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– I CURSO DE CAPACITAÇÃO – IDENTIFICAÇÃO DE CARVÃO VEGETAL Thaís Alves Pereira Gonçalves, Martha Andreia Brand, Silvana Nisgoski, Ramiro Faria França, Graciela Inês Bolzón de Muñiz Junho 2013 CONTEÚDO APRESENTAÇÃO........................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1 CARBONIZAÇÃO & MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS ........................................... 3 ANATOMIA DO CARVÃO ............................................................................................ 6 CARACTERIZAÇÃO ANATOMICA DOS CARVÕES .............................................. 19 Pinus taeda L. – PINHEIRO ...................................................................................... 19 Eucalyptus benthamii Maiden & Cambage – EUCALIPTO ...................................... 20 Mimosa scabrella Benth. – BRACATINGA .............................................................. 21 Acacia mearnsii De Willd. – ACÁCIA NEGRA ....................................................... 22 Cecropia glaziovii Snethl. – EMBAÚBA................................................................... 23 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. – SECA LIGEIRO ...................................... 24 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin – JACATIRÃO ............................................ 25 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 26 APRESENTAÇÃO O presente curso é destinado aos profissionais da área do meio ambiente que trabalhem com fiscalização. Considerando que o Brasil é o maior produtor mundial de carvão vegetal – especialmente para a indústria siderúrgica, mas também para o uso doméstico – há a necessidade iminente de conciliar a cadeia produtiva de carvão vegetal com a Conservação da Natureza e redução do desmatamento ilegal. Deste modo, a fiscalização de carvão vegetal é uma atividade fundamental para a sustentabilidade da sua cadeia produtiva. Neste processo, a anatomia da madeira pode se tornar uma grande aliada. Isto é devido à estrutura da madeira se manter no carvão. Contudo, há a necessidade de treinar a acuidade visual dos fiscais para as características que se perdem e são homogeneizadas no carvão. Assim, visamos fornecer noções básicas de anatomia do carvão para facilitar o processo de fiscalização e evitar fraudes. INTRODUÇÃO O carvão vegetal é um dos principais produtos do setor florestal nacional e o Brasil é líder na produção mundial (FAO, 2012). Este biocombustível é muito importante na matriz energética brasileira e quase 90% da produção vai para a indústria siderúrgica (Brasil, 2012). Quando o carvão vegetal é produzido a partir de florestas plantadas, gera um amplo aspecto positivo, pois apresenta saldo positivo de créditos de carbonos e é uma produção politicamente correta (ABRAF, 2012). Por outro lado, os principais aspectos negativos são: (i) trabalhadores não especializados, incluindo crianças, muitas vezes trabalhando em condições análogas à escravidão, e (ii) o corte ilegal de florestas nativas (Carneiro, 2008; IOS, 2011). Abordar sobre o tema carvão vegetal é necessário que se conheça o produto que o resultou, ou seja, a madeira. Existem várias definições para madeira: (i) é o resultado de um meristema complexo – o câmbio1 – composto por dois sistemas, o axial (vertical) 1 É uma camada única de células, localizada entre a casca e o tronco, responsável pela formação de casca para fora e madeira para dentro. Essa formação se dá através de divisões mitóticas das células iniciais e diferenciação nas células derivadas 1 e o radial (horizontal), tendo uma grande variedade de componentes celulares (Evert, 2006); (ii) é uma estrutura biológica complexa, formada por diversas substâncias químicas e tipos celulares que atuam em conjunto para atender as necessidades das árvores (Forest Products Laboratory, 2010); (iii) é um produto criado pelo homem, não um produto a mais, um produto qualquer, é simplesmente o mais genial e o mais antigo produto vegetal que o homem utilizou desde que passava as noites dentro das cavernas (Mady, 2000). Em se tratando da anatomia, originalmente derivada do grego (anatomé) e adaptada para o latim (anatomia), é uma ciência que trata da forma e da estrutura dos seres organizados, destinando-se ao estudo de várias células, tanto no aspecto da relação com a atividade biológica do vegetal como nas suas peculiaridades. E a anatomia da madeira pode ser definida como o ramo da ciência que estuda as plantas que desenvolvem crescimento secundário, procurando conhecer o arranjo estrutural das diversas células que constituem o xilema secundário (lenho, madeira). A análise anatômica do carvão (antracologia) só é possível porque a estrutura anatômica do lenho se mantém após a carbonização, permitindo a determinação taxonômica (Prior & Gasson, 1993; Kim & Hanna, 2006). A Antracologia também pode ser definida como uma ciência multidisciplinar que tem por princípio a análise e identificação de carvões com base na anatomia da madeira. Esta ciência, tradicionalmente, visa obter dados paleoecológicos e paleoetnobotânicos que contribuem com diversas áreas do conhecimento, em especial a Arqueologia, a Paleoecologia, a Geologia e a Paleobotânica (Scheel et al. 1996). No Brasil, os estudos antracológicos também são aplicados para a abordagem conservacionista e tecnológica, como identificação de espécies de procedência irregular e qualidade do carvão, podendo contribuir para estudos de carvões da mesma forma que a anatomia da madeira contribui para diversas áreas. Embora ainda não seja amplamente divulgada, a análise para identificação de espécies a partir de material carbonizado é bastante antiga (Heer, 1865; Prejawa, 1896). O método utilizado no passado para a confecção e análise de lâminas finas de material carbonizado era muito lento e de difícil obtenção. Somente com o advento de uma metodologia mais simples, baseada no uso da microscopia de luz refletida, na década de 1960 (Vernet, 1973), tornou-se possível a multiplicação das análises antracológicas. No Brasil, a antracologia se iniciou apenas no final da década de 90 (Scheel et al., 1996; Scheel, 1998). 2 Os trabalhos em antracologia têm se multiplicado nas últimas décadas, principalmente com a finalidade a reconstituição paleoecológica. A maior parte dos estudos foi realizada em regiões temperadas da Europa e do Mediterrâneo. No Brasil os estudos antracológicos possuem principalmente a abordagem paleoecológica e paleoetnobotância, além de ser realizada a caracterização anatômica de carvões (Gonçalves, 2006, 2010; Scheel-Ybert et al. 2006). O Brasil é pioneiro no direcionamento da antracologia para a fiscalização de carvões. Este direcionamento só existe no país devido à importância econômica da comercialização de carvão vegetal e o seu forte impacto sob a vegetação nativa. A melhoria na fiscalização de carvão vegetal no país pode contribuir como uma forma de controle da comercialização de espécies florestais, visando à conservação e sustentabilidade de biomas brasileiros. CARBONIZAÇÃO & MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS A formação do carvão ocorre a partir do aquecimento do lenho e pode ser de duas formas, na (Braadbart & Poole, 2008): (i) presença de oxigênio ocorre o processo de queima, no qual as substâncias voláteis liberadas pelo aquecimento se inflamam, produzindo chamas; o processo de combustão pode prosseguir até a formação de cinzas, contudo, se a combustão for incompleta haverá produção de carvão; (ii) ausência de oxigênio, as substâncias voláteis também serão liberadas pelo aquecimento, contudo não haverá formação de chamas, e o processo de carbonização resulta diretamente na formação de carvão. 3 Neste processo de formação, há basicamente 5 etapas: Figura 1: Processo de formação do carvão (Penedo, 1982). Há três tipos de modificações iniciais com o aumento da temperatura (Braadbart & Poole, 2008): A. Escurecimento da madeira, que ao final do processo se torna negra; B. Físicas – consideráveis perdas de massa, contração, possíveis distorções anatômicas resultantes da carbonização e perda de muitas substâncias voláteis; C. Químicas – conversões contínuas e graduais dos três principais componentes químicos da madeira (celulose, hemicelulose e lignina) no predomínio de moléculas aromáticas, formando um produto novo, rico em carbono e quimicamente distinto. No processo de transformação da madeira em carvão, as principais modificações estruturais são: 1ª - Perda de massa – depende da espécie e do sistema de carbonização2 e pode variar de 47-85%; 2 O sistema de carbonização depende do tipo de forno, taxa de aquecimento e temperatura final em que o material é submetido. 4 2ª - Contração – geralmente é maior no sentido tangencial (24,6-35,7%), seguido pelo radial (15,4-29,1%) e longitudinal (11,4-18,5%); 3ª - Parede celular – quando há a formação do carvão há a homogeneização das camadas (S1, S2, S3), elas se tornam indistintas e há a formação de uma só camada, assim, diferente da madeira onde se mede as dimensões de acordo com a parede celular, as medições no carvão são feitas de acordo com o diâmetro do lume celular; 4ª - Vasos – as alterações são dependentes da espécie e do sistema de carbonização, em alguns casos haverá redução do diâmetro do lume do vaso, em outras há o aumento ou nenhuma variação (permanecendo tal como é na madeira); 5ª - Raios – idem aos vasos; 6ª - Possíveis deformações – fendas de retração (rupturas) comumente no sentido radial, mas também nos outros sentidos; achatamento radial dos vasos; alteração no arranjo diagonal/tangencial dos vasos; entre outras. Diversos trabalhos avaliaram as modificações estruturais decorrentes do processo de carbonização, carvões obtidos a diferentes temperaturas, com ênfase numa abordagem tecnológica, ou ênfase em estudos arqueológicos e/ou paleoambientais, ou com a finalidade de analisar as modificações estruturais para fornecer subsídios em vários direcionamentos da análise antracológica, como o conservacionista e o tecnológico (Gonçalves, 2010). De uma forma geral, a carbonização nas temperaturas entre 400ºC e 500ºC resultou na manutenção de caracteres morfo-anatômicos semelhantes ao lenho, com as superfícies do carvão apresentando estruturas bem distintas (Prior & Gasson, 1993; Kim & Hanna, 2006; Gonçalves, 2010). Assim sendo, confirma-se a manutenção de diversas características da estrutura original do lenho no carvão, sendo suficientes para as análises antracológicas, com a identificação de espécies carbonizadas de origem desconhecida, em especial para a fiscalização e controle da atividade de produção e comercialização de carvão vegetal. 5 ANATOMIA DO CARVÃO Na observação macroscópica de madeira há uma série de caracteres para identificação, contudo, no carvão muitos desses caracteres tornam-se imperceptíveis devido à carbonização. Tabela 1: Quadro comparativo entre análise macroscópica de madeira e carvão. Caracteres Organolépticos Anatômicos Macroscópicos Madeira Carvão Cor do cerne X Gosto X Odor X Grã 3 Textura Brilho 4 Densidade X5 Camadas de crescimento Visibilidade dos vasos Diâmetro tangencial dos vasos Frequência dos vasos Porosidade Arranjo dos vasos Obstrução dos vasos Agrupamento dos vasos Parênquima axial Raios Variações cambiais 3 A análise devida da grã depende do tamanho da amostra, normalmente conseguimos uma superfície pequena de observação nos fragmentos de carvões não possibilitando uma análise devida da grã. 4 Muitas espécies apresentam o fenômeno da “vitrificação” – é quando a homogeneização das paredes celulares causa um aspecto espelhado na amostra. Esse fenômeno ainda não foi completamente explicado e acontece de forma irregular. Portanto o brilho é uma característica que deve ser usada com cautela. 5 Desaconselhamos fortemente o uso desse caractere, pois devido ao tipo de forno, tempo e sistema de carbonização há elevada variação da densidade dentro de uma mesma espécie. 6 TEXTURA Com relação às propriedades organolépticas, a textura é a única característica que consideramos efetiva para análise de carvões. Assim como na madeira, ela pode ser definida pela tabela abaixo. Tabela 2: Tipos de textura, sua descrição e exemplos de madeiras onde podem ser encontradas (Botosso, 2009). 7 CAMADAS DE CRESCIMENTO 1. Ausentes ou indistintas Figura 2: Ilex paraguariensis (Gonçalves, 2006); Aspidosperma polyneuron (Gonçalves, 2006). 2. Distintas – podem ser demarcadas por: i. Zonas fibrosas Figura 3: Weinmannia trichosperma (IAWA, 1989); Didymopanax vinosum (Gonçalves, 2006) 8 ii. Diferença bem delimitada entre o tamanho dos vasos, como nos caso dos anéis porosos e semi-porosos Figura 4: Kalopanax pictus; Paulownia tomentosa (IAWA, 1989) iii. Parênquima marginal Figura 5: Qualea grandiflora (Marcati, 2006) iv. Ver Carlquist (1988) para outros tipos de marcadores das camadas de crescimentos e/ou possíveis combinações entre eles. 9 VASOS A. Visibilidade – classificados em distintos: (i) a olho nu; (ii) apenas sob lente (10x); (iii) indistintos mesmo sob lente (em plantas de pequeno porte e normalmente no caso das Gimnospermas – pinheiros, devido à ausência de vasos e presença das traqueídes). B. Diâmetro tangencial – podem ser: (i) pequenos <100μm (Aspidosperma polyneuron, peroba-rosa); (ii) médios 100-200μm (Swietenia macrophylla, mogno); (iii) grandes > 200μm (Ceiba pentandra, sumaúma). C. Frequência – as classes mais usadas são: (i) muito poucos <5 vasos/mm²; (ii) poucos 5-20 vasos/mm²; (iii) numerosos 20-40 vasos/mm²; (iv) muito numerosos > 40 vasos/mm². D. Porosidade i. Anel Poroso Figura 6: Catalpa bignonioides (Inside Woods, 2013) ii. Anel Semi-Poroso Figura 7: Paulownia tomentosa (IAWA, 1989) 10 iii. Difusa Figura 8: Rhododendron wadanum (IAWA, 1989) D. Arranjo i. Bandas Tangenciais Figura 9: Cardwellia sublimis (IAWA, 1989) ii. Padrão diagonal e/ou radial Figura 10: Calophyllum papuanum; Lithocarpus edulis; Amyris sylvatica (IAWA, 1989) 11 iii. Padrão dendrítico Figura 11: Rhamnus cathartica; Rhus aromatica (IAWA, 1989) iv. Disperso Figura 12: Dialium platysepalum; Fagus sylvatica (Inside Woods, 2013) E. Obstrução – tiloses Figura 13: Qualea grandiflora (Gonçalves, 2010) 12 F. Agrupamento i. Exclusivamente solitários Figura 14: Myrtaceae; Celastraceae (Scheel-Ybert et al., 2002) ii. Múltiplos Figura 15: Drypetes gerrardii (IAWA, 1989) PARÊNQUIMA AXIAL – Ausente ou indistinto Figura 16: Zenid & Ceccantini (2007); Astronium graveolens (Scheel-Ybert et al., 2002); Didymopanax vinosum (Gonçalves, 2006). 13 PARÊNQUIMA AXIAL – Difuso Figura 17: Zenid & Ceccantini (2007); Astronium graveolens (Gonçalves, 2006) – Difuso em agregados Figura 18: Zenid & Ceccantini (2007); Hancornia speciosa (Gonçalves, 2006) – Escasso Figura 19: Zenid & Ceccantini (2007); Scheel-Ybert et al. (2002) 14 PARÊNQUIMA AXIAL – Vasicêntrico Figura 20: Zenid & Ceccantini (2007); Scheel-Ybert & Gonçalves (2011) – Losangular Figura 21: Zenid & Ceccantini (2007); Scheel-Ybert & Gonçalves (2011) – Linear Figura 22: Zenid & Ceccantini (2007); Machaerium sp (Scheel-Ybert et al., 2002) 15 PARÊNQUIMA AXIAL – Confluente Figura 23: Zenid & Ceccantini (2007); Tabebuia chrysotricha (Scheel-Ybert et al., 2002) – Unilateral Figura 24: Zenid & Ceccantini (2007); IAWA (1989) – Em linhas (até 3 células de largura) Figura 25: Zenid & Ceccantini (2007); Xylopia brasiliensis (Gonçalves, 2006) 16 PARÊNQUIMA AXIAL – Em faixas (acima de 3 células de largura) Figura 26: Zenid & Ceccantini (2007); Eremanthus goyazensis (Scheel-Ybert et al., 2002) – Reticulado Figura 27: Zenid & Ceccantini (2007); IAWA (1989) – Escalariforme Figura 28: Zenid & Ceccantini (2007); Inside Woods (2013) 17 PARÊNQUIMA AXIAL – Marginal Figura 29: Zenid & Ceccantini (2007); Hymenaea stilbocarpa (Scheel-Ybert et al. 2002) O detalhamento dos raios e das variantes cambiais não serão abordados neste curso devido à seleção de espécies que serão analisadas na parte prática. Como não existem normas específicas para análise de carvões, recomendamos o conhecimento da lista de características para caracterização de Angiospermas (IAWA, 1989) e Gimnospermas (IAWA, 2004). 18 CARACTERIZAÇÃO ANATOMICA DOS CARVÕES Pinus taeda L. – PINHEIRO Camadas de crescimento distintas, bem demarcadas pelas zonas de lenho tardio6 e lenho inicial7. Ocorrência de canais resiníferos. Raios exclusivamente unisseriados; heterogêneos. 6 As células têm parede celular mais espessa e diâmetro do lume menor. 7 As células têm parede celular mais fina e diâmetro do lume maior. 19 Eucalyptus benthamii Maiden & Cambage – EUCALIPTO Camadas de crescimento indistintas. Porosidade difusa; vasos predominantemente solitários; múltiplos; em arranjo diagonal. Parênquima axial visível sob lente, paratraqueal vasicêntrico e pouco confluente. Raios unisseriados e ocasionalmente bisseriados; homogêneos. 20 Mimosa scabrella Benth. – BRACATINGA Camadas de crescimento distintas, delimitadas por zonas fibrosas. Porosidade difusa; vasos predominantemente solitários, eventuais múltiplos. Parênquima axial pouco abundante, paratraqueal vasicêntrico, ocasionalmente aliforme e pouco cofluente. Raios unisseriados e multisseriados; homogêneos. 21 Acacia mearnsii De Willd. – ACÁCIA NEGRA Camadas de crescimento ausentes ou indistintas. Porosidade difusa; vasos solitários e em múltiplos. Parênquima axial vasicêntrico, vasicêntrico confluente. Raios bisseriados e raros unisseriados; homogêneos. 22 Cecropia glaziovii Snethl. – EMBAÚBA (nativa comum no carvão de Biguaçu) Camadas de crescimento pouco distintas. Porosidade difusa; vasos solitários e múltiplos radiais; eventuais tiloses. Parênquima axial paratraqueal escasso, vasicêntrico, pode ocorrer aliforme e pouco confluente, assim como finas linhas marginais. Raios multisseriados; heterogêneos. 23 Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. – SECA LIGEIRO (nativa comum no carvão de Biguaçu) Camadas de crescimento ausentes ou indistintas. Porosidade difusa; vasos solitários e múltiplos. Parênquima axial em linhas, difuso e em agregados. Raios exclusivamente unisseriados; heterogêneos. 24 Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin – JACATIRÃO (nativa comum no carvão de Biguaçu) Camadas de crescimento ausentes ou indistintas. Porosidade difusa; vasos predominantemente solitários, eventuais múltiplos. Parênquima axial paratraqueal escasso. Raios exclusivamente unisseriados; heterogêneos. 25 BIBLIOGRAFIA ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas). 2012. Anuário estatístico da ABRAF 2012: ano base 2011. Brasília, DF. BOTOSSO, P. C.2009. Identificação macroscópica de madeiras: guia prático e noções básicas para o seu reconhecimento. Colombo: Embrapa Florestas, 65p. BRAADBAART, F.; POOLE, I. 2008. 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