Estilos Arquitetônicos

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Estilos Arquitetônicos
Arquitetura e Urbanismo
Introdução a Arquitetura e Urbanismo
Estilos Arquitetônicos
Adriana Dias
Especialista em Planejamento Urbano e Ambiental (UFT)
Mestra em Arquitetura e Urbanismo (UnB)
GREGA
Segundo Benevolo, a dificuldade principal, no estudo da
arquitetura grega, provem do fato de grande parte da
nossa cultura, e sobretudo do nosso modo de ver os
valores artísticos, provem precisamente dos gregos.
A ARQUITETURA
Arquitetura é
concebida como
as outras artes ,
quase como uma
ciência.
Reconstrução da Acrópole de Atenas; Erecteu (420 a.C.)
Partenon (447-443 a.C.) Propileu (437-432 a.C.)
A ARQUITETURA
Entrada Acrópole
GREGA
Considerado um dos
edifícios mais belos e
importantes de todos os
tempos, inspirou
indiretamente o
formato: do Capitório
Thomas Jefferson e o
Michael Graves
Partenon de Atenas (447-443 a.C.)
Capitório Thomas
Jefferson, Virgínia
(1785- 92)
Michael Graves, Napa ( 1987)
“ A cultura grega influenciou a arte e a arquitetura de
todas os períodos subsequentes da civilização
ocidental, porém mais especialmente a Renascença
(quando muitas obras clássicas foram redescobertas).
Nós séculos XVIII e XIX, a moda dos classicismo grego
se difundiu tanto que todos os museus, toda academia
de arte, toda universidade exibia orgulhosamente
reproduções de estatuas gregas. Edifícios públicos,
como tribunais e bancos, se tornaram pseudo
templos gregos”. STRICKLAND,(1999)
Planta do Partenon de Atenas (447-443 a.C.)
Pilar do Partenon de Atenas (447-443 a.C.)
A arquitetura, para os gregos, era edificada com as mesmas
normas de proporções e simetrias ideais das esculturas.
As figuras esculpidas no frontão geralmente se projetavam do
fundo de mármore pintado em vermelho ou azul.
Os gregos eram obcecados com a completude e a harmonia.
Filosofia Grécia antiga: Sócrates, Platão e Aristóteles
Matemática: Euclides e Pitágoras
Idade ouro: 480-430 a.C.
Edifício mais famoso: Partenon
Cidade emblema: Atenas
Principais contribuições: Democracia, individualismo e razão
Obra mais Famosa: Vitória Alada
Forma característica : Nu masculino
Davi de Michelângelo 1501- 4
Florença – Itália
Vitória de Samotrácia
Paris - França
A ARQUITETURA
HELENÍSTICA
Refere-se à arte grega, desde Alexandre o Grande
até Augusto. Após a morte de Alexandre, o seu
império se desagrega nos numerosos reinos
diádocos. Esse período foi caracterizado pela
difusão da civilização grega por boa parte da área
que estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia
Central, portando a cultura grega foi difundida aos
territórios de suas conquistas.
O helenismo marcou o período de transição para o
domínio e apogeu de Roma.
Nasce nessa época a organização cientifica do trabalho
intelectual e criam-se instituições apropriadas para
favorecer as pesquisas e o intercâmbios culturais:
academias, museus e bibliotecas. Foi o tempo de
Euclides e Arquimedes.
Durante esse período
foram fundadas varias
cidades de cultura grega
entre elas Alexandria com
sua famosa biblioteca e
Antioquia.
Teatro de Dionisos, Epidauro- 350 a.C.
Monumento do Altar de Zeus em Pérgamo
A regularidade geométrica é
aplicada frequentemente a
conjuntos parciais, quarteirões,
acrópoles, praças e buscam a
simetria nos grupos de edifícios
articulados.
A ARQUITETURA
ROMANA
No auge do império Romano, suas fronteiras vão da
Inglaterra ao Egito e da Espanha ao sul da Rússia.
Expostos aos costumes de terras estrangeiras, os romanos
absorvem elementos de culturas mais antigas (Grécia),e
transmitiram essa mistura cultural (grego-romana) a toda
a Europa Ocidental e o Norte da África.
A medida que os generais
marchavam traziam a
influencia civilizadora, das
leis (talvez a maior
contribuição de Roma) e os
benefícios práticos de
estradas,
pontes,
instalações sanitárias e
aquedutos.
Posteriormente os romanos deram uma reviravolta, na
arte, arquitetura e na filosofia gregas. Acrescentaram
talentos gerenciais: organização e eficiência. A arte
romana é menos idealizada e intelectual que a arte grega
e é mais secular e funcional. Enquanto os gregos eram
inovadores, o forte dos romanos era a administração.
Os arquitetos romanos usavam as formas gregas, mas
desenvolveram novas técnicas de construção como os
arcos, que abrangem uma distância maior que o sistema
grego de pilar e dintel.
Os
construtores
romanos não só
desenvolveram
técnicas,
como
foram os pioneiros
no uso do concreto.
As presas de guerra tonaram Roma imensamente rica. O
palácio de Nero, chamado de Casa Dourada, com um
pórtico de 1.600 metros de comprimento foi a mais
majestosa residência da antiguidade.
Os romanos adoravam banhos e quanto mais
extravagantes melhor, a exemplo disso é imensa Terma de
Caracalla (215 d.C), com capacidade para 1.600 banhistas.
Quando Roma tinha milhões de habitantes, a maioria pobre,
os imperadores distraíam a multidões como diversão publica
em larga escala, para isso foi construído o Coliseu com
capacidade para 50 mil espectadores (80 d.C.)
O Coliseu foi tão bem planejado que inspirou os projetos dos
estádios da atualidade. Três tipos de colunas emolduravam
a estrutura de 54
metros de altura:
a ordem dórica na
base, a jônica no
meio e a coríntia
no alto.
Panteon de Roma, mandado construir pelo imperador
Adriano, para honrar os deuses da Terra e do Céu, visando a
unidade e a fusão de todas as doutrinas religiosas e diversos
deuses que tinha cada povo conquistado . O interior da
edificação romana buscava conduzir a atenção do
observador e facilitar a percepção dos relacionamentos
ambientais.
A domus, o lar tradicional dos Romanos, as casas unifamiliar e
privada eram feitas em tijolo e ladrilho cozido, apresentando um
aspecto exterior modesto. Geralmente possuía apenas um piso ou
dois e tinha um telhado ligeiramente inclinado para o interior,
coberto com telhas de cerâmica; não possuía aberturas para o
exterior, exceto a porta principal e , por vezes, uma outra nas
traseiras; as dependências internas organizavam-se em torno de
um ou dois pátios interiores (o atrium e o peristilo), pelos quais se
fazia a iluminação e ventilação da casa e a circulação das pessoas.
1. Vestíbulo; 2. Átrio; 3. Impluvium (Tanque para
recolha das águas da chuva); 4. Alas laterais do
átrio; 5. Tablinum; 6. Triclinium; 7. Cozinha; 8.
Quartos; 9. Lojas; 10. Peristilo
Peristilo
Filosofia : Eficiência, organização, praticidade
Forma de arte: Mosaicos, pinturas realistas em paredes,
escultura cívica idealizada
Edifício mais famoso: Panteon
Cidade emblema: Roma
Modelo: Grécia
Principais contribuições: Leis, engenharia, cimento
A ARQUITETURA
BIZANTINA
Constantino (306-37d.C.) transfere a capital do Império
Romano para Bizâncio, posteriormente intitulada por
Constantinopla ou Segunda Roma. Seu território
compreende a Ásia Menor, Síria, Itália, Grécia, os Bálcãs e a
Rússia.
A preferência pelo cristianismo determina o
desenvolvimento de uma arquitetura religiosa cristã. A
arquitetura oscila continuamente entre a manifestação dos
contrastes amadurecidos dentro da cultura romana e a
tentativa de compô-los sobre novas bases.
A igreja de Santa Sofia é o edifício padrão da arte bizantina.
Foi construída a partir de um plano central; uma grande
cúpula central é sustentada por duas semicúpulas; criando
uma vasta nave de 33 metros de diâmetro.
Basílica de Santa Sofia
(Istambul –Turquia)
Basílica de Santa Sofia (Istambul –Turquia)
Basílica de Santa Sofia (Istambul –Turquia)
Mesquita Azul (Istambul –Turquia)
Mesquita Azul (Istambul –Turquia)
Mesquita Azul (Istambul –Turquia)
Românica
A arte românica é marcada pelo instituição da fé católica
onde ocorre uma onda de construções de igrejas e
mosteiros, vigente na Europa entre os séculos XI e XII,
período caracterizado pela crise do sistema feudal.
A ARQUITETURA
A plantas são cruciforme,
desenvolve-se naves
laterais com
transepto
mais curto
simbolizando a
corroa de cristo.
Planta baixa Catedral de Worms- Alemanha 1125
Os construtores românicos
preferiam
deixar
os
arcabouços aparentes.
A arquitetura das igrejas era
adequada
para
receber
grandes multidões.
As igrejas eram austeras e robustas, com paredes grossas e
minúsculas janelas, cuja principal função era resistir a
ataques de exércitos inimigos, pois neste perído as batalhas
religiosas, e invasões arábes
eram constantes.
A distribuição da luz escassa
e desigual, dá a máxima
evidência aos relevos.
Com o aprimoramento das
técnicas de utilização de
abobádas
cilindrícas
apoiadas em pilares foi
possível a criação de grandes
espaços livres de colunas
sem obstáculos.
Como a maioria dos fiéis eram analfabetos, as
esculturas ensinavam a doutrina religiosa,
contando histórias gravadas na pedra.
Juízo final no tímpano oeste da Catedral de Autun
O capitel pode derivar do capitel coríntio da antiguidade
Capitel inicial com folhagens do séc.
XI, Igreja de Saint Sernin,Toulouse
Capitel na Abadia de
Moissac, séc. XI, Toulouse
Conforme Benevolo, em nenhum outra época, a inovação
urbana é tão viva, plena e rica de consequências. As mais
importantes cidades do mundo ocidental foram radicalmente
transformadas, e muitas outras foram fundadas.
A ARQUITETURA
Gótica
Os teólogos medievais acreditavam que a beleza da igreja
inspirava a meditação e a fé dos paroquianos. Portanto as
igrejas são mais que simples reunião de espaços. O espaço
físico passa a ter conotação de textos sagrados, com volumes
enormes e ornamentos pregando o caminho da salvação.
STRICKLAND,1999.
Planta baixa Catedral Catedral de Reims- França
Catedral de Reims (1211)- França
As
igrejas
eram
consideradas verdadeiras
“Bíblias de pedra”, e
superam até mesmo a
arquitetura clássica em
termos de ousadia e
tecnologia.
As
construções
atingiam
uma
altura
sem
precedentes no mundo
da arquitetura.
Catedral Catedral de Chartres (1194)- França
As paredes externas das
catedrais
contavam
histórias
bíblicas
esculpidas nas fachadas.
Em Chartres, as imagens
de reis e rainhas do
Velho Testamento são
pilares
com
formas
humanas, alongadas para
caber
as
estreitas
colunas
que
as
abrigavam.
O que tornou possível a catedral gótica foi o
desenvolvimento de duas técnicas de engenharia.
•Abóbadas com traves;
•Suporte externo com travas chamado arcobotantes e
contrafortes.
A aplicação dessas duas
técnicas nos locais
necessários permitiu
substituir as paredes
grossas com janelas
estreitas,
bem
característico
do
período romano, com
paredes
estreitas,
janelas enormes com
vitrais que inundavam
de luz o interior das
catedrais.
A
verticalidade marca a
arquitetura gótica.
Interior da Catedral de Amiens (1220)- França
Os arquitetos competiam
entre si para realizar as
naves mais altas, em Amiens,
a nave atinge 47 metros.
Quando
a
ambição
ultrapassava a tecnologia e
a nave despencava, o que
não era difícil acontecer, os
fiéis
fervorosos
a
reconstruíam. A devoção
coletiva por esse prédios era
tão intensa que todos os
segmentos da população
participavam da construção.
Catedral de Amiens (1220)- França
Edificações
tão
complexas levavam
literamente séculos
para
serem
construídas.
A
catedral de Colônia
levou seis séculos,
isso explica porque
algumas parecem
uma miscelânea de
estilos sucessivos.
As principais formas de
decoração inspirada nas
catedrais góticas são a
escultura, vitrais e a
tapeçaria.
Rosácea
Diferenças básicas entre a arquitetura Românica e Gótica
Ênfase
Elevação
Planta
Traçado principal
Sistema de Suporte
Engenharia
Românica
Gótica
Horizontal
Vertical
Altura moderada
Altíssimas
Múltiplas Unidades
Espaços unificados
Arco redondo
Arco pontudo
Pilares, paredes
Contrafortes externos
Abóbadas em cilindro e arestas Abóbadas com arestas e traves
Ambientes
Escuro e solene
Leve e claro
Exterior
Simples e severo
Ricamente decorado com
esculturas
O Renascimento
Formada nos mesmos princípios da geometria harmoniosa
em que se baseavam a pintura e a escultura, arquitetura
recuperou o esplendor de Roma. Os maiores arquitetos
renascentistas foram Alberti, Brunelleschi, Bramante e
Palladio.
Villa Rotonda Palladio
Capela Pazzi Brunelleschi
Tempietto Bramante
A perspectiva foi uma das descobertas mais significativas da
história da arte foi o método de criar a ilusão de
profundidade numa superfície plana. Alberti foi o maior
teórico da Renascença, escreveu o primeiro manual
sistematizado de perspectiva, estabelecendo normas das
proporções humanas ideais.
Brunelleschi, mais conhecido como pai da engenharia, foi o
único capaz de construir o domo da Catedral de Florença
(1296-1461) chamada então e oitava maravilha do mundo.
Sua técnica constituiu em construir células, uma apoiando a
outra que sustentavam uma clarabóia que estabilizava o
conjunto.
Nos últimos anos Michelangelo dedicou-se à arquitetura,
supervisionando a reconstrução da Basílica de São Pedro e,
Roma. O melhor exemplo da sua arquitetura inovadora é a
Colina Capitolina, em Roma, o primeiro grande centro cívico
da Renascença.
Os quatro Rs da arquitetura renascentista: Roma, Regras,
Razão e aRitmética (do inglês Rithmetic).
Roma: Em conformidade com a sua paixão pelos clássicos,
os arquitetos renascentistas mediam sistematicamente as
ruínas romanas para copiar o estilo e a proporção.
Retomaram elementos como construção em concreto, domo
redondo, pórtico, abóbada cilíndrica e colunas.
Regras: Os arquitetos se consideravam mais estudiosos que
construtores. Baseavam seus trabalhos nas teorias
apresentadas nos diversos tratados. As regras estéticas
formuladas por Alberti tinham ampla aceitação.
Razão: As teorias enfatizavam a base racional contida nas
ciências, na matemática e na engenharia. A razão pura
substituía a mentalidade mística da Idade Média.
aRitmética: Os arquitetos dependiam da aritmética para
produzir a beleza e a harmonia. Um sistema de proporções
ideais assentava as partes de um edifício em relações
numéricas, como a razão de 2/1 para uma nave com altura
igual ao dobro da largura da igreja. As plantas dos prédios se
baseavam em formas geométricas principalmente no circulo
e no quadrado.
No século XVI, a liderança
artística chegou a Roma e a
Veneza,
onde
os
extraordinários Leonardo,
Michelangelo e Rafael
criaram
esculturas
e
pinturas com total domínio
das técnicas. Descobriram
renascentistas
de
composição,
proporção
ideais e perspectiva de tal
maneira que essa fase ficou
conhecida
como
Alta
Renascença (1500-20).
A arquitetura BARROCA
O barroco na Europa foi inaugurado em Roma,
posteriormente expandiu para as outras regiões. Neste
período foram criadas escolas para ensinar ao artistas a arte
da Renascença, onde buscavam representar o corpo humano
com a maior perfeição e reproduzir as mais complexas
perspectivas. O barroco divergia do renascimento, pois
colocavam a ênfase na emoção e não na racionalidade, no
dinâmico e não do estático. Três artistas de diferentes meios
representavam com excelência o barroco italiano: o pintor
Caravaggio, o escultor Bernini e o arquiteto Borromini.
O êxtase de Santa Tereza- Bernini (1645-52)
Uma das obras primas de Caravaggio
Bernini passou a maior parte
do sua vida trabalhando na
Basílica de São Pedro o altar
em pálio, em bronze sobre
domo central e quatro
colossais de anjo de bronze a
essência do estilo barroco.
Altar da Basílica de São Pedro - Bernini
Borromini considerado um arquiteto dinâmico, era um gênio
rebelde, emocionalmente perturbado, que acabou
suicidando.
Nas suas obras as paredes
onduladas
criavam
a
impressão de receber luz
estroboscópica.
Ele
combinava formas nunca
antes articuladas de maneira
extraordinária. A justaposição
de paredes côncavas e
convexas pareciam vivas, e os
desenhos dos pisos eram
complexos.
Bibliografia
 BENEVOLO, Leonardo. Introdução à Arquitetura. São Paulo,
Editora Mestre Jou, s/d.
 STRICKLAND, Carol. Arte Comentada da Pré-História ao PósModernismo, Rio de Janeiro, Ediouro, 1999.
KOCH, Wilfrid. Dicionários dos Estilos Arquitetônicos. São Paulo,
Martins Fontes , 1999.

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