Fevereiro - Igreja Adventista do Sétimo do Dia do Jd. Colonial

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Fevereiro - Igreja Adventista do Sétimo do Dia do Jd. Colonial
Um olhar Para o Céu
Marcos de Benedicto
O que você tem nas mãos?
1° de fevereiro
Então o SENHOR lhe perguntou: "Que é isso em sua mão?" Êxodo 4:2
Parecia um dia como todos os outros. Nada de extraordinário estava previsto. Moisés só
contava com a presença das ovelhas. Mas Deus gosta de surpresas. De repente, o Senhor
apareceu numa teofania de fogo na sarça, transformando um lugar comum em terreno
sagrado (Êx 3:1-5).
Deus tinha uma missão para Moisés. Contudo, o ex-príncipe do Egito havia perdido o
sonho. Estava feliz em apenas cuidar da família e liderar ovelhas. Não queria mais saber
de êxodo. Não acreditava em si mesmo e talvez até duvidasse do poder de Yahweh. Deus
apareceu para resgatar o sonho que havia colocado no coração dele. Tarefa difícil. Deus
sabia que era o momento certo, Moisés achava que havia passado a hora. Deus entendia
que Moisés estava pronto para a missão, Moisés pensava que não servia mais para o
desafio. Deus chegou a ficar irado (4:14).
Entre outros argumentos, o Senhor perguntou o que Moisés tinha na mão. Era uma vara
de pastor. Deus a transformou em serpente e em vara de novo. Deu-lhe vida e a restituiu
à sua forma natural. E disse lhe para levá-la, pois com ela faria "os sinais miraculosos" (v.
17). O poder não estava na vara nem mesmo em Moisés, mas em Deus. Um cajado nas
mãos de Moisés era apenas um objeto para apascentar ovelhas; nas mãos de Deus, era
um instrumento para subjugar reis e a natureza. Tudo depende das mãos.
Adaptando uma ilustração, uma bola de basquete em minhas mãos vale 100 reais; nas
mãos de Michael Jordan, vale 50 milhões de dólares. Uma raquete de tênis em minhas
mãos significa alguns minutos de exercício; nas mãos de Roger Federer, representa um
Grand Slam. Uma funda nas mãos de um menino não passa de um brinquedo; nas mãos
de Davi, foi uma poderosa arma para derrubar gigantes. Cinco pães e dois peixes nas
mãos de um garoto são apenas alguns sanduíches; nas mãos do Mestre, tornam-se
alimento para milhares. Pregos em minhas mãos serviriam somente para ferir; nas mãos
de Jesus, serviram para efetuar a salvação do mundo. Tudo depende das mãos.
Moisés tinha o que era necessário para servir o Senhor. Nas mãos de Deus, seu objeto de
trabalho se transformaria em um instrumento de milagres, libertação e salvação. Nas
mãos certas, uma simples vara pode abrir o mar, dividir a história, inspirar sonhos de
liberdade. Você pode pensar que não serve para nada, talvez não acredite mais em seu
potencial, mas Deus insiste: "Com o que tem nas mãos, você fará milagres." Nas mãos de
um servo de Deus, um cajado tem mais poder do que um cetro real. Afinal, o poder divino
sempre foi mais importante do que a tecnologia humana. O que você tem nas mãos?
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Andando em círculos
2 de fevereiro
Perambularam pelo deserto e por terras áridas sem encontrar cidade habitada. Salmo
107:4
Se você já teve a sensação de estar andando em círculos, é provável que estivesse
mesmo. Um estudo feito pelo Instituto Max Planck, da Alemanha, comprovou que as
pessoas perdidas andam em círculos. O experimento, liderado pelo psicó​
logo Jan Souman,
começou quando um programa de ciência popular procurou sua equipe com a pergunta:
"Por que as pessoas que estão perdidas andam em círculos?"
No início, ele duvidou que isso realmente ocorresse. Para comprovar, instruiu um grupo
de indivíduos a caminhar o mais reto possível durante horas. Alguns caminharam numa
região de floresta na Alemanha; outros, no deserto do Saara, no norte da África. Todos
foram monitorados por receptores de GPS. Resultado: por mais que os caminhantes
tentassem andar em linha reta, terminavam andando em círculos, sem perceber que
estavam cruzando as próprias rotas.
Há quem tente explicar o fenômeno dizendo que uma pequena diferença no comprimento
das pernas faz a pessoa andar em círculos. Porém, os pesquisado​
res não acreditam nessa
hipótese. Afinal, os participantes do estudo nem sem​
pre andavam apenas para um lado.
Além disso, os pesquisadores perceberam que aqueles que podiam ver o Sol ou a Lua
conseguiam caminhar em linha bem reta.
A chave está no referencial. Parece que o próprio cérebro fica confuso quando não tem
um ponto de referência. Estudos anteriores já haviam comprovado que abelhas, pombos
e outros animais fazem rotas circulares quando não conseguem se orientar pela posição
do Sol. Além disso, em sua maioria, os montanhistas mortos durante escaladas são
encontrados num raio de 1,5 quilômetros do ponto em que se perderam, e às vezes a 100
metros do local. Portanto, diz Souman, caminhar em círculos "provavelmente seja o
resultado de uma incerteza cerebral crescente sobre onde está a direção reta".
Na vida espiritual também podemos andar em círculos. Isso ocorre quando per​
demos de
vista nosso referencial. Após o êxodo, o povo de Israel ficou andando em círculos no
deserto porque não seguiu o referencial divino, representado pelo pilar de nuvem e fogo.
Hoje, quando desviamos o olhar de Deus, perdemos o rumo e giramos ao redor de nós
mesmos.
Se você for para a floresta e o deserto, é melhor levar uma bússola ou um GPS. E, se
estiver andando pelas florestas e desertos da vida, é melhor ter um ponto de referência
existencial. Fixando os olhos em Deus, você não caminhará em círculos nem ficará
perdido. Se você não quiser ficar dando voltas ao redor de si mesmo, olhe para um
referencial no céu.
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Rejeições fatais
3 de fevereiro
Este Jesus é "a pedra que vocês, construtores, rejeitaram, e que se tornou a pedra
angular". Atos 4:11
No livro Rotten Rejections (Rejeições Detestáveis), André Bernard enumera deliciosos
casos de rejeição de autores que se tornaram famosos e até clássicos. A lista dos
rejeitados inclui Henry James, Nabokov, Gertrude Stein e Ernest Hemingway. Às vezes, o
sucesso dos livros rejeitados mostra o erro crasso de jul​
gamento dos avaliadores.
Por exemplo, o avaliador do material de Sylvia Plath escreveu: "Certamente não há
talento genuíno suficiente para prestarmos atenção." Rudyard Kipling recebeu este
comentário: "Lamento, Sr. Kipling, mas você não sabe usar a língua inglesa." Uma carta
para Emily Dickinson dizia: "[Seus poemas] são geralmente vazios de verdadeiras
qualidades poéticas." A respeito do Diário de Anne Frank, o avaliador disse: "A garota não
tem percepção ou sentimento especial que poderia elevar esse livro acima do nível de
'curiosidade'." Ao desqualificar o romance A Revolução dos Bichos, de George Orwell, o
editor sentenciou: "É impossível vender histórias de animais nos Estados Unidos." Mais
recentemente, a história de A Cabana, do canadense William P. Young, foi recusada por 26
editoras e, finalmente, foi lançada por uma editora criada para publicá-la.
Esses erros não se restringem ao mundo literário. Em 1962, a gravadora Decca disse para
os Beatles: "Não gostamos do som de vocês, e a música de guitarra está saindo de
moda." "E o Vento Levou" será o maior fracasso na história de Hollywood", comentou
Gary Cooper, ao rejeitar o papel principal no filme. "Estou feliz que será Clark Gable quem
irá quebrar a cara e não Gary Cooper." Um dia, um rapaz chamado Steven Paul Jobs
procurou a Atari e a HP, mas elas não precisavam das criações de um jovem que ainda
nem tinha saído da universidade. Jobs fundou a Apple, e o resto é história.
Erro monumental em cada um desses casos. Porém, o maior erro de avaliação de todos
os tempos foi o dos construtores que olharam para uma pedra cha​
mada Jesus Cristo: eles
a descartaram e depois descobriram que era a pedra angular do mundo. Erro fatal!
Se você, porventura, sente-se rejeitado, isso não significa que não tem valor. Às vezes, o
problema não está na obra, mas no olhar de quem a examina. Uma obra-prima pode ser
rejeitada por algum avaliador insensível, mas um dia seu valor será reconhecido. Acima de
tudo, não cometa o erro fatal de rejeitar a pedra angular de sua vida.
Oração de um vencedor
4 de fevereiro
Jabez orou ao Deus de Israel: "Ah, abençoa-me e aumenta as minhas terras! Que a tua
mão esteja comigo, guardando-me de males e livrando-me de dores" E Deus atendeu ao
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seu pedido. 1 Crônicas 4:10
O livro de Crônicas começa com uma longa lista de genealogias, que se estende até o
capítulo 9 e engloba mais de 500 personagens. Depois de 44 nomes estranhos só no
capítulo 4, encontramos um pequeno oásis informativo: a vida de Jabez. A biografia dele é
uma das mais breves da Bíblia: "Jabez foi o homem mais respeitado de sua família" (1Cr
4:9). Mas é suficiente para revelar seu diferencial.
Nas entrelinhas desse microperfil, ao lado do verso de hoje, podemos imaginar que Jabez
foi ousado, corajoso, nobre, religioso, renomado. Talvez um lutador contra o destino. O
texto informa que sua mãe escolheu esse nome, que significa "dor" ou "sofrimento",
porque com muitas dores o deu à luz (v. 9). Alguns comentaristas sugerem que ele era
filho ilegítimo. Seja como for, Jabez transcendeu o roteiro ori​
ginal de sua biografia.
Deveria ser um perdedor, mas transformou-se em vencedor.
Sua oração tem o potencial para alterar roteiros e revolucionar vidas. No livro A Oração
de Jabez, best-seller internacional, Bruce Wilkinson conta que em um dia chuvoso de
primavera, intrigado com o sucesso de Jabez, ele se perguntou o que fizera esse
personagem se destacar em relação aos demais. Deveria ser a oração. Imaginando o
futuro que Deus teria para alguém comum como ele, orou na manhã seguinte a oração de
Jabez palavra por palavra. E no dia seguinte. E no outro. Trinta anos depois, ainda não
havia parado. Essa oração, diz Wilkinson, revolucio​
nou sua vida e seu ministério. Outras
pessoas revelaram que faziam a mesma ora​
ção havia anos, com resultados esplêndidos.
Jabez, na verdade, faz cinco pedidos simples e diretos a Deus, dependendo da tradução:
(1) abençoa-me de verdade; (2) amplia meu território; (3) que a tua mão esteja comigo;
(4) guarda-me do mal; e (5) livra-me de causar dor aos outros. Quer uma oração mais
ousada do que essa? Ela parece um tanto egoísta, mas, para um perdedor em potencial,
um zero rumo ao nada, está ótima. Jabez acredita na bên​
ção divina, confia na mão todopoderosa de Deus, quer evitar os perigos que o mal representa e deseja não fazer
ninguém sofrer. Deus deve ter achado legítima a oração e atendeu o pedido.
Você luta contra um contexto desfavorável, uma perspectiva negativa, um futuro
desestimulador? Assim como Jabez, peça para Deus mudar seu destino. Você se
surpreenderá ao ver o que Deus pode fazer com, por e para pessoas comuns. Nas mãos
de Deus, qualquer anti-herói provável se torna um herói improvável.
Paradoxos
5 de fevereiro
Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, a
encontrará. Mateus 16:25
Alex era apaixonado por números. Ganhador de olimpíadas de matemática na juventude,
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tornara-se um admirado professor. A habilidade com os números o havia ajudado
também a ter sucesso com o dinheiro. Afinal, como ele dizia desde pequeno, quem
trabalha com números tem mais chance de acumular números do que quem trabalha com
letras.
No entanto, como que para se vingar, as letras começaram a instigar seu coração na
busca de uma compreensão maior dos mistérios espirituais. Descendente de uma família
devota, ele sentia necessidade de conhecer a Deus como nunca havia conhecido. No
entanto, as aparentes contradições da Bíblia, do evangelho e da religião o faziam hesitar.
Por exemplo, como pode Cristo ser divino e humano ao mesmo tempo? A ideia de que, no
reino de Deus, devemos morrer para nascer ou ser o menor para ser o maior lhe parecia
um absurdo. Para ele, o fato de sermos santos e pecadores ao mesmo tempo não fazia
sentido. Em vez de render-se a Deus, apegava-se a pequenos detalhes para demorar-se
um pouco mais em suas especulações filosóficas.
Um dia, foi conversar com um sábio rabino messiânico. Falou de seus dilemas. O rabino
Noam ouviu com interesse e mudou a perspectiva de Alex com apenas uma pergunta:
"Quantos paradoxos da matemática você conhece?" Com sua mente ágil, Alex começou
rapidamente a processar dezenas de paradoxos matemáticos e não matemáticos, indo do
famoso paradoxo do gato de Schrödinger a outros mais simples. Como o paradoxo de
Zenão: você nunca irá do ponto A ao ponto B, pois sempre terá que andar a metade do
caminho, e a metade da metade, e a metade da metade da metade, até o infinito. Ou o
paradoxo do queijo: o queijo suíço tem buracos; assim, quanto mais queijo, mais buracos;
porém, quanto mais buracos, menos queijo; logo, quanto mais queijo, menos queijo! Ou o
paradoxo do barbeiro: um barbeiro corta a barba de todos os homens que não barbeiam
a si mesmos; nesse caso, ele barbeia a si mesmo? Ou ainda o paradoxo do buraco negro:
se a informação que o sistema precisa para funcionar desaparece totalmente no buraco
negro, todo o sistema deveria se transformar num buraco negro, que destruiria o próprio
buraco negro.
Alex entendeu que a vida é feita de aparentes contradições. Se podemos conviver com os
paradoxos da matemática, da física ou da filosofia, por que não podemos aceitar os
paradoxos da religião? Você pode fazer todos os tipos de perguntas sem que elas
destruam sua fé. Apesar das ambivalências, o evangelho é a verdade mais coerente do
mundo, o paradoxo que acalenta o coração quando a vida não tem lógica.
Sem defeito
6 de fevereiro
Para ser aceitável o animal terá que ser sem defeito e sem mácula. Levítico 22:21
Imagine que você seja um jovem sacerdote no tempo do Antigo Testamento, um
candidato a oficiar no santuário divino, em meio à fumaça do incenso, sob a glória da
Shekinah. Para ver se você está preparado, Deus resolve fazer um teste rápido de três
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perguntas. Moisés se encarrega de aplicar o "Enem" divino:
1. A pessoa deve ser uma oferta ou levar uma oferta?
2. É o ofertante ou a oferta que deve ser "sem defeito"?
3. A oferta representa a pessoa ou o Redentor?
Sem dúvida, você passaria com louvor no teste, sinalizando que a pessoa devia levar a
oferta, e não ser a oferta; a oferta é que devia ser "sem defeito"; e ela repre​
sentava o
Redentor.
A expressão "sem defeito" surge pela primeira vez na Bíblia em Êxodo 12:5, onde o
próprio Deus enfatiza que o cordeiro da Páscoa deveria ser "sem defeito". Depois, o
Senhor reafirma que a oferta levada ao santuário também deveria ser "sem defeito". Esse
detalhe certamente era fundamental, pois a expressão aparece quase 50 vezes no Antigo
Testamento. A última vez em que ela marca presença é em l Pedro 1:19. Nesse texto, o
apóstolo afirma que fomos redimidos "pelo pre​
cioso sangue de Cristo, como de um
cordeiro sem mancha e sem defeito".
Hoje, numa sociedade que endeusa a beleza, as pessoas querem mascarar os defei​
tos.
Usam cremes para rugas, fazem plásticas para esticar a pele, colocam toneladas de
maquiagem para tapar manchas. Contudo, o resultado nem sempre é bom. O mesmo
pode ocorrer no ambiente religioso. Muitas pessoas desejam esconder seus defeitos,
como se as imperfeições atrapalhassem a aceitação delas por Deus ou pela comuni​
dade.
Isso não resolve o problema de ninguém. Todos nós temos defeitos incorrigíveis. Lamento
dizer, mas não existe absolutamente nada em você que o recomende a Deus.
A notícia maravilhosa é que Deus não pede perfeição do ofertante, mas da oferta, a qual
representava o sacrifício perfeito de Cristo. Para o Senhor do san​
tuário, o que importa é a
perfeição do Redentor, não a imperfeição do redimido. De Adão a Abraão, de Moisés a
Pedro, de Arão a Jesus, o foco da salvação é sem​
pre na oferta, nunca no ofertante.
Você não é perfeito, mas a sua oferta é, pois o próprio Deus proveu o Cordeiro que tira o
pecado do mundo. E, se a oferta é perfeita, você também é, porque ela o substi​
tui. A
perfeição do Cordeiro é creditada a você. Deus olha sua imagem no espelho do Céu e o
vê como vê a Cristo, sem defeito. Assim, você pode tirar todas as maquiagens morais
usadas para camuflar as manchas do pecado, pois foi declarado "sem defeito".
Eu sou Yahweh
7 de fevereiro
Diga o seguinte aos israelitas: Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês. Levítico 18:2
Em várias culturas, quando as pessoas conhecem alguém, costumam dizer o nome.
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Usamos frases como: "Olá, eu sou Maria"; "Oi, eu sou José"; "Prazer, meu nome é
Suzana". Até ao telefone, dizemos o nome. Pessoas que se dirigem a assembleias também
se apresentam ou são apresentadas. Isso faz parte do ritual de identificação.
Nos primórdios da história do povo de Israel, Deus também se apresentou muitas vezes. A
frase usual para isso era: "Eu sou o senhor [Yahweh], o Deus de vocês." Essa expressão,
ou pequenas variações dela, aparece 34 vezes em 33 ver​
sos do Antigo Testamento. O
interessante é que uma nota massorética, colocada por algum escriba observador,
informa que a frase aparece 24 vezes no fim dos versos. Qual seria a relevância dessa
estatística? Por certo, ao se apresentar dessa maneira no início, no meio ou no fim de
uma afirmação, Deus queria estabelecer um vínculo entre ele, Israel e determinado
procedimento. Yahweh era o motivo, o fundamento e a garantia daquilo que estava
pedindo que o povo fizesse.
O hebraico tem orações sem verbo explícito, chamadas de orações "nominais". No
original, a frase que estamos considerando quer dizer algo como: "Eu, Yahweh, seu Deus".
Entre as funções das orações nominais, duas se destacam: (1) identificar a pessoa (no
caso, "Eu sou Yahweh") e (2) mostrar as qualidades de alguém ("o Deus de vocês").
Ao se apresentar como Yahweh, nome geralmente traduzido como Senhor, Deus deseja,
em primeiro lugar, revelar sua identidade eterna, transcendente e imanente: aquele que
era, é e sempre será, aquele que é o início e o fim de todas as coisas, aquele que está em
todos os tempos e lugares. Yahweh, o Deus eterno, não aban​
dona você em nenhuma
circunstância. Ele participa de cada detalhe de sua história. Em segundo lugar, Deus quer
evidenciar o relacionamento dele com seu povo. "Eu sou o seu Deus", o Senhor diz
repetidamente. Ele quer dizer que você tem um Deus. Você é dele e ele é seu. Deus
guarda você no coração e quer que você tam​
bém o leve no peito. Assim como um casal
de namorados coloca um anel para evi​
denciar seu relacionamento, Deis oferece a você
uma aliança de compromisso.
Em terceiro lugar, Deus pretende ressaltar que aqueles que pertencem a ele devem imitar
seu jeito de ser e agir. Os capítulos 18 a 20 de Levítico apresentam um alto ideal de
santificação e selam cada bloco com a frase: "Eu sou Yahweh, o seu Deus."
Hoje, ao você enfrentar qualquer desafio, ouça Deus lhe dizendo: "Eu sou Yahweh, o seu
Deus! Eu sou infinito, eu contenho o universo, eu posso todas as coisas!" E amanhã
também, porque Yahweh está em todos os tempos e lugares.
Sem comparação
8 de fevereiro
Reconheçam isso hoje, e ponham no coração que o SENHOR é Deus em cima nos céus e
embaixo na terra. Não há nenhum outro. Deuteronômio 4:39
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Olhe para o espelho. O que você vê não é, obviamente, o mesmo que outra pessoa veria
se fosse ela quem estivesse olhando. Você é singular, inigualável, inimi​
tável, pois cada
pessoa tem uma configuração particular e uma história diferente. Seu DNA, seus talentos
e seus sonhos são únicos. Mas será que você poderia ale​
gar em sentido absoluto que não
existe nenhum outro como você, indicando que está em uma categoria especial? Não.
Isso seria uma vangloria infundada.
No entanto, há alguém que pode dizer que é único em sentido absoluto, sem com​
paração
no Céu e na Terra, ou em qualquer lugar do universo. Deus disse tantas vezes, em tantos
versos na Bíblia, que ele é único, inigualável, que parece óbvio que deseja ver essa
verdade gravada em nossa mente. Esse é um dos temas mais claros da Bíblia. "Eu sou o
Senhor, e não existe ninguém igual a mim", diz repetidamente o Senhor. Se você tem
dúvidas, confira, por exemplo, Êxodo 8:10; 15:11; Deuteronômio 4:35,39; 2 Samuel 7:22;
Salmo 86:8 a 10; Isaías 40:18, 25; 43:10, 11; 44:6-8; 45:5 a 7, 18, 19, 21, 22; 46:5, 9, 10;
Jeremias 10:6, 7. Cansou da maratona de textos? É para pôr no coração e não se
esquecer.
Deus pode dizer isso porque tem vida em si mesmo, está em todos os lugares, vê tudo e
não é limitado pelos impossíveis. Ele não depende de você nem de mim. Está acima da
criação. Criou tudo, possui tudo, reina sobre tudo. O Senhor tem uma radiância que
pertence somente a ele. Quando Deus olha no espelho, seu poder, sua sabedoria e sua
beleza se refletem por todo o cosmos. Eterno, brilha para sempre. Iluminado, clareia
todos os rincões. Glorioso, atrai todos os olhares. Bondoso, aben​
çoa o mundo inteiro.
Deus é Deus, e não tem para ninguém. Nenhuma imitação de divindade pode fazer frente
a ele. Só ele é o número um para sempre.
O problema é que, em geral, não percebemos a grandeza de Deus. Mas deverí​
amos
perceber. Há alguns anos, o conhecido pastor John Piper pregou uma série de mensagens
intituladas "Educação para a exultação". Creio que, de vez em quando, precisamos
contemplar Deus para exultarmos nele. Note que estou falando de exultação, com "u",
não exaltação, com "a". Exaltação é o ato de elevar alguém, inclusive você, mas
exultação é quando você se rejubila em alguém, como Deus. Você pode exaltar o Senhor
e exultar nele.
Quando você maximiza o eu, minimiza Deus. Porém, você não existe por seu próprio
poder. Seu "eu" está dentro de DEUS, circundado e protegido por ele. É a essência de
Deus que confere sentido à sua existência. Sem você, Deus continua sendo Deus; mas,
sem Deus, você não continua sendo você.
O bom do bom humor
9 de fevereiro
A alegria do coração transparece no rosto, mas o coração angustiado oprime o espírito.
Provérbios 15:13
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O humor faz bem para a vida. É uma espécie de lubrificante das relações sociais. Mas nem
todo mundo consegue levar a vida com graça. Você tem bom humor? Gosta de rir,
consegue rir de si mesmo e tem facilidade para fazer os outros rirem? Ótimo! Porém, se
você não consegue rir de si mesmo, tem dificuldade de fazer os outros rirem, não acha
graça em nada e está sempre de mau humor, então precisa redescobrir o "palhaço" que
existe em você.
Os psicólogos têm notado que o humor tem um aspecto social. Normalmente, achamos
graça de coisas relacionadas com as pessoas. Por exemplo, os desenhos ani​
mados de
plantas, animais, vegetais, pedras ou brinquedos se tornam mais engraçados quando seus
personagens incorporam características humanas. Rimos de nós mesmos.
O humor tem a função de comunicar poder e status, um fato que, séculos atrás,
Aristóteles já havia notado. Por isso, em grande parte, o humor tem que ver com sátira,
sarcasmo e ironia. De acordo com os teóricos do humor, quem faz rir geral​
mente tem
mais poder e ostenta status mais alto do que quem ri. Inconscientemente ou não, os
humoristas tentam inverter os papéis fazendo as pessoas rirem dos pode​
rosos. Quando
um aluno ou funcionário faz palhaçadas na frente do professor ou chefe, está
subvertendo a lógica da produção e do consumo de humor e, portanto, "roubando" o
poder do superior. Já as mulheres gostam de homens que têm senso de humor e
teoricamente, possuem um status mais elevado.
O pesquisador Robert Provine explica que, quando um orador e o auditório riem juntos, o
orador geralmente ri mais do que o auditório. Levando em conta a equação mencionada,
em que o riso expressa um status inferior, ao rir, o orador está sinalizando seu baixo
status, na tentativa de se identificar com o público e ganhar sua simpatia.
Outro detalhe interessante é que as expressões faciais afetam o humor da própria pessoa
e dos outros, que acabam imitando essas expressões e alterando seu estado de espírito.
Há um mecanismo de contágio emocional. Se você entrar sorrindo em uma sala em que
está um grupo de amigos em um estado de humor neu​
tro, logo eles vão sorrir de volta.
Um sorriso tem o poder de iluminar muitas faces.
As estruturas da vida são pesadas e, às vezes, enferrujadas. É preciso adicionar o
lubrificante do bom humor para fazê-las rodar mais suavemente. Ao sor​
rir, você diz: "Eu
sou amigo." O humor sinaliza cordialidade e simplifica relações sociais complexas. Mas
lembre-se: ter senso de humor real é fazer rir sem ferir os outros. Agora, olhe para quem
está ao seu lado e dê-lhe um sorriso.
Público (des)qualificado
10 de fevereiro
O Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido. Lucas 19:10
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Na introdução de seu clássico O Evangelho Maltrapilho, Brennan Manning explica que o
livro foi escrito com um tipo de público em mente. O livro não foi escrito para os cristãos
"superespirituais", "os acadêmicos que aprisionam Jesus na torre de marfim da exegese"
ou "os místicos de capuz que querem mágica em sua religião", entre outros, mas para os
"discípulos inconsistentes e instáveis", "os vasos de barro que arrastam pés de argila", os
aniquilados, derrotados e exauridos como ele mesmo.
Às vezes, ao ler os evangelhos, especialmente Lucas, fico com a impressão de que eles,
igualmente, foram escritos para um público específico: os doentes, os pobres, os
explorados, os perdidos, os fracassados, os desesperados, os margi​
nalizados. Os
evangelhos foram escritos para dizer aos que não têm solução que Jesus é a solução.
Algum tempo atrás, comecei a escrever um livro que nunca foi (e provavelmente nunca
será) concluído. Mas um trecho da introdução, pelo menos, vira "livro" agora:
"Este livro não é para os deslumbrados com Hollywood. Não é para os segui​
dores de
celebridades. Não é para os fascinados pelo poder. Não é para os ado​
radores do
dinheiro. Não é para os que apregoam a teologia da prosperidade fácil. Não é para os que
desejam a vitória pelas estratégias dos generais. Não é para os que apostam no sucesso
pelos métodos do mercado. Não é para os que buscam atalhos espirituais. Não é para
nenhum desses, a não ser que precisem da solução apresentada aqui.
"Este livro é para os que fizeram tudo errado e querem corrigir os erros, ou que tentaram
fazer tudo certo e deu tudo errado. É para os que não conseguem ver Deus através da
neblina, mas sabem que ele está lá. É para os que, apesar do silêncio de Deus, clamam
pela ajuda divina em tempo e fora de tempo. É para os que vagaram pelo deserto com o
cantil vazio em busca de um oásis. É para os que têm marcas no corpo e escoriações na
alma. É para os derrotados que não desistem de lutar. É para os vencidos que, no entanto,
sabem que, em Cristo, são mais do que vencedores. Este livro foi escrito para mim mesmo
e para qualquer um que tenha descoberto que não é bom o suficiente."
Caro leitor, os evangelhos não foram escritos primariamente para apresentar informação,
ensinar teologia ou propor um código de ética; foram escritos para apresentar a solução
para o fracasso humano. Se você se sente fracassado, a boa-nova de Jesus é para você.
Ninguém é tão bom que não precise do evangelho, nem tão mau que não o mereça.
Tradição x mudança
11 de fevereiro
Assim, por causa da sua tradição, vocês anulam a palavra de Deus. Mateus 15:6
O que você acha de receber uma notícia que havia sido divulgada pela última vez há quase
600 anos? No dia 11 de fevereiro de 2013, o mundo foi surpreendido pela notícia de que o
papa Bento XVI iria renunciar. Desde 1415 um papa não renun​
ciava ao cargo de pontífice.
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Eu mi lembro de ter ficado horas lendo e refletindo sobre essa decisão. Por dever do
oficio e curiosidade, acompanhei todos os detalhes. Qualquer que tenha sido o motivo
real da renúncia, o fato é que o papa tradiciona​
lista mudou, inovou, ousou. Ele humanizou
a figura do papa, pondo um fim ao fardo de que um papa tem de ficar na função até
morrer. Se os bispos devem se aposentar aos 75 anos, e os cardeais que escolhem o papa
não podem ter mais de 80 anos, por que o bispo de Roma teria que ficar até os 90 ou 100
anos definhando em público?
A tradição não é necessariamente ruim, mas pode desviar as pessoas da verdade e da fé
viva. Quando ela se degenera e fossiliza, vira tradicionalismo. O historiador do
cristianismo Jaroslav Pelikan definiu esses termos assim: "Tradição é a fé viva dos mortos;
tradicionalismo é a fé morta dos vivos." Dialogar com o passado é bom, mas viver no
tempo pretérito é fechar a porta para o futuro. De fato, o futuro é o tempo da
possibilidade, da mudança, do novo. Ao romper com o tradicionalismo, abrimos o
coração para a ação de Deus e experimentamos outras realidades no presente.
Jesus falou várias vezes contra a tradição, especialmente em Mateus 7, no contexto de
uma crítica dos fariseus ao fato de os discípulos não seguirem o costume de lavar as mãos
cerimonialmente. "Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às
tradições dos homens", replicou Jesus (Mc 7:8). "Assim vocês anulam a palavra de Deus,
por meio da tradição que vocês mesmos transmitiram" (v. 13).
O problema dos fariseus era valorizar a tradição acima do mandamento divino. Para
seguir cegamente a tradição, eles sacrificavam a fé, a misericórdia, o amor e até o bom
senso. Os costumes mortos dos homens tomavam o lugar da palavra viva de Deus. A
tradição humana controlava seus gestos, sua alimentação, sua sociabilidade e sua liturgia.
Estavam fechados para mudanças e novos costumes. A tradição tem o poder de controlar
a vida, mas não tem o poder de transformar o coração. Ela condiciona os neurônios,
congela as emoções e cega os olhos, impedindo a pessoa de ver e sentir os movimentos
divinos. Fossilizado, o tradicionalista substitui a alegria da espontaneidade pela gravidade
da mesmice.
Você é escravo da tradição? Honre o passado naquilo que tem de bom, mas não deixe a
tradição controlar suas crenças e ações. Se até o papa pode quebrar uma tradição de 600
anos, muito mais você! Troque a tradição por Jesus.
A luz de Israel
12 de fevereiro
Mantenha sempre em ordem as lâmpadas no candelabro de ouro puro perante o SENHOR.
Levítico 24:4
Em meus dias de menino, quando a noite caía sobre as colinas do Rio do Peixe,
costumávamos acender velas em castiçais. Mais tarde, os lampiões tomaram o lugar das
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velas. Finalmente, as lâmpadas elétricas tornaram obsoletos os lampiões. Mas os
castiçais ainda têm um lugar em minha memória afetiva, pois sustentavam as velas, que
iluminavam as páginas dos livros, que clareavam minhas ideias.
No entanto, aqueles castiçais não se comparavam em beleza e simbolismo ao candelabro
que Deus idealizou para colocar no santuário israelita. "Faça um can​
delabro de ouro puro
e batido", instruiu o Senhor a Moisés (Êx 25:31). Decorado com gravuras e flores, tendo
uma haste central e três braços de cada lado, ele era uma peça tão importante que
aparece em Êxodo, Levítico, Números, os dois livros de Crônicas, Zacarias, Hebreus e
Apocalipse.
Na história de Israel, o candelabro de sete braços, ou menorá, adquiriu o status de
símbolo nacional, especialmente após a destruição de Jerusalém pelos romanos. Até hoje,
ele simboliza o Estado de Israel. A representação mais famosa do candelabro de ouro é a
do Arco de Tito, construído em Roma no ano 81 d.C. para celebrar a conquista de
Jerusalém. De acordo com uma versão, o imperador Vespasiano colocou o candelabro e
outros objetos sagrados judaicos no Templo da Paz, na capital do impé​
rio. A partir daí, as
lendas se multiplicam, e ninguém sabe onde o candelabro foi parar.
Alguns eruditos associam a menorá com uma árvore de luz, símbolo da vida e da
imortalidade. Outros negam essa conexão e defendem que se trata de uma forma única,
criada para expressar o simbolismo da luz. Para outros ainda, a menorá terrestre, como
reflexo da menorá celestial, indicava a luz da Torah (lei). E há quem sugira o simbolismo
do sábado e dos outros seis dias da semana. Acima de tudo, podemos pensar na luz do
próprio Deus. Feito de ouro puro, um metal precioso que não oxida nem se deteriora, o
candelabro simbolizava a pureza e a estabilidade divina; e sua luz, distribuída em sete
braços, representava a perfeição e a continui​
dade do conhecimento divino, que ilumina
Israel e o mundo.
O fato é que a luz de Israel não podia apagar. Os sacerdotes deviam manter "as lâmpadas
continuamente acesas diante do senhor" (Lv 24:3), alimentadas por azeite de grande
pureza. Mesmo sem o candelabro original, Deus ainda é a nossa luz. Jesus é a grande
menorá do mundo. Precisamos de sua luz para não andar em trevas. Que a luz divina,
alimentada pelo azeite puro do Espírito Santo, noite e dia, ilumine sua vida.
A batalha é do Senhor
13 de fevereiro
O SENHOR, o Deus de vocês, é quem lutará por vocês. Deuteronômio 3:22
Você já notou que alguns dos momentos mais críticos na história do povo de Deus têm
que ver com reinos ou nações que se opõem a Deus e a seus fiéis? Felizmente, o Senhor
sempre protege seu povo fragilizado. O padrão segue esta ordem: (1) os poderes hostis se
levantam contra o povo de Deus, que fica assus​
tado e se volta para o Senhor em busca de
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socorro; (2) Deus envia uma mensa​
gem profética para acalmar seu povo e assegurar a
vitória; e (3) Deus intervém de maneira sobrenatural para trazer livramento.
As vitorias no período do êxodo são uma espécie de paradigma do que Deus faria mais
tarde. Na época de Moisés e Josué, Deus assegurou uma série de vitórias a seu povo, mas
outros inimigos estavam pela frente. Em Deuteronômio 3, Moisés enumera as conquistas
de Yahweh e anuncia que Deus continuaria a guerrear em favor de seu povo.
Em 2 Crônicas 20, o escritor relata que os moabitas, os amonitas e alguns dos meunitas
haviam entrado em guerra contra Josafá. O rei judeu, que governou de 873-849 a.C., ficou
alarmado e buscou o Senhor. Na frente do templo de Jerusalém, ele orou: "senhor, Deus
dos nossos antepassados, não és tu o Deus que está nos céus? Tu governas sobre todos
os reinos do mundo. Força e poder estão em tuas mãos, e ninguém pode opor-se a ti"
(2Cr 20:6).
Então, o Espirito do Senhor veio sobre Jaaziel, que se levantou no meio da assembleia e
disse: "Não tenham medo nem fiquem desanimados por causa desse exército enorme.
Pois a batalha não é de vocês, mas de Deus" (2Cr 20:15). Foi nesse contexto que o rei
Josafá disse as famosas palavras de 2 Crônicas 20:20: "Tenham fé no senhor, o seu Deus,
e vocês serão sustentados; tenham fé nos profetas dele e vocês terão a vitória."
De fato, a vitória foi impressionante. Os israelitas louvaram a Deus, que guer​
reou por
eles. Diz o cronista: "O temor de Deus veio sobre todas as nações, quando souberam
como o senhor havia lutado contra os inimigos de Israel" (2Cr 20:29). No ano 701 a.C.,
quando o rei da Assíria invadiu e ameaçou Judá, levantando seu olhar arrogante contra
Yahweh, o "santo de Israel", e aterrorizando o rei Ezequias (Is 37), o anjo do Senhor
matou 185 mil soldados assírios e deu a vitória a Judá. Senaqueribe fugiu do
acampamento, voltou para Nínive e lá ficou, sendo assassinado por dois de seus filhos,
em 681 a.C., enquanto ele adorava no templo de seu deus Nisroque.
Você tem reis e reinos para derrotar? Não tenha medo. O Senhor lutará por você.
Boa vida
14 de fevereiro
Vocês serão abençoados na cidade e serão abençoados no campo. Deuteronômio 28:3
Não sei se você nasceu na cidade ou no campo, se sabe distinguir um pato de um
marreco, ou se já andou a cavalo. Hoje, a maioria das pessoas não conhece quase nada
do "mato" ou da "roça", como se diz em Minas. Em 1950, a população brasileira ainda era
predominantemente rural. Porém, no ano 2000, 81% já viviam nas cidades. Em 2010, os
urbanautas chegaram a 84% da população do país. Isso significa que a porcentagem de
brasileiros que vivem em cidades é maior do que a média internacional, uma vez que o
grau de urbanização no mundo ultrapassou os 50% há poucos anos.
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O sonho de muita gente hoje é morar na cidade grande. Porém, isso não passava pela
cabeça dos israelitas. Para os profetas e autores bíblicos do Antigo Testamento, a boa
vida era sinônimo de habitação no campo, onde os fazendeiros e habitantes dos vilarejos
poderiam desenvolver suas atividades agrícolas em paz.
Na Bíblia, há uma série de passagens que falam da bênção de poder construir casas e
morar nelas, plantar árvores frutíferas e se deliciar com seus frutos. Por exemplo, ao
retratar a vida futura, Isaías (65:21, 22) diz: "Construirão casas e nelas habitarão;
plantarão vinhas e comerão do seu fruto, já não construirão casas para outros ocuparem,
nem plantarão para outros comerem. Pois o meu povo terá vida longa como as árvores;
os meus escolhidos esbanjarão o fruto do seu trabalho."
Por outro lado, existem muitas passagens que descrevem a infelicidade de não poder
morar nas casas construídas pela própria pessoa ou apreciar os frutos das videiras
plantadas por ela, devido aos juízos e castigos divinos. Por exemplo, Miqueias (6:15)
descreve uma dessas situações: "Vocês plantarão, mas não colherão; espremerão
azeitonas, mas não se ungirão com o azeite; espremerão uvas, mas não beberão o vinho."
A matriz desse pensamento está em Deuteronômio, especialmente o capítulo 28, onde
Deus promete que, se o povo obedecesse a seus mandamentos, então seria abençoado
em tudo que fizesse e comeria dos frutos de suas plantações, ao passo que, se
desobedecesse, não seria abençoado, e os estrangeiros saqueariam suas colheitas.
Viver numa fazenda (ou pelo menos numa chácara), podendo plantar árvores frutíferas,
cultivar um jardim, ouvir o canto dos pássaros e observar o pôr do sol, é uma bênção.
Entretanto, note que, apesar de o ideal da boa vida apontar para o campo, Deus promete
abençoar tantos os fiéis rurais quanto os urbanos: "Vocês serão abençoados na cidade e
serão abençoados no campo." Não importa onde você more, poderá ter uma vida
abençoada, se for fiel a Deus.
Códigos
15 de fevereiro
Que grande nação tem decretos e preceitos tão justos como esta lei que estou
apresentando a vocês hoje? Deuteronômio 4:8
Imagine um mundo em que ninguém cobice a mulher do próximo; em que nin​
guém minta
ou fale mal dos outros; em que ninguém tenha casos sexuais ilícitos; em que ninguém
furte ou roube; em que ninguém mate, nem odeie, nem brigue; em que os filhos amem e
respeitem os pais; em que todos parem no sábado para ado​
rar o Criador; em que todos
reverenciem o nome do Altíssimo; em que ninguém faça imagens para representar o
Senhor; em que todos adorem somente a Deus...
Esse seria um mundo perfeito do ponto de vista de relacionamentos, não seria? Pois é
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exatamente esse tipo de sociedade que Deus tinha em vista quando entregou os Dez
Mandamentos à humanidade. Longe de ser um código frio, a lei é um guia para a vida em
comunidade. O fato de ela estar escrita basicamente na forma negativa significa ampla
liberdade, e não restrição. Por exemplo, você não deve mentir, mas é livre para expressar
com sinceridade seus sentimentos; não deve odiar e matar, mas pode amar e fazer o
bem; não deve adulterar, mas pode ter amizade, namorar e casar; não deve adorar uma
falsificação de Deus, mas é convidado a admirar, amar, ado​
rar, estudar e interpretar o
Deus verdadeiro. O que a lei proíbe é o que destrói a vida.
Alguns dizem que a lei de Moisés é uma simples adaptação da lei de Hamurabi, um
poderoso imperador e legislador de Babilônia que viveu no século 18 a.C. Mas isso não é
verdade. O código de Hamurabi diz coisas como: "Se a esposa de alguém for surpreendida
em flagrante com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados na água"; "Se um
homem quebrar o dente de seu igual, o dente deste homem também deverá ser
quebrado"; "Se um construtor fizer uma casa para outrem e ela cair e matar o dono, o
construtor deverá ser condenado à morte." Certas similaridades entre os dois códigos se
devem a afinidades culturais. As diferenças são mais notáveis. Hamurabi diz ter recebido
suas leis do deus Sol, enquanto Moisés as recebeu de Yahweh.
A lei de Deus, com suas nuances, ligações, interpretações e indicações de inteligência, é
um muro que protege a vida; é um espelho que mostra o que está certo ou errado; é o
marco que sinaliza o ponto zero da ética; é uma árvore que abriga os trabalhadores
cansados; é a arquitetura da vida social; é um mapa que orienta o caminho da paz; é uma
moldura que impõe limites ao trânsito social; é o padrão que serve de referência para os
desorientados. E, permeando sua rede de normas, há um fio dourado que dá um senso de
unidade ao todo: o amor. Ainda hoje, se você seguir o código divino, descobrirá o segredo
da felicidade. O diferencial da lei divina é o próprio Deus, que usa a ei para guiar você
pessoalmente.
Salvando o mundo
16 de fevereiro
Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Romanos 5:8
Existe um importante ditado rabínico que diz: "O homem foi criado sozinho para ensinar
que, se alguém destruir uma única pessoa, a Escritura o considera como se tivesse
destruído o mundo inteiro; e, se alguém salvar a vida de uma única pessoa, a Escritura o
considera como se tivesse salvado o mundo inteiro." A versão mais sintética e popular
desse provérbio diz apenas: "Quem salva uma vida é como se tivesse salvado o mundo
inteiro."
É verdade que a frase original do Talmude não é tão universalista, pois fala em salvar
"uma alma de Israel" (isto é, um judeu), mas o conceito é fantástico. Esse pensamento foi
associado com a ação de vários indivíduos, como, por exemplo, Raoul Wallenberg, Karl
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Plagge e Aristides de Sousa Mendes, que ajudaram a salvar judeus do genocídio nazista. Os
heróis são chamados pelos judeus de "justos entre as nações".
Entre os "justos" se destaca Oskar Schindler, que arriscou a vida e gastou cerca de 4
milhões de marcos alemães para salvar mais de 1.100 judeus da morte nos campos
nazistas. Por quê? "Eu fiz o que pude, fiz o que devia, fiz o que minha consciência disse
que eu tinha que fazer", ele afirmou. Para ele, não havia escolha.
Chiune (Sempo) Sugihara, cônsul japonês na Lituânia, também salvou um grande número
de pessoas. Ao emitir mais de 2 mil vistos para refugiados judeus-poloneses, mesmo
arriscando a vida e a carreira diplomática, possibilitou a pre​
servação de mais de 6 mil
vidas. Estima-se que os filhos e netos das pessoas salvas por Sugihara totalizem hoje mais
de 40 mil pessoas!
Outra história incrível cie amor, compaixão e humanismo é a de Nicholas Winton,
chamado de "Schindler da Grã-Bretanha". Corajosamente, ele resga​
tou 669 crianças
tchecas do destino fatal nos campos nazistas. Hoje, há mais de 5 mil descendentes das
crianças de Winton ao redor do mundo. Seu feito glorioso somente se tornou conhecido
meio século depois. Ele não havia contado nem para a esposa sobre suas ações. Depois
disso, ele recebeu muitas honras. Em dezembro de 2002, a rainha Elizabeth II o
transformou em cavaleiro (Sir).
Porém, nenhum desses "justos", por mais honoráveis que sejam, se compara com um
justo que deu a vida para salvar judeus e não judeus. Na verdade, esse homem morreu
pelo mundo inteiro. Ele não apenas arriscou a vida, mas a entre​
gou. Não se sacrificou
apenas pelos amigos, mas pelos inimigos. Não morreu pelos justos, mas pelos pecadores.
De fato, quem salva uma pessoa é como se tivesse salvado o mundo inteiro, e quem salva
o mundo inteiro é como se tivesse salvado uma pessoa.
Viva na nuvem
17 de fevereiro
A coluna de nuvem não se afastava do povo de dia, nem a coluna de fogo, de noite. Êxodo
13:22
Muita gente vive tentando descobrir qual é a vontade de Deus. Alguns se perguntam:
"Será que devo ir ou ficar? Casar ou comprar um carro? Estudar Teologia ou Medicina?"
Seria bom se Deus desse uma resposta direta, não é? Pois bem, no tempo de Moisés, isso
ocorria. Deus se manifestava com frequência por meio de uma nuvem.
Deus se revelava de modo visível e quase tangível. A teofania (isto é, a manifestação de
Deus) é um motivo recorrente no livro de Êxodo e também recebe destaque em Números.
A presença de Deus era representada pela nuvem de dia e o pilar de fogo à noite,
fenômeno que guiou e protegeu o povo de Israel desde a saída do Egito até a entrada em
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Canaã e, depois, sinalizou a presença divina no santuário e no templo. No Antigo
Testamento, a expressão "coluna de nuvem" é usada somente 11 vezes, mas o conceito
aparece muito mais.
Em nosso dia a dia, nuvem geralmente é sinônimo de coisa ruim, especialmente quando
uma "nuvem escura" paira sobre a cabeça de alguém. Porém, no caso de Israel, a situação
era diferente. Naquele contexto cultural, a manifestação de Deus na nuvem ou no fogo
era sinal do favor divino. A nuvem representava proteção, providência, liderança, direção,
julgamento quando necessário e descanso. Era, ao mesmo tempo, escudo, ar
condicionado, GPS...
Por isso, quando você achar que há uma nuvem sobre sua cabeça, saiba que ela pode ser
uma nuvem boa, se fizer você olhar para cima e buscar a direção de Deus. A melhor
nuvem não é a da internet, que protege seus dados, mas a da presença divina, que protege
sua vida.
O problema é que, às vezes, somos muito vagarosos ou apressados e não queremos seguir
o ritmo da nuvem. Contudo, você pode ter certeza de que Deus conhece o ritmo
adequado e o melhor caminho. Mesmo quando a nuvem divina guiou o povo pelos lugares
mais difíceis, Deus sabia o que estava fazendo, pois Israel não estava preparado para
passar pelo caminho mais fácil, no litoral, onde poderia ter que enfrentar inimigos mais
fortes.
Agora, para seguir a nuvem e viver sob a nuvem, é preciso ter fé e confiança. A nuvem era,
nesse sentido, um símbolo da justificação pela fé. Espécie de templo móvel, ela
expressava o desejo que Deus tinha de habitar com seu povo. A nuvem era a presença
visível de Yahweh. Viver sob a nuvem era viver sob a presença Deus.
Você está disposto a viver sob a nuvem? Aceita o ritmo da nuvem para a sua vida? Então
confie nela.
O cabelo de Beethoven
18 de fevereiro
Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Mateus 10:30
Algumas cabeleiras de personagens célebres ficaram quase tão famosas quanto os donos.
É difícil, por exemplo, visualizar Ludwig van Beethoven sem o seu cabelo desalinhado e
razoavelmente comprido. Porém, o que muitos não sabem é que, quando o gênio alemão
morreu, no dia 26 de março de 1827, sua cabeleira ficou bastante desbastada. Ocorre que
as pessoas tinham o costume de cortar mechas do cabelo das celebridades para guardar
de lembrança. Russell Martin escreveu um intrigante best-seller sobre a trajetória de um
punhado de cabelo do gênio.
Quando Beethoven estava à beira da morte, um jovem músico chamado Ferdinand Hiller
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foi visitá-lo e lhe prestar tributo. No dia seguinte à morte do grande compositor, Hiller
cortou uma mecha do cabelo do ídolo. Durante um século, a relíquia per​
maneceu com a
família de Hiller. Depois, passou para uma família judia e foi parar em Gilleleje,
cidadezinha portuária da Dinamarca. Na época da II Guerra Mundial, o medalhão com o
cabelo foi dado para um médico local, Kay Alexander Fremming, que estava envolvido no
esforço para salvar judeus caçados pelos nazistas. Finalmente, a filha de Fremming pôs o
cabelo de Beethoven à venda por meio da Sotheby’s, famosa casa de leilões de Londres.
Dois admiradores americanos do compositor, Ira Brilliant e Alfredo Guevara, compraram
a relíquia em 1994 por 7.300 dólares. Dos 582 fios de cabelo, medindo de 7 a 15 cm, com
tonalidades branca, cinza e marrom, 160 (27%) fica​
ram com Guevara e os outros 422
(73%) foram para o Ira Brilliant Center for Beethoven Studies. Mais tarde, alguns fios
foram dedicados a estudos científicos.
Em 1802, Beethoven havia escrito uma carta para seus irmãos Johann e Carl. Na carta,
nunca enviada, pediu para descobrirem, após sua morte, o que havia cau​
sado seus
problemas de saúde. Dos 50 aos 56 anos, o gênio foi totalmente surdo, o que não o
impediu de compor a Nona Sinfonia. Isso sem falar na terrível depres​
são e na extrema dor
abdominal, entre outras coisas. Quase 200 anos depois, gra​
ças a exames sofisticados, a
resposta apareceu. O cabelo de Beethoven continha grande quantidade de chumbo. O
envenenamento por esse metal, chamado plumbismo, certamente foi a causa de seus
males.
Se o cabelo de Beethoven foi guardado, contado e estudado com carinho por seus
admiradores, nosso cabelo também recebe atenção especial. Segundo Jesus, o Pai
celestial conhece cada fio de cabelo da nossa cabeça, porque tem interesse pelos
detalhes de nossa vida. Ele conhece a estrutura de cada fio de cabelo e sua história
química. Ao fazer o DNA mais sofisticado do seu cabelo, Deus sabe o que se passa com
você. Ninguém pode cuidar melhor de sua cabeleira e de sua vida.
Tipos de salvação
19 de fevereiro
Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado
aos homens pelo qual devamos ser salvos. Atos 4:12
Na língua grega, há uma diferença entre conhecimento proposicional/racional/ científico
e o conhecimento reflexivo/experimental/relacional. Os gnósticos, grupo religioso que
surgiu nos primeiros séculos da era cristã, valorizavam o segundo tipo de conhecimento e
o relacionavam com a salvação. Ao longo da história, apareceram muitos outros meios de
salvação. O catálogo é longo.
Para o gnótico, a salvação ocorre quando você sabe. Para o místico, a salvação ocorre
quando você sente. Para o legalista, a salvação ocorre quando você faz. Para o
perfeccionista, a salvação ocorre quando você é. Para o espiritualista, a salvação ocorre
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quando você sofre. Para o hipócrita, a salvação ocorre quando você parece. Para o
escolhido, a salvação ocorre quando você pertence. Para o existencialista, a salvação
ocorre quando você experimenta. Para o tradicionalista, a salvação ocorre quando você
conserva. Para o capitalista, a salvação ocorre quando você tem. Para o comunista, a
salvação ocorre quando você divide. Para o naturalista, a salvação ocorre quando você
evolui. Mas, para o cristão, a salvação ocorre quando você crê.
Todos esses "meios" de salvação, exceto o cristão, são antropocêntricos (com base no
homem) e não passam de ilusão. Contudo, a salvação proposta pelo cristia​
nismo
autêntico é teocêntrica (com base em Deus) e tem uma dimensão passada, pre​
sente e
futura. O foco não é "faça", mas "feito"; não é "merecimento", mas "graça"; não é
"você", mas "Deus". No sistema divino, você pode ter a certeza da salvação agora.
Algumas pessoas gostam de discutir a semântica da palavra "salvação", mas não há por
que complicar. No Novo Testamento, salvação é o que Cristo fez por nós. Ele morreu
para que vivamos, venceu o pecado para que tenhamos santidade, des​
truiu a morte para
que recebamos a imortalidade, conquistou a degradação para que experimentemos a
glorificação. Por isso, em certo sentido, todas as palavras e metáforas relacionadas com a
salvação têm que ver com substituição e o que Deus fez. Propiciação (do ambiente
cultual) é o sacrifício que Deus ofereceu para satisfazer a justiça; redenção (do ambiente
do mercado) é o preço que Deus pagou pelo nosso resgate; justificação (do ambiente da
corte) é a defesa que Deus providenciou para nos declarar inocentes; e reconciliação (do
ambiente familiar) é o abraço que Deus ofereceu para restaurar nossas relações.
Por tudo o que Deus fez, você pode dizer: "Sou perdoado: Deus pagou minha dívida. Sou
justificado: Deus mudou meu estado. Sou regenerado: Deus transformou meu coração.
Sou reconciliado: Deus se tornou meu amigo."
Celebração da vida
20 de fevereiro
No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou. Gênesis
2:2
Não é preciso ser um sociólogo para perceber que o ritmo da vida e da história está se
acelerando. Vamos cada vez mais rápido para o futuro. O excesso de velocidade não
começou no século 21. Porém, o ritmo atual está chegando a um nível nunca visto. Em
vez de Era Pós-moderna, a fase que atravessamos poderia se chamar Era da Aceleração
ou Era da Velocidade. A cada dia, a tecnologia derruba barreiras e torna o mundo menor,
criando mudanças no tempo, nos costumes, na linguagem, em tudo. Ela afeta o trabalho,
a educação, a saúde, a espiritualidade e uma infinidade de outros aspectos.
Uma das consequências do ritmo frenético é o desajuste temporal. As pessoas hoje têm a
sensação de que o tempo passa mais rápido. Por causa da velocidade, perdemos o
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referencial. No passado, as coisas permaneciam do mesmo jeito por muito mais tempo.
Era possível conhecer, pensar, adaptar. Agora, tudo muda rapidamente. A ace​
leração, em
certo sentido, leva ao fim da cultura oral, da memória e da história. A rup​
tura com o
passado potencializa a perda da identidade pessoal, social e coletiva.
Em meio a essa correria, nada melhor que parar e observar o tempo sagrado. A ideia de
separar um dia por semana para renovar a vida vem do próprio Deus. O sábado (do
hebraico shabbat, "cessar", "findar", "descansar"), celebrado desde o início do mundo,
tem essa finalidade. Sabendo que o ser humano teria a tendência de viver correndo,
chegando a ponto de escravizar a si mesmo e aos outros, Deus criou um dia especial para
fazermos uma pausa na agenda. O próprio Deus, que não cansa, descansou. Ele fez isso
para servir de modelo. O sábado é um memorial no tempo para enfatizar a importância
de celebrar o Criador, a vida e a liberdade.
Presente de Deus para a humanidade, dado antes de o primeiro casal realizar qualquer
trabalho, o descanso no sábado é uma expressão de confiança no poder divino. É uma
maneira de adotar o ritmo de Deus, abrindo-se para suas surpresas. É a participação na
vida do próprio Criador. Direcionado para o passado e o futuro, mas vivido no presente, o
sábado é uma antecipação da eternidade. Caracterizado pela tranquilidade e a paz, ele
oferece a chance de "organizar" os neurônios e restaurar o equilíbrio interior. É o melhor
tempo para reencontrar o rumo da vida.
Você não precisa seguir o ritmo maluco do mundo. Como disse Mark Buchanan, o
problema não é a falta de tempo: "A maioria de nós vive com medo de não ter tempo.
Mas você e eu somos herdeiros da eternidade. Não temos falta de tempo. Temos apenas
de aprender a contar os dias direito." Não seja multado, em sua própria existência, por
excesso de velocidade.
O sonho de Deus para você
21 de fevereiro
[Deus] é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos,, de
acordo com o seu poder que atua em nós. Efésios 3:20
O sonho de Deus pai a você é mais elevado do que você jamais poderia imaginar. O
apóstolo Paulo diz na paráfrase A Mensagem, que Deus "pode fazer qualquer coisa, muito
mais do que poderiam imaginar ou pedir nos seus sonhos" (Ef 3:20). Na verdade, Deus não
somente pode fazer coisas inimagináveis por você, mas também quer fazê-lo.
Muitas pessoas se contentam com um voo baixo, um horizonte estreito, um mundo
apertado. Elas se limitam a ser Campestre (minha simpática cidade natal) ou Tatuí (a
cidade ternura onde moro), quando poderiam ser São Paulo ou Nova York. Nada contra
adoráveis cidades pequenas, mas tudo contra mentalidades pequenas.
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Nova York, fundada em 1624 (ou 1625) por holandeses, tinha inicialmente seis ou sete
ruas. Mais tarde, ao criarem o mapa da cidade, os pais fundadores previ​
ram o progresso e
a
deram o nome de Boundary Street (Rua da Fronteira) para a 19 rua. Tudo o que
conseguiam imaginar era uma cidade com cerca de 20 ruas!
Na virada do ano 2000, minha família e eu tivemos a oportunidade de conhe​
cer essa
metrópole cosmopolita, com um amigo que tinha sido motorista de limusine e conhece
tudo da Big Apple. Que cidade imensa! Hoje, somente Manhattan tem cerca de 700 ruas, e
Nova York é considerada a capital cultural do mundo.
De que tamanho é o seu sonho? "Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode
atingir", diz Ellen White, "é o ideal de Deus para com seus filhos" (Mente, Caráter e
Personalidade, vol. l, p. 105,106). Ela aconselha a juventude a pensar grande: "Queridos
jovens, qual é o alvo e propósito de sua vida? Vocês têm a ambição de se educarem para
poder ter nome e posição no mundo? Têm pensamentos que não ousam exprimir, de
poder um dia alcançar as alturas da grandeza intelectual; de poder se assentar em
conselhos deliberativos e legislativos, cooperando na elabora​
ção de leis para a nação?
Nada há de errado nessas aspirações. Cada um de vocês pode estabelecer um alvo. Não
se contentem com realizações mesquinhas. Aspirem à altura e não poupem esforços para
alcançá-la" (Fundamentos da Educação Cristã, p. 82).
Seja você jovem ou experiente, sonhe alto. Crie uma visão maior do que o seu horizonte,
procure um destino maior do que seu ponto de partida, use um poder maior do que sua
força, e o sucesso virá naturalmente. O poder divino está dis​
ponível para ajudá-lo a
conquistar mais do que você possa imaginar. Com Deus, o seu potencial é ilimitado,
porque Deus é ilimitado. Se você viver o sonho divino para sua vida, então realizará seus
próprios sonhos.
Visita noturna
22 de fevereiro
Olha para mim e responde, SENHOR meu Deus. Ilumina os meus olhos. Salmo 13:3
Elijah Angelov era pastor de uma igreja carismática na Bulgária havia vários anos. Então
os adventistas fizeram uma série de pregações evangelísticas em sua vila. Elijah estava
seguro de que os adventistas não tinham o Espírito Santo, pois não falavam em línguas.
Mesmo assim, decidiu assistir às reuniões.
Ao constatar que as verdades apresentadas eram claras e convincentes, ficou muito
impressionado. Os adventistas mostraram que o sábado é o dia de adoração e que a
pessoa que morre não vai diretamente para o Céu ou para o inferno. O pastor começou a
estudar a Bíblia e ficou convencido da verdade revelada na Palavra de Deus. E agora?
Elijah e Zoya não se uniram à Igreja Adventista durante as reuniões, mas con​
tinuaram a
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estudar a Bíblia, lutando para descobrir o que Deus tinha a lhes dizer. Meses mais tarde,
Zoya disse a Elijah: "Estou convencida de que a mensagem do sábado é correta."
"Como você chegou a essa conclusão?", o esposo quis saber.
"Perguntei diretamente a Deus", ela explicou. Zoya pedira que, se os adventis​
tas fossem o
povo de Deus, o Senhor enviasse a irmã Nina até a casa dela com esta mensagem: "Não
hesite. O sábado é a verdade." Porém, Deus deveria enviar Nina naquele dia. Caso
contrário, Zoya entenderia que os adventistas estão errados.
As horas se arrastaram, e a irmã Nina não apareceu. O horário de jantar chegou e passou.
Nada de Nina. "Decidi que a mensagem que os adventistas ensinam está errada", Zoya
disse ao marido.
Então, quando Zoya estava se preparando para deitar, alguém bateu à porta. Era Nina.
Sem medir palavras, a amiga adventista disse: "Irmã Zoya, não hesite. O sábado é a
verdade de Deus." Zoya começou a chorar e a gritar: "Louvado seja Deus!"
Então Nina contou para Zoya que, durante o dia inteiro, havia resistido ao impulso de ir à
casa dela. Finalmente, não podendo esperar mais, havia ido. Elijah louvou a Deus por abrir
a mente deles e mostrar seu poder e sua verdade.
Ainda hoje, Deus pode revelar o caminho para aqueles que buscam de todo o coração
descobrir a verdade. Se você está angustiado, querendo fazer a vontade divina, mas ainda
tem dúvidas, peça para o Senhor lhe mostrar a verdade. Talvez ele não envie uma irmã
"Nina" ou um anjo, mas certamente responderá ao anseio de seu coração. Quando você
clama: "Olha para mim e ilumina meus olhos", a luz brilha em sua vida, ainda que seja
noite.
Síndrome de Nabucodonosor
23 de fevereiro
Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu
enorme poder e para a glória da minha majestade? Daniel 4:30
A palavra "síndrome" existe desde o tempo do médico grego Galeno, que viveu no 2°
século d.C. O termo não descreve uma doença específica, mas indica um grupo de sinais,
sintomas e fenômenos de uma condição médica. Conhecemos bem expressões como
"síndrome de Down" e "síndrome do pânico". Porém, existem outras síndromes. Uma
delas é a "síndrome de Nabucodonosor". Sabe o que isso significa?
Laurence Turner, professor de homilética no Newbold College, ilustra essa síndrome. Ele
conta que do lado de fora da porta de seu escritório se encontrava um nervoso estudante
de teologia. O rapaz hesitava em bater. Sabia que do outro lado existia um aparelho de
vídeo. E lá estava o professor. Dias antes, diante de uma sala lotada de colegas e uma
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câmera, ele pregara um sermão. Agora era a hora do julgamento. Como o próprio aluno
avaliaria seu desempenho?
Esse tipo de experiência produz uma humildade quase universal entre os estudantes. Um
deles, de fato, disse: "Esse não sou eu!" Um dia, porém, chegou à sala do professor um
jovem estudante cheio de alegria e sentou-se para a autoavaliação. Enquanto assistia à
sua própria mensagem, ele proferiu vários "améns". Então o professor perguntou: "Como
você avaliaria essa pregação?" Ele virou-se, radiante, e disse: "Excelente! Absolutamente
magnífica!"
Mudemos o foco para a cena de um poderoso monarca em pé diante dos jardins
suspensos de seu palácio. Ele contempla a obra que mandara construir e a acha
esplendorosa. Olha para o caminho processional sagrado, vê o muro de um quilômetro de
cumprimento, decorado com 575 animais mitológicos, e o acha magnífico. Congratula-se
por sua própria grandeza.
Um ano antes, ele tivera um sonho com uma árvore majestosa que havia crescido até o
céu. Essa árvore, que simbolizava ele mesmo, seria derrubada por causa de seu orgulho e
sua arrogância. Apesar do conselho do intérprete do sonho, ele não se humilhou.
As palavras de autocongratulação ainda estavam em sua boca quando uma voz vinda do
céu decretou o fim de sua autoridade real. Ele "passou a comer capim como os bois. Seu
corpo molhou-se com o orvalho do céu", os "cabelos e pelos cresceram como as penas
de uma águia, e as suas unhas como as garras de uma ave" (Dn 4:33).
Finalmente, num lampejo de bom senso, ele olhou para o céu, glorificou o Altíssimo e
recuperou a majestade.
Você sofre da síndrome de Nabucodonosor? Se sim, olhe para o céu com humildade antes
que sua árvore seja derribada e sua autoridade seja tirada.
Sonhos dentro de sonhos
24 de fevereiro
No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve sonhos; sua mente ficou tão
perturbada que ele não conseguia dormir. Daniel 2:1
Babilônia, a poderosa cidade-estado acadiana construída às margens do rio Eufrates e
cujas ruínas se encontram a cerca de 85 quilômetros de Bagdá, era uma terra de sonhos e
sonhadores. Ali reis e profetas sonharam com o passado, o presente e o futuro do
mundo.
Mesmo tendo um império para controlar e reinos para conquistar, Nabucodonosor se
dava ao luxo de sonhar. Os sonhos (note o plural) mencionados no verso de hoje foram
apenas os primeiros de uma série. O rei sonhou com uma estátua gigantesca feita de
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vários materiais (Dn 2:31-33), uma "pedra que se soltou de uma montanha" e destruiu a
estátua (2:45), "uma árvore muito alta no meio da terra" (4:10), e sabe-se lá mais o quê.
Depois, no primeiro ano de Belsazar, "Daniel teve um sonho, e certas visões passaram por
sua mente, estando ele deitado em sua cama" (7:1). O profeta sonhou com "os quatro
ventos do céu agitando o grande mar" e animais estranhos saindo das águas: um leão
com asas de águia, um urso com três costelas entre os dentes, um leopardo com quatro
asas e quatro cabeças, um animal aterrorizante com dentes de ferro (7:2-7). Mais tarde,
teve outros sonhos e visões.
Sonhos, muitos sonhos, sonhos dentro de sonhos. E a interpretação? Como entender o
significado de tanta atividade onírica? Como definir o próprio sonho? Seria uma
imaginação do inconsciente? A realização de um desejo? Uma tentativa da psiquê de
encontrar equilíbrio? Um mero subproduto da atividade cere​
bral? A edição de um filme
que a mente deseja gravar no cérebro?
Quando o rei ficou perturbado com seus sonhos, cujo conteúdo ele esquecera, os magos,
encantadores, astrólogos e adivinhos de Babilônia tentaram descobrir o que se passara
dentro da cabeça do monarca enquanto ele dormia. Porém, fracassaram. Se hoje, depois
de tantos estudos científicos, filosóficos e psicanalíticos, ainda não sabe​
mos direito o que
é o sonho e como interpretá-lo, imagine na época! Nem o melhor Freud babilônico podia
decifrar o significado daquele cenário cheio de imagens, ideias e sensações. "Mas", disse
Daniel (2:28), "existe um Deus nos céus que revela os mistérios."
A vida, às vezes, é como um sonho estranho, cheio de animais e bichos exóticos, em que
nada parece fazer sentido. Contudo, o Espírito divino pode interpre​
tar a paisagem onírica
e dar coerência aos fatos. Ele mostra o rumo da história, o fio da narrativa, o fluxo dos
acontecimentos. Quando você não conseguir decifrar os sonhos que passam pela sua
cabeça, recorra ao Deus que revela os mistérios.
Barulhos
25 de fevereiro
Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus. Salmo 46:10 (ARA)
Imagine que você seja um amante da natureza. Você pega o carro e resolve dar um
passeio tranquilo pela orla ou pelas montanhas. Dirigindo devagar, você liga o som e
começa a ouvir sua canção preferida, enquanto aprecia a paisagem paradisíaca e o pôr do
sol espetacular. A música transporta você para outro mundo. A experiência
transcendental desperta sentimentos de amor e paz.
Agora, imagine que você seja um piloto de Fórmula 1. Você vai para Interlagos, entra na
pista, liga o som e começa a acelerar: 100, 150, 180, 200, 230, 280, 300 qui​
lômetros por
hora... O carro é potente, e o motor faz um barulho ensurdecedor. Você não está apenas
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correndo por prazer, mas competindo com outros pilotos. A atividade exige concentração
total.
Em qual dessas situações você acha que é mais fácil acompanhar a mensagem da música?
Nem precisa dizer, não é? Assim como a velocidade e os ruídos impedem a apreciação da
música, a correria e os barulhos da vida nos atrapalham a ouvir a voz de Deus.
Hoje, infelizmente, as pessoas vivem em constante corrida. A aceleração não começou no
século 21. Ela vem ocorrendo há muito tempo. Vários historiadores têm debatido a
questão da aceleração da história. Em 1948, o historiador francês Daniel Halévy já
chamava a atenção para o fenômeno. Porém, é óbvio que o ritmo está cada vez mais
acelerado. As pessoas hoje têm a sensação de que o tempo passa mais rápido. O relógio
não mudou, mas a sensação mudou. Ao tentar ganhar tempo, temos a sensação de
perdê-lo.
Além da velocidade, vivemos em uma sociedade barulhenta. Na cultura ocidental, a
extroversão é bastante valorizada, ao contrário do que ocorre em algumas culturas
orientais, que preferem um estilo mais introvertido e discreto. A jornada interior cedeu
espaço para a festa exterior. Como observou o historiador da cultura Warren Susman, o
culto ao caráter deu lugar ao culto à personalidade.
O ritmo calmo é importante especialmente na vida espiritual. Quanto mais rápido
corremos e mais longe estamos de uma pessoa, mais difícil é ouvir sua voz, ainda que seja
um grito. Para ouvir a voz de Deus, é necessário diminuir o ritmo, aquietar-se e
permanecer perto dele. "Quando todas as outras vozes silenciam e, em sossego,
esperamos diante dele, o silêncio da alma torna mais distinta a voz de Deus", diz Ellen
White (O Desejado de Todas as Nações, p. 253). Se você tem andado muito rápido, reduza
a velocidade para perceber melhor a voz divina. E, caso esteja tentando distinguir os sons
celestiais em meio a um mundo em constante barulho, experimente o silêncio.
A voz de Deus
26 de fevereiro
Fala, SENHOR, pois o teu servo está ouvindo. 1 Samuel 3:9
Será que Deus ainda fala com o ser humano? Além da Bíblia, que meio pode ele usar para
nos orientar? As impressões espirituais seriam válidas para um cristão?
Num livro autobiográfico, o Dr. Raymond Holmes conta como Deus o orientou em
momentos de incerteza. No ensino médio, ele nunca aprendera a estudar de verdade.
Assim, quando sentiu que Deus o estava chamando para o ministério e se matriculou num
colégio luterano no Michigan, teve um grande desafio. Tirando notas baixas, sentiu-se
solitário, estressado e deprimido. Um dia, ele foi à capela para orar. O céu estava escuro.
Então ouviu uma voz dizendo: "Não é maravilhoso saber que, acima daquelas nuvens, o
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sol está brilhando?" Era o pastor luterano local, que não sabia de seus dilemas. Foi tudo o
que o pastor disse, mas o suficiente para mudar o espírito do jovem estudante. No fim do
ano, ele estava entre os que tiravam as melhores notas.
Anos após a graduação, ele enfrentou outro dilema. Sua esposa havia decidido se tornar
adventista. O que deveria fazer o pastor luterano? Desesperado, em meio a uma crise
profunda, ele procurou um professor e, durante dois dias intensos, abriu-lhe o coração.
Finalmente, quando terminou de dizer tudo o que tinha para falar, o professor, que ouvira
com atenção, sempre olhando em seus olhos, disse-lhe: "Ray, você precisa perguntar a
Deus o que ele está tentando lhe dizer." A inesperada res​
posta, vinda de um teólogo que
estava acostumado a lidar com doutrinas prima​
riamente num nível cognitivo, o
surpreendeu e causou-lhe um profundo efeito.
Mais tarde, Raymond se matriculou na Universidade Andrews, uma instituição adventista,
para cursar o mestrado e, depois, o doutorado. Um dia, enquanto estudava sobre o
sábado, ouviu uma voz chamando-o: "Ray!" Ele a ignorou, mas ela o chamou novamente:
"Ray, se você me ama, pare de ler!" Tendo maturidade sufi​
ciente para perceber que Deus
não diria para ele parar de ler sua Palavra, Raymond entendeu ser a voz do diabo e
percebeu que estava no meio de um conflito espiritual.
Na Andrews, Raymond se matriculou em um curso sobre a doutrina da expiação com
Wilber Alexander. Numa aula sobre o ministério de Cristo no santuário celestial, ele
descobriu coisas novas. Agendou um encontro com o professor. Abriu o coração e caiu
em prantos. Ao ouvir soluços, olhou. Era o professor, que disse: "Eu não estou chorando
por você; estou chorando com você." Raymond sentiu a presença de Deus ali.
Por fim, o Dr. Holmes tornou-se adventista e, mais tarde, lecionou na Universidade
Andrews durante vários anos. Em momentos de crise, ouviu a voz de Deus por meio de
amigos espirituais. Você também pode ouvir essa voz. Ore hoje: "Fala, Senhor, porque
estou ouvindo."
Símbolo paradoxal
27 de fevereiro
O SENHOR disse a Moisés: "Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for
mordido e olhar para ela viverá. Números 21:8
Uma multidão de homens barbudos, mulheres submissas, jovens desconfia​
dos e crianças
curiosas, rosto empoeirado, pele queimada pelo sol, sandálias enve​
lhecidas nos pés,
carregando roupas, panelas, pouco pão, nada de água e alguma esperança, caminhava
pelo deserto. Não demorou para que o murmúrio contra o líder e seu Deus dominasse o
grupo. De repente, o espírito ofídico que picou o povo deu origem a serpentes venenosas
que começaram a morder todo mundo. A morte foi deixando seu rastro e suas vítimas em
ziguezague pela areia quente.
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Não sabemos que tipo de serpente era. Não importa. Qualquer espécie seria assustadora.
Se você já se deparou com uma cascavel, jararaca, jararacuçu, urutu-cruzeiro, coral
verdadeira, naja, víbora, serpente-tigre, mamba-negra ou taipan, sabe que não fomos
feitos para amar as cobras. Parece que a inimizade entre nós e elas está em nosso DNA.
Pouca gente gosta de serpentes. Ocorre que ser​
pentes matam, como aconteceu há algum
tempo com o pastor pentecostal Jamie Coots, que estrelou um reality show da National
Geographic. Enquanto ele pre​
gava, foi picado por uma cascavel, recusou ajuda médica
por acreditar que estava protegido pelo poder divino, e adeus.
De volta ao deserto, o alvoroço tomou conta dos viajantes. Então, os líderes da rebelião
pediram que Moisés orasse por eles, suplicando que o Senhor tirasse as serpentes do
meio deles (v. 7). Porém, em vez de tirá-las, Deus colocou mais uma. Paradoxo? A
serpente era de bronze e estava no alto de um poste. Deus não pre​
cisou ensinar que o
soro antiofídico é feito de veneno de serpentes. Sua solução era diferente: quem olhasse
para aquela serpente seria curado. Funcionou. Quem olhava "permanecia vivo", diz a
crônica do deserto (v. 9).
Viaje no tempo 1.500 anos à frente. O verdadeiro significado daquela ser​
pente milagrosa
finalmente foi revelado: "Da mesma forma como Moisés levan​
tou a serpente no deserto,
assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que
nele crer tenha a vida eterna" (Jo 3:14, 15). Agora o símbolo fazia total sentido.
Se algum dia, no deserto da vida, você for picado pela serpente mais vene​
nosa do planeta,
olhe para o madeiro levantado e você viverá. Ali está o antídoto para a morte.
300
28 de fevereiro
O SENHOR disse a Gideão: "Com os trezentos homens que lamberam a água livrarei vocês
e entregarei os midianitas nas suas mãos". Juizes 7:7
Para quem gosta de vitórias espetaculares, a Bíblia registra a história de uma batalha
ganha por 300 valentes. Trata-se do feito épico de Gideão, relatado em Juízes 6 a 8, ao
derrotar uma confederação de "midianitas, amalequitas e outros povos que vinham do
leste" (6:33), tão "numerosos como nuvens de gafanhotos", com um total de camelos
comparado à "areia da praia" (7:12).
Só para lembrar, os israelitas plantavam seus cereais e, na hora da colheita, os inimigos
levavam tudo. Então o povo clamou a Deus, que chamou Gideão. O anjo do Senhor, que
alguns identificam com o Jesus pré-encarnado, "apareceu a Gideão e lhe disse: 'O senhor
está com você, poderoso guerreiro'" (6:12). Depois, completou: "Com a força que você
tem, vá libertar Israel das mãos de Midiã. Não sou eu quem o está enviando?" (v. 14).
Gideão se via como o menor da casa de seus pais, mas Deus o encorajou, destacando seu
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potencial. O anjo não aceitou o arrazoado negativista do guerreiro. "Eu estarei com
você", prometeu, "e você derrotará todos os midianitas como se fossem um só homem"
(v. 16). Quando Gideão pediu um sinal, o mensageiro divino aceitou o desafio e mostrou
que Deus estaria com ele.
"Então o Espírito do senhor apoderou-se de Gideão", diz o relato (6:34), sugerindo o
segredo da vitória. Dos 32 mil soldados, Deus mandou Gideão ficar com apenas 300,
menos de 1% do exército original, a fim de que Israel não se orgu​
lhasse (7:2). O guerreiro
talvez tenha feito uma rápida matemática na areia: 300 con​
tra 135 mil = 450 máquinas de
guerra midianitas para cada israelita (ver 8:10). Daria para encarar?
A história de Gideão mostra que Deus usa pessoas comuns para realizar coisas
espetaculares, que ele vê força onde parece haver apenas fraqueza, que pode conse​
guir
com poucos o que parece impossível com muitos. Nas mãos de Deus, "armas"
improváveis (7:16) podem derrotar poderosos exércitos. Tudo o que Gideão e seus
homens tiveram que fazer foi obedecer: tocar as trombetas, quebrar os jarros e gritar.
Se Deus o chamar para combater os inimigos de seu povo, vá em frente, sabendo que a
batalha pertence ao Senhor. Você pode sentir-se o menor de seu clã, mas Deus o
transformará no maior. Na história de Israel e da igreja, incontáveis conquistas
extraordinárias foram obtidas por pessoas como você e eu. As pessoas que realizam
grandes coisas para Deus não são grandes antes de iniciá-las, mas depois de Concluí-las. O
sucesso é resultado do poder de Deus, não de nossa força.
O segredo do herói
29 de fevereiro
Como o meu servo Calebe tem outro espírito e me segue com integridade, eu o farei entrar
na terra que foi observar. Números 14:24
Alguns personagens dos bastidores da Bíblia mereciam ser protagonistas. Coadjuvantes no
roteiro da história sagrada, esses heróis quase anônimos têm lições preciosas para nos
ensinar. Um deles foi Calebe, integrante de um grupo de doze espiões que fizeram uma
missão de reconhecimento em Canaã. Sondada a terra, confirmou-se que ela manava
leite e mel (ou seja, a região era ótima para criar gado e cul​
tivar plantas). Porém, apesar
dos enormes cachos de uva, com talvez mais de 6 quilos, muito maiores do que as
escassas uvas encontradas no Egito, dez espiões (83%) trans​
mitiram um relatório
altamente pessimista. Somente dois (17%), Josué e Calebe, apre​
sentaram um relato
positivo. Surpreendentemente, ambos os relatos eram verdadeiros!
Para os espiões pessimistas, de cujos nomes ninguém se lembra, a terra era cheia de
gigantes, os anaquins, que pertenciam a uma distinta família, ou poderiam ser um grupo
de lutadores escolhidos por causa de sua estatura. Na opinião deles, os hebreus eram
como gafanhotos aos olhos dos anaquins. Portanto, a terra era inconquistável. Já os
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espiões otimistas não viam tantos gigantes e estavam segu​
ros de que poderiam vencer.
Quem estava certo? Comparados com os gigantes, os hebreus realmente eram
gafanhotos; mas, comparados com Deus, os gigantes é que eram gafanhotos! A diferença
estava no olhar.
Calebe não era cego. Ele viu os gigantes, mas não deixou de ver a solução. Era um homem
de fé, coragem e ousadia fora do comum, porque confiava em Deus e em si. A Bíblia
enfatiza que ele seguia fielmente a Deus (Js 14:8, 9, 14). Ele acompanhava o Senhor de
perto, com todo o coração, e tudo nele pertencia a Deus. A terra era dos gigantes, mas
poderia ser dos hebreus, se eles acreditassem.
Por causa da incredulidade, aquela geração morreria no deserto, sem entrar na terra
prometida. Porém, Calebe chegaria lá. Embora estivesse com 85 anos, ele reivindicou o
direito de conquistar uma montanha de gigantes. Segredo? Calebe tinha "outro espírito"
(Nm 14:24), o espírito de vitória. No poder de Deus, ele podia vencer todos os obstáculos.
Você tem que enfrentar gigantes hoje? Gigantes da dívida, doença, depressão, incerteza,
gigantes do medo, estresse, desencorajamento? Com o espírito de Calebe, você poderá
vencê-los. Se ainda temos os incrédulos e negativistas, podemos tam​
bém ter os
confiantes e otimistas. Seja um Calebe, com outro espírito. Reivindique hoje sua
montanha de bênçãos. Os pessimistas e incrédulos morrem no deserto. Somente os
otimistas e confiantes chegam à terra da promessa.
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