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RASCUNHO PARA AVALIAÇÃO PÚBLICA Agenda programática para redes costeiras e marinhas Agosto 2013 Este documento apresenta uma agenda para coligação programática entre redes costeiras e marinhas, elaborada a partir dos encaminhamentos da 1aOuvidoria do Mar. Este evento foi auto-gestionado voluntariamente por pessoas e instituições da sociedade civil durante a Cúpula dos Povos (Rio de Janeiro, 18 de junho de 2012), com o objetivo de criar oportunidades para a sociedade civil “compreender a crise para formular agendas proativas e integradas entre redes marinhas-costeiras”. Pessoas e instituições do Brasil e exterior foram convidadas para participação através de três chamadas amplamente divulgadas através das redes sociais e listas de e-mail ligadas a redes costeiras e marinhas. A natureza política nos preparativos e realização do evento prezou por um espaço de comunicação livre das corporações e autônomo dos governos – como forma de priorizar as percepções e anseios da sociedade. Órgãos fiscalizadores como o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União também foram convidados a participar. Estiveram presentes integrantes de mais de 70 instituições e redes de pesquisa e ação relacionadas aos Oceanos, contemplando uma expressiva diversidade de atores. O evento iniciou-se com as apresentações de quatro palestrantes de notório saber da temática costeira-marinha no Brasil, seguidas de rodas de diálogo sobre os temas Gestão Costeira Integrada e Áreas Marinhas Protegidas e Pesca. Os diálogos buscaram respeitar os três “Eixos Orientadores” da Cúpula do Povos, a saber: 1) Denúncia das causas estruturais das crises e falsas soluções; 2) Soluções e novos paradigmas e; 3) Planejamento de ações integradas futuras. Ao final da 1a Ouvidoria do Mar, decidiu-se acompanhar o evento denominado Diálogos de Desenvolvimento Sustentável (DDS) - tema Oceanos (19 de Julho de 2013). Co-organizado pelo governo Brasileiro e Organização das Nações Unidas, o DDS-Oceanos teve o objetivo de facilitar o diálogo entre a sociedade civil e o processo de alto-nível da Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável). Este documento apresenta a síntese dos encaminhamentos (Eixos 2-3) do processo descrito acima e uma proposta de agenda programática para as redes costeiras-marinhas. Outros detalhes sobre o evento estão disponíveis no relatório-base da 1a Ouvidoria do Mar acessível a partir do seguinte website: ouvidoriadomar.tumblr.com RASCUNHO PARA AVALIAÇÃO PÚBLICA Criando sinergia a partir de coligações programáticas A Tabela I sintetiza os encaminhamentos das rodas de diálogo da 1a Ouvidoria do Mar e permite visualizar os elos prioritários para a convergência e sinergia entre redes costeiras-marinhas. Cada Código de Convergência oferece um rumo suficientemente abrangente para permitir detalhamento futuro; e específicos o bastante para permitir o reconhecimento mútuo dos elos mais relevantes para uma coligação programática entre redes. Para adesão voluntária à agenda programática basta completar o formulário disponível no Blog. As informações serão disponibilizadas no Blog para que possamos coletivamente continuar a convergência, desenvolvendo gradativamente mecanismos legítimos para sinergia e uma nova cultura política. Futuros eventos Ouvidoria do Mar O termo OUVIDORIA DO MAR refere-se a uma rede social de informação que surgiu a partir do evento 1a Ouvidoria do Mar. A função social desta rede de informação é contribuir com a convergência e sinergia voluntária entre entre instituições marinhas e costeiras. A 1a Ouvidoria do Mar enfatizou uma natureza política/institucional híbrida e autônoma da sociedade civil, bem como cuidados rigorosos adotados com a transparência, participação, documentação e facilitação, dentre outros procedimentos metodológicos. Estes devem ser preferencialmente adotados em futuros eventos ligados à 1a Ouvidoria do Mar. Tais eventos poderão tratar da proposição de novos Códigos de Convergência ou, ainda, avançar em detalhamentos programáticos a partir dos já existentes. Ambientes compartilhados de comunicação - Ouvidoria do Mar Como fruto do processo de preparação, realização e encaminhamentos da 1a Ouvidoria do Mar, foram estabelecidos ambientes compartilhados de conhecimento para a comunicação entre redes marinhas-costeiras via web (maiores informações no Blog). Sugere-se que estes meios sejam utilizados prioritariamente para envio de informações e discussões relacionadas às propostas de coligação programática através de ações e parcerias, divulgação de moções, manifestos e campanhas relacionadas aos Oceanos. Sempre que possível, sugere-se explicitar a relação com os Códigos de Convergência pertinentes. Os interessados em contribuir com o desenvolvimento e aprimoramento destes ambientes de comunicação podem manifestar a intenção por email ou preferencialmente no grupo de facilitação da Ouvidoria do Mar no Facebook. RASCUNHO PARA AVALIAÇÃO PÚBLICA Código de convergência OM1 OM2 OM3 OM4 OM5 OM6 OM7 OM8 OM9 OM10 Descrição do elo programático para sinergia entre redes costeiras e marinhas Ouvidoria do Mar Fomentar a realização de novos eventos consoantes com a natureza política da 1a Ouvidoria do Mar como espaço de diálogo costeiromarinho autônomo da sociedade civil voltado à catálise e convergência de campanhas Continuidade da Ouvidoria do Mar enquanto Ambiente Compartilhado de Comunicação da sociedade civil, com o objetivo de facilitar, criar convergências e catalisar campanhas de instituições da sociedade civil Estabelecer parcerias para captação de recursos para a execução de projetos entre organizações da sociedade civil com o objetivo geral de perseguir os encaminhamentos da 1a Ouvidoria do Mar Constituir um grupo de trabalho para facilitar a convergência entre as redes costeiras-marinhas a partir dos encaminhamentos da 1a Ouvidoria do Mar, com foco nas instituições ligadas à sociedade civil e acompanhamento do Ministério Público Utilizar os documentos relacionados à 1a Ouvidoria do Mar como forma de cobrar atenção do governo à cerca de assuntos de importância para a resolução de problemas costeiros-marinhos Integração de saberes Fomentar abordagens e iniciativas que ajudem a lidar com os obstáculos de comunicação existente entre diferentes grupos (ex. cientistas, gestores, comunidades costeiras), que geram entraves para a integração entre múltiplos saberes e a governança compartilhada de territórios e recursos comuns Buscar meios para uma efetiva aplicação do conhecimento científico disponível para melhorar a governabilidade costeira-marinha Fomentar maior engajamento das redes marinho-costeiras transdisciplinares na articulação e construção de projetos de pesquisa-ação como forma de identificar e solucionar os problemas relevantes Priorizar e buscar maior integração entre a academia e as comunidades costeiras, através de projetos de pesquisas realizados em colaboração com as comunidades e com aplicabilidade a nível local Priorizar iniciativas e projetos com abordagens de pesquisa-ação voltadas para a transformação socioambiental para a sustentabilidade da zona costeira-marinha RASCUNHO PARA AVALIAÇÃO PÚBLICA OM11 OM12 OM13 OM14 OM15 OM16 OM17 OM18 OM19 OM20 OM1.21 OM1.22 DDSO1 DDSO2 DDSO3 Governança Buscar mecanismos para o fortalecimento, organização e integração entre instituições da sociedade civil para melhor ocupação e apropriação de espaços públicos de resolução de problemas, como modo de contribuir e cobrar a implementação de políticas públicas já existentes para a área costeira-marinha Buscar mecanismos para maior integração e transparência às interações ligadas à governança costeira-marinha em diferentes níveis (ex. municipal, estadual, federal) Buscar meios de melhorar a legitimidade na representação política de atores costeiros-marinhos em órgãos colegiados públicos Buscar a transição para abordagens ecossistêmicas de governança de ambientes costeiros e marinhos Áreas Marinhas Protegidas Apoiar a formação de mosaicos de proteção territorial integrados contemplando as esferas municipal, estadual e federal, que incluam aspectos sociais, econômicos e ecológicos Cobrar atenção dos governos aos processos de criação de Unidades de Conservação (UCs) solicitadas e em processo de criação, bem como acelerar a criação e implementação de novas Unidades de Conservação na área costeira e marinha, incluindo a formulação de Planos de Manejo participativos Buscar meios para maior integração das comunidades costeiras nos processos de criação e implementação de áreas protegidas Delegar poder deliberativo aos Conselhos Gestores das Unidades de Conservação da categoria Área de Proteção Ambiental Pesca Buscar a elaboração de políticas públicas que favoreçam a gestão compartilhada de territórios pesqueiros e recursos de uso comum Buscar mecanismos para minimizar os conflitos ente a pesca artesanal e atividades de carcinicultura, pesca industrial e de desenvolvimento de infraestruturas na zona costeira (ex. setor petroquímico e portuário) Buscar meios para a valorização do pescado, particularmente àquele proveniente da pesca artesanal, garantindo que a prática e a cultura da pesca sustentável sejam mantidas para as gerações futuras Criar e fortalecer programas de estatística e monitoramento pesqueiro legitimados através do envolvimento dos pescadores e pescadoras Proposições aprovadas no Diálogo de Desenvolvimento Sustentável - Oceanos (DDSO) Evitar poluição por plásticos através da educação e colaboração comunitária (sugestão do público via web) Lançar um acordo global para salvar a biodiversidade marinha do alto-mar (sugestão do público presente no DDS-Oceanos) Adotar ação imediata para desenvolver uma rede global de áreas marinhas protegidas, enquanto se promove manejo ecossistêmico das pescarias, com especial consideração para os interesses da pesca de pequena escala (sugestão do painel de especialistas)