INDÚSTRIAS: UMA ANÁLISE DO SETOR CULTURAL NO

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INDÚSTRIAS: UMA ANÁLISE DO SETOR CULTURAL NO
DIFERENCIAIS SALARIAIS INTER-INDUSTRIAIS: A DE SALÁRIO ENTREINDÚSTRIAS: UMA ANÁLISE DO SETOR CULTURAL NO BRASIL
RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar o diferencial de salários entre os trabalhadores
do setor cultural e não-cultural no Brasil. Usando dados da PNAD – Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios – de 2003 a 2007, implementou-se, em um primeiro momento, uma
regressão de MQO para detectar a existência de diferenciais de remuneração entre os
setores. Em seguida, implementou-se a Decomposição de Oaxaca, que permite evidenciar os
fatores que mais contribuem para as diferenças de remuneração. Em geral, trabalhadores do
setor cultural são melhores remunerados que os trabalhadores do setor não-cultural. Estes
diferenciais advêm de três fatores principais: i) características dos próprios trabalhadores; ii)
características do setor, cultural e não cultural; iii) interação dos dois primeiros. Destes três,
o maior responsável pelas diferenças salariais é o fator das características setoriais.
PALAVRAS CHAVE: Decomposição de Oaxaca; Diferença de salários; Economia da
Cultura;
ABSTRACT: The aim of this paper is to analyze the wage differentials among workers
from the cultural sector and workers from the non-cultural sector in Brazil. Using data from
PNAD – a household survey from the Brazilian Institute of Geography and Statistics – from
2003 to 2007, we used in a first moment a regression by OLS to evaluate the magnitude and
significance of wage differentials. Then the Oaxaca decomposition was implemented in
order to highlight which factors are more important to explain the wage differences. In
general, workers from the cultural sector are better paid than the workers from non-cultural
sector. This difference comes from three main factors: i) the individuals’ characteristics; ii)
the characteristics of each sector, cultural and non-cultural; iii) the interaction between (i)
and (ii). The main factor that generates these wage differences are the characteristics of each
sector.
KEY WORDS: Cultural Economics; Oaxaca decomposition; Wage differentials;
1. INTRODUÇÃO
A economia da cultura, negligenciada pelos economistas durante muito tempo, como
aponta, vem ganhando, cada vez mais espaço dentro da ciência econômica desde a década de
1960 (Benhamou, 2007). A partir do entendimento da cultura como um setor econômico que
gera renda e emprego, a economia da cultura é hoje um setor estratégico, com participação
de 7% do PIB global, conforme estimativas do Banco Mundial. Entretanto, Blaug (2001)
constata então que o estudo da economia da cultura ainda é muito empírico e pouco
conceitual.
Internacionalmente, a discussão da economia da cultura é favorecida pela existência
de diversos pesquisadores dado o número de livros publicados, além da existência do
Journal of Cultural Economics que favorece a disseminação e discussão na área. No Brasil,
apesar do vasto potencial de geração de emprego e renda, assim como de bem-estar e
capacitação do capital humano do país, essa discussão ainda é incipiente.
O objetivo deste artigo é analisar os diferencias salariais entre os trabalhadores do
setor cultural e não cultural no Brasil. Após uma análise descritiva para investigar a
magnitude e a significância dos diferenciais, implementa-se a decomposição de Oaxaca com
o objetivo de decompor o diferencial em dois fatores, sendo um deles explicado pelo modelo
e o outro não explicado. O fator não explicado será atribuído como parcela da decomposição
2
devido a distintos critérios de remuneração entre os setores, ou seja, explica se o setor
remunera de forma diferente seus trabalhadores por motivos não observados.
O trabalho se divide em seis partes com essa introdução. Na segunda seção faz-se
uma breve revisão da economia da cultura e do seu mercado de trabalho. A terceira seção
traz a análise descritiva dos dados utilizados no modelo assim como uma breve visão de
como setor cultural está hoje no Brasil. Na quarta seção por sua vez, é estudada a
metodologia da decomposição de Oaxaca. Na quinta seção, os resultados são apresentados e
discutidos. Por fim apresentam-se as considerações finais pertinentes ao estudo. Serão
apresentados no fim do artigo alguns anexos a fim de ilustrar o trabalho.
2. ECONOMIA DA CULTURA E MERCADO DE TRABALHO
2.1 Economia da cultura
A economia da cultura, apesar de ter sido durante muito tempo negligenciada pelos
economistas (Benhamou, 2007), vem ganhando cada vez mais espaço dentro da ciência
econômica desde a década de 1960, a partir do trabalho de Baumol e Bowen intitulado
“Performing Arts: The Economic Dilemma”. A partir do entendimento da cultura como um
setor econômico, ou seja, que gera renda e emprego, a economia passou a estudá-la
principalmente na forma microeconômica, dedicando-se ao custo das empresas, às
preferências dos consumidores, à demanda, à oferta, ao impacto de políticas públicas no
setor, entre outros diversos temas. Como constata Blaug (2001), o estudo da economia da
cultura ainda é muito empírico e pouco conceitual.
Internacionalmente a discussão da economia da cultura é favorecida pela existência
de diversos pesquisadores já ligados à área, visto o número de livros publicados, como o de
David Throsby, Ruth Towse, Fronçoise Benhmamou, dentre outros, além de, como
apontado por Florissi e Waldemar (2007), a existência do Journal of Cultural Economics
favorece a disseminação e discussão na área. No Brasil, essa discussão ainda é incipiente,
com poucos centros dedicados a esse campo de estudo.
A partir da definição de indústria cultural, que é “o conjunto de atividades culturais
com impacto econômico” (Bem e Giacomini, 2008), torna-se então necessário determinar o
que faz parte deste setor cultural. Neste trabalho serão utilizados os setores definidos na
metodologia do IBGE para o Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2003), onde
são especificados os setores de atividades culturais existentes na CNAE – Classificação
Nacional de Atividades Econômicas1.
2.2 Mercado de trabalho no setor cultural
Wassal e Alper (1992), Throsby (1992) e Towse (1992) afirmam que o mercado de
trabalho do setor cultural é diferenciado já que é invariavelmente do tipo não-integral2 e é
pouco influenciado pela escolaridade. Por outro lado, Filer (1986) afirma que os
trabalhadores desse tipo de indústria não são diferentes dos demais. Assim, a teoria do
capital humano desenvolvida por Mincer-Becker também pode ser a eles aplicada.
Benhamou (2007) amplia a discussão do mercado de trabalho com uma análise mais
detalhada, abordando a contratação, a carreira artística, salários e rendimentos.
Quanto à demanda, Becker (1988) afirma que há duas formas de contratos:
permanente e temporária. Benhamou (2007) verificou que a segunda forma é a que mais
cresce na Europa, o que é considerado paradoxal, já que a contratação temporária permite
1
2
Uma definição mais precisa encontra-se na seção3.
Conhecido como “part-time job”.
3
uma adaptação à produção – apresentado-se então como uma demanda por trabalho
especializado – porém, ao mesmo tempo, isso eleva o custo de produção – já que há uma
competição maior entre os produtores por esse trabalho especializado.
No que se refere à carreira, como afirmado anteriormente, a educação tem menor
importância que em outras carreiras. Porém diferente de Blaug (2001), a incerteza das
carreiras deve-se tanto à diferença existente entre o esforço exigido e o objetivo a alcançar
quanto ao caráter temporário do sucesso às modas e às rejeições que o mundo das artes
alimenta ao longo do tempo (MENGER, 1989, CAVES, 2000, e THROSBY, 2001). Uma
conclusão interessante que é apresentada por Adler (1985) é que a carreira artística e sua
remuneração não dependem somente do talento e estudo, mas também da sorte e do acaso.
Neste caso são citados os estudos de caso do concurso de música “Queen Elizabeth” e do
estudo de caso de leilões e a alocação das obras, ambos realizados por Ginsburgh e Van
Ours (2003). Friedman e Savage propuseram um modelo teórico para explicar por que os
artistas escolhem de maneira racional uma carreira tão incerta. A conclusão chegada é que a
utilidade marginal da sua renda cresce proporcionalmente às atividades de alto risco
desempenhadas.
Em relação aos salários e rendimentos é visto que os artistas também dependem do
rendimento de seus cônjuges. Para se explicar a composição dos salários dos artistas,
Benhamou (2007) explica o “modelo de alocação do tempo de David Throsby (1994)”.
Neste modelo, é explicado como o artista aloca seu tempo entre o trabalho artístico e nãoartístico de acordo com a remuneração. Daí pode-se afirmar que o artista que não pode se
dedicar exclusivamente à arte prefere dedicar mais a essa se o salário da outra atividade for
maior. Deve ser destacado também que, além do salário direto e da remuneração do cônjuge,
a remuneração do artista também é composta pelos direitos autorais, que de maneira indireta
paga-o por sua obra durante certo período, assim como acontece com as patentes. Cabe
ressaltar, entretanto que este tópico é muito debatido por ser controverso.
Em linhas gerais, os trabalhos na área da economia da cultura lidam principalmente
com artistas. Neste trabalho, porém, seguindo o proposto por Wetzels (2008), será estudada
a indústria cultural, ampliando-se, portanto, o mercado de trabalho para o setor.
2.3 Diferenciais de salários
Estudos anteriores trouxeram para economia do trabalho evidências teóricas e
empíricas sobre o diferencial de salários. Krugman e Summer (1988) afirmam que a
diferença de salários entre indústrias parecem ser muito persistente durante os anos e com
uma baixa tendência de convergência. Há diversas razões para que haja diferenças de
salários, ou seja, o porquê de algumas empresas pagarem salários mais altos. Destaca-se,
entretanto quatro razões principais, que são: a) assimetria de informação – há um custo de
monitoramento, que pode ser alto ou difícil; b) alto custo de reposição – há um custo de
treinamento além de que haverá informações que poderão se perder na transição; c) modelo
de seleção adversa – um salário alto estimula trabalhadores bem qualificados; d) modelo
sociológico – o salário alto estimula o moral do trabalhador (Fields e Wolf, 1995).
A literatura de diferencial salarial segundo Gibbons e Katz (2002) buscou refletir
sobre a questão de que se o diferencial salarial não seria fruto das habilidades produtivas dos
trabalhadores ao invés do que os modelos propunham. Como conclusão eles afirmam:
[…] we know of no model that fits all facts […] Perhaps no single theory
can provide a complete explanation of inter-industry wage differences
because different theories are of the greatest importance in different sectors
of the labor market. (GIBBONS e KATZ).
4
Vale salientar, portanto, que os mercados de trabalhos para artistas podem funcionar da
mesma forma que para outros setores, logo as teorias aplicadas à eles podem ser aplicadas
no caso do setor cultural, sem prejuízos (Filer, 1986).
3. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS
3.1 O setor cultural no Brasil
A tabela 1 resume os principais dados do setor cultural no país. Quando analisado o
número de empresas, percebe-se um crescimento que não é exclusivo do setor cultural.
Porém, dada a participação do setor cultural no total da indústria brasileira, é notável o
crescimento do primeiro nos últimos anos a taxas maiores que as da indústria em geral. O
número de pessoas empregadas também vem crescendo, assim como nos demais setores. O
emprego no setor cultural representa aproximadamente 5% das pessoas empregadas no país,
além de possuir um salário médio cerca de 160% maior comparativamente à indústria como
um todo.
Quanto à produção no setor cultural, também é possível perceber que esta não só
vem crescendo, como a cada ano se torna mais importante. Em 2005, sua participação na
produção brasileira superava 11%. Porém, apesar desses números e das diversas leis de
apoio à cultura, o governo só investe 0,2% de seus recursos na área cultural.
Tabela 1 – Dados do setor cultural e da industria total no Brasil
Ano
2003
2004
2005
Ano
2003
2004
2005
Número de empresas
Pessoal Ocupado
Total
Cultural
%
Total
Cultural
%
2.298.312
128.674
5,60
18.196.858 984.849
5,41
2.358.242
136.028
5,77
19.663.877 1.059.345
5,39
2.526.625
153.669
6,08
20.960.033 1.117.906
5,33
Valor Bruto da Produção*
Gasto orçamentário*
Total
Cultural
%
Total
Cultural
%
1.375.775.404 150.521.203
10,94 1.208.814.474 2.358.084
0,20
1.650.616.502 179.516.479
10,88 1.282.899.039 2.581.670
0,20
1.809.695.178 199.746.956
11,04 1.538.810.372 3.129.414
0,20
Salário Médio
Total
Cultural
3,3
5,4
3,2
5,3
3,0
5,0
%
163,64
165,63
166,67
Fonte: IBGE: Sistema de Informações e Indicadores 2003-2005. *R$1000.
3.2 Análise dos dados
Para se estimar o diferencial de salários entre setor cultural e não cultural, foram
utilizados dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2003 a 2007.
A PNAD é fornecida anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
por exceção dos anos de censo, e traz informações tanto de setores formais quanto informais
da economia. Os anos anteriores não foram utilizados devido à inserção do setor cultural no
código CNAE apenas em 2003.
Wetzels (2008) sugere que sejam comparados o que corresponderia ao grupo e à
seção da CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) 1.0 no Brasil. Porém
por questões metodológicas referente à base de dados, foi escolhido criar um setor cultural
que engloba todos os setores, presentes na base de dados – sugeridos pelo IBGE no Sistema
de Informações e Indicadores Culturais 2003, comparados com os códigos presentes na
PNAD, apresentados nos Anexos I e II respectivamente – e um não-cultural formado pelo
restante dos setores, com exceção da agricultura, que não integrou o banco de dados. Neste
sentido, o setor cultural pôde ser desagregado em outros cinco setores culturais mais
específicos, como é demonstrado na Tabela 2.
5
Tabela 2 - Desagregação do Setor Cultural
Setor Cultural 1
Industria de Transformação
1.1 Edição, impressão e reprodução de gravações
1.2 Fabricação de máquinas de escritório e equipamentos de informática
1.3 Fabricação de produtos diversos
Setor Cultural 2
Comunicação
2.1 Telecomunicações
Setor Cultural 3
Outras Atividades
3.1 Atividades de informática
3.2 Manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática
3.3 Pesquisa e desenvolvimento
3.4 Publicidade
Setor Cultural 4
Educação
4.1 Educação regular, supletiva e especial pública
4.2 Educação regular, supletiva e especial particular
4.3 Outras atividades de ensino
Setor Cultural 5
Atividades Recreativas
5.1 Produção de filmes cinematográficos e fitas de vídeo
5.2 Distribuição e projeção de filmes e de vídeos
5.3 Atividades de rádio
5.4 Atividades de televisão
5.5 Outras atividades artísticas e de espetáculos
5.6 Atividades de agências de notícias
5.7 Bibliotecas, arquivos, museus e outras atividades culturais
5.8 Atividades desportivas e outras relacionadas ao lazer
Fonte: PNAD-IBGE. Elaboração dos autores
Em linhas gerais, de acordo com a tabela 2, o setor não-cultural da economia tem
uma predominância de mulheres no mercado de trabalho, sendo que os homens são em
média 35% dos trabalhadores. Brancos e pardos somam em média 90% do setor não
cultural, sendo que os primeiros representam 50% dos trabalhadores. 18,8% dos
trabalhadores do setor não-cultural estão no setor público, e 26,9% estão no setor informal3.
É interessante notar que mais de 50% dos trabalhadores são migrantes intermunicipais, ou
seja, não nasceram na cidade em que estavam vivendo no momento da pesquisa. O setor não
cultural apresenta, em média, trabalhadores com 33,88 anos de idade, e que possuem em
média 9,59 anos de estudo. A renda desses trabalhadores em média é de 829,32 reais.
O setor cultural por sua vez, como observado na Tabela 3, apresenta em sua maioria
trabalhadores do sexo masculino, sendo esses 66,3% dos trabalhadores. Brancos e pardos
3
O setor informal neste trabalho seguiu a classificação que os diversos trabalhos na área de economia informal
utilizam, como mostrado por Ulyssea (2005), que define como setor informal trabalhadores sem carteira.
6
representam mais de 93% dos indivíduos sendo que o primeiro é ainda mais representativo
que no caso do setor não-cultural, neste caso são 55,3% dos indivíduos.
Surpreendentemente, 51% desses trabalhadores estão no setor público, mostrando como
destacado anteriormente a importância no governo no setor cultural. 26% dos trabalhadores
estão no setor informal e 45,4% deles são migrantes intermunicipais. Os trabalhadores do
setor cultural são em média dois anos mais velhos que os do setor não-cultural, com 35,98
anos. Eles também são mais estudados e recebem mais. Em média eles possuem 12,86 anos
de estudo e recebem em média 926,39 reais. Além disso, permanecem mais tempo no
emprego. A variável exp4 mostra que em média os trabalhadores do setor cultural estão a
7,49 anos no emprego, enquanto do setor não-cultural a apenas 5,23 anos.
Tabela 3 – Análise descritiva das características dos indivíduos
setor cultural
setor não-cultural
Setor
Variáveis
dmasc
dbranca
damarelo
dindio
dnegro
dpardo
dmigrou
dspub
dinformal
educa
idade
idade2
exp
exp2
renda
lwrh
dmasc
dbranca
damarelo
dindio
dnegro
dpardo
dmigrou
dspub
dinformal
educa
idade
idade2
exp
exp2
renda
lwrh
Obs.
Média Desv. Padrão
373951
0,352
0,478
373951
0,507
0,500
373951
0,004
0,063
373951
0,002
0,049
373951
0,078
0,269
373951
0,408
0,491
373951
0,505
0,500
373951
0,188
0,391
373951
0,269
0,443
373951
9,591
10,054
373951
33,887
10,895
373951 1267,048
812,571
373951
5,238
6,801
373951
73,682
170,621
373951 829,324
1165,967
373951
0,892
0,809
67620
0,663
0,473
67620
0,553
0,497
67620
0,005
0,071
67620
0,003
0,053
67620
0,064
0,245
67620
0,375
0,484
67620
0,454
0,498
67620
0,515
0,500
67620
0,260
0,438
67620
12,866
12,643
67620
35,983
11,141
67620 1418,868
854,766
67620
7,491
8,028
67620 120,552
208,533
67620 926,390
1227,568
67620
1,258
0,814
Fonte: Elaboração dos autores.
Nota: Ver tabela do Anexo III para descrição das variáveis.
4
Ver anexo I
Min.
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
18
324
0
0
3
-4,158
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
18
324
0
0
9
-2,999
Máx.
1
1
1
1
1
1
1
1
1
71
64
4096
53
2809
120000
7,799
1
1
1
1
1
1
1
1
1
71
64
4096
53
2809
120000
7,375
7
A tabela 3 mostra como os indivíduos da amostra estão distribuídos no país. A maior
concentração de indivíduos ocorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Bahia e Rio Grande do Sul.
Tabela 4 – Distribuição dos indivíduos por estados
Estado
RO
AC
AM
RR
PA
AP
TO
MA
PI
CE
RN
PB
PE
AL
Freq.
Percent
6.261
1,42
3.611
0,82
9.307
2,11
2.305
0,52
20.586
4,66
2.879
0,65
5.335
1,21
4.866
1,10
3.935
0,89
23.769
5,38
6.047
1,37
6.313
1,43
2413
5,46
4.233
0,96
Cum.
1,42
2,24
4,34
4,87
9,53
10,18
11,39
12,49
13,38
18,76
20,13
21,56
27,03
27,99
Estado
SE
BA
MG
ES
RJ
SP
PR
SC
RS
MS
MT
GO
DF
Total
Freq.
Percent
5.977
1,35
33.296
7,54
42.545
9,63
8.508
1,93
32.777
7,42
63.387
14,35
25.136
5,69
14.023
3,18
40.417
9,15
7.938
1,80
8.551
1,94
18.802
4,26
16.637
3,77
441.571
100
Cum.
29,34
36,88
46,51
48,44
55,86
70,22
75,91
79,09
88,24
90,04
91,97
96,23
100,00
Fonte: Elaboração dos autores.
4. METODOLOGIA
Para identificar os diferenciais salariais e se há algum tipo de discriminação em
relação ao setor cultural, o procedimento metodológico consiste em duas etapas. Num
primeiro momento será feita a estimação da renda dos trabalhadores e um diferencial bruto.
Em seguida, para se detectar se o setor cultural tem a mesma remuneração do setor nãocultural, será realizada a decomposição de Oaxaca (1973), também conhecida como OaxacaBlinder5.
4.1 Decomposição de Oaxaca
A decomposição de Oaxaca é utilizada para mensurar os efeitos da discriminação ou
de políticas públicas. O método consiste em comparar dois grupos de indivíduos sendo que
um deve pertencer a certa categoria e o outro não (Pontes, 2007). Como destaca Borjas
(1996) a decomposição do salário, que é a variável que a literatura econômica utiliza como
sensível à essa discriminação, apresenta-se em duas partes, uma explicada e outra não, sendo
a explicada em função das diferenças dos grupos6.
Segundo Leme e Wajnman (2000) a técnica da decomposição consiste em: a) estimar
para cada um dos grupos a equação de salários; b) somar e subtrair
, de forma a
5
OAXACA, R.L. Male-female differentials in urban labor market. International Economic Review, v. 14, n. 3,
p. 693-709, 1973. e BLINDER, A. Wage discrimination: Reduced form and structural estimates. Journal of
Human Resources, v. 8, p. 436-455, 1973.
6
O diferencial de salário bruto pode ser decomposto em uma parte devido às diferenças de características entre
os dois grupos e uma parte que permanece não explicada e que se denomina discriminação.
8
não alterar a igualdade da diferença entre as duas equações estimadas, sendo que serão
avaliadas nos pontos médios das variáveis.
Chaves (2002) sugere três passos para a aplicação da decomposição: a) Estimação
por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) de
,onde j = setor
cultural e setor não-cultural, para este trabalho; b) Subtrair a equação estimada para o setor
não cultural da equação estimada para o setor cultural; c) Soma-se e subtraí-se uma média
artificial dada pelo produto dos coeficientes, como destaca Leme e Wajnman (2000).
Em termos matemáticos a decomposição de Oaxaca segue os seguintes passos:
a) Estimação por MQO:
(1)
(2)
Onde,
é a renda real média dos indivíduos
é o constantes estimadas
é a matriz de coeficientes estimados para a matriz de variáveis X
é a matriz das variáveis médias para os indivíduos
b) Segundo Chaves (2002) O método de estimação por MQO permite que se reescreva
(1) e (2) em:
(3)
(4)
Onde
significa média, ou seja, renda real média, média de cada variável, etc.
c) Subtração (3) – (4)
(5)
d) Soma e subtração da média artificial dada pelo produto dos coeficientes
(6)
Reescrevendo (6) encontramos:
(7)
Gomes e Wajnman afirmam que o termo
é a diferença entre interceptos
e, indica independente do nível das variáveis, quão melhor remunerado é um grupo em
relação ao outro. O segundo termo,
indica as diferenças na
remuneração devido às características de cada grupo. Caso não houvesse discriminação no
mercado, ele remuneraria ambos os grupos como está descrito neste componente. Já o
terceiro termo,
é a valorização diferente de um mesmo atributo.
Segundo Chaves (2002), este último foi o componente que Oaxaca chamou de termo de
discriminação.
Mattos e Machado (2006) afirmam que a decomposição de Oaxaca-Blinder pode ser
decomposta em duas partes: a)
+
, é a parte que do
diferencial devido à discriminação; e b)
, é a parte do diferencial
devido às diferenças de habilidades.
9
Vaz e Hoffmann (2007) quando analisam a diferença de salários entre o setor público
e privado da economia brasileira, afirmam que a decomposição de Oaxaca-Blinder para esse
caso, tem uma interpretação diferente daquela comumente utilizada de discriminação. A sua
utilização diferencia a remuneração dos grupos em duas partes, uma das características
produtivas dos indivíduos de cada grupo (E) e outra correspondente aos diferentes critérios
de remuneração de cada setor (D). Neste trabalho, como se está analisando a diferença entre
setor cultural e não-cultural, essa é a melhor forma a ser seguida na interpretação dos dados.
Em termos matemáticos:
Reescreve-se a equação (7) em:
(8)
Onde:
(9)
(10)
Wetzels (2008) utiliza uma terceira parcela de decomposição, que seria a interação
entre ambas, ou seja, D*E. Porém a autora afirma que dependendo do modelo assumido
como não discriminatório este termo pode ser usado tanto na parte não explicada do (U)
modelo como na parte explicada (V). Oaxaca (1973) sugere que se assuma um dos grupos
do modelo (low group ou high group) como não discriminatório, daí segue-se:
e
ou
e
, respectivamente.
É consenso na literatura que a interpretação da decomposição de Oaxaca é simples,
porém é necessária muita cautela para sua interpretação.
[...] a componente considerada discriminatória, na verdade, é a componente
que não é explicada por nenhuma das variáveis utilizadas no modelo.[...]
Caso não sejam incluídas variáveis importantes no modelo, seja por
negligência ou por limitação da base de dados utilizada, poderá ser
imputado para o componente devido à discriminação um peso maior que do
que este realmente tem. (GOMES e WAJNMAN, p.4)
Madden (2000) mostra a partir das idéias apresentadas por Oaxaca e Ransom (1994)
que o possível viés de seleção pode ser corrigido. Os autores mostram que a correção do viés
de seleção foi significativa ao implementar a decomposição. Porém quando ele implanta a
decomposição para dados da Family Resources Survey7 (FRS) do Reino Unido, a correção
foi pouco significativa.
Neste trabalho dado que será usado a PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, que é similar à FRS, assume-se que a pesquisa também será aleatória e que,
portanto a correção de viés de seleção também será pouco significativa, porém essa
discussão cabe a futuros trabalhos.
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Em 1998, o Ministério da Cultura contratou a Fundação João Pinheiro para fazer o
primeiro levantamento sobre Economia da Cultura no Brasil. Do relatório gerado, foi
determinado que os trabalhadores do setor cultural são 30% mais bem remunerados que os
trabalhadores do setor não-cultural. Como destaca Bertini (2008) o setor cultural além de
pagar melhor, segundo a pesquisa, ainda gerou mais empregos em geral que o restante da
economia. Esses dados podem ser corroborados pelos dados do Sistema de Informação e
Indicadores Culturais 2003-2005 apresentados na Tabela 1.
7
Pesquisa de recursos familiares
10
Já em 2007, o Ministério da Cultura em outra parceria, desta vez com o IPEA gerou
outro relatório com dados posteriores aos analisados anteriormente e o resultados para a
remuneração são muito parecidos, sendo que o Setor Cultural ainda remunera em
aproximadamente 30% a mais os seus trabalhadores.
As estimativas dos diferenciais salariais apresentadas na tabela 5 corroboram
as pesquisas anteriores em que os trabalhadores do setor cultural são melhores remunerados
que os do setor não-cultural (18% a mais). Na tabela 6, o setor cultural foi desagregado nos
cinco sub-setores já destacados. Todas as variáveis foram significativas a 1%, assim como o
ajustamento das variáveis ao modelo foi considerado bom dado o teste F também
significativo. Percebe-se que os todos os setores culturais desagregados remuneram melhor
seus trabalhadores, porém há aqueles que remuneram muito melhor, ou apenas um pouco
melhor.
Tabela 5 – Regressão com o setor cultural agregado
Variáveis Coeficientes P-Valor
dscult
0,180 0,000
idade
0,061 0,000
exp
0,026 0,000
educa
0,012 0,000
dro
-0,182 0,000
dac
-0,177 0,000
dam
-0,131 0,000
drr
-0,093 0,000
dpa
-0,284 0,000
dap
-0,080 0,000
dto
-0,294 0,000
dma
-0,462 0,000
dpi
-0,489 0,000
dce
-0,444 0,000
drn
-0,459 0,000
dpb
-0,483 0,000
dpe
-0,406 0,000
dal
-0,483 0,000
dse
-0,400 0,000
dba
-0,298 0,000
dmg
-0,242 0,000
des
-0,202 0,000
Variáveis Coeficientes P-Valor
drj
-0,079 0,000
dpr
-0,165 0,000
dsc
-0,138 0,000
drs
-0,131 0,000
dms
-0,230 0,000
dmt
-0,116 0,000
dgo
-0,241 0,000
ddf
0,285 0,000
dmasc
-0,152 0,000
dindio
-0,210 0,000
dnegro
-0,254 0,000
dpardo
-0,232 0,000
damarelo
0,290 0,000
dinformal
-0,270 0,000
dmigrou
0,044 0,000
dspub
0,370 0,000
idade2
-0,001 0,000
exp2
0,000 0,000
_cons
-0,174 0,000
N
441571
F
5671,210 *
R²
0,339
Fonte: Elaboração dos autores. *Teste de ajuste das variáveis ao modelo significante a 1%.
Entretanto, não cabe neste trabalho discutir o que pode estar gerando essas diferenças
intra-setores cultural, sendo necessária uma análise mais detalhada, porém pode-se perceber
que os setores culturais mais bem remunerados são aqueles mais dinâmicos.
11
Tabela 6 - Regressão com o setor cultural desagregado
Variáveis
dscult1
dscult2
dscult3
dscult4
dscult5
idade
exp
educa
dro
dac
dam
drr
dpa
dap
dto
dma
dpi
dce
drn
dpb
dpe
dal
dse
dba
Coeficientes P-Valor
0,125
0,000
0,348
0,000
0,424
0,000
0,137
0,000
0,197
0,000
0,061
0,000
0,026
0,000
0,012
0,000
-0,180
0,000
-0,177
0,000
-0,129
0,000
-0,092
0,000
-0,282
0,000
-0,077
0,000
-0,291
0,000
-0,458
0,000
-0,485
0,000
-0,442
0,000
-0,456
0,000
-0,481
0,000
-0,406
0,000
-0,482
0,000
-0,398
0,000
-0,297
0,000
Variáveis
dmg
des
drj
dpr
dsc
drs
dms
dmt
dgo
ddf
dmasc
dindio
dnegro
dpardo
damarelo
dinformal
dmigrou
dspub
idade2
exp2
_cons
N
F
R²
Coeficientes P-Valor
-0,240
0,000
-0,202
0,000
-0,081
0,000
-0,163
0,000
-0,136
0,000
-0,131
0,000
-0,230
0,000
-0,114
0,000
-0,241
0,000
0,280
0,000
-0,147
0,000
-0,210
0,000
-0,253
0,000
-0,230
0,000
0,285
0,000
-0,269
0,000
0,044
0,000
0,383
0,000
-0,001
0,000
0,000
0,000
-0,188
0,000
441.571
5.189,97 *
0,341
Fonte: Elaboração dos autores. * Teste de ajuste das variáveis ao modelo significante a 1%.
Ao regredir as variáveis por setor (ver Tabela 7), ou seja, num primeiro momento
para os indivíduos do setor não-cultural e num segundo para o setor cultural, pode-se então
comparar os resultados evidenciando algumas diferenças. Se para as estimativas do setor
não-cultural todas as variáveis não foram rejeitadas ao teste de significância de 1%, no caso
do setor cultural, uma foi rejeitada a 1% e duas a 10% de significância.
Comparando as regressões, pode-se perceber que a idade tem a mesma influência na
remuneração, assim como a experiência. Entretanto, a educação no setor cultural é menos
importante, corroborando os dados de Blaug (2001). A migração no setor cultural gera
maiores retornos salariais, porém o setor público é mais importante no caso do setor nãocultural. O setor informal, como esperado, influencia negativamente a remuneração, porém
em menor escala no setor cultural.
12
Tabela 7 - Regressão por setor – cultural e não-cultural
Variáveis
idade
exp
educa
dro
dac
dam
drr
dpa
dap
dto
dma
dpi
dce
drn
dpb
dpe
dal
dse
dba
dmg
des
drj
S. Não Cultural
Coef. P-Valor
0,061 0,000
0,027 0,000
0,012 0,000
-0,175 0,000
-0,195 0,000
-0,128 0,000
-0,132 0,000
-0,284 0,000
-0,103 0,000
-0,291 0,000
-0,464 0,000
-0,497 0,000
-0,442 0,000
-0,452 0,000
-0,502 0,000
-0,410 0,000
-0,486 0,000
-0,406 0,000
-0,295 0,000
-0,245 0,000
-0,198 0,000
-0,101 0,000
S. Cultural
Coef. P-Valor
0,067 0,000
0,022 0,000
0,009 0,000
-0,187 0,000
-0,078 0,002
-0,132 0,000
0,078 0,026 **
-0,260 0,000
0,047 0,117 ***
-0,268 0,000
-0,388 0,000
-0,414 0,000
-0,428 0,000
-0,441 0,000
-0,375 0,000
-0,405 0,000
-0,458 0,000
-0,354 0,000
-0,298 0,000
-0,193 0,000
-0,220 0,000
0,019 0,132 ***
Variáveis
dpr
dsc
drs
dms
dmt
dgo
ddf
dmasc
dindio
dnegro
dpardo
damarelo
dinformal
dmigrou
dspub
idade2
exp2
_cons
N
F
R²
S. Não Cultural
Coef. P-Valor
-0,158 0,000
-0,135 0,000
-0,135 0,000
-0,236 0,000
-0,107 0,000
-0,233 0,000
0,247 0,000
-0,138 0,000
-0,222 0,000
-0,249 0,000
-0,223 0,000
0,300 0,000
-0,282 0,000
0,041 0,000
0,451 0,000
-0,001 0,000
0,000 0,000
-0,198 0,000
373.951
5.032,82 *
0,344
S. Cultural
Coef. P-Valor
-0,178 0,000
-0,122 0,000
-0,090 0,000
-0,182 0,000
-0,115 0,000
-0,266 0,000
0,394 0,000
-0,171 0,000
-0,177 0,001
-0,267 0,000
-0,245 0,000
0,199 0,000
-0,200 0,000
0,063 0,000
0,096 0,000
-0,001 0,000
0,000 0,101 ***
0,046 0,154 ***
67.620
582,32 *
0,251
Fonte: Elaboração dos autores. * Teste de ajuste das variáveis ao modelo significante a 1%; ** Variável
rejeitada a 1% de significância; *** Variável rejeitada a 10% de significância.
Giuberti e Menezes-Filho (2005) sugerem que sejam feitas duas decomposições, uma
sem as variáveis de ocupação e ramo de atividade, e outra com essas, a fim de se verificar a
discriminação dentro do mesmo grupo, no caso de estarem incluídas e fora desse grupo.
Entretanto, optou-se neste trabalho por realizar uma única decomposição, já que o interesse
é o setor, e não as características dos indivíduos como raça ou sexo.
A partir da decomposição de Oaxaca apresentada na Tabela 8, assumindo que o setor
cultural seja discriminatório, temos que a diferença salarial não explicada, ou discriminatória
para Oaxaca (1973), seria composta por D. Isto é, evidencia-se a existência de uma diferença
entre salários entre setor cultural e não cultural, sendo que o primeiro remunera melhor seus
trabalhadores e essa diferença se dá principalmente por estarem no setor cultural.
Tabela 8 – Decomposição de Oaxaca
Diferença bruta (E+D+DE)
Características do indivíduo (E)
Características do setor (D)
Interação (D*E)
Coeficientes
-0,366
-0,078
-0,146
-0,143
P-Valor
0,000
0,000
0,000
0,000
Fonte: Elaboração dos autores.
Nota: O grupo 1 (high estimation) é o setor não cultural e o grupo 2 (low estimation) é o setor cultural.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
13
Este trabalho teve como objetivo a análise dos diferenciais salariais entre os setores
cultural e não-cultural da economia no Brasil. Para a magnitude e a significância destas
diferenças, foi feito, primeiramente, um estudo econométrico, que evidenciou a diferença
entre os setores, em dois casos: i) quando o setor cultural estava agregado; ii) quando houve
desagregação no setor cultural. Nos dois casos foi demonstrado que o setor cultural é melhor
remunerado que o setor não-cultural, em torno de 18% a mais. Já para os setores
desagregados, foi possível perceber uma diferença grande entre remunerações, dependendo
de qual sub-setor cultural se estava analisando, sendo que uns remuneravam 45% a mais
enquanto outros 15% a mais.
Uma vez que houve diferença de remuneração entre setores, implementou-se a
decomposição de Oaxaca-Blinder, que possibilitou decompor essa diferença em três fatores:
características individuais, diferenças dos setores e a interação entre os dois primeiros.
Conforme o esperado, o setor cultural remunera mais seus trabalhadores per se. Pode-se
então afirmar que há uma discriminação por parte do setor cultural.
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14
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differentials between three sub-industries of the cultural industries and their main
industry: The case of Netherlands. In: Journal of Cultural Economics, v. 32, n. 1, p. 59-77,
2008.
15
ANEXOS
ANEXO I – Metodologia da CNAE-IBGE
Anexo I - Estrutura detalhada das atividades do setor cultural: códigos e denominações (continua)
Seção
D
G
Divisão Grupo Classe Denominação
INDÚSTRIAS DE TRANSFORMAÇÃO
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA
20
FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DIVERSOS DE MADEIRA, PALHA, CORTIÇA E MATERIAL
20.2
TRANÇADO - EXCETO MÓVEIS
2029-0 Fabricação de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material trançado - exceto móveis
22
EDIÇÃO, IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES
22.1
EDIÇÃO E IMPRESSÃO
22.14-4 Edição de discos, fitas e outros materiais gravados
22.15-2 Edição de livros, revistas e jornais
22.16-0 Edição e impressão de livros
22.17-9 Edição e impressão de jornais
22.18-7 Edição e impressão de revistas
22.19-5 Edição; edição e impressão de outros produtos gráficos
22.2
IMPRESSÃO DE JORNAIS, REVISTAS E LIVROS E OUTROS SERVIÇOS GRÁFICOS
22.21-7 Impressão de jornais, revistas e livros
22.29-2 Execução de outros serviços gráficos
22.3
REPRODUÇÃO DE MATERIAIS GRAVADOS
22.31-4 Reprodução de discos e fitas
22.32-2 Reprodução de fitas de vídeos
22.34-9 Reprodução de softwares em disquetes e fitas
30
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS PARA ESCRITÓRIO E EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA
30.2
FABRICAÇÃO DE COMPUTADORES
30.21-0 Fabricação de computadores
FABRICAÇÃO DE APARELHOSTELEFÔNICOS, SISTEMAS DE INTERCOMUNICAÇÃO E
32.2
SEMELHANTES
32.22-0 Fabricação de aparelhos telefônicos, sistemas de intercomunicação e semelhantes
FABRICAÇÃO DE APARELHOS RECEPTORES DE RÁDIO E TELEVISÃO E DE REPRODUÇÃO,
32.3
GRAVAÇÃO OU AMPLIFICAÇÃO DE SOM E VÍDEO
Fabricação de aparelhos receptores de rádio e televisão e de reprodução, gravação ou
32.30-1 amplificação de som e vídeo
36
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS E INDÚSTRIAS DIVERSAS
36.9
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS
Lapidação de pedras preciosas e semi-preciosas, fabricação de artefatos de ourivesaria e
36.91-9 joalheria
36.92-7 Fabricação de instrumentos musicais
36.93-5 Fabricação de artefatos para caça, pesca e esporte
36.94-3 Fabricação de brinquedos e de jogos recreativos
COMÉRCIO; REPARAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
51
COMÉRCIO POR ATACADO, REPRESENTANTES COMERCIAIS E AGENTES DO COMÉRCIO
51.4
COMÉRCIO ATACADISTA DE ARTIGOS DE USO PESSOAL E DOMÉSTICO
Comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria; papel, papelão e seus artefatos;
51.47-0 livros, jornais e outras publicações
COMÉRCIO ATACADISTA DE COMPUTADORES, EQUIPAMENTOS DE TELEFONIA E
51.6
COMUNICAÇÃO, PARTES E PEÇAS
51.65-9 Comércio atacadista de computadores, equipamentos de telefonia e comunicação, partes e peças
52
COMÉRCIOVAREJISTA E REPARAÇÃO DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
52.4
COMÉRCIOVAREJISTAS DE OUTROS PRODUTOS
52.46-9 Comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria
52.5
COMÉRCIOVAREJISTA DE ARTIGOS USADOS
52.50-7 Comércio varejista de artigos usados
16
Anexo I - Estrutura detalhada das atividades do setor cultural: códigos e denominações (conclusão)
Seção
I
K
M
O
Divisão Grupo Classe Denominação
TRANSPORTE,ARMAZENAGEM E COMUNICAÇÕES
64
CORREIO E TELECOMUNICAÇÕES
64.2
TELECOMUNICAÇÕES
64.20-3 Telecomunicações
ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS, ALUGUÉIS E SERVIÇOS PRESTADOS ÀS EMPRESAS
ALUGUEL DE VEÍCULOS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM CONDUTORES OU OPERADORES
DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
71
ALUGUEL DE OBJETOS PESSOAIS E DOMÉSTICOS
71.4 71.40-4 Aluguel de objetos pessoais e domésticos
72
ATIVIDADES DE INFORMÁTICA E SERVIÇOS RELACIONADOS
72.2
CONSULTORIA EM SOFTWARE
72.21-4 Desenvolvimento e edição de softwares prontos para uso
72.29-0 Desenvolvimento de softwares sob encomenda e outras consultorias em software
72.3
PROCESSAMENTO DE DADOS
72.30-3 Processamento de dados
72.4
ATIVIDADES DE BANCO DE DADOS E DISTRIBUIÇÃO ON-LINE DE CONTEÚDO ELETRÔNICO
72.40-0 Atividades de banco de dados e distribuição on-line de conteúdo eletrônico
73
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO
73.1
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS FISICAS E NATURAIS
73.10-5 Pesquisa e desenvolvimento das ciências físicas e naturais
73.2
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
73.20-2 Pesquisa e desenvolvimento das ciências sociais e humanas
74
PUBLICIDADE E ATIVIDADES FOTOGRÁFICAS
74.4
PUBLICIDADE
74.40-3 Publicidade
74.9
ATIVIDADES FOTOGRÁTICAS
74.91-8 Atividades fotográficas
EDUCAÇÃO
80
EDUCAÇÃO
80.9
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E OUTRAS ATIVIDADES DE ENSINO
80.96-9 Educação profissional de nível técnico
80.97-7 Educação profissional de nível tecnológico
80.99-3 Outras atividades de ensino
OUTROS SERVIÇOS COLETIVOS, SOCIAIS E PESSOAIS
92
ATIVIDADES RECREATIVAS, CULTURAIS E DESPORTIVAS
92.1
ATIVIDADES CINEMATOGRÁFICAS E DE VÍDEO
92.11-8 Produção de filmes cinematográficos e fitas de vídeo
92.12-6 Distribuição de filmes e de vídeos
92.13-4 Projeção de filmes e de vídeos
92.2
ATIVIDADES DE RÁDIO E DE TELEVISÃO
92.21-5 Atividades de rádio
92.22-3 Atividades de televisão
92.3
OUTRAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS E DE ESPETÁCULOS
92.31-2 Atividades de teatro, música e outras atividades artísticas e literárias
92.32-0 Gestão de salas de espetáculos
92.39-8 Outras atividades de espetáculos, não especificadas anteriormente
92.4
ATIVIDADES DE AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
92.40-1 Atividades de agências de notícias
92.5
ATIVIDADES DE BIBLIOTECAS, ARQUIVOS, MUSEUS E OUTRAS ATIVIDADES CULTURAIS
92.51-7 Atividades de bibliotecas e arquivos
92.52-5 Atividades de museus e de conservação do patrimônio histórico
92.53-3 Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais e reservas ecológicas
Fonte: IBGE: Sistema de informações e indicadores culturais 2003
17
ANEXO II – Setores Culturais presente na PNAD
ANEXO II - Códigos de Cultura da CNAE presentes na PNAD
INDÚSTRIA (indústria de transformação + outras atividades industriais)
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Edição, impressão e reprodução de gravações
22000 Edição, impressão e reprodução de gravações
Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos de informática
30000 Fabricação de máquinas de escritório e equipamentos de informática
Fabricação de móveis e indústrias diversas
36010 Fabricação de artigos do mobiliário
36090 Fabricação de produtos diversos
Correios e telecomunicações
64010 Atividades de correio
64020 Telecomunicações
OUTROS SERVIÇOS COLETIVOS, SOCIAIS E PESSOAIS
Atividades recreativas, culturais e desportivas
92011 Produção de filmes cinematográficos e fitas de vídeo
92012 Distribuição e projeção de filmes e de vídeos
92013 Atividades de rádio
92014 Atividades de televisão
92015 Outras atividades artísticas e de espetáculos
92020 Atividades de agências de notícias
92030 Bibliotecas, arquivos, museus e outras atividades culturais
92040 Atividades desportivas e outras relacionadas ao lazer
OUTRAS ATIVIDADES
Atividades de informática e conexas
72010 Atividades de informática
72020 Manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática
Pesquisa e desenvolvimento das ciências sociais e humanas
73000 Pesquisa e desenvolvimento
Serviços prestados principalmente às empresas
74011 Atividades jurídicas; de contabilidade; e de pesquisas de mercado e opinião pública
74012 Atividades de assessoria em gestão empresarial
74021 Serviços de arquitetura e engenharia e de assessoramento técnico especializado
74022 Ensaios de materiais e de produtos; análise de qualidade
74030 Publicidade
74040 Seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra
74050 Investigação, vigilância e segurança
74060 Atividades de imunização, higienização e de limpeza em prédios e em domicílios
74090 Outros serviços prestados às empresas
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
99000 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
EDUCAÇÃO, SAÚDE E SERVIÇOS SOCIAIS
Educação
80011 Educação regular, supletiva e especial pública
80012 Educação regular, supletiva e especial particular
80090 Outras atividades de ensino
Fonte: PNAD 2003. Elaboração dos Autores
Nota: Os códigos marcados de cinza são os fazem parte do setor cultural
18
ANEXO III
Variáveis
lwrh
idade
idade2
educa
exp
exp2
dfem
dindio
dpardo
damarelo
dnegro
dbranco
dinformal
dmigrou
dspub
dscult
dsncult
dscult1
dscult2
dscult3
dscult4
dscult5
dam
dac
dap
dro
drr
dpa
dto
dma
dce
dpi
drn
dpe
dse
dba
dal
dpb
dmg
drj
dsp
des
dpr
dsc
drs
dmt
dms
dgo
ddf
Anexo III - Descrição das variáveis utilizadas na regressão
Descrição
logarítimo natural da renda real por horas trabalhadas
idade do indivíduo
idade do indivíduo elevada ao quadrado
anos estudados por cada indivíduo
anos trabalhados por cada indivíduo
experiência (exp) do indivíduo elevada ao quadrado
valor "1" para mulheres e "0" para homens
valor "1" para índios e "0" para outras raças
valor "1" para pardos e "0" para outras raças
valor "1" para ind. da raça amarela e "0" para outras raças
valor "1" para negros e "0" para outras raças
valor "1" para brancos e "0" para outras raças (omitida)
valor "1" para trabalhadores do setor informal e "0" para o setor formal
valor "1" para trabalhadores não residentes em sua cidade natal e "0" para residentes em sua cidade natal
valor "1" para trabalhadores do setor público e "0" para o setor privado e não aplicável
valor "1" para trabalhadores do setor cultural e "0" para o setor não cultural
valor "1" para trabalhadores do setor não cultural e "0" para o setor cultural
valor "1" para setor cultural na Indústria de Transformação e "0" para os demais indivíduos
valor "1" para setor cultural em Comunicação e "0" para os demais indivíduos
valor "1" para setor cultural em Outras Atividades e "0" para os demais indivíduos
valor "1" para setor cultural em Educação e "0" para os demais indivíduos
valor "1" para setor cultural nas Atividades Recreativas e "0" para os demais indivíduos
valor "1" para estado do Amazonas e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Acre e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Amapá e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Rondônia e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Roraima e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Pará e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Tocantins e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Maranhão e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Ceará e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Piauí e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Rio Grande do Norte e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Pernambuco e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Sergipe e "0" para os demais estados
valor "1" para estado da Bahia e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Alagoas e "0" para os demais estados
valor "1" para estado da Paraíba e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Minas Gerais e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Rio de Janeiro e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de São Paulo e "0" para os demais estados (omitida)
valor "1" para estado do Espírito Santo e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Paraná e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Santa Catarina e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Rio Grande do Sul e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Mato Grosso e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Mato Grosso do Sul e "0" para os demais estados
valor "1" para estado de Goiás e "0" para os demais estados
valor "1" para estado do Distrito Federal e "0" para os demais estados
Fonte: Elaboração dos autores