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Biologia SÉRIE: TODAS TIPO DE ATIVIDADE ETAPA: __ a ENSINO MÈDIO Nºs NOMES LEGÍVEIS (letra de forma) Estudo de texto Professor: Manoel TIPO: A VALOR: TURMA A NOTA DATA: ___/___/___ Piercing mal feito provoca inflamação e deformidade na cartilagem da orelha A vaidade que pode mutilar Desde os tempos pré-históricos, passando pelas civilizações egípcia e babilônica, asteca e maia, o pavilhão auditivo é considerando um local apropriado para o uso de adereços. Mesmo atualmente, em todas as culturas — seja a ocidental moderna, a indígena sul-americana, a aborígine australiana, as tribais africanas ou orientais —, as orelhas continuam sendo usadas para dependurar ossos, madeira, contas, ouro ou brilhantes. A maioria dos povos escolhe os lóbulos como o local mais adequado. Eles podem ser perfurados, dilatados ou rasgados sem maiores problemas, pois se constituem apenas de tecido gorduroso. É observado, porém, em todas as culturas mencionadas, o hábito de preservar a porção cartilaginosa das orelhas. Ou seja, não se perfuram outras partes além dos lóbulos. Hoje, entretanto, o piercing é cada vez mais usado por jovens em todas as regiões do corpo e, comumente, na cartilagem do pavilhão auditivo. Esse hábito vem provocando, em DISCIPLINA – BIOLOGIA – TODAS SÉRIES – ENSINO MÉDIO – __ª ETAPA – TIPO A 2 decorrente da perda de sustentação do pavilhão feita pela cartilagem, que é esteticamente muito feia. Procurando preservar o pavilhão auditivo deformado pela condrite e mantê-lo anatomicamente estável, desenvolvi, junto com Letícia Boari, residente do terceiro ano da Santa Casa São Paulo, um molde de acrílico (C) cuja haste prolongada foi encaixada no sulco da fossa escafóide (dobra superior do pavilhão). 0 recurso foi mantido durante 10 meses. Após sua retirada, o pavilhão havia cicatrizado com angulação normal, e assim permaneceu nos cinco meses subseqüentes, considerados período de controle. Coma a orelha foi mantida sempre na mesma posição, o processo cicatrização ocorreu sem houvesse deformação. Considerando as deformações observadas normalmente, o resultado obtido com o nosso tratamento foi muito bom (D). A paciente ficou tão satisfeita que nos perguntou se poderia colocar outro piercing, dessa vez na sobrancelha. Liberamos o uso desde piercing desde que fosse aplicado com os cuidados de higiene necessários e em locais onde não atravessasse a cartilagem. Fernando de A. Quintanitha Ribeiro Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo Ciência Hoje, no 18, Abril/2002 Questões 1. Por que os lóbulos das orelhas são usados, por pessoas de diferentes culturas, para pendurar adereços? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 2. O que é uma condrite? Por que os casos de condrite aumentaram muito? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 3. Como é feito o tratamento da condrite auricular? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ todo o mundo, um aumento na ocorrência de condrites (infecção da cartilagem) e deformidades graves nesse órgão. Na Inglaterra, o número de condrites subiu de 600 casos em 1990 para 1.400 em 1997, a maioria decorrente do uso de piercing. Se os jovens soubessem o preço eventualmente pago por essa excentricidade, com certeza não a fariam. A condrite do pavilhão é de suma gravidade pois deforma esse órgão de modo grotesco e incorrigível, gerando a chamada ‘orelha em couve-flor’. 0 caso da menina D.L.S.. de 13 anos, é exemplar. Vinte dias depois de colocar um piercing na parte superior do pavilhão auricular, ela manifestou dor, abaulamento e vermelhidão local. 0 quadro evoluiu para edema e abscesso (A). Foi diagnosticado um quadro típico de condrites auricular, tratada cirurgicamente —como praxe — com o rebatimento da pele, drenagem da secreção purulenta e debridamento (limpeza cirúrgica) de toda a cartilagem comprometida. A região foi lavada com soro e antibióticos, e a paciente recebeu medicação (ciprofloxacina) por duas semanas. No pós-operatório imediato, foi aplicado um curativo com gaze untada com pomada, onde as faces medial e lateral do pavilhão foram comprimidas com talas feitas a partir de chapas radiográficas, presas por pontos transfixantes — que atravessavam a orelha (B). A função das talas é manter a pele e o tecido subcutâneo em contato íntimo com a cartilagem, pois esta é genuinamente mal vascularizada e nutre-se pelo sistema de embebição feito através dos vasos do subcutâneo. A tala foi mantida por 10 dias, enquanto o processo infeccioso era debelado. Após sua retirada o pavilhão estava bem posicionado apesar da porção superior haver perdido sua configuração anatômica normal. Como se sabe, nos primeiros momentos depois de retirada do curativo, parece que a estrutura do pavilhão se manterá. Entretanto, depois do processo de cicatrização — que leva muitos meses —, ocorre comumente uma retração, gerando a ‘orelha. em couve-flor’, __________________________________________________________________________________ 4. Para que servem as talas usadas no tratamento? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 5. Qual é a função do molde de acrílico desenvolvido na Santa Casa de São Paulo? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 6. O que você acha da idéia da paciente citada no texto de voltar usar o piercing? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ 7. Você usa ou usaria um piercing? Por que? __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________