2010 ULLE, Andréa Cabral

Transcrição

2010 ULLE, Andréa Cabral
ANDRÉA CABRAL ULLE
CARACTERIZAÇÃO DOS ATENDIMENTOS POR CAUSAS EXTERNAS NO
PRONTO SOCORRO DE CORUMBÁ
CAMPO GRANDE
2010
ANDRÉA CABRAL ULLE
CARACTERIZAÇÃO DOS ATENDIMENTOS POR CAUSAS EXTERNAS NO
PRONTO SOCORRO DE CORUMBÁ
Monografia
requisito
apresentada
como
pré-
para conclusão de curso e
obtenção do grau de especialista em
Saúde
Pública
da
Escola
de
Saúde
Pública Dr. "Jorge David Nasser" em
parceria com a Fundação Oswaido Cruz.
Orientadora: Prof. Msc. Ana Paula de
Assis Sales da Silva.
CAMPO GRANDE
2010
Dv. Ser;'
ilrouca
FOLHA DE APROVAÇÃO
A monografia intitulada CARACTERIZAÇÃO DOS ATENDIMENTOS POR CAUSAS
externas no pronto socorro de CORUMBÁ, apresentada por ANDRÉA
CABRAL ULLE, como exigência para a obtenção do grau de Especialista em Saúde
Pública, à banca examinadora, na Escola de Saúde Pública "Dr. Jorge David
Nasser" em parceria com a Fundação Oswaido Cruz, obteve conceito
.
BANCA EXAMINADORA
NOTA/CONCEITO
Ana Paula de Assis Sales da Silva - Departamento de Enfermagem - UFMS.
Olinda Maria Rodrigues de Araújo - Departamento de Enfermagem - UFMS.
Alex Alexandre Molinaro - Representante da ENSP/FIOCRUZ.
Campo Grande, MS, 08 de dezembro de 2010.
Dedico esse trabalho à minha família: Márcio,
Beatriz, Larissa e Mayara. Amor perfeito, razões do
meu viver e estímulos constantes ao meu
crescimento pessoal e profissional.
AGRADECIMENTO
Eu quero te agradecer por tudo o que tens feito, por tudo o que vais fazer, por
tuas promessas e tudo o que és: Obrigada Senhor!
Aos meus queridos pais que carinhosamente me acolheram "de volta ao lar"
para a freqüência as aulas.
Ao meu amado esposo que soube compreender e incentivar todos os meus
dias ausentes.
As minhas lindas filhas que tiveram que se abster da minha presença, muitas
vezes sob lágrimas.
A minha querida orientadora Prof. Msc. Ana Paula de Assis Sales da Silva
pela simpatia e dedicação no auxílio às atividades necessárias à conclusão desse
estudo.
Aos colegas de sala pela agradável e já saudosa convivência.
A todos os funcionários, professores, coordenação e idealizadores do XVI
curso de especialização em saúde pública.
A Thaís, Dilene e Marina, amigas e companheiras de trabalho, viagens e
estudo para que esse momento pudesse se concretizar.
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram com a
elaboração desse trabalho.
RESUMO
Este estudo analisou os atendimentos por causas externas no pronto socorro de
Corumbá, MS, no período de 15 de março a 15 de julho de 2010, com objetivo de
descrever as características desses atendimentos, dados até então desconhecidos
no município. Os resultados apontaram para uma maior ocorrência de acidentes e
violências no sexo masculino com grande concentração para a faixa etária de 20 a
49 anos, sendo as quedas a principal causa de atendimento acometendo
especialmente as crianças. A evolução clínica caracterizou-se em sua maioria pela
alta do serviço. A produção desse conhecimento foi importante para apoiar ações
estratégicas de prevenção a fim de minimizar essas ocorrências.
ABSTRACT
This study examined the attendances for externai causes at the emergency roem of
Corumbá, MS, in the períod between March 15 and July 15 of 2010 in order to
describe the characteristics these attendances, unknown data in the county until this
date. The resuits indicated a greater occurrence of accidents and violence in males,
with great concentration for the age group 20-49 years, falls being the main cause of
the attendances, affecting especially children. The clinicai outcome is mainly
characterized by the clinicai discharge. The production of this knowledge was
important to support strategic actions of prevention in order to minimize such
occurrences.
Keywords: Epidemiology, emergency room, externai causes
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Sexo dos pacientes atendidos por acidentes e violências no Pronto
Socorro de Corumbá/MS - 2010
20
Tabela 2 - Faixa etária e sexo, dos pacientes atendidos por acidentes e
violências no Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010
21
Tabela 3 - Atendimentos por causas externas segundo raça/cor, dos pacientes
atendidos por violências e acidentes no Pronto Socorro de Corumbá/MS -
2010
23
Tabela 4 - Atendimentos por causas externas segundo escolaridade, dos
pacientes atendidos por violências e acidentes no Pronto Socorro de
Corumbá/MS - 2010
23
Tabela 5 - Distribuição dos atendimentos por causas externas, pelo sexo e
escolaridade. Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010
24
Tabela 6 - Faixa etária e natureza da ocorrência. Pronto Socorro de
Corumbá/MS - 2010
25
Tabela 7 - Evolução Clínica nas primeiras 24 horas para os atendimentos por
causas externas no Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010
28
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CEREST - Centro Regional de Saúde do Trabalhador
CID - Classificação Internacional das Doenças.
DATASUS - Departamento de Informações em Saúde.
EACS - Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
ESF - Estratégia de Saúde da Família
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS - Organização Mundial da Saúde.
PNAISH - Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem
PNRMAV - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e
Violências
SES - Secretaria Estadual de Saúde
SIM - Sistema de Informações Hospitalares
SIM - Sistema de Informações de Mortalidade.
SMS - Secretaria Municipal de Saúde
SUS - Sistema Único de Saúde
VIVA - Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes.
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DE LITERATURA
10
12
3. OBJETIVOS
4. METODOLOGIA
18
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
20
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A-Instrumento de coleta de dados
36
ANEXO A - Ficha de Notificação/Investigação Individual - Violência Doméstica,
Sexual e/ou outras Violências(Anexo A)
37
ANEXO B - Ficha de Notificação de Acidentes e Violências em Unidades de
Urgência e Emergência
;
39
ANEXO C- Carta de aprovação do comitê de ética em pesquisa
41
10
1 INTRODUÇÃO
As causas externas, que englobam os acidentes e violências, configuram-se
como uma importante causa de morbimortalidade, tanto nos países desenvolvidos
como nos países em desenvolvimento.
A Classificação Internacional das Doenças (CIO 10) da Organização Mundial
da Saúde (OMS) descreve as chamadas causas externas como causas não-
naturais: lesões, envenenamentos e outras conseqüências de causas externas, bem
como todos os tipos de acidentes e violências que originam tais lesões
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE,2000).
Na Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e
Violências(BRASIL, 2001) o acidente é classificado como um evento não intencional
e evitável, causador de lesões físicas/e/ou emocionais no âmbito doméstico ou nos
outros ambientes sociais, como o do trabalho, do trânsito, da escola, de esportes e o
de lazer. Os acidentes também se apresentam sob formas concretas de agressões
heterogêneas quanto ao tipo e repercussão.
Para a Organização Mundial da Saúde (2002, p. 5), "violência é o uso
intencional da força ou poder físico, em forma de ameaça ou efetivamente, contra si
mesmo, outra pessoa ou um grupo ou comunidade, que ocasiona ou tem grandes
probabilidades de causar lesões, morte, dano psíquico, alterações ao
desenvolvimento ou privações".
Segundo dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, por meio do
Departamento de Informações em Saúde (DATASUS), no ano de 2007 o número de
internações por causas externas no território nacional foi de 832.858, e nesse
mesmo período a região Centro-oeste foi responsável por 67.917 internações,
representando 8,15%, do total de internações nessa região (MINISTÉRIO DA
SAÚDE,2010).
Essa mesma base de dados contabilizou para o Mato Grosso do Sul 13.880
internações por causas externas das quais 70,12% ocorreram com pessoas do sexo
masculino e situaram-se com predominância na faixa etária de 20 a 59 anos.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
Esses dados são construídos com base no sistema de informação hospitalar
(SIH-DATASUS) e refletem apenas as internações por causas externas, sendo que
11
são escassas as informações dos agravos à saúde que causam danos a integridade
física, mental e social dos indivíduos por essa mesma causa.
A cidade de Corumbá possui uma população de 99.467 habitantes de acordo
com a contagem populacional de 2009 e é a principal cidade do pantanal. Está
localizada no Estado de Mato Grosso do Sul, limitando-se com o estado de Mato
Grosso, e os países, Bolívia e Paraguai. Dentro da área de seu município está
localizado o município de Ladário, com aproximadamente dezenove mil habitantes.
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2009).
A cobertura a saúde no município é estimada em torno de 84%, quando se
soma a estratégia de saúde da família (ESF) e a estratégia de agentes comunitários
de saúde (EACS), totalizando 21 equipes em ação na atenção básica.
As internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são realizadas em sua
maioria no Hospital Beneficência Corumbaense, que é um serviço conveniado com o
SUS, e o Pronto Socorro Municipal é um serviço à parte, localizado fisicamente
dentro do complexo hospitalar, no entanto a sua clientela é composta apenas por
usuários do Sistema Único de Saúde por livre demanda.
No Pronto Socorro Municipal são realizados os atendimentos decorrentes de
urgências e emergências, com acolhimento de aproximadamente cento e trinta mil
habitantes, considerando-se além da população local a circunvizinha, o que inclui os
pacientes oriundos da Bolívia.
Em Corumbá, observou-se que o pronto socorro municipal poderia ser uma
das principais portas de entrada para esse tipo de atendimento, possibilitando a
obtenção de informações detalhadas sobre as vítimas, tais como, perfil sòcio-
demográfico, características da ocorrência e evolução clínica, dados até então
desconhecidos no município.
Desta forma, as questões relacionadas ao conhecimento sobre os eventos
decorrentes de acidentes e violência foram objeto do presente estudo, no município
de Corumbá.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) na Classificação Internacional de
Doenças (CID 10) denomina como causas externas os acidentes e as violências,
que configuram um conjunto de eventos geradores de agravos à saúde. Inclui,
portanto, agravos que podem ou não levar a óbito, consideradas acidentais,
decorrentes de trânsito, trabalho, quedas, envenenamentos e outros; ou
intencionais, devido a agressões e lesões auto-provocadas (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE, 2000).
O acidente é caracterizado na Política Nacional de Redução da
Morbimortalidade por Acidentes e Violências (BRASIL, 2001) como um evento não
intencional e evitável, que causa lesões físicas e ou emocionais podendo acontecer
tanto em âmbito doméstico como sociais, no trabalho, trânsito, escola, local de
prática de esportes e lazer.
Porém, apesar de se apresentarem sob formas concretas de agravos à
saúde, nem sempre se tem com precisão a definição do caráter de intencionalidade
do evento, ou seja, sempre existirá certo grau de imprecisão sobre a interpretação
dos dados de acidentes e violência. Por esse motivo, assume-se que a política adota
o termo acidente, mas retira a conotação fortuita e casual ao fato, considerando que
em menor ou maior grau os acidentes podem ser previsíveis e preveníveis.
A definição de violência adotada pela OMS é caracterizada pelo:
"[...] uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra
si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade,
que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte,
dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação". (KRUG et
ai, 2002, p. 5).
A OMS, após a Assembléia Mundial de Saúde em 1997, dedicou-se de
•T^aneira mais aprofundada ao tema, demonstrando sua relevância e reunindo no
Relatório Mundial sobre a Violência (KRUG et al., 2002), além de uma definição, a
tipologia e natureza do ato violento e suas implicações. O principal objetivo desse
documento foi ampliar o reconhecimento das causas e conseqüências da violência,
apresentando além de dados estatísticos e experiências diversas, recomendações
de intervenção para demonstrar as possibilidades de atuação quer seja local,
nacional ou internacional, com o foco na prevenção da violência.
13
Esse mesmo relatório categoriza o fenômeno da violência a partir de suas
manifestações empíricas e de acordo com as características de quem comete o ato,
como: violência dirigida contra si mesmo (auto-infligida) que compreende os
comportamentos suicidas e os auto-abusos; a violência interpessoal que pode ser
intrafamiliar, a qual ocorre entre os parceiros íntimos e/ou membros da família,
principalmente no ambiente da casa, mas não unicamente; e a comunitária definida
como aquela que ocorre no ambiente social em geral, entre conhecidos e
desconhecidos(KRUG ef a/., 2002).
É considerada ainda a violência coletiva relacionada aos atos violentos que
ocorrem em âmbitos macro-sociais, políticos e econômicos e caracterizam a
dominação de grupos e do Estado e a violência estrutural que se refere aos
processos sociais, políticos e econômicos que reproduzem e cronificam a fome, a
miséria e as desigualdades sociais, de gênero, de etnia e mantêm o domínio
adultocêntrico sobre crianças e adolescentes.
Em Muraro (2008) a natureza dos atos violentos pode ser classificada em
quatro modalidades de expressão, que também são denominadas abusos ou maus-
tratos: física, psicológica, sexual e envolvendo abandono, negligência ou privação de
cuidados.
De acordo com Minayo (2009) a violência deve ser considerada um fenômeno
sócio-histórico, pois não é em si uma questão de saúde pública e nem um problema
médico típico, mas afeta a saúde provocando mortes, lesões, traumas físicos e
agravos mentais, emocionais e espirituais imensuráveis, culminando na queda de
qualidade de vida tanto individual quanto coletivamente.
Segundo Malta et ai. (2007), reconhecendo a importância desse problema, o
Ministério da Saúde reuniu especialistas envolvidos com o tema, gestores e
profissionais do Sistema Único de Saúde - SUS e elaborou já em 2001 a Política
Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências (PNRMAV),
um documento que prioriza medidas de prevenção, em sentido amplo, promoção de
saúde e atenção adequada à recuperação e reabilitação, quando se fizer
necessário. A intersetorialidade e o fortalecimento de ações da comunidade são
aspectos utilizados como estratégia básica.
Gawryszewski et ai. (2006), discorre sobre os sistemas de vigilância
epidemiológica em violência e acidentes que se baseiam no monitoramento de
dados do Sistema de Informações de Mortalidade - SIM/DATASUS, já que sua
14
qualidade permite um conhecimento fidedigno das mortes por causas externas e do
monitoramento realizado para morbidades, através das informações do banco de
dados do Sistema de Internação Hospitalar - SI H/DATASUS.
A mesma autora, ao analisar esses dados, ressalta o impacto que as causas
externas determinam sobre a vida e a morte dos brasileiros, demonstrando a
dimensão do problema social estabelecido. Portanto, os sistemas de informações
têm por objetivo subsidiar a vigilância e auxiliar na tomada de decisões (BRASIL,
2008).
Segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2008) as causas externas
foram responsáveis por 124.935 óbitos no ano de 2006, representando 13,7% do
total de óbitos por causas definidas. Constitui-se, portanto, a terceira maior causa de
morte dentre a mortalidade da população em geral, superada apenas pela
mortalidade por doenças do aparelho circulatório, 32,8% e por neoplasias, 16,7%.
As principais causas de óbitos derivam de agressões, seguidas de acidentes
de transporte e lesões auto provocadas, mas se analisarmos a mortalidade por
ciclos de vida, as agressões são as principais causa de morte entre adolescentes e
adultos, e os acidentes de transporte predominam entre crianças e idosos (BRASIL,
2008).
Para Imperatori e Lopes (2009), a constatação da falta de registros e até
mesmo do reconhecimento de agravos dessa natureza, tanto na atenção básica,
como nos serviços de urgência e emergência, inviabilizam o conhecimento da
realidade em sistemas locais e comprometem ações de intervenção, bem como
estratégias de controle e prevenção.
Marchese, Scatenna e Ignotti (2008), afirmam que para o setor saúde é
importante a existência de um sistema de vigilância dos agravos por causas
externas, não restrito a internações e óbitos, ampliando a possibilidade de
conhecimento tanto do perfil da vítima como de fatores que determinam ou
influenciam sua ocorrência, permitindo uma intervenção mais rápida e efetiva.
Apesar das dificuldades encontradas em se obter registros, algumas
pesquisas têm destacado as principais características das vítimas de acidentes e
violências atendidas em unidades de urgência e emergência, a análise segundo o
sexo, conforme pesquisa de Santos et al. (2008), aponta que 74,78% dos
atendimentos eram para indivíduos do sexo masculino, de acordo com o autor, isso
15
demonstra uma coerência com a literatura que aponta altos índices de
morbimortalidade masculina por acidentes e violências.
Em Alta Floresta, MT, em um estudo descritivo de todos os registros de
atendimentos de emergência ocorridos em três meses de 2006, por meio de análise
da ficha de notificação compulsória específica para acidentes e violências,
predominaram os acidentes, sendo 41,0% caracterizado como de transporte, 26,2%
de quedas e 28,7% outros acidentes (cortes, perfurações, lacerações, fraturas, entre
outros). Dentre os registros de violência 2,7% foram para agressões e 1,4%
tentativas de suicídios(MARCHESE; SCATENNA; IGNOTTI, 2008).
Nesse mesmo estudo, as principais características das vítimas tanto de
acidentes como de violências, apontam um predomínio para o sexo masculino
(70,3%), escolaridade igual ou inferior ao ensino fundamental completo (59,8%) e a
idade entre 20 e 39 anos (44,3%). Em relação aos acidentes, explicitando apenas os
de transporte, 75% ocorreram entre adultos jovens de 20 a 39 anos, com predomínio
do sexo masculino na razão de 2,1:1, sendo a maioria dos acidentados constituída
por motociclistas.
Como Já mencionado, em Alta Floresta, MT, as agressões e tentativas de
suicídio, tiveram freqüência bem menor e as principais características das vitimas de
agressão assinalam que 56,3% tinham entre 20 e 39 anos e houve predominância
do sexo masculino com razão de 4,3:1. Quanto às tentativas de suicídio, as
principais características das vítimas foram sexo feminino (62,5%), idade entre 10 e
19 anos(50%)sendo todas elas por envenenamento/intoxicação.
A análise conforme o tipo de causas externas, no estudo de Oliveira e Mello
Jorge (2008) que estudou a epidemiologia das causas externas em unidades de
urgência e emergência de Cuiabá/MT, destacou que 87,6% dos atendimentos foram
por outras causas externas de traumatismos acidentais e acidentes de transporte,
sendo que as agressões representaram 8,7% e as lesões auto-provocadas 1,7% da
demanda.
A exemplo do que se observou no estudo de Alta Floresta, MT, em Cuiabá,
município do mesmo estado, a prevalência de homens superou a de mulheres e a
maior parte das vítimas eram menores de 40 anos(79%).
O Plano Nacional de Redução de Acidentes e Violências, construído com o
aporte de atores governamentais e não-governamentais, todavia formalizado pela
portaria n. 936 em maio de 2004, dispõe sobre a estruturação da Rede Nacional de
16
Prevenção da Violência e Promoção de Saúde, com a implantação e Implementação
de Núcleos de Prevenção a Violência em Estados e Municípios estabelecendo
diretrizes e responsabilidades institucionais (BRASIL, 2004).
Dessa iniciativa, derivou outra importante fonte de informações de morbidade,
o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), implantado em 2006 e que
teve como principal objetivo a construção de um diagnóstico mais sensível da
situação de violências e acidentes, conforme citam Gawryszewski et ai (2006).
O sistema VIVA é estruturado em dois componentes, a Vigilância Pontual,
Inquérito de acidentes e violências que tem por objetivos,
[...] específicos: descrever o perfil das violências (interpessoais ou
autoprovocadas) e acidentes (trânsito, quedas, queimaduras, dentre outros)
atendidos em unidades de urgência e emergência indicadas pelas SMS em
articulação com as SES. Outro objetivo é a análise da tendência das
violências e acidentes(BRASIL, 2009, p.36).
E o componente de Vigilância Contínua, que contempla a violência doméstica,
sexual e/ou outras violências, objetivando:
[...] descrever o perfil dos atendimentos por violências (doméstica, sexual
e/ou outras violências) em unidades de referência definidas pelas SMS em
articulação com as SES, caracterizando o perfil das vítimas, o tipo e local
das violências, o perfil do provável autor(a) de agressão, dentre outros. Este
componente também tem como objetivo articular e integrar com a "Rede de
Atenção e de Proteção Social às Vítimas de Violências", garantindo-se
assim a atenção integral e humanizada, a proteção e garantia de direitos
humanos(BRASIL, 2009, p.36).
Assim, a vigilância epidemiològica das causas externas é uma ação relevante
para a sociedade posto que permite, tanto o monitoramento e análise de possíveis
mudanças no perfil desses agravos, como contribui para a educação e o
planejamento de ações intersetoriais de prevenção a violências e acidentes,
promoção de saúde e cultura de paz(BRASIL, 2009).
E como afirmam Oliveira e Mello Jorge (2008), Santos et al. ^2008); e
Marchese, Scatena e Ignotti (2008), a análise dos agravos à saúde das pessoas que
são vítimas das causas externas, mas não necessariamente são internadas ou vão a
óbito, tem representatividade e grande relevância no re-conhecimento da magnitude
da violência.
17
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
- Descrever as características dos atendimentos por causas externas no Pronto
Socorro de Corumbá, MS
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Identificar os aspectos sócio-demográficos das vítimas de violências e acidentes
atendidas no serviço.
- Conhecer a natureza da ocorrência que levou ao atendimento por acidentes e
violências.
- Verificar a evolução clínica nas primeiras 24horas após o atendimento.
18
4 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo (MEDRONHO, et al. 2009) realizado na base
de dados do Pronto Socorro Municipal, o único serviço de atendimento médico de
urgência e emergência no município de Corumbá-MS.
Incluíram-se neste estudo apenas os atendimentos originários de acidentes e
violências físicas realizados de segunda a sextas-feiras de 07h00min as 17h00min
no período que compreendeu do dia 15 de Abril a 15 de Julho de 2010.
Foram excluídos da amostra casos descritos como de violência psicológica e
ainda, aqueles que não ocorreram nos dias e horários estipulados para coleta e da
totalidade dos atendimentos para análise foram excluídos aqueles que apresentaram
campos ignorados para escolaridade e raça/cor.
Das 779 fichas de atendimento analisadas, foram considerados objetos desse
estudo 333 registros de atendimentos Já que as demais apresentaram falta de
registro em itens que faziam parte do conteúdo de inclusão. As variáveis deste
estudo foram: sexo, faixa etária, idade, raça/cor, escolaridade, natureza da
ocorrência, além da evolução clínica nas primeiras 24 horas.
Foi utilizado para a coleta de dados um instrumento (Apêndice A) construído
para fins dessa pesquisa, elaborado com base em duas fichas distintas que
estruturam os componentes de vigilância contínua e vigilância sentinela por
inquérito, duas modalidades de vigilância das violências e acidentes instituídos pelo
Ministério da Saúde através da Secretaria de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2009).
As fichas utilizadas para a construção do instrumento de pesquisa foram:
Ficha de Notificação/Investigação Individual - Violência Doméstica, Sexual e/ou
outras Violências (Anexo A) que tem por objetivo descrever o perfil dos
atendimentos por violências em unidades de referência definidas pelas Secretarias
Municipais de Saúde em articulação com as Secretarias Estaduais de Saúde,
caracterizando o perfil das vítimas, o tipo e local das violências, o perfil do provável
autor (a) de agressão, dentre outros; e a Ficha de Notificação de Acidentes e
Violências em Unidades de Urgência e Emergência (Anexo B), que objetiva
descrever o perfil das violências (interpessoais ou auto-provocadas) e acidentes
(trânsito, quedas, queimaduras, dentre outros) atendidos em unidades de urgência e
emergência indicadas pelas Secretarias Municipais de Saúde em articulação com as
19
Secretarias Estaduais de Saúde. Sendo que ambas atendem a legislação específica
para essa temática (BRASIL, 2009).
Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul, sendo aprovado sob o protocolo de n.° 1748 em 24
de Junho de 2010(Anexo O).
O sigilo quanto à identidade dos usuários do serviço foi um compromisso da
pesquisadora e das instituições que representa. Para tal, todos os trâmites deste
estudo seguiram a normatização da Resolução 196/96 (BRASIL, 1996), além das
declarações de Helsinque, Declaração Universal dos Direitos Humanos e legislação
em saúde vigente no Sistema Único de Saúde.
Os dados foram tabulados, organizados e analisados no programa Epi Info™
Version 3.5.1, por estatística descritiva (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND
PREVENTION, 2008).
20
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na análise em relação ao sexo das vítimas de causas externas no município
de Corumbá, como pode ser observado na Tabela 1, houve predomínio do sexo
masculino 215 (64,6%) sobre o sexo feminino 118 (35,4%), sendo a razão
masculino/feminino de 1,8.
Tabela 1 - Sexo dos pacientes atendidos por acidentes e violências no Pronto
Socorro de Corumbá/MS - 2010.
Sexo
Masculino
N.°
%
215
64,6
35,4
100,0
Feminino
118
Total
333
No estudo de Santos et ai (2008), realizado no Pronto Socorro de um
Hospital Universitário do interior do Rio Grande do Sul, de um total de 468 registros,
350(74,78%)foram para o sexo masculino.
Corroborando ainda com os achados desse estudo. Filho e Mello Jorge
(2007), encontraram resultados similares, onde a proporção de homens (70,8%)
superou a de mulheres(29,2%) nos 380 pacientes vitimados por causas externas
atendidos em um serviço de urgência em Pouso Alegre/MG.
O estudo de Souza (2005) faz uma reflexão sobre a condição masculina
diante da violência e propõe que é preciso ressaltar que essa relação entre
masculinidade e violência que se expressa tanto nos dados de morbidade como nos
de mortalidade, ultrapassando as fronteiras do subjetivismo, da superioridade,
calcada na força, na competição, no machismo, é fortemente influenciado por
determinantes socioeconômicos e culturais que de alguma maneira potencializa a
associação entre o ser masculino e a violência.
A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (BRASIL, 2009b)
já prevê em seus princípios e diretrizes uma atuação específica para a questão
causas externas, tanto no que se refere à morbidade como a mortalidade e, ainda
pelo fato do homem ora ser considerado uma das principais vítimas ora perpetrador
de violência. Conforme afirma Souza (2005),
"O homem é mais vulnerável à violência, seja como autor, seja como vítima.
Os homens adolescentes e Jovens são os que mais sofrem lesões e
traumas devido a agressões, e as agressões sofridas são mais graves e
21
demandam maior tempo de internação, em relação às sofridas pelas
mulheres"
Analisando a faixa etária cabe ressaltar que se optou,pela distribuição por
ciclos de vida, considerando cada ciclo de acordo com a legislação vigente, sendo a
Lei 8069/1990 — Estatuto da Criança e do Adolescente, que explicita no Art. 2° que
"... Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade". (BRASIL,
1990). E para idosos a Lei n.° 10.741/2003 - Estatuto do Idoso que explicita em seu
Art. 1.° que "... É instituído o Estatuto do idoso, destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos".
(BRASIL, 2003). Sendo o intervalo de 19 a 59 anos compreendido como o ciclo de
vida adulto.
Nesse contexto a tabela 2 mostra uma maior concentração na idade adulta
(49,8%), seguido dos atendimentos para as crianças (32,1%), adolescentes (11,7%)
e por último os idosos (6,3%).
Observou-se ainda que em todos os ciclos de vida prevaleceram os
atendimentos para o sexo masculino.
Tabela 2 — Faixa etária e sexo, dos pacientes atendidos por acidentes e violências
no Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010.
^
Faixa Etária
Sexo
—
Adulto
Criança
Adolescente
Idoso
Total
Masculino
N
%
Feminino
N
%
50,7
31,2
12,1
13
6,0
215 100,0
109
67
26
Total
N
%
48,3
166
33,9
13
11,0
8
6,8
118 100,0
107
49,8
32,1
11,7
6,3
100,0
57
40
39
21
333
A representatividade da idade adulta ter prevalecido nesse estudo, condiz
^om outras realidades já pesquisadas. Apesar de muitos estudos caracterizarem
suas populações por faixas etárias, a concentração de vítimas de causas externas
vem demonstrando que é na fase adulta, que ocorre uma maior concentração
desses eventos, conforme apontam Marchese, Scatena e Ignotti (2006), em estudo
realizado em Alta Floresta com base nos registros de atendimentos de três meses
em um serviço público de atenção às emergências, onde dos 583 casos 44,3%
tinham entre 20 e 39 anos.
Sérgio Jíroiwa
22
Soares, Scatena e Galvão (2009), apresentaram resultados similares onde
em 2.532 atendimentos ocorridos durante um mês, nas unidades de emergência da
Grande Cuiabá-MT, sobressaíram-se o sexo masculino (66,5%) na faixa etária de 20
a 39 anos (40,2%).
Apesar da nossa opção por caracterizar a amostra por ciclos de vida,
observando a distribuição dos dados, constatamos que na faixa etária de 20 a 49
anos, adulto jovem, está concentrado o maior número de pessoas atendidas por
causas externas representando 41,92% da população atendida no período se
assemelhando aos achados do estudo de Santos et ai (2008) que descreve um
maior valor quantitativo para a faixa etária de 20 a 39 anos correspondendo a
45,93% da população deste estudo.
Mesmo com os resultados evidenciando a população masculina na faixa
etária adulta como as maiores vítimas de causas externas no período estudado em
Corumbá, entende-se que as crianças, mulheres e idosos, em geral sofrem
violências em espaços domésticos que muitas vezes nem chegam aos serviços de
saúde. Desta forma, a diferença entre os tipos de violências e as características de
quem as sofre, são fatores de destaque em nossos achados.
Com relevante expressão o número de crianças 107 (32,01%) vitimadas por
causas externas nesse estudo também revela uma predominância para o sexo
masculino 67 (62,62%), semelhante ao estudo de Cavalcante et a/.(2008) que
analisou as características epidemiológicas de morbidade por causas externas em
crianças e adolescentes de O a 17 anos em Campina Grande — PB, onde se verificou
uma freqüência maior de vítimas do sexo masculino (63,6%).
Para Martins e Andrade (2005), o deslocamento das causas externas para
faixas etárias cada vez mais jovens tem despertado em todo o mundo a necessidade
cie estudos sobre esses eventos na população infanto-juvenil.
Também relevante para esse ciclo de vida, chamou a atenção no estudo de
Oliveira e Mello Jorge (2008) o fato de que menores de 10 anos representaram
18,0% de todos os atendimentos, sendo o segundo grupo mais freqüente.
No que se refere à variável raça/cor (tabela 3), houve predomínio da cor
parda (78 1%) ® ® importante observar que esses dados não foram coletados
conforme a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que
considera o padrão da auto atribuição, onde a pessoa atendida é quem declara a
sua raça/cor da pele, no estudo realizado a base de dados, planilhas oficiais do
23
serviço, foram preenchidas por profissionais que por observação do paciente
assinalaram uma das alternativas de raça/cor. (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010)
Tabela 3 - Atendimentos por causas externas segundo Raça/cor dos pacientes
atendidos por violências e acidentes no Pronto Socorro de Corumbá/MS
-2010.
Raça/cor
N.°
%
Parda
Branca
Preta
260
63
10
78,1
18,9
3.0
Total
333
100,0
De acordo com os dados do Sistema de Vigilância das Violências e Acidentes
— VIVA, que analisou os resultados do VIVA em municípios selecionados nos anos
2006 e 2007, quanto a raça/cor da pele ficou evidenciado que as pessoas de cor de
pele parda representaram a maior proporção dos atendimentos tanto nos eventos
acidentais (52,6%) quanto nos eventos violentos (55%).(BRASIL, 2009a)
E podemos observar que a caracterização por raça/cor nos atendimentos em
Corumbá está condizente com os estudos de Mascarenhas e Pedrosa(2008) onde
de 388 registros de atendimentos de emergência por violência em serviços públicos,
predominaram as vítimas de cor parda totalizando 63,2% da amostra.
Quanto à escolaridade (Tabela 4), observa-se que as vítimas de violência
possuíam em sua maioria o equivalente ao ensino fundamental incompleto 198
(59,45%), com 38 pessoas com ensino médio completo (11,4%) e apenas 3 com
ensino superior completo (0,9%).
Tabela 4 — Atendimento por causas externas segundo escolaridade dos pacientes
atendidos por violências e acidentes no Pronto Socorro de Corumbá/MS 2010.
Escolaridade
N.®
%
Sem escolaridade
57
5
3
17,1
33,6
4,2
21,3
3,9
6.0
11.4
1,5
0.9
333
100,0
1
ao 5° ano incompl. EF
112
6.° ano completo do EF
14
6.° ao 9° ano Incompl. EF
Ensino fund. completo
Ensino médio incompleto
71
20
Ensino médio completo
38
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
Total
13
24
O estudo de Mascarenhas e Pedrosa (2008) teve achados semelhantes, pois
demonstra que 42,4% das vítimas informaram ter concluído entre 5 e 8 anos de
estudos, o que corresponde ao ensino fundamental incompleto. Para eles, esse é
um aspecto muito importante, mas o baixo nível escolar observado não explica por si
só a ocorrência da violência, pois os mesmos não verificaram relação inversa entre a
ocorrência de violências e o número de anos de estudo da vítima.
Considerando ainda os dados analisados pelo sistema VIVA, quanto à
escolaridade, as maiores proporções de atendimentos foram observadas entre as
pessoas que cursaram o ensino médio completo ou incompleto 12.042 (28,9%) nos
casos de acidentes. Entre os atendimentos por violência, a maior parcela das
vítimas tinha concluído da 5® à 8® série do ensino fundamental 1.434 (29,5%). Sendo
que a menor proporção de atendimento ocorreu entre as pessoas com maior nível
de escolaridade, assim como se demonstra em nosso estudo.
Em complementação a essa análise, quando se faz o cruzamento das
variáveis sexo e escolaridade, observa-se na tabela 5 que há um predomínio para a
escolaridade equivalente ao ensino fundamental incompleto totalizando 198 pessoas
(59,45%) atendidas, sendo que se contabilizou 134 para o sexo masculino (67,7%)
enquanto que apenas 64 representam a população feminina (32,3%).
Tabela 5 - Distribuição dos atendimentos por causas externas, pelo Sexo e
escolaridade no Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010.
Sexo
Feminino
Masculino
N
%
N
%
Sem escolaridade
29
24,6
27
1.° ao 5° ano incompl. EF
36
4
30,3
77
24
3.4
20,2
47
4
3.4
9
4
3,4
11,8
1.7
0.8
35,6
16
24
12,6
35,8
4,7
21,9
4,2
7,4
11,2
1.4
0,9
64,4
Escolaridade
5.° ano completo do EF
6.° ao 9° ano incompl. EF
Ensino fund. completo
Ensino médio incompl.
Ensino médio completo
Ensino superior incompl.
Ensino superior completo
Total
14
2
1
118
10
3
2
215
Total
N
%
56
17,1
33,8
4,2
21,3
3.9
6,0
11,4
1.5
0.9
100,0
113
14
71
13
20
38
5
3
333
Quanto à natureza da ocorrência, considerando que os dados da planilha
oficial utilizada no serviço foram a base para esse estudo, é preciso fazer uma
observação para a nomenclatura que utilizamos na classificação dos dados, haja
vista na maioria dos estudos as causas externas serem classificadas primeiramente
25
por uma divisão entre acidentes e violência, esta última englobado as agressões e
lesões auto provocadas, sendo que em geral são feitas sub-divisões quanto ao tipo
de ferimento, não considerando especificamente os acidentes de trabalho como um
item, a não ser em pesquisas restritas ao tema.
Porém, a nomenclatura encontrada nos registros do serviço em questão,
expressa mais precisamente a causa e não o tipo de ferimento, destacando os
acidentes de trabalho até mesmo como uma forma de ampliação dos registros do
Centro Regional de Saúde do Trabalhador - CEREST daquela localidade.
Deste modo, na variável natureza da ocorrência (Tabela 6), é possível
observar que de 333 atendimentos 316 foram para acidentes (94,9%) sendo apenas
17 para violência (5,1%), o que demonstra pouca expressão para o total de
registros. Esse cenário também se fez presente no estudo de Marchese, Scatena e
'gnotti (2006), onde de 583 ocorrências, 559(95,9%)foram decorrentes de acidentes
e 24(4,1%) por violência.
Tabela 6 - Faixa etária e natureza da ocorrência. Pronto Socorro de Corumbá/MS 2010.
Faixa Etária
Criança
N
Natureza da Ocorrência"^
62
Outros ferimentos
Acidente motociclístico
11
1
Ferimento com obj.cortante
Mordedura de animal
6
10
6
Agressão física
3
1
Acidente automobilístico
Ferimento com obj. contundente
57,9
-
Acidente ciclístico
2
3
10,3
0.9
5.6
Adulto
N
%
26
7.7
3
7.7
48
14
21
1
2
5.6
2.8
0.9
1.9
2.8
4
1
0,9
Lesão auto-provocada
1
0,9
-
107
51.3
3
20
9.3
Atropelamento
Ferimento por arma de fogo
Total
Adoiesc.
N
%
N
Idoso
%
N
Total
%
—
Queda
Acidente de trabalho
Queimadura
%
100,0
1
3
2.6
5.1
10,3
2,6
7.7
-
-
1
1
2.6
2,6
-
39
100,0
13
7
15,7
28,9
8.4
12,7
7.8
4.2
15
1
1
71,4
4.8
4.8
-
-
1
4.8
7
12
4,2
10
6,0
1
5
3.0
1.8
1
4.8
4.8
1
4.8
3
-
-
166 100,0
52
29
22
20
5.1
4.8
15
4,5
8
4,0
6
1.8
2
0.6
2
0,6
1
0,3
333 100,0
17
7,2
-
36,9
15,6
8.7
6.6
6.0
20
6,0
123
-
-
-
-
21 100,0
16
Dentre os casos de violência, diferente do que se observou para as vítimas de
acidentes, a população mais atingida foi de adultos do sexo feminino com 7
casos(58,3%). Apesar dessa maioria, isso pode estar diretamente relacionado ao
fato da violência contra as mulheres ficar mais restrita ao ambiente doméstico e nem
sempre ser contabilizada pelos serviços de saúde.
26
Mas, como bem observou Schraiber et al., (2002) em seu estudo sobre
violência contra a mulher em uma unidade de atenção primária à saúde, os serviços
básicos de saúde são importantes na detecção do problema, porque têm, em tese,
uma grande cobertura e contato com as mulheres, podendo reconhecer e acolher o
caso antes de incidentes mais graves. Apesar disto, a violência nas relações de
gênero não é reconhecida nos diagnósticos realizados nos serviços de saúde, sendo
problema de extrema dificuldade para ser abordado.
Corroborando com
nossos achados, nos estudos de Oliveira e
Mello
Jorge(2008) as agressões (8,7%) também representaram apenas uma pequena
parcela dos atendimentos, havendo maior concentração nos atendimentos por
acidentes(87,6%) e uma demanda mínima para as lesões auto-provocadas(1,7%).
Observando as freqüências por natureza da ocorrência para os acidentes, as
quedas 123 (36,9%) foram às principais causas de atendimento, seguidas por
acidentes de trabalho 52 (15,6%) e atendimentos por outros tipos de ferimentos 29
(8,7%).
No nosso estudo, outros ferimentos, de acordo com a observação direta a
cada um dos formulários, significam dizer ferimentos por objeto perfurante, choque
contra objetos ou pessoas e picada de animais peçonhentos, com destaque para os
escorpiões.
O sistema VIVA, é uma estratégia útil para detalhar os casos menos graves e
sobre os quais não existiam dados, pois se refere aos casos que não seriam
registrados pelos tradicionais sistemas de informação em saúde do país.
Considerando os resultados desse sistema em municípios selecionados nos anos
2006 0 2007, foram registrados 16.768 atendimentos de emergência por quedas,
dos quais 9.492 (56,6%) ocorreram entre homens e 7.276 (43,4%), entre mulheres
(Brasil, 2009).
Em relação às quedas, as crianças 62 (57,9%) representaram mais da
•Metade dos casos atendidos por natureza da ocorrência. Nos estudos de Mattos
(2001) as quedas também representaram a principal causa de atendimento
Pediátrico por causas externas e para Martins e Andrade(2005) a principal causa de
atendimento em pronto-socorro e de internações não fatais, também constituem a
causa mais freqüente dos acidentes infantis.
Muito importante também de ser lembrado é o fato das quedas encobrirem a
verdadeira causa do ferimento, como muito bem caracterizado a seguir;
27
"[...] as quedas são, a nosso ver, um elemento "curinga" que atua
sinergicamente com variadas formas de violências, renomeando-as e
travestindo-as de "acidentalidade". Pode ocultar uma situação de violência
doméstica; pode esconder o abandono e a solidão imposta aos idosos
(como num dos casos em que uma senhora sofreu uma queda em seu
apartamento e ficou três dias caída no chão até que alguém, percebendo
sua ausência, arrombou a porta e prestou-lhe socorro); e também mascarar
as precárias condições de trabalho que desprezam a integridade física,
especialmente dos trabalhadores da construção civil e das empregadas
domésticas[...]".(DESLANDES, 1999, p.87).
Não obstante, é importante compreender as proporções que um acidente por
queda podem representar para uma criança, no estudo de Koizumi et ai (2001),
foram analisadas as internações de crianças nos hospitais próprios ou conveniados
com o Sistema Único de Saúde (SUS) por lesões de crânio, sendo que quando se
considerou as causas externas, as quedas constituíram o mais importante grupo de
acidentes, com 61,2% do total de internações.
Ainda considerando a faixa etária, a queda foi o principal motivo de
atendimento aos idosos representando que em sua maioria, os idosos que
receberam atendimento no pronto socorro municipal de Corumbá, sofreram algum
tipo de queda.
De acordo com Perracini e Ramos(2002),
o aumento da proporção de idosos na população brasileira traz à tona a
discussão a respeito de eventos incapacitantes nessa faixa etária, dos
quais destaca- se a ocorrência de quedas, bastante comum e temida pela
maioria das pessoas idosas por suas conseqüências, especialmente a
fratura de quadril. Cerca de 30% dos idosos em países ocidentais sofrem
queda ao menos uma vez ao ano; aproximadamente metade sofrem duas
ou mais quedas.
Além de possíveis fraturas como conseqüências de queda em idosos,
gerando custos para o sistema de saúde, salienta-se o aumento das hospitalizações.
De acordo com o estudo de Ribeiro et a/.(2008) em 2005, aconteceram 61.368
hospitalizações por queda de pessoas com 60 anos ou mais, representando 2,8% de
todas as internações de idosos no país e 54,4% das internações por todas as lesões
0 envenenamentos neste grupo etário.
Ainda nesse estudo. Ribeiro et a/.(2008) concluem que as quedas na
população idosa determinam complicações que alteram de maneira negativa a
qualidade de vida dessas pessoas, mas a sua ocorrência poderia ser evitada com
medidas de prevenção adequadas, respeitando a Política Nacional dos Idosos
28
promovendo um envelhecimento saudável e implementando programas que
trabalhem tanto a conscientização da sociedade como dos idosos em medidas que
diminuam os riscos de queda, algo classificado pelos autores como imperioso e
urgente.
Em Corumbá, considerando as internações por faixa etária segundo o grupo
de causas para o ano de 2009, de um total de 637 internações as quedas figuram
como principal motivo, sendo que as crianças (129) representam 20,25%, enquanto
os idosos (101) representam 15,85% desta população (BRASIL, 2010).
A segunda maior freqüência de atendimentos por natureza da ocorrência no
pronto socorro de Corumbá foi por acidentes de trabalho(15,6%), no estudo de
Conceição et a/.(2003) dentre o total de atendimento por causas externas(215)
foram
selecionados
e
classificados
como
acidentes
de
trabalho
68
prontuários(31,6%). Ainda segundo esse mesmo autor, esses registros de serviços
de emergência podem ser uma importante fonte de informação dos acidentes de
trabalho, sendo a extensão das ações de vigilância para estes locais um importante
passo para melhorar o conhecimento da magnitude de ocorrência desses eventos
na população.
Os dados referentes à evolução clínica (Tabela 7) para os atendimentos
desse estudo tiveram como principal prognóstico a alta do serviço o que totalizou
249 pacientes (74,7%), foram encaminhados para o serviço ambulatorial 46 pessoas
(13,8%), enquanto 30 deles necessitaram de internação hospitalar (9,0%).
Tabela 7 - Evolução Clínica nas primeiras 24 horas para os atendimentos por causas
externas no Pronto Socorro de Corumbá/MS - 2010.
Evolução Clínica
(Primeiras 24h)
N.°
%
Ignorado
249
46
30
7
1
Total
333
74.7
13,8
9.0
2.1
0.3
100,0
Alta
Encaminhamento ambulatorial
Internação Hospitalar
Encaminhamento para outro serviço
Semelhante aos nossos resultados em relação à evolução clínica de vítimas
de acidentes e violências, de 583 atendimentos estudados por Marchese, Scatena e
Ignotti (2006), 486 (83,4%) tiveram alta após o atendimento na unidade de
emergência, 90(15,4%)foram internadas.
29
No estudo de Oliveira e Mello Jorge(2008) 90% das vítimas receberam alta
logo após o atendimento nas unidades de urgência e emergência do município de
Cuiabá, MT.
Considerando os resultados do VIVA, observa-se que quanto à evolução dos
casos após o atendimento de emergência inicial, 64,4% receberam alta, 17,9%
foram transferidos para internação hospitalar e 13,6% foram encaminhados para
acompanhamento ambulatorial. Houve registro de fuga/evasão em 0,7% dos
atendimentos e o percentual de óbitos foi de 0,2%.(BRASIL, 2009).
Estudos específicos são alternativos para se obter dados referentes à
evolução nas emergências, mas são poucos os trabalhos que caracterizam essa
variável, tendo a maioria dos estudos apenas o perfil sócio-demográfico das vítimas,
características da ocorrência e lesão respectivamente, comprometendo assim uma
análise mais aprofundada para o tema em questão.
30
4 CONCLUSÃO
No presente estudo o sexo masculino foi o mais prevalente em vitimizações
de acidentes, em especial na faixa etária adulta. Nas mulheres prevaleceram as
violências como maior fator de atendimento.
Outro fator relevante, diz respeito às crianças representarem a segunda faixa
etária de maior vitimização por acidentes e violências, sendo alta a proporção de
quedas para esse ciclo de vida, e tendo sido a principal causa de acidentes do
estudo em geral, essa característica do estudo indica a necessidade de se planejar
intervenções e até mesmo novos estudos para determinar os principais fatores de
risco de acidentes no município.
Ainda em relação às quedas, para a população de idosos, esse foi o principal
motivo de atendimento demonstrando uma necessidade premente de ações de
prevenção a acidentes, especificamente ás quedas de própria altura, prevalente
nessa faixa etária.
Destaque especial, na análise por natureza da ocorrência foi para a
verificação de diversos acidentes de trabalho aqui reconhecidos como aqueles
ocorridos no local ou no trajeto do trabalho e conforme informação prestada pelo
paciente, independente do vínculo de trabalho ser formal ou informal.
Entendemos que a expressividade dessa variável pode contribuir na atuação
da equipe profissional do Centro Regional de Saúde do Trabalhador - CEREST, na
organização da atenção a essa população
A baixa escolaridade, fator esse que pode ser vinculados a maiores
vulnerabilidades sociais e conseqüentemente a dificuldades de acesso a saúde,
também chamou-nos a atenção na população atendida no Pronto Socorro de
Corumbá.
Diversos estudos citados ao longo dessa pesquisa e que vieram corroborar
com seus resultados, apresentam relações diretas entre baixa escolaridade, raça/cor
parda ou preta e faixas etárias muito jovens e/ou de idosos, como aquelas que estão
mais vulneráveis a acidentes e violências.
Nesse sentido, entende-se que o fato de acidentes e violências serem
incluídos na agenda do setor saúde, exige desse uma inter-relação com demais
setores da sociedade e uma maior apropriação de saberes referentes aos
31
Determinantes Sociais da Saúde, pois discutir acidentes e violências vai além do
fato de revelar a sua epidemiologia.
Relaciona-se com o cotidiano das pessoas e em espeçial com a diminuição
das iniqüidades em saúde, problemática complexa que demanda compromisso
social de todos os atores envolvidos, incluindo os usuários do SUS para apropriação
de seus problemas e participação efetiva em sua resolutividade.
O estudo não teve a pretensão de esgotar todas as possibilidades nessa
temática no serviço e município, as limitações de sua metodologia podem ser fator
que não permitiram um maior aprofundamento e resultados mais refinados.
Uma das limitações encontradas foi o alto índice de exclusão de atendimentos
a serem analisados devido ao déficit de registros nas planilhas do serviço, sendo
utilizados apenas 333 dados de atendimento de um total de 779 compreendidos no
período pesquisado.
Sugerimos aos gestores do serviço que seja dada maior importância ao
registro adequado das informações do atendimento para que não se percam dados
fundamentais a uma análise mais ampliada dos agravos por causas externas nesse
serviço de emergência.
No entanto, através dos seus resultados foi possível verificar quais as
necessidades mais percebidas na população durante o atendimento por acidentes e
violências, podendo predispor aos gestores em saúde e outros setores de gestão do
município ações que melhorem e minimizem esse agravo em saúde.
A coleta rotineira e sistematizada de dados sobre causas externas em
unidades de urgência e/ou emergência, bem como o conhecimento do perfil da
população para essas variáveis pode se tornar uma importante fonte de informações
•ocal, subsidiando ações educativas e de prevenção a violências e acidentes.
Nessa trajetória, observou-se a necessidade de estabelecer a relação entre
®stes eventos, acidentes e violências, e ações de planejamento que incluam
^'v©rsos atores sociais com vistas a minimização dos mesmos.
32
REFERENCIAS
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criança e ao adolescente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 jul. 1990.
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Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2003/L10.741.htm>. Acesso
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estados e municípios. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, n. 96,
20 de maio, 2004. Seção 1.
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Painel de Indicadores do SUS, n. 5. Brasília: Organização Pan-Americana da
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Análise de Situação de Saúde. VIVA: Vigilância de violências e acidentes, 2006 e
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33
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CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Latest Version: Epi
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36
APÊNDICE A -INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
1. SEXO
^Ifemlnãnci-
|
j
b) anzcufino
|
1
1
1
2, FAJXA ETÁRIA
í:É1.\
ipís'
-rrLí
r:^'/'
í. JS. s
| |
3Í.IOM9E
a) criança
d} üdoso
b] adolsscsfite
e} ^o«ada>
c} adulta-
cj ^norado
1
\
1 ±mA
1 ZJwás
j
^ UAÇA/COR OA I^IE
■
• -idHfe-!,. r ■,'
a} branca
c} amarela
e} indiana
bj |p(ieta
d) parda
f| ^^torado
S. ESDOIAJIIOAOE
miy^ a} setneacalaTidade
j |
e^emònotftüral.
b] l*" aa<5 ana
|
|
f}e!rBÍnG> médio
BSii d) ô^® ao9® ano
|
|
}i)em4no supedbr
incon^ifeto.
.'■/'íS; '"'V;
ãncompu EF
c} 3^anoca<iT|i>Í!t)a<
'•'■A'S\i'X- i
da.O=
ãnccxT^fcto. EF
coorple^
|
1
|
1
1
|i^ a} acidefils autocnnQbãtklxE» j j
7« NATUiREZAOA O€3ORK0lÍlOA
b) add-site câcáslãba'
Aí-iasá
IjflSH
f'-l
j
f} feriirent» oom dh§-
con-tundefils
j
Sj fefãnsitocombbg.
c} acãiente !nnKyla> e^istico | |
ti^ferimen^bipo^-arma
cortante
defogo
i
1
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
1
1
j
j
1
1
Ic) queda
j j
3) queãmzivtra
m} moadeduiiade anõinaâ
j |
| 1
dlatrapelamento
j
j ã} Isao airt)opre»o€ada | | n} sg^ressão Ivba
<s} acüenis de tn;i>alho
j
j
|}. iDu?te>s t^pcB de feíãmoitas
j j
□
7.JEVOlüUÇÃÒ CMNIi^^
a} ãâta
d}eitf^ã)^fuga
j | SJ ^^oâ^o
b) eneanniin, ambulartarál | j e}encanFiin.p/out.serv. | |
irt
co^rpleto
U i^orzio
xnoaffnpfctau
1 1
| ~1 jg} ensino oredio
1 1
cosipãeto.
\
^ oisàiost^fior
f]. âiito
1
j
37
ANEXO A - FICHA DE NOTIFICAÇÃO/INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL VIOLÊNCIA DOMÉSTICA,SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS
República Federativa do Brasil
Ministério da Saúde
SINAN
SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO
FICHA DE NOTIFICAÇÃO / INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA,SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS
Definição de caso: Suspeita ou confirmação de violência. Considera-se violência como o uso intencional de força física ou do
poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou tenha
possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (OMS, 2002).
Atenção: Em casos de suspeita ou confirmação de violência contra crianças e adolescentes, a notificação deve ser obrigatória e
dirigida aos Conselhos Tutelares e/ou autoridades competentes (Juizado da Infância e Juventude e/ou Ministério Público da
localidade), de acordo com o art. 13 da Lei no 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Também são
considerados de notificação compulsória todos os casos de violência contra a mulher (Decreto-Lei no 5.099 de 03/06/2004, Lei
no 10.778/2003) e maus tratos contra a pessoa idosa (artigo 19 da Lei no 10.741/2003).
1 Tipo de Notificação
2 - individual
.a
u
2
Agravo/doença
Código (CID10)
VIOLÊNCIA DOMESTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS
VIOLÊNCIAS
Y09
4 UF , 5 Município de notificação
3 Data da notificação
Jt:
1
I
Código (IBGE)
•o
ca
(=)
Código (CNES)
6 Unidade de Saúde (ou outra fonte notificadora)
I
1
I
7 I Data da ocorrência da violência
I
I
|10 (ou) Idade
1 - Hora
2-Dia
8
O
l-ITrimestre
F - Feminino
3-Mès
2-2'Tnmestre
I
I
I
I
L
5-Não
_i I I I i I I
r
S-STrimestre
4- Idade gesladonal Ignorada
I • Ignorado
14 Escolaridade
O-Analfabeto 1-1' a 4* série Incompleta do EF (antigo primário ou
'—-
13^ Raça/Cot
6- Não se aplica
9-lanorado
grau)
1-Branca
4-Parda
2-Preta
3-Amarela
S-Indígena
9- Ignorado
2-4* série completa do EF (antigo primário ou 1° grau)
3-5* à 8* série Incompleta do EF (antigo ginásio ou grau) 4-Ensino (undamental completo (antigo ginásio ou grau) S-Ensino médio incompleto (antigo colegial ou 2^ grau)
8-Ensino médio completo (antigo colegial ou 2^ grau) 7-Educação superior incompleta 8-Educação superior completa 9-lgnorado 10-Não se aplica
1=
*.3
Z
12 Gestante
111Sexo M - Masculino
4 - Ano
■a
i
^ Data de nascimento
8 Nome do paciente
15
Número do Cartão SUS
16 Nome da mãe
li
17 UF
18 Município de Residência
Código (IBGE)
Cl. A
I
•a
3
22 Número
ai
I
I
I
21 Logradouro (rua, avenida,...)
20 Bairro
^ Distrito
l
I
V
I
29' Zona
1 - Urbana
i
I
I
sol País (se residente fora do Brasil)
2 - Rural
I_
3 - Períurbana 9 - Ignorado
1
1
1
1
-
I
I
^ CEP
y
26 Ponto de Referência
28 (DDD) Telefone
1
^Geo campo 1
23 Complemento (apto., casa, ...)
25 Geocampo2
Código
I
Dados Complementares
•a
31 Ocupação
•3
B
â
■<
1 - Solteiro
3 - Viúvo
2 - Casado/união consensual 4 - Separado
O,
"ã
•a
3^. Relações sexuais
32 Situação conjugai / Estado civil
8 - Não se apiica
9 - Ignorado
1 - Só com homens
3 - Com homens e mulheres
2 - Só com mulheres
8 - Não se aplica
35 Se sim, qual tipo de deficiência /transtorno?
34 Possui algum tipo de
Física
deficiência/ transtomo?
Mental
1- Sim 2- Não 9- Ignorado
í
Visual
Auditiva
1
! i Transtomo de comportarriénto
Código (IBGE)
1
1
39 Bairro
a
I
41 Número
-3
i
1
1
43j
42 Complemento (apto., casa, ...)
campo 3
JV
46 Zona
45 Ponto de Referência
1 - Urbana
2 - Rural
3 - Periurbana 9 - Ignorado
1
48 Local de ocorrência
07 - Comércio/serviços
02 - Habitação coletiva
os - Indústrias/construção
09 - Outro
03 - Escola
06 - Via pública
99 - Ignorado
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências
Sinan NET
Síndromes
1
Código
1
1
1
1
1 .
44] Geo campo 4
J V
J
47j Hora da ocorrência
04 - Local de prática esportiva
05 - Bar ou similar
01 - Residência
' ^ Outras deficiências/
|38[ Distrito
40 Logradouro (rua, avenida,...)
V
0
1- Sim 2- Não 8-Não se aplica 9- Ignorado
1 , Transtomo mental
36 UF 37 Município de ocorrência
9 - Ignorado
(00:00-23:59 horas)
49 j Ocorreu outras vezes?
1 - Sim
2 - Não
9 - Ignorado
50! A lesão foi autoprovocada?
1 - Sim
2 - Não
SVS
9 - Ignorado
10/07/2008
51 Tipo de violência
DO B
O <ei
"S !§
1-Sim
2-Não 9-ignorado
1- Sim
52 Meio de agressão
Física
Tráfico de seres humanos
Força corporal/
Obj. pérfuro-
Psicológica/Moral
Financeira/Econômica
Intervenção legal
espancamento
rtf-*cortante
Negligência/Abandono
Outros
Enforcamento
Substância/
Tortura
Sexual
Arma de fogo
Ameaça
Obj. quente
Obj. contundente
Trabalho infantil
2- Não 9- Ignorado
Outro
Envenenamento
53 Se ocorreu violência sexual, qual o tipo? 1- Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9- Ignorado 54 Se ocorreu penetração, qual o tipo?
Assédio sexual
Atentado violento ao pudor
Exploração sexual
Estupro
Pornografia infantil
Outros
1-Sim 2-Não 8 - Não se aplica 9-Ignorado
Oral
Anal
Vaginal
1-Sim
2-Não 8 - Não se aplica
Profilaxia DST
Profilaxia Hepatite B
Coleta de sêmen
Contracepção de emergência
Profilaxia HIV
Coleta d 3 sangue
Coleta de secreção vaginal
Aborto previsto em lei
55 Procedimento realizado
9-Ignorado
50 Conseqüências da ocorrência detectadas no momento da notificação
1-Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9-Ignorado
Aborto
DST
Transtomo mental
Gravidez
Tentativa de suicídio
Transtomo comportamental
Estresse pós-traumático
o- o
o» *5
tA
Outros
57 Natureza da lesão (considerar somente o diagnóstico principal)
01 - Contusão
04 - Fratura
10 - Queimadura
07 - Traumatismo crânio-encefállco 11 - Outros
02 - Corte/perfuração/laceração 05 - Amputação
08 - Politraumatismo
88 - Não se aplica
03 - Entorse/luxação
09 - Intoxicação
99 - Ignorado
06 - Traumatismo dentário
58 Parte do corpo atingida (considerar somente o diagnóstico principal)
01 - Cabeça/face
04 - Coluna/medula
07 - Quadril/pelve
02 - Pescoço
05 - Tórax/dorso
08 - Membros superiores
03 - Boca/dentes
06 - Abdome
09 - Membros inferiores
59 Número de 60 Vínculo / grau de parentesco com a pessoa atendida
a>
o
> »eQ
1^
a.
^
O- cs
S s
O «
Ex-Cônjuge
Namorado(a)
Amigos/conhecidos
Mãe
Desconhecido(a)
da lei
Padrasto
Ex-Namorado(a)
Cuídador(a)
Própria pessoa
Outros
Pai
9 - Ignorado
99 - Ignorado
9- Ignorado 61 Sexo do provável 62 Suspeita de
uso de álcool
autor da agressão
Policial/agente
1- Sim
2 - Não
envolvidos
1 - Um
2 - Dois ou
mais
10 - Órgãos genitais/ânus
11 - Múltiplos órgãos/regiões
88 - Não se aplica
Madrasta
Filho(a)
Patrão/chefe
Cônjuge
Irmão(ã)
Pessoa com relação institucional
1 - Masculino
2 - Feminino
3 - Ambos os sexos
1- Sim
2 - Não
9- Ignorado
9 - Ignorado
03 Encaminhamento no setor saúde
1 - Encaminhamento ambulatorial
2 - Internação hospitalar
64 Encaminhamento da pessoa atendida para outros setores
Conselho Tutelar (Criança/Adolescente)
s
"3
8 - Não se aplica
i. sjm 2 - Não 9- Ignorado
Delegacia de Atendimento à Mulher/DEAM
Centro de Referência da Mulher
Vara da Infância / Juventude
Delegacia de Prot. da Criança e do Adolescente
Casa Abrigo
Outras delegacias
Programa Sentinela
Ministério Público
65 Violência Relacionada
ao Trabalho
1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado
03 Classificação final
1 Nome do acompanhante
1.y^ita
3 - Óbito por Violência
o - Puacãn
Fi ma ^
■ Óbito
por outras causas
2
tvasao / r-uga
g.
ignorado
Centro de Referência da
Assistência Social/CREAS-CRAS
Instituto Médico Legal (IML)
Outros
66 Se sim, foi emitida a Comunicação de
Acidente do Trabalho(CAT)
1- Sim 2 - Não 8 - Não se aplica 9- Ignorado
69 Evolução do caso
1 - Confirmado
2 - Descartado
3 - Provável
8 - Inconclusivo
9 - Ignorado
67 Circunstância da lesão
CID 10 - Cap XX
70 Se óbito por violência,
71 Data de encerramento
data
I
j|Vínculo/grau de parentesco
I
: i.y: - ...
(DDD)Telefone
I
I
I I I I ' I
I
ÇObservações Adicionais:
Disque-Salide
I
Disque-Denijncia - Combate ao Abuso e
Central...
de Atendimento a Mulher Exploração
Sexual de Crianças e Adolescentes
0800 61 1997
180
Município/Unidade de Saúde
"lOO
Cód. da Unid. de Saúde/CNES
i
Nome
Violência doméstica, sexual e/ou outras violências
Função
I
i
I
I
I
I
Assinatura
Sinan NET
SVS
10/07/2008
J
39
anexo B - FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTES E VIOLÊNCIAS EM
UNIDADES DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
República Federativa do Brasil
VIGILÂNCIA DE VIOLÊNCIAS E ACIDENTES EM
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
SERVIÇOS SENTINELAS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA - VIVA Inquérito 2009 N**
Definição de caso: Vítima de violência ou acidente atendida pela primeira vez neste serviço em decorrência desta violência ou acidente, com ou sem lesão física.
o
3 j Unidade de Saúde
2 j Município de Notificação
im
Código(CNES)
I
e
^ .....
4 Vitima, familiar ou acompanhante
5 Oata do Atendimento
concorda em participar da pesquisa
1-Sim
Jl
2-Não
I
6
I
I
2-Segunda
3-Terça
4-Quarta
Dia da Semana
1-Domingo
I
^
I
I
I
Hora do Atendimento
5-Quinta
6-Sexta
7-Sábado
(00:00 - 23:59)
I
I
i
I
I
S Nome
•10 Idade
Data de Nascimento
1 - Dia
1 - Masculino
2- Feminino
11 Sexo
2-Mès
3 - Ano
9- Ignorado
9•Ignorado
13 Escolaridade
03 - 4" série completa do EF
04 - 5® à 8» série incompleta do EF
05 - Ensino fundamental completo
01 - Sem escolaridade
02 -1° à 4° série incompleta do EF
14 Ocupação
5 - Indígena
9- Ignorado
09 - Ensino superior completo
88 - Não se aplica
99 - Ignorado
08 - Ensino médio incompleto
07 - Ensino médio completo
08 - Ensino superior incompleto
15 Meio de locomoção para chegar ao hospital
1-Apé
- Veiculo particular
16 Possui algum tipo de deficiência
I
12 Raça/Cor da pele
1 - Branca
3 - Amarela
2- Preta
4 - Parda
1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado
|19 UF j^O Município de Residência
17 Se sim qual tipo de deficiência
... .
Jl
Física
Mental
3- Viatura policial 5-Ambulância
7-Transporte coletivo
4.SAMU
8- Outro
Visual
li
Outras deficiêndas/
Auditiva
-
9 - Ignorado
_J(^
Sindromes
J
evento em outro serviço
1 - Sim
2 - Não
9 - Ignorado
21 Bairro de Residênda
23 Número
Jl
27 Zona
26 (DDD) Telefone
< 1 - Urbana
1 24 Complemento (apto., casa. ...)
|28 Rsis (se residente fora do Brasil)
2 - Rural
3 - Periurbana 9 - Ignorado
29 Tipo de Ocorrênda
1 - Acidente de transporte 5 - Lesão autoprovocada
6 - Agressão/maus-tratos
3 • Queimadura
7 • IntenrençSo por agente legal
30 Data da Ocorrênda
.
4 - Outros acidentes
32 Hora da Ocorrênda
(00:00 - 23:59)
31i Dia da Semana 2-Segunda 5-Quinta _
2 - Queda
*
3-Terça
1-Domingo 4-Quarta
9 - Ignorado
6-Sexta
7-Sábado
J_L
L
i_L
33 Local de Ocorrênda
01 - Residência
03 • Escola
02 - Habitação coletiva
04 - Local de prática esportiva
07 - Comérdo/serviços
08 - Indústrias/construção
05 - Bar ou similar
08 - Via publica
34 UF ||35 Município de Ocorrênda
,37 Logradouro de ocorrência (rua. avenida....)
1 - Pedestre
2 - Condutor
3 - Passageiro
4 - Outro
8 - Não se aplica
9 - Ignorado
jE
Acidente de transporte
40 Tipo de vítima
41 Meio de locomoção da vitima
1 - A pé
envolvida
5 - Coletivo
1 - Automóvel
2 - Motocideta
3 - Motocicleta 8 - Nâo se aplica
4 - Bicicleta
9 - ignorado
5 - Objeto fixo
04 - Envenenamento/Intoxicação
05 - Ferimento por objeto perfurocortante
01 - Sufocação/engasgamento
02 - Corpo estranho
07 - Acidentes com animais
Lesão autoprovocada
48 Natureza da agressão
1 - Sim
2-Não
2 - Enforcamento
3 - Arma de fogo
4 - Objeto perfurocortante
5 - Precipitação de lugar elevado
6 - Outro
49 Meio de
8 - Não se aplica
9 - Ignorado
Física
Psicológica
Sexual
Outro
abandono
1 - Fogo/chama
2 - Substânda quente
3 - Objeto quente
4 - Choque elétrico
5 - Substânda química
88 - Não se aplica
99 - Ignorado
6 - Outros
8 - Nâo se aplica
9 - Ignorado
12 - Outros
88 - Não se aplica
99 - Ignorado
50 Autor dedarado da agressão
8 - Não se aplica
9 - Ignorado
Ameaça verbal
1 - Pai ou mãe
5 - Agente legal
2 - Companheiro(a)/Ex- 6 - Desconheddo
3 - Outro familiar
4 - Amigo/conhecido
8 - Nâo se aplica
9 - Ignorado
51 Sexo do autor dedarado da
agressão
1 • Masculino
Obj. quente
Outro
. 2 - Feminino
3 - Ambos os sexos
8 - Nâo se aplica
9 - Ignorado
1 15
pela vitima como addente
J 153 Evento considerado
1 - Sim 2 - Nâo 9 - Ignorado
1 - Sim 2 - Nâo 9 - Ignorado
54 Uso de bebida alcoólica dedarado pela vitima nas seis horas
I anteriores ao evento
Queimadura
Substância/
Objeto
perfurocortante
9 - Ignorado
45 Tipo de Queimadura
ObJ. contundente
Envenenamento
,52 Evento ocorrido durante o trabalho ou no trajeto para o trabalho
da vitima
Força corporal/
espancamento
Arma de fogo
Neg' gência/
8 - Não se aplica
9 - Ignorado
1 - Sim
2-Não
agressão
3 - Periurbana
2 - Rural
Agressão/maus-tratos/lntervenção por agente legal
4' Meio utilizado
1 - Envenenamento/Intoxicação
j 1 - Urbana
08 - Queda de objetos sobre pessoa
09 - Choque contra objetos/pessoa
10 - Entorse (torção)
11 - Esmagamento
08 - Ferimento por arma de fogo
03 - Afogamento
39 Zona de Ocorrênda
09 - Outros níveis
06 - Escada/degrau
07 - Árvore
7 - Outro
8 - Não se aplica
9 - Ignorado
Outro
Número
08 - Telhado/laje
05 - Andaime
6 - Animal
Capacete
46 Outros acidentes
01 - Mesmo nível
02 - Buraco
03 - Leito
04 - Outra mobília
3 - Coletivo
4 - Bidcleta
42 Itens de segurança 1-Sim 2-Não 8-Não se aplica 9-lgnorado
Cinto de segurança
Colete refletivo
1
99 - Ignorado
Queda
44 Tipo de queda
43 Outra parte
2 - Automóvel 6 - Outro
Cadeira para criança
09 - Outro
36 Bairro de Ocorrênda
CZI
. ,g55 Indidos de uso de bebida alcoólica pela vitima identificados pelo entrevistador
1 - Sim 2 - Não 9 - Ignorado
J
1 - Sim
2 - Nâo
9 - Ignorado
gg Natureza da lesão (considerar somente o diagnóstico prindpal)
01 - Sem lesão fisica 03 - Corte/laceração 05-Fratura
07 - Traumatismo dentário
02 - Contusão
04 - Entorse/luxaçâo 06-Amputação 08 - Traumatismo crânio-endefálico
57 Parte do corpo atingida (considerar somente o diagnóstico principal)
01 - Boca/dentes
05 - Tórax/dorso
02 - Pescoço
06 - Abdome/quadril
03 - Outra região em cabeça/face 07 - Membros superiores
04 - Coluna/medula
08 - Membros inferiores
59 Nome e código do entrevistador
SVS
CGDANT
VIVA 2009
|
09 - Politraumatismo
10-Intoxicação
1 - Alta
2 - Encaminhamento ambulatorial
3 - Internação hospitalar
4 - Encaminhamento para outro serviço
10 - Múltiplos órgãos/regiões
88 - Nâo se aplica
99 - Ignorado
.60 Data do preenchimento
-
23/04/2009
L
I
I
I
11 • Queimadura
12-Outros
99-Ignorado
58 Evolução na emergência (primeiras 24 horas)
09 - Genitais/ânus
I
lei Circunstância da lesão
Jl
|
J
I
Jl
^22 Logradouro(rua, avenida...■)
,25 CEP
-
1g Atendimento anterior por este
2- Nâo s-NSo se aplica 9- ignorado
. .. .
-
6 - Resgate
CID 10-Cap XX
5 - Evasão/fuga
6 - Óbito
9 - Ignorado
41
anexo C - CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Comitê de Ética em Pesquisa /CEP/ÜFMS
CcLtta de JLp^ovação
o protocoíó tf 1748 da (Pesquisadora J4ndréa CãèraC Vík intituíado
"Caracterização dos atendimentos por causas ejçtemas no pronto socorro de
CorumBá", foi revisado por este comitê e aprovado em reunião ordinária no
dia 24 de junBo de 2010, encontrando-se de acordo com as resoCuções
normativas do íMinistério da Saúde.
cprof.
Coordenador dc
ià^igueiró TiCfio
iê de(Ética em(Pesquisa da V(FíMS
Campo Çrande, 24 dejunão de 2010.
Comitê de Ética da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
http:..'vvvAv.propp. ufms.bi /bioetica.ccp
: ifn-t';, hr
fone 0XX67 345-7187