Projeto Educativo

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Projeto Educativo
PROJETO EDUCATIVO
CLARETIANO
PEC
Capa
BRASÃO
1. Mapa mundi: Claret sentia-se enviado a todo o mundo, não
só geograficamente, mas aos diversos povos, culturas, classes
sociais. Isso significa uma abertura aos verdadeiros valores
universais, como a paz, a solidariedade, a fraternidade, o
progresso. Uma pedagogia não somente de integralidade, mas de
relações múltiplas.
“O meu espírito é para todo o mundo”.
Culturas – continentes – EAD – valores universais.
2. Correntes: o mundo é habitado por pessoas marcadas por
limitações, deficiências, dominadas pela imaturidade, por vícios
e pecados com suas conseqüências. A libertação e a redenção
radical do ser humano foram realizadas por Cristo, que se revelou
para nós como Caminho, Verdade e Vida. A educação é um dos
meios para a libertação, o crescimento e a vida das pessoas.
“A verdade vos libertará”.
Limitações – imaturidade - vícios - pecados. “A Glória de Deus é
a plenitude humana”.
3. Pomba: é o símbolo do Espírito Santo, doador de vida, força
criadora e poder de comunhão. É símbolo do espírito humano, do
amor, do compromisso transformador, da força para o serviço, da
salvação, da solidariedade e da paz.
“Espírito do vosso Pai e de vossa Mãe vos moverá”.
Vida -plenitude - comunhão- compromisso – paz
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................05
I) INTRODUÇAO...............................................................................................................................07
II) A AÇÃO EDUCACIONAL CLARETIANA..............................................................................10
III) FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CLARETIANA............................................................15
3.1. Dimensão Antropológica.....................................................................................15
3.2. Missão.................................................................................................................................17
3.3. Princípios Educativos..............................................................................................18
IV) IDENTIDADE CLARETIANA...................................................................................................20
4.1. Carisma Claretiano..................................................................................................20
4.2 Comunidade Educativa............................................................................................21
4.3 Identidade do Educador Claretiano...........................................................23
V) A AÇÃO EDUCATIVA CLARETIANA.....................................................................................24
5.1. Fundamentos éticos e o exercício da cidadania.................................24
5.2. Os desafios da sociedade contemporânea.............................................25
5.2.1. situação social........................................................................................................26
5.2.2. situação econômica.............................................................................................27
5.2.3. situação política....................................................................................................28
5.2.4. situação cultural..................................................................................................28
5.2.5. situação religiosa.................................................................................................29
5.3. Valores Humanos em Educação.......................................................................30
5.3.1. valores educacionais..........................................................................................31
5.3.2. valores educacionais claretianos............................................................32
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VI) ANEXOS........................................................................................................................................35
6.1. Vida e Obra de Santo Antonio Maria Claret............................................35
6.2. A Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração
de Maria........................................................................................................................................36
VII) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................38
7.1. Bibliografia Claretiana.........................................................................................38
7.2. Bibliografia Geral.....................................................................................................38
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APRESENTAÇÃO
Desde sua fundação em 1849 até nossos dias, a Congregação dos
Missionários Claretianos vem realizando sua missão em muitos lugares, diante de
diversas circunstâncias e com múltiplas formas. Os desafios que enfrentamos são
muitos, mas entre eles nos sentimos continuadores do carisma de Santo Antonio
Maria Claret, empreendendo sinceros esforços para manter seu ideal profético e
adaptá-lo às necessidades concretas de um mundo em constante transformação.
Oferecemos nosso serviço educativo contando com um modo próprio
de evangelizar, de que somos conscientes e que é reconhecido pelos que estão à
nossa volta: fazemos juntos, trabalhamos em comunidade. Comunidade que nos
impulsiona para a missão.
Este documento expressa de forma sistemática nossos fundamentos
carismáticos e nossa realidade educativa, que vai desde a Educação Infantil ao
Ensino Superior, presencial e a distância.
Importante destacar que este projeto é fruto de um processo de formação
e integração que foi gestado no CECLAB (Comissão dos Educadores Claretianos do
Brasil) e que atualmente conta com representantes de todas as nossas unidades
e modalidades educativas, células que dão corpo a um belo e robusto projeto.
Grande foi o empenho na tarefa de sua elaboração, fruto da união de todos e da
comunhão de ideais.
O Projeto nos permite colher a alegria do encontro promovido e de
todos os esforços depositados na busca pela excelência educativa que promove
o crescimento humano alicerçado pelos parâmetros cristãos de vida, de
relacionamento e de expectativa da construção do Reino.
Como diz o Documento de Aparecida: “É necessário apresentar a pessoa
humana como o centro de toda a vida social e cultural, resultando nela: a dignidade
de ser imagem e semelhança de Deus e a vocação de ser filhos no Filho, chamados a
compartilhar sua vida por toda a eternidade.” (DA 480). E diz ainda: “as crianças e os
adolescentes têm o direito de ser estimulados a apreciar com reta consciência os valores
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morais, prestando a esses valores sua adesão pessoal, e também de ser estimulados a
conhecer e amar mais a Deus” (DA 482)
Nessa proposta, o PEC (Projeto Educativo Claretiano) pode e deve converterse no ponto de convergência, no motor que impulsiona e caracteriza o serviço
educativo da Missão Claretiana. Ele é o rosto que revela o sonho de construção de
uma sociedade ética, justa e fraterna, mais humana por vocação.
Certamente, este documento não é ponto de chegada. Como a criança
que nasce necessita dos cuidados de seus genitores para crescer e se desenvolver
saudável, este projeto necessita da atenção de toda comunidade educativa para
se multiplicar em ações concretas que levem a alcançar a meta proposta. A obra
é imensa. Por natureza carismática vamos abraçar os desafios e nada deverá nos
deter. Como diria o poeta Antonio Machado “...caminhante, não há caminho,faz-se
caminho ao andar. Ao andar faz-se o caminho...”
Desejo a todos uma feliz jornada pelos caminhos da educação
evangelizadora.
Com as bênçãos do Coração de Maria e Santo Antonio Maria Claret.
Pe. Marcos Aurélio Loro, cmf.
Superior Provincial
São Paulo, 8 de dezembro de 2011.
Festa da Imaculada Conceição de Maria.
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I) INTRODUÇÃO
No ano de 2011, aconteceu o XV Encontro da CECLAB (Comissão de
Educadores Claretianos do Brasil), realizado na cidade de Batatais, com participação
das equipes de todas as unidades de educação da Província Claretiana do Brasil. Tal
encontro proporcionou momentos importantes de socialização das experiências
realizadas pelos educadores claretianos da Educação Básica e da Educação Superior,
bem como a reflexão sobre os fundamentos antropológicos, filosóficos e teológicos
que norteiam o trabalho educativo.
Da partilha e troca de experiência da CECLAB, identificou-se a necessidade
de sistematizar e propor um Projeto Educativo único que norteasse o trabalho
dos educadores claretianos. Constituiu-se, então, um grupo de estudo composto
por dois representantes da Educação Básica, dois representantes da Educação
Superior e um representante da Educação Superior a Distância, que proporiam
um alinhamento da missão e dos projetos educativos das Instituições da Educação
Básica e da Superior. Nesse sentido, o trabalho do grupo de estudo partiu de uma
análise cuidadosa que considerou a situação de trabalho nos centros educativos,
as iluminações acerca da realidade social, política, econômica e cultural do país, os
documentos institucionais e os Projetos Educativos de cada unidade, assim como
as implicações do Carisma Claretiano na educação.
Dessa reflexão convergiu um Projeto Educativo revisado e único que
contempla todas as reflexões vividas e que lança marcos claros e questões
fundamentais para a compreensão do modo de educar segundo o espírito claretiano.
Tal Projeto foi submetido à apreciação no Segundo Capítulo da Província do Brasil,
a fim de que os capitulares conhecessem e confirmassem as proposições.
Santo Antonio Maria Claret fundou sua Congregação de missionários,
cujo carisma é o serviço e o anúncio da Palavra por todos os meios possíveis. Foi
inspirado e animado por esse carisma que Pe. Claret, já idoso, percebeu como a
escola seria um espaço oportuno e extraordinário para o anúncio da Palavra e do
Reino de Deus para a renovação da vida cristã das famílias e da sociedade.
Claret estava integrado em seu tempo e respondia aos seus apelos com
os meios que seu zelo apostólico inspirava. O carisma, porém, não é algo estático,
imutável, mas dinâmico; é algo que se atualiza na história e segue sempre atento
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e em sintonia com os sinais dos tempos, com a mudança de época, com as novas
tecnologias, com os processos pedagógicos e com as necessidades do Povo de
Deus.
Assim, o educador claretiano não restringe o anúncio da Palavra à
pregação ou à catequese. Anunciar a Palavra é revelar, des-velar a presença do
Senhor na história, anunciar o amanhecer da esperança para a sociedade e seus
problemas, é responder aos apelos de crescimento, de maturidade e de formação
da criança, do jovem e do adulto que caminha continuamente para uma vida em
plenitude.
A Palavra que promove a vida é o diferencial da Educação Claretiana e o
fundamento de sua ação de humanização e de salvação que se configura como
Pedagogia da Palavra. Os educadores, no exercício pedagógico, vivem o desafio
salutar de articular o desempenho didático de qualidade, a educação profissional
e a integração social do aluno, o desenvolvimento integral das potencialidades
humanas, o cumprimento do chamado de Deus e a colaboração com o projeto
de salvação do Criador.
A Congregação Claretiana compartilha com os educadores a missão
e os educadores sentem-se missionários em relação à pessoa a ser educada,
para ajudá-la a atingir a sua plenitude humana, por meio de todos os recursos
pedagógicos dos centros educativos vinculados à Congregação. Neste contexto,
a metodologia pedagógica adotada torna-se apenas um caminho, um meio,
cujo valor depende da clareza dos fins humanistas e cristãos que são visados.
Santo Irineu escreveu que a Glória de Deus é que a pessoa atinja a plenitude da
vida, como Jesus revelou em si a plenitude humana (Gaudium et Spes n. 22). Esse
também é objetivo do educador claretiano.
A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II Gaudium et Spes (n. 35), ao
mencionar a autonomia das realidades terrestres, aponta que a norma da atividade
humana é realizar o bem da humanidade e permitir ao ser humano a educação e a
realização de sua vocação integral, de acordo com o plano de Deus. O Verbo Divino,
na encarnação, ao assumir em Jesus a natureza humana, explicitou a sacralidade
de cada pessoa e tudo o que diz respeito ao ser humano, reintegrando-o à
promessa de felicidade oferecida pelo Criador. Pela encarnação do Verbo Divino,
toda a humanidade é santificada. Ao assumir a humanidade, Cristo convida-nos
a participar de sua divindade. Tal mistério deve ser compreendido na ação do
educador claretiano que vive a tensão de atuar em meio à sociedade, promovendo
a vida plena, a educação integral para a pessoa, a justiça, o amor e a paz, segundo
a missão salvadora de Cristo.
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Com a finalidade de propor uma forma de alinhamento ou consolidação
dos documentos referentes à educação claretiana no Brasil e assumir as reflexões
desenvolvidas nos encontros da Comissão de Educadores Claretianos, o grupo
apresenta um projeto de atualização do Carisma Claretiano atuante na educação,
a fim de:
a) contextualizar e adaptar a atividade educativa aos tempos atuais;
b) retomar os fundamentos da Educação Claretiana, detendo-se em
uma reflexão antropológica, de caráter teológico e filosófico, como
iluminação da ação educativa;
c) enfatizar os pressupostos da dimensão antropológica e seus
desdobramentos em princípios educativos e valores; e
d) definir com clareza a Identidade Claretiana, realçando a dimensão de
missionários da Palavra e o sentido de participação da missão salvadora
de Cristo.
Comum e articulada a todos, a missão claretiana irradia vida e alma à
educação, tornando-se atual, competente e capaz de responder aos anseios de
vida plena, conforme o projeto de Deus anunciado por Jesus Cristo (Jo. 10,10).
A Comissão:
Pe. Sergio Ibanor Piva
Artieres Estevão Romeiro
Manoel Valmir Fernandes
Martha Mansur Maluf Tomazella
Pricila Bertanha
Sávio Carlos Desan Scopinho
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II) A AÇÃO EDUCACIONAL CLARETIANA
A Ação Educacional Claretiana – EDUCLAR –, Entidade Mantenedora das
Instituições Educativas Claretianas, é pessoa jurídica de direito privado, na forma de
associação, sem fins lucrativos, filantrópica, com origem em 02 de janeiro de 1997,
anteriormente sob a denominação de “Colégio São José de Batatais”. É reconhecida
como de Utilidade Pública Federal pelo Decreto Lei n. 91.412, desde 09 de julho de
1985, de Utilidade Pública Municipal pela Lei n. 843 de 06/10/1971, de Utilidade
Pública Estadual pela Lei n. 1.256, de 31/01/1977, registrada no Conselho Nacional
de Assistência Social – CNAS sob o n. 261.996/71, em 21/02/1972. Em 2 de janeiro
de 1997, foi transformada em “Ação Educacional Claretiana” e tem sua sede social
na cidade de Batatais.
A Ação Educacional Claretiana mantém unidades educacionais nas cidades
de Batatais, Rio Claro e São Paulo, no Estado de São Paulo, e na cidade de Curitiba,
no Estado do Paraná. No ano de 2009, assumiu a mantença de mais duas unidades
educacionais: uma na cidade de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, e outra
na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal.
Na cidade de Batatais, a Ação Educacional Claretiana conta com o Colégio
São José, que oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e
com o Centro Universitário Claretiano, que disponibiliza cursos de Graduação
presencial nas áreas das Ciências Humanas, Biológicas, Exatas, Gestão e Superiores
de Tecnologia, e cursos a distância (nas mesmas áreas dos cursos presenciais),
além de cursos de Pós-Graduação e de Extensão. Conta, ainda, com a Universidade
Aberta à Terceira Idade, que é uma opção para as pessoas com mais de 45 anos
que buscam qualidade de vida e interação social. Com o credenciamento para a
oferta de cursos de graduação e pós-graduação a distância, todas as unidades da
Ação Educacional Claretiana integram o conjunto de polos de apoio presencial
do Centro Universitário Claretiano de Batatais. Além das unidades claretianas,
há uma série de outros polos conveniados, com equipes técnico-administrativas,
tutores e professores, que comungam igualmente do carisma e do Projeto
Educativo Claretiano.
Em Belo Horizonte (MG), a Ação Educacional Claretiana mantém o Colégio
Claretiano Dom Cabral, que oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio.
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Em Curitiba (PR), a Faculdade Claretiana de Teologia – Studium
Theologicum – oferece o curso de Bacharelado em Teologia.
Na cidade de Rio Claro (SP), a Ação Educacional Claretiana mantém o
Colégio Claretiano, que oferece cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental,
Médio e Pré-Vestibular, as Faculdades Integradas Claretianas, que oferecem cursos
de Graduação presencial nas áreas de Exatas, Humanas, Biológicas e Tecnológicas,
Faculdade da Terceira Idade, Pós-Graduação e Extensão.
Na cidade de São Paulo, a Entidade Mantenedora tem sob sua
responsabilidade o Colégio Claretiano, que oferece Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio, bem como as Faculdades Integradas Claretianas Unidade São Paulo -, que disponibiliza cursos presenciais e a distância, assim como
a Faculdade da Terceira Idade.
Em Taguatinga (DF), a Ação Educacional Claretiana mantém o Centro
Educacional Stella Maris, que oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio.
As Instituições da Educação Básica e Superior da Ação Educacional
Claretiana foram criadas com um carisma peculiar: anunciar a Palavra de Deus.
O serviço dessa Palavra abrange uma vasta área de atividades que, embora bem
distintas, se unem em sua finalidade, que é a Educação, considerada promotora
da dignidade da pessoa humana e do seu desenvolvimento integral, segundo o
desígnio do Criador, com o objetivo de realizar uma verdadeira evangelização.
A partir do Carisma Claretiano, foi definida a Missão das instituições
educativas claretianas e elaborado o Projeto Educativo que é apresentado neste
documento com o objetivo de divulgar e compartilhar, junto aos alunos, pais,
professores e funcionários, a proposta de educação dos Missionários Claretianos.
A Missão sintetiza o ideal carismático das instituições educativas claretianas,
centrado no amor e no serviço ao ser humano a partir da educação, tendo como
base a mensagem de Jesus Cristo, ao estilo de Santo Antônio Maria Claret e da
Congregação dos Missionários Claretianos. Buscando a constante coerência
com esses princípios, intensificaram-se, nos últimos anos, as reflexões quanto às
questões básicas da educação com todos os segmentos da Instituição, visando ao
crescimento harmônico de toda a comunidade educativa.
O Projeto Educativo fundamenta as ações desenvolvidas na Educação
Básica e na Superior, que buscam formar cidadãos com sólida base profissional,
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ética e aberta a Deus, à natureza e à experiência humana, visando a uma sociedade
mais justa e solidária.
O objetivo do Projeto Educativo é fornecer subsídios para repensar, refletir,
construir e dinamizar as práticas pedagógicas e administrativas, possibilitando
diversos momentos em que seja possível avaliar o percurso das ações, adequar
os rumos, analisar e avaliar os resultados. A Educação Claretiana, iluminada pelo
carisma do Padre fundador, Santo Antônio Maria Claret, define-se como Escola
Missionária e Profética, mediadora da evangelização, sempre pautada na presença
da mensagem de Cristo. Por isso, propõe uma pedagogia e uma didática em
harmonia com o ser e o aprender do educando, norteadas para a formação do
espírito de cooperação e solidariedade.
Pautado em uma educação humanista, o Projeto Educativo Claretiano
apresenta as seguintes características:
a) é um processo participativo de decisões;
b) preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho
pedagógico que considere os conflitos e as contradições;
c) propõe princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade
entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no
projeto coletivo;
d) apresenta orientações para superar problemas no decorrer do trabalho
educativo, voltado para uma realidade específica;
e) explicita o compromisso com a formação humana em todas as suas
dimensões, estabelecendo um compromisso com a ética e a cidadania
pautada nos valores cristãos.
básicas:
A execução do Projeto Educativo efetiva-se a partir de algumas ações
a) nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das
causas dos problemas e das situações nas quais aparecem;
b) ser exequível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à
avaliação;
c) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da
escola;
d) ser construído continuamente.
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Assim, o Projeto Educativo Claretiano envolve atitudes multi, inter e
transdisciplinares, planejamento conjunto, participação ativa e compartilhada
entre educadores e educandos, considerando aspectos da realidade cotidiana
de ambos. Dessa forma, todos são corresponsáveis pelo desenvolvimento
do trabalho e, principalmente, vislumbram a possibilidade de expor suas
singularidades e encontrar um lugar para sua participação no processo de ensino
e aprendizagem.
Atuar em conjunto exige que todos se comprometam e estejam pactuados
a um permanente desejo de renovação. Nesse sentido, é imprescindível que
todos os segmentos da escola revejam suas atribuições e que não as percam de
vista, pois, se assim procederem, não correrão o risco de se acomodarem.
A proposta reveste-se de fundamental relevância e impõe-se como
instrumento particular de mudança, contemplando sua própria realidade, por
meio do levantamento de suas reais necessidades, partindo de uma diretriz
fundamental que é a Pedagogia Claretiana. Com o Projeto Educativo Claretiano,
almeja-se estabelecer uma identidade própria, caracterizando-se como uma
Instituição que pretende se tornar criativa e dinâmica frente à rapidez com que a
sociedade se desenvolve.
Espera-se, ainda, que o Projeto Educativo Claretiano se torne um
instrumento de mobilização de todos os agentes e lideranças e que aprimore
as competências da Comunidade Escolar, melhorando seu desempenho e
restabelecendo os valores humanos para aprimorar a atuação pedagógica da
escola, o desempenho dos educandos e o prazer de ensinar e aprender.
A Ação Educacional Claretiana, por meio das suas diversas unidades
educacionais, quer oferecer ao corpo discente os instrumentais científicos,
técnicos, humanos, religiosos e vivenciais que o torne capaz de compreender a si
mesmo e a sua função no plano criador de Deus. Assim, cada ser humano sentese participante e responsável pelo aperfeiçoamento de todos os segmentos e
interesses da vida humana. Pretende-se também fazer que haja uma sensibilidade
ao perfil do educando, entendendo suas virtudes e fragilidades, potencialidades
e limitações, assim como dando atenção às suas necessidades.
Na perspectiva cristã, a educação deverá ajudar na formação de uma
pessoa que seja entendida como:
a) co-criadora do Projeto de Deus, tendo como tarefa
complementar, a humanização e partilha da obra da criação;
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b) com sentido de liberdade que lhe permita agir consciente e
responsavelmente, tomando decisões pessoais e coerentes
com seu projeto de vida e capaz de participar na sociedade,
fazendo opções religiosas, políticas e culturais livres;
c) com senso ético e consciência crítica que lhe permitam avaliar
com clareza os acontecimentos e o que está implícito neles,
oferecendo soluções apropriadas e comprometendo-se a atuar
de forma adequada e eficaz;
d) com equilíbrio que lhe permita enfrentar, com serenidade e
sentido cristão, o êxito e o fracasso;
e) com sensibilidade histórica e capacidade de se comprometer
com a uma sociedade solidária que impulsione para assumir
as responsabilidades sociais e políticas na perspectiva de um
mundo democrático;
f ) com relações de comunhão e participação;
g) sujeito construtor da história, livre e solidário, capaz de amar,
mas também de resistir e recusar;
h) capaz de viver a partilha e a convivência fraterna em
comunidade, até a doação de si mesmo;
i) digna e superior a qualquer lei ou organização social, mesmo
a mais democrática e cuja cidadania transcende a terrestre,
completando-se no Reino definitivo de Deus;
j) capaz de assumir uma atitude de amor à coisa pública, de
vontade permanente de participação, de abertura ao outro, do
poder-serviço e da encarnação na realidade do povo;
k) capaz de ligar a autorrealização à construção do bem comum
e da comunhão social. (CNBB, 1990, p. 37).
Essa mesma formação precisa estar aberta para a vida social e, nesta
perspectiva, a Educação deve preparar o educando para fomentar uma sociedade:
a) fundamentada na dignidade da pessoa humana e que tem como meta
a comunhão social;
b) marcada pela igualdade de todos, pela solidariedade e pela participação
como critérios de organização;
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c) pluralista, aberta aos valores que são patrimônio da humanidade, sem
preconceitos e discriminações;
d) que preconiza relações dialogais, participativas e democráticas na
sociedade civil;
e) que supera a contradição entre as estruturas sociais injustas e as
exigências do Evangelho, tornando efetiva a justa distribuição dos bens
econômicos, culturais e espirituais, de serviços e oportunidades;
f ) que garanta a seus segmentos a plena liberdade de se associarem
e de se organizarem e a efetiva oportunidade de serem ouvidos e
respeitados, bem como a todas as pessoas o direito de manifestarem
pública e privadamente a sua fé.
Enfim, uma sociedade capaz de respeitar o ser humano como pessoa,
reconhecendo as suas dimensões bio-psíquica-espirituais e considerando os
valores éticos como norteadores da conduta humana e como critério básico e
fundamental do comportamento social.
III) FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CLARETIANA
3.1. Dimensão Antropológica
A vida humana apresenta-se como uma obra inacabada, como um projeto
a ser realizado e alimentado pela tendência interior de atingir a plenitude. A
finitude não é apenas uma característica essencial da vida humana; ela torna-se
também um elemento constitutivo do seu sentido. Assim, a vida humana impõe-se
na força de seu caráter irreversível. A responsabilidade que a pessoa tem pela sua
vida baseia-se também na sua transitoriedade.
Não somente a limitação temporal confere sentido à vida, mas também
as limitações interiores de cada indivíduo. O perfil pessoal da inteligência,
da afetividade, do temperamento, das aptidões, entre outros, apresenta-se
como único e irrepetível. A consciência dessa irrepetibilidade é a base de um
verdadeiro humanismo. Cada pessoa é única e tem no mundo uma missão que
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lhe é própria; e só a ela compete a responsabilidade e a liberdade de realizála.
Ao valorizar a importância da pessoa é preciso partir sempre do
reconhecimento da igual dignidade entre homem e mulher, duas formas de
ser pessoa, duas expressões de uma humanidade comum; portanto, imagem e
semelhança de Deus.
As dimensões biofísica, psicossocial e espiritual ou existencial do ser
humano, que estão em permanente construção, são fundamentalmente diferentes,
embora se relacionem entre si por referirem-se à pessoa, tornando-se inseparáveis
sob o ponto de vista antropológico (FRANKL, 1990, p. 69-70). A totalidade das
dimensões encontra-se sintetizada na concepção de pessoa e deve ter por base
um projeto que dê sentido à vida.
O princípio unificador que configura o ser humano e o constitui como
pessoa é o espírito que forma e assume as demais dimensões para configurálas como ser humano numa perspectiva individual e social. Sua caracterização
manifesta-se por meio do conhecimento humano, da consciência reflexa, da préfixação de fins, da responsabilidade, do poder de refrear os impulsos para adaptarse a um objetivo valorizado e de perguntar-se pelo sentido, pela origem e pelo
destino da vida e da capacidade de elaborar ciência e cultura.
O ser humano apresenta-se em uma relação múltipla de abertura ao
mundo, aos outros, a si mesmo e a Deus, que ilumina e dá sentido pleno à sua
realidade humana. Neste relacionamento múltiplo, ele encontra o caminho para
ser o princípio de seus atos e ser responsável, construindo sua autonomia, na força
da qual goza de um espaço para distanciar-se e tomar posse de si, resistir à pressão
dos condicionamentos internos e externos e estabelecer um espaço de liberdade.
Tais requisitos obrigam-no a posicionar-se perante a realidade social
concreta, intervindo para a mudança das estruturas injustas e desumanas. Tendo
consciência de suas limitações, necessita do apoio e da comunhão de vida com os
seus semelhantes.
Assim sendo, toda educação fundamentada em uma concepção do ser
humano como pessoa deve ser uma educação integral, enquanto capacidade de
pôr unidade em todos os aspectos possíveis da vida humana. Quando a pessoa é
o sujeito privilegiado da educação, tem-se uma educação personalizada, pautada
num conjunto de notas como facetas de uma mesma realidade antropológica.
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O fim da atividade educativa não se reduz ao aperfeiçoamento exclusivo da
inteligência ou da vontade ou de habilidades técnicas, mas impulsiona o processo
de personalização, atualizando as potencialidades enquanto radicadas na pessoa
em sua singularidade, autonomia, abertura e unidade.
3.2. Missão
A partir de uma vivência histórica no campo da evangelização, a Ação
Educacional Claretiana foi-se fortalecendo como Entidade Mantenedora de
Educação Básica e Superior e sustentando, em suas práticas pedagógicas, uma
proposta educacional pautada nos valores evangélicos e na capacitação da pessoa
humana. Nessa perspectiva, elaborou-se uma missão que traduz o que almeja
a Entidade Mantenedora no seu projeto educacional. Assim ficou definida sua
missão:
A missão da Ação Educacional Claretiana é capacitar a pessoa
humana para o exercício profissional e para o compromisso com a
vida, mediante uma formação integral. Esta missão se caracteriza
pela investigação da verdade, pelo ensino e pela difusão da
cultura, inspirada nos valores éticos e cristãos e no Carisma
Claretiano que dão pleno significado à vida humana. (MISSÃO E
PROJETO EDUCATIVO, 2007, p. 11).
Entende-se por Missão o princípio que está na origem dos trabalhos e
atividades institucionais, norteado pelo compromisso de assumir um trabalho de
evangelização, já que educar é um modo de ser, um modo de significar e um modo
de atuar em favor do crescimento do Reino.
Como instituição católica de ensino, deve garantir, de forma
permanente e institucional, o diálogo entre a razão e a fé, entre o evangelho e a
cultura, contribuindo para aprofundar o conhecimento do significado e o valor da
pessoa humana.
Enquanto instituição claretiana, dirigida pelos Missionários
Claretianos, tem como compromisso carismático o Serviço Missionário da Palavra,
exercido por todos os meios possíveis. Assim sendo, assume o ministério educativo
como um modo de colaborar para uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
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3.3. Princípios Educativos
A proposta educacional da comunidade claretiana baseia-se em três
princípios fundamentais que devem orientar sua prática educativa:
a) Cada pessoa é um ser único e singular. A educação procura tornar
esse ser um sujeito consciente de suas possibilidades e limitações.
A manifestação dinâmica dessa singularidade é a originalidade e a
criatividade.
b) Cada pessoa é o princípio de suas ações, de sua capacidade de governarse tendo em vista sua liberdade. O ser humano é livre para se realizar
como pessoa e, por isso, responsável pelo seu projeto pessoal e social
de vida. Tal assertiva opõe-se a qualquer tipo de arbitrariedade.
c) O ser humano é simultaneamente uma totalidade e uma exigência de
abertura e contato com os outros. Este princípio orienta a educação
para as relações de colaboração, de trabalho e amizade na vida social,
econômica, política e cultural.
A partir dessas linhas de pensamento, enquanto comunidade educativa, a
Ação Educacional Claretiana estabelece as seguintes diretrizes:
a) Desenvolver a identidade claretiana como fator de integração de todos
os participantes da comunidade educativa.
b) Capacitar o corpo docente para que se destaque pela competência
científica e pedagógica e esteja aberto à justiça, à verdade, às aspirações
profundas do ser humano, aos direitos da pessoa e das comunidades, à
paz e à solidariedade.
c) Qualificar o corpo de tutores para a mediação entre professores e
alunos, tendo em vista a atuação acadêmico-administrativa cada vez
mais humanizada e ética.
d) Orientar e organizar a ação educativa tendo o aluno como centro do
processo, ajudando-o a educar-se a si mesmo e a ser protagonista de
sua formação.
e) Trabalhar atitudes que desenvolvam, progressivamente, as relações
interpessoais, ampliando os horizontes de cada membro da comunidade
educativa em relação à fraternidade humana.
Projeto Educativo Claretiano - PEC
19
f ) Desenvolver as pastorais escolares e universitárias de forma que
acompanhem a vida e o caminhar de todos os membros da comunidade
educativa.
g) Favorecer à integração dos membros da comunidade educativa, visando
à formação de uma autêntica comunidade de vida, que valorize o outro,
na partilha dos valores da verdade, honestidade, confiança, liberdade,
responsabilidade e respeito à dignidade humana e à natureza.
h) Promover e articular a abertura consciente e comprometida com a
comunidade local por meio de projetos comunitários e extensionistas
que privilegiem grupos que se encontram em estado de risco.
i) Promover a integração dos centros educativos com as demais frentes
apostólicas dos Missionários Claretianos do Brasil, na linha da missão
compartilhada.
j) Estabelecer critérios, programações e atividades que orientem e
estimulem a realização de uma prática educativa que, fortalecendo as
exigências acadêmicas e a qualidade profissional, possam desenvolver,
também, uma ação humanitária numa perspectiva evangelizadora.
k) Estimular e desenvolver a capacidade de análise, de criatividade e
de espírito crítico, por meio de iniciativas que respeitem o ritmo de
crescimento individual, propiciando a abertura para o mundo, para os
outros e para o transcendente.
l) Valorizar o trabalho acadêmico e as relações humanas diárias, realizadas
com integridade, constância e firmeza.
m) Promover a dimensão religiosa para crescer na dimensão da fé,
fomentando o diálogo ecumênico e interreligioso.
Assim, à Ação Educacional Claretiana, como Entidade Mantenedora, cabe
estabelecer as linhas pedagógicas e as características próprias da educação e
responsabilizar-se, perante a sociedade, pelo Projeto Educativo e pela aplicação
dos seus princípios na atividade educativa.
20
Projeto Educativo Claretiano - PEC
IV) IDENTIDADE CLARETIANA
Das ações de Santo Antônio Maria Claret, pode-se extrair diretrizes
norteadoras do trabalho educativo. Segundo ele, a educação é um dos maiores
benefícios ofertados à pessoa e o que mais a influencia. Para os Claretianos, cujo
carisma é a evangelização e o anúncio da Palavra, que é vida e sentido para o ser
humano, a educação é reconhecida como valor antropológico e, por isso, tem
uma dimensão evangelizadora; ela apresenta-se como processo de libertação por
humanizar, personalizar e socializar.
Padre Claret foi um missionário preocupado em levar, por todos os meios
possíveis, a Palavra de Deus a todos os povos. Sua afirmação - “Desejo ardentemente
sair de Madri para pregar pelo mundo inteiro.” (CLARET, 2008, p. 312)) - reflete a
universalidade do entendimento do exercício de sua missão evangelizadora. Uma
característica marcante de sua proposta evangelizadora foi a prática de propiciar
não apenas instrução, mas também uma formação cristã, inspirando e despertando
o ânimo do ser humano em sua totalidade e individualidade. Deixou clara essa
atitude em seus propósitos de vida, fazendo entender que um missionário precisa
agir e pregar com o fogo divino nos lábios e no coração e ser apaixonado pelas
pessoas em sua totalidade e complexidade. Trilhando seus passos, os Centros
Educativos Claretianos devem caracterizar-se como escolas missionárias, atentas
aos desafios de cada realidade e abertas ao diálogo intercultural.
4.1. Carisma Claretiano
A Educação Claretiana é iluminada pelo carisma do Padre fundador, Santo
Antônio Maria Claret. A Congregação dos Missionários Claretianos, inspirada nesse
carisma, tem por objetivo “[...] buscar em tudo a glória de Deus, a santificação
de seus membros e a salvação dos homens de todo o mundo” (MISSIONÁRIOS
CLARETIANOS, 1983, p. 21). A partir da evolução histórica da Congregação,
definiu-se seu carisma como um serviço missionário e profético da Palavra com
as seguintes características: anúncio do Reino de Deus e da vida em plenitude e
denúncia de tudo o que lhe é contrário, optando por todos os meios possíveis para
que a salvação seja levada a toda a humanidade.
Projeto Educativo Claretiano - PEC
21
O carisma permeia, assim, a prática educativa claretiana e ambos
acompanham as relevantes transformações ocorridas na sociedade no decorrer do
tempo e no contexto desafiador da sociedade contemporânea.
4.2 Comunidade Educativa
Os Missionários Claretianos evangelizam a partir de uma comunidade,
à semelhança dos apóstolos. Por isso, educar significa criar uma comunidade
educativa, na qual se incluam alunos, professores, pais, a comunidade religiosa, o
setor administrativo, de serviço e a comunidade social.
ser:
Essa comunidade educativa deve estar em processo de revisão e deve
a) Qualificada: intelectualmente preparada, atualizada, pesquisadora e
corresponsável, entendendo a educação não apenas como transmissão
do conhecimento, mas como ato criativo e transformador.
b) Libertadora: enquanto participa da ação libertadora de Cristo,
inscrevendo-se no projeto histórico de construção de um ser humano
novo e de uma sociedade nova, estabelecendo novas relações de
justiça, fraternidade e solidariedade.
c) Evangelizadora: partindo da visão de Cristo, inspirador da comunidade
evangelizadora, dá testemunho da justiça, da fraternidade no
trabalho, da humanização e da tomada de consciência da dimensão
transcendental das atividades comunitárias.
d) Ético-cristã: reconhecedora do direito à vida como fator inalienável
e intransferível, desde a concepção até ao final do processo de
envelhecimento, questionando qualquer iniciativa que desrespeite
o ser humano na sua totalidade e integralidade, segundo os valores
cristãos.
A direção, os professores, os alunos, os funcionários e os pais compõem
a comunidade educativa, na qual todos se integram e dela participam, de acordo
com sua função, nunca perdendo de vista a preocupação com a qualificação,
a humanização e a evangelização, na sua dimensão missionária, aberta aos
problemas e desafios da sociedade em geral.
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
O sentido e o alcance da participação de cada um dos membros da
comunidade educativa nas decisões que afetam a atuação da Ação Educacional
Claretiana estão condicionados pelo tipo de responsabilidade própria de cada um:
a) A direção coordena, organiza e gerencia todas as atividades da
instituição, auxiliada pelos demais profissionais especialistas e técnicoadministrativos de maneira coletiva, atendendo ao Projeto Educativo
institucional, leis, regulamentos internos e externos estabelecidos pelos
órgãos oficiais.
b) Os professores participam da comunidade educativa pela regência de
aulas, participação em reuniões de colegiado, orientação de trabalhos
científicos, atividades extensionistas, entre outras ações próprias de sua
condição docente, assim como realizam ações de caráter comunitário
que possibilitem a convivência fraterna, o respeito ao diferente e a
prática do amor e da solidariedade.
c) Os tutores auxiliam diretamente os professores responsáveis e têm
o objetivo de orientar o aluno e conduzi-lo no processo de ensino e
aprendizagem, mantendo-o ciente da metodologia e dos procedimentos
do curso, respondendo a todas as dúvidas apresentadas pelos discentes.
O trabalho de tutoria pressupõe o estabelecimento de uma comunicação
efetiva entre docentes, tutores e alunos, para que se crie um ambiente
virtual real de aprendizagem. No modelo de Educação a Distância do
Claretiano, há dois tipos de tutores, a saber: tutores presenciais, que
acompanham os alunos nas atividades presenciais nos polos e em
plantões durante a semana, e tutores a distância, que acompanham
os alunos no ambiente virtual em cada uma das disciplinas (ROMEIRO,
2010, p. 21).
d) Os alunos, que são o centro da atenção educativa, participam da
comunidade por meio dos seus representantes de classe, nas reuniões
pedagógicas e junto à Direção, quando necessário.
e) Os funcionários participam do processo educativo por meio de suas
atividades técnico-profissionais, em uma estrutura essencial e articulada
para a realização do Projeto Educativo.
f ) Os pais devem estar presentes no processo educativo, fazendo de
seus lares a primeira escola de virtudes, que prepara seus filhos para
o relacionamento com os seres humanos e com Deus; eles devem
acompanhar seus filhos em seus estudos e atividades escolares ao longo
do ano letivo e devem participar das reuniões sempre que solicitados
pela Direção.
Projeto Educativo Claretiano - PEC
23
À Ação Educacional Claretiana, como Entidade Mantenedora, cabe
estabelecer as linhas pedagógicas e as características próprias da educação
profissional e humanitária que se pretende alcançar. A ela cabe a responsabilidade,
perante a comunidade educativa e a sociedade, por este Projeto Educativo e pela
aplicação prática dos seus princípios.
É, portanto, aspiração de todos que a comunidade educativa claretiana
chegue a constituir uma verdadeira comunidade cristã, capaz de propor formas
alternativas de educação em uma realidade cada vez mais exigente e desafiadora
que caracteriza a sociedade contemporânea.
4.3 Identidade do Educador Claretiano
A partir do Carisma e dos fundamentos desse Projeto Educativo, o educador
claretiano:
a) Tem consciência de seu valor e exerce um papel fundamental na
educação.
b) Alicerça seu trabalho em uma concepção de pessoa, de vida, de mundo
e de sociedade. É essa concepção que determina atitudes e valores em
coerência com a visão da Instituição.
c) Sente-se um mediador entre a verdade, que deve ser conhecida, e o
educando, agente fundamental da educação, aquele que constrói o
próprio conhecimento.
d) Promove uma educação aberta ao diálogo, que implica reconhecer o
educando como pessoa, com identidade e missão próprias, estimulando-o
a assumir sua responsabilidade individual e comunitária.
e) Promove uma educação que torna o educando consciente de que ele é
o agente principal de seu processo de aperfeiçoamento. Isso resulta na
formação da capacidade criativa, na capacidade de ver os outros como
pessoa, de julgar e ponderar as circunstâncias históricas, de descobrir o
sentido único e válido ao qual deve responder.
f) Vivencia uma educação aberta ao amor e ao serviço dos semelhantes
em um mundo que deve ser animado pela justiça e pela verdade, às
aspirações profundas do ser humano, aos direitos das pessoas, das
comunidades, à paz, à solidariedade, às conquistas do espírito humano
no campo da ciência, da filosofia, da arte etc.
24
Projeto Educativo Claretiano - PEC
g) Conscientiza-se de que seu papel como educador deve leválo a comprometer-se com uma sociedade pautada na justiça e
na solidariedade, entendendo a educação como meio eficaz de
conscientização que conduz para um processo de libertação social e
humana.
O objetivo da Ação Educacional Claretiana é, portanto, formar cidadãos
capazes e dispostos a participarem ativamente da vida política, social, econômica
e cultural da humanidade, respeitando a diversidade cultural e a pluralidade
religiosa.
V) A AÇÃO EDUCATIVA CLARETIANA
O Projeto Educativo da Ação Educacional Claretiana tem a proposta de
ser um norteador das atividades educacionais desenvolvidas nas instituições de
ensino sob a responsabilidade da Congregação dos Missionários Claretianos do
Brasil. Os diversos aspectos desenvolvidos no presente documento, principalmente
os fundamentos e a identidade da Ação Educacional Claretiana, exigem que se
pense em procedimentos e ações eficazes em cada Instituição, respeitando as
particularidades regionais de cada contexto em que elas estão inseridas. Essa
é uma tarefa que deverá ser assumida no cotidiano da atuação profissional e
humanizadora da comunidade educativa. Vários elementos podem servir como
contribuição para se pensar em ações concretas diante dos desafios da sociedade
contemporânea, dos valores que devem fazer parte de uma comunidade educativa
e da preocupação com uma formação humana e integral.
5.1. Fundamentos éticos e o exercício da cidadania
Refletir sobre a ética, solidarizar-se diante da situação de pobreza
e exclusão da sociedade e assumir um compromisso de transformação dessa
condição social é um desafio. O compromisso é exigente e apresenta-se como uma
demanda desse cenário atual, do qual o ser humano tem uma grande parcela de
responsabilidade. Torna-se necessário atuar em todos os campos de ação do ser
humano, na condição de agentes participantes e corresponsáveis na concretização
dos valores humanos. A ética, como fundamento das ações humanas, é o princípio
Projeto Educativo Claretiano - PEC
25
que regula as normas do comportamento social. A partir daí, surge a preocupação
com os campos de atuação da ética que devem fazer parte do cotidiano do
educador claretiano:
a) A convivência humana. O ser humano tem o outro com quem deve
se relacionar. A atitude ética, nesse caso, é uma atitude de amor pela
humanidade.
b) A justiça social. Quando o sistema econômico, político e jurídico produz
estruturalmente desigualdades, injustiças, discriminações, exclusões de
direitos etc., por mais que seja legalmente legitimado, é a atitude ética
que denota a justiça social.
c) O sistema econômico. Apresenta-se como um fator determinante de
toda a ordem, ou, até mesmo, da desordem social. Quando há uma
reprodução da miséria estrutural, a ética diz que são necessárias
transformações radicais e globais na estrutura do sistema econômico.
d) O meio ambiente. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma
responsabilidade ética diante da existência humana e da preservação
da natureza.
Os campos de atuação da ética remetem para a prática da cidadania e da
ação política. Sua plena efetivação apresenta-se como um grande indicador do
desenvolvimento moral e ético da sociedade. Os desafios são muitos e constantes e
apresentam-se de várias formas e procedimentos, exigindo do educador claretiano
uma postura crítica e comprometida com a transformação de práticas opressoras
em práticas efetivas de justiça e solidariedade.
Assim, o Projeto Educacional Claretiano deve efetivar-se por meio de uma
ética humanizadora e pelo exercício da cidadania. A ética, como princípio regulador
da sociedade, tem a função de possibilitar o exercício pleno da cidadania e o
reconhecimento dos direitos e deveres sociais, civis e políticos da pessoa humana,
individuais e coletivos.
5.2. Os desafios da sociedade contemporânea
Diante de uma sociedade em que os valores humanos deixam de ser
reconhecidos e valorizados, a perda da seiva espiritual e o ativismo desenfreado
prejudicam a qualidade do testemunho dos envolvidos na tarefa educativa.
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
Cada momento histórico tem suas exigências, desafios e riscos, sendo o principal
deles, atualmente, o fascínio pelo poder, a ambiguidade da vida concreta, o
individualismo, a superficialidade e a falta de preparo no enfrentamento deste
contexto. Assim, todos os que atuam numa Instituição Escolar, de todas as faixas
etárias, são desafiados por esses problemas. Outro fator agravante é que uma
educação de qualidade exige muito esforço, trabalho, compromisso e dedicação,
necessitando de membros suficientemente preparados para levar a missão avante,
evitando assim esgotamento físico e emocional.
Enquanto instituição comunitária e confessional, urge redescobrir a
razão que animou os fundadores da Congregação dos Missionários Claretianos,
seres humanos de ação e contemplação, em seu ministério apostólico, que se
alicerçam no memorial de Santo Antônio Maria Claret, cujo desejo era de que seus
missionários fossem seres humanos que ardam em caridade. Três verbos resumem
esse seguimento: orar como Jesus (o fogo da relação amorosa); trabalhar como
Jesus (o fogo da ação) e amar como Jesus (o fogo da paixão pelo Reino) (PROJETO
MISSIONÁRIO, s.d.).
Para realizar a missão desejada diante das diversas situações a serem
pontuadas, torna-se necessário resgatar alguns valores humanos que se perderam
no quadro da atual sociedade humana, dentre eles pode-se destacar a solidariedade,
a sensibilidade, a amorosidade, entre outros. Eles serão uma luz para a ação dos
Missionários Claretianos e de todos que atuam em uma Instituição Educacional,
seja ela da Educação Básica ou Superior.
A situação social, econômica, política, cultural e religiosa da sociedade
humana apresenta diferentes perspectivas quando vista sob a influência do
ambiente contextual e histórico nos seus vários campos de atuação. Com o
fenômeno da globalização, percebem-se consequências nítidas para todos os
setores da atividade humana, inclusive para a educação e, por sua vez, para as
instituições educativas. As situações podem ser assim definidas:
5.2.1. Situação Social
A situação social contemporânea tornou-se complexa, fragmentada e,
paradoxalmente, globalizada. As mudanças exigem constantes adaptações e
atualizações para que não ocorra um processo de decomposição e fragmentação da
experiência humana. Tal quadro mostra como fica cada vez mais difícil encontrar um
princípio unificador que oriente a humanidade.
Projeto Educativo Claretiano - PEC
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A globalização causou vários impactos sociais inclusive no campo da
educação. Por um lado, ocorreu uma interação com o mundo todo, colocando o ser
humano diante de uma constante valorização de diversas experiências culturais, do
surgimento de novas formas de espiritualidade, que sensibilizam para os aspectos
estéticos e simbólicos, entre outros. Por outro lado, o processo de interação põe em
risco a perda da identidade, o crescimento da superficialidade na formação humana
e de atitudes efêmeras e as circunstâncias que dificultam uma compreensão integral
do ser humano.
5.2.2. Situação Econômica
Por ser a globalização regida pela lógica do mercado, ou seja, pelo lucro
a todo o custo, é na situação econômica que se verifica sua face mais negativa.
Necessita-se considerar e resgatar a ética em que o progresso e os bens produzidos
devem ser ordenados visando ao bem da comunidade humana.
Os avanços trazidos pelas novas tecnologias fazem perceber o horizonte de
conquistas aberto pela capacidade e inteligência do ser humano. Mas, por sua vez,
permanece o risco de tais novidades provocarem um processo de absolutização do
mercado, e, sobretudo, uma concepção manipuladora da experiência humana.
A economia, por sua vez, tem aberto várias possibilidades, devido ao avanço
tecnológico e aos recursos midiáticos para o processo de ensino e aprendizagem.
Quando se pensa o contexto educacional, as tecnologias de comunicação e
informação (TICs) são relevantes. Entretanto, esse progresso, quando não gerenciado
e articulado de forma sistêmica, poderá gerar consequências práticas perversas
a alunos, professores e instituições escolares. As TICs deverão ser tratadas na
perspectiva de tecnologias cognitivas, enquanto suportes capazes de apoiar a
aprendizagem humana. Novidades tecnológicas nem sempre resultam em melhoria
no desempenho educacional, caracterizando a necessidade de serem adotadas à luz
de práticas pedagógicas inovadoras e sustentáveis institucionalmente.
A situação econômica, portanto, apresenta-se como desafiadora para
a comunidade educativa, que precisa pensar meios alternativos para evitar o
desaparecimento da solidariedade e propor uma escola de excelente qualidade, onde
sejam abertos espaços para a criação de pequenas comunidades mediadoras de
gratuidade, acolhida e promoção humana. Os integrantes da comunidade educativa
deverão possuir competências e habilidades aplicáveis numa apropriação técnicometodológica emancipadora e isenta dos modismos inerentes a cibercultura.
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
5.2.3. Situação Política
Muitas transformações afetaram a vida política e as instituições em sua
estrutura,devido à cultura da corrupção e da busca pelo benefício próprio. Uma
parcela dos assim denominados representantes do povo conduz o ser humano à
incredulidade e ao desinteresse em participar como cidadão da vida social, política,
econômica e cultural da sociedade contemporânea. Diante dessa situação, só a
formação de pessoas humanas conscientes de seus direitos e deveres ajudará a
mudar esse quadro, estimulando-as à prática de ações positivas de respeito ao
diferente e à prática da solidariedade. As instituições educacionais não podem
reproduzir o formalismo externo, a superficialidade distante da elaboração
da aprendizagem na vivência das relações coletivas comunitárias e sociais, o
autoritarismo e o ritualismo inibidores da assimilação do conhecimento mostrados
em muitas estruturas organizacionais e institucionais que não respondem ao ideal
de uma formação profissional e humanizadora.
A prática educativa tem de demonstrar que não é guiada pela lógica do
poder, mas pela lógica do serviço, incorporada por meio da constante reflexão a
respeito do significado profundo da verdadeira autoridade, pautada segundo os
valores democráticos, pluralistas e no respeito ao outro. A verdadeira autoridade,
descentralizada e humanizada, favorece a direção da inclusão e do respeito ao
reconhecimento da pluralidade cultural.
Urge que os educadores sejam continuamente capacitados para que não
haja descrédito em relação a eles, por divergências pessoais ou insegurança, e nem
deles em relação aos educandos. Isso exige uma postura política coerente, voltada
para a justiça, a solidariedade e a igualdade social.
5.2.4. Situação Cultural
A valorização da subjetividade leva a considerar a inadequação de
propostas pedagógicas iguais para pessoas diferentes. O individualismo e a
insegurança inibem a vivência da dimensão social e comunitária, bem como
corrompem a perspectiva de coletividade.
A posse de bens supérfluos, a intenção de sempre acompanhar a moda,
a autopromoção, a autorrealização e o individualismo marcam as novas gerações.
Assim, a perda dos referencias éticos, o predomínio dos interesses individuais
sobre os coletivos, o isolamento das populações mais carentes, entre outras
Projeto Educativo Claretiano - PEC
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características da sociedade contemporânea, originam a diminuição do amor
fraterno e da solidariedade, favorecendo o crescimento do egoísmo.
Em contrapartida, há facetas positivas quando se pensa a ética social e a
libertação, fazendo crer que se sobressaem os valores da compaixão e da justiça. O
despertar da consciência ética faz que sejam retomados os valores comunitários e
culturais, como o diálogo, a responsabilidade, a solidariedade, o cuidado consigo
e com os demais, entre outros. Considera-se importante também uma reflexão e
ação em torno do cuidado com a natureza e da preservação ambiental, porque
todos são corresponsáveis por proteger e conservar o planeta – a morada humana
– impedindo a sua degradação.
A cultura atual do conhecimento deve contribuir para uma busca
constante de estudos e especializações que favoreçam a formação profissional
e o enriquecimento da qualidade de serviços. Assim, faz-se necessário o
trabalho em equipe, próprio da dinâmica do conhecimento, o que estimula os
vínculos comunitários e a prática da solidariedade. Porém, o que deve se evitar
veementemente é a acomodação aos gostos da cultura de massa e da cultura
midiática sem a necessária tomada de consciência crítica, pois essa acomodação
pode conduzir à defasagem da missão educativa em relação aos desafios e anseios
do mundo contemporâneo.
5.2.5. Situação Religiosa
No contexto atual, surgem novas formas de religiosidade e espiritualidade
que perpassam os diferentes estilos de vida e de comportamentos. Constata-se
o surgimento de várias religiões que se propõem a apresentar um discurso de
salvação que promovem práticas para alcançar o sagrado em suas diversas formas
de manifestação. Evidencia-se o relato de milagres e comprova-se, cada vez mais,
a decadência da mística que cede lugar ao sensacionalismo e imediatismo. Esse
tipo de espiritualidade alimenta-se da busca de soluções mágicas, da experiência
subjetiva e emocional, estabelecendo uma nova relação com o corpo, visto
como mediação fundamental na relação com o outro e com o transcendente.
O crescimento do número daqueles que, tendo uma crença, optam por uma fé
desenraizada ou desinstitucionalizada, provoca, por sua vez, o subjetivismo e o
relativismo religioso.
De outro lado, o formalismo institucional impede a escuta do Espírito,
tornando-se fechado às novidades, fortalecendo a burocracia e rejeitando a
diversidade, com tendências marcadamente fundamentalistas e proselitistas.
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
As reações positivas que ocorrem em alguns ambientes religiosos são o
desejo de contemplação, a valorização da experiência do Absoluto no cotidiano
e a interiorização por meio da meditação e da reflexão embora ainda se encontre
uma acomodação diante da sedução emotiva de certos movimentos religiosos
em que se oferece uma espiritualidade intimista, superficialmente festiva e
acentuadamente passional. Por outro lado, qualquer tipo de fortalecimento da
burocracia em detrimento da espontaneidade e da criatividade pode conduzir à
ambição, ao carreirismo e a atitudes de subserviência diante das autoridades e
do esvaziamento da dimensão crítica e profética. Daí o surgimento de inúmeras
perguntas pelo significado do novo diante das velhas estruturas no campo
religioso que envolve as dimensões sociais, econômicas, políticas e culturais,
interferindo diretamente na comunidade educativa.
Diante dos desafios da proliferação das diversas formas de manifestação
religiosa e, por sua vez, diante do constante processo de secularização, as
comunidades educativas também são chamadas a acompanharem essas
mudanças. Os educadores são convocados a dar testemunho da primazia dos
valores humanos na educação. A capacidade de ler criticamente a realidade atual
não pode ser obscurecida pela preocupação com o prestígio do poder, nem pelo
ufanismo dos números e, muito menos, pela eficácia das obras e cargos que se
ocupa. Torna-se necessário conservar a abertura singela e disponível à esperança,
ao otimismo e à certeza de um futuro melhor.
5.3. Valores Humanos em Educação
O ser humano está sempre em contínuo processo de busca e
amadurecimento. Do mesmo modo, a educação também é processual e evolutiva.
Ambos precisam de sinalizadores, luzes e paradigmas que orientem esse processo
e fundamentem a missão educativa.
Em tal contexto, compreende-se a necessidade de uma educação
fundamentada em valores humanos. Afirma-se que valor pode ser sinônimo de
bem, em oposição a tudo o que é mal, ou ainda o elemento que guia as ações
humanas para que o ser humano se humanize cada vez mais. Assim, os valores
exerceriam a condição de bússola orientadora da vida.
Segundo Zavaleta (2002, p. 96), “[...] valores ideais são ideias ou objetos de
pensamento que servem de norma para os juízos de valor e orientam a atividade
da conduta para em seguida se traduzirem em comportamento.”
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Aqui, de maneira intencional, pactua-se com a teorização de Martinelli
(1999, p. 17), quando afirma que os valores
[...] são os princípios que fundamentam a consciência
humana. Eles estão presentes em todas as religiões e filosofias,
independentemente de raça, sexo ou cultura. São inerentes à
condição humana. Os valores humanos significam a conduta
humana e ampliam a capacidade de percepção do ser como
consciência luminosa que tem no pensamento e nos sentimentos
sua manifestação palpável e aferível. Eles unificam e libertam as
pessoas da pequenez do individualismo, enaltecem a condição
humana e dissolvem preconceitos e diferenças.
Os valores verdadeiramente humanos são expressos no amor, na verdade,
na ação correta, na não-violência e na paz, com seus correspondentes valores
relativos que, exercitados, aprimoram a personalidade e fortalecem o caráter.
5.3.1. Valores educacionais
Diante do apego excessivo à razão instrumental, ao individualismo, ao
consumismo e à desvalorização da vida, o contraponto está na possibilidade de
abrir-se à formação integral, harmônica e permanente da pessoa. Ao considerar
o educando o centro da vida do processo educacional, todo Projeto Educativo
deve enfatizar vários valores, como a responsabilidade, a sinceridade, o diálogo, a
confiança, a autoestima, a criatividade, a amizade, o respeito, a justiça, a cooperação
e a partilha.
O ser humano, além das dimensões biológica, psicológica e social, é um ser
aberto à transcendência. Transcendência entendida como a capacidade e o desejo
do ser humano de ir além dos limites das coisas materiais, pois ele caminha em
busca de algo novo num processo constante. A recusa do ser humano em aceitar a
realidade como algo acabado e completo o impulsiona permanentemente a recriar
e reordenar as coisas. Reconhecer a dimensão da transcendência do ser humano é
considerá-lo na sua integridade e complexidade. Mas, se por um lado, a busca do
desconhecido, do improvável, remete o ser humano a mudanças permanentes, por
32
Projeto Educativo Claretiano - PEC
outro, as certezas absolutas sobre essa dimensão podem levar ao sectarismo e ao
fundamentalismo.
Da mesma forma que o ser humano, em todo o seu processo de
desenvolvimento, é chamado a assumir os quatro pilares da educação, que são
o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o aprender a viver com os outros e o
aprender a ser, entendidos como conceitos fundamentais da educação baseados no
Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século
XXI (DELORS, 1999, p. 89-102), assume também o aprender a crer. A abertura do ser
humano à dimensão da transcendência é algo próprio da sua condição antropológica;
portanto, também se apresenta como um processo de aprendizagem.
A dimensão da transcendência faz parte dos projetos individuais e coletivos
do ser humano; por isso, agrega valores à organização e lhe dá sentido. O processo
educativo que busca a formação integral da pessoa não pode desconsiderar a
dimensão de abertura à transcendência. A pluralidade presente na sociedade
atual exige abertura ao diálogo numa atitude de reverência, pois só assim a vida
se expressará no aqui da história e abrirá novas perspectivas de vida. Diante dessa
realidade, a educação tem uma grande responsabilidade; por isso deve oferecer
referenciais que contribuam para a construção da identidade e do sentido da vida
dos educandos.
Esse processo consiste em uma verdadeira mudança de mentalidade
que implica o crescimento da fraternidade, no desenvolvimento do espírito de
comunidade e no respeito aos valores e diferenças de cada um. A solidariedade
nasce, assim, como consequência dessa mudança, quando há consciência de que
todos formam uma comunidade fraterna e que, a partir do trabalho individual, todos
se unam nas situações de dificuldade e alegria.
5.3.2. Valores Educacionais Claretianos
A Educação Claretiana visa à formação integral, harmônica e permanente
da pessoa, em todas as suas dimensões: afetiva, espiritual, cognitiva, física, psíquica
e social. Ela humaniza, personaliza e socializa a pessoa, preparando-a para atuar de
forma crítica e responsável, no contexto em que está inserida. Baseia-se em princípios
fundamentais que devem orientar a prática educativa:
a) Transcendência – a pessoa é um ser inacabado que está sempre em
busca de sentido. Sendo capaz de ir além dos seus próprios limites,
Projeto Educativo Claretiano - PEC
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elabora reflexões e ações que possibilitam a abertura e a relação com o
outro, com a natureza e com o divino.
b) Singularidade – cada pessoa é um ser único, singular e irrepetível. A
educação procura tornar esse ser sujeito consciente de suas possibilidades
e limitações. A manifestação dinâmica dessa singularidade está expressa
na originalidade, na criatividade e no exercício da liberdade.
c) Autonomia – cada pessoa é o princípio de suas ações, da capacidade de
se governar por meio da liberdade. Fundamentalmente, o ser humano
é livre para se realizar como pessoa e, por isso, responsável pelo seu
projeto pessoal e social de vida.
d) Alteridade – a pessoa é, simultaneamente, uma totalidade e uma
exigência existencial de abertura e contato com os outros. Esse princípio
orienta a educação para as relações de colaboração, de trabalho e de
amizade, na vida social, econômica, política e cultural, nos projetos de
sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente.
Seguindo o projeto evangelizador e, portanto, humanizador, de Santo
Antônio Maria Claret, o núcleo inspirador é a realização dos valores mencionados,
que devem ser o estilo de vida e das atitudes da identidade claretiana.
Por serem fiéis ao espírito de Claret, os educadores claretianos
comprometem-se com o mundo da educação e, junto com toda comunidade
educativa, enfatizam que a escola, entre outros aspectos, é um lugar para aprender.
Desse modo, o tipo de instrução que uma escola promove é definido pela
imagem ou pela ideia da pessoa que se tenta transformar no processo educativo,
desenvolvendo atitudes de respeito, de compreensão, de solidariedade, de
responsabilidade participativa e de defesa de todos os valores de convivência.
O Projeto Educativo Claretiano, pautado pela presença da mensagem
de Cristo - Luz dos Povos -, tem a missão de fomentar o diálogo entre a razão e a
fé, entre Evangelho e cultura, contribuindo para aprofundar o conhecimento do
significado e valor da pessoa humana na sua integralidade, formando cidadãos
responsáveis, conscientes e plenamente comprometidos com a sociedade na sua
totalidade e complexidade.
A Palavra de Deus dá a luz necessária para compreender os problemas
de cada tempo e atender às necessidades dos diferentes povos do mundo. Assim,
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
a missão da comunidade educacional claretiana concretiza-se quando, dentro de
sua experiência educativa, caminha na fé fazendo despertar, acompanhar, ajudar a
crescer, celebrar e comprometer cada membro de sua comunidade.
Iluminadas pelo Espírito Santo, que se refere à terceira pessoa da
Santíssima Trindade, Santo Antônio Maria Claret refere-se a Ele como aquele “[...]
que incendeia o coração humano com o fogo da caridade’ (CLARET, 1984, p. 130131), “[...] que inflama o mundo no fogo do divino amor” (Aut. 494); “[...] que o
consagrou e enviou a evangelizar” (CLARET, 1984, p. 243) e “[...] que ensina todas
as coisas” (CLARET, 1984, p. 235-236), as Instituições Educacionais Claretianas,
sejam da Educação Básica como da Educação Superior, têm a responsabilidade de
formar pessoas livres, solidárias e responsáveis. Pessoas capazes de fazer crescer
ao seu redor a paz, a justiça e o bem-estar social de seus semelhantes, segundo
os princípios do Evangelho, pela busca da verdade e por meio da análise crítica,
buscando o discernimento e a coerência entre o que se vive e o que se prega.
Para alcançar esse propósito educativo, as instituições claretianas devem
trazer em sua práxis os valores da amizade, do companheirismo, da solidariedade,
do diálogo, da colaboração, da disponibilidade, da gratidão, da generosidade, da
justiça, da fraternidade e da bondade.
Esses valores assimilados por Pe. Claret fazem parte da vida e da missão das
Instituições Educacionais Claretianas, em seus mais distintos níveis, de maneira que
seus educadores, homens e mulheres, que abrasam por onde passam, busquem
em tudo a maior glória de Deus e o desenvolvimento integral de todas as pessoas
a eles confiadas.
Na perspectiva de valorizar o conceito de pessoa, a preocupação é
perceber a importância da educação como elemento fundamental da cultura
que envolve o ser humano na sua relação com a sociedade. A educação deve ser
entendida como um elemento social que visa transmitir todo patrimônio cultural
desenvolvido pelas gerações anteriores. Assim, ao mesmo tempo em que repassa
inúmeros conhecimentos, promove a possibilidade de que cada indivíduo avance
criando novas nuances ou críticas à cultura.
A Educação Claretiana visa à formação integral do ser humano, de forma
que, pela cultura e na cultura, cada indivíduo seja um ser responsável, livre e
autônomo, capaz de ser agente comprometido com a vida e a vida em abundância
(Jo. 10,10). Nesse sentido, todos os valores culturais transmitidos pela educação
devem ter para o educador claretiano a mesma finalidade que é levar o ser humano
à plenitude, de modo que todos os saberes estejam articulados com a vida, com a
sociedade e com a natureza.
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Todos esses valores contribuem para a realização de um projeto ético
humanitário. O caminho de sua realização depende de cada um e, ao mesmo
tempo, de todos, devendo ser um compromisso assumido coletivamente por meio
da prática da solidariedade, do resgate das relações sociais justas e equitativas e
do respeito à natureza. O educador claretiano que acredita e quer pôr em prática o
Projeto Educativo Claretiano deve ter consciência de sua responsabilidade a fim de
que a sociedade seja cada vez mais justa, fraterna e solidária.
VI) ANEXOS
6.1. Vida e Obra de Santo Antonio Maria Claret
O fundador da Congregação dos Missionários Claretianos e também patrono
das instituições de ensino claretianas, nasceu no dia 23 de dezembro de 1807, em
Sallent, Catalunha, Espanha, numa época de muitas mudanças sociais, culturais,
econômicas e políticas que afligiam o mundo ocidental.
Claret, filho de uma família católica, foi formado nos ensinamentos cristãos
e, desde criança, desejava ser missionário para anunciar o Evangelho e a salvação a
toda a humanidade. Insistiu muito nisso, por isso sua mãe permitiu que estudasse
latim com um velho sacerdote. Quando este morreu, seu pai decidiu colocá-lo no
trabalho de sua fábrica de tecidos, iniciando-o na carreira industrial, na qual fez
muito sucesso. Com 17 anos, foi encarregado de supervisionar os teares. Seu pai,
percebendo sua grande capacidade, enviou-o a Barcelona a fim de estudar. Lá
passou a trabalhar também com muito êxito. Entretanto, nada o satisfez. Para tristeza
paterna, decidiu ser padre. Foi ordenado sacerdote no ano de 1835 e trabalhou
como pároco em Sallent, sua terra natal. Porém, queria ser missionário, por isso se
ofereceu para trabalhar nas missões estrangeiras. Assim, decidiu ir para Roma a fim
de trabalhar na Congregação da Evangelização dos Povos e entrou na Ordem Jesuíta
para chegar mais rapidamente às missões. Por motivo de saúde, no ano de 1840
retornou à Espanha a serviço do bispo de Vic, sendo encarregado de pregar missões
em todas as paróquias da diocese.
Exerceu várias atividades como sacerdote consagrado totalmente ao serviço
de Deus: missionário apostólico e pregador itinerante em várias regiões, pároco,
diretor de escola e promotor da educação, escritor da boa imprensa (falada e escrita),
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
diretor espiritual, fundador de congregação e de movimentos, arcebispo de Santiago
de Cuba de 1850 a 1857, confessor da rainha da Espanha, participante do Concílio
Ecumênico do Vaticano I, em 1870, dentre outras.
Homem de oração e ação e de grande mística, levou uma vida sóbria e
austera, totalmente voltada ao serviço da Igreja e, por onde passava, arrastava
multidões.
Claret foi um homem que trabalhou em várias frentes, sempre sensível ao
mais urgente. Pensava sempre em como preparar as pessoas para a missão e em
como articular iniciativas de formação. Escreveu 15 livros, 81 opúsculos e traduziu
outras 27 obras; criou escolas técnicas e agrárias em Cuba; foi diretor do El Escorial,
escola real espanhola de 1859 a 1868; incentivou a Congregação de Missionários
para que trabalhasse com a educação e a assumisse como um importante e eficaz
meio de evangelização.
Foi perseguido, apesar de ter sempre evitado envolver-se com questões
políticas. Foi um grande e verdadeiro apóstolo. Em função disso, sofreu um atentado
sangrento na cidade de Holguín, em Cuba, e no final de sua vida foi exilado na França,
onde veio a falecer a 24 de outubro de 1870, dia em que celebramos sua festa em
todas as frentes apostólicas claretianas espalhadas pelo mundo.
Sua santidade foi reconhecida pela Igreja Católica, sendo beatificado no ano
de 1937 e canonizado no dia sete de maio de 1950.
Maria
6.2. A Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de
Uma das maiores obras da vida de Santo Antônio Maria Claret foi a fundação
da Congregação dos Missionários Claretianos. Claret, no seu ideal evangelizador e
nas suas andanças missionárias pela Espanha, Ilhas Canárias e por outras regiões,
percebeu que poderia tornar o seu apostolado mais produtivo se conseguisse
articular homens desejosos de proclamar a mensagem de Jesus Cristo, unidos em
torno de uma congregação de missionários.
Assim, no dia 16 de julho de 1849, na cidade espanhola de Vic, na Catalunha,
fundou, com mais cinco amigos sacerdotes, José Xifré, Jaime Clotet, Manuel Vilaró,
Domingos Fábregas e Estevão Sala, a Congregação dos Filhos do Imaculado
Coração de Maria, conhecidos posteriormente como Missionários Claretianos. No
Brasil, a Congregação Claretiana chegou no ano de 1905 na cidade de São Paulo
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e depois foi-se espalhando por vários Estados (São Paulo, Paraná, Mato Grosso,
Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Rondônia). A Família
Claretiana é constituída de missionários sacerdotes, missionários irmãos e diáconos,
além de irmãs, leigos e leigas dedicados ao serviço da Palavra.
O objetivo da Congregação é anunciar, por todos os meios possíveis,
no Serviço Missionário da Palavra, o Evangelho de Jesus Cristo a todo o mundo.
Inicialmente, a Congregação Claretiana dedicou-se exclusivamente ao serviço
missionário e, mais tarde, foi assumindo outras atividades apostólicas: atuações em
paróquias, na educação (colégios, faculdades, escolas eclesiásticas, na formação de
leigos, agentes de pastoral e voluntários), em missões, nos Meios de Comunicação
Social (editoras, revistas e periódicos, rádio, televisão e internet) e realização de
obras sociais e promocionais.
As instituições de ensino claretianas foram criadas com um carisma
peculiar: anunciar a Palavra de Deus. O serviço dessa Palavra abrange uma vasta
área de atividades que, embora bem distintas, se unem em sua finalidade.
Uma dessas áreas é a Educação, promotora da dignidade da pessoa humana
e do seu desenvolvimento integral, segundo o desígnio do Criador, considerada
uma verdadeira evangelização e objeto de uma acurada ação pastoral.
A atividade educativa dos Missionários Claretianos no Brasil sempre
permaneceu atenta ao processo histórico da educação. Essa orientação educativa
foi se atualizando constantemente para responder às situações e realidades novas
que surgiram.
Como consequência desse processo, a partir do Carisma Claretiano, foi
definida a “Missão” das instituições educativas claretianas e foi elaborado o “Projeto
Educativo”, com o objetivo de transmitir aos alunos, pais, professores e funcionários
a Proposta de Educação dos Missionários Claretianos.
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Projeto Educativo Claretiano - PEC
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