Folha de São Paulo
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B4 cotidiano HHH ab Quarta-Feira, 6 De Julho De 2016 Pierre Duarte/Folhapress ‘Totalmente família’, PM deixa filho de oito anos DE RIBEIRÃO PRETO Prédio da empresa de valores Prosegur em Ribeirão Preto (no interior de São Paulo) ficou destruído após ação da quadrilha na madrugada desta terça (5) Em mega-assalto no interior de SP, grupo ataca empresa e mata policial Quadrilha de cerca de 20 homens usou fuzis, explosivos e retroescavadeira em Ribeirão Preto Empresa de valores não informou valor roubado; policiais relatam que montante pode chegar a R$ 60 mi MEGA-ASSALTO EM RIBEIRÃO Roubo à empresa de valores Prosegur deixou um policial morto Local onde o policial Tarcisio Gomes foi morto 3 MARcElO tOlEDO 1 Eles atiraram em 5 transformadores de energia, deixando 2.265 imóveis no escuro 2 Rota de fuga 1 Rod. Anhanguera Rota de fuga 2 2 Via Norte RIBEIRÃO PRETO 1 Av .d aS au da de Local do ataque ra ue ng ha An d. Ro Av. Eduardo Andr ade Matarazzo DE RIBEIRÃO PRETO Um policial rodoviário foi morto após um ataque cinematográfico a uma empresa de transporte de valores em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) na madrugada desta terça-feira (5). A quadrilha de cerca de 20 homens usou ao menos dois caminhões e até uma retroescavadeira para bloquear ruas no entorno da Prosegur, na zona norte de Ribeirão. O grupo detonou explosivos e trocou tiros com a polícia por cerca de uma hora. Segundo a polícia, foram encontradas ao menos 597 cápsulas de munições, disparadas ou intactas, a maioria de calibre 762. Um cartucho de .50, com potencial para derrubar aeronaves, também foi encontrado. Policiais afirmam que mais de mil tiros foram disparados. O ataque ocorreu por volta das 4h e deixou a região da empresa no escuro, após os criminosos atirarem em cinco transformadores de energia elétrica. Ao menos 2.000 imóveis ficaram sem energia. Foram ouvidas ao menos três explosões no local. Durante a fuga, os criminosos atearam fogo em veículos para dificultar a ação policial. Como foi 1 O grupo usou caminhões, uma retroescavadeira e pregos para bloquear ruas no entorno Rota de fuga 3 - Distrito 2 Bonfim Paulista Fonte: Polícia Civil 1 Detonaram ao menos 3 explosivos na empresa e trocaram tiros com a polícia por uma hora 2 Após o roubo, fugiram por 3 rotas. Atearam fogo em veículos e roubaram um carro; duas pessoas ficaram feridas 3 No anel viário da cidade, policiais rodoviários foram atacados; eles se deitaram para não serem atingidos 3 Ao tentar se levantar para pegar o rádio e pedir apoio, um cabo levou um tiro na cabeça Outros assaltos a transportadoras de valores 16.out.2011 Na zona oeste de SP, grupo amarrarou explosivos ao gerente da Protege 6.nov.2015 Homens com fuzis explodiram uma dinamite na Prosegur em Campinas. Eles bloquearam a rod. Santos Dumont e fugiram 14.mar.2016 Também em Campinas, grupo explodiu 3 paredes da Protege e incendiou veículos para impedir a chegada da PM 4.abr.2016 Além de fuzis e explosivos, quadrilha usou caminhão para destruir o portão da Prosegur em Santos O policial rodoviário Roni Canavez, 37, convidou nos últimos dias os amigos para o seu aniversário, oficialmente nesta terça-feira (5), mas que será celebrado no próximo final de semana. Um deles, seu parceiro enquanto trabalharam juntos em Ribeirão Preto, não irá comparecer. O cabo Tarcisio Wilker Gomes, 43, foi morto na manhã desta terça a 11 quilômetros da empresa de valores Prosegur, na zona norte de Ribeirão, alvo do ataque de uma quadrilha com cerca de 20 homens. Gomes estava havia 14 anos na Polícia Militar, sendo 13 dedicados ao policiamento rodoviário. Ele e Canavez cresceram e viviam na mesma cidade —Batatais, na região de Ribeirão—, entraram juntos na polícia e, por um período, trabalharam no mesmo veículo. Só se separaram depois de Canavez ser promovido a sargento e ser transferido para Jundiaí. “Ele amava o que fazia. Muito honesto, abraçava a profissão com lealdade, construiu uma carreira honrada e enfrentava qualquer trabalho com a mesma seriedade, de atender alguma pessoa na rodovia a ações como a de hoje [terça]”, disse Canavez, com a voz embargada. O policial rodoviário era casado e tinha um filho, Lucas, 8, com quem costumava passear nas horas de folga pelas ruas de São Carlos, bairro de classe média em Batatais. Também era visto cuidando de sua casa ou fazendo um bico num supermercado da cidade para ajudar na renda familiar. “Era totalmente família, não tinha balada, bagunça, nada disso. Só se dedicava ao trabalho e à família”, contou o policial rodoviário aposentado Carlos Adalberto de Oliveira, 57, que trabalhou com Gomes até 2009. O enterro do policial fez a avenida em frente ao cemitério de Batatais ser interditada, devido à aglomeração de pessoas. Cerca de 150 policiais participaram da cerimônia. O filho de Gomes foi amparado por um psicólogo. (MT) Reprodução O clima nos bairros próximos ao ataque foi de pânico, e moradores relataram tiros de forma ininterrupta por mais de três minutos. “Era uma guerra, mas ao vivo. Nunca imaginei passar por isso”, afirmou o aposentado José Carlos de Castro. Após a ação, a quadrilha fugiu rumo à rodovia Anhanguera. No anel viário da cidade, policiais rodoviários foram atacados ao tentar interceptar a quadrilha. Eles se deitaram para não serem atingidos. Ao se levantar pa- ra pegar o rádio do veículo e pedir apoio, o cabo Tarcisio Wilker Gomes, 43, levou um tiro na cabeça. Casado, ele era pai de um menino de oito anos (leia texto nesta página). O secretário de Estado da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, disse que existe a possibilidade de elo entre a quadrilha que explodiu a empresa em Ribeirão e os mega-assaltos ocorridos neste ano em Santos e Campinas. Em abril, a sede da Prosegur em Santos foi roubada por um grupo armado com fuzis e bombas em uma ação que terminou com três mortes e chegou a interditar a Anchieta. Um mês antes, cerca de 20 homens explodiram paredes para chegar à sala-forte de um prédio da Protege em Campinas e atiraram durante 1 h e meia com fuzis capazes de derrubar um helicóptero. Apesar disso, para o secretário, as polícias do Estado são bem equipadas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os bandidos usaram uma chácara alugada na quinta (30) como escon- derijo. O imóvel fica na região do km 320 da rodovia Anhanguera. No local, foram encontrados artefatos para fabricação de bombas caseiras, luvas e perucas. Policiais ouvidos pela Folha afirmaram que o montante roubado em Ribeirão pode chegar a R$ 60 milhões. A Prosegur não informou o valor levado, mas disse que nenhum de seus funcionários foi ferido e que colabora com as investigações. Colaborou MARTHA ALVES, de São Paulo O cabo tarcisio Gomes, 43 MorteS MIchAEl KOEllREuttER (1962-2016) Jornalista indiscreto, era o último de uma geração MARIO MENDES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Pode-se dizer que o jornalista Michael Koellreutter foi oúltimodeumageração.Uma geração que não era a sua. Afinal, quando se tornou conhecido, na década de 1980, cobrindo a cena mundana do eixo Rio-São Paulo com irreverência, indiscrição e humor ácido, esse tipo de jornalismo havia saído de moda junto com o Café Society. Por isso mesmo, as entrevistas e perfis sacudidos que publicava na revista “Interview” —criação dos publishers Claudio Schleder e Richard Rillet endereçada a um público “caixa-alta”— fizeram barulho em meio ao novo colunismo descolado “pós-moderno”. O lance do Micha —como era chamado— era penetrar nos salões da “mondanité” e apanhar seus habitantes literalmente de calças curtas. Na “Interview”, Michael encontrou o cenário perfeito para vestir o personagem do “enfant terrible”. Não poupava ninguém, o que o fez colecionar desafetos e processos. Nos anos 90, passou a dirigir a publicação,que tinhaum time de colaboradores invejáveis —entre os quais Fernando Gabeira e José Simão—, causando polêmica todo mês. Nascido em Salvador, Michael foi menino-prodígio e, aos 18 anos, já assinava coluna social no jornal “A Tarde”, sinalizando o que viria. Ultimamente trabalhava em um livro com seus trabalhos. Filho do músico alemão Hans-JoachimKoellreutter,introdutordododecafonismono Brasil e professor de Antonio Carlos Jobim, e da pianista Maria Angélica Bahia, ele já nasceu com ouvido apurado. Foi casado três vezes, e vivia recentemente em Ouro Preto (MG), onde morreu em 5 de junho, aos 54, de câncer. [email protected] 7º DIA LYDIA PORTOLANO ZACHARIAS Nesta quinta (7), às 11h, na Paróquia São José, r. Dinamarca, 32, Jd. Europa. JUDIMARA DE CAMPOS CORRÊA QUEIRÓZ - Nesta quinta (7), às 18h30, na Igreja São Gabriel, av. São Gabriel, 108, Jd. Paulista. 1º MÊS IRACY ALBUQUERQUE MARANHÃO SACCOMANI - Nesta quarta (6), às 19h,capeladoColégioN.Sra.doSion, av. Higienópolis, 983, Higienópolis. SERVIÇO VOCÊ DEVE PROCURAR O SERVIÇO FUNERÁRIO MUNICIPAL DE SP: tel. (11) 3396-3800 e central 156 site: www.prefeitura.sp.gov.br/ servicofunerario Serão solicitados os seguintes documentos do falecido: Cédula de identidade (RG); Certidão de Nascimento (em caso de menores); Certidão de Casamento. NADIA HELUANY ALABY - Nestaquarta (6), às 19h, na Igreja Santa Terezinha, r. Maranhão, 617, Higienópolis. ANÚNCIO PAGO NA FOLHA: tel. (11) 3224-4000 Segunda à sexta, das 8h às 20h Sábados e domingos, das 10h às 17h. AVISO GRATUITO NA SEÇÃO site: folha.com/mortes Até as 15h, ou até as 19h de sexta para publicações aos domingos. Enviar número de telefone para checagem das informações.