1920-2005 morreu o papa joão paulo ii
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1920-2005 morreu o papa joão paulo ii
7 de Abril de 2005 7 ABRIL 2005 SEMANÁRIO REGIONALISTA Ano LXXVII – N.º 3834 Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º DE00552005DCN PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA 1920-2005 MORREU O PAPA JOÃO PAULO II Um Santo no Céu que foi uma bênção de Deus para toda a Humanidade A notícia chegou às 20.37, (21.37 em Roma), do dia 2 de Abril. O Papa João Paulo II morrera, sucumbindo a dois dias e duas noites de agonia provocada por complicações cárdio-respiratórias, febres e infecções generalizadas. Tinha 84 anos e 26 de pontificado. Poucos minutos passavam das 21.00 quando, no quarto do Vaticano, o cardeal espanhol Eduardo Martinez Somalo o chamou pelo nome de baptismo, batendo com um martelo de prata na testa. Ao terceiro chamamento sem resposta, estava confirmada a morte do Papa polaco. A notícia foi anunciada pelo cardeal italiano Camillo Ruini e, instantes depois, reproduzida em sintonia pelos sinos das igrejas espalhadas pelo mundo. Portugal decretou três dias de luto nacional Ditam as regras, estabelecidas em 1996 pelo próprio João Paulo II, que a cerimónia fúnebre se realize dentro de quatro a seis dias. As exéquias iniciam-se no dia 8, sextafeira, às 9 horas, e prolongam-se por nove dias consecutivos. Além de D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, participam nos funerais do Papa, em nome de Portugal, o Presidente da República, Jorge Sampaio, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, Ramalho Eanes, antigo Chefe de Estado, e José Luis Arnaut, em representação da Assembleia da República. “O nosso Santo Padre regressou à Casa do Pai” Com estas palavras, quebradas pelo pranto, o arcebispo Leonardo Sandri, substituto da Secretaria de Estado, anunciou o falecimento do Papa. Eram dez horas da noite no horário local. Escutavam-no mais de 60.000 pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, que acabavam de rezar o Rosário por João Paulo II. Imediatamente, a multidão comovida entoou o Salve Rainha e depois seguiu um longo aplauso. Em seguida, o cardeal Ângelo Sodano iniciou a oração do «De profundis», em latim e italiano. A maioria dos fiéis colocou-se de joelhos, muitos deles com lágrimas nos olhos. Soaram os sinos da Basílica de São Pedro a anunciar a triste notícia. IGREJA 2 – Notícias de Beja 7 de Abril de 2005 Mundo chora o construtor da Paz Europa A morte de João Paulo II gerou uma onda de reacções em todo o mundo, sublinhando o papel do Papa como construtor da paz. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, manifestou-se “profundamente contristado” com a morte do Papa, que qualificou de “infatigável advogado da paz”. “Para lá do seu papel como guia espiritual de mil milhões de homens, mulheres e crianças, ele era um advogado infatigável da paz, um verdadeiro pioneiro do diálogo entre as diversas crenças e uma força para uma autoavaliação crítica da própria Igreja”, disse. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, manifestou também a sua “profunda tristeza” pela morte do Papa, enaltecendo o seu papel que considerou “essencial” na reunificação da Europa e na luta pela paz. “João Paulo II ficará na História como alguém que desempenhou um papel essencial na reunificação da Europa e no progresso das ideias de liberdade e de democracia no nosso Continente. Os europeus jamais esquecerão a sua luta pela paz e pela dignidade humana”, afirmou, em comunicado. O Presidente norte-americano, George W. Bush, decla-rou que “o mundo perdeu um defensor da liberdade” com a morte de João Paulo II. “A Igreja Católica perdeu o seu pastor, o mundo perdeu um defensor da liberdade humana”, disse Bush a partir da Casa Branca, numa breve reacção à morte de João Paulo II. O Presidente francês, Jacques Chirac, exprimiu a sua “profunda emoção” pela morte do Papa, sublinhando que “o luto marca profundamente a França e todos os que se reconhecem na mensagem da Igreja Católica”. “Tomei conhecimento com profunda emoção da morte de Sua Santidade o Papa João Paulo II. Pela sua coragem e determinação, João Paulo II tocou os espíritos e os corações abrindo as portas da Igreja Católica às esperanças e aos sofrimento do mundo”, declarou o Chefe de Estado num comunicado. Vladimir Putin, presidente da Rússia, fala numa “figura excepcional do nosso tempo” e considera o Papa “um homem sábio e responsável, aberto ao diálogo”. O Governo israelita expressou também as suas condolências pela morte, esta noite, de João Paulo II, que considerou um verdadeiro amigo do judaísmo e de Israel. “O Papa será recordado como um verdadeiro amigo do judaísmo e do Estado de Israel, em cujo pontificado se estabeleceram as relações diplomáticas entre os dois Estados”, afirmou o ministro do Interior israelita, Ofir Pines, responsável dos Assuntos Religiosos no executivo israelita. Lech Walesa, ex-presidente da Polónia e um dos grandes amigos do Papa polaco, reagiu lembrando que João Paulo II “falou ao mundo através da sua doença e através do seu sofrimento”. As autoridades de Roma decretaram três dias de luto nacional pela morte de João Paulo II. Também o ex-presidente da Comissão Europeia e líder da opo- sição italiana, Romano Prodi, manifestou o seu pesar pela morte de João Paulo II. Em Londres, a rainha Isabel II de Inglaterra expressou o seu “profundo pesar” pela morte do Papa, indicou o palácio de Buckingham em comunicado. O Primeiro-ministro britânico, Tony Blair, declarou que o mundo perdeu na pessoa de João Paulo II um chefe religioso que era “venerado pelos povos de todas as confissões e também por todos os nãocrentes”. Por sua vez, a presidente irlandesa, Mary McAleese, prestou hoje homenagem ao Papa, pedindo simultaneamente que se “celebre” a sua vida “extraordinária”. O Primeiro-ministro irlandês, Bertie Ahern, elogiou a figura de João Paulo II, sublinhando que as mudanças ocorridas na Europa de leste nas últimas décadas não teriam sido possíveis sem ele. Carlo Ciampi, presidente da Itália, afirmou que o país perdeu um grande amigo e que “choro o Papa com todos os italianos”. Sílvio Berlusconi, por seu lado, manifestou-se “grato pelo trabalho contra todo e qualquer totalitarismo”. Por sua vez, o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, saudou a memória de João Paulo II. Foi um Papa “que mudou o nosso mundo” e que jogou um papel maior no estabelecimento de uma Europa pacífica, frisou. O presidente da Croácia considera que esta morte “é uma perda incomensurável para todo o mundo”. América O governo cubano expressou as suas “condolências” pela morte do Papa João Paulo II, transmitindo à comunidade católica o seu “respeito e solidariedade”. No Panamá, um comunicado do presidente Martín Torrijos sublinhou a “profunda dor” sentida pela morte do Papa, vincando o seu “papel em defesa dos mais carenciados e o trabalho pastoral realizado em todo o mundo”. Nas Honduras, o presidente Ricardo Maduro afirmou que o país “chora a morte do missionário da paz” e enviou ao cardeal Óscar Andrés Rodríguez e a todos os concidadãos sentimentos de pesar. No Equador, o presidente Lúcio Gutiérrez frisou, em comunicado, que “o mundo perdeu uma figura histórica”, cujo “exemplo de trabalho e integridade” deve ser seguido por quantos têm esperança num “mundo com menos pobreza, mais justiça e paz”. Na Colômbia, numa cerimónia em Manizales, 280 quilómetros a oeste de Bogotá, o presidente Álvaro Uribe proclamou um minuto de silêncio e designou o vice-presidente, Francisco Santos, para assistir às exéquias papais, em Roma. Na Guatemala, em nome do governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Briz, anunciou o “profundo sentimento de dor” do país, que se une à “consternação” geral sentida pela morte de João Paulo II. No Uruguai, o presidente Tabaré Vázquez remeteu uma mensagem de condolência ao Vaticano, dirigida ao decano do Colégio Cardinalício, Joseph Ratzinger. Tabaré Vázquez recordou as visitas de João Paulo II a Montevideo em 1987 e 1988, que “deixaram uma marca na existência e no sentir de todos” os uruguaios. Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez vincou o seu “afecto” por Karol Wojtyla e enalteceu a “humanidade” do Santo Padre, que deixou “muitos ensinamentos”. Na Argentina, o governo decretou três dias de luto, com bandeiras a meia haste nos edifícios públicos. A Organização de Estados Americano (OEA), através de um comunicado do seu secretário-geral, Luigi Einaudi, deplorou esta “perda não só para a Igreja Católica, mas também para quantos valorizam a paz, a liberdade e a dignidade humana”. O Primeiro-ministro canadiano, Paul Martin, testemunhou também a sua “profunda tristeza” perante a morte de João Paulo II, que saudou como “um apóstolo da paz”. O presidente Lula da Silva decretou luto oficial de sete dias em todo o Brasil pela morte do papa João Paulo II, informou hoje o Palácio do Planalto. “Maior país católico do mundo, onde convivem harmonicamente pessoas de variadas crenças, o Brasil sente-se compungido pela perda de um homem que, como poucos, influiu, de forma marcante e positiva, no curso da História Contemporânea”, diz o comunicado divulgado pela Presidência do Brasil. Domingo III de Páscoa Ano A 10 de Abril de 2005 Ao reunirmo-nos no Domingo, para celebrarmos a Eucaristia, é em torno de uma Pessoa viva que nos congregamos - Jesus Cristo ressuscitado. É Ele que nos convoca. Celebremos festivamente esta Páscoa semanal. I Leitura Actos 2, 14.22-23 Esta leitura é uma passagem da primeira pregação de S. Pedro. Na longa citação do salmo 15 o Apóstolo antevê o anúncio da Ressurreição do Senhor. Leitura dos Actos dos Apóstolos No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo: «Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por Seu intermédio, como sabeis. Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sobre o seu domínio. Diz David a Seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção. Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença’. Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nõs. Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne sofreu a corrupção. Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis». Salmo Responsarial Salmo 15 (16) Refrão: Mostrai-me, Senhor, o caminho da vida. II Leitura 1 Pedro 1, 17-21 O que S. Pedro pregou logo no dia de Pentecostes foi o mesmo que ele escreveu depois às Igrejas. Nós somos hoje essas Igrejas de Cristo, espalhadas por todo o mundo, mas todas radicadas na mesma fé em Cristo Jesus. Leitura da Primeira Epístola de São Pedro Caríssimos: Se invocais como Pai Aquele que, sem acepção de pessoas, julga cada um segundo as suas obras, vivei com temor, durante o tempo de exílio neste mundo. Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e oiro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais, mas pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha, predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa. Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus. Evangelho Lc 24, 13-35 Tal como na aparição aos discípulos de Emaús, em cada celebração eucarística Jesus está connosco, explica-nos as Escrituras e faz-nos ver o que nelas se refere a Ele, preside à fracção do pão, que é a Eucaristia, e nela Se nos dá a conhecer e nos enche de alegria pascal. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Dois dos discípulos de Emaús iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a sessenta estádios de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam entristecidos: E um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou estes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aprecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Mas a Ele não o viram».Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de ir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a benção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não nos ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com Ele, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressusctitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão. JOÃO PAULO II 7 de Abril de 2005 Notícias de Beja – 3 Papa Wojtyla O Papa polaco é uma das figuras mais marcantes da história recente, na Igreja e no mundo, e tem atrás de si a herança de um longo Pontificado de 26 anos e meio. Karol Wojtyla nasceu no dia 18 de Maio de 1920 em Wadowice, no sul da Polónia, filho de Karol Wojtyla, um militar do exército austrohúngaro, e Emília Kaczorowsky, uma jovem de origem lituana. Aos 9 anos de idade recebeu um duro golpe, o falecimento de sua mãe ao dar à luz a uma menina que morreu antes de nascer. Três anos mais tarde faleceu o seu irmão Edmund, com 26 anos, e em 1941 morre o seu pai. Em 1938 foi admitido na Universidade Jagieloniana, onde estudou poesia e drama. Durante a II Guerra Mundial (19391945) esteve numa mina em Zakrzowek, trabalhou na fábrica Solvay e manteve uma intensa actividade ligada ao teatro, antes de começar clandestinamente o curso de seminarista. Durante estes anos teve que viver oculto, junto com outros seminaristas, que foram acolhidos pelo Cardeal de Cracóvia. Segundo relata o actual Pontífice, estas experiências ajudaram-no a conhecer de perto o cansaço físico, assim como a simplicidade, a sensatez e o fervor religioso dos trabalhadores e pobres. As marcas no seu corpo começam a aparecer quando em Fevereiro de 1944 é atropelado por um camião alemão e é hospitalizado. Ordenado sacerdote em 1946, vai completar o curso universitário no Instituto Angelicum de Roma e doutora- se em teologia na Universidade Católica de Lublin, onde foi professor de ética. A forma filosófica, que integrava os métodos e perspectivas de fenomenologia na filosofia Tomistica, de gerir as questões que se lhe apresentavam no dia a dia, estão relacionadas com a sua “devoção” ao pensador Alemão Mas Scheler. No dia 23 de Setembro de 1958 foi consagrado Bispo Auxiliar do administrador apostólico de Cracóvia, D. Baziak, convertendo-se no membro mais jovem do episcopado polaco. Participou no Concílio Vaticano II, onde colaborou activamente, de maneira especial, nas comissões responsáveis na elaboração da Constituição Dogmática Lumen Gentium e a Constituição conciliar Gaudium et Spes. Durante estes anos o então Bispo Wojtyla combinava a produção teológica com um intenso labor apostólico, especialmente com os jovens, com os quais compartilhava tantos momentos de reflexão e oração como espaços de distracção e aventura ao ar livre. No dia 13 de Janeiro de 1964 faleceu D. Baziak e Wojtyla sucedeu-lhe na sede de Cracóvia como titular. Dois anos depois, o Papa Paulo VI converte Cracóvia em Arquidiocese. Durante este período como Arcebispo, o futuro Papa caracterizouse pela integração dos leigos nas tarefas pastorais, pela promoção do apostolado juvenil e vocacional, pela construção de templos apesar da forte oposição do regime comunista, pela promoção humana e formação religiosa dos operários e também pelo estímulo ao pensamento e publicações católicas. Representou igualmente a Polónia em cinco sínodos internacionais de bispos entre 1967 e 1977. Em Maio de 1967, aos 47 anos, o Arcebispo Wojtyla foi criado Cardeal pelo Papa Paulo VI. Em 1978 morre o Papa Paulo VI, e é eleito como novo Papa o Cardeal Albino Luciani de 65 anos que tomou o nome de João Paulo I. O “Papa do Sorriso”, entretanto, falece 33 dias após a sua nomeação e no dia 16 de Outubro de 1978, o Cardeal Karol Wojtyla é eleito como novo Papa, o primeiro papa nãoitaliano desde 1522, ano da eleição 16 de Outubro de 1978 (Dia da eleição) 2 de Abril de 2005 (Dia do falecimento) do holandês Adriano VI. Tendo-se formado num contexto diferente dos Papas anteriores, João Paulo II viria a imprimir na Igreja um novo dinamismo, impondo ao mesmo tempo um maior rigor teo-lógico e disciplinar. Homem de luta num mundo em mudança O Papa que veio do Leste recebeu uma Igreja cujo governo atravessava uma certa crise, presa na tensão entre os avanços do Concílio e a perda de identidade perante a modernidade. Desde o início, João Paulo II pediu “não tenhais medo” e fala na primeira pessoa do singular em vez do plural: esta afirmação de identidade vem acompanhada de uma experiência histórica notável, atravessando guerras mundiais e a vivência sob um regime comunista, que fala ao coração de milhões de pessoas. A enorme produção doutrinal do Papa deve, pois, ser lida à luz da necessidade de dar respostas pastorais a um mundo em mudança. João Paulo II sempre foi capaz de definir etapas mobilizadoras da Igreja e do mundo, na busca de uma identidade forte – visível na devoção mariana e na formulação de um todo doutrinal – que fosse capaz de sustentar o diálogo com outras confissões religiões. A sensibilidade para as implicações na sociedade da acção da Igreja não inviabilizou que o Pontificado tivesse dado prioridade à acção pastoral, mesmo sem secundarizar a política. A ideia, explícita logo desde a primeira encíclica, é recentrar a mensagem cristã em Jesus, que revela ao homem o seu destino e a sua dignidade. A “Redemptor Hominis” de João Paulo II revela-o atento à necessidade não só do diálogo ecuménico com todas as Igrejas cristãs, mas também com todas as religiões. Neste Pontificado há uma grande novidade: o Papa sabe que o mundo não se tornará completamente cristão ou católico, sabe que é necessário viver com os demais, sejam judeus, muçulmanos ou ateus, e isto é radicalmente novo na concepção da Igreja. Esta novidade representa um ponto fundamental deste Pontificado, a consciência de que a experiência católica tem de conviver com outras, e é pela qualidade desse convívio que ela pode evangelizar. Muitos falam de um “Papa político”, alguém que lutou aber- tamente contra os regimes comunistas de Leste desde a sua primeira viagem à Polónia em 1979 e contra o capitalismo reinante na sociedade ocidental. A Igreja é desafiada a resistir, anunciar e mudar: os apelos do Papa em favor do Terceiro Mundo percebem melhor à luz destas premissas. As profundas transformações ocorridas na Europa no final do segundo milénio e no início do terceiro têm em João Paulo II um dos principais protagonistas. No começo do pontificado de João Paulo II, a Europa, pelo Tratado de IALTA, continuava dividida em dois blocos por motivos ideológicos e geopolíticos. Começava a surgir, à época, o Sindicato Solidariedade, que ameaçava provocar instabilidade não só no interior da Polónia mas também em outros países do Leste Europeu. O Papa apoiou e estimulou a chamada “Ostpolitik”, conduzida pelo seu Secretário de Estado, o Cardeal Agostinho Casaroli, e continuada pelo seu sucessor, o Cardeal Angelo Sodano. O processo culminou, no período do Presidente Gorbachev, em marco de 1990, com o restabelecimento das relações oficiais entre o Vaticano e a exUnião Soviética. João Paulo II é um ardoroso defensor da “Grande Europa”, que se estende do Atlântico aos Urais. A “Grande Europa”, segundo ele, deve respirar com os dois pulmões, alimentar-se com a riqueza das duas tradições: a cristã-ocidental e a eslavo-ortodoxa. Com o final da guerra fria, os medos da humanidade viram-se hoje para a guerra das civilizações, confrontos com motivações religiosas entre o mundo árabe e o Ocidente. O papel de João Paulo II, mesmo aos 83 anos, voltou a ser fundamental. A campanha contra a guerra no Iraque é o acto que simbolicamente congrega as iniciativas e apelos de paz de João Paulo II ao longo dos últimos 26 anos, nascidos da convicção de que o respeito pelos direitos humanos é o único caminho para os povos. Menos unânimes, mas igualmente firmes, foram as posições do Papa sobre os temas do matrimónio, da família, da defesa da vida desde a sua concepção até ao momento da morte natural ou da moral sexual. Essa acção, mesmo se contestada, apresenta João Paulo II como uma consciência crítica, em referência constante ao Evangelho. No dia 2 de Abril, o último gigante do nosso tempo morreu no Vaticano. SOCIEDADE 4 – Notícias de Beja 44.º Encontro Nacional da Catequese realizado em Beja O 44º Encontro Nacional de Secretariados de Catequese decorreu, entre os dias 29 de Março e 1 de Abril, em Beja. Cerca de meia centena de participantes, vindos de todas as dioceses portuguesas, reuniram-se no Seminário Diocesano para um encontro subordinado ao tema: “Catequese e Eucaristia”. Os directores e membros de todos os Secretariados Diocesanos de Catequese das dioceses portuguesas reuniram-se para um encontro de reflexão sobre a relação entre a catequese e a celebração e iniciação à Eucaristia. A primeira intervenção para a reflexão esteve a cargo de D.António Marto, bispo de Viseu e membro da Comissão Episcopal da Educação Cristã, reflectindo na Eucaristia como momento onde a beleza é tocada. O bispo de Viseu apresentou a Eucaristia como sacramento da beleza, onde, “o mais belo dos filhos dos homens”, Jesus, é tocado. Ela expressa de forma definitiva o encontro entre Deus e os homens. Para D. António, a Eucaristia não é uma recordação de um gesto de Jesus, mas um memorial que torna presente a acção de Jesus. A beleza da Eucaristia condensa nela o encontro com Deus, porque nela se torna presente a beleza de Deus, que tem o seu rosto em Jesus Cristo. É, por isso, fundamental apresentar a Eucaristia às novas gerações como um momento de beleza pois, através do canto, da escuta da palavra e dos gestos as crianças se encontram com Cristo. Na tarde do segundo dia D. Manuel Pelino, bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã, apontou que a catequese tem como missão principal a Iniciação Cristã das crianças e, neste sentido, uma iniciação à Eucaristia. Constatando um certo abandono da prática dominical das crianças, sugeriu que a catequese e os novos catecismos dêem particular atenção à forma como os catequistas poderão ajudar as crianças a amarem mais o sacramento da Eucaristia. Educar para a oração foi o tema comentado pelo Padre Francisco Couto, da diocese de Évora e formado em Liturgia. Partilhando a sua experiência paroquial, onde as crianças se vão sentindo cada vez mais motivadas para a celebração da eucaristia, o padre Francisco notou que estas são potenciais evangelizadoras das famílias. Para aquele sacerdote é fundamental que se faça uma iniciação à oração e ao encontro com Cristo para que a aconteça uma verdadeira educação à oração. Neste sentido, a Palavra de Deus e os gestos simbólicos tomam particular importância. No entanto, considerou que nada substitui um catequista enamorado por Cristo e pela oração. Catequese como iniciação cristã O encontro ficou ainda marcado por algumas novidades que foram transmitidas pelo Padre José Cardoso, responsável pelo Departamento da Pastoral Catequética, do Secretariado Nacional de Catequese. Para responder às exigências da sociedade contemporânea, será apresentado para aprovação da Conferência Episcopal, um documento sobre a catequese, contendo orientações mais claras sobre a actividade catequética em Portugal. Neste sentido, foi ainda informado que continua o processo de revisão dos catecismos, para que a catequese possa responder, cada vez melhor, às necessidades apresentadas pela sociedade contemporânea. Por fim o Padre José Cardoso congratulou o 50º aniversário da Voz da Catequese, revista oficial de quase todas as dioceses português, totalmente dedicada à pastoral catequética. O encontro teve ainda alguns momentos celebrativos e de convívio. A noite do segundo dia foi animada pelo coro de cânticos religiosos e tradicionais alentejanos, dirigido pelo Padre António Cartageno. Já na noite de quintafeira, foi tempo para um jantar com todos os participantes do 44º Encontro Nacional de Secretários de Catequese e a sexta-feira de manhã decorreu uma visita guiada a um dos mais belos castelos alentejanos, na cidade de Serpa. Edgar Clara 7 de Abril de 2005 Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas no Porto A permanência e a intensificação da mobilidade humana constitui um elemento marcante da sociedade contemporânea que exige uma reconceptualização da condição migrante. Reconhecendo este facto, a Igreja em Portugal tomou a iniciativa de, após três anos de visitas e encontros regionais, organizar o 1º Encontro Mundial das Comunidades Portuguesas. Uma reflexão que, a partir das estruturas de participação, solidariedade e integração, teve como objectivos: responsabilizar - de forma renovada e urgente - as estruturas da Igreja em Portugal; identificar as mudanças psico-sociais nas Comunidades; assumir a “memória sofrida” de 5 milhões de portugueses em diáspora pelo mundo”; e, por fim, decidir sobre novas formas de acompanhamento e integração social e eclesial. gerações, como as razões de carácter económico e âmbito familiar; · Regista-se uma maior mobilidade geográfica, interacção social, facilidade de deslocação das pessoas e de regressos reais e imaginários; · Apresentaram-se novas formas hodiernas de viver a mobilidade (no espaço europeu asseguradas pelo direito comunitário de livre circulação e pessoas e bens) que carecem, por parte de entidades competentes, de um maior aprofundamento científico e pastoral; · Entre os “novos” emigrantes verifica-se impreparação para a partida, muita desinformação, isolamento, e, de forma preocupante, novas formas de exploração e de desigualdade de tratamento. Promovido pela Comissão Episcopal de Migrações e Turismo, com o apoio da Obra Católica Portuguesa de Migrações e do Secretariado Diocesano da Pastoral de Migrações do Porto, e subordinado ao tema “Ousar a Memória – Fortalecer a Cidadania”, o Encontro contou com a presença de 150 participantes, delegados das Comunidades Católicas Portuguesas de 18 países. Presidiu aos trabalhos Sua Eminência, Cardeal Stephen Fumio Hamao, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes. · A Igreja tem tido um papel pioneiro e fundamental no acompanhamento dos migrantes e suas famílias no processo de integração nas sociedades de acolhimento; · Os emigrantes, independentemente das suas vivências religiosas encontraram na igreja uma voz profética na defesa dos seus direitos e valores, um ambiente estruturante da própria identidade e um espaço de reconhecimento da cidadania; · Os emigrantes, com os seus sucessos e insucessos, despertaram nas igrejas locais a consciência da sua catolicidade/universalidade e nas sociedades o apelo à fraternidade universal; · As dificuldades enfrentadas pela Igreja, tanto em Portugal como nas dioceses das sociedades de acolhimento, obrigam a uma re-estruturação dos modelos pastorais que, se não for bem acompanhada e participada por todos, pode comprometer a construção da “sociedade integrada” ; · A intervenção dos leigos e leigas na vida das comunidades deve ser facilitada e valorizada, pelo que urge continuar a apostar na sua formação e capacitação pastoral; · Os actuais modelos de acompanhamento, alguns em profunda crise, têm que evoluir na consciência de que as comunidades de língua materna são parte integrante da Igreja local (não há Igrejas na- Dos trabalhos realizados no âmbito do Encontro desenharam-se três grandes áreas temáticas: 1. Novos olhares sobre as Migrações Portuguesas. 2. A Acção da Igreja nas Migrações. 3. Perspectivas Futuras. Novos Olhares sobre as Migrações Portuguesas · Constatou-se que o fenómeno emigratório continua a ser uma significativa realidade social em Portugal, mesmo se ainda muito ignorado e demasiadamente desconhecido pelo país; · Reafirma-se a diversidade de percursos, lugares, situações das diferentes comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, ao lado de traços comuns a diferentes Quanto à acção da Igreja nas Comunidades Migrantes constatou-se que: cionais!) e devem manter e intensificar com esta o diálogo e colaboração. Perspectivas Futuras Intensificar a formação de adultos e de lideranças competentes que possam assegurar o futuro da comunidade na falta de presbíteros; · Promoção do diálogo ecuménico, inter-religioso e intercultural à luz da recente Instrução Pastoral “A caridade de Cristo para com os migrantes”; · Valorizar as duplas e múltiplas pertenças a nível cultural, familiar e de cidadania (deveres e direitos), sobretudo, no que diz respeito à 2ª e 3ª gerações; · Apoiar a família nas suas funções de educação, despertar dos valores, aprendizagem afectiva da língua e transmissão da cultura portuguesa; · Responsabilizar pelo acolhimento e acompanhamento solidário dos “novos migrantes” as comunidades já consolidadas nomeadamente na vida religiosa, no apoio social e na evangelização; · Procurar parcerias na sociedade civil (comunicação social, sindicatos, associações, movimentos eclesiais, consulados, conselho das comunidades e outros organismos) para, em consonância, desenvolver estratégias e boas práticas de defesa da vida e dignificação do trabalhador migrante; · Sensibilizar a Igreja em Portugal – dioceses e movimentos - para a necessidade de reavivar o contacto e proximidade com as Comunidades migrantes, e seus missionários, servindo de interlocutora permanente entre estas e a Igreja local; · Promover responsavelmente o processo da integração - em todas as suas fases - sem descuidar o aprofundamento da identidade; Enfim, os “portugueses no mundo”, conscientes de que o País tem que decididamente entender a Emigração e a Imigração como facetas duma mesma mobilidade, unem-se solidariamente aos imigrantes em Portugal na exigência de que Portugal ratifique a Convenção da ONU para a Protecção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de Suas Famílias. Porto, 31 de Março de 2005 Crianças de Beja apoiam reflorestação da Serra da Estrela Escola Secundária D. Manuel I vence projecto “A minha escola está a plantar árvores” Lisboa, 4 de Abril de 2005 – A Água Serra da Estrela, comercializada pela SASEL, empresa do Grupo Sumol, acaba de eleger a escola Secundária D. Manuel I, como a vencedora do distrito de Beja no âmbito da 3ª edição do projecto “A Minha Escola Está a Plantar Árvores”. Este projecto desenvolvido a nível nacional, no âmbito da Campanha de Reflorestação da Serra da Estrela, apresenta uma componente distrital que premeia os trabalhos mais originais de cada distrito. O prémio para as turmas dos trabalhos vencedores, desenvolvidos sob o tema “A Reflorestação da Serra da Estrela”, é uma viagem à Serra da Estrela, que inclui uma visita à fábrica onde é engarrafada a Água Serra da Estrela, actividades lúdicas e a participação na plantação de árvores angariadas na Campanha de Reflorestação. Na edição de 2004 do projecto “A Minha Escola Está a Plantar Árvores”, que tem como principal objectivo a sensibilização dos jovens para as questões do meio ambiente, participaram cerca de 100 escolas de escolas de todo o país, através do desenvolvimento de maquetas e desenhos onde a criatividade não teve limites. O projecto “A Minha Escola Está a Plantar Árvores” é a vertente virada para as escolas da Campanha de Reflorestação que a Água Serra da Estrela promove desde 2002, em parceria com o Parque Natural da Serra da Estrela e o Instituto de Conservação da Natureza, a qual inclui, também, mecânicas específicas para consumidores e retalhistas. De referir que esta campanha da Água Serra da Estrela, no total das suas 3 edições, já ofereceu mais de 350 mil árvores ao Parque Natural da Serra da Estrela. Em 2005 a Água Serra da Estrela irá dar continuidade a esta acção de reflorestação da serra mais alta de Portugal Continental, através do lançamento da 4ª edição. Contudo, esta irá apresentar algumas novidades que poderá conhecer, em breve, no site www.aguaserradaestrela.pt. Água Serra da Estrela... Do Que a Serra Tem de Melhor! JOÃO PAULO II 7 de Abril de 2005 Notícias de Beja – 5 Testemunho que nos enriqueceu a todos Milhões de pessoas já passaram pela Praça de S. Pedro para rezar pelo Papa Os guardas suíços que serviram, defenderam e protegeram o Papa acompanharam os restos mortais de Karol Wojtyla quando este “abandonou” aquela que foi a sua residência nos últimos 25 anos. Iniciaram o caminho na Sala Clementina, no dia 3, e terminaram na Basílica de S. Pedro, onde o corpo permanece até dia 8. E aqui receberá a última homenagem dos quatro milhões de peregrinos que são esperados em Roma. O corpo do Santo Padre, apoiado num cadafalso, desceu os 200 degraus de mármore das escadas do Palácio Apostólico, levado aos ombros pelos 12 efectivos da corte pontifícia. Uma procissão de dois mil sacerdotes, centenas de bispos e 70 Cardeais – entre os quais o Cardeal Camerlengo, que assume as funções do Sumo Pontífice até à eleição do próximo Papa – presidiam ao cortejo, guiando-o pelos caminhos do Vaticano. Passado o portão de Bronze, o féretro de João Paulo 11 atravessou a grande praça de S. Pedro, entre duas alas pejadas de pessoas que o acolheram com uma enorme salva de palmas. Subiu os degraus e entrou finalmente na Basílica de S. Pedro, onde o corpo foi colo-cado diante do altar da confissão. Durante todo o percurso, o cortejo foi sempre acompanhado por cânticos gregorianos e ladainhas aos santos. O corpo de João Paulo 11 ficará exposto até sexta-feira, dia do funeral, para o qual já confirmaram presença mais de 200 chefes de Estado e governantes. Homenagem nacional ao Papa na Sé de Lisboa Centenas de pessoas estiveram no Domingo, dia 3, presentes na Sé Patriarcal de Lisboa para prestar homenagem ao falecido Papa João Paulo II. A missa celebrada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, contou com a presença de vários representantes políticos, religiosos e de cidadãos anónimos. O Presidente da República, Jorge Sampaio, acompanhado pela mulher, Maria José Ritta, D. Duarte, duque de Bragança, o primeiroministro, José Sócrates, o líder do PSD, Santana Lopes, e o representante diplomático do Vaticano em Lisboa, Monsenhor Alfio Rapisarda foram alguns dos presentes. Durante a missa que presidiu, D. José Policarpo, aplaudido à entrada e saída, disse que João Paulo II “já ultrapassou a fronteira da morte, mas a nossa comunhão com ele foi alargada à eternidade”. O cardealpatriarca afirmou que Karol Wojtyla “foi um grande pastor da Igreja e um grande símbolo da humanidade”, sublinhando que “a força que o fez correr o mundo e enfrentar corajosamente as grandes causas da humanidade foi a força da sua fé”. “Irmãos e irmãs, não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder. Não tenhais medo. Abri, abri todas as portas a Cristo! Ao seu poder salvador. Abri as fronteiras dos Estados, os sistemas económicos e políticos, os imensos domínios da cultura, da civilização, do desenvolvimento. Não tenhais medo! Cristo sabe o que há no homem! Só Ele o sabe” (Homilia da primeira missa como Papa, em 22 de Outubro de 1978) Comecei a escrever estas palavras quando, preso à catadupa de notícias que chegavam ao mundo inteiro, se ia dizendo da gravidade do estado de saúde do Papa, cuja vida, presa por um fio, estava a chegar ao seu termo. Invadiu-me, então, uma forte emoção que não tentei reprimir. Algumas lágrimas, nascidas de um coração sensível, que aceitava, sem reticências, o querer de Deus, marejaram-me os olhos. Lágrimas de sentida gratidão. O Papa é um mortal, como qualquer de nós. A sua fragilidade física, a aumentar cada dia, vinha-me preparando para momentos de inevitável pesar. João Paulo II é um irmão, muito chegado, que me entrou, por inteiro, no coração e na vida, e me permitiu a experiência pessoal, já iniciada com Paulo VI, de tocar de perto e com uma normalidade inesquecível, a possibilidade de uma Igreja hierárquica próxima das pessoas, o calor da comunhão fraterna a estimular, cada dia, o sentido de serviço, a abertura a todos, sem excepção, porque ele sabia que em todos se esconde e se pode encontrar o Deus amor, que de mil modos actua e se revela. Todos os bispos, por força da sua missão, mantêm uma especial relação com o Papa, com encontros pessoais regulares, pelo menos de cinco em cinco anos, em visitas programadas. Para além destes encontros com João Paulo II que, para mim, foram vários, dado os trinta anos de episcopado que estou prestes a completar, muitos outros se proporcionaram pela minha participação em três sínodos dos bispos com a presença diária do Papa, e nos vários simpósios dos bispos da Europa, realizados em Roma. Ainda nas suas vindas a Portugal ou em idas minhas a Roma, por motivo de reuniões e congressos com audiência papal. Sempre encontros gratificantes. Foi também a concelebração eucarística em grupo na capela pessoal do Papa e, meia dúzia de vezes, a refeição à sua mesa de todos os dias. Toda esta proximidade gerou estima, amizade e admiração e até um certo à vontade. Podíamos, então, fazer perguntas ao Papa e a estabelecer uma conversação que nada tinha de formal. João Paulo II favorecia muito esta aproximação, com o seu interesse, bom humor e conhecimento da nossa língua, fazendo questão de falar e querer que falássemos em português. No sábado à noite estava a celebrar a Confirmação numa paróquia da diocese, quando a notícia, por demais esperada, chegou. Convidei o povo a rezar e a agradecer o grande dom à Igreja e ao mundo, que foi João Paulo II e pude, então, aplicar logo por ele a Sagrada Eucaristia. Dei graças a Deus por assim ter sido. Foi para mim o momento mais propício para acolher, para rezar, para agradecer. Eu sei que o Papa continua vivo. O muito que nos deixou é património da Igreja e da humanidade. Não o quero perder. Não o podemos perder. António Marcelino, Bispo de Aveiro JOÃO PAULO II 6 – Notícias de Beja 7 de Abril de 2005 A morte do Papa Papa morreu a rezar Assim que o Papa morre, a primeira providência é chamar o Cardeal Camerlengo, o Cardeal que na Cúria Romana preside à Câmara Apostólica (D. Martinez Somalo) e que durante a Sede Vacante conduz a administração temporal do Vaticano. De pé, ao lado do corpo, ele toca 3 vezes na testa do Papa com um martelinho de prata e o chama 3 vezes pelo nome de Baptismo (e não pelo nome que adoptou ao ser eleito). Se não há resposta, ele anuncia o falecimento e quebra o anel do Pescador (que o Papa usa para lembrar o momento em que Jesus diz a Pedro que ele seria um pescador de almas e no qual está gravado o nome do Papa). O enterro não pode ser feito antes de quatro dias nem depois de seis dias a contar desde a morte do Papa. O Camerlengo também inutiliza o selo papal (que é a marca da autenticidade dos documentos assinados pelo Papa) e dá início aos preparativos para o enterro e para os nove dias de luto - os “Novelandi” - nos termos do “Ordo exsequiarum Romani Pontificis”. É responsabilidade do Camerlengo selar os aposentos privados do Papa e mesmo a residência de Verão em Castel Gandolfo é colocada sob custódia especial. Quando um novo Papa for eleito, estes ser-lhe-ão entregues intactos. Tradicionalmente, os Penitenciários revestem o Papa com as vestes pontifícias e dois véus de seda branca são colocados sobre as mãos e a face. O corpo do Papa é depois colocado dentro de três caixões, que se encaixam uns nos outros. O primeiro é de cedro, colocado dentro de outro feito de chumbo. É neste que está a inscrição com o nome do Papa e as datas do seu Pontificado. Estes dois são colocados dentro de um caixão de olmo, sem adornos, que será colocado na entrada da Basílica de São Pedro. Segundo o disposto no número 27 da Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, após a morte do Romano Pontífice “os Cardeais celebrarão as exéquias em sufrágio da sua alma, durante nove dias consecutivos, nos termos do Ordo exsequiarum Romani Pontificis, a cujas normas, assim como às do Ordo rituum Conclavis, eles se conformarão fielmente”. Antes de ser enterrado, é lida uma elegia, em Latim, relatando os principais actos do Pontificado. Últimos momentos João Paulo II previu, à imagem dos seus predecessores, as disposições a serem tomadas por ocasião da sua morte, num documento publicado em Fevereiro de 1996: Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis » (Todo o Rebanho do Senhor). No capítulo V da primeira parte encontram-se os números referentes às “exéquias do Romano Pontífice” com regras claras para o tratamento mediático da morte do Papa. “Não é lícito a ninguém fotografar nem captar imagens, seja pelo meio que for, do Sumo Pontífice, quer doente na cama, quer já defunto, nem gravar em fita magnética as suas palavras para depois reproduzi-las”, lê-se no documento. A proibição de captação de imagens - visuais e sonoras - das últimos momentos e palavras do Papa reporta-se ao tempo de Paulo VI, depois do escândalo de Pio XII, em 1958, quando um dos seus médicos, Gáleas Lisi, publicou em livro fotografias do Papa no leito, com a máscara de oxigénio. Se alguém, depois da morte de João Paulo II, quiser tirar-lhe fotografias a título de documentação deverá pedir para isso a autorização ao Camerlengo, actualmente o Cardeal Eduardo Martinez Somalo, o qual, porém, só poderá permitir “que sejam tiradas fotografias ao Sumo Pontífice revestido com as vestes pontifícias”, conforme o documento em causa. Esta Constituição determina ainda que o cadáver do Papa seja enterrado na Basílica de São Pedro, prevendo mesmo o caso de trasladação no caso do Papa falecer fora de Roma. Nenhuma decisão será tomada sem, contudo, ter sido lido o testamento de João Paulo II: se ele tiver cartas e documentos pessoais, e tiver designado um próprio executor testamentário, compete a este estabelecer e executar, segundo o mandato recebido , aquilo que concerne aos bens privados e aos escritos do Papa defunto. Certidão de óbito de João Paulo II Cardeais e figuras importantes de Itália como o Presidente e o primeiro-ministro estiveram entre os participantes da cerimónia privada que decorreu na sala Clementina do Vaticano para uma última homenagem a João Paulo II. O corpo do Papa foi trasladado ainda no sábado à noite para a sala Clementina de forma a ser velado, nomeadamente, pelos seus secretários, o arcebispo Stanislaw Dziwisz e o religioso Mieczyslaw Mokrzycki, e pelas religiosas polacas que dele cuidaram durante os mais de 26 anos de pontificado. João Paulo II morreu às 21h37 locais de sábado (20h37 em Lisboa), com 84 anos, nos seus aposentos no Vaticano, após 26 anos de pon- tificado. De acordo com a certidão de óbito oficial, assinada pelo médico pessoal de João Paulo II, a que a agência Reuters teve acesso, João Paulo II morreu devido a um “choque septicémico e falha cardíaca”. A morte do Papa foi confirmada pelos resultados dos electrocardiogramas realizados durante mais de 20 minutos. O Vaticano revelou, em comunicado, uma descrição pormenorizada dos últimos momentos de João Paulo II. O texto, distribuído por Joaquín Navarro-Valls, director da sala de imprensa da Santa Sé, refere que o Papa morreu a rezar e rodeado pelos seus mais próximos colaboradores, sobretudo o denominado “clã polaco”. No momento do falecimento de João Paulo II, estavam presentes os dois Secretários pessoais do Papa, D. Stanislaw Dziwisz e D. Mieczyslaw Mokrzycki; o Cardeal Marian Jaworski; D. Stanislaw Rylko; o Pe. Tadeusz Stycze; as três irmãs polacas da Congregação das Escravas do Coração de Jesus, que prestaram serviço no apartamento do Papa, guiadas pela sua superiora, a Ir. Tobiana Sobódka; o médico pessoal do Papa, Renato Buzzonetti, com os dois médicos e os enfermeiros que estavam de turno. Depois chegaram o Cardeal Secretário de Estado, D. Angelo Sodano e o Camerlengo da Santa Igreja Romana, D. Eduardo Martínez Somalo, além do substituto da Secretaria de Estado, D. Leonardo Sandri, e o vice-substitituto, D. Paolo Sardi. Finalmente chegaram ao quarto o Cardeal Joseph Ratzinger, Decano do Colégio Cardinalício, e o Cardeal Jozef Tomko. O Papa morreu pelas 21h37 (hora local, menos uma em Lisboa), no seu apartamento privado. Pelas 20h00 tinha começado a celebração da Missa da festa litúrgica da Divina Misericórdia, presidida pelo seu secretário pessoal e amigo de longas décadas, D. Stanislaw Dziwisz, com a participação do Cardeal Marian Jaworski, D. Stanislaw Rylko e D. Mieczyslaw Mokrzycki. No decorrer da Eucaristia, foi administrado a João Paulo II o Santo Viático e, mais uma vez, o Sacramento da Unção dos Doentes. O comunicado destaca que “as últimas horas do Santo Padre foram caracterizadas por uma oração ininterrupta de todos os que o assistiram na pia passagem, bem como pela participação coral dos milhares de fiéis recolhidos há muitas horas na Praça de São Pedro”. A eleição do novo Papa O ritual da eleição de um Papa decorre no mais absoluto segredo e o processo obedece às normas da Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis” de João Paulo II (22 Fevereiro de 1996). Compete aos Cardeais da Igreja proceder à eleição do novo Papa. Este processo acontece durante o Conclave e é feita apenas por escrutínio secreto, que obedece à legislação minuciosa da mencionada Constituição Apostólica. O segredo, aliás, é a alma de todo o processo de eleição de um Papa: é exigido de todos os Cardeais participantes o mais absoluto segredo sobre tudo o que se passa durante a eleição do Papa, sob pena de excomunhão. A evolução tecnológica gerou algumas normas concretas sobre a proibição aos cardeais “de correspondência epistolar e de conversas mesmo telefónicas ou via rádio com pessoas não devidamente admitidas nos edifícios a eles reservados.” João Paulo II decidiu que os Cardeais fiquem alojados na designada “Domus Sanctae Marthae”, situada na Cidade do Vaticano, junto à Basílica de São Pedro. “O Conclave para a eleição do Sumo Pontífice realizar-se-á dentro do território da Cidade do Vaticano, em sectores e edifícios determinados, vedados aos estranhos”, ordenou. Nos Conclaves anteriores, os Cardeais ficavam alojados na Capela Sixtina, sem as comodidades necessárias para um acto destes. De modo específico, é proibido aos Cardeais eleitores, durante todo o tempo que durarem as operações da eleição, receber imprensa diária e periódica, de qualquer natureza, assim como ouvir transmissões radiofónicas ou ver transmissões televisivas. Teoricamente, qualquer católico adulto do sexo masculino é “papabile”, ou seja, pode ser eleito Papa. Na prática, no entanto, já há muitos séculos que só cardeais têm sido escolhidos. O Colégio de Cardeais reúne-se para a eleição, no décimo quinto dia após a morte do Papa ou, no máximo, até ao vigésimo. Os mecanismos da eleição estão previstos nos números 62 a 77 da “Universi Dominici Gregis”, que define como única forma válida o voto secreto (scrutinium), abolindo modos de eleição anteriormente existentes (por inspiração e por compromisso). Os cardeais estão proibidos de fazer negociações ou tomar decisões a este respeito em reuniões privadas, receber, seja sob que pretexto for, o encargo de propor o veto ou a chamada exclusiva de qualquer autoridade civil, mesmo sob a forma de desejo (nº 80). Abstenham-se de todas as formas de pactuação, convenção, promessa, ou outros compromissos de qualquer género e de fazerem, antes da eleição, capitulações, ou seja, tomarem compromissos de comum acordo (nº 81). DIOCESE 7 de Abril de 2005 Notícias de Beja – 7 A Igreja de Beja em marcha Clero de Beja reunido com o Bispo em união com o Santo Padre No dia 23 de Março realizou-se na diocese de Beja o encontro geral do clero e a Missa Crismal em ambiente de comunhão com o Bispo e o Santo Padre. Da parte da manhã, depois da oração de Laudes diante do Santíssimo exposto, escutámos uma bela reflexão do Pe. Mário, do Algarve, sobre a Eucaristia, o Cordeiro da Nova Páscoa e selo da Nova Aliança. Ao princípio Beja apenas foi baptizada uma pessoa adulta, pois o tempo de preparação dos adultos (catecumenado) foi prolongado por mais um ano. Congresso internacional da pastoral das migrações Na semana de Páscoa realizou-se no Porto um congresso internacional da pastoral das migrações, promovido pela Obra Católica, em que participaram pessoas vindas de todo o mundo. Pela diocese de Beja esteve presente a Presidente da Caritas, Teresa Chaves e eu próprio participei nos trabalhos de um dia, aproveitando também para fazer uma visita rápida à família. Congresso nacional da Catequese em Beja da tarde dialogámos sobre algumas questões da vida do clero e. ao fim do dia, celebrámos na Sé Catedral a Missa Crismal. Foi motivo de grande alegria ver reunidos à volta do Bispo todos os clérigos residentes na diocese, diocesanos e religiosos, com excepção de dois, um em serviço fora da diocese e outro com dificuldade de deslocação a Beja. Estiveram também entre nós os Padres José Martins e Luís Brenlha, vindos respectivamente de Castelo Branco e Porto, assim como alguns padres de congregações missionárias com grupos de jovens a preparar-se para terras de missão e que vieram ajudar em algumas paróquias da diocese durante a Semana Santa, a saber, em Saboia, Almodôvar, Aljustrel, Vila Nova de S. Bento e Vila Verde de Ficalho. Foi distribuída aos sacerdotes a última carta do Santo Padre, que anualmente por ocasião da Quinta Feira Santa escreve aos presbíteros, esta vez escrita a partir do hospital e que vai constituir uma parte do seu testamento aos sacerdotes. Tríduo Pascal e Páscoa marcam a vida da Igreja Por toda a parte, com mais ou menos solenidade, se celebrou a festa central da vida da Igreja, com o tríduo de preparação e, em alguns lados, como em Serpa, com prolongamento da alegria pascal pela semana de Páscoa, pondo em realce as alegrias de Nossa Senhora pela Ressurreição de Jesus, aqui com o nome de Nossa Senhora de Guadalupe. Em algumas partes houve baptismos de adultos na celebração da Vigília Pascal. Na Sé de Esperando que outros dêm notícia mais detalhada deste evento, apenas refiro a minha alegria ao presidir na Sé de Beja, no dia 31 de Março, a uma concelebração solene com a presença de três bispos da Comissão episcopal da Educação Cristã, D. Manuel Pelino (Santarém), D. António Marto (Viseu) e D. Jacinto (Lamego) e delegados de todas as dioceses de Portugal. Encerramento da Visita Pastoral a Estrela, Póvoa de S. Miguel e Amareleja Nos dias 2 e 3 de Abril realizaramse as celebrações festivas de encerramento da Visita Pastoral às paróquias confiadas ao Pe. José Proença, sendo a alegria contida, devido ao falecimento do Santo Padre, João Paulo II e a óbitos na Estrela e na Amareleja. Mas porque a nossa fé nos dá a certeza da ressurreição e da vida eterna junto de Deus, mantivemos todos os actos previstos para o encerramento, com excepção da Estrela, pois a igreja foi ocupada pelo cadáver do defunto precisamente na hora em que estava prevista a celebração, no sábado, dia 2. O jantar desse dia foi na nova residência das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima. Depois fizemos na igreja paroquial da Amareleja uma catequese em forma de lectio divina (leitura orante), tomando como base a liturgia do segundo domingo de Páscoa. Como precisamente nessa hora faleceu o Papa, encomendámo-lo à misericórdia divina, cuja festa foi instituída por ele e se celebra neste segundo domingo de Páscoa. Depois desta catequese ainda tivemos uma reunião de trabalho com a comunidade das Irmãs. Já se avizinhava o novo dia, quando recolhemos à casa paroquial, onde o Pe. Proença aguardava, seguindo os noticiários sobre a morte do Santo Padre. No domingo, dia 3, logo de manhã, fomos até à Póvoa de S. Miguel celebrar a missa dominical, sendo solenizada com uma procissão de entrada e um coro bem preparado. Renovámos as promessas de Baptismo e prometemos voltar, para reunir com os colaboradores. Seguiu-se a Eucaristia solene na Amareleja, em que a igreja foi pequena para acolher todos os participantes, felizmente também vários homens. No fim da celebração e enquanto o pároco fazia um funeral houve um almoço partilhado, em que muita coisa sobrou. Pelas 14,30 horas partiu um cortejo automóvel do largo da igreja, alguns vindos da Póvoa de S. Miguel, em direcção à Herdade dos Arrochais, em cuja capela, edificada no ponto mais alto, já com vistas para a Espanha, Barrancos e Santo Aleixo e Safara, atravessada pelas águas do Ardila, celebrámos a Eucaristia de encerramento, em frente à capela dedicada a Santo Isidro. Durante o cortejo automóvel começou a cair a tão desejada chuva, mas que logo parou, mantendo-se o céu aberto durante toda a celebração. No final foi descerrada uma lápide comemorativa do evento, ao lado de outra, que recordava a última visita pastoral de D. Manuel Falcão, a 13 de Abril de 1997. Terminou o dia com um jantar oferecido pela família Rosado, proprietária da Herdade com 1.114 hectares, em que participaram centenas de pessoas, também as autoridades municipais e autárquicas de Moura, Amareleja e Póvoa de S. Miguel. Era já noite quando regressámos a Beja, cansados mas satisfeitos e conscientes da necessidade e importância da missão da Igreja. Agenda dos próximos dias A 4 de Abril começa a assembleia da Conferência Episcopal em Fátima. A 9 de Abril realiza-se a Acies da legião de Maria, na Sé de Beja. Também a 9 de Abril tem lugar o encontro de formação da Caritas em Santiago do Cacém, com início pelas 14,30 horas. Estes encontros realizados por arciprestados são de grande importância para fortalecer a acção da Igreja na diocese e estão abertos a todas as pessas interessadas em viver a sério a sua vida cristã. Os párocos devem despertar o interesse dos fiéis na participação. No dia 10; às 18,30 horas, na Sé de Beja, celebraremos a Eucaristia de acção de graças pela vida e acção do Papa João Paulo II, ao mesmo tempo que invocaremos o Espírito Santo pelo bom êxito do Conclave para eleição do novo Papa. No final da Eucaristia será exposto o Santíssimo e cantaremos as Vésperas, dando assim início à semana de oração pelas vocações e ao Lausperene que vai decorrer em toda a diocese, percorrendo todos os arciprestados, começando no dia 11 em Almodôvar, dia 12 em Beja, dia 13 em Cuba, dia 14 em Moura, dia 15 em Odemira e dia 16 em Santiago do Cacém. No dia 12 darei início à Visita Pastoral a Pias, Brinches e Vale de Vargo, que encerrará no dia 17. No dia 19 começa a Visita Pastoral a Grândola, onde decorre uma Missão popular, com encerramento no dia 24. No dia 25 de Abril realiza-se o encerramento de um Convívio Fraterno em Beja. No dia 26 tem início a Visita Pastoral a Moura, encerrando a 1 de Maio. No dia 30 de Abril reúne o Conselho Pastoral, debruçando-se sobre a acção da Igreja junto da família. † António Vitalino, Bispo de Beja Lausperene por Arciprestados e Paróquias 11.04.2005 09,00-10,30 Almodôvar 11.04.2005 10,30-11,30 Aljustrel 11.04.2005 11,30-12,30 Santa Clara-a-Nova 11.04.2005 12,30-13,30 Espírito Santo 11.04.2005 13,30-14,30 Messejana 11.04.2005 14,30-15,30 Santana da Serra 11.04.2005 15,30-16,30 Corte do Pinto 11.04.2005 15,30-16,30 Garvão 11.04.2005 16,30-17,30 Castro Verde 11.04.2005 17,00-18,00 S.Martinho das Amoreiras 11.04.2005 17,30-18,30 Mina de S. Domingos 11.04.2005 17,30-18,30 Ourique 11.04.2005 18,30-19,30 Santa Bárbara de Padrões 11.04.2005 19,30-20,30 Santana de Cambas 11.04.2005 20,30-21,30 Gomes Aires 11.04.2005 21,30 Vigília Mértola 12.04.2005 08,30-9,30 Beja: Casa Episcopal 12.04.2005 09,30-10,30 Beja: Salvador 12.04.2005 10,30-11,30 Beja: Santiago Maior (Sé) 12.04.2005 11,30-12,30 Carmelo S. Coração de Jesus 12.04.2005 12,30-13,30 Fraternidade dos Irmãozinhos 12.04.2005 13,30-14,30 São Matias 12.04.2005 14,30-15,30 Beja: Santa Maria da Feira 12.04.2005 15,30-16,30 Santa Vitória 12.04.2005 16,30-17,30 Beja: São João Baptista 12.04.2005 17,30-18,30 Baleizão 12.04.2005 18,30-19,30 Albernôa 12.04.2005 19,30-20,30 Neves 12.04.2005 20,30-21,30 Cabeça Gorda 12.04.2005 21,30 Vigília Beja: Seminário 13.04.2005 08,00-9,00 Ferreira do Alentejo 13.04.2005 09,00-10,00 Vidigueira 13.04.2005 10,00-11,30 Vila Alva 13.04.2005 11,30-13,00 São João de Negrilhos 13.04.2005 13,00-14,30 Ferreira: Irmãs Franciscanas 13.04.2005 14,30-15,30 Mombeja 13.04.2005 15,30-16,30 Peroguarda 13.04.2005 13.04.2005 13.04.2005 13.04.2005 13.04.2005 13.04.2005 13.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 14.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 15.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16.04.2005 16,30 -17,30 17,30-18,30 18,00-19,00 19,00-20,00 20,00-21,00 21,00-22,00 21,00-22,00 09,00-10,00 10,00-11,00 11,00-12,00 12,00-13,00 13,00-14,00 14,00-16,00 16,00-18,00 18,00-20,00 20,00-21,00 08,00-9,30 09,30-11,00 11,30-12,30 12,30-14,00 14,00-15,30 15,30-17,00 17,00-18,30 18,30-20,00 21,00Vigilia 08,00-10,00 10,00-11,00 11,00-12,00 12,00-13,00 13,00-14,00 14,00-16,00 16,00-18,00 18,00-19,00 19,00-20,00 20,00-21,00 21,00 Vigília 21,00-22,00 Cuba Beringel Trigaches Ervidel Vila Nova da Baronia Alvito São Brissos Pias Safara Barrancos Vila Verde de Ficalho Brinches Amareleja Moura: S.J.Baptista Serpa: Salvador Póvoa de São Miguel Colos São Teotónio Relíquias Zambujeira São Luís Cercal do Alentejo Vila Nova de Milfontes Sabóia Odemira: Salvador, S.Maria Grândola Ermidas-Sado Vale de Água Abela Melides Santiago do Cacém Sines Alvalade São Francisco da Serra Santo André: Aldeia V. N. S. André: Santa Maria São Bartolomeu da Serra PUBLICIDADE 8 – Notícias de Beja 7 de Abril de 2005 Publ. Cartório Notarial de Almodôvar Certificado Certifico, narrativamente, para efeitos de publicação, que, por escritura de Justificação lavrada hoje, de folhas cinquenta e quatro a folhas cinquenta e cinco verso do livro de notas para escrituras diversas números Cento e dezoito – C, deste Cartório Notarial, a cargo do notário, Lic. José Francisco Colaço Guerreiro, Conceição Maria, C.F. n.º 102 482 780 e marido, João Joaquim Revés, C.F. n.º 102 482 730, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ela, da freguesia de Gomes Aires, concelho de Almodôvar, ele, da freguesia de Casével, concelho de castro Verde, residentes na Travessa do Vale de Esmolas, n.º 18, na sede da freguesia de aldeia dos Fernandes, concelho de Almodôvar, declararam ser donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio urbano, destinado a habitação, sito na Travessa do Vale de Esmolas, número 18, na sede da indicada freguesia de Aldeia dos Fernandes, composto por edifício de rés-do-chão com três compartimentos, corredor, cozinha e uma dependência, com as superfícies: coberta, de sessenta e dois metros quadrados; e descoberta, de quarenta metros quadrados, que confronta do norte com Maria Teresa Candeias, do sul e do nascente e do poente com Emídio José, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar e inscrito na respectiva matriz predial, em nome da justificante mulher, sob o artigo número 209, com o valor patrimonial tributário, igual ao que lhe atribuíram, de quinhentos e onze euros e cinquenta e oito cêntimos.Que o prédio veio à posse deles justificantes há mais de sessenta anos, em data que não conseguiram precisar, mas por volta do ano de mil novecentos e quarenta e um, por partilha de herança aberta por óbito dos pais da justificante mulher, Manuel Estêvão e Rosaria Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens e residentes na indicada Aldeia dos Fernandes, então freguesia de Almodôvar, a que procederam com os demais interessados.Que a partilha nunca foi formalizada por escritura pública, motivo pelo qual não ficaram a dispor de título que lhes permita efectuar o respectivo registo de aquisição na competente Conservatória do Registo Predial. Que esta posse tem sido exercida à vista de toda a gente, de uma forma pacífica e no gozo e fruição do prédio como seus verdadeiros donos, nomeadamente utilizadoo, desde então, como sua casa de morada de família e têm sido eles que têm suportado os encargos do imóvel, designadamente as várias obras de conservação que lá efectuaram, bem como a contribuição predial que pagaram durante alguns anos. Que esta posse em nome próprio, pacifica, continua, desde há mais de vinte anos, conduziu à aquisição do referido imóvel por usucapião, que, pela escritura, invocaram, para efeitos de primeira inscrição no registo predial, dado esta forma de aquisição não poder ser comprovada por mais nenhum título extrajudicial. Está conforme o original. Cartório Notarial de Almodôvar, oito de Março de dois mil e cinco. A Ajudante Rosa Paula Guerreiro Paleta Publ. A Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Cartório Notarial de Serpa Certificado Certifico para efeitos de publicação que, no dia 15 de Março de 2005, lavrada a fis.82 do livro de notas n.º 118-D, deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual António Valadas Sebastião, NIF 156.907.500 e mulher Arminda Horta Rosa, NIF 154.616.290, casados no regime da comunhão geral, naturais da freguesia e concelho de Mértola, onde residem em Corte de Sines, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do direito a um/sexto indiviso do prédio rústico de cultura arvense, com a área de três mil duzentos e cinquenta centiares, denominado “Barranco Grande”, sito na freguesia e concelho de Mértola, que confronta: do norte com Marçal José, do sul e poente com Sociedade Agrícola Herdade da Brava, do nascente com Área Social - Corte Sines, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola, inscrito na matriz, em nome do justificante marido quanto ao referido um sexto sob o artigo 41 da secção JJ, com o valor patrimonial correspondente à fracção de 0,32 €, a que atribuem o valor de mil euros. Que o identificado direito a um/sexto do indicado imóvel veio à posse do justificantes, por o haverem adquirido por doação meramente verbal em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e sessenta e quatro, efectuada por Manuel Sebastião e mulherAna Maria Valadas, casados no regime da comunhão da comunhão geral, já falecidos, residentes que foram em Corte de Sines, não tendo sido celebrada a respectiva escritura. Porém, desde aquele ano e sem interrupção, os justificantes entraram na posse do referido direito a um/sexto do identificado imóvel, cultivando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso um i posse pública, pacífica, contínua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer aprova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição do aludido direito a um/sexto imóvel por usucapião. Está conforme o original Cartório Notarial de Serpa, 15 de Março de dois mil e cinco Sede & Secção de órgãos: Rua Andrade Corvo, 72/78, 4704-522 Braga Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779 Fábrica: Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 A 2.ª ajudante Maria da Conceição Vaz Martins Quartas-Feiras e Sextas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A LISBOA Telefone 217 952 997 Publ. Cartório Notarial de Serpa Certificado Certifico para efeitos de publicação que, no dia 17 de Março de 2005, lavrada a fls. 117, do livro de notas número 118-D, deste Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual José de Aires Lucas, NIF 105 761 362 e mulher Ana Inácia Ruivo Navarro Lucas, NIF 105 761 370, casados no regime da comunhão geral, naturais de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, residentes nessa freguesia, na Rua do Caminho das Pazes, número 36, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano de rés-do-chão e quintal, destinado a habitação, sito na Rua do Barranco, freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, que confronta do norte com António do Carmo Almeida, do sul com Manuel Pires Agostinho, do nascente com Rua e pelo poente com Caminho Público, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número dezanove mil cento e setenta e oito do livro B – quarenta e oito, inscrito na matriz em nome do justificante marido sob o artigo 549, com o valor patrimonial de 1.339,56 € a que atribuem igual valor. Que o citado imóvel encontra-se registado na mencionada Conservatória a favor de José Martins Lucas e mulher Maria Jerónima, casados no regime da comunhão geral, pela inscrição dezasseis mil duzentos e oitenta e seis, do livro G – vinte e dois, com a última residência habitual na referida freguesia de Vila Verde de Ficalho, desconhecendo-se actualmente o seu paradeiro, bem como dos respectivos herdeiros, sendo os mesmos notificados editalmente através da notificação avulsa nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, já arquivada neste Cartório como documento número vinte e seis do maço referente às notificações avulsas, sendo o mesmo pertença dos justificantes por o haverem adquirido por compra aos titulares inscritos, compra essa efectuada verbalmente em dia e mês que não podem precisar do ano de mil novecentos e setenta e cinco, não tendo sido celebrada a respectiva escritura, motivo pelo qual são detentores de qualquer documento formal que legitime o seu domínio sobre o mesmo. Porém, desde aquele ano e sem interrupção, os justificantes entraram na posse do referido imóvel, habitando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse publica, pacifica, continua e de boa fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição do aludido imóvel por usucapião. Cartório Notarial de Serpa, dezassete de Março de dois mil e cinco. Tribunal Judicial de Moura Secção Única Anúncio Processo: 275/2002 Execução Ordinária Exequente: Francisco Marques Beja Executado: António Manuel Marquilha Ganchinho e outro(s)... Nos autos acima identificados foi designado o dia 03-05-2005, pelas 10:00 h, neste tribunal, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria deste Tribunal, pelos interessedados na compra do(s) seguinte(s) bem/ben(s): - prédio rústico denominado “Margaçal” inscrito na matriz sob o artigo 50 da secção D, da freguesia de Santp Agostinho, concelho de Moura, com a área de 0,4375 ha, descrito na Conservatória do Registo Predial de Moura sob o n.º 01529/291194, pelo valor base de 3.500,00 euros. A Juiz de Direito, Sónia Leite A 2.ª ajudante Maria da Conceição Vaz Martins Miguel N/Referência: 154761 Data: 17-03-2005 O Oficial de Justiça, Rosália Infante REGIONAL 7 de Abril de 2005 Peditório Público Semana Cáritas A Cáritas agradece a todos os voluntários que se disponibilizaram para fazer o peditório público da semana Cáritas. As verbas angariadas irão servir para apoiar pessoas carenciadas através das nossas Paróquias e da Cáritas Diocesana. Este ano os donativos totalizaram 6.379,48 euros (seis mil trezentos e setenta e nove euros e quarenta e oito cêntimos,) ficando 50% do valor na Paróquia, 10% na Cáritas Portuguesa e os restantes na Cáritas Diocesana. Cidade de Beja – 1.241,83 euros; Grupo Sócio-Caritativo de Aljustrel – 618,31 euros; Grupo SócioCaritativo de Ervidel – 255,64 euros; Grupo Sócio-Caritativo de Sabóia – 688 euros; Grupo SócioCaritativo de Odemira – 892,55 euros; Grupo Sócio-Caritativo de S. Teotónio – 1.044,55 euros; Grupo Sócio-Caritativo de V. V. Ficalho – 236 euros; Cáritas Paroquial de Serpa – 188,60 euros; Cáritas Paroquial de Santo André; Grupo Sócio-Caritativo de Almodôvar – 814 euros. Encontros Cáritas nos Arciprestados da Diocese de Beja Seguindo orientações do Sr. Bispo, e dando cumprimento ao Plano Pastoral referente à acção sócio-caritativa, a Caritas de Beja está a organizar Encontros de Formação a nível arciprestal para as comunidades cristãs da Diocese de Beja. Estes Encontros destinam-se a toda a comunidade, pois toda a comunidade é responsável pelos seus pobres, muito embora deva existir um Grupo que a represente. Nestes Encontros será abordada a dimensão da Caridade integrada na tríplice dimensão da Igreja, e um dos objectivos desta formação será passar a mensagem a toda a comunidade de que: “Não basta conhecer a fé, não basta celebrar a fé, é preciso sobretudo viver a fé” Será apresentado o conceito de “pobre” à luz da doutrina social da Igreja e por fim serão dadas algumas sugestões práticas como desenvolver a acção sócio-caritativa na Paróquia. Todos estão convidados a participar e divulgar esta acção. Os Encontros irão decorrer sempre das 14.30 às 17.30. Arciprestado de Santiago do Cacém, em Sines no Salão do Povo – 09-04-05 Arciprestado de Moura, no Centro Paroquial de Moura – 16-04-05 Arciprestado de Almodôvar, no Fórum Municipal de Castro Verde – 23-04-05 Arciprestado de Cuba e Beja, no Centro Pastoral de Beja – 21-05-05 Mértola Faleceu a Irmã Maria de Fátima Faleceu, no dia 4 de Abril, no Hospital de Leiria, onde estava internada, há algumas semanas, a Irmã Antónia da Conceição Silva (em Religião, Irmã Maria de Fátima), das Oblatas do Divino Coração, da Diocese de Beja. Natural de Santiago do Cacém, a Irmã Maria de Fátima tinha 81 anos de idade e desempenhou vários cargos de responsabilidade nas várias Casas da sua Congregação. Nos últimos anos viveu em Fátima, numa Residência da Congregação. Dotada de cativante simplicidade e espírito de serviço - muitos apelidavam-na até de “Irmã Sorriso”, a Irmã Maria de Fátima foi uma verdadeira alma de Deus com grande zelo missionário e a sua vida foi um exemplo edificante de fé e amor ao próximo. O funeral realizou-se no dia 5, em Beja, tendo presidido à Missa exequial o Sr. D. Manuel Falcão, Bispo Emérito de Beja, em representação do Bispo actual, D. António Vitalino, ausente em Fátima. Concelebraram quatro Sacerdotes. Presidiu ao funeral o Pároco de Santa Maria, Padre Alberto Batista. Por alma da Irmã Maria de Fátima será celebrada a Missa de 7.º Dia, no próximo sábado, 11 de Abril, às 18 horas, na igreja de Santa Maria. “Notícias de Beja” apresenta sentidas e cristãs condolências à Congregação das Oblatas do Divino Coração e à família enlutada. Município promove Prémio Municipal Empresas Estão abertas as candidaturas ao Prémio Municipal Empresas, uma iniciativa da Câmara Municipal de Mértola que visa distinguir a empresa/empresário com actividade no Concelho de Mértola que ao alongo dos três últimos anos tenha contribuído para o emprego, o investimento, a inovação, a projecção, o prestígio e para a preservação do ambiente no Concelho. Podem candidatar-se todas as empresas/empresários com actividade no Concelho de Mértola. Este prémio será atribuído periodicamente, de três em três anos, sendo em 2005 a sua primeira edição. Podem ser distinguidas as pequenas e médias empresas de cada um dos seguintes sectores de actividade: agricultura, indústria, comércio, restauração/hotelaria/ turismo, construção civil e serviços. Podem em cada uma das edições serem também atribuídos os prémios de inovação e revelação. As empresas seleccionadas serão galardoadas com um prémio alusivo (troféu), entrega de diploma e incentivo de ordem financeira a definir. VENDE-SE EM BEJA APARTAMENTO NOVO - T2 Com 2 quartos, 1 sala e cozinha amplas, sótão e lugar de garagem. Euros - 115.000 € Informa-se na Redacção - Telef. 284 322 268 Dr.ª Etelvina Augusta Mourato Grilo Marques Bengala 20/05/1938 - 07/04/2000 5.º Ano de Eterna Saudade Missa de Sufrágio A morte levou-nos aquela que tanto amávamos e que tanto nos amou, contudo, a sua imagem vai continuar sempre bem viva nos nossos corações. Seu marido, filhos e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que mandam celebrar missa por alma de sua saudosa extinta, no dia 7/4/2005, quintafeira, pelas 18:30 h, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo, desde já, a todas as pessoas que se dignarem assistir a este piedoso acto. Notícias de Beja – 9 Manuel Monge é o novo Governador Civil de Beja O Governo nomeou, no dia 1 de Abril, o General Manuel Soares Monge para o cargo de Governador Civil de Beja. Manuel Monge, que substitui João Paulo Ramôa, tomou posse no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, no dia 5 de Abril. Natural de Vila Nova de S. Bento, onde reside, Manuel Monge, 66 anos de idade, foi oficial da Casa Militar de Spínola e de Mário Soares. Politicamente independente, colaborou várias vezes com o Partido Socialista, tendo sido candidato à Presidência da Assembleia Municipal de Serpa nas Autárquicas de 2001. É casado e tem dois filhos. Alcaria Ruiva Associação “Viver Bem” precisa de ajuda para erguer Projecto Social Um grupo de cidadãos conhecedores das dificuldades sociais e económicas da Freguesia de Alcaria Ruiva no concelho de Mértola, Distrito de Beja, convictos que é possível encontrar formas de melhorar a qualidade de vida das pessoas que residam ou não nesta área, ajudando a combater o desemprego e a solidão dos que vivem sós, contribuindo assim para o desenvolvimento da mesma, souberam com espírito de unidade, amizade e solidariedade, conjugar esforços de uma forma fraterna, humana, corajosa, com fé e esperança, levar a cabo um Projecto Social que prevê a criação de um Centro de Dia, um Lar para a 3.ª Idade, Ocupação dos Tempos Livres para crianças e jovens e apoio a todas as pessoas com deficiências diversas, não tendo sido esquecido o apoio médico e de enfermagem que é fundamental em qualquer instituição. Esta equipa propôs-se trabalhar em parceria com a Junta de Freguesia de Alcaria Ruiva que aceitou a proposta, e escolheram para a instalação desta Instituição Particular de Solidariedade Social, a Escola Primária do Monte de Corte Pequena, desactivada há já alguns anos. Esta Comissão solicitou à Câmara Municipal de Mértola uma reunião para apresentar este Projecto, solicitando a cedência da referida Escola incluindo a área circundante à mesma, tendo a resposta sido favorável através do Exm.º Senhor Presidente da Câmara. Realizou-se também um encontro entre a Sra. Arquitecta que está a elaborar o Projecto de Arquitectura desta Associação, e que é elemento da mesma, com o Gabinete Técnico da Câmara M. Mértola, no sentido de haver uma cooperação entre as duas entidades, e que julgamos ser de extremo valor para toda a população do concelho, uma vez que este trabalho não se estende apenas à população da Freguesia de Alcaria Ruiva. Assim, e para fazer face às despesas que advém de todo um processo de legalização, bem como do restauro da Escola em questão e construção de um novo Edifício a Comissão Instaladora decidiu iniciar uma Campanha de Fundos no passado dia 30/01/05 assinalada com um Torneio do Jogo Popular “TORNEIO DA SUECA» que deu um contributo financeiro positivo, uma vez que teve a participação de pessoas que compreenderam o valor que tinha este invento marcando desde logo a sua presença, tendo sido sugerindo a esta Comissão novos encontros como forma de recolher receitas para a Instituição em formação, e sugeriram que fizessemos um apelo a todas as pessoas e entidades que possam ajudar na concretização desta Obra Social, para enviarem o seu contributo à Comissão Instaladora da Associação Viver Bem, ao cuidado da Junta de Freguesia de Alcaria Ruiva, Caixa Postal 7801, 7750-013 ALCARIA RUIVA-MÉRTOLA. É de salientar ainda que este encontro foi feito em parceria com o Centro Cultural de Corte Pequena onde o mesmo decorreu, e que ofereceu um. a parte do valor das vendas do Bar a esta Associação, tendo o mesmo tido o Patrocínio da Junta de Freguesia de Alcaria Ruiva que ofereceu os Troféus, e da empresa NESTLÉ com a oferta de alguns produtos alimentares, cujo valor da venda dos mesmos reverteu a favor da Instituição. Comissão Instaladora do Grupo de Trabalho da Associação Viver Bem Caixa Postal 7801 7750-013 Alcaria Ruiva Retiros para casais No âmbito da Pastoral Familiar, o Santuário de Fátima informa que estão previstos dois Retiros para Casais a realizar na Casa de Nossa Senhora do Carmo nas seguintes datas: - 08a 10de Julho de 2005; - 18 a 20 de Novembro de 2005. Os interessados poderão contac-tar-nos da seguinte forma: - Telefone 249.539.600 – Serviços SEPALI, durante as horas de expediente; - Fax n.º 249.539.605; - Por escrito para: Santuário de Fátima, A/C: SEPALI, Apartado 31 – 2496908 Fátima. - E-mail para: [email protected] As inscrições serão aceites por ordem de chegada de qualquer uma das formas acima indicadas. TEMPO PASCAL 10 – Notícias de Beja 7 de Abril de 2005 O sacramento da Páscoa Sob o ícone dos discípulos de Emaús, o papa João Paulo 11 inaugurou o Ano dedicado à Eucaristia com a publicação da Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine – «Fica connosco, Senhor» (Lc 24,29). A narração evangélica atinge o seu ápice quando o desconhecido pere-grino, sentando-se à mesa com os dois discípulos desiludidos com o fim trágico de Jesus de Nazaré, «tornou o pão, abençoou-o, depois partiuo e distribuiu-o a eles. Então seus olhos se abriram e o reconheceram» (Lc 24, 30-31). Jesus (o Ressuscitado) manifesta-se vivo com o mesmo gesto (fractio panis) que realizou na noite da instituição da Eucaristia. Na verdade, o relato pascal de Emaús apresenta uma verdadeira e própria celebração eucarística (Salmos/ Profetas, homilia, procissão de entrada até ao lugar da celebração, abertura dos olhos e da mente) – paradigma de toda a liturgia cristã – prociamar/ escutar; revelar/ver; gostar/experimentar. A Igreja recebeu a Eucaristia do Senhor Jesus Cristo como o dom por excelência, porque é dom d’Ele mesmo, por isso, é verdadeiramente o mistério da fé e o sacramento do mistério da Páscoa. Um texto do século 11 afirma claramente: «O mistério da Páscoa é Cristo» (Melitão de Sardes, Sobre a Pás-coa, 65). Como em S. Paulo (cf. Ef 1,4-12; 3, 1-13), este mistério indica o plano divino da salvação a oferta da sua vida e do seu compromisso cristão, porque o mistério de Cristo, alfa e ómega torna-se contemporâneo a todo o homem em todos os tempos. realizado em Cristo, cujo ponto central é o mistério da Páscoa. Deste único e fontal mistério de Cristo nasce a Eucaristia, a partir dos modelos sacrificial, anamnético e convivial. 1. E ucaristia -sacrifício A Eucaristia é sacramento do sacrifício de Cristo. A Igreja celebra o sacrifício de louvor através de Cristo e oferece ao Pai o que Ele próprio lhe deu, isto é, os dons da criação, o pão e o vinho, tornados, pelo poder do Espírito Santo e pelas palavras de Cristo, Corpo e Sangue do mesmo Jesus Cristo. À Eucaristia atribui-se o conceito de sacrifício, porque torna presente o sacrifício da cruz, conforme as Ressuscitei, mas ainda estou contigo! Ainda há muita gente por aí, que pensa ser impossível conviver com Cristo. Dizem que Cristo pertence a outro tipo de mundo; dizem que Cristo mora nó além. Ele pode ser o prémio da vida futura, pode ser a esperança dos homens, pode ser Aquele que espera por nós no limiar da eternidade... Muita coisa nos separa. Muita distância nos divide. Moramos em margens opostas, vivemos em mundos diferentes, falamos línguas diversas. Como poderíamos morar juntos? Um Deus é sempre um Deus, nunca poderia caber na casa dos homens. Vai raiar o dia em que, enfim, estaremos para sempre unidos. Mas por enquanto... por enquanto, temos que viver separados e temos que nos arranjar sozinhos. É isto o que a gente vai dizendo. E está tudo errado! Para tirar qualquer dúvida, aqui vão as palavras do maior interessado: “Porque surgem tais pensamentos nos vossos corações? Nós podemos morar juntos, porque Eu tenho um corpo, tenho mãos, tenho pés. Não sou um fantasma, sou um de vós. Ressuscitei, mas ainda estou convosco. Sou sempre eu, o vosso Cristo de cada dia”. O nosso Cristo de cada dia é o dono do espectáculo. 0 Seu lugar é este, os nossos caminhos são os Seus caminhos, a nossa história é a Sua história. Não podemos lembrar-nos d’Ele apenas quando vamos acender as velas de nossa titubeante devoção ou na hora em que vamos levar-Lhe as flores do nosso amor inconstante. Ele quer é embarcar na nossa barca. Também seria muito pouco consideráramo-l´O imagem sagrada de um fantasma, pela qual suspiramos nos raros momentos de fervor. Porque, verdadeira-mente, não Lhe cabe a Ele o papel do fantasma. A Ele pertence de direito o papel do insubstituível companheiro de viagem. De agora em diante, o nosso maior pecado consiste em manter os olhos fechados ou protegidos por óculos escuros. E o nosso maior azar consiste em não aceitar como parceiro de caminhada Aquele que disse: “Estarei sempre convosco”. A luz resplandece nas trevas. Estes são os dias em que o Senhor nos está visitando e trazendo a paz. É sempre assim. Depois da paixão, do sofrimento e da morte, desponta a manhã da alegria e da ressurreição. Sempre haverá um amanhã depois da noite. E nós, se perseverarmos através das trevas, teremos a oportunidade de ver o Sol. Amigo, continua a marchar para a luz, pegando na mão de Cristo. Não acreditas? Haverá um amanhã depois da noite. “O Meu Cristo de Cada Dia” (P.Virgílio) palavras da narração da ceia «Isto é o meu Corpo que será entregue por vós» e «Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vás e por todos, para remissão dos pecados». No sacrifício da Missa, Cristo torna-se presente sacramentalmente e «esta presença chama-se “real”, não por exclusão como se as outras não fossem “reais”, mas por antonomásia, porque é substancial, quer dizer, por ela está presente Cristo completo, Deus e homem» (Paulo VI, Carta Encíclica Mysterium Fidei). A comunidade reunida oferece ao Pai o sacrifício de Cristo e associase a Cristo (ao mesmo tempo, o cordeiro, o altar e o sacerdote), com 2. Eucaristia-memorial O modelo da Eucaristia recorre à categoria de memorial, «Fazei isto em memória de mím» (Lc 22,19; 1 Cor 11,25b- surgindo como o elemento estrutural da narração da instituição realizada por Jesus na noite da última ceia. Ao agregar estas palavras à narração da ceia, a Oração eucarística torna-se uma declaração de querer fazer o que Jesus disse para fazer, uma menção explícita à sua memória, qual presença sacramental permanente de Cristo. A Eucaristia é, pois, a obediência ao mandamento de Cristo de fazer o que Ele mesmo fez, conforme as quatro tradições neotestamentárias (Mc 14,22-24; Mt 26,26-28; Lc 22,17-20; 1 Cor 11,23-25), tornandose a anamnese do mistério da morte e ressurreição de Cristo, como se aclama na liturgia: «Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde Senhor Jesus». Trata-se da comemoração do mandato de Cristo, não apenas como recordação do passado, mas como proclamação das maravilhas que Deus operou na história da salvação por amor-doshomens, imprimindo ao caminho cristão o passo da esperança. 3. Eucaristia-banquete O sacramento da Eucaristia é banquete pascal, por se tratar da refeição que o Senhor tomou com os seus discípulos antes da sua paixão e morte e por podermos participar no corpo e sangue do Senhor, para entrar numa comunhão plena com Ele. A acção da última ceia desenvolvese em nove momentos: tomou o pão; deu graças; partiu-o; deu-o; dizendo...; tomou o cálice; deu graças; deu-o; dizendo.... partes essenciais e constitutivas do rito da Igreja. Este articula-se no ordinário da Missa em: preparação dos dons, Oração Eucarística, fracção do pão e comunhão. Ao dizermos que a Eucaristia é o sacramento da Páscoa, salientamos a realização sacramental dos mistérios de Cristo no centro da liturgia, e mesmo de toda a vida cristã, como testemunham os Padres da Igreja: «o que no nosso Redentor era visível, passou para os seus sacramentos» (S. Leão Magno, Sermão da Ascensão do Senhor, 74,2). Sacrifício, memorial e banquete são, portanto, três dimensões inseparáveis do mesmo e único mistério eucarístico, o sacramento da Páscoa de Cristo. José Manuel Garcia Cordeiro Vice-Reitor do Pontifício Colégio Português RELIGIÃO 7 de Abril de 2005 Notícias de Beja – 11 Reunidos em Fátima, na Assembleia Plenária Os bispos postugueses homenagearam João Paulo II e reafirmaram posição anti-aborto Os bispos portugueses prestaram no dia 4 homenagem a João Paulo II e reafirmaram o seu empenhamento na luta contra o aborto, um tema a que o Santo Padre sempre deu grande importância. “Tenho a certeza de que João Paulo II ofereceu a vida por nós, pela Igreja e pelo Mundo. A sua morte provocou uma invulgar unidade da humanidade”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, na abertura da 159.ª Assembleia Plenária, em Fátima. Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa boa, que cessou funções como presidente da CEP, o Santo Padre foi sempre um grande Pastor, tomando a iniciativa da liderança para identificar perigos e apontar novos caminhos. “Ele foi, para toda a Igreja, esse Pastor, que decididamente, com passada larga, tomou sempre a dianteira, apontando obstáculos a vencer mas, sobretudo, rasgando novos caminhos, alguns nunca andados nem imaginados”, disse D. José Policarpo. E se dúvidas houvessem sobre o alcance do pontificado de João Paulo II, elas dissiparam-se perante a invulgar unidade universal originada pela sua morte. Viram-se cristãos de todas as confissões, homens crentes de outras religiões, governos e instituições, unidos em torno do falecimento de Sua Santidade. E assistiuse ao degelo de posições rígidas, numa “manifestação do que de melhor está guardado no coração do homem e no âmago das culturas”, salientou o Cardeal-Patriarca. Reunidos pela primeira vez após a morte de João Paulo II, os bispos portugueses colocaram uma imagem do Santo Padre na sala onde decorre a Assembleia Plenária. Em frente ao quadro, foi posto um arranjo com diversas rosas brancas. No discurso de abertura, D. José Policarpo reafirmou a posição da Igreja portuguesa em relação ao aborto, agora que se volta a falar na possibilidade de um referendo à alteração da Lei sobre a Interrupção Voluntária da Gravidez. “Qualquer Lei que permita o aborto cria uma separação entre a legalidade e a moralidade, pois o aborto voluntariamente procurado, mesmo, que legal continua a ferir a Católicos e praticantes Que os cristãos vivam o Domingo como o dia do Senhor, especialmente dedicado a Deus e ao próximo. Intenção Geral do Santo Padre para o Apostolado da Oração - ABRIL 1. «No primeiro dia da semana». Assim começam as narrativas evangélicas da ressurreição do Senhor Jesus (cfr. Mt, 28, 1; Mc 16, 2; Lc 24, 1; Jo 20, 1). E assim começou também o domingo, ou seja, o dia do Senhor ressuscitado e vivo para sempre. A santificação deste dia foi assumida, desde o início, pela comunidade cristã. Daí o costume de os cristãos se reunirem no dia do Senhor, para ler as Escrituras, escutar o ensinamento dos Apóstolos e seus sucessores e celebrar a fracção do pão (a Eucaristia). Há testemunhos eloquentes, desde os primeiros séculos, a este respeito. Leia-se, a título de exemplo, o que se escreve na Didascália dos Apóstolos: «Deixai tudo de lado, no dia do Senhor, e apressai-vos em comparecer todos juntos à vossa assembleia». Nesse tempo (séc. III), os cristãos eram perseguidos e mortos, mas não deixavam de participar na Eucaristia. Hoje, em muitos lugares continua a ser assim. Noutros, suportam-se canseiras tremendas (dias de caminhada, noites ao relento ...) para participar na Eucaristia dominical. E entre nós? 2. Sentido e valor do domingo. Não faltam documentos do Magistério eclesial a explicar o sentido do domingo e o seu valor. O Concílio Vaticano II lembra aos fiéis que «por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da ressur- reição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo» (Sacrosanctum Concilium, 106). Este é o sentido do domingo: celebrar, em comunidade, a Páscoa do Senhor Jesus. E do sentido do domingo facilmente se depreende o seu valor. «Todos os que tiveram a graça de crer no Senhor ressuscitado não podem deixar de acolher o significado deste dia semanal, com o grande entusiasmo que fazia S. Jerónimo dizer: “O domingo é o dia da ressurreição, é o dia dos cristãos, é o nosso dia”» (João Paulo II, Carta apostólica Dies Domini, n.º 2). 3. Domingo e Eucaristia. É inquestionável, à luz da Tradição, a íntima relação entre a vivência do domingo e a celebração da Eucaristia. Para o cristão, não pode haver um sem a outra: «A participação na Eucaristia seja verdadeiramente, para cada baptizado, o coração do domingo: um compromisso irrenunciável, abraçado não só para obedecer a um preceito mas como necessidade para uma vida cristã verdadeiramente consciente e coerente» (João Paulo II, Carta apostólica Novo millennio ineunte, nº 36). Mais ainda: a participação na Eucaristia dominical é um dos «aspectos específicos» que identificam os cristãos, num contexto cultural e religioso plural (cfr. idem). Mal avisados andam, portanto, os ditos «católicos não-praticantes» e aqueles que, mesmo na Igreja, desvalorizam a prática da Eucaristia dominical como o sinal por excelência do ser cristão. 4. Dia dedicado a Deus e aos outros. Na vida cristã tomada a sério, Deus e os irmãos não se excluem. A celebração eucarística realiza-se plenamente, como assembleia cristã, na medida em que não se fecha ao anúncio da fraternidade dos crentes, bem como destes com todos os homens, nem às necessidades do mundo, e em particular dos mais pobres. Isto verifica-se, quer nas orações, quer nos bens oferecidos, quer na saudação fraterna. Mas verifica-se também na «missão» recebida: anunciara Páscoa do Senhor e, fazendo-o, levar a libertação aos que padecem qualquer tipo de opressão. «Assim, a Eucaristia dominical não só não desvia dos deveres de caridade, mas, pelo contrário, estimula os fiéis “a tudo o que seja obra de caridade, de piedade e apostolado, onde os cristãos possam mostrar que são a luz do mundo, embora não sejam deste mundo, e que glorificam o Pai diante dos homens”» (João Paulo II, Dies Domini, nº 69). O cristão que vive o domingo como dia do Senhor não pode deixar de se consagrar aos irmãos; o cristão que serve os irmãos com coração recto não pode deixar de celebrar o domingo como dia do seu Senhor e Mestre. Elias Couto moralidade natural e as exigências da consciência”, afirmou o CardealPatriarca. Segundo D. José Policarpo, a Igreja não desconhece “o drama do aborto clandestino”, nem ignora que a defesa da vida “exige convicção, generosidade e coragem, compreensão e apoio da sociedade”. No entanto, na perspectiva da fé católica, esta “não é uma questão que possa resolver-se pela cedência e pela tolerância, mas sim pela coragem partilhada”. Para o presidente cessante da CEP, “esta batalha insere-se numa outra mais vasta: a da educação e da cultura, capaz de enquadrar as pessoas na sua dignidade e na sua luta pela vida”. D. José Policarpo partiu no dia 5 para Roma, para participar nas cerimónias fúnebres de João Paulo II. Após seis anos à frente da CEP o cardeal foi substituído no cargo por D. Jorge Ortiga, arce-bispo primaz de Braga. A Assembleia Plenária decorre até quinta-feira, com a definição de vários princípios e orientações para a Igreja em matéria de acção social. Respostas às questões da última página 1.Bíblia: Segundo a tradição mais consistente, a Ascensão deu-se 40 dias depois da Ressurreição a meia encosta do Jardim das Oliveiras, a Oriente de Jerusalém. 2. Cronologia: Porque os Ortodoxos, na liturgia ainda seguem o Calendário Juliano, por se terem recusado a adoptar o Calendário Gregoriano, introduzido pelo Papa depois do Cisma do Oriente. 3. Terminologia: No uso português introduziram-se as palavras laico (adjectivo, impropriamente usado como substantivo) e leigo (normalmente usado como substantivo), com significados diversos: laico refere-se à laicidade ou mais frequentemente ao laicismo; leigo é a categoria comum dos membros da Igreja, distintos dos clérigos e dos religiosos. 4. História: Há 4.000 anos, a Palestina estava ocupada por diversas tribos semitas, especialmente pelos Cananeus, que, depois do Êxodo, foram expulsos pelos Hebreus (ou Israelitas) que a ocuparam no tempo de Josué. Depois de terem resistido aos domínios grego e romano, os Judeus, com a destruição de Jerusalém e do seu Templo no ano 70, foram expulsos e dispersaram-se. Uns séculos depois as tribos árabes que foram ocupando a Palestina caíram no Islamismo. Depois da Grande Guerra, a Palestina ficou sob administração inglesa. A entrada discreta de milhares de judeus na Palestina proporcionou a declaração do Estado de Israel em 1948, com tendência a remeter para a periferia os palestinos muçulmanos. É esta a situação actual. Veja na etiqueta se tem o pagamento em dia Por favor, ajude-nos no esforço de manter o “Notícias de Beja”! 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A atitude cristã perante a morte é a de acção de graças a Deus pela vida daqueles que partem para a plenitude da vida junto de Deus, que a Ressurreição de Cristo nos garante. Pela vida do Papa João Paulo II todos temos obrigação de estar imensamente gratos. Por isso convoco toda a diocese a celebrar em todas as paróquias Eucaristias de acção de graças durante esta semana, de 4 a 10 de Abril, repicando solenemente os sinos para essa celebração. Na sexta-feira, dia 8, às 8 horas, uma hora antes de se iniciarem as exéquias em Roma, devem tocar todos os sinos das igrejas da Diocese, como acontece em todo o País, em sinal de luto, respeito e homenagem pelo nosso querido e saudoso João Paulo II. A nível diocesano faremos a concelebração presidida pelo Bispo na Sé de Beja, no domingo, dia 10, pelas 18,30 horas, ao mesmo tempo que invocaremos o Espírito Santo pelo bom êxito do Conclave para eleição do novo Papa. No final da Eucaristia será exposto o Santíssimo Sacramento e cantaremos as Vésperas, dando assim início à semana de oração pelas vocações e ao Lausperene, que vai decorrer durante toda a semana de 11 a 16 de Abril, em toda diocese. No domingo a seguir à eleição do novo Papa deverão repicar-se também solenemente os sinos das igrejas e, ainda às 18,30 horas, o Bispo presidirá na Sé de Beja ao Pontifical e Te Deum de acção de graças. † António Vitalino, Bispo de Beja O que segue foi respigado de números antigos do Notícias de Beja. Há 75 anos (1930). Nesse ano a Páscoa caiu bastante alta, no dia 20 de Abril. Numa época anterior ao da reforma litúrgica, o programa da Semana Santa era bastante diferente do actual, sobretudo no Sábado Santo. A título de curiosidade, eis o Programa da Semana Santa desse ano na Sé de Beja. Domingo de Ramos: 11 h, Bênção dos Ramos e Canto Solene da Paixão; 17 h, Procissão dos Passos e Sermão. Quarta-Feira de Trevas; 17 h, Ofício de Trevas com responsórios em canto gregoriano. Quinta-Feira-Maior: 8 h, Missa de Pontifical, Bênção dos Santos Óleos, Procissão da Exposição do SS. Sacramento; 16 h. Lava-pés e Sermão do Mandato: 17 h, Ofício de Trevas. Sexta-Feira Santa: 10 h, Missa de Pressantificados, Canto solene da Paixão e Adoração da Cruz; 17 h, Via Sacra; 17,30 h, Ofício de Trevas. Sábado Santo: 9 h, Bênção do Lume Novo, Bênção da Pia Baptismal e Missa solene de Aleluia. Domingo de Páscoa: 12 h, Missa solene de Pontifical, Procissão da Ressurreição e Bênção Papal dada pelo Bispo com o repicar dos sinos. Há 50 anos (1955). O jornal dá notícia com grande relevo do falecimento de D. Manuel Mendes da Conceição Santos no dia 30 de Março às 5,30 h da manhã. Debaixo do travesseiro do Arcebispo de Évora foi encontrado o livro “La Vie Spirituel” que lhe proporcionou provavelmente a sua última leitura. No funeral incorporaram-se 20.000 pessoas. Há 25 anos (1980). O Ministério da Agricultura e Pescas (MAP) anunciou que irá distribuir pelos trabalhadores rurais inscritos 266 lotes da grande Herdade dos Machados (Moura), à semelhança do que já tinha sido feito na Herdade da Comporta. Excluíram-se destes lotes as reservas legalmente entregues aos anteriores proprietários. Enciclopédia A última mensagem de João Paulo II A mensagem preparada por João Paulo II para a oração de Regina Coeli, no dia 3, em substituição do Angelus - que tradicionalmente assinalava a bênção papal de domingo - foi lida aos cerca de 150 mil fiéis concentrados na Praça de São Pedro. Os fiéis assistiram à missa solene celebrada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Ângelo Sodano e ouviram depois a mensagem do Papa, lida pelo arcebispo argentino Leonardo Sandri. “À humanidade, que às vezes parece perdida e dominada pelo poder do mal, pelo egoísmo e pelo medo, o Senhor ressuscitado oferece como dom o seu amor, que perdoa, reconcilia e reabre o ânimo à esperança. É o amor que converte os corações e dá a paz. A solenidade litúrgica da Anunciação leva-nos a contemplar com os olhos de Maria o imenso mistério deste amor misericordioso que sai do coração de Cristo. Ajudados por Ele, podemos compreender o sentido verdadeiro da alegria pascal, que se baseia nesta certeza: Aquele que a Virgem teve no seu seio, que sofreu e que morreu por nós, ressuscitou de verdade. Aleluia” A NOVA EUROPA (6). Como é sabido, em Roma, no dia 29 de Outubro de 2004, foi assinado pelos chefes de Estado ou de Governo dos 25 países integrados na União Europeia o texto dum Tratado Constitucional que passará a reger os destinos da Europa Unida em substituição dos diversos tratados até agora em vigor desde o que em 1952 estabeleceu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Para a sua validade como lei fundamental da UE, é necessário que este Tratado Constitucional seja ratificado pelos diversos Estados. Foi deixado ao critério de cada um a forma de ratificação, ou por referendo (como é o caso de Portugal) ou por decisão parlamentar. A ratificação de todos é condição para o Tratado entrar em vigor no dia de 1 de Novembro de 2006. Segundo este diploma, os órgãos de governo da UE são basicamente três: o Conselho Europeu, constituído por um ministro de cada Estado-membro, que aprova as leis europeias, agora por um novo sistema de dupla maioria (já não sendo exigida a unanimidade); a Comissão Europeia, inicialmente com um comissário por Estadomembro, devendo mais tarde o seu número ser reduzido a dois terços, passado a haver uma rotação igualitária entre os países; e o Parlamento Europeu, com um número variável entre 6 e 96 de deputados por Estado-membro (consoante o número dos respectivos eleitores), num total de perto de 750. Como novidades, o Tratado Constitucional prevê um Presidente do Conselho Europeu e um Ministro dos Negócios Estrangeiros. Além da reestruturação dos órgãos, o novo Tratado amplia as respectivas competências, tendo em vista assegurar uma Europa unida e forte para se alcançarem os objectivos para ela já sonhados pelos seus geniais fundadores. Coisas e loisas 1. Mais um recorde. Decididamente, os portugueses gostam de fazer figura com o seu nome estampado no Livro Guiness dos Recordes. Agora coube a vez a um alentejano de Ferreira, que no dia 5 do mês passado animou as ruas da vila com a passagem ao longo de um quilómetro da sua megabicicleta de 65 lugares, 45 m de comprido e 130 rodas. Habituado a andar de bicicleta (já tinha ido ao Luxem-burgo e voltado montado numa), ao saber que um inglês figurava no Guiness com uma de 62 lugares, decidiu vencer esse recorde e começou a coleccionar velhas bicicletas, soldou uma às outras, e pronto. Quem as montou foram alunos das escolas locais. Não faltaram aplausos da população. Por fim, nova promessa: dentro de 2 anos a dose será aumentada com uma macrobicicleta de 100 lugares... 2. Nabo gigante. Já agora que estamos a falar de recordes, não queremos deixar passar a notícia vinda a público de que, mais ou menos pela mesma altura, um outro alentejano, com o expressivo nome de José Canhão, colheu no seu quintal da vila de Fronteira um nabo com um metro de alto e 13,5 quilos de peso. E já não foi o primeiro que o seu prodigioso quintal produziu. Veja se sabe 1. Bíblia. Segundo a tradição, de onde partiu Jesus para o Pai quando da sua Ascensão ao Céu? 2. Cronologia. Por que motivo os Ortodoxos não celebram a Páscoa ao mesmo tempo que os outros Cristãos? 3. Terminologia. É indiferente o uso em português das palavras leigo e laico? 4. História. Quais os povos que, de há 4.000 anos para cá, habitaram na chamada Palestina? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. Conversa celeste. Dois anjos conversam no céu. Um deles pergunta: «Quais são as previsões meteorológicas para amanhã?» O outro responde: «Céu com muitas nuvens.» E o primeiro comenta: «Ainda bem. Já temos onde nos sentarmos!» 2. Física. O professor pergunta: «A quantos graus ferve a água?» Um aluno responde: «A noventa graus.» «Errado, brada outro, o que ferve a noventa graus é o ângulo recto!» 3. Na livraria. Pede uma senhora: «Eu queria um livro que quando se lê nunca se percebe se vai acabar em beleza ou em tragédia...» Responde o livreiro: «Então leve um de culinária...» Manuel Falcão Os últimos momentos do Papa Olhou para a janela, ergueu a mão direita, disse ámen... e morreu