Gazeta - Brasil Imperial

Transcrição

Gazeta - Brasil Imperial
Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial
pode virar patrimônio da humanidade
Pág. 12
“Diz-me com quem andas”:
um artigo de Luís Severiano
Soares Rodrigues
Pág 5
Os perigos do Foro de S.Paulo
Imperial
Pág. 9
Gazeta
Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2012 Ano XVII Número 199 www.brasilimperial.org.br
XXII Encontro Monárquico Nacional
02
Palavra do Presidente
SÁBIAS PALAVRAS
DE DOM RAFAEL NO
XXII ENCONTRO NO
RIO DE JANEIRO
Há muito estamos falando sobre a necessidade de se fazer militância monárquica, proporcionando ao movimento monárquico o aumento do contingente de
patriotas defendendo a causa monárquica brasileira.
Vários internautas que todos os dias postam mensagem de divulgação
monárquica repetidamente nas mais variadas páginas do facebook, e que
geram um número imensurável de e-mails recebidos atulhando a caixas de entrada dos destinatários, chego a receber diariamente entre 220 a 340 e-mails
dia gerados no facebook.
O Incrível é que eu tenho indagado a esses mesmos internautas quantos
monarquistas você conhece na sua cidade, e a resposta é sempre a mesma
“nenhuma, não conheço ninguém para falar de monarquia”. Ora de nada
adianta fazermos projetos se não nos comprometemos com eles, restaurar
a monarquia no Brasil é um projeto de muitos, mas poucos se dispõem a se
identificarem como monarquistas para os amigos, vizinhos, colegas de escola,
colegas de trabalho, etc, e com eles usar argumentos monárquicos com a intenção mesmo de convertê-los à nossa causa.
Dia 30 de junho aconteceu no Rio de Janeiro o XXII Encontro Monárquico e
para nossa alegria pudemos ouvir as sábias palavras proferidas por Dom Rafael de Orleans e Bragança “Cada monarquista deve converter mais três brasileiros em monarquistas e os três em mais três cada um e sempre assim
propagaremos as nossas ideias tornando maiores as chances de sucesso da
nossa causa”.
Dom Bertrand já afirmara no XXI encontro que “com Dom Rafael o futuro está
garantido” e agora depois de ouvir
com muita atenção as suas palavras proferidas no XXII encontro,
podemos afirmar com certeza que
com ele temos de fato quem garanta o futuro da monarquia brasileira.
Escrevam para nós pesidencia@
brasilimperial.com.br
contamos
com você para ampliar o número de
núcleos monárquicos do IBI, seja um
líder monárquico, ajude a fundar o
núcleo de sua cidade. Acreditamos
em Dom Rafael, acreditamos na juventude monárquica, os futuros gerentes da nossa nação.
Antonyo da Cruz
Presidente do Instituto Brasil Imperial
Gazeta
Imperial
A Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos,
sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens
podem ser enviados para [email protected]
Comendador Antonyo da Cruz
Presidente do Instituto Brasil Imperial
[email protected]
Alessandro Padin
Editor e jornalista responsável
[email protected]
03
Movimento
XXII Encontro
Monárquico
Nacional
Cristina Froes
No dia 30 de junho de 2012, realizou-se na Cidade
do Rio de Janeiro, no Windsor Florida Hotel, o XXII
Encontro Monárquico. A gênese da Monarquia no
Ocidente, as pesquisas arqueológicas sobre nossos
primeiros Imperadores na cripta do Ipiranga em São
Paulo, o Jubileu da Rainha Elizabeth II, o Brasil ante
a pressão ambientalista, foram os temas abordados
por qualificados conferencistas. O Evento foi honrado
com a presença dos Príncipes da Família Imperial
brasileira.
No dia seguinte, 1º de julho de 2012, às 12hs e 30
min, houve Santa Missa em Ação de Graça pelo 74º
aniversário de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans
e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, celebrada na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro. Após a Missa, seguiu-se
o almoço em homenagem ao natalício de S.A.I.R. o
Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da
Casa Imperial do Brasil.
04
Artigo
05
Antônio Cruz / ABr
Diz-me com quem
ANDAS
Luís Severiano Soares Rodrigues
Economista, pós-graduado em história, sócio
correspondente do Instituto Histórico e
Geográfico de Niterói e Artista Plástico
Num impressionante editorial de
08/03/1992, acerca da contravenção e do poder dos contraventores
em nosso país, dizia o Jornal do Brasil “Na verdade, estes homens compõem a escol da nossa máfia: mandam matar, sequestram, torturam,
corrompem, vendem proteção, estão
por trás do tráfico de entorpecentes.
São perigosos, não porque bancam
o jogo, mas porque manipulam amplos setores da polícia, mandam nas
prisões, controlam o pó das favelas,
infiltram-se nas administrações locais, no parlamento, na magistratura. Simbolizam a falência da república, pois só conseguiram conquistar
esse espaço graças a um modelo
econômico-social excludente”. Pouco mais de vinte anos passados,
podemos ver que nada mudou, pelo
contrário só aumentou, basta olharmos e ouvirmos a cada dia a novela
da CPMI do Sr. Carlinhos Cachoeira,
que em um dos últimos capítulos,
foi contundentemente revelador,
para os poucos que acham que a
república tem salvação: Num vídeo,
feito pela equipe do bicheiro, este
oferece apoio ao candidato petista à
prefeitura de Palmas, capital do Tocantins, apoio este em dinheiro para
a sua campanha eleitoral, onde Cachoeira abre o jogo com o candidato, dizendo com todas as letras que
seu grupo tem um “projeto de poder
para o Tocantins”, ao qual o candidato petista assente, e ainda sugere
uma recompensa ao grupo, prometendo já a coleta de lixo entre outras,
caso seja eleito, como de fato o foi,
e homem de palavra, lá está o grupo
Cachoeira empreendimentos escusos instalados. A república, através
da mistificação, sobreviveu ao plebiscito de 1993, para nada mudar, e
tenho certeza que naquele plebiscito o Senhor Cachoeira votou pela
república e pelo presidencialismo.
Frente a isso tudo, temos que nos
questionarmos, por que esses in-
divíduos e outros tipos de aproveitadores podem formular “projetos
de poder” escusos no nosso país. A
resposta é simples, as instituições
republicanas brasileiras são simulacros depravados de democracia
formal, onde os bons são postos a
margem e os ímpios manipulam-nas
para obter vantagens à custa da
desgraça do povo brasileiro.
Sem o poder moderador nas mãos
do Imperador, nas novas instituições
republicanas o mau-caratismo se fez,
pois já disse Rui Barbosa num tristemente célebre discurso de 1914,
que frente ao ponto em que chegamos o homem de bem descrê na virtude e tem vergonha de ser honesto,
e mais adiante, diz que todos temiam a severidade do Imperador, pois
na monarquia, o homem que tivesse
qualquer nódoa em sua vida era um
homem perdido para todo o sempre, pois as carreiras políticas lhe
estavam fechadas. Malgrado a sinceridade de Rui, sinto uma ponta de
arrependimento, a primeira parte de
sua afirmação continua atualíssima,
a segunda, por enquanto, é apenas
história. O descaramento republicano brasileiro chegou a tal cinismo,
que hoje vemos políticos com importantes cargos, gozando da amizade
desses contraventores e empresários corruptores, que alegam que
suas relações são apenas de “amizade”, como o senador Demóstenes
e o governador Cabral, entre outros,
e nada mais que amizade. O povo,
do pedestal da sua sabedoria, costuma perguntar: “diz-me com quem
andas” para afirmar “que direi quem
és”.
Essa sabedoria popular me faz lembrar que vinte anos atrás, nós estávamos lutando desesperadamente
para acabar com a república, para
com ela enterrar seus vícios e feridas que destruíam a sociedade brasileira. Em carta publicada no Jornal
do Brasil de 11/08/1992, já dizia
eu: “A manutenção da república
nada mais é do que a preservação
das injustiças sociais e da violên-
06
cia moral e física que se mostram
cada vez mais crescente e latente
na sociedade” creio que a realidade
atual prova que eu estava certo. E
nós monarquistas estávamos na
companhia de homens do melhor
gabarito, alguns que infelizmente já
se foram, mas cujo exemplo perdura
na perenidade de reputações ilibadas que registram seus nomes na
história, muito deles, com extensas
listas de serviços prestados a pátria. Dos muitos de que orgulhamos,
destaco apenas, os não militantes,
que esboçaram o seu voto no plebiscito, e o fizeram e fundamentaram
a sua escolha. Começo por Hélio Jaguaribe, que sem optar pela monarquia constitucional fez algumas reflexões importantes no seu artigo
Plebiscito Extemporâneo, 04/1993
no Jornal do Brasil, onde nos diz “O
golpe militar de 15 de novembro, o
primeiro de uma série de golpes que
culminaria com o de 1964, instituiu,
por ato de força – valendo-se da inocência de Deodoro, que julgava estar apenas derrubando o gabinete
Ouro Preto – um regime sobre o qual
o povo brasileiro foi constitucionalmente proibido, desde então, a se
manifestar. Há praticamente consenso, entre os estudiosos da matéria, quanto ao fato de que, se um
plebiscito para a opção entre monarquia ou república fosse submetido
aos eleitores, em 1889, a república
não recolheria senão uma pequena
minoria de votos”(...)”Estou convicto
de que foi extremamente negativa,
para o Brasil, a deposição do excelente monarca que foi Pedro II e a
interrupção de um processo institucional que, desde a reforma Saraiva,
de 1880, se tornara efetivamente
democrático. Com essa deposição,
as forças reacionárias contrariadas
pela abolição – ademais de minorias idealistas – impediram que se
consolidasse um regime de gabinete
que teria poupado o país, entre muitas outras coisas, da sucessão de
golpes que desde então o afligiram.
(...)” , continuo a sequencia com o
coronel aviador e administrador de
renome que é Ozires Silva, um dos
grandes responsáveis pela criação e
sucesso da Embraer, que neste ano
teve publicada a sua biografia, diz
ele sobre a escolha do Chefe do Estado “Outras considerações que nos
fazem despir os preconceitos com
relação à monarquia parlamentar é
o fato de que se afigura como muito menos oneroso à Nação ter uma
família real do que eleger a cada
quatro ou cinco anos um presidente
da república, em dois turnos, que irá
certamente requerer do país muito
mais despesas e ônus do que um rei
solidamente estabelecido, despreocupado de ter que ganhar a próxima
eleição e fazer seu sucessor. O fato
de se ter um chefe de Estado por um
longo período significa continuidade,
e esta, sem dúvida, é uma das mais
interessantes características e vantagens da monarquia” in Plebiscito:
Como Votarei? José Olympio Editora,
1993 pag. 95. Nessa mesma obra o
engenheiro/economista, várias vezes ministro de Estado, Mário Henrique Simonsen, hoje já falecido, se
colocando como defensor do sistema parlamentarista de governo, assim fundamenta a sua opção “Quanto ao argumento de que a monarquia
é uma instituição do passado, e que
apenas sobrevive em alguns países
por tradição, trata-se de um argumento da falsa cultura histórica.
Coisa do passado é a monarquia absoluta, baseada na teoria do direito
divino dos reis, e que há mais de
duzentos anos foi substituída pelas
teorias do contrato social de Locke
e Rousseau. A monarquia moderna
onde o rei, como chefe de Estado,
reina mas não governa é a solução
mais satisfatória que se encontrou
para o modelo parlamentarista. Inclusive porque permite que o rei seja
apolítico, o que nunca ocorre com
um presidente da república.” Op.
Cit. Pag.73. Outra presença de peso
nas discussões, que sem se colocar como monarquista, mas com
uma sinceridade democrática que
privilegia o debate construtivo, foi o
historiador José Murilo de Carvalho,
do IHGB e da ABL, que argumentava “A representação simbólica da
nação em uma pessoa cercada de
convenções que lhe dão caráter de
permanência (a linha dinástica) confere um grau de estabilidade ao sistema político que não pode ser desprezado em países marcados pela
instabilidade crônica. Não se trata
de introduzir imobilidade, mas exatamente do contrário. Uma vez estabilizada a representação nacional,
fica o espaço livre para o exercício
do conflito, para a luta dos partidos,
facções, classes, o que for. Fica livre
o conflito de interesses, que não
Mário Henrique Simonsen, hoje já falecido, se colocando
como defensor do sistema parlamentarista de governo,
assim fundamenta a sua opção “Quanto ao argumento
de que a monarquia é uma instituição do passado, e que
apenas sobrevive em alguns países por tradição, tratase de um argumento da falsa cultura histórica. Coisa do
passado é a monarquia absoluta, baseada na teoria do
direito divino dos reis, e que há mais de duzentos anos
foi substituída pelas teorias do contrato social de Locke e
Rousseau. A monarquia moderna onde o rei, como chefe
de Estado, reina mas não governa é a solução mais satisfatória que se encontrou para o modelo parlamentarista.
Inclusive porque permite que o rei seja apolítico, o que
nunca ocorre com um presidente da república.”
mais precisa ser coibido em nome
da estabilidade do sistema. Estamos cansados de apelos à união
nacional, a consensos, acordos pactos, entendimentos et caterva. (...)”
refere-se aqui José Murilo aos meios
que o poder moderador nas mãos
do Imperador, tem de nos momentos de crise, colocar o sistema em
equilíbrio, com a troca do gabinete
ou a dissolução da câmara seguida
da convocação de eleições, para
lembrar mais a frente que “ O problema do equilíbrio dos poderes sem-
pre perseguiu a república brasileira.
Abolido o poder moderador, seus
poderes deslocaram-se quase de
imediato para o presidente, que se
tornou um déspota sem os controles
do parlamentarismo monárquico
ou de uma Suprema Corte no estilo
americano. Os poderes legislativo e
judiciário viram-se desde logo amesquinhados. Os próprios republicanos
reconheceram de imediato o problema. Alberto Sales dizia em 1901,
quando seu irmão era presidente,
que a república gestara um des-
07
potismo pior que o do poder moderador” - Esse debate é real, caderno Idéias/Ensaios Jornal do Brasil
14/04/1991. Ao longo dos debates
José Murilo escreveu vários outros
artigos que complementavam sua
visão do problema como um todo,
e seu nome ficou vinculado a opção
monarquista.
Um segmento de onde se verificou
uma grande opção e/ou simpatia
pela monarquia constitucional parlamentarista foi o corpo diplomático onde embaixadores altamente
preparados se colocaram pela imprensa, com destaque para o embaixador e escritor, membro atuante
ainda hoje do IHGB, Vasco Mariz
que no artigo “Os Donos da Coroa”
no Jornal do Brasil de 14/09/1991,
onde nos lembra “Pelo artigo 98 da
constituição de 1824, o Poder Moderador é a chave de toda a organização política da nação. O texto é
exemplar: ele deve velar sobre a manutenção da independência, equilíbrio e harmonia dos demais poderes
políticos da nação. E nos tempos
modernos do Brasil, o que temos
visto diariamente é o conflito de poderes, em detrimento do povo e da
nação”.
Dentre os outros vários
diplomatas que se colocaram como
simpatizante da monarquia constitucional parlamentarista destaco,
os embaixadores Meira Penna e
Pio Corrêa. Fechando a questão do
Poder Moderador, temos de citar
uma contribuição que veio após o
plebiscito, de ninguém menos que
o renomado crítico literário Wilson
Martins, já falecido, na sua coluna
do Jornal do Brasil de 16/10/1993,
“Outra questão é a do Poder Moderador na organização constitucional do Império, tratada por Gláucio
Veiga pela ótica das simplificações
polêmicas muito em moda entre os
tratadistas dos nossos dias. Basta
pensar que o Poder Moderador era
combatido como opressivo e arbitrário por todos os partidos enquanto estavam na oposição e, ao
contrário, como salutar e necessário
quando estavam no poder. Sendo,
alternadamente, os mesmos partidos, isso nos ajuda a compreender
o caráter suspeito dessas manifestações. No cotidiano da organização
constitucional, o dispositivo era de
natureza liberal, chave, como dizia
o texto constitucional, “de toda a
organização política”. A experiência
nos ensina que, entregues aos seus
impulsos instintivos, sem o olho vigilante do Imperador e dos adversários, os políticos é que teriam feito da
vida brasileira o universo arbitrário
que a constituição, precisamente,
tratava de disciplinar”.
Dos bancos acadêmicos o antropólogo Otávio Velho da UFRJ/Museu Nacional, deu muitas contribuições ao
debate em vários artigos na imprensa, dos quais destaco, ”É claro que
a questão da monarquia comporta
muitas outras dimensões, como o
seu papel nos países “modernos”.
Ou a própria superação da antinomia presidencialismo-parlamentarismo republicano com a vantagem
de, pela radicalidade a absoluta da
distinção entre princípios sucessórios da chefia de Estado e do governo,
criar uma barreira ao domínio oligárquico. Mas aqui estamos privilegiando outro registro, num debate
que apenas principia e não deve ser
encurtado. Não é apenas a monarquia que está em jogo. Ela pode
ser pretexto para nos repensarmos
como nação, inclusive incorporando
uma visão de mais largo prazo que
não comporte casuísmos. Pensar
para o futuro até como transmissão
de um patrimônio de uma geração a
outra, de que a sucessão monárquica marca um modelo e um estilo.
(...)” Para Além dos Preconceitos, in
caderno Ideias/Ensaios _ Jornal do
Brasil 12/01/1992. Dentre os políticos de então vemos o escritor, jornalista e deputado federal e depois
senador, Artur da Távola, já falecido,
que naquele momento fazia uma
simplificação argumentando que
“Parlamentarismo monárquico não
é monarquia. É forma constitucional
de soberania popular, com primeiroministro escolhido pela Câmara para
chefe de governo e rei para chefe de
Estado. É forma de organizar a democracia” mais adiante “A existência de um poder (chefia do Estado)
não contestado, aceito em pacto
nacional (o Plebiscito) e feito para
moderar crises, arbitrar conflitos
entre primeiro-ministro e Câmara e
para representar o país em tratados
internacionais, este sim, criará condições eficazes de funcionamento
do sistema parlamentarista”(...)”P
recisamos de coragem cívica para
considerar, com seriedade e sem
medo, a lógica do parlamentarismo
monárquico (...)”, Jornal do Brasil,
14/07/1992.
A campanha desenvolvida nos jornais pelos monarquistas militantes
e pelos optantes pela monarquia
constitucional foi enorme, com centenas de penas escrevendo o quanto ganharia o Brasil e o seu povo
com a opção pela forma de governo
monárquica e pelo sistema parlamentarista de governo. Citei apenas
parte ínfima desse esforço, e ainda
poderia citar o notável advogado
Ives Gandra Martins, que inclusive
publicou um livro introdutório sobre o tema “O que é Parlamentarismo Monárquico” pela editora
Brasiliense, citaria também o
célebre antropólogo Rober to da
Matta, os juristas Célio Borja e
Paulo Brossard, o saudoso poeta
Mário Quintana, o filósofo Henrique de Lima Vaz, que segundo
José Murilo de Carvalho, seja o
melhor conhecedor de Hegel no
Brasil. Poderíamos citar muitos
outros.
Assim nós monarquistas podemos andar de cabeça erguida ao
falarmos de com quem andamos,
já os republicanos....
Artur da Távola:“Parlamentarismo monárquico não é monarquia. É forma constitucional de
soberania popular, com primeiro-ministro escolhido pela Câmara para chefe de governo e
rei para chefe de Estado. É forma de organizar a democracia”
08
Artigo
Capitalismo e
ESPIRITUALIDADE
Senadora Kátia Abreu
Artigo publicado na Folha de S.Paulo em 28 de
abril de 2012
A CRISE financeira de 2008, cujos
efeitos ainda abalam os mercados
-e se desdobram na presente crise
europeia-, não foi, como muitos sustentam, um sinal de esgotamento do
capitalismo.
Ou, na síntese reducionista, “o muro
de Berlim da direita”.
O que fracassou não foi o capitalismo, mas o uso inadequado de suas
regras mais elementares. A causa
direta da crise foi a concessão, deliberada e irresponsável, de empréstimos hipotecários a credores
sem meios de pagá-los, sobretudo
com a alta dos juros.
Como se não bastasse, os agentes
financeiros, para contornar o desastre, recorreram a novos artifícios desonestos, que apelidaram de “inovações financeiras”, com o objetivo
de alavancar suas operações sem
ter de reservar os coeficientes de
capital requeridos pelo Acordo da
Basileia, cujo propósito era exatamente evitar o que se deu.
Esse princípio se baseia na ideia de
que a busca da riqueza não é problema e, sim, a ganância para conquistá-la a qualquer preço.
Os bancos norte-americanos chegaram ao limite. E, para piorar o que já
não era bom, decidiram securitizar
os títulos podres, contra toda a ortodoxia econômica, servindo-se da
cumplicidade das agências de risco,
interessadas em agradar a seus clientes.
Trapaça pura.
A crise financeira norte-americana
espalhou-se como metástase pelo
mundo. Um de seus efeitos mais
claros foi expor a fragilidade da economia europeia, também marcada
por transgressões a fundamentos
básicos da economia.
A crise europeia decorre da fragilidade fiscal de países como Grécia,
Portugal e Itália, cujos governos gas-
A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência,
estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não
simplesmente criminosas.Dostoiévski tem a síntese perfeita, quando, por meio de Ivan
Karamazov, diz: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
tam mais do que arrecadam. Os investidores já preveem um “default”
de seus títulos de dívida.
Na base de toda essa confusão não
está uma demonstração de inviabilidade do capitalismo.
Ele foi conspurcado, violado em
seus princípios.
E a saída tem sido problemática
devido a outro fator básico, que
extrapola a ciência econômica,
mas que sobre ela e toda atividade
humana exerce influência vital:
a quebra de confiança. Sem ela,
nenhum sistema se sustenta.
Credibilidade e confiança são valores que decorrem do culto às
virtudes, algo que se perdeu numa
sociedade que confunde Estado
laico com Estado ateu -ou, pior ainda, antirreligioso.
De há muito, a perda do paradigma
espiritual tornou o homem ocidental alheio aos mais elementares
padrões éticos.
A relativização dos valores levou-o
a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo
comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis,
quando não simplesmente criminosas.
Dostoiévski tem a síntese perfeita,
quando, por meio de Ivan Karamazov, diz: “Se Deus não existe, tudo
é permitido”.
É o que se tem visto: Deus foi retirado da história.
Europa e Estados Unidos são civilizações erguidas sob os valores
do cristianismo, que moldou suas
legislações e tradições. Hoje, esses valores são renegados, sob o
argumento do laicismo do Estado,
que de modo algum é incompatível
com os valores espirituais.
A ausência de qualquer referência às raízes cristãs da Europa
no preâmbulo da Constituição da
União Europeia confirma a perda
da referência espiritual de uma
civilização cujos momentos de esplendor se vislumbram, ainda hoje,
nas majestosas igrejas e catedrais
góticas que fascinam turistas de
todo o mundo.
Ética sem espiritualidade, sem a
noção de um porvir em que todos
serão julgados pelos seus feitos,
não passa de uma fachada.
Nesse ambiente, a política, que a
Grécia antiga considerava uma virtude, foi a primeira a se desmoralizar. A economia veio em seguida.
O que mais falta?
Será que o Brasil não está seguindo
essa agenda laica e antirreligiosa,
pautando suas políticas pelos mesmos paradigmas que alimentam a
presente crise?
Desatento a isso, não chegará assim a lugar melhor.
Artigo
09
Foro de São Paulo:
o Brasil e a Quinta Internacional do castro-lulismo
Antonio Sánchez Garcia
Publicado no site Mídia sem Mascara com
tradução de Graça Salgueiro
A Alejandro Peña Esclusa, presopolítico do Foro de São Paulo
À destra de Lula da Silva, sentado
por sua vez à destra de Fidel Castro,
senta-se uma plêiade de velhos trotskistas latino-americanos conduzidos
por um velho paulista, sociólogo sem
sociologia, cujo atributo existencial,
para dar algum nome a seus preconceitos de confrades medievais,
é o borgeano, insólito e escatológico
convencimento de que a revolução é
uma entidade de ordem teológica à
qual nos condena o pecado original.
Beberam em sua infância do elixir
da “revolução permanente” de Leon
Davidovich Bronstein, melhor conhecido como Trotsky, e desconhecendo
com tenacidade todas as provas da
einsteiniana realidade, que com porfia derrubou todos os experimentos
marxistas, continuam se prostrando
ante Karl Marx e seu carnal Friedrich
Engels, apostando suas vidas no assalto ao Poder por bem ou por mal,
para tentar demonstrar inutilmente
e pela enésima vez que chove de
baixo para cima, que a terra é plana e
encontra-se no centro do universo, a
ditadura do partido e seu caudilho é
a melhor democracia imaginável e as
privações um destino inexorável de
uma humanidade que, se quiser sobreviver, deve voltar aos tempos das
cavernas. Tudo em honra do igualitarismo.
A idéia de montar esta confraria de
templários tresnoitados, levada a
cabo desde os princípios dos anos
noventa apesar da prova documental
e vivente de que a revolução socialista é um disparate, não teria sido realizável sem a contribuição das viúvas
da OLAS, a Organização Latino-Americana de Solidariedade, montada
pelo castrismo recém triunfante, e os
despojos do esforço imperial da ditadura cubana nos anos sessenta para
Um propósito essencial e irrenunciável move o Foro de São Paulo: impedir a queda do
regime de Hugo Chávez, com a qual se deslocaria todo seu xadrez imperial. Impedir que
o títere de Castro e do lulismo deixe a cena e as principais reservas petrolíferas voltem
para as mãos dos seus legítimos proprietários: nós, os venezuelanos
acampar na Ásia, África e América
Latina - a Trikontinental! - mediante
a exportação do modelo guerrilheiro,
como novo instrumento de assalto e
conquista do Poder.
Derrubado o muro de Berlim e desmoronado o império soviético como um
castelo de cartas, extraviado o castrismo e a sociedade cubana condenada a morrer de fome o cegar de
avitaminose, enquanto se avistava
a reconstrução das economias dos
países que saíam das ditaduras que
provocaram com o guevarismo - Chile,
Argentina e sobretudo Brasil, sabiamente presidida pela social-democracia brasileira e Fernando Henrique
Cardoso -, nossos trotskistas se prepararam para o assalto ao poder já em
fins do século passado, dado a mu-
dança de gerações que subitamente
punha os herdeiros do fracasso para
conquistar o poder. De fato: todas as
crias de Castro alcançaram o poder:
desde Kirchner, o montonero, até
Pepe Mujica, o tupamaro. Sem falar
de Dilma, a guerrilheira urbana. Com
um giro copernicano, contribuído pelo
reformismo ancestral dos trotskistas,
subitamente para a vanguarda do
novo projeto: já não pela violência,
que uma sociedade moderna não se
conquista pelas armas - disse Hitler
- senão infiltrando-se nos despenhadeiros da Hegemonia e caindo de pau
nas democracias ingênuas, vítimas
da decadência de suas elites, como
a Venezuela.
Desse modo, a jóia da coroa, principal depositária das maiores reservas
de petróleo do Ocidente, voltou a privar o sonho de quem saiu nos sessenta com as tábuas na cabeça da
Venezuela depois de duas tentativas
invasoras, um gigantesco investimento em armas e dólares, e o compromisso existencial de quem jurou que
a Venezuela e o petróleo seriam seus,
mesmo que tivesse que subir ao céu
engatinhando.
Pode ser que hoje, os então futuros
idiotas-úteis da seção venezuelana
do Foro de São Paulo que, com absoluta ingenuidade e uma irresponsabilidade limítrofe no crime de Estado
estenderam em fevereiro de 1989
o tapete para a visita a Caracas de
Fidel, que já trazia no peito tanto a
fundação do Foro como devorar de
uma só tacada a principal nação do
10
Caribe e se fosse necessário assassinar o seu gentil anfitrião, Carlos
Andrés Pérez, sofram seu arrependimento. O certo é que serviram voluntária e decididamente para defenestrá-lo com um grupo de pessoas que
arremetem contra alguém indefeso
ante o qual fez com que a rasteira
ao paraguaio Lugo seja digna de um
orfanato. Saberiam nossos golpistas de salão que ontem abriram os
portões à conspiração e hoje choram
lágrimas de sangue, de quê se trata
quando se menciona os templários
paulistas que nos visitarão em 4 e 5
de julho próximos?
Trata-se dos que se confabularam à
sombra da estupidez das democracias alcoviteiras, começando pela
de nossos promotores, destacados
midiáticos, militares, editores, juízes,
empresários, filósofos e politiqueiros
de fins de século, para coroar com
a jóia petroleira um tenente-coronel
golpista, grosseiro, brutal, assassino
e decidido a liquidar nossa República
e montar um regime totalitário que
lhe garanta governar pelo resto da
vida, seguindo o modelo que inspira
os foristas que nos visitam: a tirania
castrista. Trata-se do ELN e das FARC
da Colômbia - esquecer o discurso
de Raúl Reyes no sexto encontro do
Foro? -, de todos os partidos, grupos
e grupelhos da ultra-esquerda latinoamericana, e daqueles que à sombra
do chavismo e contando com o financiamento do petróleo venezuelano e
suculentas valises contrabandeadas
nesta última década montaram os
governos de Lula, de Kirchner, de Evo
Morales, de Rafael Correa, de Daniel Ortega, de Pepe Mujica, de Dilma
Rousseff.
Trata-se, em conseqüência, dos que
saíram da escuridão das covinhas
conspirativas, dos seqüestros, das
guerras de guerrilhas e dos assaltos
a bancos para adquirir certificados de
boa conduta e brilhar ante o mundo
como exemplares tribunos democráticos: o PSUV venezuelano, o PT brasileiro, os montoneros e tupamaros
rio-platenses, os elenos colombianos,
os sandinistas nicaragüenses, entre
muitos outros que estarão à espera
de assaltar o poder, como os comunistas, os miristas, os socialistas
chilenos da ultra. Que já lançam seus
novos rostos para a ofensiva desde
as universidades chilenas. E que estarão decidindo suas ações futuras
desde Caracas, a partir deste 4 de
julho.
Trata-se dos charlatães de ofício que,
amparados pela idiotice do progressismo europeu, recebem prêmios
nobéis e suculentas remunerações
em Euros, como Rigoberta Menchú e
Adolfo Pérez Esquivel, que maculam
a companhia da Madre Teresa de Calcutá e Willy Brandt. Fraudadores da
nova esquerda que acompanham a
dança com lobos das avós da Praça
de Maio, incendiárias de profissão, dignas de um tango de Enrique Santos
Discépolo.
A insólita responsabilidade das
democracias ocidentais e do Departamento de Estado ao pensar
que desaparecida a União Soviética desapareceria a conspiração
da esquerda castrista na América Latina, e confiados em que
a região rumava pelo caminho da
reconstrução das democracias e
da modernização de seus sistemas políticos e da globalização de
suas economias, terminaram com
um trágico saldo: a destruição das
bases sócio-políticas e econômicas
venezuelanas, um dos principais
bastiões da democracia na região,
e no assalto ao poder por parte do
golpismo de esquerdas em seus
países mais importantes.
O primeiro beneficiário deste grave
descuido foi o imperialismo brasileiro, que joga com duas cartas:
a da consolidação de seu poderio econômico-estratégico - já é
a sexta potência do mundo - e a
do controle da região com a mão
esquerda do Foro. O trotskismo
sabe dirigir com perfeição o jogo
da conspiração. Compreendeu a
nova fase do desenvolvimento capitalista em meio da crise mundial:
fortalece sua burguesia nacional
- um clássico exemplo da política
trotskista de alianças -, se apodera da interlocução da região com
o progressismo norte-americano e
favorece o desenvolvimento de autocracias dispostas a assumir os
despotismos de seus interesses.
Nessa política, o Foro serve à perfeição seus interesses regionais.
Daí a pergunta: a que vem a tribo
castro-lulista à Venezuela? O que
trazem entre as mãos estes querubins da revolução, que têm em
Hugo Chávez o grande heresiarca
e aos interesses imperialistas da
neo-burguesia brasileira seu magno propósito?
Um propósito essencial e irrenunciável move o Foro de São Paulo: impedir a queda do regime de Hugo
Chávez, com a qual se deslocaria
todo seu xadrez imperial. Impedir
que o títere de Castro e do lulismo
deixe a cena e as principais reservas
petrolíferas voltem para as mãos dos
seus legítimos proprietários: nós, os
venezuelanos. Fechar a passagem à
democratização da América Latina,
como pretenderam ontem em Honduras, como pretendem hoje no Paraguai. Pois a abominável e repudiável
intervenção do ministro de Relações
Monarquista, anuncie o seu
produto ou serviço neste espaço
Exteriores de Hugo Chávez em Assunção, deixa claro o papel de gendarmeria que o Foro designa ao nosso
país. Que usa o garrote petroleiro
como o Departamento de Estado utilizou no passado a Quinta Frota, os
boinas verdes e o sebo financeiro do
FMI.
A saída de Chávez constituiria um
golpe mortal nas pretensões da esquerda radical do continente de voltar à idade dourada do castrismo.
Priva de recursos financeiros os que
sem eles estariam abandonados,
sem poder e sem glória. Grande parte
dos faustosos ingressos petroleiros,
escamoteados dos nossos setores
mais desvalidos, foram satisfazer
a insaciável voracidade do castrochavismo latino-americano. Alimentando grupelhos de ultra-esquerda,
campanhas de governos corruptos,
cruzadas dos que não distinguem entre causas e interesses pessoais. Permitiu a sobrevivência dos que, sem o
auxílio castro-chavista, viveriam à luz
de velas.
Daí meu assombro quando ouço as
queixas daqueles setores que respaldam o candidato da democracia venezuelana porque o PT respalda Hugo
Chávez. Ainda se fiam do crédito que
há cinqüenta anos os Castro tiveram
e na natural bonomia do comunismo
internacional. São cegos ante o óbvio:
Lula, Dilma e sua coorte forosãopulista vão pelos seus. Liquidar as democracias latino-americanas, montar
o caudilhismo autocrático castrista e
sentar o poderio do neo-imperialismo
brasileiro. A isso é que vêm: examinar
as condições do campo de batalha
em que possivelmente neste 7 de outubro se jogará o destino da América
Latina. Escondem o punham com que
pretendem enfiar-nos uma punhalada. Não permitamos.
11
Memória
Especialistas em museus e
coleções definem
recomendações para Unesco
Ibram
Reunidos na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 11 e 13 de julho, especialistas indicados pela
Unesco, e observadores de 50
países, discutiram o papel dos
museus no mundo contemporâneo, como enfrentar ameaças e
desafios na proteção de museus
e coleções, além do papel social
e educativo dos museus.
Aniversários
As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o suficiente para reconhecer o quão importante você é para o Instituto Brasil Imperial. Nossa cumplicidade monárquica vai se tornando forte, e como Presidente do IBI me sinto comovido a homenagear os/as Confrades aniversariantes do mês. Feliz aniversário!
E que você seja muito, muito feliz!
JUNHO
Alexandre Amilton Vieira – 22 – Florianópolis - SC Andréa Christina Silva Panaro Caldas – 21 - Santo Antônio de Pádua - RJ Elisabeth Amélia Navarro – 30 - Santos - SP
Genivaldo Ferreira de Macedo – 5 - Praia Grande - SP Herotildes Maciel – 11 - São José do Rio Preto - SP João Marcos Alves Suzuki – 9 - Pirajuí - SP Josimar Lourenco Silva – 7 - Ji Paraná - RO
Maria Célia Serra Azul – 2 – São Paulo - SP Olavo Roberto de Arruda Campos – 18 - Londrina - PR Paulo Santos – 1 – Europa
Régis Augusto Rodrigues – 1 – São Paulo - SP Wellington José Soares dos Santos Júnior – 14 - São Lourenço da Mata - PE Ydenir Prudenciano Machado – 10 - São Caetano do Sul - SP
Seu nome não consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Não temos a
sua data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você completasse
o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo. Se já tem a senha é só acessar e
completar os dados no site www.brasilimperial.org.br
Também foram revistas e ratificadas as convenções, recomendações e declarações existentes acerca do tema do
encontro Proteção e Promoção
de Museus e Coleções – organizado pelo Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram/MinC), em parceria com a Unesco, e com o apoio
do Programa Ibermuseus e da
Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI).
Como resultado, o grupo definiu
recomendações que farão par te
do relatório final que será apresentado na 190ª sessão do Conselho Executivo da Unesco, prevista para outubro.
No documento, intitulado Conclusões e Recomendações Finais Adotadas para o Relatório
de Avaliação, os especialistas
apontaram necessidades urgentes, tais como garantir recursos
humanos e técnicos essenciais
para a conservação e segurança de museus e suas coleções,
adaptar sistemas de museus a
novas tecnologias e dotar os espaços com recursos financeiros
adequados. O documento está
disponível em por tuguês e inglês.
For talecimento das políticas
Foi recomendado que os países
desenvolvam e for taleçam políticas públicas voltadas para os
museus considerando o desenvolvimento sustentável (ambiental, econômico, cultural e social), a transformação social e o
engajamento comunitário, a capacitação e o planejamento adequado dos recursos humanos.
A adoção de políticas sobre o uso
da informática como forma de
disseminar, registrar e ampliar o
acesso aos museus e coleções,
e sobre medidas para mitigar
riscos e maximizar a segurança,
também foram consideradas essenciais.
As dificuldades de financiamento
foram apontadas por especialistas de diversos países e resultaram na recomendação de se dedicar uma porção dos orçamentos
nacionais aos museus, de se
criar sistemas de cooperação entre governos e museus e de se
desenvolver parcerias públicoprivadas para ap o i a r m u s e u s
e coleções. Leia o resumo da
reunião nos boletins publicad o s d u r a n te to d o s o s d i a s d o
e n c o n t ro .
Música
12
Coleção Carlos
Gomes do Museu
Imperial pode virar
patrimônio da
humanidade
Museu Imperial
O Museu Imperial concorre, pela
segunda vez, ao Registro Nacional
do Programa Memória do Mundo,
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), equivalente ao título de Patrimônio da Humanidade.
Em 2010, o Museu recebeu a titulação com o “Conjunto documental
relativo às viagens de d. Pedro II pelo
Brasil e pelo mundo” e, desta vez,
enviou a candidatura da Coleção
Carlos Gomes do Museu Imperial.
A coleção reúne 286 documentos,
incluindo fotografias, documentos
textuais, gravuras, desenhos, livros,
periódicos, folhetos e uma partitura.
Entre as raridades, está um álbum
de recordações que possui mensagens de grandes nomes da época
dedicadas a Carlos Gomes, como
um desenho de Pedro Américo, um
desenho e uma poesia de Victor
Meirelles e uma dedicatória de Manuel Araujo Porto Alegre.
Também merecem destaque os
cenários da ópera Il Guarany, em
aquarelas de Carlo Ferrario, cenógrafo do Teatro alla Scala de Milão,
Itália, e a partitura manuscrita de
um hino composto para o primeiro
centenário da independência norteamericana, encomendado pelo imperador d. Pedro II e por ele ofer-
ecido ao presidente Ulysses Grant
na Exposição Universal da Filadélfia,
em 1876.
O acervo foi doado ao Museu Imperial em duas partes, em 1946
e 1950, por Ítala Gomes, filha do
maestro. Além dos documentos que
compõem o conjunto que concorre
à titulação da Unesco, a doação
contemplou outros itens, como um
piano de Carlos Gomes. Contudo,
devido à restrição do prêmio, que
se refere apenas a documentos, os
objetos não foram inseridos na candidatura.
O Programa Memória do Mundo
foi criado pela Unesco, em 1992,
devido à consciência crescente do
lamentável estado de conservação
do patrimônio documental e do deficiente acesso em diferentes partes
do mundo. O objetivo é dar maior visibilidade a esses documentos e despertar a consciência coletiva sobre a
importância de sua preservação.
O programa é composto por três registros – regional, nacional e internacional – concedidos de acordo com
a abrangência da importância da
documentação. Todos os registros
são equivalentes, para documentos,
ao título de Patrimônio da Humanidade, que é concedido pela Unesco
a patrimônios arquitetônicos.
O Museu Imperial foi agraciado com
o Registro Nacional em 2010, concedido ao conjunto que reúne documentos sobre as viagens de d. Pedro
II, como diários, correspondências
e notícias de jornais. Em 2012, o
mesmo conjunto documental concorre ao Registro Internacional, pois
a relevância dessa documentação
excede a história do Brasil e tornase importante para estudos sobre o
contexto mundial da época. Agora,
a instituição busca também seu
segundo Registro Nacional com a
coleção de Carlos Gomes.
13
14
Maioridade
Multirio.rj.gov.br
Em meio a dificuldades financeiras
e várias e desgastantes rebeliões
localizadas, D. Pedro I instalou a Câmara e o Senado vitalício, em 1826.
Porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no
Brasil. Com a morte de D. João VI,
decidiu contrariar as restrições da
constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em
Lisboa.
Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as
duas coroas, instalou no trono a
filha primogênita, Maria da Glória,
como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel.
Porém sua indecisão entre o Brasil
e Portugal contribuiu para minar a
popularidade e, somando-se a isto
o fracasso militar na Guerra Cisplatina (1825-1827), os constantes
atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (18221829) com Domitila de Castro Canto
e Melo, a quem fez viscondessa e
depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e
a crise provocada pela dissolução
do gabinete, após quase nove anos
como Imperador do Brasil, abdicou
do trono em favor de seu filho Pedro,
em 7 de abril de 1831, então com
cinco anos de idade.
A Constituição de 1824 previa que,
durante a menoridade do sucessor,
o Império deveria ser governado por
um Regente que fosse um parente
mais próximo ao Imperador. Como no
caso não havia quem preenchesse
tais quesitos, a Constituição previa a
composição de uma Regência Trina
Provisória, em caráter interino, para
que o Executivo não ficasse acéfalo.
A Regência Provisória tomou posse no mesmo dia da abdicação,
começando por reintegrar o último
ministério deposto pelo Imperador, conceder anistia para todos
os presos políticos, estancar as
agitações populares na busca da
15
manutenção da ordem e das instituições. Já a Regência Trina Permanente foi eleita pela Assembléia Geral em julho de 1831, permanecendo
até abril de 1835.
Nas eleições para a primeira regência una, realizada em 7 de abril de
1835, saiu-se vencedor o Padre
Diogo Antônio Feijó, antigo ministro
da justiça da Regência Trina Permanente, e um dos líderes da facção
progressista. Quando o regente Feijó assumiu, em outubro de 1835, a
situação do país era extremamente
delicada.
Em 1837, com o avanço dos cabanos no Pará e dos farrapos no Sul,
Feijó pediu à Câmara dos Deputados que aprovasse a elevação dos
efetivos militares do governo, a fim
de sufocar os movimentos. Seu pedido não foi aprovado, e o regente, diante da impossibilidade de exercer o
cargo, acabou por renunciar. Araújo
Lima, líder da facção regressista e
presidente da Câmara dos Deputados, assumiu provisoriamente a
regência.
Com a regência de Araújo Lima embora interina, sobe ao poder o Partido Conservador. Na eleição para a
escolha do novo regente, realizada
em 1838, saiu-se vitorioso o próprio
Araújo Lima, devendo o seu mandato
prolongar-se até 1842. Entretanto,
toda a habilidade do líder conservador não foi suficiente para abafar a
Farroupilha, nem mesmo para evitar
uma série de revoltas surgidas em
todo o país, destacando-se, principalmente, a Sabinada e a Balaiada.
A primeira ao lado da Cabanagem
no Pará, foi debelada ainda em seu
governo.
Por mais esforços que fizessem, os
Antônio Carlos levou a campanha para as ruas, levando o povo a apoiar o projeto.
Conseguiu assumir a liderança da massa que se dirigiu ao Senado, aclamando a Maioridade.
A pressão popular, liderada pela vanguarda liberal, foi tão grande e os seus resultados
poderiam ser imprevisíveis, que em 23 de julho de 1840, D. Pedro foi emancipado
homens públicos do Brasil não encontravam a fórmula da conciliação.
D. Pedro II só poderia ser declarado maior ao atingir 18 de idade. A
Regência, por sua vez, mesmo com
o nome de permanente, seria um
posto ambicionado e, portanto, motivadora de intermináveis conflitos.
O Partido Liberal, imediatamente,
começou a se movimentar para arranjar uma solução política para a
Nação, e que, ao mesmo tempo, o
colocasse novamente no poder. Em
abril de 1840, por proposta do senador José Martiniano de Alencar, pai
do romancista José de Alencar, foi
criada a Sociedade Promotora da
Maioridade, originalmente uma sociedade secreta que logo se tornou
pública, passando a se chamar apenas Clube da Maioridade. Antônio
Carlos de Andrada foi escolhido
presidente, aproximando-se cada
vez mais dos palacianos.
Antônio Carlos levou a campanha
para as ruas, levando o povo a apoiar o projeto. Valendo-se do momento
oportuno, conseguiu assumir a liderança da massa que se dirigiu ao
Senado, aclamando a Maioridade. A
Monarquista, anuncie o seu
produto ou serviço neste espaço
pressão popular, liderada pela vanguarda liberal, foi tão grande e os
seus resultados poderiam ser imprevisíveis, que em 23 de julho de
1840, D. Pedro foi emancipado. O
futuro imperador do Brasil contava
apenas com 15 anos de idade.
A sagração e coroação de D. Pedro
II foi marcada para 18 de julho de
1841. A cidade do Rio de Janeiro foi
cuidadosamente embelezada para a
cerimônia. As festas duraram muitos
dias, encerrando-se no dia 24 de julho com um grande baile de gala no
Paço da cidade.
15
Memória
BRASIL IMPERIAL PREPARA EXPOSIÇÃO DO
PLEBISCITO DE 1993
O Plebiscito/93 completará, em 2013, 20
anos de sua realização. O que mudou?
Precisamos chamar atenção da população
Brasileira, e um dos eventos fica na responsabilidade do Coordenador de Desenvolvimento do IBI - Instituto Brasil Imperial-SC, Edson
Murilo Prazeres que realizará a exposição de
material (jornais, publicações, fotografias,
etc.) produzido e recebido por ele durante o
período de luta pela nossa causa.
Para melhorar a exposição precisamos da
colaboração de todos os monarquistas para
que enviem material, relativo ao plesbicito tal
como: o filme “Venha a Nós o Nosso Reino”
em DVD, exemplares de nºs 01 a 08, do jornal
Cara & Coroa, comerciais da Frente Monarquista, e outros materiais afim.
A Exposição terá início em Florianópolis e em
seguida será exposta nas principais praças
do Brasil. Contando com o incentivo dos
monarquistas do Brasil o IBI fica no aguardo
de respostas e do envio de materiais para expor que deverão ser enviados para:
Edson Murilo Prazeres
Rua: Valdemiro Serafim Francisco, 301, Bairro Forquilhinha
São José – SC,
CEP: 88106-669
e-mail: [email protected]; eprazeres61@
gmail.com
Quem tiver o que doar favor responder para [email protected];
[email protected];
presidê[email protected]
Cordialmente,
Antonyo da Cruz
IBI - Instituto Brasil Imperial
Presidente executivo
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