RESUMO DE LIVRO Leo Huberman ? historia da Riqueza dos

Transcrição

RESUMO DE LIVRO Leo Huberman ? historia da Riqueza dos
RESUMO DE LIVRO: Leo Huberman. História da riqueza do homem.
Explica a história pelo estudo da teoria econômica e ao mesmo tempo faz o contrário, ou seja, explica a
economia através do estudo da História. Tem formato didático: é de fácil leitura. Era amigo de Paul
Sweezy. - A teoria econômica se torna monótona quando divorciada de seu fundo histórico. PARTE 1 –
DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO Cap. 1 – Sacerdotes, guerreiros e trabalhadores (p.2) - Os filmes
sobre a sociedade feudal mostram os guerreiros, mas não a forma como eles são supridos de suas
necessidades. “Armaduras não crescem em árvores, e alimentos precisam ser plantados”. - A sociedade
feudal era constituída de três classes principais: sacerdotes, guerreiros e trabalhadores. A última era
quem sustentava as outras duas primeiras. - A maioria das terras agrícolas da Europa Ocidental e Central
estava dividida em áreas conhecidas como FEUDOS. “Um feudo consistia apenas de uma aldeia e as
várias centenas de acres de terra arável que a circundavam, e nas quais o povo da aldeia trabalhava” p.
3. Os feudos variavam de tamanho. Cada propriedade tinha um senhor. A terça parte das terras
pertencia ao senhor e era chamada de seus domínios. - Principais características do sistema feudal: a) a
terra arável era dividida em duas partes: uma pertencente ao senhor e cultivada somente para ele; a
outra dividida entre os arrendatários. b) a terra era cultivada em capôs não-contínuos (faixas
espalhadas). c) o arrendatário era obrigado a trabalhar também na terra do senhor, tal serviço devia ter
prioridade. - O servo não podia ser vendido separadamente da terra em que morava. “Por pior que
fosse seu tratamento, o servo possuía família e lar e a utilização de alguma terra” p. 6. O servo não
podia deixar a terra, estava preso a ela.Quando morria seu herdeiro tomava de conta da terra, mediante
pagamento de uma taxa. Caso não cumprisse com as obrigações, o senhor poderia expulsar o servo da
terra. - Vários tipos de servos (p. 7): vilões, fronteiriço, etc. “Nenhuma descrição do sistema feudal pode
ser rigorosamente precisa, porque as condições variavam muito de lugar para lugar” p. 7. - O costume
adotado no feudo era como se fosse a legislação atual, a tradição tinha força de lei. A sociedade como
um todo estava firmada num princípio de “deveres e obrigações”. “O senhor do feudo, como o servo,
não possuía a terra, mas era, ele próprio, arrendatário de outro senhor, mais acima da escala” p. 9. - A
necessidade de vassalos era real, a única maneira de obtê-los era cedendo terras. - A quantidade de
terras representava a riqueza de um indivíduo. As guerras tinham por objetivo a obtenção de riquezas
(terras). - A IGREJA foi a instituição mais duradoura do período, mas poderosa que qualquer coroa. “A
Igreja foi a maior proprietária de terras no período feudal” p. 13. “Uma das razões por que se proibia o
casamento aos padres era simplesmente porque os chefes da igreja não desejavam perder quaisquer
terras da igreja mediante herança aos filhos” p.14. - O clero e a nobreza eram as classes governantes. A
primeira prestava ajuda espiritual; e a segunda, militar. CAP. 2 – Entra em cena o comerciante (p.16). Na idade média, não necessitava do dinheiro para adquirir as coisas. Nada era comprado, pois os meios
de subsistência básicos eram adquiridos no próprio feudo, o restante eram trocados. O feudo era autosuficiente. - Por não haver comércio, a produção do excedente não era regra. - A falta de estradas e os
ladrões eram um obstáculo ao comércio. Além do mais, a cada feudo que o comerciante passava, tinha
que pagar o pedágio. A moeda variava conforme a região. - O século XI viu o comércio crescer a passos
largos. As cruzadas favoreceram muito o florescimento comercial. Ler p. 19-21. - No sul Veneza (elo da
Europa com o Oriente) e no norte Flandes: tais cidades dominavam o comércio. - As cidades não podiam
manter um comércio permanente por causa da deficiência das estradas. “Os mercados eram pequenos,
negociando com os produtores locais, em sua maioria agrícola. As feiras, ao contrário, eram imensas, e
negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os pontos do mundo conhecido” p. 22. A
feira era o centro distribuidor. As principais feiras ofereciam aos convidados salvo-conduto. “As feiras
tinham, assim, importância não só por causa do comércio, mas porque aí se efetuavam transações
financeiras” p. 24. - O comércio forçou o abandono da economia natural. A utilização do dinheiro foi,
aos poucos, se tornando uma necessidade. CAP. 3 – Rumo à Cidade (p.26). “Um dos efeitos mais
importantes do aumento do comércio foi o crescimento das cidades” p. 26. - As cidades modelos podem
ser vistas na Itália e Holanda. Surgem no cruzamento entre duas estradas, ou na embocadura de um rio,
etc. No local sempre existia uma igreja e um burgo (zona fortificada). - A expansão do comércio
representou melhores oportunidades de trabalho. A emigração foi inevitável. - O feudalismo
representava uma prisão em vista do ar de aventura e liberdade ligado à cidade e ao comércio. “Face a
face com as restrições feudais que os asfixiavam, mais uma vez se uniram em associações chamadas
corporações ou ligas, a fim de conquistar para suas cidades a liberdade necessária à expansão contínua”
p. 28. “O ar da cidade torna o homem livre” provérbio da época. - Da cidade a terra passou a ser olhada
de forma diferenciada. A possibilidade de vender a terra e utilizar o dinheiro em comércio, aos poucos,
foi se tornando inevitável. - As populações urbanas passaram a reivindicar a fundação de seus próprios
tribunais. Queriam criar suas próprias leis. As cidades queriam independência. “As associações de
mercadores exerciam com freqüência, um monopólio sobre o comércio por atacado das cidades” p. 33.
O objetivo era fazer falir os não membros. Eliminar a concorrência. “Os preços das mercadorias
deveriam ser fixados pelas associações” p. 34. Os membros tinham que obedecer vários regulamentos. O comércio acabou por suplantar a terra como fonte de riqueza. Surge a riqueza em dinheiro. CAP. 4 –
Surgem novas idéias (p. 36) - Na idade média, o empréstimo não tinha a função de enriquecer aquele
que empresta. Não se devia lucrar com a desventura alheia. O imaginário era dominado pelos padrões
de conduta da igreja. “O tempo pertence a Deus, ninguém tem o direito de vendê-lo”. A usura era um
pecado.CAP. 5 – O camponês rompe amarras (p. 42) - Fatores que possibilitaram a libertação do
camponês da terra: crescimento do comércio, introdução da economia monetária, o crescimento das
cidades, etc. “Quando surgem cidades nas quais os habitantes se ocupam total ou principalmente do
comercio e da indústria, passam a ter necessidade de obter do campo o suprimento de alimentos.
Surge, portanto, uma divisão do trabalho entre cidade e campo” p. 42. - O comércio sempre incentiva o
aumento da produção. Os senhores feudais perceberam que seria vantajoso transformar a terra em algo
produtivo. Soube-se que o excedente poderia ser vendido às cidades. - O senhor passou a exigir dinheiro
em vez de trabalho dos servos. O pagamento passou a ser por hectare, em vez de serviços nos domínios
dos senhores feudais. O trabalho livre mostrou-se mais produtivo. - A igreja foi a pior inimiga da
emancipação do camponês. Ela era a instituição mais apegada as tradições que a sustentava. - A peste
negra foi outro fator importante como promotor da liberdade. Ela matou mais gente do que a primeira
guerra mundial. “Com a morte de tanta gente, era evidente que maior valor seria atribuído aos serviços
dos que continuavam vivos. Trabalhadores podiam pedir e receber mais pelo seu trabalho... o trabalho
do camponês valia mais do que nunca” p. 49. Os camponeses se sentiram fortes para reivindicar –
surgem as revoltas camponesas. “O fato de que a terra fosse assim comprada, vendida e trocada
livremente, como qualquer outra mercadoria, determinou o fim do antigo mundo feudal” p. 52. CAP. 6 –
“E nenhum estrangeiro trabalhará...” (p. 53). - Antes a indústria se realizava na casa do próprio
camponês. “A indústria se fazia em casa e o propósito da produção era simplesmente o de satisfazer as
necessidades domésticas” p. 53. - “O açougueiro, o padeiro e o fabricante de velas foram então para a
cidade e abriram uma LOJA , não para satisfazer suas necessidades, mas sim para atender à procura” p.
54. - Os artesãos seguiram o exemplo dos comerciantes e se uniram em corporações. O aprendiz virava
mestre com o tempo. Empregador e empregado poderiam participar de uma mesma corporação, já que,
entre eles, não havia privilégios quanto aos direitos. Não havia espírito de competição. As corporações
criavam um espírito de fraternidade entre seus membros. Estatuto da corporação p. 56. Prevalecia o
preço justo. A doutrina da usura ainda vigorava. - O desenvolvimento do mercado e a produção em
grande escala provocaram uma modificação das idéias econômicas da época. “O justo preço acabou
sendo substituído pelo preço de mercado” p. 61. - O objetivo das corporações eram “o monopólio de
todo o trabalho do gênero na cidade” p. 57. “A noção do justo preço se enquadrava na economia do
mercado pequeno, local e estável” p. 61. “O sistema de corporações tivera duas características
fundamentais: a igualdade entre os senhores e a facilidade com que os trabalhadores podiam passar a
mestres. Em geral, isso ocorreu até os séculos XIII e XIV, período áureo dessas instituições” p. 63. CAUSAS do fim das corporações: a) a prosperidade de alguns mestres e de outros não criou divisões
entre eles; b) houve também um distanciamento entre os jornaleiros e mestres. O aprendiz passou a
chegar até jornaleiro, este dificilmente chegava a ser mestre. “Na luta para libertar a cidade de seus
senhores feudais, todos os cidadãos, ricos e pobres, mercadores, mestres e trabalhadores, haviam unido
forças” p. 67. - Embora tenham se libertado dos senhores feudais, logo em seguida, as cidades passaram
a ser controladas pelos reis, quando do fortalecimento da monarquia. CAP. 7 – Aí vem o Rei! (p.
69). “Muita gente pensa hoje que as crianças nascem com o instinto do patriotismo nacional.
Evidentemente isso não é verdade. O patriotismo nacional vem em grande parte de se ler e ouvir falar
constantemente nos grandes feitos dos heróis nacionais” p. 70. - No século XV, surgem as nações e com
elas as divisões. Surgem as leis nacionais, a literatura nacional, língua nacional, indústrias nacionais, etc.
- Quais os fatores do surgimento do Estado Nacional? A) ORDEM E SEGURNÇA eram palavras de ordem,
todos os comerciantes necessitavam delas para desenvolverem seus negócios. “Necessitava-se de uma
autoridade central, um Estado nacional. Um poder supremo que pudesse colocar em ordem o caos
feudal” p. 71. O rei foi um aliado forte das cidades na luta contra os senhores feudais. Tudo que reduzia
a força dos barões fortalecia o poder real. Com o dinheiro dos comerciantes, o REI passou a sustentar
um exército paralelo aos dos senhores feudais. Com o fortalecimento central, o rei passou a derrubar os
monopólios locais. B) O estado substituiu a cidade como unidade de vida econômica. C) A fundação de
igrejas nacionais – ao defender o rompimento com Roma, alimentaram o sentimento nacional. “Os reis
sustentavam-se com o dinheiro recolhido da burguesia” p. 75. - A causa do rei passou a ser a causa de
todos: surge o sentimento nacional. O localismo feudal foi suplantado. - A igreja se negou, durante anos,
a pagar impostos ao governo central. “A igreja teria perdido seu poder mesmo que a Reforma
Protestante não tivesse ocorrido... a igreja defendia a ordem feudal” p. 82. “Antes que a classe média
pudesse apagar o feudalismo em cada país, tinha de atacar a organização central – a igreja. E foi o que
fez” p. 83. CAP. 8 – “Homem rico...” p. 84. “Há três modos, em minha opinião, pelos quais é possível
obter lucros com dinheiro, além de seu uso natural. O primeiro é a arte da troca, a guarda ou
movimentação do dinheiro; a segunda é a usura; e o terceiro é a alteração do dinheiro” p. 86. - A política
mercantilista ocasionou a desvalorização da moeda, já que, a cunhagem passou a ter menos quantidade
de metais preciosos. “Na primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, os lucros atingiram a 6.000%” p.
89. - Quiseram quebrar as vantagens do comércio com Veneza, outras rotas foram inventadas. - O
interessante é saber que a engrenagem financeira foi posta em funcionamento por mercadores e
banqueiros e esteve presente em todo o processo de expansão comercial. CAP. 9 – “Homem pobre,
mendigo, ladrão” (p. 97) “Os dados sobre o número de mendigos nos séculos XVI e XVII são
surpreendentes. Um quarto da população de Paris na década de 1630 era constituído de mendigos” p.
97. “Qual a explicação dessa miséria generalizada entre as massas, num período de grande prosperidade
para uns poucos? A guerra, como sempre, foi uma das causas” p. 97. - A guerra dos Trinta Anos foi mais
maléfica que a primeira guerra mundial. “Cerca de dois terços da população total desapareceram, a
miséria dos que sobreviveram era extremamente grande” p. 98. - As ovelhas tomam as terras dos
homens. “Observe o leitor uma modificação importante nesse período. A velha idéia de que a terra era
importante em relação ao total de trabalho sobre ela executado desapareceu. O desenvolvimento do
comércio e indústria, e a revolução dos preços, tornaram o dinheiro mais importante do que os homens,
e a terra passou a ser considerada como fonte de renda” p. 108. CAP. 10 – Precisa-se de trabalhadores:
crianças de dois anos podem candidatar-se (p. 109) - A expansão do mercado é uma chave importante
para a compreensão das forças que produziram a indústria capitalista. A estrutura das corporações era
destinada ao mercado local, quando este se tornou nacional e internacional, a corporação deixou de ter
utilidades. “Os artesãos locais podiam entender e realizar o comércio de uma cidade, mas o comercio
mundial era coisa totalmente diversa” p. 107. “Esse método, pelo qual o intermediário emprega certo
número de artesãos para trabalhar seu material em suas respectivas residências, é denominado sistema
de produção doméstica. Note-se que na técnica de produção o sistema doméstico não difere do sistema
de corporações. Deixa o mestre artesão e seus ajudantes em casa, trabalhando com as mesmas
ferramentas. Mas embora o método de produção permanecesse o mesmo, a forma de negociar as
mercadorias foi organizada em novas bases, pelo intermediário, atuando como negociante” p. 110. Divisão do trabalho: “cada trabalhador tem uma tarefa particular a fazer. Executa-a repetidamente e em
conseqüência se torna perito nela. Isso poupa tempo e acelera a produção” p. 110. - As corporações
resistiam às mudanças, já que achavam que tinham o monopólio de certo produto. - Como já foi visto, a
igualdade entre os mestres foi um fator fundamental da ordem corporativa. - Os membros das
corporações se opuseram as mudanças na tentativa de conservar seus velhos monopólios. “No sistema
de corporações, que surgira com a economia urbana, o capitalista tinha apenas um pequeno papel. Com
o sistema de produção doméstica, surgido com a economia nacional, o capital passou a ter papel
importante. Era necessário muito dinheiro para COMPRAR a matéria-prima para muitos
trabalhadores... Era o homem do dinheiro, o capitalista, que se tornava o orientador, o diretor do
sistema de produção doméstica” p. 114. FASES DA ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL 1 – Sistema Familiar: os
membros de uma família produzem apenas para o consumo da mesma. 2 – Sistema de Corporação: a
produção visava o mercado e era levada a cabo por mestres e artesãos. Os artesãos ainda eram donos
das ferramentas. 3 – Sistema Doméstico: igual ao anterior, exceto no fato de que os mestres já não
eram independentes, dependiam do fornecimento da matéria-prima. O intermediário entre ele e o
consumidor. 4 – Sistema Fabril: produção para o mercador realizada fora de casa sob rigorosa
supervisão. Os trabalhadores já não são donos dos meios de produção. CAP. 11 – “Ouro, grandeza e
glória” p. 118. - O mercantilismo não constituiu um sistema. “O mercantilismo não era um sistema no
atual sentido da palavra, mas antes um número de teorias econômicas aplicadas pelo Estado em um
momento ou outro, num esforço para conseguir riqueza e poder” p. 119. - A questão era saber o que
tornava um país rico. Estaria nos tesouros recebidos da colônia? Seriam os metais ‘preciosos? “A posse
de ouro e prata, portanto, o total de barras que um país possuísse, era o índice de sua riqueza e poder.
A maioria dos autores da época apega-se à idéia de que um país rico, tal como um homem rico, deve ser
um país com muito dinheiro; e juntar ouro e prata num país deve ser a mais rápida forma de enriquecêlo” p. 119. “A Espanha foi, no século XVI, talvez o mais rico e poderoso país do mundo” p. 119. - Por
causa dessa crença, a conseqüência mais óbvia foi baixarem “leis proibindo a saída desses metais” p.
120. Entra em cena a política da balança comercial favorável. Era preciso vender bastante para que
metais externos pudessem ser adquiridos. Vender mais do que comprar. “Os países poderiam aumentar
sua RESERVA de ouro dedicando-se ao comércio exterior” p. 121. “Fazia parte do pensamento
mercantilista a crença de que as colônias eram outra fonte de renda para a metrópole. Baixaram-se,
portanto, leis proibindo aos colonos iniciar qualquer indústria que pudesse competir com a indústria da
metrópole” p. 128. “A chave para compreender o atrito surgido entre a metrópole e as colônias está no
fato de que enquanto a metrópole julgava que as colônias existiam para ela, estas julgavam que
existiam para si mesmas” p. 129. “Era por estarem sempre em dificuldades monetárias que os governos
davam tamanha importância ao amontoamento de metais preciosos. E como acreditavam também que
o tesouro podia ser obtido pelo comércio, era natural considerarem os interesses do Estado e da classe
de mercadores ou comerciantes como idênticos. Foi assim que o Estado tomou como sua tarefa
principal o apoio e estímulo ao comércio e a tudo que se relacionasse com ele” p. 130. “Foi pelo
comércio que o Estado se tornou grande, e conseguiu sua cota na expansão dos negócios e territórios. O
mercantilismo era o regime dos mercadores” p. 130. “Os mercantilistas acreditavam que, no comércio,
o prejuízo de um país era lucro de outro – isto é, um país só podia aumentar seu comércio a expensas de
outro [...] Não consideravam o comércio como algo que proporciona benefício mútuo” p. 130. “Vemos
que a crença de que não há nada mais importante e necessário para o bem geral do Estado do que a
redução do comércio e indústria de um Estado rival só poderia levar a uma coisa: a guerra. O fruto da
política mercantilista é a guerra. A luta pelos mercados, pelas colônias – tudo isso mergulhou as nações
rivais numa guerra após outra” p. 131. CAP. 12 – Deixem-nos em paz! - 1776: Independência dos EUA e
publicação do livro Riqueza das Nações. - Muitos comerciantes eram contra as políticas mercantilistas.
“Os comerciantes queriam uma parte dos enormes lucros das companhias monopolizadoras
privilegiadas. Quando tentaram participar delas, foram excluídos como intrusos” p. 132. - Quem tinha
dinheiro queria liberdade para aproveitar as oportunidades. - A liberdade de negociar traria vantagens
mútuas. “Adam Smith se ocupava mais do estudo das causas que influenciam a produção e distribuição
da riqueza” p. 134. Parte de seu livro foi dedicado ao desmascaramento da doutrina mercantilista. “A
maioria dos mercantilistas tinha interesses a defender, mas os ocultava dizendo que o país se tornaria
mais rico defendendo precisamente esses interesses” p. 134. - As medidas mercantilistas sempre
tiveram críticos. “Se os preços caem num país, devido ao decréscimo do dinheiro em circulação, outros
países lhe comprarão mais mercadorias, porque serão mais baratas. O país exportará então mais do que
importa, e a diferença será paga em dinheiro. Esse aumento do ouro no país elevará, ainda uma vez, os
preços” p. 136. - Os fisiocratas franceses defendiam o livre comércio. “Uma tradução livre dessa frase
famosa (laissez-faire!) seria deixem-nos em paz!” p. 138. “Os fisiocratas chegaram à sua fé no comércio
livre por um caminho indireto. Acreditavam, acima de tudo, na inviolabilidade da propriedade privada,
particularmente na propriedade privada da terra. Por isso, acreditavam na liberdade – o direito do
indivíduo fazer de sua propriedade o que melhor lhe agradasse, desde que não prejudicasse a outros.
Atrás de sua argumentação a favor do comércio livre está a convicção de que o agricultor devia ter
permissão para produzir o que quisesse para vender onde desejasse” p. 138. “Os fisiocratas abordavam
todos os problemas sob o ângulo de seus efeitos na agricultura. Argumentavam ser a terra a única fonte
de riqueza e o trabalho na terra o único trabalho produtivo... Diziam os fisiocratas que somente a
AGRICULTURA fornece as matérias-primas essenciais à indústria e comércio. Embora concordasse que
os artesãos podiam ter um papel útil na transformação da matéria-prima em produto acabado, julgavam
que ele não contribuía para aumentar a riqueza. Depois de trabalhada, a matéria-prima valia mais, mas
o seu aumento de valor não era igual ao total gasto para pagar ao artesão seu trabalho” p. 136. “Embora
os economistas de hoje atribuem-lhe o mérito de mostrar que a riqueza de um país não deve ser
estimada como uma soma fixa de mercadorias acumuladas, mas sim pela sua renda, não como um
estoque, mas como um fluxo” p. 139. - Os fisiocratas afirmaram que a riqueza da nação não estava na
quantidade de dinheiro que ela tinha, mas pela soma dos bens consumíveis anualmente reproduzidos
pelo trabalho da sociedade. Afirmaram que a liberdade era o único caminho para o eficiente aumento
da produção anual. - ADAN SMITH: “Se a maior produtividade é proporcionada pela divisão do trabalho,
e a divisão do trabalho é limitada pelo tamanho do mercado, então, quanto maior este, tanto maior o
aumento da produtividade – isto é, tanto maior a riqueza da nação” p. 142. - RESUMINDO: a) o aumento
da produtividade ocorre com a divisão do trabalho; b) a divisão do trabalho aumenta ou diminui
segundo o tamanho do mercado; c) o mercado se amplia ao máximo possível pelo comércio livre.
Portanto, o comércio livre proporciona a maior produtividade. - O comércio livre entre os países
permite-os especializar-se nas mercadorias que produzir a menor custo. Isso aumentará a riqueza total
do mundo. CAP. 13 – “A velha ordem mudou...” (p. 144). - O governo francês do século XVIII taxava só
os pobres. Devido a crise, o governo passou a pensar em taxar também os privilegiados. Turgor, ministro
das finanças, em 1776, tentou por em prática algumas reformas. - A sociedade estava dividida em
Estados: Clero – rezavam; Nobres – defendiam o estado; Pobres – pagam tributos. “O clero tinha cerca
de 130.00 membros, e a nobreza aproximadamente 140.00” p. 145. - Os pobres somavam 25.000.000
de pessoas, “representavam mais de 95%” p. 145. - Os pobres “pagavam impostos aos Estados, dízimos
ao clero e taxas feudais à nobreza” p. 146. - As extravagâncias da corte forçaram a cobrança de mais
impostos. “Dos 22 milhões de camponeses existentes na França em 1700, havia apenas 1 milhão de
servos, no sentido antigo... Mas isso não significava que as velhas taxas e serviços feudais tivessem
desaparecido. Algumas sim, mas outras continuavam” p. 147. - SURPREENDENTE: o camponês pagava
80% de impostos de todo seu rendimento. “Dos 20% que restavam, ele tinha que alimentar, abrigar e
vestir sua família” p. 147. - A revolução francesa eclodiu no século XVIII[1], no entanto, a situação deles
do século XVII era bem pior. “Foi essa classe média, a burguesia, que provocou a Revolução Francesa, e
que mais lucrou com ela” p. 148. “Quem era a burguesia? Eram os escritores, os doutores, os
professores, os advogados, os juízes, os funcionários, as classes educadas; eram os mercadores, os
fabricantes, os banqueiros – as classes abastadas, que já tinham direitos e queriam mais... precisavam
lançar fora o jugo da lei feudal numa sociedade que realmente já não era feudal” p. 149. “A burguesia
quase não possuía terras, mas possuíam o capital” p. 148. “A burguesia desejava que seu poder político
correspondesse ao poder econômico que já tinha” p. 149. - O que é o terceiro estado? Tudo. O que ele
tem? Nada. - Somente a burguesia conseguiu o que queria. Foi ela quem mais lucrou. - A revolução foi
realizada pelas classes pobres e miseráveis. - “Liberdade, igualdade e fraternidade” foi gritada por todos,
mas somente poucos desfrutaram do que ele dizia. “Na Inglaterra a vitória foi conquistada por uma
decisão, e não com luta” p. 152. - (1640-1688): período de luta na história inglesa que só cessou quando
a burguesia conquistou o direito de participar do governo. “Na Inglaterra, em 1689, e na França, em
1789, a luta pela liberdade do mercado resultou numa vitória da classe média. O ano de 1789 bem pode
ser considerado como o fim da idade média, pois foi nele que a revolução francesa deu o golpe mortal
no feudalismo” p. 153. - Três foram os golpes no feudalismo: Revolução Gloriosa, Reforma Protestante e
Revolução Francesa. PARTE II – DO CAPITALISMO AO [...]? CAP. 14 – De onde vem o dinheiro? (p.
156) “O dinheiro só se torna capital quando é usado para adquirir mercadorias ou trabalho com a
finalidade de vendê-los novamente, com lucro” p. 156. “Quando o dinheiro é empregado num
empreendimento ou transação que dá lucro (ou promete dar), esse dinheiro se transforma em capital. É
a diferença entre comprar para uso (fase pré-capitalista) e comprar para vender com o objetivo de
ganhar (fase capitalista)” p. 157. “É a força de trabalho do operário que o capitalista compra para vender
com lucro, mas é evidente que o capitalista não vende a força de trabalho de seu operário. O que ele
realmente vende com lucro são as mercadorias” p. 157. “O lucro vem do fato de receber o trabalho um
salário menor do que o valor da coisa produzida” p. 157. - COMO ACONTECEU A ACUMULAÇÃO
PRIMITIVA? Da poupança? “A verdade não é tão bonita” p. 157. - O capital foi acumulado
principalmente pelo comércio – termo elástico que incluí a conquista e a pirataria, o saque e a
exploração. - ANTECEDENTES IDÍLICOS DO CAPITAL: a) descoberta do ouro na América; b) escravidão e
extermínio das populações nativas; c) conquista e saque das Índias Orientais, d) escravidão dos negros. A Holanda foi a principal nação capitalista do século XVII. Depois dela, vinha a Inglaterra. - Como os
Ingleses conseguiram o capital necessário para a revolução industrial? Pelo trabalho árduo? Vida
Comedida? Longa poupança? - O comércio com as colônias trouxe riqueza à metrópole. “Fez as
primeiras fortunas dos comerciantes europeus” p. 160. A maior fonte de acumulação, no entanto, foi o
comércio de seres humanos, os negros nativos da África. p. 160. “COMÉRCIO – conquista, pirataria,
saque, exploração – essas as formas, portanto, pelas quais o capital necessário par iniciar a produção
capitalista foi reunido” p. 161. - Quando os trabalhadores têm acesso aos próprios meios de produção,
não trabalham para outro. Destituídos dos meios de produção, não têm escolha. Vendem a única coisa
que lhes restam. “A história da criação de uma oferta necessária à produção capitalista deve, portanto,
ser a história de como os trabalhadores foram privados dos meios de produção” p. 163. - Como diria
Marx, o processo que abre caminho para o sistema capitalista é o mesmo que toma do trabalhador os
méis de produção. - O trabalhador sem terra fica pronto para ir à indústria em busca de emprego. “Não
pense que os donos de terra estavam expulsando os camponeses para proporcionar uma força de
trabalho à indústria. Isso jamais lhes ocorreu. Estavam interessados apenas em arrancar maiores lucros
da terra” (p.164). “Foi o próprio sistema fabril, que finalmente divorciou o trabalhador dos meios de
produção na indústria, tal como já o divorciara da terra” p. 166. - O trabalho manual não tinha como
competir com o mecanizado. - A formação da classe trabalhadora sem propriedades foi fundamental
para o capitalismo industrial. “Os ensinamentos de Calvino estavam particularmente dentro do espírito
da empresa capitalista” p. 168. “Era melhor cristão o homem cujas atividades fossem mais adequadas à
aquisição de fortuna – ao espírito do capitalismo” p. 169. “Da próxima vez que alguém lhe disser que é
da natureza humana o desejo de lucro, o leitor poderá mostrar como tal desejo se transformou em
natureza humana. Mostrar que a poupança e o INVESTIMENTO praticamente desconhecidos na
sociedade feudal, se tornaram um dever na sociedade capitalista para a glória de Deus” p. 170. “A mora,
a política, a literatura e a religião da idade reuniram-se numa grande conspiração para promoção da
poupança” p. 170.CAP. 15 – Revolução: na indústria, na agricultura e transporte (p.170). - A máquina já
vinha ajudando o homem no trabalho diário já um bom tempo. “Mas com a associação da máquina à
força do vapor ocorreu uma modificação importante no método de produção. O aparecimento da
máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas
sem máquinas, mas não era possível ter máquinas a vapor sem fábricas” p. 172. - Aumento da
população, qual causa? P. 173. “Foi o movimento de fechamento de terras, de efeitos tão terríveis nos
pobres, que possibilitou todo esse melhoramento notável na técnica, ciência e ferramentas agrícolas,
em grande escala[...] O crescimento da população tornou lucrativa a agricultura” p. 174. “A revolução na
indústria e agricultura foi acompanhada pela revolução nos transportes CAP. 16 – “A semente que
semeais, outro colhe...” p. 175. - Qual foi a causa das greves? Todos os números do século XVIII na
Inglaterra provam o progresso... pelos números de crescimento, a Inglaterra se mostrava como o
paraíso mundial. - Para o trabalhador, as estatísticas não significavam nada. “Em termos de felicidade e
bem-estar dos trabalhadores, aquelas estatísticas róseas diziam mentiras horríveis” p. 176. - O sistema
fabril acentuou ainda mais a divisão social. “Os destruidores de máquinas, chamados luditas, ao lutarem
contra a maquinaria sentiam que lutavam por um padrão de vida” p. 185. “Em 1812 o parlamento
aprovou uma lei tornando possível de pena de morte a destruição das máquinas” p. 186. - O voto
universal foi fruto de muita luta, não foi algo concedido espontaneamente. “Na Inglaterra, a classe
trabalhadora alinhou-se atrás do movimento cartista, que reivindicava: 1. Sufrágio universal para os
homens; 2. Pagamento aos membros eleitos [...] 3. Parlamentos atuais; [...] 5. Sufrágio secreto” p. 189. O governo é instituído em defesa da propriedade privada, conseqüentemente, da defesa do rico contra
o pobre. - A revolução industrial favoreceu a organização de sindicatos nacionais. Isso por que houve
maior concentração de trabalhadores nas cidades. - LER CITAÇÃO DE ADAN SMITH SOBRE O SINDICATO
E O AUMENTO DE SALÁRIO (parece ser marxista) p. 191. “Durante um quarto de século, na Inglaterra, a
lei considerava ilegal que os trabalhadores se reunissem em associações para proteção de seus
interesses” p. 191. - Os movimentos a favor de aumento salarial eram considerados ilegais também na
França. - LER POEMA sobre a revolução industrial. CAP. 17 – “Leis naturais” de quem? (p.195). - O
universo físico é regido por leis naturais. O conhecimento das leis permite ao homem planejar melhor as
ações. “De mesmo modo os economistas da época da revolução industrial desenvolveram uma série de
leis que, diziam, eram tão válidas para o mundo social e econômico como as leis dos cientistas para o
mundo físico” p. 195. - A verdade científica sempre foi questionada. “A revolução industrial na Inglaterra
trouxe consigo teorias econômicas baseadas nas condições da época. Chamamos as teorias da
Revolução Industrial de Economia Clássica” p. 196. - As LEIS NATURAUS da economia clássica
justificavam as ações dos homens de negócios: individualismo, liberdade, homo aeconômicos, etc. - O
autor comenta Malthus e Ricardo. - A livre-concorrência “estava absolutamente certo para a Inglaterra,
na época em que escreveu (Smith e Ricardo). A Revolução Industrial ocorreu ali primeiro; os industriais
ingleses começaram antes dos industriais do resto do mundo, estando à frente deles em métodos, em
máquinas, em facilidades de transporte. Os ingleses podiam e estavam prontos a cobrir a terra com os
produtos de suas fábricas. Portanto, o comércio internacional livre lhes servia” p. 209. - Para os países
atrasados o comércio internacional seria arrasador. Seria necessário que todos os países tivessem um
nível econômico parecido. - Preço barato de mercadorias importadas significava ruína da indústria
nacional. - O país rico não era aquele que tinha estoque de valores, mas aquele que detinha capacidade
produtiva de valores. - O certo é que para as economias incipientes, as barreiras tarifárias deveria ser
regra, a fim de proteger o mercado doméstico. “Somente depois que reunisse forças suficientes, ela
poderia aventurar-se no comércio mundial livre, para lutar” p. 211. - A escola clássica não ficou ausente
de opositores. Haviam vários descrentes do livre-comércio. Surge em pleno auge clássico, um alemão
chamado Karl Marx. CAP.18 – “Trabalhadores de todos os países: uni-vos!” (p. 213). - A visão utópica
elimina a pobreza, o desperdício, a má distribuição, a injustiça, a miséria. Estabelece a justiça, a saúde e
felicidade para todos. Os utópicos sonhavam com um mundo anticapitalista. Para eles, os males
capitalistas vinham do fato dos ricos terem os meios de produção. - Surge Marx desejando tal
sociedade, mas contra as utopias. “Estava tremendamente interessado na sociedade do passado, em
como evoluiu, desenvolveu-se e decaiu até se tornar a sociedade do presente. Estava tremendamente
interessado na sociedade do presente porque desejava descobrir as forças que nela provocariam a
modificação para a sociedade do futuro” p. 213. “Desejava saber que movimentava as rodas da
sociedade capitalista onde vivia” p. 213. - Ao estudar o capitalismo, afirmou que o socialismo o
sucederia. “... julgou que o socialismo viria como resultado de forças definidas que operavam na
sociedade, sendo necessária uma classe trabalhadora revolucionária organizada para provocá-lo... a
Economia de Marx pode ser chamada de Economia do Trabalhador, porque nela o trabalhador verifica
seu importante lugar no esquema das coisas, e encontrava também esperanças no futuro” p. 213. - Para
Marx o problema do Capitalismo está no fato dele se basear na exploração do trabalho. - Para Marx
dizia que a exploração capitalista se dava se forma mais oculta e mascarada. A teoria da mais-valia
arrancou-lhe a máscara. - A teoria do valor-trabalho foi defendida também por Smith, Ricardo e Stuart
Mill. “Segundo essa doutrina, o valor das mercadorias depende do total de trabalho necessário para
produzi-las” p. 214. - Marx diferencia o bem da mercadoria. O capitalismo produz mercadorias. “Um
bem se transforma em mercadoria ao ser produzido não para o consumo direto, mas para a troca” p.
215. A troca é possível por terem algo em comum: o trabalho. - O valor é a quantidade de trabalho
socialmente necessária para produzir a mercadoria. O trabalho é uma grandeza única, portanto, possível
de ser comparável. - O assalariado é livre. Comemoremos!!! A única coisa que tem para vender é sua
capacidade de trabalho. - Os donos dos meios de produção ganham empregando aqueles que não são. O valor da força de trabalho? “Igual a todas as coisas necessárias à sua vida, e, como o suprimento do
trabalho de ser permanente, ao custo da manutenção da família” p. 217. - A mercadoria “força de
trabalho” é especial. Ela produz algo mais algo a mais quando é gasta. “Quando o trabalhador se aluga,
vende sua força de trabalho não apenas pelo tempo que leva para produzir o valor de seus salários, mas
pela extensão de todo um dia de trabalho” p. 218. - Tempo de trabalho necessário\ tempo de trabalho
excedente. Parte do trabalho encerrado na mercadoria é trabalho não-pago. - RESUMO: a) o capitalismo
se ocupa da produção de artigos para a venda; b) O valor da mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho socialmente necessário encerrado na sua produção; c) O trabalhador não possui os meios de
produção; d) É obrigado a vender a força de trabalho; e) O valor dela é igual ao necessário para mantê-la
+ família; f) o valor do salário que recebem é gerado em poucas horas ou dias de trabalho, ficando o
lucro para o burguês; g) a mais-valia fica com o empregador. “A mais-valia é a medida da exploração do
trabalho no sistema capitalista” p. 220. - Os utópicos olham a sociedade sem as distinções de classes. Para Marx a sociedade não deveria mudar pelos esforços da classe dominante, mas pela ação
revolucionária da classe trabalhadora. A luta de classe não podia ser falseada. Pois ela era considerada
como o MOTOR DA HISTÓRIA. - Seria os acontecimentos históricos fruto do acaso? Acidentes? Fatos
desconexos? Independentes? Nada tendo a ver com os outros? É resultado da ação dos grandes
homens? “Se o leitor acredita nessas idéias, não é marxista”. - MARX: explica as modificações ocorridas
na sociedade, como resultado das forças econômicas da sociedade. Os fatos são interdependentes. A
história não um conjunto de fatos desordenados, “conforma-se a um padrão definido de leis que podem
ser descobertas” p. 223. A história é apresentada como PROCESSO (movimento constante,
desenvolvimento). “É a tentativa de estabelecer a ligação interna que dá continuidade a todo esse
movimento e evolução” p. 223. A história expressa o processo evolutivo do próprio homem. “A chave de
tudo são as relações existentes entre os homens como produtores. A forma pela qual os homens vivem
é determinada pela forma de ganhar a vida – pelo modo de produção predominante dentro de qualquer
sociedade, em determinado momento” p. 233. - As relações de produção correspondem a um
determinado estágio do desenvolvimento da capacidade material de produção. “A soma total dessas
relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade” p. 224. “O MODO DE PRODUÇÃO
da vida material determina o caráter geral dos processos de vida social política e espiritual. Não é as
consciências dos homens que determina sua existência, mas sim o contrário, é sua existência social que
determinada sua consciência”. Marx. - O conjunto de idéias de cada sociedade corresponde à fase do
desenvolvimento econômico dela. - Marx explica a produção capitalista a partir de condições anteriores.
Acentuou o papel da burguesia na transição para o capitalismo, para depois fazer o mesmo com o
proletariado. “A transição do feudalismo para o capitalismo ocorreu porque estavam presentes novas
forças produtivas e uma classe revolucionaria – a burguesia” p. 225. - Não se faz nascer uma sociedade
só por que se quer. “As novas forças produtivas devem estar presentes, e com elas uma classe
revolucionária cuja função é compreender e dirigir” p. 225. - Que prova Marx tinha que o capitalismo
deveria desaparecer? Algumas características do sistema produtivo apontavam para isso: a) crescente
concentração da riqueza; b) crescente substituição de mão-de-obra por máquinas; c) crescente miséria;
d) crises periódicas do capitalismo; e) “a contradição fundamental da sociedade capitalista – o fato de
que enquanto a produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo, a
apropriação, é privado, individual. O trabalho cria, o capital se apropria” p. 226. - Ao compreender que o
instrumento para abolir o capitalismo era o proletariado, dedicou sua atenção ao preparo e organização
da classe trabalhadora para suas lutas políticas e econômicas. - O principal programa política exposto
por Marx foi a ABOLIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA. CAP. 19 – “Eu anexaria os Planetas, se
pudesse...” - O contra-ataque veio logo, surge a teoria do valor-utilidade: Jevons (1871), na Inglaterra;
Manger (1871), na Áustria; Walras, na Suiça (1874), na Suiça. - A TEORIA DO VALOR = Teoria Marginal da
Utilidade. O trabalho nada tem a ver com o valor. - O valor depende inteiramente da utilidade. A
utilidade é um sentimento do comprador em relação à mercadoria. Se precisar muito dela, a utilidade
será grande. Tanto maior a necessidade, maior a utilidade. “Sua utilidade para o comprador serve de
medida do valor que lhe atribuirá, e portanto do preço que estará disposto a pagar por ela” p. 234. - O
trabalho era uma grandeza objetiva, passível de ser medida. A utilidade é inteiramente subjetiva.
Pessoas obtêm satisfações diferentes de uma mesma mercadoria. Mas um mesmo carro não poderá ser
vendido por diferentes preços num mesmo mercado. - A utilidade como medida do valor, embora sendo
subjetiva, pode ser medida – “a utilidade marginal”. - Explicação: p. 235-237. “A explicação mais simples
é a seguinte: o total de satisfação que conseguimos de um artigo depende da quantidade que já
possuímos. Quanto maior esta, tanto menor a satisfação[...] quanto mais temos de uma coisa, tanto
menos desejamos da mesma coisa” p. 237. - Após a independência, os EUA não praticaram o livre
comércio, pelo contrário, pôs em prática o protecionismo. As mercadorias inglesas tiveram muita
dificuldade em pular essas barreiras. Os melhores fregueses então foram aqueles que adotaram o livre
comércio, justamente aqueles que não conseguiram desenvolver sua indústria a ponto de fabricar
aquilo necessário para atender a demanda interna. - Formaram-se os monopólios: fusão, concentração.
“O monopólio não foi uma imposição, mas uma evolução da própria concorrência... O monopólio surgiu
de dentro da concorrência” p. 239. - A produção em escala diminui o custo unitário, conseqüentemente,
poderá ser vendida a um preço menor. - A concorrência sempre termina com a ruína dos capitalistas
pequenos. O concorrente pode ser derrotado ou engolido (canibalismo). “Os trustes foram formados em
toda parte, tentando colocar a ordem monopolista no caos da concorrência... O truste é qualquer forma
de organização industrial, na produção e distribuição de qualquer mercadoria, que dispõe de controle
bastante da oferta dessas mercadorias para modificar o preço em seu favor” p. 241. “O termo CARTEL
designa uma associação baseada num acordo contratual entre industriais do mesmo ramo que, embora
conservando sua independência legal, se associam com o objetivo de exercer uma influência
monopolizadora no mercado” p. 242. - Os grandes concordam em fixar os preços e dividir os mercados. Isso foi uma derrota à economia clássica que defendia que a concorrência manteria os preços ao custo
de produção. O monopólio ajustou\controlou a oferta e a procura. O mercado deixou de ser livre e os
preços foram fixados. - A Era do monopólio industrial foi também a era do monopólio bancário. “O
crescimento da nação e todas as atividades delas estão nas mãos de poucos homens” p. 244. “Depois de
1870, o capitalismo à antiga passou a ser o capitalismo moderno. O capitalismo da livre concorrência
tornou-se o capitalismo dos monopólios” p. 245. - As grandes potências de hoje não foram “MERCADOS
LIVRES ” para outros países. Quem abriu os mercados se deram mal, todas as potências buscaram nas
colônias o escoadouro de suas mercadorias. “Foi na era do capitalismo monopolista que os excedentes
industriais se apresentaram como um problema aos capitais da indústria, em toda parte. Julgaram ter
encontrado a resposta do problema nas colônias. E foi então que o mapa da África sofreu modificações”
p. 246. “Depois de 1870, a Inglaterra, França, Bélgica, Itália e Alemanha se uniram numa busca de
colônia como mercados para produtos excedentes” p. 247. - Tais países produziam muito mais do que
seu mercado doméstico poderia consumir. - As colônias também forneciam fontes de matérias-primas. MOTIVOS DO IMPERIALISMO: a) mercado para os artigos excedentes; b) fornecimento de matériasprimas; c) excesso de capital – havia dinheiro demais nesses países, era preciso escoar através de
empréstimos e outras atividades. “Enquanto o capitalismo continuar capitalismo, o capital excedente
não será usado com o objetivo de elevar o padrão de vida das massas, pois isso significaria uma queda
nos lucros dos capitalistas: ao invés disso, será usado para aumentar os lucros pela exportação do
capital para o exterior, para os países atrasados” p. 249. “O imperialismo é a tentativa dos grandes
controladores da indústria de ampliar o canal para o fluxo de sua riqueza excedente, procurando
mercados estrangeiros e investimentos estrangeiros que consumam as mercadorias e o capital que não
podem vender ou empregar internamente” J. Hobson, 1902. - Um país não precisa tornar-se colônia
para ser explorado, basta ele fazer parte da “esfera de influência” de um país industrializado. - Após a
divisão dos mercados o mundo não entra em paz, pois as relações de força estão sempre se
modificando. CAP. 20 – O elo mais fraco (p. 256). - A crise não é novidade em nenhum período
histórico. “Mas há uma nítida diferença entre as surgidas antes do crescimento capitalista e as que
apareceram depois. Antes do século XVII o tipo mais comum de crise era provocado pelo fracasso das
colheitas, pela guerra, ou por algum acontecimento anormal; eram caracterizadas pela escassez de
alimento e outros artigos necessários, cujos preços se elevavam” p. 258. - A crise capitalista não é de
escassez, mas pela superabundância. O paradoxo é a existência da pobreza em meio a abundância. “O
fato é que no sistema capitalista, as mercadorias não são produzidas para uso, mas para troca – com
lucro. Em nossa sociedade os minérios são extraídos da terra, as plantações são colhidas, os homens
encontram trabalho, as rodas da indústria se movimentam, e as mercadorias são compradas e vendidas,
somente quando os donos dos meios de produção – a classe capitalista – vêem uma oportunidade de
lucro” p. 258. - Os capitalistas não investem para ganhar medalhas, mas lucro. Não se trabalha por
patriotismo, não fazem serviço público. Somente o dinheiro tem importância. Não produzem para
atender a demanda. - Explicações para as crises capitalistas p. 260-263. a) causas em anormalidades
(revisão tarifária, revolução, algo que afete o curso normal das coisas); b) Diz que a causa está com as
mudanças climáticas que afetam a produção; c) causas psicológicas – erros de otimismo e pessimismo;
d) a causa está na instabilidade do padrão de valor; e) aumento da capacidade produtiva sem o
aumento da capacidade aquisitiva dos compradores. A produção deixa de ser lucrativa e é reduzida, daí
o desemprego e crise. f) outros dizem que é justamente o contrário, a crise é por falta
de INVESTIMENTO . A poupança é danosa e com ela deveriam investir no assistencialismo ou na
concessão de créditos. g) MARXISTAS: dizem não haver remédio para a crise. Enquanto outros procuram
apontar soluções, os marxistas dizem que tais crises fazem parte do sistema, não há como livrar-se
delas. Prova isso com a tal LEI DA TENÊNCIA DE REDUÇÃO DA TAXA DE LUCRO. “Os economistas
argumentam que as crises são efeitos da elevação e queda do nível geral de preço, devido ao aumento
ou decréscimo do volume de dinheiro em circulação” p. 263. “A análise de Marx se resume nisso: o
capitalista tem de manter os lucros conservando baixos os salários; mas, com isso, destrói a capacidade
aquisitiva de que depende a realização de lucros. Salários baixos tornam possíveis os altos lucros, mas
ao mesmo tempo tornam os lucros impossíveis porque reduzem a procura de mercadorias.
CONTRADIÇÃO INSOLÚVEL” p. 269. - Marx analisa as características do sistema de produção que
determinaria o desaparecimento do capitalismo: a) concentração das riquezas; b) falência dos pequenos
produtores; c) uso crescente de máquinas; d) crescente miséria. - Contradição fundamental: enquanto a
produção em si é cada vez mais socializada, o resultado do trabalho coletivo tem apropriação privada. Nas crises as forças produtivas são destruídas, pois existem produtos de mais no mercado. - Antes do
sistema capitalista, as crises eram por outros motivos: má colheita, escassez de alimentos. No
capitalismo, a crise é de superprodução, que produz a queda dos preços e a falência de indústrias. “A
produção somente ocorre quando os donos dos meios de produção vêem oportunidade de lucro. Não
produziram por solidariedade ou patriotismo”. - CAUSAS DA CRISE: a) alguns acreditam que a crise é
externa ao sistema: terremotos, mudanças de gosto, etc. b) para os neoclássicos a causa é física: O clima
afeta a plantação> diminui a renda; c) há quem diga que a causa é psicológica: otimismo ou pessimismo;
d) outros colocam a culpa no sistema de troca; e) Marx afirma que não há solução para a crise dentro do
sistema capitalista. - Ao reduzir o capital variável, a taxa de lucro decresce, pois o capital constante é
estéreo. CAP. 21 – Rússia tem um plano (p. 270). “Dezessete anos ates do fim do século XIX, Karl Marx
morria. Dezessete anos após o início do século XX, Karl Marx tornava a viver” p. 271. “A revolução é uma
arte” p. 272. “Uma revolução real, profunda, do povo, para usar a expressão de Marx, é o processo
incrivelmente complicado e penoso da morte de uma velha e o nascimento de uma nova ordem social, o
ajustamento das vidas de dezenas de milhares de pessoas” p. 272. “Quem teme os lobos não vai a
floresta”. John Reed. Dez dias que abalaram o mundo – a economia socialista é planificada. O objetivo é
o bem-estar da maioria. - Os países capitalistas ficaram receosos de que a classe trabalhadora de seus
respectivos países seguisse o exemplo soviético. “Na União Soviética é o próprio Estado que recebe os
lucros da atividade econômica e dirige esses fundos aos canais onde, segundo o plano, serão mais úteis”
p. 283. O estado monopoliza o comércio com o exterior. - Na economia planificada, a falha num setor
econômica afeta todos. - Diziam que a economia soviética iria estagnar devido a falta da ganância em
querer ir além, o incentivo que só o desejo pelo lucro dá. No socialismo existe a cordial concorrência
entre os grupos de trabalho. - A crise de 29 não afetou o mundo socialista. [1] “quando o ano de 1789
chegou, cerca de um terço das terras da França estava em suas mãos” p. 148. HUBERMAN, Leo. História
da Hiqueza do Homem. ed. 21º. Rio de Janeiro: LTC, 1986.

Documentos relacionados