Boletim nº. 25 - Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis
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Boletim nº. 25 - Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis
1 EDITORIAL SANTA CASA DA MISERICÓRDIA OLIVEIRA DE AZEMÉIS Sede Rua da Abelheira-571 3720-909 Oliveira de Azeméis Telef. 256 600 840 Fax: 256 600 849 e-mail: [email protected] [email protected] Site: www.scmoaz.com Contribuinte nº 500 746 141 Valência Residencial Telef. 256 600 843 Ser Família Telef. 256 600 842 Soltar Amarras Telef. 256 600 846 Infantário Telef. 256 674 034 Centro de Formação Telef. 256 601 258 Boletim N.º 25 Julho 2014 Propriedade e Administração: Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis Director Victor M. M. Machado Execução Gráfica: Escola Tipográfica das Missões Cucujães Depósito Legal 320160/10 Distribuição gratuita Tiragem: 600 exemplares Idosos e Crianças Victor Machado Rezam os Estatutos desta nossa Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis, no seu art. 4º, que “os fins que, de modo principal, prosseguirá serão, efectivamente, o apoio à família e a protecção à infância e à velhice”. E rezam-no certamente porque os seus autores estavam cientes de uma verdade muitas vezes repetida, mas poucas interiorizada: a de que o nível civilizacional de um povo se mede, em grande parte, pela forma como trata os seus idosos e as suas crianças. Bem se compreende que uns e outras sejam a razão de ser desta e de muitas outras instituições do género que existem pelo mundo além, sobretudo se pensarmos que se trata dos grupos sociais mais débeis da sociedade, para mais praticamente incapazes de reivindicarem os seus direitos e, por isso, facilmente deixados para trás, sobretudo em tempos em que os números do PIB e do Défice falam mais alto que as próprias pessoas, os seus direitos e necessidades. Ainda assim, bem pior estão os idosos que as crianças, já que estas, além de terem “direito” a um Dia Mundial – o dia 1 de Junho de cada ano – e a uma Declaração (Universal) dos respetivos direitos, constituem, normalmente, o centro das atenções da família: todos nos deleitamos vendo, durante horas, se necessário, um filho, um neto ou um sobrinho a tentar dar os primeiros passos e/ou a articular as primeiras palavras e achamos graça a tudo o que faz ou diz, mas, se calhar, não temos paciência para as lamúrias ou para as repetitivas conversas do nosso avô ou do nosso velho pai ou do nosso tio idoso!... É muito reconfortante vermos o carinho e o desvelo com que os pais das crianças do nosso Infantário as entregam e as vêm aqui buscar todos os dias, mas, por outro lado, faz doer a alma a indiferença demonstrada por muitos familiares em relação aos seus mais velhos internados no Lar, paredes meias com aquele Infantário. O VI Princípio da aludida Declaração dos Direitos das Crianças decreta o direito delas ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade. Sendo isso inquestionável, parece-nos imperioso apregoar, e com a mesma força, que os idosos, por sua vez, têm todo o direito ao amor e à compreensão dos filhos (netos, bisnetos, etc…) e da sociedade, porque, se é verdade que a criança, porque é esperança e futuro, tem muito para dar a essa sociedade, não é menos verdade que esse futuro só existe porque assenta sobre os ombros cansados do idoso, que já deu a essa mesma sociedade tudo o que tinha para dar. O Diretor 2 índice: EDITORIAL ------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 A PALAVRA DO NOSSO PÁROCO ---------------------------------------------------------------------------- 3 CANTINHO DOS NOSSOS POETAS-------------------------------------------------------------------------- 3 VIOLÊNCIA CONTRA IDOSOS – UMA ABORDAGEM MULTISETORIAL ----------------------------------- 4 A IMPORTÂNCIA DA FÉ NA 3ª IDADE ---------------------------------------------------------------------- 6 COLABORAÇÃO DOS IRMÃOS – DO ASILO DA MINHA INFÂNCIA À MODERNA ERPI ----------------- 8 A PALAVRA AOS UTENTES – A MINHA ESCOLA ----------------------------------------------------------- 10 CENTRO COMUNITÁRIO “SER FAMÍLIA” – PERCURSOS DE VIDA: O ESTÍMULO DO TRABALHO ----- 12 EID “SOLTAR AMARRAS” – (IN) FORMAR OS JOVENS ----------------------------------------------------- 13 SISTEMA DE QUALIDADE – AS AUDITORIAS -------------------------------------------------------------- 15 GERIR PARA A IGUALDADE ---------------------------------------------------------------------------------- 16 ATIVIDADES DOS NOSSOS SENIORES --------------------------------------------------------------------- 18PELO NOSSO INFANTÁRIO: - Balanço de mais um ano -------------------------------------------------------------------------- 21 - Encerramento do Ano Letivo----------------------------------------------------------------------- 23 - Passeio de Finalistas do Pré-escolar-------------------------------------------------------------- 25 - Associação de Pais e Encarregados de Educação------------------------------------------------ 26 NOTÍCIAS DA INSTITUIÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 27 MOVIMENTO DAS VALÊNCIAS DE IDOSOS ---------------------------------------------------------------- 28 CAPA - Recuperando o nosso património: Espigueiro, Eira e Jardim (em construção) na entrada da nossa Instituição (Ver pg. 27) 3 MENSAGEM DO NOSSO PÁROCO Santa Casa da Misericórdia Eis uma Instituição que nos convida a olhar para a História. Já lá vão mais de cinco séculos. Uma força que surgiu para assumir a prática das Obras de Misericórdia em favor dos mais desprotegidos. Obras de Misericórdia que a Igreja anunciava e estimulava a cumprirem. Por isso olhamos para a nossa Santa Casa da Misericórdia com simpatia e carinho. Entramos ali e quem encontramos? – Irmãos carentes de apoio que a Instituição promete dar. Dia e noite. A maior parte até à despedida deste mundo. Quantos corações estão diariamente à espera não só das voltas de que precisam, mas também da atenção, do carinho, da resposta aos seus problemas. Por isso, todos nos devemos empenhar – os de dentro e os de fora - por apoiar, estimular, ajudar de todas as formas ao nosso alcance. P. Albino Fernandes A Santa Casa da Misericórdia é uma Instituição que deve ser conhecida de todos e apoiada com todos os gestos que estejam ao nosso alcance. Felicitamos a sua Direção e todos aqueles que a apoiam das mais variadas maneiras. P. Albino Fernandes CANTINHO DOS NOSSOS POETAS O Nosso Destino Ó Estrelinha do Norte, Se no Mundo toda a gente Vem até mim, vem-me guiar Te pedisse como o crente, Para o caminho da sorte Tinha ajuda para guia, Qua a sorte está-me a faltar. Haveria mais amor, Ajuda os meus benfeitores Não havia tanta dor, Dá-lhes a guia, como a mim, O humano melhor vivia. Para pagar os favores Que só posso pagar assim. Avelino da Silva Coelho (Utente da ERPI. 92 anos) 4 Violência Contra Idosos – Uma abordagem Multisetorial A dissertação de mestrado cujo conteúdo se pretende resumir resultou do crescente interesse que me desperta o processo de envelhecimento na sua vertente geral e no domínio da violência/maus-tratos em particular. Com esta investigação pretendi analisar a problemática que representa a violência na terceira idade no atual contexto social e económico, procurando identificar as visões que apresentam quatro entidades específicas, a saber: os serviços de saúde, a Segurança Social, o Ministério Público e as autarquias, cada uma delas representada pelos entrevistados a ela ligados. Como objetivo geral foi assumido o de identificar, caraterizando, as diversas intervenções desenvolvidas pelos técnicos das diversas áreas no âmbito da violência na terceira idade, procurando, deste modo, contribuir para um melhor conhecimento sobre as várias tipologias de intervenção que estão subjacentes a esta problemática social. Ao nível dos objetivos específicos procurou-se identificar o contexto da denúncia de violências na terceira idade, averiguar fatores sociais e económicos relacionados com a prática dos maus-tratos em idosos, aferir constrangimentos e potencialidades habitualmente associados ao acompanhamento de processos de violência na terceira idade, justificar a importância do trabalho em parceria nesta área e caraterizar as posições assumidas pelos profissionais em torno da violência na terceira idade. Num primeiro momento, importa delimitar dois conceitos importantes que foram sendo abordados ao longo do trabalho. Trata-se de distinguir os conceitos de agressão e maus-tratos. Enquanto a agressão se reporta ao ato que é consumado com uma única ação, já o conceito de mau trato pressupõe a prática de atos de violência continuados. A este nível, verificou-se uma importante mudança na legislação portuguesa, concretamente em 1982, uma vez que, até essa data, existia unicamente o crime de ofensas corporais. Com o Código Penal de 1982, passou a ser considerado tam- *Bruno Pereira bém o crime de maus-tratos conjugais, existindo uma série de outros crimes igualmente relevantes no enquadramento da violência doméstica, nomeadamente os crimes de ameaça, coação, violação, coação sexual, abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, homicídio e ofensa à integridade. Atualmente, os idosos não só usufruem de uma maior esperança média de vida, quando comparados com os idosos de antigamente, como apresentam uma melhor saúde, uma melhor situação social e económica, assim como melhores estruturas residenciais, nomeadamente Lares de Terceira Idade, bem como outras respostas sociais que lhes são destinadas, nomeadamente o Serviço de Apoio Domiciliário, os Centros de Dia e, mais recentemente, os Centros de Noite. Os avanços da Medicina, em estreita ligação com os fatores referidos, predispõem a uma maior longevidade. Contudo, associadas ao avançar da idade, estão as incapacidades, físicas e psicológicas, o isolamento social, entre outras problemáticas, das quais se destaca a da violência. Esse problema da violência contra idosos vem assumindo ao longo dos últimos anos particular relevância na sociedade portuguesa. De facto, não há dúvidas que vêm aumentando os casos de idosos vítimas de violência, seja ela física ou psicológica, de índole financeira ou de outra tipologia. Das entrevistas efetuadas, e após análise das mesmas à luz da literatura científica, foi constatada a importância que os fatores preventivos assumem. Constata-se igualmente que, no âmbito das condições sociais e económicas, as ocorrências sinalizadas assumem um caráter transversal às diversas classes sociais, ainda que seja consensual que são mais denunciadas as situações nos estratos sociais mais baixos, não deixando de ser igualmente assinalado que as situações 5 mais complexas podem ser observadas em classes com maior capacidade económica. Das várias circunstâncias inerentes à investigação, percebemos que a problemática da violência contra idosos é muitas vezes identificada por elementos vizinhos das vítimas. Contudo, o facto de esses mesmos vizinhos terem relações formais e informais com os agressores e/ou familiares acaba por constituir um constrangimento para a deteção e investigação das situações. Neste contexto, constatamos que é bastante improvável ser o próprio idoso, vítima do problema, a realizar a denúncia. No domínio dos fatores preventivos, e mais especificamente quando se trata de situações onde existem quadros clínicos com diagnóstico de demências, nomeadamente Alzheimer ou Parkinson, a prevenção assume uma importância redobrada. De facto, a complexidade que estas patologias representam para o doente, bem como para o cuidador, podem, por vezes, repercutir-se em situações de negligência grave, uma forma de violência, apesar de tudo. Nesta vertente, em concreto, emergem propostas para a criação de respostas concretas, nomeadamente serviços dirigidos expressamente aos doentes e cuidadores, em que, a título de exemplo, pudesse ser feito um encaminhamento imediato por parte do clínico que diagnostique essa patologia. Em relação aos critérios subjacentes à violência perpetrada contra idosos, critérios esses que constituem o objeto de diagnóstico de maus-tratos, há que considerar alguns fatores indiretos para a sinalização de situações de maus-tratos, como sejam as sucessivas entradas em urgências hospitalares, edemas ou marcas de natureza duvidosa, desnutrição, abstinência medicamentosa, entre outros. Ou seja, situações muitas vezes não assumidas pelos idosos, mas que se consideram de facto situações de maus-tratos. Estes fatores indiretos podem assumir um caráter decisivo, uma vez que podem prevenir a repetição das situações. Relativamente aos constrangimentos sentidos no âmbito desta problemática, referência para o facto de, apesar de estarmos perante um crime de natureza pública, que as entidades públicas, assim como qualquer elemento da sociedade que dele tenha conhecimento, devem denunciar, tal nem sempre acontece. Uma questão central neste estudo foi igualmente aferir que estratégias de superação são utilizadas, de maneira que os constrangimentos que vão sendo sentidos possam ser ultrapassados. Nesse sentido, referência para a existência de uma rede social que dá resposta às situações-problema sinalizadas, pese embora muitas ocorrências estarem camufladas. Contudo, perfila-se como imprescindível, a curto/ médio prazo, a proposta para a criação de uma entidade mediadora, à semelhança do que acontece para as crianças e jovens, que responsabilize mais a comunidade, mas sem o peso burocrático do Tribunal, e que exerça, de alguma forma, uma pressão para que as pessoas encarem este problema de uma outra maneira e, de uma ou outra forma, interiorizem aquilo que é imposto. Isto porque, e à semelhança do que acontece com as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, a família, na maior parte das vezes, aceita as propostas que lhe são feitas e cumpre o acordado com a Comissão. Como nota final fica a ideia de que, por cada situação sinalizada de maus-tratos ou negligência para com uma pessoa idosa, dez passam inadvertidas, o que nos dá bem conta da magnitude do problema. * Técnico do C. C. “Ser Família” __________________________ Nota – O presente escrito é um resumo, feito pelo próprio autor, da dissertação de mestrado em Serviço Social apresentada no dia 3 de junho na Universidade Fernando Pessoa – Porto. 6 A importância da Fé na 3.ª Idade * Ana Correia * * Jorge Mendes “A fé é uma palavra que signi- portância na terceira idade, numa tinha suficiente experiência de fica “confiança”, “crença”, “credibi- fase da vida em que se vivencia vida para o ser.” (Lima, 2006, p.16) lidade”. A fé é um sentimento de um conjunto de perdas cognitivas, Pelas suas vivências e por toda total crença em algo ou alguém, físicas, relacionais e emocionais. uma cultura que envolve o indi- ainda que não haja nenhum tipo “Maslow referiu que as pessoas víduo, a religião, principalmente de evidência que comprove a ve- mais auto-atualizadas eram os nesta fase da vida, assume um pa- racidade da proposição em causa.” idosos e que um jovem adulto não pel de “reforço positivo”, lembran- Fonte: http://www.significados. com.br/fe/ O envelhecimento não se limita apenas ao aspeto físico, sendo influenciado pela sociedade em que vivemos, em que os fatores psicológicos e culturais modelam o ser humano como um todo. Daí que, com o aumento da esperança média de vida da população, ou seja, do número de idosos, fatores como a religião e a espiritualidade surjam, cada vez mais, como recurso para enfrentar as adversidades do dia-a-dia (doenças, perdas, etc.). São comuns frases como: “Se Deus quiser, vou melhorar”, “Estou a sentir-me melhor, graças a Deus”, frases que mostram a relação da religião e da espiritualidade com o otimismo, a esperança de melhoria, a confiança num ser superior. Assim, a fé assume grande im- 7 do a abordagem comportamental visita à Sr.ª da Saúde, o terço reci- -estima, o que é fator de grande de Skinner. Tal como refere este tado diariamente, as missas sema- importância na obtenção e ma- autor, este reforço tem um efeito nais, as via-sacras e outras práticas nutenção da qualidade de vida. no indivíduo evolutivo, permitin- de culto, a visita mensal do Pároco, Através da religiosidade é possível do-nos entender, assim, que a fé a festa da terceira idade realizada arranjar motivação para viver e também é evolutiva e pode tornar- anualmente, etc. enfrentar as dificuldades, superar -se mais forte ainda com o avançar da idade. Como o ser humano é um ser social, vivendo em comunidade, essa vivência em grupo tende a intensificar-se na terceira idade, pois nesta fase estimula-se cada vez Concluindo, a prática de ações com maior facilidade os desafios que proporcionem bem-estar ao e manter-se emocionalmente sau- idoso tenderá a elevar a sua auto- dável. Como curiosidade, transcrevemos a oração que a D. Maria Conceição Anjos, utente da Residencial, recitou para outros utentes numa das atividades de socialização (22/07/2013): mais a inserção em grupos para “Levantei-me de madrugada, encontrei Nossa Senhora. superação de perdas advindas da Durante o caminho deu-me a mão. fase em questão, como a perda do Pedi-lhe uma filha, disse-me que não e deu-me um cordão. cônjuge, o afastamento dos filhos, Sete voltas ao pescoço e um nó no coração. a ausência de outros membros da Ó Padre de S. João, aceitai este cordão que esta Nossa Senhora me deu. família. A espiritualidade e a reli- Quinta-feira sem doenças, sexta-feira da Paixão, giosidade vão fazer com que es- Correu com isto uma cidade, com a Sua santa humanidade, tes laços sejam mais fortalecidos, Pregando o madeiro da cruz até os caminhos davam luz auxiliam o idoso a se aprimorar Morreu Jesus à sombra da bela cruz. através de atitudes solidárias que Se quereis ver, subi àquele outeiro que beija a rua regada. promovam valores éticos e morais, Lá vai presa a coluna, lá não passarás, lugar de sete sinais, esse Homem que bem como melhoram as relações levais. interpessoais. S. João estava no lago, Jesus estava na cruz, Na nossa Instituição existe uma preocupação constante em fomentar a prática religiosa, respeitando as opções religiosas de cada utente. Neste sentido, é desenvolvido ao longo do ano um conjunto de atividades espirituais/religiosas, abrangendo as diferentes áreas de intervenção e tendo como principais objetivos proporcionar ao utente momentos de silêncio e reflexão e permitir que mantenha a sua crença ativa. Carregado do madeiro, que nem sete levavam. Cada passada que dava, ajoelhava-se no chão, ó tamanho encontrão. Ajuda-me, Simão, que a cruz que levarei ao alto do calvário lá não passarei. Cheiinha de rosas, tão perfeita como a rosa. Quando Jesus nasceu o mundo apareceu, veio o anjo Gabriel, perguntou pela pastora. Pastorinha de algum dia foi por esse mundo além rezar quanto podia. Chegou às ondas do mar, encontrou três meninas a par, Com paninhos de valor para limpar nosso Senhor.” Bibliografia: - Lima, M. (2006). Posso Participar? Atividades de Desenvol vimento Pessoal para Idosos. Ambar: Lisboa - http://www.significados.com.br/fe/ Destacamos algumas ativida- * Animadora Sociocultural des dinamizadas neste âmbito: a * *Diretor Técnico Residencial/Serviço de Apoio Domiciliário visita ao Santuário de Fátima, a 8 COLABORAÇÃO DOS IRMÃOS Do asilo da minha infância à moderna ERPI * Margarida G. Câmara Chegava a altura das férias e de (Visconde de Botelho) durante nós parecenças com pessoas suas lá íamos em grupo, livres e feli- toda a sua vida. Era uma mulher conhecidas de outros tempos, zes, visitar as velhinhas do Asilo. alta e de nariz proeminente, com interessando-se por saber quem Guiava-nos o espírito de caridade ar sisudo e cara sulcada por incon- eram os nossos pais ou avós. que nos incutiam na igreja e em táveis e profundas rugas que atra- Tímida, eu ficava atrás das mi- casa, disfarçando com ele a nossa íam e confundiam o meu olhar. De nhas colegas, talvez assombra- curiosidade em ver como viviam seguida, lá estava a tia Francisca, da com os estragos do passar do aquelas mulheres tão idosas à que não podia sair à rua sem ser tempo. E logo sentia um desejo nossa vista. perseguida por um bando de rapa- enorme de sair dali, nem sei por Nos quartos de várias camas in- zes que a alcunhavam de “Marre- que motivo. Talvez por pudor em dividuais colocadas ao lado umas ca”, o que a enfurecia sobremanei- ostentar a frescura dos verdes das outras, tipo enfermaria, rei- ra. Acirrando a sua ira furibunda, anos perante a erosão da idade nava uma penumbra entristecida, escondiam-se eles no canto da rua, daquelas outras mulheres que eu resquício de um sol radioso coa- bastando que gritassem “quá, quá” não conseguia imaginar que tam- do pelas frinchas de janelas quase para que ela fizesse grande escar- bém pudessem ter sido jovens. Ou fechadas em pleno dia. Algumas céu, rogando-lhes pragas sem fim. talvez porque o meu coração não velhinhas jaziam nas suas camas Mais além, víamos a tia Joaquina, suportava a nostalgia que se des- por doença ou debilidade, outras torcida sobre a sua pesada benga- prendia da penumbra mórbida dos sentavam-se em cadeiras, de ter- la, da qual levantava o olhar para aposentos, aliada à sensação de ço pendurado nas mãos, e outras se nos dirigir com cortesia: “O que moviam-se a pé, devagar, como se paragem do tempo, em contraste quereis, minhas meninas?!”. A tia com a sua voracidade espelhada Glória vinha ao nosso encontro e na pele, nos ossos, em todo o cor- falava da sua juventude, perden- po e até na mente daquelas velhi- do-se nos escombros da memória nhas. Nada mudava ali, mas tudo gasta até se alhear da nossa pre- havia mudado. Nada se mexia, mas sença. Algumas outras velhinhas tudo estava fora do lugar. Tudo pa- fixavam-nos, umas com simpatia, rado, quieto, calado, mas gritando outras com curiosidade, como se palavras soltas que ensurdeciam fôssemos – e éramos – umas in- os meus ouvidos. Porque aquelas trusas que ali se deslocavam para velhinhas, com o seu olhar resig- lhes perturbar o sossego. E havia nado que fixava o meu, abafavam sempre uma ou outra que via em o pulsar do meu coração. Por isso carregassem o peso do mundo. Perante a lufada de ar fresco da nossa invasão inopinada e indiscreta, levantavam os olhos da sua solidão acabrunhada, fixando-os em nós com um misto de indiferença e de alguma curiosidade. Subidas as escadas, mesmo à nossa frente encontrávamos a “Visconda”, assim alcunhada por ter sido criada na casa do Viscon- 9 eu queria sair dali. Como se a ju- passaram, não poucas vezes, a ser rialismo e numa família em acele- ventude e a velhice fossem dois o modo que as famílias e a socie- rada desagregação, quem vai es- pólos distantes e inconciliáveis. dade encontraram para se verem cutar o apelo do saudoso Papa?... O progressivo envelhecimento livres dos seus membros mais ve- Quem está disposto a dar um lu- da população e uma maior cons- lhos, de resto improdutivos. E não gar ao sol ao idoso, um lugar onde ciencialização dos direitos das são nem a modernidade das linhas ele desempenhe uma tarefa útil, pessoas levam-nos agora a falar arquitetónicas nem o conforto dos adaptada às suas limitações, ainda mais nos idosos e nos seus direi- sofás que conseguem obstar à evi- que não rentável do ponto de vista tos. Parece-me, porém, mais ala- dente solidão que invade muitos económico-financeiro?... rido do que reconhecimento ver- dos seus residentes. Nestes conti- Por isso é que não me parece dadeiro e efetivo desses direitos. nuo a ver o olhar triste e resigna- que o nosso destino, enquanto Os Asilos foram substituídos por do das velhinhas do nosso Asilo de eventuais próximos utentes das Lares de Idosos, modernamente antigamente. modernas estruturas de acolhi- designados Estruturas Residen- Lembro-me, então, das palavras mento, seja mais risonho que o ciais para Pessoas Idosas (ERPI), de João Paulo II: “É preciso que a dos velhinhos dos antigos asilos. alguns bem confortáveis, colori- acção pastoral da Igreja estimule Apenas com um pouco mais de dos e alegres. Mas, se os Asilos de todos a descobrir e a valorizar as conforto material… Oxalá esteja antanho eram o refúgio dos idosos tarefas dos anciãos na comunidade enganada!... que não tinham família nem have- civil e eclesial, e, em particular, na res, as modernas e acolhedoras(?) família.” Porém, numa sociedade Estruturas Residenciais de hoje onde alastra o egoísmo e o mate- *Irmã n.º 465 da SCMOA 10 A palavra aos utentes A minha Escola * Mª Conceição Silva Vou atrasar o Relógio do Tempo uns bons 84 anos porque.... As memórias que não perdi Ficarão eternamente a sorrir Dentro de mim…. Quando penso nos tempos da escola primária há uma data que me vem logo à cabeça, algures em Outubro de 1930 – o meu primeiro dia de escola. Cheguei à escola primária de Madail um pouco antes das 9h, lembro-me como se fosse hoje, acompanhada pela minha mãe. A minha professora chamava-se D. Albina de Lima. A classe era de rapazes e raparigas e o horário era das 9h00 às 15h00 e o único recreio era à hora do almoço, uma hora, das 12h às 13h. Os móveis da sala eram poucos, apenas as carteiras, a mesa e a cadeira da professora, um armário e o quadro de giz. As carteiras eram de madeira com os bancos pegados. Tinham o tampo inclinado com uma ranhura para os lápis e um buraco para os tinteiros. Nós usávamos sacos de serapilheira para transportar os livros, a lousa e também o farnel para o almoço. A minha saca tinha desenhado um quadro com as letras ABC e um gato a ensinar o abecedário a um cão. Foi-me oferecida pela D. Elisa de Castro (1ª professora em Madail). A primeira coisa que fazíamos quando entrávamos na sala de aula, depois da professora vir à janela, era ir cumprimentar individualmente a professora. Íamos junto dela e dizíamos “ Bom dia, Srª professora, como está? Passou bem?”, e isto sem qualquer contato físico. Ao sábado era diferente, sim, ao sábado, pois só não tínhamos escola ao Domingo. No sábado, cantávamos todos, de mãos dadas, o Hino Nacional. Todas as salas de aula tinham obrigatoriamente na parede uma fotografia de Salazar, outra do Presidente Carmona, um crucifixo e ainda os mapas de Portugal e do Mundo. A sala era ampla e cada professor dava aula às quatro classes. Nós íamos para a escola a pé, fosse longe ou perto, chovesse ou fizesse sol. Quando chovia, chegávamos molhados pois, para nos abrigarmos, levávamos pela cabeça um saco de sarapilheira que deixava passar a chuva. Nada de guarda chuvas, que não havia. Não tínhamos nem braseira nem lareira, por isso ficávamos molhados o dia todo. A maioria de nós andava descalça, pois os pais não tinham dinheiro para comprar sapatos e eu não fugia à regra, apesar de, no Inverno, a minha mãe me arranjar uns tamancos. Na escola incutia-se ordem, respeito e disciplina e os professores não estavam com meias medidas quando se tratava de aplicar castigos, que iam das palmatoadas nas mãos, às bofetadas e às canadas na cabeça. Mas eram os próprios pais que lhes davam liberdade para castigar os filhos quando merecessem. Eu, por acaso, não me recordo de apanhar, pois aprendia bem e era muito aplicada, mas tinha colegas 11 que quase todos os dias apanhavam e por isso nem queriam ir à escola. Quando se queria ir à casa de banho - à retrete, como se dizia - pedia-se à professora para “ir lá fora”. A retrete era um casinhoto de madeira, com um assento e um buraco redondo, onde nos sentávamos para fazermos as nossas necessidades, sentindo as moscas e varejas a esvoaçar lá por baixo. E no final do serviço tínhamos o luxo de nos limparmos a papel de jornal cortado aos bocados, coisa que só havia em muito poucas casas. Ao fim de algum tempo, normalmente na altura das sementeiras, a retrete era esvaziada e o que dela saía era utilizado como estrume nas terras da aldeia. E depois voltava a encher-se o fundo do buraco com fetos, caruma ou mato pequeno… Já nesse tempo ela era dividida, de um lado os rapazes e do outro as raparigas. A professora tinha uma só para ela. Tínhamos livros de Aritmética, História, Leitura e Gramática, Geografia, Ciências Naturais e Moral. A maior parte das matérias deviam ser decoradas e recitadas na ponta da língua. Era no livro de leitura que se aprendia a ler e a escrever, começando pelas letras A, E, I, O e U. Para aperfeiçoar a caligrafia, passávamos muito tempo a escrever em cadernos de duas linhas, primeiro linhas largas e depois mais estreitas e, por fim, ainda mais estreitas. Estudávamos a gramática, líamos, Primeira escola de Madail fazíamos ditados, cópias e redações. Fazíamos muitos exercícios. Na Geografia aprendia-se sobre Portugal Continental, sobre as ilhas (Madeira e Açores) e sobre as colónias de África, Índia e Timor. Tínhamos que saber na ponta da língua os rios, as serras, as linhas dos caminhos-de-ferro, entre outras coisas. Na disciplina de Aritmética aprendíamos logo a tabuada cantada (todos os alunos ao mesmo tempo cantavam a tabuada: “ 2 x 1 = 2; 2 x 2 = 4; 2x3= 6…..”). Aprendíamos a fazer contas, a resolver problemas e a calcular áreas. Em História, aprendíamos a história dos reis e rainhas de Portugal, que recitávamos como se fosse uma reza. Também fazíamos desenhos. No final dos quatro anos fazíamos o exame da quarta. Lembro-me que, na minha altura, só eu é que o fiz, porque a maioria não chegava lá, ou demorava bem mais que os quatro anos. E quando se fazia a quarta classe quase todas crianças abandonavam a escola, pois os pais não tinham dinheiro para elas “irem estudar” e precisavam da ajuda dos filhos para trabalharem no campo ou em casa ou, então, para irem aprender uma profissão. Eu, por exemplo, logo que fiz a quarta classe, fui aprender a costurar. Mas, mesmo quando andávamos na escola, depois da aula, todos íamos ajudar os pais na lavoura ou aprender com algum vizinho ou vizinha coisas úteis para o futuro. Eu ia praticamente todos os dias para casa de uma senhora aprender a bordar e a fazer malha e renda. Era assim a escola do meu tempo de menina. Sei que tem pouco a ver com a escola dos meus netos e menos ainda com a dos meus bisnetos, mas foi a minha …e gostei muito dela! *Utente do Centro de Dia Nota: Testemunho recolhido pela Diretora Técnica da ERPI e do Centro de Dia, Carla Carvalho 12 Centro Comunitário “Ser Família” Percursos de Vida: o estímulo do trabalho No primeiro semestre do ano de 2014, a Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis candidatou-se à medida Contrato Emprego-Inserção+ (CEI+) promovida pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. Esta medida baseia-se na realização, por desempregados beneficiários do rendimento social de inserção, de trabalho socialmente necessário que satisfaça necessidades sociais ou coletivas temporárias, durante um período máximo de 12 meses. Apresenta como objetivos promover a empregabilidade de pessoas em situação de desemprego, preservando e melhorando as suas competências sociais e profissionais, através da manutenção do contato com o mercado de traba- lho, bem como estimular o contato dos desempregados com outros trabalhadores e atividades, evitando o risco do seu isolamento e desmotivação. Tem como destinatários desempregados inscritos nos serviços de emprego e beneficiários do rendimento social de inserção, podendo, ainda, ser integrados na medida os desempregados inscritos há pelo menos 12 meses não beneficiários de prestações de desemprego ou do rendimento social de inserção, os desempregados inscritos que integrem família monoparental ou cujos cônjuges ou pessoas com quem vivam em união de facto se encontrem igualmente desempregadas e as vítimas de violência doméstica. As entidades promotoras podem ser coletivas, públicas ou privadas sem fins lucrativos, designadamente: serviços públicos que desenvolvam atividades relevantes para a satisfação de necessidades sociais ou coletivas, autarquias locais e entidades de solidariedade social. Podem igualmente candidatar-se as entidades privadas do setor empresarial local que sejam totalmente participadas pelos municípios, *Bruno Pereira *Sandra Oliveira pelas associações de municípios, independentemente da respetiva tipologia, e pelas áreas metropolitanas. Relativamente aos benefícios desta medida referem-se a bolsa de ocupação mensal, no valor do IAS (em 2014: € 419,22), despesas de transporte (caso o transporte não seja assegurado pela entidade promotora), refeição ou subsídio de alimentação por cada dia de atividade e seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício da atividade. Os beneficiários desta medida têm ainda direito a usufruir do tempo necessário para efetuar diligências para a procura ativa de emprego, até ao limite de horas correspondentes a 4 dias por mês. Neste âmbito, o Centro Comunitário “Ser Família”, sinalizou 7 beneficiários/as, dos quais 5 foram integrados em vários setores da atividade da nossa Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis. Após entrevistas efetuadas com os/as beneficiários/as integrados/as, foi possível constatar o empenho e a motivação sentidos diariamente, bem como o aumento da sua autoestima. Dos testemunhos recolhidos ressaltam alguns onde a satisfação é patente: “Com este dinheiro já posso arrendar uma casa e tornar-me mais autónomo. Estou à procura de casa.” (Manuel Silva), “Sinto-me útil nas tarefas desta Casa” (Luciana Monte), “Já tinha saudades de trabalhar”. “Agora já não estou tão sozinho”. “Já nem me lembrava o que era um horário de trabalho”. (Armindo Gomes). Verificamos que esta medida incute um grande sentido de responsabilidade nos beneficiários, nunca se verificando qualquer falta ao trabalho. Por outro lado, a componente financeira, aliada ao estímulo que representa trabalhar, constitui um grande trunfo para o sucesso desta medida no futuro. * Técnico/a do C.C. “Ser Família” 13 “SOLTAR AMARRAS” E. I. D. * Cristina Martins *Sandra Gaspar *Susana Barbosa (In)Formar os jovens! A diversão adquiriu nas sociedades desenvolvidas do séc. XXI um novo significado! Assiste-se a uma crescente valorização hedónica do tempo livre, em que, para muitos jovens, divertir-se implica “ir para a noite”; ou seja, estar com amigos em locais recreativos da moda e desfrutar as atividades associadas à música e à dança. Sabe-se, no entanto, que é nas saídas noturnas que os jovens se expõem em maior medida a diferentes riscos e adotam condutas perigosas, nomeadamente na área do consumo de álcool e drogas, sexualidade, condução rodoviária e violência. A vulgarização do consumo de álcool e drogas em contextos recreativos implica o desvio da problematização do consumo da tradicional questão da quantidade e frequência para o atual padrão de consumo recreativo típico. Embora estes “novos consumos” possam ser pontuais, por se focarem nos fins de semana, não deixam de ser problemáticos pelo tipo de substâncias consumidas, pela predominância do policonsumo (consumo abusivo do álcool e de drogas ilegais), pelos comportamentos de risco associados (derivados das alterações psíquicas induzidas pelo álcool e pelas substâncias psicoativas consumidas) e pelos efeitos nocivos a longo prazo do consumo contínuo (psiquiátricos, psicológicos, físicos e financeiros). Para trabalhar estas questões a Equipa de Intervenção Direta “Soltar Amarras” desenvolveu no 1º semestre deste ano diferentes atividades, sendo de destacar duas: Intervenção em Contextos Recreativos A prevenção do consumo simultâneo de álcool e drogas em locais de diversão e contextos recreativos mais se justificou após a ascensão da cultura ”house”, quando as drogas começaram a ser utilizadas em maior escala em espaços de diversão noturna. A importância da intervenção preventiva em contextos recreativos noturnos deve contrapor-se à falta de informação ou às “falsas” informações sobre as consequências do uso. Tendo como base estes pressupostos, a Equipa, em parceria com a Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis e sua Associação Académica, a Câmara Municipal, a GNR e o CRI Porto Central – ARS Norte, realizou no dia 25 de Abril uma intervenção nas festas académicas de Oliveira de Azeméis. Esta intervenção teve como objetivo sensibilizar a população mais jovem para a adoção de comportamentos mais cautelosos, no que diz respeito ao uso de substâncias psicoativas e, assim, levá-la a desfrutar de uma noite divertida, sem riscos para a sua saúde. Ou seja, pretende-se que a saída à noite seja divertida, estando os jovens atentos e preparados para os riscos existentes. Programa “Eu e os Outros” Na sequência da formação “Eu e os Outros”, a que nos referimos no Boletim nº23 (Julho 2013), a Equipa começou a aplicar este programa a duas turmas do CENFIM-Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, cujos alunos têm idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos. Trata-se de promover a reflexão em grupo sobre temas do desenvolvimento ligados à adolescência e à juventude, criando uma dinâmica de grupo geradora de crescimento pessoal e social. 14 Informar, esclarecer, entender e dimensionar diferentes problemas com que estes jovens se deparam conduz a uma reflexão sobre como trabalhar e orientar os nossos jovens em diferentes problemas e solicitações do seu quotidiano. Torna-se urgente desenvolver nos jovens a noção de que possuem competências internas para a resolução dos problemas e sensibilizá-los para a importância da sua saúde integral e para o seu potencial de crescimento e desenvolvimento físico. Orientar jovens significa pensar... questionar... ter consciência crítica... refletir. Numa das sessões de trabalho lançámos um desafio à turma CEF A1C que consistiu em escreverem uma música rap sobre os temas que foram abordados durante a sessão. O resultado, que se transcreve a seguir, foi bastante positivo e mostra como o envolvimento destes jovens neste projeto tem sido fantástico e produtivo. Por isso, a experiência é para continuar. Fobia do dia a dia Fecho os olhos, gostava de “tar” longe disto, Longe das humilhações e de todos os pedidos de ajuda a Jesus Cristo. Até já acordo durante a noite a pensar como será o dia de amanhã, Se vou ser perseguido até casa ou sofrer uma agressão dentro da escola. Interrogo-me diariamente e com o porquê de ter sido eu o escolhido, O escolhido para sofrer toda esta tortura e de correr tanto perigo. Sei que não fiz nada para que tenham raiva de mim, Mas diz o meu psicólogo que o bulling é assim Sem motivo algum a vítima é escolhida ao acaso, Talvez pela sua fragilidade e por todo o seu fracasso. O meu sofrimento é cada vez mais elevado, Já pensei em muita coisa, no suicídio ou até mesmo num atentado. Fala-se que o bulling é atualmente um tema desinteressante na sociedade Mas a minha opinião é que devia ser das principais preocupações de toda a humanidade São feitas inúmeras comparações Que vistas do lado de fora do problema parecem banais Mas quem sofre diariamente estas agressões Sabe que é motivo para provocar feridos e também mortais. No bulling não há agentes de marketing nem simplesmente um feeling, A comparação mais real e verdadeira pode ser feita a partir do bulling Em que a bola é o agressor e cada um dos pinos é o agredido, Que em cada lançamento se sente o fedor a medo e a perigo. Para cada caso há uma resolução diferente E se se é um conhecedor destas situações Há que pensar e alertar alguém capaz de pôr fim a isto. Isto, sim, é ser inteligente. Turma CEF A1C do CENFIM * Técnica da Equipa “Soltar Amarras” A pior coisa que têm os maus costumes é serem costumes. Ainda é pior que serem maus. P.e António Vieira (1608-1697) 15 Sistema de Qualidade As auditorias Com a implementação do Sistema de Gestão de Qualidade numa organização, os respetivos colaboradores, de uma forma mais direta ou menos, passam a fazer parte do sistema, na medida em que são eles que produzem os serviços prestados ao cliente, serviços cuja melhoria é o objetivo do próprio sistema. Ora, havendo intervenção humana, é imperioso verificar continuamente a adequação dos comportamentos profissionais às normas daquele sistema ou, dito de outra forma, é indispensável proceder a auditorias e, mais especificamente, a auditorias internas. A auditoria “ […] é um exame sistemático das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor, que tem o objetivo de averiguar se elas estão de acordo com as disposições planeadas e/ou estabelecidas previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas.” (sítio: www.significados.com.br) Quer dizer, com a implementação de um sistema de gestão nas organizações, o ato de avaliar, tendo em conta aquilo que foi planeado (ver artigo anterior sobre o planeamento), tornou-se uma constante e uma tarefa importante, já que tudo o que é planeado deve ser avaliado com o intuito de melhorar, detetando principalmente os pontos fracos/ críticos. Aristóteles dizia: “Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.” Acontece que, se a repetição nos pode levar à excelência, também é fácil percebermos que o trabalho repetitivo também leva a erros, erros que nem sempre detetamos, pois não conseguimos o distanciamento suficiente e estamos envolvidos de tal forma nas nossas tarefas diárias, que, por vezes, a capacidade de avaliar alguns pontos referentes ao sistema fica aquém do desejável. Assim, as visitas e as avaliações de uma equipa auditora exterior, com experiência em auditorias noutras organizações, tendo em conta o referencial normativo, é absolutamente fundamental. Como se constata no esquema 1, podemos destacar duas ações fundamentais no ato de auditar, a saber: constatação (levantamento do problema) e as evidências (registos, documentação, provas), o que pode originar não conformidades: Significa tudo isto que, quando são realizadas auditorias numa organização/instituição, elas devem Esquema 1 – Enfoque de uma Auditoria Interna. * Ana Correia Significa isto que, quando são realizadas auditorias numa oraganização/instituição, elas devem ser encaradas como atividades do sistema de qualidade e devem ser encaradas por todos os colaboradores, “[…] não como um ato de controlo levado à prática por uma equipa de “inspetores” , mas como uma relação de ajuda aos responsáveis dos sectores/processos.” (Pinto & Soares 2009, p. 49) As auditorias normalmente dividem-se em três partes: a primeira prende-se com a análise documental da organização pela equipa auditora e com a elaboração do plano da auditoria, que posteriormente é enviado para o gestor de qualidade que o dará a conhecer aos gestores de processo e à gestão de topo; a segunda parte prende-se essencialmente com as ações identificadas no esquema; e a terceira parte consubstancia-se na elaboração do relatório por parte da equipa auditora e no balanço do mesmo com a gestão de topo, coincidindo normalmente com a reunião realizada no fim da auditoria. Este foi o trabalho que realizámos na nossa Santa Casa em 6 e 7 de Março deste ano, encontrando-nos agora a implementar as ações sugeridas pela equipa auditora. Bibliografia: Pinto, A. & Soares, I. (2009). Sistemas de Gestão da Qualidade. Guia para a sua implementação. Lisboa: Sílabo. *Responsável pela Auditoria Interna/Qualidade 16 Continuamos A... Gerir para a igualdade! De um modo geral, as pessoas dedicam uma grande parte do seu dia à sua profissão, sendo que, não raro, os limites da jornada de trabalho são ultrapassados, sacrificando, assim, o já pouco tempo dedicado às atividades familiares e sociais. Dada, assim, a relevância que o trabalho tem nas nossas vidas, como principal meio de subsistência e de realização, é de fundamental importância elaborar e desenvolver medidas que favoreçam a boa qualidade de vida no trabalho, até porque isso tende a gerar melhores resultados. A nossa Santa Casa, conhecedora desta realidade, através do projeto “Gerir para a Igualdade”, tem vindo, como aliás, temos noticiado, a desenvolver um vasto conjunto de iniciativas cujo objetivo é precisamente o de aumentar o bem-estar físico e emocional dos/as seus/suas colaboradores/as. Dessas iniciativas, salientamos as seguintes: Jantar de Natal À semelhança do que tem vindo a acontecer nos últimos anos, organizámos o Jantar de Natal da Instituição, que se realizou no dia 13 de Dezembro de 2013 na Casa do Torreão, em Cucujães. Participaram quase todos/as os/ as colaboradores/as, bem como membros da Mesa Administrativa e dos demais órgãos sociais, tendo todos os presentes degustado a refeição abundante, conversado animadamente e brindado â saúde, à prosperidade e à alegria. Animação não faltou e ninguém veio para casa sem dar o seu pé de dança. Foi uma noite agradável que certamen- * Susana Barbosa te ficará na lembrança de todos, nomeadamente daqueles que pela primeira vez participaram no jantar, como foi o caso dos/as nossos/as estagiários/as. Outras Iniciativas O projeto “Gerir para a Igualdade” visa a promoção da igualdade de género numa ótica de responsabilidade social das organizações, estimulando a adoção de medidas não discriminatórias de trabalhadores/as e a criação de condições de paridade na distribuição das suas responsabilidades profissionais e familiares. Pretende-se, além disso, criar um ambiente, bem como condições de trabalho que sejam as melhores possíveis para todos/as eles/as. Este projeto tem demonstrado ser uma mais valia para os/as nossos/as colaboradores/as, visto que lhes tem proporcionado algumas experiências gratuitas e outras a baixo custo, que não seriam possíveis, caso tivessem de pagar o respetivo custo por inteiro. Destacamos as que foram recentemente implementadas: ✔ Risoterapia – Por uma saúde melhor! Quando rimos fortalecemos o coração, dilatamos os vasos sanguíneos, melhoramos a respiração, aliviamos a digestão, ativamos mais de 400 músculos do nosso corpo e fortalecemos os laços afetivos. Libertamos serotonina (antidepressivo natural) e endorfinas (hormonas que aliviam 17 a dor e provocam uma agradável sensação de bem-estar), bem como dopamina, que ajuda a elevar o estado de ânimo, além da adrenalina, que ajuda a estarmos mais despertos e recetivos, proporcionando-nos maior criatividade. Por outro lado, rir com frequência fortalece o sistema imunitário e, como baixa o nível de cortisol, combate o stress e as insónias. Nas sessões de Risoterapia dinamizadas na Instituição e por esta proporcionadas aos/às colaboradores/as, utilizam-se técnicas que ajudam a libertar tensões, nomeadamente a expressão corporal, os jogos, a dança e os exercícios de respiração, entre outras. ✔ Fisioterapia Alguns/algumas dos/as nossos/as funcionários/as apresentam problemas ou sintomas de lesões decorrentes de grandes esforços ou das atividades repetitivas no seu pos- Para colmatar outras necessidades identificadas pelos/ as colaboradores/as estão a ser estudadas mais parcerias. ✔ Lavagem de fardas A Instituição, à semelhança de outras medidas já tomadas para promover o bem estar dos seus colaboradores, deliberou que, a partir de 1 de Abril p.p, a higienização das fardas de trabalho passasse a ser da sua responsabilidade. Esta medida revelou-se de grande utilidade, pois conseguimos, assim, garantir equipas bem uniformizadas, o que revela cuidado, não só em relação à apresentação pessoal de cada funcionário, seu conforto e bem-estar, mas também quanto à imagem da própria Instituição. De resto, são inegáveis as vantagens da lavagem dos uniformes fora da casa do trabalhador: para além de representar economia de água, produtos químicos, energia elétrica e tempo, significa também uma mais valia em termos de se evitarem possíveis contágios e infeções. Em jeito de conclusão… to de trabalho.Para minorar e, tanto quanto possivel, evitar tais desconfortos, dentro e fora do trabalho, e proporcionar um melhor desempenho e uma maior produtividade, além, é claro, de bem estar fisico e psicológico, a Instituição entendeu implementar um novo serviço denominado “Fisioterapia no Trabalho”. Para isso contratou os serviços de uma fisioterapeuta que se desloca uma vez por semana às nossas instalações para atender os/as colaboradores/as previamente inscritos/as. Bill Hewlett (Fundador da HP) disse: “Homens e mulheres desejam fazer um bom trabalho. Se lhes for dado o ambiente adequado, eles o farão”. Independentemente de concordarmos, ou não, com o tom otimista da frase, devemos atentar em como a natureza se encarrega de nos mostrar a importância de criar um ambiente saudável, se quisermos que o crescimento aconteça: normalmente escolhemos um pedaço de terra que recebe muito sol e, em seguida, trabalhamos o solo para prepará-lo para o plantio; semeamos, regamos, adubamos, eliminamos as pragas e fazemos a manutenção do jardim de tempos a tempos. E qual o resultado? Crescimento de plantas, flores e frutos. Na nossa Instituição nós queremos o Crescimento! Temos de fazer por ele!... ✔ Protocolos - Cardiologia No pretérito dia 28 de fevereiro foi estabelecido um protocolo entre a SCMOA e o Centro de Cardiologia de Azeméis, sito na R. Fernando Paúl, 37, visando proporcionar aos/às funcionários/as e utentes consultas e exames da especialidade de cardiologia a preços um pouco mais reduzidos que os praticados para o público em geral. *Psicóloga / Membro do Grupo “Gerir para a Igualdade” 18 ATIVIDADES DOS NOSSOS SEniorES * Dulce Costa * Ana Correia Damos aqui nota de algumas das principais iniciativas que, ao longo do último semestre, foram levadas a cabo no intuito de manter os nossos seniores o mais ativos possível, obviamente dentro das suas possibilidades. Assim: Festa de Natal (Dezembro de 2013) Amor à Mesa/ Cupido sai à Rua (Fevereiro 2014) Mais um ano em que concretizámos a sempre tão esperada festa de Natal, um evento que alegra tanto os mais novos, como os mais velhos. Como nos outros anos, contámos com a colaboração dos funcionários da Instituição, que demostraram que, para além das funções que desempenham diariamente, têm dotes artísticos. A Mãe Natal compareceu e trouxe consigo o boneco de neve, ambos tendo contagiado os presentes com a sua boa disposição. Não faltaram as prendas, distribuídas, como sempre, pelo já velhinho Pai Natal, que não se esqueceu de passar por cá, fazendo sorrir os mais pequenos e também os mais velhos. No âmbito da comemoração do dia de S. Valentim, desenvolveram-se duas iniciativas em que a partilha de afetos foi o mais importante: O “Amor à Mesa” foi vivido ao pormenor, desde a confeção de doces com formato de coração até ao ambiente romântico criado pela música e pela decoração. A atividade envolveu os seniores em todos os preparativos, bem como muitas colaboradoras da Instituição que se juntaram a eles na comemoração deste dia, usufruindo da ementa apresentada. “O Cupido contagiou todos com a sua boa disposição.” “Várias gerações cantaram e encantaram nas vésperas de Natal…” Outra iniciativa no âmbito das comemorações do dia de S. Valentim foi a actividade interinstitucional “Cupido sai à Rua”, em que objetivo inicial era o “cupido” (um utente de cada instituição) sair à rua e distribuir algumas mensagens de amizade pela comunidade oliveirense. Contudo, o tempo não o permitiu e esta atividade acabou por decorrer no salão do Centro Social e Paroquial de S. Miguel, promovendo o convívio interinstitucional animado pelos “Rapazi- 19 nhos Tuna” (Tuna Masculina da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis). “É também a dançar que se demonstram sentimentos…” Teatro Interinstitucional (Março de 2014) Para comemorar o Dia Mundial do Teatro, os idosos participaram num evento cultural, tendo tido a possibilidade de assistir a duas peças de teatro no Auditório da Junta de Freguesia de Oliveira de Azeméis. A iniciativa contou com a presença de idosos de algumas IPSS do concelho, inserindo-se na programação das atividades interinstitucionais. Desta vez, a atividade foi organizada pela SCMOAZ em parceria com a Obra Social de S. Martinho da Gândara, tendo proporcionado uma tarde cultural e de entretenimento. Para tal, contámos com a presença e colaboração do Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Oliveira de Azeméis e com os adolescentes da União Recreativa “Os Amigos da Terra”, de Carregosa. Comemoração do Dia das Escolhas Saudáveis (Abril de 2014) No sentido de levar a comunidade a refletir sobre escolhas saudáveis que beneficiem o seu bem-estar, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis incentivou entidades do concelho a desenvolverem um conjunto de ações em prol deste objetivo. A Misericórdia não ficou indiferente a esta iniciativa, tendo procurado transmitir, não só às crianças como também aos mais velhos, os cuidados que devem ter ao longo da vida com a sua saúde física e hábitos alimentares. No período da manhã houve uma participação ativa das crianças e idosos numa aula de zumba para incentivar a atividade física e no decorrer do dia foram confecionados um almoço e um lanche “saudáveis” para também dar a oportunidade de envolver os colaboradores da Instituição e sensibilizar os mesmos para certos cuidados a ter na sua alimentação diária. “A mexer para a boa qualidade de vida manter.” “Ao Som das Tunas” (Abril de 2014) “As encenações captaram a atenção dos quase 150 idosos presentes.” Ainda em Abril (dia 11), decorreu na Instituição um espetáculo de tunas académicas que envolveu pela noite dentro utentes (idosos/as), seus familiares e amigos, colaboradores e elementos da Mesa Administrativa. O espetáculo foi dinamizado pela “Cientuna - Tuna Feminina de Ciências do Porto” - que apresentou o seu reportório, convidando em alguns momentos a um pezinho de dança. O programa inicialmente previsto contava com duas tunas, mas, por motivos inerentes 20 aos membros da Tuna Mista da Escola Superior de Educação de Coimbra “K&Batuna”, não foi possível a sua participação. Na ausência da tuna, contámos com a presença do grupo “Duas Gerações”, de Palmaz, um grupo de cantares que encerrou o evento da melhor forma, ao som de músicas tradicionais portuguesas. O Provedor agradeceu as atuações, presenteando os grupos com um emblema e uma medalha da Misericórdia. Não faltou também um apetitoso jantar partilhado, oferecido aos elementos dos dois grupos. “Os idosos elaboraram molduras para recordar fotografias que valem mais do que mil palavras.” fim, se colocar uma fotografia da família, para que, em conjunto, recordassem o passado, bem presente nas suas vidas. Marchas Populares (Junho de 2014) No mês de Junho não podia faltar a comemoração dos santos populares, especialmente do Santo António, o celebrado santo casamenteiro. Os idosos e as crianças, bem como alguns colaboradores da Instituição juntaram-se numa tarde solarenga e apresentaram duas marchas populares: as crianças com o tema “Portugal” e os idosos com o tema “Os Pescadores”, contando com música alusiva ao dia e envolvendo todos os presentes num ambiente festivo. Os idosos tiveram um papel importante na concretização do evento, uma vez que colaboraram na elaboração dos arcos, dos peixes em feltro e das respetivas roupas alusivas à temática. A “Cientuna” e o grupo “ Duas Gerações”. Dia da Família (Maio de 2014) É, naturalmente, no seio familiar que os idosos devem sentir-se apoiados, mesmo que não partilhem o mesmo espaço que os seus familiares, pelo que mais importante que o espaço físico que se partilha são os laços afetivos que se criam e se estabelecem frequentemente. Foi nesse enquadramento que no mês de Maio desenvolvemos uma iniciativa com o objetivo de fomentar a proximidade entre os idosos e os seus entes queridos, construindo e pintando molduras para, no “Podem não ter pescado… mas ao som da música e a marchar todos foram cativados.” * Animadoras Socioculturais 21 P E Lo nosso infantá rio *Célia Almeida **Paula Coutinho Balanço de mais um ano… Ao longo de mais um ano várias foram as atividades desenvolvidas com o objetivo de proporcionar às nossas crianças a melhor aprendizagem possível. Para este ano letivo (setembro de 2013 a agosto de 2014) o tema do Projeto Curricular que orientou toda a nossa atividade pedagógica foi o “Tuga – Viajar Por Portugal”. Assim, e no âmbito desta temática, iniciou-se o ano letivo com uma série de visitas de estudo (Parque Molinológico de Ul, Museu Marítimo do Bacalhau e Fábrica de Ovos Moles), aliás já mencionadas no Boletim anterior (dezembro de 2013). FESTA DE NATAL ERA UMA VEZ… Ainda em 2013, no mês de dezembro, tivemos a comemoração do Natal, com a chegada do Pai Natal e com a Festa de Natal da Instituição referida neste nº do Boletim a propósito das Atividades dos Seniores. Ainda neste mês tivemos a presença de dois contadores de histórias, que contaram às crianças histórias tradicionais e as presentearam com um pato, o “Artur”, que é a alegria de todas as crianças. Dinamizaram ainda, no final da tarde, uma atividade com pais e filhos. FOLIA DO CARNAVAL No dia 22 de fevereiro, mês da alegria e da folia, o Infantário participou no Corso de Carnaval organizado pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, com o Tema “O Fado”. VAMOS AO TEATRO! No mês de Março a nossa instituição recebeu a companhia de teatro “Reflexo” que nos apresentou a peça de teatro “A Casinha de Chocolate”, muito aplaudida por todos. 22 COLABORAÇÃO PAIS - FILHOS Em parceria com a Associação de Pais, o Infantário fez, com as crianças, a plantação de bolbos que, depois, foram vendidos aos pais, tendo o apuro revertido para a Associação de Pais. DIA MUNDIAL DA CRIANÇA SEMPRE EM FESTA! No âmbito da comemoração do Dia Mundial da Criança, em 1 de junho, os nossos meninos e meninas tiveram uma surpresa oferecida pela Associação de Pais, que foi a possibilidade de brincar e saltar nos Insufláveis. No mês de abril a sala dos cinco anos, e com o objetivo de angariar fundos para a viagem de finalistas, realizou na Instituição uma “Spring Fest” com a presença do grupo “Cem Sentidos”. A FAMÍLIA EM PRIMEIRO LUGAR Sendo o mês de maio considerado o mês da família, o nosso Infantário, à semelhança dos anos anteriores, organizou um convivío onde pais, familiares e colaboradoras promoveram um ambiente de festa e convivio , com um lanche oferecido pelo Infantário. FESTA DE FINAL DE ANO E PASSEIO DE FINALISTAS Já na fase final do ano letivo realizámos, no dia 21 de junho, a nossa festa de fim de ano. Ainda neste mês os finalistas realizaram o seu passeio ao Parque Natural do Gerês nos dias 26 e e 27. A essas atividades nos referimos com mais pormenores a seguir. QUEM NÃO GOSTA DE PRAIA?!… Do dia 30 de junho ao dia 4 de julho fizemos a nossa semana de praia na Torreira, onde se desenvolveram atividades livres, dando asas à imaginação de cada um, sem nunca esquecer as regras de segurança para garantir o bem estar e o sossego de todos. ENCERRAMENTO DE ATIVIDADES Também no dia 31 de maio, decorreu no nosso Infantário, às 16h, o encerramento das atividades extra-curriculares da Meia Ponta (Ballet, dança criativa, Karaté e música). AGOSTO: FÉRIAS No âmbito do apoio sócio-familiar, no mês de agosto estaremos abertos (excepto na semana de 11 a 15), sendo as atividades, neste mês, mais direcionadas para o espaço exterior ao Infantário. * Diretora Técnica | ** Coordenadora Pedagógica 23 Encerramento dO ano letivo F esta de C or e A legria No passado dia 21 de junho, entre as 15h e as 18h, teve lugar no Cine Teatro Caracas, em Oliveira de Azeméis, a Festa de Encerramento do Ano Letivo do nosso Infantário. A abertura da Festa coube, naturalmente, ao nosso Provedor, que agradeceu a presença de todos, especialmente da Exma. Sr.ª Vereadora da Ação Social da Câmara a quem pediu para transmitir à autarquia o agradecimento da Misericórdia pela cedência do espaço da festa e pelo O nosso Provedor abre a festa apoio prestado no transporte das crianças para os ensaios ali efetuados. Enalteceu ainda o trabalho e profissionalismo das colaboradoras do Infantário e dirigiu palavras de incentivo e esperança aos finalistas (meninos da sala dos 5 anos). De seguida, ao longo de toda a tarde, e perante uma plateia repleta de familiares e amigos das crianças, assistiu-se a uma sequência de atuações cheias de cor e alegria, nas quais participaram todas as salas da Creche e do Pré-Escolar. As fotos respetivas, que apresentamos a seguir, “falam” por si: *Célia Almeida Atuação da sala de 1 ano – “Passeio na Quinta” Atuação da sala dos 2 anos – “ Regato que Ri” Atuação da sala dos 3 anos – “ Sentido único” Atuação dos bebés – “ Super Fantástico” 24 Uma atenção especial estava reservada aos finalistas, pois a Festa era o momento da entrega das pastas e respetivos diplomas. Atuação da sala dos 4 anos – “ Na Terra do Nunca” Finalistas – “Entrega das Pastas” Atuação da sala dos 5 anos – “1, 2, 3 era uma vez…” Os pais dos meninos da sala dos 2 anos surpreenderam a educadora Eliana com a leitura de um poema como forma de reconhecimento pelo trabalho por si realizado ao longo dos últimos 2 anos. Os idosos, utentes do Lar da Instituição, quiseram, também este ano, participar no evento, na sequência, aliás, das muitas atividades que, ao longo do ano letivo, criam laços afetivos entre idosos e crianças. Também os pais participaram com as suas talentosas atuações. Foi um momento que emocionou os presentes, muito em particular os meninos e as funcionárias do Infantário que acompanharam o seu crescimento ao longo destes 5 anos. O evento terminou com a presença de todos os pais dos finalistas em palco, junto das suas crianças, a homenagearem as educadoras e auxiliares que acompanharam aquele grupo, especialmente a educadora Paula e a auxiliar Elisabete, pela dedicação, paciência e profissionalismo que revelaram na educação dos seus filhos. Atuação dos Idosos – “Pelos Caminhos de Portugal ” Homenagem à educadora Paula e à auxiliar Elisabete Fica aqui uma palavra de agradecimento, não só aos pais das crianças pelo tempo consumido (tanto no planeamento das atividades como na realização das mesmas), como também à Mesa Administrativa e aos funcionários da SCMOA, pois, sem o seu contributo, a festa não teria tido o mesmo brilho. Uma das Atuações dos Pais – “Tampinhas” *Diretora Técnica do Infantário 25 Passeio dos Finalistas do Pré - escolar EIS QUE CHEGOU O FIM DA LINHA… *Paula Coutinho Neste contato com a mãe natureza procurámos consciencializar as crianças para questões da atualidade, como seja a extinção da fauna e da flora, bem como o aqueci- Celebrando o final de mais um ano letivo e o fim de um ciclo na vida de alguns dos nossos alunos, eis que eles se preparam para nos deixar. Foram cinco anos de crescimento, de partilha, de envolvimento, que nos deixam com uma lágrima no canto do olho ao vê-los partir, mas com fé no futuro que, esperamos, os fará sorrir. Vimo-los, meninos pequeninos, agarrados a chupetas e aos seus bonecos de estimação, a balbuciar as primeiras palavras, a dar os primeiros passos (e os primeiros tombos) e a fazer as suas birras, mas sempre com o envolvimento das famílias. E é gratificante chegar aqui e ver que nasceu um grupo na verdadeira acepção do termo, de iguais entre diferentes, onde cada um deu de si para todos e recebeu de todos para si. Cresceram as crianças, cresceram as famílias e as educadoras, cresceram todos os que com eles trabalharam e cresceu o Infantário da Santa Casa, que, graças a todo este intercâmbio e interação, ficou mais rico e com a satisfação de ter cumprido o seu papel. No culminar deste longo processo de aprendizagem e de acompanhamento de cinco anos, o grupo foi em passeio ao Parque Natural do Gerês, nos dias 26 e 27 de Junho. mento global, sem esquecermos também as tradições de tão bela região. Por outro lado, quisemos proporcionar-lhes um lugar onde pudessem divertir-se e a boa disposição fosse, como foi, reinante e onde os laços de amizade que nos uniam fossem reforçados nas mais diversas atividades, entre elas as visitas ao Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas e ao Museu da Geira, o passeio pedestre para observar a fauna e flora, o andar a cavalo, o karting, o salto em trampolim, o tiro ao alvo, o passeio de charrete e várias atividades livres. A aventura soube a pouco, em termos de tempo, e, como calculam, daria para ficar aqui horas e horas, páginas e páginas, a contar e a descrever peripécias, aventuras, gestos e mimos destes “meus” meninos, pois sinto que eles também são meus… Obrigado por me terem ajudado a cumprir os meus objetivos enquanto educadora, por me terem apoiado nos momentos de desalento e acompanhado nos de alegria e felicidade, e, acima de tudo, por terem feito parte da minha vida, ficando para sempre guardados no meu coração como gotas de orvalho numa manhã de esperança. *Educadora da sala dos 5 anos 26 Associação de Pais e Encarregados de Educação do Infantário * Sandra Pereira “Quando vejo uma criança, ela inspira-me dois sentimentos: ternura pelo que é e respeito pelo que pode vir a ser”. Pasteur, Louis Neste mandato a Associação de Pais continuou a desenvolver e a colaborar com as educadoras nas atividades levadas a cabo no Infantário. No decorrer do ano, várias atividades foram dinamizadas, sendo de referir as seguintes: Setembro de 2013 - Inauguração da cobertura do parque infantil, já relatada no nº anterior deste Boletim. Outubro de 2013 - Cobrança das quotas anuais Novembro 2013 - Magusto de S. Martinho. Dezembro 2013 - Confeção e venda de biscoitos e compotas, com o apoio da equipa docente, tendo metade do lucro revertido para o passeio dos finalistas. -Oferta de atividades com insufláveis, modelagem de balões e pinturas faciais às nossas crianças. Fevereiro 2014- A Associação de Pais ofereceu 150 euros para a aquisição de um tablet para uma criança da sala dos finalistas cujo estado de saúde requer muitos cuidados. Março e Abril 2014 - “Chegada da primavera”: aquisição de frascos para cada criança pintar e plantar um bolbo. Venda aos pais. Maio 2014 - Festa da Família: Uma tarde animada em que a Associação de Pais contribuiu com insufláveis para as crianças brincarem. - Mercado à Moda Antiga, que é o auge da atividade da Associação de Pais. Daqui, e em nome de todos os intervenientes, agradecemos todas as formas de apoio e contribuição por parte dos docentes, não docentes, pais e encarregados de educação e outros amigos. Junho 2014 - Participação na festa de final de ano, no Cine- teatro Caracas, com o fato do “Panda dos Caricas” Julho de 2014 - Pagamento de metade do custo da ida à praia. Não poderíamos deixar de, mais uma vez, fazer aqui um sincero agradecimento a todos os pais por nos ajudarem a fazer as nossas crianças felizes. Apelamos a todos que queiram fazer parte da Associação de Pais para que contatem connosco, pois não podemos deixar que acabe, até porque todo o seu esforço é em prol das crianças. Pessoalmente, estou ligada à Instituição desde 2005 e os meus filhos foram aí “criados” com amor, ternura e carinho. Vou sentir muitas saudades de todas as pessoas que fazem parte desta família. Também quero aproveitar para agradecer a todos os meus colegas membros da Associação pela dedicação, apoio e companheirismo. Acho que, de certa forma conseguimos levar o barco a bom porto, apesar das tempestades. *Presidente da Associação de Pais 27 NOTÍCIAS da instituição Assembleia Geral Teve lugar no dia 28 de Março p.p. a Assembleia Geral Ordinária destinada, de acordo com a al. b) do n.º 2 do art.º 24º dos Estatutos, à apresentação, discussão e votação do Relatório de Atividades e das Contas de 2013, documentos que foram distribuídos aos irmãos presentes – infelizmente menos do que o que era desejável – e aprovados por unanimidade. Foram também abordados outros assuntos de interesse para a vida da Instituição, tendo o Provedor aproveitado o ensejo para lembrar que este ano é ano de eleições e para apelar aos irmãos no sentido de, oportunamente, apresentarem listas para concorrerem a essas eleições, que, nos termos estatutários, terão lugar em Dezembro. Será uma prova de vitalidade da Irmandade. Arranjo / Ajardinamento da Entrada Depois da reparação do espigueiro existente na entrada das instalações da nossa Instituição (ver Boletim n.º 22), entendeu a Mesa Administrativa ser agora altura de proceder à reconstrução da eira anexa ao referido espigueiro, reconstrução, cujo custo atingiu os € 3.650,00 + IVA. Entretanto, tem prosseguido ao ritmo possível – porque utilizada, fundamentalmente, mão de obra da casa – o arranjo do terreno que se segue, para poente, às duas construções, encontrando-se o seu ajardinamento em vias de ser concluído. (Foto da capa). Programa de Emergência Alimentar (Cantina Social) No dia 21 de Abril do corrente ano procedeu-se em Aveiro, na sede do Centro Distrital do Instituto da Segurança Social, IP, à assinatura de um novo Protocolo no âmbito do Programa de Emergência Alimentar (PEA). Enquanto o anterior protocolo, assinado, como demos notícia (Boletim n.º 21), em Maio de 2012, contem- plava a disponibilização pela Instituição de apenas 65 refeições diárias, este último contempla 90, número que se tem mostrado adequado às necessidades. O seu período de vigência terminou já em 30 de Junho, estando em vias de ser assinada uma adenda para o 3º trimestre, que, todavia, reduz o número de refeições diárias para 75. Oferta de cadeira de rodas pelo Rotary Club Também a nossa Instituição foi contemplada com a oferta de uma cadeira de rodas no âmbito da iniciativa “30 Cadeiras – Trinta Instituições” financiada a 50% pela Rotary Foundation, a 25% pelo Rotary Club de Oliveira de Azeméis e a 25% pela Casa da Amizade e que abrangeu todas as IPSS do Concelho e, nas freguesias onde as não havia, a respetiva Junta. A entrega teve lugar no dia 13 de Junho p.p. em cerimónia muito concorrida realizada no Cineteatro Caracas. Mais uma vez, o obrigado desta Santa Casa ao Rotary Club de Oliveira de Azeméis, promotor da iniciativa. Novo equipamento para a cozinha Vindo a sentir-se desde há tempos a esta parte a necessidade de substituir a máquina industrial de lavar loiça, dadas as suas constantes avarias e os elevados custos e a demora das reparações, em Fevereiro p.p. decidiu-se a compra de uma nova máquina, tendo-se optado pela marca ARI, mod. AP1000 PLUS, de 6,8 kW de potência, cujo preço foi de € 3203,50. Novos Irmãos No primeiro semestre deste ano foram inscritos 21 novos irmãos, ascendendo agora o número total a 331. Em 2013, pagaram a respetiva quota 204 irmãos. 28 MOVIMENTO DAS VALÊNCIAS DE IDOSOS 1.º Semestre de 2014 ESTRUTURA RESIDENCIAL PARA PESSOAS IDOSAS (LAR) Acordo com Instituto da Segurança Social: 80 utentes, ficando 10% dos lugares cativos para a SS Situação em 31.12.2013 Situação em 30.06.2014 Ocupação: 75 Idosos. (Nesta data já estavam admitidos 4 utentes para entrarem em Julho, sendo a vaga restante da S. Social). Ocupação: 78 Idosos No período em causa ocorreram: 14 admissões | 17 óbitos | 0 desistência CENTRO DE DIA Acordo com Instituto da Segurança Social: 20 utentes Situação em 31.12.2013 Situação em 30.06.2014 Ocupação: 19 idosos Ocupação: 22 idosos No período em causa ocorreram: 8 admissões | 3 transferências para a ERPI | 2 desistências SERVIÇO DE APOIO DOMICILIÁRIO (sad) Acordo com Instituto da Segurança Social: 70 utentes Situação em 31.12.2013 N.º utentes a usufruir do SAD: 71 Situação em 30.06.2014 N.º utentes a usufruir do SAD: 69 No período em causa ocorreram: 18 admissões | 8 óbitos | 9 desistências | 3 transferências para outra valência valência residencial Capacidade: 25 quartos e 5 suites Situação em 31.12.2013 Ocupados: 24 Situação em 30.06.2013 Temporariamente: 16 (c/ 17 ocupantes) Temporariamente: 18 (c/ 19 ocupantes) Ocupados: 26 Vitaliciamente: 8 (c/ 9 ocupantes) Disponíveis: 6 3 Quartos e 3 suites Vitaliciamente: 8 (c/ 9 ocupantes) Disponíveis: 4 1 Quarto e 3 suites No período em causa ocorreram: 16 admissões | 2 óbitos | 7 reintegrações na família | 5 transferências para outra valência