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1971 - 2014 QUINZENÁRIO | 17 DE OUTUBRO DE 2014 | Nº 1576 | ANO XLIII | DIRECTORA: ELSA GUERREIRO CEPA | WWW.JORNALC.PT | PREÇO ANUAL: 30€ goVerno ainda não se comPrometeu a desassorear o canal do ferry 1€ DISTRITOCAMINHA aPanha do “arçago” uma cultura com séculos de história Jorge fão nomeado Vice-Presidente da Bancada Paralamentar socialista PÁG. 4/10 A apnaha de algas marinhas na costa noroeste de Portugal foi, desde a Idade Média até ao século XIX, uma atividade importantissima. Segundo um estudo elaborado por João Paulo Cabral, entitulado “A apanha das algas na ilha da Ínsua (Caminha) nos séculos XVII-XIX. Singularidades e Conflitos”, esta atividade encontrase bem documentada para a região entre Viana do Castelo e Porto, no entanto são escassas as informações relativas ao restante litoral. orfeão de Vila Praia de âncora Precisa PÁG. 18/19 de “sangue noVo” Para continuar segurança social mantém atendimento em Vila Praia de âncora câmara de cerVeira aVança com orçamento ParticiPatiVo Para 2015 COMPLEXO DAS PISCINAS DE VILA PRAIA DE ÂNCORA único no distrito Vocacionado Para a alta comPetição Inaugurado em Maio de 2010, o complexo das piscinas de Vila Praia de Âncora, situado junto à Estrada Nacional 13, é um dos melhores a nível distrital. Pensada para a alta competição, a piscina principal, olímpica, dispõe de 8 pistas. O complexo desportivo, uma velha aspiração da população local, foi construído ao abrigo de uma parceria público-privada, depois de recusadas duas candidaturas a fundos comunitários apresentadas pelo anterior executivo social democrata, liderado por Júlia Paula Costa PÁG. 14/15 PUB. ainda não há data Para a conclusão da reVisão do Pdm de caminha alVarinho Vai continuar exclusiVo de monção e melgaço autarca da maior Junta do concelho reVoltado Por não ter sido consultado soBre descida do imi JORNAL alVarinho Vai continuar exclusiVo de monção e melgaço A exclusividade de produção do vinho verde Alvarinho vai manter-se restrita à sub-região demarcada de Monção e Melgaço. Pelo menos, por agora. Após uma reunião realizada com o Governo depois de um dos produtores de vinho verde ter apresentado uma queixa a Bruxelas argumentando que a exclusividade da sub-região prejudica a livre concorrência, produtores de Alvarinho e autarcas de Monção e Melgaço obtiveram da tutela a garantia de que, para já, a exclusividade de produção mantém-se e que, a ser renovada ou alargada, vai ser feita num período de 10 anos. Uma década para preparar terreno e envolver todas as entidades na negociação, como relata o presidente da Câmara de Monção, Augusto Domingues. “O que nos foi dito na reunião que mantivemos com a Tutela, foram duas coisas: esta luta que existe neste momento pela exclusividade quando muito terá uma resolução temporal de 10 anos e uma qualquer notificação existente será dialogada nessa base temporal. Isto veio reafirmar aquilo que já nos tinha sido dito pelo presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV), o que de certa forma nos tranquiliza”. Para Augusto Domingues todos os prós e contras têm que ser ponderados. “Temos que pôr a dialogar todos os homens do vindo verde , não só os da sub-região de Monção e Melgaço mas também os restantes. Isso vai ser agora coordenado pelo presidente do IVV”. O resto, afirma o autarca de Monção “terá uma resposta governamental”. O diploma que criou a exclusividade da produção de vinho verde alvarinho na sub-região de Monção e Melgaço, e que data de 1972, vai manter-se em vigor, apesar de os outros produtores de vinhos verdes quererem alargar a designação a toda a região, permitindo-lhes rotular também com a frase: vinho verde alvarinho. “A queixa é contra uma portaria da Secretaria de Estado e, quando muito, quem terá que responder é o Secretário de Estado atual e ele garantiu que irá defender o existente”. Para Augusto Domingos não faz sentido ser de outra forma, “até porque não estou a ver a tutela a tentar contrariar uma portaria que veio de lá. Quando muito serão eles que obrigatoriamente terão que defender o existente”, sublinhou. Para mudar o existente reafirma o autarca de Monção “é preciso uma base temporal razoável. Para que os leitores tenham uma ideia neste momento nós temos a exclusividade de produzir vinho verde Alvarinho na sub-região de Monção, e o que os colegas da região dos vinhos verdes querem é esta nomenclatura, esta possibilidade de colocarem na garrafa Vinho Verde Alvarinho, que neste momento é uma exclusividade da sub-região de Monção e Melgaço”, exlpicou |2 DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Ao contrário do que chegou a ser anunciado pela Câmara de Caminha e rapidamente desmentido pelo PSD, o Centro de Atendimento da Segurança Social de Vila Praia de Âncora não vai encerrar. A garantia, que já tinha sido dada pela presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, Liliana Silva, foi entretanto confirmada pelo próprio diretor distrital da Segurança Social ao presidente da Junta de Vila Praia de Âncora, numa reunião mantida entre ambos na passada semana. Ao que parece a intenção nunca foi encerrar serviços, mas sim deslocalizá-los já que a Segurança Social entende que o valor que paga pela renda onde os serviços funcionam é excessivamente alto. A notícia do encerramento foi avançada na última reunião de Câmara pelo presidente da Câmara de Caminha., Miguel Alves, que explicou que o problema já era conhecido há algum tempo, mas que a Câmara tentou resolver a situação de forma “discreta”. Na mesma reunião, Liliana Silva, vereadora do PSD na autarquia e presidente da Comissão Política concelhia dos sociais democratas, garantiu que a intenção do Governo nunca foi encerrar o serviço mas sim deslocalizá-lo. A vereadora explicou que quem procurou desde o início encontrar uma solução para o problema foi o diretor do Centro Distrital de Segurança Social, o também social demo- segurança social mantém atendimento em Vila Praia de âncora Não está nem nunca esteve em causa o encerramento do Centro de Segurança Social de Vila Praia de Âncora. A garantia foi confirmada na passada semana pelos 3 deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo. Em comunicado, os 3 deputados dizem não entender qual o interesse de algumas notícias vindas a público, dando conta do encerramento daquele serviço, e por isso fizeram questão de tornar públicos os contactos que tiveram com os responsáveis pela tutela e também com o diretor da Segurança Social de Viana do Castelo, “com o único objetivo de nos inteirarmos dos factos”. No mesmo comunicado, os deputados esclarecem que dos contactos estabelecidos, “ficou claro que não está nem nunca esteve em causa o encerramento dePutados do Psd garantem que o serViço não Vai fechar crata Paulo Órfão. “Quando o diretor reuniu com o presidente da câmara já levava 3 propostas para apresentar, propostas essas que, diga-se a verdade, foram bem acolhidas pelo Presidente da câmara”, referiu. Por isso Liliana Silva refuta a ideia que tenha sido Mi- da Segurança Social, pelo que, quem colocou esse assunto na agenda, apenas o fez com o intuito de potenciar desinformação, causar tumulto e desestabilizar a população”, acusam. Os 3 deputados, Rosa Ma- guel Alves a resolver tudo, e garante que o serviço não vai encerrar. O Governo evoca as rendas excessivamente caras que paga pelo espaço ocupado pelo centro de segurança social em Vila Praia de Âncora, e cujo contrato termina já no final do ano. No Centro de Segurança So- ria Arezes, Eduardo Teixeira e Carlos Abreu Amorim dizem “lamentar profundamente que aqueles que têm a responsabilidade política de desenvolver esforços para que se mantenha um clima de tranquilidade, se- cial de Vila Praia de Âncora, um serviço que dá resposta à população do concelho de Caminha e de Viana do Castelo, trabalham cinco pessoas que fazem mais de 70 atendimentos diários. “Um serviço essencial ao concelho numa altura que há mais de 800 desempregados no mu- jam os primeiros a potenciar a desinformação, inclusive usando a comunicação social, a gerar o alarmismo, e a perturbar, sem qualquer fundamento, as populações com cenários que nunca se colocaram”, garantem. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 nicípio e um número crescente de beneficiários do Rendimento Mínimo de Inserção”, refere o presidente da Câmara de Caminha. Miguel Alves anunciou que reuniu com o diretor do Centro Distrital de Viana do Castelo, mas chamou a si os louros de tentar encontrar uma solução para o problema, que passará pela cedência de um imóvel municipal a título gratuito à Segurança Social. “Eu tive oportunidade de reunir com o diretor do Centro Regional e encontrei nele uma vontade de querer ajudar o município a resolver o problema. Encontrei nele abertura mas não o compromisso de resolver o problema. Aquilo que fizemos nas conversas que fomos mantendo, foi apresentar soluções, ou seja, fomos dizendo que queremos esvaziar aquilo que é o critério economicista de acabar porque não há dinheiro”. Segundo a câmara foram apresentadas algumas soluções, sendo que aquela que está sobre a mesa aponta para a cedência de um imóvel numa zona nobre de Vila Praia de Âncora. Para além da cedência do imóvel, a câmara propõe ainda fazer todas as adaptações necessárias para que o serviço possa ser prestado. Miguel Alves preferiu não revelar por enquanto qual o local proposto pela Câmara para o funcionamento daquele serviço, “uma vez que ainda estamos em fase de negociações”. A possibilidade do imóvel escolhido ser o Centro Coorde- nador de Transportes situado mesmo o centro da vila não foi confirmada nem desmentida pelo autarca. “O que nós queremos é propôr o imóvel que nos dê mais garantias de poder ter sucesso junto do Governo. É preciso manter o Centro de Segurança Social em Vila Praia de Âncora, e eu espero uma boa resposta por parte da Tutela”. Se por acaso a resposta por parte do Governo não for favorável, Miguel Alves promete luta até às últimas consequências e diz mesmo que apelará à mobilização da população do concelho para que o encerramento daquele serviço não se venha a concretizar. O município de Vila Nova de Cerveira prepara-se para avançar com mais um Orçamento Participativo para 2015. O objetivo é potenciar os valores da democracia e incentivar toda a comunidade na participação da gestão pública local. Orientado por um regulamento discutido na Assembleia Municipal de setembro, entre as novidades, o documento adota dois processos paralelos de Orçamento Participativo, o Jovem (OPJ) e o Geral (OPG). Câmara de Cerveira avança com Orçamento Participativo para 2015 Presidente da Junta de V.P.A. lamenta ter sido excluído do processo A forma como o processo sobre o presumível encerramento do Centro de Atendimento da Segurança Social tem vindo a ser conduzido, mereceu duras críticas do Presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora. Num ofício enviado ao Diretor daquele centro, o autarca de Vila Praia de Âncora considerou que a exclusão da Junta de Freguesia neste processo foi uma “grande falta de respeito”. Carlos Castro disse não entender como é que o Diretor daquele centro distrital , que é também Presidente de Junta, “se esqueceu que a freguesia de Vila Praia de Com este mecanismo, a população de Vila Nova de Cerveira é chamada a decidir o destino de parte do orçamento da autarquia, uma medida já introduzida duas vezes no passado, mas que sofre algumas alterações significativas para o próximo ano. Este ano a Câmara Municipal desafiou a Assembleia Municipal a constituir uma Comissão de Trabalho responsável pela elaboração de uma proposta de Regulamento para o Orçamento Participativo, inexistente até à data. Depois de várias reuniões, o grupo de trabalho nomeado apresentou, na última sessão ordinária da Assembleia, o proje- Âncora tem um presidente eleito democraticamente”. “Se assumimos este compromisso e se o povo nos escolheu foi para, em momentos como este, estarmos ao lados das nossas gentes e sermos envolvidos nos assuntos que dizem respeito à freguesia e nos problemas dos nossos concidadãos”, acrescentou. Convicto de que a presença do seu executivo na reunião contribuiria para uma maior eficácia e troca de ideias, o autarca lamenta que o processo não o tenha incluído. Segurança Social garante continuidade do serviço Depois de manifestado o seu descontentamento, o autarca de Vila Praia de Âncora reuniu com o Diretor do Centro Distrital de Segurança Social de Viana, que lhe garantiu que o serviço em Vila Praia de Âncora não vai encerrar. “Foi uma reunião muito proveitosa e muito esclarecedora e o que me foi dito é que o serviço não vai encerrar. O que se passa é que neste momento a Segurança Social quer reduzir custos e por isso tem estado em negociações com a Câmara no sentido de encontrar um local a custo zero para instalar o serviço”, adiantou. Carlos Castro garantiu ainda que o serviço em Vila Praia de Âncora nunca esteve em causa porque nunca foi intenção da Segurança Social encerrá-lo. to de Regulamento, entretanto bem acolhido, mas sujeito a um período de possíveis contributos dos deputados municipais. Dando cumprimento às propostas patentes no programa eleitoral de focar a política nas pessoas, dando assim mais força às políticas de proximidade e mais responsabilidade aos cerveirenses, a autarquia pretende incluir todas as faixas etárias no debate sobre o desenvolvimento do Concelho e, como tal, passam a existir dois processos paralelos de Orçamento Participativo: o Orçamento Participativo Jovem (OPJ), com uma verba de 10% e o Or- Bienal mais antiga do país já tem mote para a edição de 2015 “Olhar o passado para construir o futuro” “Olhar o passado para construir o futuro” é o tema da XVIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que irá decorrer de 17 Julho a 18 Setembro de 2015. Segundo Henrique Silva, Vice-Presidente da Fundação Bienal de Cerveira, esta edição irá levar a cabo a “identificação dos saberes e tradições da região, para apresentar soluções de identificação contemporânea, conducentes a uma aposta no diálogo dos artistas criadores com a história e conhecimento dos meios onde se inscrevem geograficamente”. O formato, adotado desde a primeira Bienal, será mantido de acordo com o objetivo a que este evento se propõe desde 1978: um local de encontro, debate e investigação de Arte Contemporânea, num programa concertado com a vizinha Galiza e o Ensino Superior a nível Europeu. O programa, ainda provisório, envolve assim: Concurso Internacional; representações de Universidades, Escolas Superiores e Politécnicos das áreas artísticas, com apresentação dos departamentos de investigação artística e as produções de alunos e professores; Artistas Convidados nacionais e estrangeiros com curadorias nacionais e internacionais; um País Convidado; um Artista Homenageado; espetáculos de luz e som interiores e exteriores; Conferências e Debates de abril a novembro; Ateliers e Workshops; Visitas Guiadas; entre outros. çamento Participativo Geral (OPG), com a restante fatia. O montante e as áreas de intervenção vão ser definidos na próxima reunião de Câmara, agendada para a última quarta-feira do mês. O presidente da Câmara de Cerveira congratulou-se com o trabalho realizado pela comissão coordenada pelo Professor Mário Luís, sublinhando que “este documento vem reforçar a participação dos cidadãos nos processos de decisão municipal, promovendo uma sociedade civil forte e ativa na definição das prioridades governativas para o contínuo desenvolvimento da qualidade de vida no concelho”. Fer- Será dado especial protagonismo aos serviços edu- cativos, com maior aproximação à comunidade local, através de ações interligadas, privilegiando a interação nos workshops entre o público e os artistas, por forma a proporcionar uma produção interpretativa das técnicas tradicionais para a produção da obra de arte contemporânea. Museu Bienal de Cerveira convida visitante a ser “curador” O programa da Fundação Bienal de Cerveira para 2015 prevê, igualmente, dar continuidade às visitas guiadas às escolas e ao púbico em geral, a produção de três exposições entre Janeiro e Maio com um tema gerado pelos serviços educativos convidando o visitante a ser “curador”, escolhendo das obras do Museu da Bienal as que quer ver em exposição e justificando essa escolha, e ainda o alargamento à terceira idade e à infância com programas específicos. nando Nogueira acredita que esta consulta popular agora regulamentada “incentiva o diálogo entre os órgãos municipais, os cidadãos e a sociedade civil, fomentando a participação cívica; adequa as políticas públicas municipais às necessidades e expetativas das pessoas e, sobretudo, aumenta a transparência da atividade da autarquia”, sublinha. Os participantes podem apresentar propostas e decidir os projetos que considerem prioritários até ao limite orçamental estipulado para o processo. Os projetos mais votados e cabimentáveis na verba atribuída para o OP são incorpo- rados na proposta de orçamento do executivo municipal e serão apresentados em cerimónia pública oportunamente anunciada pelo município. De salientar que o Orçamento Participativo está aberto à participação de pessoas com idade igual ou superior a 18 anos, naturais, residentes, trabalhadores ou estudantes no Concelho. Após concluído o período aberto a contribuições dos deputados da Assembleia Municipal, o Regulamento é reanalisado para depois ser colocado em execução obedecendo às seguintes fases: apresentação de propostas; analise técnica pelos serviços municipais; período de reclamações; decisão sobre as reclamações; divulgação da lista final de projetos; votação. |3 JORNAL TERRARIOMAR O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 12 Esta rubrica fará a descrição da identidade regional do Alto Minho recorrendo a estes 3 elementos. Daremos grande visibilidade ao sector primário como vector fundamental para um desenvolvimento sustentável, que gera oportunidades de negócios e permite, acima de tudo, preservar a nossa identidade. Apanha do “arGaÇo” uma cultura com séculos de história A apanha de algas marinhas na costa noroeste de Portugal foi, desde a Idade Média até ao século XIX, uma atividade importantíssima. |4 Segundo um estudo elaborado por João Paulo Cabral, intitulado “A apanha das algas na ilha da Ínsua (Caminha) nos séculos XVII-XIX. Singularida- des e Conflitos”, esta atividade encontra-se bem documentada para a região entre Viana do Castelo e Porto, no entanto são escassas as informações relati- vas ao restante litoral. No arquivo distrital de Braga existem valiosos manuscritos inéditos sobre o mosteiro franciscano da Ínsua, e sobre a apa- nha das algas na ilha no passado. Da análise desses documentos, e do estudo da flora de macroalgas da ilha no presente, foi possível concluir que a apanha de algas na Ínsua nos séculos XVII-XIX não era livre como no restante litoral, mas estava subordinada a uma autorização expressa do guardião do convento, que em troca recebia esmolas dos apanhadores. Não podiam ser recolhidas aos domingos e dias santos, não podiam ser apanhadas por mulheres, bem os homens não podiam permanecer na ilha durante a noite, devendo regressar a terra ao escurecer. Recolhiam-se as algas deixadas na praia na maré baixa, mas provavelmente também se procedia ao corte das Fucáceias deixadas deicadas a descoberto na maré vazia. Estas singularidades da apanha de algas na Ínsua foram explicadas como provavelmente resultantes do direito de posse de todos de todos os recursos naturais da ilha pela comunidade franciscana derivadas da desvalorização da ordinária da Coroa. JORNAL TERRARIOMAR O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Tio Zé Veiga uma vida inteira dedicada à apanha do sargaço Longe vão os tempos em que a apanha do sargaço ou “argaço” na praia de Moledo era uma prática habitual. A partir de julho, parte do areal cobria-se de um manto castanho que só desaparecia lá para finais de setembro ou meados de outubro, altura em que o “argaço” era recolhido para os “cobertos” as casas do sargaço que existiam junto à praia. Cultura com séculos de história, a apanha das algas constituiu, em tempos, uma importante atividade económica e social naquela freguesia. Hoje já são poucos os que se dedicam a esta atividade que, outrora, chegou a juntar mais de 200 pessoas no areal. Faina dura e perigosa, cabia aos homens entrar no mar e enfrentar as ondas revoltosas. As mulheres ficavam normalmente em terra e a elas cabia a tarefa de transportar o sargaço para a secagem. Utilizado como fertilizante na agricultura, ao longo dos anos este adubo natural foi sendo substituído por fertilizantes químicos, mais perigosos para a saúde e que retiram paladar aos alimentos. O Terra, Rio e Mar desta semana convida-o a conhecer um pouco mais desta cultura ancestral em vias de extinção. Fomos a Moledo, terra de sargaceiros e sargaceiras, e por lá encontrámos gente que ao longo da sua vida se dedicou a esta atividade, repartindo os dias entre o mar e a terra. Com 87 anos, José Veiga é um desses moledenses. Começou cedo, com apenas 11 anos, a ajudar a mãe na apanha do “argaço” e esta foi a sua vida. “Foram 75 anos a percorrer esta praia de uma ponta a outra. Tinha 11 anos quando comecei a trabalhar, era um garrano pequeno. Vim sempre enquanto pude. No verão vinha à praia e quando não estava na praia pegava na “caneta”, forma suave para designar um enxada, e ia para os campos trabalhar”, recorda. José Veiga diz que era como a formiga, aproveitava tudo o que podia. “Primeiro ia buscar para os nossos campos e depois vendia para fazer algum dinheiro para o inverno. Vendi muito argacinho, muitos palheiros de “argaço” não só para pessoas aqui da terra, mas também para a Póvoa e outros sítios. Vinham aqui buscar aos camiões de “argaço” e às vezes num dia ganhava-se a sema- na”, conta. Atualmente o Tio Zé Veiga, como é conhecido em Moledo, já não se dedica a esta atividade mas de vez em quando ainda vai matar saudades à praia e, se o mar estiver a dar sargaço, aproveita para encher uns saquinhos. “Ainda ontem fui com a minha neta encher uns sacos de “argaço” que estava encostado ali na praia de banhos. Ela precisava de argaço verde para fazer umas hortas e eu lá vim com ela. Eu só lhe dizia: No meu tempo alguma vez isto ficava aqui em seco, nem pensar”. José Veiga recorda que no seu tempo tinha que entrar pelo mar dentro com o “redenho” e com a água pelo pescoço para trazer o sargaço para terra. Nunca apanhou nenhum susto mas reconhece que era uma vida dura. “Como eu não sabia nadar também não arriscava muito. Aqueles que sabiam eram mais afoitos e faziam-se mais ao mar”, conta. A apanha do sargaço começava por volta das seis da manhã e antes desse horário não era permitido entrar na água. “Estava um guarda a ter conta em nós e a fila chegava a ter mais de 100 pessoas que ficavam ali com os redenhos à espera que ele apitasse para poderem finalmente entrar na água. Nós sabíamos que não podíamos ir para além de um determinado limite mas às vezes abusávamos um bocado e ele (o guarda) lá estava com a espingarda apontada a mandarnos recuar. Nós recuávamos mas à primeira oportunidade lá dávamos mais dois ou três passos, era assim”. Na retaguarda havia quem tivesse ajudas e quando assim era a quantidade de sargaço recolhida era muito maior. José Veiga às vezes ia com as filhas mas muitas vezes ia sozinho porque elas andavam ao jornal. “Enquanto uns estavam no mar a recolher o argaço com o redenho, outros já estavam na areia à espera com outro redenho vazio para lhes entregar e receber o que vinha cheio do mar. Não se perdia tempo, era uma luta e quem tinha ajuda safava-se melhor, eu vim muitas vezes sozinho e claro, era mais difícil”. Tempos difíceis e uma vida dura como recorda o tio Zé Veiga. “Andávamos sempre molhados e às vezes com frio mas tínhamos que andar”. A apanha do sargaço era feita com o recurso a alguns utensílios ou ferramentas indispensáveis a esta arte tradicional: Um redenho que é uma espécie de rede em saco que apanha o sargaço no mar e o transporta para terra, o despedouro, uma espécie de ancinho com quatro dentes, uma sachola, cestos e a padiola que servia para transportar os sargaço até à zona de secagem. A atividade começava em junho mas às vezes em maio o |5 JORNAL TERRARIOMAR O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 MUSEU DEDICADO AO SARGAÇO NASCE EM CASTELO DE NEIVA mar já dava alguma coisa. “Às vezes em maio já dava a chamada “folha de maio” mas o forte era a partir de junho até setembro. Em outubro ainda se faziam algumas marés mas poucas”. Depois de retirado do mar o sargaço era posto a secar durante dois ou três dias, sendo depois recolhido para os cobertos. “Quanto mais depressa secasse melhor porque assim já ficávamos com espaço livre para secar outro”. Das algas que vinham do mar a mais valiosa era o crespelho. José Veiga recorda que era bem paga, rondava os 11 escudos a arroba, e ia toda para o Japão para fazer medicamentos e plásticos. “Eu cheguei a comprar muito crespelho para o senhor Lopes de Viana. Comprava e pesava por conta dele e depois ele pagava-me. Rendia mais ou menos 11 escudos a arroba não era mau mas nós que- |6 ríamos sempre mais.”. Enquanto o crespelho era pago a 11 escudos a arroba, o restante valia pouco mais do que 5 tostões o quilo. “Eu cheguei a vender o crespelho a 90 escudos o quilo mas durou pouco tempo porque chegou uma ordem do governo que proibia a venda desta alga para o estrangeiro. Mas teve graça que conforme se deixou de vender, assim deixou também de se apanhar. Parece que de um momento para o outro o crespelho desapareceu do mar, até parece que foi praga”. Praticamente desaparecida, ainda hoje há quem ande por Moledo a tentar arranjar o crespelho. José Veiga explica que há pessoas que utilizam esta alga para fazer uma espécie de remédio para os ossos. “Misturam com álcool e depois quando têm dores nas articulações ou nos ossos esfregam com aquilo e parece que dá resultado”. Antes de terminarmos a con- versa com o tio Zé Veiga lançamos-lhe o desafio para um pequeno passeio até à praia de Moledo. Estamos em outubro e o sargaço continua a invadir o areal. José Veiga parece querer leválo consigo para casa e lamenta que hoje em dia as pessoas tenham praticamente abandonado esta atividade. “É pena porque o sargaço é o melhor adubo que há para as terras, é o mais puro que há e até as batatas têm outro gosto. Mas hoje ninguém aproveita nada”, lamenta. Finda a conversa com o tio Zé Veiga e depois das fotografias da praxe é hora de recolher a casa. Vive com uma filha com quem foi muitas vezes ao sargaço. Quando chega a casa a primeira coisa que lhe diz é que a praia está cheia de sargaço e que se quiser ainda pode aproveitar. A filha, que já lhe conhece o entusiasmo, diz-lhe que “talvez amanhã…”. Inaugurado em 2009, o Museu do Sargaço de Castelo de Neiva é um espaçomuseológico inserido na Rede de Núcleos Museológicos do Museu do Traje de Viana do Castelo. O Museu do Sargaço ocupa uma antiga escola primária de Castelo de Neiva e permite aos visitantes conhecer esta actividade tradicional. O espaço museológico conta com uma exposição de objectos ligados à apanha do sargaço, como o palheiro de sargaço, jangada e utensílios diversos utilizados nesta prática. Imagens da apanha do sargaço em Castelo de Neiva, o visionamento de um filme sobre o sargaço, as tradições, a história e uma mostra dos vários tipos de sargaço completam o museu. Esta estrutura integra os núcleos dos Moinhos de Água da Montaria, o Museu do Pão de Outeiro, o Museu Agro-Marítimo de Carreço e os moinhos de vento de Carreço. O Museu do Sargaço resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Viana do Castelo e os grupos folclóricos de Castelo de Neiva. O sargaço é um género de alga de cor castanha. Nasce entre as rochas do mar. Normalmente, com as marés altas, solta-se das rochas e acaba em terra. É já em terra que é recolhido e colocado a secar. O sargaço é, por exemplo, aplicado como fertilizante agrícola, mas o museu pretende dar a conhecer novas potencialidades desta alga marinha e assim reavivar as explorações. JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 De 15 de junho a 15 de novembro, as areias da praia de Moledo cobrem-se de tapetes e montículos escuros. Há um forte cheiro a iodo no ar. Trata-se de sargaço ou “argaço” como é chamado pelas populações de Moledo. A sua apanha exige uma licença concedida pela Capitania do Porto de Caminha. Depois, em maio ou nos inícios de junho a praia é dividida em talhões de 10mx50m que são sorteados entre os sargaceiros ficando cada talhão ou “sorte” demarcado por estacas. Os melhores meses para a apanha são os do verão, particularmente Julho. O sargaço é composto por várias algas marinhas conhecidas pelos sargaceiros pelos nomes de “verdelho”; “pespelho”, “carocha”, “crespelho” ou “musgo”. Antigamente para o recolher, o sargaceiro utilizava o “redenho” constituído por um cabo de madeira tendo na extremidade um meio arco em ferro do qual se prendia um saco em rede. O sargaceiro colocava o “redenho” à sua ilharga direita e segurava-o pelas duas mãos, estando a esquerda mais perto do arco e ficando o braço direito fletido pelo cotovelo. Entrava na água com o “redenho” em posição oblíqua e manejava-o em movimentos amplos repondo até ao fundo e levantando-o quando estivesse cheio de sargaço. Depois arrastava-o para a praia sendo, por vezes, ajudado neste penoso trabalho. Hoje o sargaço é atirado pelo mar para a praia sendo arrastado pelos sargaceiros para ficar na areia húmida fora Apanha do sargaço NA PRAIA DE Moledo TERRARIOMAR do alcance das ondas. Em seguida, com o emprego de uma espécie de ancinho com quatro dentes em ferro ,(o “despedouro”) é carregado em padiola transportada a braço para os talhões onde o sargaço fica amontoado. Para a sua secagem ser feita nas melhores condições é retirado dos montículos e distribuído em leve camada de areia do talhão. Para este trabalho é usado um ancinho com maior número de dentes dos existentes no “despedouro”. Quando fica seco é levado em trator (antigamente em carro de bois) para as casas dos lavradores. Depois era guardado nas casas do sargaço (os “coberto”) junto à praia de Moledo. As atuais aplicações do sargaço são o emprego como fertilizante natural dos campos de batata e como matéria prima para as indústrias farmacêuticas e de Cosmética. O Japão é um dos destinos das algas de Moledo. Ferramentas utilizadas: Redenho; Despedouro; Sachola; Cestos e Padiola |7 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 O SARGAÇO é ouro para a terra |8 TERRARIOMAR Maria José Sarmento e o marido cultivam uma pequena horta biológica em casa. Quando decidiram ser eles a produzir os seus próprios legumes, Maria José impôs de imediato uma condição: “adubos químicos nem pensar”. Ao princípio o marido ainda se mostrou um pouco resistente mas Maria José não cedeu. “Ele estava sempre a dizer que sem um saco de adubo a terra não ia dar nada”. Conhecedora desde pequena da utilização do sargaço como adubo natural para a terra, Maria José decidiu que seria este o seu fertilizante e mais nenhum. “Ao princípio não foi fácil convencer o meu marido porque ele não acreditava mas depois viu que eu tinha razão. Isto é ouro para a terra”. Fomos encontrar esta caminhense na praia de Moledo ao final da tarde. O anúncio de que viria a chuva levou-a apressada até lá para recolher o monte de sargaço que durante o verão foi recolhendo e estendendo no talhão que rematou na Marinha Portuguesa para o efeito. “Faço isto todos os anos e adoro porque e em vez de vir para a praia e estar deitada na toalha, prefiro andar a apanhar o sargaço. Olhe pelo menos ando entretida e faço um bocado de ginástica”. Maria José Sarmento lamenta que hoje em dia as pessoas prefiram os adubos químicos aos naturais. “Sabe uma coisa isto é ouro para a terra e nem tem comparação o sabor de uns legumes que são adubados com químicos e os que são adubados com o sargaço. Se você for à minha horta vai reparar que até os bichinhos andam por lá a comer as ramas, mas se fosse uma terra adubada com químicos nem a bicharada lhe pegava”, explica. Quando era criança esta caminhense lembra-se de vir à praia de Moledo e ver os sargaceiros a recolheram o sargaço. “Era impressionante a quantidade de gente que andava por aqui. Você pensa que o sargaço dava à praia como agora? Nem pensar, não havia nada. Os sargaceiros tinham que entrar pelo mar a dentro e puxálo para terra com o “redenho”. Não era fácil porque aquilo vinha pesado e eles tinham que arrastar até à praia. Depois era carregado nos carros de vacas e transportado pelos agricultores de Cristelo, Vilarelho da Portela e de Venade. Pare- JORNAL TERRARIOMAR O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 ce que ainda estou a ouvir o chiar dos carros e as cantigas que eles cantavam pelo caminho. Eram às dúzias, um espetáculo”, recorda. “Hoje Deus dá de graça e ninguém quer. Habituaram-se aos adubos para poderem produzir mais rápido e depois quem sofre são as pessoas que com- pram esses legumes”, desabafa. Enquanto vai explicando os benefícios do sargaço a filha e o neto vão enchendo a carrinha. O monte está praticamente desfeito mas depois há que apanhar os restinhos que ficam na areia. “Não se pode desperdiçar nada, aproveita-se tudo”. Quando fizer um dia de sol o sargaço volta a ser estendido para que fique bem seco. “O sol vai fazer muito bem porque lhe vai tirar o resto da humidade que ainda tem. Se for guardado húmido acaba por apodrecer e isso nem pensar. Tem que ficar assim sequinho como a palha”. A preparação do sargaço começa em junho, altura em que a maré o começa a atirar para o areal. “Depois estende-se pelos meses de julho, agosto e setembro. Em finais de setembro começa-se a recolher para guardar”. Este ano houve muito menos sargaço do que no ano passado, garante Maria José Sarmento. “Sabe porquê? Porque o mar desfez a praia e fez aqui uma poça muito funda. O mar atirou com o sargaço para a Póvoa e Esposende. Lá houve muito. Aqui menos mas mes- mo assim conseguiu-se apanhar muito sargaço”. A licença é tirada na Capitania do Porto de Caminha e até nem é cara. “Estamos a falar em pouco mais de vinte euros e podemos tirar a quantidade de sargaço que quisermos, desde que caiba no nosso talhão. Há pessoas que tiram mais do que uma licença e têm direito a vários talhões mas isso é para aquelas pessoas que depois vendem o sargaço durante o inverno”, explica. Daqui a umas semanas Maria José Sarmento e o marido já vão plantar as batatas do cedo para comer na Páscoa. “Isto é um adubo maravilhoso em todos os sentidos. Primeiro porque não faz mal à saúde, depois porque nos obriga a fazer ginástica quando o andamos a apanhar. E tem outra coisa: apanhar as algas no mar faz muito bem às mãos, porque a água salgada tem muito iodo e faz muito bem aos ossos. E mais, não se gasta dinheiro porque isto Deus dá de graça”. Ao princípio não foi fácil convencer o marido a utilizar o sargaço como adubo mas agora já é ele que se preocupa se estiver a acabar. “Foi uma batalha mas eu dis- se logo: se comprares um único quilo que seja de adubo eu não te ajudo nem como os legumes. Agora já está convencido de que é verdade e até ele o primeiro a preocupar-se quando o sargaço está a acabar. Quando isso acontece venho aqui a Moledo e compro um ou dois sacos às pessoas que vendem”. Na horta de Maria José Sarmento plantam-se batatas, pimentos, cenouras, tomates, e toda a qualidade de legumes e até as urtigas se aproveitam. “Sabe que as urtigas fazem uma sopa e uma tortilha maravilhosa? São muitos boas para a saúde”. O sabor e o cheiro dos legumes não têm comparação garante Maria José. “Olhe eu tenho aprendido muita coisa. Até os bichinhos e os passarinhos sabem que podem comer as minhas hortaliças porque elas não levam uma ponta de químicos. Eu estou sempre atenta às caracolas e às lesmas porque elas comem tudo, nem as urtigas escapam”. Voltando ao sargaço esta caminhense explica que para além de ser um excelente fertilizante, o sargaço tem muitas outras utilidades. Desde a cosmética aos medicamentos, passando pela culinária. “Aqui há uns anos atrás andava aqui muita gente a apanhar uma alga castanha franzida que era vendida a um preço muito alto. Chamava-se o “crespelho” e era uma alga caríssima que era vendida ao quilo e depois ia para a China e para o Japão para medicamentos”. Maria José Sarmento quis fazer a experiência e há uns tempos também secou alguns quilos daquelas algas. “Sabe o que fiz? Sequei-o bem sequinho, depois peguei numas ramas e misturei-as com álcool puro e deixei ficar a repousar. Uso quando tenho dores nos ossos e dá um resultadão”, garante. Para além do “crespelho”, na praia de Moledo também se apanha o “verdelho”, o “pespelho”, a “carocha” e o “musgo”. Saber que aquilo que serve à família é da melhor qualidade é um dos grandes prazeres de Maria José Sarmento. “É um prazer enorme servir uns grelos com uma posta de peixe ou fazer uma bela sopa de legumes com umas boas cenouras, alho francês e umas batatinhas. Eu adoro e enquanto tiver saúde venho todos os anos apanhar o meu sargacinho”. |9 JORNAL TERRARIOMAR O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Algas um alimento natural de elevado valor nutritivo e baixo em calorias O litoral português, com um total de 830 quilómetros comporta, separados por grandes areias, extensões rochosas, muitas delas ricas em algas. Grande parte das zonas costeiras encontram-se muito expostas à ação do mar e as algas do patamar médiolitoral encontramse sobretudo no horizonte inferior, delimitado pelo nível mínimo da maré baixa. Um estudo exaustivo feito à flora algal portuguesa no final da década de 60 (do século passado), identificou e descreveu 246 espécies de Rhodophyceae, 98 Phaeophyceae e 60 Chlorophyceae, números que não |10 se alteraram significativamente desde então. As algas do litoral ocidental, com uma orientação Norte-Sul, podem ser agrupadas em dois grupos: as algas da zona Norte (entre a foz do rio Minho e a foz do rio Tejo); e as algas da zona Sul (entre a foz do rio Tejo e o Algarve). A costa portuguesa e o limite Sul, na Europa, de mais de 40 espécies, enquanto que 20 espécies típicas do Mediterrâneo e da costa Atlântica de África, têm aqui o seu limite Norte (costa Algarvia). As algas são um alimento natural, silvestre que nos forne- ce um elevado valor nutritivo mas baixo em calorias. Pobres em gorduras, as algas marinhas possuem polissacarídeos que se comportam, na sua grande maioria, como fibras sem valor calórico. As algas são, por isso, a melhor forma de corrigir as carências nutricionais da alimentação atual, devido ao seu variado leque de constituintes: minerais (ferro e cálcio), proteínas (com todos os aminoácidos essenciais), vitaminas e fibras. Da composição analítica das algas marinhas destaca-se: * Presença de minerais com valores cerca de dez vezes su- periores ao encontrado nos vegetais terrestres, como no caso do ferro na Himanthalia elongata (“esparguete do mar”) em comparação com o da Lens esculenta (“lentilhas”) ou, no caso do cálcio presente na Undaria pinnatifida (“wakame”) e no Chondrus crispus (“musgo irlandês” ou simplesmente “musgo”), relativamente ao leite de vaca. * Presença de proteínas que contêm todos os aminoácidos essenciais, constituindo um modelo de proteína de alto valor biológico, comparável em qualidade à do ovo. * Presença de vitaminas em quantidades significativas. Merece especial relevo a presença de B12, ausente nos vegetais superiores. * Presença de fibras em quantidades superiores ao encontrado na Lactuca sativa e semelhante à da Brassica oleracea (“alface”e “couve”, respetivamente). * O seu baixo conteúdo em gorduras e valor calórico, transforma-as em alimentos adequados para regimes de emagrecimento. Apesar da abundância de algas na costa portuguesa, o uso destas na alimentação não tem grande tradição em Portugal, exceto para algumas comunidades costeiras nos Açores. Nestas comunidades a Porphyra leucostica, conhecida como “erva patinha”, é apanhada e consumida frita ou incorporada em sopas, tortas e omeletas. A Osmundea pinnatifida , conhecida como “erva malagueta”, é conservada em vinagre e consumida ao longo do ano, a acompanhar peixe frito. Utilização tradicional de algas na agricultura em Portugal As algas marinhas utilizamse como fertilizantes desde o Século XIV, particularmente nos campos agrícolas próximos do mar. A colheita comercial de macroalgas para fertilizantes foi regulamentada, pela primeira vez, pelo rei D. Dinis, em 1309 (Veiga de Oliveira et al., 1975; Vieira e Santos, 1995). Hoje, o uso de algas como fertilizantes está praticamente restrito à zona Norte, em particular nos campos hortícolas (campos de masseira) da Zona de Póvoa de Varzim e Viana do Castelo (Pereira et al., 1998; Sousa-Pinto, 1998). As duas principais misturas de algas usadas tradicionalmente como fertilizante são o “moliço” e o “sargaço”. A tradicional apanha do sargaço consistia na recolha, na praia ou na beira-mar, das algas que se desprendiam dos rochedos com o movimento das ondas. Depois de recolhido, o sargaço era estendido nas areias da praia, para secar ao ar. JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 CAMINHA ainda não há data para a conclusão da revisão do PDM de caminha Com um Plano Diretor em vigor há mais de duas décadas, a câmara de Caminha está, há mais de 10 anos, a rever aquele documento. O processo, complicado, sofreu alguns atrasos e ao que parece ainda não é este ano que vai ficar concluído. Na última reunião da Assembleia Municipal vários deputados perguntaram ao executivo em que pé estava esta revisão e para quando se previa a sua conclusão. Guilherme Lagido, vereador responsável pelo pelouro das obras e responsável pela equipa técnica que está a proceder à revisão do documento, fez o ponto da situação em relação ao processo que, como referiu, tem vindo a decorrer em diversas etapas. “Num processo de elaboração de um PDM há que fazer um percurso por etapas: uma primeira etapa tem a ver com as várias condicionantes ou servidões que o território tem, nomea- PDM de Cerveira em correção damente a Reserva Ecológica, Reserva Agrícola, Rede Natura e a própria linha de comboio e as estradas” O concelho de Caminha é segundo Guilherme Lagido um concelho que está sujeito a servidões terríveis. “Para se ter uma ideia 39% da área do concelho é Rede Natura, o que equivale a locais de elevado nível de proteção”. Neste momento está concluída a Reserva Ecológica e a Rede Natura e a Reserva Agrí- cola estão praticamente encerradas. De seguida vão avançar os perímetros urbanos de construção que incluem as áreas já urbanizadas e as áreas suscetíveis de virem a ser urbanizadas. “Este trabalho, em termos de proposta, com as condicionantes praticamente estabilizas e com a definição dos perímetros urbanos, já está concluído em 8 das 14 freguesias do concelho. A única condicionante que não está ainda estabilizada e que vai dar alguns problemas é a dos perímetros florestais. À parte disso há propostas dos serviços técnicos já concluídas para 8 freguesias e neste momento o que estamos a fazer, é a apresentar essas mesmas propostas aos presidentes das jutas de freguesia”. Seixas, Riba de Âncora e Âncora foram as freguesias onde as propostas já foram apresentadas, seguindo-se a freguesia de Moledo. O objetivo destas apresenta- ções, explica Guilherme Lagido, “é que os presidentes de Junta, depois de discutirem as propostas com os seus fregueses, possam reagir às mesmas. Depois disso fazemse os afinamentos que houver a fazer, até se chegar a uma proposta final que será posta à discussão pública”. Prazos para isto Guilherme Lagido não tem. “Como é evidente isto vai demorar ainda algum tempo mas o que eu posso dizer, neste momento, é que os passos que se deram, são passos bastante consolidados e com uma rapidez superior à que eu próprio esperaria”, confessou. A revisão do PDM de Vila Nova de Cerveira, que demorou sete anos a concluir, com uma primeira proposta aprovada em 2012, sofreu recentemente a primeira correção retificada pela Assembleia. Segundo explicou ao Jornal C o presidente da Câmara de Cerveira, Fernando Nogueira, nesta fase o executivo está a corrigir as imprecisões detetadas ao nível da cartografia. “O revisão do PDM de Vila Nova de Cerveira já está aprovada desde 2012. Foi um processo que demorou sete anos a concluir porque são processos complicados, morosos, muito burocráticos e que por vezes fazem desesperar os técnicos e as pessoas. Depois de concluída e publicada essa revisão, verificou-se a existência de algumas pequenas deficiências que foi preciso corrigir”. Segundo o autarca de Cerveira as deficiências detetadas foram ao nível de cadastro e cartografia e as correções feitas foram precisamente nesse sentido. “Pequenas deficiências que desde 2012 a esta parte foram detetadas e que urge corrigir não só para os serviços mas também para que as pessoas saibam com aquilo que podem contar”, explicou o autarca. |11 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 CAMI Governo ainda não se comprometeu a desassorear o canal do ferry O Diretor do Norte da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, esteve recentemente em Caminha a pedido da Câmara Municipal, para avaliar no local o problema do assoreamento do rio Minho que impede o ferry de retomar a navegação e a ligação diária a Espanha. O encontro foi comunicado pelo presidente da Câmara na última reunião do executivo. Segundo Miguel Alves, a autarquia tentou convencer aquele responsável para avançar com uma dragagem cofinanciada pelo Estado, mas não obteve nenhuma garantia de apoio. “A verdade é que vamos ter que ser inteligentes a dirimir esta questão se quisermos ter o apoio do Estado. Eu já dei testemunho disso e volto a dizer: |12 a Câmara Municipal de Caminha quer resolver o problema mas não tem condições para subir a parada em termos de contratualização de uma empresa que possa fazer a dragagem com outra capacidade de retirada de areia. A verdade é que não temos capacidade para investir os 150 ou 170 mil euros pedidos pelas empresas. Não temos”. A única maneira possível de avançar com uma dragagem no local é, segundo Miguel Alves, através de uma co-participação. “Mas para que isso aconteça não basta aferir do interesse do ferry para a economia local, embora para nós isso seja fundamental. A verdade é que temos que tentar enquadrar essa dragagem numa operação de limpeza e desassoreamento de toda aquela envolvência da própria foz do rio Coura e na ligação com o rio Minho. Temos que conseguir enquadrar isto de maneira a termos resultados mais eficazes”, explicou. As formalidades relativas ao pedido de apoio estão, segundo o presidente da Câmara, todas concluídas “e temos confiança de que possa haver uma resposta positiva. Vamos ver se o Governo percebe a importância desta intervenção”. O vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, Guilherme Lagido, foi mais preciso e explicou que a reunião serviu para explicar ao dirigente da Agência Portuguesa do Ambiente as origens do assoreamento do canal do ferry e o que é possível ser feito para resolver o problema. “A questão foi equacionada num plano mais vasto que é o assoreamento do rio Coura. De facto o Coura está completamente assoreado e isso faz com que haja uma grande deposição de inertes junto à sua foz que cai precisamente junto ao ferry. Foi isto que explicamos quando estivemos reunidos com a ARH, que nos pediu que formalizássemos este ponto de vista o que fizemos de imediato”. Resta agora esperar que a ARH, com responsabilidades nesta matéria, possa dar a devida sequência para que o problema possa ser resolvido. Autarca da ma concelho revoltad consultado sobr A proposta para baixar o IMI Imposto Municipal sobre Imóveis apresentada pela Câmara de Caminha e aprovada na última Assembleia Municipal, não foi bem vista por Carlos Castro, presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora. Segundo o Jornal C conseguiu apurar, as juntas de freguesia do concelho não foram consultadas pela Câmara sobre a proposta de descida do IMI aos prédios rústicos do concelho. Recorde-se que a legislação estabelece que constitui receita das freguesias o produto de receita do IMI sobre os prédios rústicos e uma participação no valor de 1% sobre os prédios urbanos. Perante a atitude da Câmara de Caminha, o presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, veio a público criticar a decisão do executivo camarário. Em comunicado, Carlos Castro, que votou contra a proposta apresentada pelo executivo, diz não ser contra a isenção, mas sim contra o facto de não ter sido ouvido numa decisão que também cabia às Juntas de Freguesia. “Como presidente da Junta e uma vez que o nosso trabalho prioritário tem sido sempre ajudar as pessoas mais carenciadas na nossa freguesia, não poderíamos votar contra qualquer isenção ou redução de impostos, desde que estas sirvam para aliviar a carga fiscal das famílias principalmente as que passam mais dificuldades económicas. Votamos contra o modo como essa proposta foi apresentada”, sublinhou. Citando a lei nº 75/2013, de 12 de setembro, que veio alterar o quadro das competências dos órgãos dos municípios e das freguesias, tirando competências aos municípios e transferindo-as para as freguesias, em troca de receitas provenientes do IMI sobre prédios rústicos e sobre prédios urbanos; e ainda a lei nº 73/2013 que estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidades intermunicipais, que no artigo 23ª refere que constituem receitas das freguesias o produto da receita do IMI sobre os prédios rústicos e uma participação, no valor de 1%, da receita do IMI sobre prédios urbanos, Carlos Castro considera que as juntas deveriam ter sido ouvidas. “Se a Assembleia da República decretou que a receita do IMI sobre prédio rústicos são receitas próprias das juntas de freguesia, sejam elas de muito ou pouco valor, e refiro-me precisamente à nossa freguesia Rio Âncora alvo de limpeza por parte das autarquias JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 INHA Jorge Fão NOMEADO VICE-PRESIDENTE DA bancada parAlamentar SOCIALISTA aior Junta do do por não ter sido re DESCIDA do IMI que ficou sem uma receita per- votou contra esta proposta de to dos 450 euros, deveríamos redução do IMI. ser intervenientes na proposta Para o PSD esta é uma proque foi apresentada”, justificou. posta que penaliza duplamente as Juntas de Freguesia e jusBancada do tificam: “Primeiro porque prescinde PSD também votou contra de receita e por isso transfere menos recursos; Invocando razões semelhan- Depois porque já transferiu tes, a bancada do PSD também menos dinheiro dizendo que não o tinha por culpa do passado, mas prescinde de receita; Finalmente mais grave: a Câmara Municipal pretende isentar o IMI rústico quando o fruto desta receita não lhe pertence, prejudicando as freguesias tirando-lhes uma receita própria consagrada por lei”. A proposta que aponta para 0,34% a taxa a aplicar aos prédios urbanos avaliados em termos de CIMI, acabaria por ser aprovada por maioria. A proposta determina ainda que os prédios rústicos cujos proprietários desenvolvam atividade agrícola, florestal ou ações de limpeza e desmatação ficam isentos, enquanto para os imóveis que detenham certificado de eficiência energética máxima a taxa é reduzida em 50%. A redução de 50% aplicase também aos prédios classificados como de interesse público, de valor municipal ou património cultural e outros imóveis reabilitados. Na proposta apresentada e entretanto aprovada, a Câmara promete “castigar” os proprietários de prédios abandonados e degradados ou que configurem risco para pessoas e bens, de acordo com o parecer da Proteção Civil Municipal, bem como aos prédios em incumprimento de obras coercivas, aplicando as taxas mais elevadas previstas na lei. A Câmara Municipal de Caminha, em colaboração com a Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora, está a proceder à limpeza do rio Âncora, uma operação que permitiu retirar bastante entulho do leito do rio. Com esta operação de limpeza, as autarquias pretendem evitar inundações no próximo inverno. Carlos Castro, presidente da Junta de Freguesia de Vila Praia de Âncora , diz que os funcionários da junta também estão a trabalhar nesta operação de “Havia uma série de árvores de grande porte e galhos no meio do rio que estavam a fazer uma barreira. Alguns conseguiam ver-se, mas outros não. Posso dizer-lhe que só de um troço que andamos a limpar tiramos 15 camionetas de entulho”. Com o rio limpo e a água a correr livremente para o mar, Carlos Castro explica que esta limpeza também teve como objetivo evitar inundações no próximo inverno limpeza. “A Junta de freguesia envolveu-se com o seu pessoal nesta ação de limpeza lançada pela Câmara de Caminha. Pusemos mãos à obra, mergulhámos no rio e já conseguimos tirar todas as árvores de grande porte que se encontravam no leito”. Neste momento o rio “está muito mais bonito”, garante o presidente da junta que contou ao Jornal C que vestiu o fato de mergulho e foi para o meio do rio de moto serra cortar as árvores e arrastá-las para terra. O caminhense Jorge Fão, deputado eleito para a Assembleia da República pelo circulo eleitoral de Viana do Castelo, foi eleito vice-presidente da bancada parlamentar do PS. Após as eleições primárias socialistas, que foram ganhas por António Costa, Ferro Rodrigues passou a liderar a bancada parlamentar do PS e o antigo ministro do governo de José Sócrates acabou por convidar o caminhense Jorge Fão, um apoiante de Seguro, para seu número dois. Contactado pelo Jornal C, Jorge Fão mostrou-se satisfeito com a sua nomeação e considerou a decisão de Ferro Rodrigues normal dentro de um regime democrático. “A minha nomeação aconte- ceu na sequencia de um convite que o líder da bancada, Ferro Rodrigues, me dirigiu a mim e aos outros colegas. Depois disso a votação no seio do grupo parlamentar proporcionou a minha eleição para presidente da bancada”, explicou Jorge Fão. Apesar de apoiar António José Seguro Jorge Fão acabou por ser convidado para vice-presidente da bancada parlamentar, uma situação que o deputado não estranha e que considera ser uma prova de que o PS sabe lidar com a diferença de opiniões. “Eu acho que isto é um claro sinal e uma prova que o Partido Socialista dá da forma como sabe conviver com pensamentos e opiniões dis- tintas. O PS é um partido plural, democrático que naturalmente sabe acolher e conviver com pontos de vista que, não sendo diferentes, por vezes em questões essenciais podem ter algumas variantes de opinião”. Para o deputado socialista a forma como António Costa está a conduzir o processo de pós eleições primárias, “mostra essa vontade, sobretudo depois do PS ter dado um grande exemplo e sobretudo ter prestado um grande serviço à democracia quer interna do partido quer externa, atraindo a participação dos cidadãos na vida politica. Em suma, julgo que aquilo que está a acontecer é o que é normal em democracia”, Jucaminha aposta nas danças de salão “Quem dança seus males espanta”, é o lema do JUCAMINHA, um clube concelhio que desenvolve várias atividades, entre elas as danças de salão. José Oliveira, presidente da direção deste clube que faz mexer algumas centenas de pessoas, explica que as inscrições já estão abertas e revela os locais onde a população do concelho se pode inscrever. Depois das férias o Jucaminha prepara a nova temporada, dando assim continuidade “à conceituada” secção de danças do clube. “Depois das férias vamos retomar a atividade e gostávamos de convidar todas as pessoas a experimentarem esta modalidade” Latinas, clássicas, desportiva, José Oliveira garante que existe uma “vasta” panóplia de danças para todos os gostos. Os interessados em frequentar esta modalidade podem fazêlo em Vilarelho, onde funciona uma secção, e em Âncora, na Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense. “Brevemente a Casa do Orfeão também irá ter Danças de Salão”, revela José Oliveira. O Judo Clube Caminha ou JUCAMINHA é um clube de referência no Concelho de Caminha e no Distrito de Viana do Castelo, com títulos conquista- dos de âmbito Distrital e Zonal. É um clube eclético com várias modalidades ao dispor de todos os que gostam de praticar desporto. JUDO, DEFESA PESSOAL, STEP, DANÇA SALÃO, DANÇA DESPORTIVA, AERÓBICA e GINÁSTICA, são as modalidades que se podem praticar neste clube. |13 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 complexo das Piscinas de Vila Praia de Âncora: único no distrito vocacionado para a alta competição CAMINHA Inaugurado em Maio de 2010, o complexo das piscinas de Vila Praia de Âncora, situado junto à Estrada Nacional 13, é um dos melhores a nível distrital. Pensada para a alta competição, a piscina principal, olímpica, dispõe de 8 pistas. O complexo desportivo, uma velha aspiração da população local, foi construído ao abrigo de uma parceria público-privada, depois de recusadas duas candidaturas a fundos comunitários apresentadas pelo ante- rior executivo social democrata, liderado por Júlia Paula Costa. O projeto é da autoria do arquiteto Victor Mogadouro. Em 8 de Julho de 2008 foi oficialmente lançada a primeira pedra, sendo que as piscinas, que custaram 5,5 milhões de euros, demoraram cerca de dois anos a ser construídas. Para além da piscina principal, o complexo dispõe ainda de uma piscina para crianças, o denominado “chapinheiro”. No que diz respeito a equi- pamentos, o complexo inclui ainda jacuzzi, ginásio, sauna e banho turco, salas de massagens, dois estúdios para ginástica, um campo de squash e, no exterior, um campo de ténis. Os balneários têm uma vasta área onde estão os vestiários com cacifos individuais e a zona de duche. Numa vertente mais social, existe ainda uma clínica de reabilitação, uma cafetaria e uma zona comercial com cinco lojas. Neste momento a piscina con- Um complexo com vários equipamentos ta com 3 mil utilizadores distribuídos pelas várias classes que vão desde a hidroginástica aos banhos livres, passando pela hidrobike, entre outros (ver quadro). de Âncora, a melhor a nível distrital para alta competição, levaram a que a Escola Desportiva de Viana do Castelo (EDV) ali criasse, em 2013, um polo de competição. Neste momento cerca de 20 EDV cria polo atletas do concelho de Camide competição nha, pertencentes aos escalões de cadetes e infantis, treinam na piscina de diariamente naquele equipaVila Praia de mento municipal. Âncora Rui Silva, membro da direção As excelentes característi- da EDV, explica que a ideia de cas da piscina de Vila Praia criar um polo da EDV no conPARQUE AQUÁTICO Os mais pequenos não foram esquecidos. Os especialistas chamam-lhe “chapinheiro”, porque é lá que as crianças vão poder As Piscinas Municipais - Vila brincar e aprender a nadar, com Praia de Âncora têm ao dispor vigilância permanente. dos utilizadores uma piscina com oito pistas. Se para além GINÁSIO E SPA do prazer de nadar, tiver ainda a pretensão de praticar a moda- No ginásio tem um número lidade num rigor competitivo, alargado de máquinas e um fique então a saber que existem acompanhamento personaliduas pistas especialmente con- zado. Para além disso, pode cebidas para o treino olímpico. sempre usufruir das cabines de A Piscina também está prepa- sauna e banho turco, e ainda rada para receber pessoas com das várias salas de massagens. mobilidade reduzida, através de equipamentos elevatórios. SALAS DE GINÁSTICA |14 Para quem não tem motivação para treinar sozinho, as aulas de grupo podem ser uma solução eficaz e divertida. Para o efeito, conte com dois estúdios amplos e com imensa luz natural. JACUZZI Para quebrar com a rotina do dia a dia, respire fundo e descontraia. Desfrute do poder da água, no relaxante jacuzzi. SQUASH Adepto de duelos? Escolha um parceiro à sua medida e experimente o campo de squash. celho de Caminha se ficou a dever às excelentes condições daquela piscina e ao mesmo tempo proporcionar aos atletas do concelho de Caminha, a possibilidade de competirem sem terem que se deslocar para outras localidades. “Sabíamos que existia uma escola de formação na piscina de Vila Praia de Âncora, mas também sabíamos que a partir de um certo patamar, ou seja, de competição, os alunos não tinham qualquer tipo de ofer- JORNAL DISTRITOV.P.ÂNCORA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 São vários os serviços que as Piscinas Municipais disponibilizam. Profissionais especializados e competentes acompanham cada uma das atividades. ta ao seu dispor. A verdade é que os jovens atletas que queriam continuar não o podiam fazer no concelho uma vez que não existia nenhum clube vocacionado para a competição. Ao criarmos este polo o problema ficou resolvido”, explica do dirigente. Rui Silva faz questão de sublinhar que a ideia da criação deste polo nunca foi fazer concorrência a Caminha, mas sim dar seguimento à escola de formação que é proporcionada pela autarquia. “A nossa intenção ao criar este polo foi sempre ser um parceiro da autarquia e nunca um concorrente à formação desportiva. Temos uma relação excelente com a autarquia e respeitamos muito as especificidades do local”. ta. Antes de transitarem para a pista de 50 metros é feita uma avaliação do seu rendimento e só os que têm notas de acesso aos nacionais é que vão para lá treinar”, explica. Do ponto de vista técnico o dirigente da EDV considera a piscina “excelente” para a prática de natação, e chama a atenção para o facto de no distrito não existir mais nenhuma com estas características. “Em Viana do Castelo não existe nenhuma piscina para competição, o que existe são dois tanques de aprendizagem que é a piscina do Atlântico e a Piscina Frederico Pinheiro. Depois temos ainda a piscina de Barroselas mas nenhuma delas é de competição, são todas de aprendizagem, só têm entre 5 e 6 pistas. São excelentes para a aprendizagem”, sublinha. Piscina de 1300 atletas V.P.A. a única dirigida à alta distribuídos por 9 competição modalidades Esta parceria permite ainda que cerca de uma dezena de atletas do último patamar da competição ali possam treinar também. De referir que a piscina de Vila Praia de Âncora é a única no distrito que oferece condições para a alta competição, uma vez que possuiu pista de 50 metros. “Mais vocacionada para a competição pura”, explica. Este grupo de atletas é composto por atletas de Caminha como e ocaso do Alexandre Ribas, do Nuno Graça e do Tiago Alves, os dois primeiros campeões nacionais, e também por atletas do distrito de Viana do Castelo. “Não são todos os atletas da EDV que têm acesso a essa pis- Fundada a 12 de Maio de 1976, a Escola Desportiva de Viana é um clube eclético com nove modalidades distintas. Com 1300 atletas, cerca de 700 a 800 frequentam a modalidade de natação que vai desde a aprendizagem à alta competição. Atualmente a EDV é uma das maiores associações desportivas do norte de Portugal, sendo composta por centenas de jovens que ali praticam diariamente as diversas modalidades para além da natação, nomeadamente o badmínton, basquetebol, BTT, esgrima, ginástica, hóquei em patins, patinagem e trail. É um jogo viciante e eficaz na perda de calorias. ZONA COMERCIAL É um convite ao convívio e ao lazer. O complexo desportivo inclui ainda uma zona comercial com cinco lojas e uma cafetaria. Hidrobike+ - Combina maiores variações de intensidade, aliando variações de velocidade, maior número de transiNatação para bebés (dos 6 aos 36 meses) - Adaptação ções e incremento de carga. do bebé ao meio aquático numa atividade que fortalece a Hidrográvidas - As aulas têm como objetivos manter e relação familiar e social, aumentando a auto-confiança. melhorar a forma física e o bem-estar da grávida e preparáAdaptação ao meio-aquático - Aprendizagem de habi- la para o momento do parto. Não é necessário saber nadar. lidades motoras e iniciação às técnicas de nado. Aprendizagem - Aulas técnicas de natação pura. Horários Aperfeiçoamento - Aulas de correção das técnicas de nado e desenvolvimento da resistência. Segunda a sexta-feira: Manutenção - Desenvolvimento da resistência de nado 08h00 - 13h30 e manutenção física. 14h30 - 22h00 Livre - Manutenção física sem acompanhamento do professor. Sábado: Hidroterapia - Consiste em utilizar os princípios físicos 09h00 - 13h00 da água como forma de tratamento de várias patologias. 14h00 - 19h00 Não é necessário saber nadar. Hidroginástica - Consiste na sequência de exercícios loPara mais informações sobre horários calizados e gerais com o objetivo de desenvolver a capacie preços contactar: dade resistência e melhorar a sistema cardiovascular. Não é necessário saber nadar. Piscinas de Vila Praia de Âncora Hidropower - É uma modalidade avançada de hidrogi- Rua Pontault-Combault, 4910 Vila Praia de Âncora nástica que cuida da sua aparência e da sua saúde, pois os Telefone - 258956050/258956052 exercícios na água, mesmo com a intensidade aumentada E-mail - [email protected] são considerados de baixo impacto, evitando lesões articulares. Níveis de intensidade diferente, para diferentes idades! Deep-Water - É uma modalidade de hidroginástica praticada com a ajuda de um cinto flutuante, permitindo que se exercite em águas profundas sem que seja necessário tocar o fundo da piscina com os pés ou mergulhar a cabeça. Vem revolucionar as atividades físicas aquáticas, por se tratar de um trabalho eficaz feito totalmente sem impacto, proporcionando ao praticante inúmeros benefícios destacando-se: a melhoria da flexibilidade, correção postural, melhoria da condição física, emagrecimento, entre outros. Hidrobike - Consiste numa aula com uma bicicleta estática debaixo da água. Fortalece a massa muscular, reduzindo o risco de lesão muscular. Não é necessário saber nadar. NATAÇÃO CAMPO DE TÉNIS nis oferece condições ímpares para a prática desta moÉ a única valência ao ar li- dalidade. vre. Com todos os requisitos Vários serviços ao dispor de qualidade, o campo de té- dos utentes BALNEÁRIOS Os dois balneários têm uma vasta área, incluindo zonas de duche, devidamente equipadas, e de vestiário. Cada balneário tem também áreas fechadas para quem pretenda garantir a sua privacidade. |15 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 ameadella Pastelarias uma emPresa que tem crescido de forma sustentada Foi inaugurada em dezembro de 2005 e começou com 6 colaboradores. Em apenas 9 anos a Ameadella Pastelarias já conta com 3 estabelecimentos e quase 50 colaboradores. A história deste negócio resume-se à vontade de 3 amigos que um dia decidiram criar algo diferente, algo que oferecesse mais aos clientes não só em termos de produtos, mas também no atendimento e alargamento de horários. “O resultado está à vista e a |16 Ameadella Pastelarias é um caso de sucesso” garante Sérgio Rodrigues, um dos sócios da empresa que revelou ao Jornal C como tudo começou. “Eu e o Carlos, que é o nosso mestre pasteleiro, éramos amigos e colegas de trabalho há 18 anos. Na altura apercebemo-nos que existiam algumas lacunas no mercado em termos de oferta, nomeadamente nas áreas de padaria. Como sabe as padarias de rua desapareceram, as grandes superfícies foram ocupando espaço e foi então que nós decidimos avançar com algo diferente”. Com perto de 30 variedades de pão fabricadas diariamente, a grande aposta da Ameadella foi na diversidade. “Percebemos que havia pouca oferta e decidimos explorar esta área. Temos uma variedade muito grande de pães: o pão da aldeia que é uma receita reinventada, o pão saloio, pães de cereais que estavam um pouco esquecidos, e muitos outros”. Com fabrico próprio em cada uma das lojas, a opção, diz Sérgio Rodrigues, tem a ver com a necessidade que as pessoas têm em sentir que há alguém por trás para além do pessoal que está ao balcão. “As pessoas gostam de saber que lá atrás também está o padeiro e o pasteleiro. Isto também nos permite garantir ao cliente um serviço contínuo das 7 às 20 horas, sete dias por semana. A qualquer altura do dia temos padeiros e pasteleiros na retaguarda para satisfazer os clientes o que, no nosso entender, é uma mais valia”. Inovar e satisfazer o cliente é o grande objetivo da Amedella Pastelarias que, depois de em 2005 ter aberto a sua primeira loja na Meadela, atualmente já está na cidade de Viana do Castelo, na encosta de Santa Luzia, e também em Ponte de Lima. “Na parte do fabrico temos sempre em conta aquilo que são as opiniões dos clientes e também as nossas, como é obvio. Na parte de atendimento a nossa aposta é na simpatia e no bom atendimento. Apostamos muito na formação do nosso pessoal”. Ao longo dos nove anos de existência a Ameadella Pastelarias já conquistou alguns prémios, nomeadamente o de PME de Excelência em 2011 e 2012, um prémio que se reveste de grande importância, como refere Sérgio Rodrigues. “Para nós é uma grande mais valia porque fomos das poucas empresas no setor da hotelaria a ser distinguida aqui na zona de Viana do Castelo. Conquistamos outros prémios a nível internacional, nomeadamente em feiras de chocolate”. A chocolataria é outro dos exlíbris da Ameadella Pastelarias que se dedica ao fabrico de bombons. “A Ameadella também é muito conhecida pelos seus chocolates. Apostámos muito na bombonaria. Só para ter uma ideia, fabricamos por mês uma média de 200 a 300 quilos de bombons que são adquiridos por clientes não só de Viana, mas também de outros locais, desde Monção até ao Porto”, explica. Pioneiros a nível nacional na técnica de impressão em chocolate, os bolos de aniversá- JORNAL EMPREENDE+ O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 rio são outra das especialidades da Ameadella Pastelarias. O bolo crocante de chocolate, com patente registada, é o “Top Ten” da pastelaria. “É um ex-líbris há mais de oito anos nesta empresa e continua a ser um caso de sucesso”, revela. A empresa está dividida em quatro setores: Padaria; Pastelaria, Chocolates e Cafetaria. “São áreas distintas que se completam”. Combater o mito que se criou nos últimos anos de que o pão engorda, é o grande desafio deste empresário que defende, por exemplo, o regresso do pão ao pequeno almoço. “As pessoas perderam esse hábito e o que se verificou foi um decréscimo muito grande no consumo de pão ao pequeno almoço que foi sendo substituído pelos cereais. A culpa também foi nossa porque não soubemos inovar de forma a contrariarmos esta tendência”. A crise também se faz sentir no setor, principalmente no que toca à pastelaria, mas Sérgio Rodrigues diz que cabe aos empresários contrariar esta tendência. “Ao nível da pastelaria essa quebra sentiu-se um pouco mas mesmo assim as pessoas continuam a comprar um bolo sempre que há um aniversário. Se não for um bolo de dois quilos é de um, se não for de um é de meio quilo”. Crescer de forma sustentada é o grande objetivo futuro da Ameadella Pastelarias que não descarta a hipótese de abrir outra loja nos próximos tempos. “Nós queremos crescer mas com sustentabilidade. O nosso crescimento foi acontecendo a medida que os clientes nos fo- ram exigindo e quando abrimos este espaço, há nove anos, a ideia era ficarmos por aqui. Passados dois ou três anos percebemos que já não estávamos a conseguir pôr em prática o serviço de excelência que pretendíamos para o nosso cliente, e decidimos abrir na encosta de Santa Luzia um novo estabelecimento, que se veio a revelar mais um caso de sucesso. Há um ano atrás decidimos abrir em Ponte de Lima porque percebemos que tínhamos muitos clientes daquela zona”. Com uma vasta clientela a norte, Sérgio Rodrigues não descarta a hipótese de um dia se voltar para este lado e abrir nesta zona um estabelecimento. Caminha é uma das hipóteses até porque a Ameadella Pastelarias “tem muitos clientes de Caminha e Vila Praia de Âncora”, adianta. |17 JORNAL DISTRITOCAMINHA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 CAMINHA por isso precisam da ajuda dos mais jovens que por acaso ultimamente até têm aparecido”. Uma casa aberta à comunidade Abrir a Casa do Orfeão à comunidade, a outras instituições e à realização de eventos como por exemplo exposições, é outro dos objetivos da atual direção que garante estar disponível para protocolar com outras associações nesse sentido. “Neste momento temos a funcionar aqui nas nossas instalações um escola de concertinas que não tem nada a ver com o Orfeão. Decorre de um protocolo que estabelecemos e entretanto temos outros em vista”. De portas abertas, o Orfeão espera poder atrair mais gente para as suas secções, principalmente jovens porque, como explica Jofre Costa, “são eles que no futuro irão manter esta e outras instituições como a nossa”. Uma instituição com história Orfeão de Vila Praia de Âncora precisa de “sangue novo” para continuar A possibilidade de cessar a atividade por falta de orfeonistas foi recentemente equacionada pela direção do Orfeão de Viana Praia de Âncora, uma das instituições mais antigas daquela Vila. Mas os 56 anos de vida do Orfeão pesaram mais e os sócios decidiram continuar com um trabalho que é cada vez mais difícil. Além da falta de apoio financeiro, àquela coletividade do concelho de Caminha falta sangue novo. O grito de alerta é lançado pelo presidente da direção do Orfeão. José Alfredo Costa admite que a falta de elementos põe em risco a continuidade da instituição que se dedica ao voluntariado cultural. |18 Depois de ter lutado durante anos por instalações condignas, o que aconteceu em 2010 com a reconstrução e adaptação da antiga Escola do Viso, desativada pelo Ministério da Educação, o Orfeão de Vila Praia de Âncora debate-se agora com outro “grave” problema: a falta de elementos no coro, principalmente masculinos. O presidente da direção deu conta de um momento “bastante difícil” que vive atualmente o Orfeão e diz mesmo que chegaram a ponderar a sua extinção. “A verdade é que o coral atravessa um momento bastante difícil. Posso dizer que vamos na próxima semana reativar a nossa atividade mas estivemos com sérias dúvidas porque terminamos a época passada bastante desfalcados sobretudo no que respeita a vozes masculinas. Estivemos a contar espingardas esta semana e resolvemos avançar porque chegamos à conclusão que tínhamos algumas espingardas de reserva e vamos andar para a frente”. Para além de novos elementos para o coro, o Orfeão precisa de começar a pensar num novo maestro porque, como revela José Costa, o atual “já está cansado”. “O Francisco Presa há muitos anos que está à frente do Orfeão e torna-se desgastante”. Segundo José Alfredo Costa, a vontade do atual maestro é passar para os bancos para cantar mas, infelizmente, até ao momento ainda não foi encontrado um substituto à sua altura.“Ainda não conseguimos encontrar ninguém para substitui-lo porque tem um saber acumulado de muitos anos. Tem que ser alguém com muita formação. Nos conhecemos maestros e maestrinas que nos podiam satisfazer só que isso iria custar-nos muito dinheiro e não temos essa capacidade”, explica. Tal como as demais coletividades e associações também o Orfeão enfrenta dificuldades financeiras. “Não somos exceção”. Mais do que tudo é de novos elementos que o Orfeão necessita neste momento e por isso o presidente da direção lança o desafio a todos para que visitem, sem compromisso, a instituição. “Temos ensaios à quarta-feira às nove e meia da noite e quem quiser vir assistir ou experimentar está à vontade para nos visitar, são nossos convidados”. Neste momento o coral tem 25 elementos mas o ideal seria ter entre 30 a 40, metade homens e a outra metade mulheres. “No início de época temos sempre algum desfalque principalmente por causa dos jovens que vão estudar para as universidades. Neste momento precisamos de homens mas também de mulheres. Precisamos de toda a gente de boa vontade porque o que queremos é que as pessoas possam conviver umas com as outras, que se conheçam e façam novas amizades. O Orfeão é uma boa forma das pessoas se relacionarem com o meio e se socializarem, principalmente aquelas que não são de cá mas moram aqui”, explica. Reativar a secção de teatro é “uma ideia fixa” Reativar a secção de teatro, que em tempos foi uma referência, é outros dos objetivos da direção do Orfeão. José Costa diz que é uma “ideia fixa” que tem. Até ao fim do ano quer que tudo esteja a funcionar. “Neste momento já temos algumas pessoas dispostas a aderir ao projeto e peno que com a prata da casa vamos conseguir reativar a nossa secção de teatro”, Relativamente ao Grupo de Danças e Cantares o presidente da direção confessa que também está a precisar de “sangue novo”. “Já estamos há muitos anos com as mesmas pessoas e o que acontece e que algumas já não têm a mesma agilidade que tinham há 20 anos, é normal e Fundado a 17 de março de 1958, o Orfeão de Vila Praia de Âncora nasceu da vontade de um grupo de ancorenses que, querendo encontrar uma forma de ocupar as noites de ócio, decidiu convidar o Padre José Pereira Lima para formar um grupo coral. O projeto iniciou-se com um grupo coral mas depressa abarcou outras áreas, nomeadamente o teatro, danças regionais, escola de música, entre outras. Das atividades iniciais, resistiram até aos dias de hoje o grupo coral que mais tarde daria origem ao Orfeão, o Grupo de Danças e Cantares Regionais e o Teatro, esta última com menos atividade nos últimos tempos, uma situação que a atual direção quer reverter. Jofre Costa, presidente da direção do Orfeão de Vila Praia de Âncora, dá conta de uma instituição com história, “uma das mais antigas de Vila Praia de Âncora, à exceção da Associação Humanitária dos Bombeiros. Juntamente com o Clube de Pesca e Caça julgo que deve ser das mais antigas”. Com escritura datada de 1958 sabe-se que a sua formação é anterior a isso. Foi fundado pelo pároco José Pereira Lima que, com em conjunto com alguns jovens daquela altura, decidi- JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 VIANA DO CASTELO ram formar um coro. Jofre Costa explica que inicialmente se tratava de um coro masculino que fazia parte da Sociedade de Instrução e Recreio Ancorense (SIRA). “Depois foi-se alargando às senhoras que na altura aderiram em massa, porque era a única forma que tinham de sair de casa. Tinham ordem para sair até mais tarde”, recorda. Em 1958 o Orfeão deixa de ser uma secção da SIRA e torna-se independente formando assim o Orfeão de Vila Praia de Âncora, uma instituição que ao longo dos anos tem divulgado a cultura local, levando o nome de Vila Praia de Âncora e do concelho de Caminha a diversos pontos do país e do estrangeiro. Em 1963 foram aprovados oficialmente os estatutos, tendo como finalidade “promover o convívio e a cultura geral, especialmente a cultural musical dos sócios, em escola própria, com preferência pela música coral”. Para além do Grupo Coral, no Orfeão de Vila Praia de Âncora formou mais tarde um grupo de teatro constituído por 20 elementos que todos os anos apresentava pelo menos um espetáculo teatral. Neste momento esta atividade está suspensa mas a atual direção quer revitalizá-la. Criado em 1971, o Grupo de Danças e Cantares do Orfeão dedica-se, desde a sua formação, à recolha e apresentação de danças e cantares do Alto Minho, especialmente as da Serra d’Arga. Com diversos discos gravados, possui uma fabulosa coleção de trajes regionais. Na história do orfeão contase ainda a instalação em 1961, nas suas instalações, de uma biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian. Autarquia de Viana pondera solicitar inconstitucionalidade do Fundo de Apoio Municipal A Câmara Municipal de Viana do Castelo está a estudar a possibilidade de solicitar a inconstitucionalidade do Fundo de Apoio Municipal, instrumento que irá novamente criar constrangimentos às autarquias. A inconstitucionalidade tem por base a violação do princípio da prossecução de interesses próprios das populações e do princípio da territorialidade das atribuições da autarquia. A autarquia de Viana do Castelo considera que estão em causa princípios constitucionais com a aplicação desta nova legislação, nomeadamente porque determina que uma autarquia em boas condições financeiras deve desviar recursos das suas funções constitucionais para cumprir atribuições que lhe são constitucionalmente alheias e vedadas, algo que é inconstitucional por violação do art. 235º nº2 da CRP. Esta contestação judicial fica a dever-se à constatação de que a lei é injusta e penaliza os Municípios que apresentam uma situação financeira equilibrada, mas também a população, que poderá ver-se confrontada com o aumento de taxas e tarifas e as próprias autarquias, impedidas de realizar intervenções, obrigadas a redução de pessoal e sujeitas a constrangimento financeiros. Vereadores do PSD impedidos de assistir às reuniões de Câmara de viana Os 3 vereadores do PSD que integram o executivo camarário de Viana do Castelo acusam o executivo socialista liderado por José Maria Costa de os impedir de assistirem às reuniões de Câmara. Em nota enviada à imprensa, os autarcas sociais democratas justificam que no início deste mandato as reuniões ordinárias da Câmara de Viana do Castelo realizavamse às segunda-feira. Os vereadores do PSD acusam o presidente de Câmara de, “sem qualquer fundamento”, ter alterado o regimento, passando as reuniões de Câmara a realizar-se às quintas-feiras às 6 horas da tarde e depois às 3 da tarde. Dias e horários que impedem os autarcas sociais democratas de estarem presentes devido às suas obrigações profissionais, como revelou ao Jornal C o vereador social democrata Eduardo Teixeira. “Isto é o protótipo de alguém que não quer viver em democracia. Os vereadores da oposição alertaram nas duas últimas reuniões, onde foi votada a alteração da reunião para as 15 horas, que não podiam e votaram contra”. Eduardo Teixeira acusa o autarca de Viana do Castelo de usar de “expedientes” para governar “sem qualquer respeito” pela representatividade dos outros partidos”. O deputado social democrata lembra que os vereadores da oposição não têm pelouros atribuídos e por isso não estão na câmara a tempo inteiro. “Que vota favoravelmente este horário é quem está lá a tempo inteiro”. Os 3 vereadores do PSD que integram o executivo camarário de Viana do Castelo acusam o executivo socialista liderado por José Maria Costa de os impedir de assistirem às reuniões de Câmara por causa dos horários escolhidos para as reuniões de câmara. Bloquistas de Viana avançam com moção Um grupo de Viana do Castelo de militantes do Bloco de Esquerda vai apresentar uma moção na nona Convenção Nacional do Bloco de Esquerda agendada para 22 e 23 de Novembro, em Lisboa, e que vai ficar marcada pela disputada da liderança do partido entre os atuais coordenadores: Catarina Martins e João Semedo, e o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares. A “Moção A- Uma resposta de Esquerda” foi apresentada publicamente em conferência de imprensa em Viana do Castelo. Luís Louro, um dos responsáveis por esta ação, explicou ao Jornal C qual a razão que os leva os bloquistas de Viana a avançarem com esta moção. “Esta moção surge na sequência do entendimento de alguns dos aderentes de Viana do Castelo de que as moções que estavam em cima da mesa e que já tinham sido apresentadas, não respondiam a um problema que para nós era essencial”. Câmara de Viana avança com Orçamento Participativo O executivo de Viana do Castelo aprovou, em reunião de câmara, a criação do Orçamento Participativo (OP), “um instrumento e um importante símbolo para uma cultura de participação e envolvimento dos cidadãos na sociedade democrática, promovendo uma cidadania ativa e práticas de construção coletiva”. Esta iniciativa tem como objetivo promover uma progressiva participação dos cidadãos na discussão e elaboração do orçamento público municipal e pretende-se, deste modo, estreitar a ligação entre a autarquia e os munícipes e, com isso, reforçar os mecanismos de transparência e de credibilidade da administração, bem como, em consequência, aperfeiçoar a qualidade da própria democracia. Esta participação tem como objetivos incentivar o diálogo entre eleitos, técnicos municipais, cidadãos e a sociedade civil, de forma organizada, na procura das melhores soluções para problemas e desafios comuns tendo em conta os recursos disponíveis, promovendo uma democracia de proximidade; contribuir para a educação cívica, responsável e inclusiva permitindo aos ci- dadãos integrar as suas preocupações pessoais com o bem comum, compreender a complexidade dos problemas e desenvolver atitudes, competências e práticas de participação; adequar as políticas públicas municipais às necessidades e expectativas das pessoas, para melhorar a qualidade de vida na comunidade, favorecendo a modernização participativa da Administração; e aumentar a transparência da atividade da autarquia, o nível de responsabilização dos eleitos e da estrutura municipal, contribuindo para reforçar a qualidade da democracia e apoiar o desenvolvimento comunitário. O primeiro OP de Viana do Castelo será dedicado a projetos de intervenção na área urbana que abrange a freguesia de Viana do Castelo (Santa Maria Maior, Monserrate) e Meadela e as propostas apresentadas devem inserir-se nas Segundo Luís Louro esse problema prende-se essencialmente com a necessidade de “respostas imediatas para os problemas que assolam os portugueses. No nosso entendimento as moções apresentadas não tinham esse objetivo e adiavam ou tentavam prolongar o prazo dessa resposta para 2019. Entendemos que as respostas têm que ser imediatas, para 2015, e nessa perspetiva entendemos apresentar essa moção”, explica. A proposta é subscrita inicialmente por aderentes de Viana do Castelo mas pretendemos alargá-la a aderentes de Braga e Matosinhos. “A moção iniciou os seus trabalhos de elaboração muito próximo da data limite e por isso não foi possível, nesta primeira fase, alargar a discussão a outros aderentes do Bloco”. Até à convenção que terá lugar nos próximos dias 22 e 23 de Novembro, os bloquistas de Viana do Castelo vão alargar a discussão por forma a obterem mais apoios. áreas de competência do Município, no que diz respeito à Ação Social e Cultura, correspondendo a intervenções físicas/infraestruturais, pequenos equipamentos, serviços, programas e ações, sendo que se excluem os eventos que correspondam a espetáculos, festivais, concertos ou outros eventos de natureza semelhante. Atendendo ao seu carácter experimental, a Câmara Municipal de Viana do Castelo atribui ao Orçamento Participativo de 2014 um montante global de 250.000€ (duzentos e cinquenta mil euros) para financiamento dos projetos mais votados pelos cidadãos, com uma dotação máxima por projeto de 50.000€ (cinquenta mil euros). O Orçamento Participativo privilegia a participação dos seus munícipes, destinando-se a todos os residentes do concelho de Viana do Castelo com idade igual ou superior a 18 anos e terá as seguintes fases: Fase 1: Preparação do processo: 5 de outubro a 13 de novembro; Fase 2: Apresentação de propostas: 16 de novembro a 18 de dezembro; Fase 3: Análise técnica e publicação dos projetos provisórios: até 22 de março; Fase 4: Período de reclamações: até 30 de março; Fase 5: Resposta a reclamações e publicação dos projetos definitivos: até 9 de abril; Fase 6: Votação: de 12 de abril até 14 de maio e Fase 7: Seleção e apresentação dos projetos vencedores: até 31 de maio. |19 JORNAL ARCOS DE VALDEVEZ CAMINHA Coberturas de fibrocimento desaparecem nas EB1 e JI de Viana do Castelo A autarquia vianense lançou um concurso público da empreitada de substituição de coberturas de fibrocimento nas Escolas de Ensino Básico e jardins-de-infância do concelho, num valor aproximado de meio milhão de euros. Este investimento da autarquia abrange a Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Nova de Anha; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Carvoeiro; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Castelo de Neiva; Escola Básica do 1º Ciclo da Areia - Darque; Escola Básica do 1º Ciclo do Cabedelo – Darque; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Monserrate; Escola Básica do 1º Ciclo de S. Romão de Neiva; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância de Outeiro; Escola Básica do 1º Ciclo de Vila de Punhe; Escola Básica do 1º Ciclo/Jardim de Infância Vila de Franca; e Escola Básica do 1.º Ciclo e Jardim de Infância de Vila Fria. De sublinhar que, com este último investimento, ficam concluídas até Julho de 2015 todas as intervenções para retirar as coberturas em fibrocimento das escolas sobre a alçada da Câmara Municipal, num esforço financeiro que vai também de encontro às necessidades e anseios da comunidade educativa de Viana do Castelo. Câmara de Viana aprova reforço dos vales sociais A Câmara Municipal de Viana aprovou, na última reunião de executivo, o reforço da verba destinada aos vales sociais, uma iniciativa da autarquia que pretende proporcionar o consumo de produtos frescos como frutas, legumes, carne e peixe junto da população mais carenciada. A iniciativa, apresentada em Julho de 2012, passa pela atribuição de vales sociais de cinco euros para frutas e legumes e de dez euros para carne e peixe. Para além dos 18 mil euros já atribuídos desde a sua criação e face às inúmeras solicitações que chegam à Divisão de Ação Social, quer através das diversas instituições do concelho quer no âmbito do atendimento social, foi agora reforçada a verba no montante de dois mil euros. De sublinhar que esta medida social, criada pela urgência em adequar as respostas sociais imediatas às reais necessidades da população, tem como objetivo proporcionar o consumo de produtos frescos que normalmente estão indisponíveis nas instituições que atribuem géneros alimentares, que são entregues após avaliação da situação socioeconómica da família, efetuada pela Divisão de Ação Social da Câmara, ou que tenha sido encaminhada por outra entidade, acompanhada de informação social. Esta forma de dar resposta imediata para suprimir e minimizar as dificuldades das famílias insere-se na política de reforço de intervenção da autarquia na Ação Social, que possibilitou uma ação mais adequada e ajustada às necessidades apresentadas pelos munícipes. |20 DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 PAREDES DE COURA Ninho de vespa obriga a evacuação de uma escola em Viana A Câmara Municipal de Viana do Castelo, através dos serviços municipais de Proteção Civil, viu-se obrigada a evacuar na passada semana, a Escola EB 2.3 de Barroselas devido à presença de um ninho vespeiro. Esta situação, identificada em 2012 como uma praga no Alto Minho, tem sido alvo de alertas para a necessidade de intervenção concertada entre os diversos atores, com especial incidência para o combate à praga. Recentemente, uma deliberação da autarquia solicitava uma reunião para apurar medidas, o que chegou a acontecer em Ponte de Lima, onde foram dadas informações mas sem concretização de medidas. Até à data, tem sido inúmeros os casos de aparecimento da vespa asiática na região norte com elevados prejuízos para a agricultura e, em breve, para a polinização porque grande parte das abelhas foram exterminadas. A autarquia de Viana lamenta que, durante os últimos dois anos, o Ministério da Agricultura não tenha tomado as devidas precauções e as iniciativas esperadas, mobilizando esforços no combate à praga, apesar das inúmeras insistências de várias entidades. “Em Viana do Castelo, onde já foram exterminados mais de quinhentos ninhos vespeiros num esforço dos serviços de proteção civil e bombeiros municipais, há a lamentar que o Ministério da Agricultura continue a manifestar total incapacidade e um certo alheamento a esta situação grave que pode por em causa a saúde pública mas também a atividade apiária e agrícola da região norte”. Segundo a autarquia vianense o incidente da passada semana deveu-se exclusivamente “à incapacidade do Ministério da Agricultura de resolver um problema que foi sinalizado há quase dois anos e para o qual o Ministério da Agricultura andou a “assobiar para o ar””, acusa. Para a câmara de Viana do Castelo os principais responsáveis desta situação são o Ministério da Agricultura que, tendo tido conhecimento da praga há dois anos, foi totalmente “incapaz” de qualquer decisão efetiva para resolver o problema. Entretanto a autarquia já alertou o Ministério da Agricultura para serem tomadas medidas eficazes e urgentes para este grave problema que afeta a saúde públicas e a economia local. PONTE DA BARCA PONTE DE LIMA Alunos de cerveira vão ter mais apoios A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira decidiu alargar, de oito para 10, o número de bolsas de estudo atribuídas aos alunos mais carenciados do concelho inscritos no ensino superior. A alteração do novo regulamento já se encontra em discussão pública. Com a concessão deste incentivo, a autarquia pretende dar continuidade à formação superior dos mais jovens que possam contribuir, no futuro, com o seu trabalho e dedicação, para o desenvolvimento social, económico e cultural do concelho. As novas alterações ao regulamento visam, segundo a vereadora da ação social, fomentar uma maior justiça social e igualdade de oportunidades. Aurora Viães salienta que os problemas económicos, aos quais os cerveirenses não são alheios, levaram a autarquia a reforçar este apoio social escolar. Para além do aumento no nú- mero de bolsas a atribuir em 2014/2015, o novo regulamento dita que a abertura do concurso transite do mês de outubro para novembro, de forma a também apoiar os estudantes que entrem na segunda fase. Entre outras alterações, o candidato tem de residir há pelo menos 5 anos em Vila Nova de Cerveira, e não os 3 até aqui definidos; os beneficiários terão de prestar uma colaboração de 70 horas de trabalho comunitário. De modo a tornar o concurso mais equilibrado foram ainda alterados os critérios de pontuação das médias dos alunos que ingressam no ensino superior, e daqueles que já o frequentam. O Regulamento estabelece ainda os princípios gerais de atribuição das bolsas de estudo, o processo de candidatura, a seleção dos candidatos, os deveres e direitos dos bolseiros, bem como o valor e a forma de pagamento das bolsas concedidas. Simpósio Ibérico sobre a Bacia Hidrográfica do rio Minho de 7 a 8 de Novembro Vila Nova de Cerveira acolhe, entre 7 e 8 de novembro, a VII edição do Simpósio Ibérico sobre a Bacia Hidrográfica do rio Minho, um espaço de debate abrangente com a apresentação de diferentes perspetivas de vários especialistas portugueses e galegos. As inscrições são livres e estão a decorrer até 31 de outubro. A iniciativa tem como objetivo a divulgação de projetos em curso ou já concluídos, abordando diferentes temáticas e tendo a bacia hidrográfica do rio Minho como área de intervenção, para além de promover a discussão sobre a gestão dos recursos naturais e sensibilizar para a importância da preservação da biodiversidade associada ao rio Minho. Os temas propostos para reflexão neste VII Simpósio versam os Recursos Naturais (ecossistema estuarino e limnológico; qualidade da água e sedimentos; florestas, recursos físicos, bioló- gicos e geológicos); a Atividade Humana (Pescas e aquacultura; agricultura; Lazer e meio ambiente e poluição); a Gestão (ordenamento do território e conservação da natureza; cooperação luso-espanhola; ação das autarquias e comunidades locais; legislação e ambiente) e a Educação Ambiental. Numa organização do Aquamuseu do rio Minho e o Município de Vila Nova de Cerveira e colaboração do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental e a Escola Superior Gallaecia, este evento ibérico prima pela vertente dinâmica e interativa ao aceitar comunicações orais e posters que serão, posteriormente, publicadas em Actas do Simpósio. O prazo limite para inscrições é a 31 de outubro de 2014, no Aquamuseu do rio Minho, através do telefone 251 708 026 ou do email: [email protected]. JORNAL DISTRITO O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 MELGAÇO MONÇÃO VALENÇA Bienal de Cerveira promove Concurso Artistas do Alto Minho e Galiza 2014 A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, em colaboração com a Fundação Bienal de Cerveira, promove um concurso regional de pintura e escultura, contemporânea, naïf e autodidática, destinado aos artistas residentes no Alto Minho e nos concelhos limítrofes da Galiza. O concurso envolve a atribuição de dois prémios aquisição “Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira”, cujo valor é de 2.500€ (1.º Prémio) e 500€ (2.º Prémio). Segundo Henrique Silva, VicePresidente da Fundação Bienal de Cerveira, pretende-se com Município de Cerveira com resultados positivos nos primeiros seis meses a iniciativa “recuperar os conhecimentos tradicionais e artesanais do Alto Minho, fundindo-os com as novas propostas plásticas dos artistas contemporâneos”, dando a conhecer os artistas oriundos ou que criaram raízes nesta região e que têm contribuído para o desente face ao primeiro semestre do ano passado, fruto da redução das rubricas de Empréstimos bancários no valor de 474.183 volvimento cultural local. Podem concorrer artistas de nacionalidade portuguesa e estrangeira, desde que residentes nos municípios do Alto Minho e Galiza, na modalidade de pintura ou escultura, com o máximo de duas obras. As obras a concurso, juntamente com o Formulário de Inscrição e Currículo Artístico, deverão ser entregues entre 21 e 25 Outubro de 2014, no Fórum Cultural de Cerveira ou enviadas por correio, por conta dos concorrentes e até à data limite referida para: Fundação Bienal de Cerveira, Av. das Comunidades Portuguesas, S/N, 4920-275 Vila Nova de Cerveira). As obras premiadas ficarão a pertencer ao Museu Bienal de Cerveira. Os prémios serão entregues aos vencedores por ocasião do encerramento da exposição, a realizar no Fórum Cultural de Cerveira, entre 8 de Novembro e 6 de Dezembro de 2014. dos, o executivo realça “a política de gestão rigorosa e sustentável, com efeitos positivos e concretos, que permitem ao continuar o trabalho de desenvolvimento para o futuro”. VIANA DO CASTELO VILA NOVA DE CERVEIRA Câmara de Cerveira quer resolver definitivamente ocupação da pousada D. Dinis O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira solicitou à Direção Geral do Tesouro e das Finanças mais uma reunião para apresentar uma solução alternativa que possa resolver o impasse em que se encontra o processo de ocupação dos edifícios da antiga Pousada D. Dinis. Apesar dos vários encontros mantidos desde que tomou posse a 19 de outubro do ano passado, a autarquia cerveirense sublinha que não tem obtido respostas satisfatórias da entidade responsável. Deste modo, o edil continua a insistir numa resolução definitiva, com benefícios para ambas as partes, de uma situação que já sofreu con- testação do anterior executivo. Fernando Nogueira assegura “não atirar a toalha ao chão”, e espera conseguir uma reunião produtiva com os técnicos da Direção-Geral de Tesouro e Finanças, numa altura em que vai apresentar um ‘plano B’, com o objetivo de dar vida aos edifícios do Castelo e travar o já visível estado de degradação. Desde o encerramento da Pousada D. Dinis, em Maio de 2008, pelo Grupo Pestana, aquele espaço da época medieval, localizado em pleno coração da vila, não tem registado tanta procura por parte de turistas, uma situação que está a preocupar a autarquia e a população. Câmara mantém em Rojões à Moda do Minho 2015 taxas de IMI nos valores nos restaurantes mínimos Apesar de no primeiro semestre de 2014, o município de Vila Nova de Cerveira ter arrecadado menos receita do que relativamente ao período homólogo, o Rácio de Autonomia Financeira passou de 49,42% para 52,5% num espaço de um ano, fruto de uma política de gestão “rigorosa”. A informação da situação económica e financeira cerveiren- se foi aprovada por unanimidade em reunião do executivo. A menor receita explica-se pela redução das «Transferências de Capital» face ao mesmo período de 2013, designadamente as «participações comunitárias em projetos cofinanciados» que em 2014 foi arrecadando menos 956.907 euros. Como fator positivo, o passivo global reduziu significativamen- euros e de fornecedores (conta corrente e imobilizado) no valor global de 312.162 euros. O ativo líquido do município de Vila Nova de Cerveira registou ainda uma variação positiva de 1,41% essencialmente devido ao aumento da imobilização em curso de imobilizações corpóreas e das disponibilidades. Perante os presentes resulta- É graças a “uma gestão rigorosa” e a um “esforço de poupança” que a autarquia de Vila Nova de Cerveira vai manter em 2015 as taxas de IMI nos valores mínimos já praticados este ano. A equipa camarária liderada pelo independente Fernando Nogueira, com a aprovação unânime da Assembleia Municipal, vai manter nos 0,3 por cento o valor do Imposto Municipal Sobre Imóveis para os prédios urbanos avaliados e nos 0,8 por cento para os imóveis não avaliados. Ao Jornal C o presidente da Câmara justifica a decisão com a “necessidade de aliviar as famílias portuguesas, actualmente sob uma forte carga fiscal”. de Cerveira Integrando o calendário gastronómico para o ano de 2014, a Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, em parceria com 11 restaurantes do concelho, promove, durante todos os fins-desemana do mês de outubro, os rojões à moda do Minho. O ‘Sabores Tradicionais de Cerveira’ é um evento que visa não só promover a gastronomia típica do concelho, como também contribuir para uma maior dinâmica dos estabelecimentos de restauração aderentes. Numa tentativa de captação de clientes no início da dita época baixa, a promoção da gastronomia tradicional elege um prato tipicamente minhoto e muito consensual: os Rojões à Moda do Minho, que congrega a carne e os enchidos do porco, tão apreciados por todos quantos visitam o Alto Minho. Sendo a gastronomia cerveirense marcada por uma grande diversidade e tipicidade, o Executivo Municipal optou, este ano, por promover vários pratos típicos do concelho, convidando a população residente e visitante a desfrutar de iguarias mais doces ou salgadas, dando a conhecer pratos por vezes simples, mas com um enorme peso tradicional, evitando que algumas destas receitas caiam em desuso. |21 JORNAL DESPORTO O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Autarquia de Viana aprova apoios à atividade desportiva MONÇÃO: RELVADO SINTÉTICO NO CAMPO DO AREAL O Executivo Municipal de Monção aprovou, por unanimidade, o relatório final e proposta de adjudicação da empreitada do relvado sintético do Campo do Areal, casa do U.D. “Os Raianos”, pelo valor de 179.676,33 € acrescido do IVA à taxa legal em vigor. Os trabalhos, que englobam ainda a manutenção do relvado sintético durante três anos, terão uma duração de 150 dias a contar do ato de consignação. Além de proporcionar melhores condições para a prática desportiva, a presente valorização constituirá um incentivo muito forte no capítulo da formação de jovens atletas. Para a viabilização desta empreitada, houve a necessidade da celebração de um con- trato de comodato entre a U.D. “Os Raianos” e o Município de Monção. O documento, rubricado entre as duas partes, foi aprovado na reunião do executivo municipal. Naquele documento, com a duração de 25 anos, a U.D. “Os Raianos” cede ao município, a título gratuito, o direito de uso e fruição do Campo do Areal, concedendo-lhe autorização para realizar as benfeitorias necessárias no âmbito desta parceria, isto é, a execução de arrelvamento sintético no recinto de jogos. Neste momento, o concelho de Monção conta com um relvado natural, Estádio Manuel Lima, casa do Desportivo de Monção, e dois relvados sintéticos. Um no Parque Desportivo Municipal, no Parque das Caldas, e outro no Parque Desportivo do Vale do Gadanha, em Moreira. Com a execução do Campo do Areal, em Messegães, garante-se cobertura às freguesias do Vale do Mouro, e fecha-se o ciclo deste género de equipamentos. Refira-se que esta deliberação dá cumprimento ao programa eleitoral dos três partidos com representação no executivo municipal. PS, no poder, e PSD e CDS/PP, na oposição. Seniores com Vida Ativa em Valença Ginástica, Danças e Jogos Tradicionais Ginástica de manutenção, boccia e danças de salão prometem animar os seniores valencianos, com 60 anos ou mais, através do programa “Vida Ativa”. As atividades arrancaram em 1 de Outubro e decorrerão ao longo dos próximos dez meses. Duas vezes por semana os seniores valencianos terão a oportunidade de participar em sessões de ginástica de manutenção e danças de salão. Atividades enriquecidas, nesta temporada de 2014 / 2015 com a realização de uma caminhada e sessões de jogos tradicionais inter-freguesias, uma vez por mês. Os interessados em participar e que ainda não tenham realizado a sua inscrição podem-no fazer na Piscina Municipal de Valença ou nas juntas de freguesia do concelho. O programa “Vida Ativa” tem como objetivo criar um espaço divertido, promotor de interações sociais e ao mesmo tempo, promover a saúde dos seus participantes. Na prática são atividades recreativas pensadas para ocupar os tempos livres, de uma forma divertida e saudável, com muito convívio à mistura. Atividades pensadas para melhorar a autonomia, resistência a flexibilidade, a força, o equilíbrio e a coordenação motora, criando e reforçando hábitos de vida saudáveis e daí retirar todos os benefícios para a saúde das pessoas. A pratica de hábitos e vida saudável e o exercício regular aumenta a esperança de vida, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2014, o P.N.U.D. - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, objetivo a que o Vida Ativa pretende dar o seu contributo. O programa Vida Ativa é já uma marca para os seniores valencianos que, ano após ano, envolve um número crescente de seniores, números que certamente serão superados, este ano, com a oferta de um calendário rico e diversificado de atividades. Para o Presidente da Câmara, Jorge Mendes, “o programa “Vida Ativa” tem o objetivo fundamental de ajudar a melhorar a qualidade de vida dos seniores em Valença com atividade física orientada, regulada e vocacionada para a promoção da saúde, do bem-estar”. A Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, na última reunião de executivo, duas propostas de apoio à atividade desportiva e à beneficiação de instalações desportivas. No âmbito da Medida 4 – Apoio à Atividade Desportiva, a autarquia aprovou um apoio para a Associação Juventude de Viana que, na atual época desportiva, alcançou o direito de participar na Liga dos Campões Europeus de Hóquei em Patins. Esta participação obriga a deslocações da equipa a Itália, Alemanha e Espanha, pelo que foi aprovado um apoio de 20 mil euros para ajudar nas despesas com a inscrição, deslocação e estadia da equipa. Já na Medida 2 – Apoio à Beneficiação de Instalações Desportivas, foi atribuído uma verba de 5400 euros ao Futebol Clube de Vila Franca para obras de beneficiação dos balneários, bancadas e vedação de muros, sendo que este clube disputa a Divisão Principal da Associação de Futebol de Viana do Castelo e tem promovido a modalidade de futebol junto das camadas jovens e participado em vários escalões de competição regional. PUB. OCULISTA IDEAL DE CAMINHA José Augusto Fernandes Oliveira ( òptico desde 1967) |22 metalocaminha Sócio Gerente Sergio Meira - Telf. 919 983 235 Distriâncora-Supermercados, lda tel 258959140-fax 258912955 TÉCNICA . PERFEIÇÃO . 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De forma diferente, alunos e pais foram recebidos com música, alargando o espetro da ação educativa que se faz na multiplicidade das aprendizagens e na articulação institucional. Nas palavras da diretora, professora Maria Esteves, o envolvimento dos alunos no acolhimento dos seus pares expressa a identidade da escola, fazendo desta um elemento de integração. Mas a escola, enquanto anfitriã, comprometida com a sociedade local e exemplo de cooperação, não se resumiu a um exercício isolado, tendo antes feito deste início das atividades letivas a oportuna partilha de vivências, bem visível, quer nas reuniões com os encarregados de educação, quer na palestra do atleta Carlos Sá. Nesta última iniciativa foi marcante perceber como a vida não se define num momento, algo a que os alunos em geral se habituam a entender. De Carlos Sá recolheram a mensagem de perseverança, de estabelecimento de metas, de balanço e redefinição de objetivos, e acima de tudo, como expoente máximo, ficou o registo de que a vontade humana supera muitas adversidades e que o valor do conhecimento é insuperável. Também na busca de saberes enriquecedores, os alunos do oitavo ano tiveram já a possibilidade de visitar o festival dos jardins, em Ponte de Lima. Enquadrada nos programas curriculares, esta visita procurou estimular as aprendizagens pelo confronto com a realidade. Cores, formas, padrões, natureza, sensações, emoções, interpretação de diferentes realidades são a expressão da tónica vivida durante este dia de exploração e de partilha. O Agrupamento Sidónio Pais, comprometido com a comunidade e determinado na sua vocação, dará continuidade ao seu projeto educativo, fazendo da sua experiência o motor da ação educativa. GC | ASP um sonho tornado realidade Deus quer o homem sonha a obra nasce… A frase de Fernando Pessoa é conhecida e assenta que nem uma luva à história que a seguir lhe relatamos. A protagonista é uma jovem de 19 anos natural de Viana do Castelo. Portadora de paralisia cerebral, provocada durante um parto que lhe deixou grandes sequelas a nível motor e da fala, a Márcia tinha dois sonhos: ingressar no ensino superior e escrever um livro. Aos 19 anos a Márcia conseguiu ver realizados os seus sonhos ao ingressar no ensino superior no curso em Gestão Artística e Cultural do Instituto Politécnico de Viana do Caste- lo, e ao lançar o seu livro “Márcia Passos, entre mim & eu”. A apresentação do livro teve lugar na passada semana em Viana do Castelo numa cerimónia que decorreu no “Eventos Caffe”, acompanhada de um espetáculo coordenado por Álvaro Maio e que contou com a leitura de alguns dos seus poemas por vários declamadores e a participação da Tuna de Veteranos de Viana. “Desde muito cedo, a forma mais clara que ela tinha de comunicar, de maneira a que fosse entendida, era através do que escrevia; talvez daí o seu profundo gosto pela escrita, o seu maior escape, nos bons e maus momentos”, descreve a mãe, Cristina Passos, visivelmente emocionada com todo o per- curso de vida e de luta que tem acompanhado sempre ao lado da Márcia. Conceição Lima assina o prefácio da obra e descreve a jovem escritora “(…) A Márcia é um ramalhete colorido de emoções. Presa dentro de si própria, aproveitou a nesga de luz que lhe chegava e soube sentir, a mão da Poesia, o encantamento das palavras”. Em Julho de 20014, concluiu com êxito o 12º ano de escolaridade, no ensino regular da Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo. Em setembro, candidatou-se ao curso de Gestão Artística e Cultural do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC). Chegada a esta etapa da sua vida, o concretizar deste sonho, o de lançar seu livro, a sua história, o seu percurso de vida, a Márcia tece um agradecimento especial: “estou grata desde já, a todos, nomeadamente, ao pai, à minha mãe, à minha família, às inhas raízes mais profundas”. “Depois estou grata porque pertenço ao Grupo Viana Poesia”, acrescenta. “Estou igualmente grata a todas as instituições que me acolheram, nomeadamente escolas, centro de equitação, centros de paralisias cerebrais, hospital de Viana, à ACEP (tempos livres), aos escuteiros da Meadela, ao reo e por fim e igualmente importante, à prefaciadora e à Universidade. Márcia considera que “todos somos especiais…a vossa missão era esta… ajudarem-me a erguer, a renascer, a gritar, a ser companheira”, e revela uma descoberta proporcionada elo seu trajeto de vida. “Aprendi que o uso da palavra “anjos da guarda” não é somente dedicado aos que partem, mas sim aos que ficam, aos que sofrem, aos que choram, aos que se emocionam, aos que me querem bem, aos que me amam pela pessoas que sou”. PUB. R UI RAMALHOSA Economia - Gestão Contabilidade Fiscalidade Técnico Oficial de Contas Avª Manuel Xavier, 88 - C.C.Estação Lj BC 4910-105 Caminha Tlm 968 022 369 Email.: [email protected] CMTS Clínica de Fisioterapia COM NOVAS ISTALAÇÕES EM CAMINHA Acordos com: Serviço Nacional de Saúde - Sams - CGD - IASFA - ADM - Multicare CENTRO COMERCIAL DA ESTAÇÃO - AV. MANUEL XAVIER, Nº 16 Telf. 918571617 - 968432863 HORÁRIO: 08H-19H (segunda a sexta ) |23 JORNAL saúde O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Chá diminui pressão arterial e risco de doenças cardiovasculares Dois recentes estudos (meta-análises) comprovam que o chá verde e chá preto detêm propriedades capazes de melhorar a pressão arterial bem como reduzir os níveis de colesterol total e LDL (conhecido como “mau colesterol”). Na data em que se assinala o Dia Mundial do Coração, e sendo Portugal um país que tem dado um contributo positivo para o aumento do consumo de chá”, o destaque incide sobre o papel que as propriedades desta bebida podem assumir no combate a algumas das principais causas de morte em todo o mundo. Neste contexto, os autores das duas recentes publicações conduziram duas meta-análises de evidências disponíveis no que diz respeito aos efeitos do chá verde e preto nos níveis de pressão arterial. Como resultados secundários, foram também observadas alterações nos níveis de colesterol total, lipoproteínas de alta e baixa densidade (HDL e LDL), triglicéridos (TG), níveis de glicémia e índice de massa corporal (IMC). Na meta-análise referente aos efeitos do chá verde, foram realizados treze estudos aleatórios, correspondendo a 1040 participantes. Neste contexto, concluiu-se que o consumo de chá verde diminui a pressão arterial sistólica (máxima) e diastólica (mínima) em aproximadamente 2 mmHg. Em simultâneo, concluiu-se que a diminuição da pressão arterial foi superior em individuos cujos valores de pressão arterial sistólica foram iguais ou superiores a 130 mmHg (já apresentavam pressão arterial ligeiramente elevada). Em simultâneo, as conclusões da meta-análise desenvolvida a partir de onze estudos de intervenção, incluindo 378 individuos, evidenciaram que, no geral, uma dose média de 4 a 5 chávenas de chá preto por dia, resulta numa redução estatisticamente significativa de 1.8mmHg na pressão arterial sistólica e 1.3 mmHg na diastólica. O efeito do chá preto foi também, observado em Resultados de estudos epidemiológicos evidenciam uma associa- |24 ção entre o consumo de chá preto e de chá verde e o risco reduzido de desenvolver doenças cardiovasculares, concretamente enfartes. A hipertensão é um dos principais riscos no desenvolvimento destas doenças, tendo sido considerada a hipótese do efeito de redução da pressão arterial, causada pelos flavonoides encontrados no chá, poder representar um dos mecanismos responsáveis por esta associação. Os autores concluíram que, não obstante a baixa redução na pressão arterial verificada nestas meta-análises, a mais pequena redução assume uma relevância considerável a nível populacional, podendo contribuir para reduções substanciais do risco de doenças cardiovasculares, ainda mais pelo facto do chá ser a bebida com maior consumo global a seguir à agua, podendo, por essa razão, aportar alterações consideráveis para a saúde pública. Conhecido há mais de 5.000 anos, o chá desde sempre despertou curiosidade, assumindo hoje um papel importante na alimentação. A bebida mais consumida a nível mundial, logo a seguir à água, o chá é 100% natural, isento de calorias, excelente fonte de fluor, sendo hoje em dia, fortemente associado a estilos de vida saudáveis. “O chá é uma excelente fonte de substâncias com propriedades antioxidantes, com uma presença destacada de flavonoides na sua composição”, defende Helena Cid, nutricionista envolvida em diversos estudos em torno dos benefícios do chá para a saúde. “A temática dos flavonoides está cada vez mais na ordem do dia e hoje sabemos que os compostos presentes no chá têm uma elevada biodisponibilidade. Estes efeitos cativaram a comunidade científica e tem surgido em todo o mundo vários estudos epidemiológicos que evidenciam a relação positiva entre o consumo de chá e uma menor prevalência de algumas doenças degenerativas, como as cardiovasculares e alguns tipos de cancro”, conclui. Profissionais de saúde criam portal informativo para doentes oncológicos Profissionais de saúde, juristas e assistentes sociais vão lançar, no sábado, o “Onco+”, um portal informativo sobre o cancro que pretende ajudar os doentes a esclarecer dúvidas e contribuir para um maior conhecimento sobre a doença. A ideia de criar o “Onco+” surgiu da necessidade de haver “um portal de informação sobre o cancro em português, com informação credível, cientificamente correta” e divulgada de “uma forma simples” para que possa ser compreendida e utilizada pelas pessoas no dia-a-dia, disse à agência Lusa Sérgio Barroso, oncologista e um dos fundadores da plataforma eletrónica. “O que sentimos é que existe muita informação disponível na internet, mas acaba por ser, muitas vezes, de difícil compreensão para a maioria das pessoas”, adiantou o médico do Hospital de Évora. Sérgio Barroso explicou que o portal pretende disponibilizar informação “compreensível para a maioria das pessoas para lhes dar os meios e as ferramentas para que possam procurar os recursos disponíveis na sociedade, na comunidade e no país e usarem-nos da forma mais adequada e mais atempada”. “No cancro o tempo é um fator muito importante”, observou o especialista. Os doentes e os familiares podem colocar as suas dúvidas à equipa que criou e gere o portal, formada por médicos oncologistas, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e sociólogos. Mas, explicou o oncologista, o portal (disponível em www. oncomais.pt) apenas irá responder a perguntas gerais sobre a doença e nunca a casos concretos. “O portal não irá, de maneira nenhuma, substituir-se àquilo que são os serviços de saúde”, frisou Sérgio Barroso, reiterando que a intenção é “tentar que a sociedade fique mais capacitada para lutar de uma forma mais eficaz contra o cancro”. Perante o aumento da incidência do cancro, o especialista considerou “muito útil” este tipo de ferramenta para que as pessoas possam ter “um papel ativo na prevenção, no diagnóstico precoce e no acompanhamento dos tratamentos”. Excesso de antibióticos antes dos dois anos traz risco acrescido de obesidade Administrar antibióticos às crianças com menos de dois anos aumenta o risco de obesidade infantil, mais agravado nos casos em que recebem doses maiores, segundo um estudo publicado segunda-feira.??“Na medida em que a obesidade resulta de múltiplas causas, reduzir a prevalência depende da identificação e controlo de todos os fatores de risco”, explicou Charles Bailey, do hospital pediátrico de Fiadélfia (Pensilvânia), principal autor da investigação publicada no Journal of the Medical American Association (JAMA).??Os investigadores estudaram os dossiês médicos de mais de 64 mil crianças, desde a nascença até aos cinco anos, entre 2001 e 2013, e descobriram que 69% das crianças tinham tomado antibióticos duas ou três vezes antes dos dois anos.??Quatro vezes como teto máximo??A taxa de prevalência de obesidade nas crianças era de 10% aos dois anos, 14% aos três anos e 15% aos quatro anos, enquanto o excesso de peso era de 23% aos dois anos, 30% aos três anos e 33% aos quatro anos.??Os cientistas determinaram que as crianças tratadas com antibióticos quatro ou mais vezes antes dos dois anos corriam um risco ainda maior de obesidade. Adoçantes artificiais perturbam níveis de açúcar no sangue e promovem aumento de peso Os adoçantes artificiais atrapalham a capacidade do corpo humano em regular os níveis de glicose no sangue, causando alterações metabólicas que são percursoras da diabetes e da obesidade. É esta a principal conclusão de uma equipa de investigadores de Israel, cujo estudo foi publicado na quarta-feira na revista Nature. Milhões de pessoas deixaram de pôr açúcar no café e passaram a consumir, por razões de saúde, aspartame, sacarina ou outros adoçantes artificiais com o intuito, precisamente, de reduzir os níveis de glicose. Também a indústria alimentar utiliza-os para reduzir as calorias dos produtos. Porém, foi agora provado que o consumo de adoçantes provoca, tanto em ratinhos como em seres humanos, desequilíbrios da flora intestinal – os milhões de milhões de bactérias que vivem no nosso intestino e nos ajudam a digerir os alimentos. Tais desequilíbrios podem fazer aumentar perigosamente os níveis de açúcar no sangue – ou seja, precisamente o que se pretendia evitar ao substituir o açúcar natural por adoçantes. Em conferência de imprensa os autores salientam que “a utilização em massa destes aditivos alimentares deve ser reavaliada” e que “os adoçantes poderão ter contribuído diretamente para exacerbar precisamente a epidemia [de obesidade] que se destinavam a combater”. Adoçantes fazem o contrário do que é suposto No fundo, os adoçantes fazem precisamente o contrário daquilo que pensamos, explica Eran Elinav, imunologista do Instituto de Ciência Weizmann, em Israel. Os cientistas realizaram uma série de experiências, principalmente em ratos, para mostrar que os adoçantes alteram o microbioma, ou seja, a po- pulação de bactérias presentes no sistema digestivo. A ingestão de adoçantes artificais introduz modificações nesse microbioma, alterando o metabolismo da glicose, fazendo com que os níveis variem mais lentamente do que o suposto. Experiência Na primeira série de testes em laboratórios, os cientistas adicionaram a sacarina, sucralose ou aspartame em água potável. Alguns ratinhos beberam água pura, outros ingeriram água suplementada com glicose ou com açúcar de mesa comum. Depois de uma semana, houve pouca alteração nos ratos que bebiam água ou água com açúcar, mas o grupo que recebeu adoçantes artificiais desenvolveu intolerância à glicose. A intolerância à glicose, em que o corpo é menos capaz de lidar com grandes quantidades de açúcar, pode levar a doenças mais graves, como a síndrome metabólica e diabetes tipo 2. Quando os investigadores trataram os ratinhos com antibióticos, matando grande parte das “bactérias más” no sistema digestivo, a intolerância à glicose desapareceu. No momento, os cientistas não foram capazes de explicar como os adoçantes afetam as bactérias ou de que forma as três moléculas diferentes de sacarina, aspartame e sucralose provocaram alterações semelhantes no metabolismo da glicose. Entretanto, os cientistas realizaram um estudo complementar para controlar os efeitos dos adoçantes nas bactérias intestinais e na saúde de humanos. Participaram 381 pessoas não diabéticas. Os pesquisadores descobriram uma correlação no uso de qualquer tipo de adoçante artificial e em sinais de intolerância à glicose. Além disso, as bactérias do intestino de quem utilizava adoçantes artificiais eram diferentes daqueles que não o fizeram. Por fim, os cientistas recrutaram sete voluntários que normalmente não usam adoçantes artificiais e durante seis dias deram-lhes a quantidade máxima de sacarina recomendada pela autoridade do medicamento nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration. Em quatro dos sete voluntários, os níveis de açúcar no sangue foram interrompidos da mesma forma que nos ratinhos. JORNAL HISTÓRIA O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Continuação Uma curiosidade revelada pelo mesmo documento: Viana ainda não aparece como uma unidade territorial nem mesmo como paróquia. A seu respeito são citadas três vilas: Figueiredo, Foz e Castro. As duas paróquias de Vila Mou e Torre nasceram por obra dos respetivos mosteiros. O culto, em ambas, desenvolveu-se nas igrejas conventuais. A segunda paróquia ter-se-á criado pouco tempo depois da fundação do respetivo Mosteiro, por desmembração da primeira, adoptando o sei orago. Estamos, pois, diante de dois casos em que se nota a influência dos mosteiros na fixação do quadro paroquial. De uma maneira geral podemos afirmar que nesta altura, séc. IX, a antiga paróquia suévica de Ovinia já deveria ter-se desintegrado, dando origem a outras paróquias agora chamadas “paróquias da Reconquista”. No entanto, o processo de desmembração ainda não tinha chegado ao seu termo como parece adivinhar-se da leitura do citado documento, pois nele quase não se fala em paróquias mas somente em vilas. É certo que as vilas não constituíam unidades dentro da organização eclesiástica. Nesta, o que contavam, eram as dioceses e as paróquias, que podiam ser constituídas por uma ou mais vilas. Apesar de tudo, uma pergunta subsiste: por que razão, entre 37 doações feitas ao Mosteiro de Vila Mou, só aparecem duas igrejas? Por este e outros exemplos nota-se, nesta altura um interesse grande dos nobres em construir mosteiros. O caso mais célebre é do Mosteiro de Guimarães mandado erguer pela Mumadona Dias em 950. Qual explicação para este facto? Duas expressões contidas no documento de Torre, “motus misericordiae” e “voluntas fuit”, leva-nos a pensar que a razão primeira foi de ordem espiritual. Contudo, outras de caráter secundário deverão estar por detrás, tais como: a assistência espiritual aos subalternos e servos; a necessidade de organização defensiva das suas terras, perante o inimigo que estava tão perto e se mostrava deveras agressivo; o incremento do povoamento e o desenvolvimento da agricultura. Uma terceira instituição eclesiástica aparece claramente na história das duas fundações: o padroado das igrejas. Duas ideias estão claramente expressas neste documento. A primeira diz respeito à origem do padroado nas chamadas “igrejas próprias”. A outra tem como objeto antiguidade deste direito. Paio Vermudes e seus descendentes fundaram e dotaram o Mosteiro de Vila Mou, e, por isso, conservaram de geração em geração o direito de padroado sobre o Mosteiro. Tanto assim foi que, quando o referido Mosteiro caiu em ruinas, logo Frei Ordonho, descendente de Paio Verudes, fundador do mesmo, tomou consciência da sua obrigação de co-padroeiro, promovendo a a fundação do mosteiro Visigótico de santa maria de Vila mou e a reorganiZação da terra da Vinha (séc. ix) Por: manuel antónio fernandes moreira PUB. sua reconstrução e restituição dos bens que andavam sonegados. Concluindo, o exemplo do Mosteiro de Santa Maria de Vila Mou pode ser considerado como um dos casos mais antigos de padro- ado que se conhece no noro- ram preservados e a fé dos criseste português. tãos permaneceu inalterável. Ultrapassada a fase inicial que c) O Mosteiro de Santa Ma- foi de desânimo e prostração ria de Vila Mou e a reorga- psicológica, o movimento de nização da diocese tudense reconquista não se fez espeapós as invasões árabes. rar. Do pequeno reino das Astúrias saiu a chama da cruzaÉ de mais sabido que a che- da que se irá atear por toda a gada à Península dos Mouros península e durante cerca de teve consequências graves não sete séculos jamais deixará de só na organização eclesiástica nortear toda a atividade polítimas também, de uma maneira ca, social e religiosa das gengeral, em toda a atividade da tes ibéricas. igreja. A maioria das pessoas Para uma eficaz reconquista que ocupavam os quadros maio- política, os primeiros conquisres da estrutura administrativa, tadores puseram como condisocial e missionária da igreja, ção a reconstrução da igreja. por razões políticas e de segu- Assim verifica-se logo a parrança, tiveram que fugir diante tir do séc. VIII a multiplicação do infiel. Chegou a haver már- do número de paróquias, a cotires. As instituições sofreram bertura do espaço diocesano uma abalo de tal modo profun- com mosteiros, que funcionado que levou séculos a serem vam como escolas de promoção reconstruídas. Contuso, apesar da fé e apoio social. Os presodas frequentes tentativas de is- res cristãos ao fomentarem o lamização e de viverem em cir- povoamento e a economia das cunstâncias pouco favoráveis, terras recém conquistadas não os cristãos-moçárabes da Pe- esqueceram a assistência relinínsula conservaram a sua fé, giosa às populações. Assiste-se o clero menor manteve-se nos ao incremento da construção seus postos e a sua ação em de igrejas e capelas, à vinda prole da reconquista foi eficaz. do clero do norte para as zoEm relação ao noroeste pe- nas deficientes, à deslocação ninsular, colocado na periferia de povos que trazem as suas do império muçulmano, longe devoções e padroeiros. da Andaluzia, onde se concen- Os séculos VIII-X foram de travam as forças civilizado- grande vitalidade para a igreja ras árabes, podemos afirmar noroestina. A chegada do Norque de uma maneira geral os mandos e as invasões de Almanefeitos da invasão e ocupação çor vão quebrar um pouco o ritnão foram tão profundos como mo inicial. Constudo, a partir de no centro e sul da península. meados do séc. XI, com a inÉ certo que as igrejas foram trodução da ordem de Cluny e espoliadas, os bispos obriga- a regra de S. Bento na Penínsudos a abandonar as suas cáte- la, o movimento renovador vai dras, os mosteiros mais notáveis retomar o seu antigo esplendor. do período suévico e visigó- A fundação do Mosteiro de tico desapareceram, o bispo- Santa Maria de Vila Mou inseabade de Dume emigrou para re-se na primeira daquelas faMondonhedo, onde continuou ses. Paio Vermudes ao presua exercer a sua autoridade den- rar a Terra da Vinha, desde o tro da confederação monástica rio Pôdre à foz do Minho, que galega. Apesar de tudo, o san- correspondia ao antigo territótoral manteve-se, as tradições rio da paróquia suévica de Vilendárias acerca da origem das nea, tratou logo de erguer uma igrejas também, a construção torre e ao lado um mosteiro, dos templos conservou o seu como elementos tranquilizacunho próprio, os edifícios fo- dores e civilizacionais para as populações. Somente uma política de apoio estratégico e social poderia levar à fixação de colonos e à promoção da economia da região. Em relação à reorganização da diocese de Tui, que também sofreu o embate das invasões deste período, tendo os seus bispos fugido para Iria, a construção do Mosteiro de Vila Mou representa um marco indelével para a sua história. Trata-se da ocupação do canto sul do território diocesano, aquele que ficava mais próximos da moirama. É certo que os bispos de Tui só um pouco mais tarde, cerca de 915, voltam a residir nesta cidade. Contudo, com a criação do Mosteiro de Vila Mou, foi posta uma condição essencial na reorganização da diocese e para o regresso do seu pastor. A fronteira antiga do Lima, que vinha do tempo dos suevos, ficou finalmente guarnecida e restabelecida. Em relação à restauração da Terra da Vinha, que Paio Vermudes reconquistou, o Mosteiro de Santa Maria de Vila Mou transformando-se no principal centro dinamizador e aglutinador das atividades administrativas e religiosas. A sua infância estendia-se a todo o território, sendo escolhida para sede da Terra de S. Martinho, onde os impostos eram recolhidos e possuindo dotações emq uase todas as atuais freguesias, de Caminha a Vilar de Mouros até ao Seixo (antiga designação da freguesia de Lanheses). As três vilas que ocupavam a maior parte do atual território de Viana e integravam a paróquia de Viana, isto e, Figueiredo, Castro e Foz, pertenciam-lhe. Na Meadela: as vilas de Ameal (donde deriva o topónimo Meadela) e Amonde. Em Perre: a igreja de São Miguel e São Gil. Em Carreço: Montedor e Carreço. Em Afife: Afife e Meã ouGateira. continua PUB. [email protected] T/F: 258 722 523 Tlm: 936 002 538 Estrada das Faias, Nº 41/43 Coura de Seixas 4910-339 CAMINHA Casa de petiscos | Gelataria | Creparia Praça Conselheiro Silva Torres . 4910 Caminha [email protected] |25 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 INFO PUBLICIDADE HOSPITAIS | CENTROS DE SAÚDE ENFERMAGEM Centro Hospitalar do Alto Minho Viana do Castelo | T. 258802100 Centro de Saúde de caminha Rua Eng.º Agostinho Perreira de Castro | T. 258719300 Centro de Saúde de Vila Praia de Âncora Av. Pontault Combault | T. 258 911318 Quintinha em Venade BOMBEIROS Caminha Rua das Flores | T. 258719500(1) Vila Praia De Âncora Rua 5 de Outubro | T. 258 911125 GNR Caminha R. da Trincheira | T. 258719030 Vila Praia de Âncora Rua Miguel Bombarda | T. 258959260 CAPITANIA DO PORTO DE CAMINHA T. geral: 258719070 T. piquete da PM: 258719079 Vende-se Quintinha com 2000 m2 com casa, 4 quartos, 5 casas de banho e bar. Garagem para dois carros e vários arrumos. 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Coelho Rocha T. 258921413 FEIRAS E MERCADOS Caminha Largo Pontault Combault semanal 4ª feira Vila Praia de Âncora Largo do Mercado semanal 5ª feira TAXIS Caminha Largo do Terreiro | T. 258921401 Vila Praia de Âncora Praça da República | T. 258911295 Venade TM. 965643481 JORNAL O CAMINHENSE, sexta-feira, 17 de outubro de 2014 Nome Morada Andar Nº / Lote Letra C. Postal Localidade Cupão Assinatura Rua da Corredoura nº117 4910-133 Caminha, Portugal Tel. 258 921 754 - Fax. 258 721 054 [email protected] País Telf. / Telm. Indica. Tel. Portugal - 30€ Pagamento: Resto do Mundo 65€ Email Europa 55€ Cheque N.º Cheque à ordem de Jornal “O Caminhense” 0018 0003 13172853020 13 Transf. Bancária - NIB: ................................................................... PT50 0018 0003 13172853020 13 Numerário IBAN: ................................................................ 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Centro Oculista 20% de desconto em cartão 65+ e brinde Lugar do Corgo, Lote 3-A r/c - Vilarelho 4910 - 603 Caminha - Tel: 258 721457 / 441-Fax 258 721 445 Telemóvel: 968581398 - [email protected] Rua da Corredoura, 121 Tlf. 258 921 558- 4910 Caminha CASA FUNDADA EM 1976 Praça da República, 26 Tlf. 258 951 240 - 4910 V.P Âncora Cursos de línguas: diurnos e nocturnos, em grupos e individuais, para adultos e estudantes, em: Inglês, Francês, Alemão, Espanhol, Italiano, Russo, Português (para estrangeiros) TRADUÇÕES: de toda a espécie, por tradutores ajuramentados! Informe-se: INStItUtO DE LíNGUAS EIRAS, LDA Rua de Santo António, 120-2º 4900-492 Viana do Castelo Tel. 258 826636 - Fax: 258 823093 e-mail:[email protected] www.linguaseiras.pt |27