Revista nº 174 || Materiais de Renovação e Reabilitação

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Revista nº 174 || Materiais de Renovação e Reabilitação
A Cidade como Mercado
Exponor - Auditório B4 I 20 novembro - 9:30 às 13h
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Pr. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º, 4200-313 PORTO
Tel.: 225 074 210 · Fax: 225 074 218/9
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Sumário
02
Editorial
04
05
06
08
09
10
12
13
14
15
16
17
18
DIVULGAÇÃO
Barbot
BASF
BigMat
Cobert Telhas
Cosentino
IteCons
OLI
Technal
Schlüter®-Systems
Teka
Vicaima
Vidromax
Saint-Gobain
22
23
24
25
EVENTOS
JRBotas
Reynaers
Roca
Tintas 2000
26
ENTREVISTA
Iberfibran
33
DOSSIER ECONÓMICO
Inquérito de Conjuntura APCMC
- 2º Trimestre de 2015
Estatísticas - Confidencial Imobiliário
35
DOSSIER MATERIAIS
Artigo, Entrevistas
54
IMOBILIÁRIO
LUXIMO’S - CHRISTIE’S
58
62
66
70
ARQUITETURA
Parque Urbano de Arruda dos Vinhos
Chalé das Três Esquinas
Terminal de Cruzeiros de Leixões
Casas em Movimento
74
REABILITAÇÃO
Rodrigo Fonseca - Edifício Habitacional
30
APDL - Administração dos Portos do Douro,
Leixões e Viana do Castelo
PUBLICAÇÕES APCMC DISPONÍVEIS
NA APLICAÇÃO MULTITEMA
USERNAME > APCMC
PASSWORD > APCMC
DE
RENOVAÇÃO
E
REABILITAÇÃO
FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE, EDIÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
APCMC
Associação Portuguesa dos Comerciantes de
Materiais de Construção
Pç. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º
4200-313 Porto
Tel.: 225 074 210; Fax: 225 074 218/9
E-mail: [email protected]
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NIPC: 500 969 221
2/
Diretor: Afonso Manuel Coutinho Caldeira
Diretor Adjunto: José de Matos
Colaboração: Vieira de Abreu
Imagem: Bruno Costa
Composição e Grafismo: Bruno Costa
Comunicação, Marketing e Publicidade:
Elsa Camelo; Alzira Correia
Assinaturas: Susana Mendes
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PUBLICAÇÃO, PUBLICIDADE E DISTRIBUIÇÃO
APC
Associação do Comércio de Produtos e
Equipamentos para a Construção
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Registo no I.C.S. nº 111972
Depósito Legal nº 84434/94
Publicação Trimestral
Tiragem: 5.000 Exemplares
Preço: 3,75 Euros
A Direção da Revista é responsável apenas
pelos artigos publicados sem assinatura e também pela sua seleção.
Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.
Editorial
Aquilo que quisemos sublinhar foi que o mais importante para
as empresas do nosso sector será o de procurarem responder,
internamente, às mudanças qualitativas do mercado e às novas
exigências financeiras e da gestão, alargando ao mesmo tempo, que as que puderem ou o ambicionarem, a sua atividade
nos mercados externos como forma de ultrapassar as óbvias
limitações da dimensão do mercado nacional, cada vez mais
pressionado pela concorrência das grandes cadeias internacionais.
Mas a perturbação acabou mesmo por surgir, de caráter interno, vinda da dimensão política, podendo afetar a governabilidade e, sobretudo, a estabilidade das condições económicas,
financeiras e regulamentares em que as empresas exercem a
sua atividade.
Se ainda é muito cedo para fazer conjeturas sobre o seu desenvolvimento, profundidade e impacto, a verdade é que a “crise”
política já não deixará de ter consequências para a economia e
para o nosso sector.
AFONSO CALDEIRA
(PRESIDENTE
NAVEGAR
DA APCMC)
EM ÁGUAS AGITADAS
Quando, no editorial anterior, chamámos a atenção para a
eventualidade de virem “ a ocorrer perturbações externas, ou
internas” suscetíveis de vir a afetar a “moderada” recuperação que o nosso sector tem experimentado desde final de
2013, parecia que estávamos a adivinhar complicações no horizonte
Não foi o caso, mas pura e simplesmente uma chamada de
atenção para as fragilidades, sobretudo financeiras e de competitividade, que continuam a caracterizar o nosso país e que
não permitem sustentar, nem euforias assentes numa nova
vaga de fundos comunitários, nem, muito menos, convicções
de crescimento futuro garantido e sem mais percalços.
Desde logo porque basta que ela exista, mesmo que venha a
ser ultrapassada satisfatoriamente num futuro próximo, para
que tenham sido introduzidos fatores de incerteza adicionais
nos processos de decisão dos agentes económicos, que desde
o primeiro dia influenciam os respetivos comportamentos, seja
de investimento, seja de poupança, seja de consumo. Os efeitos negativos deverão começar a sentir-se nas próximas semanas e poderão, dependendo da evolução da situação, prolongar-se pelos meses seguintes. Disso, pelo menos, já ninguém
nos livra.
Mas poderá vir a ser pior. E quando pode ser, normalmente é!
Da forma como se tem vindo a desenrolar o “diálogo” político
entre os vários partidos, tudo indica que o processo de consolidação das contas públicas poderá ser interrompido, ou, pelo
menos, que será prosseguido mas com alterações substanciais
no quadro fiscal (e laboral?). Mesmo que não haja derrapagens
nas contas públicas, o que seria naturalmente trágico, as
empresas deverão esperar um agravamento nos fatores de
custo, o aumento da fiscalidade e maiores dificuldades no crédito, ainda que, eventualmente, o volume de negócios não
venha a ressentir-se e possa até dilatar-se por via dos fundos
comunitários e da expansão temporária do consumo.
Num cenário como este o mais importante será não perder a
perspetiva da importância do reforço da solidez financeira e não
descurar, nem o rigor na gestão, nem a atenção à adequação
da resposta em termos de serviço a um mercado em mudança.
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Divulgação
Barbot associou-se ao Greenfest
ARRANCOU NO PASSADO DIA 8 DE OUTUBRO, NO CENTRO
DE CONGRESSOS DO ESTORIL, O GREENFEST, QUE ESTE
ANO TEVE COMO TEMA A “CIDADANIA ATIVA”. AS TINTAS
BARBOT ASSOCIAM-SE A ESTA 8ª EDIÇÃO, COMO EMPRESA
PRODUTORA DE SOLUÇÕES AMIGAS DO AMBIENTE E ESCOLHAS CONSCIENTES NA HORA DE CONSTRUIR OU REABILITAR UM EDIFÍCIO.
O Greenfest é uma plataforma de partilha de ideias e experiências,
onde se dá voz a empresas, autarquias e cidadãos que contribuem, de alguma forma, para um futuro melhor.
Sofia Miguel, diretora de marketing da Barbot, explica que “A
Barbot foi uma das empresas pioneiras na adoção de práticas sustentáveis na sua produção, através do tratamento de resíduos
industriais e redução da emissão de Compostos Orgânicos
Voláteis. Além disso, temos desenvolvido produtos vocacionados
para uma construção mais sustentável, seja a nível de soluções
técnicas para eficiência energética como tintas mais amigas do
ambiente.”
4/
Neste sector, destacam-se duas soluções de revestimento
desenvolvidas pela Barbot de forma a proporcionar uma elevada performance energética e acústica - o Barbotherm e o
Barbotherm Cork.
O Sistema Barbotherm consiste numa solução de isolamento
de elevada prestação térmica, que permite uma poupança
energética na ordem dos 30%. Após o elevado sucesso deste
sistema, a Barbot lançou uma nova solução, criada em parceria
com a Amorim Isolamentos: Barbotherm Cork. Desenvolvido a
partir de placas em aglomerado de cortiça expandida, o sistema
oferece um elevado nível de isolamento térmico, mas também
acústico. Este sistema é único porque utiliza produtos 100%
produzidos em Portugal.
Estas soluções tecnicamente avançadas, de elevada performance, são uma aposta segura de poupança. Assegurando a
manutenção das temperaturas adequadas ao longo de todo o
ano, evitam a intervenção de aparelhos climatizados, tornando
realidade a existência de ambientes interiores onde o conforto
e a poupança energética imperam.
FONTE: YOUNGNETWORK PORTO
BASF há 150 anos a criar química
Este ano a BASF comemora 150 anos, faz o balanço e traça o
rumo dos próximos anos. No programa de aniversário, a BASF
coloca em foco três temas onde a química desempenha um papel
fundamental: na vida urbana, na energia inteligente e na alimentação. Com mais de 10.000 profissionais na área da inovação e
investigação, em 2014 a BASF investiu perto de 2 mil milhões de
euros (1.884 M€) no desenvolvimento de novas tecnologias e produtos.
Em Portugal, a BASF Portuguesa está presente em todas as
indústrias de crescimento no país, principalmente nas indústrias
automóvel, química e agrícola. “Temos 200 clientes em Portugal e
assumimos com eles o compromisso de desenvolver produtos inovadores, sustentáveis e seguros para o ambiente. Estas têm sido
as linhas mestras na conceção da nossa gama que conta com
mais de 6.000 produtos”, sublinha Gunther Sthamer.
Sede da BASF em Portugal
Consciente da sua responsabilidade social e comprometida com a
dinamização do que de melhor se faz em Portugal, a BASF apoia
produtores de vinho nacionais na iniciativa Nectar Divino que lançou há quatro anos. “Neste concurso já demos oportunidade a
mais de 50 produtores de promoverem os seus vinhos junto de
importadores alemães e ingleses em eventos exclusivos de networking”, explica Gunther Sthamer.
FONTE: BUSS COMUNICAÇÃO
A BASF apoia a construção sustentável no Dubai com soluções inovadoras como o Glenium®
SKY que prolonga o tempo de utilização do betão até 3 horas. A seguir endurece rapidamente
A BASF cria química há 150 anos
O DIRETOR-GERAL DA BASF PORTUGUESA, GUNTHER
STHAMER, AFIRMA QUE “A PREVISÃO EM PORTUGAL CONTINUA A SER DE CRESCIMENTO”.
A solidez alcançada no mercado nacional ao longo de 67 anos,
uma estrutura de 65 colaboradores, 40 dos quais comerciais especializados em áreas de engenharia (química, agrónoma e civil), e
o crescimento sustentado ao longo dos anos levam a multinacional
alemã a apostar na sede portuguesa. “Graças a este desempenho
e experiência, a BASF Portuguesa apoia ativamente as operações
do grupo BASF em Angola”, diz o diretor-geral com satisfação.
A BASF fornece sistemas de isolamento muito eficientes, graças às várias camadas de materiais
avançados. Exemplo: East Hotel Dubai
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Número de sócios BigMat em
Portugal continua a aumentar
Neste âmbito, para a Canoliva, é muito importante a informação
que receberá de todas as famílias de produtos que atualmente não
trabalha e também o apoio do departamento de Marketing &
Merchandising para poder implementá-las e desenvolver.
São Martinho de Sande (Distrito de Braga) acolhe as instalações
da Armando Salgado Oliveira. Este novo sócio da BigMat conta
com uma grande oportunidade: a sua localização privilegiada que
fica na concorrida estrada nacional N101, a 15 km de Braga e a 12
km de Guimarães. As origens da empresa aparecem com a
comercialização de materiais de construção e areias em 1979. A
sua posição de supremacia em relação aos seus concorrentes da
região baseia-se, entre outras, nas suas espantosas instalações.
O negócio foi implementado numa área de 5.000 m², conta com
um armazém de 400 m² e outros exteriores com cobertura, além
da exposição de 350 m² de material fino, pintura e bricolage. O
pátio pavimentado, onde é armazenado o material de construção,
tem uma área de 4.000 m². Os motivos que os levam a unirem-se
a esta central de compras são muitos, porém o mais importante na
decisão foi ter a possibilidade de poder comercializar os produtos
da BigMat e contar com o apoio do grupo para se “reinventar” e
competir no mercado atual. Receber o assessoramento especializado e personalizado dum departamento de Marketing &
Merchandising em questões como o desenho da área de “self service” ou ampliar a oferta de produtos, também supõe grandes vantagens para o sócio da BigMat, que propiciaram que esta empresa
familiar, dirigida pelo Armando Salgado e Ricardo Salgado, faça
inclinar a balança para o lado da BigMat.
COM A ADESÃO DA SANTIAGO & Cª, CANOLIVA E ARMANDO
SALGADO OLIVEIRA, ESTA CENTRAL REFORÇA A SUA POSIÇÃO NO MERCADO LUSO, COM UM TOTAL DE TREZE SÓCIOS
E VINTE PONTOS DE VENDA.
A BIGMAT JÁ ANUNCIOU QUE PORTUGAL ERA, E CONTINUA
A SER, UM DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS DA FIRMA. OS ESFORÇOS FORAM RECOMPENSADOS, MOSTRANDO COMO O NÚMERO DE SÓCIOS SUPEROU AS EXPECTATIVAS MARCADAS.
A Canoliva chega à BigMat com um “new look”, pois em breve este
novo sócio transferir-se-á para uma nova instalação que ocupará
uma área de 9.000 m². Neste novo projeto o armazém, a exposição e a área de “self-service” ocuparão 1.200 m². Em relação ao
perfil de cliente da Canoliva, 80% é formado por profissionais,
sendo o restante constituído por consumidores finais, principalmente estrangeiros que já estão habituados com o serviço DIY (Do
It Yourself). Segundo as palavras de José Manuel Rodrigues (fundador e administrador da empresa), as razões que levaram à decisão de formar parte do grupo BigMat são: estarem apoiados por
uma grande marca internacional, que os ajudará a diversificar as
famílias de produtos para enfrentar as diversidades da atual conjuntura do sector; e beneficiar do “Know How” da BigMat. A
Canoliva fica em Oliveira do Hospital (Distrito de Coimbra), conta
com a certificação ISO 9001 desde o ano 2003 e está especializada na comercialização de canalização e infraestruturas de água
para obras públicas.
6/
Com respeito a Santiago & Cª, esta dispõe de três pontos de
venda na cidade de Trancoso, concentrando-se em diferentes
famílias de produtos: 3000 m² dedicados à bricolage (jardim, ferramentas, proteção laboral e bricolage); material de construção que
compreende três barracões de 2.000 m², 600 m², 500 m²; e um
pátio de 5.000 m² localizados numa mesma área, onde também se
comercializa ferro e gás butano. Esta empresa familiar, dirigida por
António Santiago, é uma referência no mundo empresarial do distrito da Guarda, devido aos seus mais de 80 anos de história.
Destaca-se pelo seu espírito empreendedor, pois em 1940 já
importavam cimento da Bélgica de navio até o porto de Aveiro e de
comboio até Trancoso. Conscientes de que para sobreviver há que
se modernizar, optaram pela BigMat, pela sua imagem corporativa
e também pelo poder de negociação com os fabricantes que possui um grupo internacional. Entre as suas ações imediatas está a
remodelação do ponto de venda de materiais de construção.
Neste sentido, consideram que o sucesso é algo garantido tendo
o assessoramento do departamento de Marketing. A sua faturação
divide-se entre 70% de profissionais e 30% de público particular.
Além de materiais de construção, a Santiago & Cª também conta
com negócios no sector têxtil, transportes e distribuição alimentícia.
A atividade empresarial da BigMat na Península Ibérica começa
em 1997 e distingue-se pelo grande valor agregado aos seus produtos e serviços, orientados tanto a profissionais como a particulares. Está composta de 214 sócios e 303 pontos de venda, que
supõe mais de um milhão de metros quadrados de superfície de
vendas. Está presente em todas as Comunidades Autónomas da
Espanha e na Europa com centros na França, Checoslováquia,
Eslováquia, Bélgica, Chipre, Itália e Portugal, com um total de mais
de oitocentos pontos de vendas nos oito países citados.
Cobert reforça produto-estrela
do catálogo de telhas
Divulgação
A COBERT,
LÍDER IBÉRICA NA PRODUÇÃO E COMERCIA-
LIZAÇÃO DE TELHAS, PEÇAS E COMPONENTES, REFORÇOU OS PROCESSOS DE FABRICO DE UM DOS SEUS
MODELOS-CHAVE: A TELHA
LUSA.
O produto passou por um reforço da sua estrutura interior e também das ligações, inovação que lhe confere uma resistência
mecânica mais pronunciada.
A empresa, que tem três unidades fabris em Portugal, tem vindo a
reforçar o seu compromisso com a qualidade e durabilidade dos
materiais, além do rigor nos acabamentos. É nesse sentido que
surgem as melhorias ao modelo de telhas mais português do mercado.
A telha Lusa, da gama “Lógica”, é fabricada através de processos
avançados de cozedura a altas temperaturas e produzida com
recurso a matérias-primas portuguesas de qualidade, resultando
num produto de grande durabilidade e impermeabilidade. Para evidenciar estas características, a Cobert inseriu quatro alterações de
reforço no interior da estrutura e nas ligações, o que facilita também o processo de montagem. Além do mais, a telha exibe agora
o selo de qualidade deste modelo que cobre a maioria das casas
portuguesas.
Com a máxima resistência, a telha Lusa mantém as dimensões
anteriores e continua disponível em mais de 10 opções de cores e
brilho. A gama, que passou agora a marca registada, integra também as telhas “Marselha” e “Plana”.
FONTE: VF COMUNICAÇÃO
8/
Sensa by Cosentino® lança
seis novos granitos exóticos
O GRUPO COSENTINO, COMPANHIA LÍDER NA PRODUÇÃO
E DISTRIBUIÇÃO DE SUPERFÍCIES INOVADORAS PARA O
MUNDO DA ARQUITETURA E DO DESIGN COM PRESENÇA
EM
PORTUGAL,
INCORPORA UMA NOVA SÉRIE DE SEIS
GRANITOS EXÓTICOS PARA
SENSA
BY
COSENTINO®,
A
SUA GAMA DE BANCADAS DE GRANITO COM UMA PROTE-
ÇÃO EXCLUSIVA CONTRA AS MANCHAS.
Cosentino®, completando uma extensa oferta de pedras caracterizadas pela já citada alta resistência às manchas, por não requerer
uma manutenção diária especial, a exclusividade de criar um
design irrepetível e a tranquilidade de poder estar em contacto com
os alimentos, uma vez que conta com a certificação NSF.
Assim, a Cosentino aumenta de 10 a 15 anos a garantia certificada
de Sensa by Cosentino® para oferecer um melhor nível de qualidade e serviço ao cliente final.
FONTE: ULLED
A propósito deste lançamento, a Cosentino reformulou a proteção
anti-manchas, agora denominada Senguard NK. A solução melhorada permite um maior rendimento face a manchas resistentes,
sendo especialmente eficaz em granitos brancos ou de tons claros. Esta inovação, conseguida pela área de I+D da Cosentino,
permite que o granito repila líquidos, como a água ou o azeite, proporcionando uma proteção eficiente contra todo o tipo de manchas, e alargando a durabilidade do material sem que altere a aparência nem o tato da pedra.
Indian Black, Black Beauty, Ice Blue, Glacial Blue, Bianco Antico e
Orinoco, são os seis novos granitos que oferecem ao consumidor
estética, funcionalidade e um design com veios únicos e exclusivos. Provenientes da Índia e do Brasil, os novos granitos aumentam a atual gama de quatorze tonalidades de Sensa by
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Divulgação
O ITECONS,
Projeto
“Promoção da Etiquetagem Energética
de Produtos (PEEP)” está concluído
EM CO-PROMOÇÃO COM O
CENTI,
TEM
VINDO A DESENVOLVER UM PROJETO DENOMINADO
“PROMOÇÃO DA ETIQUETAGEM ENERGÉTICA DE
PRODUTOS” - PEEP, QUE CONTA AINDA COM A PARTICIPAÇÃO DA ADENE.
Com este projeto, foi possível desenvolver um sistema de etiquetagem energética de produtos não regulados, nomeadamente de
isolamentos/argamassas térmicas, de tijolos e blocos a utilizar em
alvenaria e tintas.
Este sistema veio permitir comparação do desempenho entre
diferentes produtos da mesma família, facilitando assim a escolha
de produtos que promovem uma maior economia de recursos
energéticos, respondendo assim à legislação europeia em vigor
(Diretiva 2010/30/UE).
10 /
Foi lançada a fase experimental dos simuladores de desempenho energético, os quais se encontram disponíveis no site do
Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos, em
www.seep.pt.
Os simuladores pretendem dar a conhecer aos fabricantes o processo de etiquetagem energética, assim como permitir o teste
dos seus produtos de forma a conhecer a respetiva classificação
energética. Nesta fase, a sua utilização não possui custos associados ao utilizador nem restrições em termos do número de avaliações a efetuar. Incentiva-se o registo das empresas interessadas.
O projeto foi desenvolvido ao abrigo do Sistema de Apoio a Ações
Coletivas (SIAC) financiado pelo Programa Operacional Fatores
de Competitividade (COMPETE) no âmbito do Quadro de
Referência Estratégico Nacional (QREN).
Mais informações sobre o projeto PEEP em www.peep.uc.pt.
Divulgação
OLI é a marca eleita dos vencedores
Prémios Construir 2015
Os cinco projetos galardoados nos “Prémios Construir 2015” que distinguiram, no início de outubro, os melhores do ano nas áreas da
Arquitetura e Engenharia, têm em comum a escolha para os espaços de
banho das soluções inovadoras e hidricamente eficientes da OLI.
A nova sede da EDP, em Lisboa, eleita na categoria “Arquitetura: Melhor
Projeto Público”, foi equipada com autoclismos interiores “OLI74 Simflex”
e “OLI74 Autoportante”, placas de comando “Electrónica II” e “Slim” e
estruturas de lavatório autoportante, urinol e bidé “Euro”.
O Hotel Vincci Porto, considerado o “Melhor Projeto Recuperação”,
conta com os autoclismos interiores “OLI74 Autoportante” e “OLI74
Simflex”.
O Polo de Conhecimento em Tecnologias da Construção Sustentável da
Universidade de Coimbra, o melhor na categoria “Construção:
Construção e Sustentabilidade”, está equipado com autoclismos interiores “OLI74” e “OLI74 autoportante”, placas de comando “Slim” e torneiras.
Já o Edifício Sede da Polícia Judiciária, vencedor na categoria
“Imobiliário: Melhor Edifício de Escritórios”, selecionou as placas de
comando de urinol “Electrónica”.
12 /
O Palácio dos Condes de Murça, distinguido na categoria
“Imobiliário: Melhor Edifício Residencial”, escolheu as
Placas de Comando “Slim”.
A OLI, líder ibérica na produção de autoclismos, é a empresa em Portugal, pelo segundo ano consecutivo, que mais
patenteia na Europa, tendo investido 10 milhões em
Investigação e Desenvolvimentos nos últimos cinco anos.
A fábrica sediada em Aveiro trabalha ininterruptamente 24
horas por dia, sete dias por semana, e tem uma produção
diária de cerca de 7800 autoclismos e 28 mil mecanismos
que são exportados para 70 países dos cinco continentes.
A OLI é a única empresa portuguesa a produzir autoclismos interiores. Em 2012, venceu o “Prémio Kaizen Lean”
do Instituto Kaizen, na categoria “Excelência na
Produtividade” pela eficiência operacional. A distinção
reconhece a melhoria contínua e a inovação dos processos da OLI que se tornou uma referência mundial e uma
marca de excelência.
FONTE: AD COMMUNICATION
Technal premiada pelo conceito
de acústica ativa
A MAIS RECENTE INOVAÇÃO DA TECHNAL, QUE APRESENTA UM SISTEMA PATENTEADO, INOVADOR E PIONEIRO NA
OTIMIZAÇÃO ACÚSTICA, FOI DISTINGUIDA NO CONCURSO
DE INOVAÇÃO BATIMAT 2015 COM A ATRIBUIÇÃO DE UMA
MEDALHA DE PRATA.
O conceito de atenuação acústica ativa baseia-se na combinação
de tecnologias complementares "passiva" e "ativa", que fornecem
níveis de atenuação acústica até 25 dB com a janela aberta, assegurando uma média de 300 vezes menos ruído para o interior.
Uma redução que corresponde à passagem de ruído de uma rua
movimentada para o nível de um escritório silencioso.
Os visitantes da Feira Batimat, que decorre em novembro, poderão conhecer o protótipo desta nova solução no stand da Technal.
Esta será a solução ideal para quem pretende manter o espaço
ventilado, através da abertura de janelas, preservando-o de perturbações sonoras externas. Totalmente integrado no vão, o sistema
"ativo/passivo" permite, na posição fechada, manter uma estética
semelhante a uma janela convencional.
FONTE: M PUBLIC RELATIONS
Divulgação
SISTEMA
Novo Schlüter®-DITRA-HEAT-TB
CONSTRUTIVO DE PISO RADIANTE ELÉTRICO,
de. Ideal para renovações e reabilitações, permite a colocação
até sobre bases críticas, como construções de madeira, betonilha fresca, etc., sem o receio de ocorrerem danos no revestimento de cerâmica ou nos cabos de aquecimento, resultantes
de rápidas mudanças de temperatura.
ELÉTRICA DE SUPERFÍCIE NO PAVIMENTO E PAREDES
Desde o seu lançamento em 2013 que Schlüter®-DITRA-HEAT-E
tem alcançado um sucesso enorme em todo o mundo. A versatilidade e facilidade de instalação fazem este sistema um complemento perfeito, especialmente na reabilitação de casas de
banho.
AGORA COM ISOLAMENTO TÉRMICO-ACÚSTICO INCORPORADO.
CLIMATIZAÇÃO
Schlüter®-DITRA-HEAT-E é um sistema de climatização elétrica
do pavimento e paredes, que permite obter superfícies com um
calor agradável, aquecidas de forma específica sempre que e
onde o desejar.
AGORA
FOI TÃO FÁCIL REABILITAR E MODERNIZAR!
Com uma altura de construção de apenas 7,5 mm, o novo
Schlüter®-DITRA-HEAT-TB alia as funções já comprovadas de
impermeabilização, desacoplamento e compensação da pressão de vapor, com o geotêxtil especial, que para além de atuar
como isolamento acústico, favorece um comportamento de
aquecimento mais rápido dos revestimentos de solo e de pare14 /
CARACTERISTICAS
COM ISOLAMENTO TÉRMICO-ACÚSTICO INCORPORADO, NUNCA
• Ambiente agradável
• Controlo exato
• Duradouro e isento de manutenção
• Fácil de colocar
• Aquecimento rápido adequado para pessoas com alergias
• Previne a formação de bolor
• Invisível
• Componentes de sistema certificados
Divulgação
Inovação Teka
Tambor Softcare em Máquina de Lavar
A TEKA, MARCA LÍDER EM ELETRODOMÉSTICOS EM
PORTUGAL, APRESENTA A SUA NOVA GAMA DE MÁQUINAS
DE LAVAR A ROUPA SPA. O NOME DESVENDA A SUA
MAIOR PREMISSA: O ELEVADO CUIDADO COM OS TECIDOS,
MESMO OS MAIS DELICADOS.
Os novos equipamentos
incorporam um inovador
tambor - Tambor Softcare,
desenvolvido com uma
nova tecnologia de dinâmica de fluídos por computação. O resultado re flete-se numa menor
resistência dos tecidos ao
fluxo da água - até 20
vezes menor do que as
máquinas convencionais.
O cuidado na roupa é
assim reforçado nas
fases da lavagem, secagem e centrifugação.
16 /
Esta funcionalidade é atestada pela certificação Woolmark®,
um selo universal de qualidade atribuído após comprovação
que o programa de lavagem de peças de lã permite manter a
máxima suavidade na roupa, mesmo após dezenas de lavagens.
Além disso, as novas máquinas são altamente eficientes, em
performance e em poupança energética. A começar pela rapidez: basta premir um botão para que qualquer programa de
lavagem reduza a sua duração em 30%.
Por outro lado, a tecnologia inteligente nas máquinas de lavar
roupa Teka permite que todos os seus modelos de livre instalação de 7 e 8 Kg tenham classificação A+++, assegurando o
máximo rendimento de lavagem com o menor gasto possível
de energia.
De destacar ainda a preocupação com o design. Com linhas
modernas, as novas máquinas distinguem-se pela porta de
grandes dimensões - 48 cm, painel de controlo em LCD de
última geração e pela elegância nos detalhes.
Entre as novas máquinas, destacam-se os modelos SPA TKD
1480, SPA TKD 1280 e SPA TKD 1270 e, nas máquinas de
secar roupa, os modelos SPA TKS 890 H e SPA TKS 850 C.
Stained da Vicaima
Novas Tendências
OUTONO É SINÓNIMO DE REGRESSO À ROTINA, AO TRABALHO E DE MUDANÇAS A TODOS
OS NÍVEIS. E COMO A MUDANÇA COMEÇA,
MUITAS VEZES, PELA TRANSFORMAÇÃO DO
INTERIOR DAS CASAS, A VICAIMA ACABA DE
LANÇAR A GAMA STAINED, QUE APRESENTA
SEIS NOVAS TONALIDADES EXCLUSIVAS PARA
PORTAS DE INTERIOR, PENSADAS PARA QUEM
SEGUE AS ÚLTIMAS TENDÊNCIAS DE DESIGN E
DECORAÇÃO.
Marina Grey, Dark Champagne, Nightfall Black, Deep
Brown, Pastel Cream e Toffe Brown, são as tonalidades
contemporâneas sugeridas pela Vicaima, com base em
folha de madeira natural.
Dos tons mais escuros, passando pelos castanhos e cinzas, as sugestões
da Vicaima apresentam um toque texturado ou smooth, conferindo aos
ambientes de interior, o toque de conforto e requinte que inspira sofisticação.
As tendências de decoração para 2016 reforçam, não só a presença da
madeira natural nos espaços interiores, como também a predominância
do cinza, como a cor de eleição para conjugar a modernidade e tranquilidade que procura para o ambiente da sua casa. As sugestões da marca
podem ser aplicadas em portas de interior, portas técnicas, roupeiros, painéis e peças para mobiliários, funcionando como o “apontamento final”
para criar a harmonia perfeita no décor.
A gama de tonalidades Stained está disponível para o sector habitacional
e hoteleiro. Na vertente de projeto, a Vicaima disponibiliza também um serviço personalizado de aplicação de tonalidades customizadas, ajustadas à
inspiração para o ambiente decorativo.
FONTE: ATREVIA
/ 17
Divulgação
A VIDROMAX,
Vidromax traz a Portugal a
impressão digital em vidro
EMPRESA ESPECIALIZADA NA TRANSFOR-
MAÇÃO DE VIDRO, LANÇA A PINTURA DIGITAL EM VIDRO
PARA A ARQUITETURA NACIONAL.
A Vidromax é detentora, de um equipamento exclusivo em
Portugal que permite “imprimir” qualquer ilustração gráfica ou fotorealista em vidro plano ou curvo.
Sara Nunes, Manager Diretor da Vidromax refere a importância
deste equipamento para o mercado “este é um produto diferenciador do nosso portefólio, uma solução de impressão digital para projetos de excelência, com a tecnologia mais evoluída do sector, algo
que só é possível graças à nossa parceria com a Dip-Tech”.
A empresa israelita DIP-TECH é parceira da Vidromax e fornecedora desta tecnologia avançada, tendo vindo a Portugal, a convite
da Vidromax, para apresentar esta solução aos gabinetes de arquitetura portugueses e referenciar case studies internacionais com
esta tecnologia.
18 /
Esta inovação aplica-se em fachadas de edifícios, clarabóias,
janelas, portas, decoração de interiores, divisórias de escritórios...
Permite também a pintura “dual point”, possibilitando que o vidro
tenha duas interpretações diferentes, devido a impressões sobrepostas que dão uma determinada perceção do exterior dos edifícios e no interior outra.
A Vidromax é uma empresa do grupo Activa, no qual a Jofebar
também está inserida, sendo empresas complementares no mercado que operam. Recentemente participaram em conjunto na
obra do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.
Com 248 colaboradores o grupo Activa tem vindo a crescer exponencialmente através de soluções inovadoras que apresenta ao
mercado de arquitetura e construção, revelando um forte player a
nível internacional, visto sempre como uma mais-valia para os profissionais do sector.
FONTE: GREEN MEDIA - AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO
Divulgação
Saint-Gobain
comemora 350 anos
Sobre a Saint-Gobain
Em 2015, a Saint-Gobain comemora 350 anos, 350 razões para acreditar no futuro. Com a sua experiência e capacidade inovadoras, a
Saint-Gobain, líder mundial no domínio da construção, projeta, produz
e distribui materiais de construção e alto desempenho, fornecendo
soluções inovadoras para os desafios do crescimento, da energia e da
proteção do meio ambiente. Com um volume de negócios de 41 mil
milhões de euros em 2014, a Saint-Gobain está presente em 66 países
com mais de 180 000 trabalhadores. Em Portugal, o Grupo é representado por 14 marcas líderes nos seus mercados, operando maioritariamente nos mercados da construção e vidro automóvel.
Louis XIV assinou as patentes criando a Fabrica Real dos
Vidros, em outubro de 1665. Em todo o mundo, no dia 15
de outubro de 2015, os colaboradores da Saint-Gobain
comemoraram este evento. Este dia materializou a ligação
entre todos os funcionários da Saint-Gobain. Cada país e
cada equipa celebraram o 350º aniversário à sua maneira:
dias abertos, eventos de clientes, concursos, exposições,
etc. Em Portugal o Grupo juntou os seus colaboradores em
Pombal para um dia de partilha de conhecimentos e outras
atividades.
350 Anos de História
SÉCULO XVII: AS ORIGENS
O rei Luís XIV de França, impulsionado pelo seu ministro
Colbert, cria em 1665, uma Fábrica Real dos Vidros destinada a vencer a supremacia de Veneza no fabrico de espelhos. A primeira conquista histórica do Grupo é a entrega de
espelhos da galeria com o mesmo nome, em Versailles. A
Saint-Gobain entra, então, na história da França.
SÉCULOS XVIII E XIX: O NASCIMENTO DA GRANDE EMPRESA.
No século XVIII, os espelhos estão na moda e preço tornase mais acessível. Beneficiando de encomendas da realeza
e do sector privado, a fábrica, que emprega mais de mil trabalhadores, moderniza-se e conhece uma crescente prosperidade durante este século. No século XIX, confrontada
com uma forte concorrência internacional, a Saint-Gobain
cria as suas primeiras oficinas fora de França e diversifica
as suas atividades no sector químico. No final do século, as
atividades químicas e do vidro equilibram-se. A Fábrica
Real do Vidro beneficia do crescimento de uma nova arquitetura de ferro e do vidro, principalmente nas grandes instalações públicas: salões, estações, alas cobertas
20 /
SÉCULO XX: A CONSTRUÇÃO DO GRUPO ATUAL: DA EMPRESA DO VIDRO À
Os 350 Anos da Saint-Gobain
MULTINACIONAL
Doravante, a Saint-Gobain interessa-se por todos os tipos de produtos de vidro (garrafas, fibra, fibra de vidro, etc.). A revolução automobilística e a arquitetura moderna que oferecem grandes superfícies vidradas fornecem-lhe novas oportunidades.
Em 1970, a Saint-Gobain funde-se com a empresa Pont-à-Mousson, fabricante de tubos de ferro fundido. É o surgimento de
um novo estilo de gestão, a nacionalização (1982), seguida da privatização (1986), a intensificação dos esforços da procura, a chegada a novos países, o tempo de desinvestimentos e de aquisições. Entre as aquisições mais significativas, a da Norton, em
1990, posiciona a Saint-Gobain em materiais com elevado conteúdo tecnológico (abrasivos, cerâmica, plásticos) e aquela de Poliet
(POINT. P, Lapeyre e Weber), em 1996, fê-la entrar no mundo da
distribuição de materiais de construção.
SÉCULO XXI: UMA REFERÊNCIA NA HABITAÇÃO SUSTENTÁVEL
A Saint- Gobain centra a sua estratégia na habitação sustentável,
continuando a servir muitos mercados industriais.
Estando em forte expansão, o Grupo desenvolve-se constantemente nos países emergentes. O Grupo faz aquisições importantes para alargar a sua rede de distribuição de material de construção na Europa e para completar o seu portfólio de produtos (aquisição da British Plaster Board, em 2005 - gesso e placas de gesso
- e da Maxit, em 2007 - argamassas industriais).
Em 2015, a Saint-Gobain comemora os seus 350 anos. Um aniversário excecional que o Grupo celebra, valorizando sua história e virando-se para o futuro. As celebrações são marcadas por
momentos altos: a digressão mundial dos pavilhões
"Sensations Futures", um selo emitido pelos Correios, uma
exposição on-line (www.saint-gobain350ans.com), um livro de
aniversário, um jogo eletrónico e um dia de aniversário - 15 de
outubro.
Para mais informações sobre a Saint-Gobain, por favor visite o
site da www.saint-gobain.com e a conta Twitter @saintgobain
ou a aplicação para o tablet e telemóvel "Saint-Gobain
Shareholder".
/ 21
Eventos
JRBOTAS
apresenta novidades num evento memorável
Todas as marcas, também pelo seu carácter internacional, procuram desenvolver os seus produtos tendo como base os mais elevados standards de inovação tecnológica, qualidade e design.
A nova campanha “Made by History” é a representação de tudo
isto. A mudança que a empresa está a passar neste momento é o
colmatar de muitos anos de experiência e de um relacionamento
privilegiado com os profissionais do sector, principalmente na área
da arquitetura. Esta nova campanha contou com a presença de
vários profissionais do sector que em muito tem contribuído para
tornar a arquitetura, a engenharia e a decoração, em áreas reconhecidas a nível internacional. Ana Menezes Cardoso, Cristina
Santos Silva, Francisco Simões, Fernando Hipólito, João Barreto,
João Reino, Leonor Romba, Mariana Romba, Nini Andrade Silva e
Tiago Costa Luís foram os participantes da nova campanha, que
poderá ser vista através da página de Facebook da JRBOTAS ou
do site www.jrbotas.com.
NO
JRBOTAS CONTOU
250 PROFISSIONAIS DO SECTOR
- ARQUITETOS, DECORADORES, DESIGNERS DE INTERIORES E
ENGENHEIROS - NO SEU SHOWROOM NO ESTORIL, NUM EVENTO QUE DECORREU AO LONGO DE TODO O DIA.
PASSADO DIA
17
DE OUTUBRO, A
COM A PRESENÇA DE MAIS DE
Também os representantes das marcas, não só os export managers
mas também os CEOs, decidiram estar presentes para dar a conhecer o que de melhor se tem feito no sector. No decorrer deste dia foi
apresentado o novo showroom, todas as novidades das marcas
para 2015/2016, e foi ainda lançada a nova campanha “JRBOTAS:
Made by History”.
Para além de uma mudança integral de imagem, a JRBOTAS conta
ainda com um showroom renovado e várias marcas novas. Aquela
que é uma das empresas mais conhecidas na área da casa de
banho, apresenta agora um portfólio de marcas internacionais alargado e capaz de desenvolver uma remodelação integral de qualquer
tipo de projeto. A José Ricardo Botas, SA é agora JRBOTAS, Design
& Home Concept.
Poderá encontrar no seu showroom no Estoril, não só marcas para
a casa de banho - Duravit, Fantini e Hansa - como também de saunas e banhos turcos - Effegibi - revestimentos de cerâmica e de
pedra natural - Mutina e Salvatori - e ainda de portas interiores e de
decoração - Pietrelli e Longhi.
22 /
Reynaers Aluminium
comemorou 50 anos de parcerias de sucesso
A CELEBRAÇÃO DOS 50 ANOS DECORREU EM BRUXELAS NO
PASSADO MÊS DE OUTUBRO E JUNTOU MAIS 800 CONVIDADOS ORIUNDOS DE 46 PAÍSES.
Quando, em 1965, Jan Reynaers criou a Aluminium Construction
Reynaers, em Duffel, na Bélgica, a empresa dedicava-se à produção de janelas e portas aplicando um sistema de alumínio auto concebido e facilmente processado, que resultou numa grande procura
por outros fabricantes de caixilharia. 50 anos depois, já sob a gestão
da segunda geração da família, a Reynaers está presente em mais
de 70 países, emprega mais de 1500 colaboradores e tem um volume anual de negócios de 330M€. A viver um forte período de expansão, estão em curso as obras de ampliação para aproximadamente
24.000 m2 de área construída a ocupar pela sede, armazém principal
e pelo Instituto Reynaers, um centro privilegiado de investigação,
desenvolvimento de produto e ensaios.
O arquiteto realçou que “apesar do contacto regular, não tinha a
perceção correta do que realmente é a Reynaers. Ver in loco toda
a estrutura e recursos associados ao desenvolvimento de produto,
automação e ensaios foi uma experiência extremamente enriquecedora. Quanto à festa em si foi bestial divertidíssima. Foi
espantoso perceber o universo de parceiros, técnicos e colaboradores da Reynaers em todo o mundo.”
No evento do passado dia 16 de Outubro celebraram-se 50 anos
de parcerias de sucesso numa noite memorável, vivida intensamente.
Rui Silva, Director Geral na Fonseca & Silva, refere que “a festa teve
imensa qualidade e esteve bem à altura do prestígio da Reynaers.
Toda a equipa soube receber muito bem”. Acerca da visita ao
Instituto Reynaers sublinha que “foi crucial para entender toda a
estrutura a montante da colocação dos produtos no mercado. Uma
visita muito positiva e tranquilizadora”.
Também para José Magno, da VHM Coordenação de Projectos, SA
“a visita ao Instituto Reynaers foi muito interessante”.
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Eventos
ROCA,
Roca apoia o projecto
“Ecocasa/Sistema Gomos”
EMPRESA DEDICADA AO DESIGN, PRODUÇÃO E COMERCIALIZA-
ÇÃO DE PRODUTOS PARA O ESPAÇO DE BANHO, REFORÇA O SEU COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, APOIANDO O PROJETO
“ECOCASA/SISTEMA GOMOS”
ATRAVÉS DA DOAÇÃO DE EQUIPAMEN-
TOS PARA OS ESPAÇOS DE BANHO.
A EMPRESA CARACTERIZADA PELA PREOCUPAÇÃO COM AS QUESTÕES
AMBIENTAIS, ASSUME MAIS UMA VEZ O COMPROMISSO COM A CONSTRUÇÃO AUTOSSUSTENTÁVEL E “ECO FRIENDLY”, SEM NEGLIGENCIAR
A QUALIDADE E O DESIGN INERENTES À MARCA.
Trata-se de um projeto que parte do conhecimento local, mobiliza
o empreendedorismo regional e terá impacto nacional, sendo um
dos dez finalistas ao Prémio Nacional de Indústrias Criativas.
Na sessão de apresentação estiveram presentes Bruno Teixeira,
presidente da AECA, e José Artur Neves, presidente da Câmara
Municipal de Arouca. A visita ao edifício modelo pré-fabricado esteve disponível durante a apresentação. Segundo Bruno Teixeira,
com este projeto foi possível criar uma ecocasa, T1 ou T4, que tem
um tempo de criação em fábrica entre três a quatro meses e que
é montada no terreno no período máximo de duas semanas. O
preço-base é de 50.000 euros mais IVA por uma residência T1
com um nível de qualidade médio-alto, sendo que o orçamento
final e os prazos dependem das especificações do cliente, de acordo com as suas exigências.
Com esta iniciativa, pretende-se fazer um melhor aproveitamento
dos recursos naturais disponibilizados, bem como de uma melhor
utilização do know-how das empresas locais e dos seus materiais.
O projeto “Ecocasa/Sistema Gomos”, desenvolvido pela Câmara
Municipal de Arouca e a Associação Empresarial de Cambra, cuja apresentação decorreu em Arouca, é a primeira casa construída com o
Sistema Gomos, que resulta de um projeto de I&D empresarial que consiste num sistema único de construção modular, permitindo com rapidez
e simplicidade a montagem de uma habitação, de forma modular, com
todos os acabamentos, infraestruturas e design moderno. As três ecocasas construídas com o Sistema Gomos têm como base a funcionalidade,
a sustentabilidade e a economia.
24 /
Grande Festa do Grupo Tintas 2000
A 19 DE SETEMBRO, NUMA GRANDE FESTA NA SUA SEDE E NA EXPONOR,
A TINTAS 2000 COMEMOROU 35 ANOS DE ATIVIDADE, A TINTAS MARILINA
COMEMOROU 85 ANOS E AMBRÓSIO & FILHA COMPLETOU 20 ANOS.
A festa começou ao início da tarde com uma
visita guiada à sede do Grupo 2000, e continuou
noite fora com um jantar de gala na Exponor,
seguido de um concerto do José Cid.
Sala de jantar na Exponor
De referir ainda que no passado dia 08 de outubro, na
gala dos Prémios Móbis, que se realizou no Casino do
Estoril, estiveram presentes mais de 300 convidados e o
Grupo 2000 conquistou 3 distinções:
• Prémio Marca para a Tintas 2000 na categoria
Tintas Interiores.
• Prémio Geração Gold para António Ambrósio.
• Prémio Geração Empreendedora para Ana Ambrósio.
Atuação de José Cid na festa do Grupo 2000
Ana e António Ambrósio na Gala dos Prémios Móbis
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Entrevista
Vera Silva
Diretora de Marketing da Iberfibran
Estas alterações legislativas foram positivas para o sector,
no entanto nos últimos anos a reabilitação urbana ganhou
força e a legislação, que estava muito focada nos edifícios
novos, não conseguiu adaptar-se a esta nova realidade
tanto quanto desejável.
A IBERFIBRAN, POLIESTIRENO EXTRUDIDO, SA, É O BRAÇO DO
GRUPO FIBRAN PARA A PENÍNSULA IBÉRICA E FOI CONSTITUÍDA
EM 2000, SENDO PIONEIRA EM PORTUGAL NO FABRICO DE PLACAS RÍGIDAS DE ESPUMA DE POLIESTIRENO EXTRUDIDO (XPS),
A nível concorrencial houve muitas mudanças no mercado
nos últimos anos. A saída e entrada de vários players em
Portugal demonstra a dinâmica deste sector. Parece-me
que as empresas adotaram posturas e estratégias a
médio/longo prazo e focaram as suas atenções na exportação como forma de garantir a sua sustentabilidade.
ISOLAMENTO TÉRMICO DE ELEVADA QUALIDADE E DESEMPENHO
PREFERENCIAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL.
AO
A IBERFIBRAN É UMA EMPRESA EMPREENDEDORA, ÁGIL E FLEXÍVEL, CUJO CORE BUSINESS É O MERCADO DA CONSTRUÇÃO
CIVIL. OPERA NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO B2B - BUSINESS TO
BUSINESS - NUMA SEGMENTAÇÃO DIVERSIFICADA DE PARCEIROS
DE NEGÓCIO DA CONSTRUÇÃO, ESPECIALISTAS EM ISOLAMENTO
TÉRMICO, E VÁRIAS INDÚSTRIAS COMPLEMENTARES.
E DOS SEUS PRODUTOS?
A ORGANIZAÇÃO, COM SEDE E INSTALAÇÕES FABRIS EM OVAR, É
EXCLUSIVAMENTE ESPECIALISTA NO FABRICO DE PLACAS RÍGIDAS
POLIESTIRENO EXTRUDIDO (XPS), SOB A MARCA
FIBRANXPS.
DE ESPUMA DE
REGISTADA
A IBERFIBRAN ESTÁ NO MERCADO HÁ MAIS DE UMA DÉCADA. COMO VÊ
A EVOLUÇÃO DO MERCADO, NÃO SÓ DO PONTO DE VISTA LEGISLATIVO
COMO CONCORRENCIAL?
Sim, a Iberfibran está em Portugal desde 2002 a produzir constantemente poliestireno extrudido, isolamento térmico, sob a
marca FIBRANxps. Desde então a legislação relacionada com
o sector tem evoluído tornando-se cada vez mais exigente.
Quando digo exigente refiro-me à exigência em isolar cada vez
melhor, com melhores produtos e maiores espessuras. Depois
dos decretos-lei de 1990 e 2006 surgiu em 2013 o DL 118/2013
que, entre outras alterações, veio aumentar a exigência dos
valores de U (Coeficiente de transmissão térmica) e, consequentemente, aumentar as espessuras dos isolantes térmicos.
26 /
LONGO DOS ANOS AS EXIGÊNCIAS, TAL COMO AFIRMOU, TÊM
VINDO A AUMENTAR.
COMO
TEM SIDO A ADAPTAÇÃO DA EMPRESA
A Iberfibran pertence ao Grupo FIBRAN, que tem um centro de investigação e desenvolvimento numa das suas
fábricas na Eslovénia. Aí são desenvolvidos novos produtos para dar respostas às exigências técnicas e de qualidade do mercado. Na Iberfibran, no nosso laboratório,
vamos também fazendo alguns testes que nos permitem
aperfeiçoar o produto. A procura de mais baixa condutibilidade térmica, a capacidade de produzir espessuras
maiores e o acompanhamento das tendências do mercado, nomeadamente quanto à qualidade, têm sido os focos
da empresa relativamente ao desenvolvimento de produtos. No entanto, há outros parâmetros como a qualidade
do serviço, apoio ao cliente (na pré-venda e pós-venda) e
serviço logístico que têm sido alvo de melhorias constantes adaptando-se a esta nova realidade mais exigente.
A CRISE
QUE O SECTOR DA CONSTRUÇÃO TEM VINDO A SENTIR TEM
AFETADO MUITO O TECIDO EMPRESARIAL NACIONAL.
TAMBÉM SENTE OS EFEITOS DESTA CRISE?
NADO?
A IBERFIBRAN
E COMO SE TEM DIRECIO-
Sim, a Iberfibran é uma empresa de referência do sector em
Portugal e como tal também sentiu os efeitos da crise. No
entanto, esse facto não esmoreceu o empenho de todos em
ultrapassar esse período. A empresa focou-se na exportação,
na abertura de novos mercados e em produzir produtos de
maior valor acrescentado, nomeadamente para a indústria.
Entrevista
Essa exigência é normal e permite algum rigor e confiança no
sector, no entanto, sabemos que entram em Portugal produtos que infelizmente não cumprem os requisitos legais. Este
facto prejudica o mercado, não enaltece o produto e compromete o trabalho das empresas que primam pela qualidade.
No que diz respeito à mão-de-obra, não há qualquer garantia
que os produtos estão a ser corretamente aplicados. A fiscalização, nomeadamente em obras pequenas, é escassa e
grande parte das vezes não consegue garantir o correto processo de aplicação. Os processos construtivos são complexos e apesar dos produtos cumprirem todos os requisitos exigidos por normas nacionais e/ou europeias, se a aplicação
não estiver correta está em causa todo o sistema com possíveis consequências que podem ser muito graves.
A Iberfibran promove recorrentemente ações de formação,
quer nas suas instalações, quer em instalações dos seus
clientes, onde apresenta regras de boa aplicação dos seus
produtos. Ultimamente a Iberfibran tem apostado em ações
que explicam como se aplica um produto específico, e que é
bastante utilizado em reabilitação de fachadas, o nosso
FIBRANxps ETICS GF. O retorno tem sido positivo, mas consideramos que ainda há muito trabalho a fazer.
Com essa estratégia a Iberfibran tem conseguido ultrapassar as
expectativas definidas internamente. O ano passado as exportações ficaram próximas dos 50% de faturação e este ano iremos
melhorar quase todos os índices. O facto de a Iberfibran ter conseguido aumentar de forma sustentável a sua presença em mercados com potencial e de baixo risco tem permitido bons resultados
quer em 2014, quer, acreditamos, em 2015.
A REABILITAÇÃO TEM SIDO UMA DAS APOSTAS PARA A ALAVANCAGEM DO
A IBERFIBRAN TAMBÉM CONSIDERA ESTA UMA SOLUÇÃO PARA
REANIMAR O SECTOR?
SECTOR.
Sim, sem dúvida. Aliás, tem-se verificado uma grande aposta dos
produtores de materiais de construção no desenvolvimento de produtos e soluções direcionadas para a reabilitação. Também a
Iberfibran o tem feito apresentando produtos muito interessantes,
nomeadamente para fachadas, como por exemplo o seu ETICS
GF ou mesmo o mais recente SB. O facto de produzirmos e comercializarmos apenas um produto e não o sistema completo é uma
desvantagem, no entanto temos tentado associar-nos a parceiros
que podem completar o nosso produto por forma a apresentar ao
cliente final uma solução completa. Esta estratégia não tem sido
fácil de implementar, mas acreditamos que é uma estratégia a
seguir.
Neste momento estamos a desevolver um projeto internamente
que com certeza trará novidades neste contexto, contudo ainda é
precoce avançar mais sobre este tema.
A MÃO-DE-OBRA QUALIFICADA É
SEM DÚVIDA UM FATOR DIFERENCIADOR,
NOMEADAMENTE NA REABILITAÇÃO.
NÃO SERIA PERTINENTE OS FABRICAN-
TES DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO PROMOVEREM NÃO SÓ OS SEUS PRO-
DUTOS, MAS TAMBÉM A SUA CORRETA APLICAÇÃO? A IBERFIBRAN FÁ-LO?
De facto, é curioso verificar que há uma enorme pressão para os
fabricantes garantirem a qualidade dos seus produtos, nomeadamente através da sua certificação e marcação CE.
28 /
O saber fazer é fundamental e tanto quanto sei não há instituições a ensinar o “saber fazer” nesta área. São quase sempre os produtores a terem esse papel, o que me parece
escasso.
ECONOMIA
Inquérito de Conjuntura
Estatísticas - Confidencial Imobiliário
/ 29
Economia
Inquérito de Conjuntura
2º Trimestre de 2015
- Vendas face ao trimestre anterior aumentaram para a maioria das empresas
- Quase metade das empresas inquiridas considerou o nível de atividade como “Bom”
- As previsões para o 3º trimestre apontam para a continuidade do crescimento dos negócios
APRECIAÇÃO GLOBAL
O acréscimo das vendas no 2º trimestre do ano confirmou, de
forma clara, a expetativa de continuidade no processo de recuperação do volume de negócios iniciado em 2014 e que fora retomado no trimestre anterior, após um final de ano menos positivo.
A evolução mais favorável do desempenho das empresas do segmento armazenista que se vem registando desde final de 2013 e
início de 2014, espelhou-se, de algum modo, na comparação das
vendas com o período homólogo, que não obstante ter sido muito
favorável, não foi tão espetacular como o salto observado na área
das empresas retalhistas.
2º TRIMESTRE DE 2015
Em particular, o saldo das respostas extremas (SRE) no indicador
“vendas” cifrou-se em +31,7% (que compara com +12,1% no trimestre anterior), com a percentagem das empresas que afirmou o
respetivo aumento face ao período anterior a subir de 25,9% para
34,2%, enquanto as que referiram a sua diminuição baixou de
13,8% para escassos 2,5%. A apreciação relativa ao “nível de atividade” melhorou de forma ainda mais significativa, apresentando
um SRE positivo (+38,3%, contra +12,7% no 1º trimestre de 2015).
Com efeito, a percentagem dos inquiridos que classificaram a atividade como Boa aumentou de 28% para 44,7%, enquanto a percentagem que considerou a respetiva atividade com Deficiente
diminuiu de 16% para apenas 6,4%.
Indicadores
Saldo das respostas extremas (%)
Sector
Armazenistas
Retalhistas
Vendas
+ 31,7
+ 40,3
+ 26,5
Existências
+ 2,5
+ 5,5
+ 0,8
Preços
+ 3,5
+ 8,3
+ 0,7
Atividade
+ 38,3
+ 32,0
+ 45,5
Vendas homólogas
+ 42,6
+ 40,0
+ 45,5
1º TRIMESTRE DE 2015
Indicadores
VENDAS E STOCKS - 2º TRIMESTRE 2015
(SRE - saldo das respostas extremas)
Saldo das respostas extremas (%)
Sector
Armazenistas
Retalhistas
Vendas
+ 12,1
+ 11,5
+ 12,8
Existências
- 2,6
+ 3,3
- 9,1
Preços
+ 12,9
+ 18,0
+ 7,2
Atividade
+ 12,0
+ 12,5
+ 11,1
Vendas homólogas
+ 8,0
+ 25,0
- 22,3
De facto, neste 2º trimestre, o subsector retalhista registou no indicador “vendas homólogas” um SRE de +45,5% (contra -22,3% no
trimestre anterior) a que correspondeu uma percentagem de
59,1% de respostas que afirmaram o aumento das vendas face ao
2º trimestre de 2014, enquanto no subsector armazenista o SRE foi
ligeiramente menor (+40%), apesar de 60% das respostas referirem o aumento.
O subsector armazenista, que tem apresentado o melhor desempenho ao longo dos períodos anteriores, revelou, uma vez mais, o
maior progresso nas vendas, mas foi o subsector retalhista, que já
tinha dado sinais de recuperação no trimestre anterior, que registou as apreciações mais positivas no nível de atividade.
O aumento mais expressivo das vendas do que ambos os subsectores previam terá determinado a necessidade de reforçar os
stocks, invertendo a tendência de correção em baixa que de forma
sistemática se vinha observando sobretudo ao nível do subsector
retalhista. Não obstante, o número de empresas que afirmaram o
aumento das existências foi muito inferior ao das que aumentaram
as vendas, deduzindo-se que, de uma forma geral, o nível de existências se encontrará atualmente mais adequado ao nível da atividade.
30 /
Relativamente aos preços de venda, a evolução foi também positiva em ambos os subsectores, embora pouco expressiva e restrita, uma vez mais, a menos de 30% das famílias de produtos consideradas. Este comportamento deverá continuar a entender-se
como favorável à defesa das margens de comercialização, sobretudo se tivermos em conta a diminuição dos preços dos combustíveis, cuja influência é muito relevante ao nível dos custos.
As respostas no sentido do aumento dos preços de venda incidiram, principalmente, nos seguintes grupos de produtos: “tetos e
divisórias, “tubagens e acessórios de ferro e cobre”, “tubagens e
acessórios em plástico”, “portas metálicas, automáticas e automatismos para portas”, “aquecimento e refrigeração de água ou
ambiente” e “aparelhos e equipamentos elétricos e eletrónicos
diversos”.
As respostas no sentido de descida limitaram-se aos “materiais
básicos (cimento, cal, gesso, areia, pedra e brita)”, às “telhas, tijolos e outros produtos de barro vermelho e grés” e aos “produtos de
fibrocimento (chapas para coberturas)”.
2º TRIMESTRE DE 2015
(variação dos valores do SRE - saldo das respostas extremas
- face ao trimestre anterior)
Variação do saldo das respostas
Indicadores
extremas em pontos percentuais
Sector
Armazenistas
Retalhistas
Vendas
+ 19,6
+ 28,8
+ 13,7
Existências
+ 5,1
+ 2,2
+ 9,9
- 9,4
- 9,7
- 6,5
Atividade
Preços
+ 26,3
+ 19,5
+ 34,4
Vendas homólogas
+ 34,6
+ 15,0
+ 67,8
mestres anteriores, a prevalência das empresas armazenistas
(28% das respostas), enquanto no segmento retalhista a utilização
do crédito bancário foi referida por apenas 18,2%. Não se registaram respostas de empresas que indicassem a utilização do crédito para investimento
Das empresas que recorreram ao crédito (23,4%), 6,4% consideraram “difícil” a sua obtenção, contra as restantes 17% que afirmaram ter sido “fácil”. A evolução da apreciação pelas empresas do
respetivo “nível de atividade” foi, como afirmámos acima, claramente positiva em ambos os subsectores e acompanhou de perto
a observada nas “vendas homólogas”.
EVOLUÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE
(SRE - saldo das respostas extremas)
(sinal “-” indica pioria ou diminuição; sinal “+” indica melhoria ou aumento)
Como já referimos, a evolução trimestral do sector apresentou,
genericamente, um comportamento muito favorável em quase
todos os indicadores, com exceção dos preços de venda.
Recordamos todavia, que no que diz respeito às “existências” o
sinal positivo significa um aumento relativo do “investimento” em
stocks que, não sendo correspondido por um aumento proporcional das vendas (o que não é o caso), pode ser considerado um
fator desfavorável para a rentabilidade da operação comercial.
VARIAÇÃO DOS VALORES DOS SALDOS DAS RESPOSTAS
EXTREMAS FACE AO TRIMESTRE ANTERIOR
A evolução do indicador “vendas homólogas” foi ainda mais positiva, com destaque para as empresas do segmento retalhista.
No conjunto do sector, 83% das respostas (contra 64% no período
anterior) referiu a manutenção ou o aumento das vendas face ao 2º
trimestre de 2014, enquanto apenas 17% afirmaram a respetiva
diminuição.
Entre as empresas retalhistas a percentagem de respostas que
referiu o aumento foi, pela primeira vez em muito tempo, superior à
dos que reportaram a diminuição (59,1% contra 13,6%), enquanto
entre as empresas armazenistas se registaram três vezes mais respostas no item “aumento” (60%) que no item “diminuição” (20%).
VOLUME DE VENDAS COMPARADO
COM O MESMO PERÍODO DO ANO ANTERIOR
(SRE - saldo das respostas extremas)
O dado mais significativo deste período foi, na verdade, o aumento notável dos indicadores relativos à apreciação do “nível de atividade” e, particularmente, das “vendas homólogas”.
As empresas cuja atividade foi “deficiente” assinalaram os fatores
que consideraram mais prejudiciais. Neste trimestre, resumiram-se
à “falta de encomendas” com 100% das respostas (contra 75% no
trimestre anterior), e às “dificuldades de tesouraria” com 50%.
O recurso ao crédito bancário para financiamento da atividade corrente manteve-se ao mesmo nível do trimestre anterior (23,4%,
contra 24% das respostas), verificando-se, ao contrário dos dois tri-
/ 31
Economia
As previsões para o 3º Trimestre de 2015 mostram a continuação
de uma tendência positiva, embora de forma mais mitigada entre
as empresas do subsector retalhista.
De igual modo, o consumo de cimento no território nacional
registou um aumento homólogo de 4,6% nos primeiros seis
meses de 2015, invertendo umo ciclo de 7 anos consecutivos
de quebras no consumo desta matéria-prima.
PERSPETIVAS PARA O 3º TRIMESTRE DE 2015
Como referimos, o segmento da habitação é o que apresenta
maior dinamismo, tendo-se registado no 2º trimestre do ano
uma subida de 14,4%, em termos homólogos, do número de
licenças para construção de edifícios novos de habitação familiar. Este segmento é o principal responsável pelo incremento
da construção nova, enquanto, por outro lado, as licenças para
obras de reabilitação continuam a diminuir. Com efeito, as
obras licenciadas para construções novas aumentaram 2,3%
face ao 2º trimestre de 2014, mas as obras de reabilitação
diminuíram 26,3%.
Indicadores
Saldo das respostas extremas (%)
Sector
Armazenistas
Retalhistas
Cart. Encomendas
+ 14,6
+ 30,5
+ 5,5
Vendas
+ 16,1
+ 27,7
+ 9,4
Enc. Forneced.
+ 15,1
+ 25,0
+ 9,4
Existências
+ 6,0
+ 6,9
+ 5,5
Conforme se pode inferir do quadro acima, as expetativas das
empresas do subsector armazenista sugerem, à semelhança do
que se observou no estudo anterior, uma elevada confiança no
aumento das vendas.
Na verdade, permanecemos sinais vindos do sector imobiliário e,
também, da atividade da construção de edifícios, onde se registam
crescimentos significativos quer nos trabalhos de renovação e reabilitação, quer na construção nova de habitação e de edifícios para
o sector turístico. De salientar, igualmente, o aumento substancial
registado desde o início do ano no crédito à habitação, que
demonstra uma atitude diferente e mais favorável da banca relativamente ao sector imobiliário.
Alguns dos indicadores relativos ao licenciamento de obras continuam a apresentar uma evolução positiva, registando-se no 2º trimestre do ano um aumento homólogo de 21,9% no número de
fogos licenciados em construções novas para habitação, correspondendo a +5,7 p.p. face à variação registada no trimestre anterior (16,2%).
VENDAS PREVISTAS E VENDAS REALIZADAS
(saldo das respostas extremas)
32 /
Esta diminuição sistemática do número de licenças para obras
de reabilitação parece um paradoxo, atento o que nos é dado
observar, mas isso dever-se-á, provavelmente, ao fato de uma
grande maioria dos trabalhos nesta área não estarem sujeitos
a licenciamento.
Entretanto, confirmou-se o atraso generalizado na aplicação
dos fundos do Portugal 2020, nomeadamente os que se destinam à regeneração urbana e à eficiência energética, caso em
que ainda estão por aprovar os regulamentos dos respetivos
instrumentos financeiros.
Provavelmente, estes apoios só começarão a ficar disponíveis
lá para o início de 2016, pelo que a retoma da atividade da
construção até lá ainda continuará muito limitada, fundamentalmente ao crescimento do sector turístico e ao investimento
direto estrangeiro no imobiliário, bem como à melhoria da
situação de endividamento das famílias e ao crescimento do
crédito à habitação.
Estatísticas
Confidencial Imobiliário
HIATO ENTRE A OFERTA E A PROCURA RECUPERA PARA 23% NA AM
PORTO
No acumulado dos 12 meses entre o 2º trimestre de 2014 e o 1º trimestre de 2015, foi reportada ao SIR - Sistema de Informação
Residencial, pelo conjunto de empresas de promoção e mediação
imobiliária que integram este sistema, a transação de 721 imóveis
residenciais na Área Metropolitana do Porto (AM Porto). O preço
médio de venda destas transações fixou-se em 1.064 €/m² no período
em análise, atingindo os 1.677 €/m² no caso dos fogos novos e os 890
€/m² para os usados.
Os concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos figuraram
mais uma vez como os principais mercados da área metropolitana nos
12 meses em estudo. No que respeita ao preço médio de venda, o
concelho do Porto foi o que registou um valor mais elevado no período, de 1.321 €/m². Seguiu-se Matosinhos, com 1.074 €/m², sendo que
Vila Nova de Gaia se apresentou como o mercado mais barato de
entre estes três, com um preço médio de venda de 859 €/m².
A comparação entre o preço médio das vendas realizadas e o valor
médio da oferta disponível no mercado apontou, no 1º trimestre de
2015, para um gap de mercado de -23% na AM Porto, o que denota
que as transações protagonizadas pela pool SIR nesta região se rea-
lizaram a um preço 23% inferior ao valor médio dos fogos
em oferta nesse mercado. Entre o 2º trimestre de 2014 e o
1º trimestre de 2015 este indicador apresentou uma recuperação de 3 pontos percentuais (p.p.) nesta região. Ao
nível concelhio, o hiato entre a oferta e a procura atingiu,
no 1º trimestre de 2015, os -27% no Porto e em Vila Nova
de Gaia, mostrando-se menos acentuado em Matosinhos,
onde se cifrou em -24%.
Economia
Estas incluíam 125 projetos de obras em edificado e 23
projetos de obras de escassa relevância, isto é, obras
em edificado cujo alvará possui uma validade até 3
meses.
Comparando com o 2º semestre de 2014, nos seis primeiros meses de 2015 a atividade de licenciamento
decresceu em Lisboa, nomeadamente 16%, verificando-se o mesmo comportamento relativamente ao 1º
semestre de 2014, sendo que neste caso se observou
uma redução muito pouco significativa, de apenas 1,3%.
LISBOA LICENCIA 158 PROJETOS NO 1º SEMESTRE DE 2015
Os dados relativos ao licenciamento de obras fornecidos
pela Câmara Municipal de Lisboa (CM Lisboa) indicam
que, no 1º semestre de 2015, foram emitidas licenças para
158 projetos de obras localizadas neste município.
Tal como em 2014, também no 1º semestre de 2015 mais
de 90% (mais concretamente 94%) dos projetos alvo de
emissão de alvará era relativo a obras de reabilitação.
Desagregando entre obras de reabilitação e de construção nova, a desaceleração desta atividade em Lisboa
reflete essencialmente a evolução da emissão de licenças para o primeiro tipo de obras.
Quer para as obras em edificado, quer para as obras de
escassa relevância observou-se uma menor quantidade
de licenças emitidas no 1º semestre de 2015 face ao 2º
semestre de 2014. Já para as obras de construção nova,
apesar da sua reduzida representatividade, a emissão
de alvarás tem vindo a crescer ligeiramente no município
de Lisboa.
Com a procura a superar a oferta, os preços das casas
continuaram a recuperar em todas em regiões. Mais, os
últimos resultados sugerem que durante o mês de
Agosto a taxa de crescimento dos preços da habitação
acelerou em todos os mercados abrangidos pelo
Housing Survey.
Os respondentes continuam confiantes quanto à subida
dos preços quer para os próximos três meses quer para
os próximos 12 meses. De facto, durante o próximo
ano, os inquiridos preveem que os preços subam 3% ao
nível nacional e, em média, cerca de 5% ao ano durante
os próximos cinco anos.
MAIS
PROCURA E OFERTA CONTIDA SUPORTAM A RECUPERA-
ÇÃO DOS PREÇOS
O RICS/PHMS de Agosto de 2015 mostra um desequilíbrio decorrente do aumento das instruções de compra
(procura) e da queda das novas indicações de venda
(oferta). Esse efeito suporta um aumento constante dos
preços das casas. Do mesmo modo, no mercado de
arrendamento, a sólida procura por parte dos arrendatários tem contribuído para um ligeiro aumento das rendas apesar de ainda se esperar uma tendência relativamente estável nos próximos meses.
Por seu turno, o indicador de confiança nacional (um
indicador composto pelas expetativas a 3 meses relativas a vendas e preços) subiu de +28 para +32, estendendo a sua trajetória positiva ao vigésimo segundo
mês consecutivo.
A Confidencial Imobiliária (Ci) é uma revista especializada na produção de estatísticas e bases de dados sobre imobiliário. Entre outros
conteúdos, monitoriza o investimento imobiliário, tratando os dados do
licenciamento municipal de obras emitido mensalmente pelas principais autarquias metropolitanas.
Mais informação sobre a Ci disponível em www.confidencialimobiliario.com.
34 /
MATERIAIS
DE RENOVAÇÃO
E REABILITAÇÃO
artigo
entrevistas
/ 35
Reabilitação
Aplicação de UHPFRC
no Reforço de Elementos de Betão Armado
SANDRA NUNES ([email protected]), PROFESSORA AUXILIAR, CONSTRUCT-LABEST, FACULDADE DE ENGENHARIA (FEUP), UNIVERSIDADE DO PORTO
MÁRIO PIMENTEL ([email protected]), PROFESSOR AUXILIAR, CONSTRUCT-LABEST, FACULDADE DE ENGENHARIA (FEUP), UNIVERSIDADE DO PORTO
A engenharia civil tem um papel fundamental na promoção de
uma sociedade sustentável, pilar importante da Estratégia Europa
2020, enquanto contribuinte para a criação de emprego e para o
crescimento económico. Neste contexto, são necessários novos
desenvolvimentos para mitigar o impacto humano no ambiente,
melhorar a qualidade de vida e promover o uso eficiente dos
recursos. A missão da engenharia civil contemplará cada vez mais
o desenvolvimento de métodos e tecnologias para verificar e
melhorar o comportamento das estruturas existentes, de modo a
prolongar a sua vida útil e/ou aumentar a sua capacidade de
carga.
Em termos da construção nova, as estruturas de betão sustentáveis serão aquelas que apresentem grande durabilidade, exigindo
apenas intervenções mínimas de manutenção preventiva com
poucas ou nenhumas interrupções de funcionamento ao longo da
sua vida útil, assim como a maior relação capacidade de
carga/peso próprio da construção. A utilização dos recursos naturais será assim minimizada e a economia maximizada. Estes objetivos podem ser alcançados, entre outros, com o uso de novos
materiais, tais como o betão de ultra-elevado desempenho reforçado com fibras (Ultra-High Performance Fibre Reinforced
Cement Based Composites - UHPFRC). Este material proporciona uma combinação ótima de propriedades, como sejam a elevada resistência à compressão, o comportamento com endurecimento em tração e a muito baixa permeabilidade. O UHPFRC
pode também ser auto-compactável facilitando a sua colocação
em moldes, e o fabrico de elementos esbeltos e de geometria
complexa.
O UHPFRC emergiu em meados dos anos 90 e o conhecimento
entretanto acumulado permitiu já a realização de algumas obras
notáveis [1,2]. No entanto, é nas aplicações de reabilitação e
reforço, ou no projeto de estruturas compósitas de betão e
UHPFRC, que o uso deste material é mais eficiente e justificável.
De facto, com a exceção das zonas sujeitas a exposição ambiental mais agressiva ou a cargas muito elevadas, as estruturas de
betão armado mostram, em geral, um desempenho adequado.
Desta forma, o conceito de base consiste em aplicar o UHPFRC
apenas nas regiões da estrutura onde as suas notáveis propriedades em termos de durabilidade e resistência sejam completamente exploradas. Apesar deste conceito se aplicar de forma imediata
ao reforço e reabilitação de vigas, pilares, túneis, paredes e lajes
em betão armado, é nestas últimas que esta técnica tem conhecido mais sucesso [3], ver Figura 1, mesmo sem que existam ainda
recomendações de projeto que enquadrem o seu uso.
De facto, a experiência recente mostra que, no caso de lajes,
podem ser realizadas grandes intervenções num período de
tempo limitado, assegurando o mínimo de disrupção para o dono-de-obra e utilizadores da estrutura. Considerando ainda que tanto
a resistência como a durabilidade da estrutura existente podem
ser significativamente melhoradas, e que os trabalhos envolvidos
não exigem muita mão-de-obra, esta técnica de reforço é competitiva do ponto de vista económico em aplicações de
reparação/reforço, apesar do elevado custo unitário do material.
36 /
Figura 1 - Aplicação de camadas de UHPFRC na reabilitação de estruturas de betão armado:
(a) Camada de UHPFRC como impermeabilização (hU = 20 a 30 mm);
(b) Camada de UHPFRC armada para reforço e impermeabilização (hU = 40 a 70 mm).
O UHPFRC é um material cimentício avançado que incorpora uma
dosagem corrente de 3% em volume de fibras de aço curtas de elevada resistência, com esbeltezas na ordem de 50 a 80, uniformemente distribuídas numa matriz de cimento ultra-compacta. Em
geral, a matriz cimentícia é composta por cimento, sílica de fumo,
areia fina (dmáx≤1mm) e uma razão água/ligante inferior a 0.2. Esta
combinação fornece ao material um comportamento à tração caracterizado por um ramo linear elástico até valores da tensão de tração
de 7 a 11MPa seguido por um ramo de endurecimento até níveis de
extensão de 2 ‰ a 5‰ e tensões de pico da ordem de 9 a 15MPa
[2] (ver Figura 2).
O ramo endurecimento é geralmente acompanhado de microfissuras muito finas na camada de UHPFRC (ver Figura 3) e é fundamental em aplicações de reforço e reabilitação, na medida em que
permite acomodar os efeitos das deformações restringidas sem
comprometer a durabilidade. O endurecimento e a resistência à tração são essencialmente governados pela aderência das fibras à
matriz e pela esbelteza, dosagem e orientação das fibras. Estes
dois últimos aspetos dependem do comportamento reológico do
material no estado fresco, do processo de colocação e da geometria do elemento estrutural, o que aponta claramente para a necessidade de controlar e avaliar a distribuição e orientação das fibras
na estrutura final.
Figura 2 - Comportamento à
tração do UHPFRC desenvolvido
na FEUP. Os resultados
correspondem a uma dosagem
de fibras igual a 3.0%
Figura 3 - Microfissuras num
provete de UHPFRC evidenciando
a existência de endurecimento
Os ensaios do material através de provetes recolhidos “in-situ”
são demorados, dispendiosos e nem sempre são representativos do material aplicado na totalidade da estrutura. Os métodos
não-destrutivos podem permitir um rápido controlo de qualidade
do conteúdo em fibras e da sua orientação preferencial na
camada de UHPFRC endurecido. No âmbito do projeto de
investigação PTDC/ECM/122446/2010, desenvolvido na
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), foi
desenvolvido um método não-destrutivo baseado na medição
da permeabilidade magnética do UHPFRC [4]. Na Figura 4
apresenta-se a sonda desenvolvida para o efeito juntamente
com um medidor RLC necessário para o ensaio.
O UHPFRC pode ser encarado como um compósito constituído
por duas fases com propriedades magnéticas muito diferentes.
A matriz é caracterizada por uma permeabilidade magnética μ
semelhante à do ar (praticamente igual à do vácuo, μ0), independentemente da sua composição e idade. As fibras são
caracterizadas por uma permeabilidade magnética μFe muito
superior a μ0. Desta forma, é fácil de perceber que a medição
de um parâmetro influenciado pela permeabilidade magnética
do material compósito fornece informação acerca da dosagem
e orientação das fibras. A permeabilidade magnética de um
material é, em geral, expressa como a permeabilidade relativa
(μr), que é o fator pelo qual a permeabilidade do material excede a do vácuo (µr=µ/µ0).
Figura 5 - Distinção da dosagem e orientação das fibras em provetes de UHPFRC
Tal como se pode observar na Figura 5, a representação gráfica
dos resultados de μr obtidos em duas direções ortogonais (X e
Y) permite distinguir claramente os grupos de provetes com
uma orientação preferencial das fibras e os grupos de provetes
correspondentes a cada uma das dosagens de fibras testadas.
Na Figura 6 apresenta-se um resultado típico da aplicação do
método sobre uma camada de reforço com vista a controlar as
variações de dosagem das fibras.
Figura 6 - Variação da dosagem de fibras numa camada de reforço com UHPFRC
No âmbito do mesmo projeto de investigação foram ensaiadas
vigas de betão armado e vigas de betão armado reforçadas com
uma camada de UHPFRC, ver Figura 7 [5]. Os elementos foram
ensaiados na configuração de viga isostática com um tramo em
consola. Foram definidas duas configurações distintas para a secção transversal e para os vãos com o objetivo de obter roturas por
flexão (série L) e roturas por corte (série V).
Figura 4 - Sonda desenvolvida para avaliar a permeabilidade magnética do UHPFRC
Os diagramas carga-deformação para os provetes das séries L e
V estão apresentados na Figura 8. Os resultados obtidos para a
série L (com roturas por flexão) permitiram concluir que não é
necessária conexão mecânica entre a nova camada e o betão
existente desde que a superfície de contacto tenha rugosidade
suficiente. A resistência das armaduras na camada de reforço
pôde ser totalmente mobilizada, não sendo inibida pela delaminação do reforço. O comportamento para cargas equivalentes às de
serviço é excelente.
/ 37
Reabilitação
Figura 8 - Comportamento estrutural de estruturas reforçadas:
(a) Série L, sendo LS a laje original, LD uma laje monolítica com armadura
e espessura igual às da laje reforçada, e L-RU a laje reforçada;
Figura 7 - Betonagem da camada de UHPFRC:
a) Vista da superfície tratada;
Figura 8 - Comportamento estrutural de estruturas reforçadas:
(b) Série V, sendo VD e V-RU vigas com a mesma armadura e espessura total,
contendo a última uma camada de 5 cm de UHPFRC.
Em suma, os resultados obtidos confirmam a potencialidade desta
técnica. Para além disso, os resultados dos diversos ensaios de
durabilidade confirmaram que este material apresenta uma elevada resistência à penetração de agentes agressivos.
Figura 7 - Betonagem da camada de UHPFRC:
b) UHPFRC auto-compactável.
A ductilidade da rotura é sempre inferior à de uma estrutura monolítica de betão armado com as mesmas dimensões e armadura da
estrutura compósita. Isto é devido à forte aderência entre o
UHPFRC e as armaduras nervuradas. Os resultados obtidos para
a série V (com roturas por corte) demonstram a grande eficiência
da camada de UHPFRC no reforço ao corte de elementos sem
armaduras de esforço transverso, tanto no aumento da capacidade de carga como da ductilidade associada à rotura.
38 /
Como exemplo de aplicação prática recente do UHPFRC no contexto da reabilitação de estruturas, é de destacar a obra de reforço
dos viadutos de Chillon, na Suíça. Os viadutos de Chillon, abertos
ao trânsito em 1969, são dois viadutos paralelos de betão pré-esforçado com 2150 m de comprimento, com vãos que variam
entre 92 e 104 m, e cada um suportando uma faixa de rodagem
com 12 m de largura (Figura 9).
Cada viaduto possui 22 pilares e 2 encontros e está dividido em 5
estruturas independentes através de juntas de dilatação. A secção
transversal consiste numa viga caixão constituída por um núcleo
retangular oco com 5 m de largura e duas consolas laterais ocas
com 4 m de vão, perfazendo uma largura total de 13 m. Após 45
anos de serviço, o betão dos viadutos começou a exibir os primeiros sinais da ocorrência de reações alcális-silica (ASR) que poderiam conduzir à deterioração da resistência do betão.
Figura 9 - Viadutos de Chillon, Suíça
Neste contexto, foi necessário limitar a exposição do betão à
água, tendo em vista retardar a reação bem como reforçar a laje
do tabuleiro em termos da sua resistência à flexão, corte e fadiga.
Para tal, foi proposta a aplicação de uma camada de UHPFRC
com 40 mm de espessura reforçada com armadura de modo a
proporcionar o reforço e impermeabilização da laje necessários
[6]. A camada de UHPFRC aplicada no viaduto de Chillon foi fabricada com uma mistura comercial pré-doseada, que contém 3,0%
em volume de fibras de aço lisas (lf=14 mm; df=0,2 mm).
A solução de reforço com UHPFRC revelou-se competitiva do
ponto de vista económico, tanto em termos de custos diretos
como de custos para os utilizadores. A intervenção foi também
pouco invasiva, o que contribuiu para preservar o valor cultural
destes viadutos. A competitividade desta solução deve-se ao facto
de permitir satisfazer múltiplos requisitos, nomeadamente:
A realização da intervenção de reforço num período de tempo
curto foi particularmente importante neste caso, dado que estes
viadutos integram uma das auto-estradas com maior intensidade de tráfego da Suíça. Isto foi conseguido à custa de um equipamento desenvolvido especificamente para a aplicação do
UHPFRC (ver Figura 10). O custo total da intervenção rondou
os 230CHF/m2 (cerca de 200€/m2 ao câmbio atual) [6]. O ensaio
não-destrutivo desenvolvido na FEUP foi aplicado em diversas
zonas da nova camada (Figura 11) com o objetivo de controlar
a qualidade do UHPFRC aplicado ao longo do viaduto. Os
resultados obtidos permitiram confirmar a dosagem nominal de
fibras e indicaram igualmente uma ligeira orientação preferencial das fibras na direção longitudinal, provavelmente induzida
pelo equipamento de betonagem.
• Reforço da laje do tabuleiro no sentido transversal à flexão,
corte e fadiga;
• Aumento da resistência sobre os pilares e da rigidez na
direção longitudinal;
• Impermeabilização do betão de laje existente, limitando assim
o desenvolvimento da ASR;
• Aumento residual do peso próprio;
• Período de intervenção curto (inferior a 30 dias úteis para um
viaduto de 2150 m de comprimento), e bem abaixo daquele
que seria requerido por soluções de reforço convencionais.
Figura 10 - Equipamento usado para a descarga e nivelamento do UHPFRC aplicado na laje
do tabuleiro
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Reabilitação
Figura 11 - Ensaios com a sonda magnética na camada de UHPFRC aplicado no viaduto Chillon
Conclusões
A aplicação de uma camada exterior de UHPFRC (com ou sem armadura) tem-se revelado uma técnica muito eficiente para reforçar e
aumentar significativamente a durabilidade de estruturas existentes de
betão armado e pré-esforçado. Na ausência de armadura nestas
novas camadas, o comportamento mecânico do material e o desempenho dos elementos estruturais reforçados dependem significativamente da distribuição e orientação das fibras. Foi desenvolvido na
FEUP um método não-destrutivo que permite verificar facilmente a
dosagem das fibras e a eventual orientação preferencial das mesmas
em camadas de UHPFRC endurecido, já aplicado na estrutura.
Em termos de construção nova, e particularmente na indústria da préfabricação, prevê-se também um aumento da utilização do UHPFRC
num futuro, uma vez que este permite aumentar a sustentabilidade
das estruturas através da satisfação das exigências técnicas necessárias para alongar o seu ciclo de vida útil e reduzir a pegada de CO2
relacionada com a sua construção.
Esta linha de investigação continuará a ser desenvolvida no âmbito da
Unidade de Investigação CONSTRUCT-LABEST da FEUP [7], centrando-se em questões de importância imediata para a indústria envolvida na produção e aplicação deste tipo de materiais.
Agradecimentos
Este trabalho foi financiado por Fundos FEDER através do
Programa Operacional Factores de Competitividade - COMPETE
e por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a
Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto PTDC/ECM/122446/2010. Os autores agradecem ainda a colaboração das
empresas Secil, Omya Comital, Mc-Bauchemie, Sika, Chryso,
KrampeHarex, Concremat, STAP e Rangel.
40 /
Referências
[1] AFGC. Ultra high performance fibre-reinforced
concrete. Interim recommendations. 2002.
[2] Fehling E, Schmidt M, Walraven J, Leutbecher
T, Fröhlich S. Ultra-High Performance Concrete
UHPC: Fundamentals, Design, Examples. Ernst
& Sohn; 2014.
[3] Brühwiler E. Rehabilitation and Strengthening
of Concrete Structures Using Ultra-High Performance Fibre Reinforced Concrete. Struct Eng
Int 2013;23:450-7.
[4] Nunes S, Ribeiro F, Carvalho A, Pimentel M,
Brühwiler E, Bastien-Masse M. Avaliação nãodestrutiva da dosagem e orientação das fibras em
camadas de UHPFRC. BAC2015 - IV Congresso
Ibero-Americano Sobre Betão Auto Compactável,
Porto, 2015, p. 517-526.
[5] Pimentel M, Nunes S, Lopes A. Análise experimental de elementos estruturais reforçados com
uma camada de UHPFRC. BAC2015 - IV
Congresso Ibero-Americano Sobre Betão AutoCompactável, Porto, 2015, p. 527-537.
[6] Brühwiler E, Bastien-Masse M, Mühlberg H,
Houriet B, Fleury B., Cuennet S, Schär P, Boudry
F, Maurer M. Strengthening the Chillon viaducts
deck slabs with reinforced UHPFRC. IABSE
Conference, Genebra, 2015, p. 1171-1178.
[7] CONSTRUCT-LABEST, Faculdade de Engenharia (FEUP), Universidade do Porto.
http://www.fe.up.pt/labest.
Entrevista
Marcos Castro
Diretor de Marketing da CIN
COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUE BALANÇO FAZ DA SUA ATIVIDADE?
O GRUPO CIN
É UM DOS PRINCIPAIS
INTERVENIENTES NO MERCADO DAS TINTAS
E VERNIZES, LIDERANDO O MERCADO
NACIONAL DESDE 1992 E O MERCADO IBÉ-
RICO DESDE
1995. A EMPRESA PRETENDE
A CIN atua no mercado das tintas e vernizes, e marca presença
nos principais segmentos de mercado, ou seja, a construção
civil, a indústria, e a proteção anticorrosiva. Somos líderes do
mercado ibérico desde 1995 e, atualmente, a CIN é o 17º maior
fabricante europeu de tintas e o 53º a nível mundial.
FORNECER AS MELHORES SOLUÇÕES COM
A MELHOR EQUIPA DO MERCADO DE TIN-
TAS; SATISFAZER OS CLIENTES E LIDERAR,
COM COMPROMETIMENTO À EXCELÊNCIA
NO FORNECIMENTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS INOVADORES DE QUALIDADE.
MARCOS CASTRO, DIRETOR DE MARKECIN, EM ENTREVISTA À REVISTA
“MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO”, FALOU DA
EMPRESA E DOS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM E ABORDOU TEMAS IMPORTANTES COMO A REABILITAÇÃO, A SUSTENTABILIDADE, E O MEIO AMBIENTE, ENTRE
OUTROS.
TING DA
42 /
Com sete unidades fabris em países como Portugal, Espanha,
França, Angola e Moçambique, exportamos para vários mercados da Europa Central, da América Latina, da África e da Ásia.
Em 2014, a CIN atingiu um volume de faturação consolidada de 194 milhões de euros,
o que representa uma subida de 4% face ao ano anterior. Para 2015, prevemos ultrapassar uma faturação consolidada de € 200 milhões, sendo que até à data estamos dentro
dessa expectativa.
QUE ANÁLISE FAZ DO MERCADO E COMO PREVÊ A SUA EVOLUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS? QUE
ESTRATÉGIAS DEVERÃO SER TOMADAS PELA EMPRESA?
Podemos dizer que o mercado está a evoluir positivamente este ano. Em relação aos
próximos anos, prevê-se que a reabilitação continue a ser o principal drive deste mercado, mas o seu comportamento será naturalmente muito influenciado pela situação económica, que ainda apresenta alguma instabilidade este ano.
Especificamente para a reabilitação de
edifícios do casco histórico das cidades,
salientamos a nossa tinta Cinoxano
Mineral que tecnicamente apresenta um
comportamento particularmente indicado
àquele tipo de edifícios e reproduz o aspeto mineral das tintas usadas na época em
que essas casas foram construídas.
QUAL A POLÍTICA DA EMPRESA RELATIVAMENTE À CONSERVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE?
A CIN foi uma das primeiras empresas europeias a desenvolver
produtos com menor impacte ambiental, sendo que as últimas inovações da CIN proporcionam aos nossos clientes diversas soluções
de eficiência ou de menor impacto ambiental. Por exemplo, grande
parte das soluções dos produtos da CIN são de natureza aquosa,
que é menos agressiva para o meio ambiente e para os utilizadores.
Atualmente, somos a única empresa no mercado a comercializar
uma tinta “zero COV” em todas as cores - a tinta Inspira Zero COV.
A CIN é também uma empresa certificada ambientalmente pela
Norma ISO 14001 e, no âmbito dessa certificação, adotou diversas
medidas de poupança energética, sustentabilidade ambiental ou
racionalização de recursos, por exemplo. Da mesma forma, garantimos o estrito cumprimento de todas as leis e regulamentos dos
organismos competentes à regulação da nossa atividade.
QUAIS
OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA EMPRESA FACE AOS
SEUS CONCORRENTES?
Em relação aos próximos anos, a retoma dos níveis de confiança e
investimento será essencial para redefinir o que será o futuro do
mercado face às novas circunstâncias, por isso esperamos que a
tendência positiva se mantenha para 2016.
CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONSTRUÇÃO?
Julgamos que sim. Portugal viveu durante muitos anos uma situação anormal quando comparada com o resto da Europa, no que
respeita a construção nova. Atualmente, estamos numa situação
em que há um excesso de habitação em proporção à população
que temos, pelo que não há procura para a construção nova. Neste
sentido, atualmente, o foco é a reabilitação do edificado.
A CIN é uma marca jovem, moderna, inovadora e que lança tendências de cor no mercado há mais de 15 anos consecutivos. É líder
ibérico de vendas, tem uma excelente relação qualidade-preço,
muitos dos seus produtos são premiados, distinguindo-se no mercado pela feliz confluência de todos estes fatores. O caminho da
inovação e da sustentabilidade que temos vindo a trilhar resulta em
soluções e produtos diferenciadores, para um consumidor exigente
e informado, que conhece e valoriza o posicionamento da CIN.
QUAIS OS PLANOS DA EMPRESA PARA OS PRÓXIMOS ANOS?
Atualmente, a CIN está já presente em vários mercados, como
sejam a Europa Central, América Latina, África e Ásia, mas pretendemos continuar a reforçar a nossa presença noutros mercados
externos. Exemplo disso mesmo é a recente consolidação da CIN no
mercado francófono, onde estimamos atingir os 5 milhões de euros
de vendas em 2016. Este projeto teve um crescimento significativo
em 2014, dando origem a seis novas lojas em França, três na
Bélgica e uma na Suíça, todas em regime de parceria/franchising.
DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE DESQUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?
TACARIA PARA ESTE TIPO DE MERCADO?
Destacamos o sistema cin-k - sistema de isolamento térmico pelo
exterior - como uma mais-valia na reabilitação do edificado existente porque permite dotar as habitações antigas, que apresentam
uma baixa eficiência térmica (devido à não utilização ou utilização
de soluções de isolamento térmico pouco eficazes), de um renovado comportamento térmico altamente eficaz.
/ 43
Entrevista
José Manuel Santos
Administrador da Diera
ESPECIALISTA
EM VERNIZES, A
DIERA
PRODUZ
PARA OS PRINCIPAIS FABRICANTES NACIONAIS DE
PAVIMENTOS EM MADEIRA E CORTIÇA, E EXPORTA
20
EUROPA, ÁFRICA, ÁSIA E AMÉRICA.
DIRETA OU INDIRETAMENTE PARA MAIS DE
SES NA
PAÍ-
NESTA ENTREVISTA, JOSÉ MANUEL SANTOS,
ADMINISTRADOR DA DIERA, FALA-NOS DA FORMA
COMO A EMPRESA ESTÁ ORGANIZADA, DAS ESTRATÉGIAS TOMADAS PARA QUE HAJA UMA EVOLUÇÃO
POSITIVA NOS PRÓXIMOS ANOS, DA REABILITAÇÃO,
ASSIM COMO DOS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM
NESTE ÂMBITO, ENTRE OUTOS TEMAS.
COMO
CARACTERIZA A EMPRESA E QUE BALANÇO FAZ DA
SUA ATIVIDADE?
Fundada em 1967, a Diera é uma empresa de matriz
100% portuguesa, que iniciou a atividade com uma
unidade de produção limitada a um produto e duas
referências. Hoje, com uma equipa de 60 pessoas e 3
unidades distintas de produção, produz e comercializa mais de 200 produtos, quer no domínio das argamassas (argamassa cola, argamassa de juntas, argamassas técnicas e argamassas de construção e reabilitação), quer no segmento dos revestimentos decorativos (tintas, vernizes e revestimentos plásticos
espessos).
Presente em todo o território nacional, a Diera exporta ainda diretamente para sete mercados internacionais, com especial incidência nos PALOP.
44 /
QUE ANÁLISE
FAZ DO MERCADO E COMO PREVÊ A SUA EVOLUÇÃO PARA OS
PRÓXIMOS ANOS?
SA?
QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO SER TOMADAS PELA EMPRE-
Após alguns anos em que o mercado da construção atravessou
uma crise profunda, que afetou principalmente o sector da construção nova, estamos finalmente a sentir um clima de retoma, apoiado
em particular pelo ressurgimento do sector da reabilitação.
Esta crise, apesar da sua gravidade e longevidade, teve alguns
efeitos benéficos, nomeadamente na eliminação de muitas más
práticas assentes no facilitismo e na expansão não sustentada do
mercado. Permitiu também uma espécie de realinhamento do mercado para um sector há muito negligenciado em Portugal, que é o
da reabilitação da construção existente, degradada e a necessitar
urgentemente de medidas para a sua preservação.
CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONSTRUÇÃO?
Sem dúvida, arriscando mesmo dizer que o mercado da reabilitação,
a par com a construção sustentada, será a raison d’être da construção civil neste século que se inicia.
O final do século passado, e início do atual, foram férteis num crescimento desmedido do mercado da construção nova. Como resultado desse frenesim construtivo, cometeram-se muitas e terríveis
asneiras no sector, seja a nível de planeamento urbanístico, design
arquitetónico, qualidade dos materiais, ordenamento territorial, etc.,
frequentemente apoiadas e incentivadas por más políticas de
apoios estatais e gestão duvidosa dos dinheiros públicos, com ilegalidades e suspeitas de corrupção a assolarem e a darem mau
nome ao sector.
A crise veio por um fim a quase tudo isto, e obrigou o mercado a
focar-se, sob risco de colapsar sobre o seu próprio peso.
A solução encontrada - e bem, a meu ver - foi a de procurar dar vida
e cara nova a um parque habitacional e urbano degradado e negligenciado, assente em princípios de preservação arquitetónica de
fachadas e materiais, respeitando processos construtivos antigos e
de créditos firmados, e procurando soluções sustentáveis do ponto
de vista ecológico, compatíveis com as obras antigas mas adaptadas à realidade e exigências das recentes normas de construção.
O futuro passa, portanto, pela continuação e melhoramento destas
práticas, e pela inovação constante na aplicação destes princípios.
Só as empresas que melhor compreenderem esta articulação entre
o passado e o futuro poderão sobreviver e prosperar.
DENTRO
DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE DES-
TACARIA PARA ESTE TIPO DE MERCADO?
CAS?
QUAIS
AS SUAS CARACTERÍSTI-
A Diera possui muitos e bons produtos especialmente vocacionados para o mercado da reabilitação, destacando-se ainda a nossa
capacidade de colaborar diretamente com as entidades envolvidas
na obra (arquitetos, engenheiros, aplicadores) para desenvolver soluções personalizadas adaptadas às especificidades e necessidades do projeto em questão.
No campo da reabilitação assente em princípios de preservação ambiental, destacamos os sistemas compósitos de
isolamento térmico pelo exterior Dieratherm e Dieratherm+,
compostos pelos produtos Diera TH Therm (cimento cola),
Diera TH Argtec (argamassa de revestimento final), Primário
RV Plascryl (primário promotor de adesão) e Diera RV
Plascryl Médio/Fino (revestimento plástico espesso decorativo).
Estes sistemas foram homologados pelo LNEC - Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (DH 932), e certificados com a
Avaliação Técnica Europeia (ETA 14/0363), e constituem-se
como soluções sustentadas de grande qualidade na reabilitação e isolamento térmico de edifícios e habitações, com
excelentes prestações térmicas, estanquidade à água e
resistência aos fungos, entre outras propriedades.
/ 45
Entrevista
QUAIS
OS PLANOS DA EMPRESA PARA OS PRÓXIMOS ANOS?
A Diera quer ser parte ativa no desenvolvimento de Portugal e
contribuir para o seu crescimento económico e social. Por
isso, vamos continuar a privilegiar o nosso mercado e o nosso
país espalhando soluções, experiência e conhecimento para
ajudar a construir e reabilitar este país que é o nosso.
Depois de estar no mercado internacional há quase 15 anos,
com destaque para os PALOP, a Diera equaciona a formação
de parcerias em mercados selecionados, como forma de
expandir a sua marca e ao mesmo tempo beneficiar do know-how de elementos já presentes no mercado onde se quer
inserir.
QUAL
A POLÍTICA DA EMPRESA RELATIVAMENTE À CONSERVAÇÃO E
SUSTENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE?
Desde a sua fundação que a Diera tem bem presente no seu
ADN a preocupação com o meio ambiente, ou não fosse o
nosso logótipo uma folha de hera estilizada. Ao longo dos
anos, esta preocupação tem assumido várias vertentes,
desde a plantação de 1.000 árvores na serra de Santa Justa
em Gondomar em 2009, a compra de veículos a gás natural
para utilização de colaboradores e mais recentemente de veículos elétricos para a área comercial, até à instauração de
boas práticas de reciclagem e reaproveitamento dos seus
resíduos e excedentes.
No plano estratégico de negócio, esta preocupação tem-se
traduzido no desenvolvimento de soluções sustentadas que
potenciem a eficiência energética e a preservação ambiental,
orientadas para a reabilitação com enfoque na preservação
das características naturais das obras, muitas delas executadas há dezenas ou centenas de anos com os materiais naturais da época. A par disso, temos sempre em mente a utilização de matérias-primas que cumpram todas as regulamentações ecológicas dos vários mercados de atuação, e a procura
constante de novas soluções menos agressivas para com o
meio ambiente.
QUAIS
OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA EMPRESA FACE
AOS SEUS CONCORRENTES?
A Diera pode considerar-se um caso único no panorama das
empresas de materiais de construção em Portugal, na medida
em que, por força da sua vocação inicial na produção de vernizes e tintas, e posterior ampliação para a produção de argamassas cola, encontra-se atualmente dotada dos meios para
desenvolver e produzir uma série de produtos que abarcam
todos os estágios do ciclo de vida da obra desde o levantamento das paredes aos revestimentos e acabamentos finais.
Como é natural, este binómio de desenvolvimento e produção
para estes dois mercados complementares mas distintos permite-nos lançar soluções extremamente vantajosas para o
consumidor, compatíveis e complementares entre si.
46 /
Para o futuro, há que continuar a trilhar este caminho, que
achamos ser o mais indicado, e continuar a apostar nas boas
práticas de gestão e desenvolvimento, com um profundo respeito pelo nosso planeta, e uma atenção sem reservas à opinião dos nossos clientes e consumidores.
E, acima de tudo, continuar a acreditar profundamente na
qualidade do que fazemos, enquanto marca portuguesa, e a
desbravar todos os trilhos para colocar o nosso nome e o de
Portugal no mundo.
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Entrevista
Ricardo Mota
Diretor Marketing, Love Tiles e Margres
A GRES PANARIA PORTUGAL É A MAIOR UNIDADE PRODUTIVA DO
PORTUGAL, TENDO FATURADO MAIS DE
49 MILHÕES DE EUROS EM 2014, COM AS EXPORTAÇÕES A
REPRESENTAREM 60% DO SEU NEGÓCIO.
SECTOR CERÂMICO EM
A GRES PANARIA FAZ PARTE DO PANARIAGROUP INDUSTRIE
CERAMICHE S.P.A., UM DOS PRINCIPAIS PRODUTORES ITALIANOS
DE MATERIAL CERÂMICO, COM MAIS DE 30 ANOS DE EXPERIÊNCIA
NO FABRICO E VENDA DE PAVIMENTO E REVESTIMENTO PARA OS
SEGMENTOS DE LUXO.
NUMA ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO”, RICARDO MOTA, DIRETOR DE MARKETING DA
LOVE TILES E DA MARGRES, FALOU SOBRE A EMPRESA E OS
PRODUTOS, ABORDANDO AINDA TEMÁTICAS IMPORTANTES
COMO A REABILITAÇÃO.
48 /
COMO CARACTERIZA A EMPRESA E QUE BALANÇO FAZ DA SUA ATIVIDADE?
A Grés Panaria Portugal foi constituída em 2006, fruto da
fusão entre empresas com uma história de mais de 20 anos
no sector da cerâmica plana. Detém as marcas de pavimento e revestimento cerâmico Margres e Love Tiles.
O balanço é extremamente positivo e sustentado numa
política de constante investimento em equipamentos
modernos e tecnologicamente avançados, que permitem a
criação de produtos de elevada qualidade e design com um
forte carácter decorativo.
Atualmente, a nossa equipa comercial está presente em
mais de 113 países espalhados pelos 5 continentes, dando
apoio a um universo de mais de 2.000 clientes selecionados. Toda esta estrutura comercial permite que a Gres
Panaria Portugal tenha um volume de exportações superior
a 60%.
QUE
ANÁLISE FAZ DO MERCADO E COMO PREVÊ A SUA
EVOLUÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS?
QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO SER TOMADAS PELA EMPRESA?
O mercado da construção passou por algumas
dificuldades nos últimos anos, tendo o período de
2011 a 2013 sido aquele que mais impacto teve
nas nossas vendas. Felizmente, como resultado
de um processo de otimização dos recursos materiais e humanos feito em 2013, estamos nesta altura com um crescimento na ordem dos 18%, o que
nos trás bastante confiança para o futuro.
A empresa vai continuar a apostar na qualidade
dos produtos e no design de vanguarda, alicerçado num constante investimento em tecnologia, que
pretendemos que contribua para a consolidação
das nossas marcas no mercado de revestimentos
e pavimentos cerâmicos de gama média e média-alta.
CONSIDERA A REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONSTRUÇÃO?
Sem dúvida. Basta olhar para o nosso parque habitacional e verificar que existe
uma oferta bastante superior à procura. Esta situação, associada a uma menor
capacidade de compra, faz com que as pessoas permaneçam mais tempo nas
suas residências, diminuindo a percentagem de pessoas que compram nova
habitação.
DENTRO
DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE DESTACARIA PARA
ESTE TIPO DE MERCADO?
QUAIS AS SUAS CARACTERÍSTICAS?
Sem dúvida o Grés Lâmina, conhecido por muitos como Kerlite. Este produto,
pelas suas características inovadoras é sem dúvida o ideal para remodelações,
pelo facto de ter apenas 3 mm de espessura, elevada resistência e grandes formatos que podem ir até 3x1 m.
É um material fácil de cortar e aplicar o que permite que sejam feitas obras sem
ruído, pó, sem necessidade de mudar os alizares das portas e sem necessidade
de as pessoas que aí habitam terem de abandonar a residência durante as obras.
Por todas estas razões é o material ideal para remodelações.
/ 49
Entrevista
QUAL A POLÍTICA DA EMPRESA RELATIVAMENTE À CONSERVAÇÃO E SUS-
TENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE?
Esta é uma preocupação existente desde sempre. Procuramos
reduzir ao mínimo o impacte ambiental da nossa atividade, por
meio da constante pesquisa de total eco sustentabilidade no
local de trabalho, nas matérias utilizadas e nos processos produtivos:
• Reutilizamos 98% da água residual proveniente do ciclo
produtivo;
Diferenciamo-nos por uma incessante e incansável procura do novo e do belo, através da perceção das tendências
dos sectores que definem e marcam as orientações do
mercado: moda, mobiliário, etc. Desta forma, conseguimos
antecipar as tendências desses sectores e passá-los para
as coleções a lançar, nomeadamente escolha de cores e
padrões, marcando desta forma as tendências do mercado.
Diferenciamo-nos por ter uma gama completa de soluções:
• Reutilizamos 100% do caco cru resultante do ciclo produtivo;
• produtos em monoporosa pasta branca, grés esmaltado,
grés porcelânico e grés lâmina;
• Reciclamos externamente 100% do caco cozido;
• formatos que vão do 30x30 cm até aos 300x100 cm;
• Temos emissões atmosféricas inferiores aos VLE;
• produtos com espessuras que vão dos 3 mm aos 20 mm;
• Os materiais utilizados para a embalagem de produto são
recicláveis.
• vários tipos de acabamentos.
Queremos contribuir para que vivamos num mundo melhor. Este
é o nosso esforço quotidiano e a nossa responsabilidade social.
ANOS?
QUAIS
QUAIS
OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA EMPRESA FACE
AOS SEUS CONCORRENTES?
Diferenciamo-nos pela qualidade absoluta e indiscutível dos
nossos produtos e pelo serviço rápido e eficaz.
50 /
OS PLANOS FUTUROS DA EMPRESA PARA OS PRÓXIMOS
Os planos são os de continuar a crescer através do aumento do volume de faturação em países que nesta altura são
residuais. Este aumento nas vendas será suportado na
nossa estrutura comercial que nesta altura foi aumentada
com a entrada de prospetores em vários países de forma
a podermos chegar junto dos prescritores.
Entrevista
Luís Silva
Diretor de Marketing da Saint-Gobain Weber
QUE
ANÁLISE FAZ DO MERCADO E COMO PREVÊ A SUA EVOLUÇÃO
PARA OS PRÓXIMOS ANOS?
DAS PELA EMPRESA?
QUE ESTRATÉGIAS DEVERÃO SER TOMA-
A Saint-Gobain Weber considera que o mercado evoluirá de
forma positiva e continuará muito dependente da renovação
e reabilitação. Neste domínio, a empresa pretende manter a
sua estratégia já existente sob o desígnio “Renoweber” que
significa continuar a desenvolver e apresentar soluções de
renovação e reabilitação suportadas por serviços dedicados,
com destaque ao apoio constante aos profissionais da construção, como distribuidores e construtores de forma a realizar as opções mais adequadas.
Adicionalmente, assumem-se as exigências ao nível da térmica como uma vertente especifica de necessidade, pelo
que a empresa também se apresenta ao mercado com o seu
conceito de “Paredes Eficientes” que, novamente, implica
apresentar soluções e serviços que integram toda a parede
como elemento construtivo.
CONSIDERA A
TRUÇÃO?
REABILITAÇÃO COMO O MERCADO FUTURO NA CONS-
Conforme já indicado, a Saint-Gobain Weber considera que
o mercado evoluirá de forma positiva e continuará muito
dependente da renovação e reabilitação. Não há grandes
alternativas
DENTRO DA GAMA DE PRODUTOS QUE POSSUEM, QUAL AQUELE QUE
QUAIS AS SUAS
CARACTERÍSTICAS?
DESTACARIA PARA ESTE TIPO DE MERCADO?
A WEBER, LÍDER MUNDIAL NO DESENVOLVIMENTO DE ARGAMASSAS
INDUSTRIAIS DESENVOLVIDAS PARA O MERCADO DA CONSTRUÇÃO E
50 PAÍSES, ATRAVÉS DO DIRETOR DE MARLUÍS SILVA, DEU UMA ENTREVISTA À REVISTA “MATERIAIS
DE CONSTRUÇÃO”, ONDE ALÉM DE FALAR DA EMPRESA E DOS PRODUTOS QUE COMERCIALIZAM, ABORDOU VÁRIAS TEMÁTICAS IMPORTANTES PARA O SECTOR DA CONSTRUÇÃO.
RENOVAÇÃO EM MAIS DE
KETING,
COMO
DE?
CARACTERIZA A EMPRESA E QUE BALANÇO FAZ DA SUA ATIVIDA-
A Saint-Gobain Weber Portugal é uma empresa que integra um
grupo internacional, mas com foco na adaptação de soluções a
nível local. Desta forma, consegue, simultaneamente, apresentar
soluções adequadas às exigências de mercado local com utilização
de toda a sua experiência também internacional. A Saint-Gobain
Weber espera que o seu trabalho realizado ao longo das últimas
décadas tenha contribuído para uma evolução positiva ao nível
da construção em Portugal, pela inovação que tem apresentado
e pelo apoio na evolução dos profissionais intervenientes neste
domínio.
52 /
A Saint-Gobain Weber apresenta várias soluções para este
mercado. Todas fazem parte de gamas específicas em função
da necessidade, seja colagem (gamas weber.col e weber.color),
revestimento e renovação de fachadas (gamas weber.rev e
weber.cal), isolamento térmico (gama de sistemas
weber.therm), pavimentos (gama weber.floor e soluções com
Leca®), impermeabilização e reparação/proteção de betão
(gamas weber.dry, weber.tec e weber.rep). Apresentam-se, de
seguida, alguns exemplos que tipificam intenções específicas
da Saint-Gobain Weber indicadas nas questões anteriores:
1.weber.col clean light, uma argamassa-cola adequada às necessidades de renovação, que permite a
colagem de cerâmico sobre cerâmico. Neste produto,
estão intrínsecas as preocupações da empresa a
nível de procurar facilitar o trabalho dos aplicadores já
que se trata de um produto ligeiro, sem emissão de
poeiras e, sobretudo, de uma trabalhabilidade superiormente reconhecida pelos mesmos.
2.weber.therm aislone, uma argamassa de
reboco/regularização com desempenho térmico
capaz de garantir uma substituição de painéis isolantes. A sua constituição compreende utilização de cal
e as suas propriedades gerais tornam possível a sua
compatibilidade com suportes antigos. Mais acresce
o seu contributo para aumento de conforto pelo
desempenho térmico melhorado.
3.weber.cal antique, argamassa de cal e cal hidráulica perfeitamente adaptada à maioria dos suportes antigos, a nível
mecânico, químico e físico sem, contudo, alterar profundamente as práticas de execução o que garante uma rentabilidade de trabalho similar às argamassas correntes.
Não obstante ser um caminho longo que só agora está a dar
passos com maior relevo, a empresa já é reconhecida pela sua
contribuição a este nível.
QUAIS
OS PRINCIPAIS FATORES DIFERENCIADORES DA EMPRESA FACE
AOS SEUS CONCORRENTES?
4.Leca® Uno, um enchimento constituído por ligantes minerais e agregados leves Leca®. A sua curva granulométrica, a
sua leveza e propriedades a nível mecânico permite a sua
aplicação com espessuras até 20 cm num passo único rentabilizando processos construtivos ao nível de execução.
QUAL A
POLÍTICA DA EMPRESA RELATIVAMENTE À CONSERVAÇÃO E SUS-
TENTABILIDADE DO MEIO AMBIENTE?
A Saint-Gobain Weber considera este tema como prioritário no
desenvolvimento das suas soluções. Nos últimos anos, não tem
medido esforços para concretizar um conjunto de ações concretas
capazes de favorecer a conservação e sustentabilidade do meio
ambiente. Desde logo, a sua política interna tem o objetivo claro de
produzir zero resíduos. O desenvolvimento das suas soluções
incorpora, em caderno de encargos, avaliação ao nível da utilização de recursos, incorporação de materiais reciclados, avaliação
do ciclo de vida dos seus produtos, agora também com destaque
para o seu fim de vida.
Esta estratégia já está a dar os seus frutos, por exemplo, pela
incorporação nas suas argamassas de areias de leito fluidizado da
indústria do papel ou pela substituição parcial de cimento por alternativas com emissões inferiores de CO2.
A diferenciação da empresa não está exclusivamente num ou
outro fator. Antes, é o resultado de um conjunto de ações a
vários níveis que têm o cliente sempre como alvo que se apresenta como uma força maior. Por exemplo, as suas soluções
são o resultado de uma experiência de grupo única, capaz de
prover materiais inovadores mas que têm de responder às
necessidades do mercado. Entre elas, está também a necessidade de um acompanhamento constante considerando que as
exigências e os desafios em obra são uma constante; por isso,
a empresa apresenta uma rede técnico-comercial e um serviço
pós-venda com uma cobertura geográfica pormenorizada.
QUAIS
OS PLANOS FUTU-
ROS DA EMPRESA PARA OS
PRÓXIMOS ANOS?
Seguir o seu foco de
sempre, isto é, continuar
a prover aos profissionais da construção, produtos e serviços que tornem o seu trabalho mais
fácil.
/ 53
Imobiliário
LUXIMO’S - CHRISTIE’S
PENDICULARMENTE À RUA DE ACESSO ONDE, RELACIONA DIRETAMENTE A
Por uma questão de controlo da intensidade da luz e de privacidade, foi introduzido um sistema de portadas de correr em
lâminas de madeira, que funciona também como elemento atenuador da presença do vidro, criando uma simbiose entre a
pureza do construído e a materialidade natural da madeira,
presente no pinhal que serve de pano aquando da aproximação à casa.
Os volumes superiores muito depurados e balanceados sobre os inferiores, rasgam-se completamente para poente e para nascente, ficando
a nascente o corredor de acesso aos quartos e a poente os quartos
com vista para o mar.
O projeto divide-se em dois volumes: o piso inferior integra-se
na geometria do lote, permitindo que o piso superior interaja
mais diretamente com o ambiente envolvente e alinhamentos
com as construções vizinhas.
ESTE
PROJETO RESUME-SE A UMA ARTICULADA RELAÇÃO ENTRE ELE-
MENTOS CONSTRUÍDOS COM O LOCAL E A RELAÇÃO DESSES ELEMENTOS
COM A LUZ E A PAISAGEM.
O
PISO TÉRREO DA CASA ARTICULA-SE PER-
PISCINA E JARDIM COM AS ZONAS SOCIAIS.
54 /
Volumetricamente, é criada uma torção entre os dois pisos, libertando o deck superior, de acordo com as diferenças programáticas:
garagem e serviços na cave, áreas sociais no piso térreo e ambiente privado no piso superior.
Realçado pela cor natural e textura, tantos os materiais de acabamentos exterior e interior são adequados ao ambiente agressor da
maresia.
Aço inoxidável, alumínio, madeira exótica envernizada e paredes
pintadas de branco, contribuem para o requerido conforto e durabilidade como princípio arquitetónico.
PRINCIPAIS ACABAMENTOS
• Caixilharias: aço inoxidável e alumínio
• Pavimento: madeira exótica envernizada
• Escadas: madeira envernizada
• Paredes: interiores e exteriores pintadas a cor branca
• Quartos: portadas das janelas de correr em lâminas de madeira
SUSTENTABILIDADE
• Classificação energética E;
• Cuidado dimensionamento e proteção solar dos vãos exteriores,
com ensombreamento natural através do afastamento dos vãos
da linha de fachada;
/ 55
Imobiliário
• Desenho elementar dos interiores, com espaços amplos e com
a utilização de tonalidades claras, aumentando a eficiência da
iluminação natural e consequentemente da iluminação artificial;
• Utilização de materiais naturais como madeiras e pedras com
baixo índice de energia integrada;
• Fachada em betão branco aparente, com alvenaria e isolamento térmico de alta densidade obtendo-se uma grande inércia térmica no interior e a consequente estabilização da temperatura;
• Caixilharias com corte térmico e vidro duplo com rutura térmica;
• Utilização de iluminação de baixo consumo.
ASPETOS GERAIS
• Aquecimento central e Ar condicionado;
• Lareira na sala;
• Cozinhas lacadas em alto brilho, pavimentos e tampos em mármore travertino;
• Pavimento em soalho hard-maple;
• Carpintarias em hard-maple;
• Roupeiros nos quartos com iluminação interior;
• Portas pivotantes;
• Portadas interiores de madeira;
• Rodapés embutidos em mármore branco;
• Videoporteiro a cores.
56 /
Arquitetura
Parque Urbano de Arruda dos Vinhos
CAMPOS COSTA ARQUITETOS E PARATELIER SÃO VENCEDORES DO 1º
CONCURSO PARA O PARQUE URBANO DE ARRUDA DOS
VINHOS. A PROPOSTA VENCEDORA FOI ELEITA POR UNANIMIDADE.
PRÉMIO DO
DESCRIÇÃO
DA PROPOSTA
O Parque das Rotas define-se como um momento numa rede de
percursos, marcado e caracterizado pontualmente por diferentes
programas ao longo da margem esquerda do rio Grande da Pipa.
Desta margem é possível contemplar os vinhedos existentes na
margem oposta. O programa do parque organiza-se em três diferentes instantes: um de entrada e ligação com a área urbana; outro
definido pelo parque infantil com acesso à área residencial e, por
último, um miradouro sobre os vinhedos marcando o acesso ao percurso definido ao longo do rio.
58 /
O ponto de acesso principal é marcado através de uma
plataforma em granito que a certo ponto se transforma
numa escadaria de blocos de betão, uma plateia sobre
o rio que nos transporta para uma cota inferior e define
um limite em granito junto à água do rio. Para além
deste acesso principal, são definidos outros pontos
de acesso, secundários, cada um com a sua própria
função.
A partir daqui, um percurso principal é traçado por um
alinhamento de freixos ao longo do rio, deste percurso
caminhos espontâneos conduzem-nos a trilhos de
ligação. Sobre o rio são marcados dois atravessamentos.
Como forma de complementar e apoiar estes vários percursos, é inserido um programa condensado, presente
pontualmente ao longo do parque.
Pequenas arquiteturas são inseridas estrategicamente nos principais pontos de cruzamento de
percursos ciclo-pedonais.
São estes pontos de apoio e informação, aluguer e manutenção. Ao longo de todo o parque
propõe-se a consolidação dos taludes existentes através da plantação de espécies arbustivas
autóctones, assim como a plantação arbórea
em alinhamento com o percurso principal do rio.
O principal objetivo do parque das rotas, para
além de marcar Arruda dos Vinhos como um
ponto de passagem turístico e cultural, é aproximar as pessoas, relembrando-lhes a importância daquele lugar e da sua verdadeira identidade.
/ 59
Arquitetura
FICHA TÉCNICA
• Designação: Concurso para o Parque Urbano de Arruda
dos Vinhos - Parque das Rotas de Arruda dos Vinhos
• Função: Parque Urbano
• Localização: Arruda dos Vinhos
• Promotor: Câmara Municipal Arruda dos Vinhos
• Data da conclusão da obra: Não prevista
EQUIPA
• Campos Costa Arquitectos + Paratelier
• Mónica Ravazollo, Arquiteta Paisagista
(Arquitetura Paisagista)
• Pedro Campos Costa, Arquitecto (Arquitetura)
• Miguel Lourenço, Engenheiro Civil
(Todas as Especialidades)
COLABORADORES
• Giulia Mollame
• Katarzyna Augustyniak
• Marija Burum
• Francesca Baldinucci
• Caterina Dubini
• Mariana Fartaria
60 /
Arquitetura
Chalé das Três Esquinas
O “CHALÉ DAS TRÊS ESQUINAS” É UM EDIFÍCIO ÚNICO, DOCUMENTANDO
A HISTÓRIA E A DIÁSPORA DA REGIÃO ONDE SE INSERE, COMBINANDO A
ARQUITETURA E O DESENHO URBANO PORTUGUESES DO SÉCULO
COM UMA INESPERADA INFLUÊNCIA ALPINA.
XIX
Esta influência chega ao país por via de uma vaga histórica de portugueses regressados do Brasil, influenciados pela cultura centro-europeia, dominante no contexto da segunda revolução industrial brasileira.
Concebido como um anexo ao pequeno palácio a que encosta, e situado no coração das muralhas romanas e medievais de Braga, este é um
edifício particularmente ensolarado, com duas frentes, uma voltada
para a rua e para Oeste e outra voltada para um agradável e valorizado
pátio de interior de quarteirão a Este, desfrutando de luz natural ao
longo de todo o dia.
62 /
A identidade do edifício, no entanto, perdeu-se em 120 anos
de pequenas intervenções não qualificadas, resultando
numa sobre compartimentação que o encerrou para a rua e
para a luz.
A sua fachada foi igualmente adulterada: caixilharia moderna em alumínio e caixas de estore exteriores modificaram a
estereotomia dos vãos, a escala do edifício e dos seus detalhes, e rompeu com a leitura original da rua.
O objetivo do projeto foi, assim, clarificar os espaços e funções do edifício recuperando a imagem, as técnicas construtivas e o programa (essencialmente habitacional) originais e, simultaneamente, adequando-o às formas de viver
contemporâneas, devolvendo-o à cidade e, potencialmente,
alicerçando um modelo para intervenções de reabilitação
futuras no bairro da Sé.
Seguindo essa estratégia, a glória inicial da fachada foi
recuperada: a caixilharia original, em madeira, foi recolocada, e o minucioso beirado decorado restaurado.
No interior recuperou-se a distribuição espacial e funcional originais, preservaram-se as escadas, o soalho,
assim como a estrutura da cobertura, foi refeito sobre a
estrutura existente em madeira e introduziu-se mármore de Estremoz no rés-do-chão e em todas as superfícies a impermeabilizar.
O programa pedia a convivência entre um espaço de
trabalho e um programa de habitação. Tirando partido
de uma diferença de cotas de 1,5 m entre a rua e o interior do quarteirão foi possível colocar o espaço de trabalho no piso térreo, beneficiando da relação com a rua
e banhando-se com a luz do entardecer.
O programa doméstico relaciona-se com a praça do interior do quarteirão e a
luz de Nascente. A praça interior é pontuada por várias laranjeiras, providenciando uma deliciosa sobra durante o verão e apresentando um animado espetáculo no inverno, cobertas de laranjas.
Dada a reduzida área de implantação do edifício, seguiu-se a estratégia original de hierarquizar as áreas por pisos. A escada estreita-se a cada lance,
comunicando a mudança de natureza dos espaços a que dá acesso. A geometria da caixa de escadas filtra eficazmente a relação visual entre os dois programas deixando, no entanto, que a luz natural dos pisos superiores ilumine o
espaço de trabalho.
O primeiro piso reservou-se para as zonas sociais da habitação. Recusando-se a tendência natural para a compartimentação, permitiu-se que a
caixa de escadas definisse os perímetros da sala e cozinha, mantendo-se uma
planta aberta e iluminada ao longo de todo o dia, com luz de Nascente pela
cozinha, zenital pela caixa de escadas e de Poente pela sala.
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Arquitetura
Subindo os últimos e estreitos lances de escada chega-se à
zona de dormir, espaço onde o protagonismo é entregue à
cobertura, cujo sistema construtivo é mantido aparente,
embora pintado de branco. Do outro lado da caixa de escadas situa-se um quarto de vestir, apoiado por uma instalação sanitária.
O tema visual da casa é a cor branca, sistematicamente
repetida nas paredes, tetos, carpintarias e mármore. O quarto de vestir é a surpresa no topo do edifício. Tanto o piso
como o sistema construtivo da cobertura apresentam-se na
sua cor natural, as portas dos armários que constituem todo
o seu perímetro são construídas no mesmo material. O
quarto de vestir apresenta-se, assim, como uma pequena
caixa de madeira, contrapondo a caixa branca do prédio e
sendo contraposta pela pequena caixa de mármore da instalação sanitária.
Citações
TIAGO
DO
VALE
"Logo durante nossa primeira visita percebemos que o prédio pedia, desesperadamente, duas coisas: primeiro que o
libertassem de toda a construção avulsa que o sufocou e
que comprometeu a clareza e a lógica com que originalmente organizava os seus espaços; e em seguida (o que, em
muitos aspetos, também é um sintoma da mesma maleita)
que se permitisse à luz que permeasse os seus espaços.
64 /
Como em tudo, o melhor compromisso está sempre entre os
dois extremos, informado por ambos: um restauro estrito e cego
pode produzir um objeto arquitetónico interessante e honesto,
mas é necessário ceder em algum ponto se queremos que o
edifício seja capaz de dar resposta aos requisitos das formas de
viver contemporâneas, que são dramaticamente diferentes das
de há 120 anos. Essa resposta é, em última análise, a derradeira missão de um edifício (e aquilo que o mantém vivo).
Quando a passagem do tempo é generosa com uma construção, qualifica-a e valoriza-a, acrescentando novas qualidades
às originais, anotando o seu percurso no tempo. Ilustra como a
forma como nos relacionamos com os espaços onde vivemos
muda e evolui incessantemente, o que é enormemente enriquecedor e uma experiência maravilhosa de arquitetura.
Assim, regressando a este caso em particular, tentamos cometer a desonestidade terna de oferecer ao prédio uma história
mais feliz, com um percurso mais generoso do que aquele que
realmente sofreu. Recuperamos e destacamos as suas interessantíssimas características originais introduzindo, ao mesmo
tempo, elementos e ideias capazes de conduzir, passo a passo,
esta casa desde a sua fundação até aos dias de hoje, perfeitamente ajustada ao modo de habitar contemporâneo."
"No fundo, a nossa opção foi elementar: restaurar as suas condições originais mas com a subtileza (digo-o assim, embora
seja este o ponto mais fundamental do processo) de acrescentar algo para além do restauro cego, capaz de devolver esta
casa à sua função, ao uso (vivido com genuína qualidade de
vida), à rua, à cidade, e ao tempo de hoje, e fazê-lo dotando-a
de flexibilidade suficiente para que se mantenha útil e viva por
outros 120 anos.
A escuridão acabou por ser a consequência derradeira da compartimentação sistemática a que o prédio foi sujeito. Era preciso maximizar tanto a luz como a transparência para permitir que o edifício
respirasse."
"A tipologia original do prédio, tipicamente oitocentista na sua
matriz e tendo também em conta que o prédio foi, desde logo, concebido para um uso flexível é, por si só, muito permissiva e aberta,
capaz de dar resposta a praticamente qualquer tipo de programa
de arquitetura.
Portanto nunca nos ocorreu outro caminho senão o de ser fiel à
sua natureza original, tanto na arquitetura como nas soluções técnicas, como na organização e distribuição do programa.
Recuperamos não apenas os materiais mas também os usos de
cada espaço. E mesmo quando introduzimos materiais novos como fizemos com o mármore de Estremoz fizemo-lo com o critério de se ajustar à sua natureza e ao seu contexto histórico."
"Neste caso, o tempo não lhe foi (ao prédio) generoso.
Muitas vezes um arquiteto encontra-se dividido na tentativa de dar
resposta aos desafios de uma requalificação, seduzido entre a
honestidade conceptual de um restauro cego e estrito e a desonestidade conceptual de se permitir à liberdade de alterar um pouco a
narrativa do edifício para permitir que o seu desenho possa ir mais
longe num ou noutro aspeto em particular.
E, mesmo assim, não é coisa pequena: função, usos, pessoas,
ruas, cidades, são coisas que, sem cansaço e sem pedir desculpa, permanentemente vão mudando a forma como se relacionam com a sua envolvente construída".
PRÉMIOS
Vencedor nos Architizer A+ Awards 2015
Vencedor no Building of The Year Awards 2014
Menção Honrosa Prémio IHRU 2014
Selecionado para o Prémio Nacional de Arquitectura
em Madeira 2015
Nomeado para o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2014
Nomeado para os Prémios Construir 2014
Nomeado para os Prémios Reabilitação na Construção 2014
FICHA TÉCNICA
Arquitetura - Tiago do Vale Arquitectos
Local - Sé, Braga
Construção - Constantino & Costa
Ano de projeto - 2012
Ano de construção - 2013
Área de implantação - 60 m²
Área de construção - 165 m²
Fotografia - João Morgado
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Terminal de Cruzeiros de Leixões
Fotografia: Egidio Santos
Arquitetura
O NOVO TERMINAL DE CRUZEIROS DE LEIXÕES, CONSIDERADO O
MELHOR EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO NA CATEGORIA DE
COMÉRCIO, SERVIÇOS E LOGÍSTICA, PELOS PRÉMIOS SIL 2015,
NASCE NO PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO PORTUÁRIO DE 2004, PROCURANDO UMA SÍNTESE AMBIVALENTE ENTRE
INCREMENTO DE EFICÁCIA PORTUÁRIA E AUMENTO DA INTEGRAÇÃO
URBANA DE
LEIXÕES.
Concretamente, é um agregado de ações composto por um novo
cais de cruzeiros, para navios até 320 m, um porto de recreio para
180 embarcações, o edifício do Terminal, com aproximadamente
15.000 m² área útil, que inclui também o Polo do Mar da Univer sidade do Porto, um arruamento e demais espaços públicos de
ligação à cidade.
66 /
O processo de desenvolvimento do projeto corresponde a um
maturado faseamento programático, espacial e construtivo que
se traduziu em quatro tempos principais: o primeiro, o do estudo
prévio com as diretrizes funcionais e formais preliminares; o
segundo, da complementar obra portuária e do espaço público
de ligação à cidade; o terceiro, correspondente à remodelação
suscitada pelo programa da UP; e finalmente, o quarto, o do rigor
das condições de funcionalidade, normativa e segurança e da
precisão construtiva e orçamental, específicas dos projetos base
e de execução.
A parte mais visível da intervenção é o edifício, implantado junto
ao sector curvo do molhe, e constitui uma rótula que recebe e
lança os fluxos dos navios, do porto de recreio e da cidade, tornando-os interactuantes no interior. É deste modo que se constituem os elementos laminares, também curvilíneos, que servem
estas quatro vocações que se combinam numa forma unitária.
Fotografia: Egidio Santos
Fotografia: Egidio Santos
Fotografia: João Ferrand
Fotografia: Egidio Santos
Na cave estão um autoparque, os espaços de apoio aos navegantes do porto de recreio, um biotério e áreas técnicas principais. No piso 0 encontra-se o átrio comum, espaços das operações dos serviços portuários e áreas de serviço para cargas e
descargas, além dos diversos cais para os diferentes modos de
transporte. No piso 1 situam-se os principais espaços que conectam ao navio, como a sala de embarque e a passagem do
desembarque, diretamente à manga fixa, mas também à pala dirigida ao passeio à cota alta do molhe.
O piso 2 dispõe de 14 laboratórios, 50 salas de apoio. É acessível
pelo público que pode tomar conhecimento genérico da atividade
dos laboratórios. O piso 2a é composto por 22 gabinetes. Por fim,
no piso 3, encontra-se o espaço de divulgação científica, também
disponível para vários eventos, uma sala nobre e um pequeno
espaço para um restaurante em 2 níveis. Também neste piso e
no nível 3a existem diversos gabinetes e espaços administrativos.
Todos os pisos são acompanhados de sanitários, dependências de
serviço e áreas técnicas. No exterior encontra-se um terraço e uma
bancada acessíveis ao público. No interior, no núcleo central de pé
direito total, sob uma grande claraboia, desenvolve-se uma rampa em
espiral que serve e liga as diversas funções.
O Edifício do Terminal de Cruzeiros está assente sobre estacaria e é
maioritariamente em betão armado. Os materiais de acabamento são
fundamentalmente o granito que liga a nova intervenção ao molhe sul,
o vidro e as superfícies cimentícias, predominantemente de cor branca e o revestimento cerâmico que recobre todas os elementos laminares. Excecionalmente existe um teto acobreado, um espaço aveludado cobalto e algumas superfícies revestidas a painéis metálicos
dourados. No exterior, o espaço público é marcado pelas superfícies
em granito, e pelo basalto para os rodados. O arruamento longilíneo
que serve diferentes modos de circulação, predispõe-se para a relocalização do Titan, antigo guindaste a vapor do Porto de Leixões.
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Fotografia: Egidio Santos
Arquitetura
O Jardim do Senhor do Padrão será ligeiramente prolongado denunciando o convite à entrada pública. O Porto de Leixões usufrui de
uma situação geográfica privilegiada no contexto da fachada atlântica da Europa, região de cruzamento de principais rotas entre o continente americano e o europeu, em particular das duas dominantes
regiões de cruzeiros, o Báltico e o Mediterrâneo.
O crescimento da indústria de cruzeiros no mundo, em particular na
Europa, e o aumento da capacidade dos navios, enfatizou a necessidade de Leixões dar resposta a uma procura que já se regista hoje
e terá tendência a crescer, de navios com comprimento acima dos
250 m que passavam ao largo de Leixões e não nos podiam visitar
nas anteriores condições. Com a construção do novo cais com 340
m de comprimento, inaugurado em abril de 2011, Leixões passou a
acolher a maior parte dos navios de cruzeiros da atual frota mundial.
68 /
O potencial turístico e ambiental que o Porto e Norte
representam, a par das demais cidades marítimoportuárias atlânticas, favorece o desenvolvimento de produtos
diversificados e diferenciadores relativamente à oferta de
outros destinos e regiões. Os cruzeiros temáticos baseados nos vinhos têm em Leixões um porto de escala privilegiado.
Outro dos fatores chave para Leixões é a proximidade ao
Aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, que pelas
ligações diretas a vários destinos europeus, aos EUA e ao
Brasil, aliada à capacidade hoteleira disponível no destino
Porto, permitem potenciar a valência do futuro Terminal
de Cruzeiros de Leixões como porto de turnaround, isto é,
porto de início e fim de viagens para navios de cruzeiro.
Fotografia: Egidio Santos
Fotografia: Egidio Santos
FICHA TÉCNICA
• Autor do Projeto: Arq. Luís Pedro Silva
• Valor do Investimento: 50.000.000 €
• Área total de construção: 20.000 m² dos quais 60% da APDL
e 40% da UP
• Vidros: 6.500 m² dos quais 2.700 exteriores e 3.800 interiores
• Movimento de terras (escavação): 5.696 m³
• Betão: 18.500 m³
• Aço em armaduras: 3.700 toneladas
• Aço e estruturas metálicas: 304 toneladas
Fotografia: Egidio Santos
• Cofragens: 62.852 m²
• Cortina de contenção em secadeira: 300 m lineares
• Estacas de fundação: 2.150 m lineares
• Micro estacas tubulares: 1.660 m lineares
• Mosaico cerâmico no exterior: 15.980 m²
• Número de azulejos total: cerca de 1 milhão
• Espaços laboratoriais: 55
• Altura do edifício: 40 m
• Número de pisos: 7
• Número de pisos em contacto com o mar: 1
• Número de trabalhadores em obra: 260
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Arquitetura
CASAS
Casas em Movimento
EM MOVIMENTO É UM CONCEITO DE ARQUITETURA VIVA, INOVA-
ÇÃO E SUSTENTABILIDADE QUE INTERAGE COM A NATUREZA, MAIS PROPRIAMENTE COM O
SOL,
QUE SE FUNDE COM A ENVOLVENTE E FUNDA-
MENTALMENTE QUE SE ADAPTA ÀS NECESSIDADES DO MOMENTO E DAS
FAMÍLIAS.
UM PROJETO PIONEIRO NO MUNDO INTEIRO.
Da autoria de Manuel Vieira Lopes, a solução “Casas em
Movimento” nasceu em 2008 no âmbito do projeto Lidera da
Universidade do Porto, dando origem a uma spin-off e tendo sido
estabelecido um protocolo de parceria com a Faculdade de
Arquitectura da Universidade do Porto.
EFEITO GIRASSOL
Apresentando dois movimentos de rotação combinados - movimento de
rotação da própria casa e movimento de rotação da sua pala revestida
a painéis fotovoltaicos - a solução “Casas em Movimento” é autossustentável na resposta às necessidades energéticas e espaciais dos seus
habitantes. Retira potencial do Sol, fonte de energia, e da mutação dos
espaços, resposta às necessidades do quotidiano do século XXI, através de espaços desenhados pelo Sol e que dele se alimentam.
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A criação da “Casas em Movimento” teve como alicerce a utilização de conceitos de sustentabilidade e a sua incorporação na
arquitetura dos edifícios. Um dos principais fatores a nível da sustentabilidade é a utilização de recursos energéticos de fonte natural, limpa e renovável, como por exemplo o Sol. Por esta razão, a
cobertura do edifício é preenchida com painéis fotovoltaicos e
esta movimenta-se em seguimento do Sol como um girassol.
O efeito girassol é criado através da combinação de dois
movimentos: movimento de rotação do próprio edifício, que
gira aproximadamente 180° de nascente para poente ao
longo do dia, e o movimento de rotação da cobertura foto-
voltaica que inclina de forma a garantir um ângulo normal
desta superfície em relação ao Sol (ângulo esse que otimiza a produção de energia fotovoltaica).
Da rotação combinada do edifício e da coberta fotovoltaica, resulta uma produção de 25 000 kWh/ano de energia elétrica, cerca de 5 vezes a energia consumida em
média numa habitação de tipologia T2.
COBERTURA FOTOVOLTAICA
Como uma árvore de folha caduca cuja copa se modifica com
as estações do ano, a cobertura da casa tem posições distintas, permitindo a criação de sombras no Verão e a incidência
de Sol no Inverno. Os movimentos articulados da cobertura
móvel foram desenhados de forma a otimizar a captação fotovoltaica e controlo dos efeitos de sombreamento (luminosidade interior vs conforto térmico), permitindo dessa forma alcançar um ganho de iluminação em 30% e um ganho térmico
entre 60% e 80%.
Esta ação da cobertura é permitida graças à utilização de dois
eixos. Durante os meses de calor, em que o Sol é indesejado
no interior da habitação, a cobertura roda segundo um eixo
colocado na estrutura inferior do edifício.
/ 71
Arquitetura
72 /
Desta forma, o movimento de inclinação da cobertura sombreia a
fachada e impede o calor da radiação solar de entrar na habitação.
Nos meses frios a radiação solar é bem-vinda no interior da habitação para aquecê-la e reduzir o consumo de energia para manter
o conforto térmico. Por esta razão, no Inverno a cobertura move-se
segundo um eixo colocado na parte superior da estrutura do edifício. Desta forma não ocorre sombreamento da fachada e permitese o aquecimento passivo da habitação recorrendo a uma fonte de
energia natural e renovável, o Sol.
De salientar que esta combinação de movimentos permite obter as
vantagens enunciadas a nível de conforto térmico sem prejudicar
a otimização da produção fotovoltaica.
ADAPTABILIDADE DOS ESPAÇOS
O conceito de adaptação através do movimento não se aplica apenas a aproveitamentos energéticos mas também na utilização dos
espaços interiores e exteriores.
Os espaços interiores adaptam-se aos habitantes, oferecendo divisões transformáveis pela mobilidade de uma parede que as
aumenta, diminui e transforma no seu tamanho e nos seus limites.
A parede desloca-se através de um sistema de movimentação
assistida. Com recurso à parede móvel é possível dividir os espaços permitindo a sua transformação constante. No mesmo espaço
é, por isso, possível criar um quarto, uma sala de estar, uma sala
de jantar ou um escritório. Esta polivalência de espaços permite
uma superior eficiência na utilização da área útil disponível.
Outro aspeto vivenciado no interior dos edifícios “Casas em
Movimento” é a integração dos espaços nas rotinas diárias dos
seus utilizadores. Pegando no exemplo de uma família, de
manhã quando as pessoas têm horários diferentes e usualmente pouco tempo para conviver, a cozinha apresenta um espaço
pequeno, mais prático, e isolado do resto da habitação. Desta
forma é possível tomar o pequeno-almoço de forma rápida e
sem perturbar os restantes habitantes que podem encontrar-se
ainda em repouso. À hora do almoço a cozinha encontra-se de
frente para o exterior e possibilita, nos dias em que as condições climatéricas o permitam, utilizar o espaço exterior para
uma refeição agradável junto à natureza.
Ao final do dia, altura típica de reunião da família, a cozinha
funde-se com a sala criando assim condições ótimas para o
convívio de todos os elementos da família. Não ocorre separação entre aqueles que estão a cozinhar e os restantes que se
encontram à espera.
No exterior do edifício os movimentos também são utilizados
para criar espaços. O movimento da cobertura fotovoltaica cria
um terraço no patamar superior do edifício. Para além deste
espaço, no Verão o movimento da cobertura promove sombreamento em frente ao edifício e cria um espaço exterior coberto.
CONCEITO EVOLUTIVO
Outra característica diferenciadora da "Casas em Movimento” é
o sistema evolutivo que procede da construção modular, o que
significa que se podem adicionar ou retirar módulos à casa para
que esta se torne maior ou menor, consoante as necessidades
da família.
A título de exemplo, com a chegada de um novo membro família
pode adicionar-se um novo espaço (um módulo), sendo que
quando esse membro crescer e pretender sair de casa, pode
levar o módulo consigo e desenvolvê-lo noutro local. Desta
forma, cria-se uma construção sustentável, perfeitamente ajustada às necessidades da família.
/ 73
Reabilitação
Reabilitação Edifício Habitacional
As três fases de conceção
JOÃO APPLETON | [email protected]
PEDRO RIBEIRO | [email protected]
JOÃO PAVIA SARAIVA | [email protected]
RESUMO
O artigo tem como objetivo apresentar as várias fases de reformulação de um edifício de habitação existente em Lisboa, na Rua
Rodrigo da Fonseca.
O edifício, construído em 1910, apresentava características que
o inseriam no período Arte Nova. Numa primeira fase de planeamento da intervenção, era objetivo do Dono de Obra preservar essas características como forma de valorização intrínseca
do edifício.
No decorrer da obra, já numa fase avançada, após conclusão
da intervenção estrutural, ocorreu um violento incêndio que
resultou na destruição total do edifício com exceção das suas
fachadas.
No seguimento deste acontecimento, iniciou-se uma terceira fase
de conceção que visou a reconstrução do edifício já sem a necessidade de preservar quaisquer elementos arquitetónicos que não
as fachadas, e sem constrangimentos relacionados com o aproveitamento da estrutura.
Palavras-chave: Reabilitação, reforço, reconstrução.
Numa segunda fase, esse objetivo foi abandonado e iniciou-se a
obra prevendo-se uma preservação parcial dos elementos arquitetónicos relevantes, mas obedecendo aos constrangimentos resultantes da preservação da estrutura, em particular, das paredes
interiores e pavimentos.
74 /
1 - INTRODUÇÃO
O edifício foi mandado construir no ano de 1910, com características construtivas que se inserem no período Arte Nova.
O edifício foi construído no seguimento do processo de urbanização das Avenidas Novas, numa fase em que os construtores recorriam a soluções construtivas mais pobres, as paredes de frontal
vão sendo substituídas por paredes de tabique e as secções dos
diversos elementos estruturais vão sendo reduzidas.
• Execução de lâmina de betão armado de reforço das paredes na base, ao nível do piso 0 (garagem).
2 - CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL
• Execução de núcleos de betão armado, complementados
com treliça metálica vertical, para travamento global nos dois
saguões.
Estruturalmente, o edifício era suportado por paredes periféricas
de alvenaria de pedra. Interiormente, a estrutura era composta por
paredes de frontal vazados e por alguns alinhamentos de paredes
de alvenaria de tijolo e ainda algumas divisórias de tabique. Ao
nível do piso térreo os alinhamentos estruturais das paredes interiores de frontal estavam apoiados numa malha de vigas e pilares
metálicos, com secções muito diversas.
• Colocação de perfis metálicos horizontais para reforço das
fachadas aos níveis dos pisos.
• Reforço dos cunhais com pregagens horizontais embebidas.
• Cintagem do edifício no topo com lintel de betão armado pregado à parede.
• Reforço das paredes de frontal na base onde os esforços são
superiores, por duplicação dos elementos resistentes.
Figura 1: Fachada do edifício e estrutura metálica da garagem
Os pavimentos eram compostos na sua generalidade por vigamentos de madeira. No tardoz existiam varandas de construção
mais recente em betão armado.
A estrutura apresentava antes da intervenção um estado de conservação médio, que em algumas situações comprometia já o bom
desempenho estrutural, sendo de destacar o apodrecimento de
elementos de madeira constituintes de paredes e pavimentos e a
degradação generalizada da estrutura das varandas.
3 - FASE 1 - PRESERVAÇÃO TOTAL
Numa primeira fase de abordagem à intervenção de reabilitação
era intenção do Dono de Obra concretizar o máximo aproveitamento dos elementos estruturais e arquitetónicos existentes. O
programa arquitetónico previa assim a conservação e restauro dos
revestimentos de paredes e tetos, e de elementos decorativos da
fachada. Contemplava ainda o aproveitamento do piso térreo para
garagem e a substituição das varandas de tardoz.
A solução mais económica para reforço dos pavimentos com
maiores vãos seria a colocação de um perfil metálico transversal de suporte a meio vão. No entanto, esta solução implicaria
o não aproveitamento do revestimento dos tetos, pelo que se
previu a colocação de perfis metálicos longitudinais de pequena
secção intercalados com os vigamentos existentes, colocados
de cima para baixo, após remoção dos soalhos. Não era possível adotar vigamentos de madeira, uma vez que para o vão
existente a altura da secção seria superior ao espaço disponível
entre a cota do soalho e do teto.
Seria também necessário intervir de forma profunda ao nível do
piso térreo, uma vez que a transformação do espaço em garagem implicava a supressão de todos os pilares centrais, para
assegurar o espaço de circulação automóvel necessário, ou
seja, era necessário reforçar a grelha de suporte e as fundações remanescentes.
A solução encontrada foi o encamisamento com betão armado
das vigas e pilares metálicos a manter. As sapatas dos pilares
encamisados seriam alargadas e reforçadas com microestacas.
Após a execução da solução seria possível remover os pilares
centrais, alterando o sistema estático da estrutura.
Do ponto de vista estrutural verificou-se que o edifício tinha duas
debilidades relevantes:
I) reduzida resistência sísmica devido a deslocamentos exces-
sivos e forças elevadas nas paredes estruturais;
II) para os pavimentos com maiores vãos as secções dos viga-
mentos de madeira eram insuficientes face às exigências
regulamentares atuais.
A concretização do reforço sísmico com todas as limitações existentes resultou na adoção de um conjunto de soluções que permitiram incrementar de forma significativa o nível de resistência sísmica do edifício, sendo de destacar as seguintes soluções:
Figura 2: Reforço de frontais na base e estrutura metálica de suporte na base; estrutura da garagem
após reforço e remoção dos pilares centrais
Previu-se ainda a substituição da cobertura existente que se
encontrava fortemente degradada e limitava a utilização do piso de
esteira. Para esse efeito previu-se o prolongamento em altura das
paredes de frontal e a execução de uma estrutural metálica suportada nessas paredes e nos lintéis de periferia.
/ 75
Reabilitação
camada protetora (rebocos, tetos falsos, etc.), para colocações de redes de águas e eletricidade/telecomunicações, deixando exposta a estrutura de madeira das paredes de frontal
e dos pavimentos.
Figura 3: Edifício após remoção da cobertura; nova estrutura metálica da cobertura
4 - FASE 2 - PRESERVAÇÃO
PARCIAL
Numa 2ª fase, antes do início da intervenção, o Dono de Obra
prescindiu do objetivo de preservar a totalidade dos elementos
construtivos e decorativos relevantes, concentrado apenas em
algumas zonas mais nobres a necessidade de preservação de elementos de revestimento. Esta opção possibilitou a remoção da
generalidade dos tetos e reforço dos pavimentos de forma mais
económica, intercalando vigamentos de madeira entre os existentes, com maior secção. Os novos vigamentos foram apoiados em
perfis colocados nas fachadas, que também contribuem para o
reforço sísmico por efeito de cintagem.
A intervenção passou assim a ter um carácter de urgência, e visava
numa primeira fase assegurar a segurança da estrutura remanescente, pelo que se executou uma estrutura metálica interior de contenção das fachadas complementada com uma lâmina de reboco
armado nas paredes a manter.
Foi então possível desenvolver um novo projeto, sem restrições de
qualquer tipo que não fosse garantir a compatibilidade com a estrutura da garagem.
A nova estrutura foi assim prevista inteiramente em betão armado.
Os pisos serão realizados com lajes maciças fungiformes com 0.20
m de espessura, diretamente apoiados em pilares e paredes. Do
ponto de vista sísmico o edifício dependerá das paredes de fachada reforçadas com lâminas de reboco armado e de novas paredes
de betão de armado.
Figura 5: Delaminação do betão de recobrimento; inicio da execução da estrutura de contenção
6 - CONCLUSÕES
Figura 4: Reforço de pavimentos com vigamentos de madeira (esq.); com perfis metálicos para preservação dos tetos (dir.)
5 - FASE 3 - RECONSTRUÇÃO APÓS
O INCÊNDIO
Numa fase avançada da obra, em que praticamente toda a
intervenção estrutural estava concluída bem como os trabalhos
de redes, deflagrou durante a noite um violento incêndio, que
teve como consequência o colapso total da estrutura interior do
edifício e provocou severos danos nas paredes de fachada, que
todavia se mantiveram sem colapsar. Entre outros danos, são
de destacar a desagregação das pedras superficiais da alvenaria por calcinação e a delaminação do betão de recobrimento
das estruturas de betão executadas nas fachadas.
A estrutura do teto da garagem, que já tinha sido reforçada com
encamisamento da estrutura com betão armado manteve-se
sem danos.
A origem do incêndio não foi identificada mas verificou-se que
a segurança contra o incêndio da estrutura naquela fase da
obra estava diminuída, uma vez que ainda não se tinha iniciado a colocação de revestimentos que poderiam servir de
76 /
O projeto de reabilitação do edifício na Rua Rodrigo da Fonseca,
aqui apresentado, passou por várias fases de conceção, com
diversos níveis de constrangimentos resultantes da decrescente
necessidade de conservação dos revestimentos interiores.
Esta alteração possibilitou a execução de soluções de reforço mais
económicas, com a desvantagem de descaracterizar a matriz estética original do edifício.
Independentemente da facilidade de executar as diversas soluções, conclui-se que é possível proceder ao reforço das estruturas
constituintes de um edifício desta época garantindo a sua segurança fase às exigências regulamentares atuais.
7 - REFERENCES
[1] European Committee for Standardization (CEN) (2005)
Eurocode 5: Design of timber structures - Part 1-1: General
- Common rules and rules for buildings. CEN, Brussels.
[2] Instituto Português da Qualidade (IPQ) (2010) Eurocódigo 3 - Projecto de estruturas de aço - Parte 1-1: Regras
gerais e regras para edifícios
RODRIGO DA FONSECA 49 VAI REFORÇAR OFERTA DE HABITAÇÃO PREMIUM JUNTO À AVENIDA DA LIBERDADE
A zona da Avenida da Liberdade terá a sua oferta de
habitação reforçada muito em breve. Ficará concluída
em Janeiro a intervenção de reabilitação do edifício
Rodrigo da Fonseca 49, um imóvel centenário localizado
na rua com o mesmo nome e que trará a Lisboa um conjunto residencial de prestígio. O projeto pretende distinguir-se pela oferta residencial de exceção mas também
como um edifício charmoso que conjuga a personalidade clássica das suas linhas arquitetónicas com as exigências da modernidade.
Promovido pela Selecta, o projeto representa um investimento de cerca de 9 milhões de euros e está a ser
comercializado em co-exclusividade pelas consultoras
JLL e Cobertura, que estão a dinamizar a colocação das
unidades residenciais junto do mercado nacional e internacional.
O Rodrigo da Fonseca 49 é um edifício que data originalmente de 1910.
Apresenta uma traça muito caraterística da época que foi preservada, restaurando-se e mantendo-se os seus elementos históricos mais emblemáticos. Os
trabalhos estão praticamente concluídos e o resultado são seis apartamentos
de tipologias T3, T5+1 e T5+2, com áreas entre 180 e 325 m² e pés-direitos
originais que podem, em alguns casos, chegar aos 4 metros.
As janelas de grande amplitude serão uma imagem de marca dos apartamentos, que dispõem de equipamentos e acabamentos de elevada qualidade e
recorrem a materiais de grande nobreza. Outra vantagem deste empreendimento é o facto de todos os apartamentos disporem de dois lugares de estacionamento em cave, um atributo especialmente relevante numa zona central
da cidade onde a oferta de parqueamento é bastante limitada.
O Rodrigo da Fonseca 49 situa-se na rua Rodrigo da Fonseca, uma das artérias na zona imediata de influência da luxuosa Avenida da Liberdade, beneficiando ainda da proximidade a outros destinos comerciais e culturais muito
em voga na capital, como são os casos da Rua Castilho e do Príncipe Real.
FONTE: Cobertura - Sociedade de Mediação Imobiliária
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Moradas
AGÊNCIAS
Atrevia Portugal
Rua Dr. Alberto de Macedo, 27
4100-027 Lisboa
Tel.: 213 240 227
E-mail: [email protected]
Site: www.atrevia.com
Buss Comunicação
Rua 8 de Setembro, 9º Casalinhos
de Alfaiata
2560-428 Silveira - Torres Vedras
Tel.: 261 938 487; Fax: 261 938 661
E-mail: [email protected]
Site: www.buss.pt
Cobertura - Sociedade de Mediação
Imobiliária, SA
Rua Rodrigo da Fonseca, 14
1250-192 Lisboa
Tel.: 213 121 520; Fax: 213 121 521
E-mail: [email protected]
Site: www.cobertura.pt
Green Media - Ag. de Comunicação
Av. D. João V, 17, 1º Esq
1250-089 Lisboa
Tel.: 214 120 868
E-mail: [email protected]
Site: www.greenmedia.pt
M Public Relations
Edifício Alto das Amoreira
Rua Joshua Benoliel, 6, 4º C
1250-133 Lisboa
Tel.: 211 546 120
Site: www.mpublicrelations.pt
Ulled
Av. Duque Loulé, 123, Studio 4.6
1069-152 Lisboa
Tel.: 213 502 490; Fax: 213 559 287
E-mail: [email protected]
Site: www.ulled.com
VF Comunicação
Av. Fontes Pereira de Melo, 31, 4C
1050-117 Lisboa
Tel.: 213 570 436
E-mail: [email protected]
Site: www.vfcomunicacao.com
78 /
YoungNetwork
Rua Fernando Vaz, 12 A
1750-108 Lisboa
Tel.: 217 506 050
Fax: 217 506 051
E-mail: [email protected]
Site: www.youngnetwork.net
ARQUITETURA
APDL - Administração dos Portos do
Douro, Leixões e Viana do Castelo
Av. da Liberdade
4450-718 Leça da Palmeira
Tel.: 229 990 700
Fax: 229 990 701
E-mail: [email protected]
Site: www.apdl.pt
Arquitectura - Tiago do Vale Arquitectos
Rua Dom Frei Caetano Brandão, 121
4700-031 Braga
Tel.: 253 295 027
E-mail: [email protected]
Site: www.tiagodovale.com
Campos Costa Arquitectos
Rua dos Sapateiros, 44, 3º Drt.
1100-579 Lisboa
Tel./Fax: 213 420 605
E-mail: [email protected] /
[email protected]
Site: www.camposcosta.com
Casas em Movimento
Rua Júlio de Matos, 828/882
4200-465 Porto
Tel.: 220 731 312
E-mail:
[email protected]
Site: www.casasemmovimento.com
DIVULGAÇÃO
BigMat Iberia, SA
Av. de los Pirineos, 7, 1ª Planta
28703 San Sebastián de Los Reyes
Espanha
Tel.: 00034 916 237 160
E-mail: [email protected]
Site: www.bigmat.es
ITeCons
Pólo II da Universidade de Coimbra
Rua Pedro Hispano, s/n
3030-289 Coimbra
Tel.: 239 798 949
Fax: 239 798 939
E-mail: [email protected]
Site: www.peep.uc.pt
FEUP - Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto
Rua Dr. Roberto Frias, s/n
4200-465 Porto
Tel.: 225 081 400
Fax: 225 081 440
E-mail: [email protected]
Site: www.fe.up.pt
Oliveira & Irmão, SA
Travessa de Milão, Esgueira
3800-314 Aveiro
Tel.: 234 300 200; Fax: 234 300 210
E-mail: [email protected];
Site: www.oli.pt
Gres Panaria Portugal, SA
Zona Industrial de Aveiro, Ap. 3002
3801-101 Aveiro
Tel.: 234 329 700
Fax: 234 302 090
E-mail: [email protected] /
[email protected]
Site: www.margres.com /
www.lovetiles.com
Schlüter® Systems
Rua do Passadouro, 31
3750-458 Fermentelos
Tel.: 234 720 020; Fax: 234 240 937
E-mail: [email protected]
Site: www.schluter.pt
Teka Portugal, SA
Estrada da Mota, Apartado 533
3834-909 Ílhavo - Aveiro
Tel.: 234 329 500
E-mail: [email protected]
Site: www.teka.pt
DOSSIER
MATERIAIS DE
RENOVAÇÃO E
REABILITAÇÃO
CIN - Corporação Ind. do Norte, SA
Avenida Dom Mendo, 831, Ap. 1008
4471-909 Maia
Tel.: 229 405 000; Fax: 229 485 661
E-mail: [email protected]
Site: www.cin.pt
Diera - Fábrica de Revestimentos,
Colas e Tintas, Lda
Rua D. Marcos da Cruz, 1223
Apartado 3037
4450-730 Leça da Palmeira
Tel.: 229 983 350; Fax: 229 983 368
E-mail: [email protected]
Site: www.diera.pt
Saint-Gobain Weber Portugal
Zona Industrial da Taboeira
3800-055 Aveiro
Tel.: 234 101 010
Fax: 234 301 148
E-mail: [email protected]
Site: www.weber.com.pt
ECONOMIA
Banco de Portugal
Rua do Comércio, 148
1100-150 Lisboa
E-mail: [email protected]
Site: www.bportugal.pt
Ci - Confidencial Imobiliário
Rua Gonçalo Cristóvão, 185, 6º
4049-012 Porto
Tel.: 222 085 009
Fax: 222 085 010
E-mail:
[email protected]
Site: www.confidencialimobiliario.com
Instituto Nacional de Estatistica
Av. de António José de Almeida
1000-043 Lisboa
Tel.: 218 426 100
Fax: 218 454 083
E-mail: [email protected]
Site: www.ine.pt
Moradas
ENTREVISTA
Iberfibran
Av. 16 de Maio, ZI Ovar
3880-102 Ovar
Tel.: 256 579 670
Fax: 256 579 674
E-mail: [email protected]
Site: www.fibran.com.pt
EVENTOS
Fábrica de Tintas 2000, SA
Zona Industrial Maia I - Sector VII
Apartado 1053
Rua Joaquim Silva Vicente, Lote 128
4470-434 Maia
Tel.: 229 436 800
Fax: 229 436 819
E-mail: [email protected]
Site: www.tintas2000.pt
JRBotas Design & Home Concept
Rua Antoine de Saint-Exupéry Alapraia
2765-043 Estoril
Tel.: 214 667 110
E-mail: [email protected]
Site: www.jrbotas.com
80 /
Reynaers Aluminium, SA
Parque Industrial Manuel da Mota
Lote 6, Apartado 234
3100-905 Pombal
Tel.: 236 209 630
Fax: 236 219 435
E-mail: [email protected]
Site: www.reynaers.pt
Roca, SA
Ponte da Madalena
2416-905 Leiria
Tel.: 244 720 000
Fax: 244 722 373
E-mail: [email protected]
Site: www.roca.pt
PRÓXIMA EDIÇÃO
ECOINOVAÇÃO
IMOBILIÁRIO
LUXIMO´S - Christie´s International
Real Estate
Av. Brasil, 227
4150-152 Porto
Tel.: 224 057 008
Fax: 224 027 052
E-mail: [email protected]
Site: www.luximos.pt
RESERVE
JÁ!
Foto: Margrés
plano 2016
Ecoinovação
APCMC
Associação Portuguesa dos Comerciantes
de Materiais de Construção
Eficiência Energética
Material Reabilitação
e Renovação
Pç. Francisco Sá Carneiro, 219, 3º, 4200-313 Porto
Tel.: 225 074 210; Fax: 225 074 218/9
E-mail: [email protected]
www.apcmc.pt
Novos Materiais
e Tecnologias

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