boa sorte, presidente dilma!
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boa sorte, presidente dilma!
Editora Comunicação Ltda. Edição de revistas - Edição de jornais - Elaboração de textos Assessoria de imprensa - Edição de informativos Informativos eletrônicos - Agência de notícias www.courobusiness.com.br Revista Courobusiness - Liberty Mall - SCN Qd. 2 bloco D torre B, sala 731 - CEP: 70.712.903 - Brasília-DF Telefones: (61) 3328-8053 / 3327-8690 / Fax: 3326-4138 [email protected] / [email protected] 2 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 EDITORIAL D BOA SORTE, PRESIDENTE DILMA! ilma Rousseff foi reeleita presidente do Brasil pela soberana vontade do povo brasileiro através do sufrágio universal do VOTO. O Brasil demonstrou ao mundo maturidade política e organização civilizatória. A presidente sabe que uma boa política econômica só faz sentido em um contexto global de equilíbrio e estabilidade. E que as prioridades devem ser iguais para: o combate à inflação e a estabilidade monetária, o crescimento econômico, a criação de empregos, o equilíbrio do balanço de pagamentos e a eficiente administração da taxa de câmbio. E, do ponto de visto social, é sempre importante um programa de distribuição equitativa da renda e de inclusão social. Nos primeiros quatro anos, a crítica maior é a gestão administrativa com agravamento do déficit fiscal e a falta de investimentos em infraestrutura. A ênfase ao consumo inibiu investimentos que patina em 18%, quando o ideal seria 25%. Vamos torcer para que tudo dê certo. COUROBUSINESS entende que o Brasil não está à beira de um precipício como a campanha política fez crer muitos. Já na cadeia couro e calçados, o registro maior é que as exportações de couro continuam apresentando resultados crescentes, suplantando todos os recordes obtidos como consequência de um mercado internacional ávido por essa matéria-prima. Até setembro de 2014, o Brasil exportou US$ 2,2 bilhões em couros e peles, mantendo, ao redor de 1,3%, sua participação nas exportações totais brasileiras. O que acontece com o couro não se reproduz nos artefatos e em calçados. Há cinco anos, as exportações de calçados (US$ 1,1 bilhão) do Brasil eram 38% superiores às exportações de couro (US$ 791 milhões). Em 2014, as exportações de calçados (US$ 920 milhões) não passam de 41% das exportações de couro (US$ 2,2 bilhões). No mesmo período, as exportações de artefatos passaram de 10% das exportações de cou- ro para menos de 2%. A perda de competitividade do produto nacional está na raiz desses resultados. Ao que tudo indica, a meta lançada por COUROBUSINEES no início deste ano – exportação de couro (Cap.41) de US$ 3 bilhões – será alcançada. Na Seção “Encontro Marcado”, o presidente do CICB – Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, José Fernando Bello, sugere ao novo governo “... automatizar e sistematizar o ressarcimento dos créditos tributários de exportação como PIS, COFINS, IPI e ICMS.” Dessa maneira, Bello também espera uma política mais clara em relação ao Reintegra com prazos e percentuais estabelecidos. Na questão trabalhista, diminuir encargos e reduzir a burocracia. Ele acrescenta: “Acreditamos na necessidade de uma revisão da legislação trabalhista e, em especial, sobre a questão de prestação e terceirização de serviços.” Vale à pena ler. O caderno especial do SEBRAE, nesta edição, aborda um tema da maior relevância do mundo atual, a inovação e sua difusão através de rede tecnológica. A matéria mostra como micro e pequenas empresas de couros e calçados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraíba trabalham juntas em busca de competitividade. Isso é da maior importância. O “Ponto de Vista” do empresário Francisco Santos, presidente da COUROMODA, trata do mercado mundial de calçados. Dele destacamos: “... O poder não está mais apenas nas mãos de quem detém altas capacidades produtivas e sim de quem consegue oferecer inovação e atualização constante de produtos com a rapidez que o consumidor exige”. Boa leitura! Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 3 LEADING ARTICLE B GOOD LUCK, PRESIDENT DILMA! razilian president Dilma Rousseff has been re-elected by the sovereign will of Brazilian people through universal suffrage of the VOTE. Brazil has demonstrated to the world the political maturity and a civil organization. The president knows that a good economic policy can only make sense in a global context of balance and stability. She also knows that the priorities should be equal with respect to: fighting inflation and monetary stability, economic growth, job creation, equilibrium in the balance of payments and the efficient management of the exchange rate. In addition, from a social point of view, it is always important to stablish a program of equitable income distribution and social inclusion. In the first four years, the biggest critics is the administrative management with worsening of the fiscal deficit and the lack of investment in infrastructure. The emphasis in consumption has inhibited investments, which are around 18%, whereas the ideal would be 25%. Let’s hope this all works out. COUROBUSINESS understands that Brazil is not on the verge of a precipice as this political campaign made many believe. In leather and footwear chain, on the other hand, the highest record is that leather exports continue to show increasing results, surpassing all records obtained as a result of an international market that was eager for this raw material. Until September 2014, Brazil exported US$ 2.2 billion in leathers and hides, keeping around 1.3%, its share of total Brazilian exports. The situation of the leather is not the same as the situation of the artifacts and shoes. Five years ago, the exports of footwear (US$ 1.1 billion) in Brazil were 38% higher than the exports of leather (US$ 791 million). In 2014, the exports of footwear (US$ 920 million) are no more than 4 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 41% of the exports of leather (US$ 2.2 billion). In the same period, exports of artifacts have gone from 10% of the exports of leather for less than 2%. The loss of competitiveness of the national product is at the root of these results. Everything indicates that the goal established by COUROBUSINEES earlier this year – exports of leather (Chap.41) of US$ 3 billion – will be achieved. In the section ‘Rendez vous’, the president of the CICB – Centre for the Brazilian Tanning Industry, José Fernando Bello, suggests to the new government ‘...the automation and systematization of the reimbursement of export tax credits such as PIS, COFINS, IPI and ICMS’. In addition to that, Bello expects a clearer policy concerning the Reintegra program, establishing deadlines and percentages. With respect to labor issues, the decrease of costs and the reduction of bureaucracy. He adds: ‘We believe in the necessity of a revision of labor legislation and in particular of the issue of provision and outsourcing services’. It is worth reading. The special SEBRAE booklet in this issue addresses a topic of utmost importance in today’s world, innovation and its diffusion through technological network. The article shows how micro and small businesses in the leather and footwear segment of Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Paraiba are working together in pursuit of competitiveness. This is of utmost importance. The ‘Point of View’ section by entrepreneur Francisco Santos, president of COUROMODA, talks about the global market of footwear. His highlight: ‘...The power is no longer just in the hands of those who hold high productive capacities but with those who can offer innovation and constant updating of products with the speed that the consumer demands’. Enjoy the reading! Redação Diretor-Editor Roberto Nogueira Ferreira Jornalista Responsável Produção & Marketing Joanna Marini Produção Editorial e Revisão de Textos Vanessa Abreu Administração Maria Angela M. V. Ferreira Versão Tempus Traduções Produção de Arte e Diagramação Crio Editora Vilson Mateus Lopes da Silva Fone: (61) 8560-4933 E-mail: [email protected] Fotolito e impressão Gráfica Brasil - Uberlândia-MG Conselho Editorial Arnaldo José Frizzo Filho Amadeu Fernandes Cézar Müller Pedro Luiz Gasparetto Gladston Campello Wolfgang Goerlich Augusto Sampaio Coelho Tiragem 2.500 exemplares Revista Courobusiness Liberty Mall - SCN Qda. 2, Bloco D Torre B, Sala 731 CEP 70.712.903 Brasília – DF Telefone: 61 – 3328-8053 3327-8690 [email protected] [email protected] A revista COUROBUSINESS é produzida por RN & Marini Editora e Comunicação Ltda. Brasília-DF Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 5 UM MINUTO Brasil: tratado internacional potencia as relações de comércio exterior O Brasil internalizou, por meio do Decreto n° 8.327/2014, a Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias. O tratado internacional promove a uniformização de direitos e deveres das partes em contratos de compra e venda internacional celebrados entre empresas sediadas em países diferentes. Com a internalização do acordo, haverá maior segurança jurídica e previsibilidade nas transações internacionais, resultando, ainda, em potencial redução de litígios e custos legais para empresas que atuam no comércio exterior. Em caso de divergências entre os contratantes, a convenção favorece o entendimento ao prover clareza sobre as regras aplicáveis. Atualmente, 83 países, responsáveis por mais de 90% do comércio internacional, são parte da convenção. 6 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 ATOS INTERNACIONAIS No mês passado, o governo federal também internalizou outros atos internacionais importantes para o comércio exterior e que favorecem os exportadores brasileiros, por meio dos Decretos n° 8322, n° 8323 e n° 8324. O primeiro decreto prorroga os regimes de drawback em relação ao acordo comercial com o Chile (ACE-35). O segundo, os regimes de drawback no âmbito do acordo comercial com a Bolívia (ACE-36). O terceiro estabelece as preferências concedidas no comércio entre o Brasil e a Venezuela, assegurando 100% de preferência para o universo tarifário das exportações brasileiras, à exceção de 777 códigos, que convergirão para a preferência integral até 2018. (Informações: www. mdic.gov.br) UM MINUTO Ideias e projetos inovadores concorrem a r$ 900 mil. os vencedores serão anunciados em maio de 2015. V ão até sete de dezembro as inscrições para o Prêmio Nacional de Inovação Edição 2014/2015. Podem concorrer empresas de micro, pequeno, médio e grande portes de todo o Brasil que disputarão R$ 900 mil pré-aprovados no Edital SENAI SESI de Inovação, além de missão técnica internacional e cursos de educação executiva. Os projetos devem ser inscritos exclusivamente pela internet, na página da premiação. O Prêmio Nacional de Inovação é uma iniciativa da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Movimento Brasil Competitivo (MBC). “A capacidade de inovar é fundamental para mostrar como a inovação eleva os lucros e se converte em crescimento econômico e mais oportunidades para o país”, destaca a diretora de inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Gianna Sagázio. Para o presidente do Conselho Superior do MBC, Elcio Anibal de Lucca, o Prêmio consolida um movimento em busca da inovação, ativo chave para gerar competitividade. “As empresas que desejam se manter competitivas no mercado devem ser capazes de se reinventar à velocidade demandada pelos novos anseios e necessidades da população. Por isso a importância de reconhecer iniciativas que valorizam ideias e soluções criativas no setor industrial brasileiro”, afirma Lucca. “Até pouco tempo, havia o mito de que investir em tecnologia era algo caro e restrito a grandes empreendimentos. Buscamos desmistificar a concepção que alguns empreendedores têm de que inovação exige altos recursos ou que se limita a equipamentos tecnológicos. A inovação em processos de gestão ou controle de desperdício pode levar, por exemplo, a uma maior produtividade e redução de custos”, completa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Nas três últimas edições de Prêmio, houve expressivo crescimento do número de projetos inscritos – prova de que a inovação se consolida como principal instrumento de conquista de novos mercados. Em 2011, foram 427. Em 2012, 981. Já no ano passado, foi registrado um recorde: 2022 inscrições. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 7 UM MINUTO MODALIDADES Modalidade 1: igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Modalidade 2: superior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) e menor ou igual a R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais). Modalidade 3: superior a R$ 16.000.000,00 (dezesseis milhões de reais). CATEGORIAS DIFERENCIAL Serão emitidos Relatórios de Avaliação, realizado por consultores especializados, para todas as empresas inscritas. Os relatórios têm o objetivo, como forma de aprendizado, identificar os Pontos Fortes e Oportunidades de Melhorias de gestão dos projetos inovadores e/ou do sistema de gestão da inovação da empresa. PÚBLICO-ALVO Micro e pequenas empresas indústria, comércio e serviços Médias e grandes empresas indústria Informações: www.premiodeinovacao.com.br O Prêmio Nacional de Inovação tem o apoio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). As empresas podem concorrer em quatro categorias. • GESTÃO DA INOVAÇÃO – busca reconhecer métodos, técnicas e ferramentas de gestão da inovação que estabeleçam um ambiente propício ao desenvolvimento de projetos inovadores. • INOVAÇÃO TECNOLÓGICA – valoriza projetos de produtos ou processos que contribuem para o aumento dos níveis de competitividade da empresa. • INOVAÇÃO EM MODELO DE NEGÓCIO – premia a forma como projetos são levados ao mercado a fim de aprimoramento de modelos de negócio capazes de gerar impactos na empresa. • AGENTE LOCAL DE INOVAÇÃO – direcionada as micro e pequenas empresas atendidas pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI) do Sebrae nos setores de indústria, comércio e serviço. (Informações: http://www.portaldaindustria.com.br/) 8 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 UM MINUTO apex-Brasil e abrameq: novo convênio para 2015/2016 F oi assinada, em setembro, em Novo Hamburgo (RS), uma nova parceria entre a Associação Brasileira de Máquinas para Couro e Calçados e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos (Apex-Brasil). O novo projeto, com execução prevista para o biênio 2015-2016, se propõe a exercer o papel de um agente de mudança, através da execução de ações que permitam posicionar a marca Brazilian Shoes + Leather Machinery junto a todos os seus públicos. Na solenidade de assinatura do novo projeto, Solete Foizer, gerente de Máquinas, Equipamentos e Agronegócios da Apex-Brasil, representando o presidente da Agência, Mauricio Borges, destacou que “esta parceria de 11 anos tem apresentado ótimos resultados e o novo projeto vai gerar resultados ainda melhores”. Observou que “a Abrameq tem sido rápida e criativa diante das novas situações de mercado, o que gerou uma relação de confiança”. Solete ressaltou que os números evidenciam que “o índice de permanência no mercado externo de empresas que participam das ações coletivas através das parcerias com a Apex-Brasil é muito maior do que de empresas que começam a exportar isoladamente”. O presidente da Abrameq, Marlos Schmidt, destacou que “podemos afirmar com orgulho que muito já foi realizado em benefício dos fabricantes brasileiros de máquinas através do último projeto”. Destacou como realizações a Fábrica Virtual de Calçados e a nova marca coletiva Brazilian Shoes + Leather Machinery, reforçando o posicionamento estratégico do setor. Sobre a nova marca, sublinhou que “temos muito a aprender com essa nova marca e por isso ela é o pilar principal desse novo projeto”. A consultora de projetos Rosângela Arruda e Anderson Dib, gestor do Projeto da Apex Brasil com a Abrameq, apresentaram as principais ações do novo projeto de parceria da Abrameq com a Apex-Brasil: • Comunicar a marca Brazilian Shoes + Leather Machinery - trabalhar o posicionamento da marca em mídias impressas, redes sociais, informativos a serem distribuídos nas principais feiras e eventos do setor, produção de vídeo institucional para apresentação da marca ao mercado externo, contratação de assessoria de imprensa dentro e fora do Brasil, alinhamento de branding com empresas do projeto. • Projeto Imagem: vinda de dois jornalistas para a edição Fimec 2015 + exposição da marca e de empresas do projeto no congresso IULTCS (International Union of Leather Technologists and Chemists Societies). • Capacitação à exportação – capacitar as empresas do projeto pelo PEIEX e promover palestras preparatórias para eventos internacionais. • Feiras e eventos internacionais: participação nas principais feiras coureiro-calçadistas dos países alvo do projeto (Colômbia, Equador, México, Peru e Argentina), além da realização de projetos vendedor nos mesmos países. • Feira de posicionamento de marca e benchmarking na China. • Fábrica virtual: transformar o software em um catálogo de máquinas, a ser utilizado pelas empresas do projeto, e agregar uma linha de couro ao software. • Vinda de 28 compradores para duas edições das feiras Couromoda e Fimec. • Contratação de um agente comercial na Colômbia. • Prospecção de 12 empresas exportadoras para o projeto. O evento teve ainda palestra do professor Gil Giardelli, que abordou o tema “Empresas do século XX, mercado do século XXI”. Apresentando mudanças tecnológicas impressionantes que já estão ocorrendo e outras que devem ocorrer em breve, afirmou que “não estamos em uma crise econômica, mas em uma crise de civilização, numa quarta onda de capitalismo, na qual somente sobreviverão as empresas que atuarem em rede, deixando de existir espaço para quem ficar isolado”. Neste novo cenário, relacionou dicas para ter sucesso neste novo mundo, enfatizando a necessidade de estar totalmente aberto e dedicado à inovação. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 9 O economista Ernane Galvêas foi presidente do Banco Central do Brasil e Ministro da Fazenda em um dos períodos mais dramáticos das finanças nacionais. Graças à sua capacidade intelectual, muito esforço e abnegado compromisso com o país, Galvêas conseguiu recolocar as finanças públicas no lugar. Hoje, aos 92 anos, ele continua elaborando análises econômicas para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, na condição de Consultor da Presidência daquela Casa. Sua lucidez econômica é atestada nessa curta, objetiva e brilhante entrevista. cB – Por que o Brasil chega ao final de 2014 com desequilíbrios acentuados no Balanço de Pagamentos? Ernane Galvêas - O Governo atribui o acentuado desequilíbrio do Balanço de Pagamentos à retração dos mercados internacionais. Isto é apenas uma parte do problema, eis que a maior questão reside na falta de competitividade dos nossos produtos de exportação. No acumulado do ano até setembro, as exportações brasileiras retraíram 2,2% e as causas desse recuo são múltiplas. Em primeiro lugar, penso que devemos ressaltar o alto custo da produção brasileira, sobrecarregada de tributos e cerceada pela impressionante burocracia oficial. Além disso, pesa sobre a competividade nacional a deficiente e insuficiente infraestrutura dos transportes. Não devemos deixar de mencionar, também, o longo período de valorização cambial, que reduziu a lucratividade dos exportadores nacionais e levou à perda de mercados, diante da forte competitividade no contexto do processo de globalização. cB – Um novo governo federal, em 2015, deveria priorizar: o combate à inflação, o controle das contas, a realidade cambial ou tudo ao mesmo tempo? Ernane Galvêas - A política econômica só faz sentido em um contexto global de equilíbrio e estabilidade. Assim sendo, são de igual prioridade o combate à inflação e a estabilidade monetária, o crescimento econômico, a criação de empregos, o equilíbrio do balanço de pagamentos e a eficiente administração da taxa de câmbio. Sob o ponto de vista socioeconômico, é igualmente importante um programa de distribuição equitativa da renda e de inclusão social. cB – Qual teria sido – do ponto de vista do reflexo na indústria nacional – o grande equívoco da política econômica do governo dilma? Ernane Galvêas - Em termos gerais, o grande equívoco da política econômica do Governo Dilma, assim como do Governo Lula, foi a má gestão administrativa, que agravou o déficit fiscal e prejudicou a política de alocação de recursos, em prejuízo dos projetos de investimento, principalmente no campo da infraestrutura. O Governo, talvez até com a melhor intenção, adotou uma política demagógica de priorização do consumo, em detrimento da formação de poupanças e de investimentos. Entre os anos 1995 e 2013, o saldo da poupança nacional caiu de 15,5% do PIB a 13,8%, acarretando a redução dos investimentos de 18,3% a 18,2%, no mesmo período. Paralelamente, o Governo vem praticando uma política equivocada tanto na administração da taxa de juros, como da taxa de câmbio, o que inibe o setor produtivo e acarreta desequilíbrio no Balanço de Pagamentos. cB – o senhor acredita que – nesse quadro federativo pouco cooperativo – seria possível um novo governo levar a bom termo uma reforma tributária que melhore a qualidade do nosso StF? Ernane Galvêas - A administração pública requer um amplo programa de ajustes e reformas, entre os quais a reforma tributária, com o objetivo fundamental de reduzir a carga tributária e simplificar o sistema, excessivamente complexo e oneroso. 10 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 O ideal seria realizar uma ampla reforma, com vistas à simplificação do sistema atual, federativo, para um sistema unificado, do tipo IVA (imposto sobre o valor agregado). A base dessa simplificação seria assentada na federalização do ICMS, a exemplo do que foi feito com o IPI, na reforma tributária de 1967. Na conjuntura atual, de forte desequilíbrio fiscal nas três esferas da Federação – União, Estados e Municípios – reconhece-se a extrema dificuldade de realizar uma ampla reforma tributária, que deveria objetivar, digamos, uma redução da carga tributária atual de cerca de 38% do PIB para 30%. Dado o descontrole político atual, sob a influência de mais de 30 partidos políticos representados no Senado e na Câmara dos Deputados, é fácil imaginar a quase impossibilidade de levar avante uma reforma com esse alcance. Há um fundado temor de que uma eventual proposta poderá produzir a um resultado contrário a esse objetivo, ou seja, poderia consolidar um aumento da carga tributária em vez de reduzi-la. Assim sendo, tudo indica que mais prudente e viável seria propor uma reforma “fatiada’, como já tem sido sugerido, a começar pela extinção de alguns tributos, como o PIS, por exemplo, a fusão da CSLL ao Imposto de Renda e a eliminação de alguns tributos que pesam sobre a folha de pagamentos, como a contribuição do INCRA, o salário educação e outros, que deveriam ser incorporados ao Orçamento da União. cB – Por que o produto nacional cada vez mais sofre com a concorrência externa? Ernane Galvêas - A globalização existente, hoje, no campo das relações internacionais, multiplicou a relevância da concorrência entre os produtos nacionais e os estrangeiros, seja na disputa dos mercados para as exportações, seja pelo sentido da competição frente aos produtos importados do exterior. Como se sabe, além da infernal burocracia, a produção nacional carrega o custo da maior carga tributária entre os principais participantes do comércio internacional, o excessivo peso dos juros e a deficiência e insuficiência da infraestrutura dos transportes. É o “Custo Brasil” que responde pela baixa produtividade e pela dificuldade de competição com outros países na esfera internacional. E conomist Ernane Galvêas was president of the Central Bank of Brazil and Minister of Finance in one of the most dramatic periods of national finances. Thanks to his intellectual capacity, much effort and selfless commitment to the country, Galvêas managed to reattach the public finance in its place. Today, at age 92, he continues to elaborate economic analyzes as Presidency Adviser for the National Confederation of Commerce, Services and Tourism. His economic lucidity is attested in this short, objective and brilliant interview. cB – Why does Brazil reach the end of 2014 with noticeable disproportions in the Balance of Payments? Ernane Galvêas - The Government attributes the sharp disproportion in the Balance of Payments to the downturn in international markets. This is only part of the problem, as the biggest issue is the lack of competitiveness of our export products. Until September, Brazilian exports decreased 2.2%, and there are several causes for this decline. Firstly, I think we should highlight the high cost of Brazilian production, burdened with taxes and curtailed by the impressive official bureaucracy. Furthermore, the deficient and inadequate infrastructure of transports harms national competitiveness. We must not fail to mention as well the long period of exchange rate appreciation, which reduced the profitability of domestic exporters and led to the loss of markets in the face of a strong competition in the context of the process of globalization. cB – What should a new federal government prioritize in 2015: fighting inflation, the control of accounts, the exchange reality or all at the same time? Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 11 Ernane Galvêas - The economic policy can only make sense in a global context of balance and stability. Therefore, there has to be equal priority in tackling inflation and monetary stability, economic growth, job creation, equilibrium in the balance of payments and an efficient management of the exchange rate. From the socioeconomic point of view, it is equally important to establish a program of equitable income distribution and social inclusion. cB – What would have been – from the point of view of the reflection in the domestic industry – the big mistake of the economic policy of dilma’s government? Ernane Galvêas - In general, terms, the major pitfall of the economic policy of Dilma’s Government, as well as Lula’s government, was the administration mismanagement, which has worsened the fiscal deficit and hurt the political allocation of resources, to the detriment of investment projects, especially in the field infrastructure. The government, perhaps even with the best intention, adopted a populist policy of prioritization of consumption, at the expense of the formation of savings and investments. Between 1995 and 2013, the balance of national savings fell from 15.5% of the GDP to 13.8%, resulting in a lower investment of 18.3% to 18.2% during the same period. In parallel, the Government is practicing a misguided policy both in the administration of interest rates, as in the exchange rate, which inhibits the productive sector and causes disproportion in the Balance of Payments. cB – do you believe that – in that not so cooperative federal framework – a new government could conduct a fruition a tax reform that enhances the quality of our StF? Ernane Galvêas - Public administration requires a comprehensive program of adjustments and reforms, including tax reform, with the ultimate goal of reducing the tax burden and simplifying the system, which is overly complex and burdensome. It would be ideal to achieve a comprehensive reform, in order to simplify the current system, which is federative, to a unified system of VAT type (value added tax). The basis of this simplification would be the federalization of the ICMS (Tax on the Circulation of Goods and Services), as has been done with the IPI (Tax on Industrialized Goods) in the 1967 tax reform. In the current climate, which leaves a strong fiscal imbalance in the three spheres of the Federation – Union, States and Municipalities – we recognizes the extreme difficulty of making a comprehensive tax reform, which should aim a reduction in current tax rate of about 38% of the GDP to 30%. Given the current political disarray, under the influence of more than 30 political parties represented in the Senate and in the House of Representatives, it is easy to imagine that is nearly impossible to carry out a reform in this range. There is a well-founded fear that any proposal could produce a result contrary to that goal, that is, it would consolidate an increase in the tax burden rather than reduce it. Thus, it appears that it would be more prudent and feasible to propose a ‘sliced’ reform, as already suggested. It should start with the extinction of certain taxes, such as the PIS (Social Integration Program), for example, the merger of the CSLL (Social Contribution on Net Profits) to the Income Tax and the elimination of certain taxes that are surcharging the payroll, such as the contribution of INCRA (National Institute for Colonization and Agrarian Reform), the contribution to education (‘Salário-educação’) etc., which should be incorporated in the Union Budget. cB – Why is the national product increasingly suffering from foreign competition? Ernane Galvêas - The current globalization, in the field of international relations, has increased the relevance of competition between domestic and foreign products, whether in disputation of markets for the exports, or at the sense of competition for imported products. As we know, in addition to the infernal bureaucracy, domestic production bears the cost of the higher tax burden among the major participants in international trade, the excessive pressure of interest and the deficiency and inadequacy of transport infrastructure. It is the ‘Brazil Cost’ that causes the low productivity as well as the difficulty in competing with other countries in the international sphere. 12 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 QUAIS SÃO OS DESAFIOS PARA A INDÚSTRIA DO COURO? CUSTO CONFIABILIDADE INOVAÇÃO FLEXIBILIDADE IINFORMAÇÃO PARA TOMADA DE DECISÕES AGILIDADE QUALIDADE FUNCIONALIDADES MAIS PROCURADAS Análise de rendimentos Análise de descartes Avaliação de fornecedores ( rendimento, classificação) Programação de produção Análise de produtividade e eficiência Rastreabilidade e gerenciamento de pedidos de venda Gestão de estoques Análise de custos / Formação de preço de venda Rastreabilidade do inicio ao fim do processo ( ISO / TS / LWG) Integração com equipamentos ( balanças, medidoras, automação de fulões) Rastreabilidade do lote de fornecedor de químicos ( ISO / TS / LWG) Classificação pele a pele Controle de posição do estoque (warehouse management) Gestão de processos de beneficiamento Alarmes eletrônicos Integração com sistema administrativo www.systemhaus.com.br Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 13 encontro marcado “diminuiratributaçãoedesonerar a folha de pagamento...” Segundo o presidente do Centro das Indústrias e Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello, estas são algumas sugestões para o desenvolvimento de uma nova política pública do novo governo para o setor coureiro. cB – a partir de 2015, se inicia um novo ciclo na administração federal, que vai até o final de 2015. o que o cIcB teria para falar ao novo governo? JFB – Todas as pautas do setor de couros do Brasil estão inseridas no Plano Brasil Maior, do qual o CICB é membro e atua em várias comissões. O setor aguarda uma reforma tributária, regras claras nas posições de investimentos em infraestrutura, ampliação de acordos bilaterais com países estratégicos, investimentos na qualificação do trabalhador e um ambiente macroeconômico mais previsível. Esperamos, também, linhas de crédito com juros em sintonia com os praticados no mercado internacional e que, principalmente, o governo seja um facilitador para o nosso trabalho e crescimento. cB – Que proposições objetivas, de interesse da indústria curtidora, o cIcB gostaria de registrar para conhecimento das autoridades federais e ao novo congresso nacional? JFB – Além das questões já levantadas, o setor solicita pontualmente que a receita auferida sobre os 9% de taxa de exportação de couro wet blue seja revertida para o setor para investimento em agregação de valor, programas de gestão em sustentabi- lidade e aplicação em ações de marketing. Nos últimos dez anos, essa taxação já acumulou mais de US$ 650 milhões. cB – a indústria de couro deve exportar esse ano cerca de US$ 3 bilhões, dos quais cerca de 50% de baixo valor agregado. de que forma o novo governo poderia, junto com o setor, desenvolver uma política industrial que resulte na exportação de couro de alto valor agregado? JFB – Primeiramente, é necessário destacar que esta reversão já se iniciou. No início dos anos 2000, o Brasil exportava cerca de 70% de sua produção na forma de baixo valor agregado. Atualmente, nos oito primeiros meses deste ano, o couro nos estágios iniciais de curtimento respondeu por apenas 32% das exportações nacionais. Ou seja: há uma inversão positiva para o país atualmente em comparação com a realidade do passado. A exportação de wet blue, no entanto, sempre vai ocorrer. É impossível eliminá-la do panorama das vendas ao mercado externo a partir do Brasil porque o país tem o maior rebanho comercial do mundo e este produto tem giro rápido – em poucos dias a empresa exportadora já pode enviar o artigo ao comprador, sem o processo cumulativo de impostos. Essa é 14 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 cB – tributação de modo geral: quais sugestões fazer ao novo governo? JFB – Automatizar e sistematizar o ressarcimento dos créditos tributários de exportação, como PIS, COFINS, IPI e ICMS.Também é preciso manter uma política clara em relação ao Reintegra, com prazos e percentuais estabelecidos. Diminuir a tributação para a produção de artigos de maior valor agregado e desonerar a folha de pagamento. cB – Política trabalhista: como rebate na indústria curtidora e o que fazer para mitigar efeitos que prejudiquem a produtividade setorial? JFB – É preciso diminuir encargos e reduzir a burocracia. Acreditamos na necessidade de uma revisão da legislação trabalhista e, em especial sobre a questão de prestação e terceirização de serviços. cB – Promoção comercial externa: há alguma sugestão específica? como ampliar e qualificar ainda mais a parceria com apex-Brasil? JFB – A parceria entre CICB e Apex-Brasil está consolidada por meio do projeto setorial Brazilian Leather, renovado recentemente, em 2014, com vigência até 2016. Trata-se de um projeto com 15 anos de história ininterrupta e cujos resultados são notáveis, tanto nos números das exportações de couros nacionais quanto nas impressões do mercado externo sobre o produto made in Brasil. A cada edição, o Brazilian Leather se fortalece ainda mais e tanto CICB quanto Apex-Brasil têm aprimorado este trabalho ano a ano, com ações de inovação, design, sustentabilidade, gestão e qualificação. Aproximamo-nos cada vez mais das empresas exportadoras, demonstrando e implementando as ferramentas criadas pela Apex-Brasil e pelo projeto Brazilian Leather para qualificar e fortalecer as exportações, dentro do projeto de segmentação. Saudamos e incentivamos que a Apex-Brasil continue buscando apoio junto aos ministérios para ampliar acordos e alianças internacionais para facilitar o comércio exterior. cB – Questões relevantes JFB – O CICB e o projeto setorial Brazilian Leather trabalham em uma série de iniciativas e planos importantes para 2015, com projetos que devem ser determinantes para um novo momento que a indústria de couros se prepara para vivenciar. Nosso foco é no trabalho voltado à sustentabilidade e, para isso, uma série de projetos se destaca neste cenário. Podemos citar – com grande ênfase – a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro (CSB), que irá definir os requisitos de sustentabilidade do couro nacional, capacitar e treinar as empresas do setor nestes requisitos e promover as melhores práticas de produção para fortalecer o couro do Brasil no mercado doméstico e internacional. Trata-se de um programa de excelência que irá marcar um novo momento para a indústria nacional e Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 15 encontro marcado uma dinâmica equivocada no Brasil: quanto mais valor se agrega a um produto, mais tributos são acumulados. O que pode ser feito para melhorar esse panorama é a devolução dos 9% da taxação do wet blue para que as empresas sejam estimuladas a exportar couro com valor agregado e desonerar a cadeia produtiva, desde o frigorífico até a indústria de calçados em couro, por exemplo, estimulando a exportação de manufaturados com esta matéria-prima. encontro marcado também para o consumidor. O Fórum CICB de Sustentabilidade – que chega à sua 4ª edição em 2015 – também destaca-se como um importante vetor de conhecimento e inovação para o setor. A cada ano o maior (teve mais de 600 pessoas participando em 2014), o fórum já é um evento fixo no calendário mundial para a atualização e aprendizado na indústria do couro. Na esfera do design, o projeto Design na Pele foi uma das mais saudadas iniciativas ligadas à moda, à arte e à cultura no Brasil nos últimos anos. O projeto – realizado por CICB, com o apoio do Brazilian Leather – teve sua primeira fase realizada em 2013 e ganha uma nova edição neste ano, contando com a liderança do estilista Ronaldo Fraga e da artista plástica Heloísa Crocco. Os dois ministram oficinas em grupo com curtumes e também consultorias individuais para o desenvolvimento de couros com características especiais, dos quais dão produzidas peças físicas para moda e decoração, com um toque de inovação e a qualidade de excelência do couro brasileiro. No campo do marketing e da promoção comercial, o projeto Brazilian Leather tem ganho cada vez mais espaço em feiras e na mídia internacional, alcançando um elevado patamar de reconhecimento e retorno em vendas. As missões empresariais para países estratégicos para o couro do Brasil estão dentro destas ações e têm contribuído de forma importante para os objetivos de expansão de mercados e crescimento de contatos para o país. Esse trabalho vem sendo fortalecido nos últimos anos, em uma construção muito importante para a imagem e o resultado do projeto. ‘reduction of tax and exemption of payroll...’ According to the president of the Centre for the Brazilian Tanning Industry (CICB), José Fernando Bello, these are some suggestions for the development of a new public policy of the new government for the leather sector. cB – From 2015, a new cycle begins in the federal administration, which runs until the end of 2015. What does the cIcB have to talk to the new government? JFB – All guidelines of the leather industry in Brazil are inserted in the ‘Bigger Brazil Plan’, of which the CICB is member and works on various committees. The sector is waiting for a tax reform, clear rules for the positions on infrastructure investments, expansion of bilateral agreements with strategic countries, investments in worker skills and a more predictable macroeconomic environment. We also hope for credit lines that has interest rates that are linked to those prevailing in the international market and, particularly, we hope that the government is a facilitator of our work and growth. cB – What are the objective propositions concerning to the tanning industry that the cIcB would like to register for the attention of federal authorities and to the new congress? JFB – In addition to the issues raised before, the industry punctually demands that the income earned on the export rate of wet blue leather, which is 9%, can be reversed for the sector to be invested in amount aggregation, sustainability management programs and investment in marketing. In the last ten years, this tax has accumulated more than US$ 650 million. cB – this year, the leather industry must export about US$ 3 billion, of which about 50% of was low aggregate amount. How could the new government, along with the industry, develop an industrial policy that results in the export of leather with high aggregate amount? JFB – First, it is necessary to emphasize that this reversal has already begun. In the early 2000s, Brazil exported about 70% of its production in the form of low aggregate amount. Currently, in the first eight months of this year, the leather in the early stages of tanning accounted for only 32% of national exports. In other words, there is a positive reversal for the country today 16 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 cB – taxation in general: what suggestions can be made to the new government? JFB – The automation and systematization of the reimbursement of tax credits for export such as PIS, COFINS, IPI and ICMS. We also need to maintain a clear policy regarding the Reintegra program, establishing deadlines and percentages. As well, reducing the taxation for the production of articles with higher aggregate amount and exempting of payroll. cB – Labor Policy: how does it affect the tanning industry and what should be done to mitigate the effects that could impair sectorial productivity? JFB – We need to reduce costs and reduce bureaucracy. We believe in the necessity of a revision of labor legislation and in particular on the issue of supply and outsourcing services. cB – external trade promotion: is there any specific suggestions? How to expand and further qualify the partnership with apex-Brazil? JFB – A partnership between CICB and Apex-Brazil is consolidated through the sectorial project ‘Brazilian Leather’, renovated in 2014, effective until 2016. This is a project with 15 years of uninterrupted history and the results are remarkable, both because of the export figures of domestic leathers and because of the impressions in the foreign market on the product made in Brazil. In each edition, Brazilian Leather and strengthens more and more and both the CICB and Apex-Brazil have improved this work year after year, with activities of innovation, design, sustainability, management and skills. We are increasingly getting closer to exporting companies, demonstrating and implementing the tools created by Apex-Brazil and by the Brazilian Leather project in order to qualify and strengthen exports, within the project of segmentation. We welcome and encourage the Apex-Brazil to continue to seek support from the ministries in order to expand international agreements and alliances to facilitate foreign trade. cB – relevant Questions JFB – The CICB and the Brazilian Leather sectorial project are working in several important initiatives and plans for 2015, with projects that must be decisive for a new moment that the leather industry is getting ready to experience. Our focus is on work aimed at sustainability and, therefore, a series of projects stands out in this scenario. We can cite – with great emphasis – the Certification of Sustainability of the Brazilian Leather (CSB), which will set the sustainability requirements of the national leather, qualifying and training companies of the sector for these requirements and promoting best practices of production in order to strengthen Brazilian leather in the domestic and international market. It is an excellent program that will mark a new era for the domestic industry and for the consumer. The CICB Sustainability Forum – that reaches its 4th edition in 2015 – also stands as an important vector of knowledge and innovation for the sector. Increasing each year (it had over 600 people participating in 2014), the forum is already a fixed event in the global calendar for updating and learning about the leather industry. In the sphere of design, the ‘Skin Design Project’ was one of the most welcomed initiatives related to fashion, art and culture in Brazil in recent years. The project – conducted by the CICB, with the support of the Brazilian Leather – had held its first phase in 2013 and is gaining a new edition this year, counting on the leadership of designer Ronaldo Fraga and artist Heloisa Crocco. Both will teach group workshops with tannings and they will give individual consultancies for the development of leather with special features, which produce physical pieces for fashion and decoration, with a touch of innovation and excellence in quality of Brazilian leather. In the field of marketing and trade promotion, Brazilian Leather project design has gained more and more space in fairs and in the international media, reaching a high level of recognition and return on sales. The business missions for strategic countries to Brazilian leather are included in these actions and they have significantly contributed to the goals of expanding markets and increasing contacts for the country. This work has been strengthened in recent years, constructing a very important image for the results of the project. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 17 encontro marcado compared to the reality of the past. The export of wet blue, however, will always occur. It is impossible to eliminate it from the panorama of export sales from Brazil because the country has the biggest commercial cattle in the world and this product has a quick trade – in a few days the exporting company can send the item to the buyer, without the cumulative process of taxes. This is a mistaken dynamics in Brazil: the more amount is aggregate to a product, the more taxes are accumulated. What can be done to improve this situation is the return of wet blue taxation of 9% so that companies are encouraged to export leather with aggregate amount and relieve the productive chain, from the coldstore to the leather footwear industry, for example, encouraging the export of manufactured products with this raw material. CALÇADOS eS: Õ ç a t r o P X e S a aLta n e V e L , S o d a HÕeS ç L IL a m c 0 9 $ S U e d maIS ar emBarQUeS ger am D ados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), apontam que no mês nove foram embarcados 12,2 milhões de pares por US$ 90,13 milhões, incrementos de 27,7% em volume e 2,5% em receita no comparativo com o mesmo mês de 2013. Já no acumulado de janeiro a setembro deste ano a exportação de 94 milhões de pares gerou US$ 789 milhões, volume 6,5% maior e receita 2,4% menor do que o registro de 2013. No caminho oposto, as importações de calçados diminuíram 17,7% na relação de setembro deste ano com o mesmo mês de 2013. No mês passado entraram no Brasil 3 milhões de pares por US$ 46 milhões, valor que foi de US$ 55,85 milhões no ano passado. Já no acumulado, as importações registram, pela primeira vez no ano, uma queda. Entre janeiro e setembro deste ano os brasileiros compraram 29,8 milhões de pares por US$ 450,7 milhões, 1,1% menos do que o registro de 2013 (US$ 455,75 milhões). A recuperação gradual das exportações aliada à queda nas importações equilibrou a balança comercial de calçados que agora é 4,2% inferior a registrada no ano passado. Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor 18 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Klein, o resultado não pode ser justificado com a recente alta do dólar. “Tanto as exportações como as importações foram negócios entabulados há meses”, avalia. Segundo ele, o um movimento, como se vê hoje, é episódico. “Para sinalizar uma tendência é preciso um período mais alongado”, acrescenta. Para o executivo, o quadro deve ficar mais claro para análises somente a partir do próximo ano, com o desfecho do ano eleitoral, sempre “atípico” no que diz respeito ao comércio doméstico e internacional. Com uma participação de quase 37% no bolo de exportações de calçados, em receita, o Rio Grande do Sul segue na ponta como o principal vendedor internacional do segmento. Entre janeiro e setembro, os gaúchos embarcaram 13,2 milhões de pares por US$ 289,8 milhões, resultado praticamente idêntico ao registrado no mesmo período de 2013, US$ 290,1 milhões. O segundo maior exportador do período foi o Ceará, que embarcou 39,3 milhões de pares por US$ 219,4 milhões, queda de 3,8% frente ao mesmo ínterim do ano passado. Em terceiro no ranking de exportadores aparece São Paulo, que vendeu 9,37 milhões de pares por US$ 112,44 milhões, 5% mais do que nos nove primeiros meses de 2013. CALÇADOS deStInoS L SI maIS Para o Bra o d en d en V e U rgentIna Seg a Com barreiras impostas aos calçados brasileiros, especialmente através do atraso de licenças para a importação, a Argentina continua crescendo como vendedora desses produtos para o Brasil. No mês passado os argentinos venderam 25 vezes mais do que em setembro de 2013 (US$ 580 mil ante US$ 22,25 mil). Com a performance, a Argentina, que no acumulado já exportou para o Brasil o equivalente a US$ 9,6 milhões (20% mais do que no mesmo período do ano passado), aparece na quinta colocação entre as principais origens do calçado importado no País. Se por um lado as importações de calçados da Argentina aumentam, por outro diminuem as da Ásia. Em setembro, Vietnã, Indonésia e China registraram performances inferiores as do mesmo mês do ano passado. O quadro no acumulado, porém, ainda é positivo para o Vietnã, que exportou o equivalente a US$ 267,3 milhões para o Brasil, uma alta de 10,8% ante 2013. Já a Indonésia, segundo principal fornecedor internacional de calçados para o varejo brasileiro, registra uma leve queda de 1% no acumulado, agora chegando a US$ 84 milhões em receita gerada pelos produtos exportados para o Brasil. Ainda no acumulado, a terceira principal origem segue sendo a China (US$ 41,27 milhões, queda de 17,2%), seguida pela Itália (US$ 16,4 milhões, alta de 12,2%). Entre janeiro e setembro de 2014, os principais destinos do calçado brasileiro seguiram sendo os Estados Unidos, para onde foram embarcados 8,2 milhões de pares por US$ 140,63 milhões (alta de 2,4% ante 2013), Argentina, que comprou 6,24 milhões de pares por US$ 66,55 milhões (queda de 32,6%), e França, para onde foram exportados 5,5 milhões de pares por US$ 47,7 milhões (queda de 2,5%). noVa aLÍQUota do reIntegra meLHora condIçÕeS de comPetItIVIdade O anúncio de antecipação da nova alíquota do Reintegra feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, gerou reações positivas por parte dos calçadistas brasileiros. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a antecipação da nova alíquota de devolução dos valores pagos em impostos aos exportadores de manufaturados, que foi de 3% do valor total exportado desde outubro, deve trazer um novo fôlego para a indústria neste final de ano. Para o presidente-executivo da entidade calçadista, Heitor Klein, a alíquota, que agora volta ao valor original adotado em dezembro de 2011, contribuirá para a formação de preço mais competitivo para as exportações. “Devemos notar uma melhora nos embarques das encomendas para dezembro e janeiro de 2015, mas nada que possa salvar o ano ruim da indústria calçadista”, avalia. Segundo ele, a crise da Argentina, segundo principal mercado dos exportadores de calçados, deve arrefecer o impacto da medida do Governo Federal. “A queda de 35% nas exportações para a Argentina, que deve fechar 2014 com o pior resultado desde 2002 – ano após a grande crise instalada pelo calote de 2001 – será determinante para um resultado negativo. É possível que, com a nova alíquota do Reintegra, ao menos, consigamos empatar com 2013, o que já será um grande feito para o setor”, afirma o executivo. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 19 COMÉRCIO EXTERIOR EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA A BRAZILIAN EXPORTS BRAZILIAN TRADE BALANCE B balança comercial brasileira apresentou, até o mês de setembro de 2014, um déficit de US$ 700 milhões. Para o ano de 2014, a tendência é que o déficit seja revertido com a queda do preço do petróleo no mercado internacional e o Brasil termine o ano com superávit. razilian trade balance presented, until September 2014, a deficit of US$ 700 million. For the year 2014, the trend is that the deficit reverses by the fall of oil prices in the international market and that Brazil finishes the year with a surplus. O agronegócio continua sendo o principal protagonista no comércio exterior brasileiro, onde somente dez de seus produtos (entre eles o couro) exportados no ano representaram 33% do total exportado pelo Brasil. Soja em grão liderou o grupo com 13% do total exportado pelo país e café em grão exportou US$ 4,2 bilhões. Agribusiness remains the main protagonist in the Brazilian foreign trade, where only ten of its products exported in the year (including leather) represented 33% of total exports from Brazil. Soybeans led the group with 13% of total exports and coffee beans exported US$ 4.2 billion. 20 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 COMÉRCIO EXTERIOR EXPORTAÇÕES DE COURO DO BRASIL LEATHER EXPORTS FROM BRAZIL As exportações de couro continuam apresentando resultados crescentes, suplantando todos os recordes obtidos, como consequência de um mercado internacional ávido por essa matéria-prima. Até setembro de 2014, o Brasil exportou US$ 2,2 bilhões em couros e peles, mantendo, ao redor de 1,3%, sua participação nas exportações totais brasileiras. Infelizmente, essa pujante realidade não se manifesta também nos setores de artefatos e de calçados. Leather exports continue to show increasing results, surpassing all records as a result of an international market that is eager for this raw material. Until September 2014, Brazil exported US$ 2.2 billion in leathers and skins, keeping its share around 1.3%, of total Brazilian exports. Unfortunately, this thriving reality does not manifest in artifact and footwear sectors. Há cinco anos, as exportações de calçados (US$ 1,1 bilhão) do Brasil eram 38% superiores às exportações de couro (US$ 791 milhões). Em 2014, as exportações de calçados (US$ 920 milhões) não passam de 41% das exportações de couro (US$ 2,2 bilhões). No mesmo período, as exportações de artefatos passaram de 10% das exportações de couro para menos de 2%. O que ocorreu nesse espaço de tempo que reduziu as exportações de produtos finais em 16% (calçados) e 45% (artefatos)? A resposta está na crescente perda de competitividade do produto brasileiro, resultado de uma política Five years ago, exports of footwear (US$ 1.1 billion) in Brazil were 38% higher than exports of leather (US$ 791 million). In 2014, exports of footwear (US$ 920 million) are only 41% of leather exports (US$ 2.2 billion). In the same period, exports of artifacts have gone from 10% of the exports of leather to less than 2%. What happened in that space of time that reduced exports of final products in 16% (footwear) and 45% (artifacts)? The answer lies in the increasing loss of competitiveness of Brazilian products, as a consequence of a misguided industrial policy which is grounded in spe- Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 21 COMÉRCIO EXTERIOR industrial equivocada que se alicerça em desonerações pontuais para setores escolhidos. Essas desonerações, complementadas por encarecimento do produto importado e por taxação de exportação de couros salgado e wet blue não têm a capacidade de fornecer competitividade a esses setores produtivos. Como consequência, a indústria brasileira realiza constante perda de mercado e as commodities se tornam alvos de predadora demanda. A ausência de uma política industrial que priorize a competitividade estrutural da indústria nacional pereniza esse fúnebre cenário. Como o mercado internacional nada tem a ver com isso, demanda nossa matéria-prima couro de forma crescente, proporcionando esse admirável incremento que alcançou 25%, nos últimos dois anos. cific exemptions for selected sectors. These exonerations, complemented by enhancement of imported products and by taxation of exports of salted and wet blue leathers, do not have the ability to provide competitiveness to these productive sectors. As a result, Brazilian industry is steadily losing market, and commodities become targets for a predatory demand. The absence of an industrial policy that prioritizes the structural competitiveness of the domestic industry perpetuates this funeral situation. As the international market has nothing to do with it, it demands more and more our leather as raw material, providing this great growth, which reached 25% in the last two years. Registre-se que, nesses dois anos, as exportações de couro salgado cresceram 240%, as de couro wet blue cresceram 32%, as exportações de couro crust cresceram14% e as de couro acabado cresceram 19%. It is noteworthy that in these two years, exports of salted leather increased 240%, exports of wet blue leather increased 32%, exports of crust leather increased 14% and exports of finished leather increased 19%. 22 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 COMÉRCIO EXTERIOR Quem puxou o crescimento das exportações? Foram os produtos primários do processo de curtimento (couro salgado e couro wet blue), ou seja, a matéria-prima da matéria-prima, jogando por terra a agregação de valor, cantada em verso e prosa. E, para onde vai a matéria-prima couro brasileiro? What has pulled export growth? The primary products of the tanning process (salted leather and wet blue leather), that is, the raw material of raw material, throwing away the amount aggregation, sung in verse and prose. And where does the raw Brazilian leather go? Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 23 COMÉRCIO EXTERIOR Certos 61% das divisas advindas das exportações de couro vêm da China/Hong Kong, Itália e EUA. Porém, 36% do valor exportado em couro vêm da China/Hong Kong, destino que apresentou crescimento de 168% na demanda por couro brasileiro nos últimos cinco anos, o que não surpreende, deve ser comemorado e esse mercado merece um tratamento a pão de ló. COMENTÁRIOS FINAIS Boa notícia para o comércio exterior brasileiro foi que o governo brasileiro internalizou, em outubro último e pelo Decreto Nº 8.327/2014, a Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias, uniformizando direitos e deveres das partes. Isso significa segurança jurídica e previsibilidade nas transações, unindo o Brasil a 83 países, que representam mais de 90% do comércio global. Porém, o que ocorreu de mais relevante para a economia nacional, e parou o país por três meses, foi a festa da democracia proporcionada pelo processo de eleição presidencial levado a cabo no Brasil. Esse processo tomou conta do cotidiano brasileiro, 24 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 61% of foreign exchange arising from leather exports come from China/ Hong Kong, Italy and USA. However, 36% of the export value of leather come from China/ Hong Kong, destination which presented an increase of 168% in demand for Brazilian leather in the last five years, and this fact is not surprise, it should be celebrated and this market deserves a great treat. FINAL COMMENTS The good news for Brazilian foreign trade was that the Brazilian government has internalized last October, and through the Decree No. 8.327/2014, the United Nations Convention on Contracts for the International Sale of Goods, standardizing rights and duties of the parties. This means legal security and predictability in transactions, linking Brazil to 83 countries, which represent over 90% of global trade. However, the most important fact to the national economy, that has made the country stop for three months, was the party of democracy provided by the process of presidential election carried out in Brazil. This process took over Brazilian quotidian, polarized the debate between the two candidates and came to COMÉRCIO EXTERIOR polarizou o debate entre dois candidatos e passou a representar a esperança de toda a população brasileira por uma vida melhor e por um país mais competitivo e pujante. Após uma acirrada e emocionada campanha eleitoral, há muito não vista na história política do país, a presidente Dilma Roussef foi reeleita Presidente do Brasil para o mandato 2015/2018. A disputa eleitoral dividiu ao meio as opiniões da população brasileira e o resultado do pleito se caracterizou por uma larga vitória de Dilma Roussef nas regiões mais carentes (Norte e Nordeste) do Brasil, o que mais do que compensou a vitória da oposição nas regiões mais produtivas e desenvolvidas (Sudeste, Centro-Oeste e Sul) do país. A diferença que garantiu a legítima vitória de Dilma Roussef foi de 3,5 milhões de votos, em um total de 105,5 milhões de votos válidos, perfazendo uma diferença de apenas 3,3%. Essa pequena diferença permite a previsão de uma forte oposição no Congresso e de uma valorização do debate, tendo como base o tema principal da campanha que foi a palavra MUDANÇA. A expectativa da população está em ações de governo que, sob a regência da “mudança” clamada pela população, promovam: • um efetivo controle dos gastos públicos, com impacto positivo no controle da inflação; • uma redução na taxa de juros, com atuação independente do Banco Central; • uma política econômica que contribua para o aumento no crescimento do PIB; • uma política industrial horizontal que priorize a competitividade brasileira, garanta previsibilidade e não privilegie setores selecionados, o que desequilibra a competitividade; • a volta da confiança do empresariado, atraindo investimentos; • uma política de comércio exterior que não dependa de organismos multilaterais e que reveja não só a participação do Brasil no Mercosul como a relação comercial do Brasil com Estados Unidos e China; • uma reforma tributária (a primeira na fila de espera) que organize e simplifique o caótico sistema tributário vigente; • uma reforma do sistema eleitoral que modernize as formas de se fazer política no país e, last but not least, • um ferrenho e constante combate à corrupção. represent the hope of the entire Brazilian population for a better life and a more competitive and thriving country. After a fierce and emotional election campaign, not seen for a long time in the political history of the country, President Dilma Rousseff was reelected for the 2015/2018 term. The electoral dispute has divided the opinions of the population and the outcome of the election was characterized by a wide victory of Dilma Rousseff in the poorest regions (North and Northeast) of Brazil, which have offset the victory of the opposition in the most productive and developed regions (Southeast, Midwest and South) of the country. The difference that ensured Dilma Rousseff’s legitimate victory was 3.5 million votes, from a total of 105.5 million valid votes, amounting to a difference of only 3.3%. This small difference allows the prediction of a strong opposition in Congress as well as an appreciation of the debate, based on the main theme of the campaign centered in the word CHANGE. The expectation of the population is in some government actions that, under the baton of the ‘change’ requested by people, can promote: • an effective control of public spending, with positive impact on inflation; • a reduction in interest rates, with independent actions of the Central Bank; • an economic policy that contributes to the increase and growth of GDP; • a horizontal industrial policy that can prioritize Brazilian competitiveness, that can ensure predictability and that do not favor selected sectors, which impairs competitiveness; • the return of business confidence, attracting investment; • one foreign trade policy that does not require multilateral organizations and that can review not only the participation of Brazil in Mercosur but also the trade relationship of Brazil with the United States and China; • a tax reform (the first in the line) in order to organize and simplify the chaotic current tax system; • a reform of the electoral system in order to modernize the ways of doing politics in the country and, last but not least, • a strong and constant fight against corruption. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 25 1 ‐ ANÁLISEE DAS EX XPORTAÇ ÇÕES BRA ASILEIRA AS DE COUROS E P PELES SEETEMBRO 2014 COMÉRCIO EXTERIOR As Exxportações de Couross e Peles ap presentadass pela SECEEX (Secretaria de Com mércio Exterrior), referentes aao mês de SSetembro d de 2014, registraram o o valor de US$ 256,220 U 0 milhões, o que significaa um ccrescimento de 15,5% em e relação ao mesmo mês do ano o passado, quando q foraam exportad dos US$ 221 1,823 m milhões. Em relação à Agosto A de 20 014 houve uma u redução o de ‐3,9%, quando o to otal exportado foi o reccorde m mensal de US S$ 266,641 m milhões. Quan nto à quanttidade de co ouros, conssiderando ssomente os couros bovvinos, em SSetembro fo oram e embarcadas s 2,807 milh hões de unidades, uma redução de ‐3,7% em relação aa Agosto, ccujo total fo oi de 2 2,915 milhõ es. 1 ‐ ANÁLISEE DAS EX XPORTAÇ ÇÕES BRA ASILEIRA AS DE COUROS E P PELES Segu ue abaixo o perfil das exportações de Setemb bro de 2014: SEETEMBRO 2014 Valor FOB U US$ Nr. Pe eles As Exxportações de Couross e Peles ap presentadass pela SECEEX (Secretaria de Com mércio Exterrior), SA ALGADO SALGAD DO referentes aao mês de SSetembro d o valor de US$ 256,220 U 0 milhões, o que significaa um 0,2% 0,1% de 2014, registraram o ccrescimento de 15,5% em e relação ao mesmo mês do ano o passado, quando q foraam exportad dos US$ 221 1,823 WB m milhões. Em relação à Agosto A de 20 014 houve uma u redução o de ‐3,9%, quando o to otal exportado foi o reccorde 31,3% m mensal de US S$ 266,641 m milhões. ACABADO WB 45,8% 44,0% Quan nto à quanttidade de co ouros, conssiderando ssomente os couros bovvinos, em SSetembro fo oram ACA ABADO 5s 2,807 milh 55,3% de ‐3,7% e eembarcadas hões de unidades, um a redução m relação a a Agosto, c cujo total fo oi de RASPA WB 2 2,915 milhõ es. CRUST 7,2% 6,1% Segu ue abaixo o perfil das e bro de 2014: xportações de Setemb Valor FOB U US$ CRU UST 10,,0% Nr. Pe eles Seguem ab baixo paísess e origens d das exportaações acumuladas de 2 2014: SA ALGADO 0,2% Origgens ‐ Estadoss ‐ % Valor FO OB US$ SALGAD DO 0,1% Desttinos ‐ Países ‐ % Valor FOB B US$ CHINA 27,4% ONG HO KO ONG 8,4% ACA ABADO 5 55,3% ITA ALIA 15 5,3% WB 31,3% RIO O GRANDE DO WBSUL 20,0% UTROS OU MATO ESTTADOS ACABAD O G GROSSO DO 2 21,6% SUL 44,0% 6,6% ESTTADOS UN NIDOS 10 0,1% RASPA WB CRUST 7,2% 6,1% 45,8% CRU UST 10,,0% CEARA C 7 7,5% OUTRO OS Seguem ab baixo paísess e origens d das exporta ações acumuladas de 2 2014: PAÍSES 38,8% % Desttinos ‐ Países ‐ % Valor FOB B US$ CHINA 27,4% ONG HO KO ONG 8,4% ITA ALIA 15 5,3% PARANA 1,0% 11 ESTTADOS UN NIDOS 10 0,1% GOIAS 14,4% ULO SAO PAU 18,9% % Origgens ‐ Estadoss ‐ % Valor FO OB US$ MATO G GROSSO DO SUL 6,6% 26 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 C CEARA UTROS OU ESTTADOS 2 21,6% RIO O GRANDE DO SUL 20,0% COMÉRCIO EXTERIOR EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES - 2012/2014 MÊS 2012 VALOR FOB (US$) 2013 VARIAÇÃO (%) 2014 MENSAL 2014/2013 PESO (KG) 2013 2012 2014/2012 VARIAÇÃO (%) 2014 MENSAL JAN 139.608.825 164.851.775 201.955.062 -15,9% 22,5% 44,7% 27.413.761 37.241.066 40.963.263 FEV 151.016.053 188.854.582 2 - EXPORTAÇÕES 250.080.891 23,8% 32,4% 65,6% 26.447.554 E PELES 38.443.820 46.753.963 BRASILEIRAS DE COUROS - 2012/2014 MAR 173.720.629 191.490.428 252.555.510 1,0% 31,9% 45,4% 36.852.747 40.019.943 48.038.901 FOB (US$) 255.794.019 VARIAÇÃO PESO (KG) ABR 175.329.656 VALOR 218.438.118 1,3% 17,1%(%) 45,9% 32.467.775 43.133.818 44.099.664 MÊS 2012 2013 2014 MENSAL 2012 2013 2014 MAI 196.274.298 229.300.826 258.811.356 1,2% 2014/2013 12,9% 2014/2012 31,9% 36.930.632 44.393.651 42.308.762 JAN 139.608.825 164.851.775 201.955.062 -15,9% 22,5% 44,7% 27.413.761 37.241.066 40.963.263 JUN 180.817.966 197.891.256 245.982.679 -5,0% 24,3% 36,0% 34.496.000 38.101.977 37.050.272 FEV 151.016.053 188.854.582 250.080.891 23,8% 32,4% 65,6% 26.447.554 38.443.820 46.753.963 JUL 160.546.412 197.637.221 249.027.142 1,2% 26,0% 55,1% 30.005.549 37.037.068 39.417.436 MAR 173.720.629 191.490.428 252.555.510 1,0% 31,9% 45,4% 36.852.747 40.019.943 48.038.901 AGO 192.572.802 207.903.682 266.641.017 7,1% 28,3% 38,5% 38.053.155 39.659.285 42.358.373 ABR 175.329.656 218.438.118 255.794.019 1,3% 17,1% 45,9% 32.467.775 43.133.818 44.099.664 SET 162.054.445 221.822.623 256.220.346 -3,9% 15,5% 58,1% 29.067.949 44.083.823 41.424.238 MAI 196.274.298 229.300.826 258.811.356 1,2% 12,9% 31,9% 36.930.632 44.393.651 42.308.762 OUT 184.524.973 236.907.943 36.336.756 46.526.594 JUN 180.817.966 197.891.256 245.982.679 -5,0% 24,3% 36,0% 34.496.000 38.101.977 37.050.272 NOV 175.829.203 215.370.206 35.960.846 41.667.059 JUL 160.546.412 197.637.221 249.027.142 1,2% 26,0% 55,1% 30.005.549 37.037.068 39.417.436 DEZ 186.724.872 240.090.313 38.457.192 47.528.012 AGO 192.572.802 207.903.682 266.641.017 7,1% 28,3% 38,5% 402.489.916 38.053.155 39.659.285 42.358.373 Total 2.079.020.134 2.510.558.973 2.237.068.022 23,0% 46,0% 497.836.116 382.414.872 SET 162.054.445 256.220.346 -3,9% 15,5% 58,1% 29.067.949 44.083.823 41.424.238 Fonte: SECEX / Elaborado pelo CICB 221.822.623 OUT 184.524.973 236.907.943 36.336.756 46.526.594 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES NOV 175.829.203 215.370.206 35.960.846 41.667.059 Valor FOB (US$) 300.000.000 186.724.872 266.641.017 47.528.012 258.811.356 245.982.679 249.027.142 DEZ 240.090.313 38.457.192 256.220.346 250.080.891 252.555.510 255.794.019 250.000.000 Total 2.079.020.134 2.510.558.973 2.237.068.022 23,0% 46,0% 402.489.916 497.836.116 382.414.872 2014/2013 240.090.313 201.955.062 Fonte: SECEX / Elaborado pelo CICB 200.000.000 250.080.891 252.555.510 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES Valor FOB (US$) 258.811.356 245.982.679 249.027.142 266.641.017 255.794.019 FEV MAR ABR 150.000.000 100.000.000 300.000.000 50.000.000 250.000.000 200.000.0000 150.000.000 40.000.000 46.753.963 FEV 48.038.901 MAR 30.000.000 40.963.263 JAN 46.753.963 FEV 48.038.901 MAR 20.000.000 10.000.000 300.000.000 0 250.000.000 200.000.000 250.080.891 201.955.062 JAN FEV 252.555.510 MAR 150.000.000 300.000.000 100.000.000 250.000.000 50.000.000 240.090.313 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 42.308.762 MAI JUN 37.050.272 39.417.436 JUL 250.080.891 252.555.510 201.955.062 44.099.664 42.308.762 ABR MAI 37.050.272 39.417.436 JUN JUL 42.358.373 AGO 41.424.238 SET 47.528.012 OUT NOV DEZ MAI JUN JUL 2014 42.358.373 41.424.238 AGO SET AGO 2012 OUT NOV DEZ 2013 2014 256.220.346 215.370.206 SET EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES FOB (US$) 266.641.017 255.794.019 258.811.356 249.027.142 245.982.679 47.528.012 OUT NOV DEZ 2012 2013 2014 256.220.346 215.370.206 2012 200.000.0000 150.000.000 2012 2013 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES FOB (US$) 266.641.017 255.794.019 258.811.356 249.027.142 245.982.679 ABR 2013 2014 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES Peso (Kg) 20.000.000 60.000.000 40.000.0000 MAI 44.099.664 ABR 30.000.000 10.000.000 50.000.000 2014 256.220.346 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES Peso (Kg) 40.963.263 JAN 31,1% 2012 2012 100.000.000 50.000.000 60.000.000 0 50.000.000 5,6% 2013 201.955.062 JAN 2014/2012 -13,8% 10,0% 49,4% 14,1% 21,6% 76,8% 2,7% 20,0% 30,4% VARIAÇÃO -8,2% 2,2%(%) 35,8% MENSAL -4,1% 2014/2013 -4,7% 2014/2012 14,6% -13,8% 10,0% 49,4% -12,4% -2,8% 7,4% 14,1% 21,6% 76,8% 6,4% 6,4% 31,4% 2,7% 20,0% 30,4% 7,5% 6,8% 11,3% -8,2% 2,2% 35,8% -2,2% -6,0% 42,5% -4,1% -4,7% 14,6% -12,4% -2,8% 7,4% 6,4% 6,4% 31,4% 7,5% 6,8% 11,3% 5,6% 31,1% -2,2% -6,0% 42,5% JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2013 2014 100.000.000 PÁG. 4 50.000.000 0 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ PÁG. 4 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 27 COMÉRCIO EXTERIOR 3 - DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES PAÍSES 1 China + Hong Kong Jan-Set/2012 VALOR FOB (US$) Jan-Set/2013 Jan-Set/2014 ∆ Part 14 2014/2013 Jan-Set/2012 PESO (KG) Jan-Set/2013 Jan-Set/2014 ∆ Part 14 2014/2013 535.141.472 643.720.055 800.952.890 35,8% 24,4% 146.968.084 178.044.691 180.073.308 47,1% 1,1% China 357.920.825 444.669.663 613.606.503 27,4% 38,0% 117.276.906 146.777.556 157.510.694 41,2% 7,3% 2 Itália 298.230.507 383.750.289 342.242.283 15,3% -10,8% 65.372.830 91.084.537 69.586.864 18,2% -23,6% 3 Estados Unidos 194.890.909 185.579.635 225.209.580 10,1% 21,4% 9.683.720 9.558.265 10.271.013 2,7% 7,5% Hong Kong 177.220.647 199.050.392 187.346.387 8,4% -5,9% 29.691.178 31.267.135 22.562.614 5,9% -27,8% 4 Vietnã 29.968.826 36.588.316 109.607.218 4,9% 199,6% 10.781.851 9.912.271 36.374.258 9,5% 267,0% 5 Alemanha 37.273.339 57.258.131 90.785.105 4,1% 58,6% 2.610.407 3.659.145 4.659.969 1,2% 27,4% 6 Coreia do Sul 33.517.002 48.728.167 84.883.820 3,8% 74,2% 2.451.303 4.110.695 7.103.594 1,9% 72,8% 7 México 44.103.022 53.011.989 79.529.404 3,6% 50,0% 4.044.371 4.379.782 4.993.105 1,3% 14,0% 8 Tailândia 34.317.617 64.638.450 73.070.537 3,3% 13,0% 3.483.543 10.345.894 12.037.585 3,1% 16,4% 9 Hungria 62.832.257 65.418.896 71.553.339 3,2% 9,4% 2.950.088 3.139.464 3.160.958 0,8% 0,7% 10 Taiwan (Formosa) 34.595.134 34.863.743 51.791.173 2,3% 48,6% 18.371.430 15.870.253 19.285.075 5,0% 21,5% 11 Uruguai 18.052.639 19.806.534 40.095.367 1,8% 102,4% 1.432.829 2.381.685 5.035.500 1,3% 111,4% 12 Japão 15.141.863 11.036.020 33.610.744 1,5% 204,6% 2.632.717 1.927.704 4.389.919 1,1% 127,7% 13 Indonésia 12.715.202 23.898.620 25.000.744 1,1% 4,6% 1.711.235 2.775.410 1.416.576 0,4% -49,0% 14 República Dominicana 8.263.397 12.737.132 21.849.560 1,0% 71,5% 1.741.579 2.676.677 3.505.813 0,9% 31,0% 15 Países Baixos (Holanda) 18.831.416 24.230.351 20.570.735 0,9% -15,1% 1.937.064 1.959.195 1.286.887 0,3% -34,3% 16 Portugal 18.963.539 19.176.816 2.346.622 4.383.875 3.804.539 1,0% -13,2% 4 -11.226.581 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE 0,9% COURO1,1% BOVINO POR TIPO DE COURO 17 Noruega 16.737.350 16.273.046 15.785.975 0,7% -3,0% 581.793 563.610 481.653 0,1% -14,5% VALOR FOB (US$) ∆ Nr. DE COUROS BOVINOS ∆ 18 DE Índia 7.761.976 11.491.407 34,0% Jan-Set/2012 1.297.990 1.793.069 8,4% TIPO COURO Jan-Set/2012 Jan-Set/2013 Jan-Set/201415.400.431 2014/2013 0,7% 2014/2012 Jan-Set/2013 Jan-Set/20141.942.979 2014/20130,5% 2014/2012 SALGADO 2.089.973 10.107.67614.859.885 7.200.178 15.094.516 -28,8% 0,7% 244,5% 51.3532.270.382284.680 3.555.044 170.851 1.919.930 -40,0% 0,5% 232,7% 19 África do Sul 14.283.411 1,6% -46,0% WET BLUE 411.014.373 602.335.028 711.602.231 18,1% 73,1% 12.389.815 -7,3% 20 Paraguai 7.957.510 9.068.095 13.136.887 0,6% 141,2% 44,9% 9.376.570 1.234.50913.364.404 1.562.241 2.749.382 0,7% 32,1% 76,0% RASPA WET BLUE 70.786.568 91.076.899 170.730.261 87,5% 21 Malásia 8.277.730 7.317.231 11.604.782 0,5% 58,6% 386.744 314.998 483.264 0,1% 53,4% CRUST 120.056.103 109.794.891 115.194.022 4,9% -4,0% 2.141.768 1.939.858 2.451.676 26,4% 14,5% ACABADO 916.629.683 991.220.961 1.222.795.281 23,4% 33,4% 9.480.802 10.239.140 11.319.345 10,5% 19,4% 22 Espanha 8.423.713 12.284.731 9.171.997 0,4% -25,3% 1.803.433 2.387.088 2.101.447 0,5% -12,0% Total 1.520.576.700 1.804.535.455 2.227.521.973 8.463.514 23,4% 0,4% 46,5% 25.828.082 355.918 26.331.687 342.826 1,9% 0,1% 25,1% 23 Canadá 7.984.596 8.061.824 5,0% 21.050.493370.706 -3,7% Fonte: SECEX / Elaborado pelo CICB 24 Reino Unido 2.002.100 3.874.843 7.027.172 0,3% 81,4% 131.494 299.025 543.244 0,1% 81,7% EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COURO BOVINO - Jan-Set/2014 BRASILEIRAS DE COURO BOVINO - Jan-Set/2014 25 Austrália 5.287.077 5.120.399 6.125.640 0,3% 19,6% EXPORTAÇÕES 334.943 340.576 346.151 0,1% 1,6% Participação por tipo de couro - % Valor FOB US$ Participação por tipo de couro - % Nr Couros SALGADO 26 Eslovênia 1.283.014 4.010.009 5.774.397 0,3% 44,0% 75.363 219.692 293.975 0,1% 33,8% SALGADO 0,6% 0,3% WET BLUE 27 França 5.062.627 2.644.620 5.341.646 0,2% 102,0% 234.406 125.290 249.445 0,1% 99,1% 31,9% 28 Argentina 2.701.519 1.651.137 4.499.626 0,2% 172,5% 427.961 89.751 542.045 WET BLUE 0,1% 503,9% 47,1% ACABADO 29 Polônia 6.199.999 3.578.694 2.989.503 0,1% -16,5%43,0% 321.417 266.233 199.906 0,1% -24,9% ACABADO 30 Dinamarca 4.324.365 5.480.144 2.816.183 0,1% -48,6% 206.843 278.626 129.410 0,0% -53,6% 54,9% 31 Chile 4.155.968 3.987.219 2.711.019 0,1% -32,0% 483.177 469.457 217.857 0,1% -53,6% 32 Estônia 1.931.713 2.008.893 2.380.251 0,1% 18,5% 92.252 101.960 117.083 0,0% 14,8% RASPA WET BLUE 33 Nicarágua 6.107.319 894.704 7,7% 1.911.018 0,1% 113,6% 183.465 33.383 69.296 0,0% 107,6% CRUST CRUST 34 Colômbia 943.480 1.804.854 1.545.297 0,1% -14,4% 379.365 489.538 417.453 0,1% -14,7% 9,3% 5,2% 35 Sri Lanka 1.116.349 991.939 1.451.124 0,1% 46,3% 67.692 92.431 104.951 0,0% 13,5% 36 Rússia 2.820.748 1.722.217 1.312.537 0,1% -23,8% 130.324 79.896 61.812 0,0% -22,6% EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COURO BOVINO 37 Irlanda 0 0 1.185.882 0 0 234.480 0,1% Valor0,1% FOB US$ 1.400.000.000 38 Turquia 1.015.601 1.902.832 1.101.102 0,0% -42,1% 196.449 635.806 1.222.795.281 347.760 0,1% -45,3% 1.200.000.000 39 Moldávia 1.231.607 1.078.971 990.847 0,0% -8,2% 60.954 53.937 50.134 0,0% -7,1% 1.000.000.000 40 Lituânia 2.402.759 2.555.793 971.836 0,0% -62,0% 102.190 96.447 34.992 0,0%Jan‐Set/2012 -63,7% 711.602.231 41 Peru 800.000.000 986.822 840.321 914.485 0,0% 8,8% 45.696 36.802 32.082 0,0%Jan‐Set/2013 -12,8% 600.000.000 42 Áustria 287.148 65.891 655.239 0,0% 894,4% 13.731 2.752 29.292 0,0%Jan‐Set/2014 964,4% 400.000.000 43 Bangladesh 111 0 650.904 0,0% 83 0 479.198 0,1% 115.194.022 170.730.261 44 Egito200.000.000 69.689 0 644.988 0,0% 21.280 0 144.195 0,0% 7.200.178 45 Croácia 0 0 0 598.341 0,0% 0 0 83.487 0,0% SALGADO WET BLUE RASPA WET BLUE CRUST 46 Suécia 675.758 806.517 580.477 0,0% -28,0% 31.821 35.094 ACABADO 22.780 0,0% -35,1% 47 Filipinas 491.800 1.263.255 536.534 0,0% -57,5% 16.703 71.576 22.030 0,0% -69,2% PÁG. 6 48 Bósnia-Herzegovina 0 91.170 338.589 0,0% 271,4% 0 8.294 34.186 0,0% 312,2% 49 Emirados Árabes Unidos 51.644 226.338 300.567 0,0% 32,8% 2.029 10.367 12.694 0,0% 22,4% 50 Belarus 109.016 184.132 286.005 0,0% 55,3% 4.877 8.399 10.774 0,0% 28,3% 51 Camboja 139.235 156.226 267.090 0,0% 71,0% 5.055 7.065 12.282 0,0% 73,8% 52 Israel 273.358 103.573 251.047 0,0% 142,4% 42.095 47.081 200.854 0,1% 326,6% 53 Grécia 208.582 219.093 247.339 0,0% 12,9% 40.190 62.162 41.425 0,0% -33,4% 54 Paquistão 261.018 195.240 219.697 0,0% 12,5% 178.899 62.365 59.233 0,0% -5,0% 55 Macau 144.154 36.831 205.268 0,0% 457,3% 4.116 2.005 66.330 0,0% 3208,2% 56 Romênia 184.725 269.013 200.724 0,0% -25,4% 12.293 27.066 9.034 0,0% -66,6% 2857 - Equador Revista Courobusiness -setembro / outubro 153.839 2014 59.727 166.400 0,0% 8,2% 2.296 14.272 4.981 0,0% -65,1% 58 Guatemala 267.710 141.459 158.308 0,0% 11,9% 8.940 11.420 39.944 0,0% 249,8% 59 Cingapura 1.525.306 2.396.737 153.265 0,0% -93,6% 163.528 689.007 40.792 0,0% -94,1% INDÚSTRIA cnI: confiança do empresário é a menor em 15 anos Índice de Confiança do Empresário Industrial caiu 0,7 ponto em outubro frente a setembro, atingindo 45,8 pontos no mês O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu 0,7 ponto em outubro em relação a setembro e atingiu 45,8 pontos. Esse foi o menor indicador da série histórica iniciada em 1999, segundo a pesquisa divulgada em outubro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com os dados revelados, esse é o sétimo mês consecutivo em que o índice fica abaixo da linha divisória dos cinquenta pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Abaixo de cinquenta pontos indicam falta de confiança. De acordo com o levantamento, a falta de confiança é generalizada em todos os portes e segmentos de empresas. As indústrias de médio porte registraram a menor confiança com 44,3 pontos; seguidas pelas de pequeno porte com 45,9 pontos. O indicador das grandes indústrias foi de 46,5 pontos neste mês. Em relação ao segmento, a indústria de transformação teve a menor confiança com 45,1 pontos, uma queda de 0,7 ponto ante se- tembro. A indústria da construção, que registrou 46,5 pontos, teve um recuo de 0,6 ponto no indicador no período. Já indústria extrativa, cujo índice foi de 48,1 pontos neste mês, teve a maior redução frente a setembro: 2,5 pontos. A pesquisa foi feita entre 1º e 10 de outubro com 2.662 empresas de todo o país, das quais 1.019 são de pequeno porte, 992 são médias e 651 são de grande porte. (Mais informações: http://www. portaldaindustria.com.br/) Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 29 INDUSTRIAL Indicadores CNI ISSN 1676-2029 • Ano 16 • Número 10 • Outubro 2014 Indústria de transformação 48,1 out14 ICEI voltaIndústria a cair da construção 46,5 out14 45,8 i - 2,5 pontos out14/set14 i - 6,1 pontos out14/out13 i - 0,6 ponto out14/set14 i - 8,3 pontos out14/out13 Série Série Histórica Histórica Indústria extrativa 45,1 out14 ICEI i - 0,7 ponto out14/set14 i - 7,8 pontos out14/out13 Indicadores CNI ISSN 1676-2029 • Ano 16 • Número 10 • Outubro 2014 Índice é o menor da série histórica Após Após três três meses meses de de estabilidade, estabilidade, o o ICEI ICEI recuou recuou 0,7 0,7 ponto ponto em em outubro outubro para para o o menor menor valor valor da da série série histórica: histórica: 45,8 45,8 pontos. O índice afastou-se ainda mais pontos. O índice afastou-se ainda mais da linha divisória dos 50 pontos e mostra da linha divisória dos 50 pontos e mostra falta falta de de confiança confiança do do empresário. empresário. 58,4 Seis meses de falta 58,4 de confiança Segunda vez na série do índice (iniciada em 2005) que ICEI da indústria 54,6 54,6 extrativa fica abaixo dos 50 pontos. ICEIÍNDICE DE CONFIANÇA DODE EMPRESÁRIO ÍNDICE CONFIANÇA Confiança por portes de empresa DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL INDUSTRIAL falta falta de de confiança confiança 58,6 58,6 53,3 53,3 45,8 ICEI volta a cair menor valor da série histórica: 45,8 pontos. O índice afastou-se ainda mais Série Histórica da linha divisória dos 50 pontos e mostra 58,4 58,6 falta de confiança do empresário.Média histórica 57,2 Jan Jan 2013 2013 45,8 i 0,7 ponto ponto out14/set14 out14/set14 i -- 0,7 i 7,8 pontos pontos out14/out13 out14/out13 i -- 7,8 Índice Índice é éo o menor menor da da série série histórica histórica falta de confiança Out 2011 Jul Out Jan Abr i - Abr 0,8 ponto out14/set14 2013 i - 7,1 pontos out14/out13 50,0 Jan 2012 53,3 Out Abr Jul i 2,5 pontos pontos out14/set14 out14/set14 i -- 2,5 57,2 (média i 6,1 pontos pontos out14/out13 out14/out13 i -- 6,1 46,5 46,5 out14 out14 i 0,6 ponto ponto out14/set14 out14/set14 i -- 0,6 histórica) i 8,3 pontos pontos out14/out13 out14/out13 i -- 8,3 Seis Seis meses meses de de falta falta Segunda Segunda vez vez na na série série do do índice índice (iniciada (iniciada em 2005) 2005) que em que ICEI ICEI da da indústria indústria extrativa fica fica abaixo abaixo dos dos 50 50 pontos. pontos. extrativa entre out/13 e out/14 Out 53,8 i - 0,5 ponto out14/set14 45,9 44,3 45,9 44,3 i - 8,3 pontosi out14/out13 Pequena Pequena empresa empresa Média Média empresa empresa out14 out14 49,9 ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL - ICEI out14 out14 i i -- 0,8 0,8 ponto ponto out14/set14 out14/set14 i i -- 7,1 7,1 pontos pontos out14/out13 out14/out13 i -- 1,1 1,1 ponto ponto out14/set14 out14/set14 i i -- 8,5 8,5 pontos pontos out14/out13 out14/out13 Impressão out13 out13 set14 set14 out14 out14 seu documento. SEGMENTO SEGMENTO INDUSTRIAL INDUSTRIAL Indústria da da Construção Construção 54,8 Indústria 54,8 Indústria Indústria Extrativa Extrativa Indústria de de Transformação Transformação Indústria TOTAL 53,8 46,5 Indústria 45,8 Indústria extrativa Jan Abr Jul Out Jan da construção Abr Jul SEGMENTO INDUSTRIAL 46,5 out14 45,1 out14 48,1 out14 2011 2012 2013 i - 0,7 ponto out14/set14Indústria da Construção i - 2,5 pontos out14/set14 54,8 47,1i - 0,6 ponto 46,5 out14/set14 Out PORTE Jan Veja mais 2014 PORTE Pequenas Pequenas Empresas Empresas i 54,2 54,2 52,9 52,9 47,1 47,1 50,6 50,6 45,8 45,8 46,5 46,5 48,1 48,1 Abr 45,1 45,1 53,0 46,7 53,0 46,7 setoriais e 52,8 45,4 52,8 45,4 Resultados Médias Médias Empresas Empresas Grandes Empresas Empresas 54,8 47,0 região e metodologia Grandes 54,8 47,0 46,5 46,5 out14 out14 i i -- 0,5 0,5 ponto ponto out14/set14 out14/set14 i i -- 8,3 8,3 pontos pontos out14/out13 out14/out13 Clique aqui para imprimir seu documento. seu documento. para imprimir Sete meses deClique faltaaqui de53,8 confiança TOTAL 46,5 45,8 TOTAL 53,8 46,5 45,8 out14 Grande Grande empresa empresa Impressão Impressão Clique aqui para imprimir ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL -- ICEI ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL ICEI Indústria de transformação Out Índice é o menor da série histórica Indústria Indústria da da construção construção 46,5 out14 52,5 Confiança por segmentos industriais i - 7,8 pontos out14/out13 i - 6,1 pontos out14/out13 Indústria Extrativa 54,2 Out Out de 8 pontos GrandeQueda empresa 44,3 out14 set14 45,8 45,8 Jul Jul de confiança confiança confiançade 45,8 O ICEI varia no intervalo 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. out13 Abr Abr Os Os índices índices de de todos todos os os portes portes da da indústria indústria mostram mostram falta falta de confiança de confiança ee são são os os menores menores da da série série para para médias médias ee grandes empresas. grandes empresas. i2014- 1,1 ponto out14/set14 i - 8,5 pontos out14/out13 Jan Jan Jan 2014 2014 Média histórica 57,2 Sete meses de falta de confiança Jul Out Out Confiança Confiança por por portes portes de de empresa empresa Média empresa 45,9 out14 Jul Jul 48,1 48,1 out14 out14 49,9 54,6 empresa Pequena Abr Abr Indústria Indústria extrativa extrativa 58,4 58,6 50,0 Out Out 45,1 45,1 out14 out14 52,5 53,8 Jul Jul Indústria Indústria de de transformação transformação Queda de 8 pontos entre out/13 e out/14 53,3 Abr Abr Confiança Confiança por por segmentos segmentos industriais industriais Após três meses de estabilidade, o ICEI recuou 0,7 ponto em outubro para o 57,2 (média histórica) menor valor da série histórica: 45,8 Após três ainda meses estabilidade, o ICEI pontos. O índice afastou-se mais defalta de confiança confiança da linha divisória dos 50 pontos mostra recuou 0,7 e ponto em outubro para o falta de confiança do empresário. Série Histórica Sete Sete meses meses de de falta falta de de confiança confiança Jan Jan 2012 2012 O ICEI varia no intervalo 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. O ICEI varia no intervalo 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes. ICEI volta a cair 54,6 52,5 52,5 49,9 49,9 Out Out 2011 2011 Os índices de todos os portes da indústria mostram falta de confiança e são os menores da série para médias e grandes empresas. Média histórica 57,2 Média histórica 57,2 Queda Queda de de 8 8 pontos pontos entre out/13 out/13 e entre e out/14 out/14 53,8 53,8 50,0 50,0 57,2 57,2 (média (média histórica) histórica) confiança confiança Veja Veja mais mais 45,8 i Jul 45,9 45,9 por 44,3 44,3 da 46,5 46,5 Resultados setoriais e por Resultados setoriais e por região e metodologia da região e metodologia da pesquisa em: pesquisa em: www.cni.org.br/icei www.cni.org.br/icei Out Dados Dados da da pesquisa pesquisa Perfil da amostra: Perfil da amostra: 2.622 empresas, sendo 1.019 2.622 empresas, sendo 1.019 pequenas, 992 médias pequenas, 992 médias e 651 grandes. e 651 grandes. Período de coleta: Período de coleta: 1 a 10 de outubro de 2014. 1 a 10 de outubro de 2014. i 48,1 acima de 50 indicam empresários www.cni.org.br/icei O ICEI varia no intervalo 0 50,6 a 100. Valores confiantes. Seis meses de falta Segunda vez na série do índice (iniciada ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL Publicação mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI | www.cni.org.br de45,1 confiança Indústria de 52,9 45,8 emTransformação 2005) que ICEI da indústria ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO INDUSTRIAL Publicação mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI | www.cni.org.br Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE | Gerência Executiva de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco PORTE - 8,3 pontos out14/out13 Confiança industriais Pequenas Empresas por segmentos 53,0 46,7 45,9 Médias Empresas Grandes Os índices de todos os portes daEmpresas indústria mostram falta de confiança e são os menores da série para médias e grandes empresas. Dados da pesquisa Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE | Gerência Executiva de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade - GPC | Gerente-executivo: Renato da Fonseca | Análise: Marcelo Souza Azevedo Gerência Executiva de Pesquisa e Competitividade - GPC | Gerente-executivo: Renato da Fonseca | Análise: Marcelo Souza Azevedo Estatística: Roxana Maria Rossy Campos | Informações técnicas: (61) 3317-9472 - Fax: (61) 3317-9456 - email: sond.industrial@cni. Estatística: Roxana Maria Rossy Campos | Informações técnicas: (61) 3317-9472 - Fax: (61) 3317-9456 - email: sond.industrial@cni. org.br | Design gráfico: Carla Gadêlha | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente - Fone: (61) 3317-9989 - email: [email protected]. org.br | Design gráfico: Carla Gadêlha | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente - Fone: (61) 3317-9989 - email: [email protected]. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. extrativa fica abaixo dos 50 pontos. Confiança por portes de empresa pesquisa em: 52,8 45,4 44,3 54,8 47,0 46,5 Perfil da amostra: 2.622 empresas, sendo 1.019 pequenas, 992 médias e 651 grandes. Período de coleta: 1 a 10 de outubro de 2014. Indústria de DO transformação Indústria da construção Indústria extrativa ÍNDICE DE CONFIANÇA EMPRESÁRIO INDUSTRIAL Publicação mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI | www.cni.org.br Diretoria de Políticas e Estratégia - DIRPE | Gerência Executiva de Política Econômica - PEC | Gerente-executivo: Flávio Castelo Branco out14 out14e Competitividade - GPC | Gerente-executivo: out14 Gerência Executiva de Pesquisa Renato da Fonseca | Análise: Marcelo Souza Azevedo Estatística: Roxana Maria Rossy Campos | Informações técnicas: (61) 3317-9472 - Fax: (61) 3317-9456 - email: sond.industrial@cni. - 0,6 [email protected]. ponto out14/set14 - 0,7gráfico: pontoCarla out14/set14 pontos out14/set14 org.br | Design Gadêlha | Assinaturas: Serviço de- 2,5 Atendimento ao Cliente - Fone: (61) 3317-9989 - email: Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. 45,1 i i - 7,8 pontos out14/out13 i i - 6,1 pontos out14/out13 30 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Índice é o menor Segunda vez na série do índice (iniciada da série histórica Pequena empresa Média empresa 46,5 48,1 em 2005) ICEI da indústria Grande que empresa i i - 8,3 pontos out14/out13 Seis meses de falta de confiança INDÚSTRIA a indústria quer mudança Investimentos da indústria calçadista serão pautados pelas ações do Planalto A economia é o assunto que domina as atenções no cenário brasileiro. Nesse contexto, o governo tem algumas propostas adicionadas a itens como trabalho e emprego, política industrial e infraestrutura. E isso não chega a ser surpresa, pois foi graças ao crescimento econômico que os programas sociais saíram do papel, possibilitando a criação de uma classe média pujante, baseada na melhoria da renda. Esse contingente acabou sendo decisivo para reconduzir a presidenta Dilma ao cargo no qual ela chegou em 1º de janeiro de 2011. No entanto, o vocabulário e o teor dos comentários exibidos, embora revelem que nem todas as pessoas envolvidas são versadas nessas matérias, mostra que as expectativas e apreensões em relação ao futuro da economia estão disseminadas ao longo da pirâmide social, independentemente de faixa de renda ou classe social. “A presidenta precisa assumir uma agenda de diminuição da burocracia, do custo da energia e da competitividade do País”, afirma Dimitris Psillakis, diretor-geral da divisão de automóveis da Mercedes-Benz. Suas propostas são emblemáticas porque, a despeito das incertezas da economia, a fabricante alemã de automóveis de luxo, renovou seus planos por aqui. “Estamos confiantes com o Brasil”, diz Psillakis. Apesar do otimismo, o cenário é de cautela. Para ele, o grande desafio da segunda gestão de Dilma será a retomada do crescimento econômico. Esse desejo é compartilhado por Sergio Herz, herdeiro e CEO da Cultura, uma das maiores redes de livrarias do País. As palavras “ajuste” e “correção de rota” aparecem em boa parte do discurso de empresários e executivos. Contudo, ninguém fala em retrocesso. Afinal, a estabilidade econômica se tornou um pilar importante na vida de todos os brasileiros, pobres e ricos, figurando como cláusula pétrea da vida nacional. Mas isso não significa dizer que não teremos um período desafiante pela frente. “Se pudesse sugerir algo ao governo Dilma, pediria segurança jurídica, reforma fiscal e tributária e uma política de crescimento econômico”, afirma Claudio Bernardes, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), que reúne as empresas do setor imobiliário. De fato, essa atividade, uma das que mais contribuíram para turbinar a expansão da economia, entre 2005 e 2010, pisou literalmente no freio. E não foi a única. A indústria de base e a de transformação começou 2011 em lua de mel com o governo Dilma e terminou, senão em divórcio, numa espécie de separação temporária. “Pelo menos no final do mandato a presidenta Dilma percebeu que a relação com a indústria não estava boa”, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Rafael Cervone. Reeleita, Dilma promete reabrir as conversas. “Vou estimular o mais rápido possível o diálogo e a parceria com todas as forças produtivas do País antes mesmo do início do meu próximo governo”, afirmou ao celebrar a vitória. A reconciliação poderá vir se a presidenta souber ouvir as principais demandas do setor privado. Nesse sentido, a adoção de algumas iniciativas propostas pelos empresários no documento intitulado Propostas da Indústria para as Eleições 2014 melhoraria o clima entre as partes. No total, são 42 pontos abordados no robusto documento, que cobre de marcos regulatórios até o comércio exterior, passando pela governança do Estado. É claro que as reformas clássicas, como a tributária e a fiscal, também fazem parte do pacote. “É preciso aproveitar a força política conquistada nas urnas para realizar as urgentes reformas fiscal, trabalhista, da educação, política e da previdência”, diz Cledorvino Belini, presidente da Fiat Chrysler para a América Latina. “Nossos investi- Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 31 INDÚSTRIA mentos serão pautados pelas ações do Planalto, no sentido de criar um ambiente favorável”, afirma o presidente da Abicalçados, Heitor Klein. Outros homens de negócios falam na necessidade de reativar os canais de comunicação entre os dois lados. Manter os programas que estão funcionando, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, não se tornou um mantra apenas durante a campanha, mas também entre os industriais. “Os programas sociais são fundamentais para o nosso crescimento como nação”, afirma Decker. De acordo com o executivo, o crescimento também deverá se dar a partir da retomada de investimentos que porventura tenham sido re- presados, em meio ao acirramento dos debates e às incertezas quanto à condução econômica num segundo mandato da candidata vitoriosa. Se é verdade que a falta de previsibilidade incomodou o grosso do empresariado, desestimulando a retomada do investimento, ela não atingiu por igual as grandes empresas. Há exceções. Uma das que escaparam da contaminação foi a gigante anglo-holandesa Unilever, que está construindo sua 10ª fábrica e manteve o plano de inauguração previsto para o primeiro semestre de 2015. Detalhe: é a primeira unidade erguida pela empresa nos últimos dez anos. “Estamos há 85 anos no Brasil e não olhamos apenas para os próximos quatro anos”, diz Fernando Fernandez, presidente da subsidiária brasileira. Como Fernandes, Divino Sebastião de Souza, presidente da mineira Algar Telecom, está relativamente otimista em relação ao futuro. Mais precisamente a partir do segundo trimestre de 2015, pois o primeiro deverá ser marcado por ajustes do governo. O foco da Algar será o fornecimento de serviços de banda larga e de telefonia para pequenas e médias empresas. “Elas formam 40% do PIB, mas apenas 10% delas fazem uso intensivo de tecnologias”, afirma. “Há grandes oportunidades nesses segmentos.” Informações: www.istoedinheiro.com.br 32 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 OUTUBRO/2014 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800 REDE DE SERVIÇOS TECNOLÓGICOS GARANTE ACESSO À INOVAÇÃO Divulgação Micro e pequenas empresas de couros e calçados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraíba trabalham juntas em busca de competitividade Design e qualidade garantem abertura de novas frentes de mercado 1 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 33 C O U R O E C A L Ç A D OS REDE DE SERVIÇOS TECNOLÓGICO PERMITIRÁ MAIOR ACESSO ÀS SOLUÇÕES INOVADORAS Cerca de 600 micro e pequenas empresas gaúchas, catarinenses e paraibanas poderão produzir com maior qualidade e redução de custos SEBRAE NO RIO GRANDE DO SUL A Rede de Serviços Tecnológicos (RST) começou efetivamente, a ser implantada, em 17 de setembro passado, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraíba. Desta vez com foco nas micro e pequenas empresas do setor de couro, calçados e componentes. O início da implantação foi marcado por reunião de planejamento estratégico com a participação de representantes do Sebrae dos três estados, de seus respectivos centros tecnológicos e do Sebrae Nacional. Segundo o gestor do projeto RST no Sebrae/RS, Paulo Bruscato, foi disparado, assim, um processo de planejamento com foco na oferta contínua de serviços tecnológicos para o segmento. Projeto piloto da Rede foi realizado com sucesso no Amazonas e Pará, na área de Madeiras e Móveis. A metodologia agora se expande para outros setores e estados. A RST é projeto do Sebrae em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) / Fundo Multilateral de 2 Investimentos (FUMIN) e do Centro de Tecnologia e Qualidade da Região de Marche (COSMOB), na Itália. O objetivo é identificar oportunidades e estimular a competitividade das micro e pequenas empresas, via maior proximidade delas com institutos tecnológicos. No Rio Grande do Sul, ações do projeto de três anos abrangem 430 empresas do Vale do Sinos e Paranhana. Nos EMPREENDER / SEBRAE 34 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 três estados, alcançará 600 empresas. “Diagnósticos realizados permitiram a identificação de ofertas tecnológicas que podem ser aproveitadas de imediato pelas empresas,” informou Bruscato. A RST difunde soluções que permitem maior valor agregado à produção da cadeia calçadista, permitindo-lhe maior a inserção nos mercados nacional e internacional. E I N O VA Ç Ã O INSTITUIÇÕES DA PARAÍBA PARTICIPAM DE CAPACITAÇÃO NA ITÁLIA Experiência faz parte do projeto RST, que gera diferenciais competitivos para pequenos negócios VALDÍVIA COSTA / SEBRAE NA PARAÍBA P ara aumentar a produtividade e a competitividade das micro e pequenas empresas do setor de calçados, visando os mercados interno e externo, representantes de 12 instituições da Paraíba participaram de missão técnica a Itália, no âmbito do projeto Rede de Serviços Tecnológicos (RST). A Rede aproxima centros tecnológicos e de pesquisas dos pequenos empreendimentos, fornecendo-lhes acesso a capacitações e consultorias. Para a gestora do projeto de Calçados do Sebrae na Paraíba, Éricka Vasconcelos, a missão possibilitou aos participantes grande aprendizado sobre o modelo de acesso à inovação implementado na região de Marche e abriu-lhes perspectivas sobre formas de atuação em conjunto. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) já integrada à Rede, pretende experimentar novas formas de atuar com a micro e pequena empresa. A professora Cleone Souza avaliou a experiência como renovadora da atuação da universidade junto aos pequenos negócios. “Observamos como os projetos desenvolvidos pelas universidades de Urbino e de Camerino (Itália) contribuem para o desenvolvimento econômico da região em que estão inseridas”, afirmou. Já o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ofertará consultorias em processo produtivo, pesquisa, desenvolvimento e inovação de produto, entre outros serviços. Para a diretora de Operações do Senai, Patrícia Ventura, o aprendido com os italianos facilitará a formação das parcerias da RST na Paraíba. “A partir de iniciativas simples, como o design e o marketing, pode-se criar diferenciais competitivos”, ressaltou. Segundo a professora Cleone, é importante entender que a sociedade está focada no conhecimento e não mais na manufatura. “A universidade, o Sebrae e o Senai possuem pessoas com competências e habilidades para promover o desenvolvimento do setor calçadista local. O que ainda se caracteriza como um grande desafio para nós é chegar aos empresários e estabelecer as parcerias”. A RST foi concebida para aproximar centros tecnológicos e de pesquisas dos pequenos empreendimentos. O projeto beneficiará empreendimentos de pequeno porte do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraíba. Nos dois primeiros estados, o foco será madeira e móveis. Nos demais, são as pequenas indústrias de couro e calçados. O projeto piloto da RST foi implantado no Amazonas e Pará com foco no setor de Madeira e Móveis. E “OS PARCEIROS ITALIANOS NO PROJETO RST, MESMO LEVANDO EM CONTA A CRISE NA EUROPA, ACREDITAM E APOSTAM NO BRASIL. OS PARTICIPANTES DA MISSÃO APRENDERAM COMO CONSEGUEM FAZER MUITO MAIS COM MENOS RECURSOS. PRECISAMOS APRENDER COM ELES.” ÉRIKA VASCONCELOS, GESTORA DO PROJETO CALÇADOS DO SEBRAE. AGOSTO DE 2014 3 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 35 FI NA NÇA S PEQUENOS NEGÓCIOS SÃO MERCADO POTENCIAL PARA COOPERATIVAS Diretor do Sebrae alerta para a necessidade de escala e investimentos em tecnologia da informação SEBRAE NO AMAZONAS O s pequenos negócios brasileiros somam, atualmente, 9,4 milhões de empresas formais e em 2022 serão 26 milhões. Esse é o mercado e o futuro para as cooperativas de crédito e bancos. Este dado foi ressaltado pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ao falar sobre A Importância dos Pequenos Negócios para o Cooperativismo Financeiro, em painel que constou da programação do 10º Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito (Concred), realizado em setembro, em Manaus. Segundo Carlos Alberto, esse mercado potencial já vem motivando a oferta de novas opções de serviços financeiros pelos bancos tradicionais e um atendimento mais pontual por parte das cooperativas de crédito. “As vantagens competitivas das cooperativas estão no próprio cooperativismo. Entretanto, é im- prescindível ter escala para se fortalecer nesse mercado cada vez mais concorrencial”, assinalou. Para o diretor do Sebrae, as cooperativas financeiras podem e devem ser melhores que os bancos. Embora tenham diferenciais genuínos, como proximidade, capilaridade e atendimento personalizado, ter escala é fundamental para diluir custos e oferecer opções mais acessíveis que os bancos convencionais. Ele destacou ainda que na indústria de serviços financeiros torna-se essencial criar sinergia e complementaridade para garantir ganhos de eficiência. Por isso, investir em tecnologia da informação e comunicação é requisito para assegurar crescimento em escala. Mesmo com essa perspectiva de uma clientela fortemente baseada nos pequenos negócios, apenas 23% dos associados das cooperativas financeiras estão nas cidades com mais de 250 mil habitan- tes. Por isso, outro grande desafio é a expansão dessas cooperativas nos grandes centros. “A cooperativa de crédito precisa ser o que é em sua essência, a reunião de várias pessoas em torno de um objetivo comum, pois individualmente não seria viável uma solução”, ponderou Carlos Alberto. Ele lembrou que “nos últimos anos” esse segmento mudou de forma profunda e qualitativa; ampliou seu escopo de produtos e serviços - muitas delas já dispõem do Cartão BNDES para atender os pequenos negócios; e cresceu em número de associados. O painel foi moderado pelo presidente do Sicoob Norte, Ivan Capra, que destacou a necessidade de um maior esforço das cooperativas financeiras no sentido de investir em confiança e infraestrutura tecnológica. “As cooperativas precisam trabalhar muito a relação de confiança com seus cooperados. Além de ser é preciso parecer confiável”, enfatizou. E “AS VANTAGENS COMPETITIVAS DAS COOPERATIVAS ESTÃO NO PRÓPRIO COOPERATIVISMO. ENTRETANTO, É IMPRESCINDÍVEL TER ESCALA PARA SE FORTALECER NESSE MERCADO CADA VEZ MAIS CONCORRENCIAL.”, CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, DIRETOR – TÉCNICO DO SEBRAE. 4 EMPREENDER / SEBRAE 36 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Sebrae Rio de Janeiro D E C OR A ÇÃO Loja Mosaico Brasil Q U A L I F I CAÇÃO DONOS DE PEQUENOS NEGÓCIOS SE PREPARAM PARA AS OLIMPÍADAS 2016 Com o apoio do Sebrae, aproximadamente duas mil micro e pequenas empresas se qualificam-se como fornecedoras da Rio 2016™ DIEGO GOMES / AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS S egundo o Comitê Organizador, as Olimpíadas e Paralimpíadas Rio 2016™, devem movimentar cerca de R$ 7 bilhões, somente com a contratação de produtos e serviços. Desse total, o Sebrae estima que aproximadamente R$ 700 milhões serão gerados por meio da participação direta de micro e pequenas empresas. Para qualificá-las com relação a esses dois eventos, a instituição vem desenvolvendo parceria com o Comitê Olím- pico Internacional (COI) e já cadastrou cerca de dois mil empresários aptos a tornarem-se fornecedores. Para o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, ser selecionado como fornecedor da Rio 2016 significa uma importante conquista, principalmente pelas oportunidades que se abrem para o futuro. “A empresa precisa estar preparada para entregar os produtos e serviços no prazo e com a qualidade contratada e certificações previstas. Com isso ganhará experiência e competitividade e passa a integrar a cadeia produtiva de grandes empresas”, afirma Barretto. O empresário Renato Soares de Paula prepara-se para fornecer crachás e credenciais para as delegações e equipes que estarão nas Olimpíadas. Renato tem. há 17 anos, uma pequena fábrica de cartões magnéticos em São Paulo e, há três, colocou em prática um programa para o pós-consumo desses cartões. O empreendedor montou uma fábrica de reciclagem de cartões e desenvolveu uma linha de produtos feitos com o plástico reciclado. E AGOSTO DE 2014 5 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 37 CID AD E S E MP R E E NDE DOR A S ASSÚ (RN) TIRA LEI GERAL DO PAPEL E INCENTIVA O EMPREENDEDORISMO Com desburocratização e implementação da legislação, a cidade conseguiu elevar a participação das micro e pequenas empresas locais nas aquisições da administração municipal Moraes Neto José Maria Fortunato foi um dos primeiros a se instalar no Centro de Serviços CLEONILDO MELLO / SEBRAE NO RIO GRANDE DO NORTE O desafio para qualquer município brasileiro de pequeno porte é o de criar mecanismos capazes de gerar renda, atrair investimentos e movimentar a economia. A cidade de Assú conseguiu o feito por meio do incentivo ao empreendedorismo. Com a implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o município facilitou o processo de abertura e regu- 6 EMPREENDER / SEBRAE larização de empresas, concedeu incentivos para que expandissem e aumentou a quantidade de fornecedores da cidade nos pregões realizados. O resultado dessa visão foi o crescimento da economia, o aumento da empregabilidade e o desenvolvimento local. Nos últimos cinco anos, a quantidade de negócios de pequeno porte em Assú – sobretudo na área urbana - quase triplicou, passando de 735 empresas formalizadas, em 2009, para 2.193 até agora. Essa explosão de formalizações contribuiu para incrementar as receitas com recolhimento de tributos, principalmente o Imposto Sobre Serviço (ISS), que passou de R$ 128,5 mil antes das ações para R$ 343,8 mil. Esse desempenho, no entanto, exigiu uma série de iniciativas para tirar a lei do papel e criar um ambiente legal de fato propício ao empreendedorismo na cidade. A estratégia para inserir os pequenos negócios foi desmembrar as licitações em pequenos lotes viabilizando a participação de pequenos empreendedores nos certames. Hoje, 70% das compras governamentais são direcionadas a pequenos negócios da cidade. São mais de R$ 31 milhões licitados por ano. De acordo com o prefeito de Assú, Ivan Lopes Junior, a 38 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 implementação da Lei Geral- que foi aprovada em 2010 e implementada a partir daí - tem funcionado como indutor para o crescimento das empresas existentes e surgimento de novas. “Com a Lei Geral implementada, as pequenas empresas da cidade puderam participar com mais forças dos processos licitatórios, referentes às compras governamentais. Isso favoreceu também o município, já que passaram a existir mais empresas interessadas em fornecer, aumentando a concorrência, reduzindo valores, criando um ciclo na economia municipal com geração de emprego e renda”, explica o gestor. FACILIDADES - A desburocratização foi outro ponto decisivo. A abertura da Sala do Empreendedor na Secretaria de Tributação foi decisiva para esse processo. Graças às facilidades para abrir firmas e obter um número no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), muitos empreendedores que atuavam na informalidade passaram a ser registrados formalmente. Uma das categorias beneficiadas foi a dos mototaxistas, que receberam também gratuidade para obtenção de alvarás de funcionamento, o que garantiu a saída do mercado informal de 300 profissionais. E QUALID ADE MPE BRASIL 2014 TEM RECORDE DE AVALIAÇÃO DE GESTÃO Cercas de 50,9 mil micro e pequenas empresas brasileiras garantiram diagnóstico de gestão gratuito, como ferramenta proposta pelo Prêmio BRASÍLIA / AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS C erca de 50,9 mil empresas brasileiras concorrem ao MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas 2014, total 19% superior ao registrado em 2013. O número de negócios inscritos, que completou o processo de avaliação, baseado no Modelo de Excelência da Gestão®, da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), é recorde, segundo os responsáveis pela iniciativa - Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau. O Prêmio, que conta com o apoio técnico da FNQ, oferece diagnóstico gratuito do estágio da gestão das empresas e reconhece aqueles empreendimentos que buscam a sustentabilidade dos negócios por meio da eficiência operacional e de resultados com a utilização de conceitos de excelência e qualidade. As vencedoras na etapa estadual terão a oportunidade de concorrer à etapa nacional. Segundo o presidente do Conselho Superior do MBC, Elcio Anibal de Lucca, o índice revela que as empresas brasileiras estão cada vez mais preocupadas em estruturar seu ambiente de negócios. “Cresce gradualmente o interesse das organizações em implantar práticas de gestão alinhadas aos princípios da excelência. Pretendemos gerar um ciclo virtuoso, al- sebrae.com.br facebook.com/sebrae cançando o máximo de pequenos negócios na busca por melhor desempenho e aumento da competitividade”, completa. O diretor-técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, destaca que todas as empresas que passam pelo processo de diagnóstico do Prêmio MPE Brasil ganham em gestão. “O Prêmio contribui para elevar a qualidade e a produtividade das concorrentes, preparando os pequenos negócios para alçar voos mais altos, como o acesso a novos mercados ou sua inserção na cadeia produtiva de grandes empresas. Todos ganham, pois há um aumento da competitividade aliado a uma redução de custos.” Para o diretor-executivo do Instituto Gerdau, José Paulo Soares Martins, “O MPE Brasil estimula o processo contínuo de educação e potencializa a capacidade transformadora das pessoas para enfrentar os desafios do mercado e superar seus níveis de eficiência”. De acordo com Luiz Malta, gestor de Projetos da FNQ, o aumento reflete uma busca cada vez maior do segmento por excelência na gestão. “Ao se cadastrar no prêmio, elas têm uma devolutiva com pontos fortes e oportunidades de melhorias. Muito mais que um prêmio, é a possibilidade de desenvolvimento de seus negócios que motiva a inscrição”. E twitter.com/sebrae youtube.com/tvsebrae plus.google.com/sebrae “O PRÊMIO CONTRIBUI PARA ELEVAR A QUALIDADE E A PRODUTIVIDADE DAS CONCORRENTES, PREPARANDO OS PEQUENOS NEGÓCIOS PARA ALÇAR VOOS MAIS ALTOS, COMO O ACESSO A NOVOS MERCADOS OU SUA INSERÇÃO NA CADEIA PRODUTIVA DE GRANDES EMPRESAS” CARLOS ALBERTO DOS SANTOS, DIRETORTÉCNICO DO SEBRAE. AGOSTO DE 2014 7 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 39 P ROG RA M A D E AC E S S O A ME R C A DO PROJETO INÉDITO CAPACITA E ORIENTA EMPRESAS PARA CONQUISTA DE NOVOS MERCADOS E AUMENTO DE VENDAS Ações do Sebrae em Santa Catarina estimulam micro e pequenas empresas na busca de novos clientes SEBRAE EM SANTA CATARINA O Sebrae em Santa Catarina lança um projeto inédito de acesso a mercado para micro e pequenas empresas do Estado. O Programa Estadual de Acesso a Mercado tem como objetivo proporcionar às micro e pequenas empresas acesso às estratégias e eventos comerciais diferenciados, a fim de aumentar a venda de produtos e serviços. “Esse programa do Sebrae/SC é lançado em um momento de mercado retraído, em que as micro e pequenas empresas são as que mais sofrem. Por meio desse projeto, o Sebrae/SC irá viabilizar ações que facilitem e possibilitem o aumento das vendas”, afirma o gestor do projeto e Gerente de Comunicação e Mercado do Sebrae em Santa Catarina, Spyros Diamantaras. Para que isso seja possível, o projeto tem como grande pilar a realização de eventos comerciais que proporcionarão que as empresas participantes fiquem frente a frente com potenciais clientes dos setores público e privado de todos os portes. Além disso, o programa pretende apoiar as empresas na venda de estoques antigos com a realização dos bazares, os 8 EMPREENDER quais ocorrerão em todas as regiões do Estado. “Essa ação irá beneficiar não só as empresas mas também o consumidor local que terá acesso a produtos com ótima qualidade a preços baixos”, explica Spyros. O Programa tem duração prevista de um ano e serão realizadas ações em todas as regiões do Estado. A primeira etapa compreende a sensibilização dos empresários por meio de mais de 225 palestras com a participação de 4.500 empresas de todos os setores. A segunda etapa é a que vai definir se a empresa seguirá adiante ou não por meio de Seminários para definição do perfil comercial de cada empresa. Na terceira etapa serão realizadas as oficinas de preparação das empresas para participarem dos eventos comerciais. Na quarta e última etapa serão realizados os eventos comerciais de forma simultânea em todas as regiões de Santa Catarina. Também nessa etapa, será realizada a inédita Semana Estadual de Acesso a Mercado com mais de 60 eventos comerciais como Rodadas de Negócios; Sessões de Negócios; Bazares; Eventos de Inserção de MPEs em encadeamentos produtivos, entre outros. E “ESSA AÇÃO IRÁ BENEFICIAR NÃO SÓ AS EMPRESAS MAS TAMBÉM O CONSUMIDOR LOCAL QUE TERÁ ACESSO A PRODUTOS COM ÓTIMA QUALIDADE A PREÇOS BAIXOS”, SPYROS DIAMANTARAS, GESTOR DO PROJETO E GERENTE DE COMUNICAÇÃO E MERCADO DO SEBRAE. INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348-7494 40 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Um novo evento espera por você! Lançamentos de 2.000 coleções Em novo endereço Moda outono/inverno e meia-estação Produtos para grandes redes e boutiques Desfiles diários, ainda mais tendências Congresso e Seminários gratuitos Programação completa no site Peça sua credencial: (11) 3897.6158 - (11) 3199.6178 • www.couromoda.com Empreendimento São Paulo Gestão e realização Apoio Institucional [email protected] [email protected] Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 41 @couromoda www.couromoda.com FEIRAS & MODA A Feira da Loucura por Sapatos, realizada em outubro, em Novo Hamburgo, recebeu um público total de 96.838 visitantes. O maior dia de movimentação foi justamente no encerramento, dia 12, quando 18.329 pessoas ingressaram nos pavilhões da Fenac. Durante os 11 dias da feira foram comercializados aproximadamente 230 mil pares de sapatos, além de uma quantidade significativa de bolsas, cintos, acessórios e dezenas de outros itens. A visitação superou as expectativas da organização. “As atrações preparadas para este ano, como a Mostra de Cervejas Artesanais, a repaginação do Shopping Mix e o Salão de Artes de Novo Hamburgo, ajudaram a atrair este excelente público”, destacou o diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam. A próxima Feira da Loucura por Sapatos acontecerá de 2 a 12 de abril, com foco nos lançamentos da moda outono-inverno 2015. Depois, em outubro, novamente entre os dias 2 e 12, ocorre a nova edição da Feira da Loucura por Sapatos, com os lançamentos da mova primavera-verão. A Feira da Loucura por Sapatos foi uma promoção da Fenac e da Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, com o patrocínio da CNC - Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços de Turismo. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.feiradaloucuraporsapatos.com.br ou pelo telefone (51) 3584-7200. 42 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Fábio Winter & Lu Freitas LoUcUra Por SaPatoS! FEIRAS & MODA caLçado BraSILeIro Faz SUceSSo na ItáLIa! S egundo balanço divulgado pela feira, a theMicam recebeu 34.176 visitantes, cerca de 11% a menos em comparação com a edição de setembro de 2013, teve queda no número dos visitantes italianos por causa das persistentes dificuldades no mercado doméstico e também da Rússia, Ucrânia e Cazaquistão, que penalizou o total das presenças estrangeiras. O dado positivo vem da presença das razões sociais dos compradores, inalterada em comparação com a edição de setembro de 2013, significando que a redução dos visitantes deve-se à diminuição das pessoas físicas de cada empresa, derivada de uma estratégia de otimização dos custos. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 43 FEIRAS & MODA A theMicam encerrou sua edição da temporada primavera-verão com bons resultados para as 51 marcas brasileiras que participaram da feira com o apoio do Brazilian Footwear. Com contatos mais qualificados, o evento que aconteceu de 31 de agosto a 3 de setembro, em Milão, na Itália, foi considerado por muitos um dos melhores das últimas temporadas. Prova disso é que o último dia, conhecido por ser o de menos movimento, reservou bons negócios para algumas das marcas verde-amarelas, que receberam compradores até os últimos instantes da feira. Na contramão dos dados publicados pela direção da theMicam, no qual se observa uma queda na visitação, principalmente russa, as empresas do Brasil receberam contatos e pedidos oriundos daquele país. Segundo Letícia Sperb Masselli, coordenadora de Promoção Comercial da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalcados), parte desse resultado se deve ao trabalho realizado pelo Brazilian Footwear. “O maior entendimento das particularidades do mercado bem como a prospeção e o relacionamento com potenciais compradores estão ajudando a abrir mais o mercado de maneira qualificada e consolidada com foco no longo prazo”, destaca 44 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Negócios Juntas, as empresas brasileiras fecharam pedidos na ordem de US$ 10,3 milhões e esperam dobrar esse número nos próximos 12 meses em decorrência da feira. Participaram da theMicam com o apoio do Brazilian Footwear as marcas ADG Export, Anatomic & Co, Andacco, Boaonda, Capelli Rossi, Carrano, Cecconelo, Cristófoli, Democrata , Dumond, Capodarte, Enrico Boaretto, Freeway, Guilhermina, Huberto S. Müller, Miucha, Itapuã, Itsandals, Itsandals Kids, New Face, Jorge Bischoff, Loucos & Santos, Kildare, Lilly’s Closet, Luiza Barcelos, Luz da Lua, Madeira Brasil, Paolo Sesto, Para Raio, Paradoxo, Raphaela Booz, Rider, Ipanema, Grendha, Zaxy, Sapatoterapia, Savelli, Sollu, Stéphanie Classic, Tabita, Tanara Brasil, Kolosh Brasil, Tradeffort, Nova Line, Usaflex, Vizzano, Beira Rio, Moleca, Molekinha, Modare e Werner. A próxima edição da feira acontece de 15 a 18 de fevereiro de 2015. FEIRAS & MODA Projeto traçoS de VaLor Uma iniciativa da Couromoda para incentivar o design brasileiro A Couromoda oficializou em outubro, o patrocínio ao projeto Traços de Valor, uma iniciativa que está percorrendo todo o Brasil e ouvindo alguns dos principais criativos do segmento calçadista nacional. A formalização do acordo se deu na sede da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em Novo Hamburgo/ RS. O material do projeto Traços de Valor, coletado pelos empreendedores Gustavo Campos e Melissa Sant´Anna, resultará em um livro que será lançado oficialmente na Couromoda 2015, que ocorre de 11 a 14 de janeiro, no Expo Center Norte, na capital paulista. A publicação, com textos em português e inglês, trará a visão destes profissionais sobre vários assuntos relacionados ao universo fashion, das inspirações aos métodos criativos. Além disso, o projeto Traços de Valor prevê uma exposição dentro da feira de peças a qual terá intervenção artística dos entrevistados, um road show nos principais polos calçadistas após a mostra, divulgando o resultado do trabalho e um leilão beneficente, no qual serão oferecidas essas obras e mais um quadro doado pelo artista Flavio Scholles. Da esquerda para direita – Melissa Sant’Anna, Heitor Klein, Jeferson Santos e Gustavo Campos. Parcerias Para o diretor da Couromoda, Jeferson Santos, o apoio à iniciativa reforça a política da feira de sempre trabalhar para a evolução do setor calçadista, valorizando os designers e a moda nacional. “São profissionais que dão resultado prático às empresas e precisam ser destacados. E o projeto Traços de Valor cumpre este papel”, argumenta. Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), entidade que também patrocina o projeto, acredita que o livro será um verdadeiro documento, que ajudará a formatar e projetar o design nacional. (Informações: http://www.couromoda.com) Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 45 FEIRAS & MODA SIStema moda BraSIL: noVa VerSÃo do SIte O projeto tem a coordenação do MDIC e é executado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) O site do Sistema Moda Brasil (SMB – http:// www.sistemamodabrasil.com.br) está de cara nova e traz informações, dados e eventos atualizados da indústria da moda brasileira, mostrando o potencial do setor que movimenta mais de US$ 90 bilhões por ano: de têxteis aos componentes de calçados, do couro às gemas e metais preciosos. Em sua nova versão a página reúne, em uma mesma plataforma, notícias e informações do setor, além de uma área dedicada a galerias de imagens e videos, tornando a apresentação do complexo moda ao público mais completa e visual. O objetivo é apresentar a públicos estratégicos a moda sustentável, autêntica e criativa que é feita no Brasil e tornar as marcas brasileiras mais competitivas e reconhecidas no cenário nacional e internacional. O projeto tem a coordenação do MDIC e é executado pela Agência Brasileira de Promo- ção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Entre as informações apresentadas estão as atividades da Brasil Fashion System, a marca de internacionalização da indústria nacional, gerenciada pelas associações do setor que possuem parceria com a Apex-Brasil. Para Igor Brandão, gerente dos projetos setoriais da Apex-Brasil, este é um importante instrumento de comunicação para divulgar não apenas o Sistema Moda Brasil, mas também as atividades do Brasil Fashion System, grupo que há dois anos comanda a promoção da moda brasileira no exterior. “Sob a marca, já foram realizadas ações extremamente relevantes. Um exemplo foi a presença do Brasil na loja Le Bon Marché, em Paris, além da participação em inúmeras feiras, salões de negócios e eventos internacionais, como Who’s Next, ENK Vegas, Miami Swimshow, entre outros”, enumera. 46 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Sobre o SMB Foi criado em 2008 pelo MDIC para promover o diálogo e a integração público-privada para a realização de ações que visam o desenvolvimento das cadeias produtivas ligadas à moda brasileira. Além do MDIC e da Apex-Brasil, o grupo conta, entre parceiros governamentais, com a participação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Ministério da Cultura (Minc). São sete as representantes do setor privado que compõem o grupo: Associação Brasileira de Estilistas (Abest), Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav) e Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). (Informações: http:// www.abicalcados.com.br) PONTO DE VISTA “oS deSaFIoS do caLçado BraSILeIro” Francisco Santos – Presidente da COUROMODA A indústria do calçado, como outros segmentos econômicos, teve de se adaptar à inevitável globalização dos mercados e às fortes alterações que a popularização da moda provocou, e ainda provoca, nas relações comerciais entre indústria e varejo. O poder não está mais apenas nas mãos de quem detém altas capacidades produtivas e sim de quem consegue oferecer inovação e atualização constante de produtos com a rapidez que o consumidor exige. Tudo isso complementado com serviços de pós-venda ao varejo que necessita, como nunca, de parcerias com fabricantes e não apenas do processo tradicional de compra e venda exercido entre fornecedores e compradores. No Brasil não é diferente. Nossa indústria conseguiu acompanhar o rápido crescimento do consumo interno (que quase dobrou nos últimos dez anos), mesmo competindo com os produtos asiáticos que chegam ao país “driblando” a lei antidumping em vigor contra calçados chineses. O Brasil domina todas as tecnologias de produção, tem fábricas modernas, atualizadas e conta com fornecedores internos de matéria-prima e máquinas que podem abastecer 100% das suas necessidades, com destaque para a autossuficiência em couros. No mundo atual, a internet e as novas tecnologias da informação (TI) impactam toda indústria e comércio e não apenas com relação às decisões de compra do consumidor. É inegável, por exemplo, que as vendas online cresçam e as tendências indicam que esse processo deverá continuar. No entanto, não acreditamos que a loja virtual substitua as lojas físicas, pelo menos no mercado de vestuário e calçados, onde o ato de ter o produto nas mãos, sentir a peça, vestir, calçar, experimentar, faz toda a diferença no momento de decidir por esse ou aquele modelo. No Brasil temos muitas empresas do varejo atuando nas duas frentes: lojas físicas e virtuais e, nestes casos, a proporção nas vendas de sapatos tem se mantido em torno de 95% nas lojas físicas. Por outro lado, o uso de TI nas lojas físicas é uma realidade cada vez mais presente, especialmente na relação com os fornecedores, visando ações comerciais mais próximas, soluções mais econômicas e reposição de estoques mais rápida. O varejo brasileiro (e acreditamos que o mesmo ocorra no varejo mundial) ainda está se ajustando a um mercado que exige renovações e novidades contínuas nas vitrines, a um mercado que não vende mais “apenas” sapatos e sim moda. O fato é positivo, pois trouxe, e continua a trazer, fortes crescimentos no consumo. Mas também tem como Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 47 PONTO DE VISTA consequência um aumento no risco da compra, no volume e no tipo de produto a estocar. O aumento desse risco tem levado lojistas a rever suas políticas de compras com redução importante nos estoques médios das lojas, provocando negociações com fabricantes na busca do menor prazo entre o pedido e a chegada do produto na vitrine. O Brasil, um território de porte continental, apresenta realidades mercadológicas bem diferenciadas entre as várias regiões geográficas e isso requer políticas de produtos, designs, estilos e preços adaptados a cada uma dessas regiões. Essas grandes distâncias, com diferenças marcantes no clima e hábitos de consumo, exigem inteligência na distribuição e no atendimento às reposições do varejo. O fato de a in- dústria brasileira estar presente com suas fábricas em mais de 15 estados da federação foi importante não apenas para equilibrar os aspectos de custos/preços, mas também permitiu que as políticas de distribuição no atendimento ao varejo sejam mais descentralizadas. Desafio maior, dentre tantos, é a necessidade de reconquistar a parcela do mercado mundial que nossas indústrias não conseguiram manter, diante da concorrência dos produtos asiáticos, principalmente os chineses. Nossas empresas têm trabalhado muito nesse sentido, seja na ocupação de um nicho de preço menos afetado pelo calçado chinês, seja no desenvolvimento de missões comerciais e, principalmente, na presença das nossas empresas nas mais importantes feiras mundiais. ‘tHe cHaLLengeS oF BrazILIan FootWear’ Francisco Santos – President of COUROMODA T he footwear industry, like other economic segments, has had to adapt to the inevitable globalization of markets and to the strong changes as a consequence of the popularization of fashion on trade relations between industry and retail. The power is no longer only in the hands of those who hold high productive capacities but also in the hands of those who can offer innovation and constant updating of products in the speed that the con- sumer requires. All of that is complemented by after-sale services to retail, which needs, more than ever, partnerships with manufacturers and not just the traditional process of buying and selling exercised between suppliers and buyers. It is not different in Brazil. Our industry has kept up with the rapid growth in domestic consumption (which has nearly doubled in the last ten years), even competing with Asian products that come into the country ‘dodging’ the antidumping law 48 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 PONTO DE VISTA in place against Chinese footwear. Brazil dominates all technologies of production, it has advanced and updated factories, and counts on suppliers of raw materials as well as machines that can supply 100% of its needs, and its self-sufficiency in leather is noticeable. In current world, the Internet and new information technologies (IT) are affecting all industry and trade, not only with respect to purchasing decisions of consumers. It is undeniable, for example, that online sales are growing and the trends indicate that this process should continue. However, we do not believe that a virtual store could replace physical stores, at least in the clothing and footwear market, where the act of having the product in your hands, feel the piece, dressing, wedging, trying makes all the difference when deciding for one or another model. In Brazil, we have many retail companies that are acting on two fronts: physical and virtual stores, and in such cases, the proportion of sales of footwear has remained around 95% in physical stores. On the other hand, the use of IT in physical stores is a more and more present reality, especially in the relationship with suppliers, aiming at closer commercial actions, solutions that are more economical and faster replenishment of inventories. Brazilian retail (and we believe that the same occurs in international retail) is still adjusting to a market that requires continuous innovations and renovations in the windows, to a market that no longer sells ‘only’ footwear, but fashion. This is a positive fact, because it brought and continues to bring strong growth in consumption. But it also has as consequence an increased risk in purchase, in volume and in type of product to be stocked. The increase of this risk has led retailers to review their policies of purchase with a significant reduction in medium inventory of stores, leading to negotiations with manufacturers, seeking the shortest time between the request and the arrival of the product in the window. Brazil, a continental territory, presents well-differentiated marketing realities between several geographical regions and this requires product policies, designs, styles and prices that are adapted to each of these regions. These large distances, which has noticeable differences in climate and consumption habits, require intelligence in the distribution and in the service to retail replacements. The fact that the Brazilian industry is present with its factories in more than 15 states of the federation was important not only to balance the aspects of cost/ price, but it also allowed the distribution policies in the service to retail to be more decentralized. A bigger challenge, among others, is the need to regain the share of the world market that our industries could not maintain, in the face of competition from Asian products, especially Chinese products. Our companies have worked hard in this sense, both in occupation of a price that is has no influence of Chinese shoes and in development of trade missions, and especially in the presence of our companies in the most important world fairs. Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 49 CULTURA As Três Palavras Mais Est ranhas “Quando pronuncio a palavra Futuro, a primeira sílaba já pertence ao passado. Quando pronuncio a palavra Silêncio, destruo-o. Quando pronuncio a palavra Nada, crio algo que não cabe no que ainda não existe.” Wislawa Szymborska (Poetisa, crítica literária e tradutora polonesa faleceu aos 88 anos em 2012) O essencial é saber ver O essencial é saber ver, mas isso, triste de nós que trazemos a alma vestida, isso exige um estudo profundo, aprendizagem de desaprender. Eu procuro despir-me do que aprendi, eu procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, desembrulhar-me e ser eu. Alberto Caeiro (Heterônimo de Fernando Pessoa – considerado o Mestre Ingênuo de suas múltiplas personalidades poéticas.) 50 - Revista Courobusiness -setembro / outubro 2014 Revista Courobusiness - setembro / outubro 2014 - 51 Novo Portal do Sebrae. Direto ao ponto. O novo portal do Sebrae facilita a vida de quem já tem ou pretende ter um pequeno negócio. Busca inteligente, cursos online, soluções personalizadas para cada tipo de negócio. Acesse o novo portal do Sebrae, cadastre-se e vá direto ao ponto. www.sebrae.com.br Empreendedorismo Planejamento Finanças Pessoas Organização Leis e Normas Mercado Cooperação Inovação 52 - Revista@sebrae Courobusiness -setembro / outubro 2014 /sebrae
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