A IMPORTÂNCIA DA TEANTROPIA NA VIDA DOS SALVOS

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A IMPORTÂNCIA DA TEANTROPIA NA VIDA DOS SALVOS
A IMPORTÂNCIA DA TEANTROPIA NA VIDA DOS SALVOS
Introdução:
Evidentemente uma pessoa é um ser, todos os seus atos são os atos desse ser, assim todos
os atos de Cristo são os atos de uma pessoa como um todo. Mas, como se observou antes, os
atos de uma pessoa são de três categorias: os que são puramente mentais, como o
pensamento; os que pertencem exclusivamente ao corpo em sua fisiologia; e os mistos, ou
seja, tanto mentais quanto corporais, como sucede com todos os atos voluntários, como falar,
escrever etc., mas todos eles são igualmente atos do homem. É o homem que pensa, que tem
funções fisiológicas e que fala. E assim se dá com os atos de Cristo. Alguns são puramente
divinos, como a criação e a preservação; outros são puramente humanos, como comer, beber,
dormir; alguns são teantrópicos, ou seja, neles concorrem ambas as naturezas, como na obra
da redenção. Mas todos esses são atos de Cristo, de uma e da mesma pessoa.
Também aqui, como no caso dos atributos de Cristo, sua pessoa pode ser denominada à luz
de uma natureza, quando os atos que lhe são atribuídos pertencem à outra natureza. Ele é
chamado, homem, ou Filho do Homem, em referência àquele que se entregou à morte. E é
chamado o Filho de Deus, o Senhor da Glória, quando os atos que lhe são atribuídos envolvem
o exercício do poder ou autoridade divina. É o Filho de Deus que perdoa os pecados; que é o
Senhor do sábado; que ressuscita os mortos; e que virá buscar seus eleitos.
Sendo esta a doutrina bíblica sobre a pessoa de Cristo, segue-se que, embora a natureza
divina seja imutável e impassível, e, portanto, que nem a obediência nem o sofrimento de
Cristo tenham sido a obediência ou o sofrimento da natureza divina, eles foram nada menos
que a obediência e o sofrimento de uma pessoa divina. A alma de uma pessoa não pode ser
ferida nem queimada, mas quando o corpo é ferido é a pessoa quem sofre. Da mesma maneira
a obediência de Cristo foi a justiça de Deus, e o sangue de Cristo era o sangue de Deus. É a
este fato que se devem o mérito infinito e a eficácia de sua obra. Isso é declarado
expressamente na Escritura. É impossível diz o autor em Hebreus 10:4, “que o sangue de
touros e de cabritos tire os pecados”. Foi porque Cristo possuía o Espírito eterno que através
daquela oferta única de si mesmo ele tornou perfeitos para sempre os que são santificados.
Esta é a idéia principal em que consiste a Epístola aos Hebreus. Esta é a razão apresentada
porque o sacrifício de Cristo não precisa ser jamais repetido, e porque é infinitamente mais
eficaz do que os da antiga dispensação. Esta verdade tem sido gravada no coração dos salvos
de todas as épocas. Cada salvo pode dizer de coração ─ “Jesus, meu Deus, só o teu sangue
tem suficiente poder para fazer a expiação”.
A Praticidade da Teantropia a Favor dos Salvos:
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A IMPORTÂNCIA DA TEANTROPIA NA VIDA DOS SALVOS
A Teantropia no Nome Jesus Cristo.
O que deve passar na mente de um salvo quando diz o nome Jesus Cristo? É fundamental a
compreensão de que o nome Jesus reporta a historicidade do homem, aquele que nasceu por
meio de Maria, cresceu em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens, que foi
voluntariamente ao madeiro a fim de como homem ser o sacrifício pelos seus pares.
O nome Cristo compreende a divindade do ser, trata de sua deidade como o Messias
enviado do Pai para resgatar seus eleitos, por meio de um ato completo que só seria possível
se praticado por alguém que tivesse em si a representação real de Deus e do homem. Esse ser
é Cristo Jesus, o Deus-homem.
O Homem Jesus Cristo é o Objeto do Culto.
O culto consiste em atribuir a seu objeto as perfeições divinas. A posse dessas perfeições é,
portanto, a única base correta para tal culto. A humanidade de Cristo, conseqüentemente, não
é a base de culto, mas entra na constituição dessa pessoa que, sendo Deus acima de todos e
bendito eternamente, é o objeto de adoração para os santos e anjos. Por conseguinte,
descobrimos que foi ele, o homem Jesus, que foi visto, sentido e tocado, e quem, os apóstolos
cultuaram como seu Senhor e Deus; quem supremamente amaram e a quem se consagraram
como sacrifício vivo. Foi no homem Jesus que a pessoa teantrópica pode ser vista, sentida e
cultuada.
Cristo Pode Solidarizar-se com o seu Povo.
Tudo o que precisamos, e tudo o que podemos desejar, é um Salvador que seja ao mesmo
tempo Deus e homem em duas naturezas distintas e uma pessoa para sempre. Como Deus,
esta presente em todos os lugares, onipotente e infinito em todos os seus recursos para salvar
e abençoar; e como homem, ou sendo também homem, pôde compadecer-se de nossas
debilidades, foi tentado como nós à nossa semelhança, excetuando o pecado, sujeitou-se a lei
que nós havíamos transgredido, e suportou a pena em que havíamos incorrido. “Nele habita
toda a plenitude da Deidade” (Cl 2:9), em forma corporal, em forma de homem, para ser-nos
acessível, e assim podermos participar de sua plenitude. Portanto, somos completos nele, sem
necessitar de nada mais.
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A IMPORTÂNCIA DA TEANTROPIA NA VIDA DOS SALVOS
O Logos Encarnado é a Fonte da Vida.
As Escrituras ensinam que o Logos é a vida eterna, possuindo vida em si mesmo, e é também
a fonte da vida, física, intelectual e espiritual. Ensinam, ainda, que sua encarnação foi a
condição necessária da comunicação da vida espiritual aos filhos dos homens. Ele, pois, é o
único que ressurgiu dos mortos, a única fonte de vida para nós.
O salvo participa dessa vida através de sua união com ele. A qual é em parte federal
estabelecida nos conselhos eternos; em parte vital pela habitação do Espírito Santo; e em
parte recebida pela fé. Isto é, aos que o recebem como Deus manifestado na carne, que lhes
concede vida eterna. Portanto não são eles quem vivem, mas Cristo vive neles . A vida do
salvo não é uma vida corporativa, condicionada a uma união com alguma organização externa
chamada igreja, porque todo aquele que invoca o nome do Senhor, ou seja, todo aquele que
lhe rende culto de adoração e espera nele como seu Deus e Salvador, será salvo.
Cristo o Único Mediador.
Como o desígnio da encarnação do Filho de Deus era reconciliar-nos com Deus, e como a
reconciliação das partes inimizadas é uma obra de mediação, a pessoa teantrópica de Jesus
Cristo é chamada de nosso mediador. É importante observar que onde a reconciliação envolve
a necessidade de satisfação pelo pecado como cometido contra Deus, então somente ele é o
mediador que pode fazer expiação pelo pecado. Como isso foi e só poderia ser feito por Cristo,
segue-se que ele é o único mediador entre Deus e o homem. Ele é a nossa paz, que reconcilia
com Deus judeus e gentios em um só corpo pela cruz como disse Paulo em Efésios 2:16 “e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a
inimizade”. Portanto, para nós há um só mediador entre Deus e os homens, a pessoa
teantrópica de Jesus Cristo como afirmou Paulo em 1Timóteu 2:5 “Portanto há um só Deus e
um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”.
Qualificações para a Obra Mediadora.
O que tais qualificações são, as Escrituras claramente nos ensinam:
Ele Teria que Ser um Homem.
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Os apóstolos apontam como a razão pela qual Cristo assumiu a nossa natureza e não a
natureza dos anjos, ou seja, para que ele pudesse redimir-nos, disse o autor em Hebreus
2:14-16 “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também
ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da
morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à
escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a
descendência de Abraão”. Era necessário que ele fosse feito sob a lei a qual foi quebrada; que
ele cumprisse toda a justiça; sofresse e morresse; fosse capaz de solidarizar-se com o seu
povo em todas as suas enfermidades, e que se unisse com eles relacionando-se em sua
natureza. Aquele que santifica e aqueles que são santificados precisam ser de uma só
natureza, a humana.
O Mediador Teria que Ser Isento de Pecado.
Sob a lei, a vítima oferecida sobre o altar precisava ser imaculada. Cristo, que iria oferecer-se a
Deus como sacrifício pelos pecados do mundo, tinha que ser ele mesmo isento de pecado.
Portanto, o sumo sacerdote que nos convém. Aquele que nossas necessidades demandam,
tem que ser santo, inocente, incontaminado e separado dos pecadores como disse o autor em
Hebreus 7:26 “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem
mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus”. Ele foi, portanto, sem
pecado como registra Hebreus 4:15 “Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado” e também 1Pedro 2:22 “o qual não cometeu pecado, nem dolo
algum se achou em sua boca”. Um Salvador do pecado que fosse pecador é uma
impossibilidade. Ele não poderia ter acesso a Deus; não poderia ser um sacrifício pelos
pecados; e não poderia ser a fonte de santidade e vida eterna para seu povo.
Seria uma Pessoa Divina.
O sangue de uma mera criatura não poderia tirar o pecado. É tão-somente porque nosso
Senhor possuía o Espírito eterno, que uma oferenda de si mesmo aperfeiçoou para sempre os
que crêem. Ninguém, senão uma pessoa divina poderia destruir o poder de satanás e libertar
os que eram conduzidos cativos à vontade dele. Ninguém, senão aquele que tinha vida em si
mesmo, poderia ser a fonte de vida, espiritual e eterna, para seu povo. Ninguém, senão uma
pessoa onipotente poderia controlar todos os acontecimentos até a final consumação do plano
da redenção, e poderia ressuscitar dos mortos; e fazem-se necessários uma sabedoria e um
conhecimento infinito naquele que seria o juiz de todos os homens, e cabeça sobre todas as
coisas em prol de sua igreja. Ninguém, senão um só, em quem habitasse toda a plenitude da
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Deidade, poderia ser o objeto, bem como a fonte, da vida espiritual de todos os redimidos.
Visto ser necessário que Cristo fosse tanto Deus quanto homem em duas naturezas distintas e
uma só pessoa, segue-se que sua obra mediadora, que inclui tudo o que ele fez para a
salvação dos homens, é a obra não de sua natureza humana com exclusão de sua natureza
divina, nem desta com exclusão daquela. Mas sim é a obra do “Theantrôpos” (θεανθρωποσ =
Deus homem).
Conclusão:
Visto que é na pessoa teantrópica do Senhor Jesus Cristo que se encontra de forma clara e
precisa todos os elementos necessários para que se torne possível ter o completo Deus que dá
aos seus por meio de sua ação graciosa a segura salvação e ao longo de suas vidas tem
contemplado a esses com incontáveis bênçãos de caráter espirituais e materiais; bem como o
completo homem que por experimentar a vida na esfera humana sem pecado conhece os
eleitos em sua totalidade, podendo assim como ninguém mais se compadecer de todas as
suas fraquezas e prover estes a ajuda necessária nos momentos próprios. E assim todos que
são salvos vivem para louvor de sua glória.
È próprio dizer ainda que a sublimidade da “União Hipostática de Cristo”, precisa ser ainda
mais ensinada, discutida e apreciada nas igrejas mesmo que de forma bem mais simples, nem
por isso menos importante. A fim de produzir maior segurança e alegria, bem como maior
disposição no meio do povo de Deus, que ao tomar conhecimento das extraordinárias
ferramentas que essa união disponibiliza se encherá de uma força motriz ainda maior, pois
terão a inegável convicção de que é o Deus-homem que até aqui os tem ajudado, é o
Deus-homem que os ajuda e é o Deus-homem que os conduzirá incólumes para a eternidade
futura aonde não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
A Ele, o Deus-homem, o Salvador, honra, glória, louvor, domínio e majestade pelos séculos
dos séculos.
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Pr. Celso
pastor da Igreja Batista da Esperança e professor do STBP.
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