As bóias são brinquedos, não salvavidas

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As bóias são brinquedos, não salvavidas
«As bóias são brinquedos, não salvavidas»
L. CAORSI/BILBAO
Domingo, 20 de agosto de 2006
No dicionário, 'bóia' é sinônimo de 'salvavidas'. No água, não. Quando muito, são brinquedos
homologados que ajudam a manter a cabeça sobre a superfície e «estão destinados à
aprendizagem da natação», mas «não salvam vidas». Assim o especifica o Instituto Nacional
de Consumo (INC), que aclara, ademais, que estes artigos «não protegem completamente
do afogamento e, portanto, devem ser utilizados onde o usuário faça pé e sob vigilância».
As famílias, no entanto, «se confiam». Muitos pais optam por comprar bóias hinchables com
forma de aro, que se ajustam à cintura de seus filhos, e outros elegem os brazaletes de ar,
também conhecidos como 'alitas' ou 'manguitos'. «Mas isto não atinge», diz o porta-voz da
associação espanhola de socorrismo AETSAS. «Os adultos obvían as instruções, não as
lêem. Crêem que seus filhos estarão seguros, e não é assim. As vezes, dá a sensação de
que compram as bóias hinchables para desentender-se de tudo», comenta Alberto González.
Uma vez mais, os experientes coincidem. E não só quando advogam por um mayor
atendimento por parte dos maiores. Também afirmam que «há sistemas de flutuação mais
efetivos do que outros» e do que alguns, inclusive, «podem ser perigosos para a segurança
domenino».
O que se coloca na cintura é um exemplo. «Se o menino fica empotrado na bóia e cai de
cabeça ao água, ou se se dá volta na piscina, não poderá zafarse e é provável que se
afogue», explica Francisco Canes, presidente da associação DIA. «Por isso é importante que
os pais estejam alerta».
A lei física que rege esta possibilidade é muito simples: «Como o centro de flutuação
coincide com o centro do corpo, o menino se manterá na posição na que tenha caído ao
água. É difícil afundar a cabeça com este 'cinto de ar', mas também é complicado sacá-la se
tem a desgraça de ficar ao revés», explica o socorrista Alberto González.
Em sua opinião, «são preferíveis os braçaletes» porque o eixo de flutuação se situa na
parte superior do corpo.
Não obstante, González recorda que nestes dispositivos «há que revisar bem as válvulas de
ar, que estão ao alcance do menino e poderiam desinflarse com facilidade». «O melhor, e
quanto antes, é ensinar-lhes a nadar», conclui o socorrista.
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