Gazeta - Brasil Imperial
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Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial pode virar patrimônio da humanidade Pág. 12 “Diz-me com quem andas”: um artigo de Luís Severiano Soares Rodrigues Pág 5 Os perigos do Foro de S.Paulo Imperial Pág. 9 Gazeta Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2012 Ano XVII Número 199 www.brasilimperial.org.br XXII Encontro Monárquico Nacional 02 Palavra do Presidente SÁBIAS PALAVRAS DE DOM RAFAEL NO XXII ENCONTRO NO RIO DE JANEIRO Há muito estamos falando sobre a necessidade de se fazer militância monárquica, proporcionando ao movimento monárquico o aumento do contingente de patriotas defendendo a causa monárquica brasileira. Vários internautas que todos os dias postam mensagem de divulgação monárquica repetidamente nas mais variadas páginas do facebook, e que geram um número imensurável de e-mails recebidos atulhando a caixas de entrada dos destinatários, chego a receber diariamente entre 220 a 340 e-mails dia gerados no facebook. O Incrível é que eu tenho indagado a esses mesmos internautas quantos monarquistas você conhece na sua cidade, e a resposta é sempre a mesma “nenhuma, não conheço ninguém para falar de monarquia”. Ora de nada adianta fazermos projetos se não nos comprometemos com eles, restaurar a monarquia no Brasil é um projeto de muitos, mas poucos se dispõem a se identificarem como monarquistas para os amigos, vizinhos, colegas de escola, colegas de trabalho, etc, e com eles usar argumentos monárquicos com a intenção mesmo de convertê-los à nossa causa. Dia 30 de junho aconteceu no Rio de Janeiro o XXII Encontro Monárquico e para nossa alegria pudemos ouvir as sábias palavras proferidas por Dom Rafael de Orleans e Bragança “Cada monarquista deve converter mais três brasileiros em monarquistas e os três em mais três cada um e sempre assim propagaremos as nossas ideias tornando maiores as chances de sucesso da nossa causa”. Dom Bertrand já afirmara no XXI encontro que “com Dom Rafael o futuro está garantido” e agora depois de ouvir com muita atenção as suas palavras proferidas no XXII encontro, podemos afirmar com certeza que com ele temos de fato quem garanta o futuro da monarquia brasileira. Escrevam para nós pesidencia@ brasilimperial.com.br contamos com você para ampliar o número de núcleos monárquicos do IBI, seja um líder monárquico, ajude a fundar o núcleo de sua cidade. Acreditamos em Dom Rafael, acreditamos na juventude monárquica, os futuros gerentes da nossa nação. Antonyo da Cruz Presidente do Instituto Brasil Imperial Gazeta Imperial A Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens podem ser enviados para [email protected] Comendador Antonyo da Cruz Presidente do Instituto Brasil Imperial [email protected] Alessandro Padin Editor e jornalista responsável [email protected] 03 Movimento XXII Encontro Monárquico Nacional Cristina Froes No dia 30 de junho de 2012, realizou-se na Cidade do Rio de Janeiro, no Windsor Florida Hotel, o XXII Encontro Monárquico. A gênese da Monarquia no Ocidente, as pesquisas arqueológicas sobre nossos primeiros Imperadores na cripta do Ipiranga em São Paulo, o Jubileu da Rainha Elizabeth II, o Brasil ante a pressão ambientalista, foram os temas abordados por qualificados conferencistas. O Evento foi honrado com a presença dos Príncipes da Família Imperial brasileira. No dia seguinte, 1º de julho de 2012, às 12hs e 30 min, houve Santa Missa em Ação de Graça pelo 74º aniversário de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, celebrada na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro. Após a Missa, seguiu-se o almoço em homenagem ao natalício de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil. 04 Artigo 05 Antônio Cruz / ABr Diz-me com quem ANDAS Luís Severiano Soares Rodrigues Economista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e Artista Plástico Num impressionante editorial de 08/03/1992, acerca da contravenção e do poder dos contraventores em nosso país, dizia o Jornal do Brasil “Na verdade, estes homens compõem a escol da nossa máfia: mandam matar, sequestram, torturam, corrompem, vendem proteção, estão por trás do tráfico de entorpecentes. São perigosos, não porque bancam o jogo, mas porque manipulam amplos setores da polícia, mandam nas prisões, controlam o pó das favelas, infiltram-se nas administrações locais, no parlamento, na magistratura. Simbolizam a falência da república, pois só conseguiram conquistar esse espaço graças a um modelo econômico-social excludente”. Pouco mais de vinte anos passados, podemos ver que nada mudou, pelo contrário só aumentou, basta olharmos e ouvirmos a cada dia a novela da CPMI do Sr. Carlinhos Cachoeira, que em um dos últimos capítulos, foi contundentemente revelador, para os poucos que acham que a república tem salvação: Num vídeo, feito pela equipe do bicheiro, este oferece apoio ao candidato petista à prefeitura de Palmas, capital do Tocantins, apoio este em dinheiro para a sua campanha eleitoral, onde Cachoeira abre o jogo com o candidato, dizendo com todas as letras que seu grupo tem um “projeto de poder para o Tocantins”, ao qual o candidato petista assente, e ainda sugere uma recompensa ao grupo, prometendo já a coleta de lixo entre outras, caso seja eleito, como de fato o foi, e homem de palavra, lá está o grupo Cachoeira empreendimentos escusos instalados. A república, através da mistificação, sobreviveu ao plebiscito de 1993, para nada mudar, e tenho certeza que naquele plebiscito o Senhor Cachoeira votou pela república e pelo presidencialismo. Frente a isso tudo, temos que nos questionarmos, por que esses in- divíduos e outros tipos de aproveitadores podem formular “projetos de poder” escusos no nosso país. A resposta é simples, as instituições republicanas brasileiras são simulacros depravados de democracia formal, onde os bons são postos a margem e os ímpios manipulam-nas para obter vantagens à custa da desgraça do povo brasileiro. Sem o poder moderador nas mãos do Imperador, nas novas instituições republicanas o mau-caratismo se fez, pois já disse Rui Barbosa num tristemente célebre discurso de 1914, que frente ao ponto em que chegamos o homem de bem descrê na virtude e tem vergonha de ser honesto, e mais adiante, diz que todos temiam a severidade do Imperador, pois na monarquia, o homem que tivesse qualquer nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, pois as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Malgrado a sinceridade de Rui, sinto uma ponta de arrependimento, a primeira parte de sua afirmação continua atualíssima, a segunda, por enquanto, é apenas história. O descaramento republicano brasileiro chegou a tal cinismo, que hoje vemos políticos com importantes cargos, gozando da amizade desses contraventores e empresários corruptores, que alegam que suas relações são apenas de “amizade”, como o senador Demóstenes e o governador Cabral, entre outros, e nada mais que amizade. O povo, do pedestal da sua sabedoria, costuma perguntar: “diz-me com quem andas” para afirmar “que direi quem és”. Essa sabedoria popular me faz lembrar que vinte anos atrás, nós estávamos lutando desesperadamente para acabar com a república, para com ela enterrar seus vícios e feridas que destruíam a sociedade brasileira. Em carta publicada no Jornal do Brasil de 11/08/1992, já dizia eu: “A manutenção da república nada mais é do que a preservação das injustiças sociais e da violên- 06 cia moral e física que se mostram cada vez mais crescente e latente na sociedade” creio que a realidade atual prova que eu estava certo. E nós monarquistas estávamos na companhia de homens do melhor gabarito, alguns que infelizmente já se foram, mas cujo exemplo perdura na perenidade de reputações ilibadas que registram seus nomes na história, muito deles, com extensas listas de serviços prestados a pátria. Dos muitos de que orgulhamos, destaco apenas, os não militantes, que esboçaram o seu voto no plebiscito, e o fizeram e fundamentaram a sua escolha. Começo por Hélio Jaguaribe, que sem optar pela monarquia constitucional fez algumas reflexões importantes no seu artigo Plebiscito Extemporâneo, 04/1993 no Jornal do Brasil, onde nos diz “O golpe militar de 15 de novembro, o primeiro de uma série de golpes que culminaria com o de 1964, instituiu, por ato de força – valendo-se da inocência de Deodoro, que julgava estar apenas derrubando o gabinete Ouro Preto – um regime sobre o qual o povo brasileiro foi constitucionalmente proibido, desde então, a se manifestar. Há praticamente consenso, entre os estudiosos da matéria, quanto ao fato de que, se um plebiscito para a opção entre monarquia ou república fosse submetido aos eleitores, em 1889, a república não recolheria senão uma pequena minoria de votos”(...)”Estou convicto de que foi extremamente negativa, para o Brasil, a deposição do excelente monarca que foi Pedro II e a interrupção de um processo institucional que, desde a reforma Saraiva, de 1880, se tornara efetivamente democrático. Com essa deposição, as forças reacionárias contrariadas pela abolição – ademais de minorias idealistas – impediram que se consolidasse um regime de gabinete que teria poupado o país, entre muitas outras coisas, da sucessão de golpes que desde então o afligiram. (...)” , continuo a sequencia com o coronel aviador e administrador de renome que é Ozires Silva, um dos grandes responsáveis pela criação e sucesso da Embraer, que neste ano teve publicada a sua biografia, diz ele sobre a escolha do Chefe do Estado “Outras considerações que nos fazem despir os preconceitos com relação à monarquia parlamentar é o fato de que se afigura como muito menos oneroso à Nação ter uma família real do que eleger a cada quatro ou cinco anos um presidente da república, em dois turnos, que irá certamente requerer do país muito mais despesas e ônus do que um rei solidamente estabelecido, despreocupado de ter que ganhar a próxima eleição e fazer seu sucessor. O fato de se ter um chefe de Estado por um longo período significa continuidade, e esta, sem dúvida, é uma das mais interessantes características e vantagens da monarquia” in Plebiscito: Como Votarei? José Olympio Editora, 1993 pag. 95. Nessa mesma obra o engenheiro/economista, várias vezes ministro de Estado, Mário Henrique Simonsen, hoje já falecido, se colocando como defensor do sistema parlamentarista de governo, assim fundamenta a sua opção “Quanto ao argumento de que a monarquia é uma instituição do passado, e que apenas sobrevive em alguns países por tradição, trata-se de um argumento da falsa cultura histórica. Coisa do passado é a monarquia absoluta, baseada na teoria do direito divino dos reis, e que há mais de duzentos anos foi substituída pelas teorias do contrato social de Locke e Rousseau. A monarquia moderna onde o rei, como chefe de Estado, reina mas não governa é a solução mais satisfatória que se encontrou para o modelo parlamentarista. Inclusive porque permite que o rei seja apolítico, o que nunca ocorre com um presidente da república.” Op. Cit. Pag.73. Outra presença de peso nas discussões, que sem se colocar como monarquista, mas com uma sinceridade democrática que privilegia o debate construtivo, foi o historiador José Murilo de Carvalho, do IHGB e da ABL, que argumentava “A representação simbólica da nação em uma pessoa cercada de convenções que lhe dão caráter de permanência (a linha dinástica) confere um grau de estabilidade ao sistema político que não pode ser desprezado em países marcados pela instabilidade crônica. Não se trata de introduzir imobilidade, mas exatamente do contrário. Uma vez estabilizada a representação nacional, fica o espaço livre para o exercício do conflito, para a luta dos partidos, facções, classes, o que for. Fica livre o conflito de interesses, que não Mário Henrique Simonsen, hoje já falecido, se colocando como defensor do sistema parlamentarista de governo, assim fundamenta a sua opção “Quanto ao argumento de que a monarquia é uma instituição do passado, e que apenas sobrevive em alguns países por tradição, tratase de um argumento da falsa cultura histórica. Coisa do passado é a monarquia absoluta, baseada na teoria do direito divino dos reis, e que há mais de duzentos anos foi substituída pelas teorias do contrato social de Locke e Rousseau. A monarquia moderna onde o rei, como chefe de Estado, reina mas não governa é a solução mais satisfatória que se encontrou para o modelo parlamentarista. Inclusive porque permite que o rei seja apolítico, o que nunca ocorre com um presidente da república.” mais precisa ser coibido em nome da estabilidade do sistema. Estamos cansados de apelos à união nacional, a consensos, acordos pactos, entendimentos et caterva. (...)” refere-se aqui José Murilo aos meios que o poder moderador nas mãos do Imperador, tem de nos momentos de crise, colocar o sistema em equilíbrio, com a troca do gabinete ou a dissolução da câmara seguida da convocação de eleições, para lembrar mais a frente que “ O problema do equilíbrio dos poderes sem- pre perseguiu a república brasileira. Abolido o poder moderador, seus poderes deslocaram-se quase de imediato para o presidente, que se tornou um déspota sem os controles do parlamentarismo monárquico ou de uma Suprema Corte no estilo americano. Os poderes legislativo e judiciário viram-se desde logo amesquinhados. Os próprios republicanos reconheceram de imediato o problema. Alberto Sales dizia em 1901, quando seu irmão era presidente, que a república gestara um des- 07 potismo pior que o do poder moderador” - Esse debate é real, caderno Idéias/Ensaios Jornal do Brasil 14/04/1991. Ao longo dos debates José Murilo escreveu vários outros artigos que complementavam sua visão do problema como um todo, e seu nome ficou vinculado a opção monarquista. Um segmento de onde se verificou uma grande opção e/ou simpatia pela monarquia constitucional parlamentarista foi o corpo diplomático onde embaixadores altamente preparados se colocaram pela imprensa, com destaque para o embaixador e escritor, membro atuante ainda hoje do IHGB, Vasco Mariz que no artigo “Os Donos da Coroa” no Jornal do Brasil de 14/09/1991, onde nos lembra “Pelo artigo 98 da constituição de 1824, o Poder Moderador é a chave de toda a organização política da nação. O texto é exemplar: ele deve velar sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais poderes políticos da nação. E nos tempos modernos do Brasil, o que temos visto diariamente é o conflito de poderes, em detrimento do povo e da nação”. Dentre os outros vários diplomatas que se colocaram como simpatizante da monarquia constitucional parlamentarista destaco, os embaixadores Meira Penna e Pio Corrêa. Fechando a questão do Poder Moderador, temos de citar uma contribuição que veio após o plebiscito, de ninguém menos que o renomado crítico literário Wilson Martins, já falecido, na sua coluna do Jornal do Brasil de 16/10/1993, “Outra questão é a do Poder Moderador na organização constitucional do Império, tratada por Gláucio Veiga pela ótica das simplificações polêmicas muito em moda entre os tratadistas dos nossos dias. Basta pensar que o Poder Moderador era combatido como opressivo e arbitrário por todos os partidos enquanto estavam na oposição e, ao contrário, como salutar e necessário quando estavam no poder. Sendo, alternadamente, os mesmos partidos, isso nos ajuda a compreender o caráter suspeito dessas manifestações. No cotidiano da organização constitucional, o dispositivo era de natureza liberal, chave, como dizia o texto constitucional, “de toda a organização política”. A experiência nos ensina que, entregues aos seus impulsos instintivos, sem o olho vigilante do Imperador e dos adversários, os políticos é que teriam feito da vida brasileira o universo arbitrário que a constituição, precisamente, tratava de disciplinar”. Dos bancos acadêmicos o antropólogo Otávio Velho da UFRJ/Museu Nacional, deu muitas contribuições ao debate em vários artigos na imprensa, dos quais destaco, ”É claro que a questão da monarquia comporta muitas outras dimensões, como o seu papel nos países “modernos”. Ou a própria superação da antinomia presidencialismo-parlamentarismo republicano com a vantagem de, pela radicalidade a absoluta da distinção entre princípios sucessórios da chefia de Estado e do governo, criar uma barreira ao domínio oligárquico. Mas aqui estamos privilegiando outro registro, num debate que apenas principia e não deve ser encurtado. Não é apenas a monarquia que está em jogo. Ela pode ser pretexto para nos repensarmos como nação, inclusive incorporando uma visão de mais largo prazo que não comporte casuísmos. Pensar para o futuro até como transmissão de um patrimônio de uma geração a outra, de que a sucessão monárquica marca um modelo e um estilo. (...)” Para Além dos Preconceitos, in caderno Ideias/Ensaios _ Jornal do Brasil 12/01/1992. Dentre os políticos de então vemos o escritor, jornalista e deputado federal e depois senador, Artur da Távola, já falecido, que naquele momento fazia uma simplificação argumentando que “Parlamentarismo monárquico não é monarquia. É forma constitucional de soberania popular, com primeiroministro escolhido pela Câmara para chefe de governo e rei para chefe de Estado. É forma de organizar a democracia” mais adiante “A existência de um poder (chefia do Estado) não contestado, aceito em pacto nacional (o Plebiscito) e feito para moderar crises, arbitrar conflitos entre primeiro-ministro e Câmara e para representar o país em tratados internacionais, este sim, criará condições eficazes de funcionamento do sistema parlamentarista”(...)”P recisamos de coragem cívica para considerar, com seriedade e sem medo, a lógica do parlamentarismo monárquico (...)”, Jornal do Brasil, 14/07/1992. A campanha desenvolvida nos jornais pelos monarquistas militantes e pelos optantes pela monarquia constitucional foi enorme, com centenas de penas escrevendo o quanto ganharia o Brasil e o seu povo com a opção pela forma de governo monárquica e pelo sistema parlamentarista de governo. Citei apenas parte ínfima desse esforço, e ainda poderia citar o notável advogado Ives Gandra Martins, que inclusive publicou um livro introdutório sobre o tema “O que é Parlamentarismo Monárquico” pela editora Brasiliense, citaria também o célebre antropólogo Rober to da Matta, os juristas Célio Borja e Paulo Brossard, o saudoso poeta Mário Quintana, o filósofo Henrique de Lima Vaz, que segundo José Murilo de Carvalho, seja o melhor conhecedor de Hegel no Brasil. Poderíamos citar muitos outros. Assim nós monarquistas podemos andar de cabeça erguida ao falarmos de com quem andamos, já os republicanos.... Artur da Távola:“Parlamentarismo monárquico não é monarquia. É forma constitucional de soberania popular, com primeiro-ministro escolhido pela Câmara para chefe de governo e rei para chefe de Estado. É forma de organizar a democracia” 08 Artigo Capitalismo e ESPIRITUALIDADE Senadora Kátia Abreu Artigo publicado na Folha de S.Paulo em 28 de abril de 2012 A CRISE financeira de 2008, cujos efeitos ainda abalam os mercados -e se desdobram na presente crise europeia-, não foi, como muitos sustentam, um sinal de esgotamento do capitalismo. Ou, na síntese reducionista, “o muro de Berlim da direita”. O que fracassou não foi o capitalismo, mas o uso inadequado de suas regras mais elementares. A causa direta da crise foi a concessão, deliberada e irresponsável, de empréstimos hipotecários a credores sem meios de pagá-los, sobretudo com a alta dos juros. Como se não bastasse, os agentes financeiros, para contornar o desastre, recorreram a novos artifícios desonestos, que apelidaram de “inovações financeiras”, com o objetivo de alavancar suas operações sem ter de reservar os coeficientes de capital requeridos pelo Acordo da Basileia, cujo propósito era exatamente evitar o que se deu. Esse princípio se baseia na ideia de que a busca da riqueza não é problema e, sim, a ganância para conquistá-la a qualquer preço. Os bancos norte-americanos chegaram ao limite. E, para piorar o que já não era bom, decidiram securitizar os títulos podres, contra toda a ortodoxia econômica, servindo-se da cumplicidade das agências de risco, interessadas em agradar a seus clientes. Trapaça pura. A crise financeira norte-americana espalhou-se como metástase pelo mundo. Um de seus efeitos mais claros foi expor a fragilidade da economia europeia, também marcada por transgressões a fundamentos básicos da economia. A crise europeia decorre da fragilidade fiscal de países como Grécia, Portugal e Itália, cujos governos gas- A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas.Dostoiévski tem a síntese perfeita, quando, por meio de Ivan Karamazov, diz: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. tam mais do que arrecadam. Os investidores já preveem um “default” de seus títulos de dívida. Na base de toda essa confusão não está uma demonstração de inviabilidade do capitalismo. Ele foi conspurcado, violado em seus princípios. E a saída tem sido problemática devido a outro fator básico, que extrapola a ciência econômica, mas que sobre ela e toda atividade humana exerce influência vital: a quebra de confiança. Sem ela, nenhum sistema se sustenta. Credibilidade e confiança são valores que decorrem do culto às virtudes, algo que se perdeu numa sociedade que confunde Estado laico com Estado ateu -ou, pior ainda, antirreligioso. De há muito, a perda do paradigma espiritual tornou o homem ocidental alheio aos mais elementares padrões éticos. A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas. Dostoiévski tem a síntese perfeita, quando, por meio de Ivan Karamazov, diz: “Se Deus não existe, tudo é permitido”. É o que se tem visto: Deus foi retirado da história. Europa e Estados Unidos são civilizações erguidas sob os valores do cristianismo, que moldou suas legislações e tradições. Hoje, esses valores são renegados, sob o argumento do laicismo do Estado, que de modo algum é incompatível com os valores espirituais. A ausência de qualquer referência às raízes cristãs da Europa no preâmbulo da Constituição da União Europeia confirma a perda da referência espiritual de uma civilização cujos momentos de esplendor se vislumbram, ainda hoje, nas majestosas igrejas e catedrais góticas que fascinam turistas de todo o mundo. Ética sem espiritualidade, sem a noção de um porvir em que todos serão julgados pelos seus feitos, não passa de uma fachada. Nesse ambiente, a política, que a Grécia antiga considerava uma virtude, foi a primeira a se desmoralizar. A economia veio em seguida. O que mais falta? Será que o Brasil não está seguindo essa agenda laica e antirreligiosa, pautando suas políticas pelos mesmos paradigmas que alimentam a presente crise? Desatento a isso, não chegará assim a lugar melhor. Artigo 09 Foro de São Paulo: o Brasil e a Quinta Internacional do castro-lulismo Antonio Sánchez Garcia Publicado no site Mídia sem Mascara com tradução de Graça Salgueiro A Alejandro Peña Esclusa, presopolítico do Foro de São Paulo À destra de Lula da Silva, sentado por sua vez à destra de Fidel Castro, senta-se uma plêiade de velhos trotskistas latino-americanos conduzidos por um velho paulista, sociólogo sem sociologia, cujo atributo existencial, para dar algum nome a seus preconceitos de confrades medievais, é o borgeano, insólito e escatológico convencimento de que a revolução é uma entidade de ordem teológica à qual nos condena o pecado original. Beberam em sua infância do elixir da “revolução permanente” de Leon Davidovich Bronstein, melhor conhecido como Trotsky, e desconhecendo com tenacidade todas as provas da einsteiniana realidade, que com porfia derrubou todos os experimentos marxistas, continuam se prostrando ante Karl Marx e seu carnal Friedrich Engels, apostando suas vidas no assalto ao Poder por bem ou por mal, para tentar demonstrar inutilmente e pela enésima vez que chove de baixo para cima, que a terra é plana e encontra-se no centro do universo, a ditadura do partido e seu caudilho é a melhor democracia imaginável e as privações um destino inexorável de uma humanidade que, se quiser sobreviver, deve voltar aos tempos das cavernas. Tudo em honra do igualitarismo. A idéia de montar esta confraria de templários tresnoitados, levada a cabo desde os princípios dos anos noventa apesar da prova documental e vivente de que a revolução socialista é um disparate, não teria sido realizável sem a contribuição das viúvas da OLAS, a Organização Latino-Americana de Solidariedade, montada pelo castrismo recém triunfante, e os despojos do esforço imperial da ditadura cubana nos anos sessenta para Um propósito essencial e irrenunciável move o Foro de São Paulo: impedir a queda do regime de Hugo Chávez, com a qual se deslocaria todo seu xadrez imperial. Impedir que o títere de Castro e do lulismo deixe a cena e as principais reservas petrolíferas voltem para as mãos dos seus legítimos proprietários: nós, os venezuelanos acampar na Ásia, África e América Latina - a Trikontinental! - mediante a exportação do modelo guerrilheiro, como novo instrumento de assalto e conquista do Poder. Derrubado o muro de Berlim e desmoronado o império soviético como um castelo de cartas, extraviado o castrismo e a sociedade cubana condenada a morrer de fome o cegar de avitaminose, enquanto se avistava a reconstrução das economias dos países que saíam das ditaduras que provocaram com o guevarismo - Chile, Argentina e sobretudo Brasil, sabiamente presidida pela social-democracia brasileira e Fernando Henrique Cardoso -, nossos trotskistas se prepararam para o assalto ao poder já em fins do século passado, dado a mu- dança de gerações que subitamente punha os herdeiros do fracasso para conquistar o poder. De fato: todas as crias de Castro alcançaram o poder: desde Kirchner, o montonero, até Pepe Mujica, o tupamaro. Sem falar de Dilma, a guerrilheira urbana. Com um giro copernicano, contribuído pelo reformismo ancestral dos trotskistas, subitamente para a vanguarda do novo projeto: já não pela violência, que uma sociedade moderna não se conquista pelas armas - disse Hitler - senão infiltrando-se nos despenhadeiros da Hegemonia e caindo de pau nas democracias ingênuas, vítimas da decadência de suas elites, como a Venezuela. Desse modo, a jóia da coroa, principal depositária das maiores reservas de petróleo do Ocidente, voltou a privar o sonho de quem saiu nos sessenta com as tábuas na cabeça da Venezuela depois de duas tentativas invasoras, um gigantesco investimento em armas e dólares, e o compromisso existencial de quem jurou que a Venezuela e o petróleo seriam seus, mesmo que tivesse que subir ao céu engatinhando. Pode ser que hoje, os então futuros idiotas-úteis da seção venezuelana do Foro de São Paulo que, com absoluta ingenuidade e uma irresponsabilidade limítrofe no crime de Estado estenderam em fevereiro de 1989 o tapete para a visita a Caracas de Fidel, que já trazia no peito tanto a fundação do Foro como devorar de uma só tacada a principal nação do 10 Caribe e se fosse necessário assassinar o seu gentil anfitrião, Carlos Andrés Pérez, sofram seu arrependimento. O certo é que serviram voluntária e decididamente para defenestrá-lo com um grupo de pessoas que arremetem contra alguém indefeso ante o qual fez com que a rasteira ao paraguaio Lugo seja digna de um orfanato. Saberiam nossos golpistas de salão que ontem abriram os portões à conspiração e hoje choram lágrimas de sangue, de quê se trata quando se menciona os templários paulistas que nos visitarão em 4 e 5 de julho próximos? Trata-se dos que se confabularam à sombra da estupidez das democracias alcoviteiras, começando pela de nossos promotores, destacados midiáticos, militares, editores, juízes, empresários, filósofos e politiqueiros de fins de século, para coroar com a jóia petroleira um tenente-coronel golpista, grosseiro, brutal, assassino e decidido a liquidar nossa República e montar um regime totalitário que lhe garanta governar pelo resto da vida, seguindo o modelo que inspira os foristas que nos visitam: a tirania castrista. Trata-se do ELN e das FARC da Colômbia - esquecer o discurso de Raúl Reyes no sexto encontro do Foro? -, de todos os partidos, grupos e grupelhos da ultra-esquerda latinoamericana, e daqueles que à sombra do chavismo e contando com o financiamento do petróleo venezuelano e suculentas valises contrabandeadas nesta última década montaram os governos de Lula, de Kirchner, de Evo Morales, de Rafael Correa, de Daniel Ortega, de Pepe Mujica, de Dilma Rousseff. Trata-se, em conseqüência, dos que saíram da escuridão das covinhas conspirativas, dos seqüestros, das guerras de guerrilhas e dos assaltos a bancos para adquirir certificados de boa conduta e brilhar ante o mundo como exemplares tribunos democráticos: o PSUV venezuelano, o PT brasileiro, os montoneros e tupamaros rio-platenses, os elenos colombianos, os sandinistas nicaragüenses, entre muitos outros que estarão à espera de assaltar o poder, como os comunistas, os miristas, os socialistas chilenos da ultra. Que já lançam seus novos rostos para a ofensiva desde as universidades chilenas. E que estarão decidindo suas ações futuras desde Caracas, a partir deste 4 de julho. Trata-se dos charlatães de ofício que, amparados pela idiotice do progressismo europeu, recebem prêmios nobéis e suculentas remunerações em Euros, como Rigoberta Menchú e Adolfo Pérez Esquivel, que maculam a companhia da Madre Teresa de Calcutá e Willy Brandt. Fraudadores da nova esquerda que acompanham a dança com lobos das avós da Praça de Maio, incendiárias de profissão, dignas de um tango de Enrique Santos Discépolo. A insólita responsabilidade das democracias ocidentais e do Departamento de Estado ao pensar que desaparecida a União Soviética desapareceria a conspiração da esquerda castrista na América Latina, e confiados em que a região rumava pelo caminho da reconstrução das democracias e da modernização de seus sistemas políticos e da globalização de suas economias, terminaram com um trágico saldo: a destruição das bases sócio-políticas e econômicas venezuelanas, um dos principais bastiões da democracia na região, e no assalto ao poder por parte do golpismo de esquerdas em seus países mais importantes. O primeiro beneficiário deste grave descuido foi o imperialismo brasileiro, que joga com duas cartas: a da consolidação de seu poderio econômico-estratégico - já é a sexta potência do mundo - e a do controle da região com a mão esquerda do Foro. O trotskismo sabe dirigir com perfeição o jogo da conspiração. Compreendeu a nova fase do desenvolvimento capitalista em meio da crise mundial: fortalece sua burguesia nacional - um clássico exemplo da política trotskista de alianças -, se apodera da interlocução da região com o progressismo norte-americano e favorece o desenvolvimento de autocracias dispostas a assumir os despotismos de seus interesses. Nessa política, o Foro serve à perfeição seus interesses regionais. Daí a pergunta: a que vem a tribo castro-lulista à Venezuela? O que trazem entre as mãos estes querubins da revolução, que têm em Hugo Chávez o grande heresiarca e aos interesses imperialistas da neo-burguesia brasileira seu magno propósito? Um propósito essencial e irrenunciável move o Foro de São Paulo: impedir a queda do regime de Hugo Chávez, com a qual se deslocaria todo seu xadrez imperial. Impedir que o títere de Castro e do lulismo deixe a cena e as principais reservas petrolíferas voltem para as mãos dos seus legítimos proprietários: nós, os venezuelanos. Fechar a passagem à democratização da América Latina, como pretenderam ontem em Honduras, como pretendem hoje no Paraguai. Pois a abominável e repudiável intervenção do ministro de Relações Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço Exteriores de Hugo Chávez em Assunção, deixa claro o papel de gendarmeria que o Foro designa ao nosso país. Que usa o garrote petroleiro como o Departamento de Estado utilizou no passado a Quinta Frota, os boinas verdes e o sebo financeiro do FMI. A saída de Chávez constituiria um golpe mortal nas pretensões da esquerda radical do continente de voltar à idade dourada do castrismo. Priva de recursos financeiros os que sem eles estariam abandonados, sem poder e sem glória. Grande parte dos faustosos ingressos petroleiros, escamoteados dos nossos setores mais desvalidos, foram satisfazer a insaciável voracidade do castrochavismo latino-americano. Alimentando grupelhos de ultra-esquerda, campanhas de governos corruptos, cruzadas dos que não distinguem entre causas e interesses pessoais. Permitiu a sobrevivência dos que, sem o auxílio castro-chavista, viveriam à luz de velas. Daí meu assombro quando ouço as queixas daqueles setores que respaldam o candidato da democracia venezuelana porque o PT respalda Hugo Chávez. Ainda se fiam do crédito que há cinqüenta anos os Castro tiveram e na natural bonomia do comunismo internacional. São cegos ante o óbvio: Lula, Dilma e sua coorte forosãopulista vão pelos seus. Liquidar as democracias latino-americanas, montar o caudilhismo autocrático castrista e sentar o poderio do neo-imperialismo brasileiro. A isso é que vêm: examinar as condições do campo de batalha em que possivelmente neste 7 de outubro se jogará o destino da América Latina. Escondem o punham com que pretendem enfiar-nos uma punhalada. Não permitamos. 11 Memória Especialistas em museus e coleções definem recomendações para Unesco Ibram Reunidos na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 11 e 13 de julho, especialistas indicados pela Unesco, e observadores de 50 países, discutiram o papel dos museus no mundo contemporâneo, como enfrentar ameaças e desafios na proteção de museus e coleções, além do papel social e educativo dos museus. Aniversários As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o suficiente para reconhecer o quão importante você é para o Instituto Brasil Imperial. Nossa cumplicidade monárquica vai se tornando forte, e como Presidente do IBI me sinto comovido a homenagear os/as Confrades aniversariantes do mês. Feliz aniversário! E que você seja muito, muito feliz! JUNHO Alexandre Amilton Vieira – 22 – Florianópolis - SC Andréa Christina Silva Panaro Caldas – 21 - Santo Antônio de Pádua - RJ Elisabeth Amélia Navarro – 30 - Santos - SP Genivaldo Ferreira de Macedo – 5 - Praia Grande - SP Herotildes Maciel – 11 - São José do Rio Preto - SP João Marcos Alves Suzuki – 9 - Pirajuí - SP Josimar Lourenco Silva – 7 - Ji Paraná - RO Maria Célia Serra Azul – 2 – São Paulo - SP Olavo Roberto de Arruda Campos – 18 - Londrina - PR Paulo Santos – 1 – Europa Régis Augusto Rodrigues – 1 – São Paulo - SP Wellington José Soares dos Santos Júnior – 14 - São Lourenço da Mata - PE Ydenir Prudenciano Machado – 10 - São Caetano do Sul - SP Seu nome não consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Não temos a sua data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você completasse o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo. Se já tem a senha é só acessar e completar os dados no site www.brasilimperial.org.br Também foram revistas e ratificadas as convenções, recomendações e declarações existentes acerca do tema do encontro Proteção e Promoção de Museus e Coleções – organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), em parceria com a Unesco, e com o apoio do Programa Ibermuseus e da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI). Como resultado, o grupo definiu recomendações que farão par te do relatório final que será apresentado na 190ª sessão do Conselho Executivo da Unesco, prevista para outubro. No documento, intitulado Conclusões e Recomendações Finais Adotadas para o Relatório de Avaliação, os especialistas apontaram necessidades urgentes, tais como garantir recursos humanos e técnicos essenciais para a conservação e segurança de museus e suas coleções, adaptar sistemas de museus a novas tecnologias e dotar os espaços com recursos financeiros adequados. O documento está disponível em por tuguês e inglês. For talecimento das políticas Foi recomendado que os países desenvolvam e for taleçam políticas públicas voltadas para os museus considerando o desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico, cultural e social), a transformação social e o engajamento comunitário, a capacitação e o planejamento adequado dos recursos humanos. A adoção de políticas sobre o uso da informática como forma de disseminar, registrar e ampliar o acesso aos museus e coleções, e sobre medidas para mitigar riscos e maximizar a segurança, também foram consideradas essenciais. As dificuldades de financiamento foram apontadas por especialistas de diversos países e resultaram na recomendação de se dedicar uma porção dos orçamentos nacionais aos museus, de se criar sistemas de cooperação entre governos e museus e de se desenvolver parcerias públicoprivadas para ap o i a r m u s e u s e coleções. Leia o resumo da reunião nos boletins publicad o s d u r a n te to d o s o s d i a s d o e n c o n t ro . Música 12 Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial pode virar patrimônio da humanidade Museu Imperial O Museu Imperial concorre, pela segunda vez, ao Registro Nacional do Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), equivalente ao título de Patrimônio da Humanidade. Em 2010, o Museu recebeu a titulação com o “Conjunto documental relativo às viagens de d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo” e, desta vez, enviou a candidatura da Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial. A coleção reúne 286 documentos, incluindo fotografias, documentos textuais, gravuras, desenhos, livros, periódicos, folhetos e uma partitura. Entre as raridades, está um álbum de recordações que possui mensagens de grandes nomes da época dedicadas a Carlos Gomes, como um desenho de Pedro Américo, um desenho e uma poesia de Victor Meirelles e uma dedicatória de Manuel Araujo Porto Alegre. Também merecem destaque os cenários da ópera Il Guarany, em aquarelas de Carlo Ferrario, cenógrafo do Teatro alla Scala de Milão, Itália, e a partitura manuscrita de um hino composto para o primeiro centenário da independência norteamericana, encomendado pelo imperador d. Pedro II e por ele ofer- ecido ao presidente Ulysses Grant na Exposição Universal da Filadélfia, em 1876. O acervo foi doado ao Museu Imperial em duas partes, em 1946 e 1950, por Ítala Gomes, filha do maestro. Além dos documentos que compõem o conjunto que concorre à titulação da Unesco, a doação contemplou outros itens, como um piano de Carlos Gomes. Contudo, devido à restrição do prêmio, que se refere apenas a documentos, os objetos não foram inseridos na candidatura. O Programa Memória do Mundo foi criado pela Unesco, em 1992, devido à consciência crescente do lamentável estado de conservação do patrimônio documental e do deficiente acesso em diferentes partes do mundo. O objetivo é dar maior visibilidade a esses documentos e despertar a consciência coletiva sobre a importância de sua preservação. O programa é composto por três registros – regional, nacional e internacional – concedidos de acordo com a abrangência da importância da documentação. Todos os registros são equivalentes, para documentos, ao título de Patrimônio da Humanidade, que é concedido pela Unesco a patrimônios arquitetônicos. O Museu Imperial foi agraciado com o Registro Nacional em 2010, concedido ao conjunto que reúne documentos sobre as viagens de d. Pedro II, como diários, correspondências e notícias de jornais. Em 2012, o mesmo conjunto documental concorre ao Registro Internacional, pois a relevância dessa documentação excede a história do Brasil e tornase importante para estudos sobre o contexto mundial da época. Agora, a instituição busca também seu segundo Registro Nacional com a coleção de Carlos Gomes. 13 14 Maioridade Multirio.rj.gov.br Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, D. Pedro I instalou a Câmara e o Senado vitalício, em 1826. Porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa. Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra Cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (18221829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro, em 7 de abril de 1831, então com cinco anos de idade. A Constituição de 1824 previa que, durante a menoridade do sucessor, o Império deveria ser governado por um Regente que fosse um parente mais próximo ao Imperador. Como no caso não havia quem preenchesse tais quesitos, a Constituição previa a composição de uma Regência Trina Provisória, em caráter interino, para que o Executivo não ficasse acéfalo. A Regência Provisória tomou posse no mesmo dia da abdicação, começando por reintegrar o último ministério deposto pelo Imperador, conceder anistia para todos os presos políticos, estancar as agitações populares na busca da 15 manutenção da ordem e das instituições. Já a Regência Trina Permanente foi eleita pela Assembléia Geral em julho de 1831, permanecendo até abril de 1835. Nas eleições para a primeira regência una, realizada em 7 de abril de 1835, saiu-se vencedor o Padre Diogo Antônio Feijó, antigo ministro da justiça da Regência Trina Permanente, e um dos líderes da facção progressista. Quando o regente Feijó assumiu, em outubro de 1835, a situação do país era extremamente delicada. Em 1837, com o avanço dos cabanos no Pará e dos farrapos no Sul, Feijó pediu à Câmara dos Deputados que aprovasse a elevação dos efetivos militares do governo, a fim de sufocar os movimentos. Seu pedido não foi aprovado, e o regente, diante da impossibilidade de exercer o cargo, acabou por renunciar. Araújo Lima, líder da facção regressista e presidente da Câmara dos Deputados, assumiu provisoriamente a regência. Com a regência de Araújo Lima embora interina, sobe ao poder o Partido Conservador. Na eleição para a escolha do novo regente, realizada em 1838, saiu-se vitorioso o próprio Araújo Lima, devendo o seu mandato prolongar-se até 1842. Entretanto, toda a habilidade do líder conservador não foi suficiente para abafar a Farroupilha, nem mesmo para evitar uma série de revoltas surgidas em todo o país, destacando-se, principalmente, a Sabinada e a Balaiada. A primeira ao lado da Cabanagem no Pará, foi debelada ainda em seu governo. Por mais esforços que fizessem, os Antônio Carlos levou a campanha para as ruas, levando o povo a apoiar o projeto. Conseguiu assumir a liderança da massa que se dirigiu ao Senado, aclamando a Maioridade. A pressão popular, liderada pela vanguarda liberal, foi tão grande e os seus resultados poderiam ser imprevisíveis, que em 23 de julho de 1840, D. Pedro foi emancipado homens públicos do Brasil não encontravam a fórmula da conciliação. D. Pedro II só poderia ser declarado maior ao atingir 18 de idade. A Regência, por sua vez, mesmo com o nome de permanente, seria um posto ambicionado e, portanto, motivadora de intermináveis conflitos. O Partido Liberal, imediatamente, começou a se movimentar para arranjar uma solução política para a Nação, e que, ao mesmo tempo, o colocasse novamente no poder. Em abril de 1840, por proposta do senador José Martiniano de Alencar, pai do romancista José de Alencar, foi criada a Sociedade Promotora da Maioridade, originalmente uma sociedade secreta que logo se tornou pública, passando a se chamar apenas Clube da Maioridade. Antônio Carlos de Andrada foi escolhido presidente, aproximando-se cada vez mais dos palacianos. Antônio Carlos levou a campanha para as ruas, levando o povo a apoiar o projeto. Valendo-se do momento oportuno, conseguiu assumir a liderança da massa que se dirigiu ao Senado, aclamando a Maioridade. A Monarquista, anuncie o seu produto ou serviço neste espaço pressão popular, liderada pela vanguarda liberal, foi tão grande e os seus resultados poderiam ser imprevisíveis, que em 23 de julho de 1840, D. Pedro foi emancipado. O futuro imperador do Brasil contava apenas com 15 anos de idade. A sagração e coroação de D. Pedro II foi marcada para 18 de julho de 1841. A cidade do Rio de Janeiro foi cuidadosamente embelezada para a cerimônia. As festas duraram muitos dias, encerrando-se no dia 24 de julho com um grande baile de gala no Paço da cidade. 15 Memória BRASIL IMPERIAL PREPARA EXPOSIÇÃO DO PLEBISCITO DE 1993 O Plebiscito/93 completará, em 2013, 20 anos de sua realização. O que mudou? Precisamos chamar atenção da população Brasileira, e um dos eventos fica na responsabilidade do Coordenador de Desenvolvimento do IBI - Instituto Brasil Imperial-SC, Edson Murilo Prazeres que realizará a exposição de material (jornais, publicações, fotografias, etc.) produzido e recebido por ele durante o período de luta pela nossa causa. Para melhorar a exposição precisamos da colaboração de todos os monarquistas para que enviem material, relativo ao plesbicito tal como: o filme “Venha a Nós o Nosso Reino” em DVD, exemplares de nºs 01 a 08, do jornal Cara & Coroa, comerciais da Frente Monarquista, e outros materiais afim. A Exposição terá início em Florianópolis e em seguida será exposta nas principais praças do Brasil. Contando com o incentivo dos monarquistas do Brasil o IBI fica no aguardo de respostas e do envio de materiais para expor que deverão ser enviados para: Edson Murilo Prazeres Rua: Valdemiro Serafim Francisco, 301, Bairro Forquilhinha São José – SC, CEP: 88106-669 e-mail: [email protected]; eprazeres61@ gmail.com Quem tiver o que doar favor responder para [email protected]; [email protected]; presidê[email protected] Cordialmente, Antonyo da Cruz IBI - Instituto Brasil Imperial Presidente executivo www.brasilimperial.org.br www.brasilimperial.org.br