O agro-alimentar cresceu muito nos últimos anos
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O agro-alimentar cresceu muito nos últimos anos
PUB Edição 1849 1,20 Euro 4 de março de 2016 a 10 de março de 2016 www.mundoportugues.pt Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida [email protected] MELGAÇO PRIMEIRO-MINISTRO NA VISITA AO SISAB PORTUGAL P. 4 Agricultores têm até 3 de março para apresentar prejuízos GOVERNO P. 8 e 9 Partidos de esquerda viabilizaram o Orçamento de Estado P. 10 PAÍS Mau tempo fez-se sentir de norte a sul ATUALIDADE “O agro-alimentar cresceu muito nos últimos anos” António Costa foi ao SISAB PORTUGAL elogiar um setor “que cria mais de cem mil empregos”. Elogios que estendeu ao certame, considerando-o “um excelente ponto de encontro entre o mercado nacional e os mercados externos”... P. 2 e 3 PELO MUNDO P. 12 a 14 Remessas enviadas pelos portugueses no estrangeiro subiram 8,3% em 2015 Governo quer integração do EPE nos currículos dos países de emigração Suíça: Segunda língua mais falada nas escolas em Genebra é o Português Estados Unidos da América: Artista português transforma a sua casa em AF_EDP_RIR_MP_250x50.pdf 1 12/02/16 18:15 museu C M Y CM MY CY CMY K LIGA PORTUGUESA Vitória difícil em Belém mantém acesa a chama azul e branca Depois da queda na Liga Europa, o FC Porto foi a Belém vencer o Belenenses por 2-1 mantendo assim a pressão sobre o Sporting e o Benfica. P. 27 P. 16 e 17 Durão Barroso e António Guterres debateram “quem manda no mundo” O anterior presidente da Comissão Europeia e o candidato a Secretário-geral das Nações Unidas debateram questões centrais das sociedades, num encontro marcado pela concordância de opiniões em quase todos os temas. CULTURA P. 18 e 19 Busca dos portugueses pelo eldorado luxemburguês chega ao grande ecrã TURISMO Uma visita às aldeias mais típicas de Portugal com as Rotas do Xisto P. 37 p.2 DESTAQUE 26 DE FEVEREIRO DE 2016 CERTAME DINAMIZA UM SETOR COM UM CRESCIMENTO CONSTANTE QUE CRIOU MAIS DE CEM MIL EMPREGOS “O SISAB PORTUGAL é um excelente ponto de encontro O agroalimentar é um sector com um crescimento constante ao longo dos últimos anos, tendo criado mais de cem mil empregos. A afirmação foi feita pelo Primeiro-Ministro de Portugal, durante a visita ao SISAB PORTUGAL. António Costa elogiou um setor “de exceção” - considerando-o um exemplo de dinamismo em momentos de crise - e referiu-se ao SISAB como “um excelente ponto de encontro entre o mercado nacional e os mercados exteriores”. “Felizmente o agroalimentar é um setor de exceção, onde temos estado a crescer o dobro e a exportar cada vez mais”, afirmou o Primeiro-Ministro que visitou o Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas no primeiro dia do certame, acompanhado pelo ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos. O SISAB PORTUGAL, que decorreu em Lisboa, entre 29 de fevereiro e 2 de março, completou em 2016 a sua 21ª edição - que o seu fundador e dinamizador apresentou como “a edição da maioridade”. “Esta é a edição da maioridade e, como tal, é uma edição histórica”, sublinhou Carlos Morais, recordando que o SISAB permitiu a Portugal, “organizar a maior feira a nível mundial, de marcas e produtos de um só país”. “Com muito orgulho vemos que este projeto, fruto de muito trabalho, é um sucesso. Provou que é transnacional e, acima de tudo, que os importadores valorizam e confirmam a qualidade dos produtos portugueses”, acrescentou o CEO do SISAB PORTUGAL, assumindo que “lá fora, temos mais de 200 milhões de consumidores ávidos pelos produtos portugueses da área do alimentar e bebidas”. Numa conferência de imprensa conjunta com António Costa, Carlos Morais aproveitou para deixar um ‘desafio’ ao líder do Executivo. “Estas empresas vão crescer na exportação, vão gerar bens de qualidade e também empregos. Por isso, devem ser apoiadas e viver num ambiente apenas de negócio, onde as condições para crescer, lhes sejam criadas. É o desafio que deixamos ao Governo”. A PROVAR É QUE SE CONHECE OS PRODUTOS Mas antes da conferência de imprensa, o primeiro-ministro, acompanhado pelo fundador do certame, visitou os stands das empresas expositoras portuguesas para, de uma forma mais próxima e intimista, conhecer o percurso de cada uma delas no que diz respeito à exportação. Cada vez mais as empresas apostam em mercados internacionais, com o objetivo de partilhar com o mundo a qualidade reconhecida do que é português. É essencial a importância que a atividade exportadora tem, não só como forma de promoção, mas também para o desenvolvimento económico de Portugal. Hoje, muitas destas empresas do agroalimentar já exportam 70 e 80 por cento da sua faturação e sempre com uma perspetiva de grande crescimento, já que a internacionalização das suas marcas e produtos foi, desde a primeira hora, o seu objetivo. Durante a manhã, muitos foram os convites para degustar aquilo que de melhor Portugal tem a nível gastronómico como os enchidos, os queijos, os vinhos, entre muitos outros. Impressionado pela dimensão do certame, António Costa felicitou todos os participantes da 21ª edição do SISAB PORTUGAL pelo caminho que têm percorrido para levar a excelência dos produtos nacionais aos quatro cantos do mundo. Com simpatia, o primeiro-ministro mostrou-se ainda interessado em saber em que medida o evento está a contribuir para os negócios das empresas nacionais. Com uma postura descontraída, António Costa cumprimentou os vários empresários presentes e pousou, na companhia de Carlos Morais, para inúmeras fotografias juntos dos mesmos e de vários investidores estrangeiros que não resistiram a uma selfie com o atual primeiro-ministro que desejou a todos os empresários a concretização de bons negócios e que o trabalho, a persistência, o esforço e a dedicação tragam bons resultados para as empresas e, consequentemente, para o país. SETOR GEROU 100.000 EMPREGOS No fim da visita, e em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro felicitou os 21 anos do SISAB PORTUGAL, “um evento que foi lançado pelo semanário ‘Mundo Português’ e que percebeu que a rede das comunidades portuguesas no mundo era um mercado muito importante, mas acima de tudo, uma rede de distribuição fantástica para tudo o que é a produção nacional”. Um mercado que está cada vez mais voltada para a exportação e que tem neste certame, uma “grande oportunidade para as pequenas e médias empresas do sector agroalimentar poderem internacionalizar-se e encontrar novos mercados por esse mundo fora”. Setor que, frisou, tem ‘andado’ em contraciclo nos últimos anos: em anos de crise, “teve a oportunidade de crescer significativamente”, afirmou, revelando ainda que para além de crescer, tem gerado empregos. “Estamos a falar de um setor que cria mais de cem mil empregos e tem tido um crescimento constante ao longo dos últimos anos. Esse crescimento poderá ser “É por isso que este evento, que celebra 21 anos, é um momento da maior importância, assim como a presença constante da nossa indústria e dos nossos produtos nos mercados internacionais” António Costa “Esta é a edição da maioridade e, como tal, é uma edição histórica. O SISAB PORTUGAL permitiu a Portugal organizar a maior feira a nível mundial, de marcas e produtos de um só país” Carlos Morais DESTAQUE 26 DE FEVEREIRO DE 2016 p.3 entre o mercado nacional e os mercados exteriores” sustentado na melhoria do mercado interno. Mas tem que crescer sobretudo através da conquista de novos mercados no estrangeiro”, sentenciou. “EXCELENTE PONTO DE ENCONTRO” Especificamente sobre o SISAB PORTUGAL, afirmou que este “é um excelente ponto de encontro entre o mercado nacional e os mercados exteriores”. “Este evento, que celebra 21 anos, é um momento da maior importância, assim como o é, a presença constante da nossa indústria e dos nossos produtos nos mercados internacionais”, disse o governante. Sobre as metas do Governo, assegurou que são ambiciosas: “em cinco anos podermos equilibrar a nossa balança comercial em valor”. “Para isso, é necessário exportar mais, e, para exportar mais, é preciso produzir mais”, referiu, lembrando que para tal, “feiras como esta são essenciais também a montante”. “Para termos uma boa indústria agroalimentar temos que ter uma excelente agricultura, e, por isso, é muito importante a qualidade do que produzimos e o que podemos ir buscar ao mar”, afirmou. Uma linha de continuidade que, para o primeiro-ministro, tem que prosseguir, “passem os governos que passem”. “Tem que ser uma continuidade na política nacional”, defendeu. E exemplificou: “tivemos agora um grande crescimento na produção de azeite, graças às oliveiras que foram plantadas há cinco anos atrás. Temos que plantar agora novas oliveiras para haver novo crescimento daqui a cinco anos. É assim que se pode trabalhar na agricultura: com estabilidade e continuidade nas políticas e um grande esforço coleti- vo, para produzir mais, transformar melhor e vender cada vez mais para os mercados externos”. MAIS RENDIMENTO PARA FAMÍLIAS MELHORES CONDIÇÕES PARA EMPRESAS António Costa assegurou ainda que o Governo tem como prioridade o relançamento da economia, mas assente em dois eixos: a recuperação do rendimento das famílias e a criação de melhores condições para as empresas investirem. “Por isso, a aposta que fizemos na capitalização as empresas, no saneamento do sistema financeiro, porque são condições essenciais para se poder aumentar o investimento”, disse. Um relançamento que tem no agroalimentar, um exemplo a seguir. “É um setor de exceção, onde temos estado a crescer o dobro e a exportar cada vez mais. Essa é a linha que temos de seguir, de forma a termos uma economia sustentávelmente mais sólida, com maior capacidade exportadora, sem esquecer obviamente a importância do mercado interno”, sentenciou. “A MELHOR REPRESENTAÇÃO DE PORTUGAL” Terminada a visita, António Costa - que visitou o certame acompanhado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos, pelo secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, e pelo deputado socialista pela Emigração, Paulo Pisco - prestigiou o almoço e ouviu o CEO do SISAB PORTUGAL, reiterar a importância do evento para o agroalimentar e bebidas. O empresário, que idealizou o certame em 1982, recordou o sonho de “criar um evento único e irrepetível no mundo”, exclusivamente dedicado aos produtos portugueses. Carlos Morais agradeceu, ainda, a todos os produtores e os exportadores presentes, sobretudo àqueles que “fizeram 6, 8, 16 horas de viagem, só para conhecerem os melhores produtos portugueses”. Relembrando o crescimento de 53 pontos percentuais no número de compradores internacionais e de 21 pontos percentuais na quantidade de empresas nacionais presentes, Carlos Morais afirmou que esse sonho está “agora a ser realizado”. O Primeiro-Ministro português agradeceu a todos os produtores e exportadores nacionais presentes pelo trabalho que têm vindo a desenvolver, reiterando que cada um dos produtos portugueses presentes “é a melhor representação possível de Portugal”. O SISAB PORTUGAL, que em 2016 completou 21 anos de realização, reuniu em Lisboa 1.700 importadores de 110 países e 450 empresas nacionais representativas de 28 setores, para levar a todo o mundo o que de melhor se faz em Portugal, na área do agroalimentar e de bebidas. Muitos dos momentos especiais acontecem também na véspera do certame. São as visitas educacionais, que têm permitido aos importadores tomarem conhecimento com os produtos ‘in loco’. Este ano foram vários os circuitos com contactos e provas, um pouco por todo o país. Outros momentos importantes são vividos ao longo dos três dias com a realização de provas de vinhos e de degustação de produtos, cujo objetivo é mostrar as potencialidades dos produtos portugueses e fundamentalmente levar os importadores internacionais a conhecer melhor as suas “Estamos a falar de um setor que cria mais de cem mil empregos e tem tido um crescimento constante ao longo dos últimos anos. Esse crescimento poderá ser sustentado na melhoria do mercado interno. Mas tem que crescer sobretudo através da conquista de novos mercados no estrangeiro” António Costa especificidades e características próprias. Esta dinâmica implementada ao setor agroalimentar e de bebidas, e ainda a outros setores que estão diretamente ligados a este, como, por exemplo, o dos transportes internacionais de mercadorias, levou a que em 2009, o Presidente da República concedesse ao SISAB PORTUGAL, o seu Alto Patrocínio, numa demonstração do seu reconhecimento, mas também da importância estratégica que tem a exportação para Portugal. Durante três dias em Lisboa, e num ambiente exclusivamente profissional, abrem-se e concretizam-se oportunidade de negócio para os que participam no SISAB PORTUGAL, o único evento 100% nacional, privado, virado para a internacionalização de marcas e produtos de origem portuguesa. p.4 PELO PAÍS 4 DE MARÇO DE 2016 Norte Centro Sul MELGAÇO OURÉM GRÂNDOLA Agricultores têm até 3 de março para apresentar prejuízos Município requalifica o Cruzeiro do Regato Março é mês dedicado aos jovens A Câmara de Melgaço revelou que os agricultores do concelho que sofreram prejuízos provocados pelo mau tempo devem registar-se até 3 de março nos serviços locais da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Isto para que possam beneficiar das “medidas excecionais com vista a repor a normalidade das condições de vida nas zonas mais afetadas pelo mau tempo”, informa uma nota da autarquia. De acordo com o levantamento da proteção civil municipal, as localidades mais atingidas pelo temporal do último fim de semana foram Fiães, a União de Freguesias de Chaviães e Paços, Cristóval, Penso, Alvaredo e a União de Freguesias de Vila e Roussas. O município de Ourém fez obras de conservação e restauro no Cruzeiro do Regato, um símbolo na fundação da Aldeia da Cruz. Os trabalhos foram executados pela equipa de Conservação e Restauro do Museu Municipal de Ourém e permitiram estabilizar os processos de degradação verificados. Foi aplicado um biocida para eliminação da colonização biológica, e feita uma limpeza mecânica com escovas de nylon e água corrente. O Cruzeiro do Regato está associado à lenda que envolve D. Nuno Álvares Pereira e o seu irmão Pedro Álvares Pereira, após a Batalha de Aljubarrota no ano de 1385. MONTALEGRE Município festejou os 76 anos do padre Fontes BATALHA Orçamento Participativo a votos até 15 de março O Ecomuseu de Barroso e o executivo da Câmara Municipal de Montalegre festejaram os 76 anos do padre Fontes, “uma das figuras de maior relevo do concelho” e o principal impulsionador do conhecido Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, que se realiza desde 1983. “Como já vem sendo hábito, a cada dia 22 de fevereiro, o Ecomuseu de Barroso assinala o aniversário do seu patrono”, refere uma nota da autarquia. Ao parabenizar um dos mais conhecidos filhos do concelho (o padre António Fontes nasceu em Cambezes do Rio), o presidente da Câmara de Montalegre sublinhou que “tem sido um fabricante de ideias, sempre em prol dos interesses de todos”. “Queremos continuar a festejar consigo, pelo menos, até ao seu centenário”, disse ainda Orlando Alves. MIRANDA DO DOURO Câmara quer valorizar a Capa de Honras Mirandesa A Câmara de Miranda do Douro, iniciou um processo de “valorização” da capa de honras mirandesa. No dia 19 de março, a partir das 10h30, no Largo D. João III, realiza-se a segunda edição da iniciativa ‘Exaltação da Capa de Honras Mirandesa’. Para o evento, portugueses e espanhóis vão ser convidados a desfilar envergando as respetivas capas, para se perceber quantas existem e a sua antiguidade. As inscrições devem ser feitas através do email [email protected] ou no Balcão Único da Câmara Municipal de Miranda do Douro até ao próximo dia 14 de março. REDACÇÃO Email: [email protected] tel. (00351) 21 795 76 70 AMIGO N.º1 DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 1994 MEDALHA DE MÉRITO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 2000 FUNDADORES Valentim Morais e Padre Vítor Melícias Lopes ADMINISTRAÇÃO Carlos Morais [email protected] DIRECTOR Maria da Conceição Granado de Almeida (TE 402) Chefe de Redacção José Manuel Duarte (CP 3414) [email protected] Redactores Principais Ana Grácio Pinto (CP 2857) [email protected] António Freitas (CP 1920) [email protected] Ana Rita Almeida (CP 6092) [email protected] São dez as propostas do Orçamento Participativo da batalha que até ao dia 15 de março estarão em votação pelos munícipes. Os moradores podem de consulta as propostas e votar através do endereço: http://op.cm-batalha.pt. Em votação estão projetos como o alcatroamento de vias ou a sinalização de locais de interesse do concelho, a criação de espaços de cowork dirigidos aos mais jovens ou ainda a criação de painéis de calçada portuguesa junto ao Mosteiro da Batalha, com a utilização de códigos QR. O projeto mais votado será concretizado pela autarquia, que fixou para o Orçamento Participativo uma dotação orçamental de trinta mil euros. SÁTÃO Comitiva em Orsay para o Festival das Geminações A Association Culturell Portugaise Les Ulis/Orsay (ACPUO) promoveu a 20 e 21 de fevereiro, no Gymnase Blondin, em Orsay, França, um festival comemorativo da geminação Sátão/Les Ulis, e Vila Nova de Paiva/Orsay. Os vários artesãos oriundos dos dois concelhos, marcaram presença com destaque para a gastronomia e o artesanato, produtos regionais de fabrico caseiro, entre eles o fumeiro e o queijo. Atuações de folclore, espetáculos musicais e jogos tradicionais fizeram parte do programa deste Festival. As atuações etnográficas ficaram a cargo do Grupo Folclórico da Esperança ACP Les Ulis Orsay e do Grupo Folclórico Alegria do Minho Plaisir. Para reviver as tradições, a Association Culturell Portugaise Les Ulis/Orsay, realizou um torneio de Sueca e confecionou especialidades da gastronomia portuguesa. COLABORADORES E CORRESPONDENTES PORTUGAL Manuela Aguiar, Carlos Luís, Eduardo Moreira, Vasco Callixto, Manuel Pinto Coelho, Nélson Simas, Paulo Geraldo, Joaquim Vitorino, José António Barreiros ESTRANGEIRO África do Sul: Carlos Silva Alemanha: João Marques, Manuel Campos Argentina: Martin Fabian d’Oliveira Bélgica: António Fernandes Brasil: Ramos André, António Gomes da Costa, José António Marcelino, Linda Gonçalves, Dagmar Lourenço Canadá: Carlos Morgadinho Espanha: Luís Longueira Estados Unidos: Adalino Cabral, Edmundo Macedo, Glória de Melo, José Martins, Nelson Tereso França: Duarte Silva, António Cravo Holanda: José Camacho Suíça: Manuel Beja, António Santos Venezuela: Rui Carloto Inglaterra: Rogério Fragoso Dinamarca: Susana Louro Arranca a 3 de março, o programa de comemorações do Mês da Juventude organizado pelo município em colaboração com as juntas de freguesia, o Centro Ciência Viva do Lousal e o movimento associativo do concelho. O evento volta a destacar o talento e o trabalho desenvolvido pelos jovens grandolenses. A exposição «Sons de Cá», a atuação das bandas locais ‘Sable Sun’, ‘Smash Skulls’ e ‘Kapitalistas Podridão’ e do projeto musical ‘Ladrões do Tempo’ são alguns dos destaques do programa. Do programa do Mês da Juventude 2016 destaque também para os eventos desportivos, nomeadamente, a Prova Amadora de Obstáculos ‘The Wild Boar Race’, o Meeting de Surf e Body Board na Praia do Carvalhal e o Paintball noturno na Aldeia Mineira do Lousal. LOULÉ Cavaco Silva doa livros à biblioteca O Presidente da República doou mais de cinco mil obras, parte da sua biblioteca pessoal, à Biblioteca Municipal de Loulé. Os livros foram entregues à biblioteca do concelho natal de Aníbal Cavaco Silva e incidem sobre áreas como a economia, finanças, história, política, diplomacia ou literatura, estando prevista uma segunda entrega que, segundo a mesma fonte, será composta por “largas centenas” de obras. O presidente da autarquia, Vítor Aleixo, disse à Lusa que as obras vão ser expostas numa nova ala da biblioteca, ainda por inaugurar, espaço que se vai intitular ‘Fundo Aníbal Cavaco Silva’. Embora se preveja que todas as obras sejam disponibilizadas para consulta, apenas uma parte do espólio ficará disponível fisicamente na nova ala da biblioteca, enquanto a outra ficará guardada em depósito, acrescentou. ALCOUTIM Município organiza Jornadas do Mundo Rural A 4 e 5 de março, a câmara municipal realiza a primeira edição das Jornadas do Mundo Rural. O evento, feito em colaboração com a Associação de Proprietários Florestais das Cumeadas do Baixo Guadiana, decorrerá no Espaço Guadiana, em Alcoutim, e terá como temas centrais a ‘Floresta’ e a ‘Agricultura’. “A iniciativa pretende fomentar uma maior proximidade entre os produtores agrícolas e florestais, de forma a impulsionar os referidos setores neste território”, informa uma nota divulgada pela autarquia. Para mais informações e inscrições contactar a Câmara Municipal de Alcoutim. Morada: Av. Elias Garcia, 57 - 7.º • 1049-017 Lisboa - Portugal Fax: (00351) 21 795 76 65 Publicidade Assinaturas [email protected] [email protected] Alípio Pereira (Coordenador) tel. (00351) 21 795 76 71 tel. (00351) 21 795 76 68 Departamento de Eventos Tânia Diniz [email protected] tel. (00351) 21 795 76 69 SÓCIOS COM MAIS DE 5% DO CAPITAL NA EMPRESA: Carlos Manuel Cordeiro Baião Morais EDITOR e PROPRIETÁRIO [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 76 Paulo Ferreira (Coordenador) [email protected] Capital Social: 200.000 Euros [email protected] MUNDO PORTUGUÊS Sociedade Jornalística S.A. Depósito Legal: 1971/83 Registo: Ministério da Justiça/107468 O Emigrante/Mundo Português: 107468 tel. (00351) 21 795 76 73 Estatuto Editorial: Ler em www.mundoportugues.pt [email protected] Ana Lourenço (Coordenadora) tlm. (00351) 91 983 77 75 Nádia Duarte [email protected] tel. (00351) 21 795 76 74 Serviços Administrativos Graça Vieira [email protected] tel. (00351) 21 795 76 66 /7 PORTE PAGO TIRAGEM No mês de FEVEREIRO 28.000 ex. p.6 CLUBE DOS LEITORES 4 DE MARÇO DE 2016 ASSOCIAÇÃO FRANCO-PORTUGUESA DE ARGENTEUIL Comunidade portuguesa chora desaparecimento de António Bastos A comunidade portuguesa chorou o desaparecimento de António Bastos que faleceu no passado dia 1 de fevereiro. Membro muito acarinhado na Associação Franco-Portuguesa de Argenteuil, é lembrado como um homem que desempenhou um papel muito importante em prol da comunidade portuguesa sobretudo na defesa da língua e cultura portuguesa. Membro ativo da Associação Franco-Portuguesa de Argenteuil desde 1985/86, fez de tudo um pouco neste associação. Foi sócio, membro do conselho de administração, secretário-geral, apresentador-animador, membro do rancho folclórico, membro do grupo de teatro e jogador de futebol. Atualmente era um dos dirigentes da equipa sénior desde o seu regresso de Portugal. As mensagens dos nossos amigos e leitores também nos chegam através da página do Mundo Português na rede social ‘Facebook’. Através dela, mantemos um contacto diário com quem integra esta imensa comunidade, nos quatro cantos do mundo. A todos, o nosso Muito Obrigado por fazerem parte da Família do Mundo Português... Meus parentes de sobrenome Pena. Alguns ainda residem aí. Abraços a todos parentes portugueses! Aurora Pena - Brasil Homem de diálogo, respeitador, amigo do seu amigo, António Bastos era querido de todos no meio das associações portuguesas em França, Holanda, Alemanha, Andorra, Checoslováquia, Luxemburgo e também em Portugal. À esposa, filhos e familiares as mais sinceras condolências. Todos os dias venho aqui à vossa página para ver novidades do meu país. Deixei Portugal há mais de vinte anos e as saudades são muitas. Ás vezes penso mesmo que não vou aguentar mas o trabalho obriga-me a continuar pela Alemanha. Mas todos os dias penso em Portugal, na minha família, na minha terra. Um abraço para todos. Pedro Melo - Alemanha Lindo mesmo. Que espectáculo esta igreja no meio das muralhas. Muito obrigado Mundo Português por nos fazer descobrir estas lindas terras desconhecidas. António Lopes da Silva - França Li este jornal muitos anos. A saudade do meu país, falava mais alto. Elisabete Oliveira - Portugal Bom dia. Amo todas as postagens e notícias. Vera Maldonado - Brasil Espetáculo. Parabéns a quem faz esta página. Gosto muito. Nélson Antunes - Espanha Aprendo muito com os vossos textos sobre a história de Portugal. Maria Fernanda - Venezuela Não sou alentejano mas o Alentejo é magnífico. Pedro Rodrigues - Brasil Cada vez que vejo as fotografias que colocam aqui na vossa página apetece-me apanhar o avião e viajar para Portugal. Joana Alves - Suíça Em Sydney Austrália está perfeito mais no lado do calor. Esperemos nesta próxima quintafeira de ser o dia mais quente no mês de Fevereiro. José Ornelas - Austrália Em Hartford Connecticut nublado um pouco frio mas não muito. Bom domingo para todos! Anabela Aires Lomba Estados Unidos Muitas gracias desde Argentina. Yo soy portuguesa. Adelina Da Silva - Argentina Gosto muito da vossa página. Obrigado desde Luanda. Saudades do meu país. Ricardo Teixeira - Angola PELO PAÍS 4 DE MARÇO DE 2016 p.7 UMA ALDEIA QUE UNE O TURISMO À CULTURA Aldeia de Vergílio Ferreira pede equipamento cultural para acolher visitantes O presidente da União de Freguesias de Melo e Nabais, defendeu a criação de um equipamento cultural para acolher os visitantes que se deslocam à terra natal do escritor. O autor da “Manhã Submersa” nasceu na aldeia de Melo (Gouveia) a 28 de janeiro e faleceu a 01 de março de 1996. Desde a sua morte, cujo corpo do escritor está sepultado no cemitério de Melo, que a localidade é muito procurada por turistas e por pessoas interessadas na vida e obra de Vergílio Ferreira. O autarca Salvador da Cruz Dias disse hoje à agência Lusa que os visitantes podem ver alguns locais relacionados com o percurso do escritor, mas não existe na terra um espaço que os acolha e que permita a sua estadia por mais tempo. A aldeia necessita de um equipamento cultural onde os visitantes “encontrem alguma coisa de Vergílio Ferreira” e sugere a instalação de uma pequena biblioteca no antigo edifício da Casa da Câmara, que é propriedade do município. “Acho que a Câmara Municipal de Gouveia vai mesmo avançar com as obras da Casa da Câmara (datado do século XVI) e teremos que pensar em alguma coisa para ali”, disse, ad- mitindo que o imóvel também poderia acolher o posto dos CTT, que atualmente ocupa instalações arrendadas, e, por exemplo, “uma exposição de trajes antigos”. O presidente da União de Freguesias de Melo e Nabais garante que o município de Gouveia “está com vontade de apostar” na recuperação daquele edifício histórico com recurso a fundos comunitários do programa Portugal 2020. Assim sendo quando as visitas são efetuadas através do Posto de Turismo de Gouveia , são sempre acompanhados nas deslocações. Noutro caso, se os visitantes se deslocarem à aldeia por iniciativa própria, estes são consuzidos por um residente de 75 anos, de seu nome Luís Filipe Gonçalves que faz de guia. O seu trabalho é valorizado pelo autarca, por reconhecer que todo aquele que se deslocar à aldeia é “sempre acompanhado” nos passeios aos locais associados ao escritor, fazendo desta pequena aldeia, o local ideal para unir o turismo à cultura. PUB MELHOR BANCO PARA AS EMPRESAS. Escolhido pelas empresas no BFin 2015 - Barómetro Serviços Financeiros Empresas, da DATA E. Produtos mais adequados às empresas Líder na captação de Clientes Melhor Banco para as empresas www.bancobpi.pt/empresas p.8 POLÍTICA 4 DE MARÇO DE 2016 OE 2016 SERÁ AGORA DISCUTIDO PELOS DEPUTADOS NA ESPECIALIDADE. A VOTAÇÃO FINAL GLOBAL ESTÁ MARCADA PARA 16 DE MARÇO Partidos de esquerda viabilizaram o Orçamento de Estado O Parlamento aprovou, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2016 (OE 2016), com votos favoráveis de PS, BE, PCP e Verdes, a abstenção do PAN e votos contra de PSD e CDS-PP. No início do primeiro dia do debate parlamentar, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, já teria confirmado que o seu partido votaria contra a proposta de OE. Também o centrista Nuno Magalhães deu o seu parecer relativamente a esta matéria, considerando que a proposta não tem “credibilidade técnica”, e Assunção Cristas acabou também por garantir que o voto do CDS não seria favorável. Aconteceu o que nunca antes tinha ocorrido na democracia portuguesa: os votos do Partido Comunista Português, do Bloco de Esquerda e Partido Ecologista ‘Os Verdes’ permitiram ao Governo liderado por António Costa, aprovar o Orçamento de Estado de 2016 (OE 2016). No que diz respeito aos restantes partidos, o Partido Social Democrata e CDS-Partido Popular votaram contra e o PAN (Pessoas, Animais, Natureza) absteve-se. O documento foi aprovado pela maioria, assim como as Grandes Opções do Plano, que acabaram por ter uma votação idêntica. A aprovação do documento em plenário da Assembleia da República decorreu em meio a muitas trocas de acusações entre o governo e a oposição, que marcou desde o inicio a sua posição contra as soluções propostas. 13 HORAS DE DEBATE Foram vários os momentos que marcaram este debate parlamentar, entre eles aquele que se verificou no final da sessão, quando a porta-voz do BE, Catarina Martins, se dirigiu ao primeiro-ministro para o cumprimentar com um sentido aperto de mão. Mas se retrocedermos no debate até ao seu início percebemos que a atmosfera foi bastante diferente, mais pesada e tensa, com uma longa e dura discussão pela frente até se chegar a um veredito. Foram 13 horas de debate em torno do Orçamento do Estado, divididas em dois dias onde estiveram presentes no hemiciclo 228 deputados de um total de 230. As bancadas da esquerda focaram os seus esforços num ataque contínuo ao PSD e CDS-PP ao longo dos dois dias de debates, com o Primeiro-Ministro a acusar entre outras coisas o Governo anterior de “minar a confiança e a credibilidade do país”. “Não podemos ir lá fora e dizer uma coisa e dizer outra cá dentro”, afirmou, falando especificamente do exemplo do corte nos salários, pensões e da sobretaxa, que “lá fora era definitiva e cá dentro era para a devolver aos contribuintes”. Por duas vezes ocorreram críticas a respeito do aumento dos impostos sobre o tabaco e João Almeida (CDS) chegou mesmo a dizer que “100% dos portugueses pagam o imposto sobre o tabaco”. Ainda a respeito do aumento de impostos sobre alguns bens, António Costa, em resposta a uma das acusações da ronda de per- guntas dos deputados sobre os impostos sobre os combustíveis, explicou que com a redução dos preços dos combustíveis que se verifica atualmente, este aumento de impostos não será significativo quando comparados os preços praticados ao longo do ano passado. João Galamba (PS) afirmou que ainda “no ano passado os combustíveis aumentaram o mesmo que aumentam neste”. “E não ouvi nenhum deputado do PSD ou do CDS dizer que vinha aí o apocalipse”, ironizou. As acusações prosseguiram com Joana Mortágua (BE) a afirmar que “o país ficou a saber que o PSD não quer ter responsabilidade, lava as mãos do destino do país”, colmatando com uma pergunta ao PSD sobre as motivações do voto contra do partido ao OE 2016: “é porque é constitucional?”, perguntou. Do outro lado, Miguel Santos (PSD) acusou a coligação de ter feito “um pacto de não agressão. As bancadas da esquerda nem sequer se questionam umas às outras”. E se Mariana Mortágua deu primazia à necessidade de se discutir uma renovação do sistema fiscal, falando na importância de se criar novos escalões “de modo a melhorar a progressividade do imposto”, Teresa Leal Coelho (PSD), acusou o Orçamento de já ter sido “tudo e o seu contrário e que é da exclusiva responsabilidade do PS (...)”, afirmando ainda ser este “um orçamento desajustado, sem estratégia de crescimento coerente”. O segundo dia iniciou-se com o ministro das Finanças Mário O próximo passo será analisar e discutir o Orçamento na especialidade, havendo já datas marcadas para ocorrerem: 10, 14 e 15 de Março. Terminada esta fase de debate, a votação final global ocorrerá no dia 16 de Março. Centeno, a frisar um contraponto com o Governo anterior. “Não assumiremos objetivos orçamentais sustentados em operações financeiras que não foram concluídas”, assegurou Centeno. “Não assumiremos como permanentes medidas que em Portugal apresentamos como temporárias e não negociaremos nas costas dos portugueses, sacrificando os seus impostos, com fins eleitorais puramente oportunísticos”, disse ainda. PCP QUER NOVO BANCO NACIONALIZADO A meio do segundo dia, a intervenção do ministro das Finanças levou uma novidade: em vez dos previstos 550 euros, a dedução fixa por filho em sede de IRS será de 600 euros. Especificamente no que diz respeito à matéria fiscal, Mário Centeno ressalvou a introdução da cláusula de salvaguarda do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e a eliminação da isenção do referido imposto para os fundos imobiliários. Outra novidade deste debate foi a proposta apresentada pelo PCP, de nacionalização do Novo Banco. “Se o povo português pagou o Novo Banco, deve pô-lo ao serviço do País”, sentenciou Jerónimo de Sousa. Já o BE anunciou que vai preparar com o Governo o próximo OE, apresentando inclusive algumas medidas que esperam ser aprovadas. No final do dia, o líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou que o Orçamento de Estado para 2016 é o “orçamento da mudança e da confiança” e ainda que é “bem diferente da genuflexão que, entre Portas e Passos, fez o anterior Governo PSD/CDS”. Por fim ficou-se a saber que os feriados de 5 de Outubro e de 1 de Dezembro são repostos, sendo que o Governo já deu início às negociações com a Santa Sé para a reposição do Corpo de Deus e o Dia de Todos os Santos. O próximo passo será analisar e discutir o Orçamento na especialidade, havendo já datas marcadas para ocorrerem: 10, 14 e 15 de Março. Terminada esta fase de debate, a votação final global ocorrerá no dia 16 de Março. POLÍTICA 4 DE MARÇO DE 2016 CONSIDERA AS MEDIDAS COM IMPACTO FISCAL PARA AS FAMÍLIAS p.9 POLÉMICAS Simulador esclarece aumento de deduções Agência Moody’s avalia positivamente mas or fil o mesmo ass m desvalor za As famíl as ortuguesas j odem ver ficar o impacto, no seu rendimento, do aumento ara euros da dedu o fi a or fil o em sede de IRS. Foi lançado um simulador, pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), com o propósito de esclarecer o debate em torno das mudanças do Orçamento de Estado para 2016. O simulador considera as medidas tomadas recentemente com m acto fiscal ara as famílias. Em causa estão a remoção do coefic ente fam l ar e ntrodu o da dedu o or de endente a devolu o da so reta a e atualização de escalões. Em comunicado, a A afirma que a esar das recentes declarações governamentais, manifestando a nten o de aumentar a dedu o fi a ara euros or fil o um casal com um fil o e rendimento líquido a partir de 700 euros, já fica a erder no novo enquadramento fiscal . A associação considera, ainda, que o novo enquadramento fiscal r v leg a quem n o tem fil os re terando que um tratamento mais justo será sempre o aperfeiçoamento do coefic ente fam l ar cr ado em ou, em alternativa, uma dedução universal e gual or fil o a cons derar ara efe tos da ta a a a l car . NA EVENTUAL APLICAÇÃO DE MEDIDAS ADICIONAIS AO OE 2016 Centeno garante que n o aver cortes nos salários e pensões r o Centeno garant u que n o aver cortes nos salários e pensões. O ministro das Finanças abordou o assunto na sequência da eventual aplicação de medidas adicionais ao OE para 2016. No segundo dia de debate no Parlamento, Mariana Mortágua, deputada bloquista, confrontou Centeno. “Sabendo que todos os OE têm um risco, d zemos claramente que n o lano . ara quem se comprometeu com uma estratégia contra o empobrecimento e pelo crescimento econ m co s uma o o a rofundar o plano A, de devolução de rendimentos e equidade fiscal . m n stro res ondeu verdade que o governo tem marcado uma l n a mu to clara na sua olít ca equ dade fiscal e devolu o de rend mentos e é e atamente essa a l n a que o governo va segu r e manter sempre que tiver que adotar medidas que incidam sobre o OE. Já a deputada do CDS-PP Cecília e reles e g u ao m n stro que esclarecesse se afinal e ste ou n o um lano ou um conjunto de med das ad c ona s . Mário Centeno reiterou que o “que está escr to no documento do urogru o é que o governo “tem que preparar medidas para quando for necess r o e n o se d z que essas med das t m que se anunc adas . Agência Moody’s dá nota positiva A ag nc a de nota o finance ra ood s considerou esta semana que a aprovação do OE2016 na generalidade, com o aval dos três partidos de esquerda que apoiam o overno soc al sta C e s erdes é positiva em termos de risco de crédito porque revela a capacidade e vontade do e ecut vo l derado or Ant n o Costa nverter o rumo em rol de uma or enta o orçamental mais realista do que a versão preliminar apresentada em fevereiro, refere a nota da agência de ‘rating’. A orta voz do loco de squerda desvalorizou, esta semana, a avaliação positiva da agência Moody’s à aprovação do Orçamento do Estado, considerando que nunca foram “bons a avaliar o que estava em ou mal . e nunca ac mos que fossem bons a avaliar o que estava bem ou mal, cont nuamos a ac ar o mesmo quando s o simpáticos no que dizem sobre o orçamento ortugu s afirmou Catar na art ns. A coordenadora bloquista falava à ag nc a usa no final de uma sess o l ca sobre o Orçamento do Estado para 2016, que decorreu no Salão Nobre do Teatro arc a de esende em vora. Catar na art ns ns st u que o loco de Esquerda não dá muita credibilidade às ag nc as de rat ng refer ndo que antes da cr se finance ra de estas garant am que os bancos que provocaram a crise eram a solutamente s l dos . A d re ta talvez esteja um ouco a ta porque estava à espera que as agências de ‘rating’ dissessem o contrário, mas isso é mais um problema da direita, que gosta de ouvir as agências de ‘rating’, do que um ro lema do loco de squerda real ou. A ag nc a de nota o finance ra Moody’s considerou, na quinta-feira, que a aprovação do Orçamento do Estado para é os t va em termos de r sco de créd to e mel ora a cred l dade orçamental. A aprovação do OE2016 na generalidade, com o aval dos três partidos de esquerda que a o am o overno soc al sta C e Os Verdes) é positiva em termos de risco de crédito porque revela a capacidade e vontade do e ecut vo l derado or Ant n o Costa nverter o rumo em rol de uma orientação orçamental mais realista do que a versão preliminar apresentada em fevereiro, refere a nota da agência de ‘rating’. p.10 PELO PAÍS 4 DE MARÇO DE 2016 Uma mulher passeia com seu cão na aldeia da Gralheira, concelho de Cinfães Mau tempo causou distúrbios pelo país Difíceis condições atmosféricas assolaram Portugal. Um pouco por todo o país um misto de chuva, neve e ventos fortes não deu tréguas e, um pouco por todo o território nacional, obrigou as autoridades a intervir. A Proteção Civil, num curto espaço de dias, registou 340 ocorrências relacionadas com o mau tempo. Destaque para 26 incidentes referentes a pessoas presas devido a uma queda de neve intensa e que necessitaram da intervenção das autoridades locais. Depois de janeiro ter entrado para a história como um dos mais quentes de sempre, eis que fevereiro chegou em força, mas pelos piores motivos. O mau tempo não facilitou a vida dos portugueses, que pouco puderam fazer face a temperaturas tão rigorosas. CORTE DE VIAS AUTOMÓVEIS Na última semana de fevereiro, foi naturalmente no Norte do país que as duras condições mais se fizeram sentir, com registos de queda intensa de neve em várias localidades. Pelas serras da Estrela, Caramulo e Lousã várias foram as estradas que tiveram de ser encerradas, assim como alguns acessos de vários distritos, como por exemplo Leiria, Castelo Branco e Coimbra. Nos pontos mais altos do país registouse um número elevado de ocorrências registadas, apesar de a Proteção Civil ter conseguido manter o controlo da situação. No entanto a circulação automóvel viu-se mais congestionada, tanto pelas alterações de trânsito como pelas dificuldades atmosféricas. A serra da Estrela, por exemplo, viu cortadas as ligações entre Sabugueiro e Penhas da Saúde (EN338), Sabugueiro e Covilhã (EN339), assim como o troço entre Piornos e Manteigas. A situação no distrito de Viseu, nas serras de Caramulo e Montemuro, também foi de desespero para os condutores. Devido à formação de gelo ocorrida entre 26 e 27, as vias de acesso estiveram fechadas durante a maior parte do fim-de-semana e apenas foram reabertas no dia 28 de fevereiro. Já a estrada nacional 351, que liga Oleiros a Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, e que havia sido encerrada, foi reaberta à circulação automóvel ao final da manhã daquele domingo. Também na zona de Oleiros, a EN350, que liga a vila a Álvaro e Madeirã, e na qual o trânsito esteve condicionado, particularmente na região normalmente conhecida por Alto do Cavalo (igualmente devido à neve e ao gelo acumulados no piso) foi também aberta ao trânsito na manhã de domingo. No norte do distrito de Leiria, as estradas Dois ciclistas passeiam na Serra da Freita, Arouca entre Pedrógão Grande e Castanheira de Pera e na região de Figueiró dos Vinhos, estiveram encerradas, tendo sido reabertas no dia 28 pelas 14:30, como disse à Lusa fonte do CDOS de Leiria. Estes foram dias complicados para a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que num curto espaço de tempo registou 340 ocorrências justificadas com as duras condições atmosféricas. Dessas, 136 estavam relacionadas com limpezas de vias, 72 com quedas de árvores ou ramos e 39 com inundações. Destaque para 26 destas ocorrências, que obrigaram ao salvamento de pessoas por parte das autoridades, e para o distrito de Viseu, aquele em que foi registado o Um homem tenta limpar a neve numa bomba de gasolina em Castro Daire maior número de incidentes, com 48 casos registados. Também no Algarve as baixas temperaturas se fizeram sentir, com a neve a cair nos pontos mais altos da região sul. No Alto do Fóia, o ponto mais alto do Algarve, em plena serra de Monchique, houve registos de queda de neve. Segundo o Presidente da Câmara de Monchique, Rui André, o monte de 902 metros de altitude ficou “coberto de branco”, embora durante a noite se tenha registado maioritariamente a queda de granizo, intercalado com flocos de neve. No entanto, e segundo previsões recentes, a vaga de frio não esteve para durar, e Março chegou com uma subida substâncial das temperaturas. Do intenso frio que o país viveu nos últimos dias de fevereiro, ficam, no entando, belas imagens... Danilo Abdula Gestor Caixa Empresas Caixa Empresas Setor Exportações e Internacionalização VAMOS FALAR DE EXPORTADOR PARA EXPORTADOR. Se há um banco que conhece o seu setor, é a Caixa. Para as empresas que fazem do mundo o seu mercado, a Caixa disponibiliza um conjunto de soluções para tornar mais seguras as operações internacionais, possibilitando a antecipação das receitas e a boa cobrança das suas exportações. Conte também com financiamento para os seus projetos de expansão e a experiência dos nossos gestores em comércio externo em articulação com as unidades do Grupo CGD no exterior, ligando negócios em mercados emergentes e maduros. Fale connosco, de exportador para exportador. HÁ UM BANCO QUE AJUDA A DAR CERTEZAS AO FUTURO. A CAIXA. COM CERTEZA. www.cgd.pt | 707 24 24 77 (8h às 22h, todos os dias do ano) _IMPRENSA_250x330.indd 1 27/11/15 12:21 p.12 PELO MUNDO 4 DE FEVEREIRO DE 2016 EMIGRANTES ENVIARAM 3,3 MIL MILHÕES DE EUROS PARA PORTUGAL Remessas enviadas pelos portugueses no estrangeiro subiram 8,3% em 2015 Segundo o Banco de Portugal, as remessas dos emigrantes aumentaram 8,3%, para 3,3 mil milhões de euros, em 2015. Os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal 3.314 milhões de euros durante os 12 meses do ano passado. De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, no Boletim Estatístico, os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal 3.314 milhões de euros durante os 12 meses do ano passado, o que representa um aumento de 8,3% face aos 3.060 milhões que tinham enviado em 2014, ano em que as remessas ultrapassaram pela primeira vez os 3 mil milhões de euros. Em sentido inverso, ou seja, quanto às verbas que os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram para os seus países de origem, o Banco de Portugal revela que houve uma diminuição de 1,5%: em 2014, os imigrantes enviaram para os seus países de origem 534,81 milhões de euros, ao passo que no ano passado o valor diminui para 526,65 milhões. A França, como tem sido habitual nos anos anteriores, lidera o ‘ranking’ dos países emissores de remessas para Portugal, tendo as verbas enviadas pelos emigrantes portugueses naquele país, ultrapassado pela primeira vez os mil milhões de euros: em 2014 este valor tinha-se ficado pelos 882,1 milhões de euros, ao passo que no ano passado subiu para 1033,1 milhões, o que representa um aumento de 17,11%. A Suíça, também como tem sido norma, é o segundo maior emissor de remessas para Portugal, registando uma subida de 3,3%: as verbas enviadas pelos portugueses na Suíça passaram de 812,8 milhões, em 2014, para 842,3 milhões no ano passado. DEPUTADO PS CULPA AUSTERIDADE Para Paulo Pisco, deputado do PS, o aumento das remessas dos emigrantes e a diminuição das dos imigrantes, em 2015 em Portugal, resultam dos anos de austeridade vividos no país. “Tanto num caso como noutro resulta dos anos de austeridade impostos no nosso país, que levaram a uma perda de atratividade da nossa economia”, afirmou Paulo Pisco, em declarações à Lusa. O parlamentar sublinhou que “o facto de ter havido muita emigração nos últimos anos levou a que houvesse este aumento”. “As remessas tanto podem ser um pé-de-meia ou como um meio de manter os bens ou pagar as dívidas”, disse. O deputado defendeu que os dados agora conhecidos “obrigam a que seja necessário da parte do governo olhar para a existência de fortes comunidades fora do país que necessitam de ser olhadas com políticas sólidas para responder às suas necessidades e às suas expectativas”. A habitual liderança do ‘ranking’ pela França é para Paulo Pisco a confirmação daquele país como o principal destino de emigração na Europa, logo a seguir à Suíça. E, por isso, “é necessário que Portugal dê atenção às relações bilaterais com França e Suíça”, defendeu. O deputado salientou ainda que “havendo uma redução das remessas dos imigrantes, houve também um aumento da atratividade por parte dos cidadãos de países de expressão portuguesa, que escolheram Por- tugal como o país para poderem trabalhar”. Para Paulo Pisco, este facto demonstra que “Portugal não deixa de ser, apesar das dificuldades, um porto de abrigo importante para esses cidadãos, e esses cidadãos devem ser olhados também como importantes para a nossa dinamização económica e até mesmo para a renovação demográfica”. JOSÉ CESÁRIO FALA EM CONFIANÇA EM PORTUGAL Em sentido contrário à opinião de Paulo Pisco, o deputado do PSD, José Cesário, defendeu que o aumento das remessas dos emigrantes para Portugal, em 2015, revela que estes portugueses não baixam os braços e mantêm confiança na economia do seu país de origem. “Esses dados revelam que os portugueses da diáspora, em 2015, mantiveram uma significativa confiança em Portugal e sobretudo na economia, uma grande confiança na Economia do país e nas perspetivas de crescimento”, afirmou José Cesário em declarações à agência Lusa. O ex-secretário de estado das Comunidades Portuguesas acredita que “esses dados revelam exatamente que as pessoas mandam dinheiro se confiam, e confiaram, por isso é que enviaram dinheiro”, reiterou. Já em relação à diminuição das remessas dos imigrantes, José Cesário considera que “tem que ver com fatores diversos, nomeadamente o facto de também muitos desses imigrantes serem provenientes de países em que há problemas económicos sérios e que têm alguma falta de confiança no seu respetivo futuro”. “Isso terá desmotivado o envio de algumas remessas, são os casos do Brasil e de Angola, que serão os mais significativos”, disse. REMESSAS DOS PALOP CAÍRAM Em contraponto à França e à Suíça, estão as remessas enviadas pelos portugueses a trabalhar nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que caíram 11% no ano passado, enquanto as destes africanos empregados em Portugal subiram 27,7%, mas são em muito menor valor. De acordo com o Banco de Portugal no Boletim Estatístico, os portugueses a trabalhador nos países africanos lusófonos enviaram no ano passado 229,1 milhões de euros, o que representa uma descida de 10,96% face aos 257,4 milhões que tinham enviado em 2014. Em sentido inverso, ou seja, as verbas enviadas pelos africanos lusófonos empregados em Portugal, houve uma subida de 27,7%, resultado do aumento das verbas entre 2014 e 2015, de 39,9 para 51 milhões de euros. Como é habitual, Angola representa a esmagadora maioria das verbas, seja de Portugal para África, seja do continente africano para Portugal. Assim, no ano passado, os portugueses em Angola enviaram 218,1 milhões de euros, o que representa uma descida de 12,02% face aos 247,9 milhões que tinham remetido no ano anterior. Governo pretende alargar serviços consulares a seis países O Governo quer colocar em funcionamento os serviços consulares em seis países, entre os quais China e Guiné Equatorial, e alargar os consulados honorários e as permanências consulares para melhorar o atendimento às comunidades portuguesas no estrangeiro. A intenção do executivo consta de uma resposta do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros a uma pergunta entregue na Assembleia da República pela deputada comunista Carla Cruz. O PCP questionara o Governo sobre quais as medidas previstas para “melhorar a acessibilidade dos portugueses aos serviços consulares”, considerando que nos últimos quatro anos, “por força da política de empobrecimento levada a cabo por PSD/CDS, cerca de 500 mil portugueses foram obrigados a sair do país e rumar a outras paragens, aumentando as comunidades portuguesas no Mundo”. Na resposta, o Governo afirma que “os objetivos de aproximar o serviço consular do utente, descentralizar e descongestionar a ação do posto consular e promover a modernização e a celeridade dos serviços prestados às comunidades portuguesas no estrangeiro serão continuados”. O executivo enuncia depois várias medi- das, entre as quais a entrada em pleno funcionamento do Consulado Geral de Portugal em Cantão (China) e da secção consular nas embaixadas portuguesas em Adis Abeba (Etiópia), Astana (Cazaquistão), Bratislava (Eslováquia), Malabo (Guiné Equatorial) e Panamá (Panamá). O alargamento do número de consulados honorários, com a eventual atribuição de competências consulares alargadas, a prossecução das permanências consulares, onde será possível a realização ‘online’ de atos consulares, a modernização do parque informático e o desenvolvimento de um novo sistema integrado de funcionamento e gestão dos postos consulares, são outras iniciativas apontadas pelo executivo, que pretende também contratar novos trabalhadores para os serviços externos, “em conformidade com o cumprimento das metas orçamentais”. “O funcionamento da rede consular portuguesa tem procurado, num contexto de contenção orçamental, adaptar-se às atuais características e necessidades das comunidades portuguesas, tendo-se verificado um alargamento do número de consulados honorários com atendimento permanente, a expansão das permanências consulares e a entrada em funcionamento de antenas consulares”, considera o executivo. PELO MUNDO 4 DE MARÇO DE 2016 p.13 AFIRMAÇÃO SURGE EM RESPOSTA A UMA PERGUNTA DO PCP AO MNE Governo quer integração do EPE nos currículos dos países de emigração O pagamento de propinas no Ensino Português no Estrangeiro (EPE) mantém-se, mas o Governo assegura que o objetivo é integrar os cursos de língua portuguesa nos currículos locais dos países de acolhimento, tornando-os gratuitos. Numa resposta a uma pergunta da deputada do PCP Carla Cruz, entregue no Parlamento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros reitera que “neste momento, atendendo aos constrangimentos orçamentais que ainda se vivem, o Governo terá de manter a propina” nos cursos extracurriculares. O PCP, que tem sempre criticado a introdução da propina, questionara o executivo sobre se pretende anular a cobrança desta taxa no ensino português no estrangeiro (EPE). Na resposta divulgada pelo PCP, o Governo refere que esta propina, introduzida pelo executivo anterior (PSD/CDS-PP), só é aplicada aos cursos extracurriculares de língua e cultura portuguesas organizados pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, e tem em consideração aspetos sociais, como famílias monoparentais ou situações de desemprego. “A política adotada por este Governo vai no sentido de promover a integração dos cursos de língua e cultura portuguesas nos ‘curricula’ locais, nos quais não há lu- SUÍÇA Segunda língua mais falada nas escolas em Genebra é o Português A língua portuguesa é a segunda mais falada pelos alunos do ensino primário, com 3.783 falantes contabilizados no ano letivo 2014 e 2015 em Genebra, revelou no final de fevereiro o jornal suíço ‘Tribune de Genève’. As línguas principais dos alunos do ensino primário em Genebra são respetivamente o francês, com 18.757 falantes, o português com 3.783 e o espanhol com 2.030. Entre 2014 e 2015, o ensino primário público em Genebra contabilizou 33.056 alunos, dos quais 20.238 suíços e 12.818 estrangeiros. Com mais de 40% de alunos que falam mais de uma língua, as autoridades de Genebra querem reforçar o conhecimento da língua de origem dos alunos estrangeiros. O objetivo é duplo: favorecer a aprendizagem de um segundo idioma e facilitar a integração. “Uma boa integração é possível se desenvolvemos vínculos com a língua e a cultura de origem”, disse o conselheiro de Estado Pierre Maudet, responsável do Departamento de Segurança e de Economia, citado pelo jornal suíço. Neste momento, 4118 alunos em Genebra seguem cursos na sua língua de origem. Os alunos portugueses, espanhóis e italianos são os principais beneficiados deste tipo de cursos pelo facto de serem financiados pelos respetivos consulados e representaram as maiores comunidades estrangeiras do can- Com 3.783 falantes, o Português é a segunda principal língua dos alunos do ensino primário em Genebra. Entre 2014 e 2015, o ensino primário público em Genebra contabilizou 33.056 alunos, dos quais 20.238 suíços e 12.818 estrangeiros. tão suíço. Entre 2015 e 2016, 1.175 alunos do ensino primário e 621 alunos do ensino secundário obrigatório seguiram aulas do Ensino Português no Estrangeiro (EPE) em Genebra, enquanto 74 seguiram aulas de Português, oferecidas pela associação brasileira Raízes. De acordo com a conselheira de Estado Anne Emery-Torracinta, responsável do Departamento da Instrução, citada pelo jornal suíço, os pais de alunos estrangeiros preferem privilegiar a aprendizagem da língua francesa. No entanto, segundo o Gabinete para a Integração de Genebra, as crianças bilingues vão aprender novos idiomas com mais facilidade. “O nosso objetivo é aumentar o número de línguas ensinadas”, disse a conselheira. O cantão de Genebra contabiliza mais de 150 línguas faladas pela sua população. Esta semana, a cidade suíça acolhe um fórum sobre a heterogeneidade da escola e os alunos bilingues. O Governo afirma que a sua política é da integração dos cursos nos currículos locais gar ao pagamento desta propina”, modalidade que considera ser “a mais adequada” para a aprendizagem dos alunos e para “um maior ganho de escala na difusão e promoção da língua e da cultura portuguesas”, refere a resposta do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Por outro lado, o PCP questionara o Governo sobre a situação na Alemanha, onde os professores teriam tido indicação de impedir a frequência das aulas por alunos com propinas por pagar e de fazerem a sua cobrança. Na resposta, o executivo afirma que “não há qualquer orientação no sentido de impedir alunos de frequentar as aulas logo que se verifiquem atrasos na regularização das propinas”, nem do Camões, I.P. ou da tutela, acrescentando que “essa situação foi corrigida de imediato pela coordenação do EPE na Alemanha”. PUB p.14 PORTUGUESES NO MUNDO 4 DE MARÇO DE 2016 VEREADORA LUSO-CANADIANA FOI ESCOLHIDA PELO SEU TRABALHO NA ÁREA SOCIAL Ana Bailão é ‘Mulher da Semana’ para publicação canadiana A vereadora luso-canadiana da Câmara de Toronto Ana Bailão foi distinguida como a ‘Mulher da Semana’, na passada semana, pela ‘Women’s Post’, publicação ‘online’ de cariz social. Em 2010, após ser eleita para o município canadiano, Ana Bailão ficou responsável pela Comissão para a Habitação Social mais Acessível da autarquia, trabalho destacado no ‘site’ a propósito da distinção. Em outubro de 2014, foi reeleita pelo distrito eleitoral de Davenport. “Considero que temos conseguido dar mais atenção à questão (da habitação social). Estou feliz por verificar que os três níveis de governo (municipal, provincial e federal) estão a falar sobre essa questão”, refere Ana Bailão, em declarações à publicação ‘online’. A publicação tem como objetivo promover trabalhos relevantes de mulheres no Canadá, na área social. Tem cerca de 585 mil visitas semanais, principalmente de mulheres com rendimento médio e Em 2010, após ser eleita para o município canadiano, Ana Bailão ficou responsável pela Comissão para a Habitação Social mais Acessível da autarquia, trabalho destacado no ‘site’ a propósito da distinção. alto, segundo informação disponibilizada no ‘site’. A comunidade que mora em habitação social em Toronto é a maior do Canadá e a segunda maior na América do Norte, com mais de 170 mil residentes, com uma bolsa de mais de seis mil milhões de dólares (quatro mil milhões de euros) em apartamentos. Compreende mais de duas mil torres de habitações na cidade, o que equivale a 7% da população de Toronto. A luso-canadiana Ana Bailão integra também a comissão executiva do presidente da câmara (John Tory) e é a responsável pela estratégia de Toronto para melhorar a acessibilidade à habitação, bem como pela expansão destes serviços. Formada pela Universidade de PUB Toronto em Sociologia e Estudos Europeus, concorreu pela primeira vez às eleições municipais em 2003 e foi derrotada nesse ano, ingressando no setor privado, na área financeira e de informação tecnológica de saúde, nos departamentos de marketing e comunicação. A ‘Women’s Post’ também aborda as raízes lusófonas de Ana Bailão, que se mudou de Portugal para o Canadá, para a área da Davenport, em Toronto, com 15 anos. Na cidade canadiana, referiu à publicação ‘online’, sente-se “como em casa”. Segundo os Censos de 2011, existem 44.970 mil habitantes em Davenport e 20,3% falam português. Este já foi o grande centro da comunidade portuguesa em Toronto. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Artista português transforma a casa em museu Um artista português transformou a sua casa em Manhattan num museu aberto ao público, onde expõe o seu trabalho e promove o trabalho de outros artistas. No bairro de Harlem, na Rua 148ª, entre as avenidas Broadway e Amsterdam, a casa de quatro andares tem uma instalação na sua fachada a todo o comprimento e uma placa que assinala: “Musee Maison”. Luís da Cruz, de 56 anos, comprou o imóvel em 2006 por 995 mil dólares(cerca de 909 mil euros), investindo cerca de meio milhão de dólares (458 mil euros) na sua recuperação. “O Harlem tem pouca arte e a minha intenção, quando comprei esta casa e me mudei de Hell’s Kitchen para cá, foi trazer arte aos moradores desta zona de Nova Iorque”, explicou à agência Lusa. Nascido na Covilhã, Cruz mudou-se com a mãe para França aos 14 anos, juntando-se ao pai que estava lá imigrado. Depois de se licenciar em Arquitetura e Belas Artes, trabalhou como decorador para o estilista Pierre Cardin, tendo contribuído, por exemplo, para a construção do hotel Residence Maxim’s, em Paris. No final da década de 1990, trocou França pelos Estados Unidos e instalou-se em Nova Iorque. “Tive uma loja no SoHo, que acabei por fechar, e mantive sempre aberta a minha empresa de arquitetura e design de interiores. A minha grande paixão é arte, mas preciso continuar a trabalhar para pagar as contas”, explicou à Lusa. As suas peças são feitas com materiais abandonados, como metais, vidros e madeiras, que recolhe nas ruas de Nova Iorque. Na sua casa, estão expostas cerca de uma centena de peças. “Existe muita beleza, muita arte, nos objetos que os nova-iorquinos deitam fora”, disse Luís da Cruz, que vende as peças por valores entre os 500 e os 50 mil dólares (entre 450 e 46 mil euros). O arquiteto usa também o espaço para promover o trabalho de outros artistas. A última exposição, em novembro e dezembro, mostrou obras da francesa Hélène Bettencourt; os artistas que vão participar na próxima, que acontece na primavera, ainda não foram escolhidos. A casa de Cruz já foi alvo de reportagens no Wall Street Journal, que refere que o português transformou o imóvel “na estadia moderna de um artista”, e no New York Daily News, que descreveu o papel da casa no bairro. “(A casa) tornou-se um ponto central para legiões de jovens e talentosos artistas numa nova renascença do Harlem”, escreveu o jornal norte-americano. CULTURA 4 DE MARÇO DE 2016 p.15 ADRIANO NEVES CONCORRE NA CATEGORIA ‘OPEN TRAVEL’ COM UMA FOTOGRAFIA REGISTADA NO CHILE Há um português entre os finalistas dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony Uma fotografia na Patagónia chilena deu, a Adriano Neves, um lugar entre os finalistas dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony. É o único português entre cerca de 270 representantes de mais de 60 países. O engenheiro civil, de 35 anos, é um dos dez finalistas da categoria ‘Open Travel’, com o tema ‘Viagem’, aberta a fotógrafos não profissionais. Com os ‘Cuernos del Paine’, dois picos das cordilheiras montanhosas do Parque Nacional Torres del Paine, refletidos sobre o lago Nordenskjöld, a fotografia foi feita ao início da manhã e o autor disse à agência Lusa que se destacou pela “forte mensagem de serenidade, acompanhada também de uma complexidade visual que a torna bastante intrigante”. A fotografia, a que chamou “Jardins do Paraíso”, foi captada durante uma viagem pela América do Sul, no ano passado, mas, para ter acesso a esta paisagem, Adriano Neves precisou de algum esforço. “Para chegar a este local em concreto, acampámos junto ao lago Pehoé e arrancámos de madrugada, com muito poucas horas dormidas, para a zona da cascata Salto Grande e do lago Nordenskjöld”, contou à Lusa. “O Lago Pehoé com os ‘Cuernos del Paine’ em pano de fundo. O vento é agreste, mas a vista é suficientemente magnífica para manter o espírito quente”, referiu Adriano Neves ao publicar a imagem na sua página na rede social ‘Facebook’. Apesar de ter formação em Engenharia Civil, Adriano Neves, natural de Tomar e residente em Lisboa, assume como atividade profissional a fotografia, nas áreas de arquitetura e de viagem, sobretudo na vertente de paisagem. Adquiriu a primeira câmara semiprofissional há apenas três anos, mas desde então passou a dedicar-se mais ao passatempo e a tratar as suas viagens “como pequenos projetos de aprendizagem e construção de portfólio”. Adriano Neves já tinha sido selecionado no ano passado para esta mesma competição e a sua fotografia, feita na Islândia, foi considerada a melhor entre candidatos portugueses, tendo ainda sido incluída nas 50 melhores da categoria ‘Panorâmica’. A sua fotografia foi uma das 230.103 imagens submetidas a concurso por fotógrafos de 186 países, tendo Portugal quase duplicado, segundo a organização, o número de entradas relativamente a 2014. No dia 29 de março, Adriano Neves vai saber se é vencedor ou Infraestruturas de Portugal restaurou painéis de azulejos da estação de Caminha A Infraestruturas de Portugal (IP) concluiu os trabalhos de conservação e restauro dos painéis de azulejos da Estação de Caminha, localizada na Linha do Minho. O conjunto de painéis é constituído por cerca de 4.200 azulejos, 2.600 divididos por 20 painéis figurativos e 1.600 do tipo padrão, informa IP. “Os bonitos painéis figurativos que revestem as fachadas exteriores retratam costumes, paisagens, monumentos e atividades típicas da região, foram produzidos na Fábrica Sant ‘Anna (Lisboa) na década de 1930, sendo a pintura da autoria de Gilberto Renda”, lê-se na nota divulgada pela IP. Entre outros trabalhos, foi feita a etiquetagem, remoção dos azulejos do suporte, picagem e regularização do suporte, colagem de fragmentos, dessalinização, fechamento de juntas e reintegração cromática. “Tratou-se de um investimento de 21 mil euros na conservação e valorização do vasto património arquitetónico a cargo da Infraestruturas de Portugal”, informa a IP. A Infraestruturas de Portugal gere uma rede com 928 estações, 474 das quais com serviço de passageiros e/ou de mercadorias, que oferecem um conjunto de serviços e de equipamentos em que a acessibilidade, a funcionalidade, o conforto e a segurança são fatores fundamentais. não na sua categoria, mas terá de esperar até 21 de abril para saber se foi escolhido como Fotógrafo do Ano nas secções abertas a não profissionais e se ganhou os cinco mil dólares (4.538 euros) do respetivo prémio. O resultado será anunciado numa gala em Londres, a par dos vencedores das categorias para A fotografia, a que chamou “Jardins do Paraíso” foi captada durante uma viagem ao Chile profissionais, para jovens e para estudantes. Entretanto, a fotografia de Adriano Neves fará parte de uma exposição dos Prémios Mundiais de Foto- grafia Sony, em Londres, de 22 de abril a 08 de maio, e será incluída na edição do livro que contém as melhores imagens da competição deste ano. PUB p.16 ATUALIDADE 4 DE MARÇO DE 2016 Durão Barroso e António Guterres debateram “quem manda no mundo” Foto Johannes Jansson “Oscilamos entre o complexo de inferioridade e a exaltação nacionalista”, afirmou o antigo presidente da Comissão Europeia quando questionado sobre a visão dos países estrangeiros sobre Portugal. Numa conclusão partilhada com o anterior Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e atual candidato a Secretário-geral das Nações Unidas, Durão Barroso completou que, embora sendo visto “com respeito” em relação à sua história, e apesar da simpatia geralmente utilizada para descrever os portugueses, o país é ainda tido, “há que reconhecê-lo”, como um país “pobre, relativamente atrasado do ponto de vista da Educação”. “É visto com condescendência, uma condescendência que me magoa”, concluiu o antigo governante. A mesma opinião tem António Guterres, que referiu um atraso estrutural na educação, acrescentando acreditar que “as elites portuguesas não estão à altura dos portugueses que temos”. O anterior Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados explicou que “os portugueses são extremamente apreciados (no estrangeiro) pelas suas capacidades, mas os mesmos portugueses não conseguem essa apreciação em Portugal”. “Só pode ser uma questão de liderança”, defendeu. O debate, transmitido pela RTP e moderado por Paulo Dentinho, diretor de informação do canal, e António José Teixei- Foto: Evan Schneider-UN O anterior presidente da Comissão Europeia e o candidato a Secretário-geral das Nações Unidas juntaram-se para debater questões centrais das sociedades, num encontro marcado pela concordância de opiniões em quase todos os temas. Durão Barroso e António Guterres falaram sobre a atualidade política e económica de Portugal, a ameaça terrorista no mundo, o futuro da Europa, entre outros temas, partindo de uma pergunta comum: “Quem manda no mundo?” “Não temos só o ataque dos eurocépticos, mas temos também a desilusão dos pró-europeus. Devíamos ter algum orgulho na Europa” Durão Barroso ra, diretor da Revista XXI, teve a duração aproximada de 90 minutos e convidou os antigos primeiros-ministros a falar sobre temas como a atualidade política e económica nacionais, as atuais tensões na Europa e a ameaça terrorista global, a par de questões como revolução digital, os desafios da industrialização e a situação do mercado de trabalho. O principal ponto de divergência entre os antigos governantes socialista e social-democrata focou-se na solução governativa portuguesa. Se o antigo presidente da Comissão Europeia acha que “foi um erro a fórmula governativa escolhida”, afirmando que o atual executivo “não tem condições de sustentabilidade daquilo que é necessário para o país”, António Guterres discordou, apelidando o atual acordo político “Investir em ciência e em tecnologia, como investir em educação, são questões absolutamente básicas para responder aos desafios do presente” António Guterres de “criativo”, pois os “partidos que apoiam o Governo minoritário” aceitaram que este Governo “mantivesse posição de fidelidade face aos compromissos europeus e atlânticos de Portugal” . O antigo dirigente socialista lembrou que “as pessoas em Portugal têm sofrido muito” e, por isso, “é importante que as coisas corram bem”. UE, ONU E TERRORISMO Numa altura em que uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia está na ordem do dia, o tema foi também colocado durante a conversa que juntou os dois pesos-pesados da política portuguesa. O antigo Presidente da Comissão Europeia afirmou que “Putin seria o primeiro a comemorar” um eventual ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da União Europeia), enquanto António Guterres lembrou que a “questão da União Europeia sempre foi mais complexa para os ingleses do que para outras nações europeias”, quer por questões geográficas, quer por questões culturais ou económicas”. O atual sentimento de descrença de muitos cidadãos face à União Europeia foi, aliás, outro dos tópicos centrais da noite. “Não temos só o ataque dos eurocépticos, mas temos também a desilusão dos pró-europeus. Devíamos ter algum orgulho na Europa”, lembrou o antigo Primeiro-Ministro social-democrata. Para Durão Barroso, a descrença deve-se, em parte, a uma tendência generalizada dos Estados a uma “europeização dos fracassos e a nacionalização dos sucessos”. Uma opinião partilhada por António ATUALIDADE 4 DE MARÇO DE 2016 Guterres, que acrescentou que “tal tem criado na opinião pública europeia um sentimento contra o aprofundamento da construção europeia e, quanto mais precisamos de Europa, temos dificuldades em que os Estados se ponham de acordo em temas de solidariedade europeia”. Como na questão da crise dos refugiados e da Síria, que o antigo presidente da Comissão Europeia catalogou como “uma mancha na consciência universal”. Situação que Guterres, por sua vez, afirma só ser possível defrontar, “preservando os valores que fizeram da civilização europeia um pilar de construção do Mundo Moderno”. O candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas lembrou, ainda, a necessidade da distinção entre religião e política, afirmando que “normalmente as questões políticas sofrem instrumentalização de natureza política” e que a questão se centra, na sua opinião, no “aparecimento de formas de terrorismo ligadas a falsas interpretações dos valores do Islão”. “Quando o Corão fala em abstrato, fala dos valores da paz, da tolerância… que são os nossos valores”, concluiu. E quanto ao papel das Nações Unidas e à candidatura de Guterres ao cargo de Secretário-Geral, Durão Barroso foi claro ao declarar apoio ao antigo rival da política nacional. “Nunca pensei candidatar-me por razões pessoais e vejo com muito agrado a candidatura de António Guterres”, declarou, concluindo que “é uma das funções mais importantes que temos a nível mundial”, embora considere “injusto” colocar “todas as expectativas no Secretário-geral”, numa organização tão complexa e onde o Comité de Segurança assume um papel fundamental nas decisões. Já o candidato ao cargo, António Guterres, lembrou a necessidade de modernização “das estruturas que globalmente nos regem”, como as próprias Nações Unidas. “Acho que o drama que nós temos é que, hoje, 60 anos depois (da criação da Organização das Nações Unidas), temos praticamente as mesmas Nações Unidas que foram criadas naquela altura”. Imagem: RTP “QUEM MANDA NO MUNDO?” Num debate que começou com António Guterres a ser interrogado sobre “quem manda no Mundo” atualmente, o desenvolvimento científico e tecnológico e as relações de força a nível europeu e mundial, foram alguns dos tópicos quentes da noi- Os antigos primeirosministros falam de temas como a atualidade política e económica nacionais, as atuais tensões na Europa e a ameaça terrorista global, a par de questões como revolução digital, os desafios da industrialização e a situação do mercado de trabalho. te. O atual candidato a Secretário-geral das Nações Unidas referiu a disseminação do poder, lembrando que a questão é “o cerne do problema”, dado que, atualmente, “as relações de força deixaram de ser claras”. “Vivemos num mundo caótico em que a impunidade e a imprevisibilidade tendem a multiplicar-se”. Uma visão partilhada por Durão Barroso que, quando questionado sobre um possível primado do financeiro sobre o político afirmou que a resposta à pergunta sobre quem manda no Mundo, na sua opinião, é, “ninguém”. “Não há uma potência que dirija os destinos do mundo”, referiu o antigo dirigente social-democrata, lembrando que “o poder hoje está disseminado, está desorganizado, não há um único foco de poder financeiro que domine os outros”. “A realidade é mais complexa do que muitas vezes se diz”, completou. Já o antigo dirigente socialista lembrou que é necessário “distinguir” entre o poder e a questão das desigualdades, completando que “no Mundo, as desigualdades no interior de todos os países estão a crescer” de alguma forma, como consequência direta da “globalização e progresso tecnológico”. No entanto, lembrou, investir em ciência e em tecnologia, “como investir em educação, são questões absolutamente básicas para responder aos desafios do presente” completando que “sem uma resposta forte nesse sector não conseguiremos, também, ter uma resposta forte em questões mais complexas como as questões climáticas”. “Não tenho dúvidas de que o desenvolvimento tecnológico nos vai fazer colocar algumas questões sobre a forma como vivemos em sociedade, o que não é mau”, afirmou António Guterres. p.17 p.18 PORTUGUESES NO MUNDO 4 DE MARÇO DE 2016 TRÊS CINEASTAS, UM DOS QUAIS PORTUGUÊS, RETRATAM O PERCURSO DE QUATRO EMIGRANTES LUSOS NO LUXEMBURGO Busca dos portugueses pelo eldorado luxemburguês chega ao grande ecrã «ElDorado» retrata pessoas ‘normais’, as suas ilusões e desilusões, as duras condições de trabalho num país que não é o seu. O documentário acompanhou três anos na vida de quatro emigrantes portugueses recém-chegados ao Luxemburgo. Realizado por Rui Eduardo Abreu, Thierry Besseling e Loïc Tanson, a película foi seleccionada para o Luxembourg Film Festival e para o Taiwan International Documentary Festival e estreia a 16 de março nas salas de cinema do Grão Ducado. “É uma história sobre pessoas que não estamos habituados a ver nos filmes e sobre duras condições de trabalho. São as trajetórias de quatro pessoas, as suas ilusões e desilusões, num país que não é o seu”. Alguns dias depois de terem visto a película ser selecionada para o Luxembourg Film Festival, e prestes a vê-la estrear nas salas de cinema luxemburguesas, é assim que Rui Eduardo Abreu, Thierry Besseling e Loïc Tanson descrevem «ElDorado», o seu mais recente projeto. Tendo como tema central a dinâmica da imigração portuguesa no Luxemburgo, o documentário que tem estreia agendada para 16 de março - segue, ao longo de um período de três anos, o percurso de quatro emigrantes portugueses recém-chegados ao país: Fernando, um português de meia idade, que procura escapar à crise económica em Portugal; Carlos, um desempregado de longa duração e ex-presidiário, prestes a ser pai; Jonathan, um adolescente com dificuldades escolares e em busca da sua vocação; e Isabel, uma portuguesa com um passado de violência e que procura um novo começo. São estes os rostos das histórias que os três realizadores convidam a conhecer. Uma temática que surge de forma bastante pessoal para cada um destes jovens cineastas. Thierry Besseling e Loïc Tanson, os dois realizadores luxemburgueses presentes no projeto, trabalham juntos há já cerca de sete anos, sendo criadores de várias curta-metragens sobre as dinâmicas da infância - os sonhos e memórias característicos dessa faixa etária. PUB Já Rui Eduardo Abreu, nascido em Portugal em 1981, estudou antropologia visual em Paris, seguido de um mestrado na École de Documentaire de Lussas, tendo trabalhado ainda na criação de audiovisuais para várias companhias de teatro parisienses, antes de participar naquele que é o primeiro trabalho conjunto dos três realizadores. “Todos nós temos, de alguma forma, laços e ligações com esta comunidade de emigrantes. E isso torna (a experiência) diferente para mim, para o Loïc e para o Rui”, revelou Thierry. Inicialmente, tinham previsto três curtos filmes de 30 minutos, mas acabaram por decidir reunir a pesquisa realizada por cada realizador, num único filme. ULTRAPASSAR CLICHÉS «ElDorado» surge assim, como uma película de 83 minutos “com os pés no chão, bastante firmada na realidade” e um capítulo final mais subjetivo onde espetadores e personagens encontram uma “liberdade” nova. Um documentário que pretende ultrapassar clichés e “falar de situações e questões reais” que nem sempre são fáceis de abordar. “Muitas pessoas acreditam no Luxemburgo como o ElDorado, onde tudo é possível, e, no fundo, nós mostramos o outro lado – algo que algumas pessoas não querem ver e que acaba por afetar todos”, explicam. VIDAS REAIS Num país onde 40 por cento da população é descendente de emigrantes e onde 65 por cento da população ativa inclui nacionalidades distintas da luxemburguesa, os emigrantes portugueses formam uma das maiores comunidades estrangeiras no país, estimando-se que representem entre 16 a 20% da população total do Grão-Ducado. Esta é, no entanto, a primeira película sobre a emigração portuguesa no país: “a ideia central, aqui, era mostrá-los (aos emigrantes portugueses) num filme, algo que nunca tinha sido feito. Queríamos colocá-los sob os holofotes, foi essa a principal razão para o fazermos”, explicam. Algo que exigiu uma pesquisa exaustiva aos três cineastas. Num total de sete anos de duração do projeto, estimam que aproximadamente dois tenham sido inteiramente dedicados a conhecerem melhor a comunidade portuguesa no Luxemburgo. “Passámos muito tempo em cafés, em escolas, apenas para conhecer pessoas e ter uma ideia do que seria interessante para nós e para o filme”, referem, acrescentando que “estas quatro personagens foram, de longe, as mais interessantes”. “Tentamos ter alguém que estivesse a acabar de chegar ao país - era algo importante para nóse queríamos também analisar os problemas na educação e na integração”, especificam. PORTUGUESES NO MUNDO p.19 4 DE MARÇO DE 2016 Contactaram os emigrantes portugueses sobretudo através de organizações. Houve quem quisesse aderir e quem se recusasse a participar no projeto: “também existia a questão de quem estava confortável e aceitava a presença da câmara nas suas vidas”, explicam. Da mesma forma foi necessário encontrar a distância certa para poder retratar, de uma forma algo isenta, a vida destes emigrantes, com quem conviveram ao longo de quase cinco anos. “Foi necessário não sermos completamente amigos deles, mantermos uma relação algo profissional. E eles também aceitaram isso. Foi um processo, para todos nós, encontrarmos a distância certa”. Por outro lado, foram três realizadores atrás da câmara. “Como éramos três pessoas, aquele que estava mais sintonizado com os ‘personagens’, tinha sempre dois colegas a alertá-lo para a forma como os estava a retratar. Mas, sim, prestamos alguma atenção para não nos envolvermos demasiado, emocionalmente”, confessam. Relembram, no entanto, que não pretendem fazer um retrato exaustivo da emigração portuguesa no Grão-Ducado. “Nós só seguimos estas quatro pessoas e contamos as suas histórias. Não tivemos a pretensão de ser exaustivos, portanto não sentimos essa responsabilidade”. As conclusões finais, afirmam, ficam a cargo de quem assistir à película. “Nós só contamos uma história, cada espetador pode formar a sua própria opinião sobre como estas quatro (histórias) se relacionam com a da emigração”. Razões semelhantes àquelas que invocam quando se fala sobre a possibilidade de serem “julgados” pelos clichés associados à comunidade imigrante portuguesa. “Ao filmá-los (às personagens) durante tantos anos, estamos a retratá-los de uma forma muito pessoal. Estamos a contar as suas histórias pessoais, portanto o cliché, em si próprio, deixa de existir. O que os espetadores vão ver são as vidas destas pessoas, e não apenas a fachada delas”, afirmam. No país onde o número de emigrantes portugueses altamente qualificados não é elevado, os três realizadores querem que «ElDorado» permita a todos “ver estes portugueses ‘como pessoas’, enquanto elas próprias, e não como a senhora das limpezas, ou quaisquer que sejam os clichés”. A expectativa é terem conseguido criar uma película, não apenas sobre vida dos emigrantes portugueses no Luxemburgo, mas sobre cidadãos, independentemente dos países de destino ou origem, à procura de uma vida melhor. “É uma história universal, com sentimentos universais”, referem. UM ÁLBUM DE FAMÍLIA Os quatro portugueses retratados já assistiram ao documentário, na sua versão final, e ficaram “emocionados e surpreendidos”, segundo os três realizadores. “É um pouco como quando pegamos num álbum de família e nos lembramos de como éramos mais novos, e de todos aqueles momentos”. Depois da “lisonjeadora” seleção para o Luxembourg Film Fes- tival, onde ocorreu a ante-estreia - e, mais recentemente, para o Taiwan International Documentary Festival-, o foco é agora “chegar ao maior número de pessoas possíveis”, e não apenas às cadeiras de festivais de cinema. Nem, tão somente, às comunidades portuguesas no país. “É uma história sobre quatro pessoas a viver no Luxemburgo, pode ser interessante para qualquer pessoa que more aqui”, garantem, porque aquilo que esta história conta “torna-a universal o suficiente para qualquer tipo de audiência”. Pensam que os espetadores luxemburgueses “reagirão de forma diferente ao filme do que, por exemplo, os portugueses”, dado que, opinam, as gerações luxemburguesas mais velhas podem não ter tido “o mesmo tipo de acesso às realidades dos emi- grantes portugueses”. Já estes emigrantes “possivelmente olharão para os seus próprios problemas de uma outra forma”. A única expectativa destes três jovens cineastas, no entanto, é que os espectadores “vejam o filme e que gostem”. Isso e poder levar o documentário às salas portuguesas e de outros países. Estão, aliás, à procura de distribuidores em Portugal, assim como a candidatar-se a vários festivais de cinema nacionais. “Achamos, que seria importante que fosse visto em Portugal, numa altura em que tantos portugueses estão a deixar o país. «ElDorado» mostra o quão difícil é, na realidade, ser emigrante - os sentimentos, as emoções. Seria importante que, em Portugal, vissem o que os portugueses, no estrangeiro, vivem e sentem”, sublinham. p.20 CULTURA 4 DE MARÇO DE 2016 O GRANDE POETA MORREU HÁ 90 ANOS E VIVEU EM MACAU GRANDE PARTE DA VIDA Memória de Camilo Pessanha em Macau está quase esquecida Um homem que “escrevia umas coisas”. É dessa forma que se recordam de Camilo Pessanha, os dois trinetos macaenses do poeta que foi o expoente máximo do simbolismo em língua portuguesa. O mais consagrado poeta português a viver em Macau morreu há 90 anos, mas o que resta na memória de Camilo Pessanha é uma estátua e uma rua: “Pe san ié kai”. Em Macau, dois trinetos recordam “o avô da avó”, um homem que “escrevia umas coisas” e de quem não sobrou nem uma fotografia. “A minha mãe contava que ele fumava ópio e que era maçom. Eu tinha 15 ou 16 anos quando me disse que ele era poeta. Não se ligava muito a isso”, recorda Ana Jorge, bisneta de Camilo Pessanha (nascido em Coimbra em 1867), que nunca chegou a conhecer, mas que viveu em Macau metade da sua vida e onde acabaria por morrer, a 1 de março de 1926. As memórias já frágeis de Ana Jorge são complementadas com as dos filhos Filomeno e Victor, que ainda ouviram a avó, já falecida, falar de Pessanha. Maria Rosa dos Remédios do Espírito Santo tinha 12 anos quando Camilo Pessanha morreu, há 90 anos. “Camilo Pessanha sustentou a minha avó dos sete aos 12 anos. (...) Ele não gostava muito do filho, dizia que ele não tinha juízo, estava sempre fora, e por isso a sustentou. Ela ia a casa dele e ele dava-lhe dinheiro. A avó gostava dele”, lembra à jornalista da agência Lusa o trineto Victor Jorge, 66 anos, segurando uma fotografia do João Manuel Pessanha, filho de Camilo Pessanha, com farda de oficial da marinha mercante, e fazendo referência a uma relação difícil entre pai e filho que ainda hoje é comentada em Macau. Tudo indica que João Manuel foi fruto de uma relação de Pessanha com uma concubina chinesa. Apesar de ser o seu único filho consensualmente reconhecido, a relação entre os dois terá sido distante. João Manuel nasceu em 1896 e foi batizado como filho de pais incógnitos. Só em 1900 foi perfilhado por Pessanha. No seu testamento, o poeta deixou a maior parte dos bens à nova companheira, Kuoc Ngan Yeng, em detrimento do filho. Foi também pela avó que os trinetos de Pessanha souberam que descendiam de alguém que fez nome na literatura, ainda que não fosse essa a faceta a que era mais associado em Macau, onde foi professor, juiz e conservador do registo predial. “A conversa surgiu quando arrumávamos coisas e vimos umas fotografias antigas. ‘Avó, quem é esse homem com bengala, cheio de barbas?’, ‘É seu trisavô’, disse ela, e começou a contar a história dele. Contou que foi advogado, tinha mulheres chinesas, até aprendeu a escrever chinês. Depois foi juiz”, recorda Victor, estimando que teria uns 20 anos na altura. E escritor? “Sim, ela sabia que tinha sido poeta. Foi também encarregado do Governo e tinha muitas antiguidades”, conta. Filomeno lembra-se de ter sabido do parentesco mais tarde, teria já mais de 30 anos, quando Maria Rosa, a avó, terá sido abordada para dar uma entrevista: “A avó falava dele, mas não muito. Dizia que era boa pessoa, escrevia umas coisas, tinha boas relações com muita gente, tanto portugueses, como chineses e macaenses. Mas a avó só nos disse umas coisinhas, não temos muito conhecimento”. Apesar da surpresa da ligação familiar, ambos sabiam bem quem era Camilo Pessanha, já que “a cabeça inteira dele, com os bigodes”, como recorda Filomeno, passava de mão em mão, impressa na nota de 100 patacas. Ana Jorge, “quase a fazer 83 anos”, e os filhos são macaenses em todos os aspetos: nos traços faciais que refletem a mistura portugue- Fotos de família do escritor Camilo Pessanha e que pertencem à sua bisneta, Ana Borges Filomeno Jorge (E), Vitor Jorge (D), e a mãe Ana Broges (C) trinestos e bisneta de Camilo Pessanha sa e chinesa, no sotaque, no bilinguismo, nas expressões, na afabilidade. Talvez pela distância, temporal e geográfica, pelo português fluente mas temperado pelo chinês e pelo patuá macaense, estes familiares de quarta geração, sem uma “Clepsidra” na estante, estão afastados da obra do poeta. “Só passei uma vista de olhos pelos poemas, não posso ser muito afirmativo”, comenta Victor à Lusa. Filomeno, hoje com 59 anos e membro da Tuna Macaense, diz ter lido alguns versos depois de a avó lhe contar da ligação familiar. Musicar poemas de Pessanha chegou a passar-lhe pela cabeça, mas eram muito longos e cortá-los estava fora de questão. “Faço muitas músicas em português e patuá. Não estudei música, mas sou músico”, comenta, referindo-se à veia artística: “Acho que herdei isso dele”. UM NOME NUMA RUA E UMA LÁPIDE Nove décadas depois da sua morte, o que resta de Camilo Pessanha em Macau é uma estátua e a rua “Pe san ié kai” (‘kai’ significa rua). O caráter “minoritário” da literatura portuguesa em Macau, e ainda mais da poesia e da corrente do simbolismo, explica, na opinião de académicos, a aparente ausência de Camilo Pessanha da cidade onde o poeta viveu 32 anos. Esta aparente ausência deve-se, na opinião do presidente do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa de Macau, a Pessanha “ter sido um poeta português” numa “cidade chinesa”. “Há 600 mil pessoas que vivem em Macau, 20 mil falam português. Portugueses de Portugal serão uns 4.000. Desses, quantos leem poesia?”, questiona Carlos André, que dirige aquele centro do Instituto Politécnico. É, no entanto, “a maior figura de Macau na literatura portuguesa” e Carlos André admite que lhe “causa estranheza” que, ao entrar no Cemitério São Miguel de Arcanjo, não seja fácil identificar a sua campa. A campa, discreta, com uma lápide em chinês, entalada entre jazigos vistosos no Cemitério São Miguel de Arcanjo, foi visitada por muitos curiosos ao longo dos anos. “Não havia poeta, escritor, que não perguntasse por Camilo Pessanha. Quando vinham cá pessoas ligadas às letras, lá íamos mostrar (a campa)”, recorda à Lusa o investigador Luís Sá Cunha, que fez parte de um grupo de intelectuais e amantes de Pessanha que, por diversas vezes, lhe prestaram homenagem no cemitério. Sá Cunha, que ainda sabe de cor o caminho para a última morada do poeta, logo lançou o alerta, repetido por inúmeras pessoas, de que se trata de um túmulo difícil de encontrar. A campa de Camilo Pessanha, discreta, encontra-se numa ponta do cemitério, com uma lápide escrita em chinês, identificável apenas pela pequena fotografia do poeta, com as suas barbas negras. Na pedra tumular já só se consegue ler a primeira frase da inscrição: “À saudosa memória do poeta”, que termina com “do seu filho J.M.P.”, uma referência a João Manuel Pessanha, que também está ali enterrado. Nos anos 1990, Luís Cunha apresentou um projeto para um novo jazigo: “Tomei essa iniciativa porque há coisas sagradas. Várias pessoas juntaram-se para tratar disso”, recorda. Era “um projeto simples”, com “quatro colunas e uma cobertura”, mas que carecia de autorização do Governo. No entanto, o tempo passou e o aval não veio. “Insisti duas, três vezes e percebi que ia cair”, conta, não sabendo identificar um motivo concreto. Luís Cunha recorda como, antes de 1999, “havia uma certa peregrinação” à campa, que funcionava como uma “lavagem moral interior”. Em particular, lembra a visita da escritora Natália Correia, que além do cemitério, “queria ver tudo”, até “os ‘karaokes’ e as saunas” de Macau. Quando estavam os dois no edifício na Avenida da Praia Grande onde em tempos esteve a casa de Pessanha, Sá Cunha perguntou: “Natália, sabes onde tens os pés? Na casa de Camilo Pessanha!”. “Ela até deu um salto”, descreve. “Por todas estas razões, acho que era obrigação dignificar o Camilo. E isso não se fez”, lamenta. p.22 IMOBILIÁRIO 4 DE MARÇO DE 2016 Este parece ser o momento certo para comprar um imóvel em Portugal Será sensato comprar um imóvel em Portugal? Há uma bolha imobiliária em Portugal? Se comprar um imóvel em Portugal conseguirei vendê-lo mais tarde, a um bom preço? O mercado imobiliário português está sobrevalorizado, ou pelo contrário, está subvalorizado? Quais as regiões onde vale a pena investir neste momento? nencial, a tendência nos anos 2000 foi inversa da de outros países europeus. Impulsionados pela Exposição Internacional de Lisboa Expo 1998 e pelo Campeonato Europeu de Futebol UEFA 2004, os investimentos imobiliários caíram desde então e os lançamentos de novos empreendimentos têm se sucedido a um ritmo regular mas não intenso. HISTÓRIA RECENTE DO MERCADO IMOBILIÁRIO EM PORTUGAL: 2008 é considerado o ano em que a crise começou em Portugal, depois da crise do subprime nos EUA. Embora o mercado imobiliário não tenha crescido de forma expo- HIPOTECAS E TRANSACÇÕES IMOBILIÁRIAS EM PORTUGAL. Assim, apesar da crise financeira de 2008, não há uma situação de excesso de stock ou bolha especulativa. O que se passa, então? O mercado imobiliário português tem sido totalmente suportado no crédito bancário. Em 2008, os bancos portugueses deixaram de emprestar dinheiro para a aquisição de imóveis, e como resultado, o volume de transações caiu drasticamente. PORTUGAL É UMA BOA LOCALIZAÇÃO PARA O INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO? Em consequência, os preços desceram, não por uma qualquer bolha especulativa (como ocorreu em Espanha, em que os preços tinham subido artificialmente), mas porque a procura interna sofreu um grande recuo (a maioria dos portugueses não consegue adquirir uma habitação sem recorrer a um em- préstimo). Os preços continuaram a baixar até 2013, embora de forma menos drástica, visto que não houve necessidade de reajustamentos significativos. O preço médio por metro quadrado é dos mais baixos da Europa. Só por si esta situação dá uma maior margem de manobra ao seu orçamento. As descidas nos preços devidas à crise financeira originaram novos equilíbrios, que ainda estão a ocorrer, criando um bom momento para investir, havendo inclusivamente um estudo recente da OCDE que mostra que o mercado português está subvalorizado, registando-se por isso alguma recuperação encorajadas por uma confiança renovada no desempenho da própria economia e uma procura interna que regressa ainda que lentamente. Os indicadores económicos no final de 2014 e no primeiro trimestre de 2015 sugerem uma melhoria significativa do mercado imobiliário em Portugal. Mais pedidos, mais transacções, subida nos preços, especialmente em Lisboa, impulsionado pela procura de estrangeiros (atraídos por condições fiscais atrativas) e compradores locais (em virtude do despertar do crédito hipotecário, embora ainda incipiente). Por tudo isto, este é o momento de comprar em Portugal. Casa de sonho no Algarve GRANDE APARTAMENTO À BEIRA TEJO BUSINESS CENTER for REAL ESTATE Rua de Campolide, nº 372-D 1070-040 Contact +351 211 938 951 [email protected] IMOBILIÁRIO 4 DE MARÇO DE 2016 p.23 COUDELARIA NO ALENTEJO OLIVAL NO ALENTEJO vinha e projeto de enoturismo BUSINESS CENTER for REAL ESTATE Rua de Campolide, nº 372-D 1070-040 Contact +351 211 938 951 [email protected] p.24 TURISMO 4 DE MARÇO DE 2016 DESTINO PORTUGUÊS RECONHECIDO NA EUROPA Arquipélago dos Açores eleito 5º melhor destino da Europa O arquipélago português ficou em 5º lugar em competição organizada pela European Consumers Choice (ECC). Zadar, na Croácia, foi a cidade vencedora na edição de 2016. Depois de ser o único destino português entre os 20 nomeados a votação, o arquipélago dos Açores conquistou um lugar no top 5 no “European Best Destinations 2016”, ultrapassando cidades como Paris, Bruxelas, Milão ou Roma. No concurso, que decorreu online, até 10 de Fevereiro, votaram 288,992 pessoas e o pódio foi ocupado por Zadar, na Croácia, Atenas, na Grécia, e Plovdiv, na Bulgária. As nove carismáticas ilhas portuguesas, como descritas na página do concurso, ficaram logo a seguir a Nantes- em 4º lugar-, e à frente de locais como Paris, em 6º lugar, Novi Sad, na Sérvia, ou Bruxelas, na Bélgica, que ficaram em 7º e 8º lugares, respetivamente. O resto da lista contempla Kotor, Milão, Praga, Roma, Viena, Madrid e Nicosia. Uma das mais conceituadas distinções internacionais a nível turístico, o European Best Destinations, criado em 2009 para promover a cultura e turismo na Europa, havia já distinguido, em 2015, a cidade de Lisboa, com o 2º lugar no concurso, que o Porto havia já vencido em 2012 e 2014. Organizado pela European Consumers Choice – ECC-, uma “organização sem fins lucrativos de consumidores e especialistas”, com sede em Bruxelas, avalia “produtos e serviços” e realiza rankings turísticos. Na competição European Best Destinations, cuja rede contempla cerca de 350 destinos, são selecionados pela ECC “dez dos destinos mais visitados e dez destinos convidados”. As ilhas portuguesas têm vindo a ganhar destaque internacional nos últimos tempos não só devido à entrada das companhias aéreas low cost como à maior afluência de cruzeiros nos portos açoriano e pela sua beleza inconfundível. Os Açores tornam-se um destino mágico ao qual queremos regressar um dia, para contemplar toda uma beleza CONDOMÍNIO FECHADO EM MEM MARTINS CONDOMÍNIO CERRADO | OEIRAS TURISMO 4 DE MARÇO DE 2016 p.25 TURISMO Capital portuguesa: a mais procurada pelos europeus Lisboa foi o destino português mais procurado pelos europeus em 2015, nomeadamente por turistas espanhóis, franceses, britânicos, alemães, italianos, holandeses e russos. O crescimento do turismo no Porto deve-se, em grande parte, às companhias aéreas low-cost e à popularidade dos vinhos que começam a surgir entre os melhores do mundo. A cidade foi a segunda opção de escolha dos espanhóis, franceses, alemães e italianos, enquanto para os holandeses foi a terceira e para os britânicos a quarta. Já Faro foi a segunda cidade algarvia mais procurada pelos britânicos e holandeses e a terceira dos espanhóis, franceses e alemães. Finalmente, temos a ilha da Madeira, tendo sido a terceira escolha dos britânicos, italianos e russos, enquanto que para os espanhóis, franceses, alemães e holandeses foi a quarta opção. Portugal foi visitado por quase 10 milhões de turistas até novembro de 2015 – mais 9,7 por cento do que em 2014 –, que se refletiram em mais de 33 milhões de dormidas – mais 7,1 por cento. Mas as boas notícias não ficam por aqui. O número de dias que os turistas permanecem em hotéis portugueses aumentou, em novembro de 2015, para 1,81 noites, o que significa que subiu 2,26 por cento. Os dados são da Associação da Hotelaria de Portugal. A Madeira (80,16 por cento), Lisboa (64,22 por cento), e o Grande Porto (55,99 por cento) foram os destinos turísticos com a taxa de ocupação por quarto mais elevada. Já a receita média por turista no hotel foi de 98 euros, ou seja, mais 7,69 por cento do que no mesmo mês de 2014. VISTA PARA O RIO TEJO CONDOMINIO FECHADO EM BENFICA APARTAMENTO | RODRIGUES SAMPAIO p.26 CIÊNCIA 4 DE MARÇO DE 2016 EQUIPAS DAS UNIVERSIDADES DE AVEIRO E COIMBRA CRIAM MATERIAL REVOLUCIONÁRIO Investigação portuguesa promete futuro menos dependente do petróleo Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Universidade de Coimbra, fez uma descoberta que pode revolucionar não só o universo da ciência e da química, mas também a área biomédica. O novo material tem propriedades que permitem competir com as resinas comerciais atuais e, desta maneira, pode reduzir a nossa dependência do petróleo. Membros da equipa da Universidade de Aveiro Foi descoberto um novo biomaterial que é uma alternativa ecológica a materiais com base em petróleo. A investigação foi realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), em colaboração com a Universidade de Coimbra. mobiliário. A descoberta foi anunciada no último número da revista ‘Polymer Chemistry’. “Estas novas bioresinas são sustentáveis e têm propriedades que permitem competir com as resinas comerciais atuais, mas que são de origem petroquímica. O O novo material tem propriedades que lhe permitem competir de igual para igual com as resinas comerciais de origem petroquímicamuito utilizadas por indústrias como as de automóveis, barcos e mobiliário. A descoberta foi anunciada no último número da revista ‘Polymer Chemistry’. Este ácido, de elevada perfomance, é obtido a partir do açúcar de plantas como, por exemplo, a cana do açúcar, através de uma série de reações químicas e “pode vir a substituir o talvez mais importante ácido da indústria dos plásticos, o ácido tereftálico, que é de origem fóssil”, explicam Andreia Sousa e Ana Fonseca. O novo material tem propriedades que lhe permitem competir de igual para igual com as resinas comerciais de origem petroquímicamuito utilizadas por indústrias como as de automóveis, barcos e futuro poderá, portanto, ser menos dependente do petróleo. E a UA está a ajudar”, congratula-se Andreia Sousa, coordenadora da equipa da Universidade de Aveiro, que juntou cientistas do Departamento de Química e do Instituto de Materiais de Aveiro. Pela Universidade de Coimbra, o estudo contou com a coordenação da investigadora Ana Fonseca. “A grande vantagem deste novo material é o facto de ser baseado em fontes renováveis, ou seja, no famoso ácido 2,5-fura- Membros da equipa da Universidade de Coimbra nodicarboxílico (FDCA) que tem vindo a atrair grande atenção por parte da comunidade científica e que é muito cobiçado pela indústria química e de polímeros”, aponta Andreia Sousa. Um outro aspeto, não menos importante, está relacionado com o facto “destas novas bioresinas não serem reticuladas com recurso ao estireno, um palavrão para designar, uma molécula muito tóxica, estando comummente associada a problemas ambientais e de saúde”, acrescentam. O tipo de resinas agora desenvolvido – de poliésteres insaturados – com outros ingredientes que não o petróleo são, em geral, muito aplicadas como revestimento, por exemplo, em móveis e, particularmente, em com- A resina renovável descoberta pelas duas equipas ponentes de automóveis e barcos, informa a UA. Além destas aplicações, apontam as investigadoras, “como a composição das nossas bioresinas assenta numa criteriosa seleção de monómeros renováveis e biocompatíveis acreditamos que poderão ter aplicabilidade na área biomédica”. Um futuro que, aliás, já está a ser investigado pela equipa. Esta investigação enquadra-se em duas questões quase filosóficas, que têm vindo a agitar a comunidade científica internacional: Como poderemos reduzir a nossa dependência do petróleo? Como é que a humanidade pode evoluir para um planeta mais verde? “A ideia base desta pesquisa assenta precisamente na criação de novos biomateriais sustentáveis para a área biomédica. Em concreto consistiu no uso do ácido 2,5-furanodicarboxílico (FDCA), obtido a partir dos açúcares das plantas, na síntese de uma nova geração de poliésteres insaturados e correspondentes bioresinas reticuladas”, apontam as investigadoras. DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 FUTEBOL FEMININO LIGA PORTUGUESA Algarve volta a receber as melhores seleções do mundo Vitória suada em Belém mantém chama azul e branca acesa A competição Algarve Cup está de volta e com ela algumas das melhores equipas mundiais, incluindo o Brasil, numa prova que, na 23ª edição, terá garantidamente um inédito vencedor. Com as ausências de Estados Unidos, que levantou o troféu algarvio uma dezena de vezes, a última no ano passado, Alemanha, Suécia, Noruega e China, é certo que uma das oito seleções participantes vai conquistar pela primeira vez o torneio, em que Portugal volta a ser a seleção com ranking mais baixo (40.º). A formação comandada pelo Francisco Neto, que foi colocada no Grupo B, vai ter pela frente a Rússia, 22.ª ro ranking mundial, a Nova Zelândia, 16.ª da hierarquia e, naquele que é o duelo mais esperado da prova, o Brasil. A seleção ‘canarinha’, 7ª do ranking, aparece como a principal candidata ao triunfo final e terá como principal figura Marta, uma das maiores figuras do futebol feminino mundial e cinco vezes vencedora do prémio FIFA. Habitual presença na Algarve Cup e com cinco finais no currículo (e também cinco derrotas), a Dinamarca (15.ª) pode finalmente sonhar com conquista da prova, embora irá ter a rivalidade do Canadá (11.ª), que se estreia em solo luso, no Grupo A. A tarefa das dinamarquesas e das canadianas pode ser dificultada ainda mais pela Islândia, uma das seleções que mais subiu no ranking da FIFA nos últimos anos e que, em 2011, surpreendeu tudo ou todos ao alcançar a final, acabando por cair perante os Estados Unidos. A Bélgica completa o agrupamento. Destaque também para a portuguesa Sandra Braz Bastos, que faz parte da lista de oito árbitras que vão dirigir os jogos da Algarve Cup. A juíza da Associação de Futebol de Aveiro é uma das três árbitras pertencentes à UEFA que vão estar na prova a preparar também uma possível presença no Mundial sub-17 feminino, na Jordânia, e no Mundial sub-20 feminino, na Papua Nova Guiné. Sandra Braz Bastos, de 37 anos, terá como assistentes a também portuguesa Olga Martins e Biljana Atanasovki, da Macedónia. A Algarve Cup termina no dia 9 de março com a final, em local e hora ainda a anunciar. Depois da queda na Liga Europa, o FC Porto foi a Belém vencer o Belenenses por 2-1 mantendo assim a pressão sobre o Sporting e o Benfica. O FC Porto venceu o Beleneneses em Lisboa por 2-1, em jogo da 24.ª jornada da I Liga de futebol, somando agora 55 pontos. Com uma entrada fulgurante, materializada com um golo de Brahimi, aos nove minutos, e com a ajuda de Tonel, com um autogolo aos 18, o FC Porto cedo construiu uma vantagem de 2-0, que lhe permitia encarar com tranquilidade o jogo em Belém. No entanto, sem nunca ‘baixar os braços’, o Belenenses, que já tinha ameaçado com um livre de Carlos Martins ao poste, reduziu a desvantagem por Juanto, aos 60 minutos, e tirou partido do baixo rendimento portista na segunda parte para ‘crescer’. O guarda-redes internacional espanhol Iker Casillas ainda foi chamado a negar o golo do empate por duas vezes e foi um FC Porto a ‘jogar com o relógio’ e encostado às cordas pelo Belenenses que terminou o jogo à defesa da vantagem. O Marítimo regressou às vitórias caseiras, um mês e meio depois, ao derrotar a Académica, por 1-0, com um golo de Baba, aos 49 minutos, e deixou a ‘briosa’ encos- tada às cordas da despromoção. A formação insular integra um grupo de equipas que soma 28 pontos na I Liga, seguindo no 11.º posto, entre Vitória de Setúbal (10.º) e Belenenses (12.º), duas equipas que saíram derrotadas esta ronda. A Académica continua sem ganhar fora de Coimbra e soma sete jogos consecutivos sem conhecer o sabor da vitória, pelo que perma- p.27 nece com os mesmos 19 pontos no 17.º e penúltimo lugar. Já o lanterna-vermelha Tondela mostrou que ainda está vivo na luta pela permanência e foi vencer a casa do Moreirense, por 2-1, depois de operar uma reviravolta no marcador. Com os três pontos conquistados, no regresso às vitórias que fugiam há nove jogos, o Tondela encurtou para seis pontos a diferença para a Académica e mantém viva a chama da manutenção, estando a oito do Boavista, a primeira equipa acima da linha de despromoção. Rafael Martins colocou o Moreirense em vantagem, aos 11 minutos, mas Nathan Júnior, de grande penalidade, repôs a igualdade, aos 25. Rafael Martins voltou a estar em evidência, mas pela negativa, aos 61 minutos, ao marcar um autogolo que deu o triunfo ao Tondela. O Tondela foi o principal beneficiado da jornada no que diz respeito à fuga aos lugares de despromoção, uma vez que os restantes ‘candidatos’ perderam: a Académica (1-0 com o Marítimo), o Boavista (2-1 com o Rio Ave) e o Moreirense (2-1 com o Tondela). PUB p.28 DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 FUTEBOL Em Coimbra há outra Académica feita de estudantes sem salários nem prémios Em Coimbra, para além da Académica na I Liga, há uma outra, com o mesmo nome e emblema, a lutar pela manutenção no Campeonato Nacional de Seniores. Na Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC/SF) só jogam estudantes e licenciados da universidade e politécnico de Coimbra, que jogam por amor à camisola, sem qualquer salário ou prémio de jogo. Em Coimbra, para além da Académica na I Liga de futebol, há uma outra, com o mesmo nome e emblema, a lutar pela manutenção no Campeonato Nacional de Seniores (CNS), feita de estudantes e onde não há salários nem prémios. “Há mística”. O treinador, Tó Sá, já foi apanha-bolas para poder estar mais próximo da equipa. Um dos jogadores é roupeiro e treinador das camadas jovens. O melhor marcador recusou propostas porque não se abandona “o barco a meio”. Na Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC/SF) só jogam estudantes e licenciados da universidade e politécnico de Coimbra. Aqui, entra-se sempre em campo de capa aos ombros, o grito académico “éfe-érre-á” é tradição dos benjamins aos seniores e a festa de subida ao CNS em 2015 fez-se no recinto da Queima das Fitas. A AAC/SF foi reativada em 1977, após a sua dissolução em 1974, que levou à criação do Clube Académico de Coimbra, que se transformou em 1984 no Organismo Autónomo de Futebol (AAC/ OAF), equipa que joga atualmente na I Liga e que é conhecida como “Briosa” ou Académica. Ao capitão da Secção de Futebol, João Pereira, custa-lhe que se fale da OAF como “um clube de estudantes”. “O verdadeiro clube de estudantes é este”, sendo que a Plantel da secção de futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC/SF), onde só jogam estudantes e licenciados da universidade e politécnico de Coimbra, durante um treino à noite e com temperaturas muito baixas Académica que joga hoje na I Liga já não apresenta essa ligação à universidade, diz desgostoso o centro-campista, sócio da OAF e que cresceu a ver jogos da Académica no Calhabé. O treinador conhece bem as duas realidades. Tó Sá foi jogador da Académica no final dos anos 1990 durante seis épocas, numa altura em que a Briosa ainda era composta maioritariamente por “estudantes universitários” e en- David Brás, estudante de Psicologia, é jogador e também roupeiro e treinador das camadas jovens contra semelhanças com a Secção de Futebol de hoje. “Esta equipa está muito mais próximo daquilo que a OAF era na minha altura do que aquilo é hoje em dia. Ali, todos sentíamos a Académica e havia uma forma de estar diferente. E isso sente-se aqui - o amor pela Académica”, sublinha. No entanto, a estrutura é outra. Na concentração antes do jogo, pode ver-se jogadores a pôr a mesa; contra as equipas açorianas dormem em quartéis militares e há atletas que dividem as suas funções entre o plantel sénior, direção ou no treino das camadas jovens. Outro exemplo da entrega é o próprio técnico que, por estar impedido de se sentar no banco como treinador por não ter um contrato profissional, esteve como apanha-bolas em alguns jogos em casa. Ao mesmo tempo que entregava uma bola, dava “algumas indicações. Foi a forma que se arranjou”, explana. No entanto, o treinador sublinha que “todas estas dificuldades e realidades” não fazem da Secção de Futebol uma equipa de “coitadinhos”. “Com as nossas limitações, queremos mostrar o nosso valor”, salienta. O presidente da secção, Rui Pita, que jogou de 2002 a 2014, fala de uma grande evolução no clube. A criação das camadas jovens, bem como um ambiente “mais profissional” ajudaram a trazer o clube até ao CNS. O antigo avançado ainda se recorda de algumas noitadas antes dos jogos. “Hoje isso não acontece”. Apesar das dificuldades e de ser uma das estruturas mais amadoras a jogar no 3.º escalão, Rui Pita sublinha que na AAC/SF “o dinheiro é o menos importante. O que interessa é vestir de negro”. “A secção é mais uma família do que um grupo de futebol. Não é só um clube onde os jogadores treinam, ganham o seu, vão-se embora e não se importam com o colega do lado”, diz ‘Kiko’, defesa central da atual equipa. A ideia é reforçada por Dany Marques, estudante de Engenharia Civil e o melhor marcador da secção nesta época. “Se calhar, pelas dificuldades que temos em relação a outros clubes, isso faz-nos ter mais união tanto dentro como fora de campo”, afirma o estudante, que já teve dois convites para sair do clube, mas que não quis “sair do barco a meio do ano”. Também o extremo David Brás, que está no seu 1.º ano na AAC/SF, recusou propostas de outros clubes. O jovem estudante de psicologia, que é também roupeiro e treinador das camadas jovens, diz que tem crescido “em termos futebolísticos”, mas, acima de tudo, em termos “humanísticos”, pelos valores que caracterizam a equipa: “o apoio, a solidariedade e a camaradagem”. Na Secção de Futebol, “não se anda a correr por 400 ou 600 euros”. “É por amor que fazemos isto”, conclui o ponta-de-lança Pacheco. O treinador Tó Sá fala aos jogadores da secção de futebol da Associação Académica de Coimbra DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 PUB II LIGA FC Porto B perde e tem liderança em risco O FC Porto B perdeu em casa do Varzim e agora tem apenas um ponto de vantagem sobre o Desportivo de Chaves que bateu o enfica . C orto ficou com a liderança da II Liga portuguesa de futebol segura por apenas um ponto, ao perder em casa do Varzim, enquanto o Famalicão subiu a um lugar de promoção. Os ‘dragões’, que apenas venceram um dos últimos quatro encontros no campeonato, têm apenas um ponto de avanço sobre o Desportivo de Chaves, que venceu em casa do enfica , por 1 . Com golos de Nelsinho, aos 78 minutos, de grande penalidade, e de Tafsir Cherif, aos 90+2, o Varzim somou o sétimo jogo consecutivo sem perder e subiu ao nono lugar. Na luta pela subida, para a qual não conta o FC Porto B, o Chaves continua isolado no segundo posto, com o Famalicão, que venceu em casa o Feirense, por 1-0, a colocar-se agora na terceira posição, a três pontos dos avienses. Diogo marcou, aos 87 minutos, o golo dos famalicenses, que subiram esta temporada ao segundo escalão, frente a um Feirense, que terminou reduzido a nove elementos. Agora, o Desportivo de Chaves tem 58 pontos, mais três do que o Famalicão e do que o Feirense, mais cinco do que o Portimonense e seis do que o Freamunde. Na luta pela manutenção, o Santa Clara saiu da zona de despromoção, ao vencer em casa o Mafra, por 1 , atirando o enfica para baixo da ‘linha de água’. 32ª JORNADA 33ª JORNADA OLHANENSE - SPORTING B, 1-0 LEIXÕES - DESP. AVES, 3-1 PORTIMONENSE – FARENSE, 1-0 ORIENTAL - GIL VICENTE, 1-1 PENAFIEL - V. GUIMARÃES B, 3-0 ATLÉTICO - A. VISEU, 1-1 SPORTING DE BRAGA B - SP. COVILHÃ, 0-2 FREAMUNDE - OLIVEIRENSE, 1-0 BENFICA B - DESP. CHAVES, 0-1 VARZIM - FC PORTO B, 2-0 SANTA CLARA – MAFRA, 1-0 FAMALICÃO - FEIRENSE, 1-0 FEIRENSE – ATLÉTICO DESP. CHAVES - V. GUIMARÃES B MAFRA - BENFICA B PORTIMONENSE - SP. BRAGA B SPORTING B – FAMALICÃO FC PORTO B – OLHANENSE ACADÉMICO DE VISEU – PENAFIEL DESP. AVES – FREAMUNDE SP. COVILHÃ - SANTA CLARA FARENSE – ORIENTAL GIL VICENTE – LEIXÕES OLIVEIRENSE – VARZIM FUTEBOL INGLÊS Carvalhal eleito treinador da Taça da Liga inglesa Lucas João foi escolhido para integrar o ‘onze’ da competição. O português Carlos Carvalhal foi eleito o treinador da Taça da Liga inglesa de futebol, que terminou com vitória do Manchester City sobre o Liverpool, no desempate por grandes penalidades. Apesar de ter sido afastado nos quartos de final da prova s m os do to e Cit , o conjunto orientado por Carvalhal esteve em evidência na prova, tendo eliminado duas equipas do escalão principal, o Newcastle e o Arsenal. Além de Carvalhal, outro português evidenciou-se na Taça da Liga inglesa, Lucas João, avançado internacional luso que foi es- colhido para integrar o ‘onze’ da competição. p.29 p.30 DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 JOGOS OLÍMPICOS: EM 17 DIAS VÃO SER DISPUTADAS 306 PROVAS COM MEDALHAS Rugby de Sevens e golfe são as novidades O rugby, na vertente de Sevens, e o golfe, são as novidades em relação à última Olimpíada. O rugby já fizera parte do Programa Olímpico em 1900, 1908, 1920 e 1924. Já o golfe esteve presente nas edições de 1900 e 1904 dos Jogos Olímpicos de verão, em Paris e Saint Louis, respectivamente. CIDADES OLÍMPICAS 1986 1900 1904 1908 1912 1920 1924 1928 1932 1936 1948 1952 1956 1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 PUB ATENAS PARIS SAINT LOUIS LONDRES ESTOCOLMO ANTUÉRPIA PARIS AMSTERDÃO LOS ANGELES BERLIM LONDRES HELSÍNQUIA MELBOURNE ROMA TÓQUIO MÉXICO MUNIQUE MONTREAL MOSCOVO LOS ANGELES SEUL BARCELONA ATLANTA SIDNEY ATENAS PEQUIM LONDRES A 31ª Edição dos Jogos Olímpicos de verão realiza-se de 5 a 21 de agosto, na cidade do Rio de Janeiro, onde vão ser disputadas 306 provas com medalhas. O comité organizador dos Jogos Olímpicos, que se vão realizar no Rio de Janeiro de 5 a 21 de agosto, anunciou que, até ao início do mês de fevereiro, já foram vendidos 2,75 milhões de entradas para o Rio2016, um número que representa 74% do objetivo pretendido. A pouco mais de seis meses do início dos Jogos Olímpicos, o diretor de comunicação do comité organizador Rio2016 expressou a sua satisfação pelo ritmo de venda dos bilhetes: “as entradas deixaram de ser um problema, mas 100% do valor esperado seria melhor”. As modalidades mais procuradas são, de acordo com Mário Andrada, o futebol, o basquetebol, o voleibol e o atletismo, que têm bilhetes disponíveis apenas para fases preliminares. No entanto, o porta-voz da organização reconheceu que a venda de bilhetes para os Jogos Paralímpicos está “muito abaixo das expetativas”, uma vez que até ao momento só foram vendidos 330.000. Andrada anunciou que nas próximas semanas vão iniciar-se novas ações de promoção para favorecer a venda de entradas para os Paralímpicos. O porta-voz do comité organizador referiu ainda que os ‘eventos-teste’ que se realizaram até ao momento (22 de 45) foram um sucesso. Os Jogos Olímpicos decorrem entre 5 e 21 de agosto. FUTEBOL Seleção portuguesa conhece adversários a 14 de abril A seleção portuguesa de futebol conhece os adversários para os Jogos Olímpicos do Rio2016 em sorteio a realizar a 14 de abril, no Estádio do Maracanã. “No dia 14 de abril, quinta-feira, o icónico Maracanã vai dar o pontapé de saída com o sorteio que define os grupos de cada competição. O evento será realizado no auditório do estádio, às 10:30 de Brasília (15:30 em Lisboa)”, refere a nota. Na ocasião vão ser sorteadas as competições masculina e feminina. Na primeira serão 16 equipas divi- didas em quatro grupos e na segunda 12 distribuídas por três grupos. As finais dos torneios, que decorrem de 3 a 20 de agosto, vão decorrer no Rio de Janeiro, a feminina a 19 de agosto e a masculina no dia seguinte, embora o torneio tenha previsto jogos para Belo Horizonte, Brasília, Natal, Salvador e São Paulo. Na competição masculina falta apenas ocupar uma vaga, a definir entre Estados Unidos e Colômbia, num ‘play off’ a 25 e 29 de março. Portugal (vice-campeão europeu de sub-21), Suécia (campeã europeia), Alemanha, Dinamarca, Brasil, Argentina, Ilhas Fiji, Honduras, México, Argélia, Nigéria, Áfri- ca do Sul, Iraque, Japão e Coreia do Sul são as seleções já apuradas para o torneio masculino. POLÉMICA Comité australiano proíbe visitas de atletas às favelas O Comité Olímpico da Austrália proibiu os seus atletas de entrarem nas favelas do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos. A proibição anunciada pela chefe da missão australiana, Kitty Chiller, levou já o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a considerar que o AOC “está a agredir o Brasil”. Apesar de referir que há “progressos” e de garantir que os atletas “estão ansiosos por competir no Brasil”, Kitty Chiller diz que a proibição é uma medida de segurança. Este não é o primeiro incidente entre o Brasil e a Austrália, uma vez que em setembro de 2013 o presidente do AOC, John Coates, criticou a lentidão das obras e afirmou que a preparação para os Jogos estava a ser a pior a que tinha assistido. DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 RIO2016 Epidemia de Zika não põe em causa Jogos A presidente do Brasil garantiu que a epidemia de Zika que afeta o país “não compromete a realização dos Jogos Olímpicos” do Rio de Janeiro, em agosto, e apelou aos brasileiros para lutarem contra os mosquitos transmissores do vírus. “Nós conseguiremos, até aos Jogos Olímpicos, ter um sucesso bastante considerável nesse extermínio dos mosquitos. Agora, precisamos de vocês [da população]. Essa é uma obrigação do prefeito, do governador e minha. Agora, nós também apelamos à consciência de cada um dos cariocas, homens, mulheres, crianças, para que nos ajudem nessa função”, disse Dilma Rousseff, numa visita a um subúrbio do Rio de Janeiro, no âmbito de uma campanha de sensibilização contra o Zika. Esta mobilização nacional envolve 220 mil militares e profissionais de saúde em todo o país para combater a proliferação dos focos do Aedes Aegypti, o mosquito transmissor do vírus zika, da dengue e da chikungunya. Os agentes e membros das forças armadas estão nas ruas para orientar a população em 353 municípios, além de distribuir cerca de quatro milhões de panfletos informativos sobre prevenção e as maneiras de eliminar os focos do mosquito. “A guerra depende de nós. O governo está a comandar esta guerra, mas sozinho não vai ganhar, precisamos de todos”, insistiu a presidente brasileira naquele que foi designado ‘Dia Nacional de Mobilização Zika Zero’, lembrando que as mulheres grávidas estão particularmente em risco. As autoridades médicas suspeitam de que haja uma relação entre infeções ocorridas durante a gravidez e o aumento do número de crianças que nascem com microcefalia, havendo 4.000 casos suspeitos sob investigação. No Brasil, em que 1,5 milhões de pessoas foram atingidas pelo vírus desde o início de 2015, já foram confirmados 404 casos de crianças que nasceram com microcefalia nos últimos meses. O Brasil registou 73.872 casos prováveis desta doença entre os dias 3 a 23 de janeiro. No mesmo período do ano passado, o número de casos prováveis de dengue foi 49.857, o que corresponde a um aumento de 48 por cento. p.31 PREPARAÇÃO PARA OS JOGOS DO RIO E DE TÓQUIO Sporting apresenta gabinete olímpico para preparar os Jogos do Rio e de Tóquio O Sporting apresentou o projeto Sporting Olympics, gabinete olímpico dos ‘leões’, que conta com 38 atletas de nove modalidades, tendo como principal objetivo dar apoio na preparação para os Jogos do Rio de Janeiro e de Tóquio. O gabinete, que começou a ser desenvolvido no final de 2014, tem como principal objetivo garantir as melhores condições de treino e acompanhamento médico a alguns atletas do Sporting que estejam envolvidos em modalidades olímpicas, de modo a que se dediquem exclusivamente ao treino. Para o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, a criação do gabinete surge com o intuito de “reconhecer o esforço” dos atletas, salientando o trabalho que a sua direção tem vindo a fazer em prol das modalidades. “Não haverá no mundo um clube tão eclético como o Sporting, viemos de uma altura complicada, o Sporting esteve para deixar de ser um clube eclético, esteve à beira de fechar as suas modalidades, esteve no limiar de se tornar apenas um clube de futebol. O projeto não está criado só por causa do Rio, mas sim para o reconhecimento do esforço que os atletas têm trazido para o clube”, afirmou. Na cerimónia que decorreu no auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, o líder dos ‘leões’ deixou também uma mensagem para os atletas do Sporting que não integram o projeto, explicando que a sua inclusão depende apenas de si próprios. “Tudo fizemos para que o Sporting conseguisse trazer para si cada vez mais modalidades e isto é importante para que todos os atletas tenham a perfeita noção. O nosso prazer não é ter 38 atletas, mas sim todos, e isso está nas vossas mãos, esforço, mente e vontade. Os atletas fazem parte da minha família, chamam-me presidente adepto, eu chamo presidente, ponto final”, sublinhou. Já José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), mostrou-se feliz por um projeto que poderá fazer com que os atletas estejam ao “mais elevado nível”. “Quando um clube se organiza internamente para a preparação desportiva para os Jogos Olímpicos, naturalmente que só me posso dar como satisfeito e felicitar o clube por isso. Trata-se de um clube cuja história se cruza com a história olímpica portuguesa (...). A minha expetativa é de que a iniciativa possa juntar meios, vontades e recursos aos das federações e Comité para que os atletas que representam Portugal possam estar ao mais elevado nível”, salientou. O presidente do COP aproveitou ainda a oportunidade para elogiar Bruno de Carvalho, que na sua ótica “está a escrever uma parte da história do Sporting, bem como do movimento olímpico em Portugal”. Também Vicente Moura, vice-presidente do Sporting para as modalidades, mostrou orgulho na criação deste gabinete, elogiando a iniciativa, que conta com “um número de atletas fantástico”, considerando o Sporting “o maior clube português e um dos mais ecléticos do mundo”. “Estou particularmente feliz por estar aqui após um período difícil da minha vida. Esta ideia do Gabinete Olímpicos já vinha desde o início do mandato deste Conselho Directivo porque a preparação apenas competia a cada um dos departamentos e considerávamos importante criar um gabinete que coordenasse todo o trabalho. Ter 38 atletas em nove modalidades no Projecto e já dez apurados é fantástico! O Sporting é o maior Clube de Portugal e um dos mais ecléticos de todo o Mundo! Este período dos próximos seis meses é muito importante porque, até aqui, a preocupação era menor; agora, toda a gente faz contas. Os atletas precisam de apoio porque é uma fase difícil. Os que já estão apurados podem fazer uma planificação a prever um pico de forma em Agosto, os que ainda estão à procura de marca terão de fazer dois picos. Pela minha experiência, nos Jogos Olímpicos é sempre preciso dar o salto, fazer um pouco mais. É essa capacidade de superação e de se ultrapassarem que faz a diferença e pode permitir finais A, B ou pódios” afirmou. PUB p.32 DESPORTO 4 DE MARÇO DE 2016 JOGOS OLÍMPICOS EM 23 MEDALHAS PORTUGAL JÁ CONQUISTOU 4 DE OURO, 8 DE PRATA E 11 DE BRONZE Melhor participação portuguesa foi em 2004 Duas medalhas de prata, uma de bronze e dez finalistas em Atenas2004 constituem o melhor resultado de sempre de Portugal. Em 23 presenças em Jogos Olímpicos, o espólio português inclui 23 medalhas - quatro de ouro, oito de prata e 11 de bronze - conquistadas em oito modalidades: atletismo, triatlo, vela, hipismo, tiro, esgrima, judo, ciclismo e canoagem. Duas medalhas de prata, uma de bronze e dez finalistas em Atenas2004 constituem o melhor resultado de sempre de Portugal em 22 participações nos Jogos Olímpicos, nos quais conquistou 23 medalhas, das quais quatro de ouro. A 25ª edição dos Jogos Olímpicos foi a mais frutuosa para Portugal, que somou 44 pontos e, entre 202 comités nacionais, foi 61º no quadro de medalhas, com a prata do atleta Francis Obikwelu nos 100 metros e do ciclista Sérgio Paulinho na prova de estrada em linha e o bronze de Rui Silva nos 1.500 metros. O espólio português inclui 23 medalhas - quatro de ouro, oito de prata e 11 de bronze - conquistadas em oito modalidades: atletismo, triatlo, vela, hipismo, tiro, esgrima, judo, canoagem e ciclismo. Apesar da boa prestação em Atenas2004, só em Pequim2008 é que Portugal interrompeu um jejum de 12 anos sem o “ouro”, com Nelson Évora a “voar” no triplo salto, repetindo o feito dos históricos Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro. Apesar de uma participação portuguesa algo “acidentada” na capital chinesa e nos Jogos da XXIX Olimpíada, Vanessa Fernandes conquistou a sétima medalha de prata para Portugal no triatlo. Carlos Lopes (maratona em Los Angeles1984), Rosa Mota (maratona em Seul1988) e Fernanda Ribeiro (10.000 metros em Atlanta1996) tinham sido até então os autores das MEDALHAS DE OURO CARLOS LOPES (1984), ROSA MOTA (1988), FERNANDA RIBEIRO (1996) E NÉLSON ÉVORA (2008) maiores proezas, ao serem campeões olímpicos. PRIMEIRA MEDALHA PORTUGUESA EM 1924 Portugal estreou-se nos Jogos Olímpicos em Estocolmo1912, mas foi preciso esperar 72 anos pela primeira medalha de ouro: a 12 de Agosto de 1984, em Los Angeles, Carlos Lopes conquistou o título que lhe faltava, ao vencer a maratona olímpica. Na edição seguinte, Rosa Mota seguiu-lhe o exemplo. Depois de já se ter sagrado campeã europeia e mundial, em 23 de Setembro de 1988 triunfou na maratona dos Jogos Olímpicos de Seul. Antes de chegarem ao mais alto lugar do pódio, tanto Carlos Lopes como Rosa Mota já tinham conquistado medalhas olímpicas: Lopes foi segundo nos 10.000 metros em Montreal1976 e Rosa tinha sido terceira na maratona de Los Angeles1984. Atlanta1996 consagrou Fernanda Ribeiro, não na maratona, mas nos 10.000 metros, ao vencer categoricamente a dupla légua. Portugal conquistou ainda mais uma medalha nos Estados Unidos, a de bronze na classe 470, através dos velejadores Hugo Rocha e Nuno Barreto. Quatro anos mais tarde, Fernanda Ribeiro voltou a subir ao pódio, desta vez para receber a medalha de bronze dos 10.000 metros nos Jogos Sydney2000, nos quais houve outro português com direito a medalha: o judoca Nuno Delgado também foi terceiro na categoria de -81 kg. Em Atenas2004, Francis Obikwelu e Rui Silva elevaram para nove o número de medalhas do atletismo português em Jogos Olímpicos, depois do ouro e da prata de Carlos Lopes, do ouro e do bronze de Rosa Mota e de Fernanda Ribeiro e do bronze de António Leitão, terceiro nos 5.000 metros em Los Angeles1984. A seguir ao atletismo (três medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze), a vela é a modalidade portuguesa com mais sucesso no principal evento desportivo mundial, com duas medalhas de prata e outras tantas de bronze. Os segundos lugares foram conseguidos pelos irmãos Duarte e Fernando Bello na classe Swallow, em Londres1948, e pelos irmãos José e Mário Quina na classe Star, em Roma1960. Joaquim Mascarenhas Fiúza e Francisco Rebelo de Andrade conquistaram a medalha de bronze na classe Star, em Hensínquia1952, e Hugo Rocha e Nuno Barreto o mesmo metal na classe 470, em Atlanta1996. O hipismo conquistou três medalhas de bronze, entre elas a primeira de todas: em Paris1924, José Mouzinho de Albuquerque, Aníbal Borges de Almeida e Hélder de Sousa Mar- tins foram terceiros no concurso de obstáculos por equipas, denominado “Prémio das Nações”. Uma dúzia de anos depois, em Berlim1936, Portugal voltou a subir ao mais baixo dos lugares do pódio na mesma especialidade, desta vez graças às prestações de José Beltrão, Domingos de Sousa Coutinho e Luís Mena e Silva. Depois de dois sucessos nos obstáculos, em Londres1948 chegou a medalha no ensino, com um repetente, Luís Mena e Silva, que, acompanhado por Fernando Pais e Francisco Valadas Júnior, somou o seu segundo bronze olímpico. Para o espólio de medalhas contribuíram ainda o tiro, com a prata de Armando Marques no fosso olímpico em Montereal1976, e a esgrima, com o bronze de Jorge Paiva, Frederico Paredes, Henrique da Silveira, João Sassetti, Paulo d’Eça Leal e Mário de Noronha na prova de espada por equipas em Amesterdão1928. LISTA DAS 23 MEDALHAS CONQUISTADAS POR ATLETAS PORTUGUESES NOS JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO 1924 PARIS EQUESTRE (PRÉMIO DAS NAÇÕES) BRONZE ANÍBAL ALMEIDA HÉLDER MARTINS JOSÉ MOUZINHO DE ALBUQUERQUE LUÍS CARDOSO MENEZES 1928 AMESTERDÃO ESGRIMA (ESPADA POR EQUIPAS) BRONZE PAULO D’EÇA LEAL MÁRIO DE NORONHA JORGE PAIVA FREDERICO PAREDES JOÃO SASSETI HENRIQUE SILVEIRA 1936 BERLIM EQUESTRE (PRÉMIO DAS NAÇÕES) BRONZE LUÍS MENA SILVA DOMINGOS COUTINHO JOSÉ BELTRÃO 1948 LONDRES EQUESTRE (ENSINO POR EQUIPAS) BRONZE FERNANDO PAES FRANCISCO VALADAS LUÍS MENA SILVA VELA (SWALLOW) PRATA DUARTE BELLO FERNANDO BELLO 1952 HELSÍNQUIA VELA (STAR) BRONZE JOAQUIM FIÚZA FRANCISCO ANDRADE 1960 ROMA VELA (STAR) PRATA MÁRIO QUINA JOSÉ QUINA 1976 MONTREAL 1988 SEUL TIRO (FOSSO OLÍMPICO) PRATA ARMANDO MARQUES 1996 ATLANTA ATLETISMO (10.000 M) PRATA CARLOS LOPES 1984 LOS ANGELES ATLETISMO (MARATONA) OURO CARLOS LOPES ATLETISMO (MARATONA) BRONZE ROSA MOTA ATLETISMO (5.000 M) BRONZE ANTÓNIO LEITÃO 2004 ATENAS ATLETISMO (MARATONA) OURO ROSA MOTA ATLETISMO (100 M) PRATA FRANCIS OBIKWELU CICLISMO (LINHA EM ESTRADA) PRATA SÉRGIO PAULINHO ATLETISMO (10.000 M) OURO FERNANDA RIBEIRO ATLETISMO (1.500 M) BRONZE RUI SILVA VELA (470) BRONZE HUGO ROCHA NUNO BARRETO 2000 SYDNEY ATLETISMO (10.000 M) BRONZE FERNANDA RIBEIRO JUDO (- 81 KG) BRONZE NUNO DELGADO 2008 PEQUIM TRIATLO (PROVA INDIVIDUAL) PRATA VANESSA FERNANDES ATLETISMO (TRIPLO-SALTO) OURO NELSON ÉVORA 2012 LONDRES CANOAGEM (K2 1000 METROS MASCULINO) PRATA EMANUEL SILVA E FERNANDO PIMENTA MÚSICA 4 DE MARÇO DE 2016 p.33 FEIRA DE MARÇO TOUR 50 ANOS Quinta do Bill, Quim Barreiros, Anjos, Camané e Richie Campbell animam Aveiro Marco Paulo esgota coliseus FACEBOOK CAMANÉ FACEBOOK RICHIE CAMPBELL FACEBOOK QUIM BARREIROS Vão atuar no palco da Feira de Março Os Anjos, Quinta do Bill, Quim Barreiros, Kit Carlos e É uma figura João Claro, os Tributus, Camané, os Blasted Mechanism, C4Pedro, The Black Mamba, Richie incontornável da Campbell, HMB e Miguel Araújo. cultura portuguesa das últimas décadas. A tradicional Feira de Março, que decorre em Aveiro de 25 de março a 25 de abril tem este ano o orçamento reforçado, com aposta forte em 11 concertos. Segundo o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, o orçamento será de 300 mil euros (mais 50 mil euros do que em 2015) perspetivando-se um aumento da receita, que deverá atingir os 650 euros, entre o alu- guer dos espaços e a bilheteira. De acordo com o autarca, nos seus 582 anos, a Feira de Março aposta num cartaz de animação para atrair ainda mais público, repartido por 11 grandes concertos e um programa paralelo com grupos e artistas locais que vão animar o espaço da feira. Assim, em março atuam no palco da Feira de Março Os Anjos, dia 25, Quinta do Bill, dia 26, Quim Barreiros, Kit Carlos e João Claro a 28. No primeiro dia de abril o palco é para os Tributus, dia 2 canta lá Camané, dia 8 os Blasted Mechanism e a 9 actua C4Pedro. The Black Mamba animam a noite de 15, Richie Campbell a 16, HMB a 22 de abril e Miguel Araújo fecha o ciclo de concertos na noite de 23. Além dos artistas convidados, este ano há um maior investimen- PUB THE FINE WINE ALLIANCE Taste the finest family owned wines Douro Lisbon Lisbon CONTACTS (+351) 219 687 072 [email protected] Alentejo www.wineventures.eu www.quintadecottas.pt www.quintassebastiao.com www.santavitoria.pt to na promoção, não apenas nos municípios da região, mas alargada ao centro e norte do País, e procurando ainda conquistar os espanhóis que tradicionalmente vêm passar a Páscoa a Portugal. Outro dos principais atrativos da Feira de Março é o setor das diversões, que em 2015 esteve no centro de uma polémica devido ao conflito com alguns proprietários dos carrosséis, o que este ano, segundo Ribau Esteves, não se repetirá porque houve um ajustamento dos espaços e foi realizado um concurso público. “Tivemos atos preparatórios e realizámos o concurso público no início do ano, pelo que estão reunidas todas as condições para a Feira decorrer com tranquilidade”, disse o autarca. Ao todo, vão estar 44 divertimentos na feira, além de cerca de 200 empresas e 20 associações na parte expositiva, que terá duas novas áreas, sendo uma de autocaravanas e a outra de maquinaria agrícola. Tal como no ano passado, a organização da Feira de Março, de 25 a 5 de abril, volta a facultar entrada livre às famílias aos domingos, sendo as entradas pagas às sextas, sábados e segunda-feira de Páscoa, com o preço dos bilhetes a variar entre os dois e os três euros. Marco Paulo é uma figura incontornável do meio artístico português, com mais de 4 milhões e meio de discos vendidos, ao longo de 50 Anos. Marco Paulo irá apresentar-se numa série de concertos levando as suas canções um pouco por todo o país, na celebração destes 50 anos de canções. Com uma história de vida, marcada pela música, transformou-se num verdadeiro ícone musical. Marco Paulo sobe aos palcos para celebrar 50 anos de canções, nos dias 5 de Março no Coliseu do Porto, 12 de Março Coliseu de Lisboa e no dia 24 de Abril na Portimão Arena. Os temas “Eu tenho dois amores”, “Maravilhoso coração”, “Sempre que brilha o sol” ou ainda “Joana”, “Taras e Manias” e a incontornável “Nossa Senhora” são apenas algumas das canções que vão fazer parte de um alinhamento musical que celebra uma vida, uma carreira na música portuguesa. TOUR 50 ANOS 5 de Março - Coliseu do Porto (Esgotado) 12 de Março - Coliseu de Lisboa (Esgotado) 24 de Abril - Portimão Arena p.34 ECONOMIA 4 DE MARÇO DE 2016 AUTARQUIA ASSINA AUTO DE CONSIGNAÇÃO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA FRAMBOESA E TOMATE Primeira fase da rede de rega de Óbidos vai avançar Doces Euromel conquistam prémios A Câmara Municipal de Óbidos assinou esta semana, o auto de consignação da obra da Empreitada de Construção da Estação Elevatória de Rega do Aproveitamento Hidroagrícola das Baixas de Óbidos e respetiva homologação. “Recorde-se que a rede de rega das Baixas de Óbidos vai custar cerca de 28 milhões de euros e vai servir 900 agricultores e cerca de 1200 hectares de terreno. A primeira parte da obra será a construção da estação elevatória, seguindo-se a rede de rega do bloco de Óbidos”, informa a autarquia numa nota en- viada à imprensa. Para o presidente da Câmara Municipal de Óbidos “é um orgulho” poder ver “este velho sonho, com cerca de quatro décadas, ser uma realidade”. Humberto Marques sublinhou a importância desta obra, uma vez “que vai permitir a duplicação do nosso Produto Interno Bruto”. No âmbito do projeto, vai ser construída uma estação elevatória que permitirá fornecer água filtrada aos agricultores, através de 50 quilómetros de tubagens e cerca de 1,5 litros de água por segundo, por hectare. Serão disponibilizadas 400 tomadas de água, o que perfaz três tomadas por hectare, aos quase mil agricultores abrangidos. É um dos maiores investimentos públicos feitos no concelho de Óbidos e no distrito de Leiria e um dos maiores do país, assegura a nota da autarquia PARCERIA FOI APRESENTADA EM LISBOA Super Bock é pela primeira vez a cerveja oficial do Rock in Rio Pela primeira vez, a Super Bock é a cerveja oficial do Rock in Rio Lisboa. A marca portuguesa promete proporcionar a melhor experiência cervejeira às milhares de pessoas que vão visitar a Cidade do Rock em maio. Esta nova parceria reforça a presença da Super Bock na música. Segundo a marca, os fãs vão ter acesso às várias cervejas Super Bock, incluindo a gama Selecção 1927, estimulando um maior conhecimento sobre esta bebida milenar ao nível da sua diversidade de estilos e dos diferentes momentos de consumo. “A música faz parte do ADN de Super Bock há mais de 20 anos e, hoje, esta ligação é reforçada ao estar, pela primeira vez, no Rock in Rio-Lisboa. Mais uma vez, os aman- tes de música podem desfrutar dos melhores ambientes e sonoridades com Super Bock. Elevaremos a experiência ao seu expoente máximo, numa harmonização perfeita de música com a melhor cerveja”, sublinhou o CEO da Unicer, na conferência de imprensa. Para Roberta Medina, esta parceria, “vem-nos colocar no topo dos tops”, uma vez que a sua “posição no mercado é bastante forte”. A vice presidente do Rock in Rio destacou que “esta é uma edição especial, que marca o encerramento das comemorações dos 30 anos do Rock in Rio”. “E nada melhor do que brindar a estas três décadas com a Super Bock ao nosso lado, um parceiro que vem reforçar a singularidade das experiências da Cidade do Entre os 21 doces de Frutas Tradicionais produzidos pela Euromel com a marca ‘Beirabaga’, os doces de Framboesa e Tomate foram apresentados a concurso e conquistaram a Medalha de Ouro para o doce de Framboesa e a Medalha de Prata para o doce de Tomate. Os Doces Tradicionais Beirabaga são confeccionados segundo receitas portuguesas, com ingredientes nacionais escolhidos criteriosamente pela sua frescura e sabor. Roberta Medina e o CEO da Super Bock, Rui Lopes Ferreira Rock”, acrescentou. A cerveja Super Bock é reconhecida como a marca portuguesa mais associada à música, segundo o estudo de mercado Omnibus, da Nielsen, em 2015, estando presente, há mais de 20 anos, nos principais festivais, eventos e salas de espetáculos do país. A sétima edição do Rock in Rio Lisboa realiza-se no Parque da Bela Vista nos dias 19, 20, 27, 28 e 29 de maio. PUB Outra novidade da Euromel é o Lemon Curd que, apesar de recentemente criado, já é em França uma selecção do Mestre Pasteleiro parisiense Gilles Marchal . “Produzido com ingredientes nacionais de alta qualidade é simplesmente delicioso!”, assegura a Euromel Pode ser acompanhado com iogurte, óptimo para recheio de tortas, tartes, bolos, cheesecake. “É excelente com pêra abacate”, refere ainda a empresa EMPRESAS & MERCADOS p.35 4 DE MARÇO DE 2016 ETS MARIANO EM FRANÇA ORLÉANS-LYON-PARIS-BORDEAUX, ST PRIEST, ST PIERRE DES CORPS, FONTENAY- LE -FLEURY, CLERMONT FERRAND. LUXEMBURGO E EM PORTUGAL ILHAVO E ÁGUEDA Vitor Mariano é um pioneiro da internacionalização dos produtos alimentares portugueses em França Vitor Mariano é um empresário de sucesso, no ramo alimentar e bebidas, que chegou a França em 1966, com 20 anos, munido unicamente da sua coragem e determinação. Nascido na vila de Carvalho, concelho da Covilhã, subiu a vida a pulso e na atividade comercial é hoje um dos mais importantes importadores do que melhor se produz em Portugal, no ramo alimentar e bebidas, representando em exclusividade grandes marcas portuguesas. ANTÓNIO FREITAS (TEXTO E FOTO) A Holding Mariano estendeu a presença física ao Luxemburgo com loja em Rodange, elevando para 12 as lojas e armazéns com insígnia “Mariano”. Uma maior afirmação, como nos refere e, antes do verão, prevê abrir mais três lojas. Depois de ter instalado a sua base logística na Gafanha da Encarnação, Ílhavo, fomos ao encontro deste empresário que está desde o primeiro dia com a organização do SISAB PORTUGAL, já lá vão 21 anos. Graças à confiança dos seus clientes, a Ets Mariano é hoje uma holding empresarial de sucesso com grandes armazéns e lojas de venda. A gama de produtos é ampla, assim como a história de vida de um homem, simples, bem conhecido por todos. Tem feito um trabalho notável por Portugal, o que ainda não foi reconhecido por governo algum português. Continua a ser um homem simples como quando um dia partiu, e refere com algum orgulho: “mantenho desde sempre a melhor relação com os meus fornecedores e hoje, os Ets Mariano gozam o prazer de fazer os seus investimentos sem recorrer a empréstimos, embora a presença e o trabalho da banca seja importantíssimo. Com esta maneira de estar no mundo dos negócios e satisfazer os compromissos, a solidez financeira do Grupo a que presido teve a classificação de ‘Excelência’ da banca francesa”. Apesar de ter mais anos de França do que de Portugal, não esquece a terra que o viu nascer. Depois de há uns anos ter, aqui instalado a sua base própria de logística em Portugal, que balanço pode fazer? Um beirão nunca esquece as suas origens e a nossa terra é a nossa terra. Este é o sentimento genera- lizado dos portugueses emigrados e eu não fujo à regra e adoro a França o país que me acolheu, mas nunca me esqueci de Portugal e sempre pautei a minha vida empresarial no sentido de promover e vender produtos alimentares produzidos em Portugal. Esta base, era um sonho antigo. Na data de me instalar, não vi à procura que o governo me desse alguma ajuda financeira, mas sim um bom acolhimento e que se criarem condições necessárias para os Empresários da Diáspora investirem em Portugal. Nesta base agrupo as compras dos meus diversos fornecedores, que considero os meus parceiros de negócio, alguns que represento em exclusividade em França há mais de 30 anos. Depois de França a base da Gafanha da Encarnação e agora o Luxemburgo os investimentos vão continuar? Parar é morrer e eu, mais a minha equipa de dedicados 50 funcionários e a família - que vestimos a “camisola” - temos o lema de crescer e crescer sempre mais, com os pés bem assentes na terra! O “barco” é grande mas consegue-se manobrar bem, graças à estima e consideração dos meus clientes e fornecedores e à boa equipa dedicada de colaboradores. Investi em Portugal para além desta base , aqui em Portugal, na TRADUMEIO - Chash and Carry; uma trading de créditos firmados que necessitava de um sócio investidor, que tem o seu chash em Águeda. Espero e acredito no crescimento desta empresa, acredito no Sr. Arsénio que está à frente da mesma e a sua equipa e a aposta é que venha ser uma empresa com implantação a nível nacional e, ser uma trading exportadora, logo que os fornecedores assim o entendam. Para além disso antes do verão, mais três lojas se juntam às 12 lojas e armazéns que criei e digo mais - outras empresas portuguesas do ramo alimentar que venham a necessitar de investimento, Vitor Mariano está aberto ao estudo de parcerias. Vender cada vez mais lá fora é o lema e foi a aposta e, isso só se consegue com os parceiros certos, ou seja os fornecedores, que queiram apostar nesta holding empresarial e no seu Know how e fornecerem-nos aquilo que produzem a preços justo, mas de alta qualidade, pois foi por essa via que me afirmei e conquistei a confiança dos meus clientes em França, primeiro no “mercado da saudade” e hoje já em todo o mercado francês. A partir desta base da Gafanha da Encarnação , os meus fornecedores tem-me dado a sua confiança, e a levar os produtos alimentares portugueses a outros países. Comprar produtos alimentares portugueses diretamente dos produtores e indústria alimentar e vender em França, é aquilo que faz há muitos anos. A que se deve o crescimento de um empresário que hoje é um armazenista/grossista de um volume tão grande de produtos portugueses? Deve-se a muito trabalho e gosto naquilo que faço. Nas nossas lojas e nos armazéns pode-se encontrar tudo o que é produto alimentar português das melhores marcas nacionais. Nos anos 80 em França, pouco mais se conhecia além do bacalhau, as azeitonas e o garrafão do vinho. Fui um dos pioneiros da internacionalização dos produtos Vitor Mariano fundador e CEO da Ets Mariano alimentares portugueses em França. Graças à grande qualidade do que Portugal produz e à escolha criteriosa que faça daquilo que compro e de quem me fornece, por vezes o factor preço não é tão importante, o consumidor sabe que o que é bom tem o seu preço, tem o seu valor e os Ets Mariano registam com agrado aumento das suas vendas. Continuamos a ter o nosso cliente tradicional, o português, (que são as nossas bandeiras) e, graças a eles o francês, belga, luxemburguês já dá boa preferência a produtos portugueses. Isso noto bem porque nas diversas bases temos lojas de venda ao público e nas prateleiras os produtos são levados pelos consumidores globais. Veja-se a pujança do nosso sector do vinho por exemplo, do azeite, dos enchidos, da industria conserveira, para só citar alguns entre tantos. Sente-se orgulhoso de uma carteira tão vasta e exclusiva de fornecedores? Sinto-me orgulhoso, há quem diga que é um defeito, mas eu digo que é uma qualidade. O Grupo empresarial para além da sua consolidação em termos de sucessores, tenho na família os que irão dar continuidade a este projecto. Tenho uma empresa ara gerações vindouras pois, o que Portugal produz no ramo alimentar e agro-alimentar terá sempre e cada vez mais clientes internacionais e a Holding vai con- tinuar a crescer e estamos sempre abertos a novos desafios. As marcas que represento ou importo levo-as sempre ao mais alto patamar de vendas. É bom para as duas partes, depois quando compro é para pagar, e não há fornecedor que se possa queixar de mau pagamento. Gostaria de comprar a todos os presentes, de abrir as portas a todos os que vão ao SISAB PORTUGAL, mas como sabe são cada vez mais as empresas produtoras e, não posso representar ou comprar a todos os que ali vão. Porém há sempre novos produtos, novidades, novos fornecedores ou produtores e as portas nunca estão fechadas. O SISAB PORTUGAL, da qual é dos fundadores; continua-se a mostrar um evento com interesse para os Ets Mariano? O SISAB PORTUGAL é a única feira em Portugal de produtos portugueses virada para a exportação, por isso estarei sempre presente. Bem organizada, com cada vez mais os nossos fornecedores presentes, em três dias eu consigo fazer encomendas e trabalho que me levaria a vir várias vezes a Portugal, já que em negócios o contacto é o mais importante e ali temos os principais do ramo alimentar. São três dias de trabalho, mas diria que se fossem quatro, melhor seria, pois é apertado em três dias visitar e estar com os que ali estão e que nos vendem e descobrir novos parceiros. p.36 BOA MESA 4 DE MARÇO DE 2016 Culinária CARNE Bifes com cogumelos e manteiga de alecrim PORQUE SABE SEMPRE BEM... Sangria com pêssego e maracujá INGREDIENTES 750 ml de vinho branco fresco; 1 estrela de anis; 2 paus de canela 150g de açúcar; Polpa de 3 maracujás; 3 pêssegos em PREPARAÇÃO Num jarro coloque os pêssegos, a polpa de maracujá, os paus de canela, a estrela de anis, o açúcar e a vodka. Misture tudo. Deixe repousar durante 5 minutos. Junte o vinho branco e o refrigerante de lima limão. Misture tudo. Misture gelo a gosto. PEIXE Bacalhau com crosta de broa e azeitonas INGREDIENTES 2 lombos de bacalhau demolhados 250g de broa de milho aos cubos 4 dentes de alho 100g de azeitonas pretas sem caroço 1 cebola cortada em rodelas meia lua Azeite 2 dentes de alho laminados 2 folhas de louro cortadas ao meio 6 batatas médias com casca 4 raminhos de salta Sal q.b. INGREDIENTES 2 bifes do lombo ou da vazia 200g de cogumelos frescos laminados 2 dentes de alho picados 1colher de chá bem cheia de mostarda amarela 1 raminho de folhas de alecrim fresco, picadas 80g de manteiga Sal q.b. PREPARAÇÃO Tempere os bifes de ambos os lados com sal e esfregue bem. Numa tigela, coloque a manteiga cortada em pedaços, os alhos, a mostarda e o alecrim picado. Misture muito bem até que fique uma pasta. Numa frigideira leve ao lume metade da pasta e deixe aquecer. Frite os bifes de ambos os lados em lume médio. Tenha atenção para não deixar queimar a manteiga. Depois dos bifes fritos a gos- to, retire-os para pratos individuais. Numa outra frigideira, coe a gordura que sobrou dos bifes num passado fino metálico. Junte os cogumelos e deixe saltear até que estes percam a água. Por fim, junte a restante pasta e deixe saltear mais um pouco até que tudo fique quente. Tenha atenção especial para não deixar alourar o alho. Sirva os bifes com os cogumelos e o molho por cima, acompanhados de Batata Frita no Forno e Esparregado de Espinafres. PREPARAÇÃO Numa panela com água a ferver, tempere com sal. Coloque as batatas a cozer durante 15 minutos. Passado os 15 minutos, retire as batatas com uma escumadeira para um prato. Entretanto, prepare o bacalhau. Com a ajuda de uma faca, retire a pele do bacalhau. Numa picadora ou num processador, coloque a broa, as azeitonas, os dentes de alho inteiros, a salsa e 4 colheres de sopa de azeite. Triture tudo até que fique uma pasta. Espalhe ¼ da pasta na parte de baixo de cada lombo e acalque bem. Num tabuleiro de ir ao forno, de preferência de barro, espalhe azeite suficiente para cobrir o fundo. Coloque os lombos de bacalhau com a parte de baixo virada para baixo. Cubra a parte de cima dos lom- SOBREMESA Cheesecake no copo INGREDIENTES 10 bolachas de chocolate (s/ recheio) 150g cream cheese 200g creme de leite 3 colheres (sopa) açúcar Geleia de frutas a gosto PREPARAÇÃO Coloque 10 bolachas de chocolate num saquinho, bata até ficar uma farofa e reserve. Numa tigela, junte 150g de cream cheese, 200g de creme de leite e 3 colheres de sopa de açúcar. Misture bem e reserve. Comece a montar a sobremesa. Coloque um pouco da farofa de bolacha no fundo dos copos, adicione o cream cheese e finalize com a geleia de frutas a gosto. Meta no frigorífico e aproveite! bos com a restante pasta e acalque bem. À volta, espalhe a cebola, o louro e o alho laminado. Com um esmagador ou com a mão, pressione ligeiramente as batatas para que abram e coloque-as por cima da cebola. Por fim, regue tudo com azeite. Leve ao forno pré-aquecido nos 200ºC e deixe assar durante 40 minutos. Depois do bacalhau assado e de tudo lourinho, retire do forno. TURISMO 4 DE MARÇO DE 2016 p.37 DESTINOS CHEIOS DE CHARME Uma visita às aldeias mais típicas de Portugal com as Rotas do Xisto Um dos destinos portugueses mais pitorescos, as Aldeias do Xisto conquistam cada vez mais adeptos junto daqueles que procuram roteiros fora dos grandes circuitos turísticos, mas cheios de charme. Batizadas em homenagem à pedra, caraterística da região, utilizada para edificar grande parte das suas casas e edifícios, numa harmonia subtil com a paisagem envolvente, estendem-se pelas Serras da Lousã e do Açor, praticamente até à Serra da Estrela. Com centenas de quilómetros de trilhos terrestres para caminhadas ou ciclismo, edifícios e gastronomia típicos e, sobretudo, uma história feita “essencialmente do esforço de sobrevivência dos seus habitantes”, estas pequenas aldeias no centro do país seduzem pela paisagem serrana das encostas íngremes, complementada pelo charme das ruas estreitas e sinuosas, revestidas a xisto. Desde a “adorável aldeia” que parece saída diretamente dos Flintstones, segundo um artigo do jornal norte-americano Huffington Post sobre Piódão, ao encanto das paisagens serranas e gastronomia típica, há muito mais do que arquitetura para apreciar. ALDEIA HISTÓRICA DE PIÓDÃO Considerada como uma das aldeias mais bonitas do país, e classificada como Aldeia Histórica e Imóvel de Interesse Público desde 1978, Piódão é, provavelmente, o ponto de paragem obrigatório desta visita. Com origem num antigo Castro Lusitano, “Casal de Piodam” atualmente em ruínas -, é conhecida pela arquitetura típica, com as suas construções em xisto e telhados de lousa, pautados por portas e janelas em madeira, pintadas de azul. 290 de comprimento, origina uma das maiores reservas de água doce do país. Para além da praia fluvial e das diversas atividades náuticas e desportivas que podem ser realizadas na sua albufeira, poderá, ainda, visitar o seu interior ou apreciar a paisagem quartzítica envolvente. Considerada uma das aldeias mais bonitas do país, Piódão é o ponto de paragem obrigatório desta visita A luz artificial, conjugada com a sua disposição, ao longo da encosta íngreme da Serra do Açor, faz, ainda, com que muitos a apelidem de “Aldeia Presépio”. Para além do tradicional passeio pelas suas ruas pitorescas, reserve ainda algum tempo para uma visita a locais como a singela Fonte dos Algares, o Núcleo Arqueológico local e as Capelas das Almas e de São Pedro, esta última onde se teria refugiado um dos assassinos de D. Inês de Castro, Diogo Lopes Pacheco – apelidos que existem, ainda hoje, na aldeia, sendo que, por exemplo, os Pachecos tinham direito a tribuna própria na Igreja de Lourosa. Ainda pertencente à freguesia de Piódão, a aldeia de Chãs D’Égua A aldeia de Chãs D’Égua remonta a épocas bastante remotas remonta a épocas bastante remotas, como comprovam as dezenas de pinturas rupestres da altura do Neolítico e Idade do Bronze, que foram descobertas nesta zona. Uma síntese das gravuras rupestres da região poderá ser apreciada numa visita ao Centro de Interpretação de Arte Rupestre, localizado numa antiga escola da localidade. Em plena paisagem protegida da Serra do Açor, a Mata da Margaraça e a Cascata da Fraga são, em seguida, os locais ideais para uma pausa. Documentada desde a segunda metade do século XIII, a Mata da Maragaça é uma das mais reconhecidas florestas caducifólias em Portugal, desenvolvendo-se entre os 600 e os 850 metros de altitude. Já a Cascata da Fraga da Pena, cuja placa poderá até passar despercebida aos condutores da Estrada que conduz ao Piódão, é uma queda de água de quase 20 metros, que tem a sua origem num acidente geológico, atravessado pela Barroca de Degraínhos, e que origina uma série de quedas de água sucessivas. Aqui, paisagem de xisto, caraterística da zona, surge ampliada pela vegetação abundante que a envolve. BARRAGEM DO CABRIL Uma das maiores barragens portuguesas, a Barragem do Cabril é também conhecida como o ex-libris arquitetónico de Pedrógão Perqueno. Com 136 metros de altura e A Fraga da Pena, em plena Paisagem Protegida da Serra do Açor CAMINHOS DO XISTO Para terminar, e caso queira conhecer verdadeiramente melhor a paisagem serrana da região, são vários os percursos pedestres aconselhados, nas mais de 20 aldeias do xisto – vários deles detalhados e explicados no website oficial do projeto e nos vários postos de turismo da região. Um dos mais conhecidos, o Caminho de Xisto da subida aos penedos de Fajão, tem uma duração média de duas horas e, ao longo de uma incursão na área protegida de Rede Natura da Serra do Açor, passa por alguns dos pontos paisagísticos mais interessantes da zona. Fazendo parte da Meseta Ibérica, os penedos de Fajão são afloramentos rochosos que servem de fundo à paisagem pitoresca envolvente e que, apesar do grau de dificuldade pouco elevado, conferem ao trilho a emoção da escalada. Mas não só. Pode também optar por outros, como o Caminho de Xisto da descida às fragas de São Simão, por exemplo, já na zona envolvente da freguesia do Casal de São Simão, e que passa pelas Ribeiras de Alge e do Fato, permitindo observar as antigas levadas que transportavam água para as Azenhas. p.38 SOCIEDADE 4 DE MARÇO DE 2016 EM PORTUGAL É PROIBIDA E CONSIDERADA HOMICÍDIO QUALIFICADO Eutanásia: decisão eticamente errada ou uma morte misericordiosa? Durante a sua participação no programa ‘Em Nome da Lei’, da Rádio Renascença, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, garantia que a morte assistida já é uma realidade no Serviço Nacional de Saúde. “Vi casos em que médicos ministraram insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém porque quem trabalha no SNS sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso vamos falar abertamente”, afirmou Ana Rita Cavaco. Mas o que é a eutanásia? Muito se tem discutido nos últimos tempos sobre a problemática da eutanásia, conduzida sob um caminho turbulento de opiniões divergentes a respeito da sua prática e legalização. A eutanásia consiste em pôr fim à vida de um doente que não tem nenhuma possibilidade de cura - situação atestada por uma equipa médica que possibilita ao doente decidir quando e em que circunstâncias a sua vida terminará. A eutanásia garante uma morte sem dor e sem sofrimento, e é por isso mesmo muitas vezes apelidada de “morte misericordiosa”: uma morte que visa o fim do sofrimento do doente a pedido do mesmo e assistido geralmente por um profissional de saúde. Este pedido deve ser feito aquando da plenitude das suas capacidades mentais, de forma a tomar uma decisão consciente e informada. A eutanásia poderá ser de dois tipos: ativa ou passiva. Por eutanásia ativa entende-se aquela em que é administrada uma injeção letal ao doente; no caso da eutanásia passiva é retirado o tratamento de suporte à vida. É também importante diferenciar esta prática do suicídio assistido, já que facilmente os dois conceitos têm sido alvo de algumas confusões e desinformações. O suicídio assistido consiste por um lado na colaboração de um profissional de saúde na morte do doente tal como na eutanásia, mas esta participação é indireta já que é o próprio doente quem realiza a última ação de tomar os fármacos letais. No que diz respeito à legislação existente em Portugal sobre este tema, tanto o suicídio assistido como a eutanásia são proibidos, considerados homicídio qualificado Moreira, Elisa Ferreira e Helena Roseta, os antigos dirigentes do Bloco Ana Drago e Daniel Oliveira, os ex-candidatos presidenciais António Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias, entre outros. Este manifesto defende ser “urgente despenalizar e regulamentar a Morte Assistida”, tese suportada pelo lema dos defensores da eutanásia que consiste em conseguir-se uma decisão que garanta que da mesma forma que o direito à vida está consagrado em lei, também “o direito a morrer em paz” o deve estar. Nos últimos tempos, tem-se discutido um tema fraturante que pela sua complexidade precisa de uma abordagem ampla e informada sobre todas as suas nuances: a eutanásia. pelo Código Penal. Existe ainda um único documento do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) que diz especificamente respeito ao tema da morte assistida, mas data de 1995, o que faz com que careça de uma revisão e eventual atualização no futuro. Pode-se ler neste documento que “não há nenhum argumento ético, social, moral, jurídico ou da deontologia das profissões de saúde que justifique em tese vir a tornar possível por lei a morte intencional do doente (mesmo que não declarado ou assumido como tal) por qualquer pessoa designadamente por decisão médica, ainda que a título de ‘a pedido’ e/ou de ‘compaixão’”. Diz ainda que “não há nenhum argumento que justifique, pelo respeito devido à pessoa humana e à vida, os atos de eutanásia”. ACESO DEBATE EM PORTUGAL O Código Deontológico dos médicos, dita que “é vedada a ajuda ao suicídio, à eutanásia e à distanásia”, indo isto de encontro ao juramento de Hipócrates que defende que “não darei veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possi- Quer se decida por um referendo, quer se decida por se levar a discussão deste tema ao Parlamento, o caminho até uma decisão carecerá de tempo, informação e consciencialização por parte de todos os intervenientes no processo decisório, pesando bem todas as implicações de uma decisão e de outra, salvaguardando-se sempre os casos que se situem na barreira entre o que é considerado ou não apto para a prática da eutanásia. bilidade”. Mas a verdade é que a realidade portuguesa é bastante distinta da realidade de outros países europeus como a Bélgica, a Suíça ou a Holanda. No caso da Holanda a eutanásia foi legalizada a 1 de Abril de 2002, tendo sido este o primeiro país do mundo a fazê-lo, impedindo com isto processos judiciais contra médicos que sigam concretamente determinados “critérios de meticulosidade”. Em Portugal tem sido muita a discussão em torno do tema e de qual a melhor solução possível numa questão tão complexa como esta. A verdade é que qualquer que seja a decisão, terá sempre de passar por uma longa, informada e consciente discussão pública. Esta discussão não é de agora. Já em 2010, Paulo Rangel havia dito que “a falta de leis sobre a eutanásia e os dilemas éticos que se colocam no tratamento de doentes terminais, estão a deixar os médicos e outros profissionais de saúde inseguros no dia-a-dia”. Vários passos têm sido dados no sentido de dinamizar e avançar com esta discussão. Ainda no decorrer deste mês, o deputado socialista Pedro Delgado Alves declarou aos jornalistas que o PS “está aberto ao debate e é com muito bons olhos que vemos que a sociedade civil tem essa capacidade mobilizadora, que também ajude o parlamento, ajude os decisores, a tomar decisões mais informadas nesse contexto”. Para além disto o ‘Expresso’ e o ‘Público’ divulgaram ainda este mês um manifesto do Movimento Cívico para a Despenalização da Morte Assistida, que contou com as assinaturas de 112 personalidades, entre eles os socialistas Álvaro Beleza, Isabel RECEIO DA GENERALIZAÇÃO As vozes dissonantes desta conduta defendem que a legalização da eutanásia iria abrir uma porta para que casos eticamente mais complexos e menos claros fossem considerados na prática da eutanásia. Esta discussão justifica-se devido aos mais recentes acontecimentos registados nos países em que a eutanásia é legal, tais como a morte de uma belga de 24 anos que sofria de depressão profunda e que optou por terminar com a própria vida. Com isto as barreiras deixam de ser claras na medida em que são aceites casos de pessoas que não estão em estado terminal (condição inicial para a prática da eutanásia) mas que desejam morrer por outras razões tais como a referida anteriormente. É precisamente para assegurar que estes casos não aconteçam e se tornem recorrentes, que a presidente do Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto (UCP), Ana Sofia Carvalho, se pronuncia contra a legalização da eutanásia e do suicídio medicamente assistido em Portugal. “Nós, na ética, falamos do efeito da ‘rampa deslizante’ nestes casos. Ou seja, a partir do momento em que se legisla só porque sim, deixa de se ter em análise a condição de cada pessoa, e começa a resvalar-se para situações eticamente mais complexas e difíceis”, explica. O próximo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, optou pela imparcialidade neste tema em concreto e informou desde já que não irá vetar um referendo se for essa a vontade popular mas também não partirá dele essa proposta, ou seja, desempenhará somente o papel de árbitro. A verdade é que, quer se decida por um referendo, quer se decida por se levar a discussão deste tema ao Parlamento, o caminho até uma decisão carecerá de tempo, informação e consciencialização por parte de todos os intervenientes no processo decisório, pesando bem todas as implicações de uma decisão e de outra, salvaguardando-se sempre os casos que se situem na barreira entre o que é considerado ou não apto para a prática da eutanásia. p.40 SAÚDE 4 DE MARÇO DE 2016 EM PORTUGAL OS CASOS TÊM VINDO A AUMENTAR Diabetes: uma epidemia do século XXI É considerada a epidemia do século XXI, e em Portugal os números de novos casos têm vindo a aumentar. Estima-se que em 2030 a diabetes possa afetar cerca de 10% dos adultos em Portugal. É necessário conhecer esta doença e saber como a prevenir ou controlá-la para prevenir possíveis complicações futuras. A diabetes é uma doença crónica que tem vindo a ganhar notoriedade nos últimos tempos. Muitos chamam a esta doença como “A nova epidemia do século XXI” e a verdade é que está a expandir-se a velocidades cada vez maiores. Estima-se que neste ano, cerca de 5 milhões de pessoas morrem por diabetes ou por causas relacionadas com ela. Em 2014, a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa foi de 13,1%, ou seja, mais de 1 milhão de pessoas com Diabetes e só em 2014 existiram mais de 54 mil novos casos de diabetes. Para se poder interpretar estes dados é necessário compreender o que realmente é esta doença. Podemos dividir o nome da doença em diabetes (muita urina) e mellitus (adocicado). Estes dois nomes vêm da era da Grécia Antiga, sendo que esta patologia era diagnosticada pela degustação da urina do doente, e se esta estivesse doce, significava que a pessoa tinha diabetes. A diabetes mellitus pode ser classificada de várias formas: diabetes tipo I (insulinodepentendes), Diabetes tipo II (insulinoressistentes) e Diabetes gestacional, sendo os que têm maior incidência em Portugal a diabetes tipo I e II. O tratamento é feito através de controlo da glicémia capilar, alimentação, exercício físico e administração de insulina. Na diabetes mellitus do tipo I o pâncreas perde a capacidade de produzir insulina, em decorrência de um problema imunológico, ou seja, o próprio organismo “ataca” as células que produzem insulina. O diagnóstico é feito durante a infância ou adolescência e os seus sintomas são po- liúria (aumento da frequência para urinar), polifagia (fome excessiva), polidipsia (sede excessiva) e emagrecimento. O tratamento é feito através de controlo da glicémia capilar, alimentação, exercício físico e administração de insulina. Com a diabetes mellitus do tipo II podem ocorrer duas situações, o organismo reduz a capacidade de usar a insulina de forma correta e/ou o pâncreas reduz a sua produção. Ao contrário da diabetes tipo I, esta é diagnosticada já em fase adulta. Os sintomas são semelhantes ao da diabetes tipo I, contudo em vez de existir emagrecimento, a pessoa apresenta obesidade. O tratamento é feito através do controlo da glicémia capilar, alimentação saudável, exercício físico e administração de antidiabéticos orais. Em certos casos, onde a doença esteja muito avançada, pode ser necessário a administração de insulina. Se esta doença não for controlada, pode levar a complicações sérias no futuro, tais como, doenças cardiovasculares, insuficiência renal, lesão ocular e neurológica, disfunção sexual, problemas nos pés (em casos graves pode ser necessário amputação do membro) e ainda coma ou morte. Devem ser feitas consultas médicas e de enfermagem regularmente de forma a poder controlar a glicémia e prevenir complicações. A melhor forma de prevenir esta doença é através de manter uma alimentação saudável, praticar exercício físico regularmente e fazer regularmente exames de rotina para controlar o nível de glicémia. UMA DAS PIORES DORES QUE O SER HUMANO PODE SENTIR Lítiase renal: uma dor que não o deixa levantar da cama Pedras nos rins, ou litíase renal, é uma das doenças que provoca mais dor aguda e incapacidade para realizar as atividades diárias. Embora afete cada vez mais pessoas pelo seu estilo de vida sedentário, é possível reverter o processo e alcançar a cura. A litíase renal (pedra nos rins) é uma doença frequente nos dias de hoje e encontra-se entre as doenças do aparelho urinário com mais prevalência, logo a seguir às infeções urinárias. Ela é causada pela formação de depósitos minerais no interior dos rins (cálculos), que podem migrar. Quando ainda são pequenos podem ser expelidos pela uretra, mas quando as suas dimensões são maiores podem ficar retidos nos ureteres ou na bexiga. A litíase renal aparece com mais frequência em adultos do sexo masculino com mais de 40 anos, em pessoas que ingerem pouca água ou que estão em risco de desidratação. As dietas ricas em sal, açúcar, cálcio e outros minerais e infeções unitárias recorrentes são outros fatores de risco. SINTOMAS E DIAGNÓSTICO Os principais sintomas estão associados à deslocação dos cálculos através das vias urinárias. São eles a dor intensa, tipo cólica, na cintura ou nas costelas podendo ir até à região genital. A pessoa também poderá sentir náuseas ou vómitos, dificuldade ou dor ao urinar, sangue na urina, urinar mais vezes que o normal e febre. A forma de se diagnosticar esta doença é através da observação por parte do médico das queixas e também através de alguns exames complementares, como análises clínicas ao sangue e à urina, radiografia do abdómen e ecografia renal. TRATAMENTO O tratamento da litíase renal depende do tamanho dos cálculos. Aqueles que são mais pequenos podem ser expelidos es- Uma dor intensa na cintura ou nas costelas é um dos sintomas da pedra nos rins pontaneamente na urina, sem ser necessário nenhum procedimento médico. Quando alcançam dimensões maiores pode ser necessário realizar litotrícia (processo de destruição dos cálculos através de ondas de choque) ou cirurgia para remover os cálculos. Para controlar a dor renal a aplicação de calor no local da dor e a administração de analgésicos podem ajudar. Como a ingestão de água pode causar dor, deve-se evitar bebê-la nesses momentos. Como forma de prevenir a litíase renal, o procedimento de primeira linha é de ingerir cerca de 2 litros de água e adequar a dieta, reduzindo a quantidade de sal, cálcio e açúcar ingeridos. Também é importante moderar o consumo de gorduras e carnes. CURIOSIDADE O aquecimento global, um dos maiores problemas da atualidade, aumenta o risco de formação da litíase renal. Este fenómeno aumenta o risco de desidratação, que é um dos principais fatores de risco desta doença. PARABÉNS 4 DE MARÇO DE 2016 Parabéns a você MAR 5 Morte de Manuel Arriaga Agostinho Novo Rio De Janeiro Alvaro Jose Fleury Les Aubrais Alves Jose Howald Antonio Matos Combs La Ville Antonio Ramos Tours Arthur Del-valle Recife Astrogildo Oliveira Rio De Janeiro Batista Manuel Andorra La Vella Carlos Alves Issy Les Moulineaux Carlos Martins Roquettes Carlos Rodrigues Andorra La Vella Da Antonio Differdange Diamantino Pinho Toulouse Faustino Candido Calw Gerardo Rocha Inhauma - Rj Gerda Hoher Rio De Janeiro Goncalves Leandro Montfermeil Irene Machado Turffontein/ Johannesburg Isabel Thierry Castelmaurou Joaquim Fernandes Sao Paulo Joaquim Silva Rio De Janeiro Jose Fonseca Munchen Jose Pereira Echirolles Jose Santos Renens Luiz Romero Duque De Caxias Marcelo Soares Rio De Janeiro Marcia Araujo Rio De Janeiro Maria Rodrigues Le Landeron Oliveira Fernando Orleans Paulo Guerreiro St. Cloud Ribeiro St. Ouen Rosa Nunes Hagen Suely Jorge Rio De Janeiro Jersey C.I Alemanha Brasil França Luxemburgo França França Brasil Brasil Andorra França França Andorra Luxemburgo França Alemanha Brasil Brasil França África Do Sul França Brasil Brasil Alemanha França Suíça Brasil Brasil Brasil Suíça França França A EMIGRAÇÃO VISTA PELO CARTOON DO ZÉ MANEL(publicado originalmente em 1970) Não há vinho como o vinho português e, por essa razão, quem emigra não consegue passar muito tempo sem degustar a bebida. Mario Ferreira Crown Mines Neto Diamantino Logelbach Raul Rosa Drancy Walton Novoa Rio De Janeiro Brasil MAR Dia da Igualdade 6 Jose Fraga Schwarzenbach Jose Laranjeira Rio De Janeiro Jose Rodrigues Bry Sur Marne Jose Siqueira Rio De Janeiro Jose Vargas Bussigny-preslausanne Magalhaes David Pont Du Chateau Manuel Santos Sao Jose Do Rio Preto Manuel Tavares Fribourg Maria Bruno Rio De Janeiro Maria Pereira Rio De Janeiro África Do Sul França França Brasil MAR RTP inicia emissões a Salarial Acacio Ayres Recife Albino Dias Chatenay Malabry Almeida Samuel Els Cortals Anibal Gomes S. Antonino Antonio Teixeira Saint Priest Arlindo Fonseca Rio De Janeiro Arlindo Silva London Artur Silva Pontcharra S/ turdine C Pestana St. Lawrence Carlos Freitas St. Helier Dr Cima Rio De Janeiro Fernando Costa Rorschach Ferreira Manuel St. Michel-s-orge Fonseca Antonio Strasbourg Jecas Sandra Choisy Le Roi Jose Aires Rio De Janeiro p.41 Brasil França Andorra Suíça França Brasil Inglaterra França Jersey C.I Jersey C.I Brasil Suíça França França França Brasil Alemanha Brasil França Brasil Suíça França Brasil Suíça Brasil Brasil 7 cores Albino Miranda Beauchamp Almerindo Maia Kaiserslautern Antonio Reves Nanterre Bispo Romain Conflans St. Honorine Correia Luis Escaldaesengordany De Jose Santa Coloma Edite Venancio Santo Andre Eusebio Abreu Primrose Francisco Santos Kempen Helena Cardoso Lutzelhouse Horacio Roda La Varenne Janete Teodoro Rio De Janeiro Jardel Garcia Rio De Janeiro Joaquim Carvalho Rio De Janeiro Joaquim Lopes Ermont Jorge Martins Ussel Jose Aguiar Paris Jose Gomes Wilhelmshaven Jose Leal Corby Jose Monteiro Rio De Janeiro Jose Ribeiro Osny Jose Vilela Rio De Janeiro Nobre Jose Neuilly S/seine Pereira Jose Petange Priscila Barbosa Sao Paulo Quintino Corga Aurora França Alemanha França França Andorra Andorra Brasil África Do Sul Alemanha JAN França França Brasil Brasil Brasil França Rafael Guimaraes Acushnet Ricardo Moreno Sao Paulo Sandra Alves Ramersberg Teixeira Deolinda Epinay-sur-seine Vitor Figueiredo Els Cortals U.S.A. Brasil Suíça França Andorra França França Alemanha Inglaterra Brasil França Brasil França Luxemburgo Brasil Canadá MAR Dia Internacional da 8 Mulher Albertina Rodrigues Paris Amadeu Cruz Olten Americo Duarte Rio De Janeiro Antonio Pereira Zurich Antonio Pereira Schlieren Antonio Silva Lujan Bernardo Correia Geneve Carlos Dias Todtnau França Suíça Brasil Suíça Suíça Argentina Suíça Alemanha Casimiro Silva Duisburg Fernando Lopes Aruja Fernando Xavier Nova Iguacu Ferreira Agostinho Paris Heitor Dias Rio De Janeiro Ilidio Afonso Strasbourg Joaquim Oliveira Ottmarsheim Joaquim Santos Sao Paulo Joaquim Vale Rio De Janeiro Jose Santos Nova Friburgo Laureano Pereira Lisboa Leonel Pires Umuarama Luis Soares Sao Paulo Macedo Vasco Hericourt Manoel Rodrigues Rio De Janeiro Manuel Antunes Lagnieu Alemanha Brasil Brasil França Brasil França França Brasil Brasil Brasil Portugal Brasil Brasil França Brasil França p.42 INOVAÇÃO 4 DE MARÇO DE 2016 UM PROBLEMA QUE AFETA INÚMERAS PESSOAS UTAD estuda a monitorização de hábitos alimentares de idosos solitários A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a estudar a problemática da alimentação de pessoas idosas que vivam sozinhas. O objetivo passa por encontrar uma solução, através de uma monitorização que permita um acompanhamento e controlo ermanente ara um ro lema que afeta n meras essoas or todo o mundo. A Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estuda uma solução para alimentação de pessoas idosas que, por alguma eventualidade ou por escolha r r a se encontrem a v ver soz n as sem acompanhamento por parte de familiares ou empresas de apoio ao domicílio. Esta solução será uma monitorização automática que contr ua ara a sua autonom a sa de e bem-estar”, informa a UTAD numa nota enviada ao Mundo Português. Este estudo é uma iniciativa conjunta de duas universidades do Norte do país or entado elo nvest gador Ant n o Cun a docente no Departamento de Engenharias da UTAD, em colaboração com Paula Trigueiros, da Universidade do Minho - e possibilitou já a realização de um trabalho de mestrado em ngen ar a nform t ca de uís l e Macedo Costa, que se debruçou sobre a ntel g nc a art fic al que ode ser a l cada à monitorização da alimentação de idosos. o m to do tra al o de uís l e Costa fo m lementado um rot t o demonstrat vo ca az de dent ficar e class ficar gestos de al menta o testado com gestos de oito utilizadores diferentes. Nestes testes foram analisadas as respostas a 689 gestos, organizados em três grupos principais (“comer sopa”, “comer prato principal” e “beber”), e foi obtida uma percentagem de taxas de deteção e class fica o que erm t r caracter zar a alimentação de um idoso. Segundo a UTAD, nesta fase do estudo, os investigadores propõem um sistema de monitorização automática de alimentação cr ado es ec ficamente ara a essoa dosa no seu ambiente habitual - que analise as articulações do esqueleto humano, (fornecidas por um sensor ‘Microsoft Kinect), detete os gestos de al menta o class fique com modelos ocultos de Markov e faça uma estimativa a alimentação do utilizador. A s uma aval a o da al menta o usando o sensor, os investigadores concluíram que é possível realizar uma monitorização no cenário desejado, desde que a pessoa alvo tome as suas refeições sentado em frente a uma mesa ao alcance do sensor. A UTAD revela ainda que os responsáveis deste estudo estão a par da “realidade indisfarçável dos novos tempos, com o envelhecimento populacional, o aumento da solidão das pessoas idosas devido aos mais var ados factores o que aumenta o n mero de pessoas em risco. ste fen meno é agravado quando as r r as reje tam o acom an amento institucional, por exemplo, por motivos finance ros. É neste panorama que surge a monitorização, assumindo-se como uma solução e possibilitando simultaneamente o reconhecimento de possíveis mudanças nas rotinas de alimentação, o que permitirá aos especialistas detetarem precocemente ro lemas de sa de. CIÊNCIA Estão abertas as candidaturas ao concurso para jovens cientistas e investigadores A Fundação da Juventude fez saber que, até dia 22 de abril, estão abertas as candidaturas para a 24ª edição do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores. É uma oportunidade de ouro para jovens inovadores com gosto pela ciência. A 24º edição do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores é aberta a estudantes do ensino básico, secundário ou primeiro ano do ensino superior, com idades entre os 15 e os 20 anos, desde que tenham um rojeto c entífico que ten a s do concluído antes da entrada na universidade. Criado pela Fundação da Juventude em 1992, o Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores procura promover os ideais PUB da cooperação e do intercâmbio entre jovens e estimular o aparecimento de novos talentos nas áreas da Ciência, Tecnologia, Investigação e Inovação. O Presidente da Fundação da Juventude, Ricardo Carvalho, destaca a importância deste concurso, acrescentando que este se foca na área com maior taxa de empregabilidade e acrescentando que se trata de “uma das fortes apostas da Fundação da Juventude na promoção da ciência e da tecnologia, bem como do espírito empreendedor junto dos jovens estudantes”. A tarefa de avaliação e consequente sele o dos tra al os fica a cargo de um r eleito pela Ciência Viva – Agência Nacional ara a Cultura C entífica e ecnol g ca que é composto por professores e investigadores com provas dadas nas diversas áreas envolvidas. ara além destes o r é com osto ainda por representantes da Direção Geral da Educação para o Ministério da Educação, Agência para a Energia, Agência Portuguesa do Am ente e da r r a unda o da Juventude. Os projectos selecionados estarão presentes na 10ª Mostra Nacional de Ciência, a realizar entre os dias 30 de maio e 1 de junho, no Museu Nacional de st r a atural e da C nc a em s oa. A lista dos escolhidos será publicada no site do Concurso até meados de maio. p.44 INFORMAÇÃO 4 DE MARÇO DE 2016 ADIRA À NOSSA CAMPANHA DE SEGURANÇA Circule pela Via da Direita O Jornal Mundo Português orgulha-se de apresentar a Campanha ‘Circule pela Via da Direita’, uma iniciativa inovadora que, acima de tudo, visa promover as boas práticas de condução e, consequentemente, proteger os condutores que diariamente utilizam as estradas portuguesas. O sucesso da Campanha, certificado pelo número crescente de parcerias estabelecidas e de empresas aderentes, desperta em todo o Grupo uma satisfação enorme. É pela segurança de todos que, todos os dias, trabalhamos arduamente e descansamos tranquilamente, com o saber de que lutamos por uma causa nobre e transversal. O semanário Mundo Português, em colaboração com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Prevenção Rodoviária Portuguesa, Infraestruturas de Portugal, Brisa, ascendi e ANTRAM, lançam uma campanha de sensibilização e prevenção rodoviária intitulada “Circule pela Via da Direita nas Estradas de Portugal”. Pretende-se com esta iniciativa promover as boas práticas de condução nas estradas e autoestradas portuguesas reforçando a segurança e os conceitos de cidadania responsável. Esta campanha terá divulgação em diversos meios de comunicação social, redes sociais, mupis, outdoors, aeroportos, estradas e autoestradas pretendendo-se uma cobertura nacional integrando as várias concessionárias das autoestradas, Brisa, outras redes rodoviárias e empresas de transporte de mercadorias/passageiros, municípios, entre outras entidades. Nos anos mais recentes assistiu-se à construção de estradas e autoestradas com 3 vias de trânsito em cada sentido o que veio a originar muitas vezes maus hábitos de condução. De uma forma surpreendente muitos condutores praticamente deixaram de usar a via da direita que é onde é obrigatório circular. Segundo o artigo 13º do Código da Estrada, é dito de forma clara: 1 - A posição de marcha dos veículos deve fazer-se pelo lado direito da faixa de rodagem, conservando das bermas ou passeios uma distância suficiente que permita evitar acidentes. 2 - Quando necessário, pode ser utilizado o lado esquerdo da faixa de rodagem para ultrapassar ou mudar de direção. 3 - Sempre que, no mesmo sentido, existam duas ou mais vias de trânsito, este deve fazer-se pela via mais à direita, podendo, no entanto, utilizar-se outra se não houver lugar naquela e, bem assim, para ultrapassar ou mudar de direção. Em estradas ou autoestradas com 2 e 3 vias em cada sentido, naturalmente, as vias da esquerda só podem ser usadas em situação de ultrapassagem ou mudança de direção. Em todas as outras situações os condutores deverão circular sempre pela via da direita Tem-se assistido a uma degradação significativa da segurança na circulação nestas vias, tendo em muitos casos originado acidentes e um perigo crescente na via publica que urge pôr fim na salvaguarda do interesse e defesa de todos. Ao longo dos últimos meses, o jornal Mundo Português tem viajado um pouco por todo o país com o intuito de levar esta campanha às transportadoras espalhadas de norte a sul de Portugal. Muitas são as empesas que aderem, com um único objetivo: aumentar a segurança rodoviária nas estradas. É pela segurança de todos aqueles que usufrem das estradas que continuaremos a trabalhar dia após dia. AS EMPRESAS QUE JÁ ADERIRAM À NOSSA CAMPANHA “A condução pela via da direita é, sem dúvida nenhuma, extremamente importante por várias razões, não só porque no dia a dia e dentro das vias públicas que utilizamos se apanha bastante tráfego, mas também porque os nossos transportes ao circularem como veículos pesados têm uma velocidade diminuta e, obviamente, a circularem pela direita e devidamente assinalados não corremos tanto o risco de impedir o trânsito e também, por outro lado, conseguimos prevenir seguramente os acidentes. Nós aderimos a esta campanha por várias razões. Primeiro, porque entendemos que somos uma empresa de referência no mercado dos transportes rodoviários e, em particular, dos transportes especiais. Segundo, a nossa marca é conhecida a nível ibérico e internacional e eu diria que temos uma imagem a defender. Terceiro, porque, reconhecendo o volume e as velocidades baixas dos nossos transportes, que causam, algumas vezes, algum incómodo, também entendemos que podemos fazer algo para melhorar a circulação nas vias públicas e, eventualmente, até para diminuir a sinistralidade, em particular, com veículos pesados. Também, porque, muitas vezes, é entendido que os próprios motoristas dos veículos pesados são incómodos e são, muitas vezes, mal vistos pela formação que, eventualmente, possam ter e, portanto, entendemos que esta campanha tem todo o sentido de ser partilhada, para promover uma imagem diferente.” “Esta iniciativa é uma iniciativa muito interessante para nós transportadores que andamos dia após dia nas estradas. Uma preocupação da nossa empresa já a alguns anos é diminuir a sinistralidade. Faz parte da integração quando estamos a seleccionar os nossos colaboradores, ou mesmo quando estamos a admitir, uma das nossas maiores preocupações na fase de formação é de lhes lembramos qual a maior causa de acidentes na estrada. Esta norma não fazia parte da nossa formação, mas quando me pediram para me expressar sobre este tema, achei um tema bastante interessante para todos os nossos condutores e irá também fazer parte da nossa formação”. “Sempre que posso circulo pela via da direita, não vou dizer que não haja situações em que facilito, como muita gente, mas é por isso que este tipo de campanhas são importantes, obrigam-nos a pensar um bocadinho. Neste momento a vida vive-se muito depressa e nós nem temos tempo para reflectir, mas de fato é importante Circular Pela Via da Direita, e devíamos todos reflectir sobre isso, porque a segurança rodoviária é essencial. Nós não somos só motoristas, e os motoristas não são só motoristas, são pessoas que têm família que também andam nas estradas, e já são alguns, e algumas famílias, portanto tudo o que seja para melhorar a segurança acho que toda a gente tem de estar de acordo e associar-se a estas campanhas. Isto é sempre importante, relembra-os que também são pessoas de família e estou certo que em determinados momentos isto será suficiente para eles pensarem e refletirem e manteremse na via da direita. Achamos extremamente importante e estas campanhas são sempre de salutar tudo o que seja para promover as boas práticas de condução, bem como mais segurança nas estradas, e nós claro simpatizamos com isso. Somos condutores, não somos só motoristas nem transportadores, também andamos muitas vezes nas estradas e sabemos o quão difícil é termos camiões que não vão pela via da direita, fazendo com que as pessoas fiquem impacientes e obrigando-as a fazer ultrapassagens que não devem, potenciando por vezes acidentes, e claro que nós não queremos isso. Tudo o que seja para melhorar as condições de segurança nas estradas nós estamos de acordo, e associar-nos-emos sempre a essas ideias”. “Eu acho que é uma boa campanha e uma boa iniciativa. Todos nós devemos aderir por questões de segurança, para diminuir a mortalidade nas estradas portuguesas”. INFORMAÇÃO p.45 4 DE MARÇO DE 2016 “Todas as formas que possam reduzir o nível de sinistralidade em Portugal são importantes. Nós temos viaturas todos os dias a circular na estrada e estamos interessados em tudo o que possamos fazer para contribuir para que o número de sinistros baixe. Aderir a esta campanha e participar nela, para nós, é uma forma de poder divulgar e contribuir para que isso aconteça. Dessa forma, colocaremos com todo o gosto e quero, desde já, agradecer por podermos participar e vamos colocar, com certeza, estes autocolantes nas nossas viaturas. É uma forma de podermos divulgar esta campanha de prevenção de sinistralidade. É importante, no sentido em que circular pela direita é obrigatório. “Tive conhecimento pessoal da campanha Circular Pela Via da Direita no último congresso da ATRAM uma vez que faço parte da direção da ATRAM. Conheci o Doutor Carlos Morais que apresentou esta campanha e que me explicou também o que o motivou, de facto, eu próprio concordando com aquilo que o motivou, a questão da segurança rodoviária e também da mel or u dez do trans to nas nossas v as ac e que era nteressante que a Patinter entrasse nesta campanha e que fosse uma parte ativa nesta iniciativa, não só porque é uma empresa como uma frota muito relevante no nosso país, que tem todos os dias várias centenas de camiões não só em Portugal mas também por toda a Europa, mas também porque é estar a associar a empresa a uma campanha que em si mesmo é boa mas também Às demais associações que se associaram a esta campanha, por outro lado acho que este tipo de campanhas e a adesão massiva a esta campanha faz com que a sociedade portuguesa se torne uma sociedade mais cumpridora à imagem daquelas que são as sociedades mais desenvolvidas, como é o caso dos países do norte da Europa. Acho que isto é estar a dar melhor nome a Portugal e fazer com que nós sejamos conhecidos por coisas positivas e não apenas por coisas negativas como tem sido a nossa sinistralidade”. “A Fernando Ferramacho teve conhecimento da campanha Circule pela Via da Direita e, como empresa responsável que somos, achámos por bem participar, mostrando a responsabilidade que temos como frequentadores habituais das estradas nacionais e estrangeiras. Temos responsabilidade, enquanto operadores de transporte, em divulgar estas campanhas.” “Antes de mais nada, obrigado por nos darem a hipótese de participar nesta campanha que faz todo o sentido. Nós, como empresa, temos muitas viaturas na estrada e sofremos muito deste problema. As pessoas não sabem que é obrigatório circularem pela direita, independentemente da velocidade a que vão. Todos os dias, faço muitos quilómetros e sofro com esse problema. Temos todo o prazer em apoiar esta causa e temos todo o prazer em colocar estes autocolantes nas nossas viaturas. Isto pode fazer a diferença e quantos mais, melhor, para informar as pessoas do problema que existe, hoje em dia, nas nossas estradas”. “Para nós, todas as campanhas que visem a segurança rodoviária fazem todo o sentido. Portanto, uma das premissas da empresa é, efetivamente, a segurança”. PUB p.46 HORÓSCOPO SIGNO DA ÉPOCA AQUÁRIO 4 DE MARÇO DE 2016 Os aquarianos são inovadores e têm uma boa relação com as pessoas em geral. Têm um espírito irrequieto e defendem a liberdade e a espontaneidade. Gostam de trabalhar em grupo e acreditam no potencial de cada individuo mas não são pessoas muito emotivas. São racionais mas ao mesmo tempo são visionários e estão quase sempre focados no futuro, debochando do passado e ignorando o presente. Na mitologia, o signo é representado ora por um jovem, ora por um velho. Ambos trazem uma ânfora cheia d’água, que derramam ao solo. O inconsciente flui através de suas mãos, tornando-o instrumento para a busca de soluções originais e descobertas transformadoras. 21 jan a 19 fev. CARNEIRO Inês Castel-Branco 21 mar. a 20 abr. (25.02.1982) TOURO José Eduardo Moniz (06.05.1952) GÉMEOS Diogo Infante (28.05.1967) CARANGUEJO Marco Silva (12.07.1977) LEÃO Leonardo Jardim (01.08.1974) VIRGEM Ricardinho (03.09.198) 21 abr. a 21 22 mai. a 21 jun. 21 jun. a 23 jul. 24 jul. a 23 ago. 24 ago. a 23 set. Este é um tempo de convívio, procure os seus amigos e não fique só, partilhe a sua vida com os outros mesmo que estes tenham ideais diferentes dos seus. Exponha os problemas e verá que poderá encontrar as respostas de que precisa. A sua força interior e energia estão neste período viradas para a sua relação com os outros. Nestes dias poderão estar estimulados os desejos sexuais ou surgir conflitos na relação.Evitará dificuldades de relacionamento na sua vida diária se for paciente. Este é um período favorável para lidar com assuntos legais ou administrativos. É também excelente se decidir viajar para o estrangeiro pois estará muito voltado para tudo o que o rodeia. Sentecuriosidade pelas culturas de outros países. É uma época propícia à sua afirmação pessoal e criativa, o que lhe trará grande satisfação. Uma paixão forte poderá surgir nesta altura e a sexualidade poderá ser vivida de forma muito intensa. Escoe o excesso de energia praticando desporto. Durante este período poderá ver melhorar a sua relação afectiva e ter uma melhor comunicação com os outros. Momento propício para concentrar ou arrumar ideias ou para ter uma boa conversa de esclarecimento de dúvidas. Este é um período em que se sente virado para a comunicação e para as relações com o mundo exterior. Sente-se com muita energia e eventualmente alguma ansiedade. O seu sentido crítico também poderá estar mais aguçado. BALANÇA ESCORPIÃO SAGITÁRIO CAPRICÓRNIO AQUÁRIO PEIXES Susana Félix (12.10.1975) Francisco Louçã (12.11.1956) Jéssica Atayde (21.12.1985) Catarina Morazzo (16.02.1982) Simone de Oliveira (27.01.1963) Rodrigo Menezes (12.03.1974) 24 set. a 23 out. 24 out. a 22 nov. 23 nov. a 21 dez. 22 dez. a 20 jan. 21 jan. a 19 20 fev. a 20 mar. Durante esta fase estará com um estado de espírito apaixonado e idealista em que considerará mais activa qualquer actividade tirando um prazer quase infantil das situações que pode provocar. Lembre-se que nem todos poderão estar receptivos. É uma altura em que sentirá grande força interior e personalidade. Embora não tente obter qualquer posição de destaque, se seguir as suas próprias ideias com independência e vontade sentirá que se está a realizar. Deverá entregar-se ao trabalho. Com tantos assuntos a fervilharem e a precisarem de resposta, o melhor será mesmo não se dispersar, para não correr o risco de tomar decisões precipitadas. Deve avaliar cada questão com calma e prudência, evitando as decisões definitivas. Este é um excelente período para um trabalho em equipa. Procure não se isolar, verá que o trabalho conjunto não lhe tira mérito, antes pelo contrário: serão várias as pessoas a confirmar o seu mérito. Se possível pratique desporto. A sua capacidade de comunicação estará incrementada durante este trânsito. Sente-se mais activo, criativo e autêntico naquilo que diz ou escreve. É especialmente favorável para defender uma ideia, para atrair pessoas. Neste período a sua mente estará bastante activa. Terá ideias criativas que defenderá com convicção. Deve ouvir as opiniões dos outros e não querer impor os seus pontos de vista. Evite todo o tipo de conflitos legais ou com as autoridades. lousa, circundadas por uma natureza quase em estado puro, é rica em espécies de fauna e flora que aqui encontram o seu habitat natural.Em Foz D’Égua situa-se uma praia fluvial de grande beleza, o ponto de encontro da ribeira de Piódão com a ribeira de Chãs, que correm em direcção ao rio Alvoco e cujo percurso é travado por uma represa criando um espelho de água. Sudoku Dependendo do nível de dificuldade, o objetivo é completar os quadrados em falta com números de 1 a 9. Há, no entanto, três regras a respeitar: o mesmo número não se pode repetir nem na linha horizontal, nem na linha vertical, nem no mesmo quadrado. À Descoberta De Portugal Foz d’Égua, Arganil SOLUÇÕES A aldeia de Foz d’Égua localiza-se em plena serra do Açor, próxima da aldeia do Piodão e da aldeia de Chãs. Caracterizada pelo seu aspecto rural serrano, com as típicas casas de xisto e Sopa de Letras Miradouros Miradouro das Fontainhas, Setúbal O Miradouro das Fontainhas fica no bairro de São Domingos. Também é conhecido como Miradouro de São Domingos, devido à sua localização. É um dos miradouros com melhor vis- ta sobre a cidade e os arredores com o seu património construído e natural, tendo visibilidade para uma das marinas de Setúbal, para o cais de embarcações de passageiros que cruza o Rio Sado até à Península de Tróia, para a Serra da Arrábida e para os típicos telhados vermelhos portugueses das casas que foram sendo construídas pelos pescadores ao longo da colina. AF_ANUNCIO_QUIOSQUE DIGITAL_MUNDOPORTUGUES_2016.pdf 1 03-02-2016 17:23:56 QUIOSQUE DIGITAL: UMA OUTRA FORMA DE LER A BORDO Através do Quiosque Digital, a leitura de bordo está disponível no ecrã do seu dispositivo móvel. Os jornais e revistas deverão ser descarregados depois do check-in efetuado , podendo ler os títulos em modo offline no seu smartphone ou tablet. Para ver que títulos estão disponíveis, insira o código da sua reserva na opção "Adicionar Reserva": o código é constituído por 6 dígitos alfa-numéricos e está indicado no seu bilhete de embarque e nas notificações de e-mail ou SMS. Este serviço é gratuito e está disponível através da aplicação móvel da TAP (válido para Clientes TAP a viajar em voos operados pela TAP). Esta funcionalidade já está disponível em dispositivos Android e iOS. Brevemente estará implementada nos dispositivos Windows. Esteja atento! Consulte também o Guia de Entretenimento Digital que resume os conteúdos existentes no sistema de entretenimento dos nossos aviões: esta publicação pode ser descarregada através do Quiosque Digital, mesmo sem adicionar uma reserva. C M Para saber mais sobre esta funcionalidade, utilize este QR Code e consulte toda a informação disponível em flytap.com. Y CM Desejamos-lhe boas leituras! MY CY CMY K DE BRAÇOS ABERTOS o d u t a r a p r a g h á lu flytap.com AEROPORTOS E RUAS DE LISBOA DERAM AS BOAS VINDAS AOS PARTICIPANTES... CONHEÇA OS NOSSOS EVENTOS, AÇÕES E MARCAS Clique nos links! www.mundoportugues.org A MAIOR MOSTRA MUNDIAL DE EMPRESAS, MARCAS E PRODUTOS PORTUGUESES PARA EXPORTAÇÃO 29 FEVEREIRO - 1 - 2 MARÇO 2016 MEO ARENA. LISBOA. PORTUGAL loja.mundoportugues.pt www.encontromundialdejovens.com www.sisab.org www.empresarioslusofonos.pt www.eit.pt www.encontrodelusoeleitos.com