cochonilha-pinta-vermelha (Aonidiella aurantii)

Transcrição

cochonilha-pinta-vermelha (Aonidiella aurantii)
DRAPALG
Direcção Regional
de Agricultura e Pescas
do Algarve
Estação de Avisos Agrícolas do Algarve
Relatório de aplicação de modelos de previsão de ocorrência de inimigos das
culturas. Caso do modelo para a cochonilha-pinta-vermelha (Aonidiella aurantii)
Celestino Soares
Patacão
Dezembro de 2008
ÍNDICE
1.
2.
2.1.
2.2.
2.3.
2.4.
2.5.
3.
3.1.
3.2.
3.3.
3.4.
4.
5.
Introdução............................................................................................................. 3
Breve revisão bibliográfica.................................................................................... 3
Introdução ......................................................................................................... 3
Morfologia ........................................................................................................ 4
Bioecologia ....................................................................................................... 4
Sintomas ........................................................................................................... 5
Meios de luta..................................................................................................... 5
Cochonilha-pinta-vermelha – método das integrais térmicas.................................. 6
Introdução ......................................................................................................... 6
Objectivos ......................................................................................................... 7
Material e métodos ............................................................................................ 8
Resultados e discussão ...................................................................................... 9
Considerações finais............................................................................................ 11
Bibliografia ......................................................................................................... 11
2
1. Introdução
A utilização de métodos de previsão de ataque dos inimigos das
culturas, tem-se revelado um instrumento extremamente útil no apoio à tomada
de decisão para o combate de diversos inimigos. Esta ferramenta permite
definir a oportunidade de realização dos tratamentos fitossanitários,
contribuindo assim para melhorar a sua eficácia, reduzindo tratamentos e
consequentemente os impactes negativos decorrentes da sua realização.
Assim, considerando as referencias bibliográficas, existem dados
provenientes de outras regiões citrícolas, como é o caso da vizinha Espanha,
onde já foi comprovada a utilização de modelos de integrais térmicos para a
cochonilha pinta vermelha (Aonidiella aurantii Maskell).
Deste modo, tirando partido dos dados meteorológicos obtidos através
da rede de Estações Meteorológicas Automáticas da DRAPALG, bem como dos
dados biológicos obtidos, procurou-se aplicar o referido método para A. aurantii
na cultura dos citrinos, na Região do Algarve.
No presente relatório apresenta-se a síntese dos resultados obtidos, numa
primeira aplicação do modelo na região Algarve, consistindo este documento
numa breve revisão bibliográfica, material e métodos, resultados e sua
discussão.
2. Breve revisão bibliográfica
2.1.
Introdução
A cochonilha pinta-vermelha, Aonidiella aurantii (Maskell), é um
hemíptero que pertence à família Diaspididae. É considerada como a praga
mais importante da cultura dos citrinos a nível mundial e a sexta em termos de
extensão. Na zona mediterrânica está presente na maioria dos países
produtores de citrinos, tendo também o estatuto de praga com maior
importância, originando no seu combate os principais desequilíbrios que se
verificam ao nível na biocenose.
A. aurantii é originária do Sudeste Asiático, tendo sido assinalada em
1879. No Algarve foi assinalada em 1998, em Moncarapacho - Olhão. Encontrase distribuída actualmente por todas as áreas produtoras de citrinos do Mundo.
A sua área de distribuição inclui Oceânia, América do Sul, América Central e
determinadas regiões da América do Norte, Sudeste Asiático, China, Japão,
África do Sul, África Tropical e Países da Orla Mediterrânica.
3
2.2.
Morfologia
Esta espécie apresenta um dimorfismo sexual muito evidente, o qual se
verifica a partir do segundo instar larvar. A fêmea passa pelos estados de larva
(2 instares) e adulto, enquanto o macho passa por larva (2 instares), pré-pupa,
pupa e adulto.
As larvas móveis são oblongas, de cor amarelada. A larva móvel, dá
lugar a uma forma sésil, constituindo ambas as formas a primeira fase larvar.
As fêmeas adultas apresentam um escudo subcircular a circular,
moderadamente convexo com 2 milímetros de diâmetro e uma coloração pardaavermelhada. Possuem um véu ventral que é visível ao levantar o escudo e que
as protege do meio exterior. O corpo apresenta uma coloração amarelada.
Durante o segundo estado larvar os machos formam um escudo
alongado, comprido e descentrado que servirá de pupário. O macho passa por
esta fase, diferenciando posteriormente os estados de pré-pupa e pupa. Sofre
grandes alterações morfológicas que lhe permite emergir como um insecto
alado.
A pupa sofre a última metamorfose, onde são formadas as asas, antenas e
estiletes. Posteriormente, emerge o macho adulto, com vida livre. O corpo
apresenta uma coloração alaranjada.
2.3.
Bioecologia
A velocidade de desenvolvimento, a fecundidade e o número de
gerações anuais depende das condições climáticas de cada zona, sendo a
temperatura o factor mais condicionante, seguido da humidade e outros
factores ambientais.
A. aurantii apresenta o desenvolvimento óptimo em condições de
temperatura entre 23 e 27,5ºC e 70-80% de humidade relativa. Temperaturas
superiores a 29 ºC são desfavoráveis. A humidade relativa não tem influência
sobre a emergência, devido ao facto de debaixo do escudo a humidade ser de
cerca de 100%. Nestas condições pode completar uma geração em 45 dias.
Na região mediterrânica, apresenta três gerações por ano: a primeira, em
Maio-Junho; a segunda, em Agosto-Setembro, em que têm preferência pelos
frutos; e, uma terceira no Outono, por vezes incompleta, em função das
condições climáticas.
A sua fixação na parte interior ou exterior da árvore depende da época
do ano e da climatologia do lugar. No Inverno e na Primavera tem maior
tendência para situar-se na parte interior da copa. Durante o Verão e o Outono
a preferência altera-se para a parte exterior.
As fêmeas depositam entre 100 a 150 ovos, num período de 24 dias a 2
meses, a uma média de 2-3 por dia, dependendo da temperatura. Os ovos
eclodem no interior da fêmea e após um ou dois dias nascem as larvas móveis.
4
A taxa de emergência eleva-se quando a temperatura e a intensidade de
luz aumenta.
Os factores que influenciam a dispersão natural das larvas são a
temperatura, velocidade do vento e a densidade da população. Através do
vento podem percorrer uma distância mesmo superior a 300 m.
As larvas móveis são atraídas pela luz, apresentam portanto um
fototropismo positivo, respondendo também a gradientes térmicos. Deste
modo, a parte exterior da copa das árvores (frutos, folhas e ramos verdes), são
os locais mais adequados para a sobrevivência, crescimento e fecundidade das
fêmeas, sendo os outros ramos os menos preferidos.
As árvores jovens com menos folhagem são mais propícias a ter maiores
infestações. Os troncos das plantas jovens podem apresentar grandes
densidades populacionais.
As cochonilhas que crescem nos frutos apresentam maior tamanho,
enquanto que nos ramos são mais pequenas e nas folhas são de tamanho
intermédio.
2.4.
Sintomas
A. aurantii ataca todas as partes aéreas da planta: frutos, folhas, ramos e
troncos, no entanto, mostra preferência pelas folhas e frutos. Apresenta maior
agressividade nas variedades de maturação tardia.
Os estragos que ocasiona podem subdividir-se em directos e indirectos:
Estragos directos: causados pelo regime alimentar (digestão dos
princípios nutritivos nos tecidos do hospedeiro) e pela consequente injecção de
substâncias tóxicas pela saliva.
Infestações severas podem reduzir a produtividade, causar queda de
frutos, amarelecimento e queda das folhas e morte de ramos finos. Em casos
extremos pode causar a morte da árvore caso esta seja ainda jovem. A produção
pode ser comprometida por um ano ou mais, mesmo quando a cochonilha é
controlada eficazmente.
Estragos indirectos: causados pela depreciação do fruto, provocado por
descolorações e depressões ou pela simples presença de cochonilhas sobre o
fruto. Existe perda de valor do fruto com presença de, entre 3 e 10 indivíduos
por fruto, situação que se pode verificar em cerca de 10 % dos frutos da
plantação.
2.5.
Meios de luta
Luta biológica: os ectoparasitóides são reconhecidos como os inimigos
naturais mais eficázes na regulação das populações dos diaspidídeos e em
particular de A. aurantii. Todos estão incluídos no género Aphytis
(Hymenoptera: Chalcidoidea: Aphelinidae). Os predadores também são
referidos como auxiliares efectivos.
5
As espécies com maior distribuição geográfica são Aphytis melinus, A.
lingnanensis e A. chrysomphali. Na Região do Algarve já foi identificado como
parasitóide de A. aurantii, a espécie A. melinus.
Algumas espécies de endoparasitóides exercem parasitismo sobre A.
aurantii, referindo no entanto uma menor eficácia que os ectoparasitóides. São
exemplo as espécies Encarsia perniciosi, E. citrina, E. aurantii, entre outras.
Como predadores, são referenciados os coleópteros coccinelídeos
Chilocorus bipustulatus, Rhizobius lophantae, o neuróptero chrysopidae Chrysoperla
plorabunda, etc.
A. aurantii carece na actualidade, na nossa região de inimigos naturais
capazes de realizar um controlo satisfatório da praga. Provavelmente, a redução
dos tratamentos, acompanhado da criação e largada de parasitóides, permita
alcançar um nível aceitável da praga no futuro, como tem vindo a ocorrer
noutros países, caso da vizinha Espanha.
Luta cultural: nos pomares afectados por A. aurantii, é recomendável
manter as árvores com uma arborescência que proporcione uma melhor entrada
de luz e permita uma adequada distribuição e penetração das caldas
insecticidas.
Recomenda-se de igual modo suprimir as pernadas das árvores muito
infestadas por este inimigo.
Luta química: a utilização deste meio de luta afigura-se, neste momento,
como o mais eficaz, devendo no entanto ser tidos em consideração vários
aspectos para tirar o maior partido possível, uma vez que se trata de uma
praga-técnica, em que se considera determinante a acção dos meios técnicos.
3. Cochonilha-pinta-vermelha – método das integrais térmicas
3.1.
Introdução
O factor temperatura condiciona o desenvolvimento dos insectos, cuja
biologia determina a existência de estados morfológicos distintos. A passagem
de um estado para outro requer um quantitativo de calor, sendo esta medida de
calor acumulado conhecida como o tempo fisiológico. É constante para um
determinado organismo e é expressa em graus-dia (ºD).
O método das integrais térmicas baseia-se no somatório das
temperaturas médias diárias, para determinar aproximadamente a data de
eclosão das jovens larvas, da primeira e segunda gerações.
Existem vários métodos, todos eles lineares, pois pressupõem uma
relação directa com a temperatura, para determinar a acumulação dos grausdia, uns mais precisos que outros, pois existem flutuações diárias de
temperatura o que não ocorre em condições de laboratório. Assim, o valor
estimado é aproximado e não exacto, pois baseia-se em valores de temperatura
média diária.
6
Relativamente a esta temática, existem diferentes estudos realizados a
nível mundial relativos a A. aurantii, baseando-se os mesmos nos mais diversos
factores. Para efeitos de enquadramento deste trabalho, apresentam-se os
principais resultados dos estudos levados a efeito, de acordo com Asplanato &
Garcia-Mari (2001): Atkinson (1977) determinou o zero de desenvolvimento de
12ºC e uma constante térmica de 603 ºD em folhas de laranjeira; Yu (1986) e Yu
& Luck (1988) determinaram em frutos de limão, para fêmeas e para machos,
respectivamente 12,6ºC e 331ºD. Determinaram ainda que acima de 30ºC a
duração de desenvolvimento aumenta para a maioria dos estádios.
Em condições de campo, Kennett & Hoffman (1985) utilizaram o zero de
desenvolvimento de 11,7ºC, tendo determinado uma integral térmica média de
615ºD entre os máximos dos diferentes estádios de desenvolvimento em
laranjeiras do grupo Navel; Grout et al. (1989) com o mesmo zero de
desenvolvimento determinaram uma acumulação de 577 ºD para o voo de
machos em laranjeira, 609 ºD em pomelos e 498 ºD em limoeiro; Também entre
picos de voo de machos, Tumminelli et al. (1996) obtiveram uma constante
térmica média de 603 ºD, com um zero de desenvolvimento de 12ºC, para
diferentes cultivares (laranjeiras e pomelos); Rodrigo (1993) calculou sobre
laranjas uma integral térmica de 753 ºC por cima do zero de desenvolvimento
de 11,6 º C. Em alguns trabalhos, para o cálculo dos dias-grau foi utilizado o
limite superior de desenvolvimento de 37,8 ºC.
García-Mari (2003) refere o zero de desenvolvimento de 11,6ºC. Utiliza a
constante térmica de 650 ºD, para a ocorrência da primeira geração. Refere
ainda um modelo baseado no “Biofix”, relacionado com o primeiro máximo de
capturas de machos de 300 ºD para a primeira geração quando e de 600 ºD para
a segunda geração.
De uma forma geral são referidos dois modelos distintos: um, baseado na
soma das temperaturas médias diárias que excedam o zero de
desenvolvimento, contabilizadas a partir de 1 de Janeiro; e, o outro, baseado no
somatório das temperaturas médias diárias que excedam um determinado
“biofix”.
3.2.
Objectivos
Pretendeu-se com este estudo, validar o método das integrais térmicas,
no POB utilizado pela Estação de Avisos do Algarve, situado no Centro de
Experimentação Agrária de Tavira (CEAT). Para o efeito foi aplicado o modelo
proposto por García-Mari (2003), baseado no “biofix” – somatório das
temperaturas a partir do primeiro máximo de capturas de machos,
comparativamente com o modelo genérico - somatório das temperaturas a
partir do início de Janeiro.
7
3.3.
Material e métodos
As observações decorreram no primeiro semestre de 2008, no POB do
CEAT, constituído por um pomar de citrinos da variedade D. João, plantado em
1976, consistindo no seguinte:
•
Detecção da praga / Determinação do máximo de formas sensíveis de A.
aurantii
Observação periódica do ponto de situação evolutiva da praga, através
da determinação do estádio predominante. Para o efeito procedeu-se à recolha
de frutos infestados, observando-os com recurso a lupa binocular.
Para comprovar o método, utilizou-se o valor de 60-70% de fêmeas
adultas com jovens ninfas, como valor médio de início da primeira geração e
simultaneamente, como momento ideal para a aplicação da luta química contra
este inimigo.
•
Determinação da curva de voo dos machos de A. aurantii
Para o efeito utilizaram-se os dados obtidos através da quantificação do
número de indivíduos capturados em duas armadilhas sexuais, constituídas
por placas acrílicas de cor branca (Foto 1). As armadilhas foram colocadas a
uma altura de cerca 1,8 m, contendo cola tipo Napvis na face com feromona.
Esta foi substituída de 6 em 6 semanas. Semanalmente procedeu-se à
substituição das armadilhas e quantificação dos machos capturados.
Foto 1 – Armadilha sexual utilizada na captura de
machos de Aonidiella aurantii
Na aplicação do método das integrais térmicas, procedeu-se ao somatório
das temperaturas médias diárias, acima de 11,6ºC, a partir do início de Janeiro e a
partir do primeiro pico de capturas de machos obtidos. Para o efeito recorreu-se
aos dados meteorológicos obtidos a partir da EMA de Tavira, localizada no CEAT.
8
3.4.
Resultados e discussão
O estudo decorreu entre 1 de Janeiro e 1 de Julho de 2008, no POB de
Tavira.
As armadilhas sexuais foram colocadas no início do ano, a cerca 1,8 m,
tendo a mesma sido colocada no interior da copa das árvores. A feromona foi
substituída de 6 em 6 semanas.
N.º médio de machlos capturados
700
600
500
400
1.º máximo
300
200
100
18.08
11.08
04.08
28.08
21.07
14.07
07.07
30.06
23.06
17.06
11.06
09.05
29.04
14.04
31.03
17.03
06.03
31.01
16.01
0
Fig. 1 – Dinâmica populacional dos machos de Aonidiella aurantii capturados no
CEAT.
Pela observação da Fig. 1, referente à dinâmica populacional dos machos
de A. aurantii, capturados no CEAT, é possível identificar que o primeiro
máximo de capturas ocorreu a 6 de Março de 2008, data considerada neste
trabalho para início da quantificação do somatório dos graus-dia para aplicação
no método das integrais térmicas.
No quadro 1 apresenta-se o somatório dos graus dias obtidos na EMA do
CEAT, relativo a A. aurantii, no qual é possível observar que o método das integrais
térmicas aponta para a ocorrência do máximo de formas sensíveis a 13 de Maio
para o caso do modelo baseado no primeiro máximo de capturas de machos e 13 de
Junho, para o somatório a partir do início do ano.
9
Quadro 1 – Dias grau obtidos pela EMA do CEAT, referente ao desenvolvimento
de Aonidiella aurantii.
Data
Ano:2008
1º geração
300ºC
Dias - grau*
……
……
1º geração
650º C
Dias - grau*
…..
09-Maio
282
10-Maio
286
11-Maio
292
12-Maio
298
13-Maio
302
…
11-Jun
12-Jun
13-Jun
*somatório das temperaturas médias acima de 11,6ºC
414
418
424
430
434
622
635
650
Para validação dos dados obtidos a partir dos diferentes modelos,
efectuaram-se observações laboratoriais de fêmeas adultas de A. aurantii, com vista
a determinação da percentagem de fêmeas com saída de jovens ninfas (Fig 2).
100100
100
94
90
80
72
70
60
50
40
33
30
30.06
23.06
17.06
11.06
11
09.05
31.03
9
17.03
2
8
06.03
16.01
0
11.02
0
7
27.02
10
20
29.04
16
14.04
20
31.01
Fêmeascom jovens ninfas (%)
100
Fig. 2 – Evolução da percentagem de fêmeas adultas de Aonidiella aurantii com jovens
ninfas obtidas no CEAT.
Dos resultados apurados pode verificar-se que o valor, dentro dos
parâmetros considerados foi obtido a 9 de Maio, com 72 % de fêmeas adultas com
jovens larvas.
Os resultados obtidos permitem identificar o modelo baseado no somatório
das temperaturas obtidas, a partir do primeiro máximo de machos de A. aurantii
10
capturados, como o mais próximo da realidade ocorrida, atrasando-se 4 dias em
relação ao máximo obtido em campo.
Analisando em função dos ºD pôde apurar-se que o máximo de formas
sensíveis foi obtido com 282 ºD.
No caso do outro modelo, a diferença foi bastante significativa, tendo-se
cifrado em mais de 30 dias de atraso (9 de Maio – 13 de Junho).
4. Considerações finais
A diferença encontrada, entre o método das integrais térmicas, baseado
no somatório das temperaturas, a partir do primeiro máximo de adultos
capturados, é considerada irrelevante, pois difere 4 dias em relação ao máximo
de formas sensíveis obtido na realidade (9 de Maio – 13 de Maio). A comprovar
este facto vem contribuir o facto de se considerar que o momento de combate da
praga (1.ª geração), poderá atrasar-se até 14 dias sem afectar a eficácia dos
tratamentos.
O método das integrais térmicas, baseado no somatório das temperaturas
a partir do início do ano não se revelou prático, uma vez que atrasou 34 dias,
em relação ao máximo de formas sensíveis obtido na realidade
Para consolidar os dados obtidos, torna-se necessário aplicar este método
em diferentes POB e num maior número de anos.
A aplicação prática deste método, permitirá facilitar o combate a este
importante inimigo, pois a determinação do momento de ocorrência do máximo
de formas sensíveis à primeira geração é determinante para o sucesso na luta
química contra A. aurantii.
Por fim, recomenda-se desde já, a aplicação deste modelo ao nível das
Estações de Avisos Agrícolas do SNAA, que tenham este inimigo, pois irá
contribuir para determinar a melhor oportunidade de tratamento.
5. Bibliografia
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