimento de
receita em setembro é superior ao verificado em setembro do ano passado. Desde
abril de 2014, o faturamento mensal é maior
do que a receita mensal auferida em 2013”,
destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente de suínos da ABPA.
como fazer
O terreno escolhido deve estar bem
posicionado em relação à sede e às invernadas, visando à facilidade de acesso
e manejo. A localização no centro da
propriedade, antecedendo a construção de cercas e outras benfeitorias, é a
melhor opção. Entretanto, através de
simples instalações de acesso ao curral,
construídas com cercas de arame, é possível garantir uma eficiente condução
dos animais ao interior do curral. O local
deve ser firme e seco, preferencialmente
plano, não sujeito à erosão.
A capacidade total do curral é calculada em 500 reses, levando-se em conta a
área útil e a relação de 2 m2/cabeça. Quando o manejo inclui aparte, a lotação fica
restrita aos currais de depósito (200/300
reses), reservando-se os currais de aparte
para separação dos animais.
Outras benfeitorias, que devem ser
construídas anexas ao curral (curralão,
manga de recolhida, piquetes, etc.), além
de faciIitar o manejo e acesso ao interior
do mesmo, permitem ampliar, com instalações simples, a capacidade de reunir animais que serão trabalhados em lotes de até
500 reses por vez.
Procede-se, inicialmente, à limpeza
10
outubro 2014
do terreno, que deve ficar livre de toda
vegetação e detritos. Posteriormente, faz-se uma movimentação de terra no círculo
aproximado onde deverá ser instalado o
curral, no sentido de fora para dentro, visando obter uma superfície redonda, semelhante a uma calota esférica, com cerca
de 2% de inclinação. Esta operação visa
favorecer o escoamento das águas pluviais, impedindo a formação de lama nos
pontos de maior movimentação de gado.
Finalmente, acrescenta-se uma camada de
cascalho em toda a área, com uma faixa
excedente em volta do curral e proximidades do embarcadouro, seguido de compactação para acabamento.
Marcação do curral
Escolhido e preparado o terreno para
a instalação do curral, determina-se a
posição do mesmo, considerando a facilidade de acesso e a insolação. A orientação leste/oeste, em seu maior eixo, é
a posição desejável, impedindo maior
penetração dos raios solares nas laterais
do galpão. A partir do centro da área
preparada, utilizando estacas, procede-se à marcação do galpão, brete, tronco
de contenção e apartadouro. Posteriormente, marcam-se as cercas externas,
subdivisões e porteiras.
Recomendações
especiais
Uma planta baixa detalhada, facilitará a
demarcação e construção do curral.
Se o local escolhido for inclinado, é necessário nivelá-lo antes do preparo da área.
é conveniente, além disso, nas imediações
do curral, fazer proteção contra a erosão.
A inclinação dada ao terreno na superfície da calota esférica, não deve ultrapassar a 2%, para evitar problemas no assentamento (fixação) e abertura das porteiras.
O eixo do conjunto brete, tronco de contenção
e apartadouro deve ser em nível ou com pequeno
aclive, evitando-se o declive. Quando o terreno for
excessivamente arenoso ou não apresentar boas
condições de drenagem, é conveniente proceder à
concretagem dos palanques.
Outros materiais podem ser utilizados na construção de currais, como cordoalhas de aço, vergalhções de
ferro, arames galvanizados etc., cuja opção depende da
conviniência local, da facilidade de aquisição e do custo.
Os portões corrediços utilizados no brete e embarcadouro, podem ser construídos também com
canos de ferro galvanizado, fornecendo-lhes maior
resistência. É conveniente aplicar tinta preservativa, à base de alcatrão líquido e creosol ou produto
similar, em todo madeiramento sujeito à ação do
tempo. Sob a cobertura do galpão usa-se normalmente tinta a óleo. Construído o curral, pode-se fazer a arborização da área de serviço com espécies
apropriadas para sombra.
Fonte: Embrapa
Fonte: Portal esobre
Curral para gado
Detalhe de fixação das porteiras em terreno com declive
Criação
da raça
Marchigiana
cresce no Brasil
Ainda incipiente no Brasil em número de criadores, a raça Marchigiana vem
ganhado espaço na pecuária nacional. Os
primeiros registros dos bovinos Marchigiana fazem referências à Itália como sendo o
país de origem da raça, mais precisamente
na região de Marche. No Brasil, em 1966,
o Dr. Emano Bonaspetti, um italiano que
se tornou brasileiro, divulgou na imprensa
do Rio Grande do Sul, pela primeira vez,
por meio de artigos de sua autoria, as virtudes da raça que tão bem conhecia em
seu país de origem. Utilizando o sêmen
adquirido, fez inseminações em Uruguaiana (RS) com muito sucesso.
De lá para cá, alguns anos foram importantes para a aceitação e desenvolvimento
da raça no país. Em 1969, por exemplo,
ocorreu a primeira importação de animais
para São Paulo e, em 1971, a segunda importação de animais para a Bahia. Em 1995,
ocorreu a mais recente importação de animais para várias regiões do Brasil e, a partir
dos anos 2000, começou a ocorrer, anualmente, a importação de sêmen de touros
italianos testados.
O crescimento da criação da raça Marchigiana, no Brasil, é uma realidade. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de
12
outubro 2014
Marchigiana (ABCM), das importações principais, ocorridas no país, acrescidas de posteriores importações menores, de animais,
sêmen e embriões congelados, oriundas da
Itália, Canadá e Argentina, formou-se o atual
plantel Marchigiana no Brasil, hoje composto de, aproximadamente, 15.000 animais
puros de origem e puro por cruzamento e,
aproximadamente, 300.000 animais cruzados, com controle de genealogia.
Esse expressivo aumento populacional só se tornou possível, de acordo com a
ABCM, principalmente devido ao alto grau
de fertilidade, uma das características da
raça. Ainda, segundo a Associação, atualmente o país possui 50 criadores entre associados e não associados. Em Minas Gerais,
são cinco associados, além de vários criadores que utilizam os touros em seus rebanhos.
Um desses criadores é o empresário
Bruno Lombardi Navarro. A fazenda que administra, Boa Vitória, está localizada em Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte. Com
uma área de cerca de 600 ha de pasto, a
fazenda se destaca na pecuária de corte. De
acordo com Bruno, há três anos começaram a investir na raça Marchigiana por meio
da inseminação por tempo fixo, usando sêmens de touros selecionados dos principais
criadores da Itália, em vacas Nelore. O rebanho também aumentou com a compra de
touros puros de origem selecionados dos
melhores criadores da raça do Brasil para
cobertura no repasse de vacas vazias.
Segundo Bruno, algumas características da raça chamaram a atenção e fizeram
com que tivessem interesse em criá-la.
“Resolvemos optar pela Marchigiana, pois
se trata de uma raça que tem muita rusticidade por vir de uma região com frios extremos, no inverno, e calor extremo, no verão. Apostamos no cruzamento industrial
e no ganho de peso precoce. Além disso,
a qualidade de carcaça e rusticidade também são diferenciadas. Sabemos que os
frigoríficos bonificam em até 20% o valor
da arroba por se tratar de uma carne nobre
e especial”, avalia.
Recentemente, a fazenda resolveu investir na compra de 20 doadores de embriões puros de origem e da novilha Londrina,
Campeã Nacional da Feicorte 2013, para
dar início ao trabalho de fertilização in vitro.
Para o empresário, as expectativas são as
melhores possíveis. “O resultado deste trabalho é a previsão de nascimento de 200
bezerros puros de origem. Nosso objetivo
é estar em 2015 com tourinhos puro de origem, participando de exposições, levando
a genética Marchigiana de maneira a ofertar tourinhos reprodutores puros de origem para pecuaristas no Brasil”, ressalta.
revista mercado rural
13
Caprinos e ovinos
Setor Sucroalcooleiro
Para onde vamos?
Arnaldo Luiz Corrêa, gestor de riscos em
commodities agrícolas, especialista no setor
sucroalcooleiro e diretor da Archer Consulting
O setor sucroalcooleiro continua derrapando na crise que se instalou, agravada
pela (não) política de reajustes de preços
dos combustíveis instaurada pelo atual Governo Federal, somado aos baixos retornos
do açúcar no mercado internacional neste
ano. Mesmo com o cenário de baixas do
açúcar, é ainda mais reconfortante para o
setor saber que pode se planejar em linha
com a commodity do que pisar em terreno
movediço no etanol.
A falta de transparência na formação
de preços da gasolina é ainda a questão
que mais afeta este segmento. O etanol
está sujeito aos reajustes nos preços da
gasolina, mantidos sob rígido controle do
governo com intuito de controlar a inflação. Esse congelamento de preços distorce
o valor real do combustível, provoca uma
sangria no caixa da Petrobras e afeta gravemente o setor sucroalcooleiro, afastando
novos investimentos. A política do governo ao subsidiar a gasolina joga o ônus do
aumento de preço do etanol em cima da
cadeia sucroalcooleira. Não há necessidade
16
outubro 2014
de subsídios do governo, mas se esse interferisse o menos possível, o aumento do
consumo de combustíveis seria visto positivamente. Enquanto a demanda cresce, os
investimentos somem justamente em razão da interferência nociva deste governo.
Os números divulgados pela ANP mostram que o consumo de combustível no
país, no acumulado dos últimos 12 meses (período de julho/2013 a junho/2014),
soma 54,7 bilhões de litros, dos quais 11,7
bilhões de litros de hidratado (com crescimento de 18,68% em relação ao mesmo
período do ano passado), 10,7 bilhões de
litros de anidro (27,88%) e 32,3 bilhões de
litros de gasolina A (apenas 0.88%). O etanol, no acumulado, respondeu por 41,1%
de todo o combustível consumido no Brasil (Ciclo Otto) – o maior percentual desde
dezembro de 2011.
O ritmo atual mostra que, para atender a esse consumo constante no próximo
ano, a safra de cana 2015/2016 precisará
crescer no mínimo 22 milhões de toneladas, isto é, um aumento de 3,75% na produção. Quanto precisaremos investir para
atender a essa demanda? Que investidor
colocaria seu dinheiro no setor com tanta
falta de transparência por parte do governo sobre a política de formação de preços?
Essa é só mais uma questão para um setor
já altamente endividado. Segundo estimativas do Itaú BBA, o setor tem uma dívida
de R$ 99/tonelada de cana moída (R$ 12
com o BNDES). Multiplique-se isso pela estimativa de produção e encare o tamanho
da dívida: são quase 60 bilhões de reais.
No açúcar, também não tem sido fácil.
Esse tem sido um ano particularmente difícil
para as usinas, que sofrem com a baixa demanda de açúcar no mercado internacional,
com o pesado serviço da volumosa dívida e
com o congelamento do preço da gasolina.
Com a chance de segundo turno para
as eleições, divulgadas pelas últimas pesquisas, o mercado apreçou essa possibilidade e as ações da Petrobras voltaram, depois
de tempos, a negociar em alta. O alinhamento provável do preço dos combustíveis
com o petróleo no mercado internacional
abre uma perspectiva melhor de remuneração para o etanol para a próxima safra.
É lamentável que um setor econômico
tenha que se sujeitar aos mandos e desmandos do governo. Não deveria ser assim
em um país sério, mas no país do PT dá-se
muito pouco valor a quem produz. Sabe-se
que Dilma não gosta do setor, mas desde
quando um presidente da República tem
que gostar ou não desse ou daquele setor?
Como presidente, tem a obrigação de trabalhar pelo crescimento econômico do país.
Levantamento inédito
CNA/Cepea mostra lenta
recuperação na criação de
ovinos e caprinos no Brasil
A criação de ovinos e caprinos vem se
recuperando lentamente no Brasil, após a
crise nos preços da lã ocorrida no mercado
internacional nos anos 1990, que desestimulou os criadores de ovelhas. Os dados
mais recentes, de 2012, indicam que o rebanho de ovinos atingiu 16,7 milhões de
cabeças, 11% menor em comparação com
os números de 1991, quando houve recorde na criação de ovelhas, totalizando 20
milhões de cabeças. As informações estão
no boletim “Ativos de Ovinos e Caprinos”,
o primeiro do segmento, elaborado pela
Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
Depois da crise dos anos 1990 e a partir de 2003, segundo o estudo Cepea/CNA,
ocorreu uma lenta recuperação do rebanho
de ovinos, especialmente em consequência
do aumento do consumo interno desse tipo
de carne. Em relação aos caprinos, o rebanho total era de 8,6 milhões de cabeças em
2012, segundo o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, a atividade
cresceu expressivamente em outras regiões,
como no Centro-Oeste e Sudeste, voltada
principalmente para a produção de carne.
A região Nordeste é , historicamente,
uma das mais tradicionais na criação de
ovinos e caprinos no país. Os indicadores
revelam que a participação dos estados
nordestinos na criação de ovinos e caprinos cresceu de forma substancial a partir
de meados dos anos 1990. O Nordeste detinha, em 2012, 56% do rebanho de ovinos.
O aumento do poder aquisitivo da população brasileira permitiu a ampliação do
consumo de proteína animal, avalia o estudo. No caso da carne ovina, a demanda
vem crescendo especialmente nos grandes centros urbanos da região Sudeste,
com o produto ganhando espaço em restaurantes e churrascarias.
Esse aumento da demanda, de acordo
com a CNA e o Cepea, provocou aumento
das importações de carne ovina. Em 2013,
por exemplo, nove mil toneladas foram
compradas do Uruguai. A carne de caprinos,
contudo, ainda é pouco consumida no país,
com exceção dos estados do Nordeste.
Fonte: CNA
revista mercado rural
17
Fotos: Aldo Azevedo
21ª Enapampa
A estreia da Expo Nacional do Cavalo Pampa no Estado de São Paulo
foi um sucesso. Um público estimado
em 10 mil pessoas foi conferir as atrações do evento realizado entre 23 e 31
de agosto no Parque de Exposições Dr.
Fernando Costa, em Bragança Paulista.
A mostra contou com mais de 500 animais inscritos nas quatro categorias de
andamento: marcha batida (MB), marcha picada (MP), marcha trotada (MT ) e
marcha de centro (MC).
18
setembro 2014
Com uma programação intensa, a
mostra levou para as pistas representantes das raças Pampa, Mangalarga e
Mangalarga Marchador de criadores dos
Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro,
Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul e São Paulo.
Os concursos de morfologia, andamento e provas de ação definiram os
campeões por categoria de idade ao
longo da semana, e entre os vencedores
das categorias de jovem a máster e seus
reservados foram eleitos os oito campeões dos campeões, macho e fêmea, das
quatro categorias de andamento.
Em cada categoria de andamento,
os animais foram divididos por sexo e
idade: Dente de Leite, Mirim, Potro (a),
Potro (a) Junior, Potro (a) Junior Maior,
Cavalo/Égua Jovem, Cavalo/Égua, Cavalo/Égua Sênior, Cavalo/Égua Adulto e
Cavalo/Égua Máster.
Entre os animais campeões dos campeões, dois oito títulos, criadores de
Minas Gerais e do Rio de Janeiro faturaram três títulos cada, enquanto os de
São Paulo ficaram com dois. Os mineiros
fizeram a campeã das campeãs da categoria marcha picada e os campeões dos
campeões das categorias marcha batida
e marcha de centro. Os criadores fluminenses levaram para casa o troféu de
campeã das campeãs da marcha batida e
da marcha de centro, além do campeão
dos campeões da marcha picada. Aos
paulistas couberam os títulos de campeão dos campeões, macho e fêmea, da
marcha trotada.
Confira quem foram os
Campeões dos Campeões
Marcha Picada: a vencedora foi a
campeã égua adulta Folia do Zel, criação e
propriedade de José Lauro Megale, Fazenda Talismã/Haras Zel, de Ouro Fino (MG);
entre os machos o título ficou para o campeão sênior Quito Elfar do Lual, criação de
Rogério Torres Pinheiro de Faria e propriedade de Alexandre Todeschini Pires, Haras
São Francisco de Paula, de Sapucaia (RJ).
Marcha Trotada: vitória de Espada do
Saara, que também foi eleita campeã égua
sênior. Espada do Saara é de criação de Leonardo Jorge Nassif Dagher e propriedade
de Roberto Montenegro Filho, Haras RM, de
Tatuí (SP). Entre os machos venceu Zagros
do PEC, também campeão cavalo adulto,
de criação e propriedade de Paulo Eduardo
Corrêa da Costa, Haras lagoinha, Jacareí (SP).
Marcha de Centro: vitória da campeã
égua sênior Deusa JW, criação e propriedade de Jorge de Aguilar Pinto, Fazenda São
Francisco de Assis, Nova Friburgo (RJ). Entre os machos venceu Inglês do Morro Alto,
campeão cavalo, criação e propriedade de
Lauro Megale Neto, Haras Morro alto, de
Inconfidentes (MG).
Marcha Batida: venceram os dois
campeões da máster. Pelas fêmeas Veneza
Estrela do Rei, criação de Luiz Carlos da Silva
Costa e propriedade de Aquilino da Motta
Morais Junior, Haras Estrela do Oriente,
Paraíba do Sul (RJ). Pelos machos venceu
Narayan do Vale da Prata, criação e propriedade de José Eduardo Arnaldi Simões Filho,
Chácara Portuense, Curralinho, Jabó (MG).
Função, integração
e negócios
Além das provas de andamento e ação,
julgadas conjuntamente à morfologia, a
21ª Expo Nacional do Cavalo Pampa promoveu provas sociais, reunindo homens
e mulheres, divididos por idade e sexo. Os
concorrentes das categorias Mini-mirim,
Mirim, Juvenil e Amazonas foram avaliados
em conjunto e individualmente, possibilitando que um juiz, em nome do colegiado,
atribuísse as qualidades do conjunto (cavalo/cavaleiro). As provas também tiveram
como objetivo despertar o interesse de
crianças e jovens para o cavalo pampa e o
prazer da montaria.
A mostra maior do cavalo Pampa contou com dois momentos de comercialização
com a realização do 6º Leilão Nacional Futuro da Raça e o 14º Leilão Nacional Adulto.
A 21ª EnaPampa foi organizada pela
Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pampa (ABCPampa), entidade presidida
desde outubro de 2012 por Walfran Feitosa
Guerra. O evento contou com o apoio da
Prefeitura Municipal de Bragança Paulista,
Secretaria de Desenvolvimento dos Agronegócios de Bragança Paulista, Núcleo
Paulista de Criadores do Cavalo Pampa, Fênix Eventos e Business Leilões e Canal Business. O patrocínio da mostra levou a assinatura da NM Engenharia e RTB Rações.
revista mercado rural
19
Hipismo:
do ranking interno do CEPEL de 2013. A
adrenalina de cada salto a faz continuar em
busca de novas conquistas.
Cavalo Brasileiro
de Hipismo
esporte que
desperta
paixões em
diferentes
gerações
Não é de hoje que o Hipismo está presente na vida dos brasileiros. De acordo com
a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH),
a primeira competição hípica no país foi o
Torneio de Cavalaria realizado em abril de
1641, em Maurícea, onde hoje está Recife
(PE). A iniciativa da disputa foi do príncipe
holandês João Mauricio de Nassau, o único
governador-geral da colônia não português.
Nassau chegou ao Brasil no século XVII, trazendo uma equipe que promoveu uma
enorme reformulação urbana e cultural, e a
competição hípica fez parte desse conceito.
De lá para cá, muitas coisas mudaram
na arte de montar a cavalo. As cavalgadas, as
simulações de combate e as corridas rasas,
que ocorriam nos séculos XVIII e XIX, deram
lugar a uma prática esportiva profissional. O
Hipismo, ao longo de todos esses anos, ganhou força. A adoção de regras, a fundação
de escolas e centros equestres, a criação de
campeonatos, a estruturação das modalidades e a aplicação de várias outras iniciativas
fizeram com que o esporte agregasse as características peculiares que tem hoje.
O Hipismo, que já revelou grandes talentos e que tem nomes consagrados, tem
20
outubro 2014
Em Belo Horizonte, prática tem
atraído a atenção de jovens atletas
atraído a atenção de jovens atletas. É o caso
da mineira Priscilla Menezes de Almeida. Há
dois anos, a estudante, de 16 anos, ingressou na escolinha do Centro de Preparação
Equestre da Lagoa (Cepel), em Belo Horizonte, e não parou mais de praticar o esporte.
Já são dois anos de muita dedicação
e entrega à modalidade esportiva. Priscilla
pratica o Hipismo Clássico e, pelo menos
três vezes na semana, realiza seus treinamentos. Segundo a jovem, o compromisso
com a atividade lhe ajuda a alcançar seus
objetivos. “Ter seriedade e responsabilidade é um ótimo caminho para que eu possa
realizar meus sonhos nesse esporte”, define.
Fazer outro esporte? Que nada! De
acordo com Priscilla, nunca passou por
sua cabeça praticar outra atividade física.
E de onde vem tanto amor pelo Hipismo?
Segundo a jovem, ela sempre teve apoio e
incentivo da família. “Desde pequena, sempre fui fascinada por cavalos. Meu pai brincava comigo que um dia ele iria me dar um
cavalo. Logo que tomei conhecimento do
esporte, aqui em Belo Horizonte, através
de alguns amigos, me informei para iniciar
a prática. Apaixonei-me pelo esporte e estou nele até hoje”, destaca.
O prazer de praticar o Hipismo não fica
restrito, na família, apenas à jovem. Segundo ela, sua mãe, Angela Menezes, também
é praticante do esporte, o que a estimula
todo o tempo. E, para ela, a resposta pelo
amor aos cavalos e ao Hipismo pode ser
encontrada até em outras gerações. “Acho
que isso está no sangue, pois
meu avô foi da Cavalaria da
Polícia”, comentou.
Apesar do pouco tempo de Hipismo, Priscilla
já coleciona medalhas
e troféus. A estudante
participa de competições e já tem,
em sua trajetória,
nove medalhas
e seis troféus.
Seu último título foi o de
Vice-Campeã
Priscilla tem dois cavalos: o Connan PC
e o Clint BN. Ambos são da raça Brasileiro
de Hipismo, conhecido como “BH”. Segundo a Associação Brasileira de Criadores do
Cavalo de Hipismo (ABCCH), o BH é uma
raça de cavalos com aptidão para os esportes hípicos. A subespécie é formada
no Brasil, partindo de animais rigorosamente selecionados, já existentes no país,
definidos como “Raças Formadoras”, nacionais e estrangeiras, comprovadamente
reconhecidas como de grande aptidão
para os esportes equestres.
Cavalo leve, ágil e de grande porte. Possui excelente mecânica de salto, coragem,
inteligência e elegância nos movimentos.
São admitidas todas as pelagens. Suas características o tornam apto para quaisquer
modalidades de salto,
adestramento ou concurso completo de equitação. É um cavalo de trote
muito cômodo, ágil e esperto, dócil e fácil de lidar.
Segundo a ABCCH, a
associação continua se
empenhando na divulgação da raça, orientando e incentivando
os cruzamentos de alto
valor genético e incorporando novas técnicas de
reprodução e treinamento, na busca
constante de um
cavalo nacional que
possa atuar com
perfeição nas diversas modalidades do
esporte equestre.
revista mercado rural
21
Festa do
Peão de
Barretos
Evento comemora resultados positivos
de público e movimentação econômica
Terminou dia 31 de agosto, a 59ª edição da Festa do Peão de Barretos. O evento, considerado o maior da América Latina,
recebeu aproximadamente 900 mil visitas
durante os 11 dias. Finais das maiores competições de rodeio do país e do mundo
apresentaram os mais corajosos competidores em busca de uma premiação de
mais de R$700 mil.
O diretor de rodeio Kiko de Almeida
Prado comemorou o sucesso proposto
para os campeonatos, informando que Barretos recebeu 53 companhias de touros e
15 de cavalos que proporcionaram grandes
espetáculos todos os dias da festa. Final da
Professional Bull Riders – PBR, final da Associação Nacional de Três Tambores – ANTT,
final da Liga Nacional de Rodeio, competição de Novos Talentos no cutiano, modalidade brasileira de rodeio e fechando as provas o 22º Barretos International Rodeo. Kiko
ressaltou também a harmonia entre rodeio
22
outubro 2014
e shows. “Este ano conseguimos manter os
horários, sem atrasos, resultado de organização e harmonia entre as diretorias”, disse.
Foram mais de 200 shows divididos
em diferentes palcos e apresentações inéditas como o show que reuniu no mesmo
palco dois ícones da música sertaneja, Chitãozinho & Xororó e Milionário & José Rico.
Ricardo Rocha, diretor cultural, declarou
que foram feitos investimentos em iluminação, em tecnologia de ponta e na
estrutura dos palcos, que foram ampliados. “Conseguimos fazer os shows serem
surpreendentes. Todas as apresentações
do palco do Estádio de Rodeio foram exclusivas e inéditas”, declarou.
Em entrevista coletiva no final do
evento, o presidente Jerônimo Luiz Muzetti agradeceu a imprensa: “nós planejamos e realizamos o evento, mas vocês
são os responsáveis por nos ajudar a fazer
da Festa do Peão um sucesso”. Jerônimo
disse também que estava apreensivo por
ser um ano atípico no país devido à Copa
do Mundo e eleições, porém o público
compareceu em peso e a festa surpreendeu até mesmo a direção. O diretor financeiro Hussein Gemha Taha informou que
os números da movimentação financeira
foi superior a de 2013 e que a equipe já
começou os preparativos para a próxima
edição do evento.
Fotos: Divulgação
Oba-Oba Elfar
Pesca
esportiva,
Galeão da Ogar x Gaivota da Encruzilhada
atividade
cresce no Brasil
A pesca esportiva está entre as atividades de lazer mais praticadas pela população brasileira, com mais de 280 mil pescadores amadores esportivos licenciados,
movimentando por volta de R$ 1 bilhão
no Brasil e crescendo a taxas constantes
de 30% nos últimos anos, com uma ampla
cadeia produtiva, em função dos bens e
serviços consumidos em suas atividades.
Em dez anos, quase dobrou o número de
pessoas com o hábito de pescar no Brasil,
passando de 4 milhões para 7,8 milhões,
segundo a consultoria Ipsos | Marplan.
De acordo com a Associação Nacional
de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), essa
modalidade apresenta um setor produtivo
grande e diversificado, diretamente ligado ao turismo, mas junto do comércio e
da área de prestação de serviços. Assim, o
ramo gera por volta de 200 mil empregos
diretos e indiretos, incluindo as lojas de
matérias de pesca, rede hoteleira especializada, gastronomia, criadores de iscas vivas,
guias de pesca, condutores de embarcações, enfim, toda uma cadeia paralela de
oportunidades comerciais.
O Brasil é ainda um mercado que tem
muito a crescer, ainda mais se comparado
aos Estados Unidos. Lá, a pesca esporti-
24
outubro 2014
va emprega mais trabalhadores do que a
somatória da indústria automobilística e
autopeças. Só a área de equipamentos de
pesca movimenta entre os norte-americanos cerca de US$ 45 bilhões ao ano.
Apesar de ainda ser pequena se comparada a outras práticas esportivas como a
natação ou a corrida, por exemplo, a pesca
esportiva, que tem como menina dos olhos
as espécies de peixes Tucunaré, Dourado e
Robalo, chama a atenção do mercado. No
ano passado, a consultoria Ipsos apurou
que 53% das pessoas que pescam são da
classe A e B, sendo que em nove mercados
analisados, entre 50 milhões de brasileiros,
8 milhões têm esse hábito.
Pesca desportiva, esportiva ou recreativa é a pesca que se pratica enquanto
atividade de lazer, sem que dela dependa
a subsistência do pescador. Também se
pode chamar de pesca de lazer ou amadora. Uma das modalidades mais populares
da pesca esportiva é a praticada utilizando-se apenas vara de pesca, linha de pesca e
anzol. A atividade é praticada no mar, rios
e lagos utilizando-se iscas naturais ou iscas
artificiais, molinetes ou carretilhas. A pesca
esportiva é uma evolução ecologicamente
correta da pesca amadora.
A pesca recreativa está entre as atividades de integração social e lazer mais
difundidas no mundo, sendo uma prática
que promove a união familiar ou de grupos de amigos. Muitas vezes é a principal
motivação para uma viagem de turismo.
Apesar de ser pouco explorada no Brasil
é grande o potencial desta atividade devido à variedade de peixes e à grande extensão costeira e rede hidrográfica, quando comparada com a América do Norte,
que atualmente gera um enorme resultado com o turismo pesqueiro.
Algo bastante comum é considerar
que a pesca desportiva é somente a pesca do marlin e outros peixes marinhos de
grande porte, porém, existem várias outras espécies, de menor tamanho, que se
enquadram nesta modalidade de pesca
como a truta que apresenta de 30 cm a 40
cm e, também existe a modalidade dedicada à pesca das grandes carpas, denominada Carp fishing, que poderia ser praticada
em qualquer “pesque-pague”.
Outra modalidade da pesca recreativa
é a realização de concursos, onde vários
pescadores competem pela quantidade
de peixes capturados num certo período
de tempo, ou pelo maior exemplar.
Res. Campeã Nacional Adulto da Raça - BH/MG 2014
Campeã Nacional Égua Master - BH/MG 2014
Res. Campeã Nacional Égua Master de Marcha - BH/MG 2014
Res. Campeã Nacional Marchador Ideal - BH/MG 2014
Res. Campeã Nacional Adulto da Raça - BH/MG 2013
Campeã Nacional Égua Graduada Maior - BH/MG 2013
Campeã Nacional Marchador Ideal - BH/MG 2013
Campeã Nacional Égua Graduada - BH/MG 2012
4º Melhor Criador Expositor da Nacional 2014
(35) 9808-9509 | (35) 9979-4671 | www.haraselfar.com.br
revista mercado rural
25
Animais do
criatório
chegam a
participar de
cinco a dez
exposições
por ano
XXIX Exposição Nacional do Cavalo Pônei
A ABCC Pônei realizou no mês de julho
em Macaé/RJ a XXIX Exposição Nacional do
Cavalo Pônei. A etapa contou com a presença
de 210 exemplares da Raça Pônei Brasileiro e
50 piquiras para o Campeonato Brasileiro de
Marcha, premiamos os campeões (a) dos cam-
peões (a) da Raça Pônei e os campeões (a) de
Marcha da Raça Piquira com uma moto 0Km.
A ocasião serviu para confraternizar criadores
de vários estados, congregando e expandindo
o crescimento das Raças para todo Brasil.
Mobilizamos um grupo de criadores
da Raça Piquira na busca do Resgate deste
cavalo que é o pequeno Marchador.
Foi realizado o X Leilão Top Pônei, onde
foram vendidos 40 exemplares com média
de R$ 10.200,00, o que comprova o mercado ativo das Raças.
Prado’s Ônix
Grande Campeão Adulto da Raça
Proprietário Alexandre Prado
Kika do Ravial
Grande Campeão Adulta da Raça
Proprietário Guilherme Diniz
Trombadinha do T.G.B
Campeão de Marcha
Proprietário Alessandro de Vasconcellos
Holiwood do Marcon.
Campeão dos Campeões
Proprietário Alexandre Camargos e Filhos
Nativa da Meninada
Campeã das Campeãs
Proprietário Guilherme Diniz
Pipoca do Pombal
Campeã de Marcha
Proprietário Henrique Furtado Macedo
Haras Meninada
se destaca na criação de pôneis
Os cavalos da raça pônei são animais
de pequeno porte. Chamam a atenção das
crianças nos parques e em exposições. E
estão atraindo, cada vez mais, os olhares e
o interesse, também, dos adultos. Fabrício
Borges Santos é criador de cavalo pônei e
preside a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Pônei, estando em seu segundo mandato. Mas sua história com esses pequenos equinos não começou agora.
Fabrício ganhou de seu pai o primeiro
pônei quando ele tinha cinco anos de idade. Naquele momento, o pequeno criador
daria início, então, a sua criação de cavalos
da raça. Em 1980, começava em Itororó, na
Bahia, um criatório conhecido como Haras
Meninada, que hoje conta com 50 animais
para a reprodução. Visando o crescimento
do criatório e a expansão para o Sul do país,
o Haras instalou, em 2001, uma nova sede
em Confins, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, em Minas Gerais. O espaço
abriga 70 animais para exposição e comercialização. Assim, o Haras Meninada tem um
plantel atual de 120 animais.
De acordo com Fabrício, de um presente
de criança nasceu a possibilidade de um mercado rentável. “Crio pôneis porque foi um encanto desde a infância. Quando cresci, desco-
26
outubro 2014
bri que o cavalo pônei é um grande negócio,
muito lucrativo”, diz o criador. Fabrício explica
que, por serem menores, os pôneis comem
1/4 na comparação do que come um cavalo
grande, além de ocuparem pouco espaço. Os
diferenciais trazem a vantagem do custo-benefício, fazendo do pônei um cavalo lucrativo
e ideal para propriedades de tamanho menor.
“A criação do pônei também possibilita o envolvimento da família ao meio rural. Os pôneis
são animais dóceis e de fácil manejo”, esclarece.
Fabrício destaca, ainda, a importância das
exposições e da comercialização dos animais
nesse mercado de criação de pôneis. “Desde
o início da minha criação, eu percebi que as
exposições são muito importantes para os
criadores. Nas exposições avaliamos nosso
trabalho, trocando idéias com os outros colegas, divulgamos o Haras e comercializamos os
animais”, destaca. O criador participa, em média, de 5 a 10 exposições por ano, em Minas
Gerais e em diversos estados, principalmente
no Nordeste. Ele explica que, com relação à
comercialização, existem várias maneiras de
fazer a compra e venda dos animais. “É possível comercializá-los em exposições, sites, redes
sociais, entre outros dispositivos. No entanto,
eu prefiro os leilões. Há oito anos eu criei um
leilão chamado “Top Pônei”, no qual eu realizo,
pelo menos, uma edição por ano. Já realizamos dez edições. O leilão é a melhor maneira
para comprar e vender, onde constatamos o
que o mercado está absorvendo”, argumenta.
No Haras Meninada, os planos são de inovação e avanço na criação de pôneis. A ideia,
agora, é investir na transferência de embrião.
Segundo Fabrício, essa nova experiência já é
uma realidade entre os criadores. Ele explica
que, com a evolução da raça, não se pode
perder tempo. É preciso selecionar o melhor.
“Este ano, vou começar a transferência de embrião no meu Haras. A prática já é realidade na
raça e alguns criadores já obtiveram sucesso.
Como o pônei é um cavalo ligado às crianças,
então as pelagens mandam muito na escolha. Vou selecionar animais de pelagens exóticas, como: persa, apalusa e pampa”, ressalta.
E, para Fabrício, um dos maiores prazeres na criação de pôneis é ver o trabalho
sendo reconhecido. “Acredito que o desejo
de qualquer criador, quando inicia e leva a
sério uma criação, é ver seu trabalho sendo
reconhecido, fazer um grande campeão nacional. Eu, em 34 anos de criação, já tive o
prazer de fazer vários. Este ano, por exemplo, tivemos uma Campeã das Campeãs Nacional. Um animal de nossa criação: Nativa
da Meninada. É muito prazeroso!” finaliza.
revista mercado rural
27
Fazenda Bom Fim
celebra 70 anos
de sucesso
Propriedade no Rio Grande
do Sul é reconhecida pela
criação de pôneis, Quarto de
Milha, Crioulos e Mini Bovinos
Já são 70 anos de história de dedicação
aos pôneis. Uma trajetória longa coroada
por grande sucesso e reconhecimento. A
Fazenda Bom Fim, localizada na cidade de
Guaíba, no Rio Grande do Sul é, hoje, uma
referência não somente na criação da raça
de cavalos menores, com mais de 1.000 animais já registrados, como também em cavalo Quarto de Milha, Crioulos e Mini Bovinos.
Tudo começou de maneira inusitada. Em
1944, Vasco Antônio da Costa Gama adquiriu
um lote de pôneis de um circo argentino que
havia falido quando se encontrava em excursão em Porto Alegre (RS). A partir daquele momento, começou a sua jornada de paixão por
esses animais. Vasco, um dos pioneiros na criação dos pôneis no Rio Grande do Sul, passou a
priorizar uma criteriosa seleção dos animais de
melhor morfologia, mais dóceis e produtivos.
Logo que foi fundada a associação da
raça pônei no Brasil, Vasco registrou seus
animais em nome do filho, Vasco Antônio
da Costa Gama Filho, na época recém-nascido. O criador e entusiasta foi, ainda, presi-
28
outubro 2014
dente do núcleo de criadores de pônei no
seu estado. Vasco também priorizou a participação em exposições nacionais da raça,
conquistando grandes vitórias nas categorias macho e fêmea. Além disso, participou
de vários outros eventos da área em todo o
país, com inúmeros campeonatos conquistados, garantindo posição de destaque no
ranking nacional da Associação Brasileira
dos Criadores do Cavalo Pônei (ABCCP).
E não é somente na área de pôneis que a
Fazenda Bom Fim se consagra nacionalmente. A criação da raça Quarto de Milha, que já
completa 39 anos, é, também um grande
diferencial da propriedade. O primeiro passo
foi a importação de 2 garanhões palominos
e 2 potras. O reconhecimento veio logo. A
Fazenda Bom Fim participou de inúmeras exposições e provas nacionais e conquistou diversos prêmios. Vasco conta que, inicialmente, a criação foi voltada para produzir cavalos
de serviço e corridas, cruzados e puros. Em
seguida, passou para a seleção de animais de
linhagem de Conformação, chegando, atual-
mente, na seleção das linhagens de Trabalho.
Outro destaque também são os Mini Bovinos, que começaram a ser criados em 1953,
contando, hoje, com 2 touros, 50 matrizes e
40 produtos anuais. Também com mais de 50
anos de criação na Fazenda Bom Fim estão
os cavalos Crioulos, que, atualmente, são de
propriedade de Vasco Filho. A manada de
cria, com cerca de 50 éguas, está localizada na
Fazenda Santa Regina, em Rosário do Sul (RS).
Um trabalho de grande reconhecimento
do criador são os leilões que a Fazenda Bom
Fim organiza. Desde 2008, Vasco realiza o Leilão Virtual Origens do Pampa anualmente. O
sucesso tem sido tamanho. Para comemorar
os 70 anos da criação de pôneis, acontecerão
o 9º Leilão Virtual de Seleção Bom Fim, com
50 lotes de pôneis, Mini Bovinos e equinos
Quarto de Milha e o 11º Leilão Virtual Origens
do Pampa, com a oferta exclusiva de pôneis.
Em junho deste ano, Vasco foi homenageado na Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul com a Medalha do Mérito
Farroupilha, a maior honraria concedida
pelo parlamento gaúcho, pelos serviços
prestados à agropecuária do estado.
Após 70 anos de um trabalho dedicado, Vasco enaltece o que considera o melhor prêmio: os amigos que conquistou.
Para o criador, o maior lucro é ter feito amizades no Brasil e até mesmo no exterior.
Onde quer que ele vá viajar no país, encontra um amigo que a criação do pônei proporcionou e celebra os frutos de uma trajetória de muito empenho e gratificações.
Brasil enfrenta uma das
piores estiagens
dos últimos anos
A falta de chuvas no Brasil está provocando uma das estiagens mais severas
que algumas regiões do país já passaram.
Diversos estados brasileiros sofrem com
a falta d’água e a situação já é sentida no
campo, interferindo diretamente em algumas culturas do agronegócio. Além disso,
os reservatórios estão abaixo do previsto,
alterando, também, alguns hábitos e comportamentos dos brasileiros.
De acordo com levantamento feito, no
início do mês de setembro pelo Jornal Folha
de São Paulo, com base em dados do Ministério da Integração Nacional, ao menos
um em cada cinco municípios brasileiros já
havia decretado situações de emergência
ou calamidade pública, neste ano, devido
à falta de chuvas. Os números revelam que
1.183 cidades afetadas pela seca já receberam auxilio do Governo Federal para ações
de socorro e assistência à população. De
acordo com a pesquisa da Folha, o número
equivale a 21% dos municípios brasileiros.
Ainda, segundo o jornal, é como se a cada
30
outubro 2014
mês 148 novas cidades tivessem que ser socorrida por causa da crise hídrica. O índice
já era 18% maior do que o de 2013, quando
a média era de 125 novas cidades por mês.
Situação difícil
do Nordeste
A seca que atinge boa parte do país está
causando grandes estragos na região Nordeste do Brasil. Mais da metade dos municípios
nordestinos já estão em situação de emergência, neste ano, por causa da estiagem. De
acordo com o Ministério da Integração Nacional, em 2014, 63% das cidades da Região
Nordeste, ou seja, 1.135 municípios já tiveram
a situação de emergência reconhecida.
Os reservatórios da região acumularam
as águas das chuvas de períodos anteriores que caíram normalmente. No entanto,
como falta de chuva em cidades da região
e sem a reposição de água, os reservatórios
estão secando, operando abaixo do previsto. A falta de água em algumas cidades,
principalmente as do interior, está sendo
minimizada pelo abastecimento das caixas
d’água pelo caminhão pipa.
Seca já prejudica
culturas do agronegócio
A falta de chuvas na região Sudeste já começa a afetar diretamente algumas culturas
do agronegócio. A estiagem pela qual passa
o estado de São Paulo, por exemplo, já causa
impactos na produção de cana-de-açúcar.
Nos canaviais paulistas, é fácil perceber os reflexos da pior seca das últimas décadas. As lavouras paulistas correspondem a 60% da produção nacional de cana. Segundo a União da
Indústria de Cana de Açúcar (UNICA), a queda
no rendimento deve chegar a 16%.
Segundo Antônio de Pádua Rodrigues,
diretor técnico da UNICA, em entrevista dada
para o Jornal Nacional, da TV Globo, a nova estimativa de safra, hoje, é da ordem de 545 milhões de toneladas de cana. Uma redução de
mais de três milhões de toneladas na produção de açúcar e uma redução de 1,3 bilhões
de etanol. Se o clima não ajudar, de acordo
com ele, tudo indica que a safra do ano que
vem será menor ainda que a safra atual.
A redução do plantio e a diminuição da
safra impactam, diretamente, na geração
de mão de obra. A safra no interior de São
Paulo, que normalmente vai até novembro, deve terminar mais cedo este ano. Algumas usinas já pararam as máquinas em
agosto. Por isso, muitos funcionários foram
dispensados. De acordo com a cooperativa
dos plantadores de cana do estado, cerca
de cinco mil trabalhadores foram demiti-
dos nos últimos dois meses.
Mudanças de hábitos
e comportamentos
A falta de chuvas e a baixa nos reservatórios de água de muitas cidades brasileiras está
fazendo com que o brasileiro mude alguns
hábitos e comportamentos. Com a crise de
água, o jeito é a conscientização de todos na
adoção de algumas medidas e iniciativas que
contribuam para o menor desperdício.
Em tempos de racionamento, a boa
idéia é fechar as torneiras e reduzir o consumo. Nada de lavar a casa, o jardim, o carro e a calçada com a mangueira. O certo
é dar lugar ao balde com água, o pano e
rodo. Os banhos também podem ser de
menor duração e podemos juntar um
número maior de roupas sujas para lavar
todas de uma vez, economizando a água
da máquina. Essas e outras atitudes podem
ajudar nesse momento em que passamos
por um período de seca. Ficam as dicas!
Megaleite 2014
quebra de recorde mundial
Depois de 32 anos como detentora do
recorde mundial de produção leiteira em
um dia, a vaca cubana Ubre Blanca acaba de
perder o posto para a brasileira Indiana Canvas 2R. O novo recorde foi registrado durante a Megaleite 2014, principal feira do setor
leiteiro do Brasil que aconteceu no mês de
julho em Uberaba (MG). Indiana produziu
115,020 kg/leite em um único dia, superando em 4,12 kg a produção registrada em
1982 pela cubana. Ela é uma vaca Girolando
(3/4 de sangue) pertencente ao expositor
Delcio Tannus Filho, da cidade de Uberlândia (MG). Nos três dias do Torneio Leiteiro da
Megaleite, produziu 325,290 kg/leite.
A Megaleite 2014 registrou ainda dois
recordes nacionais. Na categoria Vaca (½ sangue), Rayka Blitz FIV LE, do expositor José Na-
32
outubro 2014
ves de Ávila Toledo, é a recordista com produção de 263,380 kg/leite. O terceiro recorde da
competição foi estabelecido pela novilha (½
sangue) Érica FIV Toyota Fube, do expositor
Eurípedes José da Silva. Ela produziu 186,120
kg/leite. Outras raças que tiveram Torneio Leiteiro na Megaleite foram Gir Leiteiro, Guzerá,
Sindi e dos cruzamentos Guzolando e Guzerá/Jersey. Também houve mostra da raça Indubrasil e do cruzamento Indolando.
Além dos recordes, a Megaleite foi palco
de debates sobre o setor leiteiro, de ações
para garantir o acesso de pequenos produtores à genética de ponta, de cursos e
venda de animais. O Governo de Minas, por
meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, e a Associação Brasileira dos
Criadores de Girolando assinaram a renovação do contrato do programa Pró-Genética,
que viabiliza a aquisição de touros de alta
qualidade genética por parte de pequenos e
médios produtores. O documento também
foi assinado pela Epamig, Emater/MG e pelo
Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
A 1ª Feira de Negócios Girolando, voltada
para os pequenos produtores, recebeu caravanas de mais de 25 cidades. A movimentação
financeira gerada pelos 13 leilões e por um
shopping de animais foi de R$ 6.458.839,90.
Mercado do leite
As Perspectivas da Cadeia Produtiva do
Leite no Brasil e no Mundo foram discutidas
durante o Fórum de Debates, na Megaleite
2014. Lideranças do setor discorreram sobre o tema e concluíram que a cadeia leiteira avançou muito nos últimos anos, mas
ainda será preciso novos avanços para o
país se tornar um grande exportador de leite. O país saiu de uma produção de 7,3 bilhões de litros de leite na década de 70 para
atuais 35 bilhões de litros. A expectativa é
de que o país assuma este ano a terceira
colocação em produção mundial de leite.
Os debatedores do Fórum de Debates foram o deputado federal Junji Abe
(Presidente da Subcomissão do Leite da
Câmara dos Deputados), Cenyldes Moura
Vieira (Presidente da Calu), Vicente Nogueira (Presidente da Comissão de Leite
da Organização das Cooperativas do Brasil
- OCB), Rodrigo Sant’Anna Alvin (Presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
do Leite e Derivados do MAPA), Paulo do
Carmo Martins (Chefe Geral da Embrapa
Gado de Leite), Ronan Salgueiro (diretor
da Girolando), Marcel Scalon Cerchi (empresário dos Laticínios Scala).
Fotos: Divulgação
termina com
34ª Semana Nacional do Cavalo Campolina
Campolina Marchador planeja outra exposição inesquecível, com
prêmios inéditos, eventos sociais e muita qualidade reunida em pista
A Associação Brasileira dos Criadores
do Cavalo Campolina irá promover entre
os dias 8 a 19 de outubro, no Parque Bolivar de Andrade (Parque da Gameleira), em
Belo Horizonte, Minas Gerais, a 34ª Semana
Nacional do Cavalo Campolina.
O grande destaque dessa edição será a
premiação, com dez carros e sete motos, num
total de R$ 300 mil, que serão distribuídos em
prêmios. A expectativa da Associação é de
superar os números do ano passado, quando 750 animais participaram do julgamento
e cerca de 10 mil pessoas transitaram pelo
parque. Se os criadores elegeram a edição
passada como a melhor dos últimos tempos,
a deste ano vai surpreender ainda mais. Três
leilões colocarão à venda cavalos de elite e
também prontos para a monta. Nos finais de
tarde, mini eventos animarão os visitantes,
além da tradicional “Choppada Campolina”,
sucesso de público. Para as crianças, brinquedos e atividades recreativas no “Espaço Kids”.
Já as mulheres têm encontro marcado no
tradicional “Almoço das Criadoras”.
Na pista de julgamento dez jurados se
dividem em dois grupos, um para avaliar
andamento e outro, morfologia. Maiores e
menores pontuações serão desconsideradas, evitando subjetividades, muitas vezes
comuns neste segmento. A novidade vem
com a decisão da Campolina Marchador
em adotar o antidoping em suas exposições nacionais. Criou-se um regulamento
com base nas recomendações da Federação Equestre Internacional (FEI), que compreende uma listagem das substâncias
capazes de mascarar a performance dos
cavalos. Haverá prova funcional e estão
confirmadas as tradicionais provas do Coronel, Amazonas e Mirim.
A programação terá ainda uma prova
de marcha especial, apenas com mulas
Pêca (híbridas do Jumento Pêga em matrizes Campolina), que são lindas e boas de
marcha. Essa iniciativa amadurece a parceria firmada com a Associação Brasileira dos
Criadores de Jumento Pêga (ABCJPêga),
para o registro desses muares.
37ª Expointer encerra com balanço considerado
positivo pelo Governo e entidades do agronegócio
O secretário do Desenvolvimento Rural, Elton Scapini, destacou a participação
do agricultor familiar no Produto Interno
Bruto (PIB) gaúcho, que representa em
torno de 30% da nossa economia. “Temos
um crescimento sistemático de expositoes
e visitantes. Maior diversidade e qualidade
dos produtos a cada edição”. O presidente
da Fetag, Carlos Joel da Silva, completou:
“A agricultura familiar está consolidada na
Expointer. Tivemos um número recorde e
uma excelente feira, o que era o esperado
pelo contexto que vivemos aqui”.
O evento recebeu cerca de 450 mil visitantes, quantidade de pessoas que ultrapassa a edição do ano passado, quando 384 mil
visitantes estiveram na feira. Na avaliação
do secretário Fioreze, o resultado é fruto da
melhora no acesso ao Parque Assis Brasil, via
BR-448, e das melhorias estruturais.
Neste ano, a Expointer vendeu cerca
de R$ 2.8 milhões em máquinas, número
17% menor do que em 2013, mas é considerado ótimo pelo setor. E se comparado à edição retrasada, o balanço atual
ainda é positivo, considerou o presidente
do Simers, Claudio Bier: “O ano passado
foi atípico, teve uma série de fatores que
facilitaram a antecipação de negócios. E
mesmo assim, nesta edição superamos
em 34% o ano de 2012”.
As vendas de animais atingiram R$
12.419.410,00, com destaque para a qualidade dos exemplares trazidos a Esteio
RS. “Neste ano os expositores fizeram
uma seleção muito criteriosa. Os jurados
tiveram muito trabalho. O reflexo, está no
preço médio pago por animal, que está
mais alto em 2014. E os negócios não
param aqui, porque a Expointer é vitrine
para as próximas feiras”, disse o presidente da Febrac, Eduardo Finco.
Foto: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação
De 30 de agosto a 07 de setembro, a
cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul,
sediou a tradicional festa Expointer, que
nessa edição movimentou cerca de R$2,8
milhões em negócios fechados. O rendimento é considerado positivo, tanto pelo
Governo do Estado, quanto pelos setores
produtivos representados pela Farsul, Simers, Febrac e Fetag. “O número é espetacular. O agronegócio não vive crise, ao
contrário, continua crescendo. Um número
da celebração da estabilidade”, avaliou o
secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze.
O vice-presidente da Farsul, Gedeão
Pereira, complementou: “os resultados
deste ano nos impressionam ainda mais.
O produtor já tomou muito crédito e a
conjuntura internacional é desfavorável.
Portanto, são números fantásticos. São um
recado de confiança do mercado.”
36
outubro 2014
Meio Ambiente
e Mineração
Uma Outra Visão
Daniela Teixeira Pinto Dias
Raquel de Melo Vieira
A mineração organizada é uma das atividades econômicas mais antigas da civilização moderna, que sempre apresentou
peculiar e conflituosa relação com o ambiente em que se desenvolve.
Notadamente, após exponencial
crescimento da consciência coletiva
acerca da protetividade ambiental, grande parte da sociedade, formada pelo cidadão comum bem como pelo cidadão
ambientalista, passou a polarizar, de maneira marcante o antigo conflito.
Crê-se que o porquê do despertar de
tantas opiniões contraditórias reside no
fato de que a mineração altera significativamente o meio físico do local em que
o bem mineral se localiza e, ao mesmo
tempo, importa em notável conforto à
sociedade. Assim, deve-se ponderar que
a dinâmica minerária é “aparentemente”
dualista: retira-se a substância mineral
de um local e destinam-se os resíduos da
extração para outro local. Sem dúvidas,
o dia a dia da atividade minerária traz a
equivocada ideia de caos. Menciona-se
38
outubro 2014
equivocada, pois as técnicas extrativas, a
tecnologia e o direito evoluíram!
Atualmente os impactos decorrentes da
atividade minerária podem ser reduzidos de
acordo com a solução técnica apresentada
pelo empreendedor e aprovada pelo órgão
ambiental licenciador, bem como antigos
passivos ambientais, a exemplo de áreas
degradadas, podem ser equacionados por
meio do licenciamento ambiental ou de
medidas administrativas e/ou judiciais.
É fácil observar que a imprescindibilidade da alteração das características
ambientais da região pela mineração será
reduzida técnica e juridicamente pelos diversos stakeholders que atuam no cenário
ambiental. Isso tudo porque a atividade
mineral envolve o interesse nacional, de
forma que é necessária e fundamental tanto para a manutenção da cultura e estilo
de vida atual, assim como para a economia
brasileira. Praticamente todos os produtos,
inclusive os que possibilitam o desenvolvimento acelerado da agricultura, provêm
da mineração, desde o creme dental até
as estruturas metálicas. Isto é, os recursos
minerais são indispensáveis ao bem estar
e melhoria da qualidade de vida, pois são
a matéria prima para as diversas indústrias
e até mesmo para a expansão da fronteira
agrícola e para o saneamento básico.
Para apimentar o debate, importante
considerar que a atividade minerária goza
do pressuposto da rigidez locacional dos
recursos minerais, ou seja, os bens minerais só podem ser explorados no local em
que ocorrem naturalmente. Assim, o ambiente que sofre o impacto decorrente da
mineração é o mesmo que sacramenta
sua localização imutável. Tem-se, a partir
de tal premissa, a seguinte conclusão: a
atividade será desenvolvida necessariamente no local em que “aparece”, cabendo
aos diversos atores ambientais promover
o equilíbrio entre a protetividade integral
e o exercício da mineração sustentável,
com o desenvolvimento regional que ela
possibilita. Qual a sua escolha?
Bem de ver que a escolha não é fácil,
sendo fato que, de acordo com a legislação mínero-ambiental vigente, esta cabe
ao Departamento Nacional de Produção
Mineral em conjunto com os órgãos ambientais licenciadores, com apequenada
participação da comunidade.
Vale lembrar aqui, por fim, que dada a
importância da mineração, é possível conciliar a exploração minerária, com todo o
seu impacto, com a proteção ambiental,
desde que fielmente observados todos os
preceitos normativos e normas técnicas
aplicáveis à tipologia.
HARAS TERRA NATAL
HARAS TERRA NATAL
ELEITA DA TERRA NATAL
FAGULHA DA TERRA NATAL
Limite D2 x Quijuba do Yuri
Limite D2 x Brava G.M.O (Ringo D2)
FAÍSCA DA TERRA NATAL
FADA DA TERRA NATAL
Limite D2 x Brava G.M.O (Ringo D2)
Limite D2 x Ilicínea Granfina
Carlos Augusto Reis de Oliveira - (31) 9618-6018 - [email protected] - Inhaúma/MG
Carlos Augusto Reis de Oliveira - (31) 9618-6018 - [email protected] - Inhaúma/MG
42
outubro 2014
capa
Mangalarga
Marchador
e bem-estar animal
Boas práticas de manejo transformam a
criação e garantem a sustentabilidade
O bem-estar animal tem sido um assunto recorrente em todas as áreas de criação.
Sabe-se, hoje, que promover o bom manejo é o caminho certo para agregar valor
ao produto, reduzir custos e trazer uma dinâmica de trabalho melhor no dia a dia da
fazenda. A qualidade de vida do animal é
defendida não somente pelas associações
que representam os produtores, como também pela própria Constituição Brasileira de
1988, que pune o autor de quaisquer atos
de violência contra os animais.
Uma entidade em específico que tem
prezado muito pelo bem-estar animal é a
Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), que
defende e incentiva as boas práticas de manejo. Para tanto, está constantemente adotando novas iniciativas e projetos que garantam uma melhor qualidade de vida da raça.
Tais atividades são realizadas a colaboração
de uma equipe de profissionais qualificados
e com um grande número de parceiros, somando mais de oito mil associados que trabalham para que o Marchador seja uma raça
reconhecida em todo o mundo.
44
outubro 2014
Bom manejo
Quando se fala em bom manejo, tem-se
como premissa básica garantir ao animal o
atendimento de suas necessidades naturais,
como liberdade, companhia, alimentação,
adaptação, controle, saúde e respeito. No
caso do Mangalarga Marchador, entre as
práticas defendidas para se garantir o bem-estar animal, estão as interações com outros
exemplares da mesma espécie, boas condições de alojamento, correto manejo sanitário, reprodutivo e nutricional, tratamento e
treinamento adequados, boas condições de
transporte e cuidados veterinários.
O cavalo Mangalarga Marchador é
uma das raças que mais favorece o resgate
dos valores ambientais por meio do maior
contato do homem com a natureza. Tudo
isso devido às suas características de docilidade, inteligência, resistência e rusticidade.
A criação destes animais está diretamente
ligada ao trabalho de promoção de seu
bem- estar, como uma espécie de retorno
positivo pelos benefícios que a raça oferece ao seu criador.
Iniciativas primordiais
A ABCCMM lançou em 2010, o Projeto
Sela Verde e o Mangalarga Marchador será
a primeira raça de equinos no mundo a ter
um selo ambiental. Iniciativa da ABCCMM
em parceria com o Instituto Biotrópicos, o
projeto já tem consolidado um Programa
de Incorporação, Adequação e Certificação
Ambiental da Atividade Equestre, desenvolvido para os criadores interessados na
causa. Com o conceito da sustentabilidade,
o Sela Verde é um estímulo para a preservação ambiental e para o fortalecimento
das propriedades no âmbito econômico.
Na Nacional de 2014, lançou a Cartilha
para o Bem-Estar de Equinos da Raça Mangalarga Marchador, que recomenda para
criadores e tratadores, algumas práticas e
cuidados gerais de manejo, com resultados
satisfatórios ao animal, que serão enumeradas a seguir.
Uma das orientações é não fazer uso da
violência e respeitar as características naturais de cada animal; não usar artifícios que
lesam e alteram o andamento natural dos
animais, tais como correntes, elásticos, ferraduras com peso excessivo, rollers, etc.; respeitar sempre os limites de conformação de
cada cavalo; manter os animais em liberdade
por pelo menos 4 horas por dia em piquetes
adequados e devidamente sombreados; não
usar, em hipótese alguma, qualquer substância química que altere o desempenho
do animal (“doping”); ter cuidados especiais
a fim de preservar a saúde e o bem-estar dos
animais idosos; e seguir sempre a orientação
de um médico veterinário.
Uma frase bastante utilizada pela
ABCCMM é “os cavalos devem ser tratados
como cavalos”, ou seja, é importante atentarse para as características específicas do animal,
não se esquecendo de tratá-lo com carinho e
respeito. O animal precisa de liberdade e de
desfrutar de bem-estar de uma maneira geral,
em todas as suas atividades, seja no haras ou
nas competições e eventos.
Atividades recomendadas
Entre as recomendações referentes
à garantia da reprodução do cavalo com
conforto e segurança está a indicação de
que a égua deve ser coberta ou inseminada
e o garanhão deve realizar coberturas somente a partir dos 36 meses de idade. Além
disso, as éguas gestantes só deverão ser
montadas ou iniciadas a partir dos 90 até
os 240 dias de gestação e as prenhas e/ou
lactentes não deverão participar de competições. Quanto à castração, é orientado que
somente deverá ser feita com o animal sedado e anestesiado por médico veterinário.
No caso dos potros, logo após o seu
nascimento, deve-se realizar a cura do umbigo e conferir a eliminação do mecônio e
a mamada do colostro. O desmame deverá
ser realizado preferencialmente após os cinco meses de vida. Outro fator de extrema
importância é criá-los em liberdade e na
companhia de outros animais.
A alimentação do cavalo Mangalarga
Marchador precisa seguir um programa,
respeitando as exigências nutricionais de
cada categoria. Os animais devem ter acesso livre à água de qualidade bem como às
forrageiras, 24 horas por dia. É fundamental,
também, não misturar alimentos concentrados e volumosos durante o fornecimento e atentar-se para que não seja oferecida
uma quantidade excessiva de concentrados. Vale lembrar, ainda, que os cavalos devem trabalhar somente uma hora depois da
ingestão do concentrado.
Um quesito que a ABCCMM se preocupa bastante é o treinamento do Mangalar-
ga Marchador. É recomendado que se siga
uma planilha de atividades, atentando-se
para o fato de que o animal precisa ter um
período de descanso durante o ano. Animais com qualquer tipo de lesão deverão
ser resguardados do treinamento e é imprescindível que se use materiais flexíveis
e confortáveis para o animal. Sugere-se
também que animais estabulados sejam
escovados diariamente, para que sejam
massageados e tenham circulação da pele
ativada, além da remoção de pelos velhos.
Outro ponto que interfere diretamente
na qualidade de vida do Mangalarga Marchador é o seu transporte, que precisa ser
feito com total conforto e sem uso de violência no embarque e desembarque. E, quanto
às instalações, a ABCCMM tem uma série de
recomendações, que incluem: garantir baias
com mínimo de 12 m2 de área, limpas, arejadas, com camas fartas e adequadas; não
usar cercas de arame liso, dando preferência
ao uso de cercas elétricas específicas; realizar
manutenção periódica das instalações elétricas, a fim de evitar acidentes com eletricidade, podendo causar a morte dos equinos.
Além dos itens citados, o bem-estar animal inclui uma atenção rigorosa quanto à
sanidade, prevenindo doenças com a administração de vacinas e controle de parasitas.
É primordial, ainda, exigir a documentação
necessária para o ingresso de animais provenientes de outras propriedades.
Garantir a qualidade de vida do Mangalarga Marchador é mais que um compromisso do criador para com a associação
que o representa. É um ato de respeito ao
animal, ao meio ambiente e à sociedade
como um todo, que se beneficia das competências que o cavalo oferece.
revista mercado rural
45
Fotos: Fernando Ulhoa
BALANÇO OFICIAL DA 33ª EXPOSIÇÃO NACIONAL DO CAVALO
Mangalarga Marchador
De 23 de julho a 02 de agosto, Belo Horizonte sediou, no Parque da Gameleira, a
33ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador, um dos maiores eventos
equestres da América Latina. Promovida
pela Associação Brasileira dos Criadores do
Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM),
a exposição teve como tema central “Cavalo
Nacional”, numa referência à Lei nº 12. 975,
sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que decreta a Mangalarga Marchador
como a raça nacional de cavalos.
No ano em que se comemoram 65
anos de atividades da ABCCMM, que atualmente conta com 9.200 associados, estiveram reunidos no parque 1.500 animais
oriundos de todas as regiões do país. Os
46
outubro 2014
animais participaram de concursos de
marcha, julgamentos de morfologia, provas funcionais e sociais. Durante onze dias,
a Nacional do Mangalarga Marchador recebeu a visita de 145 mil visitantes - entre
eles, uma comitiva de criadores americanos, canadenses e italianos -, e movimentou R$ 10 milhões em negócios ocorridos
nos leilões, shoppings de animais e vendas
diretas entre os criadores. No dia 31 de
julho, foi oficializada uma parceria entre a
ABCCMM e o estilista Victor Dzenk, que terá
no Mangalarga Marchador fonte de inspiração para a sua Coleção de Inverno 2015.
As provas funcionais, realizadas na pista de areia do parque, contaram com a participação de 420 conjuntos inscritos que
disputaram as modalidades Cinco Tambores, Seis Balizas, Maneabilidade, Marchador
ideal, Apartação e Team Penning. Participaram das competições os criadores e seus
familiares, usuários e profissionais ligados
ao Mangalarga Marchador.
O Test Ride do Mangalarga Marchador,
atividade oferecida pela ABCCMM ao público visitante, propiciou a crianças, jovens
e adultos a oportunidade de experimentar
o cavalo. Ao todo, 2.000 pessoas puderam
comprovar as qualidades da raça.
De acordo com Magdi Shaat, presidente da Associação, o evento foi um
grande sucesso. “A expectativa era extraordinária e tudo correu muito bem,
apesar da forte chuva que atrapalhou
um pouco a pista, mas foi tudo resolvido a tempo. A parte técnica foi nota dez
em termos de julgamentos e palestras. A
expectativa de 10 milhões em negócios
foi atingida, um recorde na marca desse
tradicional evento”, destacou.
O evento foi realizado, como de costume, no Parque de Exposições da Ga-
meleira, mas as próximas edições devem
mudar de casa, pois o Parque entrará
em reforma. “Um novo local será escolhido para sediar esse grande evento.
a Associação irá esperar o resultado na
licitação das obras para avançar na procura de um novo espaço. Caso o evento
saia de Minas, será um grande desafio,
mas iremos nos adequar e achar um local apropriado para a realização dessa
grande festa que abriga cerca de 1.500
animais, 620 expositores e quase 1.000
trabalhadores. Nosso sonho é ter um
parque próprio do Mangalarga Marchador e estamos batalhando para isso, para
conseguir realizá-lo”, finaliza Magdi.
revista mercado rural
47
A MEDIDA CERTA PARA O
SEU EMPREENDIMENTO
GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS
Mangalarga Marchador
pelo mundo
Projeto Brazilian Saddle Horse, viabiliza exportação
de material genético para os Estados Unidos
A Apex-Brasil é parceira da ABCCMM
no desenvolvimento do Projeto Setorial
denominado Brazilian Saddle Horse, iniciativa voltada para a promoção comercial
das exportações de cavalos de sela brasileiros e material genético, tendo com
mercado-alvo o mercado americano e o
europeu. O projeto objetiva consolidar a
imagem do Brasil como origem do melhor
cavalo de sela, agregando valor ao produto brasileiro através da demonstração
das habilidades e da adaptabilidade do
animal brasileiro às diferentes condições
ambientais e, desta forma, gerando oportunidades para a continuidade e o aprimoramento da raça no mundo.
De acordo com Anderson Dib, gestor
de projetos setoriais da Apex-Brasil, o projeto já está em vigor. “Estamos, atualmente
na fase de estruturação da estratégia e definição de mercados-alvo. No final de julho, durante a 33ª Exposição Nacional do
Cavalo Mangalarga Marchador realizada
em Belo Horizonte, criadores e investidores norte-americanos vieram ao Brasil a
48
outubro 2014
convite do projeto e assinaram um contrato para venda de 50 embriões de cavalos
da raça Mangalarga Marchador. O acordo
aconteceu por meio de uma joint venture, parceria entre criadores brasileiros e
americanos: os brasileiros ficaram responsáveis pela coleta e envio dos embriões,
enquanto os americanos ficaram responsáveis pela inseminação, fornecimento de
receptoras e criação do produto (cavalo)
até que se completar 6 meses, após desmame. As partes envolvidas na negociação são: Criohorse-central genética, Haras
Três Corações, Haras Elfar e o presidente
da Associação dos Estados Unidos. A Criohorse, central genética parceira do projeto Brazilian Saddle Horse, foi homologada
recentemente para atender os criadores
do estado de Minas Gerais, onde estão
concentrados aproximadamente 50% dos
criadores do país”, conta Dib.
A expectativa de envio deste primeiro
lote de embriões é para o primeiro trimestre de 2015. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Criadores
do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Magdi Shaat, a Associação identifica, nos vários eventos internacionais de
que participa, uma grande procura por
animais da raça, porém, o que dificulta o
acesso dos interessados são barreiras impostas por alguns países para os animais
vivos. Uma das dificuldades encontradas,
por exemplo é mormo, doença infecto-contagiosa presente em quase todos os
estados brasileiros que impede o ingresso dos nossos animais na União Européia.
Assim como em todo projeto pioneiro, é
preciso regulamentar o novo modelo de
negócios, a fim de criar alternativas para
suprir a crescente demanda do mercado
externo. No caso da exportação de material de multiplicação (sêmen e embriões) é
necessário um protocolo sanitário específico, conhecimento técnico especializado
e centrais genéticas homologadas.
Magdi completa ainda que criadores
interessados na exportação, em explorar o
grande mercado americano, devem entrar
em contato com a ABCCMM.
Com grande experiência na área, a TopoBrasil já realizou a certificação de mais de
25 mil hectares em propriedades rurais de Minas Gerais e São Paulo.
REALIZE SEU CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR)
Criado pela Lei Federal do Código Florestal, o CAR foi regulamentado em maio de 2014.
O prazo para que todas as propriedades rurais registrem a sua situação ambiental é de um ano.
Obrigatório para todos os imóveis rurais, será também exigido nas operações bancárias.
Levantamentos topográficos para projetos de
Irrigação | Terraplanagem | Reflorestamento |Cadastro Urbano
Divisão e demarcação | Certificação florestal e agropecuária
www.topobrasil.com.br
35 3821 1359 | 8876 6504
8876 1359 | 9979 6504
[email protected]
revista mercado rural
49
Mercado do carvão:
a gangorra do produtor
Leonardo Lamounier
Ainda que tenha morado na cidade
durante toda minha vida, sou de uma família que descende de pessoas que têm
origem rural, como tantas outras no Brasil afora. Num dado momento, passei a
imaginar o que poderia ser feito para dar
continuidade ao trabalho de gerações anteriores nas nossas terras. A vida no campo
havia mudado muito desde a época dos
avós e, era preciso pensar em algo e sair
do modelo tradicional, já que a maioria dos
nossos vizinhos havia se mudado para a
cidade por falta de opção e de renda dos
produtos agropecuários, leite e café, que já
não davam o retorno de outras épocas.
Questionei qual caminho seguir, considerando que as opções eram poucas, dadas as características das propriedades rurais da região. Não havia uma vocação clara
nem para a pecuária, nem para a agricultura moderna. Restou por exclusão, o plantio
de eucaliptos, cultura relativamente nova e
com um centro consumidor próximo, no
caso a cidade de Divinópolis (MG), com
grande demanda por carvão vegetal. Esta
foi a escolha e a aposta, já que se tratava
de um investimento de retorno num prazo
de seis anos, um período médio, dadas as
experiências brasileiras.
Plantei florestas de eucalipto durante
seis anos na expectativa de colher os frutos
desse trabalho intenso de cultivo. Marinheiro de primeira viagem, embora contando
50
outubro 2014
com assessoria técnica e com conceitos
antigos, e porque não dizer antiquados, me
embrenhei nesta empreitada. No começo
imaginava a partir de conceitos arraigados
no campo de coisas como eucalipto dá em
qualquer terra! Ledo engano! Que dá não
há dúvida, porém a produtividade é baixa!
No momento de decidir em que investir,
o histórico do eucalipto no Brasil pesou.
Mas o que encontrei depois de efetivado o
plantio e chegada a colheita?
Deparei-me com um mercado de comercialização de carvão que foi afetado diretamente pelo desaquecimento geral da
economia desde a crise econômica mundial que se iniciou em 2008. Como resposta
à crise, vimos o governo brasileiro atuando
quase que exclusivamente de modo paliativo, sem uma estratégia clara. As siderurgias foram atingidas, como de resto todos
os setores da economia brasileira e o segmento de carvão para siderurgia também
foi colhido por este tsunami econômico.
Segundo dados da Associação Mineira
de Silvicultura (AMS), o carvão vegetal alcançou em julho de 2014 o valor de R$531
por tonelada, representando uma queda
de 11,5%, quando comparado ao mesmo
período do mês anterior, que vinha se apresentando estável desde março. Isso porque
a produção de aço caiu em 2014, se comparada ao mesmo período de 2013. Houve
uma queda de 1% na produção de aço bruto e de 4,7% nos aços laminados. No mercado interno, os dados de julho de 2014
indicaram queda de 6% nas vendas acumuladas em 2014 se comparadas ao mes-
mo período do ano anterior. A sinalização
era de queda de produção e vendas de aço
no mercado interno em 2014, de acordo
com o Instituto Aço Brasil (IABr). Isso porque o setor industrial brasileiro encontra-se
numa situação difícil e as perspectivas para
o próximo ano não são muito animadoras.
E é este mercado que regula os preços do
carvão vegetal em boa medida.
Se pelo lado do mercado interno as notícias não são alvissareiras, o mercado externo
também não sinaliza um horizonte muito
tranquilo. A análise conjuntural do Centro
de Inteligência em Florestas (CI Florestas)
aponta que as exportações de produtos
siderúrgicos até julho de 2014 totalizaram
4,8 milhões de toneladas e US$3,6 bilhões,
representando declínio de 1,6% em volume
e um aumento de 6,9% em valor, quando
comparados ao mesmo período do ano
anterior. Ainda assim, o próprio estudo não
é muito otimista, indicando “um segundo
semestre ainda mais fraco diante dos atuais indicadores da economia brasileira”. Se
o cenário é este, o que esperar para o futuro? Houve uma gangorra de preços que foi
entre 1999 até 2014. Principalmente após
maio de 2008, os preços caíram fortemente,
começaram a se recuperar janeiro de 2009
até que em maio de 2010 inicia-se uma nova
queda e os valores passam a oscilar em torno de 100 reais o metro cúbico.
Muitas dúvidas e poucas respostas. A
dificuldade de uma análise de médio prazo
e uma conjuntura adversa para as siderúrgicas brasileiras apontam um cenário difícil
no curto prazo, dada a diminuição do ritmo
da economia do país. A queda do consumo de aço no mercado interno provocada
pela queda de atividade de setores como
o automotivo e da construção civil, implica
na necessidade das siderurgias buscarem a
ampliação do mercado externo. Mas aqui
outro obstáculo, a valorização do real e o
controle da inflação e o equilíbrio instável
da economia brasileira, mas aí são outros
quinhentos que ficam para outra ocasião.
Exposições, feiras,
congressos e visitas
técnicas entre Brasil e USA:
um investimento local
com retorno global
Prof. Dr. Marcus Anthony Baptista,
de Boston, especial para a revista Mercado Rural
O agronegócio exige uma busca para
uma interação mais eficaz entre os recursos
humanos, os produtos e os serviços que fazem desse ramo, um dos mais importantes,
não somente a nível local mas a nível global. Todos os eventos dirigidos a um público alvo bastante específico (como no caso
dos congressos, feiras e exposições, além
das visitas técnicas) agregam o desenvolvimento profissional e a educação continuada aos contatos fraternais e sociais. As
associações de classe que congregam indivíduos com interesses mútuos se tornam
um alicerce para a sociedade ter como um
ponto de partida e uma base aquilo que o
profissional se propõe a fazer pelo bem estar da sociedade propriamente dita.
Alguns eventos se tornaram destaque
com a participação em massa durante o mês
de agosto. Vários eventos, não somente no
Brasil, como também nos Estados Unidos,
fornecem uma oportunidade para delinearmos uma comparação e para contemplarmos uma reflexão. A maioria concorda que
conceder entrevistas, além de entrevistar
mais de 100 criadores, agricultores, pecuaristas e empresários durante os eventos como
a 33a. Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador em Belo Horizonte, a Feira
Anual Agropecuária do Estado de Nova Iorque (próximo à Syracuse, no estado de New
York, USA) e o 61º Farm Progress Show (na
52
outubro 2014
região central do estado americano de Iowa)
proporcionaria uma amplitude de interatividade entre as pessoas que atuam no meio,
as quais desempenham uma rica diversidade
de atividades na mídia e no mercado rural.
Olhando para o futuro, sabemos que o
Farm Progress Show no início de setembro
de 2015 será em Decatur, no estado de Illinois e depois voltará para Iowa em 2016.
Trata-se da maior feira livre dos agronegócios nos EUA: quase mil expositores e 200
mil visitantes. Este ano, a quantidade das
centenas de visitantes brasileiros, sem a mínima dúvida, bateu um recorde. Ao compararem a produção e a produtividade norte-americana com a brasileira (por exemplo,
quanto ao milho e à soja), todos os brasileiros produtores rurais comentaram em
solo norte-americano que não constataram
uma diferença significativa. Porém, quanto
ao maquinário e equipamentos, todos ficaram extremamente impressionados.
Como a contratação de mão-de-obra
qualificada no meio rural está se tornando
um desafio, a obtenção e a utilização de
máquinas adequadas para a realidade do
ruralista facilitam a eficiência e a eficácia
na hora de desempenhar certas tarefas nos
haras, nas fazendas, nos sítios e nas outras
propriedades no campo e no mercado rural.
Ao traçarem um paralelo entre este evento
(durante o qual tivemos muita chuva) como
alguns no Brasil, sem exceção, 100% dos entrevistados disseram categoricamente que a
organização, antes e durante os dias 26 e 27
de agosto, foi o que mais chamou a atenção
dos visitantes ao 2014 Farm Progress Show.
Os projetos que envolvem visitas técnicas estão disponíveis desde já e estamos
propondo o lançamento e a realização de
viagens aos Estados Unidos para que os
brasileiros possam ter contato com modernos equipamentos e técnicas comprovadamente práticas à nível de Brasil. Estas
propostas envolvem aquelas pessoas que
trabalham com o setor da produção animal e agrícola principalmente, em um clima diplomático para que haja a troca de
informações, experiências, conhecimento,
sabedoria e também para estreitar as relações entre os povos dentre os continentes
norte e sul-americanos. Naturalmente, os
norte-americanos interessam, e muito, em
visitarem o Brasil em números expressivos
a fim de aprenderem com os brasileiros em
uma troca sadia de experiências. Os idiomas inglês e português frequentemente se
tornam um desafio dentre os dois povos,
porém com a assessoria adequada e apropriada, ultrapassamos essa barreira com
bastante facilidade e sucesso.
As ações bilaterais entre os EUA e o Brasil
são uma realidade que ambos os governos
apoiam e, portanto, antecipamos um enorme crescimento e desenvolvimento naquilo que envolve o agronegócio entre ambos
os países. Enquanto que as empresas multinacionais e a mídia nacional e internacional se aproveitam de megaeventos (como
a Copa e as Olimpíadas), entendemos que
a colocação da coincidência na indústria e
no comércio, nas instituições de ensino e de
formação profissional, nos orgãos governamentais e nas ONGs, entre outras, colocam
o Brasil e os Estados Unidos da América ainda mais em sintonia com aquilo que representam ambas as bandeiras verde e amarela e a vermelha, azul e branca. Concluímos
que a liderança educacional, na relação custo-benefício e no retorno do investimento,
exerce um papel fundamental na gestão do
agronegócio e nas decisões empresariais de
todos que atuam nesse ramo.
Fotos: Divulgação/IMA
Fruto da
macaúba
atrai atenção de
pesquisadores e
investidores
A macaúba (de nome científico Acrocomia aculeata) é uma palmeira que alcança
até 25 metros de altura e possui espinhos
longos e pontiagudos. Ela pode ser encontrada em quase todo o Brasil e por isso é
também conhecida por outros nomes,
como bocaiúva, macaiba, coco-baboso
e coco-de-espinho. Com folhas de até 5
metros de comprimento, apresenta flores
e frutos em cachos que podem chegar a
60 Kg. Adapta-se facilmente ao clima e a
diversos tipos de solo.
É uma planta perene que dura até cem
anos e necessita de pouca água para sua
sobrevivência. As flores atraem abelhas, e
os frutos, marron-amarelados, produzem
óleo. A macaúba dá frutos quando alcança
entre três e cinco anos de idade e, quando
maduros, são colhidos no chão.
A espécie tem várias utilidades. Seu
aproveitamento vai do fruto até a madeira. Fonte de alimento, a polpa e a farinha
retiradas de seus frutos são ricas em vitamina A e betacaroteno. Podem, também, ser
usadas para fazer suco, sorvete, bolos, pães
e doces. As folhas servem para a confecção
de redes e linhas de pescaria. Já a madeira
54
outubro 2014
pode ser aproveitada na construção de casas e outras edificações no campo.
As empresas tem voltado seus olhos
para essa planta que, além de todas as características citadas, também produz um óleo.
Após beneficiamento, com esse material é
possível fazer sabão, sabonete, margarina e
até cosméticos. Essa matéria-prima tem atraído interesse de várias linhas industriais como
a química, a alimentícia e a de combustíveis.
Dentro dessa perspectiva, a macaúba
surge como uma alternativa de fonte de
combustível renovável. O Brasil desenvolve
pesquisas com a planta com foco na produção de biodiesel, combustível feito a partir
de óleos vegetais. É o que está sendo feito,
por exemplo, pela Embrapa Agroenergia.
A Embrapa vai desenvolver um programa com agricultores familiares do Nordeste
brasileiro, que tem como objetivo a produção de macaúba em sistemas agroflorestais
para gerar alimentos e matéria-prima para
bioenergia. A iniciativa integra o Programa
para Desenvolvimento de Cultivos Alternativos para Biocombustíveis do World
Agroforestry Centre (Icraf ), financiado pelo
Fundo Internacional de Desenvolvimento
Agrícola (Ifad) e o Governo da Índia. Segundo o órgão, a macaúba é uma palmeira nativa do Brasil, encontrada em várias regiões,
cujo fruto tem grande potencial para ser
utilizado na produção de biodiesel, biocombustíveis de aviação e outros produtos.
Além de
ser fonte
de alimento,
o fruto
é muito
procurado
pela indústria
Inicialmente, as ações serão desenvolvidas
no município de Piracuruca, no Piauí, e envolverão três unidades da Embrapa – Agroenergia (Brasília/DF), Cerrados (Planaltina/
DF) e Meio Norte (Teresina/PI) –, além da
Universidade de Brasília, Universidade Federal de Viçosa e a empresa Acrotech.
O órgão explica que a busca por fontes
de energia mais sustentáveis abre oportunidade de renda para pequenos agricultores e suas famílias. Além do etanol e do
biodiesel, uma das expectativas é o surgimento do mercado de biocombustíveis de
aviação, já que a Associação Internacional
das Empresas de Transporte Aéreo (IATA, na
sigla em inglês) se comprometeu a reduzir
em 50% as emissões de gás carbônico até
2050. Para a Embrapa Agroenergia, a diversificação das culturas agrícolas empregadas como matérias-primas é a chave para
incluir pequenos produtores de diferentes
regiões nas cadeias produtivas.
Fotos: Divulgação/IMA
Minas Gerais supera meta estabelecida
para vacinação contra
febre aftosa
Minas Gerais, através do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), atingiu a
meta estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
de vacinar 95% do rebanho mineiro de
bovinos e bubalinos contra a febre aftosa.
A etapa envolveu 23.633.117 animais
vacináveis em 359.661 propriedades. No
total, foram vacinados 22.718.579 bovídeos
de todas as idades, o que representa 96,1%.
Os produtores rurais tiveram até o dia
10 de junho para comprovar, nas unidades
do IMA de seus municípios, a imunização
de seus animais. A campanha obteve uma
boa adesão dos produtores que têm na
pecuária o seu sustento, demonstrando a
importância da participação efetiva na vacinação semestral. No entanto, este índice
ainda deve aumentar, tendo em vista que
56
outubro 2014
alguns produtores entregam a declaração
fora do prazo definido pelo Mapa.
Para o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, é necessário que os produtores mineiros e de todo o país continuem
aderindo as campanhas de imunização,
que são fundamentais para erradicar e
prevenir doenças de grande impacto econômico como a febre aftosa. “No estado, a
participação dos produtores é crucial para
manter Minas como área livre com vacinação contra doença, o que valoriza e fortalece ainda mais a nossa pecuária”, comenta.
Prevenção
O Programa Nacional de Erradicação
e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA) tem
como estratégia principal a implementa-
ção progressiva e manutenção de zonas
livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
O Brasil, sob a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e com a participação efetiva dos
serviços veterinários estaduais, no caso do
IMA em Minas Gerais, e do setor produtivo,
segue na luta contra a doença em busca
de um país livre da doença.
O planeta cabe na urna
Por Coriolano Xavier, membro do Conselho
Científico para Agricultura Sustentável (CCAS);
Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM
Na sociedade da hiperinformação –
multiconectada e agindo cada vez mais
por valores – o produtor rural parece ter
conquistado, definitivamente, um espaço
de valor na percepção do público urbano,
por desempenhar uma função essencial na
sociedade. Mais ainda: ele próprio, o produtor, aumentou seu nível de confiança e hoje
se vê como um provedor de alimentos.
Está na pesquisa Farm Perspectiv Study*, que ouviu 1.300 pessoas no Brasil e
cujos resultados foram divulgados em agosto último: 88,6% dos consumidores têm
consciência que o produtor “é um fornecedor de alimentos” e 93% dos produtores assim se percebem também. Ou seja, a consciência do papel do produtor na segurança
alimentar cresceu – na cidade e no campo.
O levantamento também revela que
a preocupação dos consumidores com a
sustentabilidade atingiu a marca de 82%.
Mostra, ainda, que 67% dos agricultores
afirmam usar métodos sustentáveis de
58
outubro 2014
produção e só 37% dos consumidores concordam com isso. Outra dissonância: 75%
dos consumidores concordam em pagar
mais por alimentos produzidos de forma
ambientalmente amigável, mas apenas
36% dos agricultores acreditam nisso.
Como se vê, há uma nova realidade
do mercado de alimentos, emergente, que
cria oportunidades e abre espaço para o
marketing do produtor e do agronegócio,
para agregar valor percebido em seus produtos e atividades – ou pelo menos reduzir
eventuais abismos de percepção entre cidade e campo, como os mostrados acima.
Desde que a revolução verde chegou
a nossos campos e a produção animal modernizou-se, um hectare de terra multiplicou sua capacidade geradora de proteína
animal -- de 2 para 2,8 kg de carne suína,
ou de 1 para 5,6 kg de frango, por exemplo.
Isso é sustentabilidade em três dimensões:
ambiental, econômica e social.
Mas no mundo contemporâneo, das
percepções mutantes, é preciso contar ao
público nossas conquistas e progressos. E,
olhando a pesquisa Farm Perspective Study, talvez esteja faltando uma maior energia
em marketing do agronegócio, para contar
essas e outras histórias para a cidade. Falta,
por exemplo, desenvolver uma narrativa do
campo sobre a sua sustentabilidade.
Quer ver um exemplo? A sustentabilidade depende cada vez mais da incorporação de tecnologia; vale dizer, de sistemas
de produção apoiados em uso intensivo de
tecnologia. Mais ciência e menos regras –
ainda que essas sejam também necessárias
e importantes, para induzir o progresso da
consciência sustentável.
Essa é uma mensagem que precisa
ser levada, por exemplo, aos candidatos
a governo federal e estadual da próxima
eleição, principalmente aqueles mais identificados com as causas do meio ambiente.
Dizer, propor e levar estudos mostrando
que a sustentabilidade do campo vai se
resolver de fato, na tecnologia.
Essa é uma iniciativa só nossa, só das
lideranças do agro, não tenha dúvidas.
Pois o planeta cabe em uma urna eleitoral
e dá voto, principalmente entre os eleitores mais jovens.
(*) Farm Perspective Study, pesquisa realizada
pela BASF em 2014, ouvindo 300 agricultores
e 1.000 consumidores, no Brasil.
Tífton-85 é recomendado
para qualquer tipo de rebanho
Gramínea apresenta características que a difere de outras
Do gênero Cynodon spp, a Tífton-85
é um híbrido estéril resultante do cruzamento da Tífton-68 com a espécie Bermuda Grass da África do Sul. É um capim que
apresenta crescimento rasteiro, produz
bastante massa seca e tem uma qualidade
nutritiva bastante considerável. Desenvolvida nos Estados Unidos, a gramínea foi
registrada e liberada para plantio em 1992
e, no Brasil, foi introduzida a partir de 1993.
A Tífton-85 se adapta bem as regiões
quentes e, também, a lugares de climas
mais amenos. Isso porque a gramínea perene estolonífera, com grande massa folhear, possui rizomas grossos, que são os
caules subterrâneos que mantêm as reservas de carboidratos e nutrientes, o que proporcionam a sua incrível resistência a secas,
geadas, fogos e pastejos intensivos.
Muito plantado no Brasil, o Tífton-85 é
bastante usado tanto para pastejo quanto
para a produção de feno. De acordo com os
agrônomos, o capim Tífton-85 é recomendado para qualquer tipo de rebanho e apresenta características alimentares que devem
ser levadas em consideração. Segundo os
especialistas, como alimento, apresentam
teor de proteína de 15% a até 20% de pro-
60
outubro 2014
teína bruta, num pasto bem adubado. É um
tipo de capim bastante exigente em fertilidade, que precisam de uma boa adubação.
Quando comparamos o capim Tífton-85
com um outro tipo de gramínea, como por
exemplo o capim vaqueiro, conseguimos
detectar algumas características que são
bem particulares e importantes do Tífton. A
primeira diferença clara e de fácil percepção
é o visual. Enquanto o Tífton-85 tem as folhas
mais compridas e o talo bem mais longo, o
capim vaqueiro apresenta as folhas mais
curtas e o talo bem mais estreito e curto. Já
com relação à produtividade, o Tífton, de um
modo geral, tem a sua produtividade girando em torno de 14 a 15 toneladas por hectariano e o capim vaqueiro apresenta uma
produtividade um pouquinho maior, em
torno de 16 a 18 toneladas por hectariano.
No entanto, a diferença mais relevante e
significativa entre esses dois tipos de capim
é o método de plantio. O Tífton-85 é plantado por meio de mudas, enquanto que o
capim vaqueiro é plantado por semente.
Mas, como se faz uma boa muda desse capim? Segundo especialistas, a parte da
planta a ser usada para fazer uma muda de
Tífton pode ser tanto a parte área quanto
parte do sistema radicular. Se a escolha for
pela parte área, também chamada de estolão, é importante que ela tenha gemas. Em
contato com o solo, ele vai enraizando. De
acordo com os agrônomos, a escolha vai depender da disponibilidade de muda e a facilidade para tirar, pois o resultado é o mesmo.
No entanto, para os especialistas, para dar
certo, as mudas têm que ter pelo menos 100
dias. São as chamadas mudas maduras, pois
muito nova pode ocorrer de muitas morrerem. E para retirar a muda é muito simples.
Se a propriedade for pequena, as mudas
podem ser retiradas com a própria enxada
ou cortadas com foice. Numa escala maior,
podem ser cortadas com a ceifadeira.
E quando o assunto for o plantio do
Tífton, o melhor momento para fazê-lo,
de acordo com os especialistas, seria nos
meses de dezembro e de janeiro, pois é
necessário que o solo esteja úmido e chovendo. Se as condições forem favoráveis,
com 60 dias já é possível fazer um corte de
uniformização e até para o aproveitamento. É uma planta de crescimento rápido. A
dica é cortar as mudas de Tífton no mesmo
dia do plantio para que elas não percam a
capacidade de enraizamento.
Com os investimentos em tecnologia
aliados às condições naturais, nos últimos
anos, tem sido observado forte avanço da
safrinha de milho, que não tem sido acompanhado por um aumento do consumo
doméstico nas mesmas proporções. Ademais, a oferta mundial também está bastante ampla, com destaque para o potencial de mais uma safra recorde dos EUA, no
ciclo 2014/15. Como resultado, os preços
do grão estão bastante pressionados, caindo, inclusive, abaixo do preço mínimo estabelecido pelo governo em muitas regiões.
O cenário de aumento da oferta do
milho não representa tendência passageira. Pelo contrário. O país tem condição de
continuar expandindo sua produção nos
próximos anos com a demanda doméstica, não devendo absorver o adicional
produzido. Nesse contexto, a produção do
etanol a partir do cereal, que já é realidade
no Brasil, mostra que veio para ficar, sendo
uma alternativa para absorver a crescente
produção e abastecer o mercado de combustíveis em expansão.
O investimento na produção de etanol
de milho mostra-se viável tanto no caso de
usinas dedicadas exclusi-
vamente à produção do biocombustível do
cereal, como nas situações em que parte da
estrutura seja compartilhada com usina de
cana. Tal alternativa mostra-se bastante atraente em estados como São Paulo, que conta com elevado número de usinas de cana
e grande mercado consumidor de combustíveis, com a flexibilização de uma unidade,
trazendo vantagens como a redução de
custos fixos e menor oscilação nas receitas.
A produção do etanol de milho garante, ainda, receita adicional com a venda de
um valioso produto, formado pelo farelo
dos grãos destilados, que pode assumir
diferentes características. Esse farelo pode
ser seco ou úmido, com ou sem a incorporação de solúveis, com seu conteúdo
proteico e rendimento por tonelada de
cereal processado variando bastante em
função do processo produtivo. O mais comum destes subprodutos é o DDGs (grão
destilado seco com solúveis), mas em determinadas situações a produção do WDG
(grão destilado úmido) é mais recomendada, principalmente quando for possível a
realização de arranjo produtivo que combine uma usina de etanol próxima a um
confinamento ou granja, já que o WDG é
altamente perecível.
Uma planta de biocombustível de milho pode produzir 300 kg de DDGs por tonelada de grão processado, além de aproximadamente 375 litros de etanol anidro. O
produto tem conteúdo proteico em torno
de 26%, podendo em alguns casos ultrapassar 30%, e seu grau de inserção na dieta de
animais é em torno de 10% para suínos, 15%
para frangos e poedeiras e 20% para o gado
de leite ou de corte, podendo chegar a 30%.
Supondo cenário de investimento em
planta com capacidade de produção de
300 mil litros de etanol ao dia, com operação 345 dias no ano, em um ano, o processamento de 276 mil toneladas de milho
resultaria na produção de 104 milhões de
litros de anidro e de 83 mil toneladas de
DDGs. Nesse cenário, o empreendedor poderia garantir margem operacional bruta
de até 30%, dependendo da região.
A receita obtida com a venda dos grãos
destilados coloca-se como fator determinante da viabilidade desse tipo de investimento, de modo que cada negócio requer
avaliação detalhada de especificidades do
empreendimento, para que seja escolhido
o modelo de negócios e o subproduto
mais adequado para cada situação.
A INTL FCStone desenvolveu um estudo aprofundado sobre o tema, que analisa a
viabilidade da produção de etanol de milho
em uma operação integrada a uma usina de
cana ou em uma nova planta exclusiva para
o etanol de milho, passando por questões
industriais, comerciais e financeiras. Além
disso, esse estudo pode ser adaptado para
as especificidades de cada região, gerando o modelo ótimo de negócio para
cada empreendimento.
fotos: Gustavo Lovalho
uma nova fronteira
xxxxxxxxxx
Etanol de milho:
BHZ Espaço de Eventos, o endereço
das melhores festas da cidade.
Fonte: Ligia Heise
/bhzfestas
/bhzespaco
BUFFET PARCEIRO
www.clubdochef.com.br
62
outubro 2014
31 3541 0259 • Rua Niágara 250
Jardim Canadá • Nova Lima MG
www.bhzespaco.com.br
cacau
Safra temporã do
está chegando ao fim
A colheita do cacau está chegando ao
fim na Bahia. A produção superou as expectativas dos produtores. Nesta época do
ano, a safra é chamada de temporã. Apesar
dos problemas com doenças, a safra desse ano deve crescer 44% na comparação
com o ano passado.
Os frutos que estão no pé de cacau
mostram que esta é a fase de cruzamento
das safras. Os frutos menores, da safra principal, serão colhidos a partir de outubro. Os
grandes, já maduros, são da safra temporã,
que está no final. A colheita da temporã
deve chegar a 78 mil toneladas. De acordo
com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), haverá aumento
da quantidade em relação à safra principal,
que geralmente é maior.
Uma fazenda em Itacaré, no sul da
Bahia, tem 40 hectares plantados com o
cacau. Na safra temporã foram colhidas, por
exemplo, 600 arrobas de cacau. Já na safra
principal, a previsão é que sejam apenas
180 arrobas. A safra temporã de 2014 só não
foi melhor porque o clima favoreceu a proliferação da vassoura de bruxa e da podridão
parda, duas doenças causadas por fungos.
A arroba de cacau está mais valorizada
este ano, sendo vendida a R$ 106. No ano
passado, valia R$ 80. Apesar do aumento no
custo de produção por causa das doenças,
o preço anima os produtores. Eles fazem
planos para agregar mais valor à produção.
64
outubro 2014
Agricultores querem produzir cacau fino
para produzir o próprio chocolate gourmet.
Em busca de um
cacau gourmet
E é com o olhar já voltado para esse
mercado do chocolate fino, que o cultivo
desse fruto está vivendo uma nova fase. Algumas fazendas da Bahia estão mudando
o manejo para produzir um cacau de qualidade superior. Estão apostando no cacau
gourmet. Uma dessas propriedades é a do
produtor João Tavares. Ele é um dos mais
respeitados produtores de cacau gourmet
do Brasil e já ganhou duas vezes a principal
premiação internacional de cacau no salão
de chocolate em Paris.
João fala que o segredo do cacau gourmet está no beneficiamento do grão. E a
primeira etapa, de acordo com ele, acontece na colheita, no meio da Mata Atlântica.
O agricultor explica que essa é a etapa um
de todo o processo de beneficiamento do
cacau gourmet. Inicialmente, descartam-se os frutos que estão doentes, infectados
com a vassoura de bruxa, podridão parda,
perfurados por roedores ou pássaros. Eles
são tirados do lote que vai ser beneficiado
e depois faz-se por maturação. Então, frutos verdes, verdoengos ou sobremaduros
também são retirados do lote.
Já na etapa da quebra da casca, ocor-
Produtividade
deve ter
um aumento
de 44% na
comparação
com o ano
passado
re uma segunda seleção. O fruto escuro
demonstra, segundo o produtor, que está
com a vassoura de bruxa. Ele fala que
esse cacau convencional vai para outra
casa de fermentação, outra estufa, totalmente isolada do gourmet. As amêndoas precisam ser levadas para a casa de
fermentação logo após a colheita. Aliás,
a fermentação é uma etapa que muitos
produtores de cacau comum não fazem.
Na fazenda, as amêndoas permanecem
em cochos durante sete dias, mas preci-
sam ser reviradas a cada 48 horas.
Essa etapa, de acordo com os produtores, é um dos segredos da produção. Os
cochos de fermentação são redondos e
não quadrados ou retangulares, como de
costume. Esse detalhe faz uma grande diferença na qualidade final do cacau gourmet para os especialistas. A temperatura
ultrapassa os 47 graus. Com os cochos redondos, a distribuição de calor é uniforme.
Quando existem cantos, as amêndoas que
ficam depositadas ali têm o processo de
fermentação prejudicado. A ideia é dar a
mesma condição a todos os grãos. Fazer
a fermentação mais homogênea possível.
Passados sete dias, a certeza de que
essas amêndoas estão boas pra ir pra secagem vem através do corte. Ao abrir as
amêndoas, elas têm que estar clarinhas.
Na fazenda, são cortadas 50, sendo que
40 têm que estar boas. Oitenta por cento.
Depois dessa análise, é hora das amêndoas
subirem para as estufas.
Em vez de usar o método tradicional
de secagem na barcaça, o produtor adaptou estufas de café para secar o cacau. Primeiro as amêndoas ficam em montes e são
movimentadas para a parte úmida receber
sol, secar e a partir do terceiro dia, elas são
revolvidas de forma mais aberta. Além de
proteger da chuva, a estufa precisa ter ven-
tilação senão o cacau mofa. Aí é ensacar
para fazer um último teste de qualidade.
É feita a verificação do percentual de fermentação em um grupo de amêndoas de
um determinado lote. Esse é um indicativo,
além da qualidade, de que não há o amargor, dependendo do percentual de fermentação apontado. Trinta dias depois da
colheita, o cacau gourmet chega à fabrica
para virar chocolate.
Fonte: Globo Rural
automóveis
Triciclos de carga
são utilizados em diferentes
segmentos da economia
Unidades podem ser usadas,
também, em coleta de lixo
Cada vez mais, os triciclos de carga
são adotados por diferentes segmentos
da economia. De baixo custo, fácil manutenção, versátil e muito prático, o triciclo
assume, atualmente, a posição de um dos
principais meios de transporte para deslocamento de pequenas cargas. Sua utilidade para os serviços de entrega em domicílio acabou colaborando para que sejam
empregados também pela rede varejista,
como os supermercados.
Os triciclos podem ser considerados
veículos rápidos e econômicos para o
transporte de cargas que podem chegar,
aproximadamente, a 300 Kg. Geralmente, a
adaptação é feita a partir de uma moto 150
cc, cuja parte traseira, após ser desmonta-
66
outubro 2014
da, recebe um chassi com duas rodas. O
triciclo possui suspensão traseira independente (sem o eixo), o que deixa o veículo
mais leve, com maior altura do solo. A carroceria é mais baixa, proporcionando uma
maior estabilidade ao veículo.
Por ganhar rapidamente o mercado, o
triciclo vem se tornando mais presente nas
ruas e nas avenidas. O fato de ocupar pouco espaço no trânsito dos centros urbanos
já tão congestionados, torna-o uma boa
opção de mobilidade nas vias, otimizando
o tempo gasto nos deslocamentos e reduzindo os custos de combustível. Segundo
os fabricantes, esse veículo tem autonomia
média de 25 km/litro de combustível. Outro
fator importante a ser destacado é a facilida-
de de estacionamento. Por serem menores,
os triciclos são mais fáceis de serem parados,
na comparação com os grandes caminhões.
Os fabricantes estão investindo bastante nessa modalidade de veículo e diferentes
modelos já podem
ser vistos. O objetivo
é atender à variedade de empresas que
necessitam de transporte rápido, seguro
e econômico para
pequenas cargas. As
empresas fabricam, entre outros, modelos para atender atividades como pet shop, floricultura,
lanchonete, distribuidora de bebidas, material de construção, mototáxi,
supermercado e turismo. Em Minas Gerais,
um dos fabricantes desse tipo de veículo é
a Triciclos Katuny. A empresa desenvolve
diferentes modelos de triciclos de carga,
atendendo aos mais diversos públicos.
Pensando na questão ambiental e no
transporte de resíduos, alguns empresários e gestores públicos estão apostando
nos triciclos de carga para solucionarem
problemas como, por exemplo, a coleta
de lixo. Em locais como clubes, condomínios, parques ou mesmo em locais de difícil acesso de caminhões, o triciclo vem
sendo utilizado nos programas de coleta
seletiva e transporte de lixo comum. Nas
cidades que adotaram a iniciativa, a ideia
é realizar, por exemplo, a coleta de lixo
onde é impossível fazer de caminhão ou
onde há difícil acesso, como em becos,
ruas estreitas, morros, entre outros. A
Triciclos Katuny já lançou no mercado o
seu modelo de triciclos para o desenvolvimento dessa atividade.
RECEITA
Salada
Grega
Ingredientes
Serve: 6 pratos
e maduros,
• 3 tomates grandes
s médios
cortados em pedaço
• 2 pepinos, fatiados
ena,
• 1 cebola roxa pequ
as
cortada em rodelas fin
ino a gosto
• Sal e pimenta do re
azeite
• 4 colheres (sopa) de
orégano seco
• 1 1/2 colher (chá) de
esfarelado
• 150 g de queijo feta,
ona preta (grega).
• 1 punhado de azeit
a sem caroço.
Se quiser, use azeiton
Modo de prepar o
onto em: 30min
zimento: 15min › Pr
Preparo: 15min › Co
pino e a cebola.
misture o tomate, o pe
a,
ras
a
eir
lad
sa
a
m
Nu
alguns minutos
deixe descansar por
e
sto
go
a
l
sa
m
co
pepino.
Tempere
água do tomate e do
da
o
uc
po
um
a
ov
m
re
gosto.
para que o sal
orégano e pimenta a
e
iqu
lp
sa
e,
eit
az
o
a da salada.
Regue a salada com
ue o queijo feta por cim
loq
co
e
a
on
eit
az
a
Acrescente
Sirva com pão fresco.
turismo
Grutas, cachoeiras e trilhas:
Os vários encantos do
Parque Estadual
do Ibitipoca
Quem decidir pegar a estrada em
busca de um lugar que misture natureza,
aventura e o clima gostoso das montanhas, pode dar uma paradinha no Parque
Estadual do Ibitipoca para contemplar as
belezas que esse lugar proporciona. Com
uma área de 1.488 hectares, a unidade de
conservação está numa extensão da Serra
da Mantiqueira, onde se dividem as bacias
do Rio Grande e do Rio Paraíba do Sul.
A reserva natural, localizada na Zona da
Mata Mineira, entre os municípios de Lima
Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, fica a 241
km de Belo Horizonte e oferece aos visitantes uma série de diferentes atrações. Uma
das grandes opções de lazer e turismo do
estado, o Parque Estadual do Ibitipoca é
um dos mais procurados pelos turistas.
Recentemente, foi classificado como o 3º
melhor da América Latina e o 2° melhor do
Brasil pelo traveller´s Choices 2013, do site
de viagens TripAdvisior.
As várias trilhas sinalizadas que existem
no parque levam os visitantes, amantes
de boas caminhadas, aos mais diferentes
e encantadores pontos turísticos. Entre os
vários atrativos podemos destacar os mi-
68
outubro 2014
rantes, os paredões, as grutas, os picos, as
belas cachoeiras e as piscinas naturais formadas pelo rio do Salto. Alguns pontos de
visitação de Ibitipoca são “famosos” e conhecidos como, por exemplo, a Ponte de
Pedra, a Cachoeira da Pedra Furada, o Lago
das Miragens, Lago dos Espelhos, a Janela
do Céu (de onde se tem uma linda vista
panorâmica), entre outros. Com o mapa
na mão e muita disposição, o local é uma
ótima alternativa para curtir a paisagem, a
flora e a fauna.
Infraestrutura
O parque possui uma boa infraestrutura para receber seus visitantes, inclusive
conta com uma área de camping. Mas,
quem quiser visitar essa área de proteção
deve ficar atento ao número máximo de
pessoas que podem passar pelo lugar.
Atualmente, o número de visitantes diários
está limitado a 300 pessoas, de segunda a
sexta-feira, e 800 nos sábados, domingos e
feriados. É cobrada uma taxa de R$ 10,00
por pessoa em dias úteis e R$ 20,00 nos finais de semana e feriado, para entrada.
História
De acordo com o Instituto Estadual de
Florestas (IEF), ‘Ibitipoca’ é uma palavra tupi-guarani e significa “Serra Fendida”. Criado
pela Lei nº 6.126, em 04 de julho de 1973, o
Parque Estadual do Ibitipoca completa 41
anos em 2014 como um dos parques mais
visitados do estado e conhecidos do Brasil.
Caminho
Para chegar até o Parque Estadual do
Ibitipoca, o caminho é a BR-040 seguindo em direção a Juiz de Fora. No trevo de
acesso a BR-267, o motorista deve entrar e
prosseguir em direção a Lima Duarte. Até
chegar ao Distrito de Conceição de Ibitipoca são mais 27 Km de estrada de chão e, de
lá, mais 4 Km até a portaria do parque.
sessão pet
Mini
cabritos
Espécie de mini
animal é uma
alternativa
para quem tem
pouco espaço
para criação
Eles chamam a atenção pelo tamanho.
São bem menores que os animais de um
rebanho convencional. Estamos falando
dos mini animais, bichinhos simpáticos e
que estão se tornando uma boa oportunidade de negócio.
São vários os motivos que levam um
produtor a investir nesse segmento. Esses
pequenos animais podem ser comercializados, participar de exposições, aproximar as
crianças do mundo rural e, inclusive, favore-
70
outubro 2014
podem ser encontrados em sítios,
chácaras e hotéis fazenda
cer os proprietários que tem pouco espaço
para suas criações. De acordo com especialistas e criadores, algumas espécies podem,
até mesmo, serem criadas no quintal de
casa como animais de estimação, animais
pet. Atualmente, são encontrados nas fazendas os mini pôneis, mini vacas, mini cabras, mini coelhos, mini porcos, entre outros.
Na Revista Mercado Rural deste mês,
escolhemos falar sobre os mini cabritos e
dar algumas dicas para quem se interessar
por esse tipo de criação, que tem ganhado
destaque no mercado pecuário nacional.
Um exemplo de sucesso é a Mini Fazenda
Reino Encantado, localizada em Alfenas
(MG), de propriedade de Mateus Ferreira.
Eles são animais bem dóceis, mas se
engana quem acha que, por serem menores, necessitam de menos cuidados. No
entanto, os mini animais reúnem características que facilitam manejo, e a criação
apresenta algumas vantagens em relação
aos rebanhos tradicionais.
No geral, os mini cabritos são bem parecidos com os animais de porte convencional.
Na alimentação, levam alguma vantagem
quando comparados aos caprinos de tamanho comum, já que comem menos. Segundo os criadores, esses animais se alimentam
de capim ou feno e ração própria pra caprino,
devendo ser alimentados duas vezes ao dia.
De acordo com a Embrapa, os caprinos
são animais capazes de sobreviver em condições de alimentação escassa e de baixa
qualidade, entretanto, nesses casos, o seu
desempenho é pouco satisfatório, ficando comprometido. É necessário, portanto,
que os caprinos disponham de alimento
de boa qualidade e em quantidades que
satisfaçam suas necessidades durante o
ano, resultando em aumento da produção
e gerando mais lucros à atividade.
Não podemos esquecer, também, dos
cuidados que devemos ter com esses pequenos bichinhos quanto à alimentação. É
necessária a vermifugação de três em três
meses e disponibilização de sal mineral em
sua dieta. É importante para a sua boa saúde.
De baixo custo e podendo responder
bem em pequenas propriedades, o mini
cabrito não necessita de grandes espaços
para viver, como uma vaca, por exemplo. O
espaço recomendado para a criação de caprinos deve ser rústico, destinado ao abrigo
e manejo dos animais. Deve ser construído
utilizando materiais existentes na propriedade, tais como madeira redonda e palha
de babaçu ou carnaúba para a cobertura,
com piso de chão batido. O tamanho deve
ser definido de acordo com a dimensão do
rebanho, recomendando-se uma área útil
de 0,8 m² a 1,0 m² para cada animal adulto.
O tamanho e o peso também são duas
características que chamam a atenção nos
mini animais. De acordo com os criadores,
não há manipulação genética para desenvolver mini animais. A espécie é resultado
do cruzamento de bichos cada vez menores até ir chegando a crias bem pequenas.
No caso dos mini cabritos, por exemplo,
eles medem, normalmente, de 30 a 45 cm
de altura e pesam entre 20 e 35 Kg.
Por serem animais de rebanho, as cabras não gostam de viver sozinhas. Desta
forma, os mini cabritos podem ser criados
com outros animais em espaço fechado –
piquete - ou confinado, e se adaptam bem
no convívio com outras espécies.
Com relação à reprodução, os produtores explicam que não há muita diferença
comparada à dos rebanhos tradicionais. A
reprodução ocorre da mesma maneira que
nos caprinos de tamanho comum. A monta é natural e o tempo de gestação é de
cinco meses, podendo vir de um ou dois
animais por gestação.
Criações exóticas
camaleão
O camaleão é um réptil muito conhecido da família dos lagartos, que distingue-se deles pela habilidade de algumas
espécies em trocar de cor, entre outras
características. São animais extremamente
reservados, quietos e observadores.
Se você escolheu ter um camaleão,
você vai precisar de um terrário, já que
esse espaço vai ser a moradia dele. É
preciso adaptá-lo de maneira que o local
apresente as condições e as características
da natureza. É importante que o tamanho
também corresponda às necessidades do
animal. O ideal é que seja grande o suficiente para que ele possa se movimentar. Porém, não precisa ser exagerado. Os
camaleões são animais que não andam
muito. Ao contrário. São bem parados e
tranqüilos. Dê preferência aos terrários
que são grandes no comprimento já que
eles gostam de locais altos.
A decoração, dentro desse terrário,
deve lembrar o habitat do animal. Procure colocar muitos troncos de árvores,
arbustos pequenos, areia, galhos, rochas
72
outubro 2014
e muitas plantas já que é onde eles normalmente ficam para se esconder. Não se
esqueça, contudo, de deixar um espaço
livre no terrário, sem decoração, e procure
mantê-lo em um local onde não haja muita
movimentação e não tenha muito barulho.
Características
e alimentação
Camaleões são animais exotérmicos,
ou seja, eles não mantêm a temperatura
do corpo. Por isso é extremamente necessário colocar alguma lâmpada que forneça
o aquecimento adequado. É bom manter
dentro do terrário um termômetro para
constante conferência da temperatura no
ambiente. Tanto a luz do sol quanto essas
luzes artificiais ajudam na produção de
vitaminas essenciais para a saúde dos camaleões.
Os camaleões são predadores de insetos na natureza e é muito mais fácil de
ingeri-los vivos. No entanto, se você não
conseguir dar ao seu animal esse tipo de
alimentação, o que você pode oferecer é o
alimento peletizado para répteis. As folhas
verdes também podem fazer parte da dieta dos camaleões, além das frutas.
Camaleão como mascote
Ao escolher um animal de estimação,
é importante levar em consideração e ob-
servar algumas características dos bichinhos. Não vai pensando que se você escolheu ter um camaleão é porque quer um
animal que vai brincar com você e interagir quando chegar do trabalho ou, ainda,
que vai ficar olhando pra você com uma
carinha pedindo carinho. Isso realmente
não vai acontecer. O camaleão é um animal solitário que, ao ter em casa, será alvo
de admiração em razão de suas particularidades, por ser excêntrico.
Os camaleões têm algumas características especificas que, além de os
ajudarem muito na natureza, fazem com
que eles se tornem um bichinho curioso
e diferente. Um exemplo dessa característica que chama muito a atenção das
pessoas são os olhos que podem se mover independentes um do outro. Porém,
se vão atacar uma presa ou fazer algo
que exija uma concentração grande eles
precisam focar a atenção e fixar os olhos
só naquilo que pretendem.
Além disso, eles têm uma língua bem
comprida que pode chegar a medir 1 metro. Essa língua consegue, sem dificuldades, sugar qualquer inseto sem que
o mesmo precise se mover.
Isso facilita a captura dos
alimentos. Essas vantagens são importantes e de grande utilidade para os camaleões, uma vez que são animais que não
tem velocidade ao se deslocar. Ao contrário. São bem lentos.
Suas patas e caudas formam uma espécie de pinças que os ajudam na movimentação.
São animais que possuem uma resistência bem grande, com uma pele bem
seca e rústica, totalmente apropriada para
ambientes áridos, montanhoso. Eles possuem uma pele com muita queratina para
resistirem bem a esse tipo de ambiente.
Legalização
Depois de pesquisar e conhecer as
características do animal, analisar todo o
trabalho, os custos, verificar a questão de
espaço e adaptação do mesmo e, mesmo
assim, a escolha for por ter um camaleão, é
importante ficar atento quanto à legalidade para se obter um animal deste.
Segundo a Assessoria de Comunicação do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), somente criadouros autorizados podem vender animais silvestres,
desde que tenham também autorização
para comercializar aquele determinado
tipo de animal. Ou seja, no caso do camaleão, é importante verificar se o criadouro
é legalizado e tem a autorização para comercializar esse animal.
Os criadouros podem ser autorizados
tanto pelo Ibama quanto pelo órgão estadual de meio ambiente. As pessoas interessadas em adquirir um animal silvestre devem
comprá-lo apenas desses criadouros autorizados, mediante nota fiscal. Devem também
ver se o animal possui chip ou anilha.
Comprar animais silvestres em feiras
livres ou em beira de estrada, de pessoas
que não possuem autorização, é crime
ambiental e alimenta o tráfico de animais silvestres. Ainda, de acordo com o
órgão, comete o crime ambiental tanto
quem vende animal silvestre sem autorização quanto quem compra.
revista mercado rural
73
BEBIDAS
Cervejas especiais
atraem cada vez mais consumidores
Um levantamento feito no final do ano
passado confirmou o que todos nós já sabíamos: os brasileiros adoram uma cerveja.
Pesquisa realizada pelo Ibope revelou que
a cerveja é a bebida preferida de 2/3 dos
brasileiros para comemorações, com 64%
da preferência. E esse gosto pela bebida
fermentada está levando os empresários e
amantes desse segmento a apostarem, nos
últimos anos, em uma produção diversificada, aumentando as possibilidades no setor.
As chamadas cervejas especiais, incluindo as cervejas artesanais, estão ganhando, ano a ano, as prateleiras dos supermercados e das lojas especializadas. O
cenário nacional de produção de cerveja
mudou e as pequenas cervejarias demonstram fôlego no mercado com produtos de
estilos diferenciados, buscando atender e
atingir um público cada vez mais exigente.
Obtida a partir da fermentação de cereais como lúpulo, cevada, trigo e cereais
maltados, a cerveja é uma bebida alcoólica
carbonatada produzida através da
fermentação de materiais com amido
74
outubro 2014
EVENTO / Feira de vinhos
Fotos: Flávio Borges
Feira de vinhos
Super Nosso
Belo Horizonte recebeu no mês de agosto,
a quinta edição da Feira de Vinhos Super
Nosso. Realizado no Espaço Meet, reunindo mais de 30 expositores e cerca de 600
rótulos, de vinícolas do novo e velho mundo, nacionais e internacionais. A feira também contou com uma vasta programação
de cursos, degustações comentadas e palestras com produtores, enólogos e espe- Fernando Júnior,
cialistas em enogastronomia renomados. Rafaela Nejm e Euler Nejm
Karina Campanema, Rodolfo Nejm e Pamela Kayser
Rodolfo Nejm, Rafaela Nejm e Euler Fuad Nejm
Segmento está conquistando o Brasil
e o trigo. Seu preparo inclui água como
parte importante do processo e algumas
receitas levam frutas, ervas e outras plantas. No processo de fermentação, as bebidas passam por um processo biológico em
que os açúcares são convertidos em álcool
etílico e anidrido carbônico com desprendimento de calor. Dentro desta definição
de cerveja, encontram-se diversas variedades, de acordo com fatores como método
de produção, ingredientes usados, cor, sabor, aroma, receita, história, origem e assim
por diante. Algumas cervejas incluem em
suas fórmulas e receitas criativas ingredientes brasileiros como, por exemplo, açúcar
mascavo, coentro, gengibre, raspas de laranja da terra, capim-limão, entre outros.
De acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), o país produziu
13,4 bilhões de litros de cerveja em 2013,
segundo dados do Sistema de
Controle de Produção de Bebidas (SICOBE). Um crescimento expressivo na última
década, quando o Brasil
produzia, no inicio dos anos
2000, 8,2 bilhões de litros anu-
ais. Ainda, segundo a Abrabe, o brasileiro
consome cerca de 64,4 litros/ano – índice
que chega a 151,2 litros/pessoa por ano na
República Checa, por exemplo. Estima-se
que existam cerca de 200 microcervejarias no país, concentradas principalmente
nas regiões sul e sudeste do Brasil, e que
representam ainda menos de 1% do setor
cervejeiro nacional. Segundo a associação,
esse segmento apresenta tendência de
crescimento e deve atingir 2% da fatia do
mercado de cervejas em dez anos, motivada pela busca por parte dos consumidores
de satisfação sensorial e favorecida pela
melhoria na renda da população brasileira.
Para a Abrabe, as microcervejarias se
caracterizam por serem microindústrias
que em sua quase totalidade têm origem
familiar, com modestas instalações que
permitem a produção de cerveja ou chope especial em pequenas quantidades. A
sua produção resulta de um processo fabril
praticamente artesanal, com a utilização de
ingredientes especiais e seguindo receitas
tradicionais, que utiliza maior quantidade
de malte por hectolitro produzido quando
comparado às grandes cervejarias.
Selmo Geber, Marcelo Dicker
e Luiz Otavio Torres
Helder Mendonça e Euler Nejm
Eliani Nejm e Claudia Bernardes
Tatiana Gontijo e Patrícia Castilho
Daria Tereza e Andrea Monteiro
Alice Gontijo e Priscila Melo
Jacqueline Boncompagni Anaile Rabelo
e Gabriela Gomes
e Erica Silvério
EVENTO / aniversário
EVENTO / aniversário
Fotos: Marcelo Cardoso
Marcelo Lamounier
comemora seu
aniversário no
restaurante Boi Vitório
No dia 13 de agosto, o diretor comercial da
Mercado Rural, recebeu amigos e familiares para
comemorar o seu aniversário. Na ocasião, estiveram
presentes criadores de diversas raças, para brindar
com o amigo Marcelo mais um ano de vida.
Teodoro Lamounier, Frederico Salgado, Marcelo Lamounier, Carlos Augusto e Fabiano Tolentino
Luiza, Gloria, Conceição, Marcelo, Laura e Marcelo Lamounier
Regina Monteiro, Elisa Maciel,
Inês Eugênio e Cristina Toledo
Débora Santos, Ana Paula e Marcelo Malaquias
Gabriel Rocha, Marcelo
Lamounier e Fabiano Tolentino
Luiza e Mariana Lamounier
Christopher Ragnar, Jorge Augusto,
Mauricio Santos, José Geraldo e Ricardo Ragnar
Luiza, Gloria, Conceição e Marcelo Lamounier,
Amanda Ribeiro e Laura Lamounier
Gabriel Rocha, Luiza Lamounier,
Marcelo Cardoso e Rivaldo Nunes
Marcelo Lamounier,
Marcela Santos e Matheus Caporal
Marcelo Malaquias, Marcelo Melo, Rivaldo Nunes,
Marcelo Lamounier e Rodrigo Costa
Marcela Santos, Teodoro, Mariana e Luzia Lamounier, Célio e Débora Santos
Fabrício Lana, Fabiano Tolentino
e Marcelo Lamounier
Fernanda Almeida, Sara Santos,
Paula Apgatra e Flávio Brito Marcelo, Marcelo Lamounier e Rodrigo Denis
giro rural
TRACBEL inaugura unidade padrão
Massey Ferguson em Valadares
A partir do dia 09 de outubro, a cidade de Governador
Valadares passa a contar com uma unidade da TRACBEL.
Com o objetivo de sempre promover soluções eficazes
para o sucesso de seus clientes, a empresa inaugura a sua
nova filial no maior centro comercial e econômico da região leste do estado de Minas Gerais. “Esta nova unidade
será inaugurada no momento em que nossa empresa se
prepara para crescer no segmento de máquinas agrícolas
no Brasil, através da parceria bem sucedida que temos
com a Massey Ferguson”, explica Victor Franco, Gerente
Geral de Máquinas Florestais e Agrícolas da TRACBEL.
Com investimentos de cerca de R$2 milhões, a nova
unidade é dotada de ampla oficina para montagem de
componentes e implementos agrícolas, almoxarifado espaçoso para controle de estoque de peças e show room
com localização privilegiada na principal avenida de acesso à cidade. Com 47 anos, a TRACBEL atua no mercado
de equipamentos de construção, agrícolas e florestais,
atendendo aproximadamente 70% do território brasileiro.
Congresso de agronegócio debaterá a produção de alimentos
Nos dias 07 e 08 de novembro será realizado, no auditório da Confederação Nacional
do Comércio, no centro do Rio de Janeiro, o
14º Congresso de Agribusiness da Sociedade
Nacional de Agricultura (SNA). O evento abordará o desafio da segurança alimentar para
as próximas décadas, em virtude do aumento populacional. Autoridades, especialistas e
representantes dos diversos segmentos do
agronegócio estarão reunidos para uma série
de palestras e debates em torno da temática da
alimentação. Os participantes poderão acompanhar seis painéis com questões relacionadas
à viabilidade econômica, social e ambiental do
sistema agroalimentar; ciência, tecnologia e
inovação e comércio internacional; e as mais
recentes tendências no consumo de alimentos.
Durante o congresso serão conhecidas as
propostas sobre desenvolvimento da produção
agrícola sob a ótica do Observatório Nacional de
Transporte e Logística. Além disso, terá início um
esforço de incorporação tecnológica por parte
da Empresa de Planejamento e Logística (EPL),
do Ministério dos Transportes e do Ministério de
Ciência, Tecnologia e Inovação para a implantação de um programa inédito, via Internet, de monitoramento por satélite da produção agrícola.
78
outubro 2014
Nelore, 5º Leilão EAO & Guadalupe e, por fim,
o Leilão Matrizes Brumado. O faturamento total foi de mais de R$19 milhões.
Os leilões da Expoinel deste ano demonstraram a força do Nelore para o Brasil
e, até o momento, teve a marca recorde do
ano com o lote mais valorizado de todos os
leilões de 2014. O animal mais valorizado
do ano, que foi vendido no 5º Leilão EAO &
Guadalupe, 67% do animal arrematado por
R$ 2.000.000,00, é a Grande Campeã da ExpoZebu 80 anos, ESPN JAVANESA.
Durante o 26º Leilão Virtual Touros Reserva
da Agropecuária Jacarezinho (AJ), que aconteceu
em 04 de agosto, a gerência de produto corte da
CRI Genética contratou um dos touros Nelore que
atuou na estação de monta durante a última safra
no consagrado criatório. Passou a fazer parte da
bateria Zebu da central o reprodutor Darri AJ.
A venda de 50% das cotas de Darri no leilão
tornou Adelar Geller, pecuarista e representante
comercial da CRI Genética, sócio da AJ e do cria-
dor Paulo Miote. De acordo com Geller, o investimento é um negócio certo por toda a história
da AJ, pela confiança no trabalho desenvolvido
pela CRI Genética e pelos altos índices do animal.
De acordo com André de Souza e Silva, supervisor técnico de pecuária da Jacarezinho, Darri é
filho de Orff AJ, genearca largamente utilizado
nos programas de melhoramento genético. No
Sumário Aliança tem mais de cinco mil filhos avaliados com acurácia de 99%.
Couro: veja o quanto o Brasil
exportou em setembro
Leilões da 43ª Expoinel
superam 19 milhões
A 43ª Expoinel encerrou as atividades
no dia 28 de setembro, no Parque Fernando
Costa, em Uberaba, Minas Gerais (MG), com
12 leilões oficiais da raça Nelore realizados durante os onze dias de evento. O primeiro leilão
ocorreu no dia 20 de setembro com o Nelore TajMahal. Ao longo dos dias aconteceram
os leilões: 11º Alianças e Convidados, Virtual
Ventres Vip Matinha, Nelore Colorado, Nelore
Perboni e Convidados, Nova Geração Sabiá,
Liquidação de Plantel Nelore Elite Pinguim,
Pérolas do Nelore, Terras do Nelore, Joias do
Touro Nelore Darri AJ é
contratado pela CRI Genética
A Rações Futura está expandindo seu
mercado de atuação por todo o Brasil.
Está selecionando representantes
para os Estados de Mato Grosso, Goiás,
São Paulo e Espirito Santo.
Interessados entrem em contato.
www.racoesfutura.com.br
(37) 3524-1008
O Centro das Indústrias de Curtumes do
Brasil (CICB) divulgou o balanço preliminar das
exportações de couros e peles no mês de setembro: US$ 256 milhões. O valor foi apurado
pela Inteligência Comercial da entidade, com
base em dados divulgados pela Secretaria de
Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Os números preliminares de setembro resultam em um crescimento de 15,4% em relação
ao mesmo período de 2013. No acumulado
do ano, o setor de couros do Brasil registra um
total de exportações de US$ 2,237 bilhões, significando uma ascensão de 23% sobre o igual
período do ano passado.
Avaliação do CICB destaca um decréscimo
no abate de gado em todo o mundo, trazendo
um novo posicionamento no cenário internacional de preços. Como resultado, há um ajuste no volume de negócios. A entidade destaca
que o mercado está em uma configuração
estável, sendo necessário um esforço contínuo
de aprimoramento técnico e de promoção de
imagem, relacionamento e ações comerciais.
revista mercado rural
79
giro rural
Teve início o recadastramento
de animais silvestres
Começou no dia 06 de outubro, o recadastramento de
animais silvestres junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele deve
ser feito por criadores comerciais e científicos, zoológicos,
abatedouros e curtumes. O recadastramento é obrigatório
para todos os estabelecimentos e criadores de animais silvestres autorizados. O procedimento deve ser feito até 06 de
dezembro pela internet, com acesso pelo site do Ibama.
A coordenadora de Fauna do Ibama, Maria Isabel Soares, explica que o recadastramento é necessário para que
se tenha controle sobre o plantel existente nos empreendimentos, de forma a se ter uma noção de quantos animais
existem. O cadastramento era realizado por meio de um
processo de autorização, que determinava qual espécie
o criador teria e ele só declarava quantos animais tinha
anualmente. Mas agora esse controle será em tempo real.
Quem não fizer o recadastramento estará sujeito às sanções administrativas e penais e as atividades relacionadas
ao manejo de fauna podem ser suspensas.
dezembro
novembro
outubro
Agenda Rural
80
08/10 a 30/10
Pet South America 2014
São Paulo
SP
14/10 a 29/10
Leilão online Haras Siara e Haras Salto - Marcha News
Belo Horizonte
MG
18/10 a 19/10
EXPOPALMAS
Palmas
PR
20/10 a 24/10
XVI Congresso Mundial de Fertilizantes
Rio de Janeiro
RJ
20/10 a 21/10
14º Conferência Internacional DATAGRO - Açúcar e Álcool
São Paulo
SP
23/10 a 24/10
VI Simpósio Brasileiro de Citricultura
Piracicaba
SP
30/10 a 31/10
7º Congresso Internacional de Desenvolvimento Econômico Sustentável na Indústria
de Base Florestal e de Geração de Energia
Rio de Janeiro
RJ
01/11 a 17/11
Leilão online Haras Capello - Marcha News
Belo Horizonte
MG
04/11 a 06/11
Avisulat 2014 - IV Congresso Sul-brasileiro de Avicultura,
Suinocultura e Laticínios e Feira de Equipamentos, Serviços e Tecnologia
Porto Alegre
RS
05/11 a 07/11
III Congresso Brasileiro de Reflorestamento Ambiental
Vitória
ES
06/11 a 28/11
7º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial
Goiânia
GO
09/11 a 22/11
22º Encafé - Encontro Nacional da Indústria de Café
Porto de Galinhas
PE
10/11 a 13/11
FENACAM - Feira Nacional do Camarão
Fortaleza
CE
12/11 a 13/11
7º Congresso Nacional da Bioenergia
Araçatuba
SP
18/11 a 18/11
11º Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócios
São Paulo
SP
18/11 a 30/11
Leilão online Haras Tropa do Norte - Marcha News
Belo Horizonte
MG
02/12 a 02/12
Leilão Virtual Haras J. Garcia & Convidados Especiais - Agro Canal TV
Presidente Prudente
SP
02/12 a 04/12
Curso Básico de Arte Floral
Holambra
SP
04/12 a 06/12
XIII Expovinos de Verão
Cachoeira do Sul
RS
04/12 a 18/12
Leilão online Haras Luxor e Haras PVB - Marcha News
Belo Horizonte
MG
08/12 a 12/12
Curso de Inseminação Artificial CRV Lagoa
Sertãozinho
SP
16/12 a 18/12
Curso de Casqueamento Preventivo e Correção de Aprumos em Bovinos
Viçosa
MG
outubro 2014

Documentos relacionados

- Revista Mercado Rural

- Revista Mercado Rural BH/MG - Tel.: (31) 3653-0633 [email protected] Editora e jornalista responsável Amanda Ribeiro - MT10662/MG [email protected] Diretor Comercial Marcelo Lamounier comerci...

Leia mais

- Revista Mercado Rural

- Revista Mercado Rural Redação Unique Comunicação e Eventos Tel.: (31) 3063-0208 [email protected] Diretor Geral Marcelo Lamounier [email protected] Diretor Comercial Marcelo Lamounier comer...

Leia mais

- Revista Mercado Rural

- Revista Mercado Rural Editora e jornalista responsável Amanda Ribeiro - MT10662/MG [email protected] Diretor Comercial Marcelo Lamounier [email protected] Tels.: (31) 3063-0208 / 9198-4522 Co...

Leia mais