Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
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Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa www.ufv.br/pdpl PDPL-RV Jornal da Produção de Leite / Ano XX - Número 271 - Viçosa, MG - Outubro de 2011 Curso de casqueamento Rafael Gasparoni Estudante de Agronomia Nos dias 06 e 12 de outubro foi realizado pelo PDPL-RV, o curso de casqueamento em bovinos, ministrado pelo médico veterinário Marcus Vinícius e pelo monitor de veterinária Sílvio Braga. O primeiro dia tratou-se de questões teóricas e o segundo dos aspectos práticos. A etapa teórica envolveu as principais enfermidades, como: gabarro, podridão e verruga de casco, erosão de talão, úlcera de sola, doença da linha branca, abscesso de sola, úlcera de sola entre outros. Assim como, seus tratamentos, os impactos econômicos, os fatores pre- disponentes (nutricionais, genéticos, ambientais e infecciosos) e como previní-los. A etapa prática foi realizada em duas fazendas assistidas pelo Programa, na fazenda Oásis em Coimbra e na fazenda Chácara em Ervália, nessa etapa todos os estagiários praticaram como fazer o casqueamento preventivo, além de poder tratar algumas enfermidades de casco, bem como avaliaram o escore de locomoção dos animais. Logo, o curso foi bastante proveitoso e importante na formação dos estagiários do PDPL-RV, onde puderam ter mais contato com essa patologia que causa grandes prejuízos ao produtor de leite. Curso de contenção de bovinos com o Professor Romeo Sampaio Ítalo Ribeiro Volpini Estudante de Med Veterinária “O conhecimento deve ser transmitido”, foi diante dessa filosofia que o professor Romeu Sampaio, minis- trou o curso de contenção de bovinos nos dias 7 e 8 de outubro, para os estagiários calouros da terceira fase do PDPL-RV. O curso foi dividido em duas etapas, teórica e prática. Na primeira Prof. Romeu Sampaio ministrando curso o professor comentou a respeito da história e dos diversos tipos de contenção e aplicações, da imensa variedade de cordas e suas respectivas indicações, e diversos outros intrumentos utilizados na contenção de grandes animais. Já a segunda etapa, foi composta pela prática demonstrada nos próprios animais da Unidade de Ensino Pesquisa e Extensão em Gado de Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa, onde o professor, evidenciando muita experiência e didática, simulou a aplicabilidade dos diferentes métodos de contenção citados na parte teórica do curso. O gosto em ensinar e a paciência de Romeu Sampaio, foram elementos fundamentais para o sucesso do curso e o imenso aprendizado por parte dos estagiários, já que a contenção de bovinos é de grande aplicabilidade durante as tarefas realizadas nas fazendas. PDPL-RV oferece curso de produção de cana-de-açúcar para alimentação de ruminantes Lucas Lucena Estudante de Jornalismo Estagiário realizando casqueamento Novos conceitos em alimentação de ruminantes Fabiana Cirino dos Santos Estudante de Med. Veterinária Aloísio Moraes Lopes, zootecnista, técnico da Nutron®, ministrou no dia 27 de novembro uma palestra para os estagiários e técnicos do PDPL-RV, sobre novos conceitos em alimentação de ruminantes, e contou com a participação de Esley P. Belo, ex-estagiário do Programa e dono de uma revenda que representa a Nutron na região. Foi enfatizada a importância de despender tempo e cuidados com as vacas no período de transição que vai de 30 dias antes do parto até 70 dias pós parto, o chamado “contrato de 100 dias”, que consiste basicamente em fornecer para a vaca alimentação, ambiente e cuidados adequados. Hoje, além de produção leiteira, busca-se através da nutrição, melhor sanidade animal, no que tange à saúde dos cascos, mastite e doenças metabólicas. Outro ponto comentado foi a respeito da produção eficiente de alimentos, a partir de um planejamento completo e execução correta dos procedimentos de plantio, colheita, armazenamento e também compra de insumos. Segundo Aloísio, a atividade leiteira tem sua base apoiada na tríade terra-vaca-homem, e com esses três pontos trabalhados em conjunto, é possível formar a simbiose ideal para o sucesso do negócio. O Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira promoveu, entre os dias 10 e 14 de outubro, a terceira edição do curso de Produção de cana-de-açúcar para alimentação de ruminantes. Ministrado pelo professor Mauro Wagner de Oliveira, o curso contou com a participação de aproximadamente 40 estudantes. Com o objetivo de contribuir para um uso mais racional dos recursos naturais, o curso foi dividido em treze módulos que abordam diversos aspectos da utilização da cana-de-açúcar na alimentação, desde a implantação do canavial até os processos de adubação. Segundo o professor Wagner, o curso não beneficia apenas os estudantes. “Além deles, também são beneficiados os produtores assistidos pelos estudantes e nós, que teremos a A Qualidade no Agronegócio Anna Scarpa Estudante de Agronegócio Hoje para que uma empresa obtenha sucesso é preciso se preocupar essencialmente com a qualidade do alimento, desta forma, o PDPL-RV promoveu no dia 14 de setembro, uma palestra sobre gestão da qualidade, realizada pelo professor Aziz Galvão da Silva Júnior, do Departamento de Economia Rural da UFV. No setor agropecuário, a certificação é de extrema importância, pois possibilita mostrar informações que são fundamentais, sendo assim, durante a palestra foram abordadas as principais ferramentas utilizadas pelas empresas para a organização e o alcance de um padrão de qualidade, como a 5S, APPCC, FMEA, entre outras. Deste modo, esse assunto foi de extrema importância para o conhecimento dos estagiários do PDPL-RV, pois possibilitou uma visão mais ampla da empresa rural no sentido de se produzir com qualidade utilizando medidas simples. oportunidade de questionar algumas das informações que a gente tem, e realizar novas pesquisas”. Dessa forma, ele espera que o curso contribua para uma formação ainda melhor dos estagiários do Programa e para que a pecuária da zona da mata seja ainda mais competitiva. O curso é a continuidade de alguns estudos já desenvolvidos há cerca de cinco anos pelo professor na Zona da Mata, sempre em parceria com o PDPL-RV. Adsorventes de micotoxinas na alimentação do rebanho p.2 Dicas do zootecnista A importância da água na alimentação do rebanho leiteiro p.2 Uso da blitz terapia na redução da CCS do rebanho p.2 Qualidade do leite Entendendo a equação de perdas pelo teste CMT p.4 Adsorventes de micotoxinas na alimentação do rebanho Lucas Bianchi Couto Estudante de Zootecnia Vivian Rodrigues Estudante de Medicina Veterinária Uma alimentação de qualidade é fator fundamental para se ter sucesso na atividade leiteira. Com a busca por um sistema mais intensificado e com maior produtividade, é muito importante avaliar o valor nutricional e a qualidade dos alimentos fornecidos aos animais. A utilização de aditivos na alimentação animal tem sido uma prática comum na atividade leiteira, tendo dentre outras finalidades a melhoria do desempenho dos animais, sendo que um dos utilizados são os AAM, aditivos adsorventes de micotoxinas. É válido ressaltar que as micoto- vacas leiteiras é contaminada, conforme análises feitas no sul do país, a inclusão de AAM com ação comprovada tem sido um método eficaz de contornar essa situação. A inclusão de 30 a 60 gramas de AAM por vaca/dia tem sido suficiente para diminuir em cerca de 70% a absorção de micotoxinas, reduzindo assim as perdas produtivas e refletindo diretamente na rentabilidade da produção. Quando os níveis de contaminação são baixos ocorrem perdas subclínicas como: queda na produção, baixo desempenho reprodutivo e aumento na incidência de doenças. Já com o aumento dessa concentração os animais podem chegar à morte, o que gera grandes prejuízos econômicos. Além das perdas em relação ao animal, deve ser ressaltado a segurança alimentar, uma vez que as micotoxinas podem contaminar o leite. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) permite como limite máximo 0,5 µg de aflotoxina M1/kg de leite. Os animais em pico de lactação são os mais afetados em razão da supressão do sistema imune nessa fase produtiva. Os sintomas podem incluir: redução da produção e consumo de alimentos, pêlos opacos, diarréia intermitente e problemas reprodutivos em geral que variam desde demonstração e regularidade de cios até morte embrionária. Pensando nas vantagens da utilização dos aditivos na alimentação, o produtor Paulo Martiniano Cupertino, proprietário da fazenda Ipiranga, município de Coimbra-MG, decidiu junto com a equipe técnica do PDPL- Jornal da Produção de Leite Dicas do zootecnista Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa A importância da água na alimentação do rebanho leiteiro Publicação editada sob a responsabilidade do Coordenador do PDPL-RV: Prof. Sebastião Teixeira Gomes Jornalista Responsável: José Paulo Martins (MG-02333-JP) Redação: Christiano Nascif Zootecnista Marcus Vinícius C. Moreira Médico Veterinário André Navarro Médico Veterinário Thiago Camacho Rodrigues Engenheiro Agrônomo Evaldo Paulo Firmino Zootecnista Diagramação e coordenação gráfica: Camila Caetano Impressão: Suprema Gráfica e Editora (32) 3551 2546 Endereço do PDPL-RV: Ed. Arthur Bernardes Subsolo/ Campus da UFV Cep: 36570-000 Viçosa - MG Telefax: (31) 3899 5250 E-mail: [email protected] www.pdpl.ufv.br Twitter: @PDPLRV Facebook: Pdpl Minas Gerais 2 xinas são substâncias tóxicas produzidas por fungos, e as mais encontradas na região são as aflatoxinas e fusariotoxinas. Os AAM têm basicamente o efeito de se ligar a micotoxina no trato digestivo do animal e evitar que ele seja absorvido junto com os demais nutrientes, fazendo com que ele saia nas fezes, o que não gera prejuízo ao animal. Entretanto, existe também a possibilidade deste aditivo se ligar a um nutriente, impedindo que ele seja absorvido, causando um efeito indesejado. Daí a importância de se utilizar produtos testados. A utilização dos AAM faz-se necessário principalmente quando o alimento sofre algum processo de deterioração. Porém, como a maioria dos alimentos utilizados em dietas de Isabela Guimarães Arantes Estudante de Zootecnia A maioria dos produtores e técnicos se empenham em elaborar uma dieta balanceada para os animais, com níveis adequados de proteína e energia, porém muitas vezes se esquecem que a água é um dos nutrientes mais importantes na alimentação animal. Vacas em lactação requerem uma quantidade significativa de água, uma vez que o leite é composto de 87 a 88% desse nutriente. Assim, ela deve estar à disposição dos animais e próxima dos cochos de alimentação. Normalmente, as vacas consomem 8,5 litros de água para cada litro de leite produzido, portanto, torna-se extremamente necessário garantir que o animal tenha acesso à água em quantidade e qualidade satisfatórias. A quantidade de água que o animal ingere por dia varia em função da produção, do peso do animal, além de variáveis climáticas, como temperatura e umidade, e teor de matéria seca da dieta, ou seja, com dietas mais secas o animal tende a consumir mais água. Um dos fatores preocupantes e que deve ser levado em consideração é quanto à qualidade da água oferecida aos animais. Para isso torna-se necessário realizar pelo menos uma vez por semana uma boa limpeza dos bebedouros, os quais podem ser desinfetados com a utilização de água sanitária ou cal. Caso haja suspeita de que a água disponível não esteja com qualidade adequada, recomenda-se fazer análise laboratorial para verificar os níveis de minerais e possíveis contaminações bacterianas. Os problemas mais comuns são os elevados teores de sulfato, onde a água fica com odor de ovo e de ferro, que a confere sabor metálico. Nestes casos o animal poderá ter o consumo de água reduzido e ainda prejudicar a absorção de outros minerais como cobre, zinco e selênio. Poderá conter ainda elevados níveis de nitrato, que podem levar a problemas de intoxicação dos animais, uma vez que no rúmen o nitrato será convertido em nitrito que uma vez absorvido diminui a capacidade de transporte de oxigênio do sangue. Deste modo, existem vários parâmetros para verificar se a água é de boa qualidade, dentre eles: proprie- dades organolépticas (cor, odor e sabor), propriedades químicas (pH, sólidos totais dissolvidos e dureza), presença de compostos tóxicos, presença de excesso de minerais ou compostos, e presença de bactérias. O pH ideal deve estar próximo da faixa de neutralidade (pH 7,0), valores acima de 7,6 indicam alcalinidade, podendo apresentar níveis elevados de cálcio e magnésio, tornando a água imprópria para o consumo. Assim como, a presença de bactérias na água, que indica presença de matéria orgânica e/ou contaminação fecal (coliformes) havendo a necessidade de tratamento (cloração). Dicas para maximizar a produção de leite: - maximize a ingestão de matéria seca; -RV incluir o AAM na alimentação dos animais. A partir de então, o proprietário tem conseguido alcançar bons resultados. Assim, a prevenção é a melhor alternativa no controle de prejuízos causados pelas micotoxinas, sendo importante um adequado manejo das matérias primas para evitar a proliferação de fungos nas lavouras e silagens. Isso é alcançado através de um manejo correto de ensilado, uso de inoculantes conhecidos e testados, transporte e armazenamento de grãos em ambiente favorável e com teor de umidade adequado, a fim de evitar ao máximo perdas na qualidade do produto que influenciam diretamente na produção e no bolso do produtor. - instale bebedouros na saída da ordenha; - evite água fria ou quente, os animais preferem água morna (temperatura entre 25 e 30 °C); - Instale bebedouros no máximo a 15 metros do cocho de alimentação; - Lave os bebedouros pelo menos uma vez por semana; - Monitore a qualidade da água; - Sempre que possível faça o tratamento da água com cloro. Seguindo essas dicas o produtor estará oferecendo ao seu rebanho uma água de boa qualidade. Por isso, deve-se procurar métodos seguros, para que os animais sempre recebam água de boa qualidade, e assim, possam ter saúde para expressar o seu desempenho produtivo dentro da propriedade leiteira. A tabela abaixo apresenta os valores ideais para uma água de boa qualidade: Valores ideais pH Coliformes fecais e totais Sólidos totais Sulfatos 7,0 0 até 500 mg/L até 10 mg Uso da blitz terapia na redução da CCS do rebanho Ingryd Lanna Estudante de Medicina Veterinária Marcelo Bianco Estudante de Zootecnia A CCS, contagem de células somáticas, é um índice que reflete a prevalência de casos de mastite subclínica no rebanho. Uma alta CCS provoca relevantes perdas econômicas ao produtor, que passa a ter quedas na produção diária e um leite com menor qualidade, além dos gastos com medicamentos no tratamento dos animais infectados. Os principais causadores de mastite nos rebanhos leiteiros são Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Contudo, o patógeno que ocorre em maior incidência e que contribui com maior aumento na CCS do tanque é o Streptococcus agalactiae. Por não sobreviver muito tempo fora do úbere do animal a erradicação desse patógeno pode ser realizada com a utilização da Blitz Terapia, mesmo em casos de mastite sub-clínica, aliada a boas práticas de manejo de ordenha, como o uso de luvas pelo ordenhador, de pré-dipping, com posterior secagem dos tetos e pós-dipping. Em maio desse ano, na propriedade Agropecuária Bela Vista do produtor José Afonso Frederico, em Coimbra, foi constatada uma alta CCS no rebanho, em torno de 719 mil células/ml. Realizou-se então, o pool de tanque, onde foi observada grande infestação por Streptococcus agalactiae. Assim, foi recomendada a reali- zação da Blitz Terapia, sendo feita a coleta individual do leite e a análise microbiológica das 28 vacas em lactação, sendo que destas, 32% apresentavam infecção por S. agalactiae e, portanto seriam submetidas a Blitz Terapia. Após esse processo é preciso fazer a escolha do melhor medicamento a ser utilizado no rebanho, podendo ser os beta-lactâmicos, como as penicilinas e as cefalosporinas. Sendo necessário observar a suscetibilidade do patógeno a estes medicamentos e o período de carência demandado pelo mesmo. No caso da propriedade em questão, foi optado por uma cefalosporina de última geração, pois este demanda menor tempo de descarte do leite. Assim, o tratamento foi rea- lizado e o custo por animal ficou em torno de R$ 80,00. O sucesso do tratamento foi constatado pelos baixos índices de CCS verificados após a Blitz Terapia, em torno de 378 mil células/ml na análise feita em julho, havendo 52% de queda se comparado ao mês de maio. Dessa forma, a Blitz Terapia surge como uma ferramenta que auxilia o produtor no combate ao S. agalactiae, reduzindo a CCS no tanque e promovendo sua inserção nas novas normas da IN-51. Com isso, há um aumento no retorno financeiro da propriedade, devido a um incremento na produção leiteira e também do preço recebido, caso ele receba por qualidade, o que já é uma realidade para muitos produtores. Momento do Produtor: Renato Alves de Castro Júnior Leonardo Siman Estudante de Agronomia Fernanda Carvalho Estudante de Zootecnia Pablyo de Freitas Estudante de Med. Veterinária A fazenda Valão, propriedade do senhor Renato Alves de Castro Júnior está localizada no município de Pedra do Anta - MG. Possui 220 hectares, dos quais 70 ha são áreas de reserva e 150 ha são destinados à pecuária leiteira. Destes, 5 ha destinam-se ao plantio de sorgo para silagem; 7 ha à cana de açúcar; 1,2 ha à capineira, e 136,8 ha são pastagens de braquiária, sendo que 8,4 ha são usados sob forma de piquetes rotacionado. Há seis anos, quando a fazenda foi adquirida, não havia qualquer instalação e pastagem formada. Aos poucos foram feitos investimentos em benfeitorias, abertura de estradas e plantio de forrageiras. Inicialmente, construiu-se o estábulo, com curral, sala de ordenha e sala de leite. Depois foram formadas parte das pastagens, dos canaviais e capineiras da propriedade, e logo após foram adquiridos os animais. Como desde o início o proprietário definiu que sua fazenda se destinaria à produção de leite, o produtor comprou vacas com boa aptidão leiteira, com graus de sangue que variavam de 1/4 HZ à 3/4 HZ. Em agosto de 2010 em busca de assistência técnica e gerencial para seu melhor desenvolvimento dentro da atividade, o proprietário passou a fazer parte do PDPL-RV. Juntos, proprietário, funcionários, técnicos e estagiários participaram da elaboração do bezerreiro e do projeto de divisão dos pastos, e tomaram decisões importantes para o avanço da propriedade, como uso de IATF, silagem de sorgo e outros aspectos nutricionais, gerenciais e de manejo. Além disso, uma mudança muito significativa que vem sendo aplicada na propriedade é o emprego do aleitamento artificial, promovendo a retirada do bezerro da sala de ordenha, o que facilita de forma significativa o manejo de ordenha. Atualmente, no período das águas, a propriedade utiliza o sistema de piquetes, com pastejo rotacionado, usando capim braquiária brizantha. As vacas em lactação rodam em 20 piquetes de 4000 m², com capacidade para 40 vacas, com 1 dia de ocupação e 25 dias de descanso. Porém, há o uso de 3 pastos reserva, utilizados em caso de estiagens, de 4,5 ha, onde há menor intensidade de manejo. As vacas ainda recebem cana de açúcar corrigida com uréia/SA na seca e capim elefante picado no cocho nas águas, misturados ao concentrado, sendo que a quantidade de concentrado por vaca é calculada em relação à produção, período de lactação e condição de escore corporal. Hoje, a fazenda possui em seu plantel 77 vacas em lactação, 51 vacas secas, 10 novilhas em idade reproduti- va, 74 fêmeas em recria e 6 bezerras em aleitamento, mas o rebanho ainda não está estabilizado. A cria é feita em bezerreiro individual, do tipo contínuo, com o emprego de manejo que proporciona ganho de peso, em média, de 630g/dia. As novilhas recebem pasto nas águas, e na seca recebem cana corrigida picada no cocho e concentrado. Um ponto a ser melhorado na fazenda é a idade ao primeiro parto prevista, que atualmente é de 38 meses. Em relação ao manejo reprodutivo dos animais, é usada a inseminação artificial, sendo utilizado sêmen sexado nas novilhas e vacas com bom histórico reprodutivo. Outra tecnologia que vem sendo empregada na propriedade é a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), na qual se tem conseguido uma taxa de concepção de 42,2%. É válido ressaltar que um ótimo investimento feito pelo produtor foi a implantação de uma fábrica de ração na propriedade, o que lhe permite produzir concentrado de boa qualidade a um custo reduzido. Na propriedade tem sido produzido leite de boa qualidade, tendo em vista que a CBT média do leite, no último ano, foi em torno de 90 mil UFC/ml, o que conferiu à propriedade o segundo lugar do torneio leiteiro do PDPL-RV nesse quesito. Isso vem sendo alcançado devido aos cuidados em relação à ordenha, como manutenção da limpeza no ambiente, realização dos procedimentos de forma correta, higienização dos equipamentos e os demais cuidados referentes à saúde dos animais. Deste modo, após ingressar no PDPL-RV houve uma grande evolução na propriedade, em resposta ao melhor manejo nutricional, reprodutivo, sanitário e melhoramento genético, evidenciada através dos índices zootécnicos, bem como as metas que foram estabelecidas para serem atingidas ao longo dos anos, como apresentadas na tabela abaixo: Início Hoje PDPL-RV Indicador Variação Futuro Unid. set/10 out/11 set/10 a out/11 out/12 Vacas em lactação/total de vacas % 38 58 53% 70 Vacas em lactação/total do rebanho % 17 30 77% 42 L/dia 350 700 100% 1000 L/VL/dia 7,6 9,8 29% 11,4 130 92% 200 Produção diária Produção/vaca em lactação Produção/MDO permanente Proprietário acompanhado por seu pai L/dH Como mostrado na tabela, houve uma variação positiva e considerável de todos os indicadores, principalmente com referência ao valor de produção de leite que aumentou em 100%. Com isso levou a uma maior eficiência com relação à utilização da mão de obra, que ocorreu devido ao aumento da quantidade de vacas em lactação sobre o total de vacas, e 70 Vista panorâmica da propriedade ainda pela maior produtividade por vaca em lactação. Neste sentido, o produtor Renato Alves de Castro Júnior acredita na pecuária leiteira, e vem investindo cada vez mais em sua propriedade. E com o auxílio do PDPL-RV vem crescendo gradativamente neste setor tão competitivo que requer profissionalismo e eficiência para se obter sucesso. Curral de alimentação Capineira Lote de animais em recria 3 RECEITA As 10 maiores produções do mês de setembro de 2011 Pudim de café Produtor Ingredientes . 2 1/2 xícaras (chá) de açúcar . 3 xícaras (chá) de leite . 1 xícara (chá) de café bem forte . 1 pitada de açúcar de baunilha . 1 pitada de sal . 6 gemas . 4 claras Modo de preparo 1. Derreta em uma frigideira 1 xícara (chá) de açúcar e unte o fundo e as laterais de uma forma com o caramelo obtido. Reserve. 2. Ferva o leite com o café, a baunilha e o sal. Reserve. 3. Bata as gemas com as claras e junte o açúcar restante. 4. Bata bem e adicione aos poucos, sem parar de bater, o café com leite fervendo. 5. Despeje na forma reservada e asse no banho-maria, em forno médio, preaquecido. Desenforme frio. Dica: se desejar, decore com grãos de café e sirva com licor de menta. Município Produção Cajuri 149.877 1 Antônio Maria da Silva Araújo 2 Davi Carvalho 3 José Afonso Frederico 4 Hermann Muller 5 Marco Túlio Kfouri Oratórios 50.955 6 Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 39.760 7 Paulo Frederico Araponga 31.600 8 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 30.915 9 José Renato Araújo Piranga 27.297 10 Danilo de Castro Ervália 25.192 Senador Firmino Coimbra 96.850 71.870 Visconde do Rio Branco 54.154 As 10 maiores produtividades do mês de setembro de 2011 Produtor Produtividade Produtividade Município 29,91 Cajuri 33,53 28,07 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 22,90 18,74 4 Rogério Barbosa Teixeiras 22,50 18,28 5 Davi Carvalho Senador Firmino 22,58 18,14 6 José Afonso Frederico Coimbra 21,58 17,49 Entendendo a equação de perdas pelo teste do CMT 7 Alvimar Sérgio Carvalho Teixeiras 21,28 17,02 Leandro Swerts da Silva 8 Paulo Martiniano Cupertino Coimbra 18,41 16,57 9 Antônio Carlos Reis Piranga 18,96 16,38 10 João Bosco Diogo Porto Firme 18,41 13,96 Qualidade do leite Estudante de Medicina Veterinária Mastite é uma doença caracterizada pela inflamação da glândula mamária que causa grandes perdas econômicas para os produtores, devido à queda na produção de leite dos animais afetados. Ela pode ser classificada em dois tipos, mastite clínica e mastite sub-clínica. A mastite clínica é visível, sendo caracterizada pela presença de grumos no leite, aumento de temperatura do úbere, vermelhidão e dor. Já a mastite sub-clínica não conseguimos diagnosticá-la a olho nu. A principal ferramenta utilizada a campo para identificarmos mastite sub-clínica é o teste do CMT. Este teste consiste na interação do reagente com o DNA das células somáticas, aonde serão formados diferentes graus de viscosidade do leite, sendo classificado conforme a tabela abaixo: Ozanan Luiz Moreira Ubá 2 Antônio Maria da Silva Araújo 3 por vaca total 29,91 Fonte: mdemulher.abril.com.br/culinaria/receitas/ 1 por vacas em lactação 10 Melhores leites em CCS do mês de setembro de 2011 Produtor 1 Luis Maciel de Lana 2 Célio de Oliveira Coelho 3 Davi Carvalho Município CCS (mil/ml) Ubá 104 Porto Firme 121 Senador Firmino 164 Porto Firme 169 Perdas % CCS (cel/ml) Viscosidade 4 Renato Santana Saraiva 0 100.000 sem viscosidade 5 José Afonso Frederico (Bela Vista) Coimbra 181 + 14 900.000 pouco viscoso 6 Roque Maciel Piranga 182 ++ 25 2.700.000 7 Antônio Carlos Reis Piranga 206 +++ 47 8.100.000 8 Edmar Lopes Canaã 207 9 Cléber Luiz de Oliveira Magalhães Divinésia 235 10 Wilma Lúcia de Paiva Pedra do Anta 237 Pontuação _ viscoso aspecto de gelatina Fonte: Philpot & Nickerson, 1991 Sabendo estes valores, conseguimos calcular as perdas de produção do rebanho classificando os tetos dos animais e multiplicando respectivamente pela sua capacidade de produção, tendo como resultado o número real de tetos (NRT) = (+ x 0,86) + (++ x 0,75) + (+++ x 0,53). Sabendo que este número de tetos está produzindo a quantidade de leite atual, comparamos como seria a produção se todos os tetos estivessem sadios, ou seja, com 100% da produção, subtraindo este número com a quantia produzida pelo número de tetos reais, teremos a perda diária da produção de leite. Exemplo: um rebanho com 10 animais em lactação, produzindo 200 litros de leite/dia apresentam as seguintes classificações, 15 -, 13 +, 7 ++, 5 +++. De acordo com a fórmula o numero reais de tetos será = (15x1) + (13x0,86) + (7x0,75) + (5x0,53) = 34 tetos. Portanto, se 34 tetos produ- zem 200 litros de leite, 40 tetos produziriam 235 litros de leite, obtendo uma perda de aproximadamente 15%. Estas perdas na produção são atribuídas pelas bactérias que colonizam o epitélio das glândulas mamárias, causando danos aos tecidos secretores de leite, por isso quanto maior a classificação do CMT ou a CCS, maior será a perda da produção, pois maior estará sendo a injúria na glândula. Devido a estas injúrias, procura-se trabalhar com 4% de perdas como limite máximo, procurando diminuir as perdas econômicas e melhorar a saúde animal. Apesar do teste CMT ser subjetivo ele deve ser implantado nas propriedades, pois traz informações valiosas ao produtor, possibilitando a produção de um leite com mais qualidade e a melhoria da saúde animal. Além de ser um método simples e barato. 10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de setembro de 2011 Produtor 1 Roque Maciel 2 Município UFC (mil/ml) Piranga 18 João Bosco Diogo Porto Firme 25 3 4 Alvimar Sérgio Carvalho Célio de Oliveira Coelho Teixeiras Porto Firme 27 28 4 5 Danilo de Castro José Afonso Frederico (Bela Vista) Ervália Coimbra 28 34 6 Saulo Ronaldo Maciel Piranga 36 7 José Renato Araújo Piranga 39 8 Luis Maciel de Lana Ubá 46 9 Sérgio H. V. Maciel Coimbra 50 10 Antônio Maria da Silva Araújo Cajuri 51 4
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