O agro-alimentar cresceu muito nos últimos anos

Transcrição

O agro-alimentar cresceu muito nos últimos anos
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Edição 1849
1,20 Euro
4 de março de 2016
a 10 de março de 2016
www.mundoportugues.pt
Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida
[email protected]
MELGAÇO
PRIMEIRO-MINISTRO
NA VISITA AO
SISAB PORTUGAL
P. 4
Agricultores têm até 3 de março para
apresentar prejuízos
GOVERNO
P. 8 e 9
Partidos de esquerda viabilizaram o
Orçamento de Estado
P. 10
PAÍS
Mau tempo fez-se sentir de norte a sul
ATUALIDADE
“O agro-alimentar cresceu muito
nos últimos anos”
António Costa foi ao SISAB PORTUGAL elogiar um setor “que cria mais de cem mil empregos”.
Elogios que estendeu ao certame, considerando-o “um excelente ponto de encontro entre o mercado
nacional e os mercados externos”... P. 2 e 3
PELO MUNDO
P. 12 a 14
Remessas enviadas pelos portugueses no
estrangeiro subiram 8,3% em 2015
Governo quer integração do EPE nos
currículos dos países de emigração
Suíça: Segunda língua mais falada nas
escolas em Genebra é o Português
Estados Unidos da América: Artista
português
transforma a sua
casa em
AF_EDP_RIR_MP_250x50.pdf
1
12/02/16
18:15
museu
C
M
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CM
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CY
CMY
K
LIGA PORTUGUESA
Vitória difícil em
Belém mantém
acesa a chama
azul e branca
Depois da queda na
Liga Europa, o FC Porto
foi a Belém vencer o
Belenenses por 2-1
mantendo assim a
pressão sobre o Sporting
e o Benfica.
P. 27
P. 16 e 17
Durão Barroso e António Guterres
debateram “quem manda no mundo”
O anterior presidente da
Comissão Europeia e o
candidato a Secretário-geral
das Nações Unidas
debateram questões centrais
das sociedades, num
encontro marcado pela
concordância de opiniões
em quase todos os temas.
CULTURA
P. 18 e 19
Busca dos portugueses pelo eldorado
luxemburguês chega ao grande ecrã
TURISMO
Uma visita às
aldeias mais
típicas de Portugal
com as Rotas do
Xisto
P. 37
p.2
DESTAQUE
26 DE FEVEREIRO DE 2016
CERTAME DINAMIZA UM SETOR COM UM CRESCIMENTO CONSTANTE QUE CRIOU MAIS DE CEM MIL EMPREGOS
“O SISAB PORTUGAL é um excelente ponto de encontro
O agroalimentar é um sector com um crescimento constante ao longo dos últimos anos, tendo criado mais de cem mil
empregos. A afirmação foi feita pelo Primeiro-Ministro de Portugal, durante a visita ao SISAB PORTUGAL. António Costa
elogiou um setor “de exceção” - considerando-o um exemplo de dinamismo em momentos de crise - e referiu-se ao
SISAB como “um excelente ponto de encontro entre o mercado nacional e os mercados exteriores”.
“Felizmente o agroalimentar é um setor
de exceção, onde temos estado a crescer o
dobro e a exportar cada vez mais”, afirmou
o Primeiro-Ministro que visitou o Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas
no primeiro dia do certame, acompanhado pelo ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos.
O SISAB PORTUGAL, que decorreu em
Lisboa, entre 29 de fevereiro e 2 de março,
completou em 2016 a sua 21ª edição - que
o seu fundador e dinamizador apresentou
como “a edição da maioridade”.
“Esta é a edição da maioridade e, como
tal, é uma edição histórica”, sublinhou Carlos Morais, recordando que o SISAB permitiu a Portugal, “organizar a maior feira
a nível mundial, de marcas e produtos de
um só país”.
“Com muito orgulho vemos que este
projeto, fruto de muito trabalho, é um sucesso. Provou que é transnacional e, acima
de tudo, que os importadores valorizam e
confirmam a qualidade dos produtos portugueses”, acrescentou o CEO do SISAB
PORTUGAL, assumindo que “lá fora, temos mais de 200 milhões de consumidores ávidos pelos produtos portugueses da
área do alimentar e bebidas”.
Numa conferência de imprensa conjunta com António Costa, Carlos Morais aproveitou para deixar um ‘desafio’ ao líder do
Executivo. “Estas empresas vão crescer na
exportação, vão gerar bens de qualidade
e também empregos. Por isso, devem ser
apoiadas e viver num ambiente apenas de
negócio, onde as condições para crescer,
lhes sejam criadas. É o desafio que deixamos ao Governo”.
A PROVAR É QUE SE CONHECE OS
PRODUTOS
Mas antes da conferência de imprensa,
o primeiro-ministro, acompanhado pelo
fundador do certame, visitou os stands das
empresas expositoras portuguesas para,
de uma forma mais próxima e intimista,
conhecer o percurso de cada uma delas no
que diz respeito à exportação.
Cada vez mais as empresas apostam
em mercados internacionais, com o objetivo de partilhar com o mundo a qualidade
reconhecida do que é português. É essencial a importância que a atividade exportadora tem, não só como forma de promoção, mas também para o desenvolvimento
económico de Portugal.
Hoje, muitas destas empresas do agroalimentar já exportam 70 e 80 por cento da
sua faturação e sempre com uma perspetiva de grande crescimento, já que a internacionalização das suas marcas e produtos
foi, desde a primeira hora, o seu objetivo.
Durante a manhã, muitos foram os convites para degustar aquilo que de melhor
Portugal tem a nível gastronómico como
os enchidos, os queijos, os vinhos, entre
muitos outros.
Impressionado pela dimensão do certame, António Costa felicitou todos os participantes da 21ª edição do SISAB PORTUGAL pelo caminho que têm percorrido
para levar a excelência dos produtos nacionais aos quatro cantos do mundo. Com
simpatia, o primeiro-ministro mostrou-se
ainda interessado em saber em que medida o evento está a contribuir para os negócios das empresas nacionais.
Com uma postura descontraída, António Costa cumprimentou os vários empresários presentes e pousou, na companhia
de Carlos Morais, para inúmeras fotografias juntos dos mesmos e de vários investidores estrangeiros que não resistiram a
uma selfie com o atual primeiro-ministro que desejou a todos os empresários a concretização de bons negócios e que o trabalho, a persistência, o esforço e a dedicação
tragam bons resultados para as empresas
e, consequentemente, para o país.
SETOR GEROU 100.000 EMPREGOS
No fim da visita, e em declarações aos
jornalistas, o primeiro-ministro felicitou os
21 anos do SISAB PORTUGAL, “um evento que foi lançado pelo semanário ‘Mundo
Português’ e que percebeu que a rede das
comunidades portuguesas no mundo era
um mercado muito importante, mas acima
de tudo, uma rede de distribuição fantástica para tudo o que é a produção nacional”.
Um mercado que está cada vez mais
voltada para a exportação e que tem neste
certame, uma “grande oportunidade para
as pequenas e médias empresas do sector
agroalimentar poderem internacionalizar-se e encontrar novos mercados por esse
mundo fora”.
Setor que, frisou, tem ‘andado’ em contraciclo nos últimos anos: em anos de crise, “teve a oportunidade de crescer significativamente”, afirmou, revelando ainda
que para além de crescer, tem gerado
empregos.
“Estamos a falar de um setor que cria
mais de cem mil empregos e tem tido um
crescimento constante ao longo dos últimos anos. Esse crescimento poderá ser
“É por isso que este
evento, que celebra 21
anos, é um momento
da maior importância,
assim como a presença
constante da nossa
indústria e dos nossos
produtos nos mercados
internacionais”
António Costa
“Esta é a edição da
maioridade e, como tal,
é uma edição histórica.
O SISAB PORTUGAL
permitiu a Portugal
organizar a maior feira
a nível mundial, de
marcas e produtos de
um só país”
Carlos Morais
DESTAQUE
26 DE FEVEREIRO DE 2016
p.3
entre o mercado nacional e os mercados exteriores”
sustentado na melhoria do mercado interno. Mas tem que crescer sobretudo através
da conquista de novos mercados no estrangeiro”, sentenciou.
“EXCELENTE PONTO DE ENCONTRO”
Especificamente sobre o SISAB PORTUGAL, afirmou que este “é um excelente
ponto de encontro entre o mercado nacional e os mercados exteriores”.
“Este evento, que celebra 21 anos, é
um momento da maior importância, assim
como o é, a presença constante da nossa
indústria e dos nossos produtos nos mercados internacionais”, disse o governante.
Sobre as metas do Governo, assegurou que são ambiciosas: “em cinco anos
podermos equilibrar a nossa balança comercial em valor”. “Para isso, é necessário exportar mais, e, para exportar mais, é
preciso produzir mais”, referiu, lembrando
que para tal, “feiras como esta são essenciais também a montante”.
“Para termos uma boa indústria agroalimentar temos que ter uma excelente agricultura, e, por isso, é muito importante a
qualidade do que produzimos e o que podemos ir buscar ao mar”, afirmou.
Uma linha de continuidade que, para
o primeiro-ministro, tem que prosseguir,
“passem os governos que passem”. “Tem
que ser uma continuidade na política nacional”, defendeu.
E exemplificou: “tivemos agora um
grande crescimento na produção de azeite, graças às oliveiras que foram plantadas há cinco anos atrás. Temos que plantar agora novas oliveiras para haver novo
crescimento daqui a cinco anos.
É assim que se pode trabalhar na agricultura: com estabilidade e continuidade
nas políticas e um grande esforço coleti-
vo, para produzir mais, transformar melhor e vender cada vez mais para os mercados externos”.
MAIS RENDIMENTO PARA FAMÍLIAS
MELHORES CONDIÇÕES PARA
EMPRESAS
António Costa assegurou ainda que o
Governo tem como prioridade o relançamento da economia, mas assente em dois
eixos: a recuperação do rendimento das famílias e a criação de melhores condições
para as empresas investirem.
“Por isso, a aposta que fizemos na capitalização as empresas, no saneamento
do sistema financeiro, porque são condições essenciais para se poder aumentar o
investimento”, disse.
Um relançamento que tem no agroalimentar, um exemplo a seguir.
“É um setor de exceção, onde temos estado a crescer o dobro e a exportar cada vez
mais. Essa é a linha que temos de seguir,
de forma a termos uma economia sustentávelmente mais sólida, com maior capacidade exportadora, sem esquecer obviamente a importância do mercado interno”,
sentenciou.
“A MELHOR REPRESENTAÇÃO DE
PORTUGAL”
Terminada a visita, António Costa - que
visitou o certame acompanhado pelo ministro da Agricultura, Capoulas Santos,
pelo secretário de Estado da Agricultura
e Alimentação, Luís Vieira, e pelo deputado socialista pela Emigração, Paulo Pisco - prestigiou o almoço e ouviu o CEO do
SISAB PORTUGAL, reiterar a importância
do evento para o agroalimentar e bebidas.
O empresário, que idealizou o certame em 1982, recordou o sonho de “criar
um evento único e irrepetível no mundo”,
exclusivamente dedicado aos produtos
portugueses.
Carlos Morais agradeceu, ainda, a todos os produtores e os exportadores presentes, sobretudo àqueles que “fizeram 6,
8, 16 horas de viagem, só para conhecerem os melhores produtos portugueses”.
Relembrando o crescimento de 53 pontos
percentuais no número de compradores internacionais e de 21 pontos percentuais na
quantidade de empresas nacionais presentes, Carlos Morais afirmou que esse sonho
está “agora a ser realizado”.
O Primeiro-Ministro português agradeceu a todos os produtores e exportadores nacionais presentes pelo trabalho que
têm vindo a desenvolver, reiterando que
cada um dos produtos portugueses presentes “é a melhor representação possível
de Portugal”.
O SISAB PORTUGAL, que em 2016
completou 21 anos de realização, reuniu
em Lisboa 1.700 importadores de 110
países e 450 empresas nacionais representativas de 28 setores, para levar a todo
o mundo o que de melhor se faz em Portugal, na área do agroalimentar e de bebidas.
Muitos dos momentos especiais acontecem também na véspera do certame. São
as visitas educacionais, que têm permitido
aos importadores tomarem conhecimento
com os produtos ‘in loco’.
Este ano foram vários os circuitos com
contactos e provas, um pouco por todo o
país. Outros momentos importantes são vividos ao longo dos três dias com a realização de provas de vinhos e de degustação
de produtos, cujo objetivo é mostrar as potencialidades dos produtos portugueses e
fundamentalmente levar os importadores
internacionais a conhecer melhor as suas
“Estamos a falar de um
setor que cria mais de
cem mil empregos e tem
tido um crescimento
constante ao longo
dos últimos anos. Esse
crescimento poderá
ser sustentado na
melhoria do mercado
interno. Mas tem que
crescer sobretudo
através da conquista
de novos mercados no
estrangeiro”
António Costa
especificidades e características próprias.
Esta dinâmica implementada ao setor
agroalimentar e de bebidas, e ainda a outros setores que estão diretamente ligados
a este, como, por exemplo, o dos transportes internacionais de mercadorias, levou a que em 2009, o Presidente da República concedesse ao SISAB PORTUGAL,
o seu Alto Patrocínio, numa demonstração
do seu reconhecimento, mas também da
importância estratégica que tem a exportação para Portugal.
Durante três dias em Lisboa, e num
ambiente exclusivamente profissional,
abrem-se e concretizam-se oportunidade
de negócio para os que participam no SISAB PORTUGAL, o único evento 100% nacional, privado, virado para a internacionalização de marcas e produtos de origem
portuguesa.
p.4
PELO PAÍS
4 DE MARÇO DE 2016
Norte
Centro
Sul
MELGAÇO
OURÉM
GRÂNDOLA
Agricultores têm até 3 de março
para apresentar prejuízos
Município requalifica o Cruzeiro
do Regato
Março é mês dedicado aos jovens
A Câmara de Melgaço revelou que os agricultores do concelho que sofreram prejuízos provocados pelo mau tempo
devem registar-se até 3 de março nos serviços locais da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Isto para
que possam beneficiar das “medidas excecionais com vista
a repor a normalidade das condições de vida nas zonas mais
afetadas pelo mau tempo”, informa uma nota da autarquia.
De acordo com o levantamento da proteção civil municipal,
as localidades mais atingidas pelo temporal do último fim
de semana foram Fiães, a União de Freguesias de Chaviães
e Paços, Cristóval, Penso, Alvaredo e a União de Freguesias
de Vila e Roussas.
O município de Ourém fez
obras de conservação e restauro
no Cruzeiro do Regato, um símbolo na fundação da Aldeia da
Cruz. Os trabalhos foram executados pela equipa de Conservação e Restauro do Museu Municipal de Ourém e permitiram
estabilizar os processos de degradação verificados. Foi aplicado um biocida para eliminação
da colonização biológica, e feita uma limpeza mecânica com
escovas de nylon e água corrente. O Cruzeiro do Regato está associado à lenda que envolve
D. Nuno Álvares Pereira e o seu irmão Pedro Álvares Pereira,
após a Batalha de Aljubarrota no ano de 1385.
MONTALEGRE
Município festejou os 76 anos do
padre Fontes
BATALHA
Orçamento Participativo a votos
até 15 de março
O Ecomuseu de Barroso e o executivo da Câmara Municipal
de Montalegre festejaram os 76 anos do padre Fontes, “uma
das figuras de maior relevo do concelho” e o principal impulsionador do conhecido Congresso de Medicina Popular de Vilar
de Perdizes, que se realiza desde 1983. “Como já vem sendo
hábito, a cada dia 22 de fevereiro, o Ecomuseu de Barroso assinala o aniversário do seu patrono”, refere uma nota da autarquia. Ao parabenizar um dos mais conhecidos filhos do concelho (o padre António Fontes nasceu em Cambezes do Rio), o
presidente da Câmara de Montalegre sublinhou que “tem sido
um fabricante de ideias, sempre em prol dos interesses de todos”. “Queremos continuar a festejar consigo, pelo menos, até
ao seu centenário”, disse ainda Orlando Alves.
MIRANDA DO DOURO
Câmara quer valorizar a Capa de
Honras Mirandesa
A Câmara de Miranda do Douro, iniciou um processo de
“valorização” da capa de honras mirandesa. No dia 19 de
março, a partir das 10h30, no Largo D. João III, realiza-se a
segunda edição da iniciativa ‘Exaltação da Capa de Honras
Mirandesa’. Para o evento, portugueses e espanhóis vão ser
convidados a desfilar envergando as respetivas capas, para se
perceber quantas existem e a sua antiguidade. As inscrições
devem ser feitas através do email [email protected] ou
no Balcão Único da Câmara Municipal de Miranda do Douro
até ao próximo dia 14 de março.
REDACÇÃO
Email: [email protected]
tel. (00351) 21 795 76 70
AMIGO N.º1 DO CONSELHO DAS
COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 1994
MEDALHA DE MÉRITO DAS
COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 2000
FUNDADORES
Valentim Morais e
Padre Vítor Melícias Lopes
ADMINISTRAÇÃO
Carlos Morais
[email protected]
DIRECTOR
Maria da Conceição Granado de Almeida
(TE 402)
Chefe de Redacção
José Manuel Duarte (CP 3414)
[email protected]
Redactores Principais
Ana Grácio Pinto (CP 2857)
[email protected]
António Freitas (CP 1920)
[email protected]
Ana Rita Almeida (CP 6092)
[email protected]
São dez as propostas do Orçamento Participativo da batalha que até ao dia 15 de março estarão em votação pelos
munícipes. Os moradores podem de consulta as propostas e
votar através do endereço: http://op.cm-batalha.pt. Em votação estão projetos como o alcatroamento de vias ou a sinalização de locais de interesse do concelho, a criação de espaços de cowork dirigidos aos mais jovens ou ainda a criação
de painéis de calçada portuguesa junto ao Mosteiro da Batalha, com a utilização de códigos QR. O projeto mais votado
será concretizado pela autarquia, que fixou para o Orçamento Participativo uma dotação orçamental de trinta mil euros.
SÁTÃO
Comitiva em Orsay para o
Festival das Geminações
A Association Culturell Portugaise Les Ulis/Orsay (ACPUO)
promoveu a 20 e 21 de fevereiro, no Gymnase Blondin, em
Orsay, França, um festival comemorativo da geminação Sátão/Les Ulis, e Vila Nova de Paiva/Orsay. Os vários artesãos
oriundos dos dois concelhos, marcaram presença com destaque para a gastronomia e o artesanato, produtos regionais
de fabrico caseiro, entre eles o fumeiro e o queijo. Atuações
de folclore, espetáculos musicais e jogos tradicionais fizeram
parte do programa deste Festival.
As atuações etnográficas ficaram a cargo do Grupo Folclórico da Esperança ACP Les Ulis Orsay e do Grupo Folclórico Alegria do Minho Plaisir. Para reviver as tradições, a
Association Culturell Portugaise Les Ulis/Orsay, realizou um
torneio de Sueca e confecionou especialidades da gastronomia portuguesa.
COLABORADORES E CORRESPONDENTES
PORTUGAL
Manuela Aguiar, Carlos Luís, Eduardo Moreira,
Vasco Callixto, Manuel Pinto Coelho,
Nélson Simas, Paulo Geraldo, Joaquim Vitorino,
José António Barreiros
ESTRANGEIRO
África do Sul: Carlos Silva Alemanha: João
Marques, Manuel Campos
Argentina:
Martin Fabian d’Oliveira Bélgica: António
Fernandes Brasil: Ramos André, António
Gomes da Costa, José António Marcelino,
Linda Gonçalves, Dagmar Lourenço
Canadá: Carlos Morgadinho Espanha: Luís
Longueira Estados Unidos: Adalino Cabral,
Edmundo Macedo, Glória de Melo, José
Martins, Nelson Tereso França: Duarte
Silva, António Cravo
Holanda: José
Camacho Suíça: Manuel Beja, António
Santos Venezuela: Rui Carloto Inglaterra:
Rogério Fragoso Dinamarca: Susana Louro
Arranca a 3 de março, o programa de comemorações
do Mês da Juventude organizado pelo município em colaboração com as juntas de freguesia, o Centro Ciência Viva
do Lousal e o movimento associativo do concelho. O evento volta a destacar o talento e o trabalho desenvolvido pelos
jovens grandolenses. A exposição «Sons de Cá», a atuação
das bandas locais ‘Sable Sun’, ‘Smash Skulls’ e ‘Kapitalistas
Podridão’ e do projeto musical ‘Ladrões do Tempo’ são alguns dos destaques do programa. Do programa do Mês da
Juventude 2016 destaque também para os eventos desportivos, nomeadamente, a Prova Amadora de Obstáculos ‘The
Wild Boar Race’, o Meeting de Surf e Body Board na Praia do
Carvalhal e o Paintball noturno na Aldeia Mineira do Lousal.
LOULÉ
Cavaco Silva doa livros à
biblioteca
O Presidente da República doou mais de cinco mil obras,
parte da sua biblioteca pessoal, à Biblioteca Municipal de
Loulé. Os livros foram entregues à biblioteca do concelho
natal de Aníbal Cavaco Silva e incidem sobre áreas como a
economia, finanças, história, política, diplomacia ou literatura, estando prevista uma segunda entrega que, segundo a
mesma fonte, será composta por “largas centenas” de obras.
O presidente da autarquia, Vítor Aleixo, disse à Lusa que as
obras vão ser expostas numa nova ala da biblioteca, ainda por
inaugurar, espaço que se vai intitular ‘Fundo Aníbal Cavaco
Silva’. Embora se preveja que todas as obras sejam disponibilizadas para consulta, apenas uma parte do espólio ficará
disponível fisicamente na nova ala da biblioteca, enquanto a
outra ficará guardada em depósito, acrescentou.
ALCOUTIM
Município organiza Jornadas do
Mundo Rural
A 4 e 5 de março, a câmara municipal realiza a primeira
edição das Jornadas do Mundo Rural. O evento, feito em colaboração com a Associação de Proprietários Florestais das
Cumeadas do Baixo Guadiana, decorrerá no Espaço Guadiana, em Alcoutim, e terá como temas centrais a ‘Floresta’ e a
‘Agricultura’. “A iniciativa pretende fomentar uma maior proximidade entre os produtores agrícolas e florestais, de forma
a impulsionar os referidos setores neste território”, informa
uma nota divulgada pela autarquia. Para mais informações e
inscrições contactar a Câmara Municipal de Alcoutim.
Morada: Av. Elias Garcia, 57 - 7.º • 1049-017 Lisboa - Portugal
Fax: (00351) 21 795 76 65
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Assinaturas
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Alípio Pereira (Coordenador)
tel. (00351) 21 795 76 71
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Departamento de Eventos
Tânia Diniz
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tel. (00351) 21 795 76 69
SÓCIOS COM MAIS DE 5%
DO CAPITAL NA EMPRESA:
Carlos Manuel Cordeiro Baião Morais
EDITOR e PROPRIETÁRIO
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Capital Social: 200.000 Euros
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MUNDO PORTUGUÊS
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Graça Vieira [email protected] tel. (00351) 21 795 76 66 /7
PORTE PAGO
TIRAGEM
No mês de FEVEREIRO 28.000 ex.
p.6
CLUBE DOS LEITORES
4 DE MARÇO DE 2016
ASSOCIAÇÃO FRANCO-PORTUGUESA DE ARGENTEUIL
Comunidade portuguesa chora
desaparecimento de António Bastos
A comunidade portuguesa chorou o desaparecimento de António Bastos que faleceu
no passado dia 1 de
fevereiro.
Membro muito acarinhado na Associação
Franco-Portuguesa
de
Argenteuil, é lembrado
como um homem que
desempenhou um papel
muito importante
em
prol da comunidade portuguesa sobretudo na defesa da língua e cultura
portuguesa.
Membro ativo da Associação Franco-Portuguesa de Argenteuil desde 1985/86, fez de tudo
um pouco neste associação. Foi
sócio, membro do conselho de
administração, secretário-geral,
apresentador-animador, membro
do rancho folclórico, membro do
grupo de teatro e jogador de futebol. Atualmente era um dos dirigentes da equipa sénior desde o
seu regresso de Portugal.
As mensagens dos nossos amigos e leitores também nos chegam através da página do Mundo
Português na rede social ‘Facebook’. Através dela, mantemos um contacto diário com quem
integra esta imensa comunidade, nos quatro cantos do mundo.
A todos, o nosso Muito Obrigado por fazerem parte da Família do Mundo Português...
Meus parentes de sobrenome
Pena. Alguns ainda residem
aí. Abraços a todos parentes
portugueses!
Aurora Pena - Brasil
Homem de diálogo, respeitador, amigo do seu amigo, António Bastos era querido de todos
no meio das associações portuguesas em França, Holanda, Alemanha, Andorra, Checoslováquia, Luxemburgo e também em
Portugal.
À esposa, filhos e familiares
as mais sinceras condolências.
Todos os dias venho aqui à
vossa página para ver novidades do
meu país. Deixei Portugal há mais
de vinte anos e as saudades são
muitas. Ás vezes penso mesmo que
não vou aguentar mas o trabalho
obriga-me a continuar pela
Alemanha. Mas todos os dias penso
em Portugal, na minha família, na
minha terra. Um abraço para todos.
Pedro Melo - Alemanha
Lindo mesmo. Que espectáculo
esta igreja no meio das muralhas.
Muito
obrigado
Mundo
Português por nos fazer descobrir
estas lindas terras desconhecidas.
António Lopes da Silva - França
Li este jornal muitos anos. A
saudade do meu país, falava mais
alto.
Elisabete Oliveira - Portugal
Bom dia. Amo todas as postagens
e notícias.
Vera Maldonado - Brasil
Espetáculo. Parabéns a quem faz
esta página. Gosto muito.
Nélson Antunes - Espanha
Aprendo muito com os vossos
textos sobre a história de Portugal.
Maria Fernanda - Venezuela
Não sou alentejano mas o
Alentejo é magnífico.
Pedro Rodrigues - Brasil
Cada vez que vejo as fotografias
que colocam aqui na vossa página
apetece-me apanhar o avião e
viajar para Portugal.
Joana Alves - Suíça
Em Sydney Austrália está perfeito
mais no lado do calor.
Esperemos nesta próxima quintafeira de ser o dia mais quente no
mês de Fevereiro.
José Ornelas - Austrália
Em Hartford Connecticut nublado
um pouco frio mas não muito.
Bom domingo para todos!
Anabela Aires Lomba Estados Unidos
Muitas gracias desde Argentina.
Yo soy portuguesa.
Adelina Da Silva - Argentina
Gosto muito da vossa página.
Obrigado desde Luanda. Saudades
do meu país.
Ricardo Teixeira - Angola
PELO PAÍS
4 DE MARÇO DE 2016
p.7
UMA ALDEIA QUE UNE O TURISMO À CULTURA
Aldeia de Vergílio Ferreira pede equipamento cultural para
acolher visitantes
O presidente da União de Freguesias de Melo e Nabais, defendeu a criação de um equipamento cultural para acolher os visitantes que se deslocam à terra natal do escritor.
O autor da “Manhã Submersa” nasceu na
aldeia de Melo (Gouveia) a 28 de janeiro e faleceu a 01 de março de 1996.
Desde a sua morte, cujo corpo do escritor está sepultado no cemitério de Melo, que
a localidade é muito procurada por turistas e
por pessoas interessadas na vida e obra de
Vergílio Ferreira. O autarca Salvador da Cruz
Dias disse hoje à agência Lusa que os visitantes podem ver alguns locais relacionados com
o percurso do escritor, mas não existe na terra
um espaço que os acolha e que permita a sua
estadia por mais tempo.
A aldeia necessita de um equipamento
cultural onde os visitantes “encontrem alguma coisa de Vergílio Ferreira” e sugere a instalação de uma pequena biblioteca no antigo
edifício da Casa da Câmara, que é propriedade do município.
“Acho que a Câmara Municipal de Gouveia
vai mesmo avançar com as obras da Casa da
Câmara (datado do século XVI) e teremos que
pensar em alguma coisa para ali”, disse, ad-
mitindo que o imóvel também poderia acolher
o posto dos CTT, que atualmente ocupa instalações arrendadas, e, por exemplo, “uma exposição de trajes antigos”.
O presidente da União de Freguesias de
Melo e Nabais garante que o município de
Gouveia “está com vontade de apostar” na recuperação daquele edifício histórico com recurso a fundos comunitários do programa Portugal 2020.
Assim sendo quando as visitas são efetuadas através do Posto de Turismo de Gouveia ,
são sempre acompanhados nas deslocações.
Noutro caso, se os visitantes se deslocarem
à aldeia por iniciativa própria, estes são consuzidos por um residente de 75 anos, de seu
nome Luís Filipe Gonçalves que faz de guia.
O seu trabalho é valorizado pelo autarca,
por reconhecer que todo aquele que se deslocar à aldeia é “sempre acompanhado” nos
passeios aos locais associados ao escritor, fazendo desta pequena aldeia, o local ideal para
unir o turismo à cultura.
PUB
MELHOR BANCO
PARA AS EMPRESAS.
Escolhido pelas empresas no BFin 2015 - Barómetro
Serviços Financeiros Empresas, da DATA E.
Produtos mais adequados às empresas
Líder na captação de Clientes
Melhor Banco para as empresas
www.bancobpi.pt/empresas
p.8
POLÍTICA
4 DE MARÇO DE 2016
OE 2016 SERÁ AGORA DISCUTIDO PELOS DEPUTADOS NA ESPECIALIDADE. A VOTAÇÃO FINAL GLOBAL ESTÁ MARCADA PARA 16 DE MARÇO
Partidos de esquerda viabilizaram o Orçamento
de Estado
O Parlamento aprovou, na generalidade, a proposta de Orçamento do Estado para 2016 (OE
2016), com votos favoráveis de
PS, BE, PCP e Verdes, a abstenção do PAN e votos contra de PSD
e CDS-PP.
No início do primeiro dia do
debate parlamentar, o líder do
PSD, Pedro Passos Coelho, já teria
confirmado que o seu partido votaria contra a proposta de OE. Também o centrista Nuno Magalhães
deu o seu parecer relativamente
a esta matéria, considerando que
a proposta não tem “credibilidade
técnica”, e Assunção Cristas acabou também por garantir que o
voto do CDS não seria favorável.
Aconteceu o que nunca antes tinha ocorrido
na democracia portuguesa: os votos do
Partido Comunista Português, do Bloco de
Esquerda e Partido Ecologista ‘Os Verdes’
permitiram ao Governo liderado por António
Costa, aprovar o Orçamento de Estado de
2016 (OE 2016). No que diz respeito aos
restantes partidos, o Partido Social Democrata
e CDS-Partido Popular votaram contra
e o PAN (Pessoas, Animais, Natureza)
absteve-se. O documento foi aprovado pela
maioria, assim como as Grandes Opções
do Plano, que acabaram por ter uma votação
idêntica.
A aprovação do documento em plenário da
Assembleia da República decorreu em meio a
muitas trocas de acusações entre o governo e
a oposição, que marcou desde o inicio a sua
posição contra as soluções propostas.
13 HORAS DE DEBATE
Foram vários os momentos que
marcaram este debate parlamentar, entre eles aquele que se verificou no final da sessão, quando
a porta-voz do BE, Catarina Martins, se dirigiu ao primeiro-ministro para o cumprimentar com um
sentido aperto de mão.
Mas se retrocedermos no debate até ao seu início percebemos
que a atmosfera foi bastante diferente, mais pesada e tensa, com
uma longa e dura discussão pela
frente até se chegar a um veredito.
Foram 13 horas de debate em torno do Orçamento do Estado, divididas em dois dias onde estiveram
presentes no hemiciclo 228 deputados de um total de 230.
As bancadas da esquerda focaram os seus esforços num ataque contínuo ao PSD e CDS-PP
ao longo dos dois dias de debates,
com o Primeiro-Ministro a acusar
entre outras coisas o Governo anterior de “minar a confiança e a
credibilidade do país”.
“Não podemos ir lá fora e dizer
uma coisa e dizer outra cá dentro”,
afirmou, falando especificamente
do exemplo do corte nos salários,
pensões e da sobretaxa, que “lá
fora era definitiva e cá dentro era
para a devolver aos contribuintes”. Por duas vezes ocorreram críticas a respeito do aumento dos
impostos sobre o tabaco e João
Almeida (CDS) chegou mesmo a
dizer que “100% dos portugueses
pagam o imposto sobre o tabaco”.
Ainda a respeito do aumento
de impostos sobre alguns bens,
António Costa, em resposta a uma
das acusações da ronda de per-
guntas dos deputados sobre os
impostos sobre os combustíveis,
explicou que com a redução dos
preços dos combustíveis que se
verifica atualmente, este aumento de impostos não será significativo quando comparados os preços praticados ao longo do ano
passado.
João Galamba (PS) afirmou
que ainda “no ano passado os
combustíveis aumentaram o mesmo que aumentam neste”. “E não
ouvi nenhum deputado do PSD ou
do CDS dizer que vinha aí o apocalipse”, ironizou.
As acusações prosseguiram
com Joana Mortágua (BE) a afirmar que “o país ficou a saber que
o PSD não quer ter responsabilidade, lava as mãos do destino do
país”, colmatando com uma pergunta ao PSD sobre as motivações
do voto contra do partido ao OE
2016: “é porque é constitucional?”, perguntou. Do outro lado,
Miguel Santos (PSD) acusou a coligação de ter feito “um pacto de
não agressão. As bancadas da esquerda nem sequer se questionam
umas às outras”.
E se Mariana Mortágua deu
primazia à necessidade de se
discutir uma renovação do sistema fiscal, falando na importância de se criar novos escalões “de
modo a melhorar a progressividade do imposto”, Teresa Leal Coelho (PSD), acusou o Orçamento de
já ter sido “tudo e o seu contrário
e que é da exclusiva responsabilidade do PS (...)”, afirmando ainda
ser este “um orçamento desajustado, sem estratégia de crescimento coerente”.
O segundo dia iniciou-se com
o ministro das Finanças Mário
O próximo passo
será analisar e
discutir o Orçamento
na especialidade,
havendo já datas
marcadas para
ocorrerem: 10, 14
e 15 de Março.
Terminada esta fase
de debate, a votação
final global ocorrerá
no dia 16 de Março.
Centeno, a frisar um contraponto
com o Governo anterior. “Não assumiremos objetivos orçamentais
sustentados em operações financeiras que não foram concluídas”,
assegurou Centeno.
“Não assumiremos como permanentes medidas que em Portugal apresentamos como temporárias e não negociaremos nas
costas dos portugueses, sacrificando os seus impostos, com fins
eleitorais puramente oportunísticos”, disse ainda.
PCP QUER NOVO BANCO
NACIONALIZADO
A meio do segundo dia, a intervenção do ministro das Finanças levou uma novidade: em vez
dos previstos 550 euros, a dedução fixa por filho em sede de IRS
será de 600 euros.
Especificamente no que diz
respeito à matéria fiscal, Mário
Centeno ressalvou a introdução
da cláusula de salvaguarda do
Imposto Municipal sobre Imóveis
(IMI) e a eliminação da isenção
do referido imposto para os fundos imobiliários.
Outra novidade deste debate
foi a proposta apresentada pelo
PCP, de nacionalização do Novo
Banco. “Se o povo português pagou o Novo Banco, deve pô-lo ao
serviço do País”, sentenciou Jerónimo de Sousa.
Já o BE anunciou que vai preparar com o Governo o próximo
OE, apresentando inclusive algumas medidas que esperam ser
aprovadas.
No final do dia, o líder parlamentar do PS, Carlos César, afirmou que o Orçamento de Estado para 2016 é o “orçamento da
mudança e da confiança” e ainda que é “bem diferente da genuflexão que, entre Portas e Passos,
fez o anterior Governo PSD/CDS”.
Por fim ficou-se a saber que
os feriados de 5 de Outubro e de
1 de Dezembro são repostos, sendo que o Governo já deu início às
negociações com a Santa Sé para
a reposição do Corpo de Deus e o
Dia de Todos os Santos.
O próximo passo será analisar
e discutir o Orçamento na especialidade, havendo já datas marcadas para ocorrerem: 10, 14 e
15 de Março. Terminada esta fase
de debate, a votação final global
ocorrerá no dia 16 de Março.
POLÍTICA
4 DE MARÇO DE 2016
CONSIDERA AS MEDIDAS COM IMPACTO FISCAL PARA AS FAMÍLIAS
p.9
POLÉMICAS
Simulador esclarece aumento de deduções Agência Moody’s avalia positivamente mas
or fil o
mesmo ass m
desvalor za
As famíl as ortuguesas j odem ver ficar o impacto, no seu rendimento, do aumento ara
euros da dedu o fi a or fil o
em sede de IRS. Foi lançado um simulador,
pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN), com o propósito de esclarecer o debate em torno das mudanças do
Orçamento de Estado para 2016.
O simulador considera as medidas tomadas recentemente com m acto fiscal ara
as famílias. Em causa estão a remoção do
coefic ente fam l ar e ntrodu o da dedu o
or de endente a devolu o da so reta a e
atualização de escalões. Em comunicado, a
A
afirma que a esar das recentes declarações governamentais, manifestando a
nten o de aumentar a dedu o fi a ara
euros or fil o um casal com um fil o
e rendimento líquido a partir de 700 euros, já
fica a erder no novo enquadramento fiscal .
A associação considera, ainda, que o
novo enquadramento fiscal r v leg a quem
n o tem fil os re terando que um tratamento mais justo será sempre o aperfeiçoamento do coefic ente fam l ar cr ado em
ou, em alternativa, uma dedução universal e
gual or fil o a cons derar ara efe tos da
ta a a a l car .
NA EVENTUAL APLICAÇÃO DE MEDIDAS ADICIONAIS AO OE 2016
Centeno garante que n o aver cortes nos
salários e pensões
r o Centeno garant u que n o aver
cortes nos salários e pensões. O ministro das
Finanças abordou o assunto na sequência da
eventual aplicação de medidas adicionais ao
OE para 2016. No segundo dia de debate no
Parlamento, Mariana Mortágua, deputada
bloquista, confrontou Centeno.
“Sabendo que todos os OE têm um risco,
d zemos claramente que n o
lano . ara
quem se comprometeu com uma estratégia
contra o empobrecimento e pelo crescimento
econ m co s
uma o o a rofundar o
plano A, de devolução de rendimentos e equidade fiscal . m n stro res ondeu
verdade
que o governo tem marcado uma l n a mu to
clara na sua olít ca equ dade fiscal e devolu o de rend mentos e é e atamente essa a
l n a que o governo va segu r e manter sempre que tiver que adotar medidas que incidam
sobre o OE. Já a deputada do CDS-PP Cecília
e reles e g u ao m n stro que esclarecesse
se afinal e ste ou n o um lano ou um
conjunto de med das ad c ona s .
Mário Centeno reiterou que o “que está escr to no documento do urogru o é que o governo “tem que preparar medidas para quando for necess r o e n o se d z que essas
med das t m que se anunc adas .
Agência Moody’s dá nota positiva
A ag nc a de nota o finance ra ood s
considerou esta semana que a aprovação
do OE2016 na generalidade, com o aval
dos três partidos de esquerda que apoiam
o overno soc al sta C
e s erdes
é positiva em termos de risco de crédito
porque revela a capacidade e vontade
do e ecut vo l derado or Ant n o Costa
nverter o rumo em rol de uma or enta o
orçamental mais realista do que a versão
preliminar apresentada em fevereiro, refere
a nota da agência de ‘rating’.
A orta voz do loco de squerda
desvalorizou, esta semana, a avaliação
positiva da agência Moody’s à aprovação
do Orçamento do Estado, considerando que
nunca foram “bons a avaliar o que estava
em ou mal .
e nunca ac mos que fossem
bons a avaliar o que estava bem ou mal,
cont nuamos a ac ar o mesmo quando s o
simpáticos no que dizem sobre o orçamento
ortugu s afirmou Catar na art ns.
A coordenadora bloquista falava à
ag nc a usa no final de uma sess o
l ca
sobre o Orçamento do Estado para 2016,
que decorreu no Salão Nobre do Teatro
arc a de esende em vora.
Catar na art ns ns st u que o loco
de Esquerda não dá muita credibilidade às
ag nc as de rat ng refer ndo que antes da
cr se finance ra de
estas garant am
que os bancos que provocaram a crise eram
a solutamente s l dos .
A d re ta talvez esteja um ouco a ta
porque estava à espera que as agências de
‘rating’ dissessem o contrário, mas isso é
mais um problema da direita, que gosta de
ouvir as agências de ‘rating’, do que um
ro lema do loco de squerda real ou.
A ag nc a de nota o finance ra
Moody’s considerou, na quinta-feira, que
a aprovação do Orçamento do Estado para
é os t va em termos de
r sco de créd to e mel ora a cred l dade
orçamental.
A aprovação do OE2016 na generalidade,
com o aval dos três partidos de esquerda
que a o am o overno soc al sta C
e Os Verdes) é positiva em termos de risco
de crédito porque revela a capacidade e
vontade do e ecut vo l derado or Ant n o
Costa nverter o rumo em rol de uma
orientação orçamental mais realista do que a
versão preliminar apresentada em fevereiro,
refere a nota da agência de ‘rating’.
p.10
PELO PAÍS
4 DE MARÇO DE 2016
Uma mulher passeia com seu
cão na aldeia da Gralheira,
concelho de Cinfães
Mau tempo causou distúrbios pelo país
Difíceis condições atmosféricas assolaram Portugal. Um pouco por todo o país um misto de chuva, neve e ventos fortes
não deu tréguas e, um pouco por todo o território nacional, obrigou as autoridades a intervir. A Proteção Civil, num curto
espaço de dias, registou 340 ocorrências relacionadas com o mau tempo. Destaque para 26 incidentes referentes a
pessoas presas devido a uma queda de neve intensa e que necessitaram da intervenção das autoridades locais.
Depois de janeiro ter entrado para a
história como um dos mais quentes de
sempre, eis que fevereiro chegou em força,
mas pelos piores motivos. O mau tempo
não facilitou a vida dos portugueses, que
pouco puderam fazer face a temperaturas
tão rigorosas.
CORTE DE VIAS AUTOMÓVEIS
Na última semana de fevereiro, foi
naturalmente no Norte do país que as
duras condições mais se fizeram sentir,
com registos de queda intensa de neve em
várias localidades. Pelas serras da Estrela,
Caramulo e Lousã várias foram as estradas
que tiveram de ser encerradas, assim como
alguns acessos de vários distritos, como por
exemplo Leiria, Castelo Branco e Coimbra.
Nos pontos mais altos do país registouse um número elevado de ocorrências
registadas, apesar de a Proteção Civil ter
conseguido manter o controlo da situação.
No entanto a circulação automóvel viu-se
mais congestionada, tanto pelas alterações
de trânsito como pelas dificuldades
atmosféricas. A serra da Estrela, por
exemplo, viu cortadas as ligações entre
Sabugueiro e Penhas da Saúde (EN338),
Sabugueiro e Covilhã (EN339), assim
como o troço entre Piornos e Manteigas.
A situação no distrito de Viseu, nas
serras de Caramulo e Montemuro, também
foi de desespero para os condutores. Devido
à formação de gelo ocorrida entre 26 e
27, as vias de acesso estiveram fechadas
durante a maior parte do fim-de-semana
e apenas foram reabertas no dia 28 de
fevereiro.
Já a estrada nacional 351, que liga
Oleiros a Proença-a-Nova, no distrito de
Castelo Branco, e que havia sido encerrada,
foi reaberta à circulação automóvel ao final
da manhã daquele domingo.
Também na zona de Oleiros, a EN350,
que liga a vila a Álvaro e Madeirã, e na
qual o trânsito esteve condicionado,
particularmente na região normalmente
conhecida por Alto do Cavalo (igualmente
devido à neve e ao gelo acumulados no
piso) foi também aberta ao trânsito na
manhã de domingo.
No norte do distrito de Leiria, as estradas
Dois ciclistas passeiam na Serra da Freita, Arouca
entre Pedrógão Grande e Castanheira de
Pera e na região de Figueiró dos Vinhos,
estiveram encerradas, tendo sido reabertas
no dia 28 pelas 14:30, como disse à Lusa
fonte do CDOS de Leiria.
Estes foram dias
complicados para a
Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC),
que num curto espaço
de tempo registou 340
ocorrências justificadas
com as duras condições
atmosféricas.
Dessas, 136 estavam relacionadas
com limpezas de vias, 72 com quedas de
árvores ou ramos e 39 com inundações.
Destaque para 26 destas ocorrências, que
obrigaram ao salvamento de pessoas por
parte das autoridades, e para o distrito
de Viseu, aquele em que foi registado o
Um homem tenta limpar
a neve numa bomba de
gasolina em Castro Daire
maior número de incidentes, com 48 casos registados.
Também no Algarve as
baixas temperaturas se
fizeram sentir, com a
neve a cair nos pontos
mais altos da região sul.
No Alto do Fóia, o ponto mais alto do Algarve, em plena serra de Monchique, houve registos de queda de neve. Segundo o
Presidente da Câmara de Monchique, Rui
André, o monte de 902 metros de altitude
ficou “coberto de branco”, embora durante
a noite se tenha registado maioritariamente a queda de granizo, intercalado com flocos de neve.
No entanto, e segundo previsões recentes, a vaga de frio não esteve para durar,
e Março chegou com uma subida substâncial das temperaturas. Do intenso frio que
o país viveu nos últimos dias de fevereiro,
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p.12 PELO MUNDO
4 DE FEVEREIRO DE 2016
EMIGRANTES ENVIARAM 3,3 MIL MILHÕES DE EUROS PARA PORTUGAL
Remessas enviadas pelos portugueses
no estrangeiro subiram 8,3% em 2015
Segundo o Banco de Portugal, as remessas dos emigrantes
aumentaram 8,3%, para 3,3 mil milhões de euros, em 2015.
Os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para
Portugal 3.314 milhões de euros durante os 12 meses do
ano passado.
De acordo com os dados divulgados pelo
Banco de Portugal, no Boletim Estatístico, os
portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal 3.314 milhões de euros durante os 12 meses do ano passado, o
que representa um aumento de 8,3% face
aos 3.060 milhões que tinham enviado em
2014, ano em que as remessas ultrapassaram pela primeira vez os 3 mil milhões de
euros.
Em sentido inverso, ou seja, quanto às
verbas que os estrangeiros a trabalhar em
Portugal enviaram para os seus países de origem, o Banco de Portugal revela que houve uma diminuição de 1,5%: em 2014, os
imigrantes enviaram para os seus países de
origem 534,81 milhões de euros, ao passo que no ano passado o valor diminui para
526,65 milhões.
A França, como tem sido habitual nos
anos anteriores, lidera o ‘ranking’ dos países
emissores de remessas para Portugal, tendo
as verbas enviadas pelos emigrantes portugueses naquele país, ultrapassado pela primeira vez os mil milhões de euros: em 2014
este valor tinha-se ficado pelos 882,1 milhões de euros, ao passo que no ano passado subiu para 1033,1 milhões, o que representa um aumento de 17,11%.
A Suíça, também como tem sido norma,
é o segundo maior emissor de remessas para
Portugal, registando uma subida de 3,3%: as
verbas enviadas pelos portugueses na Suíça
passaram de 812,8 milhões, em 2014, para
842,3 milhões no ano passado.
DEPUTADO PS CULPA AUSTERIDADE
Para Paulo Pisco, deputado do PS, o aumento das remessas dos emigrantes e a diminuição das dos imigrantes, em 2015 em
Portugal, resultam dos anos de austeridade
vividos no país. “Tanto num caso como noutro resulta dos anos de austeridade impostos no nosso país, que levaram a uma perda
de atratividade da nossa economia”, afirmou
Paulo Pisco, em declarações à Lusa.
O parlamentar sublinhou que “o facto de
ter havido muita emigração nos últimos anos
levou a que houvesse este aumento”. “As remessas tanto podem ser um pé-de-meia ou
como um meio de manter os bens ou pagar
as dívidas”, disse.
O deputado defendeu que os dados agora conhecidos “obrigam a que seja necessário da parte do governo olhar para a existência de fortes comunidades fora do país que
necessitam de ser olhadas com políticas sólidas para responder às suas necessidades e
às suas expectativas”.
A habitual liderança do ‘ranking’ pela
França é para Paulo Pisco a confirmação daquele país como o principal destino de emigração na Europa, logo a seguir à Suíça. E,
por isso, “é necessário que Portugal dê atenção às relações bilaterais com França e Suíça”, defendeu.
O deputado salientou ainda que “havendo uma redução das remessas dos imigrantes, houve também um aumento da atratividade por parte dos cidadãos de países de
expressão portuguesa, que escolheram Por-
tugal como o país para poderem trabalhar”.
Para Paulo Pisco, este facto demonstra que
“Portugal não deixa de ser, apesar das dificuldades, um porto de abrigo importante para
esses cidadãos, e esses cidadãos devem ser
olhados também como importantes para a
nossa dinamização económica e até mesmo
para a renovação demográfica”.
JOSÉ CESÁRIO FALA EM CONFIANÇA
EM PORTUGAL
Em sentido contrário à opinião de Paulo Pisco, o deputado do PSD, José Cesário,
defendeu que o aumento das remessas dos
emigrantes para Portugal, em 2015, revela
que estes portugueses não baixam os braços e mantêm confiança na economia do seu
país de origem.
“Esses dados revelam que os portugueses da diáspora, em 2015, mantiveram uma
significativa confiança em Portugal e sobretudo na economia, uma grande confiança na
Economia do país e nas perspetivas de crescimento”, afirmou José Cesário em declarações à agência Lusa.
O ex-secretário de estado das Comunidades Portuguesas acredita que “esses dados
revelam exatamente que as pessoas mandam
dinheiro se confiam, e confiaram, por isso é
que enviaram dinheiro”, reiterou.
Já em relação à diminuição das remessas
dos imigrantes, José Cesário considera que
“tem que ver com fatores diversos, nomeadamente o facto de também muitos desses
imigrantes serem provenientes de países em
que há problemas económicos sérios e que
têm alguma falta de confiança no seu respetivo futuro”.
“Isso terá desmotivado o envio de algumas remessas, são os casos do Brasil e de
Angola, que serão os mais significativos”,
disse.
REMESSAS DOS PALOP CAÍRAM
Em contraponto à França e à Suíça, estão
as remessas enviadas pelos portugueses a
trabalhar nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que caíram 11% no
ano passado, enquanto as destes africanos
empregados em Portugal subiram 27,7%,
mas são em muito menor valor. De acordo
com o Banco de Portugal no Boletim Estatístico, os portugueses a trabalhador nos países
africanos lusófonos enviaram no ano passado 229,1 milhões de euros, o que representa
uma descida de 10,96% face aos 257,4 milhões que tinham enviado em 2014.
Em sentido inverso, ou seja, as verbas enviadas pelos africanos lusófonos empregados
em Portugal, houve uma subida de 27,7%,
resultado do aumento das verbas entre 2014
e 2015, de 39,9 para 51 milhões de euros.
Como é habitual, Angola representa a esmagadora maioria das verbas, seja de Portugal para África, seja do continente africano para Portugal. Assim, no ano passado, os
portugueses em Angola enviaram 218,1 milhões de euros, o que representa uma descida de 12,02% face aos 247,9 milhões que
tinham remetido no ano anterior.
Governo pretende alargar serviços consulares a seis países
O Governo quer colocar em funcionamento os serviços consulares em seis países, entre os quais China e Guiné Equatorial, e alargar os consulados honorários e as
permanências consulares para melhorar o
atendimento às comunidades portuguesas
no estrangeiro.
A intenção do executivo consta de uma
resposta do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros a uma pergunta entregue
na Assembleia da República pela deputada
comunista Carla Cruz.
O PCP questionara o Governo sobre
quais as medidas previstas para “melhorar a
acessibilidade dos portugueses aos serviços
consulares”, considerando que nos últimos
quatro anos, “por força da política de empobrecimento levada a cabo por PSD/CDS,
cerca de 500 mil portugueses foram obrigados a sair do país e rumar a outras paragens, aumentando as comunidades portuguesas no Mundo”.
Na resposta, o Governo afirma que “os
objetivos de aproximar o serviço consular do
utente, descentralizar e descongestionar a
ação do posto consular e promover a modernização e a celeridade dos serviços prestados às comunidades portuguesas no estrangeiro serão continuados”.
O executivo enuncia depois várias medi-
das, entre as quais a entrada em pleno funcionamento do Consulado Geral de Portugal em Cantão (China) e da secção consular
nas embaixadas portuguesas em Adis Abeba (Etiópia), Astana (Cazaquistão), Bratislava (Eslováquia), Malabo (Guiné Equatorial)
e Panamá (Panamá).
O alargamento do número de consulados honorários, com a eventual atribuição de
competências consulares alargadas, a prossecução das permanências consulares, onde
será possível a realização ‘online’ de atos
consulares, a modernização do parque informático e o desenvolvimento de um novo sistema integrado de funcionamento e gestão
dos postos consulares, são outras iniciativas
apontadas pelo executivo, que pretende também contratar novos trabalhadores para os
serviços externos, “em conformidade com o
cumprimento das metas orçamentais”.
“O funcionamento da rede consular portuguesa tem procurado, num contexto de
contenção orçamental, adaptar-se às atuais
características e necessidades das comunidades portuguesas, tendo-se verificado um
alargamento do número de consulados honorários com atendimento permanente, a
expansão das permanências consulares e a
entrada em funcionamento de antenas consulares”, considera o executivo.
PELO MUNDO
4 DE MARÇO DE 2016
p.13
AFIRMAÇÃO SURGE EM RESPOSTA A UMA PERGUNTA DO PCP AO MNE
Governo quer integração do EPE nos currículos dos
países de emigração
O pagamento de propinas no Ensino Português no Estrangeiro
(EPE) mantém-se, mas o Governo assegura que o objetivo
é integrar os cursos de língua portuguesa nos currículos locais dos países de acolhimento, tornando-os gratuitos.
Numa resposta a uma pergunta da deputada do PCP Carla Cruz, entregue no
Parlamento, o Ministério dos Negócios
Estrangeiros reitera que “neste momento, atendendo aos constrangimentos orçamentais que ainda se vivem, o Governo terá de manter a propina” nos cursos
extracurriculares.
O PCP, que tem sempre criticado a introdução da propina, questionara o executivo sobre se pretende anular a cobrança
desta taxa no ensino português no estrangeiro (EPE).
Na resposta divulgada pelo PCP, o Governo refere que esta propina, introduzida
pelo executivo anterior (PSD/CDS-PP), só
é aplicada aos cursos extracurriculares de
língua e cultura portuguesas organizados
pelo Camões - Instituto da Cooperação e
da Língua, e tem em consideração aspetos sociais, como famílias monoparentais
ou situações de desemprego.
“A política adotada por este Governo
vai no sentido de promover a integração
dos cursos de língua e cultura portuguesas
nos ‘curricula’ locais, nos quais não há lu-
SUÍÇA
Segunda língua mais falada
nas escolas em Genebra é o
Português
A língua portuguesa é a segunda mais
falada pelos alunos do ensino primário, com
3.783 falantes contabilizados no ano letivo
2014 e 2015 em Genebra, revelou no final de fevereiro o jornal suíço ‘Tribune de
Genève’.
As línguas principais dos alunos do ensino primário em Genebra são respetivamente
o francês, com 18.757 falantes, o português
com 3.783 e o espanhol com 2.030. Entre 2014 e 2015, o ensino primário público
em Genebra contabilizou 33.056 alunos, dos
quais 20.238 suíços e 12.818 estrangeiros.
Com mais de 40% de alunos que falam
mais de uma língua, as autoridades de Genebra querem reforçar o conhecimento da língua de origem dos alunos estrangeiros. O objetivo é duplo: favorecer a aprendizagem de
um segundo idioma e facilitar a integração.
“Uma boa integração é possível se desenvolvemos vínculos com a língua e a cultura de
origem”, disse o conselheiro de Estado Pierre Maudet, responsável do Departamento de
Segurança e de Economia, citado pelo jornal suíço.
Neste momento, 4118 alunos em Genebra seguem cursos na sua língua de origem.
Os alunos portugueses, espanhóis e italianos
são os principais beneficiados deste tipo de
cursos pelo facto de serem financiados pelos respetivos consulados e representaram as
maiores comunidades estrangeiras do can-
Com 3.783 falantes, o Português
é a segunda principal língua dos
alunos do ensino primário em
Genebra. Entre 2014 e 2015,
o ensino primário público em
Genebra contabilizou 33.056
alunos, dos quais 20.238 suíços e
12.818 estrangeiros.
tão suíço. Entre 2015 e 2016, 1.175 alunos do ensino primário e 621 alunos do ensino secundário obrigatório seguiram aulas do
Ensino Português no Estrangeiro (EPE) em
Genebra, enquanto 74 seguiram aulas de
Português, oferecidas pela associação brasileira Raízes.
De acordo com a conselheira de Estado Anne Emery-Torracinta, responsável do
Departamento da Instrução, citada pelo jornal suíço, os pais de alunos estrangeiros preferem privilegiar a aprendizagem da língua
francesa.
No entanto, segundo o Gabinete para a
Integração de Genebra, as crianças bilingues
vão aprender novos idiomas com mais facilidade. “O nosso objetivo é aumentar o número de línguas ensinadas”, disse a conselheira.
O cantão de Genebra contabiliza mais de
150 línguas faladas pela sua população.
Esta semana, a cidade suíça acolhe um
fórum sobre a heterogeneidade da escola e
os alunos bilingues.
O Governo afirma que a sua política é da integração dos cursos nos currículos locais
gar ao pagamento desta propina”, modalidade que considera ser “a mais adequada” para a aprendizagem dos alunos e para
“um maior ganho de escala na difusão e
promoção da língua e da cultura portuguesas”, refere a resposta do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto
Santos Silva.
Por outro lado, o PCP questionara o
Governo sobre a situação na Alemanha,
onde os professores teriam tido indicação
de impedir a frequência das aulas por alunos com propinas por pagar e de fazerem
a sua cobrança.
Na resposta, o executivo afirma que
“não há qualquer orientação no sentido de
impedir alunos de frequentar as aulas logo
que se verifiquem atrasos na regularização
das propinas”, nem do Camões, I.P. ou da
tutela, acrescentando que “essa situação
foi corrigida de imediato pela coordenação
do EPE na Alemanha”.
PUB
p.14 PORTUGUESES NO MUNDO
4 DE MARÇO DE 2016
VEREADORA LUSO-CANADIANA FOI ESCOLHIDA PELO SEU TRABALHO NA ÁREA SOCIAL
Ana Bailão é ‘Mulher da Semana’ para
publicação canadiana
A vereadora luso-canadiana da
Câmara de Toronto Ana Bailão foi
distinguida como a ‘Mulher da Semana’, na passada semana, pela
‘Women’s Post’, publicação ‘online’
de cariz social. Em 2010, após ser
eleita para o município canadiano,
Ana Bailão ficou responsável pela
Comissão para a Habitação Social
mais Acessível da autarquia, trabalho destacado no ‘site’ a propósito
da distinção.
Em outubro de 2014, foi reeleita
pelo distrito eleitoral de Davenport.
“Considero que temos conseguido
dar mais atenção à questão (da habitação social). Estou feliz por verificar que os três níveis de governo (municipal, provincial e federal)
estão a falar sobre essa questão”,
refere Ana Bailão, em declarações
à publicação ‘online’.
A publicação tem como objetivo promover trabalhos relevantes
de mulheres no Canadá, na área
social. Tem cerca de 585 mil visitas semanais, principalmente de
mulheres com rendimento médio e
Em 2010, após ser eleita para o município
canadiano, Ana Bailão ficou responsável pela
Comissão para a Habitação Social mais Acessível
da autarquia, trabalho destacado no ‘site’
a propósito da distinção.
alto, segundo informação disponibilizada no ‘site’.
A comunidade que mora em habitação social em Toronto é a maior
do Canadá e a segunda maior na
América do Norte, com mais de
170 mil residentes, com uma bolsa de mais de seis mil milhões de
dólares (quatro mil milhões de euros) em apartamentos. Compreende mais de duas mil torres de habitações na cidade, o que equivale a
7% da população de Toronto.
A luso-canadiana Ana Bailão integra também a comissão executiva do presidente da câmara (John
Tory) e é a responsável pela estratégia de Toronto para melhorar a acessibilidade à habitação, bem como
pela expansão destes serviços.
Formada pela Universidade de
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Toronto em Sociologia e Estudos
Europeus, concorreu pela primeira vez às eleições municipais em
2003 e foi derrotada nesse ano, ingressando no setor privado, na área
financeira e de informação tecnológica de saúde, nos departamentos
de marketing e comunicação.
A ‘Women’s Post’ também
aborda as raízes lusófonas de Ana
Bailão, que se mudou de Portugal
para o Canadá, para a área da Davenport, em Toronto, com 15 anos.
Na cidade canadiana, referiu à publicação ‘online’, sente-se “como
em casa”. Segundo os Censos de
2011, existem 44.970 mil habitantes em Davenport e 20,3% falam português. Este já foi o grande
centro da comunidade portuguesa
em Toronto.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Artista português transforma
a casa em museu
Um artista português transformou a sua casa em Manhattan num
museu aberto ao público, onde expõe o seu trabalho e promove o trabalho de outros artistas. No bairro
de Harlem, na Rua 148ª, entre as
avenidas Broadway e Amsterdam,
a casa de quatro andares tem uma
instalação na sua fachada a todo o
comprimento e uma placa que assinala: “Musee Maison”.
Luís da Cruz, de 56 anos, comprou o imóvel em 2006 por 995 mil
dólares(cerca de 909 mil euros), investindo cerca de meio milhão de
dólares (458 mil euros) na sua recuperação. “O Harlem tem pouca arte
e a minha intenção, quando comprei esta casa e me mudei de Hell’s
Kitchen para cá, foi trazer arte aos
moradores desta zona de Nova Iorque”, explicou à agência Lusa.
Nascido na Covilhã, Cruz mudou-se com a mãe para França aos
14 anos, juntando-se ao pai que estava lá imigrado.
Depois de se licenciar em Arquitetura e Belas Artes, trabalhou como
decorador para o estilista Pierre Cardin, tendo contribuído, por exemplo,
para a construção do hotel Residence Maxim’s, em Paris.
No final da década de 1990,
trocou França pelos Estados Unidos
e instalou-se em Nova Iorque. “Tive
uma loja no SoHo, que acabei por
fechar, e mantive sempre aberta a
minha empresa de arquitetura e design de interiores. A minha grande
paixão é arte, mas preciso continuar
a trabalhar para pagar as contas”,
explicou à Lusa.
As suas peças são feitas com
materiais abandonados, como metais, vidros e madeiras, que recolhe
nas ruas de Nova Iorque. Na sua
casa, estão expostas cerca de uma
centena de peças. “Existe muita beleza, muita arte, nos objetos que os
nova-iorquinos deitam fora”, disse
Luís da Cruz, que vende as peças
por valores entre os 500 e os 50 mil
dólares (entre 450 e 46 mil euros).
O arquiteto usa também o espaço para promover o trabalho de
outros artistas. A última exposição,
em novembro e dezembro, mostrou
obras da francesa Hélène Bettencourt; os artistas que vão participar
na próxima, que acontece na primavera, ainda não foram escolhidos.
A casa de Cruz já foi alvo de reportagens no Wall Street Journal,
que refere que o português transformou o imóvel “na estadia moderna de um artista”, e no New York
Daily News, que descreveu o papel
da casa no bairro. “(A casa) tornou-se um ponto central para legiões
de jovens e talentosos artistas numa
nova renascença do Harlem”, escreveu o jornal norte-americano.
CULTURA
4 DE MARÇO DE 2016
p.15
ADRIANO NEVES CONCORRE NA CATEGORIA ‘OPEN TRAVEL’ COM UMA FOTOGRAFIA REGISTADA NO CHILE
Há um português entre os
finalistas dos Prémios Mundiais
de Fotografia Sony
Uma fotografia na Patagónia chilena deu, a Adriano Neves, um lugar
entre os finalistas dos Prémios Mundiais de Fotografia Sony. É o único
português entre cerca de 270 representantes de mais de 60 países.
O engenheiro civil, de 35 anos,
é um dos dez finalistas da categoria
‘Open Travel’, com o tema ‘Viagem’,
aberta a fotógrafos não profissionais.
Com os ‘Cuernos del Paine’, dois
picos das cordilheiras montanhosas do Parque Nacional Torres del
Paine, refletidos sobre o lago Nordenskjöld, a fotografia foi feita ao início da manhã e o autor disse à agência Lusa que se destacou pela “forte
mensagem de serenidade, acompanhada também de uma complexidade visual que a torna bastante
intrigante”.
A fotografia, a que chamou “Jardins do Paraíso”, foi captada durante uma viagem pela América do Sul,
no ano passado, mas, para ter acesso a esta paisagem, Adriano Neves
precisou de algum esforço. “Para
chegar a este local em concreto,
acampámos junto ao lago Pehoé
e arrancámos de madrugada, com
muito poucas horas dormidas, para
a zona da cascata Salto Grande e do
lago Nordenskjöld”, contou à Lusa.
“O Lago Pehoé com os ‘Cuernos
del Paine’ em pano de fundo. O vento é agreste, mas a vista é suficientemente magnífica para manter o espírito quente”, referiu Adriano Neves
ao publicar a imagem na sua página
na rede social ‘Facebook’.
Apesar de ter formação em Engenharia Civil, Adriano Neves, natural de Tomar e residente em Lisboa,
assume como atividade profissional
a fotografia, nas áreas de arquitetura e de viagem, sobretudo na vertente de paisagem. Adquiriu a primeira
câmara semiprofissional há apenas
três anos, mas desde então passou
a dedicar-se mais ao passatempo e
a tratar as suas viagens “como pequenos projetos de aprendizagem e
construção de portfólio”.
Adriano Neves já tinha sido selecionado no ano passado para esta
mesma competição e a sua fotografia, feita na Islândia, foi considerada a melhor entre candidatos
portugueses, tendo ainda sido incluída nas 50 melhores da categoria ‘Panorâmica’.
A sua fotografia foi uma das
230.103 imagens submetidas a
concurso por fotógrafos de 186 países, tendo Portugal quase duplicado, segundo a organização, o número de entradas relativamente a
2014.
No dia 29 de março, Adriano
Neves vai saber se é vencedor ou
Infraestruturas de Portugal restaurou
painéis de azulejos da estação de
Caminha
A Infraestruturas de Portugal
(IP) concluiu os trabalhos de conservação e restauro dos painéis de
azulejos da Estação de Caminha, localizada na Linha do Minho. O conjunto de painéis é constituído por
cerca de 4.200 azulejos, 2.600 divididos por 20 painéis figurativos e
1.600 do tipo padrão, informa IP.
“Os bonitos painéis figurativos
que revestem as fachadas exteriores retratam costumes, paisagens,
monumentos e atividades típicas da
região, foram produzidos na Fábrica Sant ‘Anna (Lisboa) na década
de 1930, sendo a pintura da autoria de Gilberto Renda”, lê-se na nota
divulgada pela IP.
Entre outros trabalhos, foi feita a
etiquetagem, remoção dos azulejos
do suporte, picagem e regularização
do suporte, colagem de fragmentos,
dessalinização, fechamento de juntas e reintegração cromática. “Tratou-se de um investimento de 21
mil euros na conservação e valorização do vasto património arquitetónico a cargo da Infraestruturas de
Portugal”, informa a IP.
A Infraestruturas de Portugal
gere uma rede com 928 estações,
474 das quais com serviço de passageiros e/ou de mercadorias, que
oferecem um conjunto de serviços e de equipamentos em que a
acessibilidade, a funcionalidade, o
conforto e a segurança são fatores
fundamentais.
não na sua categoria, mas terá de
esperar até 21 de abril para saber
se foi escolhido como Fotógrafo do
Ano nas secções abertas a não profissionais e se ganhou os cinco mil
dólares (4.538 euros) do respetivo prémio. O resultado será anunciado numa gala em Londres, a par
dos vencedores das categorias para
A fotografia, a que chamou “Jardins do Paraíso” foi captada durante uma
viagem ao Chile
profissionais, para jovens e para
estudantes.
Entretanto, a fotografia de Adriano Neves fará parte de uma exposição dos Prémios Mundiais de Foto-
grafia Sony, em Londres, de 22 de
abril a 08 de maio, e será incluída
na edição do livro que contém as
melhores imagens da competição
deste ano.
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p.16
ATUALIDADE
4 DE MARÇO DE 2016
Durão Barroso e António Guterres debateram
“quem manda no mundo”
Foto Johannes Jansson
“Oscilamos entre o complexo de inferioridade e a exaltação nacionalista”, afirmou
o antigo presidente da Comissão Europeia
quando questionado sobre a visão dos países estrangeiros sobre Portugal.
Numa conclusão partilhada com o anterior Alto Comissário das Nações Unidas
para os Refugiados e atual candidato a Secretário-geral das Nações Unidas, Durão
Barroso completou que, embora sendo visto “com respeito” em relação à sua história, e apesar da simpatia geralmente utilizada para descrever os portugueses, o país
é ainda tido, “há que reconhecê-lo”, como
um país “pobre, relativamente atrasado do
ponto de vista da Educação”.
“É visto com condescendência, uma
condescendência que me magoa”, concluiu
o antigo governante.
A mesma opinião tem António Guterres,
que referiu um atraso estrutural na educação, acrescentando acreditar que “as elites
portuguesas não estão à altura dos portugueses que temos”. O anterior Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados explicou que “os portugueses são
extremamente apreciados (no estrangeiro)
pelas suas capacidades, mas os mesmos
portugueses não conseguem essa apreciação em Portugal”. “Só pode ser uma questão de liderança”, defendeu.
O debate, transmitido pela RTP e moderado por Paulo Dentinho, diretor de informação do canal, e António José Teixei-
Foto: Evan Schneider-UN
O anterior presidente
da Comissão Europeia
e o candidato a
Secretário-geral das
Nações Unidas
juntaram-se para debater
questões centrais das
sociedades, num encontro
marcado pela concordância
de opiniões em quase
todos os temas.
Durão Barroso e António
Guterres falaram sobre
a atualidade política e
económica de Portugal,
a ameaça terrorista no
mundo, o futuro da Europa,
entre outros temas,
partindo de uma pergunta
comum: “Quem manda
no mundo?”
“Não temos só o ataque dos
eurocépticos, mas temos também a
desilusão dos pró-europeus. Devíamos
ter algum orgulho na Europa”
Durão Barroso
ra, diretor da Revista XXI, teve a duração
aproximada de 90 minutos e convidou os
antigos primeiros-ministros a falar sobre temas como a atualidade política e económica nacionais, as atuais tensões na Europa e
a ameaça terrorista global, a par de questões como revolução digital, os desafios da
industrialização e a situação do mercado
de trabalho.
O principal ponto de divergência entre
os antigos governantes socialista e social-democrata focou-se na solução governativa portuguesa. Se o antigo presidente da
Comissão Europeia acha que “foi um erro a
fórmula governativa escolhida”, afirmando
que o atual executivo “não tem condições
de sustentabilidade daquilo que é necessário para o país”, António Guterres discordou, apelidando o atual acordo político
“Investir em ciência e em tecnologia,
como investir em educação, são
questões absolutamente básicas para
responder aos desafios do presente”
António Guterres
de “criativo”, pois os “partidos que apoiam
o Governo minoritário” aceitaram que este
Governo “mantivesse posição de fidelidade
face aos compromissos europeus e atlânticos de Portugal” . O antigo dirigente socialista lembrou que “as pessoas em Portugal
têm sofrido muito” e, por isso, “é importante que as coisas corram bem”.
UE, ONU E TERRORISMO
Numa altura em que uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia está
na ordem do dia, o tema foi também colocado durante a conversa que juntou os
dois pesos-pesados da política portuguesa. O antigo Presidente da Comissão Europeia afirmou que “Putin seria o primeiro a
comemorar” um eventual ‘Brexit’ (saída do
Reino Unido da União Europeia), enquanto
António Guterres lembrou que a “questão
da União Europeia sempre foi mais complexa para os ingleses do que para outras
nações europeias”, quer por questões geográficas, quer por questões culturais ou
económicas”.
O atual sentimento de descrença de
muitos cidadãos face à União Europeia foi,
aliás, outro dos tópicos centrais da noite.
“Não temos só o ataque dos eurocépticos,
mas temos também a desilusão dos pró-europeus. Devíamos ter algum orgulho na
Europa”, lembrou o antigo Primeiro-Ministro social-democrata. Para Durão Barroso, a descrença deve-se, em parte, a uma
tendência generalizada dos Estados a uma
“europeização dos fracassos e a nacionalização dos sucessos”.
Uma opinião partilhada por António
ATUALIDADE
4 DE MARÇO DE 2016
Guterres, que acrescentou que “tal tem
criado na opinião pública europeia um
sentimento contra o aprofundamento da
construção europeia e, quanto mais precisamos de Europa, temos dificuldades em
que os Estados se ponham de acordo em
temas de solidariedade europeia”. Como
na questão da crise dos refugiados e da Síria, que o antigo presidente da Comissão
Europeia catalogou como “uma mancha na
consciência universal”. Situação que Guterres, por sua vez, afirma só ser possível
defrontar, “preservando os valores que fizeram da civilização europeia um pilar de
construção do Mundo Moderno”. O candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas
lembrou, ainda, a necessidade da distinção entre religião e política, afirmando que
“normalmente as questões políticas sofrem
instrumentalização de natureza política” e
que a questão se centra, na sua opinião,
no “aparecimento de formas de terrorismo
ligadas a falsas interpretações dos valores
do Islão”. “Quando o Corão fala em abstrato, fala dos valores da paz, da tolerância…
que são os nossos valores”, concluiu.
E quanto ao papel das Nações Unidas
e à candidatura de Guterres ao cargo de
Secretário-Geral, Durão Barroso foi claro
ao declarar apoio ao antigo rival da política nacional. “Nunca pensei candidatar-me por razões pessoais e vejo com muito
agrado a candidatura de António Guterres”,
declarou, concluindo que “é uma das funções mais importantes que temos a nível
mundial”, embora considere “injusto” colocar “todas as expectativas no Secretário-geral”, numa organização tão complexa e
onde o Comité de Segurança assume um
papel fundamental nas decisões.
Já o candidato ao cargo, António Guterres, lembrou a necessidade de modernização “das estruturas que globalmente nos
regem”, como as próprias Nações Unidas.
“Acho que o drama que nós temos é que,
hoje, 60 anos depois (da criação da Organização das Nações Unidas), temos praticamente as mesmas Nações Unidas que
foram criadas naquela altura”.
Imagem: RTP
“QUEM MANDA NO MUNDO?”
Num debate que começou com António Guterres a ser interrogado sobre “quem
manda no Mundo” atualmente, o desenvolvimento científico e tecnológico e as relações de força a nível europeu e mundial,
foram alguns dos tópicos quentes da noi-
Os antigos primeirosministros falam de temas
como a atualidade política
e económica nacionais,
as atuais tensões na Europa
e a ameaça terrorista global,
a par de questões como
revolução digital, os desafios
da industrialização e a
situação do mercado
de trabalho.
te. O atual candidato a Secretário-geral das
Nações Unidas referiu a disseminação do
poder, lembrando que a questão é “o cerne do problema”, dado que, atualmente,
“as relações de força deixaram de ser claras”. “Vivemos num mundo caótico em que
a impunidade e a imprevisibilidade tendem
a multiplicar-se”.
Uma visão partilhada por Durão Barroso que, quando questionado sobre um possível primado do financeiro sobre o político afirmou que a resposta à pergunta sobre
quem manda no Mundo, na sua opinião, é,
“ninguém”. “Não há uma potência que dirija os destinos do mundo”, referiu o antigo
dirigente social-democrata, lembrando que
“o poder hoje está disseminado, está desorganizado, não há um único foco de poder
financeiro que domine os outros”. “A realidade é mais complexa do que muitas vezes se diz”, completou.
Já o antigo dirigente socialista lembrou
que é necessário “distinguir” entre o poder
e a questão das desigualdades, completando que “no Mundo, as desigualdades no interior de todos os países estão a crescer” de
alguma forma, como consequência direta
da “globalização e progresso tecnológico”.
No entanto, lembrou, investir em ciência e
em tecnologia, “como investir em educação, são questões absolutamente básicas
para responder aos desafios do presente”
completando que “sem uma resposta forte
nesse sector não conseguiremos, também,
ter uma resposta forte em questões mais
complexas como as questões climáticas”.
“Não tenho dúvidas de que o desenvolvimento tecnológico nos vai fazer colocar algumas questões sobre a forma como
vivemos em sociedade, o que não é mau”,
afirmou António Guterres.
p.17
p.18 PORTUGUESES NO MUNDO
4 DE MARÇO DE 2016
TRÊS CINEASTAS, UM DOS QUAIS PORTUGUÊS, RETRATAM O PERCURSO DE QUATRO EMIGRANTES LUSOS NO LUXEMBURGO
Busca dos portugueses pelo eldorado luxemburguês
chega ao grande ecrã
«ElDorado» retrata pessoas ‘normais’, as suas ilusões e desilusões, as duras condições de trabalho num país que não é o seu.
O documentário acompanhou três anos na vida de quatro emigrantes portugueses recém-chegados ao Luxemburgo. Realizado
por Rui Eduardo Abreu, Thierry Besseling e Loïc Tanson, a película foi seleccionada para o Luxembourg Film Festival e para
o Taiwan International Documentary Festival e estreia a 16 de março nas salas de cinema do Grão Ducado.
“É uma história sobre pessoas
que não estamos habituados a ver
nos filmes e sobre duras condições de trabalho. São as trajetórias de quatro pessoas, as suas
ilusões e desilusões, num país
que não é o seu”.
Alguns dias depois de terem
visto a película ser selecionada
para o Luxembourg Film Festival,
e prestes a vê-la estrear nas salas de cinema luxemburguesas,
é assim que Rui Eduardo Abreu,
Thierry Besseling e Loïc Tanson
descrevem «ElDorado», o seu
mais recente projeto.
Tendo como tema central a dinâmica da imigração portuguesa
no Luxemburgo, o documentário que tem estreia agendada para 16
de março - segue, ao longo de um
período de três anos, o percurso
de quatro emigrantes portugueses
recém-chegados ao país: Fernando, um português de meia idade,
que procura escapar à crise económica em Portugal; Carlos, um
desempregado de longa duração
e ex-presidiário, prestes a ser pai;
Jonathan, um adolescente com
dificuldades escolares e em busca da sua vocação; e Isabel, uma
portuguesa com um passado de
violência e que procura um novo
começo. São estes os rostos das
histórias que os três realizadores
convidam a conhecer.
Uma temática que surge de forma bastante pessoal para cada um
destes jovens cineastas. Thierry
Besseling e Loïc Tanson, os dois
realizadores luxemburgueses presentes no projeto, trabalham juntos há já cerca de sete anos, sendo
criadores de várias curta-metragens sobre as dinâmicas da infância - os sonhos e memórias característicos dessa faixa etária.
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Já Rui Eduardo Abreu, nascido em Portugal em 1981, estudou antropologia visual em Paris,
seguido de um mestrado na École
de Documentaire de Lussas, tendo trabalhado ainda na criação de
audiovisuais para várias companhias de teatro parisienses, antes
de participar naquele que é o primeiro trabalho conjunto dos três
realizadores.
“Todos nós temos, de alguma
forma, laços e ligações com esta
comunidade de emigrantes. E
isso torna (a experiência) diferente para mim, para o Loïc e para o
Rui”, revelou Thierry. Inicialmente, tinham previsto três curtos
filmes de 30 minutos, mas acabaram por decidir reunir a pesquisa realizada por cada realizador,
num único filme.
ULTRAPASSAR CLICHÉS
«ElDorado» surge assim,
como uma película de 83 minutos “com os pés no chão, bastante
firmada na realidade” e um capítulo final mais subjetivo onde espetadores e personagens encontram uma “liberdade” nova.
Um documentário que pretende ultrapassar clichés e “falar de situações e questões reais”
que nem sempre são fáceis de
abordar.
“Muitas pessoas acreditam no
Luxemburgo como o ElDorado,
onde tudo é possível, e, no fundo, nós mostramos o outro lado
– algo que algumas pessoas não
querem ver e que acaba por afetar todos”, explicam.
VIDAS REAIS
Num país onde 40 por cento da população é descendente de emigrantes e onde 65 por
cento da população ativa inclui
nacionalidades distintas da luxemburguesa, os emigrantes portugueses formam uma das maiores comunidades estrangeiras no
país, estimando-se que representem entre 16 a 20% da população
total do Grão-Ducado.
Esta é, no entanto, a primeira
película sobre a emigração portuguesa no país: “a ideia central,
aqui, era mostrá-los (aos emigrantes portugueses) num filme,
algo que nunca tinha sido feito.
Queríamos colocá-los sob os holofotes, foi essa a principal razão
para o fazermos”, explicam.
Algo que exigiu uma pesquisa
exaustiva aos três cineastas. Num
total de sete anos de duração do
projeto, estimam que aproximadamente dois tenham sido inteiramente dedicados a conhecerem
melhor a comunidade portuguesa
no Luxemburgo.
“Passámos muito tempo em
cafés, em escolas, apenas para
conhecer pessoas e ter uma ideia
do que seria interessante para
nós e para o filme”, referem,
acrescentando que “estas quatro
personagens foram, de longe, as
mais interessantes”.
“Tentamos ter alguém que estivesse a acabar de chegar ao país
- era algo importante para nóse queríamos também analisar os
problemas na educação e na integração”, especificam.
PORTUGUESES NO MUNDO p.19
4 DE MARÇO DE 2016
Contactaram os emigrantes
portugueses sobretudo através de
organizações. Houve quem quisesse aderir e quem se recusasse
a participar no projeto: “também
existia a questão de quem estava confortável e aceitava a presença da câmara nas suas vidas”,
explicam.
Da mesma forma foi necessário encontrar a distância certa
para poder retratar, de uma forma algo isenta, a vida destes emigrantes, com quem conviveram
ao longo de quase cinco anos.
“Foi necessário não sermos
completamente amigos deles,
mantermos uma relação algo profissional. E eles também aceitaram isso. Foi um processo, para
todos nós, encontrarmos a distância certa”.
Por outro lado, foram três realizadores atrás da câmara. “Como
éramos três pessoas, aquele que
estava mais sintonizado com os
‘personagens’, tinha sempre dois
colegas a alertá-lo para a forma
como os estava a retratar. Mas,
sim, prestamos alguma atenção para não nos envolvermos
demasiado,
emocionalmente”,
confessam.
Relembram, no entanto, que
não pretendem fazer um retrato
exaustivo da emigração portuguesa no Grão-Ducado.
“Nós só seguimos estas quatro pessoas e contamos as suas
histórias. Não tivemos a pretensão de ser exaustivos, portanto não sentimos essa responsabilidade”. As conclusões finais,
afirmam, ficam a cargo de quem
assistir à película. “Nós só contamos uma história, cada espetador pode formar a sua própria
opinião sobre como estas quatro
(histórias) se relacionam com a
da emigração”.
Razões semelhantes àquelas que invocam quando se fala
sobre a possibilidade de serem
“julgados” pelos clichés associados à comunidade imigrante
portuguesa.
“Ao filmá-los (às personagens) durante tantos anos, estamos a retratá-los de uma forma
muito pessoal. Estamos a contar
as suas histórias pessoais, portanto o cliché, em si próprio, deixa de existir. O que os espetadores vão ver são as vidas destas
pessoas, e não apenas a fachada
delas”, afirmam.
No país onde o número de
emigrantes portugueses altamente qualificados não é elevado, os
três realizadores querem que «ElDorado» permita a todos “ver estes portugueses ‘como pessoas’,
enquanto elas próprias, e não
como a senhora das limpezas, ou
quaisquer que sejam os clichés”.
A expectativa é terem conseguido criar uma película, não
apenas sobre vida dos emigrantes portugueses no Luxemburgo,
mas sobre cidadãos, independentemente dos países de destino ou
origem, à procura de uma vida
melhor. “É uma história universal, com sentimentos universais”,
referem.
UM ÁLBUM DE FAMÍLIA
Os quatro portugueses retratados já assistiram ao documentário, na sua versão final, e ficaram
“emocionados e surpreendidos”,
segundo os três realizadores.
“É um pouco como quando
pegamos num álbum de família
e nos lembramos de como éramos mais novos, e de todos aqueles momentos”.
Depois da “lisonjeadora” seleção para o Luxembourg Film Fes-
tival, onde ocorreu a ante-estreia
- e, mais recentemente, para o
Taiwan International Documentary Festival-, o foco é agora
“chegar ao maior número de pessoas possíveis”, e não apenas às
cadeiras de festivais de cinema.
Nem, tão somente, às comunidades portuguesas no país. “É
uma história sobre quatro pessoas a viver no Luxemburgo,
pode ser interessante para qualquer pessoa que more aqui”, garantem, porque aquilo que esta
história conta “torna-a universal
o suficiente para qualquer tipo de
audiência”.
Pensam que os espetadores
luxemburgueses “reagirão de forma diferente ao filme do que, por
exemplo, os portugueses”, dado
que, opinam, as gerações luxemburguesas mais velhas podem não ter tido “o mesmo tipo
de acesso às realidades dos emi-
grantes portugueses”. Já estes
emigrantes “possivelmente olharão para os seus próprios problemas de uma outra forma”.
A única expectativa destes
três jovens cineastas, no entanto, é que os espectadores “vejam
o filme e que gostem”. Isso e poder levar o documentário às salas portuguesas e de outros países. Estão, aliás, à procura de
distribuidores em Portugal, assim como a candidatar-se a vários
festivais de cinema nacionais.
“Achamos, que seria importante que fosse visto em Portugal, numa altura em que tantos
portugueses estão a deixar o país.
«ElDorado» mostra o quão difícil é, na realidade, ser emigrante - os sentimentos, as emoções.
Seria importante que, em Portugal, vissem o que os portugueses,
no estrangeiro, vivem e sentem”,
sublinham.
p.20
CULTURA
4 DE MARÇO DE 2016
O GRANDE POETA MORREU HÁ 90 ANOS E VIVEU EM MACAU GRANDE PARTE DA VIDA
Memória de Camilo Pessanha em Macau está quase
esquecida
Um homem que “escrevia umas coisas”. É dessa forma que
se recordam de Camilo Pessanha, os dois trinetos macaenses
do poeta que foi o expoente máximo do simbolismo em
língua portuguesa. O mais consagrado poeta português a
viver em Macau morreu há 90 anos, mas o que resta na
memória de Camilo Pessanha é uma estátua e uma rua:
“Pe san ié kai”.
Em Macau, dois trinetos recordam “o avô
da avó”, um homem que “escrevia umas coisas” e de quem não sobrou nem uma fotografia. “A minha mãe contava que ele fumava ópio e que era maçom. Eu tinha 15 ou 16
anos quando me disse que ele era poeta. Não
se ligava muito a isso”, recorda Ana Jorge, bisneta de Camilo Pessanha (nascido em Coimbra em 1867), que nunca chegou a conhecer, mas que viveu em Macau metade da sua
vida e onde acabaria por morrer, a 1 de março de 1926.
As memórias já frágeis de Ana Jorge são
complementadas com as dos filhos Filomeno
e Victor, que ainda ouviram a avó, já falecida,
falar de Pessanha. Maria Rosa dos Remédios
do Espírito Santo tinha 12 anos quando Camilo Pessanha morreu, há 90 anos. “Camilo
Pessanha sustentou a minha avó dos sete aos
12 anos. (...) Ele não gostava muito do filho,
dizia que ele não tinha juízo, estava sempre
fora, e por isso a sustentou. Ela ia a casa dele
e ele dava-lhe dinheiro. A avó gostava dele”,
lembra à jornalista da agência Lusa o trineto
Victor Jorge, 66 anos, segurando uma fotografia do João Manuel Pessanha, filho de Camilo Pessanha, com farda de oficial da marinha
mercante, e fazendo referência a uma relação
difícil entre pai e filho que ainda hoje é comentada em Macau.
Tudo indica que João Manuel foi fruto de
uma relação de Pessanha com uma concubina chinesa. Apesar de ser o seu único filho consensualmente reconhecido, a relação
entre os dois terá sido distante. João Manuel
nasceu em 1896 e foi batizado como filho de
pais incógnitos. Só em 1900 foi perfilhado por
Pessanha. No seu testamento, o poeta deixou
a maior parte dos bens à nova companheira,
Kuoc Ngan Yeng, em detrimento do filho. Foi
também pela avó que os trinetos de Pessanha
souberam que descendiam de alguém que fez
nome na literatura, ainda que não fosse essa
a faceta a que era mais associado em Macau,
onde foi professor, juiz e conservador do registo predial.
“A conversa surgiu quando arrumávamos
coisas e vimos umas fotografias antigas. ‘Avó,
quem é esse homem com bengala, cheio de
barbas?’, ‘É seu trisavô’, disse ela, e começou
a contar a história dele. Contou que foi advogado, tinha mulheres chinesas, até aprendeu
a escrever chinês. Depois foi juiz”, recorda Victor, estimando que teria uns 20 anos na altura. E escritor? “Sim, ela sabia que tinha sido
poeta. Foi também encarregado do Governo e
tinha muitas antiguidades”, conta.
Filomeno lembra-se de ter sabido do parentesco mais tarde, teria já mais de 30 anos,
quando Maria Rosa, a avó, terá sido abordada para dar uma entrevista: “A avó falava dele,
mas não muito. Dizia que era boa pessoa, escrevia umas coisas, tinha boas relações com
muita gente, tanto portugueses, como chineses e macaenses. Mas a avó só nos disse umas
coisinhas, não temos muito conhecimento”.
Apesar da surpresa da ligação familiar, ambos sabiam bem quem era Camilo Pessanha,
já que “a cabeça inteira dele, com os bigodes”,
como recorda Filomeno, passava de mão em
mão, impressa na nota de 100 patacas.
Ana Jorge, “quase a fazer 83 anos”, e os
filhos são macaenses em todos os aspetos: nos
traços faciais que refletem a mistura portugue-
Fotos de família do escritor Camilo Pessanha e que pertencem à sua bisneta, Ana Borges
Filomeno Jorge (E), Vitor Jorge (D), e a mãe Ana Broges (C) trinestos e bisneta de Camilo Pessanha
sa e chinesa, no sotaque, no bilinguismo, nas
expressões, na afabilidade. Talvez pela distância, temporal e geográfica, pelo português
fluente mas temperado pelo chinês e pelo patuá macaense, estes familiares de quarta geração, sem uma “Clepsidra” na estante, estão afastados da obra do poeta. “Só passei
uma vista de olhos pelos poemas, não posso
ser muito afirmativo”, comenta Victor à Lusa.
Filomeno, hoje com 59 anos e membro
da Tuna Macaense, diz ter lido alguns versos
depois de a avó lhe contar da ligação familiar.
Musicar poemas de Pessanha chegou a passar-lhe pela cabeça, mas eram muito longos e
cortá-los estava fora de questão. “Faço muitas
músicas em português e patuá. Não estudei
música, mas sou músico”, comenta, referindo-se à veia artística: “Acho que herdei isso dele”.
UM NOME NUMA RUA E UMA LÁPIDE
Nove décadas depois da sua morte, o que
resta de Camilo Pessanha em Macau é uma
estátua e a rua “Pe san ié kai” (‘kai’ significa
rua). O caráter “minoritário” da literatura portuguesa em Macau, e ainda mais da poesia
e da corrente do simbolismo, explica, na opinião de académicos, a aparente ausência de
Camilo Pessanha da cidade onde o poeta viveu
32 anos. Esta aparente ausência deve-se, na
opinião do presidente do Centro Pedagógico e
Científico de Língua Portuguesa de Macau, a
Pessanha “ter sido um poeta português” numa
“cidade chinesa”.
“Há 600 mil pessoas que vivem em Macau, 20 mil falam português. Portugueses de
Portugal serão uns 4.000. Desses, quantos
leem poesia?”, questiona Carlos André, que
dirige aquele centro do Instituto Politécnico. É,
no entanto, “a maior figura de Macau na literatura portuguesa” e Carlos André admite que
lhe “causa estranheza” que, ao entrar no Cemitério São Miguel de Arcanjo, não seja fácil
identificar a sua campa.
A campa, discreta, com uma lápide em
chinês, entalada entre jazigos vistosos no Cemitério São Miguel de Arcanjo, foi visitada por
muitos curiosos ao longo dos anos. “Não havia
poeta, escritor, que não perguntasse por Camilo Pessanha. Quando vinham cá pessoas ligadas às letras, lá íamos mostrar (a campa)”, recorda à Lusa o investigador Luís Sá Cunha, que
fez parte de um grupo de intelectuais e amantes de Pessanha que, por diversas vezes, lhe
prestaram homenagem no cemitério.
Sá Cunha, que ainda sabe de cor o caminho para a última morada do poeta, logo lançou o alerta, repetido por inúmeras pessoas, de
que se trata de um túmulo difícil de encontrar.
A campa de Camilo Pessanha, discreta, encontra-se numa ponta do cemitério, com uma
lápide escrita em chinês, identificável apenas
pela pequena fotografia do poeta, com as suas
barbas negras. Na pedra tumular já só se consegue ler a primeira frase da inscrição: “À saudosa memória do poeta”, que termina com “do
seu filho J.M.P.”, uma referência a João Manuel Pessanha, que também está ali enterrado.
Nos anos 1990, Luís Cunha apresentou
um projeto para um novo jazigo: “Tomei essa
iniciativa porque há coisas sagradas. Várias
pessoas juntaram-se para tratar disso”, recorda. Era “um projeto simples”, com “quatro colunas e uma cobertura”, mas que carecia de
autorização do Governo. No entanto, o tempo
passou e o aval não veio. “Insisti duas, três vezes e percebi que ia cair”, conta, não sabendo
identificar um motivo concreto.
Luís Cunha recorda como, antes de 1999,
“havia uma certa peregrinação” à campa, que
funcionava como uma “lavagem moral interior”. Em particular, lembra a visita da escritora Natália Correia, que além do cemitério,
“queria ver tudo”, até “os ‘karaokes’ e as saunas” de Macau.
Quando estavam os dois no edifício na Avenida da Praia Grande onde em tempos esteve a casa de Pessanha, Sá Cunha perguntou:
“Natália, sabes onde tens os pés? Na casa de
Camilo Pessanha!”. “Ela até deu um salto”,
descreve. “Por todas estas razões, acho que
era obrigação dignificar o Camilo. E isso não
se fez”, lamenta.
p.22
IMOBILIÁRIO
4 DE MARÇO DE 2016
Este parece ser o momento
certo para comprar um
imóvel em Portugal
Será sensato comprar um imóvel em Portugal? Há uma bolha
imobiliária em Portugal? Se comprar um imóvel em Portugal conseguirei vendê-lo mais tarde, a um
bom preço? O mercado imobiliário
português está sobrevalorizado, ou
pelo contrário, está subvalorizado?
Quais as regiões onde vale a pena
investir neste momento?
nencial, a tendência nos anos 2000
foi inversa da de outros países europeus. Impulsionados pela Exposição Internacional de Lisboa Expo
1998 e pelo Campeonato Europeu
de Futebol UEFA 2004, os investimentos imobiliários caíram desde
então e os lançamentos de novos
empreendimentos têm se sucedido
a um ritmo regular mas não intenso.
HISTÓRIA RECENTE DO
MERCADO IMOBILIÁRIO EM
PORTUGAL:
2008 é considerado o ano em
que a crise começou em Portugal,
depois da crise do subprime nos
EUA. Embora o mercado imobiliário
não tenha crescido de forma expo-
HIPOTECAS E TRANSACÇÕES
IMOBILIÁRIAS EM PORTUGAL.
Assim, apesar da crise financeira de 2008, não há uma situação de excesso de stock ou bolha
especulativa.
O que se passa, então? O mercado imobiliário português tem
sido totalmente suportado no crédito bancário. Em 2008, os bancos
portugueses deixaram de emprestar
dinheiro para a aquisição de imóveis, e como resultado, o volume de
transações caiu drasticamente.
PORTUGAL É UMA BOA
LOCALIZAÇÃO PARA O
INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO?
Em consequência, os preços
desceram, não por uma qualquer
bolha especulativa (como ocorreu
em Espanha, em que os preços tinham subido artificialmente), mas
porque a procura interna sofreu um
grande recuo (a maioria dos portugueses não consegue adquirir uma
habitação sem recorrer a um em-
préstimo). Os preços continuaram a
baixar até 2013, embora de forma
menos drástica, visto que não houve necessidade de reajustamentos
significativos.
O preço médio por metro quadrado é dos mais baixos da Europa. Só por si esta situação dá uma
maior margem de manobra ao seu
orçamento.
As descidas nos preços devidas
à crise financeira originaram novos equilíbrios, que ainda estão a
ocorrer, criando um bom momento para investir, havendo inclusivamente um estudo recente da OCDE
que mostra que o mercado português está subvalorizado, registando-se por isso alguma recuperação
encorajadas por uma confiança renovada no desempenho da própria
economia e uma procura interna
que regressa ainda que lentamente.
Os indicadores económicos no
final de 2014 e no primeiro trimestre de 2015 sugerem uma melhoria
significativa do mercado imobiliário
em Portugal. Mais pedidos, mais
transacções, subida nos preços, especialmente em Lisboa, impulsionado pela procura de estrangeiros
(atraídos por condições fiscais atrativas) e compradores locais (em virtude do despertar do crédito hipotecário, embora ainda incipiente).
Por tudo isto, este é o momento
de comprar em Portugal.
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TURISMO
4 DE MARÇO DE 2016
DESTINO PORTUGUÊS RECONHECIDO NA EUROPA
Arquipélago dos Açores eleito 5º melhor destino da
Europa
O arquipélago português ficou em 5º lugar em competição organizada pela European Consumers Choice (ECC). Zadar,
na Croácia, foi a cidade vencedora na edição de 2016.
Depois de ser o único destino português entre os 20 nomeados a votação, o arquipélago dos
Açores conquistou um lugar no
top 5 no “European Best Destinations 2016”, ultrapassando cidades como Paris, Bruxelas, Milão
ou Roma. No concurso, que decorreu online, até 10 de Fevereiro, votaram 288,992 pessoas e o pódio
foi ocupado por Zadar, na Croácia,
Atenas, na Grécia, e Plovdiv, na
Bulgária.
As nove carismáticas ilhas portuguesas, como descritas na página
do concurso, ficaram logo a seguir
a Nantes- em 4º lugar-, e à frente
de locais como Paris, em 6º lugar,
Novi Sad, na Sérvia, ou Bruxelas,
na Bélgica, que ficaram em 7º e 8º
lugares, respetivamente. O resto da
lista contempla Kotor, Milão, Praga, Roma, Viena, Madrid e Nicosia.
Uma das mais conceituadas
distinções internacionais a nível
turístico, o European Best Destinations, criado em 2009 para promover a cultura e turismo na Europa,
havia já distinguido, em 2015, a cidade de Lisboa, com o 2º lugar no
concurso, que o Porto havia já vencido em 2012 e 2014.
Organizado pela European Consumers Choice – ECC-, uma “organização sem fins lucrativos de consumidores e especialistas”, com
sede em Bruxelas, avalia “produtos e serviços” e realiza rankings
turísticos.
Na competição European Best
Destinations, cuja rede contempla
cerca de 350 destinos, são selecionados pela ECC “dez dos destinos mais visitados e dez destinos
convidados”.
As ilhas portuguesas têm vindo a ganhar destaque internacional
nos últimos tempos não só devido
à entrada das companhias aéreas
low cost como à maior afluência de
cruzeiros nos portos açoriano e pela
sua beleza inconfundível.
Os Açores tornam-se um destino mágico ao qual queremos regressar um dia, para contemplar
toda uma beleza
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TURISMO
4 DE MARÇO DE 2016
p.25
TURISMO
Capital portuguesa: a mais procurada pelos
europeus
Lisboa foi o destino português
mais procurado pelos europeus em
2015, nomeadamente por turistas
espanhóis, franceses, britânicos,
alemães, italianos, holandeses e
russos. O crescimento do turismo
no Porto deve-se, em grande parte, às companhias aéreas low-cost
e à popularidade dos vinhos que começam a surgir entre os melhores
do mundo. A cidade foi a segunda
opção de escolha dos espanhóis,
franceses, alemães e italianos, enquanto para os holandeses foi a terceira e para os britânicos a quarta.
Já Faro foi a segunda cidade algarvia mais procurada pelos britânicos
e holandeses e a terceira dos espanhóis, franceses e alemães. Finalmente, temos a ilha da Madeira, tendo sido a terceira escolha
dos britânicos, italianos e russos,
enquanto que para os espanhóis,
franceses, alemães e holandeses foi
a quarta opção. Portugal foi visitado por quase 10 milhões de turistas
até novembro de 2015 – mais 9,7
por cento do que em 2014 –, que
se refletiram em mais de 33 milhões de dormidas – mais 7,1 por
cento. Mas as boas notícias não ficam por aqui.
O número de dias que os turistas permanecem em hotéis portugueses aumentou, em novembro de
2015, para 1,81 noites, o que significa que subiu 2,26 por cento. Os
dados são da Associação da Hotelaria de Portugal.
A Madeira (80,16 por cento),
Lisboa (64,22 por cento), e o Grande Porto (55,99 por cento) foram
os destinos turísticos com a taxa de
ocupação por quarto mais elevada.
Já a receita média por turista no hotel foi de 98 euros, ou seja, mais
7,69 por cento do que no mesmo
mês de 2014.
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p.26
CIÊNCIA
4 DE MARÇO DE 2016
EQUIPAS DAS UNIVERSIDADES DE AVEIRO E COIMBRA CRIAM MATERIAL REVOLUCIONÁRIO
Investigação portuguesa promete futuro menos
dependente do petróleo
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro, em colaboração com a Universidade de Coimbra, fez uma
descoberta que pode revolucionar não só o universo da ciência e da química, mas também a área biomédica. O novo
material tem propriedades que permitem competir com as resinas comerciais atuais e, desta maneira, pode reduzir a
nossa dependência do petróleo.
Membros da equipa da Universidade de Aveiro
Foi descoberto um novo biomaterial que é uma alternativa
ecológica a materiais com base
em petróleo. A investigação foi
realizada por uma equipa de investigadores da Universidade de
Aveiro (UA), em colaboração com
a Universidade de Coimbra.
mobiliário. A descoberta foi anunciada no último número da revista
‘Polymer Chemistry’.
“Estas novas bioresinas são
sustentáveis e têm propriedades
que permitem competir com as resinas comerciais atuais, mas que
são de origem petroquímica. O
O novo material tem propriedades que lhe permitem
competir de igual para igual com as resinas
comerciais de origem petroquímicamuito utilizadas
por indústrias como as de automóveis, barcos e
mobiliário. A descoberta foi anunciada no último
número da revista ‘Polymer Chemistry’.
Este ácido, de elevada perfomance, é obtido a partir do açúcar de plantas como, por exemplo, a cana do açúcar, através de
uma série de reações químicas e
“pode vir a substituir o talvez mais
importante ácido da indústria dos
plásticos, o ácido tereftálico, que
é de origem fóssil”, explicam Andreia Sousa e Ana Fonseca.
O novo material tem propriedades que lhe permitem competir
de igual para igual com as resinas
comerciais de origem petroquímicamuito utilizadas por indústrias
como as de automóveis, barcos e
futuro poderá, portanto, ser menos dependente do petróleo. E a
UA está a ajudar”, congratula-se
Andreia Sousa, coordenadora da
equipa da Universidade de Aveiro,
que juntou cientistas do Departamento de Química e do Instituto
de Materiais de Aveiro.
Pela Universidade de Coimbra, o estudo contou com a coordenação da investigadora Ana
Fonseca.
“A grande vantagem deste
novo material é o facto de ser baseado em fontes renováveis, ou
seja, no famoso ácido 2,5-fura-
Membros da equipa da Universidade de Coimbra
nodicarboxílico (FDCA) que tem
vindo a atrair grande atenção por
parte da comunidade científica
e que é muito cobiçado pela indústria química e de polímeros”,
aponta Andreia Sousa.
Um outro aspeto, não menos
importante, está relacionado com
o facto “destas novas bioresinas
não serem reticuladas com recurso ao estireno, um palavrão para
designar, uma molécula muito tóxica, estando comummente associada a problemas ambientais e
de saúde”, acrescentam.
O tipo de resinas agora desenvolvido – de poliésteres insaturados – com outros ingredientes que não o petróleo são, em
geral, muito aplicadas como revestimento, por exemplo, em móveis e, particularmente, em com-
A resina renovável descoberta pelas duas equipas
ponentes de automóveis e barcos,
informa a UA.
Além destas aplicações, apontam as investigadoras, “como a
composição das nossas bioresinas assenta numa criteriosa seleção de monómeros renováveis
e biocompatíveis acreditamos
que poderão ter aplicabilidade na
área biomédica”. Um futuro que,
aliás, já está a ser investigado
pela equipa.
Esta investigação enquadra-se em duas questões quase filosóficas, que têm vindo a agitar
a comunidade científica internacional: Como poderemos reduzir
a nossa dependência do petróleo? Como é que a humanidade pode evoluir para um planeta
mais verde?
“A ideia base desta pesquisa assenta precisamente na criação de novos biomateriais sustentáveis para a área biomédica.
Em concreto consistiu no uso
do ácido 2,5-furanodicarboxílico
(FDCA), obtido a partir dos açúcares das plantas, na síntese de uma
nova geração de poliésteres insaturados e correspondentes bioresinas reticuladas”, apontam as
investigadoras.
DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
FUTEBOL FEMININO
LIGA PORTUGUESA
Algarve volta
a receber
as melhores
seleções do
mundo
Vitória suada em Belém mantém chama
azul e branca acesa
A competição Algarve Cup está
de volta e com ela algumas das melhores equipas mundiais, incluindo o
Brasil, numa prova que, na 23ª edição, terá garantidamente um inédito vencedor. Com as ausências de
Estados Unidos, que levantou o troféu algarvio uma dezena de vezes, a
última no ano passado, Alemanha,
Suécia, Noruega e China, é certo
que uma das oito seleções participantes vai conquistar pela primeira
vez o torneio, em que Portugal volta a ser a seleção com ranking mais
baixo (40.º). A formação comandada pelo Francisco Neto, que foi colocada no Grupo B, vai ter pela frente
a Rússia, 22.ª ro ranking mundial, a
Nova Zelândia, 16.ª da hierarquia e,
naquele que é o duelo mais esperado
da prova, o Brasil. A seleção ‘canarinha’, 7ª do ranking, aparece como
a principal candidata ao triunfo final
e terá como principal figura Marta,
uma das maiores figuras do futebol
feminino mundial e cinco vezes vencedora do prémio FIFA.
Habitual presença na Algarve Cup e com cinco finais no currículo (e também cinco derrotas), a
Dinamarca (15.ª) pode finalmente
sonhar com conquista da prova, embora irá ter a rivalidade do Canadá
(11.ª), que se estreia em solo luso,
no Grupo A. A tarefa das dinamarquesas e das canadianas pode ser
dificultada ainda mais pela Islândia,
uma das seleções que mais subiu no
ranking da FIFA nos últimos anos e
que, em 2011, surpreendeu tudo ou
todos ao alcançar a final, acabando
por cair perante os Estados Unidos.
A Bélgica completa o agrupamento.
Destaque também para a portuguesa Sandra Braz Bastos, que faz
parte da lista de oito árbitras que vão
dirigir os jogos da Algarve Cup.
A juíza da Associação de Futebol de Aveiro é uma das três árbitras pertencentes à UEFA que vão
estar na prova a preparar também
uma possível presença no Mundial
sub-17 feminino, na Jordânia, e no
Mundial sub-20 feminino, na Papua
Nova Guiné. Sandra Braz Bastos,
de 37 anos, terá como assistentes
a também portuguesa Olga Martins
e Biljana Atanasovki, da Macedónia.
A Algarve Cup termina no dia 9
de março com a final, em local e hora
ainda a anunciar.
Depois da queda na
Liga Europa, o
FC Porto foi a Belém
vencer o Belenenses
por 2-1 mantendo
assim a pressão
sobre o Sporting
e o Benfica.
O FC Porto venceu o Beleneneses em Lisboa por 2-1, em jogo da
24.ª jornada da I Liga de futebol,
somando agora 55 pontos.
Com uma entrada fulgurante,
materializada com um golo de Brahimi, aos nove minutos, e com a
ajuda de Tonel, com um autogolo aos 18, o FC Porto cedo construiu uma vantagem de 2-0, que
lhe permitia encarar com tranquilidade o jogo em Belém.
No entanto, sem nunca ‘baixar os braços’, o Belenenses, que
já tinha ameaçado com um livre
de Carlos Martins ao poste, reduziu a desvantagem por Juanto, aos
60 minutos, e tirou partido do baixo rendimento portista na segunda parte para ‘crescer’. O guarda-redes internacional espanhol Iker
Casillas ainda foi chamado a negar
o golo do empate por duas vezes e
foi um FC Porto a ‘jogar com o relógio’ e encostado às cordas pelo
Belenenses que terminou o jogo à
defesa da vantagem.
O Marítimo regressou às vitórias caseiras, um mês e meio depois, ao derrotar a Académica, por
1-0, com um golo de Baba, aos 49
minutos, e deixou a ‘briosa’ encos-
tada às cordas da despromoção. A
formação insular integra um grupo
de equipas que soma 28 pontos na
I Liga, seguindo no 11.º posto, entre Vitória de Setúbal (10.º) e Belenenses (12.º), duas equipas que
saíram derrotadas esta ronda.
A Académica continua sem ganhar fora de Coimbra e soma sete
jogos consecutivos sem conhecer o
sabor da vitória, pelo que perma-
p.27
nece com os mesmos 19 pontos
no 17.º e penúltimo lugar.
Já o lanterna-vermelha Tondela mostrou que ainda está vivo na
luta pela permanência e foi vencer
a casa do Moreirense, por 2-1, depois de operar uma reviravolta no
marcador.
Com os três pontos conquistados, no regresso às vitórias que fugiam há nove jogos, o Tondela encurtou para seis pontos a diferença
para a Académica e mantém viva a
chama da manutenção, estando a
oito do Boavista, a primeira equipa
acima da linha de despromoção.
Rafael Martins colocou o Moreirense em vantagem, aos 11
minutos, mas Nathan Júnior, de
grande penalidade, repôs a igualdade, aos 25.
Rafael Martins voltou a estar em evidência, mas pela negativa, aos 61 minutos, ao marcar
um autogolo que deu o triunfo ao
Tondela.
O Tondela foi o principal beneficiado da jornada no que diz respeito à fuga aos lugares de despromoção, uma vez que os restantes
‘candidatos’ perderam: a Académica (1-0 com o Marítimo), o Boavista (2-1 com o Rio Ave) e o Moreirense (2-1 com o Tondela).
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DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
FUTEBOL
Em Coimbra há outra Académica feita de estudantes
sem salários nem prémios
Em Coimbra, para além da Académica na I Liga, há uma outra, com o mesmo nome e emblema, a lutar pela manutenção no Campeonato Nacional de Seniores. Na Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC/SF) só jogam estudantes e licenciados da universidade e politécnico de Coimbra, que jogam por amor à camisola, sem qualquer
salário ou prémio de jogo.
Em Coimbra, para além da Académica na I Liga de futebol, há uma
outra, com o mesmo nome e emblema, a lutar pela manutenção no
Campeonato Nacional de Seniores
(CNS), feita de estudantes e onde
não há salários nem prémios. “Há
mística”.
O treinador, Tó Sá, já foi apanha-bolas para poder estar mais
próximo da equipa. Um dos jogadores é roupeiro e treinador das camadas jovens. O melhor marcador
recusou propostas porque não se
abandona “o barco a meio”.
Na Secção de Futebol da Associação Académica de Coimbra
(AAC/SF) só jogam estudantes e licenciados da universidade e politécnico de Coimbra. Aqui, entra-se
sempre em campo de capa aos ombros, o grito académico “éfe-érre-á”
é tradição dos benjamins aos seniores e a festa de subida ao CNS em
2015 fez-se no recinto da Queima
das Fitas.
A AAC/SF foi reativada em
1977, após a sua dissolução em
1974, que levou à criação do Clube Académico de Coimbra, que se
transformou em 1984 no Organismo Autónomo de Futebol (AAC/
OAF), equipa que joga atualmente
na I Liga e que é conhecida como
“Briosa” ou Académica.
Ao capitão da Secção de Futebol, João Pereira, custa-lhe que se
fale da OAF como “um clube de estudantes”. “O verdadeiro clube de
estudantes é este”, sendo que a
Plantel da secção de futebol da Associação Académica de Coimbra (AAC/SF), onde só jogam estudantes e
licenciados da universidade e politécnico de Coimbra, durante um treino à noite e com temperaturas muito
baixas
Académica que joga hoje na I Liga
já não apresenta essa ligação à universidade, diz desgostoso o centro-campista, sócio da OAF e que cresceu a ver jogos da Académica no
Calhabé.
O treinador conhece bem as
duas realidades. Tó Sá foi jogador
da Académica no final dos anos
1990 durante seis épocas, numa
altura em que a Briosa ainda era
composta maioritariamente por
“estudantes universitários” e en-
David Brás, estudante de Psicologia, é jogador e também roupeiro e
treinador das camadas jovens
contra semelhanças com a Secção
de Futebol de hoje.
“Esta equipa está muito mais
próximo daquilo que a OAF era
na minha altura do que aquilo é
hoje em dia. Ali, todos sentíamos
a Académica e havia uma forma
de estar diferente. E isso sente-se aqui - o amor pela Académica”, sublinha.
No entanto, a estrutura é outra. Na concentração antes do
jogo, pode ver-se jogadores a pôr a
mesa; contra as equipas açorianas
dormem em quartéis militares e há
atletas que dividem as suas funções
entre o plantel sénior, direção ou no
treino das camadas jovens.
Outro exemplo da entrega é o
próprio técnico que, por estar impedido de se sentar no banco como
treinador por não ter um contrato
profissional, esteve como apanha-bolas em alguns jogos em casa.
Ao mesmo tempo que entregava
uma bola, dava “algumas indicações. Foi a forma que se arranjou”,
explana.
No entanto, o treinador sublinha que “todas estas dificuldades e realidades” não fazem da
Secção de Futebol uma equipa de
“coitadinhos”.
“Com as nossas limitações,
queremos mostrar o nosso valor”,
salienta.
O presidente da secção, Rui
Pita, que jogou de 2002 a 2014,
fala de uma grande evolução no clube. A criação das camadas jovens,
bem como um ambiente “mais profissional” ajudaram a trazer o clube até ao CNS. O antigo avançado
ainda se recorda de algumas noitadas antes dos jogos. “Hoje isso não
acontece”.
Apesar das dificuldades e de ser
uma das estruturas mais amadoras
a jogar no 3.º escalão, Rui Pita sublinha que na AAC/SF “o dinheiro é o
menos importante. O que interessa
é vestir de negro”.
“A secção é mais uma família
do que um grupo de futebol. Não
é só um clube onde os jogadores treinam, ganham o seu, vão-se
embora e não se importam com o
colega do lado”, diz ‘Kiko’, defesa
central da atual equipa.
A ideia é reforçada por Dany
Marques, estudante de Engenharia Civil e o melhor marcador da
secção nesta época. “Se calhar,
pelas dificuldades que temos em
relação a outros clubes, isso faz-nos ter mais união tanto dentro
como fora de campo”, afirma o estudante, que já teve dois convites para sair do clube, mas que
não quis “sair do barco a meio
do ano”.
Também o extremo David
Brás, que está no seu 1.º ano na
AAC/SF, recusou propostas de outros clubes. O jovem estudante de
psicologia, que é também roupeiro e treinador das camadas jovens, diz que tem crescido “em
termos futebolísticos”, mas, acima de tudo, em termos “humanísticos”, pelos valores que caracterizam a equipa: “o apoio, a
solidariedade e a camaradagem”.
Na Secção de Futebol, “não
se anda a correr por 400 ou 600
euros”.
“É por amor que fazemos isto”,
conclui o ponta-de-lança Pacheco.
O treinador Tó Sá fala aos jogadores da secção de futebol da
Associação Académica de Coimbra
DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
PUB
II LIGA
FC Porto B perde e tem
liderança em risco
O FC Porto B perdeu em casa do Varzim e agora tem apenas um ponto de vantagem sobre o Desportivo de Chaves
que bateu o enfica .
C orto ficou com a liderança da II
Liga portuguesa de futebol segura por apenas um ponto, ao perder em casa do Varzim, enquanto o Famalicão subiu a um lugar
de promoção.
Os ‘dragões’, que apenas venceram um
dos últimos quatro encontros no campeonato, têm apenas um ponto de avanço sobre o
Desportivo de Chaves, que venceu em casa
do enfica , por 1 .
Com golos de Nelsinho, aos 78 minutos,
de grande penalidade, e de Tafsir Cherif, aos
90+2, o Varzim somou o sétimo jogo consecutivo sem perder e subiu ao nono lugar.
Na luta pela subida, para a qual não conta o FC Porto B, o Chaves continua isolado
no segundo posto, com o Famalicão, que venceu em casa o Feirense, por 1-0, a colocar-se agora na terceira posição, a três pontos
dos avienses.
Diogo marcou, aos 87 minutos, o golo
dos famalicenses, que subiram esta temporada ao segundo escalão, frente a um Feirense, que terminou reduzido a nove elementos.
Agora, o Desportivo de Chaves tem 58
pontos, mais três do que o Famalicão e do
que o Feirense, mais cinco do que o Portimonense e seis do que o Freamunde.
Na luta pela manutenção, o Santa Clara
saiu da zona de despromoção, ao vencer em
casa o Mafra, por 1 , atirando o enfica
para baixo da ‘linha de água’.
32ª JORNADA
33ª JORNADA
OLHANENSE - SPORTING B, 1-0
LEIXÕES - DESP. AVES, 3-1
PORTIMONENSE – FARENSE, 1-0
ORIENTAL - GIL VICENTE, 1-1
PENAFIEL - V. GUIMARÃES B, 3-0
ATLÉTICO - A. VISEU, 1-1
SPORTING DE BRAGA B - SP. COVILHÃ, 0-2
FREAMUNDE - OLIVEIRENSE, 1-0
BENFICA B - DESP. CHAVES, 0-1
VARZIM - FC PORTO B, 2-0
SANTA CLARA – MAFRA, 1-0
FAMALICÃO - FEIRENSE, 1-0
FEIRENSE – ATLÉTICO
DESP. CHAVES - V. GUIMARÃES B
MAFRA - BENFICA B
PORTIMONENSE - SP. BRAGA B
SPORTING B – FAMALICÃO
FC PORTO B – OLHANENSE
ACADÉMICO DE VISEU – PENAFIEL
DESP. AVES – FREAMUNDE
SP. COVILHÃ - SANTA CLARA
FARENSE – ORIENTAL
GIL VICENTE – LEIXÕES
OLIVEIRENSE – VARZIM
FUTEBOL INGLÊS
Carvalhal eleito treinador da
Taça da Liga inglesa
Lucas João foi escolhido
para integrar o ‘onze’ da
competição.
O português Carlos Carvalhal foi eleito o
treinador da Taça da Liga inglesa de futebol,
que terminou com vitória do Manchester City
sobre o Liverpool, no desempate por grandes
penalidades.
Apesar de ter sido afastado nos quartos de
final da prova s m os do to e Cit , o conjunto orientado por Carvalhal esteve em evidência na prova, tendo eliminado duas equipas do escalão principal, o Newcastle e o
Arsenal.
Além de Carvalhal, outro português evidenciou-se na Taça da Liga inglesa, Lucas
João, avançado internacional luso que foi es-
colhido para integrar o ‘onze’ da competição.
p.29
p.30
DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
JOGOS OLÍMPICOS: EM 17 DIAS VÃO SER DISPUTADAS 306 PROVAS COM MEDALHAS
Rugby de Sevens e golfe são as novidades
O rugby, na vertente de Sevens,
e o golfe, são as novidades em
relação à última Olimpíada.
O rugby já fizera parte do
Programa Olímpico em 1900,
1908, 1920 e 1924. Já o golfe
esteve presente nas edições
de 1900 e 1904 dos Jogos
Olímpicos de verão, em Paris e
Saint Louis, respectivamente.
CIDADES OLÍMPICAS
1986
1900
1904
1908
1912
1920
1924
1928
1932
1936
1948
1952
1956
1960
1964
1968
1972
1976
1980
1984
1988
1992
1996
2000
2004
2008
2012
PUB
ATENAS
PARIS
SAINT LOUIS
LONDRES
ESTOCOLMO
ANTUÉRPIA
PARIS
AMSTERDÃO
LOS ANGELES
BERLIM
LONDRES
HELSÍNQUIA
MELBOURNE
ROMA
TÓQUIO
MÉXICO
MUNIQUE
MONTREAL
MOSCOVO
LOS ANGELES
SEUL
BARCELONA
ATLANTA
SIDNEY
ATENAS
PEQUIM
LONDRES
A 31ª Edição dos Jogos Olímpicos de verão realiza-se de 5 a 21 de agosto, na cidade do Rio
de Janeiro, onde vão ser disputadas 306 provas com medalhas.
O comité organizador dos Jogos Olímpicos, que se vão realizar
no Rio de Janeiro de 5 a 21 de
agosto, anunciou que, até ao início do mês de fevereiro, já foram
vendidos 2,75 milhões de entradas para o Rio2016, um número
que representa 74% do objetivo
pretendido.
A pouco mais de seis meses
do início dos Jogos Olímpicos, o
diretor de comunicação do comité organizador Rio2016 expressou a sua satisfação pelo ritmo
de venda dos bilhetes: “as entradas deixaram de ser um problema, mas 100% do valor esperado seria melhor”.
As modalidades mais procuradas são, de acordo com Mário
Andrada, o futebol, o basquetebol, o voleibol e o atletismo, que
têm bilhetes disponíveis apenas
para fases preliminares.
No entanto, o porta-voz da organização reconheceu que a venda de bilhetes para os Jogos Paralímpicos está “muito abaixo
das expetativas”, uma
vez que até ao momento só foram vendidos
330.000.
Andrada
anunciou
que nas próximas semanas vão iniciar-se novas ações de promoção
para favorecer a venda de entradas para os
Paralímpicos.
O porta-voz do comité organizador referiu ainda que os ‘eventos-teste’ que se realizaram até
ao momento (22 de 45) foram um
sucesso.
Os Jogos Olímpicos decorrem
entre 5 e 21 de agosto.
FUTEBOL
Seleção portuguesa conhece adversários a 14 de abril
A seleção portuguesa de futebol
conhece os adversários para os Jogos Olímpicos do Rio2016 em sorteio a realizar a 14 de abril, no Estádio do Maracanã.
“No dia 14 de abril, quinta-feira, o icónico Maracanã vai dar o
pontapé de saída com o sorteio que
define os grupos de cada competição. O evento será realizado no
auditório do estádio, às 10:30 de
Brasília (15:30 em Lisboa)”, refere a nota.
Na ocasião vão ser sorteadas as
competições masculina e feminina.
Na primeira serão 16 equipas divi-
didas em quatro grupos e na segunda 12 distribuídas por três grupos.
As finais dos torneios, que decorrem de 3 a 20 de agosto, vão
decorrer no Rio de Janeiro, a feminina a 19 de agosto e a masculina
no dia seguinte, embora o torneio
tenha previsto jogos para Belo Horizonte, Brasília, Natal, Salvador e
São Paulo.
Na competição masculina falta
apenas ocupar uma vaga, a definir
entre Estados Unidos e Colômbia,
num ‘play off’ a 25 e 29 de março.
Portugal (vice-campeão europeu de sub-21), Suécia (campeã
europeia), Alemanha, Dinamarca,
Brasil, Argentina, Ilhas Fiji, Honduras, México, Argélia, Nigéria, Áfri-
ca do Sul, Iraque, Japão e Coreia
do Sul são as seleções já apuradas
para o torneio masculino.
POLÉMICA
Comité australiano
proíbe visitas de
atletas às favelas
O Comité Olímpico da Austrália
proibiu os seus atletas de entrarem
nas favelas do Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos.
A proibição anunciada pela chefe da missão australiana, Kitty Chiller, levou já o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a considerar
que o AOC “está a agredir o Brasil”.
Apesar de referir que há “progressos” e de garantir que os atletas “estão ansiosos por competir no
Brasil”, Kitty Chiller diz que a proibição é uma medida de segurança.
Este não é o primeiro incidente
entre o Brasil e a Austrália, uma vez
que em setembro de 2013 o presidente do AOC, John Coates, criticou
a lentidão das obras e afirmou que
a preparação para os Jogos estava
a ser a pior a que tinha assistido.
DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
RIO2016
Epidemia de
Zika não põe
em causa
Jogos
A presidente do Brasil garantiu
que a epidemia de Zika que afeta o
país “não compromete a realização
dos Jogos Olímpicos” do Rio de Janeiro, em agosto, e apelou aos brasileiros para lutarem contra os mosquitos transmissores do vírus.
“Nós conseguiremos, até aos
Jogos Olímpicos, ter um sucesso
bastante considerável nesse extermínio dos mosquitos. Agora, precisamos de vocês [da população].
Essa é uma obrigação do prefeito,
do governador e minha. Agora, nós
também apelamos à consciência de
cada um dos cariocas, homens, mulheres, crianças, para que nos ajudem nessa função”, disse Dilma
Rousseff, numa visita a um subúrbio do Rio de Janeiro, no âmbito de
uma campanha de sensibilização
contra o Zika.
Esta mobilização nacional envolve 220 mil militares e profissionais de saúde em todo o país para
combater a proliferação dos focos do Aedes Aegypti, o mosquito
transmissor do vírus zika, da dengue e da chikungunya. Os agentes
e membros das forças armadas estão nas ruas para orientar a população em 353 municípios, além de
distribuir cerca de quatro milhões de
panfletos informativos sobre prevenção e as maneiras de eliminar os focos do mosquito. “A guerra depende
de nós. O governo está a comandar
esta guerra, mas sozinho não vai ganhar, precisamos de todos”, insistiu
a presidente brasileira naquele que
foi designado ‘Dia Nacional de Mobilização Zika Zero’, lembrando que
as mulheres grávidas estão particularmente em risco.
As autoridades médicas suspeitam de que haja uma relação entre
infeções ocorridas durante a gravidez e o aumento do número de
crianças que nascem com microcefalia, havendo 4.000 casos suspeitos sob investigação.
No Brasil, em que 1,5 milhões
de pessoas foram atingidas pelo vírus desde o início de 2015, já foram
confirmados 404 casos de crianças
que nasceram com microcefalia nos
últimos meses.
O Brasil registou 73.872 casos
prováveis desta doença entre os dias
3 a 23 de janeiro. No mesmo período do ano passado, o número de casos prováveis de dengue foi 49.857,
o que corresponde a um aumento de
48 por cento.
p.31
PREPARAÇÃO PARA OS JOGOS DO RIO E DE TÓQUIO
Sporting apresenta gabinete olímpico para
preparar os Jogos do Rio e de Tóquio
O Sporting apresentou o projeto Sporting Olympics, gabinete olímpico dos ‘leões’, que conta
com 38 atletas de nove modalidades, tendo como principal objetivo dar apoio na preparação
para os Jogos do Rio de Janeiro e de Tóquio.
O gabinete, que começou a
ser desenvolvido no final de 2014,
tem como principal objetivo garantir as melhores condições de treino e
acompanhamento médico a alguns
atletas do Sporting que estejam envolvidos em modalidades olímpicas, de modo a que se dediquem
exclusivamente ao treino.
Para o presidente do Sporting,
Bruno de Carvalho, a criação do gabinete surge com o intuito de “reconhecer o esforço” dos atletas,
salientando o trabalho que a sua
direção tem vindo a fazer em prol
das modalidades. “Não haverá no
mundo um clube tão eclético como
o Sporting, viemos de uma altura
complicada, o Sporting esteve para
deixar de ser um clube eclético, esteve à beira de fechar as suas modalidades, esteve no limiar de se tornar apenas um clube de futebol. O
projeto não está criado só por causa do Rio, mas sim para o reconhecimento do esforço que os atletas
têm trazido para o clube”, afirmou.
Na cerimónia que decorreu no
auditório Artur Agostinho, no Estádio José Alvalade, o líder dos ‘leões’
deixou também uma mensagem
para os atletas do Sporting que não
integram o projeto, explicando que
a sua inclusão depende apenas de
si próprios.
“Tudo fizemos para que o Sporting conseguisse trazer para si cada
vez mais modalidades e isto é importante para que todos os atletas
tenham a perfeita noção. O nosso
prazer não é ter 38 atletas, mas
sim todos, e isso está nas vossas
mãos, esforço, mente e vontade. Os
atletas fazem parte da minha família, chamam-me presidente adepto,
eu chamo presidente, ponto final”,
sublinhou.
Já José Manuel Constantino,
presidente do Comité Olímpico de
Portugal (COP), mostrou-se feliz por
um projeto que poderá fazer com
que os atletas estejam ao “mais elevado nível”. “Quando um clube se
organiza internamente para a preparação desportiva para os Jogos
Olímpicos, naturalmente que só me
posso dar como satisfeito e felicitar o clube por isso. Trata-se de um
clube cuja história se cruza com a
história olímpica portuguesa (...). A
minha expetativa é de que a iniciativa possa juntar meios, vontades e
recursos aos das federações e Comité para que os atletas que representam Portugal possam estar ao mais
elevado nível”, salientou.
O presidente do COP aproveitou ainda a oportunidade para elogiar Bruno de Carvalho, que na sua
ótica “está a escrever uma parte da
história do Sporting, bem como do
movimento olímpico em Portugal”.
Também Vicente Moura, vice-presidente do Sporting para as
modalidades, mostrou orgulho na
criação deste gabinete, elogiando a
iniciativa, que conta com “um número de atletas fantástico”, considerando o Sporting “o maior clube
português e um dos mais ecléticos
do mundo”.
“Estou particularmente feliz por
estar aqui após um período difícil da
minha vida. Esta ideia do Gabinete
Olímpicos já vinha desde o início do
mandato deste Conselho Directivo
porque a preparação apenas competia a cada um dos departamentos
e considerávamos importante criar
um gabinete que coordenasse todo
o trabalho. Ter 38 atletas em nove
modalidades no Projecto e já dez
apurados é fantástico! O Sporting
é o maior Clube de Portugal e um
dos mais ecléticos de todo o Mundo! Este período dos próximos seis
meses é muito importante porque,
até aqui, a preocupação era menor;
agora, toda a gente faz contas. Os
atletas precisam de apoio porque
é uma fase difícil. Os que já estão
apurados podem fazer uma planificação a prever um pico de forma em
Agosto, os que ainda estão à procura de marca terão de fazer dois
picos. Pela minha experiência, nos
Jogos Olímpicos é sempre preciso
dar o salto, fazer um pouco mais.
É essa capacidade de superação e
de se ultrapassarem que faz a diferença e pode permitir finais A, B ou
pódios” afirmou.
PUB
p.32
DESPORTO
4 DE MARÇO DE 2016
JOGOS OLÍMPICOS EM 23 MEDALHAS PORTUGAL JÁ CONQUISTOU 4 DE OURO, 8 DE PRATA E 11 DE BRONZE
Melhor participação portuguesa foi em 2004
Duas medalhas de prata, uma de bronze e dez finalistas em Atenas2004 constituem o melhor resultado de sempre de
Portugal. Em 23 presenças em Jogos Olímpicos, o espólio português inclui 23 medalhas - quatro de ouro, oito de prata e 11
de bronze - conquistadas em oito modalidades: atletismo, triatlo, vela, hipismo, tiro, esgrima, judo, ciclismo e canoagem.
Duas medalhas de prata, uma
de bronze e dez finalistas em Atenas2004 constituem o melhor resultado de sempre de Portugal em 22
participações nos Jogos Olímpicos,
nos quais conquistou 23 medalhas,
das quais quatro de ouro.
A 25ª edição dos Jogos Olímpicos foi a mais frutuosa para Portugal,
que somou 44 pontos e, entre 202
comités nacionais, foi 61º no quadro
de medalhas, com a prata do atleta
Francis Obikwelu nos 100 metros e
do ciclista Sérgio Paulinho na prova
de estrada em linha e o bronze de Rui
Silva nos 1.500 metros.
O espólio português inclui 23
medalhas - quatro de ouro, oito de
prata e 11 de bronze - conquistadas
em oito modalidades: atletismo, triatlo, vela, hipismo, tiro, esgrima, judo,
canoagem e ciclismo.
Apesar da boa prestação em Atenas2004, só em Pequim2008 é que
Portugal interrompeu um jejum de
12 anos sem o “ouro”, com Nelson
Évora a “voar” no triplo salto, repetindo o feito dos históricos Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro.
Apesar de uma participação portuguesa algo “acidentada” na capital
chinesa e nos Jogos da XXIX Olimpíada, Vanessa Fernandes conquistou a sétima medalha de prata para
Portugal no triatlo.
Carlos Lopes (maratona em Los
Angeles1984), Rosa Mota (maratona em Seul1988) e Fernanda Ribeiro (10.000 metros em Atlanta1996)
tinham sido até então os autores das
MEDALHAS DE OURO CARLOS LOPES (1984), ROSA MOTA (1988), FERNANDA RIBEIRO (1996) E NÉLSON ÉVORA (2008)
maiores proezas, ao serem campeões olímpicos.
PRIMEIRA MEDALHA
PORTUGUESA EM 1924
Portugal estreou-se nos Jogos
Olímpicos em Estocolmo1912, mas
foi preciso esperar 72 anos pela primeira medalha de ouro: a 12 de
Agosto de 1984, em Los Angeles,
Carlos Lopes conquistou o título que
lhe faltava, ao vencer a maratona
olímpica.
Na edição seguinte, Rosa Mota
seguiu-lhe o exemplo. Depois de já se
ter sagrado campeã europeia e mundial, em 23 de Setembro de 1988
triunfou na maratona dos Jogos Olímpicos de Seul.
Antes de chegarem ao mais alto
lugar do pódio, tanto Carlos Lopes
como Rosa Mota já tinham conquistado medalhas olímpicas: Lopes foi segundo nos 10.000 metros em Montreal1976 e Rosa tinha sido terceira
na maratona de Los Angeles1984.
Atlanta1996 consagrou Fernanda Ribeiro, não na maratona, mas
nos 10.000 metros, ao vencer categoricamente a dupla légua.
Portugal conquistou ainda mais
uma medalha nos Estados Unidos,
a de bronze na classe 470, através
dos velejadores Hugo Rocha e Nuno
Barreto.
Quatro anos mais tarde, Fernanda Ribeiro voltou a subir ao pódio,
desta vez para receber a medalha de
bronze dos 10.000 metros nos Jogos
Sydney2000, nos quais houve outro
português com direito a medalha: o
judoca Nuno Delgado também foi terceiro na categoria de -81 kg.
Em Atenas2004, Francis Obikwelu e Rui Silva elevaram para nove
o número de medalhas do atletismo português em Jogos Olímpicos,
depois do ouro e da prata de Carlos Lopes, do ouro e do bronze de
Rosa Mota e de Fernanda Ribeiro e do bronze de António Leitão,
terceiro nos 5.000 metros em Los
Angeles1984.
A seguir ao atletismo (três medalhas de ouro, duas de prata e quatro de bronze), a vela é a modalidade portuguesa com mais sucesso no
principal evento desportivo mundial,
com duas medalhas de prata e outras
tantas de bronze.
Os segundos lugares foram conseguidos pelos irmãos Duarte e Fernando Bello na classe Swallow, em
Londres1948, e pelos irmãos José
e Mário Quina na classe Star, em
Roma1960.
Joaquim Mascarenhas Fiúza e
Francisco Rebelo de Andrade conquistaram a medalha de bronze na
classe Star, em Hensínquia1952,
e Hugo Rocha e Nuno Barreto o
mesmo metal na classe 470, em
Atlanta1996.
O hipismo conquistou três medalhas de bronze, entre elas a primeira
de todas: em Paris1924, José Mouzinho de Albuquerque, Aníbal Borges
de Almeida e Hélder de Sousa Mar-
tins foram terceiros no concurso de
obstáculos por equipas, denominado
“Prémio das Nações”.
Uma dúzia de anos depois, em
Berlim1936, Portugal voltou a subir
ao mais baixo dos lugares do pódio
na mesma especialidade, desta vez
graças às prestações de José Beltrão,
Domingos de Sousa Coutinho e Luís
Mena e Silva.
Depois de dois sucessos nos obstáculos, em Londres1948 chegou a
medalha no ensino, com um repetente, Luís Mena e Silva, que, acompanhado por Fernando Pais e Francisco
Valadas Júnior, somou o seu segundo
bronze olímpico.
Para o espólio de medalhas contribuíram ainda o tiro, com a prata de
Armando Marques no fosso olímpico em Montereal1976, e a esgrima,
com o bronze de Jorge Paiva, Frederico Paredes, Henrique da Silveira,
João Sassetti, Paulo d’Eça Leal e Mário de Noronha na prova de espada
por equipas em Amesterdão1928.
LISTA DAS 23 MEDALHAS CONQUISTADAS POR ATLETAS PORTUGUESES NOS JOGOS OLÍMPICOS DE VERÃO
1924 PARIS
EQUESTRE (PRÉMIO DAS NAÇÕES)
BRONZE
ANÍBAL ALMEIDA
HÉLDER MARTINS
JOSÉ MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
LUÍS CARDOSO MENEZES
1928 AMESTERDÃO
ESGRIMA (ESPADA POR EQUIPAS)
BRONZE
PAULO D’EÇA LEAL
MÁRIO DE NORONHA
JORGE PAIVA
FREDERICO PAREDES
JOÃO SASSETI
HENRIQUE SILVEIRA
1936 BERLIM
EQUESTRE (PRÉMIO DAS NAÇÕES)
BRONZE
LUÍS MENA SILVA
DOMINGOS COUTINHO
JOSÉ BELTRÃO
1948 LONDRES
EQUESTRE (ENSINO POR EQUIPAS)
BRONZE
FERNANDO PAES
FRANCISCO VALADAS
LUÍS MENA SILVA
VELA (SWALLOW) PRATA
DUARTE BELLO
FERNANDO BELLO
1952 HELSÍNQUIA
VELA (STAR) BRONZE
JOAQUIM FIÚZA
FRANCISCO ANDRADE
1960 ROMA
VELA (STAR) PRATA
MÁRIO QUINA
JOSÉ QUINA
1976 MONTREAL
1988 SEUL
TIRO (FOSSO OLÍMPICO) PRATA
ARMANDO MARQUES
1996 ATLANTA
ATLETISMO (10.000 M) PRATA
CARLOS LOPES
1984 LOS ANGELES
ATLETISMO (MARATONA) OURO
CARLOS LOPES
ATLETISMO (MARATONA)
BRONZE
ROSA MOTA
ATLETISMO (5.000 M)
BRONZE
ANTÓNIO LEITÃO
2004 ATENAS
ATLETISMO (MARATONA) OURO
ROSA MOTA
ATLETISMO (100 M)
PRATA
FRANCIS OBIKWELU
CICLISMO (LINHA EM ESTRADA)
PRATA
SÉRGIO PAULINHO
ATLETISMO (10.000 M)
OURO
FERNANDA RIBEIRO
ATLETISMO (1.500 M)
BRONZE
RUI SILVA
VELA (470)
BRONZE
HUGO ROCHA
NUNO BARRETO
2000 SYDNEY
ATLETISMO (10.000 M)
BRONZE
FERNANDA RIBEIRO
JUDO (- 81 KG)
BRONZE
NUNO DELGADO
2008 PEQUIM
TRIATLO (PROVA INDIVIDUAL)
PRATA
VANESSA FERNANDES
ATLETISMO (TRIPLO-SALTO)
OURO
NELSON ÉVORA
2012 LONDRES
CANOAGEM (K2 1000 METROS
MASCULINO)
PRATA
EMANUEL SILVA E FERNANDO PIMENTA
MÚSICA
4 DE MARÇO DE 2016
p.33
FEIRA DE MARÇO
TOUR 50 ANOS
Quinta do Bill, Quim Barreiros, Anjos,
Camané e Richie Campbell animam Aveiro
Marco Paulo
esgota
coliseus
FACEBOOK CAMANÉ
FACEBOOK RICHIE CAMPBELL
FACEBOOK QUIM BARREIROS
Vão atuar no palco da Feira de Março Os Anjos, Quinta do Bill, Quim Barreiros, Kit Carlos e É uma figura
João Claro, os Tributus, Camané, os Blasted Mechanism, C4Pedro, The Black Mamba, Richie incontornável da
Campbell, HMB e Miguel Araújo.
cultura portuguesa
das últimas décadas.
A tradicional Feira de Março, que decorre em Aveiro de 25
de março a 25 de abril tem este
ano o orçamento reforçado, com
aposta forte em 11 concertos.
Segundo o presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves, o
orçamento será de 300 mil euros (mais 50 mil euros do que
em 2015) perspetivando-se um
aumento da receita, que deverá
atingir os 650 euros, entre o alu-
guer dos espaços e a bilheteira.
De acordo com o autarca, nos
seus 582 anos, a Feira de Março
aposta num cartaz de animação
para atrair ainda mais público, repartido por 11 grandes concertos
e um programa paralelo com grupos e artistas locais que vão animar o espaço da feira.
Assim, em março atuam no
palco da Feira de Março Os Anjos, dia 25, Quinta do Bill, dia 26,
Quim Barreiros, Kit Carlos e João
Claro a 28. No primeiro dia de
abril o palco é para os Tributus,
dia 2 canta lá Camané, dia 8 os
Blasted Mechanism e a 9 actua
C4Pedro. The Black Mamba animam a noite de 15, Richie Campbell a 16, HMB a 22 de abril e
Miguel Araújo fecha o ciclo de
concertos na noite de 23.
Além dos artistas convidados,
este ano há um maior investimen-
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THE FINE WINE ALLIANCE
Taste the finest
family owned wines
Douro
Lisbon
Lisbon
CONTACTS
(+351) 219 687 072
[email protected]
Alentejo
www.wineventures.eu
www.quintadecottas.pt
www.quintassebastiao.com
www.santavitoria.pt
to na promoção, não apenas nos
municípios da região, mas alargada ao centro e norte do País,
e procurando ainda conquistar os
espanhóis que tradicionalmente
vêm passar a Páscoa a Portugal.
Outro dos principais atrativos
da Feira de Março é o setor das
diversões, que em 2015 esteve
no centro de uma polémica devido ao conflito com alguns proprietários dos carrosséis, o que este
ano, segundo Ribau Esteves, não
se repetirá porque houve um ajustamento dos espaços e foi realizado um concurso público.
“Tivemos atos preparatórios e
realizámos o concurso público no
início do ano, pelo que estão reunidas todas as condições para
a Feira decorrer com tranquilidade”, disse o autarca.
Ao todo, vão estar 44 divertimentos na feira, além de cerca de
200 empresas e 20 associações
na parte expositiva, que terá duas
novas áreas, sendo uma de autocaravanas e a outra de maquinaria agrícola.
Tal como no ano passado, a
organização da Feira de Março,
de 25 a 5 de abril, volta a facultar entrada livre às famílias aos
domingos, sendo as entradas pagas às sextas, sábados e segunda-feira de Páscoa, com o preço
dos bilhetes a variar entre os dois
e os três euros.
Marco Paulo é uma figura incontornável do meio artístico português, com mais de 4 milhões e
meio de discos vendidos, ao longo
de 50 Anos.
Marco Paulo irá apresentar-se
numa série de concertos levando as
suas canções um pouco por todo o
país, na celebração destes 50 anos
de canções.
Com uma história de vida, marcada pela música, transformou-se
num verdadeiro ícone musical.
Marco Paulo sobe aos palcos
para celebrar 50 anos de canções,
nos dias 5 de Março no Coliseu do
Porto, 12 de Março Coliseu de Lisboa e no dia 24 de Abril na Portimão Arena.
Os temas “Eu tenho dois amores”, “Maravilhoso coração”, “Sempre que brilha o sol” ou ainda
“Joana”, “Taras e Manias” e a incontornável “Nossa Senhora” são
apenas algumas das canções que
vão fazer parte de um alinhamento
musical que celebra uma vida, uma
carreira na música portuguesa.
TOUR 50 ANOS
5 de Março - Coliseu do Porto
(Esgotado)
12 de Março - Coliseu de Lisboa
(Esgotado)
24 de Abril - Portimão Arena
p.34
ECONOMIA
4 DE MARÇO DE 2016
AUTARQUIA ASSINA AUTO DE CONSIGNAÇÃO DA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA
FRAMBOESA E TOMATE
Primeira fase da rede de rega de Óbidos vai avançar
Doces Euromel
conquistam prémios
A Câmara Municipal de Óbidos assinou esta semana, o auto
de consignação da obra da Empreitada de Construção da Estação Elevatória de Rega do Aproveitamento
Hidroagrícola das Baixas de Óbidos
e respetiva homologação.
“Recorde-se que a rede de rega
das Baixas de Óbidos vai custar cerca de 28 milhões de euros e vai
servir 900 agricultores e cerca de
1200 hectares de terreno. A primeira parte da obra será a construção
da estação elevatória, seguindo-se
a rede de rega do bloco de Óbidos”,
informa a autarquia numa nota en-
viada à imprensa. Para o presidente
da Câmara Municipal de Óbidos “é
um orgulho” poder ver “este velho
sonho, com cerca de quatro décadas, ser uma realidade”. Humberto
Marques sublinhou a importância
desta obra, uma vez “que vai permitir a duplicação do nosso Produto Interno Bruto”.
No âmbito do projeto, vai ser
construída uma estação elevatória
que permitirá fornecer água filtrada aos agricultores, através de 50
quilómetros de tubagens e cerca
de 1,5 litros de água por segundo,
por hectare. Serão disponibilizadas
400 tomadas de água, o que perfaz três tomadas por hectare, aos
quase mil agricultores abrangidos.
É um dos maiores investimentos
públicos feitos no concelho de Óbidos e no distrito de Leiria e um dos
maiores do país, assegura a nota
da autarquia
PARCERIA FOI APRESENTADA EM LISBOA
Super Bock é pela primeira vez a cerveja oficial do Rock in Rio
Pela primeira vez, a Super Bock
é a cerveja oficial do Rock in Rio
Lisboa. A marca portuguesa promete proporcionar a melhor experiência cervejeira às milhares de pessoas que vão visitar a Cidade do
Rock em maio. Esta nova parceria reforça a presença da Super Bock na música. Segundo a marca, os fãs vão ter acesso às várias cervejas Super Bock,
incluindo a gama Selecção 1927,
estimulando um maior conhecimento sobre esta bebida milenar ao nível da sua diversidade de estilos e
dos diferentes momentos de consumo. “A música faz parte do ADN de
Super Bock há mais de 20 anos e,
hoje, esta ligação é reforçada ao estar, pela primeira vez, no Rock in
Rio-Lisboa. Mais uma vez, os aman-
tes de música podem desfrutar dos
melhores ambientes e sonoridades
com Super Bock. Elevaremos a experiência ao seu expoente máximo,
numa harmonização perfeita de música com a melhor cerveja”, sublinhou o CEO da Unicer, na conferência de imprensa.
Para Roberta Medina, esta parceria, “vem-nos colocar no topo dos
tops”, uma vez que a sua “posição
no mercado é bastante forte”. A
vice presidente do Rock in Rio destacou que “esta é uma edição especial, que marca o encerramento
das comemorações dos 30 anos do
Rock in Rio”. “E nada melhor do que
brindar a estas três décadas com a
Super Bock ao nosso lado, um parceiro que vem reforçar a singularidade das experiências da Cidade do
Entre os 21 doces de Frutas
Tradicionais produzidos pela Euromel com a marca ‘Beirabaga’,
os doces de Framboesa e Tomate foram apresentados a concurso e conquistaram a Medalha de
Ouro para o doce de Framboesa e
a Medalha de Prata para o doce
de Tomate.
Os Doces Tradicionais Beirabaga são confeccionados segundo
receitas portuguesas, com ingredientes nacionais escolhidos criteriosamente pela sua frescura e
sabor.
Roberta Medina e o CEO da Super Bock, Rui Lopes Ferreira
Rock”, acrescentou. A cerveja Super
Bock é reconhecida como a marca
portuguesa mais associada à música, segundo o estudo de mercado
Omnibus, da Nielsen, em 2015,
estando presente, há mais de 20
anos, nos principais festivais, eventos e salas de espetáculos do país. A sétima edição do Rock in Rio
Lisboa realiza-se no Parque da Bela
Vista nos dias 19, 20, 27, 28 e 29
de maio.
PUB
Outra novidade da Euromel é
o Lemon Curd que, apesar de recentemente criado, já é em França uma selecção do Mestre Pasteleiro parisiense Gilles Marchal .
“Produzido com ingredientes
nacionais de alta qualidade é simplesmente delicioso!”, assegura a
Euromel
Pode ser acompanhado com
iogurte, óptimo para recheio de
tortas, tartes, bolos, cheesecake.
“É excelente com pêra abacate”,
refere ainda a empresa
EMPRESAS & MERCADOS p.35
4 DE MARÇO DE 2016
ETS MARIANO
EM FRANÇA ORLÉANS-LYON-PARIS-BORDEAUX, ST PRIEST, ST PIERRE DES CORPS, FONTENAY- LE -FLEURY, CLERMONT FERRAND. LUXEMBURGO
E EM PORTUGAL ILHAVO E ÁGUEDA
Vitor Mariano é um pioneiro da internacionalização
dos produtos alimentares portugueses em França
Vitor Mariano é um empresário de sucesso, no ramo alimentar e bebidas, que chegou a França em 1966, com 20 anos, munido unicamente
da sua coragem e determinação. Nascido na vila de Carvalho, concelho
da Covilhã, subiu a vida a pulso e na atividade comercial é hoje um dos
mais importantes importadores do que melhor se produz em Portugal,
no ramo alimentar e bebidas, representando em exclusividade grandes
marcas portuguesas.
ANTÓNIO FREITAS (TEXTO E FOTO)
A Holding Mariano estendeu a
presença física ao Luxemburgo com
loja em Rodange, elevando para 12
as lojas e armazéns com insígnia
“Mariano”. Uma maior afirmação,
como nos refere e, antes do verão,
prevê abrir mais três lojas. Depois
de ter instalado a sua base logística na Gafanha da Encarnação, Ílhavo, fomos ao encontro deste empresário que está desde o primeiro dia
com a organização do SISAB PORTUGAL, já lá vão 21 anos.
Graças à confiança dos seus
clientes, a Ets Mariano é hoje uma
holding empresarial de sucesso com
grandes armazéns e lojas de venda.
A gama de produtos é ampla, assim
como a história de vida de um homem, simples, bem conhecido por
todos. Tem feito um trabalho notável por Portugal, o que ainda não
foi reconhecido por governo algum
português. Continua a ser um homem simples como quando um dia
partiu, e refere com algum orgulho:
“mantenho desde sempre a melhor
relação com os meus fornecedores e
hoje, os Ets Mariano gozam o prazer
de fazer os seus investimentos sem
recorrer a empréstimos, embora a
presença e o trabalho da banca seja
importantíssimo. Com esta maneira
de estar no mundo dos negócios e
satisfazer os compromissos, a solidez financeira do Grupo a que presido teve a classificação de ‘Excelência’ da banca francesa”.
Apesar de ter mais anos de França do que de Portugal, não esquece a terra que o viu nascer. Depois
de há uns anos ter, aqui instalado
a sua base própria de logística em
Portugal, que balanço pode fazer?
Um beirão nunca esquece as
suas origens e a nossa terra é a nossa terra. Este é o sentimento genera-
lizado dos portugueses emigrados e
eu não fujo à regra e adoro a França o país que me acolheu, mas nunca me esqueci de Portugal e sempre
pautei a minha vida empresarial no
sentido de promover e vender produtos alimentares produzidos em
Portugal. Esta base, era um sonho
antigo.
Na data de me instalar, não vi
à procura que o governo me desse
alguma ajuda financeira, mas sim
um bom acolhimento e que se criarem condições necessárias para os
Empresários da Diáspora investirem
em Portugal. Nesta base agrupo as
compras dos meus diversos fornecedores, que considero os meus parceiros de negócio, alguns que represento em exclusividade em França
há mais de 30 anos.
Depois de França a base da Gafanha da Encarnação e agora o Luxemburgo os investimentos vão
continuar?
Parar é morrer e eu, mais a minha equipa de dedicados 50 funcionários e a família - que vestimos a “camisola” - temos o lema
de crescer e crescer sempre mais,
com os pés bem assentes na terra!
O “barco” é grande mas consegue-se manobrar bem, graças à estima
e consideração dos meus clientes e
fornecedores e à boa equipa dedicada de colaboradores. Investi em Portugal para além desta base , aqui em
Portugal, na TRADUMEIO - Chash
and Carry; uma trading de créditos
firmados que necessitava de um sócio investidor, que tem o seu chash
em Águeda.
Espero e acredito no crescimento desta empresa, acredito no Sr. Arsénio que está à frente da mesma e
a sua equipa e a aposta é que venha
ser uma empresa com implantação
a nível nacional e, ser uma trading
exportadora, logo que os fornecedores assim o entendam.
Para além disso antes do verão,
mais três lojas se juntam às 12 lojas e armazéns que criei e digo mais
- outras empresas portuguesas do
ramo alimentar que venham a necessitar de investimento, Vitor Mariano está aberto ao estudo de parcerias. Vender cada vez mais lá fora
é o lema e foi a aposta e, isso só
se consegue com os parceiros certos, ou seja os fornecedores, que
queiram apostar nesta holding empresarial e no seu Know how e fornecerem-nos aquilo que produzem
a preços justo, mas de alta qualidade, pois foi por essa via que me
afirmei e conquistei a confiança dos
meus clientes em França, primeiro
no “mercado da saudade” e hoje já
em todo o mercado francês. A partir desta base da Gafanha da Encarnação , os meus fornecedores tem-me dado a sua confiança, e a levar
os produtos alimentares portugueses a outros países.
Comprar produtos alimentares portugueses diretamente dos produtores e indústria alimentar e vender em França, é aquilo que faz
há muitos anos. A que se deve o
crescimento de um empresário que
hoje é um armazenista/grossista de
um volume tão grande de produtos
portugueses?
Deve-se a muito trabalho e gosto naquilo que faço. Nas nossas lojas e nos armazéns pode-se encontrar tudo o que é produto alimentar
português das melhores marcas
nacionais. Nos anos 80 em França, pouco mais se conhecia além
do bacalhau, as azeitonas e o garrafão do vinho. Fui um dos pioneiros
da internacionalização dos produtos
Vitor Mariano fundador e CEO da Ets Mariano
alimentares portugueses em França.
Graças à grande qualidade do que
Portugal produz e à escolha criteriosa que faça daquilo que compro
e de quem me fornece, por vezes o
factor preço não é tão importante, o
consumidor sabe que o que é bom
tem o seu preço, tem o seu valor e
os Ets Mariano registam com agrado aumento das suas vendas. Continuamos a ter o nosso cliente tradicional, o português, (que são as
nossas bandeiras) e, graças a eles
o francês, belga, luxemburguês já
dá boa preferência a produtos portugueses. Isso noto bem porque nas
diversas bases temos lojas de venda ao público e nas prateleiras os
produtos são levados pelos consumidores globais. Veja-se a pujança
do nosso sector do vinho por exemplo, do azeite, dos enchidos, da industria conserveira, para só citar alguns entre tantos.
Sente-se orgulhoso de uma carteira tão vasta e exclusiva de
fornecedores?
Sinto-me orgulhoso, há quem
diga que é um defeito, mas eu digo
que é uma qualidade. O Grupo empresarial para além da sua consolidação em termos de sucessores,
tenho na família os que irão dar
continuidade a este projecto. Tenho uma empresa ara gerações vindouras pois, o que Portugal produz
no ramo alimentar e agro-alimentar
terá sempre e cada vez mais clientes
internacionais e a Holding vai con-
tinuar a crescer e estamos sempre
abertos a novos desafios. As marcas que represento ou importo levo-as sempre ao mais alto patamar de
vendas. É bom para as duas partes,
depois quando compro é para pagar,
e não há fornecedor que se possa
queixar de mau pagamento.
Gostaria de comprar a todos os presentes, de abrir as portas a todos os
que vão ao SISAB PORTUGAL, mas
como sabe são cada vez mais as
empresas produtoras e, não posso
representar ou comprar a todos os
que ali vão. Porém há sempre novos produtos, novidades, novos fornecedores ou produtores e as portas
nunca estão fechadas.
O SISAB PORTUGAL, da qual é dos
fundadores; continua-se a mostrar
um evento com interesse para os
Ets Mariano?
O SISAB PORTUGAL é a única
feira em Portugal de produtos portugueses virada para a exportação, por
isso estarei sempre presente. Bem
organizada, com cada vez mais os
nossos fornecedores presentes, em
três dias eu consigo fazer encomendas e trabalho que me levaria a vir
várias vezes a Portugal, já que em
negócios o contacto é o mais importante e ali temos os principais do
ramo alimentar. São três dias de trabalho, mas diria que se fossem quatro, melhor seria, pois é apertado em
três dias visitar e estar com os que
ali estão e que nos vendem e descobrir novos parceiros.
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BOA MESA
4 DE MARÇO DE 2016
Culinária
CARNE
Bifes com cogumelos e manteiga
de alecrim
PORQUE SABE SEMPRE BEM...
Sangria com pêssego e maracujá
INGREDIENTES
750 ml de vinho branco fresco; 1 estrela de anis; 2 paus de
canela
150g de açúcar; Polpa de 3 maracujás; 3 pêssegos em
PREPARAÇÃO
Num jarro coloque os pêssegos, a polpa de maracujá, os paus
de canela, a estrela de anis, o açúcar e a vodka. Misture tudo.
Deixe repousar durante 5 minutos. Junte o vinho branco e o
refrigerante de lima limão. Misture tudo. Misture gelo a gosto.
PEIXE
Bacalhau com crosta de broa e azeitonas
INGREDIENTES
2 lombos de bacalhau
demolhados
250g de broa de milho aos cubos
4 dentes de alho
100g de azeitonas pretas sem
caroço
1 cebola cortada em rodelas meia
lua
Azeite
2 dentes de alho laminados
2 folhas de louro cortadas ao
meio
6 batatas médias com casca
4 raminhos de salta
Sal q.b.
INGREDIENTES
2 bifes do lombo ou da vazia
200g de cogumelos frescos
laminados
2 dentes de alho picados
1colher de chá bem cheia de
mostarda amarela
1 raminho de folhas de alecrim
fresco, picadas
80g de manteiga
Sal q.b.
PREPARAÇÃO
Tempere os bifes de ambos os
lados com sal e esfregue bem.
Numa tigela, coloque a manteiga cortada em pedaços, os alhos, a
mostarda e o alecrim picado.
Misture muito bem até que fique uma pasta.
Numa frigideira leve ao lume
metade da pasta e deixe aquecer.
Frite os bifes de ambos os lados
em lume médio.
Tenha atenção para não deixar
queimar a manteiga.
Depois dos bifes fritos a gos-
to, retire-os para pratos individuais.
Numa outra frigideira, coe a
gordura que sobrou dos bifes num
passado fino metálico.
Junte os cogumelos e deixe saltear até que estes percam a água.
Por fim, junte a restante pasta
e deixe saltear mais um pouco até
que tudo fique quente.
Tenha atenção especial para
não deixar alourar o alho.
Sirva os bifes com os cogumelos e o molho por cima, acompanhados de Batata Frita no Forno e
Esparregado de Espinafres.
PREPARAÇÃO
Numa panela com água a ferver, tempere com sal.
Coloque as batatas a cozer durante 15 minutos.
Passado os 15 minutos, retire
as batatas com uma escumadeira
para um prato.
Entretanto, prepare o bacalhau.
Com a ajuda de uma faca, retire a pele do bacalhau.
Numa picadora ou num processador, coloque a broa, as azeitonas,
os dentes de alho inteiros, a salsa e
4 colheres de sopa de azeite.
Triture tudo até que fique uma
pasta.
Espalhe ¼ da pasta na parte
de baixo de cada lombo e acalque
bem.
Num tabuleiro de ir ao forno, de
preferência de barro, espalhe azeite
suficiente para cobrir o fundo.
Coloque os lombos de bacalhau com a parte de baixo virada
para baixo.
Cubra a parte de cima dos lom-
SOBREMESA
Cheesecake no copo
INGREDIENTES
10 bolachas de chocolate (s/
recheio)
150g cream cheese
200g creme de leite
3 colheres (sopa) açúcar
Geleia de frutas a gosto
PREPARAÇÃO
Coloque 10 bolachas de chocolate num saquinho, bata até ficar uma farofa e reserve.
Numa tigela, junte 150g de
cream cheese, 200g de creme de
leite e 3 colheres de sopa de açúcar. Misture bem e reserve.
Comece a montar a sobremesa.
Coloque um pouco da farofa de bolacha no fundo dos copos, adicione o cream cheese e finalize com
a geleia de frutas a gosto. Meta no
frigorífico e aproveite!
bos com a restante pasta e acalque bem.
À volta, espalhe a cebola, o louro e o alho laminado.
Com um esmagador ou com a
mão, pressione ligeiramente as batatas para que abram e coloque-as
por cima da cebola.
Por fim, regue tudo com azeite.
Leve ao forno pré-aquecido nos
200ºC e deixe assar durante 40
minutos.
Depois do bacalhau assado e de
tudo lourinho, retire do forno.
TURISMO
4 DE MARÇO DE 2016
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DESTINOS CHEIOS DE CHARME
Uma visita às aldeias mais típicas de Portugal com as
Rotas do Xisto
Um dos destinos portugueses mais pitorescos, as Aldeias do Xisto conquistam cada vez mais adeptos junto daqueles que
procuram roteiros fora dos grandes circuitos turísticos, mas cheios de charme.
Batizadas em homenagem à pedra, caraterística da região, utilizada para edificar grande parte das
suas casas e edifícios, numa harmonia subtil com a paisagem envolvente, estendem-se pelas Serras da
Lousã e do Açor, praticamente até à
Serra da Estrela.
Com centenas de quilómetros
de trilhos terrestres para caminhadas ou ciclismo, edifícios e gastronomia típicos e, sobretudo, uma
história feita “essencialmente do
esforço de sobrevivência dos seus
habitantes”, estas pequenas aldeias
no centro do país seduzem pela paisagem serrana das encostas íngremes, complementada pelo charme
das ruas estreitas e sinuosas, revestidas a xisto. Desde a “adorável aldeia” que parece saída diretamente
dos Flintstones, segundo um artigo
do jornal norte-americano Huffington Post sobre Piódão, ao encanto
das paisagens serranas e gastronomia típica, há muito mais do que
arquitetura para apreciar.
ALDEIA HISTÓRICA DE PIÓDÃO
Considerada como uma das aldeias mais bonitas do país, e classificada como Aldeia Histórica e
Imóvel de Interesse Público desde
1978, Piódão é, provavelmente, o
ponto de paragem obrigatório desta visita.
Com origem num antigo Castro Lusitano, “Casal de Piodam” atualmente em ruínas -, é conhecida pela arquitetura típica, com as
suas construções em xisto e telhados de lousa, pautados por portas e janelas em madeira, pintadas
de azul.
290 de comprimento, origina uma
das maiores reservas de água doce
do país. Para além da praia fluvial e
das diversas atividades náuticas e
desportivas que podem ser realizadas na sua albufeira, poderá, ainda, visitar o seu interior ou apreciar
a paisagem quartzítica envolvente.
Considerada uma das aldeias mais bonitas do país, Piódão é o ponto de paragem obrigatório desta visita
A luz artificial, conjugada com a
sua disposição, ao longo da encosta
íngreme da Serra do Açor, faz, ainda, com que muitos a apelidem de
“Aldeia Presépio”.
Para além do tradicional passeio pelas suas ruas pitorescas, reserve ainda algum tempo para uma
visita a locais como a singela Fonte dos Algares, o Núcleo Arqueológico local e as Capelas das Almas
e de São Pedro, esta última onde
se teria refugiado um dos assassinos de D. Inês de Castro, Diogo Lopes Pacheco – apelidos que existem, ainda hoje, na aldeia, sendo
que, por exemplo, os Pachecos tinham direito a tribuna própria na
Igreja de Lourosa.
Ainda pertencente à freguesia
de Piódão, a aldeia de Chãs D’Égua
A aldeia de Chãs D’Égua remonta a épocas bastante remotas
remonta a épocas bastante remotas, como comprovam as dezenas
de pinturas rupestres da altura do
Neolítico e Idade do Bronze, que foram descobertas nesta zona. Uma
síntese das gravuras rupestres da
região poderá ser apreciada numa
visita ao Centro de Interpretação de
Arte Rupestre, localizado numa antiga escola da localidade.
Em plena paisagem protegida
da Serra do Açor, a Mata da Margaraça e a Cascata da Fraga são,
em seguida, os locais ideais para
uma pausa. Documentada desde
a segunda metade do século XIII,
a Mata da Maragaça é uma das
mais reconhecidas florestas caducifólias em Portugal, desenvolvendo-se entre os 600 e os 850 metros de altitude.
Já a Cascata da Fraga da Pena,
cuja placa poderá até passar despercebida aos condutores da Estrada que conduz ao Piódão, é uma
queda de água de quase 20 metros,
que tem a sua origem num acidente
geológico, atravessado pela Barroca
de Degraínhos, e que origina uma
série de quedas de água sucessivas.
Aqui, paisagem de xisto, caraterística da zona, surge ampliada
pela vegetação abundante que a
envolve.
BARRAGEM DO CABRIL
Uma das maiores barragens
portuguesas, a Barragem do Cabril é também conhecida como o
ex-libris arquitetónico de Pedrógão
Perqueno.
Com 136 metros de altura e
A Fraga da Pena, em plena Paisagem Protegida da Serra do Açor
CAMINHOS DO XISTO
Para terminar, e caso queira conhecer verdadeiramente melhor a paisagem serrana da região,
são vários os percursos pedestres
aconselhados, nas mais de 20 aldeias do xisto – vários deles detalhados e explicados no website oficial do projeto e nos vários postos
de turismo da região.
Um dos mais conhecidos, o Caminho de Xisto da subida aos penedos de Fajão, tem uma duração
média de duas horas e, ao longo de
uma incursão na área protegida de
Rede Natura da Serra do Açor, passa por alguns dos pontos paisagísticos mais interessantes da zona.
Fazendo parte da Meseta Ibérica, os penedos de Fajão são afloramentos rochosos que servem de
fundo à paisagem pitoresca envolvente e que, apesar do grau de dificuldade pouco elevado, conferem
ao trilho a emoção da escalada.
Mas não só. Pode também optar por outros, como o Caminho de
Xisto da descida às fragas de São
Simão, por exemplo, já na zona envolvente da freguesia do Casal de
São Simão, e que passa pelas Ribeiras de Alge e do Fato, permitindo observar as antigas levadas
que transportavam água para as
Azenhas.
p.38
SOCIEDADE
4 DE MARÇO DE 2016
EM PORTUGAL É PROIBIDA E CONSIDERADA HOMICÍDIO QUALIFICADO
Eutanásia: decisão eticamente errada ou uma morte
misericordiosa?
Durante a sua participação no programa
‘Em Nome da Lei’, da Rádio Renascença, a
bastonária da Ordem dos Enfermeiros, garantia que a morte assistida já é uma realidade no Serviço Nacional de Saúde.
“Vi casos em que médicos ministraram
insulina àqueles doentes para lhes provocar um coma insulínico. Não estou a chocar ninguém porque quem trabalha no SNS
sabe que estas coisas acontecem por debaixo do pano, por isso vamos falar abertamente”, afirmou Ana Rita Cavaco.
Mas o que é a eutanásia?
Muito se tem discutido nos últimos tempos sobre a problemática da eutanásia, conduzida sob um caminho turbulento de opiniões divergentes a respeito da sua prática
e legalização.
A eutanásia consiste em pôr fim à vida
de um doente que não tem nenhuma possibilidade de cura - situação atestada por uma
equipa médica que possibilita ao doente decidir quando e em que circunstâncias a sua
vida terminará.
A eutanásia garante uma morte sem dor
e sem sofrimento, e é por isso mesmo muitas vezes apelidada de “morte misericordiosa”: uma morte que visa o fim do sofrimento
do doente a pedido do mesmo e assistido geralmente por um profissional de saúde. Este
pedido deve ser feito aquando da plenitude
das suas capacidades mentais, de forma a
tomar uma decisão consciente e informada.
A eutanásia poderá ser de dois tipos: ativa ou passiva. Por eutanásia ativa entende-se aquela em que é administrada uma injeção letal ao doente; no caso da eutanásia
passiva é retirado o tratamento de suporte à vida.
É também importante diferenciar esta
prática do suicídio assistido, já que facilmente os dois conceitos têm sido alvo de algumas confusões e desinformações. O suicídio
assistido consiste por um lado na colaboração de um profissional de saúde na morte do
doente tal como na eutanásia, mas esta participação é indireta já que é o próprio doente quem realiza a última ação de tomar os
fármacos letais.
No que diz respeito à legislação existente em Portugal sobre este tema, tanto o suicídio assistido como a eutanásia são proibidos, considerados homicídio qualificado
Moreira, Elisa Ferreira e Helena Roseta, os
antigos dirigentes do Bloco Ana Drago e Daniel Oliveira, os ex-candidatos presidenciais
António Sampaio da Nóvoa e Marisa Matias,
entre outros.
Este manifesto defende ser “urgente despenalizar e regulamentar a Morte Assistida”,
tese suportada pelo lema dos defensores da
eutanásia que consiste em conseguir-se uma
decisão que garanta que da mesma forma
que o direito à vida está consagrado em lei,
também “o direito a morrer em paz” o deve
estar.
Nos últimos tempos, tem-se discutido um tema fraturante
que pela sua complexidade precisa de uma abordagem
ampla e informada sobre todas as suas nuances: a eutanásia.
pelo Código Penal. Existe ainda um único
documento do Conselho Nacional de Ética
para as Ciências da Vida (CNECV) que diz
especificamente respeito ao tema da morte
assistida, mas data de 1995, o que faz com
que careça de uma revisão e eventual atualização no futuro.
Pode-se ler neste documento que “não
há nenhum argumento ético, social, moral,
jurídico ou da deontologia das profissões de
saúde que justifique em tese vir a tornar possível por lei a morte intencional do doente (mesmo que não declarado ou assumido
como tal) por qualquer pessoa designadamente por decisão médica, ainda que a título de ‘a pedido’ e/ou de ‘compaixão’”. Diz
ainda que “não há nenhum argumento que
justifique, pelo respeito devido à pessoa humana e à vida, os atos de eutanásia”.
ACESO DEBATE EM PORTUGAL
O Código Deontológico dos médicos, dita
que “é vedada a ajuda ao suicídio, à eutanásia e à distanásia”, indo isto de encontro ao juramento de Hipócrates que defende
que “não darei veneno a ninguém, mesmo
que mo peça, nem lhe sugerirei essa possi-
Quer se decida por um referendo, quer se decida por se
levar a discussão deste tema ao Parlamento, o caminho
até uma decisão carecerá de tempo, informação e
consciencialização por parte de todos os intervenientes
no processo decisório, pesando bem todas as implicações
de uma decisão e de outra, salvaguardando-se sempre
os casos que se situem na barreira entre o que é
considerado ou não apto para a prática da eutanásia.
bilidade”. Mas a verdade é que a realidade
portuguesa é bastante distinta da realidade
de outros países europeus como a Bélgica,
a Suíça ou a Holanda.
No caso da Holanda a eutanásia foi legalizada a 1 de Abril de 2002, tendo sido
este o primeiro país do mundo a fazê-lo, impedindo com isto processos judiciais contra
médicos que sigam concretamente determinados “critérios de meticulosidade”.
Em Portugal tem sido muita a discussão
em torno do tema e de qual a melhor solução
possível numa questão tão complexa como
esta. A verdade é que qualquer que seja a
decisão, terá sempre de passar por uma longa, informada e consciente discussão pública. Esta discussão não é de agora.
Já em 2010, Paulo Rangel havia dito que
“a falta de leis sobre a eutanásia e os dilemas éticos que se colocam no tratamento de
doentes terminais, estão a deixar os médicos e outros profissionais de saúde inseguros no dia-a-dia”.
Vários passos têm sido dados no sentido
de dinamizar e avançar com esta discussão.
Ainda no decorrer deste mês, o deputado
socialista Pedro Delgado Alves declarou aos
jornalistas que o PS “está aberto ao debate
e é com muito bons olhos que vemos que a
sociedade civil tem essa capacidade mobilizadora, que também ajude o parlamento,
ajude os decisores, a tomar decisões mais
informadas nesse contexto”.
Para além disto o ‘Expresso’ e o ‘Público’ divulgaram ainda este mês um manifesto do Movimento Cívico para a Despenalização da Morte Assistida, que contou com
as assinaturas de 112 personalidades, entre eles os socialistas Álvaro Beleza, Isabel
RECEIO DA GENERALIZAÇÃO
As vozes dissonantes desta conduta defendem que a legalização da eutanásia iria
abrir uma porta para que casos eticamente
mais complexos e menos claros fossem considerados na prática da eutanásia.
Esta discussão justifica-se devido aos
mais recentes acontecimentos registados
nos países em que a eutanásia é legal, tais
como a morte de uma belga de 24 anos que
sofria de depressão profunda e que optou por
terminar com a própria vida.
Com isto as barreiras deixam de ser claras na medida em que são aceites casos de
pessoas que não estão em estado terminal
(condição inicial para a prática da eutanásia)
mas que desejam morrer por outras razões
tais como a referida anteriormente.
É precisamente para assegurar que estes
casos não aconteçam e se tornem recorrentes, que a presidente do Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto (UCP),
Ana Sofia Carvalho, se pronuncia contra a legalização da eutanásia e do suicídio medicamente assistido em Portugal.
“Nós, na ética, falamos do efeito da ‘rampa deslizante’ nestes casos. Ou seja, a partir do momento em que se legisla só porque
sim, deixa de se ter em análise a condição
de cada pessoa, e começa a resvalar-se para
situações eticamente mais complexas e difíceis”, explica.
O próximo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, optou pela imparcialidade neste tema em concreto e informou
desde já que não irá vetar um referendo se
for essa a vontade popular mas também não
partirá dele essa proposta, ou seja, desempenhará somente o papel de árbitro.
A verdade é que, quer se decida por um
referendo, quer se decida por se levar a discussão deste tema ao Parlamento, o caminho até uma decisão carecerá de tempo, informação e consciencialização por parte de
todos os intervenientes no processo decisório, pesando bem todas as implicações de
uma decisão e de outra, salvaguardando-se
sempre os casos que se situem na barreira
entre o que é considerado ou não apto para
a prática da eutanásia.
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SAÚDE
4 DE MARÇO DE 2016
EM PORTUGAL OS CASOS TÊM VINDO A AUMENTAR
Diabetes: uma epidemia do século XXI
É considerada a epidemia do século XXI, e em Portugal os números de novos casos têm vindo a aumentar. Estima-se que
em 2030 a diabetes possa afetar cerca de 10% dos adultos em Portugal. É necessário conhecer esta doença e saber
como a prevenir ou controlá-la para prevenir possíveis complicações futuras.
A diabetes é uma doença crónica que tem
vindo a ganhar notoriedade nos últimos tempos. Muitos chamam a esta doença como “A
nova epidemia do século XXI” e a verdade é
que está a expandir-se a velocidades cada vez
maiores. Estima-se que neste ano, cerca de 5
milhões de pessoas morrem por diabetes ou
por causas relacionadas com ela.
Em 2014, a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa foi de 13,1%,
ou seja, mais de 1 milhão de pessoas com
Diabetes e só em 2014 existiram mais de 54
mil novos casos de diabetes.
Para se poder interpretar estes dados é
necessário compreender o que realmente
é esta doença. Podemos dividir o nome da
doença em diabetes (muita urina) e mellitus
(adocicado). Estes dois nomes vêm da era da
Grécia Antiga, sendo que esta patologia era
diagnosticada pela degustação da urina do
doente, e se esta estivesse doce, significava
que a pessoa tinha diabetes.
A diabetes mellitus pode ser classificada
de várias formas: diabetes tipo I (insulinodepentendes), Diabetes tipo II (insulinoressistentes) e Diabetes gestacional, sendo os que
têm maior incidência em Portugal a diabetes tipo I e II.
O tratamento é feito através de controlo da glicémia capilar, alimentação, exercício físico e
administração de insulina.
Na diabetes mellitus do tipo I o pâncreas
perde a capacidade de produzir insulina, em
decorrência de um problema imunológico, ou
seja, o próprio organismo “ataca” as células
que produzem insulina.
O diagnóstico é feito durante a infância
ou adolescência e os seus sintomas são po-
liúria (aumento da frequência para urinar),
polifagia (fome excessiva), polidipsia (sede
excessiva) e emagrecimento. O tratamento é
feito através de controlo da glicémia capilar,
alimentação, exercício físico e administração
de insulina. Com a diabetes mellitus do tipo
II podem ocorrer duas situações, o organismo
reduz a capacidade de usar a insulina de forma correta e/ou o pâncreas reduz a sua produção. Ao contrário da diabetes tipo I, esta
é diagnosticada já em fase adulta. Os sintomas são semelhantes ao da diabetes tipo I,
contudo em vez de existir emagrecimento, a
pessoa apresenta obesidade. O tratamento é
feito através do controlo da glicémia capilar,
alimentação saudável, exercício físico e administração de antidiabéticos orais. Em certos casos, onde a doença esteja muito avançada, pode ser necessário a administração
de insulina.
Se esta doença não for controlada, pode
levar a complicações sérias no futuro, tais
como, doenças cardiovasculares, insuficiência renal, lesão ocular e neurológica, disfunção sexual, problemas nos pés (em casos graves pode ser necessário amputação
do membro) e ainda coma ou morte. Devem
ser feitas consultas médicas e de enfermagem regularmente de forma a poder controlar
a glicémia e prevenir complicações.
A melhor forma de prevenir esta doença
é através de manter uma alimentação saudável, praticar exercício físico regularmente
e fazer regularmente exames de rotina para
controlar o nível de glicémia.
UMA DAS PIORES DORES QUE O SER HUMANO PODE SENTIR
Lítiase renal: uma dor que não o deixa levantar da cama
Pedras nos rins, ou litíase renal, é uma das doenças que
provoca mais dor aguda e incapacidade para realizar as
atividades diárias. Embora afete cada vez mais pessoas
pelo seu estilo de vida sedentário, é possível reverter o
processo e alcançar a cura.
A litíase renal (pedra nos rins) é uma
doença frequente nos dias de hoje e encontra-se entre as doenças do aparelho urinário com mais prevalência, logo a seguir às
infeções urinárias.
Ela é causada pela formação de depósitos minerais no interior dos rins (cálculos), que podem migrar. Quando ainda são
pequenos podem ser expelidos pela uretra,
mas quando as suas dimensões são maiores podem ficar retidos nos ureteres ou na
bexiga.
A litíase renal aparece com mais frequência em adultos do sexo masculino com
mais de 40 anos, em pessoas que ingerem pouca água ou que estão em risco de
desidratação.
As dietas ricas em sal, açúcar, cálcio e
outros minerais e infeções unitárias recorrentes são outros fatores de risco.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Os principais sintomas estão associados
à deslocação dos cálculos através das vias
urinárias. São eles a dor intensa, tipo cólica, na cintura ou nas costelas podendo ir
até à região genital. A pessoa também poderá sentir náuseas ou vómitos, dificuldade ou dor ao urinar, sangue na urina, urinar
mais vezes que o normal e febre. A forma
de se diagnosticar esta doença é através da
observação por parte do médico das queixas
e também através de alguns exames complementares, como análises clínicas ao sangue e à urina, radiografia do abdómen e ecografia renal.
TRATAMENTO
O tratamento da litíase renal depende
do tamanho dos cálculos. Aqueles que são
mais pequenos podem ser expelidos es-
Uma dor intensa na cintura ou nas costelas é um dos sintomas da pedra nos rins
pontaneamente na urina, sem ser necessário nenhum procedimento médico. Quando
alcançam dimensões maiores pode ser necessário realizar litotrícia (processo de destruição dos cálculos através de ondas de
choque) ou cirurgia para remover os cálculos. Para controlar a dor renal a aplicação
de calor no local da dor e a administração
de analgésicos podem ajudar. Como a ingestão de água pode causar dor, deve-se evitar
bebê-la nesses momentos.
Como forma de prevenir a litíase renal,
o procedimento de primeira linha é de ingerir cerca de 2 litros de água e adequar a
dieta, reduzindo a quantidade de sal, cálcio
e açúcar ingeridos. Também é importante
moderar o consumo de gorduras e carnes.
CURIOSIDADE
O aquecimento global, um dos maiores
problemas da atualidade, aumenta o risco
de formação da litíase renal. Este fenómeno
aumenta o risco de desidratação, que é um
dos principais fatores de risco desta doença.
PARABÉNS
4 DE MARÇO DE 2016
Parabéns a você
MAR
5
Morte de Manuel Arriaga
Agostinho Novo
Rio De Janeiro
Alvaro Jose
Fleury Les
Aubrais
Alves Jose
Howald
Antonio Matos
Combs La Ville
Antonio Ramos
Tours
Arthur Del-valle
Recife
Astrogildo Oliveira
Rio De Janeiro
Batista Manuel
Andorra La Vella
Carlos Alves
Issy Les
Moulineaux
Carlos Martins
Roquettes
Carlos Rodrigues
Andorra La Vella
Da Antonio
Differdange
Diamantino Pinho
Toulouse
Faustino Candido
Calw
Gerardo Rocha
Inhauma - Rj
Gerda Hoher
Rio De Janeiro
Goncalves Leandro
Montfermeil
Irene Machado
Turffontein/
Johannesburg
Isabel Thierry
Castelmaurou
Joaquim Fernandes
Sao Paulo
Joaquim Silva
Rio De Janeiro
Jose Fonseca
Munchen
Jose Pereira
Echirolles
Jose Santos
Renens
Luiz Romero
Duque De Caxias
Marcelo Soares
Rio De Janeiro
Marcia Araujo
Rio De Janeiro
Maria Rodrigues
Le Landeron
Oliveira Fernando
Orleans
Paulo Guerreiro
St. Cloud
Ribeiro
St. Ouen
Rosa Nunes
Hagen
Suely Jorge
Rio De Janeiro
Jersey C.I
Alemanha
Brasil
França
Luxemburgo
França
França
Brasil
Brasil
Andorra
França
França
Andorra
Luxemburgo
França
Alemanha
Brasil
Brasil
França
África Do
Sul
França
Brasil
Brasil
Alemanha
França
Suíça
Brasil
Brasil
Brasil
Suíça
França
França
A EMIGRAÇÃO VISTA PELO CARTOON DO ZÉ MANEL(publicado originalmente em 1970)
Não há vinho como o vinho português e, por essa razão, quem emigra não consegue
passar muito tempo sem degustar a bebida.
Mario Ferreira
Crown Mines
Neto Diamantino
Logelbach
Raul Rosa
Drancy
Walton Novoa
Rio De Janeiro
Brasil
MAR Dia da Igualdade
6
Jose Fraga
Schwarzenbach
Jose Laranjeira
Rio De Janeiro
Jose Rodrigues
Bry Sur Marne
Jose Siqueira
Rio De Janeiro
Jose Vargas
Bussigny-preslausanne
Magalhaes David
Pont Du Chateau
Manuel Santos
Sao Jose Do Rio
Preto
Manuel Tavares
Fribourg
Maria Bruno
Rio De Janeiro
Maria Pereira
Rio De Janeiro
África Do Sul
França
França
Brasil
MAR RTP inicia emissões a
Salarial
Acacio Ayres
Recife
Albino Dias
Chatenay
Malabry
Almeida Samuel
Els Cortals
Anibal Gomes
S. Antonino
Antonio Teixeira
Saint Priest
Arlindo Fonseca
Rio De Janeiro
Arlindo Silva
London
Artur Silva
Pontcharra S/
turdine
C Pestana
St. Lawrence
Carlos Freitas
St. Helier
Dr Cima
Rio De Janeiro
Fernando Costa
Rorschach
Ferreira Manuel
St. Michel-s-orge
Fonseca Antonio
Strasbourg
Jecas Sandra
Choisy Le Roi
Jose Aires
Rio De Janeiro
p.41
Brasil
França
Andorra
Suíça
França
Brasil
Inglaterra
França
Jersey C.I
Jersey C.I
Brasil
Suíça
França
França
França
Brasil
Alemanha
Brasil
França
Brasil
Suíça
França
Brasil
Suíça
Brasil
Brasil
7
cores
Albino Miranda
Beauchamp
Almerindo Maia
Kaiserslautern
Antonio Reves
Nanterre
Bispo Romain
Conflans St.
Honorine
Correia Luis
Escaldaesengordany
De Jose
Santa Coloma
Edite Venancio
Santo Andre
Eusebio Abreu
Primrose
Francisco Santos
Kempen
Helena Cardoso
Lutzelhouse
Horacio Roda
La Varenne
Janete Teodoro
Rio De Janeiro
Jardel Garcia
Rio De Janeiro
Joaquim Carvalho
Rio De Janeiro
Joaquim Lopes
Ermont
Jorge Martins
Ussel
Jose Aguiar
Paris
Jose Gomes
Wilhelmshaven
Jose Leal
Corby
Jose Monteiro
Rio De Janeiro
Jose Ribeiro
Osny
Jose Vilela
Rio De Janeiro
Nobre Jose
Neuilly S/seine
Pereira Jose
Petange
Priscila Barbosa
Sao Paulo
Quintino Corga
Aurora
França
Alemanha
França
França
Andorra
Andorra
Brasil
África Do Sul
Alemanha
JAN
França
França
Brasil
Brasil
Brasil
França
Rafael Guimaraes
Acushnet
Ricardo Moreno
Sao Paulo
Sandra Alves
Ramersberg
Teixeira Deolinda
Epinay-sur-seine
Vitor Figueiredo
Els Cortals
U.S.A.
Brasil
Suíça
França
Andorra
França
França
Alemanha
Inglaterra
Brasil
França
Brasil
França
Luxemburgo
Brasil
Canadá
MAR Dia Internacional da
8
Mulher
Albertina Rodrigues
Paris
Amadeu Cruz
Olten
Americo Duarte
Rio De Janeiro
Antonio Pereira
Zurich
Antonio Pereira
Schlieren
Antonio Silva
Lujan
Bernardo Correia
Geneve
Carlos Dias
Todtnau
França
Suíça
Brasil
Suíça
Suíça
Argentina
Suíça
Alemanha
Casimiro Silva
Duisburg
Fernando Lopes
Aruja
Fernando Xavier
Nova Iguacu
Ferreira Agostinho
Paris
Heitor Dias
Rio De Janeiro
Ilidio Afonso
Strasbourg
Joaquim Oliveira
Ottmarsheim
Joaquim Santos
Sao Paulo
Joaquim Vale
Rio De Janeiro
Jose Santos
Nova Friburgo
Laureano Pereira
Lisboa
Leonel Pires
Umuarama
Luis Soares
Sao Paulo
Macedo Vasco
Hericourt
Manoel Rodrigues
Rio De Janeiro
Manuel Antunes
Lagnieu
Alemanha
Brasil
Brasil
França
Brasil
França
França
Brasil
Brasil
Brasil
Portugal
Brasil
Brasil
França
Brasil
França
p.42
INOVAÇÃO
4 DE MARÇO DE 2016
UM PROBLEMA QUE AFETA INÚMERAS PESSOAS
UTAD estuda a monitorização de hábitos alimentares
de idosos solitários
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a estudar a problemática da alimentação de pessoas idosas que
vivam sozinhas. O objetivo passa por encontrar uma solução, através de uma monitorização que permita um acompanhamento
e controlo ermanente ara um ro lema que afeta n meras essoas or todo o mundo.
A Universidade Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD) estuda uma solução para
alimentação de pessoas idosas que, por
alguma eventualidade ou por escolha
r r a se encontrem a v ver soz n as sem
acompanhamento por parte de familiares
ou empresas de apoio ao domicílio. Esta
solução será uma monitorização automática
que contr ua ara a sua autonom a sa de
e bem-estar”, informa a UTAD numa nota
enviada ao Mundo Português.
Este estudo é uma iniciativa conjunta
de duas universidades do Norte do país
or entado elo nvest gador Ant n o Cun a
docente no Departamento de Engenharias da
UTAD, em colaboração com Paula Trigueiros,
da Universidade do Minho - e possibilitou
já a realização de um trabalho de mestrado
em ngen ar a nform t ca de uís l e
Macedo Costa, que se debruçou sobre a
ntel g nc a art fic al que ode ser a l cada
à monitorização da alimentação de idosos.
o m to do tra al o de uís l e
Costa fo m lementado um rot t o
demonstrat vo ca az de dent ficar e
class ficar gestos de al menta o testado
com gestos de oito utilizadores diferentes.
Nestes testes foram analisadas as
respostas a 689 gestos, organizados em três
grupos principais (“comer sopa”, “comer
prato principal” e “beber”), e foi obtida
uma percentagem de taxas de deteção e
class fica o que erm t r caracter zar a
alimentação de um idoso.
Segundo a UTAD, nesta fase do estudo,
os investigadores propõem um sistema de
monitorização automática de alimentação
cr ado es ec ficamente ara a essoa dosa
no seu ambiente habitual - que analise
as articulações do esqueleto humano,
(fornecidas por um sensor ‘Microsoft Kinect),
detete os gestos de al menta o class fique
com modelos ocultos de Markov e faça uma
estimativa a alimentação do utilizador.
A s uma aval a o da al menta o
usando o sensor, os investigadores concluíram
que é possível realizar uma monitorização
no cenário desejado, desde que a pessoa
alvo tome as suas refeições sentado em
frente a uma mesa ao alcance do sensor.
A UTAD revela ainda que os responsáveis
deste estudo estão a par da “realidade
indisfarçável dos novos tempos, com o
envelhecimento populacional, o aumento da
solidão das pessoas idosas devido aos mais
var ados factores o que aumenta o n mero
de pessoas em risco.
ste fen meno é agravado quando
as r r as reje tam o acom an amento
institucional, por exemplo, por motivos
finance ros.
É neste panorama que surge a
monitorização, assumindo-se como uma
solução e possibilitando simultaneamente
o reconhecimento de possíveis mudanças
nas rotinas de alimentação, o que permitirá
aos especialistas detetarem precocemente
ro lemas de sa de.
CIÊNCIA
Estão abertas as candidaturas ao concurso para jovens
cientistas e investigadores
A Fundação da Juventude fez saber que, até dia 22 de abril, estão abertas as candidaturas para a 24ª edição do Concurso para
Jovens Cientistas e Investigadores.
É uma oportunidade de ouro para jovens
inovadores com gosto pela ciência. A 24º
edição do Concurso para Jovens Cientistas
e Investigadores é aberta a estudantes do
ensino básico, secundário ou primeiro ano
do ensino superior, com idades entre os
15 e os 20 anos, desde que tenham um
rojeto c entífico que ten a s do concluído
antes da entrada na universidade. Criado
pela Fundação da Juventude em 1992,
o Concurso para Jovens Cientistas e
Investigadores procura promover os ideais
PUB
da cooperação e do intercâmbio entre
jovens e estimular o aparecimento de novos
talentos nas áreas da Ciência, Tecnologia,
Investigação e Inovação.
O Presidente da Fundação da Juventude,
Ricardo Carvalho, destaca a importância deste
concurso, acrescentando que este se foca na
área com maior taxa de empregabilidade e
acrescentando que se trata de “uma das
fortes apostas da Fundação da Juventude na
promoção da ciência e da tecnologia, bem
como do espírito empreendedor junto dos
jovens estudantes”.
A tarefa de avaliação e consequente
sele o dos tra al os fica a cargo de um r
eleito pela Ciência Viva – Agência Nacional
ara a Cultura C entífica e ecnol g ca que
é composto por professores e investigadores
com provas dadas nas diversas áreas
envolvidas.
ara além destes o r é com osto
ainda por representantes da Direção Geral
da Educação para o Ministério da Educação,
Agência para a Energia, Agência Portuguesa
do Am ente e da r r a unda o da
Juventude.
Os projectos selecionados estarão
presentes na 10ª Mostra Nacional de
Ciência, a realizar entre os dias 30 de
maio e 1 de junho, no Museu Nacional de
st r a atural e da C nc a em s oa. A
lista dos escolhidos será publicada no site
do Concurso até meados de maio.
p.44 INFORMAÇÃO
4 DE MARÇO DE 2016
ADIRA À NOSSA CAMPANHA DE SEGURANÇA
Circule pela Via da Direita
O Jornal Mundo Português orgulha-se de apresentar a Campanha ‘Circule pela Via da Direita’, uma iniciativa inovadora que,
acima de tudo, visa promover as boas práticas de condução e, consequentemente, proteger os condutores que diariamente
utilizam as estradas portuguesas. O sucesso da Campanha, certificado pelo número crescente de parcerias estabelecidas e de
empresas aderentes, desperta em todo o Grupo uma satisfação enorme. É pela segurança de todos que, todos os dias, trabalhamos
arduamente e descansamos tranquilamente, com o saber de que lutamos por uma causa nobre e transversal.
O semanário Mundo Português,
em colaboração com a Autoridade
Nacional de Segurança Rodoviária,
Guarda Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Prevenção Rodoviária Portuguesa, Infraestruturas de Portugal, Brisa, ascendi
e ANTRAM, lançam uma campanha
de sensibilização e prevenção rodoviária intitulada “Circule pela Via da
Direita nas Estradas de Portugal”.
Pretende-se com esta iniciativa
promover as boas práticas de condução nas estradas e autoestradas
portuguesas reforçando a segurança
e os conceitos de cidadania responsável. Esta campanha terá divulgação em diversos meios de comunicação social, redes sociais, mupis,
outdoors, aeroportos, estradas e
autoestradas pretendendo-se uma
cobertura nacional integrando as
várias concessionárias das autoestradas, Brisa, outras redes rodoviárias e empresas de transporte de
mercadorias/passageiros, municípios, entre outras entidades.
Nos anos mais recentes assistiu-se à construção de estradas e
autoestradas com 3 vias de trânsito em cada sentido o que veio a originar muitas vezes maus hábitos de
condução.
De uma forma surpreendente muitos condutores praticamente
deixaram de usar a via da direita que
é onde é obrigatório circular.
Segundo o artigo 13º do Código da Estrada, é dito de forma clara:
1 - A posição de marcha dos veículos deve fazer-se pelo lado direito
da faixa de rodagem, conservando
das bermas ou passeios uma distância suficiente que permita evitar
acidentes.
2 - Quando necessário, pode ser
utilizado o lado esquerdo da faixa de
rodagem para ultrapassar ou mudar
de direção.
3 - Sempre que, no mesmo sentido, existam duas ou mais vias de
trânsito, este deve fazer-se pela via
mais à direita, podendo, no entanto,
utilizar-se outra se não houver lugar
naquela e, bem assim, para ultrapassar ou mudar de direção.
Em estradas ou autoestradas
com 2 e 3 vias em cada sentido,
naturalmente, as vias da esquerda
só podem ser usadas em situação
de ultrapassagem ou mudança de
direção. Em todas as outras situações os condutores deverão circular
sempre pela via da direita
Tem-se assistido a uma degradação significativa da segurança na
circulação nestas vias, tendo em
muitos casos originado acidentes e
um perigo crescente na via publica
que urge pôr fim na salvaguarda do
interesse e defesa de todos.
Ao longo dos últimos meses, o
jornal Mundo Português tem viajado um pouco por todo o país com
o intuito de levar esta campanha às
transportadoras espalhadas de norte a sul de Portugal. Muitas são as
empesas que aderem, com um único objetivo: aumentar a segurança
rodoviária nas estradas. É pela segurança de todos aqueles que usufrem das estradas que continuaremos a trabalhar dia após dia.
AS EMPRESAS QUE JÁ ADERIRAM À NOSSA CAMPANHA
“A condução pela via da direita é, sem dúvida nenhuma, extremamente
importante por várias razões, não só porque no dia a dia e dentro das
vias públicas que utilizamos se apanha bastante tráfego, mas também
porque os nossos transportes ao circularem como veículos pesados têm uma
velocidade diminuta e, obviamente, a circularem pela direita e devidamente
assinalados não corremos tanto o risco de impedir o trânsito e também, por
outro lado, conseguimos prevenir seguramente os acidentes. Nós aderimos a
esta campanha por várias razões. Primeiro, porque entendemos que somos
uma empresa de referência no mercado dos transportes rodoviários e, em
particular, dos transportes especiais.
Segundo, a nossa marca é conhecida a nível ibérico e internacional e eu
diria que temos uma imagem a defender. Terceiro, porque, reconhecendo
o volume e as velocidades baixas dos nossos transportes, que causam,
algumas vezes, algum incómodo, também entendemos que podemos fazer
algo para melhorar a circulação nas vias públicas e, eventualmente, até para
diminuir a sinistralidade, em particular, com veículos pesados. Também,
porque, muitas vezes, é entendido que os próprios motoristas dos veículos
pesados são incómodos e são, muitas vezes, mal vistos pela formação que,
eventualmente, possam ter e, portanto, entendemos que esta campanha
tem todo o sentido de ser partilhada, para promover uma imagem diferente.”
“Esta iniciativa é uma iniciativa muito interessante para nós transportadores
que andamos dia após dia nas estradas. Uma preocupação da nossa empresa
já a alguns anos é diminuir a sinistralidade. Faz parte da integração quando
estamos a seleccionar os nossos colaboradores, ou mesmo quando estamos
a admitir, uma das nossas maiores preocupações na fase de formação é de
lhes lembramos qual a maior causa de acidentes na estrada. Esta norma não
fazia parte da nossa formação, mas quando me pediram para me expressar
sobre este tema, achei um tema bastante interessante para todos os nossos
condutores e irá também fazer parte da nossa formação”.
“Sempre que posso circulo pela via da direita, não vou dizer que
não haja situações em que facilito, como muita gente, mas é por isso
que este tipo de campanhas são importantes, obrigam-nos a pensar um
bocadinho. Neste momento a vida vive-se muito depressa e nós nem
temos tempo para reflectir, mas de fato é importante Circular Pela Via
da Direita, e devíamos todos reflectir sobre isso, porque a segurança
rodoviária é essencial. Nós não somos só motoristas, e os motoristas não
são só motoristas, são pessoas que têm família que também andam nas
estradas, e já são alguns, e algumas famílias, portanto tudo o que seja
para melhorar a segurança acho que toda a gente tem de estar de acordo
e associar-se a estas campanhas. Isto é sempre importante, relembra-os
que também são pessoas de família e estou certo que em determinados
momentos isto será suficiente para eles pensarem e refletirem e manteremse na via da direita.
Achamos extremamente importante e estas campanhas são sempre
de salutar tudo o que seja para promover as boas práticas de condução,
bem como mais segurança nas estradas, e nós claro simpatizamos com
isso. Somos condutores, não somos só motoristas nem transportadores,
também andamos muitas vezes nas estradas e sabemos o quão difícil
é termos camiões que não vão pela via da direita, fazendo com que
as pessoas fiquem impacientes e obrigando-as a fazer ultrapassagens
que não devem, potenciando por vezes acidentes, e claro que nós não
queremos isso. Tudo o que seja para melhorar as condições de segurança
nas estradas nós estamos de acordo, e associar-nos-emos sempre a essas
ideias”.
“Eu acho que é uma boa campanha e uma boa iniciativa. Todos nós
devemos aderir por questões de segurança, para diminuir a mortalidade
nas estradas portuguesas”.
INFORMAÇÃO p.45
4 DE MARÇO DE 2016
“Todas as formas que possam
reduzir o nível de sinistralidade em
Portugal são importantes. Nós temos
viaturas todos os dias a circular na
estrada e estamos interessados em
tudo o que possamos fazer para contribuir para que o número de sinistros baixe. Aderir a esta campanha
e participar nela, para nós, é uma
forma de poder divulgar e contribuir
para que isso aconteça. Dessa forma, colocaremos com todo o gosto
e quero, desde já, agradecer por podermos participar e vamos colocar,
com certeza, estes autocolantes nas
nossas viaturas. É uma forma de podermos divulgar esta campanha de
prevenção de sinistralidade. É importante, no sentido em que circular
pela direita é obrigatório.
“Tive conhecimento pessoal da campanha Circular Pela Via da Direita
no último congresso da ATRAM uma vez que faço parte da direção da
ATRAM. Conheci o Doutor Carlos Morais que apresentou esta campanha e
que me explicou também o que o motivou, de facto, eu próprio concordando
com aquilo que o motivou, a questão da segurança rodoviária e também
da mel or u dez do trans to nas nossas v as ac e que era nteressante
que a Patinter entrasse nesta campanha e que fosse uma parte ativa nesta
iniciativa, não só porque é uma empresa como uma frota muito relevante
no nosso país, que tem todos os dias várias centenas de camiões não só
em Portugal mas também por toda a Europa, mas também porque é estar a
associar a empresa a uma campanha que em si mesmo é boa mas também
Às demais associações que se associaram a esta campanha, por outro lado
acho que este tipo de campanhas e a adesão massiva a esta campanha faz
com que a sociedade portuguesa se torne uma sociedade mais cumpridora
à imagem daquelas que são as sociedades mais desenvolvidas, como é o
caso dos países do norte da Europa.
Acho que isto é estar a dar melhor nome a Portugal e fazer com que
nós sejamos conhecidos por coisas positivas e não apenas por coisas
negativas como tem sido a nossa sinistralidade”.
“A Fernando Ferramacho teve conhecimento da campanha Circule pela
Via da Direita e, como empresa responsável que somos, achámos por bem
participar, mostrando a responsabilidade que temos como frequentadores
habituais das estradas nacionais e estrangeiras. Temos responsabilidade,
enquanto operadores de transporte, em divulgar estas campanhas.”
“Antes de mais nada, obrigado por nos darem a hipótese de participar
nesta campanha que faz todo o sentido. Nós, como empresa, temos
muitas viaturas na estrada e sofremos muito deste problema. As pessoas
não sabem que é obrigatório circularem pela direita, independentemente
da velocidade a que vão. Todos os dias, faço muitos quilómetros e sofro
com esse problema. Temos todo o prazer em apoiar esta causa e temos
todo o prazer em colocar estes autocolantes nas nossas viaturas. Isto pode
fazer a diferença e quantos mais, melhor, para informar as pessoas do
problema que existe, hoje em dia, nas nossas estradas”.
“Para nós, todas as campanhas
que visem a segurança rodoviária
fazem todo o sentido. Portanto,
uma das premissas da empresa é,
efetivamente, a segurança”.
PUB
p.46
HORÓSCOPO
SIGNO DA ÉPOCA
AQUÁRIO
4 DE MARÇO DE 2016
Os aquarianos são inovadores e têm uma boa relação com as pessoas em geral. Têm um espírito irrequieto e defendem a liberdade e a espontaneidade. Gostam de trabalhar em
grupo e acreditam no potencial de cada individuo mas não são pessoas muito emotivas. São racionais mas ao mesmo tempo são visionários e estão quase sempre focados no futuro, debochando do passado e ignorando o presente. Na mitologia, o signo é representado ora por um jovem, ora por um velho. Ambos trazem uma ânfora cheia d’água, que derramam ao solo. O inconsciente flui através de suas mãos, tornando-o instrumento para a busca de soluções originais e descobertas transformadoras.
21 jan a 19 fev.
CARNEIRO
Inês Castel-Branco
21 mar. a 20 abr.
(25.02.1982)
TOURO
José Eduardo Moniz
(06.05.1952)
GÉMEOS
Diogo Infante
(28.05.1967)
CARANGUEJO
Marco Silva
(12.07.1977)
LEÃO
Leonardo Jardim
(01.08.1974)
VIRGEM
Ricardinho
(03.09.198)
21 abr. a 21
22 mai. a 21 jun.
21 jun. a 23 jul.
24 jul. a 23 ago.
24 ago. a 23 set.
Este é um tempo de convívio,
procure os seus amigos e não
fique só, partilhe a sua vida
com os outros mesmo que estes
tenham ideais diferentes dos
seus. Exponha os problemas e
verá que poderá encontrar as
respostas de que precisa.
A sua força interior e energia estão neste período viradas para a
sua relação com os outros. Nestes dias poderão estar estimulados os desejos sexuais ou surgir
conflitos na relação.Evitará dificuldades de relacionamento na
sua vida diária se for paciente.
Este é um período favorável
para lidar com assuntos legais
ou administrativos. É também
excelente se decidir viajar para
o estrangeiro pois estará muito
voltado para tudo o que o rodeia. Sentecuriosidade pelas
culturas de outros países.
É uma época propícia à sua
afirmação pessoal e criativa, o
que lhe trará grande satisfação.
Uma paixão forte poderá surgir
nesta altura e a sexualidade poderá ser vivida de forma muito
intensa. Escoe o excesso de
energia praticando desporto.
Durante este período poderá ver
melhorar a sua relação afectiva
e ter uma melhor comunicação
com os outros. Momento propício para concentrar ou arrumar ideias ou para ter uma boa
conversa de esclarecimento de
dúvidas.
Este é um período em que se
sente virado para a comunicação e para as relações com o
mundo exterior. Sente-se com
muita energia e eventualmente
alguma ansiedade. O seu sentido crítico também poderá estar
mais aguçado.
BALANÇA
ESCORPIÃO
SAGITÁRIO
CAPRICÓRNIO
AQUÁRIO
PEIXES
Susana Félix
(12.10.1975)
Francisco Louçã
(12.11.1956)
Jéssica Atayde
(21.12.1985)
Catarina Morazzo
(16.02.1982)
Simone de Oliveira
(27.01.1963)
Rodrigo Menezes
(12.03.1974)
24 set. a 23 out.
24 out. a 22 nov.
23 nov. a 21 dez.
22 dez. a 20 jan.
21 jan. a 19
20 fev. a 20 mar.
Durante esta fase estará com
um estado de espírito apaixonado e idealista em que considerará mais activa qualquer actividade tirando um prazer quase
infantil das situações que pode
provocar. Lembre-se que nem
todos poderão estar receptivos.
É uma altura em que sentirá
grande força interior e personalidade. Embora não tente obter
qualquer posição de destaque,
se seguir as suas próprias ideias
com independência e vontade
sentirá que se está a realizar.
Deverá entregar-se ao trabalho.
Com tantos assuntos a fervilharem e a precisarem de resposta,
o melhor será mesmo não se
dispersar, para não correr o risco de tomar decisões precipitadas. Deve avaliar cada questão
com calma e prudência, evitando as decisões definitivas.
Este é um excelente período
para um trabalho em equipa.
Procure não se isolar, verá que
o trabalho conjunto não lhe tira
mérito, antes pelo contrário:
serão várias as pessoas a confirmar o seu mérito. Se possível
pratique desporto.
A sua capacidade de comunicação estará incrementada
durante este trânsito. Sente-se
mais activo, criativo e autêntico naquilo que diz ou escreve.
É especialmente favorável para
defender uma ideia, para atrair
pessoas.
Neste período a sua mente estará bastante activa. Terá ideias
criativas que defenderá com
convicção. Deve ouvir as opiniões dos outros e não querer
impor os seus pontos de vista.
Evite todo o tipo de conflitos legais ou com as autoridades.
lousa, circundadas por uma natureza quase em estado puro, é
rica em espécies de fauna e flora
que aqui encontram o seu habitat natural.Em Foz D’Égua situa-se uma praia fluvial de grande
beleza, o ponto de encontro da
ribeira de Piódão com a ribeira
de Chãs, que correm em direcção ao rio Alvoco e cujo percurso
é travado por uma represa criando um espelho de água.
Sudoku
Dependendo do nível de dificuldade, o objetivo é completar os quadrados em falta com números de 1
a 9. Há, no entanto, três regras a
respeitar: o mesmo número não se
pode repetir nem na linha horizontal, nem na linha vertical, nem no
mesmo quadrado.
À Descoberta De Portugal
Foz d’Égua, Arganil
SOLUÇÕES
A aldeia de Foz d’Égua localiza-se em plena serra do Açor,
próxima da aldeia do Piodão e
da aldeia de Chãs. Caracterizada
pelo seu aspecto rural serrano,
com as típicas casas de xisto e
Sopa
de
Letras
Miradouros
Miradouro das Fontainhas, Setúbal
O Miradouro das Fontainhas
fica no bairro de São Domingos.
Também é conhecido como Miradouro de São Domingos, devido à sua localização. É um
dos miradouros com melhor vis-
ta sobre a cidade e os arredores
com o seu património construído e natural, tendo visibilidade
para uma das marinas de Setúbal, para o cais de embarcações de passageiros que cruza
o Rio Sado até à Península de
Tróia, para a Serra da Arrábida
e para os típicos telhados vermelhos portugueses das casas que
foram sendo construídas pelos
pescadores ao longo da colina.
AF_ANUNCIO_QUIOSQUE DIGITAL_MUNDOPORTUGUES_2016.pdf 1 03-02-2016 17:23:56
QUIOSQUE DIGITAL:
UMA OUTRA FORMA DE LER A BORDO
Através do Quiosque Digital, a leitura de bordo está disponível no ecrã do seu dispositivo móvel.
Os jornais e revistas deverão ser descarregados depois do check-in efetuado , podendo ler os títulos
em modo offline no seu smartphone ou tablet. Para ver que títulos estão disponíveis, insira o código
da sua reserva na opção "Adicionar Reserva": o código é constituído por 6 dígitos alfa-numéricos
e está indicado no seu bilhete de embarque e nas notificações de e-mail ou SMS.
Este serviço é gratuito e está disponível através da aplicação móvel da TAP (válido para Clientes TAP
a viajar em voos operados pela TAP). Esta funcionalidade já está disponível em dispositivos Android e iOS.
Brevemente estará implementada nos dispositivos Windows. Esteja atento! Consulte também o Guia
de Entretenimento Digital que resume os conteúdos existentes no sistema de entretenimento dos
nossos aviões: esta publicação pode ser descarregada através do Quiosque Digital, mesmo
sem adicionar uma reserva.
C
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Para saber mais sobre esta funcionalidade, utilize este QR Code e consulte
toda a informação disponível em flytap.com.
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Desejamos-lhe boas leituras!
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DE BRAÇOS ABERTOS
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