AB ANGINA DE PRINZMETAL INTRA-OPERATÓRIA

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AB ANGINA DE PRINZMETAL INTRA-OPERATÓRIA
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
ANGINA DE PRINZMETAL INTRA-OPERATÓRIA. RELATO DE CASO
Karina L Costi*, Débora M Krieger, Lisia M G François, Ari T L Santos
CET/SBA do SANE, Porto Alegre, RS
Rua Santana, 483/301 - Santana - 90040-373 - Porto Alegre - RS
Introdução - A angina de Prinzmetal é uma síndrome clínica caracterizada por precordialgia e elevação do segmento ST resultantes de vasoespasmo coronariano, que costuma afetar mulheres com menos de 50 anos e responde bem aos bloqueadores
do canal de cálcio e nitratos. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 48 anos, estado físico ASAIV, diabética do tipo 2, dislipidêmica e ex-tabagista, com angina instável, foi submetida à cirurgia de revascularização do miocárdio. Aangiografia coronariana evidenciava lesões significativas em DA e Cx, fração de ejeção de 78% e pressão diastólica final de ventrículo esquerdo de
20 mmHg. Estava em uso de mononitrato de isosorbida, atenolol, amlodipina, ácido acetilsalicílico, metformina e sinvastatina. A
paciente chegou à sala cirúrgica com precordialgia, sendo monitorizada conforme a rotina do serviço, incluindo 2 derivações
eletrocardiográficas (DII e V5). Apresentava FC de 72bpm e PAde 184/110 mmHg. Após a indução anestésica, apresentou 4 episódios de supra-desnivelamento de ST (³3mm) com apiculamento da onda T e 1 episódio de infra-desnivelamento de ST, associados à estabilidade hemodinâmica (PAM 80mmHg). Foi iniciado mononitrato de isosorbida e dopamina 5 µg.kg-1 .min-1 contínuos, associados a 4 mg.kg-1 de heparina, sem melhora do ECG. Os episódios isquêmicos foram resolvidos apenas com aumento dos níveis pressóricos (PAM de 110-120 mmHg). Após revascularização do miocárdio, ao término da circulação extracorpórea o ritmo era sinusal, PAM de 100-110 mmHg, com infusão de mononitrato e dopamina nas mesmas doses, sem intercorrências. Após 20 minutos, apresentou novo episódio de supra-desnivelamento de ST. Excluídos fatores mecânicos, foi administrado
diltiazem (20 mg) em bolus e manutenção de 10 mg.h-1 , havendo diminuição importante dos níveis pressóricos (PAM 60 mmHg)
e estabilidade hemodinâmica, com normalização do ECG. A terapêutica foi mantida no pós-operatório, observando-se boa evolução, ausência de sintomas ou alterações eletrocardiográficas. Discussão - O caso mostra a possibilidade de angina de Prinzmetal associada a lesões coronarianas, com boa resposta ao bloqueador de canal de cálcio. Assim, a lembrança deste diagnóstico para seu correto manuseio peri-operatório mostrou-se fundamental para a boa evolução clínica da paciente. Referências 01. Current Medical Diagnosis and Treatment, 2002; 10:383-393.
B
CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES REANIMADOS NO HOSPITAL MOINHOS DE VENTO - EXPERIÊNCIA DE DOIS
ANOS
Eduardo M Silva, Karina L Costi*, Cátia S Teixeira, Sônia Pannenbecker
CET/SBA do SANE, Porto Alegre, RS
Rua Santana 483/301 - 90040-373 - Porto Alegre-RS
Justificativa e Objetivos - O Grupo de Parada Cardiorrespiratória (GPCR) foi constituído e capacitado para executar com eficiência as recomendações do American Heart Association (AHA)*. O objetivo deste trabalho é descrever as características dos
casos e os resultados das reanimações cardiorrespiratórias (RCR) atendidas conforme o local de ocorrência, com o relato da
experiência de dois anos de todos os casos atendidos. Método - Foram atendidos 96 pacientes com Parada Cardiorrespiratória
(PCR), sendo 47 no Centro de Terapia Intensiva - Adulto (CTI-A) e 49 nas unidades de internação (UI). O protocolo constava das
seguintes variáveis: idade, sexo, local de ocorrência, diagnóstico da doença de base, ritmo cardíaco identificado durante a
PCR, tempo de RCR, tempo para retorno a circulação espontânea, óbito e sobrevida. As diferenças entre as variáveis foram
analisadas por médias simples para variáveis contínuas, chi-2 para variáveis dicotômicas e teste Exato de Fisher para p < 0,05.
Resultados - Dos 96 pacientes estudados, 60,4% eram homens e em 94,8% a PCR foi assistida desde o início. O ritmo primário
identificado foi: assistolia (38,7%), fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso (24,7%), atividade elétrica sem
pulso (35,6%). Ataxa de sobrevida geral foi de 55,6% nos pacientes atendidos nas UI e 44,4% nos pacientes atendidos no CTI-A.
Quando comparadas as RCP atendidas no CTI-A e aquelas nas UI foi verificado que a diferença no tempo de RCP foi menor no
grupo do CTI-A (<15 minutos) e mais prolongada nas UI (>15 minutos), porém a mortalidade precoce (< 24 h) foi maior nos pacientes do CTI-A(70,8%) quando comparada aos pacientes das UI (29,1%). Já a mortalidade tardia (> 24 h) foi maior nas UI (63%),
contra aquelas atendidas no CTI-A (37%). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto ao sexo, diagnóstico da
doença de base e ritmo inicial da PCR entre o grupo de sobreviventes e não sobreviventes. Conclusões - Na amostra estudada
a sobrevida não foi associada ao tipo de doença de base e nem ao ritmo cardíaco inicial da PCR. O local de atendimento da PCR
também não foi determinante para o resultado. As RCP executadas tiveram um índice geral de sucesso de 47%. Referências 01. American Heart Association - Guidelines 2001 for Cardiopulmonary Ressuscitation and Emergency Cardiovascular Care.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 261