revista aeroespacial

Transcrição

revista aeroespacial
REVISTA AEROESPACIAL
Semestral | Abril 2014
UM AERO A
TRABALHAR NA
GOOGLE
Sobrevoando o
Passado
Os primórdios da fotografia aérea
N.º
6
Ficha Técnica
Editorial
Por Samuel Franco
Título: Revista Aeroespacial
Edição: 6
Periodicidade: Semestral
Data Lançamento: 02 de Abril de 2014
Direcção Editorial: Samuel Franco
Equipa de redação: Ana Macedo,
Samuel Franco, Joaquim Marques, Tiago
Lança e Pedro Albuquerque
Edição gráfica: Samuel Franco
Colaboraram nesta edição: Jorge
Gomes, Rodolfo Dutra, Filipa Correia e
João Paulo Silva.
Propriedade: Secção Autónoma
Aeronáutica Aplicada (S3A); Pavilhão
da AEIST, Instituto Superior Técnico,
Avenida Rovisco Pais 1049-001 Lisboa,
Portugal, email: [email protected], site:
http://s3a.ist.utl.pt
Impressão: IST Taguspark
Com o apoio:
Mais um projeto lançado, mais um desafio superado.
A 6ª edição da revista aeroespacial já está disponível para
consulta quer em formato físico quer em formato digital.
Nesta edição decidiu-se realizar uma revista mais
“compacta” mas onde não faltassem a rubricas habituais.
Neste sentido, o leitor poderá encontrar uma entrevista
a um alumni MEAer, as rubricas sobre o passado e o
desenvolvimento tecnológico no ramo aeroespacial, as curtas
da atualidade, o rescaldo do evento que foi capa da nossa
última edição bem como uma secção de lazer e desafios.
O núcleo da revista optou por realizar uma edição
mais compacta como forma de maximizar o número de
revistas impressas para divulgação. A angariação de patrocinadores será assim o próximo
foco de trabalho deste núcleo, onde esperamos conseguir
um bom número de colaboradores para que este projeto
ganhe ainda mais força e notoriedade. Tenho a certeza que
este desafio não vai ser difícil para este grande grupo de
pessoas de que me rodeio, pois têm sido eles que me têm
acompanhado ao longo de já quatro edições da revista, e
sem os quais este projeto não seria possível. O meu muito
obrigado a cada um de vós, Ana Macedo, Joaquim Marques,
Pedro Albuquerque, ao agora Erasmus Diogo Monteiro e ao
mais recém-chegado Tiago Lança. E porque este projeto não
é feito só de artigos mas também de testemunhos, obrigado
a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a
elevação da qualidade deste projeto.
ÍNDICE
MEAer e o IST
04 Air Cargo Challenge - Que
balanço?
07 Curso de Introdução ao
Aeromodelismo
MEAer Extracurricular
MEAer e Portugal
12 A febre das startups
MEAer e o Mundo
14 Aerobuzz
16 Sobrevoando o Passado: Os
primórdios da fotografia aérea
08 Flying Ideas - A tua competição está a chegar!
MEAer na 1ª Pessoa
18 Matternet: Um novo
paradgma de microtransporte
10 Longa viagem até à Google
MEAer e Lazer
19 The Space Brothers e desafios
04 | MEAer e o IST
Que balanço?
Texto Pedro Albuquerque Fotos David Melo e Ana Macedo
Introdução
Foi a sexta edição da competição criada há
já dez anos por colegas da Associação Portuguesa de
Aeronáutica e Espaço, e a terceira internacional.
A Universidade da Beira Interior foi a anfitriã por ter sido
a vencedora da competição de 2011 que teve lugar em
Estugarda, na Alemanha. Contudo, viu-se impossibilitada de
o fazer na Covilhã onde a recente construção do Data Center
da Portugal Telecom no local do aeródromo da cidade
(local onde já tinha organizado com sucesso o ACC’09)
levou ao fecho deste último, optou por dialogar com a Força
Aérea Portuguesa para que esta permitisse a realização
do evento no Centro de Formação Militar e Técnica da
Força Aérea, mais conhecido como Base Aérea da Ota, uns
quarenta quilómetros a norte da capital. Foi ainda neste
local onde ficaram alojadas todas as equipas estrangeiras
e a equipa organizadora durante o evento (9-11/agosto).
Vitória alemã
Sem surpresa, os grandes vencedores vieram da
Universidade de Estugarda, tal como havia ocorrido no
ACC’09. Desempenho similar só a Universidade da Beira
Interior (UBI), com vitórias no ACC’07 e ACC’11. A
superioridade da equipa evidenciou-se em quase todos
os aspetos da competição. Alguns dos membros faziam
parte da equipa que venceu o ACC’09, tendo vários anos
de experiência acumulada num clube de aeromodelismo
denominado AkamodellStuttgart que trabalha em estreita
colaboração com a Universidade local. Se o projeto
da sua aeronave foi muito bom, a sua manufatura foi
brilhante a todos os níveis, utilizando técnicas avançadas
de construção em materiais compósitos que permitiram
levantar uma carga útil superior a 12kg, algo incrível
para uma aeronave com cerca de 4 metros de envergadura
e a bateria e motores definidos nos regulamentos.
China, Brasil e Egito
Os grandes aliciantes desta edição era ver como se
comportavam equipas de outros continentes (3 chinesas,
1 brasileira e 1 egípcia). A equipa da Universidade de
Tsinghua, da República Popular da China, na sua segunda
participação conseguiu o 2º lugar, depois de no ACC’11
de Estugarda, ter fechado o pódio. As restantes congéneres
chinesas, ambas da Universidade de Beihang, ficaram em
3º e 5º lugar, o que ilustram bem o domínio chinês que a
MEAer e o IST | 05
presente edição testemunhou.Contudo, é muito importante
frisar que as equipas chinesas tiveram membros dedicados
a tempo inteiro durante a maior parte dos respetivos
projetos financiados por bolsas de estudo. Os brasileiros
da Universidade de São Paulo – habituais vencedores
do SAE Aerodesign (competição brasileira homóloga
do ACC) conseguiram, na sua primeira participação no
evento um honroso 7º lugar, mercê de um desempenho
bastante acima da média. Finalmente, a equipa egípcia,
com apenas 4 elementos ficou em último lugar, entre as
21 equipas presentes na Ota. Com efeito, a crise social,
política e económica que se vivia naquele país impediu que
estes recebessem materiais essenciais para fazerem testes
importantes e que tivessem grandes problemas logísticos,
como a obtenção de vistos para se ausentarem do seu país.
Desilusão portuguesa
A participação portuguesa ficou muito abaixo
das expetativas. Com efeito, as quatro equipas nacionais
presentes ficaram entre o 17º e 20º lugar, muito longe da
brilhante prestação no ACC’11 que a UBI venceu e em que
o IST conseguiu, por intermédio da PASSAROLA Team,
o 6º lugar, melhor resultado da S3A e do IST em edições
internacionais da competição.
Várias razões contribuíram para este desfecho.
A não participação da Universidade da Beira Interior –
instituição nacional com mais créditos na competição e a
falta de experiência e fundamentos teóricos de Aeronáutica,
justificam os resultados da Universidade de Aveiro (20º
lugar), cujo protótipo não cumpria todos os requisitos
regulamentares e do Instituto Politécnico de Leiria (17º
lugar) que também não conseguiu fazer um voo com
sucesso.
Em antepenúltimo lugar ficou a equipa Hercules
– única representante oficial da S3A e do IST. A falta
de experiência da equipa ditou uma aeronave com
significativas deficiências construtivas que levaram a
muitos contratempos e acabaram por resultar no colapso
de uma das vigas estruturais da asa no ensaio estrutural
pré-voo o que impediu que a aeronave chegasse à pista.
Note-se, contudo, que a aeronave já tinha voado antes da
competição. É importante não desanimar e tirar proveito do
muito empenho e esforço que a equipa dedicou ao projeto,
06 | MEAer e o IST
e fazer com que os muitos ensinamentos que tiveram sejam
úteis para futuras participações destes colegas – e/ou de
novos alunos, apoiados pelos primeiros – no ACC’15.
Em 18º lugar, ficou a equipa portuguesa cujos
elementos tinham mais experiência em ACC, com quatro
elementos a terem já duas participações anteriores (entre os
ACC’07 e o ACC’11). A LUSITÂNIA Team quis aprender
novos métodos de construção e optou pela utilização
extensiva de estruturas em compósitos, e, muito embora
o muito esforço e evolução verificada ao longo dos meses
de preparação, as pequenas, mas graves inconformidades
construtivas foram fatais – nas primeiras 3 rondas de
voos, não obstante o protótipo ter completado voos
completos várias vezes na fase de testes. No entanto, este
foi o único protótipo nacional a completar um voo na
Ota, que infelizmente foi invalidado por ter ocorrido na
4ª ronda (por não ter havido tempo para todas as equipas
a fazerem) e também por, na aterragem, ter saltado uma
roda, consequência de uma reparação feita na véspera
depois de uma das quedas. A ser validado, a equipa teria
ficado a meio da tabela classificativa.
Outras notas
Deve frisar-se que a competição decorreu num clima
pacífico e de um assinalável espírito de colaboração entre as
várias equipas, tendo sido possível decidir algumas questões
dúbias do ponto de vista regulamentar em conferência de
capitães de equipa ao mesmo tempo a que se assistiu a
várias equipas a entreajudarem-se, fornecendo materiais para
reparações ou aconselhamento técnico relevante. Note-se
que os brasileiros elogiaram este espírito europeu, já que,
segundo eles, no SAE Aerodesign não existe o mesmo clima
e a competitividade é levada ao extremo.
Uma última palavra para três equipas que
estiveram nos lugares cimeiros. A equipa HUSZ Vulture,
da Universidade de Zagreb, conseguiu um extraordinário
4º lugar, nomeadamente se tivermos em conta a sua primeira
participação na competição. A melhor classificação polaca
de sempre (6º lugar) – sucedendo à equipa PASSAROLA do
IST e da S3A – foi obtida pela Universidade de Tecnologia
Salesiana. A equipa PHOENIX, da Universidade Politécnica
de Bucareste conseguiu o 8º lugar. Não sendo uma
surpresa, já que as equipas romenas costumam fazer boas
classificações, destaque-se a qualidade construtiva do maior
protótipo em competição, com uma envergadura próxima
dos 6 metros e uma construção em balsa, contraplacado,
tubos de carbono e cobertura em papel termoretrátil com
acabamentos muito bons.
07 | MEAer e o IST
CIA
Curso de
Introdução ao
Aeromodelismo
Texto Filipa Correia Fotos Filipa Correia
O Curso de Introdução ao Aeromodelismo, CIA para
os mais chegados, é um projeto da S3A que tem como
principal objetivo a introdução dos mais curiosos ao mundo
do aeromodelismo. Neste sentido, são abordados vários
tópicos, desde as raízes da física que permitem a um modelo
voar e ser controlado, passando pelos materiais e técnicas de
construção e chegando, por fim, à instalação da eletrónica
necessária ao controlo do mesmo. No entanto, como toda a
teoria tem de ter alguma prática associada, o final da edição
terá de ter sempre o teste/voo dos modelos construídos,
sempre feitos por pilotos RC já com alguma experiência
(já que esta parte não é para qualquer um).
Estando no início da VIII edição e realizando-se
duas vezes por semestre, é um projeto já com relativo
historial e “alguma” adesão, dado que as 20 vagas existentes
têm sido praticamente sempre preenchidas.
Na VII edição (ao longo do 1º semestre de
2013/14), tivemos 20 inscritos, 3 modelos construídos
com compósitos feitos pelos alunos em laboratório e
muita cola epoxy. No passado dia 20 de janeiro foram
entregues os diplomas aos participantes e realizados os
voos das respetivas aeronaves. Poderás acompanhar o
voo destas aeronaves nos vídeos partilhados no facebook
oficial da S3A: https://www.facebook.com/s3aist
A VIII edição do CIA já está em curso, e a
página oficial do curso pode ser visitada em: https://
www.facebook.com/events/535192069931730.
Se ainda não tiveste oportunidade de participar no curso de
introdução ao aeromodelismo, fica atento ao facebook da S3A
porque no início de cada semestre temos um curso a iniciar.
08 | MEAer Extracurricular
Flying Ideas
A tua
competição
está a chegar!
A Revista Aeroespacial decide desta vez investigar o andamento dos trabalhos da organização da FlyingIdeas II, projeto organizado pela S3A que consiste numa competição de aeromodelismo e que decorrerá a 17 de maio. Para isso a revista abordou o coordenador desta edição, João Paulo Silva, aluno do 3º ano de MEAer e atual Vice-Presidente da S3A.
Texto João Paulo Silva e Ana Macedo Fotos João Paulo Silva
Revista Aeroespacial: Como surgiu este projeto,
inicialmente destinado aos colaboradores da S3A?
João Paulo Silva: Este projeto é fruto do
seguimento do que vinha a ser feito no ano passado,
e apresenta agora uma segunda e renovada edição.
No ano passado surgiu a ideia, junto da anterior direção
da S3A, de iniciar uma competição interna para que os
colaboradores da S3A ganhassem uma maior experiência
no mundo do aeromodelismo. O nome retratava a
competição e o objetivo principal, criar e inovar
“algo” que voasse, afinal trata-se de uma competição
aeronáutica. Era também objetivo que os colaboradores
mais inexperientes se juntassem em equipas com os mais
experientes e houvesse uma passagem de conhecimento.
Nestes termos foi levada a cabo a 1ª edição no mês de
maio do ano passado, e foi uma excelente iniciativa.
Juntaram-se alunos, colaboradores, professores e pilotos
para um dia de festa de gente que gosta da modalidade.
Revista Aeroespacial: Sentiste que houve de
fato aprendizagem ao longo da competição?
João Paulo Silva: Penso que sim, aliás tenho a certeza
pois no ano passado participei e aprendi. O David Melo
(organizador da 1ª edição) juntou-nos por equipas e colocou membros experientes com inexperientes. Houve de
facto essa passagem de conhecimentos. Há sempre alguns grupos que não funcionam, mas na maioria penso
que funcionou. E mesmo fora das equipas houve troca
de conhecimentos, a competição era amigável e promovia isso mesmo, o objetivo era aprender e não ganhar.
Revista
Aeroespacial:
Qual
o
objectivo
da
Flying
Ideas
este
ano?
João Paulo Silva: Este ano a competição está diferente.
No fim da competição anterior o Professor Fernando Lau
e o Professor Filipe Cunha, júris nessa edição, sugeriram
expandirmos a competição, passar de interna para
externa, pelo que decidimos avançar com essa proposta
e neste momento qualquer aluno da ULisboa se pode
inscrever. Sendo assim a competição, apesar de amigável,
como sempre promove um pouco mais a competitividade
e a vontade de ganhar. Sendo que a ajuda e a passagem
de conhecimentos pode sempre estar envolvida,
como gostava que acontecesse. Mudaram também
algumas características mas isso está tudo explicado
no regulamento no website oficial da competição,
flyingideas.ist.utl.pt, que sugiro que consultem.
Revista Aeroespacial: Quando são as provas e em que
consistem?
João Paulo Silva: A competição consiste numa parte
teórica, numa apresentação e numa parte prática.
A parte teórica é feita anteriormente ao dia
da competição e consiste num breve relatório sobre o
trabalho da equipa, as ideias que tiveram e a descrição
da sua aeronave (não se assustem, não é uma cadeira
complicada nem vão receber créditos por ela…). É
apenas algo para nós conseguirmos avaliar o empenho ao
longo do seu projeto.
A apresentação vai ser feita no dia da prova (17
de maio de 2014, no IST) e é uma apresentação dirigida
ao júri mas em que todos os elementos que participam
na prova podem ver. Terá tempo contado e poderão levar
uma apresentação em “power point” embora não seja
necessário, sejam criativos.
A parte prática consiste no voo da aeronave. Vai
MEAer Extracurricular | 09
haver uma parte “indoor” e outra “outdoor” e a equipa pode
escolher entre uma e outra, ou ambas. Vamos fornecer o
piloto e também o comando, não se preocupem com isso.
Ah e não se esqueçam… há sempre prémios!
Revista
Aeroespacial:
Quem
está
envolvido na organização do evento?
João Paulo Silva: A S3A está envolvida desde sempre
como entidade organizadora. O coordenador do projeto
sou eu e tenho tido desde sempre o apoio da direção da
S3A, seja do presidente Ricardo Silva ou da tesoureira
Ana Macedo. Tenho tido também o apoio do Samuel
Franco e do Luís Parada para a construção da imagem.
E sei que posso também contar com outros membros
colaboradores da S3A para novas ideias e opiniões, converso
muitas vezes com a Filipa Correia e sei que se conversar
com a restante secção os membros estão lá para ajudar.
Revista Aeroespacial: Até quando e como se podem
inscrever as equipas? O que precisam de fazer a seguir?
João Paulo Silva: Supostamente até dia 17 de fevereiro,
mas não se preocupem por ter passado a data. O prazo foi
alargado até finais de março para que toda a gente que
quisesse se inscrevesse. A inscrição é paga, depois ser-vos-á
fornecido um kit de material básico para poderem começar
a construir a vossa “ideia”. Será dado acesso ao laboratório
por algumas horas a combinar com as equipas, bem
como alguma ajuda por parte dos colaboradores da S3A.
Revista Aeroespacial: Em poucas palavras, como
descreves a experiência de organizar um evento deste tipo?
João Paulo Silva: A minha experiência a organizar um
evento deste tipo é bastante positiva. É o meu primeiro
evento e já aprendi muito com isso. É preciso fazer contactos
e relações, é preciso fazer pressão e ceder, é preciso
profissionalismo. Nem sempre as coisas são fáceis, já houve
problemas e sei que vão haver mais até ao fim mas estamos
cá para os resolver, e resolvendo é que as coisas andam para
a frente. Gostando do que se faz é claramente enriquecedor.
Espero, juntamente com o resto da organização, que depois
as pessoas disfrutem do trabalho que está a ser feito.
Revista Aeroespacial: Qual será o futuro da competição?
João Paulo Silva: Para já o futuro é dia 17 de maio,
dia da 2ª edição, e depois logo se vê. Estamos a apostar
em algo novo, não existe para todo o Técnico uma
competição aeronáutica nem desta nem de nenhuma
dimensão. Portanto vai ser um pouco surpresa. Esperamos
que tenha envolvência de todos os alunos, e se tiver
uma 3ª edição estará sempre no horizonte. Sempre com
o intuito de melhorar e dar a conhecer aos alunos do
Técnico um pouco mais do trabalho e do que as Secções
Autónomas e outros Núcleos do IST podem fazer por eles.
Revista Aeroespacial: Por último, consideras que iniciativas
deste tipo são importantes para o percurso académico?
João Paulo Silva: Sem dúvida. Aprende-se e pratica-se
muito. Claro que as aulas são importantes, afinal é para
isso que vimos para a faculdade, e a nota de curso também,
é um número que pode distinguir pessoas. Mas há outras
coisas… E participar numa competição, deste e doutro tipo
qualquer é sempre importante. Estimula a aprendizagem,
a prática e acima de tudo trabalho de grupo. Estimula a
amizade e competitividade. As atividades extracurriculares
existem, felizmente, esta é uma delas e estamos aqui
para vos receber, sejam Bem Vindos à Flying Ideas II !
10 | MEAer na 1ª Pessoa
Longa
viagem até à
Nesta edição da revista fomos entrevistar o alumni Jorge Gomes, aluno do segundo ano do curso de engenharia
aeroespacial no IST. Ele conta-nos como foi conciliar dois cursos em simultâneo, quais os primeiros passos pós
universidade e o que faz actualmente enquanto engenheiro. Fica a conhecer este exemplo de trabalho e humildade.
Texto Joaquim Marques e Jorge Gomes Fotos http://fotos.sapo.pt/lusa/
Revista Aeroespacial: Sabemos que entraste em 1993,
sendo no 2º ano do curso: o que destacas agora - 20 anos depois - dos teus tempos de estudante de Aeroespacial no IST?
Jorge Gomes: Um dos momentos mais vivos na minha memória foi o trabalho realizado no projecto “Arte
Artificial Através de Algoritmos Genéticos”, com
Paulo Tabuada e Pedro Alves que nos levou a vencer
o Prémio Francisco de Holanda e que teve o Alto Patrocínio do Presidente da República Jorge Sampaio.
Lembro-me ainda do difícil que era absorver a matéria dada e tirar boa nota nas cadeiras do Professor Doutor Braga Campos. E a Termodinâmica, ai!
Lembro-me muito das amizades nascidas naqueles
tempos, das (poucas) noitadas de borga, e das (muitas) noitadas de estudo e trabalho em projetos. Lembro-me dos arraiais,
do imenso trabalho na comissão de finalistas e do orgulho de
nos atrever e querer fazer tanto com uma turma tão pequena.
Revista Aeroespacial: Sabemos também que tiraste
uma licença de piloto - fala-nos um pouco da tua experiência e da tua visão da necessidade de tantos Aeros
tirarem uma licença de voo durante/depois do curso.
Jorge Gomes: Pois, não fiquei por meias medidas, e investi em tirar a licença de Piloto Comercial de Aeronaves
(PCA) na Escola de Aviação Aerocondor - Sonhava vir
a ser piloto de linha aérea. Foi duro, pois, na altura, o
curso de PCA só funcionava em regime diurno - tinha de
correr entre Lisboa e Tires e equilibrar bem quais aulas
a que eu ia faltar dum lado e doutro, e como recuperar a
matéria perdida. Mas simultaneamente, o que eu aprendia de conhecimentos práticos de aviação, eu aplicava
à teoria do curso universitário e vice-versa. Um bom
exemplo foi a cadeira de Desempenho, onde para mim
aqueles cálculos e exercícios não eram mera teorização
do comportamento de aeronaves, mas traduziam-se numa
realidade aeronáutica com impacto de “vida ou morte”.
Por outro lado, em virtude da formação académica proporcionada pela Licenciatura (de 5 anos), a Escola de Aviação
convidou-me a ser instrutor de terra em part-time. De
1998 a 2001, dei aulas de Instrumentos de Voo, Sistemas
de Controlo de Voo e Instrumentos de Monitorização
de Motor, o que deu um tremendo gozo e orgulho em
poder ensinar a futuros pilotos de linha aérea, os conhecimentos necessários para poderem viajar pelo ar em
segurança e em completo controlo da suas aeronaves.
Revista Aeroespacial: Como resumes a tua primeira experiência profissional logo após teres terminado o curso?
Jorge Gomes: Em três palavras “Confusa e desviada”: Candidatei-me a concurso de piloto de linha aérea, a concurso
de controlador aéreo e também a várias consultoras, mas as
ofertas não apareceram. Com o aliciante de levar a empresa
ao mercado internacional, empreguei-me na firma Aeroávia,
que era do meu tio, a qual fazia comércio de aeronaves e
peças, e operava aeronaves utilizadas no combate aos incêndios. O meu sonho era tomar conta da frota. Ser engenheiro
aeronáutico e piloto ao mesmo tempo! Era uma espécie
de sonho de jet-set. Infelizmente, a empresa soçobrou às
dificuldades financeiras e acabei por transitar, dentro do
mesmo grupo empresarial, para a área de apoio tecnológico
e informático na Eurobis, uma empresa quase exclusivamente de atividade imobiliária. Estranha ironia que, para
MEAer na 1ª Pessoa | 11
quem teve sonhos de voar pelo ar, fiquei “preso a terra”.
Revista
Aeroespacial:
E
desde
então, como resumes a tua vida profissional?
Jorge Gomes: Trabalhei na Eurobis durante quase 9
anos, durante os quais fui analista financeiro, diretor
tecnológico, gerente duma vinicultora (!), vogal do Conselho de Administração; ainda tirei outra licenciatura
(Direito na Universidade Católica Portuguesa) e vários
cursos de pós-graduação na área financeira e imobiliária.
Em setembro 2007, decidi deixar Portugal para trás e
partir para uma nova aventura: emigrar com a minha esposa e filha para a Califórnia. Pouco depois de chegar
cá, consegui emprego numa empresa chamada SlashSupport, uma empresa de outsourcing de apoio informático.
O primeiro projeto onde me colocaram foi a helpdesk interna da Google, com a qual eu estava já em processo de
seleção. Só que o processo de entrevistas da Google demorou e a crise de 2008 levou a Google a congelar novas
contratações. Porém, na SlashSupport, fui alocado permanentemente ao projeto “Google” e, entretanto, já tinha
sido promovido a Tech Lead. Em retrospetiva, foi um dos
anos mais interessantes da minha vida, pois comecei a
conhecer a Google “por dentro apesar de estar por fora”
e esta primeira experiência profissional nos EUA ajudoume a crescer imenso como pessoa - aprendi muito lidando
com os clientes, com os colegas e com os supervisores.
Finalmente, em 2009, após renovado processo de entrevistas, recebi uma oferta de emprego: realizei o meu
sonho de trabalhar para a Google. Entrei na carreira
de Corporate Operations Engineer onde, durante dois
anos, desempenhei o papel de IT Field Tech, dando
apoio informático na Google. Em 2011, transferi para
Live Video Streaming Engineer, onde passei a executar o streaming ao vivo dos eventos da Google, o mais
famoso sendo o Google I/O (já três anos seguidos).
Revista
Aeroespacial:
Fala-nos
um
pouco do trabalho que desenvolves actualmente.
Jorge Gomes: As minhas ferramentas de trabalhos do
dia a dia são os meus portáteis (uso um MacBook Pro e
um Chromebook, conforme preciso) e o meu telemóvel
(Nexus 4). Através destas, acedo à galáxia de recursos da
Google: desde as minhas simples workstations (uma debaixo da minha mesa, outra virtual algures no mundo), aos
vastíssimos e variados sistemas e aplicações que a Google
tem espalhados pelo mundo. Passo um monte de tempo a
redigir e-mails, especificações, desenhos, guias, etc. Também escrevo software, desde scripts pequenos, a módulos
e aplicações para gerir toda a infraestrutura global que o
meu serviço providencia. Tenho que saber e escrever em
Bash, HTML, CSS, JavaScript, Python, Java, C++ e outras linguagens, para navegar os módulos existentes e para
criar novos. Na parte de hardware, passo algum tempo no
meu laboratório onde tenho um mini estúdio de produção
para criar conteúdos para testar a frota de equipamentos
utilizados no live streaming. E, se for necessário, pego na
caixa de ferramentas para ver o que se passa no interior
de algum equipamento ou para investigar alguma avaria
técnica por perto. Outra parte, também deliciosa, é o trabalho em projetos secretos. Só que desses não posso falar.
Revista Aeroespacial: Agora, já no mercado de trabalho e olhando para o teu percurso académico,
quão importante foram os ensinamentos que adquiriste enquanto estudante de Aeroespacial no IST?
Jorge Gomes: O curso de Aero preparou-me para ter a
melhor postura diante de problemas técnicos. Há uma
expressão que usamos aqui nos EUA: “data-driven” tomar decisões com base em dados - e esta qualidade
germinou e floresceu no meu curso de Engª Aeroespacial. Mas também há outra expressão “resourceful”,
e também esta qualidade foi cultivada em Aero. Dou
também muita importância à natureza multi-disciplinar – não só em termos de área de ciência, mas em termos de natureza prática vs. teórica – do curso, que para
mim foi fundamental, para me preparar e posicionar no
cargo que tenho hoje. Julgo que não teria a necessária
tenacidade e confiança em mim próprio, sem ter sido
estudante no IST, e em especial, sem ter sido um Aero.
Revista Aeroespacial: Que atividades extracurriculares destacas dos teus tempos de estudante?
Jorge Gomes: Lembro-me do espírito de equipa e da
solidariedade e respeito colegial criado por fazer parte da
equipa de futebol da turma. A gente jogava muito mal, e
levámos algumas belas goleadas - mas foi uma experiência imbatível em termos de ganhar maturidade pessoal e
preparar-nos para um mundo cruel que, mais cedo ou mais
tarde, vai-nos dar a sua goleada. É bom aprender a perder.
Revista Aeroespacial: Que conselhos darias aos atuais
estudantes de engenharia Aeroespacial para se prepararem
para o mercado de trabalho e terem uma carreira de sucesso?
Jorge Gomes: Esta é difícil, mas vou tentar. Como
indivíduos: Continuem a estudar, a aprender. A verdadeira mestria pode advir de longas horas de experiência e prática, mas há um genuíno prazer em
aprender coisas novas e em aprofundar conhecimentos.
Como pessoas, colegas, e engenheiros: Não tenham
medo de falhar! Só não falha quem não arrisca fazer
algo difícil. Mas, atenção, este risco tem de ser só vosso!
Como profissionais de aviação:Acautelem as vidas que confiam na qualidade do vosso trabalho no que toca a segurança.
Como cidadãos: Sejam engenheiros, não políticos - há
muitas maneiras de subir na vida, mas procurem ser autênticos engenheiros: construam um mundo melhor!
Por fim: Acima de tudo, nunca percam fé em vós próprios - o
mundo nem sempre está preparado para nos dar o que queremos quando a queremos, mas nunca desistam de sonhar.
12 | MEAer e Portugal
A febre das
s
p
tu
r
a
t
S
Que é uma febre saudável. Há uns dois anos para cá a
quantidade de aplicações para dispositivos móveis tem
vindo a aumentar a um ritmo forte, só quem estiver pelo
país das maravilhas feito Alice é que não reparou nisso. E
tem sido por toda a parte, o que se percebe. As Companhias Start-up estão em todo o lado, desde as artes às ciências
(mas não é que se possam separar totalmente estas duas).
Começaram por ser mais-valias para o dia-a-dia
desta geração tecnológica para passarem a constituir necessidades. Senão, vejamos: como vivemos no século
XXI e não nos anteriores, e sabendo nós que as coisas
estão em constante mudança, o ser humano precisa sempre
de mais, mesmo que os céticos de agora digam que é impossível, como o fez quem afirmou que os foguetões eram
impossíveis e que logo Goddard seria louco. De fato, estes
serviços são feitos de forma a poderem ser utilizados por
toda a gente e não apenas por quem entende do assunto.
São ideias, como houve muitas no tempo, mas só agora se
começou a dar valor a algo chamado empreendedorismo.
O conceito de Startup não é novo. Surgiu com a
Bolha da Internet, uma época em que apareceram milhares
de empresas “ponto com”, e que se deu em finais do séc.
XX. A subida das ações destas novas empresas fez com
que fosse registado um grande crescimento da Internet
comercial. Porém muitas delas se fundiram ou simplesmente faliram. Nos dias de hoje, dá-se tanta importância
ao conceito de inovação e criatividade que se vai ao ponto fulcral para a criação das startups, havendo cada vez
mais incubadoras e outras iniciativas para acelerar o processo. O meio universitário é um bom cenário, embora
algumas vezes os incentivos não sejam suficientes, pelo
menos em Portugal, seja pela falta de apoios ou por pouca
interação entre pessoas de diferentes áreas, e pelo pouco
conhecimento do que o público-alvo realmente precisa
ou tem desejo. Segundo um estudo feito pela Harvard
Business School, aproximadamente 75% das startups
acaba. Por isso esta febre talvez não seja saudável para
Texto Ana Macedo
quem as crie - imagino que deve dar uma dor de cabeça daquelas -, já que após a implementação do protótipo no mercado vem o feedback dos consumidores,
e aí é que se vê o sucesso ou não-sucesso da empresa.
Procura-se acima de tudo um modelo de negócio inovador e trabalha-se em conceitos de marketing
melhorados.
Existem
algumas
comunidades,
uma das quais a bem conhecida Silicon Valley, e mais algumas, Silicon Wadi, Bentley
Technology Park, etc., que constituem verdadeiros pólos
tecnológicos e onde estão sedeadas estas empresas.
O caso das aplicações móveis - para tablet,
iphone, telemóveis - ou para o PC gera um mercado
do tamanho do mundo. Que o diga Mark Zuckerberg
(o empreendedor-mor) que comprou recentemente a
WhatsApp, já anteriormente tendo feito o mesmo com
o Instagram, provavelmente pondo em prática conselhos do The Lean Start-up, de Eric Ries, que é um revolucionário conjunto de metodologias que ajudam a desenvolver uma startup. Os implementadores das Apps
são ou as próprias empresas (que podem ou não ser
Startups, algumas das quais criadas apenas para este
fim) que contratam recém-formados com conhecimentos de programação, ou então jovens empreendedores,
sejam eles completos nerds ou não, que têm “A Ideia”.
Para empresas como a TAP, EDP, MEO, etc., ou para
eventos como o Open da Austrália ou o Paris Airshow,
as aplicações móveis são de fato um óptimo meio de
marketing e de prestação de Serviços. No caso do IST muitas são as aplicações que começam a aparecer agora, possivelmente ao fim de um ou mais anos a construir a ideia.
Deixo aqui uma lista de Aplicações/Redes Sociais/Startups bem conhecidas. Muito se pode
dizer acerca deste tema; daí existirem tantas incubadoras e eventos que explicam melhor o que é isto das
Startups. Também se diz por aí que 2014 é o ano das
oportunidades, por isso agora é o tempo de avançar.
MEAer e Portugal | 13
Geral
Instagram
A Fotografia não passa de moda, e nada
melhor do que dar um outro ar às fotos, aplicando um filtro e partilhando nas redes sociais.
Whatsapp
Plataforma de comunicação móvel com
um custo simbólico para novos utilizadores, que permite enviar mensagens
para qualquer rede através da internet..
RunKeeper
Exemplo de uma aplicação móvel que monitoriza e ajuda a controlar a atividade física realizada.
Wix
Permite criar sites de forma gratuita em
HTML5 ou Flash não sendo preciso
saber programar ou perceber de design.
Foodzai
A 1ª startup portuguesa a competir na LeWeb,
uma conferência europeia de tecnologia; é uma
rede social/market place, em que os amantes
da cozinha e home chefs podem partilhar as
suas especialidades e encomendar pratos.
Vertty
Um projeto em que a ideia é criar produtos com um design diferente, mais concretamente, com ângulos diferentes.
Herbpack
Vasos para plantas aromáticas e não só, feitos
de tecidos permeáveis, geotêxtis, resistentes
ao apodrecimento e aos raios UV; podem ser
pendurados em varandas, janelas, paredes, etc.
Wishareit
Não sabes o que oferecer a alguém? Aqui
podes saber as opiniões dos teus amigos e
encontrar o presente ideal para essa pessoa.
Portugal
Unbabel
Plataforma que oferece serviços de
tradução em tempo real, com a ajuda
de editores online; aplicação disponível
em Android, e em iOS está para breve.
Agroop
Plataforma desenvolvida por 3 empreendedores licenciados em design gráfico, que ajuda o agricultor a gerir facilmente os recursos e processos agrícolas.
Weather IST
Previsão meteorológica; disponibiliza informação sobre o estado do tempo separando as
mais importantes métricas com base na tua
escolha. Disponível para as plataformas iOS.
Ephemera
Aplicação móvel que permite enviar
mensagens anónimas a todos em redor,
estando a versão experimental a ser testada dentro do campus Alameda do IST.
Pocket Fenix
Aplicação móvel criada por dois alunos do
IST, que permite aceder facilmente a recursos do sistema académico FenixEdu no
telemóvel; apenas disponível para Android.
TáLivre
Aplicação que permite ver para que salas
do IST-Alameda se pode ir estudar num dia
em que dá a pica; desenvolvida pela Junitec;
outra, mas para o Taguspark, é a Study@Tagus
IST
FénixMobile
Aplicação semelhante ao Pocket Fenix, mas de
outro programador, e que tal como a outra App
permite aceder a vários conteúdos do FenixEdu.
20 | MEAer e o Mundo
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Eastern Airlines
CP VS Ryanair
Logo após a Ryanair ter anunci
ado o
início das rotas entre Lisboa e Por
to, a CP lançou
uma campanha publicitária em
claro desafio
à companhia irlandesa: “Qualida
de business,
preços Ryanair”. Esta camapanha
refere uma
campanha que a CP está a levar
a cabo para um
número limitado de lugares, ond
e oferece 40%
de desconto no bilhete da viagem
.
A CP enfatiza nesta altura “o
serviço
wi-fi, serviço de restauração e
muito espaço
para estender as pernas. Sem per
der tempo em
“check-in”, controlos de segurança
ou recolhas
de bagagem”. No final deste anú
ncio lê-se a
direta provocação: “O Alfa Pendul
ar dá as boasvindas à Ryanair”.
MEAer e o Mundo | 21
A DECO realizou um estudo
a 153 aeroportos mundiais,
convidados a avaliar as condiç
onde cerca de 10 mil passag
eiros foram
ões destes aeroportos. O aeropo
rto Francisco Sá Carneiro no
melhor aeroporto europeu, alc
Po
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ançando a 4ª posição a nível
foi eleito o
mundial. Na primeira posiçã
Singapura, seguindo-se o aer
o ficou o aeroporto de
oporto de Tóquio e Dubai res
petivamente. Lisboa ficou-se
Este estudo também avaliou
pela 24ª posição.
a satisfação com as transport
adoras aéreas. Neste campo,
32ª posição ao passo que a SA
a TAP surge na
TA na 44ª, num universo de
76 companhias aéreas. No top
as companhias asiáticas. A Sin
o
des
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gapure Airlines, a Emirates e
a Cathay Pacific ocupam os trê
respectivamente.
s primeiros lugares,
A título de curiosidade, no que
toca à portuguesa TAP, os inq
valorizam o pessoal de bordo,
uiridos criticam o custo dos
os horários dos voos e o confor
bilhetes e
to.
(Este inquérito da DECO ser
á publicado em abril na revista
Proteste).
Aeroporto Sá Carneiro
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Fusão na EADS
16 | MEAer e o Mundo
Sobrevoando o Passado:
Os primórdios
da fotografia aérea
Texto Tiago Lança Fotos http://www.slate.com/blogs/behold/2012/10/29/julius_neubronner
Com a introdução dos smartphones e a revolução
que lhe esteve associada sem que muita gente tenha
percebido, nomeadamente com a liberalização do acesso
global ao mercado dos componentes eletrónicos, tem-se
assistido nos últimos 5 anos a uma verdadeira explosão
no que toca aos amantes da fotografia aérea. Área que
antigamente se destinava a alguns pilotos com tempo
livre ou um qualquer trabalho específico, hoje em dia, um
pouco por todo o mundo, começamos a ver aparecerem
quadcopters e hexacopters equipados com câmaras de
grande qualidade (GoPro ou DSLRs) a tirarem fotografias
que para um avião ou um helicóptero seriam impossíveis.
No entanto, apesar da aparente modernidade
deste conceito, como a História muitas vezes gosta
de provar, ironicamente os verdadeiros pioneiros
apareceram há cerca de um século. O Homem desde
que se conhece sempre sonhou voar. E até isso ser
possível utilizou os mais diversos artifícios para
conseguir ter uma sensação do que seria cruzar os ares.
No início do seculo XX, um farmacêutico alemão
pelo nome de Julius Neubronner, ávido columbófilo,
utilizava os seus pombos correio para fazerem entregas de
receitas urgentes para hospitais nas imediações de Kronberg.
MEAer e o Mundo | 17
Neubronner também partilhava um enorme
fascínio, desde criança, pela fotografia (tecnologia que
então estava nos seus primeiros desenvolvimentos).
Em 1907, lembrou-se de desenvolver um mecanismo
composto por uma câmara bastante leve, com
um temporizador, e uma armação de alumínio
que ficaria fixa num pombo-correio. As primeiras
fotografias mostravam a inovação do conceito.
Após tentar patentear o sistema, e esta primeira
tentativa ter sido recusada, Neubronner aprofundou
o conceito e entregou o planos melhorados dos seus
mecanismos e, acima de tudo, fotografias que comprovavam
o conceito. O sistema acabou por ser patenteado.
O sistema foi apresentado ao público em 1909 na
exposição internacional de aviação em Frankfurt e desde
aquela altura teve enorme aceitação. Especialmente
porque havia a perspetiva da sua utilização para fins
bélicos (o que se veio a confirmar mais tarde). Neubronner
soube explorar essa possibilidade e desenvolveu
pombais móveis preparados para os campos de batalha.
Ainda devido aos prematuros avanços
da tecnologia aeroespacial, a guerra de atrição de
1914-1918 trouxe um renascimento na utilização
dos pombos-correio e os conceitos de Neubronner
vieram a ser utilizados em batalhas conhecidas,
nomeadamente nos campos de Verdun e do Somme.
18 | MEAer e o Mundo
Matternet:
Um novo paradigma
de microtransporte
Texto Tiago Lança Fotos http://blog.ted.com/
Desde
2011 que uma empresa nascida em Palo
Alto, Califórnia, pela mão do empreendedor Andreas
Raptopoulos, tenta mudar o paradigma do transporte.
A Matternet quer fazer pelos átomos o que a internet
fez pelos bits. De uma forma abreviada, Raptopoulos
quer utilizar drones, multi-rotores completamente
autónomos para serem parte de um sistema global,
em network, composto por estações em terra
espaçadas equidistantemente (de acordo com as
autonomias dos sistemas que fazem o transporte).
Este sistema, depois de implementado serviria
duas realidades: primeiro, tornar-se-ia um canal
paralelo às atuais cadeias de distribuição logística
nas mega-cidades tipicamente sobre-lotadas com
engarrafamentos e, segundo, talvez mais importante,
seria o principal canal de acesso aos países do
terceiro mundo, como é o caso da maior parte dos
países sub-saarianos em que 85% das estradas ficam
completamente intransitáveis durante a época das chuvas.
De início, com payloads pequenos, esta
forma de “micro-transporte” visa revolucionar
a forma como transportamos a matéria de um
sítio para outro. Nas palavras de Raptopoulos:
“O nosso objetivo principal é tornar possível o transporte
em lugares que não são facilmente acessíveis. Achamos
que estamos na iminência do próximo paradigma para
micro-transporte.” Tudo começou com a pergunta:
”Como poderemos servir os lugares que não são
servidos por estradas, por exemplo muitos países
africanos sub-saarianos, muitos países da América do
Sul, onde é necessário entregar medicamentos, vacinas,
etc. e onde simplesmente não existem estradas que
permitam que isso seja feito de uma forma fiável?”.
A Matternet é um conceito ainda em fase de
desenvolvimento e, sobretudo de procura de
investidores, que é composta por 3 componentes
principais: os aparelhos em si, as estações em terra
completamente autónomas, responsáveis pelas trocas
de bateria/recarregamentos, bem como postos de
carga/descarga de material (tornando-se assim pontos
geradores de economia ao longo de toda a network),
e, finalmente, a gestão neuronal de toda a network.
MEAer e Lazer | 19
Por Rodolfo Dutra
U
chuu Kyoudai ou Space Brothers é um manga/anime que
estão em atividade desde 2008 e 2012 respetivamente, tendo já ganho
prémios de melhor manga (categoria geral) em 2011. A série conta a
história de dois irmãos que prometem se tornar ambos astronautas,
após terem avistado, em crianças, o que pensam ser um UFO.
Apesar da promessa, Mutta, o irmão mais velho e personagem principal
da história segue carreira como eng.mecânico numa companhia automobilista,
companhia da qual é despedido no início da história. Na busca de novo emprego, é
revelado que o seu irmão, Hibito, havia ingressado para a NASA e estava inserido
num programa de exploração lunar. No desamparo Mutta decide lutar pelo seu
sonho e candidata-se à JAXA (Agencia de Exploração Espacial Japonesa). A
partir daí é-nos revelado o mundo de provas físicas e psicológicas exigidos
pela agência e mais tarde as peripécias de Hibito na lua entre outras sagas…
O drama deste anime é enchido de comédia e frases marcantes que
não só nos enchem de carinho pelas personagens que vão surgindo, mas
também nos inspiram a seguir os nosso sonhos, principalmente de infância.
Estas características desbotam o fato da progressão da história ser lenta, de
uma forma as vezes frustrante. A música no anime tem um ar característico e
épico, o que eleva ainda mais o ambiente da série. Aconselha-se uma olhadela por
parte dos interessados em exploração espacial bem como manga/anime no geral.
Para os interessados em assistir o anime aconselho, por exemplo:
http://www.animeplus.tv/uchuu-kyoudai-anime
Para os amantes de manga:
http://www.mangareader.net/uchuu-kyoudai
Desafios
Por Joaquim Marques
(Solução em https://www.facebook.com/s3aist)
Desafio 1
A figura seguinte é composta por 12 fósforos:
Modifique a posição de 3 desses fósforos de forma a obter uma figura com
apenas 3 quadrados. (Solução em https://www.facebook.com/s3aist)
Desafio 2
Dois alunos de Aeroespacial estão a jogar bilhar.
Aero 1 dá uma tacada numa bola com velocidade
de v1=60km/h, com um ângulo de 30º (ver figura)
com uma das tabelas. Aero 2 deve acertar a bola
de Aero 1 com outra bola. As duas bolas partem
da tabela da mesa simultaneamente, e estão a uma
distância de 50 cm. Aero 2 pode escolher qualquer ângulo para dar a sua tacada.
Qual é a velocidade mínima v2 com que o Aero 2 pode dar a sua tacada?
a) 15km/h
b) 30km/h
c) 30x(2)^(1/2)km/h
d) 30x(3)^(1/2)km/h
e) 60km/h
Flying Ideas
A tua
competição
está a chegar!
17 Maio
Sabe mais em:
flyingideas.ist.utl.pt

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