Chris Dorley-Brown. A Cara do Ano 2000, 2000. © Chris Dorley
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Chris Dorley-Brown. A Cara do Ano 2000, 2000. © Chris Dorley
Chris Dorley-Brown. A Cara do Ano 2000, 2000. © Chris Dorley-Brown O que o corpo significou para a fotografia na última década do século XX, a cara representa hoje, na primeira década do novo milénio – um leitmotiv central e palco de intensa contestação. Mas a cara compreende um âmbito bastante mais amplo do que o sugerido pelo termo retrato. Na verdade, um número substancial de produtores contemporâneos de imagem rejeita o género convencional do retrato, que considera esmagado sob o peso de velhas convenções e pressupostos já desacreditados – relativos quer à natureza da própria cara, quer à forma da sua representação. Assim, tal como o corpo se sobrepôs ao nu como principal alvo da atenção dos fotógrafos, a cara está a sobrepor-se ao retrato. Segundo a tradição, quer em fotografia, quer na cultura popular, a cara tem vindo a ser considerada como espaço fundamental e indicador da identidade individual. Recentemente, o fotógrafo Paul Graham sintetizou esta crença tão firmemente enraizada quando definiu a arte do retrato como “uma das coisas mais profundas que se podem realizar... pura e simplesmente ver alguém e exprimir a sua interioridade, reflectir o seu ‘eu’ interior através do seu aspecto exterior”. A nova fotografia da cara contesta este pressuposto: a visão ‘pura e simples’ não é mais do que cândida ingenuidade. Assume-se e rejeita-se como mito a crença ainda fervorosa de que um retrato bem conseguido capta e revela a essência, o ser interior – a alma do sujeito retratado. Mais ainda, os adeptos da nova fotografia da cara insurgem-se contra a ideia de que o retrato constitui, por definição, uma representação verosímil e fiável de um indivíduo; estão bem conscientes da extensa gama de processos de manipulação que se interpõem entre o sujeito e a imagem. Apesar de a manipulação ter sido sempre um factor presente no retrato, o computador tornou a manipulação perfeita e (quase) indetectável, algo fácil, rápido e barato, realizável a partir de casa ou do escritório – por outras palavras, tornou-a universal. A desconfiança é geral: os iraquianos desprezam as imagens dos filhos de Saddam alegando tratarem-se de “fabricações americanas”; os norte-americanos fazem troça das imagens de Saddam durante a guerra: “Duplos”, afirmam. Produtores e consumidores de imagens adoptam entre si o cinismo como moeda de troca. The International Herald Tribune conta-nos como Danny Boyle, realizador de Trainspotting, pousou recentemente para uma foto promocional “...num beco asqueroso..., a viela mais fedorenta de Londres”. O jornal acrescenta em seguida “a viela contrasta alucinante e radicalmente com o chiquíssimo St Martin’s Lane Hotel, a apenas dois quarteirões de distância, onde Boyle foi entrevistado.” Na aritmética visual do público, Boyle é igual a Trainspotting, que é igual a grunge, logo, dá-se aos leitores o que eles querem. Entretanto, uma outra celebridade britânica é avisada pela empresa detentora dos direitos da sua imagem, que terá de jogar um certo número de jogos (não para ganhar, mas para ser filmado e fotografado). A aquisição da imagem de Beckham é um grande investimento e tem de gerar uma infinidade de réplicas. Os produtores da nova imagética da cara (à falta de uma designação melhor, qualquer termo usado deve englobar fotógrafos e artistas que utilizem máquina fotográfica) desenvolvem o seu trabalho numa atmosfera de cepticismo, que tem por base a convicção de que abundam as ilusões e as inverdades (ou melhor, as meias-verdades e as meias-mentiras). Deixaram de acreditar no ‘valor facial’, por assim dizer. Como afirmou Baudrillard “a fotografia é o nosso exorcismo; as sociedades primitivas tinham as suas máscaras, a sociedade burguesa os seus espelhos, nós temos as nossas imagens”. Para compreender o significado desta descrença no ‘valor facial’, há que fazer uma retrospectiva dos cento e sessenta anos de história da prática da fotografia, em que a fé foi dona e senhora. Tal como Ben Maddow tão bem observou na sua antologia de retratos, editada em 1977, o retrato fotográfico representou um avanço de anos-luz na capacidade de auto-conhecimento da humanidade, “...um fenómeno absolutamente inédito... não apenas uma arte mas uma nova forma de consciência humana”. O retrato existia há séculos, mas destinava-se exclusivamente às elites. No início, os daguerreótipos seguiram esta tendência mas, com a introdução das impressões em papel, a fotografia tornou-se acessível à generalidade das pessoas, que ficaram estupefactas ao ver a tão fiel semelhança das reproduções – autênticos espelhos com memória. Segundo os relatos de Nadar, a novidade de se ver a si próprio gerou um entusiasmo tal que, vários clientes que haviam saído do estúdio com os retratos trocados de outras pessoas, os levaram à mesma para casa, encantados com a sua veracidade. Não se falava da ‘alma’ nestes primeiros anos. Na ausência generalizada de espelhos verdadeiros, as pessoas queriam simplesmente saber como eram. No entanto, o simples aspecto ou aparência depressa perdeu a sua aura mágica. Após sensivelmente uma década, as pessoas começaram a querer algo mais – alguma coisa mais profunda – e os retratistas, apercebendo-se que poderiam cobrar mais pela profundidade, começaram a adoptar ‘técnicas artísticas’, assim como um discurso engrandecedor (vulgo conversa de vendedor) para promover o novo produto. Muito se reivindicou o poder da máquina de, nas mãos de um fotógrafo sensível, revelar a alma por detrás da fachada. Valérie Belin. Sem título, 2001. © Valérie Belin Bill Armstrong. Sem título, 2001. © Bill Armstrong Em termos práticos, isto significou apelar à auto-imagem do cliente, ao aspecto que estes queriam ter. Nadar ficou boquiaberto com a vaidade dos seus clientes, que ficavam furiosos quando descobriam através dos retratos que o seu aspecto não estava à altura da sua auto-imagem. Os fotógrafos mais astutos perceberam que teriam de aprender a mentir. E foi o que fizeram – algumas pinceladas de cor para devolver a luminosidade à tez de uma senhora, vaselina na lente da objectiva para esbater as rugas, objectivas de focagem suave para disfarçar um duplo queixo. E quando o fotógrafo esgotava o seu arsenal de truques, o retocador vinha em seu auxílio e a suas tintas salvavam o dia, especialmente no caso de retratos de celebridades. Os fotógrafos rapidamente se deram conta de que os retratos não-adulterados de heróis ou heroínas públicos ficavam aquém dos seus célebres e míticos atributos. Este discurso – de que um retrato bem conseguido capta a alma – tem vindo a mostrar-se surpreendentemente resistente à passagem do tempo. O público do século XXI, tal como o seu congénere do século XX, adora retratos de pessoas que já ‘conhece’ (alimentados como somos por uma dieta regular destas imagens), lendo no retrato as características que deseja ver. Neste aspecto, os retratos de Yousuf Karsh, datados do século XX, serviam descaradamente os interesses das galerias. Os seus Grandes Homens (e muito ocasionalmente Grandes Mulheres) eram colossos de Alma. O seu Hemingway era de facto “O Velho e o Mar”. O seu Churchill era de facto o rochedo inabalável que susteve a Inglaterra face à tormenta. Karsh teve sempre o cuidado de evocar o retrato pintado e chegou mesmo a moralizar sobre a representação de sujeitos num claroescuro ao estilo de Rembrandt. Arnold Newman, um supra-sumo da mística da alma revelada, actualizou o discurso para as sensibilidades modernistas: se todo a gente sabe que a música de Stravinsky não admite quaisquer compromissos ou convencionalismos, há que dar ao público um retrato com virtudes análogas: linhas e volumes modernistas, fortes, simples e livres de formalismos. Mas a longevidade e resistência dos retratos tributários da tradição artística não impressionam os novos fotógrafos da cara, que se entusiasmam muito mais com a ‘modesta’ fotografia tipo passe, as fotografias despretensiosas das máquinas automáticas a ‘4 por 4 ¤’, os retratos dos cadastros criminais, com a sua refrescante frontalidade ou a exuberância vã de um Warhol. “Preciso de criar uma nova estratégia de representação” afirma o fotógrafo Alfredo Jaar, apercebendo-se de que, enquanto género, as imagens de sofrimento e dor já esgotaram todo o seu efeito. No entanto, as novas sensibilidades emergentes não se traduzem apenas numa alteração dos gostos e estéticas relacionadas com as questões da fotografia. Tornam-se necessárias novas estratégias e tácticas porque a própria natureza da cara sofreu uma transformação (aliás, neste contexto, o uso da palavra ‘natureza’ é quase caricato). Numa era em que a reconstrução plástica facial se tornou rotineira, graças aos rápidos avanços na área das substâncias médicas e dos procedimentos cirúrgicos (alguém está interessado em adesivos teciduais fibrínicos? implantes faciais? aumento do queixo? extracção de tecido adiposo para redução do volume do rosto?; injecções de botox? peelings por dermabrasão química à base de fenol? Distensões sequenciais do platisma?); numa altura em que os ‘alicamentos’ * prometem dar-nos a beleza em comprimidos (a Nestlé, gigante da indústria alimentar, e a L’Oréal, gigante da indústria cosmética, estão a unir esforços para produzir Innéov Fermeté, que contém uma substância que “actua nas camadas mais profundas da pele, aumentando a sua densidade”); quando transplantes faciais integrais se afiguram possíveis (sendo que os materiais mais sofisticados conseguem criar traços fisionómicos e de expressão absolutamente convincentes); quando a engenharia genética nos promete caras ‘de marca’ (os aspirantes-a-fabricantes sonham com compradores vorazes e ávidos de novos modelos, numa febre de consumo comparável apenas à despertada pelas malas Gucci ) – de preferência, com o nome da marca à vista; * NT – adaptado do neologismo francês alicament, que resulta da contracção das palavras alimento (aliment) e medicamento (médicament). Também conhecidos como alimentos funcionais, os ‘alicamentos’ são “os produtos alimentares que reivindicam benefícios para a saúde”. ( in www.substancediet.free.fr) quando a ‘nanotecnologia’ propõe, entre outras maravilhas, a substituição de uma realidade seguramente aborrecida, por imagens de produção artificial projectadas directamente para a Íris... a natureza tem de ceder o papel principal à cultura, senão mesmo sair totalmente de cena. Como os novos fotógrafos da cara tão bem sabem, a maior parte das caras com que nos deparamos todos os dias são já de uma natureza diferente – bidimensionais, muitas vezes numa escala sobre-humana, sorriem para nós do alto de uma infinidade de outdoors e ecrãs. Estas caras são manifestamente mais bonitas do que as tristemente naturais por entre as quais nos movemos quotidianamente – mais felizes, imunes ao stress e aos horrores do envelhecimento, estas caras são, sobretudo, de uma familiaridade tranquilizadora, mercê do constante fluxo mediático de imagens. Estas caras são a galinha dos ovos de ouro dos novos fotógrafos. Mas então, como trabalham os novos fotógrafos da cara? Existem claramente tantas estratégias diferentes quanto fotógrafos. Mas através da névoa que tolda o nosso horizonte visual, vislumbra-se um modelo paradigmático, que pode ser assim definido: Acerca da PRÓPRIA cara os novos fotógrafos da cara contestam as crenças de que: – a fisionomia encerra verdades codificadas acerca do carácter e da personalidade; – a cara de um indivíduo é uma entidade definida e permanente, que é parte do seu destino; ou seja, cada indivíduo tem, desde que nasce, uma cara, que irá obrigatoriamente manter para resto da vida, sem grandes alterações; – existem conceitos e padrões universais de beleza; – a cara representa uma forma carnal mais ‘elevada’ (mais sagrada) que o ‘simples’ e ‘básico’ corpo, sendo uma entidade de certo modo à parte do resto do corpo; – a cara é, essencialmente, um elemento estático que apenas se altera de forma imperceptível e uniforme ao longo da vida; – os semblantes, gestos e expressões faciais são universais. E contestam as seguintes crenças específicas à fotografia: – a fotografia tem o poder (ou a obrigação) de revelar a alma; – uma única imagem pode representar, de forma significante, a complexidade de um ser humano; – uma imagem com alta definição e elevada qualidade de focagem é a forma mais adequada de representar uma cara; – todo o tipo de acessórios (roupa, maquilhagem ou qualquer outro adereço decorativo) são marcas de identidade credíveis; – uma fotografia é uma transcrição exacta, directa e objectiva da realidade. Em contrapartida, sobre A CARA os fotógrafos acreditam que: – a cara é completamente moldável, passível de ser transformada de modos que obliteram a sua forma original; – a cara é um indicador/mapa/janela pouco fiável de estados emocionais/psicológicos; – as tecnologias modernas são capazes de des-construir e re-construir uma cara com facilidade; – os semblantes, gestos e expressões faciais têm fundamentos culturais e sociais; – a fisionomia e a frenologia (cujos ecos são ainda perceptíveis no discurso sobre o retrato) são pseudo-ciências e noções desprovidas de qualquer sentido; – as diferenças relacionadas com raça, idade e sexo são tanto dados físicos quanto construções culturais; – a beleza não é uma questão de excepção mas sim (e desafiando a sabedoria convencional) de média (ou seja, ponto médio encontrado para um determinado grupo). E no respeitante à FOTOGRAFIA, acreditam que: – a fotografia é feita e não tirada; – as diversas técnicas de manipulação da imagem, quer assumidas quer encobertas, invalidam os preceitos básicos da credibilidade mas abrem as portas a um vasto trabalho criativo; – nós, público anestesiado e semi-adormecido, somos cada vez mais manipulados pelos media, que recorrem à engenharia de imagem para criar (manual ou electronicamente) caras que são usadas como armas de controlo e persuasão; – o texto que acompanha uma imagem pode influenciar radicalmente a ‘leitura’ dessa imagem. Os novos fotógrafos da cara adoptam um de quatro posicionamentos básicos: – apresentam a cara de forma simples e directa e fotografam-na do mesmo modo [as caras calculadamente neutras de Thomas Ruff]; – manipulam a cara (ocultam-na parcialmente, disfarçam-na, pintam ou desenham sobre ela, recorrem a sósias, etc.) mas fotografam-na de forma simples e directa [Royal Family de Alison Jackson]; – apresentam a cara de forma simples e directa, manipulando em seguida o processo fotográfico (via tempo de exposição, desfocagem, dupla ou múltipla exposição, retocagem, tratamento informático da imagem, etc.) [os políticos a chorar de David; Warhead de Nancy Burson; os retratos compósitos de casais, de van Lawick & Muller]; – manipulam a cara e também o processo fotográfico [as divindades Pré-Colombianas de Orlan]. As tácticas (técnicas) são de facto extremamente variadas, indo da manipulação fotográfica convencional (tempos de exposição, múltiplas exposições, fotomontagem, imagens em série, etc.) até às mais complexas operações executadas por computador. Alguns fotógrafos trabalham a partir de fotografias encontradas, outros fazem as suas próprias. A escala e a moldura são outros elementos que são intencionalmente manipulados para gerar determinados efeitos. Os trabalhos destes fotógrafos são, em todos os aspectos, extremamente diversificados mas são unânimes no seu repúdio pelo retrato convencional. É por essa razão que nos seus retratos compósitos de casais de artistas, van Lawick & Muller passam calma e discretamente de um parceiro para outro através de 14 estádios intermédios; ou Gary Schneider constrói meticulosamente caras com pequenos focos luminosos, durante períodos de exposição de meia hora; ou John Hilliard bloqueia-nos o acesso à sua Blonde. Thomas Ruff deixou a crítica estupefacta com as suas caras descomunais, que parecem não ser mais do que fotografias tipo passe exageradamente ampliadas, não transmitindo qualquer ideia de personalidade ou carácter. Mas é exactamente essa a intenção: não há nada a dizer, não há nada a esconder, nada para além do que se vê. Não existe enigma, nem máscara. Estas fotografias fazem o que é suposto fazerem todas as fotografias: traçam a cartografia, o mapa de um espaço, delimitando-o com uma precisão que nenhum outro instrumento consegue igualar. Porque razão parecemos não ser capazes de assumir este ‘valor facial’ enquanto tal? Talvez só assim se recupere alguma coisa da velha magia do espelho. William A. Ewing Director do Musée de l’Elysée, Lausanne TRADUÇÃO: Rute Paredes A exposição foi realizada pelo Musée de l’Elysée em co-produção com a Culturgest. Agradecemos a todas as galerias, agências e instituições, assim como aos coleccionadores privados e a todos os fotógrafos que tornaram possível a realização deste projecto. Galerie 213 Marion de Beaupré, Paris Galerie 779, Paris Angles Gallery, Santa Monica Ars Futura Galerie, Zurique Artsadmin, Londres Galerie Anne Barrault, Paris Galeria Berini, Barcelona Galerie Blickensdorff, Berlim Katia e Emilio Bordoli, Como, Itália The Box Associati, Turim Centro Português de Fotografia, Porto DDH Foundation, Amesterdão Galerie Domi Nostrae, Lyon Galerie Patricia Dorfmann, Paris Galerie Liliane & Michel Durand-Dessert, Paris Florence Faisan Productions, Paris William Floyd Fine Art, Nova Iorque Fraenkel Gallery, São Francisco gb agency, Paris Josée e Marc Gensollen, Marselha Marian Goodman Gallery, Nova Iorque Roy Greenspan, Zurique Hakle, Zurique Institute of Contemporary Art, Portland ME L’Oeil Public, Paris Lookat Photos, Zurique Magnum Photos, Paris / Londres Mai 36 Galerie, Zurique Matthew Marks Gallery, Nova Iorque Américo Marques dos Santos, Cascais Migros Museum for Contemporary Art, Zurique Galerie Minerva, Zurich Galerie Bodo Niemann, Berlim Galerie Jérôme de Noirmont, Paris Noirmont Prospect, Paris Galeria Pedro Oliveira, Porto Dr. João Oliveira Rendeiro, Banco Privado Português, Lisboa Pace/MacGill Gallery, Nova Iorque Galerie Emmanuel Perrotin, Paris The Polaroid Collections Pro Helvetia, Zurique Publicis, Lausanne Aline Pujo, Fondation NSM Vie / ABN AMRO, Paris Reuters, Zurique Galerie Thaddaeus Ropac, Paris Richard Salmon Gallery, Londres Julie Saul Gallery, Nova Iorque Scalo Books & Looks, Zurique / Nova Iorque Museu Serralves, Porto Shine Gallery, Londres Francesco Solari, Paris Galerie Sollertis, Toulouse The Third Gallery Aya, Osaka Torch Gallery, Amesterdão Galleria Il Torchio, Milão Galerie Bob van Orsouw, Zurique VG Bild-Kunst, Bona Galerie Anne de Villepoix, Paris Edson Williams, Amesterdão Galerie Esther Woerdehoff, Paris Galerie Xippas, Paris Espace d’art Yvonamor Palix, Paris Zabriskie Gallery, Nova Iorque Galerie Thomas Zander, Colónia René Zürcher. Retrato Oftálmico, Asilo para Cegos, Lausanne, 1990-1991. © René Zürcher FOTÓGRAFOS Yuri A Heather Ackroyd & Dan Harvey Juan Carlos Alom Bill Armstrong Aziz + Cucher Philippe Bazin Valérie Belin Didier Ben Loulou Berclaz de Sierre Elina Brotherus Kevin Bubriski Daniele Buetti Nancy Burson Maurizio Cattelan Keith Cottingham Marco D’Anna Jirí David Anne Deleporte Matthieu Deluc Laurence Demaison Susan Derges Maya Dickerhof Rineke Dijkstra Désirée Dolron Chris Dorley-Brown Thomas Dworzak Eric Emo Roland Fischer Frank Fournier Charles Fréger Lee Friedlander Maurizio Galimberti Gilbert & George Claus Goedicke Douglas Gordon Paul Graham Kathy Grove Jacques Habbah Hee Jin Kang Raphael Hefti Gottfried Helnwein John Hilliard Carsten Höller Ralph Hutchings Steve Iuncker Alison Jackson Tibor Kalman Jean-Pierre Khazem Yotta Kippe Micha Klein Brooks Kraft Ingar Krauss Marie-Jo Lafontaine Eva Lauterlein LawickMüller Sarah Leen Yves Leresche Chema Madoz Ali Mahdavi Ann Mandelbaum Claudia Matzko Clément-Olivier Meylan Jorge Molder Vik Muniz Shirin Neshat José Luís Neto Nicholas Nixon Adriënne M. 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