Clube de Engenharia

Transcrição

Clube de Engenharia
Uma Publicação da EMOP em parceria com o Clube de Engenharia
Ano 2 - Edição Especial
www.emop.rj.gov.br
SECRETARIA DE OBRAS
O PAC vai investir R$ 3,5 bilhões
no Estado do Rio de Janeiro, em
obras de saneamento, infraestrutura, habitação. Os projetos
de maior repercussão são os de
reurbanização de favelas, aí
incluídos os complexos do Alemão,
Manguinhos, PavãoPavãozinho/Cantagalo, Rocinha e
Preventório. Estas comunidades
vão receber, além de programas
sociais, casas, escolas, creches,
unidades de saúde, áreas de lazer,
água tratada, rede de tratamento
de esgoto, drenagem e
pavimentação de ruas.
Mais do que obras, o objetivo do
governo Sérgio Cabral é dar
dignidade a pessoas que estão há
muito tempo vivendo em guetos,
com índices sociais e econômicos
alarmantes. Queremos manter o
Estado presente nos locais com
políticas públicas eficientes. Não
podemos permitir que ainda
existam áreas densamente
povoadas isoladas em meio a
nossa cidade. Com o PAC, vamos
promover a integração dessas
comunidades com o seu entorno,
gerando melhor qualidade de vida
para todos.
Luiz Fernando Pezão
Edwaldo Lameira
vice-governador e
secretário de Obras
O Estado do Rio se transformará num
imenso canteiro de obras, tendo como
objetivo a implantação de projetos para
melhoria da qualidade de vida da
população fluminense. Fruto de
parcerias com o governo federal, o
Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) proporciona investimentos
diversificados e gera emprego e renda.
Num cenário propício ao trabalho,
equipes lideradas por nossos secretários
de governo comandam a aplicação de
recursos para implantação de programas
sociais. Assim, construímos casas,
escolas, creches, unidades de saúde,
áreas de lazer; implantamos redes de
saneamento básico.
Também instalamos novas indústrias e
complexos logísticos, beneficiando todos
os 92 municípios fluminenses. O PAC é
um programa que cria oportunidades e
resgata dívidas do Poder Público com a
população fluminense.
Sérgio Cabral
governador do Estado
do Rio de Janeiro
PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO
CRESCIMENTO - PAC
CARTEIRA DE PROJETOS ESTRUTURANTES: R$ 3,5 BILHÕES
Ampliação do Abastecimento de Água da Baixada Fluminense
O PAC foi lançado em 28 de janeiro de 2007. É um programa do
Governo Federal brasileiro que engloba um conjunto de
políticas econômicas, planejadas para os próximos quatro anos,
e que tem como objetivo acelerar o crescimento econômico do
Brasil, prevendo investimentos totais de 503 bilhões de reais até
2010, sendo uma de suas prioridades a infra-estrutura, como
portos e rodovias.
Ampliação do Abastecimento de Água de São Gonçalo
Ampliação do Abastecimento de Água de Magé
Estação de Tratamento de Água do Guandu - Parque Guandu
Estação de Tratamento de Água do Guandu - Novo Guandu
Recuperação Ambiental da Bacia do Rio Guandu - APA Guandu
O PAC se compõe de cinco blocos: o principal engloba as
medidas de infra-estrutura, incluindo a infra-estrutura social,
como habitação, saneamento e transportes de massa. Os
demais blocos incluem medidas para estimular crédito e
financiamento, melhoria do marco regulatório na área
ambiental, desoneração tributária e medidas fiscais de longo
prazo. Essas ações deverão ser implementadas, gradativamente,
ao longo do quatriênio 2007-2010.
Saneam. das Bacias do Entorno da Baia de Guanabara – Alegria
Saneam. das Bacias do Entorno da Baia de Guanabara – Sarapuí
Urbanização do Complexo do Alemão
Urbanização do Complexo de Manguinhos
Urbanização do Morro do Preventório
Urbanização da Rocinha
A meta é obter um crescimento do PIB de 5% ao ano. Isso
deverá ser alcançado contornando-se os entraves para o
desenvolvimento e com o resultado do papel "indutor" do setor
público, já que cada R$ 1,00 investido por este setor gera R$
1,50 em investimentos privados. Os investimentos de 503
bilhões de reais, até 2010, se constituem na espinha dorsal do
programa de aceleração do crescimento econômico. Esse
conjunto de projetos de infra-estrutura pública deverá ajudar a
acelerar os investimentos privados.
Ampliação do Abastec. de Água da Barra, Recreio e Jacarepaguá
Arco Metropolitano
Urbanização do Cantagalo / Pavão-Pavãozinho
Implantação da Rede de Esgoto da Barra, Recreio e Jacarepaguá
Controle de Inundações e Recuperação Ambiental das
Bacias do Rio Iguaçu, Botas e Sarapuí
Políticas públicas indutoras
Os governos federal e estadual estão
mobilizando cerca de R$ 1 bilhão como
investimento social direcionado às favelas pelo
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Esta é a maior intervenção governamental nas
comunidades de baixa renda da capital carioca
nos últimos 50 anos. A intervenção proposta
tem a finalidade de restituir a legalidade – o
poder público de fato e de direito – nas áreas
onde os chamados "donos do morro" passaram
a atuar como falsos líderes. O objetivo é
integrar os núcleos populacionais surgidos na
periferia dos bairros nobres da zona sul carioca
aos bairros à sua vizinhança.
de políticas públicas de caráter permanente e
que restaurem a legalidade.
Já o tão ansiado Arco Metropolitano promete
desafogar a região metropolitana do tráfego
pesado de caminhões, que tende a se agravar
A Rocinha, cujo projeto vem sendo discutido há com a instalação da Companhia Siderúrgica do
cerca de um ano e meio com a comunidade, já Atlântico e a ampliação da siderúrgica Gerdau,
entre outros mega projetos em curso na Zona
conta com R$ 72 milhões liberados para a
primeira parte. A proposta inclui os complexos Oeste da capital e no município de Itaguaí, que
também registra importante movimentação de
de Manguinhos e do Alemão, que também
cargas através de seu porto.
sofrerão grandes transformações e ganharão
saneamento básico, postos de saúde, escolas
profissionalizantes, áreas de lazer e habitações Este expressivo volume de obras, que
movimentará as áreas de consultoria, projeto e
dignas. Serão atendidas 290 mil pessoas nas
três comunidades, com a construção de 4,5 mil construção, contará com a decisiva participação
das empresas e profissionais das áreas de
apartamentos de dois quartos, beneficiando
cerca de 20 mil moradores que vivem em áreas engenharia e tecnologia. O governador Sérgio
A mudança em cada comunidade deve se
de risco. As margens do canal do Cunha, do rio Cabral e o vice-governador Luiz Fernando Pezão
caracterizar não só pelas obras físicas, mas
Faria-Timbó e o entorno da Rocinha, onde será estiveram recentemente no Clube de
Engenharia debatendo as novas perspectivas da
também por ações e políticas públicas indutoras construído o anel viário, também ganharão
parceria que hoje une os governos federal e
de transformações sociais e econômicas, que
melhorias.
estadual, entre outros, nos setores de habitação
possam ser, de fato, percebidas e vividas pelos
e saneamento básico. Há muito o estado e a
moradores. O cerne das intervenções está na
Dessa forma, será criado um vínculo
capital não se beneficiavam tanto de uma
mudança de poder. Hoje, todas as relações nas permanente entre essas comunidades e o
relação institucional de alto nível, que leve em
comunidades são conduzidas e definidas por lei poder público, na razão direta da implantação
própria, ou seja, da facção criminosa que está
física dos canteiros de obras. Mas só o trabalho conta não os interesses partidários paroquiais,
no comando. Brigas de vizinhos, construção de integrado dos diversos setores da administração mas os benefícios que essa relação pode trazer
casas, ocupação de terrenos, problemas de
federal, estadual e municipal manterá viva esta para a população e o desenvolvimento
econômico do Rio de Janeiro.
água, esgoto, luz, gás, telefone, por mais
iniciativa em seu sentido pleno.
absurdo que pareça, todas essas questões são
O Clube estará atento aos desdobramentos,
resolvidas pelos "donos da comunidade".
Para viabilizar o resgate do papel do Estado,
deve ser instaurado um movimento de parceria disposto a colaborar, mas sempre atento na
fiscalização da aplicação dos recursos públicos.
A questão não é promover somente as obras de intenso entre essas comunidades e os setores
reurbanização e relocação de vias e moradias,
público e privado. A meta deve ser a integração
dando-lhes condições dignas de habitabilidade. desses moradores aos outros habitantes da
A população reclama também serviços
cidade, com qualidade de vida urbana
Heloi Moreira
modernos e funcionais, condizentes com a
semelhante.
presidente do Clube de Engenharia
densidade demográfica de cada região, através
2
Estamos executando o plano mais audacioso de redução
de desigualdades já aplicado no Rio de Janeiro: o PAC
nas favelas. E podemos dizer que – vinculada à
Secretaria de Estado de Obras - a EMOP, nesse processo,
é o “INÍCIO, O FIM E O MEIO”, tal qual a letra da música
Gita, de Raul Seixas. O INÍCIO de um caminho para a
paz, o FIM do medo e o MEIO para que a cidade volte a
ser conhecida como maravilhosa.
Esse é o caminho e essas são as armas escolhidas pelo
PAC: políticas sociais integradas. É com essa
determinação que a EMOP está nas três comunidades
beneficiadas.
ÍCARO MORENO JÚNIOR
presdente da EMOP
Esse trabalho vem sendo desempenhado dentro dos
conceitos e técnicas mais modernos em engenharia,
visando o desenvolvimento sustentável. INOVAÇÃO
COM RESPONSABILIDADE SOCIAL é justamente o foco
do 3º Congresso Mundial de Engenheiros (WEC – World
Engineers Convention), analisando o mundo em
desenvolvimento e seus desafios, discutindo o que deve
ser feito para a construção de um mundo mais justo e
socialmente responsável.
Antes de iniciarmos o PAC nas comunidades do Alemão,
Manguinhos e Rocinha, com recursos de mais de R$ 940
milhões (25% do Governo Estadual e 75% do Governo
Federal), integrantes de nossa empresa foram conhecer,
em Medellín, as obras do PUI (Projetos Urbanos
Integrados). Nosso PAC é baseado na execução bem
sucedida do modelo colombiano, que reduziu os índices
de violência integrando políticas sociais, urbanísticas,
educacionais e de segurança pública.
PROJETOS URBANOS INTEGRADOS
Intervenções sociais com participação cidadã
Os Projetos Urbanos Integrados (PUI) são intervenções
que compreendem dimensões físicas, sociais e
econômicas, inserindo todas as ferramentas do
desenvolvimento sobre um território definido, de
maneira equilibrada, certeira e eficaz para melhorar as
condições de vida dos habitantes.
Para o desenvolvimento dos PUI, são consultados todos
os atores públicos e privados que intervêm na
transformação da cidade, articulada ao espaço público,
à mobilidade, ao meio ambiente, à moradia, aos
processos sociais e à coordenação interinstitucional.
Inclusão, espaços para o encontro cidadão, educação e
segurança são quatro categorias de amplas e
importantes implicações em sentido social que, levadas
à prática, desencadeiam um impacto contundente de
superação sobre os sistemas sociais profundamente
injustos e desiguais, que tem sido a nota predominante
na história da América Latina e que hoje podem nos
levar diretamente a um futuro com desenvolvimento
sustentável.
Quatro categorias, ainda, que resumem e contêm o que
representa a execução do que, em Medellín, temos
chamado PUI: conjunto de estratégias e ações
sumamente ordenadas e coerentes com as necessidades
da cidadania, que mudaram a cara de nossa cidade e
que hoje a deixam respirando um novo ar.
Em Medellín, começamos a saldar a dívida histórica que
a sociedade tem com seus cidadãos e, especialmente,
com aqueles que sempre sofreram as maiores
dificuldades econômicas. De viver na que foi a cidade
mais violenta do mundo, por mais de uma década (381
mortes por 2,4 homicídios x 100.000 habitantes/2007),
e que hoje se projeta como uma cidade de grandes
oportunidades, para moradores e estrangeiros.
cada 100.000 habitantes/1991), passamos a uma
cidade vibrante de esperança, na qual os índices de
segurança estão melhores que a média latinoamericana (22,4 homicídios x 100.000
habitantes/2007), e que hoje se projeta como uma
cidade de grandes oportunidades, para moradores e
estrangeiros.
Em síntese, com os PUI voltamos a encontrar, todos e
todas, como iguais, sem diferenças de origem
econômica, social ou cultural, e particularmente - e isto
é o mais importante - sem medo. Por fim, a educação
de qualidade, a opinião cidadã, a segurança e o espaço
público são comuns em nossas ruas, são de todos e
para todos; como deve ser em qualquer sociedade
democrática que se leve a sério.
ALONSO SALAZAR JARAMILLO
prefeito de Medellín
(especial para a Revista ImPACto)
3
O PAC E A URBANIZAÇÃO DAS FAVELAS
O INÍCIO, O FIM E O MEIO
COMPLEXO DE MANGUINHOS
SUMÁRIO DE INTERVENÇÕES
Sistema de Abastecimento de Água
8.252 m (com substituição da adutora)
Sistema de Esgotamento Sanitário
9.226 m
Sistema de Drenagem Pluvial
5.765 m
Sistema Viário Carroçável
61.523 m²
Sistema Viário Pedestre
46.978,47 m²
Sistema Viário Ciclovia
15.397,87 m²
Sistema de Iluminação Pública
1.050 unidades
Fotos: José Carlos Pelosi
Principais Intervenções
Quantidade
Área construída
1
ESCOLA DE ENSINO MÉDIO
1 unidade
4.805 m²
2
CENTRO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE
1 unidade
6.200 m²
3
BIBLIOTECA
1 unidade
1.267 m²
4
CENTRO DE REFERÊNCIA DA JUVENTUDE
1 unidade
1.267 m²
5
CENTRO DE APOIO JURÍDICO
1 unidade
790 m²
6
CENTRO DE GERAÇÃO DE RENDA
1 unidade
790 m²
7
UNIDADES DE RELOCAÇÃO
8
ÁREA ESPORTIVA
9
1.774 unidades
48.276 m²
12 unidades
5.900 m²
TERMINAL INTERMODAL DE MANGUINHOS
1 unidade
4.500 m²
ÁREAS DE LAZER
4 unidades
PAISAGISMO
10
2.660 árvores
MOBILIÁRIO URBANO
1.277 unidades
REMOÇÕES DE EDIFICAÇÕES
2.236 unidades
ELEVAÇÃO DA VIA FÉRREA
3.616 m² de forração
1,94 km
4
MAPA DE
INTERVENÇÕES
Bairros do Entorno:
Bonsucesso, Higienópolis, Maria da
Graça, Jacaré, Benfica, Caju e Maré
Área de Intervenção do
Complexo:
401.732,63 m²
População Atual Estimada:
48.000 habitantes
Valor:
R$ 265.424.750,11 (73,4 % Governo
Federal e 26,6 % Governo Estadual)
10
9
7
2
5
6
4
3
1
7
5
8
COMPLEXO DO ALEMÃO
SUMÁRIO DE INTERVENÇÕES
Sistema de Abastecimento de Água
38.349 m
Sistema de Esgotamento Sanitário
31.465 m
Sistema de Drenagem Pluvial
21.648 m
Sistema Viário Carroçável
122.297,07 m²
Sistema Viário Pedestre
152.124,80 m²
Sistema de Coleta de Lixo
1.030 contenedores
Sistema de Iluminação Pública
1.136 postes
Fotos: José Carlos Pelosi
Principais Intervenções
Quantidade
Área construída
1
ESCOLA DE ENSINO MÉDIO DE REFERÊNCIA
1 unidade
5.930 m²
2
CENTRO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE
1 unidade
5.325 m²
3
BIBLIOTECA
1 unidade
1.600 m²
4
CENTRO DE REFERÊNCIA DA JUVENTUDE
1 unidade
1.600 m²
5
CENTRO DE APOIO JURÍDICO
1 unidade
280 m²
6
CENTRO DE GERAÇÃO DE RENDA
1 unidade
620 m²
7
UNIDADES DE RELOCAÇÃO
8
CENTRO DE SERVIÇOS
9
IMPLANTAÇÃO DO PQ. DA S. DA MISERICÓRDIA
1 unidade
297,30 ha de reflorestamento
ÁREA ESPORTIVA E APOIO
1 unidade
260 m²
2.620 unidades
12 unidades
PAISAGISMO
110.040 m²
280 m²
2.328 árvores
ADMINISTRAÇÃO DO PARQUE
1.277 unidades
340 m²
REMOÇÕES DE EDIFICAÇÕES
3.482 unidades
6 estações
3,12 km
IMPLANTAÇÃO DO TELEFÉRICO
6
MAPA DE
INTERVENÇÕES
Bairros do Entorno:
Ramos, Inhaúma, Bonsucesso, Olaria, Engenho
da Rainha, Del Castilho, Vila Cosmos
Área de Intervenção do
Complexo:
1.813.210,04 m²
População Atual Estimada:
95.000 habitantes
Valor:
R$ 495.000.000,00 ( 75 % Governo
Federal e 25 % Governo Estadual )
7
COMUNIDADE DA ROCINHA
SUMÁRIO DE INTERVENÇÕES
6
Sistema de Abastecimento de Água
1.822 m
Sistema de Esgotamento Sanitário
2.716 m
Sistema de Drenagem Pluvial
5.000 m
Sistema Viário Carroçável
11.250m²
Sistema Viário Pedestre
3.806 m²
Sistema de Coleta de Lixo
163 unidades
Sistema de Iluminação Pública
75 postes
Fotos: José Carlos Pelosi
Principais Intervenções
Quantidade
Área construída
1
CRECHE MODELO
1 unidade
762 m²
2
CENTRO DE CONVIVÊNCIA
1 unidade
1.987 m²
3
UNIDADES HABITACIONAIS
428 unidades
18.000 m²
4
CENTRO DE INTEGRAÇÃO
1 unidade
14.470 m²
5
CENTRO INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE
1 unidade
ÁREAS DE LAZER
5.992m²
6.582 m²
PAISAGISMO
2.790 m²
REFLORESTAMENTO
70.000 m²
4
SINALIZAÇÃO
52 unidades
RELOCAÇÕES
701 unidades
PASSARELA
1 unidade
PAISAGISMO
7
300 m
2.660 árvores
PLANO INCLINADO
1 unidade
CONTENÇÕES
160 m
1.475,46 m²
8
MAPA DE
INTERVENÇÕES
Bairros do Entorno:
São Conrado, Gávea e Vidigal
Área de Intervenção:
810.000 m²
População Atual Estimada:
120.000 habitantes
Valor:
R$ 180.200.000,00 ( 75% Governo
Federal e 25% Governo Estadual)
5
4
6
2
1
7
3
6
6
9
COMPLEXO DE MANGUINHOS
Foco: Integração
! Elevação da via férrea, possibilitando a
integração das comunidades que antes eram
separadas pelos muros da Supervia.
! Sob o novo viaduto será construído um
grande parque urbano e terminal intermodal.
O projeto contempla a elevação das atuais vias
férreas implantadas ao lado da Avenida Leopoldo
Bulhões no Bairro de Manguinhos, no trecho
compreendido entre o Viaduto rodoviário da Linha
Amarela e o Viaduto ferroviário da MRS e no
remanejamento das pistas das Avenidas Leopoldo
Bulhões e Uranos.
A extensão total do trecho entre os citados
viadutos compreende aproximadamente dois
quilômetros. A finalidade básica da elevação das
linhas férreas atuais é permitir a criação, por sob
os novos viadutos ferroviários, de um parque
linear, além de promover a integração da
comunidade, hoje dividida pelas linhas férreas no
nível do terreno.
Atualmente, existem implantadas duas linhas de
trens de passageiros e uma linha de carga. Estas
linhas encontram-se sob concessão da Empresa
SuperVia.
Os novos viadutos ferroviários possuem
comprimento total de aproximadamente 1500
metros cada, incluídos os encontros. O trecho
elevado de cada viaduto possui 940 metros nas linhas de
passageiros e de carga. O viaduto 1 das linhas de passageiros é
duplo e composto por três trechos. Os trechos I e III possuem o
mesmo partido estrutural em vigas simplesmente apoiadas de
concreto protendido. Juntos aos encontros, trecho em que as linhas
de passageiros estão muito próximas e os seus greides possuem
altura inferior a 6 metros, as vigas apóiam-se em um par de pilares
únicos por linha de apoio. Após os pilares únicos segue-se um
conjunto de pórticos de concreto armado apoiando as vigas do
elevado. O trecho II compreende a nova Estação de Manguinhos.
A arquitetura dos pórticos possui formato arredondado em seus
nós e suas pernas são levemente inclinadas, formando verdadeiros
portais com altura livre de aproximadamente sete metros. É neste
trecho que se desenvolverá o parque linear.
O viaduto 2 da linha de carga é singelo e composto no caso dos pilares isolados das linhas de carga, em perfeita
em toda sua extensão por um único partido
sintonia com a forma dos pórticos que estruturam as vigas do
estrutural em vigas simplesmente apoiadas em
viaduto de passageiros.
pilares únicos, de concreto armado, porém, como
DESENHOS DAS SOLUÇÕES ADOTADAS
Ao lado, seção transversal no viaduto
de passageiros, na região fora da
plataforma de embarque. Acima,
seção transversal no viaduto de
passageiros, na região da plataforma
de embarque.
PAC EM MANGUINHOS
A maior parte dos
equipamentos sociais em
Manguinhos está sendo
construída no terreno do
antigo 1º DSup (Depósito de
Suprimentos do Exército),
com mais de 80 mil metros
quadrados, o equivalente ao
espaço ocupado pelo Estádio
do Maracanã. São 294
unidades habitacionais para
relocação, parque aquático,
escola, unidade hospitalar e
um grande núcleo de
serviços, contando com
Centro de Geração de Renda,
Centro de Atendimento
Psiquiátrico, Centro de Apoio
Jurídico, Centro de
Referência da Juventude e
Biblioteca.
Ao lado, vista aérea do 1º
DSup. Abaixo, da esquerda
para a direita: fachada e
interior da primeira unidade
habitacional de Manguinhos,
na área do 1º DSup e o
trabalho de demolição de
construções na área ocupada
da antiga Embratel. O espaço
será revitalizado e seus
moradores indenizados ou
relocados para as novas
unidades habitacionais.
Foto: Amicucci Gallo
12
Foto: Amicucci Gallo
Abaixo, fotos da escola de
ensino médio em Manguinhos,
e da torre e caixa d`água do 1º
DSup, que servirá para
abastecimento da unidade
escolar.
Foto: J.C. Pelosi
Foto: J.C. Pelosi
Foto: Amicucci Gallo
Foto: J.C. Pelosi
Foto: J.C. Pelosi
13
COMPLEXO DO ALEMÃO
Foco: Acessibilidade
UMA VISÃO DE FUTURO NO COMPLEXO DO ALEMÃO
1 - Projeção das unidades de
relocação;
2 - Projeção da Biblioteca;
3 - Projeção do Centro Cívico;
4-
1
2
3
4
15
COMUNIDADE DA ROCINHA
Foco: Saúde
A Rocinha convive com elevados índices de
analfabetismo e baixa escolaridade entre
adultos, e tem graves problemas originados
por seu grande adensamento populacional.
Em algumas áreas, essa densidade chega a
ser equivalente a 0,28 por metro quadrado,
registrando o maior índice de tuberculose de
todo o Estado do Rio de Janeiro. A meta é
reduzir o adensamento populacional,
trazendo saúde e qualidade de vida para seus
moradores.
A abertura de novas ruas e o alargamento das vias
existentes contribuirão para diminuir a insalubridade na
favela, causada pela falta de ventilação e incidência de
sol. A Rua 4, por exemplo, que hoje tem apenas um
metro de diâmetro, será ampliada para quatro metros.
Outra via a ser expandida é a Rua do Valão, que será
ligada à Rua 2, formando uma nova via de acesso à
Rocinha.
Complementando as ações focadas para a questão da
saúde, será construído um Centro
de Atendimento Integrado de Atenção à Saúde (CIAS).
Sua implantação, na localidade conhecida como “Curva
do S”, em terreno com 4.350,00 metros quadrados, tem
como objetivos levar o poder público para dentro da
comunidade, garantir aos moradores um serviço de
atendimento médico adequado e, ao mesmo tempo, se
transformar em um pólo gerador de empregos e
oportunidades para os moradores da Rocinha.
Foram definidos 2 acessos para a unidade: um acesso
principal pela Estrada da Gávea, e um acesso exclusivo
para serviço de coleta de
lixo e entrega de cargas e
utilidades pela rua Bento
Rubião, que circunda o
terreno por trás do CIEP.
Pelo acesso principal
passarão as ambulâncias
que circularão por rua
interna até o fim do lote
onde está projetada a
entrada de Emergência com
previsão para
estacionamento de 2
ambulâncias.
A Rua 4: antes e
depois.
A rua interna foi projetada
de forma a permitir a
separação do fluxo de
pessoas que se encaminham
para os consultórios da Emergência, no térreo, e para o serviço de Clínicas
Especializadas localizados no 1º andar. Foram projetados 2 elevadores
sociais e 1 de serviço com capacidade para 12 passageiros e com
dimensões compatíveis com o transporte de macas.
No pavimento térreo foi prevista a implantação de uma UPA (Unidade de
Pronto Atendimento) e das áreas de apoio a toda a unidade como Copa de
Distribuição e Refeitório, Vestiários de Funcionários, Almoxarifado,
Quartos de Plantão, Central de Gases e Depósito de Resíduos. No 1º
pavimento foi projetado um Centro de Diagnóstico por Imagem, uma
Policlínica com 12 consultórios, uma Unidade de Fisioterapia e um Centro
Cirúrgico Ambulatorial, além da Central de Material Esterilizado. No 3º
pavimento foram localizadas as áreas de administração, arquivo médico e
um pequeno auditório destinado a reuniões com o público interno.
A estimativa é que o número de atendimentos/dia em todas as áreas do
CIAS possa chegar a 1500 pacientes, desafogando a emergência do
Hospital Miguel Couto.
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EQUIPAMENTOS SOCIAIS
Para promover a inclusão social das famílias
residentes nessa região socialmente crítica, foi
definida uma área chamada de Exemplar, por
apresentar características topográficas,
socioeconômicas e de edificação típicas da Rocinha.
Na área exemplar, serão edificados os equipamentos
sociais que trarão nova qualidade de vida e
aumentarão o Índice de Desenvolvimento Humano
da Rocinha. Além do CIAS, serão connstruídos:
Centros Culturais e de convivência trazendo uma nova
perspectiva cultural e de cidadania.
Uma Creche Modelo proporcionando o atendimento e
ensino necessários a esse segmento da Educação Infantil.
Além do serviço usual de creche, oferecerá apoio às outras
creches da comunidade e cursos de aperfeiçoamento.
Construção de 428 unidades habitacionais para relocação
dos moradores provenientes da liberação dos talvegues e
outras áreas de necessidade.
Um elevador em Plano Inclinado trará um deslocamento
com qualidade e conforto dos moradores às partes altas
da Rocinha. Além de melhorar a acessibilidade, ele será
interligado a uma nova via – a VIA SUL – que servirá como
importante delimitadora de áreas da Rocinha, impedindo
sua expansão.
Um grande complexo esportivo será criado. Ele será ligado
à comunidade por passarela construída sobre a AutoEstrada Lagoa-Barra, em projeto de Oscar Niemeyer.
Gentilmente, o arquiteto fez questão de doar o projeto
como “um presente aos moradores da Rocinha”.
Acima, da esquerda para a direita: Demolição da passarela antiga. Desvio do valão e perfuração para a fundação do complexo
esportivo.
17
ALTA TECNOLOGIA
Nesta página, apenas parte da alta tecnologia
empregada nas obras do PAC
TIREFORNADIRA
Geismar
Equipamento usado na linha férrea de Manguinhos
! Sua produção é de fixação de apoio dos trilhos na razão de
oito dormentes por hora;
! Motor de 10 HP, à gasolina;
! Trabalha em conjunto com a FURADEIRA DE DORMENTES
(mesmo fabricante).
ENERGIA SOLAR
Estudos com o Programa Estadual de
Racionalização do Uso de Energia
(Proren) para a instalação de
coletores solares visando a geração
de energia para 416 casas a serem
construídas em Manguinhos.
PERFURATRIZ Hidráulica
HR 180
Há duas em operação: uma em Manguinhos e
outra na Rocinha
! Permite o trabalho de fundação de seis
apartamentos em apenas dois dias;
! Perfura a uma profundidade de 25 metros,
injetando concreto;
! Resta apenas entrar com a armação de ferro.
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OS PRIMEIROS TRABALHADORES CONTRATADOS
José Carlos Pelosi
Complexo do Alemão
Rogéria Vilela de Mello, 32 anos. Casada, dois filhos (11 e 8 anos). Reside em
Nova Brasília. Já trabalhou como caixa, auxiliar de enfermagem, auxiliar
administrativa, vendedora.
Resolveu fazer o curso de pintura. Morava em Belford Roxo. Foi para Nova
Brasília porque o marido morava lá, “em casa própria (na verdade, uma simples
declaração do vendedor)”. Tem fé no projeto... “Violência tem em todo lugar”,
diz. Salário de R$ 590,00 pelo consórcio Rio Melhor + direitos. Há tempos não
tinha carteira assinada. O esposo ganha R$ 700,00. Rogéria passa a contribuir
com quase 50% da renda familiar.
Israel Orión da Silva, 20 anos. Salário pelo Consórcio Rio
Melhor: R$ 655,00. Primeiro emprego de carteira assinada.
Quer tirar a imagem de violência do morro. Já trabalhou
como office-boy, jardineiro. Foi discriminado quando
procurava emprego por morar no Complexo do Alemão.
Pai + mãe = renda de R$ 1.000,00. Ele passa a contribuir
com mais de um terço da renda familiar.
José Carlos Pelosi
Comunidade da Rocinha
Lucimar Mesquita de Souza, 35 anos. Copeira, salário de R$
551,00. Mora na Rua 2, com o marido e dois filhos. Passa a
contribuir com quase 50% da renda familiar. O marido é
mecânico, com salário de R$ 750,00.
“Estava desempregada. Fui chamada, fiquei
muito feliz. Agora posso ajudar meu esposo
que bancava sozinho o aluguel de R$ 250,00”
Amicucci Gallo
Jair Piedade Mariano, 54 anos. Carpinteiro, salário de R$
750,00. Mora na Rua 2. Passa a contribuir com mais da metade
da renda familiar. Estava desempregado há três anos. Fazia
biscates. A companheira ganha R$ 430,00. Tem três filhos.
“É muito bom saber que agora posso contar
com um salário certinho para sustentar meus
filhos”
Amicucci Gallo
Complexo de Manguinhos
O PAC também é das mulheres
Umas das três primeiras contratadas para as intervenções
do PAC em Manguinhos, Ana Cristina Costa da Silva, 37
anos, mostrava sua satisfação com o novo emprego de
auxiliar de limpeza, durante o início das obras no DSup.
Desempregada e mãe de seis filhos, Ana Cristina
sustentava a família catando latinhas e papelão. Hoje,
ganha um salário de R$ 591,00.
“Sinto-me muito feliz por ter sido chamada
para o PAC. Pela primeira vez na vida tenho
um trabalho com carteira assinada”
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O PAC E A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA
A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), em
parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ) e o
Instituto de Estudos do Trabalho e da Sociedade (Iets)
entregou ao Governo do Estado um Plano de
Dinamização Econômica para as comunidades carentes
atendidas pelo PAC.
O plano contempla diferentes ações destinadas a
incentivar a entrada de micro e pequenos
empreendedores no mercado formal, a oferecer
condições para a promoção e o crescimento dos
negócios já formalizados e a atração de empresas de
médio e grande portes para o entorno das áreas
atendidas pelo PAC.
O vice-governador e Secretário de Estado de Obras, Luiz Fernando Pezão,
lembra que “não basta realizar as obras do PAC sem criar condições para o
desenvolvimento sócio-econômico das comunidades carentes. Com esse
objetivo, o governador Sérgio Cabral instituiu um grupo de trabalho,
coordenado pela Casa Civil. O grupo vai preparar um projeto de lei
propondo facilidades fiscais e tributárias para a legalização das micro e
pequenas empresas existentes nessas comunidades e para atrair grandes
e médios empreendimentos comerciais e industriais para essas áreas,
gerando emprego e renda.
A POESI
A principal área de edificações das obras do PAC no
Complexo do Alemão fica no terreno onde funcionava a
fábrica da Poesi, na Estrada do Itararé, em Ramos. É lá
que serão construídos uma escola de ensino médio, um
Centro de Referência da Juventude e 360 unidades de
relocação, além de um Centro Integrado de Atenção à
Saúde - CIAS, que oferecerá atendimento de
emergência, policlínica e centros odontológico e de
imagem.
O terreno da Poesi, com aproximadamente 80 mil
metros quadrados, estava abandonado e sofria
invasões constantes. A mão-de-obra local era
comumente utilizada pelas empresas; na Poesi,
especializada na confecção de lingeries, mulheres
aprendiam a profissão de costureira. Mas diversas
fábricas foram desativadas com o passar dos anos, o que gerou invasões e
moradias irregulares. O prédio da Poesi também sofreu saques e chegou a
ser usado como abrigo de traficantes.
As intervenções urbanísticas através do PAC irão proporcionar à região – o
complexo está situado nos bairros de Ramos, Penha, Inhaúma,
Bonsucesso, Olaria, Engenho da Rainha, Del Castilho e Vila Cosmos – uma
grande reativação econômica.
PRONASCI INOVA NO
COMBATE AO CRIME
Desenvolvido pelo Ministério da Justiça, o Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) marca o início de uma
iniciativa inédita no combate à criminalidade no país. O diferencial do
projeto está na articulação de políticas de segurança pública com ações
sociais e no ataque às causas da violência e não apenas às suas
conseqüências.
Aqui no Rio, o Ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou a implantação
de um ambicioso projeto de ocupação política e social que começará
pelas favelas do Complexo do Alemão. Serão instaladas 25 delegacias de
policiamento comunitário no complexo.
Em entrevista, rerspondendo à pergunta sobre qual será a função dessas
delegacias, disse o ministro:
_ Elas fazem parte de um programa de ocupação de médio e longo
prazos. Queremos evitar as operações em que a polícia entra e sai de
espaços conflagrados. As delegacias vão permitir a implantação de
programas de integração social dos jovens. Queremos buscar os jovens
que estão prestes a entrar para o crime. Eles receberão uma bolsa de R$
100 para participarem de programas educacionais, culturais e de
formação para o trabalho. A grande diferença do Pronasci é não tratar
segurança pública apenas como uma questão policial.
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PAC INVESTE NA
REABILITAÇÃO
DE PRESOS
Nove milhões de tijolos produzidos com mão-deobra carcerária serão usados na construção das
fachadas das unidades habitacionais dos Complexos
de Alemão e Manguinhos, através do PAC. Um
convênio entre a Fundação Santa Cabrini – órgão
ligado à Secretaria de Estado de Administração
Penitenciária – e os consórcios “Rio Melhor” e
“Manguinhos” (que reúnem as seis empresas
responsáveis pelas obras nas duas comunidades)
está permitindo o aproveitamento da capacidade
laboriosa dos internos.
Os tijolos são compostos de saibro, cimento e cal e,
graças ao processo utilizado, as peças são
encaixadas umas nas outras, dispensando o uso de
argamassa e qualquer acabamento.
Cerca de 20 mil tijolos são fabricados diariamente
por cem homens, na Fábrica de Tijolos do Complexo
Esmeraldino Bandeira, para atender a demanda do
PAC. Os detentos são capacitados pela Coppe/ UFRJ,
criadora da técnica.
MEDIÇÃO SOCIAL
Intervenções físicas (obras) de grande porte em
assentamentos precários devem ser aproveitadas como
oportunidade única para a transformação da realidade
do Território e seus Cidadãos, promovendo a melhoria
da qualidade de vida dos mesmos. A intervenção física
normalmente está focada na melhoria de acesso,
mobilidade e integração do Território, criando a
oportunidade para a mobilização da comunidade em
torno de objetivos comuns de geração de trabalho e
renda (crescimento econômico) e melhoria de
qualidade de vida. A baixa qualidade das informações
existentes (quantitativas e qualitativas) e as estruturas
ilegítimas/duvidosas de poder e representação
dificultam o planejamento e a implantação de políticas
públicas efetivas, tornando fundamentais o censo
comunitário e a construção de instrumentos de gestão
compartilhada que permitam o diálogo social e o
planejamento eficaz do desenvolvimento sustentável
da comunidade. O baixo nível de renda e de
oportunidades de trabalho faz com que o vetor
“crescimento sócio-econômico” seja o foco do processo
de planejamento.
O Trabalho Social tem como objetivo geral transformar
Intervenções Físicas de Urbanização (Obra –
Transformação do Território) em processos de
Desenvolvimento Sustentável (Crescimento econômico
com distribuição de benefícios e sustentação de
recursos sob gestão democrática – Transformação do
Território + Transformação das Pessoas).
acesso, mobilidade e integração, serviços de qualidade ao Cidadão (com
aproveitamento da mão de obra local) e regularização fundiária através da
identificação de demandas e articulação com o Poder Público e
concessionárias;
- Promover a sustentabilidade dos recursos através de educação sanitária
e ambiental;
- Promover a gestão democrática (participação) através da mobilização,
comunicação e criação de instâncias de gestão, compartilhada ao processo
de planejamento e implantação da transformação.
A proposta para condução desta etapa do trabalho está de acordo com
uma metodologia de Planejamento Participativo de Desenvolvimento
Sustentável abaixo apresentada em forma esquemática.
A previsão de duração será de 42 meses, sendo 36 meses de obras e 06
meses de etapa pós obra em que este continuará no território avaliando o
trabalho e transferindo a gestão para a própria comunidade.
De acordo com o esquema apresentado, este trabalho está sendo
implementado por 3 empresas que foram contratadas pelos Consórcios, a
saber: Listen para o Censo, Agência 21 para a realização do trabalho social
em si e MPU para etapa de Regularização Fundiária.
A supervisão geral do trabalho social está sendo feita através do EGP-RIOCasa Civil com a coordenação local da Secretaria de Assistência Social e
Direitos Humanos.
O desembolso das etapas- medição social é feito mensalmente e em
conjunto com a medição das obras.
A cada mês, as empresas que estão desenvolvendo os trabalhos
encaminham sob a forma de relatórios de avanço os produtos (resultados)
do que foi realizado no mês.
Este documento é analisado por técnicos sociais e encaminhado para
medição através da Seobras.
O Trabalho Social tem como objetivos específicos:
- Promover o crescimento econômico (inclusão sócioprodutiva) através da identificação de ativos e vocações
da comunidade, fomento ao desenvolvimento de
Na Gidur-CEF existe um setor que analisa especificamente o
arranjos produtivos locais e capacitação para o trabalho desenvolvimento da proposta do trabalho social apresentada.
e em empreendedorismo;
- Promover a distribuição de benefícios relacionados a
FASE S
ORGANIZAÇÃO
E ENTRADA NO
TERRITÓRIO
CONHECIMENTO
ESTRATÉGICO
VISÃO DE
FUTURO
PLANO DE
AÇÕES
IMPLANTAÇÃO
TRANSFERÊNCIA
DE GESTÃO DO
P ROCESSO
COMPARTILHAMENTO
DO PROCESSO
DESENVOLVIMENTO/INCLUSÃO
SOCIO-ECONOMICO-AMBIENTAL
VETORES
CRESCIMENTO
ECONÔMICO
COM
C enso Com unitário:
-
Organizações Soc iais
- Pontos Fortes e Frac os
- Oportunidades e Ameaças
E
SUSTENTAÇÃO
DE RECURSOS
GESTÃO
DEMOCRÁTICA
Empresarial
Diagnóstico:
DISTRIBUIÇÃO
DE BENEFICIOS
SOB
Domiciliar
Visão C omp artilhad a do Futuro
Tem as:
-
Bas e Produtiva, Capacitação e
S erviços à Produção
-
Saúde, Educação, Habitação e
Infra-es trut ura
-
Instrumentação:
- Mapa de Projetos Prioritários
- Indicadores de Performance
- Grupos de Trabalho
- Mapeamento de Parceiros
- Avaliação e Acompanhament o
Saneamento, Lixo e Educação
Orien tação:
P lano de Ações:
- A tivos e Voc ações
- C arências e Demandas
-
Ações/Projet os
Prioriz ação
Mobilização /Organização:
Mobilização/ Organização :
Mo bilização/Org anização:
-
- Fóruns dos segment os
- Conselho e A ssociação
- Fóruns dos segmentos e Geral
- Conselho e Associação
Diferenciação int erna Territ orial
Representação/Lideranças
e Geral
Fóruns dos segmentos
Capacitação :
C apacitação:
C apacitação:
- Diálogo Inter-setorial
-
- Ges tão de Projet os
Planejamento de Negócios
21
ÍCARO MORENO JÚNIOR
José Carlos Pelosi
ENTREVISTA
ImPACto - Qual o primeiro momento em que a EMOP
foi chamada a participar diretamente da execução das
obras do PAC e qual é a missão da empresa nesse
contexto?
Ícaro - Foi após as eleições, antes de o Sérgio Cabral
assumir o governo do Estado. Ele me chamou para ser
presidente da EMOP e disse que, na empresa, iríamos
trabalhar com urbanização de favelas. O papel da
EMOP nesse processo é, juntamente com a Secretaria
de Estado de Obras, gerenciar e fiscalizar as obras do
PAC, ou seja, fazer com que os projetos saiam do papel
e se tornem realidade.
ImPACto - Como a engenharia pode contribuir para a
redução das desigualdades?
Ícaro - A engenharia, cada vez mais, trabalha nessa
linha. Tanto que as instruções técnicas do PAC,
elaboradas pelo Ministério das Cidades, definem de
forma bem clara os dois pesos do projeto: a obra física
integrada ao trabalho social. A sociedade já percebeu
que não adianta apenas construir escolas, creches,
hospitais e casas sem a população estar envolvida. É
necessário trabalhar com a educação socioambiental,
modificando a cultura e gerando oportunidades. E os
engenheiros estão participando ativamente desse
processo.
“Vamos mostrar ao país que uma
transformação desse porte pode ser feita.
É um modelo inovador que certamente
será seguido”
ImPACto - Como será feito o acompanhamento das
obras para que elas sejam entregues no prazo previsto
– agosto de 2010 – e na qualidade exigida?
Ícaro - A EMOP, junto com a Secretaria de Obras, está
trabalhando muito nessa questão, pois os prazos
devem ser respeitados. Para isso, contamos com uma
equipe de fiscalização, além da consultoria da
Concremat, para fazer um controle rigoroso dos prazos,
de custos adequados e da qualidade dos serviços.
Reuniões semanais são realizadas com os consórcios e
com os demais atores envolvidos nas obras de cada
comunidade, para que possamos manter um discurso
afinado. Mas por melhor que seja a relação entre os
órgãos de governo e os empreiteiros, sabemos que os
objetivos são diferentes: o lucro dos empresários é
financeiro; o lucro dos administradores públicos é
social.
ImPACto - Haverá o cuidado de se aferir a evolução
dos IDHs dessas comunidades?
Ícaro - Sim. No final do programa, teremos uma
avaliação para comparar os números conquistados com
os atuais. Todo o trabalho que estamos realizando tem
um só objetivo: melhorar a qualidade de vida daquelas
comunidades. É um resgate social. É inadmissível que o
Complexo do Alemão não tenha uma única escola
“Por que muitos têm praticamente tudo e eles não
têm praticamente nada? A sociedade quer que esse
desequilíbrio diminua. O Estado tem que se mostrar
presente para aqueles que tiveram menos
oportunidades”
pública, ou que, no Complexo de
Manguinhos, haja uma ou duas
escolas, nenhuma de ensino
médio. Também é inaceitável não
haver hospitais nessas
comunidades. Estamos falando de
120 mil, 80 mil e 50 mil pessoas
[populações estimadas de
Rocinha, Alemão e Manguinhos,
respectivamente] sem terem
oportunidades. Então é uma
história que estamos começando a
resgatar, através de intervenções
consideráveis. O Favela-Bairro foi
pioneiro nesse processo e o PAC
agora vem complementando e
ampliando o programa, trazendo
cidadania, acessibilidade e
melhorias ambientais.
ImPACto - Pode-se dizer que os
Planos de Intervenções Urbanas
através do PAC, em comunidades
pobres do Rio de Janeiro,
emplacou antes mesmo de ter
começado? Afinal, já há inclusive
interesse de organismos
internacionais de financiar um
PAC2. Ele vai existir mesmo?
Ícaro - Já podemos dizer que o PAC
emplacou, porque todos querem
melhorias, não só as comunidades
beneficiadas diretamente pelo
programa, mas também a
população em geral. Por que
muitos têm praticamente tudo e
22
eles não têm praticamente nada?
A sociedade quer que esse
desequilíbrio diminua. Somos
todos seres humanos, nascemos
no mesmo local. O Estado tem que
se mostrar presente para aqueles
que tiveram menos
oportunidades. E organismos
internacionais já demonstraram
interesse de colaborar com novos
projetos, conforme foi feito no
Favela-Bairro, financiado pelo BID
(Banco Interamericano de
Desenvolvimento).
ImPACto - Qual é a visão de
futuro que o senhor tem do Rio
de Janeiro com a conclusão das
obras?
Ícaro - A conclusão das obras vai
mostrar a quebra de dois
paradigmas. O paradigma da
acessibilidade, como no caso do
Complexo do Alemão, que ganhará
um sistema de teleférico integrado
à linha ferroviária, possibilitando o
transporte de 30 mil pessoas por
dia. E a questão da integração,
como a elevação da linha férrea,
em Manguinhos, derrubando os
muros que dividem os bairros.
Vamos mostrar ao país que uma
transformação desse porte pode
ser feita. É um modelo inovador
que certamente será seguido.
SEMINÁRIO DEBATERÁ AVANÇO DAS
OBRAS DO PAC NO RIO
Empresas de engenharia mostram as inovações e desafios da
engenharia nas áreas de saneamento, urbanização e logística
Os impactos sociais das obras do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC), bem como os desafios técnicos e as
inovações na área de engenharia, serão os temas do
Seminário “ImPACto Rio: Um Choque de Obras e Avanço
Social no Estado do Rio de Janeiro”, que o Clube de
Engenharia realiza entre os dias 11 e 13 de novembro, em
sua sede, com apoio e participação dos governos federal e
estadual, além das empresas executoras do PAC e da Caixa
Econômica Federal (CEF).
O objetivo é reunir representantes do governo,
autoridades públicas e privadas, empresários e
profissionais de engenharia de diversas áreas, para
debater os projetos do que tem como prioridade levar
políticas públicas à sociedade gerando significativo avanço
social, além de atender antigas demandas estruturais nas
áreas de saneamento, logística e urbanismo no Rio de
Janeiro.
O Seminário “ImPACto Rio: Um Choque de Obras e
Avanço Social no Estado do Rio de Janeiro” vai reunir
ainda as empresas executoras do PAC Rio. Os três temas
centrais envolvem todas as áreas de influência do
Programa no Estado, tais como a Urbanização de Favelas;
PAC Saneamento Ambiental – Rumo à Universalização dos
Serviços (Água, esgoto e drenagem no interior do Estado e
Região Metropolitana) e PAC Logística e Transportes no
Estado do Rio (Arco Rodoviário e dragagem do Porto de
Itaguaí).
Segundo o presidente do Clube de Engenharia, Heloi
Moreira, a entidade que dirige foi criada com um objetivo
bastante claro: constituir uma casa, envolvendo
empresários e engenheiros, para discutir questões
técnicas dos diversos ramos da engenharia e da
arquitetura.
– Ao realizarmos este Seminário, entendemos que
estamos, mais uma vez, cumprindo nosso papel de
discutir as questões técnicas para que as decisões políticas
sejam as melhores do ponto de vista social, econômico e
tecnológico.
Horário das palestras: de 14h às 18h
Local: Clube de Engenharia (Av. Rio Branco, 124, Centro). Telefone (21) 2178-9200
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Produção: Assessoria de Comunicação Social da EMOP
Projeto Gráfico: Edmar Moreira / Jornalista Responsável: José Carlos Pelosi - MTB: 12957/57/82v
Versão Web: George Fonseca
SECRETARIA DE OBRAS