um salto de gigante - Comité Olímpico Portugal
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um salto de gigante - Comité Olímpico Portugal
OLIMPO Revista do Comité Olímpico de Portugal Publicação Bimestral - Julho|Setembro de 2007 - Nº 125 PUBLICAÇÃO GRATUITA NÉLSON ÉVORA CAMPEÃO DO MUNDO UM SALTO DE GIGANTE JOGOS DE PEQUIM F.O.J.E. BELGRADO 2007 36 portugueses já qualificados Irina Rodrigues Disco de ouro OLIMPO 125 JULHO/SETEMBRO 2007 Propriedade e Edição/Property and Edition Comité Olímpico de Portugal, Travessa da Memória, 36 1300-403 Lisboa Tel.: 21 361 72 60 Fax: 21 363 69 67 Director / Director José Vicente Moura Director Executivo / Executive Director João Querido Manha Textos / Texts João Q. Manha Fotos / Photography Carlos Alberto Matos Projecto Gráfico e Paginação / Layout and Graphics Rogério Bastos Impressão / Printing Mirandela - Artes Gráficas, S.A. Tiragem / Circulation 1800 exs. Periodicidade Bimestral / Bimonthly publication Número de Registo ICS 102203 Depósito Legal 9083/95 Distribuição gratuita / Free copy FOTOS DE CAPA / COVER PHOTOS Nélson Évora (foto principal) e Irina Rodrigues Nélson Évora (main photo) and Irina Rodrigues (insert) SUMÁRIOSUMMARY 6 NELSON ÉVORA 11 PEQUIM 2008 17 F.O.J.E. 2007 Dez anos depois de Carla Sacramento, Portugal voltou a ter um campeão do Mundo de Atletismo, Nelson Évora, grande esperança para um resultado de relevo no Triplo Salto dos Jogos Olímpicos de Pequim, um atleta que tem cumprido todas as etapas olímpicas, desde o Festival da Juventude de 2001, onde conquistou a primeira medalha de ouro. De repente, o grupo de atletas qualificados para Pequim 2008 passou de nove para 36, graças às grandes competições de Verão, onde Portugal obteve resultados excepcionais. O Atletismo é a modalidade líder, com 19 atletas já qualificados, mas este Verão assinala também a confirmação do nível internacional da Vela portuguesa e, claro, de Telma Monteiro. Portugal conquistou três medalhas e alguns resultados de relevo no Festival da Juventude Europeia de 2007, em Belgrado, realizado em condições muito difíceis, de logística e clima, e onde os jovens portugueses tiveram um comportamento social e desportivo exemplar. 11 BEIJING 2008 17 EYOF 2007 6 NELSON ÉVORA Portugal has now 36 athletes qualified for Beijing 2008 Olympic Games, after an exceptional period of great results, last Summer. Track and Field already assured 19 competitors and the sailing team was also able of qualifying all their Olympic crews, as also did Judo Portuguese star Telma Monteiro, runner-up at Rio's World Championships. Portugal got three medals and some other nice results in the European Youth Festival, in Beograd, under very difficult weather and logistics conditions. Nevertheless, the young Portuguese Mission has an irreprehensible social and sportsmanship behavior. Ten years after Carla Sacramento, Portugal got a new track and field world champion, Nelson Évora, one of the biggest Portuguese hopes for medals at Beijing Olympics. Évora has made all the olympics teams' way, since he got his first gold medal at 2001 Youth Festival . 3 Julho|Setembro 2007 EDITORIAL O COP e o Livro Branco O Comité português não é acrítico e não enjeitará dar voz à atmosfera de dúvida. Sempre defendemos que o processo de mudança não se opera por decreto, portaria ou despacho, nem sequer por directiva ou tratado. 4 Julho|Setembro 2007 pós a Assembleia dos Comités Olímpicos Europeus de 8 de Dezembro de 2006, em Bruxelas, o Movimento Olímpico e as Federações Internacionais apresentaram uma posição comum e assertiva acerca do "Livro Branco do Desporto". Enfatizando o princípio do "respeito da autonomia do desporto", deram um importante contributo para a necessária ponderação das medidas que a sociedade em mudança reclama. Obviamente, não alinhamos no "eurocepticismo", mas políticas desajustadas das características intrínsecas do desporto tal como o entendemos, nem sempre identificadas com os interesses globais, não nos suscitam entusiasmo. Panaceias essencialmente jurídicas, arquitectadas por tecnocratas, só acrescentam desconfiança aos agentes desportivos e impossibilitam o êxito dos processos verdadeiramente transformadores. O Livro Branco, como outros textos que o antecederam, acabará por se quedar acessório, por demasiado interventivo. Como o Comité português não é acrítico, não enjeitará dar voz à atmosfera de dúvida. Sempre defendemos que o processo de mudança não se opera por decreto, portaria ou despacho, nem sequer por directiva ou tratado. As mudanças fazem-se por serem necessárias e, para serem consequentes, com os interessados. Por isso, tudo continuaremos a fazer para estender o debate que se justifica, contraditando o que se afigurar pertinente, em nome do desporto que nos cabe promover. A JOSÉ VICENTE MOURA Presidente do Comité Olímpico de Portugal Portuguese Olympic Committee Chairman C.O.P. and the White Paper Portuguese Olympic Committee does not hesitate to join the voices of disbelief. We always have understood that changing processes do not develop by law or regulation, neither by Directive or Treaty. fter the European Olympic Committees General Assembly of 8 December 2006, the International Olympic Movement together with the International Federations issued a common and assertive position regarding the White Paper on Sport. Emphasizing the general principle of "respect for the sport's autonomy", they advanced an important contribution to help finding the necessary measures that society is looking for. Obviously we don't line-up with the "eurocepticism", but we also don't feel any enthusiasm about policies unadjusted of the fundamentals of Sport, as we see it. Any essentially juridical corrections drawn by technocrats only contribute to decrease the reliance of sports agents, obstructing the accomplishment of actually transforming processes. Like other previous documents, the White Paper, too much intervenient, will finish inconclusive and accessory. Because of its reasonable doubts, Portuguese Olympic Committee does not hesitate to join the voices of disbelief. We always have understood that changing processes do not develop by law or regulation, neither by Directive or Treaty. Changes must be made whenever they're necessary and, to be successful, by those who they might concern. By saying so, we ensure that we'll do everything we can to enlarge the necessary debate, contesting whatever we judge crucial, in name of Sport that we're obliged to honor and promote. A 5 Julho|Setembro 2007 ENTREVISTA NÉLSON ÉVORA CAMPEÃO MUNDIAL DO TRIPLO SALTO "Sou um enérgico positivo" "Sei que muitos portugueses vão exigir que conquiste uma medalha nos Jogos Olímpicos de Pequim e eu vou trabalhar com o objectivo de estar preparado para lutar por ela. Mas também sei que qualquer pequeno problema, uma entorse, por mais ligeira, pode deitar tudo a perder. É arriscado vaticinar que se vai obter uma medalha numa prova tão aberta e competitiva, mas vou fazer o possível por estar o mais calmo possível, admitindo que a pressão vai pesar e pode ser decisiva". om um título de campeão do Mundo de Triplo Salto, Nélson Évora não se desvia do seu método, da sua tranquilidade, nem se deixa contagiar por qualquer euforia. À volta dele, também nada mudou - o título de Osaca apenas confirmou que é um atleta altamente fiável e regular. Os Jogos Olímpicos são o ponto culminante da carreira, embora Pequim constitua apenas uma etapa, que prosseguirá para Londres, pelo menos. Já teve o primeiro contacto em Atenas, em 2004, onde não conseguiu chegar à final, quando tinha apenas 20 anos de idade: "Atenas foi bom para conhecer, sentir o ambiente do Estádio cheio, conviver com os atletas na Aldeia Olímpica. Foi bom para não me deixar deslumbrado quando chegar o momento de competir para os primeiros lugares, como acontecerá em Pequim. É certo que os Jogos nunca são iguais e que Pequim terá as suas surpresas, mas eu sei que posso concentrarme no essencial e não deixar que a atenção se desvie pelo contacto com uma nova realidade". JOGO MENTAL Nélson Évora associa o sucesso de Osaca aos cuidados de preparação: "Estive duas semanas no Centro de Preparação Olímpica de Vila Real de 6 Julho|Setembro 2007 FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS C Santo António, nunca tinha realizado um estágio tão longo e tão bom antes de um campeonato. Quando acabou, vimos que havia grandes probabilidades de bater o recorde pessoal e que se isso acontecesse estaria provavelmente a lutar por uma medalha". No entanto, atleta e treinador mantiveram reservas por causa das dificuldades particulares de uma prova num país tão distante, com um clima muito rigoroso, clima agreste e possibilidade de desidratações. Lembra o atleta que era preciso manter a calma, entrar na prova por etapas, saber escolher o momento para atacar, ser "enérgico positivo". Nos treinos Nélson imaginava as situações de prova, simulava a sequência mais adequada e treinava alternativas. "Há um grande jogo mental a aperfeiçoar. Desenvolvemos essa vertente, retiramos conclusões e, com o treinador, durante tanto tempo juntos as coisas evoluem, de boas, para muito boas e finalmente excelentes. Posso dizer que fizemos treinos espectaculares em Osaca e deu bom resultado". A experiência de anteriores Mundiais, Europeus e de Atenas ajudou-o a encarar a prova sem grande pressão, mesmo se as marcas o apontavam como um dos favoritos. "Pressão todos têm - admite - mas nas provas eu consigo pensar apenas no que tenho de fazer e abstraio-me do resto. Tento manter o controlo do físico, estar atento às reacções do corpo, e manter a concentração. Ao longo do concurso nunca pensei no ouro, até para não ter surpresas ou passar por uma decepção como a de Gotemburgo no ano passado ou como a da Naide, que passou de 2.ª para 4.ª. Eu preferia ficar em 5.º…" Em Osaca, teve o prazer de receber a medalha das mãos de um ídolo, o antigo campeão mundial, olímpico e recordista Jonathan Edwards, que lhe deu os parabéns pela condução da prova e pela "técnica espectacular", onde não se deixou influenciar ou sentir mais pressionado pela oportunidade aberta com a ausência do campeão olímpico e mundial Christian Olsson: "Pensei sempre da mesma forma, com ele presente ou não. Lembreime que pelo facto de ele não estar, haverá outros que se motivem ainda mais e se tornem mais perigosos, pelo que prefiro respeitar todos os adversários por igual, partindo do princípio de que podem alcançar os mesmos resultados". 7 Julho|Setembro 2007 ENTREVISTA A importância do Festival da Juventude Nélson Évora é o atleta de perfil olímpico por excelência. A sua primeira internacionalização, quando ainda nem tinha a nacionalidade portuguesa, foi ao serviço de uma Missão do C.O.P., ao Festival da Juventude Europeia de Múrcia, em 2001, onde ganhou a medalha de ouro do salto em comprimento. E há um ano foi uma das principais figuras dos 1.ºs Jogos da Lusofonia, em Macau, onde também ganhou a medalha de ouro. "Tudo faz parte do trajecto de aprendizagem de uma pessoa e todas as etapas são importantes. Não se deve querer atingir objectivos antes de tempo, pois algumas qualidades são potenciadas ou até descobertas nas primeiras experiências, importantes nas idades mais jovens. Ter ido às Jornadas Olímpicas - e fui o primeiro a ir lá sem ter ainda a nacionalidade foi muito importante, quase decisivo, para não me deixar desmotivar e deixar de treinar. Se não tivesse tido essa oportunidade, talvez não tivesse batido os recordes iniciais que me motivaram a partir à conquista deste sonho…" Foi com este espírito que em Julho, na apresentação da Missão do C.O.P. ao F.O.J.E. de Belgrado-2007, Nélson Évora assumiu com orgulho o papel de "padrinho" do lançamento de mais olímpicos do futuro, como Irina Rodrigues ou Marta Cachola, entre outros. World Champion Nelson Évora Jumping as far as possible Na condução da prova, Nélson concentrou toda a importância no primeiro salto, que garante a passagem à final, como aconteceu. Se for muito bom, deixa margem para poder poupar energias nalguns dos ensaios intermédios, como fez, deixando uma reserva para o último, com a vantagem de ter sempre a última palavra e poder saltar completamente relaxado e eventualmente melhorar a marca. UMA NOVA REALIDADE O estatuto de campeão do Mundo, o primeiro português desde Carla Sacramento, dez anos antes, altera necessariamente a vida de um atleta. Nélson ainda teve um mês de grandes 'meetings' internacionais, com as finais do circuito europeu, para experimentar a nova vida. "Em primeiro lugar, é todo um conjunto de novas oportunidades que se abrem, através de um melhor reconhecimento do nosso trabalho. É verdade que agora me apontam como favorito, o atleta a abater, e também há quem se decepcione se não ganho sempre, mas em mim não muda nada. Há o lado agradável do reconhecimento pessoal, passaram a pedir-me mais autógrafos, entrevistas, mas nada me tira a calma. Continuo a pensar apenas no que tenho de fazer e a qualificação garantida para os Jogos Olímpicos vai-me permitir estudar muito bem a próxima época, em que o grande objectivo é os Jogos de Pequim. 8 Julho|Setembro 2007 João Ganço e Nélson Évora, treinador e atleta, conhecem-se muito bem há mais de uma década. Falam bastante, discutem bastante e o desenvolvem o método de nada fazer sem primeiro perceberem o significado e o objectivo dos treinos. Aproveitam as viagens para limar arestas e acertar pormenores e cada exercício, cada salto, deixa sempre em aberto uma análise que abra novas perspectivas de evolução. Este ano, evoluiu 51 centímetros e bateu o recorde nacional por quatro vezes, começando a apontar naturalmente para a barreira dos 18 metros, que está a "apenas" 26 cm. Sem pressas. "Qualquer atleta que tenha passado os 17,50 de forma fácil sabe que tem potencialidades para chegar aos 18 metros", considera o olímpico do Benfica. Mas, com vento regulamentar, só dois o conseguiram (Jonathan Edwards e Mike Conley). "É uma barreira que exige um trabalho de preparação muito apurado, excelente alimentação, descanso total e um relaxe absoluto no momento da competição, que nem sempre se consegue atingir. Quem se preocupa com o ambiente ou com a tensão da prova acaba por bloquear. O atleta quando vai fazer esse salto tem de estar consciente que vale mais que isso e fazer o salto perfeito. Edwards fez vários na ordem dos 18,80 metros, para depois a medição se fixar à volta dos 18,30". Para chegar aos 17,74 metros que lhe valeram a medalha de ouro nos Mundiais de Osaca e que virtualmente lhe valeriam a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, a cinco centímetros de Olsson, Nélson Évora seguiu a mesma táctica de Edwards. "Entrei a pensar nos 18 metros, mas não foi um salto perfeito, pois ainda sofri um desequilíbrio. Embora tivesse experimentado várias vezes, nunca tinha feito um salto a este nível, foi como um salto para o desconhecido, apenas com a cabeça num objectivo, chegar o mais longe, o mais longe possível!", recorda. Ficou, portanto, alguma margem de manobra. Diz Nélson Évora que não explorou tudo o que tinha para explorar e que, com insistência no treino diário, a especialização técnica, uma recuperação física muito boa com um trabalho apurado de ginásio, com cargas de trabalho cada vez com mais qualidade e conhecimento do corpo, "dá para melhorar". O Salto em Comprimento ficou para trás, serve apenas de treino. Não se impressiona por continuar a ser um dos melhores portugueses na especialidade, considerando que qualquer dos finalistas do Triplo Salto dos Mundiais salta mais de oito metros em comprimento. Está mais focado na evolução da velocidade, que ainda não chegou perto do que pretende, e de um maior domínio físico, mais força, que constituem o cerne da sua preparação. "Técnica tenho eu desde os dez anos!". Três recordes num ano Nélson Évora entrou em 2007 como recordista nacional do Triplo Salto, estabelecido em 17,23 metros nas qualificações dos Europeus de Gotemburgo, que terminou em 4.º lugar. Depois de uma série de resultados a rondar os 17 metros, veio a realizar um Verão simplesmente memorável, evoluindo 51 centímetros no recorde pessoal e nacional: 24 Junho Taça da Europa, Milão 17,35* 6 Julho Meeting St. Dennis, Paris 17,28 21 Julho Meeting de Madrid 17,51 27- Agosto Mundiais de Osaca, Japão 17,74 Depois de conquistar a medalha de ouro, Nélson Évora participou em todos os meetings finais da época europeia, alcançando dois 2.ºs lugares (17,81 e 17,07) e dois 3.ºs (17,14 e 17,30), incluindo a medalha de bronze no World Athletics de Estugarda. "I know that many portuguese will expect me to get a medal in Beijing Olympic Games and I'm going to work all year with that goal in my mind, to be ready to fight for it. But I'm also aware of any little problem, even a light injury, can make everything go wrong. To guarantee that one is going to win a medal in such an open and competitive sports event is very risky, but I can say that I'll be as cool as possible, knowing that the pressure will be heavy and can be decisive" After winning a Triple Jump World Champion title, Nelson Évora does not diverge from his method, his tranquillity, and stays cool surrounded by euphoria. In his entourage nothing changed after Osaka victory that simply confirmed that he is a very competitive and focused athlete. Next Olympics will be the highest point of his career, but not a finishing goal, as he looks forward to be disputing London Games in 2012 as well. He already took first look around in Athens, where he failed to qualify for the final, when he was only 20 years old. "It was good to feel the ambiance, jump before a full packed audience, live among all the world's greatest sports stars in the Village. It was fine as an experience, because next time I won't be surprised and may keep focused when the competition arrives", he says. This year he has progressed 51 cm and beat Portuguese record four times in three months, starting to point out to the 18 meters barrier. He is now 17,74, the winning mark in Osaka, which would virtually granted him the second place at the Athens Games, behind Swedish Olsson. He is not obsessed by the 18 meters goal, but admits that every athlete who manages to achieve 17,50 meters in an easy way, will be really thinking of that bigger jump. It demands a very specific work and great relaxing in the competition moment, which is not always easy to achieve. Nelson says that in Osaka he entered in the track, for the first jump, thinking of 18 meters, but couldn't get the perfect balance. "I had never tried a jump of that level before, so I felt like jumping for the unknown, with only one goal in my mind, to reach as far as possible". 9 Julho|Setembro 2007 PROJECTO PEQUIM 2008 VERÃO QUENTE DE ESPERANÇA 37 atletas já qualificados O número de qualificados para os Jogos Olímpicos de Pequim subiu de 9 para 37, com destaque para o Atletismo (20), Vela (8) e Natação (6). A um ano, Nélson Évora, campeão mundial, e Telma Monteiro, vice-campeã, são rostos confirmados da esperança nos melhores Jogos Olímpicos de sempre. Verão confirmou as melhores expectativas. De apenas nove atletas qualificados até Junho, a Missão a Pequim-2008 conta já 37 passaportes validados, depois do excelente aproveitamento das grandes competições dos últimos meses, em particular os Mundiais de Vela, Atletismo e de Judo. Relativamente a Triatlo, numa prova que, todavia, não garantia apuramento directo. Leonor Carneiro n.º 37 Leonor Carneiro, oitava classificada na Maratona de Berlim no último fim-de-semana de Setembro, com um tempo confortavelmente FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS O 2004, verifica-se que há muito mais atletas qualificados, a beneficiar de um ano de alguma tranquilidade para prepararem a participação nos Jogos Olímpicos. E ainda não são contabilizados nomes virtualmente qualificados como o de Vanessa Fernandes, que já em Setembro se sagrou pela primeira Campeã do Mundo de João Rodrigues, qualificado para os quintos Jogos Olímpicos consecutivos 11 Julho|Setembro 2007 PROJECTO PEQUIM 2008 ATLETAS QUALIFICADOS PARA PEQUIM 2008 Susana Feitor, João Vieira e Inês Henriques repetentes. A Marcha portuguesa terá cinco atletas nos 20 km, em seis possíveis. dentro do mínimo A da IAAF, tornou-se na passageira n.º 37 do voo virtual do C.O.P. LisboaPequim, marcado para os primeiros dias de Agosto do próximo ano. Leonor Carneiro veio juntar-se ao extenso grupo de atletas que aproveitou os Mundiais de Osaca para garantir, a um ano de distância, a presença em Pequim. Nos Mundiais de Atletismo, conseguiram assegurar a qualificação os atletas Sara Moreira (3.000 metros obstáculos), Naide Gomes (Salto em Comprimento), Jéssica Augusto (5000 metros), Susana Feitor, Inês Henriques e Vera Santos (20 km marcha), Sílvia Cruz (Dardo), Francis Obikwelu e Arnaldo Abrantes (200 metros), Edivaldo Monteiro (400 metros barreiras) e Nelson Évora (Triplo Salto). Nelson Évora, Naide Gomes e Sara Moreira garantiram a qualificação logo nas eliminatórias, através das marcas obtidas e pelo estatuto de finalistas. Sara Moreira será estreante em Jogos Olímpicos, enquanto Naide Gomes já participou por duas vezes e Edivaldo Monteiro e Nelson Évora se estrearam em Atenas-2004. Depois da desqualificação na prova de 100 metros, Francis Obikwelu rapidamente garantiu a qualificação nos 200 metros, apurando-se para as meias-finais, em que também o jovem Arnaldo Abrantes entrou no grupo dos apurados, através da marca de 20,48 segundos, mínimo A 12 Julho|Setembro 2007 de qualificação e também de acesso ao Nível 3 do Projecto Pequim 2008 do COP. Finalmente, Jéssica Augusto obteve a qualificação ao apurar-se para a final de 5.000 metros, que concluiu na 15.ª posição, apenas alguns dias depois de ter conquistado a medalha de ouro nas Universíadas de Banguecoque, primeira atleta portuguesa a conseguir tal proeza. As atletas da Marcha terminaram nos primeiros onze lugares: Susana Feitor (5.ª em Osaca) disputará os quintos Jogos Olímpicos, Inês Henriques (7.ª) repete Atenas-2004 e Vera Santos será estreante, depois de há quatro anos ter alcançado os mínimos, mas ter ficado fora devido à melhor marca de Maribel Gonçalves. Estas três atletas já faziam parte do Projecto Pequim 2008, juntamente com a jovem Ana Cabecinha. Vera Santos (11.ª nos 20 km Marcha), Sílvia Cruz (15.ª no Dardo) e Edivaldo Monteiro (15.º nos 400 metros barreiras) alcançaram a qualificação através do lugar, apesar de as marcas terem ficado aquém dos mínimos A, aplicandose aos seus casos a norma que determinava que "os atletas que se classificassem até ao 16º lugar no Campeonato do Mundo de Osaca de 2007, asseguravam o lugar de qualificação Olímpica em relação a quaisquer outros que venham a obter os mínimos, desde que cum- pram, nos prazos indicados, os mínimos IAAF B". Por proposta da Federação Portuguesa de Atletismo aprovada pelo DAPO, foram recuperados os prazos iniciais da Federação Internacional de Atletismo, remetendo a 1 de Janeiro de 2007 o início da fase de obtenção de mínimos. Em função disso, foram admitidas as marcas registadas por Vânia Silva, no lançamento de Martelo (67,14 metros, mínimo B), e pelos irmãos João e Sérgio Vieira, nos 20 km Marcha, ambos mínimos A. João Vieira, que disputará os seus terceiros Jogos Olímpicos, alcançou os mínimos na Taça da Europa de Leanington (1.20,42 horas) e Sérgio alguns dias mais tarde registou 1.22,12 no Grande Prémio da Corunha. Bons ventos em Cascais O Verão quente do desporto português tinha começado na baía de Cascais, onde se disputaram os Mundiais da ISAF, que qualificavam 75 por cento das tripulações para os Jogos Olímpicos de Pequim, ficando a parte restante da quota para os Campeonatos do Mundo de classe a realizar ainda 2008. Já em Agosto, as tripulações qualificadas tomaram o primeiro contacto com as águas e ventos olímpicos de Qingdao, com resultados muito animadores. As tripulações do Projecto Pequim 2008 do C.O.P., das mais estáveis em termos de permanência na lista actualizada todos os meses, confirmaram totalmente as expectativas, ao assegurarem a qualificação sem dificuldades de maior. E ainda surgiu em Cascais a candidatura real do jovem Frederico Pinheiro de Melo, do Projecto de Esperanças Olímpicas 2012, no seu primeiro ano na classe Finn, 36.º no final, mas com várias classificações no top-15 das regatas. Nos Europeus e Mundiais de Juniores, Frederico Melo classificou-se em 2.º e 10.º lugar, respectivamente e é um nome a ter em conta para 2008. João Rodrigues, cada vez melhor adaptado à nova Prancha RS:X, foi 4.º em Cascais, melhorando relativamente ao 5.º lugar dos Europeus do Chipre. E no pré-olímpico de Qingdao voltou a ser 4.º, terminando a temporada como n.º 2 do ranking mundial, apenas atrás do campeão europeu, o polaco Miarczinski. A primeira posição abaixo das medalhas foi também alcançada em Cascais pelos campeões europeus Álvaro Marinho e Miguel Nunes, nos 470, que em Qingdao vieram a experimentar a sensação do pódio, alcançando o terceiro lugar no Pré-olímpico, ganho pela mesma tripulação australiana (Wilmot-Page) que dominou os campeonatos do Mundo. Gustavo Lima (Laser) repetiu nos Mundiais o décimo posto dos Europeus da especialidade e foi sexto na China. Também a tripulação de Star, Afonso Domingos-Bernardo Santos, a única que não esteve em Qingdao, foi décima nos Mundiais de Cascais, dentro da quota apertadíssima de apuramento para os Jogos (11 lugares), tendo disputado em Agosto os Europeus, em Itália, que terminou na 12.ª posição. Finalmente, a dupla de 49er também jogou bem com a quota de qualificação dos Mundiais (13 países), pois à classificação geral de 18.º correspondeu um 12.º contando apenas um barco por país. Depois disso, a tripulação Jorge Lima-Francisco Andrade realizou uma prova muito boa em Qingdao (9.º) e foi 15.ª nos Europeus, disputados em Itália. Nos últimos rankings da temporada, todas as tripulações olímpicas portuguesas figuram nos dez primeiros lugares, à excepção do 49er, que, no entanto, subiu de 20.ª para 17.ª MODALIDADES ATLETISMO JUDO NATAÇÃO TIRO TIRO COM ARMAS DE CAÇA VELA Naide Gomes Sara Moreira Vânia Silva Sílvia Cruz Elisabete Tavares Susana Feitor Inês Henriques Vera Santos Jéssica Augusto Leonor Carneiro Paulo Gomes Hélder Ornelas Francis Obikwelu Francis Obikwelu Arnaldo Abrantes Edivaldo Monteiro Nélson Évora João Vieira Sérgio Vieira António Pereira Augusto Cardoso Telma Monteiro Tiago Venâncio Diogo Carvalho Fernando Costa Diana Gomes Sara Oliveira Pedro Oliveira João Costa Manuel Vieira da Silva Afonso Domingos Bernardo Santos Álvaro Marinho Miguel Nunes Jorge Lima Francisco Andrade Gustavo Lima João Rodrigues 1 1 1 1 1 3 TOTAL 5000 metros Maratona Maratona 1 1 2 100 metros 200 metros 1 2 400 metros barreiras Triplo Salto 20 km Marcha 1 1 2 50 km Marcha 2 -52 kgs 100 e 200 metros Livres 200 metros Estilos 1500 metros Livres 200 metros Bruços 100 e 200 metros Mariposa 200 metros Costas Pistola Livre Trap - Fosso Olímpico Star 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 470 2 49er 2 Laser Prancha RS:X 1 1 20 1 6 1 1 8 37 TOTAL competição. Pedro Dias ( -66 kg), que fora 9.º no Europeu, classificou-se em 11.ºlugar com duas vitórias e duas derrotas, enquanto João Pina (-73 kg) venceu dois combates, mas não teve acesso às repescagens e João Neto (-81 kg) foi eliminado na 1.ª ronda. Ana Hormigo, também atleta do Projecto Pequim 2008 do C.O.P., (-48 kg) foi eliminada na primeira ronda. Mesmo assim, o Judo reforçou a sua posição no Projecto Pequim-2008, uma vez que Ana Cachola (70 kg) e Yahima Rodriguez (78 kg) classificaram-se em 9.º lugar, que garante as suas entradas no Nível 3. E, nas Taças do Mundo pontuáveis que se seguiram, João Neto, João Pina e Ana Hormigo alcançaram resultados que os colocaram, com algum conforto, nas posições qualificáveis do ranking europeu, que também continuam acessíveis a Pedro Dias, Ana Cachola, Yahima Rodriguez e Hugo Silva (-90 kg). Telma vice-campeã mundial Em meados de Setembro, foi Telma Monteiro (52 kg) a assegurar nos Mundiais de Judo do Rio de Janeiro a assegurar a presença nos Jogos, pela segunda vez na carreira, repetindo a presença de Atenas 2004, onde se classificou em 9.º lugar. Ela foi a única a garantir desde já a qualificação para os Jogos Olímpicos, entre os nove atletas portugueses nestes Campeonatos, que assinalavam o início do período de qualificação que encerra em Maio com os Europeus de Lisboa. Os atletas do Projecto Olímpico do C.O.P., Pedro Dias, João Neto e João Pina ficaram aquém dos objectivos delineados para esta PROVAS Salto em Comprimento 3000 metros obs. Martelo Dardo Vara 20 km Marcha Telma Monteiro, vice-campeã do Mundo, tem um ano para se preparar sem a preocupação do apuramento por ranking. Diana e Sara reforçam Natação A Natação também viu o contingente subir durante o Verão, aproveitando as provas interna- 13 Julho|Setembro 2007 PROJECTO PEQUIM 2008 cionais que faziam parte do calendário homologado pela FINA, nomeadamente o Open de Paris e as Universíadas de Banguecoque, duas grandes competições realizadas em Agosto. Primeiro, em Paris, Diana Gomes e Sara Oliveira (100 e 200 metros costas) realizaram os mínimos que prometiam há meses e que lhes tinham escapado nas provas anteriores. Diana vai para os segundos Jogos Olímpicos, graças aos 2.30,35 minutos realizados nos 200 bruços de Paris. Em duas finais consecutivas, com um 4.º e um 7.º lugar, Sara Oliveira conseguiu o apuramento nas duas distâncias de Mariposa, 2.11,57 minutos nos 200 metros e 59,79 segundos nos 100 metros, tendo nadado duas vezes numa semana abaixo de um minuto, estabelecendo o recorde nacional em 59,66 durante os Nacionais de Aveiro. Também Fernando Costa vai para os segundos Jogos na distância dos 1500 metros, depois de ter batido o seu próprio recorde nacional, com 15.16,22 minutos, durante as Universíadas de Banguecoque, onde se classificou em 4.º lugar. Com Sara, Diana e Fernando, o contingente da Natação portuguesa para Pequim passou a ser formado por seis atletas, com presenças em oito provas. 37 portuguese already granted in Beijing Diana Gomes, que em Atenas foi a atleta mais jovem, regressa aos Jogos Olímpicos nos 200 metros bruços. PROJECTO PEQUIM 2008 (Actualizado em 30-9-2007) Futebol e Ginástica longe de Pequim Nas restantes modalidades envolvidas no Projecto Olímpico do C.O.P., Esgrima, Remo e Canoagem não conseguiram concretizar as oportunidades de qualificação, embora ainda tenham novas hipóteses em 2008. Futebol (selecção de sub-23) e Ginástica (Manuel Campos e Luís Araújo) estão definitivamente arredados, por não terem alcançado as classificações necessárias nos Europeus da Holanda e nos Mundiais de Estugarda, respectivamente. Também a selecção equestre de Dressage perdeu a hipótese de se qualificar como equipa, embora subsistam em aberto lugares individuais por atribuir. Voleibol de Praia, Ténis de Mesa, Ténis e Badminton prosseguem o amealhar de pontos para os respectivos rankings, que só se definirão no final da Primavera, bem como as Lutas Amadoras. No Badminton, regista-se a troca de Telma Santos por Filipa Lamy, no lugar de Nível 4 atribuído, e o ingresso de Marco Vasconcelos, que já representou Portugal nos Jogos de Sydney e Atenas. No Tiro e Tiro com Armas de Caça, o processo de qualificação ficou definitivamente fechado, pelo que Portugal participará com um representante em cada modalidade, em princípio os que garantiram o lugar, João Costa (3.ºs Jogos Olímpicos consecutivos) e Manuel Vieira da Silva (regresso depois de Atlanta-96). No Tiro com Arco, João Freitas não continua no Projecto, após os Mundiais de 2007, embora a qualificação prossiga no próximo ano com os Europeus e torneios de apuramento. 14 Julho|Setembro 2007 Vanessa Fernandes ganhou o primeiro título de Campeã Mundial, mas a prova não era qualificativa para Pequim. Nível 1 Francis Obikwelu (Atletismo) Nélson Évora (Atletismo) Rui Silva (Atletismo) Sérgio Paulinho (Ciclismo) Joaquim Videira (Esgrima) Telma Monteiro (Judo) Vanessa Fernandes (Triatlo) Álvaro Marinho - Miguel Nunes (Vela) Q - Qualificação para Pequim Q Q Q Q MODALIDADES ATLETISMO BADMINTON CANOAGEM CICLISMO EQUESTRE ESGRIMA JUDO LUTAS AMADORAS NATAÇÃO REMO TIRO TÉNIS TÉNIS DE MESA TIRO C.ARMAS DE CAÇA TRAMPOLINS TRIATLO VELA VOLEIBOL DE PRAIA Totais Nível 1 3 1 1 1 1 2 9 Nível 2 4 7 2 1 1 4 19 Nível 3 10 1 1 2 1 2 1 18 Nível 4 1 2 1 1 4 6 1 1 2 19 QUAL. 7 5 1 2 15 TOTAL 24 2 7 3 1 2 5 1 10 6 1 1 1 1 3 2 8 2 80 The number of Portuguese athletes qualified for Beijing Games climbed from nine to 37 in two months, after Athletics and Sailing world championships and other major competitions held during last summer. Less than one year before Olympics, Nélson Évora, Triple Jump world champion, and Telma Monteiro, Judo world championships runner-up, checked their names in the list, as faces of hope for the best ever results for Portugal. Summer time confirmed the best predictions. From only nine athletes, Mission to Beijing has now 37 valid passports with Olympic visa, a far best performance and perspective comparing with last Athens 2004 Games, by the same time. All these athletes can now prepare themselves carefully and with pressure during almost a year. And the list is still waiting for the official check in of other athletes virtually qualified, like Vanessa Fernandes, the new Triathlon World Champion, or Bruno Pais, who also got the necessary ranking points to be sure in the departure line of Beijing race. After finishing eighth at Berlin Marathon, young runner Leonor Carneiro was the 37th athlete to confirm her presence in the C.O.P. flight to Beijing, in early August next year, and in the Games Women Marathon. She joined the big Track and Field squad of 20 athletes, which includes an expressive number of athletes who manage to get fine results in Osaka World Championships. Among them, besides Nélson Évora, there are Naide Gomes, fourth in the Long Jump, Susana Feitor, fifth in the 20 km Walking and now qualified for her fifth consecutive Olympics, and Francis Obikwelu, despite his disqualification in the 100 meters. Fine Portuguese sports summer had begin in the Cascais Bay, scenario for the 2007 ISAF World Championships for Olympic classes, which disclosed 75 per cent of the quota for Beijing. The Portuguese Olympic Fleet of five boats and seven athletes was totally successfully, granting the whole qualification for the Games. João Rodrigues (RS:X), who is now heading for his fifth Olympics in a row, finished fourth and European Champions Álvaro Marinho-Miguel Nunes were also fourth in the 470 class. The third biggest contingent, after athletics and sailing, is the Swimming team, enlarging with three new names (Diana Monteiro, Sara Oliveira and Fernando Costa). The two girls got their qualification in the Paris Open, in early August, and some days later Fernando Costa granted his second Olympics by finishing fourth in the 1500 meters of the Bangkok Universiad. In the opposite, Gymnastics and Football failed to qualify and will not take Portuguese names to China. Other sports like Beach Volley, Table Tennis, Tennis and Badminton are still running in the qualifying process, keeping their hopes alive. C.O.P. Beijing Project is supporting 80 athletes of 18 different sports, including those 37 already confirmed. Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível QUALIFICADO Alberto Chaiça (Atletismo) Inês Henriques (Atletismo) Q Naide Gomes (Atletismo) Q Susana Feitor (Atletismo) Q Emanuel Silva (Canoagem) Leonel Correia - Pedro Santos (Canoagem) Joana Sousa, Teresa Portela, Beatriz Gomes, Helena Rodrigues (Canoagem) João Neto (Judo) João Pina (Judo) João Costa (Tiro) Q Nuno Merino (Trampolins) Afonso Domingos - Bernardo Santos (Vela) Q Gustavo Lima (Vela) Q João Rodrigues (Vela) Q Ana Cabecinha (Atletismo) António Pereira (Atletismo) Arnaldo Abrantes (Atletismo) Edivaldo Monteiro (Atletismo) Jéssica Augusto (Atletismo) João Vieira (Atletismo) Luís Jesus (Atletismo) Sara Moreira (Atletismo) Sílvia Cruz (Atletismo) Vera Santos (Atletismo) Marco Vasconcelos (Badminton) João Gomes (Esgrima) Ana Hormigo (Judo) Pedro Dias (Judo) Tiago Venâncio (Natação) Ana Rente (Trampolins) Diogo Ganchinho (Trampolins) Bruno Pais (Triatlo) Filipa Lamy (Badminton) Bruno Neves (Ciclismo) Filipe Cardoso (Ciclismo) 1 cavaleiro de Dressage (Equestre) Hugo Passos (Lutas Amadoras) Adriano Niz, Duarte Mourão, Fábio Pereira, Miguel Pires (Natação) Bruno Amorim, Júlio Seixo, Paulo Cerquido, Roberto Rodrigues (Remo) Pedro Fraga, Nuno Mendes (Remo) Frederico Gil (Ténis) João Pedro Monteiro (Ténis de Mesa) José Pedrosa, Pedro Rosas (Voleibol de Praia) Augusto Cardoso (Atletismo) Hélder Ornelas (Atletismo) Leonor Carneiro (Atletismo) Paulo Gomes (Atletismo) Sérgio Vieira (Atletismo) Vânia Silva (Atletismo) Elisabete Tavares (Atletismo) Diana Gomes (Natação) Diogo Carvalho (Natação) Fernando Costa (Natação) Pedro Oliveira (Natação) Sara Oliveira (Natação) Manuel Vieira da Silva (Tiro com Armas de Caça) Jorge Lima - Francisco Andrade (Vela) Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q Q 15 Julho|Setembro 2007 Ouro, Prata e Bronze FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS A participação da Missão do Comité Olímpico de Portugal no IX Festival Olímpico da Juventude Europeia de Verão, que decorreu de 22 a 28 de Julho em Belgrado, saldou-se em mais uma excelente jornada de afirmação social e desportiva dos jovens portugueses, que puderam viver uma semana de inolvidáveis experiências. No campo desportivo, Portugal alcançou três medalhas em três das oito modalidades disputadas, com realce para o ouro de Irina Rodrigues, uma lançadora de Disco com muito futuro. Gold, Silver and Bronze Portugal Mission to the IX European Youth Olympic Festival Beograd 2007, from 22nd to 28th of July, was a journey of fine social and sportsmanship display by the Portuguese youngsters living an unforgettable week of great experiences. In the sporting field of eight sports, seven individual and one team event, Portugal got three medals, one of them Gold, by Irina Rodrigues, a Discus thrower of great future. PORTUGAL ΠΟΡΤΥΓΑΛ O equipamento da Missão portuguesa causou sensação junto dos meios de comunicação de Belgrado e um grande carinho da parte do povo sérvio em geral, devido à inscrição do nome do país em cirílico. Uma ideia simples, mas de extraordinário efeito. Direct to Serbian hearts Portuguese exclusive idea of writing country's name down in the sportswear on cyrillic alphabet was an authentic dart trespassing the Serbian people hearts. This simple sign gave us back lots of friendly gestures from the local people and the recognition of Beograd media. 17 Julho|Setembro 2007 Missão bem sucedida O engenheiro Pedro Ribeiro, Chefe de Missão ao F.O.J.E. 2007 de Verão, faz um balanço positivo, reconhecendo as dificuldades e a impossibilidade de corresponder à expectativa relativamente ao número de medalhas alcançadas em Belgrado. "Foi uma Missão bem sucedida - afirma o membro do Conselho Fiscal do C.O.P. - embora os nossos objectivos em termos de medalhas não tenham sido completamente alcançados. Mas há que salientar que nas difíceis condições que rodearam a Missão, em particular a temperatura excessiva, o mau alojamento e a alimentação e hidratação deficitárias, houve um comportamento exemplar de todos os membros da delegação". Relativamente à área desportiva, Pedro Ribeiro realçou que Portugal não só ganhou três medalhas como conseguiu "outros resultados muito bons, alguns apenas regulares e, há que reconhecê-lo, alguns menos bons, como é de esperar numa Missão tão grande como esta". À questão sobre qual o momento de maior dificuldade que a Missão ultrapassou, não teve dúvida em escolher as questões logísticas, realmente complicadas. "Terá faltado apenas um pouco mais de pressão sobre a entidade organizadora, no sentido de nos facilitar um pouco os problemas de alojamento. O momento de maior tensão que vivemos foi o de chegada da equipa, com o extravio das bagagens de mais de 50 pessoas, logo seguido do impacto do reconhecimento dos alojamentos, em particular a colocação no sexto andar a obrigar-nos a subir 119 degraus. A perda de bagagens, afectando todos os grupos, ocupou-nos toda a semana e chegámos ao cúmulo de regressar a Lisboa sem que um dos sacos perdidos tenha sido localizado!" Para Pedro Ribeiro, os melhores momentos foram sem dúvida os da atribuição da medalha de ouro a Irina Rodrigues, a participação extremamente positiva dos jovens do Ténis de Mesa e também a medalha de bronze da Marta Cachola. "Tudo o resto correu muito bem, a começar pela colaboração com as Federações no processo de escolha e de preparação dos atletas, salientando que essa colaboração foi exemplar da parte de todas as Federações envolvidas, bem como durante a estada em Belgrado, com todas as equipas muito bem enquadradas por técnicos muito atentos e concentrados num bom desempenho", sublinhou Pedro Ribeiro. A Missão teve como Chefe-adjunto o antigo atleta olímpico Nuno Fernandes, presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, que se estreou em responsabilidades bem diferentes das Missões olímpicas de que fez parte, ajudando a integrar os mais jovens, sem esquecer que muitos dos atletas estavam a representar o país pela primeira vez. Catarina Monteiro foi a responsável logística pela quarta vez consecutiva. A equipa médica foi chefiada pela doutora Isabel Crespo, que não teve qualquer problema grave a resolver, concentrando a sua atenção e actividade na recuperação física dos atletas após a competição e no combate a eventuais desidratações ou diarreias, com sucesso absoluto, perante condições muito adversas. Cerimónia de Abertura do F.O.J.E. na Belgrado Arena The Portuguese Mission at EYOF 2007 Opening Ceremony. De Lisboa a Belgrado A Portuguese Chef of Mission to EYOF Beograd 2007 considers that it was a positive performance, realizing that the team couldn't correspond to the medals expectations. "Under very difficult weather and logistics conditions, with very high temperatures, very poor accommodation and rationed food and beverage, we must recognize and praise the excellent behaviour of every ingle member of the delegation", Mr Pedro Ribeiro said in his report. Portugal got three medals and other good results. He pointed the arrival to Beograd as the most difficult moment of the mission, with more than fifty pieces of baggage left behind in the Munich planes change. But that was pretty forgotten with the fine moments of the Discus' Irina Rodrigues Gold Medal, Table Tennis' Maria Nogueira and Diogo Carvalho Silver, and Judo Marta Cachola Bronze - the top results of the Portuguese 112 people squad. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Portugal got positive results Under difficult conditions Chefia de Missão, Nuno Fernandes e Pedro Ribeiro, com o presidente do C.O.P. Missão foi apresentada oficialmente no dia 10 de Julho, à tarde, na sede do C.O.P., com uma alocução do presidente Vicente Moura, a descrição do programa pelo Chefe de Missão, a recordação da participação pessoal do atleta olímpico Nélson Évora, que ganhou a sua primeira medalha de ouro no F.O.J.E. de Múrcia, e uma apresentação gráfica de participações anteriores e das instalações de Belgrado, seguindo-se um cocktail e as tradicionais fotografias de grupo. Estiveram presentes delegações de todas as modalidades, à excepção do Pólo Aquático, na altura a realizar um estágio no Sul do país, além de Presidentes de Federações, Presidente da CDP, membros dos Orgãos Sociais do COP e patrocinadores. A Missao constituída por 112 pessoas saiu de Lisboa e do Porto em dois grupos principais, sofrendo uma baixa de última hora, por doença, a jovem judoca açoriana Catarina Teves. Também a jogadora madeirense de Ténis de Mesa, Sara Costa, devido a um problema burocrático, acabou por ter de atrasar a viagem, que realizou na companhia de um dos responsáveis da equipa de Atletismo, Carlos Santos. Estiveram representados Clubes de dez distritos de Portugal Continental e das duas Regiões Autónomas. A todos os elementos da delegação foi distribuído um saco desportivo contendo o equipamento da missão, concebido propositadamente pela Onda. As viagens para Belgrado sofreram vários problemas associados à transferência de bagagens, que afectaram quase todas as delegações, por causa das escalas em Munique e Frankfurt e do mau tempo nalguns países da Europa do Norte. O problema mais preocupante afectou a equipa de Ciclismo, por extravio da mala das ferramentas até ao dia da primeira prova, mas também Irina Rodrigues teve de enfrentar as primeiras provas sem o seu equipamento, perdido na viagem da Holanda, onde participara nos Campeonatos da Europa de Juniores de Atletismo. Na Aldeia Olímpica, estabelecida numa antiga residência universitária, Portugal ficou instalado num sexto andar, sem elevador nem ar condicionado, o que, tendo em conta as muito elevadas temperaturas que se fizeram sentir, superiores a 40º, resultou em extrema incomodidade para toda a comitiva. No 6º andar foi instalado um gabinete médico, onde o trabalho da equipa clínica teve o seu quê de épico. O parque em que as residências se situam dispunha de vasta área arborizada onde foram instaladas tendas com computadores e jogos diversos para utilização geral, dois bares e um pequeno anfiteatro. Todos esses espaços permitiram uma grande comunicação entre todos os atletas. A cada delegação foi destinado um espaço para escritório, sendo o de Portugal situado no edifício administrativo central. A alimentação foi pouco variada, por vezes até racionada, mas o problema maior foi a má distribuição de água, que motivou grandes reclamações dos Chefes de Missão, obrigando a organização a reforçar o abastecimento. Portugal got positive results under difficult conditions O apoio aos colegas em prova foi constante e mobilizou toda a Missão. Portuguese athletes jolly supported their team mates in every competition. 18 Julho|Setembro 2007 The EYOF Portuguese Mission was presented to the media two weeks before travelling to Serbia in a ceremony that counted with the significant support of Olympic Champion Rosa Mota and of some current Olympic athletes which got gold medals in former editions of EYOF, like Triple Jump world champion Nelson Évora (Murcia-01), swimmers Diana Gomes and Tiago Venâncio (Paris-2003) and long jumper Marcos Caldeira (Lignano-2005). In Beograd, the young Portuguese had to fight against extremely high temperatures and an additional fitness exercise of 119 steps for their 6th floor rooms, with no air conditioning. It was hard, but unforgettable for everybody, as many of the youngsters were living their families and travelling by plane for the very first time. 19 Julho|Setembro 2007 Três Medalhas para quatro atletas A Missão ao IX Festival Olímpico da Juventude Europeia, de Belgrado regressou a Lisboa com três medalhas e quatro atletas medalhados. Irina Rodrigues ganhou Ouro no Lançamento do Disco (Atletismo). A dupla Diogo Carvalho-Maria Nogueira conquistou Prata no Ténis de Mesa. A judoca Marta Cachola arrecadou Bronze nos -63 kg. Após esta nona edição, Portugal totaliza 35 medalhas nos Festivais de Juventude. Festival Bruxelas - 91 Valkestaad - 93 Bath - 95 Lisboa - 97 Esbjerg - 99 Múrcia - 01 Paris - 03 Lignano - 05 Belgrado - 07 TOTAL Ouro 1 0 1 0 1 1 4 2 1 11 Prata 1 2 0 1 1 0 2 3 1 11 Bronze 3 1 0 2 0 1 1 4 1 13 Total 5 3 1 3 2 2 7 9 3 35 Rui Costa (Abertura) e Irina Rodrigues (Encerramento) foram os porta-bandeira da Missão. Rui Costa (Swimming) in the Opening and Irina Rodrigues (Discus) in the Closure were the flag bearers. Em reunião ou em festa, a Missão a Belgrado 2007 mostrou sempre um grande espírito de equipa. Working hard or pulling around, the Portuguese Mission always showed great team spirit. As meninas da Ginástica e do Ténis de Mesa descobriram ter muito em comum. Youngsters Gymnastics and Table Tennis girls became the best friends in Serbia. Catarina Monteiro e uma Equipa Médica 100% feminina. The all-women Medical Team with Logistics coordinator Catarina Monteiro. 20 Julho|Setembro 2007 A Missão foi seguida a par e passo por jornalistas dos três diários desportivos. The Mission was followed minute by minute by journalists of the three sports papers. À mesa, no Refeitório da Aldeia, tempo de convívio entre as diversas modalidades. Dining time was the perfect moment for people of different sports knowing each other better. 21 Agosto|Setembro 2007 Disco de Ouro para Irina A Irina Rodrigues lançou Disco a mais de 50 metros. 22 Julho|Setembro 2007 12,32 metros e concluindo na 10.ª posição, com 12,15 metros. Vicente Moura orgulhoso A jovem agradeceu às pessoas que considera mais importantes para este sucesso (treinador Paulo Reis, mãe Fernanda Carreira e dirigente do Juventude Vidigalense Alzira Monteiro) e revelou a vontade e convicção para um dia estar presente nos Jogos Olímpicos, sabendo que o mínimo para Pequim está fixado nos 59 metros. Mais realista, será uma participação nos Jogos de Londres de 2012, pois trata-se de atleta de enorme potencial. Irina Rodrigues pratica esta modalidade há pouco mais de três anos depois de ter sido forçada a abandonar dez anos de carreira na Natação, devido a uma lesão no ombro direito. Acabou por ser descoberta para os lançamentos por Paulo Reis, treinador da lançadora olímpica do Martelo, Vânia Silva. Nesta competição em Belgrado, onde chegou poucas horas depois de disputar os Campeonatos da Europa de Juniores na Holanda, tendo sido uma das "vítimas" das perdas rotineiras de bagagens no aeroporto local, não se intimidou com qualquer problema e teve o prazer de ouvir o hino e ver subir a bandeira no mastro central do estádio do Partizan. O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Fábio Gonçalves (1500 metros) FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS leiriense Irina Rodrigues conquistou a primeira medalha para Portugal no Festival Olímpico da Juventude Europeia de Belgrado ao vencer a final do Lançamento do Disco, alcançando um novo recorde nacional de juvenis com 51,74 metros. Foi a 11.ª medalha de ouro e a 33.ª medalha conquistada por Portugal nas nove edições do F.O.J.E. A atleta entrou muito descontraída na final, batendo logo o recorde nacional de juvenis, com um primeiro lançamento de 50,25 metros e nunca perdeu o primeiro posto, pois a croata Sandra Percovic, que tinha a melhor marca de inscrição, não conseguiu ultrapassar os 50 metros. Já com a vitória assegurada, no sexto ensaio, Irina Rodrigues voltou a bater o recorde nacional, lançando pela segunda vez acima dos 50 metros (51,74). Nas eliminatórias, Irina obtivera o segundo melhor registo, com 45,43 metros. A atleta teve uma participação atribulada no F.O.J.E., uma vez que só chegou a Belgrado duas horas antes da prova de qualificação do Lançamento do Peso, vinda da Holanda onde disputara o Campeonato da Europa de Juniores, sendo uma das vítimas do extravio das bagagens, que só apareceram dois dias depois. Isso não a impediu de alcançar também uma classificação honrosa nesta disciplina, qualificando-se para a final com Carla Rocha (3000 metros) Irina Rodrigues (Peso/Shot Put ) Moura, assistiu à prova e comentou que Irina "tem todas as condições para ser uma campeã", manifestando a confiança em "vê-la em Pequim", no próximo ano. Seguramente, porém, este resultado dar-lhe-á acesso ao Projecto Esperanças Olímpicas Londres 2012 já a partir de Janeiro. "Enfrentou uma série de dificuldades (viagem, calor, extravio da bagagem, adversária favorita) e não mostrou qualquer receio, enfrentou tudo com tranquilidade. Quando participar em condições normais certamente alcançará resultados melhores", frisou Vicente Moura. Fábio & Fábio, 4.º e 5.º qualificar para a final. Portugal apresentou protesto formal ao Jury D'Appel da competição e o atleta foi muito justamente reintegrado no quadro da final de quinta-feira. Na final, optou por não seguir as indicações dos treinadores e atacou muito cedo, o que acabou por se revelar fatal em termos de classificação. O atleta do Benfica não quis correr riscos e atacou demasiado cedo, comandando a prova até 130 metros da meta, e acabou por não conseguir resistir ao contraataque dos adversários. Terminou na 5.ª posição, com 1.54,24 minutos. São dois amigos e adversários, partilham o mesmo nome de baptismo e um futuro no panorama do Atletismo. Em Belgrado, alcançaram resultados idênticos, ficando perto das medalhas. Fábio Rebelo ficou a um passo do bronze dos 1500 metros, ao terminar em quarto com 3.55,40 minutos. Era grande a frustração do jovem atleta do Pego Longo no final da corrida, mas não foi possível bater os três medalhados, que controlaram a prova desde o início. Nas eliminatórias, Fábio Rebelo tinha alcançado a qualificação directa, com o tempo de 4.00,40 minutos, igualmente a quarta melhor marca. O seu amigo Fábio Gonçalves viveu uma aventura invulgar em Belgrado, depois de na eliminatória dos 800 metros, ter sido empurrado e rasteirado aos 350 metros e assim impedido de se Os restantes resultados do Atletismo ficaram um aquém das expectativas, não se registando outros apuramentos para finais, mas apenas participações em finais directas, nomeadamente nas provas de fundo (3000 metros) que encerraram o programa da selecção portuguesa. Carla Rocha foi 7.ª entre as raparigas, com 9.57,79 minutos, o quarto melhor resultado absoluto da equipa, e José Costa 12.º entre os rapazes, com 8.57,78 minutos. Nos 2000 metros obstáculos, Ricardo Costa sentiu dificuldades com o forte andamento e terminou em 13.º. Carla Rocha 7.ª Fábio Rebelo (800 metros) 23 Julho|Setembro 2007 IRINA RODRIGUES "Ser grande e forte é uma vantagem" Irina's Golden Disk RAPARIGAS PROVA CLASSIFICAÇÃO Carla Pinhão Triplo Salto 13a Carla Rocha 3000 metros 7a Daniela Cunha 800 metros 16aª Irina Rodrigues Disco 1aª Irina Rodrigues Peso 10aª Joceline Monteiro 400 metros 11aª Marta Onofre Vara 14aª Nádia Gaspar 400 Barreiras 18aª Sara Ribeiro 1500 metros 13a Susana Santos 200 metros 20aª Telma Elias 100 metros Barreiras 21aª U.Quiawaca/J.Monteiro/ T.Elias/S.Santos 4x100 metros 9a Ungundi Quiawaca Comprimento 11aª/elim Ungundi Quiawaca 100 metros 10aª RAPAZES André Lima C.Pacheco/A.Lima/ E.Neves/J.Abrantes Carlos Pacheco Carlos Pacheco Christopher Correia Christopher Correia Emanuel Neves Fábio Gonçalves PROVA 110 Barreiras 4x100 metros 200 metros 100 metros Peso Disco 400 Barreiras 800 metros Fábio Rebelo Hugo Santos João Abrantes João Alexandre José Costa Pedro Mossamedes Ricardo Costa 1500 metros 4º 400 metros 18º Vara 11º Comprimento 16º 3000 metros 12º Altura 22º 2000 metros Obstáculos 13º 24 Julho|Setembro 2007 CLASSIFICAÇÃO 15º MARCA 11,78 m 9.57,79 2.18,58 m 51,74 m 12,15 m 58,63 s 3,20 m 1.07,03 4.38,13 m 25,65 s 14,69 s FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Irina Rodrigues was the first Portuguese athlete to step up the EYOF podium, by winning the Discus final with a new Portuguese Youth national best of 51,74 meters, the first Portuguese girl throwing the disc over more than 50 meters. This was the eleventh gold and the 33rd medal of Portugal in nine editions of the Youth Festival. Irina Rodrigues performance was not perturbed by the great travelling adventure she had to pass through, after participating in the Junior European Championships, in Holland, just in the weekend before the Beograd mini Games. She arrived only two hours before start competing in the Shot Put and had to borrow some clothes, as her luggage diverted somewhere in Centre Europe and arrived in Beograd three days later. Two best friends Fábio & Fábio, Fábio Rebelo and Fábio Gonçalves, also got good results but failed to reach medal places. Rebelo finished fourth in the 1500 meters with 3.55.,40 minutes and Gonçalves was fifth in the 800 meters after a galloping run leading the field all the way till the last 130 meters, trying to avoid the confusions of the first lap which provoked his fall during the qualifying series. In the girls' 3000 meters, Carla Rocha finished 7th. Team leader José Costa admitted that this year results were not so good as two years ago in Italy, because 2005 team was really a stronger. Portugal Youth Track and Field lack international experience and this EYOF was the first competition abroad for the majority of the athletes. OBS. Recorde Pessoal Recorde Nacional Juvenis Recorde Pessoal 48,60 s 5,72 m 12,20 s MARCA 14,64 s 9º 43,82 s Desistência por lesão 14º 11,10 s 21º 14,74 m 21º 44,49 m 18º 57,17 s 5º 1.54,24 3.55,40 50,70 s 4,20 m 6,67 m 8.57,78 1,85 m 6.20,49 m OBS. Recorde Pessoal 10,97 s na eliminatória 1.59,74 n a eliminatória, onde sofreu uma queda 4.00,40 m na eliminatória "Ganhámos uma medalha, embora não tivéssemos estado ao nível de há dois anos em Itália, quando apresentámos uma equipa muito forte. Este ano, a Irina esteve espectacular, com uma marca extraordinária, a culminar um percurso magnífico enquanto jovem atleta que permite augurar-lhe um belo futuro. Outros não chegaram às medalhas, mas ficaram perto, com prestações muito positivas e a discutir as classificações até ao fim. Ao fim desta minha terceira participação, tenho de sublinhar que o F.O.J.E. continua a ser um momento muito importante para as carreiras dos jovens atletas, com implicações na motivação e incentivo à preparação. O quadro competitivo em Portugal é diversificado, mas falta contacto internacional, devido à nossa localização. A Irina já tinha participado em duas ou três provas no estrangeiro, mas para a maioria foi a primeira vez que saíram do país: para dezoito dos 24 foi até a primeira vez que andaram de avião". José Costa, Chefe de Equipa Irina, levas excelentes recordações de Belgrado? Foi uma grande aventura, mas valeu a pena. Quando chegámos da Holanda, verificámos que faltava a minha bagagem com a minha roupa interior, saí do aeroporto directamente para a pista, arranjar roupa de emergência e participar logo na eliminatória do Peso. Depois, bateste o recorde nacional duas vezes. Para a prova de Disco, já estava bem dormida e nem me desgastei na eliminatória. Tinha um recorde pessoal de 49,84 metros e desejava ultrapassar os 50 metros ainda este ano, uma barreira que poucas atletas portuguesas conseguem fazer. Foi logo no primeiro ensaio, com 50,25, um recorde, quando estava mesmo relaxada e depois voltei a batê-lo no último lançamento, quando já sabia que ia ganhar a prova. Neste momento, a melhor… a melhor, não, a lançadora que detém a melhor marca sou eu! Já te imaginas nos Jogos Olímpicos? É difícil atingir os mínimos para os Jogos Olímpicos, atendendo a que só tenho 16 anos. Mas no ano passado estive lesionada e só evoluí quatro metros, mas este ano já melhorei tecnicamente e evoluí cerca de 11 metros - mais do que me separa neste momento dos mínimos olímpicos (59 metros). Não sei se um dia conseguirei ir lá, mas esse é o meu grande sonho. Já senti o companheirismo dos vários desportos e todo este ambiente do F.O.J.E., mas nos Jogos deve ser o máximo. Participar no F.O.J.E ainda desperta mais vontade. Tens boas condições de treino? Treino em Leiria e tenho todas as condições, um centro de lançamentos muito bom, um ginásio bem equipado, um clima sem grandes variações e pouca chuva. Como te iniciaste nos lançamentos? Quando tive de deixar a Natação, o meu treinador perguntou-me por que não tentava o Atletismo. Fui lá com uma amiga e depois alguém disse ao meu actual treinador que estava lá uma rapariga grande e forte… e comecei assim a lançar o Disco. O físico é uma vantagem, se fosse mais pequena o Disco não subiria tão alto, nem tão longe: tenho duas boas alavancas, com os meus braços compridos consigo levar o Disco bem atrás, na impulsão, e fazê-lo voar. Daniel Freitas em bom plano D Contra-relógio competitivo Na prova de contra-relógio individual, os três ciclistas realizaram provas homogéneas, perdendo menos de um minuto para o vencedor. Daniel Freitas realizou o tempo de 11,38 minutos, contra 11,02 do polaco Bartkiewicz. Hélder Ferreira classificou-se em 63.º com 11,57 minutos, apesar de ter tido uma prova prejudicada por uma avaria e um pequeno engano no percurso. Vítor Lopes ficou em 66.º com apenas mais um segundo (11,58). Hélder Ferreira cai no sprint Na prova de estrada, a opção foi Hélder Ferreira, que chegou à última curva em condições de chegar às medalhas no 'sprint', extremamente disputado. O português foi vítima de empurrões e caiu, sofrendo algumas escoriações sem gravidade, tendo sido de imediato socorrido pela equipa médica do C.O.P. Numa prova de 57 quilómetros disputada a alta velocidade nas ruas de Belgrado, o melhor português acabou por ser Daniel Freitas, que terminou na 18.ª posição. Vítor Lopes desistiu à entrada da última volta. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS aniel Freitas foi o melhor ciclista português no F.O.J.E., com um 13.º lugar na prova de Critério, um 18.º na corrida em linha e um 32.º no Contra-relógio. Confirmou ser um jovem com futuro na modalidade, sobretudo como rolador e 'sprinter', um potencial vencedor de etapas e critérios. Apesar de não ser uma competição vulgar no ciclismo português, os três jovens seleccionados por Nuno Alves tiveram um melhor desempenho na prova de Critério, a primeira dos três dias. Portugal foi um dos seis países, juntamente Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca e Letónia, que conseguiram apurar todos os ciclistas para a final, onde Hélder Ferreira e Vítor Lopes terminaram em 46.º e 47.º, respectivamente, uma corrida disputada a grande velocidade (média de 47,210 km/hora). Estes dois atletas trabalharam bastante para ajudar a lançar Daniel Freitas no sprint final, mas uma deficiente colocação na última curva impediu-o de discutir a vitória, concluindo em 13.º. Nas eliminatórias, Vítor Lopes tinha alcançado um segundo lugar. A prova de Critério constava de 17 voltas a um circuito urbano de 900 metros. Hélder Ferreira “salvo” pela equipa médica Medical team rescued unlucky Hélder Ferreira. Daniel Freitas in the edge Daniel Freitas was the best Portuguese rider at EYOF three days cycling event, with a 13th position in the Criterium, 18th in the Road race and 32nd in the Time Trial. He confirmed potential, mainly as a roadster and sprinter, maybe future stage winner. The three Portuguese riders did well in the Criterium, managing to qualify all of them to the final, a rare result achieved by only six countries. The Time Trial was very competitive as usual and Daniel Freitas clocked 36 seconds more than the winner, polish Bartkiewicz. Finally, in the Road race, Hélder Ferreira was fighting for the last sprint but was pushed down and fall in the last corner. Nuno Alves, Cycling team leader, said that his riders run always in front but had "difficulties to finish the races better , lacking some controlling experience within such packed groups"." It was a really a pity that Hélder Ferreira fall down when he was fighting for a medal", Mr. Alves noted. 27 Julho|Setembro 2007 Uma estreia motivadora A s jovens ginastas Marta Damásio e Lúcia Oliveira realizaram provas positivas no seu baptismo internacional no Festival Olímpico da Juventude Europeia, apesar das classificações modestas. Por equipas, Portugal classificou-se em 29.º lugar, desde logo com o 'handicap' de ter participado com apenas duas atletas, enquanto os outros países competiam com três. O balanço essencial da experiência é uma motivação muito grande para o futuro, apesar das dificuldades, com os olhos já nos próximos Campeonatos da Europa de Juniores. A satisfação da treinadora Paula Barata pelo desempenho de Marta Damásio (66.ª do concurso geral), com 45.500 pontos, era motivada sobretudo pelas dificuldades físicas que a atleta do Lisboa Ginásio teve de superar, depois de ter sofrido uma fractura no pé esquerdo há cerca de um mês. Lúcia Oliveira foi 82.ª, com 41,300, entre 93 atletas. Great motivation for youngsters Very young gymnasts Marta Damásio and Lúcia Oliveira preformed well in their first international competition, despite low standings in the results charts. Portugal finished 29th in the team competition, entering with the one athlete less handicap. Coach Paula Barata expressed her joy for the performance of Marta Damásio in particular, after the 14 years old had to recover from a foot finger bone fracture, which she suffered just one month before the competition. She finished 66th in the all around and Lucia Oliveira was 82nd, among 93 participants. "Coming to EYOF gave us such a great motivation to carry on. We love it", Marta said. These athletes work about six hours daily in holydays season and four hours during school period. A melhor nota parcial, contudo, foi alcançada por Lúcia Oliveira, com 12,950 no Salto de Cavalo, contra 12,150 de Marta Damásio. A lisboeta, porém, teve um concurso mais equilibrado, com 11,900 na Trave e 11,800 nos Exercícios de Solo, tendo realizado a prova mais fraca nas Paralelas, com 9,650. As duas ginastas entraram com muito nervosismo na competição, que tem o nível de um autêntico Campeonato da Europa de juniores. "Entrei com algum receio, por causa de ter partido um dedo apenas um mês antes da prova", explicou Marta Damásio. "Vir ao F.O.J.E. deu-nos uma grande motivação para continuar. Gostamos mesmo disto", exclama Lúcia Oliveira. Em tempo de aulas, ambas treinam "apenas" quatro horas por dia; em férias, treinam seis hora, em dois períodos diários de três horas. "Atendendo a que foi a primeira vez que participaram numa competição internacional, foi muito positivo porque ambas cumpriram os objectivos que tínhamos planeado. Elas ficaram satisfeitas e saíram do F.O.J.E. com imensa vontade de treinar ainda mais. Estas provas são excelentes como factor de motivação e ambas já pensam nos próximos Europeus de juniores. " FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Paula Barata, treinadora Marta Damásio 28 Julho|Setembro 2007 Lúcia Oliveira Marta Cachola imitou Andreia Cavalleri M arta Cachola conquistou a medalha de bronze de -63 kgs, ao vencer uma das finais de repescagem com a alemã Sandra Manfrass, a 1,39 minutos do final do combate. Foi a terceira medalha do Judo português em Festivais Olímpicos, depois das alcançadas por Andreia Cavalleri (Bronze, -61 kg, Bruxelas-1991) e Joana Cesário (Prata, -57 kg, Paris-2003). "Dá muito prazer trabalhar para tentar alcançar resultados e acabar por receber uma medalha como retribuição desse trabalho. E é um incentivo para trabalhar mais ainda daqui para a frente", comentou a jovem judoca do Judo Clube do Algarve. Marta Cachola, de 16 anos, confessou após o combate que tem como ídolo a irmã, Ana Catarina Cachola, atleta do Projecto Esperanças Olímpicas 2012 e campeã da Europa de Juniores e bicampeã europeia de Esperanças, que também participou sem grande sucesso no F.O.J.E. de 2001 em Múrcia, onde a então pequena Marta esteve como acompanhante. As duas são filhas de professores de educação física, tendo "desobedecido" à mãe que não as queria ginastas nem judocas, por causa da dureza do trabalho e das restrições de peso a que estas modalidades obrigam os atletas. Desafiada a uma comparação, não se coibiu: "A minha irmã tem mais jeito, eu tenho mais controlo psicológico. Ela, às vezes, não se apercebe do valor que tem". A jovem farense revelou que perseguia este objectivo, mas "isto não acaba aqui, os projectos são a longo prazo", com o sonho permanente de chegar aos Jogos Olímpicos. "Ainda espero vir a conquistar muitas mais medalhas". de ouro), agradecendo a intervenção do treinador Paulo Nogueira, que lhe disse para se "divertir nos combates da fase de repescagem". Foi a segunda vez que combateu com a judoca alemã, depois de ter perdido no torneio de Fuengirola, Espanha, em Abril. A jovem medalha de bronze dedicou o triunfo ao Judo Clube do Algarve e sublinhou a importância do mestre Júlio Marcelino, mesmo à distância: "Tenho pena que não esteja aqui comigo, porque trabalhámos muito juntos para este sucesso". Marta Cachola começou a vencer a italiana Giorgis (ippon), mas perdeu em seguida com a holandesa Alberts (ippon). Na fase de repescagens foi derrotando sucessivamente Anderwald, a húngara Gulyas e a alemã Manfrass, sempre por ippon. Marta Cachola (-63 kg) Lina Antunes entrou a perder com a bielorrussa Slutskaya, venceu depois a polaca Wasek e acabou por ser de novo derrotada pela holandesa Penders. Os três combates foram decididos por ippon. Pedro António (-90 kg) em 5.º Nuno Esteves (-55 kg) em 9.º Pedro António obteve a melhor classificação da equipa masculina, ao terminar em quinto lugar na categoria de -90 quilos. Um combate de grande qualidade e emoção durante oito minutos (tempo regulamentar e prolongamento), em que venceu o alemão Gutsche, por decisão unânime dos três juízes, apurou o judoca do Judo Clube de Lisboa para as meiasfinais, onde encontrou o campeão europeu da categoria, Ahmadov (Azerbaijão), perdendo por ippon. No combate de atribuição da medalha de bronze, foi batido por wazari pelo israelita Pollack. Inicialmente, tinha batido o espanhol Fernandez por wazari e o grego Gzaraklov, por ippon. Trajecto para uma medalha Lina Antunes (70 kg) em 7.ª O trajecto na prova foi algo sobressaltado pela derrota, no segundo combate com a holandesa Nicoline Alberts (medalha Lina Antunes classificou-se em 7.º lugar na categoria de +70 kg, durante a jornada final do Festival Olímpico de Belgrado. Nuno Esteves classificou-se em nono lugar na categoria de -55 kg do Torneio de Judo do Festival Olímpico da Juventude Europeia, em Belgrado. O judoca português venceu o letão Haratjans por ippon, foi derrotado em seguida pelo búlgaro Hristov, que veio a alcançar a medalha de bronze, e depois foi batido pelo sérvio Popeskov. Na categoria masculina mais pesada (-90 kg), Nuno Paiva perdeu dois combates, com o letão Vilcans por ippon e com o georgiano Khachidze, por wazari. Nenhuns dos restantes elementos da selecção portuguesa conseguiram ultrapassar a primeira ronda: Marta Santos (-52 kg), Rita Maurício (-57 kg), João Castro (-50 kg) e Miguel Frischknecht (-66 kg). Pedro António (-90 kg) O professor Rui Veloso concluiu a sua longa participação no Festival Olímpico da Juventude Europeia com a medalha de Marta Cachola e uma das melhores participações de sempre do Judo. Esta foi a sexta presença consecutiva do responsável das selecções jovens de Judo e Missões olímpicas, numa série que se iniciou nos Jogos Mundiais da Juventude de Moscovo em 1998, estreando-se no F.O.J.E. de Ebsjerg, Dinamarca, em 1999. Seguiram-se Múrcia-2001, Paris-2003, Lignano-2005 e Belgrado-2007. 30 Julho|Setembro 2007 FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Marta Cachola Bronze Medal Marta Cachola got the Bronze Medal of -63 kg category, beating German Sandra Manfrass in the consolation final, by ippon 1,39 minutes before time. This was the third Portuguese Judo medal in the EYOF history, after Andrea Cavalleri's bronze in 1991 and Joana Cesario's silver in 2003. Marta Cachola is the younger sister of Ana Catarina Cachola, a regular member of senior Judo Olympic Team, now in good position to qualify by ranking for the Beijing Olympics. Some years ago in Murcia EYOF, Marta accompanied her parents to see Ana Catarina's performance at 2001 Festival. Now she's a winner. In the other competitions, Pedro Antonio got the best result, finishing 5th in 90 kg category and Lina Antunes was the second best female, getting 7th place at the 70 kg event. Team Leader Rui Veloso, who was present in his fifth consecutive EYOF, said they had overcome the best expectations for this competition, despite living Beograd with the "feeling that an even best result could be achieved". "Superámos as expectativas, conseguimos mais do que eu esperava, mas acabamos por sair daqui com a sensação de que podíamos ter alcançado algo mais. Para lá de um ouro azar, os nossos atletas tiveram um desempenho muito bom. É extremamente difícil alcançar uma medalha no Judo, em particular neste escalão e em particular no sector masculino, porque há muitas diferenças de maturação a nível de crescimento, relativamente a outros países, sobretudo do de Leste e em particular nos pesos mais leves. Em todo o caso, a Marta realizou uma grande proeza numa categoria muito competitiva, mas eu até considero que ela tem nível para ter chegado à medalha de ouro. O nível desta competição foi elevadíssimo e compara-se a um Campeonato da Europa, com todos os países a apresentarem os seus melhores atletas" Rui Veloso, Treinador 31 Julho|Setembro 2007 Porta-bandeira obteve melhor resultado ui Costa, o porta-bandeira da Missão de Portugal na Cerimónia de Abertura do F.O.J.E., classificou-se em 6.º lugar na série final de 1500 metros livres, com o tempo de 16.07,03, não conseguindo cumprir o objectivo de bater o recorde pessoal e baixar pela primeira vez dos 16 minutos. Foi, mesmo assim, o melhor resultado da natação portuguesa no F.O.J.E., juntando ainda um nono lugar (vitória em final B) nos 400 metros. O nadador vimaranense nadou quase sempre abaixo do tempo de referência, mas perdeu velocidade nos últimos 250 metros, acabando a cerca de três segundos da sua melhor marca. Terminou na sétima posição da classificação geral, compreendendo todas as séries. Na segunda jornada, Rui Costa tinha vencido a final B de 400 metros livres com o tempo de 4.05,47 minutos, melhorando mais de três segundos, relativamente às eliminatórias. Nas raparigas, o melhor resultado foi alcançado por Maria Veloso, que concluiu em 10.º na geral (2.º lugar da final B), R com o recorde pessoal de 4.30,37, que melhorou em mais de seis segundos o tempo realizado nas eliminatórias. A jovem atleta do Clube de Natação Académica de Coimbra tinha alcançado o 12.º tempo das eliminatórias, já com recorde pessoal (4.37,06). A estafeta masculina de 4x100 Estilos formada por Samuel Queirós, Francisco Vital, André Silva e Luís Vaz terminou na 11.ª posição entre 26 concorrentes, com o tempo de 4.01,84 minutos. A estafeta feminina (Mara Silva, Sara Cruz, Cláudia Robalo e Margarida Resende) foi desqualificada. Na jornada final, Portugal participou em quatro finais B, com destaque para o 12.º lugar de Ana Monteiro nos 200 metros mariposa. André Silva foi 4.º da final B dos 200 metros bruços, com 2.24,31 minutos, mantendo o 12.º lugar que já registara nas eliminatórias. Outros nadadores conseguiram bater os recordes pessoais, como Sara Cruz nos 100 metros mariposa, com 1.06,80 minutos, e Luiz Vaz nos 50 metros livres com 25,32 segundos. Rui Costa (1500 metros) FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Maria Veloso (400 metros) 32 Julho|Setembro 2007 RAPARIGAS Ana Monteiro Cláudia Robalo Cláudia Robalo Joana Rodrigues Joana Santos Mara Silva Margarida Resende Maria Veloso Maria Veloso S.Cruz/M.Resende/ J.Rodrigues/J.Santos Sara Cruz PROVA CLASSIFICAÇÃO 200 Mariposa 12aª 100 Bruços 15aª 200 Bruços 20aª 400 Estilos 18a 200 Livres 24aª 100 Bruços 25aª 50 Livres 22aª 800 Livres 15aª 400 Livres 10aª 4x100 Livres 16a MARCA 2.28,45 m 1.17,48 m 2.49,81 m 5.27,57 m 2.14,79 m 1.12,78 m 28,91 s 9.20,41 m 4.30,37 m 4.11,80 m 100 Mariposa 1.06,80 m RAPAZES Miguel Oliveira Samuel Queirós José Gonçalves Rui Costa Luis Vaz Luis Estanislau André Silva Luiz Vaz Samuel Queirós Miguel Oliveira L.Vaz/J.Gonçalves/ F.Vital/R.Costa PROVA CLASSIFICAÇÃO 400 Estilos 15º 100 Costas 23º 200 Livres 16º 1500 Livres 7º 50 Livres 24º 200 Mariposa desq. 100 Bruços 18º 100 Livres 26º 200 Costas 20º 200 Estilos 18º 4x100 Livres 4x100 Estilos 18aª Desclassificada 11º MARCA 4.51,31 m 1.03,36 m 1.58,43 m 16.07,03 m 25,32 s 1.08,35 m 55,06 s 2.16,05 m 2.16,76 m «Tínhamos claramente dois objectivos para este Festival Olímpico, mas não conseguimos atingir o objectivo quantitativo de ultrapassar as nove finais de há dois anos, o que não conseguimos, pois só tivemos sete finalistas. Também queríamos atingir três finais A e só tivemos uma. Além disso, a nível de recordes pessoais, era nossa intenção que uma larga percentagem dos atletas conseguisse bater as suas melhores marcas, mas ficámos aquém. A nível qualitativo, cumprimos o objectivo de implementar uma filosofia no seio das selecções nacionais de natação. Os atletas sentiram muito o calor e a falta de água, bem como as restrições na alimentação, mas as condições eram iguais para todos. Todavia, ficámos muito satisfeitos com a atitude de todos perante esses condicionalismos» Bruno Freitas, treinador Flag bearer the best swimmer Rui Costa, the Portuguese flag bearer at the Opening Ceremony, obtained the best result among Portuguese swimming team, finishing 6th at 1500 meters, but failing his goal of running above the 16 minutes for the first time. This was the only final achieved by Portuguese swimmers, joining another good performance in the 400 meters, by winning the B-final and finishing ninth overall. Among the girls team, Maria Veloso got the best result, finishing 10th (2nd in the B-final) with a large margin personal best. 4.01,84 m 33 Julho|Setembro 2007 Uma experiência dura inco jogos, cinco derrotas por larga margem - foi dura a experiência da selecção portuguesa de Pólo Aquático no F.O.J.E., defrontando algumas das potências europeias da modalidade. Cada país só pode participar numa modalidade colectiva e este ano Portugal foi colocado no torneio de Pólo Aquático, depois de no passado ter disputado, com sucesso até, os torneios de Futebol Andebol e Basquetebol. Frente a países muito evoluídos nesta modalidade, a participação portuguesa valeu pela experiência de uma preparação inicial para os futuros Campeonatos da Europa de Juniores, onde a Federação quer marcar presença, como corolário desta fase de renascimento da modalidade entre nós. Em Belgrado, a selecção disputou primeiro a fase de apuramento e depois entrou na "poule" dos últimos quatro, acabando por defrontar por duas vezes a selecção francesa. De um jogo para o outro, da primeira para a última jornada, notou-se alguma evolução que, todavia, os resultados acabam por não expressar. Portugal entrou a perder 2-15 com a França, em seguida realizou a partida mais conseguida frente à Grécia, perdendo C Five matches, five large defeats - the first presentation of a Portuguese Water Polo team in EYOF became a harsh experience for the young players, before some of the traditional best countries on this sport in Europe. Playing teams highly developed in this sport, the Portuguese Team got a good experience looking towards next year's European Junior Championships. Water Polo is like a new sport in Portugal, after more than forty years without competitions or national selections. por 8-14 num jogo em que conseguiram defender melhor e equilibrar durante largos períodos, e concluiu a primeira fase defrontando a poderosa Hungria, em partida que se saldou num expressivo 0-31. Na fase de classificação, começou por ser batida pela Eslovénia por 2-14 e concluiu com um 2-13 de novo frente à França. Autor de metade dos golos, Luís Carneiro foi o melhor marcador da selecção na prova. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS A tough experience 35 Julho|Setembro 2007 Pedro Palha atingiu os quartos-de-final N polaco Wojciech Lutkovski, em três sets e em três horas de jogo, sob uma temperatura na ordem dos 44º. Pedro Palha ganhou com os parciais de 5-7, 7-6 e 7-5, salvando dois "match points" no último set em que recuperou de uma desvantagem de 2-5. "Comecei bem, servi para fechar o set, mas desconcentrei-me. No segundo set recuperei bem e no terceiro parecia tudo perdido, salvei os "match points" por duas vezes e consegui vencer. Foi muito duro, como uma prova de resistência", explicou o tenista. O próprio treinador Miguel Sousa admitiu que chegou a considerar a eliminatória perdida, mas a capacidade de luta e a resistência física de Pedro Palha valeram-lhe a passagem ao quadro dos oito melhores. Não deixando de acusar o desgaste físico dos dois dias anteriores, o atleta português não teve hipótese de competir com o suíço Erhat nos quartos-de-final, perdendo por 1-6, 26. Depois da maratona da eliminatória anterior, o jovem português teve dificuldades para dominar a concentração e nunca conseguiu entrar bem no jogo. Charlotte jogou mais de duas horas Na prova feminina, Charlotte Pires travou uma longa batalha de duas horas e vinte, debaixo de um sol abrasador, com Marina Novak, do Liechtenstein, perdendo em três sets por 5-7, 6-2 e 3-6, traída pelo nervosismo perante uma adversária muito fria e concentrada. "Estava muito nervosa, ainda consegui entrar no jogo, mas depois fiquei tensa e acabei a perder o primeiro set, quando estive perto de o resolver", comentou. "Depois, recuperei e ganhei bem o segundo set por 6-2, mas no último voltei a desconcentrarme. A adversária era forte mentalmente e não cometia muitos erros. Paciência". Par eliminado Em Pares Mistos, a dupla Charlotte Pires-Pedro Palha foi também eliminada na primeira ronda, pelo par Turudic-Susak, da Croácia, por 4-6, 6-7. 36 Julho|Setembro 2007 FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS a competição de Ténis, Pedro Palha chegou aos quartos-de-final, a que equivale um 5.º lugar, a melhor classificação portuguesa na modalidade no Festival da Juventude. Na prova feminina, Charlotte Pires foi eliminada na ronda inaugural, o mesmo acontecendo na competição de Pares, que juntou os dois atletas. Na primeira ronda, no dia de mais intenso calor, Pedro Palha ganhou em menos de uma hora por 6-4, 6-1 ao sérvio Nemanja Lazic, superando o 'handicap' de defrontar o jogador da casa. "Joguei muito bem, apesar de o piso ser muito irregular. Fiz o jogo que mais gosto, de serviço e subida à rede. Não conhecia o adversário, mas um amigo suíço tinha-me dado algumas indicações. O polaco de amanhã também não conheço, mas não há problema, estou preparado", afirmou Pedro Palha após o seu jogo com o atleta local. "O calor não fez diferença, praticamente é como um dia normal de calor em Portugal", acrescentou o jovem tenista do Ace Team. Na segunda ronda, derrotou o terceiro cabeça-de-série, o Pedro Palha 2-1 in Tennis In Tennis competition, Pedro Palha reached the Quarter Finals, doing best than Gastão Elias two years ago, meaning he finished 5th overall - one of male best classifications in the whole Mission of Portugal. In the first round he beat local player Lazic by 6-4, 6-1, under high temperature and very difficult conditions. After beating the third seeded polish Lutkovski in three sets during more than three hours of play, he could not match the higher experience of Swiss Erhat (1-6, 2-6). In the girl's competition, Charlotte Pires played a long battle with Marina Novak, from Liechtenstein, and lost in three sets. Also the doubles team was beaten in the first round by a Croatian pair. Coach Miguel de Sousa praised Pedro's performance in a tournament which had a higher level than expected. A primeira medalha iogo Carvalho e Maria Nogueira conquistaram a medalha de prata de Pares Mistos do torneio de Ténis de Mesa, depois de terem sido batidos na final pelo par francês Quentin Robinot e Stephanie Loeuillette, por 1-3, com os parciais de 6-11, 11-9, 14-16 e 9-11. O momento culminante do jogo ocorreu no terceiro set, quando os portugueses desperdiçaram quatro pontos de set, a 10-6, acabando por perder por 14-16. "Não conseguir o 2-1 para nós fez toda a diferença", admitiu Maria Nogueira no final. O par português, que jogou junto pela primeira vez nesta competição em Belgrado, teve um comportamento desportivo que excedeu as expectativas mais optimistas - considerou o Chefe de Equipa da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa, Mário Couto. Os dois jovens entraram algo nervosos na partida e chegaram ao final com algum sabor a desilusão, pelo facto de os adversários estarem perfeitamente ao alcance - em singulares D The first medal on the table o francês Robinot tinha sido eliminado por Luís Freitas, o n.º 2 de Portugal. Diogo Carvalho e Maria Nogueira são ambos da região do Porto, pertencendo respectivamente à Casa do Povo de Oliveirinha e ao Ala Gondomar. Maria João Nogueira já tinha participado numa Missão do C.O.P., em 2006, os 1.ºs Jogos da Lusofonia, em Macau. Esta foi a primeira medalha de sempre do Ténis de Mesa português no Festival Olímpico da Juventude Europeia, a coroar o trabalho de desenvolvimento da modalidade em vários centros do país, designadamente na Madeira e na zona do Porto. Diogo Carvalho 5.º em Singulares No plano individual, Diogo Carvalho alcançou a 5.ª posição, ao fim de uma longa caminhada no quadro final, tendo sido batido pelo checo Pavel Sirucek nos quartos-de-final, por 34. Para chegar ao 5.º lugar teve ainda de derrotar o belga NuyTinck por 4-3 e o sérvio Radonjic, por 4-2. Nesta prova de Singulares, o jovem de Oliveirinha realizou nove jogos, vencendo oito, apenas uma semana depois de se ter classificado em 19.º lugar no Campeonato da Europa de Cadetes, em Bratislava. Nesta participação, Diogo Carvalho competiu em três frentes, disputando 19 partidas, com 16 vitórias e três derrotas. Notável! Nos Pares Masculinos, com no madeirense Luís Freitas, Luís Freitas. chegou aos quaros-de-final, tendo sido eliminado também pelo par da França, por 1-3 Luís Freitas também realizou uma boa prova de singulares, tendo sido batido pelo espanhol Mayo nos oitavos-definal. A competição feminina foi afectada pela lesão impeditiva que afectou a jovem Sara Costa, obrigando à desistência do Par Feminino e do segundo Par Misto, que tinham possibilidades de disputar o quadro final. Em singulares, as duas raparigas foram eliminadas na primeira fase. Diogo Carvalho and Maria Nogueira conquered the first ever medal of Portuguese Table Tennis in EYOF, the Silver one, after being beat by a French pair in the mixed doubles competition. This result exceeded Portuguese team leader, Mário Couto, best expectations, and could even be better if the young couple could control better their nerves in the early stages of the match. But it was a superb performance, any way. Diogo Carvalho also finished on the top-5 of the singles competition, having won eight of nine matches. Playing in three competitions, he played 19 matches, winning 16 - and was the best Portuguese male athlete of the whole Mission. In Male Doubles, Diogo Carvalho and Luís Freitas reached the quarter-finals, being beaten also by France. Mr. Couto said that these results mean a lot for the Portuguese Table Tennis, crowning distinctively the deep work of formation that has been developed in some regions of the country, particularly Madeira and Oporto, in the last twelve years or so, promising even better international results in the future. "O facto de termos chegado à final de Pares Mistos excedeu as nossas expectativas, pois não tínhamos ambições tão elevadas. Com o decorrer da prova, mostrámos que até podíamos ter alcançado um pouco mais, mas não temos nada a apontar. Estamos muito felizes. Para o Ténis de Mesa, esta foi também uma rara oportunidade de mediatização que nos deixou muito confortados pelo facto de olharmos para os resultados globais e para a participação portuguesa e podermos sentir que a modalidade tem o seu espaço. Não é um Campeonato do Mundo nem os Jogos Olímpicos, mas para nós tem uma importância muito grande." Mário Couto, Treinador Diogo Carvalho e Maria Nogueira 38 Julho|Setembro 2007 39 Julho|Setembro 2007 REPORTAGEM Richard Parrish fez a apresentação do Livro Branco O auditório do C.O.P. encheu-se de uma audiência interessada C.O.P. preocupado com efeitos do Livro Branco do Desporto da U.E. O os Agentes de Jogadores e a regulamentação da sua actividade na União Europeia. Richard Parrish inventariou o conteúdo, pressupostos e objectivos do Livro Branco, concluindo com a sua visão pessoal do impacto que causará nos regimes jurídicos e nos casos específicos, com especial incidência nas matérias do desporto profissional, em particular o futebol. Na ocasião, foi ainda apresentado publicamente o livro "Players Agents Worldwide, Legal Aspects", publicado pela TMC Asser Press com a colaboração dos advogados portugueses Pedro Cardigo e Ricardo Henriques, cujo primeiro exemplar foi oferecido ao Presidente do C.O.P., Vicente Moura. O Asser International Sports Law Centre nasceu em 2002, a partir do "Sports Law Project", criado em 1996 no seguimento do chamado "acórdão Bosman", sobre a livre circulação europeia dos futebolistas profissionais, desenvolvendo a investigação sobre leis desportivas internacionais e promovendo a sua discussão e divulgação. C.O.P. critical on White Paper Portugal NOC President considered that there are "alarm reasons" regarding the effects of the White Paper on Sport on E.U. towards de Sports Movement. Speaking at the International Seminar organized by C.O.P. in cooperation in Asser International Sports Law Centre, Mr. Vicente Moura said that the White Paper didn't defined the juridical "sports specification" neither limited the purely sports rules which must stay out of range of the Community Laws. "We also regret that it's not clarified in which measure the social, educational and cultural, playing and public health functions of Sport can justify that Community Right wouldn't be applied in a blind way", Mr. Moura noted. In this Seminar, Portuguese sports lawyers and agents took a very first glance of the White Paper and participated in a Panel regarding the Players' Agents legal aspects. This was the very first presentation of the White Paper in Portugal. Richard Parrish, a specialist on E.U. Law and Political Affairs made the presentation of the document key aspects. Parecer dos C.O.I./C.O.E./Federações Juntamente com o Comité Olímpico Internacional e as Federações Internacionais, os Comités Olímpicos Europeus apresentaram ao Comissário Europeu uma posição comum sobre o Livro Branco do Desporto. Focando-se nos pontos genericamente mais importantes, este parecer refere-se particularmente à necessidade imperiosa de respeito pela autonomia do desporto. O documento foi enviado aos Primeiro-Ministros da União Europeia e aos Ministros do Desporto. - Os Documentos "O Livro Branco: A Visão do Comité Olímpico de Portugal" e "White Paper on Sport - Parecer do IOC, EOC e Federações Internacionais" estão disponíveis na íntegra, em versão PDF, no sítio do C.O.P. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS presidente do Comité Olímpico de Portugal afirmou que "há motivos para alarme" relativamente aos efeitos do Livro Branco do Desporto da União Europeia no quotidiano do Associativismo Desportivo. Falando no Seminário Internacional "Desenvolvimento no Direito e nas Políticas Desportivas da União Europeia", organizado pelo C.O.P. em parceria com o Asser International Sports Law Centre, Vicente Moura declarou que o Livro Branco não concretizou em termos jurídicos o conceito de "especificidade desportiva" nem delimitou as regras puramente desportivas que devem escapar ao âmbito de aplicação do Direito Comunitário. "Também se lamenta ter ficado por esclarecer em que medida as funções social, educativa e cultural, recreativa e de saúde pública do Desporto podem justificar que o Direito Comunitário não se lhe aplique de forma cega", notou o presidente do COP. Depois de ter notado as citações do Livro Branco a Pierre de Coubertin e à Carta Olímpica, bem como as temáticas conexas com o Olimpismo, como a promoção da saúde pública ou o combate ao doping, à violência e ao racismo, Vicente Moura sublinhou a esperanças de que o Tratado Reformador, juridicamente vinculativo, venha a regressar à visão que expressou em 2000, no Acórdão Deliège: a missão reguladora e regulamentador de uma modalidade deve caber às Federações desportivas, no seio das quais se encontram normalmente reunidas o conhecimento e a experiência necessários" O Seminário organizado na sede do C.O.P. teve início com a comunicação do especialista em Assuntos Jurídicos e Políticos da U.E. Richard Parrish, sobre o Livro Branco, e do investigador da Asser International Roberto Branco Martins, sobre Vicente Moura recebeu do autor, Roberto Martins, o primeiro exemplar do livro "Players Agents Worldwide, Legal Aspects" 41 Julho|Setembro 2007 ~ OPINIAO A CARTA OLÍMPICA E OS JOGOS OLÍMPICOS Alexandre Mestre, Advogado Membro do Conselho Directivo da Academia Olímpica de Portugal O crescimento dos Jogos Olímpicos e do próprio CIO forçaram a passagem da utopia ao pragmatismo, progressivamente fazendo emergir o denominado "Direito Olímpico", no topo do qual, como pacto fundador, como fonte originária da ordem jurídica do CIO, veio a estar a Carta Olímpica. 42 Julho|Setembro 2007 e para o Desporto não há evento mais universal do que os Jogos Olímpicos, para o Direito do Desporto não existe outro texto tão universal quanto a Carta Olímpica. Já nos Jogos Olímpicos da Antiguidade a existência de regras se mostrava fundamental. Fosse para ditar quem podia participar ou assistir aos Jogos, fosse para disciplinar o desenrolar dos treinos e os detalhes técnicos das competições. A própria Trégua Olímpica já evidenciava a concepção de que, pelo menos durante os Jogos, são as regras e os princípios Olímpicos - escritos ou não - que devem prevalecer. A regulamentação em torno dos Jogos Olímpicos da Era Moderna não foi, porém, prioridade para o Barão Pierre de Coubertin, o qual só em 1908, ou seja 14 anos após a criação do Comité Internacional Olímpico (CIO), veio a redigir um regulamento interno, a que chamou de "Anuário do CIO", limitando-se a plasmar os princípios de base sobre a nomeação dos membros do CIO e a matéria da organização periódica dos Jogos. O Anuário era omisso quanto à selecção das cidades organizadoras e tampouco dispunha sobre os critérios de integração de uma modalidade no Programa Olímpico. O crescimento dos Jogos Olímpicos e do próprio CIO forçaram a passagem da utopia ao pragmatismo, progressivamente fazendo emergir o denominado "Direito Olímpico", no topo do qual, como pacto fundador, como fonte originária da ordem jurídica do CIO, veio a estar a Carta Olímpica. Já era assim chamada em 1924, embora diluída noutros textos. Foi autonomizada no ano de 1978. Na Introdução da Carta Olímpica percebemos o seu conceito e o seu escopo: trata-se da "(…) codificação dos Princípios Fundamentais do Olimpismo, das Regras e dos Textos de Aplicação. Ela rege a organização, as acções e o funcionamento do Movimento Olímpico e fixa as condições de celebração dos Jogos Olímpicos". As suas funções são, essencialmente, três: (i) é o documento básico fundamental do Movimento Olímpico, aproximando-se do conceito de Constituição; (ii) define os direitos e as obrigações das componentes do Movimento Olímpico, aproximando-se da figura de um contrato; (iii) é o acto constitutivo do CIO, os seus Estatutos, o texto que rege a sua organização interna (composição; estatuto dos membros; órgãos, etc). No que tange à estrutura, e para além dos Princípios Gerais, que são a declaração ideológica e a interpretação teleológica da Carta, o texto da Carta Olímpica inclui actualmente 61 Regras - o corpo normativo - e 31 Textos de Aplicação - a explicitação ou anotação daquelas regras que possam levantar algumas dificuldades ou ser mais lacónicas. Relativamente ao conteúdo, estamos na presença de um texto jurídico compósito que conjuga princípios gerais com regras mais técnicas, e que tanto consagra regras coercivas como inclui simples normas de comportamento. Completa e complexa, a Carta Olímpica congrega poderes executivos S (v.g. processo de escolha de uma cidade organizadora dos Jogos); legislativos (v.g. pressupostos para a modificação das regras) e judiciais (v.g. mecanismos sancionatórios para o casos de incumprimento). Metódica e minuciosamente escrita, nada escapa à Carta Olímpica, nem mesmo o Protocolo dos Jogos. Faça-se ainda notar o facto de, não obstante alguma rigidez no seu processo de revisão, a Carta Olímpica ser dinâmica no seu conteúdo, adaptando-se ao evoluir dos tempos, designadamente retirando a exigência do amadorismo ou acrescentando matérias como o ambiente e a "governance". Mas é a força e a transcendência da Carta Olímpica sobre todo o universo desportivo (e não só) que mais nos interessa sublinhar neste texto: é, de facto, verdadeiramente espantoso que um documento emanado de uma pessoa colectiva de direito privado suíço assuma vestes de um tratado internacional! Com efeito, a Carta Olímpica é um texto que pretende e consegue ter um valor jurídico universal, não por força da sua natureza jurídica, mas antes em razão de uma autoridade moral, de um elemento extra - jurídico, a saber a magnitude social, económica e desportiva dos Jogos Olímpicos. O fundamento da vinculação externa da Carta reside precisamente na adesão ou no reconhecimento voluntário da subjectividade dos seus destinatários, nos quais se engloba uma diversificada comunidade de pessoas individuais e colectivas de tipo difuso, sejam elas Estados, federações desportivas internacionais ou outras. Só este contexto explica que um Tribunal da Califórnia assuma expressamente cautelas em fazer valer a lei estadual face à Carta Olímpica (1984), ou que o Conselho de Ministros da UE adopte legislação "(...) tendo presentes as obrigações decorrentes da Carta Olímpica" (2003). Só assim se justifica que na Turquia a "Lei Olímpica" integre toda a Carta Olímpica no ordenamento jurídico nacional, ou que as leis de base do desporto que vigoram em países como Portugal, Espanha ou França transponham as regras de protecção dos símbolos olímpicos vertidas na Carta. E que dizer da sujeição formal dos Estados, quando se candidatam à organização dos Jogos, ao primado da Lex Olympica e ao ius stipulandi do CIO?!... Ainda a este respeito, façam-se notar dois importantes arestos do Tribunal Arbitral do Desporto, de Lausanne (emanação, também ele, do CIO), segundo os quais a Carta Olímpica "(…) [h] ierarquicamente é o corpo supremo das regras que regem as actividades do CIO" (Acórdão Beckie Scott, 2003), funcionando as suas regras como um verdadeiro parâmetro de referência, só podendo ser derrogadas por normas mais restritivas (Acórdão Nabokov, 2002). Os Estatutos de federações desportivas internacionais ou o Código Mundial Antidopagem são bons exemplos práticos desta lógica. Aqui chegados cumpre concluir: a Carta Olímpica é um instrumento jurídico atípico, mas de igual modo único, poderoso, universal e apaixonante, adjectivos com que também todos qualificamos os Jogos Olímpicos… REPORTAGEM Tribunal Arbitral a funcionar em 2008 presidente do Comité Olímpico de Portugal manifestou a convicção de que o novo Centro de Arbitragem Desportiva, que integra o Tribunal Arbitral do Desporto, poderá começar a funcionar no início de 2008. Vicente Moura e os membros da Comissão Instaladora do Centro de Arbitragem Desportiva, apresentaram o projecto ao Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, de quem ouviram "palavras de incentivo" e a disponibilidade para colaboração nos trâmites seguintes. O projecto é apresentado seguidamente à Assembleia Plenária do Movimento Associativo, seguindo-se a submissão à aprovação por parte do Ministério da Justiça. Na audiência na Secretaria de Estado, Vicente Moura estava acompanhado dos membros da Comissão, presidida pelo Juiz Conselheiro Cardoso da Costa. Ao longo dos primeiros meses do ano, a Comissão Instaladora elaborou o Projecto de Estatutos do C.A.D., a submeter à aprovação do Ministério da Justiça, depois de ter sido apresentado em primeira instância à Secretaria de Estado do Desporto no final de Julho. Os referidos Estatutos foram elaborados à luz da Lei n.º 5/2007, de 16 de Janeiro - Lei de Bases da Actividade Física e do Desporto, bem como da Lei n.º 31/86, de 29 de Agosto - Lei de Arbitragem Voluntária. A constituição de um Tribunal Arbitral do Desporto é uma iniciativa do Comité Olímpico de Portugal, susceptível de melhorar a resolução de conflitos em matéria desportiva, cumprindo mais uma meta determinante do Programa Eleitoral para a XXIX Olimpíada, sufragado pelo associativismo desportivo. A Comissão Instaladora do Centro de Arbitragem Desportiva é constituída por José Manuel Cardoso da Costa (Presidente), José Miguel Nobre Ferreira (Coordenador), Seis meses de trabalho O Grupo de Estudos para a constituição do Tribunal Arbitral de Desporto reuniu pela primeira vez a 9 de Março , iniciando a fase de reflexão sobre os objectivos e competências do futuro tribunal, conseguindo em poucos meses de trabalho concluir o projecto do órgão. Depois da reflexão sobre o futuro enquadramento do Tribunal no sistema jurídico global e relativamente à justiça desportiva e da avaliação de que tipo de tribunal devia ser constituído e que tipo de competências ele pode ter, com o objectivo de colocar à disposição da ordem desportiva portuguesa uma instância que possa flexibilizar e agilizar o exercício da Justiça desportiva, o projecto tomou forma, sem perder de vista que, embora a Arbitragem na resolução de conflitos esteja constitucionalmente garantida e cada vez mais difundida, a eficácia da iniciativa dependerá sempre da adesão dos interessados, os agentes desportivos. Foram definidas as competências do futuro T.A.D., sua natureza e composição, procedendo ainda à elaboração do Código de Arbitragem e dos Regulamentos do T.A.D. "É uma experiência que já foi concretizada noutros países e que, sendo bem pensada e bem organizada, pode constituir algo de muito positivo para o Desporto em geral", acrescentou o Juiz Cardoso da Costa, que preside à Comissão Instaladora. O presidente do C.O.P., Vicente Moura, colocou à disposição do futuro Tribunal todo o apoio e meios logísticos necessários. New Sports Court functioning in 2008 The new Sports Arbitral Centre, including the Arbitral Sports Court, will be ready to start by the early months of 2008, the Portugal NOC president said to the Portuguese Sports Secretary. Mr. Vicente Moura and the Installing Commission heard "incentive words" from the political responsible who also stepped forward to help the following stages of the new Portuguese sports justice body. The project is now being presented to the Federations and will move on to be approved by the Minister of Justice. The new court was drawn under the guidelines of the new Sports Law, published early this year. It was completed during six months of hard work by the seven members Commission, coordinated by Judge Cardoso da Costa, former president of Portugal Constitutional Court. After reflecting on the future relation of the Court with the sports justice system, they proposed an arbitrage level which could easy and simplify the exercise of Sports Justice. FOTO: CARLOS ALBERTO MATOS O Sérgio Abrantes Mendes, Adriano Gonçalves da Cunha, Luís Paulo Relógio, Alexandre Mestre (Vogais) e José Manuel Costa (Secretário). Secretário de Estado recebeu e incentivou a Comissão Instaladora do Centro de Arbitragem Desportiva. 43 Julho|Setembro 2007 98.0 ANIVERSARIO DO C.O.P. "A caminho de Pequim" arranca dos Jerónimos 98.º Aniversário do Comité Olímpico de Portugal será celebrado dia 13 de Novembro à noite no Mosteiro dos Jerónimos com uma cerimónia que terá como ponto central a participação de Portugal nos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, servindo de primeira apresentação aos atletas já qualificados para a grande competição. O lema desta festa de aniversário será "A Caminho de Pequim", permitindo tomar contacto não apenas com os atletas, mas com a indumentária oficial que será usada em Agosto, na China. Nos Jerónimos serão mostrados publicamente pela primeira vez os trajes oficiais da Missão de Portugal, preparados pela empresa Onda, patrocinadora do C.O.P., a partir da proposta de Cátia O Almeida, vencedora do concurso de design promovido este ano. Além dos mais de 30 atletas apurados, estarão presentes antigos atletas medalhados em anteriores edições dos Jogos, Campeonatos do Mundo e da Europa, bem como representações dos Comités Olímpicos dos países do espaço lusófono que, na altura, se concentram em Lisboa, para participarem na Assembleia-Geral da Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP). O evento compreenderá igualmente a entrega dos prémios e galardões olímpicos relativos a 2006 e 2007, aos atletas, oficiais, dirigentes e entidades que se distinguiram por feitos e méritos no domínio do Desporto. Mission to Beijing Taking of from Jerónimos Belém monastery of Jerónimos, from where Portuguese ships took off for their World Discovery missions in the 15th Century is the chosen place for the C.O.P. 98th Anniversary Gala, during which will be presented the official sportswear of the Portugal Mission to Beijing Olympic Games, in a show called "All the Way to Beijing". In this event, some of the athletes already qualified to the Games will show the new casual dress, conceived by a young Portuguese designer and made by Onda to C.O.P. In the same event, Portugal NOC will present its Prizes and Awards to the Sports Personalities of the Year. FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Nos Jerónimos serão conhecidos os nomes dos sucessores de Telma Monteiro, última atleta a receber a Medalha Olímpica do C.O.P. At Jerónimos, on November 13th, will know who succeeds Telma Monteiro as C.O.P. Olympic Medal winner. Estudante de moda ganhou concurso A estudante de Design de Moda Cátia Almeida foi a vencedora do concurso promovido pelo Comité Olímpico de Portugal para o desenho do traje desportivo oficial da Missão aos Jogos Olímpicos de Pequim de 2008, que será revelado na Festa do 98.º Aniversário, dia 13 de Novembro, nos Jerónimos. Cátia Andreia Teles Ribeiro de Almeida tem 21 anos, reside em Sintra e frequenta o 3.º ano do Curso de Design de Moda e Têxtil do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior de Artes Aplicadas. Sem qualquer experiência profissional, realizou o projecto sozinha, com alguma orientação de professores do curso. A vencedora do concurso do C.O.P., que não pratica actualmente desporto de competição, mas é admiradora da judoca olímpica Telma Monteiro, ganhou uma viagem de uma semana aos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto de 2008. O concurso promovido pelo C.O.P. em conjunto com a sua parceira de sportswear Onda para definir as linhas do traje desportivo da Missão a Pequim foi disputado por 16 concorrentes e apreciado por um Júri formado por representantes da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, do C.O.P., da Comissão de Atletas Olímpicos e do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal. Os candidatos tinham de propor o desenho de quatro t-shirts, quatro pólos, dois fatos de treino, dois impermeáveis, quatro calções e de um boné. A linha de equipamentos oficiais do C.O.P. para Pequim será produzida pela Onda. Design student wins Olympic contest Dressing Designer Student Cátia Almeida was the winner of C.O.P. and Onda contest for the design of the official sportswear for the Portugal Mission to Beijing 2008 Olympic Games. Cátia Almeida is 21, leaves in Sintra, near Lisbon, and studies in Castelo Branco, in the East of the country at a Superior School of Arts. She had no experience as a designer and proposed a draft based on the country's symbols and flag. Despite she's no sports player, she won a trip to next year's Olympic Games. 45 Julho|Setembro 2007 REPORTAGEM Responsável do Desporto de Macau visita C.O.P. presidente do Instituto do Desporto da Região Administrativa Especial de Macau, Alex Vong, visitou a sede do Comité Olímpico de Portugal, onde almoçou a convite do presidente do C.O.P., Vicente Moura. Em Portugal para participar no 9.º Fórum ENSSEE (Rede Europeia de Ciência, Educação e Emprego Desportivo), que decorreu em Rio Maior, o responsável do desporto de Macau estava acompanhado da Chefe de Divisão de Apoio ao Associativismo Desportivo e À Formação, Christine Lam, e da Assessora Jurídica, Márcia Costa. Na ocasião, foram abordados temas comuns como a cooperação desportiva no âmbito da Lusofonia, a disponibilidade de Macau para os estágios de preparação de atletas antes dos Jogos de Pequim ou o papel de Macau e do respectivo Comité Olímpico no seio do Movimento Olímpico Internacional. Da parte do C.O.P. participaram no encontro o secretário-geral O FOTO: CARLOS ALBERTO MATOS Macao Sports leader visiting C.O.P. Victor Mota e elementos da Comissão Executiva, como os dois Chefes da Missão Olímpica aos Jogos de Pequim de 2008, Manuel Boa de Jesus e Celeste Gil, além do Tesoureiro Norberto Rodrigues e do Vice-presidente Marques da Silva. O Instituto do Desporto de Portugal fez-se representar pelos máximos responsáveis, Luis Sardinha e Rui Mourinha, presidente e vice-presidente, respectivamente. Macao Sports Institute President, Mr. Alex Vong, visited to the Portuguese NOC Headquarters, where he had lunch with Mr. Vicente Moura. Mr. Vong came to Portugal to participate in the ENSSEE (European Network of Sports Science, Education and Employment) Forum, held in Rio Maior. In his visit to C.O.P. the two leaders discussed the ongoing cooperation among Portuguese Speaking Countries, the Lusofonia, the availability of Macao sports facilities to be used by Portuguese athletes and teams on the last stages of preparation for the Beijing Olympic Games and also the Macao Olympic Committee role and perspectives among the Olympic Movement. Acordo de cooperação Portugal-Moçambique O Comité Olímpico de Portugal assinou com o seu congénere moçambicano um acordo de cooperação abrangendo a formação de treinadores e atletas, tendo em vista, em especial, os Jogos Olímpicos de Pequim de 2008. O convénio foi assinado em Maputo pelo presidente do C.O.P., Vicente Moura, e pelo presidente do Comité Olímpico de Moçambique, Marcelino Macome, e prevê a deslocação de técnicos portugueses a Moçambique para ministrarem cursos de formação, bem como a ida de atletas e técnicos moçambicanos a Portugal com o mesmo fim. A inclusão de atletas moçambicanos em estágios realizados em Portugal e o intercâmbio de atletas para participarem em jornadas olímpicas é outra das áreas consagradas no acordo, que vigora até 2008 e irá sendo renovado a partir dessa data. Além da preparação para os próximos Jogos, que decorrem entre 8 e 24 de Agosto em Pequim e outras cidades do leste da China, o protocolo prevê acções conjuntas com vista à participação noutras competições, casos da segunda edição dos Jogos da Lusofonia, que decorrerão em Lisboa em Junho de 2009. Na ocasião, o presidente do C.O.P., José Vicente Moura, sublinhou as "imensas potencialidades humanas e naturais" de Moçambique para "atingir níveis qualitativos elevados" no que concerne ao desporto, manifestando a disponibilidade de Portugal para cooperar com o país na formação e no apoio ao comité olímpico local. "Portugal está disponível, como sempre esteve, para colaborar e apoiar o desporto moçambicano", salientou, lembrando que Portugal "tem melhorado substancialmente o seu nível qualitativo" em termos de participação em competições desportivas. Reconhecendo a "muita experiência acumulada" pelo C.O.P., o presidente do Comité Olímpico de Moçambique acentuou como "ponto forte da cooperação" a área da formação. "Sem ela não é possível atingirmos níveis e resultados que todos desejamos", observou, precisando que a "iniciação, formação de atletas e treinadores" são os alvos principais das acções de formação. "Notamos que muitos jovens deixam de ter a progressão que deviam ter. Talvez a iniciação não esteja a ser muito cuidada para que possamos dirigir esses talentos para atingirem as qualificações e as medalhas que ambicionamos", notou. Portugal-Mozambique cooperation Portuguese NOC President made a week long visit to Mozambique, where he signed a new cooperation protocol with the local NOC, regarding the preparation of coaches and athletes for the Beijing Olympic Games. This agreement was signed by Mr. Vicente Moura and Mr. Marecelino Macome, Mozambique NOC president. Under this agreement, Portuguese coaches can go to Mozambique to teach local trainers, who also can travel to Portugal to develop their skills. It also admits the inclusion of Mozambique athletes in future preparation camps or Olympic missions, looking forward to the 2nd Games of Lusofonia, to be held in Lisbon in July 2009. 47 Julho|Setembro 2007 NOTICIARIO Academia Olímpica de Portugal Membros defendem aposta na escola e nas parcerias necessidade de uma intervenção mais significativa no universo escolar e a procura da celebração de protocolos com entidades que permitam viabilizar actividades da AOP foram a tónica das intervenções dos participantes na reunião geral de membros realizada no auditório do IDP do Porto a 22 de Setembro e convocada para discutir o Plano de Actividades e o Orçamento para 2008. De acordo com as intervenções proferidas, é nestes domínios que deve centrar-se o essencial do trabalho organizativo da academia nos tempos próximos, no sentido de tornar mais produtiva a actividade desenvolvida tanto localmente pelos membros como a nível central pelo Conselho Directivo. Actualmente a leccionar na Escola EB 2.3 D. Afonso Henriques, em Guimarães, Teresa Rocha informou a assembleia de que vai desenvolver um trabalho centrado na temática olímpica no âmbito da Área de Projecto nesse estabelecimento de ensino. A acção vai traduzir-se numa abordagem multidisciplinar do tema ao longo do ano lectivo e em várias formas de apresentação, num processo que culminará em 21 de Junho de 2008 com um espectáculo que pretenderá reproduzir um Festival Olímpico, desde o cerimonial à actividade competitiva. Teresa Rocha informou ainda que irá ser responsável por um módulo de tema aberto na Escola Superior de Educação de Fafe, tendo proposto o tema "Jogos Olímpicos e Movimento A FOTOS: CARLOS ALBERTO MATOS Academy defines strategy for next year Olímpico" para o trabalho a desenvolver. Partindo destes exemplos, Alípio Oliveira manifestou a convicção de que a Área de Projecto permite o estabelecimento de programas que se afirmem na escola de forma envolvente (por reunirem muita gente) e interdisciplinar (pelas diferentes abordagens possíveis para o mesmo tema). Neste contexto, o desenvolvimento de actividades subordinadas a temática olímpica no âmbito daquela disciplina curricular constitui uma oportunidade muito relevante para que a AOP possa com maior produtividade desenvolver o trabalho para que apontam os seus objectivos estatutários. The annual reunion of the Portugal Olympic Academy agreed to increase the participation in the scholar community and to celebrate as much protocols as possible with institutions that could help to enlarge AOP activities. The members agreed that all sources should be addressed to the organizing work of the Academy in the forthcoming times, regarding to qualify the produced activities at local levels and by the Executive Board. Member Alipio Oliveira, Chef of Mission at Athens Games, defended greater efforts to sign partnerships with external institutions and president Silvio Rafael added that is E.B. idea to take advantage of the financial availability of some companies which desire to cooperate with the Olympic movement but have no wealth to reach the C.O.P. partnership level. Nuno Fernandes conclui Mestrado Internacional Special Olympics em Xangai A comitiva portuguesa aos Jogos Mundiais Special Olympics de 2007 esteve na sede do C.O.P. a apresentar cumprimentos de despedida e recebeu do presidente do Comité Olímpico os votos de sucesso na competição que se realiza em Xangai, China de 2 a 11 de Outubro. Vicente Moura considerou os 21 atletas, todos portadores de deficiência intelectual, e nove oficiais desta Missão "os primeiros embaixadores de Portugal na China" após centenas de anos, sublinhando que o Desporto é a actividade que mais contribui para elevar, com os seus resultados internacionais, a auto-estima e o orgulho dos portugueses. Portugal participa em cinco modalidades (Futebol de 7, Atletismo, Natação, Ginástica e Golfe) num evento que engloba cerca de 7500 atletas e mais de 40 mil voluntários, de 169 países. Criado em 2002, o projecto Special Olympics Portugal integra o Comité Olímpico de Portugal na qualidade de Membro Extraordinário. O presidente da Comissão de Atletas Olímpicos, Nuno Fernandes, concluiu com sucesso o Mestrado Internacional em Gestão Desportiva (MEMOS), sob a égide do Comité Olímpico Internacional e com o apoio da Solidariedade Olímpica. O trabalho apresentado em língua inglesa no Museu Olímpico de Lausana versou a "Avaliação do Acesso Directo dos Atletas de Alta Competição às Instituições de Ensino Superior em Portugal" e teve como tutor o Professor Andreu Camps i Povill, do INEF de Barcelona. O diploma do Mestrado foi entregue hoje em cerimónia no Museu Olímpico pelo criador do MEMOS, o antigo presidente do Comité Olímpico Internacional Juan Antonio Samaranch. Esta edição do MEMOS foi concluída por 37 dos 44 participantes, de todo o Mundo. Foi a décima edição do MEMOS em língua inglesa, desde 1995, além de mais duas em língua francesa e uma em língua espanhola. Nuno Fernandes, 38 anos, engenheiro, participou como atleta em três edições dos Jogos Olímpicos (Barcelona-92, Atlanta-96 e Sydney-2000), na disciplina de Salto com Vara, e preside à Comissão de Atletas Olímpicos e engloba a Comissão Executiva do C.O.P. desde 2005. Este ano foi o Chefe-adjunto da Missão do C.O.P. ao IX Festival Olímpico da Juventude Europeia, realizado em Belgrado. Nuno Fernandes Master of Sport Nuno Fernandes ended successfully the MEMOS 2007 with the thesis "Evaluation of the Direct Access of High Competition Athletes to Portugal Superior Courses". It was tutored by Professor Andreu Camps e Povill, from Barcelona INEF. Nuno Fernandes is a former three times Olympic Pole Vault athlete who now leads the Portuguese Olympic Athletes Commission. He also was the Deputy Chef de Mission of Portugal to EYOF Beograd 2007. 49 Julho|Setembro 2007 « NOTICIARIO Onda abre lojas na China empresa portuguesa P&R Têxteis S.A assinou, em Pequim, um contrato de parceria com o grupo empresarial CITIC International Co. Ltd para a distribuição da sua marca "Onda" em território chinês. A expansão da marca "Onda" para a China, pretende aproveitar a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, e a apetência dos consumidores chineses por marcas desportivas estrangeiras, estando prevista a abertura de seis lojas "Onda" na China, durante o ano de 2008. Na cerimónia de assinatura do contrato, esteve presente o Chefe de Missão da Delegação Portuguesa aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Prof. Manuel Boa de Jesus, que A se encontrava em Pequim a participar no seminário de Chefes de Missão, no âmbito da preparação da participação portuguesa nos Jogos Olímpicos. Também assistiu ao evento o presidente da ACOLOP e vice-presidente do Comité Olímpico de Macau, Manuel Silvério. A marca Onda estará presente nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 na qualidade de patrocinadora oficial do Comité Olímpico de Portugal, sendo responsável pelo fornecimento dos trajes desportivos e trajes formais da Missão Portuguesa a Pequim 2008, bem como pelo fornecimento dos uniformes de competição da Federação Portuguesa de Triatlo, da qual é patrocinadora. Onda shops opening in China Portuguese factory P&R Texteis which produces the Onda Sportswear, official supplier of C.O.P., signed a deal with a Chinese trade company which led to the opening of six shops in China during next year. Portuguese Chef of Mission to Beijing Games, Mr. Boa de Jesus, who was participating in Beijing in the Chefs of Mission Seminar, assisted the event. ACOLOP president and Macao Olympic Committee vice-president, Mr. Manuel Silvério, was also present. Onda will supply the casual wear of the Portuguese athletes and also the competition apparel for Triathlon athletes, like 2007 World Champion Vanessa Fernandes. Continente patrocina Missão Pequim 2008 O Comité Olímpico de Portugal e os Hipermercados Continente celebraram um contrato de patrocínio para a Missão Olímpica aos Jogos de Pequim de 2008. Ao Continente foram atribuídos os estatutos de "Gold Sponsor", Patrocinador de Ouro, Patrocinador Oficial e Hipermercado Oficial do C.O.P. e da Equipa Olímpica Portuguesa. Através deste contrato, o C.O.P. autoriza o Continente a utilizar a imagem colectiva da Equipa Olímpica Portuguesa aos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, em acções de publicidade, marketing e promoção. O apoio do Continente ao Comité Olímpico de Portugal e à delegação olímpica portuguesa que no próximo ano nos vai representar em Pequim revela-se um compromisso de grande importância e orgulho para a marca. Os Jogos Olímpicos, mais importante evento desportivo mundial, são relacionados em Portugal a participações vitoriosas de atletas que provocaram grande envolvimento do país, como Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Carlos Lopes. Aos Jogos Olímpicos são associados valores muito positivos como a união, a celebração da Humanidade, do esforço para o sucesso e que a tornam numa marca poderosa e emotiva. Os Jogos representam unidade, paz, universalidade e comunidade mas também a celebração da diversidade e a afirmação dos valores nacionais, valores que o Continente também partilha e promove na sua actividade. Miguel Rangel, director de Marketing do Continente, refere que este "patrocínio ao Comité Olímpico de Portugal representa a vontade de uma grande marca portuguesa em apoiar e fomentar os grandes feitos e as grandes conquistas do nosso país, procurando partilhar essa vontade com milhares de famílias portuguesas. Queremos estar junto dos portugueses que vão concretizar o sonho de participar no maior evento do desporto mundial e ajudar a envolver e mobilizar o país nessa participação". O presidente do Comité Olímpico de Portugal, Vicente Moura, sublinha a "importância do apoio de uma empresa e uma marca com a importância e o reconhecimento público do Continente à Missão Olímpica a Pequim 2008, onde o COP participa com o objectivo de alcançar o número recorde de quatro a cinco medalhas". 50 Julho|Setembro 2007 Continente sponsors C.O.P Portugal NOC and Continente Hypermarkets celebrated a new sponsoring deal which enables the greatest Portuguese retailing company as "Gold Sponsor" of the Portuguese Olympic Team. Mr. Miguel Rangel, Marketing Director of Continente, said this sponsorship deal with C.O.P. "shows the will of a great Portuguese mark to support and increase our country's great sports achievements, looking forward to share that will with thousands of Portuguese families". Continente wants to be "close to the Portuguese who are going to fulfil the dream of participating in the greatest event of Worlds' Sport and call the whole country to take part as well".