proposta sobre o conjunto de indicadores e plano de
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proposta sobre o conjunto de indicadores e plano de
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 5 1.1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 5 1.2 OBJETIVOS..................................................................................................... 6 2 PLANO DE MONITORAMENTO PARA OS RECURSOS HÍDRICOS........... 7 2.1 METODOLOGIA .............................................................................................. 7 2.2 PARÂMETROS SELECIONADOS COMO INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL............................................................................... 7 2.2.1 Indicadores de Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais ............... 8 2.2.1.1 Justificativa..................................................................................................... 8 2.2.1.2 Rede de Amostragem Dimensionamento e Distribuição Espacial ............. 9 2.2.1.3 Método de Medida de Vazão ....................................................................... 10 2.2.1.4 Métodos de Coleta e Análise das Amostras................................................ 11 2.2.1.5 Periodicidade da Amostragem..................................................................... 11 2.2.1.6 Execução e Acompanhamento .................................................................... 12 2.2.1.7 Cronograma de Execução ........................................................................... 12 2.2.2 Indicadores de Qualidade dos Recursos Hídricos Subterrâneos .......... 12 2.2.2.1 Justificativa................................................................................................... 13 2.2.2.2 Rede de Amostragem Dimensionamento e Distribuição Espacial ........... 15 2.2.2.3 Métodos de Coleta, Aspectos Construtivos e Análises das Amostras........ 18 2.2.2.4 Periodicidade da Amostragem..................................................................... 22 2.2.2.5 Execução e Acompanhamento .................................................................... 23 2.2.2.6 Cronograma de Execução ........................................................................... 23 3 PLANO DE MONITORAMENTO PARA A BIOTA ....................................... 27 3.1 INDICADORES DA QUALIDADE DA BIOTA ................................................ 27 2 3.1.1 Justificativa .................................................................................................. 27 3.1.2 Rede de Amostragem 3.1.3 Métodos de Coleta e Análise das Amostras ............................................. 29 3.1.4 Periodicidade da Amostragem ................................................................... 32 3.1.5 Métodos para Processamento dos Dados e Apresentação dos Dimensionamento e Distribuição Espacial...... 29 Resultados ................................................................................................................ 33 3.1.6 Metodologia de Gestão................................................................................ 33 4 PLANO DE MONITORAMENTO PARA A COBERTURA DO SOLO.......... 34 4.1 INDICADORES FÍSICOS DE AVANÇO DA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS .......................................................................... 34 4.2 JUSTIFICATIVA............................................................................................. 34 4.3 PERIODICIDADE DA AQUISIÇÃO DAS IMAGENS ..................................... 34 4.4 METODOLOGIA ............................................................................................ 35 4.5 PRODUTOS FINAIS ...................................................................................... 36 4.6 CRONOGRAMA ............................................................................................ 37 5 BANCO DE DADOS...................................................................................... 38 5.1 Introdução ...................................................................................................... 38 5.2 Publicidade e acesso ao banco de dados ..................................................... 39 5.3 Auditoria no banco de dados ......................................................................... 40 6 GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO À EXECUÇÃO DA SENTENÇA ................................................................................................................ 40 6.1 Introdução ...................................................................................................... 40 6.2 Atribuições do Grupo Técnico de Assessoramento ...................................... 41 6.3 Composição do Grupo Técnico de Assessoramento .................................... 42 6.4 Procedimento para elaboração e apresentação dos relatórios técnicos em Juízo............................................................................................................... 42 3 7 Orçamento geral .......................................................................................... 45 8 cronograma de apresentação dos relatórios de andamento.................. 45 9 NOTAS TÉCNICAS ....................................................................................... 46 9.1 Mapa das Áreas Mineradas no Subsolo........................................................ 46 9.2 Mapa das Áreas Degradadas em Superfície ................................................ 46 9.3 MapaS de Localização dos Pontos de Monitoramento das Águas Superficiais e Subterrâneas........................................................................... 46 9.4 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Geológico da Bacia do Araranguá ....................................................................................... 47 9.5 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Hidrogeológico da Bacia do Araranguá .................................................................................. 51 9.6 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Hidroquímico da Bacia do Araranguá .................................................................................. 54 9.7 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Geológico da Bacia do Urussanga ...................................................................................... 56 9.8 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Hidrogeológico da Bacia do Urussanga ................................................................................. 57 9.9 Nota Técnica sobre a Elaboração e Interpretação do Mapa Hidroquímico da Bacia do Urussanga ................................................................................. 60 10 ANEXOS ........................................................................................................ 62 10.1 TABELAS COM MONITORAMENTO AS DE DESCRIÇÕES ÁGUA DA DOS PONTOS SUPERFÍCIE DA DE BACIA HIDROGRÁFICA DO ARARANGUÁ............................................................ 62 10.2 TABELAS COM MONITORAMENTO AS DE DESCRIÇÕES ÁGUA DA DOS PONTOS SUPERRFÍCIE DA DE BACIA HIDROGRÁFICA DO URUSSANGA ............................................................ 63 4 10.3 TABELAS COM MONITORAMENTO AS DE DESCRIÇÕES ÁGUA DA DOS PONTOS SUPERFÍCIE DA DE BACIA HIDROGRÁFICA DO TUBARÃO ................................................................. 64 10.4 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARARANGUÁ 65 10.5 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO URUSSANGA. 66 10.6 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TUBARÃO ...... 67 5 PROPOSTA SOBRE O CONJUNTO DE INDICADORES E PLANO DE MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA QUALIDADE AMBIENTAL 1 1.1 INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO Este plano de monitoramento da qualidade ambiental é proposto para avaliar a eficiência dos trabalhos de recuperação ambiental das áreas com depósitos de rejeitos, áreas mineradas a céu aberto e minas abandonadas, bem como a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos nas bacias hidrográficas dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão. Trata-se de uma proposta formada por consenso em reuniões com técnicos das empresas requeridas na sentença e CPRM, cujas deliberações foram reportadas ao MPF em duas reuniões realizadas nas datas de 29/05/06 na sede do MPF e 19/06/06 no SIECESC, esta última contando, inclusive com a presença do Juiz da 1ª Vara Federal de Criciúma. O monitoramento é um instrumento para avaliar o desempenho de projetos de recuperação ambiental e deve ser projetado para operar por vários anos ou até décadas. Os resultados serão interpretados através da comparação com os padrões de qualidade ambiental. Foram consideradas na elaboração do plano de monitoramento de recursos hídricos subterrâneos informações obtidas dos levantamentos realizados pela CPRM nas bacias do Urussanga e Araranguá que cadastrou 775 poços escavados e tubulares e elaborou os mapas geológicos e hidrogeológicos dessas bacias. As informações disponíveis são integradas, também, por 106 piezômetros e poços de monitoramento implantados pelas empresas. Vale salientar que existem dados históricos sobre o monitoramento da qualidade das águas das bacias hidrográficas impactadas pela mineração de carvão, levantados de forma sistemática desde março de 2002. Até o presente já 6 foram realizadas 14 campanhas de coleta de amostras e medidas de vazão em pontos distribuídos nas três bacias hidrográficas citadas. Atualmente, a CPRM e o SIECESC são as instituições executoras do monitoramento. O acompanhamento da qualidade ambiental consiste na avaliação sistemática dos resultados e objetiva eventuais adequações do plano de monitoramento no que se refere à distribuição e número dos pontos de amostragem, freqüência da amostragem e parâmetros da qualidade ambiental. Esta proposta ainda não contempla a definição do número e da localização da rede de poços de monitoramento da bacia do rio Tubarão, pois depende do levantamento da base de dados geológicos e hidrogeológicos que ainda não foi concluída pela CPRM naquela bacia. A proposta com os poços de monitoramento na bacia do rio Tubarão será apresentada ao MPF até o mês de abril de 2007. 1.2 OBJETIVOS Em reunião, datada de 11 de maio de 2006, realizada na sede do SIECESC Sindicato da Indústria da Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina, em atenção à solicitação do Dr. Darlan Airton Dias, Procurador do Ministério Público Federal, foi formado um Grupo de Trabalho (GT) constituído por técnicos das empresas requeridas na ação civil pública n° 2000.72.04.002543-9/SC e técnicos da CPRM Núcleo de Criciúma com o objetivo de atender ao disposto no item 4, subitens f1 e f2, página 8/10, do relatório do Procurador do Ministério Público Federal na revisão da Sentença da Ação Civil Pública n° 2000.72.04.002543-9/SC, no que se refere à apresentação de indicadores ambientais e plano de monitoramento para avaliação da recuperação ambiental da bacia carbonífera sul catarinense. 7 2 2.1 PLANO DE MONITORAMENTO PARA OS RECURSOS HÍDRICOS METODOLOGIA Este plano de monitoramento foi elaborado a partir da base de dados disponíveis sobre a atividade de mineração de carvão que inclui: a) Mapa das áreas degradadas em superfície obtidas a partir da interpretação de fotografias aéreas; b) Mapas de unidades mineiras de subsolo; c) Mapas geológicos e hidrogeológicos; d) Dados de monitoramento de recursos hídricos de superfície e subterrâneos. A análise destas informações possibilitou a seleção dos parâmetros, distribuição e dimensionamento da rede de amostragem para os recursos hídricos. 2.2 PARÂMETROS SELECIONADOS COMO INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL Os indicadores definidos nesta proposta estão voltados ao monitoramento da qualidade ambiental, avaliando a eficiência dos trabalhos de recuperação das áreas com depósitos de rejeitos, áreas mineradas a céu aberto e minas abandonadas, bem como a qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos nas áreas das bacias hidrográficas dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão direta ou indiretamente impactadas pela atividade de mineração e beneficiamento de carvão mineral. 8 2.2.1 Indicadores de Qualidade dos Recursos Hídricos Superficiais Os parâmetros indicados para o monitoramento da qualidade ambiental das águas superficiais são: dados regionais de precipitação (chuva), vazão, pH, ferro total, manganês total, acidez total, oxigênio dissolvido, condutividade, alumínio total, sulfatos e temperatura. 2.2.1.1 Justificativa Acidez e sulfato são parâmetros escolhidos por encontrarem-se em cursos d água que drenam áreas expostas com rejeitos e rochas estéreis da atividade de mineração de carvão e resultam da oxidação direta de sulfetos (pirita e marcassita) existente nas camadas de carvão e suas encaixantes. De acordo com a avaliação dos resultados das campanhas efetuadas, verifica-se que a acidez é o parâmetro que está diretamente relacionado com a geração de drenagem ácida, apresentando o maior coeficiente de correlação quando comparado com os demais parâmetros a serem utilizados como indicadores da qualidade ambiental. A origem dos metais ferro, manganês e alumínio entre outros está associada à mineralogia das rochas drenadas pelos cursos d água que compõem as bacias hidrográficas. Sua solubilização parcial é atribuída à mudança no ambiente geoquímico e resulta da redução do pH e redução ou aumento do potencial de oxi-redução promovido pelo aporte da carga de acidez originada pelas reações de oxidação e hidrólise de sulfetos (pirita e marcassita). A condutividade é o parâmetro que fornece uma medida da concentração iônica em solução e o pH uma medida da concentração relativa de hidrogênio em relação à hidroxila em solução. À exceção da acidez e vazão, todos os demais parâmetros foram definidos como indicadores a fim de manter os dados históricos até que um número suficiente de amostragens assegure sua inferência por curvas de regressão. 9 2.2.1.2 Rede de Amostragem Dimensionamento e Distribuição Espacial Os pontos de amostragem estão distribuídos de modo que suas áreas de influência, estabelecidos pelos limites das micro-bacias, abrangem todas as áreas degradadas pelas atividades de mineração de carvão. Figura 1. Mapa de localização dos pontos de monitoramento na micro-bacia do rio Tonin, perímetro urbano de Criciúma, bairro Naspolini. Todas as áreas degradadas listadas na revisão da Sentença citada na introdução desta proposta são abrangidas por 140 estações de coleta e medição de vazão, distribuídas nas três bacias hidrográficas como segue: 10 69 estações de monitoramento na bacia do rio Araranguá; 37 estações de monitoramento na bacia do rio Urussanga; 34 estações de monitoramento na bacia do Tubarão. Tais pontos servirão como indicadores para se avaliar a melhoria na qualidade ambiental, à medida que forem implantados os projetos de recuperação das áreas degradadas em diferentes locais da Região Carbonífera de Santa Catarina. A descrição de cada estação de monitoramento está registrada nas tabelas em anexo neste plano apresentadas para as bacias hidrográficas. Esses 140 pontos de monitoramento já registram dados sobre 14 campanhas de monitoramento realizadas de forma sistemática nos períodos de março de 2002 a abril de 2006. 2.2.1.3 Método de Medida de Vazão As medidas de vazão serão realizadas conforme a norma da ANA (Agência Nacional de Águas), empregando-se um molinete hidrométrico de haste fixa. O procedimento consiste na divisão da seção do curso d água em uma série de linhas verticais paralelas, uniformemente, distribuídas, de modo a garantir a representatividade das variações existentes no leito e nas laterais. O espaçamento horizontal inicia com 0,20 m da margem, aumentando para intervalos de 1 metro ao longo da seção transversal. Em trechos de rios com lâmina d água superior a 1 metro, as medidas são feitas com auxílio de embarcação. A velocidade da água é medida pelo molinete, efetuando-se uma medida para profundidades até 1 metro e duas medidas (0,2 e 0,8 m) para profundidades acima de 1 metro. A velocidade do rio é a média aritmética das diversas medidas. 11 2.2.1.4 Métodos de Coleta e Análise das Amostras Os limites de detecção das análises físico-químicas com as respectivas metodologias são indicados no quadro abaixo para cada parâmetro. Tabela 1: Metodologia de análises físico-químicas dos indicadores de qualidade ambiental dos recursos hídricos superficiais. Parâmetro o pH (23 C) Acidez (mg.CaC03.L-1) -1 Mínimo Detectável 0,1 Método de Análise Potenciométrico 1 Titulométrico 0,001 0,1 0,02 0,1 0,01 Condutivimétrico Espectofotométrico ouTurbidimétrico Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Sensor Célula de Clark o Condutividade (uS.cm 23 C) Sulfato (mg.L-1) Ferro total (mg.L-1) Alumínio total (mg.L-1) Manganês total (mg.L-1) Oxigênio dissolvido (mg.L-1) 0 a 20 As análises físico-químicas serão realizadas pelo laboratório LAQUA Laboratório de Análises Químicas e Ambientais da SATC. Em cada campanha, serão coletadas duas amostras do mesmo ponto de amostragem em cada bacia hidrográfica, ou seja, 6 amostras em duplicata por campanha. Essas amostras serão, então, enviadas ao laboratório do IPAT- UNESC ou Rio Deserto para a análise de todos os parâmetros indicados na tabela , objetivando à validação dos resultados. 2.2.1.5 Periodicidade da Amostragem A periodicidade da amostragem será semestral, seguindo-se o critério de uma amostragem em cada período hidrológico nos meses de março e abril (estação chuvosa) e setembro e outubro (estação seca). Os dados de precipitação serão obtidos dos relatórios das estações pluviométricas das empresas carboníferas em operação e da rede de estações metereológicas da ANA Agência Nacional de Águas, adotando-se as médias mensais nas análises de avaliação que se seguirão aos resultados das campanhas de monitoramento. 12 2.2.1.6 Execução e Acompanhamento O trabalho de coleta e medição de vazão será realizado por técnicos da CPRM Núcleo Criciúma e do SIECESC e as análises físico-químicas das amostras pelo LAQUA Laboratório de Análises de Águas da SATC com duas amostras duplicatas em cada campanha a serem enviadas para o laboratório do IPAT-UNESC, objetivando à validação dos resultados. Semestralmente, um grupo de técnicos da CPRM e do SIECESC avaliarão os resultados do monitoramento e elaborará um relatório de acompanhamento a ser discutido com o comitê gestor dos recursos hídricos. 2.2.1.7 Cronograma de Execução Apresenta-se no quadro abaixo o cronograma de execução para uma campanha de monitoramento dos recursos hídricos superficiais, repetindo-se a mesma seqüência de procedimentos para as campanhas seguintes. O prazo de execução será até 5 anos após a confirmação da recuperação dos recursos hídricos. Tabela 2: Cronograma de execução das campanhas de monitoramento dos recursos hídricos superficiais. MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS J F M A M CAMPANHA 1 - MESES J J A S O N D J F M Coleta de amostras e medidas de vazão Análises Físico-Químicas Avaliação dos Resultados Relatório de Acompanhamento 2.2.2 Indicadores de Qualidade dos Recursos Hídricos Subterrâneos Os parâmetros indicados para o monitoramento da qualidade ambiental das águas subterrâneas são: dados regionais de precipitação (chuva), nível A 13 estático, pH, alcalinidade total, condutividade, ferro total, manganês total, acidez total, Ca total, Na total, K total, sulfato, Mg total, Cl total e Al total. Adotou-se como critério de escolha aqueles parâmetros necessários para a classificação hidroquímica das águas subterrâneas, segundo a metodologia proposta por Stiff, Piper e Scholler utilizada pela CPRM na elaboração dos mapas hidroquímicos das bacias do Araranguá e Urussanga com as águas coletadas em poços tubulares, poços escavados e fontes. O caráter pioneiro do monitoramento dos recursos hídricos subterrâneos, ora proposto deve-se ao fato de que, pela primeira vez, propõe-se uma investigação dirigida ao sistema aqüífero profundo e ao sistema aqüífero de leques aluviais com os mesmos horizontes de investigação na bacia carbonífera sul catarinense. Os dados de precipitação serão obtidos dos relatórios das estações pluviométricas das empresas carboníferas em operação e da rede de estações metereológicas da ANA Agência Nacional de Águas, adotando-se as médias mensais nas análises de avaliação que se seguirão aos resultados das campanhas de monitoramento. 2.2.2.1 Justificativa Os sistemas aqüíferos definidos nesta proposta como objeto de interesse para monitoramento são: a) Sistema aqüífero Rio Bonito; b) Sistema aqüífero dos leques aluviais. A escolha desses sistemas deve-se a sua importância como sistemas produtores ou com potencialidade para produção de água para consumo agroindustrial e de água potável definidos nos levantamentos hidrogeológicos das bacias dos rios Araranguá e Urussanga pela CPRM. Vale lembrar que planos de monitoramento de recursos hídricos subterrâneos também serão apresentados pelas empresas requeridas nos 14 projetos de recuperação para cada área degradada em cumprimento da sentença, constituindo, dessa maneira, uma rede de poços de monitoramento com abrangência em todos os níveis dos sistemas aqüíferos (locais, intermediários e regionais) que podem estar afetados pelas atividades de mineração de carvão. O sistema Rio Bonito apresenta ampla distribuição nas duas bacias ocorrendo ora como aqüífero profundo confinado ora como aqüífero livre em zona de recarga direta. Em razão disso, existe potencial para a contaminação desse sistema por drenagem ácida na maior parte da bacia carbonífera. O sistema de leques aluviais ocorre em áreas com exposição de rejeitos da mineração de carvão na porção sul da bacia do rio Araranguá e pode receber recarga dos rios Mãe Luzia e Sangão em épocas de seca. Já na bacia do rio Urussanga, o sistema de leques aluviais não está associado às áreas expostas com rejeitos ou outras fontes de contaminação da mineração de carvão, no entanto pode receber a recarga do rio Urussanga em épocas de seca pela recarga do aqüífero ou em épocas de chuva intensa pela inundação da área de ocorrência dos leques aluviais. As análises dos parâmetros de classificação hidroquímica, metais (Fe, Al e Mn), sulfato, acidez e pH, permitirão não apenas concluir-se sobre a eventual contaminação dos recursos hídricos subterrâneos, como também, contribuir com estudos geoquímicos futuros. Na avaliação feita com os dados existentes sobre monitoramento executado pelas empresas requeridas, verificou-se que a maioria é formada de poços piezométricos, cujo objetivo é o monitoramento do nível estático do aqüífero freático. Por outro lado, na avaliação dos poços levantados pela CPRM verificou-se que nenhum poderá ser utilizado como poço de monitoramento seja pela falta de elementos de descrição dos aspectos construtivos seja pela impossibilidade de se monitorar os sistemas aqüíferos de interesse, já que se constituem em poços para produção carregados com água de diversos aqüíferos. 15 2.2.2.2 Rede de Amostragem Dimensionamento e Distribuição Espacial Para o dimensionamento e espacialização da rede de poços de monitoramento levou-se em consideração o que segue: a) Que as fontes de geração de drenagem ácida mapeadas em superfície e subsuperfície são difusas, assumindo-se que a eventual pluma de drenagem ácida é formada por infiltração vertical dos aqüíferos livres para os profundos, apresentando uma dispersão em área relativamente extensa em subsuperfície. b) Os mapas potenciométricos dos sistemas aqüíferos a monitorar indicam as direções de fluxo da água subterrânea e foram utilizados para a determinação do local de instalação dos poços de monitoramento. c) Os mapas: hidroquímico, hidrogeológico e geológico elaborados para as bacias do Araranguá e Urussanga foram utilizados para a fundamentação técnica da localização dos poços de monitoramento. Os poços de monitoramento com a distribuição definida neste plano serão eficientes na detecção de drenagem ácida, atendendo aos princípios de localização definidos na norma NBR 13.865 de construir os poços a montante e jusante das fontes de contaminação. A figura 2 mostra um exemplo da localização dos poços de monitoramento em relação às áreas fontes de geração de drenagem ácida. Figura 2. Mapa parcial de localização dos poços de monitoramento (círculos verdes, áreas degradas em superfície em preto, unidades mineiras de subsolo em vermelho). 16 O monitoramento dos recursos hídricos subterrâneos desta proposta está focado nos aqüíferos profundos para os sistemas Rio Bonito e Leques Aluviais, estejam esses confinados ou não. No caso do sistema Rio Bonito o horizonte de investigação escolhido está situado no intervalo compreendido entre a base (lapa) da camada de carvão Barro Branco até a profundidade de 15 metros. A razão da adoção deste nível de monitorização está relacionada à existência de unidades mineiras de subsolo inundadas que podem, eventualmente, estar promovendo a recarga do aqüífero com drenagem ácida. Além disso, este sistema pode estar sendo recarregado com drenagem ácida através dos sistemas de falhas e fraturas ou variações laterais de fácies das camadas sobrejacentes que condicionam sua permeabilidade secundária, cuja origem pode estar associada com a existência de depósitos de rejeitos e áreas expostas com arenitos e siltitos com sulfetos disseminados (pirita e marcassita) e seus produtos de alteração. 17 No que se refere ao sistema de leques aluviais, a amostragem da água feita em poços escavados pela CPRM nas bacias do Araranguá e Urussanga não revelou a presença de poluição originada por drenagem ácida. No sistema de leques aluviais o nível de profundidade definido é o contato dos sedimentos que compõem o leque com seu embasamento, ou seja, penetração total do intervalo deste sistema aqüífero. A profundidade dos poços de monitoramento foi estimada a partir dos furos de sondagem exploratórios realizados para as camadas de carvão Barro Branco de acordo com o horizonte de investigação dos sistemas aqüíferos a monitorar. Os poços de monitoramento mostrados nos mapas em anexo, estão posicionados a montante e jusante das áreas impactadas pela atividade de mineração de carvão, apresentando a seguinte distribuição: 12 poços de monitoramento no sistema aqüífero Rio Bonito na bacia do rio Araranguá. Um poço de montante (PMAPAR01, ponto branco), dez poços intermediários (PMAPAR02 a PMAPAR03 a PMAPAR11) e um poço de jusante (PMAPAR12); 04 poços de monitoramento no sistema de leques aluviais na bacia do rio Araranguá. Um poço de montante (PMLAAR03, ponto branco), dois poços intermediários (PMALAR01 e PMALAR04) e um poço de jusante (PMALAR02); 08 poços de monitoramento no sistema aqüífero Rio Bonito na bacia do rio Urussanga. Um poço de montante (PMAPUR01, ponto branco), seis poços intermediários (PMAPUR02 a PMAPUR07) e um poço de jusante (PMAPUR08); 02 poços de monitoramento no sistema de leques aluviais na bacia do rio Urussanga. Um poço de montante (PMLAUR01) e um poço de jusante (PMLAUR02). A definição dos poços de monitoramento a serem construídos na bacia do rio Tubarão será apresentada de forma complementar a esta proposta até o 18 mês de abril de 2007, de acordo com a previsão de conclusão dos levantamentos geológico e hidrogeológico que está sendo executado pela CPRM nesta bacia. O posicionamento dos poços mostrado no mapa de localização não é definitivo, porque mudanças de localização poderão ocorrer em função da permissão ou não de uso do solo por parte do proprietário do terreno, aspectos geológicos e possibilidade de transporte e operação dos equipamentos de perfuração. Essas questões serão resolvidas caso a caso e fazem parte da fase de planejamento da implantação da rede de monitoramento que está contemplada no cronograma de execução desta proposta. 2.2.2.3 Métodos de Coleta, Aspectos Construtivos e Análises das Amostras Aspectos Construtivos Todos os poços de monitoramento serão construídos em diâmetro de 6 polegadas (150 mm) e revestidos com tubos geomecânicos (revestimento e filtro) de 4 polegadas (100 mm) conforme a norma da ABNT NBR 13.895. Um estudo geológico e hidrogeológico serão necessários para avaliar a profundidade da água subterrânea, a direção do fluxo e a geologia geral do local. Segundo essa norma, os poços de monitoramento devem ser instalados em lugares estratégicos, adjacentes às fontes de contaminação, observando-se os seguintes critérios: Poço de montante deve estar localizado à montante da área a ser monitorada; Poços de jusante devem ser instalados de forma não alinhada, à jusante da área a monitorar, para avaliar possível independência desta na qualidade original da água subterrânea local. Com relação aos aspectos construtivos dos poços, a norma estabelece os seguintes procedimentos: 19 Diâmetro da perfuração com 6 ou 8 polegadas; Colocação de filtro geomecânico em todo o intervalo correspondente ao horizonte de investigação; Colocação de pré-filtro constituído por areia industrial; Colocação de tubos de revestimento (geomecânicos ou de PVC rígido) no intervalo correspondente ao solo ou maciço de cobertura do intervalo aqüífero a monitorar; Colocação de bentonita de forma a constituir um anel com 1 metro de comprimento. A bentonita tem a função de vedar a passagem de contaminantes do solo e da superfície para o aqüífero; Para completar o revestimento até a superfície, colocar concreto. Recomenda-se que seja concretado a partir da base da caixa de proteção até 1 metro de profundidade, isto é, até o topo do anel de bentonita; Construir uma proteção de concreto para o poço na superfície e colocar uma tampa com rosca, com cadeado, para proteção e permitir realizar amostragens; Desenvolver o poço através de bombeamento até que não haja presença de sólidos sedimentáveis. A figura 3 mostra o perfil construtivo de um poço de monitoramento. 20 Figura 3. Perfil esquemático de um poço de monitoramento segundo a norma NBR 13.865. Coordenadas UTM PERFIL GEOLÓGICO E N XXXXXX XXXXXXXX Tampa e sobretampa de ferro Tampa de pressão de 4" Ø 12" 0,00m Acabamento com dreno preenchido com cimento areia e brita (concreto) Nível Estático: X,XXm Perfuração de 6" Revestimento Geomecânico de 4" Argila Cimento Compactolit Lacre Filtro Geomecânico 4" Tampa de fundo 4" 21 Métodos de Coleta A coleta das amostras será feita após o desenvolvimento do poço com o bombeamento da água até que suas características físico-químicas reflitam a condição hidroquímica do aqüífero, condição essa obtida após a estabilização dos parâmetros de controle (pH, Eh e condutividade), de acordo com a metodologia indicada pelo Departamento de Energia e Recursos Naturais do Serviço de Águas do Estado de Illinois/USA (Practical Guide for Ground-Water Sampling. Department of Energy and Natural Resources. Illinois State Water Survey. November, 1985). Esta metodologia de amostragem será adotada com o objetivo de agilizar o processo de amostragem, uma vez que a norma NBR 13.865 estabelece que o poço de monitoramento deve ser esgotado ao menos uma vez, aguardando-se a recuperação do nível estático. Espera-se encontrar situações em que o esgotamento será impossível em razão da recarga muito rápida do aqüífero como no caso dos leques aluviais. Poderá ocorrer uma recarga excessivamente lenta após o esgotamento do poço no aqüífero profundo Rio Bonito, exigindo observação contínua da recuperação do nível estático. Será utilizada na fase de desenvolvimento para amostragem do poço uma bomba de baixa vazão (100 ml.min-1) acoplada a um sistema de controle eletrônico e célula de fluxo, dotado de uma unidade para análise contínua dos parâmetros de análise da qualidade da água durante processo de bombeamento. A amostra de água será coletada após a estabilização dos parâmetros de controle. Figura 4. Esquema de funcionamento da célula de fluxo. 22 Análises das Amostras Os limites de detecção das análises físico-químicas com as respectivas metodologias são indicados no quadro abaixo para cada parâmetro. Tabela 3: Metodologia de análises físico-químicas para os indicadores de qualidade ambiental dos recursos hídricos subterrâneos. Parâmetro o pH (23 C) Acidez (mg.CaC03.L-1) Mínimo Detectável 0,1 Método de Análise Potenciométrico 1 Titulométrico 1 Titulação potenciométrica 0,001 0,1 0,02 0,1 0,01 0,1 0,01 0,01 0,01 0,01 Condutivimétrico Espectofotométrico ouTurbidimétrico Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica Espectrometria de absorção atômica -1 Alcalinidade total (mg.CaC03.L ) -1 o Condutividade (uS.cm 23 C) Sulfato (mg.L-1) Ferro total (mg.L-1) Cloreto (mg.L-1) Manganês (mg.L-1) Alumínio (mg.L-1) Cálcio (mg.L-1) Potássio (mg.L-1) Magnésio (mg.L-1) Sódio (mg.L-1) 2.2.2.4 Periodicidade da Amostragem A periodicidade da amostragem será, inicialmente, quadrimestral, seguindo-se o critério de uma amostragem em cada período hidrológico e uma amostragem intermediária entre esses dois períodos. Vale lembrar que se trata de um programa pioneiro de monitoramento sistemático de água subterrânea na bacia carbonífera e, portanto, a freqüência da amostragem está condicionada, inicialmente, a uma avaliação preliminar das variáveis de controle geológico e físico-químico dos sistemas aqüíferos a monitorar até que se tenha uma amostragem representativa que possa embasar a caracterização desses recursos. 23 2.2.2.5 Execução e Acompanhamento Os trabalhos de acompanhamento da execução do poço, perfilagem geológica e o desenvolvimento dos poços de monitoramento e a coleta das amostras serão realizados por técnicos da CPRM Núcleo Criciúma. As análises físico-químicas das amostras serão realizadas pelo LAQUA Laboratório de Análises Químicas e Ambientais da SATC com duas amostras duplicadas para cada sistema aqüífero e para cada bacia, ou seja, em cada campanha seriam 4 amostras duplicadas no sistema de leques aluviais e 6 amostras duplicadas no sistema Rio Bonito) em cada campanha a serem enviadas para o laboratório do IPAT-UNESC ou da Indústria Carbonífera Rio Deserto, objetivando à validação dos resultados. Semestralmente, um grupo de técnicos da CPRM e do SIECESC avaliarão os resultados do monitoramento e elaborará um relatório de acompanhamento a ser discutido com o comitê gestor dos recursos hídricos. 2.2.2.6 Cronograma de Execução Apresenta-se no quadro abaixo o cronograma de construção dos poços de monitoramento execução de uma campanha de monitoramento dos recursos hídricos subterrâneos, repetindo-se a mesma seqüência de procedimentos para a construção dos poços e campanhas seguintes. Estimando-se a necessidade da implantação de 09 (nove) poços de monitoramento na bacia do Tubarão, teríamos inicialmente uma rede composta por um total de 35 poços. Assim sendo, o prazo da construção dessa rede de poços será de 07 (sete) anos, com uma média de 05 (cinco) poços de monitoramento por ano. No entendimento da Assessoria Técnica do Ministério Público Federal a implantação da rede de poços de monitoramento de águas subterrâneas deveria ser realizada dentro de um prazo de 04 (quatro) anos. No entendimento do Grupo Técnico responsável pela elaboração deste plano, no prazo de 04 24 (quatro anos) anos não é viável sua implantação, tendo em vista a complexidade dos trabalhos que envolvem: estudos detalhados de geologia e hidrogeologia, projeto, negociação e autorização do superficiário, licenciamento ambiental, perfuração, perfilagem geológica e geofísica e desenvolvimento. Vale lembrar que a Sentença estabelece para as empresas requeridas que nos PRADS de seus passivos ambientais sejam apresentados planos de monitoramento para água subterrânea. Em conseqüência, haverá um número expressivo de poços de monitoramento a serem implantados para atendimento da mesma sentença. Sendo assim, no primeiro ano de execução do plano de monitoramento haverá informações suficientes a para que o Grupo Técnico de Assessoramento da Sentença possa analisar e, se for o caso redefinir o cronograma de implantação da rede de poços embasada no desempenho e resultados obtidos na fase preliminar de sua implantação. Pelas razões descritas, propomos que a implantação da rede de poços seja feita em duas fases: a) No primeiro ano, seriam construídos 02 (dois) poços profundos situados nos pontos brancos (PMAPAR01 e PMAPUR01) e 03 (três) poços dos leques aluviais (PMLAAR01, PMLAAR03 e PMLAUR01) num total de 05 (cinco) poços de monitoramento de águas subterrâneas; b) Ao final do primeiro ano será analisado o desempenho da execução, e o resultado integrado dos dados de monitoramento de água subterrânea e será proposta uma readequação do cronograma caso seja necessário e possível, ou justificada sua manutenção. 25 Tabela 4: Cronogramas de construção dos poços e monitoramento dos recursos hídricos subterrâneos. MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS Planejamento, Projeto, Licenciamento e Acompanhamento da Execução J F M POÇOS DE MONITORAMENTO / ANO 1 A M J J A S O N D Perfuração e Construção do Poço PMAR PMUR PMAR PMAR PMUR Desenvolvimento do Poço e Coleta de Amostras PMAR PMUR PMAR PMAR PMUR Análises Físico-Químicas PMAR PMUR PMAR PMAR PMUR Perfilagem Geológica PMAR PMUR PMAR PMAR PMUR Relatório de Acompanhamento PMAR = Poço de monitoramento na bacia do Rio Araranguá 26 Tabela 5: Ordem de execução proposta para os poços de monitoramento. UTM E UTM N PMAPAR01 646908 6851787 1 PMAPAR02 650470 6845886 5 PMAPAR03 649324 6842825 6 PMAPAR04 649007 6836803 7 PMAPAR05 653628 6833222 PMAPAR06 656877 6831875 PMAPAR07 655773 6827853 PMAPAR08 653243 6822097 PMAPAR09 659302 6820583 PMAPAR10 655208 6816989 3 PMAPAR11 666374 6813991 11 PMAPAR12 650609 6808626 12 PMLAAR1 653627 6817745 3 PMLAAR2 652556 6813075 PMLAAR3 644924 6824124 PMLAAR4 653118 6820198 3 PMAPUR01 664894 6851935 1 PMAPUR02 661900 6848474 2 PMAPUR03 660637 6845844 PMAPUR04 660402 6840041 PMAPUR05 663157 6829821 PMAPUR06 667153 6828648 PMAPUR07 663679 6826486 PMAPUR08 663510 6822636 PMALAUR01 672376 6835641 PMALAUR02 677267 6831999 LEQUES ALUVIAIS RIO BONITO PROFUNDO SISTEMA ORDEM DE AQÜÍFERO EXECUÇÃO RIO BONITO PROFUNDO COORDENADAS 8 9 10 4 2 1 4 3 4 5 6 7 8 LEQUES ALUVIAIS URUSSANGA ARARANGUÁ BACIA POÇO DE HIDROGRÁ MONITORA FICA MENTO 1 2 27 3 3.1 PLANO DE MONITORAMENTO PARA A BIOTA INDICADORES DA QUALIDADE DA BIOTA 3.1.1 Justificativa A distribuição de espécies, dentro de uma determinada área geográfica, é irregular em diferentes graus devido às características físicas, abundância de recursos e inimigos naturais. Geralmente, espécies que usam diferentes recursos podem atingir altas densidades, colonizando diversos locais em uma área relativamente grande. Por outro lado, espécies que utilizam recursos restritos não são abundantes, restringindo sua distribuição a locais específicos de uma área geográfica (BROWN, 1984). Um ambiente degradado exerce pressão sobre as espécies naturais, afetando a ocorrência dessas no meio, resultando em uma menor diversidade biológica, que por sua vez pode ser considerado um indicador de qualidade ambiental. Outro indicador é o aumento na riqueza das espécies consideradas mais resistentes e diminuição ou até mesmo extinção das mais sensíveis. Desta forma, um ambiente degradado é caracterizado pela presença de muitos indivíduos de poucas espécies mais resistentes e poucos ou nenhum, indivíduo das espécies menos resistentes. O sucesso de um projeto de recuperação ambiental deve ser avaliado por meio de indicadores biológicos e, por meio desses indicadores, é possível definir-se a necessidade de o projeto sofrer novas interferências ou até mesmo ser redirecionado. Este redirecionamento pode visar a aceleração do processo de sucessão e de restauração das funções ambientais, bem como determinar o momento em que a área recuperada passa a ser auto-sustentável do ponto de vista ambiental, dispensando intervenções. Indicadores biológicos ou bio-indicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, abundância e condições são 28 indicativos biológicos de uma determinada condição ambiental. Os bioindicadores são importantes para correlacionar com um determinado fator antrópico ou um fator natural com potencial impactante, representando importante ferramenta na avaliação da integridade ecológica (condição de saúde de uma área, definida pela comparação da estrutura e função de uma comunidade biológica entre uma área impactada e áreas de referência). Os bioindicadores mais utilizados são aqueles capazes de diferenciar entre oscilações naturais (p.ex. mudanças fenológicas, ciclos sazonais de chuva e seca) e estresses antrópicos. Vários estudos têm proposto um conjunto de indicadores de avaliação da recuperação e da sustentabilidade dos projetos de restauração e/ou manejo de ecossistemas. A diversidade de espécies pode ser utilizada como indicador da situação de degradação em que se encontra o meio ambiente, nesse sentido, a diversidade dos insetos têm sido considerados bons indicadores ecológicos da recuperação, principalmente as formigas, os cupins, as vespas, as abelhas e os besouros. No nível do solo nas áreas em processos de recuperação, há uma sucessão de organismos da meso e macrofauna que estão presentes em cada etapa da recuperação destas áreas, sugerindo que possam ser encontrados bioindicadores de cada uma destas etapas. Quanto aos vertebrados, algumas espécies de aves, mamíferos, peixes, anfíbios e répteis, podem indicar a situação da comunidade ou da cadeia alimentar, refletindo a situação do ambiente. Outros indicadores vegetativos podem ser medidos como: chuva de sementes, banco de sementes, a produção de serapilheira e silvigênese. Estes indicadores apresentam a vantagem de serem de quantificação relativamente fácil, quando comparados com outros indicadores biológicos. As vantagens do uso de espécies bio-indicadoras para análises de biomonitoramento do ambiente estão, entre outras, no baixo custo e na reação dos vegetais frente à presença da mistura dos vários poluentes ao mesmo tempo e associados a características ambientais. Assim sendo apresenta-se neste relatório uma listagem de possíveis bio-indicadores que poderão ser utilizados pelos interessados em seus trabalhos de monitoramento ambiental. 29 3.1.2 Rede de Amostragem Dimensionamento e Distribuição Espacial As áreas que deverão ser recuperadas estão listadas na sentença judicial, conforme áreas de concessão do DNPM e serão incluídas nos PRADs, podendo ser visualizadas no mapa das áreas degradadas pela mineração de carvão do SIECESC. 3.1.3 Métodos de Coleta e Análise das Amostras Fauna Índices de diversidade de espécies. Levantamento e avaliação de modificações na riqueza de espécies. Guildas tróficas. Medidas de produtividade primária e secundária. Sensibilidade a concentrações de substâncias tóxicas (ensaios ecotoxicológicos). Ambiente aquático Levantamento e avaliação de modificações na riqueza de espécies e índices de diversidade Medidas de produtividade primária e secundária. Sensibilidade a concentrações de substâncias tóxicas Macroinvertebrados bentônicos, peixes e comunidade perifítica. Organismos sensíveis ou intolerantes (ordens de insetos aquáticos Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera), que exigem maior concentração de OD e alta diversidade de habitats. Organismos tolerantes (insetos e outros invertebrados, incluindo moluscos, bivalves, algumas famílias de Diptera, e principalmente por representantes das ordens Heteroptera, Odonata e Coleóptera) Menos exigência de OD e diversidade de habitas, grupos mais eclético com interface com o ar. 30 Organismos resistentes (larvas de Chironomidae e outros Diptera e classe Oligochaeta, são capazes de viver em condição de anóxia por várias horas, além de serem organismos detritívoros, se alimentando de matéria orgânica depositada no sedimento, o que favorece a sua adaptação aos mais diversos ambientes. Tanto os Oligochaeta quantos os Chironomidae são organismos de hábito fossorial, não possuindo nenhum tipo de exigência quanto à diversidade de hábitats e microhábitats). Flora Diversidade e freqüência de espécies Avaliação ecológica rápida. Diversidade de biótopos (Troppmaier). Variações da fisionomia, diversidade e composição para comparação entre áreas. Censo das árvores e levantamento por métodos de pontos para as herbáceas. Levantamento expedito por caminhamento e tabulação segundo categorias suessionais, síndromes de polinização e síndrome de dispersão. Freqüência por grupos de regeneração, estratificação e dispersão. Regeneração Natural As análises da regeneração natural são essenciais para se avaliar o sucesso da recuperação. A regeneração natural é analisada através de medições de diâmetro, no nível do solo, e da altura das plântulas e plantas jovens, presentes em pequenas parcelas amostrais, lançadas na floresta. O monitoramento da comunidade jovem, do ponto de vista estrutural estático e dinâmico, possibilita a identificação do estágio seral e a evolução da mesma. A quantificação da regeneração compõe um indicador extremamente útil das condições de recuperação e de sustentabilidade vegetação, quando 31 associada com a classificação sucessional das espécies (pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climáticas). Quando, na regeneração natural, espécies típicas dos estágios iniciais da sucessão (pioneiras e secundárias iniciais) predominam em número de espécie e, ou, de indivíduos, percebe-se indicativo de que a sucessão está muito lenta na área e que as espécies tardias não estão conseguindo chegar até o local ou, embora estejam chegando, por algum motivo não estão conseguindo se estabelecer. Neste caso é necessário algum tipo de intervenção. A análise deve levar em consideração o tempo em que a floresta foi implantada. Produção de Serapilheira A serapilheira compreende, principalmente, o material de origem vegetal e o de origem animal, em menor proporção, depositado na superfície do solo. Atua como um sistema de entrada e saída, recebendo entradas via vegetação e, por sua vez, decompondo-se e suprindo o solo e as raízes com nutrientes e com matéria orgânica. Este processo é particularmente importante na restauração da fertilidade do solo nas áreas em início de sucessão ecológica. Em comunidades sucessionais, o acúmulo de serapilheira e o tempo de sua remoção podem produzir mudança radical na estrutura, afetando a substituição de espécies dominantes, bem como a riqueza e a diversidade. A quantificação da serapilheira, ao longo do ano, permite estimar a produção anual por hectare. Esta informação é muito importante, pois possibilita a comparação com outros estudos realizados em outras áreas. Se a produção de serapilheira da área em avaliação está muito baixa em comparação com outras, podem estar ocorrendo problemas de ciclagem de nutrientes. Chuva de Sementes A ausência ou a baixa densidade de sementes de espécies não pioneiras na chuva de sementes significa que estas espécies terão dificuldades 32 de regeneração na área em recuperação. Como as espécies pioneiras são mais importantes na definição da estrutura da floresta, devem ser tomadas medidas visando estimular sua chegada na área. Abertura do Dossel O dossel da floresta, ou seja, a cobertura superior da floresta formada pelas copas das árvores, em termos ecológicos apresenta uma grande influência na regeneração das espécies arbustivo-arbóreas, além de atuar como barreira física às gotas de chuva, protegendo o solo da erosão. Espera-se que o dossel torne-se cada vez mais fechado, à medida que as árvores cresçam e que suas copas se encontrem. Desta maneira, o nível de abertura do dossel pode ser um bom indicador da recuperação de uma mata ciliar. Porém, cabe ressaltar que este indicador deve ser combinado com outros principalmente com a regeneração natural, pois é possível se obter um dossel muito fechado, com bom sombreamento e boa cobertura do solo em reflorestamentos homogêneos, e que, apesar da proteção ao solo, não são considerados auto-sustentáveis e são pouco eficientes na recuperação da biodiversidade. Existem vários métodos para se estimar a abertura do dossel, sendo a utilização de fotografias hemisféricas o método mais prático e preciso. A abertura do dossel também pode ser estimada por meio da projeção das copas das árvores, determinando-se a proporção entre as áreas cobertas e as abertas. É um método subjetivo, mas que possibilita uma visão geral do estado de recuperação de uma floresta, em nível de cobertura do solo. 3.1.4 Periodicidade da Amostragem Cobrir um ciclo anual completo, com todas as estações do ano. 33 3.1.5 Métodos para Processamento dos Dados e Apresentação dos Resultados Elaboração de Mapas temáticos com banco de dados associados. 3.1.6 Metodologia de Gestão A metodologia proposta é estabelecer como indicadores biológicos o monitoramento da diversidade de comunidades vegetais e animais, cujas espécies serão definidas de acordo com o levantamento realizado na elaboração do PRAD de cada área a ser recuperada, criando um grupo de coordenação para acompanhamento da aplicação e evolução dos indicadores biológicos, composto por representantes das seguintes instituições: SATC Especialista em biologia Representante da UNESC Representante do MPF Representante da FATMA Tabela 5: Cronograma do biomonitoramento. BIOMONITORAMENTO Análise dos PRADs Elaboração dos protocolos Apresentação para os GTs das empresas Análise de dados, projetos, propostas e PRADs Consolidação EXECUÇÃO - MESES J F M A M J J A S O N D 34 Vale lembrar que o início dos trabalhos propostos no biomonitoramento está condicionado à disponibilidade dos PRADS a serem encaminhados pelas empresas requeridas para análise por parte do grupo de trabalho. 4 4.1 PLANO DE MONITORAMENTO PARA A COBERTURA DO SOLO INDICADORES FÍSICOS DE AVANÇO DA RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADADAS Através da análise multi-temporal com Produtos Cartográficos Disponíveis e Imagens Orbitais objetiva-se identificar, limitar e quantificar a cobertura do solo (depósito de rejeito, mineração céu aberto, vegetação e etc.) em áreas superficiais impactadas pela mineração de carvão em períodos predeterminados. Através de técnicas de processamento digital de imagens, produtos cartográficos existentes e imagens de satélites a adquirir. 4.2 JUSTIFICATIVA Com base nos relacionamentos entre a quantificação, localização geográfica, e a variável tempo, cria-se um ambiente que possibilita monitorar os avanços e recuos de áreas impactadas, como também caracterizar um quadro geral dos progressos das atividades de recuperação. 4.3 PERIODICIDADE DA AQUISIÇÃO DAS IMAGENS As análises têm como partida as ortofotos 1: 5.000 geradas pela empresa Aeroimagem no de ano de 2002 (serviço contratado pelo DNPM) e imagens orbitais disponíveis em acervo referentes ao final de 2005. 35 Posteriormente, serão adquiridas imagens orbitais a programadas em períodos médios de 24 meses. Sendo gerados, portanto, relatórios bianuais, espaço de tempo mínimo para explicitar a recuperação de uma determinada área em processo avançado. 4.4 METODOLOGIA A metodologia empregada será a comumente encontrada em processos de análise multi-temporal tradicionais, onde a primeira etapa trata (ortorretificação) das imperfeições causadas na formação da imagem pelo sistema sensor ou por imprecisão dos dados de posicionamento da plataforma (aeronave ou satélite). Num segundo momento, inicia-se a interpretação e digitalização das feições diretamente em tela (monitor), opta-se por não usar algoritmos de classificação supervisionada ou não-supervisionada devido à preocupação com a consistência dos resultados. Terminada a interpretação e digitalização faz-se a conversão do plano de informação para uma plataforma SIG e em seguida, empregam-se técnicas de superposição de camadas (overlay) para comparação das transformações antrópicas ou naturais ocorridas entre os períodos estabelecidos. E por último, a geração de relatórios descritivos e mapas. 36 Figura 5. Estrutura Metodológica para Análise Temporal 4.5 PRODUTOS FINAIS Terminadas os cruzamentos espaciais e interpretações, serão elaborados dois mapas temáticos (Cobertura do Solo e Áreas Degradadas) referentes a cada data de avaliação e uma síntese comportamental das transformações ocorridas entre os períodos determinados. Abrangendo as seguintes classes: 1) Cobertura do Solo a) Vegetação b) Argila c) Corpos d água d) Urbanizado (Análise Multi-temporal) 37 2) Áreas Degradadas a) Mineração Céu Aberto b) Deposito de Rejeito c) Mineração Céu Aberto e Deposito de Rejeito 3) Análise Multi-temporal a) Avanços de Áreas Degradadas b) Avanços da Vegetação c) Aumento de Cobertura de Argila d) Diminuição de Cobertura de Argila e) Aumento de Corpos d água f) Diminuição de Corpos d água g) Avanços da Urbanização Também serão gerados relatórios quantitativos e análises estatísticas para cada classe observada. 4.6 CRONOGRAMA Tabela 6. Cronograma da Cobertura de Solo MONITORAMENTO DA COBERTURA DE SOLO Aquisição de Imagem Coleta dos Pontos de Controle Geração Modelo Numérico do Terreno Ortorretificaçao Validação Realce e Fusão Interpretação e Digitalização Conversão para SIG Superposição Análise dos Resultados Produtos Finais ANÁLISE MULTI-TEMPORAL DAS ÁREAS IMPACTADAS PELA MINERAÇÃO DE CARVÃO - MESES J F M A M J J A S O N D J F M A 38 5 5.1 BANCO DE DADOS INTRODUÇÃO Os indicadores ambientais, que serão coletados para mensurar a qualidade dos recursos hídricos superficiais, dos recursos hídricos subterrâneos, da biota e da cobertura do solo, ficarão armazenados num banco de dados, sob administração do Sindicato da Indústria da Extração de Carvão no Estado de Santa Catarina - SIECESC e do Serviço Geológico do Brasil (antiga Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM), empresa pública federal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Além dos dados que serão doravante coletados conforme plano de monitoramento proposto neste documento, o banco dados já conta com um acervo histórico importante para a avaliação da evolução do processo de recuperação ambiental. No tocante às águas superficiais, o banco de dados registra informações relativas a 14 (quatorze) campanhas já realizadas desde março de 2002. Somam-se aos dados históricos já registrados, os mapas geológicos, hidrogeológicos e hidroquímicos das bacias dos rios Araranguá e Urussanga, produzidos pela CPRM, bem como os mapas das áreas degradadas e das unidades mineiras de subsolo, imagens de satélite, fotografias aéreas, mapeamento de bocas de minas abandonadas e mapeamento de monitoramento de águas superficiais, aos quais serão acrescentadas informações relacionadas ao monitoramento de águas subterrâneas e monitoramento da flora e fauna.. Considerando-se que o referido banco de dados está sob administração privada (SIECESC), mas que as informações dele oriundas servirão para orientar as partes e o Juízo na execução da sentença proferida no Processo nº 93.8000533-4, é necessário que sejam estabelecidas regras de publicidade, acesso e auditoria, conforme proposto nos itens 5.3 e 5.4, adiante. 39 5.2 PUBLICIDADE E ACESSO AO BANCO DE DADOS A partir do momento em que se admite que os dados armazenados no banco de dados em questão sejam utilizados para gerar informações que subsidiarão o Juízo na avaliação da efetiva recuperação ambiental determinada no Processo nº 93.8000533-4, considerada a grande repercussão da referida recuperação para a sociedade regional, torna-se imprescindível que estes dados sejam mantidos com transparência. Para tanto, propõe-se que o banco de dados seja público, observadas as seguintes regras: 1º) o Juízo poderá solicitar dado ou informação armazenado no banco de dados, diretamente ao SIECESC, especificando o dado ou informação pretendido; 2º) qualquer das partes do processo judicial poderá solicitar dado ou informação armazenado no banco de dados, diretamente ao SIECESC, especificando o dado ou informação pretendido e arcando com eventuais custos de reprodução (xerocópia, gravação em CD, etc.); 3º) a Fundação do Meio Ambiente - FATMA, o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, outros órgãos públicos e universidades poderão solicitar dado ou informação armazenado no banco de dados, diretamente ao SIECESC, especificando o dado ou informação pretendido e arcando com eventuais custos de reprodução (xerocópia, gravação em CD, etc.); 4º) outros interessados poderão obter dados ou informações armazenados no banco de dados, desde que autorizados pelo Juízo e arcando com eventuais custos de reprodução (xerocópia, gravação em CD, etc.). Os relatórios de avaliação produzidos pelo Grupo Técnico de Assessoramento serão públicos e a eles se dará ampla divulgação. 40 5º) Quanto à propriedade intelectual, fica resguardada ao SIECESC e à CPRM (no âmbito do convênio), não podendo os dados ou as informações obtidas através do banco de dados serem reproduzidas ou utilizadas em outros trabalhos sem menção da autoria e comunicação prévia. Fica vedado o uso comercial, sendo vedada a alteração, supressão ou inclusão de dados sem prévia autorização dos autores, ficando obrigados os interessados a devolverem, sem ônus de qualquer natureza, como contrapartida à administração do banco de dados, os dados, informações e ou alterações por eles produzidas. 5.3 AUDITORIA NO BANCO DE DADOS Com o objetivo de assegurar a integridade dos dados e informações que subsidiam a execução da sentença, qualquer das partes no processo judicial poderá requerer ao Juízo a realização de auditoria no banco de dados. Para tanto, a parte interessada deverá peticionar ao Juízo, indicando o escopo, o período de realização da auditoria e o método de auditoria. Os custos com a realização da auditoria serão pagos pela parte que a requerer. Sem prejuízo da auditoria no banco de dados, as partes também poderão acompanhar as campanhas de coletas de amostras, bem como encaminhar amostras para análises em laboratórios independentes, a sua escolha, desde que arquem com os respectivos custos. 6 6.1 GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO À EXECUÇÃO DA SENTENÇA INTRODUÇÃO Esta Proposta de Indicadores Ambientais e Plano de Monitoramento parte do princípio de que é possível o consenso entre as partes e de que a plena recuperação do passivo ambiental decorrente da exploração de carvão na região 41 será alcançada com maior rapidez e efetividade na medida em que as partes forem capazes de unir esforços técnicos. Nesta linha de princípios, respeitadas as divergências, devem ser maximizados os entendimentos no nível técnico e, em conseqüência, minimizados os conflitos que devam ser decididos pelo Juízo. Para tanto, propõese a instituição de um Grupo Técnico de Assessoramento à Execução da Sentença, com participação de todas as partes e de órgãos públicos que têm alguma participação no processo de recuperação ambiental. 6.2 ATRIBUIÇÕES DO GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO Ao Grupo Técnico de Assessoramento incumbirá: a) integrar os dados de indicadores ambientais coletados pelo SIECESC, pela CPRM e pelas empresas carboníferas; b) elaborar relatórios técnicos periódicos, destinados ao Juízo e sujeitos a ampla divulgação, avaliando a evolução dos indicadores ambientais; c) propor ações tendentes à plena recuperação ambiental, nos termos previstos na Sentença; d) propor seqüência de prioridades na execução de ações de recuperação; e) propor alterações nos indicadores ambientais, e plano de monitoramento, quando entendê-las necessárias; f) responder tecnicamente a eventuais questionamentos do Juízo. 42 6.3 COMPOSIÇÃO DO GRUPO TÉCNICO DE ASSESSORAMENTO Cada uma das partes do processo judicial (Ministério Público Federal, União e cada uma das empresas carboníferas) deverá indicar de 1 (um) a 3 (três) representantes, para compor o Grupo Técnico de Assessoramento. Além das partes, as seguintes entidades também deverão ser convidadas para indicar de 1 (um) a 3 (três) representantes no Grupo Técnico de Assessoramento: SIECESC, CPRM, FATMA e DNPM. Os representantes indicados devem ter formação superior em pelo menos uma das áreas de conhecimento científico abrangidas no processo de recuperação ambiental (engenharia, geologia, biologia, etc.). Sem prejuízo da participação dos representantes formalmente indicados, as partes do processo e as entidades acima nominadas poderão, pontualmente, agregar outros técnicos que tenham conhecimento para discussão de um tema específico. As deliberações do Grupo Técnico de Assessoramento serão sempre por consenso. Não sendo possível o consenso, as posições divergentes serão consignadas no relatório que será apresentado em Juízo. 6.4 PROCEDIMENTO PARA ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS RELATÓRIOS TÉCNICOS EM JUÍZO Serão apresentados ao MPF e Juízo dois relatórios técnicos de acompanhamento por ano, contados a partir do término do primeiro ciclo de monitoramento da qualidade das águas superficiais, seguindo-se os seguintes procedimentos: 43 1º) Elaboração de relatório preliminar No prazo de 60 (sessenta dias) dias, contados da conclusão das análises laboratoriais, o SIECESC deverá elaborar um relatório preliminar, considerando os dados coletados na campanha e os dados históricos, avaliando o progresso da recuperação ambiental, apontando falhas e sucessos, recomendando ações, prioridades e eventuais ajustes nos indicadores ambientais e plano de monitoramento. O relatório deverá contemplar, também, os indicadores já disponíveis no tocante às águas subterrâneas, bio-monitoramento e cobertura de solo. 2º) Comunicação formal às partes e entidades participantes Concluído o relatório preliminar, o SIECESC deverá encaminhar formalmente cópia aos demais integrantes do Grupo Técnico de Assessoramento. 3º) Apresentação de propostas de alteração no relatório No prazo de 30 (trinta) dias, qualquer dos integrantes do Grupo Técnico de Assessoramento poderá apresentar propostas de alteração no relatório, as quais deverão ser fundamentadas tecnicamente e apresentadas formalmente ao SIECESC e ao Ministério Público Federal. 4º) Discussão técnica e elaboração do relatório final Vencido o prazo para apresentação de propostas de alteração, o Grupo Técnico de Assessoramento deverá se reunir, quantas vezes forem necessárias, para discussão do relatório preliminar e propostas de alteração, com vistas à elaboração da versão final do relatório, que será apresentada em juízo. No prazo máximo de 15 (quinze) dias deverá estar concluída a versão final do relatório para apresentação em Juízo. 44 O relatório final deverá consignar eventuais divergências, em relação às quais não for possível o consenso no Grupo Técnico de Assessoramento. 5º) Decisão judicial Caberá ao Juízo analisar o relatório apresentado pelo Grupo Técnico de Assessoramento, decidindo acerca de eventuais divergências e homologando o que entender pertinente. Se entender necessário, o Juízo poderá solicitar esclarecimentos ao Grupo Técnico de Assessoramento, bem como designar audiência para esclarecimento oral. 6º) Publicação Após a homologação judicial, as partes deverão dar ampla divulgação da existência e das formas de acesso ao relatório de monitoramento. 45 7 ORÇAMENTO GERAL Tabela 7. Estimativa dos custos para a execução dos planos de monitoramento. ORÇAMENTO GERAL R$ / ANO TIPO DE MONITORAMENTO TOTAL POR ITEM R$ 1 2 3 4 5 6 7 Recursos hídricos superficiais (2 campanhas/ano) Análises 29.086 29.086 29.086 29.086 29.086 29.086 29.086 203.603 Coleta e transporte 14.458 14.458 14.458 14.458 14.458 14.458 14.458 101.203 Equipamentos 1.250 0 0 0 0 0 0 1.250 Escritório 11.260 11.260 11.260 11.260 11.260 11.260 11.260 78.820 SUB-TOTAL Recursos hídricos subterrâneos (3 campanhas/ano) Análises 56.054 54.804 54.804 54.804 54.804 54.804 54.804 384.876 3.695 7.391 11.086 14.782 18.477 22.173 25.868 103.473 Coleta e transporte 2.241 4.482 6.723 8.964 11.205 13.445 15.686 62.746 Equipamentos 27.790 0 0 0 0 0 27.790 Escritório 587 1.174 1.761 2.349 2.936 3.523 4.110 16.440 Perfuração 49.711 49.711 49.711 49.711 49.711 49.711 49.711 347.979 SUB-TOTAL 84.025 62.758 69.282 75.805 82.329 88.852 95.376 558.427 Aquisição de imagens 21.388 0 65.280 0 65.280 0 65.280 217.228 Equipamentos 0 0 1.000 0 0 0 0 1.000 SUB-TOTAL 21.388 0 66.280 0 65.280 0 65.280 218.228 Horas profissionais GT acompanhamento 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 152.880 SUB-TOTAL 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 21.840 152.880 TOTAL 183.306 139.402 212.205 152.449 224.252 165.496 237.299 1.314.410 Cobertura do solo BIOMONITORAMENTO 8 CRONOGRAMA ANDAMENTO DE APRESENTAÇÃO DOS RELATÓRIOS DE Tabela 8. Cronograma para a elaboração e apresentação dos relatórios de acompanhamento. CRONOGRAMAS DOS PLANOS DE MONITORAMENTO Coleta e transporte amostras RH subterrâneos Análises Físico-Químicas RH subterrâneos MESES J F M A SUB1 M SUB2 J J A S O SUB3 Validação Resultados Cobertura do solo Validação Resultados Biomonitoramento Coleta e transporte amostras RH superfície Análises Físico-Químicas amostras RH superfície SUP1 Relatório de acompanhamento SIECESC Relatórios de acompanhamento para o GAS (Grupo Téc Asse Exec Sentença) Relatório final para o MPF e Juízo SUB = MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS SUP = MONITORMANETO DOS RECURSOS HÍDRICOS DE SUPERFÍCIE SUP2 N D J F M 46 9 9.1 NOTAS TÉCNICAS MAPA DAS ÁREAS MINERADAS NO SUBSOLO O mapa das áreas mineradas no subsolo consiste na limitação das áreas ocupadas pelas minas subterrâneas da bacia carbonífera sul catarinense. Este mapa é elaborado e atualizado anualmente pelos técnicos do SIESESC, a partir das plantas (analógicas) matriz das unidades mineiras fornecidas pelas empresas e DNPM, convertendo-se para o meio computacional através do método de digitalização interativa em tela com base nos dados do planejamento anual de lavra. 9.2 MAPA DAS ÁREAS DEGRADADAS EM SUPERFÍCIE Neste mapa estão representadas as áreas cobertas com depósitos de rejeitos, áreas expostas com estéril da cobertura de minas a céu aberto e lagoas ácidas internas e externas, ou seja, todas as áreas degradadas pela atividade de mineração de carvão e, potencialmente, geradoras de drenagem ácida. Este mapa foi elaborado por técnicos do SIECESC com base no material ortorretificado a partir do vôo realizado pela Aeroimagem em fevereiro e março de 2002 e pela interpretação de fotografias aéreas multi-temporais e mapas de minas. 9.3 MAPAS DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS E SUBTERRÂNEAS Os mapas de localização dos pontos de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas, mostrado em anexo, integra as informações descritas nos mapas anteriores mostrando os perímetros das áreas degradadas e das minas subterrâneas nas três bacias hidrográficas em consideração. 47 9.4 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA GEOLÓGICO DA BACIA DO ARARANGUÁ A representação em mapa das diferentes unidades geológicas foi realizada utilizando-se semiologia gráfica apropriada (letras e cores). Para a representação dos elementos estruturais, falhas diques e fraturas, entre outros, considera-se a mesma semiologia gráfica e layout utilizados nos Mapas Geológicos do Programa de Levantamentos Geológicos Básicos PLGB, desenvolvido pela CPRM em todo o território nacional. Com relação aos recursos minerais, empregaram-se diferentes símbolos para a indicação de ocorrência mineral, jazida, mina em atividade e mina desativada. Ao lado do símbolo colocou-se a sigla do mineral. Na área correspondente à bacia hidrográfica do Rio Araranguá, afloram rochas sedimentares e vulcânicas que constituem a seqüência da borda leste da Bacia do Paraná e sedimentos inconsolidados que constituem a Planície Costeira ou formam depósitos aluviais atuais. O embasamento cristalino regional (não aflorante) é composto de rochas granitóides tardi a pós-tectônicas. Logo ao norte da área situa-se a Serra do Rio do Rastro, onde, em 1908, White definiu a consagrada Coluna White. Partindo-se da cidade de Lauro Müller, em direção a Bom Jardim, pode-se verificar com detalhe toda a seqüência acima referida. Na faixa costeira também ocorre uma diversidade enorme de depósitos de areia, silte e argila, relacionados a processos marinhos e continentais. Com relação às rochas sedimentares que constituem a seqüência gonduânica da borda leste da Bacia do Paraná, procurou-se detalhar melhor as formações Rio Bonito e Rio do Sul por serem estas as que apresentam freqüentes camadas de arenito com boas perspectivas de contenção de água. A Formação Rio do Rasto (terço superior) e a Formação Botucatu constituem unidades aqüíferas no município de Jacinto Machado. Nas demais porções da bacia hidrográfica do Rio Araranguá isto não acontece pelo fato de as 48 referidas formações aflorarem nas bordas do planalto, atuando, portanto, somente como áreas de recarga para as unidades aqüíferas subjacentes. Do ponto de vista hidrogeológico, os aspectos estruturais são parâmetros indispensáveis à determinação de estruturas aqüíferas. Sabe-se que a capacidade de armazenamento e de transmissão de água subterrânea em rochas cristalinas está diretamente relacionada à existência de sistemas de juntas, fraturas ou falhas na rocha. Nos aqüíferos do tipo poroso, a presença de zonas de falha pode contribuir substancialmente para uma melhor recarga, ampliando a vazão dos poços. No caso da porção correspondente à bacia carbonífera, onde, no ano de 2000 foi criado o Comitê Gestor para a Recuperação Ambiental da Bacia Carbonífera de Santa Catarina e a partir do qual foram estabelecidos vários projetos de recuperação ambiental, a identificação e caracterização das unidades geológicas, falhas, fraturas, diques e blocos basculados constitui uma ferramenta fundamental para a definição de medidas mitigadoras bem como para a elaboração de projetos executivos que visem à recuperação ambiental da referida área. Por este motivo, procurar-se-á, enfocar os aspectos estruturais não só para se avaliar a potencialidade aqüífera dos diferentes tipos de rochas ou depósitos de sedimentos presentes na área desta bacia hidrográfica, mas também para que se possam utilizar estas informações como subsídio de futuros projetos de recuperação ambiental ou programas de gestão dos recursos hídricos. Desta forma, para efeito de caracterização estrutural, a área da bacia do rio Araranguá será abordada em três porções distintas, a saber: Área correspondente à Bacia Carbonífera; Área costeira, situada entre a BR -101 e o litoral; Área central e oeste da bacia do rio Araranguá. Área correspondente à bacia carbonífera 49 As principais feições estruturais presentes nesta porção são as falhas. Muitas destas falhas encaixam diques de diabásio que seccionam as rochas sedimentares gonduânicas. Ocorrem também sills de diabásio, relacionados a falhas regionais que sustentam a topografia em vários locais da bacia carbonífera. Verificações realizadas em minas de subsolo no município de Siderópolis (Mina do Trevo), município de Treviso (Mina Esperança), município de Forquilhinha (Mina Verdinho e Mina 3) e no município de Criciúma (Mina Santa Augusta) mostram que geralmente junto aos planos de falhas são comuns pequenos drags, sliken sides e sliken lines, os quais indicam o movimento relativo dos blocos. Mostraram também que muitas falhas possuem rejeitos verticais expressivos (> 20m) e, em alguns locais, encaixam espessos diques de diabásio (> 5m). As principais direções de falhas são N5º-30ºW e N45º-75ºE. Subordinadamente ocorrem falhas com direção próxima de N-S, N300-450E, ou próxima de E-W. Com relação à geometria da zona de falhas, estudos de detalhes realizados em subsolo bem como a interpretação das fotos aéreas 1:25.000 demonstra que as principais falhas identificadas na bacia carbonífera, tais como Falha Mãe Luzia, Falha Nova Veneza, Falha Criciúma e outras sem denominação específica, como aquela que passa junto ao Morro São Pedro, no município de Treviso, são na verdade constituídas de uma falha principal e de várias falhas secundárias que fazem um ângulo de cerca de 150 com a principal. Quando estas falhas secundárias partem do mesmo ponto com relação à falha principal, elas guardam um ângulo de 150 entre si, como se pode verificar na falha N-S que ocorrem a noroeste de Nova Veneza. Área costeira situada entre a BR-101 e o litoral A seção geológica N-S mostra que nas proximidades da BR-101 ocorre uma nítida mudança no comportamento estrutural das rochas sedimentares gonduânicas. Mostra também que junto à cidade de Maracajá ocorre uma estrutura tipo neck. 50 Este basculamento de blocos com rápido afundamento a partir da BR101 em direção à linha de costa permite supor-se que o rifteamento, ocorrido no Terciário e que deu origem à Bacia Sedimentar de Pelotas, inicia-se, na área estudada, aproximadamente na altura da BR-101, estando especificamente neste local relacionado a grandes falhas E-W e N450-600E, estas últimas paralelas à linha de costa. A leitura da Seção Geológica sugere que tais falhas constituem uma grande estrutura tipo hemiflor negativa que tem continuidade na plataforma continental. Nesta região costeira existem várias falhas N450-600E, aproximadamente paralelas à linha de costa, que provocam um basculamento de blocos com afundamento das camadas geológicas à medida que se aproximam do litoral. Com relação à atuação de esforços neotectônicos nesta porção da bacia, a leitura do Mapa Geológico mostra claramente que o leito do rio Araranguá, junto à cidade homônima, sofre uma grande inflexão, provavelmente devido à reativação das duas falhas N-S que dão origem à denominada falha Mãe Luzia. A leitura do referido mapa mostra também que antigos cordões litorâneos pertencentes aos Depósitos Laguna-Barreira III, os quais afloram nas proximidades da cidade de Maracajá, apresentam deslocamento horizontal que pode ter sido causado por reativações recentes das referidas falhas. Outrossim, a geometria do curso do Rio dos Porcos, que no seu alto curso sofre uma inversão de sentido de fluxo, permite admitir-se que para que isto ocorresse houve forte controle tectônico. Área central e oeste da bacia do rio Araranguá Com relação ao comportamento estrutural das rochas gonduânicas nesta porção da bacia do Araranguá, a Seção Geológica mostra que há um gradativo afundamento dos estratos rochosos de nordeste para sudoeste. Verificações de campo realizadas no município de Jacinto Machado indicaram que as rochas areníticas da Formação Botucatu apresentam geralmente orientação N300-600W, com mergulhos suaves para SW. Do ponto de vista hidrogeológico, este fato indica que estas rochas areníticas aflorantes no referido 51 município não constituem uma boa unidade aqüífera, atuando principalmente como área de recarga. Quanto às falhas presentes nesta porção, a interpretação da imagem do satélite LANDSAT TM, escala 1:100.000, datada de 2002, bem como fotografias aéreas escala 1:40.000, também datadas de 2002, mostram que nas proximidades da cidade de Meleiro ocorrem duas extensas falhas pertencentes ao sistema E- W. A interpretação da referida imagem demonstra também que os principais rios desta porção possuem trechos de seu curso encaixados ao longo de falhas do sistema N450W. Com relação às fraturas, observou-se através da imagem que ao longo de toda a encosta superior do planalto gonduânico as cabeceiras dos principais cursos d água estão encaixados em fraturas de diferentes sistemas. 9.5 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DA BACIA DO ARARANGUÁ O mapa hidrogeológico contém uma síntese dos dados geológicos interpretados do ponto de vista hidrogeológico, complementada por dados relativos às águas subterrâneas. Obteve-se, assim, por superposição de símbolos, ornamentos e cores, uma representação dos principais temas relativos à estrutura, usos e potencialidade dos aqüíferos (sistemas, importância hidrogeológica e produtividade), além daqueles referentes aos dados geológicos (litológicos, estratigráficos e estruturais), ao cadastramento e à hidrodinâmica dos aqüíferos. A produtividade dos aqüíferos foi caracterizada por faixas de valores da capacidade específica (l/s/m). Na representação pontual, a dimensão do símbolo do poço varia de acordo com a sua vazão, definida para um rebaixamento do nível da água de 25 metros. A ordem de grandeza das classes de produtividade dos sistemas aqüíferos foi fixada segundo os limites:<0,033 l/s/m; 0,033 a 0,11 l/s/m; 0,11 a 0,44 l/s/m; 0,44 a 1,11 l/s/m; e >1,11 l/s/m. A importância hidrogeológica relativa local (grande, mediana, pequena, muito pequena, e negligenciável) tem conceituação subjetiva. A definição e a delimitação das áreas 52 foram efetuadas mediante um confronto equilibrado entre disponibilidade, necessidade e qualidade da água (salinidade, contaminação), e explotabilidade do aqüífero (possibilidade técnica e econômica de captação). Objetivando atender-se não só ao setor técnico especializado, mas também ao usuário das águas subterrâneas, conterá esse documento um grande número de informações práticas (explotabilidade, profundidade de captação, usos da água e produtividade). Dados adicionais são contemplados por simbologias específicas para os pontos de água, incluindo-se características dimensionais e hidrodinâmicas, fraturas com potencial para ocorrência de água subterrânea e limites de áreas de importância hidrogeológica relativa local. O uso da água será indicado por uma letra minúscula, em vermelho, situada ao lado do símbolo do ponto de água, a saber: H - para consumo humano, G - para consumo animal, I para irrigação e F- para abastecimento industrial. Na área correspondente à bacia do rio Araranguá, ocorrem aqüíferos relacionados aos diferentes tipos de rocha e sedimentos aí presentes. As rochas ígneas constituem os aqüíferos do tipo fraturado e as rochas sedimentares gonduânicas; os sedimentos terciários e ou quaternários constituem os aqüíferos do tipo poroso. As unidades geológicas cartografadas foram analisadas e hierarquizadas quanto à sua maior ou menor capacidade de armazenamento de água. No domínio das rochas sedimentares (Formações Rio do Sul, Rio Bonito, Palermo, Irati, Estrada Nova, Rio do Rasto e Botucatu) bem como dos sedimentos terciários e/ou quaternários (Depósitos de Leques Aluviais, Depósitos Arenosos Marinhos com Retrabalhamento Eólico e Depósitos Flúvio-Lagunares), o armazenamento é controlado pelo maior ou menor grau de permeabilidade das rochas ou sedimentos. Neste sentido, quanto mais arenosa for a rocha ou o sedimento maior quantidade de espaços intergranulares ela terá e, conseqüentemente, maior permeabilidade ela apresentará. No caso das rochas cristalinas, o armazenamento é controlado pelas fraturas. Desta forma, quanto mais fraturadas estiverem as rochas na área, maior a possibilidade de ocorrência de água subterrânea. 53 No mapa hidrogeológico, os diferentes sistemas aqüíferos presentes nesta bacia são identificados com cores, letras e números, de acordo com o proposto na legenda internacional de mapas hidrogeológicos, elaborada pela Associação Internacional de Hidrogeólogos (IAH/IAHS, 1970; IAH/IAHS, 1983, LEAL, 1974; MENTE et al., 1989). Os sistemas aqüíferos caracterizam-se por um conjunto de elementos físicos (transmissibilidade, condutividade hidráulica) e geométricos (forma, limites, espessura) usualmente sujeitas a determinadas ações externas ao sistema (bombeamento recarga artificial, drenagem). A definição dos sistemas aqüíferos foi efetuada com base nas características litológicas, no comportamento estrutural dos conjuntos rochosos ou depósitos de sedimentos, além do tipo e da ordem de grandeza da permeabilidade. Os trabalhos de cadastramento de poços tubulares profundos mostraram que geralmente os poços construídos na porção correspondente à bacia carbonífera captam água de mais de uma formação geológica. Este fato torna difícil caracterizar-se cada formação geológica, individualmente, quanto a sua potencialidade como aqüífero. Por este motivo, optou-se por agrupar em um mesmo sistema aqüífero as formações geológicas que apresentam características similares no que se refere a fácies litológicas e que ocorrem em intervalos estratigráficos contíguos. No que se refere à importância relativa local, dentro de um mesmo sistema aqüífero, a individualização das áreas com classificação diferente terá condições limites distintas de uma porção da bacia para outra, dependendo da carência, dos costumes locais de usos da água e da eficiência de suas áreas de recarga. Os estudos realizados, assim como o cadastramento dos pontos de água, permitiram verificar-se que nesta bacia hidrográfica não ocorre sistema aqüífero que justifique a construção de poços tubulares com profundidades superiores a 250 metros. Sabe-se que na porção sul, central e oeste desta bacia hidrográfica a Formação Rio Bonito está presente em profundidades superiores a 250 metros. 54 Porém, devido ao fato de esta formação possuir potencialidade aqüífera baixa à moderada, não se justifica a construção de poços tubulares que atinjam seu intervalo estratigráfico nestas porções da bacia. Da mesma forma, a Formação Botucatu e o terço superior da Formação Rio do Rasto, as quais possuem captação de água em profundidades muito superiores a 300 metros, no oeste do estado de Santa Catarina, nesta bacia hidrográfica atuam como sistema aqüífero de moderada potencialidade nos municípios de Jacinto Machado, Timbé do Sul, Meleiro e Turvo, onde afloram ou ocorrem em profundidades inferiores a 150 metros. Em todos os demais municípios onde se fazem presentes atuam somente como áreas de recarga pelo fato de aflorarem na encosta média a superior do planalto gonduânico. Os estudos desenvolvidos permitiram a identificação de 8 sistemas aqüíferos, sendo 3 relacionados às rochas sedimentares gonduânicas, 4, aos sedimentos quaternários, e um, às rochas ígneas. Os sistemas aqüíferos individualizados são apresentados na tabela à direita do mapa 9.6 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA HIDROQUÍMICO DA BACIA DO ARARANGUÁ Após a conclusão do cadastramento em campo, realizou-se uma criteriosa seleção de pontos, tomando-se em consideração aspectos geológicos, estruturais, resultados de medidas de pH e condutividade, e posicionamento com relação a alguma fonte de poluição. Estes pontos selecionados foram amostrados para a realização do estudo hidroquímico das águas dos dois principais sistemas aqüíferos presentes nesta bacia: Sistema Aqüífero Rio Bonito e Sistema Aqüífero Leques Aluviais. Constatou-se que no Sistema Aqüífero Rio Bonito, 48,5% das amostras foram classificadas como águas sulfatadas ou cloretadas sódicas, 24,2%, como águas sulfatadas ou cloretadas cálcicas ou magnesianas, 18,2%, como águas bicarbonatadas cálcicas ou magnesianas, e 9,1%, como águas bicarbonatadas sódicas. Nesta área, o fluxo das águas subterrâneas ocorre em um meio de 55 grande complexidade estrutural, caracterizado pela presença de galerias subterrâneas de minas e de falhas geológicas. Já no Sistema Aqüífero Leques Aluviais foram detectadas águas classificadas como sulfatadas ou cloretadas sódicas (50%), sulfatadas ou cloretadas cálcicas ou magnesianas (40%) e os restantes 10% são bicarbonatadas cálcicas ou magnesianas. Subordinadamente há o Sistema Aqüífero Serra Geral, do tipo fraturado, apresentando águas classificadas como bicarbonatadas cálcicas e magnesianas. A caracterização hidroquímica das águas dos diferentes sistemas aqüíferos individualizados foi baseada na elaboração de gráficos semilogarítmicos de Schöeller e de diagramas de Stiff e de Piper. Objetivando avaliarse a utilização das águas subterrâneas para fins de irrigação, determinou-se a razão de adsorção de sódio (SAR). Desta forma, os parâmetros analisados foram aqueles necessários ao tratamento hidroquímico através do software AquaChem o qual permite a elaboração de diferentes gráficos e diagramas. Para este tratamento hidroquímico utilizou-se também o software Qualigraf. Optou-se por utilizar o Diagrama de Piper para a caracterização hidroquímica das águas de cada sistema aqüífero pelo fato de este permitir que se obtenha uma série de outras informações além da referida classificação hidroquímica. Nesse diagrama, os cátions (Na + , Ca 2+ , K + e Mg 2+) e os ânions (Cl - , SO4 2- e HCO3 -) são plotados em porcentagem de miliequivalentes, em duas bases triangulares. Os dados contidos nesses triângulos são projetados em um losango, possibilitando a classificação das águas em função da concentração de íons. Com base no diagrama de Stiff, elaborou-se um mapa hidroquímico. Desta forma, sobre o mapa hidrogeológico simplificado foram lançados os diagramas de Stiff, com representação da composição química das águas. Neste mesmo mapa construiu-se um diagrama de Piper, com representação de todos os pontos de água relacionados ao aqüífero do tipo poroso e outro com todos os pontos de água relacionados ao aqüífero do tipo fraturado. Através do gráfico semi-logarítmico de Schöeller correlacionaram-se várias análises de água de um mesmo ponto em épocas diferentes ou de 56 diferentes pontos bem como compararam-se amostras de águas superficiais e subterrâneas de uma mesma porção desta bacia hidrográfica. Este gráfico ressalta as relações entre íons de uma mesma amostra e variações temporais e espaciais existentes. O número de elementos representados variou de acordo com os objetivos da interpretação. Na área carbonífera procurou-se realizar comparações entre amostras de água de diferentes pontos, objetivando verificar-se a influência das atividades relacionadas à lavra e ao beneficiamento de carvão. No município de Criciúma, procurou-se realizar comparações entre amostras de água para verificar-se a influência de outras fontes de poluição que possam ter alterado a qualidade da água subterrânea. Na porção correspondente à planície costeira, procurou-se correlacionar amostras de água, visando definir-se a interferência de elementos químicos relacionados às práticas agrícolas realizadas nesta porção da bacia do rio Araranguá. 9.7 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA GEOLÓGICO DA BACIA DO URUSSANGA A representação em mapa das diferentes unidades geológicas foi realizada com letras e cores. Para a representação dos elementos estruturais, falhas diques e fraturas, entre outros, consideraram-se os mesmos traços e legendas utilizados nos Mapas Geológicos do Programa de Levantamentos Geológicos Básicos PLGB, desenvolvido pela CPRM em todo o território nacional. Com relação aos recursos minerais, empregaram-se diferentes símbolos para a indicação de ocorrência mineral, jazida, mina em atividade e mina desativada. Ao lado do símbolo colocou-se a sigla do mineral. Na área correspondente à bacia hidrográfica do rio Urussanga, afloram rochas ígneas graníticas que constituem o embasamento cristalino, rochas ígneas básica (basaltos e diabásios), rochas sedimentares que fazem parte da seqüência da borda leste da Bacia do Paraná e sedimentos inconsolidados que constituem a Planície Costeira ou formam depósitos aluviais atuais. 57 As rochas graníticas ocorrem na porção central sob a forma de pequenos stocks. Também afloram de maneira contínua desde o extremo norte até o extremo sudeste, constituindo uma faixa alongada, nas proximidades do limite da bacia, como mostra o mapa geológico. As rochas sedimentares que constituem a seqüência gonduânica da borda leste da Bacia do Paraná ocorrem desde o vale do rio Maior e Urussanga, a leste, e estende-se para oeste, no sentido da bacia do rio Araranguá. Nesta porção, ambas as bacias são separadas por um sill de diabásio conhecido como Montanhão. Ocorrem ainda, de maneira subordinada, na porção sul, onde são cercadas por sedimentos atuais e também no extremo nordeste, onde constituem pequenas faixas alongadas que capeiam as rochas graníticas Na faixa costeira ocorre uma diversidade de depósitos de areia, silte e argila, relacionados a processos marinhos e continentais. As principais feições estruturais presentes nesta bacia hidrográfica são as falhas. Muitas destas falhas encaixam diques de diabásio que seccionam as rochas sedimentares gonduânicas. Ocorrem também sills de diabásio, relacionados a falhas regionais que sustentam a topografia em vários locais da bacia carbonífera. As principais direções de falhamento são N5º-30ºW e N45º-75ºE. Subordinadamente ocorrem falhas com direção próxima de N-S, N300-450E ou próxima de E-W. Do ponto de vista econômico, as falhas do sistema próximo de N-S, embora sem grande expressão nesta bacia hidrográfica, são muito importantes porque controlam as ocorrências de águas minerais e de fluorita. 9.8 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA HIDROGEOLÓGICO DA BACIA DO URUSSANGA O Mapa Hidrogeológico contém uma síntese dos dados geológicos interpretados do ponto de vista hidrogeológico, complementada por dados 58 relativos às águas subterrâneas. Obteve-se, assim, por superposição de símbolos, ornamentos e cores, uma representação dos principais temas relativos à estrutura, aos usos e à potencialidade dos aqüíferos (sistemas, importância hidrogeológica e produtividade), além daqueles referentes aos dados geológicos (litológicos, estratigráficos e estruturais), ao cadastramento e à hidrodinâmica dos aqüíferos. A produtividade dos aqüíferos foi caracterizada por faixas de valores da capacidade específica(l/s/m). Na representação pontual, a dimensão do símbolo do poço varia de acordo com sua vazão, definida para um rebaixamento do nível da água de 25m. A ordem de grandeza das classes de produtividade dos sistemas aqüíferos foi fixada segundo os limites:<0,033 l/s/m; 0,033 a 0,11 l/s/m; 0,11 a 0,44 l/s/m; 0,44 a 1,11 l/s/m; e >1,11 l/s/m. A importância hidrogeológica relativa local (grande, mediana, pequena, muito pequena, e negligenciável) tem conceituação subjetiva. A definição e a delimitação das áreas foi efetuada mediante um confronto equilibrado entre disponibilidade, necessidade e qualidade da água (salinidade, contaminação), e explotabilidade do aqüífero (possibilidade técnica e econômica de captação). Objetivando atender-se não só ao setor técnico especializado, mas também ao usuário das águas subterrâneas, esse documento apresenta um grande número de informações práticas (explotabilidade, profundidade de captação, usos da água e produtividade). Dados adicionais são contemplados por simbologias específicas para os pontos de água, incluindo-se características dimensionais e hidrodinâmicas, fraturas com potencial para ocorrência de água subterrânea e limites de áreas de importância hidrogeológica relativa local. O uso da água é indicado por uma letra minúscula, em vermelho, situada ao lado do símbolo do ponto de água, a saber: H - para consumo humano, G - para consumo animal, I - para irrigação e F- para abastecimento industrial. Na área correspondente à bacia do rio Urussanga, ocorrem aqüíferos relacionados aos diferentes tipos de rocha e sedimentos ali presentes. As rochas ígneas constituem os aqüíferos do tipo fraturado e as rochas sedimentares gonduânicas; os sedimentos terciários e/ou quaternários constituem os aqüíferos do tipo poroso. 59 Os sistemas aqüíferos caracterizam-se por um conjunto de elementos físicos (transmissibilidade, condutividade hidráulica) e geométricos (forma, limites, espessura) usualmente sujeitos a determinadas ações externas ao sistema (bombeamento recarga artificial, drenagem). A definição dos sistemas aqüíferos foi efetuada com base nas características litológicas, no comportamento estrutural dos conjuntos rochosos ou depósitos de sedimentos, além do tipo e da ordem de grandeza da permeabilidade. Os trabalhos de cadastramento de poços tubulares profundos mostraram que geralmente os poços construídos na porção correspondente à bacia carbonífera captam água de mais de uma formação geológica. Este fato torna difícil a caracterização individual de cada formação geológica quanto a sua potencialidade como aqüífero. Por este motivo, optou-se por agrupar em um mesmo sistema aqüífero as formações geológicas que apresentam características similares no que se refere a fácies litológicas e que ocorrem em intervalos estratigráficos contíguos. No que se refere à importância relativa local dentro de um mesmo sistema aqüífero, a individualização das áreas com classificação diferente têm condições limites distintas de uma porção da bacia para outra, dependendo da carência, dos usos locais da água e da eficiência de suas áreas de recarga. Os estudos realizados e o cadastramento dos pontos de água permitiram verificar-se que nesta bacia hidrográfica não ocorre sistema aqüífero que justifique a construção de poços tubulares com profundidades superiores a 150 metros. Identificaram-se seis sistemas aqüíferos, sendo dois relacionados às rochas sedimentares gonduânicas, dois aos sedimentos quaternários, um às rochas ígneas graníticas e u às rochas ígneas básicas. Os sistemas aqüíferos individualizados são apresentados na tabela à direita do mapa. 60 9.9 NOTA TÉCNICA SOBRE A ELABORAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO MAPA HIDROQUÍMICO DA BACIA DO URUSSANGA Foram realizadas 30 análises químicas das amostras de água, sendo 15 coletadas em poços tubulares profundos e 15 coletadas em poços escavados, ponteiras e fontes. Os pontos para amostragem foram selecionados levando-se em consideração aspectos geológicos, estruturais, resultados de medidas de campo de pH e condutividade, e posicionamento com relação a alguma fonte de poluição. Estes pontos selecionados foram amostrados para a realização do estudo hidroquímico das águas dos sistemas aqüíferos presentes nesta bacia. As águas do sistema aqüífero Rio Bonito-Itararé, composto por rochas francamente a medianamente porosas, são as que apresentam maior variação. Aqui são observadas águas cloretadas sódicas (43%), águas bicarbonatadas sódicas (36%), águas mistas (15%) e águas sulfatadas sódicas (6%). No Sistema Aqüífero Laguna-Barreira Marinha as águas em sua maioria são cloretadas sódicas (80%), sendo os 20% restantes, águas mistas com expressivo componente cloretado-sódico. O Sistema Aqüífero Fraturado é composto por rochas ígneas, basálticas da Formação Serra Geral e granitos Imarui-Capivari. Possui águas predominantemente cloretadas sódicas (70%) e águas bicarbonatadas sódicas (30%). Sendo que, ainda, as águas da Formação Serra Geral, nesta bacia, forneceram uma assinatura levemente sulfatada. A caracterização hidroquímica das águas dos diferentes sistemas aqüíferos individualizados foi baseada na elaboração de gráficos semilogarítmicos de Schöeller e de diagramas de Stiff e de Piper. Objetivando avaliarse a utilização das águas subterrâneas para fins de irrigação, determinou-se a razão de adsorção de sódio (SAR). Desta forma, os parâmetros analisados foram aqueles necessários ao tratamento hidroquímico através do software AquaChem o qual permite a elaboração de diferentes gráficos e diagramas. Para este tratamento hidroquímico utilizou-se também o software Qualigraf. Optou-se por utilizar o Diagrama de Piper para a caracterização hidroquímica das águas de cada sistema aqüífero pelo fato de este permitir que 61 se obtenha uma série de outras informações além da referida classificação hidroquímica. Foram ainda efetuadas 10 análises químicas específicas para fluoreto em 7 amostras de fontes, 2 amostras de poços escavados e 1 amostra de ponteira. Todos os pontos escolhidos estão diretamente em área de rocha granítica ou na sua área de influência. As análises se justificaram pelo fato da região em estudo possuir jazidas de fluorita em explotação e casos comprovados de fluorose humana, observados no passado, na população que utilizava água proveniente de poços tubulares profundos, na área de Cocal do Sul. Tendo em vista que já existem esses resultados positivos para fluoreto em alguns poços tubulares profundos, optou-se por verificar também sua possível ocorrência em águas do freático. Entretanto nas análises realizadas não foram encontrados valores anômalos para fluoreto. Criciúma/SC, 05 de setembro de 2006. Roberto Romano Neto Coordenador do Grupo de Trabalho de Elaboração do Plano de Monitoramento 62 10 ANEXOS 10.1 PONTOS TABELAS COM AS DESCRIÇÕES DOS DE SUPERFÍCIE ARARANGUÁ MONITORAMENTO DA BACIA DE ÁGUA HIDROGRÁFICA DA DO 63 10.2 PONTOS TABELAS COM AS DESCRIÇÕES DOS DE SUPERRFÍCIE URUSSANGA MONITORAMENTO DA BACIA DE ÁGUA HIDROGRÁFICA DA DO 64 10.3 PONTOS TABELAS COM AS DESCRIÇÕES DOS DE MONITORAMENTO DE ÁGUA DA SUPERFÍCIE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TUBARÃO 65 10.4 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO ARARANGUÁ 66 10.5 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO URUSSANGA 67 10.6 MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO TUBARÃO This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.