Relatório de Base de Invertebrados

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Relatório de Base de Invertebrados
PROJECTO DE FERRO DE TETE
RELATÓRIO DA LINHA DE BASE DA FAUNA DE INVERTEBRADOS E
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
Preparado pela:
Preparado para:
Capitol Resources Lda
(Membro do Grupo Baobab)
Coastal and Environmental Services (Pty) Ltd
Mozambique, Limitada
Rua Fernão Melo e Castro 261
Bairro da Sommerschield
Maputo,
Telefone: +258 21486404
Endereço:
Rua do Jardim N.112,
2 andar esquerdo, Bairro do Jardim
Maputo,
Moçambique
+258 82 413 6038
Website: www.cesnet.co.za
Website: www.baobabresources.com
Moçambique
Moçambique
Dezembro 2014
1
O presente Relatório deve ser citado como se segue: Coastal & Environmental Services Lda,
Dezembro 2014: Capitol Resources – Relatório da Linha de Base da Fauna de Invertebrados e
Avaliação de Impacto, CES, Grahamstown.
INFORMAÇAO SOBRE DIREITOS AUTORAIS
Este documento contém propriedade intelectual e informaçao exclusiva que è
protegida pelos direitos autorais a favor da Coastal & Environmental Services. O
documento não pode, portanto, ser reproduzido, usado ou distribuído a terceiros sem
o prévio consentimento por escrito da Coastal & Environmental Services. Este
documento foi preparado exclusivamente para submissao à Baobab Mining Services
Pty Ltd e a Capitol Resources (Pty) Ltd, e está sujeito a todos os segredos de
confidencialidade, direitos autorais e comerciais, as regras da lei de propriedade
intelectual e práticas de Moçambique.
Coastal &
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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
AUTORES
Peter Hawkes, Director, AfriBugs.
Peter é bacharel (Entomologia e Bioquímica) e Licenciado (Hons) (com distinção) em Entomologia
pela Universidade de Rhodes. Trabalhou como um consultor especialista ambiental em
invertebrados terrestres por 20 anos, com vasta experiência na Tanzânia, África do Sul e Namíbia.
O grande foco de seu trabalho tem sido no uso de invertebrados, principalmente formigas, como
indicador de biodiversidade para permitir uma avaliação mais rigorosa dos impactos e
monitorização da reabilitação. Os seus interesses incluem o reforço da contribuição positiva pelos
desenvolvimentos, particularmente no sector da mineração, para a conservação de invertebrados
e o desenvolvimento do conhecimento taxionómico, ecológico e biogeográfico destes organismos.
Jonathan Fisher, Consultor Assistente, AfriBugs.
Jonathan é bacharel (Zoologia e Fisiologia Experimental) pela Universidade de Witwatersrand.
Trabalhou como assistente de Peter Hawkes por 7 anos e tem vasta experiência em técnicas de
campo e laboratório relativas à amostragem, processamento e identificação de invertebrados
terrestres, bem como análise dos dados.
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
TABELA DE CONTEÚDOS
AUTORES ....................................................................................................................................... I
TABELA DE CONTEÚDOS ............................................................................................................ II
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................... II
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................... II
LISTA DE PLACAS ....................................................................................................................... III
SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................................................. V
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
1.1.
Objectivo ......................................................................................................................... 1
1.2.
Termos de referência ...................................................................................................... 1
1.3.
Pressupostos e Limitações .............................................................................................. 2
2. TIPOS DE HABITATS NA ÁREA DO PROJECTO ................................................................. 6
3. MÉTODOS ............................................................................................................................ 12
3.1.
Metodologia de amostragem de Invertebrados Terrestres ............................................. 12
3.1.1.
Abordagem de Avaliação ....................................................................................... 12
3.1.2.
Taxa focal para o levantamento de invertebrados .................................................. 12
3.1.3.
Descrição detalhada de métodos de amostragem ................................................. 13
3.2.
Espécies de interesse para conservação ...................................................................... 22
3.3.
Mapeamento de Habitat ................................................................................................ 23
4. LEVENTAMENTO DA FAUNA DE INVERTEBRADOS ........................................................ 24
4.1.
Introdução ..................................................................................................................... 24
4.1.1.
Visão geral dos Invertebrados da Região .............................................................. 24
4.1.2.
Espécies de invertebrados registrados na área do projecto ................................... 26
4.1.3.
Espécies e Invertebrados de Interesse para Conservação .................................... 37
4.1.4.
Avaliação da Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 numa perspectiva
de invertebrados ................................................................................................................... 40
4.1.5.
Ameaças aos invertebrados................................................................................... 42
4.2.
Ecossistemas Sensíveis ................................................................................................ 43
5. QUESTÕES CHAVE DA FAUNA E RECOMENDAÇÕES .................................................... 44
5.1.
Questão 1: Perda de habitat .......................................................................................... 44
5.2.
Questão 2: Perda de Invertebrados SCC ...................................................................... 46
5.3.
Questão 3: Invasion de fauna de Invertebrados Exóticos .............................................. 48
5.4.
Questão 4: Poluição ...................................................................................................... 51
5.5.
Conclusões e Recomendações ..................................................................................... 56
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 58
APÊNDICE 1: LISTAS DE ESPÉCIES DE INVERTEBRADOS.................................................... 61
LISTA DE TABELAS
Tabela A1.1: Lista Vermelha da IUCN de espécies de invertebrados terrestres de Moçambique
61
Tabela A1.2: Espécies de libélula e libelinhas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de
2013 e Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica
presença).
61
Tabela A1.3: espécies de borboletas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e
Abril 2014 nos principais tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).
63
Tabela A1.4: Incidência de morfotipo Cicadellidae (cigarrinha) por local a partir de amostras colhidas durante
o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).
72
Tabela A1.5: Incidência do morfotipo Formicidae (formiga) por local a partir de amostras colhidas durante o
levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).
74
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Disposição conceptual da mina a Prospecção de Tenge Ruoni, Projecto de De Ferro da Baobab .
O mapa será actualizado assim que a disposição final estiver terminada ................................................. vi
Figura 1.1: Localização do Projecto de Ferro da Baobab ..................................................................................... 3
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Figura 1.2: Área da Licença 1035L ...........................................................................................................................
Figura 1.3: Disposição Conceitual da mina do Projecto de Ferro da Baobab. O mapa será actualizado assim
que o desenho final estiver concluído. ........................................................................................................... 3
Figura 1.4: Opções da Estrada de tranporte do projecto de De Ferro da Baobab.............................................. 4
Figura 2.1: Vegetação (habitat) da área do projecto. O mapa será actualizado assim que o desenho final
estiver finalizado. ............................................................................................................................................. 7
Figura 3.1: A: Copo plástico da Armadilha de interceptação (80 mm de diâmetro interno) nivelado com solo e
parcialmente cheio com 50 ml de 3:1 de etanol: propilenoglicol; os detritos dos limites da tampa caiem
na armadilha e reduzem a evaporação do conservante através da sombra, B: armadilha usada para
climas quentes com tinta reflectora na tampa; cobra de borracha serve para minimizar a perturbação
das armadilhas por babuínos. ....................................................................................................................... 15
Figura 3.2: Armadilhas da borboleta montadas no local da Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta. A: A
armadilha de baixo, B: Fecho do topo da armadilha com borboletas, C. Fecho do fundo da armadilha
com borboleta Charaxes alimentando-se da isca de banana fermentada ................................................ 15
Figura 3.3: Redes de arrasto e aparelhos de extracção no local da floresta de mopani; A inserção A mostra
o fecho do extractor, B mostra os detritos remanescentes (principalmente sementes de capim neste
local) após o processo de extracção. ........................................................................................................... 16
Figura 3.4. Um escorpião (Hadogenese) fluorescente sob a luz ultravioleta, que ilustra a facilidade com que
eles podem ser localizados usando esta técnica. ....................................................................................... 16
Figura 3.5. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de
invertebrados terrestres em Março de 2013 no local do Projecto de De Ferro da Baobab (contorno
azul). ............................................................................................................................................................... 18
Figura 3.6. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de
invertebrados terrestres em Setembro de 2013 no local do Projecto de De Ferro da Baobab (contorno
azul). ............................................................................................................................................................... 19
Figura 3.7. Rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres da
Estrada de Transporte do Projecto de De Ferro da Baobab em Abril de 2014, apresentadas em linhas
amarela (opções anteriores) e azul (nova opção) . As rotas de transporte distam 100m a norte e a Este
para permitir que as trilhas sejam distinguidas. ........................................................................................... 20
Figura 4.1: Curva de acumulação de Espécies de Cigarrinhas de todos os locais combinada com estimativas
de diversidade ICE e MMM geradas usando EstimateS. ........................................................................... 32
Figura 4.2: Curva de acumulação de espécies de cigarrinhas para locais individuais com curvas
extrapoladas geradas usando EstimateS. ................................................................................................... 33
Figura 4.3: Curva de acumulação de espécies de formigas de todos os locais combinadas com estimativas
ICE e MMM geradas usando o EstimateS. .................................................................................................. 34
Figura 4.4: Curva de acumulação de espécies de formigas dos locais individuais com curvas extrapoladas
geradas usando o EstimateS. ....................................................................................................................... 35
Figura 4.5: Distribuiçao mundilal da espècie Mystrium (de Guénard et. al. 2010) ........................................... 36
LISTA DE PLACAS
Placa 2.1: Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta
6
Placa 2.2: Ruoni norte com Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada no seu cume
7
Placa 2.3: Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada
8
Placa 2.4: Floresta de Mopani
8
Placa 2.5: Rio Revuboè e zona ripária
9
Placa 2.6 Típicos canaviais encontrados no local
10
Placa 2.7: Os afloramentos rochosos ocorrem normalmente em sulcos entre a Floresta Fechada
Zambeziana Indiferenciada
10
Placa 2.8: Dambo comum que pode ser encontrado no local.
11
Placa 4.1: Vista dorsal e ventral das espécies de escorpiões colhidos durante Março e Setembro de 2013:
A-B, Hadogenes granulatus machos, C-D, Opisthacanthus rugiceps, E-F, Opistophthalmus glabrifrons,
G-H, Uroplectes flavoviridus, I-J, Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi). K-L). K-G, Uroplectes sp. cf
vittatus/fischeri. Grelha 5 mm
27
Placa 4.2: Espécies Ceratogyrus não descritas, comuns em toda a área de estudo, e particularmente
abundantes em Ruoni Norte e Sul. A; Vista dorsal, B; Postura defensiva.
28
Placa 4.3: Espécies de aranhas Migalomorfas. A. Aranha sheetweb não descritas (Dipluridae sp.
AFRC_mz01), abundante nas rochas em Ruoni Norte e Sul, B. Aranha de açapão (Idiops
AFRC_mz01), esparsamente distribuído em Ruoni Norte, Ruoni Sul e Monte Tenge, C. Cyphonisia
AFRC_mz01, D. Idiops AFRC_mz03, E. Heligmomerus AFRC_mz01. Grelha=5 mm
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Placa 4.4: Aranha de Alçapão (Idiops AFRC_mz02), abundante em solos argilosos da Floresta de Mopani.
A, habitat, B, toca fechads C, toca aberta e D, vista dorsal da aranha. Grelha = 5 mm.
31
Placa 4.5: Obreira de Mystrium AFRC_mz01; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e
dorsal.
36
Placa 4.6: Obreira de Proceratium carri; da esquerda para a direita: vista do rosto completo, lateral e dorsal.
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SUMÁRIO EXECUTIVO
Introdução
A Baobab Mining Services Pty Ltd, por meio de sua empresa subsidiária, Capitol Resources
Limitada (Capitol Resources), propõe-se a desenvolver o Projecto de Ferro de Tete, na província
de Tete de Moçambique e encontra-se em processo de realização de estudo de pré-viabilidade
(PFS). A Baobab está listada no Mercado de Investimento Alternativo (AIM) da Bolsa de Valores
de Londres, desde Fevereiro de 2007. A Capitol Resources é uma empresa moçambicana focada
na exploração de Ferro, de base e metais preciosos. A Capitol Resources montou um portfólio de
13 licenças de exploração (duas das quais em joint venture com a OmegaCorp), cobrindo uma
área de 220.926 ha em todo o país. O Projecto de Ferro de Tete está a emergir como o principal
projecto da Capitol Resources.
O foco do Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources será uma área de mineralização de
magnetite-titânio-vanádio conhecida como Grupo Massamba, localizada a aproximadamente 55
km a norte-nordeste de Tete. O Grupo Massamba é composto por um conjunto de quatro
prospectos; Chitongue Grande, Chimbala e Zona Sul formando uma norte-sul, de 8 km de
comprimento de inclinação e o prospecto Tenge-Ruoni a Este. O prospecto de Tenge-Ruoni será
explorado em primeiro lugar e é o foco deste relatório e da subsequente Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA). A área actual do projecto Tenge-Ruoni (Figura 1) é um indicativo da provável
extensão máxima de perturbação directa, fora da qual é improvável que a infra-estrutura esteja lá
localizada. No entanto, o projecto precisará estender-se além dos limites de licença existentes em
termos de opções de rota de transporte, e a Capitol Resources terá como objectivo exigir terra
adicionais caso seja necessário estender os limites da licença.
Objectivo
Fornecer uma descrição geral da fauna natural de invertebrados terrestres da área específica a
ser explorada, e áreas adjacentes que serão impactadas pela infra-estrutura de mineração
associada. Foram avaliadas duas áreas específicas:
1. A área do projecto de mineração.
2. As opções alternativas da rota de transporte.
Além disso, o objectivo deste levantamento da fauna de invertebrados terrestres é determinar a
presença e distribuição de espécies de interesse para conservação (SCC), bem como determinar
a provável disponibilidade de habitat no local para estas espécies.
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Figura 1: Disposição conceptual da mina a Prospecção de Tenge Ruoni, Projecto de Ferro da
Baobab. O mapa será actualizado assim que a disposição final estiver terminada
ROM: Minério Bruto (ex. planta); TSF: Instalação de Armazenamento de Rejeitos
Legenda
Rio
Desvio do Rio
ROM
TSF
Área do Projecto
Licença 1035L
Poços e Resíduos da Baobab
Poço
Resíduos
Taxa focal para o levantamento de invertebrados
Foram propostos uma vasta gama de taxa de invertebrados como indicadores de invertebrados no
relatório de escopo (Ekoinfo, 2012):









Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones)
Aranhas (Aracnídeo: Araneae)
Maria-café (Diplópode)
Libelinha e Libélulas (Insectos: Odonata)
Percevejos (Insectos: Hemiptera)
Formiga-leão (Insecto: Neuroptera)
Besouros (Insecto: Coleoptera)
Borboletas (Insecto: Lepidoptera)
Formigas (Insecto: Hymenoptera - Formicidae)
No entanto, dada a enorme diversidade dentro de muitas destas taxas, seria proibitivamente caro
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e moroso avaliar efectivamente todos estes no âmbito de um levantamento de AIA; foi assim
seleccionado um subconjunto mais limitado destes grupos, com base na experiência prévia de
adequação como indicadores, facilidade de amostragem e fiabilidade de identificações. Foram
omitidos três grupos inteiramente a partir da amostragem orientada, enquanto era seleccionado
um subconjunto do grupo taxionómico proposto no caso de outros dois grupos (aranhas e
percevejos). O presente levantamento se focou na seguinte taxa:






Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones)
Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae)
Libelinha e Libélulas (Insecto: Odonata)
Cigarras (Insecto: Hemiptera, Cicadellidae)
Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae)
Amostragem de outras taxas, incluindo grupos como Neuroptera (formiga-leão, owlflies etc.),
cigarras (Hemiptera: Cicadidae) e besouros (coleópteros), foram realizadas em uma base ad-hoc,
quando foram encontrados espécimes de potencial interesse.
Resultados
A área é predominantemente coberta por florestas Zambeziana aberta e densa, bem como
floresta de Mopani (Colophospermum mopani). O Rio Revuboé atravessa o local. A área de
estudo ocorre dentro de uma cadeia de altitude entre 250 a 400 metros; com a maior parte da
área de estudo representando planícies. As grandes montanhas são poucas na distribuição na
área de estudo, mas ocorrem três montes, nomeadamente, Tenge, Ruoni Sul e Ruoni Norte.
O local de estudo é composto por vários tipos de vegetação e habitats. O tipo de vegetação
dominante consiste Floresta Zambeziana Indiferenciada (aberta e fechada), a floresta de Mopani
também se encontra presente. A vegetação azonal na forma de áreas ciliares e dambos (ou seja,
pradarias hidrofílicas) ocorrem perto de rios e linhas de drenagem.
Estão disponíveis muito poucos dados sobre invertebrados de Moçambique e praticamente nada
específico para a região de Tete. Para a maioria dos grupos-alvo como indicadores para a
avaliação de invertebrados terrestres do De Ferro da Baobab, não fomos capazes de localizar
quaisquer referências que poderiam fornecer previsões de prováveis espécies presentes ou
mesmo níveis de diversidade relativa aproximada.
É apresentado abaixo um resumo dos invertebrados registados na área de estudo:
 Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones)
o Foram colhidas sete espécies de escorpiões durante o levantamento:
 Hadogenes granulatus foi generalizada nas áreas rochosas.
 Opisthacanthus rugiceps é uma espécie arbórea que usa rachaduras em
troncos de árvores como refúgios e é generalizada tanto a nível regional
como na área do projecto.
 Opistophthalmus glabrifrons – A descoberta é taxonomicamente significativa
uma vez que a espécie está actualmente sob investigação e deverá ser
dividida em várias espécies; o material genético encontrado na área de
estudo é essencial para a "âncora" do tipo das espécies e permite a
atribuição correcta do nome original.
 Uroplectes flavoviridis - esta é também, actualmente, considerada uma
espécie generalizada, mas também pode em breve ser dividida em várias
espécies;
 Uroplectes planimanus - é uma espécie generalizada na África Austral; esta
foi encontrada a aproximadamente no marco dos 29 km da estrada de
transporte 6/estrada de transporte 7.
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




Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi) - foram colhidas durante o
levantamento da estação chuvosa de 2013 duas fêmeas dessa espécie
entre a serapilheira no Monte Tenge, um adicional de 20 espécimes durante
o levantamento da estação seca de 2013 e; também foi localizada um
espécime em uma área da Floresta de Mopani. Esta é uma espécie não
descrita, mas foi previamente encontrada em outros lugares na região de
Tete.
 Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri; foram colhidas muitas espécimes em
vários habitats, incluindo Ruoni Norte, Monte Tenge e na Floresta de
Mopani; a identidade destas amostras continua por ser confirmada, mas
acredita-se que seja uma espécie relativamente generalizada.
Aranhas Migalomorfas (Aracnídeos: Araneae, Mygalomorphae)
o Foram encontradas duas migalomorfas de alta importância taxionómica durante os
levantamentos:
 Uma espécie não descrita de Ceratogyrus (Aranha babuina com chifres)
 Uma aranha com a teia nas folha não descrita na família Dipluridae que,
nesta fase, não pode ser identificada, além do nível da família e quase
certamente representa um género não descrito;
o Além disso, fez-se também a recolha de três espécies de Idiops e uma espécie de
Heligmomerus e de Cyphonisia. Idiops AFRC_mz01 foi encontrado em pequenas
quantidades nos montes rochosos (Ruoni Norte e Monte Tenge), Idiops
AFRC_mz02 foi abundante nos solos ricos em argila em depressões rasas no local
da Floresta de Mopani, enquanto que várias tocas de Idiops AFRC_mz03 foram
encontradas nas margens de um pequeno rio atravessado pela Estrada de
Transporte 6/ Estrada de Transporte 7, na marca de 8 km. Foi encontrada
Heligmomerus AFRC-mz01 na Floresta de Mopani perto da marca dos 4 km na
Estrada de Transporte 6 / Estrada de Transporte 7, enquanto que a Cyphonisia
AFRC_mz01 foi encontrada na área do local da Floresta de Mopani pesquisada em
2013, onde Idiops AFRC_mz03 também foram encontradas. É provável que muitas,
senão todas, destas espécies de aranhas sejam não descritas, mas será
necessário confirmar os espécimes adultos do sexo masculino e até ao presente
todas são representadas apenas por espécimes de fêmeas. Outra espécie de
aranha babuina, murinus Pterinochilus, também foi encontrada durante o
levantamento, elevando a 8 o número total de espécies de aranhas migalomorfas
até agora registados na área do projecto.
Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata)
o Todas as 24 espécies de Odonata observados (vede Anexo 1) eram espécies
comuns e bem distribuídas que, embora possam ser ecologicamente significantes
como predadores, não se revestem de particular interesse para a conservação.
Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae)
o Os espécimes de Cigarrinha foram classificadas para morfoespécies mas devido a
restrições de orçamento ainda não foram identificadas a nível de espécie, com
excepção de algumas espécies facilmente reconhecidas. No total, 96
morfoespécies foram identificados e a diversidade parece ser maior nos habitats
florestais fechados, provavelmente como resultado de uma maior diversidade de
plantas de folhas largas.
Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
o Foram registados durante o levantamento de campo no total, 85 espécies de
borboletas (que representam cerca de 40-55% da diversidade prevista do local vede Anexo 1).
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
Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae)
o Embora a identificação a nível de espécies da maioria dos espécimes colhidas
ainda precise de ser feita, podem ser relatadas três descobertas notáveis. Estas
foram: 1) a descoberta de uma colónia de uma espécie de Mystrium, um género
anteriormente conhecido em África de apenas cinco colecções (totalizando 15
espécimes) nos últimos 100 anos, 2) dois espécimes de uma espécie não descrita
de Anillomyrma, um género encontrado apenas recentemente que ocorre no
continente Africano e 3) dois espécimes de Proceratium carri, uma espécie que foi
descrita muito recentemente (Outubro de 2014) (Hita Garcia et al. 2014), com base
nestes e noutro único espécime conhecido, colhido em 2013 no Parque Nacional
da Gorongosa. No total, 6.196 espécimes de formigas representando 145
morfoespécies foram colhidos; dentro da diversidade da área do projecto foi maior
tanto na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada e na baixa Floresta de
Mopani.
Existe um número de habitats sensíveis utilizados pela fauna sobrevivente. Nenhum destes
habitats é específicos para a área do projecto e todos estão bem representados na Província de
Tete. Os cumes rochosos representam habitat sensível sob o ponto de vista de invertebrados.
Embora nenhum dos invertebrados SCC listados para Moçambique foi encontrado, nem tampouco
algum foi considerado como provável de ocorrer no local, foram descobertos um número de
espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação. Enquanto alguns impactos
potenciais sobre estas espécies e outros invertebrados possam ser efectivamente geridos e
mitigados em grande medida, outros impactos são inevitáveis e são igualmente inevitáveis as
perdas substanciais de populações e habitats de invertebrados potencialmente significativos.
Inúmeros impactos que afectam a fauna de invertebrados sobreviventes nas áreas propostas da
mina podem surgir das fases de construção e de operações do proposto desenvolvimento de
mineração, bem como durante o descomissionamento. Foram identificados quatro (4) principais e
6 (seis) sub-questões:
 Questão 1: Perda de Habitat
o Impacto 1: Perda da Diversidade de Invertebrados
 Questão 2 - Perturbação dos movimentos da fauna
o Impacto 2: Perturbação dos movimentos da fauna
 Questão 3 - Invasão de fauna exótica
o Impacto 3: Invasão de espécies de fauna alienígena
 Questão 4 – Poluição
o Impacto 4: poluição luminosa em invertebrados
o Impacto 5: Poluição Sonora em invertebrados
o Impacto 6: Poluição de poeiras
São apresentadas no relatório a avaliação de significância de cada um desses potenciais
impactos na fauna de invertebrados, como resultado do projecto e infra-estruturas associadas,
incluindo as vias de transporte, e medidas específicas de mitigação sugeridas para minimizar cada
impacto. São providenciadas abaixo algumas recomendações gerais relevantes para o projecto
global.
Conclusões e Recomendações
A maneira plausível de lidar com a perda em grande escala de habitat e fragmentação é para
todas as partes interessadas (por exemplo, incluindo as propostas de aplicações de mineração)
envolvida em operações de mineração e madeireiras na região é convergir as discussões para
identificar terrenos adequados (ou "de compensação") para serem postos de lado como um
"mega-corredor".
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Os incêndios na área do projecto devem ser geridos. Grandes extensões de habitat não devem
ser queimadas todas ao mesmo tempo.
O controlo rigoroso dos limites de velocidade pode reduzir a mortalidade por estrada de ambas as
espécies terrestres e aéreas (vertebrados e invertebrados), em grande medida - um limite de
velocidade de 40 km/h deve ser implementado na área do projecto.
A operação de mineração proposta irá contribuir para o desmatamento local a partir de grupos de
madeireiros e carvoeiros, uma vez fornecido acesso à área através da construção de redes de
estradas. Portanto, é importante que a operação de mineração de tome medidas de gestão
necessárias para ajudar a reduzir a perda de (1) grandes áreas de floresta intacta, (2) perda de
habitats sensíveis, como zonas ribeirinhas, (3) a destruição de corredores de migração naturais e
consequente (4) fragmentação do habitat, e (5) a utilização insustentável para alimentação, devido
ao aumento do acesso e da actividade humana na região.
Recomenda-se que se faça pesquisas para determinar a provável vulnerabilidade de espécies de
invertebrados de potencial interesse para conservação para os impactos relacionados com o
projecto, bem como prováveis impactos cumulativos; idealmente a presença de espécies
destacadas com potencial SCC deve ser confirmada nas áreas “de compensação” fora do local do
projecto proposto que poderiam ser protegidas a longo prazo. Muitas das espécies de aranhas
migalomorfas podem ser devidamente identificadas apenas a partir de espécimes machos adultos
do sexo masculino, que atingem a maturidade, vagueiam em busca de fêmeas por algumas
semanas e depois morrem e por isso só estão presentes por um curto período de tempo de cada
ano. Durante a estação apropriada as armadilhas de alçapão são a melhor maneira de capturar os
machos migalomorfas. Enquanto que o pico de actividade dos machos de diferentes espécies é
em diferentes épocas do ano, as armadilhas durante o período logo após as primeiras boas
chuvas no início da estação chuvosa (Novembro-Dezembro), bem como durante a última parte do
período chuvoso (Fev.-Mar.) geralmente rendem espécimes da maioria das espécies presentes.
Recomenda-se vivamente que tais levantamentos sejam realizados na área do projecto, bem
como nas áreas representativas de habitats semelhantes fora da área do projecto que podem ser
protegidos como áreas de compensação para a biodiversidade; isso permitiria a avaliação da
adequação e da efectividade das áreas de compensação de conservação de espécies
significantes para conservação que serão impactadas pelas actividades da proposta de
mineração. Da mesma forma, recomendam-se levantamentos que visam determinar a extensão
da distribuição de Mystrium AFRC_mz01 e outras espécies de formigas potencialmente
significativas, bem como do escorpião Uroplectes AFRC_mz01, para ajudar a determinar o grau
em que estes serão ameaçados pelo projecto e a adequação das áreas de compensação para
proceder à sua conservação.
A poluição luminosa, pelo menos na fase de exploração, é também uma das mais fáceis e eficaz
de gestão de todos os impactos do projecto e não deve haver nenhuma razão para impedir que
uma mitigação de muito sucesso seja implementada. A iluminação exterior deve ser reduzida ao
mínimo, devem ser utilizadas fontes de iluminação de comprimento de onda longo (amarelo ou
laranja) e a iluminação deve ser dirigida para dentro e para as estruturas e não para fora e para o
ambiente circundante. Tais medidas seriam benéficas, tanto para o meio ambiente natural pela
limitação da perturbação e morte de invertebrados, como para o pessoal do projecto, uma vez que
a iluminação é utilizada com maior eficácia e é minimizado o número de insectos irritantes
atraídos para a área do projecto.
A poluição sonora e a vibração devem ser restringidas na medida do possível. Estes impactos são
geralmente localizados e, pelo menos, no que respeita aos estrondos, normalmente restrito a um
curto período, durante o dia.
A poluição por poeira deve ser minimizada na medida do possível.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
1. INTRODUÇÃO
A Baobab Mining Services Pty Ltd, por meio da sua empresa subsidiária, Capitol Resources
Limitada (Capitol Resources), propõe-se a desenvolver o Projecto de Ferro de Tete, na Província
de Tete de Moçambique e está no processo de realização de um estudo de pré-viabilidade (PFS).
A Baobab está listada no Mercado de Investimento Alternativo (AIM) da Bolsa de Valores de
Londres, desde Fevereiro de 2007. A Capitol Resources é uma empresa moçambicana focada na
exploração de Ferro, base e metais preciosos. A Capitol Resources montou um portfólio de 13
licenças de exploração (duas das quais estão em joint venture com OmegaCorp), cobrindo uma
área de 220.926 ha em todo o país. O Projecto de Ferro de Tete está a emergir como o principal
projecto da Capitol Resources.
O Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources localiza-se na Região do baixo Zambeze no
norte da capital Provincial de Tete, nos distritos de Chiuta e Moatize. O projecto estende-se ao
longo de três áreas de licenciamento - 1032L, 1033L e 1035L (Figura 1.1) – todas as quais são
100% detidas pela Capitol Resources. A primeira fase da actividade de mineração irá ocorrer na
área de licença 1035L, que compartilha fronteiras com os projectos de carvão da Vale e Rio Tinto.
Inicialmente, o foco do Projecto de Ferro de Tete da Capitol Resources será uma área de
mineralização de magnetite-titânio-vanádio conhecido como Grupo Massamba, localizada a
aproximadamente 55 km a Norte-nordeste de Tete. O Grupo Massamba é composto por um
conglomerado de quatro prospectos; Chitongue Grande, Chimbala e Zona Sul formando uma
tendência norte-sul, de 8 km de comprimento e o prospecto Tenge-Ruoni a leste (Figura 1.2). O
prospecto de Tenge-Ruoni será o primeiro a ser explorado e é o foco deste relatório e da
subsequente Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A área actual do projecto Tenge-Ruoni é
apresentada na Figura 1.3 e é um indicativo da extensão máxima provável de perturbação directa,
fora da qual é improvável que a infra-estrutura esteja lá localizada. A área do projecto pode
estender-se para além dos limites de licenças existentes em termos de opções de rotas de
transporte (veja a Figura 1.4), e a Capitol Resources terá como objectivo requerer terras
adicionais caso seja necessário estender os limites da licença.
1.1. Objectivo
Fornecer uma descrição geral da fauna de invertebrados naturais da área específica a ser
explorada, e áreas adjacentes que serão impactadas pela infra-estrutura de mineração associada.
Foram avaliadas duas áreas específicas:
1. A área do projecto de mineração;
2. As opções de rota alternativa de estradas de transporte.
Além disso, o objectivo deste levantamento de fauna de invertebrados é determinar a presença e
a distribuição de espécies de interesse para conservação (SCC), bem como determinar a provável
disponibilidade de habitat no local para estas espécies.
1.2. Termos de referência
Os seguintes termos de referência foram fornecidos para o relatório de linha de base de
invertebrados e de avaliação de impacto:



Fornecer detalhes gerais das tendências sazonais, de larva, de reprodução e de migração
para as épocas chuvosa e seca;
Identificar e listar grupos indicadores seleccionados de invertebrados que ocorrem na área
de mineração, com base na literatura, espécimes publicados ou registos do local e
prováveis ocorrências;
Registar espécies de invertebrados identificadas na área de mineração e listadas por:
busca activa, situação oportunista e recolha de espécimes;
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014






Fornecer detalhes de qualquer nova espécie ou ocorrências;
Avaliar a preferência de habitat de invertebrados e usar essas preferências de habitat para
avaliar a presença e abundância de espécies faunísticas;
Identificar SCC fazendo referência aos dados da Lista Vermelha da IUCN;
Definir e mapear habitats de invertebrados que são sensíveis e requerem alguma forma de
protecção. Estes podem ter que ser definidos como áreas proibidas ou de
Desenvolvimento Restrito;
Descrever os impactos actuais nos grupos de invertebrados; e
Identificar quaisquer impactos que a mineração terá nos diferentes grupos de
invertebrados e espécies específicas, que poderão ser significativamente afectados pela
proposta de mineração.
1.3. Pressupostos e Limitações
Os pressupostos e limitações específicos do estudo incluem:




Moçambique não tem listas nacionais de Espécies de interesse para conservação (SCC).
A avaliação de SCC é, portanto, difícil e deve depender das listas elaboradas em países
vizinhos, ou em listas internacionais (por exemplo, Listas de Dados Vermelha da IUCN e
CITES). As espécies que constam neste relatório podem não estar completas, e é provável
que a SCC adicional será encontrada durante a construção e operação do
desenvolvimento.
O tempo é uma restrição em estudos como esses e foi feita apenas uma amostra da fauna
de invertebrados da área.
Durante o levantamento da estação chuvosa, o acesso a partes do local foi limitado devido
à presença de águas superficiais e estradas intransitáveis.
Nem todas as rotas rodoviárias foram avaliadas na totalidade para os invertebrados uma
vez que as Opções de Estrada 1-5 (tendo em consideração em 2013) passam por tipos de
habitats pesquisados dentro da área do projecto; para essas avaliações fez-se com base
na extrapolação dos dados obtidos na área do projecto. No entanto, a opção de Estrada 6
(debatida em 2014) atravessa um habitat suficientemente distinto que foi considerado
necessário fazer um levantamento em separado desta rota; realizou-se uma avaliação
posterior das parcelas da Estrada de Transporte 7 que se desviam da rota seguida pela
Estrada de Transporte 6 com referência a fotografias e imagens de satélite.
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Figura 1.1: Localização do Projecto de Ferro da Baobab
Figura 1.3: Disposição Conceitual da mina do Projecto de Ferro da Baobab.
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Figura 1.4: Opções da Estrada de transporte do projecto de Ferro da Baobab
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2. TIPOS DE HABITATS DA ÁREA DO PROJECTO
A área de estudo é composta por vários tipos de vegetação e habitats. O tipo de vegetação
dominante consiste de Floresta Zambeziana Indiferenciada (aberta e fechada), a floresta de
Mopani também está presente. Vegetação azonal na forma de matas ciliares e dambos (ou seja,
pradaria hidrofílica) ocorrem perto de rios e linhas de drenagem. A Figura 2.1 fornece um mapa de
habitat da região de estudo.
A Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta ocorre na metade a norte da área do projecto e
ao longo de secções de ambas opções de estrada de transporte. É caracterizada por uma copa
aberta com uma camada de capim distinto (Placa 2.1). A composição de espécies é semelhante a
Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada descrita acima, excepto que as duas espécies
dominantes são a Diplorhynchus condylocarpon, um arbusto resistente ao fogo que pode suportar
queimaduras repetidas (Coates-Palgrave, 2002), e o Combretum adenogonium. Outras espécies
dominantes incluem Commpihora mossambicensis, Pterocarpus brenannii, bem como outras
espécies de Combretum. É provável que este seja um tipo de vegetação secundário e que esta
área já tenha sido coberta por Floresta Fechada Zambeziada Indiferenciada. Pressões
antropogénicas resultaram na colheita e limpeza de árvores nas áreas planas, de camadas baixas
com abertura da copa e explicando a mudança da floresta fechada para aberta.
Este habitat vai abrigar a maioria dos depósitos de resíduos, bem como uma grande parte da
planta de processamento (área do minério bruto[ROM]) (veja a Figura 2.1).
Placa 2.1: Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta
Floresta Zambiana Indiferenciada Fechada é definida pela ausência de espécies dominantes de
Biombo e Manai. É também caracterizada pela maior diversidade de espécies do que qualquer
Floresta de Miombo ou de Mopani (Coates Palgrave-et. Al., 2007). Este tipo de vegetação está
confinado às encostas rochosas da montanha Tenge, Ruoni Norte e Ruoni Sul (Figura 2.1 e
Placas 2.2 & 2.3). Caracteriza-se pela alta diversidade de espécies e copa fechada em
comparação com a Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta. Espécies dominantes incluem
espécies de Combretum, Commiphora mossambicensis e brenannii Pterocarpus. Diplorhyncus
condylocarpon está presente em áreas perturbadas. Mudas de Colophospermum mopani (menos
de 1 m de altura) foram evidentes nas encostas mais baixas de Ruoni Norte e Ruoni Sul, mas não
foram observadas árvores totalmente crescidas.
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Figura 2.1: Vegetação (habitat) da área do projecto.
Placa 2.2: Ruoni norte com Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada no seu cume
Este habitat será amplamente impactado, uma vez que estes estão localizados nas colinas que se
tornarão os poços da mina (vede a Placa 2.2 e a Figura 2.1).
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Placa 2.3: Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada
A Floresta de Mopani ocorre ao longo da secção sul do local do projecto e ao longo das duas
secções de opções de estrada de transporte e estão associadas com o arenito subjacente da
formação Karoo. A copa deste tipo de vegetação é dominada por espécies de Colophospermum
mopani com indivíduos acima de 10 m de altura (Placa 2.4). Inúmeras mudas e árvores pequenas
pertencentes a esta espécie foram observadas no sub-bosque. Outras espécies dominantes
incluindo Euclea divinorum, Grewia micrantha e Dalbergia melanoxylon. A parte sul da planta de
processamento (área ROM) e partes da instalação de armazenamento de rejeitos (TSF) irá
estender-se a este habitat.
Placa 2.4: Floresta de Mopani
A Zona de Vegetação Ripária é totalmente restrita a vários metros, adjacente aos rios e riachos,
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em toda a área do projecto da Baobab (Placa 2.5). Na maioria dos casos, a floresta ripária está
ausente ou está altamente degradada. Onde esta ocorre forma florestas densas de copa fechada
que é geralmente restrita aos solos aluviais do Rio Revuboè e seus afluentes sazonais. A copa é
alta e é composta por emergentes proeminentes, como Tamarindus indica, Lecaniodiscus
fraxinifolius, Sterculia appendiculata e Diospyros mespiliformis. Outras espécies que ocorrem
incluem Acacia nilotica, Acacia sp., Dalbergia melanoxylon, Ficus sycamoras e Faurea saligna. O
desvio do rio (mais apropriadamente chamado de diques de inundação) será colocado ao longo
de partes dos habitats ribeirinhos.
Placa 2.5: Rio Revuboè e zona ripária
Os Canaviais (Phragmites mauritianus) ocorrem em povoamentos densos ao longo de algumas
secções do Rio Revuboé (Placas 2,5 & 2,6). É o habitat preferencial para um número de espécies
especializadas, tais como Pequena Toutinegra do Pântano (Acrocephalus gracilirostris), ao
mesmo tempo fornecem importante habitat de poleiro para certas espécies de sequeiro (por
exemplo, tecelões, bispos, andorinhas).
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Placa 2.6 Típicos canaviais encontrados no local
Afloramentos graníticos geralmente ocorrem nas colinas da região e são caracterizados por
grandes pedregulhos e uma cobertura lenhosa densa sob a forma de Floresta Zambeziana
Indiferenciada Fechada (vede Placas 2.2 & 2.7). Ele fornece habitat importante para espécies
rupícolas (amantes de rochas) como certas espécies de aves e de répteis. Estes habitats serão
amplamente impactados, uma vez que estes estão localizados nas colinas que se tornarão os
poços da mina.
Placa 2.7: Os afloramentos rochosos ocorrem normalmente em sulcos entre a Floresta
Zambeziana Indiferenciada Fechada
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Dambos ocorrem como áreas abertas lineares de pradarias hidrofílicas com juncos e caniços, que
contrastam com a floresta circundante, neste caso, com as florestas de mopani (Figura 2.1 e
Placa 2.8). Dambo é, essencialmente, um planalto, zona húmida, que é "uma depressão
sazonalmente alagada, predominantemente coberta de capim (i.e vlei) ". Estes podem ser
substancialmente secos no final da estação seca, revelando solos cinzentos ou argilas pretas,
mas ao contrário da pradaria inundada, eles mantêm as linhas de drenagem húmidas durante a
estação seca. Estes são inundados (alagados) na estação chuvosa, mas geralmente não acima
da altura da vegetação e qualquer superfície de águas aberta é normalmente confinada a riachos,
rios e pequenas lagoas naturais ou artificiais no ponto mais baixo, em geral, perto do centro.
Partes dos dambos será afectada, a menos que determinadas infra-estrutura sejam novamente
localizadas, especialmente o depósito de lixo de Ruoni Sul, e a TSF (vede a Figura 2.1).
Placa 2.8: Dambo comum que pode ser encontrado no local.
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3. MÉTODOS
3.1. Metodologia de amostragem de Invertebrados Terrestres
3.1.1. Abordagem de Avaliação
Acreditamos que o núcleo de qualquer avaliação ambiental/biodiversidade deva ser um protocolo
de amostragem rigorosa, eficaz e eficiente - nenhuma quantidade de equipamentos de alta
tecnologia, software especializado, análise complexa e apresentação luxuosa pode compensar
uma amostragem inadequadamente concebida ou mal executada. Nossa abordagem é a seguinte:
1) Fazer o levantamento, de uma forma quantificada e usando protocolos de amostragem
internacionalmente aceites, quando disponíveis, foram utilizadas várias taxas de invertebrados –
tais como as formigas, borboletas, besouros do solo, cigarrinhas e térmites – que são
reconhecidas como indicadores de biodiversidade e ecologia. Alguns métodos podem ser
impraticáveis em determinadas áreas (por exemplo, as zonas húmidas e as franjas das zonas
húmidas) e algumas taxas ocorrerão apenas em determinados habitats, por isso nem todos os
métodos e taxas estão necessariamente contempladas para cada projecto ou local. Os dados
obtidos para estes grupos podem depois ser utilizados como uma linha de base sólida para definir
os alvos de reabilitação, contra o qual medirão a eficácia de processos de restauração.
2) Sempre que apropriado, fazer levantamento de espécies na lista vermelha, raras ou sensíveis
(SCC) na taxa do indicador, bem como em outros grupos, como as aranhas migalomorfas,
escorpiões, libélulas e libelinhas.
Enquanto não existirem protocolos padronizados para a amostragem de várias taxas de
indicadores que nós seleccionamos, muitos anos de experiência combinada de amostragem de
formigas foram reunidos sob os auspícios da IUCN na formulação do Protocolo das Formigas de
Serapilheira (ALL) (Agosti et al., 2000). Este fornece um protocolo de amostragem definida para
ser aplicado em todo o mundo e, portanto, permite comparações significativas da fauna de
formigas de locais geograficamente muito distantes. Nós escolhemos este protocolo como base
para nossa amostragem e, embora existam algumas modificações e adições aos métodos de
amostragem para permitir uma amostragem efectiva de outros táxons, os dados de formigas
produzidos são compatíveis com outros conjuntos de dados do protocolo ALL de todo o mundo.
Nosso protocolo é consistente com o Padrão de Desempenho 6 do IFC (IFC 2012) e fornece
informação detalhadas igualmente aplicáveis à avaliação de sensibilidade relativa dos locais e
para o monitoramento dos impactos do projecto ou o progresso de restauração ao longo do
tempo: para um dado nível de confiança necessária nas previsões do mesmo nível de
amostragem é necessário que as comunidades estejam a ser avaliadas em termos de diferenças
ao longo do tempo ou espaço.
3.1.2. Taxa focal para o levantamento de invertebrados
Foram propostas uma vasta gama de taxa de invertebrados como indicadores de invertebrados no
relatório de escopo (Ekoinfo 2012):









Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones)
Aranhas (Aracnídeos: Araneae)
Maria-café - Milipés (Diplópoda)
Libelinhas e libélulas (Insecta: Odonata)
Percevejos (Insecta: Hemiptera)
Formiga-leão (Insecta: Neuroptera)
Besouro (Insecta: Coleoptera)
Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae)
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No entanto, dada a enorme diversidade dentro de muitas destas taxas, seria proibitivamente caro
e moroso avaliar efectivamente todos estes no âmbito de um levantamento de AIA; foi assim
selecionado um subconjunto mais limitado destes grupos, com base na experiência prévia de
adequação como indicadores, facilidade de amostragem e fiabilidade de identificações. Foram
omitidos três grupos inteiramente a partir da amostragem orientada, enquanto era seleccionado
um subconjunto do grupo taxionómico proposto no caso de outros dois grupos (aranhas e
percevejos). O presente levantamento se focou na seguinte taxa:






Escorpiões (Aracnídea: Scorpiones)
Aranhas Migalomorfas (Aracnídea: Araneae, Mygalomorphae)
Libelinha e Libélulas (Insecto: Odonata)
Cigarras (Insecto: Hemiptera, Cicadellidae)
Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
Formigas (Insecta: Hymenoptera - Formicidae))
Grupos de amostragem de outra taxa, incluindo grupos como Neuróptera (formiga-leão, moscascoruja etc.), cigarras (Hemiptera: Cicadidae) e besouros (coleópteros), foram realizadas numa
base ad hoc, quando foram encontrados exemplares de potencial interesse.
3.1.3. Descrição detalhada de métodos de amostragem
Visitas ao local
Realizou-se uma visita ao local na estação chuvosa, de 15 à 27 de Março de 2013, mas, devido à
cessação da chuva e as altas temperaturas, as condições estavam a secar rapidamente, de modo
que, para muitas taxas foram evidentes níveis mais baixos de actividade mais típica da estação
seca até ao fim do levantamento e da estação seca foram observadas formas de várias espécies
de borboletas. Infelizmente a amostragem anterior não foi viável, uma vez que o acesso ao local
na época das chuvas é muito desafiador, e a travessia dos rios é impossível.
Foi realizada uma visita ao local na estação seca, de 3 à 9 de Setembro de 2013, durante a qual
realizou-se mais uma amostragem de borboleta e Odonata, bem como levantamentos de
acompanhamento focalizado para taxa de importância observada durante o levantamento da
estação chuvosa.
Foi realizada uma visita adicional a posterior a estação chuvosa, de 10 à 17 Abril de 2014, com o
objectivo principal de fazer o levantamento da nova Estrada de Transporte 6 recentemente
proposta, embora a oportunidade também tenham sido para realizar alguns levantamentos
adicionais no Monte Tenge e no local da floresta de mopani (entre os locais propostos para ROM
e TSF) pesquisados em 2013.
Protocolo de amostragem
A amostragem planeada de invertebrados terrestres no local do projecto teve como objectivo fazer
o levantamento de uma área representativa de cada principal tipo de habitat usando um protocolo
de amostragem detalhado que permitisse uma avaliação de sensibilidade e uma medida de linha
de base da biodiversidade nos grupos de indicadores-chave para permitir o monitoramento dos
impactos e da reabilitação.
O núcleo do protocolo ALL, a partir do qual foi desenvolvida a amostragem, é a recolha e análise
de vinte amostras de 2 litros de serapilheira e vinte amostras de 48 horas de armadilha de
interceptação colhidas em intervalos de 10 metros ao longo de um transepto de 190 metros em
cada local a ser feito o levantamento; estima-se que com isto resulte, normalmente, em
aproximadamente 70 porcento do inventário total da fauna de formigas, com poder suficiente de
previsão para estimar com confiança o número total de espécies de formigas utilizando software,
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tal como o EstimateS (Colwell 2013). Após análise dos habitats presentes e, a fim de permitir que
os dados semelhantes a serem obtidos para outras taxas de indicadores no local do Projecto de
Ferro da Baobab, foram utilizados os seguintes métodos, que incluíram algumas modificações e
acréscimos ao protocolo ALL, em cada um dos quatro locais em que foram feitos os
levantamentos no detalhe durante a visita ao local na estação chuvosa:
1

Amostras de serapilheira foram omitidas devido à natureza extremamente pedregosa do
solo em três dos quatro locais de levantamento; amostragem padrão de serapilheira exige
o corte de serapilheira e das camadas de solo superficial com uma manchete e isso não foi
possível nas condições encontradas. A baixa actividade de superfície das formigas durante
o dia devido à secagem rápida da camada de serapilheira após o fim da estação chuvosa
fez com que a alternativa de recolha e triagem da ninhada não cortada da superfície (que
foi testado no local do Monte Tenge) não tivesse rendimentos de amostras adequadas.

Vinte das 48 horas amostras das armadilha de interceptação (vede a Figura 3.1), com
armadilhas estabelecidas em intervalos de 10 metros ao longo de um transepto de 190 m,

Vinte amostras de 20 minutos de recolha manual de formigas, cada uma ao longo de um
transepto de até 50 m de comprimento começando perto de uma das armadilhas de
interceptação,

Duas pessoas por dia inteiro de recolha manual de borboletas com rede, libélulas e
libelinhas,

Dez amostras de borboletas pegadas com armadilha com isca de banana fermentada
durante 1 dia (vede a Figura 2.2), com armadilhas colocadas às 9:00 horas, esvaziadas e
recolocadas às 15:00 horas1 e retiradas e esvaziadas novamente, a aproximadamente
16:30h. Foram colocadas dez armadilhas em intervalos de 20 m ao longo do transepto em
alturas variando de 0,5 a 4 metros acima do solo,

Dez amostras de cigarrinhas em rede de arrasto, cada uma compreendendo 100 redes de
arrasto ao longo de um transepto de 50 metros, e das quais, a cigarrinha e outros
espécimes de insectos são extraídos usando caixas de extracção especialmente
construídas (vede a Figura 3.3). Este é um nível mais baixo de amostragem do que o
normalmente utilizado pela AfriBugs para levantamentos de cigarrinhas, mas que foi
necessário devido a restrições orçamentais; espera-se que os resultados do levantamento
forneçam uma indicação de quanta amostragem adicional será necessárias para utilização
efectiva deste grupo como um indicador.

Fez-se o levantamento dos escorpiões por meio de buscas diurnas, que incluíram viragem
de rochas, localização visual de tocas e procura de serapilheira e outros habitats, bem
como levantamentos nocturnos usando luz ultravioleta (vede Figura 3.4), considerado o
mais eficaz e ambientalmente amigável meio de levantamento para os escorpiões (Lowe
et. al., 2003). Não foi tentada a amostragem quantificada pois isso pode ser de trabalho
intensivo e as condições durante o levantamento não foram ideais devido aos altos níveis
de luar.
Algumas borboletas que chegaram no início do dia, poderiam de contrário, voar de volta para a parte inferior da armadilha no final da tarde e
poderiam escapar; tal foi impedido por uma recolha de espécimes no meio da tarde
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Assim, 60 amostras padrão foram colhidas em cada um dos quatro locais do levantamento. Após
a classificação, o processamento e a identificação dos espécimes colhidos, análises similares
pode então ser aplicado ao conjunto de dados de cada táxon, dando, assim, a consistência dos
resultados globais.
Figura 3.1: A: Copo plástico da Armadilha de interceptação (80 mm de diâmetro interno) nivelado
com solo e parcialmente cheio com 50 ml de 3:1 de etanol: propilenoglicol; os detritos dos limites da
tampa caiem na armadilha e reduzem a evaporação do conservante através da sombra, B: armadilha
usada para climas quentes com tinta reflectora na tampa; cobra de borracha serve para minimizar a
perturbação das armadilhas por babuínos.
Figura 3.2: Armadilhas da borboleta montadas no local da Floresta Zambeziana Indiferenciada
Aberta. A: A armadilha de baixo, B: Fecho do topo da armadilha com borboletas, C. Fecho do fundo
da armadilha com borboleta Charaxes alimentando-se da isca de banana fermentada
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Figura 3.3: Redes de arrasto e aparelhos de extracção no local da floresta de mopani; A inserção A
mostra o fecho do extractor, B mostra os detritos remanescentes (principalmente sementes de
capim neste local) após o processo de extracção.
Figura 3.4. Um escorpião (Hadogenese) fluorescente sob a luz ultravioleta, que ilustra a facilidade
com que eles podem ser localizados usando esta técnica.
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Locais de amostras
Foi realizada uma amostragem detalhada em quatro locais (Ruoni Norte, local da proposta pilha
de Resíduos Rochosos, Monte Tenge e Floresta de Mopani), representando os principais habitats
(Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e
Floresta de Mopani) identificado como de significância sob a perspectiva de invertebrados
terrestres; adicionalmente realizou-se uma amostragem oportunista em vários outros locais,
incluindo a orla ribeirinha, bem como na rota entre os locais quando surgiu oportunidade. Os
locais de amostragem e marcos de GPS dos caminhos seguidos pela equipa de avaliação de
invertebrados estão ilustrados nas Figuras 3.5, 3.6 e 3.7.
Rotas de transporte
Durante o levantamento de Abril de 2014, realizou-se uma amostragem não padronizada como o
objectivo era cobrir tanto quanto prático do comprimento da Estrada de Transporte 6 a pé ou pela
inspecção dos pontos ao longo da rota, onde o acesso por carro era possível. Em cada ponto
inspeccionado, ou ao longo das secções caminhadas, os habitats foram avaliados visualmente e
foram realizadas buscas de espécies de invertebrados de potencial interesse de conservação; as
técnicas de amostragem incluíram recolha em redes, escavação, viragem e registo de rochas e
outros métodos manuais. Foi feito o levantamento na secção a sul da rota da estrada (sul do Rio
Ncondezi) a 11, 12 e 13 de Abril de 2014, enquanto que fez-se o levantamento das secções a
norte entre o acampamento deTenge e o Rio Ncondezi a 14, 15 e 16 de Abril de 2014. Dos
marcos do quilómetro 26 a 46 km a rota foi acessado por estrada e inspeccionada em vários
pontos ao longo da rota, enquanto que do início até aos 10 km da rota, esta foi seguida
inteiramente a pé, devido à falta de acesso rodoviário. Desta forma, a maior parte do percurso foi
coberto, embora permaneça uma lacuna significante entre os quilómetros 10km e 18km, uma vez
que secção não pôde ser acessado a partir do sul devido aos fortes fluxos no rio Ncondezi, e
caminhando nesta secção do norte teria que ser feita a uma velocidade que não teria permitido
tempo para a avaliação adequada dos habitats e pesquisas de invertebrados de conservação
significativa. A Inspecção de imagens de satélite sugere, porém, que habitats desta secção não
são fundamentalmente diferentes das do 4 km - 10 km secção e a extrapolação dos resultados da
última secção pode ser usado. Uma lacuna de levantamento similar resultou entre os marcos de
21 km e 29 km, mas novamente esta secção parece suficientemente similar às partes adjacentes
para inspecção detalhada não é essencial.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Figura 3.5. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de
invertebrados terrestres em Março de 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (contorno azul).
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Figura 3.6. Locais do levantamento e rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de
invertebrados terrestres em Setembro de 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (contorno
azul).
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Figura 3.7. Rotas seguidas (linhas vermelhas) durante o levantamento de invertebrados terrestres da
Estrada de Transporte do Projecto de Ferro da Baobab em Abril de 2014, apresentadas em linhas
amarela (opções anteriores) e azul (nova opção). As rotas de transporte distam 100m a norte e a Este
para permitir que as trilhas sejam distinguidas.
Fotografias
Foram tiradas fotografias de cada espécie de borboleta putativa (lado superior e de baixo) no
campo, imediatamente após a captura ou a posterior no acampamento; alguns dos espécimes
eram velhos e estavam desgastados e tinham asas rasgadas e haviam perdido uma grande parte
das suas escamas, portanto, embora o melhor espécime disponível tenha sido seleccionado para
ser fotogrado, algumas imagens são de má qualidade. As fotografias são apresentadas no Anexo
1.
A razão para fotografar os espécimes de borboletas eram duplamente:

Permitir identificações preliminares de muitas das borboletas colhidas para serem
realizadas na ausência dos espécimes reais enquanto se aguardava uma licença de
exportação;e

Permitir que os revisores independentes ou pesquisadores futuros verifiquem as
identificações apresentadas neste relatório, pelo menos para as espécies que podem ser
identificadas desta forma com confiança.
Orçamento adicional deverá tornar-se disponível para permitir o processamento completo e a
identificação de amostras, assim que o processamento de amostras de formigas e cigarrinha
estiver concluído e os representantes de todas as espécies montadas, devem ser preparadas
imagens de automontagem de cada espécie identificada para ilustrar a diversidade destes grupos
e facilitar a identificação das amostras colhidas no futuro. As fotografias de todas espécies de
aranhas migalomorfa e escorpiões também são apresentados neste relatório colhidos para apoiar
na identificação e reconhecimento de outras espécies encontradas durante levantamentos futuros.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Em todas as fotos, a grelha no cartão de fundo consiste em 5 milímetros quadrados.
Processamento e identificação de amostras
Escorpiões e aranhas migalomorfas
A identificação de espécies de escorpiões e aranhas migalomorfas foi realizado com o apoio de
Ian Engelbrecht (Departamento de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Gauteng) e Lorenzo
Prendini (Museu Americano de História Natural), bem como por referência a Dippenaar-Schoemen
(2002), Dippenaar- Schoeman & Jocque (1997), Leeming (2003) e Raven (1985).
Libelinha e Libélulas
A identificação de Odonata foi realizada com o auxílio de Tarboton (2013), Tarboton e Tarboton
(2002, 2005) e, para a taxa problemática, com a ajuda de Jens Kipping (BioCart).
Borboletas
A identificação de borboletas foi realizada, tanto quanto possível usando Woodhall (2002) e com o
apoio de Alan Gardiner (Southern African Wildlife College), um especialista em borboletas da
África Austral e Central. A lista de todas as espécies identificadas é apresentada no Anexo 1.
Formigas e cigarrinhas
Foram colhidas espécimes de formigas e cigarrinha durante os meses de Março de 2013, mas o
processamento das amostras foi adiado para depois da visita ao local de Setembro, devido a
restrições orçamentais, o que também limita o nível em que a identificação pode ser realizada. As
identificações foram, assim, em grande parte realizadas a nível do género, sendo atribuídos
códigos de morfoespécies dentro de cada género para cada espécie colhida; apenas onde
observou-se que as espécies foram prontamente reconhecidas foram atribuídos os nomes das
espécies. Caso fique disponível financiamento o processo de identificação irá continuar na medida
do possível (dentro das limitações do conhecimento taxionómico actual) a nível de espécies. A
identificação detalhada é essencial tanto para permitir uma comparação adequada dos diferentes
locais dentro da área de estudo como para permitir a detecção e monitoramento de espécies
invasoras que podem ser introduzidas durante as fases de prospecção, construção e de operação
de um projecto de mineração. A identificação ao nível de espécies também permite a confirmação
da descoberta de novas espécies, que irá acrescentar ao conhecimento da fauna da região.
Durante a classificação de espécies por amostra será elaborada uma matriz para cada grupo
indicador em cada local e estes serão, posteriormente, actualizados com as identificações finais
de espécies; as matrizes formarão a base para a análise da riqueza de espécies e composição da
comunidade nos diferentes locais que se fez os levantamentos e fornecerão a linha de base de
monitoramento para cada grupo indicador. As formigas serão identificadas pelo equipa da
AfriBugs usando a nossa colecção de referência e extensiva biblioteca de literatura taxionómica
de Formigas Africanas, enquanto que as cigarrinhas serão identificadas por Michael Stiller
(National Collection of Insects/Colecção Nacional de Insectos, Pretoria, África do Sul).
Outros invertebrados
Espécimes de uma série de taxa de invertebrados de interesse foram colhidos durante os
levantamentos; estes incluíram besouros, formigas-leões, moscas-coruja, lançadores de teias
(Embioptera) e cigarras. Os espécimes destes grupos serão submetidos a especialistas relevantes
de táxon e qualquer informação obtida será adicionada a base de dados do local.
Códigos de Morfoespécies
Todas as espécies de invertebrados não identificadas na colecção AfriBugs são atribuídas códigos
para permitir referência inequívoca do material colhido de forma que possa ser evitada uma
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
potencial confusão quando espécimes de levantamentos futuros ou de outros locais forem
discutidos. Dentro de cada género, os códigos utilizados seguem uma estrutura estrita,
começando
pelo
códex
de
recolha
da
AfriBugs
(AFRC,
ver
http://hbs.bishopmuseum.org/codens/codens-r-us.html) seguido pelo ISO 3016-1 e duas letras do
código do país (mz para Moçambique) e, em seguida, um número de morfoespécie. Por exemplo,
no presente relatório, os espécimes de formiga do género Mystrium, que ainda não podem ser
atribuídos a uma determinada espécie e que, provavelmente, representam uma espécie não
descrita, são referidos como Mystrium AFRC_mz01.
3.2. Espécies de interesse para conservação
Espécies de interesse para conservação (SCC), em termos de área do projecto são definidas
como:




2
Espécies Ameaçadas:
Espécies incluídas em outras listas internacionais (ex., Lista Vermelha de Animais
Ameaçados da IUCN 2012).
 As definições incluem:
 Criticamente Ameaçada (CR) - Um táxon está Criticamente Ameaçada
quando as melhores evidências disponíveis indicam que cumprem com
quaisquer um dos critérios A à E para Criticamente Ameaçada (vede a
Secção V), e é, portanto, considerado como enfrentando um risco
extremamente alto de extinção na Natureza.
 Ameaçadas (EN) - Um taxon está Ameaçado quando a melhor evidência
disponível indica que cumpre com quaisquer um dos critérios de A à E para
Ameaçadas (ver Secção V), e é, portanto, considerado como enfrentando
um risco muito alto de extinção na Natureza.
 Vulnerável (VU) - Um táxon está Vulnerável quando as melhores evidências
disponíveis indicam que cumpre com quaisquer um dos critérios de A à E
para Vulnerável, e é, portanto, considerado como enfrentando um risco
elevado de extinção na natureza.
 Quase Ameaçada (NT) - Um taxon está Quase Ameaçado quando foi
avaliado em função dos critérios, mas não se qualifica como Criticamente
Ameaçado, Ameaçadas ou vulneráveis agora, mas está perto de se
classificar ou é susceptível de ser classificado na categoria de ameaçado
em um futuro breve.
Espécies Sensíveis: Espécies que não estão inclusas nas categorias acima, mas estão
listadas no:
 Apêndice I ou II da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies
Ameaçadas de Extinção (CITES2).
 Apêndice I lista espécies que são as mais ameaçadas de extinção entre a
lista de animais e plantas do CITES.
 Apêndice II lista as espécies que não estão necessariamente ameaçadas de
extinção, mas que podem assim tornar-se a menos que o comércio seja
rigorosamente controlado.
Espécies Endémicas: Espécies endémicas da Província de Tete ou Moçambique em
geral.
http://www.cites.org/
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
3.3. Mapeamento de Habitat
Habitats foram mapeados usando interpretação visual de padrões (e fotos) a partir de fotografia
aérea, e estavam relacionadas com os dados colhidos no terreno. Também foram usados dados
auxiliares sob a forma de um Modelo Digital de Elevação (DEM) e um mapa geológico em alguns
casos para ajudar a diferenciar os tipos de habitats.
A descrição biofísica da área do projecto pode ser revista no Relatório de Avaliação da Fauna
(CES 2014)
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
4. LEVENTAMENTO DA FAUNA DE INVERTEBRADOS
4.1. Introdução
Os invertebrados incluem os artrópodes, que constituem a maioria (mais de 75%) de todas as
espécies descritas de organismos vivos na Terra (Maio de 1988), e tornam-se mais de 95% de
todas as espécies de animais conhecidas. Os insectos são o grupo mais diverso de artrópodes e
só eles perfazem no mínimo, 76% (provavelmente mais de 90%) de todas as espécies de animais
conhecidas. Os insectos são vitais para o funcionamento dos ecossistemas da Terra na sua forma
actual e ajudam a manter o equilíbrio que permite que a vasta diversidade de vida coexista. Por
exemplo, alguns insectos ajudam espécies de plantas a reproduzir e espalharem-se, enquanto
outros se alimentam das mesmas plantas e manteemos sob controlo, permitindo que haja espaço
para outras espécies. Outros insectos transformam o solo ou se alimentam de matéria em
decomposição, tendo assim um papel importante no ciclo de nutrientes. Praticamente todos os
aspectos do funcionamento dos ecossistemas dependem de alguma forma dos insectos, que são
os principais vectores que não são plantas da dinâmica do ecossistema; é, portanto, vital que os
insectos e outros artrópodes sejam dados o devido reconhecimento em avaliações ambientais e
nos esforços de conservação.
"Tão importantes são os insectos e outros artrópodes que habitam na terra que se todos
desaparecessem, a humanidade provavelmente não poderia durar mais do que alguns meses. A
maioria dos anfíbios, répteis, aves e mamíferos cair em extinção quase ao mesmo tempo. De
seguida seria a maioria das plantas com flores e com elas a estrutura física da maioria das
florestas e de outros habitats terrestres do mundo. A superfície da terra literalmente decompunhase ". E. O. Wilson (1999)
4.1.1. Visão geral dos Invertebrados da Região
Estão disponíveis dados muito limitados sobre os invertebrados de Moçambique (Hatton et. al.,
2001) e praticamente nada específico para a região de Tete. Taxologicamente está disponível
informação dispersa sobre espécies de invertebrados endémicos de Moçambique e Ekoinfo
(2012) listou alguns deles (um caracol, Gulella delgada, um escaravelho de excrementos, Onitis
janssenii, um escaravelho de água, Haliplus watsoni, um escaravelho de chifres longos,
Aphelogaster thomsoni, uma mosca mydas, Nomoneuroides melas, uma maria-café, Hadrobolus
crassicollis, uma centopeia, Orphnaeus heteropodus e algumas borboletas não descritas),
Para a maioria dos grupos-alvo como indicadores para a avaliação de invertebrados terrestres do
Projecto de Ferro da Baobab, não fomos capazes de localizar quaisquer referências que poderiam
fornecer previsões de espécies prováveis presentes ou mesmo níveis aproximados de diversidade
relativa. Os dados obtidos até a data, sobre os principais grupos-alvo de nossa pesquisa são
resumidos a seguir:

Escorpiões (Aracnídeos: Scorpiones)
A lista de espécies de escorpião registrados de Moçambique é fornecida pelo
http://eycb.pagesperso-orange.fr/scorpions/AFMozambique.htm e este foi complementada com
informação fornecida por Ian Engelbrecht (pers. Comm.) para produzir um número total de 27
espécies; como para a maioria dos grupos de invertebrados, tal quase certamente representa uma
subestimação substancial da diversidade total do país.

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae)
Pouco se sabe sobre as aranhas migalomorfas (tarântulas, aranhas alçapão, e de aranhas funil)
de Moçambique; Dippenaar-Schoeman (2002) indica 11 espécies como tendo sido registradas a
partir da metade sul de Moçambique, mas é quase certa a subestimação grosseira resultante de
baixos níveis de amostragem neste país, considerando-se que, pelo menos, 27 espécies foram
relatadas a partir do muito pequeno, mas bem colhidas, na Província de Gauteng, na África do
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Baobab Resources Lda
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Sul. Nenhuma listagem detalhada parece estar disponível para o norte de Moçambique.

Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata)
O estado de conservação da Odonata em Moçambique é provavelmente melhor compreendida do
que o de qualquer outro grupo de invertebrados, como todas as espécies sabidas que ocorrem no
país foram avaliadas pelo Grupo de Especialistas em Odonata da IUCN; Moçambique ainda é,
porém, considerado um país muito sub-amostrado para Odonata (Jens Kipping, pers. Pess.). De
acordo com a Lista Vermelha da IUCN foram registradas até a data 139 espécies de Odonata de
Moçambique; destas 2 (Chlorolestes elegans e Nepogomphoides stuhlmani) são consideradas
vulneráveis e uma (Urothemis luciana) como Dado Deficiente, as restantes 136 espécies são
consideradas como de Menor Interesse.

Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae)
Nada parece ter sido publicado sobre a diversidade de cigarrinhas em Moçambique. McKamey
(2000) forneceu dados de distribuição para Cicadellidae a nível do país, mas apenas quatro
espécies foram registradas para Moçambique. Embora deva-se ter em mente que os dados
resumidos em McKamey (2000) cobrem o período de 1758-1955 apenas, esse número
extremamente baixo é uma indicação de quantidade de informações muito limitada disponível
sobre os invertebrados em Moçambique (em comparação, com base no mesmos dados, estão
listadas para a África do Sul 183 espécies e 93 para a Tanzânia, outro país reconhecido por ter
dados muito limitados em invertebrados). É muito provável que muitas das espécies de cigarrinha
colhidas durante o levantamento irão representar os primeiros registros para o país e também que
muitas irão revelar-se como não descritas.

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
As borboletas são provavelmente o grupo de invertebrados mais conhecido no mundo e em
Moçambique e foi compilada uma lista ampla do país com 977 táxones de borboleta para
Moçambique (Koçak e Kemal 2009), mas isso não dá informações específicas para as regiões
dentro do país e produz uma superestimação devido à duplicação de listagem de espécies e
nomeação
de
subespécies.
A
Wikipédia
oferece
uma
outra
lista
(http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_butterflies_of_Mozambique) das espécies de borboletas de
Moçambique, com base em dados de Williams (2007) e Safian et. al. (2009) e indica um total de
432 táxones para o país; excluindo múltiplas subespécies desta lista produz-se uma contagem de
422 espécies.
O número total de espécies de borboletas registradas para Moçambique é, portanto, de
aproximadamente 420, e é provável que mais de 150-200 desta possa esperar-se que ocorram na
área do projecto (Alan Gardiner, pers. Pess.). Apenas duas das espécies de borboletas
conhecidas por ocorrer em Moçambique (Lepidochrysops Delicata e Teriomima williami) estão
incluídas na Lista Vermelha da IUCN, e, nesta fase, ambas são consideradas Dados Deficientes.

Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae)
A fauna de formigas de Moçambique é extremamente pouco conhecida, contido está-se a realizar
actualmente levantamentos detalhados no Parque Nacional da Gorongosa, o que de certa forma
caminhará para retificar esta situação. Uma lista preliminar de espécies, com base em dados da
página
electrónica
agora
não
disponível
das
Formigas
de
África
(http://antbase.org/ants/africa/contents.htm), tem apenas 102 espécies, o que é claramente uma
sub-estimativa, dados os resultados incompletos dos actuais levantamentos em Gorongosa que já
listaram 141 espécies. A África do Sul é conhecida por ter pelo menos 431 espécies de formigas
(dados baixados da base de dados de distribuição www.antbase.org, agora também indisponível,
em 2005) e estimativas baseadas na amostragem AfriBugs sugerem que o total para o país é,
provavelmente de, pelo menos, o dobro desse número; Pode-se esperar que Moçambique tenha
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
semelhante diversidade de formigas de 800 espécies na região.
Nenhuma espécie de formiga que consta da Lista Vermelha da IUCN foi registrada para
Moçambique, embora seja possível que a Tetramorium microgyna, uma espécie parasita
conhecida da África do Sul e listada pela IUCN como Vulnerável, possa ocorrer em Moçambique e
esteja listada para este país como espécie hospedeira desta (Tetramorium sericeiventre).

Outros invertebrados
Tal como se sucede aos grupos focais discutidos acima, há muito pouca informação disponível
sobre a diversidade esperada ou presença de espécies de importante conservação em outros
grupos de invertebrados. Em suma, não há praticamente nenhuma informação publicada em que
basear a previsão da diversidade, ou a sensibilidade no local do Projecto de Ferro da Baobab, e a
única solução para a falta de dados é realizar levantamentos que sejam suficientemente
detalhados para terem uma chance razoável de detectar espécies e comunidades de significância.
4.1.2. Espécies de invertebrados registrados na área do projecto
Os resultados da amostragem de invertebrados terrestres realizada no local do projecto de Ferro
da Baobab durante Março de 2013 estão resumidos abaixo com referência a cada um dos grupos
taxonómicos estudados e habitats avaliados.

Escorpiões (Aracnídeo: Scorpiones)
Foram colhidas cinco espécies de escorpiões durante o levantamento da estação chuvosa de
2013, foi encontrada uma espécie adicional durante o levantamento da estação seca de 2014
(vede a ilustração 4.1) e outra no levantamento da estação chuvosa de 2014.
1) Hadogenes granulatus foi generalizada em áreas rochosas, sobretudo em Ruoni Norte e Sul,
na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, mas também nos diques que atravessam a
Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e em áreas rochosas dentro da Floresta de Mopani; o
critério de habitat crítico para a espécie é a presença de afloramentos rochosos com rachaduras
adequadas para actuar como refúgios. Apesar de todas espécies Hadogenes serem protegidas na
África do Sul, a proteção é especificamente contra a ameaça de recolha excessiva relacionada ao
tráfico de animais, em vez de contra a perda ou transformação de habitat.
2) Opisthacanthus rugiceps é uma espécie arbórea que usa rachaduras em troncos de árvores
como refúgio e é generalizada tanto na regional como na área do projecto; foram encontrados
espécimes nas Florestas Aberta e Fechada Zambeziana Indiferenciada e até mesmo nos campos
de exploração. Tal como no caso da Hadogenes, todas as espécies Opisthacanthus são
protegidas na África do Sul, mas a protecção é especificamente contra a ameaça de recolha
excessiva relacionada com o tráfico de animais, em vez de contra a perda ou transformação de
habitat.
3) Opistophthalmus glabrifrons - embora outros membros de espécie complexa, actualmente
classificada no O. glabrifrons, ocorrem em grande escala na África Austral, esta forma tipo ocorre
apenas a norte do rio Zambeze. A descoberta é taxonomicamente significativa como vez que a
espécie está actualmente sob estudo e deverá ser dividida em várias espécies; o material do
Projecto de Ferro da Baobab é essencial para a "ancorar" o tipo de espécie e permitir a atribuição
correcta do nome original. Como no caso da Hadogenes e da Opisthacanthus, todas as espécies
Opistophthalmus são protegidas na África do Sul, mas a protecção é especificamente contra a
ameaça de recolha excessiva relacionada com o tráfico de animais, ao invés de contra a perda ou
transformação de habitat.
4) Uroplectes flavoviridis - esta é também actualmente considerada uma espécie difundida, mas
tal como a Opistophthalmus glabrifrons, em breve poderá ser dividida em várias espécies; o local
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Projeto de minerio de ferro Tete
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tipo também está na região de Tete e o material colhido será novamente prova de valor na
resolução de problemas taxonómicos. Os espécimes foram colhidos em vários locais, incluindo
diversos habitats tais como Ruoni Sul e o local da Floresta de Mopani, deste modo a espécie é
provavelmente generalizada na área do projecto.
Placa 4.1: Vista dorsal e ventral das espécies de escorpiões colhidos durante Março e
Setembro de 2013: A-B, Hadogenes granulatus machos, C-D, Opisthacanthus rugiceps, E-F,
Opistophthalmus glabrifrons, G-H, Uroplectes flavoviridus, I-J, Uroplectes AFRC_mz01 (c.f.
chubbi). K-L). K-G, Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri. Grelha 5 mm
5) Uroplectes planimanus - dois espécimes desta espécie generalizada foram encontrados na
Estrada de Transporte 6 perto do marco de 29 km; observe que esta espécie não está ilustrada na
Placa 4.1.
6) Uroplectes AFRC_mz01 (c.f. chubbi) - duas fêmeas dessa espécie foram colhidas na
serapilheira no Monte Tenge em Março de 2013; a espécie é não descrita e ter relação com a
Uroplectes chubbi. Foram colhidas vinte espécimes adicionais, incluindo machos adultos, no
Monte Tenge em Setembro de 2013 e enviados para Lorenzo Prendini no Museu Americano de
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
História Natural (American Museum of Natural History) para ser incluído no material em que as
novas espécies estão a ser descritas.
7) Uroplectes sp. cf vittatus/fischeri foi localizado apenas durante o levantamento da estação seca;
espécimes foram encontrados em Ruoni Norte, Monte Tenge e dentro de uma área da Floresta de
Mopani.

Aranhas Migalomorfas (Aracnídeo: Araneae, Mygalomorphae)
Foram feitas duas descobertas de migalomorfas de importância taxonómica durante os
levantamentos:
1) Uma espécie não descrita de Ceratogyrus (aranha babuina com chifres) (Placa 4.2); essa
espécie é conhecida no comércio de animais, mas tem sido comercializada como um suposto
híbrido entre C. brachycephalus e ou C. sanderi ou C. darlingi, sob o nome Ceratogyrus
brachycephalus "forma de passatempo". Embora acreditava-se há algum tempo que os espécimes
comercializados sob este nome, de facto representavam uma espécie separada (Ian Engelbrecht,
pers. Pess.), a confirmação disso requer a recolha de material selvagem dentro da área natural da
espécie, que era desconhecida até agora. Espécimes desta espécie foram encontrados em todos
os tipos de habitats pesquisados em toda a área do projecto, contudo eles pareciam
particularmente abundantes nos koppies rochosos (montanhas de granito), especialmente em
Ruoni Norte e Ruoni Sul. Os machos criados a partir de espécimes capturados imaturos
fornecerão a informação taxonómica necessária para permitir a descrição formal da espécie.
Todas as espécies Ceratogyrus são protegidas na África do Sul devido a ameaça de tráfico de
animais.
Placa 4.2: Espécies Ceratogyrus não descritas, comuns em toda a área de estudo, e
particularmente abundantes em Ruoni Norte e Sul. A; Vista dorsal, B; Postura defensiva.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
2) Uma aranha com teia de folhas não descrita (Placa 4.3) na família Dipluridae que, nesta fase,
não pode ser mais identificado do que a nível da família; Suspeitamos que esta seja um membro
da subfamília Euagrinae, mas não ficou claro inicialmente se era um membro do género Euagrus
(o qual os espécimes do sexo feminino estão ligados, mas que é um género Novo Mundo que não
foi registrado anteriormente em África), ou, possivelmente representou um género ainda não
descrito, como os espécimes colhidos durante o levantamento da estação chuvosa não incluíram
todos os machos maturos. Os espécimes encontrados exibem várias características incomuns,
mais notável de todas é que estes têm apenas 6 olhos; Estas são as primeiras aranhas
migalomorfas conhecidas de África que apresentam essa característica (todas as outras espécies
de migalomorfas Africanas conhecidas têm oito olhos, embora existam espécies de outras partes
do mundo que também têm 6 ou menos os olhos).
Foram necessários espécimes machos adultos para confirmar a colocação da subfamília e o nível
de género desta espécie, que actualmente está a ser referida como Dipluridae sp. AFRC_mz01,
então 30 espécimes vivos foram colhidos e transportados para a África do Sul, em Setembro de
2013, de modo que os machos adultos pudessem ser criados. Até o momento um macho foi
criado a partir desses espécimes; é claro que pela falta de esporões de acasalamento as aranhas
não pertencem ao género Euagrus (onde os machos têm esporões de acasalamento fortemente
desenvolvidos no segundo par de pernas), mas têm machos que são mais semelhantes aos de
Masteria (um género na subfamília Masteriinae, conhecido na América Central, Indonésia e
Austrália), embora eles não se encaixem neste género em muitas outras características-chave
(Raven 1979, 1985). Concluímos, portanto, que essas aranhas não são membros de quaisquer
géneros de aranha registradas anteriormente em África e quase certamente representam um novo
género. Um adicional de 34 espécimes foi colhido durante o levantamento de Abril de 2014 para
complementar os anteriormente enviados para a África do Sul para assegurar que eram obtidos
suficientes espécimes machos para fins de descrição do novo táxon.
Além disso, três espécies de Idiops e uma espécie de Heligmomerus e de Cyphonisia foram
também recolhidas. Foi encontrada uma espécie de Idiops (Idiops AFRC_mz01) em pequenas
quantidades nos montes rochosos (Ruoni Norte e Monte Tenge), outro (Idiops AFRC_mz02) foi
abundante em solo rico em argila nas depressões rasas no local da Floresta de Mopani e o
terceiro (Idiops AFRC_mz03) foi encontrado nas margens de um pequeno rio que atravessa a
Estrada de Transporte 6. Foi encontrada Heligmomerus AFRC-mz01 na Floresta de Mopani ao
longo da Estrada de Transporte 6, enquanto a Cyphonisia AFRC_mz01 foi encontrada na mesma
área do local da Floresta de Mopani como Idiops AFRC_mz03. Todas as três espécies de Idiops,
bem como de Heligmomerus e Cyphonisia são prováveis que sejam não descritas e tal como
muitas aranhas de alçapão podem ter distribuições localizadas, mas estas não têm a mesma
significância taxonómica como as espécies diplurid mencionadas acima. Vários espécimes
imaturas de Pterinochilus, inicialmente pensado que fossem P. lugardi, aranha babuina que
constroem a toca com um retalho de seda de "alçapão", também foram recolhidas em vários
habitats na área do projecto durante o levantamento da estação seca de 2013. No entanto, a
recolha de espécimes de um sub-adulto e uma fêmea matura em troncos ocos de mopani ao
longo da Estrada de Transporte 6 em Abril 2014 confirmou que estas aranhas são de facto P.
murinus, uma espécie também bastante difundida.
No total, três espécies adicionais de aranhas migalomorfa foram colhidas no levantamento da
estação chuvosa de 2014 na Estrada de Transporte 6; estes incluíram Cyphonisia AFRC_mz01,
Heligmomerus AFRC-mz01 e Idiops AFRC_mz03. Parece não haver nenhum registro de
Heligmomerus de Moçambique, enquanto que para Cyphonisia há apenas um registro duvidoso
(C. kaesseri - nomen dubium) deste país de acordo com o Catálogo Mundial de Aranhas (Platnick
2014). C. affinitata e C. rastellata são registrados da "África Oriental" e podem, potencialmente,
estar presentes em Moçambique. Ambos os registros de Heligmomerus e Cyphonisia, portanto,
provavelmente representam acréscimos significativos para o conhecimento da fauna migalomorfa
de Moçambique.
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29
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Placa 4.3: Espécies de aranhas Migalomorfas. A. Aranha com teia de folhas não descritas
(Dipluridae sp. AFRC_mz01), abundante nas rochas em Ruoni Norte e Sul, B. Aranha de
açapão (Idiops AFRC_mz01), esparsamente distribuído em Ruoni Norte, Ruoni Sul e Monte
Tenge, C. Cyphonisia AFRC_mz01, D. Idiops AFRC_mz03, E. Heligmomerus AFRC_mz01.
Grelha=5 mm
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30
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Placa 4.4: Aranha de Alçapão (Idiops AFRC_mz02), abundante em solos argilosos da
Floresta de Mopani. A, habitat, B, toca fechadas C, toca aberta e D, vista dorsal da aranha.
Grelha = 5 mm.

Libelinhas e Libélulas (Insecta: Odonata)
Nenhuma das três espécies Moçambicanas de Odonata constantes na Lista Vermelha da IUCN
foram observadas no local, e como duas (Nepogomphoides stuhlmanni e Chlorolestes elegans)
requerem riachos claros na montanha (que não estavam presentes no local) e o terceiro
(Urothemis luciana) até a data foi registrado somente perto de corpos de água na região costeira
do norte de Kwazulu-Natal, na África do Sul e áreas adjacentes no sul de Moçambique, parece
altamente improvável que qualquer um destes ocorra no local do projecto. É possível que a ampla
planície de inundação Zambeziana possa resultar em espécies costeiras, como U. luciana
alcançando muito de longe o interior do que o máximo de cerca de 80 km observados na África do
Sul, mas é altamente improvável, mesmo assim o seu raio pode ser ampliado a montante de
Lupata Gorge e chegar até Tete, na área do projecto.
Das 23 espécies de Odonata observadas, 14 foram colhidas em 2013, apenas durante o
levantamento da estação chuvosa e cinco apenas na estação seca; apenas quatro espécies foram
colhidas durante ambos levantamentos. Das seis espécies colhidas ao longo da Estrada de
Transporte 6 em Abril de 2014, apenas uma não tinha sido previamente registrada nos
levantamentos do projecto. Todas as espécies de Odonata observados (vede Anexo 1) eram
espécies comuns e generalizadas que, embora estas possam ser ecologicamente significantes
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31
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
como predadores, não são de particular importância para a conservação. A maioria dos
espécimes observados e a maioria dos números de espécies capturadas foram nas clareiras do
topo do Monte Tenge (13 espécies) e na Zona Ribeirinha (10 espécies) ao longo de um riacho que
corre para o rio Revubue a norte do Monte Tenge, e nas margens do próprio Rio Revubue. As
taxas de captura mais elevadas nestas áreas era tanto em função da relativa facilidade de captura
devido a empoleirar-se e / ou comportamento como era de abundância e diversidade no topo das
morro. Assim, é provável que tanto as Florestas Abertas Zambeziana Indiferenciadas e a de
Mopani sejam ocupadas por indivíduos que buscam por comida de muitas outras espécies que
foram observadas ou capturados nestes habitats.

Cigarrinhas (Insecta: Hemiptera, Cicadellidae)
Species
Espécimes de cigarrinha das 10 amostras de redes de arrasto colhidos em cada um dos quatro
locais de levantamento, foram classificados como morfoespécies e serão identificados na medida
do possível com o apoio de Michael Stiller (Colecção Nacional de Insectos/National Collection of
Insects, Pretoria, África do Sul), de forma a fornecer uma medida de referência inicial da
diversidade dentro deste grupo indicador e para permitir comparações estatísticas de abundância,
diversidade e composição da comunidade entre habitats no local de estudo. Até que os resultados
do processo de identificação detalhada estejam disponíveis, pouco pode ser dito sobre as
comunidades de cigarrinhas associados aos diferentes habitats do local do Projecto de Ferro da
Baobab. No entanto, foi evidente a partir das observações no terreno que os vários tipos de
vegetação diferem suficientemente nas características-chave, de modo que as distintas
comunidades estarão presente em algumas áreas. Em particular, é provável que, devido às
grandes diferenças nas comunidades de vegetação, tais como a sub-floresta limitada e muito
pouca abundância e diversidade do capim, a comunidade da Floresta Fechado Zambeziana
Indiferenciada será muito diferente dos habitats mais abertos, particularmente aqueles com
cobertura de capim mais extensiva (muitas espécies de cigarrinhas especializaram-se em
alimentar-se de capim, enquanto que um conjunto de espécies diferentes especializou-se em
árvores e arbustos). A incidência de morfoespécies de cigarrinha pelo local de levantamento é
apresentada na Tabela A1.4 (Apêndice 1). No total, foram identificadas 96 morfoespécies (vede a
Figura 4.1) e diversidade parece ser maior nos habitats de floresta fechada (ver Figura 4.2),
provavelmente como resultado de maior diversidade de plantas de folhas largas, e menores na
Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani. Embora a curva de acumulação
de espécies combinadas para todos os quatro locais parece estar a começar a estabilizar, as
curvas individuais (Figura 4.2) ainda estão a subir abruptamente, indicando a necessidade de
intensificar a elevar significativamente a intensidade da amostragem de modo a ter-se estimativas
fiáveis da diversidade em cada local. Pelo menos, duplicar o número de amostras que devam ser
colhidas se o monitoramento da diversidade da cigarrinha tiver que ser realizado.
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Baobab - all sites SS
ICE
MMM
0
10
20
30
40
Samples
50
60
70
80
Figura 4.1: Curva de acumulação de Espécies de Cigarrinhas de todos os locais combinada com
estimativas de diversidade ICE e MMM geradas usando EstimateS.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
60
50
Species
40
30
Ruoni North SS
Tenge Hill SS
20
Waste Rock SS
10
Mopani woodland SS
0
0
5
10
15
20
25
Samples
Figura 4.2: Curva de acumulação de espécies de cigarrinhas para locais individuais com curvas
extrapoladas geradas usando EstimateS.

Borboletas (Insecta: Lepidoptera)
No total, foram registradas nos levantamentos no terreno 69 espécies de borboleta durante a
estação chuvosa e 45 na estação seca. Vinte e nove espécies foram encontradas em ambas as
estações, dando um total global de 85 espécies que representa cerca de 40-55% da diversidade
prevista do local. Quarenta espécies foram observadas apenas na estação chuvosa, enquanto 16
foram observadas apenas na estação seca. Foram colhidas 21 espécies de borboleta durante o
levantamento da estação chuvosa na Estrada de Transporte 6; quatro destas não haviam sido
colhidas durante os levantamentos anteriores, elevando o total global para 89. Todas espécies de
borboletas colhidas estão listadas e ilustradas na Tabela A1.3 (Apêndice 1).
Todas as espécies de borboletas registradas na área do Projecto de Ferro da Baobab são
espécies amplamente distribuídas e não são consideradas de elevada significância de
conservação. Nenhuma das espécies Moçambicanas de borboletas (Lepidochrysops delicata e
Teriomima williami) listadas na Lista Vermelha da IUCN (ambas como Dados Deficientes) foram
encontrados e, de facto, apenas uma Lepidochrysops e nenhuma espécie Teriomima foram
colhidas. A diversidade global de borboletas foi bastante inferior a esperada na estação chuvosa;
pensa-se que tal seja devido, provavelmente, às condições de secagem rápida no final da estação
chuvosa; o levantamento da estação seca resultou em um total global superior.
A maior diversidade (66 spp.) de borboletas foi encontrada na Floresta Zambeziana Indiferenciada
Fechada e Floresta de Mopani (44 spp.), com um número significativamente menor de espécies
observadas na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta (26 spp.) E na zona ribeirinha (18
spp.). A diversidade relativamente alta na Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada foi em
grande parte devido ao comportamento de localização de companheiro das borboletas e a
associação desse tipo de vegetação com as montanhas na área; Não se deve tomar como uma
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33
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
indicação que o grande número de espécies está directamente associada com esta comunidade
de vegetação, mas sim como uma indicação da importância estrutural das características da
paisagem.

Formigas (Insecta: Hymenoptera – Formicidae)
Foi colhido um total de 6.196 espécimes de formigas que representam 145 morfoespécies dos
quatro locais em se fez o levantamento. As estimativas da diversidade global de formigas para a
área do projecto calculada através de vários métodos no EstimateS 9.1, variam de 153 (MichaelisMenten) à 198 (Jackknife 2) (vede a Figura 4.3). A diversidade foi menor no local da Floresta de
Mopani em relação aos três locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada (vede a Figura 4.4). A
incidência de morfoespécies de formigas pelo local pesquisado é apresentada na Tabela A1.5
(Apêndice 1); Restrições orçamentais fizeram com que a identificação pudesse ser realizada nesta
fase, apenas a nível do género.
A comparação dos resultados obtidos pelo método de amostragem (vede apêndice 1, Figuras
A1.1 e A1.2) sugere que a recolha manual foi ligeiramente mais eficiente do que a com a
armadilha de alçapão, mas que ambos métodos combinados renderam um inventário mais
completo; amostragem com a intensidade aplicada provavelmente produz dados suficientes para
uma estimativa fiável da diversidade global como as curvas de acumulação estão visivelmente a
estabilizar-se (vede a Figura 4.4).
200
180
160
Species
140
120
100
80
60
Baobab - all sites HC + PT
ICE
MMM
40
20
0
0
50
100
Samples
150
200
250
Figura 4.3: Curva de acumulação de espécies de formigas de todos os locais combinadas com
estimativas ICE e MMM geradas usando o EstimateS.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
100
90
80
70
Species
60
50
40
Ruoni North HC + PT
30
Tenge Hill HC + PT
20
Waste Rock HC + PT
10
Mopani woodland HC + PT
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Samples
Figura 4.4: Curva de acumulação de espécies de formigas dos locais individuais com curvas
extrapoladas geradas usando o EstimateS.
Embora a identificação ao nível de espécies da maioria das espécies de formigas colhidas precisa
ainda de ser feita, alguns resultados notáveis podem ser reportados nesta fase. O primeiro foi a
descoberta de uma colónia de uma espécie de Mystrium, um género anteriormente conhecido em
África com apenas cinco colecções (totalizando 15 espécimes) nos últimos 100 anos, todas de
florestas tropicais na África Central e Ocidental (Camarões, República Centro-Africana, Gana e
Costa do Marfim). Foram colhidas vinte e quatro espécimes de Mystrium (vede a Placa de 4,5 &
Figura 4.5) em um registro na Floresta de Mopani, aumentando substancialmente o número de
espécimes desse género registrado da África. Várias espécies de Mystrium são conhecidas de
Madagáscar e outras do Sudeste da Ásia, do arquipélago Malaio e da Austrália, mas apenas uma
(M. silvestrii) do continente africano. M. silvestrii é conhecida apenas a partir de municípios de
zonas florestais húmidas da África Ocidental e Central e parece altamente improvável, apesar das
semelhanças morfológicas, que os espécimes colhidos na área do Projecto da Baobab
representam a mesma espécie. Está actualmente em curso a revisão das espécies malgaxes e
Afro tropicais de Mystrium e o material deste levantamento irá fornecer uma valiosa contribuição à
componente de revisão continente Africano. Foram encontrados três amostras adicionais de
Mystrium AFRC_mz01 no marco 20.5 km aproximadamente na Estrada de Transporte 6 / Estrada
de Transporte 7; a significância desta segunda descoberta é discutida na próxima secção.
A segunda descoberta de significância (na Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta) foram dois
espécimes de uma espécie de Anillomyrma não descrita, um género até recentemente
desconhecido que ocorria em África, mas que agora sabe-se estar presente na Tanzânia,
Moçambique e África do Sul. Oito espécimes da espécie Probolomyrmex, outro género raramente
encontrado, mais comumente associado a habitats de florestas tropicais, também foram colhidos
na Floresta de Mopani. Adicionalmente, foram localizados dois espécimes da então espécie não
descrita Proceratium (agora descrita como P. Carri; vede a Placa 4.6) ao longo da Estrada de
Transporte 6 / Estrada de Transporte 7, durante o levantamento de Abril de 2014; estes são
também discutidos na próxima secção.
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Placa 4.5: Obreira de Mystrium AFRC_mz01; da esquerda para a direita: vista do rosto
completo, lateral e dorsal.
Figura 4.5: Distribuição mundial da espécie Mystrium (de Guénard et. al. 2010)
Placa 4.6: Obreira de Proceratium carri; da esquerda para a direita: vista do rosto completo,
lateral e dorsal.
Outros invertebrados
Foi observada uma espécie de cigarra e cujo chamado ainda continuava durante Março de 2013;
dois espécimes do sexo masculino foram colhidos em uma árvore no Monte Tenge e provou-se
ser uma espécie de Brevisiana, e que não é de interesse da conservação (Martin Villet, pers.
pess.). Foram capturados espécimes de várias espécies de formiga-leão e mosca-coruja
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36
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
(Neuróptera) e serão enviados para o Dr. Mervin Mansell (USDA, Pretoria) para identificação.
Duas espécies de besouro jóia (Buprestidae), também foram colhidos vários lan (Embioptera) e
serão também enviados para especialistas relevantes para identificação.
Diversidade de invertebrados em relação ao tipo de habitat
Foram observados diferentes padrões de diversidade de invertebrados para os vários grupos
amostrados. A diversidade de formigas foi maior nos locais de Floresta Zambeziana
Indiferenciada, apenas com ligeiras diferenças entre as Florestas fechadas em Ruoni Norte e
Monte Tenge e na floresta aberta na proposta área dos resíduos rochosos; a menor diversidade
foi observada na Floresta de Mopani. Em contraste, a diversidade de cigarrinhas pareceu mais
elevada nos locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada, enquanto que os locais tanto
de Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani tiveram a menor diversidade.
A Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada (Ruoni Norte e Sul, Monte Tenge) teve a maior
diversidade de aranhas migalomorfas (3), escorpiões (4), libélulas e libelinhas (11) e borboletas
(51), embora no caso dos dois últimos grupos tenha sido provavelmente influenciada pelo
comportamento de tentativa de acasalamento. Em contraste, na Floresta Zambeziana
Indiferenciada Aberta (local proposto para os resíduos rochosos e outros sites) foi encontrado
menor números de espécies em todos os grupos, viz. Aranhas migalomorfas (1), escorpiões (2),
libélulas e libelinhas (1) e borboletas (20). A Floresta de Mopani teve uma diversidade intermédia
observada, com duas aranhas migalomorfas, dois escorpiões, três Odonata e 39 espécies de
borboletas. A Zona Ripária não foi pesquisada em detalhe suficiente para permitir comparação
objectiva com outros habitats em relação a grupos diferentes de Odonata, mas, para este grupo, a
diversidade observada (10 espécies) foi próxima ao da Floresta Zambeziana Indiferenciada
Fechada. Não se fez levantamento de Dambos durante o curso da pesquisa devido a questões de
acessibilidade, mas é provável que estes tenham relativamente baixa diversidade, mas incluam
uma proporção maior de espécies de invertebrados específicas do habitat.
No geral, parece que os locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Fechada suportam a maior
diversidade de invertebrados e são de particular elevada significância para os aracnídeos mais
importantes (escorpiões e aranhas migalomorfas) encontrados durante os levantamentos,
enquanto que os locais de Floresta Zambeziana Indiferenciada Aberta e Floresta de Mopani
comportam menor diversidade global, mas continuam sendo de importância para as duas
espécies mais significantes de formigas encontradas.
4.1.3. Espécies e Invertebrados de Interesse para Conservação
Devido às limitações do conhecimento taxonómico e biogeográfico dos invertebrados, existem
relativamente poucas espécies de interesse para conservação formalmente reconhecidas em todo
o mundo e estas caem principalmente na taxa mais conhecida e carismática, como borboletas,
libélulas e libelinhas. No mundo em desenvolvimento, a disponibilidade de dados sobre espécies
de interesse para conservação é geralmente extremamente limitada, mesmo para estes grupos,
proporcionando pouco sobre o qual basear a sensibilidade ou avaliação de impacto; esta limitação
é especialmente pronunciada em Moçambique.
Ekoinfo (2012) listou 208 espécies de invertebrados da lista vermelha de dados para Moçambique,
mas esta lista é um pouco enganadora, particularmente no contexto de um projecto do interior,
como o Projecto de Ferro da Baobab, uma vez que 190 das espécies são marinhas (corais,
moluscos, choco, lulas e lagostas) e 13 são caracóis de água doce, restando somente 5 insectos
(duas libélulas, uma libelinha e duas espécies de borboletas) que seriam consideradas terrestre
(Odonata têm estágios aquáticos imaturos, portanto, não são inteiramente terrestres). Além disso,
a maioria (149) das espécies constantes da lista são classificadas como de Dados Deficientes (46)
ou quase ameaçadas (103), e isso inclui as duas borboletas e uma libelinha (todas de dados
deficientes), deixando apenas duas espécies de insectos de Moçambique (duas libélulas, ambas
classificadas vulneráveis) com um estatuto de lista vermelha de dados formalmente reconhecida.
A falta desta lista (ver Apêndice 1) é no entanto, quase inteiramente devida à falta de dados, e não
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pode de forma alguma ser considerada uma indicação de baixos níveis de ameaça para a fauna
de invertebrados do país.
Em adição às espécies da lista vermelha de dados mencionada acima, Ekoinfo também indicou
um número de espécies de invertebrados conhecidas por serem endémicas para Moçambique;
essas espécies são também de potencial interesse para conservação, embora na maioria dos
casos não existem dados suficientes para determinar quão limitadas as suas variedades estão
dentro do país e, portanto, para indicar ou não podem ser ameaçados.
Nenhuma das espécies de invertebrados listadas na IUCN moçambicana foram encontradas na
área do Projecto de Ferro da Baobab; avaliações de habitats indicam que é altamente improvável
que qualquer uma delas poderia ocorrer. No entanto, várias das espécies de invertebrados que
foram encontradas devem ser consideradas como de potencial de Interesse para Conservação e
necessitam de uma investigação mais aprofundada:
Escorpiões:
Glabrifrons Opistophthalmus - embora o O. glabrifrons (lato sensu) é considerado comum e
disperso, estudos taxonómicos recentes indicam que as espécies como actualmente delimitadas
compreendem um complexo de espécies semelhantes, cada uma com uma pequena distribuição.
A espécie O. glabrifrons foi descrita originalmente na região de Tete, mas, embora a área tenha
sido investigada em Dezembro de 2007-Janeiro de 2008 por Lorenzo Prendini (especialista líder
de escorpiões baseado no Museu Americano de História Natural), não foram encontrados
exemplares desta espécie. Isto pode indicar que mesmo na região da localidade tipo, a
distribuição de Opistophthalmus glabrifrons (stricto sensu) pode ser irregular e/ou limitada.
Uroplectes AFRC_mz01 (chubbi_cf) - esta espécie, aparentemente, não descrita merece uma
investigação mais aprofundada, uma vez que parece que várias novas espécies deste grupo
foram recentemente descobertas, o que sugere que pode haver um complexo de espécies afins,
cada uma com uma distribuição limitada que as tornaria vulneráveis à transformação e
fragmentação do habitat.
Aranhas:
Ceratogyrus AFRC_mz01 - esta espécie não descrita deve claramente ter sido colhida
anteriormente na natureza, pelo menos uma vez, daí que tenha estado disponível no comércio de
animais. No entanto, o facto de que não tenha sido previamente colhida em quaisquer estudos
científicos sugere que a sua distribuição pode ser significativamente mais limitada do que a de
espécies afins. A sua elevada abundância na área do projecto também sugere que este é o
habitat muito apropriado para as espécies e podem estar no centro do seu habitat.
Cyphonisia AFRC_mz01 - a amostra colhida ainda não foi identificada até ao nível de espécie,
mas, dado que para Moçambique existe apenas um único registo duvidoso deste gênero (Platnick
2014) o que pode representar um gênero completamente diferente (Platnick, comunicação
pessoal), é muito provável que a amostra do Projecto de Ferro da Baobab passe a ser uma
espécie não descrita, representando o primeiro registo confirmado de gênero em Moçambique. A
significância desta espécie de conservação não pode ser determinada nesta fase, mas é possível
que ela tenha uma distribuição relativamente limitada e seria vulnerável à destruição e
fragmentação do habitat.
Dipluridae sp. AFRC_mz01 - esta é provavelmente a descoberta taxonomicamente mais
significativa da pesquisa de invertebrados realizada na área do Projecto de Ferro da Baobab;
como para o caso do Ceratogyrus discutido acima, a abundância elevada na área do projecto
combinado com a não-descoberta anterior de uma espécie tão distinta é sugestiva de uma
distribuição relativamente limitada, possivelmente centrado nas condições bioclimáticas típicas do
local do projecto e região circundante. As espécies podem, assim, ser também vulneráveis à
perda de habitat e outros impactos relacionadas à mineração.
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Heligmomerus AFRC_mz01 - O espécimen colhido exige coloração atípica (Heligmomerus
geralmente são extremamente castanho/preto escuras) e é, portanto, muito provavelmente, uma
espécie não descrita; como para o Cyphonisia discutida acima, a significância desta espécie de
conservação não pode ser determinada nesta fase, mas é possível que ela tenha uma distribuição
relativamente limitada e seria vulnerável à destruição e fragmentação do habitat.
Idiops AFRC_mz01, Idiops AFRC_mz02 e Idiops AFRC_mz03 - todas estas três espécies de
aranhas, provavelmente, não estão descritas e com base nas informações limitadas disponíveis
até o momento, parecem ter preferências de habitat específicos dentro da área do Projecto de
Ferro da Baobab. Se este for o caso, elas podem (como muitas outras espécies de aranha) ter
distribuições limitadas que iriam torná-las vulneráveis à destruição e fragmentação do habitat.
Formigas:
Anillomyrma AFRC_mz01 - embora esta espécie não esteja descrita e gênero como um todo
conhecido do continente Africano de apenas um pequeno número de colecções (uma na África do
Sul e duas na Tanzânia, para além do novo registo na área do Projecto de Ferro da Baobab), não
há informação suficiente para determinar a significância da descoberta em termos de
conservação. Anillomyrma são pequenas formigas de cor clara e que passam facilmente
despercebidas, pelo que elas podem não ter sido vistas por outros pesquisadores e podem ter
uma distribuição muito mais ampla e maior abundância do que sugerida pelo número limitado de
registos.
Mystrium AFRC_mz01 - com um total de sete registos (incluindo os dois registros do Projecto de
Ferro da Baobab) deste género no continente Africano em mais de 100 anos, é claro que os
membros deste gênero muito distinto são extremamente raros (ou, pelo menos, extremamente
raramente-encontrados) na região Afro tropical. Quer seja ou não, o material de Moçambique
representa uma espécie não descrita (que parece muito provável, dados os regimes bioclimáticos
extremamente divergentes prevalecentes na área do projecto e noutras localidades conhecidas do
gênero na África Central e Ocidental), a sua presença é de grande significância e ameaças à
população local deve ser limitada na medida do possível. A colheita de uma segunda amostra de
Mystrium durante o levantamento de Abril 2014 significa que Moçambique é hoje o único país da
África continental, em que o gênero foi colhido mais de uma vez, apesar das repetidas tentativas
pelo líder de pesquisa de formigas Brian Fisher (ao longo de um período de mais de uma década)
para encontrar mais material nos países nos quais tenha sido previamente registados na África
Ocidental e Central. Embora possa ser por pura sorte, a colecta de duas amostras de Mystrium
em apenas três visitas à região de Tete, enquanto nenhuma foi colhida durante várias pesquisas
no Parque Nacional da Gorongosa pela equipe de Gary Alpert sugere que a área do Projecto de
Ferro da Baobab é de uma significância particular para estas formigas.
Proceratium carri - Esta pequena espécie era conhecida apenas a partir de um único espécime
colhido em Abril de 2013 no Parque Nacional da Gorongosa; repetidas viagens para a mesma
localidade pela equipe de Gary Alpert não conseguiram encontrar outros exemplares, e a
descrição da espécie esteve quase a ser baseada somente com base nessa amostra. Dois
espécimes, um operário e uma rainha, claramente pertencentes a esta espécie, foram colhidas em
pontos bastante afastados (22 km de distância) ao longo da Estrada de transporte 6/7, durante a
pesquisa de Abril de 2014, e os dados destes espécimes foram adicionados ao artigo científico de
descrição das espécies apresentado em Hita Garcia et al. (2014). Proceratium são raramente
colhidas, mas estão amplamente distribuídas em África; seu pequeno tamanho e movimentos
lentos tornam-lhes relativamente difíceis de encontrar e, portanto, a significância da ocorrência de
Proceratium Carri na área do Projecto de Ferro da Baobab é mais difícil de determinar.
Enquanto algumas ou mesmo todas estas espécies podem vir a ter distribuições suficientemente
grandes para não ser significativamente ameaçadas pelo Projecto de Ferro da Baobab, a alta
probabilidade de impactos cumulativos substanciais de outros projectos de mineração na região
indicaria que o princípio da precaução deve ser aplicado e levar a cabo investigações para
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verificar o grau de vulnerabilidade dessas espécies à perda de habitat e outros impactos
relacionadas à mineração.
4.1.4. Avaliação da Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 numa
perspectiva de invertebrados
Para além dos 12 km a sul, a Estrada de Transporte 7 segue aproximadamente o mesmo trajecto
da Estrada de Transporte 6, que foi extensivamente pesquisada em Abril de 2014. Há também
uma pequena diferença entre as rotas nos primeiros km, mas a Estrada de Transporte 7 está em
mais a cerca de 600m de Estrada de Transporte 6 e passa por habitat bastante semelhante além
de evitar grandemente uma parte substancial de uma área mopani/dambo atravessada pela
Estrada 6. Avaliação das duas rotas é, portanto, considerada aqui em conjunto, com a avaliação
separada apenas das porções que se afastam significativamente.
Os primeiros aproximadamente dois quilômetros da Estrada de Transporte 6 (começando no
ponto mais próximo do Monte Tenge) compreendem uma floresta aberta indiferenciada em muito
bom estado de conservação, com uma porção onde a floresta se torna quase fechada, apesar de
existirem algumas casas perto da rota. A partir de 2 a 4 km a rota passa uma pequena
comunidade e o habitat torna-se um mosaico de floresta de mopani e dambos e isso continua para
além da comunidade por cerca de mais 1,5 km. A partir de cerca de 5,5 km até 8 km o habitat é
novamente floresta aberta, com alguns afloramentos rochosos e porções de floresta fechada. A
aproximadamente 8 km (S15.79656 E33.82755) há uma área de matagal de bambu, a partir do
qual a rota marcada surge num charco de água (S15.79683 E33.82813), perto do qual um
pequeno rio (que flui de leste a oeste) passa (S15.79722 E33.82825). Esta área tem muitas
palmeiras e uma quantidade significativa de vegetação de zonas húmidas e deve ser considerada
altamente sensível e, portanto, evitada. Muitas borboletas (incluindo a espécie Charaxes) estavam
bebendo da lama na beira do charco e vários exemplares de aranhas Idiops AFRC_mz03 (espécie
não encontrada durante as pesquisas anteriores) foram colhidas nas margens do rio. Houve novas
evidências de elefantes usando o charco e cruzando o rio e elefantes foram também ouvidos em
movimento no mato algumas centenas de metros para o oeste.
A Estrada de Transporte 7 também começa numa floresta aberta indiferenciada em bom estado,
mas permanece dentro deste tipo de vegetação por cerca de 3 km antes de entrar no mosaico de
floresta mopani/dambo. Ela atravessa perto da margem deste habitat e sai depois de apenas 1
km; em contraste a Estrada de Transporte 6 cruza mais a fundo este mosaico e atravessa
aproximadamente 3,5 km deste habitat. Isto resulta que a Haul Road 7 tenha um impacto
ligeiramente menor nas zonas húmidas mais sensíveis nesta porção da floresta. A partir de cerca
de 4 km até 8 km a Estrada de Transporte 7, assim como a Estrada de Transporte 6, passa por
uma floresta aberta, com alguns afloramentos rochosos e porções de floresta fechada. Em
seguida, passa pelo mesmo sistema de matagal de bambu/terras húmidas/linha de água cerca de
250 m a nordeste do ponto em que a Estrada de Transporte 6 intersecta com este sistema; o
impacto de ambas as opções nesta área sensível seria semelhante e deve ser evitada na medida
do possível, talvez pela construção de um troço de estrada levantada em suportes de pilar.
Ambas as rotas continuam em seguida através de um mosaico de pequenas áreas mopani/dambo
e floresta aberta (o que ocorre onde a altitude é um pouco elevada e há afloramentos rochosos),
com um pedaço de floresta Brachystegia fechada perto da marca dos 9 km em S15.80286
E33,83378, que também deve ser evitada, se possível, por desvio de rota (note que isso seria
mais difícil para Estrada de Transporte 7 do que para Estrada de Transporte 6, uma vez que a
Estrada de Transporte 7 passa mais centralmente pela floresta). As rotas não foram pesquisadas
além de 10 km (onde um caminho bem-definido com evidência de trilhas de bicicletas, atravessa a
rota e sugere a presença de assentamentos nas imediações), devido a limitações de tempo, mas
pareceu tanto a partir de observações no terreno e inspeção posteriores de imagens de satélite,
que a vegetação continua a seguir um padrão semelhante ao longo de todo o caminho até o Rio
Ncondezi.
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40
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Ao longo desta porção norte das rotas, com excepção de alguns troços particulares de habitat
sensível, o ambiente não é, geralmente, muito diferente daquele encontrado nas outras porções
da área do projecto previamente pesquisadas. Duas espécies com significância, encontradas
durante os levantamentos anteriores (as aranhas babuíno não descritas), foram novamente
confirmados como sendo razoavelmente distribuídas, onde havia um habitat adequado ao longo
da rota da Estrada de Transporte, e enquanto uma espécie adicional de possível significância foi
encontrada (as espécies de aranha Idiops AFRC_mz03), esta pode ser razoavelmente distribuída
na região. Isto terá de ser confirmado uma vez que muitas espécies de aranha são bastante
específicas do habitat e margens de rios formam uma percentagem muito pequena da área de
terra na região. Assim, não há objeção real para a rota que passa por esta região se as zonas
sensíveis forem evitadas, embora possa ter uma maior acessibilidade e, portanto, provavelmente
mais rápido degradação devido à ocupação humana.
A Sul do Rio Ncondezi, para além dos 18 km, de onde a Estrada de Transporte 6 e Estrada de
Transporte 7 são em grande parte coincidentes até que divergirem no km 36, a situação é
bastante diferente. Embora inicialmente haja uma mistura de habitat semelhante daquele a norte
do rio, com uma quantidade razoável de perturbação por corte & queima perto da estrada ao sul
do rio, a partir de imediatamente após do km 19 o terreno é mais acidentado, o habitat
aparentemente completamente intacto e não é facilmente acessível. A análise das imagens de
satélite sugere que este cenário continua até cerca da marca do 24-25 km, após o que os
assentamentos se voltam a aparecer novos assentamentos populacionais. Embora nenhumas
espécies adicionais de significância foram localizadas, a nova aranha babuíno (Ceratogyrus
AFRC_mz01) e aranha com teia de folhas (Dipluridae AFRC_mz01) encontradas na área do
projecto, em 2013, bem como Mystrium AFRC_mz01 (no km 20,4 quase diretamente na rota
planejada) e Opistophthalmus glabrifrons, foram todas encontradas ao longo desta parte das
rotas. A natureza não perturbada e relativamente isolada da área faz dela de grande significância
como um refúgio para as espécies e torna essas rotas não-preferenciais na perspectiva de
conservação de invertebrados, como impactos indiretos devido ao aumento do acesso que será
grave.
Para além do km 25-26 o terreno torna-se menos acidentado e o habitat torna-se
progressivamente mais perturbado mais ao sul; é principalmente floresta aberta com algumas
áreas de mopani. Como na parte norte das rotas, onde quer que houvesse habitat adequado
(especialmente afloramentos rochosos) encontramos tanto a aranha babuíno não descrita,
Ceratogyrus AFRC_mz01 e a aranha com teia de folhas Dipluridae AFRC_mz01. No km 36 a
Estrada de Transporte 7 diverge da Estrada de Transporte 6, mas passa por um habitat muito
semelhante até o ponto em que Estrada de Transporte 7 atravessa a estrada para Mwanza (Rota
103). A partir deste ponto a Estrada de Transporte 7 corre mais ou menos paralela a um afluente
do Rio Modizo, cruzando este em dois pontos, o segundo dos quais está a cerca de 500 m do da
junção com o Modizo; para praticamente todos os 4,5 km de extensão desta secção o tributário
encontra-se dentro do tampão de 500 m da estrada. Embora a própria rota parece representar
habitat semelhante àquele do norte da Rota 103, impactos de poeiras no afluente podem ser
significativos. A partir do km 36 para o final de Estrada de Transporte 7, bem como na área de
assentamento adiante (especialmente na sua metade norte), inúmeros afloramentos rochosos
estão presentes, que representam habitat adequado para várias das espécies de invertebrados
importantes (especialmente Hadogenes granulatus, Ceratogyrus AFRC_mz01 e a aranha com teia
de folhas, Dipluridae sp. AFRC_mz01) identificados durante as pesquisas anteriores.
A partir do km 36 ao km 50 a Estrada de Transporte 6 continua através da floresta aberta e
mopani, alguma das quais é a degradada floresta mopani cerca do km 44; as aranhas
mencionadas acima continuam a ocorrer nesta secção.
Não encontramos nenhum espécimen do escorpião Uroplectes cf chubbi não descrito em
nenhuma área ao longo Estrada de Transporte 6/ 7, mas como não tivemos a oportunidade de
fazer pesquisas de luz UV durante a noite nessas vias isso não indica necessariamente a sua
ausência; o mais provável é que eles vão ocorrer onde haja um habitat adequado uma vez que
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41
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
foram encontrados em dois locais perto de Tete. Nenhumas borboletas, libélulas e libelinhas de
significância de conservação foram encontradas ao longo das rotas.
A parte mais sensível do Estrada de Transporte 6 e Estrada de Transporte 7 é, assim, do km 1925, onde estas rotas seguem quase exactamente o mesmo caminho, e ambos os impactos
directos e indirectos sobre o habitat não perturbado serão de grande significância e há pouca
margem para evitar esses impactos. Secções menores da rota na porção norte também são
sensíveis, mas estas provavelmente podem ser facilmentes evitadas por re-alinhamentos
relativamente menores ou construção de pontes.
Do ponto de vista da conservação de invertebrados nem a Estrada de Transporte 6 nem a Estrada
de Transporte 7 seriam a opção preferida, e embora não especificamente pesquisadas pela
equipe de invertebrados, parece provável que qualquer uma das rotas alternativas do curso
anteriormente avaliados por outros membros da equipe teriam um menor impacto negativo sobre
as populações de invertebrados.
4.1.5. Ameaças aos invertebrados
As ameaças potenciais mais significativas para os invertebrados decorrentes da natureza do
projecto proposto pela Mina de Ferro da Baobab são, em ordem de grandeza esperada 3:
A destruição do habitat e morte de indivíduos durante a limpeza e operações mineiras; esta será
particularmente importante tendo em vista o facto de que todas as três características da
paisagem representando as mais diversas comunidades de invertebrados (Ruoni Norte, Sul e
Monte Tenge) serão especificamente o alvo das operações de mineração que culminarão com a
sua destruição completa.
A poluição luminosa é muitas vezes o impacto mais significativo de uma operação desta
natureza uma vez que grandes áreas de habitat intacto, mesmo bem além dos limites do local do
projecto, podem ser expostas a seus efeitos; impactos sobre os insectos podem ter efeitos
profundos em outros organismos, tais como morcegos (Eisenbeis 2005, Rich & Longcore, 2005).
A poluição luminosa, pelo menos na fase de exploração, é também uma das mais fáceis e eficaz
de gestão de todos os impactos do projecto e não deve haver nenhuma razão para impedir que
uma mitigação de muito sucesso seja implementada.
Invasão por espécies exóticas é, provavelmente, um dos potenciais impactos mais significativos
de todo o desenvolvimento na perspectiva de invertebrados terrestres, e também pode ter muito
significativo de grandes repercussões que podem ter impacto em praticamente todos os aspectos
do ecossistema circundante. As condições ambientais extremas (particularmente temperatura) na
região de Tete podem, contudo, tornar habitats aqui menos susceptível a invasão uma vez ser
reduzida a chance de as condições bioclimáticas locais serem óptimas para algumas espécies
invasoras. No entanto, é necessário um programa de prevenção, monitoramento e controlo de
espécies invasivas para minimizar os impactos (ver secção 6.3).
Mortalidade na Estrada pode resultar na perda de um número significativo de invertebrados
terrestres e aéreos; este é um impacto difícil de eliminar, mas um rigoroso controlo dos limites de
velocidade pode reduzi-lo de forma significativa - a velocidades inferiores a 40 km/h muito poucos
insectos voadores são mortos, embora a redução no número de mortes é provavelmente menos
pronunciada em relação a espécies rastejantes.
3
A magnitude real de vários impactos variará com factores tais como operações de mineração actuais, nível de mitigação aplicadas e variação
local na sensibilidade das comunidades de invertebrados para os impactos específicos.
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42
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Poluição da poeira pode resultar tanto em impactos directos (por exemplo, o bloqueio de
espiráculo levando a interferência com a respiração) e indirectos (por exemplo, através de
impactos de poeira sobre as plantas, resultando em menor disponibilidade de alimento para
invertebrados) sobre invertebrados em habitats não transformados à volta do local do projecto.
O aumento da frequência de fogo pode resultar em alteração significativa de comunidades
vegetais, com consequente efeitos em cadeia sobre a assembleia de invertebrados associados,
resultando, assim como directamente na morte de mais elevado do que os números normais de
indivíduos.
A poluição sonora e vibração; muitos invertebrados, especialmente cigarras, gafanhotos e
grilos, utilizam comunicação sonora, enquanto muitos outros, incluindo a maioria das aranhas e
escorpiões, usam a vibração para a detecção de presas, reconhecimento de parceiros e
determinação da sua posição nos seus refúgios. O impacto global de ruído e vibração em
comunidades de invertebrados pode, assim, ser bastante substancial próximo às operações de
mineração. No entanto, esses impactos são geralmente localizados e, pelo menos no que respeita
a detonação, normalmente restrita a um curto período diário.
4.2. Ecossistemas Sensíveis
Cumes rochosos e colinas no local de estudo oferecem habitat importante para muitas das
espécies de invertebrados considerados como potenciais SCC; por exemplo Ceratogyrus
AFRC_mz01, especialmente espécimes menores, foram mais frequentemente encontrados em
tocas debaixo de pedras, e todos os espécimes encontrados da aranha Dipluridae sp.
AFRC_mz01 foram encontrados sob rochas ou pedras. A importância acrescida desses
afloramentos como locais no topo das colinas, onde muitas espécies de borboletas, Odonata e
outros insectos se reúnem para encontrar companheiros os torna de grande significado para a
protecção dos invertebrados na área.
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43
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
5. QUESTÕES CHAVE DA FAUNA E RECOMENDAÇÕES
Inúmeros impactos que afectam a fauna de invertebrados sobreviventes nas áreas propostas da
mina podem surgir a partir das fases de construção e operacionais do desenvolvimento de
mineração proposto, bem como durante o decomissionamento. Estes podem ser agrupados nas
seguintes questões e impactos relacionados:
 Questão 1: Perda de habitat
o Impacto 1: Perda de Diversidade de Invertebrados
 Questão 2 - Perturbação dos movimentos da fauna
o Impacto 2: Perturbação dos movimentos da fauna
 Questão 3 - Invasão de fauna exótica
o Impacto 3: Invasão de espécies de fauna exótica
 Questão 4 – Poluição
o Impacto 4: Poluição luminosa em invertebrados
o Impacto 5: Poluição Sonora em invertebrados
o Impacto 6: Poluição de Poeiras
5.1. Questão 1: Perda de habitat
A área de estudo está localizada dentro da floresta Zambeziana e Mopani. A diversidade da fauna
de invertebrados é alta, mas floristicamente esta área não é muito diversificada, muitas vezes
devido à predominância de mopani (Colophospermum mopani).
A descoberta de uma colônia de uma espécie de Mystrium, um género anteriormente conhecido
em África a partir de apenas cinco colecções (totalizando 15 espécimes) nos últimos 100 anos,
todas a partir de florestas tropicais na África Ocidental e Central. 24 espécimes de Mystrium foram
colhidos num tronco na floresta de Mopani, aumentando substancialmente o número de
espécimes desse gênero registados em África; uma segunda recolha de três espécimes na
Floresta Indiferenciada Aberta, nas Estradas de transporte 6/7 torna a área do projecto de alta
significância para este género em África.
O desenvolvimento da mina propõe escavar os principais afloramentos rochosos no local (por
exemplo, Tenge, Ruoni Norte e Ruoni Sul), mas nenhuns vertebrados endémicos ou espécies de
interesse para conservação foram encontrados nesses locais. No entanto, muitos Uroplectes
AFRC_mz01 (chubbi cf) fêmeas foram colhidos na serapilheira no Monte Tenge; a espécie é
pouco descrita, mas foi localizada em outro lugar na região de Tete. Além disso, uma espécie não
descrita de Ceratogyrus (aranha babuina com chifres) foi encontrada em todos os tipos de habitats
pesquisados em toda a área do projecto, mas ela parecia particularmente abundante nas
elevações rochosas, especialmente Ruoni Norte e Ruoni Sul. Além disso, uma aranha com teia de
folhas ainda não descrita na família Dipluridae que se acredita representar um género não descrito
foi colhida somente na floresta indiferenciada fechada (que é encontrada predominantemente nas
colinas), durante o inquérito na estação chuvosa, embora também tenha sido encontrada em
afloramentos rochosos em áreas planas de floresta indiferenciada aberto durante o levantamento
da estação seca.
Impacto 1: Perda da diversidade de invertebrados
Causa e Comentário:
A remoção da vegetação e afloramentos rochosos do Monte Tenge vai causar um impacto
negativo ELEVADO nos invertebrados, a longo prazo, como muitos indivíduos serão removidos
durante a limpeza e escavação, e alguns habitats, incluindo uma localização muito significativa no
topo das montanhas, será definitivamente perdida. Da mesma forma, áreas cobertas por
empilhamentos de estéril e outras infraestruturas serão transformadas, pelo menos, a longo prazo,
ou de forma permanente. A pressão sobre as populações de invertebrados nas vizinhanças do
projecto, pode também ser agravado por um aumento de assentamentos humanos na área com
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44
Baobab Resources Lda
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
um aumento resultante no uso de insecticidas dirigidos a mosquitos, moscas e outras pragas ou
espécies irritantes. A mitigação no Monte Tenge está limitada à pouco desmatamento possível na
vegetação e afloramentos rochosos durante as fases de construção e operacionais; devido à
localização do corpo de minério, a mitigação terá um efeito limitado sobre a significância do
impacto.
Medidas de mitigação:
 Evitar o desmatamento ou degradação de habitats naturais.
 Reduzir a condução noturna desnecessária nas estradas e fazer cumprir
rigorosamente os limites de velocidade (40 km/h recomendados) na área do projecto.
 Reabilitar áreas transformadas tais como empilhamentos de estéril, planta de
processamento e outras infraestruturas, tanto quanto prático após o
decomissionamento; uma vez que a o poço aberto não pode ser aterrado
progressivamente, o solo superficial removido desta área poderia ser utilizado para
cobrir as áreas a serem reabilitadas.
 Minimizar o uso de inseticidas entre outros através da implementação de mitigação de
poluição luminosa, conforme recomendado abaixo na questão 4.
 Compensações para combater a inevitável perda de habitat sensível significativa
devido à mineração de Tenge Colina deve ser considerada.
Estradas de Transporte 1A e 1B; 2 e 4
As actividades de mineração nas rotas do Norte terão um impacto negativo MODERADO de longo
prazo, uma vez que alguns habitats serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá
ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento da retirada de vegetação para reduzir
o impacto.
Estrada de Transporte 3
Esta estrada já está estabelecida com grandes quantidades de vegetação removidas até o
momento. As actividades de mineração terão um impacto negativo MODERADO de longo prazo,
uma vez que alguns habitats adicionais serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária
irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento de qualquer remoção de
vegetação adicional para reduzir o impacto para BAIXO.
Estrada de Transporte 5
O impacto sobre os invertebrados perto da água e rios causado pela construção de pontes ao
longo das estradas de transporte 5 vai definitivamente acontecer (embora menos cursos de água
são cruzados na parte norte do que pelas Estradas de Transporte 6 ou 7) e terá um impacto
MODERADO. Com medidas de mitigação este será reduzido para BAIXO.
Estradas de Transporte 6 e 7
A estrada de transporte 6 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com
pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas,
dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 19 km até a marca de 26 km) o
percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de
habitat e da mortalidade rodoviária vai definitivamente ocorrer e, juntamente com os impactos
secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada
teria um impacto Permanente grave. Com medidas de mitigação este poderia ser reduzido a
MODERADO /ELEVADO.
Área de Projecto
Impacto
Sem
Mitigação
Com
Escala
Temporal
Efeito
Escala
Espacial
Gravidade do
Impacto
Risco ou
Probabilidad
e
Permanente
Área de Estudo Grave
Permanente /
Área de Estudo Moderado/ Grave Definitivo
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Definitivo
45
Significância Geral
ELEVADAMODERADA
Projeto de minerio de ferro Tete
/
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Mitigação
Longo Prazo
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Haul Road 3
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 7
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
ELEVADAGrave
Definitivo
MODERADA-
Moderado
Provável
BAIXA-
Grave
Definitivo
MODERADA -
Moderado
Provável
BAIXA-
Moderado
Definitivo
MODERADA -
Ligeiro
Provável
BAIXA-
Grave
Definitivo
MODERADA -
Moderado
Provável
BAIXA-
Grave
Definitivo
ELEVADA -
Moderado/ Grave Provável
MODERADA
ELEVADA-
Grave
ELEVADA-
Definitivo
Moderado/ Grave Provável
MODERADA
ELEVADA-
/
/
5.2. Questão 2: Perda de Invertebrados SCC
Nenhuma das duas espécies ameaçadas (Vulnerável) de invertebrados nem as três listadas como
Dados Deficientes na Lista Vermelha da IUCN foram localizadas durante os levantamentos e é
considerada altamente improvável que qualquer uma dessas espécies pode ocorrer no local. No
entanto, foram encontradas várias espécies de invertebrados de potencial interesse de
conservação; estas incluem, pelo menos, duas (possivelmente até sete) espécies de aranha
migalomorfa não descritas, algumas espécies de formigas e escorpiões não descritas e uma outra
espécie de escorpião com uma distribuição potencialmente localizada. Futuros levantamentos,
sem dúvida, descobrirão ainda mais espécies endêmicas da região e é claro que o local é
representativo de uma área não perturbada com a diversidade de invertebrados significativa,
numerando muitos milhares de espécies.
Uma vez que impactos negativos substanciais nas espécies de invertebrados e comunidades
presentes no local são inevitáveis, mesmo com a mitigação, e os habitats mais sensíveis no local
são aqueles directamente direccionados para a mineração, será importante considerar o potencial
de compensações para combater estes efeitos e produzir um impacto global positivo, ou pelo
menos sem perda líquida.
Impacto 2: Perda de Espécies de Interesse para Conservação (SCC)
Causa e Comentário:
Embora nenhuma das espécies de invertebrados formalmente avaliadas considerada de interesse
de conservação em Moçambique foi localizada durante as pesquisas na área do projecto, várias
outras espécies de significância foram encontradas e estas devem ser consideradas como SSC.
Estas incluem, pelo menos, duas (possivelmente sete) espécies de aranha migalomorfa não
descritas, espécies de formigas e escorpiões, provavelmente, não descritas e uma outra espécie
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46
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
de escorpião com uma distribuição potencialmente localizada. Impactos directos relacionados ao
projecto sobre estas espécies resultará do desmatamento do habitat com a morte resultante e
ferimentos durante as operações de limpeza e de perda de habitat. A remoção da vegetação e
afloramentos rochosos do Monte Tenge vai, assim, causar um impacto negativo ELEVADO nos
invertebrados SCC, a longo prazo, já que muitos indivíduos serão removidos durante a limpeza e
escavação, e o habitat importante será definitivamente perdido. O aumento da exploração dos
invertebrados de SCC (especialmente aranhas babuíno e escorpiões) para o comércio de animais
pode resultar da melhoria do acesso rodoviário e aumento do tráfego na área.
Medidas de mitigação:
 Evitar a limpeza ou destruição de habitats intactos.
 Manter a conectividade do habitat, particularmente às áreas protegidas, através de
corredores de habitat.
 Reduzir a exploração de invertebrados sensíveis, por exemplo, aranhas babuíno,
escorpiões e escorpiões de galerias, por meio de programas educacionais
 Estabelecer detecção, monitoramento e protecção de espécies vulneráveis, e
desenvolvimento de medidas eficazes de conservação como parte de um Plano de Gestão
de Conservação
 Investigações para determinar a vulnerabilidade provável de espécies de invertebrados de
potencial interesse de conservação de impactos relacionados com o projecto, bem como
os impactos cumulativos prováveis são recomendadas; idealmente a presença das
espécies destacadas como potencial SCC deve ser confirmada em áreas fora do local do
projecto proposto que poderiam ser protegidas a longo prazo.
Estradas de Transporte 1A e 1B, 2 e 4
As actividades de mineração nas rotas do Norte terão um impacto negativo MODERADO a longo
prazo, como alguns habitats serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária irá ocorrer.
A mitigação pode limitar a quantidade e o momento da retirada de vegetação para reduzir o
impacto.
Estrada de Transporte 3
Esta estrada já está estabelecida com grandes quantidades de vegetação removidas até o
momento. As actividades de mineração terão um impacto negativo MODERADO de longo prazo,
uma vez que alguns habitats adicionais serão definitivamente perdidos e a mortalidade rodoviária
irá ocorrer. A mitigação pode limitar a quantidade e o momento de qualquer remoção de
vegetação adicional para reduzir o impacto para BAIXO.
Estrada de Transporte 5
O impacto sobre invertebrados perto da água e rios causados pela construção de pontes ao longo
das estradas de transporte 5 vai certamente ocorrer e terá um impacto moderado. Com medidas
de mitigação desse impacto será reduzido.
O impacto sobre os invertebrados perto da água e rios causado pela construção de pontes ao
longo das estradas de transporte 5 vai definitivamente acontecer e terá um impacto MODERADO.
Com medidas de mitigação este será reduzido.
Estrada de Transporte 6
A estrada de transporte 6 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com
pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas,
dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) o
percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de
habitat e para espécies significantes tais como Mystrium afrc_mz01 e espécies de aranhas não
descritas vai definitivamente ocorrer e terá um impacto ELEVADO, juntamente com os impactos
secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada
teria um impacto Permanente grave de significância ELEVADA, uma vez que a mitigação não é
possível.
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47
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Estrada de Transporte 7
A estrada de transporte 7 passa quase inteiramente através de um habitat não transformado com
pouca perturbação induzida pelo homem, representando florestas de mopani e indiferenciadas,
dambos, nascentes e rios. Na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) o
percurso atravessa uma zona que está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A perda de
habitat e para espécies significantes tais como Mystrium afrc_mz01 e espécies de aranhas não
descritas vai definitivamente ocorrer e terá um impacto ELEVADO, juntamente com os impactos
secundários devido ao aumento da acessibilidade das zonas intactas, a construção desta estrada
teria um impacto Permanente grave de significância ELEVADA, uma vez que a mitigação não é
possível.
Área do Projecto
Efeito
Impacto
Escala Temporal Escala Espacial
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Longo Prazo
Área de Estudo
Mitigação
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 3
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Sem
Permanente Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente Área de Estudo
Mitigação
Estrada de Transporte 7
Sem
Permanente Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente Área de Estudo
Mitigação
5.3.
Gravidade do
Impacto
Risco ou
Probabilidad
e
Significância Geral
Grave
Definitivo
ELEVADA -
Moderado
Definitivo
MODERADA-
Moderado
Provável
MODERADA -
Ligeiro
Pode Ocorrer
MODERADA /BAIXA -
Moderado
Provável
MODERADA -
Ligeiro
Pode Ocorrer
MODERADA /BAIXA -
Pode Ocorrer
MODERADA -
Ligeiro
BAIXA -
Moderado
Provável
MODERADA -
Ligeiro
Pode Ocorrer
MODERADA / BAIXA-
Definitivo
ELEVADA -
Moderado /Grave Definitivo
ELEVADA -
Ligeiro
Ligeiro
Grave
Grave
Definitivo
ELEVADA -
Moderado /Grave Definitivo
ELEVADA-
Questão 3: Invasão de fauna de Invertebrados Exóticos
Impacto 3: Invasão de espécies de invertebrados exóticos
Causa e Comentário
Desenvolvimentos lineares e fragmentação do habitat criam condições adequadas para a invasão
de espécies exóticas. A invasão por espécies de invertebrados exóticos é provavelmente um dos
potenciais impactos mais significativos do ponto de vista de invertebrados terrestres, e também
pode ter efeito dominó muito significativo que poderia afectar praticamente todos os aspectos do
ecossistema circundante e vão muito além da zona de impacto direto do projecto. A formiga
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48
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
invasiva Monomorium destructor já foi registada em Moçambique e várias outras espécies de
formigas invasoras (incluindo Anoplolepis gracillipes, Monomorium floricola, Paratrechina
longicornis e Tapinoma melanocephalum), bem como de outros invertebrados invasivos, têm uma
alta probabilidade de se estabelecer neste país. Espécies de invertebrados invasoras são
geralmente transportadas para novas áreas através de materiais de construção, e sua criação e
disseminação é frequentemente reforçada por perturbação dos ecossistemas naturais. Os
grandes volumes de materiais que seriam necessários para serem transportados para o local de
construção transportam um risco muito elevado de que as espécies invasoras serão transportadas
para o local desta forma. As grandes áreas que serão perturbadas, bem como a longa duração
das perturbações relacionadas com mineração, irão proporcionar condições ideais e ampla
oportunidade para o estabelecimento e disseminação de espécies invasoras no local. O impacto
de uma espécie de formigas invasoras pode ser muito grave, pois pode deslocar muitas das
espécies de formigas indígenas e competir por recursos como alimento e locais de nidificação,
bem como impactando directamente para outras espécies; por exemplo, tem sido relatado
Monomorium floricola é um predador significativo de ovos de borboletas e resultaria numa
diminuição da população de espécies de borboletas nativas (IUCN SSC Invasive Species
Specialist Group, http://www.issg.org/). Invasão de fauna exótica pode ocorrer em todas as fases
(construção, operação, e decomissionamento / encerramento), mas será mais significativa durante
a fase operacional, quando os impactos ambientais são ao mais alto, e quando o movimento por
pessoas e tráfego de e para a área atingem o pico.
Medidas de mitigação:





Instituir controlo estrito sobre materiais trazidos para local, que devem ser inspecionados
para potenciais espécies invasivas e / ou medidas tomadas para erradicar estes antes do
transporte para o local. Duas abordagens possíveis são:
o
inspecção visual de todos os materiais, em particular os que foram armazenados
em locais de alto risco, para a presença de espécies invasoras e aplicar controle
tópico (por exemplo, pulverização directa com inseticidas de acção residual de
baixa), quando necessário; e
o
Fumigação de rotina ou pulverização de todos os materiais com inseticidas
apropriados de baixo resíduo antes do transporte para ou em uma área de
quarentena no local. A segunda opção requer pessoal menos treinado, mas,
provavelmente, resultar em muito maior uso de pesticidas.
Deve ser monitorada a presença de espécies exóticas, como as espécies de formigas
listadas acima, que não são actualmente conhecidas da região.
As espécies exóticas devem ser erradicadas assim que elas aparecem.
Reabilitar áreas perturbadas tão rapidamente quanto possível para reduzir a área onde as
espécies invasivas teriam uma vantagem forte e seriam mais facilmente capazes de
estabelecer.
Instituir controlos estritos sobre materiais e equipamentos a serem transportados para
longe do local, para minimizar o risco de que as espécies da área do projecto da Capitol
poderiam ser transportadas para fora da sua área de distribuição natural e potencialmente
se tornar vagabundo ou espécies invasoras em outros lugares).
Os programas de monitoramento e medidas de controlo devem ser desenvolvidos com referência,
nomeadamente, a informação fornecida pela IUCN SSC Invasive Species Specialist Group
(http://www.issg.org/).
Declaração de significância
Área de Projecto
Isso causará um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não existe actualmente
nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de formigas invasoras
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49
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
estabelecidas na área do projecto. A mitigação deste impacto implica na medida do possível evitar
a introdução, monitorar o aparecimento de espécies exóticas e extirpá-las o mais rápido possível
antes que populações significativas se estabeleçam. Se mitigado correctamente, provavelmente
irá reduzir este impacto a BAIXO, mas isso exigirá uma implementação rigorosa e contínua das
medidas de mitigação, como o impacto resultante de um único evento de invasão bem-sucedida
pode ser grave.
Opção de Estrada de Transporte 1A e 1B, 2; 3; 4 e 5
Estas opções de estrada causarão um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não
existe actualmente nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de
formigas invasoras estabelecidas na área do projecto, mas o aumento do tráfego ao longo deste
curso, provavelmente, causará introduções acidentais. Se mitigado correctamente este,
provavelmente, irá reduzir o impacto a BAIXO.
Estrada de Transporte 6 e 7
Estas causarão um impacto negativo ELEVADO, a longo prazo, como não existe actualmente
nenhuma espécie comensal exótica comum, por exemplo, espécies de formigas invasoras
estabelecidas na área do projecto, mas as actividades de construção, o aumento de tráfego e de
assentamentos ao longo deste curso, provavelmente, trará introduções acidentais. Se mitigado
correctamente provavelmente irá reduzir este impacto a MODERADO. A Estrada 6 passa quase
inteiramente através de um habitat não transformado com pouca perturbação induzida pelo
homem, e na porção central (a partir de cerca de 20 km até a marca de 25 km) numa área que
está intacta e actualmente acessível apenas a pé. A significância da introdução de espécies
invasoras nesta área seria maior do que para as outras curso de rotas que passam principalmente
por áreas menos imaculadas.
Área do Projecto
Impacto
Escala
Temporal
Efeito
Escala
Espacial
Sem
Longo Prazo
Área de Estudo
Mitigação
Com
Longo Prazo
Área de Estudo
Mitigação
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 3
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Sem
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Com
Permanente
Área de Estudo
Mitigação
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Gravidade do
Impacto
Risco ou
Probabilidade
Significância Geral
Ocorre
ELEVADA Provavelmente
Ocorre
BAIXA Provavelmente
Grave
Ligeira
Ocorre
Provavelmente
Ocorre
Provavelmente
Grave
Ligeira
Ocorre
Provavelmente
Ocorre
Provavelmente
Grave
Ligeira
Ocorre
Provavelmente
Ocorre
Provavelmente
Grave
Ligeira
Ocorre
Provavelmente
Ocorre
Provavelmente
Grave
Ligeira
Grave
Definitivo
Moderada/Grave Definitivo
50
ELEVADA MODERADA / BAIXA -
ELEVADA MODERADA / BAIXA -
ELEVADA MODERADA / BAIXA -
ELEVADA MODERADA / BAIXA -
ELEVADA MODERADA
ELEVADA -
Projeto de minerio de ferro Tete
/
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Estrada de Transporte 7
Sem
Permanente
Mitigação
Com
Permanente
Mitigação
Área de Estudo Grave
Definitivo
Área de Estudo Moderada/Grave Definitivo
ELEVADA MODERADA
ELEVADA -
/
5.4. Questão 4: Poluição
Impacto 4: Poluição Luminosa
Causa e comentário
Após a destruição do habitat, A poluição luminosa é provavelmente o único potencial impacto mais
significativo de um desenvolvimento da mineração sobre as populações de invertebrados, mas ao
contrário de perda de habitat é um dos impactos mais facilmente gerenciados. Os efeitos da
iluminação artificial sobre populações de insectos pode ser muito significativo, resultando na morte
de muitos milhares de indivíduos a cada noite, e causando um efeito de drenagem muito
substancial (“dissipação da população”) sobre as populações vizinhas. Outros impactos podem
incluir a interferência com comportamentos normais de forrageamento e acasalamento, resultando
em reduções menos imediatas, mas igualmente significativas nos níveis de população natural. Os
efeitos consequentes em cadeia, dado o papel vital que os invertebrados jogam no funcionamento
dos ecossistemas, pode afectar praticamente todos os componentes do ecossistema circundante
(Rich & Longcore 2005). Os impactos podem afectar a composição da comunidade de outros
grupos animais; por exemplo, os morcegos que são capazes de aprender a explorar fontes de luz
artificial para forrageamento podem deslocar outras espécies de morcegos que não se alimentam
em torno de luzes (Rydell 2005)
Impactos directos de luzes artificiais, tais como postes de vapor de mercúrio de alta pressão
podem estender-se até cerca de 600 m ou mais a partir da fonte (Eisenbeis 2005), e o efeito de
drenagem resultante da depleção contínua das populações dentro desta zona, provavelmente irá
provocar uma diminuição significativa na população e densidade de espécies afectadas até, pelo
menos, várias vezes essa distância. Alto nível de iluminação não blindado poderia estender assim
substancialmente a área de impacto directo, com menor intensidade os impactos indirectos
potencialmente ser significativa sobre uma área muito grande. Esses impactos seriam contínuos
ao longo da vida do projecto, e em nossa opinião, nenhuma justificativa pode ser feita para
permitir que tais impactos facilmente controláveis ocorram.
Mitigação e Gestão



Iluminação visível do exterior deve ser mantida a um mínimo absoluto, e sempre que
possível, as fontes de luz de comprimento de onda longa (por exemplo, laranja) devem ser
usadas. A iluminação recomendada é consistente com a operação noturna segura quanto
o comprimento de onda recomendado é aquele a que os olhos humanos são
particularmente sensíveis (lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão são muitas vezes
utilizados na iluminação da estrada por este motivo. Em áreas onde existe uma elevada
dependência em reconhecimento de cores devem ser utilizadas fontes de luz localizadas
de largo espectro e cuidadosamente dirigidas;
Iluminação interna deve, na medida do possível, ser protegida por persianas, cortinas ou
eliminando janelas para o exterior em projetos de construção, para evitar a emissão de luz
para os ambientes naturais circundantes;
Se a iluminação externa das estruturas é essencial (por exemplo, por razões de
segurança), as fontes de luz devem ser direcionadas para dentro, a fim de iluminar a
estrutura e resultando que esta se torne uma grande fonte de luz difusa, ao invés de ter
fontes pontuais brilhantes dirigida para fora para o ambiente natural. Sempre que possível,
os sistemas de detecção de infravermelhos ou outras devem ser utilizadas para accionar
as luzes só quando uma potencial intrusão é detectada, de modo que o uso contínuo de
iluminação externa é limitado;
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51
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014

Devem ser usadas fontes de luz de longos comprimentos de onda (pelo menos 550 nm, de
preferência mais de 575 nm), de preferência de vapor de sódio de baixa pressão, ou LEDs
amarelas, uma vez que estas resultam numa perturbação muito baixa de populações de
insetos. Menos preferível, mas ainda melhor do que o vapor de mercúrio, iodetos metálicos
ou lâmpadas de halogéneo, seriam o vapor de sódio de alta pressão ou LEDs brancas
quentes. Opções de LED, embora inicialmente mais caras, podem ser mais econômicas e
ambientalmente amigáveis, a longo prazo, pois é possível um período de vida de 20 anos,
a um uso diário de 12 horas, com eficiência comparável à iluminação fluorescente. Outra
alternativa é a utilização de filtros ultravioleta (UV), que podem reduzir a atracção de
insectos para as lâmpadas de alta pressão de vapor de mercúrio para um nível inferior aos
das lâmpadas de alta pressão de vapor de sódio. Luzes fluorescentes normais, incluindo
versões compactas, não devem ser usadas fora, uma vez que uma quantidade significativa
de luz UV é emitido por elas, e esta é altamente atractiva para os insectos.
Note-se que a mitigação da poluição luminosa em termos de populações de invertebrados e
vertebrados pode, em alguns casos, estar em conflito com as medidas adequadas para a
mitigação do impacto visual numa perspectiva humana (por exemplo, iluminação amarela não é
recomendada para o último caso, pois os olhos humanos são particularmente sensíveis a esta
parte do espectro). No entanto, a mitigação do impacto visual, relativo a iluminação inclui
maximizar o mascaramento físico dos componentes do projeto (por exemplo, usando árvores),
que deve compensar adequadamente o uso de iluminação de longo comprimento de onda
recomendado numa perspectiva de invertebrados. Um ponto de concordância completa entre
todas estas disciplinas é que o mínimo (de preferência zero) utilização de iluminação externa é
ideal.
Os requisitos para a mitigação da poluição luminosa na perspectiva dos invertebrados irão
provavelmente estar em conflito com os requisitos de construção e operação, pois a iluminação a
base de vapor de sódio de baixa pressão ou equivalente recomendada produz uma luz de um
comprimento de onda a que o olho humano é particularmente sensível. Iluminação ideal para
construção, escavação e outros trabalhos relacionados ao projeto podem, assim, ser obtida sem
um impacto indevido sobre as populações de invertebrados. Isto não pode, contudo, ser ideal do
ponto de vista do impacto visual, mas se a iluminação é dirigida para dentro o impacto visual para
os seres humanos fora da área do projeto seria minimizado. Tais medidas seriam benéficas para o
ambiente natural (ao limitar a perturbação e morte de invertebrados) e para o pessoal do projeto,
pois a iluminação é mais eficazmente utilizada e o número de insetos irritantes atraído para a área
do projeto é minimizado. A atenuação da poluição luminosa não deve limitar-se à área
operacional, mas deve ser implementada em toda área de projeto, incluindo áreas residenciais.
Mitigação dos impactos da poluição luminosa ao longo da estrada de transporte pode ser
efectuada pela minimização do uso de estradas à noite, ou usando filtros amarelos sobre os
faróis, mas espera-se que esses impactos sejam de significância baixa em qualquer dos casos,
pelo que a mitigação não é considerada essencial. Dois níveis de mitigaçaõ para a área do
projecto são considerados na tabela abaixo; Mitigação completa em que todas as recomendações
sejam implementadas e as preferidas (vapor de sódio de baixa pressão ou equivalente) fontes de
luz utilizadas para iluminação exterior e Mitigação parcial, onde as opções menos preferidas
(vapor de sódio de alta pressão ou equivalente) de fontes de luz são usadas para alguma ou toda
iluminação exterior.
Declaração de significância
Área de Projecto
A poluição luminosa seria esperada para iniciar na fase de construção e continuar durante toda a
operação da mina e vai certamente resultar em um impacto negativo alto no longo prazo na área
do projeto. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria alta, mas com
implementação total da mitigação esta iria reduzir a BAIXA.
Todas as Opções de Estradas de Transporte
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52
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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
A poluição luminosa ao longo das rotas da Haul Road iria ocorrer durante toda a vida do projeto,
desde a construção até o descomissionamento, mas seria limitada aos faróis dos veículos e seria,
portanto, intermitente e de curta duração, em qualquer ponto ao longo de uma rota. Embora
potencialmente um factor que contribui para o aumento da mortalidade rodoviária, a significância
ambiental deste impacto não mitigado seria BAIXA e não exigiria qualquer mitigação.
Area do Projecto
Impacto
Escala
Temporal
Efeito
Escala
Espacial
Sem
Longo Prazo
Área de Estudo
Mitigação
Com
Mitigação
Longo Prazo
Área de Estudo
parcial
Com
Mitigação
Longo Prazo
Localizado
completa
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 3
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 7
Sem
Longo Prazo Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Gravidade do
Impacto
Risco ou
Probabilida
de
Significância Geral
Grave
Definitivo
ELEVADA
Moderada
Definitivo
MODERADA-
Baixa
Pode ocorrer
BAIXA-
Baixa
Pode ocorrer
BAIXA
Baixa
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Pode ocorrer
BAIXA
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Impacto 5: Poluição sonora
Causa e comentário
As actividades de mineração, empreendimentos habitacionais associados e o maior tráfego de
veículos vão aumentar os níveis de ruído na área de estudo. Espécies de insetos, como cigarras,
grilos e gafanhotos, que se comunicam usando o som, serão perturbadas pelas detonações e
outros ruídos relacionados com o projeto, o impacto vai ser maioritariamente localizados e até
mesmo as detonações tendem a produzir um efeito de duração muito curta e a maioria dos
insetos retomarão as chamadas depois de poucos minutos de uma explosão. Outros
invertebrados que podem ser negativamente afectadas pelo ruído e vibração incluem escorpiões e
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aranhas, que utilizam vibrações na comunicação e detecção de presas, e o resultado pode ser
uma redução localizada em abundância dessas espécies no entorno do empreendimento.
Mitigação e gestão
A mitigação deste impacto é difícil e pouco provável que seja mais do que parcialmente afectado,
mas as seguintes medidas contribuiriam para uma redução da intensidade do impacto:

Construir bermas para proteger de ruído as áreas sensíveis (por exemplo, zonas húmidas);

Sempre que estes estiverem disponíveis usar modelos de equipamentos de baixo-ruído na
mineração e transporte (isso seria um benefício também para o pessoal de mineração);

Certificar-se que todo equipamento está com a manutenção adequada e silenciadores
defeituosos são substituídos imediatamente.
Declaração de significância
Área de Projecto
O aumento dos níveis de ruído e vibração na área de mineração e complexos habitacionais vai
certamente resultar em um impacto negativo moderado a médio e longo prazo em áreas
localizadas. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADO, mas com
mitigação reduziria para BAIXA.
Todas as opções de Haul Road
O aumento dos níveis de ruído e vibração ao longo das estradas de vai certamente resultar em
um impacto negativo moderado a médio e longo prazo em áreas localizadas. A significância
ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADO, difícil de mitigar e provavelmente
permanecerá MODERADO.
Area do Projecto
Impacto
Escala
Temporal
Efeito
Escala
Espacial
Sem
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 3
Sem
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Longo Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Gravidade do
Impacto
Risco ou
Probabilidade
Significância Geral
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
MODERADA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
MODERADA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
MODERADA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
MODERADA -
54
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Sem
Longo Prazo
Mitigação
Com
Longo Prazo
Mitigação
Estrada de Transporte 7
Sem
Longo Prazo
Mitigação
Com
Longo Prazo
Mitigação
Localizado
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Localizado
Baixa
Definitivo
MODERADA -
Localizado
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Localizado
Baixa
Definitivo
MODERADA -
Impacto 6: Poluição por poeira
Causa e comentário
Aumento dos níveis de poeira são comuns durante a construção e remoção da vegetação e são
também uma importante consequência do tráfego de veículos, mesmo em superfícies
pavimentadas. A produção de poeira também é uma consequência inevitável da perfuração,
detonação e carregamento de minério/rocha estéril e operações de descarregamento. A poeira
pode resultar tanto em impactos directos (por exemplo, o bloqueio de espiráculos levando a
interferência com a ventilação) e indiretos (por exemplo, através de impactos de poeira sobre as
plantas, resultando em menor disponibilidade de alimento para invertebrados) sobre os
invertebrados em habitats não transformados à volta do local do projeto.
Mitigação e gestão





Sempre que possível, os equipamentos e máquinas apropriadas de redução de poeiras
devem ser usados na área mineira. Isto pode incluir britadores que podem ser
pulverizados/humedecidos para reduzir a poeira, ou outras tecnologias. O princípio é que,
na aquisição de material, um dos critérios de seleção deve ser se a redução de poeira foi
considerada ou não na concepção.
As Haul Roads devem ser pavimentadas, construídas a partir de calcário e humedecidas,
ou tratadas com polímeros para inibir a geração de poeira.
As velocidades nas estradas em todos os tipos de superfície de estrada em regiões
sensíveis por exemplo, perto de zonas húmidas, junto a linhas de drenagem, através de
secções florestais densas e em condições climáticas de seca extrema, devem ser ainda
mais limitadas (abaixo do geral recomendado de 40 km/h) para reduzir a geração de
poeira.
Os limites de velocidade em todas as fases em todas as estradas não pavimentadas
também devem ser reduzidos abaixo do limite geral recomendado de 40 km/h a menos
que outras medidas de redução de poeira sejam suficientemente eficazes.
Em áreas de alta produção de poeiras as superfícies da estrada devem ser humedecidas.
Declaração de significância
Área de Projecto
Os níveis de poeira serão aumentados durante a construção e operação da mina e vão
certamente resultar num impacto negativo moderado a médio prazo na área do projeto. A
significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADA, mas com mitigação
reduziria para BAIXA.
Haul Roads 1A, 1B, 2, 3, 4, 5 e 6
Os níveis de poeira serão aumentados por todos os veículos da mina e outros tipos de tráfego
durante a construção e operação da mina e vão certamente resultar num impacto negativo
moderado a médio prazo na área do projeto. A significância ambiental deste impacto não mitigado
seria MODERADA, mas com mitigação reduziria para BAIXA.
Haul Road 7
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Os níveis de poeira serão aumentados por todos os veículos da mina e outros tipos de tráfego
durante a construção e operação da mina e vão certamente resultar num impacto negativo
moderado a médio prazo na área do projeto. A extensão deste impacto no afluente Modizo
adjacente aos últimos 4,5 km da rota aumenta um pouco a gravidade do impacto comparando
com Haul Estrada 6. A significância ambiental deste impacto não mitigado seria MODERADA, mas
com mitigação reduziria para BAIXA.
Área do Projecto
Impacto
Escala
Temporal
Efeito
Escala
Espacial
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 1A & 1B
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 2 e 4
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 3
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 5
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 6
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Estrada de Transporte 7
Sem
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Com
Médio Prazo
Localizado
Mitigação
Gravidade do
Impacto
Risco ou
probabilidade
Significância Geral
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada
Definitivo
MODERADA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
Moderada/Grav
e
Definitivo
MODERADA / ALTA -
Baixa
Definitivo
BAIXA -
5.5. Conclusões e Recomendações
A maneira plausível de lidar com a perda em grande escala de habitat e fragmentação é para
todas as partes interessadas (por exemplo, incluindo as propostas de aplicações de mineração)
envolvida em operações de mineração e madeireiras na região é convergir as discussões para
identificar terrenos adequados (ou "de compensação") para serem postos de lado como um
"mega-corredor".
Os incêndios na área do projecto devem ser geridos. Grandes extensões de habitat não devem
ser todas queimadas ao mesmo tempo.
O controlo rigoroso dos limites de velocidade pode reduzir a mortalidade por estrada de ambas as
espécies terrestres e aéreas (vertebrados e invertebrados), em grande medida - um limite de
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56
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velocidade de 40 km/h deve ser implementado na área do projeto.
A operação de mineração proposta irá contribuir para o desmatamento local a partir de grupos de
madeireiros e carvoeiros, uma vez fornecido acesso à área através da construção de redes de
estradas. Portanto, é importante que a operação de mineração de tome medidas de gestão
necessárias para ajudar a reduzir a perda de (1) grandes áreas de floresta intacta, (2) perda de
habitats sensíveis, como zonas ribeirinhas, (3) a destruição de corredores de migração naturais e
consequente (4) fragmentação do habitat, e (5) a utilização insustentável para alimentação, devido
ao aumento do acesso e da actividade humana na região.
As investigações para determinar a provável vulnerabilidade de espécies de invertebrados de
interesse para conservação aos potenciais impactos relacionados com o projecto, bem como os
impactos prováveis cumulativos são recomendados; idealmente a presença das espécies
destacadas como potencial espécies de conservação deve ser confirmada em áreas fora do local
proposto para o projeto que podem ser protegidas a longo prazo. Muitas das espécies de aranhas
migalomorfas podem ser devidamente identificadas apenas a partir de espécimes adultos do sexo
masculino, os quais atingem a maturidade, vagueiam em busca de fêmeas por algumas semanas
e depois morrem e por isso só estão presentes por um curto período de cada ano. Armadilhas de
queda durante a estação apropriada é a melhor maneira de capturar os machos migalomorfas.
Enquanto os machos de diferentes espécies atingem o pico da atividade em diferentes épocas do
ano, armadilhar durante o período logo após as primeiras boas chuvas no início da estação
chuvosa (novembro-dezembro), bem como durante a última parte do período chuvoso (Feb-Mar)
geralmente vai render espécimes da maioria das espécies presentes. Recomenda-se vivamente
que tais levantamentos devem ser realizados na área do projeto, bem como em áreas
representativas de habitat semelhante fora da área do projeto que poderiam ser protegidas como
compensação para a biodiversidade; isso permitiria a avaliação da adequação e da eficácia das
áreas de compensação em termos de conservação de espécies de significância para conservação
que serão impactadas pelas atividades de mineração propostas. Da mesma forma, os
levantamentos que visam determinar a extensão da distribuição de Mystrium AFRC_mz01 e
outras espécies de formigas potencialmente significativas, bem como o escorpião Uroplectes
AFRC_mz01, são recomendados para ajudar a determinar o grau em que elas vão ser
ameaçadas pelo projeto e da adequação das áreas de compensação para garantir a sua
conservação
A poluição luminosa, pelo menos na fase operacional, é uma das mais fácil e eficaz gestão de
todos os impactos do projeto e não deve haver nenhuma razão para impedir que uma mitigação
de muito sucesso seja implementada. A iluminação exterior deve ser reduzida ao mínimo, devem
ser usadas fontes de luz de longo comprimento de onda (amarelo ou laranja), e a iluminação deve
ser dirigida para dentro e para as estruturas e não para fora e para o ambiente circundante. Tais
medidas serão benéficas, tanto para o meio ambiente natural, limitando a perturbação e morte de
invertebrados, e para o pessoal do projeto, uma vez que a iluminação é mais eficazmente utilizada
e do número de insetos irritantes atraídos para a área do projeto é minimizado.
A poluição sonora e vibração devem ser restringidas na medida do possível. Estes impactos são
geralmente localizados e, pelo menos no que respeita a detonação, são normalmente restritos a
um curto período, durante o dia.
Poluição por poeira deve ser minimizada na medida do possível.
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
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Baobab Resources Lda
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
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Tarboton, W. and Tarboton, M. 2005. A Fieldguide to the Damselflies of South Africa. Published by
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440pp.
Personal Communications
Mr Ian Engelbrecht, Principle Nature Conservation Scientist: Invertebrates, Gauteng Department of
Agriculture and Rural Development, Johannesburg, South Africa.
Mr Jens Kipping, BioCart, Germany.
Dr Norman Platnick, Peter J. Solomon Family Curator, Division of Invertebrate Zoology, American
Museum of Natural History, Central Park West at 79th Street, New York NY 10024
Dr Lorenzo Prendini, Division of Invertebrate Zoology, American Museum of Natural History, New
York, USA
Dr Martin Villet, Department of Zoology & Entomology, Rhodes University, Grahamstown, South
Africa.
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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Michael Stiller, National Collection of Insects, Plant Protection Research Institute, Agricultural
Research Council, Pretoria, South Africa.
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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
APÊNDICE 1: LISTAS DE ESPÉCIES DE INVERTEBRADOS
Note-se que as aranhas e escorpiões migalomorfas são omitidos neste apêndice como todas as espécies colhidas nesses grupos foram listadas em
outras partes do texto.
Tabela A1.1: Lista Vermelha da IUCN de espécies de invertebrados terrestres de Moçambique
#
Nome Científico
Nome comum
Libélulas (Odonata: Anisoptera)
1 Nepogomphoides stuhlmanni
2 Urothemis luciana
Libelinhas (Odonata: Zygoptera)
3 Chlorolestes elegans
Borboletas (Lepidoptera: Papilionoidea and Hesperiodea)
4 Teriomima williami
5 Lepidochrysops delicata
Classificação da Lista Vermelha da
IUCN
St Lucia Basker
VU
DD
Elegant Malachite
VU
Dondo Buff
Blue
DD
DD
Tabela A1.2: Espécies de libélula e libelinhas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos principais
tipos de habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).
Espécies
#
Nome Científico
1
2
3
4
5
6
7
Nome comum
Libélulas
Brachythemis leucosticta
Banded Groundling
Crocothemis erythraea
Broad Scarlet
Olpogastra fuellerborni
Fuellerborn's Bottle-tail
Orthetrum abbotti
Abbott's Skimmer
Orthetrum chrysostigma
Epaulet Skimmer
Palpopleura lucia
Lucia widow
Palpopleura portia
Portia widow
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Floresta
Zambeziana
Indiferenciada
Fechada
Tipo de Habitat
Floresta
Zambeziana
Floresta de
Indiferenciada
Mopani
Aberta
Zona
Ripariana
Estrada de
Transporte 6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Pantala flavescens
Paragomphus cognatus
Paragomphus elpidius
Paragomphus genei
Phyllomacromia picta
Tholymis tillarga
Trithemis aconita
Trithemis arteriosa
Trithemis furva
Trithemis kirbyi
Trithemis pluvialis
Trithemis werneri
Zygonyx torridus
Global Wanderer
Rock Hooktail
Corkscrew Hooktail
Green Hooktail
Darting Cruiser
Twister
Monkshood Dropwing
Red-veined dropwing
Navy Dropwing
Kirby's Dropwing
River Dropwing
Werner's Dropwing
Ringed Crusader
Libelinhas
Phaon iridipennis
Glistening Damoiselle
Pseudagrion massaicum
Masai Sprite
Pseudagrion salisburyense
Salisbury Sprite
Pseudagrion sublacteum
Cherry-eyed Sprite
Contagem de espécies
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
16
4
3
1
1
10
6
Nota: O sombreamento cinza na coluna do nome científico indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa de estação chuvosa, enquanto o
sombreamento na coluna do nome comum indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa de estação seca; Foram observadas espécies
sem sombreamento durante os dois levantamentos.
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Tabela A1.3: espécies de borboletas observadas durante as pesquisas de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos principais tipos de
habitats no local do Projecto de Ferro da Baobab (1 indica presença).
Nome científico
Espécies
Nome comum
#
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
Abantis ?venosa
Acleros mackenii
Acraea acara
Acraea anemosa
Acraea natalica
Acraea neobule
Acraea oncaea
Alaena amazoula
Anthene amarah
Axiocerses amanga
Axiocerses tjoane tjoane
Azanus jesous
Belenois aurota
Belenois creona severina
Bicyclus anynana
Bicyclus ena
Byblia anvetara acheloia
Cacyreus ? lingeus
Cacyreus virilis
Catopsilia florella
Charaxes achaemenes
Charaxes bohemani
Charaxes boueti
Charaxes guderiana guderiana
Charaxes jahlusa argynnides
Charaxes jasius saturnus
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Veined Skipper
Macken's Dart
Acara Acraea
Broad-bordered Acraea
Natal Acraea
Wandering Donkey Acraea
Window Acraea
Yellow Zulu
Black-striped Hairtial
Bush Scarlet
Common Scarlet
Topaz-spotted Blue
Brown-veined White
African Common White
Squinting Bush Brown
Grizzled Bush Brown
Common Joker
Bronzes
Mocker Bronze
African Migrant
Bushveld Emperor
Large Blue Emperor
Bamboo Charaxes
Blue-spangled Emperor
Pearl-spotted Charaxes
Foxy Emperor
Tipo de habitat
Floresta
Zambeziana
Indiferenciada
Fechada
1
Floresta
Zambeziana
Indiferenciada
Aberta
Floresta de
Mopani
Zona
Ripariana
Estrada de
Transporte
6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
63
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
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58
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Charaxes phaeus
Charaxes varanes
Chilades trochylus
Cigaritis natalensis
Coeliades forestan
Colotis danae annae/wallengreni
Colotis euippe
Colotis evagore antigone
Colotis evenina
Colotis ione
Colotis pallene
Colotis regina
Colotis sp1
Colotis sp2
Colotis vesta argillaceus
Cupidopsis jobates jobates
Danaus chrysippus
Deudorix antalus
Euchrysops ? osiris
Euchrysops malathana
Eurema brigitta
Eurema desjardinsii
Eurema hecabe solifera
Eurytela dryope angulata
Gorgyra johnstoni
Graphium angolanus angolanus
Hamanumida daedalus
Henotesia ? perspicua perspicua
Hypolimnas misippus
Hypolycaena caeculus
Iolaus alienus alienus
Junonia artaxia
Junonia hierta cebrene
Junonia natalica
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Demon Emperor
Pearl Emperor
Grass Jewel Blue
Natal Bar
Striped Policeman
Scarlet Tip
Smokey Orange Tip
Small Orange Tip
Common Orange Tip
Bushveld Purple Tip
Bushveld Orange Tip
Queen Purple Tip
Veined Orange
Tailed Meadow Blue
African Monarch
Brown Playboy
Osiris Smoky Blue
Common Smokey Blue
Broad-bordered Grass Yellow
Angled Grass Yellow
Common Grass Yellow
Golden Piper
Johnston's Ranger
Angola White Lady
Guineafowl
Eyed Bush Brown
Common Diadem
Azure Hairstreak
Brown-line Sapphire
African Pansy
Yellow Pansy
Brown Pansy
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
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1
1
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75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
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Junonia oenone
Kedestes callicles
Lampides boeticus
Lepidochrysops vansoni
Leptotes sp1
Leptotes sp2
Leptotes sp3
Leucochitonea levubu
Lycaeinidae sp A
Melanitis leda africana
Neptis penningtoni
Papilio demodocus
Pardopsis punctatissima
Parosmodes morantii
Pelopidas thrax inconspicua
Phalanta phalantha aethiopica
Pinacopteryx eriphia eriphia
Precis antilope
Sarangesa phidyle
Sarangesa ruona
Spialia colotes
Spialia delagoae
Spialia dromus
Tagiades flesus
Telchinia encedon
Telchinia serena
Tuxentius calice
Ypthima ? antennata
Zizeeria knysna
Blue Pansy
Pale Ranger
Long-tailed Blue
Van Son’s Blue
Blues
Blues
Blues
White-cloaked Skipper
Evening Brown
Pennington's Sailer
Citrus Swallowtail
Polka Dot
Morant's Orange
White-banded Swift
Common Leopard
Zebra White
Darker Commodore
Small Elfin
Ruona Elfin
Bushveld Sandman
Delagoa Sandman
Forest Sandman
Clouded Forester
White-barred Acraea
Small Orange Acraea
White Pie
Clubbed Ringlet
Castanhinha-africana
Species count
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
66
1
1
1
1
26
44
1
18
1
21
Nota: O sombreamento cinza na coluna do nome científico indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa da estação chuvosa, enquanto
que o sombreamento na coluna do nome comum indica que a espécie foi observada apenas na pesquisa da estação seca; Foram observadas
espécies
sem
sombreamento
durante
os
dois
levantamentos.
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Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
As ilustrações nas páginas a seguir contêm fotografias de todas as espécies de borboletas
registadas durante os levantamentos de Março e Setembro de 2013 e Abril 2014 nos
levantamentos no local do Projecto de Ferro da Baobab. As tabelas são organizadas por
subfamília; dentro de cada tabela os gêneros e espécies são organizados em ordem alfabética.
Sempre que possível, se machos e fêmeas diferem significativamente na aparência, as imagens
de ambos os sexos são mostradas. Da mesma forma froram colhidas formas de ambas estação
seca e chuvosa, ambas são mostradas. Em todas as fotos, uma grade de escala mm 5x5 é
mostrada no fundo do cartão.
Hesperiidae
Abantis ?venosa
Acleros mackenii
Coeliades forestan
Kedestes callicles
Leucochitonea levubu
Parosmodes morantii
Gorgyra johnstoni
Pelopidas thrax inconspicua
Sarangesa ruona
Sarangesa phidyle
Spialia dromus
Spialia delagoae
Spialia colotes
Tagiades flesus
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Lycaeinidae
Alaena amazoula
Anthene amarah ♀
Axiocerses amanga ♂
Axiocerses amanga ♀
Axiocerses tjoane tjoane
Azanus jesous
Cacyreus virilis
Cacyreus sp.
Chilades trochylus
Cigaritis natalensis
Cupidopsis jobates jobates
Deudorix antalus
Euchrysops malathana
Hypolycaena caeculus
Iolaus alienus alienus
Euchrysops ?osiris
Lepidochrysops vansoni
Leptotes sp1
Leptotes sp2
Leptotes sp3
Tuxentius calice
Zizeeria knysna
Lycaeinidae spA
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Nymphalidae - Charaxinae
Charaxes achaememes ♂
Charaxes achaememes ♀
Charaxes bohemani
Charaxes ?boueti
Charaxes guderiana guderiana ♂
Charaxes guderiana guderiana ♀
Charaxes jasius saturnus
Charaxes jahlusa argynnides ♂
Charaxes jahlusa argynnides ♀
Charaxes phaeus ♂
Charaxes varanes
Nymphalidae - Danaeinae
Danaus chrysippus
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Nymphalidae - Heliconiinae
Acraea acara
Acraea anemasa
Acraea natalica ♂
Acraea natalica ♂
Acraea natalica ♀
Acraea natalica ♀
Acraea neobule
Acraea oncaea
Pardopsis punctatissima
Phalanta phalantha aethiopica
Telchinia encedon
Telchinia serena
Nymphalidae - Limenitinae
Neptis penningtoni
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Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Nymphalidae - Nymphalinae
Byblia anvetara acheloia
Eurytela dryope angulata
Hamanumida daedalus
Hypolimnas misippus ♂
Hypolimnas misippus ♀
Junonia artaxia
Junonia hierta cebrene
Junonia natalica
Junonia oenone
Bicyclus anynana
Bicyclus ena
Henotesia ?perspicua perspicua
Melanitis leda africana
Ypthima ?antennata
Precis antilope
Nymphalidae - Satyrinae
Papilionidae
Graphium angolanus angolanus
Papilio demodocus
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Pieridae
Belenois aurota ♂
Belenois aurota ♀
Belenois creona severina
Catopsilia florella ♂
Catsopsilia florella ♀
Colotis danae f. annae ♀ wsf
Colotis danae f. wallengreni (DSF)
Colotis evagore antigone♂
Colotis evagore antigone ♀
Colotis euippe
Colotis evenina ♂
Colotis evenina ♀
Colotis ione ♂
Colotis ione ♀
Colotis pallene
Colotis regina
Colotis vesta argillaceus
Colotis sp1
Colotis sp2
Eurema brigitta ♂
Eurema brigitta ♀
Eurema desjardinsii ♂
Eurema hecabe solifera
Pinacopteryx eriphia eriphia
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Tabela A1.4: Incidência de morfotipo Cicadellidae (cigarrinha) por local a partir de amostras
colhidas durante o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1
indica presença).
#
Código de classificação
de morfoespécies
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
Cicadellidae_004
Cicadellidae_005
Cicadellidae_010
Cicadellidae_011
Cicadellidae_013
Cicadellidae_014
Cicadellidae_015
Cicadellidae_016
Cicadellidae_017
Cicadellidae_020
Cicadellidae_024
Cicadellidae_025
Cicadellidae_027
Cicadellidae_033
Cicadellidae_034
Cicadellidae_037
Cicadellidae_039
Cicadellidae_041
Cicadellidae_042
Cicadellidae_046
Cicadellidae_051
Cicadellidae_053
Cicadellidae_057
Cicadellidae_059
Cicadellidae_060
Cicadellidae_70
Cicadellidae_074
Cicadellidae_076
Cicadellidae_079
Cicadellidae_082
Cicadellidae_087
Cicadellidae_095
Cicadellidae_096
Cicadellidae_097
Cicadellidae_098
Cicadellidae_099
Cicadellidae_100
Cicadellidae_103
Cicadellidae_104
Cicadellidae_106
Cicadellidae_110
Cicadellidae_111
Cicadellidae_112
Cicadellidae_115
Cicadellidae_118
Cicadellidae_120
Local 1 Ruoni Norte
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Local 2 –
Despejo de
Estéril
Proposto
1
1
1
1
Local 3 –
Monte Tenge
Local 4 –
Floresta de
Mopani
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
72
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
Cicadellidae_121
Cicadellidae_122
Cicadellidae_123
Cicadellidae_124
Cicadellidae_127
Cicadellidae_128
Cicadellidae_130
Cicadellidae_131
Cicadellidae_132
Cicadellidae_135
Cicadellidae_136
Cicadellidae_138
Cicadellidae_140
Cicadellidae_141
Cicadellidae_142
Cicadellidae_145
Cicadellidae_147
Cicadellidae_149
Cicadellidae_152
Cicadellidae_154
Cicadellidae_155
Cicadellidae_157
Cicadellidae_158
Cicadellidae_159
Cicadellidae_160
Cicadellidae_161
Cicadellidae_162
Cicadellidae_163
Cicadellidae_168
Cicadellidae_171
Cicadellidae_173
Cicadellidae_176
Cicadellidae_180
Cicadellidae_181
Cicadellidae_182
Cicadellidae_183
Cicadellidae_184
Cicadellidae_185
Cicadellidae_186
Cicadellidae_187
Cicadellidae_188
Cicadellidae_189
Cicadellidae_190
Cicadellidae_195
Cicadellidae_199
Cicadellidae_200
Cicadellidae_221
Cicadellidae_230
Cicadellidae_256
Cicadellidae_265
TOTAL # morphospecies
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
40
1
34
73
1
1
1
1
1
1
43
32
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
Tabela A1.5: Incidência do morfotipo Formicidae (formiga) por local a partir de amostras
colhidas durante o levantamento de Março 2013 no local do Projecto de Ferro da Baobab (1
indica presença).
#
Código de classificação de
morfoespécies
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
Aenictus 01
Anillomyrma 01
Anochetus 01
Anochetus 02
Anochetus 03
Bothroponera 01
Bothroponera 02
Bothroponera 03
Calyptomyrmex 01
Camponotus 01
Camponotus 02
Camponotus 03
Camponotus 04
Camponotus 05
Camponotus 06
Camponotus 07
Camponotus 08
Camponotus 09
Camponotus 10
Camponotus 11
Camponotus 12
Camponotus 13
Camponotus 14
Camponotus 15
Camponotus 16
Camponotus 17
Camponotus 18
Camponotus 19
Camponotus 20
Camponotus 21
Camponotus 22
Camponotus 23
Camponotus 24
Camponotus 25
Camponotus 26
Camponotus 27
Camponotus 28
Camponotus 29
Camponotus mystaceus
Camponotus queen 01
Camponotus sericeus
Cardiocondyla emeryi
Carebara 01
Carebara 02
Carebara 03
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
Local 1 Ruoni Norte
Local 2 –
Despejo de
Estéril
Proposto
1
1
Local 3 –
Monte
Tenge
Local 4 –
Floresta de
Mopani
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
74
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
Carebara 04
Carebara 05
Carebara 06
Carebara 07
Carebara 08
Cataulacus 01
Cataulacus 02
Cataulacus queen 01
1
Crematogaster 01
1
Crematogaster 02
Crematogaster 03
Dorylus 01
1
Dorylus 02
Formicine genus AFRC_01 sp. 1
AFRC_mz01
Hypoponera 01
1
Hypoponera 02
Hypoponera 03
Lepisiota 01
1
Lepisiota 02
1
Leptogenys 01
Meranoplus magrettii
1
Monomorium 01
1
Monomorium 02
1
Monomorium 03
1
Monomorium 04
1
Monomorium 05
1
Monomorium 06
1
Monomorium 08
1
Monomorium 09
1
Monomorium 10
1
Monomorium 11
1
Monomorium 12
1
Monomorium 13
1
Monomorium 14
1
Monomorium 15
Monomorium 16
Monomorium 17
Monomorium queen 01
Monomorium queen 02
Myrmecaria 01
1
Myrmecaria 02
1
Myrmecine male 01
Mystrium AFRC_mz01
Nesomyrmex angularis
Nylanderia ? boltoni
Ocymyrmex 01
Odontomachus troglodytes
1
Pachychondyla 01
1
Pheidole 01
1
Pheidole 02
1
Pheidole 03
1
Pheidole 04
1
Pheidole 05
1
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
75
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
99
Pheidole 06
100
Pheidole 07
101
Pheidole 08
102
Pheidole 09
103
Pheidole 10
104
Pheidole 11
105
Pheidole 12
106
Pheidole queen 01
107
Plagiolepis 01
108
Plagiolepis 02
109
Plagiolepis 03
110
Plagiolepis 04
111
Platythyrea 01
112
Platythyrea 02
113
Polyrhachis 01
114
Ponerine male
115
Probolomyrmex 01
116
Pseudoponera 01
117
Pseudoponera 02
118
Strumigenys 01
119
Tapinolepis 01
120
Tapinoma 01
121
Tapinoma 02
122
Technomyrmex 01
123
Technomyrmex 02
124
Tetramorium 01
125
Tetramorium 02
126
Tetramorium 03
127
Tetramorium 04
128
Tetramorium 05
129
Tetramorium 06
130
Tetramorium 07
131
Tetramorium 08
132
Tetramorium 09
133
Tetramorium 10
134
Tetramorium 11
135
Tetramorium 13
136
Tetramorium 14
137
Tetramorium 15
138
Tetramorium 16
139
Tetramorium 17
140
Tetramorium angulinode/chloe
141
Tetramorium 18
142
Tetramorium 19
143
Tetraponera 01
144
Tetraponera queen 01
145
Tetraponera queen 02
TOTAL # morphospecies
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
40
76
76
71
70
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
100
90
80
Species
70
60
50
40
30
Ruoni North HC
Ruoni North PT
Ruoni North HC + PT combined
20
10
0
0
10
20
30
40
Samples
50
60
70
80
100
90
80
Species
70
60
50
40
30
Waste Rock HC
Waste Rock PT
Waste Rock HC + PT combined
20
10
0
0
10
20
30
40
Samples
50
60
70
80
100
90
80
Species
70
60
50
40
30
Tenge Hill HC
Tenge Hill PT
Tenge Hill HC + PT combined
20
10
0
0
10
20
30
40
Samples
50
60
70
80
100
90
80
Species
70
60
50
40
30
Mopani woodland HC
Mopani woodland PT
Mopani woodland HC + PT combined
20
10
0
0
10
20
30
40
Samples
50
60
70
80
Figura A1.1 Curvas de acumulação de espécies para espécies de formigas colhidas em
quatro locais dentro da área do projecto de Ferro da Baobab; os resultados são
apresentados para indivíduos (Colhidos a Mão e Armadilha) e métodos de amostragem
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
77
Projeto de minerio de ferro Tete
Relatório de Especialidade em Invertebrados – Dezembro 2014
combinados.
200
180
160
140
Species
120
100
80
60
40
Baobab all sites HC + PT
Baobab - all sites HC
20
Baobab all sites PT
0
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
Samples
Figura A1.2 Curvas de acumulação de espécies para espécies de formigas colhidas em
quatro locais dentro da área do projecto de Ferro da Baobab; os resultados são
apresentados para indivíduos (Colhidos a Mão e Armadilha) e métodos de amostragem
combinados.
Coastal & Environmental Services (Pty) Ltd
78
Projeto de minerio de ferro Tete

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